“Liderar não é dominar, mas influenciar para que outros façam. Deus concedeu autoridade para que o homem dominasse sobre todo o ser vivente, exceto sobre outro homem” (Rogério Lang).
Sumário
Resumo da história cristianismo Vida e ministério dos apóstolos Resumo da história eclesiástica O obreiro e a hierarquia da igreja Administração eclesiástica Obreiro e a liderança cristã Obreiro e o trabalho em equipe Obreiro e a sua chamada Obreiro e a sua preparação Obreiro e o seu testemunho Obreiro e a ética
Psicologia pastoral
O obreiro e a bibliologia
Obreiro e a congregação
Ordem no culto
O obreiro e a arte de pastorear Igreja como jardim
O obreiro e as linguagens tipológicas Batismo nas águas
Santa ceia do Senhor
O obreiro e o Espírito Santo Discipulado e novo nascimento Culto fúnebre
Escola bíblica dominical
Obreiro e os dias maus
A dedicação do obreiro
Evangelismo Capelanía
O dirigente e a jurisdição
O obreiro e contribuição
O obreiro e a família
O obreiro e o perdão
Recompensa do obreiro
Resumo da história do cristianismo
“Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18).
Definição de igreja
A palavra igreja tem origem latina Eclésia e traduzimos por chamados de dentro para fora. Na literatura secular, Eclésia referia-se a uma assembleia de pessoas, usado para denotar um levante, um comício ou uma reunião para diversas finalidades. No novo testamento essa palavra tem um sentido mais específico, ela emprega Eclésia em duas referências, uma para o templo usado pelos crentes cristãos que se reúnem para adorar a Deus, e a outra para nomear um cristão como membro do corpo de Cristo, conforme encontramos em (Romanos 12.4-5/1 Coríntios 10.17/1 Coríntios 12.12-31/Efésios 2.16; 4.4-6/Colossenses 3.15).
Origem da igreja primitiva
A igreja primitiva é sequencial do judaísmo hebraico, sua raiz surgiu do cruzamento de duas culturas, a hebraica e a helenística. Seus ensinamentos estão contidos exclusivamente no novo testamento, tendo a maior ênfase no livro de Atos dos apóstolos e nas cartas Paulinas. A igreja primitiva tem início com o Senhor Jesus Cristo cujas obras e ensinamentos estão registrados nos quatro evangelhos. A palavra evangelho significa boas notícias ou boas novas. Ele se origina das boas notícias que os mensageiros traziam das guerras aos seus oficiais quando uma batalha era ganha. Em meio a um período de densas trevas e de muita dor, surgiu uma boa notícia, a possibilidade de alcançar a graça e a paz de Deus gratuitamente por meio do sacrifício do Filho de Deus.
Os quatro evangelhos da Bíblia
Os três primeiros evangelhos Mateus, Marcos e Lucas, são conhecidos como evangelhos sinóticos, que significa abreviado, resumido ou testemunha ocular, ou seja, é um resumo idêntico de várias passagens dos diferentes evangelhos. Também são chamados de testemunhas oculares pelo fato de esses evangelhos terem sido escritos por pessoas que estavam presentes aos acontecimentos ou ouviram os relatos de pessoas que estiveram presentes. Isso implica em dizer que tudo quanto está escrito nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, foram escritos por pessoas que viram, ouviram e testemunharam dos milagres e dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Mateus escreveu seu evangelho para os judeus, Marcos escreveu para os romanos, Lucas escreveu para os gregos e João escreveu para a igreja e para um grupo de espiritualistas e filosóficos da época conhecidos como Gnósticos. Estes defendiam que a salvação só era possível por meio do conhecimento e da sabedoria, por isso difundiam heresias a respeito da vida e
obra de Jesus Cristo. O quarto evangelho, o de João, embora possua vários registros iguais aos sinóticos, ele não compõe o grupo dos evangelhos sinóticos, mas teve como finalidade escrever para a igreja como forma de ensinamento.
Israel e o cristianismo
Alguns cristãos contemporâneos interpretam erroneamente uma passagem encontrada no evangelho de João (João 1.11-13) quando diz: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”. Eles interpretam que a igreja do novo testamento ocupa o lugar que um dia foi de Israel, e como consequência de sua rejeição ao Senhor Jesus, Deus teria substituído Israel pela a igreja, transferindo a ela todas as suas promessas e privilégios. Mas isso não é um grande equivoco, mesmo por que a igreja é apenas um ramo que foi enxertado na raiz que é Israel, conforme lemos, “Se a rejeição de Israel é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são. E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, Não te glories contra os ramos, e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Romanos 11.15-18). A promessa que Deus fez a Israel continua valendo todos os dias, e tudo se cumprirá no seu devido tempo. A igreja foi enxertada em Israel abrindo a oportunidade dos gentios serem salvos por meio do sacrifício de Cristo, esse tempo é chamado de tempos dos gentios (Lucas 21.24). As promessas que são para Israel serão cumpridas em Israel, e as promessas que estão reservadas para a igreja serão somente para a igreja.
O cristianismo
O cristianismo é uma religião, o seu nome vem da palavra Cristo, que significa Messias ou pessoa ungida e os seguidores de Jesus Cristo foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia, porque seus comportamentos e atividades eram como os de Cristo (Atos 11.26). Ela passou a ser considerada uma das maiores religiões do mundo e a maior parte de seus ensinamentos é oficialmente encontrada na Bíblia Sagrada. Por ela e através dela, Deus tem mudado a história e a vida de milhares de pessoas.
A fé cristã ensina que a vida presente é uma caminhada, e que a morte é uma passagem para a eternidade, podendo ser uma eternidade de gozo e paz para aqueles que seguirem os ensinamentos de Jesus Cristo (João 6.47 / 1 João 2.25 / 1 João 5.1), ou uma eternidade de gritos e tormentos para aqueles que rejeitarem os ensinamentos de Cristo conforme (Mateus 25.41 / 2 Tessalonicenses 1.9).
O nascimento do cristianismo às vezes se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. No inicio o cristianismo foi
apontado como uma seita surgida do judaísmo e foi terrivelmente perseguida por Roma, mas com o passar dos anos foi confirmada pelas profecias e pelos testemunhos dos cristãos de que o cristianismo era de fato a igreja do Filho de Deus, o Cristo salvador, e passou a ser considerada a igreja oficial do império.
Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano 4 a.C. na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos que eram chamados de (Césares), por isso, os judeus aspiravam pela chegada do Messias, que segundo a tradição seria um grande líder, um homem de guerra que iria libertar Israel da opressão romana e que governaria absolutamente e politicamente sobre os judeus. As profecias e a crença judaica apontava para o nascido do libertador de Israel para aqueles dias, o que levou Herodes, o governador romano de Jerusalém a matança das crianças de sua época, pois via que seu trono estava ameaçado pelo futuro rei dos judeus, acreditando que se matasse o futuro rei dos judeus, certamente seu império não existirá, então estaria livre de uma retaliação. Mas contrário aos projetos de Herodes, Jesus nasceu em Belém e viveu anônimo em Nazaré até aos trinta anos de idade. Aos trinta e três anos de idade Jesus seria crucificado em Jerusalém e ressuscitaria ao terceiro dia. Em aproximadamente três anos, Jesus reuniu seus seguidores, e com doze apóstolos percorreu as regiões de Israel e Jerusalém pregando a sua doutrina, fazendo discípulos e realizando muitos milagres, como: ressuscitar pessoas, curar cegos, limpar leprosos e pregando o arrependimento e o novo nascimento. Sua fama se alastrou por todo o Oriente Médio e logo se tornou conhecido por todos, levando uma grande multidão de pessoas a seguirem, uns para ouvir a sua doutrina, outros pra serem curados e libertos de espíritos malignos, outros somente por curiosidade. As autoridades religiosas judaicas da época o consideravam um blasfemo, por se autodenominar o Messias, o Filho de Deus, e, como o considerava um desprovido de aparência e de autoridade política suficiente para libertar o povo judeu da dominação romana, para eles não passava de um agitador popular, um sonhador. Mas a verdadeira mensagem deste homem só pode ser compreendida séculos depois, ele pregava a paz, amor ao próximo, e fazia o bem. E a libertação que trouxe aos homens, não somente aos judeus, mas a toda a humanidade era ainda mais excelente, pois sua libertação não se privou na libertação corpo físico, mas da alma e do espírito. Tudo o que dele haviam anunciado e profetizado, a muitos anos atrás, pelos profetas e nas leis e nos salmos do velho testamento se cumpriu em seus dias.
Após três anos e meio de ministério de pregação e milagres, Jesus foi preso e morto. O desejo de seus opositores era de que após sua morte, seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos para sempre, mas ocorreu o contrário, e é justamente neste fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no antigo testamento, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos e apareceu primeiramente aos seus apóstolos (enviado) e depois a mais de quinhentas pessoas, os quais comeram e falaram com ele conforme lemos “Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos
irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também”. (1 Coríntios 15.6). Jesus ordenou aos seus apóstolos que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor, paz, restauração e salvação. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregue o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). A doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano. A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos doze, mas teria sido chamado para a missão pelo próprio Senhor Jesus para espalhar o evangelho entre os povos gentílicos. O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina, mas constituída por seres humanos, podendo conter falhas e erros como todas as demais religiões. Para ser cristão hoje é necessário se converter ao Salvador e engajar-se na sua obra redentora tendo como base a fé e os seus ensinamentos de Jesus Cristo.
As perseguições sofridas pela igreja primitiva
Por causa da divulgação e da pregação do evangelho, o cristianismo começou a crescer de forma considerada e as comunidades cristãs se multiplicaram aceleradamente em todos os lugares. As conversões de pessoas eram em massa e muito aceito em todo território em que o evangelho chegava, todos queriam experimentar ou ouvir sobre as boas novas de Cristo. O avanço do evangelho gerou ciúmes em Roma e consequentemente uma rivalidade entre o império e o cristianismo, e as perseguições romanas sobre os cristãos foram inevitáveis. Os cristãos foram alvos de ataques e mortes causados pelos imperadores e conservadores do império, e muitos crentes se tornaram em mártires, por não negarem sua fé no Cristo Salvador. Alguns foram devorados por leões no Coliseu romano, outros queimados vivos nas fogueiras, outros decapitados e apedrejados e outros ainda foram torturados nas formas mais brutais possíveis na expectativa de fazer com que negassem a sua fé no Cristo. Era surpreendente ver que, quanto mais martírios e torturas eram realizados contra os cristãos, mas se crescia o número de convertidos ao cristianismo, ao ponto de Roma não terem mais como combater a presenças de cristãos espalhado em todo o império. Cumprindo uma profecia do Senhor Jesus que dizia “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12.24).
O cristianismo é oficializado em Roma
Já que o império não conseguia aniquilar a presença do cristianismo em suas terras, o Imperador romano Constantino no ano 313 d.C, tentou uma aproximação interesseira aos cristãos, cumprindo um ditado popular que dizia “Se não podemos contra eles juntemo-nos a eles”. O imperador declarou que havia tido um sonho na noite, e no sonho teve uma visão de uma cruz e uma voz que dizia que através daquela cruz ele teria vitória nas suas batalhas e teria paz em seu trono. Constantino forjou uma suposta conversão ao cristianismo e se declarou cristão. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam nas casas das pessoas ou em áreas subterrâneas, que ficou conhecida como as “Catacumbas de Roma” que até hoje podem ser visitadas em Roma. Cessou
as perseguições e torturas contra os cristãos e concedeu liberdade de culto, o que proporcionou aos cristãos um pouco mais de paz e tranquilidade das perseguições, e ainda facilitou a expansão da doutrina do cristianismo por todo o império. A igreja perseguida passou a ser imperial, a cruz tomou o lugar da águia e passou a ser o símbolo da bandeira da nação romana e o cristianismo converteu-se na religião oficial do império romano, recebendo o nome de igreja católica Apostólica Romana. Uma capital cristã conhecida como Constantinopla, ergueu-se e ocupou o lugar de Roma.
Um cristianismo adulterado
Com a oficialização do cristianismo a propagação do evangelho teve um grande avanço pelo mundo, mas Constantino introduziu secretamente na verdadeira doutrina cristã a prática dos deuses pagãos de Roma, como o deus sol “Há”, sendo assim, o imperador agradava tanto cristãos quanto aos romanos idolatras. O cristianismo ficou adulterado, a doutrina cristã se misturou com a idolatria, a liturgia dos cultos continuou sendo celebrado no nome de Jesus, mas com a presença de imagens de escultura dos deuses pagãos de Roma (1 Timóteo 4.1-3). Até hoje podemos encontrar a presença do deus “Há” como divindade inserida no cristianismo adulterado do catolicismo romano. Em um momento na missa em que o sacerdote levanta uma imagem conhecida pelos católicos como “Ostensório”, o qual é tocado, beijado, adorado e venerado como divindade pelos seus fiéis. Podemos observar que na verdade a imagem se trata de um sol, é “Há” quem está sendo adorado com o nome de Jesus.
Igreja, o exército de Roma
O império romano ocidental foi derrotado pelos exércitos bárbaros, mas foi recuperado pela igreja católica Apostólica Romana, iniciando-se um período de mil anos, conhecido como idade média. A idade Média é considerada até hoje como um dos períodos mais obscuros da história do cristianismo, por ter sido o período mais negro da história, até mesmo a ciência secular chegou a nomear de “Tempos de Trevas”, pois nem mesmo a ciência evoluiu ou avançou durante este período.
No início, a Europa era um caos, um continente de tribos sem governo e sem leis e sem nenhum poder central, mas gradativamente foram se organizando e formando reinos. O império romano continuou seu avanço, conquistando e dominando reinos e nações e estabelecendo-se seu domínio sobre elas, agora não mais através do poder de seus exércitos ou por meio de seus oficiais de guerra, mas através de uma nova roupagem, a igreja adulterada. Roma estava inserida no mundo todo, não mais como império e exércitos de soldados, mas pela igreja. O bispo de Roma esforçava-se não só para dominar a igreja, mas também para dominar o mundo através da aliança entre religião cristã e o Estado. O poderio da igreja, conhecida como clero, se tornou absoluto em muitos países da Europa durante a idade média, e através de altíssimos impostos e doações, conseguiu construir um império ainda mais
rico e mais forte. Mas como qualquer outra religião praticada por seres humanos, começou alguns sérios desvios de percurso, divergências históricas e liberdade de pensamento, resultando em alguns rachas que a dividiu a igreja em várias confissões (católicos, Ortodoxos e Protestantes).
Indícios de uma pré–reforma
O primeiro Cisma do Oriente (divisão) aconteceu no século XI, quando o patriarca Miguel Cerulário de Constantinopla a atual Istambul, na Turquia, conhecido principalmente por causa de sua disputa com o papa Leão IX sobre as práticas litúrgicas distintas entre as igrejas do Ocidente e do Oriente, especialmente no uso dos pães ázimos na eucaristia, rompeu com o papado, separando-se do cristianismo controlado por Roma e pelas igrejas Orientais ditas ortodoxas.
Outro indício de um novo racha teve por protagonista um dos maiores defensores da Palavra da Verdade, um padre católico, professor e teólogo inglês do século XIV chamado John Wicliffe, apelidado de “A Estrela da Manhã”, por ter sido o responsável pelo raiar da luz do verdadeiro evangelho durante a escuridão da idade média. Wicliffe era considerado como o pensador mais representativo da Europa, tornou-se profundamente desiludido tanto com a teologia dos seus dias e também com a situação com que a igreja havia tomado. Como representante do clero, confrontou direto com seus líderes em Roma acerca dos ensinamentos da igreja contrários aos da Bíblia e a pratica da idolatria e outros abusos praticados pela igreja. Wicliffe ainda traduziu o novo testamento em inglês acreditando que todos os fiéis deveriam ter uma Bíblia em mãos, e pudessem com seus próprios olhos analisarem as Sagradas Escrituras e comprar seus ensinamentos com os que a igreja estava ensinando. Até este momento somente os sacerdotes católicos da ordem de Santo Agostinho que possuíam a Bíblia e a interpretavam como queriam os bispos da igreja. Eles as possuíam somente no idioma Latim, conhecida até hoje como a Bíblia Vulgata e só poderiam ser lidas ou analisadas dentro das bibliotecas dos monastérios Agostinianos. No ano de 1384, John Wicliffe sofreu um acidente vascular cerebral e veio a falecer. Após a sua morte, precisamente no ano de 1415, o Concílio de Constança declarou Wicliffe um herege e proibiu a publicação e divulgação de seus escritos. O Conselho determinou que suas obras devessem ser queimadas e seus restos mortais exumados, queimado e as cinzas lançadas no rio Swift na Inglaterra. Os escritos de Wicliffe preparou o caminho para a reforma na Inglaterra. Seus livros e ensinos se espalharam tão rapidamente que chegaram até a cidade de Praga, na Boêmia, onde um pregador por nome de João Huss usaria como inspiração para estabelecer ali um movimento reformador.
John Huss, influenciado pelos ensinos de Wicliffe, defendeu e espalhou os seus ensinamentos, assim como o vento que espalha as folhas que caem das árvores. John Huss foi condenado como herege e martirizado em uma estaca em 1415 também pelo Concílio de Constança. No dia do seu martírio por não se retratar, John Huss, foi despido e queimado vivo fora da cidade por
para os cristãos, modernizando a prática medieval do culto católico. Da reforma protestante surgiram novas religiões também cristãs, mas que não deviam mais reverência ao papado. Mais tarde, a reforma deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, algumas com diferentes liturgias, mas com o mesmo objetivo, obedecer somente à doutrina de Cristo conforme a Bíblia ensina. Muitas igrejas e comunidades se levantaram e se separarem da antiga forma religiosa baseada na autoridade do papa e nas liturgias idolatras e interesseiras. Cada uma procurava a forma de cristandade mais pura possível, baseando-se sua fé na simplicidade da Bíblia Sagrada. As liturgias dos cultos passaram a ser Cristocêntrica conforme ensinava as Sagradas Escrituras. Dentre eles se destacaram um grupo de cristãos ortodoxos conhecidos como os Valdenses.
Os valdenses
Os Valdenses eram um grupo de cristãos conservadores que moravam nos vales alpinos do norte da Itália e no sul da Suíça, prosperaram por vários séculos baseando-se sua fé e práticas religiosas na comunhão conforme as igrejas primitivas praticavam. Foram os primeiros dentre os povos da Europa a obterem a tradução das Sagradas Escrituras, a centenas de anos antes da reforma, possuíam a Bíblia em manuscritos na língua materna, tinham a verdade incontaminada, o que gerava ódio e perseguição. Os valdenses negavam a autoridade papal, o culto as imagens de esculturas e se recusavam a participarem das missas e dos dogmas da igreja romana, pois declaravam que a igreja de Roma era a babilônia apóstata do livro do apocalipse.
Devido o aumento de novas igrejas reformadas, houve também um grande aumento de perseguições da parte dos papas e da monarquia que, irados lutavam pelo poder dominador sobre seus fiéis, gerando assim as mais diversas e sangrentas perseguições contra os cristãos reformados. Considerados como os hereges por Roma, as perseguições chegaram ao absurdo das torturas e matanças contra o s protestantes cristãos. A forma de perseguição mais sangrenta registrada nos anais da história reformada foram duas, A santa Inquisição e a noite de São Bartolomeu:
A santa inquisição
A santa inquisição foi uma espécie de tribunal religioso criado no século dezoito (séc.18) sob o reinado do imperador Carlos quinto (5o) durante a idade média para condenar e matar os hereges da Europa. Os hereges eram primeiramente todos os protestantes e depois todas as pessoas que enfrentava o poder, as doutrinas e os dogmas pré-estabelecidos pela igreja católica Romana. Preocupado com o crescimento dos protestantes e de outras religiões, o papa Gregório nono (9o) criou um órgão especial para investigar e punir essas seitas, o tribunal da inquisição. Nesse tribunal era julgado a crença das pessoas, se condiziam com a vontade absoluta da igreja romana então eram absolvidos, mas se não condiziam eram castigados e considerados hereges e sentenciado a morte. As heresias eram definidas da forma como
Roma quisesse definir, abrangia desde as pessoas que praticavam a bruxaria, ou simplesmente por praticarem outras religiões. Sob o nome de Deus, o papa Gregório mandou para a tortura e para a fogueira milhares de hereges. A Santa Inquisição foi considerada a mais terrível e injusta forma de torturas da história da humanidade. Ela enterrou na Europa um milênio de trevas, deixando um saldo incontável de vítimas em nome da igreja. Entre elas teve algumas vítimas famosas como, Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta terra girava ao redor do Sol e não o contrário. Joana D’Arc, morta na fogueira em praça pública por utilizar roupas masculinas e por afirmar ser uma enviada de Deus para libertar a França, e outros como Giordano Bruno, o pai da filosofia moderna.
A noite de São Bartolomeu.
A Noite de São Bartolomeu foi outro episódio sangrento que ocorreu no dia 23 de agosto de 1572, em Paris, na França. Numa tentativa de repressão realizada pelos reis franceses católicos contra um grupo de protestantes franceses, conhecidos como huguenotes, seguidores do reformador João Calvino, resultaram num devastador massacre de pessoas que professavam a fé protestante. A guerra entre católicos e protestantes predominou na França durante anos, com assassinatos, depredações e estupros. Até que um acordo de paz foi proposto por Catarina de Médici, a fim de suspender a hostilidades que existia entre católicos e protestantes, esse acordo ficou conhecido como Tratado de Paz de Saint Germain. O selo escolhido para marcar o fim da terrível rivalidade religiosa foi o matrimônio entre as Famílias Real de uma católica romana, chamada Marguerite Valois, princesa da França, filha do falecido Henrique II e de Catarina de Médici e do noivo Henrique, rei de Navarra e chefe da dinastia dos huguenotes.
O casamento tinha para os protestantes o objetivo de abrandar as rivalidades religiosas e, também ampliar as chances do rei Henrique de Navarra se assentar ao trono real, mas para os católicos seria apenas parte de um plano sangrento preparado ao longo dos anos. Dois anos depois da realização do casamento, ocorreu o primeiro atentado, que colocaria o fim do tratado de paz para sempre. Um devoto do catolicismo francês, Mauveret, representante de Catarina de Médici, cometeu um ato violento contra o almirante Coligny, um dos chefes dos protestantes parisienses, que quase culminou com sua morte. Este atentado causou revolta entre os protestantes, e a partir de então as hostilidades foram retomadas. Os católicos espalharam o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para se vingarem do atentado. Catarina que ostentava o imenso poder real em suas mãos, pois seu filho Carlos IX era ainda muito jovem para assumir uma autoridade máxima de seu país, convenceu o filho a mandar eliminar o almirante e seus seguidores, sob o pretexto de deter um possível ataque dos protestantes. E assim foi, a casa Real, perdeu o controle da situação, e a morte dos líderes calvinistas foi apenas uma primeira investida dos católicos, culminando logo após, num genocídio de maiores proporções por toda a
França e por toda a Europa. A data escolhida para esses atentados foi exatamente o dia em que se comemora o dia de São Bartolomeu, uma das festividades mais significativas para o catolicismo Francês, por isso se o nome do martírio de a Noite de São Bartolomeu. A guerra se prolongou por vários meses, resultando na eliminação de pelo menos trinta mil franceses. A violência estava espalhada por todo o país, e o número de protestantes huguenotes mortos chegava a dezenas de milhares.
A pós-reforma protestante
Mesmo com as perseguições e matanças realizadas pelos papas, pelos imperadores e pelo clero em geral, as igrejas reformadas cresciam e se multiplicavam em vários lugares do mundo. A reforma mexeu com a estrutura, com os dogmas, com as liturgias, com as doutrinas, com as tradições, com a moralização, com a pregação, com os modismos, com a história e com a vocação da igreja. Ela causou uma verdadeira revolução, em quase todas essas áreas da igreja e da sociedade durante o período da idade média, mas pelo menos agora estava livre e se distanciando cada vez mais do poderio abusivo e adulterado da igreja romana. Os protestantes retornaram às doutrinas bíblicas de origem, o Senhor Jesus voltou a ser a Cabeça da igreja e não mais o papa, a perseverança na oração proporcionou aos cristãos novas experiências com Deus. Os quais experimentarem da plenitude do reavivamento do Espírito de Deus em suas vidas, contribuindo para que muitos novos pregadores pós-reformistas surgissem. Esses pregadores foram homens e mulheres inflamados pelo Espirito de Deus e se tornaram os responsáveis por trazer um verdadeiro reavivamento Espiritual para a igreja. Cada pregador na sua época foi usado de forma poderosa por Deus para anunciar o raiar de um novo tempo para a igreja livre e reformada. Também foram os instrumentos usados por Deus para conduzir o rebanho de milhares de ovelhas que andava dispersa, a voltarem ao aprisco da doutrina autêntica e apostólica da igreja primitiva.
Alguns pregadores pós-reformistas
Dentre esses pregadores pós-reformistas se destaca alguns que ficaram famosos pelos seus feitos, tais como:
Jeronimo Savonarola – 1452 / 1498 – Conhecido como “O Grande Precursor da reforma”, Savonarola foi um dos instrumentos que Cristo usou para conduzir seu povo sedento até a fonte pura da Palavra da vida. Filhos de pais religiosos mundanos desejaram que Jerônimo seguisse a vida e a vocação de seu avô que era médico, mas sob a influência dos escritos de Tomás de Aquino, professor de teologia e filosofia, levaram esse jovem a uma busca incansável pelo reino de Deus e pelo conhecimento das Sagradas Escrituras. Abandonou os estudos de medicina para se dedicar a Deus em oração e meditação das Escrituras num mosteiro. Sua entrega às orações resultou em muitas experiências com Deus e uma delas foi a profecia de que o papa Lorenzo, e o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu.
Após a morte de Lorenzo, Carlos VIII da França invadiu a Itália, e isso aumentou a influência de Savonarola. O povo abandou as literaturas mundanas para ler os sermões do agora famoso pregador. Savonarola foi perseguido, ameaçado e excomungado, e por fim, por ordem do papa, Savonarola martirizado e queimado vivo em praça pública. Enquanto as chamas tomavam seu corpo, ele recitava essas palavras: “O Senhor sofreu tanto por mim”. Destruíram o seu corpo, mas uma gama de livros de sua autoria ainda pela por ele.
João Calvino – 1509 / 1564 – O Pai da Teologia reformada foi um teólogo cristão de nacionalidade francesa que influenciou de forma direta e indireta a reforma protestante nos seus dias. Para alguns historiadores da reforma, Calvino teria sido para a língua francesa aquilo que Lutero foi para a língua alemã, mas para outros um teólogo que trazia doutrinas novas e estranhas quando comparadas a luz da Bíblia. O protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida como calvinismo. Um tipo de reforma doutrinária sobre a reforma protestante. Algumas de suas doutrinas que geravam polêmicas fora a doutrina do batismo para criança, uma vez salvo, salvo pra sempre, a lei da predestinação dentre outras. João Calvino foi católico romano até a idade de 24 anos, talvez por influência de um primo, converteu-se ao protestantismo e se afastou da igreja católica. Este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, e passou a pregar em igrejas. Ainda que Calvino nunca tivesse sido ordenado padre, passou a ser vítima das perseguições dos protestantes na França, e precisou fugir para Genebra, cidade que aderira ao movimento reformista Europeu. Calvino passa então a escrever cartas e obras com forte apelo protestante, mas é novamente expulso de Genebra e passa a morar na Suíça onde pode finalmente disseminar o seu novo credo e exercer com liberdade sua doutrina, mas é perseguido pelas autoridades católicas e obrigado a refugiar-se em Estrasburgo - território francês. Três anos depois, volta a Genebra e organiza uma nova igreja com pastores escolhidos pelos fiéis, ainda que, enfrentando grandes lutas contra famílias influentes, Calvino continua a exercer suas atividades como escritor e como professor. Calvino funda também o Colégio de Genebra, que se torna um dos centros universitários mais importantes da Europa. João Calvino faleceu no dia 27 de maio de 1564 com 55 anos de idade.
João Bunyan – 1628 / 1688 – Conhecido como “O Sonhador Imortal”, título esse recebido por causa de seus escritos, principalmente seu Best Seller “O Peregrino”, que desde a sua primeira publicação na Inglaterra em 1678, jamais deixou de ser impresso e publicado, tornando-se o segundo livro mais conhecido e vendido no meio cristão, perdendo apenas para a Bíblia Sagrada. Filho de pais pobres era funileiro de profissão, Bunyan intitulava-se “O pior dos pecadores” e se tornou um dos mais importantes pregador e ganhador de almas de sua época. Enquanto que, milhares de crentes conhecem apenas suas obras, poucos são os que conhecem a sua história vida dedicada à oração. Durante sua vida dedicada a Deus, Bunyan gerou também muitos
inimigos e opositores ao seu ministério, sempre tentando fazer com que deixasse de exercer seu próspero ministério, mas Bunyan continuava firme e convicto de sua chamada. Calunias, difamações e boatos vinham de todos os lados de seu país, até o dia em que foi denunciado pelos seus opositores por não observar os regulamentos dos cultos da igreja católica Apostólica Romana. As autoridades civis os sentenciaram a prisão perpétua sem que houvesse a possibilidade de revogar sua soltura, salvo se ele não pregasse mais as suas mensagens. Mas Bunyan respondeu: “Se eu sair hoje pregarei amanhã, com o auxílio de Deus”. Bunyan viveu doze anos encarcerados, lugar onde escreveu seu mais famoso Best Seller “O Peregrino”, depois de liberto continuou seu ministério fielmente, até a idade de sessenta anos, quando acometido de febre veio a falecer, mas mesmo estando morto ainda fala por meio de seus escritos.
João Wesley – 1703 / 1791 – Um Tição tirado do Fogo, sua infância foi fortemente influenciada por sua mãe Suzana Wesley, uma mulher rígida, mas piedosa que sempre dizia que ele era “um tição tirado do fogo”. Mais tarde ele teve a certeza de que tinha sido poupado da morte por um propósito divino de servir a Deus. Ele teria morrido em um incêndio em sua casa se não tivesse sido arrancado das chamas por um de seus vizinhos segundos antes do teto da casa cair com as chamas. Seu pai Samuel Wesley era um pastor erudito na Palavra de Deus e por muitos anos trabalhou em uma obra monumental sobre o livro de Jó. Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu excelentes habilidades de estudo e também se acostumou com uma vivência de sofrimento físico. Com apenas 1,66 centímetros de altura, franzino cerca de 60 quilos, Wesley pregava cerca de 780 vezes por ano, durante seus 54 anos, suas mensagens era direcionada a grandes multidões e sob muitas provações. Quando era proibido de pregar nas igrejas, levantou-se para pregar nas praças públicas. Suas pregações que, quase sempre era sobre a justificação pela fé e sobre a salvação, causava antipatia por muitas pessoas descrentes, que viviam nos pecados e deleites mundanos, mas também foi responsável por levar milhares de almas aos pés de Cristo. Com oitenta e oito anos de idade foi chamado para os braços de Deus. Wesley foi contemporâneo de grandes pregadores avivalistas como seu irmão Carlos Wesley, Jonatas Edwards, e George Whitefield, um pastor anglicano e pregador itinerante das praças publicas que viveu entre 1714 – 1770. Foi este quem muito contribuiu para o despertamento espiritual na Grã Bretanha.
Carlos Finney – 1792 / 1875 – O apóstolo dos avivamentos nasceu um ano depois do falecimento do John Wesley, na cidade de Warren, no EUA, sua família não era religiosa, por isso foi criado sem nenhuma formação cristã. Aos 26 anos de idade Carlos Finney começou a trabalhar num escritório de advocacia na cidade de Adams, e começou a frequentar uma igreja, e enquanto orava sozinho num matagal, experimentou uma poderosa conversão e mais tarde no mesmo dia, foi batizado no Espírito Santo. Finney começou a fazer reuniões de oração com os jovens de sua igreja, e muitos foram convertidos ao Senhor, depois de alguns dias foi visitar seus pais, e também ganhou ambos para Cristo. A notícia de sua conversão espalhou-se
rapidamente pela cidade iniciando assim um grande avivamento naquele lugar. Finney continuou tendo experiências poderosas com Deus, e passou a usar muito mais o seu tempo a sós com Deus em oração e jejum do que em qualquer outro lugar. Não demorou muito para começar a pregar, primeiro nas pequenas cidades e aldeias, e depois nas grandes metrópoles, e muitos foram convertidos. Acredita-se que durante seu ministério todo, Finney arrebatou mais de um milhão de almas para Cristo. Com uma forma diferente de comunicar o evangelho, com simplicidade e com uso de ilustrações, um estilo diferente de pregação das dos demais pregadores, e isso acabou atraindo muitos opositores ao seu ministério.
Uma experiência que ficou conhecida em seu ministério foi o dia em que Finney pregou numa vila perto da cidade de Antwerp, num prédio de uma escola pública, e sua pregação foi interrompida por um grande mover do Espírito Santo. No outro dia perto dessa escola numa aldeia por nome de New York Mills, existia uma fábrica de tecido que era movido pela correnteza das águas do rio Oriskany, e naquela manhã os funcionários se achavam comovidos conversando sobre o poderoso culto que havia sido realizado na noite anterior no prédio da escola. Quando observaram que Finney, o pregador do culto entrou naquela fábrica, e o poder de Deus ainda estava sobre ele. Os funcionários ao vê-lo sentiram as culpas de seus pecados ao ponto de terem que se esforçarem muito pra continuar o trabalho. Poucos minutos depois a presença de Deus encheu aquele lugar e quase todos tinham lágrimas nos olhos e já não conseguiam mais continuar a sua jornada de trabalho. O diretor da fábrica vendo que ninguém tinha mais condições de continuar a trabalhar mandou que parassem as máquinas e que os funcionários cuidassem da salvação de suas almas. O Espirito Santo operou poderosamente e poucos dias depois, quase todos os funcionários se converteram ao Senhor. Carlos Finney foi um instrumento de grande avivamento, sua morte ocorreu em 1875, com fortes dores no coração aos 82 anos de idade.
Jonatas Edwards – 1703 / 1758 – O Grande avivalista, título dado em virtude de ser um dos principais protagonistas do célebre avivamento religioso americano. Edward foi um grande defensor da teologia reformada calvinista, com sua vida totalmente dedicada a Deus, trabalhou como missionário entre os índios americanos, mas também se destaca por outros fatores, além de sua notável produção filosófica e teológica, ele foi também um extraordinário pregador, cujos sermões, proferidos com a mais sincera convicção, causavam um poderoso impacto. Alguns deles são conhecidos até os dias de hoje, como o famoso sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, onde os ouvintes se agarravam nos bancos e nos pilares da igreja achando que iriam cair no fogo eterno. Jonatas aprendeu a orar e jejuar com seus pais que se esforçavam diariamente para ensinar seus filhos o caminho da dedicação profunda a Deus. Seu pai pastoreou uma mesma igreja durante 64 anos e sua mãe era filha de um pregador que pastoreou uma mesma igreja pouco mais de 50 anos. O lar de Edwards estimulou de maneira poderosa a sua vida espiritual e intelectual. Ele começou a estudar latim aos seis anos e aos treze também já
havia adquirido um respeitável conhecimento de grego e hebraico. Aos sete anos de idade Edward já orava cinco vezes ao dia, e não demorou muito para sentir o despertar de Deus na sua vida. Sua produção literária é muito extensa e mesmo antes de completar vinte anos, quando ainda estudava teologia em Yale, ele começou a escrever o tratado filosófico sobre o ser. Algumas de suas obras mais penetrantes tratam do fenômeno da psicologia religiosa, a partir das suas próprias experiências com os grandes despertamentos e reavivamentos de Northampton. Edwards também produziu muitas obras teológicas altamente significativas e faleceu em Princeton acometido de uma febre causada por uma complicação de uma vacina contra varíola.
Carlos Haddon Spurgeon – 1834 / 1892 – O Príncipe dos pregadores nasceu em Kelvedon, na Inglaterra, após a perseguição de Filipe II, filho do Imperador Carlos V, levar a perseguição aos Países Baixos, declarando que mesmo que lhe custasse mil vidas, ele limparia o "protestantismo" da face da terra. Milhares de crentes fugiram para a Inglaterra. Dentre os que escaparam, encontra-se a família Spurgeon.
Spurgeon era o primogênito dos dezesseis filhos, seu pai John Spurgeon e de sua mãe Eliza Jarvis. Converteu-se ao cristianismo com apenas quinze anos de idade. Foi batizado por seu avô, um pastor congregacional chamado James Spurgeon, com quem passaria a viver durante cinco anos. Durante esse tempo o jovem Spurgeon começou a se interessar pela literatura, e o livro que mais se inspirou foi “O Peregrino” de John Bunyan, obra que marcou a sua vida para sempre. Um ano após a sua conversão, aos dezesseis anos pregou seu primeiro sermão. Aos dezessete tornou-se pastor de uma igreja batista em Waterbeach na Inglaterra, aos vinte anos, foi chamado para ser pastor numa igreja de New Park Street, em Londres, que mais tarde ao mudar de endereço passaria a se chamar Tabernáculo Metropolitano. Desde o início do ministério, seu talento para a exposição dos textos bíblicos foi considerado extraordinário, o que contribuiu muito para uma elevação rápida do seu ministério. Sua excelência nas pregações rendeu-lhe o título de O Príncipe dos pregadores, mas Spurgeon era, antes de tudo, um homem de oração e aqueles que assistiam aos cultos no grande Tabernáculo Metropolitano diziam que as orações eram a parte mais sublime dos cultos. A oração fervorosa era um hábito na vida de Spurgeon, quando alguém perguntava a ele o segredo do poder em suas pregações, ele respondia. "Na sala que fica embaixo do Tabernáculo Metropolitano, existem cerca de trezentos crentes que sabem orar, e todas as vezes que vou pregar eles se reúnem ali e oram para Deus me sustentar as suas mãos, essa é a explicação do seu maravilhoso mistério”. Ele recebia o fogo do Céu, estudando a Bíblia, horas a fio, em comunhão com Deus. Seu falecimento se deu devido uma enfermidade chamada de insuficiência renal crónica, que levou a óbito aos 57 anos. Sucedeu o seu lugar no tabernáculo, um pastor presbiteriano americano chamado Arthur Pierson.
Dwight Lyman Moody – 1837 / 1899 – O Ganhador de Almas D.L. Moody foi evangelista, professor e escritor americano, era filho de pais pobres e o sexto entre os nove filhos. Quando ainda com idade de quatro anos, seu pai que era alcoólatra, faleceu e os credores se apoderaram de tudo o que restou, deixando a família Moody destituída de tudo, até da lenha para aquecer a casa em tempo frio. Poucos meses depois da morte de seu pai, aos 41 anos de idade, nasceram-lhe irmãos gêmeos, seu irmão mais velho tinha apenas doze anos de idade. O conselho de todos os parentes era para que sua mãe entregasse os filhos para que outros criassem. Mas com a invencível coragem e dedicação aos filhos conseguiu cria-los no próprio lar. Com a idade de dezessete anos, Moody saiu de casa para trabalhar na sapataria de um seu tio em Boston. Uma das exigências de seu tio, para que pudesse permanecer em sua casa, foi que ele frequentasse a igreja. Moody passou então a frequentar uma igreja Congregacional, mas não estabeleceu nenhum relacionamento pessoal com Deus. Até que num certo dia, um professor de escola dominical lhe explicou sobre o plano de salvação e seus propósitos em sua vida, Moody se comoveu e sentiu, pela primeira vez, o grande amor de Deus em sua vida e converteu-se então ao cristianismo. A sua conversão iniciou a sua carreira como evangelista, e um trabalho com sua própria classe de escola dominical em Chicago, sua classe chegou a ser a maior de sua época, chegando a ter cerca de 650 pessoas e cerca de sessenta voluntários de várias igrejas que trabalhavam como professores. A escola se tornou tão conhecida que o próprio presidente americano Abraham Lincoln no ano de 1860 chegou a visitar e falar em uma de suas reuniões na escola. Mas o que consagrou Moody como um dos maiores evangelistas do mundo no século XIX foi as suas constantes viagens à Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Grã- Bretanha, Escócia e Irlanda.
Dwight Lyman Moody foi contemporâneo do pregador Charles Haddon Spurgeon, chegando a pregar, no Tabernáculo Metropolitano de Londres, em 1873. Até que no dia 22 de dezembro de 1899, foi a data que clareou o começo do dia que nunca findará, a morte de Moody. R.A. Torrey que lhe sucedeu como presidente do Moody Bible Institute o conheceu intimamente e considerava-o, com razão, o homem mais usado por Deus para ganhar almas do século XIX. Moody trabalhou arduamente no decorrer dos anos e acrescentou no reino de Deus um total de quinhentas mil preciosas almas ganhas para Cristo. Além disso, Moody fundou a igreja Moody, a Escola North Field, a Escola Mount Hermon em Massachusetts (agora chamada Escola North Field Mount Hermon), a Moody Press e o Instituto bíblico de Chicago que mais tarde mudou o nome para Instituto bíblico Moody e que tem servido de grande força aos evangélicos preparando pregadores, missionários e líderes para trabalhar em todos os continentes do mundo.
O avivamento Espiritual
O sentido etimológico da palavra avivamento significa literalmente, torna-se mais vivo ou mais nítido, mais rápido ou mais intenso, também
significa despertar ou excitar. Segundo João Calvino, o avivamento é uma onda que varre a igreja de tempos em tempos, despertando-as e tirando-a do marasmo espiritual, ele é a passagem da fé menor para a fé maior, da posse do Espírito para a plenitude do Espírito Santo. O avivamento é como um chamado de fé e está em nós, e pode incendiar a nossa vida com uma simples oração feita em casa, não necessita apenas da oração nas igrejas numa celebração para recebemos o avivamento em nossas vidas, se ele não estiver em você, não há igreja capaz de acendê-lo em seu coração. O agente realizador desse avivamento é o Espírito Santo de Deus. Assim como experimentaram os cristãos da era da igreja primitiva, foi ele também o responsável por promover mais uma espantosa experiência Espiritual na vida de um grupo de cristãos reformados que buscavam com sinceridade o preenchimento do Espírito em suas vidas.
O avivamento na Rua Azuza
No ano de 1901, na cidade de Topeka, nos Estados Unidos, em uma escola bíblica conhecida como Colégio bíblico Betel, ficou muito conhecida na época por sua fé e por sua prática na ministração da cura divina, e também por ajudar, tanto materialmente como espiritualmente, as pessoas de origem humilde e simples que trabalhavam como missionários. Estava ali um grupo de estudioso da Bíblia, sobre a liderança do fundador do Colégio, um pregador americano chamado Charles Fox Parham. Estudando o livro de atos dos apóstolos, houve o interesse entre os alunos de buscar o dom que os apóstolos haviam experimentado no início da igreja. Dedicaram-se arduamente no estudo do livro dos Atos e após dias de dedicação à oração, o Espírito Santo selou alguns dos que estavam presentes na reunião com o selo da promessa, levando alguns a “Glossolalia”, isto é, a falarem em línguas estranhas pela primeira vez. A notícia se espalhou rapidamente, e os comentários eram de que, havia no colégio de Parham pessoas recebendo o Espírito Santo e falando em outras línguas como nos dias dos apóstolos.
Em 1905 Parham abriu uma nova escola na cidade de Houston, estado do Texas. Os comentários chegou até os ouvidos de um jovem Pastor negro de nome William Seymour, filho de ex-escravos católicos, que se converteu em uma igreja Batista durante a sua adolescência. Este jovem deixou a aldeia onde morava e mudou-se para Houston a procura de parentes e acabou frequentando a igreja da Santidade pastoreada por Lucy Farrow, pastora negra que havia sido escrava e naqueles dias trabalhava na mansão de Charles Parham. Envolvido pelo ardor de sua chamada, William Seymour se matriculou no Colégio de Parham, mas sofreu desprezo e segregacionismo por sua cor. Era forçado a assistir os cultos e orar, através da janela do prédio pelo do lado de fora, mas isso não o impediu de buscar o conhecimento das Escrituras e o derramamento do Espírito Santo. Não demorou muito para que o Todo Poderoso que não faz acepção de pessoas o selasse com a promessa do Espírito Santo em sua vida. Após ter sido convocado para pregar numa igreja da Santidade, e o tema de sua mensagem era que: “Jesus ainda estava
batizando os crentes com o Espírito Santo e dando seus dons”, teve sua mensagem rejeitada e foi expulso por pregar uma doutrina que não condizia com a da época, ao sair encontrou um jovem que creu em sua mensagem, convidou para ir a sua casa para conversar sobre o assunto. Após uma longa conversa que já atravessava a noite, ambos começaram a buscar em oração o batismo com o Espírito Santo, e o jovem recebeu o preenchimento naquela manhã. Assim como o fogo se espalha, a notícia também se espalhou e logo, muitas pessoas vinham para ver e receber o poder de Deus. A multidão logo foi chegando ao ponto de não ter mais condições de realizarem as reuniões nos lares, resolveram então alugar um galpão velho que havia sido queimado e começaram as reuniões diárias naquele barracão, cujo endereço ficava na Rua Azuza, 312, em Los Angeles na Califórnia. Estava chegando o tão famoso avivamento pentecostal da Rua Azuza, liderada por William Seymour (1870 – 1922). A notícia que temos era que muitas pessoas eram batizadas, curadas e libertadas de espíritos malignos e muitos se convertiam ao cristianismo pentecostal. O Espírito Santo de Deus teve a oportunidade de voltar a ser novamente o guardador da igreja de Cristo e assumir o lugar de supremacia. Esse reavivamento na vida dos cristãos continuou por longos anos e se espalhou pelo mundo todo e permanece até os dias de hoje.
Após vários anos de labuta em prol do reino de Deus, a bandeira pentecostal finalmente é fincada no Brasil. Daniel Berg e Gunnar Vingren, dois suecos da igreja batista, que haviam provado desse reavivamento, foram inflamados pelo fogo de Deus, deixaram sua terra natal, suas igrejas e suas famílias, e dedicaram suas vidas a realizar a obra missionária no Brasil, fundaram então as Assembleias de Deus no Brasil na cidade de Belém capital do Pará. Em 1911 Daniel Berg e Gunnar Vingren, iniciaram suas missões na Amazônia e nordeste brasileiro espalhando a mensagem de Cristo com poder e graça por todo o Brasil. Através dessa obra surgiram outras ramificações de igrejas pentecostais e neopentecostais como: a igreja do Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo, igreja Pentecostal Deus é Amor, Casa da Bênção, igreja Internacional da Graça de Deus, igreja Universal do Reino de Deus e diversas outras igrejas Renovadas e Avivadas menores.
Vida e ministério dos apóstolos
“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (Atos 20.24).
Introdução
No começo de seu ministério, o Senhor Jesus escolheu doze homens para que O acompanhassem em suas viagens missionárias, e esses homens passaram a ser chamados de apóstolos, os quais teriam que ter o cuidado de dar continuidade no ministério terreno de Jesus após a sua ascensão ao céu. Os apóstolos escolhidos teriam que anunciar as boas novas de salvação para todas as nações, influenciando o mundo com suas pregações. A escolha dos doze homens foi com oração (Lucas 6. 12-13) e a maioria deles eram da região de Cafarnaum, uma região onde se concentrava o maior número de pescadores e agricultores, conhecida como a Galiléia dos gentios. Essa região era desprezada pelos moradores da Judeia que se orgulhavam por ter um nível cultural e social mais elevado que os judeus da Galiléia. Devido às tradições e as confusões de personagens pelos cristãos antigos, existem várias versões de como os apóstolos teriam sidos mortos, mas colocaremos as que considerarmos serem as mais precisas.
Os doze apóstolos
Mateus (Levi) – Mateus era conhecido por sua profissão como publicano ou cobrador de impostos (Mateus 10.3). Desde os tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos tipos de impostos do povo, para diversos fins. Os publicanos eram licenciados e muitas vezes, contratavam oficiais de menor categoria, chamados de coletores de impostos, que recebiam por seu trabalho, uma fração a mais na coleta dos impostos, e um desses coletores era Mateus. Mateus coletava o pedágio na estrada que ligava Damasco a Aco, extremo norte de Israel, sua tenda estava localizada fora da cidade de Cafarnaum, o que lhe dava a oportunidade também de cobrar impostos dos pescadores (Mateus 9.9), por isso Pedro o censurava tanto, mas Jesus também o chamou para fazer parte dos doze e deixando tudo o seguiu. Mateus pregou na Pérsia, no Egito e na Etiópia onde foi morto à espada.
Simão o Zelote – O evangelho de Mateus refere-se a esse apóstolo, como Simão o cananeu (Mateus 10.4), enquanto que no evangelho de Lucas e no livro de Atos referem-se a ele como Simão, o Zelote (Lucas 6.15/ Atos 1.13). Embora pareçam ser diferentes, trata-se da mesma pessoa, o fato é de que tanto os cananeus como os zelotes possui o mesmo sentido da palavra zeloso. A diferenciação está apenas na forma grega ou hebraica de pronunciação. Sua biografia nos mostra que esse Simão pertencia à seita dos zelotes, foi de onde se originou o seu apelido. Os zelotes eram uma espécie de opositores ao governo romano, e lutavam contra o seu domínio sobre Jerusalém, eles faziam
isso por meio da espada. Muitos zelotes acreditavam que Jesus seria esse libertador, mas só puderam entender depois, de que Jesus trouxe a eles uma libertação muito mais excelente (Mateus 11.3/Atos 1.6). Simão pregou na África e Pérsia onde foi morto crucificado por não querer sacrificar ao deus sol, chamado Há.
Simão Pedro – O apóstolo Pedro era irmão do apóstolo André (Mateus 10.2/Lucas 6.14), que também era conhecido por Simão ou Simeão cujo significado é ouvir (Atos 15.14), Cefas que significa rocha (João 1. 42) e Pedro que significa pedra (Mateus 16.18). Ele era considerado o líder e o mais influente da igreja primitiva, foi o primeiro a pregar o evangelho para os judeus em Jerusalém (Atos 2.14-42), e para os gentios na casa do centurião Cornélio (Atos 10.1-48). Simão Pedro também pregou em Jerusalém e Roma, onde foi crucificado e morto de cabeça para baixo, algumas declarações diz que Pedro havia escolhido esta condição por não se achar digno de morrer como seu Senhor.
André – André era pescador junto com seu pai e irmão de Simão Pedro (Mateus 4.18/Marcos1.16/João 6.8). André nasceu em Betsaida, ao norte do mar da Galiléia, o significado do seu nome é varonil (João 1.44). André pregou no leste Europeu, Turquia e Grécia, seu martírio foi ser crucificado em forma de X, em Pátras na Grécia, o que lhe originou o nome de cruz de santo André.
Tiago Filho de Alfeu (Menor) – A Bíblia registra quatro personagens neotestamentário por nome de Tiago: o primeiro Tiago, pai de Judas Tadeu (Lucas 6.16) o segundo Tiago, irmão de Jesus (Atos 12.17/Atos 15.13/Tiago 1.1), o terceiro Tiago o maior, filho de Zebedeu e irmão de João (Mateus 4.21/Marcos 1.19-20) e o quarto Tiago o menor, filho de Alfeu (Mateus 10.3/Marcos 3.18/Atos 1.13). Sobre este Tiago, Filho de Alfeu, pouco se sabe sobre ele, a maior ênfase sobre seu nome se dá em (Marcos 2.14), existe a hipótese de Tiago o menor ser irmão de Mateus exatamente pelo fato de o pai de Mateus também se chamar Alfeu, já que o nome Alfeu era um nome raro naquela época. A tradição antiga por muito tempo confundiu Tiago filho de Alfeu com Tiago irmão de Jesus pelo fato de seu martírio ter sido bem parecido. Ele teria pregado na Síria onde foi linchado, apedrejado e morto por não negar o nome de Cristo.
Tiago, Filho de Zebedeu (Maior) – Tiago, o maior era o irmão mais velho de João (Mateus 4.21/Mateus 10.2/Marcos 1.19/Lucas 6.14). Ambos são chamados na Bíblia como filhos de Zebedeu, eruditos cristãos acreditam que Maria, a mãe de Tiago era prima de Maria mãe de Jesus, o que tornaria Tiago e seu irmão João primos de Jesus. Tiago pregou na Pérsia, Espanha e por fim em Jerusalém, onde teria sido morto à espada por Herodes o Agripa I no ano 44 d.C (Atos 12.2).
João, filho de Zebedeu – No evangelho de Marcos, João foi apelidado por Jesus como: o filho do trovão. A Bíblia nos mostra que João foi o único dos apóstolos a permanecer ao pé da cruz durante a crucificação do Mestre, e
Jesus entregou-lhe sob os seus cuidados a sua mãe (João 19.26-27). Registros históricos dizem que João teria cuidado de Maria, a mãe de Jesus, enquanto pastoreava a igreja em Éfeso até os dias da sua morte. João pregou em Éfeso, e em Jerusalém e foi exilado na ilha de Patmos de onde recebeu as revelações no livro do apocalipse. João foi o único dos doze apóstolos que morreu por morte natural, avançado em idade.
Bartolomeu Natanael – Bartolomeu era natural de Caná da Galiléia, alguns estudiosos defendem que Bartolomeu era o sobrenome de Natanael, portanto trata-se da mesma pessoa. Natanael foi levado a Cristo por intermédio de Felipe (João 1.45-46) e Jesus ao ver disse: eis aqui um verdadeiro israelita em quem não há dolo (João 1.47). Natanael teria servido ao santo ministério como missionário na Armênia, Etiópia e Arábia Saudita, e foi martirizado por decapitação.
Judas Iscariotes – A palavra aramaica para Iscariotes é literalmente homem de Queriote. Judas Iscariotes não exerceu o ministério apostólico, mas suicidou-se após trair o Mestre durante a celebração da última ceia do Senhor, isso se deu momentos antes da prisão e crucificação de Jesus.
Judas Tadeu – O evangelho de João refere-se a outro discípulo com o nome de Judas, não sendo o Iscariotes (João 14.22). Mateus e Marcos já se referem a ele como Tadeu (Mateus 10.3 / Marcos 3.18). Lucas o menciona também como Judas, filho de Tiago (Lucas 6.16). A tradição cristã antiga acredita que todas essas referências tratam-se exatamente da mesma pessoa. Tadeu teria pregado na Armênia, Mesopotâmia e Pérsia, e seu martírio teria sido possivelmente a pauladas e a pedradas, por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia.
Matias – O apóstolo Pedro como líder dos demais apóstolos, propôs ao grupo de que era necessário que alguém substituísse Judas Iscariotes, mas para que alguém ocupasse esse lugar deveria ser um homem que atendesse todas as qualificações de um verdadeiro apóstolo (Atos 1.20-22). Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as qualificações: José chamado Justo, e Matias que significa dom de Deus. Os discípulos oraram a Deus e lançaram sortes para decidir quem seria o homem escolhido e recaiu sobre Matias. Matias pregou na Síria, onde foi morto na fogueira acusado de herege.
Tomé – o Evangelho de João diz-nos que ele também era chamado de Dídimo, que significa gêmeo (João 11.16 /João 20.24/21.2). O marcante encontrado de Jesus com Tomé pela primeira vez, talvez tivesse sido às margens da Galiléia (Lucas 6.15). Tomé morreu perfurado por uma lança, após pregar nas regiões da Babilônia, na Pérsia, na Média, na Etiópia Asiática, na China e na Índia.
Filipe – Felipe era natural da Galiléia de Betsaida, região onde o Senhor Jesus encontrou-se com ele pela primeira vez e o convidou para segui-lo (João 1.43-44). Vale a pena observar que o Senhor Jesus chamou a Filipe
individualmente, enquanto que a maioria dos outros chamou em pares. Felipe teria pregado na Ásia menor e em Hierápolis, perto da cidade de Denizli, na Ásia Menor, região da Frígia, onde foi preso e morto pelo governador por ter convertido sua esposa a Cristo.
Resumo da História Eclesiástica
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, outros para evangelistas, tendo o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do ministério, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios. 4.11,12).
A igreja como organização
No princípio da igreja primitiva, os seguidores de Jesus, acreditava que não existia a necessidade de se criar um sistema organizado para a igreja. Eles acreditavam que Cristo voltasse em breve, por isso tratavam dos problemas internos à medida que surgissem. A igreja era uma comunidade estreitamente unida em Jerusalém desde o dia de pentecostes, e por causa do confisco romano sobre seus bens, os cristãos de Jerusalém vendiam todos os seus bens e entregavam aos apóstolos para que repartissem igualmente a todos os membros da comunidade (Atos 2.44-45). Os cristãos de Jerusalém ainda frequentavam o templo para orar, mas celebravam a Santa Ceia do Senhor nos lares (Atos 2.46). A igreja ampliava sua influência e constituía de um grande número de membros, e a maioria das reuniões era realizada nas casas dos fiéis, mas também se reuniam em lugares diversificados, até que se percebeu que havia a necessidade de se criar uma organização como templo de Deus. Para consolidar sua expansão, os apóstolos se organizaram e estabeleceram suas normas administrativas e disciplinares a fim de atender todas as necessidades dos fies, tanto nas distribuições de alimentos, como no ajuntamento de pessoas para receber instruções e fortalecimento para que perseverassem na fé.
A igreja inicia sua organização primeiramente com os doze apóstolos, sendo o próprio Pedro quem possuía uma posição de liderança. A liturgia era baseada nos estilos de cultos das sinagogas judaicas, pois era tudo o que eles tinham como referências. No princípio houve algumas confusões e divergência doutrinárias entre os cristãos gentílicos, e os cristãos judaizantes. Os judaizantes eram cristãos convertidos que ainda viviam suas práticas baseada na lei do judaísmo, como a guarda do sábado, as festas solenes e cívicas, a circuncisão e outros rituais. O desafio de diminuir um pouco dessas divergências coube ao apóstolo Paulo e seus obreiros, que combatiam duro a prática da lei no cristianismo. Suas cartas doutrinárias eram lidas e praticadas pelas igrejas espalhada por todas as regiões onde o cristianismo havia chegado (Gálatas 2. 11-16 / Colossenses 2.16). Mesmo com todo esse esforço, a igreja ainda demorou cerca de meio século para se desprender totalmente das tradições do judaísmo. Nessa altura a igreja já se via na forma de organização, vindo depois disso o aperfeiçoamento ministerial, a hierarquia da igreja e seus departamentos.
Os representantes teológicos dos apóstolos
Devido o grande aumento de pessoas que se convertiam ao cristianismo e de outras comunidades espalhados pelo oriente e Ásia e Europa, os apóstolos passaram a contar com o auxilio de um grupo específicos de ensinadores da Palavra de Deus, esses ministros eram conhecidos como evangelistas. Os evangelistas eram homens treinados e representantes legais e pessoais dos apóstolos. Esses obreiros ensinavam nas congregações os ensinamentos que aprendiam diretamente com os apóstolos. Eles tinham um ministério itinerante, e viajavam de uma congregação para outra, como porta vozes dos apóstolos, ensinando, fortalecendo e disciplinando os membros das igrejas, constituindo presbíteros e anciãos locais como faziam os apóstolos.
Ao tempo em que Paulo escreveu suas epístolas pastorais, os cristãos reconheciam a importância de preservar os ensinos de Cristo por intermédio do ministério desses evangelistas, que se dedicavam aos estudos especiais dos apóstolos e das Sagradas Escrituras para que seus ensinamentos fossem o mais fiel possível ao original. Seu título significa homens que manuseiam o evangelho (2 Timóteo 2.15). Apesar desse glorioso ministério dos evangelistas, os anciãos das congregações era quem supervisionavam as suas visitas, os deveres pastorais, as liturgias dos cultos, e quem também selecionavam àqueles que iriam ministrar a Palavra de Deus. Algumas cartas também eram enviadas a esses anciãos através destes evangelistas que eram lidas para toda a igreja (2 Coríntios 10.9 / Colossenses 4.16 / 1 Tessalonicenses 5.27).
A ação soberana do Espírito Santo
Tanto Paulo como os demais apóstolos reconheceram que o Espírito Santo concedia habilidades especiais para certas pessoas (1 Coríntios 12.28). Quando conferiam um título oficial a um irmão ou irmã em Cristo, estavam convencidos de que o Espírito Santo já os havia capacitado para tal finalidade, e que eles apenas oficializavam o ministério ordenando-os com a imposição de suas mãos sobre aquilo que Deus já havia iniciado (Atos 13.2 / Atos 6. 5-6). O Espírito Santo trabalhava por meio dos apóstolos, operando muitos milagres e maravilhas (Atos 2.43), e muitas pessoas enfermas e possessas por espíritos imundos se reuniam no templo, para que pudessem ser tocadas por eles a caminho da oração (Atos 5.12-16). Esses milagres convenceram a muitos de que os cristãos estavam verdadeiramente servindo ao Deus Poderoso. Os apóstolos e os evangelistas pregavam incansavelmente o evangelho e ordenando líderes para cada ministério (Atos 20.28). Era ensinado aos cristãos de que eles deveriam servir uns aos outros, com humildade, e que, ninguém deveria obter poderes especiais de Cristo sobre o seu próximo ou para seus próprios interesses (João 13.12-17). A igreja primitiva não oferecia poderes mágicos, seu poder era resultado de muitas orações e o poder de Deus se manifestava fortemente através deles por meio de sinais, e estes sinais atraíam muitos incrédulos a fazer parte do corpo de Cristo (Atos 2.42-47).
A organização institucional
A organização da igreja foi o resultado de uma verdadeira evolução, tanto nas instituições eclesiásticas como nas posições doutrinárias. Ambas tiveram o seu desenvolvimento fundamentado na autoridade dos apóstolos. À medida, porém, que a igreja se difundia, cada congregação passou a ter necessidade de uma liderança própria, para ensinar o credo litúrgico e doutrinário, além de tomar providências em relação às necessidades materiais de seus membros. É possível observar que, havia líderes que presidiam os negócios de cada congregação e esses líderes eram conhecidos como anciãos ou presbíteros (Romanos 12.6-8 / I Tessalonicenses 5.12 / Hebreus 13.7-24). A escolha de quem ocuparia uma congregação era obra do Espírito Santo, mas eram os apóstolos quem os nomeavam (Atos 20.28). Que através da imposição de suas mãos, transferia-lhes aos anciãos ou presbíteros a autoridade para o exercício do ministério e a sua sucessão apostólica. Isto nos dá a entender que esses anciãos exerciam uma autoridade direta de liderança eclesiástica nas igrejas primitiva que eram respeitadas até mesmo pelos apóstolos e evangelistas.
Com uma linha contínua de obreiros fiéis às leis de Deus e dos apóstolos, se definia então o sistema hierárquico do cristianismo. A princípio havia quatro classes de ministros eclesiásticos, o diaconato que eram os encarregados dos trabalhos assistenciais interno das comunidades, os evangelistas que eram os responsáveis por transmitir os ensinamentos fiéis e verdadeiros de Cristo ensinados pelos apóstolos, os anciãos ou presbíteros que exerciam as funções espirituais e litúrgicas dos cultos e os bispos que eram considerados os descendentes diretos dos apóstolos.
Os primeiros auxiliadores nos serviços internos
A comunidade cristã a essa altura já possuíam lugares e liturgias pré- estabelecidas para os cultos, e já se reuniam em lugares próprios para a oração e o partir do pão. E como lhe é de praxe, toda igreja que cresce tem como consequências surgir alguns problemas, externos e internos, que precisam ser resolvidos. Alguns discípulos, os judeus de fala grega, começaram entre eles a se queixarem dos judeus de fala hebraica, de que suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária dos alimentos, e cabia aos apóstolos resolver esses assuntos, além de outros surgiam, e isso estava sobrecarregando muito os seus ombros. A preocupação maior dos apóstolos era com a necessidade de cumprir a ordem do Mestre, de proclamar o evangelho em todos os cantos da terra, e não poderiam se prender aos probleminhas internos da comunidade e negligenciar o ide de Jesus. Então se reuniram com os discípulos e sugeriram que nomeassem sete homens para os serviços internos no diaconato, auxiliando-os na distribuição dos alimentos às viúvas, aos necessitados e aos órfãos, deixando os apóstolos livres para se dedicarem à oração e à pregação do evangelho (Atos 6.4). A preocupação era de como seria o perfil dos candidatos que ocupariam esses postos, teriam que ser homens que dessem bons testemunhos de vida, deveriam ser homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Procuraram dentre os
cristãos e os escolhidos foram: Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau. E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos ordenando-os ao cargo de diaconato (Atos 6.1-6).
O primeiro mártir cristão
Estêvão era um desses diáconos, homem cheio de fé e de poder e realizava grandes sinais e maravilhas entre o povo (Atos 6.8). Através de sua vida, compreendemos que no reino de Deus, se inclui diversos tipos de serviços. Estevão possuía grande conhecimento das Escrituras, e realizava muitos sinais, mas também demonstrou bondade e dedicação aos trabalhos internos da igreja, principalmente com relação às pobres viúvas e seus filhos. Sua dedicação na obra fez com que seu trabalho crescesse e se tornasse conhecido pelos seus feitos, despertando assim a inveja de alguns opositores, a saber, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, os quais disputavam contra Estêvão. Usando táticas desonestas, estes homens subornaram alguns para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus e excitaram o povo, os anciãos e os escribas, e, investindo contra Estevão, o arrebataram e o levaram ao conselho (Atos 6.9-11). Estevão foi apedrejado e morto, mas pouco antes do apedrejamento, ele fixou os olhos ao céu, e viu a glória de Deus e Jesus que estava à direita de Deus. E com isso disse “Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus” (Atos 7.56). Embora seu tempo no palco do cristianismo tivesse sido curto, sua importância de vida mostrou características essenciais de um verdadeiro discípulo do Senhor. Seu nome é encontrado pela primeira vez na lista dos sete servos escolhidos para os serviços de diaconato, mas é lembrado como o primeiro mártir cristão encontrados na Bíblia.
De carrasco a apóstolo dos gentios
Após o martírio de Estevão, resultou numa grande perseguição dos judeus contra a igreja em Jerusalém, e todos os discípulos exceto os doze foram dispersos por toda a Judéia, Samaria e Síria, alguns conforme afirmam as Santas Escrituras, chegou à Fenícia, Chipre e até em Antioquia, sem se arriscar repartindo a fé cristã com outras nações, anunciaram somente aos judeus (Atos 11.19). Nessa época Saulo de Tarso um jovem judeu a tribo de Benjamim, estudante do farisaísmo, que presidiu no assassinato de Estevão, com a autorização dos principais da sinagoga, partiu para perseguir e destruir os cristãos, mas foi surpreendido pela intervenção divina a caminho de Damasco e também se converteu ao cristianismo, passou a se chamar Paulo, tornando-se um dos maiores colaboradores da propagação do evangelho da salvação entre os povos gentílicos, ao ponto de ser chamado de o apóstolo dos gentios (Atos 9.1-20/2 Timóteo 1.11). Motivados pelo poder divino, a doutrina do salvador espalhou-se rapidamente por toda Ásia Menor e posteriormente pelo mundo. Em cada cidade, vilas e aldeias eram estabelecidas igrejas com cultos nos lares com várias pessoas para adorar a Deus em nome de Jesus Cristo e centenas de almas se convertiam ao evangelho da salvação.
Herodes é comido por bicho
As consequências da colheita de almas para o reino de Deus resultaram em perseguições intensas realizadas pelos Imperadores romanos. Os apóstolos, com exceção de João, foram martirizados por razões de sua fé em Cristo Jesus. Os cristãos em geral, eram vistos como hereges, porque se opunham às crenças pagãs de Roma e declaravam em público, que em muito breve, o seu rei voltaria e reinaria eternamente sobre eles. Isto era visto pelo império romano, como uma ameaça, e procuravam cada vez mais exterminá- los. Por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja para maltratá-los, e matou à espada Tiago, irmão de João. E, vendo que isso agradara aos judeus, mandou prender também a Pedro, e encerrando-o na prisão, era guardado e protegido por soldados, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa. Mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus. E quando Herodes estava prestes para fazê-lo comparecer, naquela mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardando a prisão, eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão, e, tocando a Pedro nos ombros, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa, e caíram-lhe das mãos as cadeias. E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas alparcas e Lança às costas a tua capa, e segue-me, e assim o fez. E, saindo, o seguia, mas não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que fosse uma visão, e quando passaram a primeira e a segunda guarda chegou à porta de ferro, que dá acesso para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma e tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele. E Pedro tornando a si disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava (Atos 12:1- 11). Todos os esforços do rei Herodes contra os apóstolos, não demorou muito para sentisse na sua pele o poder da justiça divina. Num dia designado, o rei Herodes Agripa vestindo-se de vestes reais, estava assentado no tribunal e após muitos aplausos por conta de seu discurso, o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem. E no mesmo instante o anjo do Senhor o feriu, porque não deu a glória a Deus e, com muitas dores durante cinco dias seguidos não pode refrear as lágrimas, foi comido de bichos e expirou (Atos 12.21-23). Herodes terminou a sua vida com cinquenta e quatro anos de idade e sete anos de reinado, sendo sucedido por Caio César. Essa declaração além de bíblico pode ser também confirmada pelo historiador Flávio Josefo em seu livro História dos Hebreus, nas Antiguidades.
O curso seguido pelos apóstolos
Após a libertação milagrosa de Pedro, a igreja se dedicava ainda mais na pregação do evangelho de Cristo. Pedro pastoreou num período de dez anos, na sede da igreja em Jerusalém, Judéia, Samaria, e em Antioquia. No século (4 d.C.) ele transfere a igreja para a capital do império na cidade de Roma, como estratégia de evangelização. A parir do centro do império seria mais fácil a locomoção para evangelizar. No tempo de Nero, no ano de (67 d.C.), Pedro foi
preso e morto crucificado. A igreja sofreu muito com a sua perda e se lamentou amargamente, mas naquele mesmo ano Paulo retorna para Roma acompanhado por Lucas e seus cooperadores no evangelho e reconstitui a comunidade sofrida pela perda de Pedro, seu líder. O apóstolo dos gentios passa a viver na margem esquerda do Rio Tibre, perto da ilha Tiberina, onde foi preso e acusado de chefiar a seita cristã. Embora não fosse verdade, porque após o martírio de Pedro o primeiro a receber o episcopado de Roma foi Lino, Paulo chega até mencionar seu nome na segunda carta escrita a Timóteo (2 Timóteo 4.21). Apesar de tudo a sua situação ficou complicada pelo fato dos cristãos terem sido acusados de ter incendiado Roma e eram tratados como malfeitores. Paulo foi decapitado fora da cidade de Roma. Com a perda desses dois grandes desbravadores do evangelho, o ministério apostólico sentiu fortemente o impacto, mas a obra não poderia parar, a igreja seguia caminhando, e continuou no seu curso. Muitas outras igrejas foram implantadas e muitos dos cooperadores dos apóstolos tiveram que assumir uma posição de liderança sucedendo os postos deixados pelos apóstolos.
Os primeiros a sucederem os apóstolos
Após o martírio de Tiago e a captura de Jerusalém, Simeão filho de Cleófas, assumiu o episcopado daquela igreja. Enquanto que as pregações de Pedro teve sua maior ênfase entre os hebreus da dispersão, como os de Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia. Paulo teria pregado principalmente para os gentios, e estabeleceu igrejas desde Jerusalém até o Ilírico, conforme (Romanos 15.19). Como o próprio Paulo já mencionava em suas epístolas, existiam muitos cooperadores nas igrejas já estabelecidas, que assumiriam os trabalhos pastorais subsequentes, eles chamavam de companheiros de luta (Filipenses 2.25). Assim como Timóteo é mencionado como o primeiro a receber o episcopado de Éfeso e Tito foi nomeado sobre as igrejas em Creta. E Lucas, nascido em Antioquia, médico de profissão e por muito tempo companheiro e cooperador no ministério de Paulo era muito bem familiarizado com os demais apóstolos, teve a responsabilidade de nos deixar dois livros inspirados, a saber, Atos dos apóstolos e o evangelho de Lucas, que relata passagens importantes do ministério dos apóstolos. Paulo também menciona que Crescente foi enviado por ele à Gália. Clemente foi nomeado o terceiro bispo dessa mesma igreja.
Eusébio de Cesaréia
Foram vários os escritores que relataram os fatos históricos da igreja primitiva, e um deles foi Eusébio de Cesaréia, nascido em Cesaréia da Palestina, por volta do ano 265 d.C. Educado na escola do erudito Pânfilo, recebeu uma sólida formação intelectual, sobretudo histórica, eleito bispo em sua cidade Cesaréia, foi considerado o homem mais culto de sua época. Eusébio escreveu muitas e importantes obras de teologia, exegese e apologética, mas a sua obra mais importante ficou conhecida como A História Eclesiástica, fruto de 25 anos de pesquisa histórica contínua. Eusébio narra nos seus livros, a origem da história iniciada por Diocleciano até a perseguição
concluída no Ocidente e no Oriente com Galério, até o Edito de Tolerância e a morte de Maximiano no ano 313. Ele também descreve a retomada da igreja até a vitória de Constantino sobre Licínio e a unificação do império. Poupado da perseguição de Diocleciano, Eusébio foi uma testemunha importante para a documentação de sua obra, porque viu pessoalmente a destruição de igrejas, fogueiras de livros sagrados e muitas cenas de selvageria e martírio na Palestina, Fenícia e até em Tebaida no Egito, e nos deixa importantíssimo documento histórico eclesiástico. As sucessões dos bispos nas principais igrejas relatados por Eusébio ficaria assim: (Texto extraído do livro, História eclesiástica de Eusébio de Cesaréia, editora CPAD).
Bispos de Roma: A sucessão dos bispos em Roma ficou assim: Pedro, Lino, Anencleto, Clemente, Xisto, Telesforo, Higino, Aniceto, Sotero, Eleutério, Vitor, Zeferino, Calisto, Urbano, Pontiano, Antero, Fabiano, Cornélio, Lúcio, Estefano, Xisto, Dionísio, Félix, Eutiquiano, Caio, Marcelino e Miltíades.
Bispos de Jerusalém: A sucessão dos bispos em Jerusalém ficou assim: Tiago, irmão de Jesus, Simeão filho de Cleófas, Justo, Zaqueu, Tobias, Benjamim, João, José, Judas, Marco, Cassiano, Públio, Máximo, Juliano, Antônio, Valente, Doliquiano, Narciso, Dio e Germano.
Bispos de Laodicéia: A sucessão dos bispos em Laodicéia ficou assim: Telimedres, Heliodoro, Sócrates, Eusébio, Anatólio, Estevão e Teodoro.
Bispos de Alexandria: A sucessão dos bispos em Alexandria ficou assim: Aniano, Abílio, Cerdo, Primo, Justo, Eumenes, Marco, Celádio, Agripino, Juliano, Demétrio, Heráclas, Dionísio, Máximo, Teocnas, Pedro, Áquilas e Alexandre.
Bispos de Antioquia: A sucessão dos bispos em Antioquia ficou assim: Évodio, Inácio, Heros, Cornélio, Maximino, Serapião, Ascepíades, Demetriano, Paulo de Somátra e Dômino.
O obreiro e a hierarquia da igreja
“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por Ele instituídas” (Romanos 13.1).
Definição
Hierarquia eclesiástica é o poder de comando de uma igreja, é a posição de importância contínua de autoridades com subordinação sucessiva de uns aos outros, de forma que, a posição inferior é sempre subordinada às posições superiores. Sua finalidade é se organizar tornando possível o desempenho do papel a ser realizado pela igreja. Se não houver hierarquia nas igrejas, de nada servirá os cargos e as funções por ela realizada. Haverá desordem e qualquer pessoa, dizendo ser usada por Deus, poderá mandar no pastor. É por isso que desde o princípio da criação, a hierarquia esteve presente em várias passagens bíblicas, tanto no velho como no novo testamento (1 Coríntios 14.26/1 Coríntios 15.23/ 1 Tessalonicenses 4.17/ 1 Tessalonicenses 5.23/ Colossenses 2.5).
A hierarquia vem de Deus
A hierarquia existe para que haja ordem nas coisas, ela está presente em todo o universo, na criação, nos animais, na natureza, na vida aquática, na vida humana, na área eclesiástica, na área social, urbana e militar. Sem a hierarquia seria impossível manter a vida nesses ambientes. Quando olhamos para a Bíblia Sagrada, podemos observar que tudo o que Deus criou, Ele priorizou a hierarquiza e a constituiu. Deus poderia ter formado todas as coisas com uma única palavra, ter dado cordas a elas e ter deixado as coisas irem acontecendo mecanicamente, mas Deus fez questão de formar tudo no seu devido tempo, dia após dia conforme (Gênesis 1.1-31) e estabeleceu autoridades cada uma delas (Gênesis 1.28). O Senhor também determinou a disposição ordenada das tribos de Israel, e da igreja (Números 2.1-34/1 Coríntios 14.40/Efésios 4.11-15), demonstrando que Deus é um Deus que aprecia a ordem.
Hierarquia na igreja
A hierarquia eclesiástica no novo testamento, Deus a constituiu assim, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro evangelistas, em quarto lugar pastores em quinto doutores. Buscando um único objetivo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo (Efésios 4.11-12). Na hierarquização feita por Deus, observem que o ministério da Palavra tem mais prioridade do que a de operar milagres, mesmo porque a operação de milagres é uma das consequências da pregação do Evangelho (Marcos 16.17). É importante não confundir títulos com
ministérios e dons Espirituais. Os títulos vêm dos homens e são dos homens, enquanto que os dons ministeriais e os dons Espirituais vêm de Deus e é de Deus. A ordem hierárquica na igreja não foi criada para que um portador de certo dom, seja ele ministerial ou Espiritual se considerasse superior aos outros, mas para que haja a ordem, a submissão e o respeito pelas autoridades superiores constituídas, conforme (1 Coríntios 12.28-30). A Bíblia nos informa que toda autoridade é constituída por Deus, e não existe autoridade que não seja ordenada por Deus, quando desobedecemos a essas autoridades, também desobedecemos a Palavra de Deus e sua autoridade de constituir as coisas (Romanos 13.1-8).
Representantes de Deus
Quando uma autoridade é delegada a um líder, ele fala como um representante seja ele de uma empresa, de uma marca, de um grupo ou de um País, isso é justo e digno de que a reconhecemos e nos sujeitamos a elas, principalmente se essa autoridade é uma autoridade direta de Deus como a eclesiástica (Mateus 7.22/Mateus 18.5/ Marcos 9.41/Lucas 10.3/João 20.21). Quando a Escritura fala sobre autoridades superiores, ela está sugerindo que existem níveis legítimos de autoridade nas quais devemos nos submeter. Existem ocasiões em que a autoridade superior, a divina, e a inferior, a humana, entram em conflitos entre elas. Quando isso acontece, temos que ter o cuidado de escolher e obedecer à autoridade que é divina, a de Deus, ao invés da autoridade humana dos líderes, por mais elevado que seja a posição ocupada por ele (Atos 5.29). Dos níveis de autoridade mencionados nas Escrituras, duas delas não pertencem aos homens, mas é divina.
Dois tipos de autoridade
Autoridade Soberana ou Imperial – é a maior autoridade que existe, este nível nunca é questionado ou desafiado, é absoluto, infalível. É a autoridade da maior magnitude e pertence somente a Deus. Alguns líderes ou denominações apropriam-se indevidamente dessa autoridade, a fim de terem, o poder absoluto sobre seus liderados, mas não há absolutamente nenhuma base bíblica que dê aos líderes de igrejas de exercerem a autoridade soberana de Deus sobre seus liderados. A Bíblia alerta-nos, de maneira inconfundível, para que, aqueles que desejam ou assim atuam estão caindo no mesmo pecado que levou à queda de Satanás do Paraíso (Ezequiel 28.11-19 / Isaias 14.12-14). Satanás tentou apropriar- se da autoridade que pertence somente a Deus. Saul cometeu o mesmo erro tocando na autoridade de Deus e teve seu ministério monárquico rejeitado por Deus (1 Samuel 15.10-35). O Senhor é o único que tem a autoridade soberana na igreja, é Ele quem está entronizado acima de todos os principados e autoridades, e quem delegou posições de autoridades para seus filhos continuarem a fazer sua vontade (Efésio 1.21-23).
Autoridade Verídica – a palavra veracidade significa aquilo que é verdadeiro, autêntico e fiel. A verdade é uma ciência empírica, quando comprovada sua autenticidade por meio de pesquisas, ela se torna uma
autoridade inquestionável e não tem que ser questionado, discutido ou justificado, é verdadeiro e pronto. A verdade em si tem tanta autoridade que serão julgados todos àqueles que não creem nela (2 Tessalonicenses 2.12). Portanto tudo aquilo que é verdadeiro, possui a autoridade em si mesma, somente pelo fato de ser verdadeira. Paulo reconheceu isto quando disse que “Nada podemos contra a verdade senão pela verdade" (2 Coríntios 13.8). Quando uma pessoa fala com a verdade ou usa da verdade para falar, ela está falando com uma autoridade veraz. Por exemplo, quando somos alfabetizados na escola, na faculdade, numa escola bíblica de obreiros ou escola dominical, ou outro meio de aprendizagem verdadeira, o professor está falando com uma autoridade veraz, porque ensina daquilo que é verdadeiro e empírico (1 João 2.21). Quando um obreiro prega a Palavra de Deus, ele também está exercendo uma autoridade verídica que recebeu do Senhor Jesus, pois ele fala das verdades de Deus (Salmos 119.43/ 2 Coríntios 6.7/ 2 Timóteo 2.15). Por causa disso, muitos obreiros sejam eles grandes ou pequenos, caíram no pecado da desobediência e no laço do diabo (2 Coríntios 10.5/1 Timóteo 6.1- 6), por quererem ser os donos da razão ou da verdade que pertence somente à Deus, esquecendo de que foram instituídos por Deus para serem apenas despenseiros da verdade como Noé foi, um anunciador dessa verdade, um pregoeiro da justiça (1 Timóteo 2.7/1 Pedro 2.5/1 João 2.21/ 2 João 1.1). Somente o Senhor Jesus Cristo é o dono da verdade, ele mesmo é a verdade (João 8.32/ João 14.6/ João 17.17).
O exemplo de Davi na hierarquia
Quando olhamos para a história de Davi, percebemos que ele conhecia muito bem o poder da hierarquia, Davi respeitava a autoridade de Deus que estava sobre a vida de seu líder, o rei Saul. Saul por sua vez já não exercia mais seu ministério monárquico com a confirmação de Deus que o havia rejeitado o seu ministério. Samuel ungiu Davi como rei no lugar de Saul, mas nem por isso Davi se rebelou contra seu rei, revogando o lugar que lhe era de direito. Davi respeitou a unção e autoridade que Deus havia derramado sobre a vida do sei rei. Davi entendia que a unção de Deus permanecia sobre a vida de Saul até o dia da sua morte, independente de qualquer coisa, ele ainda era seu líder o ungido do Senhor. Por isso que mesmo tendo sido ungido rei para suceder o trono de Saul deixou de se submeter à autoridade de seu rei. Certo dia numa perseguição frenética de Saul contra a vida de Davi, o Senhor lhe proporcionou uma grande oportunidade para que Davi acabasse com a vida de Saul. Davi fugindo de Saul entrou e se escondeu com seus homens no fundo de caverna. Então veio Saul com seu exercito, sem saber, e também entrou e passou a noite na mesma caverna em que Davi estava. Quando amanheceu, Davi com seus homens saíram primeiro que Saul da caverna e Davi aproveitou a oportunidade e foi mansamente e cortou a orla do manto das vestes de Saul. E sucedeu que depois disso o coração de Davi doeu por ter cortado a orla do manto de Saul e disse aos seus homens: “O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do Senhor” (1 Samuel 24.6). O obreiro precisa ter
esse mesmo temor e essa mesma reverência com seus líderes, cumprindo sempre o que está escrito em (1 Samuel 24.6/2 Samuel 1.14/ Salmos 105.15/1 Crônicas 16.22).
A insubmissão da hierarquia na igreja
Vivemos em um período na história da igreja em que, a cada dia que se passa, aumenta o número de crentes que não se sujeitam mais aos seus líderes, e pensam estarem certos. Para complicar ainda mais essa situação, a maior parte desses crentes, são obreiros na casa de Deus. Apesar de suas responsabilidades como obreiro não respeitam seus pastores, verbalizam contra a liderança dizendo: “eu só obedeço a Deus e não aos homens”. A rebeldia da insubmissão, geralmente é exercida por pessoas que já possuem uma ideia formada, um bom tempo de casa e se consideram os donos da congregação, acreditam que tem o direito de mandar até mesmo no pastor da igreja, impondo suas regras, suas liturgias e costumes. A insubmissão se torna mais visível principalmente se o pastor for um líder que tenha assumido recentemente o pastorado daquela congregação. A posição do pastor na igreja é mais do que um líder, é uma autoridade, e se um membro não se submete a autoridade do seu pastor esse tal está desacatando uma autoridade instituída, e deve ser avaliado o seu comportamento e punido se necessário (Romanos 13.1-4). Aquele que não respeita a autoridade constituída, jamais respeitará o Deus que a constituiu. Jesus falou sobre esse assunto na parábola dos lavradores maus (Mateus 21.33-45).
A insubmissão na igreja primitiva
A insubmissão das autoridades eclesiásticas já vem de longas datas, desde os tempos antigos, na igreja de Tiatira, por exemplo, os apóstolos também sofreram com esse tipo de problema. Eles foram os primeiros a receberam os ensinamentos e a autoridade de Jesus Cristo para dar continuidade no seu ministério e nas pregações do evangelho, no entanto João escreveu: “Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe. Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja” (3 João 1.9-10). Paulo também escreveu aos crentes de Roma sobre esse assunto dizendo: “Por isso também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco” (Romanos 1.13/Romanos 15.22). O pastor local deve ter punho firme, exercer sua autoridade ministerial com firmeza, não deve se amedrontar com a rebeldia dessa minoria de crente, e mostrar que quem tem a autoridade eclesiástica sobre a igreja é o pastor dela, e não seus auxiliares (Hebreus 13.17).
Muitos já se têm feito antiCristo
No livro de apocalipse, a Bíblia enfatiza claramente que Jesus Cristo tem um lugar singular nos propósitos de Deus, Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19.16). Ele está cima de todos os reis e acima de
todos os senhores e somente a Ele é dado o lugar de autoridade soberana e absoluta. Por isso todos devem prestar uma obediência inquestionável somente ao nosso Senhor Jesus Cristo, Ele quem foi exaltado acima dos homens, acima dos anjos, acima de todos os tronos para todo o sempre (Filipenses 2.7-11/1 Coríntios 15.27-28). E é exatamente essa posição que o diabo almejou estar, e muitos falsos mestres e líderes busca de forma desesperadora ocupar. Qualquer pessoa, ou qualquer igreja, que tenta subir ao nível em que está o Senhor Jesus ou fazer de seu cargo eclesiástico, igual ou superior a Jesus, está beirando a ter o espírito antiCristo. O termo antiCristo, da maneira usada no novo testamento, não se resume somente para aquele que é contra Cristo, mas para aquele que almeja estar no lugar que pertence a Cristo. Quando João, o evangelista, descreve a situação da igreja pra onde ele envia sua primeira carta, no capítulo dois, João não aborta sobre os obreiros que trabalhavam contra aquilo que era de Cristo, mas contra os obreiros que buscavam serem os donos da igreja, querendo ocupar o lugar que era de Cristo (1 João 2,17-29). A queda do homem se deu pelo fato do diabo oferecer a Eva uma posição como a de Cristo, você será como o altíssimo (Gênesis 3.5). Jesus nos alertou que isso tudo iria acontecer: “Muitos virão em Meu nome, cristãos professos, dizendo: Eu sou o Cristo, querendo estar no meu lugar e enganarão a muitos” (Mateus 24.5). Isto significa que, ninguém, apesar de sua posição, cargo ou título pode ter a presunção de subir a uma posição de mesma autoridade tão alta como a que o Senhor Jesus possui. Mas esses são os conceitos que muitos líderes autoritários, que com capacidade de persuadir pessoas simplórias e de escravizar vidas, tanto individualmente como coletivamente ostentam sobre os seus discípulos, com práticas anti- bíblicas, eles manipulam essas pessoas impondo seus abusos de autoridade, para que, mesmo por alguns momentos estejam no lugar que deveria ser do Senhor Jesus.
Administração Eclesiástica
“Pois os magistrados não são terror para as boas obras, mas, para as más. Queres não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela” (Romanos 13.3).
Conceito de administração eclesiástica
O conceito de administração eclesiástica é bastante amplo, mas em todas as definições existem duas palavras chave, gerenciamento e organização. Ele é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função como autoridade principal da igreja em que serve. A igreja é simultaneamente um organismo vivo, mas é também uma organização. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: a Espiritual, o Social e o Econômico, que tange em atender à missão para a qual Deus a constituiu (1 Timóteo 3.5). Administrar é o processo de planejar, organizar e liderar um corpo organizado usando todos os recursos e conhecimentos disponíveis para alcançar os objetivos pré-definidos. O bom administrador é aquele que leva as pessoas a realizarem suas tarefas cada vez melhor, distribuindo as responsabilidades e não as realizando sozinho (Lucas 10.1-2 / Marcos 3.14).
A Importância do estudo da administração eclesiástica
A administração eclesiástica é importante por que lida com vários aspectos relacionados a igreja e o obreiro precisa saber onde e como lidar com essas indiferenças. A igreja é uma instituição religiosa espiritual, mas possui também compromissos sociais, jurídicos e culturais. A igreja tem seus objetivos e suas responsabilidades perante os seus membros, perante a sociedade, perante o País onde ela está estabelecida e perante o Senhor que é o dono dela. Por isso que a igreja se organiza de forma hierárquica, a fim de cumprir e atender com todas as suas responsabilidades (Mateus 22.21).
Os tipos de organizações
As organizações dividem-se em dois tipos básicos, a saber:
As organizações com fins lucrativos – Esse tipo de organização tem como objetivo principal a busca pelo lucro, um retorno financeiro pelo investimento ou pelo serviço prestado.
As organizações sem fins lucrativos – Esse tipo de organização não tem como objetivo final a busca pelo lucro. Tudo o que ela arrecada é aplicado ali mesmo no bem estar harmonioso de seus colaboradores. A igreja está inserida neste tipo de organização, a filantrópica sem fins lucrativos.
Formas de governo eclesiástico
As formas de governo mais comuns nas igrejas evangélicas são: Episcopal e Congregacional.
Episcopal – É a forma de governo mais próxima usada pela igreja primitiva, cujo poder de mando estava nas mãos dos apóstolos, e subsequente dos presbíteros/anciãos e cooperadores. Nos dias atuais, poucas igrejas utilizam essa forma de governo devido o seu grande crescimento. Geralmente as maiores igrejas adotam esse tipo de organização, mas com algumas mudanças. Essas mudanças existem pelo fato dessas igrejas já terem as suas regras e doutrinas pré-estabelecidas, que na época dos apóstolos ainda estavam em desenvolvimentos.
Congregacional ou Independente – É aquela onde os assuntos são tratados e resolvidos de acordo com a vontade da maioria dos membros. Não são os pastores quem estabelece as decisões, mas os membros através de assembleias, mediante votações. Quando uma igreja congregacional é fundada, logo se torna independente e passa a ser responsável por ela mesma, deixa de ser vinculada a uma igreja mãe e sobrevive por si só.
O objetivo da administração eclesiástica
O objetivo da administração eclesiástica é acima de tudo fazer com que as coisas funcionem, é tirar os propósitos e metas da inércia, fazendo com que sejam alcançados, cumprindo assim a finalidade de sua existência. Mas não podemos nos esquecer de que a igreja tem propósitos não só para esta vida, mas também para a eternidade, por isso exige circunstancias que muitas vezes fogem dos parâmetros humanos, como os milagres. E isto implica em afirmar que a finalidade básica da igreja, qualquer que seja o modelo administrativo, precisa dispor de ferramentas humanas para a realização de seus objetivos tantos físicos como sobrenaturais.
Ministério apostólico
A palavra apóstolo é uma transliteração do grego, que significa: enviado para uma missão específica. Os doze apóstolos, incluindo Matias, receberam de Jesus essa missão específica de anunciar o evangelho em todo o mundo (Marcos 16.14-20). Pedro era o líder sobre os demais apóstolos (Mateus 16.19 / João 21. 15-17), e foi o primeiro a pregar para os judeus em Jerusalém, e para os gentios na casa do centurião Cornélio (Atos 2.14-42 / Atos 10.1-48). Nos lugares onde o evangelho era aceito, eram estabelecidas novas igrejas e os apóstolos nomeavam anciãos ou presbíteros, para que pastoreassem estas igrejas. Na época dos apóstolos, as igrejas eram conhecidas apenas como igrejas locais, cujas doutrinas e raízes estavam sempre ligadas à igreja mãe em Jerusalém, pastoreada por Pedro e Tiago, irmão de Jesus.
O apostolado de Paulo – Após a morte dos apóstolos nenhuma sucessão apostólica foi estabelecida pela igreja primitiva, senão Paulo, que se declarava, o apóstolo que havia nascido fora do tempo (1 Coríntios 15. 8-9). Rejeitado por
algumas igrejas por não fazer parte dos doze, sua defesa encontra-se na sua segunda carta aos Coríntios (2 Coríntios 11. 12 e 13). Paulo Justifica seu apostolado baseando-se na sua chamada direta, nas suas obras e nas suas experiências vividas com o Cristo.
Os apóstolos modernos – Sempre surgem debates sobre a possibilidade de haver apóstolos modernos ou não. Se o termo apóstolo for usado no sentido de alguém comissionado pelo Senhor para abrir novos campos missionários, cujo ministério seja acompanhado por sinais e prodígios, não seria inadequado o uso da palavra apóstolo para a maioria dos que estão em atividades nos dias atuais. Mas deve ficar bem claro que os apóstolos originais foram os doze escolhidos pessoalmente pelo Senhor Jesus para que o acompanhassem. Pedro no livro de atos fornece uma lista de exigências para que alguém pudesse fazer parte do grupo de apóstolos, o candidato deveria preencher alguns requisitos (Atos 1.20-22). Os apóstolos modernos não preencherem esses requisitos, então podemos dizer que os tais, possuem apenas o título de apóstolos. Alguns na igreja de Tiatira, também se intitularam apóstolos, mas o Senhor Jesus revelou que não o eram (Apocalipse 2.20).
Ministério profético
Os profetas são mencionados depois dos apóstolos na lista da hierarquia da igreja (Efésios 4.11), mas isso não significa que seus dons sejam inferiores aos dos apóstolos, mas porque lhes foi confiado primeiro aos apóstolos, e depois as demais ordens. O profeta é aquele que recebe uma mensagem ou visão de Deus para transmitir a um povo ou a uma pessoa individual com a finalidade de alcançar um objetivo específico com aquela mensagem. Sua finalidade é consolar, corrigir, convencer e ensinar. O título profeta no antigo testamento vem do termo hebraico que significa: aquele que fala por Deus, já no novo testamento deriva-se do termo grego, alguém que anuncia algo sobrenatural que ainda não aconteceu. Generalizando o ministério de profeta como um termo técnico que indica alguém que fala por Deus ou por um deus ou deusa, lembrando que o falso deus Baal, e Azera, também tinham os seus profetas (1 Reis 18.19).
O ministério profético bíblico não se resumia apenas na capacidade de prever o futuro, mas era acima de tudo a boca usada por Deus para anunciar a sua palavra, e se houvesse predição do futuro, seria Deus, e não o profeta quem o previa, mas era o profeta quem revelava ao povo. Suas mensagens geralmente se originalizavam na proclamação, pregação e informação da Palavra e da vontade absoluta de Deus. Os profetas também eram chamados de videntes, porque Deus lhes permitia enxergar a mensagem, algumas vezes em suas mentes, outras, em sonhos e visões. No velho testamento ser profeta era um ofício (ministério), no novo testamento é um dom (1 Coríntios 12.10). Alguns crentes no novo testamento foram chamados de profetas e cumpriu o seu ministério num sentido mais elevado, como João Batista (Mateus 11.9- 11), o Senhor Jesus (João 4.19), Ágabo e outros vindos de Jerusalém (Atos 11.27,28 / 21.10), alguns profetas em Antioquia (Atos 13.1), Judas e Silas
(Atos 15.32), as quatro filhas de Filipe o evangelista (Atos 21.9). No velho testamento, o ministério da lei e dos profetas durou até João (Lucas. 16.16). No novo testamento, o Espírito do Senhor é derramado sobre toda a igreja, e todo servo de Deus pode ser agraciado com o dom de profetizar (Joel 2.28 / Atos 2.16-18). No velho testamento o profeta era para a nação de Israel, no novo testamento o profeta é para a igreja e para o mundo. Portanto, assim como os profetas foram indispensáveis para os propósitos do Deus no velho testamento, os profetas do novo testamento continuam sendo indispensáveis para os propósitos de Deus para a sua igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus, assim com Israel rejeitou seus profetas, certamente caminhará para a sua decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo (Mateus 14.5/Mateus 23.29-31/Lucas13. 34/1 Coríntios 14.3-5). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem, seja ela de consolação, repreensão ou de advertência denunciando o pecado e a injustiça, então a igreja nunca será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito de Deus (Provérbios 29.18).
Ministério evangelístico
Ministério evangelístico primitivo – O termo grego para evangelista é pregar, ensinar o evangelho ou anunciar as boas novas. O evangelista na igreja primitiva era um grupo específico de ministros treinados, que ensinavam nas congregações os ensinamentos que haviam aprendido diretamente com os apóstolos. Seu ministério era itinerante e viajavam muito de uma congregação para outra, como representantes legais e pessoais dos apóstolos. O ministério evangelístico eram os responsáveis por ensinar, fortalecer e disciplinar seus membros cristãos. Mas também tinham o trabalho de constituir presbíteros e anciãos nas igrejas locais como faziam os apóstolos. Paulo escreveu em suas epístolas pastorais, e os cristãos reconheciam a importância de preservar os ensinos de Cristo por intermédio do ministério desses evangelistas, que se dedicavam aos estudos especiais dos apóstolos para que seus ensinos fossem o mais fiel possível ao original. Seu título significa homens que manuseiam o evangelho (2 Timóteo 2.15).
Ministério evangelístico moderno – O ministério evangelístico moderno tem como objetivo principal ganhar almas para o reino de Deus. As Escrituras nos mostra que todo cristão é um evangelista, portanto todos foram chamados para proclamar as boas novas de salvação (Marcos 16.15-16). O ministério eclesiástico possuem duas faces, dois lados, o de ganhar almas e o outro de edificação da igreja. Mas o interessante é que de todos os ministérios, somente o ministério de evangelista se refere ao ministério de ganhar almas. Por isso que o evangelista é mais difícil de identificar no novo testamento, não pelo fato de ser menos importante, mas porque quase todos os obreiros da igreja primitiva faziam o trabalho de evangelização. Podemos ver Pedro no cenáculo, evangelizando os judeus, na casa de Cornélio, evangelizando um gentio, Filipe evangelizando um eunuco (Atos 2.37-43 /Atos 8.27-38 / Atos 10.34-48). Felipe é o único que foi chamado de evangelista (Atos 21.8), a julgar pelo seu ministério em Samaria. Paulo, Barnabé e Silas talvez fossem os maiores
evangelistas no período da igreja primitiva, porém não encontramos tais títulos para eles (Atos 11.21-24 /Atos 13.49). Timóteo foi aconselhado por Paulo a fazer o trabalho de um grande evangelista, porém nunca foi chamado de evangelista (2 Timóteo 4.5). Existem diversas maneiras de evangelizar, mesmo que o obreiro tenha um ministério de edificação, mas lança um convite para que alguém para vir à igreja ou anuncie a salvação para alguém, esta atitude já é um trabalho evangelístico.
Pastor, Bispo, Presbítero e Ancião.
O termo da palavra pastor como líder espiritual de uma igreja local, só é encontrada uma vez no novo testamento (Efésios 4.11). Nenhuma palavra poderia expressar melhor os cuidados amorosos e a confiança mútua que deveria existir entre o líder espiritual e sua congregação. O pastor é aquele que pastoreia um rebanho, podendo liderar também um grupo de obreiros que trabalham simultaneamente na evangelização e na edificação da igreja.
Pastores, bispos, presbíteros e ancião, são considerados nomes ou títulos diferentes, mas com ofícios bem parecidos e às vezes idênticos no ministério. Estes são aqueles possuem um conjunto de virtudes, atributos e qualidades para poder juntar, visitar, alimentar, consolar e até doar sua própria vida pelas ovelhas. Todos esses cargos na igreja primitiva tinham o ministério de pastorear, alguns com responsabilidades e autoridades mais elevada do que o outro, mas todos eles exerciam oficialmente o mesmo ministério de apascentar. O primeiro registro sobre presbíteros está em (Atos 11.30), mas foram citados por Paulo e Barnabé como sendo os presbíteros que pertenciam à igreja de Jerusalém. Sabemos que Tiago, irmão do Senhor, apesar de não fazer parte dos doze apóstolos, era bispo na igreja de Jerusalém. Tiago nunca se julgou bispo ou ancião por estar na concepção de um degrau acima dos demais pastores, mas trabalhou em pé de igualdade com os pastores, presbíteros e apóstolos da igreja. João também pastoreava a igreja em Éfeso e se identificou como presbíteros (3 João 1.1), o mesmo aconteceu com Pedro enquanto pastoreava a igreja em Roma (1 Pedro 5.1). Um pastor pode ser pastor de outro pastor, um que lidera e o outro que é liderado, isso geralmente acontece quando o pastor que lidera tem uma responsabilidade ampla de trabalho ou de campo.
Doutores e Mestres
O fato de existirem profetas e mestres na igreja de Antioquia (Atos 13.1), indica que mestre era um ministério distinto, o que não sabemos de fato, é se esse ministério era simplesmente uma função de ensinamento exercido pelos apóstolos e presbíteros ou se era um ministério à parte (1 Timóteo 5.17), mas acreditamos que o dom para doutor e mestre era o dom de ensinar (1 Coríntios 12.8). Tanto Jesus como os apóstolos, considerava e respeitava essa posição ocupada pelos fariseus e saduceus nas sinagogas, como sendo estabelecidas por Deus (Atos 4.5 / Atos 23.9). Jesus, porém censurava esses mestres, não por não ocuparem essa posição, mas por não entenderem e obedecerem à lei
como deveria ser (Mateus 23.3). Jesus sempre valorizou o ensinamento, e deixou bem claro, de que o ensinamento do evangelho seria de grande importância para a edificação e para o avanço das igrejas (Mateus 28.19-20). Embora o ensino faça parte de quase todos os ministérios do novo testamento, haviam alguns varões cujo chamado principal era ensinar a Palavra de Deus. Paulo se considerava um doutor no evangelho (2 Timóteo 1.11).
Cooperadores e Diáconos
A palavra diácono vem da forma grega, cujo significado é servir ou administrar os bens (João 2.5-9). O uso mais frequente na Bíblia para diácono é traduzido por mordomo ou obreiros nos trabalhos voluntários da igreja (Romanos 13.4). A ênfase do sentido dessa palavra não está na posição da pessoa, mas no serviço prestado. No novo testamento os deveres dos diáconos estão ligados à administração das obras de caridade e aos negócios gerais da igreja. Os diáconos foram instituídos ao trabalho ministerial na igreja sob a supervisão dos apóstolos, de maneira a liberar os apóstolos e presbíteros para a oração e o ministério da Palavra (Atos 6.5). Os diáconos são mencionados diretamente em apenas duas passagens da Bíblia, mas as qualificações para um bom diácono são bastante detalhadas (Filipenses 1.1 / I Timóteo 3.8-13). O papel dos diáconos ou cooperadores, que é uma espécie de auxiliar do diaconato, vai desde os trabalhos administrativos até as funções de porteiro, vigia e auxiliadores durante os diversos cultos. Além disso, sob a observação de seu pastor, o diácono poderá até pastorear igrejas e ministrar a Palavra de Deus.
O obreiro e a liderança cristã
“Senhores, deem aos seus servos o que é justo e direito, sabendo que vocês também têm um Senhor no céu” (Colossenses 4.1).
Liderança cristã
A palavra liderança cristã pode ser definida como o esforço do pastor ou do líder de um departamento da igreja, que trabalha com a finalidade de influenciar conscientemente o seu grupo, sua igreja ou uma pessoa em particular. É um assunto importante para os obreiros, que desejam ou já exercem esta função, pois são os obreiros, os responsáveis diretos pelo sucesso ou pelo fracasso da igreja. São eles que iniciam e incentivam seus liderados a trabalhar pelo crescimento e pela edificação da igreja. Liderar não é uma tarefa simples, pelo contrário, ela exige muita dedicação, paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso. A igreja é um organismo vivo, dotado de colaboradores com os mais diferentes tipos e graus de capacidades e inteligências. O verdadeiro líder cristão é aquele que espelha a sua forma de liderança no exemplo de Cristo e sua identidade está fundamentada no amor de Deus e no sacrifício de Jesus Cristo (Mateus 28.20/João 2.5).
Algumas teorias de liderança
Teoria transacional – É aquela cujo enfoque se concentra na figura do pastor. Nesse caso, são eles que estabelecem as doutrinas de Cristo, e valorizam o papel do liderado, esse é o estilo de liderança das igrejas episcopais.
Teoria da atribuição – Essa teoria atribui ao pastor um pré-julgamento realizado pelos liderados, é quando o pastor ou obreiro é influenciado a liderar conforme a cultura já pré-estabelecida pelos membros, impossibilitando-o de realizar qualquer atividade que não seja aprovada pelos seus membros, são os membros que ditam as regras, este é o tipo de estilo de liderança nas igrejas congregacionais independentes.
Teoria transformacional – Nessa teoria, os líderes e liderados interagem entre si de tal maneira que são levados a um nível de concordância maior, no propósito de alcançar os resultados e os interesses comuns. Geralmente esse estilo de liderança é usado pelas igrejas menores e independentes.
Estilos de lideranças
Liderança autoritária – é aquela em que o obreiro se utiliza de seu poder ou de sua posição para designar pessoas a realizar as tarefas, não aceita opiniões, sugestões, muito menos críticas, ele se considera absoluto e irrepreensível.
Liderança livre – é aquela em que, muitas vezes, o obreiro não está preparado para assumir tal responsabilidade ou está inseguro do que quer, geralmente demonstra fraquezas, e seus liderados, por não confiarem nele, tomam as decisões que acham serem as mais corretas.
Liderança democrática – é aquela que o líder permite a participação dos liderados, opinando sobre os assuntos para que se possa chegar a um melhor resultado. Esse tipo de liderança é a mais viável para as igrejas.
Liderança independente – é aquele obreiro isolado, que não busca opinião de ninguém, pois acredita que ninguém a tem, não dá satisfação de seus atos aos seus liderados e não possui líderes superiores.
Liderança centralizadora – é aquela cujo obreiro é visto como o “Dr. sabe tudo”, todas as coisas devem estar centralizadas nele, pois sem ele nada funciona, é aquele obreiro que acha que o mundo gira em torno dele, por isso faz tudo sozinho.
O sucesso como líder
Liderar é um fenômeno que sempre chamou a atenção de pessoas pensantes, tanto dos estudiosos da natureza selvagem, como do comportamento humano. Sempre procuraram tentar descobrir quais são os fatores interpessoais que levaram algumas pessoas a terem sucesso como líder e quais são os fatores que determinam a aceitação e a subordinação ou não de seus liderados (João 6. 67-69). Destacaremos dois nesse tópico.
A submissão de seus liderados – O líder busca a submissão de seus liderados, não por meio da força ou por meio de chantagens, mas por meio da influência e do respeito. Seus liderados veem nele um modelo a ser seguido, por isso se submetem.
Proteger e cuidar – O líder procura trazer segurança, cuidados e confiança aos seus liderados, todo liderado espera que seu líder tenha atitudes firmes de iniciativa, esteja sempre a frente das coisas, protegendo-os nos momentos de fraquezas e aconselhando nos momentos de dúvidas. Nos momentos de lutas e provações, os liderados esperam que seu líder vá representá-lo bem em qualquer situação (Lucas 22.31-32).
Exemplo de liderança de Jesus
A grande maioria dos obreiros e líderes almeja pastorear igrejas grandes e com um número considerável de pessoas, mesmo que seja difícil cuidar e ensinar tantas pessoas simultaneamente é o que massageia o orgulho de muitos líderes. Talvez o motivo seja o orgulho em considerar que igreja grande e cheia de membros seja um sinal de um ministério próspero e frutífero, mas nem sempre isso é verdade. É possível ter um ministério eficaz e eficiente, mesmo sendo pastor de uma pequena igreja, com poucos membros e sem muitos recursos financeiros. Um ministério frutífero não é medido pelo
número de pessoas a quem o líder serve, mas pelo número de pessoas que são servidas pelos seus liderados, ou seja, ministério frutífero é quando seus liderados são capazes de servirem os demais. Este foi o princípio do ministério terreno usado pelo Senhor Jesus, Ele não se preocupou com as multidões, mas com os homens a quem as multidões iriam seguir (Marcos 6.7/Marcos 4.10/Lucas 22.14). A multidão de pessoas que o seguia nunca estimulou tanto a Jesus quanto os encontros que eram realizados nas particularidades, como exemplos da mulher samaritana e do endemoninhado de Gadara, que apesar de sua mensagem ter sido direcionada apenas para uma pessoa, o seu resultado foi gigantesco (João 4.1-42/Lucas 8. 26-39). O próprio cristianismo posteriormente revolucionou o mundo, e a maior razão disso foi a qualidade do seu trabalho pessoal, começado por um jovem pregador e a sua capacidade de olhar nos olhos das pessoas comuns e necessitadas anunciando a salvação e a libertação de que elas tanto necessitavam (Atos 1.8/Atos 17.6).
Representante de confiança / Duplicação
O ministério de liderança é um trabalho muito dinâmico e exige muito de seus líderes, em muitos casos o obreiro precisa estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo, as coisas se complicam ainda mais quando chega o tempo em que o obreiro precisa tirar suas férias ou precisa se ausentar por um tempo. O obreiro não é de ferro, ele precisa de um tempo para descansar e recarregar as baterias, mas mesmo assim a obra de Deus não pode parar, por isso exige-se que o obreiro capacite pessoas de confiança para ocupar seu lugar durante sua ausência e realizar as mesmas obras que ele realiza com as mesmas habilidades e a mesma eficiência e eficácia que ele realiza (João 14.12). Quando o obreiro consegue fazer isso, ele proporciona aos seus liderados a possibilidade de crescer e evoluir no ministério, sendo capaz de realizar as mesmas atividades que o seu líder realizaria se estivesse presente (Tito 1.5). Esse foi o princípio de liderança do apóstolo Paulo, que na medida em que o tempo passava e as igrejas cresciam, ele colocava representantes que ele chamava de cooperadores para auxiliá-lo nessas atividades, realizando as mesmas obras que ele realizava (João 5.36/João 14.12). Sendo assim Paulo conseguia estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, ele conseguia auxiliar uma igreja em algum lugar, enquanto um representante seu atendia em outro lugar (Filemom 1.17/Colossenses 4.10). Quando o assunto é duplicação de atividades, lembramo-nos do que Jerry e James disseram que os verdadeiros líderes não são aqueles que dão soluções, mas os que dão ferramentas para que façam, não dizem as horas, ensinam a construir relógios, não fazem, mas providenciam para que seja feito, não reúnem seus liderados para dizer o horário, mas capacitam as pessoas para saibam dizer as horas.
O líder e a comunicação
A comunicação tem como finalidade transmitir uma mensagem, passar uma informação e todo obreiro deve saber como transmitir as informações aos seus liderados de forma clara e objetiva. Ele mesmo poderá realizar essa tarefa, ou atribuir a alguém para que fale por ele, geralmente é o secretário da
Desabafar – O obreiro deve usar do púlpito para ministrar a Palavra de Deus, nunca usá-lo para desabafar, contar seus lamento, mandar recadinhos de amor para a esposa, nem contar historinhas ou piadas para descontrair o povo, ele deve ser coerente com suas palavras e entender que tudo tem o seu tempo e lugar.
Elogios interesseiros – O obreiro deve entender também que igreja não é lugar de comércio, e que quem sustenta a igreja é o dono da igreja o Senhor Jesus. Portanto, o obreiro não precisa usar de leviandade ou interesse para com aquele membro que dispõe de um poder aquisitivo maior que os demais, ele deve entender que na igreja todos estão nivelados e igualados pelo poder da graça de Deus.
Perseverança nas decisões
Um obreiro demonstra imaturidade quando vacila no processo decisório, mostrando que está inseguro de si mesmo, tomando decisões precipitadamente. Enquanto que um obreiro eficiente é aquele que só decide tomar uma decisão após ter feito suficientes considerações preliminares sobre o problema com seus liderados. Esta atitude irá impedir de tomar decisões erradas e consequentemente uma série de problemas, além de acumular sobre si um poder de decisão respeitada pelos seus liderados (João 8.3-11). Um obreiro pode tomar decisões certas ou erradas, mas um obreiro eficaz avalia e decide mostrando com convicção sua decisão e mantém-se fiel a elas, sabendo, no entanto, reconhecer quando erra. Agindo assim, seu rebanho terá forças para sustentar aquela decisão junto ao seu líder.
Disposição para assumir um erro
Outro ônus da liderança é assumir as responsabilidades de seus erros e pelos erros cometidos por seus seguidores. Se por acaso um de seus liderados cometer um erro, e seja ele qual for o obreiro que o delegou para aquela tarefa, deve considerar que o erro foi seu, pois foi ele quem indicou aquela pessoa para a realização daquela atividade, mesmo que ele tenha sido indicado por outra pessoa. Se o obreiro tentar mudar a direção dessa responsabilidade, não continuará liderando e transmitirá insegurança aos seus liderados, que poderão não aceitar novos desafios. Por isso é muito importante que o obreiro conheça bem quem são os seus liderados, conhecendo as suas limitações e onde se adequariam melhor, para realização dos serviços.
não puderam mais se comunicar. Os problemas começaram a surgir porque os operários não se entendiam mais, um falava uma coisa outro falava outa, um pensava de um jeito e outro de outro, ao ponto de abandonarem o projeto da torre resultando-se em nada. Por isso é necessário que o líder e seus liderados se entendam, falarem a mesma língua analise o projeto antes de começar a obra, traçam as melhores formas para realizarem e depois trabalhe com o mesmo objetivo, Jesus nos ensinou sobre esse assunto registrado por Lucas (Lucas 14. 28-32).
O trabalho em equipe e os dons do Espírito
Quando uma pessoa chega numa igreja pela primeira vez, ela observa tudo, o tempo todo, desde a atuação da equipe de recepcionistas, até a forma como o pastor e seus obreiros se comportam durante o culto. Se a igreja for caracterizada por obreiros treinados, entusiasmados, otimistas e dinâmicos, estiver preparada para recepcionar, conduzir a pessoa até o assento, certamente que seus trabalhos irão causar conforto e segurança para aquela pessoa, e sua equipe irá refletir uma imagem positiva de sua igreja (1 Reis 10). Esse trabalho, por exigir dos departamentos envolvidos serviços diferenciados, só é possível alcançar se houver a interação e o bom desempenho de toda a equipe. Treinamentos e esforços contribuem muito para a realização de uma boa obra para a casa de Deus.
Outro trabalho perfeito que é realizado pelos obreiros, quando trabalham em equipe, é a colaboração de Deus através dos dons espirituais e ministeriais (1 Coríntios 12 .5). O próprio Deus capacita-os para que possam aperfeiçoar o trabalho no que tange a edificação da igreja. Pois o mesmo Senhor Jesus é quem distribui cada dom como quer, para o que for útil na obra. Segundo a sua vontade divina, Deus assume o seu papel de colaborador na igreja, trabalhando para alcançar o aperfeiçoamento dos santos (João 5.17). O que há de mais belo na arte dos dons, senão que o próprio Deus trabalha como membro da equipe, buscando o bem estar de todos (João 5.17). Deus, não é Deus do individualismo, mas de união, é Ele quem capacita seus obreiros e o que cada um irá fazer (1 Coríntios 12.11), mas é o líder quem os prepara e cada um dependerá do outro para que essa obra possa ser concretizada (1 Coríntios 12.12-31).
Dicas básicas para bom trabalho em equipe
Ser paciente em tudo – Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal, cada cabeça uma sentença. Por isso é importante que o líder seja paciente, procure expor os seus pontos de vista com moderação aos liderados e procure ouvir o que os envolvidos têm a dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões (Colossenses 1.11).
Saber dividir as atividades – Para se trabalhar em equipe é importante saber dividir as tarefas. Não parta do princípio de que o líder é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar responsabilidades