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Published by Instituto Agronômico de Pernambuco, 2019-07-17 08:59:51

Paisagismo em Pernambuco - Teste

Teste de publicação do livro

Keywords: paisagismo,pernambuco

Paisagismo nas

Caderno 1. Arborização



ISBN 978-85-68889-00-8

Paisagismo nas Academias das Cidades
Caderno 1. Arborização

Recife │ 2016

Este livro foi produzido entre 2014 e 2016. A impressão, encadernação e acabamentos foram realizados na
Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, com tiragem de 1.000 exemplares, impressos sobre papel Couche
Ivory Imune 150gr/m², Papel Triplex Imune 250 gr/m² para a capa.

Imagens da capa – Marcelo Bione

PAULO HENRIQUE SARAIVA CÂMARA

Governador de Pernambuco

ANDRÉ CARLOS ALVES DE PAULA NILTON DA MOTA FILHO

Secretário das Cidades Secretário de Agricultura e
Reforma Agrária
RUI ROCHA
GABRIEL ALVES MACIEL
Secretário Executivo de Projetos Especiais
Diretor Presidente - IPA
CRISTINA MONTENEGRO
ANTONIO RAIMUNDO DE SOUSA
Superintendente de Gestão
Diretor de Pesquisa e
EMIR MENESES Desenvolvimento - IPA

Diretor Geral de Projetos e Obras



Paisagismo nas

Caderno 1. Arborização

Marcelo Mara Bione
Fernando Antônio Távora Gallindo

Recife, PE
2016

Comitê Editorial

Presidente: Múcio de Barros Wandeley
Membros: Carlos Henrique Madeiros Castelletti, João Emmanoel Fernandes Bezerra, Antônio Raimundo de Souza,
Fernando Antônio Távora Gallindo, Vanildo Alberto Leal Bezerra Cavalcanti, Ana Paula Gomes da Silva, Rizelda Regadas
de Carvalho

Normalização bibliográfica: Almira Almeida de Souza Galdino
Diagramação e Arte: O Norte - Oficina de Criação e Marcelo Bione
Revisor de Texto: Fernando Antônio Távora Gallindo e Marcelo Mara Bione

1ª Edição
1ª Impressão (2016): 1000 exemplares

Todos os direitos reservados.

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
Secretaria das Cidades de Pernambuco - SECID | Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA

________________________________________________________________________________________________

B615p Bione, Marcelo Mara
Paisagismo nas Academias das Cidades: arborização / Marcelo Mara Bione, Fernando Antônio

Távora Gallindo. - Recife: Secretaria das Cidades de Pernambuco - SECID/ Instituto Agronômico de
Pernambuco - IPA, 2016.

(224)p. (SECID/IPA. Caderno, 1).

ISBN 978-85-68889-00-8

1. Áreas públicas - Planejamento - Projetos. 2. Espaços públicos - Arborização. 3. Patrimônio vegetal -
Toponímia botânica - Cultura . 4. Academia das Cidades - Programa. 5. Praças - Espaço cultural.
6. Formação cidadã - Ações. 7. Equipamentos públicos - Saúde - Lazer. I. Título. II. Série.

_______________________________________________________________________________________C_D__D_6_3_5_._9_
© SECID 2016

Ceiba glaziovii As Árvores
Barriguda
Arnaldo Antunes

As árvores são fáceis de achar
Ficam plantadas no chão
Mamam do céu pelas folhas
E pela terra
Também bebem água
Cantam no vento
E recebem a chuva de galhos abertos
Há as que dão frutas
E as que dão frutos

As de copa larga
E as que habitam esquilos
As que chovem depois da chuva
As cabeludas, as mais jovens mudas
As árvores ficam paradas
Uma a uma enfileiradas
Na alameda
Crescem pra cima como as pessoas
Mas nunca se deitam
O céu aceitam
Crescem como as pessoas
Mas não são soltas nos passos

São maiores, mas
Ocupam menos espaço
Árvore da vida
Árvore querida
Perdão pelo coração
Que eu desenhei em você
Com o nome do meu amor.

Agradecimentos

Agradecemos aos gestores da Secretaria das Cidades de Pernambuco - SECID, nas pessoas de André de
Paula, Evandro Avelar, Danilo Cabral, Anchieta Patriota, Sílvio Bompastor, Alexandre Chacon e, em espe-
cial, a Roberto Salomão, que acreditaram e reconheceram a importância desse estudo, estimulando a
plena realização do trabalho, que foi levado a cabo, na maior parte do tempo, nas dependências do
Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA. Agradecemos, também, pela parceria firmada com os
gestores e pesquisadores do IPA ao longo dos trabalhos. Especial reconhecimento pela grandiosa ajuda
prestada pelas botânicas Rita de Cássia de Araújo Pereira e Ana Luíza dú Bocage Neta na elaboração da
listagem inicial das espécies vegetais e um destacado agradecimento ao botânico Fernando Antônio
Távora Gallindo que, com seu mergulho na elaboração desse estudo, passou a integrar o corpo autoral
dessa publicação. Ao pessoal da Biblioteca do IPA, Carmem Lúcia e Almira Galdino, pela paciência em
nos acolher nos dias em que necessitamos prolongar nossas atividades nas dependências desse Institu-
to. À Associação Plantas do Nordeste- APNE e ao Centro Nordestino de Investigação sobre Plantas-
CNIP, pelas imagens gentilmente cedidas. Destaques especiais a Luiz Alves de Siqueira (Luiz de Joel-
Carnaíba, PE); Eugênio Arantes de Melo (Árvores do Brasil- Ipatinga, MG); Egberto Araújo (Universidade
Federal da Paraíba); Rosilândia Melo (Rosa da Caatinga- PI); José Veiga (Flora Gerais- Penápolis, SP) e
Manoel Américo Fonseca (Estação Experimental de Itapirema, PE); Luiz Gonzaga Bione Ferraz, José de
Paula Oliveira, Ivan Ferraz, Júlio Oliveira, José Alves Tavares, Mina Karasawa, Juvenal Martins Gomes e
Vital Artur (técnicos do IPA) e a Simone Miranda (ProRural, PE), pelas fotos e sugestões disponibilizadas.
Nossos agradecimentos a Ladvânia Nascimento (Jardim Botânico do Recife-PCR) e às colegas Catarina
Dourado e Gabrielle Melo (SECID, PE), que contribuíram com suas considerações, ajudando ainda mais
na consolidação deste Livro. Aos colegas Mateus Brainer, Ricardo Ramos, Tereza Cristina, Rosaline
Paixão, Maurílio Arruda, Karla Araújo, Sthefany Sobral, Antônio Santos (SECID, PE). A Márcia Branco,
Robério Luna (ProRural, PE), Jorge Araújo (Geografia - UPE) e Flávia Vilar, pela gentileza e o interesse,
tecendo considerações valiosas de forma a enriquecer esta obra. Em que pese a importância de todas
essas contribuições, o texto final é de nossa total responsabilidade.

Marcelo Mara Bione
Arquiteto Paisagista (SECID)

Fernando Antônio Távora Gallindo
Engº. Agrônomo/Botânico (IPA)



Apresentação

As cidades brasileiras, em sua grande maioria, não estabelecem uma prática de planejamento urbano
com um olhar socioambiental e cultural para seus espaços públicos, haja vista que suas praças e lugares
de recreação e lazer não possuem critérios para a utilização de espécies vegetais, principalmente se
levadas em conta as questões de conforto térmico, atratividade e identidade com a cultura local.
A publicação ora apresentada traz um conjunto de informações técnicas e científicas necessárias para a
concepção, a elaboração e a implantação de projetos de paisagismo com foco na arborização,
contemplando os aspectos de conforto ambiental, vegetação nativa e elementos socioculturais de cada
município, potencializando o desenvolvimento local.
A Secretaria das Cidades de Pernambuco – SECID, em parceria com o Instituto Agronômico de
Pernambuco – IPA, empreendeu a elaboração de uma obra que contemplasse esses aspectos, tendo
como fruto dessa parceria o livro “Paisagismo nas Academias das Cidades: caderno 1. Arborização”. A
obra teve como objetivo trazer para o Programa Academia das Cidades da Secretaria das Cidades de
Pernambuco o aperfeiçoamento e a requalificação de um importante equipamento público de cultura e
lazer, programa estadual exitoso e que vem sendo aprimorado, servindo de modelo para o Programa
Nacional “Academia da Saúde”, do Ministério da Saúde do Governo Federal.
O aprimoramento e a requalificação das Academias das Cidades são objetos dessa publicação, pois o
bom desempenho das atividades exercidas nas mesmas exige um olhar que contemple também
aspectos de Paisagismo, Arborização e Paginação, esse último compreendido como “tratamento estético
dado aos pisos e/ou paredes por meio de desenhos, tramas e cores que personalizam os espaços,
trazendo mais atratividade, integração, personalidade e identidade cultural ao lugar”. Tais parâmetros
ainda são utilizados de forma incipiente no planejamento das Academias, tal como no caso da
arborização, cujo planejamento nem sempre considera de forma efetiva a insolação excessiva,
decorrente da ausência de vegetação, condicionando as atividades apenas aos horários de temperaturas
mais amenas.

Por fim, entendemos que a obra aqui apresentada será de importância ímpar para nosso estado e região,
ao revelar os elementos necessários para um bom projeto paisagístico, com qualidade ambiental
relevante, levando em conta a diminuição das ilhas de calor, armazenamento de água no subsolo,
aumento da umidade do ar no ambiente urbano, filtragem de poeiras e gases tóxicos, bloqueio de
poluição sonora, abrigo de fauna e biodiversidade nativas, educação ambiental e lazer para os cidadãos
usuários desse equipamento público por excelência, reforçando o compromisso do governo estadual em
investir nos aspectos social, ambiental e cultural de nossa região, priorizando as comunidades mais
vulneráveis e as peculiaridades locais..

André Carlos Alves de Paula
Secretário das Cidades de Pernambuco
Gabriel Alves Maciel
Presidente do Instituto Agrônomo de Pernambuco



Sumário

17 Introdução
18 Arborização - o que se propõe
19 Parâmetros a serem considerados
20 Canteiro cultural
21 Referências práticas
22 Projeto
23 Projeto paisagístico
25 Estudo de insolação
26 Solo
27 Água
28 Vegetação
29 Mapa da vegetação natural do estado
30 Vegetação nativa e exótica
31 Nomes populares e científicos dos vegetais
32 Toponímia botânica
34 Tabela Topônimos botânicos
44 Topônimos botânicos
82 Tabela Arbóreas
96 Arbóreas
136 Tabela Arbustivas e Subarbustivas
146 Arbustivas e Subarbustivas
174 Tabela Herbáceas
180 Herbáceas
194 Informações técnicas- plantio e manejo
206 Considerações finais- ações estratégicas
212 Glossário
220 Referências



17 Introdução

Introdução

As cidades brasileiras, em sua grande maioria, não estabelecem uma prática de planejamento urbano
com um olhar socioambiental e cultural para seus espaços públicos, haja vista suas praças e lugares de
recreação e lazer, sem critérios para a utilização de espécies vegetais e sem qualquer atratividade e
identidade com a cultura local.
A arborização das Academias das Cidades não foge desse “lugar comum”. Tem ocorrido de forma pouco
criteriosa, desconsiderando aspectos socioambientais significativos para a preservação da identidade
cultural, bem como das espécies nativas (flora e fauna), quando da permanência dos usuários nesses
equipamentos.
Diferentemente, esta Obra visa a incentivar uma prática de estímulo à cultura local, com uma abordagem
que prioriza a utilização da vegetação nativa nesses espaços, a exemplo do enfoque dispensado às
toponímias botânicas4. Os elementos socioculturais e ambientais agregam às Academias, além de seus
objetivos específicos relacionados a saúde, recreação e lazer, o conforto térmico, as atividades
educativas e turísticas.
Nessa perspectiva, este documento vem ao encontro dos anseios de uma sociedade carente de projetos
que busquem potencializar elementos pitorescos, significativos e representativos para a comunidade
que frequenta esses espaços.
A publicação servirá de base para a orientação de gestores públicos na elaboração de projetos
pertinentes, tanto municipais quanto da equipe técnica do Programa Academia das Cidades, programa
de responsabilidade da Secretaria das Cidades de Pernambuco.

4 Toponímia botânica – termo utilizado para designar uma determinada espécie vegetal que, de forma direta ou indireta, está
associada à origem do nome de um ou mais municípios. (ver pág. 28)

Introdução 18

Arborização

O que se propõe

1.Utilização de espécies nativas – priorizar a vegetação nativa, com ênfase na utilização de espécies
arbóreas, arbustivas e herbáceas, dando um caráter de educação ambiental e valorização patrimônio
vegetal regional.
2. Utilização da Taxa de Solo Natural (TSN) – reservar, respeitando a legislação local, um percentual a
partir de 30% (trinta por cento) do espaço total da Academia, mantendo-se essa área livre de qualquer
edificação ou pavimentação drenante.
3. Construção de canteiros culturais – fazer recortes de conjuntos de vegetais arbustivos e herbáceos
de interesse local (plantas produtoras de flores, aromáticas e medicinais) em canteiros projetados para
esse fim, reforçando-se o caráter turístico e de educação ambiental nas Academias.
OBS: será utilizada sinalização com placas informativas indicando o nome popular e científico dos
vegetais, também em braille.

Imagem | Paisagismo do Parque da Macaxeira - NTOU/Secid

19 Introdução

Parâmetros

1. Indicativo mínimo de 30% de solo natural da área total da Academia, levando-se em conta a
legislação municipal existente, distribuídos de forma homogênea em toda sua extensão, buscando-se
facilitar a distribuição da vegetação;
2. Estudo de insolação para a área, levando-se em conta as áreas a serem sombreadas, justificando-se
o posicionamento e o quantitativo da vegetação escolhida, com base na listagem das espécies deste
Manual;
3. Escolha das espécies por meio de consulta às tabelas (arbóreas, arbustivas e herbáceas), devendo-se
priorizar inicialmente aquelas que proporcionam maior sombreamento. Em caso especial (sujeito a
aprovação) poderão ser indicadas espécies não constantes das tabelas supracitadas;
4. Obrigatoriedade da utilização da toponímia botânica. A espécie deverá ser posicionada em
destaque privilegiado, sendo tratada como se fosse uma escultura viva;
5. Deverá ser sinalizada com seu nome popular e científico ao menos um exemplar de cada espécie
vegetal utilizada na Academia;
6. Apenas os canteiros culturais poderão utilizar espécies fora das tabelas, visto que as arbustivas e
herbáceas de caráter medicinal, aromático e floral listadas têm abrangência regional, abrindo assim a
possibilidade de sugestões locais;
7. Recomenda-se que os agentes municipais não excluam nenhuma arbórea ou arbustiva de grande
porte pré-existente e consolidada no local sem a devida justificativa, visto o intuito de se priorizar a
incorporação das mesmas ao projeto da Academia. A justificativa deverá ser a partir de um laudo técnico
fitossanitário (executado por técnico do IPA ou por outro técnico habilitado), avaliando-se a sanidade do
vegetal com o objetivo de mantê-lo ou suprimi-lo;
8. Deverão ser levantadas todas as infraestruturas existentes na área que possam interferir na
proposta paisagística, tais como instalações subterrâneas (esgotos, galerias pluviais, telefônicas,
elétricas), instalações elétricas aéreas, telefones públicos, placas de sinalização viária/trânsito, dentre
outras, e vice-versa.

Introdução 20

Canteiros Culturais

Os canteiros culturais trazem para a Academia das Cidades um atrativo turístico-cultural de plantas
arbustivas e herbáceas de tradição local. Representa uma expressão singular do município,
apresentando aos usuários da Academia as espécies significativas da paisagem e da cultura locais.

O que se propõe

Construção de canteiros de
dimensões variadas,
considerando-se o acervo
arbustivo e herbáceo composto
por espécies aromáticas, florais
e medicinais representativas da
região, consolidando, assim, as
Academias como um espaço
turístico-cultural para a cidade.

Imagens
Marcelo Bione

21 Introdução

Referência Prática

Academia das Cidades do bairro de Jardim São Paulo – Recife, implantada em 2002, com diversas
espécies arbóreas nativas e exóticas: pau-brasil, sucupira, jambeiro-do-pará e tamarindo, dentre outras.
Constitui-se num exemplo de qualidade e de conforto ambiental, trazendo referências positivas para as
Academias

Imagens | Marcelo Bione

Projeto

23 Projeto

Projeto Paisagístico

“O plantio de árvores no desenho
urbano deve ser planejado dando-se
especial atenção aos aspectos culturais e
da memória da cidade, harmonizando-os
com as necessidades ecológicas e de
preservação da diversidade biológica”
(São Paulo, s.d.).

Imagem | Paisagismo do
Parque da Macaxeira - NTOU/Secid

Princípios

Integrar o projeto a ser proposto com a vegetação existente, expressiva e consolidada, com o intuito
de preservar a identidade local, levando-se em consideração a formas de usos já exploradas na área,
principalmente se esses usos forem de lazer esportivo, recreativo e/ou cultural.
De acordo com um estudo básico de insolação na área da academia serão escolhidas as espécies
vegetais, locando-as de forma criteriosa, definindo-se as massas de vegetação para tornar o espaço
aconchegante, com ambiência de conforto e de qualidade cenográfica, levando-se em conta os
elementos estéticos e plantas que irão embelezar o espaço.
A avaliação das informações geradas, assim como dos demais aspectos técnicos, estéticos, econômicos
e até mesmo psicológicos, evitará surpresas na implantação. Nessa avaliação a equipe buscará integrar
o trabalho paisagístico à arquitetura local, valorizando as formas e os espaços existentes.
O anteprojeto é elaborado a partir dos mobiliários e equipamentos definidos no padrão das Academias
das Cidades, com uma dimensão mínima de área a ser ocupada pela Academia de 3.000 (três mil) m²
(ver Recomendações Técnicas Projetuais do Programa Academia das Cidades – Secid/PE).

Projeto 24

Todo projeto de paisagismo deverá respeitar os valores culturais, ambientais e históricos do
município. Também deverá proporcionar conforto para os usuários, abrigo e alimento para a fauna,
resgate e valorização do patrimônio vegetal e florístico da região, potencializar o caráter turístico das
Academias, diminuir a poluição (sonora e atmosférica), amenizar a insolação, aumentar a
permeabilidade do solo, melhorar as condições de permanência do usuário a partir da valorização da
cultura local e da paisagem urbana.
O projeto executivo da Academia deve conter a locação e a especificação das espécies vegetais a serem
utilizadas, justificadas com um estudo básico de insolação da área projetada e levando-se em conta
a lista das espécies indicadas (nativas e exóticas), específica para cada região/município, conforme
sugerida pela SECID/IPA (ver tabelas).
Os municípios conveniados deverão atender às exigências dos parâmetros de Paisagismo, conforme
descrito nesta publicação, para a concepção e elaboração do projeto a ser aprovado pela equipe técnica
da Secretaria das Cidades de Pernambuco- Secid.
Para que sejam evitados conflitos futuros entre as espécies a serem implantadas no local, deve-se
considerar os seguintes aspectos antes da elaboração do projeto paisagístico para as Academias das
Cidades:

1. Levantamento das características físicas ambientais do terreno, analisando-se a vegetação
existente, a insolação, a topografia (planialtimétrica), o padrão arquitetônico edificado e os usos
dos espaços do entorno, o clima, o solo, a permeabilidade, as influências de processos erosivos,
os riscos de deslizamento e inundação etc.
2. Identificação da situação existente do logradouro, mobiliários urbanos subterrâneos e
aéreos (rede de água, esgoto, eletricidade, cabos de fibras óticas, telefones públicos, placas de
sinalização viária/trânsito, entre outros).

25 Projeto

Estudo de Insolação

Imagem | Plano Geral Parque da Macaxeira (NTOU/SECID), Recife, PE

O esquema acima foi elaborado para o Parque da Macaxeira- Recife, onde está contemplada uma
Academia das Cidades. Nele estão expostas as duas variáveis mais importantes que são a trajetória do
sol (nascente-poente) e as direções dos ventos durante o ano. A análise da insolação ajudará no
posicionamento da vegetação, principalmente no período da tarde. Os elementos arquitetônicos do
entorno devem ser analisados como interferência na área.

Projeto 26

Solo

Análise visando à implantação de áreas verdes

A finalidade da análise química do solo para o plantio de espécies de interesse paisagístico é a
verificação da quantidade de nutrientes necessários para seu desenvolvimento, bem como dos níveis
críticos de constituintes químicos prejudiciais aos vegetais ali existentes e a serem introduzidos. Para
tanto, o solo existente no local ou aquele a ser adquirido para sua substituição deverão ser submetidos
a análise.
Para que essa análise produza resultados efetivos é necessário que seja procedida uma correta
amostragem do solo para posterior envio da amostra a um laboratório especializado. A amostragem leva
em conta uma profundidade onde se concentram as raízes responsáveis pela absorção de nutrientes, via
de regra de 0 a 20 cm de profundidade, em variados pontos. Os procedimentos para a coleta do material
a ser analisado são muito simples, mas faz-se necessária a orientação de um agrônomo ou técnico
agrícola para garantir a eficácia do processo. Caso sejam necessários maiores esclarecimentos, pode-se
buscar ajuda junto a um técnico dos escritórios locais do IPA nos municípios de Pernambuco.
Após a coleta, o solo deve ser acondicionado em bolsas plásticas na quantidade de 0,5 a 1,0 kg. As
embalagens devem ser etiquetadas com o nome do interessado, a identificação da área de referência, o
tipo de cultura a ser implantada ou já existente, bem como a idade da cultura ou das plantas de
interesse. Concluídos esses procedimentos, as amostras devem ser enviadas a um dos laboratórios de
análise de solo da rede particular do estado, cujas informações encontram-se disponibilizadas na
Internet.
O Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA também disponibiliza esse tipo de serviço. Para maiores
informações pode-se buscar o auxílio de um técnico nos escritórios locais de assistência técnica e
extensão rural desse Instituto, ou acessar o site www.ipa.br.

27 Projeto

Água

Análise para irrigação visando à implantação de áreas verdes

Os altos teores de sais constituem um dos maiores problemas verificados na água destinada à irrigação.
A excessiva quantidade desses constituintes na água pode afetar o desenvolvimento das plantas, além
de degradar lentamente o solo e poluir os lençóis freáticos.
A qualidade da água de irrigação representa um papel extremamente importante nas regiões semiáridas
(Agreste e Sertão), onde as elevadas taxas de evapotranspiração podem causar altas concentrações de
sais na superfície dos solos, o que pode inviabilizar o cultivo de plantas. A recomendação geral é que a
água de irrigação possua baixos a médios teores de sais, isso é, condutividade elétrica entre 0,6 e 1,7
dS/m.
A análise da qualidade da água deve ser determinada por análises químicas laboratoriais. Para se coletar
uma amostra de água para análise deve-se fazer uso de recipientes de aproximadamente 1,5 a 2,0 litros,
higienizados, preferencialmente de vidro (garrafa) ou embalagens pet (água mineral), que devem estar
limpos e muito bem lavados com a própria água a ser analisada, inclusive a tampa. Não devem ser
utilizados recipientes oriundos de embalagens de produtos químicos ou de refrigerantes.
Deve ser coletado aproximadamente 1,5 L da água a ser analisada, enchendo-se o recipiente até a tampa
e retirando-se todo o ar da garrafa. Faz-se necessária a identificação da amostra com uma etiqueta
resistente ou fazer as anotações com caneta de tinta permanente no próprio recipiente.
O material a ser analisado deve ser enviado, preferencialmente, no mesmo dia em que foi coletado. Caso
isso não seja possível, deve-se manter o recipiente sob refrigeração (não congelar) até o envio, o que
deverá ser procedido o mais breve possível.
O estado de Pernambuco conta com vários laboratórios privados que realizam análises de água para
irrigação, conforme pode ser verificado através de busca na Internet. O Instituto Agronômico de
Pernambuco- IPA também realiza esse tipo de análise. Para maiores informações deve-se procurar um
técnico nos escritórios locais de assistência técnica e extensão rural desse Instituto ou acessar o site
www.ipa.br.

Vegetação

29 Vegetação

Mapa da vegetação natural do estado

Imagem | acervo ITEP

O Mapa fitogeográfico acima foi tomado como base para a distribuição da vegetação indicada para o
Programa Academia das Cidades nesta publicação. Entretanto, houve a necessidade de simplificação das
12 regiões nele citadas, reduzindo-as para cinco macrorregiões fitogeográficas. São elas: Litoral, Mata,
Agreste, Sertão e Brejos de Altitude. Com isso tornou-se mais fácil a indicação e o entendimento da
composição da vegetação nas distintas regiões, o que não altera a essência do conteúdo.

Vegetação 30

Vegetação Nativa e Exôtica

Numa parceria com o Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA, a Secretaria das Cidades de
Pernambuco- Secid identificou espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas, nativas5 e exóticas6, mais
representativas e significativas do estado de Pernambuco, por macrorregião fitogeográfica.
A listagem das espécies vegetais escolhidas (arbóreas, arbustivas e herbáceas) levou em consideração
vários aspectos, priorizando as nativas, em detrimento das exóticas, buscando suas qualidades
funcionais e estéticas, ou seja, a capacidade de sombreamento e de embelezamento, respectivamente.
Foram também consideradas as espécies que proporcionam alimentos para a avifauna, com qualidades
medicinais, aromáticas e de exuberância floral, representativas e significativas das cinco regiões
fitogeográficas de Pernambuco anteriormente citadas.
Iniciou-se a catalogação a partir da associação entre a história do município e uma espécie vegetal, o
que, nesta obra, denominou-se “toponímia botânica”. Um exemplo é o nome do município de Paudalho
– cuja toponímia está associada a um vegetal, sendo derivada de uma árvore secular de grande porte,
que exalava cheiro semelhante ao do alho, outrora existente na margem direita do Rio Capibaribe.
As espécies vegetais foram arranjadas em quatro grupos, conforme exibidos nas respectivas tabelas. O
primeiro está associado às toponímias botânicas diretas e indiretas; o segundo, ao das espécies
arbóreas; o terceiro reúne as arbustivas e subarbustivas, enquanto que as herbáceas foram agrupadas
na última tabela, de forma a guiar os técnicos e projetistas na escolha da composição vegetal a ser
utilizada no paisagismo da Academia das Cidades.

Plantas do Livro de Paisagismo nas Academias das Cidades que constam da Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas
de Extinção- conforme Instrução Normativa do ministério do Meio Ambiente (IN s/n – setembro de 2008):
Myrocrodruon urundeuva Engl. (aroeira-do-sertão);
Schinopsis brasiliensis Engl. (braúna);
Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil).
5 Para efeito dessa publicação espécies nativas são aquelas de origem nacional, regional ou local.
6 Espécies exóticas são aquelas introduzidas de outras nacionalidades.

31 Vegetação

Nomes populares e científicos dos vegetais

O exemplo da árvore símbolo nacional.
Em alguns idiomas, como o inglês, o francês, o alemão e o italiano, a árvore pau-brasil chama-se
"pau-de-pernambuco", devido ao fato de a Zona da Mata pernambucana, à época do Brasil Colônia, ter sido o
local de maior incidência de pau-brasil, com uma qualidade tão superior que regulava o preço no comércio
europeu. (Fonte: Fundação Nacional do Pau-Brasil, com sede em Glória do Goitá, PE).

Pau-brasil, pau-pernambuco ou ibirapitanga (nomes populares)
Caesalpinia echinata Lam. (denominação científica)

As espécies são identificadas por diversos nomes. Esses nomes são de origem popular e científica. A
denominação científica surge a partir da classificação taxonômica7 das espécies, que as identificam,
denominam e registram em caráter universal, sendo a mesma em qualquer parte do mundo. O nome
científico dos vegetais é escrito em latim que, apesar de ser uma língua morta (não mais falada no
dia-a-dia), ainda batiza diversas descobertas da ciência. O primeiro nome de uma espécie diz respeito a
seu gênero, aqui no caso "Caesalpinia"- que na verdade é uma homenagem a um grande médico e
botânico do século XVI- Andrea Cesalpino. O segundo nome se refere a sua espécie. A palavra "echinata"
é a forma latina do adjetivo "equinado", que significa "vegetal cheio de espinhos". E, por fim, a terceira
palavra que dá nome a um vegetal é a abreviação do nome da pessoa que a registrou. "Lam." é a
abreviação de Lamarck, o botânico que, em 1789, descreveu o pau-brasil, conforme as normas do
Código Internacional de Nomenclatura Botânica- ICBN.

A Lei Federal 6.607, de 1978, estabeleceu o pau-brasil como a ÁRVORE NACIONAL BRASILEIRA
Consta da Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção

Um exemplo de sinalização indicativa das espécies vegetais,
com o nome popular e científico, a ser colocada nas
Academias. O suporte poderá ser de metal (ilustração ao
lado), madeira com metal ou vice-versa, também com
inscrição em braille.

Imagem | Marcelo Bione

7 Campo da ciência (e principal componente da sistemática) que engloba identificação, descrição, nomenclatura e classificação de
animais e plantas.

Vegetação 32

Toponímia botânica - conceito

Nome próprio de um lugar relacionado a plantas

A Toponímia Botânica representa, para o Programa Academia das Cidades, a oportunidade de resgatar
e a valorizar a história de alguns municípios de Pernambuco, quando houver evidências da associação de
uma ou mais espécies vegetais com a origem ou particularidades do município onde serão desenvolvidos
os trabalhos. Proporciona o reconhecimento da cultura local associada ao nome de plantas, na maioria
das vezes de origem tupi-guarani, que tanto se desconhece e pouco se valoriza.
Primeiramente, apresenta-se a listagem da Toponímia Botânica num total de 44, dos 184 municípios
existentes no estado de Pernambuco, além do distrito de Fernando de Noronha, o que representa
aproximadamente 24% do total dos municípios pernambucanos. Dessas 44 toponímias, 29 são
resultados da associação direta do nome do município com uma espécie vegetal, restando 15 com
toponímia botânica indireta.
Conforme comentado anteriormente, as toponímias botânicas foram definidas a partir da relação direta
ou indireta da origem do nome de determinado município com um vegetal específico. Os topônimos
botânicos indiretos, isso é, aqueles cujo o nome do município não faz alusão ao nome da planta
associada, foram definidos a partir de diferentes aspectos histórico-culturais ou de curiosidades locais
considerados relevantes (ver pág. 30- Tabela Toponímias botânicas) e que levaram a eleger uma espécie
como representativa da história da cidade.
De acordo com os parâmetros de arborização já citados, os municípios deverão utilizar as toponímias
botânicas, na medida em que revelam e ressaltam o caráter turístico-cultural e de educação ambiental a
serem incorporados pelas Academias. Em caso de impossibilidade de espaço para o plantio da espécie
representativa da toponímia botânica, poderá ser justificado o não atendimento, buscando-se a
execução desse procedimento numa outra Academia do município.



Tabela
Topônimos botânicos

35 Topônimos Botânicos

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS

Afogados da Ingazeira Direto JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA

Angelim Direto A história local narra que o Padre Ibiapina realizou um casamento de um casal de
noivos provenientes do Sítio Dois Riachos, os quais, ao atravessarem o Rio Pajeú
Barra de Guabiraba Direto que estava no período de cheia, teriam se afogado no local. O fato teria ocorrido
por volta do ano 1840, quando o local passou a ser conhecido por "Passagem dos
Calçado Indireto Afogados". O nome foi posteriormente mudado para Afogados da Ingazeira pelo
Calumbi fato de pertencer administrativamente ao município de Ingazeira, local onde
Camaragibe Direto existiam grandes árvores com essa denominação.
Direto
Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth ex DC.
Inga sp.

A origem do topônimo se deve a uma grande árvore existente na cidade,
conhecida como angelim-amargoso, à sombra da qual era realizada uma feira,
semanalmente, local onde hoje está localizada a Rua São José.

Andira fraxinifolia Benth.
A origem do topônimo deve-se ao fato de por ali haver passado em viagem de
estudos o historiador Mário Melo, conforme notas registradas a esse respeito.
Segundo os registros, quando avistou a barra próxima à confluência do Rio
Sirinhaém com Bonito Grande e existindo nesse local um frondoso
pé-de-guabiraba, o historiador, extasiado com o que vira, teria chamado o local de
Barra da Guabiraba. Guabiraba – fruto da guabirobeira (família Myrtaceae).
Guabiroba, gabiroba, guabirova, guavirova, gavirova , dentre outras, é a
denominação popular do fruto produzido pela gabirobeira, arbusto silvestre
brasileiro. Espécies relacionadas às denominações populares e que possuem
ocorrência na região.

Campomanesia eugenioiodes (Cambess.) D. Legrand ex Landrum
Campomanesia dichotoma (Berg.) Mattos
Campomanesia aromática (Aubl.) Griseb.

O nome Calçado originou-se de um boi preto cujas patas eram totalmente
brancas, por isso chamado de Boi Calçado. O boi vivia solto e costumava pastar e
descansar à sombra de uma árvore denominada barriguda

Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum.
Nome foi derivado dos arbustos de pequeno porte outrora encontrados em
grande quantidade próximo ao Rio Pajeú

Senegalia tenuifolia (L.) Britton & Rose
Camaragibe significa "rio dos camarás" (camara: a planta; y: rio; pe: em). Camará
ou cambará é o nome dado a um arbusto muito comum na região

Lantana camara L.

Topônimos Botânicos 36

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS
JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA
Carnaíba Direto
Carnaíba, segundo alguns historiadores, é uma corruptela de carnaúba, palmeira
Carnaubeira da Penha Direto à época existente em abundância no local onde está localizado o município. A
palavra tem origem no tupi karana'iwa, "planta espinhosa".
Cedro Direto Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore

Cumaru Direto Carnaúba, segundo alguns historiadores, é uma corruptela de Carnaíba,
Cupira Indireto determinada palmeira existente em abundância , outrora, no local onde está
localizado o município. A palavra tem origem no tupi karana'iwa, "planta
Fernando de Noronha Indireto espinhosa".

Floresta Indireto Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore
Conforme versa a história do município, no local onde hoje está edificada a Igreja
Matriz existia uma frondosa árvore de cedro. Muitos dos que para lá se dirigiam
tinham essa árvore como referência. Em outra versão, conta-se que nessa época
existiam lá muitas árvores de cedro, sendo a referência feita ao local também por
conta desse diferencial.

Cedrela odorata L.
O município tem seu nome relacionado a uma planta bastante conhecida no
sertão nordestino, cuja denominação popular é cumaru ou umburana-de-cheiro.

Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.
Ao lado da capela à margem de uma lagoa, existia uma grande árvore denominada
baraúna, com um grande ninho de abelhas conhecidas por cupira. O termo cupira
provém do Tupi kupi'ira e significa "abelha do cupim", visto que essa espécie de
abelha faz suas colmeias em cupinzeiros. Consta da Lista Oficial das Espécies da
Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção- MMA/2008

Schinopsis brasiliensis Engl.
O naturalista Mr. Moseley, da Expedição Challenger da Real Marinha Britânica, em
visita ao Arquipélago, de 1872 a 1876, descreveu uma figueira exuberante
encontrada nas partes mais altas do Monte St. Michael, encontrando espécimes
de aprox. 10m (h), com copa larga e ramos expansivos. Na época foi descrita como
Ficus noronhae Oliv., em homenagem ao donatário Fernando de Noronha.

Ficus cattapifolia Engl.
Floresta foi elevada à categoria de cidade em 20 de junho de 1907. Quatro dias
após esse evento foi criada a "Sociedade Progressista Arborizadora" pelos
florestanos João Gomes Barbosa e Alfredo Barros. Em seu livro comemorativo do
cinquentenário da cidade, Álvaro Ferraz identificou o Sr. João Gomes Barbosa
como o Pai dos Tamarindos. Em alusão à floresta de tamarindos plantada e até
hoje conservada nesse município, destaca-se essa espécie como simbólica para
essa cidade.

Tamarindus indica L.

37 Topônimos Botânicos

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS

Gameleira Direto JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA

Gravatá Direto Em meados do século XIX os senhores de engenho dos municípios vizinhos àquele
distrito fizeram desse local a estação da linha férrea preferida para a remessa de
Ibirajuba Direto açúcar para o Recife. Foram edificados, então, armazéns para esse produto,
Inajá Direto residências e outras construções, transformando o local em uma povoação
Ingazeira Direto quetomou o nome de Gameleira, devido a um engenho homônimo e pelo fato de
ali existir um grande número de árvores com o nome de gameleira.

Ficus catappifolia Kunth & C. D. Bouché
Originou-se da fazenda pertencente a José J. Carreiro de Miranda, em 1808. O
local, às margens do Rio Ipojuca, servia de hospedagem para os viajantes que por
ali passavam como rota de comercialização de açúcar e de carne bovina. A
navegação pelo Rio Ipojuca era difícil e os comerciantes eram obrigados a fazer
paradas estratégicas para evitar que o gado perdesse peso. Uma dessas paradas
ficou conhecida como Crauatá, pois era terra de boas pastagens. A denominação
caruatá, que deriva de karawatã , com significado de “mato que fura” em Tupi, foi
como o local ficou conhecido, por conta da predominância de uma planta da
família das bromeliáceas, também chamada caraguatá, caroatá, caroá e gravatá. O
vocábulo tem origem indígena, significando “erva que arranha ou espinhosa".
Existem várias espécies botânicas que são denominadas como gravatás.
Entretanto, duas espécies poderiam ser apontadas como mais prováveis de terem
originado o nome do município, visto que são muito comuns e facilmente
encontradas na região.

Aechmea leptantha (Harms) Leme & J. A. Siqueira
Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb.

Vocábulo indígena com significado de madeira amarela. Do tupi ybirá: árvore,
tronco, madeira; e yuba: amarelo, louro. Ocorre na região uma árvore da família
das leguminosas denominada amarelo-vinhático ou pau-amarelo, cuja madeira
amarelada possui grande procura para obras de marcenaria, que poderia muito
bem representar o topônimo.

Platymenia reticulata Benth.
O nome Inajá tem origem indígena e significa “palmeira” ou “palmeira pequena”,
em alusão, provavelmente, às carnaubeiras existentes nas margens do Rio
Moxotó. O topônimo foi dado à cidade e, posteriormente, ao município, em
virtude da existência dessa espécie vegetal na localidade.

Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore
A origem do nome dessa cidade se deve à existência, outrora, de grandes árvores
nativas, encontradas próximas ao rio, conhecidas como Ingá.

Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth ex DC.
Inga sp.

Topônimos Botânicos 38

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS
JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA
Itaíba Direto
Essa cidade era chamada de Pau Ferro. O nome Pau Ferro foi, posteriormente,
Itapetim Indireto convertido para o Tupi: “ita”- pedra ou metal + “iba”- árvore. Segundo o IBGE o
topônimo é de origem indígena e significa “árvore leguminosa”. Itaíba em
Jaboatão dos Direto tupi-guarani significa literalmente: “pau de ferro” ou “árvore de ferro”
Guararapes
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz
Jaqueira Direto A cidade tinha como nome anterior UMBURANAS, em alusão à grande quantidade
de árvores dessa espécie ali existente. A população utilizava a sombra dessas
Jatobá Direto plantas para realizar a pequena feira do antigo povoado, também conhecido por
Jataúba Direto São Pedro das Lajes

Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett
Acredita-se que o nome Jaboatão teria origem no vocábulo indígena Yapoatan que
fazia referência a uma planta outrora muito encontrada na região, a qual era usada
na fabricação de mastros para embarcações. YAPOATAN- na tradução mais aceita
significa “tronco linheiro, reto”. Essa denominação era atribuída a uma árvore de
cujo tronco se fabricavam mastros para pequenos navios e, ao que tudo indica, nas
matas existiam muitas dessas árvores. Alguns nomes vulgares de plantas comuns
a essa localidade têm como denominação caboatã, cabatã, camboatão,
imbiribatam. Possíveis espécies associadas à denominação indígena

Cupania racemosa (Vell.) Raldk.
Cupania impressinervia Acev.-Rodr.
O povoado surgiu a partir de um ponto onde os almocreves faziam paradas
costumeiras com suas mulas que transportavam cargas para abastecer de gêneros
alimentícios, vestuário e outras mercadorias os povoados, vilas e cidades da
região, entre a localidade de Una (hoje Palmares) e Lagoa dos Gatos, que era um
centro abastecedor. Tal parada devia-se a duas jaqueiras que ofereciam uma boa
sombra, o que levou o local a ser preferido como ponto de encontro entre os
almocreves, gerando um pequeno comércio no local. A partir daí surgiram as
primeiras residências, durante o século XIX. Há também o registro de que o nome
provém de uma árvore centenária, ainda hoje encontrada no pátio do Quadro

Artocarpus heterophyllus Lam.
O município possui essa denominação em decorrência da existência na região de
frondosas árvores de jatobazeiros, com ocorrência de duas espécies nessa região.
Hymenaea martiana Hayne

Hymenaea courbaril L. ou Hymenaea martiana Hayne
Jatobá ou jataíba (do tupi yetaïw) é o nome de uma árvore nativa que outrora
ocorria em abundância na região. O nome vernáculo está relacionado a duas
espécies com distribuição local

Hymenaea courbaril L. ou Hymenaea martiana Hayne

39 Topônimos Botânicos

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS
JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA
Jucati Direta
Conforme José de Almeida Maciel, Jucati seria o nome indígena de uma planta
Jupi Indireto local. Segundo o IBGE, seria um derivativo do pau-ferro, ou jucá.

Jurema Direto Libidibia ferrea (Mart. exTul.) L.P.Queiroz
Origina-se no nome dado pelos nativos aos espinhos ou espinheiros (vegetação
local), denominados de Yupi, que significa "espinho agudo". Nos meados do século
XVI o português Antônio Vieira de Melo foi desterrado de Portugal para o Brasil
por ordem da Coroa. Ao desembarcar em Salvador foi deportado pelo governo da
época para o interior do Estado, tendo o mesmo fugido por dentro das matas até
alcançar o sopé de uma serra, já no estado de Pernambuco. Nesse local havia água
abundante e de boa qualidade, além de bastante caça. Ali existia uma aldeia, nas
proximidades de uma fonte, denominada pelos indígenas de "Olho D'água de
Yu-py". As malocas dessa aldeia eram construídas e cobertas com folhas das
palmeiras nativas do local, a que os índios denominavam de ouricury. Numa
viagem de retorno à Bahia, Antônio Vieira de Melo foi atacadopor índios canibais
de outra tribo, ficando sob grande risco de ser sacrificado. Naquele momento,
então, consta que recorrera à Virgem Santíssima do Rosário, prometendo que se
fosse salvo com seus companheiros buscaria a imagem da Virgem em Portugal e
com os índios iria erguer uma capela em sua honra nalocalidade Olho D'água de
Yu-py, cingindo sua fronte com uma coroa de ouro maciço. São e salvo, Antônio
Vieira de Melo cumpriu sua promessa, trazendo a imagem que ficou sendo
venerada em JUPI. Seus restos mortais foram sepultados na antiga capela de
Nossa Senhora do Rosário, que fora edificada no centro da atual Praça de Nossa
Senhora do Rosário, tendo em frente dois pés de palmeira Ouricuri, plantados
pelos índios, e um alto cruzeiro de madeira trabalhada pelos índios, sob um
pedestal de pedras rústicas locais.

Syagrus coronata (Mart.) Becc.
Conta a história do município que em 1840 Pedro José de Araújo, fugindo da seca,
veio de Piancó (PB) e encantou-se com a sombra frondosa dos juremais, onde
resolveu repousar. Fascinado com a paisagem, estabeleceu residência no local e lá
construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, atraindo para o
local outras pessoas de Piancó, além de imigrantes de outras regiões. Daí
organizou-se a povoação com o nome de Jurema, que tem origem nesses
juremais. Em 1928 foi elevada à categoria de cidade. Portanto, o nome foi dado à
cidade em virtude da abundância dessa planta na região. A palavra Jurema é de
origem tupi-guarani e tem como significado “espinho (ou espinheiro) que tem
cheiro ruim”. A espécie é uma árvore da família das leguminosas, atualmente
Fabaceae, nativa da Região Nordeste do Brasil, esguia, espinhosa, com caule e

Topônimos Botânicos 40

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS
JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA
Jurema (cont.) Direto
ramos tortuosos, madeira dura e vagens pequenas. Da jurema é feita uma bebida
Limoeiro Direto com efeitos alucinógenos, usada em rituais pelos indígenas e algumas religiões.

Macaparana Indireto Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.
Uma antiga lenda conta que a cidade de Limoeiro teve como origem uma aldeia de
índios Tupis, numa localidade onde existiam muitos pés de limão. O Padre
Ponciano era o missionário pela catequese desses indígenas e como pretendia que
a cidade se desenvolvesse a partir do pé da serra, local do aldeamento, fez
desaparecer a imagem de Nossa Senhora da Apresentação da igreja de Poço do
Pau para ser encontrada em um limoeiro, no local onde hoje está a Igreja Matriz
de Nossa Senhora da Apresentação. Após ser encontrada, a imagem foi trazida de
volta para Poço do Pau. Assim foi feito várias vezes, colocando-se a imagem sob
um pé de limão. O padre Ponciano, então, mostrou que isso seria muito
significativo, sugerindo para que vissem naquilo uma revelação para que ali fosse
erguida uma igreja, onde deveria ser colocada a imagem. E assim todos ajudaram
na construção da igreja. A notícia do milagre trouxe para região várias pessoas que
passaram a ali residir. Dessa forma fundou-se um povoado denominado de
Limoeiro de Nossa Senhora. Mais tarde, porém, o nome passou a ser apenas
Limoeiro.

Citrus × limon (L.) Osbeck
Macapá ou macabá é a denominação de uma palmeira existente à época da
fundação da cidade e que se encontrava em abundância na região. Macaba ou
bacaba provém do tupi iwa-kawa: "fruta gorda, gordurosa, graxa". A análise de
algumas palmeiras, com dispersão natural nessa região e que pudessem ter
emprestado o nome ao município, permite inferir que duas poderiam ser
destacadas. Uma delas seria a macaibeira, que também possui as denominações
de mucajá, macabá e macacaúba, dentre outras, apresentando frutos com
bastante massa comestível e estipe (tronco) intumescido (gordo). A outra poderia
ser o vegetal conhecido como PINDOBA que é o nome popular de determinado
espécie pertencente ao gênero botânico Attalea. Segundo estudiosos da
toponímia dos municípios, o filólogo Mário Melo mudou o nome de Macapá para
Macaparana para que não fosse confundida com essa outra cidade brasileira.

Acrocomia intumenscens Drude
Attalea oleifera Barb. Rodr.

41 Topônimos Botânicos

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS
JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA
Maraial Direto
Conjunto de palmeiras nativas, conjunto de maraiás. Na Amazônia o nome está
Orocó Indireto relacionado à espécie Pirenoglyphis marajá. Em Pernambuco o nome maraiá está
associado à palmeira-coquinho que nessa região está representada por espécies
Ouricuri Direto pertencentes ao gênero Bactris (família Arecaceae)
Palmares Indireto
Bactris acanthocarpa Mart.
O topônimo do município, de origem indígena, significa “planta leguminosa e
outras”. Há referências que apontam para uma planta forrageira muito apreciada
pelo gado que pastava na circunvizinhança do antigo vilarejo. Um site que fornece
informações sobre o município associa a denominação indígena Orocó (oro- entre
+ co- montanhas) a sua localização geográfica “entre montanhas”. Há indícios de
que esse nome poderia ter origem de uma planta nativa denominada ORÓ, uma
leguminosa comum na região, excelente forrageira tolerante à seca e adaptada a
solos arenosos. Conhecida também como feijão-oró.

Macroptilium panduratum (Mart. ex Benth.) Maréchal & Baudet
O nome da cidade teve como origem a denominação popular de uma palmeira
bastante conhecida e abundante na região. Palmeiras dessa espécie possuem
outras denominações, tais como licuri e aricuri, tendo um importante papel
ecológico na alimentação da avifauna, especialmente de jandaias, periquitos e
papagaios, bem como de abelhas e de alguns mamíferos.

Syagrus coronata (Mart.) Becc.
O significado parece fazer referência a palmeirais, isso é, bosque de palmeiras.
Também permite a interpretação como aldeia ou quinta situada em terreno com
muitas palmeiras. Com a formação do quilombo dos Palmares no interior
pernambucano e alagoano, dirigido pelo valente Zumbi, tomou impulso, fama e
ganhou o nome que hoje possui, batizado pelos negros, que chamavam seus
habitantes de palmarinos. O território desse município constituía, juntamente
com terras do vizinho estado de Alagoas, o famoso Quilombo dos Palmares e se
estendia por um território de 260 km de comprimento por 132 km de largura, em
faixa paralela à costa, onde se distribuíam cerca de 50 mil habitantes. O nome
Palmares foi herdado pelo município em razão da denominação dada pelos
negros, por força da abundância de palmeiras que vicejavam na região,
principalmente babaçu, carnaúba, pindoba, ouricuri e dendê. Optou-se por se
destacar a palmeira (Dendezeiro) que tanto participou da cultura dos quilombolas,
trazida da África e que logo se adaptou a nossa região.

Elaeis guineensis Jacq.

Topônimos Botânicos 42

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS

Palmerina Indireto JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA

Paudalho Direto No início do século XIX o local onde atualmente se localiza a cidade de Palmeirina
era uma propriedade agrícola conhecida pelo nome de PINDOBA (nome popular
Quixaba Direto de uma palmeira pertencente ao gênero botânico Attalea). Em 1844 foi elevada a
Direto vila de Garanhuns, com o nome de PALMEIRA. Em 1939 teve seu nome mudado
Salgueiro Indireto para PALMEIRINA, em virtude de já existir outra cidade com o mesmo nome no
Estado de Minas Gerais. O antigo nome PALMEIRA teve origem por existir algumas
Santa Cruz do palmeiras ao longo do Riacho Rochedo que banha a cidade. Pindoba é uma
Capibaribe palmeira que pode atingir até 25 metros de altura. É nativa do nordeste brasileiro,
sendo muito comum nos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba,
principalmente na faixa litorânea. De suas amêndoas se extrai um óleo comestível
de boa qualidade.

Attalea oleifera Barb.Rodr.
O nome do município originou-se de uma grande árvore secular, de cheiro
semelhante a alho, existente próximo à margem direita do Rio Capibaribe. A
história passa pela criação da vila de Paudalho (Páo de Alho, na grafia da
época),em 19 de agosto de 1811. Nessa época compreendia os distritos das
freguesias de Paudalho e da Luz e parte da freguesia de São Lourenço.

Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms
A origem do nome desse município foi, provavelmente, pelo fato de existirem,
outrora, muitas quixabeiras. Quixaba advém do vocábulo tupi qüessaba, ou
quixaba, que significa lugar de dormir ou de rede, lugar de pouso.

Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. &Schult.) T.D. Penn.
Esse nome é dado a um vegetal de porte arbustivo ou arbóreo frequentemente
encontrado às margens ou nos leitos de rios ou riachos intermitentes no sertão de
Pernambuco.

Vitex gardneriana Schauer
Segundo registros históricos, dois frades capuchinhos em peregrinação passaram,
em 1829, numa localidade chamada Gentil, quando se abrigaram debaixo de um
juazeiro, onde permaneceram por cerca de um mês. Nesse período recebiam a
visita de famílias das redondezas e desenvolviam atividades religiosas. Ao
prosseguirem a peregrinação, deixaram no local uma grande cruz de madeira.
Algum tempo após os frades terem deixado a localidade, vaqueiros que
trabalhavam para o fazendeiro José Correia avistaram a grande cruz, o que teria
ocorrido no dia 3 de maio de 1829. Um dos vaqueiros recebeu do fazendeiro
ordens para que trouxesse a cruz para a fazenda, em cuja capela foi colocada.
Muitas pessoas doentes, acreditando no milagre da cruz, começaram a fazer
promessas. A partir daí, começaram a festejar com atos religiosos a venerada
Santa Cruz. Como forma de se destacar a importância da sombra do juazeiro que

43 Topônimos Botânicos

MUNICÍPIOS TOPÔNIMOS BOTÂNICOS

Santa Cruz do Direto JUSTIFICATIVA E NOME CIENTÍFICO DA ESPÉCIE RELACIONADA
Capibaribe (cont.) Indireto
deu guarida aos frades por ocasião da peregrinação ali empreendida , sugere-se
Santa Maria do eleger essa espécie como símbolo do município.
Cambucá
Ziziphus joazeiro Mart.
São José do Belmonte O nome "CAMBUCÁ" se deve à denominação de uma espécie de árvore
(cambucazeiro) existente à época da fundação do município.
São José do Egito Indireto
Plinia edulis (Vell.) Sobral
São Lourenço da Mata Indiretos O local onde hoje se situa São José do Belmonte era uma fazenda de criação
Nazaré da Mata denominada de "Maniçoba", por causa dessa árvore muito abudante na região.
Posteriormente o frei Cassimiro de Mitello mudou a denominação de "Maniçoba"
Timbaúba Direto para Belmonte, isso devido à topografia do povoado, situada em uma elevação.

Manihot carthaginensis subsp. glaziovii (Müll. Arg.) Allem.
O antigo nome a cidade era São José da Ingazeira, sendo posteriormente mudado
para o do santo padroeiro local.

Lonchocarpus sericeus (Poir.) Kunth ex DC.
A região onde atualmente se localizam os municípios era coberta por extensa
floresta (Mata Atlântica), sendo o pau-brasil a espécie de maior interesse por parte
dos exploradores, desde o tempo da colonização brasileira. Segundo a Fundação
Nacional do Pau Brasil, todos os municípios do Brasil que têm em seu nome “da
Mata” são considerados “da mata do brasil”, em referência ao Pau-brasil. São
Lourenço da Mata é considerada a capital do Pau-brasil. A espécie consta da Lista
Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção - MMA/2008

Caesalpinia echinata Lam.
Timbaúba é derivado do termo tupi timbo'ïwa, que significa "árvore da espuma".
É uma referência a uma árvore da família das leguminosas, também conhecida
como timbaúva, tamboril ou tambor. A cidade teve sua origem em um povoado
denominado Mocós, onde havia uma feira. Nas proximidades do povoado havia
uma fazenda conhecida pelo nome Timbe-uva (árvore-de-espuma), pertencente
ao português Antônio José Guimarães que, além das suas atividades agropastoris,
mantinha um estabelecimento comercial onde vendia tecidos e gêneros diversos.
Com grande capacidade de liderança o senhor Guimarães, que havia conquistado
posição de destaque na localidade, impôs a transferência da feira para o pátio de
sua fazenda. Começou daí a formação de um novo povoado que deu origem à
cidade.

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong

Topônimos Botânicos

45 Topônimos Botânicos

Afogados da Ingazeira - PE
ISnãgoaJzoesiréad-oPEEgito - PE

Lonchocarpus sericeus H. B. Kunth
Inga sp.

Toponímia Diretas e Indireta

Nome popular Ingazeira-do-sertão;
ingazeira verdadeira
Origem Nativa
Regiões apropriadas Litoral, Mata, Agreste,
Sertão e Brejos de Altitude
Altura 4 a 20 m
Copa 5 a 8 m (Ø)
Fuste 5 a 10 m
Flores Róseas pequenas,
em cachos terminais e
creme-esbranquiçadas,
inflorescências axilares
em forma de pincel
(Inga sp.)

Raízes Superficiais

Propagação Sementes

Persistência das folhas Perenifólia ou

semidecídua

Imagens
Marcelo Bione | Luiz Alves de Siqueira

Topônimos Botânicos 46

Angelim - PE

Andira fraxinifolia Benth.

Toponímia Direta

Nome popular Angelim ou angelim-da-praia

Origem Nativa

Regiões apropriadas Litoral, Mata, Agreste

e Brejos de Altitude

Altura 6 a 12 m

Copa 5 a 10 m (Ø), globosa

Fuste 3a7m

Flores pequenas, rosadas, em

cachos terminais

Raízes não superficiais

Propagação sementes

Persistência das folhas perenifólia

Observações|curiosidades
Madeira de alta resistência mecânica ao
apodrecimento e ao ataque de insetos xilófagos

Imagens | Marcelo Bione

47 Topônimos Botânicos

Barra de Guabiraba - PE

Campomanesia eugenioiodes
(Cambess.) D. Legrand ex Landrum
Campomanesia dichotoma

(Aubl.) Griseb.

Toponímia Direta

Nome popular Guabiraba ou
guabiroba-de-sombra
Origem
Regiões apropriadas Litoral, Mata e

Altura 4a7m

Copa 5 a 8 m (Ø), globosa

Fuste 3 a 5 m (h)

Flores cor creme, pequenas,

em cachos terminais

Raízes não superficiais

Propagação sementes

Persistência das folhas perenifólia

Observações|curiosidades
Guabiroba vem do tupi-guarani e significa
“fruto de casca amarga”

Imagens
Vandilson Rodrigues da Silva | Marcelo Bione

Topônimos Botânicos 48

Calçado - PE

Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum.

Toponímia Indireta

Nome popular Barriguda

Origem Nativa

Regiões apropriadas Mata e Agreste

Altura 6 a 18 m

Copa 4 a 10 m (Ø), irregular

Fuste 4 a 10 m (h)

Flores Brancas, grandes,

em cachos terminais

Raízes Não superficiais a

superficiais

Propagação Sementes

Persistência das folhas Caducifólia

Observações|curiosidades
Beleza ímpar e exuberante.

Imagens
Marcelo Bione | acervo APNE-CNIP

49 Topônimos Botânicos

Calumbi - PE

Senegalia tenuifolia

Toponímia Direta

Nome popular Calumbi

Origem

Regiões apropriadas Agreste e Sertão

Altura 4a6m

Copa 3 a 5 (Ø), irregular

Fuste 1 a 3 m (h)

Flores Brancas e pequenas

Raízes Não superficiais

Propagação Sementes

Persistência das folhas Caducifólia

Observações|curiosidades
conhecida também como Acacia tenuifolia
(L.) Willd

Imagens
Acervo Herbário IPA | Marcelo Bione

Topônimos Botânicos 50

Camaragibe - PE

Lantana camara L.

Toponímia Direta

Nome popular Cambará, camará ou

chumbinho

Origem Nativa

Regiões apropriadas Litoral, Mata e

Brejos de Altitude

Altura Até 2 m

Copa Formando amplas

touceiras

Flores Coloração variada

(vermelha, amarela e laranja

e esbranquiçada) na mesma

inflorescência

Raízes Não superficiais

Propagação Estaquia de ramos e

sementes

Persistência das folhas Perenifólia

Imagens
Fernanda Meira | Marcelo Bione


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