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Published by Raquel Maciel, 2020-11-11 16:59:45

PASTA - 07

PASTA - 07

Keywords: GETÚLIO,POLÍTICA,DITADURA,CONSTITUIÇÃO,SUICÍDIO,JÂNIO,QUADROS

rnenos o principal, e que aqui- Centro nem a Agência tiveram que isso terá com o episódio de tirar as n1ais estapafúrdias
lo parecia um cornplô arrnado conhecimento antecipado de do Riocentro? Sirvo-n1e da ilações, confundindo-me, ideo-
acirna da co,npetência do ca- qualquer fato ligado ao episó- n1enção, porém, para prestar logican1ente, con1 o fascista
pitiío Wilson i\llachado e que o dio do Riocentro. Nunca a minha homenagem ao cavalo, ditador italiano..."
objetivo do atentado seria Agência Central coordenou 'muito mais gente' do que os
criar pânico entre os n,ais de qualquer ação dos Centros mi- indivíduos que não têm peias ''Figueiredo l
rnil assistentes do slioiv: uma litares, nen1 sequer sobre algu- à 1nanifestação de sua idios- desafia o terror"s
outra bon,ba explodiria debai- ma delas foi previa1nente cien- sincrasia político-ideológica, .
xo do palco principal, causan- tificada. Infelizmente, era as- cotno foi o caso de Evandro ;\inda com relação ao epi-
do correrias e pisotea,nentos, sin1 que funcionava. A tal Co- Carlos de Andrade. Pois foi es-
con, ,no~tes e ferirnentos gra- 1nunidade de Informações ja- se animal, o cavalo, que me sódio entre Figueiredo e
ves. O general Ne1vton Cruz re- mais se constituiu de vários ór- pern1itiu, não poucas vezes,
bate estas acusações: gãos que se 1nantivessem uni- esquecer as 1naldades e falsi- l\le1vton Cruz, o general se
dos para un1a ação co1num in- dades do 'homem-bicho'.
Grael: ''Esc,~avo terdependente, comwlitária Saudade eu tenho, e grande, vale de trechos da carta do
das somb1·as" - o que poderia ser útil, mas do Kaiser, o alazão em que
doutrinariamente incorreto." desfilei en1 1983, e do Amir, o ex-presidente: /1. .--..
"Na provável frusrração e no tordilho que n1e serviu de
recalque decorrente da demis- Uni dos ,nuitos debates e,11 montaria em 1984. Deles n1e "Segundo o p residente Fiv
são, o coronel Dickson Grael que o general 1Ve1vton Cruz se lembro, evocando a canção da
transforn1ara-se cn1 escravo envolveu foi co,11 Evandro Cavalaria: "Montado sobre o gueiredo, a versão de que en-
das son1bras geradas na sua Carlos de Andrade, a respeito dorso deste a1nigo,/ O cavalo
111ente obcecada. Afirmou que de 11111 artigo que ele publicou que, altivo, nos conduz,/ Le- trei no seu gabinete no dia
o atentado do Riocentro, pelo no Globo, sob o título de Fo- van10-lo também para o peri-
seu vulto, ja1nais teria ocorrido lha Corrida, i11cri1ni11ando go,/ Para lutar conosco sob a seguinte contém três 1nenti-
sem a aquiescência do Centro 1Ve1uton Cruz 110 cnso do Rio- cn1z." Quanto à aparência de
de lnforn1ações do Exército e centro. Na contestação, Evnn- Mussolini, tudo nasceu de ras: 'l?) Você não entrava no
da Agência Central do SNI. dro escreveu que 'Jnrnais será urna brincadeira do presiden-
Acrescentou que a coordena- esquecida a i,nagern de f\leu,- te Figueiredo. Quando eu des- meu gabinete. Se o caso fosse
ção das operações dos centros ton c:ruz 1no11rado ern u,n ca- filava em continência ao pre-
n1 ilitares (CIEx- Exército, CIS;\ valo corn capacete e espada, sidente, voltou-se ele para um de você entrar, não esperaria
- Aeronüutica e CENIMAR - co111 a aparência de i\llussoli- ministro no seu jeitão peculiar
l\1arinha) era feita pela Agência 11i, desfilando e,n Brasília." e fraterno, e confidenciou: o dia seguinte para fazê -lo.
Central do SNI, no ü1nbito do O general rebnte: 'Olha o Nini! Parece o nosso
que chan1ou de "co,nunidade l'vlussolini!' Assin1 o episódio 2?) Quem deveria ter entrado
da repressf10". i\tlentiu. Nen1 o "Comandei as paradas de chegou ao 1neu con.hecimen-
Sete de Seten1bro en1 Brasília to. Dele, entretanto, haverian1 era o chefe do SNI. 3?) A ma-
en11983 e 1984. rvlontado a ca-
valo, de capacete e espada. O O coro11el Dickson neira como o articulista diz
Grael, pai dos
ia.tistas can1peões que você se dirigiu a mim de-
olí,npicos Lars
e Torben. depõe monstra: ele não me conhe-
sobre o atentado do
Riocentro. Segundo ce; n1uito menos conhece vo-
i'Jeu,to11 Cruz, ele
1ne11tiu ao dizer que cê; pelo seu palavrear de fic-
a P/11/_fora rerirada e
as saídas trancadas ção é un1 mal-educado e não
pnra que as bo111bas
prouocassern conhece a disciplina militar.'
11111a tragédia
"Ainda Figueiredo: 'A infor-

rnação de que, ''infor1nado do1 -.

ocorrido, o presidente indig~

nou-se, e nun1a con1ovente

demonstração de ingenuida-

d e d esafiou os terroristas a

que jogassen1 bon1bas nele

mesn10, presidente", foi pro-

ferida d ias depois, nu n1 co1ní-

cio en1 praça pública, e não

no meu gabinete.'

"Na época, Figueiredo dis-

se que de nada fora inforn1a-

do por ninguén1 e só soubera

do atentado dois dias depois

por seu secretário particular,

I·Ieitor de Aquino Ferreira.

Nun,a gravação póstuma vei-

culada pelo Fantástico, Fi-

gueiredo comentou ter afir-

mado a Heitor Aquino qu~

'até que enfin1 os comunistas

fizerarn un1a bobagenl' e

Ao ver ogeneral acavalo num dos desfiles de Sete de Setembro, figueiredo



l

.l

O general responde ao jornalista Euandro Carlos de Andrade, da Rede
Globo: "O cavalo é rnuito nzais gente do que os indivíduos que não tê111
peias à rnanifestação de suas idiossincrasias politico-ideológicas."
Acima, con1 Figueiredo, o general Medeiros, "quefaltou co111 a 11erdade"

Q meia hora depois o general cientificadoo presidente Figuei- Central do SNI dera qualquer in- que ocapitão Wilson Machado,
Medeiros lhe telefonara di- redo eque Cruz lhe co,nunicara formação antecipada ao chefe apesar de superior no sargento
zendo: "l·lá indícios de que tersidoafasta,la a possibilidade do SNI sobre algun1 fato relacio- Guilherrne Rosário, não se
foi gente do nosso lado." da ocorrência. Asdeclarações de nado ao episódio do Riocentro. apresentava como o chefe da
J\1edeiros, clía,ue ele Neiuton Para indiciar o general Ne\'lton operação. Lünito11-se a trans-
"Medeiros faltou Cruz, su1preenderanz o anl'igo Cruz (o que acabou não fazen - portara cornpanlleiro, especia-
com a verdade" auxiliar e rnarcar(11n o Jirn de do), o encarregado do 1PM regis- lista em bombas. E conclui:
tuna arnizadede quase50anos. trou o conhecimento an tecipa-
O Caso Riocentro voltou a pe- Ern seu livro, Cruz contesta a do que o mesmo teria, cerca de ''Jamais o hoje coronel Wil-
gar fogo durante o novo !Pivl, versào de J\1edeiros, usando a um mês ou mais, do plano para son Machado te ria previsto a
quando da acareação e11tre os terceira pessoa: prejudicar a execução do shO\'I. explosão an tecipada da bo1n-
genernis Otávio 1\1edeiros e Jamais o general Ne\'lton Cruz ba e, se chegasse a prevê-la,
1Ve1vto11 Cruz, e,n 27 de janeiro "O general Ne\'lton Cruz rea- transn1itiu ao general J'vledeiros, certamente teria suposto que
deste ano. lvJedeiros, o antigo firmou tudo o que dissera ante- cerca de um 1nês e meio antes do não ocorreria. Indubitavel-
cltefedoSiVI. reajirrnouq11e, en, 30 de abril de 1981, qualquer in- mente: admitido o crime, teria
,narço ou abril ele 1981, havia riormente e, embora a contra- formação relacionada ao atenta- sido culposo, jamais doloso,
sido inforrnado pelo general gosto, n1esmo sabendo que ne- do do Riocentro. Consciente ou
iVewton Cruz da possibilidade inconscienten1ente, o general por isso co1n a sua punibilida-
Q de 1una ocorrê11cia no Riocen- nhuma responsabilidade U1e Medeiros faltou co,n a verdade."
tro, ainda que seni especificar poderia ser atribuída, viu-se de extinta pela prescrição." ■
de que tipo. Disse também ter Analisando as conclusões do
obrigado, face a face com o ge- segundo/PM sobre o Riocentro, Final
neral Medeiros. a dizer-lhe que, o general Ne1.vton Cruz adrnite

talvez por alguma confusão
mental, ele estava mentindo,
pois nunca o chefe da Agência

o confidenciou aum de seus ministros: ''Olha oNinil Parece onosso Mussolini''

43611/J02000 Mma:n



Uma nova .,
preocupação
entre os •
idosos:
oavanço da
AIDS







-

•- Médicos alertam
sobre o número de
l casos na faixa acima
dos 50 anos
.., e ,_
PEDRO ARGEMIRO e
• DANIELA EUFRÁSIO

Qt:r::r.:.,; z:;,t:z; \ \ IV?() que é isso?" Acostureira apo-
sentada 1Vlari:1 da Conceição Silva
r levou quase 70 anos para descobrir
o significado da sigla e a resposta
w1: r: ;;Js::l para a pergunta que fez. há oito

anos. aos n1édicos que iniorn1arrun a na1ureza
da doença de seu n1arido, víti111a da AJDS.
\ •lais do que unia singela den1011straçào de
desconheci1nen10. no entru110, a pergunta de
dona Conceição traz e1nbu1ida unia realidade
que conicça a ser percebida. cada vez com
niais clareza, 110s hospitais, anibttla1órios e
grupos de apoio aos soropositivos do país: de-
pois de rnigrar dos chamados grupos de risco
- hornossexuais e usuários de drogas injetá-
veis - e de atingir de forrna contunden1e o se-
xo ferninino. os tentáculos da AIDS avançrui1
eni dire~:üo à terceira idade, atingindo pessoas
quase senipre despreparadas quan10 aos mé-
todos de prevenção e de aceitação da doença.

"Ten1 havido uni aurnento do núrnero de
idosos coni AIDS", afirma a infectologista An-
na ílicordi 13azin, chefe de clínica doServiço de
Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital
Antônio Pedro, eni l\iterói, vinculado à Uni-
versidade Federal f-lun1inense. "Os nún1eros

comprovarn", reforça o canccrologista Carlos
Alberto 1v1oraes de Sá, coordenador do Progra-
ma de Pesquisa en1 AIDS do Hospital Univer-
sitário Gaffrée e Guinle, unidade de referência
da doença no Rio, que trata em ambulatório
cerca de 1,5 mil pacientes de AIDS.

Se for entendida como terceira idade a faixa
etária que vaide 55 anos a 60 anos ou mais, vé-
se que a preocupação da classe niédica é pro-
cedente, pelo menos en1 comparação con1 a

=======-.;;==s;- .========="--~~•

ed

....
'

► A POIO COLETIVOAs reuniões do Grupo Pela Vidda, do Rio de Janeiro, procuram dar

apoio asoropositivos eseus parentes. Dayse Agra (em primeiro plano), 67 anos, perdeu um filho
há 13 anos com adoença. Hoje ajuda outras famílias aenfrentar o mal

Ocrescimento de casos na terceira idade, entre 1980 e1999, foi quase odobro

faixa que vai de 15 a 19 anos, tco- n1im", iliz a orientadora educa- doença após um relacionamento bros dos idosos, descobre-se que
rican1cntc ,nais exposta ao vírus. cional aposentada Teresinha de cinco anos com um executivo,
Segundo o Ministério da Saúde. Duarte, 64 anos, mãe de dois fi- que n1orreu de AIDS no ano em existe, atualmente, um grandees-
de 179.541 casos de AIDS notifica- lhos e avó de dois netos. "O médi- que elase descobriu soropositiva.
dos de 1980 a 1999 no Brasil, 3.829 co foi grosso con1igo. Eu disse pa- tí1nulo ao-relacionamento huma-
foran1 de adolescentes de an1bos ra ele: doenças vêm para dar na ''Os idosos soropositivos são al-
os sexos, enquanto 6.640 fora,n de gente e não nos paus", recorda vo de muito preconceito. No caso no e sexual entre pessoas da ter-
pessoas co111111ais de 55 anos. tvlaria da Conceição. de un1 jovern com AIDS, tolera-se
seu envolvi1nento com drogas e ceira idade, conforme constata o
"Não existe u111 aun1ento espe- Assim con10 ela, Teresinha pe- várias meninas. Masun1 senhor de
cífico nesta faixa etária", rebate o gou AIDS nu1na relação sexual. 50 anos nesta situação é conside- médico Carlos Alberto deSá. "Pa-
coordenador nacional de DST/ Dona Conceição - con10 é co- rado sen1-vergonha", afinna Caio
AIDS do Ministério da Saúde, nhecida esta pacata bisavó - Rosenthal, chefe de enfermaria do ra as mulheres há a reposição
Paulo Hobeno Teixeira. De fato, soubeque fora contaminada pelo Instituto de lnfectologia En1ílio Ri-
se con1parada co111 as fai,,1s etá- co1npanheiro de tuna vida intei- bas, deSãoPaulo. Entre96e99, do- hormonal. a prótese mamária, a
rias que engloba1n jovens e adul- ra, já falecido, três meses depois brou o nú,nero de casos de AIDS
tos, isto é, osque tên1 entre20 e 114 de descobriro signilicado da sigla entre pacientes co1n 1nais de 60 cirurgia plástica. Já os homens
a.11os, a porcentagen1 de idosos 111V. Três n1eses tan1bé1n foi o anos no rnaior hospital de referên-
infectados é pequena - apenas ternpo queTeresinha esperoupa- ciada doençano estado.Há quatro dispõem de n1eios para corrigir a
4'K,, conu-a 80'½, dos 1nais novos. ra ser co1nunicada a respeito de anos, errun 15. No ano passado, 30.
"No entanto, não desrninto a ex- sua doença. disfunção erétil, como o Viagra e,1 '\
periência que os tnédicos possan1 Ao n1es1no ten1po e1nquea car-
ter ern detenninadas unidades", E1n 94, quando se internou por gada discriminação pesa nos om- o Vasomax", assinala. ~
acrescenta o coordenador. conta de urna pneu1no1úa rerú-
tente, ela fez todos os exa1nes ne- São fatores como esses, aliados
A fria aparência dos 11(11ncros cessários, exceto urn. Quando a
esconde, entretanto, un1n rcali- doença dava sinais de que não se- à falta de uma política de campa-
dadequesó évisível pam qucn1 li- ria debelada, os médicos desco-
da diarian1cnte con1 o dr:una. Co- brinun o óbvio: ful1av-J un1 teste: o nha de prevenção específica para
1110 co1nunicar a uma pessoa que anti-Hl\l. "É tuna questão de pre-
já criou tUhos e netos que ela é conceito. Se eu fosse jove1n, te- a faixa etária e à cultura de des-
portadora de uma doença t.io es- riarn feito logo o exarne. Depois
tign,atizante co1no a AIDS? Eco- dos 40 as pessoas tenden1 a din1i- prezo pelo uso da camisinha que,
1110 essa pessoa renge à notícia? nuir sua ari\~dadesexual. mas. na
"Nlinha rear;,io foi de apatia e so- realidade, depende da vida que segundo o cancerologista, têm
fri111ento. Os 111ooicos contavan, cada uni leva", assinala Teresi-
seis rneses de sobrevida para nha, que é divorciada e contraiu a possibilitado o aun1ento da taxa

decasos. Ofatoéquetabusquan-

to à sexualidade continuam sen-

► REVOLTA

"As mulheres

ficam com

uma raiva

. enorme
dapessoa em
.1
Üquesempre
"'1
confiaram", ·
. ..:'p)

conta a

voluntária

Nazarét

Ferreira

~• W,..:..,/"""'(◄F"-.... = = = c = = := ====== =-:_::;:_;;; =.;;.,..=~~;;;..~, ':,;_;;;.;~._"'"':.'.:""2""•==;;;-.:.=====.-==,;;;;;;.,::;;,~-=~~ ~=:.;::;..,...;;...---;;:;;:;,;:z:,;:;:,c:x:,::;::: ._•...::;;=~
► NEM VÍTIMA

NEt~ VILÃO

Maria da Conceição

(mais à esquerda) foi

contaminada pelo

marido, que contraiu o

vírus numa transfusão

de sangue. "O médico

foi grosso comigo. Eu

disse pra ele: as J

doenças vêm pra dar na

gente, não nos paus",

conta. "A sociedade

considera vítima qúem

contrai AIDS por

transfusão de sangue e

culpado quem se

contamina pelo sexo.

Não sou nemuma coisa

nem outra", diz

Teresinha Duarte (ao •
lado)

-

.do-número r,e istrado entre os adolescentes teoricamente.mais.ex ostos ao vír.us

do um problema, também na de-casa Margarida, 55 anos - a tivamente nesses quadros clíni- vem de 20 anos, a doença se ma-

opinião deJorgeAlexandreBahia, pedido, um nome fictício. Aclife- cos. "Normalmente, o idoso rea- nifesta cerca de 15 anos após a

presidente da Oasis, ONG de rença é que ela não crê até hoje ge bem, mas é preciso cuidado contaminação. De acordo co1n o

apoio aos portadores do HIV na que seja soropositiva, mesmo de- com as doenças típicas dos ve• infectologista paulista Caio Ro-

Baixada Santista. pois do exame e de ter baixado de lhos", alerta o iJnunologistaRogé- senthal, é mais dificil para o idoso

·•~ complicado para as mulhe- 59 para 29 quilos em poucos me- rio Neves Motta, professor de clí- suportar o tratamento, e os efei-

res já na menopausa convence- ses. Hoje, graças aos medicamen- rúca médica da Escola de ivledici- tos colaterais são rnais intensos.

rem seus parceiros do uso de pre- tos -a terapia combinada ou co- na e Cirurgia da Universidade do Paulo Fermínio dos Santos, 52

servativos. Nw1ca tiveram esse queteldedrogas-, Margarida re- Rio de Janeiro. anos, casado, que se contaminou

hábito e não iriam adotá-lo num cuperou o peso, o que aliás refor- O professor Armando Schu- numa relação extraconjugal há

momento em que nem a gravidez ça sua convicção de que não tern bach, pesquisador do 1-Jospital quatro anos, resume o drama de

é possível", afirma Bahia. "Nunca AIDS. "Vê como estou cheinha?", Evandro Chagas, urúdade técni- todos os soropositivos da terceira

me preocupei em usar a camisi- pergunta, esperançosa. co-científica daFundação Oswal- idade: ''Estou rodeado de cuida-

nha. Meu parceiro dizia que não Mas atéquando?-éa pergun- do Cruz, do Rio de Janeiro, acres- dos extras pa(a ver se resisto um

tinha nada", confessa M.C.L, 62 ta que se fazem os médicos. Ido- centa: "Os idosos com AIDS têm pouco mais. Me chateia vivet o

anos, viúva, que tem um casal de sossão rnais propensosa doenças roais consciência da doença eco- resto da vida àbase deco1npritni-

fiU10s e duas netas. Forarn con10 hipertensão arterial, diabe- laboram melhor no tratamento." dos. Sei que não vou ficar velhi•

necessários dois exames para ela tes,aumento da taxa de colesterol Segundo Schubach, o tempo mé- nho e talvez nem conheça meus

se convencer que estava doente. e dores reun1áticas. O desafio é dio decorrido entre a infecção e o netos. fsso fica na minha cabeça.

A1nesma reação de increduli- saberse o tratamento con1 a tera- desenvolvimento da AJDS nos Esperar pelamortenão éalgo na-

• dade foi manifestada pela dona- pia con1binada pode influir nega- idosos é decinco anos. Em um jo- tural", desabafa. ■

►PRECONCEITO ►YERGON H',t\
"A·málorla.dos
Para oDr. Caio
.soroposltivos
Rosenthal, o idosos omite

idoso enfrenta >

o preconceito. dafamilia o

"Um senhor de ·rato de

50 anos envolvido ·f têremsido .

·--~..,, .e~.. com namoradas l ,contaminados
.E, éconsiderado
1 • pelo HIV", ·
:z:
o umsem-vergonha, observa o
'C
.aouo: um tarado", conta imunol~ístá
o médico Rogério Mota ·,



476 f.llJ0-?0~0- IIIQl1

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oDeesvtoirlofaç"à'oows;baQ,.íyJ, ·i ,
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f
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er usar
Sal .
delos
Bac

Pat



a

m

► OADVOGADO que provou a aliança entre asditaduras latinas para combater os grupos de esquerda nos
anos70 diz a MANCHETE que a Organizaçãodas Nações Unidas evitará a destruiçãodos documentos secretos

MÍRIAM MAUNA

ONU acaba de se tornar O advogado-geral da União, Mas suas dúvidas serão es- mestre, documentos sigilosos
guardiã das cinco tonela- Gilmar :\1endes, solicitou ofi- clarecidas em breve. A Câmara que, inclusive, lhe comprome-
das de docun1entos niili- cialmente a investigação sobre dos Deputados instaura esta tem. Afinal, foi um dos seus
tares secretos da chama- o desaparecimento de três ci- semana uma Comissão Espe- agentes de inteligência, Dan
dadãos argentinos no Brasil. Eo cial para investigar a morte do Mitrione, quem introduziu cur-
a Operação Condor, pedido está na mesa do n1inis- ex-Presidente foão Goulart, em sos de tortura e morte no Brasil.
que ficara1n escondidos por tro-chefe daSecretaria deSegu- 1976, devido a recentes suspei- ~litrione corneu muito tutu à
'!{'"'.1ais de 15 anos nu1na pequena rança Institucional da Presi- tas de que ele teria sido vítima mineira, em Belo Horizonte,
~elegacia de La,nbaré, na peri- dência da República, General da Operação Condor. E o De- após as aulas, antes de ir para o
feria de Assunção./\ decisão foi Alberto Cardoso, nias ele"duvi- partamento de Estado dos EUA Uruguai e ser morto pelos guer-
ton1ada na sexta 12, segundo da que a Condor existiu". deve revelar, no segundo se- rilheiros tupamaros. ■
informou a i\llt\NCHETE, por
telefone, o advogado Martin
Almada, que está em \1\lashing-
ton. Descobridor dos docu-
mentos no Paraguai, Almada
disse que altos funcionários
das Nações Unidas decidiram
rumar para Assunção depois
que seu apelo pela salvaguarda
do arquivo repercurtiu na capi-
tal americana. Segundo ele, só
sob a guarda da ONU o arquivo
do terror não corre risco de ser
incinerado.

1-loje, as 740 pastas, con1
í ··-nais de 700 1nil páginas, as
~ .369 fichas de presos políticos

(incluindo brasileiros) e as
mais de 1O 111il fotografias en-
contra111-se no Centro de Do-
cumentação e Arquivo da Cor-
te Suprema de Justiça do Para-
guai. Os arquivos das Forças
Annadas e das Polícias Fede-
rais do Brasil, Argentina, Uru-
guai e Chile ainda não foram
abertos, mas os do Paraguai re-
velatn como funcionou o sisre-
ma de repressão aos gn1pos
considerados subversivos.

t\lmada, que já obteve algu-
mas inforn1ações sobre os ar-
quivos secretos uruguaios, chi-
lenos, argentinos e brasileiros,
(._1afirma que eles evidenciam a
~- · troca de inforniações reserva-
das sobre pedidos de prisão, se-
qüestros e mortes, além de con·
ferências de inteligência entre
os militares dos cinco países.

8510 ll.\!O1000 1uan1

--
' -~ ~18 ~ ji -8 : ..·· - . . ,.
y-. - -· . . ::-:·,,"·,
~

COOL EFUMO, OS VILO-ES. i L

► PESQUISA feita em São Paulo mostra que não são as substâncias ilegais as ••
que mais ameaçam a sociedade brasileira. Mas falta verba para ampliar o estudo

secretaria não tem
--
verba nem para fina-

lizar a pesquisa, que

~ • ..~ ... ,-•J;" vai se estender a 72
;}t ¾, ~ cidades brasileiras
~:-..• com mais de 200 mil
• habitantes. O Cebrid
é um órgão da Uni-
versidade Federal de

-..... .... ,.. :"',;.-·• São Paulo e precisa
de R$ 850 mil para
- '",;,:t-;~---fl~'l/t' terminar o trabalho.
• ~ ~ ..;:ii ,.:;;..,
Entre as conclu-
~~- sões apontadas pela
pesquisa está a con-
}.' firmação de drogas
legais, como álcool e
~ ..\ ,,.r. tabaco, como as
~<rir.,"\ ... , ... mais consumidas. O
~vi ~'),. • \

.,,">.

- . .' . ••' •

► OESTIJ DOmostra que 39% dos paulistas entrevistados fumam e53,2% bebem

tabaco aparece em

D ENI SE TELLES percentual, segundo o psiquia- segundo lugar, com 39% de
tra José Carlos Galduróz, do adeptos (dos quais 9,3% se

guerra do governo con- Centro Brasíleiro de Informa- declaram dependentes), se-

tra o consumo de dro- ções sobre Drogas Psicotrópi- guido por psicotrópicos, co-

gas licitas e ílícitas no cas (Cebrid), coordenador da mo tranqüilizantes e estimu-

pais tem que se con- pesquisa, situa-se dentro da lantes, com 11,6% de pes-

centrar sobre o álcool e rnédia apurada em nivel mun- soas que já os experimenta-

o tabaco. É o que se conclui dial pela ONU. De acordo com ram pelo menos uma vez. A

com a divulgação dos resulta- ele. serão mostrados ao gover- maconha já foi experimentada

dos do Prin)eiro Levantamento no para que a política contra por 6,6%, a cocaína por 2,1%,

Domiciliar Nacional Sobre o drogas mude de ações repres- e anorexígenos (remédios pa-

Uso de Drogras Psicotrópicas, sivas para políticas educativas. ra tirar a fome), por 1,2%. O
feita na sexta-feira 12. O estu- "O objetivo da pesquisa é fazer crack é consumido por 0,4%

do, realizado por enquanto nas o diagnóstico do problema. das pessoas entrevistadas.

24 maiores cidades de São Mas a Secretaria Antidrogas O acesso à cocaína foi

Paulo, n)ostra que 53.2% dos não tem dinheiro para isso e considerado fácil por 62,4%
entrevistados já tiveram algu- privilegia a repressão, assim dos entrevistados, enquanto

ma experiência com álcool, como fazem os Estados Uni- 38% acreditam que é fácil
sendo que 6,6% se revelaram dos, o país onde mais se con- obter heroína. A pesquisa foi
dependentes. o que represen- some drogas no mundo", criti- feita com 2.411 pessoas, en-
ta 98 1 rnil alcoólatras. Este ca ele. Segundo Galduróz, a tre 12 e 65 anos. ■

--~f4Bf-jí\%- -

Susto Índios

Garotinho na UTI Protesto na Funai

Ogovernador do Rio, Anthony Garoti· Terenas, xavantes e caiapós se reuniram
nho (foto), foi internado, na sexta 12, na para um protesto na ante-sala do escritório
Clinica São Vicente. na Gávea (Zona Sul do presidente da Funai, em Brasília, na
do Rio). Odiagnóstico inicial mencionou sexta 12. Os índios são contra as modifi ca-
angina. sintoma de enfarto do 1niocárdio. ções propostas nos estatutos que regulam
a demarcação de suas terras e queriam in·
..,. Ele teve alta no don1ingo 14 e a versão
::,
oficial foi de problen1as digestivos. ■
dicar nomes para a presidência do órgão. ■ ~

© [ --

• -■ • ► IMAGENS Hud•

' sonde Souza
r
(à esquerda) fezcin-
·"'
co centésimos abaixo
J
da marca exigida.
Atletismo
Para o técnico Jaime

Neto Jr., André

Domingos ainda

pOde obter oíndice.

Já aitaliana Fiona

• a..::;,,..,~ '·... -4' • Way (ao lado)
..• confirmou
• t.;.. - - .... - -:1'.,:""' que é uma fera
e::., no salto em distância
= .,. • ......~ ; ; - - ,1.._,.

~ ·;~7.~i ~ -~~~ .

' ► MESMO com a pista do Estádio Célio de Barros, no Rio, ainda fofa, atletas
se desdobram em busca do passaporte para os Jogos de Sydney, em setembro

TARLIS BAPTISTA do esporte. "Os bons tempos al- melhores do que as do Japão",
afirma Jaime Neto Júnior, técni-
is1a nova de atletismo ge- cançados por Maurren Maggi, co de Claudinei, Sanderlei e ou-
ralmente precisa de tem- Sanderlei Parrela, Claudinei tros atletas em Presidente Pru-
po para que o piso se torne Quirino da Silva, EronildesAraú- dente, no interior de São Paulo.
duro o suficien1e a ponto jo e pelo Hudson, numa pista
de permitir a melhor per- ainda macia, aumentam nossas A afirmação de Jaime explica·
formance dos atle1as. Mas no expectativas em torno de uma va a alegria de Maurren Maggi,
Grand Prix Brasil de Atletismo, boa representação nas Olimpía- após o primeiro salto em dis-
disputado do,ningo 14 no Está- das. Vamos ter uma excelen- tância, quando alcançou 6,93m.
dio Cé)jo de Barros, no Rio de Ja- te participação, podendo até "Foi o meu n1elhor salto este
neiro, ,nesmo com o piso ainda conquistar medalhas", analisou ano. Mostra que estou no ca,ni-
meio fofo, as marcas foram con- Adhemar Ferreira da Silva, bi- nho certo", afirmou ela. As ou-
sideradas ótimas_ O brasiliense campeão olímpico no salto triplo. tras vitórias fora1n de André Do-
1-ludson de Souza, por exemplo, mingos, nos 100m; Sanderlei
conseguiu índice para ir a Outros, nem tão otimistas e Parrela, nos 400m; e Rosen1ar
Sydney, com 3m36s34, nos 1-500 desconhecendo os tempos al- Coelho, nos 200m. "O dese,n-
,netros rasos. Seu tempo foi cin- cançados pelos atletas brasilei- penho dos atletas brasileiros foi
co centésimos melhor do que a ros em competições pelo mun-
marca necessária para que ele do afora, atribuíram os bons re- um excelente presente aos nos-
carin1basse seu passaporte para sultados à ausência de grandes
a próxima Olimpíada. nomes do atletismo que opta- sos esforços para brindar o Bra-
1-ludson é um atleta ainda ram por participar do Grand sil com uma das melhores pis-
pouco conhecido do público, Prix do Japão. "Quem fez tal afir- tas de atletismo das Américas",
mas respeitado nos bastidores mação ignora os tempos alcan- disse Francisco Carvalho, o Chi-
çados em Tóquio. Várias das quinho, superintendente da Su-
1narcas cravadas aqui foram perintendência de Desportos
do Rio de Janeiro (Suderj). ■

•-

· Ecomuseus

Encontro reúne especialistas de todo o planeta

. mesmo bairro, estão também reuni- A ecomuseologia valoriza a

Representantes de dezoito países

de cinco continentes estão participan- dos os membros do Conselho Inter- ação das comunidades, tornan-

do do li Encontro Internacional de nacional de Museus para a América do-as verdadeiras responsáveis e

Ecomuseus, de 17 a 20 de maio, em Latina, discutindo Museologia e De- proprietárias dos museus, se pre-

Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, com senvolvimento Sustentável com espe- ocupando com o ambiente ao •

o tema Comunidade, Patrimônio e cialistas de universidades públicas e seu redor e com o patrimônio e a

Desenvolvimento Sustentável. No privadas de vários estados brasileiros. população locais. ■ •


l ~1

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► NO DIA das Mães, americanas ► UM MILHÃO de pessoas pediram leis
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vão às ruas chorar seus filhos mortos contra a proliferação de armas de fogo
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ouve choro. !·louve faixas. de fogo na sociedade americana. que continua con1igo, espero seu filho, rnorto em 1995 na saí-
Houve l:ígrirnas. Cen1enas i'vluitas das panicipantes chora- que nunca n1a1.s aconteça." da da escola. "Espero que ne-
de n1ilharcs de 111ães en- ra,n ao ouvir relatos de n1àes que nhun1a de vocês tenha a desgrao
cheran1 o vasto gran1ado perderam seus filhos. As tragé- Nunca se viu u111 Dia das Mães ça de enterrar un1 filho", disse.
do Na1io11al wlall, e1n vVas- dias n1ais len1bradas fora1n as da corn tanta en1oção eimagens tão
hi11g1on. Chorava111 seus filhos Colun1bine High School, de Lit- fortes, ern vVashington e n1ais 60 U1na grande parte da multi·
n1onos pela violência an1crica- tleton, Colorado, onde 15 estu- cidades arnericanas. No Nalio- dão era forn1ada por mães dos
11:i. "Bastn! Bas1a!", gri1ava111, exi- dan 1es rnorreran, no ano passa- nal Mali, participantes vestian1 subúrbios, freqüente1nente
gindo leis rigorosas para o con- do, e da escola ele1nentar do l\1i- ca1nisas con1 fotos de parentes acossadas por políticos em bus-
trole das annas. Sob uni lin1pís- chigan, onde un1a garotinha de n1ortos a bala. Judi Ellis, de Tole- ca de votos. Defensores do con-
sin10 céu de pri111avera, a lvlar- seis anos foi 1norra por uni cole- do. Ohio, levava tuna tabuleta trole de armas pediram-tl1es que
cha de Uni l\1ilhão de Màes ga de classe, ern 29 de fevereiro. que dizia: "Estou marchando se conscienrizasse111 da gravida-
:iplaudiu discursos de pessoas hoje para salvar uma criança de da si111ação. ''Vocês são o fu.
que atacavan1 n Nationnl Hiíle "Venho falar a vocês hoje, a1nanhã." i'vlostrava un1a foto do turo agora", disse Sarah Brady,
i\ssocialion e o poder que a enti- dois dias depois do que deveria
dnde exerce sobre o Congresso, ser o sétilno aniversário da m.i-
i1npedindo-o de aprovar leis que nha rnenina··, disse Veronica
i11ibnn1 a prolifer:u;-ão dasnrn1as i'vlcQueen, a n1àe da garotjnha
do i'vlichigan. "Foi un1a tragédia

•â!-t·1í\i4-t=1! •
* 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - . , . . . . . . - - - - : - -=~~::------:::----:::;:-'"'."'"---i:,_
1,
lloveyou Comunismo
. lf

Investigação aperta cerco Lênin, um desconhecido

Duas semanas após o aparecimento do lloveyou, Os 70 anos durante os quais Lênin foi objeto de culto na .
formas mutantes do vírus ainda fazem estragos. No antiga União Soviética parecem não ter marcado os jo- (})
domingo 14, o filipino Michael Buen (foto), acusado vens russos. Uma pesquisa feita por uma rede de TV em , ·
de estar ligado ao hacker que causou perdas de USS Moscou, motivada pelos 130 anos de nascimento do pai =
1O bilhões ao invadir 50 milhões de compu1adores do comunismo soviético, mostrou que a maioria dos ado- ,
; no n1undo, negou estar envolvido no caso. Mas se lescentes sequer ouviu falar dele. Houve quem respon·
desse que Lênin foi um eletricista.
~ dispôs a cooperar com as investigações.

~'.'. · ►CESSAR-FOGO Catolicismo
Os manifestantes se
....,lo reuniram no gramado .. OFIM DO MISTÉRIO DE FÁTI
.. 1. ·..·' do NationaJ Mali, em
• Washington. Por todo
opaís, faixas e cartazes ► OPAPA revela em
diziam não às armas
Portugal que o terceiro
segredo se referia ao ••
atentado que ele sofreu
·-- ....-=:r~.:=;=.;.,_c;;,;'..-:-:í",.-~..........,t._t'líi•
na Praça de São Pedro
. . ..,,.
~i : .. ~~ ~.....~ -"

,

1 "' mundo conheceu, no
sábado 13, o mais bem
guardado mistério da 1
Igreja Católica. O ter-
'• ceiro segredo de Nos- ,1,• --------
sa Senhora de Fátima foi re-
que se tornou ativista do contro- velado pelo Papa João Pau- '

le de am1as desde que seu mari- lo 11, na visita que fez à cida- . • !'"li.-:.,
-. ,•,•.:., ,. ,;, ~
r'.tJ, James Brady, foi gravemente de de Fátima, em Portugal. ·- ◄·•~ ....f !• ~
Segundo o Vaticano, a últi- ~.,,..·' ~ ,t,.,.iJ,\_',~;:,'·
'-íerido num atentado contra o ex- ma das profecias feitas pela ;,.,. ., ~
presidente Ronald Reagan. Virgem Maria às três crian-
ças portuguesas - Francis- ► ELES VIRAt,1 Francisco eJacinta morreram eLúcia é carmelita
Fora da Marcha, muita gente co e Jacinta Marte e Lúcia
achava duvidoso que as lágrin1as Santos -, em 1917, estava rante a viagem a Fátima, o encontrou com Lúcia, hoje ir-
relacionada ao atentado so- Papa beatificou os irmãos mã carmelita e com 93 anos.
das mães comovam os políticos. frido pelo Sumo Pontífice em Francisco e Jacinta, faleci- O Vaticano promete divulgar
mais sensíveis aos estratosféricos 1981, quando foi alvejado dos pouco depois das apari- o texto completo do terceiro
lucros do negócio de armarnen- pelo turco Ali Agca, e à per- ções de Nossa Senhora, e se segredo em breve. ■
seguição aos cristãos na se-
tos. Ou que o controle das armas gunda metade do século XX.
reduza, realmente, o nível da vio-
lência. ■ A revelação causou sur-
presa às 800 mil pessoas
que compareceram à ceri-
mônia e aos milhões de ca-
tólicos em todo o mundo.
Durante anos, acreditou-se
que o terceiro segredo esta-
ria relacionado a fatos apo-
calípticos. A primeira profe-
cia era de uma visão do in-
ferno relacionada às duas
grandes guerras. A segunda
pedia a consagração da
Rússia para a própria Virgem
Maria, antecipando o retorno
do cristianismo ao país. Ou-

_~7:::::-::=~=:;=:-:;;=~-=:-:;:,- - - - - - - :.:----;;--:::;;:;;:::;-::-:::::-----------....,.,......--_,,..-_,.,.:::::-:-;-_:-::;:-~-:-;---,......,.- --::_:.;~-:-~~-::;;"."'',;::;;~

lndtíslrib Celular .

Ela ainda manda na BMW Tentação in-esistível .

Pelo menos por enquanto, a família Quandt conti- ..
nua como maior acionista da BMW, fabricante alemã Toda hora éhora de atender ao telefone celular nos Es- .,
de carros de luxo. Rumores de que Johanna Quandt
(foto), líder do clã, estava propensa a vender os seus tados Unidos. De acordo com uma pesquisa, 76% das pes•
48% de ações despertaram a cobiça de investidores
de olho num bom negócio. Mas o boato foi desmen- soas atendem a chamadas enquanto dirigem, o que qua- ..
tido por um porta-voz da empresa. druplica as chances de acidentes e é aproximadamente o

mesmo risco de dirigir bêbado. Dos entrevistados, 39% ...
disseram receber ligações quando estão no banheiro e

31% durante o jantar em restaurantes. .

89 ,._"iO/1.llO 1000

--- /

,

1w6t-{ftê í:J -► o •



TROPA

DOSEUA

COMET, EU

BARBMIE

► REPÓRTER denuncia "E'.
ação de extermínio
contra iraquianos no e,
final da Guerra do Golfo
1Ji

..

escündalo estourou e,n frey, disse a Hersch que as for- sobre a má conduta america-

1991 mas pode ter sido ças a,nericanas, esmagadora- na na Guerra do Golfo geral-

n1uito pior que o imagi- mente superiores, usaram to- mente foram malconduzidas,

nado a princípio. Tro- do o seu poder de fogo contra ignorando muitas denúncias e

pas comandadas pelo un1 inimigo praticamente in- intimidando as testemunhas.

general Barry R. l\rlcCaffrey capaz de resistir. Segundo o O general McCaffrey afir-

atacara,n e massacra- ma que foi vítima de

ram indefesas forças ira- um ataque de Hersch.

quianas em retirada, "Ele me perseguiu du-

dois dias após o cessar- rante meses e tentou

fogo na Guerra do Golfo. sem sucesso provar

O exército an1ericano, que cometi desonesti-

que investigou o assun- dades." Nas últimas se- ► ARABES e israelenses se enJr

to, concluiu que o ata- manas, o general ten-

que foi provocado pe- tou evitar a publicação

los iraquianos e estava ednovai.ortuigcoardtaes Hersch e LOREM FALCÃO
a repo, r-
identro das regras do e· ·~~~,..½~$~=:~ arecia até a lntifada dos (),
cessar-fogo. Sábado 13, ~~r· ;zt'Q:Z!\ ' teres e oficiais, dizendo anos 80. Milhares de pa-
lestinos saíratn às ruas na
o jornalista Seymour l'vl. que sua inocência no marge1n ocidental do Jor-
dão e na faixa de Gaza em
--l·lersch, que fez seu no- :,: caso está provada. O furiosos protestos, muitos deles
1ne reporlnndo o rnas- ► RELATO Os Iraquianos estavam general ganhou fama 1narcados por violentas con-
sacre de civis vietna- por sua atuação no frontações com as tropas israe-
domfn.ados eindefesos qoando foram atacados Vietnã, onde foi grave- lenses. Os manifestantes exi-
1nitas en1 tvly Lay, publi- pelas tropas dos Estados Unidos, diz ojornalista mente ferido, ,nas não gia1n a libertação de prisionei-
cou artigo no Tlle Ne1v
t;, tt'>, • ,1...
~'ork Ti1n1:s denuncian- perdeu sua confiança e

dg.oigaqnuteeoscaotaeqnugeanfooi.,". u1n seu ardor em combate.
artigo, outras tropas arnerica- rvlas Seyn1our l'vl. Hersch ga-

Patrick La1nar, oficial de nas atiraran1 e,n prisioneiros rante que sua reportage1n diz
operações do genernl i'vlcCaf- iraquianos. E as investigações exclusivan1ente a verdade. ■
!5,

Japã o

Mo1-re Keizo Obuchi, o líder sem ódios .

Nas eleições de julho de de primeiro-ministro. No sá- mundo, na pior recessão do ..

1998, o melhor que se dízia ~ -bado 13, aos 62 anos, Keizo pós-guerra e conseguiu tirá-
dele era: "Este homem ja-
Obuchi morreu vitima de der- lo do buraco. Um de seus .

mais ofendeu ninguém." Seu rame. Com toda sua suavida- feitos foi dar cupons de com- .
partído, o Liberal Democráti- de, ele conseguiu um feito pras a 35 milhões de cida-

co, venceu o pleito e Keizo importante. Pegou o Japão, a dãos, para detonar um boom ...
Obuchi foi elevado ao cargo segunda maior economia do de consumo. Deu certo.

\\ .. , .. ~-1 r • - - .



~~
~

;,t•,,.iê

,.• •

rentam em violentos choques e o clima de guerra deve atrapalhar futuras negociações para pacificar a região

ros palestinos. Na prisão de Me- e, segundo testernunhas, até oseu povo, ele está frustrado pe- Para o primeiro-ministro
com munição de verdade. Pelo la falta de progresso nas conver- israelense Ehud Barak o 1no-
d .,ido, ao norte de Israel, os pri- 1nenos três palestinos mor- sações de paz. Fontes ocidentais mento tambén1 é de frustra-
ioneiros queiinaram as barra- reram. Outros 1narchara1n atra- acha,n que Arafat deu per111is- çào. Sua plataforma eleito-
cas onde são vigiados por guar- vés de Rammallah, para exigir são aos jovens paJestinos para
das israelenses, que usaram ba- que o proble,na dos refugiados trans1nitire1n sua "mensagem" ral, no ano passado, era a pa-
las de borracha e bo1nbas de gás não deixe de ser exanlinado nas através das pedras e das garrafas
lacrimogêneo para controlá-los. negociações de paz. incendiárias. "1-lá rnuito tempo cificação. Agora, en1 vez de
Nas 1nanifestações de rua, os eu não o via tão sombrio", disse uma Palestina em calma, ele
palestinos atacaram con1 pe- Foi a segunda semana violen- Uri Savir, advogado israelense vê as pedras voando, palesti-
dras e coquetéis molotov. Os ta que o líder palestino Yasser que até há pouco fazia parte da nos mascarados e armados,
soldados de Israel responde- Arafat tolerou, ou, segundo al- equipe de negociadores. os soldados israelenses ten-
ram com balas de borracha guns. até encorajou. Como todo tando mantê-los à distância
com suas balas fal sas. ■

r b H , 1 1+rC• ►- • ·te+ n>td._ ;,;;t o : 5111' , + , ,5,-... .. r:ri:êZJtâit:%~-1 1:.ccr 121 i>st e, 1 :,;w rh :mo:s e d!: rt:e 111 1-,:c:;,,c ee'••• ,,e:· _..., ,, ><• 5)1, 11 55- .. ·➔ ==• -·· t8r 1 ii4w3@1§i;;:91

Colômbia Serra Leoa

Primeiro, atire••• Matador mirim

Doze guerrílheiros foram mortos por A arma é uma AK-47. EAbau, de
tropas do exército numa estrada rural a
noroeste de Bogotá, sábado 13. Os sol- nove anos, enfrenta guerrilheiros
dados imaginaram que fossem das For- nas ímediações da cidade de Masia•
ças Armadas Revolucionárias da Colôm- ka, em Serra leoa. Segunda 15, for•
bia e abriram fogo . Só depois checaram
se eram mesmo. E se não fossem? ças governamentais eliminaram

dezenas de rebeldes, após uma
semana Inteira de combates.

► OPREFEITO que disputa uma vaga no Senado com Hillary Clinton também

está envolvido em denúncias de infidelidade e anuncia que vai se divorciar

1' .'

m -~ 1

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,e;,, aQ:>..___

epois de descobrir, no decisão antes de inforn1á-la à envolvida con1 Giuliani, n1as ra-dama, l-lillary Clinton. O
con1eço do 111ês. que está 111aior interessada. a jon1alista despertou atenção por ocupar presidente Bill Clinton, aliás,
soírendo de câncer na e atriz Donna l·Ianover, n1ãe uni cargo público com renda
próstnta. e de ter sido ío- de seus dois filhos, con1 quen1 de US$ 150 rnil anuais, o que foi urn dos que enviararn n1en-
tografado ao lado de 1.11na esteve casado por 16 anos. gerou suspeitas de favoreci-
rnento pessoal envolvendo o sagens de apoio a Giuliani ,
"an1iga íntirna". suscitando r11- Surpresa con1 a decisão, dinheiro dos contribuintes.
Donna revelou que esteve oDnestes mo1nentos difíceis.
n1ores de que ela seria sua afastada do rnarido nos últi- Com todos os problemas
amante. o prefeito de Nova n1os anos porque ele preferia que o cercam, o prefeito de prefeito negou ter tido qual-
York. Rudolph Giuliani. deu fi car próximo a Cristyne Late- Nova York chegou a conside-
continuidade ao seu inferno gano-Nicholas. chefe do escri- rar a possibilidade de desistir quer relacionan1ento con1 a
tório de ruris1no da cidade de de concorrer a unia cadeira no chefe do escritório de turisrno
astral na quinta-feira 11. ao Nova York. Cristyne poderia Senado. pela qual trava un1a
ser apenas rnais unia n1ulher dura batalha contra a primei- e se recusou a comentar o as-
anunciar que vai se divorciar sunto, usando palavras duras
de sua rnulhcr. O dct;ilhe é que con1 os repo, rteres que 1. ns1. s-
(~iuliani tornou pública sua tiarr1 ern tocar no te rna. Quan-

to uenfermeira Judith Natan.

com quen1 foi íotografado

Budismo !EIWfio

Craque endeusado Uma criança bem-idosa

Um menino observa a estatueta em ouro do OEI Nifi o, o fenômeno que esquenta as águas doPacífi-
craque inglês David Beckhan. do Manchester
United. num templo budista em Bangcoc, na Tai- Qco e enlouquece o clima do mundo, é bemmais velho do
lândia. O jogador é uma das cem divindades me-
nores que ganharam imagens ao lado do famoso que se pensava. Pesquisadores da Universidade de Massa- '
~ Buda. Parece que. para os budistas da Tailândia,
chusetts descobriram que o " maumenino" já existia antes
i marcar alguns gols é coisa d ivina.■ da Idade do Gelo. Aequipe publicouartigo dizendo ter co·
lhidoamostras de até 17.500 anos onde existiram velhos
lagos na Nova Inglaterra. ■

J1

•n 1

Medicina

A

CER DIMINUI NOS EUA

► CASOS da doença, especialmente no pulmão, caíram entre americanos

/C s americanos conti- 1,7% entre 1997 e 1999." Foi a cer de pulmão, mas não tanto
' nuam comendo feito n1aior queda já acontecida. quanto nos homens. !'vias isto
loucos, sen1 acreditar acabará acontecendo, por-
em age ntes canceríge- "Estes números dernons- que as rnulheres estão se-
nos, e assirn n1esmo so- tran1 u1n notável progresso guindo os ho1nens na guerra
frem cada vez n1enos com o na nossa lula contra o cân- contra o fumo." Uma curiosi-
câncer de cólon. i\llas em cer", acredita o médico Ri- dade: a ocorrência de câncer
cornpensação, estão cada vez chard Klausner, diretor do de seio praticamente não
rnais largando o cigarro, para NCI. Para o chefe 1nédico da caiu nos anos 90, 1nas a rnor-
desgraça das companhias AMS em Atlanta, Harn1on Ey- talidade caiu dramaticamen-
produtoras. As ta xas de cân- re, o responsável pela subs- te, devido à rnelhoria no tra-
cer en1 geral, especialmente tancial 1nelhoria ocorrida é a tamento e na prevenção.
de puJmão, também estão prevenção, junta1nente corn
caindo aceleradamente. Uma o melhor tratamento, que O relatório sobre a pesqui-
pesquisa de várias entidades provocou urn forte impacto sa d iz que cerca de 1.2 mi-
ligadas ao problema, entre nessa luta contra o terrível lhão de americanos deverão
elas a American Cancer So- mal. "Devido ao grande nú- ter câncer este ano e que o
ciety (AMS), mostrou que os n1ero de homens que dei- número de mortos vai che-
novos casos da doença caí- xaram de fumar nos últin1os gar a 560 mil. Entre os ho-
ram 0,8% entre 1990 e 1997. anos, a incidência do câncer mens, a possibilidade de
"A taxa de mortalidade alcan- de pulmão e as taxas de mor- ocorrência do câncer é de
çou seu pico em 1991 ", disse talidade experimentaram es- 42,8%, e de morte, 24%. En-
Lynn Reis, do National Can- ta queda. Também está ocor- tre as mulheres, o risco de ter
cer lnstitute (NC[). "Baixou rendo urn declínio na morta- a doença é de 37,5%, e de
lidade das rnulheres po r càn- 1norrcr, 20%. ■

num restaurante e q ue teria si- NOVOS TEMPOS PARA AIRLANDA DO NORIE
do o pivô de sua separação,
Giuliani não fez questão de ser 1 Apromessa de abandonar as armas
feita pelo Exército Republicano Ir-
G:riginal: "So rnos apenas bons landês (IRA) está sendo verificada
atnigos." de perto por enviados internacionais
Enquanto isso, Hillary, já como o ex-presidente da Finlândia,
refeita do escândalo que en- Marti Ahtisaari, e o ex-secretário-geral
volveu Bill Clinton e a ex-esta- do Congresso Nacional Africano, Cyril
giária iVlonica Le\vinsky. con- Ramaphosa. Mas quando eles
tinua amealhando adeptos na chegaram a Belfast, na Irlanda do
Big Apple. Se1n dúvida, esta Norte, começara m a aparecer na
vaga no Senado vai ser decidi- cidade murais (foto) retratando os que
da fora dos limites conjugais lutam pela liberdade do Ulster.■
dos postulantes. ■

., ,, 4-,-1 .._ PE 1 -Ls:c: ™ ti u:.: i , ' f ◄ •I#C :.;..::::n.--.



4~ i.__),{\ !\ =1,1 m.•..,..- l • Fogos Incêndio
,t
' Explosões matam Vinte mil sem casa

1 Um depósito de fogos de artifício Quatrocentas casas foram destruídas e
um laboratório de armas nucleares esteve
l explodiu em Enschede, na Holanda ameaçado por um incêndio que atingiu a
cidade de Los Alamos, no Novo México,
1 (foto), no sábado 13, causando a mor- Estados Unidos(na foto do satélite), na
quinta 11 . Os bombeirosobrigaram 20 mil
• te de 20 pessoas. Em Valência, na Es-
moradoresa deixar a cidade. ■
panha, t rês pessoas morre ram, na se-
~ gunda 15, quando uma fábrica de fo-
~ ~..__.J~ gos foi pelos ares. ■

9370 .lllO?OCO Mtan

Telefonia celular

[-7

~ NÚMERO DE RECLAMAÇÕES ► COBRANÇA INDEVIDA e mau ► EXPLOSÃO Em 1999, havia
contra o serviço não pára de crescer funcionamento do sistema são 8,4 milhões de celulares no país.
nos Procons do Rio e de São Paulo as principais queixas dos usuários Onúmero dobrou em doze meses

PEDRO ARCEMIRO linha. O nún1ero de telefones ce- procedentes e 1nuita gente só tos. "Eu cuido bern dele; émeu bi- 1
lulares no Brasil quase dobrou quer postergar o pagan1ento." chinho", confessa a paulistana 1
n1 rnanual preparado pelo nos últirnos doze n1eses, passan- Maria Lúcia Prados, 35 anos. Sua
Procon do Rio é taxativo: o do de 8,4 rnilhõcsern n1arço de99 Será? En1 São Paulo, Luiz Rena- novela de amargura co1necot~ 1
usuário reprova o serviço para 16.5 1nilhões há dois 1neses to Penna, assinante da BCP, luta quando resolveu, e1n 1narço cÍes~
prestado pelas operadoras - nún1ero que já se aproxirna do para cancelar a cobrança de wna te ano, trocar o antigo celular por ,1
de telefonia celular no esta- de telefones fixos, 25,8 milhões.A taxa de seguro que todo mês vem um mais novo. "Na compra do
Telefônica Celular segue a ten- en1butida em sua conta. "Ao assi- 1
do. Os ni'uneros do ranking não dência. A carteira de clientes so- nar o contrato, há dois anos, pre- aparelho, a garantia era que seria
n1ava un1 milháo de assinantes feri o plano básico, sern seguro do
111entern: das seis e1npresas con1 en1 abril do ano passado. Hoje celular, porque o acho ineficaz." ligado en1 24 horas. Dernorou
n1ais rcclan1ações registradas no são cerca de dois milhões. Na Luiz pediu que suas ligações fos- cinco dias. Falar co,n o atendi-
ano passado junto ao órgão, a Te- ATL são mais de l, l rnilhão. sem cliscriminadas, 1nas, para sua rnento da BCP é impossível. Dei-
lefônica Celular e a ATL ocupan1 indignação, isso só é feito me- xam você plantado na linha e,
desonrosos terceiro equinto luga- Segundo a Telefônica, no fim dianteo pagamento deoutra taxa. quando você é atendido, os ope-
res respcctivan1ente. do ano passado 70'Yo das chama- Éprática comum: a Telefônica co- radores são incapazes de resolver
das eram atendidas em dez se- bra R$ 3,00 por conta detalhada. qualquer coisa."
E,n São Paulo, o panoran1a é gundos. Hoje, 90%. Nfasa direção
idêntico. A BCP e a Telesp Celular da en1presa adrnite que a n1aior O celular, connrdo, nãodeixade Talvez, por tudo isso, cresce o
ta1nbé111 ocupam a terceira e a reclarnação dos clien1es se refere ser o brinquedinho da n1oda de nwnero de pessoas que perdem
quin1a colocações no cadas1ro de a erros nas contas telefônicas. dez entre dez anônin1os e farno- dias de trabalho en1 filas de pro-
reclarnações f11ndarnen1adas de "Pessoas que não têrn contas de- sos. Barato, prático e elegante, ele cons e organizações sirnilares.
1999. No Rio, a Telefônica son1ou talhadas achan1 que aurnentou o ainda confere um certo status a "Reclan1ar adianta", garante o
l.473 recla1naçôese a ATL855; ern valor. 90% das queixas são irn- quem o possui e pode ser extre- coordenador-geral do Procon-RJ,
São Paulo a BCP 1eve 365 e a Te- n1arnente útil e,n certos n10111en- Átila Nunes Neto. "A pri,neira ini-
lesp 167. Todas têrn algo en1 co- ciativa é entrar em contato corn a ,
rnurn: siio alvos de queixas princi- 1> DESCONTENTES empresa, para que e1a pro•pn.a re-\~ '
pahnen1e por cobrança indevida solva", diz Rúbia Marise de Araú-
e n1au funcionarnento do serviço. Maria Lúcia Prados jo, da Assessoria de Relações com
cuida bem deseucelular: os Usuários da Anatei.
"De uns ternpos para cá, nin- "Émeu bichinho",
guént consegue falar cornigo pe- mas está cheia de De resto, não é novidade as
lo celular. Eu estou no Centro de problemas e não agruras dos usuários. Pesquisa
Sáo Paulo e as pessoas não con- consegue falar com fei ta ern junho de 98 pelo Institu-
segucrn rue localizar porque d,í acentral de atendimento to Brasileiro de Defesa do Consu-
fora de .írea. Corno pode?", per-
gun1n Paulo Corrên de Araújo, - ·· l da BCP. Já Oilne (acima) nüdor (ldec) já mostrava que oín-
que cornprou u111a linha da Te-
lesp Celular en1 95. "Ern sete1n- recebeu uma conta de dice de reprovação ao serviço era
bro do ano passado, recebi urna quase 2 mil reais alto. Na época, cerca de 85'¼, dos
conta de HS l.9!)3.00. Que1n vai usuários recla,navam de não con-
falar 111un celular para pagnr tu11a ... seguir completar a conexão e de
conta clessn?", questiona n dona- não receber as chan1adas. Paulo
de-casa Dilne de Souza, pensio- . =, Ricardo de Araújo conhece o pro-
nis1n da tvlarinha. corn proven10s blema. "Não dou o número doce-
1nensais de RS l.800,00. "Ainda p~,...;.;~._~ <-1 • ~ - -l o,~ lular para ninguém, não adianta.
coloca111 seu no,ne noSPC (Servi-
ço de l'ro1~ç,io ao Crédi10)", • J.",;'~..,..,...,..._ L,/Ele funcionn con10 u1n pager, só
con1ple1a Oilnc. que pretende
.. '..-.'.'......~.. recebe 1nensagens." Ele encon-
1110\·cr unia ação con1ra a Telefõ- trou unia solução para o proble-
n1a: tersempre em 111ão unt cartão
nica Ct!lular. cl;:1 qual adquiriu a telefônico. Na era da telefonia
portátil e digital, apela para o ve-
U10 e enonne orelhão. ■

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telefone não
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o diretor
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Telefonia celular


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li> NÚMERO DE RECLAMAÇÕES ► COBRANÇA INDEVIDA e mau ► EXPLOSÃO Em 1999, havia
8,4 milhões de celulares no país.
contra oserviço não pára de crescer funcionamento do sistema são Onúmero dobrou em doze meses
nos Procons do Rio e de São Paulo as principais queixas dos usuários

PEDRO ARCEMIRO linha. O nú1nero de telefones ce- procedentes e muita gente só tos. "Eu cuido bem dele; é meu bi-
lulares no Brasil quase dobrou quer postergar o pagamento." chinho", confessa a paulistana
n1 1nanual preparado pelo nos últi1nos doze 1neses, passan- Maria Lúcia Prados, 35 anos. Sua 1
Procon do Rio é taxativo: o do de 8,4 milhões e111 1narço de 99 Será? E1n São Paulo, Luiz Rena- novela de amargura começo~ '~
usuário reprova o serviço para 16,5 núlhões há dois meses to Penna, assinante da BCP, luta quando resolveu, e1n 1narço des~
prestado pelas operadoras - nú1nero que já se aproxi,na do para cancelar a cobrança de u1na te ano, trocar o antigo celular por 11
de telefonia celtLlar no esta- de telefones fixos, 25,8 1nilhôes. A taxa de seguro que todo 1nês vem u1n mais novo. "Na compra do
do. Os núrneros do ranking não Telefô1úca Celular segue a ten- e1nbutida ern sua conta. "Ao assi- aparelho, a garantia era que seria
mentem: das seis en1presas com dência. A carteira de clientes so- nar o contrato, há dois anos, pre- ligado em 24 horas. De,norou
mais reclarnaçôes registradas no mava un1 ntllhâo de assinantes feri o plano básico, sem seguro do cinco dias. Falar corn o atendi-
ano passado junto ao órgão, a Te- en1 abril do ano passado. Hoje celular, porque o acho ineficaz." mento da BCP é impossível. Dei-
lefônica Celular e a ATL ocupan1 são cerca de dois milhões. Na Luiz pediu que suas ligações fos- xam você plantado na linha e,
desonrosos terceiro e quinto luga- ATLsão mais de l, 1 1nilhão. se1n discriminadas, n1as, para sua quando você é atendido, os ope-
res respectivrunente. indignação, isso só é feito me- radores são incapazes de resolver
E1n São Paulo, o panoran1a é Segundo a Telefônica, no fim diante o pagamento de outrataxa. qualquer coisa."
idêntico. A BCPe a Telesp Celular do ano passado 70% das chama- Épráticacomum: a Telefônica co-
ta1nbé1n ocuparn a terceira e a das eram atendidas en1 dez se- bra R$ 3,00 por conta detalhada. Talvez, por tudo isso, cresce o
quinta colocações no cadastro de gt.mdos. Hoje, 90%. ?vias a direção número de pessoas que perdem
recla1nações fundanientadas de da empresa ad111ite que a maior Ocelular, contudo, não deixade dias de trabalho en1 filas de pro-
1999. No Rio, a Telefônica son1ou reclamação dos clientes se refere ser o brinquedinho da moda de cons e organizações similares.
l .473 reclarnações e aATL855; em a erros nas contas telefônicas. dez entre dez anônimos e famo- "Reclamar adianta", garante o
São Paulo a BCP teve 365 e a Te- "Pessoas que não têrn contas de- sos. Barato, prático e elegante, ele coordenador-geral do Procon-RJ,
lesµ 167. Todas têrn algo ern co- talhadas achan1 que au1nentou o ainda confere um certo status a Átila Nunes Neto. "A prirneira ini-
1nun1: são alvos de queixas princi- valor. 90'Yo das queixas são im· quern o possui e pode ser extre-
pahnente por cobrança indevida ma1nente útil e1n certos ,nomen- ciativa é entrar em contato com a.t ,
e ,nau funcionan1ento do serviço.
"De uns te1npos para cá, nin- 1> DESCONTENTES empresa, para que ela própria re-~ ,
guén1 consegue falar con1igo pe- solva", diz Rúbia Marise de Araú-
lo celular. Eu estou no Centro de Maria Lúcia Prados jo, da Assessoria de Relações corn
São Paulo e as pessoas não con- os Usuários da Anatei.
segi.1en1 rne localizar porque dá cuida bem de seu celular:
fora de área. Co1no pode?", per- "Ê meu bichinho", De resto, não é novidade as
gunta Paulo Corrêa de Araújo, mas está cheia de agruras dos usuários. Pesquisa
que co111prou tuna linha da Te- problemas enão feita e1n junho de 98 pelo Institu-
lesp Celular e1n 95. ''E111 sete1n- to Brasileiro de Defesa do Consu-
bro do a.no passado, recebi u1na consegue falar com midor (ldec) já mostrava que o ín-
conta de RS 1.993,00. Que1n vai dice de reprovação ao serviço era
falar nurn celuJar para pagar tuna acentral de atendimento alto. Na época, cerca de 85~, dos
conta dessa?", questiona a dona- usuários reclamava1n de não con-
de-casa Dili,e de Souza, pensio- da BCP. Já Oitne (acima) seguir completar a cpnexão e de
nista da l\1arinha. conl proventos não receber as cha1nadas. Paulo
rnensais de R$ 1.800,00. "t\inda recebeu uma conta de Ricardo de Araújo conhece o pro-
coloca,n seu non,e no SPC (Senri- blema. "Não dou o número doce-
, o de Proteção ao Crédito)", quase 2 mil reais lular para ningué1n, não adianta.
co1nple1a Dilnc, que pretende Ele funciona como u1n pager, só
rnover urna ação contra a Telefó- --,--- ~
nica Celular, da qual adquiriu a 0recebe mensagens." Ele encon-
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it~, _foi a_gr,anãee.ce-n-tral de repressa-o

DEPOIS DE EXP[081R po~~~,~ºJo~g~ ~~-Riocer1tro, a jor-

BANCAS DE JO. RNAIS, Os nalista Belisa Ribeiro - ho1e respon-
sável pela comunicação do_ Pla_nalto

- conta que o atentado 101 o un1co

TERROR,ISTAS PARTIAM caso, durante o regime militar de 64,
que a imprensa brasi!~ira cobriu com
rigor. Enquanto os militares ap~esen-

•PEASRCAALUAMDAA GRANDE lavam versões, procurando tuçi1r à re-

alidade e acobertar o que 1a nos
porões os jornalistas apresentavam

, ,,,,.--ólosnlgaatopse~s·gqeur_~isAa_NflC?SHáEreTaE_s fez. ~ma
m1l1tar.

/ política e do 1ud1ci~'no, _ouvindo pes-

soas que tiveram relaçao direta com

/ o crime. Tra~lfÍo que. para o _Al-
uem lida com granadas sabe mirante Bietrenbach, pode reabrir o

que uma bom b·a, p~rd ida caso. Os dêpoimentos e retrospectos

pode explodir quando menos- -inGlicam, com seg~rança, q~e o aten-
. _. ..... se espera. E matar quem me- tado foi uma açao de m1l1tares de

nos-.t m a ver com ela. No atentado direita, contrários à abertura que o

y ......_ do Ri'õnentro - um pavilhão em Ja- Presidente Geisel prometera como
/ -__ . .>
e::. -- · carepagú•á,.!,ubúrbio carioca - , uma lenta. gradua_/ e segura e que levara o

bomba explodi~ dentro de um Puma Presidente Figueiredo. a dar_un:i..re-

) no estacionameixto, em 30 de abnl de cado a quem tentasse ,mped1-la. Eu

,. 1981 . matando um sargento e ferindo prendo e arrebento.".

' ·-- ..,.,...-::::, um capitão do Exército; outra expio- Os mililares de direita esta".am e~
diu na casa de força, sem matar nem ação desde que a Lei da An1st1a foi
y ~< _:.....

'---:._ -~· -~ rerir ninguém. Uma terceira bomba, promulgada er:r, 1979, concedendo
C::::-.~
filmada por um cineg_ralisla de tedlev1- perdão a terronstasJdáe htodas as pdos1-

;..--~ -:) são, apareceu nos v1deos de to a a ções geográficas. ouvera oze

'--. cidade nos primeiros informativos so- atentados contra bancas que ven-

.:-~ ·'::. bre o crime. Frederico Mendes. de diam jornais alternat,vos: _Uma
· ...__ ; -,,.. MANCHETE. tentou fotografar a bomba postal matou a secreta~1a Ly-
~ bomba . mas foi impedido pelos dia Monteiro da Silva. da OAB1R10, e

'.:--.....- agentes sob a a~egação de .~ue "o arrancou um _braço do assessor par-
(-._ ~ -_jjash poderia faze-la explodir . lamentar Jose R1bamar de Freitas, na

~ - - - A terceira bomba _estava dentro do Câmara Municipal. Figueiredo enten:

~ -) Puma onde a primeira explo,d1u, ma- deu o que se passava, e advertiu.

·· tando o Sargento Guilherme, Pereira "Desviem suas mãos criminosas _de

do Rosário e ferindo gravemer.ite oca- sobre minha pessoa." Mas as maos Ponto importante nas Investigações do crime: .,
pitão pára-quedista Wilson Liliís Cha-
ves Machado. Seria uma prova de que l

os petardos eram lev.~pos pelos dois SEM QUERER, A FESTA
militares para explodir em pleno R10-

centro. provocandó uma darnificina

entre 20 mil jovens e crianças que as- AV Era urna festa pura e inocente. No pal_co, Candidatos à morte: a quase tota/lda l
Elba Ramalho, bem dentro do seu estilo !
sistiam a um show, na véspera do Pri-
meiro de Maio. Mas a bomba. simples- escancarado, abria a voz e o corpo, deixava a
alma saír pela boca e pelo rosto. Na platéi_a, 20
mente, desapareçeú . Por pre_ssões
mil jovens, alguns deles adolescentes, muitos
militares. a própr.iá TV desmentiu sua até sem idade para freqüentar shows noturnos,
existência. E o-filme que a mostrara
nunca mais foi encontrado. entregavam-se ao gozo do canto e do riso,

Agora, vóltando à .sabedoria de enquanto aguardavam os cantores que se
quem lida com explosivos, a terceira seguiriam. Era a festa do Primeiro de Maio,
bomba acaba de explodir, no décimo
celebrada em 30 de abril de 1981, no pavilhão
aniversário do crime. E o detonador do Aiocentro, pelo Centro Brasil Democrático

foi acionado pelo ex-Presidente João (Cebrade), ligado ao Partido Comunista
Figueiredo e outros rnilitares. " O Brasileiro. Num determinado momento. Elba
atentado do Riocentro 101 coisa de notou que o auditório em peso estava olhando
militares" . diz Figueiredo. bot_ando para trás. "Devem ter escutado alguma coisa",
disse 'deampbróoprariaelvaomz eesomasonmaddaostiv_ems,usse1' coosu.vido
urna definitiva lenha num relatório as- além
sinado pelo Coronel (agora general
"Ouvi um barulho e vi uma fumac1nha no lado
da reserva) Job Lorena de Santana. oposto ao que estávamos", lembra a neta de
encarregado do inquérito sobre o Tancredo, Andrea Neves, que estava chegando,
ícaso. Job atribuiu as bornbas a uma junto com o namorado, Sérgio do Valle. Mas,
ação terrorista de esq_u~rda: O rela- segundo a ordem natural das coisas, lhe show
tório afirma que o Cap1tao Wilson e o mos/ go on, e Elba nem parou de cantar, e

' Sargento Rosário estavam em mrs- ninguém parou a festa. Ninguém dentro do
pavilhão podia imaginar que uma bomba
' ~ são de infor mação. à paisana. explodira dentro de um carro, matando um
"Foram vítin1as de unia armadilha ar-


'\....dilosamente colocada no car_ro do sargento e deixando um capitão com o ventre
capitão.·· Agora. Figueiredo incen- rompido. Difícil seria saber, também, que
. deia a mentira e escancara a ver- acabara de ocorrer um momento importante
' dade "Oizen1 que foi o SNI , _mas o para o Brasil: o atentado do Aiocentro, ao invés
de fortalecer os duros, contribuiria para o
, Riocentro foi coisa do CIE. Foi coisa enfraquecimento e o fim do regime militar.
de sargento. tenentinho. no n1áximo E para que a juventude pudesse
••
capitão." Mais que os D01-COOls. o
... CIE. Centro de Informações do Exér- cantar sem medo.

.,

, 28 18 DE MAIO OE 1991

criminosas não se desviaram do Rio-
centro.

É fácil perceber o que estava nos

planos. Primeiro. a Polícia Militar foi

afastada - comparecera a todos os

eventos públicos anteriores no Rio-

centro e teve sua presença solicitada

para o 30de abril de 1981, mas, muito

explicavefmente, faltou naquela noi-

te. As portas de emergência do Rio-

centro estavam fechadas a cadeado.

Se as três bombas levadas pelo Sar-

gento Rosário e o Capitão Wilson ex-

plodissem no meio dos adolescentes

e crianças que cantavam, embala-

dos pela voz de Elba Ramalho. ma- ·

tariam muitas pessoas pela sua pró-

pria força. Mas a bomba pior seria o

pânico. Com as portas de emergên-

Cié\ fechadas, e sem policiais experi-

entes para orientá-los. os jovens e

crianças, no desespero irracional da

fuga, se pisoteariam uns aos outros.

Os mortos pelo pânico seriam muito

mais que os mortos pelas bombas.

A carnificina seria atribuída aos co-

munistas (o inquérito desenvolvido

r< _ pelos militares diz que a armadilha
i.., ontada no carro do Capitão Wilson
·1 oi obra da VPR, Vanguarda Popular
.,.·\. eyolucionária, extinta anos antes).

".. Jf, Com isto, a linha dura militar teria uma

~-·tle, ~...: •, Jiltít:<f.1 poderosa arma para endurecer o re-
gime e pôr um freio definitivo na aber-
1J!JJ~- ,iv., lura que Figueiredo desenvolvia.
J: J
Mas a bomba explodiu antes da
· '~f ,, hora. não entre os jovens que canta-
,. ~ _
. - i vam. mas no colo do Sargento Ro-
·· ~, · J ,'.1t:f·~~ ~,. ~ ~·'"'t. ~~ ~ · ,e sário. E, em vez de fortalecer a linha
'-~ 1-1, ... ,:...,;. •~-
_ -..1.. ..:..;.t. '.:;!!'..~: ._ ·,. 1 . ·/~ dura, contribuiu para o fim do regime
militar. Justiça com linhas tortas, é

os policiais procuram uma segunda bomba no Puma, onde uma explosão matou o Sargento Rosário. este o nome da coisa.

FOI UMA VIRADA PARA A DEMOCRAcÍi\ .i
"-...... ~-
de do público no Rlocentro era composta de Jovens, entregues ao canto, atentos ao show de Elba Ramalho. \~
.

>

...

.. ..' ..

••


1

ORIOCENTRO VISTO PELOS
'

MILITARES. ADIREITA QUERIA

.. INTERROMPER AABERTURA E
...'. . EXECUTAR PRESOS POLÍTICOS

,· ' plano do atentado no Rio· .., , ~
centro foi revelado com ex-
clusividade a MANCHETE, ' t
na semana passada. O Al-
mirante Maximiano da Fonseca. mi• \
nistro da Marinha, na época; o Ge-
neral Octávio Costa, em serviço no •.'\,.
edificio do OG do antigo I Exército;
e o Coronel Sebastião Ferreira Cha· ·1
ves, implacável c rí tico da área de
informações, revelaram que o obje- )
tivo era mesmo bloquear a abertura
e reterçar o regime de exceção, .
com a volta à repressão política.
. ... Outros militares ouvidos afirmam .".'
que estavam previstos outros aten-
' tados para a mesma época, até á..,
mesmo nos quartéis. para conven- ""5'
. .. ' cer a sociedade de q ue havia um
movimento esquerd ista desafiando 11.
..' ' as Forças Armadas. Alguns bodes
expiatórios seriam presos e Figuei• '\
. ... redo pressionado de tal maneira
que acabaria concordando com o ·.~ ' ......·1,
.. fim da abertura. Caso não concor- ,A ...~ \ . .
dassem, os ministros da Marinha ""' . ..,.....
,.'.. . (Maximiano da Fonseca), do Exér- --~~.-.-
c ito (Walter Pires) e da Aeronáutica ,' ,1
O Almirante (Délio Jardim de Matos) sofreriam •.
um processo de desmoralização ,b
• Júlio de Sá !orçada. Os radicais de direita já
Blerrenbach haviam listado pontos que consi- l
de ravan1 vulneráveis na vid a d os
• .. defende o três ministros e seguian1 todos os ,l ~
esclarecimento
...-' seus passos. -~--- _1:.,_ ·---,.,_~-...... , ... ,--.:✓
do caso na Os três rninistros, alinhados c om "-,

Justiça. E o a abertura, estavam fichados pelos r
radicais da área de informações.
Coronel Luís assi.m con10 generai's que se pro- -•
nunciavam a lavor da redemocrati-
' Antônio do zação. O próprio Fig ueiredo não bou socorrido por Andrea Neves, !
neta d e Tancredo Neves, q ue estava
Prado Ribeiro era perdoado por te r admitido. se1n chegando ao Riocentro com o na- 1
morado, Sérgio do Valle. Os dois le-
... ..... diz que a resistências. a extinção do Ato Ins- varam o Capitão Wilson ao Hospital '•
titucional n? 5 , em dezen1bro de Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
sociedade já 1978, anunciada p elo Presidente •, ,< • •'
Geisel no início d e d ezembro de Uma semana d epois d o aten-
julgou os tado. o General Octávio Costa d izia . 11
19 7 7 . ao repórter da MANCHETE, em seu
autores do A descrição d e algumas testemu- gabinete: "O inquérito policial- ·1
militar sobre o Riocentro não vai es-
atentado. nhas sobre o que aconteceu no Rio- clarecer nada. O Coronel Luiz Antô- •I
centro é terrível. A então repórter Lei- nio Ribeiro d o Prado vai deixar a
', la Cordeiro (agora apresentadora da direção d o IPfv1. " Dias depois. a ......._"""'"'..,,;;;,__,;""- 1
Rede Manchete) conta: "Eu cheg uei p revisão se confirmava. Ago ra. '
·, lá e vi o n1or10 todo estraç al~1ado, os Prado diz a MANCHETE " Os cul-
dedos dele no chão . un'i llorror." O pados do crime já foram julgados
ventre e os órgãos g enitais do Sar- pela sociedade. Agi com a ver-
gento Rosário estavan1 d ilacerados. dade. O Exército está acima des-
O Capitão Wilson fv1achado . sentado ses episódios."
junto ao sargento na hora da explo-
são. foi alirado para fora do c arro. O laudo da polícia carioca con-
sem sapatos. O ventre ron1peu-se. e firma que foram encontradas e desa-
ele segurava as vísceras con1 as tivadas por peritos mais duas bom-
rnãos. Tento u pegar um táxi n1as o bas dentro do Puma estacionado no
rnotori sta não q uis atendê-lo. Aca- Riocentro. Isto, entretanto, foi solene-

mente ignorado pe,o Coronel Job~ '.:>,

que assim achou meios de dizer quE9

o Capitão Wilson e o Sargento Ro-
sário foram vítimas de uma armadi-
lha da esquerda. O Relatório Job foi
contestad o por políticos e militares.

O Coronel Leo Frederico Cinelli. da 2•

~30 1s DE MAIO DE 1991 J

1 -. .
'
1 '1

~

fl:.
~

-

.O Almirante ·. - ...,,

diam fechar o país politicamente O processo de repressão che- . ·
com o retrocesso, através do aten- gou a esses destemperos a partir Maximiano da · .~/
tado do Riocentro, esqueceram, do Al-5 . "Pelo uso do cachimbo,
por falta de sensibilidade, do day alguns militares que permane- Fonseca diz · ·..··
alter. No dia seguinte, sofreram o ceram na repressão e na área de
• desgaste imposto pela insatisfação informações por tempo excessivo que .averdade ..:. • ,:?
da sociedade, pois equivocada- acabaram entortando a boca", ob-
! mente se imaginaram acima da lei." serva o Coronel Ferreira Chaves. não foi ....' .:'.
Foi ele que, já no início dos anos 70,
1 ''HAVIA UM em pleno auditório da Escola Su- apurada. O -. :\:
• FORTÍSSIMO perior de Guerra, alertou para a
PODER PARALELO'' existência de um poder paralelo, Coronel Chaves
' representado pela área de informa•
Este clima de loucura era uma ções. Mais tarde, o Coronel Chaves afirma: '·
1 continuação do que já acontecia ouviu uma nada sutil advertência
em 1979, com a primeira fase da de um oficial de informações: "Cui- "Quer,·am . ·· · ·; '•_, ...:.. ~ ,:
1 abertura, que começou com a ação dado. O liberalismo está próximo justificar um _! .:- .,:.
de Geisel e do Senador Petrônio do comunismo." Este tipo de distor-
I Portella, CNBB; ABI e OAB, até a· ção, opina o coronel, foi o mínimo retrocesso." O •. :.,:·.·':···''~~;--
extinção do Al-5. Ainda em 79, hou- que aconteceu. "O máximo, que General Toledo
1 ve um atentado contra a Escola Pe- acabou em violência, foi a idéia de
' dro Lessa, no Rio, durante uma gre- inimigo interno, que levava brasilei- Camargo não w·.:-
ve de professores. Em 1980 veio a ros a serem tratados como estran-
Seção (Informações) do I Exército, série de atentados que culminou geiros em sua própria terra." aceita a farsa e·..
admitiu que o atentado partiu do pró- com a morte de Lydia Monteiro, a
prio D01-CODI. O Coronel Dickson secretária da OAB. A radicalizaç ão Havia na época, diz o General o General . .,.: ·.' ··;
Graell, afastado da chefia de se- de direita não via limites à sua Octávio Costa . . ..:
gurança do Riocentro na semana do frente. Já antes atropelara o Presi- Octávio Costa, uma disfuta pelo denuncia os ·::· ::_;
atentado, morreu há pouco tempo, poder entre o CIE e o SN . Se algu- ,. • • J'
mas deixou entrevistas e documen- ºdente Castelo Branco, impedindo- mas vezes eles atuaram de forma
tos apontando como muito estranha de realizar as eleições diretas que convergente, em outras houve ri- radicais.
a ausência da Polícia Militar no show prometera. Também atropelou validade. Na visão dos radicais
Costa e Silva, praticamente obri- desses órgãos, o show na véspera ., '
l. ,;1. da véspera do 1? de Maio. gando-o a assinar o Al-5. Agora, do Primeiro de Maio era uma provo-
O então Almirante Júlio de Sá chegara a vez de Figueiredo. Al- cação, uma verdadeira manifesta-
Bierrenbach, ministro do Superior guns oficiais, que não concorda- ção política, algo intolerável. "O fe-
Tribunal Militar, criticou ó relatório vam com esse estado de coisas, chamento (do regime) era uma im- •
do 1PM e apontou contradições. opinam que, se o atentado do Rio- posição da corrente mais radical
" Montaram uma história do que centro desse certo, o Brasil entraria da á rea de informações··, d iz o
aconteceu", disse. "Os que preten- num buraco tão sem saída que até Coronel Chaves. "Eles não se con- ·
a execução de presos políticos formavam com o estado de coisas
seria possível. da época, ou seja, com a perda de
seus antigos privilégios, a redemo-
cratização, a volta dos cassados e
anistiados à vida púb lica.

18 DE MAIO DE 199 1

-

OSOBREVIVENTE DO ..
' RIOCENTRO LUTOU CONTRA
' AMORTE NO HOSPITAL. ' ,.._ .. -

.• •• .. . DEPOIS, VIROU .,- , ~;;:~ ~!!!li 1
"
• •

·:·..·: CORDEIRINHO . •
...
t> •
. .. ...: . .
' •
.'.
. '' que a maioria dos militares •
desejava era a devolução à
'

..., . sociedade brasileira das li-

... . berdades democráticas '

.. . tiradas através do Al-5. Àquela·al-

tura, o poder paralelo representado

pela corrente radical e toda sua es-

trutura pretendia restabelecer a si-

• tuação anterior e continuar impopdo •. .

as regras do presentação junto à Procurçdoria
Geral da Justiça Militar, pedindo a
..~..... . jogo", afirma o -· -- - I'" reabertura do processo, mas o STM
manteve o arquivame0to. Em 1988, o
. .... . .. ·.. Coronel Ferreira -- presidente do Conselho-de Defesa
dos Direitos da Pessoa Humana,
•. Chaves. r• . Paulo Brossa(d, então ministro da
Justiça, também fez uma representa-
A idéia de ame- 1 nel por antigüidade, é professor do ção ao STM. O tribunal manteve o
aça comunista es- Colégio Militar, de Brasília, onde tem arquivamento, com base na Emenda
'. o apelido de Cor'deirinho. Pois - Constitucional n? 26, de 1985, consi-
tava há muito des- acredite quem quiser - ficou tão derando os autores anistiados, por
bonzinho que lembra a história do se tratar de crime contra a segurançc1.
moralizada como lobo e do cordeiro. Quando vem ao nacional, portanto crime político.
Rio, ri para valer no vôlei de praia. E,
justificativa para a se alguém pergunta sobre o Riocen- Agora, armado com as declara-
tro, dá um drible: "Agora, não!" ções de Figueiredo; o Senador
' - Apedido de continuação do Eduardo Matarazzo Suplicy (PT-SP)
Não parece ter medo de que o pede ao STM a reabertura do pro-
' · · um repórter de regime militar. Os Superior Tribunal Militar reabra o cesso, pois, diz, a fala do ex-presi-
caso devido às declarações de Fi- dente é um fato novo. O tribunal, no
• OGlobo, a foto radicais acharam 1 gueiredo e outros generais. Pois já
houve dois pedidos de reabertura, e G,entanto, não concordou que se trata
'. . . do Capitão que era preciso f todos fracassaram. Em 1981, o STM
mantivera o arquivamento pedido de fato novo. O caso continua arqui-
Wilson no ressuscitá-la. E, pela 1! Auditoria Militar em face do vado.
relatório do Coronel Job. Em 1985, o
•..,;:· Hospital Miguel como há quem Coronel.Dickson Gràell fez uma re- Isto abre,uma nova polêmica. O
Brigadeiro George Belham, ministro
·· ··· Couto foi feita diga que os fins do STM, declara-se insatisfeito com.a
decisão tomada, pois, diz, o trjbunal
· por um• •' '' + justificam os aplicou a legislação de ms1neira inde~
vida. "Anistiaram o fato, e não o au-
:: ·. . · médico, que meios, a solução tor." O número dos que concordam
com Belham é grande, pois, como a
,~..,,... . . ·-acabou punido. era fácil: a carnifi- coisa foi colocada - dizem -, o
Hoje, atentado é que foi anistiado, e·não o
cina do Riocentro Capitão Wilson e o Sargento Rosário.
A reabertura do inquérito, argumen-
:· .. promovido a convenceria o 1.. tam, seria para apuraro que houve, e
Brasil de que os não para punir pessoas que, pela lei
·· · tenente• comunistas conti- li .~ -,.-"" da anistia, estão isentas.de puni~ão,

coronel, Wilson nuavam comendo Seja como for, o ministro da Mari-
nhã no governo Figoeiredo,, Al-
ri na praia e criancinhas no l A,. mirante Maximiano da Fonseca, é
• • • ficou tão bom café da manhã. definitivo: "A verdade não foi apura-
-
..· · .. que o Mas, aparente- fl\da." E faz uma revelação g~ave: "A

::·. . . apelidaram de mente, alguém lá Marinha tinha um plano para resistir a
,.,... : - Cordefrlnho. qualquer manobra d~sllnada ao re-
em cirr,a gosta trocesso." O Brasil esteve à beira de
um abismo armado - e não sabia.
dos 20 mil jovens _ _____
HtUO CONTRBRAS
que ouviam Elba

Ramalho & eia. cantarem. E quem

..•. .·. morreu foi o sargento.

Quando chegou ao Hospital Lou-

renço Jorge, na Barra da Tijuca, na-

quela noite de 30 de abril de 1981, o

··~·..-.·.. ' Capitão Wilson Luís Chaves Macha-

do ainda segurava as vísceras com

• as mãos, para que não escorressem

pelo rombo aberto na barriga. Foi

t atendido pelo cirurgião Fauzi Assad

·.... . '. Salim, que deu sedativos, fez liga-

.. • •, mentos e o recambiou para o Hospi-

tal Miguel Couto, no Leblon. Lá, aten-

' .. dido pelo cirurgião Ronaldo Gazolla,

• • .. contou duas mentiras: disse que ~e

chamava Capitão Henrique e se feri-

ra com a explosão do motor de seu

carro a álcool. Hoje ele não é mais

capitão: promovido a tenente-coro-

~:'.·';' · ' . ~2' 18 DE MAIO DE 1991

. ....,,!~': •• .

,,.
\ .. .

r•••I'f'.1•

______________________________________________________..:.;.._______ . o

• Uma vez vítima... ••

-~•
.. ~ e Por duas vezes ' •••'

.. . .. '!; Bruce \Villis quase

.. . .. ~ virou super-home1n •
.. '
-! pa_ra ~alvá-la . Na •'
(....
•\!/ prin1e1ra vez. e1n

! Difícil de lvl,llar I,
no qual ela interpre-

tava a rnulher de • •
••'
\Villis, terroristas a ''' •''

faziam prisioneira •••
juntarnente con1 urn
arranha-céu inteiro. o

Na segunda vez. en1 •••
•''
Dili'ci/ de Matar II,
••'
ainda casados nas
telas, ela escapava,
graças a ele, de uma
a terrissage m de
emergência em um
ae roporto tam bé111

ton1ado por terro-

ristas. Agora, a atriz

Bonnie Bedclia, nas- ••' Omelhor do pior •
cida em Nova Ior- •'
que e,n 1948, volta a e Mais de 70 anos de idade, 30 anos como autoprocla1nado crítico de 1noda,
ser vítima, desta vez

no filme Needfu/ •••••'' Richard Bluckwell está lançando u1n livro. Para muitas nn1lheres fan1osas pelo
Things. baseado e1n •••••'
••' mundo afora esta é uma péssima notícia. Blackwell especializou-se e1n ela-
um romance do borar listas, não das mais bem-vestidas, n1as sim das n1ais 1na/ves1id:1s. O livro
n1estre do te rro r.
Stephen King. Só chan1a-se Worst: 30years,offashion fiascos (pior: 30 anos de fiascos da moda). :
e reúne os pontos altos das listas do autor. E a chance de reecont rar algu1nas :
q ue sem Bruce
Willis ... pérolas como a descrição de Barbra Streisand: "Ringo Star vestido de 111u-
lher.'' Ou até a rainha da Inglaterra: "Caso perdido.''

Glória canta Cármen ••


•••''
• Surge uma nova
estrela na constela-

ção da nossa MPB.
Com uma voz colo-

cadíssi1na, unia per-
for1n,1nce original e

o melhor do reper-

tório da Pequena
Not,ível, a gaúcha
Glória Oliveira ar-

rebatou o público

do tvlistura Fina e
promete fazer o

1nesn10 con1 o do La
Place, em Ipanenta. •
·'Desde 1990 estou •'
envolvida com a

obra d e Cá rn1 en
tv1i rand a , mas

nunca pretendi imi-
tá-la . Apenas per-

miti que ela n1e ins-

1 pirasse enquant'o re- Novidade nas telas
visitava de forrna li-

1 vre os seus sucessos.

Cantar Cármen é •••''' • A paixão de Suzana de Moraes pelo cinema começou quando ia assistir a .G
um exercício de filmes nas cabines reservadas, levada pelo pai, o crítico da Ulti111u l-lor,1,
fôlego e de ritmo", ••••
confessou Glória. Vi nicius de Moraes. De lá para cá, esteve envolvida com teatro e televisão, e ••'
dirigiu quatro curtas e u1n média-metrage1n. Mas só agora conscguiü terminar •'''

seu primeiro longa. uma comédia romântica chamada Mil e Uma. {)epois ~e

cinco anos e muita corrida atrás de patrocínio, o filme já está em fase (\e

finalização e deve chegar ao público em maio. Mil e Uma busca o hurn1r

nonsense e é inspirado na históri a de A/ice no País das Maravilhas . ,,__

~26 DE MARÇO DE 1994 39

... .

,

MEMORIA

Sônia e Stuart , • ~. ' .• o final de 1973, nu,n ônibus
entre São Vicente e Santos,
Angel casaram-se ., 'J_ • r 1tl••• ~ em São Paulo, começou u,na
história que somente agora está
em 1968. Ela '- • sendo contada em detalhes - a saga
de Cléa Lopes de Moraes e de seu
morreu em 1973, '- marido João Luiz em busca dos res-
tos mortais da filha Sônia Maria de
apôs a prisão nos • Moraes Angel Jones.
Presa, junto com seu companhei-
porões do ...._ '·; ro Antônio Carlos Biçalho Lana, a
jovem guerrilheira oficialmente
. D01-CODI, mas a . morreu em tiroteio co,n tropas de
familia foi segurança na Rua de Penedo, no
• bairro de Santo Amaro, em São
ímpedída de ver o Paulo. Cléa e João Luiz passaram
muitos anos numa luta dolorosa
corpo. Em 1978, para realizar o sepultan1ento cristão
seu nome constava do corpo. Foram feitas várias exu-
n1ações e,n cernitérios clandestinos
de uma lista de da ditadura até localizar a ossada
que a perícia indicou ser a dela.
presos políticos
No livro-depoimento O Calvário
mortos sob de Sônia Angel, elaborado pelo
( torturas. diretor-editor do Jornal do Com-

--- 111ercio, Aziz Ahmed, e que chega
agora às livrarias, a memória fa-
1) miliar puxa a linha da persistência
que remontou o quebra-cabeça da
( ,norte de Sônia.

A REVOLUÇÃO DE

1964

"Eu considero as festividades en1
torno do movimento rnilitar de 1964
un1 acinte, uma ofensa tremenda a
todos os n1ortos, desaparecidos e à
nação brasileira" - afirma João
Luiz t\1oraes. - "Foi por isso que
sugeri ao grupo Tortura Nunca l\.1ais

~40 26 DE MA~ DE 1994

-,,,. ') \ t

,, • . l

.... .
"

.. ..'.

..

a criação da medalha Chico Mendes tia Internacional, que eles definiti- João Luiz e C/éa ... •.
de Resistência, para condecorar vamente sentiram a dimensão da .~
aqueles que lutaram e lutam pela tragédia em que estavam envolvi- Lopes de Moraes zão para não entregar seu corpo à
liberdade. Assim, o dia 31 de março, dos. As novas informações co,npro- guardam •
data do golpe de 64, virou ta,nbém o vavam que Sônia e seu companheiro família. Provavelmente, as 111arcas
dia de festa de verdadeiros heróis e Antônio Carlos foram torturados carinhosamente na de tortura não permitiram, era pre- •
não somente dos· farsantes que as- até a morte nos porões do D01 - parede a ciso escondê-las de nós."
sassinaram na tortura dezenas de pa- CODI paulista: ''Ao confinnarmos •
triotas. " as condições em que nossa filha foi ampliação de um .
definitivamente calada, João e eu flagrante da
Foi dura a trajetória do coronel do começamos a relacionar os empeci- O DESPERTAR
Exército João Luiz e de sua mulher, lhos que encontramos para esclare- viagem que Sônia DA CONSCIÊNCIA
a professora Cléa, até chegarem a cer a sua morte em 1973. O primeiro Ange/ fez a Milão,
assumir esta posição de luta. surgiu quando fomos impedidos de Cléa e João Luiz , antes da desco-
Durante muitos anos, os dois acredi- ver o seu corpo; depois, a dificul- aos 25 anos. A berta do assassinato da filha. apoia-
taram na versão oficial sobre a dade para localizar a sepultura no memória da moça vam o movirnento de 1964 e aceita-
n1orte ''em combate". Foi somente cemitério dos indigentes, em São vam a morte de Sônia, sem tomar
e,n 1978, quando saiu publicada Paulo. Se ela realmente tivesse en- entre os pombos um posicionamento político claro.
unia relação de presos políticos mor- frentado um tiroteio, não haveria ra- Foi aos poucos, com o surgimento
tos sob tortura. fornecida pela Anis- do Duomo é a de dos detalhes da prisão, da tortura,
do crime cometido pelos militares,
um momento que eles mudaram sua visão de
inesquecível. mundo.

26 DE MARÇO DE 1994 ~ ·•i

41 • . •,



[1] MEMORIA

Muitos amigos deram as Fotos de álbum \'.:·1 .,
costas para Cléa e João de familia de 1 1'
Luiz naquela época, Sônia Angel:
acpormoxm1•medaoça~doa 1{
fazendo a j 'i
uitos ficaram com medo de j' í
se relacionar com parentes primeira
de uma guerrilheira: "Ao lu- comunhão, aos 1
tar pelo esclareci1nento das circuns-
tâncias da 1norte de nossa filha, vi- sete anos de e·esquerda, como Maria Werneck - 1
mos que o problema não era só nos- Idade;
so, mas de centenas de famílias que companheira de cela de Olga Be-
tivera1n seus filhos desaparecidos", participando de niírio. Testemunha da História, ela
conta Joáo Luiz. "De repente, co- um destile de assistiu no Rio de Janeiro ao embar-
meçamos a ver a ditadura militar por fantasia no que de Olga para a Alemanha na-
dentro, entender como elii funcio- carnaval de zista, onde seria assassinada, em
1963, aos 16.

nava, perceber coisas terríveis. Afi-
nal, quase todos os nossos amigos
eram militares seriamente compro-
metidos com o sistema", comple-
menta.

Hoje, seus amigos são pessoas de

· . E~A CON. VIVEU COM NARA, CACÁ, GODARD ·
'

ALEGRIA DE VIVER levaram para casa. No carro, Sônia repe- dessa decisão. Sempre procuramos aju-
tia que tinha certeza de que o marido le- dá-la nos assuntos particulares, mas ela

varia um tiro e morreria, Quando chcga- mantinha inflexível privacidade com re-

e "Sônia tinha facilidade para fazer n10s em casa, telefonamos para o Brasil lação à sua atividade política.

an1igos e na Europa conheci várias pes- para ter notícias do Stuart e acalmá-la. No início de 1973, Sônia retornou ao

soas por seu intern1édio. Era n1uito sin- No dia seguinte, Sônia ficou envergo- Brasil já como membro da Ação Liberta-

cera com todos e, quando alguma coisa nhadíssima por ter se excedido, con1 uís- dora Nacional (ALN) e sua miS-São era re-

desagrada,·a, expunha seus pontos de que, na véspera. Eu nãoconseguirecrimi- estr11turar a organização. Em maio da-

vista scn1 subtcrftígios. Estava sempre ná-la porque compreendi que a bebida quele ano, foi à nossa escola, à noitinha,

pronta a hospedar os companheiros, ora permitira que desabafasse a angústia que no final do expediente. Esperou que saís-

um casal que \'inha de Londres, ora unia a vinha sufocando. As inquietações rela- sem as pessoas que a conheciam e entrou.

pianista que seguia para a Polônia. L .'cionadas ao Stuart deveriam estar no seu Eu convcrsa,·acomuma professora nun1a
Foi en1 Paris, durante seu exílio, que
subconsciente e, com o álcool, vieram à sala, e Cléaa recebeu se111 reconhecê-lade

conheci a cantora Nara Leão. Ela chegou tona. Foi uma catarse. Infelizmente, mi- imediato.

noapartarncnto de Sônia carregando a fi. nha filha parecia prrvcro queesta,·n para Foi u111 mistodesurpresae emoção for-

lha Isabel, ainda bebi!, e estava revoltada acontecer, pois foi durnnteaqueleanoquc tes. Não entendi a razão do seu retorno;

con1 o preço da corrida de táxi. Sônia foi se iniciavn que Stuart morreu assassi- questionamossuadecisão. !\'taselasorria.

n1uito arniga de Nura e do seu n1arido, o nado. Logo, decretou: 'Vin1 para ficar. Estou

cineasta Cacá (Carlos) Dicgucs, con1 Em Paris, Sônia podia andar livre- morando em São Paulo e lá nos encontra-

qucrn conversava política. rncnte. Trabalhava, estudava e desenvol- remos nos próximos meses, se hou,·er en-

Quando fui visitar minha filha cn1 Yiaath·idadcs paralelas, fazendo contatos contros.'

Paris, cn1 1970, passarnos o réveillon na com pessoas influentes ou intercS-Santes. Esses encontros foram marcados para

casa de 11111 brasileiro. Esta noite foi rnar- Urna delas era o cineasta Jean-Luc Go- o início das férias de julho, pois eu tinha

cante, por vários rnotivos. A festa, ani- dard, que pretendia, na ocasião, fazer um duas escolas no Rio e só podia viajar cm

,. mada, reuniu rnuitos brasileiros, entre filme sobre o seqüestro do embaixador ocasiões especiais.
eles artista.~ exilados, e poucos franceses.
dos Estados Unidos no Brasil, Chnrles Nãosabiacomo encarara situação. Sô-

No meio da noite con1cçarnm a cantar a Burkc Ellbrick.'' nia estava de volta, bem mais perto, com

Internacional Socialista. Estranhei que Depoí,ncnto de Cléa Lopes de Moraes possibilidades de contatos n1ais freqüen-

isto acontecesse naquela festa inforn1al, no lil·ro O Cal\'ário de Sônia Angel. tes e prolongados. Os riscos que corria,

n1ns logo penseique tudoseria possh·cl cm porém, eram maiores. As organi.zações

Paris, capital da liberdade. ORETORNO AO BRASIL estavam desmoronando. HaYia muita in-
De repente, vi Sônia bebendo e se- llltração, a maioria dos dirigentes esta•

gurando unia garrafa. Ela não esta\'a vam presos, mortosou desaparecidos. Sô-
ncosturnada e acabou passando mal. Foi nia voltara ao Brasil com uma missãosui-
E._,,,,•
e "Em Santingo, Sônia soube da formo

levada para um quarto da casa, ondecho- brutal corno Stuart fora assassinado. Lo- cida: tentar reorganizar a ALN. O pior,

rou n1uito, dizendo repetidas vezes: '0 go, decidiu ,·oltar ao Brasil. Elanunca cn- ela estava consciente da impossibilidade
Tuti (St uart) vai morrer, tenho ccrte1.a, e voh·eu a fan1ília em seus problcrnns rc- de cumpri-la."
,·olucionários: fizera uma opção pela luta
eu nunca n1ais vou vê-lo•..' DepoimentodeJoão Luiz J\'loraes noli-

Os amigos lhe deram 11111 café forte e a armada e assumiu pessoalmente os riscos vro O Ca.!vário de Sônia Angel

IM;;;!42 26 OE MARÇO DE 1994' •

tam a narrativa com detalhes pes-

soais que nos faz sentir a coragem, a

beleza e a firmeza de caráter de Sô-

nia Maria de Moracs Angel Jones.

"Aziz Ahmed foi a mola-mestra
'

da elaboração do livro, foi ele quem

.r agüentou firme nesta tarefa difícil de Os pais de Sônia
trabalhar com um coronel de pi- folheiam
• . ,. jan1a. Coisa pior não deve existir periodicamente
neste planeta", brinca João Luiz.
..-..,~. · ,;.·,. ,(, """:w,;,. recortes e
•·/ . Com o lançamento previsto para o
~ ' :- dia 28 de 1narço, na Casa Laura Al- álbuns
vim, o livro promete criar polêmica,
/ pois será o centro das atenções nas fotográficos que

,. .~ .. comemorações de 30 anos do golpe lhes trazem
militar de 1964. recordações
1 . 1945, no campo de concentração de OLIVRO •
Para Cléa Lopes de Moraes e seu amargas, mas .
Ravensbruck: "A história das lutas marido João Luiz o livro é o começo ajudaram-nos a •
populares no Brasil e no mundo não de uma nova etapa na luta pela me-
mória da filha : "Estamos agora em- chegar à •
penhados cm derrubar o ato 477 que verdade sobre o

expulsou a Sônia da Faculdade de destino de
Sônia. O livro

conta toda a

história.

permite que fiquemos indiferentes. O jornalista Aziz Ahmed realizou Economia da Universidade Federá! .'
Nossá amiga Maria Werneck nos en- um trabalho da maior importância do Rio de Janeiro. A reintegração
•.

sinou a não fazer concessões, a levar para o resgate da memória do país da Sônia é uma questão de honra. Já •
adiante a luta em qualquer situação. ao transpor para o papel depoimen- conversei com o sub-reitor e senti
Ao apoiar nossa luta, ela parece cos- tos que emocionam o leitor pelo que não vai ser fácil, mas vou bata- •
turar através dos anos o nome de compromisso com a verdade. Além lhar por esta idéia enquanto tiver
Olga com o nome de Sônia. Tanto de João Lui+ e Cléa, os amigos Car- força."

. uma como a outra morreram pelos los Eduardo Fayal, Nélie Sá Pereira

mais puros ideais", diz Cléa. e Maria Clara Mariani complemen- LUIZ CARLOS PRESTES FILHO

0218808411 0800.21.22.23
R/· 2537822

0-800-21.22.23 é o novo telefone do Serviço ao Consumidor Souza Cruz.

A ligação é gratuita de qualquer ponto do Brasil e através do S.A.C. você manifesta livremente suas críticas

sugestões, idéias, opirziõe~ e elogios. -~ocê liga ~fala. A gente ~it~e e você recebe sempre a nossa resposta. ' •

..._+_.Por enquanto, voce lambem pode utzlzzar os numeras que estao impressos no 1naço do seu cigarro.
Serviço ao Consumidor. O canal da Souza Cruz sempre aceso para você. ~li

SOUZA CRUZ

1 •

'\ '

..~ - ~~.".!
~ .~

J~~ -

~ rf-

.. • \

MULHER l X, , . .

. .. • ,,I

1''.

~.,

••

~

.

... .. Carioca, 21 anos, Da-

. nielle Winits é a mais (. \
nova candidata a sex-

.,, symbol da telinha. D_iví-

. . . dida entre as gravações

. dos capítulos finais da no-
:,t
vela Olho no Olho e o
f.

palco do teatro Cândido

Mendes, onde faz sucesso

com a peça Se Você Me

An1a .... ela sonha en,
con' struir uma carreira
• ., firme e não se deixa envol-

1

\\ ver pelo -glan1our da pro-

fissão . "Não quero ser

·apenas· capa de revista,

amtan.sz,s.',erg.arreasnp.teei.tada como

Danielle perdeu o pai

nuin acidente, quando ti-

nha apenas sete anos. ·o

resultado foi un,a ,forte li-

gação com a mãe . Nádia. ·-, ,

• Desde aquela época, ela já \;~ )

sabia que queria st: r atri~.

Mas a profissão _parecia

/ um desejo inalcançável,

naque les que a gente

\ nunca vai conseguir reali-

zar. "Estudei balé clás-

'1 sico, jazz, sapatead·o, mas

• sabia qµe ql\eria mesmo

~ file{ª ser atriz. A9s 13 anos

~'fésolvi entrar para o Ta-

blado, mas tinha unu1 sen-

,sação de que nunca conse-

.. 1 I
••
J

íJ
...'..
1•

•1. .•t . Daniel/e sonhava em ser atriz desde bem
'pequen a: ''Parecia u,n desejo lnalcançável.''
\
...~....... ' ~
•.• .
. ~

,,

''

('

mando. Danielle enfrenta

a expectativa de un1 novo

trabalho. Mas diz que ri.io

está ansiosa. "Quando

achava que não ia pintar

nada , me chamaram para

Sex-Appeal. Depois veio •

a novela, a peça... Acho '.

legal dar u1na parada, e, .•...•

quem sabe, voltar numa ••

minissérie. Preciso de •

tempo para me estruturar. •

Não quero nem descansar, ..

mas voltar às aulas de '

danç,a, ginástica . quem

..sabe fazer uma outra

peça.. .

Danielle acha que saber

lidar com o rótulo de sím-

bolo sexual é parte de seu

trabalho, e que a beleza

guiria n1e realizar na car- pode até ajudar em alguns
reira. Resolvi então conti- momentos, 1nas que chega
nua r meus estudos, che- urna hora en1 que a atriz
guei a dançar no Teatro precisa mais do que isso.
Municipal. mas não conse- "A 'beleza ajuda a abrir
guia me decidir se fazia portas, mas não as deixa
uma faculdade ou deixava abertas para se,npre."

o medo de lado e encarava ANAGAIO •
o teatro."
FOTOS: ARMANDO BORGES
Danielle acabou indo

para os Estados Unidos

por alguns meses, depois

cursou dois anos da facul-

dade de comunicação. In-

satisfeita. largou tudo e

fez teste para a Oficina de

1 Atores da Rede Olobo.
No dia seguinte, foi cha-

1 mada. "Na hora percebi

que aquilo era -tudo con1

l1 que sempre tinha sonha-

i do. Me baixou urna auto-

.ti , confiança e vi que estava

"'-.',,., tudo dentro de 1nin1. Des-

1 cobri o quanto era frustra-

l A! da e quanto ten1po perdi.

i

gora quero recuperar
tudo, e precisaria de

um dia dç 50 horas para

poder fazer tudo o que

-.,, quero.
\ N Ainda assim, Danielle
ao.
enfrentou um mês e meio
~
"E' de testes antes de estrear
2
~ na TV. no papel 9e vilã na

:a missérie Sex-Appe:11. Dis-
a.
~ pulou a personagem com

ao:
.,,,; modelos belíssimas e aca-
~ bou entre as seis escolhi-

!i'
a""8: das para os papéis princi-
-~ pais. "Cheguei a fazer tra-
"u": balhos como modelo

o quando tinha 15. 16 anos,

'lt

'l>.. mas nunca fui profis'sio-
~ nal. Olhava aquelas mu-
lheres lindíssin1as e achava
.,,;,
.,"t:
-g

i

,.2g

-;;;

ti l·."5
que não tinha a menor • f. '
"Eu olhava aquelas mut~eres 1/ndluJmu e;actiàvt;
chance com meu 1,65m."
que não .ter/à am- enor cha.nce' com meu 1.;65ro. i~".
Agora, com o final de J
Olho no Olho se aproxi-1

-"·.,_ ..,._\._,

e

Uma Pctçiente renascida conta
a exper1enc1a por que passou

á best-sellers que, decidida-
mente, não se destinam ao
público ateu. E Embraced by
the Líght (Nos Braços da Luz), há 44
semanas número um na lista dos li-
vros de não-ficção mais vendidos
nos EUA, é a regra que confirma as
exceções. A autora, Betty J. Eadie,
moradora de Seattle, conta a experi-
ência extraordinária que viveu em
1973: dada como morta pelos médi-
cos que a operaram, passou por uma
incrível aventura espiritual, no
além, até chamada de volta à vida.
"Acordei com as palavras do mé-
dico'', conta.
- É tarde demais... Nós a per-
demos ...
. "Senti o lençol sendo puxado so-
bre mim. Eu estava confusa. Por que
seria tarde demais? Virei a cabeça,
olhei e1n torno, o quarto do hospital
não me parecia estranho, mesmo
con1 o lençol sobre meu rosto. O
médico e a enfermeira estavam em
pé, ao lado do leito. Olhei à volta e
vi o cômodo cheio de uma luz, mais
brilhante do que antes ... "

''Era tudo muito
agradável, lá''

Ao cruzar o limiar da vida, Eadie
sentiu-se nun1 longo túnel preto.
Percebeu gente ao redor, e também
a presença de animais. Não os viu.
Sentia-lhes a presença, instintiva-
mente. Assim como sentia a proxi-
midade de outros e·spíritos huma-
nos, perdidos. "Era tudo muito
agradável."

Mas, no fim do túnel, a luz assu-
mia gradativamente as feições de Je-

. ... ..,,

,/ ' sus Cristo. Na experiência, que ela batistas e luteranas, e o Exército da da de mulheres", relata, ".e a enfer-
f Á1 chama de "próxima da morte", Ea- Salvação. Mas nem por isto ela ex-· meira disse que eu teria de esperar.

G/ die reencontrou os seus entes queri- clui outras religiões do processo se- Senti vergonha, porque ia lhe tomar
dos mais saudosos, seus anjos da gundo o qual o ser, humano .passa um tempo valioso. Aquelas pessoas

guarda, e Cristo. Ela não esclarece para o lado de lá: "Muita gente, ao ali precisavam mais dele que eu. Es-

qual seria o aspecto físico de Nosso falecer, vê aparecer o Deus de sua perei e acabei entrando." O médic'l

Senhor: a çr,r dos olhos, a altura, a religião respectiva, pois Cristo de- lembrava-se bem da operação. Ea-
cor dos cab~1 los etc. "Foi um encon• cide assumir por um instante aquela die lhe disse que precisava saber a

tro de dois1espíritos. Mais precisa- forma." Mas Eadie não se qualifica verdade' não porQUe. pretendesse
mente, uma fusão de duas almas. No como dogmática, sequer come reli- processá-lo judicialmente, e rela-

lado de lá, vê-se com os olhos da giosa. Simplesmente, como espiri- tou-lhe uma parte da sua experiên-

', alma e não com os do corpo." O tual. De sua experiência, ela con- cia no além. "Sem abrir a boca, o
. 1 caminho do espírito rumo à experi- cluiu que todo indivíduo, enquanto doutor se levantou, foi até seus ar-
ência extracorpórea tem inspirado espírito pré-mortal, participou efeti- quivos. Quando se voltou, chorava.

1 artistas tão antigos quanto Bosch vamente da criação do mundo. Sim, tinha havido complicações.
Eles me perderam
'
por um certo
(ver quadro à es-

querda, com a vi-

. ) sualização de uma tempo e preferi-
ascensão aos céus, ram não me contar

detalhe de um de nada. Ele expli-
seus painéis). A cou, então, o que

( ~ medicina chama havia acontecido.

de autoscopia ao ''Ao sair do ...
momento em que
hospital, ·,
o indivíduo,
..
aparentemente senti-me
livre'' '·
morto, abandona Assistência ·Auto Dia e Noite
J
o corpo e, no en- Bradesco Seguros
, . ..
tanto, observa o Eu tive uma he-
'
que se passa à sua 11111 11111 morragia durante

-volta. Nos úcl1.teimnco1.sa Douglas C. Castellões ' a operação, e
essa
anos, Validade: 10/03/94 a 10/03/95 [E aparentemente a

médica trouxe I DI.I f IUITI t hemorragia ocor-
reu de novo na-
várias vezes de Plano: A -, 111WlESCO
11 ■ 11 0•11
002 521132
volta à vida pes- • ~ quela mesma noi-
te. Na hora exata
soas consideradas

clinicamente mor- \ da minha morte,

tas. E as experiên- (( \ eu fiquei sozinha
cias de alguns des-

tes "ressuscitados" durante a troca de

l os levam a falar na turnos das •enfer-
vida após a vida, meiras. Por isso,
Leve um guincho na carteira.baseado no que não sabia dizer por

l sentiram no perío- O carro nã9 anda de jeito n.enhum? Tudo bem. Quem tem Assistência quanto tempo,
do entre a morte exatamente, eu

clínica e a "ressur- Auto Dia e Noite Bradesco Se~uros leva um guincho na carteira e muitos morrera. Ele e as

reição" - no qual outros serviços de socorro. Você s'ó precisa ter o cartão em mãos e pronto. enfermeiras traba-

tiveram coração e lharam, me deram
pulmões paralisa- Em caso de emergência é só chamar. injeções, mais re-
dos. Antigamente, médios. Fiquei sa-
..,,.. Consulte sempre o seu corretor. Émais seguro.
BRADESCO tisfeita com a ex~
o ateísmo era a ou- i•u:• plicação do mé-
tra face da moeda SEGUROS dico e perguntei-
corrente materia-

1is ta. No pós- lhe por que chora-

moderno mundo va. Ele disse: são

1 de hoje, com a hegemonia do ma- Por cinco ou seis anos, depois da lágrimas de felicidade. Havia per-
• 1 teriaUsm0 de origem puritana, made morte clínica, Eadie caiu em depres- dido recentemente um ente querido

in USA, nada mais longe de ser são profunda. Um dia, sentiu von- e encontrou esperança na minha hiss

1 exato. Do Primeiro ao Quarto Mun- tade de retornar ao hospital e desco- tória. Minha ~xperiência de um a-

'' dos, a religiosidade e a superstição brir o que havia acontecido naquela lém-mundo lhe ofereceu consolo e
mantêm-se mais fortes do que nunca noite, fisicamente falando. Os médi- ele contou lembrar-se da experiên-

e em pleno convívio com o materia- cos, que nada haviam comentado, cia·de uma outra paciente, anos an-

lismo. Betty Eadie, índia criada por sabiam que ela morrera? tes, onde muitos detalhes eram

protestantes, freqüentou na juven- Foi visitar o cirurgião que a opera- iguais. Quando saí do hospital, sen-

tude um co.légio metodista, igrejas ra. "A sala âe espera estava apinha- tia-me livre."

.

• 26 DE MARÇO DE 199~.. ~ - 41:0

' falecimentos não têm, em somos seres es-

Betty Eadie conta geral, nenhuma razão para piritua ims a,equin.nãaos
que não queria apenas
pensar de modo diferente.
voltar à vida.
Mas os que testemunham aso- biológicas, e pre-
Passou anos em
estado de brevivência à morte clínica cisamos reedu-
depressão
costumam relatar palavras de l car-nos nesse
ob a ótica da ciência, uma ex-
periência "próxima à morte" pacientes descrevendo o pro- sentido. "Tantos
é, com efeito. a da própria
n1ortalidade por que todo ser vivo - cesso de passamento como problemas de
hun1ano, desumano, rico, pobre,
santo. pecador - passa, mais cedo sendo, não raro, alegre e sem- nossa sociedade
ou mais tarde. Para a maioria de
nós, morrer significa entrar na es- pre espiritual. Experiências do (entre eles a crise
curidão e encerrar o ciclo de vida.
l'vlédicos que presenciam inún1eros gênero além da vida não são no sistema de

provocadas por falta de oxigê- saúde; morrer

nio no cérebro, nem por dro- com dignidade; o

gas ou a tensão psicológica em culto à ambição,

conseqüência do 1nedo de que leva a econo-

morrer. Anos de pesquisas mia à falência; a

.tpêemn.endco1.caus mcoemntoaduom estas ex- vergonha de mu-
processo
lheres e crianças
natural, se não normal. Já se
sem teto), tudo
determinou inclusive a área
vem da falta de
exata do cérebro que possibili-
compreensão de
ta a experiência, o que signi-
que somos seres
fica que a vivência da quase-
espirituais mu-
morte é real, e não alucina-
tuamente depen-
tória. Tão real quanto, pelo menos,
dentes um úo outro", escreve o pe-
a realidade virtual. Um dos ·corolá-
diatra Melvin Morse, que prefaciou
rios de Nos Braços da Luz é que
a obra.

Shirley MacLaine, best-seller de anteontem
~~----~- ~l • Entre os maiores best-seller~s dos anos

f, 80 figur:avam os livi:os de-Sbirley

: MacLaine, ~os ·quais a atriz-reproduziu

suas viagens além ·do corpo e o processo

'· como atingira n·ovas dimensões .
t espirituais. Foram nada meno~ que seis
' • ! livros: Minhas Vidas, Dançando na'Luz,
.
Minha_Vida É um Pàlco, Em Busca do
".t5. ,..
·Eu, ·Não Cliía·da Montanha e•Você
"' • ··. . .'T_~....,,
r' ' eTsaomtébriécmps.Po~Id~e ,Chegar Lá, todos ·
....... experiências
contou s1,1às
i co.m médiuns; entidades espi_rituais,

,· extratei;:restr,es; viagens astrais~e,

j sobretudo, reencarnações. Tornou~se _

t· uma es*ie de porta-voz do evangelho ·

(1 d.f Nova .Era, mescla de várias ·religiões,

~ sem ser uma-religião. Sbirley lucrou

~ milhões de dólarés,com suas furnês · .

i~terna~ionais pela fé e,d_eclarou à Time,

em d.ezembro de 1987: ·'"Neste mundo,

1 tudo quanto ·a gei,te queira·aprender

• c.u.s.ta..dinhei"ro. Todos temos q'ue decidir

quanto valemos. Não sou a

suma-sacerdotisa da Nova Era. ·Sou um

•. ser humano·em busca de respostás pára

t o'que estamos fazendo aqui, de onde
·t •

viemos e para ·on_de vamos".

1 Como Betty,Eàdie. ··

....... ,,., ,.

4$ • lb1~'.'i':~] 26 OE MARÇO DE 1994



Ao começar a morrer; Betty Ea- clínica eu retornei à casa rnais cedo cado. O paciente descobre que está

die sentia o corpo cada vez mais fra- do que o previsto." Ela explica: co,n câncer terminal. Foi uma esco-

co. Em seguida, "um rompante de tudo. aqui, está escolhido de ante- lha efetuada antes de sua .própria

energia, uma libertação dentro de mão. inclusive as pessoas rnais im- encarnação... .

mim. Minha primeira impressão foi portantes na vida de cada um: pais. Mas um aspecto mais insólito da

a de estar livre". filhos , maridos, esposas. Mesrno visita de Betty Eadie <)O Céu é o

No encontro espiritual subse- quando as escolhas s.io más ou erra- modo como ela descr1tve o eterno

1 qüente com Jesus Cristo, Eadie pe- das - u1na constante em nosso mistério do pecado original de Eva.

diu-lhe que a mantivesse naquela mundo: "O que se passa aqui possui Eva morria de vontade de dar à luz.

condição divina - de transcen- um sentido profundo lá no alto. É Por isso, pre,cisava infringir a lei do
dente, para usar a terminologia cien- difícil de entender através de nossa jardiin do Eden . Fez sua escolha .

tífica. Ele a fez entender que não era condiçüo de rnortais. Mas foi o que Poderia ter obtido o que quisesse -

\ ainda a hora, que ela precisava "des- me ,nostraram. Tudo - 1nortali- menos um filho. Ela preferiu a ma-

cer de volta". Mas, agora, ela tinha a dade infantil , assassínios, estupros, ternidade e o dom da vida. "Como

certeza da existência de Deus: "Dei- banditismo." Para ela, temos o po- Deus", diz Eadie,

xei de acreditar na ?.-:;,:, expeUrm.1e" anc1• a-
Força Universal,
ao ver que um Ser 3 trailer na
havia criado o uni-
verso." -.: infância •

Num ponto,
pelo menos, o rela- •

to destoa dos A a·utora de Nos

Evangelhos: ela ~',~ - Braços da Luze, stá
escreve que Jesus
Cristo possui sen- \~ com 52 anos. E fi-
so de humor. As lha de irlandês-
escrituras, evi- escoceA s e uma 1, n-
dia sioux puro-

dentemente, não Assi8tência Auto Dia e Noite sangue, sétima dos
registram qual- dez filhos de um
quer piada do Bradesco Seguros casamento que
Messias e o cris- ' durou pouco. Ti-
tianismo deu a Douglas C. Castellões (1 nha quatro anos
ele, através do Validade: 10/03/94 a 10/03/95 quando a mãe vol-
juízo final, a ima- D-U=1 1c11oft tou para a Reserva
gem de um formi- Plano: A Sioux, o pai foi
dável magistrado. 111,111+11 morar com os avo, s
Betty Eadie aduz paternos na cidade
002 544 521 ·132 0001

que o clero e os e ela, no jardim de

fiéis em geral são infância , teve

presas de energia Leve um mecânico na carteira. pneun1onia dupla,
. a primeira de suas
pnergo,aptriv1.aa; que ela experiências de
apren- Deu pane no carro? Não se preocu.pe. Quen1 tern Assistência Auto Dia e quase-morte. A
Noite Bradesco Seguros teva um mecânico na ca'rteira e muitos outros segunda aconte-
dera a acreditar ceria 27 anos mais

em Deus através

do medo; que o

1nedo é o instru- serviços de socorro. Você só precisa ter o cartão e111 mãos e pronto. tarde, com ela já

mento comum Em caso de emergência é só chamar. casada e mãe de
para o controle do sete filhos. Uma
próximo. "Temer . mensagem conota-
a Deus ou ir para tiva e imediata de
o inferno", es- · • r:BM8 1 Consulte sempre oseu corretor. Émais seebro, seu livro poderia
creve. ser resumida as-
,ili•■ BRADESCD

SISUR.DS

Segurança, sim: o homem mo-

serenidade, tran- . derno esqueceu-se

qüilidade e comunicação telepática. der de escolha. O livre arbítrio de que seu dia-a-dia tem uma impor-

Ela teve a sensação de que já conhe- existe e a vida oferece oportunida- tância espiritual. Betty Eadie não ti-

cia previamente os que chama de des que, se tudo fosse predetermi- nha plena consciência disto, antes de

, - "guias". Já convivera com eles nesta nado, não existiriam. O que acon- morrl!r. A maioria de nós tem a·ga-

\......--' vida, que compara a um ginásio em tece é passível de uma explicação nhar, s.e se conscientizar disto antes_

regime de internato: "Ao contrário benign a . Os braços da Luz são de morrer.

da criança , que só volta para casa no aparentemente contraditórios. O JOSt GUILHERME CORREA
fim do ano escolar, na minha morte homem sofre. Isto possui um signifi-

IM;;\ _26 DE MARÇO DE 199449 . ·.,

• •

Compromisso Varig com a Qualidade. ''

l

1

AVARIG MELHOROU AINDA MAIS
f OSEU SERVI ODE BORDO.

.,

..... ·'

· - - ~ -~::....:.;.::.;_~_..;..;...._~~~

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Capim não falta no país. Também Em boa ou de burrice. Porque greve, desde ''
parece estar sobrando g~ilte que coisa o tempos imemoriais, se faz contra opa-
come capim. Não dá para enten- atuaf trão, para levá-to a aceitar reivindica- o.Executivo' e o Judiciário' poderia pro-·. - '· · ·.
der como a CUTe o PT, ou melhor, os ·ções de classe. Se o maior prejudicado
piciar-lhes espaço. Frustr,aram-se, , · ::··

mas, agora, soltam loas e evoés diante· '

do our~ em pó que.a esquerda radi!,al

radicais do PT e da CUT, se lançam pr~cesso · ·é o povo, o resultado pode muito bem lhes oferece. .•

numa campanha suicida para pertlir• não vai ser a indignação popular e montes de É claro que o país não suportará por
votos a menos para quem formal-
bar a normalidade democrática e colo- mente aparece na cabeça do movi- muito tempo a radicalização do movi~.
mento grevista, como não suportaria.,
dar, secar em riscõ as instituições, a começar
continuar
pela realização dás eleições de outu- mento grevista. Melhor fariam os tra- também, o aumento criminos.o e indis-' .r...,,
bro. Porque estão a um passo do po- faltando balhadores em transporte se conti- criminado de preços praticado logo
der, a ser conquistado por via demo- juízo e nuassem trabalhando, apenas, sem co-
crática. Se as eleições fossem hoje, o brar passagens e bilhetes dos usuários. depois do anúncio do Plano de Esta- ·• · - .:, .,

bilização Econômica. Aqui talvez re- . . . .

Lula estaria eleito, quem sabe até ·no sobrando Seriam ;iplaudidos, e não execrados, pouse a chave para explicar por que, • ,.

primeiro turno. Muito·possivelmente capimno como estão sendo. tem tanta gente comendo capfrn. A
a situação permanecerá a mesma, nos quadro ·Diante do surto de irracionalidade, CUT e o PT estariam determinados a·
próximos meses. Pela primeira vez µm torpedear de qualquer forma o pro-
operário subirá a rampa do Palácio do sucessório o que poderia fazer o governo senão o ' grama de .combate à inflação, te-
que fez? Botou as forças armadas na

Planalto, escolhido pela maioria dà rua, numa p,r;imeira etapa visando a mendo que favorecerá a candidatura

população. impediros excessos da greve na Polícia de.Fernando Henrique Cardoso. São

Subirá? Mais ou menos. Já parece Federal e a garantir o funcionamento considerações estratosféricas, sujeitas

ser necessário marcar coluna do meio, dos serviços ess~nciais da corporação: a mil e um fatores ainda não completa-

e menos pela falta de votos. Porque os Foi uma cena no mínimo preocupante dos. Primeiro, porque Fernando Hen-

radicais da central sindical e do partid.o ver tanques, urutus, helicópteros e rique caiu nas pesquisas, não dec~lou

empenham-se, há dias, numa febre tropas outra vez na rua. Só que a po- é ainda parece transitar de salto(alto ·

grevista que jamais poderá ser tachada pulação aplaudiu. Os militares não no único palco onde poderá obter--su-

de coincidência. Está tudo parando, forçaram a mão, muito menos se pres- cesso, as concentrações populares.

desde os hospitais, as escolas, as uni- tam a qualquer atitude que não corres- Depois, porque, para dar certo, o pla-

versidades, .os trens, os ônibus e os ponda estritamente às suas funções no precisará percorrer um longo tra-

P . metrôs ·.até a Polícia Federal. Fala-se constitucionais.. O diabo é que essas jeto. ..

na paralisação dos serviços telefôni- coisas a gente sabe como começam, Estariam inseguros os partidários

cos, de água e luz e até dos estabeleci- mas não como acabam. de Lul~? Apavorados com a possibili-

mentos financeiros. A maioria dos sin- dade de morrer na praia, outra vez?Se

dicatos empenhados na greve ou na Há grupos tentando melar as elei- for isso, demonstraram não merecer a
ções? Sem dúvida. O último a vitória, que só poderá ser conquistada '
sua perspectiva pertence à CUT. Até reconhecer o fato foi o Depu- pelos méritos do candidato, não pelas

mesmo o sindicato dos agentes da Polí-

cia Federal. tado Bonifácio de Andrada, do ~TB dificuldades provocadas no concor-

Deixando para outro dia a constata- de Minas Gerais, ainda esta semana. rente. Afinal, já que estamos em vés-

ção de que greve em polícia é algo Ele alertou para a existência de setores pera de Copa do Mundo, aí está o

estranho, difícil de ser digerido, vale radicais inconformados com a hipó- exemplo do Zagalo: de tanto preten-

ficar nos excessos. Grupos grevistas tese de o Lula se eleger presidente da der evitar os gols dos adversários, aca-

falaram em confronto armado. Impe- República. São militares da reserva, bou se esquecendo de treinar a seleção

diram não apenas os companheiros viúvas de 1964, e empresários empe- brasileira para fazer gols. Perdeu co-

que pretendiam trabalhar, mas che- dernidos, daqueles infensos a abrir pas e campeonatos, caiu no crédito •

garam ao absurdo de proibir a entrada mão de seus oligopólios. Minoria das popular, ainda que, por ironia, perma-

e a saída do diretor-geral da corpora- minorias, trogloditas que, em condi- neça como auxiliar·do Parreira.

ção, em seu gabinete. ções normais de temperatura e pres- eEm boa coisa o atual processo não
Isso aconteceu ao tempo em que os são, seriam apenas cômicos. Só que
vai dar, se continuar faltando juízo

transportes coletivos pararam·em di- com um detalhe: esperam algum inusi- sobrando capim, no quadro suces-

versas capitais, a começar por São tado, um fato inesperado capaz de sório. Como ainda é tempo, fica ·o

Paulo. numa evidente prova de má-fé exasperar os ânimos. Ainda há poucas alerta: lembrai-vos de 64. ..

r --r;.,r. - . . _ . _ _ , , ,_ _ semanas, imaginaram que a crise entre
....... ... .. "AailJI

~26 21 OE MAIO OE 1994 ..'

..

.

1 .•

•• + -

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... .



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f O K t 11

Malan, Santos
e Emílio: passado
relembrado em
encontro cordial

dura tetnia sua liderança",

afirn1a o coronel Malan.

O descontenta1nento 1)

con1 Castello vinha de lon-

ga data. O general Hélio

Len1os, que chefiou o ga-

binete do general Golbery

do Couto e Silva no anti-

go SNI do governo Castel-

lo, diz que ele e outros ofi-

ciais de linha dura não

gostavam da atuação do

1narechal. "Ele não cassou

os corruptos." Len1os se

ffi refere ao fato de Castello
z~
r:: ter garantido a posse de
dois governadores eleitos,
~ Negrão de Lirna, no anti-
2
go Estado da Guanabara,

e Israel Pinheiro, em Mi-

a rnanhã do dia 18 de julho de 1967, de uma esquadrilha de quatro aviões em nas, ambos apoiados por grupos políti-

apenas três ,neses depois de deixar exercício e seguia o líder do grupo. Seu cos ligados aos ex-presidentes João Gou-

a Presidência da República, o ,na- avião, o T-33, bateu no Azteca porque lart e Juscelino Kubtschek. "Ainda pro-

rechal Humberto Castello Branco saiu da an1bos estavam no 1nes1no "corredor", ou curou proteger um deles, o então gover-

casa da escritora Rachel de Queiroz, eo1 seja, na mesrna área de vôo. Na época, o nador de Goiás, Mauro Borges."

Quixadá, interior do Ceará, e e,nbarcou acidente foi creditado a tuna falha do con- Castello também recusou u1n plano

no avião Azteca, do governo do Estado, trole aéreo. O então cadete Malan che- do Centro de Informações do Exército

run10 a Fortaleza. Castello relutara antes gou a ser interrogado por oito horas. Ha- para a criação de um sistema de repres-

de aceitar a 1norclon1ia. ''Não sou rnais via a suspeita - e ainda existe,n vozes são baseado nos Doi-Codis. O plano,

presidente, prefiro voltar de tre,n·•. dis- que alin1entan1 esta teoria - de que hou- que teve a senha "tempestade", foi

se. Diante da insistência de seus auxi- ve un1 atentado. Malan afasta esta hipó- desengavetado logo após a assinatura cio

liares. acabou cedendo. Quando se pre- tese. O co-piloto do Azteca, con1andante Al-5. Um coronel que acotnpanhou as

parava para pousar no aeroporto da capi- En1ílio Celso Chagas, tan1bém a refuta. 1novi1nentações daquele período lenibra

tal cearense. seu avião foi que os passos de Castello

atingido pelo caça T-33 da ''Castello Branco eram aco,npanhados de per-
to pelos agentes da co,nuni-
Força Aérea, desgovernou-

se e caiu. Castello n1orreu era um estorvo para dade de informaçqes. Correu
inclusive o risco de sofrer
na hora. Com o choque

1norreran1 tan1bén1 a es- os mais radicais. un1 golpe. E1n 1965, pára-
quedistas fizera,n um plano
critora Alba Frota, o rnajor

Manuel Nepornuceno, Cân- A linha dura temia que previa o cerco do Palá-
sua liderança'' cio do Planalto e a prisão do
dido Castello Branco (ir- presidente. Na mesrna épo-

n1ão do presidente) e o pi-

loto do Azteca, Celso Ti- Coronel Malan ca, houve reuniões em u1n
apartamento da rua General
noco Chagas. Passados

trinta anos, ISTOÉ reuniu Glicério, em Laranjeiras,

no aeroporto Santos Dun1ont, no Rio, o . Após governar de abril de 1964 a zona sul do Rio, em que oficiais des-

ajudante-de-ordens de Castello, Murillo n1arço de 1967, quando passou a presi- contentes con1 a tendência de CasteJlo

Santos, brigadeiro da reserva. e doi s pro- dência da República ao 111arechal Ar- de entregar o poder a um ci vi I chega-

tagonistas do acidente aéreo: o cadete thur da Costa e Si! va, Castello ainda ram a defender a prisão e o exílio do

Alfredo Malan D'Angrone, piloto do T- exercia unia considerável liderança no n1arechal. Co,n a sua n1orte, os radi-

33. hoje corone l. e o co-piloto E1nílio Exército. Segundo o brigadeiro Murillo cais encontrara1n o ambiente político-

Celso Chagas, único sobrevivente do Santos, ele pretendia passar o poder a militar que pretendiam para impor as

A zteca. En1ílio. atuahnente cornandante u1n civil ou a u1n militar capaz de garan- suas regras do jogo. Mas o general Hé-

de un1 DC-10 da Yarig, é filho do pilo- tir a normalização institucional. "Ele lio Lemos nega com veen1ência a pos-

to Celso Tinoco Chagas. _ queria pacificar o País'', afirma Santos. sibilidade do presidente ter sido vítirna

Sen1 ressentin1entos. Malan e En1ílio Não conseguiu. "Castello Branco não de u,na conspiração. "O que matou

relen1brara1n os fat os ocorridos naquele fez seu sucessor e ainda assin1 era un1 Castello foi um acidente. Jamai.s um

fatídico dia. O c.:orone l Malan fazia pane estorvo para os mai~ radicais. A linha atentado", garante. ■

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LUIZA VILLAMÉA E CLAUDIO LARANGEIRA
(FOTOS) - Tra11sar11aiô11ica

ara quem vive à beira da Transamazônica
não tem tempo bom. São seis meses comen-
do poeira e outros seis vivendo na lama. Em-
bora o pó incomode, o verão, que vai de
maio a outubro, é o período menos ruim. Ao
longo desses ,neses é possível trafegar pela
,naior parte da rodovia, ainda que aos solavancQs, des-
viando-se dos buracos e equil ibrando-se sobre pontes
frágeis. Mas durante o inverno - que lá é a estação das
chuvas -, a estrada vira um imenso atoleiro, com pon-
tes desabando e cidades condenadas ao isolamento. ldea-
1izada como um dos maiores símbolos da integração
nacional, a Transamazônica começou a ser aberta há
30 anos, na condição de carro-chefe do projeto "Brasil
Grande", do regime 1nilitar. Com toda a pompa e cir-
cunstância, no dia 9 de outubro de 1970 o presidente
Emílio Garra.c;tazu Mediei descerrou uma placa de bron-
ze encravada no tronco de uma castanheira, nac; proxi-
midades de Altamira (PA). Em sintonia com o discurso
ufanista da época, o governo prometia solenemente en-
tregar "terra sem homens para homens sem terra". Mais
de um milhão de brasileiros acabaram seduzidos pelas
promessas redentoras daquela obra grandiosa, mas a
estrada jamais foi concluída.

Pelo traçado original, a Transama-

zônica atravessaria o Brasil de Leste a

Oeste. Ela con1eçaria com dois ramais,

un1 a partir de João Pessoa (PB), ou-

tro a partir do Recife (PE). Depois, se

unirian1 en1 Picos (PI), terminando 5,6

rnil quilôn1etros depois, em Boquei-

rão da Esperança (AC), na fronteira

co1n o Peru (ver rnapa à JJág. 87). Do

Nordeste até a cidade de Aguiarnópo-

lis (TO), a antiga Estreito do Goiás, a

precária malha viária existente seria

reformada e incorporada ao projeto.

Na prática, forarn abertos 2,5 n1il qui-

lômetros, que deveria,n ligar Aguiar-

nópolis a Lábrea (AN1). Desde novem-

bro do ano passado, porérn, urn trecho

de 390 quilôn1etros, entre as cidades Mala nas costas - Ultrapassar o tra- l
paraenses de Itaituba e Jacareacanga,
está intransitável. dez horas, não cruzou com nenhum ou-

Ladeado por reservas florestais, tro veículo. E,n cornpensação, encon- jeto Itaituba- Jacareacanga durante ove-

esse n1esmo trecho j,í havia ficado in- trou buracos grandes o suficiente para rão é un1a an,ostra do que acontece por

terrompido durante 12 anos, entre "caber" a picape, muita lan1a, aterros toda a estrada no inverno. Urna viagern

1985 e I997. Para, atravessá-lo, a re- prestes a desn1oronar e un1a árvore no de ônibus entre Marabá e Itaituba, que
portagern de ISTOE usou e abusou das meio do ca1ninho. Para abrir passa- en1 geral demora 34 horas, leva, ern n1é-

n1archas reduzidas e da tração nas qua- gem, foi preciso quebrá-la e arrastar dia, oito dias na época das chuvas. Quan- j

tro rodas da picape ern que viajava - seus galhos, un1 a t1111, con1 a ajuda de do cai urna ponte ou o atoleiro é intrans- 1
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un1a Ford Ranger. Durante n1ais de uma correia puxada pelo carro. ponível, passageiros e n101oristas ven-
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Km 185 O Araguaia

é um dos quatro

grandes rios cuja

travessia depende

de balsa

Km OO quilômetro zero fica à beira Km 102 Precárias, as

da Belém-Brasília, em Aguiamópolis pontes costumam despencar
no período das chuvas,
interro·mpendo o tráfego

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.Km 29 No começo parece um , .,.....,..

sonho qu-e virou realidade, mas o =a, .,. •

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asfalto só vai até o qui·lômetro 29 ISTOÉ/ 1

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