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Livro Como Tocar Teclado Bem - Ramon Tessmann

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Published by ior.rebelo, 2019-01-30 17:29:09

Livro Como Tocar Teclado Bem - Ramon Tessmann

Livro Como Tocar Teclado Bem - Ramon Tessmann

Isenção de responsabilidade

As informações contidas neste ebook são provenientes do meu conhecimento e experiências
pessoais como professor de música ao longo de vários anos. Embora eu tenha me esforçado
ao máximo para providenciar um material de alta qualidade e acredite fortemente na efetivida-
de das informações transmitidas, não é garantido que o conteúdo traga os mesmos resultados
para todos os leitores. A condição particular de um determinado leitor pode não se adequar
perfeitamente aos métodos e técnicas ensinados. Dessa forma, recomendo que, caso neces-
sário, você ajuste as informações deste guia de acordo com suas necessidades. Com relação
ao estilo da escrita, minha única intenção é transmitir conhecimento de uma forma clara, agra-
dável e pessoal. Em nenhum momento há a intenção de menosprezar outros métodos, mate-
riais didáticos, correntes de pensamento ou qualquer outro profissional. Caso você acredite
que alguma parte deste guia deva ser removida ou alterada, por favor, entre em contato
conosco através do email [email protected].

Direitos autorais

Este ebook está protegido por leis de direitos autorais. Todos os direitos sobre o guia são
reservados. Você não tem permissão para vender este guia nem para copiar/reproduzir o
conteúdo em sites, blogs, jornais ou quaisquer outros veículos de distribuição e mídia. Qual-
quer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeita a ações legais.

HISTÓRICO DE ATUALIZAÇÕES

30/05/2018 Finalização da produção do guia
02/06/2018 Primeira revisão do guia
08/06/2018 Lançamento da versão 1.0
12/06/2018 Segunda revisão do guia

Caso você encontre alguma incorreção
neste guia, por favor, envie um e-mail para
[email protected]

Extraordinários ® Todos os direitos reservados

Quem sou eu

Muito prazer, meu nome é Ramon Tessmann! Minha paixão pela música despertou em 1990
quando eu vi pela primeira vez um organista tocando na igreja. Eu fiquei fascinado pelo som
do órgão elétrico, foi amor à primeira vista. Dali pra frente eu passei a incomodar os meus
pais pra comprar um teclado. O problema é o que o Brasil estava vivendo tempos turbulentos
e a compra de um eletrônico era algo difícil para a minha família. Se você é do tempo vai
lembrar do Plano Collor e da situação do país. Mas o meu sonho de tocar nunca morreu. A
vontade era tanta que eu cheguei a desenhar um teclado num papelão e aquele foi meu
"instrumento oficial" até o Natal de 1991, quando eu ganhei o meu primeiro tecladinho de
verdade, de 5 oitavas.
Daí para frente eu tentava estudar tudo o que encontrava, mas em determinado momento eu
me senti travado no aprendizado. Por volta dos quatorze ou quinze anos eu comecei a
perceber que existia um mundo inexplorado na música. Isso porque eu via alguns tecladistas
tocando de forma diferente, mas ninguém me ensinava a tocar com aquela sonoridade. Eu até
me lembro de uma professora, de um conservatório que nem existe mais, que depois de uns
três meses começou a me "enrolar" nas aulas, para me manter mais tempo matriculado.

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Depois de uma situação marcante que aconteceu, minha vida musical mudou de rumo. Eu tive
contato com alguns músicos profissionais de Porto Alegre. Eles estiveram em um evento orga-
nizado na igreja que eu frequentava e quando começaram a tocar, eu me arrepiei do pé à
cabeça. Foi emocionante ouvir aquela sonoridade de altíssimo nível. Foi ali que eu desco-
bri que existiam acordes com 7ª, 9ª, 13ª e por aí vai, porque até então eu só tocava acorde
básico. Depois do evento eu passei um tempo bem frustrante, completamente perdido,
porque não sabia por onde começar a aprender tudo aquilo. O meu sonho passou a ser: "Eu
quero tocar como aqueles caras tocavam". E para me animar um pouco, eu entrava no meu
quarto e escutava a fitinha cassete do evento e aquele som voltava a me arrepiar. Então, eu
decidi fazer um compromisso comigo mesmo: "Eu vou descobrir como tocar assim custe o que
custar".

Daí para frente eu fiquei fissurado em "devorar" tudo o que eu podia. Eu estudava muita
música gospel, com os cds do Ron Kenoly, Tom Brooks e Marcos Witt. Eu consumia tudo o que
via pela frente, incluindo aula, livro, apostila e por aí vai. Só que tinha um problema: era muita
informação desorganizada, muita teoria e de novo eu comecei a sentir que não avançava.
Eu lembro que em 1999 eu estive nos EUA e voltei de lá com uma mala cheia de livros e fitas
VHS de harmonia, Jazz, Blues, escalas, piano etc. Mas como eu disse, era muita informação e
eu não sabia em que ordem estudar. Aí me frustrava de novo.

Mas eu sempre fui persistente. Eu sabia que de tanto buscar, cedo ou tarde, eu ia descobrir o
caminho do aprendizado. Foi aí que eu tive um "estalo". Eu resolvi organizar a ordem das
matérias de um jeito diferente do tradicional e estudar para ver o que acontecia. E isso veio
mais como uma necessidade porque na época eu já dava aulas particulares de música. Eu
queria ver se aquele "jeito diferente" de dar aulas funcionava com os alunos. Foi tiro e queda!
Num espaço de três ou quatro anos eu vi algo incrível acontecer. Com o método que eu
tinha descoberto, as pessoas aprendiam bem mais rápido do que o normal. Isso incluiu familia-
res, amigos, irmãos da igreja entre outros. Eu estava conseguindo colocar boa parte dos
alunos em estado acelerado de aprendizado, mesmo aqueles que não tinham tanto tempo
pra estudar.

E não somente eu estava realizando meu sonho, mas também os meus alunos, dos mais varia-
dos níveis, alcançavam um resultado fora do comum. Para encurtar a história, tudo isso
levou à fundação da escola Aprenda Piano, lá em 2007, uma empresa que vendia cursos em
DVDs. Muita gente que já estudou este mesmo guia me conheceu naquela época. Daí pra
frente foi só pegar esse método e lapidar para que ele gerasse ainda mais resultado no apren-
dizado. E é nisso que tenho me dedicado nos últimos anos.

Neste guia, eu tenho o prazer de compartilhar com você alguns conteúdos interessantes que

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aprendi ao longo da minha jornada. Por que eu faço isso? Porque eu acredito que a música
pode transformar a vida de alguém, por isso quero dividir meu conhecimento com o máximo
de pessoas possível e deixar um legado.
Eu fico tremendamente alegre ao ver meu trabalho sendo reconhecido por empresas como
Yamaha e Sound Brenner (meus parceiros) e especialmente pelos milhares de alunos, como
você pode ver em algumas histórias que publicamos em nosso canal do Youtube.

Estamos presentes em

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados

Sumário

Sumário 6
Introdução 9
Como usar este guia 10
10
Parte #1 Como aprender mais rápido 10
Parte #2 Teoria musical: do básico ao avançado 10
Parte #3 Nove macetes incríveis 11
Sobre os exemplos práticos 12
Parte #1 Como aprender mais rápido 13
1.1 Ambiente estratégico 14
1.2 Gatilho mental do comprometimento 15
1.3 Defina um objetivo claro 16
1.4 Foque em um método por vez 17
1.5 Vença a "Síndrome Carne e Osso" 17
1.6 Qual é o tempo e a frequência ideal? 18
1.7 Como tocar por ouvido (7 dicas) 20
1.8 Ame o metrônomo 21
Parte #2 Teoria: do básico ao avançado 22
2.1 O instrumento musical 22
2.2 O que é música? 23
2.3 Conhecendo as teclas 24
2.4 As notas musicais 25
2.5 As notas naturais no teclado 26
2.6 As notas acidentadas no teclado 28
2.7 Tom e semitom 29
2.8 A escala maior 31
2.9 As cifras

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2.10 Os acordes maiores 32
2.11 Os acordes menores 34
2.12 Inversões de acordes 41
2.13 Como tocar a sua primeira música 42
2.14 Quais músicas devo tocar? 43
2.15 Subindo o nível 43
2.16 Os graus 44
2.17 Os intervalos musicais 45
2.18 Os 6 tipos de tríades 47
2.19 O baixo invertido 50
2.20 Os 4 grupos de tétrades 52
2.21 O acorde quartal 54
2.22 Vamos estudar harmonia? 55
2.23 O campo harmônico maior 56
2.24 Trítono: o "som do céu" 58
2.25 As funções tonais 59
2.26 Os tipos de cadências 61
2.27 O ciclo das quintas 62
2.28 Clichês harmônicos por quintas 63
2.29 O acorde diminuto e o meio-diminuto 64
2.30 O acorde SUBV7 65
2.31 A tonalidade menor 66
2.32 Vamos rearmonizar? 68
2.33 Os efeitos emocionais dos intervalos 68
2.34 Enriquecendo os acordes 70
2.35 Harmonizando com foco melódico 72
2.36 Os clichês II-V-I maior e menor 73
2.37 A cadência II-V secundária 75
2.38 A nota pedal 76

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2.39 Rearmonizando Ciranda, Cirandinha 77
2.40 Observação sobre rearmonização 78
2.41 Bônus: Harmonia negativa 78
78
Introdução do artigo 79
A hype da Harmonia Negativa 80
Ressalvas 80
Harmonia negativa: aspecto melódico 81
Espelhando a escala maior de C 82
Tom gerador 82
Espelhando uma Melodia 83
Aspecto harmônico 84
Um atalho para acordes negativos 87
Parte #3 - Nove macetes incríveis 88
3.1 Acorde menor turbinado aberto 89
3.2 O dítono alt 90
3.3 Campo harmônico cromático (7/9/13) 91
3.4 Aproveitando-se da escala pentatônica menor 92
3.5 O mais "famoso" acorde alterado 93
3.6 O poder do cromatismo na improvisação 94
3.7 Os modos gregos 95
3.8 Cinco sites de pianos virtuais 95
3.9 Abertura "Conchinchina" 98
Conclusões finais

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Introdução

Muito obrigado por você ter feito o download do guia Como Tocar Teclado Bem - O Guia do
Básico ao Avançado + 17 Macetes Incríveis! É uma grande honra poder servir você com um
material de alto nível, onde disponibilizei parte do meu conhecimento (e porque não, parte do
meu coração). Eu acredito que qualquer pessoa que se dispõe a aprender teclado ou piano
pelo método certo e com força de vontade consegue chegar ao seu objetivo. Acredite: eu vi
isso acontecer ao longo dos anos, até mesmo com pessoas que diziam que não tinham o
"dom para a música".

Também conheci muita gente frustrada porque ouviu algum comentário negativo na sua jorna-
da. Foi o caso do Jailton Carneiro, de 71 anos. O Jailton conta que um ex-professor falou que
ele nunca ia aprender a tocar, porque deveria ter começado com 5 anos de idade. Se quiser
ver o Jailton contando a história dele clique aqui. O fato é que o Jailton não queria tocar como
Beethoven, Bach ou como algum pianista profissional. Ele apenas queria aprender o básico
para tocar e compor suas próprias canções e hoje ele realizou esse sonho.

Eu poderia citar centenas de histórias assim, de pessoas que estavam travadas no aprendiza-
do e hoje estão tocando com grande felicidade. Por isso, eu dediquei enorme esforço para
produzir este guia. Foi para desenvolver o melhor livro digital sobre aprendizado musical
em língua portuguesa. O guia não foi concebido para ser um "tratado extensivo", algo maçante
ou um material qualquer que você encontra facilmente por aí. Muito pelo contrário: a cada
página você vai se dando conta do tesouro que tem em mãos.

E para deixar bem claro: não tenho a pretensão de ser a palavra final em nenhum dos
assuntos mencionados. Longe disso. Prefiro me considerar muito mais um aluno, do que um
professor. O que fiz foi compartilhar, ao meu estilo, aspectos interessantes da teoria musical
(do básico ao avançado), e também revelar dicas e macetes sobre como aprender de forma
mais eficiente. Também divido segredos que nunca me ensinaram e que eu só aprendi ao
longo da minha longa jornada musical. Este guia é único. Ele tem o poder para transformar
a sua musicalidade, então, aproveite cada palavra!

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados 09

Como usar este guia

Antes de seguirmos em frente, deixe-me explicar como este guia foi organizado. Basicamente,
o guia está dividido em três partes, como vou explicar a seguir:

Parte #1 Como aprender mais rápido

Na parte #1 do guia, eu compartilho algumas dicas (os primeiros oito macetes) sobre como
aprender música mais rápido e de forma consistente. Se formos fazer uma analogia com uma
viagem, essa seria a etapa da preparação. Ninguém sai de viagem sem antes arrumar as
malas, cancelar compromissos, avisar os familiares, organizar a casa e por aí vai. Com o apren-
dizado musical ocorre a mesma coisa. Se a pessoa não se preparar antes de iniciar os estu-
dos as chances são grandes de haver um baixo aproveitamento das matérias. Ao longo
dos anos, eu identifiquei vários pontos de melhoria na forma como meus alunos estudavam e
decidi compartilhar alguns deles nessa parte #1.

Parte #2 Teoria musical: do básico ao avançado

Na parte #2 do guia, eu compartilho conteúdo teórico, englobando assuntos selecionados a
dedo para proporcionar uma visão geral sobre alguns aspectos da música. Obviamente, a
intenção não foi abordar todos os assuntos, pois seria uma tarefa impossível para um só
volume. Você vai perceber a ausência de matérias relacionadas à partitura, rítmica, postura,
saúde, benefícios e coisas do tipo. Isso porque tais assuntos são largamente abordados em
outros materiais, inclusive na internet. Meu objetivo com a parte #2 foi trazer aspectos impor-
tantes para você aprender a tocar do zero ou melhorar aquilo que já toca. Vamos passear
(de forma super bem objetiva) pelas notas, cifras, escalas, acordes, harmonia, campo harmôni-
co, modos gregos, harmonia negativa, rearmonização e outros assuntos.

Parte #3 Nove macetes incríveis

Na parte #3 do guia, eu cubro nove macetes interessantes. Eu selecionei algumas das dicas
e técnicas que fui colecionando ao longo da minha jornada musical. Naturalmente, para o guia
não ficar demasiadamente extenso eu tentei ser breve e objetivo, mas o que eu divido ali
certamente vai enriquecer os seus conhecimentos musicais. Isso eu garanto! Eu abordo nove
macetes que complementam os oito da primeira parte do guia, totalizando dezessete mace-
tes incríveis.

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados 10

Sobre os exemplos práticos

Para uma melhor compreensão do conteúdo, algumas matérias exigem a demonstração práti-
ca em vídeo aula. Notadamente, fazer isso através de um livro digital como este é impossível.
Por isso, eu recomendo que você conheça o meu treinamento Extraordinários. O Extraordi-
nários é um programa de treinamento completo em vídeo aulas, 100% online, do básico ao
avançado, onde eu ensino teclado através de um método de alto resultado.

Para saber mais, visite meu site oficial:
https://www.ramontessmann.com.br

Pronto para começar a jornada? Siga em frente e boa viagem!

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PARTE #1

COMO APRENDER
MAIS RÁPIDO

Nesta seção do guia eu quero dividir com você algumas dicas para você aprender teclado/-
piano mais rápido e com consistência. Algumas dessas dicas que veremos a seguir ajudaram
milhares de pessoas a aprender música de forma mais eficiente. Meus alunos e eu faze-
mos parte desse grupo de pessoas. Por isso, decidi iniciar falando sobre como aprender mais
rápido. Daqui para frente eu vou listar várias estratégias que aplico na minha rotina diária de
estudos e que me trouxeram até o nível em que cheguei. Vamos avançar!

1.1 Ambiente estratégico

O local em que você estuda pode exercer uma enorme influência (positiva ou negativa) no seu
aprendizado. Não sei se você já ouviu a incrível história do gênio musical Jacob Collier. Jacob
é um jovem que já ganhou 2 Grammys como melhor arranjo do ano. O jornal britânico “The
Guardian” o chamou de “novo messias do jazz”. Quando conheci a história dele uma coisa me
chamou à atenção e esse fator talvez tenha contribuído para a sua genialidade (talvez tenha
sido um dos seus grandes segredos).

Quando Jacob era pequeno seus pais "rechearam" seu quarto com instrumentos musicais
provocando assim estímulo musical máximo na vida dele. Desde cedo ele teve liberdade
para explorar e se expressar através dos sons. Guardadas as devidas proporções eu passei
um pouco da minha infância assim. Meu quarto não era como o de Jacob, mas depois que
passou a época das "vacas magras" eu sempre tive acesso fácil a um teclado, violão e bateria.
Meus pais sempre me incentivaram a me envolver com a música e isso trouxe excelentes
frutos para mim. E isso não tem muito a ver com a idade. Sabemos que quanto mais cedo se
começa melhor, mas tenho vários alunos acima dos 55 anos que aprenderam a tocar simples-
mente porque se propuseram a isso. E transformar o ambiente de estudo faz toda a dife-
rença. Aqui está a foto do meu local de estudo na minha casa:

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Como você pode ver, é um ambiente propício para os estudos. Segue as minhas dicas:

Prepare o ambiente para que o ensino da música seja estimulado e facilitado.
Tenha um instrumento musical sempre ao seu alcance.
O ambiente precisa ser calmo e propício ao foco e concentração.
Prepare um computador, tablet ou notebook para o estudo online.
Seja organizado com seus materiais de estudo.
O ambiente precisa ser tão agradável a ponto de se tornar irresistível.

1.2 Gatilho mental do comprometimento

Está comprovado cientificamente que pessoas que anunciam seus objetivos publicamente
têm 10 vezes mais chances de alcançá-los. Se você contar para as pessoas ao seu redor
que está estudando música, automaticamente você está se comprometendo publicamente a
aprender de verdade. Isso ocorre porque psicologicamente você não vai querer mostrar
fraqueza por não ter batido uma meta. Essa é uma chave psicológica poderosa! Eu recomen-
do o seguinte:

Conte para a sua família que você vai começar a estudar música de forma séria.
Conte para os amigos do trabalho, da igreja, da faculdade etc.

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Poste no Facebook e Instagram. Publique no Stories.

Espalhe no Whatsapp algo do tipo: "Gente, comecei a estudar piano. Em breve eu vou
estar tocando de forma emocionante".

GATILHO DO COMPROMETIMENTO

Pessoas que anunciam seus objetivos publicamente têm
10 vezes mais chances de alcançá-los.

Estas atitudes vão ativar um gatilho mental, chamado comprometimento. Será muito mais
difícil você desistir no meio do caminho quando sabe que se comprometeu publicamente.
Funciona como mágica!

1.3 Defina um objetivo claro

Você precisa definir claramente seus objetivos com o aprendizado musical. Isso tem muito
mais importância do que as pessoas imaginam. O autor best-seller Ken Blanchard diz que:
"Todo bom desempenho começa com objetivos claros". Quando se tem um sonho, um objeti-
vo é o que te dá direção. Você deve saber onde está e para onde está indo e quanto mais
cedo você descobrir isso, melhor. Em certo momento da minha jornada eu senti que tava com
as mãos travadas. Eu tentava criar solos e improvisar, mas errava muita nota. Por muito tempo
eu sofri com isso porque eu pensava que "não tinha o dom", que eu tinha nascido assim
mesmo, sem coordenação motora.

O fato é que muita gente dá esse mesmo tipo de desculpa: "Ah, isso não é pra mim. Eu não
tenho dom, eu não consigo". Essa de "não tenho o dom" é um mito. Eu também pensava assim
quando não conseguia acertar as notas, até que defini um objetivo claro: vou destravar as
mãos. Aí, coloquei isso como prioridade nos meus estudos, encontrei os exercícios certos e
passei a praticar. Foi tiro e queda. As minhas mãos destravaram e eu realizei meu sonho de
improvisar.

Enquanto eu não tinha definido aquele objetivo na minha frente, eu continuava travado. Quem
sabe você quer aprender harmonia, para tocar acordes mais rebuscados, para rearmonizar as
músicas preferidas. Talvez, seu sonho seja dominar técnicas, escalas ou determinados estilos

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados 15

musicais. Quem sabe, você quer destravar a mão esquerda ou ganhar coordenação motora.
Alguns querem tocar jazz, querem aprender os famosos acordes de Neosoul e Gospel Music.
Enfim, se você definir com clareza pra onde está indo vai ser muito mais fácil você alcançar o
objetivo. O que importa não é só aprender, mas aprender na direção certa.

1.4 Foque em um método por vez

Existem vários caminhos para você aprender piano/teclado. Alguns são mais longos, outros
são mais curtos. Há muitos bons métodos por aí, mas há muita coisa que não funciona. Tem
muita escola que engessa a didática e dificulta o aprendizado, mas também tem muita escola
boa. Nos dias atuais, também há o Youtube com seu vasto material gratuito, apesar da clara
desorganização do conteúdo.

Realmente, os caminhos são muitos. Mas se tem uma coisa que eu vejo com larga frequência
é isso: muita gente perdida em meio a tantos métodos diferentes. Uma das poucas coisas
que me salvou desse emaranhado de aulas, vídeos, cursos, métodos e professores, foi estu-
dar apenas um método por vez. E não só isso: o segredo foi encontrar um método eficaz e
estudá-lo até o fim.

Acredite em mim: eu passei longos anos conhecendo várias metodologias e desenvolvendo
outras, até que descobri um caminho que realmente me colocasse em estado acelerado
de aprendizado. Portanto, se você é daqueles que todo dia estuda um método diferente, que
passa o dia "pulando" de um curso para o outro, as chances são grandes de você ficar perdi-
do e acabar não aprendendo nada.

O PODER DO FOCO

“Uma das poucas coisas que me salvou desse emaranhado de
aulas, vídeos, cursos, métodos e professores, foi estudar apenas
um método por vez”.

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1.5 Vença a "Síndrome Carne e Osso"

Quem sofre dessa síndrome é aqueles que pensam "Será que eu consigo aprender online,
sem um professor de carne e osso do meu lado?". Em primeiro lugar, estudar online não
necessariamente impede que você também tenha um professor particular. Isso é escolha
de cada um. Mas, com o advento da tecnologia e das interações virtuais, o aprendizado online
não só pode ser eficiente, como também mais agradável. Será que é realmente possível? Eu
vejo por este ângulo: a medicina já chegou ao ponto de ensinar novatos a realizar cirurgias à
distância, através de aparelhos robóticos. E olha que fazer uma cirurgia é muito mais comple-
xo do que aprender piano ou teclado. Portanto, pode ficar tranquilo que com o método certo
você pode aprender com fluidez e os meus alunos estão aí para provar que estudar online
realmente funciona.

1.6 Qual é o tempo e a frequência ideal?

Quero dividir uma chave poderosíssima para você aprender de forma mais consistente. É um
segredo que tem relação com quanto tempo você dedica para o estudo e com qual frequên-
cia estuda. Especialistas já provaram que todos os dias, quando vamos dormir e acordamos,
acontece uma espécie de reboot no cérebro. Ou seja, é como se ele fosse reiniciado igual a
um computador. E nesse processo a gente perde parte da informação aprendida no dia
anterior.

Portanto, se você aprendeu algo novo no dia anterior, para fixar bem a matéria, é necessário
continuar estudando isso diariamente até que não esqueça mais. Todo dia que você não
estuda você desaprende. Uma vez que você comece a estudar música, você precisa tirar um
tempinho para estudar todos os dias. Isso mesmo: para o máximo de resultado seu encontro
com a música deve ser diário. Não adianta estudar na segunda-feira e depois só estudar no
sábado. Assim, o aprendizado pode demorar muito mais porque você estará esquecendo
boa parte da informação. E muitos especialistas defendem que a frequência é mais impor-
tante que o tempo de estudo. Isso quer dizer que se você estudar vinte minutos por dia é
muito melhor do que dedicar várias horas em um só dia, para depois ficar um tempão sem
estudar. Portanto, se foque muito mais em fazer do estudo musical um hábito diário, em vez
de estudar por horas e horas a fio para depois largar os estudos.

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados 17

SEU CÉREBRO REINICIA TODOS OS DIAS

Todo dia que você não estuda você desaprende. A frequência é
mais importante do que o tempo de estudo. Faça do estudo um
hábito diário.

1.7 Como tocar por ouvido (7 dicas)

Esta é uma das grandes dúvidas das pessoas que me seguem nas redes sociais: "Ramon,
como tocar por ouvido?". Bem, a resposta para essa pergunta poderia gerar outro guia como
este. Mas, meu objetivo é ir direto ao ponto. Então, eu decidi compartilhar sete dicas que me
ajudaram a abandonar as famosas "pastinhas de cifras" e "partituras". Confesso que foi
uma libertação não precisar ficar mais lendo cifras e decorando partituras. Tocar por ouvido é
uma sensação incrível. Mas, nem sempre foi assim. Para falar a verdade, a primeira música
que tirei de ouvido eu levei quase um mês e ela tinha apenas três acordes básicos. Levou
cerca de um ano para eu conseguir tirar quase todos os acordes maiores e menores. Gradual-
mente, meu ouvido foi ficando mais "afiado". Mas, é claro que você não precisa levar todo esse
tempo. Na época, eu não tinha o conhecimento que tenho hoje. Então, aproveite para seguir
minhas sete dicas para você "destravar" o seu ouvido:

1 Comece com músicas simples: quer saber qual é o melhor tipo de música para se
começar a exercitar o ouvido? As músicas simples. De fato, quanto mais simples melhor!
Dê preferência por tentar "tirar" músicas com poucos acordes (no máximo três ou quatro)
e dentro das tonalidades que você domina bem. Como tudo na vida você deve começar
do passo mais fácil. Nesse caso, o passo um é tirar músicas simples, de preferência
músicas infantis. As músicas infantis me ajudaram muito no início. Conforme você for
tirando as primeiras músicas com maior facilidade vá para as músicas mais difíceis.

2 Estude os campos harmônicos: mais a frente neste guia você poderá saber mais sobre
isso. Mas, já aviso de antemão: se familiarizar com os campos harmônicos maiores vai
facilitar demais o caminho para você tocar de ouvido.

3 Acostume-se a tocar por graus (funções) e não pelas cifras: vamos ver mais sobre
isso aqui no guia.

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados 18

4 Cante muito: você precisa aprender a gostar de cantar. Cantar ajuda a desenvolver a
percepção e o ouvido. Quando eu vou tirar um novo solo, a primeira coisa que faço é
cantarolar a melodia e tentar memorizá-la. Só depois vou para o teclado. Não digo que
você tem que aprender a cantar em público ou que deve ter uma voz bonita. Nada disso.
A ideia aqui é apenas ajudar no seu desenvolvimento musical. Uma dica: Se você for tirar
um solo com muitas notas, tente escutá-lo inteiramente por diversas vezes. Depois, tente
cantarolar "de cabeça" até que se sinta confortável. Aí, vá para o instrumento e tente
tocar aquela melodia que você memorizou.

5 Evite anotações: se esforce para não anotar nada do que você está tirando. Eu sei que
às vezes é empolgante quando você consegue tirar um novo solo ou música, e aí você
não quer esquecer aquela informação. Mas a ideia é justamente tornar o ouvido tão bom
que você não precisará ficar lendo partituras ou cifras a todo momento. Portanto, mesmo
que você erre muitas vezes ou se sinta perdido, vá largando os papéis gradualmente.
Faça isso até que consiga tocar músicas inteiras sem precisar ler nada em nenhum lugar.
Assim, as partituras e cifras só servirão de apoio eventual e não vão "prender" você.

6 Aprenda a diferenciar os acordes maiores dos menores: quando meu ouvido come-
çou a discernir a diferença entre os acordes maiores e menores minha percepção deu
um salto. Isso porque eu conseguia tirar as músicas muito mais rapidamente quando já
sabia que se tratava de um acorde maior ou menor. Não é tão difícil fazer essa distinção,
mesmo para quem está começando. Os acordes maiores dão aquele "ar" alegre e jovial.
Os acordes menores são mais "tristes" e "melancólicos". Quando você estuda campo
harmônico e consegue discernir acordes maiores dos menores, fica bem mais fácil iden-
tificar os acordes que estão sendo executados. Portanto, escute uma música AGORA e
tente identificar os acordes maiores e menores. Será um grande avanço se você conse-
guir.

7 Aprenda uma música nova por dia: para acelerar o desenvolvimento do seu ouvido e
percepção musical faça um compromisso consigo mesmo: tente aprender uma música
nova por dia. Não tem problema se você quer investir alguns dias para tirar uma determi-
nada música, mas é importante você tirar pelo menos uns 15 ou 20 minutos por dia para
aprender coisas novas. Pode ser um solo, uma sequência de acordes ou até mesmo uma
música inteira. O fato é que quanto mais músicas você ouvir e tentar tirar, melhor. Mas é
como falei antes: procure começar pelo fácil e aí vá procurando novos desafios. O ouvido
deve ser treinado diariamente. Portanto, não desanime e não desista. Pode ser difícil no
início. Eu passei por isso e sei como é. Mas com força de vontade e determinação as
suas chances de conseguir são muito maiores!

Como Tocar Teclado Bem | Ramon Tessmann ® Todos os direitos reservados 19

A DURA REALIDADE

A primeira música que tirei eu levei quase um mês e ela tinha
apenas três acordes. No início, é normal demorar um pouco para
“domar” o ouvido.

1.8 Ame o metrônomo

Quando for praticar algo no teclado, especialmente exercícios, procure usar o metrônomo.
O metrônomo é um aparelho que, através de pulsos sonoros, indica o andamento da música.
Eu confesso que odiava praticar com metrônomo até que passei um tempo praticando com
ele e percebi o grande impacto positivo que me causou. Vou listar alguns benefícios de se
usar o metrônomo:

Mantém você mais atento e focado na música, evitando distrações.
Proporciona a você maior segurança ao manter o andamento das músicas.
Possibilita a prática de exercícios sem a necessidade de um baterista marcando o tempo.
Acompanha sua evolução musical (o metrônomo mostra sem piedade o seu nível musical,
ritmicamente falando).
O uso prolongado do metrônomo aumenta a sua confiança musical.

Atualmente, você não tem desculpas para não usar o metrônomo. Eu uso um aplicativo em
meu celular, chamado Pro Metronome, disponível para IOS e Android. E se não quiser usar o
celular, tem metrônomo até mesmo no Youtube. Aprender a gostar do metrônomo vai causar
um grande impacto no seu desenvolvimento musical. Pode acreditar!

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PARTE #2

TEORIA: DO
BÁSICO AO
AVANÇADO

2.1 O instrumento musical

Esta parte do guia é para quem está começando do zero no mundo das teclas. Muita gente
me pergunta: "Ramon, o que eu preciso para começar a aprender?". As pessoas desejam
saber se precisam ter um teclado de última geração ou um piano caríssimo para começar.
Essa é uma crença errada. A maioria dos grandes músicos que você já ouviu falar começaram
com instrumentos baratos, bem amadores. Basicamente, o que você vai precisar para come-
çar é de um piano (de qualquer tipo) ou um teclado de qualquer marca e modelo, desde que
tenha duas coisas: (1) teclas sensitivas e (2) pedal de sustain. Não importa se o seu teclado
é rosa, verde, se é grande ou pequeno, não importa quanto você pagou nele. Para começar a
se aventurar no mundo das teclas você vai precisar:

1. Ter um instrumento de teclas (teclado ou piano).
2. Teclas sensitivas.
3. Pedal de sustain devidamente instalado.
4. Muita vontade de aprender.

O QUE É PEDAL DE SUSTAIN?

Com o pedal de sustain você consegue “segurar” o som das notas
(estendê-las) sem precisar ficar com as teclas pressionadas.

Se você precisa comprar um teclado ou pedir um emprestado para alguém, tenha certeza que
irá se lembrar de mencionar esse pontos. Eles são muito importantes para o seu êxito no
mundo da música. E por falar em música, vamos defini-la?

2.2 O que é música?

O que é música? Quais são os seus elementos principais? Meu objetivo aqui não é escrever
um extenso tratado sobre as definições da música. O tempo é um ativo precioso, portanto vou
tentar transmitir as definições da forma mais resumida possível e assim a gente vai avançando.
Basicamente, música é a combinação de sons e silêncios, de uma maneira organizada e que
busque agradar ao ouvido. Há muitas discussões sobre as diversas definições e essa é uma
delas. A música é dividida em três elementos:

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1 Melodia: é a voz principal da música, uma sucessão de notas tocadas com um determi-
nado objetivo.

2 Harmonia: é a combinação de vários sons, é a sobreposição de notas que acompanham
a melodia.

3 Ritmo: é a marcação do tempo da música, é a sucessão de tempos fortes e fracos, assim
como os ponteiros do relógio que marcam as horas e minutos.

Agora, vamos conhecer as teclas do teclado.

2.3 Conhecendo as teclas

Se você já olhou para o piano ou teclado alguma vez percebeu que existem dois tipos bem
diferentes de teclas. Algumas são mais largas e outras mais finas. As mais largas são as
teclas brancas do teclado. As teclas finas são as teclas pretas. Observe no desenho:

Se você analisar bem vai ver que as teclas pretas ficam se repetindo ao longo do teclado.
Primeiro, vêm duas teclas pretas, depois vêm três teclas pretas e assim sucessivamente.
Conseguir enxergar esse padrão é fundamental para você identificar as notas no teclado.
Antes disso, vamos falar sobre as notas musicais.

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2.4 As notas musicais

Em nosso sistema musical ocidental nós temos doze tipos de sons diferentes, ou seja, temos
doze notas diferentes. Vamos ver quais são as primeiras sete notas que todo mundo sabe de
cor:

dó - ré - mi - fá - sol - lá - si

Estas são as notas naturais. Mas como vimos, ao todo temos doze notas, então faltam cinco
notas. São elas:

dó# - ré# - fá# - sol# - lá#

Este símbolo "#" indica um acidente ou alteração. Os acidentes são símbolos que modificam a
altura da nota. O símbolo "#" indica uma modificação imediatamente à direita, chamado suste-
nido. Portanto, você vai ler "dó#" como dó sustenido, "ré#" como ré sustenido e assim por
diante.

Também temos outro símbolo a aprender, que é o sinal "b". Isso indica um acidente que modifi-
ca a altura da nota imediatamente à sua esquerda (meio-tom). A seguir, disponho as cinco
notas bemóis:

réb - mib - solb - láb - sib

A leitura é simples: "réb" lê-se ré bemol, "mib" lê-se mi bemol e assim por diante. Uma curiosi-
dade: fisicamente falando, no teclado as notas sustenidas e bemóis ocupam o mesmo lugar.
Essa é uma longa história que você não precisa se preocupar agora. O que você precisa
entender no momento é a sequência com as doze notas da nossa música ocidental. Grave-as
bem:

dó - dó# - ré - ré# - mi - fá - fá# - sol - sol# - lá - lá# - si

Uma vez que você tenha memorizado a sequência de notas, nós podemos ir ao teclado para
identificá-las.

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2.5 As notas naturais no teclado

A nota dó vai ser o nosso ponto de partida. Para identificar a nota dó no teclado é bem
simples. Lembra no início que eu falei que as notas pretas se repetiam em jogos de duas
teclas e três teclas? O que você precisa fazer agora é identificar um jogo de duas teclas pretas
bem no meio do seu teclado. Depois, é só identificar a nota dó que vem imediatamente à
esquerda dessas duas teclas pretas. Observe no desenho:

E isso se repete em toda a extensão do teclado. Veja outras notas dó:

Uma vez que você tenha identificado a nota dó fica fácil encontrar as outras notas naturais.
Isso porque é só ir em sequência nas teclas brancas contando as sete notas naturais.
Observe:

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No desenho você pode ver as notas naturais dispostas no teclado. Se eu fosse você, iria ao
teclado agora para tentar identificar as notas musicais.

2.6 As notas acidentadas no teclado

Conseguindo identificar as teclas brancas, chegou a hora de identificarmos as teclas pretas.
Para isso, vou dispor novamente a sequência das doze notas que já vimos anteriormente:

dó - dó# - ré - ré# - mi - fá - fá# - sol - sol# - lá - lá# - si
Se você decorar essa sequência conseguirá facilmente identificar as notas no teclado. Isso
porque todas as notas estão dispostas em sequência. Isso quer dizer que logo depois do dó,
meio-tom acima, nós encontraremos o dó#. Depois do ré nós teremos o ré#, e assim por
diante. Observe na imagem:

Se você entendeu isso não tem mais segredo. É só ir seguindo a mesma lógica e encontrar
todas as notas naturais e acidentadas:

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Já falamos anteriormente que as notas sustenidas e bemóis ocupam o mesmo lugar no tecla-
do. Lembra disso? Então, vamos ver como ficam as doze notas (com bemóis):

Perceba como o dó# está fisicamente na mesma tecla que o réb. Não se preocupe em com-
preender isso agora. Apenas se preocupe em assimilar esta associação:

dó# e réb estão na mesma tecla.
ré# e mib estão na mesma tecla.
fá# e solb estão na mesma tecla.
sol# e láb estão na mesma tecla.
lá# e sib estão na mesma tecla.
Uma curiosidade: você percebeu que não existe tecla preta entre as notas mi e fá, ou si e dó?
Isso não significa que não existe mi# e si# ou fáb e dób, como muitos pensam. Mas para não
confundir não precisamos entrar nesse assunto agora. Apenas se foque na identificação das
teclas e notas musicais que aprendemos. Assim, termino esta seção mostrando o desenho do
teclado com todas as notas dispostas:

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Invista algum tempo estudando o seu teclado e "brincando" de identificar as notas musicais
nas teclas.

2.7 Tom e semitom

Provavelmente, você já ouviu falar sobre a palavra "tom". É o que vamos estudar agora. Vamos
descobrir como funcionam os tons e semitons no teclado. Fisicamente, tom é a distância
contando-se três teclas e semitom é a distância contando-se duas teclas. Por exemplo, se o
meu ponto de partida é o dó e o destino é o ré, essa é uma distância de um tom inteiro. Isso
porque do dó ao ré contamos três teclas (dó, dó# e ré). Observe na imagem:

Se fosse do dó para o dó#, isso seria uma distância de um semitom. Para facilitar, os músicos
usam as letras T e ST para se referir a tom e semitom. Vamos a alguns exemplos:

De dó para mi temos dois tons.
De dó para fá temos dois tons e meio.
De ré# para mi temos um semitom (ou meio-tom).
De ré# para fá temos um tom.

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Você precisa aprender a identificar essas distâncias para montar as escalas e acordes que
veremos a seguir. Portanto, tire um tempinho para ficar medindo as distâncias entre as notas.

2.8 A escala maior

A escala maior é uma sequência de sete notas distanciadas por tons e semitons. É um dos
assuntos mais importantes da música. Isso porque a escala maior é base para muitas outras
matérias que vamos ver, incluindo formação de acordes, harmonia entre outros. Cada uma
das doze notas vai originar uma escala maior, seguindo uma fórmula a seguir:

tom - tom - semitom - tom - tom - tom - semitom

Ficará mais fácil você memorizar somente as iniciais:

T - T - ST - T - T - T - ST

É muito importante você memorizar esta fórmula. É com ela que você vai poder montar qual-
quer escala maior que precisar. Funciona assim: vamos supor que você escolha formar a
escala maior de dó. Para formar essa escala basta partir da nota dó e seguir as distâncias
usando a fórmula. Por exemplo:

Partindo da nota dó, se você "pular" um tom vai chegar no ré.
Se "pular" mais um tom vai chegar no mi.
Chegando no mi você "pula" um semitom, chegando no fá.
E assim você vai seguindo até formar a escala maior partindo do dó.

A escala a partir do dó vai ficar assim:

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Esta é a escala maior de dó. Vamos ver novamente como ela foi construída:

Partindo do dó, você pula um tom e chega no ré.
Pulando mais um tom você chega no mi.
Chegando no mi você só pula meio tom, caindo no fá.
Aí é só pular três tons, chegando nas notas sol, lá e si.
Do si você pula mais um semitom e chega no dó de novo.

Curiosidade: a escala de dó só tem notas naturais (somente teclas brancas). Se formos
montar todas as outras escalas maiores o processo seria o mesmo. A seguir eu disponho uma
tabela com as doze escalas maiores, oriundas das doze notas que já conhecemos:

Uma observação: muita gente fica com dúvida quando aparecem notas como mi# ou si#. No
caso do mi#, por exemplo, seria a mesma tecla do fá no teclado. O mesmo vale para as outras
notas do tipo. Fisicamente, vai ser a mesma coisa. O que muda é a nomenclatura. Por ora,
você não precisa se preocupar em compreender o porquê disso. Precisamos avançar para
estudar as cifras.

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2.9 As cifras

As cifras formam um sistema criado para representar os acordes. Se você nunca viu uma cifra
na vida, elas são aquelas letras e símbolos que vão em cima das palavras em uma música
cifrada. Veja um exemplo que printei do site Cifraclub:

As cifras são aquelas letras (às vezes, acompanhadas por símbolos e números) que indicam
qual acorde executar em determinadas partes da música. Mas que letras são essas? Basica-
mente, são as sete primeiras letras do nosso alfabeto. Observe:

Quando você ver a letra A em uma cifra, ela representa o acorde de lá. Quando você ver a
letra B, isto significa o acorde de si, e assim por diante. Existem também os símbolos e núme-
ros que podem acompanhar as letras, como por exemplo: #, b, m, º, 7, maj7, 5+ entre outros.
Veja como ficaria a leitura de alguns acordes com símbolos:

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Nesse quadro eu mostro alguns exemplos de cifras, mas não se preocupe em compreender
tudo agora, porque conforme o avanço você vai se acostumar com essa linguagem. Vai ser
um processo natural.

2.10 Os acordes maiores

Um acorde é um conjunto de três ou mais notas tocadas simultaneamente. Basicamente, são
várias notas sendo tocadas em conjunto, com um objetivo harmônico. Os acordes são repre-
sentados pelas cifras, que já aprendemos anteriormente (A, B, C, D, E, F e G). Nesta etapa, eu
quero ensinar os acordes maiores, considerados "alegres", pois eles transmitem um sentimen-
to positivo quando são executados. Assim como temos as doze notas, as doze escalas maio-
res, também temos os doze acordes maiores. Esses acordes são formados com uma simples
regra. É só seguir os seguintes passos:

1. Escolha a respectiva escala maior.
2. Identifique a 1ª, 3ª e 5ª nota da escala.
3. Toque essas notas simultaneamente.
4. Pronto! Esse é o acorde maior que você formou a partir da escala.

Com esse processo, você encontra qualquer acorde maior que desejar. Vou dar o exemplo,
montando o acorde de C (dó maior). Para isso, basta identificar a 1ª, 3ª e 5ª nota da escala de
dó. Veja no desenho as devidas notas marcadas em fundo preto:

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Este é o C (Acorde de Dó Maior): dó - mi - sol. Veja o desenho no teclado:

Basicamente, você só precisa conhecer bem as escalas maiores, porque a partir delas você
monta facilmente qualquer acorde maior. Para facilitar, segue uma tabela identificando as
notas de cada acorde:

Vamos usar a tabela como referência e montar alguns acordes:
Acorde Eb: mib - sol - sib.
Acorde A: lá - dó# - mi.
Acorde D: ré - fá# - lá.

Compreendeu a lógica? Se sim, vamos avançar para os acordes menores.

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2.11 Os acordes menores

Já aprendemos os acordes maiores e agora chegou a hora de aprendermos os acordes
menores. Eles têm duas diferenças básicas dos acordes maiores: (1) a cifra é identificada com
a letra "m" minúscula. Por exemplo, a cifra Cm representa o acorde de Dó Menor. (2) A sensa-
ção que o acorde menor transmite é a de "tristeza" ou "melancolia", diferente do acorde maior,
que é "alegre" e "jovial".
A formação dos acordes menores é bem simples. Se você assimilou bem a formação dos
acordes maiores, basta fazer uma pequena alteração. Na 3ª nota você irá reduzir um semi-
tom. Vamos supor que você queira tocar o acorde de Cm (Dó Menor). Para isso, basta pegar
a 1ª, a 3ª nota reduzida meio tom e a 5ª nota. A formação ficaria assim:

A diferença entre C e Cm é a 3ª nota. É assim que funciona em todos os outros acordes meno-
res. Veja a tabela com todos os 12 acordes menores:

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Vou dar alguns exemplos de acordes menores para você conferir na tabela:
Acorde Dm: notas ré, fá e lá.
Acorde Bm: notas si, ré e fá#.
Acorde Fm: notas fá, láb e dó.

Recomendo que você vá ao teclado e pratique por alguns dias os acordes maiores e meno-
res. Isso é fundamental para prosseguirmos. Eu mesmo levei vários dias para treinar esses
acordes quando estava aprendendo. Recomendo que você faça o mesmo. Segue os dese-
nhos de todos os acordes no teclado:

C e Cm

C#/Db e C#m/Dbm

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D e Dm
D#/Eb e D#m/Ebm

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E e Em
F e Fm

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F#/Gb e F#m/Gbm
G e Gm

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G#/Ab e G#m/Abm
A e Am

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A#/Bb e A#m/Bbm
B e Bm

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2.12 Inversões de acorde

É possível executar um acorde maior ou menor de forma invertida. Isto quer dizer que você
pode começar o acorde de qualquer uma das três notas pertencentes a ele, e não apenas da
nota fundamental (principal). Como já vimos, o acorde de C é composto pelas notas dó, mi e
sol. A nota fundamental é a dó, mas você pode começar o acorde pela nota mi ou pela nota
sol. Isso não afeta em nada a qualidade do acorde. Assim, chegamos às três formas de se
tocar o acorde de C:

A regra aplicada é:
Se o acorde começar pela nota fundamental, a posição é Raiz.
Se começar da 3ª nota, se trata da 1ª inversão.
Se começar da 5ª nota, se trata da 2ª inversão.

Veja como ficaria a 1ª inversão de C no teclado:

Conhecer as diferentes posições de um mesmo acorde vai facilitar muito na hora de tocar.
Por isso, é importante você dedicar um tempo para praticar todas as inversões que puder.

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2.13 Como tocar a sua primeira música

Se você estudou bem as matérias que vimos até aqui, será capaz de:

Identificar as notas no teclado.
Construir as escalas maiores.
Identificar as cifras mais simples.
Construir e executar os acordes maiores.
Construir e executar os acordes menores.
Executar os acordes maiores e menores de forma invertida.

Acredite ou não, essas matérias já são suficientes para você tocar sua primeira música,
mesmo que de uma maneira muito rudimentar. Obviamente, esse guia não é como uma vídeo
aula onde eu posso mostrar a parte rítmica na prática. Assim, vamos nos focar apenas em
executar os acordes conforme as cifras indicam. Para isso, observe a música "Ciranda, cirandi-
nha":

Provavelmente, você já conhece essa famosa música infantil. Perceba que sobre determina-
das palavras existem as cifras indicando exatamente quando você deve trocar o acorde. Por
exemplo: no início, onde a letra é C, você vai tocar o acorde de dó (notas dó, mi e sol). Quando
chegar na palavra "todos", tem a letra G, e aí você vai executar o acorde de sol maior. E assim,
você continua trocando os acordes até o final. Se tudo der certo, você conseguiu tocar sua

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primeira música (caso você nunca tenha tocado uma, é claro).

Espero que você tenha conseguido!

2.14 Quais músicas devo tocar?

Se você estiver aprendendo realmente do zero talvez se depare com a seguinte dúvida:
"Quais músicas devo aprender primeiro?". Eu vou dar uma dica de ouro para você. Acesse o
site www.cifraclub.com.br/temas-infantis/ e pratique as suas primeiras execuções com
músicas infantis e cantigas de roda porque elas são bem fáceis de tocar e de compreender
harmonicamente.

Foi essa a estratégia que usei no início da caminhada e que me ajudaram a aprender as
primeiras músicas. É claro que na época eu não contava com a ajuda da internet, mas eu pedia
para minha mãe comprar aquelas revistinhas de teclado na banca de jornal. Com o avanço da
internet hoje em dia é muito mais fácil aprender. Aproveite esse privilégio!

COMECE COM MÚSICAS FÁCEIS

Começar com músicas fáceis é o segredo. Procure músicas com
poucos acordes, no máximo 3 ou 4. Prefira as músicas infantis e
cantigas de roda.

2.15 Subindo o nível

Desta parte do guia para frente, o conteúdo vai te "puxar" dos rudimentos para um nível mais
elevado no teclado. Se você já assimilou bem as bases que já estudamos, vai estar prepara-
do para ampliar seus conhecimentos e estudar matérias que vão provocar um "salto" na sua
musicalidade.

Daqui para frente, vamos estudar os graus da escala, intervalos, tipos de tríades, famílias de
tétrades, acorde quartal entre outros assuntos um pouco mais complexos. Papel e caneta na
mão e vamos avançar começando pelos graus da escala.

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2.16 Os graus

Cada nota da escala recebe uma numeração, uma organização e isso será imprescindível
para o seu futuro musical. Essa numeração indica os graus da escala. A fluência nos graus
será fundamental para as matérias que vamos ver logo mais à frente. Muitas vezes, vai ser
mais fácil falarmos em termos de graus, do que em termos de notas propriamente ditas.

Para você que já conhece bem as escalas maiores, a regra é simples. Os graus foram organi-
zados numerando-se a partir da nota fundamental. Por exemplo, na escala de dó maior, a nota
dó é o 1º grau, a nota ré é o 2º grau e assim por diante. Assim, nós chegamos aos graus da
escala de dó. Veja na tabela:

Você precisa se familiarizar com os graus de cada uma das doze escalas porque vai usar esse
conhecimento a vida inteira. Eu confesso que memorizar isso foi uma das coisas mais chatas
que tive que fazer, mas também uma das matérias mais úteis para mim. A título de exercício,
vamos montar a escala de dó sustenido e indicar os seus graus. Observe:

Você deve ser capaz de dizer com rapidez qualquer grau de uma determinada escala. Por
exemplo:

Qual é o 4º grau de dó? Fá.
Qual é o 6º grau de dó#? Lá#.

Dica de ouro: memorize as escalas e graus pelo "desenho" que elas formam no teclado. Prati-
que as escalas no teclado que naturalmente você vai assimilando os graus pelas distâncias
das teclas e pelos "desenhos" que elas escalas têm.

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MEMORIZANDO ESCALAS E GRAUS

Memorize mais facilmente as escalas e graus pelo “desenho” que
elas formam no teclado. Pratique no máximo 2 ou 3 escalas por
dia para assimilá-las bem.

2.17 Os intervalos musicais

Um intervalo nada mais é que a diferença de altura entre as notas musicais. Eu gosto de
enxergar os intervalos como a distância entre as notas ou distância entre os sons, se você
preferir. Se você pressionar duas teclas quaisquer no teclado, vai haver entre elas uma certa
distância. Essa distância é um intervalo que recebe uma certa classificação de acordo com
algumas regras. Se você tem alguma experiência com música certamente já ouviu alguém
dizer:

“Esse acorde tem uma quinta aumentada“.
“Acrescente uma sexta menor aqui”.
“Evite tocar a quarta justa sobre esse acorde”.

A primeira vez que eu ouvi isso, era como russo ou japonês. Depois, passei a entender a
importância de conhecer os nomes dos intervalos e é imprescindível você conhecê-los e
memorizá-los. Primeiro, vamos dar uma olhada na qualidade dos intervalos diatônicos:

Cada intervalo, partindo da primeira nota da escala, recebe um nome ou qualidade. Segue
alguns exemplos:

Se eu tocar simultaneamente o dó e o ré, eu tenho um intervalo harmônico de 2ª maior
ou 2M.
Da nota dó para a nota fá eu tenho um intervalo de 4ª justa ou 4J.

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GRAUS MAIORES E JUSTOS

Os graus 2º, 3ª, 6º e 7º sempre têm qualidade maior (M).
Os graus 4º e 5º têm qualidade justa (J).

Além dos intervalos da escala diatônica, temos os intervalos cromáticos (como por exemplo,
um dó e mib, sendo que mib não faz parte da escala de dó). Como funciona a nomenclatura?
Basta seguir as regrinhas abaixo:

Um intervalo menor, quando decrescido de um semitom, se transforma em um intervalo
diminuto.
Um intervalo maior, quando acrescido de um semitom, se transforma em um intervalo
aumentado.
Um intervalo justo, quando decrescido de um semitom, se transforma em um intervalo
diminuto.
Um intervalo justo, quando acrescido de um semitom, se transforma em um intervalo
aumentado.

Veja uma tabela com os principais intervalos cromáticos:

Vamos a alguns exemplos:

Dó a réb - Intervalo de 2ª menor.
Dó a fá# - Intervalo de 4ª aumentada.
Dó a solb - Intervalo de 5ª diminuta. Quando o 5ª grau desce, torna-se 5d.
Dó a sib - Intervalo de 7ª menor.

Na imagem a seguir eu disponho um resumo dos principais pontos desta matéria:

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Se eu fosse recomendar algo para você focar o estudo seria esta tabela. Os intervalos em
vermelho são os que foram decrescidos meio-tom. Os negritos são os intervalos principais.
Os azuis são os intervalos que foram acrescidos meio-tom. O 1º e o 8º vamos desconsiderar
por ora. Você precisa saber dizer a qualidade de qualquer intervalo.

Por exemplo: qual é o nome do intervalo entre ré e sol? Resposta: Intervalo de quarta justa.
Observe:

Faça isso com outros intervalos aleatórios e veja se você consegue dizer o nome de cabeça.
De qualquer forma, não se desespere para ficar decorando isso tudo de uma vez. Pode
avançar tranquilamente que com o tempo você vai se familiarizando com os nomes dos inter-
valos. Pode ter certeza que você ainda vai ouvir muito sobre eles.

Dica de ouro: quando eu estava aprendendo sobre isso eu não parei para decorar tudo de
uma vez. Foi só com o tempo que eu consegui e a experiência musical foi solidificando esse
conhecimento na minha cabeça. Você é quem deve decidir: ou para agora para praticar os
intervalos ou segue estudando outras matérias e vai assimilando os intervalos com o tempo.

Caso você decida continuar os estudos agora, avancemos para o estudo das tríades.

2.18 Os 6 tipos de tríades

Em quase todos os materiais que já lancei no Aprenda Piano eu abordo o tema tríades. As
tríades formam a base para qualquer acorde futuro que você vai aprender (por mais com-

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plexo que seja). Mas, o que são as tríades?

Já sabemos que um acorde é um conjunto de notas (no mínimo três). Esse conjunto de três
notas, popularmente representando os acordes mais básicos, é conhecido como tríade. Neste
guia nós já aprendemos as duas tríades básicas, formando o acorde maior e menor. Para não
perdermos tempo, segue a fórmula destas duas tríades:

#1 Tríade maior: 1 - 3M - 5J
#2 Tríade menor: 1 - 3m - 5J

A próxima tríade que vamos estudar é a tríade diminuta. Provavelmente, você já ouviu falar de
algum acorde diminuto indicado pela famosa bolinha "º". A tríade diminuta é a base desse
acorde. Vamos ver sua fórmula e observações:

#3 Tríade diminuta: 1 - 3m - 5d
Este acorde pode ser representado por "dim" ou "º". Por exemplo: Cdim ou Cº.
Exemplo: Cº (dó - mib - solb).

Agora, vamos aprender nossa próxima tríade, a tríade aumentada. A tríade aumentada é
aquela que tem o quinto grau aumentado (5a). Veja:

#4 Tríade aumentada: 1 - 3M - 5A
Este acorde pode aparecer na música como C5+, Caug, etc.
Exemplo: C5+ (dó - mi - sol#).

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Vamos avançar! A próxima tríade é a tríade suspensa. Vamos aprender duas versões desta
tríade. Veja:

#5 Tríade suspensa:
Tríade sus2: 1 - 2M - 5J
Exemplo: Csus2 (dó - ré - sol).
Tríade sus4: 1 - 4J - 5J
Exemplo: Csus4 (dó - fá - sol).

Algo interessante sobre estas duas tríades é que muitos músicos (mesmo experientes) não
sabem montá-las no teclado. Se esse era o seu caso agora o problema foi resolvido:

A última tríade que vamos aprender é a tríade b5. Esta é uma tríade interessante que servirá
como base para alguns acordes dominantes que estudaremos em frente. Veja a fórmula:

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#6 Tríade b5: 1 - 3M - 5d
Exemplo: C5- (dó - mi - solb).

É importante você ter fluidez nestes seis tipos de tríades. Como eu disse, nós vamos precisar
dessas estruturas para conhecer e construir vários acordes incríveis. Para resumir a matéria,
segue uma tabela com os seis tipos de tríades:

Pratique exaustivamente estas tríades nas doze tonalidades.

2.19 O baixo invertido

O acorde com baixo invertido é aquele que enfatiza uma nota no baixo que não seja a funda-
mental. Vou dar um exemplo. O acorde de C é formado pelas notas dó, mi e sol. A nota mais
importante deste acorde é a nota fundamental, o dó. Tanto é que na mão esquerda você
provavelmente enfatiza essa nota.

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