— Te amo, eu teamo... — Beijo sua bochecha e sintoo gosto
da sua lágrima em meus lábios, murmurando o que grita em meu
coração.
— Oh, meu Deus, ela acordou! — O som estridente,o qual
reconheço bem, me faz sorrir, olhando para Ariel.
Ele se afastaapenas um pouco, ainda deixando sua mão em
minha barriga.
— Oi, mãe. — Viro meu rosto no travesseiro, olhando na
direção dela, a vendo entrar no quarto, sendo seguida por Brow.
— Cristo, você vai me fazer ter um infarto ainda!
Sua mão se estica para meu rosto, com ela se abaixando,
disparando vários beijos em minha face.
— Quando a senhora chegou?
— Já tem quatro dias, meu amor. Liguei para Ariel e o
guarda-costasali foi me buscar no aeroporto,me trazendodiretopra
cá. Me senti a própria Whitney Houston[32]. — Ela pisca para mim,
me fazendo rir com a forma envergonhada que o pobre Brow fica.
— Fico muito contenteem lhe ver bem, senhorita Self. —
Brow se aproxima da maca e me dá um sorriso triste.— Eu sinto
muito...
— Ainda me deve um chocolatecom caramelo e um suco de
morango, Brow — respondo a ele, lhe dando um sorriso terno. Ele
sorri, balançando a cabeça em positivo. — É tão bom lhe ver, ver
todos vocês.
— Eu senti tanto medo de perder você, meu amo. r
Volto meus olhos para minha mãe e vejo seus olhos
marejados, balançando sua cabeça lentamente para os lados.
— Eu te amo, dona Kenia — sussurro para ela, sentindo o
beijo demorado que ela dá em minha testa.
— E eu te amo mais que tudo, meu amor — ela suspira e
limpa meu rosto, sorrindo. — Chega de lágrimas, nada de choro, o
único choro que quero ouvir de agora em diante é dos meus netos.
— Netas. — A voz de Ariel é calma.
Tanto eu como minha mãe erguemos nossos rostos para ele.
O vejo dar um leve sorriso de lado, com sua mão massageando
meu ventre.
— Mas, como... — Fico perdida, sem entender. Estou
entrando para a décima quinta semana, o médico tinha me tido que
a ecografia de sexo seria feita apenas depois da décima sexta
semana.
— Pedi para fazerem todosos exames em você e nos bebês,
queria ter certeza de que vocês estavam bem. Um deles foi a
sexagem fetal...
— Três chances — sussurro, me recordando do que ele
disse.
— Sim. — Sua mão se ergue para meus cabelos, os
acariciando. — As três mulheres que mais amo em minha vida, três
vênus.
Fecho meus olhos, rindo, não acreditando que vou ser mãe
de duas meninas. Sinto meu peito explodir a cada batida, como
fogos de artifícios.
— Te amo, babá McPhee.
Abro meus olhos para me chocar com as esferas azuis de
Ariel de frente para mim, com seu corpo inclinado.
— Aprecio sua companhia também, doutor Miller. — Sorrio
para ele.
— Acho bom mesmo, porque pelo que consta nos autos,
você me pediu em casamento e eu aceitei.
Ele pisca descarado para mim, sorrindo com malícia.
— Pediu o homem em casamento,Cristina? — A gargalhada
da minha mãe se espalha, me fazendo rir para a face cínica de Ariel.
Balanço minha cabeça em positivo, erguendo minha mão
lentamente,até conseguir tocar sua face. Seus olhos se fecham,
com ele inclinando seu rostoem meus dedos, sentindomeu carinho.
— É, eu pedi.
Seus olhos se abrem, abaixando sua cabeça, beijando meus
lábios de forma suave.
Ainda tenho que ficar mais alguns dias no hospital em
observação, antes do médico me dar alta. Ariel me dá as notícias
em doses homeopáticas, cada dia um pouquinho. Ele tinha
conseguido rastrear o endereço de Max, indo direto para lá depois
que se encontroucom Brow. Greg ligou para a polícia.Meus gritos
foram ouvidos por Ariel assim que ele desceu do carro, o que o fez
correr para a porta da casa e a estourar. Ariel atirou no braço de
Max, o fazendo me soltar, e correu para mim, para me proteger,
enquanto Brow imobilizou Max com um nocaute, que o fez
desmaiar. Brow pegou a arma com um lenço que tinha no bolso,
fazendo Max segurá-la, espalhando as digitais dele por toda a
pistola, antes da polícia cheg.ar
Ariel foi comigo na ambulância dos paramédicos, não saindo
de perto mim em momento algum. Os médicos acharam mais
seguro me manter sedada, para manter a estabilidade da minha
pressão. Quando a sedação acabou, ainda permaneci apagada por
mais alguns dias. Encontraram o quarto assustador dentro da casa
de Max, e logo uniram com a filmagem do computadorde Estence.
A polícia fez uma perícia novamente no meu apartamento,
encontrando no sótão esperma e a digital do Max. Ariel não quis
entrar em detalhes e nem contar toda a história, preocupado com
minha saúde. Tudo que Max tinha me falado era mentira, apenas
para me manter fragilizada. Ariel nunca foi para festa alguma, e
muito menos se aproximou de Malvina. Quando lhe perguntei sobre
Silvia, se ele tinha a internado em um hospício, ele desmentiu a
história toda. Silvia está casada novamente, mora na Carolina do
Sul com seu marido, que é um jogador de tênis.A políciaencontrou
a mulher que tinha entrado em meu quarto. Ela realmente é uma
enfermeira, mas não do hospital no qual eu estava. Ela era uma
antigaclientede Max, que recebeu uma boa quantiapara injetarum
remédio abortivo em minhas veias. Eu não conseguia acreditarem
tantacrueldade e frieza, em como Max, de uma forma horripilante,
fez tudo isso alegando me amar.
Algumas semanas depois
— Cris, você tem que sair desse quarto.
Meus dedos estão tremendo, segurando o delicado buquê em
minhas mãos, olhando perdida para ele.
— Já vou, mãe — respondo para ela, que me chama pela
terceira vez, batendo na porta.
— Você está bem? — Sua voz preocupada pergunta.
— Sim, eu estou...
— Cristina, se não abrir essa porta, vou chamar Ariel para
arrombá-la.
Me sento na cama, observando tudo à minha volta, sendo
pega por um medo que me deixa mais que aflita. Ouço a porta do
meu quartoser abertaà força por Brow, que com todoo seu grande
tamanho,não precisa de muitoesforço para arrombá-la. Minha mãe
passa por ele, alisando seu braço, dando uma piscada.
— Belos músculos fortes, Brow.
— O que os dois estãofazendo aqui dentro?— Levantoe os
encaro.
— Sua mãe estava preocupada. — Ele me dá um sorriso,
admirando meu vestido. — Está linda, Cris. Vou voltar lá para
segurar o noivo.
Minha mãe se entorta na porta, sorrindo para Brow, que
caminha nos corredores.
— Olha que bunda durinha, já pensou dar uma mordida ali?
Hummm...
— Mãe!!!
Ela ri e balança sua mão no ar, se virando para mim. Seus
olhos me avaliam de cima a baixo.
— Deus, está linda, minha rosquinha!
Me olho no espelho mais uma vez, admirando o vestidoclaro
que vai até minhas canelas, tendo as duas alças finas. Estou
ficando a cada dia que passa maior. Nesse mês que passou, minha
barriga cresceu mais um pouco. Aliso minha barriga, feliz por saber
que minhas duas meninas lindas crescem saudáveis aqui dentro.
Viro para minha mãe, que está toda emocionada, tentando não
borrar a maquiagem.
— Mãe, já passamos por isso, lembra? — falo baixo, a vendo
me dar um sorriso torto.
— É, eu sei — ela diz, limpando suas lágrimas. — Mas dessa
vez é diferente, é especial.
Dou um dos meus melhores sorrisos para ela, que me avalia
com toda cautelaquando seus olhos se prendem aos meus, e assim
vou deixando meu sorriso morrer.
— Estou com medo — digo, sentindo meu coração disparar.
Me sento na cama outra vez, batendo meus pés ao chão.
— Oh, meu anjo, é normal, ainda mais depois de tudo que
passou — ela fala e caminha atéa cama, se sentandoao meu lado.
— Qual o motivo do seu medo? — Ela segura minhas mãos nas
suas, apoiando seu braço no meu joelho. — Vocês serão uma
família agora.
— E se Ariel se arrepender depois? E se for realmentesó por
causa dos bebês?
— O homem te ama, Cristina. — Ela limpa uma lágrima que
escorre pela minha face. — E ele está lá na sala agora, andando
como um animal enjaulado, louco para vir lhe buscar, como um
homem das cavernas. — Ela sorri para mim. — Se isso não for
amor por você, então eu não sei mais nada nesta vida, meu anjo.
Abraço forte a minha mãe, e fico colada a ela por um tempo,
sentindo todo seu carinho.
— Eu te amo, mãe.
— Oh, Cris... vai me fazer borrar a maquiagem assim. — Ela
beija meu rosto e alisa meu queixo. — Eu te amo muito, meu amor.
Agora vá para aquele seu homem sexy, que só pelo tamanho do
volume da calça, suspeito ser um Subway.
Caio na risada assim que ela me fala sua bobagem.
— Vamos, garota! — Ela sorri para mim, se levantando. —
Tem um homem lindo lhe esperando.
Seguro forteminhas flores em meus dedos e soltouma longa
respiração. Passo minha mão sobre meu ventre e me levanto,
sorrindo para ela.
— Vamos — digo, encaixando meu braço ao dela, que me
leva para fora do quarto.
Saímosnós duas caminhando pelo corredor da casa de Ariel.
Ao me aproximar da sala, a vejo toda florida. Minha mãe decorou
tudo para o meu casamento,mesmo sabendo que será apenas eu,
ela, Ariel, Brow, Greg e o juiz de paz. Uma balada antiga, lenta,
começa a tocarno rádio, assim que entrona sala. Sorrio para Brow,
que pisca para mim, se afastando do aparelho de som. Mas é no
homem irresistívelque meus olhos param. Ariel está magníficoao
centroda sala, perto do juiz, vestindo um terno branco sob medida.
Seu aspecto me lembra um anjo, mas seus olhos brilhando em
travessura me falam que não há nada de angelical. Fico fascinada
com meu anjo sombrio, que esconde por trás da sua forma
excêntrica tanta gentileza, a qual ele renega. Ele me dá um lindo
sorriso largo, balançando a cabeça para mim, me convidando a me
juntar a ele. Viro meu rosto para minha mãe, que está soluçando,
tentando segurar suas lágrimas para não borrar a maquiagem.
— Mãe — a chamo baixinho, a fazendo olhar para mim. — 23
cm — sussurro para ela, lhe dando uma piscada.
Vejo seus olhos se expandirem, com ela engolindo o choro.
Começo a andar, sorrindo. Caminho para o simples e modestoaltar,
feito com a mesa de centro da sala. Sinto os olhares dos outros
sobre mim, mas os meus estão presos a uma única pessoa. Deus,
eu amo esse homem de boca cretina, que sempre tem alguma
palavra estranha para me irritar, mas que faz eu me sentir segura
quando seus olhos estãopresos aos meus, como eu nunca me senti
em minha vida.
— Onde estáa saia e a gola alta?— Ariel segura minha mão
quando me aproximo dele.
— Não achei apropriado para o casamento — falo, rindo, o
olhando.
— Você demorou. — Ele estica a mão livre, alisando meu
ombro. — Eu pensei que tivesse...
— Aprecio sua companhia, doutor Miller — o corto,
murmurando, apenas para ele me ouvir. — Amo sua companhia.
Ariel depositaum beijo na pontado meu nariz, nos virando de
frente para o juiz, soltando o ar dos seus pulmões, me deixando o
sentir ficar relaxado ao meu lado. E nada mais me aflige ou me
deixa amedrontada, pois meu lugar é aqui, ao lado dele.
A cerimônia é formal, mas de uma forma bela e quase
cômica, já que quando o juiz nos declara marido e mulher, Ariel olha
para Brow e Greg, como se estivesse os intimando a se retirarem,
parecendo ser algo que já estava planejando e arranjado antes da
festa. Quando vou procurar por minha mãe, ela já está encostada
nos braços de Brow, rindo com ele, entrando no carro.
— Eles não ficaram nem para comer. — Olho perdida para a
janela, e quando me viro, apenas tenho tempo de erguer meus
braços para o ataque que recebo.
Ariel está me erguendo no colo, caminhando para o quarto,
respirando fundo.
— Eles vão comer, eu fiz reserva para eles em um ótimo
restaurante.
— O correto não é os noivos irem junto, doutor Miller?
— Creio que no nosso caso, podemos optar por jantar no
quarto.— Jogo minha cabeça para trás,rindo do cinismo dele. — O
que quero comer, está em meus braços.
— Seu cretino. — Beijo sua boca, suspirando dengosa
quando ele morde meus lábios de mansinho.
Meu corpo desaba na cama em pouco tempo, e sou despida
de forma urgente, com Ariel tirando minha roupa e a dele. Fecho
meus olhos e respiro fundo, sentindo suas mãos se fecharem em
volta do meu rosto. Seus dedos acariciam minhas orelhas e vão
descendo por meu pescoço. Abro meus olhos e me perco nos seus.
Meu corpo implora pelo que seus olhos me prometem,e apenas me
deixo levar quando seus lábios tocam os meus com acalento,
candura, me fazendo derreter. Suas mãos tomam direções opostas.
Uma se prende em meu rosto e a outra me puxa pela cintura, me
colando ao seu corpo quente. Sinto seu coração pulsar forte sobre
meus dedos quando espalmo minha mão em cima de sua pele. Ariel
me beija sem restrição, me tomando como sua, derretendo todo
meu autocontrole,me fazendo promessas mudas de temposfelizes.
Não sei se está certo, mas só quero que ele me tome nesses
braços.
Suas mãos me prendem com força, para que eu não me
afaste dele. Ariel se ajoelha, levando minha calcinha ao chão com
seus dedos ágeis. Meus olhos acompanham seus movimentos, sua
testadescansa sobre meu ventre,parando por alguns segundos em
cima da minha barriga. Sinto sua respiração quente sobre minha
pele, e logo seus lábios depositamum beijo no meu umbigo. Ariel se
arrasta, deixando traços dos seus beijos por todo meu corpo. Vou
me perdendo em seus beijos lentose devassos, que me queimam a
alma. Meus dedos seguram em seus cabelos, para não me deixar
cair de vez nesse mar revolto que se chama Ariel. Ele deixa um
beijo em cada canto das minhas pernas, mordiscando meu joelho,
lambendo minha virilha. Sua língua percorre do começo da minha
barriga até a minha garganta, me chupando, me marcando com
seus dentes.Ele se encaixa, afastandominhas pernas com as suas,
tomando controle do que já é seu.
— Cris — fala meu nome baixo, com sua face perto da
minha. — Olhe para mim.
Seus olhos azuis brilhosos, que tantogosto de admirar, que
me fazem lembrar do céu em um dia lindo, que sempre me fazem
me apaixonar mais e mais por ele, me observam. O sinto se
encaixar em minha boceta,que vai o tomandocom prazer, enquanto
ele empurra seu quadril devagar. Ele abre seus lábios para mim,
soltando um baixo gemido, se empurrando com mais pressão, até
estarpor completodentrode mim. Minhas mãos vão para sua nuca,
se enroscando atrás da sua cabeça, com as dele descansando
entre meus cabelos. Ariel se move lentamente,me fazendo gemer,
mordendo meus lábios.
— Ariel...
Ele me beija com paixão, e conforme sua línguaentra dentro
da minha boca, ele se movimenta, tornando mais profundo o beijo,
mais rápidas suas estocadas. Suas mãos se apertam em minhas
costas, cruzo as minhas pernas ao redor do seu quadril, me
deixando tê-lo mais para mim. Posso sentir ele enterrado até o
último centímtero do seu pau dentro de mim. Meus gritos, abafados
pelos nossos beijos, saem baixos entreos gemidos, e seu gostome
faz me sentir embriagada. Ariel acelera as estocadas,com seu pau
me fodendo. Sua cabeça se vira, trazendo seus dentes para o meu
ombro.
— Oh, meu Deus, Ariel... — Minhas palavras morrem,
seguidas por um gemido, que o faz acelerar as penetrações.
Aperto mais forte minhas coxas em volta dele, com seu pau
me fodendo de forma urgente, o que me empurra para cair no
êxtase.Seus olhos, que não deixo desviarem de mim, brilham como
chamas quentes, e gozo chamando por seu nome, abraçando Ariel
com todas as minhas forças, o sentindo latentedentro de mim,
gozando junto. Quando enfim a euforia passa, Ariel rola seu corpo
para o lado e me puxa com ele, para não pressionar minha barriga.
Ouço sua respiração voltar ao normal junto com a minha. Meus
braços moles ficam soltos em sua cintura, com ele me abraçando,
alisando minhas costas, fazendo carinho.
— Eu te amo — sussurra em meu ouvido. Sorrio para ele,
sabendo que Ariel entrou em minha vida, me tirou do inferno e me
levou ao céu.
Capítulo 26
Buquê de rosas
Cristina Self
Quatro meses depois
— Não precisa abrir a porta se não quise.r
Paro meus passos no corredor, me virando para Ariel, que
tem seu rosto sério, com o olhar emburrado.
— Está falando isso de brincadeira, não é? — Levo minha
mão à cintura, com a outra espalmada no grande barrigão, o
alisando.
Ariel dá de ombros, levando as mãos aos bolsos, olhando
para a porta e depois para minha barriga, batendo a ponta do seu
pé no chão, repuxando a ponta do seu nariz, se assemelhando a
uma criança zangada.
— Desfaça essa cara emburrada, Ariel.
— Não estou emburrado, apenas disse que não precisa abrir
a porta se não quiser.
A campainha tocando outra vez, o faz fechar os olhos,
rangendo seus dentes.
— Ele não é uma pessoa amável, e muitomenos amigável, é
grosseiro e arrogante, além de cínico...
— Nossa, por que essa descrição me parece tão familiar? —
Esticomeus braços para ele, que retira as mãos dos bolsos e para
ao lado do meu barrigão, nos puxando para seu peito.
Beijo sua boca, mordiscando seus lábios e ouvindo seu
gemido rouco. Ele escorrega uma das suas grandes mãos para
minha bunda, apalpando-a por cima do vestido.
— Meus argumentos foram melhores que os seus, não
entendo por que eu tive que perde.r
— Fazer espanhola[33] com meus peitos não é um
argumento válido...
— Depende do ponto de vista. Para o meu pau é. — Ele
abaixa seu rosto e esfrega seu nariz em meu decote.— Inferno de
petições ilegais! Isso que dá aceitarseus pedidos quando está com
sua boca no meu pau!
— Pare de reclamar, fui extremamente justa.
A campainha toca outra vez, o que me faz afastar dele e o
olhar, sorrindo.
— Não vai ser tão ruim assim.
— Vai ser torturante,Cris. — Ariel sorri quando as meninas
se mexem, o fazendo abaixar seu rosto e beijar minha barriga. —
Viu? Elas concordam comigo.
— Não as induza a isso. Ande! Vamos abrir a porta. Não
estamosrecebendo “Jack, o estripador”[34] na nossa casa, mas sim
o seu pai.
Balanço minha cabeça em desgosto para ele. Caminho para
a porta,segurando o trinco,mas sintoo apertofirme da sua mão em
meu braço, o que me faz olhar para ele.
— Ele não é como sua mãe, é rude e rabugento. Não quero
que ele seja tiranocom você. — Ele olha para a portae depois para
minha barriga, caminhando para pertode mim. — Não quero que se
decepcione.
Abro a portae me preparo para conhecer o homem ranzinza.
Foi praticamenteum parto conseguir fazer Ariel aceitaro convitede
trazê-lo aqui em casa, para participardo churrasco de família.Vejo
um homem grisalho e alto, o que me deixa saber de quem Ariel
herdou o porte aristocratae olhos claros. O homem charmoso, com
rosto quadrado e másculo, está encarando Ariel, mas ao repousar
seus olhos em mim, abre um largo sorriso, erguendo sua mão à
frentedo corpo, me deixando ver o gracioso buquê de rosas cor-de-
rosa bem clarinhas.
— Você deve ser a doce Cristina. — Ele estende sua mão
para mim de forma galanteadora,e sorrio para ele, esticandominha
mão, recebendo um beijo casto sobre meus dedos. — Acho que
essas rosas não fazem jus a essa beleza toda, minha linda nora.
— Obrigada, são lindas! — Seguro as rosas em minhas
mãos, encantadacom a beleza delas. — Eu fico tão feliz que tenha
aceitado nosso convite. Olha essas flores delicadas, Ariel!
O som ranzinza da respiração pesada ao meu lado, de Ariel,
me faz olhar para sua face emburrada. Ele revira os olhos com
tédio, desdenhando das minhas rosas.
— Olá, Miller. — Seu pai o encara, falando sério, com sua
voz tão rouca quanto a de Ariel.
— Olá, desembargador. — Ariel arqueia suas sobrancelhas,
olhando para as flores em minha mão e depois para o seu pai. —
Você veio.
— Óbvio que eu vim, Miller. Não achou que eu recusaria o
conviteda minha nora, certo?!Porque, claramente,não foi algo seu.
— Por que não entra, desembargador? — Esticomeu braço
para ele, empurrando Ariel da frente da porta, para desbloquear a
entrada. — Apenas faltava o senhor para chegar, os outros
convidados já estão aqui.
— Sem formalidades, minha querida. Faça uma gentilizapara
esse velho e o deixe ouvir uma mulher bonita o chamar pelo seu
nome.
— Inacreditável! — Ariel rosna entreos dentes,o que me faz
o ignorar, sorrindo para o cavalheiro que sorri para mim.
— Posso tocar em minhas netas? — Os olhos do
desembargador brilham com emoção, e ele estica sua mão, mas
ainda a mantém parada perto do meu ventre volumoso.
— Claro que pode, Ostem! Na verdade, deve! — Minha voz
sai feliz, sentindo a grande mão dele espalmar minha barriga.
Seus olhos ficam petrificadose ele respira fundo. E um olhar
de surpresa, misturado à alegria, me encara quando ele sente o
chute de uma delas.
— Elas gostam do vovô. — Elevo meu rosto para Ariel, que
está com os braços cruzados, olhando curioso, agora caminhando
para perto da minha barriga. Outro chute vem seguido de novas
sequências. — Elas estão bem animadas.
— Elas estão agitadas — meu sogro fala, rouco, emocionado.
Ariel descruza seus braços, não se aguentando mais em si
quando um dos chutes marca o vestido certinho. Ele espalma sua
mão em minha barriga. Agora tenhoa do pai dele de um lado e a de
Ariel do outro.
— Talvez elas estejam com medo — Ariel murmura,
rabugento, dando uma olhada pelo canto dos olhos para o seu pai.
— Talvez elas saibam que se dependesse do pai delas, o avô
morreria sem conhecê-las — Ostem o rebate, mantendo sua
atenção em minha barriga.
— Elas estão felizes, é isso — falo rápido, me afastando dos
dois. — Ostem, por que não segue até o jardim? Pode ficar à
vontade, que eu já vou lhe servir uma bebida.
Sorrio para o senhor, o vendo retribuir o sorriso, balançando a
cabeça em positivo.
— Vou amar, Cris... Não se incomoda de eu techamar assim,
certo? — Nego com a cabeça, segurando minhas flores, as
cheirando.
Vejo ele se afastar com o mesmo andar dominador do seu
filho. Suspiro, animada, cheirando minhas flores novamente, e
recebo uma encarada zangada de Ariel quando o olho.
— O quê? Eu gostei dele — falo em minha defesa
rapidamente. — Ele é um cavalheiro.
— Ele é uma múmia, Cristina!
— Uma múmia bem conservada, educada e charmosa. — O
abandono e caminho em direção à cozinha.
— Charmosa? Como assim?
— Seu pai é muito bonito, Ariel, e ele me deu flores. — Olho
por cima do ombro para ele.
— Eu lhe dou orgasmos e não ouço você me chamar de
charmoso.
— Cala essa boca cretina, Ariel! — Rio com sua forma
insultada. — Pegue um vaso para mim, quero deixá-las bem-
cuidadas.
Ariel passa por mim, se abaixa pertoda pia e pega o cestode
lixo.
— Ariel... — rosno brava para ele.
— O quê? Me pediu um vaso, cesto de lixo serve também.
— Suma da minha frente, Ariel.
Fecho meus olhos, negando com a cabeça, indo eu mesma
buscar um vaso no armário. O encho de água na pia, deixando o
belo ramo de rosas dentro dele. Ariel abre a geladeira e pega duas
cervejas.
— Deixa que eu sirvo aquela múmia — ele fala sério, abrindo
uma delas e levando aos lábios, respirando fundo.
— Se comporte, doutor Miller. — Sorrio, olhando para sua
face descontraída.
— Está feliz? — ele pergunta baixo, dando um sorriso de
lado.
— Estou, estou muito feliz. — Paro à sua frente e recebo um
beijo em meus lábios.
— Ótimo, porque sua mãe está lá fora dançando colada com
o Brow — Ariel fala, rindo, cochichando para mim.
— Quantas cervejas ela tomou? — Fecho meus olhos,
respirando fundo.
— Algumas. Digamos que eu parei de contardepois da sexta
cerveja...
— Cristo! Vamos lá, antes que ela o agarre!
Ariel passa sua mão pelo meu ombro, nos levando para o
nosso quintal. Rio, balançando minha cabeça assim que vejo Brow e
minha mãe dançando colados. Greg, o detetiveamigo de Ariel, que
ele tinha me apresentado assim que recebi alta do hospital, está
rindo, conversando com o jovem Estence,o qual caiu nas graças de
Ariel, virando estagiário no escritório do doutor Miller. Isso aí, Ariel
rompeu com a sociedade da firma de Pietro e abriu seu próprio
escritóriode DireitoCriminalista.Betequase caiu da cadeira quando
me viu entrarno escritórioao lado do notóriodiabólico doutorMiller,
de mãos dadas, no dia que ele foi tirarseus pertences.Os olhos de
Malvina, que saia do elevador, entrando no escritório nesse
momento, pararam diretamentenas nossas alianças de casamento,
e mesmo que eu nunca tenho falado isso em voz alta, senti uma
leve pontada de felicidade ao ver as outras duas funcionárias
cretinas,que caçoaram de mim dentrodo banheiro, ficarem de boca
aberta quando Bete gritou, eufórica, no escritório, assim que lhe
contei sobre as meninas.
Quem é a geladeira fria e cafona de quatro olhos agora?!
Greg gostou da ideia de vir morar em Sacramento, para
trabalhar junto com Ariel. E sabe quem procurou Ariel, dois meses
depois do seu julgamento, buscando seus serviços, mas foi
educadamentedirecionado a ir embora pelo infame doutor Miller? O
escroto do Stone Brat, quando misteriosamenteuma filmagem das
câmeras de segurança do motel foi vazada na internet,mostrando
Stone saindo do estabelecimentocom seu enteado no dia que a
mulher dele morreu, em um certo canal de um jovem aspirante a
advogado criminalista. Óbvio que Ariel negou ter alguma
participaçãonisso, e disse que não tinhaideia de como as filmagens
foram parar com Estence.Greg nem sequer se deu ao trabalho de
disfarçar a faceta dos três, apenas rindo quando os confrontei.
Depois de uma denúncia anônima, Renan Pener foi pego em
flagrante pela políciadentro de um quarto de hotel em Nova York,
com uma acompanhantede luxo, que estava cheia de hematomas.
E para piorar a situação de Renan, ele estava em posse de oito
quilos de cocaína.O que não se encaixou nessa história, nem foi a
quantidade gigantescade droga, mas sim a mulher, uma promotora
nova-iorquina, que ligou para Ariel, lhe contando sobre a prostitua
espancada por Renan, que a procurou. E o astutocriminalistafingiu
muito bem sua cara de surpresa, quando ela perguntou se ele não
estariainteressadoem dar um pulo em Nova York e trabalharnesse
caso junto com ela. Mas se não fosse pelo prazer que vi brilhar em
seus olhos azuis, quando Ariel retornou da audiência de Nova York,
garantindo um longo e penoso tempo da vida de Renan dentro de
um presídio,eu até podia ter acreditadoem todas as coincidências
do destino e que não tinha um único dedo dele metido nessa história
toda. Renan foi espancado brutalmente no primeiro dia que
começou a cumprir sua pena, teve três costelas fraturadas, o
maxilar trincado e perdeu a visão de um dos olhos. E mais uma vez
Ariel fez bem seu papel, demonstrando surpresa, quando ficou
sabendo destes acontecimentos por Greg.
A última vez que vi Pietro foi quando recebi alta do hospital.
Ele não conseguia nem falar, estava completamenteabalado com
tudo que tinha acontecido.Me deu um longo abraço, dizendo que
sentia muito pelo que aconteceu. Tentei conversar com ele no dia
que fui junto com Ariel no escritório,mas ele se recusou a me ver.
Desconfio que Pietro ficou em choque quando entrou naquele
cômodo assustador dentro do quarto do irmão dele. O julgamento
de Max foi dois meses atrás, mas não tive coragem de ir. Porém,
Ariel fez questão de estar sentado na primeira fileira. Max pegou
vinte anos de cadeia, mas não chegou a completar nem três
semanas, foi encontrado enforcado com um cinto de couro dentro
da cela dele, com sua face roxa e língua cortada. Tive medo de
perguntar a Ariel se ele tinha alguma ligação com isso, mesmo
dentro do meu peito eu sabendo a resposta.
A verdade é que tentonão pensar sobre aquele dia, porém,
ainda acordo no meio da noite suada, como se eu estivesse sendo
enforcada outra vez. Mas são os olhos azuis de Ariel que me
acolhem, me tirando daquela imensa dor, me abraçando forte, até
eu me sentir segura e adormecer nos seus braços. Busquei ajuda
médica com uma psicóloga, para conseguir lidar com todos esses
traumas. Acho que nunca teria imaginado passar por tudo isso que
passei, e muito menos que seria no momento mais doloroso da
minha vida que meu destino se cruzaria com uma pessoa cruel. Da
mesma forma que no momentomais estapafúrdioconheci o homem
que mudaria minha vida para sempre. Foram-me apresentadas
algumas formas do que dizem ser amor em minha vida. O maléfico,
o tóxico, o que envenena a alma, o cruel, o frio, o perverso, o
intenso,o avassalador, o revigorantee o carinhoso. E foi apenas em
um deles que eu encontrei o que realmente é amo,re é nos olhos de
Ariel que me sinto viva e forte a cada dia.
— Eu amo você, doutorMiller — sussurro para ele, erguendo
meus olhos aos seus. Ariel abaixa seu rostoe beija a pontado meu
nariz.
— Aprecio sua companhia, minha doce vênus.
Sorrio e encostomeu rostoem seu peito,olhando para nossa
famíliae amigos. Aliso minha barriga e suspiro feliz, me sentindoem
paz, e isso é um sentimento de amo.r
O amor é bonito, brando, protetor, quente e acolhedor. Mas
se tem uma coisa que o amor não é, é doloroso e violento.
Fim!
Epílogo
Ariel Miller
— Prometi que nunca mais conversaria com você, nem lhe
pediria nada, porque você já me tirou tudo. — Passo as mãos pelo
meu cabelo, negando com a cabeça. — Apenas queria que me
dissesse o que eu fizde tão mal, nessa porra da minha vida, para
merecer perder as pessoas que eu amo.
Respiro fundoe olho para a facefrágilde Cristina, que está
ligada aos soros e eletrodos. Minha vida parou, meu mundo perdeu
a cor por esses sete dias que se seguem sem ela abrir seus olhos
para mim. Os médicos conseguiram estabilizar a pressão dela
apenas no quinto dia, a deixando medicada por um longo período.
Terei que deixá-la despertar sozinha, mas Cris não abre seus olhos,
apenas se mantém em um sono longo, que está a levando para
longe de mim a cada dia que passa. Eu fuiao céu quando recebi o
resultado que Cristina está esperando duas meninas, o que me fez
chorar de emoção;e caíao infernopor ela ainda não acordar. Tento
entender por que Deus fezisso comigo. Por que fezmeu caminho
cruzar com essa mulher, que está gerando minhas filhasdentro do
seu ventre, apenas para tirar ela lentamente de mim, me castigando
por ser o grande filho da puta egocêntrico que sempre fui?!
— Eu sei que já fizmuitas coisas nessa minha vida que não é
de se orgulhar. — Abaixo meu rosto, sentindo meu peito ser rasgado
enquanto tudo vai quebrando à minha volta. — Não sou perfeito,e
entre todos seus filhos,devo ser o que o Senhor tem menos apreço.
Mas se não forpor mim, que seja por ela. — Esmago minha boca,
sentindo a umidade em minha face, com a lágrima que rola por
minha bochecha, enquanto vou morrendo pouco a pouco. — Por
ela. — Fecho meus olhos e esfregomeu rosto, respirando fundo.—
Eu preciso dela, eu preciso de uma segunda chance... Preciso
dessa segunda chance. Por favo,r não me faça passar por isso outra
vez, não me dê algo que traga cor e esperança para minha vida,
apenas para arrancar logo em seguida. Porque eu não tenho mais
forças.Se me tirar ela e minhas filhas,não vai me restar mais nada,
Deus.
Deixo meus cotovelos se apoiarem à cama, ao lado do seu
corpo, segurando sua mão entre as minhas. Me sinto fraco,
impotente, pequeno como uma criança que busca por colo. Sinto as
lágrimas ficaremmais fortes.O choro que tranquei por quatro anos
dentro de mim, depois da morte da minha filha,rompe de dentro da
minha alma. Trago sua mão entre as minhas, para perto dos meus
lábios, a beijando, fechando meus olhos, tentando compreender o
que eu fiz, o que eu pude fazer para não merecer uma segunda
chance de ser feliz,e dessa vez ao lado da mulher que eu amo e
das minhas filhas.
— Por favo,r por favo.r..
Esmago minha boca, abaixando meu rosto, implorando para
Deus não me condenar outra vez a cair no inferno.Cristina chegou
em minha vida como um pontinho de luz de sol, que se infiltrapela
frestade uma casa velha fechadae trancafiadahá muito tempo. Me
fezquerer ver a luz do sol outra vez, sentir a quentura do calor tocar
minha pele, me fazer sair do breu no qual minha vida tinha se
transformado. E eu não quero voltar para lá, não quero viver no
escuro e saber que nunca mais a terei ao meu lado.
O gesto suave, um aperto leve, quase imperceptível em
minha mão, corre por minha pele como choques, descarregando
uma carga elétrica de vida em minhas veias. Ergo meu rosto e olho
na direção da sua face, encontrando o sentido da minha vida me
observando, tão delicada, frágil, arrancando batidas
descompassadas do meu coração.
— Graças a Deus, você acordou! — Fecho meus olhos,
sentindo a luz voltar para mim. Me movo rapidamente, levantando
da cadeira às pressas, libertando sua mão, inclinando meu corpo
sobre o dela, precisando senti-la em meus braços.
— Mãe, você tem que sair! — Cristina fala agitada, enquanto
minha sogra voltapara pertoda médica, batendomais fotos.— Oh,
meu Deus, Ariel! Tire esse celular da mão dela!
Os olhos arregalados de Cristina se expandem quando ela
me encara, enquanto tentorespirar com calma. Aperto a mão dela
com firmeza.
— Ariel... Ariel, você está pálido. Vai desmaiar no meio da
cesárea das nossas filhas? — Nego com a cabeça, tentandonão
olhar na direção da médica, que está fazendo o parto das meninas.
— Oh, meu Pai, Cris! Elas estão vindo ao mundo... — Ergo
meu rosto, virando-o na direção da voz eufórica da minha sogra ao
mesmo tempo que Cristina.
O choro estridente se faz forte quando a médica retira a
primeira bebê, e aperto mais forte os dedos de Cristina, me
encostandona lateral da cama do quarto do hospital, sentindo meu
coração parar de bater. A médica passa minha filha para a
enfermeira, que a enrola em uma manta, e logo em seguida retira a
outra.
— Elas nasceram! — sussurro, virando meu rosto para Cris,
que está com sua face chorosa toda molhada de lágrimas.
— Oh, meu Deus, elas nasceram, Ariel! — Beijo sua testae
esfrego meu nariz no seu.
— Eu teamo, CristinaMiller. Te amo mais que tudoem minha
vida. — Uma lágrima rola pelo meu rosto,se juntandoas dela, e seu
sorriso se expande em sua face.
— Obrigada por me dar o melhor presente da minha vida,
Ariel. — Sorrio para ela, beijando seus lábios.
— Não, meu amor, você foi o meu presente. Você foi a
melhor coisa que aconteceu na minha vida.
— Duas meninas saudáveis, mamãe e papai — a enfermeira
fala, alegre, fazendo com que eu me afaste de Cris, erguendo meu
rosto para minhas filhas.
— Cristo,elas são lindas... — Cristinasussurra, emocionada,
assim que a enfermeira arruma as meninas perto dela. — Oi, meus
amores, eu sou a mamãe... Aquele ali, babando em vocês, é o
papai.
Meus joelhos se dobram lentamente,e fico ao lado da cama,
com meu olhar nublado pelas lágrimas, admirando cada tracinho
delas. Ergo minha mão e tapo minha boca, sentindo uma emoção
imensurável me tomar, pelas duas vidas que estão ao lado de
Cristina. Estico meu braço e toco na mãozinha lambuzada de uma
delas, que chora. Sorrio, olhando para Cris. Inclino meu corpo e
deposito um beijo em seus lábios.
— Eu juro que sempre vou proteger vocês!
Cruzo meus braços em cima do peito, o estufando com
orgulho, olhando para o vidro do berçário enquanto admiro minhas
filhas deitadas nos berços, uma ao lado da outra. O sorriso bobo
permanece em minha face desde o segundo que eu saí da sala,
sendo direcionado pela enfermeira a vir para cá. Já faz quase duas
horas que estou parado na frente da vidraça, encantado, olhando
minhas filhas. O som da respiração pesada ao meu lado, me faz
girar meu rosto para o desembargador, que está calado, com seus
olhos presos nas meninas. Estava tão absorto em contemplá-las,
que nem notei a presença do meu pai.
— Obrigado! — ele murmura, soltando o ar lentamentedo
seu peito, mantendo seus olhos nas meninas.
— Agradeça à Cris, ela me obrigou a te avisar — respondo,
retornando minha atenção para o berçário, tendo um sorriso de
orelha a orelha a cada segundo que olho para elas.
— Obrigado mesmo assim — meu pai fala calmo, levando
sua mão ao bolso da calça, se aproximando do vidro. — Deus, elas
são lindas...
— Claro que são lindas, são minhas filhas. — Dou um passo
à frente, ficando lado a lado com ele, sem conseguir desviar meus
olhos delas.
— Se lembre que sua genética é a mesma que a minha,
então, de nada! — Fecho meus olhos e balanço a cabeça em
negativo ao ouvir a provocação dele.
— Você não vai me irritar hoje. Nada que falar vai conseguir
me fazer sair do sério — falo firme, tendo tantoorgulho das minhas
filhas, sorrindo com alegria para elas.
— Eu estava errado, meu filho.
Meu sorriso morre lentamente.Giro meu pescoço devagar,
olhando para meu pai, que me encara sereno.
— Não me diga que está morrendo e veio justo aqui, nessa
maternidade, querendo algum tipo de perdão, para poder fazer sua
passagem em paz...
— Não! Para seu desgosto, saiba que minha saúde está
excelente. Nunca estive me sentindo tão bem como agora.
Arqueio minha sobrancelha, estudandoa velha raposa astuta
e ardilosa que é o desembargador.
— Está emocionado ou está passando por algum tipo de
menopausa da terceira idade? Porque, realmente, não me recordo
quando foi a última vez que você me chamou de filho,
desembargador.
— Você tinha dezesseis anos na última vez que me chamou
de pai — ele me responde baixo, balançando a cabeça para os
lados. — Me recordo disso até hoje, foi quando você partiu para o
reformatório.
— Eu não parti, você me obrigou a ir embora e me fez me
referir a você com títulos jurídicos.
— Achei que seria o melhor para você, Ariel. Eu sabia do seu
potencial, sabia que precisava passar por aquilo para se tornar
homem.
Fecho meus olhos e nego com a cabeça, esmagando minha
boca.
— Eu tinha dezesseis anos, era um garoto que estava
aprendendo a lidar com a vida. Um erro, eu cometia porcaria de um
maldito erro, e você me sentenciou a seis meses em um
reformatório! Você não deixou nem a minha mãe ir me visita.r..
— Mas eu fiz aquilo pensando ser o melhor para você. Você
precisava saber que toda ação tinha uma consequência.
— Oh, não vem com essa! Eu cometium erro que qualquer
adolescente comete. Eu precisava do meu pai ao meu lado, e não
da porra do juiz Miller me sentenciando.
Quero gritar com ele, chutar seu rabo para bem longe de
mim. Eu era um adolescente besta, tinha pego seu carro às
escondidas e ido para um show em outra cidade. Quando estava
voltando, fui parado em uma blitz. Meu pai tinha dado queixa de
roubo do seu veículo,mesmo sabendo que tinha sido eu a pegar a
merda do carro.
— Eu sempre fui o seu pai. Até naquele momento, quando
bati o martelo, eu estava ali, na sua frente, como o seu pai.
— Não, quem estava lá era o juiz Miller. E você, no fundo,
realmente desejava que eu fosse aquele merda inútil que você
sempre me julgou ser, mas você estava errado, eu criei minha vida
sozinho, fiz meu nome indo para bem longe de você. E pode até
achar que eu sou um inútil por não ter conseguido cuidar da minha
própria família, por não ter protegido a minha filha...
Viro meu rosto para o berçário, respirando fundo, sentindo
toda raiva partir assim que as vejo.
— Eu vou protegê-las, vou amar aquela mulher cada dia da
minha vida, e nada do que você pensa sobre mim vai me fazer
fracassar.
— Eu sei, e eu tenho muito orgulho de você por isso. Tenho
orgulho do homem que você se transformou,do esposo que é, sinto
orgulho do pai que você foi para Dolly e do pai que você será para
as minhas duas netas. Por isso, volto a dizer, eu estava
completamente errado.
Ouço sua voz ficar baixa, com a longa respiração dele sendo
solta. Meu pai e eu somos fluentes com as palavras, em
conversações, diálogos, palestras e argumentos, menos quando
temos que nos comunicar entre nós dois.
— Eu errei por tersido duro com você. Errei ao sempre exigir
o máximo de você, até isso lhe transformar em uma cópia minha, e
me odiei por terlhe afastadode mim. — Sua voz falha e ele respira
fundo, soltandoo ar lentamente.— E a única coisa que posso dizer
é que sou gratopor você ser muitomelhor do que eu. Será um bom
marido, um excelentepai, muitomelhor do eu fui para você, e muito
melhor do que o meu pai foi para mim. Você é o maior orgulho da
minha vida, Ariel.
Viro meu rosto e olho para ele, enxergando o sorriso em sua
face enrugada enquanto admira suas netas.
— Elas vão gostarde tervocê na vida delas — murmuro para
ele. Meu pai ergue seu braço e bate em meu ombro.
— E eu vou amar estar na vida delas e na sua. — Ele sorri,
falando baixo. — Elas se parecem comigo. — Ele vira sua face para
mim, me dando uma piscada.
— Não exagera, pai — o respondo debochado, ouvindo a
gargalhada alta que ele solta.
Meu pai me puxa para um abraço, dando leves tapinhas em
minhas costas.
— Parabéns, meu filho!
— Obrigado, pai. — Correspondo ao seu abraço, o apertando
forte. Me afasto dele e balanço minha cabeça em positivo, sorrindo
para o velho, nos virando de frente para as meninas.
— Já sabem quais serão os nomes delas?
— Já. — Sorrio, erguendo meu dedo e apontando para a
esquerda. — Aquela é Merediti. — Desvio meu dedo para a direita,
olhando para ele. — E essa é a Sofia. — Cris e eu passamos os
últimos meses da gestação decidindo quais seriam os nomes das
meninas, e amamos Merediti e Sofia.
Meu pai respira fundo, ficando em silêncio, olhando para elas.
— Eu nunca vou cansar de lhe agradecer.
Giro meu rosto e desvio meus olhos das minhas filhas, que
estão adormecidas, cada uma amparada por um dos braços de
Cristina, comigo sentado ao seu lado na cama da maternidade,
admirando minhas meninas.
— Sobre o quê? — sussurro para ela, esticandominha mão e
alisando sua face tranquila.
— Por ter me dado os melhores presentes de aniversário de
toda minha vida, doutor Miller — Cris murmura, sorrindo, virando
sua face e dando um beijo em minha mão, que alisa sua bochecha.
— Por ter entrado em minha vida.
Inclino meu pescoço e me aproximo do seu rosto, deixando
nossos olhos na mesma altura.
— Você que foi o meu presente, Cris. Um dos melhores
presentes que eu recebi em minha vida, babá McPhee. — Dou um
beijo em seus lábios, sorrindo ao ouvir os sons manhosos das
pequenas em seus braços. Me afasto dela e volto para a minha
posição ereta, sentado ao seu lado, esticandomeu braço por cima
do seu ombro e alisando a pequena cabecinha de Merediti.
Cris suspira, recosta sua cabeça em meu peito e segura o
dedinho de Sofia, que corresponde e apertafirme o polegar da mãe.
Sorrio para minhas meninas, sentindo uma paz que há muito tempo
eu não sentia. Minhas três chances de ser feliz:Cristina, Merediti e
Sofia. Tive que ir do céu ao inferno para, enfim, poder terminha paz
ao lado delas.
— Eu amo vocês, amo muito todas vocês. — Beijo a cabeça
de Cris, respirando com força, tendo o que mais importa em minha
vida junto comigo.
— A gente também te ama muito, Ariel.
Agradecimentos
Muito obrigada à Cristina e Ariel, que me deram a honra de
poder contar suas histórias, que são tão comoventes quanto
apaixonantes.Obrigada a todasas noitesem claro, a cada segundo
que eles tagarelavam dentro da minha cabeça, não silenciando até
o último ponto final.
Obrigada a todas as colaboradas que ajudaram a enriquecer
essa obra, minhas revisoras e capista. Obrigada às minhas
meninas, que amo de paixão e que sempre estão ao meu lado:
Halana Oliveira e Janaina da Silva.
Meu muitíssimo obrigada eterno para minha doçura de
pessoa, Val Gonçalves, a qual não me canso de agradecer.
E obrigada a você, maravilhoso leitor, por se permitir
embarcar nessa história!
Outras obras:
Primeira série:
KATORZE - LIVRO 1
PAOLO A RENDIÇÃO DO MONSTRO - LIVRO 2
PAOLO O DESPERTAR DO MONSTRO - LIVRO 3
ATENÇÃO:contém cenas eróticas e gatilhos que podem gerar desconforto. não
indicado para menores de 18 anos.
Quando um pesadelo deixa marcas. Quando em um dos piores momentos,
nasce uma luz para guia-la. Quando ela se apaixona por seu algoz e finalmente
tudo está na mesa, o desejo carnal e selvagem se revelam. Mas a ferida agora,
está aberta.
Vocês irão odiá-lo, cobiçá-lo e até mesmo deseja-lo. Conheçam Daario Ávila e
embarquem em uma aventura na Espanha, regada de erotismo e reviravoltas
de tirar o fôlego. Será que o príncipe encantado, pode se tornar um pesadelo?
Criado como um animal de estimação desde criança, entre a sarjeta e os
abatedouros da fazenda Ávila, Paolo se tornou o cão de ataque perfeito de
Joaquim Ávila, um animal feroz, sem remorso, sem empatia. Moldado pela dor
e degradação, é uma alma condenada e vazia, que sente gosto de liberdade
quando sua coleira invisível é quebrada. O destino, contudo, o leva, entre a
vida e a morte, pelas as águas turbulentas do rio, até os cuidados da pequena
Yara.
Em um ímpeto de desespero pela morte que o chama em seu leito, Yara
faz de tudo para salvá-lo, até o que não deve. A pequena boneca solitária só
não sabia que quem ela salvava não era apenas um forasteiro com faces
tristes, mas sim um monstro que traz em seus olhos tanta morte quanto o cano
do seu .38.
Yara entende de monstros. Teve seu caminho cruzado por um, que a
deixou marcada para sempre. Mas ali, diante da face do mal encarnada entre
os olhos marrons daquele forasteiro, que traz uma dor tão antiga, não é medo
que sente, mas sim sua luz, que se liga à escuridão dele.
Tudo nessa vida tem um preço, e Yara sabia disso quando salvou a vida
do monstro que entrou em seu caminho. Tendo que escolher entre o homem
que amava e os frutos dessa paixão que cresciam em seu ventre, partiu,
deixando-o sem olhar para trás. O que ela não sabia é que sua magia deixou
rastros, e agora algo muito pior vêm atrás dela.
Seu mundo desaba quando suas filhas são levadas por um mal maior, e
o destino brinca com a pequena bruxa, colocando-a frente a frente com o
homem que tanto assombrou suas lembranças por longos anos.
O monstro se perde assim que seus olhos pousam na pequena mulher
solitária que vê em seus sonhos, e que agora está em carne e osso na sua
frente. Algo dentro de Paolo desperta, puxando-o para ela cada vez mais, sem
entender o que os liga.
O Cão e a Bruxa estão de volta em mais uma batalha.
Yara lutará com toda sua força para ter suas filhas de volta. No meio da
sua jornada, precisará mostrar ao monstro o poder e a força da magia do amor,
e encarar a ira de cinco anos longe dos olhos tão sombrios quanto o portão do
inferno.
Poderá o cão de caça perdoar a bruxa que o jogou no limbo por cinco
anos, sem despertar o monstro que habita nele?
Um inimigo antigo uniu os irmãos Ávilas em uma derradeira vingança.
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carnificina e sangue para aqueles que machucaram suas famílias.
A cada percurso da caçada, em uma busca cruel e implacável pelas suas
mulheres, os monstros estavam famintos por morte e justiça, fazendo aliados
poderosos e alianças inquebráveis, deixando um rastro de corpos por onde
passavam.
A pequena bruxa Yara encontrou forças para lutar pela sua sobrevivência e
do seu filho quando a destemida pantera Katorze cruzou seu caminho de uma
forma inesperada. As duas mulheres traziam fé em seus corações de que seus
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Se me perguntarem se já era amor desde o início, garanto-lhe
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mórbido e louco nos unia em nossa agonia chamada vida.
Se existia um inferno, eu iria para lá por ele, pois onde mais
dois pecadores poderiam descansar suas almas negras manchadas
pelos pecados da carne? E então, eu fui. Joguei-me de cabeça em seu
mundo. Conforme trazia Ben para mais perto de mim a cada sonho, a
cada parte dele que eu salvava, uma parte minha ficava presa em
seu labirinto. Em meu peito, onde batia um coração de uma menina
apaixonada, não importava em quantos pedaços eu teria que destruir
minha alma para salvá-lo, pois a loucura que o habitava era a mesma
que tinha morada fixa em meu coração.
Lizandra, essa sou eu, ou a sombra de quem eu fui um dia.
ATENÇÃO:CONTÉM CENAS DE SEXO E LINGUAJAR INAPROPRIADO PARA
MENORES DE 18 ANOS
Zelda estava preparada para tudo em sua vida:uma híbrida latino Afro-Americana
com sangue quente que desejava apenas ter uma chance para mostrar que não
veio ao mundo para brincar. Queria um lugar ao sol entre as indústrias de
construção civil. O que ela não imaginava, no entanto, ao aceitar o estágio na
Indústrias Ozbornes, era que, junto com a porta do seus sonhos ao mundo do
negócios, também se abriria a porta dos desejos e fantasias quente como o
inferno:seus dois chefões em ascensão.
Quatro mulheres desesperadas por apenas uma noite de folga e por um segundo
de descanso ganham, misteriosamente, um sorteio relâmpago de rádio, que tem
como prêmio uma estadia nas suítes luxuosas do novo hotel da pacata cidade.
Cada uma tem sua história e seus segredos, mas todas trazem uma coisa em
comum:desejos reprimidos.
O Dia das Bruxas nunca mais será o mesmo para elas.
Não deixem de perder essa deliciosa noite de Halloween, principalmente se for
uma menina malvada.
Handrey, junto com seu irmão Jonny, participava ativamente de um grupo
de neonazistas violentos, pregando a supremacia branca. Seu destino mudou ao
encontrar o corpo do seu irmão junto a um homem negro dentro do seu
apartamento, ambos sem vida. Ele nutriu apenas ódio e autodestruição por
catorze anos, jogado dentro da penitenciária federal, almejando apenas uma
chance de descobrir quem era o verdadeiro assassino do seu irmão. Sua chance
veio acompanhada de um pro bono misterioso, que lhe deu sua liberdade
provisória.
O homem passou a ver as coisas de uma maneira diferente ao se deparar
com Eme, uma stripper negra que o levou a questionar uma doutrina de uma vida
inteira. Ele já não se sentia mais à vontade com o grupo neonazista.
Quando corpos mutilados de mulheres negras e imigrantes começaram a
aparecer pelas ruelas do porto, assombrando todas as garotas de programa ao
descobrirem que tinha um assassino em série que matava por esporte, Handrey
percebeu que mais alguma coisa tinha escapado junto com ele do esgoto imundo
que era seu passado.
Dylan Ozborne sabia que a pior época da sua vida era dezembro. Ainda
não acreditava que seu irmão havia o obrigado a ser o Papai Noel para o evento
beneficente.
Elly poderia ter sido a boa menina o ano inteiro, mas deixou para ser a menina má
justamente três dias antes do Natal, indignada com o nada bonzinho e muito
menos velhinho Noel. Então resolveu se vingar do tirano e por fim lhe dar uma
lição que nenhum
Sedrico Lycaios, mais conhecido pelas noites quentes regadas às
promiscuidades de Chicago, como uma divindade do prazer, é proprietário do
clube peculiar, nada ortodoxo e, sim, envolvente e pecaminoso:a Odisseia, onde
proporciona todas as experiências desejadas por seus clientes, para aplacar seus
prazeres mais obscuros. Mas, como todo semideus, Dom Lycaios tem sua
fraqueza, e é entre as paredes do seu templo da perdição que se vê sendo
fisgado pela doce inocência de Luna, a dançarina exótica, tão silenciosa e
misteriosa, que o prende a cada movimento do corpo dela. Uma perfeita sugar
baby, que desperta o interesse do sugar daddy que ele traz aprisionado no canto
mais obscuro do seu ser. Luna não tem chances para escapar das manobras do
implacável homem, que a envolve em suas teias de aranha. Afinal, o prazer
sempre fora o maior império de Sedrico.
Um amor além do tempo, do universo, do grande desconhecido. E se nada fosse
o que realmente é? E se entre seu mundo tivesse outro, onde magia e realidade
se chocassem? Onde uma maldição foi imposta, obrigando um príncipe do
submundo a enxergar com outros olhos a raça que ele julgava a mais inferior de
todas. Onde fosse condenado a vagar por eras e eras em busca de uma estrela
solitária.
E se nada fosse o que é?
Maria Eloiza estava acostumada com a batalha diária que a lavoura tinha e
com o esforço sobre-humano que seu trabalho lhe trazia. Seguia batalhando mais
uma vez, atrás de outra usina, dando graças a Deus quando essa apareceu, mas
nunca imaginou que o canavial lhe traria mais do que já estava acostumada a ter,
até se perder nos olhos mais verdes que as plantações de cana.
Pedro Raia trazia o legado de sua família junto com ele. Mesmo
renunciando aos sonhos que tinha, aceitou voltar para casa quando foi
convocado, cuidando de perto de cada um que entrava em suas terras, pois
nunca foi de ficar dentro de quatro paredes. Sua paixão pela terra era antiga,
desde menino trabalhava na lavoura. Gostava da terra em suas mãos, sabendo
que era dali que vinha toda sua essência. Mas sua vida mudou quando, entre
mais uma remessa de boias-frias, a pequena cabocla, com olhos assustados, lhe
mostrou o mais puro brilho de sua alma. Dois mundos, que andavam entre linhas
finas, se chocaram. A realidade de um contra a vida do outro.
A vida sempre foi puxada para Maria Rita, fazendo-a se tornar o alicerce da
sua casa e a moldando para ser a presença materna e paterna para suas irmãs.
Não é de riso fácil, e muito menos de ser dobrada por homem, mas algo muda em
sua vida quando seus olhos se cruzam com o peão chucro, Zeca Morais. Ele fará
de tudo para laçar a mulher endiabrada, que faz seu coração disparar. Um amor
nasce sem freios entre os dois em meio aos cafezais. E juntos terão que enfrentar
um grande inimigo, que fará de tudo para acabar com a vida de Zeca Morais.
Yane Rinna tem sua vida mudada da água para o vinho quando se torna
testemunha principal de um assassinato. Ela se vê obrigada a entrar em um
disfarce para garantir sua segurança até o dia do julgamento. E de uma stripper
desastrada, inteiramente azarada, se torna uma freira monitora de quatro
adolescentes rebeldes. O que ela não imagina é que no último lugar que poderia
sonhar, o amor e o desejo puro estarão no ar. Dener Murati, o vizinho aristocrata
do convento, tem seu autocontrole testado por uma fajuta freira sexy, nada santa,
que invade sua residência para se refrescar na calada da noite, pelada, em sua
piscina. A pequena feiticeira que o encanta vai virar sua vida meticulosamente
organizada de cabeça para baixo.
[1] O crime do “colarinho branco” encontra-se relacionado a fraudes, uso de
informações privilegiadas, subornos e outras atividades praticadas principalmente
por pessoas instruídas culturalmente e financeiramente, e que, muitas vezes,
detêm de cargos políticos ou possuem influência no governo. O termo “colarinho
branco” possui essa designação por fazer referência às pessoas instruídas e
influentes que geralmente vestem terno e camisa social, dessa forma, uma
caracterização atípica do que geralmente se tem de um criminoso.
[2] O Mai Tai é um coquetel à base de rum, licor de curaçao, xarope de orgeate e
suco de limão. É um dos coquetéis quintessencial da cultura Tiki.
[3] Uma pessoa que só faz o que quer, sem se preocupar com a opinião dos
outros.
[4] Sanduíche de uma rede de lanchonetes.
[5] Uma rede de lanchonete, que vende lanches por comprimentos.
[6] É uma condição na qual uma pessoa está excessivamente e indevidamente
preocupada em ter uma doença grave.
[7] A ninfomania, também chamada de desejo sexual hiperativo, é um transtorno
psiquiátrico caracterizado pelo excesso de apetite sexual ou desejo compulsivo
por sexo.
[8] Chamado primeiramente de "contrologia", o pilates é um tipo de atividade
física que busca o controle dos músculos do corpo, fortalecendo a musculatura e
melhorando seu tônus, além de conferir maior flexibilidade ao corpo.
[9] É uma medida, um número que expressa a capacidade intelectual de um
indivíduo com base em critérios de referência e comparações, estabelecendo uma
relação entre sua idade mental e cronológica.
[10] Nanny McPhee é um filme de 2005 baseado na personagem Nurse Matilda,
de Christianna Brand.
[11] Victoria's Secret (em português: "Segredo de Victoria") é uma marca de
lingerie e produtos de beleza fundada em 1977 por Roy Raymond.
[12] É um personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e
escritor Sir Arthur Conan Doyle. Holmes é um investigador do final do século XIX
e início do século XX.
[13] Réu Primário é o termo utilizado no direito penal para determinar os
acusados que nunca foram sentenciados anteriormente.
[14] Registro de entrada.
[15] É uma medida jurídica para proteger indivíduos que estão tendo sua
liberdade infringida, é um direito do cidadão.
[16] Ou treinador pessoal, é um profissional da área de Educação Física que atua
com seus clientes de forma individualizada, elaborando e supervisionando
treinamentos físicos específicos para cada um.
[17] O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade
que se manifesta em decorrência de o portador ter sofridos experiências de atos
violentos ou de situações traumáticas.
[18] É uma marca italiana de moda, considerada um símbolo de luxo e status. Foi
fundada em 1913 por Mario Prada. É especializada em bolsas de couro,
acessórios de viagem, sapatos, perfumes e outros acessórios.
[19] Significa o modo de agir e, no mundo jurídico, é a expressão utilizada para
caracterizar a forma peculiar que um criminoso (ou vários) tem de agir.
[20] É um exame que avalia a mucosa do intestino grosso, sendo especialmente
indicado para identificar a presença de pólipos, câncer intestinal ou outros tipos de
alterações no intestino, como colite, varizes ou doença diverticular.
[21] Recursos humanos.
[22] Rolex S.A. é uma empresa suíça fabricante de relógios de pulso e
acessórios com sede em Genebra, fundada em 1905 por um alemão, Hans
Wilsdorf. É considerada por muitos como um símbolo de status social.
[23] Relativo ao comércio feito por atacado ou o que compra em grandes
quantidades os artigos de sua especialidade e os revende igualmente por lotes
aos comerciantes do varejo (diz-se comerciante). Aqui ele quis dizer que o vinho é
barato e de qualidade ruim.
[24] Atenuante é aquilo que torna menos grave, mais tênue.
[25] É um ator, produtor de cinema e artista marcial norte-americano.
[26] Blade é um filme de terror norte-americano de 1998, dirigido por Stephen
Norrington e escrito por David S. Goyer. Baseado no super-herói da Marvel
Comics de mesmo nome, é a primeira parte da série Blade.
[27] O termo significa “acertar alguém na cabeça”. Para um jogador de FPS, fazer
um headshoté como marcar um gol na gaveta.
[28] O termo emprestado da computação, descreve um erro do próprio jogo. Um
personagem ficando preso em uma parede, por exemplo.
[29] Jogador.
[30] Dar match. Match é uma palavra em inglês que pode significar “combinação”,
então a expressão “dar match” seria o mesmo que combinar, formar um bom par
com alguém.
[31] Gloria.
[32] Uma premiada cantora, compositora, atriz, produtora, supermodelo e
empresária norte-americana. É considerada pela crítica musical como a melhor
cantora de todos os tempos.
[33] Quando o sexo oral é executado, são a base do corpo do pênis e os
testículos que recebem estímulos pela fricção com os seios, sendo a glande
estimulada pela boca. Essa prática é também conhecida como "espanhola" em
países como Itália, França, Portugal e Brasil.
[34] Jack, o Estripador (em inglês: Jack the Ripper) é o pseudônimo mais
conhecido para designar um famoso assassino em série não identificado que
atuou na periferia de Whitechapel, distrito de Londres, e arredores em 1888.