“Revelação da sua glória”. Quando será a revelação da sua glória? Como será a revelação da sua glória? Eu também estou ansioso para ver. Também estou ansioso para saber. Estou ansioso para viver. Será a plenitude dos tempos. Tudo o que a Bíblia diz que acontecerá. Realmente veremos as Escrituras se cumprirem. O céu se abrirá, Jesus virá nas nuvens para buscar sua igreja, as trombetas tocarão, os que morreram em Cristo ressuscitarão para se encontrar com o Senhor. Então haverá as bodas do Cordeiro, o trono de Cristo, o galardão, o armagedon, o milênio, o tribunal de Cristo. Em breve sua glória se revelará. “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de se revelar” (1Pe 5.1). “Participante da glória que se há de revelar”. Todos que resistirem firmes às tentações, que sobreviverem aos ataques do inimigo, que forem fiéis até a morte, que negarem o pecado, que abandonarem as iniquidades verão a glória do Senhor se revelar. Você quer ser um participante da glória de Deus que há de se revelar? Forasteiros receberão uma coroa “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1Pe 5.4). “Incorruptível coroa da glória”. A coroa era o prêmio recebido pelos vencedores das competições. Os grandes atletas helenistas eram condecorados com coroas em suas conquistas. Pedro utiliza essa simbologia para fixar na mente dos irmãos da Ásia Menor que eles também estavam no curso da competição, também estavam em “prova”, mas que chegaria o momento da condecoração, o momento de receber a coroa da vitória. “Seja fiel até a morte, e lhe darei a coroa da vida” (Ap 2.10). Francis Davidson, em seu comentário sobre a carta de Pedro, diz:
Pedro está se referindo à coroa como recompensa, por isso ele diz coroa “imarcescível de glória”, outro exemplo da aversão de Pedro por tudo quanto fenece e se corrompe. Essa coroa não é emblema de realeza, e sim a grinalda com que se galardoavam os vencedores nos festivais gregos de atletismo (1Co 9.25; 2Tm 4.8; Ap 2:10). Quando Cristo vier, sua glória se revelará. O prêmio do pastor fiel e humilde é ser participante da glória e gozo do seu Senhor. A Bíblia fala o tempo todo sobre os trabalhadores, ceifeiros (Mt 9.35-40), homens e mulheres que investem seu tempo e sua vida no reino de Deus. Realmente não é fácil dispor de tempo para o serviço do reino, ainda mais em dias tão corridos, nos quais o ser humano moderno é extremamente ativista. Todos temos preocupações e ocupações, mas os ofícios do reino não podem ficar em segundo plano. Cabe a nós entender quais são nossas prioridades. Tudo passará, todas as coisas deste mundo são passageiras, o que não passará despercebido por Deus é o que fizemos para glorificar o seu nome. A Bíblia é bem enfática ao falar sobre “galardão”: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12). Pedro dedica o primeiro versículo do capítulo 5 só para se dirigir aos presbíteros. πρεσβύτερος, presbýteros (pres-boo'-ter-os), comparativo de presbus (de idade avançada); tradução: ancião; de idade; líder de dois povos; avançado na vida; ancião; sênior; antepassado; designativo de posto ou ofício; entre os judeus, membros do grande concílio ou sinédrio (porque, nos tempos antigos, os líderes do povo, juízes etc. eram selecionados dentre os anciãos); daqueles que, em diferentes cidades, gerenciavam os negócios públicos e administravam a justiça; entre os cristãos, aqueles que presidiam as assembleias (ou igrejas). O NT usa o termo bispo,
ancião e presbítero de modo permutável, os vinte e quatro membros do Sinédrio ou corte celestial assentados em tronos ao redor do trono de Deus (Strong). Esses presbíteros eram líderes que assumiam a responsabilidade do reino de Deus, servos de Deus que entenderam a responsabilidade de servir a Deus, pessoas que se colocaram à disposição de Deus como trabalhadores a serviço do reino. A esses presbíteros, Pedro diz: Serão “participantes da glória que será revelada”. Que linda essa palavra! Todos os que trabalharem para o reino de Deus receberão o seu galardão. Receberão a coroa (v. 4) da glória. Vale a pena se doar ao reino de Deus, por mais que seja difícil, por mais que existam tantos obstáculos. Vale a pena responder ao chamado divino. Haverá, sim, um galardão. Teremos, sim, uma recompensa. Receberemos do próprio Deus uma coroa de glória, coroa de vencedores reconhecidos pelo próprio Deus. Forasteiros morarão no céu Pedro sabia do medo que afligia os irmãos da Ásia Menor, por isso faz questão de fazer várias referências ao céu. O apóstolo quer deixar claro que a esperança de um forasteiro é a sua herança guardada no céu. Eu queria que, neste momento, você se sentisse verdadeiramente como um forasteiro e que entendesse de uma vez por todas que você não é deste mundo, que você está de passagem por aqui e que em breve irá morar no céu. Quantas vezes você já imaginou o céu? Quantas vezes você já imaginou como será viver no céu? Se nunca imaginou, ou já até imaginou, mas faz tempo que não faz isso, gaste alguns minutos agora para pensar no céu. Eu acredito que o céu será muito lindo, um lugar limpo, deslumbrante, todo claro cheio de luz, com um ar puro, um lugar alegre, cheio de paz, tudo lindo e perfeito. A palavra do Senhor é clara ao falar do céu. A Bíblia é enfática ao dizer que Jesus buscará a sua igreja. Não sabemos o dia nem a hora, mas é certo que estamos muito próximos desse grande dia. Por isso, devemos estar preparados.
Eu não tenho dúvida de que já estamos vivendo o princípio das dores. Mateus 24 está se cumprindo na íntegra. Leia com atenção: “Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matarvos-ão, e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda. Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes; e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa. E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado. Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios
que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias. E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim” (Mt 24.2-46).
É perceptível que todas as referências do fim dos tempos de Mateus 24 estão se cumprindo, basta lermos um noticiário, olharmos ao nosso redor. Essas verdades bíblicas são reais e acontecem com uma frequência maior a cada dia. Olhando para esse texto, podemos afirmar: estamos muito próximos do fim, mais perto do que muitos imaginam. Eu não vejo a hora de se cumprir o que está escrito em Lucas 21.27: “E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”. Os forasteiros serão arrebatados Jesus aparecerá nas nuvens para buscar a sua igreja, é o que a palavra de Deus nos garante em Atos 1.10-11 no momento em que ele subia para o Pai: “E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. Ele virá novamente para nos buscar. Nós o veremos nas nuvens e subiremos com ele. Esse será o arrebatamento da igreja. Jesus virá se encontrar com o seu povo. Ele virá para buscar a sua noiva. Olhando um pouco mais a fundo esse texto de Atos 1.11, podemos esclarecer que: ao utilizar a palavra “céu”, Lucas usa a palavra grega ouranós. Essa palavra aparece três vezes neste versículo e pode se referir ao céu físico (visível) ou ao céu espiritual (invisível). Quando o texto diz: “Ele virá da mesma maneira”, a palavra grega para “vir” é érkhomai e aparece muitas vezes nas Escrituras, de várias formas. Em alguns contextos, ela se refere a Jesus “vir” como juiz para proferir sentença e executar julgamento durante a grande tribulação (Mt 24.30; Mc 13.26; Lc 21.27). Mas ela também é usada para falar de Jesus “vir” em outras situações (Mt 16.28-21:5, 9; 23.39; Lc 19.38). Assim, para entender em que sentido a palavra “virá” foi usada em At 1.11, é preciso analisar o contexto. Os anjos disseram que Jesus “viria”, ou voltaria, da mesma “maneira” (em grego, trópos) que ele partiu. A palavra trópos passa a ideia de “modo; maneira”, não de “formato; corpo”. Como mostra o contexto, as pessoas em geral não viram Jesus partindo. Somente os apóstolos
ficaram sabendo que Jesus tinha deixado a Terra e retornado ao céu, para a companhia de seu Pai. O próprio Jesus indicou que a volta dele como Rei do “Reino de Deus” não seria percebida por todos, mas apenas por seus discípulos (Lc 17:20). Outra “vinda” de Jesus é mencionada em Ap 1.7, mas ela é diferente porque o versículo diz que, naquela ocasião, “todo olho o verá”. Assim, em At 1:11, a palavra “vir”, pelo visto, se refere à vinda invisível de Jesus como rei do reino no começo de sua presença. Podemos afirmar que esse texto se trata da vinda invisível de Jesus para buscar o seu povo, a sua igreja. Os ímpios estarão desatentos, não entenderão. Será um momento de caos para este mundo: pai procurando filho, filho procurando pai, carros desgovernados nas ruas, pessoas chorando desesperadas sem saber para onde foi seu irmão, seu funcionário, seu patrão; os noticiários nos quatro cantos do mundo dizendo que muita gente desapareceu, telefones tocando o tempo todo sem ninguém para atender. Acredito que nesses dias muitos procurarão as igrejas, porém não haverá mais pastor nem ninguém para lhes atender. Muitos colocarão a mão na consciência e dirão: “Por que eu não dei ouvidos ao pastor?” “Por que não ouvi o irmão da igreja?” Por que não vivi o que li na Bíblia?” Nesse momento, será tarde demais, não dará mais tempo para se arrepender ou ir a uma igreja buscar a salvação. Os jornalistas do mundo inteiro noticiarão que o povo cristão sumiu. Enquanto muitos chorarão arrependidos por não terem dado ouvidos à palavra de Deus, a igreja do Senhor estará com ele nas Bodas do Cordeiro, celebrando o casamento da noiva (igreja) como o noivo (Jesus). Os salvos arrebatados celebrarão enquanto o mundo chorará. Onde você estará nesse dia? Os forasteiros estarão nas bodas como o noivo No momento em que a trombeta tocar, todos os salvos que morreram em Cristo ressuscitarão (1Ts 4.16): “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro”.
Que dia lindo! Que momento maravilhoso! Os salvos em Cristo ouvirão as trombetas tocarem, e o Senhor, com voz de arcanjo, chamará o seu povo: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). Nesse momento, receberemos vestes brancas. O corpo corruptível, carnal e pecador será transformado em um corpo glorificado. Ele “transformará nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso, pelo poder que o capacita a colocar tudo o que existe debaixo do seu pleno domínio” (Fp 3.21). Receberemos um novo corpo, vestes novas. Todas as coisas perecíveis e corruptíveis deste mundo ficarão aqui. Observe como Paulo descreve de forma tão linda esse momento: “Mas alguém pode perguntar: ‘Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão?’ Insensato! O que você semeia não nasce a não ser que morra. Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra. Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro. Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras. Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Assim está escrito: ‘O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente’; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, do céu. Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são do céu, ao homem celestial. Assim como tivemos a imagem do homem terreno, teremos também a
imagem do homem celestial. Irmãos, eu lhes declaro que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem o que é perecível pode herdar o imperecível. Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal, se revista de imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: ‘A morte foi destruída pela vitória’. ‘Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?’ O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil” (1Co 15.35-58). Esse texto é magnífico. Eu leio e releio sempre. Ele nos motiva a permanecer firmes na fé, a caminhar com Cristo até o momento de sua vinda. O versículo 35 é incrível: “[...] num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados”. A Bíblia fala em “um abrir e fechar dos olhos”. Tudo acontecerá em milésimos de segundo. Piscaremos os olhos e ouviremos as trombetas: “Parampampam!” Receberemos um corpo glorificado e em seguida ouviremos a voz do Senhor nos chamado nos ares. Vamos ver se cumprir literalmente o salmo 24: “Abram-se, ó portais; abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da glória entre. Quem é o Rei da glória? O Senhor forte e valente, o Senhor Valente nas guerras. Abram-se, ó portais; abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da glória entre. Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da glória” (Sl 24.7-10).
Um exército lindo, de vestes brancas, com o Senhor nas Bodas do Cordeiro. Parece que estou vendo o que está escrito em Apocalipse 19.5-9? “Então veio do trono uma voz, conclamando: ‘Louvem o nosso Deus, todos vocês, seus servos, vocês que o temem, tanto pequenos como grandes!’ Então ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, que bradava: ‘Aleluia! pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-Poderoso. Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro’. O linho fino são os atos justos dos santos. E o anjo me disse: ‘Escreva: Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro!’ E acrescentou: ‘Estas são as palavras verdadeiras de Deus’". O texto apresenta uma festa alegre e exuberante, repleta de louvor e gratidão a Deus, esse será o momento em que os santos celebrarão a vitória. Com certeza nosso sentimento será único, todos diremos: “Valeu a pena ser um forasteiro. Valeu a pena não ser escravo do sistema pecaminoso mundano. Valeu a pena negar o pecado. Valeu a pena resistir às aflições. Valeu a pena seguir em frente diante de cada conflito existencial. Valeu a pena, defender a bandeira do evangelho de Cristo. Valeu a pena negar a tentação. Valeeeuu a penaaaa!”. Forasteiros diante do tribunal de Cristo Nas bodas, receberemos nosso galardão, nossas obras serão pesadas e cada um receberá a recompensa, conforme o texto de 1Coríntios 3.11-15: “Se alguém constrói sobre esse alicerce, usando ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, sua obra será mostrada, porque o Dia a trará à luz; pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um. Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa”.
Esse será o “tribunal de Cristo”: “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más” (2Co 5.10). Nesse texto, Paulo está se referindo ao julgamento dos cristãos, servos de Deus, diferente do julgamento final, que é para os que morreram sem Cristo. Todos nós forasteiros neste mundo prestaremos contas a Deus pelas nossas obras. Esse será o julgamento pelo nosso galardão, e não pelo nosso pecado. Nossos pecados já foram perdoados por Jesus e apagados pelo seu sangue. “Porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz: ‘Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as minhas leis em seus corações e as escreverei em suas mentes’; e acrescenta: ‘Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais’. Onde essas coisas foram perdoadas, não há mais necessidade de sacrifício pelo pecado” (Hb 10.14- 17). Como é bom saber que Jesus já limpou o nosso passado, e todos os nossos pecados já foram perdoados na cruz do Calvário. “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo” (Rm 8.1). Não seremos julgados, não seremos condenados, não passaremos pelo julgamento final. Deus nem se lembra mais dos nossos pecados, todos foram jogados no esquecimento. A graça nos alcançou e somos livres da condenação do pecado. Paulo escreve: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz” (Cl 2.13,14). Nossa dívida está cancelada, foi rasgada pela misericórdia de Deus, estamos livres da condenação do pecado. Nossa culpa foi expiada definitivamente e nosso pecado está esquecido. O escrito de dívida foi rasgado, não apenas colocado de lado para uma cobrança futura. Isso é perdão pleno e completo! Não há mais nada
que acuse os filhos de Deus. É por essa razão que não entraremos mais em juízo. “Quem nele crê não é julgado” (Jo 3.18). Porém mesmo sendo salvos e não sendo necessário passar pelo julgamento final, não estamos livres do tribunal de Cristo, onde teremos nossas obras colocadas na balança. Em 2Co 5.10, diz: “Importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”. Portanto, nossas obras estarão em julgamento, ou seja, o que fizemos ou deixamos de fazer com os dons e talentos que nos foram confiados – depois de salvos. Que fruto produzimos, que semente plantamos? Essas coisas serão reveladas no tribunal de Cristo e condicionarão o que receberemos como recompensa. Um cristão deve produzir fruto, e não se contentar apenas com sua própria salvação. Deve servir com boas obras para alegrar seu Senhor. Essa é nossa tarefa: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Um dia nós, forasteiros, compareceremos diante do tribunal de Cristo com novas vestes para prestar contas de nossas obras. Prestaremos contas dos nossos dons e talentos. Iremos nos apresentar diante Dele para receber o julgamento de nossas obras, para receber o nosso galardão. Não seremos galardoados se, em vez de fazermos a obra do Senhor com amor, simplesmente enterrarmos os nossos talentos ou tivermos feito tudo simplesmente por obrigação. Esse será um dia de surpresa porque não se trata de cargos ou funções, e sim pura e simplesmente de devoção e dedicação por amor ao reino de Deus. O que você tem feito para Deus? Quando você, forasteiro, comparecer diante do tribunal de Cristo, o que você terá nas mãos para apresentar?
Forasteiros irão para seu verdadeiro lar “Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é” (2Co 4.4). Muitos serão enganados, muitos ficarão aqui simplesmente por não terem enxergado a verdade. Este mundo jaz no maligno: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno” (1Jo 5.19). Aqueles que não deram ouvido à palavra do Senhor ficarão aqui no grande dia que Jesus vier buscar a sua igreja. Serão literalmente donos do pedaço, ficarão para a grande tribulação. Satanás, a besta e o falso profeta dominarão tudo. Será um período de dor e sofrimento. Este mundo estará em caos. Até a morte não estará mais aqui. Todos beberão do vinho da ira de Deus (Ap 14.10). Os que ficarem no arrebatamento terão que receber a marca da besta, 666. “Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homens. Seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13.16-18). Na grande tribulação, somente poderão comprar, beber e comer quem possuir o número 666. Quem não aceitar o 666 terá que se salvar pelo seu próprio esforço, e mesmo resistindo ao número da besta, terá que passar pelo julgamento final. Isso posto, podemos afirmar: Não vale a pena ficar para a grande tribulação. A grande tribulação será marcada pelo governo do Anticristo: “Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus” (2Ts 2.3-4).
Esse será o momento em que um líder mundial preparado pelas trevas será possesso pelo próprio Satanás e governará o mundo. Todos que estiverem sob o governo de Satanás terão de se submeter a ele. Nesse o momento, o povo judeu se recusará adorar a estátua instituída por esse suposto líder mundial e será perseguido. Muitos serão mortos, e quando a nação de Israel estiver prestes a ser extinguida da face da terra, Jesus virá nos ares com a igreja para salvar os judeus e cumprir sua promessa feita a Abraão. Será esse o momento da batalha do Armagedom: “Então vi saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs. São espíritos de demônios que realizam sinais milagrosos; eles vão aos reis de todo o mundo, a fim de reuni-los para a batalha do grande dia do Deus todo-poderoso. ‘Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que não ande nu e não seja vista a sua vergonha’. Então os três espíritos os reuniram no lugar que, em hebraico, é chamado Armagedom” (Ap 16.13-16). Jesus se apresentará às nações e mostrará para o povo de Israel que ele é o Messias. Esse será o dia que todo olho o verá (Ap 1.7), toda língua o confessará e todo joelho se dobrará diante dele (Fp 2.10). “Por mim mesmo tenho jurado; da minha boca saiu o que é justo e a minha Palavra não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará toda língua” (Is 45.23,24). O remanescente de Israel nesse momento reconhecerá que sofreu todos esses anos por ter rejeitado e crucificado Jesus. Então, Jesus estabelecerá o milênio. “Vi descer dos céus um anjo que trazia na mão a chave do Abismo e uma grande corrente. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos; lançou-o no Abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para assim impedi-lo de enganar as nações, até que terminassem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo” (Ap 20:1-3)
Durante mil anos, Satanás, a besta e o falso profeta, juntamente com seus demônios ficarão presos. A igreja reinará neste mundo por mil anos. Serão mil anos de paz, sem morte, sem choro, sem dor e sem sofrimento. Logo após os mil anos, Satanás será lançado no inferno. “Quando terminarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. Seu número é como a areia do mar. As nações marcharam por toda a superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos, a cidade amada; mas um fogo desceu do céu e as devorou. O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre” (Ap 20:7-10). Logo após os mil anos, Satanás será solto por um tempo e depois lançado no inferno. Será o julgamento final. Os salvos em Cristo, ou seja, a igreja, estará à direita do tribunal. À esquerda estarão todos os que não ouviram a voz de Deus e que não se renderam à palavra do Senhor. Esse dia será esplêndido. Todos aqueles que venceram as tentações, disseram não ao pecado, viveram uma vida de santidade e foram fiéis à palavra do Senhor estarão como um exército à direita de Deus.
Conclusão Para concluir, quero fazer menção ao texto de 1Pe 1.13: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”. Pedro está falando daquela grandeza e daquela glória que o cristão pode aguardar com esperança. Mas o seguidor de Cristo nunca deve perder-se em sonhos a respeito do futuro; sempre tem de ser firme na batalha do presente. Por isso Pedro faz três desafios a seus leitores. 1º Desafio: Diz-lhes: “cingindo os lombos do vosso entendimento”. Esta é uma expressão deliberadamente vívida. No Oriente, os homens levavam longas vestimentas flutuantes que os impediam de avançar com rapidez ou desenvolver um trabalho intenso. Em torno da cintura usavam um largo cinturão ou cinto e, quando era necessário cumprir uma tarefa intensa, cortavam o comprimento de suas flutuantes vestes levantando-as e sujeitando-as com o cinturão para ter, assim, liberdade de movimentos. Uma expressão equivalente para nós seria "arregaçar as mangas" ou tirar a jaqueta ou o casaco para ter maior comodidade para o trabalho. Aqui, então, Pedro está exortando seus leitores para que estejam preparados para o mais intenso esforço mental. Nunca devem se contentar com uma fé medíocre e negligente. Têm que decidir-se a pensar as coisas em todas as suas dimensões e implicações. Nunca devem conformar-se com uma cômoda e superficial aceitação da fé. Devem pensar com profundidade. Pode ser que tenham que descartar algumas coisas. Pode ser que cometam erros. Mas o que restar eles o possuirão de tal maneira que nada nem ninguém poderá jamais arrebatar-lhes. 2º Desafio: “Que sejam sóbrios”. A palavra grega — como a nossa — tem dois significados. Pode significar que devem se abster da embriaguez no sentido literal do termo; e também pode significar que devem ser constantes, perseverantes e firmes em seu pensamento. Não devem nunca se embriagar com licores nem com pensamentos intoxicantes; devem manter um juízo são, equilibrado e sólido. É fácil que o cristão seja levado sucessivamente por uma variedade de entusiasmos repentinos.
É possível ter uma mentalidade que rapidamente se intoxica com a última moda e com o mais recente entusiasmo. Pedro está apelando a seus leitores para que mantenham a estabilidade essencial do homem que sabe o que crê. 3º Desafio: “Que ponham sua esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo vier”. A característica destacada do cristão é que vive em esperança. E precisamente porque vive em esperança é que pode suportar as provas do presente. Qualquer pessoa pode suportar a luta e o esforço presentes se tiver a certeza de que tudo isso o está conduzindo a algum lugar. É dessa forma que o atleta aceita seu duro treinamento e o estudante sua prolongada aprendizagem. O esforço, a disciplina e a luta têm significado com base naquilo a que conduzem. De maneira que, para o cristão, o melhor sempre está por vir. O cristão pode viver agradecido por todas as misericórdias do passado, resolvido a enfrentar o desafio do presente e com a esperança certa de que, em Cristo, o melhor está ainda por chegar. “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós, que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus. Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada” (1Pe 1.14- 25). Vamos olhar para esse texto por três ângulos diferentes. Jesus Cristo Redentor e Senhor 1º Jesus Cristo é o emancipador mediante o qual os homens são libertados da escravidão do pecado e da morte. É o Cordeiro sem defeito e sem mancha (v. 19). Quando Pedro se refere assim a Jesus, sua mente recorre a duas figuras do Antigo Testamento. Está olhando retrospectivamente a Isaías 53, com sua descrição do servo sofredor mediante cujos padecimentos o povo seria salvo e curado. E acima de tudo estava lembrando a figura do cordeiro pascal (Êx 12.5). Naquela noite para sempre memorável, quando deixaram a escravidão do Egito, ordenou-se aos filhos de Israel tomar um cordeiro e sacrificá-lo, marcando com seu sangue os postes e o batente de suas portas; e quando o anjo da morte visse o sangue do cordeiro sobre os postes das portas à medida que ia passando através da terra dando morte aos primogênitos dos egípcios, passaria por alto essa casa e seus habitantes seriam salvos. Essa figura do cordeiro pascal contém dois pensamentos gêmeos: ser emancipados da escravidão e ser libertados da morte. Não importa como o interpretemos, o fato básico é que foram necessárias a vida e a morte de Jesus Cristo para libertar os homens da escravidão do pecado e da morte, e para lhes dar vida e os levar de volta a Deus. Jesus é o eterno propósito de Deus 2º Jesus Cristo é o eterno propósito de Deus. Antes da fundação do mundo, o Filho de Deus já foi destinado para a obra que devia fazer (v. 20). Aqui há um grande pensamento que é repetido em Ap 13.8, onde lemos: "o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo". Esse é um pensamento de infinito valor.
Às vezes tendemos a pensar em primeiro Deus como Criador e depois como Redentor. Pensamos que Deus criou o mundo e, depois, quando as coisas saíram mal, buscou algum modo de resgatar o mundo mediante Jesus Cristo. Mas aqui temos a majestosa visão de um Deus que foi Redentor antes de ser Criador. O poder e o propósito redentores de Deus, bem como o seu amor redentor, não são medidas de emergência às quais ele se viu compelido quando as coisas foram mal. O divino propósito redentor remonta a tempos anteriores à criação. Deus é Redentor tão eternamente como é Criador. Seu amor, assim como o seu poder, vai além do tempo. Jesus ressurreto 3º Jesus Cristo não só é o Cordeiro que foi sacrificado, mas também é o Ser ressuscitado e triunfante a quem Deus glorificou. Os pensadores neotestamentários raramente separam a cruz e a ressurreição; quase nunca pensam no sacrifício de Cristo sem pensar em seu triunfo. Edward Rogers, em seu livro That they might have life, conta-nos que, em uma ocasião, analisou muito cuidadosamente o relato da paixão e da ressurreição com objetivo de encontrar uma maneira de representá-las num drama. Depois desse pormenorizado estudo, começou a ter certa convicção. "Comecei a sentir que havia algo sutil e tragicamente equivocado em qualquer ênfase sobre a agonia da cruz que empalidecesse o resplendor da ressurreição, em toda sugestão que foi o sofrimento suportado, antes, que o amor triunfante foi o que assegurou a salvação do homem", explica Rogers. “Para onde se voltam os olhos do cristão ao quando estamos próximo da Páscoa? O que é que veem predominantemente?”, pergunta o autor. "São as trevas cobrindo a Terra ao meio-dia? O torvelinho de dor e de angústia que gira em torno da cruz? Ou é o deslumbrante e misterioso brilho que surge da tumba vazia ao amanhecer?” E acrescenta depois: "Há formas da mais zelosa e devota pregação e teologia evangélicas que comunicam a impressão de que de algum modo a crucificação eclipsou a ressurreição e de que todo o propósito de Deus em Cristo foi completado no Calvário. A verdade, que só com grave risco espiritual pode ser obscurecida, é que a crucificação não pode ser interpretada e entendida exceto à luz da ressurreição".
Através de sua morte Jesus emancipou os homens da escravidão do pecado e da morte; mas através da ressurreição lhes dá uma vida que é tão gloriosa e indestrutível como a sua própria. Através de sua triunfante ressurreição, "temos fé e esperança em Deus” (v. 21). Nessa passagem, vemos Jesus como o grande libertador e emancipador, funções que cumpre à custa de sua própria vida e pagando o preço da cruz do Calvário. Aqui vemos Jesus como o eterno propósito redentor divino, propósito este que é mais antigo que o tempo. Aqui vemos Jesus triunfante sobre a morte e glorioso Senhor da vida, doador de uma vida a qual a morte não pode obstruir nem afetar, doador de uma esperança que ninguém pode arrebatar. Somos forasteiros neste mundo, estamos aqui só de passagem. Nossa verdadeira morada é o céu. Há uma morada celestial nos esperando. Em breve Jesus, o nosso salvador, virá nos buscar. O desejo ardente do meu coração é que a nossa geração seja a geração do arrebatamento. Segundo os pensadores da escatologia, estamos próximos da vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Você está pronto? Eu quero morar no céu, quero viver a eternidade com meu Salvador, quero abraçar o meu Mestre e dizer que valeu a pena ser um forasteiro neste mundo. Você também quer viver a eternidade com Jesus no Paraíso, no lugar separado para os santos forasteiros de Deus, ou correrá o risco de ficar para o julgamento final? O desejo verdadeiro do meu coração é que, ao ler este livro, você seja tocado por Deus para assumir um compromisso ainda mais real e verdadeiro com Ele, um compromisso de viver neste mundo, mas não pertencer a ele, entender que você pertence a Deus. Você é um forasteiro, e sua verdadeira morada é o céu. Você está neste mundo somente de passagem. Em breve, Jesus virá nos buscar e subiremos para nos encontrar com ele, para viver a eternidade em paz e alegria no céu. Viva como um forasteiro, não se venda ao sistema mundano, não se entregue ao pecado, não viva uma vida enganando a si mesmo. Viva neste mundo como um verdadeiro cidadão celestial. Ame a Deus acima de tudo, pois mais rápido do que podemos pensar, estaremos com ele no céu.
Aproxime-se cada dia mais de Deus. Viva o que ele tem para você. Coloque a palavra de Deus em prática. Ame os mandamentos de Deus. Seja um exemplo de fé neste mundo, um ganhador de almas. Tenha em sua boca uma palavra oportuna ao pecador. Seja um instrumento de Deus na vida das pessoas que estão ao seu redor. Estamos aqui de passagem e em breve nos veremos no céu. Até lá, forasteiro...
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Hamilton Cardoso dos Santos Júnior
Somos forasteiros neste mundo, estamos aqui só de passagem. Nossa verdadeira morada é o céu. Há uma morada celestial nos esperando. Em breve Jesus, o nosso salvador, virá nos buscar. O desejo ardente do meu coração é que a nossa geração seja a geração do arrebatamento.