ALICE NO PAÍS DO “ORA, POIS!” A L I C E R O D R I G U E S D O S R E I S | 2 0 2 2
ALICE NO PAÍS DO “ORA, POIS!” A L I C E R O D R I G U E S D O S R E I S 2 0 2 2
02 REDAÇÃO: Barbara Reis REVISÃO: Ana Bustamante PROJETO GRÁFICO: Foi Assim C R É D I T O S
P A P A I E M A M Ã E Querida filha, Não existe felicidade maior do que ver a sua própria felicidade. Soa clichê, mas o amor é mesmo isso. Todos nossos esforços e cada passo que damos são para proporcionar uma vida memorável e um futuro seguro, saudável e feliz para você. E, sabe, a sua gratidão diária tão genuína nos irradia de orgulho e faz valer cada segundo dedicado a essa construção. Você é tão grata, tão generosa… Carregue isso consigo sempre! Um dia, esperamos que olhe para trás e lembre-se do quanto fomos unidos nesta nossa jornada incrível, do quanto você foi amada. Não há nada mais valioso na vida. Estaremos eternamente ao seu lado. Te amamos mais que tudo, mais que o mundo, mais que a vida… 03 D E D I C A T Ó R I A
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F I C H A T É C N I C A Nome: Alice Rodrigues dos Reis Apelidos: amorzinha, anjo, baixinha, cheirosa, coisitinha, delicinha, filhoquita, filóca, fofucha, fofura, gatinha, lindeza, magalice, mininita, miudinha, nininha, pacotinho, paixãozinha, pequena, pequerrucha, perfeição, preciosa, princesa, quiancinha e tiquitita Nascimento: 29 de junho de 2014, às 13h55, em São Paulo-SP Filiação: Barbara Taborda dos Reis e Danilo Santos Rodrigues Cruz Escola: Colégio Domus Sapientiae e EB Moinhos do Restelo Residência: Itaim Bibi, São Paulo - SP e Miraflores, Oeiras - Portugal Cor favorita: rosa Altura: 1,30m - 1,36m Peso: 28,6kg - 30kg Signo: Câncer Programas favoritos na TV: Loud House, Super Detetives (Investigators), A Casa Mágica da Gabi e Eu e o Universo. 05
Do que você mais gosta de brincar? De mamãe e filhinha (com pessoas reais) e de escolinha. Quem são seus maiores amigos? Minha mãe, a Clara, a Bianca, a Lara, a Rafa, a Amelie, a Joy, a Letícia, a Leonor, a Valentina e a Manuela. Qual a sua matéria favorita na escola? Por que? Estudo do Meio, porque eu gosto de aprender coisas que eu não aprendia no Brasil, como os rios de Portugal e os países da Europa. Qual seu dia da semana favorito? Por quê? Sexta-feira, porque eu saio mais cedo da escola, não tem lição de casa, eu faço natação, não tem hora para dormir e no dia seguinte, ainda por cima, é sábado! O que deixa você feliz? Nossa, são tantas coisas! Ir à praia, tirar férias, ganhar um presente, dar um presente, comer, dormir, brincar, montar Lego, usar o tablet do papai, brincar no parque… E o que a deixa chateada? Perder um dia de aula e ter que passar toda a matéria no dia seguinte. Também não gosto quando quero levar meu iPad para assistir algo enquanto tomo banho e acaba a bateria. Você já se vê seguindo alguma profissão? Qual? Quero ser professora. Qual a melhor idade para se viver? Nove anos! Com oito anos você é criança, com dez é pré-adolescente e com nove anos você está numa idade ótima para tudo e já pode até ir para a escola sozinha. 06
E N T R E V I S T A C O M A L I C E Qual o seu passatempo preferido? Escrever textos sobre diversas coisas, como o amor. Qual o seu maior medo? De todos os bichos! Gato, cachorro, leão, tigre, dinossauro, tudo! O que você compraria se tivesse dinheiro ilimitado? Não tem nada que eu queira comprar. Eu já tenho tudo! O que mais uma criança poderia querer? Se pudesse mudar alguma coisa no mundo, o que seria? Gostaria que todas as pessoas pudessem ter uma casa para morar, comida e filhos. Se você achasse uma lâmpada mágica, que desejo faria? Que a minha vida fosse sempre assim, do jeito como está hoje, sem mudar de idade nem de casa. Se você pudesse voltar no tempo, que conselho daria para a Alice do passado? Não se apegue às coisas. E o que diria para a Alice do futuro? Tenha foco. Qual foi a sua lembrança mais especial de 2022? Foram as aulas de inglês que a mamãe me dava em casa durante as férias, junto com a Manuela e a Valentina. Qual foi seu maior aprendizado em 2022? Não é ruim se desfazer das coisas velhas, porque você pode ter coisas novas. 07
DESPEDIDAS, APRENDIZADOS, DESAPEGO, RECOMEÇO, DESAFIOS, CONQUISTAS.
09 I N T R O D U Ç Ã O
N O R I T M O D O R O C K C A P Í T U L O I
Melhores amigas para sempre 1812
Nossa… Quantos anos couberam em 2022? Passamos por tanto e com tamanha intensidade, que sinto como se fosse uma vida inteirinha. O ano já estreou agitado, numa batida de rock que - garanto - se prolongou até 31 de dezembro! Logo depois da virada, fomos com a Taíne, o Ricardo e meus sobrinhos a um show de uma banda de “levantar defunto” no Hard Rock Café Ribeirão Preto. Não podia ser uma programação mais divertida para a baixinha, que dançou sem parar ao lado dos primos Gu e Henriquinho, e se esbaldou na maior taça de sorvete de sua vida. Ao final da apresentação, fomos cumprimentar a banda, e Alice não hesitou em ensinar aos músicos o sinal de “paz, amor e rock and roll”, que havia aprendido a fazer com os dedinhos. Uma simpatia! Aquele parecia mais um tradicional início de ano na casa dos meus pais, em Ribeirão Preto, mas já tinha um gostinho de despedida com a iminência da nossa partida para Portugal, em abril. Claro, ainda estava meio nebuloso, porque sequer tínhamos o visto, mas a confiança de que tudo ia dar certo era grande e nos asseguramos de vivenciar cada momento de uma forma especial. Não faltarão memórias afetivas para a Alice! 1913
Ainda no mês de janeiro, aproveitamos que a pequena estava de férias para dar aos avós a oportunidade de ficarem o máximo de tempo possível com a tão estimada netinha. Assim, ainda no início do ano, ela passou uma temporada na casa da vovó Juju e do vovô Valtinho. Por lá, ela tem um tratamento de rainha! Apesar dos frequentes lapsos de memória, a Alice sempre se lembra com carinho do ovinho cozido toda manhã, das aulas de crochê, das brincadeiras de batalha naval, das caminhadas, do soninho com a vovó, dos banhos de piscina… A Alice recebe muito amor dos avós; e retribui! Ela é uma neta meiga e companheira, que sempre diz palavras genuinamente doces e enche a casa de alegria. Fico imensamente feliz de saber que ela um dia vai poder olhar para trás e se lembrar de quanto foi calorosa essa relação com os quatro avós; como eles foram sempre queridos para ela. E também tenho um grande orgulho de ver como ela interage com eles com tanto respeito e carinho. Passadas as temporadas em Ribeirão e Indaiatuba, voltamos para casa, em São Paulo. Janeiro voou! O mês desenrolou-se numa correria insana, entre trabalho, rotina e a organização da pré-venda dos itens do nosso estimado lar. Foi curiosa essa experiência de se desfazer de todas as nossas lembranças. No início, parecia algo impensável, pois foram anos e anos ao lado de objetos que fizeram parte da nossa história. Depois, a gente foi se acostumando com a ideia de “virar a página” e de construir uma nova vida, com tudo novo. Também tivemos a clareza de que acumulamos demais ao longo do tempo e que já era hora de nos reconstruirmos de uma forma mais minimalista. 14
15 Memórias afetivas com os avós e visita à bisa Jacira
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Eu estava, mesmo, preocupada com a Alice, que é do tipo que se apega até a um grão de arroz (essa é uma história real!). Ainda me recordo das inúmeras conversas que tivemos sobre como era bacana ela querer reciclar todos os materiais e transformá-los em brincadeiras, mas como era importante também se desfazer de boa parte deles. Houve um tempo em que ela guardava o plástico que envolvia os produtos e qualquer pedaço de papelão de embalagens. Eu morria de medo que ela se tornasse uma acumuladora compulsiva. Então, logo pensei que ela não iria conseguir se desfazer dos seus brinquedos e objetos tão estimados. Entretanto, a Alice surpreendeu a todos com uma atitude prática e positiva. Eu expliquei que o dinheiro do que fosse vendido do seu quartinho ficaria para ela comprar tudo novinho em Portugal. Ela se animou e ajudou a catalogar, fotografar e precificar móveis, brinquedos e roupas. A contribuição dela foi valiosa, mas a tranquilidade que nos transmitiu foi ainda mais significativa. Eu tenho consciência de que não foi algo fácil para ela, apesar da maturidade com que lidou com isso, mas ela estava lá dando força, como a equipe que somos! 17
28 Outro ponto de vitória para Alice, no início do ano, foi como ela enfrentou seu medo de tomar vacina. Finalmente havia chegado a vez de as crianças serem imunizadas contra a Covid. Era um alívio enorme essa notícia por um lado, mas uma dor de cabeça por outro. Em casa, havia uma forte apreensão no ar. O histórico do comportamento da Alice nas clínicas era de arrepiar, com um chororô seguido de berros dignos de cinema! Ela já havia tentado fugir correndo algumas vezes e eu estava tão apavorada quanto ela, mas não queria demonstrar. Falei palavras de apoio, expliquei a importância da vacinação e até a chantagiei com sorvete (não me julguem!), mas a apreensão foi até o momento em que a picada aconteceu. Ela resistiu a chorar e, daquela vez, não esperneou nem fugiu. Estava acompanhada dos seus bichinhos de pelúcia, Naninha e Urso, que também saíram com um curativo no braço. Quando voltou para o carro, Alice chorou só um pouquinho, porque já não dava mais para segurar, mas logo voltou a sorrir e nem quis o sorvete. Ficamos tão orgulhosos da valentia dela! Ainda bem que àquela altura já havia sinais de que venceríamos a pandemia. Após o longo período de reclusão a qual fomos empurrados, já estávamos mais à vontade para marcar reuniões com amigos e família, como não fazíamos há um bom tempo. E era necessário! Queríamos ver as pessoas queridas antes de partirmos. Foram inúmeros encontros, abraços, risadas e muitas memórias! 1818
1929 Valentia até o último instante! 19
20 Fazendo cada momento valer ao lado dos amigos
De fevereiro a março, vivemos momentos agridoces. Ao mesmo tempo em que era tão gostoso encontrar as pessoas queridas da nossa vida, sabíamos que demoraria para revê-las. A Alice aproveitou um bocado aquele período. Além das diversas noites de jogos em casa com os nossos amigos, fez sua própria noitada numa festa do pijama inesquecível com as coleguinhas de escola Lara e Rafa, e curtiu uma pool party de aniversário na casa da Lele! Um ponto alto dos nossos últimos meses no Brasil foi também o fim de semana na casa dos nossos estimados amigos Dede e Tita, no interior de São Paulo. Teve vôlei na piscina, competição de pingue-pongue, mímica, jogos de tabuleiro, café da manhã colonial e o primeiro vídeo de dancinha ao estilo TikTok que a Alice fez, ao lado da mega parceira Tita. A casa deles parecia uma brinquedoteca e a Alice se esbaldou! Pudera, o tio Dede deixava a pequena fazer o que quisesse… 1921
E foi esse casal de amigos muito divertido que me levou para passar uns dias em um retiro em Minas Gerais, no Carnaval, enquanto a Alice escapava com o papai para a casa dos avós em Indaiatuba. Foram dias restauradores e trouxeram um novo olhar sobre o ambiente em que nós estávamos criando a nossa pequena. Nos dias que se seguiram ao meu retorno, lembro-me de buscar a Alice na escola e de me sentir sufocada com tanta poluição sonora. Havia motos rasgando a pista, carros buzinando, crianças gritando… Eu só queria chegar logo em casa, mas da janela ainda podia se escutar o helicóptero, o barulho enlouquecedor das diversas construções no entorno, o caminhão de lixo apitando! Naquele momento eu senti falta do silêncio, da paz e do contato com a natureza, e tive a certeza de que nos mudar faria um bem danado. Foi então que, no dia 17 de fevereiro, recebemos por e-mail uma notificação do Consulado de Portugal, comunicando que foi dado o veredicto sobre a nossa solicitação de visto, e que o passaporte seria enviado ainda naquele dia com uma resposta positiva ou negativa. Quanta ansiedade habitou as horas seguintes… Estávamos meu marido e eu sentados próximos à janela esperando o momento em que o portador chegaria com o pacote que definiria o futuro da nossa família. Eu estava confiante, mas com um enorme frio na barriga. Ouvi um barulho. Era o portador! Saí correndo pelas escadas sem nem esperar tocar o interfone ou ter a certeza de que aquela entrega era mesmo a nossa. Mas era! Peguei o pacote na portaria e voltei para casa com o documento e o coração na mão. Chamamos a Alice à sala e abrimos o passaporte todos juntos. O nosso visto estava lá! O nosso sonho estava lá! Eu tinha idealizado uma cena feliz da família vibrando, gritando e pulando, mas a emoção foi maior. Nós nos abraçamos em silêncio, os três, e apenas choramos, sem dizer uma palavra. Foi assim que celebramos o início de uma jornada incrível… 22
O tão esperado momento! 23
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25 T u do q u an to vive, vive por q ue m u d a; m u da por q ue p ass a; e, por q ue p ass a, morre . T u do q u an to vive per pe t u amen te se torna o u tra cois a, cons t an temen te se ne g a, se f ur ta à vi d a . ” Fe rnando Pessoa
D E S A P E G O S E D E S P E D I D A S C A P Í T U L O I I
Agora era oficial: estávamos de partida para uma vida fora do Brasil! Com o visto em mãos, finalmente pudemos respirar aliviados. Bem, nem tanto… Dali em diante, teríamos pouco mais de um mês para nos livrar de uma vida inteira, organizar a viagem, registrar dezenas de documentos em cartórios e partir. O exercício de desapego foi incrível. Aos poucos, a casa foi ficando vazia. Pensávamos que seria ruim a sensação, mas, na verdade, todas as vezes que algo ia embora, era um alívio. A Alice chegava da escola e, de repente, as cadeiras da cozinha, as prateleiras do quarto dela e a poltrona da sala tinham desaparecido! Nós ríamos! Apesar da loucura, queríamos aproveitar nossos últimos dias com o que São Paulo tem de melhor a oferecer. Assim, fizemos passeios no parque com a Alice, visitamos exposições, a levamos em “brinquedões” e nos deliciamos em restaurantes do coração. Antes de partirmos para Portugal, recebemos em casa também a mineirinha Ana, minha sócia e, principalmente, amiga. Ela estava em São Paulo para uma gravação de vídeos da nossa empresa. A Alice, inclusive, protagonizou em altíssimo nível uma das filmagens. E brilhou! Que linda, de trancinhas, falando tão docemente… Ah, eu sou mesmo uma mamãe coruja! Depois, a pequena ficou de chamego com a tia Ana e assistimos todas juntas ao “Desventuras em Série”, que marcou aquela semana tão gostosa. A Alice ainda ganhou de presente da tia um livro sobre como lidar com a saudade - “A menina e o pássaro encantado”, de Rubem Alves -, que posteriormente se tornou a sua publicação favorita. 28
Dançando no apartamento vazio 29
Dia de artista com holofotes e câmera! 1830
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1933 Já estava quase chegando abril e eram os últimos dias da Alice na escola. Ela encerrou sua rotina de estudos da melhor forma possível, com um acampamento de três dias com os coleguinhas, o Peraltas. Lá, ela teve a oportunidade de ficar bem grudadinha com os amigos e longe da marcação dos pais! Fez arvorismo, tirolesa, jogou futebol no sabão e se deliciou com tantas outras atrações divertidas. A pequena voltou toda animada contando cada detalhe da sua aventura. Quando a Alice chegou, a vovó Silvia estava em casa e se divertiu com os relatos da baixinha. A minha mãe tinha ido nos ajudar a empacotar tudo e fazer as malas para a viagem. Foi um trabalhão! Ficávamos até tarde da noite desmontando Lego, picando documentos e embalando objetos com plástico bolha. Ainda bem que tivemos essa força extra! Na sequência do acampamento, preparamos um piquenique de despedida com os amigos da Alice no prédio. A nossa menina estava radiante de felicidade e acordou cedinho para ajudar a organizar cada detalhe. Ela se dedicou, inclusive, a fazer uma planilha de Excel para estruturar a divisão das lembrancinhas. Uma figura! Tivemos uma tarde de brincadeiras com a criançada, que saiu suja, suada e feliz!
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1935 Despedida dos amigos na maior farra!
Também fizemos uma despedida dos “amigos adultos” na Ludus Luderia, da nossa tão querida Lucy. Reunimos uma turmona para jogar, rir e dar um último abraço em uma noite divertidíssima! Foi incrível ver tantas pessoas de universos diferentes lá, juntas. Emocionante! A Alice circulou pelas mesas para jogar com todo mundo e não deixou de alugar o amável tio Fel para algumas partidas do "incrível jogo da batatinha frita”. Ele sempre sabe como deixá-la feliz! 36
37 Despedidas dos amigos queridos
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A um dia da nossa partida, era aniversário do meu pai e aproveitamos para fazer um dos típicos jantares em família no nosso restaurante histórico, a Famiglia Mancini. Depois, partimos para a casa do meu irmão Ricardo, para continuarmos a celebração. A Alice brincou um bocado com os primos e viu a família da mamãe todinha reunida pela última vez antes de irmos para Portugal. A essa altura, nosso apartamento já estava vazio e inabitável. Então, alugamos um AirBnB na mesma rua da nossa casa para ficarmos os últimos dias. Parecia que estávamos de férias! A Alice até tomou banho de piscina! A água estava congelante, mas ela não ia perder isso por nada. Aproveitamos que estávamos perto do prédio para convidar a amigona da Alice (e vizinha), Amelie, para nos visitar. Elas exploraram juntas cada parte daquele lugar e adoraram estar em um ambiente novo e diferente. Como o aniversário da Amelie ia acontecer no dia da nossa viagem, aproveitamos para fazer um bolinho surpresa para ela por lá mesmo! A amizade das meninas é linda de ver… 1840
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Encontro especial com a BFF Amelie 1842
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No dia seguinte, foi a maior correria! Tínhamos que fazer logo cedo o exame para atestar que não estávamos com Covid (imaginem o frio na barriga?) e depois fomos para casa fechar as malas e garantir que nada havia ficado para trás. Os avós de Indaiatuba já estavam a postos e, depois, foi chegando a minha família também. Todo mundo se reuniu para nos ajudar e parecia que estávamos em uma nova filmagem de “Esqueceram de Mim”, com aquela confusão de malas e pessoas. Foi engraçado! Ah! E não nos esquecemos de ninguém! Seguimos todos divididos em alguns carros para o aeroporto. Estava aquele clima eletrizante de viagem, mas daquela vez era diferente. Ainda não sei se a Alice já compreendia o que estava acontecendo e confesso que, para mim, “a ficha ainda não havia caído”. Chegamos cedo ao aeroporto e nos sentamos para um último café na deliciosa Casa Bauducco. A Alice saboreou - já com saudades - as bolachinhas amanteigadas de que tanto adorava. Ela nunca se esqueceu disso. Dei uma olhada para o ambiente e estavam todos reunidos em volta da mesa. Eu gosto tanto de me lembrar dessa cena… Fomos para o balcão fazer o check-in e, quando eu olhei para o lado, estavam lá alguns amigos queridos: Matheusinho, Bia, Allan, Liza e a pequena Clarinha. Alice logo saiu correndo em direção a eles. Ah… Que legal que foi isso! Supreendente e emocionante. Como dizem, “amigos são a família que escolhemos”. Então, chegou a hora do abraço de despedida. Foi um momento marcante e cheio de emoção. Eu pensava que a Alice ia se debulhar em lágrimas, mas ela estava positiva, alegre, saltitante! Que alívio… Seria tão mais difícil se fosse o contrário. Mas a família não resistiu e as lágrimas vieram… Cada abraço foi seguido de uma palavra de amor, de encorajamento, de apoio. Sabíamos que estaríamos longe, mas nunca distantes. Partimos! 44
Pronta para alçar novos voos! 45
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