Telecomunicações Avançadas
Introdução
Há mais de um século, o acesso a rede telefônica é feita por pares por metálicos
(cobre). Todo o acesso metálico (rede primaria mais rede secundaria) representa 50%
dos custos terminal telefônico e sua implantação toma um longo tempo. Outro aspecto
a ser considerado é que a rede metálica deve ser construída integralmente para uma
dada etapa de demanda a atender isto é, o investimento não pode ser gradual a
medida que apareçam os assinantes. Ainda há mais um agravante: uma vez
constituída rede metálica, não é possível remaneja-la para outra parte da cidade, caso
a demanda do planejamento e a conclusão da rede (inflexibilidade). Quaisquer obras
na rede (implementação ou ampliação) necessitam ser realizadas a céu aberto,
causando problemas para a circulação de veículos e interferências com outros serviços
públicos (eletricidade, gás, água e esgoto ). Com as novas tendências de telefonia
básica local surge a necessidade de ampliação das redes existentes e ate da criação
de novas redes nas localidades.
Por outro lado, há o acesso via Rádio, de implementação rápida instalada no momento
do surgimento da demanda e fácil de ser remanejada de um local para outro. Nesse
caso não há necessidade de escavação nas ruas e avenidas das cidades.
Esse tipo de acesso é designado internacionalmente por FWA (FIX WIRELSS
ACESS), porem é mais conhecido no Brasil por WLL (Wireless Local Loop).
Figura 12.1: Acesso convencional metálico
A implantação de uma rede telefônica convencional (metálica) típica tema, em tempo
absoluto, cerca de 22 meses, enquanto que um projeto de expansão com WLL pode
ser realizado em 6 meses, sendo que em casos especiais onde as centrais têm
disponibilidade de terminais, o projeto poderá ser reduzido ainda mais, para a metade
do tempo.
Wireless Local Loop (WLL) 51
Telecomunicações Avançadas
Figura 12.2: O longo prazo para implantar uma rede metálica
O Acesso Via Rádio – WLL
O extraordinário desenvolvimento da telefonia celular estimulou as pesquisas, o
desenvolvimento de novas tecnologias e a compreensão mais profunda da propagação
de radiofreqüência nos espaços urbanos. De telefones celulares moveis para celulares
fixos foi um passo natural, com a instalação de telefones públicos (TP’s) em locais
remotos que não disponham de rede e, em alguns casos, também sem energia
elétrica. Em certos locais (periferia das metrópoles, proximidades de rodovias com
cobertura do sistema móvel celular), havia milhares de potenciais assinantes ao longo
da área, onde era economicamente inviável a implantação de uma rede de cabos.
Desenvolveram-se equipamentos terminais fixos de assinantes (ETA) com antenas e
transceptores semelhantes aos dos terminais móveis, instalados nas propriedades
rurais. Essa aplicação utilizava-se de um "loop" de assinante via enlace de rádio,
dispensando o uso do par de cobre. Essa nova aplicação denominou-se "celular fixo",
por derivar-se do sistema móvel celular subtraído da mobilidade. Surgia o embrião de
uma nova tecnologia: o "loop" de assinante via rádio! Notar aqui a diferença do serviço
em relação aos antigos sistemas de rádio monocanal. Nestes, há transmissor,
receptor, mastro e antena individuais para cada assinante. Na nova tecnologia, a
plataforma de transmissão e interligação com o sistema nacional é comum a uma
grande quantidade de assinantes, tornando o custo do terminal mais acessível.
Figura 12.3: Acesso por rádio
52 Wireless Local Loop (WLL)
Telecomunicações Avançadas
Originalmente, esses ETA’s requeriam dos usuários procedimentos análogos aos dos
telefones celulares, que são específicos e distintos dos Telefones comuns da rede fixa.
Isto representava urna limitação à intenção das operadoras de telecomunicações, que
desejam procedimentos e tarifas uniformes para os usuários ligados via par de cobre
ou por WLL.
A evolução mais recente da tecnologia WLL eliminou a diferença nos procedimentos
do usuário. Quando se tratar de WLL do tipo "celular fixo", a unidade terminal de
assinante (ETA) traduz os sinais da rede celular para os usuais dos telefones fixos
como tom de discar, discagem, tom de ocupado, etc., de forma que o usuário use o
telefone de maneira completamente transparente, não necessitando tomar
conhecimento se está sendo atendido por um par de cobre ou WLL.
Tendência de Custos
Os custos dos acessos repartem-se entre obras civis e custos de equipamentos. A
alternativa com rede de cabos compõe-se de 60% em obras civis e 40 % em
equipamentos, enquanto a alternativa com rádio consome 15% em obras civis e 85%
em equipamentos. A atual tendência de custos de equipamentos é de redução, devido
à miniaturização da eletrônica, produção em massa de equipamentos, etc. A tendência
de custos de obras civis é de alta, devida, à grande incidência de mão-de-obra que
terá custos unitários elevados por aumento real de salários, inflação dos salários
devido à disputa pela mão-de-obra escassa e maiores custos de administração de
pessoal. A composição acima indica que a rede de cabos terá seus custos
aumentados enquanto a tendência para o rádio é de custos decrescentes.
Vantagens do Acesso por Rádio
Podemos resumir nos pontos abaixo as vantagens em implantar WLL em relação ao
acesso metálico:
• Flexibilidade no atendimento da demanda - instalar onde há demanda;
• Boa cobertura em áreas densas do centro urbano e nas áreas esparsas de
subúrbios;
• Mais barato que a rede metálica, considerando as economias corri a
manutenção;
• Instalação rápida;
Wireless Local Loop (WLL) 53
Telecomunicações Avançadas
• Custos lineares - não requer investimentos antecipados à conexão do
assinante;
• Antecipação da receita pela instalação rápida;
• Tolerante à queda de chamadas - melhor desempenho que celulares;
• Maior tráfego por assinante (até 0, 1 Erl contra 0,025 Erl do celular);
• Maior sigilo - não há fios nem armários de rede para escuta indevida.
Soluções Tecnológicas para WLL
A evolução natural do WLL conduziu à adaptação e otimização de produtos
concebidos originalmente para a rede celular para uso no acesso fixo, na aplicação
WLL. Assim, encontramos hoje três categorias de produtos:
• Celulares fixos que usam a plataforma - com interface aérea padronizada - de
serviços celulares;
• RLL (radio local loop) desenvolvidos especificamente para o WLL segundo
uma tecnologia padrão.
Dentre as tecnologias existentes (ou em fase de padronização), citam-se o CT2
(Cordless Telephone 2, Inglaterra), PACS (Personal Access Communication Services,
EUA), PHS (Personal Handyphone System, Japão) e DECT (Digital European Cordless
Telephone, Europa).
• Proprietários, aqueles produtos com arquitetura e interface aérea proprietárias
(não seguem nenhum standard reconhecido).
Os celulares fixos se caracterizam por necessitarem de uma MSC (CCC) na interface
com a fixa. A arquitetura de um sistema RLL concebido especificamente para WLL
apresenta três partes: controladora de radiobase (que é também a interface com a
central comutadora), a radiobase e o equipamento terminal do assinante (ETA'). Esses
equipamentos seguem normalmente uni standard para proporcionar produção em
massa e ambiente multivendedor.
A terceira categoria reúne produtos com interfaces proprietárias. Cada um aplica uma
solução própria, muitas vezes operando na mesma faixa de freqüências, porém sem
padronização de portadoras.
54 Wireless Local Loop (WLL)
Telecomunicações Avançadas
O Telefone e a Falta de Luz
O telefone atendido por WLL perdeu, entretanto, uma funcionalidade importante: a
telealimentação. Todos sabemos que o telefone é o único eletrodoméstico que
funciona, mesmo quando há interrupção dos serviços de eletricidade. Quando há falta
de energia e as residências e escritórios tomam-se um caos, os telefones continuam
prestando serviço, permitindo-nos, inclusive, reclamar à empresa de eletricidade.
Quando usamos o rádio, não podemos mais ter a telealimentação a partir da central
comutadora e precisa-se garantir o funcionamento ininterrupto do telefone. Para isso
os ETA’s devem possuir módulo de suprimento de energia alimentado pela rede
elétrica local e uma bateria para sua alimentação durante as interrupções no
suprimento de energia elétrica.
Equipamento Terminal de Assinante (ETA)
Constitui a parte rádio que é instalada na casa do assinante. Pode ser interna ou
externa, sendo mais freqüente nesta última versão para ter linha de visada para a
estação radiobase. As ETA’s de sistemas celulares fixos são internas devido à maior
potência desses equipamentos. As ETA’s dos sistemas de pequena potência instalam-
se externamente na parede das casas. Quanto ao número de linhas, há ETA’s simples
para um assinante e ETA’s múltiplas para quatro ou seis assinantes. Há ETA’s de
sistemas celulares fixos para atendimento de muitos assinantes por ETA (95
assinantes), para instalação em prédios de apartamentos ou pequenas comunidades.
São alimentadas pela rede elétrica pública e para garantir a continuidade operacional
quando houver interrupção de energia elétrica, as ETA’s possuem bateria com
autonomia para algumas horas.
Mercados Prioritários para o WLL
Os países desenvolvidos possuem boa densidade telefônica, com 50-70 terminais por
100 habitantes para aqueles com sistema telefônico mais desenvolvido e 30-50 para
os medianos. Os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento por motivos vários,
principalmente carência de recursos para investimento, não conseguiram proporcionar
serviços telefônicos básicos a sua população. Possuem menos de 30 terminais por 100
habitantes. O Brasil, embora tenha uma intensa atividade industrial e muitos centros
Wireless Local Loop (WLL) 55
Telecomunicações Avançadas
urbanos desenvolvidos, não conseguiu acompanhar a correlação normal entre renda
per capita e a densidade telefônica. A densidade telefônica brasileira é muito baixa, e
fica mais aviltada se comparada com a de outros países da América Latina de menor
desenvolvimento econômico.
Figura 12.4: Densidades telefônicas na América Latina
Isto porque, no Brasil, o assinante tinha de financiar previamente a implantação para
receber o serviço. Concluiu-se que a densidade permaneceria baixa porque a grande
maioria da população não teria meios para pagar o financiamento prévio, embora
tivesse recursos para a tarifa mensal. Depois de mais de 40 anos da política de
autofinanciamento, as autoridades modificam o modo de adesão dos usuários. Em
conseqüência, a demanda por terminais será muito grande (estimada em 30 - 40
milhões entre 1997 e 2003) e cerca de 30% da demanda (10 milhões) deverá ser
atendida com WLL.
Figura 12.5: O mercado de WLL está nos países em desenvolvimento
E os países desenvolvidos? Nesses, a demanda telefônica está praticamente atendida.
Não há demanda insatisfeita de serviços básicos de telefonia, mas há demanda por
serviços mais sofisticados: atendimento com faixa mais ampla para B-ISDN, fax e
dados nos celulares, o telefone pessoal, o PABX sem Cio, maior segurança contra
fraudes nos celulares, roaming internacional etc. Os mercados prioritários para o WLL
56 Wireless Local Loop (WLL)
Telecomunicações Avançadas
são, sem dúvida, os países em desenvolvimento e os subdesenvolvidos (88% do
mercado).
Figura 12.6: Mercado WLL na América Latina
Programa de Testes de Campo
A TELEBRÁS realizou durante o segundo semestre de i997, os mais extensivos testes
de campo de WLL em todo o mundo, corri o propósito de conhecer as tecnologias e
produtos.
Foram liberadas várias faixas de freqüências para uso temporário na fase dos testes
de campo (800 MHz, 1500 MHz, 1850-1990 MHz, 3,4-3,6GHz e 10GHz).
Candidataram-se 25 equipamentos nas três categorias: celulares fixos, específicos
para WLL com interface padronizada e produtos com interface proprietária.
Completaram a fase de teste 21 produtos de 16 fabricantes diferentes. Seis produtos
foram da categoria celular fixo, onde se incluíam produtos baseados no D-AMPS,
GSM. CDMA e PDC. Cinco produtos possuíam interfaces proprietárias, sendo três
deles na faixa 3,4-3,6GHz. Doze produtos eram específicos para WLL com base em
dois padrões reconhecidos: sete na tecnologia DECT e cinco na tecnologia PHS.
Faixas de Freqüências para o WLL no Brasil
As metas da ANATEL para aumentar a densidade telefônica e atendimento das
pequenas e distantes localidades, especialmente, o atendimento das áreas rurais com
baixa densidade demográfica, baseiam-se no uso da tecnologia WLL. O mesmo se
aplica às operadoras-espelho nas cidades que não contam com redes de cabos para
poder competir com as concessionárias originais (com a privatização e quebra do
Wireless Local Loop (WLL) 57
Telecomunicações Avançadas
monopólio pode haver duas operadoras numa rede local: a antiga concessionária
privatizada e uma nova operadora, também privada, denominada operadora-espelho).
Foram especificadas três faixas para uso do WLL: faixa 3,4-3,6GHz (Fig. 12.7), faixa
1850-1990 MHz (Fig. 12.8) e faixa 400-430 MHz (fig. 12.10), para aplicações
exclusivamente rurais.
Figura 12.7: 2x10MHz para concessionária e espelho com possibilidade de 2x15MHz
adicionais
Figura 12.8: WLL na faixa 1850-1990MHz
Figura 12.9: Faixa reservada para aplicações rurais do WLL
Evoluções da Tecnologia
CDMA Versus CDMA
Parece algo novo, mas não é. A disputa em questão é entre uma tecnologia CDMA de
banda larga, a B-CDMA (Broadband CDMA), e outra de banda estreita, a N-CDMA
(Narrowband CDMA). No fundo, a pseudonova polêmica nada mais é senão o
prosseguimento da velha e já exaustiva contenda TDMA versus CDMA. De um lado,
58 Wireless Local Loop (WLL)
Telecomunicações Avançadas
aqueles que não aderiram ao padrão IS-95, o sistema celular CDMA de banda estreita,
optaram por suportar a tecnologia TDMA enquanto desenvolviam um sistema CDMA
de banda larga. Do outro lado, aqueles que sugeriram o sistema celular baseado na
arquitetura CDMA alegaram que os benefícios do CDMA de banda larga já eram
contemplados no padrão IS-95, e apostaram tudo neste sistema.
Por banda larga entende-se canais com largura superior a 5 MHz. Neste contexto, a
15-95, com cada portadora ocupando uma faixa de 1,25 MHz é, certamente, banda
estreita. Por que CDMA de banda larga?
Em poucas palavras, o principal objetivo da tecnologia B-CDMA é contemplar
aplicações, wireless do tipo multimídia com voz, dados e vídeo integrados, e
transmissão a taxas superiores a 64 kbps, chegando mesmo a 500 kbps. Um
desempenho pouco provável de ser alcançado por tecnologias de banda estreita. Além
desta, alegam-se várias outras vantagens intrínsecas à tecnologia CDMA de banda
larga. A primeira diz respeito à eficiência de troncalização, pela qual é mais vantajoso
compartilhar o espectro como um todo do que dividi-lo em sub-bandas e grupos de
freqüências. Uma segunda tem a ver com as características de rádio propagação,
pelas quais canais de banda larga provêem melhor rádio cobertura, são inerentemente
mais imunes a interferências e também mais robustos na presença de
desvanecimento. Uma terceira aponta para a facilidade de resolução das componentes
de múltiplo percurso, pela qual fenômenos de eco e fantasmas podem ser eliminados
através de processamento adequado destas componentes.
Como a tecnologia N-CDMA, a B-CDMA também utiliza os períodos de silêncio do
usuário para diminuir sua taxa de transmissão, e portanto a sua potência, melhorando
o desempenho do sistema como um todo, através da diminuição do nível de
interferência daquele usuário. A diferença é que no primeiro, a taxa é variável até 14,4
kbps para voz e vale 9,6 kbps ou 14,4 kbps para dados, enquanto no segundo, ela é
variável até 16 kbps para voz e vale 128 kbps para dados. Da mesma forma que a N-
CDMA, a B-CDMA também faz uso de controle de potência para manter todos os
usuários no mesmo nível de potência de transmissão. A diferença é que no primeiro,
este controle é exercido a urna taxa de 800 vezes por segundo, enquanto no segundo,
o controle é de 64.000 vezes por segundo, provendo um maior rigor na manutenção
dos níveis de potência dos sinais.
Do lado dos defensores da tecnologia B-CDMA, alega-se que a IS-95, a tecnologia N-
CDMA, constitui uma solução improvisada, que surgiu em decorrência da liberação de
Wireless Local Loop (WLL) 59
Telecomunicações Avançadas
unia faixa adicional de 2,5 MHz em cada extremidade dos 20 MHz, disponível para o
celular em uso, totalizando 25 MHz. Estes 2,5 MHz deveriam ser compartilhados por
duas operadoras, A e B, fazendo, assim, com que a IS-95 especificasse a banda de
1,25 MHz como faixa de operação do tão polêmico sistema CDMA. Do lado dos
defensores da tecnologia N-CDMA, alega-se que a 15-95 é uma tecnologia de banda
larga e provê todos os benefícios da B-CDMA, inclusive transmissão a altas taxas que
pode ser provida através da conjunção de várias portadoras de 1,25 MHz para se obter
a taxa desejada.
Uma vantagem óbvia da N-CDMA é que a tecnologia pode ser empregada
imediatamente, convivendo com os sistemas celulares em uso. Isto já não é tão óbvio
para a B-CDMA que requer a liberação imediata de uma porção considerável do
espectro para operação. Parece consenso, no entanto, que o mercado para ambas as
tecnologias seja diferente, pelo menos por enquanto. A N-CDMA aplica-se diretamente
ao sistema celular em uso. A B-CDMA visa mais diretamente o Wireless Local Loop e
alguma geração a ser usada depois do PCS (Personal Communications Systems).
Empresas investindo na tecnologia B-CDMA incluem a Ericsson, a InterDigital Corp., a
Siemens e a Samsung Corp., as três últimas compondo um consórcio único, com a
Samsung, juntando-se por último às outras duas, também suportando a tecnologia a N-
CDMA.
Com o mercado wireless em ebulição e novas aplicações surgindo a todo instante,
será mesmo possível acreditar que B-CDMA e N-CDMA realmente dividirão o mercado
e caminharão de mãos dadas em uma convivência pacífica?
SDMA: Um Novo Esquema de Múltiplo Acesso
Os esquemas de múltiplo acesso em redes de telecomunicações objetivam maximizar
a eficiência espectral, agrupando uma determinada quantidade de sinais (usuários)
dentro de uma faixa do espectro de freqüência disponível. Os métodos de múltiplo
acesso utilizados nos sistemas de comunicações móveis atuais incluem o FDMA
(Frequency Division Multiple Access), TDMA (Time Division Multiple Access) e CDMA
(Code Division Multiple Access), em que os sinais são transmitidos em canais
diferenciados respectivamente em freqüência, tempo e código.
Em todos estes esquemas, no entanto, dois parâmetros, pelo menos, são usados de
maneira ineficiente: potência e espaço. Dada a aleatoriedade posicional do usuário, um
nível mínimo de sinal é mantido em toda a área de serviço, significando potência
60 Wireless Local Loop (WLL)
Telecomunicações Avançadas
radiada de maneira contínua. Além disso, qualquer que seja o parâmetro usado para o
acesso (freqüência, tempo ou código), o canal alocado ao usuário, a ele continua
dedicado independentemente da sua localização na área de serviço. A manutenção de
um nível mínimo de sinal em toda a área resulta em uma razão potência útil (aquela
efetivamente utilizada pelo usuário) para potência total muito pequena. O uso de um
único canal em toda a área implica desconsiderar a informação da posição do usuário.
O esquema SDMA (Space Division Multiple Aecess) lança mão do posicionamento do
assinante para melhor utilizar os recursos de acesso. Neste sentido, ele pode ser
utilizado em conjunção com os demais esquemas, FDMA, TDMA ou CDMA.
Em SDMA, o usuário é associado a um lugar geométrico no momento da
comunicação. Desta forma, múltiplas conversações podem ser suportadas através de
um mesmo canal. No canal direto, a estação base transmite o sinal de rádio na direção
da unidade móvel associada àquela comunicação, e no canal reverso, os sinais das
Unidades móveis são demultiplexados espacialmente na estação base, tendo como
parâmetro os seus ângulos de chegada. Assim, introduz-se o conceito de canal
espacial. O canal espacial de uma estação móvel é determinado em função de seu
azimute relativamente à estação base, e é calculado pelo processamento coerente dos
dados coletados pelo arranjo de antenas. Dado que o usuário pode estar em
movimento, a sua posição deve ser perseguida ao longo de todo o seu trajeto.
A implementação do esquema SDMA requer a introdução de arranjos de antenas na
estação base, e um processamento temporal das saídas e entradas de cada um de
seus elementos através de algoritmos adaptativos de processamento de sinais.
A comunicação direcional reduz os requisitos de potência de transmissão, tornando
óbvia a necessidade de cobertura em toda a área. Com potência reduzida os níveis de
sinais de RF, funcionando corno ruído de fundo ou como sinais interferentes serão
menores, permitindo-se assim que os canais possam ser reutilizados a menores
distâncias.
Estima-se que o uso do esquema SDMA aumenta 10 vezes a capacidade do sistema.
Wireless Local Loop (WLL) 61
Telecomunicações Avançadas
Esquema genérico de uma
rede GSM
Entenda a sopa de letrinhas
AUC Ö Authentication Center. Centro de Autenticação. Abastece a rede com
mecanismos de autenticação e criptografia, de forma a verificar a identidade de cada
usuário e garantir o segredo de cada chamada.
BSC Ö Base Stations Controllers. Controladores de estações radiobase (ERBs). É um
comutador de alta capacidade, que controla coisas como a transferência de assinantes
entre ERBs, dados de configuração de chamadas, etc. Várias ERBs são controladas
por uma única BSC.
BTS Ö Base Transceiver Station. Estação Radiobase (ERB). Maneja os sinais de rádio
usados na comunicação entre telefones celulares e a rede celular.
Esquema genérico de uma rede GSM 63
Telecomunicações Avançadas
EIR Ö Equipment Identity Register. Registrador da Identidade de equipamentos. É um
banco de dados em que estão gravadas informações sobre a identidade de cada
telefone celular. Impede o funcionamento de telefones roubados, desautorizados ou
defeituosos.
GIWU Ö GSM Interworking Unit. Unidade de Interconexão do GSM. Máquina
(hardware e software) usada na interface entre a rede GSM e outras redes, sejam de
voz ou de dados. Por meio da GIWU, usuários podem tanto fazer ligações telefônicas
comuns quanto ligações de dados, como o acesso à Internet por meio do protocolo de
aplicações sem-fio (WAP).
GMSC Ö Gateway Mobile Switching Center. Um gateway é usado na interconexão
entre duas redes distintas (voz e dados, por exemplo). MSCS, quando contêm
gateways, são chamadas de GMSC.
HLR Ö Home Location Register. Banco de dados em que estão armazenadas todas as
informações sobre os usuários de uma operadora.
Mobile Station Ö É o telefone celular.
MSC Ö Mobile Services Switching Center. Centro de Comutação e de Serviços
Móveis. A MSC é uma central telefônica especial para redes celulares.
MSN Ö Mobile Service Node. Nó de Serviços Móveis. É um nó que maneja serviços de
rede inteligente (como desvio de chamada conforme o horário).
MXE Ö Message Center. Centro de mensagens, que maneja o serviço de mensagens
curtas, e-mail, fax, correio de voz.
OSS Ö Operation and Support System. Sistema de Suporte e de Operações. Sistemas
de gerência, pelo qual o operador da rede controla e administra a rede e os serviços
instalados.
PLMN Ö Public Land Mobile Network. Rede Terrestre de Serviços Móveis e Públicos.
PSPDN Ö Packet Switched Public Data Network. Rede Pública Comutada de Dados
por Pacotes. Rede de dados de uso geral, para a comunicação entre computadores.
64 Esquema genérico de uma rede GSM
Telecomunicações Avançadas
PSTN Ö Public Switched Telephony Network. Rede Pública de Telefonia Fixa
Comutada. É a rede telefônica comum.
SIM Card Ö Subscriber Identity Module Card. Cartão de Identidade de Assinante.
Cartão inteligente que, num microchip, armazena informações sobre o assinante, como
número do telefone, limite de crédito, serviços pelos quais paga, agenda telefônica
pessoal.
Switching System Ö Sistema de Comutação.
VLR Ö Visitor Location Register. Banco de dados com informações de usuários de
outras operadoras que estão a visitar uma operadora específica. É o banco de dados
pelo qual funcionam os serviços de roaming.
Esquema genérico de uma rede GSM 65
Telecomunicações Avançadas
Abrindo caminho para o
GPRS
Com base em GSM para 2,5 G e além
Na atualidade, o maior desafio do setor móvel é a transição dos serviços de banda
estreita e circuitos comutados para as redes de alta velocidade baseadas de 2,5G e
3G. O percurso de migração requer o gerenciamento das expectativas do cliente e o
desenvolvimento de novas e atraentes aplicações assim como garantir que os novos
sistemas tenham um desempenho de máxima eficiência, em pacotes.
As operadoras de GSM no mundo inteiro estão aproveitando a vantagem oferecida
pelo conjunto das soluções de GPRS oferecidas pela Huawei Technologies. Uma das
beneficiadas é a Chine Mobile, a maior operadora de telefonia celular da China que
escolheu a Huawei para ser um dos seus sete fornecedores, além de ser o único
fornecedor local, para lançar conjuntamente os testes de GPRS sobre o padrão
SMG31 em diversas províncias da China. Isto significa que a Huawei está atualmente
no mesmo nível da indústria do setor.
No teste de GPRS em Liaoning, começado em Março do 2000, Huawei oferece um
conjunto completo de soluções GPRS de alto desempenho e com excelente relação
custo-benefício, incluindo o Serving GPRS Support Node (SGSN), o Gateway GPRS
Support Node (GGSN), o Packet Control Unit (PCU), o OMC-G, the Charging Gateway
(CG), os servidores DNS e RADIUS, afirewall e o border router.
Contando com o conhecimento de Huawei e suas inovadoras soluções de GPRS, a
rede GPRS de Liaoning, que inclui soluções completas de GPR e GSM obteve
sucesso nos testes de função em laboratório e na rede online. Os serviços testados
incluem Internet sobre GPRS, WAP sobre GPRS, e-mail, FTP e TELNET.
Abrindo caminho para o GPRS 67
Telecomunicações Avançadas
Com os SGSN e GGSN modulares totalmente distribuídos de Huawei, as operadoras
são capazes de expandir facilmente a sua capacidade de rede de 50.000 linhas de
assinantes para 800.000 conseguindo maximizar o investimento existente. A solução
GPRS da Huawei introduz a estrutura TRAU na interface G-ABis para dar suporte aos
quatro tipos de esquemas de codificação (CSI, CS2, CS3 and CS4). Com a instalação
de tecnologia flexível e adicional de slot sub-time, as operadoras móveis podem
minimizar seu investimento na interface Abis quando precisarem fazer o upgrade para
dar suporte aos esquemas CS3 e CS4 o que proporciona uma maior velocidade de
surfing que pode chegar aos 171 KBps.
Para otimizar a utilização do limitado recurso de rádio, a solução SPRS da Huawei
adota a tecnologia de ajuste dinâmico PDCH através da qual os canais serão
ajustados dinamicamente como PDCH ou TCH de acordo com o tráfego de pacotes e
de voz. O algoritmo leaky-bucket utiliza-se para impedir a freqüente mudança entre
PDCH e TCH; a tão esperada tecnologia de previsão utiliza-se para prever a variação
do tráfego de maneira que o ajuste correspondente possa ser realizado em tempo.
Além disso, seus exclusivos algoritmos de corrente uplink e downlink são utilizados
para diminuir a interferência e aumentar a capacidade da rede.
A solução GPRS da Huawei da suporte e protocolos de túnel tais como o L2TP, IPSec
e GRE, que suportam a criação da Virtual Private Networks (VPNS) nas redes públicas
que oferecem à empresa a mesma segurança, confiabilidade e capacidade de
gerenciamento.
Suas características Multi-Protocol Label Switching (MPLS) podem eliminar o jump
addressing na rede de roteamento tradicional, reduzir a demora e dar suporte ao
serviço em tempo real e a Garantia de Serviço (Quality of Service - QoS) de ponta a
ponta.
Como fornecedor líder de soluções de telecomunicações a Huawei oferece dois planos
de upgrade para operadoras de telefonia móvel para migrarem de 2G a 3G. No
primeiro plano as operadoras de serviços móveis podem simplesmente atualizar o
MSC e GSN na rede GSM/GPRS para proporcionar a interface que precisa a rede
WCDMA. O segundo plano é superpor o sistema WCDMA à rede central GSM já
existente. O novo equipamento de nó Universal MSC (UMSC) adota a plataforma
integrada de pacotes de dados/voz para simplificar a manutenção e o gerenciamento
para facilitar a transição para a rede all-IP Além de oferecer soluções para que as
operadoras de GSM façam um upgrade para WCDMA, a Huawei também desenvolve
68 Abrindo caminho para o GPRS
Telecomunicações Avançadas
soluções para que as operadoras baseadas em IS95 migrem para cdma2000, o outro
padrão principal 3G, tanto no que se refere à rede central como ao sistema de acesso
via rádio.
Também está a caminho o trabalho da entidade global 3GPP, para a realização de um
plano de rede celular all IP, conhecido como UMTS ROO que combina UTRAN
(Universal Terrestrial Radio Access Network) e a rede fixa de pacote de dados -
Internet. Espera-se que, finalmente, os sistemas 3G evoluam para a solução all-IP.
Em termos tecnológicos, o sistema móvel all-lP requer que Volp e IP QoS amadureçam
antes de que possa estar pronto para implementação. Conforme previsto por 3GPP, a
rede central que será integrado com a rede IP, que se transformará em uma portadora
de voz, dados e sinais. Os nós de rede UMTS podem tanto continuar servindo como
porta de acesso entre a infra-estrutura IP e UTRAN para proporcionar transmissão
roteamento ou podem ser transformados em componentes da rede 3G all-IP. E a
Huawei está totalmente dedicada a esta tarefa.
Abrindo caminho para o GPRS 69
Telecomunicações Avançadas
GSM e roaming automático
(nacional e internacional) são
sinônimos
Redes GSM não são apenas mais baratas. Para teles e clientes, elas são também
mais eficientes e oferecem quantidade maior de serviços. Entre as características mais
importantes, está o roaming automático.
Tendo sido criada para ser 100% compatível com redes fixas, a numeração usada em
redes GSM inclui o código do país, o da rede e as informações do SIM Card. Sendo
assim, não há dois telefones GSM no mundo que tenham o mesmo número. Uma
associação mundial de teles GSM, chamada de GSM Association, garante métodos e
técnicas para que qualquer rede, em qualquer parte do mundo, possa identificar o SIM
Card e oferecer roaming automático para o visitante. Por causa da arquitetura de redes
GSM, em que todas as informações sobre clientes são armazenadas em bancos de
dados centralizados, a tarifação, o controle dos serviços a que assinantes têm direito e
o controle de fraudes são automáticos e virtualmente impossíveis de trapacear.
Em redes GSM, o roaming não se limita ao serviço de voz. Para o fim deste ano,
estará pronto o roaming automático de redes privadas virtuais e de pré-pagos. Como
sempre, visto que é um padrão consensado, esses novos serviços de roaming
funcionarão em qualquer rede GSM, em qualquer parte do mundo. É descer do avião,
ligar o telefone e falar.
Hoje, todos os telefones GSM já saem de fábrica com as duas bandas de freqüências
mais usadas no mundo: 900 MHz e 1,8 GHz. Contudo, fabricantes como a Siemens
prometem, para os próximos meses, modelos "multipadrão e multibandas": D-AMPS
em 800 MHz e GSM em 900 MHz e 1,8 GHz. Tais modelos permitirão roaming mais
fácil entre redes D-AMPS (as mais usadas nas Américas) e redes GSM (as mais
usadas no mundo). "Teles ficaram surpresas com o preço que propusemos por esse
terminal", conta Yuri Sanches, diretor da área de sistema wireless da Siemens.
GSM e roaming automático (nacional e internacional) são sinônimos 71
Telecomunicações Avançadas
Visto que as redes GSM já são capazes de fazer a conversão entre sinalização IS-41 e
MAP, o problema do roaming de voz estará praticamente resolvido com os novos
telefones celulares (dependerá só da boa vontade das teles, que precisarão fazer
acordos de roaming). Porque a sinalização IS-41 é mais limitada, alguns serviços
oferecidos por redes GSM não poderão migrar de forma automática.
Além do roaming, dados. Telefones GSM já transmitem dados a 57 kbps. "O cdmaOne
ainda não fez isso, apesar das promessas", diz Giorgi. Redes GSM são as únicas no
mundo a oferecer serviços de mensagens curtas (SMS) bidirecionais, isto é, o portador
de um telefone GSM usa o teclado para escrever uma mensagem e envia-la
diretamente ao portador de outro telefone GSM (não é preciso entrar na internet para
fazer essa operação). Em outubro de 1999, foram enviadas 2 bilhões dessas
mensagens; em novembro, 3 bilhões. Recentemente, ficou pronto o GPRS, serviço de
transmissão de dados por pacotes em redes GSM. A tele tem de instalar algumas
placas e software na rede, e o assinante precisa de um novo telefone, compatível com
GPRS. A partir desse momento, o assinante poderá transmitir até 115 kbps, e seu
telefone terá um endereço IP exclusivo (do ponto de vista da Internet, o telefone celular
será como mais um computador ligado à rede). É o primeiro passo das redes GSM em
direção às redes de pacotes; e o primeiro passo em direção à fusão da Internet com o
serviço celular.
Fazer roaming entre duas
redes GSM é fácil,
em breve, haverá roaming
de boa qualidade
entre redes D-AMPS e GSM.
O contrário ocorre em redes D-AMPS e cdmaOne. Se uma tele quiser montar redes de
dois fabricantes, superpostas, apenas para manter a competição entre eles (o que é
muito caro), terá problemas com seus assinantes. Do ponto de vista do usuário, as
duas redes não se comportarão da mesma forma. Os serviços que funcionam em uma
podem não funcionar na outra. E ainda não existe SMS bidirecional em nenhuma
dessas duas redes; se o cliente quiser enviar uma mensagem curta, terá de escrevê-la
e enviá-la via Internet.
72 GSM e roaming automático (nacional e internacional) são sinônimos
Telecomunicações Avançadas
Evolução: 2G, 2.5G, 3G
e 4G
Hoje, as comunicações sem fio estão na segunda geração (2G). Já se fala da
geração multimídia de faixa larga 3G e até 4G. A geração 2.5G parte das
tecnologias 2G, que vão se aperfeiçoando e permitindo transmitir mais
informação.
O CDMA Development Group – CDG –, juntamente com a empresa de eventos e
seminários IIR, promoveu, de 17 a 19 de julho, no Hotel Sofitel no Rio de Janeiro, sua
conferência voltada para o atual e o futuro estágios da tecnologia CDMA – Code
Division Multiple Access.
Participaram, dentre outros, Brian O'Shaughnessy, presidente do CDG; William Lee,
vice-presidente da Vodafone; José Geraldo de Almeida, da Motorola; e Francisco de
Assis, da Vésper, além de representantes da América Latina. Foram patrocinadores do
evento: Ericsson, Nortel Networks, Fujitsu, RepeaterTechnologies e Lucent
Technologies.
Ponto básico das discussões, foram debatidas as estratégias de migração da
tecnologia CDMA para a geração 3G (veja tabelas). O CDG é um consórcio de 120
entidades de 14 países centrado no cdmaOne, da geração 2G, utilizado por empresas
como Bell Atlantic, Vodafone, AirTouch e Sprint. Para dezembro de 2000, a tecnologia
CDMA aguarda 100 milhões de acessos instalados.
O CMDA, nas faixas de 800 MHz e 1,9 GHz, vai evoluir para o CDMA 1X RTT 2000
com o espectro existente. Já estará comercial ao final de 2000 na Coréia. Em mais
dois anos estará disponível o High Data Rates, desenvolvido pela Qualcomm, que irá
até 2,4 Mbps apenas com dados. A evolução será: cdmaOne (IS-95A) a 14,.4 Kbps;
cdmaOne (IS-95B) a 64 Kbps; cdma2000 (1X) a 144 Kbps; e cdma2000 (3X) a 2 Mbps,
podendo passar pelo HDR a 2 Mbps.
Evolução: 2G, 2.5G, 3G e 4G 73
Telecomunicações Avançadas
Já o GSM e o TDMA de segunda geração vão evoluir para o General Packet Radio
Services (144 Kbps) e para o Enhanced Data Rates for Global Evolution (384 Kbps),
usando a infra-estrutura existente.
O GSM irá para a terceira geração de banda larga se integrando com o IMT- 2000
GSM-MAP – Mobile application Protocol. Ele adere ao sistema de sinalização por canal
comum n.º 7 e é visto pela rede fixa como mais uma rede fixa. As especificações da
rede GSM são as mesmas do IMT-2000. No GSM, com padronização da ETSI,
centrais e estações radiobase de qualquer fabricante falam entre si. Já o TDMA tem
sua evolução para o sistema IMT-2000 marcada pela incerteza.
Segundo José Geraldo Alves, da Motorola, a comunicação, no sem fio, ruma para a
tecnologia de pacotes. Hoje, a comunicação mista vai ter o controle do acesso rádio
onde dados seguem para a rede de pacotes e a voz vai para o comutador de circuitos.
Amanhã, o acesso rádio será por pacotes e a voz, via IP. A rede de pacotes
economiza o tempo de radioacesso. O CDMA 1X já permite a voz sobre pacotes.
Geração 4G
Yakamura Yasuhisa, da NTT DoCoMo do Brasil, em palestra no Centro Cultural do
Japão, no Rio de Janeiro, afirmou que a DoCoMo (o termo japonês significa em
qualquer lugar) já estuda o sistema celular de quarta geração.
Segundo o palestrante, a nova geração 4G vai operar em velocidades de 20 a
30 Mbps. Ou seja, 10 vezes superiores a da terceira geração, que é de 2 Mbps. A
DoCoMo do Brasil iniciou suas atividades em 1º de julho de 1999 e é parceira, no País,
do grupo Telefônica.
A NTT promove a tecnologia W- CDMA – Wideband Code Division Multiple Access –
para a terceira geração IMT- 2000 da UIT que deve entrar no mercado de Tóquio a
partir de maio de 2001. Atualmente, a operadora NTT DoCoMo reúne mais de 4
milhões de assinantes i-mode, que permite acessar a Internet a partir do aparelho de
voz, sem fio, na geração denominada 2.5G (dois e meia).
74 Evolução: 2G, 2.5G, 3G e 4G
Telecomunicações Avançadas
Evolução: 2G, 2.5G, 3G e 4G 75
Telecomunicações Avançadas
Anatel opta por 1,8 GHz
O Conselho-Diretor da Anatel elegeu por quatro votos a favor e um contra a faixa de
1,8 GHz para o Serviço Móvel Pessoal Celular - SMP. A decisão ocorreu após seis
meses de análise e de uma consulta pública efetuada, em Brasília, pela Agência. O
único voto discordante foi o do presidente da Anatel, Renato Guerreiro.
A escolha de 1,8 Gigahertz para a Banda C trará para o Brasil o sistema europeu
Global System Mobile - GSM -, presente em 140 países, facilitando o roaming mundial.
A faixa de 1,9 ficará livre para a implantação, nos próximos três anos, do futuro
sistema sem fio de terceira geração, recomendado pela UIT.
Ganham pontos com a decisão da Anatel os fornecedores europeus de equipamentos
e os novos entrantes, que querem operar na Banda C. Por outro lado, irá começar a
cobrança, junto às multinacionais, das promessas feitas para novas fábricas que vão
gerar mais empregos qualificados no País.
A decisão da Anatel não chega a prejudicar a indústria aqui instalada que precisará
adaptar seus produtos para operar na nova freqüência. O grande ganhador da Banda
C será o usuário que terá mais opções e, espera-se, tarifas mais baixas. (JCF)
Anatel opta por 1,8 GHz 77
Telecomunicações Avançadas
78 Anatel opta por 1,8 GHz
Telecomunicações Avançadas
Banda C põe o país diante de
dilema
Encruzilhada. Quem já não experimentou a angústia de escolher entre direita e
esquerda, ambos caminhos meio desconhecidos, ambos com suas vantagens e
desvantagens, ambos escolhas sem volta, ambos com conseqüências para a década
que se segue? Neste momento, o Brasil tem diante de si uma encruzilhada assim. Este
suplemento discutirá os dois caminhos e tomará partido de um deles - o que, acredita-
se, trará maior beneficio ao consumidor brasileiro de serviços de telecomunicações
móveis.
Em 31 de dezembro de 1999, terminou o duopólio a que tinham direito as teles
celulares da banda A e da banda B. É por isso que a Anatel já disse ao mercado: vai
autorizar o nascimento de um terceiro (ou até um quarto) competidor celular em todas
as regiões do Brasil (exceto na área 8, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Piauí,
onde o duopólio só termina em dezembro de 2000). Tal nascimento será possível com
a entrada das operações na banda C (ou PCS).
Banda C põe o país diante de dilema 79
Telecomunicações Avançadas
O primeiro passo para que esse novo competidor comece a funcionar é a liberação de
nova faixa de freqüências. Na banda A, funcionam Telesp Celular, Telefônica Celular,
Telemig Celular, Tele Celular Sul, Centro-Oeste Celular, Amazônia Celular, Tele
Nordeste Celular, Sercomtel Celular, CTBC Celular, CTMR Celular e Ceterp Celular.
Na banda B, BCP, Tess, ATL, Maxitel, Global Telecom, Telet, Americel e Norte Brasil
Telecom. Em que lugar do espectro o Brasil deveria pôr a banda C, a faixa de
freqüências que permitiria o despontar de novas teles celulares? Há duas respostas
possíveis: em 1,8 GHz ou em 1,9 GHz. Nisso consiste a encruzilhada.
O que o leitor faria?
No caminho à esquerda, o Brasil termina com 240 MHz de espectro disponível para
comunicações móveis (no horizonte de 2010); à direita, só 130 MHz.
À esquerda, ao menos três novas fábricas instalam-se no Brasil; à direita, nenhuma.
Faz muita diferença a banda C
em 1,8 GHz ou 1,9 GHz.
O que está em jogo
é a capacidade brasileira
de competir pela riqueza da
próxima década
no ambiente da sociedade
global da informação
À esquerda, teles da banda C poderão oferecer a seus clientes tecnologia GSM -
celulares GSM representam 53% de todos os celulares em serviço no mundo, assim
como 76% dos celulares digitais -; à direita, há grande possibilidade de que acabem
por oferecer a mesma tecnologia das bandas A e B, D-AMPS e CDMA One.
À esquerda, sendo capazes de empregar tecnologia diferenciada, as teles da banda C
atrairiam mais investimentos, principalmente externos; à direita, sem um diferencial
tecnológico, com menor capacidade de competir, seriam menos atraentes a
investidores.
À esquerda, oferecendo maior qualidade (redes GSM são de ótima qualidade), as teles
da banda C obrigariam as bandas A e B a investir em qualidade também; à direita,
sendo iguais, seriam incapazes de oferecer serviços cuja qualidade diferenciada
elevasse o patamar de qualidade de todo o mercado.
80 Banda C põe o país diante de dilema
Telecomunicações Avançadas
À esquerda, o Brasil deixará livre o espectro destinado pela UIT para abrigar o IMT-
2000, padrão de comunicações móveis multimídia de terceira geração; à direita, obstrui
a faixa do IMT-2000 com serviço celular comum.
À esquerda, deixa às teles da banda C a oportunidade de comprar as redes mais
baratas do mercado, assim como a consumidores a de comprar os telefones mais
baratos (pelo excepcional volume de produção do GSM); à direita, as redes continuam
com o preço de sempre, assim como os telefones.
À esquerda, brasileiros desfrutarão roaming automático em mais de 140 países,
inclusive em mais de 4 cidades nos Estados Unidos; à direita, não há roaming
automático - há roaming deficiente, apesar do esforço louvável e heróico das teles que
oferecem roaming internacional.
À esquerda, o Brasil estará ao lado dos maiores mercados do mundo, Europa e Ásia, e
desfrutará o benefício de produtos mais baratos pelo volume de produção; à direita,
estará ao lado apenas dos Estados Unidos, que, não é segredo, não conseguiram o
mesmo nível de difusão dos serviços móveis de países da Europa e da Ásia.
1,8 GHz ou 1,9 GHz? Esquerda ou direita?
Não é pouco o que está em jogo. Informação é, de certa forma, um recurso econômico,
assim como trabalho, materiais e capital. A posse, a manipulação e o uso de
informação podem melhorar, e muito, a relação entre custo e benefício de muitos
Banda C põe o país diante de dilema 81
Telecomunicações Avançadas
processos, sejam espirituais, sejam concretos. Em qualquer sociedade moderna,
coletar informações, armazená-las, processá-las e distribuí-las são questões
estratégicas. A importância da informação é ainda maior para o setor de serviços, em
que é matéria-prima – tal setor responde por cerca de 55% da economia brasileira.
Num cenário de competição mundial, vencerão os países que derem enfoque mais
adequado ao fluxo de informações entre seus profissionais. É por isso que as
comunicações móveis são questão estratégica. Elas dão a profissionais a capacidade
de encontrar informação a qualquer hora, de qualquer lugar. Decidir entre esquerda e
direita, entre 1,8 GHz e 1,9 GHz, será decidir sobre a capacidade brasileira de
competir pela riqueza mundial nos próximos dez anos, no ambiente da sociedade
global da informação.
82 Banda C põe o país diante de dilema
Telecomunicações Avançadas
Banda C em 1,9 GHz
bloqueará 3G
Escolher entre 1,8 GHz e 1,9 GHz também provocará profundo impacto na evolução
dos serviços móveis para a terceira geração. A primeira geração (1G) eram as redes
celulares analógicas; a segunda geração (2G) são as redes celulares digitais
(D-AMPS, cdmaOne e GSM). Hoje, discute-se no mundo todo como construir redes de
terceira geração (3G). Todos os fabricantes de redes desenvolvem esquemas de
migração de serviços 2G para 3G, todos os países se interessam pela questão das
freqüências.
A faixa de 1,9 GHz,
de acordo com a UIT,
deveria ficar o mais livre
possível para a instalação
das redes de terceira geração
Quem possuir redes D-AMPS vai migrar, primeiro, para a interface aérea EDGE, nas
mesmas freqüências. Depois de EDGE, devem ir para UWCC, também nas mesmas
freqüências. Ainda não é possível prever em que faixa a 3G das redes D-AMPS deve
funcionar, porque os EUA ainda não definiram essa faixa. Mas uma coisa é previsível:
a tele deverá comprar infra-estrutura de 3G do mesmo fabricante da rede 2G. Bom
para os grandes fornecedores atuais. Novamente, haverá muito pouca competição, da
mesma forma que hoje.
Redes cdmaOne devem primeiro ir para a "revisão B", na mesma faixa de freqüências,
e depois para cdma2000, também na mesma faixa. Da mesma forma, ainda não se
pode prever em que faixa a 3G das redes cdmaOne vai funcionar. Da mesma forma,
donos de redes cdmaOne terão de comprar a rede cdma2000 do mesmo fabricante.
De novo, bom para os que já estão aí.
Banda C em 1,9 GHz bloqueará 3G 83
Telecomunicações Avançadas
Redes GSM e PDC, por sua vez, vão para GPRS/EDGE, numa primeira fase; e,
depois, obedecendo às instruções da UIT, vão para a faixa destinada ao IMT-2000,
com interface aérea W-CDMA (desenvolvida pelo UMTS Forum). Ocorre com o UMTS
o mesmo que ocorreu com o GSM: é um padrão que está sendo construído por
consenso. Teles poderão comprar infra-estrutura de vários fabricantes, exatamente
como fazem hoje com o GSM.
Escolhida a faixa de 1,9 GHz, o Brasil terá de seguir o mesmo esquema de migração
dos norte-americanos (não muito claro), que, em 2005, devem representar apenas
15% do mercado mundial. Com a faixa de 1,8 GHz, o Brasil estará alinhado com 85%
do mercado mundial em 2005. Isto é: o esquema de migração da banda C (20% do
mercado brasileiro em 2005, no máximo) será mais barato, pois aproveitará volumes
de produção muito maiores. Em outras palavras: a 3G do GSM será bem mais barata
que a 3G dos outros padrões.
É por isso que a Coréia, dona de 45% das redes cdmaOne do mundo (7% de todos os
celulares digitais), já pensa em migrar não para cdma2000, mas para UMTS. Se
migrasse para cdma2000, teria de pagar royalties para a Qualcomm (que é dona da
maioria das patentes necessárias à construção de redes cdmaOne e cdma2000).
Migrando para UMTS (W-CDMA é a interface aérea), não terá de pagar royalties a
ninguém, visto que é um padrão desenvolvido por consenso; pagará menos por infra-
estrutura e terminais; e terá a possibilidade de exportar para um mercado muito maior.
Ocorre o seguinte: migrar para serviços de 3G na mesma faixa dos de 2G pode ser
improdutivo. Simulações feitas pelo UMTS Forum mostram que apenas 2% dos
usuários podem consumir boa parte do espectro, caso transmitam dados em alta
velocidade. Como misturar o serviço de voz, usado por milhares de usuários, com
redes 3G na mesma faixa? O espectro estará apertado demais para comportar tal
mistura. E, mesmo que funcionem bem, serviços 3G desalinhados com a UIT não
funcionarão na Europa, na Ásia e na Oceania; não haverá roaming com os maiores
mercados do mundo.
A melhor solução, a princípio, é separar uma faixa exclusiva para a 3G; a UIT
recomenda que essa faixa esteja em 1,9 GHz e 2 GHz. Por isso é tão importante que
ela esteja livre. "Se salvarmos 1,9 GHz para 3G, estaremos ao lado dos países que
mais energicamente desenvolvem sistemas sem fio", diz Giorgi.
84 Banda C em 1,9 GHz bloqueará 3G
Telecomunicações Avançadas
Banda C em 1,9 GHz bloqueará 3G 85
Telecomunicações Avançadas
1,8 GHz é compatível com a
Citel
Teles e fabricantes brasileiros, ao promover a faixa de 1,9 GHz, dizem que a escolha
de 1,8 GHz vai contra as recomendações da Citel. É meia-verdade. A Citei recomenda
que cada país ache uma solução que evite colisões com as recomendações da UIT.
Como as reuniões da Citel dependem muito da delegação norte-americana, e corno os
EUA ainda não decidiram o que fazer, não há recomendação clara sobre o que fazer
com a faixa de 1,8 GHz e com a de 1,9 GHz.
Quem defende 1,8 GHz
diz que segue as
recomendações da Citel.
Quem defende 1,9 GHz diz
a mesma coisa. Não é surpresa:
elas são amplas, abrangentes
e, em alguns casos, confusas.
Para Baumgarten, Giorgi e Koria, essa é uma indicação clara de que cada país deve
procurar seu próprio caminho. Visto que o Brasil representa a maior parte da economia
latino-americana, quem deve seguir quem? O Brasil deve seguir a América Latina ou
vice-versa?
"O Brasil apenas estaria mostrando à região um possível caminho de migração que
não é possível nos Estados Unidos, que não têm a faixa de 1,8 GHz disponível", diz
Baumgarten. Em outras palavras: se nós temos água potável e eles não, por que
teríamos ambos de passar sede? Usar padrões ou freqüências diferentes não seria
nenhuma novidade no continente americano.
Brigas na Citel freqüentemente terminam em padrões e freqüências incompatíveis
entre os EUA e a América Latina. Exemplos dessa fragmentação: sinalização na rede
fixa (R1 nos EUA e R2 na América Latina), protocolos de redes RDSI (ISDN-1 e Euro-
ISDN), sistemas de transmissão (T1 e E1), redes síncronas (Sonet e SDH), redes
1,8 GHz é compatível com a Citel 87
Telecomunicações Avançadas
inteligentes (AIN e INAP), entre outras. Até redes GSM em 900 MHz começam a ser
implementadas em toda a América, a despeito da harmonização regional do serviço
celular em 800 MHz. Em geral, os EUA produzem um padrão doméstico, vendem-no
no mercado doméstico e depois, aproveitando a economia de escala do mercado
norte-americano, tentam vendê-lo à América Latina.
No caso das comunicações móveis, ficar preso a esse mesmo esquema só será bom
para os exportadores norte-americanos. Os EUA sempre escolhem freqüências
diferentes do resto do mundo porque sempre procuram dar solução a problemas
domésticos. Solucionar seus próprios problemas é sempre a prioridade dos EUA.
"Por que deveríamos seguir as prioridades da sociedade norte-americana, se temos a
opção de seguir modelos vendedores, modelos mundiais?", pergunta Baumgarten.
88 1,8 GHz é compatível com a Citel
Telecomunicações Avançadas
Faixa de 1,9 GHz mantém
privilégios
O Brasil estará melhor se alinhar suas freqüências com o resto do mundo; as novas
teles da banda C estarão melhor se puderem montar redes com tecnologia GSM; o
usuário brasileiro estará melhor se tiver a opção de escolher os serviços prestados por
várias teles, com tecnologias e serviços distintos (no caso de cidades como São Paulo
e Curitiba, cdmaOne, D-AMPS e GSM competiriam). Se é assim, por que a maioria das
atuais teles brasileiras e, em especial, os fabricantes já instalados no Brasil têm
espinafrado tanto a tecnologia GSM quanto a escolha da faixa de 1,8 GHz para a
banda C?
Primeiro ponto: os atuais fornecedores de redes celulares no Brasil conseguiriam
facilmente contratos de expansão de redes, com pouca ou nenhuma competição; ao
mesmo tempo, no caso de fornecer novas redes às teles da banda C, não contariam
com a forte concorrência de novos fornecedores. Do ponto de vista dos maiores
fornecedores de redes D-AMPS e cdmaOne, por exemplo, o que é melhor: competir
com rivais já conhecidos, usar parte da capacidade de produção já instalada, ou
enfrentar a competição de pelo menos mais três estranhos, todos em igualdade de
condições? A resposta é óbvia. "Em condições apenas razoavelmente iguais, fechar
negócio com GSM é mais barato que com D-AMPS ou cdmaOne", diz Koria.
É natural que algumas teles e
alguns fabricantes, já instalados
no Brasil, não gostem de ouvir
falar de 1,8 GHz, apesar do
potencial benefício ao usuário
brasileiro. É que 1,8 GHz vai
aumentar a competição.
Faixa de 1,9 GHz mantém privilégios 89
Telecomunicações Avançadas
Tentando combater esse argumento, os fabricantes dizem que a escolha de 1,8 GHz
iria "limitar o crescimento, a economia de escopo e as chances de exportação de pro-
dutos produzidos por fabricantes brasileiros". Não é verdade, por um motivo muito
simples: a rede das bandas A e B vai crescer muito, muito mais que a rede da banda
C. De 1999 até 2005, a rede celular brasileira deve sair de 13,5 milhões de celulares
para, pelo menos, 40,1 milhões. Desses novos 26,6 milhões de celulares, no máximo 8
milhões seriam GSM em 2005, caso a banda C ficasse em 1,8 GHz.
Em outras palavras: até 2005, fabricantes de D-AMPS e cdmaOne poderiam brigar
para instalar redes que servissem a mais 18,6 milhões de celulares - sem contar um
fenômeno já notado em todos os países do mundo onde a competição entre teles é
forte: sempre que a competição aumenta, aumentam os lucros de todos no mercado,
que sempre cresce mais que o previsto. (Note que, até hoje, há cerca de 8,5 milhões
de celulares digitais no Brasil; parece pouco, comparado com 18,6 milhões. Mesmo
assim foi suficiente para atrair cinco fabricantes de redes celulares.) Em países onde a
competição é forte, as tarifas do celular raramente chegam ao triplo da fixa. Em países
de perfil semelhante ao brasileiro, na Ásia e América Latina, é comum encontrar as
tarifas do celular seis vezes maiores que as da fixa. É bom lembrar: todos os grandes
fabricantes de infra-estrutura móvel, em todo o mundo, dispõem de GSM. "No dia
seguinte ao da aprovação da faixa de 1,8 GHz", diz Koria, "todos os fabricantes
começarão a falar muito bem de GSM."
Veja o caso das exportações: em primeiro lugar, as multinacionais instaladas no Brasil
(fabricantes de redes e terminais D-AMPS e cdmaOne) exportam muito pouco. Em
1999, a América Latina comprou US$ 6 bilhões em infra-estrutura celular e US$ 3,5
bilhões em telefones celulares. Em 1999, o Brasil exportou US$ 50 milhões em infra-
estrutura (0,8%) e US$ 150 milhões em terminais (4,2%). Em segundo lugar, caso o
Brasil se transforme num grande exportador, melhor que exportar tecnologias de nicho
(D-AMPS e cdmaOne) seria exportar GSM, que cresce ao ritmo de 10 milhões de
novos assinantes por mês, em todos os continentes, inclusive na América.
Algumas teles também reclamam da faixa de 1,8 GHz. Prefeririam que a banda C
fosse posta em 1,9 GHz. É claro: tudo indica que as teles brasileiras terão o direito de
concorrer também pela banda C, desde que não concorram nas áreas em que já
atuam. Dependendo de quem ganhe as licenças, a banda C poderá ser ocupada
apenas com redes de tecnologia idêntica à que já existe no país, D-AMPS e cdmaOne.
Com a escolha de 1,8 GHz, a competição será muito maior. A tele da banda C, ao usar
GSM, atrairá o interesse de mais investidores, que notarão a possibilidade de lucrar
90 Faixa de 1,9 GHz mantém privilégios
Telecomunicações Avançadas
pela oferta de serviços mais aprimorados e de maior qualidade ao cliente. (Além disso,
todas as teles GSM podem fazer parte da Associação GSM, que distribui dicas,
melhores práticas, conselhos, listas de checagem. A associação torna o trabalho de
tocar uma rede GSM mais fácil e barato, pois as teles novatas não têm de cometer os
mesmos erros de outras, há mais tempo no mercado.)
Teles das bandas A e B teriam de enfrentar a competição de um padrão mais bem-
feito, com roaming automático mundial, cheio de novos serviços, com uma miríade de
modelos de telefones a escolher. Seriam obrigadas a investir na qualidade do serviço
também, ou acabariam perdendo os melhores clientes para a banda C.
Aliás, sem GSM, seria mais difícil a qualquer tele da banda C construir um negócio
com capacidade de lucro. Explica-se: para sobreviver, a tele da banda C teria de atrair
as pessoas mais ricas da sociedade - são os grandes geradores de receita e já são
clientes ou da banda A ou da banda B. Como fazer com que uma pessoa importante
troque de telefone, com toda a amolação que a troca do número do celular implica? Só
se a tele puder oferecer novos serviços. Seria fundamental, portanto, que a nova tele
oferecesse serviços inovadores, que lhe permitissem obter vantagens competitivas em
relação às operadoras já existentes. Sem usar tecnologia GSM, será impossível
vender serviços atraentes o bastante. O plano de negócios da nova tele também deve
incluir, forçosamente, a parcela menos privilegiada da população. Aqui, GSM
novamente é a melhor escolha: são os telefones mais baratos do mercado, e a rede
GSM é ótima para serviços pré-pagos.
Enfim: a escolha de 1,9 GHz pode manter o mercado mais ou menos como está, o que
é muito bom para quem está bem; a escolha de 1,8 GHz vai deixar o mercado muito
mais movimentado, pois assegura a competição em todos os níveis - inclusive serviços
e tecnologia. Se maior competição pode ser desconfortável para quem faz parte do
status que, é ótimo para o país e os clientes.
Faixa de 1,9 GHz mantém privilégios 91
Telecomunicações Avançadas
1,8 GHZ: o prazer de
experimentar GSM
Experimentar GSM será experimentar todas as vantagens de um padrão criado por
consenso, tendo em vista os interesses de teles celulares e de usuários. Já que a
União Européia queria que seus cidadãos usassem seu telefone celular em qualquer
país em que estivessem, obrigou teles e fornecedores a sentar-se e estabelecer um
padrão. Interface aérea e protocolos de rede foram exaustivamente discutidos antes
que as primeiras redes começassem a funcionar. Os resultados foram surpreendentes.
Porque não havia padrão analógico predominante na Europa, o GSM nasceu 100%
digital e sem nenhuma concessão a sistemas analógicos. A sinalização de rede é a
mesma da rede fixa: sinalização por canal comum nº 7 (SS7). Isso significa que, para a
rede fixa, a rede celular GSM se comporta como se fosse uma rede fixa. Todos os
serviços disponíveis na rede fixa fluem para a rede GSM sem problemas, e vice-versa.
Escolher 1,8 GHz para
a banda C significa mais
espectro, alinhamento
com a maior parte do mundo
e a possibilidade
de o cliente brasileiro
experimentar os serviços
exclusivos proporcionados
por redes GSM
Uns poucos exemplos: rechamada ao desligar, serviço bidirecional de mensagens
curtas, acesso veloz à internet, roaming automático internacional e os serviços
associados ao cartão inteligente do GSM (o SIM Card). Rechamada ao desligar: o
cliente da fixa liga para um celular GSM, que está ocupado. Disca um código, em que
pede que a ligação seja refeita quando o celular estiver livre. Quando o cliente do
celular desligar, as duas redes conversam e estabelecem a ligação. O protocolo usado
1,8 GHz: o prazer de experimentar GSM 93
Telecomunicações Avançadas
para que duas redes GSM se entendam, o MAP, é carregado pelo protocolo SS7. Em
outras palavras, duas redes celulares podem interligar-se por meio das redes fixas que
estiverem no caminho - não é necessário unir as duas por meio de enlaces dedicados,
que saltem sobre as redes fixas. Redes GSM entendem todos os protocolos de rede
inteligente: ISUP livro azul, ISUP livro verde etc. Isso significa que serviços RDSI fluem
da rede fixa para a celular. Serviço bidirecional de mensagens curtas (SMS):
assinantes podem usar o teclado de telefones GSM para escrever uma breve
mensagem e enviá-la a outro terminal GSM. Em novembro de 1999, foram enviadas 3
bilhões de mensagens assim. Acesso veloz à Internet: redes GSM permitem que se
entre na Internet a 57 kbps. Se o cliente já possuir um telefone GPRS, poderá entrar a
115 kbps. Roaming automático internacional: funciona em qualquer lugar em que haja
redes GSM, isto é, funciona em mais de 140 países. Serviços associados ao SIM Card:
os serviços GSM não estão associados ao telefone, mas ao SIM Card. Onde quer que
o cliente instale seu SIM Card, o telefone passará a funcionar como se fosse seu e a
rede lhe dará os serviços que costuma usar. Exemplo: o cliente brasileiro pode estar
em Sydney, assistindo aos jogos Olímpicos; se seu telefone GSM tocar, mas ele não
atender, a chamada pode ser desviada, a critério do cliente, para sua secretária no
Brasil.
Visto que todas as interfaces e protocolos são padronizados, teles celulares podem
instalar equipamentos de qualquer fabricante em sua rede. A mais importante dessas
94 1,8 GHz: o prazer de experimentar GSM
Telecomunicações Avançadas
interfaces, a Interface A, permite que se ligue qualquer comutação (central de
comutação e controle) com qualquer sistema de rádio (ERBs e controladoras de
ERBs). Exemplos práticos: a Telecom Italia Mobile (Itália) usa comutação da Ericsson e
rádio da Ericsson, da Siemens e da ltaltel; a Omnitel (Lituânia) usa comutação da
Nokia e da Siemens e rádio da Motorola; a Swisscom (Suíça) usa comutação da
Ericsson e da Nokia e rádio da Ericsson, Lucent e Nokia; a TMN (Portugal) usa
comutação da Siemens e rádio da Siemens, Philips, Motorola e Alcatel. A interface
aberta implica, portanto, forte competição entre fabricantes numa mesma rede GSM;
se a operadora não estiver satisfeita com o fabricante, ela pode trocar de marca. Se o
usuário notar alguma diferença, será para melhor.
Consenso não limita a criatividade dos desenvolvedores. Há questões que provocam
muito impacto e outras que provocam pouco impacto na rede; as que provocam muito
impacto são discutidas em detalhes; as que provocam pouco impacto ficam a cargo da
criatividade de cada indústria. E, mesmo sendo construído com padrões detalhados, o
jeitão de implementar o padrão também fica a cargo de cada fabricante. É como TV:
todas têm de ser construídas segundo o mesmo padrão; cada modelo, contudo, apesar
de seguir o padrão, é completamente distinto dos outros modelos, para pior ou para
melhor.
"O consenso traz a briga do mercado para os bastidores", diz Marcus Vinicius Giorgi,
gerente de marketing estratégico da Alcatel Telecomunicações. Isto é: o cliente não
comprará algo que, no futuro, deixará de ser fabricado porque perdeu a guerra do
mercado. Ninguém nunca foi reembolsado pelo videocassete Betamax que comprou
na década de 1970. Ao comprar um padrão de consenso, o cliente comprará algo
resultante, segundo a descrição de Giorgi, "da dificílima tarefa de sentar-se à mesa e
chegar a um acordo". Não gastará dinheiro à toa.
1,8 GHz: o prazer de experimentar GSM 95
Telecomunicações Avançadas
96 1,8 GHz: o prazer de experimentar GSM
Telecomunicações Avançadas
O que é melhor, ter 15% ou
85%?
Mas a questão não se resume na quantidade de espectro. É importante que a maior
parte dos países separe a mesma porção do espectro para o mesmo tipo de serviço –
no jargão, isso significa "alinhar-se". Se todos os países separam as mesmas
freqüências para os mesmos serviços, criam-se as bases para um mercado de massa
mundial. Quanto mais consumidores em potencial, mais os fabricantes investem em
desenvolver produtos aprimorados para aqueles consumidores e mais baratos ficam
tais produtos. Dizendo o mesmo com menos palavras: quanto mais gente comprando,
mais primorosos e baratos os produtos.
Se escolher 1,9 GHz, o Brasil
estará ao lado de apenas
1,5% do mundo (pagará mais caro)
por suas redes). Se escolher
1,8 GHz, estará ao lado de 85%
(pagará menos) e seguirá
decisões tomadas no âmbito da
UIT, não dos Estados Unidos.
Ao colocar serviço celular em 1,9 GHZ, o Brasil estará ao lado de quem? Estados
Unidos, Canadá, México, Aruba, República Dominicana, Colômbia, Chile, Argentina e
Cingapura. População economicamente ativa de 214 milhões de pessoas. Esses
países, em 2005, serão 15% do mercado celular. Se, ao contrário, a banda C for posta
em 1,8 GHz, o Brasil estará ao lado de um mercado muito maior: China, Itália,
Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Austrália, Taiwan, Suécia, Holanda,
Portugal, África do Sul, Áustria, Finlândia, Polônia, Grécia, Hong Kong, Bélgica,
Noruega, Turquia, Dinamarca, Malásia, índia, República Checa, Hungria, Romênia,
Tailândia, Indonésia, entre outros. Só os países citados significam população
economicamente ativa de 1,5 bilhão de pessoas. Em 2005, serão 85% do mercado
celular. "Só a China pode dar economia de escala a qualquer coisa que decida
comprar", explica Jussi Koria, diretor da Nokia do Brasil.
O que é melhor, ter 15% ou 85%? 97
Telecomunicações Avançadas
Pode-se dizer: isso não é problema; cria-se um produto para determinado mercado
hoje e, amanhã, basta mudar as freqüências para vendê-lo em outros mercados. É
verdade apenas parcial. Mudar as freqüências de rádio tem seu preço: um produto
adaptado para freqüências menos usadas pode ficar entre 15% e 20% mais caro. Isso
porque, embora seja fácil dizer "nós mudamos a freqüência", fazer não é tão fácil
assim. Conforme a faixa de freqüências, nem é fácil encontrar componentes já prontos
no mercado. "Pode demorar, facilmente, um ano, dois anos para fazer a conversão e
realizar todos os testes", diz Jussi. Por esse motivo, os primeiros produtos sempre
saem para os mercados maiores; meses depois, para os menores. Quando um produto
sai para um mercado pequeno, em geral já está mais barato e difundido no mercado
grande.
Alinhar espectro é responsabilidade muito grande porque é decisão cujos efeitos se
estendem por anos - e cuja correção pode ser muito cara e traumática. Basta ver que,
apesar da WARC-92, oito anos depois o Brasil ainda discute o que fazer com a faixa
de 1,9 GHz, já destinada ao IMT-2000. Experiente, quando a UIT começou o projeto do
IMT-2000, em 1986, não esperava que estivesse pronto antes de 15 anos. O problema
está em que, uma vez decidido o destino de uma faixa, é preciso obrigar todos os que
usam equipamentos naquela faixa a trocar, ao menos, sua interface de rádio. Isso
sempre dá briga. "Dez anos chegam muito mais depressa do que se imagina", diz
Mário Baumgarten, gerente da Siemens, ao recomendar cautela na decisão. Basta ver
a Internet: em 1994, quem poderia supor que a World Wide Web ganharia a
importância que ganhou seis anos depois?
Uma vez que o Brasil se alinhe aos EUA, em que faixa de freqüências deve pôr seus
sistemas de terceira geração? Para aproveitar a economia de escala proporcionada
pelo mercado norte-americano, terá de usar a mesma faixa usada pelos EUA. Só que
os EUA ainda não sabem que freqüências usar. Seja qual for a faixa escolhida (apesar
do atraso dos EUA nas comunicações móveis, mais cedo ou mais tarde eles terão de
escolher uma faixa exclusiva para 3G), a mesma faixa terá de ser também liberada no
Brasil. Caso isso não seja possível (suponha que haja algum serviço importante
funcionando nessa faixa), o Brasil terá de usar outra faixa qualquer. Não estará
alinhado nem com o mundo, nem com os EUA. Pagará mais caro por sua infra-
estrutura de 3G porque comprará produtos criados para um mercado menor e porque
usará freqüências que ninguém usa. Além de ficar isolado do mundo.
Pôr a banda C em 1,8 GHz deixará as freqüências destinadas ao IMT-2000 livres - isto
é, o Brasil poderá instalar infra-estrutura criada para 85% do mercado mundial.
98 O que é melhor, ter 15% ou 85%?
Telecomunicações Avançadas
Sem espectro, sem serviços,
sem competição
Espectro é algo tão precioso quanto água potável no Oriente Médio. É recurso finito,
raro e valioso. Graças ao espectro, as pessoas usufruem programas de televisão,
transmissões esportivas em AM, música em FM; conversam com o outro lado do
mundo via satélite; interligam matrizes a filiais, universidades a hospitais, distantes
salas de aula a distantes professores; transmitem recados para o pager dos amigos;
falam ao celular.
Tome só o exemplo de uma tele celular: em cada cidade, precisa de uns 25 MHz para
trabalhar. Quanto mais espectro, mais teles podem bater-se pela satisfação dos
clientes. Quanto mais espectro, mais facilmente informações e dados fluem pelo ar -
com um celular nas mãos, ou algo parecido com um celular, as pessoas podem checar
o horário dos aviões assim que entram no aeroporto, checar a previsão do tempo na
casa de campo, ler as noticias mesmo onde não há uma banca de jornais à vista,
depositar um dinheiro extra na conta dos filhos. Dizendo a mesma coisa de forma
inversa: quanto menos espectro, mais dificilmente dados e informações fluem. Sem
espectro, as pessoas ficam presas a mesas, fios, orelhões; sem espectro, seu trabalho
rende menos, sua diversão pode ruir em razão de desencontros.
Não se pode desperdiçar
espectro, assim como
não se pode
desperdiçar petróleo ou
água potável. Escolher
1,9 GHz para a banda C
significará desperdiçar
110 MHz.
Fixar a banda C em 1,8 GHz resultará em 240 MHz para que o Brasil construa suas
comunicações móveis; fixá-la em 1,9 GHz resultará em 130 MHz. As contas são
simples. No caso da escolha de 1,8 GHz, há 110 MHz disponíveis nessa faixa. O
Sem espectro, sem serviços, sem competição 99
Telecomunicações Avançadas
serviço celular (bandas A e B) usa 50 MHz na faixa de 800 MHz. Para que as atuais
teles celulares tenham espaço para ampliações e não reclamem de competição
desigual, a Anatel fala em liberar 20 MHz na faixa de 1,9 GHz (as redes criadas com
esses 20 MHz tanto poderiam usar D-AMPS e cdmaOne quanto GSM). E deixaria livre
as faixas destinadas pela UIT para o IMT-2000 (em 1,9 GHz), num total de 60 MHz.
50 + 110 + 20 + 60 = 240. É menos do que a Europa está separando para si (375MHz),
mas muito mais do que os Estados Unidos já separaram (190 MHz). No caso de 1,9
GHz, a conta termina em 130 MHz por causa das freqüências destinadas ao acesso
fixo por rádio (WLL), que consomem 40 MHz: são os 50 MHz do celular mais 80 MHz
em 1,9 GHz.
Ótimo: as duas opções diferem entre si por 110 MHz. Mas de quanto espectro o Brasil
precisaria para suas comunicações móveis? Em outras palavras: 130 MHz são
realmente muito poucos? 240 MHz são realmente suficientes?
O UMTS Forum fez cálculo que toma em conta a realidade brasileira. Considerou o
grau de popularidade que os serviços mais importantes (voz, mensagens curtas, dados
por pacotes, multimídia de baixa velocidade, multimídia de alta velocidade e multimídia
interativa) teriam em 2005 e em 2010 no Brasil. Segundo o método de cálculo do
fórum, aprovado por quase todos os fabricantes de infra-estrutura instalados no Brasil,
em 2005 o país precisaria de 215 MHz para acomodar todos os serviços; em 2010,
282 MHz. Fixar a banda C em 1,9 GHz, com seus 130 MHZ líquidos, terminará por
estrangular a capacidade brasileira de comunicar-se. Fixá-la em 1,8 GHz, com seus
240 MHz líquidos, dará ao país fôlego para sobreviver até 2010.
Outros países fizeram para si esse mesmo cálculo. O UMTS Forum prevê que a
Europa deve precisar de 580 MHz em 2010; o CEPT prevê 555 MHz; a UIT pensa em
530 MHz; os Estados Unidos, 500 MHz; e o Japão, 480 MHz. Em média, falam de 530
100 Sem espectro, sem serviços, sem competição