OFICINA NATUREZA
No ritmo acelerado que é a vivência de cinco alunos de Design, não ex-
iste muito tempo para contacto direto com a natureza. Há conhecimen-
to e respeito pela mesma, mas não experiência palpável.
Falta “pôr as mãos na massa”
Fazer uma pausa do trabalho digital e aprender de onde vêm alguns dos
materiais que vemos diariamente e como trabalhá-los.
Daí esta experiência com a madeira. Criar algo a partir da natureza. Ver
um objeto que nos é familiar nascer do tronco de uma árvore. E sermos
nós a construí-lo.
viver a floresta portuguesa
perceber a natureza
criar com consciência
design sustentável
perfeito equilíbrio
BANCO
Marco Santos
cabides
Mafalda Amorim
Leonor Flores
BANCO
Ricardo Lima
TALHERES
Ana Verónica Dias
Há quem diga que
só se aprende fazendo.
De facto, saímos desta experiência com um conhecimento muito diferente daquele a que
estamos habituados. Não só compreendemos, como sabemos fazer, e queremos fazer mais.
Acendeu-se a faísca.
Apesar de sempre termos tido interesse pela floresta portuguesa, sentimos que se tornou
muito mais profundo, que nos aproximámos dela. Como se agora soubéssemos realmente
que a floresta está cá, mas por pouco mais tempo, se algo não mudar.
Precisamos de aprofundar o nosso conhecimento sobre a floresta que é nossa, restaurá-la,
defendê-la das espécies infestantes, e respeita-la, porque a compreendemos.
Criámos uma afetividade, um carinho por estas árvores que trabalhámos, que sentimos
com a nossa pele, que cortámos, descascámos e transformámos em algo palpável e do qual
podemos dizer “Fui eu que fiz”. Sim, fomos nós que fizemos. Estes bancos, estes talheres,
estes cabides. E é para nós um orgulho, talvez por não estarmos habituados a este tipo de
sentimento de realização.
Será que é isto que falta
a mais pessoas?
Um contacto mais direto e pessoal? Depois desta experiência,
dizemos sem pensar duas vezes que sim, pois reconhecemos
que era o que nos faltava. Um momento terapêutico ao tra-
balhar estas árvores, enquanto respiramos o ar sem poluição
da serra d’Arga. Este ar purificado por estas mesmas árvores
que generosamente nos deram a matéria prima. E que estão a
desaparecer.
Sentimo-nos agora extremamente alertados por, e para este
facto, e com genuína vontade de saber mais acerca desta prob-
lemática e do que podemos fazer para a combater.
É, no fundo, este o motivo da partilha da nossa experiência:
a esperança de que possa inspirar alguém a fazer o mesmo.
E com a esperança ainda maior de que, ao fazê-lo, se des-
perte a consciência para estas preocupações. É crucial que
assim seja, pois já não chega só falar sobre o assunto.
Precisamos de agir, e cuidar
desta nossa floresta,
da nossa oficina natureza.
OFICINA NATUREZA
Ana Verónica Dias
Mafalda Amorim
Leonor Flores
Marco Santos
Ricardo Lima
Com: João Nunes