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Published by vfernandescs, 2024-01-23 22:55:07

LIVRO-FERNANDO

LIVRO-FERNANDO

101 “Muito temos refletido sobre a arte de hoje e alguns elementos têm sido considerados para entendimento da arte de um período indefinido, de múltiplos caminhos, revisionista do passado distante e próximo, onde o novo faz questão de não ser tão novo: Imbuído destas “incertezas” é que ensaiamos um entendimento da pintura recente de Fernando Freitas Pinto. “... Sua obra restaura um ilusionismo técnico secular afetado no seu prestígio pelos movimentos artísticos do início do século. É o resgate do prazer, da repetição da realidade... Resgate nos parece ser um termo apropriado para definir o processo concepcional de Fernando. A abordagem pela pintura de uma arte tão estreitamente ligada às origens do homem com a cerâmica, cheira a busca do sentido primeiro da vida, possibilitada pelo encontro da terra com a água, fogo e ar”. No entanto, seus potes, talhas e recipientes não são de argila mas de tinta e não servem para conter líquidos ou guardar alimentos, mas para saciar a sede de sensações dos homens. É de fato um novo significado conferido a objetos que na vida diária são ordinariamente percebidos pelo pragmatismo de suas funções, carecendo de um contexto museológico e estetizante para que suas formas, cores, texturas e ornamentos sejam completamente assimilados... “ A pintura De Fernando Freitas Pinto Críticas Luiz Freire - Professor, Museólogo e Doutor em História da Arte - 1994


102 “O Semelhante no Dessemelhante”, título do trabalho de Fernando Freitas pinto, nos leva à várias reflexões, perguntas, especulações e interpretações. Um título filosófico, poderíamos dizer assim. Segundo Jacques Derrige o signo não possui um significado imediato - “não é uma coisa presente e sim um processo de presença e ausência”. E assim se apresenta seu trabalho, como um todo. O pote - os potes - que potes? Afinal o que é um pote? - o que nos parece simples, torna-se complexo quando este objeto nos leva a pensar sobre os seus significados e origens. pote - argila - barro - o fogo - cerâmica - tão pré-histórico e de múltiplas funções: utilitário - funerário - mítico, sagrado e profano - que aqui se apresenta, ora como pintura carregando todas estas possibilidades e muitas outras construídas por cada espectador - ora como simples objeto de cultura. O que nos parece simples, torna-se complexo quando entendemos a pesquisa formal e técnica de Fernando Freitas Pinto, em transformar o singular (um tema, uma forma, um objeto, uma cor) em plural - o objetivo - uma pluralidade de formas - presença e ausência de luz - o vazio - o silêncio - uma acomodação - quase que uma narrativa - às vezes apenas um diálogo - uma interação entre suas formas - um barulho... Toda esta presença e ausência de possibilidades aumenta, cada vez mais que olhamos para suas pinturas. Um quase real - um quase perfeito - um quase figurativo - um quase abstrato e são todos estes “quases” que transformam suas simples pinturas em objeto plástico, dentro de uma obra aberta, onde o espectador pode construir sua própria normativa. É muito difícil trabalhar com o simples, o único, o mínimo - onde menos é sempre mais - quando o único não é o vazio, e o vazio é o suficiente. O trabalho de Fernando Freitas Pinto, a primeira vista, nos parece simples, mas é altamente complexo e rico em técnica - forma e conteúdo. Sua exposição, assim como o seu memorial - possuem a mesma simplicidade e elegância e sofisticação do seu tema e contudo que acabamos de falar. Fernando Freitas Pinto vem construindo toda a sua carreira num patamar de excelência. Como professor da Escola de Belas Artes desenvolve seu trabalho com determinação e ética profissional, colocando em prática, também na área administrativa, como Vice Diretor, toda a sua experiência e formação adquirida na área de empresa privada. Por isso, assim como seu trabalho prático, todo o comportamento profissional de Fernando tem sido simples e eficiente. O Semelhante no Dessemelhante Críticas Maria Celeste Wanner - Professora, Doutora em Artes e Ex-diretora da EBA - 1996


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105 “A sua arte está fincada na vivência da sua terra, não por um trabalho da memória ou do inconsciente ou da ilusão, pois o que o rodeia é o seu centro, a sua composição, o seu elemento uma arte das origens, da vida popular, das manifestações culturais. Esta identificação com a terra não torna a sua arte referencial, mesmo que trate fundamentalmente do que o cerca, da importância da realidade nas suas formas e símbolos, sem disfarce. É uma arte criada através da geografia das suas circunstâncias. Uma arte que vem desde o começo incorporando a representação de uma Bahia através de elementos simbólicos, um fazer com um estilo bem pessoal, onde se apropria e traduz não apenas de uma temática, mas o mais recente nas artes plásticas, não fosse ele também um estudioso e um professor da Escola de Belas Artes. É com este objetivo que a sua criação ao colocar as figuras de seus temas, quase sempre símbolos de uma artesania popular, os coloca diante (ou através) de uma geometrização, algumas vezes até uma abstratização, elaborada pela escala das cores com que faz a sua arte, uma linguagem mais para a transposição que a descrição. Nas suas cores estão os elementos definidores dos seus trabalhos, a sua visualização: é da cor do barro que nasce o vaso de cerâmica, é da cor da madeira que surge o berimbau, para citar dois exemplos, e todas as cores se reúnem na sua superfície pretendendo chegar a uma cor, a cor da Bahia - esta sua terra. A cor traz o tema e o desenvolve na busca de uma pintura que revele a geografia em que vive e a circunstância em que se encontra.” Os Elementos simbólicos da pintura de Freitas Pinto Críticas Claudius Portugal - Crítico de Arte e Escritor - 2002


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107 “Fernando Freitas Pinto é uma insofismável resposta de pintor que tem uma intensa convivência com o popular. É um perfeito casamento do que emerge do povo e tem sua interpretação erudita nas mãos de um artista que bem sabe usá-la com inteligência. Os utensílios de barro tomam no seus trabalhos a dimensão ampliada das suas formas e uma arrumação mais pessoal fazendo parte de uma interpretação de quem convive com seu ofício com desenvoltura. Não é produto de adivinhação sua pintura, ela tem força da própria alma popular, seguindo a linha de um tratamento mais sofisticado, sem que isto seja uma perda. O impressionante na obra de Fernando é uma total distância de um falso suporte erudito e sim de uma vivência com uma amadurecida trajetória dentro do mundo da forma e da cor. Cada elemento na sua obra, apesar do barroquismo que incide nos elementos empregados, é um destaque do seu próprio preciosismo, fazendo Fernando Freitas Pinto penetrar na dimensão maior da arte.” O Pintor Fernando Freitas Pinto Críticas Calasans Neto - Artista Plástico (in memoriam) - 1991


108 “A exposição “O Semelhante no Dessemelhante”, de Fernando Freitas Pinto, representa mais um elo de ligação da Copene com a comunidade cultural da Bahia, através do Prêmio Copene de Cultura e Arte. É com a instituição deste Prêmio que a empresa tem demonstrado o quanto lhe é importante, além dos benefícios advindos da sua atividade industrial, estar presente na vida cultural dos baianos, estimulando, promovendo e apoiando uma série de iniciativas que agregam valor à imagem da Bahia, merecidamente projetada como um dos maiores polos culturais do país. Lançado no final de 95, o Prêmio Copene de Cultura e Arte veio para ficar, tal a acolhida que vem despertando junto ao público a que se destina, o que nos leva a convicção de que se consolidará como uma rica parceria entre a empresa e os artistas a terra. A exposição de Freitas Pinto é resultado desta relação de benefício mútuo, onde os interesses do patrocinado e patrocinador, fundem-se numa visão maior que é a de engrandecer a Bahia cultural.” A Exposição de Fernando Freitas Pinto Críticas Otto Vicente Perrone - Diretor Superintendente da Copene - 1996


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111 “A pintura de Fernando Freitas Pinto busca a valorização da figura que é transposta para a tela, com emoção, mas, num fazer cuidadoso, onde o artista demonstra preocupação com a forma e a cor. Existe um equilíbrio entre os volumes e os espaços preenchidos ou não por Fernando. Ele tem o senso profissional que o sustenta e o mantém ocupado entre outra atividade que desenvolve e a sua arte. É quase uma opção total pela arte, sobre a qual Fernando gosta de falar, mostrando toda a sua sensibilidade. Escolheu a cerâmica como temática. Uma das primeiras manifestações do homem sobre a Terra, a produção de utensílios domésticos serve, inclusive, para se constatar nos elos da História o grau de civilização desse ou daquele povo, pela qualidade de seus objetos. E, Fernando, compreendendo a nobreza e a importância dos potes, porrões, jarras e outros vasilhames feitos de barro pelo homem rural, apropriou-se das suas formas e da sua beleza plástica, dando-lhes uma certa nobreza pictórica. Tenho acompanhado com certo interesse, o trabalho de Fernando Freitas Pinto e posso assegurar que a seriedade, aliada ao seu empenho, vem proporcionando uma melhoria qualitativa muito significativa na sua obra. Consciente da necessidade de um aprendizado diário, ele vai exercitando na tranquilidade do seu studio, em Vilas do Atlântico, uma obra que tende a crescer cada vez mais. Tudo que diz respeito à arte é visto com atenção por esse artista que busca alargar os seus conhecimentos técnicos e seu universo de informação. Acredito na arte de Fernando, pelo potencial do seu talento e, também, pela sua determinação em aprimorar o seu traço, as formas que cria a temática que vivencia.” A Pintura de Fernando Freitas Pinto Críticas Reynivaldo Brito - Professor, Crítico de Arte e Jornalista - 1989


112 Fernando Freitas Pinto, artista de vocação definida, dono de uma obra realizada com bravura, pinta compulsivamente, com que a se cumprir no seu ofício. Fernando Freitas Pinto descobriu os recursos e modos que a sua experiência acumulou.Participando de numerosas exposições coletivas na Bahia, em São Paulo e Rio de Janeiro, conquistou muitos prêmios, menções honrosas, medalhas de prata e medalhas de ouro. Fascinado pela forma e por isso mesmo cultivando o desenho, Fernando mantêm uma temática própria, com a motivação constante nos vasos de cerâmica popular da sua Bahia natal. Além da fixação das formas tradicionais da cerâmica, alcança também com propostas realistas os tons ocres, avermelhados e terras do barro queimado com os melhores e mais belos resultados. Merece também ser destacada a composição de Fernando Freitas Pinto, que lhe permite variadas construções dos seus quadros, nunca repetidos na distribuição das massas e volumes. Aplicando muito bem a velha regra da forma e fundo, o espaço branco de suas telas solta os volumes com surpreendentes efeitos. Para confirmar as suas preocupações de formalista, o jovem pintor volta-se para a figura humana fixando com maestria o corpo feminino. O vaso consagrado que é corpo da mulher, na riqueza das linhas curvas de tanta beleza, encontra na pintura de Fernando Freitas Pinto uma expressão das mais completas, realizada com os elementos fundamentais da pintura: espaço. Linha e cor.” A Forma na Pintura de Fernando Freitas Pinto Críticas Carlos Eduardo da Rocha - Professor, Crítico de Arte e Escritor (in Memoriam) - 1989


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115 “Fernando Freitas Pinto - pintor que tomou parte em dezenas de coletivas em São Paulo e na Bahia, tendo conquistado duas medalhas de ouro, duas de prata e uma menção honrosa, está preparando agora, uma exposição individual bastante empenhativa, a ser montada em Salvador. Mediante umas 30 telas de dimensões variáveis de 80 x 100 para 50 x 50 cm, polariza Freitas Pinto sua temática entre estudos de detalhes do corpo feminino e recriações desenhativo-cromáticas de cerâmica vascular. Se nos trabalhos do primeiro tema combina com o nosso artista, seu natural atrativo pela figura anatômica com uma concomitante tendência a abstratizá-la em detalhes concebidos à guisa de close up, exprimindo assim uma sensualidade mitigada pelo puro amor da forma estética, no grupo dos vasos é evidente sua preocupação inventivo-compositiva onde sua fantasia criadora parece atraída por visões evocadoras de atmosferas de sonhos congeniais a certo tipo de surrealismo. No tratamento de ambos os temas é, contudo, constante seu gosto pela estrutura, isso é, uma linguagem de efeito tridimensional apesar de sua busca incansável de uma dialética cromática que roça o tonalismo. As tentativas de novos caminhos que o observador atento pode descobrir aqui e acolá, ao lado do naturalismo basal que caracteriza a atual tendência de Fernando Freitas Pinto, resumem-se numa pintura agradável por seu patente senso decorativo.” A Poética Pictórica de Fernando Freitas Pinto Críticas Romano Galeffi - Professor e Doutor em Filosofia (in memorian) - 1988


116 “É na emanação do psiquismo humano que se apresenta o figurativo ou o não figurativo, a depender da atitude do artista perante a vida. Ele elabora uma ordem tão criativa quanto a sua originalidade é racional; gerando uma criação inconsciente com uma consciente organização - sem perder a forma de objeto de cultura que se torna objeto de arte. A linguagem auto suficiente da trama mostra uma composição que depende de repetição e continuidade, sendo expressiva e eloquente. Na eliminação da dualidade figura e fundo o artista elabora formas unitárias e autônomas.São muitas as percepções, mas na realidade é uma única forma - o trançado, com tramas reais.Na ampliação das linhas surgem as “tesselas” de cores vibrantes e dimensões variadas que remetem aos fragmentos dos vitrais. Fernando, na sua contemporaneidade busca na aparência do trançado a transparência da abstração. As telas amplas formam trípticos, juntas ou independentes elas preenchem um espaço que permite ao perceptor olhar, comparar, analisar e contemplar - “ a obra como todo, eis o que interessa”. (Stangos). Cores, luzes, linhas, planos, texturas, formam as tramas e os trançados que na criação da obra tornam-se inseparáveis. Cores, luzes, linhas, planos, texturas… Críticas


117 Célia Gomes - Professora, Mestre em História da Arte da EBA/UFBA. - 1999 “Quando a cor é dada a sua riqueza, a forma adquire a sua plenitude,” ( Cézanne).O artista conseguiu esta união! Nesta pluralidade, a obra é então desvelada pelo saber e pelo fazer, para ser submetida à apreciação, ao prazer, ao lúdico, mas principalmente à interação com o universo. (... ) Fernando, transforma os trançados em “madras”, as tramas em abstrações, marcadas pelas largas eexpressivas massas de cor e luz. Seus tons aquecem os objetos geometrizando - os. “São variações de quantidades de luz reduzidas a qualidades diferentes de cor.” ( Mondrian). O artista descobre ainda o movimento da cor, indo do fazer popular, diante do motivo, até chegar a obra de arte. Trama, trançados - origem de toda a existência, buscados na ancestralidade, raiz da infinidade de fenômenos, é um jogo de vida. Para Fernando Freitas Pinto, um jogo de ideias, de formas de planos de cores, de luzes, de texturas, com uma apurada técnica que o permite trabalhar o pincel e a espátula, em óleo sobre telas de grandes dimensões. Ele consegue uma harmonia rítmica e plástica onde a aparência e transparência formam também um jogo criativo e simbólico.”


118 Poucos se sobressaem e conquistam posições as mais honrosas e invejáveis no cenário artístico em geral. Lembramos um exemplo vivo, dentre vários outros aqui na nossa terra: Fernando Freitas Pinto, um artista que sempre trouxe dentro de si o talento, a criatividade e, sobretudo, a força de vontade. Na Escola de Belas artes foi onde o encontramos, quando ele estava quase terminando seu curso de Artes Plásticas. Na verdade, sempre notamos as suas qualidades, principalmente o coleguismo, e a sua extraordinária força de trabalho. Aprimorando sua técnica através do contato direto com a Escola de Belas Artes. Fernando soube aproveitar bem e partir para uma realização séria e independente da arte. Seu temperamento honesto e extrovertido o ajudaria na conquista de novos campos e etapas na sua vida profissional. Ele é o que podemos chamar de incentivador das artes. Não se preocupando apenas com si mesmo, ele busca sempre exaltar e incentivar aqueles novos artistas que buscam um lugar ao sol. Com os colegas professores e artistas mostra-se compreensivo e sempre pronto a oferecer uma palavra de incentivo e de solidariedade. Participa com real interesse da maioria das atividades da UFBA, dando sua contribuição experimenta especialmente quando se trata das artes visuais. Estamos falando apenas da personalidade desse grande artista, professor e amigo, pois falar da sua arte seria reiterar o que grandes expoentes da crítica local e nacional já o fizeram e da melhor forma possível. Ganhador de vários prêmios de arte, Freitas Pinto foi o vencedor do Prêmio Copene de Cultura e Arte em 1996, com a magnífica exposição individual de pinturas chamada de “O Semelhante do Dessemelhante” e tem em seu currículo mais de 100 exposições entre individuais e coletivas. O talentoso e celebrado artista está preparando a sua próxima exposição para breve na cidade e, a convite, se apresentará em Brasília para uma exposição individual dos seus trabalhos mais recentes. O Mestre Fernando Freitas Pinto Críticas Herbert Magalhães - Professor, Ex-diretor da EBA (in memoriam) 1993


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121 Desde criança demostrou intuitivamente amor a arte e suas origens. Estudando essa atividade de forma prática, adquirindo conhecimento observando o cotidiano da época. Na sua juventude apreciava as artes sacras de nossas igrejas e conventos e contrastes fruto de nossa miscigenação. Com sua curiosidade (inteligência), estudava os grandes pintores brasileiros com estilos clássicos, românticos e realistas considerando a influência barroca e do grupo nazareno (igreja). Como o exercício da arte desde sempre foi considerado uma atividade eminentemente pratica. Fernando durante um bom tempo exerceu várias formas, técnica e estilo de pintura, escultura, afrescos, anatomia e fotografia. Nesse período, guiado por mestres, a busca de seu próprio estilo. Passou um bom tempo a busca das cores, perspectivas, estudando a profundidade entre o claro e escuro. Também querendo entender dos vários movimentos artísticos e seus expoentes desde o renascimento, passando pelo barroco, gótico, explosão francesa do impressionismo, expressionismo, cubismo etc. Em seguida foi estudar na Escola de Belas Artes da Bahia, onde foi aprovado com todos os méritos. Como aluno, aprendeu todas as técnicas de arte de forma acadêmica, dando todas as ferramentas que talvez ainda te faltassem. Posteriormente exerceu a carreira mais nobre, de professor da mesma Escola. Onde durante vinte anos ensinou e exerceu vários postos relevantes nessa Academia. Ajudando a formar várias gerações de bons artistas e aprendendo com eles, cada cabeça é um mundo. Durante o tempo passado, foi e é, artista plástico de renome tendo obras expostas na Bahia e todos os cantos do mundo. Com grande reconhecimento e maestria, sendo agraciado com vários prêmios e consagradas exposições. Iniciados na primeira semana de arte em 1922, através de Di Cavalcante, Vila Lobos, Montero Lobato, que priorizavam os temas de nosso cotidiano, afastado o Parnasianismo e Simbolismo. Engrandecer a Bahia/Brasil, com seu vasto conhecimento e prestígio internacional, vindo da sua incessante busca pela beleza estética, fundamentada nos ideais patrióticos/regionais. Fernando Freitas Pinto e sua contribuição na Preservação da Memória Nacional. Críticas João Calazans - Engenheiro e amante das Artes


122 “Fernando Freitas Pinto, um artista moderno, sem querer rótulo de qualquer dos movimentos da arte contemporânea, para a sua poética, posso considerá-lo um pintor realista tendo em vista as suas temáticas. Pintor da figura humana, da realidade, das formas e objetos do mundo corpóreo, Freitas Pinto, por sua formação erudita, tem muito bem definida a sua poética. Realiza a sua pintura, com todos os processos do seu magistério, aplicando com exatidão o desenho do formalista, as leis clássicas da perspectiva, da forma e fundo e da perfeita ilusão do espaço. Na construção dos seus quadros, a utilização do espaço é correta; a composição equilibrada, e o cromatismo muito pessoal. A temática da sua predileção, as formas variadas de cerâmica popular da Bahia, empresta-lhe originalidade, na criatividade de quadros de grande beleza. A fidelidade a essas formas simples e despojadas faz o caráter principal da sua pintura realista, na forma, no fundo e na cor das terras, brancos e vermelhos tão lançados. Fernando Freitas Pinto, como outros pintores de fama e glória não se repete, nos seus temas, cada um dos seus quadros é uma admirável obra da sua criação.” A pintura realista de Freitas Pinto Críticas Carlos Eduardo da Rocha - Professor, Crítico de Arte e Escritor (in Memoriam) - 1994


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125 “Desde o princípio da humanidade existe uma relação muito forte entre o homem e os utensílios de barro. Após a busca de local seguro para dormir, o homem primitivo procurou também criar utensílios como machados de pedra e numa etapa posterior, fabricar utensílios de barro, cuidadosamente guardados nas cavernas. De lá para cá, os utensílios de barro nunca deixaram de ser fabricados. São potes, porrões imensos que povoam a nossa infância, principalmente daqueles que são oriundos do interior. Ali era guardada a água, que ficava muito fria: era a geladeira do sertão. Mas, porque estou falando de potes e porrões de barro? Exatamente porque Fernando Freitas Pinto foi buscar a sua inspiração nesses utensílios domésticos, transformando -os em elementos plásticos, colorindo -os e facetando - os para enriquecer com suas formas arredondadas e voluptuosas. As composições por ele criadas deram mais dignidade ainda a estes objetos tão presentes na cultura popular. Agora , vejo o Fernando entusiasmado com a riqueza de detalhes do berimbau com seu arco pintado com elementos de cores diversas, a cabaça que dá ressonância ao som que sai do arame esticado nas duas pontas do arco. Fernando sabe captar cada detalhe com sua paciência de um monge, capaz de se interiorizar até no meio de uma multidão. Com gestos cuidadosamente comedidos Fernando vai criando o seu mundo pictórico calcado em nossas raízes, naquilo que ainda existe de mais puro. Fico realmente alegre quando vejo um artista voltado para o nosso mundo. Não é preciso olhar para outros horizontes para paisagens e coisas estrangeiras para se produzir uma arte vigorosa .Aqui temos realmente muitos pontos de referências que podem ser explorados plasticamente. Esta exposição com trabalhos realizados nos últimos dez anos, é uma ligeira retrospectiva deste período. Ele apresenta sua produção em etapas distintas : de 1990 a 1993 as obras geometrizadas com massas e volumes informais em cores chapadas, destacando os potes e detalhes em transparências; a segunda, vai de 1993 a 1996, foi a época da premiação da Copene; a terceira , etapa corresponde ao ano de 19996 com a mostra “ Berimbau sim. Berimbau não, e as mostras “ Pinte no Pelô , “Arte Salvador 450 anos, catalogada”, Fundação Gregório de Matos - MAM. E finalmente, agora com uma temática com as tramas em formas abstratas de intenso colorido. Portanto, esta exposição marca também início de uma nova fase, quando o artista demonstra mais uma vez que é preciso olhar ao redor. São obras calcadas nas tramas de nossas esteiras, que os índios e o homem do interior utilizam para descansar.” A Arte colorida e vigorosa de Fernando Freitas Pinto Críticas Reynivaldo Brito - Jornalista, Professor e Crítico de Arte - 2001


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127 “O uso contínuo e rigoroso apuro de técnica vem imprimindo constante renovação à pintura abstrata de Fernando Freitas Pinto. Atento para a pintura em si e o que ela induz em termos de volume, luz e sombra, o artista desenvolve o seu próprio código nos jogos virtuais que estrutura no espaço de cada tela dessa fase mais recente. Na subversão anti acadêmica de formas geométricas, cores fortes e infalível gosto pelas dissonâncias, Freitas Pinto traduz o seu sentimento e assegura o frescor desses novos trabalhos.” O Neo-Geo De Fernando Freitas Pinto Críticas Matilde Matos - Crítica de Arte - 2006


128 “... Potes de cerâmica, que faz com o mesmo domínio, segurança e perfeição do artesão que leva a vida inteira fazendo cerâmica. Na tela, na cor natural do barro, sobre um fundo quase da mesma cor em tom mais esmaecido, ou contra o fundo branco, eles se destacam com uma integridade difícil de alcançar, nas nuances do barro quando é queimado, nas sombras exatas , até na irregularidade de da cerâmica artesanal. São atraentes, tem todo o apelo da coisa feita com amor e perfeição”. Exposição de Freitas Pinto Críticas Matilde Matos - Jornal da Bahia - Maio/1989


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130 Menção Aos povos indígenas do Brasil com sua marca indelével no modelar o pote e fabricar o trançado, com suas angústias pela sua sorte e pelo seu futuro uma devida menção e reflexão...


131 Destaque Com a capoeira e o berimbau colorido, destaco a beleza de toda a riqueza cultural afrodescendente.


132 Reconhecimento À Maria da Graça, pela sua sensibilidade e sintonia com a minha arte...


133 Homenagens Meu Pai, com sua sabedoria e simplicidade me ensinou a viver com seu exemplo... E, minha Mãe com seu sorriso, seu carinho e seu amor... Arthur Freitas Pinto e Maurilia da Silva Freitas Pinto Homenagens


134 Dona Inserir Nome, Fernando Pinto e sua filha Cristiane Pinto


135 Fernando Pinto e Inserir os nomes das pessoas Fernando Pinto e Inserir os nomes das pessoas Homenagens


136 Inserir os nome e parentesco Inserir os nome e parentesco Inserir os nome e parentesco Inserir os nome e parentesco


137 Inserir os nome e parentesco Inserir os nome e parentesco Homenagens


138 Filha do artista, Cristiane Pinto e seus netos, nome 1 e nome 2.


139 Homenagens


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