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Published by istm2008faa, 2019-01-03 02:08:34

edicao 7

ÓRGÃO INFORMATIVO DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO MILITAR EDIÇÃO Nº 07 - MAIO 2016

OUTORGA DE DIPLOMAS AOS ENGENHEIROS

DOS PAISES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA


ORGULHA DIRECÇÃO DO ISTM




























































RECTROSPECTIVA 2015: GENERAL KOPELIPA
PRESIDIU A CERIMÓNIA DE ENTREGA DE EMBAIXADOR DE MOÇAMBIQUE VISITOU
DIPLOMAS AOS LICENCIADOS DO CURSO DE INSTITUTO SUPERIOR TECNICO MILITAR
ENGENHARIA E MEDICINA NO ISTM

Propriedade: Instituto Superior Técnico Militar
Colaboração: Falcão de Lucas, Osvaldo Abreu e
Maria da Graça
Layout e Paginação: Cândido Ricongue Ukelo
Fotografias: Raúl Dias Carreiro
Endereço: Campo Militar do Grafanil
Avenida Deolinda Rodrigues, Km 9
Tel.: 00244 222 408 165 /66/67
E-mail: [email protected]
Produção e Revisão: Instituto Superior Técnico Militar
Impressão e Acabamentos: Damer Gráfica
Tiragem: 2.000 Exemplares

FORMAÇÃO


ENTREGA DE MAIS DIPLOMAS AOS FINALISTAS DO ES-
TABELECIMENTO DE ENSINO UNIVERSITÁRIO MILITAR

(ISTM)




















































Parte de alguns engenheiros dos PALOP licenciados no ISTM

Foram formados no Instituto Su- criado no quadro do cumprimen- Moçambique e de São Tomé e Prín-
perior Técnico Militar, na República to da Directiva de Sua Excelência o cipe, contando com o prestimoso
de Angola, 162 militares licenciados Presidente da República e Coman- empenho de docentes angolanos,
em engenheira e medicina, depois dante-em-Chefe das Forças Armadas cubanos, portugueses e vietnamitas.
de cinco e seis anos de formação nes- Angolanas, Engenheiro José Eduardo Localizado no Campo Militar do
te estabelecimento de Ensino Militar, dos Santos, à luz do Despacho nú- Grafanil, arredores de Luanda,mó
numa altura em que a Instituição ce- mero 079 CEMG/FAA, de 07 de No- ISTM tem a responsabilidade de for-
lebra o oitavo aniversário. vembro de 2007, com o objectivo de mar futuros oficiais, nos domínios da
Dos 162 licenciados, 131 são do formar quadros militares em licencia- técnica e do saber castrense, capaz
sexo Masculino e 31 do sexo Femeni- turas nas áreas de Engenharia e Me- de garantir a soberania e a integrida-
no sendo 47 Médicos 23 engenheiros dicina. de nacional, através de um alto nível
Mecânicos, 39 engenheiros Electro- O processo de formação neste de preparação científica e tecnológi-
tecnicos, 27 engenheiros de Constru- estabelecimento de ensino, teve o ca.
ções e Fortificações e 26 engenheiros seu início no dia 15 de Maio de 2008. Desde a sua criação, este Instituto
Informáticos. Nela frequentam estudantes nacio- formou 447 quadros, dentre eles nas
O ISTM, Instituição de Ensino Uni- nais e de Países Africanos de Língua áreas de Engenharia Mecânica, Elec-
versitário Militar, enquadrado no Oficial Portuguesa, nomeadamente trotecnia, Informática e Construção e
sub-sistema de Ensino Superior foi de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Fortificações e Médicina.


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 3

OUTORGA DE DIPLOMAS AOS ENGENHEIROS DOS PAÍSES

AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA ORGULHA DI-

RECÇÃO DO ISTM - CONSIDERA O DIRECTOR DA INSTITUIÇÃO.























































Pergunta: O ISTM acaba de for- quando a instituição foi inaugurada. paz, jamais teríamos condições de
mar novos engenheiros com des- Neste 9º aniversário, podemos dizer dar resposta a esta grande missão de
taque para sete dos Países Africa- com grande alegria que os primeiros transmitir o conhecimento científico
nos de Língua Oficial Portuguesa sete engenheiros estrangeiros (dos e militar para a reconstrução do nos-
(PALOP) . Tenente General Jaime PALOP) recebem os seus diplomas e so País bem como dos nossos países
Vilinga, que impacto tem a forma- com muito orgulho transportarão a irmãos de língua oficial portuguesa.
ção destes quadros estrangeiros bandeira do ISTM para além das nos- Temos hoje colaboração com vá-
nesta instituição militar superior sas fronteiras. rias instituiçoes académicas e milita-
do País, que desde já podemos P: Qual é a importância que o res estrangeiras, melhorando assim o
considerar inédita, uma vez que Tenente General (TG) atribui a nosso sistema de ensino e facilitando
são os primeiros engenheiros mi- formação destes engenheiros na as pós-graduações que temos reali-
litares formados na República de República de Angola zado, sobretudo no aprimoramento
Angola R: A formação destes quadros es- do nosso corpo docente.
Resposta: A conclusão deste ci- trangeiros no ISTM pode também O nosso corpo docente é com-
clo de formação representa mais um ser interpretada como um símbolo posto por professores angolanos e
grande passo na relação entre o ISTM e mesmo fazendo parte das grandes estrangeiros o que faz da internacio-
e os objectivos definidos em 2008 vitórias da paz no nosso País. Sem nalização uma palavra chave dentro


4 Cadete

do ISTM vo já recebeu alguma solicitação 400 engenheiros e 80 médicos res-
P: TG o ISTM vai continuar com por parte das entidades de direi- ponde clara mente a positividade
essa parceria no domínio da for- to deste países para que cadetes deste balanço. Mais do que isso, a
mação de estrangeiros destes paí- possam ingressar no ISTM? participação de 500 cadetes do ISTM
ses R: Conforme referi anteriormente, na recente campanha de vacinação
R: A formação destes quadros téc- a vinda de cadetes para o ISTM de- contra a febre amarela, ao lado das
nicos militares, faz parte do grande pende de acordos bilaterais firma- equipas médicas do Ministério da
leque de acordos que as Forças Ar- dos entre esses países e as Forças Saúde de Angola e da Organização
madas Angolanas possuem com as Armadas Angolanas pelo que alguns Mundial da Saúde, não precisa de
várias Forças Armadas pelo mundo. candidatos ao ano lectivo de 2016 já palavras parailustrar o quão a nossa
De salientar que vários outros países cá se encontram e outros chegarão instituição pode dar resposta aos
africanos têm solicitado vagas na brevemente problemas nacionais.
nossa instituição mas por enquan- P: TG pode fazer uma avaliação A abertura de novos cursos (licen-
to estamos restringidos a barreira do cumprimento a nívelda forma- ciaturas e pós-graduações) faz par-
da língua, portanto somente países ção de quadros militares durante te dos objectivos para os próximos
que falam português estão aderindo esses anos de existência da insti- anos.
a essas vagas, esperemos que no fu- tuição que dirige . Positivo ou ne- Gostaria no entanto de ver o ISTM
turo e uma vez ultrapassada a crise gativo ? a crescer um bocado mais, na pro-
financeira e económica que o país R: Certamente o balance é muito porção real da reconstrução nacio-
vive, possamos estender a formação positivo. Apesar de estarmos ainda nal do País, para podermos dar res-
a outros povos que falam outras lín- longe do patamar exigido para as posta a grande solicitação nacional.
guas, factor vantajoso para nós por- grandes instituições de ensino su- O número de candidatos que ocorre
que obrigar-nos-ia a introduzir ma- perior técnico, isso devido a nossa aos nossos serviços é tão grande que
terias em outras línguas e também realidade angolana e os constran- nós, tão pequenos que somos, não
ajudaria os nossos estudantes (ca- gimentos naturais que vivemos, o conseguimos dar aquela resposta
detes) a evoluirem em outras línguas facto de termos colocado já à dispo- positiva que os cidadãos de Cabinda
para além do português sição do Estado Maior General das ao Cunene e do Mar ao Leste gosta-
P: TG, para o próximo ano lecti- Forças Armadas Angolanas cerca de riam obter.

















































Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 5

DOUTOR JAIME VILINGA INTEGRA CORPO DOCENTE DE UMA
UNIVERSIDADE PORTUGUESA COMO CATEDRÁTICO








































Professor Doutor Jaime Vilinga durante a acinatura do contrato de docencia com o departamento de física da faculdade de ciências da universidade
da Beira Interior

professor angolano Jaime dinamização e divulgação de activi- alta de um júri internacional.
Manuel Pombo Vilinga, Direc- dades científicas na área de astrofí- O docente é pós-graduado em
O tor- geral do Instituto Supe- sica, no Departamento de Física da “Química e Física de Atmosferas Pla-
rior Técnico Militar (ISTM), das Forças Faculdade de Ciências, de Portugal. netárias” e “Aquecimento Global do
Armadas Angolanas, passou a inte- Neste âmbito, no passado dia 24 Planeta” pelo Observatório de Ciên-
grar desde finais de Novembro de de Novembro, deu início os seus tra- cias do Universo e Laboratório de
2015, o corpo docente da Universida- balhos em Portugal, tendo proferido Glaciologia e Geofísica da Europa da
de da Beira Interior, na Covilhã, Por- uma palestra com o tema “O univer- Universidade Joseph Fourier de Gre-
tugal, como catedrático convidado. so – A visão humana ao longo dos noble (França).
tempos”, que teve lugar na sala dos A nível do país (Angola) exerce ac-
JAIME VILINGA ASSINA CON- Conselhos da Faculdade de Letras e tualmente o cargo de director geral
TRATO DE DOCÊNCIA COM O Artes daquela universidade. do do Instituto Superior Técnico Mi-
DEPARTAMENTO DE FÍSICA DA Jaime Vilinga é um reputado as- litar, das Forças Armadas Angolanas
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNI- trofísico angolano, que cursou en- e é membro do Conselho Consultivo
VERSIDADE DA BEIRA INTERIOR genharia geográfica na Universida- do Ministério da Ciência e Tecnologia
de Agostinho Neto e no Centro de para a implementação das Ciências
De Essa reputada universidade Astrofísica da Universidade do Porto Geoespaciais em Angola.
portuguesa manifestou imensa sa- (Portugal), tendo-se doutorado no Integrado em equipas internacio-
tisfação em poder contar com os Institut d'Astrophysique de Paris, uni- nais e multinacionais desde o ano
conhecimentos do ilustre astrofísico, versidade francesa, universidade de de 2001, participou em missões de
conhecido pelas suas investigações, Pierre e Marie Curie (Paris VI), orien- investigação científica em vários paí-
nomeadamente no que respeita ao tado na altura pelo cientista francês ses do mundo, entre os quais a Repú-
estudo dos eclipses solares. Serge Koutchmy, director de pesqui- blica Islâmica do Irão, Bélgica, Itália,
A Universidade da Beira Interior sas do CNRS e UPMC, cuja tese foi a Egipto, Estados Unidos da América,
espera que Jaime Vilinga contribua “Análise das variações do envelope Austrália, Portugal, Sibéria na Rússia,
de forma relevante para o desenvol- cromosférico do sol e a sua ovalisa- Uganda e França (Pirenéus e Haute
vimento de actividades de apoio a ção”, tendo obtido a menção mais Provence).


6 Cadete

VISITA



Embaixador de Moçambique visita ISTM















































Embaxador de Mo;ambique (no centro) com membros da direc;\ao do ISTM e cadetes Mo;ambicanos no final da visita


O Embaixador de Moçambique terá recebido explicações da parte dos conhecimentos transmitidos aos
acreditado na República de Angola, destes, do processo de desenvolvi- estudantes do ISTM
Santos Álvaro, efectuou no passado mento e evolução dos estudos neste Explicou que as informações rece-
dia 20 de Abril do corrente ano, uma estabelecimento de ensino. bidas das entidades do Instituto são
visita às instalações do Instituto Su- No final da visita, entrevistado encorajadores e por este facto vai
perior Técnico Militar, onde recebeu pelo repórter da Revista Cadete, o encorajar o Governo moçambicano a
explicações sobre o nível de organi- Embaixador Santos Álvaro começou enviar mais alguns jovens para serem
zação e funcionamento da institui- por agradecer a Direcção do ISTM formados no Instituto Superior Técni-
ção de ensino. pela recepção e sobretudo pela con- co Militar.
A visita do Diplomata moçam- tribuição dada na formação de qua- No concernente à inserção no
bicano, aconteceu numa altura em dros no sector de Defesa da sobera- mercado de trabalho em Moçambi-
que sete engenheiros do curso de nia e integridade territorial que deste novos quadros militares,
Engenharia Mecânica terminaram as "Daquilo que fui informado é de o Embaixador Santos Álvaro fez sa-
licenciaturas aguardando pela outor- grande reconhecimento a qualidade ber que tudo está garantido, pois os
ga dos respectivos diplomas dos quadros formados neste Insti- recém formados estão vinculados
A sua chegada na instituição, San- tuto, facto que vai permitir os enge- no ministério da Defesa Nacional de
tos Álvaro foi recebido pelo Direc- nheiros moçambicanos aplicar os Moçambique.
tor do ISTM, Tenente General Jaime seus conhecimentos na terra natal, "Quando eles regressarem para
Pombo Vilinga, e demais responsá- com vista contribuir para o desenvol- o nosso país serão logo reintegra-
veis do Instituto. No local depois de vimento económico e social de Mo- dos nos seus sectores de actividade
um encontro com os membros da çambique, sobretudo na edificação porque está assegurado o enquadra-
Direcção, o Embaixador moçambi- de infraestruturas", referiu o Diplo- mento profissional deles", garantiu o
cano manteve também uma reunião mata, que manifestou-se impressio- Diplomata.
com os estudantes do seu país, onde nado pela "positiva" com a qualidade


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 7

BRIGADEIRO FRANCISCO BELMIRO ROSA DEFENDE TESE DE DOUTORAMENTO EM MEDICINA




























































brigadeiro Belmiro diante o corpo de jurado quando defendia a tese de doutoramento
outor Belmiro Rosa, Médico sor Doutor Mário Fresta, Ex-Reitor da Dr. Belmiro Rosa. Associando esta
Especialista em Gastrentero- Universidade Agostinho Neto. questão às multiplas recorrências às
Dlogia concluiu no dia 19 de As teses de doutoramento têm consultas de Gastrenterologia, lon-
Outubro de 2015, um projecto de como condição desenvolver estudos gas listas de espera para consulta de
estudo que certamente será referên- que procuram contribuir com novos gastrenterologia, número reduzido
cia para a sua carreira profissional já aportes ao conhecimento científico de especialistas e o entendimento de
longa. (algo de novo). que a infecção por esta bactéria de-
Foi nesse dia que defendeu a Existem afirmações académicas sencadeia quadros clínicos de gastri-
tese de Doutoramento em Medici- já conhecidas em como as doenças te, tendente para a cronicidade com
na, perante um jurí constituido por gastroduodenais têm uma prevalên- alterações celulares da mucosa gátri-
seis PROFESSORES DOUTORES da cia maior quando associadas à infec- ca, desenvolvendo úlceras e tumor, o
Faculdade de Ciências Médicas da ção por uma bactéria designada por Prof Doutor encontrou os factores de
Universidade Nova de Lisboa, presi- Helicobacter pylori. Mais de 50% da interesse acadêmico para avaliação
dido pelo Professor Doutor António população mundial está infectada do estado da arte.
Murinelo Sousa Guerreiro,Presidente por esta bactéria e que os países em Neste sentido, durante mais de
do Conselho Científico da referida desenvolvimento têm maior preva- quatro anos dedicou-se em perce-
faculdade e integrado pelo Profes- lência, segundo o Prof. ber a infecção por esta bactéria ini-


8 Cadete

BRIGADEIRO FRANCISCO BELMIRO ROSA DEFENDE TESE DE DOUTORAMENTO EM MEDICINA






























































cialmente em Portugal e posterior- molecular das amostras. nais e a avaliação de uma terapêuti-
mente, apresentando ao Conselho Terminado o estudo, dentre ou- ca mais acessível para estes doentes.
Científico da Faculdade de Ciências tras conclusões o Professor Belmiro A prova Pública da Tese, após
Médicas da Universidade Nova de Rosa afirmou que a infecção por He- autorização do Magnífico Reitor da
Lisboa como tema de tese de Douto- licobacter pylori, é um problema de Universidade Nova de Lisboa Profes-
ramento um estudo sobre A INFEC- Saúde Pública. Referiu ter encontra- sor Doutor António. M. B. Rendas foi
ÇÃO POR HELICOBACTER PYLORI EM do divergências em relação ás estir- realizada no Instituto Superior Técni-
POPULAÇÕES DE ANGOLA. pes desta bactéria e a doença resul- co Militar, por deslocação dos Mem-
Foi um estudo no âmbito de saú- tante da sua acção patogénica, que a bros do Jurí nomeado para o efeito.
de pública, realizado em comunida- população Angolana estudada apre- Após cerca de três horas de deba-
des rurais e urbanas, tendo como senta uma prevalência da infecção te acadêmico, foi atribuída a classi-
princípio que as vias de transmissão de 93% e que a região a beira mar, ficação de APROVADO COM DISTIN-
fundamentalmente são higienico- tem uma frequência baixa. ÇÃO E LOUVOR.
-sanitárias. Foram utilizados méto- Propondo que se realize um es-
dos de diagnóstico endoscópicos tudo mais alargado para se definir Bem Haja ao Prof Doutor Belmi-
convencionais, realizado estudo a metodologia no seguimento dos ro Rosa
anatomo-patológico e de biologia doentes com queixas gastroduode-


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 9

ENTREVISTA

ENTREVISTA COM O DIRECTOR ADJUNTO PARA

ORGANIZAÇÃO MILITAR DO INSTITUTO SUPERIOR
TÉCNICO MILITAR, BRIGADEIRO ABÍLIO PAQUISSI

















































Brigadeiro Paquisse director adjunto para organização militar do ISTM



o âmbito da celebração de orgânico, civil e militar, infraestrutu- de serviços, a ética e cultura militar
mais um aniversário do ISTM, ras até aos meios de apoio. Ocupa-se , liderança ou chefia militar, táctica
No Brigadeiro Paquissi conce- também das questões do âmbito da e asseguramentos (Engenheiros e
deu uma entrevista à Revista Cade- preparação combativa dos militares Médico). Essa área também inclui a
te onde aborda o principal papel da e da formação iminentemente mili- educação patriótica, moral e cívica
área que dirige neste estabelecimen- tar dos cadetes. dos militares. Resumindo a Área de
to de ensino das Forças Armadas An- Como sabemos no ISTM existem Organização Militar no concernen-
golanas. duas componentes de formação: te à formação dos nossos Cadetes,
A formação técnico científica ou complementa a formação acadêmica
Revista Cadete : Brigadeiro Pa- académica em duas áreas que são (técnico-científica). Fora deste âm-
quissi gostaria que nos fizesse en- as Engenharias com quatro cursos bito, é a área que responde pela ad-
tender quais as principais tarefas actualmente, e a área de Ciências ministração do pessoal civil e militar,
desta área sob sua jurisdição? Biomédicas com o curso de Medici- pelas infraestruturas e pelos serviços
na. Paralelamente a isto, existem as prestados tais como a assistência
Brigadeiro Paquissi - Muito obri- disciplinas de carácter militar que médica, a logística, o saneamento e
gado desde já. A área de Organização são obrigatórias em todas as institui- a própria guarnição (...).
Militar do ISTM é aquela que respon- ções com as características de aca-
de pelas questões administrativas, demia militar. Incluem-se nestas dis- Revista Cadete : Sr. Brigadeiro Pa-
isto é , desde o controlo do efectivo ciplinas os regulamentos, as normas quissi fala de organização. Neste



10 Cadete

ENTREVISTA


capítulo o ISTM está bem servido? jovens e os jovens são dinâmicos e tural aqui no ISTM é muito forte no
curiosos. Para muitos deles a primei- âmbito das nossas actividades. Nós
Brigadeiro Paquissi - Nós não ra visão era de que o ISTM fosse uma temos um comité desportivo. Ora,
podemos dar- nos por satisfeitos Universidade como uma qualquer, "puxando um pouco a brasa a nossa
com os níveis já alcançados. As orga- onde eles teriam 100 porcento de sardinha", nós somos o sustentáculo
nizações são dinâmicas e a avaliação liberdade. Mas aqui eles encontram da equipa do Estado Maior General
não pode ser apenas interna ou pes- um outro paradigma de vida próprio nos Jogos Militares. Temos quase to-
soal. Mas nós estamos inseridos num para um jovem que se forma numa das modalidades no âmbito destes
corpo maior que são as Forças Arma- instituição militar para servir a Na- jogos. Temos actividades culturais e
das Angolanas. As FAA dos anos 2002 ção sob as Forças Armadas. E quan- possuímos uma banda de música de
e 2004 não são as de hoje, evoluíram do eu digo servir as Forças Armadas amadores.
em muitos aspectos mas os desa- em primeiro lugar, significa dizer Para além disso também temos
fios também são novos e constantes, para ser militares qualificados com a um leque de intercâmbio quer com
logo, não podemos estar satisfeitos consciência de que o facto de esta- Unidades da nossa Região Militar
com os níveis organizacionais que rem aqui os qualifica como sendo os com as quais realizamos torneios.
nós alcançamos, devemos sim a cada melhores. Isso não é garantia de que Mensalmente nós fizemos excursões
dia melhorar e melhorar sempre. saiam daqui como oficiais. Esta insti- a monumentos e sítios históricos da
tuição é muito, muito selectiva . E se- nossa capital, e as mesmas são feitas
Revista Cadete: Brigadeiro Paquis- lectiva porquê? Porque ela tem a mis- não só com os Cadetes mas também
si, sabemos que o ISTM alberga são de formar os futuros Engenheiros aproveitamos enquadrar alguns pro-
um determinado número de es- e Médicos , chefes de serviços técni- fessores, sobretudo os de nacionali-
tudantes ou Cadetes quer nacio- cos e médicos que no âmbito da ree- dade cubana para conhecer um pou-
nais e estrangeiros dos PALOP. No dificação das FAA, procederão a re- co mais da nossa cultura e história.
capítulo da disciplina dos mesmos novação desejada dos efectivos das Os cadetes tem direito à dispensas
que avaliação se lhe oferece fazer Forças Armadas Angolanas. processadas por grupos porque nos
neste sentido. A minha geração tem, se tanto, finais de semana também assegura-
mais oito a dez anos de serviço pela mos o direito do batalhão de coman-
Brigadeiro Paquissi - Sobre o en- frente. Então, ela só terá o orgulho do e serviços repousar. Os seus efec-
quadramento disciplinar dos Cadetes de passar o estandarte ou testemu- tivos garantem os serviços de guarda
dos Países Africanos de Língua Ofi- nho a jovens com formação técnica, e guarnição de segunda-feira a sexta.
cial Portuguesa (PALOP) não temos patriótica, de cidadania e ética, com Aos fins de semana o serviço é inter-
grandes referências a tecer . Primei- espírito de serviço, missão e dever se calado com os Cadetes. Então aí nor-
ro, porque o enquadramento destes a sua formação aqui e noutros esta- malmente nós temos uma disponibi-
(Cadetes) é processado a partir da belecimentos for bem feita. E isto já lidade de 50 porcento de dispensas
instrução militar básica dos Cadetes foi demonstrado durante a privação ao domicílio.
angolanos (aqueles que ingressam do período de férias dos Cadetes E neste período de dispensa existe
como civis). Eles acompanham este para responder a um imperativo na- também intercâmbio com outras ins-
processo a partir da formação ou cional que foi a campanha de vacina- tituições do ensino superior. Alguns
recruta e o enquadramento é suave. ção contra a febre-amarela. Portanto, estudantes aproveitam este tempo
Por outro lado, muitos deles já vêm essa é a nossa missão e o jovem que para fazer consultas a bibliotecas. O
com formação militar. Até agora não vem para o ISTM sabe que existem regresso dos Cadetes normalmente é
temos nenhuma referência de actos regulamentos e que os mesmos são as 16 horas de domingo, porque nós
de indisciplina graves que ocorreram para ser observados de forma cons- temos de saber que o número de Ca-
aqui e que tenham sido protagoniza- ciente e livre porque o regulamento detes dispensados corresponde ao
dos por Cadetes estrangeiros . Sobre não é imposto, ele é ensinado, a dis- regressado.
este ponto de vista nós não temos ciplina é ensinada e praticada cons-
problemas com os Cadetes estran- cientemente. Nós vemos a disciplina Revista Cadete: Brigadeiro Paquis-
geiros incluindo os que encontram a partir dos nossos superiores. Só si pode falar um pouco sobre as
familiares no país. Eles cumprem para acrescentar, os regulamentos condições sociais dos Cadetes den-
com as normas não há problemas, militares são iguais em toda parte do tro do ISTM .
pois existe uma integração perfeita. mundo. Não se negociam.
Brigadeiro Paquissi - O regime de
Revista Cadete : E da parte dos Ca- Revista Cadete: Como são geridos vida é de internato. Para isso, nós te-
detes nacionais ? os momentos de lazer dos Cade- mos um centro médico conjunto com
tes? a Escola Superior de Guerra onde to-
Brigadeiro Paquissi - Nós temos das aquelas enfermidades e casos pri-
de partir de um facto. Lidamos com Brigadeiro Paquissi - A com- mários são tratados e inclusive alguns
ponente de lazer, desportiva e cul- serviços como de oftalmologia, esto-


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 11

ENTREVISTA

matologia, radiologia e laboratório em que as refeições devem ser servi- ções onde se realizam as aulas e ou-
são prestados localmente. das em concordância com o período tras actividade está assegurado.
Para além disso possuímos um de aulas. A primeira refeição no ins- Os serviços de lavandaria, alfaiata-
pelotão sanitário agregado ao BCS, tituto é servida as 5 H 30 M, para os ria, barbearia e tratamento de cabe-
que trata das questões de saúde pú- Cadetes do segundo ciclo de medici- los, apesar de exíguos para a deman-
blica, tais como higiene do meio e na com aulas ministradas no Hospi- da, funcionam.
individual. tal Militar Central de Luanda a partir Neste domínio o maior constran-
Quando acontecem casos graves das 7 H 30 M.. gimento prende-se com o afrouxa-
o doente é evacuado para o Hospital Nós participamos com os produ- mento das obras de expansão que
Militar Central de Luanda. tos e a empresa presta os serviços. contemplariam mais áreas sociais
Do ponto de vista da logística Quanto a este serviço não temos ra- vitais. ( bibliotecas, cinemas, quadras
alimentar o ISTM tem um convênio zões de queixa no cumprimento dos desportivas, etc.)
com uma empresa de serviços na horários, mas estamos muito atentos
área de restauração. As razões que em relação à qualidade da prestação
nos levaram a " terceirizar" este ser- de serviço que é feita. As refeições
viço prendem-se com o rigor nos ho- são todas servidas na instituição.
rários acadêmicos. O rigor nas horas O transporte de e para as institui-


































































12 Cadete

ACORDO


RUBRICADO ACORDO ENTRE DEPARTAMENTO DE

BIOTECNOLÓGICAS E CIÊNCIAS DE SAÚDE DO ISTM E FACULDADE
DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE NOVA LISBOA

















































Momento da assinatura do acordo ( a esquerda Doutor Capita) e a direita Professor Doutor Jaime Branco)


m acordo de cooperação ou participação em seminários, coló- tônio Capita exprimiu a sua satisfa-
que visa estabelecer e levar quios e simpósios e em programas ção pelo acordo rubricado, tendo
Ua cabo conjuntamente pro- conjuntos de pós-graduação e coo- salientado "que será uma mais valia
jectos, programas e actividades em peração na orientação de estudan- para o ISTM no capítulo pedagógico".
diferentes áreas, foi rubricado, em tes de mestrado e doutoramento . Por seu lado, o Professor Doutor
Luanda, a 19 de Outubro de 2015, Foram signatários do documento, Jaime Branco também presidente do
entre o Departamento de Biotecno- pela parte angolana, o chefe de De- Conselho Científico desta Faculdade
lógicas e Ciências da Saúde do Insti- partamento de Ciências da Saúde o acordo ora rubricado "tem muitas
tuto Superior Técnico Militar (ISTM) e e Biotecnologias , Coronel Médico vantagens pois poderá incrementar a
a Faculdade de Ciências Médicas da Antonio Capita e pela portuguesa , cooperação quer a nível pedagógico
Universidade Nova Lisboa. o Sub-Director da Faculdade de Ciên- com científico". "A nossa cooperação
O acordo de cooperação ora ru- cias Médicas de Nova Lisboa, Profes- com o ISTM e de anos atrás e acre-
bricado de cinco anos base-a-se nos sor Doutor Jaime Branco. ditamos que realmente este protoco-
intercâmbios de pessoal docente e A Cerimônia foi testemunhada lo vai facilitar ainda mais os laços já
investigador , estudantes , pessoal da pelo Director do Instituto Superior existentes", ressaltou.
administração e serviços, programas Técnico Militar (ISTM) Tenente Gene-
conjuntos de investigação, docu- ral, Jaime Pombo Vilinga.
mentos científicos , desenvolvimento Na ocasião, o coronel médico An-



Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 13

VACINAÇÃO

EFECTIVOS DO ISTM PRESTAM


CONTIBUTO NA CAMPANHA DE


VACINAÇÃO CONTRA A FEBRE-AMARELA













































Efectivos do ISTM partindo para jornada de vacinação

Por ordem do Chefe do Estado ga, Rangel, Sambizanga e Samba) e 162, respectivamente.
Maior General o Director Geral do A campanha foi dirigida pelo Min-
ISTM em 2 de Fevereiro do ano em sa e supervisonada pela OMS. Resultados da vacinação
curso, formou uma comissão chefia- Os trabalhoe foram efectuados A abertura da campanha de vaci-
da pelo Sr Coronel Médico Antóno sempre em coordenação com os ad- nação teve inicio no dia 2 de Feverei-
Jorge Capita, Chefe do Departamen- ministradores locais, Comandos de ro de 2016, no Município de Viana, na
to de Biotécnologia e Ciências de policia e as chefias das delegações de presença do ex ministro da Saúde,
Saúde para coordenar a campanha Saúde a nivel provincial, municipal e José Vandunem ministro da e do Go-
de vacinação da população de Luan- comunal. Tambem tivemos a coope- vernador de Luanda General Higino
da, coadjuvado pelo Tenente Coro- ração das organizações juvenis, co- Carneiro.
nel Abel Canhanga, chefe do ciclo missões de bairro, igrejas e órgãos de A vacinação foi efectuada pelos
básico do Curso de Medicina. protecção civil. Cadetes do curso de medicina do
2 Asseguramento da Campanha ISTM e as actividades de organização
2.1 Situação do território da Pro- FORÇAS E MEIOS e preenchimento de cartões foram
víncia de Luanda Recursos humanos efectuados pelos estudantes do pri-
Luanda com uma população de Oficiais: 8 do ISTM e um tenente meiro ano dos cursos de engenharia.
6583216 habitantes e oito Municí- de fragata
pios, nomeadamente Viana ,Cazenfa, Sargentos: 36 da Direcção dos Ser- A equipa das FAA participou na
Cacuaco, Icolo e Bengo , Quiçama, viços de Saúde das FAA vacinação dos municipios de Viana,
Belas e Luanda ( com os Distritos de Cadetes: 500 dos cursos de Medi- Belas, Cacuaco, Luanda e os distritos
Kilamba Kiaxi, Imgombotas, Maian- cina e Engenharia do ISTM sendo 338 respectivos.



14 Cadete

VACINAÇÃO

No total foram vacinados 5910480
habitantes da provincia de Luanda
dos 6.583216 previstos perfazendo
um total de 90% da população alvo
distribuidos de acordo a tabela abai-
xo.


MUNICIPIOS/DISTRITOS
Pop. Alvo Doses Adminitradas
% Cob.

Belas 1 071 662 1 274 485
119%
Cacuaco 887 829 7 5 7 2 4 0
85% Cadete vacinando população durante a campanha
Cazenga 867 659 8 0 4 4 9 4
93% pela doença. da OMS concluíram que existe um
Icolo e Bengo 75 103 2 9 7 7 2 Comunicação e mobilização so- alto risco entomológico epidémico
40% cial que permitirá informar e mobi- extensivo a quase toda população
Ingombota 89 556 3 9 2 6 6 lizar os líderes locais e a população do Pais, devido a alta taxa de infesta-
44% para sua participação activa nas acti- ção e disseminação do vector Aedes
K. Kiaxi 640 006 2 0 0 0 9 5 vidades de controlo da epidemia. aegypti em Luanda e outras provín-
31% cias de Angola.
Maianga 660 884 2 8 4 8 0 9 FEBRE-AMARELA A epidemia actual de Febre-ama-
43% A Febre-amarela é uma doença rela urbana iniciou em Dezembro de
Rangel 136 031 2 2 1 8 5 infeciosa grave de curta duração que 2015 no bairro Km 30 do município
16% pode causar a morte. É causada por de Viana da Província de Luanda,
Samba 160 174 2 7 6 4 0 um vírus que é transmitido ao ho- com a ocorrência de 4 casos que re-
17% mem através da picada de mosquitos sultaram em óbito tendo sido confir-
Sambizanga 433 970 1 1 4 5 7 0 infectados. Actualmente é endémica mado o diagnóstico pelo Laborató-
26% em 44 países nas regiões tropicais rio Pasteur de Dakar. Posteriormente
Quissama 25 240 1 2 9 7 3 da África e América do Sul causan- surgiram novos casos com uma pro-
51% do surtos em intervalos irregulares gressão rápida da epidemia.
Viana 1 535 102 2 088 495 em aldeias ou cidades, podendo Perante a gravidade do problema
136% comprometer milhares de pessoas. o Ministério da Saúde reactivou o
Outras Instituições Em África houve um ressurgimento sistema de vigilância epidemiológica
254 456 da doença desde meados dos anos nacional para notificação e busca ac-
TOTAL 6 583 216 5 910 480 1980. Angola registou surtos de im- tiva de todo caso suspeito de febre-
90% portância em 1971 e 1986. -amarela para conhecer a tendência,
Existem dois ciclos principais de distribuição geográfica e severidade
Componentes estratégicos transmissão da febre-amarela, trans- da epidemia de modo a iniciar in-
Para atingir o objectivo o plano missão silvestre que acontece em tervenções de controlo focalizadas
estabeleceu 6 áreas estratégicas de macacos onde os humanos adqui- inicialmente no município de Viana,
intervenção: rem a doença de forma incidental que consistiram na vacinação mas-
Vigilância epidemiológica inves- através de picadas de mosquitos siva da população maior de 6 meses
tigação e laboratório que permitirá silvestres e a transmissão urbana de idade e medidas de controlo vec-
monitorizar a evolução da epidemia que historicamente produz grandes torial nomeadamente a fumigação
e orientar as acções de controlo. epidemias e ocorre quando pessoas com insecticida piretroide e utiliza-
Campanha de Vacinação massiva infectadas com o vírus da Febre- ção de bio larvicidas em pequena
contra a febre-amarela que permitirá -amarela se deslocam para áreas escala a volta dos casos notificados.
controlar a epidemia protegendo a densamente povoadas, onde a po- Posteriormente a vacinação foi es-
população em risco pulação local tem pouca ou nenhu- tendida aos municípios de Belas, Ca-
Controlo integrado do vector Ae- ma imunidade e onde existem altos zenga e Cacuaco.
des aegypti que reduzirá o risco e mi- níveis de infestação pelo mosquito Para orientar as acções e coor-
tigará o impacto da epidemia. Aedes aegypti que é o mosquito vec- denar a implementação do plano o
Manuseio clínico dos casos que tor da febre-amarela urbana. Ministério da Saúde constitui-o uma
reduzirá a taxa de letalidade causada Avaliações realizadas por peritos Comissão Técnica de Resposta a Epi-


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 15

VACINAÇÃO











































Integrantes do grupo de vacinação do ISTM coordenado pelo coronel médico Dr. Capita

demia de Febre-Amarela que conta Municípios de Luanda. Por outro lado Estes dados de vacinação mostram
com o apoio dos Representantes das pesquisas realizadas pelas equipas que aproximadamente metade da
agências da ONU e peritos interna- Cubanas de luta antivectorial confir- população menor de 35 anos estaria
cionais da OMS, CDC e MSF assim mam a ampla infestação do País por protegida, assim como os viajantes
como com apoio operacional das Aedes aegypti. internacionais, no entanto devidas
FAA e Ministério do Interior entre ou- Relativamente a imunidade ad- as migrações e populações retorna-
tros parceiros. quirida por vacinação, sabe-se que a das nos pós conflito, possivelmente
Análise de situação vacina contra febre-amarela foi intro- não tenham sido vacinadas fazendo
Os principais factores de risco para duzida no calendário nacional de va- com que a população protegida seja
urbanização da febre-amarela são cinação de rotina do MINSA em 1980. menor.
a existência de altos níveis de infes- A partir desse ano administra-se roti- A curva epidémica de Viana é en-
tação do mosquito Aedes aegypti, neiramente as crianças de 9 a 11 me- talhada mostrando muitas lacunas e
vector da febre-amarela urbana e a ses de idade. As coberturas médias uma tendência a queda o que mostra
baixa imunidade da população con- vacinação de rotina contra a febre- as deficiências na notificação dos ca-
tra a doença devido a vacinação ou -amarela foram das mais baixas entre sos suspeitos e possivelmente o iní-
infecção natural. os antigénios do Programa Alargado cio do impacto da vacinação.
De acordo com uma avaliação rea- de vacinação (PAV) e estiveram a vol- Fonte: CPDE-MINSA
lizada no mês de Maio de 2013 por ta de 50%, devido principalmente a Objectivo Geral
peritos da OMS por ocasião de um insuficiente disponibilidade da mes-
surto de dengue, concluiu-se que ma nos laboratórios produtores e ao Interromper rapidamente a trans-
existe um alto risco entomológico de seu relativo alto custo. A cobertura missão do vírus da febre-amarela em
urbanização da febre-amarela devi- de vacinação de rotina para Febre- Luanda, através de vacinação massi-
do a alta taxa de infestação e disse- -amarela em Luanda foram similares va num período curto a fim de miti-
minação do vector Aedes aegypti em ao resto do país e nos últimos 7 anos gar o impacto negativo na saúde da
Luanda e outras províncias de An- estiveram entre 50% e 69%. população e a propagação interna-
gola. Na Província de Moxico não foi Cumprindo o Regulamento Sani- cional da doença, complementada
encontrado o mosquito vector. Em tário Internacional a vacina adminis- com acções de controlo do vector,
Janeiro de 2015 outra missão ento- tra-se também aos viajantes inter- vigilância epidemiológica e entomo-
mológica confirmou os altos índices nacionais estimados em 150.000 a lógica bem como de comunicação e
de infestação do vector em todos os 200.000 pessoas ano. mobilização social.


16 Cadete

ENTREVISTA COM O DIRECTOR DO INARES



























































































Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 17

ENTREVISTAS



FINALISTAS DOS PAÍSES AFRICANOS DE

LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (PALOP)


VALORIZAM FORMAÇÃO NO ISTM ENTREVISTA






e atenção que este núcleo prestou aos cadetes de uma forma geral . Ou-
aos cadetes de uma forma geral . Ou- tro agradecimento é extensivo aos
tro agradecimento é extensivo aos professores pela dedicação e vonta-
professores pela dedicação e vonta- de demonstrada durante o período
de demonstrada durante o período de aulas, pois foi por tudo isso que
de aulas, pois foi por tudo isso que me tornei engenheiro. Também agra-
me tornei engenheiro. Também agra- deço aos colegas do mesmo curso e
deço aos colegas do mesmo curso e de outros pela colaboração nestes
de outros pela colaboração nestes anos de formação.
anos de formação.

Romão Djata, - República da Gui-
Romão Djata, - República da Gui- né Bissau (patente Alferes) - Curso de
né Bissau (patente Alferes) - Curso de Informática.
Informática
É de louvar com bastante satisfa-
É de louvar com bastante satisfa- ção por ter estudado no ISTM e des-
ção por ter estudado no ISTM e des- de já agradeço a Direcção Geral do
de já agradeço a Direcção Geral do Instituto, Corpo de Comado, Docen-
Instituto, Corpo de Comado, Docen- tes e Corpo de Cadetes por nós terem
tes e Corpo de Cadetes por nós terem acompanhado nesta "longa cami-
acompanhado nesta "longa cami- nhada" de formação, até ao presente ENTREVISTA
nhada" de formação, até ao presente momento. Igualmente, manifesto a Victor Antonio Gabriel - República
momento. Igualmente, manifesto a minha satisfação por ter concluído de Moçambique (patente Aspirante)
minha satisfação por ter concluído no ISTM a minha formação, facto - Curso de Electrotecnia-Radar
no ISTM a minha formação, facto que constituí um orgulho para mim e
que constituí um orgulho para mim e também para o meu país. Espero que Estes seis (6) anos de formação no
também para o meu país. Espero que tudo continue bem no ISTM. ISTM foram uma óptima experiência.
tudo continue bem no ISTM. A cultura social entre Angola e Mo-
Estou preparado para meter em çambique não difere muito no âmbi-
Estou preparado para meter em pratica no meu país tudo quando to geral, embora nos primeiros dias
pratica no meu país tudo quando aprendi durante a formação nesta ter enfrentado algumas dificuldades
aprendi durante a formação nesta área (Informática). que com o decorrer do tempo foram
área (Informática). superadas.
Quanto a interação entre demais
Quanto a interação entre demais colegas durante os 6 anos de forma- É louvar a ajuda da Direcção Geral
colegas durante os 6 anos de forma- ção, no princípio tivemos pequenas do ISTM, Corpo de Comando, profes-
ção, no princípio tivemos pequenas dificuldades em se adaptar à reali- sores Cubanos e demais colegas que
dificuldades em se adaptar à reali- dade no terreno, mas com tempo fo- fizeram o máximo de esforços para
dade no terreno, mas com tempo fo- mos ultrapassando criando amizades um final de curso com êxito.
mos ultrapassando criando amizades porque somos alunos de países de
porque somos alunos de países de expressão portuguesa embora com Estou preparado para no meu país
expressão portuguesa embora com culturas diferentes . enfrentar os desafios tão logo dê
culturas diferentes . início às minhas funções na área em
Quero finalmente agradecer to- que acabo de me formar. Será o iní-
Quero finalmente agradecer to- dos membros da direcção do ISTM e cio de uma nova etapa que terei de
dos membros da direcção do ISTM e estou bastante grato pelo empenho demonstrar na pratica tudo quanto ENTREVISTA
estou bastante grato pelo empenho e atenção que este núcleo prestou apreendi neste estabelecimento de


18 Cadete

ENTREVISTAS


ensino militar das Forças Armadas Sobre a minha formação quero de Cabo Verde (patente Aspirante) -
Angolanas ( FAA). salientar que no início foi um pouco Curso Eletrotecnia-Radar
difícil, mas aos poucos fui me acos-
Durante seis anos de formação no tumando. Tenho que agradecer por Esta formação para mim constitui
ISTM o nosso relacionamento entre hoje estar formado graças às auto- um grande ganho. Não foi fácil visto
Cadetes foi bom, pois, não tivemos ridades angolanas. Não foi fácil mas que o meu grupo foi o primeiro dos
qualquer desentendimento quer entretanto tive um aproveitamento estrangeiros a chegar no ISTM. Passa-
com colegas, professores e coman- positivo. mos algumas dificuldades mas como
dantes para as áreas militar que nos Estou preparado para inserção no militares conseguimos superar, pois
dirigiram durante este tempo. mercado de trabalho no meu país, os responsáveis e colegas da institui-
quer na esfera militar ou como ci- ção sempre estiveram do nosso lado.
Para a Direcção do Instituto Supe- vil na vida pública. Penso também Foi uma boa experiência porque in-
rior Técnico Militar desejo boa sorte ajudar no desenvolvimento de São dependentemente da formação aca-
e muito mais empenho, porque em Tomé e Príncipe, pondo em pratica dêmica apreendi muito mais, lição de
ENTREVISTA
ENTREVISTA
cada dia e ano esta Direcção tem todos os meus conhecimentos que vida (...), valeu a pena porque estou
dado o melhor de si no concernente apreendi no decurso da formação bem preparado para servir os inte-
à mudanças do ponto de vista da me- em Angola. resses do meu país .
lhoria das condições sociais de todos Agradeço a Direcção do ISTM pelo
os Cadetes . acolhimento durante os seis anos A minha mensagem é de agrade-
tive um bom acompanhamento por cimento para com o governo ango-
parte dos responsáveis do estabe- lano, as Forças Armadas Angolanas ,
lecimento de ensino e professores em particular a Direcção do Instituto
cubanos. Sinto-me honrado e bas- Superior Técnico Militar que serviu
tante satisfeito por tudo isso. como meus país. Recebemos duran-
te estes anos boas orientações por
parte dos comandantes e quer apro-
veitar a ocasião para agradecer igual-
mente os professores de uma forma
geral pela dedicação que tiveram
neste período.

Foram professores incansáveis de
Luciley da Cruz Santos Neto - Re- ensinar e muito humanos. Transmiti-
pública de São Tomé e Príncipe (pa- ram conhecimentos sem restrições e
tente Alferes) Curso de Enge- tudo isso ajudou muito para a minha
nharia Mecânica (técnica blindada e formação e dos demais colegas.
automóveis)
Ricardo Yannick Dias - República


















ENTREVISTA Alguns do Engenheiros dos países membro dos PALOP recém licenciados no ISTM 19













Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016

ENGENHEIROS FORMADOS PELO ISTM


ENQUADRADOS NO PROGRAMA ANGO-

SAT





















































































20 Cadete

PARTICIPAÇÃO DOS CADETES DO ISTM


NO DESFILE CENTRAL DOS 40 ANOS DE

INDEPENDÊNCIA NACIONAL





O acto central do 40º aniversário cipação na cerimónia de investidura partidos políticos entre outros convi-
da proclamação da independência a 26 de Setembro de 2011 de José dados.
nacional, celebrados o ano transacto Eduardo dos Santos ao cargo de Pre- O evento decorreu sob o lema "An-
(2015) cuja cerimônia decorreu na sidente da República e Comandante- gola 40 anos, paz, unidade nacional e
Paça da República sob orientação do -em-Chefe das Forças Armadas An- desenvolvimento".
Presidente da República e Coman- golanas, apois ter ganho as eleições. A praça da República, contígua ao
dante-em-Chefe das Forças Armadas O desfile de vários blocos que de- Memorial António Agostinho Neto,
Angolanas, José Eduardo dos Santos, mostram os varios sectores ligados onde decorreu o acto central, esta-
teve como ponto mais alto o desfile ao desenvolvimento sócio económi- va preparada para que os angolanos
central em que participaram efecti- co seguido do militar com os três ra- pudessem celebrar e relembrar con-
vos das FAA, com realce para o Corpo mos das Forças Armadas Angolanas dignamente a madrugada do dia 11
de Cadetes do Instituto Superior Téc- (Força Aérea, Marinha de Guerra e de Novembro de 1975, quando o pri-
nico Militar. Exército) terminando com a Polícia meiro Presidente de Angola, António
Bastante ovacionados pelo pú- Nacional. Agostinho Neto, proclamou, perante
blico presente no local, o bloco de Assistiram ao acto Chefes de Es- à África e ao Mundo a Independência
Cadetes do ISTM assegurou assim a tado de vários países ou seus repre- do país.
sua participação pela segunda vez sentantes, membros Execuivo, corpo
em desfiles centrais no país em actos diplomático acreditado em Angola,
de relevância, sendo a primeira parti- entidades eclesiásticas, membros de

















































Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 21

RECTROSPECTIVA 2015


RETROSPECTIVA 2015




ISTM ENTREGA DIPLOMAS A LICENCIADOS DE MEDICI-
NA E ENGENHARIA







































General Helder Vieira Dias "Kopelipa" durante a cerimonia da ourtoga de diplomas



Cento e sessenta e cinco militares aos 165, dentre eles 31 em medicina, tou, como prioridade, a formação e
das Forças Armadas Angolanas (FAA), 28 em engenharia mecânica, 44 em qualificação técnico-profissional de
sendo 134 engenheiros e 31 médicos, electrotécnica, 22 em construções e quadros militares nestas áreas.
receberam, em Maio do ano passado, fortificações e 40 em informática. "É assim que, consubstanciado em
os seus diplomas de licenciaturas, em Referiu que no âmbito da prepa- si mesma, o cumprimento de objecti-
cerimónia orientada pelo Ministro de ração e desenvolvimento das FAA, vos preconizados pela reforma militar
Estado e Chefe da Casa de Segurança foi adoptada uma estratégia forma- das Forças Armadas Angolanas, sur-
do Presidente da República, Manuel tiva que fornece resposta adequada giu o ISTM como instituição militar
Hélder Vieira Dias. à necessidade de militares formados de ensino superior universitário vo-
Ao discursar na cerimônia o Minis- e adestrados em conhecimentos e cacionado para o estudo, docência,
tro de Estado e Chefe da Casa de Se- competências tecnico-profissionais, investigação científica e tecnológica,
gurança do Presidente da República, ou seja, fazer do militar um coman- formando quadros militares com li-
Manuel Hélder Vieira Dias, exortou dante, chefe, educador instrutor e cenciaturas nas áreas de medicina e
aos recém licenciados pelo Instituto técnico qualificado. de engenharia", ressaltou.
Superior Técnico Militar (ISTM) a pros- Neste sentido, Manuel Hélder Viei- Na sua opinião, a cerimónia de en-
seguirem com a evolução nas com- ra Dias precisou que tendo em conta trega dos respectivos diplomas aos
ponentes fundamentais militares e a relevância da medicina e da enge- recém-licenciados gera momento de
técnico-profissionais, com dedicação nharia, enquanto ciência, técnica e satisfação mas representa apenas o
à pátria. até arte, como elementos críticos encerramento do primeiro passo de
de asseguramento multilateral para uma longa caminhada.
"É isso que as Forças Armadas An- as FAA e também, como elementos "Amanhã, as portas serão reaber-
golanas esperam dos seus quadros propulsores do desenvolvimento do tas para o início a uma vida militar e
militares", referiu o dirigente, no acto país, o Presidente da República e Co- técnico-profissional árdua e de muito
que marcou a entrega de diplomas mandante-em-Chefe das FAA orien- trabalho que exige entrega e dedica-
Cadetes do curso de Medicina durante uma aula no ISTM

22 Cadete

RECTROSPECTIVA 2015



ção plena", destacou o Ministro de mais longe. integridade nacional, através de um
Estado e Chefe da Casa de Segurança O ISTM, instituição de ensino uni- alto nível de preparação científica e
do Presidente da República, a quem versitário militar, enquadrado no tecnológica.
coube a entrega aos licenciados dos sub-sistema de ensino superior, foi No ano passado, este estabeleci-
165 diplomas. criado no âmbito do cumprimento mento de ensino formou os primei-
Apelou aos licenciados (médicos) da Directiva do Presidente da Repú- ros 120 engenheiros nas áreas de
a respeitarem a condição de médico blica e Comandante-em-Chefe das engenharia mecânica, electrotecnia,
militar e de engenheiro militar, tor- FAA, José Eduardo dos Santos, com informática e construções e fortifica-
nando-se um guardião da qualidade o objectivo de formar quadros mili- ções.
de médico militar e de engenheiro tares em licenciaturas nas áreas de Testemunharam o acto, o Chefe
militar, cuidando para que o seu tra- engenharia e medicina. do Estado Maior General das FAA,
balho não diminua a importância e O processo de formação neste ins- general de Exército Geraldo Sachi-
o valor da profissão, prosseguindo tituto teve o seu início no dia 15 de pengo Nunda, os comandantes dos
continuamente a especialização e o Maio de 2008. Dele fazem parte estu- três Ramos das Foças Armadas An-
aperfeiçoamento. dantes nacionais e de países amigos, golanas, designadamente Exército,
Exortou ainda aos novos quadros nomeadamente de Cabo Verde, da Força Área Nacional, e Marinha de
a reforçar a cultura militar em geral, Guine-Bissau, de Moçambique e de Guerra Angolana, bem como Oficiais
aumentando os horizontes do co- São Tomé e Príncipe, contando com Generais e Superiores das FAA, Adi-
nhecimento, como um ganho na docentes angolanos, cubanos, portu- dos de Defesa acreditados no país e
construção da carreira militar pro- gueses e vietnamitas. convidados.
fissional, bem como a manter uma A instituição tem a responsabilida- --------------
atitude e perseverança, e que cada de de formar futuros oficiais, nos do-
adversidade se torne num estímulo mínios da técnica e do saber castren-
e cada vitória um impulso para se ir se, capaz de garantir a soberania e a


















































Foto de posteridade no final da cerimónia

Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 23

RECTROSPECTIVA 2015

DIRECTOR DO ISTM, TENENTE GENERAL JAIME VILINGA

CONGRATULA-SE COM OUTORGA DE DIPLOMAS AOS
PRIMEIROS MÉDICOS MILITARES FORMADOS NO PAÍS






























































Já no final da cerimônia, em de- licenciados nas áreas de engenharia, instituição.
clarações à imprensa, o director do provenientes dos países africanos de O processo de formação da insti-
ISTM, Jaime Pombo Vilinga, disse que língua portuguesa. tuição teve o seu início no dia 15 de
é uma grande alegria para instituição, Em mensagem os licenciados feli- Maio de 2008 e já licenciou 254 enge-
Forças Armadas e para o país, uma citaram o Chefe do Estado Maior das nheiros e 31 médicos.
vez que foram outorgados os primei- Forças Armadas Angolanas, Geraldo O acto foi marcado por uma de-
ros 31 médicos e o segundo grupo de Sachipengo Nunda, pela recondução monstração de táticas militar por
engenheiros. ao cargo, que vai no segundo manda- parte dos Cadetes, bem como a apre-
Segundo o director, além de es- to de mais 4 anos . sentação de uma exposição, onde
tudantes angolanos, o ISTM forma Por outro lado, ainda nesta ceri- estavam expostos material didático
cadetes, numa primeira fase, de Mo- mônia os licenciados enalteceram equipamento de laboratórios que
çambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, os esforços do General Nunda em servem de suporte acadêmico para
São Tomé e Príncipe, realçando que proporcionar o desenvolvimento de os estudantes na instituição.
no próximo ano terão os primeiros projectos e programas para o bem da


24 Cadete Cadetes em horas de recreação

VISITA

JURAMENTO DE HIPÓCRATES PAI DA MEDICINA




























































Na sequência do acto Estimar tanto quanto a meus pais, exercício da profissão e no convívio

de entrega de diplomas aquele que me ensinou está arte. da sociedade eu tiver visto ou ouvi-
do que não seja preciso divulgar, eu
Aplicarei os meus conhecimentos
foi feita a leitura de Jura- para o bem do doente segundo o conservarei inteiramente secreto.
mento de Hipócrates por meu poder e entendimento, nunca Juro
para causar dano ou mal a alguém.
parte de uma das licencia-
Se eu cumprir este juramento com
da no curso de Medicina, Juro fidelidade, que me seja dado gozar
cujo teor se segue. A ninguém darei por complacên- felizmente da vida e da minha profis-
cia remédio mortal, nem um conse- são, honrando para sempre entre os
lho que induza a perda da vida. Do homens.
Juro pelos deuses e todas deusas, mesmo modo não darei a nenhuma
cumprir segundo meu poder e mi- mulher uma substância abortiva. Se eu dele me afastar ou infringir,
nha razão, a promessa que se segue. que o contrário me aconteça.
Juro
Juro Juro
Aquilo que no exercício ou fora do


Cadetes em horas de recreação Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 6 - Maio 2015 25

CIÊNCIA


UMA COMBINAÇÃO DA COROA SOLAR OBSERVADA NO
SOLO E NO ESPAÇO





produz as famosas auroras polares,
O disco negro no centro da ima- tanto aqui no nosso planeta Terra
gem é a Lua a obstruir o disco solar de como nos outros planetas do nosso
onde sobressai uma protuberância Sistema Solar.
rosada na parte superior esquerda. A Para mais detalhes:
sua volta está representada a Coroa O satélite espacial SOHO, fabrica-
Solar Interna, observada a partir da do pela Agência Espacial Europeia
ilha de Ternate no North Maluku na (ESA) e lançado por um foguete ame-
Indonésia por Jaime Vilinga (Angola) ricano da NASA, foi enviado para o
e cujo tratamento das imagens foi espaço a 2 de Dezembro de 1995,
realizado por Reinhold Wittich (Ale- planificado originalmente para uma
a sequência da minha deslo- manha). missão de dois anos de observações
cação a Indonésia para obser- A parte avermelhada da imagem, permanentes do Sol a partir do Pon-
Nvação do Eclipse Total do Sol representa a Coroa Solar Externa, to de Lagrange número 1 (Ponto de
da manhã de 9 de Março de 2016, observada no espaço pelo Satélite equilíbrio gravitacional entre a Terra
eis uma vez mais uma publicação da Espacial e Heliosférico (SOHO – So- e o Sol), numa órbita perpendicular
NASA, onde este bonito “Olho do Sol” lar and Helyospheric Observatory), a linha imaginária que liga a Terra ao
poderá ser contemplado pelo mun- exactamente no mesmo instante, Sol.
do inteiro e traduzido em 22 línguas, ilustrando a potência da emanação
consagrando assim um trabalho ár- do vento solar por toda a Heliosfera. Passados 21 anos desde a sua en-
duo e de muita dedicação à ciência. trada em órbita, o satélite espacial
A foto composição destas ima- SOHO já descobriu mais de 3.000 co-
Esta imagem ilustra um dos gran- gens foi da responsabilidade de Ser- metas e continua a operar ininterrup-
des avanços científicos, onde a ge Koutchmy (França), portanto um tamente, controlando o Sol durante
combinação de esforços com obser- trabalho de equipa bem sucedido, 24 horas por dia, tendo ajudado bas-
vações a partir do espaço e do solo cujo resultado permite o estudo das tante na compreensão das relações
pode dar resultados surpreendentes mudanças constantes da activida- entre a Terra e o Espaço, numa nova
e mais fáceis de serem estudados, de magnética, tanto próximo como disciplina que hoje se conhece como
analisados e interpretados. distante do Sol, actividade essa que “Meteorologia do Espaço”.





































26 Cadete

ENTREVISTAENTREVISTA



ISTM vence concurso Prémio Odebrecht Angola para o
Desenvolvimento Sustentável 2016






























































No âmbito da Edição Prémio Odebrecht Angola para No âmbito da Edição Prémio Odebrecht Angola para
o Desenvolvimento Sustentável realizado em junho de o Desenvolvimento Sustentável realizado em junho de
2015, essa empresa Brasileira vocacionada a obras de 2015, essa empresa Brasileira vocacionada a obras de
construção, convidou pela segunda vez o ISTM a partici- construção, convidou pela segunda vez o ISTM a partici-
par na referida edição. par na referida edição.
Para o efeito, em representação do ISTM o Cadete Le- Para o efeito, em representação do ISTM o Cadete Le-
cárcio Tomás Nunes Palma, estudante do 5º ano de Elec- cárcio Tomás Nunes Palma, estudante do 5º ano de Elec-
trotecnia, participou pela segunda vez do referido con- trotecnia, participou pela segunda vez do referido con-
curso que contou com mais de 100 concorrentes de todas curso que contou com mais de 100 concorrentes de todas
universidades anivel do pais. universidades anivel do pais.
Lecárcio Tomás Nunes Palma venceu o concurso entre Lecárcio Tomás Nunes Palma venceu o concurso entre
os 15 concorrentes finalistas selecionados, durante a gala os 15 concorrentes finalistas selecionados, durante a gala
final realizada no dia 15 de Abril do corrente ano, na sala final realizada no dia 15 de Abril do corrente ano, na sala
de conferência do Belas Bissness Park Edifico Cuanza Nor- de conferência do Belas Bissness Park Edifico Cuanza Nor-
te Cuanza Sul. te Cuanza Sul.


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 27

SAÚDE


SISTEMAS DE APOIO Á DECISÃO MÉDICA PARA O
DIAGÓNOSTICO DA MALARIA & FEBRE AMARELA



[1]. MELCHIORS Cristina, RBC Apli- acerto aos diagnosticos médico. Keywords: SAD; SAD; decision, BC;
cados em gerenciamentos de falhas Realçar que qualquer sistema de uncertainty; haziness
em Redes de Computadores, Disser- apoio á decisão SAD não decide, 1. INTRODUÇÃO
tação submetida à avaliação, como apoia o decisor. Estima-se que existe mais de 2000
parcial para a obtenção do grau de sistemas desenvolvidos para auxi-
Mestre em Ciência da Computação Resumo: Este artigo tem por ob- liar a decisão em medicina. Eles são
pela Universidade Federal do Rio jetivo apresentar um estudo sobre projectados de modo a operar com
Grande do Sul – Instituto de Infor- Sistemas de Apoio à Decisão Médi- precisão e acúria bastante elevadas;
mática; Acesso em HTTP: penta.ufrgs. ca (SADM) e como o mesmo atua na acertam até 100% dos diagnósticos
br/~cristina/dumbotexto/ Cristina. área da medicina, auxiliando esses de pequenas e média dificuldades,
pdf. profissionais na realização de diag- e em torno de 80% dos diagnósticos
[2]. RENH Marcos Vinicius Galvão, nósticos, na elaboração de tratamen- considerados dificeis.
“Sistema de Apoio ao Diagnósti- tos e resolução de problemas de saú- Afinal, o que são Sistemas de
co Médico utilizando Tecnologias de. Para isso, é feito uma descrição Apoio á Decisão?
Móveis “ Monografia apresentada acerca dos conceitos de SAD, seus POLLONI (2001, p. 32 apud DUCA;
ao Curso de Graduação em Ciência componentes e seu funcionamen- LONGO e VIT, 2008, p.7), diz que Siste-
da Computação, Departamento da to, para melhor integração do lei- mas de Apoio a Decisão (SAD) repre-
Ciência da computação, Instituto de tor. Para além do objetivo principal, senta “sistemas que tratam de assun-
Matemática, Universidade Federal da apresenta também exemplos de SAD tos específicos, estatísticas, projeções
Baía [ Baía – Salvador - Brasil]. Á ME- utilizados na medicina e empecilhos e comparações de dados referentes
DICAL DECISION SUPPORT SYSTEMS para sua atuação. Este artigo é uma ao desempenho da empresa, esta-
FOR DIAGNOSIS OF MALARIA AND sumula da Monografia apresentada belecendo parâmetros para novas
YELLOW FEVER (o) ao Departamento de Informática ações dentro da empresa”, ou seja,
Autor: Eng.º Paulo Cabila Da Silva Electrónica e Electrotécnia da Facul- através de uma intensa análise de
Notas do Autor dade de Engenharia da Universidade dados, o sistema informa estatísticas,
Este artigo é o começo de uma Agostinho Neto (UAN, 2008), como realiza projeções e comparações, au-
longa caminhada no campo da in- “Requisito parcial para obtenção do xiliando na tomada de decisão.
vestigação, pois ao longo de vários grau de licenciado” em Engenharia
anos de aprendizagem e também de Informática.
docência pensa ter reunido um leque Abstract: This paper aims to pre- Relatórios Dados Externos
de informação que lhe permite pu- sent a study on Support Systems
blicar artigos e manuais ciêntificos Medical Decision (SADM) and how Usuário Dados Gerenciais
contribuíndo assim para o mercado it works in the area of medicine, Respostas Programa SAD
academico local e não só. supporting these professionals in Pedidos, inserção de dados
Neste artigo (muito sintético por making diagnostics and developing Modelos SAD Dados SAD Dados Operacionais
razões de espaço), o caro leitor atin- solutions for health problems. For
girá os seguintes objectivos: that, it follows a description of the
 Aprender como a inteligên- concepts about SAD, its components
cia artificial é relevante para o pro- and its operation for better reader Figura 1: Esquema resumido do
cesso de desenvolvimento da medi- integration. In addition to the main funcionamento de um SAD
cina, nomeadamente no auxílio ao objective, also features for SAD and Sistemas de Apoio Á Decisão na
médico ou outro profissional na to- examples used in medicine and obs- Médicina - SADM
mada de decisão para o diagnóstico tacles to its operations. This article is Uma das áreas de maior atuação
médico. a roster of the presented monogra- dos SAD é a medicina, em que esses
 Dominar os principais voca- ph (a) the Department of Computer sistemas disponibilizam ao médico
bulos de sistemas de apoio a decisão Electronics and Electrical Enginee- informações relevantes referentes ao
tais como motor (ou máquina) de ring, Faculty of Engineering of Agos- histórico/estado do paciente. Segun-
interência, fuzzificação e defuzzifica- tinho Neto University (UAN, 2008), do Wechsler et al (2003), os SAD, em
ção, SAD, SADM entre outros. as "partial Requirement to obtaining medicina, são conceituados como
 Compreender como um sis- the graduation degree" in Computer todo software que auxilie os médicos
tema de apoio á decisão médica fun- Engineering. na solução de problemas.
ciona e qual o grau de certeza que Palavras-chave: SAD; SADM; deci- O SADM é baseado em princípios
os mesmos oferecem em termos de são, BC; incerteza; imprecisão de análises de decisões, que organiza


28 Cadete

SAÚDE

e esclarece informações importan- de query “consulta” para a sua trans- Gorod: Universidade Estatal do Novo
tes quanto aos riscos e benefícios de formação em informação precisa em Gorod, 1999.
cada tratamento possível, simplifi- imprecisa (fuzzycation) e posterior- [4]. COLABORADORES & James
cando o processo de decisão para o mente o processo inverso (defuzzyfi- Chin, Manual de Controlo das doen-
paciente e para o médico. cation). ças transmissíveis – 17ª Edição, 2000;
2. ANALISE DESCRITIVO E FUN- • Módulo de inferência [6]. GRADY Booch – JAMES Rum-
CIONAL DO SISTEMA DE APOIO Á Neste módulo contém as regras, baugh – IVAR Jacobson, UML Guia do
DECISÃO MÉDICA na base do conhecimento são intro- Usuário 2ª tiragem – Editora CAMPUS
O conhecimento do mundo real duzidas informações que exprimem ISBN 85-352-0562-4.
caracteriza-se por ser: incompleto, lógica estrutural e funcional dos [7]. HTTP: //WWW.py2gea.com.br/
impreciso, inconsistente ou incerto. conjuntos dos factores empirícos em saúde%20e%20cia/febre_amarela.
Mas o homem acostumou-se a bus- forma de clusters nebulosos de equi- html.
car precisão e exactidão nos dados, valência e de tolerância, funções de [8]. HTTP:/WWW. Sucen.sp.gov.br/
esquecendo que nem sempre estas pertinência, coeficientes de similitu- doenças/dengue_famarela/texto_fe-
caracteristicas podem ser encontra- de entre objectos e clusters, etc.. Esta bre_amarela.ht
das nas informações usadas para to- abordagem constituí uma alternativa No âmbito da Edição Prémio Ode-
mar decisões. A tomada de decisão dos métodos Símbolicos ou Cogni- brecht Angola para o Desenvolvi-
clinica é um claro exemplo disto, o tivos, que se baseiam em inferência mento Sustentável realizado em ju-
médico durante suas horas de traba- heuristicas sem uma fundamentação nho de 2015, essa empresa Brasileira
lho enfrenta casos caracterizados por clara das técnica aplicadas para a in- vocacionada a obras de construção,
dados imprecisos, incompletos e, em terpretação do conhecimento. convidou pela segunda vez o ISTM a
alguns casos de natureza contraditó- participar na referida edição.
ria nos sintomas relatados pelo pa- Para o efeito, em representação do
ciente. Entre estes dados tem-se: 2. CONCLUSÃO ISTM o Cadete Lecárcio Tomás Nunes
• História do paciente: duran- Com recurso ao SADM, permitiu Palma, estudante do 5º ano de Elec-
te a anamnese a informação dada englobar a lógica fuzzy, esta lógica trotecnia, participou pela segunda
pelo paciente é totalmente subjec- auxilia a minimização de insuficiên- vez do referido concurso que contou
tiva. Pode-se encontrar exagéros ou cia da informação no processo da de- com mais de 100 concorrentes de to-
sintomas subestimados cisão médica e, consequentemente das universidades anivel do pais.
• Exame físico aumento da precisão do diagnostico Lecárcio Tomás Nunes Palma ven-
Aplicações do Raciocínio Baseado médico. ceu o concurso entre os 15 concor-
em Casos Outro beneficio do SADM é o facto rentes finalistas selecionados, du-
Um sistema de RBC procura em de todo o processo ser registrado e rante a gala final realizada no dia 15
uma base de casos devidamente seguir uma cadeia pré-definida pela de Abril do corrente ano, na sala de
indexada, casos passados (ou ante- aplicação. Com isto um controlo de conferência do Belas Bissness Park
riores) que se aplicam no problema qualidade nos atendimentos do pa- Edifico Cuanza Norte Cuanza Sul.
actual. Uma indexação coerente e o ciente tanto do funcionário “catalo- No âmbito da Edição Prémio Ode-
modo como os casos são represen- gador”, quanto do(s) médico(s) pode brecht Angola para o Desenvolvi-
tados facilitam na recuperação cor- ser feito com base nessas informa- mento Sustentável realizado em ju-
recta dos mesmos. O RBC possui três ções. nho de 2015, essa empresa Brasileira
fases: Definição do problema actual, Finalmente, conclui-se que os “Sis- vocacionada a obras de construção,
Recuperação dos casos e Adaptação temas de Apoio Á Decisão” aplicado convidou pela segunda vez o ISTM a
A construção de uma aplicação na medicina, incorporando todas participar na referida edição.
segue os seguintes passos: Repre- essas características, tem o papel Para o efeito, em representação do
sentação do caso; Entrada dos casos, fundamental na análise, diagnóstico ISTM o Cadete Lecárcio Tomás Nunes
Indexação dos casos; Avaliação e e informações básicas do paciente, Palma, estudante do 5º ano de Elec-
comparação e Adaptação. que aliadas aos conhecimentos dos trotecnia, participou pela segunda
A qualidade das soluções depen- médicos, mostram possíveis solu- vez do referido concurso que contou
de fundamentalmente da: Experiên- ções. com mais de 100 concorrentes de to-
cia (caso) armazenados no sistema; 1. REFERÊNCIAS IBLIOGRÁFI- das universidades anivel do pais.
Habilidade de comparar e entender CAS Lecárcio Tomás Nunes Palma ven-
um novo caso em relação a um outro ceu o concurso entre os 15 concor-
já existentente; Capacidade de adap- [3]. WAPPOTA Alberto Raimundo rentes finalistas selecionados, du-
tação; Capacidade de avaliação W. Modelo de Inferência por Analo- rante a gala final realizada no dia 15
• Interpretador fuzzy dos da- gia Fuzzy // Modelos Matemáticos de Abril do corrente ano, na sala de
dos na técnica e tecnologia; coleção de conferência do Belas Bissness Park
É com base ao interpretador que trabalhos da 12ª Conferência Inter- Edifico Cuanza Norte Cuanza Sul.
é extraído a informação em forma nacional , 5º Volume – Veliky Novo


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 29

ESTUDOS E INVESTIGAÇÃO MILITAR



AS ESTRUTURAS COGNITIVAS INTELECTUAIS

CARACTERISTICAS COMUNS:





nâmico estado de repouso após a
destruição das estruturas.
O equilíbrio cognitivo é dinâmico,
as trocas são capazes de construir
e manter uma ordem funcional e
estrutural num sistema aberto. Pia-
get aponta para uma proposta de
educação actual, onde aprender é o
foco central e não se encerra na for-
mação escolar ou académica; Para
Piaget o ideal da educação é antes
de tudo aprender a prender, conti-
nuar a se desenvolver e aprender a
se desenvolver depois da escola.
A educação segundo aborda-
gem teórica do desenvolvimento
cognitivo de Piaget privilegia a ac-
ção reflexiva do sujeito e as trocas
Quando se analisa um comporta- SSEAU do ano (1712-1778) no Sé- inter-individuais. A aprendizagem
mento é preciso considerar o con- culo XVIII esboçou uma mudança; geradora de conhecimento é a ver-
texto, o que podemos chamar de o filósofo e escritor suíço começa dadeira aprendizagem. A apren-
espaço- tempo; uma parte numto- a distinguir diferentes fases na for- dizagem no sentido de conhecer,
do é algo bem diferente desta mes- mação moral e intelectual dos seres se da quando o sujeito retira o seu
ma parte isolada ou incluída num humanos e a identificar no universo conhecimento da coordenação das
outro todo. infantil significativo e valores pró- acções físicas ou mentais que exer-
Exemplo: Num jogo um grito é prios. Depois de ROUSSEAU, foram ce sobre os objectos.
diferente de um grito na rua ou de- necessários mais de dois séculos A partir disso podemos inferir
serto. para que se pudesse avançar de ver- como será a relação de aprendiza-
O SKINER definiu o comporta- dade nesse campo. gem, professor e aluno. A fonte do
mento como um conjunto organi- Jean Piaget em (1896-1980) so- desenvolvimento, desta teoria do
zado das operações seleccionadas mente encontrou o caminho certo desenvolvimento cognitivo esta
em função das informações recebi- ao descobrir que no estudo da inte- na busca constante pelo sujeito de
das do ambiente através das quais ligência infantil a biologia se vincula reequilibrações. Assim é papel do
o indivíduo integra as suas tendên- a filosofia e as ciências naturais. professor promover situações que
cias. Tomando por base a observação possam desequilibrar ou colocar em
Muito do nosso comportamento dos seus próprios filhos, instaura xeque as certezas provisórias dos
é fruto de uma exposição repetida uma teoria revolucionada do de- alunos e dos grupos. Cabe ao pro-
aos mesmos estímulos, o que faz senvolvimento desde estágio mais fessor organizar interacções entre
com que o mesmo se transforme simples até aos mais avançados, aluno e o meio que não é só físico
em hábito, com o hábito o estímulo nomeadamente estagio Sensório mas também social e intelectual.
torna-se familiar para sujeito. motor, estágio Pré-operatório, está- É tarefa de professor problema-
Até ao Século XVII, a criança era gio Operação concreta e estágio das tizar, desencadear conflitos e pro-
apenas vista como um adulto que Operações formais. por situações de cooperação dos
ainda não cresceu: era papel de Piaget explicou o desenvolvi- alunos, pois não há operação sem
pedagogia, portanto, moldar o seu mento e a formação do conheci- cooperação. A cooperação nesta
carácter para que adulta fosse vir- mento a partir de um processo cen- teoria diferencia-se de ajuda; ajudar
tuosa no futuro. Em termos de aqui- tral de equilibração, que considera significa fazer pelo outro, e assim o
sição do conhecimento, a criança como sendo o problema central do outro aprende a ser dependente, a
era uma tábua rasa, a ser preenchi- desenvolvimento. O equilíbrio cog- esperar que solucionem por ele os
da, plasma, corrigida. nitivo é entendido por Piaget como problemas.
Apenas com JEAN JACQUES ROU- distinto de um equilíbrio termodi- Uma criança quando nasce apre-


30 Cadete

senta poucos esquemas mental sen- uma estrutura cognitiva que assi- vivida de maneira razoavelmente
do de natureza reflexa, e a medida nale a nova informação em função produtiva. O termo apresenta signi-
que se desenvolve, seus esquemas das particularidades desse novo es- ficado altamente especifico em:
tornam-se generalizados, mais di- quema ou modificar um esquema 1⁰ Filosofia; o ajustamento dos
ferentes e numerosos. De facto um existente. Ambas as acções resultam órgãos dos corpos as demandas de
adulto por exemplo, possui um vas- em uma mudança na estrutura cog- um dado meio ambiente,a adapta-
to arranjo de esquemas comparati- nitiva, o estímulo é prontamente as- ção do coração para viver em altitu-
vamente complexos que permitem similado. des altas.
um grande número de diferencia- O cientista WADAWORTH diz que 2⁰ Biologia evolucionário; o pro-
ções. “ A acomodação explica o desenvol- cesso de adaptação de uma espécie
Estes esquemas são utilizados vimento, uma mudança qualitativa ao meio em que ela se desenvolveu.
para processar e identificar a en- e assimilação explica o crescimento 3⁰ Psicologia; O processo pelo
trada de estímulos e graças a isto o uma mudança quantitativa: juntos, qual um individuo alcança o melhor
organismo esta apto a diferenciar eles explicam a adaptação intelec- equilíbrio possível entre as deman-
estímulos, como também esta apto tual e o desenvolvimento das estru- das conflituantes.
a generaliza-lo. turas cognitivas. Para Piaget o termo refere-se
O funcionamento é mais ou Piaget quando expõe as ideias da mais especificamente ao processo
menos o seguinte, uma criança assimilação e da acomodação, no pelo qual as estruturas cognitivas
apresenta um certo número de es- entanto deixa claro que da mesma são construídas para compreender
quemas que grosseiramente pode- forma como não há assimilação. Esta a realidade.
ríamos compara-los como fichas de declaração de Piaget significa que o EQUILIBRAÇÃO
um arquivo, diante de um estímulo, meio não provoca simplesmente o É o processo de regulação entre
essa criança tenta encaixar o estimu- registo de impressões ou a formação assimilação e acomodação. Para
lo em um esquema disponível. de cópias, mas desencadear ajusta- cientista, adaptação do indivíduo
mentos activos. ao ambiente resulta do processo de
Estruturas intelectuais que or- Procurando elucidar essas de- transformação que visam o equilí-
ganizam os eventos como eles são clarações, quando se fala que não brio. Há um processo interno que re-
percebidos pelo organismo e clas- existe assimilação sem acomodação gula o equilíbrio entre acomodação
sificados em grupos de acordo com significa que assimilação de dado e assimilação, e constitui uma adap-
características comuns. percentual, motor ou conceptual. Se tação intelectual: a inteligência. O
ASSIMILAÇÃO dará primeiramente em esquemas equilíbrio que se fala não é forçosa-
A assimilação é um processo cog- já existentes, ou seja acomodação mente fixo uma vez que se encon-
nitivo pela qual a pessoa integra e em fases anteriores. tra sempre submetido a interacção
classifica um novo dado percentual, E quando se fala que não existem sujeito meio. A equilibração é, pois,
motor ou conceptuais as estruturas acomodação sem assimilação, signi- o processo por meio do qual se de-
cognitiva previas. Ou seja quando a fica que um dado percentual motor senvolvem capacidades operatórias
criança tem novas experiencias ven- ou conceptual é acomodado peran- cada vez mais avançado.
do coisas novas ou ouvindo coisas te a sua assimilação no sistema cog-
novas, ela tenta adaptar esses novos nitivo existente. É neste contexto Referencia Bibliográfica:
estímulos a estruturas cognitivas que Piaget fala assimilação “Acomo- BIAGGIO.A .M.B.PSICOLOGIA DE-
que podem permanecer invariáveis dação de esquema de assimilação” SENVOLVIMENTO CONCEITO E EVO-
ou são mais ou menos modificados ADAPTAÇÃO LUÇÃO
por esta própria integração, mas Adaptação é um equipamento E metodologia Rio janeiro. Vozes
sem descontinuidade com o estado progressivo em que um mecanis- 1998
procedente, isto é, sem serem des- mo assimilador é uma acomodação Figueiredo L.C.M. Matrizes
truídas, mais simplesmente acomo- complementar, só há adaptação do pensamento psicológico 8
dando-se a nova situação. quando existe assimilação. Segundo edição.R.J.vozes 1989
ACOMODAÇÃO Piaget a adaptação só é possível por Piaget. problemas de psicologia
Segundo o Piaget acomodação meio da acção graças a construção genética in os pensadores são Paulo
por analogia com os “a comodatos” da criança de esquema motores, a Martins Fontes 1990.
biológicos toda modificação dos criança ao nascer trás uma herança Piaget epistemologia genética.
esquemas de assimilação sob a in- hereditária em figuras os nervos ou São Paulo: Martins fontes 1990.
fluência de situações exteriores, músculos reflexos. Piaget j. a linguagem e o pensa-
meios aos quais se aplicam. Assim O processo de ajustamento a um mento da criança. São PauloMartins
acomodação acontece quando a meio ambiente, de modo a obter fontes 1996
criança não consegue assimilar um dele o máximo de beneficio ou pelo Psicologia geral aplicada 12º ano,
novo estimulo, ou seja não existe menos de forma que avida possa ser autor Victor Cruz e Fonseca, Eucação


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 6 - Maio 2015 31

CIÊNCIA E TECNOLOGIA


INSTRUÇÂO MILITAR CONCENTRADA SUA INTEGRAÇÂO E SEUS

BENEFICIOS NA FORMAÇÃO MILITAR DOS CADETES




INTRODUÇÃO ESSAS ETAPAS SE SUSTENTA EM: vida militar.

1. A elevada profissionalidade dos  Criar um alto sentido de dis-
A formação militar para os cur- oficiais, do seu corpo docente ciplina, pela aceitação consciente
sos de Engenharia e medicina tem e efectivos (militares e civis) do das ordens, disposições e obrigações
como finalidade de formar futuros ISTM. militares, o garante da segurança e
oficiáis com perfil técnico nas áreas 2. A preparação ininterrupta, dife- integridade do País.
do saber, doando-lhes os fundamen- renciada, escalonada e selectiva BENEFICIO NA FORMAÇÃO MILI-
tos nas ciências militares de modo a dos alunos de diferentes anos de TAR DOS CADETES (FUTUROS OFI-
satisfazer as qualificações indispen- estudo e especialidades. CIAS)
sáveis ao desempenho das funções 3. Na manutenção de uma Ordem Os cadetes no desenvolvimento
profissionais e das missões como ofi- Interna exemplar da Instituição das práticas de mando desempenha-
ciais das FAA, assim como, assegurar Docente. rão o trabalho no papel de chefe de
a formação de base para o posterior 4. No desenvolvimento constante pequenas unidades, durante a tarefa
desenvolvimento das respectivas de um alto espírito de compa- com os subordinados, aplicando os
carreiras militar. nheirismo entre os cadetes, os conhecimentos, hábitos e habilida-
A formação militar do Engenhei- quais devem, de forma gradual, des adquiridos e os procedimentos
ro e Médico esta focada nas inova- ganhar protagonismo na sua pró- metodológicos que permitam edu-
ções tecnológicos proporcionada pria formação. car e instruir o pessoal subordinado
pelos avanços nas suas diversas nas tarefas da preparação combativa
áreas. INSTRUÇÃO MILITAR e exercer o mando de sua pequena
Com vista a consolidar a forma- unidade.
ção militar de forma contextuali- CONCENTRADA. INSTRUÇÃO MILITR CONCENTRA-
zada, tem se realizado no período DA DE CADETES (CABO-LEDO) 2016
compreendido entre, Janeiro a Mar- Durante a IMC os cadetes devem No âmbito do programa de instru-
ço a Instrução Militar Concentrada. levar á pratica, os conhecimentos, ção militar dos Cadetes e com base
ETAPAS DE FORMAÇÃO hábitos e as habilidades adquiridas, na ordem Interna nº 0003/001.GAB.
DIR./01.ISTM/2016, sobre a criação
aplicando os procedimentos que
I. INSTRUÇÃO MILITAR BÁSICA lhes permitem educar e instruir o da comissão de apoio à instrução
Carga Horaria Total de 432hrs pessoal subordinado nas tarefas da militar Concentrada dos Cadetes do
II. ANO DE PREP MILITAR GERAL preparação combativa e patriótica. 3º,4º e 5º Batalhão do Corpo de Ca-
Carga Horaria Total de 144 hrs Dentro das práticas de mando, o detes a preparação militar das tro-
III. GRELHA CURRICULAR cadete deve estar preparado para pas teve lugar na localidade do Cabo
Carga Horaria Total de 450 hrs cumprir competentemente todas e Ledo, Sob – Lema: Cadete! ORGANI-
IV. INSTRUÇÃO MILITAR CONCETRA- qualquer missão em condições ad- ZAÇÃO, DISCIPLINA E PONTUALIDA-
DA versas. DE ACIMA DE TUDO.
Carga Horaria Total de 198 hrs. OBJECTIVO DA IMC Participaram no Concentrado Mi-
- Dar seguimento a preparação Mi- litar de Cadetes, Oficiais Superiores,
A IMC É REALIZADA DO 1º AO 6º litar Geral (Formação Militar). Capitães, Subalternos, Sargentos,
ANO. - Desenvolver nos cadetes o senti- Praças e trabalhadores Civis, num
IMPORTA REALÇAR QUE O 5º ANO do de disciplina, robustez, espirito total de 70 efectivos, sendo 50 do
DOS CURSOS DE ENGENHARIA REA- de sacrifício e bravura e uma alta ISTM, 20 da Escola de Formação de
LIZAM A PRÁTICA DE MANDO E O 6º moral combativa. Forças Especiais, bem como 341 Ca-
ANO DO CURSO DE MEDICINA A OR- - Estabelecer os vínculos de lide- detes dos três Batalhões, das quais
GANIZAÇÃO TÁCTICA DOS SERVIÇOS rança entre os comandante de 305 do sexo masculino e 36 do sexo
MÉDICO MILITAR (OTSM). secções, pelotões e companhias feminino fizeram parte desta impor-
Etapas de formação é o conjunto de cadetes e os respectivos efec- tante preparação das tropas.
de actividades docentes e educati- tivos no exercícios do mando exe- O Concentrado Militar de Cadetes
vas com seus asseguramentos, que cutado por eles mesmo Ambien- teve o seu início a 02 de Fevereiro e
se realizam constantemente para tar á vida Militar em situação de término dia 27 de Fevereiro de 2016.
dotar os cadetes de qualidades de campanha. O acto de abertura aconteceu região
oficiais.  Criar hábitos adequados a do Cabo - Ledo, no Centro de Instru-

CIÊNCIA E TECNOLOGIAIÊNCIA E TECNOLOGIA
C


ção Tubias, dependência da Escola TEMPO % TEMPO %
de Formação de Forças Especiais Diur na Diur na
(EFFE), com o discurso proferido pelo Nocturna Nocturna
Sr. Coronel Domingos Adão Cardoso, FORMAÇÃO MILITAR GERAL TG DIVERSOS DC Disposição
Cmdte Adjunto para Educação Pa- Top do Comando 10 0 5,9
triótica da (EFFE) em representação ATI Sub – Total 10 Horas
de Sua Excelência Brigadeiro Amílcar TFM TOTAL GERAL 168 Hor as
Cardoso Chicapa, Comandante da ENG Táctica Geral 100
Escola de Formação de Forças Espe- Topografia Militar Relativamente o trabalho educa-
ciais (EFFE). Na sua alocução, exor- Armamento e Tiro tivo patriótico, foram desenvolvidas
tou aos Cadetes a adaptarem-se as Treino Físico Militar e Desporto actividades tais como:
condições de campanha na medida Engenharia Militar e NBQ 44 - Resenhas informativas;
em que se encontram numa locali- 16 - Conversas colectivas e indivi-
dade onde o escorpião, a serpente e 24 duais com os Oficiais e Cadetes;
outros répteis fazem do local o seu 22 - Ocupação do pessoal nos dias
meio habitar e obrigando o militar 10 8 livres com actividades recreativas,
a ter uma convivência normal, ter- desportivas e cultural tais como:
minando com uma palavra de cora- 4 • Três partidas de futebol (11)
gem, bravura, espírito de camarada- onze entre batalhões
gem e sobre tudo mais disciplina. 30,9 • Várias sessões de xadrez, ba-
O encerramento foi presidido pe- 9.6 ralho de cartas;
las 10h00 do dia 27 de Fevereiro do 16,6 • Uma Fogueira do Comba-
corrente ano, pelo Sr. Coronel Valen- 13,2 tente;
tim Gregório Pinto 2º Comandante 5,9 • Preparação psicológica jun-
da (EFFE), em representação de Sua Sub –Total 116 1 2 to dos participantes para a marcha
Excelência Comandante da Escola de 76,2 final de 18 km.
Formação de Forças Especiais (EFFE). 128 Horas CONCLUSÕES
ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUI- GRUPO DE MATÉRIAS CODIGO A Instrução Militar Concentrada
ÇAO DAS MÁTERIAS DE INSTRUÇÃO MATÉRIAS DE INSTRUÇÃO de Cadete, pressupõe proporcionar-
Neste programa, estão reflectidos TEMPO % -lhes uma formação militar sólida,
os conteúdos das matérias e a distri- Diur na Cultivar o sentimento patriótico e a
buição do tempo que permitiram o Nocturna pratica das virtudes e deveres milita-
cumprimento dos objectivos Gerais FORMAÇÃO MILITAR res, o gosto pela disciplina e a cria-
e Específicos, determinados para a COMPLEMENTAR ção do espirito de corpo, de decisão
realização da Instrução Militar Con- EP de lealdade de responsabilidade, de
centrado, concebido para uma carga JDM obediência e de sacrifício, para que
horária com conteúdos diferencia- RSU cumpram cabalmente as missões a si
dos de acordo o ano de Instrução CHM atribuídas, de acordo exigências do
Militar, a qual cumprirá (4) Quatro OU Educação Patriótica mando superior.
semanas de instrução com uma car- Justiça e Disciplina Militar
ga horária de (7) Sete horas /dia, de Regulamento do Serviço das Uni-
segunda á sexta-feira e (4) Quatro dades
horas aos sábados. Assim, foram cal- Continências e Honras Militares
culadas um total geral de (168) Cen- Ordem Unida 8
to e Sessenta e Oito horas, das quais 5
(156) Cento e Cinquenta e Seis horas 5
diurnas e (12) Doze horas nocturnas, 6
repartidas em 128 horas para Forma- 6 4,9 Autor: Tenente-coronel – Jorge
ção Militar Geral; (30) Trinta Horas 2,9 Palaia
para a Formação Militar Comple- 2,9 Colaboradores: Capitães – Silva
mentar e (10) Dez horas a Disposição 3,6 Belo e Sebastião D. M. Miguel (Pisa)
do Comando, como se segue abaixo: 3,6 Tenente – Benvindo L. João
CÁLCULO DE DISTRIBUIÇÃO DE Sub – Total 30 0
TEMPO POR MATÉRIASDE INSTRU- 17,9
ÇÃO 30 Horas
GRUPO DE MATÉRIAS CODIGO GRUPO DE MATÉRIAS CODIGO
MATÉRIAS DE INSTRUÇÃO MATÉRIAS DE INSTRUÇÃO

A CULTURA DE POUPANÇA
























CONCEITO – É sempre bom, antes já trás consigo, inúmeras necessida- to-realização, em que cada indivíduo
de irmos ao encontro do significado des. procura afirmarem a sua competên-
da expressão “Cultura de Poupança”, A conhecida Pirâmide de Abra- cia e demonstrar o seu sucesso.
sabermos antes o significado, das ham Maslow, em vida nos anos 1908- Daí que o Homem, espera o enve-
palavras que a compõe: CULTURA e 1970, explica sobre as necessidades lhecimento de seguida a morte. Para
POUPANÇA. do Homem. O desenvolvimento do este percurso, o homem deve contar
Cultura. Define-se como sendo, O homem, acompanhado das crescen- com alguns desafios da vida em que
Método de fazer crescer algo em mi- tes necessidades que comparadas não pode colocar de parte, o hábito e
crorganismos; ou o enquadramento aos escassos recursos disponíveis, o costume de Poupar.
a um meio favorável para o desenvol- isto é, comparado o (PIB) de um País, Vamos aqui, evidenciar um exem-
vimento de certas faculdades, cada às reais necessidades da População plo, dos nossos dias. Dois amigos
ser humano, com a aquisição ou atra- desse País, já encontramos maior João e o Filipe, resolvem ir ao Banco
vés da aquisição de conhecimentos; volume em necessidades, mas sem e solicitarem um Financiamento (Cré-
O Conjunto de Conhecimentos Ad- termos em conta, as necessidades dito Bancário), cada um deles, mas
quiridos que contribuem para a for- expecíficas entre as distintas classes com pensamentos diferentes sobre a
mação de cada Indivíduo, enquanto sociais, citadas por Abraham Maslow finalidade do Crédito:
Ser Social, Saber etc.… naquilo em que o Autor classificou O João resolveu atender a neces-
Poupança (S) – Define-se como de 5 Níveis de Necessidades agrupa- sidade de ter um carro, para facilitar
sendo, o Acto ou o efeito, de Poupar; das em função do crescimento das o transporte na sua vida quotidiana.
Despender com moderação, evitar necessidades do homem, conforme Já o Filipe, resolveu, financiar a cons-
despesas, economizar, pôr à salva; as etapas da sua evolução, nota que trução de um armazém, cuja finali-
preservar-se, ou dinheiro economi- o homem nunca sentirá satisfeito. dade era inicialmente alugar à uma
zado. O primeiro Nível; trata das necessi- empresa comercial, para pagar o cré-
CULTURA DE POUPANÇA – Um dades básicas que são as necessida- dito ao Banco de forma mais célere,
costume, Hábito ou uma forma de se des Fisiológicas, para a satisfação da esperando então, um segundo crédi-
sentir Responsável, na manutenção fome, sede, sexo, respiração etc. to, para continuar o negócio próprio.
e conservação de tudo o que nos é O segundo Nível; enquadra-se as Dos dois, apenas só o Filipe que fez
posto à disposição para o nosso pró- necessidades de segurança, protec- o seu investimento do empréstimo
prio benefício e ao de outrem. ção contra os animais ferozes, do frio contraído do Banco.
Poupa-se tudo, desde os objec- e das chuvas, do sol, um emprego.
tos, utensílios, acessórios e bens es- O terceiro Nível; enquadra-se as BIBLIOGRAFIA
senciais e proveitosos, para a saúde, necessidades sociais e afectivas, evi- NABAIS Carlos e NABAIS Francisco,
para o bem-estar cuja utilidade ajuda denciando o amor e o afecto em ou- Prática Financeira I – Lídel Edições
atingir níveis de qualidade de vida trem. Técnicas - 2ª Edição – Lisboa, 2005
universalmente aceite. O Quarto Nível; está a autoestima NABAIS Carlos e NABAIS Francisco,
Porém é sabido, de que o nosso que além de envolverem o reconhe- Prática Financeira II – Gestão Finan-
objectivo para esta Palestra, centra- cimento das nossas capacidades pes- ceira, Gestão de Tesouraria, Aplica-
-se na questão “Cultura de Poupan- soais, autoconfiança, envolvem tam- ções Financeiras, Financiamento das
ça”, um Hábito/Costume para qual- bém o reconhecimento dos outros, Empresas e Gestão Orçamental – Lí-
quer pessoa. O homem nasce, cresce, respeito e o prestígio. del Edições Técnicas Lda, 2005
reproduz-se e morre, mas ao nascer O Quinto; as necessidades da au-


34 Cadete

ABORDAGEM SOBRE A PREPARAÇÃO FÍSICA E O
DESPORTO NA PREPARAÇÃO COMBATIVA DAS TROPAS



1. General - Adriano Makevela relatos da prática de exercícios fí- sional), íntegros valores morais/cívi-
Mackenzie, Chefe da Direcção Prin- sicos (EF) na Idade antiga, onde na cos e higidez física e mental (figura 1)
cipal de Preparação de Tropas e Ensi- China, por exemplo, a origem fala de . Portanto, a “ Formação Militar” deva
no-EMGFAA 3.000 anos A.C um certo imperador integrar aqueles aspectos e qualida-
2. Major - Humberto Paulo guerreiro Hoang-Di, pensando no des, aglutinados nas suas três verten-
Martins, licenciado em Educação Fí- progresso do seu povo, preparava EF tes fundamentais, técnico-tácticos,
sica, Mestre e Doutorando em Ciên- com finalidade higiénica e terapêuti- moral/cívica e física5.
cias da Actividade Física e Desportos, ca além de carácter guerreiro (fins mi-
Chefe de Secção de Educação Física litares), o mesmo aconteceu na Índia; 2. GENERALIDADES
Militar e Desportos do Instituto Su- no Japão, no Egipto, na Idade média,
perior Técnico Militar/ EMGFAA na Grécia, na época da Renascença e 2.1 Definições de Termos
também na Idade Contemporânea Definições são importantes, es-
onde a influência da ginástica come- pecialmente nas áreas académicas
“Mente sã em um corpo são, é ça a desenvolver-se e quatro grandes e profissionais, onde termos podem
uma descrição escolas foram responsáveis por isso a ser definidos de alguma forma dife-
curta, mas completa, de uma con- Alemanha, a Nórdica, a Escocesas e a rente do que eles são na linguagem
dição feliz neste Inglesa. do dia-a-dia. A definição técnica per-
mundo. Aquele que tem ambos, b. Educação Física Militar e mite que as pessoas que trabalham
tem muito pouco Desportos em uma ciência ou profissão tenham
mais a desejar; e aquele que dese- A estrutura e os objectivos do um entendimento comum. Portanto,
ja ambos, será serviço militar exigem que seus in- para efeitos de definição interessa
um pouco melhor em tudo.” tegrantes tenham uma satisfatória distinguir actividade física de exercí-
(John A. Locke) aptidão física. A valorização da prá- cio físico e de desporto, sendo por-
1. INTRODUÇÃO tica sistematizada de exercícios físi- tanto o exercício físico e o desporto
Abordagem sobre a preparação fí- cos por militares, numa perspectiva dimensões da actividade física (Figu-
sica e o desporto na preparação com- actual, pressupunha sua utilidade ra 2).
bativa das tropas foi apresentado no na manutenção da boa forma para Actividade Física (AF) é conceitua-
1º SIMPÓSIO SOBRE O DESPORTO MI- o combatente e pela crença de que do como qualquer movimento cor-
LITAR EM ANGOLA em Junho de 2015 constituía instrumento de aperfei- poral promovido pela musculatura
com a finalidade de: Apresentar as çoamento disciplinar da tropa . esquelética que provoque um gasto
principais abordagens que norteiam Por outro lado, o valor dos Exér- energético acima dos níveis de re-
a Educação Física Militar na prepa- citos assenta, primordialmente no pouso , .
ração combativa das tropas a partir valor dos seus soldados, entendi- O Exercício Físico (EF) é definido
de seus principais pressupostos teó- do como a sua aptidão geral militar como “uma sequência planejada de
ricos, temáticas principais, contex- que mais não é do que a resultante movimentos repetidos sistematica-
tos metodológicos e ideológicos na da interacção de qualidades psico- mente com o objectivo de elevar o
qual estão inseridos, assim como os motoras, sociais, culturais e éticas às rendimento” . É uma subcategoria
aspectos gerais relacionados com os quais, concorrentes com os aspectos específica de actividade física que é
procedimentos para o planeamento, técnicos e tácticos, definem no seu planejado, estruturado, repetitivo e
a coordenação, a condução, a execu- conjunto a aptidão para o desempe- resulta na melhoria ou manutenção
ção e realização da Educação (Prepa- nho das diferentes missões que lhe de uma ou mais facetas da aptidão
ração) Física e o desporto no âmbito podem ser confiadas, nomeadamen- física (incluindo a potência aeróbia,
da preparação combativa das tropas te a aptidão para o combate . resistência muscular, força muscular,
nas FAA. Deste modo, a título intro- Portanto, ao militar (combatente) composição corporal e/ou flexibili-
dutório, interessa apresentar dois as- isolado no moderno campo de bata- dade).
pectos: lha, em condições de grande insegu- O Desporto é definido como uma
a. Breve Historial da Educação rança é submetido a um estresse ex- forma de actividade física no qual a
Física e Desportos No Mundo tremo, pelo que continua a exigir-se pessoa realiza movimentos habilido-
A Educação Física dentro do con- um empenho físico, moral e psíquico sos (precisão, direcção, força, ritmo,
texto histórico tem suas raízes em total. controle, etc.) para atingir um objec-
nossos antepassados, onde o ato A “Qualificação do (Profissional) tivo de uma forma especificada por
de lutar ou fugir estava associado à Militar” está amparada no tripé que regras, normalmente e um contexto
sobrevivência. Assim é que existem contempla o preparo técnico (profis- competitivo13.


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 35

Por Treino Físico (TF) entende-se mano, que trata do movimento hu- sico da tropa para o cumprimento da
como sendo o conjunto de activida- mano em suas múltiplas dimensões missão é de inteira responsabilida-
des que têm por objectivo a prepa- (física, psíquica, social) ao longo da de do comandante. São conhecidas
ração física segundo um programa história, procurando contribuir para as dificuldades que se antepõem ao
pré-estabelecido5; É portanto, uma o desenvolvimento integral do indi- treino físico ideal, as quais vão desde
actividade organizada e planificada víduo quanto aos aspectos inerentes a falta de tempo, em face das inúme-
que visa a preparação psicomotora às actividades físicas, lúdicas e des- ras outras actividades prioritárias da
através da aplicação de exercícios fí- portivas . Pode ser descrita como um U/E/O, até a carência, ou mesmo ine-
sicos (cargas de treino) com determi- processo através do qual aprendiza- xistência, de áreas, instalações e ma-
nadas características de intensidade, gens e adaptações (orgânica, neuro- teriais apropriados.
volume, frequência e complexidade, muscular, intelectual, social, cultural, Todos os comandantes se defron-
de efeito generalizado ou, apenas, lo- emocional e estética) resultam e pro- taram, ou se defrontam, com os mes-
calizado, funcionando como estímu- cedem através de actividades físicas mos obstáculos. Entretanto, compro-
los capazes de originar modificações seleccionadas e suficientemente vi- vadamente, o êxito de um treino físico
(adaptações) progressivas a todos os gorosas . depende muito da ênfase que é dada
níveis (estrutural, funcional, neuro- Entretanto, a EdF Militar é um con- ao mesmo em todos os níveis de co-
muscular e psicológico) com vista à junto de actividades físicas sistema- mando.
aquisição do melhor rendimento pos- tizadas que se realiza como parte da Existem duas áreas de responsabili-
sível numa determinada actividade, formação integral da personalidade; dade do treino físico militar, bastante
nomeadamente de combate. constitui um processo pedagógico definidas e distintas: a primeira é do
Nas FAA a Educação física (EdF) encaminhado ao desenvolvimento Cmdte de U/E/O, cujo foco principal
se instrumentaliza através da Prepa- harmónico das capacidades de ren- será sempre o planeamento, o apoio
ração Física Militar e desportos sem dimento físico do individuo, ao aper- e supervisão do treino; a segunda diz
excluir a recreação física e desportiva feiçoamento morfológico e funcional respeito ao Cmdte de SU e ao Cmdte
e outras vias que propiciem o desen- do organismo, a formação e o aperfei- de Ptão, que enfocarão e terão res-
volvimento físico dos militares. É um çoamento de suas habilidades motri- ponsabilidade directa como líderes
processo pedagógico orientado na zes, a adquisição de conhecimentos e da implementação e da execução do
formação da personalidade, cujo ob- ao desenvolvimento de convicções, treino físico militar.
jectivo principal é garantir a disposi- de forma tal, que esteja em condições Porém, não haverá sucesso se am-
ção e as capacidades do organismo de cumprir todas as tarefas que a so- bas as áreas de responsabilidade não
para o trabalho físico, assim como a ciedade lhe impõe no campo laboral, trabalharem em conjunto.
sua adaptação psicológica e funcio- militar ou social . São actividades in-  Enfoque do treino
nal que permita consolidar o nível de seridas no Sistema de Instrução que
rendimento motor necessário para visam contribuir para preparar física, Na operacionalidade da tropa visa
realizar as actividades de preparação- psíquica, social e culturalmente dos atender fundamentalmente ao inte-
-combativa (docente-combativa) da militares, numa perspectiva de forma- resse da Força e ao cumprimento da
vida militar em tempo de paz e de ção global do homem, e que, concor- sua missão institucional. É mais pre-
guerra em condições extremas duran- rendo para o fortalecimento do seu sente nas funções afectas ao cumpri-
te a guerra, assim como recuperar-se moral, tornam-nos mais aptos para mento de missões de combate.
em curto tempo possível para conti- o desempenho das missões que lhes
nuar desenvolver eficientemente as possam vir a ser confiadas5. É a pre- Na saúde, atende de melhor forma
novas tarefas de preparação, traba- paração organizada da condição física aos interesses do militar e é relaciona-
lho-combativo11. total do militar, por meio de activida- do com o seu bem-estar, tendo objec-
Quando a EdF se realiza em inte- des físicas regulares e controlada pe- tivos e benefícios mais duradouros no
resse da preparação militar, adquire dagogicamente . tempo e proporcionando uma melhor
um carácter especializado, ao conse- 2.2 Aplicação da Preparação Físi- qualidade de vida. É condição essen-
guir, mediante o seu cumprimento, ca Militar cial para o desempenho de qualquer
o desenvolvimento das capacidades função, inclusive aquelas de cunho
necessárias para garantir a aprendiza- "Actividade física é um direito de administrativo. Portanto, é funda-
gem das acções motoras das discipli- todos e uma necessidade básica" mental entender-se o treino físico mi-
nas e assinaturas de táctica, tiro e seus (UNESCO). Portanto, Todo militar con- litar como um instrumento promotor
asseguramentos combativos, assim siderado apto para o serviço activo da saúde antes de um instrumento de
como do resto das disciplinas e assi- está obrigado ao treino físico militar. adestramento militar, sendo assim,
naturas militares gerais e especiais11, cabe ressaltar que a individualidade
usualmente denominado Preparação 2.3 Filosofia da Preparação Física biológica deve ser respeitada e prio-
Física Militar (PFM). Militar rizada, mesmo que em detrimento da
A EdF, pode representar uma ciên-  Responsabilidade padronização de movimentos.
cia, uma área do conhecimento hu- O adequado condicionamento fí-


36 Cadete

 A relação entre o estado físico treino físico regular, convenientemen- livres através de actividades físicas,
e a saúde do militar te orientado. designadamente o desporto de re-
Trabalhos científicos têm demons- creação e de competição, como forma
trado que a inatividade física, além de A melhoria da aptidão física con- de aperfeiçoamento da aptidão física.
reduzir a capacidade física do indiví- tribui para o aumento significativo da
duo, acarreta vários riscos para a saú- prontidão dos militares para o com- 2.5 Benefícios Fisiológicos da
de e, também, que o baixo nível de bate, e os indivíduos aptos fisicamen- Preparação Física e Desportos
aptidão física está relacionado com te são mais resistentes à doenças e se Os benefícios da PF e Desportos
o aumento da prevalência de mor- recuperam mais rapidamente de le- observam-se no sistema cardiopul-
talidade precoce. A inatividade física sões do que pessoas não aptas fisica- monar com aumento das cavidades
leva a um quadro geral de hipocine- mente. Além disto, e mais importante, do coração; Hipertrofia do músculo
sia e a um aumento proporcional de os indivíduos mais aptos fisicamente cardíaco; Diminuição de frequência
moléstias como as cardiopatias, dia- têm maiores níveis de autoconfiança cardíaca; Aumento da capacidade de
betes, lombalgia e osteoporose, entre e motivação. transporte de oxigénio na corrente
outras. O sedentarismo, além de ser sanguínea; Diminuição da pressão
um fator de risco importante por si só, Outrossim, estudos comprovam arterial; No sistema neuromuscular
ainda exerce uma influência negativa que uma actividade física controlada onde há um aumento de amplitude
direta sobre diversos outros fatores pode melhorar o rendimento intelec- de movimento das articulações; Au-
como a obesidade, hipertensão, hi- tual e a concentração nas actividades mento da capacidade de consumo
percolesterolemia, hipertrigliceride- rotineiras, levando a um maior rendi- de oxigénio; Fortalecimento dos ten-
mia, entre outros. mento no desempenho profissional, dões e ligamentos; Na composição
mesmo em actividades burocráticas. corporal com a diminuição da gor-
O exercício físico, além de estar re- dura corporal; Diminuição dos níveis
lacionado com a prevenção de doen-  Os aspectos psicofísicos (área de colesterol no sangue; Definição
ças, também está com a reabilitação afectiva) de musculatura. No comportamento
de doenças crónicas, tais como a hi- O treino físico militar desenvolve (Psicossocial e Afectivo) podemos ter
pertensão arterial e doenças pulmo- atributos da área afectiva que, esti- uma diminuição do estresse e da An-
nares obstrutivas, com a normaliza- mulados e aperfeiçoados, irão actuar siedade; aumento da Resistência-tole-
ção do metabolismo da gordura, com eficazmente sobre o comportamento, rância; maior Cooperação e Autocon-
o sucesso de programas de controlo exercendo papel fundamental sobre a fiança; Dinamismo; Liderança; Espírito
de peso e com a prevenção da perda personalidade. São eles: Resistência- de corpo; Coragem; Decisão; Camara-
de independência de idosos com os- -tolerância; cooperação; autoconfian- dagem e Equilíbrio emocional.
teoartrite. ça; dinamismo; liderança; espírito de
corpo; coragem; decisão; camarada- 3. FORMAS E ACTIVIDADES NO
Finalmente, tem sido demonstrado gem; e equilíbrio emocional. ÂMBITO DO PREPARAÇÃO FÍSICA MI-
que a actividade física está relaciona- 2.4 Objectivos da Preparação Fí- LITAR
da com uma saúde mental positiva e sica Militar e do Desporto
com o bom humor dos praticantes. São quatro as principais activida-
Sendo assim, um benefício adicional A PFM e Desporto têm por objec- des no âmbito da PFM, nomeadamen-
seria a maior alegria de viver, adicio- tivos: Desenvolver, manter ou recupe- te:
nando, provavelmente, além de anos rar a aptidão física necessária para o a) Ensino que tem por objectivo
à vida, vida aos anos. desempenho de sua função; Contri- a formação dos Quadros;
buir para a manutenção da saúde do b) Treino Físico sendo um con-
 A relação entre o estado físico militar; Assegurar o adequado condi- junto de actividades que têm por ob-
e a eficiência profissional do militar cionamento físico necessário ao cum- jectivo a preparação física segundo
primento da missão; Cooperar para o um programa pré-estabelecido, que
Existem evidências verificadas em desenvolvimento de atributos da área no seio dos militares, podendo ser:
diversos relatos, como os da campa- afectiva, Estimular a prática desporti- Treino Físico Geral que visa o desen-
nha do Exército Britânico nas Ilhas va em geral; Conferir aos militares a volvimento e a manutenção das capa-
Falkland e os das acções do Exército aptidão física necessária para o cum- cidades psicomotoras de uma forma
Americano em Granada, de que os primento das diversas missões que geral; Treino Físico Específico que visa
militares bem preparados fisicamente lhes podem ser atribuídas; Contribuir a aquisição das capacidades psicomo-
são mais aptos para suportarem o es- para o desenvolvimento do espírito toras específicas de uma determinada
tresse debilitante do combate. A ati- de equipa e do valor moral dos milita- especialidade militar ou modalidade
tude tomada diante dos imprevistos res; Promover a valorização contínua desportiva; Treino Físico de Aplicação
e a segurança da própria vida depen- da cultura física dos militares e a for- Militar que são as actividades que vi-
dem, muitas vezes, das qualidades fí- mação dos seus Quadros; Promover sam a aquisição, o desenvolvimento e
sicas e morais adquiridas por meio do e incentivar a ocupação dos tempos a manutenção de determinados ges-


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 37

tos, técnicas e capacidades psicomo- em função dos seguintes aspectos: 1- DE INSTRUÇÃO”, pelos Comandantes
toras preparatórias para o combate. Das capacidades psicomotoras a de- dos três Ramos das FAA que por sua
c) Desportos, sendo Desporto senvolver; 2- Da educação físico-des- vez emitem Despachos/Ordens e In-
de recreação- Conjunto de activida- portiva dos militares anterior à sua dicações Metodológicas do Chefe da
des praticadas na base do voluntaria- entrada para as fileiras; 3- Da sua faci- DPPTE, onde se preconiza o seguinte:
do e com um espirito essencialmente lidade de execução e/ou implementa-
não competitivo, numa perspectiva ção; 4- Das infra-estruturas (materiais  Preparação Física Militar
de melhoria e manutenção da con- e humanas) existentes na maioria das o A preparação física deve
dição física, constituindo, a par disso, U/E/O; 5- Do seu interesse do militar e constituir a base da instrução obriga-
excelente meio de ocupação dos tem- da instituição militar. tória das tropas;
pos livres; bem como Competições Por outro lado, de acordo com os o A preparação física militar é
desportivas - Conjunto de actividades objectivos de instrução/preparação individual ou colectiva, sendo obriga-
desportivas como forma de compe- Combativa, os referidos métodos fo- tória a realização dos Testes de Apti-
tição organizada, com elevado valor ram agrupados em: a) Preparatórios dão Física (TAF) a todas as categorias
educativo. – cujos meio e ou técnicas têm por de pessoal no final de cada período
d) Avaliação da aptidão física objectivo a aquisição da condição físi- de Instrução;
que deve ser realizada através de tes- ca de base como é o caso da Ginástica o Durante a preparação física,
tes específicos é feita periodicamente de Base ou Educativa; Corrida Con- deve-se ter em conta a Arma, Serviço,
no meio militar, e especificamente, tínua; Formas diversificadas de Mar- Classe e idade, devendo ser doseada
são realizadas avaliações da resistên- cha, Corrida e Saltitar; Alongamentos a carga horária e orientado o tipo de
cia cardiorrespiratória, flexibilidade, e Flexibilidade; Exercícios com Bolas exercício em função das missões a
resistência muscular localizada, Velo- Medicinais; Exercícios com Bastão de cumprir;
cidade, agilidade, etc. Uma avaliação Madeira; Exercícios com Halteres Cur- o As actividades de preparação
física correta é ponto de partida para tos e longos; Fartlek ; Treino em cir- física têm carácter obrigatório e é da
o diagnóstico do potencial e das fra- cuito; Musculação; b) De manutenção responsabilidade dos comandantes e
gilidades físicas do indivíduo, a pres- têm por objectivo a Manutenção da chefes a todos os níveis velar pelo seu
crição e acompanhamentos adequa- condição física, tal como a Ginástica cumprimento e avaliação;
dos de treinamento bem como de de Manutenção (matutino e ginástica o Realizar a ginástica matinal
incentivo ao envolvimento na prática geral); Jogging; Caminhada; Despor- obrigatória em todas as unidades e
de exercícios físicos , . É portanto, um tos. c) De aplicação militar têm por ob- estabelecimentos de ensino militar,
conjunto de actividades que visam: jectivo a aquisição, desenvolvimento conforme o horário do dia excepto
Assegurar que da prática das activi- e manutenção de determinados ges- aos sábados, domingos e feriados.
dades físicas não resulta perigo para tos, técnicas e capacidades psicomo- A PFM busca através de um conjun-
a saúde dos praticantes; Verificar se toras preparatórias para o combate, to de actividades físicas proporcionar
com a aplicação dos programas (Au- como são a Ginástica de Aplicação alterações fisiológicas significativas
las e Preparação Combativa) se atin- Militar; Combate Corpo-a-Corpo (Ar- no organismo humano, buscando
gem os níveis de exigência fixados; tes marciais diversas); Marcha e Corri- adequar o militar às exigências físi-
Certificar que todas as actividades se da; Marcha Forçada; d) Técnicas espe- cas levando em conta a situação em
desenvolvem na via da prossecução ciais, como os Exercícios com Traves que ele se encontre, melhorando sua
dos objectivos definidos; Investigar ou Toros; Embarque e desembarque aptidão física, desenvolvendo suas
os desajustamentos, definir responsa- em viaturas; Técnicas de Transposição qualidades físicas e morais tão indis-
bilidades e introduzir os necessários (Slide, Rapell, etc.); Pistas e Percursos pensáveis ao militar . Além da saúde,
elementos correctores; Possibilitar de Aplicação Militar. a preparação física bem orientada dá
que os militares se certifiquem dos 5. SITUAÇÃO ACTUAL NAS FOR- ao praticante a indispensável aptidão
seus progressos; ÇAS ARMADAS ANGOLANAS física para a vida cotidiana e para a
guerra, através do desenvolvimento
4. COMPONENTES DA PREPA- 5.1 Planificação, organização e das diversas qualidades físicas .
RAÇÃO FÍSICA MILITAR Realização da Preparação Física Mili- Com base nas Indicações Meto-
tar e Desportos dológicas de Preparação Operativa
A preparação física, como processo Combativa e Educativo Patriótica, as
pedagógico, se estrutura, se organiza No que se refere a Planificação, or- aulas/secções de preparação Física
e segue uma dinâmica de acordo com ganização e Realização da Preparação para oficiais estão planificadas para
os princípios pedagógicos gerais e os Física Militar e Desportos nas FAA, duas (02) secções por mês com du-
princípios particulares (científicos) do são realizadas tendo como base na ração de uma (01) hora cada secção,
treino físico. Para sua execução, se po- Directiva do CEMGFAA “SOBRE A PRE- sendo portanto Vinte (20) horas por
dem agrupar os conteúdos, tendo em PARAÇÃO OPERATIVA, COMBATIVA E período. Para os Sargentos e Praças,
consideração que os métodos de trei- EDUCATIVO-PATRIÓTICA DAS FORÇAS são planificadas duas (02) a três (03)
no preconizados foram seleccionados ARMADAS ANGOLANAS PARA O ANO secções por semana, num total de Oi-


38 Cadete

tenta (80) horas distribuídas quarenta cadetes, sargentos e soldados/mari- dos organismos desportivos civis (fu-
(40) horas por cada período. Nos esta- nheiros. tebol, voleibol, basquetebol, etc.), os
belecimentos de Ensino Militar (EEM) Para sua implementação, nas gran- deportos de aplicação militar que,
e Militares de Ensino (ME), bem como des unidades e unidades indepen- sem ser especificamente acções mi-
nos centros de Instrução, são planifi- dentes se podem criar os Comités litares, tenham relação com o militar
cadas duas (02) a três (03) secções por Desportivos, mediante uma ordem (triatlo militar, orientação no terreno,
semana em conformidades com a Di- do chefe da unidade militar. Funciona superação de Obstáculos, etc.).
rectiva do CEMGFAA e as Indicações como um órgão assessor do chefe da O desporto de Recreação e de
metodológicas tendo em considera- unidade militar, o qual se encarrega Competição, tanto se desenvolvem
ção a duração do programa de Instru- de organizar, assegurar e controlar em EEM e ME como parte do processo
ção e Ensino. as actividades desportivas, onde está docente educativo considerando-se
 Actividades Desportivas e Re- integrado por militares que se desta- os aspectos relacionados com a técni-
creativas cam na preparação física e o despor- ca, a organização e os regulamentos
o Organizar as actividades des- to, que gostam e se interessam por das competições de alguns desportos
portivas nas Forças Armadas em con- impulsionar o desporto na unidade. clássicos e de aplicação militar, bem
formidade com programas específi- Nas unidades e pequenas unida- como em outras U/E/O.
cos; des pode criar-se, por uma ordem As actividades desportivas se reali-
o Realizar campeonatos milita- do chefe, o Núcleo Desportivo ou de zam nas FAA, mediante duas frequên-
res entre U/E/O, como actividades de activistas desportivos, que constitui cias na Semana com duração de duas
recreação, tendo em atenção a prática um órgão executivo na unidade, cujo horas cada uma, para as actividades
de modalidades de carácter militar; objectivo é mobilizar e impulsionar as desportivas de Recreação que acon-
o Criar Normas de Execução actividades desportivas de competi- tece ás Quartas Feiras (Desportiva) e
Permanente e Regulamentos sobre tivas, contribuir ao desenvolvimento aos sábados ou Domingos (Secção,
a realização de competições ao nível das actividades desportivas e a re- Pelotão, Companhia e Batalhão). Por
das pequenas unidades e competi- creação das tropas. outro lado, ocorrem as actividades
ções internacionais; O desporto nas FAA se baseia no desportivas de Competição que de-
o Realizar os Campeonatos princípio da massificação, pois é um correm aos sábados e domingos, nos
Desportivos dos Ramos; meio para desenvolver as capacida- dias/datas comemorativos nacionais
o Organizar e realizar os VIII des físicas gerais, especiais e morais históricos e/ou festivos das U/E/O, dos
Jogos e Militares das Forças Armadas da tropa, em que todos os militares Ramos, das FAA e feriados (Jogos In-
Angolanas /2015. activos têm direito a representar a sua ternos, Torneios e Campeonatos Des-
É do conhecimento geral que a unidade, Região até o nível do Ramo portivos).
prática do desporto tem tradição en- das FAA, assim como integrando as A manifestação mais ampla das
raizada na instituição militar sendo diferentes equipas militares em repre- actividades Desportivas nas FAA se dá
estimulada como forma de manter sentação nacional. com a realização dos Jogos Desporti-
a condição física dos militares e fo- A obrigatoriedade da prática des- vos e Militares (JDM) que são realiza-
mentar o bem-estar e o culto da ca- portiva, da organização de compe- dos desde 1995, tendo-se realizado os
maradagem, do espírito de equipa e tições eliminatórias desde a base I JDM na cidade do Lubango, com a
disciplina. (pequenas unidades), constitui um participação aproximada de mais de
O desporto nas FAA expressa o de- factor fundamental para o escalo- 700 atletas, competindo em modali-
senvolvimento das actividades des- namento da actividade desportiva. dades Militares e Olímpicas, seguin-
portivas desde a pequena unidade Para tal se estabelecem os seguintes do-se os II JDM na cidade de Luanda
(Subunidades) aos níveis superiores níveis: 1- Encontros desportivos entre em 1997, e em 2000 os III JDM na cida-
(Ramos), pois consiste na incorpora- as pequenas unidades (pelotão, Com- de de Cabinda. Face à situação Militar
ção e participação de todo o pessoal panhia e batalhão); 2- Competições os JDM sofreram uma paralisação de
em diferentes actividades programa- entre as unidades médias (Brigada, re- 2000 a 2006, realizando-se os IV Jogos
das sob a forma de Desporto de Re- gimentos etc.); 3- Competições entre em Benguela, em 2006.
creação e Desporto de Competição. as grandes unidades e unidades in- Em 2008 realizaram-se os V JDM
Quando se cumpre de forma sis- dependentes (divisão, Corpo de Exer- na cidade do Luena, seguindo-se, em
temática, possibilita manter e aper- cito, EEM e Região); 4- Competições 2011 os VI JDM na cidade do Soyo.
feiçoar as capacidades combativas nacionais entre comandos (Ramos Pela primeira vez tivemos a participa-
e físicas dos militares, desenvolver o das FAA e Unidades de subordinação ção feminina na modalidade de Atle-
pensamento táctico, a coordenação, Directa ao EMG); 5- Competições in- tismo. Em 2013 na cidade do Huambo
a criatividade, a inteligência, as quali- ternacionais sob auspícios do CISM e foram realizados os VII JDM e pela pri-
dades morais e de firmeza, contribui outras entidades internacionais. meira vez provas femininas na moda-
ao descanso activo, ao aumento dos O desporto nas Forças Armadas se lidade de Triatlo Militar, assim como
níveis de saúde e serve como meio de expressa com modalidades clássicas nas modalidades olímpicas de Futsal,
recreação dos nossos chefes, oficiais, que estão incluídos nos calendários Andebol, Ténis de Mesa, Xadrez e Na-


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 39

tação. para obter-se os benefícios fisioló- namento de habilidades motoras, o
Prevê-se realizar os VIII JDM com gicos e consequentemente um boa desenvolvimento e a manutenção da
uma participação mais abrangente prontidão para o combate, advindos aptidão física para a saúde e o bem-
por parte de equipas femininas nas da prática regular de Exercícios físi- -estar, a obtenção de conhecimentos
modalidades Militares de Superação cos; sobre as actividades físicas a promo-
de Obstáculos e Orientação no Terre-  Existe falta de infra-estrutu- ção de atitudes positivas para uma
no, aumentando aproximadamente ras (Ginásios, balneários, de material aprendizagem e participação para
para 1256 Atletas, Delegados, Treina- e meios desportivos), de Especialis- toda a vida.
dores Massagistas, nas seguintes mo- tas (Instrutores, Monitores e Auxilia- A Educação Física militar, racional-
dalidades: Triatlo Militar em masculi- res), de Avaliações Físicas (Provas de mente conduzida, contribui para o
no e feminino; Orientação no Terreno aptidão Física – PAF) periódicas nas desenvolvimento, não só do valor fí-
em masculino e feminino; Superação U/E/O sico do individuo como também das
de Obstáculos em masculino e femi-  Verifica-se a necessidade de suas qualidades de caracter e do seu
nino; Boxe, Judo, Taekwondo, Karaté criação de uma Direcção de Educa- valor moral, concorrendo, assim, para
em masculino e feminino, Basquete- ção Física e Desporto como órgão completar a sua formação profissio-
bol, Voleibol; Andebol em masculino central do EMGFAA para elaboração nal. É por isso que a Educação Física
e feminino, Futebol de 11, Futebol de e apresentação das propostas dos Militar, entendida como o conjunto
Salão em masculino e feminino; Na- documentos reitores para progra- de actividades físicas e desportivas
tação em masculino e feminino; Ténis mação, planificação e organização praticadas no seio dos militares das
de Mesa em masculino e feminino, da EFM (Regulamentos diversos, pro- FAA, constitui-se num elemento cha-
Atletismo em masculino e feminino, gramas gerais de treino físico e por ve da formação global do militar e,
Xadrez em masculino e feminino. Especialidades de Armas e Serviços, em última instância, no valor opera-
5.2 Situações Adversas etc.) cional de qualquer Unidade.
Nas FAA a Educação física se ins-
O cotidiano profissional do militar 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS trumentaliza através da Preparação
apresenta uma gama, muito signifi- A valorização da prática sistema- Física militar e desportos sem excluir
cativa, de situações que contribuem, tizada de exercícios físicos é obser- a recreação física e outras vias que
de forma negativa, para a execução vável nas forças armadas de vários propiciem o desenvolvimento físi-
regular de Preparação Física e Des- países, pela sua utilidade na manu- co dos militares. A preparação física
portos. Dentre tantas situações ad- tenção da boa forma e pela utilidade procura desenvolver o bem-estar
versas há as mais destacadas na ac- na disciplinação da tropa. geral de cada pessoa pelo uso de
tualidade: Com base nas Directivas e In- movimentos, pelo que, o resultado
 O efectivo só executa Edu- dicações metodológicas Sobre de educacional da experiência motora
cação (Preparação) Física no âmbito Preparação Operativa Combativa e não é limitado aos benefícios cor-
dos programas de Instrução Militar Educativa Patriótica das FAA as aulas/ porais. Deve‐se considerar o termo
Geral, Cursos de formação, e nos pro- secções de treino físico são progra- educação física em planos mais am-
gramas de preparação combativa de madas e planificadas pelas reparti- plos, mais abertos, incluindo a mente
acordo com as Directivas/Indicações ções/secções de Instrução e Ensino assim como o corpo.
do CEMGFAA (nos EEM e CI), de Preparação Com- O Treino Físico Militar proporciona
 O espaço físico, das Unida- bativa nas U/E/O das FAA) com dife- alterações fisiológicas significativas
des, nem sempre favorece à prática rentes cargas horarias divididos em no organismo humano, buscando
de actividade física e quando isso dois turnos/períodos. Portanto, para adequar o militar às exigências físi-
ocorre, não é bem aproveitado ou o cumprimento do conteúdo da pre- cas levando em conta a situação em
encontra-se em mau estado de con- paração física nas FAA empregam-se que ele se encontre, melhorando sua
servação. as formas organizativas seguintes: aptidão física, desenvolvendo suas
 Existe falta de uniforme ade- aulas, ginástica matinal (matutinos), qualidades físicas e morais tão indis-
quado para a prática de actividades treino físico durante o cumprimento pensáveis ao militar. Além da saúde,
físicas. das actividades de preparação com- a preparação física bem orientada
 A ocupação do militar com bativa, treino em condições espe- dá ao militar a indispensável aptidão
idade mais avançada e/ou maior gra- ciais, etc. física para a vida cotidiana e para a
duação, normalmente se torna um A maioria dos programas de edu- guerra, através do desenvolvimento
caso de sedentarismo em virtude da cação física hoje em dia é baseada das diversas qualidades físicas.
actuação prioritariamente em fun- no modelo desenvolvimentista que
ções administrativas, fator que o leva sugere que, através do uso de ac-
ao aumento de peso considerando- tividades físicas cuidadosamente
-se os pontos acima expostos. estruturadas, contribui-se para o de-
 A quantidade e a qualidade senvolvimento da pessoa como um
da preparação física são insuficiente todo. Ela inclui a aquisição e o refi-


40 Cadete

Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 41





















































































42 Cadete

POPULAÇÃO ANGOLANA ATINGE 25 MILHÕES DE

HABITANTES, SEGUNDO DADOS DEFINITIVOS DO CENSO











































XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


população angolana é consti- (986.363), Lunda Norte (862.566), geral desde 1970 e as estatísticas
tuída actualmente por 25 mi- Moxico (758.568) e Cabinda com apresentadas vão contribuir para as
A lhões 789 mil e 24 habitantes, 716.076 habitantes. políticas do Estado viradas para a
dos quais seis milhões 945 mil e 386 As províncias menos populosas resolução dos problemas da popula-
vivem na capital do país, Luanda, in- são as do Zaire com 594.428 habi- ção.
formou uma fonte do Instituto Na- tantes, Lunda Sul (537.587), Cuan- Doravante, já não serão utilizadas
cional de Estatística (INE). do Cubango (534.002), Namibe estatísticas por estimativas, pois to-
Segundo o directordi INE, Camilo (495.326), Cuanza Norte (443.386) e dos os dados estão disponíveis com
Ceita, que falava no acto de divul- Bengo com 356.641 habitantes. a apresentação dos resultados defini-
gação dos resultados definitivos do Os dados apontam que a popula- tivos. Mais de 100 mil pessoas, entre
Recenseamento Geral da População ção angolana é extremamente jovem recenseadores e técnicos garantiram
e Habitação (RGPH) realizado em e que a esperança de vida subiu para o êxito do Recenseamento Geral da
2014, declarou que deste universo 60 anos. População e Habitação 2014, cujos
populacional 12 milhões 499 mil 041 Em relação aos estrangeiros resi- resultados preliminares foram divul-
são homens e 13 milhões 289 mil 983 dentes em Angola, foram recensea- gados em Outubro deste ano.
mulheres. das um total de 586.480 pessoas, re- De salientar que as nível das For-
As províncias mais populosas do presentando 2,3 porcento do total da ças Armadas Angolanas, no âmbito
país são: Luanda, com 6.945.386 ha- população. do Censo Populacional, o Instituto
bitantes, Huíla (2.497.422), Bengue- Por outro lado, o Censo 2014 reco- Superior Técnico Militar formou 100
la (2.231.385), Huambo (2.019.555), lheu informações sobre a religião e, Cadetes que participaram no pro-
Cuanza Sul (1.881.873), Uíge com efeito, concluiu que 41 porcento cesso de registo dos cidadãos, acti-
(1.483.118) e Bié com 1.455.255 ha- da população residente no país pra- vidade que decorreu de 16 a 31 de
bitantes. tica religião católica e 38 por cento é Maio de 2014.
Já a província do Cunene conta protestante.
com 990.087 habitantes, Malanje Angola não realizava um censo
Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 43

ESTUDOS E INVESTIGAÇÃO MILITAR






























































































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Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 45

VALORES MORAIS

REFLEXÃO PROFUNDA UM OLHAR FILOSÓFICO









da idade e da condição social. É tam-
bém produto de uma série de actos
dos quais somos autor. Podemos ser
declarados autor do nosso carácter,
assim como somos dos nossos actos.
Compreender que, do mesmo modo
que os nossos actos podem ser ob-
jectos de elogio também o nosso ca-
rácter pode ser objecto de condena-
ção pela sociedade.
Neste sentido, vícios e virtudes
não são simples traços psicológi-
cos adquiridos, mas têm significado
moral, porque pertencem ao campo
daquilo que depende de nós. Esta
responsabilidade testemunha a se-
riedade da acção. Quando agimos,
não fazemos somente algo sobre
que teremos que responder poste-
riormente, mas escolhemos o que
1. responsabilidade Juristas, Economistas, docentes, dis- vamos ser. Agindo contra as regras
que conhecemos, consentimos em
moral centes, Sociólogos, Médicos, Milita- nos tornar cego à lei, as normas, as

1.1.acçao voluntario e res e em outros campos do saber. regras de conduta e por vezes não sa-
ber mais onde está o bem ou o valor
Uma das provas que fundamen-
acção involuntário tam a minha afirmação é esta passa- da vida. A lei, por isso mesmo, pune
gem. «o ser humano é o criador das mais severamente o intemperan-
suas acções, tal como é o progenitor te por deliberar em vista de um fim
1.responsabilidade moral. dos seus filhos» . Portanto, o princí- mau, já que possui a capacidade para
Embora seja verdade que as boas pio da responsabilidade baseia-se bem deliberar. A ignorância da regra
intenções são requisitos prévios para em duas pressuposições: a realidade pela criança, ou ainda por um doen-
as boas acções, não podemos dizer é contingente Filosoficamente falan- te mental ou qualquer outra pessoa
que uma acção é boa só porque é do (que é incerto suceder ou não), e que não esteja no pleno uso da sua
realizada a partir de um motivo cer- depende do individuo (o individuo é razão, a impede de ser considerada
to. Também não podemos dizer que autor do seu acto quando o acto de- responsável. Já a ignorância da regra
uma acção é boa só porque se lhe se- pende dele). . por parte dum adulto, se é produto
guem boas consequências. Uma boa Posso afirmar que quando uma de uma vida intemperante (como al-
acção é aquela que procede de um pessoa escolhe um determinado cur- coolismo por exemplo), acresce a cul-
bom motivo, utilizando bons meios, so de uma acção, é responsável não pabilidade. Aristóteles um dos mais
e é seguida de boas consequências, só pela escolha que faz, mas também sábios filosofo afirma que:
na medida em que estas podem ser pelas consequências que dela ad- O ignorar que as disposições do
determinadas antecipadamente. vêm. carácter nascem do exercício de uma
Não basta uma boa intenção nem Realizando coisas justas, assumire- actividade, é próprio de alguém com-
mesmo um bom motivo para a nos- mos bons hábitos e o carácter torna- pletamente estúpido. Por isso, não
sa acção ser considerada boa. É ne- -se justo; inversamente, agindo de tem sentido dizer que, quem pratica
cessário também ter-se em conta os maneira intemperante, adquire-se a injustiça não quer, verdadeiramen-
meios usados nesta acção. o hábito de ceder aos desejos e tor- te, ser injusto, nem que o que é dado
Posso mesmo afirmar que respon- namo-nos intemperantes. Portanto, a devassidão não queira ser devasso.
sabilidade do homem frente aos seus podemos notar que o carácter não Com tudo, no caso de alguém não
actos é referenciada inúmeras vezes é apenas o que recebe suas deter- ignorar o que faz e fará dele injusto,
por muitos académicos, assim como minações da natureza, da educação, nessa altura não será apenas injusto


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DIA-A-DIA DO CADETE

VALORES MORAIS

REFLEXÃO PROFUNDA UM OLHAR FILOSÓFICO









dividou.As acções são assim, coisas em ignorância. Uma pessoa embria-
que dependem de nós, isto é, a sua gada pode agir por ignorância, mas
existência passa necessariamente a sua ignorância é devido ao álcool
por nós. consumido e não por falta de conhe-
A acção involuntária é aquela que cimento. Portanto, o álcool não o faz
é efectuada sob compulsão ou em inconsciente como tal, mas diminui
resultado da ignorância. Um acto é a sua capacidade de raciocínio e re-
compulsório quando a sua origem flexão, e assim sendo, o seu acto não
tem como causa algo externo ao é involuntário, mas sim, voluntário.
agente, quando em nada ele contri- Este indivíduo deve ser responsabi-
bui. Por outro lado, tal como o nome lizado pelas consequências do seu
o indica, por acções voluntárias, Aris- acto. A única ignorância pela qual um
tóteles entende aquelas que têm a agente pode ser perdoado é a igno-
origem no agente e ele compreende, rância das circunstâncias particulares
de facto, as circunstâncias em que ligadas ao acto. Como por exemplo.
actua. O seu acto voluntário, e ele Se uma pessoa troca a sua pasta pela
é responsável pelas consequências de outra pessoa por engano, e a leva,
que dela advirem. esta pessoa não pode ser tratada por
Portanto, para que um acto seja gatuna, pois, ela não sabia que esta-
considerado voluntário é necessário va a levar uma pasta alheia.
saber-se quem é o agente, que está Estes temas estão muito distantes
ele a fazer, que coisa é efectuada, o de serem considerados ultrapassa-
meio usado, o resultado pretendido dos, pois podemos notar que, ainda
pela acção e o modo como age . Não hoje deparamo-nos com questões
se pode ignorar esses factores, espe- levantadas por muitos académicos
cialmente o primeiro, visto que cada e não encontrão a verdade com tal,
agente conhece a sua própria identi- mais se recorremos no campo filo-
mas será voluntariamente injusto. dade. sófico que é o campo da verdade
A singular ignorância em que o é necessário frisar aqui, que exis- pura ou das evidências pura encon-
agente pode ser perdoado é a relativa tem aquelas acções que são simul- traremos a solução, por isso, não
às circunstâncias particulares ligadas taneamente voluntárias e involun- perdemos tempo se o que nos pro-
ao acto. Mas desde que o acto tenha tárias. Uma situação do género, pusemos a reflectir ou esclarecer, é
origem no agente e ele compreenda segundo o és aluno do Platão, pode de uma forma ou de outro questões
as circunstâncias em que actua, o seu ser, por exemplo, «se alguém se vê que nos afligem hoje.
acto é voluntário, e ele é responsável obrigado a praticar um acto vergo-
pelas consequências. É uma falha nhoso por um tirano que ameaça a BIBLIOGRAFIA
grave alguém não compreender que morte de seus pais e filhos mantidos
é proibido roubar ou matar por capri- reféns e ao mesmo tempo promete
cho é crime ate mesmo pecado, rou- salvá-los se a ordem for executada». ARISTOTELES. Ética a
bar um telemóvel, computador, car- Na visão de Aristóteles, acções do gé-
tão multicaixa ou um outro bem do nero «são mistas, embora, de facto, Nicómaco.4ª Ed. Lisboa:
colega (uma pessoa não pode entrar pareçam mais ser voluntários. Na ver- quetzal, 2012
numa loja, tirar um produto qualquer dade são escolhas no momento em
exposto e dizer que não sabia que é que são praticadas e o fim da acção
proibido tirar algo sem pagar).. é determinado de acordo com a oca- Autoria: capitão Francisco Ho-
A Acção voluntária e a Acção invo- sião a oportunidade no momento». chimin, graduado em ciência de
luntária Afirmo dizendo que devemos tam- educação e Licenciado em Filoso-
A questão da acção voluntária e a bém ter em conta os actos praticados fia pela universidade católica de
da acção involuntária é um assunto por ignorância. Mas é necessário dis- Angola. Mestrando ciência de edu-
que vêem nos ajudar como podemos tinguir entre aqueles actos que são cação pela Universidade Metropo-
responsabilizar moralmente um in- devidos à ignorância e um acto feito litana de Assunção .


Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 47

FORMAÇÃO


DEFESA DE MESTRADO





10849800 Major José Tchindjend-
je Tchikwamanga, Chefe da Secção
de Línguas do Departamento de
Ciências Exactas e Humanas
No dia 13 de Fevereiro de 2016,
defendeu a sua dissertação de mes-
trado subordinada ao tema “Ten-
dências Sintácticas do Português de
Angola”, na Faculdade de Letras da
Universidade Agostinho Neto.
Trata-se de um estudo sobre o
rumo que a construção de frases que
o Português está a ter. Uma aborda-
gem que teve a nota de 16 valores,
coroando, desta forma uma cami-
nhada começada em 2012, numa ini-
ciativa pessoal, enfrentando todos os
obstáculos.
Teve como amostra as frases pro-
duzidas pelos estudantes que se can-
didataram ao ISTM, em 2015.
Bem haja Major José Tchindjendje,
Mestre em Língua Portuguesa. É caso
de se dizer que “O conhecimento não
ocupa lugar!”




Capitão Silva Peteca Sa-

chilêhe Belo, Licenciou-se

em Direito, Opção jurídico-

-forense na Universidade

Jean Piaget de Angola.
Comandante Adj. p/ Educação Pa-
triótica do 3º Batalhão do Corpo de
Cadetes. Ingressou no ano de 2010
na Uni Piaget, em Luanda, no curso
de Direito e concluiu o mesmo com
êxito no ano de 2014/2015 com a de-
fesa de tese ao grau de licenciatura
sobre o tema, O Habeas Corpus à luz
do ordenamento jurídico angolano,
tendo obtido Quinze (15) valores na
sua dissertação.
Com este grau de licenciatura o
Capitão Silva Belo mostra ser um
homem que não está parado e não
sente-se ainda realizado… O grande
sonho é atingir o grau de Doutora-
mento.


48 Cadete

CONSELHOS








MADIBA MANDELA RESTROPECTIVA


Madrugada palpitante Neste mundo tormento
Do protesto da hecatombe Madiba teu adágio O Tempo passa
Irradiando a mensagem do dilúvio Faz-me relembrar Hora se apressa
Via-se lucidez Os pioneiros das liberdades A maldade nos consome
Resguardava na escuridão Mahatma Gandhi
Nações enxugavam as lágrimas dos Abraham Lincoln Broto pelo conflito da faixa de gaza
mandibas Martin luther king.jr. Selváticas ideologias do boko ha-
Simón de lá Santíssima Trinidad Bo- ram
Eu vi livar Há mania dos jihadhista
Eu estava lá Ngola kiluanje kia Samba Teimosia do al quaeda
O povo lagrimavam perdidamente Willian Eduard B.Du Bios Ofuscada verdade do Hamas e Hez-
Aldo Moro bolah
Os Frederik willem de klerk Yitzhak Rabin
E os madibas Mandela Mário Coelho pinto de Andrade Ucrânia decompõe se em pedaços
Rosto carregada de tristeza Dr. António Agostinho Neto Líbia pisoteada
Vindas da África longínquas Síria devastada
Dos corações dos negros e brancos Iraque atormentada
Que lamentavam Oremos pela humanidade Palestina injustiçada
O adeus da orquestra Oremos pelos ícones das liberdades Judeus desabitados
Oremos pela alma de madiba Ignorando os diálogos e os acórdãos
As folhagens despiam-se
Das rubras acácias Adeus madiba Esgotam as possibilidades
Que se despedaçavam pelas calça- Adeus pai do perdão Momentos já não são de choros
das Tua alma descanse em paz Já não é de lamentos
Do país do arco-íris Já não é de protesto
Autoria de: FRANCISCO HOCHIMIN Já não é de manifestações
Banhava ondas Já não é de vigílias
Feita de desejo e pranto Já não é de peregrinações
Notava-se as brisas Já não é de críticas
E o cântico dos homens Já não é de ensinamentos
Gemendo sob o peso da dor profun- Já não é de diálogo
da
Esgotaram essas possibilidades
Eu vi Por causa da nossa mania
Eu estava lá De grandeza
Neste instante
Jorrava lágrimas de 91 líder mundiais Apenas resta
Ladeando o féretro de Mandela Intervenção divina.

Eu vi 21.12.2014.autoria francisco Hochi-
Eu estava lá min

















Órgão Informativo do ISTM - Edição Nº 7 - Maio 2016 49

CÓDIGO DE HONRA



Código de Honra do Cadete do ISTM

















1. O Cadete do ISTM orgulha-se da sua vocação militar, considera a
mesma como honra.
2. O Cadete do ISTM respeita e prestigia as FAA a que pertence, pro-
curando corresponder com o nível das suas tradições educativas.
3. O Cadete do ISTM aceita, defende e impõe a si próprio a mais rigo-
rosa discplina militar.
4. O Cadete do ISTM veste com o maior garbo a sua farda e apresenta-
-se em público de modo a impor-se à consideração daqueles que o
rodeiam, pela dignidade do seu porte.
5. O Cadete do ISTM é responsável, honesto em todos os actos da sua
vida, primando sempre pela verdade não procura obter por meios
impróprios aquilo a que não tem direito ou que não pode conse-
guir à custa do seu próprio esforço.
6. O Cadete do ISTM vê no seu chefe um educador e um amigo, por
isso deposita nele consideração, obedece-lhe com devida pronti-
dão mesmo com sacrifício dos seus seus próprios interesses.
7. O Cadete do ISTM manifesta para com todos os seus companhei-
ros uma camaradagem sólida, estando sempre disposto a ajudar os
que precisam dele, mas recusa incondicionalmente colaborar em
quaisquer acções contrárias à ordem e à disciplina militar.
8. O Cadete do ISTM procura manter em todas as circunstâncias sem-
pre pronto ao cumprimento do dever, das virtudes do regulamento
militar, primando pela postura como homem.
9. O cadete do ISTM deve amar a Pátria e defende-la com todas as
suas forças, incluindo o sacrifício da própria vida.
10. O cadete do ISTM deve guardar e fazer guardar a constituição e
mais leis em vigor de que tomara compromisso solene.






























50 Cadete


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