Capítulo 3 – NOÇÕES FUNDAMENTAIS
DE GESTÃO DA PRODUÇÃO
1
Capítulo 3 - NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE GESTÃO
DA PRODUÇÃO
3.1 OBJETIVOS E MEIOS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO
3.2 A POLÍTICA DE PRODUÇÃO
3.2.1 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
3.2.2 SISTEMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO
3.2.3 SISTEMAS DE PLANEAMENTO E DE CONTROLO
DA PRODUÇÃO (PCP)
3.2.4 A GESTÃO DE STOCKS
3.2.5 A QUALIDADE
2
3.1 OBJETIVOS E MEIOS DA GESTÃO DA PRODUÇÃO
A EMPRESA E A GESTÃO DA PRODUÇÃO
EMPRESA
GP
A MONTANTE A JUSANTE
CONHECER/SABER • O que deseja o mercado
• O que oferecemos ou podemos oferecer
• O que temos ou podemos vir a ter
3
A EMPRESA E A GESTÃO DA PRODUÇÃO
• O que deseja o Mercado
ESTUDOS DE MERCADO
• O que oferecemos ou podemos oferecer
OFERTA PRODUTOS/SERVIÇOS
• O que temos ou podemos vir a ter
TECNOLOGIA, INSTALAÇÕES, PESSOAS
GESTÃO DA PRODUÇÃO - CONJUNTO DE ATIVIDADES QUE
PERMITE A PRODUÇÃO* DOS PRODUTOS DISPONIBILIZADOS PELA
EMPRESA DENTRO DAS ESPECIFICAÇÕES ESTABELECIDAS,
UTILIZANDO DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL OS RECURSOS
PRODUTIVOS DISPONÍVEIS.
*PRODUÇÃO É TODO O ATO QUE PERMITE TRANSFORMAR MATÉRIAS-PRIMAS EM
PRODUTOS ACABADOS, PRONTOS A SEREM COMERCIALIZADOS.
4
ISTO SIGNIFICA PRODUZIR RIGOROSAMENTE O QUE FOI
DETERMINADO, DENTRO DA MAIOR EFICIÊNCIA POSSÍVEL, O
QUE EXIGE SISTEMAS ADEQUADOS DE PLANEAMENTO E
CONTROLO DA PRODUÇÃO E UMA ADEQUADA GESTÃO DE
STOCKS.
• INCLUI
AS FUNÇÕES DE ANÁLISE, ESCOLHA E IMPLEMENTAÇÃO DAS
TECNOLOGIAS E DOS PROCESSOS PRODUTIVOS MAIS
EFICIENTES NA COMBINAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS
FATORES PRODUTIVOS (INPUTS) PARA OBTENÇÃO DO
MÁXIMO DE BENS E SERVIÇOS (OUTPUTS), QUER EM
TERMOS DE QUANTIDADE QUER DE QUALIDADE.
5
A GESTÃO da PRODUÇÃO tenta RESPONDER ÀS
SEGUINTES QUESTÕES:
COMO Organizar
Planear
Coordenar
Dirigir
Controlar
DE MODO A Especificações
DECIDIR Quantidades
Programas
QUANTO A
PARA ATINGIR Consumos Mínimos dos Fatores, e
Elevadas Produtividades
6
PRINCIPAIS TEMAS DA GESTÃO DA PRODUÇÃO
ALCANCE ÂMBITO DECISÃO
Longo Prazo Conceção e Implantação Conceção do Produto
do Sistema Produtivo Engenharia de Produção
Localização Fabril
Implantação das Instalações
Estudo e Conceção do Trabalho
Curto Prazo Funcionamento do Planeamento da Produção
Sistema Produtivo
Controlo de Quantidade, Custos e
Qualidade
Gestão de Stocks: MP, PVF, PA
7
SISTEMA DA ÁREA DA PRODUÇÃO
ENTRADAS PRODUÇÃO
FATORES SAÍDAS
TRABALHO
ENERGIA FABRICO
MATERIAIS INSTALAÇÕES
CUSTOS PRODUTOS
VARIÁVEIS SERVIÇOS
CUSTOS RETORNO SATISFATÓRIO DO
FIXOS CAPITAL INVESTIDO
8
OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA GESTÃO DA
PRODUÇÃO
• A CORRETA EXPLORAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
• UMA ELEVADA PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA
• A MINIMIZAÇÃO DO CONSUMO DE MATERIAIS E DOS OUTROS FATORES
PRODUTIVOS
• A JUDICIOSA ESCOLHA DAS TECNOLOGIAS A UTILIZAR E DOS PROCESSOS
DE FABRICO A IMPLEMENTAR
• A MINIMIZAÇÃO DE PRODUTOS DEFEITUOSOS OU DE OPERAÇÕES
ADICIONAIS RESULTANTES DE PROBLEMAS COM A QUALIDADE.
A FUNÇÃO PRODUÇÃO É, NO CONTEXTO GLOBAL DA EMPRESA INDUSTRIAL, UM
DOS SETORES MAIS COMPLEXOS E AQUELE ONDE O SENTIDO DO TERMO
OTIMIZAÇÃO TEM MAIOR POTENCIAL DE APLICAÇÃO.
9
A GESTÃO da PRODUÇÃO PREOCUPA-SE PRINCIPALMENTE COM
OS SEGUINTES ASSUNTOS:
ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO: As diversas formas de organizar
a Produção para atender a Procura e ser Competitivo.
PROJETO DE PRODUTOS E SERVIÇOS: Criação e
aperfeiçoamento de Produtos e de Serviços.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO: Arranjo Físico e Fluxos Produtivos.
ERGONOMIA
ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS
PLANEAMENTO DA PRODUÇÃO: Planeamento de
Capacidade, Plano-Mestre de Produção e “Sequenciamento”.
PLANEAMENTO E CONTROLO DE PROJETOS
10
PARA TAL, IMPLEMENTA AÇÕES AO NÍVEL:
Da definição e das especificação do processo produtivo,
Da escolha da capacidade produtiva a instalar,
Da tecnologia a utilizar,
Do layout,
Da política de controlo da qualidade,
Da manutenção, reparação e substituição dos equipamentos,
e
Da definição de funções na fábrica.
11
O CONHECIMENTO DETALHADO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS
E DAS SUAS VARIÁVEIS POSSIBILITA A DETEÇÃO DE
OPORTUNIDADES DE MELHORIA NA ATIVIDADE PRODUTIVA E
O AUMENTO DO DESEMPENHO DA EMPRESA.
O DIAGNÓSTICO TÉCNICO E PRODUTIVO
AVALIAR A ESTRUTURA Identificar o Know-How da Empresa
PRODUTIVA DA EMPRESA A Descrição das instalações e dos Recursos
Caraterizar a Organização da Estrutura Produtiva
DEFINIR O QUE DEVE SER Identificar vantagens e debilidades do seu Sistema
FEITO A CURTO E A MÉDIO Produtivo
PRAZO Definição de medidas Setoriais ou Globais e respetivas
condições de implementação
Identificação das Necessidades de Investimento
Tecnológico e Humano
Previsão dos mecanismos de monitorização dos
melhoramentos
Caraterização da Posição relativamente à Concorrência
12
MEIOS DE PRODUÇÃO - O CONJUNTO FORMADO PELOS
"MEIOS DE TRABALHO" E PELOS "OBJETOS DE TRABALHO“.
Os MEIOS DE TRABALHO incluem
Os "Instrumentos de Produção" ( Máquinas, Ferramentas)
As Instalações (Edifícios, Armazéns, Silos, etc.)
As Fontes de Energia utilizadas na produção (Elétrica,
Hidráulica, Nuclear, Eólica, etc.) e
Os Meios de Transporte.
Os "OBJETOS DE TRABALHO" são os elementos sobre os quais
ocorre o trabalho humano:
Matérias-Primas Minerais, Vegetais e Animais, o Solo, etc.
13
3.2 – A POLÍTICA DA PRODUÇÃO
3.2.1 – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA PRODUÇÃO
O PAPEL DA PRODUÇÃO
• IMPLEMENTAR A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
– São as operações que põem em prática a ESTRATÉGIA, a tornam visível
• APOIAR A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
– Desenvolver os seus recursos para permitir que a organização atinja os
OBJETIVOS
• IMPULSIONAR A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
– Dar VANTAGENS COMPETITIVAS de longo prazo à organização
14
PRESSÕES INTERNAS E EXTERNAS NOS SISTEMAS
DE PRODUÇÃO
(ADAPTADO DE MARTINS & SACOMANO 2020) 15
FONTES DE PRESSÃO EXTERNAS
- Mercado Consumidor: passa a exigir produtos diferenciados, de alta qualidade e
baixo custo;
- Concorrência: passa a competir mediante a rápida e intensa introdução de
novos produtos, com prazos de entrega menores e com incorporação de novas
tecnologias;
- Tecnologia: proporciona novos materiais, processos produtivos e novas formas
de gestão da informação, possibilitando novos produtos, máquinas e
equipamentos e novas formas de organização do trabalho;
FONTE DE PRESSÃO INTERNA
- Organização do Trabalho: torna-se contraproducente, principalmente pela
insatisfação dos operários.
As PRESSÕES INTERNAS são traduzidas pelas inadequações dos Sistemas
Administrativos e da Organização do Trabalho, tais como:
Desestruturação do trabalho,
Departamentalização Inadequada,
Baixo nível de qualificação da mão-de-obra, e
Pouca utilização de modernas tecnologias.
16
VISÃO ESTRATÉGICA PARA A PRODUÇÃO
FINANCEIRA/ECONÓMICA
Para ser bem sucedida financeiramente,
quais os Resultados que se devem obter?
MERCADO/CLIENTE VISÃO PROCESSOS/OPERAÇÕES
ESTRATÉGICA
Para atingir os objetivos como deve Quais os Processos que a empresa
a empresa ser percebida pelo PARA A tem de aprimorar para poder
cliente? PRODUÇÃO satisfazer melhor o Mercado?
EVOLUÇÃO/ INOVAÇÃO/FORMAÇÃO
Como pode a empresa criar ou manter a
sua capacidade para se reinventar e
inovar?
17
OBJETIVOS DO DESEMPENHO DA PRODUÇÃO
• OBJETIVO QUALIDADE
– “Fazer bem as coisas desde a primeira vez”
– Qualidade do Produto e do Processo
– Reduzir Custos e Aumentar Confiabilidade
– Requisito Mínimo para Permanecer no Mercado
• OBJETIVO RAPIDEZ
– Tempo de Resposta ao Cliente/Consumidor
– Enriquecer a Oferta: quanto mais rápido melhor
– Depende da rapidez Interna dos Processos
– Reduzir Stocks e Risco
18
• OBJETIVO CONFIABILIDADE
– “Fazer as coisas em tempo”
– Consumidor só pode julgar “a posteriori”
– Fazer parte da imagem associada à Organização
– Poder tornar-se o critério mais importante
• OBJETIVO CUSTO
– Fundamental para quem concorre por Preço
– Determinar a contribuição para o Lucro
– Refletir em que foram gastos os Recursos
– É influenciado por outros Objetivos
19
• OBJETIVO FLEXIBILIDADE
– Capacidade para mudar as Operações (Produção)
– Flexibilidade de Produto/Serviço > habilidade para introduzir
novos produtos ou serviços
– Flexibilidade de Mix > habilidade para fornecer uma ampla
variedade de produtos e serviços
– Flexibilidade de Volume > habilidade para alterar o seu nível
de saída ou de atividade
– Flexibilidade de Entrega > habilidade para mudar o
faseamento de entrega do bem
20
PRODUÇÃO OU OPERAÇÕES?
GESTÃO DE OPERAÇÕES refere-se ao conjunto de
responsabilidades que os Gestores de um SISTEMA DE
OPERAÇÕES têm e as atividades e decisões que tomam
para atingir os objetivos da empresa.
AS RESPONSABILIDADES DO GESTOR DE OPERAÇÕES
• Entender os Objetivos Estratégicos da Organização
• Desenvolver a Estratégia de Produção
• Conceber Produtos, Serviços e Processos
• Fazer o Planeamento e Controlo da Produção
• Melhorar o Desempenho da Produção
21
ESTRATÉGIA DA PRODUÇÃO
O QUE A EMPRESA
DESEJA QUE A PRODUÇÃO
FAÇA
O QUE OS RECURSOS ESTRATÉGIA O QUE O POSICIONAMENTO
DE
DE PRODUÇÃO PODEM DE MERCADO REQUER QUE A
FAZER PRODUÇÃO
PRODUÇÃO FAÇA
O QUE A EXPERIÊNCIA DIÁRIA SUGERE
QUE A PRODUÇÃO DEVERIA FAZER
22
ÁREAS DE DECISÃO NA PRODUÇÃO
ÁREAS DE DECISÃO DESCRIÇÃO
Instalações
Capacidade de Produção Qual a Localização Geográfica, Tamanho, Volume e Mix de
Tecnologia Produção, que Grau de Especialização, Arranjo Físico , Manutenção.
Integração Vertical
Organização Que Nível, como obtê-la e como Incrementá-la.
Recursos Humanos Que Equipamentos e Sistemas, que Grau de Automação e de
Qualidade Flexibilidade, como atualizá-la e disseminá-la.
Planeamento e Controlo O que a Empresa irá produzir Internamente, o que irá Comprar e
da Produção qual a Política a desenvolver com os Fornecedores
Novos Produtos Que Estrutura Organizacional, Nível de Centralização, Formas de
Comunicação e Controlo das Atividades.
Como Recrutar, Selecionar, Contratar, Desenvolver, Avaliar, Motivar
e Remunerar a Mão-de-Obra.
Atribuição de Responsabilidades, que Controlos, Normas e
Ferramentas de Decisões empregar, quais os Padrões.
Que Sistema de PCP empregar, que Política de Compras e de Stocks,
que Nível de Informatização das informações, Ritmo de Produção a
manter e Formas de Controlo.
Periodicidade de Lançamento, Tecnologia de Fabrico, Custo de
Fabrico Aceitação no Mercado.
23
ETAPAS DA CONCEÇÃO DE NOVOS PRODUTOS
CARATERIZAÇÃO do PROPOSTA de EXPERIMENTAÇÃO SOLUÇÃO
PROBLEMA SOLUÇÃO e RESULTADOS
A conceção e o desenvolvimento de novos produtos/serviços
correspondem à abordagem organizada e criativa que permite investigar e
encontrar as possíveis soluções para um dado problema (ou novo
produto), tendo em conta a necessidade de conciliar os parâmetros em
jogo, como sejam :
Tecnologia de Fabrico
Custo de Fabrico
Aceitação no Mercado
24
A ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO É
MAIS FÁCIL COM MAIS DIFÍCIL COM
PRODUTOS STANDARDIZADOS GRANDE VARIEDADE DE PRODUTOS
PROCESSOS STANDARDIZADOS ELEVADO Nº DE COMPONENTES POR PRODUTO
TRABALHO REPETITIVO GRANDE Nº DE ORDENS DE FABRICO
FABRICAÇÃO PARA ARMAZÉM FABRICO DIRETO PARA O CLIENTE
MUITO TEMPO PARA PLANEAR POUCO TEMPO PARA PLANEAR
25
3.2.2 - SISTEMAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO, EM
FUNÇÃO DO:
GRAU DE PADRONIZAÇÃO DOS PRODUTOS
TIPO DE OPERAÇÕES QUE OS PRODUTOS SOFREM
NATUREZA DO PRODUTO
A CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS PRODUTIVOS TEM POR
FINALIDADE FACILITAR O ENTENDIMENTO DAS CARATERÍSTICAS
INERENTES A CADA SISTEMA DE PRODUÇÃO E A SUA RELAÇÃO
COM A COMPLEXIDADE DO PLANEAMENTO E A EXECUÇÃO DAS
ATIVIDADES PRODUTIVAS. Tubino (2007)
26
GRAU DE PADRONIZAÇÃO DOS PRODUTOS
PRODUTOS PADRONIZADOS - são aqueles bens ou serviços que
apresentam ELEVADO Grau de Uniformidade.
São produzidos em grande escala
Os clientes esperam encontrá-los facilmente à sua disposição no
mercado
Os sistemas produtivos são organizados de forma a padronizar mais
facilmente os recursos produtivos (máquinas, homens e materiais) e os
métodos de trabalho e de controlo, para uma maior eficiência do
sistema, com consequente redução dos custos.
Ex: Fabricação de Eletrodomésticos, Combustíveis, Automóveis, Roupas,
Alimentos Industrializados, etc., e
Serviços como: Linhas Aéreas, Serviços Bancários, Fast Foods, etc.
27
PRODUTOS SOB MEDIDA - são bens ou serviços desenvolvidos para um
cliente específico.
Como o sistema produtivo espera a manifestação dos clientes para
definir os produtos, estes não são produzidos para STOCK e os lotes são
normalmente unitários.
Como o PRAZO DE ENTREGA é um fator determinante no
atendimento ao cliente, as empresas possuem normalmente grande
capacidade ociosa e dificuldade em padronizar os métodos de trabalho
e os recursos produtivos, gerando produtos mais caros do que os
padronizados.
A automação dos processos não é aplicável.
Ex: Fabricação de Máquinas/Ferramentas, Construção Civil, Alta
Costura, Estaleiros, etc., e
Serviços de Restaurante, Táxis, Projetos Arquitetónicos, Clínicas
Médicas, etc.
28
TIPO DE OPERAÇÃO
PROCESSOS CONTÍNUOS - utilizados quando existe uma alta
uniformidade na produção e na procura de bens ou serviços, fazendo
com que os produtos e os processos produtivos sejam totalmente
interdependentes, favorecendo a automatização, não existindo
flexibilidade no sistema.
São necessários ALTOS INVESTIMENTOS em EQUIPAMENTOS e INSTALAÇÕES, a
MÃO-DE-OBRA é empregada apenas para a CONDUÇÃO E MANUTENÇÃO
DAS INSTALAÇÕES, sendo o SEU CUSTO INSIGNIFICANTE EM RELAÇÃO AOS
OUTROS FATORES PRODUTIVOS.
Ex: Produção de Bens de Base como Energia Elétrica, Petróleo e
Derivados, Produtos Químicos, etc., e
Serviços de Aquecimento e de Ar Condicionado, de Limpeza
Contínua, Sistemas de Monitorização por Radar, etc.
29
PROCESSOS REPETITIVOS EM MASSA - são utilizados na
produção em grande escala de produtos altamente padronizados.
A procura dos produtos é estável, fazendo com que os projetos
tenham pouca alteração no curto prazo, possibilitando a
montagem de uma estrutura produtiva altamente especializada e
pouco flexível, onde os elevados investimentos são amortizados
durante um longo prazo.
Neste sistema produtivo a variação entre os produtos acabados
dá-se geralmente apenas a nível de montagem final, sendo os
seus componentes padronizados, de forma a permitir a produção
em grande escala.
Ex: Fabricação de Automóveis, Eletrodomésticos, Produtos Têxteis,
Produtos Cerâmicos, Criação e Abate de Aves, Suínos, Gado, etc., e
Serviços como: Transportes Aéreos, Editoras de Jornais e Revistas,
etc.
30
PROCESSOS REPETITIVOS EM LOTE - caraterizam-se pela
produção de um volume médio de bens ou serviços padronizados
em lotes; cada lote segue uma série de operações que necessitam
ser programadas à medida que as operações anteriores forem
realizadas.
O Sistema Produtivo deve ser relativamente flexível, empregando
equipamentos pouco especializados e mão-de-obra polivalente,
visando atender diferentes pedidos dos clientes e flutuações da
procura.
Ex: Fabricação de Produtos Têxteis em pequena escala, Ferragens,
etc., e Serviços como: Oficinas de Reparação de Automóveis e
Aparelhos Eletrónicos, Laboratórios de Análise Químicas,
Restaurantes, etc. 31
PROCESSOS POR PROJETO - têm como finalidade a satisfação
de uma necessidade específica do cliente, com todas as suas
atividades voltadas para esta meta.
O produto tem uma data específica para ser concluído e, uma vez
concluído, o sistema produtivo volta-se para um novo projeto. A
especificação do produto impõe uma organização dedicada ao
projeto. Exige-se alta flexibilidade dos recursos produtivos,
normalmente à custa de certa ociosidade da capacidade instalada
enquanto a procura por bens ou serviços não ocorrer.
Ex: Fabricação de Bens como Navios, Aviões, Centrais
Hidroelétricas, Hospitais, Estradas e Pontes, etc., e
Serviços Específicos de Agências de Publicidade, Escritórios de
Advocacia, de Arquitetura, etc.
32
NATUREZA DO PRODUTO
Os SISTEMAS DE PRODUÇÃO estão vocacionados para a produção de
BENS ou para a prestação de SERVIÇOS.
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE BENS - Quando o produto
fabricado é algo tangível, podendo ser tocado e visto, como um
Carro, um Frigorífico, ou uma Bola.
SISTEMA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - Quando o produto
gerado é intangível, podendo apenas ser sentido, como uma
Consulta Médica, um Filme ou Transporte de Pessoas.
33
34
CLASSIFICAÇÃO CRUZADA DE SCHROEDER
Considera duas Dimensões:
A DIMENSÃO DO TIPO DE FLUXO DE PRODUTO,
A DIMENSÃO DO TIPO DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR, ONDE EXISTEM DUAS
CLASSES:
SISTEMAS ORIENTADOS PARA STOCK
SISTEMAS ORIENTADOS PARA AS ENCOMENDAS
PRODUÇÃO PARA STOCK SOB ENCOMENDA
CONTÍNUA REFINARIA PETRÓLEO VEÍCULOS ESPECIAIS
INTERMITENTE INDÚSTRIA QUÍMICA DISTRIBUIÇÃO de ELETRICIDADE
PROJETO FÁBRICA PAPEL TELEFONE, GÁS
INDÚSTRIA de MÓVEIS INDÚSTRIA de MÓVEIS
IND. METALÚRGICA PEÇAS ESPECIAIS
RESTAURANTE FF RESTAURANTE A LA CARTE
CASAS PRÉ-FABRICADAS CONSTRUÇÃO CIVIL
ARTE PARA EXPOSIÇÃO CONSTRUÇÃO NAVAL
FOTOGRAFIA ARTÍSTICA AERONÁUTICA
35
3.2.3 - SISTEMAS DE PLANEAMENTO E DE CONTROLO
DA PRODUÇÃO (PCP)
O MODELO DE GESTÃO MODERNA, ASSENTE NA
MASSIFICAÇÃO, NA ESTANDARDIZAÇÃO E NAS
ECONOMIAS DE ESCALA, RESPONDIA DEFICIENTEMENTE
ÀS CRESCENTES EXIGÊNCIAS DE VARIEDADE E DE
QUALIDADE DOS CONSUMIDORES.
ESTAS EXIGÊNCIAS TORNARAM FREQUENTE O CONFLITO ENTRE AS ÁREAS DO MARKETING
E DA PRODUÇÃO, COM A PRIMEIRA A INSISTIR NA SEGMENTAÇÃO DOS MERCADOS E
CONSEQUENTE VARIEDADE DE PRODUTOS, E A PRODUÇÃO SEMPRE EMPENHADA NA
REDUÇÃO DOS CUSTOS ATRAVÉS DE AUMENTOS DE ESCALA E DA CONCENTRAÇÃO DE
LINHAS DE PRODUTOS.
PARA O CONSUMIDOR, QUE A CADA DIA QUE PASSA SE TORNA MAIS EXIGENTE COM A
DESMASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS E COM A SEGMENTAÇÃO DE MERCADOS, ESTES SÃO,
NO ENTANTO, PROBLEMAS DO ÂMBITO EXCLUSIVO DAS EMPRESAS.
36
A GESTÃO DA PRODUÇÃO, PERANTE TANTOS ANTAGONISMOS VEM EXERCENDO
ATUALMENTE A SUA ATIVIDADE TENTANDO ENCONTRAR A MELHOR MANEIRA DE
EQUILIBRAR NECESSIDADES E RECURSOS:
UM SISTEMA FLEXÍVEL,
REDUÇÃO DE STOCKS,
POSSIBILIDADE DE PRODUZIR UMA VARIEDADE DE PRODUTOS DE
QUALIDADE IMPECÁVEL NOS PRAZOS MAIS CURTOS,
AUMENTO DO RENDIMENTO DOS INVESTIMENTOS UTILIZANDO NOVAS
TÉCNICAS E NOVOS MATERIAIS PARA REDUZIR OS CUSTOS.
OS SISTEMAS DE PLANEAMENTO E DE CONTROLO DO PROCESSO PRODUTIVO
QUE A SEGUIR SE ABORDAM SÃO DISSO O MELHOR EXEMPLO.
37
SISTEMAS DE PLANEAMENTO E DE CONTROLO DA PRODUÇÃO
PLANEAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS – MRP
(Material Requirement Planning)
PRODUÇÃO JUST-IN-TIME (JIT)
e o Sistema Kanban;
38
MATERIAL REQUIREMENT PLANNING - MRP
O MRP É UMA TÉCNICA COMPUTADORIZADA QUE TEM POR
OBJETIVO A MINIMIZAÇÃO DOS STOCKS E A MANUTENÇÃO DO
CALENDÁRIO DE ENTREGAS.
RELACIONA AS NECESSIDADES DEPENDENTES DE MATERIAIS (E DE
COMPONENTES QUE FAZEM PARTE DO PROCESSO DE FABRICO) E
PERÍODOS DE TEMPO COM UM HORIZONTE FIXO E PLANEADO
(GERALMENTE UM ANO), BASEADO NAS PREVISÕES FORNECIDAS PELO
MARKETING, PELAS VENDAS OU POR QUALQUER OUTRA INFORMAÇÃO
DE INPUT.
39
OBJETIVOS DO MRP
MANTER O NÍVEL DE STOCKS O MAIS BAIXO POSSÍVEL,
ASSEGURAR QUE PARA A PRODUÇÃO NUNCA FALTEM MATERIAIS,
COMPONENTES OU PRODUTOS, E QUE AO CONSUMIDOR NUNCA FALTEM
PRODUTOS,
PLANEAR AS ATIVIDADES DE COMPRAS, PRAZOS E FABRICAÇÃO.
PARA CONCRETIZAR OS SEUS OBJETIVOS RECORRE A MEIOS INFORMÁTICOS.
GENERICAMENTE, OS INPUTS DO MODELO SÃO:
PLANO-MESTRE DE PRODUÇÃO (MASTER PRODUCTION SCHEDULE - MPS)
SISTEMA DE INVENTÁRIOS,
LISTA DE MATERIAIS (BILL OF MATERIALS - BOM).
40
OS OUTPUTS SÃO:
AS ORDENS DE ENCOMENDA, E
AS ORDENS DE FABRICAÇÃO.
COM OS INPUTS QUE RECEBE O MRP CALCULA AS NECESSIDADES
GLOBAIS PARA O PERÍODO DE PLANEAMENTO EM CAUSA, DANDO
INFORMAÇÃO SOBRE
O QUE,
QUANDO, E
QUANTO ENCOMENDAR,
ELABORANDO LISTAS DE MATERIAIS BASEADO NAS NECESSIDADES.
41
INPUTS DO MRP
PLANO-MESTRE DE PRODUÇÃO (MASTER PRODUCTION SCHEDULE) - M
42
SISTEMA DE INVENTÁRIOS
Informa sobre a situação de todos os produtos em Stock;
Registando todas as transações feitas ao inventário e
atualizando os dados mantém a integridade dos registos.
BILL OF MATERIALS (BOM)
É a estrutura do produto.
43
ESQUEMA DE BILL OF MATERIALS (BOM)
Legenda
S/A – Sub-Assembly
PP - Purchased Part
MP – Manufactured Part
RM – Raw Material
RM Componente Nº
Quantidade
44
EX: ARQUIVO METÁLICO DE 3
GAVETAS
TF = LeadTime
45
OUTPUTS
AS ORDENS DE ENCOMENDA, E
AS ORDENS DE FABRICAÇÃO.
AS ORDENS DE ENCOMENDA
AS ORDENS DE FABRICAÇÃO
46
MRP
MRP
• O QUE
• QUANTO
• QUANDO
47
NO MRP A COORDENAÇÃO ENTRE OS CENTROS OPERACIONAIS FAZ-SE
ATRAVÉS DA TÉCNICA PUSH (EMPURRAR).
48
PRODUÇÃO Just-in-Time - JIT - e o SISTEMA
KANBAN
“SÓ SE DEVE COMPRAR OU PRODUZIR A QUANTIDADE NECESSÁRIA”
O CONCEITO BÁSICO SUBJACENTE A ESTA FILOSOFIA É A REDUÇÃO DOS CUSTOS E
SIMULTANEAMENTE O AUMENTO DA QUALIDADE, TRABALHANDO COM PRAZOS
RIGOROSOS - O PRODUTO CERTO NO LOCAL CERTO SÓ NA HORA
CERTA
TÉCNICA DOS 5 ZEROS
ZERO STOCKS O JIT É MUITO MAIS DO QUE UMA TÉCNICA OU UM
ZERO DEFEITOS
ZERO AVARIAS CONJUNTO DE TÉCNICAS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO.
ZERO PRAZOS
ZERO PAPÉIS INCLUI ASPETOS DE GESTÃO DE MATERIAIS, GESTÃO DA
QUALIDADE, ARRANJO FÍSICO, PROJETO DO PRODUTO,
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E GESTÃO DE RECURSOS
HUMANOS.
49
OBJETIVOS DO JIT
FLEXIBILIZAR A EMPRESA;
PRODUZIR APENAS OS PRODUTOS NECESSÁRIOS;
PRODUZIR COM A QUALIDADE REQUERIDA;
MENOR LEAD TIME NA CONCEÇÃO DE NOVOS PRODUTOS;
MENOR LEAD TIME NA FABRICAÇÃO;
MELHOR ATENDIMENTO AO CLIENTE;
MENOR PERDA (MAIOR VALOR AGREGADO AO PRODUTO);
REDUZIR STOCKS EM PROCESSAMENTO, PRODUTOS ACABADOS E MP’s;
MAIOR RETORNO DO INVESTIMENTO;
REDUZIR CUSTOS DE FABRICAÇÃO;
GERAR ESPAÇO DE FÁBRICA;
PRODUZIR POR MÉTODOS QUE PERMITAM O ENVOLVIMENTO DAS
PESSOAS (MORAL, SATISFAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, AUTOCONTROLO);
MELHORAR CONTINUAMENTE A QUALIDADE E A PRODUTIVIDADE
(KAIZEN).
50