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Published by andreaires, 2018-08-20 14:51:20

Textos_e_Contextos

Textos_e_Contextos

Textos e contextos

Os professores da Escola de Agronomia não eram portadores de
títulos de pós-graduação (mestrado ou doutorado). Em sua maioria,
eram autodidatas. No entanto, ministravam aulas excelentes e
tinham conhecimentos atualizados. Destacam-se Mateus Ventura,
Dario Soares, Prisco Bezerra, Renato Braga, Francisco Alves,
Haroldo Pequeno, Milton Botelho, Godofredo de Castro, Diógenes
Cabral, José Matias e muitos outros. Os formandos de 1962
escolheram, como Patrono, o Professor Hugo Lopes e Paraninfo, o
Professor Jaime Nascimento.

Dessa turma, saíram professores universitários, extensionistas
agrícolas, pesquisadores, técnicos de ministérios e entidades de
desenvolvimento regional ou estadual, empresários ao lado de
cargos como secretários de Estado e do Município, reitores,
diretores de faculdades, prefeito, pró-reitor, diretores da SUDENE,
DNOCS e órgãos estaduais, bem como presidentes de entidades de
classe, conselhos regionais e sociedades cientificas.

Os formandos atuaram também nas áreas de Química, Biologia,
Solos, Fitotecnia, Zootecnia, Engenharia Agrícola, Piscicultura,
Economia Agrícola e Sociologia Rural, Administração e Educação,
demonstrando que a formação do engenheiro agrônomo permitia
um amplo leque de oportunidades, o que não mais acontece nos
dias atuais.

Por isso é que se pode dizer que os formandos de Agronomia de
1962 – à qual com muita honra pertenço - são uma turma de
vencedores!

O Povo, de 07/01/2013.

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OS CEARENSES SÃO ABESTADOS?

Os cearenses são abestados? Acreditaram piamente que a
Petrobras iria implementar uma refinaria no Ceará? Era um sonho
dos cearenses há mais de 50 anos. A refinaria criaria mais de 90 mil
empregos, aumentaria a renda per capita do Estado e possibilitaria
a implantação de outras indústrias decorrentes do refinamento do
petróleo.

Promessas políticas foram inúmeras. No ano de 2010, o
Presidente Lula, juntamente com o governador Cid, realizou a
cerimônia de lançamento da pedra fundamental da refinaria. Placa
do evento foi afixada, discursos vibrantes foram pronunciados,
chuva de fogos promovida, manchetes de jornais estampadas,
reportagens de tevê divulgadas, políticos e empresários
comemoraram efusivamente.

Em 2012, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Costa,
o mesmo que está sendo processado pela Operação Lava-Jato
esteve em Fortaleza, junto à FIEC, afirmando: "Vamos utilizar
equipamentos pesados em todos os setores da refinaria. Os
empresários cearenses devem correr o mundo e trazer fabricantes

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para montá-los aqui." Vibração intensa e destaque na imprensa
local.

O Governo Estadual, na certeza da vinda da refinaria, investia
recursos próprios na expansão do Porto do Pecém, no desvio da
estrada CE-085, na desapropriação de terrenos num total de mais
de 657 milhões de reais.

Em 2013, a presidente da Petrobras, Graças Foster, esteve no
Ceará assinando o termo de compromisso para a criação da reserva
indígena Taba dos Anaces, visando à desocupação da área
destinada à refinaria. Novas alegrias, ampla divulgação, políticos
eufóricos. A caneta usada por Foster foi guardada como símbolo do
evento histórico.

Em 2013 e 2014, a Presidente Dilma esteve no nosso Estado
afirmando que “a Refinaria Premium vai ser construída no Ceará.
Essa é uma decisão irreversível" e só faltou complementar "nem
que a vaca tussa". Foi uma vibração nunca vista, traduzida na
votação massiva dos cearenses na reeleição de Dilma.

Finalmente, a Petrobras comunicou no dia 28/01/2015, o
cancelamento da implantação das refinarias nos Estados do Ceará e
Maranhão. Fomos enganados. Será que aprendemos alguma coisa?
Ou será que somos abestados mesmo?

20/02/2015.

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Textos e contextos

ACADEMIA CEARENSE
DE ENGENHARIA

A Academia Cearense de Engenharia tem a missão de contribuir
para que a sociedade em geral - profissionais, trabalhadores,
empresários, Estado - seja servida de forma competente, ética e
inovadora pelos engenheiros e segundo critérios de
sustentabilidade. Ela atua como sociedade técnico-científico-
cultural de forma honorífica.

A Academia é constituída por 40 Acadêmicos Titulares
Fundadores e por 40 Acadêmicos Honorários Fundadores, oriundos
das diferentes modalidades da Engenharia, atuantes em diversas
entidades públicas e privadas, com variados anos de atuação
profissional, muitos deles tendo ocupado cargos de direção pública
ou empresarial. Por serem portadores de ricas experiências
profissionais, abrem-se oportunidades na Academia para discussão
e busca de soluções para os nossos problemas socioeconômicos.

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Textos e contextos

A Academia pretende ter um papel proativo na sociedade
cearense, contribuindo para o estudo de temas que apoiem a
formulação, a implementação e a avaliação de políticas públicas na
área tecnológica; o desenvolvimento sustentável do Ceará e do
Brasil; a colaboração com as autoridades competentes no
desenvolvimento da educação, da ciência e da tecnologia.

A Academia também pretende realizar eventos técnicos,
científicos, culturais e artísticos focados em temas da Engenharia e
da sociedade cearense; preservar a memória da Engenharia
cearense e homenagear engenheiros e destacar efemérides
importantes.

A Academia surge em função do empenho do engenheiro
Victor Frota Pinto, Presidente do Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia do Ceará que agregou profissionais de Engenharia
para discutirem a ideia, disponibilizando as dependências do
Conselho para as reuniões preliminares, acompanhando
permanentemente as discussões e pontos levantados e,
principalmente, dando o apoio necessário para a sua instalação.

O grande desafio doravante consiste no estabelecimento de
metas a cumprir, nos suportes institucionais e financeiros, tendo em
vista seus objetivos e finalidades.

A instalação oficial será 21 de janeiro de 2016, em sessão
solene comemorativa dos 80 anos de criação do CREA-CE,
iniciando um período de contribuições para o fortalecimento da
Engenharia cearense.

O Povo, de 21/01/2016.

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CULTURA HISTÓRICA?

Recentemente foi encontrado no lixo da Faculdade de
Medicina, danificado, entre placas enterradas, o busto do ex-
governador Faustino de Albuquerque e Souza. Para aqueles que
não sabem quem foi Faustino de Albuquerque, esclareço que se
formou em Direito (Faculdade de Direito do Ceará, em
1910), professor de português e francês da Escola Normal e Liceu
do Ceará (1911), 1º Diretor do Teatro José de Alencar (1912). Na
carreira de juiz (1914-1927) atuou nos municípios de Maranguape,
Barbalha, Camocim e Baturité. Desembargador (1928), 1º
Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (1934-1937,
1945), Presidente do Tribunal de Justiça do Estado (1938 e 1945),
Governador do Ceará (1947-1950) e 1º Presidente do Instituto
Brasil/Estados Unidos (IBEU).

A história registra o esforço para a criação da Faculdade de
Medicina do Ceará, a partir de 1947, com o surgimento da
Sociedade Promotora da Faculdade de Medicina do Ceará, tendo
como presidente de honra o médico César Cals de Oliveira e
presidente o médico Jurandir Morais Picanço. Posteriormente a

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Textos e contextos

referida Sociedade foi transformada em Instituto de Ensino Médico
(1948), com sua diretoria formada pelos médicos César Cals,
Jurandir Picanço, João Otávio Lobo, Antônio Jucá, Haroldo
Juaçaba, Eliezer Studart e mais os médicos João Saraiva Leão,
Ossian Aguiar, Paulo Machado, Walter Cantídio, Waldemar
Alcântara, Newton Gonçalves e Carlos Ribeiro e foi instalada no
12 de maio de 1948.

O Governo Faustino de Albuquerque cedeu o prédio onde
funcionava o Grupo Escolar José de Alencar (atual sede do
IPHAN), para sediar a Faculdade de Medicina do Ceará.
Também foi cedido o Hospital Carneiro de Mendonça, então
em construção, atualmente o Hospital Universitário Walter
Cantídio. Em reconhecimento aos professores pioneiros da
Faculdade e a seus apoiadores - como o Governador Faustino de
Albuquerque - foram erigidos bustos colocados em salas de aula e
laboratórios.

É chocante ver ocorrer tal descuido, principalmente em relação
a uma instituição importante como a Universidade Federal do
Ceará. Recentemente o Tribunal de Contas da União
solicitou tombamento dos seus prédios e a equipe encarregada para
o levantamento tem dificuldades, vez que placas indicativas das
datas de inaugurações foram retiradas; retratos de antigos diretores
desapareceram; arquivos com material histórico da Universidade
abandonados no subsolo do antigo prédio dos Institutos Básicos
(atual Setor de Pessoal), onde inundações os destruíram.

Em nossa cidade tem sido ação corriqueira mudar placas de
ruas, avenidas e praças. É bem representativo o episódio ocorrido
à época da oligarquia Nogueira Acioli, quando
foi inaugurado jardim com seu nome na Praça José de Alencar. Tão
logo assumiu Franco Rabelo, a antiga placa foi retirada e o local
rebatizado com o nome do novo governante. Canhões históricos do
velho forte foram vendidos como ferro velho. Por isso não admira
ocorrerem histórias desse tipo. Cadê a consciência histórica?

Diário do Nordeste de 29/09/2016

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Textos e contextos

AGRADECIMENTOS
A minha esposa, bibliotecária Marlene
Menezes de Albuquerque, pelas sugestões na

elaboração do presente livro.
Ao Francisco de Araújo, pelo apoio na tarefa

de digitação.
Ao professor José Cajuaz Filho, pela revisão,
sugestões sempre competentes e amizade que

vem desde nossa juventude.
Ao professor Geraldo Jesuíno da Costa, pela

diagramação, montagem e arte final.

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