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Published by tmoreira, 2019-11-12 20:33:23

Binder1

Binder1

Estudo do efeito de diferentes regimes de temperatura na
germinação da semente de guar [Cyamopsis tetragonoloba (L.) Taub.]

CARLOS M. G. REIS 1,2,3, CELESTINO MORAIS DE ALMEIDA1,3,4, LUIS FILIPE PONTE PEÇAS1, JOSÉ PEDRO FRAGOSO DE ALMEIDA1,5

1Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária, Castelo Branco, Portugal
2Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior, Escola Superior Agrária de Castelo, Branco, Castelo Branco, Portugal

3Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS-IPCB), Coimbra, Portugal
4Unidade de Investigação Qualidade de Vida no Mundo Rural (QRural), Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal

5 ICAAM - Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Universidade de Évora, 7006-554 Évora, Portugal

Introdução

• O guar [Cyamopsis tetragonoloba (L.) Taub.] é uma espécie da família Fabaceae (Fig.
1), com centro de origem provavelmente em regiões áridas e semi-áridas de África,
que se caracteriza por ser resistente à seca (Pathak, 2015). Das suas sementes (Fig. 1-
E) extrai-se uma goma muito valorizada para fins industriais.

• Existe pouca informação sobre a adaptação desta espécie ao clima mediterrânico. Um
dos aspetos básicos a estudar, é a conciliação da data de sementeira com as exigências
para germinação. Esta informação permitirá programar as datas de sementeira.

Objetivos

• Neste estudo pretendeu-se determinar o efeito da temperatura na taxa de germinação da
semente de duas cultivares de C. tetragonoloba , RGC 936 e RGC 1066.

Figura 1. A, B, C e D – Plantas de guar em diferentes fases do
ciclo cultural; E – aspeto das vagens e sementes.

Material e Métodos

• Sementes de duas cultivares de C. tetragonoloba (RGC 936 e RGC 1066) foram Figura 2. Preparação de ensaio de germinação de guar.
esterilizadas em solução de hipoclorito de sódio a 1% durante 10 min, acondicionadas
em placa de Petri com papel de filtro (Fig. 2) e colocadas em câmara climática com
controlo de temperatura. Foram avaliadas quatro modalidades de temperaturas (T1, T2,
T3 e T4) alternadas no período de luz (16h) e no período de obscuridade (8h): 23-15
°C (T1); 21-13 °C (T2); 19-11 °C (T3) e 17-09 °C (T4).

• O ensaio foi delineado em blocos casualizados, com quatro repetições de 50 sementes
para cada cultivar (n = 200). Foi quantificada a percentagem de germinação ao quinto e
ao décimo dia após a instalação do ensaio. Foi realizada a análise de variância
(ANOVA) a dois fatores e a comparação múltipla de médias com o teste de Bonferroni.

Resultados

• Registaram-se diferenças significativas entre as modalidades de Germinacção (%) 100%
temperaturas, F (3, 24) = 105,931, p <0,0005. Não se verificaram diferenças 90%
significativas entre cultivares, nem na interação cultivares x temperaturas. 80%
70%
• As percentagens de germinação mais elevadas verificaram-se para as 60%
modalidades T1 (23 – 15 °C) e T2 (21 – 13 °C), respetivamente 94,0 e 96,5% 50%
para a cv. RGC 936 e 95,5 e 97% para a cv. RGC 1066 (Fig. 3). Estes dois 40%
tratamentos não diferiram significativamente entre si. Para os tratamentos T3 30%
e T4 as percentagens de germinação foram respetivamente 78,0 e 40,5% para 20%
a cv. RGC 936 e 78,0 e 34,0% para a cv. RGC 1066. 10%
0%

Cultivares e modalidades de temperatura

Figura 3. Taxa de germinação (%) da semente de duas cultivares de guar (RGC 936 e RGC
1066) sujeitas a quatro modalidades de temperatura alternadas no período de luz (16h) e no
período de obscuridade (8h): 23-15 °C (T1); 21-13 °C (T2); 19-11 °C (T3) e 17-09 °C (T4).

Conclusões

• Os resultados obtidos constituem informação útil na programação de datas de sementeira. Taxas de germinação superiores a
95% verificaram-se em duas das modalidades estudadas. É aconselhável realizar a sementeira com valores de temperatura do
solo iguais ou superiores a 21 °C.

Referências

• Pathk R (2015) Clusterbean: Physiology, Genetics and Cultivation, Springer Science+Business Media Singapore. DOI 10.1007/978-981-287-907-3_1

Efeito de compostados de resíduos vinícolas com diferentes tempos
de compostagem na cultura de alface

LUIS MIGUEL BRITO1, JOÃO CAPITÃO2, VIRGILIO PEIXOTO2, RUI PINTO2, ISABEL MOURÃO1

1Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior Agrária, Refoios, 4990-706 Ponte de Lima E-mail: [email protected]
2Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior Agrária, Refoios, 4990-706 Ponte de Lima

Introdução Compostado 1 mês

A atividade vinícola é responsável Peso fresco (g) das folhas 75 a Peso fresco (g) das raízes 25
pela produção de subprodutos como 60
os engaços e as lamas do tratamento 20 a a
das águas residuais das operações de 45
vinificação. O objetivo deste 30 bcd ab 15 bc ab bcd cd
trabalho consistiu na avaliação do bc bc
efeito de compostados destes 15 d 10 cd d
subprodutos, com diferentes tempos cd cd 5
de compostagem, na cultura da
alface. 0 0
T0 N100 CL10 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40 T0 N100 CL10 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40
Materiais e Métodos
Tratamento Tratamento
Os ensaios em vasos incluíram oito tratamentos e quatro blocos. Os
compostados resultaram de duas pilhas de compostagem distintas, Compostado 3 meses
uma (CL) com 4500 kg de lamas e 1500 kg de engaço e outra (CE)
com 1500 kg de lamas e 1500 kg de engaço. O ensaio foi repetido Peso fresco (g) das folhas 120 a Peso fresco (g) das raízes 40 ab a
três vezes, sendo a diferença entre cada ensaio o tempo de 30
compostagem (1, 3 e 5 meses) dos compostados. Os tratamentos 100 ab abc abc
consistiram em 3 doses crescentes (equivalentes a 10, 20 e 40 t ha-1) 80 ab 20 bc c
de cada compostado, um tratamento com aplicação de adubo mineral ab bc c
azotado na dose de 100 kg N ha-1 e um tratamento controlo sem 60 b b
qualquer fertilizante. 10
40 b b
Resultados
20
No primeiro ensaio, com os compostados menos maturados, a
produção com N mineral foi superior à verificada com os 0 0
compostados sem que se verificassem aumentos de produção entre T0 N100 CL10 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40 T0 N100 CL10 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40
os tratamentos com compostados e o controlo. No segundo ensaio, a
produção com compostados foi já semelhante à produção com N Tratamento Tratamento
mineral sendo superior com a dose mais elevada do compostado com Compostado 5 meses
maior quantidade de lamas (que possuíam maior teor de N que os
engaços) em comparação com o controlo. No terceiro ensaio, com os Peso fresco (g) das folhas 140 ab a ab Peso fresco (g) das raízes 25
compostados mais maturados, a produção foi superior com qualquer 120 ab
dos compostados em comparação com os tratamentos controlo ou 100 ab b 20 aaaaa
com N mineral. Considerando as médias dos três ensaios, verificou- 80 15
se um aumento consistente de produção com as doses crescentes do ab
compostados com mais lamas o que não se verificou com o outro 60 10
compostado. 5 b
40 b
Conclusões 20 c c

Estes compostados podem ser recomendados para aumentar a 0 0
produtividade da alface, designadamente no modo de produção T0 N100 CL10 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40
biológico, mas que devem ser compostados por um período mínimo T0 N100 CL10 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40
de 3 a 5 meses e com uma proporção de lamas superior aos engaços. Tratamento
Tratamento

CL - Lamas/engaço = 3/1 (p/p) N100 - Nmin 100 kg ha-1
CE - Lamas/engaço = 1/1 (p/p) T0 - Testemunha: sem fertilizantes

Figura 1. Peso fresco da alface produzida sem fertilização (T0), com adubo mineral
azotado (N100, 100 kg N ha-1), e doses crescentes (10, 20 e 40 t ha-1) de compostado de
lamas da vinicultura e engaço de uva, com 1, 3 e 5 meses de compostagem.

Tabela 1. Razão entre o peso seco das folhas e o peso seco das raízes

Compostado 1 mês 3 meses 5 meses
Tratamento
T0 3,5 ± 0,1 2,4± 1,1 3,2± 1,2
N100 2,5 ± 0,6 1,9± 0,8 6,3± 7,5
CL10 3,3 ± 0,9 2,3± 1,0 4,7± 3,2
CL20 2,9 ± 0,2 2,0± 0,6 3,8± 1,7
CL40 2,5 ± 0,4 2,2± 0,8 3,3± 0,4
CE10 3,0 ± 0,6 2,9± 0,4 2,7± 2,1
CE20 2,5 ± 0,5 2,4± 0,4 3,1± 2,7
CE40 2,9 ± 0,4 1,3± 0,3 4,5± 2,2

120 Raizes Folhas

Peso fresco (g) a
90 b

60 c cc c
c

30 d

0 CL20 CL40 CE10 CE20 CE40
T0 N100 CL10 Tratamento

CL - Lamas/engaço = 3/1 (p/p) N100 - Nmin 100 kg ha-1
CE - Lamas/engaço = 1/1 (p/p) T0 - Testemunha: sem fertilizantes

Figura 2. Peso fresco da alface (folhas e raízes) produzida sem fertilização (T0), com
adubo mineral azotado (N100, 100 kg N ha-1), e doses crescentes (10, 20 e 40 t ha-1) de
compostado de lamas da vinicultura e engaço de uva (média do peso das alfaces
produzidas com compostado com 1, 3 e 5 meses de compostagem).

Estudo do efeito de diferentes regimes de temperatura na
germinação da semente de guar [Cyamopsis tetragonoloba (L.) Taub.]

CARLOS M. G. REIS 1,2,3, CELESTINO MORAIS DE ALMEIDA1,3,4, LUIS FILIPE PONTE PEÇAS1, JOSÉ PEDRO FRAGOSO DE ALMEIDA1,5

1Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária, Castelo Branco, Portugal
2Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior, Escola Superior Agrária de Castelo, Branco, Castelo Branco, Portugal

3Centro de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS-IPCB), Coimbra, Portugal
4Unidade de Investigação Qualidade de Vida no Mundo Rural (QRural), Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal

5 ICAAM - Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Universidade de Évora, 7006-554 Évora, Portugal

Introdução

• O guar [Cyamopsis tetragonoloba (L.) Taub.] é uma espécie da família Fabaceae (Fig.
1), com centro de origem provavelmente em regiões áridas e semi-áridas de África,
que se caracteriza por ser resistente à seca (Pathak, 2015). Das suas sementes (Fig. 1-
E) extrai-se uma goma muito valorizada para fins industriais.

• Existe pouca informação sobre a adaptação desta espécie ao clima mediterrânico. Um
dos aspetos básicos a estudar, é a conciliação da data de sementeira com as exigências
para germinação. Esta informação permitirá programar as datas de sementeira.

Objetivos

• Neste estudo pretendeu-se determinar o efeito da temperatura na taxa de germinação da
semente de duas cultivares de C. tetragonoloba , RGC 936 e RGC 1066.

Figura 1. A, B, C e D – Plantas de guar em diferentes fases do
ciclo cultural; E – aspeto das vagens e sementes.

Material e Métodos

• Sementes de duas cultivares de C. tetragonoloba (RGC 936 e RGC 1066) foram Figura 2. Preparação de ensaio de germinação de guar.
esterilizadas em solução de hipoclorito de sódio a 1% durante 10 min, acondicionadas
em placa de Petri com papel de filtro (Fig. 2) e colocadas em câmara climática com
controlo de temperatura. Foram avaliadas quatro modalidades de temperaturas (T1, T2,
T3 e T4) alternadas no período de luz (16h) e no período de obscuridade (8h): 23-15
°C (T1); 21-13 °C (T2); 19-11 °C (T3) e 17-09 °C (T4).

• O ensaio foi delineado em blocos casualizados, com quatro repetições de 50 sementes
para cada cultivar (n = 200). Foi quantificada a percentagem de germinação ao quinto e
ao décimo dia após a instalação do ensaio. Foi realizada a análise de variância
(ANOVA) a dois fatores e a comparação múltipla de médias com o teste de Bonferroni.

Resultados

• Registaram-se diferenças significativas entre as modalidades de Germinacção (%) 100%
temperaturas, F (3, 24) = 105,931, p <0,0005. Não se verificaram diferenças 90%
significativas entre cultivares, nem na interação cultivares x temperaturas. 80%
70%
• As percentagens de germinação mais elevadas verificaram-se para as 60%
modalidades T1 (23 – 15 °C) e T2 (21 – 13 °C), respetivamente 94,0 e 96,5% 50%
para a cv. RGC 936 e 95,5 e 97% para a cv. RGC 1066 (Fig. 3). Estes dois 40%
tratamentos não diferiram significativamente entre si. Para os tratamentos T3 30%
e T4 as percentagens de germinação foram respetivamente 78,0 e 40,5% para 20%
a cv. RGC 936 e 78,0 e 34,0% para a cv. RGC 1066. 10%
0%

Cultivares e modalidades de temperatura

Figura 3. Taxa de germinação (%) da semente de duas cultivares de guar (RGC 936 e RGC
1066) sujeitas a quatro modalidades de temperatura alternadas no período de luz (16h) e no
período de obscuridade (8h): 23-15 °C (T1); 21-13 °C (T2); 19-11 °C (T3) e 17-09 °C (T4).

Conclusões

• Os resultados obtidos constituem informação útil na programação de datas de sementeira. Taxas de germinação superiores a
95% verificaram-se em duas das modalidades estudadas. É aconselhável realizar a sementeira com valores de temperatura do
solo iguais ou superiores a 21 °C.

Referências

• Pathk R (2015) Clusterbean: Physiology, Genetics and Cultivation, Springer Science+Business Media Singapore. DOI 10.1007/978-981-287-907-3_1


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