distribuir atividades delegando pessoas para a realização de determinadas funções e tarefas na igreja também não credencia uma pessoa como pastor. Os verdadeiros pastores são conhecidos por sua devoção, retidão e conhecimento de Deus, não por suas ações administrativo-pastorais. Alguns termos como Gestão Ministerial, Consultoria Eclesiástica, entre outros segmentos nessa direção, deveriam ser banidos do meio eclesiástico, pois alimentam a visão de que o ministério pastoral assemelha-se à gerência de uma empresa qualquer, dando a entender de que, ser obreiro não é mais uma chamada ou vocação divina, mas uma profissão sócio administrativa. A igreja e o ministério pastoral vão além das características da estética humana ou da posição administrativa eclesiástica. Trata-se do reino de Deus na terra, trata- se do mundo espiritual fundado por Cristo Jesus na cruz do calvário. É na igreja e através dela, que o ser humano se prepara para entrar nos céus, aprendendo a andar e a viver como Jesus, testemunhando de Deus como verdadeiros embaixadores de Cristo. O ministério eclesiástico é um serviço divino que o Senhor Jesus confiou aos seus escolhidos, mas que um dia também pedirá relatório dele (Mateus 25.14-46 / Lucas 19.11-27).
O obreiro e a fama
A fama é o estátus que Deus proporciona ao ministro de Deus a fim de que Cristo seja anunciado através dele. É impossível que um ministro chegue numa determinada posição eclesiástica sem que antes tenha chegado a sua fama e o seu testemunho. Ela existe para que portas sejam abertas em favor do reino de Deus, não para que o obreiro se aproveite certas regalias superiores aos demais e nem sejam adorado, reverenciado ou tratados como um deus. Mesmo para um obreiro famoso, a sua verdadeira posição no reino de Deus é de um servo. A fama serve para abrir portas, mas também pode trazer consigo uma série de armadilhas, infelizmente muitos foram vítimas de seu veneno porque não souberam lidar com ela. Lembro-me de uma publicação no jornal Boca no Trombone do Estado do Pará, na 1a quinzena de setembro de 2008, com o Dr. Billy Graham, quando o convidaram para uma reunião executiva privada, onde lhe propuseram indicar o seu nome como candidato a presidente dos EUA, ele agradeceu o convite e a indicação do seu nome, mas respondeu: “Para mim é uma humilhação que vocês fizeram comigo, me convidando a deixar o ministério do reino de Deus, para servir no ministério do reino dos homens, este convite pra mim seria me rebaixar demais, Deus me confiou algo muito mais excelente do essa de presidente dos EUA que vocês me propuseram, obrigado! mas, não vou descer meu nível, e a minha resposta é definitivamente um não” (Dr. Billy Graham).
Características de um administrador
O administrador é aquele que possui atributos e conhecimentos que orientem seus subordinados a executar tarefas específicas para cumprir com os seus objetivos. Suas ações estão focadas nas metas ou serviços a serem realizados. Algumas igrejas adotam os sistemas de administradores ao invés de pastores, que se interessam mais pelo próprio sucesso, do que pelo sucesso
de seus membros, tendo como resultado a fama e a glória dos homens. Esse tipo de liderança, geralmente não se sensibiliza pelas almas necessitadas e sofridas, antes fazem delas o seu produto de negócio. Por exemplo, se o membro for obediente em tudo, próspero financeiramente e ajudador nas atividades sem exigir nada em troca, este membro poderá ser considerado, pelo seu líder, como um bom produto em sua igreja. Mas se o tal membro possuir certos tipos de limitações ou dificuldades em alguma área da sua vida e precisar de ajuda e cuidados constantes, esse membro pode ser considerado um mal produto, pois não traz lucros para a congregação, mas sim problemas. Os líderes com atitudes empresariais não deseja ter em sua congregação pessoas problemáticas, e quanto às tem, com o tempo as abandonarás. Se esse membro vier a abandonar a igreja ou passar a congregar em outra igreja que o ajuda, o pastor-administrador pode não se expressar em público, mas o considera como um livramento de Deus para a congregação.
Outra característica comum de um administrador de igreja é o poder de delegar aos obreiros, geralmente simplórios, subordinados e despreparados, mas tementes a Deus, as atividades mais desgastantes do ministério, tais como: evangelismo, visitas e aconselhamento, ficando apenas com as atividades mais leves e sublimes da congregação, como dirigir cultos e distribuir atividades aos membros. É inegável que nesses últimos tempos, alguns obreiros oportunistas com desvios de caráter e disfarçados de pastores, têm aproveitado das brechas de alguns membros materialistas e têm convertido a igreja de Cristo em uma empresa lucrativa, usando da criatividade e de algumas adulterações de textos bíblicos, conseguem extrair ao máximo dos recursos financeiros de seus membros. Nos tempos de Jesus não foi diferente, é possível imaginar o desgosto que o Mestre Jesus sentiu ao ver que alguns aproveitadores faziam da casa de Deus, um lugar de negócios (Mateus 21.12-13). O obreiro deve aprender e entender que tudo quanto fizer irá prestar contas a Deus. O senhor Jesus pedirá contas de seu trabalho, e disso deu certeza na parábola do servo vigilante (Lucas 12. 42 - 48).
Características de um mercenário
O termo da palavra mercenário vem do grego misthotós, que significa assalariado, ou seja, aquele que trabalha pela troca do salário, da fama ou da glória. Os serviços dos mercenários eram diversos e estendiam desde trabalhos rurais, tais como semeadura, colheita, trabalhos com animais nos campos, mas também exerciam trabalhos mais arriscados como, soldados contratados que negociavam valores financeiros altos, a fim de ajudar o exercito de uma nação para lutar e defender seus senhores dos ataques dos exércitos inimigos ou na conquista de novas terras. Os mercenários só realizam os seus serviços se houver o retorno financeiro, é a única preocupação ele tem, o que vai receber no final do trabalho. A Bíblia chama os mercenários de trabalhadores assalariados (Mateus 20.1-15). Jesus também descreve o mercenário como uma pessoa não confiável e covarde, já que é comum fazer vista grossa quando surge algum tipo de problema e está sempre querendo tirar uma
O obreiro, a igreja e o jardim
“Jardim fechado és tú, minha irmã, noiva minha, manancial fechado, fonte selada” (Cantares 4. 12).
Introdução
No livro de Cantares de Salomão, o rei Salomão descreve num sentido metafórico (comparada) a igreja como um jardim. Ele nos ensina que a beleza encontrada num jardim, são as mesmas características encontradas na igreja de Cristo, a noiva adornada e deslumbrante. Podemos tirar dessa alegoria alguns ensinamentos importantes para a manutenção pessoal, espiritual e física de uma congregação. Para que um jardim seja um ambiente agradável e prazeroso de estar, é necessário que o jardineiro tome alguns cuidados básicos e fundamentais. As flores, por exemplo, são os elementos essenciais de um jardim, sem flores não há jardim. Mas não basta haver flores, se não houver um jardineiro com habilidades específicas que proporcione condições para que elas existam e se mantem vivas.
Um jardim literal
O jardineiro – o jardineiro é aquele que trabalha proporcionando condições possíveis para a existência do jardim, ele é responsável pela sua criação, existência, limpeza e manutenção.
As flores – as flores é o elemento principal do jardim, o jardim só existe por que existem as flores, é ela quem proporciona a beleza e a vida em um jardim.
O ambiente – o ambiente é o palco de um jardim, o qual deve desfrutar de boa iluminação, limpeza, cuidados contra as pragas que possam destruir a plantação, boa terra, supervisão contínua e cuidados constantes.
O adubo – o adubo é o reforço que se dá para a terra, preparando-a para o plantio, é preciso adubar a terra para que se tenha uma plantação forte e duradoura.
A plantação – após a terra preparada e adubada, é a vez da plantação. A semente é lançada na terra e regada constantemente, a lei da natureza cuidará para que haja a germinação e o crescimento.
A irrigação – o jardineiro deve regar o jardim com água limpa todos os dias, para que a flor não seque e morra.
A poda – quando as flores já estiverem crescidas, o jardineiro deve tomar o cuidado com as folhas e flores secas, pois para nada serve senão para atrair predadores, como formiga destruidora, gafanhotos e outras pragas, além de ofuscar a beleza do jardim.
A reprodução – além da beleza e do ambiente agradável que o jardim proporciona, o seu maior objetivo é que as sementes produzam os frutos, esse é a razão das flores produzirem o pólen, com algumas raras exceções, o pólen é o responsável pela reprodução de novas flores.
A proteção contra ventos fortes – os ventos fortes são um dos maiores causadores de desastres no jardim, por isso seja necessário que o jardineiro no período dos ventos fortes, crie proteções e condições de proteger seu jardim, até que passe o vento.
Cuidados especiais – neste caso o jardineiro deve estar presente aos cuidados, observando o jardim pessoalmente, não adianta colocar outra pessoa no seu lugar, a sua presença é fundamental, pois é ele quem toma os cuidados cabíveis.
Um jardim como congregação
A partir daqui começamos a comparar o jardim com uma congregação. O obreiro deve desenvolver ministérios e aptidões para a existência de suas flores, e essas flores venham a se reproduzirem.
O jardineiro – o jardineiro é o obreiro que trabalha proporcionando condições possíveis para a existência do jardim, ele é responsável pelo seu jardim, a congregação.
As flores – As flores são os membros da congregação, as que já estão plantadas e as que irão nascer em breve, os novos convertidos.
O ambiente – o ambiente é a congregação física que deve estar apropriada para receber e acomodar bem os membros e os visitantes. Ela deve desfrutar de boa iluminação, bom som para que se possa ouvir com nitidez, ter boa aparência como uma boa pintura, banheiros com papéis, cortinas e tapetes próximos do púlpito limpos e bancos concertados. Deve estar tudo muito limpo e arrumado, com decorações agradáveis e sem exagero nas cores ou nos enfeites.
O adubo – o adubo neste caso são os investimentos que o obreiro deve fazer, proporcionando cada vez mais conforto e condições para gerar novas almas. É acreditar e preparar o palco para o crescimento de mais uma flor (novo convertido) que poderá ser um (a) grande obreiro (a), é investir nos membros e em novas flores.
A plantação – plantar é semear para que nasçam novas flores. Jesus nos ensinou bem acerca de semear (Lucas. 8.4-15). A plantação é pregar a Palavra de Deus, é evangelizar, fazer visitas, convidar pessoas para vir aos cultos, realizar eventos para atrair mais almas. Sem a semeadura não se pode colher novas flores.
A irrigação – irrigar é dar continuidade nos trabalhos que o obreiro anterior teria começado talvez uma reforma ou uma construção ou algum trabalho específico. Regar é zelar o tempo todo do templo físico e das almas, é realizar manutenção contínua para que nada fique fora de lugar. A má aparência do templo pode ser sinal de relaxo e despreparo do obreiro.
A poda – a poda pode ser as coisas desarrumadas, quebradas, ultrapassadas, sem utilidade, que precisam ser concertadas ou trocadas. Bem como obreiros que já não se interessam mais pelo bem estar da congregação, já não realiza mais as atividades com amor, isso poderá trazer sérias consequências para a congregação, talvez já esteja na hora de ser podado, trocado. É necessário podar, tirar ou trocar lideranças de departamentos que não produzem mais. Caso contrário, poderá atrair muitos predadores e formigas devoradoras para a congregação com exemplo: falatórios, descontentamento nos membros, brigas, abandonos, etc.
A reprodução – a congregação é um corpo vivo e tem que produzir o tempo todo. O obreiro deve usar de sua criatividade, e realizar campanhas e eventos diversos, a fim de atrair mais pessoas à Cristo, como também proporcionar à edificação e a alegria dos membros locais, realizando seminários, estudos bíblicos, retiros espirituais, trabalhos diferenciados, afim de que os membros possam gerar mais novos convertidos.
A proteção contra ventos fortes – esta etapa fala das perseguições que muitas vezes a congregação sofre como: os problemas com vizinhos por causa do barulho excessivo, perseguições por pessoas de outras religiões, burocracia com prédios e etc. Essas coisas são os ventos fortes que tentam prejudicar a realização dos cultos ou a imagem da igreja. A ciência diz que vento é o ar em movimento, logo tudo o que é excessivo pode gerar vento, mesmo as coisas boas. É preciso vigiar e saber lidar com isso, colocando as proteções como regras internas (disciplinas) na congregação, abaixar o volume do som, evitar conversas altas enfrente a casa dos vizinhos, etc.
Os cuidados especiais – a presença do jardineiro no jardim é indispensável, ele precisa estar presente o tempo todo, senão ele pode colocar o seu jardim em risco. O mesmo acontece com obreiros faltosos que raramente frequenta sua congregação, mesmo que o seu segundo realize perfeitamente os trabalhos durante sua ausência, ou mesmo que a congregação seja madura na fé e capaz de realizar suas funções sozinhas, num momento ou outro, a congregação passará a sentir a falta de seu líder e com o passar do tempo começará a se desfalecer. O obreiro que possui um ministério itinerante deve pensar muito sobre cuidar de uma congregação ou diminuir o máximo as suas saídas para ministrar em outras igrejas. Dizem que jardim saudável é aquele cujo jardineiro conversa todos os dias com as suas flores e as cuida.
Um jardim espiritual
Muitas profecias sobre a igreja, no velho testamento, vêm com linguagem figurada usando o jardim, e uma delas é o que está registrado no livro do profeta Ezequiel, que diz “levantarei uma plantação de renome (cristã), e nunca mais serão consumidas pela fome na terra (palavra), nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios (pecado). Saberão, que eu, o senhor seu Deus, estou com elas (Espírito Santo), e que elas são o meu povo (igreja), a casa de Israel, diz o Senhor Deus” (Ezequiel. 34.29-30).
O jardineiro – nesse caso o jardineiro é Deus, que trabalha na área espiritual de sua igreja o jardim (João 15.1). Através do dom ministerial do obreiro, Deus proporciona a sua igreja todos os cuidados devidos, para que seja um jardim espiritual e cheio de paz e de amor, como deve ser o corpo de Cristo (1 Coríntios 12.18-27/2 Coríntios 6.1-10).
As flores – As flores são cada cristão em particular, cada um está em destaque no jardim de Deus, ainda que sofram injurias ou falta de alguma coisa, mesmo assim o cristão exala o bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2.15- 16).
O ambiente – O ambiente é o interior de cada crente, cada um é o templo do Espírito Santo e morada de Deus, por isso é necessário de que esteja sempre limpo pela Palavra de Deus e justificado pela oração através de Cristo Jesus nosso Senhor (João 15.3/1 Coríntios 3.16-17/Efésios 2.19-22).
O adubo – é o momento de preparação do coração para que Deus possa continuar fazendo morada, deixando a disposição do Senhor para que ele possa usar conforme a sua vontade (1 Coríntios 12.7). É pedir para que Deus troque o seu coração de pedra por um coração de carne pronto para servir ao Senhor com jejuns e orações a Deus, também e se alimentar diariamente da Palavra de Deus (Atos 6.4/Efésios 6.18/Colossenses 4.2).
A plantação – a plantação no reino de Deus é compartilhar o amor de Deus, é multiplicar tudo quilo que recebeu do Senhor, desde o evangelizar (almas), dizimar e ofertar (financeiro) até formar novos obreiros para fazer o que você sabe fazer na casa de Deus, reger, pastorear, presidir grupos, etc. (Atos 6.7/2 Coríntios 4.15/Hebreus 6.14).
A irrigação – é o reforço que o obreiro dá aos seus membros para que possam permanecer nos caminhos de Cristo. É motivar a leitura e a prática diária da Palavra de Deus, frequentar a escola dominical, o culto de ensino, a Santa Ceia do Senhor. É envolver seus membros nas atividades da igreja, orar com a igreja, consagrar sua vida a Deus, uns pode começar esse trabalho e o outro prosseguir dando continuidade (1 Coríntios 3.6-9).
A poda – podar é fazer uma faxina espiritual, é tirar tudo aquilo que prejudica a vida espiritual do crente, é tirar as práticas idólatras, as atividades carnais e persistência na irregularidade (Mateus 15.13/1 Coríntios 11.28-32).
A reprodução – só é capaz de reproduzir a planta que está saudável, “Jesus disse que a árvore que não der fruto para nada serve a não ser para ser queimada no fogo”. Os cristãos saudáveis devem crescer e amadurecer na fé e no trato, produzindo diariamente o fruto do Espírito (Gálata 5.16-26).
A proteção contra ventos fortes – os ventos são as coisas do mundo, que às vezes sopra tanto que acaba fazendo com que o crente morre. São as lutas, as tribulações e os problemas da vida, problemas familiares, pecado, perseguição, etc. Cabe ao jardineiro (obreiro) proporcionar escudos de defesa para que essa flor (crente) não desfaleça. O obreiro deve colocar esses crentes mais fraquinhos sempre junto de pessoas de oração, de aconselhamento para possa ajudar a cuidar dessa flor, até que passe o vento (Eclesiastes 4.10).
Os cuidados especiais – o obreiro deve investir todo o seu conhecimento no bem-estar dos seus membros, pastoreando seu rebanho com excelência e orientando no caminho da Palavra de Deus. Cuidar da vida Espiritual é se preparar na Palavra e na oração, vigiando em todo o tempo (Efésios 6.18/Colossenses 4.5).
O obreiro e as linguagens tipológicas
“Tenha cuidado de ti mesmo e da doutrina, persevera nelas, porque fazendo isto, salvarás tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem” (1 Timóteo 4. 15-16).
Sistemática cristã
Na palavra sistemática temos uma preposição grega, sis, que significa um conjunto de coisas, ou assuntos pré-estabelecidos, e tema, que significa métodos organizados. Sistemática significa um conjunto de coisas ou métodos pré-estabelecidos e devidamente organizados. Esta é uma palavra que não é encontrada na Bíblia, porque surgiu na filosofia, mas chamamos de sistemática cristã por fazer parte de uma série de doutrinas organizadas e oficiais do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Linguagem tipológica
É muito comum encontrar confusões nas linguagens bíblicas, e essa confusão acontece, pelo fato de ser aparentemente iguais, mas na verdade são bem diferentes. Antes de entrar-nos no assunto sobre a sistemática cristã, vamos esclarecer melhor esse assunto.
Tipologia Bíblica – é o estudo dos Símbolos, Figuras e Tipos da Bíblia, com os quais Deus procura revelar, por meio de coisas terrestres as coisas espirituais. É a relação comparativa entre objetos ou personagens do antigo testamento, com os elementos do novo testamento. Esse tipo de linguagem era uma forma de ensinar ou preparar um povo específico do passado, para que eles pudessem entender quando essas coisas de fato acontecessem. A Bíblia chama isso de sombra (Colossenses 2.17/ Hebreus 8.5 / Hebreus 10.1 / Hebreus 11.1). O mais importante não é a sombra do passado, mas a matéria do presente, não existe sombra sem antes existir a matéria, Cristo é essa matéria que existe antes mesmo da fundação do Mundo (João1.1-3/João 1.14/João 8.58/ Atos 15.18).
Símbolos Bíblicos – Símbolo ou simbolismo é um dos elementos da comunicação que por meio de desenhos ou imagens uma pessoa pode se comunicar com outras, eles podem ser encontrado no cotidiano da vida do saber humano e geralmente suas formas são de objetos imaginários. Existem símbolos que são conhecidos internacionalmente, outros fazem parte de algum tipo de ocultismo e só podem ser compreendidos dentro de um determinado grupo ou contexto, seja ele religioso, cultural, um conceito ou ideia. Na Bíblia, o símbolo é muito usado para transmitir uma determinada forma de objeto, quantidade ou qualidade. Ex. os 144 mil, a estrela de Davi, as vestes sacerdotais, cores apocalípticas, palmas nas mãos, vestes brancas, pedras brancas, os animais, etc.
Figuras Bíblicas – As figuras são formas de linguagens que ilustram estar num determinado lugar ou tempo, mas é representado por outro objeto em outro lugar ou em tempos diferentes do original. Na Bíblia essa linguagem é usada para objetos ou cerimônias do passado que representam objetos ou cerimônias reais futurísticos, como no caso do batismo nas águas, a nuvem e a coluna de fogo no deserto, os animais limpos ou impuros, a lepra, etc. Tudo isto eram figuras específicas que teriam uma grande importância na representação futurísticas do velho para o novo testamento.
Tipos e antítipos Bíblicos – Os tipos e os antítipos são linguagem prefigurada ou pré-anunciada que tratam das comparações de um objeto, pessoa ou celebração ocorrido no velho testamento, assim como acontece com os símbolos e com as figuras, mas com um diferencial importantíssimo, é que o tipo sempre aponta para a pessoa de Cristo, para aquilo que é divino, e quando esse tipo é cumprido, então chamamos de antítipo. Por exemplo: O sacrifício expiatório é o tipo e o sacrifício de Jesus é o antítipo. A Páscoa é o tipo e a Santa Ceia do Senhor é o antítipo. Abraão é um tipo de Deus, Isaque é um tipo de Cristo, Eliezer é um tipo do Espírito Santo e Rebeca é um tipo da igreja, e assim sucessivamente.
O batismo nas águas
“Vós fostes sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos” (Colossenses 2.12)
O cristianismo não é uma religião de ritos, mas de um relacionamento íntimo entre Deus e o ser humano através do Espírito Santo. Por isso não necessita de que haja um sistema rígido de culto, mas exige-se que se mantém um conjunto de ensinamentos bíblicos conhecidos como doutrinas Bíblicas. Existem, porém, nas doutrinas Bíblicas duas cerimônias que são essenciais num no relacionamento com Deus, já que foram devidamente ordenadas: o batismo nas águas e a Santa Ceia do Senhor.
A origem do Batismo
Em virtude de seu caráter sagrado, estas cerimônias são descritas às vezes como sacramentos, ou seja, coisas Sagradas. Também são chamadas ordenanças, porque são cerimônias ordenadas pelo Senhor Jesus Cristo. A palavra batizar, empregada na forma do batismo, significa literalmente submergir ou mergulhar. O batismo por imersão está de acordo com o significado figurado do batismo, ou seja, morte, sepultamento e ressurreição (Romanos 6.1-14). Mas podemos encontrar algumas denominações ou seitas que batizam por aspersão, ou seja, derrama um pouco de agua na cabeça, geralmente de crianças indefesas, dizendo que agora pertence a aquela religião ou denominação cristã. Durante a idade média, existia um grupo de cristão que ficaram conhecidos com os Anabatistas, esse grupo era um grupo de cristãos reformados que não reconheciam a autoridade papal, nem da igreja católica romana, por isso reformularam suas liturgias de cultos e suas doutrinas, rebatizando os membros que deixavam a igreja romana para seguir o evangelho de Cristo. Foi aí que se originou o nome Anabatistas, ou seja, aqueles que rebatizam. A origem do nome João Batista, por exemplo, vem dessa mesma linhagem, João Batista significa aquele que batiza ou João o batizador.
O batismo vos salva
Paulo escreve aos crentes de colossos e aos romanos dizendo que, o batismo é uma linguagem figurada do sepultamento e ressurreição, assim como o Senhor Jesus morreu e ressuscitou, o novo convertido no ato do batismo sepulta o velho homem e ressuscita um novo homem com Cristo (Colossenses 2.12/ Romanos 6.4). Pedro concorda com Paulo, mas acrescenta dizendo que o batismo também salva por se tratar de um mandamento do Senhor (Mateus 28.19/Marcos 16.16/1 Pedro 3.21). Se o batismo salva, então faz parte do plano de salvação. Mas o batismo por si só não tem poder de salvar e muito menos de purificar os pecados, é apenas uma declaração pública, e uma manifestação externa para alcançar uma graça interna. O único elemento capaz de remover o pecado da humanidade é o sangue de
A Santa Ceia do Senhor
“É visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hebreus 2.14).
A origem da Santa Ceia do Senhor
O registro da celebração da última Ceia do Senhor Jesus Cristo com seus discípulos podem ser encontrados nos evangelhos (Mateus 27/Marcos 14/Lucas 22), mas sua origem procede de um pessach, uma palavra hebraica conhecida como páscoa, que significa passagem ou libertação. Ela recebe este nome devido a duas passagens bíblicas registradas no livro de Êxodo, a primeira passagem é a da praga da morte dos primogênitos, quando o anjo da morte passou adiante das casas dos judeus que tinham nos umbrais das portas as marcas do sangue do cordeiro imolado, e aquele cordeiro é um tipo do sacrifício de Cristo no velho testamento (Êxodo 12.12-14), e a segunda passagem é a da libertação do cativeiro da escravidão do Egito, liderada por Moisés, resultando na passagem pelo Mar Vermelho (Êxodo 14. 13-31), que no nome testamento figura a saída do cristão do mundo em direção à salvação eterna nos céus. Pessach ou a Páscoa dos judeus é uma celebração que tem início no dia 10 e vai até o dia 14 do mês de Nisan no calendário hebraico, que corresponde ao mês de abril no calendário cristão (Êxodo 12.1-7). Durante esse período, os israelitas ficavam sem nenhuma atividade pessoal ou profissional, era decretado feriado nacional, nenhum trabalho produtivo era permitido. As famílias se reuniam em casas de parentes ao redor da mesa, para um jantar especial de comemoração pelas duas passagens do grande livramento que o Eterno Deus concedeu ao seu povo Israel contra os egípcios (Êxodo 14). A festa da páscoa é comemorada até os dias de hoje entre os israelitas.
Os elementos representativos usados na páscoa
Deus havia ordenado a Moisés, de que, sempre que os israelitas se juntassem para comemorar a páscoa, eles deveriam cuidar de que não faltariam três elementos representativos à mesa (Êxodo 13.8-11).
Um cordeiro assado – O cordeiro deveria ser assado sobre as brasas cerimonialmente. Se uma família fosse pequena poderia convidar outras famílias para comerem juntas. O cordeiro é um tipo de Cisto, é um animal que nunca participou de uma cruza, é puro, casto, mas após participar da primeira cruza, ele deixa de ser cordeiro e passa a ser carneiro. Isto fala de Cristo que foi casto e puro até o dia da sua morte, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29/João 1.36/Apocalipse 5.6-14).
Ervas amarga – As ervas amarga é uma figura bíblica, que mostra o quanto foi amargo para os hebreus estarem no Egito e quanto é amargo para os homens estarem escravos no pecado (Êxodo 3.9).
Pão sem fermento (ázimos) – O pão deveria ser sem fermento, porque o fermento é uma simbologia de doutrinas, costumes e culturas. Deus ordenou aos israelitas que após eles saírem do Egito, que deixassem para trás todo a fermento, nada que tivesse fermento deveria ser levado, ou seja, deveriam deixar para trás todos os costumes, doutrinas e cultura egípcia, e se consagrassem a Deus e nos seus ensinamentos. Jesus censurou o fermento dos fariseus (Mateus 16.6/Marcos 8.15). Quando um novo cristão vem para a igreja também deve deixar o fermento do mundo para trás e se alimentar do pão vivo que desceu do céu (Mateus 9.17/Lucas 5.37/João 6.47-51).
A Santa Ceia do Senhor
Quando o Senhor Jesus se reuniu com os seus discípulos num cenáculo em Jerusalém a fim de sacrificar a páscoa judaica, como fazia todos os anos (Lucas 22. 7-13), Jesus quebrou a rotina da cerimônia e disse-lhes aos seus discípulos: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça, porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus (Lucas 22.15). O Mestre estava dizendo que havia chegado o momento do seu martírio, o cordeiro de Deus que iria libertar as almas dos pecados do mundo já estava pronto para o sacrifício vicário. Esse sacrifício traria para a humanidade o glorioso reino de Deus, que se tratava da igreja como corpo de Cristo (Mateus 12.27-28/Lucas 13.29/1 Coríntios 4.20). A páscoa judaica, que sempre serviu de sombra durante muitos séculos para os israelitas, agora estaria cedendo o lugar para uma cerimônia muito mais excelente, a Santa Ceia do Senhor. O que era apenas um tipo no velho testamento agora se tornou o antítipo no novo testamento. Jesus agora instituiu a Santa Ceia cristã no lugar da páscoa judaica por ter estabelecido uma nova aliança, ou um novo testamento, que só tem valor quando o testamentário morre, sem morte não existe testamento. Celebrar a Santa Ceia hoje nos lembra do pagamento completo que Jesus já fez por nossos pecados, de forma que podemos agora comer na presença do Senhor com grande regozijo, é a Sombra do velho testamento sendo cumprido no novo testamento, tipo e antítipo. É importante saber que, a Santa Ceia do Senhor não se trata de um ato simbólico, como é frequentemente anunciado nos púlpitos dos templos, mas trata-se de um tipo e de um antítipo, e seu corpo e seu sangue derramado é representado pelo pão e pelo vinho. Dizer que a Santa Ceia Senhor é um ato simbólico era o mesmo que acreditar num Jesus simbólico também, uma vez que Ele é o centro da cerimônia, tudo o que Jesus realizou através da cruz do calvário não seria algo autêntico, literal, mas algo abstrato, imaginário e não verdadeiro. Nós aprendemos pelas Sagradas Escrituras que o Senhor Jesus é real, é verdadeiro e é fiel, e podemos celebrar isso com toda convicção, de que seu martírio trouxe verdadeiramente a libertação e a salvação para todos os homens (Romanos 5.18).
Os elementos representativos da Santa Ceia
O Senhor Jesus preparou seus discípulos para que eles entendessem o verdadeiro significado da páscoa. O Mestre não queria que eles vivessem apenas de sombras, mas que conhecessem a verdadeira realidade manifestada em Cristo. Por isso explicou cuidadosamente aos discípulos, os quais entenderam perfeitamente, de que ele não veio abolir a páscoa ou qualquer outro tipo ou figura do velho testamento, mas cumpri-la (Mateus 5.17). Ao participarem da última páscoa judaica e agora a primeira Santa Ceia do Senhor, os elementos representativos que antes eram usados na mesa para a preparação da páscoa, agora passariam a ter, para o cristão, um significado muito maior e mais importante. Ao invés do cordeiro assado, das ervas amarga e do pão sem fermento, agora era servido o pão e o vinho que representaria o corpo e o sangue do Salvador do mundo. Esta refeição se tornou um memorial da nova aliança entre o homem e Deus, através do corpo e do sangue Jesus Cristo (1 Coríntios 11.24).
O pão: representa o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, que foi partido na cruz do calvário em nosso lugar. Falar do corpo é falar dos membros interligados entre si, quando comemos o corpo de Cristo estamos tendo comunhão com Deus num mesmo corpo, Jesus disse: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele (João 6.48- 51/Romanos 12.5/ 1 Coríntios 10.17/1 Coríntios 12.12/Efésios 4.16).
O cálice de vinho: representa o sangue de Cristo que foi derramado na cruz em contínua purificação dos nossos pecados, seu objetivo é nos trazer a eterna redenção por ele (Efésios 1.7/Colossenses 1.14/Hebreus 9.12). O sangue fala de vida, quando bebemos o sangue de Cristo estamos anunciando que temos a vida em Deus, Jesus deu sua vida pelos pecadores (Lucas 22.20/João 6.54/1 João 3.16).
Comer o seu corpo e beber seu sangue
Sabemos que o sangue é a vida da pessoa, e o corpo é a estrutura, então podemos entender que o pão é o corpo de Cristo que nos traz a comunhão tanto com ele quanto com o Pai, e o vinho é o sangue de Cristo que nos traz a vida, possivelmente seria esse o motivo que levou o Mestre a dizer: “Em verdade vos digo que aquele que não comer da carne do Filho do Homem, e não beber do seu sangue, não terá vida em vós mesmos. Porque todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa” (João 6.53-57). Certamente que o Mestre não estava se referindo ao comer literalmente sua carne nem beber literalmente o seu sangue, claro que se tratava de uma linguagem tipológica, mas quando comemos e bebemos literalmente os elementos representativos da Santa Ceia,
o pão é o vinho, devemos ter em mente que estamos participando de um ato físico, mas com efeitos espirituais, cujos benefícios estão na redenção que o Senhor Jesus adquiriu para nós.
A igreja Primitiva celebravam a Santa Ceia do Senhor
As cartas de Paulo e o livro dos atos dos apóstolos nos ajudam a compreender melhor o que acontecia entre os cristãos primitivos enquanto celebravam a Santa Ceia do Senhor. O livro de atos registra que eles se reuniam no primeiro dia da semana e a celebração era conforme o que o Senhor Jesus havia lhes ensinado, utilizando os mesmos elementos representativos, o pão e o vinho, que os apóstolos chamavam de, o partir do pão (Atos 20.7). A Santa Ceia primitiva era mais aplicada como um ato de comunhão (1 Coríntios 10.15-21), mas existiam também aqueles que não entendiam o verdadeiro significado da Santa Ceia. Dentre eles estavam alguns gentios convertido que inseririam algumas práticas religiosas como a idolatria na cerimônia e os judaizantes que eram judeus convertido ao cristianismo, mas que ainda exerciam práticas da lei judaica (1 Coríntios 11.17-19). Quando se assentavam à mesa do Senhor para cear, muitos se reuniam ali apenas para comer ou beber, a fim de matar-lhes a fome, sem discernir o que realmente significava aquele memorial. Alguns traziam algumas poucas comidas e outros faziam banquetes (1 Coríntios 11.20-22). No princípio os apóstolos tiveram muito trabalho para que se chegasse a um concílio comum. Paulo repreendeu-os julgando-os como sendo aqueles que não sabiam discernir a Santa Ceia do Senhor com o corpo de Cristo (1 Coríntios 11.29). A Santa Ceia do Senhor é acima de tudo a celebração de um memorial do sacrifício feito pelo Senhor Jesus, que libertou o homem da condenação eterna e os transportou para o reino do seu amor (Colossenses 1.13/1 João 4.9).
O obreiro e o Espírito Santo
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (Atos 2.38-39).
A Natureza divina do Espírito Santo
Sua natureza é Divina – O Espírito Santo é Deus porque Sua natureza é divina; Jesus disse para a mulher samaritana sobre a natureza essencial de Deus, e afirma que Deus é espírito, e se Deus é espírito, o Espírito Santo é o espírito de Deus, consequentemente o Espírito Santo é Deus, pois possui a mesma natureza divina (João 4.24).
A Bíblia o chama de Deus – O Espírito Santo é Deus porque é chamado Deus na Bíblia. No livro de Atos dos apóstolos capitulo cinco encontramos a narrativa da história de Ananias e Safira, e o juízo que Deus trouxe sobre eles, quando Pedro diz: ”Ananias, por que encheu Satanás o teu coração para que mentisses ao Espírito Santo? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (Atos 5.3-4). Outra passagem que evidencia de que o Espírito Santo é Deus esta na segunda carta de Paulo aos Coríntios quando diz: “Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu será tirado. Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.16-17).
Ele estava no princípio – O Espírito Santo é Deus porque estava presente na criação, quando Deus trouxe a existência tudo aquilo que não existia. “No princípio criou Deus do nada os céus e a terra. A terra, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gênesis 1.1-2). A palavra era Cristo (João 1.1-5), o projetista era o Pai (Marcos 13.32/João 15.1/Atos 1.7) e quem capacitava a natureza para que entendessem a ordem de Deus e a obedecessem era o Espírito Santo (Lucas 12.12 /João 16.13/João 14.26/1 Coríntios 2.13/1 João 2.27). Portanto o Pai, a Palavra e o Espírito estavam em pleno acordo (1 João 5.7-8).
Ele faz parte da Trindade – O Espírito Santo é Deus porque ele faz parte da trindade (Mateus 28.19 /João 15.26/1 João 5.7). O Pai é Onisciente (Mateus 24.36), o Filho é Onipotente (Mateus 28.18) e o Espírito Santo é Onipresente (Salmos 139.7-12).
Ele é o que mantém a vida – O Espírito Santo é Deus porque ele mantem a vida, conforme encontramos no livro de Jó: “Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o seu Espírito e o seu sopro, toda carne juntamente expiraria e o homem voltaria ao pó” (Jó 34.14-15). Quem sustenta toda vida é o Espírito de Deus (Salmo 104. 5-30).
Ele é eterno – O Espírito Santo é Deus porque possui atributos divinos, podemos ver isso na carta aos hebreus quando diz que o Espírito Santo é eterno (Hebreus 9.14).
O Espírito Santo no velho testamento
No antigo testamento, a ação do Espírito Santo tinha um alvo mais específico, não era derramado sobre todas as pessoas como nos dias atuais, mas somente sobre os líderes de Israel para que eles exercessem os seus ministérios conforme a vontade de Deus. Seja ele patriarcal, monárquico (reis), sacerdotal, profético ou Juízes (Isaías 11.2). A Bíblia nos faz entender, também que, a presença do Espírito Santo no velho testamento não era permanente, mas em certos momentos vinha para capacitar ou inspirar seus servos para a realização do que deveria ser feito (Ezequiel 2.2). Ele era também o responsável pela grande capacitação na realização dos trabalhos especiais, como exemplo os levitas, que por meio da ação sobrenatural do Espírito, capacitou os artistas para que construíssem o tabernáculo e seus utensílios (Êxodo 35.31-33). O Espírito Santo também era uma confirmação no momento em que os lideres israelitas eram ungidos com o óleo para ocupar algum cargo ou uma grande posição (1 Samuel 10.9-11/Juízes 13.25).
O Espírito Santo no período intertestamentário
Entre o antigo e o novo testamento, a história bíblica registra um tempo intermediário, conhecido como o silêncio de Deus. A história registra que esse período durou cerca de quatrocentos anos (400 anos). O silêncio de Deus pode ser mais bem compreendido se levarmos em consideração a afirmativa de que nenhum profeta inspirado ergueu-se em Israel durante esse período. Deus encerrou seu contato em Malaquias e voltou a falar através de João Batista, pois aos olhos dos judeus, o antigo testamento já estava completo (Mateus 11.13). Mas mesmo sem a manifestação viva do Espírito Santo no período intertestamentário, Deus não deixou de trabalhar na história, e, fatos importantes e curiosos aconteceram preparando o palco para o surgimento do Messias como: a soberania do império persa (450-333 a.C.), a supremacia do império Greco-macedônico (333-323 a.C.), a dominação egípcia (323-128 a.C.), o jugo sírio (198-166 a.C.), a guerra de libertação dos Macabeus (166-63 a.C.) e a intervenção do império romano (663 a.C. até os tempos de Cristo) aconteceram, contribuindo para o surgimento do Messias, o enviado de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo (Gálatas 4.4-5).
O Espírito Santo no novo testamento
No novo testamento, o Espírito Santo deixa de ser exclusividade dos líderes e passa a ser derramado sobre todos os homens, judeus e gentios, a morte de Cristo trouxe esse privilégio de receber o cumprimento da profecia feita pelo profeta Joel “derramarei do meu Espírito sobre toda a carne” (Joel 2.28). Quando a Bíblia diz sobre toda a carne, ela está se referindo sobre todas as pessoas, tanto para os judeus como gregos, gentios, bárbaros, todos (Atos
10.44-47/Atos 11.15-17). O cumprimento da promessa se está registrado no livro dos atos dos apóstolos, após a ascensão do Mestre Jesus nos ares e a descida do Espírito Santo (Atos 2.16-21). João Batista também profetizou sobre o derramamento do Espírito sobre todos os homens, e disse mais, que o autor desse batismo seria o próprio Senhor Jesus (Mateus 3.11/ João 1.33/ Lucas 3.16/ Marcos 1.8). Algumas pessoas que não eram líderes em Israel foram cheias do Espírito Santo até mesmo antes do evento ocorrido no dia de pentecostes. A Bíblia registra o Espírito Santo se manifestando sobre a vida de várias pessoas, como João Batista (Lucas 1.47), Zacarias (Lucas 1.7) Isabel (Lucas 1.41) e Simeão (Lucas 2.52) e nenhum destes personagens, falaram em línguas estranhas, como evidência do Espírito de Deus sobre suas vidas, mas sua manifestação foi notória por todos os homens que os viram.
O batismo com o Espírito Santo
Falar sobre o Espírito Santo e seus subsídios é um assunto muito difícil e complexo de entender, principalmente quando o assunto é sobre o batismo com o Espírito Santo, existem várias divergências teológicas entre os estudantes da Bíblia. Alguns acreditam que, assim que um cristão aceita o Senhor Jesus e crê no seu sacrifício vicário, ele imediatamente recebe o selo do Espírito Santo para o dia da redenção (Efésios 4.30), e as evidências deste selo é o bom testemunho que esse cristão passaria a exercer durante a sua caminhada cristã, estes não acreditam nos dons Espirituais, e nem no poder de êxtase presenciado entre os grupos pentecostais, os dons Espirituais foi apenas para os apóstolos para momentos especiais. Mas existem outros grupos que divergem a esses pontos de vista, como por exemplo, a teologia pentecostal convencional, que acredita que o batismo com o Espírito Santo só acontece após a conversão do indivíduo e esse batismo se trata de um revestimento de poder, para edificação do crente e para a realização da obra de Deus (1 Coríntios 14.2-4). Essa linha teológica se baseia na palavra batismo que significa imersão ou mergulhar, acredita-se que neste ato o crente é envolvido, mergulhado na plenitude do Espírito Santo e assim ele é revestido com poder do alto, manifestando o Espírito Santo que nele habita, resultando na manifestação dos dons Espirituais (1 Coríntios 12.7-11). Os pentecostais ainda pregam que a maior evidência do batismo com o Espírito Santo é o falar em línguas estranhas (Atos 2.4/ Atos 10.46/ Atos 19.6/ 1 Coríntios 14.18/ 1 Coríntios 14.39), mas não é a única, mesmo porque, o Espírito Santo é Deus e ninguém pode conhecer a profundidade de Deus, senão o próprio Espírito de Deus (Gênesis 1.2/1 Coríntios 2.10-11). O Senhor Jesus disse que o Espírito Santo opera como o vento e o vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai (João 3.8). Quando o Espírito Santo tem a oportunidade de realizar sua obra e encontra lugar, então ele realiza, quando, onde e como quer.
Objetivos do batismo com o Espírito Santo
Apesar das várias divergências teológicas sobre o batismo com o Espírito Santo, todos concordam que o verdadeiro objetivo do batismo com o
Espírito Santo é sinônimo de uma verdadeira conversão, regeneração, justificação e santificação, conduzindo o crente a andar em novidade de vida.
O Espírito Santo nos foi dado como um Penhor – Penhor é um tipo de garantia que alguém deixa como crédito na certeza de que voltaria para saldar uma divida ou cumprir uma promessa. Um penhor só tem efeito quando o que está empenhorado é entregue ao credor. O Espírito Santo é o Penhor que Cristo nos deixou como garantia de que voltaria para nos buscar (João 14.1- 3/João 14.18/Efésios 1.13-14).
Unidade no corpo de Cristo – Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeu, quer grego, quer servos, quer livres, e todos têm bebido de um mesmo Espírito (1 Coríntios 12.13). O batismo com o Espírito Santo nos faz um com Cristo (Romanos 8.9/Gálatas 3.26-29/ Colossenses 2.9). Ele não somente nos coloca dentro do Corpo de Cristo, mas também passa a habitar em nós para sempre (1 Coríntios 6.19-20). Quando o Espírito Santo está em nós, estamos em Cristo e no Pai, por que Cristo está no Pai (João 14.21-21/1 Coríntios 12.13/1 João 5.6-9).
Santificação – A ação do Espírito Santo tem sido algo indispensável e importante na história da humanidade, e, principalmente na vida do crente. Jesus sabia da necessidade de enviar seu Espírito sobre a vida dos cristãos, porque sem Ele o crente não suportaria as tentações e logo voltariam às paixões desse mundo (João 14.13-20/Romanos 1.4).
Produzir fruto no Espírito – A primeira obra do Espírito Santo na vida do homem é convencê-lo do pecado mostrando-lhe a necessidade de se converter (João 16 7-14). A conversão real se evidencia pela progressiva separação do pecado (santificação) cujo resultado é a produção do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5.22-26).
Revestimento de Poder – Para executar esta nobre tarefa de Deus com eficiência exige-se o revestimento de poder, ou seja, da unção de Deus, as obras da igreja é espiritual não somente carnal (Efésios 6.12). Por isso existe a necessidade do batismo no Espírito Santo e o revestimento de poder (Marcos 3.15/Lucas 10. 19-21/Atos 1.8/ Efésios 1.19).
Para a evangelização – O Espírito Santo também foi o principal personagem da evangelização e edificação da igreja primitiva, constituindo dons e capacitando obreiros para o trabalho de ganhar almas e edifica-las na igreja (Lucas 1.35/ Atos 13.2/ Atos 20.28/ Romanos 15.16). É o Espírito Santo quem nos leva a ver a grande necessidade que existe em evangelizar o mundo.
Como receber o Espírito Santo
O batismo com o Espírito Santo está disponível para todas as pessoas que persevera em buscá-lo, por isso ele deve ser incluído como prioridade nos
pedidos diários durante a oração. Mas existem pelo menos dois fatores que impedem uma pessoa de receber esse batismo, os pecados não confessados e a incredulidade. Para receber o batismo no Espírito Santo é necessário que o crente se arrependa dos pecados cometidos se converta aos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo e persevere nas orações. Os primeiros discípulos provaram do derramamento do Espírito Santo depois de uma incansável busca de dez dias de oração, fato ocorrido durante o período de pentecostes, um intervalo entre as festas judaicas que duravam cinquenta dias (Atos 2.1-4). Para que um cristão receba o batismo com o Espírito Santo não existem datas, nem locais, nem métodos ou regras, é preciso crer e buscar em oração (Atos 19.2-7/ João 20.22).
Resultados do batismo com o Espírito Santo
O batismo com o Espírito Santo é o que dá força ao crente para manter viva a chama da libertação e da cura que recebeu do Senhor Jesus, além de edificar, regenerar, convencer, curar, Ele também vem como capacitação e testemunha da pessoa de Cristo (João 14.26/ 1 Coríntios 12.3/Hebreus 10.15-17/1 João 2.20-17). A capacitação do Espírito é a virtude do poder de Deus em ação para testemunhar de Cristo, para ganhar as almas para o reino de Deus, edificar os crentes salvos e ajudar a observar tudo quanto o Senhor Jesus Cristo ordenou para a igreja. Em resumo, os resultados do batismo com o Espírito Santo são: ousadia e eficácia no testemunho, dons Espirituais, sinais e maravilhas, mensagens proféticas, maior sensibilidade contra o pecado, maior busca de retidão, maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela.
Discipulado e novo nascimento
“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar serão chamados grandes no reino dos céus” (Mateus 5.19).
Definição de discipular
Discipular é a transferência de conhecimentos de uma ideia, uma filosofia, uma doutrina, uma tese ou uma ideologia. É o relacionamento entre um mestre e um aluno, onde o mestre reproduz no aluno a plenitude do seu conhecimento, capacitando-o a adquirir esses conhecimentos e seja capaz de ensinar outros e outros.
O discipulado cristão
O discipulado é o processo de formar pessoas, ensinando-lhes um novo estilo de vida com base no evangelho de Jesus Cristo, não é apenas transmitir os ensinamentos da Bíblia, mas fazer com que o discipulando gere a vida de Cristo no interior do novo discípulo cristão (Gálatas 4.19). Para o novo convertido, o discipulado é o período mais importante de sua vida, pois é a base de sua sustentação espiritual e se for bem instruído poderá se tornar futuramente um grande obreiro da obra de Deus. Mas se uma congregação não possui o departamento do discipulado, ela corre o risco de perder esse novo membro para o mundo ou para alguma seita. Por isso Deus deu ao cristão a importante tarefa de ensinar e formar novas vidas.
Quem pode discipular
A arte de discipular só é possível se houver um mestre, um aluno e uma mensagem a ser transmitida. Na igreja primitiva o trabalho de discipulado era realizado por pessoas específicas, escolhidas pelos líderes da igreja, conhecidas como evangelistas, doutores e mestre (Efésios 4.11). Eram cristãos convertidos e portadores dos dons de ensinamentos, esses obreiros auxiliavam as igrejas e os novos convertidos usando como base os ensinamentos dos apóstolos. Discipular é diferente de evangelizar, muitas pessoas generalizam evangelizar e discipular, mas são ministérios diferentes. Evangelizar é ganhar almas para o reino de Deus, que deve ser feito por todos os cristãos salvos, enquanto que discipular é edificar essas mesmas almas em Cristo e deve ser realizado apenas por aqueles que possuem o dom específico de ensinar. O Senhor Jesus deu ordem aos apóstolos para fazerem discípulos, depois de terem instruídos pelo por mais de três anos (Mateus 28.18-20). Paulo se julgou a fazer parte desse grupo de obreiros que ensinava (2 Timóteo 1-11).
Como deve ser o trabalho de discipulado
Para se realizar um bom trabalho de discipulado, os mestres deverão estar muito bem preparados e munidos de informações e materiais específicos voltados aos novos convertidos como revistas, materiais de doutrinas bíblicas e outras literaturas relacionadas ao ensino do discipulado.
Preparado na Bíblia – O mestre deve ser uma pessoa muito preparada na Palavra de Deus, deve ser alguém que se dedica ao estudo da Bíblia e seja um praticante dela. Deve estar preparado para responder as perguntas e curiosidades do candidato durante o discipulado (1 Timóteo 5.17).
Submissão – Até mesmo um iniciante teria concluído que ser discípulo é estar submisso ao seu mestre, assim como um escravo se submete ao senhor. Submeter não é escravizar, mas estar debaixo de uma autoridade, por isso o mestre deve transmitir segurança, seriedade e responsabilidade ao seu discípulo e exigindo dele o respeito e a confiança (2 Coríntios 9.13).
Ter bom testemunho – O discípulo não se senta apenas aos pés do mestre para aprender com ele apenas as suas palavras, mas observa também o seu estilo de vida e procura imitá-lo em tudo. Por essa razão Paulo usou as palavras. “sejam meus imitadores porque eu sou de Cristo meu mestre” (1 Coríntios 11.1).
Paciência – O discipulando deve ser paciente para responder todas as perguntas, tirando as duvidas do aluno, as vezes essas dúvidas parece ser algo tão simples pra um cristão experiente, mas para um novo convertido pode ser difícil entender.
Dedicação – O mestre deve se dedicar em aprender cada vez mais, para depois ensinar, não é pelo fato do mestre estar ensinando que ele já sabe tudo, muito pelo contrário, o cristão nunca deixa de aprender. Por isso o mestre deve ler muito, estudar muito, fazer cursos relacionados a Bíblia e principalmente orar e jejuar para que o Senhor lhe de inspiração e sabedoria para transmitir as aulas (1 Tessalonicenses 1.3/ 2 Timóteo 4.5).
Persistência – O trabalho do discipulado exige muita perseverança, o mestre deve se esforçar muito em lutar pelo novo convertido, caso ele se afasta ou se inclina para as coisas do mundo, o mestre deve insistir em convencê-lo acerca de Cristo, com oração e jejum (João 4.38).
Amoroso – O mestre só conseguirá alcançar seu objetivo em relação aos seus alunos se o seu trabalho estiver baseado no amor (1 Coríntios 13.3-4/1 Coríntios 16.14). A obra não permanecerá se for realizado por obrigação ou de qualquer maneira, senão com amor (Jeremias 48.10).
Cuidados básicos no discipulado
O novo convertido ainda está iniciando sua caminhada na fé cristã, ele é como uma criança que está nascendo da água e do Espírito (João 3.5-7), e necessita primeiramente se alimentar apenas de alimentos leves, para que não
todo. No Brasil em 1855, na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro, na rua Casemiro de Abril, 50 - centro, um casal de missionários Escoceses por nome de Robert Reid Kalley e sua esposa D. Sarah Peulton Kalley, foram considerados os fundadores da primeira escola bíblica dominical no Brasil. Sua classe ainda não era grande, apenas cinco crianças assistiram a primeira aula no idioma em português e foi o suficiente para que seus trabalhos florescessem e alcançassem os lugares mais distantes e difíceis de serem alcançados neste país. Seu trabalho deu origem à igreja congregacional do Brasil, local onde, nos dias de hoje, funciona um colégio. A escola dominical tem como objetivo ensinar a Palavra de Deus e os princípios éticos e sociais. Ela é comprometida com a família, dispõe de materiais para as mais variadas faixas etárias para atender ao ensinamento de todos os membros. A EBD, escola bíblica dominical é considerada a maior instituição de ensino do mundo.
As Assembleias de Deus e a EBD
No inicio da década de vinte, as primeiras lições começaram a ser publicada em forma de suplementos através do jornal, Boa Semente, que começou a ser circulada em Belém no Pará pela editora CPAD. Esse suplemento era conhecido como estudos dominicais e era escrito pelo pastor sueco Samuel Nystrom, um grande conhecedor das Sagradas Escrituras. No ano de 1930, foi lançada no Rio de Janeiro a primeira revista exclusivas para as escolas dominicais, comentada pelo pastor Nystrom e posteriormente pelo pastor Nils Kastberg, conhecidas como Lições Bíblicas. A princípio suas lições eram mais voltadas a faixa etária adulta, mas depois do ano de 1943, na gestão do escritor e jornalista Emílio Conde, começaram a ser publicada as primeiras revistas infantis. Já na década de 50, surgiram grandes comentaristas da revista que marcaram suas épocas com seus escritos, como Eurico Bergstén, Lowrence Olson, João de Oliveira, José Menezes e Orlando Boyer. Já na década de 70, ouve um grande crescimento na publicação das revistas das escolas dominicais, atendendo todas as faixas etárias. Em 1974, sob a responsabilidade do digníssimo pastor Antônio Gilberto, surgia o CAPED, uma instituição de ensino que preparava e aperfeiçoava pessoas para serem professores da escola bíblica dominical. A partir do ano de1994, toda grade foi reformulada e relançada, mas somente depois do ano de 1996 foi que surgiu a primeira bienal das revistas de escola dominical, tendo como objetivo ensinar e incentivar o estudo sistemático da Palavra de Deus e promover o crescimento da Escola dominical nas Assembleias de Deus por todo o mundo. (texto cedido pela editora CPAD).
Os departamentos de uma escola bíblica dominical
É muito importante que o obreiro valorize a escola bíblica dominical em sua congregação, e incentive seus membros a frequentarem as aulas. Quando um obreiro investe no ensino de seus membros ele se priva de uma série de probleminhas na congregação. Para se formar uma escola bíblica dominical é
necessário que o obreiro instrua algumas pessoas para que elas ocupem os variados cargos e sejam preenchidos dessa forma:
Superintendente – é aquele que administra todos os departamentos interligados â escola bíblica dominical. É ele quem faz a abertura e o fechamento das aulas, lendo os tópicos e os textos áureos da lição, é ele também quem seleciona e forma professores para estarem lecionando nas aulas subsequentes. O superintendente pode também proporcionar gincanas bíblicas ou competições entre classes como o objetivo de estimular os alunos à leitura da Bíblia.
Secretário – O secretário é o auxiliar do superintendente em tudo, é ele quem faz os comunicados referente a escola, faz as anotações das estatísticas, as matrículas, as chamadas de presença e supervisiona as classes.
Tesoureiro – o tesoureiro é aquele que cuida da área financeira da escola dominical. É ele o responsável pela compra, venda e distribuição das revistas.
Professores – Os professores são os responsáveis pelo ensinamento, são aqueles que foram empossados numa classe para lecionar as aulas baseada nas revistas, geralmente os mais viáveis para a área do ensino da revista, são os que mais se dedicam em pesquisar sobre a Bíblia, os mais dinâmicos, e aqueles que se dedicam em fazer com que os alunos entendam a Palavra de Deus. Numa escola bíblica dominical é interessante que haja mais de um professor por classe, intercalando as aulas, assim não sobre carrega um único professor.
“Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis” (I Pedro 4.13).
Ninguém está imune ao sofrimento
Assim como, todos os seres humanos e em quase todas as carreiras sejam elas profissionais ou ministeriais, existem os dias bons e os dias maus. Existem dias e momentos que ser obreiro é um saco de pancadas, tudo se volta contra ele, e a impressão que temos é de que essas coisas vêm tudo de uma só vez e não sabemos como lidar com elas. Tem momentos que preferiríamos que nunca devesse ter existido e se pudéssemos até excluiríamos da nossa vida. O ministério pastoral exige do pastor várias atividades, ele lidera várias pessoas, cada uma com um tipo de temperamento, grau de intelectualidade e pontos de vista diferentes dos seus. Consequentemente isso gera uma série conflitos um desgaste muito grande na vida do obreiro, resultando em sofrimentos. Quando isso acontece a única alternativa que o obreiro tem, é de encarar o sofrimento como algo benéfico, permanecendo firme e constante na fidelidade de Cristo. A fidelidade é uma profunda e inabalável convicção de que todas as coisas estão nas mãos de Deus e de que ele tem o controle de todas elas. Quando o obreiro persevera nas suas atividades, mesmo abalado pelo sofrimento, ele prova com essa atitude a sua fidelidade para com Deus e com o ministério. O obreiro pode até ser tentado a duvidar de sua vocação ou da bondade de Deus na sua vida, mas ele deve olhar para a cruz, e encontrar na cruz de Cristo a força para continuar sua jornada, porque no momento em que ele olha para a cruz e se lembra do que o Senhor Jesus fez no calvário, parece que se torna impossível duvidar do amor de Deus e dos cuidados que ele sempre teve e tem por nós.
Perseverar na fidelidade de Deus
A palavra paciência pode ser encontrada em toda a Bíblia Sagrada, mas ela tem maior relevância na carta de Tiago onde aparece até cinco (5) vezes no capítulo sete (7). A palavra paciência é muitas vezes traduzida por algo pacífico ou inerte. Mas essa palavra, a paciência não tem nenhum sentido ou adjetivos de pacífico ou tolerância, mas é uma palavra que vem do grego antigo, o Koiné, chamada úpomoné que significa perseverar em meio aos problemas. A palavra paciência é o mesmo que perseverar, insistir, lutar e se esforçar para alcançar um objetivo. O apóstolo Tiago escreveu: “Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouviu qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tiago 5.11). Tiago chama de bem aventurados os profetas que falaram em nome do Senhor, e sofreram perseguições, mas perseveraram até o final alcançando seus
objetivos. Alguns sofreram prisões e martírios por causa de suas pregações, o profeta Elias, por exemplo, realizou grandes feitos com Deus, orou e o Senhor cerou o céu e não choveu por três anos e meio, orou e Deus mandou chuva novamente, orou e Deus consumiu os falsos profetas, mas houve um momento na sua vida que pediu a morte, mas a providencia de Deus o sustentou até Horebe, o lugar de seu objetivo (1 Reis 17.1/1 Reis 18.42-44/1 Reis 19.4-7). Existem momentos na vida do obreiro que é semelhante a vida do profeta Elias, ele realiza uma grande obra para Deus, o que não o isenta de passar por momento difíceis em sua vida ao ponto de pedir a morte. Quando o obreiro, mesmo nos momentos difíceis, ele persevera em meio às tribulações, ele está glorificando a Deus e testemunhando de sua fidelidade, de sua dedicação e de sua convicção cristã. As tribulações vêm não para destruir o obreiro, mas para firmá-lo cada vez mais na rocha que é Cristo. Lembrando que a tribulação gera a perseverança, e a perseverança gera a experiência, e a experiência gera a esperança, e a esperança é o motivo que leva o crente a prosseguir na sua missão e aguardar com alegria o retorno de Cristo, o galardoador de todas as coisas (Romanos 5.3-5).
Tirando o foco do problema
Certo empresário sofrendo com uma crise financeira que afetava a sua empresa resolveu fazer uma reunião com seus colaboradores para falar sobre o assunto. O diretor da empresa que presidia a reunião, depois de explicar os pontos negativos que a empresa estava passando, coloca um grande quadro branco na frente de todos os presentes e com o auxilio de uma caneta preta, ele faz um pontinho preto bem ao centro daquele quadro branco, e pergunta para a plateia, o que eles estavam vendo. Todos responderam que estavam vendo um pontinho preto, o diretor perguntou novamente o que eles viam, novamente responderam que viam um pontinho negro no quadro branco. E pela terceira vez o diretor perguntou a plateia o que é que eles estavam vendo, houve um silencio, mas com um tom de voz bem mais baixo do que as anteriores responderam um pontinho negro no quadro branco. Foi ai então que o diretor daquela empresa trouxe-lhes uma lição importante, ele disse: Senhores, todos vocês estão diante de um grande quadro branco, com apenas um pontinho negro no centro desse quadro. Vocês poderiam estar focados em todo o resto do quadro branco, encontrando nele muitas oportunidades e saídas, mas ao invés disso prefeririam focar seus olhos e sua atenção somente naquele pequeno ponto negro, enxergando apenas os problemas, as impossibilidades e as portas fechadas. É exatamente isso que a gente faz da nossa vida quando focamos os nossos olhos somente no pontinho negro da nossa vida, desprezando todo o resto do quadro branco. Preferirmos focar nos problemas, nas dificuldades, pensamos em entregar os cargos, as atividades, murmuramos, brigamos, enquanto que, existem várias oportunidades e campos novos para serem explorados. Se não deu certo hoje, amanha poderá dar certo, senão, haverá outra saída mais cedo ou mais tarde.
Como devemos lidar com o sofrimento
Um dos passos mais importante na hora de lidar com as dificuldades é não ficar lembrando o tempo todo do problema, o obreiro deve enfrentar o sofrimento com a cabeça erguida e com seriedade encarando o problema como aprendizado. Jesus tirou proveito do sofrimento no Getsêmani, quando disse: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22.42). Jesus viu através de seu sofrimento a oportunidade de salvação para a humanidade, ele percebeu que todas as almas poderia ser salva por ele se passasse por aquela fase de dificuldade. Todas as coisas contribuem para o bem daquele que seve a Deus, sejam elas boas ou más (Romanos 8.28). O Obreiro quando estiver passando por momentos de sofrimento, ele até poderá perguntar para Deus o porquê de tudo aquilo, concerteza Deus não irá condená-lo pelas perguntas ou por dizer como está se sentindo, mas isso também não significa que Deus deva responder, mesmo porque Ele é soberano e sabe o que é melhor para nossas vidas naquele momento.
O patriarca Jó passou por momentos difíceis na sua vida, mas tudo por permissão de Deus, ele chegou ao seu limite, ao ponto de amaldiçoar o dia em que nasceu e a pessoa que anunciou seu nascimento (Jó 3.1-13), pediu a morte, tudo isso por porque não entendia a razão e a origem do seu sofrimento, mas Jó jamais atribui a Deus falta alguma, antes acrescentou dizendo: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele” (Jó 13.15). Quando lemos o livro de Jó sabemos que Deus permitiu tudo aquilo, mas Jó não sabia da conversa de Deus com o diabo, ele simplesmente estava bem num dia e no outro estava mal. Talvez Jó morresse sem saber da conversa entre Deus e o diabo acerca da sua fidelidade. Paulo também experimentou uma forma tão profunda de sofrimento que chegou ao ponto de glorificar a Deus pela sua dor e disse que era leve e momentânea tribulação produzindo um peso eterno de glória (2 Coríntios 4.17). O sofrimento nos traz lições e experiências importantes para a nossa vida, mas o problema é de que esse tipo de aprendizado vem acompanhado de dores e insatisfações. É a escola de Deus nos ensinando através de aulas práticas a arte de viver e amadurecer. Como disse o professor Adebal Gonçalves “O Freio é para o cavalo e o sofrimento é para o homem. Aquele (freio) modela e disciplina os impulsos selvagens, e este (sofrimento) abate o orgulho, modelando o homem em varão perfeito”.
Deus não tem prazer no sofrimento do justo
O maior adversário de um obreiro não são os que estão do lado de dentro da igreja (1 Coríntios 16.9/2 Coríntios 11.26/Gálatas 2.4). Deus não tem prazer no sofrimento do justo, mas tem prazer em vê-lo crescendo, perseverando, amadurecendo e firmando cada dia em Cristo. Somente através dos problemas na vida do cristão é que Deus pode conhecê-lo melhor. Lembramo-nos da passagem do monte da transfiguração (Mateus 17.1-21), Jesus levou os seus discípulos até o alto do monte e lá se transfigurou diante deles, os discípulos conheceram quem era o Senhor Jesus no alto do monte,
A dedicação do obreiro
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é em vão” (1Coríntios 15.58).
O trabalho do obreiro
Sabemos que o trabalho na igreja não é exclusivo do pastor, mas de todos os membros que, são chamados ou desejam ajudar o seu líder na realização das atividades da igreja. A igreja do Senhor é formada por vários membros com diferentes dons, os quais foram dados por Deus como ferramentas para a evangelização e edificação dos santos (1Coríntios 12.12- 25). O obreiro é quem lidera esses membros que estão envolvidos nos trabalhos da congregação, por isso, o assunto que precisamos rever aqui, não é se ele está ou não trabalhando, mas como ele está trabalhando.
Planos definidos
Para que um obreiro realize um trabalho sólido e próspero no seu ministério é necessário que disponha de algumas virtudes ao seu favor. Primeiro, o obreiro precisa ser motivado pelos seus superiores e pelo seu rebanho, e em segundo o obreiro precisa traçar seu plano de trabalho, com objetivos claros, definidos e bem planejados. Quando o obreiro se compromete em traças seus planos e objetivos com antecedência, ele ser torna capaz de considerar a participação de seus subordinados para a realização de seu trabalho, podendo apresentar as metas para o grupo. Esses trabalhos podem ser os de evangelismos, de escola bíblica dominical, visitas ou algo semelhante (Lucas 10.1). Planejar primeiro, orar a Deus e só depois realizar o trabalho (Lucas 14.28).
Obreiro motivado
A motivação é uma força que impulsiona o obreiro para a realização de trabalhos. Ela pode acontecer tanto interiormente como exteriormente, ou seja, ela pode estar dentro de cada pessoa em particular que se modifica todo o momento onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Mas também poderá vir de fora e fortemente influenciada por alguns fatores como as relações ou o ambiente onde o indivíduo se encontra essa influência. Não acho errado dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois somos capazes de mudar os nossos comportamentos através de outra pessoa ou ambiente. A desmotivação geralmente ocorre quando a pessoa está diante de grandes desafios aparentemente impossíveis de vencê-los ou resolvê-los, sem o apoio
da classe superior ou depois de um trabalho frustrado que não foi realizado conforme o previsto.
O obreiro e o autocontrole
O obreiro também precisa se dispor de um autocontrole da motivação, que é uma ação crescentemente e entendido como um subconjunto da inteligência emocional, ou seja, uma pessoa pode ser altamente inteligente de acordo com uma definição mais conservadora, no entanto, pode não ter motivação para se dedicar sua inteligência para certas tarefas. Como por exemplo, um membro que é formado em letras ou pedagogia exercerá um trabalho muito mais satisfatório quando trabalhar com as crianças, ou um membro formado em economia ou contabilidade, exercerá melhor sua função no financeiro da igreja. O Autocontrole é frequentemente um contraste dos processos automáticos de estímulo-resposta. Por exemplo, a motivação existe muitas vezes para uns como o prestígio de estar na frente de um trabalho, ou para massagear seu orgulho, ou simplesmente pelo fato de serem vistos. Talvez para alguns seja difícil ministrar com motivos absolutamente puros, mas pela graça de Deus, podemos tentar melhorar a cada dia, seguindo o exemplo de Paulo (Filipenses 1. 14-19). O obreiro precisa estar sempre vigilante quando tentarem fazer com que ele acredite em todas as coisas agradáveis que dizem ao seu respeito é possível que esteja em perigo. Se o nosso coração está reto perante Deus, o elogio deve tornar-nos humilde e não vaidosos (Tiago 1.9). A nossa única motivação na obra de Deus deve ser o Senhor Jesus, e o nosso trabalho deve ser para Ele, por Ele e com Ele (Romanos 11.36).
O hábito de fazer mais
Um dos ônus da dedicação do obreiro é a disposição para fazer mais do que é exigido do ministério. O obreiro que chega antes que os membros e que deixa a igreja ou o departamento depois deles, é um atributo claro de dedicação, e este obreiro com certeza será bem sucedido nos seus trabalhos. Agindo assim ele dominará o seu campo de trabalho e passará a entender e executar a cada detalhe do seu trabalho. Quando um obreiro tem o controle de tudo o que acontece a sua volta, se dedicando muito mais do que lhe foi confiado, ele fica munido de conhecimentos e habilidades para dominar as responsabilidades inerentes à sua posição. Ele conhece as dificuldades e os riscos, antes mesmos de surgirem. Para ele não tem limites, Deus está na frente, por isso avança o tempo todo, o Senhor Jesus deu-nos um exemplo de fazer mais do que foi pedido (Lucas 17.10).
O obreiro e a estabilidade
O sentido etimológico da palavra estabilidade se dá no sentido de firmeza, constante, invariável. A estabilidade, no sentido de firmeza e constância, é uma qualidade que deve ser encontrada na vida de todo obreiro. Temos em nossos dias muitos cristãos que, suas intenções são boas, sua vida
cristã é exemplar, mas não têm maturidade nem firmeza nos seus propósitos, se tornam em muitas vezes volúvel, inconstantes e muda o tempo todo. Há momentos na sua vida que é de grande ânimo para ele ministrar uma aula na escola dominical, dirigir um ministério de oração, amanhã poderá estar precisando de uma visita pastoral. Na linguagem de Tiago esses obreiros são inconstantes em todos os seus caminhos (Tiago 1.6-8). Essas constantes mudanças retardam o amadurecimento e o crescimento do obreiro e da congregação provocando o enfraquecimento e o desânimo de seus liderados que não conseguem acompanhar as constantes mudanças de ideias que ocorre na cabeça do seu pastor, resultando na fraqueza, no desânimo e na desistência de muitos de seus membros. Um obreiro volúvel ou instável é aquele que não tem firmeza de propósitos, passa a ser guiado pelas emoções ou por alguma influência externa, por isso a sua conduta se torna imprevisível, sua congregação passa a depender, em muitas vezes, de amuletos mágicos para ter força para caminhar. Um exemplo disso foi Sansão que teve seus dois olhos arrancados e passou a ser guiado por um menino, e tudo o que fazia era através do menino (Juízes 16.21-26), assim são aqueles obreiros quando se tornam vulneráveis, são guiados por qualquer tipo de meninice. O obreiro que quiser de fato ser um líder de valor, digno e útil no ministério do Senhor é necessário que seja firme e constante, pois a sua constância será respeitada e apreciada pelos seus liderados.
O obreiro e o sacrifício
A palavra grega para trabalho é kopos e pode ser traduzida por fadiga, trabalho duro e sacrifício. O senhor Jesus deu a sua vida por nós na cruz do calvário, e se alguém fugir da cruz é o mesmo que fugir do trabalho que Deus nos confiou ou vice versa. Mesmo o Senhor teve de sofrer essas coisas para realizar a vontade divina do Pai. Teve de com o sofrimento e a tentação para poder socorrer os que são tentados (Hebreus 2.8). Assim é todo o obreiro que deve aprender na prática sobre a consolação divina para poder consolar os que estão sofrendo. O obreiro que almeja ser útil ao Senhor será necessário que tome a decisão de trilhar um caminho de dores e de trabalho duro. Deus está disposto a nos consolar e nos confortar nos momentos de angústia e dor, mas exigem do trabalho pastoral, muita dedicação, sacrifício e disciplina. A disciplina é acima de tudo o respeito que o líder deve ter pelos seus mestres e pelos seus cooperadores. O sacrifício gera na pessoa humildade e também submissão, que é importante para poder crescer dentro de qualquer área. Deus dará todas as oportunidades, mas cabe aos obreiros não desperdiçá-las alegando falta de tempo ou cansaço.
Um relato de Dwight Lyman Moody
No livro de um grande influenciador evangelístico mundial chamado Dwight Lyman Moody, um grande evangelista que levou segundo sua biografia, um milhão de almas para Cristo durante anos de sua vida ministerial, realizando conferências e cruzadas evangelísticas em muitos lugares da Europa e do mundo. Na sua biografia está relata uma das histórias
mais lindas de dedicação e perseverança no serviço de Deus que eu já conheci. A história conta algo mais ou menos assim:
Moody mesmo tendo levado milhares almas aos pés de Cristo, não conseguiu levar seus pais e seus irmãos. Certo dia estava ele dentro de um navio de passageiros, em alto mar, juntamente com seu filho “descrente”, e após uma conversa desagradável e desanimadora, seu filho afirmou que não queria se decidir a Cristo e preferiria levar uma vida diferenciada da que seu pai havia levado, não desejava ser cristão. Moody decepcionado com tal declaração decidiu também não mais prosseguir mais com os trabalhos evangelísticos e pensando consigo mesmo disse:
_ Já estou velho e cansado de trabalhar para Cristo, vou agora me aposentar e não vou mais pregar o evangelho, pois já ganhei muitas almas para Cristo, contribui bastante com o reino, mas agora vou descansar.
Quando Moody terminou de dizer estas palavras consigo mesmo, ouviu o som do alarme de emergência do navio o qual estava em alto mar. Um grande desespero tomou conta do navio que estava naufragando, e sem encontrar meios e nem recursos de como se salvar naquele mundo de águas ao seu redor e sem ter contatos com alguém pelo rádio, Moody entrou no porão do navio e orou a Deus e disse:
_ Deus porque está acontecendo isso com este navio, se eu estou nele? Lembra-te de mim, eu preguei a tua palavra, sou teu servo, me guarda na sua presença, eu não posso morrer. Então disse Deus para Moody:
_ Moody por que eu te salvaria deste naufrágio, uma vez que você disse que não mais irá me servir para tirar as almas do inferno? Para que me serve então? Em meio às lágrimas, Moody levantou seus olhos novamente a Deus e orou dizendo:
_ Senhor me perdoe pelo que eu disse, se o Senhor me salvar agora, eu te prometo que continuarei te servindo, e te servirei por toda a minha vida, com mais dedicação e amor. Antes mesmo que Moody terminasse sua oração, do nada, apareceu um grande navio que passava por ali e trouxe o salvamento para todas as pessoas que ocupavam aquele navio, todos foram salvos. Moody orou agradecendo a Deus pela providencia que todos entenderam que fora de Deus. O mais maravilhoso foi que, logo depois de Moody sair do porão do navio, seu filho o encontrou e aproximou-se de seu pai e disse:
_ Pai estive pensando sobre a nossa conversa durante esse conflito, e decidi que a melhor coisa que existe é servir a Cristo e que partir de agora também quero ser cristão, e ganhar muitas almas para o reino de Deus como o senhor tem feito durante todos esses anos. Moody com os olhos cheios de lágrimas orou abraçado ao seu filho o qual confessava Jesus Cristo como seu único e suficiente salvador. Moody continuou pregando e levou mais de um milhão de almas para Cristo, inclusive toda sua família. Talvez você esteja
pensando em parar, dizendo que está velho e cansado, já fez muito no reino de Deus, se você parar agora seu trabalho, que valor você teria para Deus?
Evangelismo e Capelanía
“Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho da paz; dos que trazem alegres as boas novas” (Romanos 10.15).
Definição
O sentido da palavra latina para evangelho é ensinar, proclamar uma boa notícia ou anunciar as boas novas. Ela se origina das boas notícias que os mensageiros traziam das guerras ao seu capitão quando uma batalha era ganha. O evangelho de nosso Senhor é essa boa notícia, ele veio em meio a um período de densas trevas e de muita dor, proporcionando a possibilidade de alcançar a graça e a paz de Deus gratuitamente por meio do sacrifício do Senhor Jesus Cristo (João 1.1-14). Teologicamente entende-se por evangelho um conjunto de ensinamentos descritos e organizados sistematicamente para que o homem possa conhecer as obras e os milagres realizados por Jesus Cristo, bem como o seu poder e graça. E através dessa graça que o homem possa receber a salvação da sua alma e o livramento da condenação eterna. A palavra evangelismo ou evangelizar, também pode ser associado a um convite para uma pessoa que ainda não conhece o plano de salvação iniciado por Cristo e confirmada pelos apóstolos e discípulos no mundo todo (Hebreus 2.3).
Os autores do evangelho
Existe apenas um único evangelho na Bíblia, o do Senhor Jesus Cristo, mas foi escrito por quatro evangelistas diferentes. Mateus escreveu o evangelho para os judeus, Marcos escreveu para os romanos, Lucas escreveu para os gregos e João escreveu para a igreja e para um grupo de espiritualistas e filosóficos da época chamados de Gnósticos. Estes defendiam que a salvação só era possível por meio do conhecimento e da sabedoria, por isso difundiam heresias a respeito da vida e obra de Jesus Cristo. Os três primeiros evangelhos Mateus, Marcos e Lucas, são conhecidos como evangelhos sinóticos, que significa abreviado, resumido ou testemunha ocular. Embora o evangelho escrito por João possua vários registros iguais aos sinóticos, ele não compõe o grupo. Dos quatro evangelistas que escreveram os evangelhos, somente dois andaram com Jesus, Mateus e João. Enquanto que Marcos e Lucas se tornaram discípulos de Jesus Cristo anos depois de sua morte e ressurreição.
Como se deve evangelizar
Evangelizar não é ameaçar todas as pessoas que praticam o mal com a condenação eterna, não é levantar a espada da justiça contra os pecadores, marginalizando-os e etiquetando-os como perdidos, nem tampouco declará-los inimigos de Deus só porque, talvez na sua ignorância, não lhes permitiu conhecer a verdade de Nosso Senhor Jesus Cristo. As pessoas já sofrem com o peso do pecado, da culpa, o fardo que não conseguem se livrar, o evangelista precisa apresentar aquele que pode trocar o fardo pesado pelo fardo leve (Mateus 11.28-30). Evangelizar é mostrar aos perdidos que Jesus está de braços abertos e que na cruz declarou: "Eu fiz tudo isso por você". É isso que realmente transforma o coração e nos leva o pecador a experiência de uma vida nova. É acender uma luz no meio das trevas, é mostrar o caminho e o plano de salvação para uma pessoa que ainda não conhece (João 14.6). Evangelizar é anunciar, ajudar, direcionar para o único alvo, Jesus Cristo o salvador. Compartilhar Jesus Cristo com os outros deve fazer parte do estilo de vida de todo cristão, é como Paulo diz em (Colossenses 1.26-29) e em (Mateus 28.19-20).
Características para evangelizar
Quando estiver na atividade, o evangelista precisa ser rápido e objetivo nas suas palavras, deve estar com trajes bem apropriados a ocasião, estar munidos de panfletos e artigos evangelísticos que falam da Palavra de Deus, de preferência com o endereço da igreja onde congrega. Exige-se que ele tenha sensibilidade para saber o momento de falar e a momento de estar calado, ele precisa saber entrar e saber sair, ser educado, respeitar as pessoas, o seu credo religioso, e suas opiniões. Nunca deve atacar as religiões alheia, precisa ser dinâmico e esperar o momento certo para ensinar a Palavra de Deus, deve a princípio falar somente de Cristo e do seu plano de salvação e o seu grande amor revelado na cruz, o evangelista deve ser convincente com suas palavras e por fim convidar as pessoas para virem a igreja. Se o evangelista estiver um grupo que lhe acompanha, será mais eficiente seu trabalho, mas antes ele deverá treinar o seu grupo preparando estratégias aproveitando o máximo das oportunidades que surgirão. As irmãs orarão pelas mulheres e os irmãos pelos homens, com imposição de mãos sob a intercessão de todos. Nos lares o trabalho pode ser coletivo, mas deve ser o mais silencioso possível e com muita prudência, de preferência com poucas pessoas. Se o grupo for grande, pode ser dividido em grupos, enquanto um pequeno grupo ora no lar, os demais realizam o trabalho de entregar folhetos, livretos e outras literaturas para as demais pessoas convidando-as a virem para a igreja, sendo assim o grupo evangelizará vários lugares simultâneos, ao mesmo tempo.
Motivos para evangelizar
O motivo para se evangelizar são muitos, o principal são as almas que estão caminhando para a perdição eterna, e a igreja tem as condições e a responsabilidade outorgada por Deus para mudá-las de direção, e transferir as almas do inferno para a salvação eterna. Desde a queda do homem no princípio, o ser humano se afastou de Deus, passando a viver sob uma
condenação, com uma natureza decaída e com tendência ao pecado, o ser humano não tem mais condições de se levantar por si mesmo, necessita que alguém o ajude (Isaias 41.6). Somente o Senhor Jesus é quem pode levantar o homem, e isso acontece através da igreja. O grande amor de Deus pelo homem estabeleceu um meio para a restauração da humanidade, e o evangelismo foi o meio estabelecido por Deus para o anúncio da salvação através do sacrifício de Jesus na cruz.
Preparado para evangelizar
Para realizar uma obra para Deus seja qual for o trabalho, é necessário preparar-se, principalmente se o trabalho for o de evangelizar. Ninguém pode semear se não tiver sementes (Lucas 8.5-15). Para isso é necessário estar bem preparado e munido destas sementes. Para que o evangelista tenha êxito no seu trabalho evangelístico é necessário que ele esteja preparado no jejum e na oração. Durante este trabalho o evangelista enfrentará situações diversas e inesperadas, por isso dependerá do agir de Deus em quase todos os momentos. Ele deverá ter o domínio da ferramenta que usará para responder as perguntas e dúvidas daqueles que estarão sendo evangelizado, por isso ele deve ser conhecedor da Bíblia, deve ser leitor constante dela, deve conhecer principalmente o plano de Salvação e o motivo da intervenção de Cristo na terra para salvar a humanidade, somente assim conseguirá levar o pecador a Cristo.
Lança teu pão sobre as águas
Quando o rei Salomão escreveu essa passagem clássica de Eclesiastes, “Lança o teu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você o achará” (Eclesiastes 11.1), ele estava se referindo a uma estratégia de semeadura egípcia. A palavra original aqui é semente, alimento ou pão. Na época de Salomão, quando o livro de Eclesiastes foi escrito, o rio Nilo transbordava todos os anos por causa das chuvas que caiam em sua nascente. Nos períodos das marés altas, os agricultores egípcios se preparavam arando as terras nas bordas do rio, quando vinha a enchente, o rio transbordava e invadia essas áreas, ocupando uma grande parte dos campos arados. Os agricultores aproveitavam desse momento e lançavam as suas sementes sobre as águas e que levava essas sementes pelo rio abaixo espalhando por todo o campo que havia sido preparado. Não havia necessidade nem mesmo de irrigar a terra para o rio invadia os campos carregando as sementes que germinassem. Uma vez que a semente fosse lançada na água, não se via mais, pois eram arrastadas pelas correntezas, mas depois de muitos dias, quando a maré baixava, já era possível ver os brotos das primeiras hortaliças brotando. Com outras palavras Salomão queria dizer, lança a tua semente, o teu alimento sobre as águas, e depois de muitos dias você o achará, mas não o achará mais como semente, mas como uma hortaliça frutífera. Quando lançamos nossas sementes hoje que é a Palavra de Deus, podemos não as ver mais, parece até que as perdemos, mas depois de muitos dias o acharás, não mais como semente, mas como frutos.
O que é pecado
Alguns estudiosos das Sagradas Escrituras simplificam pecado como errar o alvo. O apóstolo João, registra o pecado como transgredir a lei de Deus (1 João 3.4). Mas o pecado é também sobre tudo desobedecer diretamente uma ordem dada por Deus. “E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses”? (Gênesis 3.11). Não existem tamanhos de pecados, o que existem são classes de pecados. Todos podem receber o perdão se o transgressor se arrepender e deixar a prática do pecado (Provérbios 28.13). Mas segundo o Senhor Jesus o pecado contra o Espirito Santo não tem perdão (Mateus 12.31). Blasfemar contra o Espirito Santo é uma espécie de irreverência que desafia o plano de salvação, se é Deus quem nos Justifica, e se é seu plano de salvação quem está sendo desafiado, então quem poderá justificar o transgressor? Ninguém, por isso não tem quem o perdoe (Hebreus 2.2-3). Mas enquanto houver o sentimento de arrependimento e desejo de conhecer a Cristo e ser salvo por ele, então haverá salvação para todos os transgressores (1 João 1.9-10/1 João 2.1).
É preciso aceitar a Jesus
Adão foi o primeiro homem criado por Deus, posteriormente Eva. Através da concordância com Eva, Adão se contaminou pela desobediência a Deus comendo do fruto proibido e passou a ser o portador do pecado, conhecido como o pecado original. Adão por ser o primogênito (primeiro) de todos os seres humanos, ele transferiu o pecado original para toda a sua descendência, através das gerações. Como consequência todos os homens já nasceram no pecado, pois somos gerados por Adão (Romanos 5.12). A consequência do pecado é a morte (Romanos 6.23), e somente por meio da morte se poderia efetuar o pagamento exigido pelo pecado. Mas como poderia alguém pagar o preço do seu pecado dando a própria vida e depois voltar a reviver novamente? O que daria em resgate da vida? Isso é impossível, seria necessário alguém que não fosse portador do pecado original, alguém que não tivesse sido contaminado pelo pecado de Adão. Deus procurou alguém que fizesse isso, mas a ninguém encontrou (Romanos 3.10-12), mesmo porque Adão foi o primeiro homem, antes dele não havia outro homem. Foi então que Deus enviou seu único filho, Jesus Cristo se fez homem e como ele não foi gerado por Adão, então é o único homem que não possui o pecado original. O Cristo foi gerado por uma mulher, mas sem a participação do homem, foi dele quem Deus falou no jardim do Éden (Gênesis 3.15). Ele se fez homem como nós e pagou o preço que era exigido pelo pecado (a morte) a fim de aniquilar definitivamente o pecado que estava sobre as nossas vidas. Esse tipo de sacrifício é chamado de sacrifício vicário, ou seja, alguém morre no lugar de outra pessoa (Romanos 5.8-9). Quando aceitamos essa substituição, estamos aceitando o que o Senhor Jesus Cristo fez por nós na cruz. Por isso O confessamos publicamente como nosso sacrifício e nosso salvador (2 Coríntios 5.14-17). Jesus Cristo é o único sacrifício que pode remover o pecado original e aquele que rejeita essa substituição, terá que pagar com a própria vida e já
não poderá mais reviver, porque não terá mais a vida em si mesmo, a Bíblia chama de morte eterna ou condenação eterna.
O que é salvação
A palavra salvação implica em dizer, salvar alguém de uma condenação ou do perigo de uma vida sem Deus. Salvar também é libertar ou proteger, por isso Deus preparou um plano para resgatar o homem da condenação eterna e transportá-lo para a vida eterna por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo, trazendo para o ser humano a libertação eterna e espiritual. Isso é consequência do pecado, como Paulo quando disse ao carcereiro de Felipo o que ele precisava fazer para ser salvo, Paulo estava se referindo a consequência que o carcereiro iria ter por abrir as portas da prisão (Atos 16.30-32). Mas Paulo aproveitou a oportunidade e o igualou o de alguém ser salvo da consequência da condenação eterna.
Como uma pessoa pode ser salva
A Bíblia nos diz que a salvação é somente pela Graça (Efésios 2:8-9). A Graça é uma dádiva de Deus, e a única fonte da salvação. O Sangue de Jesus é o meio pelo qual Deus encontrou para tornar essa Graça possível aos homens. A fé é o método usado para nos apropriarmos dessa Graça e as minhas obras é o resultado do meu relacionamento com Jesus. Para que uma pessoa seja salva é necessário que ela creia no sacrifício vicário de Cristo e aceite o Senhor Jesus Cristo como seu único salvador para que seja justificado por ele. É necessário ainda se arrepender de seus pecados, ser batizado nas águas como testemunho de fé perante os homens e o mais importante, obedecer e praticar rigorosamente a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada (Marcos 16.16).
Tipos de evangelismos
Evangelismo pessoal – O evangelismo pessoal é a base para o crescimento de uma igreja local, é aquilo que chamamos de corpo a corpo ou individual, esta é a forma que dá maior resultado de fruto permanente, pois quem evangeliza pessoalmente também discípula, cuida e convida o evangelizado para frequentar uma igreja, geralmente o seu resultado é muito satisfatório ao reino de Deus.
Evangelismo urbano – Esse tipo de evangelismo é aquele realizado nos bairros, determina-se um bairro e se concentra em evangelizá-lo. A congregação se inicia realizando evangelismos nas casas, comércios e individualmente, convidando-os a participar dos cultos. No final de cada evangelização, geralmente realizam-se um culto ao ar livre, fazendo o apelo e orando pelas pessoas que geralmente participam, anota-se os endereços das pessoas que aceitarem o Senhor Jesus, ou reconciliam com ele, para que seja feita visitas posteriormente.
Evangelismo em massa – Esse tipo de evangelismo é aquilo que chamamos de cruzadas evangelísticas. É realizado com o ajuntamento de uma grande quantidade de pessoas, ou através de instrumento de longo alcance como televisão, rádio, internet ou outros meios de comunicação, sempre divulgando a salvação em Cristo Jesus e o nome da igreja e suas doutrinas. Nesse tipo de evangelismo agregam-se vários valores ministeriais, como cantores, músicos com bandas e orquestras e pregadores, todos com o mesmo objetivo de anunciar a Palavra de Deus e arrebanhar as almas para o reino de Deus.
Evangelismo infantil – Esse tipo de evangelismo é mais específico e cabe a pessoas especiais realizarem, geralmente é feito por crentes que conhecem a linguagem das crianças formadas na área da pedagogia ou magistério. Para realizar esse tipo de evangelização usa-se o recurso de teatros com bonecos ou palhaços, peças teatrais, brincadeiras, mas sempre levando a mensagem do evangelho focando a evangelização das crianças, podendo atingir também os pais presentes. Esse tipo de evangelização geralmente é efeito em igrejas, creches, hospitais, escolas ou em eventos com datas especiais como o dia da criança.
Mutirão evangelístico – Também conhecido como arrastão evangelístico. É formado por um grande grupo de crentes, obreiros e membros, adultos e crianças, que saem juntos com materiais contendo parte da Palavra de Deus, com o endereço da igreja, horários e dias de funcionamento. Esse grupo evangeliza todos os que estiverem á sua frente, distribuindo esses panfletos e convidando as pessoas a participarem dos cultos em suas igrejas. No final do mutirão, todos os evangelistas se encontram no local e horário combinado pelo obreiro para que possam retornar aos seus lares.
Capelanía
Esse tipo de evangelização é mais o mais específico de todos, pois se exige o curso de capelão e registro de autorização junto aos órgãos competentes, além da preparação específica para evangelizar em áreas especiais como: presídios, hospitais, escolas, creches, faculdades, lugares privados ou de locais protegidos pela segurança municipal, estadual ou federal.
Evangelismo em presídio – O capelão deve possuir a autorização do diretor do presídio e a permissão por lei, para a realização desse tipo de evangelização. O evangelista deve saber como deve entrar, se comportar e sair diante de pessoas que cometeram crimes contra a sociedade. O capelão deverá saber como falar aos presos, respeitar as pessoas que ali se encontram, com objetivo único de anunciar o evangelho e no final fazer o apelo para que os presos aceitem a Cristo como seu Salvador. As autoridades permitem a distribuição de Bíblias e mensagens escritas aos presos. Mas isso é feito com revistas e com acompanhamento de policiais.
Evangelismo em hospitais – Esse tipo de evangelização é mais restrito, pois o Capelão além de ter permissão da diretoria do hospital para realizar esse tipo de trabalho, deve estar muito bem preparado para enfrentar situações emocionais. Ele precisa saber ouvir as pessoas, não ser barulhento, orar em voz baixa com imposição de mãos, exige-se muito neste tipo de evangelismo uma sensibilidade maior de compaixão. O capelão deve controlar suas emoções e nunca demonstrar dó ou pena do paciente.
Evangelismos nas escolas– Este tipo de evangelismo é mais tranquilo sem muitas exigências das autoridades, mesmo porque, o capelão é acompanhado o tempo todo pela diretoria da escola. Ele entrega panfletos ou Bíblias de carteira em carteira, e quando lhe é permitido uma breve palestra. Geralmente o Capelão responsável leva junto consigo um grupo pequeno de irmãos para ajudar na distribuição do material evangelístico.
A Constituição também defende o exercício da religião cristã nos órgãos públicos, nas cadeias, penitenciária, escola e lugares públicos. Essa possibilidade se deu devido a crença de que a verdadeira paz, o amor e a conciliação de conflitos só se tornam possíveis, quando existe a presença de Deus nos corações da humanidade. Por causa dos benefícios que as igrejas traziam para a sociedade, era tolerado pelo fisco o funcionamento de igrejas sem as documentações, mas essa história começou a mudar no nosso país, e a partir de Agosto/2005, começaram a surgir leis estaduais e federais, para regulamentar esses serviços espirituais e religiosos. A regulamentação e o controle de trabalhos espirituais em lugares públicos estão cada vez mais fiscalizados e só são possíveis com a devida autorização dos órgãos competentes e a formação de realizadores capacitados e treinados para esses devidos fim, esses obreiros recebem o nome de capelão.
A Constituição e as convenções
Num país democrático, seja ele qual for a Constituição sempre permite a implantação de qualquer tipo de credo religioso ou religião e não oficializa nenhuma dela como sendo a nacional. Cada grupo de religião, juridicamente é distinto por uma razão social, é que quase sempre é identificada pela equiparação de usos e costumes e por seus entendimentos doutrinários, possuindo cada uma os seus próprios regimentos internos onde são estudados e analisados frequentemente, podendo ser modificados ou não pela própria convenção que as lidera (Atos 19.38-39). A criação de convenções no Brasil, por exemplo, é livre e é muito comum que haja o ligamento de igrejas menores a elas. Se uma denominação é pequena, localizada, única ou com poucas filiais, não ocorre à necessidade de ter ou criar uma convenção nacional própria, geralmente nesse caso é filiada a uma convenção já estabelecida e formada que agrega igrejas autônomas compatíveis aos mesmos costumes e doutrinas que elas.
As denominações com maior número de igrejas já possuem suas próprias convenções, onde, são reunidos os ministros de todo o país, (pastores, missionários e evangelistas), desde que estejam coligados no rol de membro, onde são discutidas questões de ordem doutrinárias, participação do ministério em eventos sociais e políticos, ordenação e exclusão de ministros, questões sobre assuntos atuais e etc.
A Constituição Federal procura não intervir nas questões da igreja, desde que as normas da igreja estejam submissas às leis constitucionais que regem o país. Por outro lado, as convenções também estão submissas às leis estabelecidas pelo país. Ambas vivem em plena harmonia, desde que as leis constitucionais também não interfiram nas doutrinárias da Bíblia, como: casamento de pessoas do mesmo sexo, liberação do uso de drogas legalização do aborto, a eutanásia, entre outras. Se aprovadas essas leis, podem gerar conflitos entre a Constituição e as igrejas que reprovam essas práticas. Lutar contra a aprovação dessas leis também é um direito constitucional a liberdade de crença e religião. Neste caso cabe às convenções reivindicar seus direitos,
elegendo pessoas para o serviço político a fim de defender a integridade das doutrinas da Bíblia e da igreja que está inserida no estado.
Direito de realizar cultos ao ar livre
É importante que o obreiro entenda e ensina seus membros que para realizar um culto ao ar livre ou trabalhos em praças ou cruzadas evangelistas, não precisa de requerimento (artigo 5o, inciso XVI da Constituição Federal), é um direito constitucional da igreja. É necessária apenas da petição de aviso, autorização às autoridades junto à prefeitura local, onde devem aproveitar a oportunidade e solicitar também seguranças, como placas de trânsito e sinalização se houver necessidade de interditar a rua. Se a prefeitura ou a delegacia não concedê-la, o obreiro poderá requerer um alvará de permissão em juízo.
Crimes de racismo e autoritarismo religioso
Segundo a Constituição Federal que protege o culto das religiões, no artigo 3o inciso IV, não é permitido o uso de palavras, pinturas, músicas ou escritos que exalte uma raça, cor ou cultura em detrimento de outra, se isso acontecer o crime é inafiançável e a indenização é altíssima. O obreiro deve evitar falar em seu discurso qualquer palavra pejorativa, zombadora ou desfazer de qualquer pessoa por causa da sua cor, raça, cultura ou religião, se isso acontecer, ele poderá estar sujeito a um processo criminal.
A Constituição no artigo 5o do inciso XX determina também que não se deva prender ou reter quaisquer documentos de membros que desejam desligar-se ou se transferir de igrejas. A Constituição entende essa atitude como um abuso de autoridade religiosa, que dificulta ou priva um membro de exercer sua liberdade de escolha.
Direitos autorais
No artigo 5o inciso XXVII, a Constituição garante o direito de propriedade intelectual e artística de uma pessoa, tanto da imagem, como a do som. Todos os direitos autorais, como CDs, DVDs, livros, retratos, músicas, letras, são protegidos por leis, quem fizer uso indevido não autorizado comete crime de plágio e poderá ser devidamente punido por esse ato. O ofendido pode cobrar indenização civil pelo prejuízo sofrido e ainda processar criminalmente aquele que falsificou, pirateou ou reproduziu a obra sem autorização escrita.
Escarnecer de alguém por motivo de fé
O código penal brasileiro, em seu artigo 208, diz que se uma pessoa escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou em função religiosa é crime. Tentar impedir um grupo religioso de realizar um culto, ou passeata, marchas, perturbar uma cerimônia ou culto religioso, vilipendiar
(tratar alguém como vil, com desprezo, rebaixar) tanto com objetos ou atos religiosos também é crime.
Se a perseguição ocorrer contra uma igreja evangélica, é prudente que o obreiro tentar resolver de uma forma conciliadora para não escandalizar a obra e nem prejudicar a imagem da igreja nem do ministério. Se não houver como dialogar, ela deve recorrer ajuda jurídica e militar, ou em certos casos é necessário a suspenção do culto evitando assim maiores problemas e escândalos. A igreja deve servir de bênçãos para a humanidade, nunca proporcionar conflitos, deve ser estrategista e amiga dos pecadores. A igreja somente permanece na terra, com o objetivo de ganhar almas para Cristo.
Calúnia, difamação e injúria
Calúnia – é inventar uma mentira, lorota ou transmitir uma afirmação falsa ou desonrosa a respeito de uma pessoa. O crime contra a calúnia é protegido por lei no artigo 138 da Constituição Federal. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Difamação – é fazer com que uma pessoa perde a sua boa fama, é coloca-la em descrédito. É a imputação ofensiva de fato(s) que atenta(m) contra a honra e a reputação de alguém, com a intenção de torná-lo passível de descrédito na opinião pública. O crime contra a difamação é mantida por lei no artigo 139 da Constituição Federal e a pena pode ser de detenção, de três meses a um ano, mais multa.
Injúria – o crime de injúria consiste em atribuir à alguém qualidade negativa, que ofenda a sua dignidade ou o seu decoro É um ato de injustiça, daquilo que é injusto, de tudo o que é contrário ao direito. A Constituição Federal protege o cidadão contra crime de injúria a injustiça, através do artigo 140. A pena pode ser de detenção, de um a seis meses, ou multa.
O tramite da negociação do processo criminal destes três artigos pode terminar em negociação no juizado especial criminal e civil de pequenas causas. Como pode terminar também em crime de maior valor, com a tramitação na justiça comum, podendo refletir em pagamento de fianças altíssimas ou até em prisão. Por isso é necessário que o obreiro tenha cuidado no que se vai falar em público. Lembrando de que o púlpito não tem outra finalidade a não ser louvar e pregar a Palavra de Deus.
Charlatanismo e curandeiro
Charlatanismo - é aquele que inculca ou anuncia malícias ou exagera ao apregoar as virtudes enganando a boa fé do povo para o beneficio próprio. O charlatão é aquele se identifica como impostor; trapaceiro, falso, enganador, mistificador ou vigarista. Tal ato é crime e é protegido por lei no artigo do código penal 283. A pena pode ser de até três meses de detenção e se o crime for praticado com o fim lucrativo, aplica-se também uma multa.