ção do mundo dentro do Cristianismo. Segundo a Bíblia, no terceiro dia da criação, Deus fez com que as águas se juntassem e surgisse uma porção seca de terra, e posteriormente os gramados e árvores frutíferas. No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas. Assim ele retratou, dividindo a tela em duas, horizontalmente, e pintando separadamente os dois dias. Em ambos os lados há montanhas, vegetação e rios. No entanto, no terceiro dia ainda não existe alguma cor que defina o horário do dia, estando o firmamento em branco, como uma tela ainda não pintada por Deus. É somente no quarto dia que ele retrata a dualidade do dia e da noite, em suas cores distintas pelas oposições de claro e escuro. É interessante ressaltar isso, além de notar que, na parte inferior da tela, ele deixa por escrito passagens bíblicas: no terceiro dia, “Disse Deus, haja terra seca, haja relva, e árvores e flores”; e, no quarto dia, “Disse Deus, haja cruzeiros no céu”. Mesmo na representação do período do dia, utiliza tons de preto, marrom, vermelho, laranja, amarelo e branco. A predominância de cores quentes é muito marcante e lembra até mesmo um retrato do sertão, do interior quente e pouco verde, em tons secos e escuros. A noite é escura e, ao mesmo tempo, repleta de estrelas no céu. Ao morar em São Paulo, passou a desenhar máquinas urbanas que via em revistas e cartilhas de transportes. Também procurava, em livros didáticos e almanaques, inspirações para suas obras. Ir a São Paulo potencializou o fascínio pelo ambiente urbano e por seus elementos, que ele já procurava retratar antes mesmo da migração para o Sudeste. O desfecho biográfico de Alcides é intenso como sua obra. Após sofrer um derrame, faleceu em 2007, na ambulância, a caminho do hospital. Não se sabe exatamente quantas obras ele produziu ao longo da vida, seria necessário um trabalho hercúleo de catalogação das suas produções, tanto em exposições quanto em acervos pessoais, espalhadas em várias cidades. Nasceu e morreu pobre, não fez da sua arte seu sustento, mas, nos últimos anos de vida, conseguiu ter algum reconhecimento nas exposições em que foi prestigiado. Se não deixou herança financeira, marcou o cenário cultural mato-grossense e há de atravessar gerações com seu olhar sensível sobre o mundo, sofisticado justamente por trazer uma perspectiva inventiva do cotidiano. Assim como na Criação divina, a concepção de Alcides remete ao belo que surge do inesperado. Os fragmentos da construção civil (re)criam um mundo à parte. recriar o divino fuzuê - 51 ALCIDES PEREIRA DOS SANTOS, Rui Barbosa BA 1932 - São Paulo SP, 2007
Mais um dia na labuta. A espera pelo número certo dentro do horário é puro bingo. A sorte mesmo é acertar o coletivo com o destino correto e o menos lotado possível. A chance de encontrar um lugar para sentar é como a de ganhar na loteria. Em meio à monotonia da rotina, às idas e vindas, balançando e se equilibrando no interior da lata gigante de metal, a curiosidade aguça. Diferentes corpos desafiam a física, habitam o mesmo espaço e tempo. O que se passa dentro da mente de cada um? Tantas pessoas, tantos tipos, tantos jeitos, tantos lugares e tantos feitos. Se o relógio da Catedral funcionasse, marcaria meio dia. Uma senhora de cabelos brancos chegava do centro, acompanhada de uma sacola abarrotada de bugigangas. Ela entra e, de prontidão, já exige um assento; dá cutucadas discretas com o tronco, o lugar era ocupado por um jovem usando fones de ouvido. Ela resmunga, ele levanta. Um imigrante haitiano, em pé, com seu sotaque afrancesado, puxa assunto, perguntando em qual ponto deve descer para ir a um determinado lugar. Ao fundo, um ambulante carrega dezenas de penduricalhos, incluindo óculos escuros, e também aguarda o próximo ponto, levando consigo seu trabalho para todos os cantos, como se fosse uma extensão de seu corpo. Uma mulher de meia idade, sentada, olha atenta para todos os lados e abraça a própria bolsa como se nela houvesse um tesouro inestimável. O que ela poderia estar guardando? Seria alguma quantia em alto valor que ela teria sacado no banco? Seria um objeto aparentemente insignificante, porém com inestimável valor sentimental para ela? Duas senhoras fofocam sobre uma certa vizinha do mesmo bairro e sua intensa vida social após certo horário do dia. Teriam elas inveja de sua liberdade? O rapaz de chinelo e bermuda não esconde a tornozeleira eletrônica, mesmo que receba olhares desconfiados e de julgamento. Não só ignora como gosta da atenção recebida, como se fosse sua única oportunidade de protagonismo no meio da multidão. O senhorzinho de perna enfaixada e muleta ganha um assento da moça compadecida com uniforme de loja de departamento. Um tio abre o zap, sem perceber que estava com o volume máximo. O cartaz que proíbe som alto Nos pontos da vida crônica fuzuê - 52
permanece íntegro no ônibus, mas o garoto ergue sua JBL tocando uma batida do “verdadeiro mão de ouro”, espantando as senhoras com as rimas explícitas. A moça com uniforme de rede de fast food, do lado de fora, corre em direção ao veículo, implorando para subir, mesmo com a porta fechada. Consegue entrar, para alívio dela e dos que acompanharam a corrida aflitos pelas janelas. Ninguém pode imaginar o quanto aquele número é importante para cumprir o horário, para segurar as contas da família em cada final de mês. Crianças gritam e riem em bandos com uniformes escolares e mochilas coloridas. Naquelas pequenas cabecinhas, deve ser uma aventura e tanto disputar aquela corrida de ônibus diariamente com os colegas, se pendurando nas barras. E o que estaria oculto, escondido por trás daquelas pessoas? Quem teve de escolher entre o dinheiro do pão e o da passagem? Quem tem certeza do que vai comer naquele dia e garantir refeição para os que lhe esperam em casa? Quantos ali têm um emprego ou estão em busca de uma vaga [mais disputada que cada assento do ônibus]? E se alguém ali for demitido naquela semana? Estaria preparado para isso? Teria alguma grávida no ônibus? Ela já sabe disso? Será mesmo este o ônibus certo, necessário naquele horário? Ouvem-se orações silenciosas para alcançar bênçãos no dia árduo que vem pela frente. A lista mental de afazeres a serem realizados é longa, assim como seria a de compras do supermercado, não fosse pela inflação. A aventura de cada um termina na chegada a cada ponto aguardado. Somem alguns corpos, novos entram pela catraca e o álbum de figurinhas ganha mais algumas páginas, sem a chateação de encontrar figurinhas repetidas. Já é noite, e a mesma saga se repete. A espera parece cada vez mais interminável. Cada minuto olhando para o lado da avenida parece uma eternidade. Vários números, nenhum o seu. Enfim, chega o número certo do transporte tão aguardado. Corpos cansados, desesperados para subir, se espremem uns contra os outros em direção à catraca, como se fosse sua última chance de voltar para casa. Um a um, passando no já lotado ônibus, com dificuldade. As portas se fecham com muito custo e, um pouco inchado, o ônibus acelera, como se estivesse se arrastando. O silêncio e as expressões cansadas tomam conta do ambiente. Todos desconfortavelmente se “acomodam”, tentando não serem inconvenientes, ainda que grudados uns nos outros. Uma experiência de intimidade que apenas uma lata de sardinha ofereceria a completos desconhecidos, que nunca se viram e talvez nunca mais se vejam. Telepaticamente, todos pensam na ausência do ar condicionado, enquanto tentam não expressar o incômodo invisível, mas nítido. Quem consegue, se senta e dorme encostado na janela ou equilibrando a cabeça numa mão. Há também quem se segure nas barras e olhe fixamente o nada, procurando sentido naquele vai-e-vem diário de segunda a sábado, todas as semanas, todos os meses, todos os anos, na busca incansável da sobrevivência. Amontoados, encostados, conformados. Cada qual segue seu destino e desce nos pontos da vida, abandonando o papel decorativo de figurante da cidade grande. Mariana da Silva fuzuê - 53
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DOS FUNDOS DA ACADEMIA aOS PÓDIOS JOÃO ROBERTO MARTINS fuzue - 55 Foto: Mariana da Silva Imagine, aos 70 anos de idade, ser bicampeã estadual de uma determinada arte marcial, ou ser uma pessoa com deficiência e disputar uma competição panamericana. O projeto social chamado “Kung Fu Wushu” tem possibilitado para muitas pessoas que moram em zonas periféricas de Cuiabá, e que não teriam condições físicas e financeiras, conquistar não só o sonho de ganhar uma medalha, como também mostrar que são capazes de conquistar os objetivos que desejam. DESDE O COMEÇO A famosa frase “não julgue o livro pela capa” serve muito bem para contar a história deste projeto voltado à prática de Kung Fu. Crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência (PcDs) formam o público atendido e a prática ajuda nos aspectos: disciplinar, físico, mental e de integração. Quem vai à Academia CPA Fitness, no bairro Jardim Brasil, zona norte de Cuiabá, pode não imaginar o que significa aquele local para as pessoas que moram próximas dali. Ao entrar, parece uma simples academia, mas basta alguns passos para perceber que ali muitos sonhos são possíveis, mesmo com toda a simplicidade do lugar e suas limitações. “Isso aqui foi a solução do Jardim Brasil!”, afirma Dona Inez, de 71 anos, moradora do bairro e uma das participantes do projeto social. Para um trabalho deste tamanho, com um resultado de destaque, é preciso ter muita dedicação. Com os idealizadores deste projeto não é diferente, eles praticamente respiram o Kung Fu. Brenda Silva, professora do projeto, mestranda no curso de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), 14 vezes campeã brasileira e quatro vezes campeã Sul-americana de Kung Fu Wushu, explica como surgiu a ideia. até na oreia
Isso aqui foi a solução do Jardim Brasil”, afirma Dona Inez, de 71 anos, moradora do bairro e um dos idosos que participa do projeto social “ ” fuzue - 56 “Aqui é um espaço que já tinha aulas, desde que eu me conheço por gente eu treinava aqui. E aí, com o tempo, a gente teve discussões sobre várias coisas, sobre como melhorar o esporte, sobre evoluir o esporte, principalmente, no estado, que é onde estamos”. O mestre Bruk Lee, dono da academia onde são realizados os treinos e pai de Brenda, é quem toca o projeto junto dela. Lee chegou a Cuiabá em 1994, Brenda nasceu em 1998. Mudaram-se para a região do CPA (bairro próximo onde fica a academia) há cerca de 15 anos. “Aí, ela já começou a participar dos campeonatos desde os 12… 15 anos. Veio a faculdade, então ela vivia na academia. Até que, no ano passado, pensamos assim: vamos parar de competir e começar a transformar as pessoas. Porque, por mais que você dê aula particular, você não consegue abranger esses tipos de pessoas que precisam realmente, que querem, os verdadeiros competidores que desejam vencer na vida, mas que não têm condições de fazer isso acontecer”, relata. SOBRE O PROJETO Atualmente, o Projeto Kung Fu Wushu disponibiliza 100 vagas: 80 para crianças, 10 para PcDs e 10 para idosos. São priorizados alunos que moram próximo à academia, já que podem se locomover durante a semana sem que o deslocamento se torne um empecilho. “Eu priorizei quem mora no CPA, Três Barras, bairros próximos, porque nós já tentamos fazer isso pegando alunos do Centro, de Várzea Grande [município vizinho a Cuiabá]. Só que, muitas vezes, os próprios pais não levavam os filhos de vez em quando, por cansaço, desânimo. E aqui nós encaramos como uma escola, se você faltar demais, não vai obter o resultado que queira conquistar”, afirma o mestre Bruk Lee. Por mais que pareça limitado, o espaço da academia talvez seja o mais adequado. “A gente queria trazer essas crianças para dentro da academia. Eu não queria ter que ir pra uma escola, ou centro comunitário que não tinha um tatame, um equipamento, um ventilador para essas crianças treinarem, que não tenha água gelada”, afirma Brenda, sobre o uso do espaço de trabalho da família para o projeto. Brenda ainda acrescenta a importância do local para que consigam trabalhar com todos. “A gente queria que elas viessem pra dentro do nosso ambiente, dentro da nossa família. Aqui a gente é uma academia de conforto, é uma academia que tem outras funções? Claro! Tem outras modalidades, porém, quando essas crianças vêm para academia, além treinar com mais qualidade, vão ver outras pessoas, que têm serviços diferentes, vidas diferentes. Então, eu acho que um dos objetivos era trazer essas crianças pra dentro da academia”. O Kung Fu é uma arte marcial chinesa que ensina valores no dia a dia. Mestre Bruk Lee diz que uma das intenções é passar esses valores para as crianças. “Não aceitamos xin
fuzue - 57 gamento, palavrão, tem que ter respeito ao próximo, aos professores. Tanto é que um derruba o outro no combate e eles levantam rindo. Então, é isso que precisamos passar, trazer um pouco desses valores da cultura chinesa, e mostrar que não estamos criando agressores, e sim competidores que querem ser vencedores e pessoas melhores. Ensinamos isso desde os mais novos, nas categorias dos pequenos”. Para os idosos e PcDs, Brenda destaca a vontade em se tornarem mais independentes: “Muitas vezes, pensamos que eles não conseguem e impomos limite a eles, mas, na verdade, eles querem ser livres, querem mostrar que conseguem, e aqui eles têm essa liberdade de se provar e provar aos outros que podem fazer movimentos, golpes tão bons quanto os de um adolescente, ou de uma criança. Além disso, eles gostam da rotina, os idosos até sonham em conquistar medalhas. Conseguimos levá-los para disputar o mato-grossense e tivemos um bom resultado. Então, não é difícil, ao contrário, é prazeroso trabalhar com eles”. No entanto, nem tudo é simples, fácil, nem depende apenas da força de vontade. “A gente precisa de mais um ônibus para levar todo mundo para o campeonato”, destaca esperançoso Fernando Silva Júnior, de 30 anos, aluno do projeto. O pedido é para o Campeonato Interestadual que ocorrerá em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, no mês de julho. Sobre o investimento, o Mestre Bruk Lee aponta que, ainda que alguns professores recebam verba do Governo Federal e que o projeto tenha direito a uma quantia, é muito pouco para manutenção e custeamento. Tanto, que precisam priorizar alunos que moram nos bairros adjacentes ao da academia para possibilitar a inserção deles no projeto. “Se eu fosse levar esse projeto para algum centro comunitário, não teríamos um bom tatame, espadas, facas, saco de pancada. Tivemos que trazer para a academia para economizar custos e trabalhar com qualidade”, destaca o mestre. Além de representantes no Pan-americano, o projeto vai levar um atleta ao mundial na Indonésia, mas Brenda diz que precisará correr atrás de patrocínio. “Uma viagem à Indonésia para uma pessoa não é barato, sem contar que ela não vai sozinha, precisa de um acompanhante. Então, você já vê por aí que não sai barato. Para Brasília, por exemplo, vamos gastar mais de mil reais, iremos colocá-los em um hotel sem luxo, mas, no mínimo, aconchegante. Estamos tentando fazer muito com pouco”. Apesar de conseguir trabalhar com diversas faixas etárias, às vezes é necessário recorrer a alguns políticos para conseguir manter a estrutura, ou a patrocinadores que queiram arcar com alguns gastos. QUEM PARTICIPA Há quase um ano, Fernando é um dos alunos PcDs do projeto. Ao chegar à academia, é um dos primeiros a realizar os treinos. “Se deixar, ele vem todos os dias!”, comenta Brenda aos risos. Apesar de ele já ter várias medalhas, ainda quer mais. “Eu vou para Brasília, estou um pouco ansioso, mas consigo competir”, declara Fernando, com uma caneta e papel, já aproveitando a entrevista e pedindo para comprar uma rifa em prol da viagem para o Pan-americano. Ganhar muitas medalhas anda ao lado de outro sonho: conhecer a praia. “Eu quero conhecer o Rio de Janeiro, ver a praia, é meu sonho ver o mar!”.
fuzue - 58 Fernando acredita que, através do Kung Fu, vai conseguir realizar esse sonho. Brenda comenta como o projeto auxiliou no desenvolvimento de Fernando, até mesmo na relação com outros alunos. “Ele era muito tímido, as crianças às vezes tentavam mandar nele, tinha dificuldade na fala. Já hoje, até corrige alguns movimentos errados das crianças, auxilia os idosos, agora conseguimos compreender boa parte do que ele nos fala. Ele ainda não encerrou o Ensino Fundamental, e agora eu, meu pai, junto com os pais deles, estamos correndo atrás disso. Até porque o próprio Fernando quer voltar à escola” contou para a reportagem. Bicampeã mato-grossense aos 70 anos, Inez Antonia Marques de Souza brinca com seus títulos: “Quero mais, pra mim tá pouco!”. Ela explica que conheceu o projeto social através de uma ONG que faz trabalho voluntário no bairro: “Aí a galera foi comentando e me interessei. Hoje, estou aqui e não quero sair mais”. Já aposentada, dona Inez ressalta os benefícios físicos e mentais. “Quando cheguei pela primeira vez, tinha muito problema de coluna, meus ombros doíam muito. Mas, graças a eles, estou bem melhor, consigo até levantar a perna lá em cima”, comenta com risos. “Agradeço ao mestre pela paciência! Ele e o projeto social me ajudaram muito quando estava depressiva, após a morte do meu filho”. Dona Inez perdeu o filho em um acidente na BR-163, no sentido de Cuiabá a Rondonópolis (município há 217 km de Cuiabá). Ele foi vítima de uma colisão entre duas carretas, antes de completar 34 anos. Campeã estadual, ela diz que fica mais nervosa na apresentação mundial, porém, mesmo assim gosta. “Acho o que faz sozinha mais difícil, mas gosto de fazer. Todo mundo está te olhando e vendo você fazer os movimentos”, acrescenta, explicando que sempre convida outros colegas. “Eu sempre falo, venha, que é a coisa mais importante, eu sempre tento convencer os idosos. Eles falam ‘minha perna está dura’, eu digo: ‘vamos ao projeto lá, você vai melhorar!’”, finaliza. O mais impressionante dessas histórias é ver um projeto de Kung Fu Wushu, criado em julho de 2021 e localizado nos fundos de uma academia, realizar sonhos. São pessoas escondidas em bairros distantes do Centro, que enfrentam exclusões diversas, inclusive de deslocamento na cidade. Os resultados e conquistas vão além das muitas medalhas obtidas em tão pouco tempo. f
A arte nem sempre é um fim. Uma obra pronta e acabada não demonstra, mas pode ser um começo ou um processo. Pode ser um meio para descoberta, entendimento, compreensão, de mundo, de si, da sociedade. Ou mesmo retratar a incompreensão, enquanto tenta buscar sentido em si mesma e ao seu redor. Tamii é uma artista plástica, tatuadora, performer e ceramista cuiabana que respira e vive a arte desde sempre. Por meio da arte, ela expressa os mais diversos sentimentos que habitam seu corpo e sua mente. Através das lentes de Mariana da Silva, a multiartista convida você a conhecer o ateliê, algumas obras e um pedaço de intimidade expresso em suas telas. O chamado da arte nha cá
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