The words you are searching are inside this book. To get more targeted content, please make full-text search by clicking here.

Livro digital com recriações por parte dos alunos do AEMM de contos, fábulas e um mito, ilustrados a posteriori por outros alunos, professores e também pais.
N.º 21 das Histórias das BEMM

Discover the best professional documents and content resources in AnyFlip Document Base.
Search
Published by be23cantanhede, 2022-06-06 10:27:53

Histórias Tradicionais Reinventadas

Livro digital com recriações por parte dos alunos do AEMM de contos, fábulas e um mito, ilustrados a posteriori por outros alunos, professores e também pais.
N.º 21 das Histórias das BEMM

Keywords: "Histórias das BEMM",AEMM

dasHISTÓRIA
tradicionais

reinventada

Histórias BEMM

Ficha técnica
Título: Histórias Tradicionais Reinventadas
Arranjo gráfico: Graça Silva e José Plácido
Edição: Bibliotecas Escolares Marquês de Marialva
Coleção: Histórias das BEMM, n.º 21 junho de 2022

Histórias Tradicionais Reinventadas, está licenciado com uma Licença Creative Commons -
Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0 Internacional.

2

À semelhança do que já foi feito por inúmeros escritores, os alunos recriaram
contos, fábulas e um mito, ilustrados a posteriori por outros alunos, professores e
também pais. Desta colaboração nasceu o livro digital Histórias Tradicionais Rein-
ventadas, que constitui uma paleta de emoções, combinada com os voos da imagi-
nação e da criatividade dos seus autores, e responde ao repto lançado pela Rede de
Bibliotecas Escolares (RBE) para assinalar a efeméride Outubro é o Mês Internacio-
nal da Biblioteca Escolar (MIBE).

As histórias tradicionais, transmitidas oralmente ao longo de gerações e parti-
lhadas por toda a Humanidade, possuem uma intemporalidade que seduz crianças,
jovens e adultos, uma vez que retratam experiências, comportamentos e valores
universais da vida humana e da cidadania contemporânea, enriquecendo não só o
interior de cada um como também a memória coletiva. A construção de mundos
mais ou menos fantásticos, de personagens reais e imaginárias, tudo serve a inten-
ção comunicativa predominantemente moralizadora de uma leitura deveras cati-
vante e prazerosa.

Conscientes do seu papel na perpetuação das histórias tradicionais, enquanto
força motriz de promoção da leitura associada à escrita, as BEMM continuam a arti-
cular com a sala de aula e a difundir as produções dos alunos, num mecanismo de
pedagogia da escrita. E porque Histórias Tradicionais Reinventadas só vive quando é
lido (e compreendido!), eis o desafio que lançamos aos nossos leitores: leiam-no!

Professor Rui Abreu

3

dasHistórias BEMM

4

A Criadita

Era uma vez um empresário riquíssimo e viúvo. Ele era o dono de uma cadeia de supermercados
muito conceituada a nível nacional, o que o obrigava a andar sempre em viagem pelo país.

Passado algum tempo da trágica partida da sua doce esposa, decidiu casar pela segunda vez, agora
com a mulher mais arrogante e orgulhosa que alguma vez se viu, e foi viver com ela e com as filhas de
ambos para uma cidade longe da sua terra natal. A noiva, era mãe de duas filhas iguaizinhas a ela no
mau feitio e arrogância.

O marido também tinha uma filha, mas esta era o oposto das enteadas, era doce e boa como a sua
mãe, que fora a melhor pessoa do mundo.

Assim que se casaram, a madrasta mostrou logo que era muito má. Não podia suportar as boas quali-
dades da rapariguinha, pois, ao lado dela, as suas filhas pareciam ainda mais antipáticas. Cada vez que
o marido estava em viagem, ela só a deixava usar as roupas mais fracas que havia em casa e obrigava-a
a fazer os trabalhos domésticos mais humildes: tratava da cozinha, limpava as escadas, arrumava o
quarto da madrasta e das suas filhas; dormia no sótão, dentro de um saco-cama, enquanto as irmãs
dormiam em quartos bonitos, com espelhos onde se podiam ver da cabeça aos pés. A coitada da rapari-
ga suportava tudo aquilo com paciência e não se queixava ao pai, porque sabia que ele não iria acredi-
tar e só o queria ver feliz.

Quando acabava de limpar a casa, a boa rapariga refugiava-se a um canto do sofá a descansar e as
outras chamavam-lhe a Criadita. Esta, porém, com os seus pobres vestidinhos, era cem vezes mais bo-
nita do que as suas meias-irmãs que, no entanto, se vestiam como grandes senhoras.

Um dia, o filho do presidente da Câmara organizou uma festa e convidou todas as pessoas importan-
tes da cidade. As duas irmãs foram convidadas, porque eram pessoas distintas naquela cidade, mas a
rapariga não, pois, não era ainda conhecida. Começaram logo a escolher os vestidos e os penteados
mais bonitos, cheias de alegria. A Criadita, coitada, teve que tratar da roupa das irmãs. Em casa só se
falava do modo como iriam vestidas na noite da festa.

- Eu - decidiu a mais velha - vou levar o vestido de cetim vermelho com lantejoulas. - Eu - declarou
a mais nova - vou vestir o meu top de renda com a mini saia preta de cabedal. Ficará um fato invulgar!

Chamaram as melhores cabeleireiras, maquilhadoras e manicures que as deixaram mais bonitas do
que alguma vez alguém achou ser possível. Por fim, chamaram a Criadita, cujo gosto muito aprecia-
vam, para que desse a sua opinião. Ela deu-lhes ótimos conselhos, além de se oferecer para as ajudar a
vestir, o que aceitaram imediatamente. Enquanto as vestia e penteava, as meias-irmãs perguntaram:

- Ó Criadita, gostavas de ir à festa?

- Ah, meninas, estão a gozar! Essa festa não é para mim, eu não conheço ninguém na cidade!

- Tens razão! Até dava vontade de rir, ver uma Criadita como tu numa festa como aquela!

Qualquer outra rapariga no lugar dela teria feito tudo para as vestir mal, mas como era boa, vestiu-
as melhor do que ninguém. As meias-irmãs fizeram dieta, não comeram durante dois dias e ficaram
muito elegantes.

Chegou finalmente o grande dia e as irmãs partiram. A Criadita seguiu-as com os olhos enquanto pô-
de e, quando desapareceram, desatou a chorar. A sua melhor amiga, que tinha vindo visitá-la, quis sa-
ber o que se passava.

- Eu queria... eu queria... - a Criadita chorava de tal maneira que nem conseguia falar.

A amiga, que era uma ótima pessoa, consolou-a:

- Também querias ir ao baile, não é?

- É isso mesmo - suspirou.

- Bem, prometi a mim própria ajudar-te e vou fazer com que vás ao baile - garantiu a amiga. - Vai à
minha mala e traz o meu telemóvel.

5

A Criadita foi a correr buscar o telemóvel.

A amiga ligou para a empresa de limousines e mandou vir a mais bonita que tinham no stand.

A seguir, pediu-lhe para ir trocar de roupa e trazer a carteira com o cartão multibanco para irem
ao shopping tratar de comprar o melhor vestido, irem ao cabeleireiro, à manicure, pédicure e maqui-
lhagem.

Por fim, a amiga perguntou:

- Quando sairmos do shopping ninguém te irá reconhecer. Estás contente?

- Oh sim! Estou ansiosa que chegue a limousine.

Mal a limousine chegou foram rapidamente para o shopping e compraram o vestido mais bonito
que havia na loja, era violeta e assentava-lhe muito bem. De seguida, compraram um par de maravi-
lhosos sapatos de verniz. Entraram rapidamente no salão de beleza e trataram de a transformar com
o mais belo penteado e maquilhagem. Assim vestida e arranjada subiu para a limousine e dirigiram-se
a alta velocidade para a festa nos jardins do presidente.

A amiga recomendou-lhe então que não voltasse depois da meia-noite, avisando-a de que, se fi-
casse na festa mais um minuto que fosse, as meias-irmãs chegariam a casa primeiro que ela e aí iri-
am ter problemas.

A Criadita prometeu à amiga que sairia da festa antes da meia-noite e partiu toda satisfeita. O
filho do presidente, a quem fora anunciada a chegada de uma rapariga desconhecida, correu a re-
cebê-la, deu-lhe a sua mão para a ajudar a descer da limousine e conduziu-a ao jardim. Fez-se um
grande silêncio. Todos pararam de dançar. Os músicos deixaram de tocar. Todos ficaram espantados
com a grande beleza da rapariga. Só se ouvia murmurar:

- Oh! Como é linda!

O próprio presidente, embora velho, segredou baixinho à primeira-dama que há muitos anos não
via mulher tão bonita e graciosa. Nenhuma mulher tirava os olhos dela. Observavam atentamente o
penteado e o vestido, para o poderem imitar no dia seguinte, mal descobrissem um tecido tão bonito
e estilista tão habilidosa.

O filho do presidente concedeu-lhe um lugar de honra e convidou-a para dançar. Ela dançou com
tanta elegância que deixou todos maravilhados. Foi servido um magnífico cocktail, que ele nem se-
quer provou, de tal modo estava encantado. Foi então que ela foi para junto das meias-irmãs. Falou-
lhes com delicadeza e ofereceu-lhes a bebida que o príncipe lhe tinha oferecido, o que as encantou,
tanto mais que não a reconheceram. Enquanto conversavam, a Criadita ouviu o relógio tocar um
quarto para a meia-noite. Imediatamente se despediu e partiu, rápida como o vento. Mal chegou a
casa, foi ter com a amiga. Agradeceu-lhe e disse-lhe que gostaria muito de ir à festa do dia seguinte,
já que o filho do presidente tanto lho tinha pedido.

Enquanto lhe contava os pormenores da festa, as duas irmãs tocaram à porta e a Criadita foi
abrir.

- Vieram tão tarde! - disse ela, esfregando os olhos e espreguiçando-se, como se tivesse acabado
de acordar.

Mas na verdade não sentia sono nenhum.

- Se tivesses ido à festa - disse-lhe uma das irmãs - não te terias aborrecido. Estava lá a rapariga
mais bonita da cidade. Foi muito delicada connosco e até nos ofereceu uma bebida fresquíssima.

A Criadita não cabia em si de contente. Perguntou o nome da rapariga, mas as irmãs não sabiam.

Contaram-lhe, porém, que o filho do presidente queria muito saber quem ela era e que, para o
saber, daria o que quer que fosse. A Criadita sorriu e disse:

- Então ela devia realmente ser muito bonita! Meu Deus, que sorte a vossa! Como gostava de a
ver! Julieta, emprestas-me só por esta vez o teu vestido amarelo, o que usas todos os dias?

- Aquele que eu também quero? - Perguntou Julieta. - Emprestar o meu vestido a uma Criadita
como tu? Só se eu fosse maluca!

A rapariga já esperava esta resposta e, por isso, ficou contente, pois estaria metida num grande
sarilho se a meia-irmã lhe tivesse emprestado o vestido.

6

Na noite seguinte, as duas irmãs foram de novo à festa. A Criadita também foi, vestida de forma
ainda mais luxuosa do que da primeira vez. O filho do presidente não a deixou nem um momento e
toda a noite lhe segredou frases apaixonadas. A rapariga, que não estava nada aborrecida, esqueceu-
se das recomendações da amiga de tal modo que, quando ouviu a primeira badalada da meia-noite,
pensou que ainda fossem onze horas. Mas, ao dar-se conta do que se passava, levantou-se e fugiu,
rápida como um raio. O rapaz correu atrás dela, mas não a conseguiu apanhar. Ao fugir, a Criadita
perdeu um sapatinho de verniz que ele guardou com o maior carinho. A Criadita chegou a casa sem
fôlego, pois a limousine tinha ido embora. Trazia o vestido todo amachucado, o cabelo despenteado
e a maquilhagem escorria pela cara, de todo o luxo, apenas lhe restava um dos sapatinhos. Tinha
perdido o outro no caminho. Tentaram saber se alguém havia visto sair alguma rapariga bonita e fi-
níssima a correr, mas eles responderam que não saíra ninguém, a não ser uma rapariga tão malvesti-
da que mais parecia uma sem abrigo.

Quando as irmãs regressaram da festa, logo a Criadita lhes perguntou se se tinham divertido e se
lá estava também aquela linda rapariga. Que sim, mas que fugira no momento em que batia a meia-
noite, e tão depressa que deixara cair um dos seus sapatinhos de verniz, o sapatinho mais bonito de
sempre. Que o filho do presidente o tinha guardado e não fizera outra coisa senão olhar para ele en-
quanto durou a festa, o que queria dizer que se apaixonara perdidamente pela linda rapariga a quem
o sapatinho pertencia.

As irmãs diziam a verdade. Com efeito, poucos dias depois, o rapaz mandou avisar nos jardins da
Câmara Municipal e nos jornais locais que casaria com a rapariga em cujo pé o sapatinho servisse
perfeitamente.

Em primeiro lugar experimentaram as raparigas convidadas, depois as empregadas da festa, mas
em vão. O sapatinho acabou por chegar a casa das duas irmãs, que fizeram o impossível para o cal-
çarem, mas não conseguiram.

A Criadita, que as observava e que reconhecera o sapatinho, acabou por sugerir:
- Vejamos se me serve a mim!
As irmãs desataram a rir e a fazer pouco dela. O funcionário, encarregado de experimentar o sa-
patinho, encantado com a beleza da Criadita, achou que era justo, uma vez que tinha ordem para
que todas as raparigas da cidade o experimentassem.
Deixou-a sentar-se e tentou calçar-lhe o sapatinho. Servia-lhe como uma luva. Grande foi o es-
panto das irmãs. Porém, maior ficou quando a Criadita tirou do bolso o outro e o calçou no outro pé.
Nesse momento chegou a amiga que trazia consigo as roupas que a Criadita usara na festa e que
a ajudou a vestir, tornando-as mais luxuosas que nunca. Foi então que as irmãs reconheceram nela a
linda rapariga da festa e, ajoelhando-se aos seus pés, pediram-lhe desculpa pelos maus-tratos. A
Criadita mandou-as levantarem-se e abraçou-as.
Disse-lhes que lhes perdoava do fundo do coração e pediu-lhes que gostassem sempre dela. De-
pois, magnificamente vestida, foi levada à presença do rapaz, aos olhos de quem parecia ainda mais
bonita, e casaram poucos dias depois.
Como tinha tanto de bondosa como de bonita, convidou as duas meias-irmãs a irem à sua casa e,
nesse mesmo dia, apresentou-lhes dois amigos do marido com quem vieram a casar meses depois.

(texto inspirado no conto “A gata borralheira”)
Turma 3.º ano Ançã (prof. Helena Machado)

7

Queda depois da queda

Finalmente. Estamos livres. As asas estavam prontas a serem utilizadas. Dédalo e Ícaro
podiam agora fugir daquela ilha.

 Meu filho, não te deixes impressionar, sê cuidadoso. Não voes muito alto, pois a cera
irá derreter. Também não voes muito perto da água, porque as asas ficarão demasiado pesa-
das para conseguires voar. Mantém-te sempre junto a mim  avisou Dédalo. Qualquer um
ficaria impressionado nesta situação. Ícaro sabia disso, mas, se queriam que o plano resul-
tasse, teria de seguir as indicações do pai.

Estavam os dois com as asas nas costas, prontos para saltar. É agora! Chegou o momen-
to! E, assim, sem pensar duas vezes, fizeram-no. A princípio foi complicado manobrar as
asas, mas, mal conseguiram adaptar-se, parecia que a sua fuga podia ser considerada um
sucesso.

Ícaro estava fascinado, encantado. Nós estamos a voar! Ele sentia-se capaz de tudo na-
quele momento. Ignorando os conselhos do pai, Ícaro voou cada vez mais alto. Sentia-se li-
vre. Sentia-se cheio de poder. Ele faria tudo para se sentir assim para sempre. Não reparou
o quanto se afastou. Tinha subido tanto que a cera começara a derreter. Não ouviu os gritos
de Dédalo, pois estava completamente perdido no seu voo magnífico. As asas estavam a des-
fazer-se e Dédalo não podia fazer nada para salvar o seu filho. Ícaro apenas se apercebeu do
erro que cometera quando finalmente sentiu que estava a cair. O seu corpo estava cada vez
mais perto da água. Não havia nada que pudesse fazer. Limitou-se a fechar os olhos e a
aceitar o seu destino. Sentiu o seu corpo bater na água. As asas, atadas às suas costas e bra-
ços, estavam a limitar-lhe os movimentos. De repente, tudo ficou escuro e ele começou a
afundar-se lentamente.

Dédalo não conseguia ver o filho. Tentou descer um pouco mais na esperança de o en-
contrar, mas não havia sinal dele em lugar algum. A minha invenção... matou o meu filho...
Voou para uma pequena ilha, aparentemente deserta. Queria acreditar que o corpo seria
arrastado até lá, mas, após longas horas de espera, concluiu que Ícaro não voltaria. O seu
filho tinha partido, tudo porque a sua invenção lhe concedera algo extraordinário. Dédalo
nem conseguia fazer-lhe um funeral digno, mas não iria chorar a morte do seu filho numa
ilha deserta. Então, abandonou tristemente o local e voou até encontrar um sítio onde ficar.

Uma luz. Segue-a! Não a percas! O QUE ESTÁS A FAZER!? TENS DE A ALCANÇAR! Ícaro
abriu os olhos repentinamente. Sentia-se atordoado, completamente perdido. O seu peito
estava envolvido numas algas de um tom azulado. Olhou em volta, parecia estar numa pe-
quena gruta subaquática. As paredes estavam preenchidas com gravuras que brilhavam e se
moviam. Era estranho, mas ele conseguia respirar.

 Bem-vindo!  uma criatura dirigiu-se a ele. Parecia um ser humano, mas tinha uma
cauda em vez de pernas e o seu tronco estava coberto de escamas. Os seus olhos eram com-
pletamente negros, a sua cara tinha detalhes dourados pintados e os seus dedos estavam li-
gados por membranas.  Não és o primeiro que nos aparece aqui. A Terra é habitada por
mais náufragos do que pela nossa espécie.

 Quem és tu?  Ícaro estava cada vez mais confuso e assustado.

8

 O meu nome é Kai. Vi-te a cair na água e apenas fiz o meu trabalho: não te deixei mor-
rer. Muitos no teu lugar escolhem ficar. Aqui todos os teus sonhos e desejos mais profundos
podem ser realizados. Estás longe de qualquer lei, és livre  realmente deviam socorrer mui-
tos náufragos, uma vez que Kai proferia mecanicamente estas palavras.

 Uma oferta tentadora... Seria uma idiotice da minha parte recusar. Há algo que eu te-
nha de fazer em troca?

 Não, aproveita a tua vida de sonhos.  Kai mostrou um sorriso forçado e encaminhou
Ícaro para o exterior da gruta.

A Terra era linda. As casas pareciam pequenos palácios de pedra cobertos de algas, as ja-
nelas eram grandes vitrais e havia um enorme movimento nas estradas. Todos os meus sonhos
irão realizar-se. Mas o que queria ele de verdade? Ter poder sobre algo não seria mau. Seria
visto com respeito e adoração por muitos. Ele sempre quis ser visto assim. Então é isso, com
certeza terei muitas vantagens com esta escolha.

 Um desejo muito comum, de facto. Bem, vamos disponibilizar uma parte da Terra para
tu governares. Vais criar as tuas leis, gerir as tuas terras, quem sabe começar uma guerra, tu
escolhes.  Ícaro ficou na dúvida se Kai conseguia ler mentes ou apenas conseguia saber os de-
sejos de cada um, mas isso não importava, pois, agora, ele iria governar uma porção da Terra.

Impaciente, Kai agarrou no braço de Ícaro e começou a nadar velozmente.

 Não pude deixar de reparar no que trazias às costas. Era uma invenção bastante inco-

mum, era o quê exatamente?  perguntou Kai, mostrando, pela primeira vez, algum interesse.

 Apenas umas asas que o meu pai construiu para fugirmos de uma ilha. Ele não deve ter

colado bem as minhas, pelo que começaram a desfazer-se a meio do voo.  Ícaro não podia
ser sincero, não podia mostrar que tinha sido a sua imprudência que quase o matara. Se ia ser
rei, teria de começar já a ganhar respeito.

 Talvez até tenhas de lhe agradecer. Não estarias aqui, se não fosse por isso. Muito bem,
chegámos.

Ícaro ficou maravilhado com o que viu. A terra que lhe tinham concedido era enorme. Ti-
nha vastos campos agrícolas, mercados, uma grande praça e um extravagante castelo. Ele sa-
bia que ainda não tinha visto tudo e mal podia esperar para gerir aquela terra. Entraram no
castelo que era tão bonito por dentro como por fora. Kai despediu-se com uma vénia e retirou
-se rapidamente do castelo. Ícaro, ainda hipnotizado pela beleza daquele espaço, deu conta
dos imensos seres metade peixe metade humano que circulavam por lá. Limpavam, arruma-
vam, decoravam e alguns até cantavam. A minha vida acabou de começar. Dirigiu-se ao seu
trono. Já se sentia um rei.

Assim se passaram alguns meses. Ícaro nascera para aquilo. O reino estava incrivelmente
desenvolvido, o seu exército não perdia uma batalha, conseguira alargar o seu território e a
situação económica do reino era extremamente favorável. Estava tudo a correr tão bem que
Ícaro sentia falta de alguma ação. A sua vida estava bastante monótona. Queria algo mais!
Talvez ele pudesse tentar conquistar o reino vizinho... Não, não, isso não iria resolver nada a
longo prazo. Achou que a opção mais sábia era pedir ajuda ao seu Conselheiro.

 Vossa Alteza, receio que não possamos fazer mais nada por vós. Se realmente fosse algo
que quisesse, isso já se teria realizado. A Terra sabe o que queremos, quando queremos e co-

9

Margarida Porto, 8.º C

10

mo queremos. Não devemos exagerar  explicou o Conselheiro  talvez um banquete com
outros reinos seja uma boa opção. Também pode realizar um baile aberto ao povo.

 Sim, compreendo, irei pensar no assunto. Obrigado. Mas Ícaro queria mais, queria ali-
mentar o sentimento de poder, queria sentir-se ainda mais grandioso. Já sei. Kai! Ele deve
saber o que fazer. Ordenou que chamassem Kai, alegando que tinha algo importante a discu-
tir com ele e não podia adiar.

 Vossa Alteza, vós já tendes tudo, não creio que possa fazer algo mais.

 Ouve, eu quero mais poder. Não me refiro ao poder que já tenho, quero dizer poderes
mágicos, sabes? Controlar as ondas, as trovoadas, as mentes... sim... SIM! O poder de contro-
lar as mentes!

 Vossa Alteza, vós estais a exagerar da bondade da Terra... Temos de manter um equilí-
brio.

 Eu não quero saber do equilíbrio. Imagina a quantidade de coisas que poderei fazer!
Vá, faz lá as tuas coisas e realiza este meu desejo.

Ícaro estava determinado. Ele queria este poder mais do que tudo. Sim, é verdade, ele já
tinha bastante, mas porque não ter ainda mais? Kai cedeu e, juntando umas algas, concedeu-
lhe o poder de controlar as mentes dos outros. Ícaro testou num dos seus criados. Salta. Rodo-
pia. Uma cambalhota. Funcionava, Ícaro sentia-se como um Deus.

Mas este sentimento acabou rapidamente. De repente, tudo à sua volta começou a ruir. Ele
não entendia o que se passava. Todos os seus criados se transformaram em pó. Agora que as pa-
redes do castelo já não existiam, Ícaro viu que todo o seu reino se tinha desfeito também.

 Erro de principiantes.  disse Kai com um sorriso triunfante. Agora ele já não era
aquela bela criatura, os seus dentes estavam afiados, os seus dedos pareciam garras, a sua
cauda encheu-se de espigões e ele estava muito maior.  Mesmo tendo tudo aquilo, insististe
em ter ainda mais. Foi o mesmo com o teu pai, não foi? As asas? Ele dá-te a oportunidade de
voar e de fugir daquela ilha, mas isso não é suficiente para ti. Voaste ainda mais alto, o que
podia ter resultado na tua morte. Ícaro não conseguia dizer uma palavra sequer. Ele descobriu
a verdade.  Mesmo depois dessa experiência, cometes o mesmo erro aqui. Sabes o que
acontece a pessoas como tu? Desaparecem de vez, não valem o esforço.

Ícaro estava cada vez mais assustado. O que quer ele dizer com “desaparecem”? Será que
me vai mandar outra vez para a superfície?

 Não, não vais voltar.  ele consegue ler a minha mente. Ícaro não sabia o que fazer 
Dei-te uma segunda oportunidade e tu desperdiçaste-a, acabou.  Kai continuava com o mes-
mo sorriso de desdém. Arrancou as algas azuis do peito de Ícaro.

Tudo começou a ficar escuro.
Ícaro tentou gritar, mas não conseguiu.
Agora ele era meramente pó.
Tinha partido de vez.

(texto inspirado no mito de Ícaro)

Maria Padilha, 8.º C

11

VeO Capuchinho

Joana Oliveira

Jéssica Leal Gustavo Barradas Guilherme Alves

Miguel Dinis Maria João Maria Luz

12

ermelho, 6.º D

Maria Ramos

Omarlys Acosta Diana Felício Maria Luz

Rodrigo Ribeiro Rodrigo Ribeiro Rodrigo Ribeiro

13

Dois irmãos

Certo dia, numa quinta no Alentejo, nasceram dois cavalos, o Peter e o Max. Desde peque-
nos, começou a notar-se que o Peter era mais vaidoso que o Max. Ambos eram castanhos, mas
Peter tinha o sonho de ser o cavalo mais bonito e mais bem tratado do estábulo, enquanto Max
estava preocupado apenas em ser saudável e em viver a vida de um cavalo normal.

Passado um ano, quando os cavalos já estavam mais crescidos, no momento em que o seu
dono lhes foi dar palha, Peter recusou-a e começou a pedir ração, pois pensava que ia ser mais
importante se fosse o único cavalo do estábulo a comer ração. Max treinava todos os dias e,
mesmo comendo o mesmo alimento que os outros cavalos, estava melhor fisicamente do que o
seu irmão Peter e, por isso, Max passou a ser o cavalo favorito do estábulo.

O estábulo estava a ficar velho, então o dono comprou tinta preta para o pintar. Peter, ao
olhar para a tinta preta, pensou logo que podia ser o cavalo preto mais lindo e deslumbrante
de todos e decidiu abrir as latas e despejar a tinta para cima dele. No dia seguinte, Peter acor-
dou com todos os cavalos a olhar para ele e reparou que estava ainda mais feio e com o pelo
todo estragado. E o seu irmão Max continuou a ser o cavalo favorito.

Peter, querendo ser o mais vaidoso, acabou por ser o pior cavalo, enquanto o seu irmão Max,
mesmo sendo um cavalo vulgar, com o seu empenho, conseguiu destacar-se no estábulo.

(texto inspirado na fábula “O corvo e a raposa”)

Rúben Silva, 9.º D

14

Vítor e Joel

Há algum tempo, num parque, os animais viviam tranquilos até chegarem dois pássa-
ros, o Vítor e o Joel. Todos ficaram espantados, porque nenhum dos animais do parque
conseguia voar. Logo no início, foi tudo um bocado complicado, mas depois tornaram-se
todos amigos. Os habitantes do parque ficaram a saber que os dois pássaros se tinham
separado do bando que emigrava, que o Joel voava bem e que o Vítor preferia conviver a
voar.

Umas semanas mais tarde, o Vítor já passeava com os animais e era quase sempre cha-
mado para jantar. Mas o Joel estava sempre a voar e poucas foram as vezes em que pou-
sou os pés no chão, o que originou uma reunião no parque. Os animais estavam todos
presentes e confrontaram o Joel, perguntando-lhe o porquê de não passar tempo com os
outros. O pássaro respondeu, com arrogância, que não tinha nada a ver com o facto de os
outros animais não conseguirem voar e acrescentou que o que eles tinham era inveja das
suas lindas penas, do seu belo voo e da sua velocidade. Vítor já não conhecia aquele pás-
saro vaidoso, Joel estava diferente.

Um dia, Vítor procurou-o por toda a parte, mas não via nada, nem carros na estrada,
onde era costume haver mais trânsito. Parecia que toda a gente tinha morrido, não viu
ninguém, nem o Joel. Voltou para o parque e foi então que viu o outro pássaro: estava a
ajudar os outros animais, com a sua capacidade de voar.

Joel tinha percebido que a sua vaidade não o ajudava e também não ajudava os ou-
tros, o que o levou a apanhar máscaras e lixo que estavam no chão, sentindo-se útil.

Um talento nosso ajuda outras pessoas, se não o guardarmos só para nós e se só nos
gabarmos de o ter.

(texto inspirado na fábula “O corvo e a raposa”)

Afonso Garrido, 9.º D

15

Hansel e Gretel

Era uma vez uns pais que viviam numa grande cidade com os dois filhos, Hansel e Gretel.
Eles eram ricos, mas, como não queriam saber de nada, faziam as crianças de empregados.
Eles lavavam a roupa, a loiça, a casa e faziam tudo aquilo que tivesse a ver com tarefas domés-
ticas.

Um dia, os meninos fartaram-se de tudo aquilo e fugiram a meio da noite. Sozinhos e perdi-
dos na cidade, em pleno inverno, sentaram-se num canto e começaram a chorar. Até que apa-
receu um homem que lhes disse:

- Olá! O que estão aí a fazer? Estão perdidos?
As crianças, com lágrimas nos olhos, contaram-lhe o que tinha acontecido. Então, o homem
sugeriu que eles fossem passar a noite a casa dele, afirmando que, de manhã, iriam procurar a
família deles. De seguida, levou-os para a sua casa, que ficava num beco escuro e estreito, e
ofereceu-lhes comida e uma cama confortável para dormir. A meio da noite, Gretel acordou e
ouviu o homem ao telefone a dizer, com voz maléfica:
- Já tenho as crianças. Amanhã levo-as aí.
Então, Gretel foi acordar o irmão e contar-lhe o que tinha ouvido. Hansel, com a ajuda da
irmã, planeou uma vingança contra o ladrão.
No dia seguinte, o ladrão foi acordar as crianças para tomarem o pequeno-almoço. Enquanto
ele preparava a refeição, os irmãos foram à procura de uma corda. Depois, foram à cozinha e
amarraram o ladrão. Dali, já não saía! Ficaram felizes com a vitória, mas começaram a ficar
preocupados, pois, sem ajuda, não iriam encontrar o caminho de volta para casa.

16

Enquanto os filhos andavam pelas ruas à procura do caminho para casa, os pais estavam a
sentir cada vez mais a falta deles. Depois de andarem muito, encontraram, finalmente, a sua
casa. Quando bateram à porta, os pais abriram e deram-lhes um abraço carinhoso, prometendo
nunca mais lhes fazer mal.

E assim viveram felizes para sempre.

Gabriela Cruz, Inês Inácio, Inês Silva e Luz de Oliveira, 6.º A

17

VO Capuchinho

O Capuchinho Vermelho, trabalho coletivo, realizado na BEMM

18

Vermelho

Ana Catarina Folhas Oliveira, 6.º A

19

A menina dos chás

Estava muito frio na cidade. As lojas exibiam montras lindíssimas e havia luzes por todo o
lado. Viam-se pessoas na rua a passear e outras sentadas em bancos de jardins, vidradas no
telemóvel, aquecidas com casacos quentes e caros.

Era véspera de ano novo. Todos se preocupavam apenas em arranjar roupa para esse evento.
Eram capazes de pagar milhares de euros por um único vestido, mas não davam um tostão para
ajudar alguém que precisasse.

Nessa rua, por entre aqueles que que ali se encontravam, caminhava pela neve uma miúda
de cabelos loiros, encaracolados. Tremendo de frio, andava a pedir esmola para ajudar a sua
avó doente, mas ninguém lhe dava nada.

Desesperada, decidiu ir para casa e fazer a única coisa de que se lembrou: preparar o chá da
receita que o seu avô lhe tinha ensinado e tentar vendê-lo, usando os copos de plástico que a
avó comprara quando ainda estava boa. Ferveu a água com a mistura de ervas lá dentro e pôs o
chá num garrafão de vidro.

Com tudo pronto, regressou à rua e instalou-se, com o seu chá, na rua movimentada, em
frente a uma loja de material informático, à espera que alguém lhe comprasse um copo da be-
bida quente.

As horas foram passando e nada… A menina estava cada vez com mais frio… Ninguém lhe

20

prestava atenção. Só tinham olhos para os telemóveis.
No sítio onde estava, a pobrezinha sentia o cheiro a bolos e leite quente. Observava as pes-

soas cheias de vida a entrarem nos restaurantes e nas pastelarias e a deliciarem-se com janta-
res e sobremesas.

Cheia de sede e frio, decidiu beber um copo do seu chá. Depois do primeiro gole, fechou os
olhos e, quando os abriu, começou a ver luzes a iluminar a sua cara. De repente, apareceu di-
ante de si uma mesa cheia de comida com um aspeto maravilhoso. Toda a sua família estava
junta e feliz, inclusivamente o seu avô. Todos começaram a dançar: a sua mãe com o seu pai,
o seu avô com a sua avó e todas as crianças se divertiam. Porém, quando piscou os olhos, tudo
desapareceu.

Tornou a beber um gole do seu chá, mas dessa vez viu o seu avô sentado na sua frente, a
oferecer-lhe um bolo de chocolate de três andares decorado com flores douradas. Mas antes de
ela ter tempo de o provar, voltou à dura realidade.

Só lhe restava mais um pouco de chá. Como ninguém queria comprá-lo, a menina decidiu
bebê-lo.

Desta vez, viu-se dentro de uma loja, rodeada de vestidos lindíssimos. Dançou entre eles e
experimentou muitos. O pai acabou por lhe comprar um, o mais bonito de todos. Ele era ver-
melho, tinha pérolas de ouro e brilhava como as estrelas do céu.

E de repente tudo desapareceu! A comida, o vestido, as luzes, os pais, o seu avô...
Quando finalmente acordou daquele sonho, tentou regressar a casa, mas, ao dar o primeiro
passo, desmaiou sobre a neve. Ficou uns tempos deitada até que uma pessoa notou que ela ali
estava. Gritou e a multidão que passeava tirou os olhos do telemóvel e foi socorrer a menina.
Chamaram o INEM, mas, quando chegou a ambulância, já era demasiado tarde... Ela havia fale-
cido, nessa noite gelada de inverno!

(texto inspirado no conto “A menina dos fósforos”)

Filipa Anciães, Eva Dias e Iara Jesus, 7.º D

21

22

O ladrão e os sete meninos

Era uma vez uma mãe que tinha sete filhos. Eles viviam na cidade, numa zona onde eram
frequentes os assaltos. Um dia, a mãe foi à loja e avisou as crianças:

- Tenham cuidado com o ladrão. Ele é diferente de mim. Tem uma voz grossa e umas sapati-
lhas vermelhas.

Os meninos reponderam:
- OK, mãe.
A mãe, confiante, foi ao mercado.
O ladrão foi logo à casa dos meninos, bateu à porta e disse:
- Olá! Abram a porta e dar-vos-ei uma PS5 a cada um.
- Não vamos abrir, tu és o ladrão. A nossa mãe tem uma voz aguda! – ripostaram as crianças
em coro.
O ladrão foi à loja mais próxima comprar um modificador de voz e foi bater à porta de novo,
dizendo:
- Sou a mãe, abram a porta!
O menino mais velho, desconfiado, foi espreitar, viu as sapatilhas vermelhas e logo disse:
- Não vou abrir. És o ladrão! A nossa mãe tem as sapatilhas brancas!
O ladrão correu para comprar umas sapatilhas novas e, quando voltou, anunciou:
- Sou a mãe e voltei das compras!
Os meninos, desconfiados, viram que tinha sapatilhas brancas, como as da mãe, e logo abri-
ram. O ladrão, imediatamente, agarrou um por um, mas houve um menino que se escondeu
dentro do cesto da roupa suja.
Quando a mãe regressou a casa, reparou que a porta estava aberta e o portão partido. Cheia
de medo, decidiu entrar em casa para ver se as crianças ainda estavam lá, mas não viu nin-
guém. Ela procurou em todos os sítios, mas sem sucesso. Sem desistir, gritou o nome de cada
um. Então, o menino, que se tinha escondido na roupa suja, saiu de lá de dentro e foi ter com
ela.
- Mãe, mãe, eu estou aqui!
Logo que se abraçaram, a mãe perguntou o que se tinha passado. O menino, muito pálido,
respondeu:
- O ladrão entrou aqui em casa, levou os meus irmãos na carrinha para fora daqui.
A mãe e o filho arrumaram a roupa. Depois ligaram para a polícia a dizer que as crianças ti-
nham desaparecido.
A polícia chegou a casa e perguntou quantos meninos eram e a mãe respondeu que eram
seis. Os agentes da polícia olharam pelas redondezas e viram o rasto dos pneus da carrinha. En-
tão, os agentes entraram na sua viatura e seguiram o seu rasto.
Quando chegaram ao barracão do ladrão e viram os seus seguranças, os agentes da polícia
mandaram vir mais cinco viaturas. Depois, invadiram o barracão, libertaram as crianças e pren-
deram os criminosos.
A mãe levou as seis crianças de volta para casa. A partir daí, elas ficaram com muito medo
de sair de casa e ir para a escola. Mas com o tempo, recuperaram a confiança e viveram felizes
para sempre.

(texto inspirado no conto “O lobo e os sete cabritinhos”)

Leandro Araújo, Lourenço Bento, Pedro Gonçalves e Valter Cabrita, 6.º A

23

Os três irmãos

Era uma vez três jovens irmãos muito malandros. Quando o irmão mais novo fez dezoito
anos, a mãe disse-lhes:

– Que cambada de preguiçosos que eu tenho em casa! Não vos aguento mais! Já está na hora
de arranjarem família, meus filhos!

E assim fizeram os três, tal como a mãe lhes ordenara.

O primeiro irmão, passados três meses, arranjou uma esposa e pensou em construir uma ca-
sa. No entanto, ele continuava viciado em videojogos e decidiu que queria a casa pronta o mais
rápido possível, para ficar no seu conforto. Então, fez uma casa com chapas de alumínio, agra-
fadas umas às outras.

Decorridos sete meses, o irmão do meio arranjou uma esposa e também saiu de casa da
mãe. Construiu uma casa de madeira de uma única divisão, pois tinha um pouco de pressa por-
que a sua esposa estava grávida e faltava pouco tempo para o bebé nascer.

Já o irmão mais velho demorou mais de dois anos a construir a sua casa. Fê-la de tijolos bem
fortes e esta ficou perfeita. Ele não tinha nenhuma pressa, porque não tinha família como os
irmãos. Só depois de terminada é que ele saiu da casa da mãe e foi viver para a sua.

Todos os irmãos estavam no conforto dos seus lares, quando, num dia muito chuvoso, come-
çaram a ouvir uma sirene a tocar. Quando olharam pela janela, aperceberam-se de que um fu-
racão vinha na sua direção.

O irmão mais novo, ao vê-lo perto da sua casa, saiu a correr com a sua esposa para a casa
do irmão do meio. Este recebeu-os, mas, após uns minutos, olhou pela a janela e apercebeu-se
que o furacão tinha mudado de direção, caminhando agora, com toda a força, para a sua casa.
Saíram todos assustados e dirigiram-se para a do irmão mais velho, que lhes abriu a porta da
sua moradia confortável e segura. Ele estava calmíssimo e com um sorriso de orelha a orelha,
como quem diz: “Já sabia que isto um dia iria acontecer”. Deixou os seus irmãos e as suas fa-
mílias entrarem e instalarem-se confortavelmente. Lá dentro estava muito quente e não se ou-
via o temporal.

Depois de conversarem um pouco, os irmãos mais novos tiveram curiosidade de ver se o fura-
cão já tinha passado. Ficaram ao mesmo tempo espantados e assustados ao perceberem que o
temporal ainda continuava.

24

O irmão mais velho continuava sereno e disse-lhes:
– Fiquem tranquilos! Dentro desta casa estamos seguros e este furacão não nos vai fazer mal.
Passaram algumas horas. Entretanto, o tempo acalmou e por isso eles puderam sair. Verifi-
caram que as casas dos irmãos mais novos estavam completamente destruídas. Estes ficaram
muito tristes e sem saber o que fazer. Então, o irmão mais velho e também o mais sábio pen-
sou e tomou uma decisão:
– Eu ajudo-vos a construir habitações mais fortes, iguais à minha, mas, enquanto elas não
ficarem prontas, podem ficar aqui. Há espaço para todos e assim terei companhia.
E foi o que aconteceu.
Passado algum tempo, as casas ficaram prontas. Todos estavam muito satisfeitos e viveram
muito felizes na companhia da mãe, que convidaram para morar um mês em cada casa.

(texto inspirado no conto “Os três porquinhos”)

Bruno Caldeira, Nycolas Leite e Maurício Fernandes, 7.º D

A aluna v a i d o s a

Era uma vez uma rapariga chamada Josefina que andava no 9.º ano. Achava-se a mais bonita
da turma, mas um dia apareceu uma aluna nova chamada Afonsina, que era muito bela: de ca-
belos loiros, olhos azuis e muito inteligente.

Inicialmente, a Josefina não se interessou por ela, porque ainda se achava mais bonita, mas
algum tempo depois, toda a gente gostava mais da Afonsina do que da Josefina. Então, levada
pela inveja, traçou um plano para a tentar expulsar. Andou a pensar durante semanas sobre o
que fazer, até que teve a brilhante ideia de colocar uma maquilhagem que parecesse que tinha
sido espancada.

No dia em que colocou o seu plano em ação, a Josefina foi à direção e acusou a Afonsina de
lhe ter dado murros e pontapés. Então, o diretor chamou a Afonsina, que estava a beber água
da garrafa, para falarem do assunto, mas quando a nova aluna entrou, tropeçou e derramou a
água da garrafa em cima da Josefina. Quando o diretor e a Afonsina olharam para ela, só se via
a maquilhagem a sair… Percebendo tudo, o diretor expulsou imediatamente a Josefina por ter
acusado uma colega e pediu desculpa à Afonsina por ter pensado que ela tinha batido em al-
guém.

E toda a gente viveu feliz… Menos a Josefina.
(texto inspirado no conto “Branca de Neve”)

Gonçalo Santos, 9.ºD

25

Maria Vitória e os Sete Agricultores

No ano de 2020, um presidente vivia numa mansão com a sua esposa. A mansão era branca,
grande e tinha várias divisões, um campo de futebol, um campo de ténis e uma piscina. A espo-
sa do presidente desejava ter uma filha. Certo dia, o presidente e a sua esposa tiveram uma
filha, chamada Maria Vitória. A sua pele era tão branca como a neve, os seus olhos eram bri-
lhantes como joias, tinha uns lábios rosados e o seu coração era cheio de alegria e felicidade.

Pouco tempo depois, a mulher do presidente morreu de cancro e o marido, sentindo-se só,
decidiu voltar a casar-se com uma mulher que era muito rica e popular, mas também era muito
má. Foi odiando a Maria Vitória, pois ela ia crescendo e ficando cada vez mais bonita e rica.

Pouco tempo depois, o presidente partiu da mansão e deixou a esposa a comandar. Todos os
dias a esposa pegava no seu IPhone 11 Pro e abria o Instagram para fazer sempre a mesma per-
gunta:

- Quem é a mulher mais rica e bonita deste mundo?
A resposta era sempre a e mesma:
- Obviamente que és tu.
Até que um dia ela fez a mesma pergunta e teve uma surpresa.
- A mulher mais bonita e rica deste mundo é a Maria Vitória.
A esposa não gostou nada dessa resposta e pagou a uma pessoa para hackear a conta da Ma-
ria Vitória e alterar-lhe a foto de perfil, para que ficasse parecida com uma bruxa. Também
contratou um ladrão para lhe roubar todo o seu dinheiro. Mas ele arrependeu-se, pois achava
que a Maria Vitória tinha um coração cheio de bondade.
A Maria Vitória estava descontente com a sua vida e decidiu apanhar um Uber para fugir pa-
ra um apartamento e esconder-se do mundo. O que ela não sabia é que nesse mesmo aparta-
mento estavam a viver sete agricultores, que a acolheram com todo o gosto.

Passado algum tempo, a esposa voltou a fazer a mesma pergunta, no seu Instagram:
- Qual é a mulher mais rica e bonita deste mundo?
- A mulher mais bonita deste mundo és tu, mas, no entanto, a mais rica continua a ser a Ma-
ria Vitória.
A esposa ficou admirada, pois pensava que a Maria Vitória já estivesse pobre, mas descobriu
que o dinheiro que o ladrão lhe entregou era falso. Ela decidiu tratar do assunto com as suas
próprias mãos.

Então, resolveu criar um site falso para fazer a Maria Vitória gastar o seu dinheiro todo nele.
O site dizia “Por cada 30 euros que doar, vai ajudar-nos a comprar equipamentos para os hospi-
tais e centros de saúde que combatem o Covid-19". Como a Maria Vitória tinha um coração
cheio de bondade, prontificou-se a doar a parte da sua fortuna.

Como a madrasta se apercebeu de que o seu plano estava a dar certo, decidiu criar mais um
site e nesse site dizia “Por cada 25€ que doar, vai ajudar-nos a comprar refeição para 2 crian-
ças”. A Maria Vitória não hesitou e doou mais um terço da sua riqueza.

26

A madrasta verificou que o seu plano tinha dado certo e foi logo para o Instagram. Mal en-
trou no Instagram perguntou:

- Qual é a mulher mais rica e bonita deste mundo?
- Obviamente que és tu!
Não demorou muito tempo até a Maria Vitória se aperceber de que tinha sido enganada e
começou a chorar.
Os agricultores, quando chegaram a casa e viram a Maria Vitória a chorar, perguntaram-lhe o
que tinha acontecido. A Maria Vitória explicou tudo com todos os detalhes.
Um modelo estava a pesquisar no Instagram, quando apareceu o perfil da Maria Vitória. Ele
logo se apaixonou e procurou a última foto que ela tinha partilhado, que tinha sido com os
agricultores. Reconheceu aquele apartamento em Águeda e foi à procura da Maria Vitória. En-
controu-a e viu que ela continuava a chorar e tentou ajudá-la. Deu-lhe metade da sua fortuna
e pediu-a em casamento. A Maria Vitória não pensou duas vezes e aceitou o seu pedido.
O presidente regressou e pediu o divórcio, quando soube o que a esposa malvada tinha feito.
O modelo e a Maria Vitória casaram-se e tiveram dois filhos gémeos, o Santiago e a Ana.

(texto inspirado no conto “Branca de Neve e o sete anões”)

Afonso Lourenço, Nelly Santos e Tomás Sequeira, 8.º E

27

Branca de Neve

Era uma vez uma jovem pequena, mas muito bonita e
de pele muito clara, que era empregada doméstica da sua
tia rica, também ela muito bonita, que vivia numa mansão
no meio de um grande condomínio, na cidade de Lisboa.

A tia passava o dia a comer Pringles e a beber Coca-
cola, vendo os resultados das pesquisas, que manipulava,
sobre quem seria a mulher mais bonita do mundo. Os re-
sultados eram sempre os mesmos: em primeiro lugar, ela,
em segundo, a Scarlett Johansson, e em terceiro, Fergie.

Um belo dia, quando acordou, foi verificá-los e consta-
tou que o seu nome tinha desaparecido dos primeiros lu-
gares e lá estava o nome de quem? De Branca de Neve!

Deu um berro.
- Branca de Neve! Vem já aqui ao meu quarto!
Rapidamente, a Branca de Neve chegou.
- O que é que fizeste no meu PC? Mexeste no site das maiores beldades mundiais?
- Claro que não! Eu nem sei ligar o computador… - respondeu.
- Então, como é que o teu nome entrou no meu lugar na lista das mulheres mais lindas do
mundo, aqui no site?
- Talvez te tenhas atrasado no pagamento da mensalidade para manipular a pesquisa ou en-
tão a empresa pode ter apenas exposto a verdade…
- Sai daqui agora, rapariga mal-educada, e vai para o teu quarto. Estás de castigo por um
mês. Ficas sem as tuas revistas cor-de-rosa e a televisão por cabo para veres a série
“Ladybug”.
Depois de sair dos aposentos da tia, Branca de Neve, revoltada, resolveu fugir daquela casa
e ir à procura de sucesso no mundo da moda porque, depois do seu primeiro lugar nas pesqui-
sas, recebeu muitas ofertas de emprego.
Agarrou nas poucas peças de roupa que tinha, na maquilhagem da tia, na sua bicicleta e sa-
iu a cantar, não sem antes deixar um bilhetinho na porta do frigorífico que dizia assim:
“Beijinhos, minha querida tia! Vou tornar-me modelo, pois sou a mulher mais bonita do
mundo, segundo a tua pesquisa.
Branca de Neve
PS: Obrigada pela maquilhagem!”
Quando a bruxa desceu para comer e se deparou com o bilhete, ficou em estado de choque.
Não pela Branca de Neve ter ido embora, mas por esta ter levado consigo o estojo de maqui-
lhagem que a deixava jovem e bonita. Quando recuperou, ligou imediatamente para o seguran-
ça do condomínio. Atendeu um homem de voz grossa e firme:

28

- Alô! É da segurança? - perguntou ela.

- Não, não, é dos correios. – respondeu o homem do outro lado.

- Não faça piadas comigo, seu mal-educado! – vociferou.

- Está bem, é da segurança sim. O que é que quer? – perguntou.

- Eu estou desesperada! Roubaram as minhas coisas.

- Isso foi agora, minha senhora?

- Sim, há poucos minutos! Foi a minha criada e sobrinha, a Branca de Neve. Ela fugiu de ca-
sa e deixou um bilhete a dizer que tinha levado a minha maquilhagem sem a qual eu não vivo.
Tem de ir atrás dela…

Logo, nesse instante, saiu uma dupla de homens atrás da rapariga que não queria mais
aquela vida de empregada doméstica.

Quando a encontraram, abordaram-na e ela, já aos prantos por ter sido apanhada, explicou-
lhes toda a situação em que vivia. Sensibilizados com a sua história de vida, deixaram-na ir em-
bora, porém, disseram-lhe que não poderiam regressar sem nada. Então, ela entregou-lhes al-
gumas das sombras e cremes para as ocasiões em que a tia tinha de passar por idosa e que en-
rugavam e ressecavam a pele.

Os seguranças dirigiram-se para a central, onde a tia já os esperava, e Branca de Neve foi
para a cidade. A bruxa recebeu os seus cosméticos e usou-os durante vários dias na tentativa
de manter a sua pele como antes, macia e hidratada. Não funcionou. A pele ressequida come-
çou a ficar cheia de rugas e manchas.

Entretanto, Branca de Neve conseguiu um contrato com uma agência de modelos gerida por
sete anões e que só aceitavam modelos de baixa estatura. Aquele era o lugar perfeito para ela
já que, apesar de muito bela, era muito baixa, pois tinha menos de 1,50 m de altura.

Graças a esta agência, ela explodiu nas passarelas ao lançar uma nova tendência de roupas
para pessoas pequenas.

A tia, nada contente com a sorte que a sobrinha teve, quis vingar-se e mandou que lhe en-
tregassem uma deliciosa pizza de quatro queijos (a preferida da Branca de Neve). Branca de
Neve comeu-a rapidamente, antes de um dos mais importantes desfiles de sua vida.

Assim que terminou de a comer, começou a inchar até ficar redonda como uma bola. Vendo
-se assim tão gorda, saiu a correr para casa e ligou imediatamente para a sua fada madrinha
que chegou passado pouco tempo. A fada disse-lhe que o feitiço da tia era irreversível e que a
única forma de ela emagrecer era fazendo dieta e comendo os produtos biológicos que ela pró-
pria cultivava.

Após meses de dieta intensiva e de exercícios pesados, Branca de Neve voltou à sua antiga
forma. Apaixonou-se por um rapaz que frequentava o mesmo ginásio, casou-se e tornou-se nu-
ma dona de casa muito feliz.

Afonso Breda, 8.º B

29

A HISTÓRIA DA CAROCHINHA

Era uma vez uma linda jovem chamada Carlota que tinha muita vontade de encontrar um
belo namorado para, quem sabe, talvez casar.

Certo dia, enquanto limpava a casa, a Carlota encontrou atrás do seu sofá uma nota de 100€
e pensou logo em comprar um belo vestido e alguns acessórios para ficar mais bonita. Decidiu
encomendar tudo on-line.

Assim que as compras chegaram, arranjou-se bem arranjadinha e decidiu criar um perfil num
site de encontros na Internet.

No seu perfil, a Carlota mencionava que era muito bonita e que pretendia encontrar alguém
para casar. Uma das qualidades que ela procurava no seu pretendente era que soubesse cantar
para a alegrar.

Não tardou a receber notificações de mensagens.
A primeira era de um jovem muito bonito chamado Barnabé:
– Olá Carlota, como estás?
– Olá Barnabé! Estou bem e tu como estás? – perguntou a Carlota
– Estou ótimo! Vi no teu perfil que procuras alguém para casar e que saiba cantar – disse o
Barnabé.
– É isso mesmo! Podemos fazer uma videochamada e tu cantas para mim para eu ouvir a tua
voz? – perguntou a Carlota
– Claro que sim: Lá! Lá! Lá!
– Que horror, cantas muito mal, Barnabé! Contigo não vou casar – disse a Carlota
Entretanto, recebeu nova mensagem:
– Boa tarde, Carlota! Eu sou o Carlos.
– Olá Carlos! Será que podíamos fazer uma videochamada e cantavas para mim?
– Claro que sim: Trá lá lá, trá lá lá, trá lá lá….
– Ai que horror! Cantas muito mal, Carlos! Contigo não vou casar – disse a Carlota
Voltou a receber nova notificação de mensagem.
– Olá, Carlota, eu sou o João e sou muito simpático e valentão!
– Olá, João! Agrada-me o facto de seres simpático e valentão, mas sabes cantar? – pergun-
tou a Carlota
– Claro que sei, minha linda: tururu.. tururu…tururu…
– Cantas muito bem, João!
A Carlota, encantada, decidiu convidá-lo para tomar um chá em sua casa.
O João aceitou o convite e, como estavam a dar-se tão bem, a Carlota disse-lhe que ficasse
para jantar.

30

Ela tinha colocado umas bolachinhas no forno e pensou em fazer sopa de feijão, mas não ti-
nha cenouras.

Foi, então, à mercearia ao fundo da rua, mas antes de sair de casa disse ao João:
– Olha, acabei de tirar umas bolachinhas do forno. Por favor, não as comas porque estão
muito quentes e são para a nossa sobremesa.
– Fica descansada, minha querida, eu não vou comer nenhuma bolacha!
Porém, mal a ela saiu de casa, o João pensou:
– Posso comer só uma bolachinha, ela não vai dar por nada…
Assim fez. Comeu uma bolacha, comeu mais uma, mas não tardou a sentir-se mal. O João
era alérgico ao glúten e não tinha dito à Carlota.
Quando esta voltou da mercearia e o viu estendido no chão da sua cozinha, ficou muito afli-
ta. Ligou imediatamente para o 112, mas, quando a equipa do INEM chegou, infelizmente, já
não havia nada a fazer.
A Carlota ficou destroçada e sem o seu João glutão!

Inês Teixeira e Margarida Coimbra, 7.º D

31

A menina que afinal não era feia

Era uma vez uma menina chamada Inês com apenas 11 anos que tinha que andar de cidade
em cidade, por conta do trabalho do seu pai, necessitando, por isso, de mudar de escola fre-
quentemente. A Inês, tal como já estava habituada a fazer, teve que mudar mais uma vez de
escola, mas, desta vez, iria ficar nessa cidade bem mais de 3 meses, um ano inteiro.

Era o seu primeiro dia de aulas naquela escola e ela estava nervosa como sempre ficava, e à
medida que entrava os nervos só aumentavam. Ela pensava que iria ser como nas outras esco-
las: todos a iam receber bem e faria amigos bastante rápido. Mas, desta vez, não foi assim!

Ao entrar na sua sala, todos se afastaram dela e começaram a fazer troça, dizendo: “Olha a
novata!” “Vai-te embora! Ninguém te quer aqui!”. Nesse dia, ela ficou arrasada.

Claro que ao chegar a casa, os pais repararam que algo se passava, mas, ao questionarem a
sua filha, ela respondeu que não se havia passado nada. Ao longo dos dias, o bullying só piora-
va. Cada dia era uma troça diferente.

Quando chegou o final do primeiro mês, ela não aguentou mais e começou a chorar. A pro-
fessora viu-a naquele estado e perguntou-lhe o que se passava. A Inês contou-lhe tudo o que se
tinha passado.

A professora falou imediatamente com os alunos e fê-los ver que o que eles estavam a fazer
não era nada agradável, obrigando-os a pedir desculpas à sua colega.

Nesse dia, tanto os outros alunos como ela aprenderam algo: eles aprenderam que as pala-
vras podem magoar; ela aprendeu que, quando não conseguimos resolver algum problema, de-
vemos contar a um adulto que nos possa ajudar.

(texto inspirado no conto “O patinho feio”)

Érica Cavadas, 8.º E

32

Vaidade envenenada

Um belo dia, uma menina chamada Branca de Neve foi a uma entrevista de emprego
numa empresa de contabilidade

Tendo chegado ao local, aguardou para ser ouvida pela sua possível chefe. De segui-
da, foi chamada ao escritório onde realizou a sua entrevista de emprego.

No final, Branca de Neve dirigiu-se ao seu carro para ir para casa, com um sentimen-
to de concretização e com uma leve impressão de que a sua possível chefe teria gosta-
do dela.

No dia seguinte, recebeu a notícia que tinha sido aceite e, como podemos imaginar,
ficou muito contente. A notícia vinha acompanhada de um elogio: pela sua beleza, pe-
la humildade e serenidade da sua voz, tinha sido a escolhida.

No seu primeiro dia de trabalho, foi apresentada aos seus colegas. No meio de to-
dos, sobressaiu uma mulher chamada Raquel, que até àquele momento seria a empre-
gada mais bela que aquela empresa tinha, porém chegou Branca de Neve, que tinha
uma beleza inimaginável, o que provocou a inveja de Raquel.

Branca de Neve, dia a dia, ia observando que Raquel a olhava de lado, mal sabia ela
que isto seria o seu maior pesadelo.

Certo dia, Raquel tentou envenenar Branca de Neve, misturando veneno para ratos
na sua bebida, pois não gostava nada de ser a jovem recém-contratada o centro das
atenções. Pouco depois, Branca de Neve começou a sentir-se mal e, se não fosse o seu
colega João, já não estaria viva, pois ele chamou de imediato o 112.

Mais tarde, Raquel assumiu as culpas dizendo que tinha sido ela a envenenar a cole-
ga, o que levou à sua suspensão definitiva daquela empresa e ao fim da sua carreira
profissional como contabilista.

No final de tudo, Branca de Neve perdoou a sua colega e Raquel ficou arrependida
de ter colocado a vaidade acima da sua vida.

(texto inspirado no conto “Branca de Neve”)

Tiago Rocha, 9.º D

33

O Capuchinho Vermelho, 6.º B

Matilde Cruz Daniela Duarte

Henrique Matias Francisco Pereira

Victor Fialho Ana Neves

34

Diogo Malhão Leonor Mósca

Paula Gaspar André Serra

Sofia Pereira Gonçalo Cera

35

A aposta

Num certo dia, no posto de gasolina, encontrava-se um homem com seu belo e potente car-
ro. À sua direita, estava uma rapariga com uma motorizada. Aquele ridicularizou-a.

A rapariga, muito zangada, propôs-lhe um desafio:
– Aposto a minha mota, em como lhe ganho numa corrida.
O homem, pensando que tal era impossível, aceitou o desafio.
– Muito bem! E eu aposto o meu carro!
– Apesar do seu carro ser veloz como o vento, vou ganhar-lhe nesta corrida! – exclamou a ra-
pariga.
A rapariga, então, pediu ao avô que escolhesse o percurso e fosse o árbitro da corrida, pois
em tempos fora piloto de carros de rali. No sábado à tarde, tal como combinado, encontraram-
se e partiram juntos.
A rapariga começou a andar com a sua mota na velocidade máxima, nunca parando pelo ca-
minho, direta até à meta. O homem partiu veloz, a 250 Km /hora, mas pouco depois parou pa-
ra colocar combustível. Quando voltou à corrida, sentiu um ronco na barriga. Decidiu, por isso,
ir petiscar ao restaurante, mais perto da zona, convencido de que conseguiria recuperar o tem-
po. Acabou de comer e retomou a corrida.
Na meta já se encontrava a rapariga que tinha ganho a aposta: lá estava ela com a sua mota
a festejar com o seu avô.
O homem assumiu a sua derrota e entregou-lhe o carro como o combinado na aposta, mas, a
rapariga, como era humilde, não aceitou. A partir daí nasceu uma grande amizade entre os
dois.

(texto inspirado na fábula “A lebre e a tartaruga”)

Lucas Jacinto, Tiago Cardoso e Tiago Oliveira, 8.º E

36

A vaidade nas escolas

Era uma vez uma menina chamada Clara. Frequentava o oitavo ano e era extremamente tí-
mida. Ficava sempre no seu canto e não se integrava na turma. Vanessa, por seu turno, era a
riquinha da escola, toda a gente a conhecia, usava roupas caras e ia ao cabeleireiro três vezes
por semana.

Certo dia, a Vanessa humilhou a Clara, empurrou-a para o chão, insultando-a e gozando com
as roupas dela. A Clara começou a correr e trancou-se na casa de banho a chorar.

Uma semana depois, a Vanessa estava na aula e não tinha feito o trabalho de português. A
Clara disse-lhe que a podia ajudar, mas a rapariga vaidosa respondeu:

- Achas mesmo que vou querer a tua ajuda?
A Clara tentou, mesmo assim, ajudá-la, mas a Vanessa estava constantemente a humilhá-la.
Mas um dia, a Vanessa caiu em frente de toda a gente e quem a foi ajudar, mais uma vez, foi a
Clara! A orgulhosa rapariga ficou-lhe grata, perdendo, finalmente, a sua vaidade e maldade,
que se transformou em bondade e humildade. Ficaram amigas e nunca mais se largaram.
Devemos dar mais valor à humildade perante os outros e rejeitar a maldade e a vaidade.

(texto inspirado no conto “Branca de Neve”)

Ana Gonçalves, 9.º D

37

A cortina da vaidade

Era uma vez, no século XXI, um jovem chamado José, bruxo e maligno, que era muito vaido-
so e também muito mau. Vivia no seu reino, cercado de guardas e calabouços, para que nin-
guém nunca entrasse nos seus aposentos, nem mesmo os próprios guardas.

Todos os dias, José perguntava à sua cortina quem era mais belo que ele, pois era extrava-
gantemente vaidoso e achava-se lindo. E a cortina sempre lhe respondia que era ele o mais be-
lo jovem sobre a Terra.

Mas um dia, quando José fez a pergunta habitual, a cortina, surpreendentemente, respon-
deu que existia alguém mais belo do que ele: um jovem elegante chamado Joaquim. Furioso,
José imediatamente ordenou a metade dos seus guardas que o procurassem e matassem o mais
rápido possível. Só que dois dos guardas eram amigos de Joaquim e, para o salvarem, apressa-
ram-se a ir ao seu encontro. Queriam avisá-lo de que estava a ser perseguido.

Nesse mesmo dia à noite, enviados por Joaquim, os guardas começaram a busca. Entretanto,
já os amigos de Joaquim lhe explicavam toda a situação. Ficou muito surpreendido, sentou-se
numa cadeira e ficou a pensar, durante alguns minutos, naquilo que poderia fazer. Decidiu ir
falar com o bruxo para os dois chegarem a um acordo e tentar ensinar-lhe o valor da humilda-
de. Era a única coisa que poderia fazer, porque acreditava que só com o amor e a amizade é
que se resolvem as coisas.

A meio da conversa, Joaquim e os seus dois amigos olharam pela janela e avistaram uma
enorme quantidade de guardas na direção deles. Então, escaparam por uma escotilha subterrâ-
nea que Joaquim tinha, a qual, por sorte dava diretamente aos aposentos de José. Joaquim ha-
via construído essa passagem, anos atrás, durante uma guerra.

Quando chegaram aos aposentos de José, este ficou muito admirado e furioso. Mas Joaquim
conversou amigavelmente com ele e acabaram por se entender, porque é só com amor que se
resolvem as coisas e houve paz entre os dois.

(texto inspirado no conto “Branca de Neve”)

Marcos Rosas, 9.ºD

38

Os guardas dos animais

Certo dia, um homem rico, que estava a apreciar a vista, na sua grande mansão, sentiu um
aperto no coração.

Um pobre bateu-lhe à porta, mas, como ninguém respondia, entrou na casa e encontrou o
homem rico desamparado no chão.

- Se conseguires guardar o meu zoológico inteiro durante uma semana, ficas com a minha
fortuna - disse o homem rico com uma voz apagada. Segundos depois, morreu.

Para apanhar o autocarro, o mendigo tirou algum dinheiro do bolso do homem rico. Quando
chegou ao Jardim Zoológico, ficou maravilhado com a diversidade de animais que lá havia.

Nos primeiros sete dias e seis noites, correu tudo bem, mas, na última noite, os animais es-
tavam a fazer vários roncos, como se algo os estivesse a perturbar. Passados uns minutos, apa-
receram ladrões para os roubar, mas os guardas estavam treinados para qualquer roubo no jar-
dim zoológico e detiveram os ladrões.

Quando amanheceu, o mendigo recebeu a fortuna e, em primeiro lugar, partilhou o dinheiro
com os pobres. De seguida, foi viver para casa do homem rico.

E assim viveu feliz para sempre.
(texto inspirado no conto “Os guardas das sepulturas”)

Bernardo Bento, Hugo Ribeiro, Isac Dourado e Santiago Calisto, 6.º A

39

40

Rapunzel

Era uma vez um casal que queria muito ter um filho, mas não tinha condições financeiras e
a casa era pequena e velha.

Passaram-se os anos e, acidentalmente, tiveram uma filha e a quem deram o nome de Ra-
punzel. Como eles não tinham possibilidades de a criar, tiveram de a mandar para um orfana-
to. Ficaram muito tristes, mas era a melhor opção.

Poucos anos depois, uma agricultora já idosa adotou-a e prendeu-a num prédio abandona-
do, muito alto e isolado.

Rapunzel cresceu e tornou-se uma menina doce e linda, de cabelos finos e louros e olhos
tão claros como o céu. A rapariga não se sentia feliz, pois estava quase sempre sozinha, a lim-
par a casa e a cozinhar, porque a velha estava a maior parte do tempo nos campos.

Certo dia, um empresário rico, que se encontrava em viagem de negócios, teve de parar,
pois estava sem gasolina. Parou em frente ao prédio onde Rapunzel estava a chorar, farta da-
quela vida solitária. O homem viu-a e decidiu ir buscar o escadote da velha para subir à janela,
pois queria conversar com ela. Depois desse dia, começou e visitá-la todos os dias. Ambos per-
ceberam que estavam apaixonados.

Passado algum tempo, a agricultora descobriu o romance dos dois e, para a castigar, man-
dou-a para a China.

O empresário, muito preocupado por não a encontrar, entrou em contacto com a polícia,
mas, enquanto ajudava nas buscas, teve um acidente de carro, partiu a cabeça e ficou com
amnésia.

Na China, Rapunzel conheceu um homem que a ajudou a fugir e a regressar ao seu país.
Quando chegou, soube que tinha sido dada como desaparecida e que o amado tinha sofrido um
acidente de carro e que estava no hospital.

A rapariga foi ao hospital ver se o namorado já estava melhor. Ao princípio, ele não a reco-
nheceu, mas, com o passar dos dias, lembrou-se dela e também de onde vivia a agricultora.
Então, aconselhou Rapunzel a denunciar a agricultora à polícia. Ela assim fez e a agricultora foi
presa por maus-tratos a menores.

No fim desta loucura toda, a Rapunzel e o empresário casaram-se e tiveram um lindo par
de gémeos.

Ana Ferreira, Estela Henriques, Lucas Pereira, Matilde Simões, 6.º D

41

A rapariga desaparecida

Numa noite nevosa e fria, numa grande cidade, a melhor amiga de um belo rapaz desapare-
ceu. Os pais dela suspeitaram que ela tinha ido para a casa do seu melhor amigo e ligaram-lhe.
Ela não estava com ele, pelo que este foi à sua procura na cidade, mas, ao fim de algum tem-
po, desistiu.

Enquanto isso, algo acontecera na sua residência: uma rapariga viu uma casa com luzes ace-
sas e bateu à porta, para procurar ajuda. Foram os tios do rapaz que lhe tinham aberto a por-
ta, pois aquela era a sua casa.

Mas em que estado a menina estava! Tinha as botas cheias de neve e o cabelo encharcado.
Ela disse-lhes que estava cansada e cheia de frio e perguntou-lhes se podia lá passar a noite.
Eles ajudaram-na: aconchegaram-na com uma manta quente e encaminharam-na para o quarto
de hóspedes.

Ela tinha perdido a memória, mas, mesmo assim, achava que já tinha estado naquela pe-
quena casa e perguntou aos senhores que a tinham acolhido se a conheciam. Eles repararam

que aquela cara não lhes era estranha e, agora que ela estava seca e penteada, reconheceram-
na. Nesse momento, o rapaz entrou em casa. Ele reconheceu-a, mas não tinha a certeza se ela
era a sua melhor amiga, pois podia ser alguém disfarçado. Pensaram bem no assunto e iriam
testá-la no dia seguinte, porque estava a ficar tarde. Fecharam todas as janelas e a porta e fo-
ram dormir.

No dia seguinte, ela responderia a várias questões sobre eles e, se ela conseguisse passar
por tudo, era a verdadeira melhor amiga dele. As provas foram as seguintes: continuar a cantar
uma música que eles tinham inventado juntos; perguntar sobre as suas aventuras juntos e, por
fim, reconhecer um quadro da Mona Lisa que eles tinham feito juntos. Ela conseguiu superar
todos os desafios, logo, era a sua melhor amiga.

42

De repente, ela lembrou-se de tudo o que tinha esquecido. Chamaram os pais dela, conta-
ram-lhes o que tinha acontecido e ela voltou para a sua casa. Os pais ficaram muito agradeci-
dos por a terem ajudado.

(texto inspirado no conto “A princesa e a ervilha”)

Ana Ferreira, Estela Henriques, Lucas Pereira e Matilde Simões, 6.º D

43

A Formiga e o Cão

Numa bela tarde de inverno, na quinta da família Costa, estava a decorrer uma grande festa
de aniversário no jardim, onde havia muita comida. Fazia parte desta família um cão chamado
Snoopy, que era enorme e, por isso, sentia-se superior e muito vaidoso. Não fazendo parte da
família, apareceu a Miga, uma formiga que andava à procura de comida.

O pequeno inseto reparou que nesta festa comida não faltava. Por isso, decidiu tentar arran-
jar restos que as pessoas iam deixando cair para o chão. Foi apanhando e levando para a sua
toca, que ficava numa árvore. Snoopy apercebeu-se de que a formiga estava a transportar co-
mida e foi ter com ela. Como era um cão muito grande, fingiu que precisava de comida para
não adoecer. Miga, que era inocente e humilde, deu-lhe uns pedaços da sua comida para ele se
alimentar, até que acabou o alimento. Snoopy ainda quis obrigá-la a ir buscar mais comida,
mas Miga, como castigo e com coragem, não o fez e disse-lhe:

- Se queres mais, vai buscar tu, pois perdi o meu alimento graças à tua gula!
E assim foi: Snoopy teve mesmo de ir. Com este texto, é valorizada a humildade da formiga
que deixou de comer para lhe dar, mas também a força com que enfrentou a superioridade e a
arrogância do cão.

(texto inspirado na fábula “O corvo e a raposa”)

Camila Gomes, 9.º D

44

Conselho amigo

Era uma vez um casal que esperava ansiosamente pelo nascimento dos seus dois filhos gé-
meos. Numa manhã radiante, o grande momento tinha chegado. Os gémeos nasceram. Um ti-
nha os olhos azuis e um cabelo muito loirinho e foi chamado de Vicente. Já o seu irmão Paulo
nasceu com peso a mais, tinha os olhos verdes e o seu cabelo era preto. Este era muito dife-
rente do seu irmão e nem pareciam gémeos.

Os irmãos cresceram e cada vez foram-se notando mais diferenças, sendo cada vez mais co-
mentadas na aldeia. Na verdade, as diferenças destes irmãos chamavam a atenção de toda a
gente e, sempre que toda a família passeava, havia comentários sobre os gémeos por serem
tão diferentes. Diziam: “Nunca vi um menino assim!”, “O seu filho não terá nascido com algum
problema?”, “A quem sai ele? Não é nada parecido com o resto da família”.

Na escola, o Paulo sofria muito de bullying, por ter excesso de peso e por ser mais feio do
que o seu irmão. Ele era muito reservado e andava sempre triste. Já o irmão era muito popu-
lar.

À medida que os dias iam passando, o Paulo ia ouvindo cada vez mais comentários maldosos
sobre o seu corpo e a sua aparência. Até que, certo dia, o Paulo tomou uma decisão: fugir de
casa, pois estava farto de ser criticado por todo o lado que passava. Sentindo-se muito triste e
sozinho, decidiu fazer a sua mochila e seguir até à floresta. Disse para si próprio: “Vou viver
aqui longe de tudo e de todos”.

O Paulo continuava a sentir-se sozinho, mas pelo menos ali ninguém lhe dizia coisas desagra-
dáveis. Numa bela tarde, resolveu dar um passeio para aliviar as ideias e encontrou um rapaz
que estava a explorar a floresta. Estiveram os dois a conversar e a conhecerem-se melhor, sem
nunca haver um comentário negativo por parte deste novo amigo.

Foram os dois caminhar pela floresta e a partilhar as suas histórias de vida, tendo o Paulo
referido que tinha sofrido de bullying na escola. Todos o comparavam ao seu irmão gémeo,
sentindo-se a pessoa mais feia do mundo. Foi, então, que o seu amigo, o Fred, decidiu ajudá-lo
e fez-lhe uma proposta: “A partir de agora vais cuidar de ti. Tens de começar a praticar des-
porto comigo e aprender a ter uma alimentação mais saudável. Terás, ainda, de aprender a
gostar de ti e de ser mais otimista”.

Depois disto, o Paulo decidiu voltar para casa e ficar junto da sua família. Quando chegou,
foi recebido em lágrimas, pois os familiares andavam desesperados à sua procura. Nesse mo-
mento, ele percebeu que todos se preocupavam consigo, inclusivamente, o seu irmão.

Semanas mais tarde, depois de seguir os conselhos do seu amigo Fred, ganhou coragem para
voltar à escola. Nesse dia, muitos colegas não o reconheceram e, quando se aperceberam que
era ele, começaram a elogiar a sua mudança. Alguns chegaram, mesmo, a pedir-lhe desculpa
por aquilo que tinham dito.

O Paulo percebeu o quanto poderia ser feliz, sendo que esta felicidade dependia da forma
como se começou a valorizar e a cuidar de si próprio. Percebeu que os comentários dos outros
não poderiam ser mais importantes do que a sua determinação e autoestima.

Anos mais tarde, decidiu contar a sua história a outros jovens que tinham problemas de obe-
sidade e de depressão. O seu lema era que somos todos importantes e que a beleza depende da
forma como cuidamos de nós mesmos.

(texto inspirado no conto “O patinho feio”)

Lucas Figueiredo e Salomé Espírito Santo, 8.º E

45

VerO Capuchinho

Gabriel Pinto Isa Maia Carolina Silva

Guilherme Monteiro Tiago Santos

46

rmelho, 6.º F

Mariana Gomes Tomás Miranda Rafael Martins

Miguel Cordeiro

Tiago Almeida

47

AUTORES

 A Criadita, Turma 3.º ano Ançã (texto)

 Queda depois da queda, Maria Padilha, 8.º C (texto) | Margarida Porto, 8.º C (ilustração)

 Capuchinho Vermelho, Maria Ramos, Omarlys, Diana, Maria Luz e Rodrigo 6.º D (ilustrações)

 Dois irmãos, Rúben Silva, 9.º D (texto)

 Vítor e Joel, Afonso Garrido, 9.º D (texto)

 Hansel e Gretel, Gabriela Cruz, Inês Inácio, Inês Silva e Luiz de Oliveira, 6.º A (texto) | Maria Iná-
cio, Luz de Oliveira e Margarida Santos, 6.º A (ilustrações)

 Capuchinho Vermelho, Ana Oliveira, 6.º A (ilustração) e ilustração coletiva

 A menina dos chás, Filipa Anciães, Eva Dias e Iara Jesus, 7.º D (texto)

 O ladrão e os sete meninos, Leandro Araújo, Lourenço Bento, Pedro Gonçalves e Valter Cabrita,
6.º A (texto) | Pedro Gonçalves, Leandro Araújo e Lourenço Bento, 6.º A (ilustrações)

 Os três irmãos, Bruno Caldeira, Nycolas Leite e Maurício Fernandes, 7.º D (texto)

 A aluna vaidosa, Gonçalo Santos, 9.º D (texto)

 Maria Vitória e os sete agricultores, Afonso Lourenço, Nelly Santos e Tomás Sequeira, 8.º E
(texto)

 Branca de Neve, Afonso Breda, 8.º B (texto)

 A história da Carochinha, Inês Teixeira e Margarida Coimbra, 7.º D (texto)

 A menina que afinal não era feia, Érica Cavadas, 8.º E (texto)

 Vaidade envenenada, Tiago Rocha, 9.º D (texto)

 O Capuchinho Vermelho, Matilde Cruz, Daniela Duarte, Henrique, Francisco, Victor Fialho, Ana
Neves, Diogo Malhão, Leonor Mosca, Paula, André Serra, Sofia, Gonçalo, 6.º B (ilustrações)

 A aposta, Lucas Jacinto, Tiago Cardoso e Tiago Oliveira, 8.º E (texto)

 A vaidade nas escolas, Ana Gonçalves, 9.º D (texto)

 A cortina da vaidade, Marcos Rosas, 9.º D (texto)

 Os guardas dos animais, Bernardo Bento, Hugo Ribeiro, Isac Dourado e Santiago Calisto, 6.º A
(texto) | Bernardo Bento (ilustração)

 Rapunzel, Ana Ferreira, Estela Henriques, Lucas Pereira e Matilde Simões, 6.º D (texto) | Estela
Henriques, Ana Ferreira e Maria silva (ilustrações)

 A rapariga desaparecida, Ana Ferreira, Estela Henriques, Lucas Pereira e Matilde Simões, 6.º D
(texto) | Matilde Santos, Ana Oliveira, Maria Santos (ilustrações)

 A formiga e o cão, Camila Gomes, 9.º D (texto)

 Conselho amigo, Lucas Figueiredo e Salomé Espírito-Santo, 8.º E (texto)

 O Capuchinho Vermelho, Gabriel, Isa Maia, Carolina Silva, Guilherme Monteiro, Tiago Santos, Ma-
riana Gomes, Tomás Miranda, Rafael Martins, Miguel Cordeiro e Tiago Almeida, 6.º F (ilustrações)

48

49

dasHistórias BEMM

50


Click to View FlipBook Version