rentes cursos de graduação e o de Ciências Sociais do
Centro de Humanidades aprovaram o retorno ao sistema
anual de curso, na tentativa de agregar o espírito de tur-
mas, antes existente na Universidade.
A transferência de alunos vindos de outras univer-
sidades sempre foi o grande gargalo do sistema universitá-
rio, devido, sobretudo, à pressão por parte dos familiares
dos pretensos candidatos a serem transferidos. Não havia
na UFC nenhuma norma que regulasse tais pretensões. Foi
elaborada uma resolução, aprovada pelo Conselho de En-
sino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e pelo Conselho Uni-
versitário (CONSUNI), que estabelecia a realização de
uma prova para todos os candidatos que desejassem vir
para a nossa Universidade, os quais deveriam ocupar so-
mente as vagas, porventura existentes, de acordo com edi-
tal. Dai em diante, cessaram as fortes pressões antes exis-
tentes.
Um fator que impedia a ocupação das vagas real-
mente existentes na nossa Universidade era um grande
número de alunos matriculados que, na realidade, não
cumpriam com suas tarefas acadêmicas, ficando a vaga
presa àquele aluno. Resolvemos analisar cada caso, encon-
trando alunos matriculados há mais de oito ou dez anos,
que já deveriam estar jubilados ou com matrícula cancela-
da. Demos um prazo para que eles regulassem suas situa-
ções na Pró-Reitoria de Graduação e àqueles que não o
fizessem seriam considerados jubilados, eram 2.000 alu-
nos.
99
A Comissão Coordenadora do Vestibular (CCV) da
UFC que, a cada vestibular, realizava análise dos seus re-
sultados, começou a verificar queda de qualidade dos
aprovados, corroborada por algumas Coordenações dos
Cursos de Graduação. O indicativo sinalizado para essa
constatação foi o tipo de provas (múltipla escolha) elabo-
radas. Por proposta da CCV, resolvemos testar as mudan-
ças sugeridas e o resultado foi um alto índice de reprova-
ção. Foram feitos novos ajustes que possibilitaram melho-
res resultados e entrada de alunos mais qualificados. Por
outro lado, visando incrementar o ingresso dos novos alu-
nos na Universidade, principalmente o daqueles que estu-
davam em Escolas Públicas, a UFC criou um Curso Pré-
Universitário que funcionava à noite sob a coordenação de
uma equipe de professores dedicados. Essa ação apresen-
tou resultados positivos com maior aprovação de seus alu-
nos nas diferentes universidades aqui existentes.
A matrícula dos nossos alunos através da informa-
tização, via Projeto SAU, provocou, no começo, alguns
problemas que logo foram sanados pelo pessoal da área de
informática, alcançando depois sucesso total na agilidade
das matrículas, na confecção das listas de classe, na identi-
ficação da situação escolar de cada aluno e na apresenta-
ção de um mapa real dos alunos matriculados.
A montagem de laboratórios de computação nos
diversos cursos de graduação, as melhorias das nossas
bibliotecas, as reformas realizadas nos diferentes ambien-
tes de uso dos alunos como as salas de aula, e os laborató-
100
rios das diferentes áreas do conhecimento; a compra e a
montagem de novos equipamentos, a qualificação dos nos-
sos professores e a dedicação dos servidores administrati-
vos, com a melhoria da autoestima de todos, tudo isso
contribuiu para mudar para melhor o ensino na UFC.
PÓS-GRADUAÇÂO
A Pós-Graduação em nossa Universidade não teve
condições, no ano de 1991, de iniciar novos cursos, seja
no lato ou stricto sensu, dada a dificuldade encontrada em
termos de infraestrutura, a carência de recursos financeiros
e a falta de estímulos por parte dos nossos docentes.
Os cursos de especialização que foram criados
eram divididos em caráter permanente e temporário. Os
permanentes foram os seguintes: Endodontia, Hematologia
e Hemoterapia, Economia dos Recursos Naturais Renová-
veis e Política Ambiental, Engenharia da Produção, Botâ-
nica, Ciência Política, Informática, Tradução do Alemão,
História e Epidemiologia em 1992; Administração de Re-
cursos Humanos, Sistemas Automatizados de Informação
Científica e Tecnológica, Organização e Gestão da Educa-
ção Básica, Análise Geo-Ambiental e Técnicas de Avalia-
ção de Recursos Naturais, Nordeste: Questão Regional e
Ambiental em 1993; Fisiologia Lógica e Linguagem, Ad-
ministração de Qualidade, Morfologia, Biologia Molecu-
lar, Geografia, Enfermagem de Saúde Pública em 1994; e
101
Engenharia Mecatrônica e Farmácia em 1995. Em caráter
temporário, foram criados os seguintes cursos: Saneamen-
to e Controle Ambiental, Alfabetização, Investigação Lite-
rária, Lógica Dialética em 1992; Consultores em Proble-
mas de Abuso de Drogas, Contabilidade em 1993; Curso
de Aperfeiçoamento de Magistrados em 1994; I Curso de
Planejamento e Gestão da Educação Fundamental em
1995. No período de junho de 1991 a junho de 1995 fo-
ram criados trinta Cursos de Especialização e um de Aper-
feiçoamento. Os de mestrado foram qua-
torze: Engenharia de Pesca, Enfermagem, Cirurgia, Lin-
guística e Ensino da Língua Portuguesa, Desenvolvimento
e Meio Ambiente, Bioquímica, Engenharia Civil (Recur-
sos Hídricos) em 1992; Engenharia Elétrica, Saúde Públi-
ca em 1993; Avaliação Educacional, Ciência da Computa-
ção, Geologia Regional e Geologia Aplicada em 1994;
Saúde Materno-Infantil em 1995. Os de douto-
rado foram sete: Bioquímica em 1992; Sociologia, Educa-
ção, Matemática em 1993; Fitotecnia em 1994; Engenha-
ria Civil e Enfermagem em 1995. Deixamos prontos para
serem aprovados pelos Colegiados Superiores da Univer-
sidade os mestrados em Odontologia e Química Analítica
e o Doutorado em Economia. Na área da pós-graduação
foram estabelecidas as seguintes áreas de Especialização
da Residência Médica: Cirurgia plástica, Colo-proctologia,
Dermatologia, Endocrinologia, Hematologia, Nefrologia,
Neurologia, Oftalmologia, Ortopedia/Traumatologia.
Quando da avaliação dos nossos Cursos de Pós-
Graduação por parte da Coordenação de Aperfeiçoamento
102
de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), atualmente de-
nominada de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior, a UFC obteve 75% de conceitos A ou
B.
103
A PESQUISA
Em nossa Universidade, a pesquisa era focada em
determinadas áreas do conhecimento, com base no núme-
ro de professores e pesquisadores portadores de cursos de
pós-graduação, principalmente, em nível de doutorado e
com suporte financeiro, equipamento de laboratórios mo-
dernos, certo número de bolsistas como auxiliares, e me-
todologia de pesquisa adotada pelos pesquisadores. A
maioria das pesquisas estava situada no Centro de Ciên-
cias, nas áreas de Física, Química, Matemática, Biologia,
Geologia, Bioquímica, Geografia; no Centro de Ciências
Agrárias: Fitotecnia, Solos, Engenharia Agrícola, Zootec-
nia, Engenharia de Pesca e Economia Agrícola; no Centro
de Tecnologia: Recursos Hídricos, Pavimentação, Resis-
tência de Materiais e Mecânica; no Centro de Ciências da
Saúde: Transplante de Órgãos, Farmacologia, Doenças
Tropicais; na Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Ciências Atuarias, as pesquisas estavam
concentradas em estudos econômicos; no Centro de Hu-
manidades nas aéreas de Sociologia, Psicologia e Letras;
104
finalmente, na Faculdade de Educação em Avaliação Edu-
cacional.
Nos Órgãos complementares da UFC, o LABO-
MAR (atual Instituto de Ciências do Mar), teve destacada
participação nas pesquisas em Oceanografia Biótica e
Abiótica e Processamento do Pescado. Nossa preocupação
foi dar continuidade a essas pesquisas e ampliar a qualifi-
cação do corpo docente e de outros pesquisadores, por
meio dos programas de pós-graduação existentes no País e
no Exterior, prioritariamente em nível de doutorado, au-
mentando o número de convênios com instituições nacio-
nais e estrangeiras. Nesse período (1991-1995), cerca de
300 docentes concluíram ou iniciaram cursos de doutora-
do.
A ação seguinte foi aumentar os recursos financei-
ros e a parcela da UFC no orçamento do Ministério da
Educação, destinando quantitativos maiores para a pesqui-
sa, além de buscar mais recursos financeiros em outras
entidades públicas e privadas nas esferas federal, estadual
e municipal. Nos quatros anos da minha gestão, mais de
50 convênios foram assinados.
A recuperação de laboratórios nos setores essenci-
ais para a pesquisa (Física, Química, Mecânica) e a mon-
tagem de diferentes modelos de computadores ao lado da
instalação da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), da cons-
trução da Rede de Fibra Ótica e do Centro de Computação
de Alto Desempenho do Nordeste (CENAPAD/NE) tam-
bém foram prioridades. Adicione-se a isso, os diferentes
105
sistemas de informação de dados instalados em nossas
bibliotecas, como o Posto de Serviço tipo A do Serviço
Público de Acesso a Base de Dados(SPA) e o funciona-
mento do módulo de Pesquisa do Sistema de Automação
Administrativo (SAU).
Outro assunto discutido na nossa Universidade era
a necessidade de agregar diferentes pesquisadores lotados
nos diversos departamentos acadêmicos dos Centros e
Faculdades em forma de grupos de pesquisa. Para tal
aprovamos uma resolução do Conselho de Ensino, Pesqui-
sa e Extensão (CEPE) estimulando essa agregação institu-
cional. O número de bolsistas para auxiliar nas pesquisas
também foi aumentado, utilizando recursos financeiros da
própria Universidade ou do CNPQ. Na Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação foram cadastrados inúmeros
Projetos de Pesquisa, como Fitogeografia das Caatingas e
seus Encraves; Cultura de Tecidos em Plantas Medicinais
e Fruteiras Tropicais; Zoneamento Ecológico; Bioquímica
e Fisiologia de Plantas; Química de Produtos Naturais;
Potencialidade Agrícola dos Solos do Ceará; Fixação Bio-
lógica do Nitrogênio; Comercialização e Mercado de Pro-
dutos Agropecuários; Manejo e Sistemas de Irrigação para
as Condições do Nordeste; Engenharia de Pesca; Melho-
ramento Genético e Desenvolvimento de Técnicas de Pro-
dução de Culturas Alimentícias Industriais e Hortícolas
Tropicais; Métodos Eficientes de Identificação e Controle
de Fitomoléstias e Pragas de Culturas Tropicais; Tecnolo-
gia de Alimentos envolvendo Frutos Tropicais; Carnes e
Pescado; Nutrição Animal; Pastagens Nativas e Forragi-
106
cultura; Fisiologia e Farmacologia envolvendo Produtos
Naturais; Epidemiologia e Patologia de Doenças Tropi-
cais; Linguística; Psicologia; Engenharia Elétrica; Recur-
sos Hídricos do Estado do Ceará; Educação(várias áreas);
Física e Nuvens.
107
A EXTENSÃO
A Pró-Reitoria de Extensão, no período junho 1991
a junho 1995, enfocou suas atividades nos seguintes as-
pectos: levar à comunidade, por todos os meios, a produ-
ção científica, tecnológica e cultural da UFC; captar as
necessidades essenciais da sociedade, dando uma atenção
especial às ações a serem desenvolvidas junto às popula-
ções de baixa renda nos meios urbano e rural; preservar e
dinamizar a cultura em suas várias modalidades.
No que toca à difusão da produção científica, tec-
nológica e cultural destacamos: criação e funcionamento,
no ano de 1992, do Birô de Geração e Transferência de
Tecnologia (TRANSTEC) que constituiu uma estratégia
moderna e ágil para o repasse à agricultura, à indústria e
ao setor de serviços, dos conhecimentos produzidos no
âmbito da Universidade Federal do Ceará nas áreas cientí-
fica e tecnológica. O Birô mantinha um “banco de dados”,
armazenando o potencial acadêmico (qualificação, áreas
108
de atuação etc.) dos professores e pesquisadores à disposi-
ção do empresariado e da comunidade.
A articulação entre pesquisadores, empresários e
comunidade, intermediada pelo Birô, possibilitava convê-
nios e acordos de geração e transferência de ciência e tec-
nologia (C&T), divulgando informações científicas e tec-
nológicas e prestando a assistência técnica necessária à
realimentação do mesmo. Um dos objetivos importantes
do Birô era a divulgação, no âmbito institucional bem co-
mo junto à comunidade, das demandas dos diversos seto-
res da produção por conhecimentos técnico-científicos,
serviços e treinamentos especiais. Em seu segundo estágio
de existência, o Birô implantou um “banco de oportunida-
des industriais” com informações técnicas e análise da
viabilidade econômica para implantação de microempre-
sas, em um total de duzentos títulos identificados com
matérias-primas do Ceará e com a cultura do povo. O pas-
so seguinte previsto era transformar o banco de oportuni-
dades em uma videoteca, a chamada “Empresa-Vídeo”.
O TRANSTEC funcionava no prédio da Reitoria,
no Campus do Benfica, em uma sala com vários computa-
dores ligados aos diversos departamentos acadêmicos da
nossa Universidade e à Federação da Indústria do Ceará,
inicialmente. Era supervisionado por dois professores al-
tamente qualificados da UFC e estava diariamente aberto
ao público interessado. Outra atividade desenvolvida em
termos de difusão Tecnológica foi a Feira de Ciência,
Tecnologia, Saúde e Educação, realizada no mês de agosto
109
de 1993, no Centro de Convenções, em parceria com a
Associação dos Municípios do Ceará (AMEC), reunindo
40 instituições para mostrar aos prefeitos dos 148 municí-
pios as soluções desenvolvidas por cientistas das universi-
dades cearenses nas diferentes áreas do conhecimento hu-
mano. Eram saídas para problemas cruciais do nosso Esta-
do como a falta de água, produção de alimentos, saúde,
educação, geração de emprego e renda. Agências de finan-
ciamento como o BNB, BEC e SUDENE estavam presen-
tes e um “balcão de negócios” funcionou em uma sala do
evento.
O Programa de Difusão Científica, Tecnológica e
Cultural pela Ação dos Multimeios foi lançado no mês de
setembro de 1994, em convênio com a Empresa Jornalísti-
ca O POVO S.A., e constava da criação do “banco de ta-
lentos da UFC” nos computadores do TRANSTEC. Se o
professor desejasse participar, deveria preencher uma pla-
nilha com seus dados. Daí em diante, assuntos pertinentes
às áreas especializadas dos professores teriam prioridade
na publicação de seus artigos no jornal e eles poderiam ser
chamados para participarem de eventos (mesa redonda,
debates, entrevistas especiais etc.) promovidos pelo jornal
e rádio da referida empresa e de pesquisas, cursos e de
projetos de extensão.
A partir de 1992, a UFC passou a realizar um pro-
jeto chamado “Venha Ver na Universidade”, em que as
portas estavam abertas à visitação pública, mostrando à
nossa comunidade os resultados obtidos pelos nossos pro-
110
fessores e pesquisadores nos seus diferentes setores de
trabalho e a resposta da Universidade na aplicação dos
recursos financeiros advindos do Governo Federal. No que
diz respeito à captação das necessidades essenciais da
sociedade, vários cursos de extensão foram realizados nas
áreas de educação, saúde, letras, ciências, tecnologia, di-
reito agrário e agronomia (fitotecnia, zootecnia, economia
agrícola), atendendo preferencialmente à população caren-
te na periferia de nossa capital e em alguns municípios do
Estado. Dois birôs também foram criados para atendimen-
to às necessidades da nossa comunidade: o Birô da Tercei-
ra Idade, visando prestar todas as informações acumuladas
nos diversos setores da Universidade que pudessem ajudar
as pessoas dessa faixa de idade; o Birô do Consumidor,
contendo todos os conhecimentos acumulados na área
especifica e que fossem uteis à comunidade.
A preservação e a dinamização da cultura, em suas
várias modalidades, um dos objetivos da Extensão, reali-
zaram-se por intermédio da Rádio Universitária, do Museu
de Arte, da Casa Amarela Eusélio Oliveira, do Teatro
Universitário, da Orquestra de Câmera e da Casa José de
Alencar.
RÁDIO UNIVERSITÁRIA
Estabeleceu, em seus diferentes programas, especi-
almente nos debates de ideias e na informação dos resulta-
dos dos trabalhos técnico-científicos por parte dos nossos
pesquisadores, uma forte ligação entre a UFC e a socieda-
de. Visando melhorar e ampliar seu raio de alcance, foi
111
instalada uma nova torre de transmissão e adquirida uma
antena parabólica que colocou a Universitária FM em con-
tato com todas as outras rádios do gênero no País.
MUSEU DE ARTE
Participou do Salão de Abril. Realizou mais de 35
exposições de pintura, escultura, serigrafia, salão de hu-
mor e fotografias, visitados por 99.679 pessoas. O prédio
passou por uma serie de mudanças físicas melhorando
seus ambientes de exposições e de trabalho.
CASA AMARELA
Denominada posteriormente de Casa Amarela Eu-
sélio Oliveira em homenagem a seu dirigente de muitos
anos, falecido tragicamente, teve como missão principal a
difusão da cultura cinematográfica nacional e estrangeira
dos mais diversos gêneros, sendo transformada em polo
incentivador da produção cinefotovídeográfica, por meio
de cursos de iniciação. A Casa Amarela iniciou o Projeto
“Luz, Câmera e Imaginação”, em convênio com a Secreta-
ria de Cultura do Estado, por meio de oficinas de roteiro,
som e interpretação. Conseguiu também firmar convênio
com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), referente ao Projeto de Aquisição de Equipamen-
to Audiovisual para o Ensino Básico, o qual possibilitou
adquirir modernos equipamentos de vídeo no sistema BE-
TACAM e projetor de filmes de 35 mm. Várias reformas
estruturais foram realizadas na Casa Amarela, inclusive a
modernização e a ampliação de sua sala de exibição de
112
filmes que, ao mesmo tempo, serve como auditório e a
reforma de outras salas.
TEATRO UNIVERSITÁRIO
Sede do Curso de Arte Dramática da UFC, realizou
148 apresentações atingindo um público de 16.280 pesso-
as, recebendo também recuperação de suas instalações.
CAMERATA UFC/SESI
Orquestra de cordas formada por filhos de operá-
rios e estudantes universitários, realizou diversas apresen-
tações, dando incentivo não só à formação de músicos em
geral, como também à formação de um público para a
música erudita.
CASA JOSÉ DE ALENCAR
Localizada no sítio onde viveu a família do mais
famoso escritor cearense, reforçou a tradição de abrigar
encontros científicos e culturais promovidos pela UFC e
pela comunidade. No período junho 91-junho 95 foi reali-
zada uma ampla reforma na parte física da Casa, melho-
rando as instalações do Museu, da Pinacoteca, da Bibliote-
ca, nas dependências do setor administrativo, nos jardins e
no estacionamento, aprimorando aquele setor da Universi-
dade como polo cultural e turístico para Fortaleza. As ins-
talações físicas para abrigarem o Centro de Treinamento
Reitor Antônio Martins Filho, junto à Casa José de Alen-
car, ficaram com mais de 80% de sua obra executada e
com os recursos financeiros garantidos para sua conclusão.
113
OS ASSUNTOS ESTUDANTIS
As diretrizes e as linhas prioritárias de ação da Pró-
Reitoria de Assuntos Estudantis para 1991/1995 foram
baseadas nos seguintes pontos: estímulo à participação de
estudantes nas atividades da Universidade e nas atividades
extramuros; apoio a grupos para a aprendizagem de novos
conhecimentos e práticas; apoio às práticas esportivas;
maior e melhor envolvimento de alunos nas atividades
departamentais; ampliação dos canais de participação jun-
to à administração superior da UFC; melhoria do relacio-
namento com entidades estudantis; estudo de mecanismos
de apoio a setores destinados a alunos (hospital, clínicas e
restaurante); criação de projetos para treinamento profissi-
onal do corpo discente; tratamento diferenciado ao aluno
carente; melhoria e modernização da estrutura física exis-
tente e construção de novas instalações nas residências
universitárias. Foram realizados três Festivais Universitá-
rios de Cultura nas modalidades vídeo, fotografia, música,
poesia, conto, cinema, pintura, escultura, oratória e drama-
turgia com prêmios para os primeiros colocados. Os Jogos
114
Universitários foram realizados anualmente. Os estudantes
tiveram apoio de passagens e ajuda financeira em várias
participações de encontros nacionais. Na realização de
diversos seminários, de ciclos de palestras e de encontros
locais, as entidades dos alunos receberam apoio da admi-
nistração superior da Universidade.
Foi reativado o projeto PAPEU (Programa de
Apoio aos Estudantes Universitários) e implantado o Pro-
grama de Apoio ao Estudante Estrangeiro com a inaugura-
ção do Centro de Estudante Estrangeiro. O Centro contava
inicialmente com dois mil livros nacionais e estrangeiros,
doados, e realizava cursos de conversação em francês e
espanhol, e noites culturais com apresentação de músicas
e danças típicas de vários países. Das quatorze residências
universitárias existentes na época, doze foram reformadas
com mudança dos sistemas elétrico e hidráulico, substitui-
ção de pisos e consertos de telhado, pintura geral e cons-
trução de novos ambientes como as salas de estudos, a
cantina e os quartos e troca e recuperação de móveis.
Quando assumi a reitoria, o Restaurante Universi-
tário estava fechado, decorrência de uma greve por parte
dos docentes e funcionários administrativos da Universi-
dade, com apoio dos estudantes. Na época, não havia uma
dotação especifica no orçamento da UFC nem no do MEC,
recursos financeiros específicos destinados ao Restaurante.
Eram elevados os gastos da Universidade com a manuten-
ção do seu Restaurante Universitário, sempre considerado
prioritário na aplicação dos recursos financeiros por parte
115
de administrações anteriores, mesmo com prejuízo de ou-
tras necessidades relativas à melhoria do ensino, à compra
de equipamentos, à manutenção das instalações físicas etc.
Era um verdadeiro “poço sem fundo”. Foi, então, decidido
pela Administração Superior inverter o sentido de priori-
dades, dando ênfase à qualidade do ensino e todos os fato-
res necessários para atingir esse objetivo tiveram preferên-
cia na alocação dos recursos financeiros. Assim, estabele-
cemos que o Restaurante Universitário fosse reaberto para
atender exclusivamente aos estudantes mais carentes da
Universidade, principalmente aos moradores das Resi-
dências Universitárias, em um total diário de 900 refei-
ções: café, almoço e jantar.
116
OS ÓRGÃOS SUPLEMENTARES
Os Órgãos Suplementares da UFC desempenham
importante papel na formação dos estudantes como supor-
te no desenvolvimento das pesquisas, na divulgação das
atividades de extensão e, principalmente, na prestação de
serviços à comunidade. Alguns deles já tiveram suas ativi-
dades descritas em páginas anteriores como o Museu de
Arte, a Rádio Universitária, a Casa Amarela Eusélio Oli-
veira, a Casa José de Alencar e a Biblioteca Universitária.
Dedicarei, a seguir, atenção especial às ações desenvolvi-
das no período de junho de 1991 a junho de 1995 pelo
Hospital Universitário Walter Cantídio, pela Maternidade
Escola Assis Chateaubriand, pela Imprensa Universitária e
pelo Labomar, atual Instituto de Ciências do Mar.
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
WALTER CANTÍDIO (HUWC).
Possibilitou estágio e treinamento para os estudan-
tes dos Cursos de Graduação em Medicina, Enfermagem e
Farmácia das Universidades Federal e Estadual do Ceará e
117
da Universidade de Fortaleza e para alunos de cursos de
nível médio em enfermagem, laboratório, hemoterapia,
radiologia, farmácia, nutrição entre outros. A partir de
dezembro de 1992, o HUWC fez funcionar em suas insta-
lações o ensino de traumato-ortopedia, instalado junto à
Santa Casa de Misericórdia. A referida disciplina mudou-
se com o Serviço Ambulatorial, o de Pronto Atendimento
e o de Internação Cirúrgica em traumato-ortopedia e di-
versas subespecialidades como patologia do ombro, da
mão e do joelho.
O Hospital Universitário funcionou como suporte
aos Cursos de Mestrado de Cirurgia, Patologia, Farmaco-
logia e Clínica Médica e a residência médica em Pediatria,
Cirurgia Geral, Reumatologia, Neurologia, Radiologia,
Nefrologia, Dermatologia, Hematologia, Anatomia Pato-
lógica, Proctologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia,
Ortopedia e Clínica Médica. No que diz respeito à pesqui-
sa, o HUWC deu uma contribuição importante para estu-
dos em Clínica Médica, Cirurgia e Farmacologia, incluin-
do, muitas vezes, o custeio de suas atividades. Na parte de
prestação de serviços à extensão, devemos destacar a cria-
ção, implantação e ampliação dos programas assistenciais
relativos à Hipertensão, Controle de Marca-passo, Hanse-
níase, Doenças Sexualmente Transmissíveis, Doença de
Chagas, Epilepsia, Doença de Parkinson, Obesidade, Ce-
faleia, Pós-transplante renal, setor que pertencia ao Centro
de Pesquisas em Doenças Hepato-Renais, integrado ao
ambulatório de Nefrologia, em 1992, Litíases Cirúrgicas,
Doenças Hemorrágicas, Anemias, Doenças Profissionais,
118
Asma, Lúpus, Visão Subnormal , Diabetes, Psicoterapia e
Psicossomático. Foi criado o Núcleo de Assistência ao
Ostomizado para orientação do paciente e fornecimento de
bolsas de colostomia adequadas a cada caso.
Foram criados ainda no HUWC o Laboratório de
Anestesiologia para atendimento da dor crônica; o Labora-
tório de Tuberculose e o de Acupuntura. O Hospital tinha,
na época, 239 leitos, todos destinados ao SUS; 125 con-
sultórios para atendimento às mais diversas áreas de espe-
cialização médica; 5 salas cirúrgicas; 6 leitos de UTI clí-
nica; 3 de UTI pós-operatório, criado em 1992; 5 de re-
cuperação pós-anestesia. Sua clientela era predominante-
mente dos Estados do Ceará (maioria), Piauí, Maranhão e
Rio Grande do Norte. Contava com 1.657 funcionários
técnico-administrativos, 54 docentes e 91 médicos-
residentes. Atendia em média, por ano, 250.000 pacientes
nos seus diferentes ambulatórios e 5.500 no setor de inter-
nação. Em termos de recuperação das instalações físicas,
foi executada a primeira etapa do bloco cirúrgico. Houve
problemas com a construtora que ficou inadimplente. Tra-
balhos realizados: recuperação das instalações das Clínicas
Médicas 1 e 2; reforma geral do ambulatório de Pediatria;
melhorias no Laboratório de Cirurgia; implantação da mi-
crocirurgia; pintura de diversas áreas internas e externas e
reforma da sala de repouso para os médicos residentes.
A situação financeira do HUWC sempre foi pro-
blemática por uma razão básica: todo recurso financeiro
para sua manutenção era advindo do Sistema Único de
119
Saúde (SUS), cujos valores eram recebidos após a presta-
ção dos serviços médicos, repassados sempre com atraso
de dois ou mais meses e com valores sempre abaixo dos
custos por serviço prestado. Além do mais, na dotação
orçamentária da UFC, não constavam recursos financeiros
específicos para a administração do Hospital, mas exclusi-
vamente para pagamento de pessoal, o que gerava uma
grande polêmica na Universidade, vez que o que poderia
ajudar a aliviar a situação financeira do Hospital Universi-
tário seria deixar alguns setores para serem utilizados por
convênios de prestadoras de serviços médicos e particula-
res. Também pensou-se na possibilidade de que os consul-
tórios médicos pudessem ser alugados em horários que
não interferissem nas atividades normais de funcionamen-
to do Hospital ( horário noturno, por exemplo). Medidas
desse tipo já eram usadas por outros hospitais universitá-
rios do País, como o da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e da Universidade Estadual de São Paulo
que não tinham problemas financeiros. No caso do nosso
Hospital, havia uma forte resistência por parte dos docen-
tes, funcionários administrativos e alunos, coordenados
por parte dos Sindicatos dos Professores e Servidores Téc-
nico-Administrativos e Diretórios dos Estudantes, até cer-
to ponto endossada pela direção do HUWC. Outra dificul-
dade foi a existência de uma dívida significativa, herdada
de administrações passadas, para cujo pagamento foi mon-
tado um esquema especial de desembolso financeiro.
O Serviço de Emergência do Hospital era um ver-
dadeiro sumidouro de recursos financeiros, por receber
120
pacientes de vários municípios do Estado, além da cidade
de Fortaleza. Vários outros hospitais de nossa capital en-
caminhavam também seus doentes para o HUWC, acarre-
tando uma sobrecarga de pessoal e gastos de material. O
consumo excessivo de material médico chegou a um ponto
em que o previsto para três meses foi consumido em ape-
nas vinte dias. Os recursos financeiros não davam para
cobrir as despesas da emergência e chegamos a uma en-
cruzilhada: fechar o Serviço de Emergência ou desativar
vários outros setores do HUWC. Todo administrador, mui-
tas vezes, tem que tomar medidas drásticas, ainda que o
público interno e externo não entenda ou com que não
concorde, pois são decisões que envolvem a sobrevivência
da Instituição e a escolha de prioridades, dada a escassez
de recursos. Nunca fugi de tomar determinadas decisões
quando não tinha outra alternativa. Assim fechamos o
Serviço de Emergência, tendo o cuidado de procurar ou-
tras possibilidades junto ao Instituto José Frota, ao Hospi-
tal Geral de Fortaleza e à Santa Casa de Misericórdia para
que os nossos alunos da área de saúde não fossem prejudi-
cados em sua formação.
Outro fato importante se deu quando da visita de
um grupo de auditores do Tribunal de Contas da União
(TCU) que queria que o Reitor demitisse 1.000 funcioná-
rios do HUWC que, há muitos anos, recebiam seus salá-
rios através da Sociedade de Assistência a Maternidade
Escola Assis Chateaubriand(SAMEAC), por meio de um
contrato UFC/SAMEAC. Na ocasião, disse aos auditores
que não adotaria tal medida devido ao caos que traria para
121
o funcionamento do Hospital, ao lado do drama social das
pessoas envolvidas. Além do mais, a proposta dos audito-
res estava sendo externada verbalmente. Se eles a fizessem
por escrito, iria estudar o caso, inclusive no aspecto jurídi-
co. Chegaram a sugerir a medida em correspondência pos-
terior, mas sem que resultasse em consequências práticas.
MATERNIDADE ESCOLA
ASSIS CHATEAUBRIAND (MEAC)
Desempenhou atividades na graduação e pós-
graduação, na pesquisa, no desenvolvimento tecnológico,
na produção científica e na assistência médico-social. Na
Graduação, funcionaram em suas dependências as disci-
plinas de Tocoginecologia e Neonatologia com aulas teó-
ricas e práticas, possibilitando as opcionais de Mastologia
e de Reprodução Humana. O Setor de Enfermagem minis-
trou aulas para estudantes de Enfermagem, e para Auxilia-
res de Enfermagem que estagiaram na Maternidade Esco-
la, através de Cursos de Reciclagem. Na pós-graduação, a
MEAC proporcionou o desenvolvimento de conhecimen-
tos nas áreas de Neonatologia, Diabetes e Gravidez, Pro-
pedêutica de Alto Risco Gestacional, Tocoginecologia,
Nefrologia e Clinica Médica, com os mestrandos e douto-
randos que atuavam como médicos residentes, vindos dos
cursos de pós-graduação da UFC, de outras universidades
nacionais e até do Exterior, daí resultando a publicação de
inúmeros trabalhos técnico-científicos.
Na Pesquisa, destacamos os resultados alcançados
sobre diabetes e gravidez, em conjunto com a disciplina de
122
Endocrinologia e Morbimortalidade no aborto. Na Exten-
são, a assistência médico-social foi área de atuação da
MEAC com grande destaque, as seguintes atividades:
Banco de Leite Materno que teria a função de orientar,
conscientizar e incentivar uso do leite materno, foi esco-
lhido pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutri-
ção(INAN) como padrão de referência no País e responsá-
vel pela supervisão e treinamento de profissionais de mais
de cinco Estados da Federação; o Ambulatório de Gineco-
logia, que realizou por mês uma média de 4.200 consultas,
com uma equipe profissional composta por médicos espe-
cialistas em Reprodução Humana, Oncologia, Infertilida-
de, Mastologia e psicólogos, assistentes sociais e enfer-
meiras; o Setor de Mastologia, por sua vez, realizou uma
média mensal de 800 consultas , 30 cirurgias mamárias de
pequeno porte e 7 de grande porte, além de exames como
mamografias, ultrassonografias, citologias e serviços de
quimioterapia que passaram a funcionar a partir de 1993; o
Serviço de Obstetrícia assumiu o acompanhamento médi-
co da gestante com consultas mensais, exames laboratori-
ais, citopatológicos e assistência de psicológicas, de assis-
tentes sociais e de enfermeiras; o Serviço de Tocogineco-
logia Infanto-Puberal e Adolescência cuidava de crianças
e adolescentes para tratamentos de patologias ginecológi-
cas como hermafroditismo, genitália ambígua, puberdade
precoce, além de prestar assistência pré-natal, parto, pu-
erpério e planejamento familiar da adolescente. O Setor de
Neonatologia, instalado em 1992, concentrou seus esfor-
ços na população de recém-nascidos de alto risco, prestan-
123
do, no ano de 1994, 9.180 atendimentos, com 60 leitos
distribuídos em três unidades neonatais.
O Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce
(NUTEP) funcionava graças à dedicação extraordinária de
dois professores da área de pediatria, auxiliado por alguns
profissionais de enfermagem, psicologia e pedagogia, em
uma sala muito pequena junto à Maternidade Escola e com
pouco equipamento. Visitando o referido local a convite
dos professores, pude sentir a importância do trabalho ali
realizado. Contando com a boa vontade do diretor da
MEAC que permitiu ampliar o espaço destinado ao NU-
TEP, alocamos recursos financeiros que permitiram reali-
zar as reformas necessárias e a compra de mais alguns
equipamentos. Atualmente, o NUTEP faz parte do Com-
plexo Hospitalar da UFC e conta com amplas instalações,
variado equipamento e uma equipe valiosa e ampliada
com vários profissionais. É um caso de sucesso na Uni-
versidade com inestimáveis serviços prestados a nossa
sociedade, dado o idealismo dos abnegados professores
de pediatria.
Quanto às melhorias das instalações da MEAC, vá-
rias reformas foram realizadas, visando melhorar os espa-
ços de seus diferentes setores de serviços,com novos gabi-
netes médicos proporcionando maior atendimento ao pú-
blico, nova entrada lateral da Maternidade destinada a
consultas, reforma na cozinha e em alguns apartamentos e
ambulatórios.
124
A situação financeira da Maternidade Escola era,
em geral satisfatória, devido ao fato de ter recursos finan-
ceiros de diversas fontes. Construído o prédio nos anos
1960 já com uma arquitetura adequada a uma maternida-
de, foi, à época, criada também a Sociedade de Assistência
à Maternidade Escola Assis Chateaubriand (SAMEAC)
para gerir a Maternidade e celebrar convênios, a qual con-
tinuou, por muito tempo, contratando pessoal de diferentes
categorias funcionais para trabalhar na MEAC. Outro fator
determinante do êxito foi que na Maternidade funcionava
uma ala hospitalar para ser usada por particulares e por
convênios de Planos de Saúde, o que possibilitavam obter
mais recursos financeiros, além daqueles advindos do SUS
e do próprio orçamento da Universidade, este tão com-
prometido com gastos de pessoal. Por fim foi decisiva a
continuidade administrativa da Maternidade, sempre pre-
sente na fiscalização de cada setor, cobrando, com firme-
za, a execução das tarefas funcionais dos servidores e as-
sumindo atitudes de enfrentamento perante os mais dife-
rentes desafios.
IMPRENSA UNIVERSITÁRIA
Teve como praxe uma ação direcionada à execução
de serviços gráficos de toda natureza, além da edição de
livros e periódicos científicos de interesse da UFC e da
comunidade. A grande mudança ocorrida no período junho
1991 a junho de 95 foi a implantação da editoração eletrô-
nica que trouxe novo alento às atividades da Imprensa,
revolucionando a produção com importantes ganhos em
125
termos de tempo e de qualidade do produto final. Com a
editoração eletrônica elevou-se a produção mensal de 2,5
para 5 títulos por mês, com tiragens médias de 1.000
exemplares. Outro avanço foi a utilização de softwares
profissionais nas áreas de editoração, programação visual
e eletrônica, o que permitiu considerável elevação do nível
de qualidade dos impressos e maior agilidade no cumpri-
mento dos prazos. Foi construída uma nova câmara, túneis
contra luz e instalada mesa de retoque, uma sala de xero-
grafia e adquirido um gravador de chapa de metal. Ampla
reforma nas instalações físicas foi realizada no prédio,
destacando-se a mudança das instalações elétricas, hidráu-
licas, sanitárias, e do piso em sua totalidade, a ser piso
Industrial, pintura geral, nova cobertura total, construção
de dependências anti-fogo destinadas ao armazenamento
de matérias inflamáveis e aquisição de vários móveis, ven-
tiladores, bebedouros etc. Vários cursos e treinamentos em
relações humanas, chefia e liderança e computação foram
proporcionados aos servidores da Imprensa. Em quatro
anos, a Imprensa Universitária publicou 93 livros, 21 catá-
logos, 38 periódicos, 17 manuais e atualizou a periodici-
dade de várias revistas cientificas da UFC, que estavam
em atraso.
LABOMAR
Atual Instituto de Ciências do Mar, tinha na pes-
quisa seu destaque maior, sem se esquecer das ações no
Ensino e na Extensão. As pesquisas, na época desenvolvi-
das pelo LABOMAR, eram Oceanografia Abiótica, Ocea-
126
nografia Biótica, Pesca e Tecnologia do Pescado. Para
executá-las, vários convênios foram celebrados e inter-
câmbios institucionais estabelecidos, visando à realização
dos seguintes projetos: Melhoramento Tecnológico da
Indústria Lagosteira, desenvolvido nos anos de 1991-1994
- Convênio CNPQ/BNB/SINDICATO DAS INDÚS-
TRIAS DE FRIO e PESCA do ESTADO do CEA-
RÁ/LABOMAR, enfocando o transporte de lagostas vivas
e engorda de juvenis; Avaliação dos Recursos Minerais
da Plataforma Continental Interna do Estado do Ceará, a
partir de 1992 - Convênio DNPM/LABOMAR; Estudo da
Fauna e da Flora, como parte do projeto do IBAMA “Es-
tudo Socioeconômico da Lagosta no Nordeste”, a partir de
1994- Convênio IBAMA/LABOMAR; Comportamento
Predatório da Thais baemastoma floridana (Conrad, 1837)
e suas preferências alimentares em condições de laborató-
rio, a partir de janeiro de 1995- Convênio FUN-
CAP/LABOMAR; Monitoramento do Sistema de Disposi-
ção Oceânica dos Esgotos Sanitários de Fortaleza, a partir
de 1993- Convênio SEMACE/SDU/LABOMAR.
No LABOMAR também foram criados grupos de
estudo, entre os quais podemos citar: Grupo de Estudos de
Cetáceos do Ceará(GECC), implantado a partir de 1994,
decorrente do Convênio Secretaria Estadual de Turis-
mo/LABOMAR, com a finalidade de divulgar as pesqui-
sas sobre o cultivo do camarão marinho, visando transferir
tecnologias e melhorar a produção no Estado do Ceará;
Grupo de Estudos de Atratores Artificiais Marinhos, com
o objetivo principal de incrementar a produção pesqueira
127
artesanal na costa do Estado do Ceará. O referido grupo
instalou recifes artificiais nos municípios de Fortaleza,
Beberibe (Parajuru), Paracuru e Itapipoca (Baleia). O La-
bomar deu continuidade ao Curso de Especialização em
Tecnologia de Produtos Pesqueiros, cursos de curta dura-
ção sobre o manejo costeiro, apoiou o Curso de Graduação
de Engenharia de Pesca, colaborou com os Cursos de Gra-
duação de Biologia, Geologia e Engenharia de Alimentos
e ajudou a realizar o Seminário Internacional sobre Tecno-
logia do Pescado. Entre as atividades de Extensão do LA-
BOMAR, podemos enumerar, com destaque, o Programa
de Educação Ambiental Marinha e a utilização do Banco
de Pesquisa Professor Martins Filho. Algumas obras fo-
ram efetuadas para melhorarem as condições de trabalho
como a recuperação do Barco Martins Filho destinado à
pesquisa marinha e suporte na formação dos alunos do
Curso de Graduação de Engenharia de Pesca.
PARQUE DE DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO DO CEARÁ (PADETEC)
Funciona no Campus do Pici. É resultado de um
acordo entre a UFC/BNB/Governo do Estado do Cea-
rá/Federação das Indústrias do Estado do Ceará com o
objetivo principal de servir como incubadora de empresas
oriundas de pesquisas da Universidade, possibilitar o re-
gistro de patentes, a substituição de produtos importados, a
produção de matérias primas em escala industrial, o con-
trole da poluição e da contaminação de produtos, tendo
como fonte estudos pioneiros na área de produtos naturais
128
do Nordeste e da Química Fina. Quando assumi a Reitoria,
o PADETEC funcionava precariamente numa antiga cons-
trução abandonada (na verdade um esqueleto de constru-
ção) existente no Campus do Pici. Espaço limitado pela
carência de recursos financeiros de investimento afetava a
incubação de mais empresas. Dada a importância do traba-
lho do PADETEC, investimos recursos da UFC na ampli-
ação do espaço físico (mais que triplicado), com a cons-
trução de um muro externo de proteção onde existia ape-
nas uma cerca que confrontava com uma favela; na cons-
trução de nova rede elétrica para suportar a instalação de
novas máquinas e equipamentos; na pavimentação de sua
entrada e grande parte de seu pátio externo. O número de
empresas incubadas saltou de três para nove e eram as
seguintes: Ômega 3 do Brasil Ltda, destinada à produção
de ácidos ômega 3 e outros derivados a partir de óleos de
fígado de peixe da Região Nordeste, cujo mercado era a
indústria farmacêutica, com financiamento do BNB;
Analytic Análise Instrumental S/C Ltda., objetivando
realizar análise instrumental na área de poluentes ambien-
tais, drogas e medicamentos, óleos vegetais e alimentos;
Undecil Indústria e Comércio de Óleos Ltda., produção e
comercialização de produtos de química fina derivados da
mamona, tendo como mercado as indústrias de química e
farmacêutica, com patrocínio do BNB; Acerola do Brasil
Ltda, produção de comprimidos de vitamina C e comple-
mentos com ferro a partir do suco de acerola e acerola em
pó, destinados à indústria farmacêutica, patrocinado pelo
BNB; Nuteral Indústria de Formulações Nutricionais Ltda,
produção de dietas enterais destinadas a pacientes com
129
necessidades de nutrição controlada e alimentos desidrata-
dos nutricionalmente completos a partir de matérias pri-
mas regionais, destinados a hospitais e farmácias, financi-
ado pelo BNB/BEC; Selachi, produção de cartilagem de
tubarão em cápsulas, destinada a laboratórios de produtos
naturais; Azotique, produção de ácido azeláico, destinado
a indústria de cosmética; Fotossensores, visando à docu-
mentação fotográfica do trânsito, atendendo ao Departa-
mento Estadual de Trânsito Estadual ( DETRAN), com
financiamento do BEC – tecnologia que foi pioneira no
País. Além de professores da UFC, o PADETEC contava
com trinta bolsistas, recrutados dos Cursos de Graduação e
Pós-Graduação das áreas de Química e Farmácia que re-
cebiam bolsas do Ministério de Ciência e Tecnologia pelo
Programa RHAE.
LABORATÓRIO DE PRODUTOS
NATURAIS (LPN)
De natureza interdisciplinar, tinha como objetivo
promover o agrupamento funcional de pesquisas sobre
produtos naturais nas áreas de Química, Farmacologia e
Botânica. Era constituído pela Divisão de Taxonomia de
Plantas e de Farmacologia de Produtos Naturais, pelo
Herbário Prisco Bezerra e pelo Horto de Plantas Medici-
nais. Destaque especial era o Projeto Farmácias Vivas para
a implantação de hortas de plantas medicinais e o ensino
de sua correta utilização pela população de baixa renda do
Estado do Ceará, instalado em vários de seus municípios
e ampliou-se por outros estados vizinhos ao nosso. O LPN
130
transformou-se em referência nacional e internacional na
área de óleos essenciais, pelos trabalhos desenvolvidos
com a flora odorífera do Nordeste e foi escolhido pela
comunidade científica como Centro de Espectrometria de
Massa de Alta Resolução do Nordeste decorrente do con-
vênio existente entre FINEP/PADETEC.
O LPN mantinha convênios e intercâmbio com a
Academia de Farmácia e a Faculdade de Farmácia de Be-
sançon/França; Rainforest Alliance/Estados Unidos; Klew
Garden e Ciba Foundation/Inglaterra; com as Universida-
des de Rondônia e a de Roraima. Deu treinamento para
bolsistas do CNPQ e do Ministério de Ciência e Tecnolo-
gia, com os Programas de Iniciação Científica, de Aperfei-
çoamento e de Pós-Graduação da UFC, recebendo, inclu-
sive, pesquisadores estrangeiros. As ações de reforma
física adotadas foram a recuperação dos canteiros para
plantio de mudas da horta de plantas medicinais, constru-
ção de novas cercas em torno da proteção externa e melho-
ria de alguns laboratórios.
FARMÁCIA-ESCOLA.
Vinculada ao então Centro de Ciências da Saúde,
vinha passando por várias dificuldades decorrentes sobre-
tudo de suas precárias condições físicas, carência de novos
equipamentos, ajustes na funcionalidade de suas ativida-
des (administração) e necessidade de reforço da autoesti-
ma de seus servidores. Com o apoio da direção do Centro
de Saúde e a mudança do administrador da Farmácia- Es-
cola, foi iniciada a consolidação de uma nova cultura de
131
gestão ancorada no planejamento das ações e na constru-
ção de um ambiente de trabalho, onde todo o corpo funci-
onal se engajasse coletivamente na execução das metas e
propostas da nova administração. No período 1991a1995,
foram criadas as condições para a reconstrução da Farmá-
cia-Escola, baseadas em premissas básicas de moderniza-
ção: informatização das atividades; redução do custo da
máquina administrativa; evitar o desperdício e o mau uso
dos recursos financeiros; implantação de uma política de
manutenção dos equipamentos e buscar novas formas de
obtenção de recursos financeiros. Foi melhorada a política
de compra de insumos farmacêuticos, possibilitando ad-
quiri-los nas empresas farmacêuticas do sul do país, a bai-
xos preços e de melhor qualidade. Foi estabelecida uma
linha básica de medicamentos a serem produzidos pela
Farmácia-Escola, instalados computadores programados
para controlar os estoques, a compra de insumos, a venda
de produtos e o controle financeiro.
Foram ampliados os espaços físicos do almoxarifa-
do e o do setor administrativo, construída uma nova área
para produtos acabados e embalagens; adquiridos novos
equipamentos para encapsularem os medicamentos produ-
zidos em quantidade maior; cinco balanças eletrônicas;
dois desumidificadores e uma estação de tratamento de
água. Foram celebrados convênios com a Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará, várias Prefeituras Municipais
do nosso Estado, diretores de hospitais públicos e entida-
des não governamentais, para adquirir os seguintes produ-
tos: saneantes ( sabões líquidos, desinfetantes etc.); sóli-
132
dos( cápsulas e comprimidos e produtos fitoterápicos);
líquidos( soluções, xaropes etc.); cosméticos( xampu,
cremes e bronzeadores); produtos naturais e manipulação
magistral.
CENTRO DE TREINAMENTO
E DESENVOLVIMENTO (CETREDE)
Criado pelo Convênio SUDENE/BNB/UFC, é
uma instituição privada, vinculada a nossa Universidade
que, no período junho de 1991 a junho de 1995, ampliou
suas atividades, direcionando as ações para o atendimento
a demandas específicas de empresas públicas e privadas na
realização de eventos de treinamento em diversas áreas do
desenvolvimento de recursos humanos, no campo da con-
sultoria organizacional e da informática, nos cursos profis-
sionalizantes na modalidade de ensino a distância, em
programas que viabilizavam a geração de emprego e renda
e no apoio à implantação de indústria de tecnologia avan-
çada. O CETREDE estabeleceu, nesse período, as linhas
de atuação com os programas de Habilitação Profissional,
de Treinamento de Informática, de Desenvolvimento de
Recursos Humanos, de Geração de Emprego e Renda,
com o Plano de Qualificação Profissional, com o Labora-
tório de Estatísticas e Medidas Educacionais e com os
Cursos de Especialização e Pós-Graduação “lato sensu”.
No período de junho 1991 a junho 1995, vários
convênios e contratos foram assinados entre o CETREDE
e entidades públicas e privadas, objetivando a realização
de ações como concursos públicos (URCA, UVA, FUN-
133
CEME e Prefeituras); pesquisas no Ensino (SEDUC-
PMF); Programa de Capacitação Gerencial para Adminis-
tradores Escolares e de Capacitação Permanente do Ma-
gistério (SEDUC); Programa de Apoio à Gestão Social
(Casa Civil da Presidência da República); Curso de Peda-
gogia em Regime Especial (UVA); Incubadora Tecnológi-
ca de Cooperativas Populares; Sistema Integrado de Ges-
tão Educacional Escolar(SEDUC); Cursos em Iniciação
Empresarial (SECITECE), realizados na Capital e no In-
terior; Curso de Sistemas de Abastecimento de Água, Es-
gotos Sanitários e Drenagem Urbana (SEINFRA); Curso
de Formação de Analistas de O&M (SEFAZ); Curso de
Formação Profissional de Delegados de Ensino de Primei-
ro e Segundo Graus ( SEDUC). A UFC colaborou na me-
lhoria e ampliação das instalações físicas do CETREDE:
construção da nova fachada e do hall de entrada da parte
posterior do prédio principal; nas novas salas de aula; na
nova escada para o acesso do andar superior; na urbaniza-
ção do pátio externo e na montagem de uma sala didática,
incluindo os equipamentos, com 30 computadores 4.86
para servirem de suporte ao Programa de Treinamento de
Informática.
134
OS RECURSOS HUMANOS
O Plano de Ações da então Superintendência de
Recursos Humanos (SRH) – atualmente Pró-Reitoria de
Gestão de Pessoas - no período de junho de 1991 a junho
de 1995 foi desenvolvido compreendendo três programas:
o de administração, o de desenvolvimento de pessoal e o
de assistência ao servidor. O Programa de Administração
de Pessoal procurou facilitar o relacionamento do Depar-
tamento de Administração de Pessoal da SRH com os do-
centes e técnico-administrativos, proporcionando maior
segurança e rapidez na geração de informações e na con-
cessão de direitos e benefícios, face à recém-aprovada Lei
8112, de 11 de dezembro de 1990, que instituiu o Regime
Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Au-
tarquias e das Fundações Públicas Federais. Exigiu-se,
então, a necessária implantação de novas rotinas e novos
fluxos para a adequação à realidade jurídica vigente. Foi
lançado um informativo mensal denominado “CONTA-
TO” que, anexo ao contracheque, levava informações so-
135
bre direitos e mudanças, proporcionando ao servidor téc-
nico-administrativo e ao docente atualização constante.
A informatização de pessoal, por meio do Sistema
de Automação Universitária (SAU) permitia obter todas as
informações completas e atualizadas da vida funcional de
cada servidor (férias, cadastro, pasta funcional, contagem
de tempo de serviço, frequência, licenças, afastamento e
averbação), possibilitando ainda a implantação do sistema
automatizado de pagamento de pessoal da ativa e dos ina-
tivos, e dava suporte para a criação da Divisão de Contro-
le de Proventos e Pensões e a liberação do sistema de
acesso a dados funcionais para as unidades administrati-
vas.
O Programa de Desenvolvimento de Pessoal diag-
nosticou e procurou minimizar as deficiências de desem-
penho e carências de recursos humanos na área técnico-
administrativo da Instituição, mediante ações de desenvol-
vimento gerencial, de grupos de trabalho, de técnica ope-
racional e de educação continuada principalmente através
da suplência de escolaridade. Na parte relativa ao desen-
volvimento de pessoal, a ênfase maior dizia respeito à qua-
lificação de recursos humanos, possibilitando a realização
de diferentes cursos de extensão, especialização e pós-
graduação. O curso de doutorado para o servidor técnico-
administrativo foi proporcionado a 17 servidores no País e
15 no Exterior; o de Mestrado, para 64 servidores no País
e 2 no Exterior; o de especialização para 14 servidores no
País e 2 no Exterior; o de Extensão para 7 servidores no
136
País e 10 no Exterior. Outros treinamentos foram ofereci-
dos na própria Universidade, nas áreas de Informática,
Relações Humanas, Atualização sobre Legislação, entre
outros, para 2.367 servidores, através de mais de 100 cur-
sos.
Para definir e efetuar ajustes de lotação na área
administrativa, face à carência de informações sistemati-
zadas e mais precisas acerca das necessidades quantitati-
vas e qualitativas do pessoal técnico-administrativo, foi
realizado pela SRH o “Redimensionamento da Força de
Trabalho Técnico-Administrativo da UFC”. Este trabalho,
de grande complexidade e abrangência, envolveu todas as
unidades administrativas e acadêmicas da Universidade,
sendo consultadas todas as chefias da UFC. O relatório
final apresentou a lotação existente, identificando-a em
termos quantitativos por subunidades bem como a lotação
ideal de acordo com as chefias e as categorias funcionais
mais adequadas e a quantidade mínima necessária por ca-
tegoria por cada subunidade da UFC, após análise da
equipe técnica. A equipe técnica da SRH destacou que,
pela natureza do objeto de estudo, os resultados precisa-
vam de atualizações constantes em consonância com a
dinâmica da própria Instituição. Com os dados obtidos no
Redimensionamento foram realizadas transformações de
cargos para concursos públicos, ascensão e qualificação
funcionais.
A “Avaliação de Desempenho do Pessoal Técnico-
Administrativo” foi outro importante trabalho executado
137
pela SRH, visando identificar o nível de desempenho dos
servidores técnico-administrativos, procurando facilitar o
processo de crescimento funcional e a tomada de decisões
nas áreas de desenvolvimento e administração de pessoal,
bem como o acompanhamento do servidor junto a sua
unidade de lotação, verificando desempenho funcional,
real contribuição para o desenvolvimento da nossa Uni-
versidade, obtenção de dados visando promoção e medi-
ção de suas potencialidades para novos e maiores encargos
funcionais, além do estágio probatório de novos servidores
dentre outros. Tais medidas também permitiram que a
lotação dos servidores técnico-administrativos fosse reali-
zada com base em critérios e técnicas seletivas previamen-
te estabelecidas de forma a atender as prioridades de cada
unidade da UFC.
O Programa de Assistência ao Servidor implemen-
tou ações voltadas para uma política de integração, valo-
rização, educação e saúde do trabalhador, bem- estar soci-
al e profissional dos servidores técnico-administrativos,
docentes e aposentados por meio de programas de benefí-
cios e serviços. Foram oferecidos vale-transporte, tíquete
alimentação, auxílio pré-escolar, assistência psicológica,
jurídica e social. O vale-transporte foi destinado a 2.247
servidores; o auxílio pré-escolar beneficiou 2.087 crianças,
filhos dos nossos servidores e milhares de servidores rece-
beram o vale- alimentação. Programação especifica foi
instalada visando não só a ações de combate ao alcoolismo
e a substâncias químicas, como também ao acompanha-
mento médico e social dos servidores no Hospital Univer-
138
sitário Walter Cantídio, com o desenvolvimento de ações
sociais, procurando atender as necessidades de ordem pes-
soal, familiar e de trabalho com a assistência suplementar,
a assistência social domiciliar e a hospitalar. Apoio signi-
ficativo foi dado ao desenvolvimento de atividades artísti-
cas e culturais por parte dos servidores, com oficinas de
arte e Semana de Arte, realizada anualmente dentro e fora
das dependências da Universidade e divulgada para a co-
munidade.
Destaque especial foi o apoio destinado aos servi-
dores técnico-administrativos e docentes aposentados, com
a instalação da Sala de Convivência no prédio da Reitoria,
onde antes era a Assessoria de Segurança e Informação. O
objetivo era estimular a agregação dos aposentados da
Instituição, servir de local para lançamentos de livros e
encontros festivos, ponto de encontro dos antigos servido-
res para papos de recordações, trocas de experiências e
confraternizações. Visando à saúde do trabalhador foi ins-
tituída a Comissão Permanente de Perícia e Avaliação
Ambiental, vinculada à SRH, constituída por engenheiros
e médicos do trabalho, selecionados por concursos públi-
cos, em vagas transformadas para esse fim. A Comissão,
além das perícias para concessão de gratificação de insa-
lubridade e periculosidade, analisava e elaborava proposta
de mudanças ambientais com o fim de dar melhores con-
dições para proteção à saúde do trabalhador.
Foi feita a descentralização do sistema de licença
para tratamento de saúde para a Divisão Médico-
139
Odontológica da UFC, e elaborou-se o Manual de Normas
a partir do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis
da União, objetivando seu pleno conhecimento por parte
dos servidores (ficou em fase de impressão). A Escola
Professor Neudson Braga, vinculada ao Departamento de
Desenvolvimento de Pessoal da Superintendência de Re-
cursos Humanos, destinada inicialmente a alfabetizar ser-
vidores da UFC, deu continuidade a seu trabalho de su-
plência de escolaridade de nível de primeiro e segundo
graus.
A qualificação dos docentes da UFC esteve presen-
te, tendo em vista convênios já existentes com entidades
nacionais e estrangeiras que possibilitavam suportes para
que os nossos professores pudessem cursar principalmente
pós- graduação. No período de junho 91 a junho de 95,
cerca de 300 docentes saíram para cursar doutorado, 134
no País e o restante no Exterior; para a pós-graduação em
nível de mestrado, 70 fizeram no País e 10 no Exterior.
Nesta época já havia indicação de restringir a saída de
docentes para cursarem mestrado no Exterior e o incentivo
para o doutorado e pós-doutorado, para especialização 11
docentes cursaram-na no País e 4 no Exterior.
Vários novos convênios foram firmados com uni-
versidades brasileiras e estrangeiras, no período de ju-
nho91 a junho 95, visando ampliar novas oportunidades
para que os docentes pudessem cursar pós-graduação,
dando suporte ao desenvolvimento das pesquisas em an-
damento na UFC , possibilitando a vinda de professores
140
visitantes das outras universidades conveniadas, e estudan-
tes estrangeiros pudessem frequentar os Cursos de Pós-
Graduação ofertados por nossa Universidade. Através da
Coordenadoria de Assuntos Internacionais (CAI), ligada
diretamente ao Gabinete do Reitor, no período de 1991 a
1995, foram firmados convênios entre a UFC e as seguin-
tes universidades estrangeiras: Universidade dos Andes
(Colômbia),Universidade de Copenhague (Dinamarca),
Royal Botanic Gardens (Inglaterra) e Escola Técnica Su-
perior de Colônia (Alemanha), 1991; Universidade de
Quebec (Canadá), Universidade de Waterloo (Canadá),
Universidade da Califórnia-Riverside (Estados Unidos),
Universidade de Wisconsin (Estados Uni-
dos),Universidade do Porto(Portugal), Universidade de
Florença (Itália), Universidade do Chile (Chile), Universi-
dade Nacional Federico Villareal (Peru), Universidade
Central das Vilas (Cuba), Universidade de Havana (Cuba),
Instituto Superior de Ciências Médicas de Villa Clara
(Cuba), Instituto Politécnico Nacional (México)e Associa-
ção Cultural R. Bottura (Itália), 1992; Universidade
Memorial de Newfoundland (Canadá), Universidade de
Montreal (Canadá), Universidade de Harvard (Estados
Unidos), Universidade de Colúmbia (Estados Unidos),
Universidade de Virginia Tech (Estados Unidos), Univer-
sidade de Auburn (Estados Unidos), Universidade de Sus-
sex (Reino Unido), Universidade de Estocolmo (Suécia),
Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica), Universidade
Estatal de Moscou (Rússia), Universidade Estatal de Saint
Petersburg (Rússia) e Universidade Politécnica de El Sal-
vador (El Salvador), 1993; Universidade de Manitoba
141
(Canadá), Pontifícia Universidade Católica do Chile (Chi-
le), Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha),
Universidade Central de Michigan (Estados Unidos) e
Universidade Nova de Lisboa (Portugal), 1994.
Grande obstáculo para a política de pessoal dizia
respeito à substituição das vagas criadas pela aposentado-
ria dos servidores técnico-administrativos e docentes, vez
que a política do Governo Federal não permitia a abertura
de concursos públicos. Conseguir a realização de concur-
sos era uma verdadeira “guerra” e somente com a pressão
exercida pelos Reitores das Universidades Federais junto
ao Ministério da Educação, algumas vagas foram preen-
chidas através da realização de concursos públicos. Nesse
sentido, a figura do professor substituto como paliativo
para o problema foi um dos grandes males impostos para
as Universidades Federais pelo Governo Federal. Geral-
mente os candidatos para preencherem as vagas ofertadas
para o cargo de professor substituto eram recém-formados
sem experiência profissional. Isso por ser o salário muito
baixo, além de haver insegurança quanto ao tempo de
permanência e falta de perspectiva quanto à possibilidade
de abertura de concurso público. Outra dificuldade exis-
tente era que alguns professores resistiam em sair para
cursar pós-graduação em outros Estados ou no Exterior,
justificando tal atitude com problemas de ordem familiar,
perda de oportunidades locais ou o baixo valor da bolsa de
pós-graduação ofertada.
142
A INFRAESTRUTURA
Um dos maiores desafios da minha administração
foi a recuperação das instalações físicas da UFC. Blocos
departamentais, salas de aula, laboratórios, bibliotecas,
gabinete de professores, redes elétrica e hidráulica, ba-
nheiros, áreas de lazer, prédios de órgãos suplementares
que se encontravam em péssimo estado de conservação,
reflexo visível da crise que enfrentava a Instituição. En-
contrei o prédio do Departamento de Bioquímica escorado
por carnaubeiras; os professores da Arquitetura sem gabi-
netes ; os banheiros dos alunos da Faculdade de Direito,
fechados; várias bibliotecas sem ambiente adequado ao
pleno uso, principalmente a Biblioteca Universitária; o
Hospital Universitário Walter Cantídio com várias enfer-
marias em condições lastimáveis; o prédio da Imprensa
Universitária com piso quebrado, cobertura em decadência
total e banheiros inviáveis entre outros problemas de in-
fraestrutura. Por meio da Coordenação de Projetos e Obras
da Superintendência de Planejamento Físico e Operações
(PLANOP) foram desenvolvidos projetos e estudos de
143
pequeno e grande porte, utilizando pessoal próprio da Co-
ordenação e contratação de terceiros em áreas especializa-
das como cálculo, estruturas, instalações de ar-
condicionado e outros. Na parte de execução destes estu-
dos e projetos, a UFC contou com a participação de tercei-
ros (empreiteiros) sob a fiscalização da PLANOP, visando
ao atendimento das especificações, da qualidade dos servi-
ços e ao cumprimento de prazos de execução.
As principais obras realizadas foram:
Campus do Benfica
Área da Universidade mais precárias em função de
seus prédios e demais instalações ali existentes por serem
muito antigas e há muito tempo sem manutenção e recupe-
ração adequadas. Trabalho hercúleo foi desenvolvido.
Centro de Humanidades
Reforma das Casas de Cultura Portuguesa, Hispâ-
nica, Britânica e Italiana, compreendendo revisão de suas
coberturas, novas divisórias, melhoria de suas instalações
elétricas e pintura; instalação do Laboratório de Informáti-
ca; reformas do Departamento de Letras Vernáculas e Es-
trangeiras; da Biblioteca de Letras; do bloco de Ciências
Sociais; do bloco didático 125; e do Departamento de
Comunicação Social e Biblioteconomia; execução total do
bloco da Clínica de Psicologia; do prédio novo para a Bi-
blioteca do Centro de Humanidades/Faculdade de Educa-
ção; e do Laboratório de TV e vídeo do Departamento de
144
Comunicação Social; recuperação de todas as instalações
hidrossanitárias; ampliação da capacidade da rede de
energia elétrica, inclusive com nova iluminação do Cam-
pus do Benfica; urbanização das áreas 1 e 2; reforma do
Auditório José Albano do Centro; execução da rede de
dados do Centro; e a recuperação parcial das demais Casas
de Cultura.
Faculdade de Educação
Reforma do bloco 122 ; ampliação do bloco 123 ;
reforma da Biblioteca; execução do Laboratório de Infor-
mática ; reforma de vários banheiros destinados a profes-
sores e alunos e nova iluminação da área da Faculdade.
Faculdade de Economia, Administração, Con-
tabilidade e Ciências Atuariais
Reforma do bloco administrativo; execução total
de salas para gabinetes de professores, inexistentes então;
construção de um novo bloco de salas de aula; execução
do auditório; reforma da Biblioteca; execução do Labora-
tório de Informática; recuperação total de suas instalações
elétricas. O Curso de Pós Graduação em Economia da
Faculdade, conduzido pelo CAEN (Centro de Aperfeiço-
amento de Economistas do Nordeste) recebeu as seguintes
melhorias físicas: reforma total de sua Biblioteca, incluin-
do mais compras de novas estantes, mais livros e revistas
especializadas; ampla reforma das instalações, compreen-
dendo melhores gabinetes para os professores e alunos da
145
pós-graduação; instalações de novos computadores e me-
lhorias na rede elétrica.
Curso de Arquitetura do Centro de Tecnologia
Reforma geral das salas de aula ; reforma e ampli-
ação da Biblioteca; construção de um bloco para gabinetes
de professores ,inexistente então; execução do Laboratório
de Informática; recuperação do chamado galpão; reforma
da cantina; execução do pátio de estacionamento e da ur-
banização.
Faculdade de Direito
Reforma total da Biblioteca, do auditório e das
instalações do Curso de Mestrado em Direito; recuperação
de todos os banheiros; reforma da área administrativa (
gabinete do diretor, secretaria, sala de recepção); da rede
telefônica; urbanização da Faculdade, criando ambientes
para permanência dos estudantes; execução do Laboratório
de Informática da Faculdade; reforma da cobertura e pin-
tura geral do prédio.
Além de reformas nos prédios da Imprensa Univer-
sitária, Cetrede, Rádio Universitária, Museu de Arte (am-
pliação), Casa Amarela, Teatro Universitário (já tratados
anteriormente), foi reformado o prédio da Reitoria, com-
preendendo a Pró-Reitoria de Planejamento (novas divisó-
rias, miniauditório, novos computadores), novas divisórias
na Coordenadoria de Assuntos Internacionais, reforma da
sala para a instalação do Birô de Geração e Transferência
146
de Tecnologia (TRANSTEC) e para a instalação da Sala
de Convivência; reforma das instalações da Pró-Reitoria
de Administração e do Departamento de Contabilidade e
Finanças; recuperação dos banheiros e coberta da concha
acústica e pintura geral do prédio; reforma da Pró-Reitoria
de Assuntos Estudantis e da Superintendência de Recursos
Humanos, localizados no antigo bloco dos Institutos Bási-
cos; reforma das instalações da Pró-Reitoria de Extensão;
reforma das Residências Universitárias 125 (masculina) ,
25 (feminina) e as 2635, 2133 e 2145; reforma do Restau-
rante Universitário do Benfica; reforma e ampliação do
Serviço Médico/Odontológico, todos localizados no Cam-
pus do Benfica.
Campus do Pici
Área com prédios relativamente novos, porém com
problemas sérios de desgaste por falta de manutenção ade-
quada, além da necessidade de ampliação de alguns seto-
res, melhorias nas redes de energia elétrica e hidráulica,
reforma e ampliação de sua pavimentação, deficiência de
sinalização e proteção de seus limites com os arredores de
sua vizinhança. Foram realizadas obras nos vários Centros
ali localizados.
Centro de Ciências
Reformas do bloco do Departamento de Bioquími-
ca e Biologia Molecular e dos Laboratórios dos Departa-
mentos de Química Orgânica e Inorgânica; ampliação do
Laboratório de Produtos Naturais; reforma do bloco didá-
147
tico do Departamento de Química; do bloco didático do
Departamento de Física; do bloco administrativo do De-
partamento de Física; ampliação do bloco do Departamen-
to de Matemática; reforma do Biotério Central; execução
do Laboratório de Física de Nuvens; do Laboratório de
Crescimento de Cristais; do Laboratório de Informática
do Centro; reforma geral da Cantina da Geologia/ Centro;
dos Laboratórios de Geologia Marinho e Ambiental do
Departamento de Geologia; do Laboratório de Sedimento-
logia do Departamento de Geologia; e do Auditório do
Departamento de Geologia; pavimentação da via de inter-
ligação aos blocos dos Departamentos de Física e Quími-
ca; no entorno dos Blocos dos Departamentos de Bioquí-
mica, Computação, Geologia e Geografia, de acesso ao
Departamento de Estatística e Matemática Aplicada, a
urbanização do Centro e a execução da primeira rede de
drenagem com calhas de concreto.
Centro de Tecnologia
Reformas dos Departamentos de Engenharia Me-
cânica, de Engenharia Civil e do Auditório do Centro;
reforma e ampliação da Biblioteca do Centro; execução
do Laboratório de Informática do Centro; complementação
da reforma do Departamento de Engenharia Elétrica, re-
forma do bloco didático do Curso de Engenharia Elétrica;
do bloco didático do Curso de Engenharia Mecânica; exe-
cução do Laboratório de Energia Solar; recuperação e am-
pliação das passarelas que ligam os diferentes blocos do
Centro.
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