RevistaAEAS

associação de
engenheiros
e arquitetos
de santos

nº 101
ano XXIII - novembro 2017
www.aeas.com.br

anos de mãos
dadas com o

avanço da região

Hidrovia é solução
sustentável para o
transporte metropolitano

Porto de Santos: oficialmente
são 125 anos, mas sua
história começa no
descobrimento do Brasil

Em Santos, madeiras
descartadas se tornam
móveis e objetos de decoração

REVISTA AEAS 1

DIRETORIA EXECUTIVA – CONSELHEIROS – 2015/2021 PALAVRA DO
Biênio 2015/2017 PRESIDENTE
Engº Alcir dos Santos Elias
Presidente: (Presidente do Conselho Deliberativo) Nesses quatro anos em que eu, toda a Direto-
Engº Ademar Salgosa Junior ria e o Conselho Deliberativo estivemos à frente da
Engº Wolney José Pinto Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos,
Diretor Administrativo: (Diretor Administrativo) procuramos fazer o melhor para que nossa enti-
Engº Wolney Jose Pinto Engº Fernando Pinto Tuzzolo dade mantivesse a mesma importância social que
Engº Rui Evangelista dos Santos conquistou ao longo dos seus 80 anos, comemora-
Diretor Financeiro: Engº Paulo Roberto de Souza dos na edição desta revista. Promovemos palestras
Engº Domingos Mariotti Tringali de atualização profissional, participamos de ações
e Silva Schiff sociais e fomos protagonistas de importantes de-
Diretor de Relações Públicas e de Engº Nilson da Piedade Barreiro bates regionais, com os seminários ‘Hidrovia Já’,
Divulgação: ‘Soluções para a erosão da Ponta da Praia’ e ‘Incên-
Engº Marcus Antonio Voris dio Alemoa’.
Arqº Daniel Passos Proença (Diretor Industria)
Diretora Adjunta: Portanto, esta revista veio para evidenciar, mais
Arqº Carlos Eduardo de Azevedo uma vez, a importância que a AEAS, com todos os
Arqª Kátia Dolabella Ferreira Luz Passos (Diretor de Patrimônio e Obras) seus associados e equipe, representa para a Baixa-
Diretor de Patrimônio e de Obras: da Santista. Preparamos uma edição especial com
Arqª Marly Alvarez Cimino matéria sobre os fatos mais marcantes dos 80 anos
Arqº Carlos Eduardo Azevedo Passos (1ª Secretária do Conselho Deliberativo) da AEAS, desde sua criação, em 1937, até os dias
Diretor Adjunto: atuais, com curiosidades que muitos sócios podem
Engº Marcus Rogério Paiva Alonso ainda não saber. Falamos sobre a luta travada des-
Arqº Frederico da Costa Marins de 2012 para um maior desenvolvimento da região,
Diretor Técnico-Cultural: CONSELHEIROS – 2017/2023 sugerindo a utilização de hidrovias para o trans-
porte de cargas e passageiros.
Engº Aureo Emanuel Pasqualeto Arqº Daniel Passos Proença
Figueiredo (Diretor de Relações Públicas Conversamos com o novo presidente eleito, o
Diretor Social: engenheiro mecânico Rui Evangelista dos Santos,
e de Divulgação) que desde 1983 é associado da AEAS, do qual tenho
Engº Marcus Antonio Gaspar Arqª Marise Cespedes Tavolaro convicção de que fará um belo trabalho nos próxi-
Augusto Engº Antonio Francisco Filho mos anos. Aproveitando esse clima de aniversário,
contamos de forma breve a história do Porto de
Diretor de Esportes: Engº Norival Gonçalves Santos, que em 2017 completa oficialmente 125
Engº Marivaldo Guimaraes Touça Engº Reynaldo Eduardo Young Ribeiro anos, mas que vem desempenhando um papel im-
Engª Martha Negreiros Velloso Feitosa portantíssimo para a o crescimento do Brasil desde
Junior 1502.
Diretor de Industria: Arqª Katia Dolabella F. Luz
Engº Marcus Antonio Voris (Diretora Adjunta de Relações Públicas Vale também a leitura sobre a EcoFábrica Cria-
tiva, projeto da Prefeitura de Santos que oferece
Diretor de Portos: e de Divulgação) curso de marcenaria para pessoas de baixa renda
Engº Eduardo Lustoza Engº Luiz Fernando Loyo e que, em parceria com o Club Design, proporcio-
Arqº Frederico da Costa Marins nou aos alunos materializar projetos de arquitetos
Diretor de Inovação: (Diretor Adjunto de Patrimônio e Obras) e designers da região. Aliás, lembro de agradecer
Arqº Felipe Câmara Guedes Engº Lupercio Simão Conde ao amigo Alvaro Guillermo, do Grupo Mais, por nos
presentear com o selo comemorativo aos 80 anos
MESA DO CONSELHO DELIBERATIVO CONSELHEIROS SUPLENTES – da nossa entidade. Também tivemos a honra de
– BIÊNIO 2017/2019 2017/2019 entrevistar o engenheiro aeronáutico Ozires Silva,
responsável pela criação da Embraer e nomeado
Presidente: Engº Marivaldo Guimarães Touça Profissional do Ano 2017 da AEAS.
Engº Alcir dos Santos Elias Junior (Diretor de Esporte)
Engº Maria Helena Ng Enfim, encerro aqui minhas palavras e agrade-
1ª Secretária: ço imensamente a todos aqueles que me confiaram
Arqª Marly Alvarez Cimino Engº Luiz Henrique Monteiro Simões a missão de ser presidente e a todos que estiveram
Engº Osvaldo Kawakami nessa trajetória da AEAS, entidade que me orgulho
2º Secretário: Engº Alfeu Praça Fonseca muito em fazer parte e à qual desejo muitos outros
Engº Reynaldo Eduardo Young Ribeiro 80 anos para serem celebrados.
Engº Lino Augusto Moreira Amorim
CONSELHEIROS VITALÍCIOS Engº Edison da Silva Monteiro Muito obrigado e boa leitura.
Engº Domingos Mariotti Tringali
Engº Tarciso Barroso (Diretor Financeiro) Engenheiro Ademar Salgosa Junior
Engº Rubens Oliari Engº Romulo Barroso Villaverde Presidente da AEAS
Engº Nelson Chein Massud Murad Engº Alexandre Ribeiro Alonso
Engº Franco Pagani
Engº José Lopes dos Santos Filho Engª Elenilda Pereira da Silva Apostolo
Engº André Monteiro de Fázio Engº Antonio Carlos da Mata Barreto
Engº Sergio Novita Fortis
Engº Israel Aron Zylberman Engº Luiz Claudio de Aquino
Engº Sergio Matheus Antunes Mattos Barroso Pereira
Engº Antonio Carlos Silva Gonçalves
Engº Mauricio Uehara, Engº João Teixeira Salgado
Engº Márcio Borchia Nacif Engº Cyro Raphael Monteiro da Silva
Engº Murilo Amado Barletta
Engº Luiz Antonio Rosas Neto Engª Mabel Gomes Moreira
Engº Marcos Teixeira Engº Eduardo Toro de Abreu
Engº Norberto Tadeu de Oliveira
CONSELHEIROS – 2013/2019
Engº Marcos Storte
Engº Eduardo Lustoza Arqº Felipe Camara Guedes
(Diretor de Portos)
(Diretor de Inovação)
Arqª Iara Mara Pimenta Engº Paulo Sergio Vaz Pedro
Villodre Migotto Engº Orlando Cesar Magalhães
Engº Denialdo de Carvalho
Engº Aureo Emanuel Pasqualeto
Figueiredo CONSELHO EDITORIAL

(Diretor Técnico-Cultural) Engenheiro Ademar Salgosa Júnior,
Engº Ademar Salgosa Junior Arquitetos Daniel Passos Proença e
(Presidente da Diretoria Executiva)
Arqº Gustavo de Araujo Nunes Katia Dolabella.
Engº Marcus Antonio Gaspar Augusto Editor-Chefe:
Jornalista Rogério Amador
(Diretor Social) MTB 59968/SP;
Engº Carlos Tadeu Eizo Jornalista responsável:
Engª Sidney de Barros Thaís Moraes Macedo MTB 76008/SP
Engº Gerson Carlos Rolim Direção de arte:
Engº Waldenir Geraldo Ferreira Priscilla Belavenute
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2 REVISTA AEAS

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REVISTA AEAS 3

06ENTREVISTA

HIDROVIA 07 NOVO
PRESIDENTE AEAS

08
12 RESPONSABILIDADE

TÉCNICA

14 ANIVERSÁRIO
80 ANOS

20 PRATAS
DA CASA

22 EROSÃO PONTA DA PRAIA

CRÔNICA 24 ECOFÁBRICA
CRIATIVA

27

28PORTO DE SANTOS

30LINHA DO
TEMPO

32PROFISSIONAL
DO ANO

33COLUNA
SOCIAL

Agradecimento especial pela confecção
do selo comemorativo de 80 anos da AEAS

CHEGOU A HORA

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ENTREVISTA “ESTATUTO
ÁGIL E
“NOVOS MODERNO”
TEMPOS
PARA A AEAS”

Foram quatro anos ou duas gestões seguidas à fren- Após assumir a presidência do Conselho Delibera-
te da AEAS (2013-2015 e 2015-2017), justamente num tivo da AEAS na gestão 2015-2017 e com a missão de
momento de muita instabilidade política e financeira modernizar o estatuto social da AEAS, o engenheiro
no país. Mesmo assim, o engenheiro químico Ademar industrial mecânico, Alcir dos Santos Elias, segue no
Salgosa Junior conseguiu vencer o pessimismo dos mer- posto para mais um biênio. Desta vez para ajudar na
cados e colocar a AEAS no caminho do crescimento e implantação de um regimento interno capaz de levar
da modernidade. Agora, ao se despedir da presidência, à independência financeira, além de um novo mode-
faz um rápido balanço da sua trajetória e se diz otimista lo de governança corporativa. Acompanhe trechos da
com relação ao futuro da AEAS. entrevista.

Como podemos definir a sua gestão nestes Após aprovação do novo estatuto social, quais
quatro anos? foram os principais avanços?

De muito trabalho para contornar as muitas dificul- Sem dúvida foi um grande trabalho. Conseguimos
dades. Foram inúmeras ações de melhoria, tanto na área aprovar, em 24 de agosto último, esse respeitável do-
estrutural, quanto nos avanços da representatividade cumento que trata de assuntos importantíssimos para
da entidade e dos nossos profissionais nas mais variadas a nossa entidade. Agora, a partir de 1º de novembro,
áreas de atuação na cidade, apontando soluções em te- teremos mais 180 dias para implantar o regimento
mas de impacto na região. interno já com o novo modelo de governança corpora-
tiva que prevê ações de transparência, independência
E o que melhorou neste período? financeira e mecanismos de compliance com o total
Na parte estrutural foram vários avanços. Desde a controle das nossas atividades.
reforma do hall de entrada, do espaço gril e do estacio-
namento até os diversos eventos técnicos promovidos Qual o foco para a nova gestão?
por nós. Atualmente, estamos finalizando uma grande O foco é o novo associado, sobretudo, o jovem en-
obra em nosso 1º andar, onde aumentamos o número genheiro e arquiteto. Queremos ver esse novo profis-
de salas e reformamos praticamente todas as outras. sional utilizando nosso coworking, pois sabemos que
Além disso, modernizamos o nosso estatuto, capita- nem sempre ele possui um local apropriado com equi-
neado pelo atuante Conselho Deliberativo e potencia- pamentos para pesquisa ou até mesmo para receber
lizamos a nossa comunicação no ambiente web com a uma empresa ou um futuro cliente. Ou seja, a associa-
atualização diária no nosso site e nas redes sociais. ção poderá ser o endereço dele.

A AEAS está preparada para o futuro? Alguma novidade?
Penso que o futuro já bateu na porta e, A novidade fica por conta que a AEAS premiará a
cada seis meses os três melhores universitários de cada
para isso, estamos preparados para os novos curso de engenharia e arquitetura de Santos, conce-
desafios que certamente surgirão. Teremos dendo a isenção da mensalidade por um ano, além da
em breve um espaço de coworking para os
novos e jovens profissionais, uma série de deferência de ser condecorado pela
principal entidade classista da re-
eventos ligados às comemorações aos gião. Assim, faremos o elo com os
80 anos da entidade, à moderni- novos profissionais, aumentando
zação da nossa secretaria e às di- nosso quadro associativo com jo-
versas outras ações de melhoria vens e influentes profissionais.
previstas para ocorrerem nos pró-
ximos meses. No entanto, todo
esse trabalho só pode ser vali-
dado devido à perfeita atuação
dos nossos diretores, que nes-
te período, foram incansáveis
na execução de cada projeto.

6 REVISTA AEAS
anos

NOVO PRESIDENTE AEAS

“ESTOU PRONTO PARA
ASSUMIR MINHAS
RESPONSABILIDADES”

No dia 1º de novembro, a As- Rui Evangelista Vejo que pessoas de grande re-
sociação de Engenheiros e Arqui- dos Santos, levância ocuparam esse cargo a seu
tetos de Santos (AEAS) recebe o presidente da tempo e contribuíram para o desen-
novo presidente da entidade, Rui AEAS no biênio volvimento da associação. É natural
Evangelista dos Santos. 2017-2019 que os sócios queiram igualmente
essa honra que é, ao mesmo tempo,
Eleito para o biênio 2017-2019, “Vamos dinamizar uma imensa responsabilidade. Pe-
o engenheiro mecânico de 68 anos a participação sou o apoio e o incentivo de amigos
nascido em Caldas, Minas Gerais, de sócios atuais próximos, de ex-presidentes e dos
formou-se pela Escola Federal de e dos novos para membros do Conselho Deliberati-
Engenharia de Itajubá (EFEI), aumentar a vo que confiaram em nossa propos-
atual Universidade Federal de Ita- ta e me elegeram.
jubá (UNIFEI). frequência na sede
em todos os setores” Como recebeu a notícia de
Chegou a Santos para trabalhar que tinha sido escolhido presi-
na antiga Companhia Siderúrgica dente?
Paulista (Cosipa), onde atuou de
1975 a 1999 nas áreas de Coorde- Com alegria e tranquilidade, es-
nação de Compras de Materiais, tou pronto e determinado para assu-
de Planejamento e Programação mir minhas novas responsabilidades.
de Obras, na Superintendência de
Matérias-Primas e na Gerência de O que pretende trazer para
Vendas Especiais. a AEAS no seu mandato?

Em 1983, Rui Santos associou- Trabalho, trabalho e trabalho.
-se à AEAS, tendo ocupado duran- É o que recomendo a todos aque-
te esses anos alguns cargos como les que estarão junto em minha
Conselheiro, Diretor Administra- futura diretoria. Começamos com
tivo, Diretor Financeiro e Presi- a grande tarefa de dar andamento
dente da Comissão de Patrimônio às atividades relativas aos 80 anos
e Finanças. da Associação. Vamos dinamizar a
participação de antigos e novos só-
A seguir, leia os principais tre- cios para aumentar a frequência na
chos da entrevista concedida à Re- sede em todos os setores: social,
vista AEAS. técnico, cultural, esportivo etc.

Há 34 anos você tornou-se Aprimoraremos o atendimento
sócio da AEAS. Qual a importân- para que o sócio tenha as melhores
cia da entidade na sua carreira? condições de usufruir deste espa-
ço, que é para seu uso, e mantere-
A AEAS é uma associação mui- mos as comunicações para difundir
to prestigiada e reconhecida em as notícias e informações de inte-
nossa sociedade. Associei-me para resse para a comunidade. Também
estar em contato com os colegas dinamizaremos as relações com as
profissionais e participar do meio instituições e parceiros que contri-
associativo. Foi uma ótima decisão buem para nossa grandeza.
que sugiro a todos os profissionais.
Podem contar com nosso empe-
Você já ocupou cargos impor- nho e determinação para uma Asso-
tantes. Por que dessa vez decidiu ciação ainda melhor a cada dia.
candidatar-se à presidência?

REVISTA AEAS 7

TRANSPORTE METROPOLITANO

NA BAIXADA
SANTISTA

Modal mais Em novembro de 2012, a estratégico das hidrovias para
econômico tem Associação de Engenheiros e o Porto de Santos”; “Visão hi-
grande potencial Arquitetos de Santos (AEAS) droviária nacional”; “Por que
para acabar com o deu início ao que até o momen- hidrovia não deslancha?”; “A
congestionamento to é uma de suas maiores lu- importância do sistema hidro-
do Porto e tas para o desenvolvimento da viário na mobilidade urbana”;
transportar Região Metropolitana da Bai- “Conveniências hidroviárias
passageiros xada Santista (RMBS): a im- para expansão portuária”;
plantação de hidrovias em rios “Histórico e perspectiva da
e canais que banham a região, hidrovia na Baixada”; “O trans-
tanto para transporte de cargas porte hidroviário no Estado de
quanto para transporte de pas- São Paulo e suas perspectivas”,
sageiros. entre outros.

Para debater o tema com es- Como resultados dos se-
pecialistas e autoridades gover- minários, a AEAS e o Conse-
namentais da área, a entidade lho Regional de Engenharia
criou o seminário “Hidrovia Já e Agronomia de São Paulo
- O desenvolvimento passa pela (CREA-SP) enviaram em mar-
água”, promovido nos anos de ço deste ano a autoridades, aos
2012, 2014, 2015, 2016 e 2017. governos estadual e federal e
a associações e sindicatos da
Entre os tópicos aborda- área portuária e retroportuária
dos nos cinco encontros estão uma “Carta Metropolitana de
“Como e por que implantar Comunhão Hidroviária”, que
sistema hidroviário na RMBS”; reúne soluções e estratégias
“Integração hidroviária ao construídas coletivamente so-
transporte de passageiros en- bre a importância e necessida-
tre os nove municípios da de de um sistema hidroviário.
RMBS”; “O desenvolvimento

8 REVISTA AEAS
anos

Brasil pouco utiliza “O modal hidroviário é o “O modal
rios para transporte mais econômico em relação à hidroviário
de cargas e pessoas energia e à logística. É uma é o mais
vantagem financeira e turísti- econômico
Apesar de possuir grandes ca muito grande. Santos, São em relação
bacias hidrográficas, o Vicente, Guarujá, Bertioga, à energia e
Brasil pouco utiliza os rios à logística.
para transporte de cargas Praia Grande e Cubatão É uma
e pessoas se comparado a possuem estuários que, vantagem
países vizinhos como Uruguai, se utilizados na sua po- financeira
Argentina e Paraguai. tencialidade, acabariam e turística
com o congestionamento muito grande”
De acordo com a Agência do Porto e da entrada de
Nacional de Transportes Santos. É mais uma pos- Eduardo Lustoza,
Aquaviários (Antaq), há dez sibilidade de integrar es- Diretor de Portos da AEAS
anos, 500 embarcações ses municípios”, explica
faziam o transporte o engenheiro eletricista, 180
hidroviário no Brasil. quilômetros de vias
Atualmente, apenas 51 estão diretor de Portos da AEAS e navegáveis podem
registradas na agência, um dos idealizadores do Hidro- ser utilizados no
cenário muito diferente via Já, Eduardo Lustoza. deslocamento de cargas
do Paraguai, que tem 1.910 50para o Porto de Santos
embarcações hidroviárias; Nos seminários, os partici- caminhões
da Argentina, com 850; e do pantes de toda a região metro- equivalem a uma
Uruguai, com 298. politana se manifestaram po- barcaça carregada
sitivamente pelos diferenciais de mercadorias
Um dos exemplos do competitivos, como a maior
modal no país é a Hidrovia capacidade de carga com baixo REVISTA AEAS
Tietê-Paraná, que parte calado e menor quantidade de
do centro-oeste brasileiro viagens, trazendo uma diminui-
e passa pela Bolívia, ção de poluentes para a mesma
Paraguai, Argentina e quantidade de passageiros e car-
Uruguai, até desaguar no gas em relação a outras formas de
Oceano Atlântico. Em 2016, transporte.
3,3 milhões de toneladas
de mercadorias foram O documento cita também
transportadas pela hidrovia, o Incêndio da Alemoa, ocorrido
que possui 1.653 quilômetros em abril de 2015, que obstruiu o
de vias navegáveis, acesso ao Porto de Santos e gerou
interligando cinco estados enormes prejuízos aos terminais,
brasileiros: Goiás, Minas exportadores e ao próprio País.
Gerais, Mato Grosso do Sul, “Além dos benefícios para a eco-
Paraná e São Paulo. nomia, a ideia é utilizar as hidro-
vias como um metrô na Baixada
Santista, com terminais rodo-hi-
droviários e estações de passagei-
ros para integração. Reduzindo o
trânsito e o custo do transporte,
o modelo também traria desen-
volvimento para o entorno dessas
estações, gerando um fluxo de
pessoas, comércio etc.”, projeta o
diretor de Portos da AEAS.

A carta de intenções recebeu
apoio da Capitania dos Portos
de São Paulo (CPSP). “Consi-
derando a importância do Porto
de Santos no cenário econômico
do Brasil, e sua localização no
Estado de São Paulo, é impres-
cindível que todas as instâncias
de governo associem-se para a
solução do problema. E nós, da
Marinha do Brasil, estaremos
sempre ao lado desses projetos”,

9

Divulgação/Codesp

garantiu o capitão de mar-e- um levantamento topográfico Agem aponta como meta
-guerra Alberto José Pinheiro e de cartas náuticas, ambos a implantação de Sistema
de Carvalho. aprovados pela Marinha. Hidroviário de Passageiros

A Carta Metropolitana Para dar início ao proces- A Agência Metropolitana da
também foi enviada aos de- so, duas plataformas logísticas Baixada Santista (Agem) promoveu,
putados federais João Paulo serão instaladas em áreas dife- por meio do Plano Metropolitano de
Tavares Papa, Beto Mansur e rentes em Cubatão para o que Desenvolvimento Estratégico (PMDE-
Marcelo Squassoni, represen- os caminhões que chegarem BS), estudo para levantar informações,
tantes da Baixada Santista no à região descarreguem a mer- dados, cenários de futuro e estabelecer
Congresso Nacional, a fim de cadoria. Como as plataformas metas e prioridades para a região, num
que parlamentares criassem terão acesso à ferrovia e à ro- planejamento até o ano de 2030, sendo
condições favoráveis e bus- dovia, poderão receber carga um deles Mobilidade e Acessos.
cassem recursos junto ao Mi- de ambos os modais. De lá, a
nistério dos Transportes. mercadoria seguirá por barca- Nesse eixo, o estudo apontou
ças e será levada aos terminais algumas metas e uma delas refere-se
Codesp utilizará portuários pela hidrovia. à implantação do sistema hidroviário
de passageiros. Segundo a Agem,
hidrovias para transporte Segundo o presidente da atualmente está em andamento
Codesp, o congestionamen- um estudo de viabilidade técnica e
de mercadorias to de caminhões na Peri- financeira do sistema hidroviário sendo
Em setembro de 2017, o di- metral diminuirá muito. “A feito pelo Departamento Hidroviário
retor-presidente da Compa- barcaça consegue carregar o do Estado, pertencente à Secretaria de
nhia Docas do Estado de São equivalente a 50 caminhões, Transportes e Logística.
Paulo (Codesp), Alex Oliva, o que vai melhorar muito o
anunciou que o Porto de San- tráfego”. A Agência se coloca a favor de
tos dará início ao transporte todo e qualquer projeto que auxilie
de cargas por hidrovias. Estudo realizado pela Fun- na melhoria da mobilidade urbana
dação para o Desenvolvimento da RMBS, de forma responsável e
O modal será apresenta- Tecnológico da Engenharia sustentável. Segundo a entidade,
do à iniciativa privada e já há (FDTE), a pedido do Governo os principais benefícios que esse
interessados em utilizar o sis- Federal, identificou ao menos modal pode trazer são: diminuição da
tema. Em maio de 2017 a Co- 180 quilômetros de vias na- sobrecarga das rodovias; redução do
desp criou um grupo de tra- vegáveis que podem ser utili- impacto negativo nas áreas urbanas
balho composto pela Agência zados para o deslocamento de das cidades que compõem a RMBS, em
Nacional de Transportes cargas para o Porto de Santos. especial as que possuem instalações
Aquaviários (Antaq), Capita- Tratam-se de rios e braços de portuárias; aumento da eficiência no
nia dos Portos de São Paulo mar que cruzam o Canal do transporte de mercadorias, redução
e Administração da Hidrovia Estuário. de custos e melhoria da qualidade e
do Paraná (Ahrana). Foi feito produtividade das operações portuárias.

10 REVISTA AEAS
anos



RESPONSABILIDADE TÉCNICA

O SELO DE QUALIDADE

DO BOM
PROFISSIONAL

Anotação de Não esqueça: Qual a importância
Responsabilidade código 48 da ART
Técnica (ART)
Associado - Toda vez que A Anotação de Responsabilidade
Instituída pela Lei nº prestar qualquer serviço Técnica (ART) é um instrumento
6.496 de 7 de dezembro de nas áreas de engenharia legal, necessário à fiscalização das
1977, para os profissionais ou agronomia e, atividades técnico-profissionais
da área tecnológica, portanto, preencher nos diversos empreendimentos
possui como função a ART (Anotação de sociais. Trata-se de um resumo
primordial assegurar a Responsabilidade do contrato firmado entre o
responsabilidade técnica Técnica), não deixe profissional e seu cliente ou
dos serviços prestados de colocar no Item seu empregador para execução
por esses profissionais, 7.Entidade de Classe, o de obra/serviço. O Conjunto
em benefício de toda a código da AEAS: 48. Desta de ART´s cria o Acervo Técnico
sociedade. Sem a ART, é forma, você colabora Profissional, uma espécie de
muito mais difícil definir para o fortalecimento da currículo que reúne as atividades
a autoria na execução entidade, pois parte do desenvolvidas ao longo da vida
de obras e serviço de valor arrecadado com as profissional compatíveis com sua
Engenharia, Agronomia, ART’s é destinado à nossa competência.
Geologia, Geografia, associação
Meterologia etc. Por que preciso me registrar?
É a comprovação legal das suas
Como emitir uma ART reais atribuições profissionais
* Acesse o CREAnet conferidas pelo diploma
pelo endereço creanet. de graduação emitido por
creasp.org.br ou pelo instituição de ensino também
menu de acesso rápido registrada no CREA/SP e o habilita
na página principal do a exercer a profissão. Ajuda a
Portal CREA-SP – combater o mau exercício das
www.creasp.org.br atividades tecnológicas por
* Entre com seu login profissionais não habilitados
e senha. ou leigos, além de ser um ato de
conscientização profissional e de
fortalecimento das carreiras da
área tecnológica.

12 REVISTA AEAS

REVISTA AEAS 13

ANIVERSÁRIO

80 ANOS DE CO
Em comemoração a quase um século da AEAS,
nas próximas páginas você vai conhecer os fatos
que mais marcaram a história da entidade

AEAS é Início das
transformada tradicionais
em entidade festas típicas
de utilidade brasileiras,
pública, votada
entre elas,
pela Câmara
a Festa Junina
Municipal

1937 1939 1945 1948 1949-1951

Quadro de associados atinge 196 inscritos, 220% mais do que em 1938. A pouca idade do
engenheiro-arquiteto, Aníbal Martins, então com 32 anos, atraía jovens profissionais

Se houvesse uma explicação sobre so da engenharia, reunir os profissio- tes: a primeira, de frente para o mar;
o papel da Associação de Engenheiros nais, organizar o setor e ter um espa- a segunda, entre as ruas Dr. Artur
e Arquitetos de Santos em toda a sua ço para reuniões e convívio. Porchat de Assis e Embaixador Pedro
história, aqueles que acompanharam de Toledo; e a última, de frente para
os seus primeiros anos, comemoraram Como primeira entidade entre a rua Porchat de Assis, local da sede
o aniversário de meio século e vivem classes liberais de Santos, de 1937 a até hoje.
os momentos atuais, diriam que sua 1939 as reuniões eram feitas no recém-
missão é o compromisso com o desen- -inaugurado Palácio Saturnino de Bri- A parte do terreno da orla foi vendi-
volvimento da Baixada Santista. Nos to, na avenida São Francisco, centro da a 700 contos de réis, onde hoje está
seus 80 anos de existência, a entidade da cidade. Ainda em 1939, a entidade localizado um dos primeiros prédios
esteve presente em momentos cru- ocupou duas salas térreas do Parque de grande porte da praia, o Edifício
ciais no cenário regional. Balneário Hotel e depois alugou um Belmar. Já a segunda parte foi comer-
casarão na Av. Vicente de Carvalho, 36. cializada por 450 contos. O valor ultra-
Seja em visitas técnicas a obras passou os 900 contos de réis pedidos e
importantes, seja como conselheira Ideia genial permitiu ainda sobrou dinheiro em caixa.
da Prefeitura de Santos na elabora- a compra da sede
ção de projetos, seja oferecendo o Desde essa época, os associados
conhecimento dos profissionais em Após a instalação provisória, o eram convidados para observar im-
momentos de tragédias naturais ou principal objetivo era conquistar uma portantes obras na região e na capi-
lutando pela metropolização da Bai- sede própria. No espaço que ocupa- tal e, com isso, atualizavam-se sobre
xada Santista, a AEAS sempre bus- vam, na Av. Vicente de Carvalho, ter- técnicas de engenharia empregadas.
cou ativamente pelo progresso na reno e imóvel eram avaliados em 900 Acompanharam a construção do Pa-
região. Foram tantos momentos de contos de réis, o que era um proble- caembu, o corte do Rio Tietê e a evo-
protagonismo, que é difícil mensurar ma, já que a Associação só tinha 25 lução da construção da pista norte da
a importância da entidade. contos de réis em caixa. Rodovia Anchieta.

Sua fundação, em 29 de outubro Foi quando o novo presidente, A entidade também era ampla-
de 1937, foi idealizada por engenhei- Sylvio Passarelli, eleito em 1941, mente consultada pela Prefeitura de
ros que atuavam na Repartição de teve a brilhante ideia de garantir um Santos em decisões sobre o Código de
Saneamento de Santos (RSS), com documento de compromisso de com- Obras e o Plano de Habitações Popu-
o propósito de incentivar o progres- pra e venda até uma data limite e, lares. Na linha do tempo que segue,
assim, dividiu o terreno em três par- será possível conhecer mais sobre a

14 REVISTA AEAS
anos

OMPROMISSO
COM O DESENVOLVIMENTO

Depois de ser Presidente responsável As curvas dos
instalada em salas pela instalação do SESI jardins da praia
da Repartição de levam a assinatura
Saneamento e do O engenheiro do engenheiro
Parque Balneário, a eletroeletrônico José Aflalo agrônomo
Associação alugou Filho foi o maior responsável Armando Martins
este casarão na Av. pela instalação do Serviço Clemente, segundo
Vicente de Carvalho, Social da Indústria (SESI) secretário da
36, antiga residência em Santos, o que garantiu entidade em 1952
de um gerente inglês o início do ensino técnico a
1957-1959
centenas de jovens

1951-1953 1954 1956

Secretário Solidariedade em momentos difíceis
foi projetista Em março de 1956, deslizamentos de terra soterraram
dos jardins da orla
O segundo secretário da dezenas de casas no bairro do Marapé, causando a
gestão, o engenheiro agrônomo morte de mais de 20 pessoas. Os engenheiros foram
Armando Martins Clemente,
foi o realizador do projeto que fundamentais junto à prefeitura na avaliação de
daria aos jardins da orla da praia encostas e projeção de medidas de contenção
as curvas que possui até hoje.
Antes dele, os jardins da praia Presidente responsável pelos bondes elétricos da cidade
eram imensos gramados retos, O engenheiro Antônio Lotufo, décimo presidente, era o
sem muita arborização e poucos
monumentos superintendente do Serviço Municipal de Transporte Coletivo
(SMTC), responsável pelos bondes elétricos em Santos. Lotufo
também comandou a transformação dos bondes abertos para o
tipo fechado. Especializado no ramo elétrico, o engenheiro trouxe à
entidade vários eventos ligados ao segmento, como palestra da IBM
do Brasil, em que foram apresentadas as calculadoras eletrônicas

que revolucionaram o trabalho dos engenheiros

Eventos técnicos atraíam AES passa a publicar coluna no Jornal A Tribuna
estudantes da Capital Em janeiro de 1954, a AES passou a publicar uma coluna às
Eventos promovidos pela quartas-feiras e aos sábados no Jornal A Tribuna. Intitulada
“Engenharia”, a coluna falava sobre importantes notícias
Associação entre 1949 e 1951 para os engenheiros e expressava o posicionamento da
eram bastante concorridos e entidade junto a temas importantes de Santos
lotavam o auditório, que ficava
repleto de profissionais. Muitos Primeira grande reforma
jovens desciam a serra (as escolas Para adotar espaços mais adequados a eventos foi
realizada a primeira grande reforma da entidade.
de engenharia ficavam na Por causa da obra, a festa de 17 anos da Associação
capital), apenas para participar foi realizada no Parque Balneário Hotel

de palestras e exposições

REVISTA AEAS 15

ANIVERSÁRIO

Chegada do CREA e Aproximação dos Lançado o primeiro
instalação da Cosipa arquitetos e criação do informativo da AEAS
Em dezembro de 1961, o CREA No seu 37º ano, a AEAS lançou seu
finalmente instalou uma delegacia segundo pavimento primeiro informativo, chamado
na AES, que deu um novo ânimo O engenheiro mecânico “O Engenheiro”, para informar aos
e ritmo à entidade. A época foi Rubens Oliari teve sua associados tudo o que ocorria dentro e
marcada também pela instalação fora da sede, assim como notas, cursos,
da Companhia Siderúrgica Paulista gestão marcada por
em Cubatão (Cosipa), assunto ter se aproximado dos palestras e artigos
amplamente debatido na AES. A arquitetos, numerosos
entidade participou e acompanhou
de perto todas as etapas da na entidade. Oliari
construção da companhia, não só sempre ouvia críticas em
abrindo espaço para debates sobre relação à modernização
a maior obra de investimento da
Baixada Santista na época, mas da associação e que o
levando os associados aos canteiros nome dos arquitetos
de obras, onde eram empregadas fosse inserido na marca
técnicas de grande complexidade, da instituição. Nessa
como a construção do Alto Forno época foi feita a criação do
segundo pavimento, que
possibilitou novos cursos e
espaços de convívio

1957 1961 1964 1971- 1973- 1974
1973 1975

Inauguração da Barraca de Arquitetos integram o nome da entidade e
Praia como manobra contra a AEAS se posiciona ao limite de andares na

ditadura construção de prédios
Em 1964, ano de início da ditatura, A inserção do nome na marca da entidade foi
não houve muitos eventos porque realizada na gestão de Wilson Cury, presidente entre
qualquer tipo de aglomeração era os anos de 1973 a 1975. Nesse período, a AEAS foi
contrária à decisão de aumentar a altura dos prédios
mal vista pelos militares. Uma santistas, afirmando que o ideal para a cidade era a
maneira de driblar essa situação construção de prédios com, no máximo, dez andares.
e colocar o papo em dia sem que O projeto de lei enviado à Câmara Municipal dava
ninguém acusasse de conspiração abertura à construção de edifícios com até 17 andares
foi a inauguração da Barraca de na orla da praia. O Conselho Consultor do Plano
Praia, que foi um importante local Diretor aprovou, então, emenda que estabelecia
em que assuntos profissionais altura máxima em vez de limite de pavimentos

eram colocados em pauta

16 REVISTA AEAS As festas da Associação
eram conhecidas pelo

glamour e elegância

anos

A AEAS Criação da marca definitiva da AEAS Grande desemprego
participou e e do Prêmio Profissional do Ano entre engenheiros
acompanhou Naquele ano, só no Estado
de perto todas Na gestão de André Monteiro de Fázio, de SP haviam 15 mil
as etapas da a AEAS ganhou sua atual identidade engenheiros desempregados.
construção da visual, escolhida em concurso que A AEAS se mobilizou contra
Cosipa o decreto nº 90.922/85,
durou dois meses e teve dezenas que regulamentava
Eventos para de concorrentes. O logo vencedor ao profissional técnico
debater acidentes no foi do relações públicas e então desenvolver trabalhos de
superintendente da Companhia de engenharia e arquitetura,
tráfego de Santos Saneamento Básico do Estado de São poderes maiores do que
Nesta época, Santos registrava Paulo (Sabesp), Nabih Mitaini, que era o aceitável pelas classes
um acidente a cada três minutos, especialista em marcas simétricas e já
tinha criado as logomarcas da própria profissionais
muito em função da falta de Sabesp e da Cetesb. Naquele ano foi
organização do tráfego santista, Criado o Prêmio Profissional do Ano
ainda com pouca sinalização e
regras, e por causa de motoristas para condecorar o engenheiro
que ingeriam álcool. Preocupada ou arquiteto destaque do ano. O
com a situação, a AEAS passou a primeiro profissional escolhido foi o
engenheiro Thomaz Amarante, por
realizar eventos sobre o tema sua atuação na elaboração do Código
de Obras de Santos e na Planta

Genérica de Praia Grande

1975- 1978 1980 1982 1984 1985 1987-
1977 1989

Visitas técnicas O adeus à AEAS se solidariza Luta pela
ao Metrô, às obras Companhia Docas com a tragédia da metropolização da
Novembro de 1980
da Rodovia dos Vila Socó Baixada Santista
Imigrantes e ao marcou o fim da No incêndio da Vila A AEAS foi palco de
Emissário Submarino Companhia Docas Socó, em Cubatão, a grandes discussões
Com a tradição de de Santos, empresa entidade foi doadora
acompanhar de perto parceira da AEAS. não só em termos na luta pela
obras que transformam A importância da materiais, mas se implantação da
a região para aprofundar CDS na entidade foi colocou à disposição Região Metropolitana
as novas técnicas imensurável, desde para avaliar o que da Baixada Santista.
de engenharia, os sua fundação, em que ocorreu na noite de A entidade redigiu
associados fizeram foi formado o primeiro documento que foi
visitas importantes em grupo de engenheiros 24 de fevereiro encaminhado ao
1976, como às obras de comandado pelo daquele ano Governo do Estado
acabamento da Rodovia inspetor-chefe das e à Assembleia
dos Imigrantes, que Docas, Ismael Coelho Legislativa de São
haviam começado dois Paulo para que
anos antes; ao Metrô de de Souza fossem estabelecidos
São Paulo para conhecer prazos e metas para a
os complexos sistemas AEAS ganha telex do CREA metropolização.
de engenharia de tráfego; Em 1982, a AEAS ganhou um moderno A AEAS também
e às obras do Emissário aparelho de telex, presente do CREA. O ajudou na construção
Submarino em 1977 equipamento era para facilitar o tráfego das Leis Orgânicas
de informações aos associados com as dos municípios da
inspetorias e ponto de acesso rápido região, especialmente
ao Conselho Nacional de Pesquisas e sobre questões de
universidades, no Brasil e no exterior saneamento básico

REVISTA AEAS 17

ANIVERSÁRIO Visita de Oscar Niemeyer Retorno do CREA e criação
e Amyr Klink do Espaço Gourmet
A visita de Oscar Niemeyer, em 1995,
foi um acontecimento. O mestre da Em outubro de 1995, a AEAS viveu um Em julho de 2006, a seccional
arquitetura deixou desenhos que podem de seus momentos mais marcantes: a do Conselho Regional de
ser vistos no andar superior da entidade palestra de um dos maiores arquitetos Engenharia e Arquitetura
do mundo, Oscar Niemeyer, que reuniu
(CREA) voltou à AEAS depois de
mais de 600 pessoas na entidade. alguns anos funcionando num
No ano seguinte, em abril de 1996, o prédio da Rua Azevedo Sodré.
famoso navegador Amyr Klink também Em parceria com a SCA Praia
visitou a AEAS para falar a mais de 500
espectadores sobre suas aventuras de Grande, em novembro de
atravessar sozinho o Oceano Atlântico. 2007, a entidade ganhou uma
Entre julho e outubro do mesmo ano, a cozinha gourmet com móveis
entidade, numa parceria com o Jornal top de linha, onde associados
A Tribuna, publicou diversos artigos
com sugestões importantes para o podem, desde então,
futuro de Santos. Algumas delas foram confraternizar, fazer reuniões
implantadas pela prefeitura tempos informais ou simplesmente

mais tarde, como as ciclovias e os bater papo
projetos de revitalização do
Centro Histórico

1991- 1995- 1999 2000- 2002 2005 2006-
1993 1996 2002 2007

Privatização da Primeiro site Maior movimento Chegada do Ibape à
Cosipa, primeira da AEAS da história da AEAS e AEAS e aumento do valor
mulher na diretoria
da AEAS e debate A AEAS foi a primeira visitas técnicas patrimonial
de candidatos a entidade de classe No ano 2000, retomando Em junho de 2002, a AEAS
de Santos a ter um passa a sediar o Núcleo
prefeito a antiga tradição de Regional do Instituto Brasileiro
Na gestão do site na internet, visitar grandes obras de Avaliações e Perícias de
engenheiro Alceu inaugurado em maio da engenharia para ter Engenharia (Ibape), antigo
Muniz dos Santos, de 1999, tempo em que contato com as últimas anseio da categoria. Ocorreu
a arquiteta Marly a conexão ainda era novidades tecnológicas, uma grande reforma, que
Alvarez Cimino foi um grupo de associados deixou o salão social com
a primeira mulher discada. foi ver a construção da 330 m² e dobrou o valor
a ocupar um Em outubro do mesmo segunda pista da Rodovia patrimonial da sede naquela
cargo na diretoria dos Imigrantes. Também época para R$ 4,4 milhões
como diretora ano, em parceria foram feitas visitas à
técnico-cultural. com Click Midia e Usiminas e à Papaiz, Participação ativa nos conselhos
No mesmo período, Carbocloro, foi criado líder em cadeados e e comitês da região
a privatização da o Escritório Virtual do fechaduras na América
Cosipa, grande Profissional, espaço A AEAS ingressou em várias entidades
parceira da AEAS, foi com computador com Latina. e órgãos ligados à sociedade civil para
discutida na entidade. internet, impressora, O período registrou defender os interesses da população
Em 1993, a AEAS telefone, fax, scanner no primeiro semestre e da classe tecnológica, como Cohab
promoveu um debate e xerox para uso daquele ano o maior
entre os candidatos a movimento da história Santista; CBH-BS; Condepasa;
prefeito Beto Mansur dos associados da AEAS em vários CMDU; Condema; CODIF; CREA/SP e
e David Capistrano, na elaboração de cursos para associados, Conseg. No mesmo ano os associados
que lotou o salão trabalhos, pesquisas e dependentes e público ganharam acesso wi-fi na entidade
em geral. A entidade
de festas projetos
já mantinha 10
computadores de última

geração com internet
banda larga

18 REVISTA AEAS
anos

Projeção sobre o Debate sobre ligação Discussão sobre o incêndio da Envio da Carta
desenvolvimento da seca Santos-Guarujá Alemoa Metropolitana
de Comunhão
Baixada Santista (2009) Promovido em maio de 2015, Hidroviária a
O período foi marcado Ainda em 2009, a encontro discutiu a necessidade
por notícias sobre o boom AEAS promoveu um dos órgãos envolvidos no combate autoridades
de desenvolvimento na debate sobre a ligação e na prevenção de incêndios. Em Em março de 2017
Baixada Santista em seca Santos-Guarujá, abril de 2015 um incêndio de nove a AEAS e o CREA-SP
decorrência das explorações contando com a presença dias na área industrial da Alemoa enviaram a autoridades,
do Pré-Sal. Com um cenário de importantes nomes trouxe à tona a discussão sobre a
tão favorável, a AEAS se da política nacional e aos governos
colocou como protagonista dos setores diretamente vulnerabilidade da região estadual e federal, e a
para discussão dessas envolvidos, como o Porto associações e sindicatos
mudanças tão profundas. de Santos. O encontro Reforma na
Foram discutidos temas resultou numa carta AEAS e da área portuária
como infraestrutura técnica, que foi enviada Sala do e retroportuária a
da cidade, habitações, ao então governador “Carta Metropolitana
saneamento básico, do Estado de São Paulo, Profissional
energia, entre outros José Serra. Quando o Em 2014 foi feita de Comunhão
governo do Estado optou a reforma do hall Hidroviária”, que reúne
pelo túnel submerso, a de entrada, do sugestões estratégicas,
entidade novamente Espaço Grill, do
promoveu reuniões para estacionamento construídas
discutir a questão e da rampa de coletivamente, sobre
acessibilidade
a importância e
necessidade de se
utilizar hidrovias na

região

2007 a 2009 2012 2014- 2015 2016 2017
2013 2015

Maior número de AEAS cria Hidrovia Já Eventos para atualização dos
corredores nos 10 KM No final de 2012, a AEAS profissionais

Tribuna FM realizou o primeiro Em 2015 e 2016, a AEAS promoveu e
Em 2009, a entidade reuniu seminário “Hidrovias Já - O sediou inúmeras palestras que visam
280 corredores para os 10 KM desenvolvimento passa pela a apresentação de novas tecnologias
Tribuna FM, evento em que água”, evento que deu início a
participa desde sua primeira uma discussão metropolitana a atualização de engenheiros e
edição, em 1986, um recorde arquitetos, como o Curso de Avalição
tanto para a AEAS quanto para sobre a importância do de Alugueis (Ibape); Técnicas Modernas
as empresas que também modal para transporte de
cargas e de passageiros de Mensuração a granel (AATAB);
participam do evento Tecnologia da Informação no Ambiente
Portuário, Norma técnica para obras em
condomínios; Gestão de Resíduos Sólidos,

entre outros

Encontro para discutir
erosão em Santos

AEAS realizou em dezembro de 2016
encontro que reuniu mais de 200

especialistas, profissionais, gestores
públicos e professores universitários para
discutir soluções aplicáveis para a erosão
na Ponta da Praia, com apresentação de

pesquisas e estudos de caso

O engenheiro Sylvio Passareli, 3º 19
presidente e responsável pela compra da
sede da AEAS, foi homenageado na gestão
de Alceu Muniz dos Santos (1991/1993)

REVISTA AEAS

PRATAS DA CASA

UNIDOS PELO

AUTOCAD

Eles se conheceram em 1991, o que será da gente? Mas ao mesmo negócio e fundaram a DolabellaMa-
quando ainda calouros do curso de tempo sabíamos que o Fred conse- rins Arquitetura Interiores. Já o ca-
Arquitetura da Universidade Cató- guiu pegar isso muito rápido, tanto samento ocorreu em 2007 e, desde
lica de Santos. Ele, já com a expe- que entregou o projeto final dele já então, Fred e Katia continuam juntos
riência de um curso em técnico de no programa. Nesse momento, todos no amor, na profissão e na sociedade.
edificações e, ela, apenas uma ado- começaram a correr atrás dele e pedir
lescente vinda do antigo colegial ajuda”, explica Katia Dolabella, que “Palestra com Niemeyer:
(atual ensino médio). Em comum assim como os demais da sala de aula, elo com a AEAS”
um sonho: se tornarem arquitetos. convidou o recém-formado Frederico
Marins para instalar o Autocad no No último ano da faculdade, em
E eis que nesta história entra computador da sua casa. 1995, os então alunos do curso de Ar-
um componente que ligaria os dois quitetura receberam a notícia que o
jovens estudantes. “Quando nos for- Nascia ali uma união que extra- grande ícone da arquitetura moder-
mamos houve uma verdadeira trans- polou os muros escolares, já que em na, Oscar Niemeyer, estaria na cida-
formação na área, devido o apareci- 22 de janeiro de 1999 os dois, já na- de para uma palestra na Associação
mento do Autocad. Aí nós pensamos: morados, resolveram abrir o próprio de Engenheiros e Arquitetos.

20 REVISTA AEAS

A partir de então, Frederico Marins retores adjuntos’ da casa. “Nós co- Katia Dolabella é diretora adjunta
e Katia Dolabella praticamente não nhecemos o Piu, o Daniel Proença e de Relações Públicas e Divulgação.
deixaram mais de frequentar a en- todos os demais diretores lá dentro, “Parece que tem uma semente de
tidade, tornando-se profissionais ou seja, houve essa confiança con- mudança no ar, mas não porque o
de respeito e admiração, muito pela quistada internamente e que conti- passado estava errado, mas porque os
atuação ativa de ambos. nua até hoje”, define Marins. tempos são outros. O estatuto foi al-
terado e abriu-se o leque para novos
No caso de Fred, ele já se associa- Atualmente, Frederico Marins é sócios”, alerta Dolabella.
ra em 1994, na época de estudante, diretor-adjunto de Patrimônio e de
quando seu pai lhe orientou a pro- Obras da AEAS, enquanto “Estamos sempre prontos
curar a entidade. “Meu pai já sabia para ajudar. Nós temos as nos-
da importância da AEAS na cidade e sas limitações, mas sempre
praticamente me obrigou a buscar que pudermos contribuir
abrigo na entidade. Ainda bem para a AEAS vamos fazer com
que deu certo”, sorri Fred. a maior dedicação”, finaliza
o casal, eleitos recentemen-
Mas foi em 2007, que o ca- te conselheiros da entidade
sal entrou definitivamente
de cabeça na vida da AEAS, para o período de 2017
frequentando-a em eventos a 2023.
técnicos-culturais e sociais.
Atendendo um convite do
então presidente, Marcos
Teixeira, e do diretor
de Relações Públi-
cas e de Divul-
gação, Daniel
Proença, o casal
passou a ser ‘di-

DIMINUIÇÃO DA FAIXA DE AREIA

Segundo Prefeitura de Santos,
qualquer obra só será possível
depois que todos os estudos
estiverem concluídos

NA PONTA DA PRAIA
23%
Não é preciso ser especialista, seja em nitoramento constante de ressacas. Porém,
meio ambiente ou engenharia, para perce- quanto a medidas mitigadoras ou estrutu- do trecho entre
ber que a faixa de areia, principalmente rais, que exigem obras, ainda há a necessi- Santos e Bertioga
na Ponta da Praia, em Santos, vem ficando dade de estudos complementares aos que sofre com a erosão.
cada vez mais estreita ao longo dos anos. existem para propor algo a longo prazo. É o trecho do litoral
As ressacas mais frequentes e fortes — só de São Paulo que
em 2016 foram quatro grandes episódios “Sem os estudos conclusivos e uma mais apresenta o
ocorridos em abril, agosto, setembro e ou- análise de impactos decorrentes da apli-
tubro — já destruíram muretas, calçadas, cação de uma solução, qualquer interven- 18problema
inundaram a avenida da praia, alagaram ção seria, no mínimo, irresponsável. Esses %
prédios e danificaram o Deck do Pescador, estudos devem durar de seis meses a um
conhecido ponto turístico da cidade. ano”, explica o engenheiro agrônomo Er- do trecho
nesto Tabuchi, que integra o GTT. apresenta
Para tratar exclusivamente do tema erosão progradação, que
costeira com foco nos processos que ocorrem A responsável pelo estudo, contrata- é processo natural
nos bairros da Ponta da Praia e Aparecida, a da pela Companhia Docas do Estado de de ampliação das
Prefeitura de Santos criou, via decreto, um São Paulo (Codesp), é a Fundação Centro praias, provocado
Grupo Técnico de Trabalho (GTT). Tecnológico de Hidráulica (FCTH), liga- pelo mar
da à Escola Politécnica da USP e ao De-
Esse GTT tem a missão de propor, com partamento de Águas e Energia Elétrica
base em estudos de diversas fontes, medi- (DAEE), órgão do governo do Estado de
das adaptativas e mitigadoras para minimi- São Paulo. Além disso, a Prefeitura de San-
zar as consequências das ressacas, que é a tos solicitou um orçamento e analisa uma
principal causa da erosão. possível forma de contratação da FCTH
para a complementação desses dados, com
Algumas medidas de adaptação já fo- estudos geotécnicos, de qualidade das
ram tomadas, como a criação e implanta- águas, cálculo de fundações etc.
ção de um Plano de Contingência e mo-

22 REVISTA AEAS
anos

A Universidade Estadual de “Santos não USP possui grande laboratório
Campinas (Unicamp) vem realizan- conseguirá para estudar erosão santista
do estudos de monitoramento que custear
já foram mostrados à prefeitura, mas isoladamente O Departamento de Engenharia
que ainda não foram publicados. uma obra Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica
com essa da USP vem realizando estudos de proteção
Por enquanto, o Núcleo de finalidade. da orla de Santos por meio de modelagem
Pesquisas Hidrodinâmicas da Uni- Será computacional e modelagem física. O primeiro
versidade Santa Cecília (Unisan- necessário representa fenômenos hidrodinâmicos a partir
ta - NUPHU) vem ajudando em ajuda das da resolução numérica de equações em uma
medidas adaptativas. Com base esferas grade computacional que possibilita simular
nas previsões que o núcleo faz, são estadual e diferentes cenários de obras contra a erosão,
emitidos alertas, por meio da Defe- federal ou estudar alternativas, viabilidade técnica,
sa Civil, para que a população vul- até mesmo causar menos impactos e encontrar o melhor
nerável aos fenômenos de ressaca da iniciativa custo benefício.
e inundação saiba como proceder privada.
para prevenir e minimizar impac- Então, haverá Já os estudos de modelagem física,
tos. As previsões variam de três necessidade utilizados em casos muito complexos, são
a sete dias, com acertos acima de de captação feitos em um modelo 3D real que reproduz
recursos” as condições do Estuário de Santos (3.200
90% na comparação entre dados m²), por uma Bacia de Ondas 3D (40m de
modelados e dados medidos. Ernesto Tabuchi, comprimento e 18m de largura) e um Canal
Segundo o engenheiro Ernes- engenheiro que integra o de Ondas 2D (50m de comprimento, 1m de
to Tabuchi, que compõe o Grupo Grupo Técnico de Trabalho largura e 1,4m de profundidade).
Técnico de Trabalho, quando os da Prefeitura de Santos
estudos estiverem concluídos, O professor doutor do Departamento de
a construção de alguma barrei- Engenharia Hidráulica e Ambiental da USP,
ra física dependerá de recursos José Carlos de Melo Bernardino, chamou
substanciais: “O município não a atenção para o fato de que apenas repor
areia depois da ressaca não surte efeito:
consegue custear isoladamente, ne- “Na próxima ressaca a areia será removida
cessitando de ajuda ou complemento novamente. O correto é existir algum tipo
das esferas estadual e federal ou até de obra fixa que complemente essa ação,
mesmo da iniciativa privada. Então, por exemplo, construir um quebra-mar
haverá necessidade de um trabalho para diminuir a energia das ondas e depois
de captação de recursos”, avalia. alimentar a praia artificialmente com areia. O
quebra-mar protege e impede que a ressaca
Evento discutiu soluções remova a areia reposta”, esclarece.

no final de 2016

Em dezembro de 2016, a Associação
de Engenheiros e Arquitetos de San-
tos (AEAS), o Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Estado
de São Paulo (CREA-SP) e a Prefeitu-
ra de Santos promoveram o seminário
“Soluções Imediatas e Definitivas em
Engenharia para Proteção da Orla de
Santos”, evento que reuniu mais de
200 pessoas, entre especialistas, pro-
fissionais, gestores públicos, professo-
res universitários, entre outros.

Durante o encontro foi revelado
que de todo o litoral de São Paulo,
o trecho entre Santos e Bertioga é
o que mais sofre com a erosão, que
chega a 23% do território. O trecho
apresenta ainda, 56% de estabili-
dade, 1% de instabilidade e 18%
de progradação (processo natural
de ampliação das praias, provocado
pelo mar). A pesquisa foi feita pelo
Atlas de Erosão e Progradação no Li-
toral Paulista, do Instituto Oceano-
gráfico da USP.

REVISTA AEAS 23

RESPONSABILIDADE SOCIAL

ECOFÁBRICA

LIXO NÃOCRIATIVA

MATÉRIA-PRIM

Em galpão anexado A poltrona de madeira enverni- Voltado a pessoas de 18 a 65
ao Mercado zada e de estilo rústico no quintal da anos com renda até dois salários
casa do estudante e agora professor mínimos, além de ser um projeto
Municipal, no centro Rodrigo Ferreira de Amorim, de 21 social, que possibilita uma nova
de Santos, homens e anos, é a materialização do conheci- profissão aos alunos, ele também
mulheres de diversas mento ampliado em marcenaria. é ambiental. É que toda a madei-
ra utilizada é de reaproveitamento,
idades aprendem a Com um avô que tinha a arte na recolhida pelo Cata Treco, serviço
transformar madeira madeira como hobby, o jovem her- de descartes de móveis, entulhos e
que seria jogada fora dou equipamentos básicos e mon- eletrodomésticos da prefeitura.
tou uma pequena oficina no quintal
em móveis e belas de casa. Com o auxílio de tutoriais Após passar pelos bairros da ci-
peças de decoração na internet começou a fazer prate- dade, o caminhão vai à EcoFábrica,
leiras, nichos e caixas para guardar anexada ao Mercado Municipal,
24 REVISTA AEAS pequenos objetos. no bairro Vila Nova, às terças e
anos quartas-feiras, com cerca de 300
A construção de coisas mais quilos de madeira. A partir daí os
complexas, como a poltrona dada alunos fazem a triagem. “O que
de presente para a mãe, uma es- vemos nesse projeto é a essência
tante, banquinhos, criado-mudo, da criatividade e a importância do
gaveteiro e até um closet com um envolvimento da sociedade civil.
guarda-roupas que seria jogado Os alunos descobrem seus talen-
fora, Rodrigo aprendeu na EcoFá- tos e desenvolvem habilidades que
brica Criativa, projeto que funciona possibilitam a geração de renda
em parceria entre a Prefeitura de num momento desafiador do país”,
Santos, por meio do Fundo Social enaltece o prefeito de Santos, Pau-
de Solidariedade, e o Club Design, lo Alexandre Barbosa.
para a formação de marceneiros.

A oficina, que funciona “É muito bom Em meio ao barulho
num galpão, foi inaugurada contribuir para dos maquinários,
em 27 de junho de 2016 e já a formação das o bem-estar
foi ambiente de aprendiza- pessoas. Muitos
gem para cerca de 50 pessoas, chegam tristes e Entre pedaços de todos os
adultos e idosos, homens e mulheres. desmotivados, mas tamanhos possíveis de cedro,
Por enquanto, três turmas foram for- aqui fazem amigos marfim, ipê, peroba, mogno, ce-
madas. Com duração de três meses, e não querem mais rejeira, eucalipto ou maçarandu-
dividido em dois módulos, o curso é que o curso acabe” ba, os alunos se distribuem em
realizado todas as terças, quartas e maquinários conforme o tipo de
quintas-feiras, das 8h às 11h ou das Armando Gomes Tavares, corte que querem fazer. Embo-
14h às 17h. professor da EcoFábrica ra o barulho dos equipamentos
seja intenso e a poeira fina da
Com metodologia do Centro Alunos aprendem a madeira embranqueça roupas e
Paula Souza, no módulo 1 são ensi- diferenciar os tipos de madeira, cabelos, os alunos são unânimes
nadas formas geométricas, cálculo interpretar projetos e utilizar ao evidenciar o bem-estar que a
de ângulos e a execução de peque- técnicas variadas prática traz.
nos projetos como porta-vinhos,
porta-joias e porta-chás. Nessas si- O motorista José Arnaldo da Rodrigo Ferreira de Amorim,
tuações são ensinadas de 50% a 60% Silva já criou objetos e móveis que herdou o gosto da marcena-
das técnicas. No módulo 2, os alunos para sua casa depois das ria do avô, teve um desempenho
aprendem a interpretar projetos de aulas de marcenaria tão satisfatório no primeiro mó-
dulo do curso que foi convidado
MAarquitetos e designers e a con- para ser professor assistente. “É
feccionar móveis. um desafio porque cada pessoa
“Qualquer pessoa pode tem um modo de aprender e
aprender marcenaria. A úni- de receber esse conhecimento.
ca exigência é ter mais de Trabalhar com a madeira exige
18 anos por uma questão muito foco, mas melhora a pa-
de responsabilidade na ciência e nos leva a viver o mo-
utilização dos equipa- mento presente, não dá pensar
mentos. Além de aprender a manuseá- em coisas fora daqui”, garante.
-los, ensinamos a diferenciar os tipos de
madeira e suas aplicações, a interpretar A artesã Luciane Passarelli
projetos e a conhecer os tipos de técni- Verte, 49 anos, sempre gostou
cas existentes”, desmistifica Armando de reaproveitar materiais e re-
Gomes Tavares, professor há 20 anos da formar móveis e encontrou no
técnica. “Mas marceneiro tem que gos- curso uma maneira de aprimo-
tar de medidas, ser detalhista e muito rar esse hábito. “Quando estou
paciente”, acrescenta. trabalhando numa peça esque-
Ao ouvir dos alunos que o cur- ço da vida, sinto uma paz enor-
so despertou o interesse pela arte me. Isso ajudou a melhorar a
e pelo artesanato, o professor abre minha ansiedade, porque exis-
um sorriso que traduz sua missão. te todo um processo até ver o
“É muito bom contribuir para a for- objeto pronto”, salienta.
mação das pessoas. Muitos chegam
tristes e desmotivados, mas aqui fa- José Arnaldo Araújo da Sil-
zem amigos e não querem mais que va, motorista de 55 anos, pas-
o curso acabe”, diz. sou a dar mais valor a materiais
A abertura de novas turmas de que podem ser reutilizados,
marcenaria são sempre divulgadas como pallets e móveis usados.
no Diário Oficial de Santos, disponí- “Sempre gostei de trabalhos
vel desde 14 de agosto somente na manuais. Você tem suas ideias
versão online (https://diariooficial. mas não sabe como executar e
santos.sp.gov.br/). Mais informações aqui a gente aprende a colocar
também podem ser obtidas no Fun- em prática, tanto que já fiz vá-
do Social de Solidariedade, pelo te- rias coisas para minha casa”,
lefone 3222-8050. diz.

REVISTA AEAS 25

Isabela Carrari (PMS)

Club Design promoverá exposição
com peças criadas pelos alunos

A EcoFábrica é realizada em par- Interessados em adquirir as pe- “Desde o
ceria com o Club Design Litoral Pau- ças vão encontrar mesas de centro, primeiro dia de
lista, projeto que reúne arquitetos, bancos, penteadeira, porta-vinhos, aula percebe-se
designers de interiores, paisagistas e mesas de canto, biombos, caixas, que a vida deles
lojas locais nos segmentos de mobiliá- bandejas etc. passou a ter um
rio, planejados, pisos, revestimentos, sentido maior
materiais de construção e acabamen- “Sempre que visito a EcoFábrica com a inclusão
to, iluminação, tapetes, e assim, reú- vejo a alegria no rosto e na fala dos e sensação de
ne um grupo de excelência na área. alunos. É notória a mudança dessas pertencimento.
pessoas. Desde o primeiro dia de Queremos que
Convidados pela Prefeitura de aula percebe-se que a vida deles pas- o projeto tenha
Santos para desenvolver um projeto sou a ter um sentido maior com a in- vida longa.
de criação junto à EcoFábrica, o clube clusão e sensação de pertencimento. Isso é
reuniu 24 profissionais que desenha- Queremos que o projeto tenha vida cidadania”
ram peças para serem confeccionadas longa. Isso é cidadania”, evidencia
pelos alunos do curso. Guillermo. Alvaro Guillermo,
gestor do Club Design
As 24 peças de mobiliário, desen- Os produtos que não forem vendi-
volvidas por quatro turmas, estarão dos serão direcionados às lojas associa-
à venda em exposição e a verba será das do Club Design, para promover a
revertida para manutenção e compra ação e ajudar na venda dos mesmos.
de novos instrumentos e equipa-
mentos. “Estamos muito satisfeitos com
esta parceria com a Prefeitura de
“Estou muito feliz por ver que o Santos, o nosso princípio sempre foi
que foi projetado pode ser colocado de informação e cultura e desta for-
em prática. A cidade está gerando no- ma estamos contribuindo para a in-
vos empregos, qualificando mão-de- serção social, dando a oportunidade
-obra e dando oportunidade a quem para que esses alunos acompanhem
teria dificuldade de voltar ou se in- uma situação real, se aproximem de
serir no mercado de trabalho”, avalia profissionais de destaque no mercado
o arquiteto e gestor do Club Design, e, assim, possam iniciar uma carreira
Alvaro Guillermo. promissora”, analisa o presidente do
Club Design, Sérgio Bonito.

26 REVISTA AEAS
anos

CRÔNICA

80 ANOS

REJUVENESCIDO

A foto está lá. No elegante arco da sucessão de ataques, ceifando vidas em Engenheiro
imponente escada, o grupo de senhores nossa costa e levando milhares de brasi- Áureo Emanuel
vestidos formalmente apresenta-se para leiros a lutar em solo estrangeiro.
um registro histórico. Na imagem em Pasqualeto
preto e branco, estampam em suas faces O que dizer então das situações de- Figueiredo
a seriedade e importância desse ato. Ali correntes de desajustes monumentais da Diretor Técnico-
se fundava a Associação de Engenheiros economia, algumas décadas após, onde Cultural da AEAS
de Santos. O ano era 1937, quarta-feira 29 uma inflação galopante solapava over-
de outubro. night resultados do trabalho, minando
esforços de trabalhadores e empresários.
Homens de bem, profissionais reno-
mados em suas atividades, compreendiam Tudo isso se superou, com empenho
que a união traz benefícios que rompem e determinação. Agregaram-se associa-
barreiras, superam dificuldades, numa si- dos arquitetos e urbanistas, parceiros de
nergia que muito contribui para alcançar os imensas obras que orgulham nosso país.
resultados esperados como se propuseram
no primeiro artigo do estatuto: Assim, a AEAS integra engenho e arte,
criatividade e competência de tantas
“incentivar o progresso da Engenharia, mentes brilhantes com participações in-
congregar os seus profissionais dos mais dispensáveis para o progresso e bem estar.
diversos ramos, defender os interesses da Nossos familiares e amigos convidados
classe e tomar toda e qualquer iniciativa desfrutam conosco deste espaço e trazem
de interesse geral de seus associados”. sua alegria para nossos eventos sociais
sempre marcantes. Entidades e parceiros
Eis que oitenta anos se passaram des- compartilham nossas instalações sempre
de aquele momento histórico. contribuindo para o desenvolvimento téc-
nico, econômico e social.
Mudaram os tempos e as pessoas, mas
a identidade de propósitos é notável. As- A AEAS tem seu prestígio reafirmado
sociados, diretoria e conselho deliberativo e respeitado. Apresentações e debates
fazem desta casa um espaço privilegiado fundamentam decisões de grande impor-
de convívio e de incentivo ao progresso. tância e ressaltam possibilidades de ação
Os presidentes que assumiram a respon- quando a opinião técnica abalizada se im-
sabilidade de conduzir nossos destinos põe.
iluminam com sua experiência e indicam
caminhos a seguir. A cada dois anos uma nova gestão se
inicia. Percebe-se o clima de uma volta ao
Pode-se dizer que passamos ciclica- passado, temperada pelos desafios do fu-
mente por alternância de conjunturas turo. Uma nova foto será tomada segundo
favoráveis e outras nem tanto. Daí a ne- a tradição na escada, coração pulsante de
cessidade de ajustar-se apostando na me- vida e energia. Agora com o conforto de
lhoria e na capacidade de realização desta uma bela sede aprimorada a cada dia.
imensa nação.
Por isso, obrigado a todos que co-
Basta perscrutar o passado e ver as laboraram para atingirmos esse
situações desafiadoras que foram supera- marco. A AEAS caminha deci-
das. Dois anos após a fundação, o mundo didamente para o centenário e
mergulhava em outro conflito mundial de tantos outros aniversários de
proporções épicas e que nos alcançou pela forma irresistível.

REVISTA AEAS 27
anos

HISTÓRIA

PORTO DE SANTOS:

Em 2017, o Porto de Santos comemora
oficialmente 125 anos, mas poucos
sabem que sua história começa junto
com o descobrimento do Brasil

MUITO ALÉM

Em 2 de fevereiro de 1892, a inau- eram vendidos como escravos, práti- Rio de Janeiro, já que todos os pro-
guração dos primeiros 260 metros de ca que, na época, deu ao local o nome dutos para exportação eram envia-
cais, com a atracação do navio inglês de Porto dos Escravos. dos para lá.
“Nasmith”, onde hoje está localizado
o Valongo, deu início à moderna confi- Em 1532, com a chegada da expe- Café inicia crescimento do Brasil
guração do Porto de Santos, que viria a dição portuguesa de Martim Afonso Em 1795, a alfândega de Santos
se tornar o maior porto da América La- de Souza veio Brás Cubas. Perceben-
tina, segundo estudo divulgado pela do que o desenvolvimento da popu- registrou a primeira exportação de
Comissão Econômica para a América lação estaria no entorno do porto, o café para Lisboa. Aos poucos, o açú-
Latina e o Caribe (CEPAL), com re- transferiu para lugar próximo ao Ou- car perdeu espaço para o grão torra-
ferência a dados de 2016. teiro de Santa Catarina. do, graças ao aumento de consumo
na Inglaterra e nos Estados Unidos,
Entretanto, no ano em que o Por- Por mais de 300 anos, o Porto de após a Revolução Industrial.
to completa oficialmente 125 anos, é Santos operou estavelmente, com
preciso que se saiba que sua história pouquíssima mecanização e muito O café trouxe, em 1867, a estrada
começa mesmo com o próprio desco- trabalho braçal. Durante esse perío- de ferro São Paulo Railway, ligando
brimento do Brasil. Em 22 de janeiro do foi chamado de Porto do Açúcar, Santos à Vila de Jundiaí, local com
de 1502, o português Gonçalo Coe- mas perdeu espaço para portos do muitas plantações do grão. A opera-
lho pensou ter descoberto um rio en- Nordeste, que possuía terras mais ção melhorou consideravelmente o
tre as Ilhas de Guaiaó (atual Ilha de férteis, melhor clima para o plantio sistema de transportes, com estímulo
São Vicente) e Guaibê (Ilha de Santo da cana-de-açúcar e oferecia frete ao comércio e ao desenvolvimento da
Amaro), o qual chamou rio de São Vi- mais barato para a Europa. cidade e do Estado de São Paulo.
cente. Mas o que parecia um rio, na
verdade era um canal marítimo, hoje Também foi chamado de Porto do Por outro lado, a partir da se-
conhecido como Ponta da Praia, em Sal, quando o produto era estocado gunda metade do século XIX, o café
Santos. Ali, em frente à Ponte dos nos armazéns do Valongo em época também foi o responsável pela pro-
Práticos, embarcações vindas da Eu- de escassez, dando origem ao câmbio liferação da febre amarela, varíola,
ropa faziam escalas com destino ao negro. Com a descoberta do ouro, em peste negra, tétano e turberculose,
Rio da Prata. Minas Gerais, a produção passou a ser epidemias que fizeram de Santos o
escoada pelo Porto de Santos, sendo Porto da Morte. A situação era tão
Por quase 30 anos, o chamado Por- chamado de Porto do Ouro, quando grave, que os navios evitavam atracar
to de São Vicente apenas abasteceu perdeu lugar para o porto carioca. por aqui e foi cogitada a transferên-
navios espanhóis. Índios tupinambás cia da exportação pelo Porto de São
Até a metade do século XIX, Sebastião.
Santos foi um porto subsidiário do

28 REVISTA AEAS
anos

À esquerda, bloco de
rocha para construção
do cais (1901);
Ao lado, pedreira do
Jabaquara de onde se
extraíam materiais;
Abaixo, preparação
para construção do
cais (1902)

DOS 125 ANOSFotos/Codesp

MUSEU DO VOCÊ SABIA? A produção cafeeira do Estado aumentou de tal
PORTO DE forma que, para ser exportado em maior escala e ra-
> A Alfândega de Santos é a terceira pidez, a infraestrutura portuária e urbana necessita-
SANTOS mais antiga do Brasil, fundada em va de melhorias.
1550. Em 1928, a Cia. Docas demoliu
Para quem quiser o prédio e construiu outro, ocupado Companhia Docas de Santos
conhecer mais a até hoje no mesmo lugar. Apenas em 12 de julho de 1888, após concorrên-
> De pedreiras no Morro do
história do Porto de Jabaquara foram extraídas pedras cia pública, o grupo liderado por Cândido Gaffrée e
Santos, inclusive com para construção do cais. Eduardo Guinle foi autorizado a construir e explo-
objetos e maquinários > Os trabalhadores do porto rar por 39 anos, mais tarde ampliado para 90 anos o
de época, pode visitar carregavam no ombro até cinco Porto de Santos. Os concessionários criaram a Com-
o Museu do Porto de sacas de café de 60 quilos cada. panhia Docas de Santos.Em quase 20 anos, Santos
> O prédio sede da Codesp, na deixou as práticas coloniais para trás e marcou pre-
Santos, localizado Avenida Rodrigues Alves, foi sença no mercado internacional.
na Av. Conselheiro construído em 1908.
Rodrigues Alves, s/n > O Porto atende principalmente os A partir da década de 1940, a expansão industrial
(em frente ao nº 73), estado de São Paulo, Minas Gerais, e urbana provocou mudanças no Porto. Embora a
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso economia santista tivesse se diversificado, naquele
Macuco, Santos. e Goiás. período a Cia Docas empregava 12,3% da população
Com entrada gratuita, > Os principais produtos que santista economicamente ativa.
passam pelo porto são café, açúcar,
o museu funciona milho, soja, suco de laranja, papel, Em 1980, com o fim do período legal de conces-
todos os dias, das 8h álcool, produtos eletrônicos, são da exploração do Porto pela Companhia Docas
automóveis e tecidos. de Santos, o governo federal criou a Companhia Do-
às 12h e das 14h às > O Complexo Portuário de cas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa de
18h. Mais informações Santos responde por mais de 1/4 economia mista, com capital majoritário da União.
da movimentação da balança
pelo telefone comercial brasileira. Açúcar, café, laranja, algodão, adubo, carvão, tri-
(13) 3202-6565 ramais > A inauguração do primeiro go, sucos cítricos, soja, veículos e granéis líquidos
terminal de contêineres ocorreu diversos fazem o dia a dia do porto, que já movimen-
2001 ou 2654. em agosto de 1981. tou, desde 1892, mais de 1 bilhão de toneladas de
> Os principais acessos ao porto cargas diversas até hoje.
são feitos pela rodovia Anchieta,
rodovia dos Imigrantes, ferrovia
Ferroban e ferrovia MRS.

REVISTA AEAS 29

LINHA DO

TEMPO

NOVEMBRO 2015 POSSE DA DIRETORIA EXECUTIVA

ABRIL 2016 Diretoria eleita para a gestão 2015-2017: Presidente: eng.°
VISITA FESTO Ademar Salgosa Júnior; Administrativo: eng.° Wolney
Liderados pelo diretor administrativo José Pinto; Financeiro e Meio Ambiente: eng.° Domingos
da AEAS, eng.º Wolney José Pinto, Mariotti Tringali; Relações Públicas e Divulgação: arq. Daniel
uma comitiva de associados e Passos Proença; Patrimônio e Obras: arq. Carlos Eduardo
estudantes de engenharia de Azevedo Passos; Técnico-Cultural: eng.° Áureo Emanuel
universidades locais realizaram Pasqualeto Figueiredo; Social: eng.° Marcus Antônio Gaspar
uma visita técnica à fábrica da Festo Augusto; Esportes: eng.° Marivaldo Guimarães Touça
Brasil, em São Paulo (SP). Júnior; Industrial: eng.° Marcus Antonio Voris; Portos: eng.°
Eduardo Lustoza e Inovação: arq. Felipe Camara Guedes.
AGOSTO 2016
WORKSHOP NBR 16280 DEZEMBRO 2015
Cerca de 120 participantes,
entre arquitetos, engenheiros, PROFISSIONAL
síndicos e estudantes obtiveram DO ANO 2015
informações sobre a necessidade O engenheiro mecânico e diretor
da contratação de profissionais da Harco Engenharia, Edgard Lopes
habilitados para a realização Hernandes, recebeu a premiação
pela sua participação, dedicação e
de obras ou reformas em liderança profissional.
condomínios (apartamentos,
JULHO 2016
casas e salas comerciais).
AGOSTO 2016 ARRAIAL AEAS
30 REVISTA AEAS Muita animação no salão
anos da AEAS com direito aos
tradicionais quitutes juninos.

OBRAS INFRAESTRUTURA VIÁRIA
Os problemas de infraestrutura e
mobilidade urbana enfrentados
há anos na entrada da cidade e as
soluções criadas para eles foram
discutidos com a presença do
prefeito de Santos,
Paulo Alexandre Barbosa.

SETEMBRO 2016 4º HIDROVIA JÁ
Série de palestras
DEZEMBRO 2016 e workshops sobre
EROSÃO ORLA SANTISTA a importância e
Seminário “Soluções Imediatas e Definitivas necessidade de se
em Engenharia para Proteção da Orla utilizar hidrovias para
de Santos, realizado no Teatro Guarany, transporte de cargas e
contou com a participação de especialistas passageiros na Baixada
em diversas áreas do conhecimento como Santista. Redigida a
professores da Escola Politécnica da USP “Carta Metropolitana de
e profissionais que integram importantes Comunhão Hidroviária”.

empresas do mercado. DEZEMBRO 2016
MAIO 2017
PROFISSIONAL DO ANO 2016
HOMENAGEM DIA DAS MÃES O arquiteto e urbanista Daniel Passos Proença foi o
Serata com a participação especial vencedor do prêmio. O auditório da AEAS teve a sua lotação
máxima de convidados que vieram prestigiar o evento.
da Camerata Jovem Santista,
comandada pelo maestro e MAIO 2017
violinista Rômulo Moreira.
AGOSTO 2017 10 KM TRIBUNA FM
Pelotão da entidade contou com a
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS participação de 163 corredores.
Experiência na Áustria serviu
como base para os debates AGOSTO 2017
realizados na sede da AEAS.
TERMELÉTRICA PERUÍBE
Os projetos do Terminal de Gás Natural e da 31
Termelétrica a Gás Natural de Peruíbe foram
apresentados pela Verde Atlântico Energias.

REVISTA AEAS

PROFISSIONAL DO ANO 2017

DO CÉU DE BAURU PARA

OS CÉUS DO MUNDO

Divulgação/Unimonte

O Aeroclube de Bauru foi o ponto O engenheiro
de partida de uma viagem que dura aeronáutico
até hoje. Era lá, no interior de São Ozires Silva
Paulo, que o engenheiro aeronáutico é criador da
Ozires Silva, começou, ainda criança,
a se interessar por aviões, principal- Embraer, uma
mente pela fabricação deles. das maiores

“Quando conheci a história de fabricantes de
Santos Dumont, vi que o Brasil não avião no mundo
fabricava aviões e não compreendia
o porquê. Entendi que, para que pu- “Gosto de Mais recentemente, ao optar pelo caminho
desse trabalhar com isso, precisava ser trabalhar, da educação, a Engenharia também foi motor
Engenheiro!”. mas ainda para isso. Depois de deixar os importantes car-
mais, de ter a gos que ocupou, Ozires Silva decidiu trabalhar
De um sonho de infância, o Pro- satisfação de na educação por achar que por meio dela ajuda-
fissional do Ano de 2017 da AEAS foi materializar ria jovens a se encontrar e planejar suas vidas,
responsável pela criação e desenvol- um sonho. por mais distantes que fossem seus sonhos.
vimento, em 1969, da Embraer, uma Quando
das maiores empresas aeroespaciais o meu A disposição com que um dos grandes res-
do mundo, que possui aviões em mais primeiro ponsáveis pelo desenvolvimento da aeronáuti-
de 90 países, localizados nos cinco avião ca brasileira conduz sua carreira até hoje serve
continentes. decolou, como grande motivação, principalmente aos
criei uma jovens profissionais.
Nascido em 1931 e formado pelo memória
Instituto Tecnológico de Aeronáutica que jamais “Gosto de trabalhar, mas ainda mais, de ter
(ITA) em 1962, Ozires Silva presidiu se apagará” a satisfação de materializar um sonho. Quando
a Embraer até 1986, quando aceitou o meu primeiro avião decolou, criei uma me-
o desafio de ser presidente da Petro- mória que jamais se apagará”, diz nostálgico.
bras, onde trabalhou até 1989. Em
1990, assumiu o Ministério da In- Com mais de 60 prêmios e homenagens na-
fraestrutura. cionais e internacionais, o engenheiro aeronáu-
tico recebe todas elas com a mesma humildade
No ano seguinte, 1991, o enge- do menino fascinado por aviões no céu de Bau-
nheiro voltou à Embraer e teve um pa- ru. “Fiquei surpreso de ter sido escolhido como
pel importante no processo de privati- Profissional do Ano da AEAS, pois não me jul-
zação da empresa, concluído em 1994. go, de modo algum, diferente de qualquer ou-
Foi presidente da Varig entre os anos tro engenheiro. Certamente houve uma gene-
2000 e 2002 e atualmente é reitor da rosidade da Diretoria, a qual agradeço muito”.
Unimonte, instituição particular de
nível superior localizada em Santos.

Perguntado de onde vem a co-
ragem para assumir cargos de tanta
responsabilidade e como lida com as
inseguranças, o engenheiro não tem
uma fórmula. “Creio que os sonhos
nos levam a fazer coisas que a vida
real muitas vezes nos segura. Nun-
ca tentei trabalhar sozinho. Sempre
discuti as dificuldades com todos até
encontrar soluções, sempre acredi-
tando que poderíamos chegar o su-
cesso”, conta.

32 REVISTA AEAS
anos

ALTO ASTRAL – POR DURVAL CAPP FILHO

Ademar e Lourdes Salgosa recepcionam
convidados em evento recente

Eduardo Lustoza, Felipe Guedes e Marise
Céspedes sempre atuantes na AEAS

Marcus Antonio Voris posa para a Mauricio Uehara, José Lopes Filho, Ademar Salgosa,
coluna em evento técnico-cultural Andre Monteiro De Fazio e Marcos Teixeira: um quinteto que faz a diferença

Braz Antunes
Mattos Neto e
Marcus Antônio
Gaspar Augusto
sempre felizes ao
serem clicados

Novo presidente da AEAS, Rui Evangelista dos Santos
ao lado da sua esposa Claudia Ribeiro

REVISTA AEAS 33

ALTO ASTRAL – POR DURVAL CAPP FILHO

Três dos principais representantes da AEAS na atualidade: José da Costa Domingos Mariotti Tringali sempre atuante e
Teixeira ao lado de Wolney José Pinto (esquerda) e Alcir dos presente nos eventos da AEAS
Santos Elias

Frederico Marins, Claudia Viana, Katia Dolabella e Daniel
Proença fazem a diferença em qualquer festa

Carlos e Luciana Passos sempre em alto astral

Lupércio Conde e Marivaldo Touça Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo e sua esposa
Júnior em evento social na AEAS Cirene, sempre presentes nos eventos da AEAS

34 REVISTA AEAS