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Published by hmilheiro, 2019-01-25 06:40:32

Casas Portugal 171_total

Casas Portugal 171_total

casaswww.casasdeportugalproperties.com Nº 171 | BIMESTRAL • FEVEREIRO / MARÇO 2019 | 3,95€ (Cont.)
de
PORTUGAL

CASAS DE CAMPO E DE PRAIA. ESCOLHER, COMPRAR, VIVER...

RENOVAÇÃO

DO VELHO SE
FAZ NOVO

SIMIDEPILAESS
casas felizes

DECORAÇÃO ● JARDINS ● RECEITAS



FOTOGRAFIA: JOSÉ MANUEL FERRÃOEDITORIAL

De um modo geral,
o mais simples é quase
sempre o mais bonito
e eficaz. As casas desta
edição são bom exemplo
disso, bem como
são um bom modelo
de inspiração pelo
trabalho de reforma
e dedicação que
implicaram por parte
de todos os envolvidos.
De Olhão à Lourinhã,
três casos de sucesso,
que aqui vos mostramos.

IDEIAS SIMPLES

ESTATUTO EDITORIAL
1. A Casas de Portugal é uma revista bimestral, de informação geral que aborda temas de decoração, arquitetura e reabilitação, imobiliário, conselhos e sugestões na área
de decoração e reabilitação e outros de interesse geral, através de um tratamento privilegiado da imagem, do texto da entrevista e da reportagem. 2. A Casas de Portugal,
para além da responsabilidade de informar, pretende ser uma referência de bom gosto e inspiração para os seus leitores. 3. A Casas de Portugal rege-se pelo escrupuloso
cumprimento das normas éticas e deontológicas que regulamentam o jornalismo. 4. A Casas de Portugal é independente de qualquer tipo de poder, económico ou politico,
ou de qualquer grupo de pressão.

CASAS DE PORTUGAL | 3

SUMÁRIO Fotografia de capa

Ricardo Oliveira Alves

Diretora

Amparo Santa-Clara
[email protected]
Telefone: +351 919 982 289

GFoartreottgWraalfsiha

José Manuel Ferrão
Ricardo Oliveira Alves

Produção

Amparo Santa-Clara

Tradução

Margaret Santos

Revisão editorial

Carla Ferreira

SDaendsriagNnagscrimáfeinctoo
Colaboradores editoriais

Anja Tschoepe;
Isabel Figueiredo;
Marta Almeida de Carvalho;

Paginação e Arte Final

José Gregório Luís

“Casas & Terrenos à Venda”

Margarida Pereira
[email protected]
Tel.: +351 918 829 082
Amparo Santa-Clara
[email protected]
Tel.: +351 919 982 289

Publicidade e assinaturas

Diretora
Paula Vasconcelos
[email protected]
Tel.: +351 910 512 802

6 - 8 Interiores bem decorados Proprietário e editor do título
8 - 9 Cozinhas felizes
10 - 11 Exteriores convidativos “Casas de Portugal”
12 - A nossa flor do mês MoonMedia - Comunicação, Lda.
14 - 28 Uma casa com ideias simples Rua Manuel Inácio, nº 8B
30 - 41 Recuperação integral no campo 2770-223 Paço de Arcos
42 - 58 Charme e tradição a Sul Telefone: +351 919 982 289
60 - 61 A nossa receita do mês NIPC: 508980186
63 - Casas à venda
Gerência
4 | CASAS DE PORTUGAL
Amparo Santa-Clara

Membros conselho de gerência:

Amparo Santa-Clara

Detentores de capital

Amparo Santa-Clara e Pedro Corrêa Mendes

Morada e Sede de redação

Rua Manuel Inácio, 8 B
2770 – 223 Paço de Arcos

Impressão

Jorge Fernandes, Lda
Rua Quinta do Conde de Mascarenhas, 9
Vale Fetal
2820-652 Charneca da Caparica

Distribuição

VASP - Distribuidora de Publicações, S.A.

Tiragem

16.000 exemplares

8D6e46p0ó/0s9ito Legal
N.º de registo no ICS

121881

Membro de

PRÓXIMA EDIÇÃO
ABRIL / MAIO

DESIGN DE MOBILIÁRIO | ARQUITECTURA DE INTERIORES | PROJETO INTEGRADO E DECORAÇÃO

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CASAS DE PORTUGAL | 9

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10 | CASAS DE PORTUGAL

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CASAS DE PORTUGAL | 11

JARDINS

CAMÉLIA Poucas flores gozam de tanta fama
Camellia como as flores das Camélias, ser-
vindo muitas vezes como fonte
TEXTO: MARTA ALMEIDA DE CARVALHO de inspiração de poetas ou com-
FOTOGRAFIA: D.R. positores. A Camélia é um género
de plantas da família Theaceae, existindo
inúmeras variedades, sendo a Camellia Ja-
ponica uma das mais comuns pelo seu inte-
resse como planta ornamental lado a lado
com a Camellia Sinensis, cujas folhas são ut-
lizadas na produção do chá. Muito popular
na Ásia, esta planta é cultivada em todo o
mundo, tanto em climas tropicais como tem-
perados, sendo o Japão, China e Coreia os
países líderes na sua produção e obtenção
de novas variedades. Em Portugal, Celorico
de Basto é a localidade portuguesa que se
tornou mais conhecida pelas suas Camélias,
acolhendo anualmente em Março a festa In-
ternacional da Camélia, um evento visitado
por muitos amantes desta espécie. A Camélia
apresenta-se em forma de arbusto ou árvore
de porte médio, sendo o seu tronco lenhoso,
as suas folhas persistentes e verdes escuras

CURIOSIDADE das, podendo estas ser pequenas como do
tamanho de uma moeda ou grandes como
A Camélia é considerada a flor a palma da mão, sendo todas elas muito vis-
da fidelidade dos apaixonados. tosas. As flores da Camélia apresentam um
leque de cores que vai do branco puro ao
apresentando um formato elíptico, aspe- vermelho intenso, passando por diversos
to lustroso e as suas bordas serrilhadas ou tons de rosa e outros matizados. A sua cor
dentadas. De grande utilização paisagística, mais comum é o branco, rosa ou vermelho,
a Camélia é uma planta muito popular em existindo ainda espécies com flores bicolo-
Portugal, sobretudo no norte. A sua época res. Idealmente plantadas em local com meia
de floração varia de acordo com o clima, po- sombra, as Camélias preferem solos ácidos,
dendo esta ocorrer desde o Outono/Inverno férteis e com boa drenagem. Não toleram a
atá à Primavera em climas mais amenos. As seca nem climas demasiado quentes, tole-
suas flores classificam-se em 3 categorias: rando no entanto geadas e neves. Também
as singelas, as semidobradas e as dobra- não gostam de água calcária, e como tal se
a sua água for deste tipo, deve regar as suas
Camélias com água da chuva ou filtrada. Nos
primeiros anos de vida, as Camélias exigem
alguns cuidados, nomeadamente a nível de
rega, podendo esta ser reduzida passados 5
a 6 anos. Quando a sua Camélia estiver bem
adaptada deve adubá-la de 2 em 2 meses
com adubos diluídos em água, não devendo
exceder esta frequência pois este arbusto é
sensível a aplicações em doses exageradas. A
Camélia apresenta um ritmo de crescimento
rápido, podendo crescer anualmente até 30
cm. Muito utilizada como planta ornamental,
a Camélia é muito resistente e duradoura em
arranjos florais, sendo esta uma opção muito
frequente na decoração de interiores. Plan-
tadas no jardim ou em vasos no exterior, as
Camélias são sem dúvida um bom elemento
decorativo. As suas formas mais comerciais
são as de flores grandes, com muitas péta-
las e estames de cores fortes. A multiplicação
das camélias pode ser feita por estacas reco-
lhidas no Outono. l

CASAS DE PORTUGAL | 13

Arquitetura contemporânea
e interiores sóbrios e

elegantes, dominam este

VIDAprojeto nos arredores de
Lisboa, rodeado

SIMPLESde extensa mancha verde

TEXTO: ISABEL FIGUEIREDO
FOTOGRAFIA: RICARDO OLIVEIRA ALVES

14 | CASAS DE PORTUGAL

A casa é apoiada
pelo jardim, que
soma 2000m2,
equipado com
piscina e o terraço
em cimento
afagado, de 12m2,
que envolve o
edifício

Habitação permanente de uma harmonioso, e as peças de mobiliário, de arte
família jovem, um casal e os e de design que ganham protagonismo pela
seus três filhos, a casa foi cons- forma como foram selecionadas e ali estão
truída de raiz pela equipa do expostas. “Apostamos muito na sobrieda-
atelier AJIMOS, Architecture de, simplicidade e fluidez entre os espaços”,
and Interior Design, de Maria Roquette e dizem-nos. “Isto é possível através dos ma-
Bárbara Leitão. No seu interior, dominam a teriais e evitando uma compartimentação
madeira e o micro-cimento, as áreas espa- declarada”. “Do ponto de vista arquitetónico
çosas, que comunicam num diálogo muito existem dois volumes - o das áreas privadas
fluido, as cores, num jogo de claro/escuro e o das zonas de estar. O último assume-se

CASAS DE PORTUGAL | 15

No interior,
dominam a madeira
e o micro-cimento,
as áreas espaçosas,
que comunicam
num diálogo muito
fluido e as cores
quentes

16 | CASAS DE PORTUGAL

SALA DE ESTAR E DE REFEIÇÕES
EM PLANO ABERTO

CASAS DE PORTUGAL | 17

18 | CASAS DE PORTUGAL

volumetricamente mais saliente, como que Dado o seu
rasgando o primeiro. A intenção é traduzir, enquadramento,
em termos conceptuais, uma realidade: nos trata-se de uma
quartos estamos mais recolhidos (recuados casa que vive muito
na construção) e nas salas somos extroverti- da sua relação
dos (salientes e destemidos, até na volume- com o exterior
tria).” No piso térreo estão alojados o hall, o e a escolha dos
WC social, o escritório, uma sala de grandes materiais, cores
dimensões, a casa de jantar, uma sala mais e texturas foi nesse
pequena e a cozinha, com as respetivas áreas sentido
de apoio, como a despensa e a lavandaria.
Para o piso superior foram destinados os
quartos - uma suíte principal, a do casal, um
quarto de rapaz com casa de banho e acesso
pelo corredor, e os dois quartos das rapari-
gas que partilham a mesma casa de banho.
No total são cerca de 420m2 de área inte-
rior, apoiada pelo belíssimo jardim que soma
2000m2, equipado com piscina e o terraço
em cimento afagado, de 12m2, que envolve
a casa. “Como em todos os projetos, tudo
aqui foi desafiante”, diz Bárbara. “Há sempre
aquela sensação de missão nunca cumprida.
É a gestão de impulsos criativos incessantes
que por razões económicas, e de tempo,
não são muitas vezes viáveis, e que temos de
abandonar; é a sensação de que há sempre
por onde melhorar e que nunca uma ideia
está completamente fechada”. E continua:
“Existe sempre uma ambivalência inquie-
tante no ato de projetar - por um lado, os

CASAS DE PORTUGAL | 19

COZINHA, NO PISO
TÉRREO, COM A MESMA

ABORDAGEM ‘CLEAN’
DO RESTO DA CASA,
NAS CORES E MATERIAIS

ELEITOS

20 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 21

22 | CASAS DE PORTUGAL

CORREDOR DE ACESSO
À SUÍTE DO CASAL

CASAS DE PORTUGAL | 23

No piso
superior,
alojam-se os
quartos, entre
eles a suíte
principal

24 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 25

A zona privada
da casa inclui
a suíte do casal,
um quarto
de rapaz com casa
de banho e acesso
pelo corredor,
e os dois quartos
das raparigas que
partilham a mesma
casa de banho

26 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 27

Toda a ideia
do projeto
assenta no
princípio, simples,
de dar respostas
simples às
necessidades
de uma família

momentos maravilhosos de ‘consolo estéti-
co’, por outro uma angústia associada a uma
sensação de ‘inacabado’, que queremos apa-
ziguar mas que alimentamos de propósito.”
Podemos entender essas sensações, por par-
te de uma equipa que conduziu o projeto do
princípio ao fim e estendeu a sua criatividade
e know-how do primeiro esquisso ao mais
pequeno detalhe. Como nos confessam: “Foi
um enorme privilégio fazer este projeto e po-
der concebê-lo a partir de um terreno virgem
até à escova de dentes no copo”, dizem, sa-
tisfeitas. A premissa assentava apenas num
princípio, o da simplicidade. “A ideia foi dar
respostas simples às necessidades de uma
família. Projetar ‘simples’, decorar ‘simples’.
Tudo simples, porque é na simplicidade que
reside a relação mais profunda com a natu-
reza. Dado o seu enquadramento, trata-se de
uma casa que vive muito da sua relação com
o exterior e a escolha dos materiais, cores e
texturas foi nesse sentido - cores de terra e
texturas rugosas”, finalizam. l

NO EXTERIOR, COM 2000M2
DE ÁREA, HÁ ESPAÇO PARA PISCINA

DE LINHAS DIREITAS

28 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 29

DAARCIBAESIARA

Harmoniosa, com boa
dose de luz natural e área
quanto baste para reunir
uma família numerosa que
encontra aqui o seu refúgio

de férias ideal.

TEXTO: ISABEL FIGUEIREDO
FOTOGRAFIA: JOSÉ MANUEL FERRÃO

30 | CASAS DE PORTUGAL

A casa localiza-se numa povoa- Ao lado,
ção na zona Centro, muito a entrada
perto da Lourinhã e a tão só da casa, nesta
60 km de Lisboa. É a habita- página, perspetiva
ção de férias e de fim-de-se- da sala de estar
mana de uma família que sempre que pos- e pormenor
sível reúne debaixo do mesmo teto as várias da lareira
gerações que a constituem, dos avós aos suspensa
netos, ainda muito jovens. Alvo de aturada
recuperação - o projeto de arquitetura tem
a assinatura de Carmo Ferreira, do atelier
CF Arquitectura e Design - foi adquirida no
verão de 2016 e exibe-se hoje espaçosa e
luminosa, com todo o conforto necessário a
acolher esta família que ali encontra várias
áreas sociais interligadas, a cozinha e os quar-
tos, estes alojados numa área mais reservada.
Antes uma casa com garagem e um anexo,
implantada à beira da estrada nacional, era
essencial virá-la totalmente para o pátio e
unir os três volumes de modo a dar origem
a uma continuidade, pelo interior e pelo ex-
terior. “No exterior havia uma grande escada-
ria, totalmente desproporcionada em relação
à dimensão do terreno e da própria casa”, di-
z-nos Luísa Mesquitella, a autora do projeto
de interiores. “Essa escadaria foi demolida
dando origem a um espaço mais amplo na
zona de refeições do pátio”, prossegue. “O in-
terior foi inteiramente reformulado, criando-
-se uma zona social constituída por cozinha
aberta para a sala de jantar e sala de estar e

CASAS DE PORTUGAL | 31

O interior foi PEDRA E MADEIRA
inteiramente DOMINAM O AMBIENTE
reformulado,
criando-se uma outra zona mais resguardada, destinadas aos as máquinas de maior volume e uma zona
zona social quartos.” Neste processo de recuperação e de despensa, viabilizando uma cozinha mais
constituída por reforma, e porque a casa na altura da com- atrativa e, ao mesmo, tempo funcional.” Do
cozinha aberta pra estava ainda em fase de obra, muito em lado oposto, à esquerda, encontramos uma
para a sala bruto, pouco ou quase nada foi aproveitado, suíte, três quartos e outra casa de banho. “A
de jantar e sala exceção apenas para as paredes exteriores distribuição para esta zona dos quartos faz-se
de estar e outra e a cobertura. No que toca aos materiais, a partir de um grande corredor que permite
zona mais predominam a pedra da zona aplicada no voltar toda a casa para o pátio e não para a
resguardada, chão- azulino da Lourinhã - com acabamento estrada”, elucida-nos. A partir do hall faz-se
destinada aos em bruto, a madeira das portas e das porta- ainda acesso ao sótão, composto por uma
quartos das, reaproveitadas, e o cimento afagado no salinha, duas suítes e um quarto grande, em
exterior. Hoje, esta casa de cerca de 250m2 jeito de camarata. Foram vários os desafios
32 | CASAS DE PORTUGAL tem 7 quartos, 5 espaços de banho, sala de colocados no decorrer do projeto de inte-
estar, sala de jantar, cozinha e uma pequena riores da casa, nomeadamente conseguir
sala no sótão. Ao entrar, voltando à direita, aproveitar as portadas do século XVIII e as
está toda a zona social, onde se incluem a portas de madeira de correr, “pela sua bele-
cozinha, as salas e um lavado social, com za e história, dado que são oriundas de um
ligação direta ao pátio. “Era importante ter palácio onde nasceu a proprietária”, destaca.
uma continuidade visual entre estes espaços Com efeito, a incorporação das referidas por-
sem, no entanto, termos à vista todas as zo- tadas para as janelas e das portas de madeira
nas técnicas e menos interessantes”, diz Luísa. seculares, bem como toda a área da cozinha,
“Assim, na cozinha, por exemplo, existe uma pensada para cumprir funcionalmente o seu
grande porta de correr que esconde todas papel mas interligada com as salas de jantar

CASAS DE PORTUGAL | 33

O projeto de e de estar, constituem dois dos pontos mais
arquitetura tem notáveis e diferenciadores deste projeto ru-
a assinatura de ral. Outro ponto de diferenciação na recons-
Carmo Ferreira, trução assenta, refere Luísa, na reciclagem de
pedras e móveis antigos para a decoração da
do atelier CF casa. A recuperação deste mobiliário é, à se-
Arquitectura e melhança do projeto de interiores, da auto-
Design, e o de ria de Luísa Mesquitella.Lá fora, onde toda a
interiores pertence área exterior se estende por mais de 2500m2
a Luísa Mesquitella de área, existe um pátio com zona de refei-
ções, com bancos e floreiras, e espaço para
brincadeiras separado por um desnível de al-
guns degraus. Ao subir no terreno, encontra-
mos ainda um pomar, um tanque executado
a partir de um depósito de água preexistente,
uma pequena casa de apoio à piscina igual-
mente recuperada, composta por uma sala,
kitchenette, casa de banho e um quarto no
mezanino. Um conjunto harmonioso, distante
do projeto preexistente, adaptado à vida mo-
derna e onde todos convivem sem atropelos,
pelo contrário, onde o espaço abunda e a
natureza é o protagonista principal. l

34 | CASAS DE PORTUGAL

PORTADAS DE MADEIRA
RECUPERADAS NESTE NICHO

CASAS DE PORTUGAL | 35

A grande porta
de correr esconde
todas as máquinas
de maior volume
e uma zona
de despensa,
viabilizando
uma cozinha
mais atrativa
e funcional

COZINHA COM ILHA
EM CORES CLARAS,
ELEMENTOS EM MADEIRA
E CHÃO DE PEDRA LOCAL

36 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 37

38 | CASAS DE PORTUGAL

PEDRA DA ZONA,
AZULINO DA LOURINHÃ,

NO CHÃO, COM
ACABAMENTO TOSCO

CASAS DE PORTUGAL | 39

As portas de correr,
reaproveitadas,
dividem o quarto
da casa de banho,
solução encontrada
também na cozinha

Detalhes de
acessórios

e mobiliário
recuperados,
num dos quartos
e casa de banho

40 | CASAS DE PORTUGAL

Zona
de refeições no
pátio e perspetiva
do exterior,
também ele alvo
de reforma

CASAS DE PORTUGAL | 41

No coração
da cidade,
em Olhão, a tão
só 450m da orla
marítima, sobressai este
edifício de época, hoje
recuperado pelos seus
proprietários que ali se
refugiam e vivem
as boas energias

do lugar.

SAUDAÇÃO
AO SOL

TEXTO: ISABEL FIGUEIREDO
FOTOGRAFIA: GARRETT WALSH / ALGARVE PHOTOGRAPHY

42 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 43



BIBLIOTECA EM TONS CLAROS, COM
ACESSO AO TERRAÇO CENTRAL

Zona de refeições
com churrasco
e lareira, num
dos terraços, para
almoços e jantares
ao ar livre

ESTA É UMA CASA FEITA A PENSAR
NOS MOMENTOS DE PARTILHA

46 | CASAS DE PORTUGAL

CASAS DE PORTUGAL | 47

A cozinha
contemporânea

tem acesso ao
terraço, de grandes

dimensões,
equipado com
mesas e cadeiras
para sentar 24

pessoas

48 | CASAS DE PORTUGAL

Distribuídos por
cerca de 1000m2,
todos os espaços
da casa absorvem
a generosa luz
natural desta
região do Algarve,
quase uma
constante um
ano inteiro

CASAS DE PORTUGAL | 49

Sala
de inverno
com lareira,
adjacente à
biblioteca

50 | CASAS DE PORTUGAL


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