Chris Dias
organização
Rimas
para
Manaus
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Chris Dias
organização
Rimas
para
Manaus
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Copyright © 2022 by Chris Dias
Presidente do Sesc Amazonas
Aderson Frota
Diretora Regional do Sesc Amazonas
Adriana Nascimento
Gerente de Programas Educacionais e Culturais
Cesar Marinho
Coordenador de Cultura
Aldenir Barros
Equipe de Biblioteca
Texto: Chris Dias
Projeto gráfico e diagramação: Ana Carolina Pinheiro
ISBN: 978-65-995046-7-9
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Centro de Educação SESC -
José Roberto Tadros
Gestora
Ana Rita Fadel Arruda
Coordenadora Pedagógica
Adriana Mendes
Professoras:
Andrea Brasil
Katia Silene
Elane Maria
Patrícia Cabral
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Este livro faz um passeio pelas lendas da
Amazônia e convida a conhecer lugares de
Manaus.
Cada página mostra uma cidade diferente e
as brincadeiras com as palavras mostram o
quanto a gurizada se divertiu para fazer.
Ler é brincar, não me canso de afirmar, e es-
ses textos, construídos pelos estudantes nos
meses de agosto e setembro de 2022, com-
provam isso.
Em cada história aqui contada, nos versos das
lendas e no dicionário poético percebemos lei-
tores atentos, escritores criativos e amantes
da cidade.
Experimente nessas páginas um encontro
com Manaus, seus segredos, mistérios e suas
belezas, tão lindamente retratados nos textos
e nas ilustrações.
Nosso desejo com esse livro é inspirar o lei-
tor a olhar para a cidade e criar suas próprias
rimas.
Aventure-se.
Chris Dias
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No coração da Floresta Amazônica
o rio Negro é infinito
uma musa da visão.
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Curupira
se desmatar
ele pira
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O Curupira foi muito necessário
Ele ajudou a Amazônia
que estava uma zona
Ele mora nas grandes florestas
come tucumã, cacau, taperaba
veste verde
e sabe as verdades da floresta
um verdadeiro guardião.
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Este lugar é belo
onde se vê o encontro de dois rios
um claro e um escuro
feito a vida
de sol e sombra.
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Eclipse
Entre duas tribos inimigas
Tinha duas pessoas muito
muito amigas
Como eles se amavam
e as tribos não aceitavam
Ficaram se encontrando escondido.
Algum desconhecido contou
que eles se viam a cada anos
virando o sol e a lua.
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O lugar mais lindo da cidade
é o Teatro Amazonas
Ele nasceu em 1896.
É antigo mas não é velho:
é o nosso lugar eterno.
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A Sereia Iara
Iara é uma sereia
que seduz os homens
com seu beijo encantador.
Com seu canto
ela os leva para a água
e depois desaparece.
Nunca mais um homem
sentirá dor ao olhar
em seus olhos encantadores.
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O boto
cor-de-rosa
Época de Festa Junina
o boto cor-de-rosa sai do fundo d’água
no meio da noite estrelada
a cauda se transforma em pés
o ser ganha imagem humana.
Coberto de escuridão
envolto pela mata
surge o rapaz
um andarilho, de traje social
colhido de algum varal.
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De baile em baile
encanta as moças
com sua beleza e cortejo galante
até que uma aceita o seu convite
e entra com ele no seu barco.
No dia seguinte
a jovem, sozinha e triste
observa um boto rodopiando
e dando gaitadas
ao seu redor.
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Iara
A guerreira tinha irmãos
que sabiam que ela
era a preferida do seu pai.
Um dia eles decidiram matá-la
Mas ela se defendeu
e acabou matando-os.
O pai, chateado
Mandou matar a filha
afogando-a no rio.
Os peixes a libertaram
e Iara virou sereia
protetora das águas.
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A lenda do Guaraná
Uma família indígena teve um filho
que foi brincar no rio
quando uma cobra o picou
e ele morreu.
Seus pais o encontraram sem vida
e enterraram seus olhos na mata.
O tempo passou, a natureza ajudou
E ali nasceu um pé de guaraná.
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O Curupira
Meu lar está nas grandes florestas
moro no bosque
caminho na mata
na cabeceira do rio
nas várzeas e alagados
nos mangues e na terra firme
esse é o meu lugar.
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A mula
sem cabeça
O Padre resolveu casar
e sua esposa
no meio da noite escura
virou a mula sem cabeça
atormentando todo mundo.
Sua mãe sabia de tudo
e tinha a solução
arrancou da pata a ferradura
e sua filha desencantou
voltou a ser mulher livre.
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Rio Negro
A ponte do Rio Negro
é um lugar lindo
que fica em cima do Rio
e é magnífico.
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É tão grande
que me deixa sem ar
de ponta a ponta
Nem dá para enxergar.
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Vivo em Manaus
um lugar que você deve visitar
aqui, o frio vira caos
a noite o cobertor você deve usar.
De vez em quando
têm uns caras maus
E temos de nos espertar.
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Tem uma linda paisagem
Isso melhora a sua viagem
e tem uma noite estrelada
a praia é a sua marca registrada.
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Bate ventania na Praia Ponta Negra
vai no cemitério e bate saudade
tem visão nas praças.
Em Manaus, na igreja tem verdade
vai no shopping e tem lentidão
e no hospital sabem do coração.
A ponte Rio Negro é bem longe
Encontro das águas é infinito
e no orfanato tem garoto sozinho.
O banco tem custo
e na casa abandonada
você leva um susto.
O Centro de Manaus fica bem perto
E no Teatro Amazonas
é melhor ficar quieto.
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A lenda da vitória-régia
uma das mais conhecidas
do folclore brasileiro
explica a origem da planta aquática
que é símbolo da Amazônia.
Segundo esta lenda indígena e amazônica
a vitória-régia era uma índia
que se afogou no rio
porque queria beijar o reflexo da lua.
A lua era Jaci
na mitolologia índigena
divindade Tupi
por quem a índia se apaixonou.
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A lenda do Teatro Amazonas
Em 1965, Márcio Souza viu e descobriu
um fantasma com roupas do século XVIII
Era um cavaleiro
que depois desapareceu.
Alguns dizem que era a alma
de um ator italiano
que de malária
em 1912 morreu.
Sua alma ainda hoje
circula por lá
perambulando pelo teatro
é de assustar!
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As duas histórias
da cobra grande
1- É conhecida como Boiûna,
Tão brilhante que é capaz de refletir o luar
Ataca os barcos
e leva os pescadores
para as profundezas
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2- Uma cobra engravidou e teve dois filhos
Um menino e uma menina
Ele era bom e ela, malvada
Eles podiam escolher ser cobra ou virar gente
Eles lutaram até a morte
para decidir o que fazer
O menino sobreviveu
e se transformou em humano.
Qual das duas versões você prefere?
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Manaus é uma capital fenomenal
Aqui habita um povo sensacional
Que esbanja alegria
Que nos traz amor incondicional
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Curupira é um menino
A mata é seu reino
Onde ele exige muito respeito
Seus cabelos são da cor do fogo
E seus pés são virados para traz
Se mexeres na sua casa
Verás do que ele é capaz
Caçadores já foram para a mata
E não voltaram nunca mais
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