e informação é fundamental. Moisés um grande líder ouviu os conselhos de seu sogro Jetro e teve muito sucesso na sua Legislação (Êxodo 18, 14-26).
Trabalhar com dinamismo – Não é por trabalhar em equipe que se deva esquecer-se das suas obrigações, dividirem tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. Jesus elegeu doze discípulos para ajudar nas tarefas ministeriais, porém nunca deixou de trabalhar em favor do reino de Deus, mesmo quando vem o desânimo ou a pressão psicológica, nunca se deve parar (João 5.17).
Ser participativo e solidário – Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que for necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda (Gálatas 6.2).
Dialogar com os membros – O líder ou liderado, ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe tenha sido atribuída, deve pedir uma reunião para tratar do assunto ou problema, a fim de alcançar as possíveis soluções sem prejudicar o reino.
Aceitar as ideias dos outros – Às vezes é difícil para um obreiro aceitar uma ideia nova ou admitir que não esta com a razão, mas é importante saber reconhecer que a ideia do irmão que pode ser a melhor para aquele momento, ao invés da sua, mais importante do que o orgulho é o objetivo comum que a equipe pretende alcançar (Atos 15.13-23).
Nunca criticar os irmãos colaboradores – Às vezes podem surgir conflitos entre os envolvidos na equipe, mas é importante não deixar que isso interfira no trabalho, é preciso ser maduro e avaliar as ideias nunca o emissor dela, independentemente da opinião que critiquem as ideias, nunca as pessoas. Esses tipos de problemas trazem grandes prejuízos e enfraquece a equipe. Os escravos de Ló, sobrinho de Abraão, tiveram esse tipo de problemas e não puderam mais trabalhar juntos (Gênesis 13.7-9), o mesmo aconteceu com Paulo e Barnabé (Atos 15.39).
Planejar as metas e os objetivos – O planejamento e a organização são ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas que o grupo se propôs alcançar e o que conseguirá alcançar no tempo previsto.
Aproveitar o trabalho em equipe – O trabalho de equipe por ser uma oportunidade de conviver mais perto de seus irmãos, e também de aprender uns com os outros para uma maturidade espiritual maior, no fortalecimento através das trocas de experiências de outros irmãos (Atos 15.12-13).
Motivações e reforços
Segundo o dicionário Aurélio, motivar é dar motivo ou despertar interesse por alguma coisa ou atividade. Uma igreja só pode ser dinâmica, construtiva e obediente se for motivada, e o primeiro que deve ser motivado é o
líder. Se o obreiro não consegue ter uma autoestima elevada, não terá a menor chance de motivar os demais (Eclesiastes 4.10). Uma equipe motivada sempre tem objetivos claros e definidos na realização de seus deveres e objetivos. A equipe planeja o trabalho e depois trabalha em seu plano com a participação de seus obreiros. Para motivar sua equipe, o obreiro pode realizar aquilo que a psicologia chama de reforço, ou seja, elogiar, comemorar com a equipe por ter realizado com sucesso o trabalho que lhe foi confiado, ou até atribuir uma responsabilidade maior para aquele que se destacou mais na equipe, como prova de confiança. Mas também pode e deve ser chamado à atenção se algum indivíduo não realizar o seu trabalho ou realizado mal feito. Esse tipo repreensão deve ser construtiva e individualmente, nunca em público, para que o individuo não perca o ânimo ou desfaleça da fé (Provérbios 18.9/Jeremias 48.10).
O obreiro e a sua chamada
“Ora, ninguém toma para si esta honra, a não serem os que são chamados por Deus, como foi o sacerdote Arão” (Hebreus 5.4).
Definição
Chamado ou vocacionado no grego é kaleo, que significa escolhido para a realização de um serviço ou de uma atividade específica.
O ministro e a chamada
O ministro do evangelho é um escolhido de Deus, chamado e vocacionado para liderar, ensinar e orientar as pessoas acerca das verdades bíblicas, tendo como objetivo, que elas conheçam a Deus e sejam salvas por Ele através do plano de salvação de Jesus Cristo. O ministério é um serviço, um trabalho e é realizado por pessoas comuns que trabalham para o crescimento e o bem-estar social e espiritual da igreja. Aquele que é chamado para liderar não é maior do que aquele que é liderado, mas é servo dos demais (João 13.12-18/Marcos 9.33-35). A igreja como reino de Deus, é a única instituição onde todos os envolvidos são igualmente nivelados, onde todos estão no mesmo nível social e cultural. O objetivo primordial do ministério cristão é a comunicação da Palavra de Deus, os quais envolvem a oração, a pregação, o ensino, as doutrinas sistemáticas e a liturgia do culto (Mateus 28. 19-20). Paulo defendeu sua chamada dizendo: “Eu Paulo servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras” (Romanos 1.1-2).
Como se dá a chamada para o ministério
Deus só chama pessoas ocupadas para exercer o trabalho ministerial, assim como foi com Gideão, Davi e outros homens de Deus. O verdadeiro chamado de Deus para o ministério é duradouro e não temporário. Deus prepara o escolhido, capacitando-o antes de enviá-lo (Mateus 4.1-12). A chamada de Deus para o ministério, muitas vezes contradiz com a vontade do escolhido, contradizendo com seus próprios projetos e planos pessoais, por essa razão que na maioria das vezes o obreiro não quer aceitar. Em outros casos não se sente capazes ou preparados, para realizar a obra, ou fica inseguros, justifica a falta de tempo para realizá-los, em fim, arruma vários motivos para não atender o chamado de Deus. Quando essas justificações acontecem, certamente que aquele alguém está sendo chamado por Deus ao ministério. A chamada ministerial não depende somente de quem o recebe, mas depende dono da obra, o Senhor Jesus. Isto aconteceu com a maioria dos grandes nomes da Bíblia como Moisés (Êxodo 3.1-14), Gideão (Juízes 6.11-14) Jeremias (Jeremias 1,6-10) Isaías (Isaías 6.1-9) o profeta Amós (Amós 7.14), etc. Todos eles arrumaram alguma desculpa para não atender a chamada de
Deus, porém depois de aceitar, se tornaram grandes baluartes nas mãos de Deus, realizando grandes proezas na terra. Quando a chamada vier, a melhor alternativa a tomar é aceitá-la e certamente que Deus terá sempre o melhor desta terra para lhes dar.
A chamada e a emoção
A palavra emoção está baseada no latim emovere, que significa movimento ou impulso. Não existe uma teoria para as emoções que sejam aceitas de forma universal, mas as emoções básicas constituem nas mais complexas categorias da duração. Algumas emoções ocorrem em segundos, como a surpresa e o reencontro, e outras podem mais tempo, como no caso do amor ou da confiança. Existe uma distinção entre a emoção e o chamado, por exemplo, um obreiro que inicia seu ministério com muito fervor (turbinado), mas com o passar do tempo, vem às lutas e as perseguições, então ele desanima e arruma uma série de desculpas para não prosseguir com o trabalho, entregando o trabalho ao pastor, esse obreiro foi movido por uma emoção temporária, não por uma chamada autêntica para o ministério, ele apenas agiu de forma emotiva e momentânea impulsiva (Atos 15.36-38).
As três fases de uma chamada ministerial
O chamado para o ministério do evangelho vem acompanhado de uma missão e constitui-se de três fases distintas.
Vinde – A primeira fase, o senhor Jesus nos chama para que possamos ser salvos, e esse foi um convite extensivo para todas as pessoas (Isaías 45.22/Atos 2.38/Atos 3.19/1 Timóteo 2.4). Ninguém pode ser chamado para o ministério, sem antes ter sido chamado para a salvação. A Bíblia nos mostra que os apóstolos, foram primeiramente chamados para serem salvos (Mateus 4.19/Mateus 9.9/Lucas 5.27/João1.43), e depois de terem andado com o mestre por três anos, até estarem convencidos de que Jesus realmente era o Messias, o filho de Deus (Mateus 16. 13-17) foram enviados para anunciar o reino de Deus para todos os povos, primeiro aos judeus e depois para os gentios (Lucas 6. 13-16/Atos 9.1- 16).
Ficai – A segunda fase é ficar, e ela está relacionada na preparação que o obreiro precisa ter, antes de sair ou de ser enviado, o obreiro deve ficar em Jerusalém, e Jerusalém aqui representa o lugar de aprendizado e de preparação para exercer o ministério, é o revestimento de poder, ou seja, capacitados na palavra e no Espírito para depois sair. O senhor Jesus disse, vinde a mim e aprendei de mim (Mateus 11.28-29). O obreiro chamado por Deus precisa antes de tudo, se revestir de todas as armaduras de Deus, da Palavra e ser perseverante na oração (Efésios 6.11-20). Paulo aconselhou a Timóteo que se aplicasse à leitura (1 Timóteo 4.13). Antes que os apóstolos saíssem para anunciar a salvação foi necessário que tivessem por três anos aprendendo com o senhor Jesus (Mateus 11.1/ Marcos 4.1/Marcos 9.31/Lucas 11.1). Já no caso de Paulo foram quatorze anos antes da primeira
O obreiro e a sua preparação
“tu, porém permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” (1 Timóteo 3.14).
Preparado para pastorear
Todo obreiro aprovado por Deus é um embaixador de Cristo, chamado e vocacionado para proclamar a mensagem de salvação (2 Coríntios 5.20). Sua preparação é indispensável, pois é através dela que o obreiro desenvolve ambientes favoráveis de conhecimentos, para auxiliar pessoas que se encontram confusas acerca de Deus, da fé, e até de si mesmas. Dentre os meios da preparação de um obreiro se inclui os treinamentos teológicos e ministeriais, a capacitação divina por meio das orações, muita dedicação, atualizações e principalmente muita humildade.
O protocolo da aprendizagem comum nos ensina que, primeiro é preciso aprender para que só depois se possa ensinar a outrem. Deus está disposto a conceder sem restrições, os meios para que se torne possível a realização dessa preparação, mas compete ao obreiro aceitar ou não. Quando um obreiro está preparado para servir a Deus no seu reino, ele entende que é um servo e que seu serviço consiste em desenvolver a maturidade espiritual e o caráter social da igreja. Para isso ele necessita das ferramentas apropriadas para essa obra, e essas ferramentas vem de Deus. O verdadeiro objetivo da preparação do obreiro é proporcionar a ele que faça a obra, mas faça bem feito, cuidando, zelando e protegendo o rebanho para Deus. Pode-se dizer que é a amorosa arte de saber fazer, de abençoar, de salvar, curar, proteger, vivificar e produzir sempre no reino de Deus.
Porque se preparar para o ministério
Podemos dizer que os motivos que levam uma igreja aos escândalos são vários, mas o principal deles é o fato de haver uma grande quantidade de obreiros despreparados, que se alistam em realizar a obra do Senhor, mas sem que tenham sidos preparados antecipadamente (Mateus 18.7). Estes agem apenas na emoção, não esperam o tempo de Deus em seus ministérios, nem tão pouco respeitam as autoridades eclesiásticas que estão sob sua vida, mesmo assim saem se aventurando no trabalho ministerial, geralmente o resultado é pejorativo para o reino de Deus. Infelizmente, muitos são os que se aventuram no evangelho realizam trabalhos eclesiásticos por responsabilidade própria, outros buscam status, outros fama, riqueza, ou até por inveja. (Filipense 1.14-18). Alguns não são dizimistas e nem possuem uma igreja ou um pastor que lhe dê referencias, não toma a Santa Ceia mensalmente, mas querem ensinar outras pessoas acerca do reino. Jesus disse: “Pode por ventura um cego guiar outro cego, não cairão ambos na cova?” (Lucas 6.39).
Como se preparar para o ministério
O apóstolo Paulo foi bem claro em dizer que para exercer o trabalho ministerial precisa estar bem preparado: “procura apresentar-te a Deus aprovado” (1 Timóteo 2.15). O interessante é que Paulo não disse procura apresentar a Deus “para ser” preparado e depois aprovado. Cabe ao obreiro se preparar, e depois se apresentar ao dono da obra para saber se foi ou não aprovado para o serviço. O obreiro deve estar devidamente preparado, aprovado e apto para usar as ferramentas certas na realização do trabalho ministerial, afim de, obter o melhor resultado possível.
A palavra procura apresentar-te – a palavra grega apoudadzo significa apresentar-se zeloso, com urgência, fazendo todo o esforço para agradar aquele que o convocou para o trabalho, é estar apto e à disposição para o serviço.
Aprovado – essa palavra é chamada de dokinos, no original significa pronto ou capacitado. É uma palavra que era usada para indicar a genuinidade do metal das moedas antes de serem cunhadas, para saber se a matéria prima estava dentro ou não das qualificações exigidas.
De que não tem do que se envergonhar – a palavra grega anepaischuntos significa: se envergonhar de não poder realizar o trabalho. Antigamente quando um fazendeiro ou um proprietário de comércio saia para recrutar pessoas para o trabalho, era dada a preferência para trabalhadores que tinham experiências com o trabalho, era feito um teste antes para saber se estava apto ou não para ocupar um devido cargo, só assim se tinha uma segurança de que o serviço sairia bem feito. O operário que não realizasse o serviço bem feito, certamente que se envergonharia do resultado do seu serviço.
Que maneja bem a Palavra da verdade. No grego a palavra manejar é chamado de orthotomeo, que significa literalmente, cortar reto, ou manusear corretamente. Esta palavra era usada para expressar as atividades dos lavradores que deveriam arar a terra em linha reta, ou pela atividade de um alfaiate em cortar o tecido em linha reta. Nos tempos antigos, nenhum soldado poderia ir para a guerra se não manejasse bem a sua espada e o seu escudo, sua vida dependia do bom desempenho de manejar bem a sua espada, por isso os soldados se preparavam durante anos com treinamentos de combate e de defesa. Paulo foi bem enfático e preciso, quando disse para Timóteo que era necessário que o obreiro se apresentasse a Deus pronto para o trabalho, se apresentar preparado para executar a obra, que manejassem bem a sua ferramenta de trabalho, a Palavra de Deus, só assim garantiria um bom desempenho ministerial (1 Timóteo 6.3-5).
Preparado na Palavra da verdade
A principal função de um obreiro é ensinar a Palavra de Deus, por isso, exige-se que ele esteja familiarizado com ela. Precisa dedicar-se à leitura, às pesquisas, fazer cursos bíblicos, conhecer bem as ferramentas que estará
usando, para que só depois de tudo isso, ele possa se dedicar em ensinar. Ninguém pode ensinar algo sem antes ter aprendido, dentro da simbologia bíblica, o obreiro é a figura de um garçom, e o alimento é a Palavra de Deus, ninguém pode servir aquilo que ainda não tem. A igreja é o lugar onde se ensina, e onde se aprende a Palavra de Deus, através das pregações, das escolas bíblicas dominicais e escolas bíblicas para obreiros, cultos de ensino e outros cursos teológicos.
Algumas pessoas, erroneamente, citam que o apóstolo Pedro era pescador e consequentemente analfabeto e leigo nas Sagradas Escrituras. Afirmam ainda que, mesmo que não tivesse estudado a Palavra de Deus, o Senhor teria usado em suas mãos para pregar como pregou. Sendo assim, o obreiro também não necessita de muito conhecimento bíblico para se pregar a Palavra de Deus, pois certamente que Deus o usará da mesma forma como usou o apóstolo Pedro. Só que existe um grande equívoco ai, porque tanto Pedro como os demais apóstolos eram judeu, e como todo judeu eles tinham o dever de conhecer a Torá, que continham as leis de Moisés, que era ensinado de pais para filhos até que atingissem a idade de doze (12) anos (Salmos 78.3/2 Timóteo 1.5). Então o jovem judeu passava por uma avaliação de seus conhecimentos perante os doutores da lei, e depois era encaminhado para uma cerimônia religiosa chamada de Bar Mitzvá, se o jovem fosse aprovado, então era inserido no rol dos homens adultos, responderia pelos seus atos e passaria a ter acesso às sinagogas das comunidades judaicas. Todo judeu tem por obrigação conhecer as leis de seu país, independente de suas profissões, com os apóstolos não foram diferentes. Alguns estudiosos acreditam que o Senhor Jesus como judeu passou pelo seu Bar Mitzvá. “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas” (Lucas 2.46-47).
No dia de pentecostes em atos dois (Atos 2.14-42), Pedro fez uma pregação usando palavras de um homem que conhecia muito bem as Sagradas Escrituras, isso não foi diferente com Estevão e os demais mártires do cristianismo, todos demonstraram estarem muito bem preparados na Bíblia, eles usavam citações com profundidade. E munidos desse conhecimento saíram pelo mundo espalhando a mensagem da cruz, debatendo contra os doutores, contra judeus e gregos acerca das Escrituras (Atos 6.9/Atos 9.20/Atos 18.4).
Preparado no jejum e na oração
A oração, diferentemente das demais práticas religiosas e litúrgicas da igreja, torna o obreiro mais sensível à voz e ao mover de Deus em suas vidas. Na medida em que o obreiro ora, ele se torna mais apto para perceber o que Deus está querendo e o que está fazendo em sua vida e ao seu redor naquele momento, além de lhe revestir de poder, de autoridade e de unção para vencer os desafios do ministério e de tomar as suas decisões as mais corretas possíveis (Atos 13.2/Atos 14.23).
A oração e o jejum deve fazer parte da vida diária do obreiro, deve estar presente em cada desenvolvimento de seu trabalho, mesmo por que Deus é Espirito e a prática da oração e do jejum é se concentrar naquilo que é espiritual, e não no que é natural (I Coríntios 9.27). Para Andrew Murray “A oração é estender a mão no invisível, e o jejum é trazer o invisível para o tempo real”. Segundo as Escrituras Sagrada, o jejum é a decisão de abstinência voluntária de alimentos por um tempo específico e com o propósito de oração concentrada. O jejum não deve ser confundido com greve de fome ou regime. Um jejum espiritual é um ato secreto de intensa devoção a Deus (Mateus 617-18). O jejum ajuda a expressar, se aprofundar e confirmar a resolução de que estamos prontos a sacrificar tudo, para alcançar o que buscamos para o reino de Deus. Para que haja um bom aproveitamento espiritual, o obreiro deve separar bastante tempo para estar sozinho com o Senhor, ouvir a voz de Deus e atentar para a sua direção, quanto mais tempo o obreiro passar com Deus, mais significativo será a sua oração e o seu jejum. Jesus deu a entender que todos os seus seguidores deveriam jejuar (Mateus 6.16-18/Mateus 9.14-15), mas a questão não era se eles jejuariam, mas quando começariam a jejuar.
Consagrado a Deus
Quando uma pessoa ou objeto é consagrado a Deus, isso significa dizer que foi entregue a Ele, aos cuidados Dele e para que Ele faça tudo como lhe aprouver fazer. Uma vida consagrada a Deus tem como entendimento de que a vontade do Senhor deve prevalecer sobre a vontade humana, e que a pessoa está disposta a sacrificar até mesmo sua vida por amor de Deus (Atos 20.24). No meio cristão, a consagração significa uma apresentação ou dedicação a Deus, mas também tem um sentido de santificação, separado para Deus. Ainda que a consagração não seja o ponto de partida, e sim o resultado final daquele ou daquilo que foi dedicado a Deus.
Um bom exemplo de dedicação é o momento da Santa Ceia do Senhor, uma prática comum nas igrejas evangélicas que é realizada um vez ao mês, onde o pão e o suco de uva são consagrados a Deus, que passam através da oração e entrega a representar o corpo e sangue de Jesus Cristo que foi derramado na cruz do calvário para salvar os pecadores (1 Coríntios 11.23- 26). Nesta celebração são renovados os votos do cristão com o Senhor e ao tomar a Santa Ceia, o indivíduo coloca a sua vida perante o Senhor, para que seja feita a vontade de Deus. Um gesto de fé, uma declaração de amor a Jesus e ao evangelho. O ato de consagração não se restringe apenas nos casos de uma vida dedicada a Deus como exercício de sacerdócio ou vocação religiosa, mas pode abranger todas as áreas da vida, como a vida sentimental, conjugal, financeira e ministerial, todas elas entregues a vontade e direção de Deus (Hebreus 12.14).
O obreiro e o seu testemunho
“Convém que o obreiro também tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caiam em afronta, e nem no laço do diabo” (1 Timóteo 3.7).
O obreiro irrepreensível
Paulo usou a palavra irrepreensível do original hanepílempton, que significa uma pessoa sem erros, de boa reputação ou inatacável (Efésios 1.4/1 Tessalonicenses 2.10/1 Timóteo 5.7). Para que um obreiro tenha um bom testemunho é necessário que ele seja cheio do Espirito Santo, mesmo porque o testemunho não um dom, mas é fruto do Espírito. Quando um cristão vive uma vida pecaminosa, sem que perceba, seu testemunho está glorificando o diabo, pois suas obras são trevas, assim como o diabo é treva (Efésios 5.11/1 João 3.8/ 1 João 2.11). Mas se o cristão vive uma vida de obediência e de santidade a Deus, então ele está glorificando o Senhor, e nisso Deus é glorificado (Romanos 8.5-8).
Deus se agrada de homens que produz fruto de santidade, seria para ele como que se o homem estivesse retornando ao estágio do princípio da formação no jardim do Éden, criado segundo a sua imagem e semelhança de Deus. A alegria é semelhante a de um pai que vê seu filho retornar ao lar depois de muito tempo fora (Lucas 15.11-24). Olhamos para Enoque, ele alcançou um bom testemunho diante de Deus e foi transladado e já não foi mais visto pelos homens, pois Deus o tomou para si. Noé no meio de uma grande multidão de pessoas ímpias alcançou a sua graça e foi poupado juntamente com sua família da destruição das espécies, porque dava testemunho diante de Deus e diante dos homens. Pedro chamou Noé de pregoeiro da justiça, porque dava testemunho de justo diante de Deus e dos homens. (2 Pedro 2.5). Paulo também toma a palavra e escreve aos cristãos de Coríntios, “Sejam meus imitadores, assim como eu sou de Cristo” (1Coríntios 11.1). Porém o maior testemunho de todos foi o do senhor Jesus, que um dia ele se colocou no meio da multidão e perguntou se alguém poderia acusa-lo de qualquer pecado, mas ninguém pode acusa-lo porque era irrepreensível (João 8.46).
O obreiro e a sua reputação
O obreiro deve fugir das coisas que contradiz com a Bíblia ou que possa manchar seu nome e a sua reputação. A Bíblia não foi revelada aos homens, a fim de fazer dela uma profissão, mas para que o homem tivesse o seu caráter moldado conforme a vontade de Deus, tornando-o como no princípio. Todo cristão deve entender que ele carrega sobre seus ombros o seu nome, o nome de Jesus e o nome da igreja onde congrega ou pastoreia. Na escolha dos primeiros diáconos da igreja primitiva, os apóstolos tiveram a grande preocupação de escolherem homens que desfrutassem de uma boa reputação, que serviriam de exemplos para os demais. “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós,
sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (Atos 6.3). Paulo aconselhou os obreiros de Éfeso para que tivessem bom testemunho, tanto para os de dentro da igreja quanto para os de fora (1 Timóteo 3.7). O bom testemunho deve iniciar com o obreiro para que possa influenciar a sua congregação, como exemplos dignos de serem copiados. Seguindo o exemplo do Senhor Jesus que ensinava fazendo (João13. 13-15). É necessário que a obra de mudança aconteça primeiramente na vida e na família do obreiro e em segundo na vida de seus membros. Somente depois que o obreiro estiver com a sua vida no altar de Deus, é que ele terá autoridade para exortar os seus membros a produzirem o fruto de um bom testemunho.
A maior e mais perfeita pregação que um obreiro poderia realizar durante toda a sua carreira ministerial é através de seu testemunho. Observamos o testemunho do profeta Eliseu, que não precisou dizer para a Sunamita e para seu esposo que ele era um homem de Deus, o seu próprio testemunho falou por si mesmo (2 Reis 4.8-11). É certo de que o cristão é observado constantemente por todas as pessoas tanto para os de sua família, sua igreja, quanto para os que estão de fora. Paulo escreveu dizendo: ”Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (2 Coríntios 3.2-3). A exigência de Deus para um ministério eficiente e frutífero é de que o obreiro atenta para o que é justo e reto, e que ele sirva sempre de modelo a ser seguido pelos seus liderados (Romanos 3.26/Efésios 4.22).
O obreiro e o fermento do mundo
A primeira ordenança de Deus ao povo de Israel ao sair da terra do Egito, era para que eles celebrassem a sua saída com uma festa cerimonial chamada de páscoa, que significa em hebraico passar por cima (Êxodo 12.27). Essa cerimônia celebrava tanto a saída do povo da escravidão do Egito quanto a passagem do anjo da morte dos primogênitos sobre os filhos dos egípcios (Êxodo11. 4-7). Para a realização dessa festa era necessária a presença de três elementos indispensáveis na mesa: o cordeiro, que deveria ser assado sobre as brasas, que representava o sacrifício do Senhor Jesus no calvário, as erva amargas que representava a amargura e o sofrimento que o povo sofreu durante a escravidão e o pão asmos, que era o pão sem fermento (Êxodo 12.1- 8). O fermento representaria toda a cultura, os costumes, as doutrinas e as tradições do Egito, por isso Deus ordenou que o pão deveria ser sem o fermento. Essa ordenação divina veio como mandamento para os israelitas, mas também serve como lição para que o cristão policie os seus atos, pois muitos crentes em nossos dias estão copiando o fermento do mundo, nas roupas, nas suas conversas, nas palavras, nos tratos com as pessoas, são verdadeiras fotocópias do mundo, e o pior estão levando esse fermento para dentro das igrejas. O argumento que normalmente se usam para se
justificarem é: isso não tem nada a ver, isso pode, você é muito radical, desse jeito a gente não ganha às pessoas para Cristo. O cristão precisa entender que a igreja é que tem que influenciar as pessoas com a Palavra de Deus e enquadrá-las seu novo modo de vida a ela, não o mundo influenciar a igreja e enquadrar a Palavra de Deus ao modo de vida mundano. Jesus ensinou isso numa tarde quando se colocou de pé e disse em alta voz: para que seus discípulos tivessem cuidado com o fermento dos fariseus, que não obedeciam a Deus, mas pregavam uma coisa e viviam outra (Mateus 16.6). A Palavra de Deus hoje representa o Cristo de Deus, o Pão Vivo que desceu do céu (João 6.51). O pão que não possui o fermento do mundo, sem os costumes, as culturas ou tradições mundanas, o Pão que pode transformar aquilo que é amargo em algo doce (Êxodo 12.15/Êxodo 22.25).
O obreiro e a santificação
Através de toda a Bíblia, a santificação tem sido o elemento essencial para que haja uma relação intima e profunda entre Deus e o homem (Hebreus 12.14). Esta qualidade de viver separado do pecado e consagrado a Deus é a principal característica do cristão, em especial do obreiro, e deve ser desenvolvido durante toda a sua caminhada como cristão. Ninguém pode exigir dos outros, a santidade e obediência que ainda não possui, afinal com que autoridade um obreiro pregaria sobre a santificação sem que antes produzisse o fruto da santidade?
Sempre foi difícil viver como povo santificado num mundo de corrupção e injustiça, pode ser difícil, mas é possível. A arma de ataque mais destrutiva do diabo para aniquilar a ação santificadora da igreja são, a televisão e a internet. Com suas programações e disponibilidade de informações em longa escala, eles tem afetado lares e famílias inteiras levando-as a uma destruição em massa. Nunca se ouviu falar tanto em divórcios e pecados como nos dias atuais. Acessos livres como a internet, o facebook, o watzapp, filmes e entretenimentos, têm levado pessoas cristãs e não cristãs, às praticas de adultérios, divórcios, bruxarias e feitiçarias dentro de seus próprios lares. Esta é a causa de haver uma multidão de crentes inativos, sem vida com Deus e sem ânimo nas igrejas. A igreja foi chamada para influenciar e não ser influenciada. A função do obreiro é combater com autoridade esse fermento mundano, impedindo que seus membros pratiquem, ensinando-os conforme a Palavra de Deus. Paulo ensinou o seu discípulo Timóteo para que ele se separasse de tudo aquilo que era mundano (1 Timóteo 6.11-12).
O obreiro e o Jugo desigual
Quando o apóstolo Paulo faz uso dessas palavras “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel”? (2 Coríntios 6.14-15), certamente que ele estava se referindo a um texto que se encontra no livro de
Deuteronômio (22.10) mesmo jugo”.
Quando se coloca dois animais de espécies diferentes num mesmo jugo para arar um campo, o animal mais fraco sofre mais danos do que o animal mais forte, resultando num desgaste muito maior sobre o animal menor. O domínio do pecado é um jugo de opressão, se o crente não se desprender totalmente dele, o embaraço deste mundo poderá aprisiona-lo a um julgo de sofrimento e dor. Este foi o motivo que levou Paulo a exortar os crentes de Coríntios a entenderem que não existe comunhão entre as obras de Deus e as obras do diabo. Não existem nenhum acordo entre o que é santo e o que é profano, entre a luz e as trevas, nem entre o que justo e o que é injusto. Como escreveu Amós (3.3) "Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?". O apóstolo Tiago falando sobre o assunto escreveu: “De onde vêm as nossas guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tiago 4.1-4).
"Não are a terra usando um boi e um jumento sob o
O obreiro e a ética
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm, todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas” (I Coríntios 6.12).
Definição
A palavra ética vem do grego ethos, e do latim mores, estes dois vocábulos tem o mesmo sentido para hábitos, costumes, condutas e modo de agir, mas apesar do estreito vínculo que as une, elas têm atividades diferentes.
Moral – É a norma de conduta / Ética – É a examinadora da moral.
Ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos homens na sociedade. Para Sócrates o fundador da filosofia ética, a ética é visto como um padrão de ser humano, em especial o bom cidadão, ele foi moralmente rígido, todavia não o foi no sentido da radicalização virtuosista, do tipo chamado santo homem ou varão perfeito, mas perdeu o lugar para um homem maior, Jesus Cristo (João 8.46/Hebreus 4.15).
Códigos de ética
O código de ética é um conjunto de particularidades que envolvem as normas de conduta e fazem parte do sistema de valores que orientam o comportamento das pessoas, dos grupos e organizações. Por exemplo: Os médicos, os policiais, os soldados dos exércitos, os advogados, as igrejas, grupos sociais e etc. Cada um desses grupos possui a sua própria norma de conduta. É a ética quem estabelece a conduta apropriada e as formas de promovê-las, segundo as concepções vigentes na sociedade geral ou em grupos sociais específicos. O ser humano é o único agente da moral, à medida que pode responsabilizar-se pelos atos que pratica (Romanos 13.4). A conduta ética induz o ser humano a pensar, refletir e responder pelos seus atos.
Tipos de ética
Ética relativa ou da responsabilidade: é aquela cuja abordagem reconhece que, a circunstância influencia na definição dos valores e no comportamento social. É quando a norma de conduta é quebrada para que se possa alcançar o resultado desejado (Mateus 27.62-65).
Ética absoluta ou da convicção: é aquilo que é certo ou errado, branco ou preto, não existe um meio termo. É aquilo que acha ser o correto, então é ético e não deve ser quebrada ou substituída.
Do que a ética trata
A ética cuida da disciplina no campo do conhecimento e das definições do comportamento das pessoas e das organizações, podendo diferenciar entre o que é aprovado ou reprovado, quando observado pelo Código de Ética. A ética regula e fundamentalista o comportamento moral do ser humano.
Ética pastoral
Ética pastoral é a parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e a sociedade. É a ciência da moral que se refere à maneira de vida ou o comportamento do caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja. A ética pastoral é mais importante do que a personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. Existem hoje sobre os ministérios dos pastores não só uma opressão espiritual exercida pelo inimigo, mas também uma pressão por resultados, onde que, a igreja boa, é aquela que possui um número considerado de membros, entradas de valores cada vez maiores e frequência de membros cada vez mais intensa. A ética pastoral existe exatamente para quebrar esses paradigmas e desestruturar essa posição, avaliando a vida e o ministério de alguém, não pelos pressupostos de suas conquistas, mas sim pela forma como aconteceram essas conquistas, pelas consequências de suas ações, ou pelo alcance do seu ministério.
Ética cristã
A ética cristã pode ser definida como, os princípios originados da fé cristã pelos quais o obreiro cristão baseia o princípio de seu comportamento. Ser cristão ético significa acima de tudo viver coerentemente como um seguidor de Jesus, se comportar como ele se comportou, falar como ele falou e agir como ele agiria diante de certas situações. Tal qual a frase do escritor Stanley Grenz, no seu livro, A busca da moral, “o chamado cristão não termina nos limites da igreja, mas inclui também uma missão ética no mundo”. É bem verdade que a Palavra de Deus não se refere diretamente a toda situação ética que teremos que encarar em nossas vidas, mesmo assim ela ainda é completamente suficiente para vivermos a vida cristã ética. É quando a Palavra de Deus, não cobre uma situação que temos que encarar, mas seus princípios nos fornecem os padrões pelos quais devemos nos espelhar, então agimos de acordo com que julgamos ser mais coerente e justo diante daquela situação. Por exemplo, a Bíblia não diz nada diretamente sobre o uso ilegal de drogas, no entanto, baseado nos princípios que aprendemos nas Sagradas Escrituras, podemos julgar ser errado. Nos raros casos onde não há uma passagem bíblica nem um princípio aparentemente claro que precisamos depender de Deus, precisamos orar e meditar na Palavra de Deus e abrir o coração para que o Espírito Santo nos direcione àquilo que é ético, que é justo e verdadeiro.
A ética e o jeitinho brasileiro
Existe uma teoria acerca da ética conhecida como amoral. Ela é popularmente conhecida como o jeitinho brasileiro, aparentemente inocente, simpático, que varia de pessoa para pessoa e de autoridade para autoridade. Mas, em todos os casos, a essência é a mesma, agir antiética, burlar o estabelecido, passar por cima da lei, auferir privilégios e benefícios. O Brasil é um país onde se pratica muito essa nova norma de conduta, a amoral. É um país onde a ética não é valorizada e nem apreciada, por isso usa-se o chamado jeitinho brasileiro. Onde faltar com o respeito ao próximo, levando vantagem sobre ele, driblar aquilo que é ético ou justo se tornou cultura e quem não o pratica é visto como alguém que não sabe como agir ou negociar. Para o obreiro cristão, esse jeitinho brasileiro, nunca deve existir, antes deve ser expurgado de sua presença. O jeitinho brasileiro é acima de tudo pecado, é prejudicial para ambas as partes e diabólico. O obreiro deve ser exemplo em tudo, no caráter, na honestidade, ser um homem de exemplos e de princípios, de caráter ético e cumpridor de suas responsabilidades, um cidadão exemplar e correto em todos os seus atos e comportamentos.
Um evangelho antiético
O evangelho militante, apesar de sua expansão em grande escala, tem sido muito influenciado pela norma de conduta amoral ou antiética, um evangelho independente que busca o interesse próprio e individualista, bem distante do evangelho pregado e vivido por Cristo e pela igreja primitiva no começo do século (Atos 2.41-47). Quando a igreja vive um ministério socialmente interesseiro, ela opta pelo paternalismo da assistência social da igreja que muitas vezes não consegue atender em quase nada as necessidades de seus membros. A ética tem de ocupar papel preponderante no seio da igreja e principalmente na formação pastoral e dos membros, levando-os a viverem o que pregarem e pregar o que vivem, mesmo porque a ética faz parte dos assuntos que tratam das finalidades na categoria social, econômica e teleológica da igreja verdadeira. Ela é a matéria prima da vida cristã na sociedade. Ou a ética faz parte da educação social e teológica na igreja ou continuaremos a observar um evangelho antiético, anti-história e escravizador. O comportamento ético não se divulga, ele é pessoal e não coletivo, mas seus efeitos refletem em toda a igreja. O ministério pastoral é pré-ético por natureza, por que Deus é ético, e uma vez que não faria sentido falar de conversão se o lugar para onde todo o cristão salvo vai, não reinasse a justiça (Isaías 32.1/Mateus 5.10/ Romanos 14.17/Apocalipse 19.11/Apocalipse 19.8).
Ética no púlpito
No campo da filosofia, a ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, o seu estudo contribui para estabelecer a natureza e deveres no relacionamento entre o indivíduo e a sociedade, neste caso entre o obreiro e a igreja. O obreiro precisa ter uma postura de autoridade durante o tempo em que estiver no púlpito, sentar-se de maneira correta e ficar atento a tudo o que acontece durante o culto, deve evitar chamar a atenção de membro ou de seus
liderados em público, chame ao lado e fale com ele em particular. Se precisar falar sobre alguém, que haja permissão de quem irá falar. O obreiro deve ser ético no falar, no agir e no comportar-se, deve entender que o púlpito é o lugar onde se ministra a Palavra de Deus, as orações e os louvores (Mateus 4.23/Mateus 9.35). Não é palco de apresentações de shows ou lugar para promover pop stars gospel (Mateus 21.13), nem deve ser usado para desabafar, ou confidenciar os problemas da igreja ou problemas particulares, assuntos como esses devem ser abordados em reuniões ministeriais. Ao ministrar a Palavra de Deus, o obreiro deve atentar para o tempo, deve ter hora de iniciar e de terminar, deve criar o seu sermão de preferencia em casa, com oração, para que o Espirito Santo venha lhe ajudar na ministração, evitar fazer comentários de assuntos que não tem domínio para que não cometa erros ou caia no ridículo perante os membros (Atos 9.20/Atos 19.8).
Ética na igreja
O comportamento ético é nato, mas pode ser também uma escolha, o cristão deve tratar essa questão com a devida importância, porque os reflexos de suas ações perduram por muito tempo, e não adianta querer tentar remar contra a maré, é importante entender e assumir que o problema existe e é imprescindível estar preparado para lidar com o comportamento pouco ético de outros membros envolvidos (Romanos 15.1). É sabido que o comportamento de um cristão, na sua essência, deve ser o mesmo dentro e fora da igreja, e que quase sempre erramos em algum momento, só que o mais importante não é atentar para a quantidade de erros que se comete, mas para que esses erros não se tornem comuns, enquanto se trabalha na mudança dessas atitudes. Os interesses pessoais de um cristão são sempre colocados acima do bem comum, cada um pretende galgar seu próprio crescimento, independente do mal que podem causar ao próximo, e isso acaba envolvendo toda a igreja, ou as partes mais importante dela (João 21.20-23).
Ética na sala pastoral
De tempos em tempos o obreiro é colocado em frente a questionamentos que permitem desviar-se do caminho ético, são tantas as propostas indecentes disponíveis para que o afaste daquilo que é justo e correto, que às vezes acaba se deixando levar pela situação ou até mesmo pela mediocridade (Romanos 8.18). Sabemos que somente o ser humano pode ser ético, por isso, é responsável pelos seus atos, e encima do seu agir, ou do seu falar, é que sua imagem é construída e não existe outro lugar onde a ética é mais testada do que na sala pastoral. Por isso o obreiro deve evitar alguns procedimentos básicos sobre assuntos tratados em sala pastoral. Ele deve evitar falar de outras pessoas se elas não estiverem presentes, evitar acreditar em tudo que falarem, sem ouvir o outro lado, nunca julgar precipitadamente ou agir sem ter provas, precisa evitar falatórios suspeitos, nunca deve atender pessoas quando estiver só na sala pastoral, isso serve para que tenha também alguém como testemunha sobre o assunto que conversaram (João 8.17). O obreiro precisa entender acima de tudo que é um cristão e tudo o que for decidido ali
deve ser conforme as Sagradas Escrituras, por que um dia terá que prestar contar diante de Deus.
Ética na tesouraria da igreja
Todo homem possui um senso ético, uma espécie de consciência moral, para estar constantemente avaliando e julgando suas ações, a fim de saber se suas ações são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas. Tendo em vista que, a base da ética é a verdade, e quem se apresenta como profissional e não zela por sua competência nos serviços a no seu cargo, falta com a verdade e atenta contra a ética e poderá se perder nos seus caminhos, podendo levá-lo a desonestidade e a desumanidade (Atos 5.1-10). Agir com ética é um dever básico que jamais deverá ser esquecido pelos profissionais que militam principalmente naquilo que é alheio, como no caso das finanças da igreja (tesouraria). Ao trabalhar na contabilidade da igreja, sua tarefa implica além do caráter moral, porque ela se estende até ao patrimônio de terceiros, no caso da igreja. Por isso o tesoureiro local deve ter controle de tudo o entra e tudo que sai. Deve preencher os recibos tendo em mãos uma cópia de toda documentação como forma de controle. O obreiro deve entender que os valores que entram não são seus, pertence a entidade onde presta os seus serviços, por isso deve prestar contas ao seu líder, geralmente ao diretor financeiro da igreja sede. Se houver a necessidade de uma urgência, ou de uma obra em especial, o obreiro de uma congregação deverá comunicar com antecedência a diretoria financeira da igreja sede.
Ética ao deixar uma igreja
Um obreiro ético se faz conhecer por suas ações e por suas respostas, ele não deixa dúvidas sobre suas ações, não age intencionalmente para prejudicar ninguém e muito menos seu posto de trabalho. Ele não acredita que o fim justifica os meios se os meios não forem éticos, legais e honestos. O obreiro ao deixar uma congregação, deve evitar o vínculo com a congregação anterior, por um período, para que os membros daquela congregação se desprendem do obreiro anterior e continue a trabalhar lado a lado do obreiro que assumiu a igreja. Ele deve evitar carregar consigo os membros da congregação anterior para sua nova congregação, isso agir de forma antiética para com o dirigente que o sucedeu. O obreiro ao sair da congregação, deve deixar se possível, todas as despesas da igreja paga, quitadas. Se não for possível, deve repassar o comunicado para o atual dirigente para que o mesmo fique ciente das dívidas e de dos motivos daquela divida. É possível ter um ministério frutífero e embasado na ética, o que retornará em forma de prazer e satisfação pessoal na vida do obreiro.
Ética ao assumir uma igreja
É fácil identificar quem age fora do campo do compromisso ético, pois normalmente, é aquela pessoa que duvida da honestidade alheia, e está sempre aguardando que os outros façam com ela o que ela faz a outrem. A
ação antiética tem a capacidade de prejudicar outras pessoas através de suas palavras ou de seu comportamento. Um obreiro ao assumir uma nova congregação, ele deve evitar difamar ou criticar os serviços do obreiro anterior, se possível elogiar, mas nunca difamar, para que não provoque o desânimo nos membros que ficaram na igreja e esses venham sair da igreja ou seguir o obreiro anterior. O obreiro deve fazer a diferença ao assumir uma nova congregação, estimulando os membros a participarem dos cultos e das atividades, fazendo reuniões para conhecer os membros e suas capacidades de trabalho, esclarecendo de forma simples e objetiva sua forma de pastorear. Pela honestidade e virtude, se espera que o obreiro venha ter esse tipo de comportamento, se isso acontecer, o obreiro terá um ministério bem sucedido, saudável e harmonioso com toda a congregação.
Psicologia pastoral
“Não havendo sábia direção o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança” (Provérbios. 11.14).
Definição
A palavra psicologia tem sua origem em duas palavras gregas: a psique, que significa mente ou alma e logia que significa doutrina ou estudo. Em termos acadêmicos a psicologia pastoral é definida em dois pontos como, o primeiro ponto é a ciência que estuda o comportamento do ser humano na sociedade e o segundo ponto é arte de aconselhar.
A importância do aconselhamento
Aconselhar é um papel indispensável na vida ministerial de um obreiro, ele tem que lidar com esse assunto regularmente, mas para ser um bom conselheiro, ele deverá estar devidamente preparado, pois exige alguns cuidados a serem tomados (João 3.1-7/Lucas 18.18-23). Aconselhar de forma eficaz não é uma tarefa muito fácil, mesmo porque, nem todos os pacientes sabem expor os seus problemas ou o que estão passando no momento. É num momento como esse que nasce a necessidade do obreiro em ter, pelo menos, um conhecimento básico da técnica de aconselhar. Um curso mais específico na área da psicologia pastoral fornecerá ao obreiro um valioso material que ajuda na preparação e na capacitação para tratar desse assunto. Mas enquanto isso não acontece o obreiro poderá estar ajudando o aconselhando com uma palavra, uma oração, um incentivo, ajudar um membro nas decisões a serem tomadas, nas relações conjugais, em fim, dependem muito em saber do que realmente a pessoa está necessitando naquele momento. Um método eficiente criado por Carl Rogers que durante muito tempo foi uma revolução na arte de aconselhar. Rogers não deu conselhos ao paciente, mas deixou-o a vontade para expor tudo o que sentia. Rogers apenas repetia psicologicamente as mesmas palavras ditas pelo seu paciente, para que este continuasse a falar sobre o assunto em pauta, e por fim encontrou por si mesmo uma solução para o seu problema. A pressuposição fundamental do sistema de Rogers é profundamente influenciada pelo pensamento liberal e humanista em sua afirmação de que a solução dos problemas jaz no próprio homem e esse precisa encontrar o caminho da cura ou da solução por meio do conselho.
Aconselhamento cristão
Se quisermos definir aconselhamento cristão, poderíamos definir como uma forma de assistência espiritual, física e psicológica destinada à solução de todos os desajustamentos de conduta e os desajustamentos de motivação. O conselheiro cristão deve estar atento a alguns princípios para que o aconselhamento seja eficaz, ele precisa levar em conta que, diante de si, está um ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.26-27) e
Psicologia do anormal – estuda as neuroses, doenças mentais, delinquência, hipnose, sugestões, sonhos, visões, etc.
Psicologia social – estuda o desenvolvimento da conduta social, moral, preconceitos, imitações e propagandas.
Controladores sensoriais
O cérebro – é a sede do consciente, da razão e da memória. É a área onde se concentram os cinco sentidos, audição, visão, paladar, tato e olfato.
O cerebelo – é o órgão responsável por controlar os atos voluntários dos músculos.
A medula – é o órgão que controla as funções involuntárias e automáticas do corpo como a respiração, o batimento cardíaco em conjunto com todo o sistema nervoso autônomo.
Atos voluntários e atos autônomos
Atos voluntários – são os comandos dados pelo nosso cérebro para que algum movimento seja realizado, como: o mover das mãos, das pernas, balançar a cabeça, piscar, mastigar e etc.
Atos involuntários ou autônomos – são os responsáveis pelos funcionamentos internos do corpo que não podemos controlar, como a indigestão, o batimento cardíaco, a pulsação, etc.
Doenças psíquicas ou psicossomáticas
A expressão psicossomática significa uma relação entre mente e corpo, psique (mente) soma (corpo). A doença psicossomática é definida como complicação na saúde do corpo gerada por problemas de origem mental. Os fatores psicológicos passam a influir no metabolismo do corpo e as consequências são reais e visíveis. É impressionante a quantidade de comprimidos psicotrópicos que são vendidos atualmente. Os pacientes depressivos estão em toda parte consumindo mais da metade do investimento do governo na área da saúde. Doenças estomacais e intestinos como úlcera e câncer em vários órgãos, cuja cura estaria no tratamento do quadro mental do indivíduo. Enquanto o tratamento for apenas com relação aos medicamentos que combatem os efeitos no corpo, deixando de lado a origem real no estado emotivo da pessoa, os resultados serão sempre ineficientes; porque não adianta tratar os sintomas da doença, sem tratar primeiramente a causa do problema. Nas doenças psicossomáticas não há nada de imaginário, as reações são sérias e reais, em alguns casos podem ser fatais.
Algumas doenças de origem psíquica
Compulsão: é algo que a vítima tem que fazer para aliviar a sua ansiedade. Às vezes são realizadas sequencialmente as mesmas atividades ou práticas.
Depressão: é síndrome patológica caracterizada por uma crise de ansiedade e abatimento físico, mental ou moral (tristeza, perda da autoestima ou da identidade, desolação, perda de interesse, etc.).
Suicídio: Fenômeno que leva a pessoa o desejo de tirar a própria vida em busca do alívio. Geralmente o suicídio vem acompanhado de uma depressão profunda. Os epidemiológicos do Oriente estão cada vez mais convencidos da relação existente entre a enfermidade mental e o suicídio.
Esquizofrenia: é definida como uma desordem no funcionamento do cérebro.
Psicose: a vítima desta enfermidade perde o contato com a realidade e interpreta erradamente o que vê e ouve.
Neurose: é interpretada como uma fraqueza do ego que não consegue enfrentar a ansiedade de modo eficiente.
O obreiro e a Bibliologia
“Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça, ela existe para que todo homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).
O obreiro e a Bíblia
Todo bom cristão defende a Bíblia como sendo a Palavra de Deus, a verdade total e máxima autoridade na igreja, infalível e perfeita, a fonte de toda verdade. E na verdade ela é, mas ninguém pode dizer que segue a Bíblia, se não estiver familiarizado com ela. Por isso é necessário de que haja uma meditação constante nesse livro. A Bíblia é acima de tudo a Palavra de Deus, o caminho, a direção, e ninguém podem chegar ao seu destino se não tiver o conhecimento dos passos que deve seguir. A Bíblia só tem efeito positivo se for praticada e não somente lida. É nesse “mapa da vida” que o obreiro encontra a receita de uma vida abundante tanto para si como para seu rebanho. Estamos rodeados por violência, pornografia, desonestidade e falsa religião, e é ela e somente ela quem nos dá condições de aprender e ensinar a vivemos santificados num mundo de pecado, manchado por milhares de anos (1 João 5.19). Deus não pretende que o se isole deste mundo, mas que fuja dos pecados e brilhem como luz num mundo de trevas (Mateus 5.14).
Bíblia e Bíblia Sagrada
A palavra Bíblia é a forma plural usada para livro, ou seja, um conjunto de livros contido num único livro. E Bíblia Sagrada é um Conjunto de Livros considerados Sagrados contidos num único Livro. A Bíblia Sagrada é um livro especial da fé cristã, cujas raízes estão firmadas na fé e na história do povo judeu. Ela é conhecida também como: o Livro dos livros, o Livro Eterno e o Livro Sagrado. A sua origem vem da antiga palavra grega biblos que significa livros. Ela recebe esse nome por ter sido uma homenagem à cidade Fenícia de Biblos, um importante centro produtor de rolos de papiro usados para fazer livros. É comum assemelharmos o nome da Bíblia com algumas profissões do gênero como: Biblioteca (lugar onde se armazena os livros), Bibliotecário (aquele que cuida e organiza livros e documentos), assim por diante. A Palavra Bíblia não é encontrada em nenhuma referência das Sagradas Escrituras, a não ser na sua capa. Esse nome foi primeiramente aplicada pelo reformador e patriarca de Constantinopla João Crisóstomo, por volta do século IV d.C.
O autor da Bíblia
A Bíblia toda tem um único autor e protagonista principal que é Deus. Mas não foi Deus quem a escreveu. A Bíblia foi escrita por aproximadamente quarenta (40) escritores diferentes, homens inspirados por Deus, de diversas classes sociais em diferentes lugares no mundo, num período de
aproximadamente mil e quatrocentos (1400) anos. Dentre seus escritores estiveram reis, sacerdotes, escribas, pescadores, cobradores de impostos, sábios, médicos, filósofos, entre outros. A verdade é que, a Bíblia foi composta por duas mãos, a de Deus que a inspirou, e a dos homens que a escreveu. Os escritores da Bíblia apenas escreveram as palavras e as obras que Deus, o Criador, realizou sobre a Terra.
Inspirado por Deus
Uma pessoa inspirada por Deus é aquela que recebe uma orientação sobrenatural vinda pelo Espírito Santo de Deus, a fim de realizar algo inédito e perfeito, algo que está além das possibilidades humanas. Um registro natural de inspiração divina aconteceu na construção dos utensílios do Tabernáculo de Moisés conforme estão registrados no livro de Êxodo. ”E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência para criar invenções, para trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre, e em lapidar de pedras para engastar, e em entalhar madeira, e para trabalhar em todo tipo de obra artesanal” (Êxodo 35.31-33). Os artistas que construíram o Tabernáculo e seus utensílios foram homens talentosos que receberam a inspiração divina para realizar esta obra específica.
Como a Bíblia foi escrita
A Bíblia na forma que a conhecemos hoje foi escrita em duas partes distintas e complementares entre si: o velho testamento e o novo testamento. O velho testamento – foi escrito entre os anos, mil e trezentos anos antes de Cristo (1300 a.C.) a seiscentos e cinquenta anos antes de Cristo (650 a.C.). O novo testamento – foi escrito entre os anos, noventa depois de Cristo (90 d.C.) e concluído em aproximadamente cento e vinte e cinco anos depois de Cristo (125 d.C). Ou seja, A Bíblia toda demorou cerca de mil e quatrocentos (1400) anos para ser concluída. Apesar de tudo a Bíblia é um livro atual, porque ela trata de assuntos do passado, com seus livros históricos e geográficos. Assuntos do presente, como o livro de atos dos apóstolos, que registra a história da igreja militante que ainda está sendo escrita, também sobre o plano de salvação por meio do sacrifício de Jesus Cristo. Mas a Bíblia também e trata de assuntos futurísticos como alguns dos livros proféticos e de revelação como o livro do apocalipse, que se cumprem dia a dia.
Lugar que Bíblia foi escrita
Alguns livros velho testamento como os livros de Moisés (o Pentateuco) foram escritos na terra de Harã, onde viveu. Outros livros como os profetas e salmos, foram escritos na terra de Canaã para onde os ex-exilados do Egito migraram. Há também livros que foram escritos na Babilônia, como o do profeta Daniel e na Assíria onde os Israelitas estiveram cativos, outros em Jerusalém e muito outros lugares. Os livros do novo testamento, na sua maior parte, foram escritos em Roma e Éfeso, também em Jerusalém, na Síria, na Grécia e principalmente na Ásia Menor (atual Turquia), onde foram fundadas
várias comunidades cristãs através dos apóstolos e outros discípulos de Jesus.
A finalidade de a Bíblia ser escrita
A Bíblia é um mapa de orientações e conselhos práticos de salvação, o que possibilita ao homem pecador, chegar até a cidade de Deus por meio justificativo e regenerador do sacrifício de Cristo Jesus. O maior e mais importante objetivo da Bíblia Sagrada não é explicar de forma detalhada a origem da vida e suas diversidades, mas de levar o homem a conhecer Deus e seu maravilhoso plano de salvação. Como bem escreveu o salmista: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Salmos 119.105).
Origem da escrita da Bíblia
Antes mesmo de se inventar a escrita, as histórias culturais de uma tribo ou de uma nação eram passadas de pais para filhos em rodas na frente às fogueiras. Essa prática era conhecida como "Mishnah" (contos, fábulas e lendas). Era uma forma oral de transmitir informações e conhecimentos dos membros mais velhos para as gerações mais novas. Também era a forma mais usada e mais antiga para uma Nação transmitir suas leis e tradições entre os membros de uma comunidade, encontramos essas práticas em (Êxodo 19.7 / 19.25). Alguns anos depois, os homens passaram a registrar suas informações em pedras e argilas, com formas, desenhos e símbolos. Essa prática se tornou comum e passou a ser chamada de escrita. Os primeiros registros de escritas eram na forma de cuneiforme que significa literalmente “escrita em forma de cone”, este tipo de escrita eram marcas feitas na argila com um cone. Ela foi inventada e utilizada na Mesopotâmia para exprimir as duas principais línguas, a Suméria do sul, e a Acádia do norte. Ela era composta por dois mil (2000) sinais cuneiformes originais, mas somente trezentos (300) deles fossem utilizados constantemente. Depois os egípcios também desenvolveram uma forma hierática de escrita conhecida como hieróglifo (escrita dos deuses), que era utilizada principalmente pelos sacerdotes sobre madeiras ou papiros. Essa forma de escrita era baseada em desenhos e símbolos, muito conhecidos e vistos nos registros históricos dos egípcios antigos. Havia ainda a escrita demótica (escrita do povo), era mais popular e uma simplificação da hierática, geralmente era usada em cartas e registros sobre papiro. Usavam tintas feitas de fuligem, uma matéria negra a base de carvão ou resíduos encontrados nos canos de chaminés e algumas vezes decorados com tinta vermelha. Com o passar dos anos os homens desenvolveram-se então as letras e os números formando o alfabeto e os alfanuméricos, o que levou a cada nação adotar sua própria forma de registrar suas informações e suas leis, desenvolvendo cada um o seu próprio sistema de escrita alfabética. Isso levou ao aperfeiçoamento da fala e da escrita conhecidas hoje como idiomas.
Os idiomas e as linguagens Bíblia
A Bíblia foi escrita em três idiomas: o hebraico, o aramaico e o grego. O Velho testamento foi escrito parte em hebraico e parte em aramaico e o novo testamento foi escrito em grego e uma pequena parte em aramaico. Mas a Bíblia possui seis (6) tipos de linguagens, sendo três (3) de linguagem essencial e três (3) de linguagem formal.
Na linguagem essencial temos: a Simbólica, a Figurada e a Literal.
A linguagem simbólica – O Símbolo é muito usado para transmitir uma forma determinada de imagem, de quantidade ou qualidade, geralmente usada como formas de objetos imaginários. Como exemplos simbólicos têm: os 144 mil, a estrela de Davi, as vestes sacerdotais, cores apocalípticas, palmas nas mãos, vestes brancas, pedras brancas, os animais dentro das profecias do livro de Daniel e do apocalipse, etc.
A linguagem figurada – Refere-se aos elementos representativos, que ilustra estar em lugar de outro, geralmente usado como exemplos de fatos ocorridos, lugares ou formas específicas. Ela sempre aponta para aquilo que é divino. Ex. o tabernáculo de Moisés, o templo de Salomão, o batismo nas águas, o bode expiatório, a rocha em Meribá, os utensílios do templo, a festa da Páscoa, etc.
A linguagem literal – Essa linguagem é interpretada exatamente como ela é, sem mudança e sem variação. Por exemplo: Jesus foi crucificado, entrou em Jerusalém montado num jumentinho, expulsou os cambistas do templo, curou dez leprosos, etc.
Na sua linguagem formal temos: a Bíblica, a Extra-Bíblica e a Anti-Bíblica.
A linguagem Bíblica – É aquela cujo conteúdo é todo encontrado na Bíblia, como a história de Israel, a história de Jacó, o nascimento de Jesus, os milagres que Jesus realizou. Todas as informações são encontradas exatamente como está na Bíblia.
A linguagem Extra-Bíblica – É aquele conteúdo que faz parte da Bíblia, porém não conseguimos encontrar na Bíblia, como a história da igreja, o martírio dos apóstolos, a reforma protestante, a história do avivamento da Rua Azuza, etc.
A linguagem Anti-Bíblica – É aquele conteúdo que não é encontrado na Bíblia porque não faz parte dela. São aqueles ensinamentos heréticos, mentirosos e falsos. Contrário aos ensinamentos da Bíblia.
A Bíblia e as suas impressões e publicações
A Bíblia também foi o primeiro livro a ser impresso. Ela foi impressa por Johannes Gutenberg na Alemanha, entre os anos de mil quatrocentos e cinquenta, a mil quatrocentos e cinquenta e seis (1450 e 1456). E é o livro mais lido e traduzido do mundo. Ela já ultrapassa as duas mil e quinhentas
(2500) línguas e dialetos diferentes no mundo todo. O livro da Bíblia mais traduzido é o evangelho de Marcos, talvez por ser o mais curto e o mais antigo dos quatro Evangelhos e por trazer um relato cheio de ações a respeito da vida e dos ensinamentos de Jesus. Marcos está disponível em cerca de novecentos (900) idiomas diferentes. A primeira Bíblia publicada, incluindo integralmente a divisão de capítulos e versículos, foi a Bíblia de Genebra, lançada em mil quinhentos e sessenta (1560 d.C.) da era cristã, na Suíça. Os primeiros editores da Bíblia de Genebra optaram por sua divisão em capítulos e versículos, porque chegaram a um consenso de que isso seria muito útil para a memorização, a localização e a comparação de assuntos bíblicos. Já em português a primeira edição do novo testamento de João Ferreira de Almeida, com a divisão de capítulos e versículos, foi publicada somente em mil seiscentos e oitenta e um (1681 d.C.) da era cristã. A Bíblia já superou os seis (6) bilhões de cópias vendidas em todo o mundo. Ela é também o Livro mais amado e o mais odiado do mundo. Para alguns a Bíblia é o livro que possibilita a salvação e a vida eterna, mas para outros é sinônimo de ameaça e fraqueza. O dia que se comemora o dia da Bíblia é comemorado em três datas diferentes, Para os evangélicos é comemorado todo ano no segundo (2o) domingo de dezembro.
Os materiais usados para confeccionar a Bíblia
Barro ou Pedra – A Bíblia foi escrita primeiramente em barro de adobe, uma espécie de argila ou cerâmica secada ao sol.
Madeira – Posteriormente, o barro foi substituído pela madeira, pois era mais leve que a argila.
Metais – Ainda foram usados outros materiais como: o ferro, o bronze, a prata e até mesmo o ouro.
Velo ou Rolo – Como o ferro era difícil de transportar e de manusear, e a prata e o ouro eram caros demais, começaram então a utilizar o velo, couro de animais lavados.
Papiro – Com o passar do tempo descobriram o papiro (uma planta aquática do rio Nilo), muito mais leve que o ferro e muito mais fácil de manusear e o transportar do que o couro.
Papel – O papiro foi muito usado durante muito tempo, até que só no segundo século os chineses inventaram o papel de celulose, esses mesmos papéis que são usados até hoje.
Mídia – Finalizando, a Bíblia também é muito encontrada em forma de mídias, como CDs, DVDs, redes sociais, celulares e em vários tipos de veículos eletroeletrônicos.
Rolo Sagrado, manuscrito e códice
O Rolo Sagrado era feito de peles de animais limpos chamados de velo com dois pontos de apoio de madeira por onde eram segurados para abrir e fechar os rolos. Nesses rolos eram escritas as leis e os mandamentos de Deus, e, recebe esse nome devido ao fato de que após a sua utilização era enrolado e guardado, facilitando o armazenamento de vários livros semelhantes. Esses Rolos eram conhecidos também como pergaminhos, esse nome foi dado por ter sido desenvolvido na cidade de Pérgamo na Ásia Menor. Manuscrito é uma palavra que vem do latim manu (mão) e scriptum (escrito), significa literalmente, um documentava de um pergaminho ou papel que foi escrito a mão. O códice já era um avanço do rolo de pergaminho, que por sua vez foi substituído pelo livro atual. Códice ou códex em latim significa livro. Pode-se dizer que um Códice era feito com texto de manuscrito em folhas encartadas, dobradas e costuradas, formando uma espécie caderno costurado. Suas páginas eram escritas em ambos os lados e protegidas por uma capa, eram confeccionados como verdadeiras obras de arte, as encadernações, assim como as ilustrações, eram executadas por artistas com a utilização de placas de marfim, cobre, prata ou ouro maciço. Esse formato manteve-se por toda a idade média. No princípio não se parecia muito com os livros de hoje, mas chegou a ser um protótipo dos livros modernos.
A Bíblia e suas divisões
A Bíblia se divide entre velho e novo testamento. A palavra testamento significa a última vontade de alguém. Lembrando que um testamento só pode entrar em vigor se houver a morte do testamentário. O velho testamento registra a morte espiritual e física do primeiro homem, Adão, personagem principal, que morreu ao comer do fruto proibido conforme Genesis (3.6-24). Sua morte trouxe como herança a morte para todos os seus descendentes, como diz nas Escrituras, “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou para todos os homens, por isso todos pecaram” (Romanos 5.12). Já no novo testamento o personagem principal foi Jesus Cristo, ao contrário de Adão que trouxe a morte para sua descendência, a morte de Jesus trouxe a vida eterna para seus descendentes. Vida essa que Adão perdeu por causa da sua desobediência, por isso se lê. “Entretanto, não há comparação entre a dádiva e a transgressão. Pois se muitos morreram por causa da transgressão de um só (Adão), muito mais a graça de Deus, isto é, a dádiva pela graça de um só homem, Jesus Cristo, transbordou para muitos” (Romanos 5.15).
A Bíblia se divide da seguinte forma
No velho testamento encontramos a Torah ou Pentateuco que são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os livros Históricos que são: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Os livros de Sabedoria ou Poéticos que são: Jó, Salmos Provérbios Eclesiastes e Cantares de Salomão. Os Profetas Maiores – Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Os Profetas Menores – Obadias, Joel, Jonas, Oséias, Amós, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias. No novo testamento temos os Evangelhos formados por Mateus, Marcos, Lucas e João. Os Histórico – Atos dos apóstolos. As Cartas de Paulo ou Epístolas Paulinas – Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, e Filemom. As Cartas ou Epístolas Gerais – Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas e Hebreus - cujo autor é desconhecido. E por fim o livro de Apocalipse ou Revelação – Escrito por João.
A fidelidade dos textos da Bíblia
Ao todo a Bíblia é composta por sessenta e seis (66) livros, sendo que trinta e nove (39) livros estão no velho testamento e vinte e sete (27) livros estão no novo testamento. A Bíblia católica possui sete livros a mais que a Bíblia evangélica. Esses livros são chamados de livros Apócrifos, por não terem sidos aprovados pelo “Canon sagrados”. Os Livros Apócrifos são todos os livros que foram reprovados pelo Cânon Sagrado, ou seja, são livros considerados não inspirados por Deus. Mesmo que alguns tenham sido escritos no mesmo período em que foram escritos os demais livros da Bíblia, não são considerados livros sagrados autênticos. A palavra Cânon significa “régua de medir” ou “balança de medida”. Todo livro para ser aceito e considerado um livro sagrado autêntico e inspirado, era necessário passar por um crivo de testes e análises profundos, onde se analisava historia, cultura, autor, conteúdo e outros pontos fundamentais para saber se estava em conexão com sua autenticidade ou não. Se fosse aprovado era considerado autêntico, senão era considerado Apócrifo (não autêntico). Alguns desses livros são: Judite, Macabeus, Sabedoria, Evangelho de Magdalena, Eclesiástico, Apocalipse de Pedro, Baruc, livro de Mórmon e muitos outros.
Documentos antigos que trazem trechos bíblicos
O documento mais antigo que traz um trecho da Bíblia é um fragmento de rolo encontrado por volta do ano mil novecentos e quarenta e sete da era cristã (1947 d.C.) próximo à costa do mar Morto conhecido como Qumram. Essa descoberta ficou conhecida como o Rolo do Mar Morto. Ela data de aproximadamente duzentos e vinte e cinco anos antes de Cristo (225 a.C.). A passagem que está registrada nesse rolo é de um dos livros de Samuel que faz parte do antigo testamento. Vários outros fragmentos de passagens bíblicas foram encontrados junto a esse documento, como exemplo, parte do livro de Isaías. O texto mais antigo do novo testamento é uma parte do Evangelho de João. Escrito em torno de cento e vinte e cinco anos depois de Cristo (125 d.C.), apenas trinta (30) anos depois da composição desse Evangelho. O fragmento contém partes do evangelho de João (18.31-33), que incluem a pergunta de Pilatos a Jesus: “Você é o rei dos judeus?”.
A divisão da Bíblia em capítulos e versículos
A Bíblia foi dividida em capítulos pelo teólogo inglês Stephen Langhton, que foi professor da Universidade de Paris e bispo da igreja em Canterbury -
Inglaterra, entre os anos de mil cento e cinquenta a mil duzentos e vinte e oito (1150 a 1228). O antigo testamento foi dividido em versículos entre os séculos nove e dez (9 e 10 d.C.) da era cristã pelos massoretas, estudiosos judeus das Sagradas Escrituras. Influenciado pelo trabalho dos escribas Massorético, um editor e impressor protestante francês chamado Robert Stefan, concluiu a divisão de todo o novo testamento em versículos. Isso ocorreu durante o período em que esteve refugiado em Gênova na Itália em meados do século dezesseis da era cristã (16 d.C). Os Massorético eram escribas ou escrivães judeus separados e autênticos, responsáveis por traduzir toda ou parte das Sagradas Escrituras. Eles se dedicavam em preservar e cuidar da autenticidade das Escrituras que constituem o antigo testamento. Eles eram submetidos a vários rituais considerados fundamentais e indispensáveis durante uma cópia completa ou parcial de uma tradução. Por exemplo, cada página escrita, não poderia ter menos que quarenta e oito (48) ou mais que sessenta (60) linhas. O escrivão deveria se banhar antes de começar a escrever e quando fosse escrever o nome de Deus era necessário lavrar os pincéis. Ele deveria recitar em voz alta tudo o que estava escrevendo. A cada trinta (30) dias era feita uma revisão de tudo o que havia sido escrito e se fossem encontrados erros em até três páginas, todo documento deveria ser refeito. A tinta usada deveria ser de cor preta e Os parágrafos, as palavras e as letras deveriam ser contados e todo o documento se tornaria inválido se duas (2) ou mais letras se juntassem.
As sete dispensações da Bíblia
Os estudiosos da Bíblia a dividem em sete (7) dispensações sendo:
1a - Dispensação da Inocência – vai desde a criação de Adão e Eva no Jardim do Éden até a sua queda e expulsão do paraíso;
2a - Dispensação da Consciência – vai desde a queda do homem até o juízo do dilúvio, através da arca de Noé;
3a - Dispensação do Governo Humano – vai desde o juízo do dilúvio de Noé até a promessa feita a Abraão;
4a - Dispensação Patriarcal – vai desde a promessa de Abraão de ser Pai de uma grande Nação (Israel) até o cativeiro no Egito;
5a - Dispensação da Lei – vai desde a saída do povo judeu do Egito até a morte do Senhor Jesus Cristo na cruz;
6a - Dispensação da Graça – vai desde a morte do Senhor Jesus Cristo até o arrebatamento da igreja;
7a - Dispensação Milenar – esta vai desde o arrebatamento da igreja até o julgamento das nações e o estabelecimento do reino milenar de Cristo, “o Milênio”.
Motivo de alguns não entender a Bíblia quando a lê
É muito comum ouvirmos as pessoas fazerem essa pergunta. “Eu leio a Bíblia, mas não consigo entender”. Por que isso acontece? Se a Bíblia é a Palavra de Deus revelada aos homens, então porque não consigo entender? A Bíblia é muito mais do que um simples livro, ela é a boca de Deus falando aos corações dos homens. Muitos não a compreendem, porque a leem como se fosse um livro comum, leem apenas com os olhos carnais, e isso prejudica a sua compreensão, ela deve ser lida não apenas com os olhos, mas também com o coração e com muita oração. Porque a Bíblia, além de ser um livro com muitas riquezas históricas, arqueológica, geográfica e principalmente Espiritual. Depois que o pecado entrou no mundo, o pecado ofuscou a mente das pessoas, como diz as Escrituras “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4.4). Com a mente ofuscada não conseguimos entender as coisas que são Espirituais, nem conseguimos enxergá-las com clareza. Somente depois que o pecado for removido do ser humano e o Espírito de Deus passar a habitar em nós e dermos a Ele a oportunidade de agir em nossas vidas, daí então passaremos a compreender a sua Palavra e as coisas que são de Deus, e esse mérito não é nosso, mas do Espírito Santo de Deus. Como o próprio apóstolo João sabiamente escreveu, “E a unção que vós recebestes Dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis” (I João 2.27).
As diferenças entre livro, escrita e palavra
Como livro – a Bíblia é um livro comum, como qualquer outro livro, possui capa, papel, tinta, conteúdo, escritores, formatos e publicações. Podendo conter erros nas traduções ou de um idioma para outro.
Como escritura – a Bíblia contém a história de Deus se relacionando com a humanidade, ela possui seus mandamentos, seus conselhos e suas vontades. Mas quando procuramos conhecer a Bíblia apenas pelas Escrituras, podemos cometer alguns erros irreparáveis, como pregar um Deus que está do lado de fora da igreja (placa - denominação), criar vários dogmas ou regras para se chegarem a Deus, e na maioria das vezes, essas regras contribuem para que os fiéis se afastem ainda de Deus.
Como palavra – a Bíblia é fora do comum, por que a Bíblia revela Jesus Cristo como sendo a Palavra de Deus na história, com diz as Escrituras (João 1.1 / 1.14). Ele encarnou a verdade de Deus, o amor de Deus, a misericórdia de Deus, e tudo o que diz respeito a Deus. Jesus viveu sua vida como um exemplo para nós, a fim de que, pudéssemos entender sem erro e sem equívoco aquilo que Deus espera que nós façamos. Em poucas palavras, Jesus como a palavra é quando eu não sei o que fazer diante de uma situação, ai eu olho para Jesus, a Palavra Viva, e vejo como ele agiu diante de uma situação
parecida com esta, e pronto, estou vivendo a Palavra de Deus. Como o apóstolo João disse em (1 João 2.6).
Os livros de Salmos
Os livros de Salmos significa literalmente cantar melodias para o Deus de Israel. Salmos é um livro de louvores, por isso é o único livro da Bíblia que não está dividido em capítulos, apenas em versículos. Pois cada Salmo é uma canção, um hino de louvor ao Eterno Deus. Os salmistas compunham hinos para diversas ocasiões, esses hinos exaltam o nome e os feitos de Deus. Os Salmos poderiam ser cantados com acompanhamento de instrumentos musicais ou apenas vozes, a capela. Na Bíblia possui cento e cinquenta (150) Salmos e foram escritos entre os anos mil, a oitocentos e cinquenta antes de Cristo (1000 a 850 a.C.) por diversos autores como: Moisés que escreveu um (1) Salmo, Davi escreveu setenta e três (73) Salmos, Salomão escreveu dois (2), Asafe escreveu doze (12), os filhos de Coré escreveram onze (11), Etã escreveu mais um (1), Hemã também escreveu um (1) e quarenta e nove (49) Salmos são de autores desconhecidos.
Os Salmos de degraus
Existiam também os Salmos de Degraus, esses Salmos eram entoados numa escadaria de quinze (15) degraus que ficava no pátio das mulheres e que dava acesso a um portão chamado de Portão Nicanor no templo em Jerusalém. Cada vez que um adorador vinha para a adoração ele subia esses quinze (15) degraus adorando ao Deus de Israel. Cada degrau que subia era um Salmo cantado. Subia o primeiro degrau cantava o salmo cento e vinte (120), subia o segundo degrau, cantava o salmo cento e vinte e um (121) e assim sucessivamente até chegar ao Salmo de número cento e trinta e quatro (134). Na festa dos tabernáculos os adoradores à medida que subiam aqueles degraus contavam esses salmos, e às vezes recebiam a cooperação dos coros levíticos e dos músicos que se reuniam ao lado desses degraus. Por esses degraus também eram levados cerimonialmente pelos sacerdotes a madeira usada para a queima do sacrifício e o óleo de azeite que era usado como combustível no Menorah para iluminar o Lugar Santo.
O livro de Provérbios
A palavra provérbios significa: sentença de caráter prático e popular. É a expressão que se fala por meio de imagens, analogias, representações ou comparações que se tornaram de alguma forma popular. O livro de provérbios foi escrito por volta dos anos mil a setecentos anos antes de Cristo (1000 a 700 a.C.). A maior parte dos provérbios foi escritos pelo sábio Salomão, rei de Israel. No livro de 1 Reis (4.32), o escritor identifica Salomão como autor de três mil (3000) provérbios e mil e cinco (1005) Salmos. Além de Salomão, existe também a participação de outros autores como Argur e Lemuel, estes eram homens sábios do reino de Israel. A Bíblia possui novecentos e quarenta (940) provérbios dentro de trinta e um (31) capítulos.
A origem do povo judeu
Os judeus eram compostos por doze (12) tribos, e essas doze tribos são os doze filhos de Jacó. Depois que Jacó lutou com o anjo no Vau de Jaboque, seu nome foi mudado para Israel. Deus atraiu essa família até o Egito onde permaneceram cativos por quatrocentos e trinta (430) anos. Esse cativeiro não veio tradicionalmente como punição ou correção para os filhos de Jacó, mas era um propósito Divino para que eles pudessem crescer e se multiplicar sem que dispersassem para outras regiões. Depois que os filhos de Jacó haviam se multiplicado sobre a terra do Egito, Deus os tirou com mãos fortes por meio de um libertador, Moisés. Este conduziu este povo de volta para a Terra de Canaã, a antiga terra de Jacó. Os planos de Deus era fazer de Israel uma nação modelo, mas a desobediência desse povo resultou numa importante oportunidade para a formação da igreja de Cristo. A igreja foi enxertada em Israel (Romanos 11.7-25), por isso a raiz do cristianismo é Israel e hoje ocupa vitoriosamente um lugar por excelência, mas Deus ainda reserva novos planos futurísticos para esta Nação. A igreja hoje produz frutos e é vista como a Israel Espiritual de Deus, conforme está escrito em (1 Pedro 2.9-10).
A origem do povo Gentio
Gentio era a forma como os israelitas chamavam todas as raças ou nações que não faziam parte da das doze tribos de Israel. Os israelitas se consideravam o único povo limpo, e os Gentios eram os povos imundos, contaminados por suas idolatrias e por suas práticas imorais. Essa classe de pessoas também era representada por variados tipos de animais imundos, conforme Levítico (11. 1-47). Quando o apóstolo Pedro recebeu a ordem para pregar o evangelho na casa de Cornélio que era um homem gentio, a princípio resistiu. Mas Deus através de uma revelação divina mostrou a Pedro numa visão enquanto orava um grande lençol branco que descia do céu. No lençol havia vários animais que era considerado imundo para os judeus, o que representava os gentios. Ordenou Deus a Pedro que matasse e comesse os animais. Mas Pedro disse: “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou” (Atos 10.9–35). Esta revelação Divina significa que, através da morte e ressurreição de Jesus a salvação veio tanto para os judeus como para os Gentios, e hoje já não existe mais esta separação, esta acepção de pessoas. Como diz em Atos: "Portanto, quero que saibam que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão" (Atos 28.28).
As diferenças entre os judeus, os Israelitas e os hebreus
Existem diferenças entre eles, mas somente diferenças geográficas. Antigamente Israel era uma só nação, composta pelas doze tribos de Israel, mas como consequências dos pecados do rei Salomão, Deus decidiu dividir o reino de Israel em duas partes. Embora Ele tivesse proibido Salomão de seguir outros deuses, Salomão desobedeceu à ordem do Senhor. Então o Senhor disse a Salomão: “Já que essa foi a sua atitude e não obedecestes a minha
aliança e aos meus decretos, dos quais lhes ordenei, certamente lhe tirarei o reino e o darei a um dos seus servos. No entanto, por amor a Davi, seu pai, não farei isso enquanto você viver, mas o tirarei da mão do seu filho. Não tirarei dele o reino inteiro, mas lhe darei uma tribo por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi" (1 Reis 11.11-13). Após a morte de Salomão, rei de Israel, Deus cumpriu com a sua palavra e entregou dez das doze tribos do reino nas mãos de Jeroboão, e este reinou sobre Israel, enquanto que Roboão, filho de Salomão, reinou somente sobre os judeus em Jerusalém, e o reino de Israel ficou dividido assim.
O nome judeu – está relacionado ao reino do Sul (Judá e Benjamim), que tinha por capital Jerusalém, localizada antes do rio Jordão o rio em que Jesus foi batizado. Neste local ficava também o templo de Salomão, lugar da adoração dos judeus, que Herodes havia reconstruído.
O nome Israel – existe pelo fato de se tratar do reino do Norte, o reino de Jeroboão (as dez tribos de Israel). Estes habitavam além do rio Jordão e tinham por capital Samaria e seu lugar de adoração era o Monte Gerizim. Neste monte, Deus anunciou “As Bem Aventuranças do Velho testamento" conforme Deuteronômio (28.1-14).
Os hebreus – por sua vez, tem origem no nome Hebron, uma região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão durante a sua peregrinação quando saiu da terra de Ur dos caldeus. Esse nome era utilizado todas as vezes que, tanto judeus como Israelitas estivessem em cativeiro, ou seja, fora de sua pátria. Tanto na Babilônia, Assíria e Egito, os judeus ou Israelitas eram chamados de hebreus.
O nome de Deus e seus atributos
A palavra Deus significa: “Um ser absolutamente supremo a tudo e a todos”. Os nomes dado a Deus dependem muito das traduções da Bíblia ou da região onde o nome dele é mencionado, por exemplo: na Bíblia vulgata (em latim) o nome de Deus é Javé, enquanto que na versão Almeida (em português) o nome é Jeová, na versão hebraica onde não existia vogais o seu nome é YHWH (Elohim) e no grego usa- se o nome Theós. Seus atributos são: Onipotência – Ele pode todas as coisas; Onisciência – Ele sabe todas as coisas; Onipresença – Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo. Até hoje ninguém viu Deus, mesmo porque ninguém pode ver Deus, isto por vários motivos, o primeiro deles é porque Deus é Espírito, portanto invisível (João1.18). Um segundo motivo por que ninguém suportaria contemplar a face de Deus “E acrescentou o Senhor a Moisés dizendo você não poderá ver a minha face, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo". (Êxodo 33.20). Um terceiro motivo parafraseando os escritos de João (3.8) é possível afirmarmos que, Deus é como o vento, embora não podemos ver o vento, mas sabemos que ele existe porque podemos sentir a sua presença e ver as consequências que o vento causa por onde quer que ele passe. Deus é como o vento, nós não podemos vê-lo, mas podemos sentir a sua presença e ainda
contemplar as suas obras. Também ninguém criou Deus, Deus não foi criado por absolutamente ninguém, ele existe por si só, por isso Ele é Deus. Caso contrário, Deus não seria Deus, seria criatura e ter-se-ia alguém maior do que Ele. Deus é o principio e o fim de todas as coisas. "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor Deus, o que é o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso" (Apocalipse 1.8).
A letra mata, mas o Espírito vivifica
“O qual também nos capacitou para sermos ministros de uma Nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Coríntios 3.6). Muitas pessoas leigas na Bíblia Sagrada interpretam esse versículo como sendo perigoso pelos costumes pentecostais ter um conhecimento pleno da Palavra de Deus, principalmente se o cristão fizer uso dos recursos da teologia, ai sim ele morrerá espiritualmente. Só que essa interpretação não passa nem perto de ser verdade. Quando o apóstolo Paulo nos diz que a Letra Mata, ele não está se referindo a um determinado indivíduo que se ele estudar a Bíblia ele ira morrer, mas se refere à aplicação da lei da antiga aliança. Quem vivia debaixo da antiga lei, a do velho testamento, estava perdido, porque a lei (Letra) ordenava a morte como sentença de punição pela desobediência. Como ninguém conseguiu cumprir toda a lei, com exceção da pessoa de Jesus Cristo, então todos os homens estavam condenados a morte (Romanos 6.23). A justiça da lei não poderia justificar ninguém, por que não tinha nenhum representante legal para representar os que viviam debaixo dela. Mas o Espírito de Deus é quem nos vivifica porque Cristo Jesus, além de cumprir toda a lei, ele também nos justificou e hoje nos representa diante de Deus. Quando aceitamos o sacrifício do Senhor Jesus e sua obra salvadora, estamos escondidos nele, e pela graça somos justificados, por que em Cristo cumprimos toda a lei. O senhor Jesus mesmo disse: "Não pensem que vim abolir a lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mateus 5.17-18). A Antiga aliança esteve em vigor até a morte de Cristo, ao cumprir toda a lei, Jesus estabeleceu uma Nova aliança, a do Espírito. Agora nós já não vivemos mais debaixo da lei, mas debaixo da Graça de Deus, logo já não somos mais ministros da letra, mas do Espírito. Deus transformou a lei da morte em lei da vida. Paulo acrescenta, “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (Romanos 7.5-6). Uma prova clara dessa efusão da lei do Espírito, encontramos na passagem da mulher que foi pega em ato de adultério, conforme João (8.3-11). Os escribas e os fariseus queriam que Jesus aplicasse a sentença da velha aliança ordenando que a matasse, mas Jesus que é a nova aliança absolveu a mulher, dando lhe vida para ela. “Disse Jesus para ela, mulher ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém Senhor. Disse-lhe então Jesus, nem eu te
condeno, vai e não tornes a pecar”. Portanto o estudo da Bíblia Sagrada nunca e jamais matará espiritualmente alguém, muito pelo contrário, ela é o único veículo capaz de desmascarar as obras do diabo e proporcionar uma vida melhor para aqueles que a estudarem. Quando conhecemos a Palavra de Deus passamos a conhecer a Deus e a sua perfeita vontade para com as nossas vidas. Porque o Espírito que atua através da Bíblia Sagrada é vida, e vivifica aqueles que a leem e a obedecem. O único interessado em afastar o povo do conhecimento da Palavra de Deus é o diabo. Porque quanto mais longe o povo estiver da Bíblia, mais propício ficará ao pecado. Por isso que o salmista disse: “guardei tua palavra no meu coração para não pecar contra ti” (Salmos 119.11).
O obreiro e a congregação
“Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos aceitou, para a glória de Deus” (Romanos. 15.7).
Definição de congregação
Congregação ou assembleia é um conjunto de pessoas reunidas sob a liderança de um responsável ou representante, é também um local onde os fiéis se reúnem para cultuar a Deus. Na época de Jesus, o templo funcionava normalmente e os moradores de Jerusalém e das províncias vizinhas frequentavam-no diariamente. Já os moradores das cidades mais distantes tinham dificuldades de estar no templo, então começaram a cultuar a Deus nas chamadas sinagogas que haviam sido construídas e espalhadas por todas as províncias Judaicas.
As sinagogas
As sinagogas eram locais de adoração, oração e aprendizado da Torá, a Bíblia dos judeus. Elas surgiram provavelmente, durante a época do cativeiro do povo judeu na Babilônia, que durou cerca de setenta (70) anos. Os anciãos judeus fiéis a Deus sentiram a falta dos cultos no templo que Salomão havia construído e que Nabucodonosor havia destruído. Eles acreditaram que nunca mais retornariam para Jerusalém, então construíram algumas pequenas congregações, mantiveram a liturgia dos cultos e espalhou em toda a Babilônia. Seus trabalhos incluíam, acima de tudo, a administração da justiça e aqueles que infringiam a lei ou que eram acusados de atos contrários à lei judaica eram trazidos diante dos anciãos da sinagoga. Eles podiam, em circunstâncias extremas, excluir o ofensor da sinagoga, em outros casos eram conduzidos ao Sinédrio.
Após o regresso de alguns judeus à sua terra natal, tentaram reconstruir o templo, mas sem muito sucesso, o segundo templo não desfrutava da beleza e do luxo do templo anterior, como as sinagogas se tornaram tão populares na Babilônia, começaram a serem construídas e espalhadas por toda a cidade de Jerusalém e cidades circunvizinhas (Atos 17.1). As sinagogas duraram tanto, que chegou a se estender até nos tempos de Jesus e do apóstolo Paulo (Lucas 4.44/Lucas 13.10/Atos 9.20/ Atos 18.4). Talvez o motivo de adaptação das sinagogas tivesse sido por causa de seus modelos simples e funcional, com o passar dos tempos ouve também uma grande evolução em estrutura se tornando muito popular entre o povo judeu em todas as cidades.
Origem da congregação evangélica
O cristianismo teve sua raiz na cultura e rituais da religião judaica, tanto o Senhor Jesus quanto os primeiros discípulos eram judeus e
frequentavam as sinagogas frequentemente. Acostumados com a liturgia dos nas sinagogas começaram a realizar as suas primeiras reuniões parecidas com os cultos do judaísmo, mas eram feitas no nome de Jesus. As liturgias cristãs se fundiram tanto com a do judaísmo que as tradições judaicas eram facilmente encontradas no cristianismo, o que não dificultou muito na conversão dos judeus, que mesmo de convertidos frequentavam as reuniões cristãs e as sinagogas com frequência (Atos 13.14-15/Atos 15.21). O apóstolo Paulo teve muito trabalho para reeducar teologicamente esses cristãos, que mesmo convertidos ao cristianismo ainda praticavam os rituais das tradições judaicas, esses cristãos eram conhecidos como os judaizantes (1 Timóteo 1.3- 7/ 2 Timóteo 2.14).
Com o passar do tempo o número de gentios crescia tanto ao cristianismo que o ritual litúrgico judaico começou a perder a sua força e sofreu algumas alterações. A partir do terceiro século o cristianismo sofreu sua maior alteração durante o período em que a igreja esteve sob o poder romano. Constantino oficializou o cristianismo como religião romana, mas seus cultos se mesclaram com os rituais pagãos e com os deuses de Roma. Somente após a reforma protestante foi que as congregações voltaram suas formas de cultos parecidos como os da igreja primitiva, mas sem as tradições judaicas. Nos dias atuais todas as denominações aderiram cada uma a sua forma de culto, tornando-se independentes criando suas próprias liturgias, suas convenções e culto de adoração, a fim de aprender a Palavra de Deus da forma que consideravam mais adequadas. As igrejas chamadas históricas aderiram sua forma de culto, os tradicionais e os pentecostais a sua.
Ordem no Culto
“Façais tudo com ordem e com decência” (1 Coríntios 14.40).
Definição
A palavra ordem no original grego significa estar de acordo com a natureza, ou seja, o comportamento de cada membro durante um culto é realizado de acordo com a natureza do seu novo nascimento, é na hora do culto que o membro expressa de forma natural o resultado da sua conversão. O culto é a manifestação sincera da alma do crente tendo como finalidade adorar, louvar e glorificar ao Deus único e trino. É o momento onde os fiéis se reúnem coletivamente na presença de Deus para buscá-lo em adoração, oração, louvor e agradecê-lo pelas graças recebidas, mas Deus recebe o culto de cada um de forma particular.
Deus é um Deus de ordem
O Senhor é Deus de ordem, e desde o princípio da criação divina, ele criou cada coisa no seu tempo e no seu dia, e estabeleceu leis e regras para reger organizadamente sobre sua a criação (Gênesis 1.1-28). Paulo escreveu que no culto coletivo a Deus deve haver ordem, por que Deus é Deus de ordem (1 Coríntios 14.26). Quando a Bíblia fala sobre o assunto da ressurreição, observamos que Deus também estabeleceu uma ordem: “Mas cada um por sua ordem, Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Coríntios 15.23-24). Sobre o arrebatamento da igreja, também encontramos uma ordem: “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens” (1 Tessalonicenses 4.17). Dentro do estudo eclesiástico, a ordem significa acima de tudo respeitar as autoridades constituídas, afinal, o ministério não é invenção humana, mas divina, foi constituída por Deus para edificação do Corpo de Cristo (Efésios 4.11-15). O apóstolo Paulo parabenizou os crentes da cidade de Colossos porque naquela igreja havia ordem (Colossenses 2.5).
A congregação e o hábito de seus membros
Um membro muitas vezes não percebe os pontos positivos e negativos existentes em sua congregação, mesmo porque, ele já está acostumado com o ambiente, e não percebe quando necessita de reparos ou de uma melhoria como: uma pintura, um telhado quebrado, uma lâmpada queimada, ou alguma coisa fora do lugar. Também quando os membros falam alto ou com conversas excessivas durante o culto, andar na igreja, mascar chicletes, etc. Essas coisas podem passar por despercebido por um membro local que já se adaptou ao ambiente, e acostumou com as atitudes das pessoas que convive. Para uma pessoa que entra na congregação pela primeira vez é diferente, ela observa tudo o que acontece, desde a liturgia do culto, das crianças, as vestimentas, as características físicas do templo, a limpeza até o
que a sua finalidade faça isso com zelo (1Corintios 12.31). Uma igreja que não busca os dons do Espírito para realizar as obras Espirituais é uma igreja despreparada, uma igreja que não possui as ferramentas necessárias para a realização da obra do Senhor e consequentemente uma igreja fraca e sem vida.
Durante a manifestação do poder de Deus, o cristão se alegra com a presença de Deus e como consequências, vem o desejo de pular, chorar, glorificar, falar em línguas estranhas e profetizar. Tudo isso é o resultado de uma manifestação do poder de Deus na vida do crente, e essa manifestação é divina e santa, por isso não podemos controlar. O obreiro não precisa se preocupar se houver à manifestação real da presença de Deus operando na congregação, quando o poder é genuíno de Deus ele não escandaliza, ele edifica. Por que o objetivo principal do Espírito ao se manifestar não está em espalhar as pessoas, mas em ajuntá-las. Mas ele pode e deve ensinar seus membros a se controlar contra tudo aquilo que é excessivo, como as gritarias desequilibradas, o falar em línguas alto sem ter quem o interprete, profecias sem mensagem e sem conteúdo que não edifica o rolar pelo chão, pular esbarrando nas pessoas podendo machucar as crianças ou quem esteja por perto. Isso são atitudes de cristãos imaturos, deve ser ensinado, repreendido e reavaliado seu comportamento. Tudo aquilo que é demasiadamente excessivo é maléfico e pode até ser considerado pecado, além de causar um grande desconforto nas demais pessoas presentes na reunião. Paulo aconselhou os crentes de Coríntios a buscarem os dons Espirituais, mas com uma condição, que os busquem com zelo, ou seja, com equilíbrio, com maturidade, com inteligência de quem já está ciente da forma correta de receber e utilizar (1 Coríntios 14.1). Paulo aconselhou Timóteo e aos obreiros de Corinto a ensinar os crentes a controlar suas emoções momentâneas e usar os dons com ordem e com decência para que não escandalizem aquelas pessoas que ainda não entendem ou são novos na fé (1 Coríntios 14.37-40).
O obreiro e a arte de pastorear
“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, não por torpe ganância, mas de boa vontade” (1 Pedro 5.2).
Definição de pastorear
O sentido da palavra, pastorear ou apascentar um rebanho, vem de uma palavra grega chamada poimaíno, que significa guardar ou cuidar de um rebanho. Os povos antigos estavam habituados a trabalhar com rebanhos de cabras, ovelhas ou camelos, pois sua renda dependia da reprodução de seu rebanho. Para um rebanho saudável e produtivo exigia-se muito esforço e dedicação do pastor, proporcionando às ovelhas a proteção e o cuidado que elas necessitavam para sobreviver (Êxodo 2.16-17).
Características de um pastor
A Bíblia atribuiu esse título de pastor de ovelhas àqueles que exerciam um chamado especifico para os cuidados dos rebanhos de ovelhas, mas também tipificou esse título para aqueles líderes cristãos que cuidava de um rebanho espiritual, sobre os membros de uma comunidade cristã, simplesmente para descrever o trabalho que um obreiro deveria fazer ao rebanho de Deus. O pastoreado é um chamado específico para o ministério, e é feito pelo dono da obra, o Senhor Jesus (Efésios 4.11). Um presbítero, um bispo ou um ancião, eram chamados de pastores na igreja primitiva, por que exerciam o ministério de cuidar dos membros dessas comunidades (Atos 20.28). O obreiro que vai ocupar um cargo de pastor deve se dedicar em cuidar e proteger o seu rebanho, evitando que suas ovelhas se sintam sozinhas, desamparadas ou abandonadas. O pastor ministerial precisa entender que o rebanho não pertence a ele, mas a Cristo, e que apenas está sobre os seus cuidados e um dia terá que prestar contas delas ao verdadeiro dono (Hebreus 13.17).
A função de um obreiro pastor é servir os membros da igreja, e não ser servido por eles. É cuidar do crescimento e desenvolvimento social e espiritual da igreja, é zelar pelo seu bem estar, sem lhes atribuir pressão. Por isso Pedro adverte os crentes sobre o perigo de terem pastores que se tornaram ditadores sobre o rebanho de Deus. Ele não queria que as igrejas imitassem as pirâmides das grandes empresas e dos governos, onde aquele que está no topo, dita as ordens e as regras como se fosse o dono dos demais, enquanto que os demais devem servi-lo e obedecê-lo sem restrição (1 Pedro 5.1-4). O escritor aos hebreus escreve dizendo que devemos estar sujeitos aos nossos pastores em tudo, mas somente enquanto estes também estiverem sujeitos às verdades e a autoridade da Bíblia (Hebreus 13-17), caso contrário, o autoritarismo e o abuso de poder deve ser resistido.
Qualificações para ser um bom pastor
As qualificações para um obreiro pastor é fornecido pela Bíblia, ela mostra que o obreiro deve ser casado, ser homem espiritual, honesto e apto para ensinar a Palavra de Deus (1 Timóteo 3.1-10). Vale a pena notar que dentre essas qualificações não há menção da preparação em seminários, ou a habilidades para negócios ou ordenação religiosa, mas estas exigem homens humildes, justos, comprometidos com Deus e com a sua Palavra, homens verdadeiros e de bom testemunho, tanto para com os de dentro como para com os que estão de fora da igreja. Somente depois dessas qualificações, o obreiro deverá se preparar para servir ao santo ministério, podendo então auxiliar os outros cristãos a crescerem cada vez mais parecidos com Cristo. Entendo que Paulo usou dessa ordem de qualificação, antes da preparação, para que os pastores pudessem entender que o testemunho do obreiro falará mais alto do que suas próprias pregações (Tito 2.7).
O pastoreado não é uma profissão, pois a profissão pode ser alcançada por qualquer pessoa que faça um curso para receber seu diploma, independente de sua vocação, podendo ter ou não sucesso na área em que for atuar. Os obreiros de hoje precisam entender que pastorear não é apenas saber pregar, administrar, ensinar ou dirigir uma liturgia, é possível fazer todas essas coisas sem realmente pastorear. Pastorear é acima de tudo um chamado divino para amar, respeitar e se dedicar em proteger e cuidar do outro. Um exemplo claro de como é serio o ministério de pastorear, podemos encontrar no Salmo vinte e três (23), quando Davi assimila os cuidados que um pastor deveria ter ao cuidar do seu rebanho. Davi lutou com ursos e leões a fim de proteger e cuidar do rebanho, que estava sobre os seus cuidados (1 Samuel 17.34-36). O rebanho que Davi cuidava nem era seu, mas de seu pai Jessé (1 Samuel 17.15).
Os vendedores de mapas
O sentido do verbo grego para conduzir ou guiar é hodogéu, ele foi muito usado na antiguidade para definir uma atividade que os guias usavam para conduzir as pessoas através do deserto. Esses homens na sua maioria deles eram beduínos, homens que moram nos desertos até os dias de hoje e possuem grandes conhecimentos e ideias acerca dos desertos. Por ser praticamente impossível alguém fazer uma viagem pelo deserto sem ter em sua comitiva um guia experiente, esses homens detentores de um grande poder de persuasão, prometiam muitas vantagens aos interessados em seus serviços. Muitos eram experientes e se dedicavam seriamente a esse tipo de trabalho, mas dentre eles existiam um grupo de oportunistas, que eram conhecidos como os vendedores de mapas. Este grupo eram aqueles que se aproveitavam das necessidades dos viajantes e vendiam os seus produtos por valor bem inferior aos seus serviços. Estes vendedores de mapas, não ousam colocar os pés nos mesmos caminhos em que os viajantes iriam colocar, nem tão pouco queriam enfrentar o sol escaldante do dia nem as noites frias do deserto, eles apenas vendiam informações de como fazer, eles, porém não
faziam. O grande desafio do ministério, ao formar um pastor, é a dificuldade de fazer com que ele não perca a ternura pelas ovelhas, mas sinta o prazer de estar junto delas, andar com elas, se dedicar a elas. Não serem como os vendedores de mapas que apenas vende as informações mandando fazer, mas como pastores que sintam o prazer em ter o cheiro de ovelhas, de conduzi-las ao aprisco, alimentando e cuidando. Quando um ministério pastoral está centralizado somente nos eventos dominicais, no ambiente preparado, na música ensaiada, na Palavra bem esboçada para motivar o cristão para mais uma semana de benção, mas se distanciando das pessoas que necessitam de um acompanhamento pastoral, visitas, orações, aconselhamentos, podem dizer que, esse obreiro está se comportando como um vendedor de mapas.
O pastoreado não é hereditário
Filho de peixe pode ser peixinho, mas nem sempre filho de pastor deve ser pastorzinho. É possível que um filho de pastor receba a mesma chamada que o pai, mas pode ser que não. Quando olhamos para a vida de Davi, o oitavo filho de Jessé, podemos observar que somente Davi era pastor de ovelhas, enquanto que seus irmãos servia ao rei Saul no exército israelita, isto é uma prova clara de que chamada e ministério não são hereditários. Infelizmente hoje temos pais que são pastores de igrejas, e não sabemos se é por vontade própria ou por mero capricho ou medo ou ambas as partes, elegem seus filhos para ocupar uma posição no ministério eclesiástico, e em muitos casos nem mesmo o pastorzinho se interessaria por esse negócio, mas por causa da obediência aos seus pais acabam acatando e se submetendo a essa função. Quando isso acontece o resultado pode ser devastador. Aquele que o elege, pode estar atrapalhando tanto a escolha soberana de Deus, que poderia estar escolhendo outra pessoa para ocupar aquela posição. Também prejudica o rebanho que consequentemente não cresce, não prospera e sofre com um líder que, por não possuir a chamada ministerial, não se interessaria e nem se dedicaria pelas almas feridas e problemáticas, preferindo mais a área administrativa da igreja, como num verdadeiro vendedor de mapas. Existe uma diferença muito grande entre ser pastor e estar como pastor em uma igreja. O pastor que acredita na hereditariedade ministerial e indica por vontade própria seus próprios filhos para o ministério, poderia estar prejudicando, sem que perceba, uma carreira secular brilhante que estava proposta para seu filho, uma carreira que mesmo que fosse secular, mas poderia estar se destacando com mais competência e dinamismo do que se fosse o pastor daquela igreja. É honroso para um pai pastor saber respeitar a chamada e a vocação dos filhos, seja ela em qual for a área, seja ela profissional ou ministerial. Quando os filhos quando estão no lugar em que foi chamado, certamente servirá a Deus com mais alegria, podendo ajudar muito mais a obra ministerial do que se fosse o pastor dela.
A igreja não é empresa
Sentar em uma cadeira especial e até diferenciada das demais cadeiras num púlpito não faz de uma pessoa um pastor de verdade. Ditar regras e