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Published by vfernandescs, 2024-01-23 22:55:07

LIVRO-FERNANDO

LIVRO-FERNANDO

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3 Arte para a vida Fernando Freitas Pinto


4 SUMÁRIO Prefácio ..........................................8 Primeira exposição.......................................................10 Visão Panorâmica do Atelier do Artista......................10 Fernando Freitas Pinto e seus potes...........................16 Escola de Belas Artes - O Artista em Destaque.........24 Homenagem - Dezembro 2015....................................24 Texto do Curador da Mostra.......................................33 Transparências.............................................................34 Trajetória ....................................39 Fases Pictóricas...........................................................63 Menção........................................................................130 Destaque......................................................................131 Reconhecimento.........................................................132 Homenagens...............................................................133


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PA L E TA DO ARTISTA


7 Trabalhando no atelier, criando formas com tons de cores, linhas, planos, texturas e transparências.


8 “Arte é construção de ideias sensíveis de beleza. É sentimento e Emoção.” Prefácio Fernando Freitas Pinto, baiano de Salvador, Artista Plástico, Mestre em Artes, e Professor Universitário. Conta com mais de uma centena de exposições individuais e coletivas, com participação em Salões, Bienais na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Holanda, China e Portugal. Foi Artista em Destaque na Escola de Belas Artes da UFBA por duas vezes, em 1996 e em 2015, onde foi professor por mais de 20 anos, detentor do Prêmio Copene de Cultura e Arte em 1996, além de muitas outras premiações, como troféus, medalhas e menções honrosas.


9 Também teve obras com cessões de direito à Rede Globo de Televisão para cenários de novelas e campanha nacional, participando também do vídeo “Mestres da Arte Bahiana”, pela Rede Bahia TV. Possui citações em livros e periódicos feitas por especialistas em Arte e apresentações críticas de importantes nomes da área. Tem vivência em ambientação de interiores, sendo professor de projetos de decoração, administração de empresas e colunista de artes plásticas.


10 Sua primeira exposição com sala individual foi em 1984, com uma mostra retrospectiva de trabalhos realizados a partir de 1964, na Galeria Le Dome, em Salvador. Suas obras estão expostas em acervos de empresas particulares, públicas, hotéis, residências e galerias na Bahia e outras fora do Brasil, além de participar de júris, bancas examinadoras. Primeira exposição Visão Panorâmica do Atelier do Artista Obras: Pelourinho, Farol De Itapuã e Igrejinha Do Rio Vermelho, 1972


11 Obra: Potes em Transparência, 1996


12 Nas duas últimas décadas vem desenvolvendo suas pesquisas com pinturas inspiradas no pote, no berimbau e nos trançados, explorando a textura visual e os claros escuros, com obras singulares, onde a pintura é um propósito e a temática um pretexto.No universo da Arte Contemporânea o artista leva a ideia plástica das figuras simples, objetos de conteúdo e originalidade para a nobreza da tela, releiturando-os e formalizando-os em Obra de Arte, buscando configurações expressivas, em uma nova e inédita abordagem pictórica, formando, assim, uma consciência artística de referência popular. Obra: Potes no Vermelho, 1991 “A pintura de Freitas Pinto é a cara da Bahia, traduz na sua Arte uma temática muito regional e é um pesquisador acima de tudo.E como fruto dessa pesquisa realiza obras que são documentários e criações artísticas.” Professor Francisco Senna. Na tela, a imagem dos objetos, numa celebração da cor com a forma e suas próprias variações, que conduzem à subjetividade, podendo tornar-se diverso do percebido, sendo substituído pela significação.


13 Obra: Tríptico com Potes (2015), Trançados (2014) e Berimbaus (2013)


14 Obras: Potes (1996 Cerâmica Baiana (1992) Berimbaus (2001)


15 Professor Doutor em Filosofia e Teologia Delmar Schneider Obra: Trípitico - Potes em Transparência, 2001 “Com tudo isto Fernando, pintando embora ‘objetos’ tão ‘materiais’, tão ‘concretos’, tão ‘comuns’, consegue fazer uma pintura muito ‘abstrata’ - e, com estas linhas de abertura e transcendência, o espectador pode deixar a exposição tendo aprendido o mais importante: como é o Universo.”


16 Fernando Freitas Pinto e seus potes De há muito não se vê uma exposição tão prestigiada como a do artista Fernando Freitas Pinto, terçafeira, na NR Galeria. Ganhador do Prêmio Copene, Fernando contou com a presença da diretoria da empresa e mostrou a cerca de 500 convidados 20 belas telas, todas com o tema de pote, um trabalho super elogiado. Só o seu talento poderia fazer trabalhos tão bem feitos usando o mesmo tema. O coquetel foi em fartura de uísque e canapés com destaque para a mesa de queijos e frios preparada pelas mãos mágicas de João Osmário. Uma beleza também o arranjo da mesa do bufê, todo em frutas e verduras, feita pelo Othon. O maior requinte. Dizer presenças seria impossível. O entra e sai foi sem parar das 18 horas até as 24 horas. Fernando, ao lado de sua esposa Maria da Graça e sua família, recebia, cheio de emoção, os convidados. Jornal A Tarde - 29.11.1996, por July Isensse.


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18 Obras: Trançados 1 e 2, 2014 “A fidelidade a essas formas simples e despojadas faz do caráter principal da sua pintura. Freitas Pinto, como outros pintores de fama e glória, não se repete em seus temas, cada um dos seus quadros, é uma admirável obra da sua criação.” Carlos Eduardo da Rocha


19 “O artista descobre ainda o movimento da cor, indo do fazer popular, diante do motivo, até chegar à obra de Arte, conseguindo uma harmonia rítmica e plástica, onde a aparência e a transparência formam também um jogo criativo e simbólico.” Professora e Crítica de Arte Célia Gomes


20 Obras: Potes Coloridos 1 (2000), 2 (1990) e 3 (2000).


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23 Ailton Lima, Novembro de 1995 “Suas cores são fortes, seu objetivo, a meu modo de ver, foi alcançado através da filtragem das artes visuais, no caso específico da pintura.” Mário Cravo Jr. , Artista Plástico. “Na sua fase atual, Fernando Freitas Pinto envereda pelo incontrolável, pela emoção e mostra seu antigo universo afora enriquecido, metafórico, fascinante.”


24 “A atuação do Professor Mestre Fernando Freitas Pinto na Escola de Belas Artes deixou uma grande contribuição para o desenvolvimento acadêmico e administrativo desta Escola. Ocupando vários cargos de relevância, sempre demonstrou competência e dedicação. Como Professor foi responsável pela formação de muitos jovens artistas e professores que hoje se destacam no âmbito artístico/cultural baiano. Sendo também um Artista Plástico respeitado e com reconhecimento na área que atua, tem registrado mais de 127 exposições realizadas, além de atuar também como pesquisador da arte, assinando mais de 200 artigos publicados... Com mais de vinte anos de trabalho na a Escola de Belas Artes, o Professor Fernando está em paz, com a consciência tranquila do dever cumprido, portanto, merecedor desta nossa homenagem... “ Nanci Novais - Professora e Diretora da Escola de Belas Artes - UFBA - 2015 Diretora Profª. Nanci Novais, Fernando Pinto e o curador, Professor Juarez Paraiso na Escola de Belas Artes - Ufba. Composição Plástica, 2015 - Painel “O Artista em Destaque” Escola de Belas Artes - O Artista em Destaque Homenagem - Dezembro 2015


25 Obra: Potes em Transparência, 1996. "A criação plástica do artista Fernando Freitas Pinto possui uma notável coerência técnica e artística. Em cada exposição ele se afirma mais, independentemente de ser essa ou aquela temática, tendo a estrutura plástica dos seus trabalhos uma só continuidade." Artista Plástico, Professor e Crítwico de Arte Juarez Paraíso.


26 Obra: Potes em transparência 2, 1997 “...Fernando é artista mesmo, é daqueles que nos revela e desoculta a essência do mundo escondido em cada objeto. Quem tiver olhos para ver, verá...” Mestre em Filosofia Antônio Saja


27 “Magnifico - Potes da Bahia, forma arredondada e tão querida de nossa gente...” Professor Edivaldo Boaventura Obra: Potes 1, 2 e 3, 1996 - Coleção O Semelhante no Dessemelhante


28 Obra: Cerâmica Baiana, 1994 “A pintura de Fernando busca a valorização da figura que é transportada para a tela, com emoção, mas, num fazer cuidadoso, onde o artista demonstra preocupação com a forma e a cor... Os seus potes ganham formas expressivas muito fortes e um conteúdo quase emblemático do fazer.” Jornalista e Professor Reynivaldo Brito


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30 Obras: Potes 2 e 3, 1996 - Coleção O Semelhante no Dessemelhante "Os potes de barro - o pretexto, o acontecido e todo artista cria a partir de algo que aconteceu à natureza, seres e objetos e as formas da própria arte." Professor de História da Arte Ivo Vellame


31 Obra: Cerâmica Baiana 2, 1990 Obras: Potes 4, 5 e 6, 1996 - Coleção O Semelhante no Dessemelhante


32 Obra: Abstração 1 e 2, 2012 Composição Plástica. "O abstrato ganha sugestiva atmosfera, como pode se ver na fase mais recente da pintura de Fernando a natureza delicada do abstrato tem um ritmo sutil que faz a superfície ser ondulante. O artista transmite ao espectador a intensidade do seu sentimento em relação ao ato de pintar." Matilde Matos


33 Juarez Paraíso Professor, Artista Plástico e Crítico de Arte - 2015 Texto do Curador da Mostra “A criação Plástica do Artista Fernando Pinto possui uma notável coerência técnica e artística. Em cada exposição ele se afirma mais, independentemente de ser essa ou aquela temática, tendo a estrutura plástica dos seus trabalhos uma só continuidade. O que verificamos é realmente uma unidade em todo o seu trajeto profissional como artista; isso realmente nos dá, principalmente para seus amigos, um grande prazer.” Bastante seguro em suas convicções estéticas, é possuidor de uma apurada técnica Hiper-realista e domínio da composição plástica na extensão e modulação dos seus trançados pictóricos. Fernando Pinto é um dos mais importantes artistas da Bahia e sua obra já foi apreciada por vários críticos de arte, entre eles: Romano Galeffi, Ivo Velame, Mário Cravo Júnior, Matilde Matos, Carlos Eduardo da Rocha, Maria Celeste Wanner, Calasans Neto, Delmar Schneider, Célia Gomes, Claudius Portugal e mais outros nomes tão importantes quanto. É um profissional exemplar, e, em todas as suas atividades demonstra competência e dedicação. Na Universidade Federal da Bahia a sua contribuição foi também bastante significativa, tanto na área administrativa quanto na pedagógica. “Fernando Pinto foi um dos mais dedicados professores da Escola de Belas Artes, tendo-se destacado desde a sua formação acadêmica, concluindo seu curso com nota 10 em todas as suas disciplinas. A mesma performance se repete na realização do seu mestrado e na sua atuação como Docente. Durante ininterruptos 21 anos sempre foi profícua a sua presença como professor, chefe de Departamento, membro da Congregação da Escola e como membro do Conselho Universitário, como Vice Diretor e Diretor Eventual. Também não é possível deixar de considerar a sua importância como ativista cultural, divulgando artistas consagrados e apoiando e incentivando artistas jovens, como coordenador do Painel Artista em Destaque e articulista da coluna de artes plásticas do Jornal Tribuna da Bahia.”


34 Obra: Mural com fundo colorido, chapado com desenhos de peças cerâmicas projetadas espacialmente, numa integração de formas e reciprocidade de cores, com a figura e fundo, aliados a uma concepção moderna e contemporânea das cerâmicas das cidades baianas de Rio Real, Livramento do Brumado, Santo Antônio de Jesus, Irará, Caetité, Ribeira do Amparo, Tucano, Maragojipinho e Monte Santo Transparências A coleção “Transparências”, que é, ao mesmo tempo conceito e metáfora, mostra a abordagem do artista sobre os traçados presentes no fazer, principalmente dos povos nordestino, mais especificamente os da Costa dos Coqueiros, através da forma, “da cor e das transparências. São, na verdade, releituras criadas pelo artista na busca de uma configuração pessoal, poética e visual de objetos artesanais a exemplo de potes, trançados das mais variadas formas e cores, e o instrumento musical muito característico da região que é o berimbau. O artista Freitas Pinto, pretende dar maior visualidade e visibilidade a aspectos da cultura vivenciada por habitantes dessa histórica região da Bahia, ao ponto de Francisco Senna, arquiteto historiador, considerar o trabalho de Fernando a cara da Bahia, e um verdadeiro documentário do fazer artístico da região, através das suas telas.


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36 Nos trançados percebe-se uma geometria sofisticada e simples ao mesmo tempo, ligada por retas que se cruzam de forma ordenada, plena de cromatismos em matizes diversos e puros. O artista se apropria de uma temática para introduzir elementos simbólicos de uma artesania popular, prática corrente na Arte Contemporânea, de quem Fernando Freitas Pinto é conhecedor visto que, além de ser um estudioso das Artes, foi também, professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, por mais de duas décadas.


37 Fernando Freitas Pinto é um artista que honra o cenário das Artes Visuais da Bahia, não só pela excelência do seu trabalho como artista, mas, também como professor, pesquisador e escritor. Sendo assim, justifica-se esta exposição para que a comunidade soteropolitana e visitantes · brasileiros e do exterior, conheçam a sua obra; é importante também para que as novas gerações possam ser influenciadas pelo olhar sensível do artista diante das expressões do artesanato e da arte popular, fonte inspiradora visível nos espaços nobres das telas que são expostas. Heloísa Helena G. Costa e Irene Soares Santino - Julho de 2019


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39 “Ser artista é um dom abençoado de Deus, Senhor da Criação, da Fé e da Inteligência.” Trajetória Dom Lucas Moreira Neves Fernando Freitas Pinto, baiano de Salvador, nasceu no bairro do Rio Vermelho, 68 anos, desenha desde a infância, época em que, bem criança, adorava ver o carro de bois, com seu som estridente e também o desenhava.


40 Era sua paixão de criança e também o vapor de cachoeira, onde sempre viajava com seu pai para a cidade da Bahia, Salvador.


41 Aos 8 anos fez a sua primeira incursão na pintura, desenhando navios e animais vivenciados na fazenda de sua avó, na cidade de Cachoeira, terra de seus pais, cidade histórica e de beleza rara, com seu casario colonial e igrejas barrocas. Seus pais cultivavam uma fazenda de propriedade de sua avó paterna, agrícola e pecuária. Suas visitas também criança às feiras livres aos sábados, nesta cidade e sem perceber, foi criando no seu inconsciente uma relação com os objetos cerâmicos e cestas trançadas que afloraram nas suas pinturas…


42 Visitava sempre com sua Mãe às sextas feiras na Ordem Terceira do Carmo o Sr. Dos Passos, escultura de singular relevância e a igrejinha de Nossa Senhora da Ajuda com seu Pai que lhe causava admiração. Visitava também sempre com seus pais as missas de domingo, as igrejas do Senhor do Bonfim, Matriz de N.S. do Rosário de Cachoeira, São Francisco, N.S. da Conceição da Praia, Sacristia da Catedral Basílica em Salvador e ficava deslumbrado com os desenhos dos azulejos portugueses, pinturas das obras, esculturas das imagens e toda ambientação luminosa e dourada dessas igrejas.


43 No acervo da Igreja do Bonfim, admirava e apreciava demoradamente as obras “ Morte do Pecador e a Morte do Justo” e a Sala dos Milagres. Sua Mãe apontava sabiamente para essas obras e para os “ Ex -Votos” , lhe direcionando para uma reflexão de vida.


44 Ainda criança, apreciava com seu Pai as centenárias filarmônicas da cidade, Minerva Cachoeirana e Lyra Ciciliana com seus dobrados, o que faz ter uma admiração para a música clássica e com sua Mãe as lembranças da tradicional procissão na Festa de Nossa Senhora da Boa Morte. O berimbau veio depois, encantado também com a sua sonoridade e as cores das cabaças, quando visitava com seu pai o velho Mercado Modelo e vivenciava os feixes de berimbaus coloridos nas lojinhas de artesanato e rodas de capoeira.


45 Costumava se encantar com os barcos e saveiros da rampa do mercado. Saveiros, vindos das cidades de Cachoeira e Maragogipe, pelas águas do Rio Paraguaçú, com mercadorias e potes cerâmicos. Um estudo - Cópia de uma foto de uma Antologia do Colégio com 13 anos de idade - Óleo sobre tela.


46 Quatro anos depois já reproduzia trabalhos de Vitor Meireles, Pedro Américo e Rodolfo Amoedo, tirados de seus cadernos escolares e livros de história. Com o passar dos anos, já na adolescência, Freitas Pinto admirava obras de Almeida Júnior, Belmiro de Almeida. Melhorar clareza temporal


47 Colecionava HQ, pintava e desenhava com bico de pena, lápis e pincel, paisagens rurais, barcos, cartazes de cinema, pessoas, além de construir pequenas esculturas. Na escola e no ginásio ganhava prêmios e elogios dos seus professores. Nessa época, conhece e vivencia a pinacoteca da Escola de Belas Artes na Rua 28 de Setembro, em companhia de seu professor de desenho do ginásio, também professor catedrático daquela Escola. E, tem boas lembranças daquelas visitas, quando também ia à biblioteca pública, na praça Thomé de Souza e ao escritório de seu pai, na rua Chile.


48 É quando se encanta com as obras de Alberto Valença, Cañizares. Manoel Lopes Rodrigues e Emídio Magalhães. Também com os relevos de Ismael de Barros, os desenhos e pinturas dos grandes mestres, além da bela coleção de gesso oriunda da França.


49 Freitas Pinto desenvolveu e buscou a sua própria técnica. Teve aulas de desenho, pesquisou a fotografia como suporte de informação, análise de tons e padrões de figuras, exercitou a prática do modelo vivo estudando a anatomia feminina, o esqueleto e a estrutura dos músculos com desenhos, modelagem e posteriormente com a pintura, o que lhe valeu duas exposições individuais sobre o tema.


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