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Published by Mahmoud Lubbad, 2017-07-20 18:58:40

Portfolio e projeto da escola

Portfolio e projeto da escola

A formação dos docentes deve ser em nível superior, em cursos de Licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério
na educação infantil, a formação em nível médio, na modalidade normal. Portanto, a formação mínima para o
professor (a) da educação infantil é o ensino médio, modalidade Normal.

A LDB regulamentou a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, determinando a integração das
creches e Escolas aos respectivos sistemas de ensino, atribuindo a essas instituições caráter educativos.

No processo de integração e regulamentação das creches e Escolas no âmbito do sistema educacional brasileiro
constatam-se avanços, mudanças, fragilidades e tensões dentre as quais se destaca a ambiguidade referente ao
profissional da educação infantil. Essa ambiguidade se expressa em diferentes formas. A primeira diz respeito à
existência de profissionais que já atuavam em creches e Escolas, antes da data de publicação da LDB, possuíam
formação de professor, desempenham função docente, mas prestaram concurso para outros cargos do quadro geral
da Prefeitura. A segunda refere-se a profissionais que já trabalhavam em creches e Escolas, antes da LDB, não
possuíam formação de professor (o que não era exigido), prestaram concurso para outro cargo, mas desempenham
função docente e atualmente possuem formação de magistério. A terceira e mais frequente, engloba um conjunto
de profissionais que fizeram concurso, pós LDB, para cargos diversos do quadro de servidores como auxiliar,
monitor, recriador, brincante, cujo edital não exigia a formação de professor, mas na realidade desempenham função
docente.

Segundo a Resolução CNE/CEB Nº 5/2009, programas de formação continuada dos (as) professores (as) e demais
funcionários (as) integram a lista de requisitos básicos para uma educação infantil de qualidade.

Tais programas são direito dos (as) professores (as) previsto no art. 67, inciso II, da LDB 9394/96. Eles devem
promover a construção da identidade profissional, bem como o aprimoramento da prática pedagógica, possibilitando
a reflexão sobre os aspectos pedagógicos, éticos e políticos da prática docente cotidiana.

A formação exigida para a equipe técnica (administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação
educacional) dos estabelecimentos de educação infantil é graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação,
conforme legislação vigente (LDB, art. 64).

O quadro de recursos humanos deve ser coerente com a estrutura e funcionamento de cada instituição e
considerar as necessidades para a implementação do trabalho pedagógico. Portanto, ele deve estar definido na
proposta pedagógica. Basicamente, é composto por Coordenação Administrativa, Coordenação Pedagógica, corpo
docente e funcionários.

Os profissionais que desenvolvem atividades educativas sistemáticas com as crianças são professores/docentes e
integram a carreira de magistério. Os profissionais que desenvolvem atividades de apoio são funcionários.

XIXIXI - TRABALHO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO COM OS PROFESSORES

O trabalho do coordenador pedagógico se define como uma prática social caracterizada pela mediação técnico-
pedagógica, compromissado com o projeto educativo da escola, na perspectiva da efetivação de ação educativa
colaborativa, junto ao grupo de educadores e comunidade escolar, promovendo uma troca de saberes e

experiências, no sentido da construção de uma competência docente coletiva, que resulte no sucesso dos sujeitos
envolvidos no processo de ensino aprendizagem.

A orientação pedagógica na CRECHE E PRÉ-ESCOLA “Escolinha Pimpolho” é realizada por professores que atuam
na função de coordenadores que se dispõem a planejar junto aos professores semanalmente e bimestralmente e
ainda, realizam atendimento individual quando se faz necessário. Para as atividades semanais, se dispõe de quatro
horas aula para cada modalidade de ensino, de acordo com o horário estabelecido pela instituição e as reuniões
pedagógicas estão inclusas nesta carga horária.

Dessa forma, o cotidiano do trabalho pedagógico desta instituição vincula-se às quatro dimensões apontadas por
Piloti (1998, p.125) que são: acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, docência e avaliação;
fornecer subsídios que permitam aos professores atualizarem-se e aperfeiçoarem-se constantemente em relação ao
exercício profissional; promover reuniões, discussões e debates com a população escolar e a comunidade no sentido
de melhorar sempre mais o processo educativo; estimular os professores a desenvolverem com entusiasmo suas
atividades, procurando auxiliá-los na prevenção e na solução dos problemas que aparecem.

Partindo do explicitado podemos afirmar que o trabalho dos coordenadores pedagógicos é de fundamental
importância na articulação das ações educativas, vinculando-se às dimensões articuladora, formadora e
transformadora desse contexto educacional.

XXX - FORMA DE ATENDIMENTO AS DIVERSIDADES E AS CRIANÇAS ESPECIAIS;

A Educação Infantil inclusiva é aquela que acolhe e valoriza toda diversidade presente nos espaços de Educação
Infantil. Desse modo, as práticas pedagógicas desenvolvidas na CRECHE E PRÉ-ESCOLA “Escolinha Pimpolho” deve
contemplar elementos da cultura dos povos afro-descentes e demais culturas que compõem a diversidade
apresentada, contemplando “a pluralidade cultural, isto é, a diversidade de etnias, crenças, costumes, valores etc. que
caracterizam a população brasileira” (BRASIL, 1998, p. 77, Vol. 1) e que marcam, também, as instituições de Educação
Infantil.

Também deverão os professores que atuam junto a CRECHE E PRÉ-ESCOLA “Escolinha Pimpolho”, conceber que
todas as crianças são portadoras dos mesmos direitos, sejam elas deficientes ou não. Nessa perspectiva, as pessoas
com necessidade educativas especiais que frequentam a Educação Infantil na instituição – têm direito à educação em
sua plenitude, sendo indispensáveis que as instituições de ensino regular se adaptem as mais diversas situações de
acordo com as necessidades das crianças nelas inseridas. Na perspectiva de uma educação inclusiva, não se espera
mais que a criança/pessoa deficiente se integre por si mesma, mas que os ambientes, inclusive o educacional, se
transformem para possibilitar essa inserção, ou seja, estejam devidamente preparados para receber a todas as pessoas,
indistintamente. Além disso, acreditamos que um estabelecimento de Educação Infantil, que se destina a crianças de
0 a 5 anos de idade, deve dispor de profissionais devidamente orientados para atender crianças com deficiências
e/ou problemas de desenvolvimento de todos os níveis e tipos.

XIXIXI - GESTÃO DAS UNIDADES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Um novo olhar urge frente à gestão da escola de educação infantil, considerando competências e
habilidades, tanto técnicas quanto humanas dos gestores, necessárias e imprescindíveis à condução da escola infantil.
O processo de construção e efetivação da proposta pedagógica de uma escola infantil, dentre muitos elementos,
necessita da ação dos gestores num modelo que sustente sua atuação e a efetivação na prática da proposta
pedagógica da instituição. Para tanto, pensar em gestão escolar é pensar numa dinâmica que se oriente por
princípios democráticos, que se caracterize pela participação coletiva nas decisões e que permita a articulação de
todos e de tudo que envolve a efetivação da proposta.

A concretização de uma proposta, tanto na sua construção como na sua efetivação dependendo não exclusivamente,
mas fortemente, das relações as quais, será submetido no momento de sua elaboração, que será marcante para sua
prática. Isto vem ao encontro da ideia de uma gestão que se baliza por uma liderança compartilhada, onde o gestor
compreende este momento como um trabalho em equipe. Assim sendo, as relações interpessoais e de grupo, que se
tecem na equipe é que mostrarão o perfil de gestão praticado pela escola.

Nesse sentido, as relações que se estabelecem entre gestor, equipe e comunidade resultam de uma
proposta de educação consolidada em bases teóricas que consideram os sujeitos e o meio social no qual vivem. Para
a gestão uma variável que influencia na participação da construção da proposta pedagógica da escola infantil
depende da equipe e da ação que se implementa, para se consolidar em um trabalho eficaz. Sabe-se que a educação
infantil sucumbirá se não estiver adequadamente distribuída em seus espaços, em sua organização tanto pessoal
como hierárquica e em seu planejamento, referindo-se aos planos, projetos e rotinas. Esta estrutura além de básica
para a sua sustentação, é mais passível de ser modificada pela a ação do gestor, pois depende essencialmente de sua
competência técnica.

Numa escola de educação infantil, uma gestão interdisciplinar possibilita a contemplação da diversidade e
complexidade que uma proposta pedagógica exige para uma escola de qualidade. O grande desafio da escola de
educação infantil é desvelar um paradigma de gestão que haja de maneira sistêmica e que tenha sua proposta como
eixo norteador, construída através da participação e da coletividade de seus membros fruto de um compromisso
com a comunidade. A escola precisa trabalhar para se tornar ela própria uma comunidade social, tendo em vista que
a natureza do trabalho educacional e os novos paradigmas organizacionais exigem habilidades do seu gestor
mediante uma prática de gestão compartilhada, a qual depende da democracia para ser bem-sucedida. Segundo Veiga
(2002.p. 18) a gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática
pedagógica. Ela visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o fazer, entre a teoria
e a prática e busca resgatar o controle do processo e do produto.

Diante dessas reflexões, observa-se como tem avançado por parte da legislação educacional no que
concerne à escola infantil para a elaboração e execução da sua proposta pedagógica, mas ainda há uma forte
inadequação face às demandas da sociedade, precisando abandonar seus modelos estáticos e posicionar-se
dinamicamente, aproveitando as sinergias oriunda das interações com a comunidade, fomentando interações
interpessoais, a fim de que a escola infantil desenvolva um trabalho participativo, democrático como uma instituição
autônoma, responsável e educadora, descobrindo novos caminhos para desempenhar a sua missão.

XIXIXI - FORMA DE INTERAÇÃO ENTRE PROFESSOR-ALUNO E CRIANÇA-CRIANÇA

Interação professor-aluno
O parceiro da criança em seu processo de desenvolvimento é o professor. Sua função é de ser uma pessoa
verdadeira, que se relacione afetivamente com a criança, garantindo-lhe a expressão de si, visto que ele precisa de
alguém que acolha suas emoções, e assim, lhe permita estruturar seu pensamento. Estas atitudes de interação com
parceiros levam as crianças a dominar formas de agir, pensar e sentirem-se presentes em seu meio cultural,
resultando em um constante processo de elaboração de suas identidades.
Nessa acepção, é de fundamental importância que o professor mantenha uma boa relação com o aluno, sendo esta
de respeito, afetividade e disponibilidade, isso refletirá positivamente nos resultados esperados pelo professor do
aluno. A relação entre professor e aluno deve ser dinâmica como deve ser qualquer relação entre os seres
humanos. A relação educador-educando não deve ser uma relação de imposição, mas sim, uma relação de
cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito interativo e ativo no seu
processo de construção de conhecimento. Assumindo o educador um papel fundamental nesse processo, como um
indivíduo mais experiente.

A interação criança-criança
Cada vez mais tem sido defendida a criação, nas creches e Escolas, de ambientes de aprendizagens coletivas, por estes
promoverem a capacidade da criança relacionar-se desde cedo com parceiros diversos, particularmente com outras
crianças. A proposta de favorecer as interações sociais com seus pares de idade pode ajudar as crianças a controlar
seus impulsos ao participarem no grupo infantil.
Essas interações que as crianças estabelecem entre si, de cooperação, confrontação, busca de consenso favorecem a
manifestação de saberes já adquirido e a construção de um conhecimento partilhado. (Oliveira, 2011, p.146), pois elas
são ricas em conteúdo e variam nos diferentes contextos, em consequência de elementos como o tamanho do
grupo, os objetos disponíveis o tipo de atividades. Além, de outras atividades os jogos e os brinquedos são
favorecedores dessa interação criança-criança ao desenvolver competências sociais de trocas estabelecidas pela
natureza do brincar e do uso do simbólico.

XIXIXI - COTIDIANO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

O trabalho com projetos na creche e na pré-escola
A Resolução nº 05/09, no seu Art. 9° ressalta que as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da
Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que:

O currículo da educação infantil, nesta instituição de ensino, deverá ser constituído de práticas de projetos
didáticos, entre outras, práticas metodológicas. Os projetos didáticos, segundo (Oliveira, 2011, p. 238) organizam-se
segundo temas sobre os quais as crianças vão tecer redes de significações.

Essa prática didática é proposta como estratégias de ensino que busca superar uma visão de estabilidade e
transparência do ambiente em que as crianças estão inseridas, o qual precisaria apenas ser conhecido, abrindo
possibilidades para cada criança indagar, criar, relações e entender a natureza cognitiva, estética, política e ética de
seu ambiente, atribuindo-lhe significados.

Na educação Infantil, desde muito pequenas, as crianças aperfeiçoam as experiências que já existem e adquirem
novas estratégias. Nesse sentido, ao agir sobre o mundo, desenvolvem-se e constroem aprendizagens. Nessa
perspectiva, os projetos podem constituir-se em um eficiente instrumento de trabalho para os educadores que
atuam na educação infantil.

Para (Horn, 2008, p.85) a pedagogia de projetos oferece aos professores a possibilidade de reinventar o seu
profissionalismo, de sair da queixa, da sobrecarga de trabalho, de isolamento, da fragmentação de esforços para criar
um espaço de trabalho cooperativo, criativo e participativo.

Essa prática metodológica pode ser usada nos diferentes níveis da escolaridade, desde a educação infantil até o
ensino médio. Todavia, deve se considerar que cada um desses níveis possui especificidades e características
peculiares que os vão distinguir em alguma medida: com relação ao grupo etário, e a realidade circundante.

O professor pode, ele mesmo, a partir de uma necessidade identificada no grupo com o qual, trabalha apresentar
um projeto a ser trabalhado e explorado pelo grupo, ou ainda, os professores devem também levar em conta os
interesses declarados pelas crianças, as dúvidas apontadas sobre determinado assunto, os questionamentos, o que
indica o nível de curiosidade das crianças e assim poderá servir de tema para ser trabalhado em um projeto.

Como são tratados os jogos e as brincadeiras

Nos estudos de Arce (2004) ela apresenta contribuições de Leonina, Leontief e Vygotsky, acerca das distintas
concepções de ser humano e de sociedade e, consequentemente, das distintas concepções a respeito do jogo e do
desenvolvimento infantil. A autora faz referências à Teoria da Atividade e o jogo: Leonina e Leontief e a psicologia
histórico-cultural. A partir deste quadro teórico, Arce situa a brincadeira e o jogo na educação Escolar. Afirma ela
que Leontief, Leonina e Vygotsky concordam que o jogo é a atividade principal no período da infância.

O brincar fornece à criança a possibilidade de construir uma identidade autônoma, cooperativa e criativa. A criança
que brinca adentra o mundo do trabalho, da cultura e dos afetos pela via de representação e da experimentação. A
brincadeira é um espaço fundamental da infância.

Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isto implica que aquele que brinca tenha o
domínio da linguagem simbólica. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade
imediata de tal forma a atribuir-lhes novos ignificados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da
articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. As atividades lúdicas das crianças são demarcadas por
brincadeiras e jogos.

Brincadeiras e jogos motores

Com as brincadeiras e jogos, as crianças aprendem a movimentar-se de diversas formas, desenvolvendo a
coordenação motora, o conhecimento do seu corpo, combinar cumprir regras, o qual por sua vez apoiará o
desenvolvimento cognitivo e social. Envolvem a motricidade ampla, exigindo muito mais espaço, atividades ao ar
livre possibilitam que as crianças corram, escalem, saltem etc. para as crianças menores, os espaços devem conter
almofadas, espelhos, caixas, túneis, móbiles, enfim um ambiente que estimule as habilidades motoras das crianças.

Brincadeiras e jogos simbólicos

Para a perspectiva histórico-cultural o brinquedo tem claras relações com o desenvolvimento infantil.
Principalmente em atividades de faz-de-conta e jogos de papéis. Essa relação torna-se possível porque o brinquedo
permite a criança desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória e a
imaginação. Com as brincadeiras e jogos, as crianças aprendem a movimentar-se de diversas formas, desenvolvendo a
coordenação motora, o conhecimento do seu corpo, combinar e cumprir regras, o qual por sua vez apoiará o
desenvolvimento cognitivo e social.

A criança para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos
significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da
realidade.

Jogos com regras e intelectuais

Os jogos classificados por regras específicas, entre a faixa etária dos 2 e 3 anos de idade, precisam ser simples com
regras não muito complexas. Podem ser atividades acompanhadas por canções nas quais as crianças sigam algumas
instruções. Na faixa etária de 4 e 5 anos os jogos tornam-se mais complexos, exigindo mais agilidade nos
movimentos, e desenvolvendo novas habilidades de pensamento. Oliveira (2002) traz a brincadeira como recurso
privilegiado do desenvolvimento da memória e a capacidade de expressar-se, interagir e argumentar, a partir de
diferentes linguagens. Os jogos coletivos como: (esconde esconde, pega-pega, jogos de mico, memória, bingo, etc).

Jogos e brincadeiras tradicionais

Os momentos de jogo e de brincadeira devem se constituir em atividades permanentes nas quais as crianças
poderão estar em contato também com temas relacionados ao mundo social e natural. O professor poderá ensinar
às crianças jogos e brincadeiras de outras épocas, propondo pesquisas junto aos familiares e outras pessoas da
comunidade e/ou em livros e revistas. Para a criança é interessante conhecer as regras das brincadeiras de outros
tempos, observar o que mudou em relação às regras atuais, saber do que eram feitos os brinquedos.

· Eixos de trabalho

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RONEI, elaborado pelo Ministério da Educação e
utilizado como referência por muitas instituições, propõe a organização do trabalho em dois âmbitos de experiência:
“formação pessoal” e “conhecimento de mundo” (incluindo respectivamente os eixos Identidade e Autonomia e os
eixos Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade, Matemática). Em cada um
desses eixos de trabalho são definidos objetivos específicos por idade (crianças de 0 a 3 anos e crianças de 4 a 6
anos), dos quais decorrem os conteúdos que irão possibilitar a concretização das intenções educativas. A partir daí,
são definidas as orientações didáticas.

Ü Identidade e autonomia

A construção gradativa da identidade e da autonomia ocorre através do conhecimento adquirido a respeito de si
mesmo e ao desenvolvimento e utilização de vários recursos pessoais em diferentes situações vivenciadas pela
criança. Com isto, ela vai percebendo a distinção entre si e as outras pessoas vai construindo uma autoimagem e
uma autoestima e a partir do modo como é vista e valorizada pelos outros e principalmente aqueles que constituem
seu suporte afetivo (familiares, amigos, professores) e etc.

Em consonância com o desenvolvimento da identidade a criança desenvolve a capacidade de se conduzir
e tomar decisões, ampliando gradativamente, a sua perspectiva social, até considerar a perspectiva do outro, ou seja,
sai de uma condição de heteronomia- legitimidade de regras e valores oriundos do adulto para uma condição de
autonomia, quando a criança gerencia suas ações e julgamentos.

Piaget (1994) comenta que enquanto a criança não dissociar o seu eu do mundo físico e social ela não irá
cooperar, porque para torna-se consciente de si, precisará liberta-se da coação exercida pelo adulto desde o seu
nascimento, ou seja, o desenvolvimento da sua autonomia a levará a uma condição de cooperação, uma vez que ao
ser respeitada, ela aprende a ser respeitar e a cooperar com o outro.

ü Movimento

O movimento é algo mais que simplesmente mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço, visto que a
criança o utiliza para expressar-se, bem como agir de maneira cada vez mais independente sobre o mundo á sua
volta, desenvolvendo a sua autonomia.

O movimento infantil está presente em toda a manifestação da criança, mesmo quando está quieta, parada, ela
comunica-se com o mundo. Diante disso, è imprescindível que ela possa vivenciar a sua mobilidade, desfrutando da
sua linguagem corporal e capacidade motora através, de brincadeiras, jogos, danças, atividades esportivas,
demonstração de afeto, reproduções e imitações comportamentais.

ü Música

Muitas vezes, associada ao movimento infantil encontra-se a linguagem musical, presente em todas as
culturas, nas mais diversas situações, integrando aspectos lúdicos, afetivos, estéticos, cognitivos e contemplando
aspectos motores através das danças ou rituais.

No contexto da Educação Infantil, a música vem sendo utilizada como suporte para vários propósitos
como: formação de hábitos, atitudes e comportamentos, comemorações e brincadeiras. Além disso, favorece o
desenvolvimento do gosto e expressão musical em experiências que envolvem a vivência (produção musical), a
percepção (apreciação musical) e a reflexão (organização, produto e produtores), em diferentes níveis de elaboração.

ü Artes visuais

Assim como a música, as artes visuais são linguagens e formas importantes da expressão humana. Expressam e
comunicam sentimentos e ideias através de traço, cor, forma, espaço e volume em produção de desenho, escultura,
brinquedos, pintura, bordados, entre outros. Sendo as artes visuais um modo de expressão, uma linguagem

de característica e estruturas próprias, pode-se contemplar na Educação infantil os seguintes aspectos: o fazer
artístico, centrado na exploração, expressão e comunicação, propiciando a criação pessoal; a apreciação, através da
percepção dos sentidos que o objeto propõe; a reflexão sobre os conteúdos do objeto artístico que se manifesta, as
produções e os artistas que as produziram.

ü Linguagem oral e escrita

Aprender a linguagem oral e escrita é ampliar as possibilidades de participação nas práticas sociais e nos
significados culturais pelos quais se interpreta e representa a realidade, através do desenvolvimento de quatro
competências básicas: falar, escutar, ler e escrever.

O trabalho com a linguagem oral não pode se restringir a rodas de conversas ou algumas atividades dirigidas, uma
vez que ela está presente no cotidiano da criança e na prática escolar. Como também, a linguagem escrita não pode
se restringir à cópia de vogais e consoantes, muitas vezes grafadas com aspectos humanos ou de animais, ensinadas
uma a uma ou com exercícios mimeografados de pontilhados a serem cobertos.

As crianças estão em constante contato com a linguagem escrita através de diferentes tipos de textos,
tais como: letreiros, placas de ônibus, livros, jornais, histórias em quadrinhos, embalagens, cartazes etc., antes mesmo
de ingressarem na escola” não esperando a permissão dos adultos para começarem a pensar sobre a escrita e seus
usos”( BRASIL,2001,v.3, p. 122).

Quanto mais as crianças forem estimuladas a falar em diferentes situações, mais elas poderão desenvolver a sua
capacidade comunicativa, vivenciada em diversos contextos,

como contar histórias, explicar regra de um jogo ou brincadeira, pedir informação, dar um recado, contar o que
aconteceu em casa ou o que fez no fim de semana.

Em relação á leitura e à escrita, comentadas anteriormente, o processo de letramento se dá em situações
significativas no brincar, dentre elas, as que a criança pode vivenciar a imitação e recriação da realidade e utilizar
recursos da linguagem oral e escrita, em atividades lúdicas em ambientes letrados.

ü Natureza e sociedade

A criança vive em um mundo onde ocorrem fenômenos naturais e sociais indissociáveis, que lhe
desperta muita curiosidade. Por isso, a proposta para o eixo natureza e sociedade reúne temas pertinentes ao
mundo social e natural que devem ser trabalhados de forma integrada, considerando as especificidades dos
diferentes campos das ciências humanas e naturais.

É lamentável que em muitas práticas pedagógicas os conteúdos sociais estejam relacionados apenas às
datas comemorativas ( Dia das Mães, Dia do Índio, Páscoa, Dia do Soldado, Dia da Bandeira, Carnaval, etc, ) colorem
desenhos mimeografados, são fantasiadas ( coelhinhos, soldados, índios, entre outros ) e cantam músicas, sem
aprofundamento, discussão e reflexão crítica sobre os temas.

Em relação aos conteúdos naturais estes, muitas vezes, limitando-se à noções sobre o corpo humano e
características dos seres vivos ( animais e plantas ), desconsiderando o conhecimento que as crianças possuem e a
possibilidade de formularem hipóteses para serem investigadas posteriormente.

ü Matemática

No tocante à matemática, as crianças participam de diversas situações em seu cotidiano envolvendo
números, relações com quantidades, noções de tempo e espaço, utilizando muitas vezes recursos próprios e não
convencionais na resolução de problemas, tais como: conferindo objetos (tampinhas, figurinhas ), contando pontos
em jogos, repartindo balas, manipulando dinheiro, constatando distâncias, descobrindo caminhos, etc.

O trabalho com a matemática, em muitas práticas, limita-se à memorização de algarismos isolados, muitas vezes
grafados com características humanas ou de animais, cobrir pontilhados, colagem de bolinhas de papel em numerais,
cópias repetidas de um mesmo numeral ou de sucessão numérica ou com associação entre numerais e desenhos
com quantidades.

O desenvolvimento do pensamento lógico-matemático na educação infantil se dá em atividades
consideradas pré-numéricas que ocorrem na associação entre a ação física e intelectual da criança, através das quais
ela constrói significados, atribui sentidos e adquire a noção de números em ações de classificar, ordenar e comparar
objetos em diferentes critérios.

É na diversidade de experiências com o universo matemático, proporcionadas às crianças, que elas vão construindo
as noções matemáticas (contagem, relações quantitativas e espaciais, ordenação, etc.), organizando o pensamento
lógico matemático, em situações intencionais e planejadas ou espontâneas, tecendo comentários, formulando
perguntas e reconhecendo a necessidade dessas ferramentas em seu cotidiano.

Transição para o ensino fundamental

A transição do aluno da educação infantil para o ensino fundamental, não considera o processo avaliativo para
legitimação, dessa passagem para esta nova modalidade de ensino, porém, a CRECHE E PRÉ-ESCOLA com outra
conotação diferente de não ser a de transmitir conceitos, anexa, em sua documentação, fichas de acompanhamento
do desempenho escolar desse aluno, como forma de facilitar sua continuidade no processo educativo frente uma
nova realidade escolar.

O Ensino Fundamental de nove anos configura-se como uma recente política no âmbito educacional e tem diante
de si, uma série de desafios. A passagem do ensino infantil para o ensino fundamental efetiva-se como um desses
desafios e os documentos oficiais prescrevem que esse período deve ser caracterizado pela continuidade e não por
rupturas, pois estas influenciam o desenvolvimento biológico e psicológico da criança, potencialmente imprimindo-
lhes marcas negativas.

XXXIV - BRASIL CARINHOSO – PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

O Programa Saúde na Escola (PSE), lançado em 2008, é resultado de uma parceria entre os ministérios da Saúde e
da Educação que tem o objetivo de reforçar a prevenção à saúde dos alunos brasileiros e construir uma cultura de
paz nas escolas.

O programa estrutura-se em quatro blocos. O primeiro consiste na avaliação das condições de saúde, envolvendo
estado nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de cárie), acuidade visual e
auditiva e, ainda, avaliação psicológica do estudante.

O segundo trata da promoção da saúde e da prevenção, trabalhando as dimensões da construção de uma cultura de
paz e combate às diferentes expressões de violência, consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Também neste
bloco há uma abordagem à educação sexual e reprodutiva, além de estímulo à atividade física e práticas corporais.

O terceiro bloco do programa é voltado à educação permanente e capacitação de profissionais e de jovens. Essa
etapa está sob a responsabilidade da Universidade Aberta do Brasil, do Ministério da Educação, em parceria com os
Núcleos de Tele saúde, do Ministério da Saúde, e observa os temas da saúde e constituição das equipes de saúde que
atuam nos territórios do PSE.

O último trata-se do monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes por intermédio de duas
pesquisas. A primeira é a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), em parceria com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), que contempla, além de outros, todos os itens da avaliação das condições de saúde e
perfil socioeconômico das escolas públicas e privadas nas 27 capitais brasileiras. O resultado dessa pesquisa serve para
que as escolas e as equipes de saúde tenham parâmetro para a avaliação da comunidade estudantil. A segunda
pesquisa é o Encarte Saúde no Censo Escolar (Censo da Educação Básica), elaborado e aplicado no contexto do
Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) desde 2005. Essa sondagem consiste em cinco questões ligadas mais
diretamente ao tema DST/AIDS.

O tempo de execução de cada bloco será planejado pela Equipe de Saúde da Família levando em conta o
ano letivo e o projeto político-pedagógico da escola. As ações previstas no PSE são acompanhadas por uma
comissão intersetorial de educação e de saúde, formada por pais, professores e representantes da saúde, que poderão
ser os integrantes da equipe de conselheiros locais.

Todas as ações do programa são possíveis de serem realizadas nos de Fortalezas cobertos pelas equipes do
Saúde da Família. Na prática, o que ocorre é a integração das redes de educação e do Sistema Único de Saúde. Os
de Fortalezas interessados devem manifestar sua vontade em aderir ao programa, assegurado por Portaria do
Ministério da Saúde que define os critérios e recursos financeiros pela adesão e orientará também a elaboração dos
projetos pelos de Fortalezas.

O Ministério da Saúde, além de incentivo financeiro, é responsável pela publicação de almanaques para
distribuição aos alunos das escolas atendidas pelo PSE, bem como fará ainda cadernos de atenção básica para as
5.500 equipes de Saúde da Família que atuarão nas escolas. Com o Programa Brasil Carinhoso, propôs-se a inserção
de instituições de educação infantil no PSE. O Programa passou a integrar suas ações na Semana Saúde na Escola,
que a partir deste ano, sempre na primeira semana do mês de Março, desenvolve ações com vistas no trabalho da
promoção da saúde na escola. Em 2012, o tema da Semana tratou de abordar a Obesidade enfocando ainda a adoção
de hábitos saudáveis de alimentação e incentivo aos exercícios físicos.

XXXV – METAS GLOBAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Na Educação Infantil, espera-se que as crianças:

· Falem de forma clara e adequada, usando a língua com desenvoltura e espontaneidade:

· Expressem suas opiniões e ideias em pequenos e grandes grupos;

· Saibam se expressar linguística e artisticamente, demonstrando seu pensamento, intenções e interesses;

· Compreendam as instruções dadas por seus pares e adultos;

· Executem as instruções dadas em situações espontâneas e formais por seus pares e adultos se assim o
desejarem ou sempre que julguem necessário;

· Consultem livros, revistas e outros materiais impressos, demonstrando interação com a linguagem escrita;

· Identifiquem e discriminem o uso da linguagem em determinados gêneros textuais, como: histórias de faz de
conta, jornal, poesia, bilhete, etc.

· Consigam manipular lápis, canetas, pincéis, para escrever, desenhar, pintar e usar os dedos para modelar e
criar;

· Saibam fazer registros simples por escrito, com ou sem ajuda;

· Reconheçam a função social da linguagem escrita;

· Saibam participar ativamente de atividades em pequenos e grandes grupos, praticando diferentes formas de
registro como contribuição para os planos coletivos;

· Utilizem informação adquirida para explorar e compreender novas situações;

· Saibam contar casos e/ou histórias e recontá-las depois de ouvir alguém contar ou em outra situação;

· Sugiram alternativas para resolução de problemas;

· Criem sugestões para novas atividades, jogos e brincadeiras;

· Finalizem as atividades antes de engajarem em outras;

· Situem-se dentro de seus contextos, reconhecendo-os como tais (lar, escola, bairro, cidade);

· Reconheçam fenômenos naturais, com postura investigativa, elaborando hipóteses e perguntas sobre aspectos
relativos à sua observação da natureza e/ou acontecimentos sociais;

· Reconheçam números, quantidades, formas, categorias de objetos e suas características, relacionando-os com a
vida cotidiana;

· Reconheçam a função social dos números e sua importância; Incluam e apliquem conhecimentos matemáticos
simples às situações problema, perceptíveis tanto em atividades espontâneas quanto naquelas propostas com fins de
aprendizagem de determinada habilidade;

· Reconheçam a si e a seus pares e adultos (na família, escola, etc);

· Encontrem inserção nos grupos aos quais pertencem, identificando a sua contribuição e a dos outros;

· Situem no tempo e espaço um determinado objeto ou acontecimento;

· Reconheçam os valores de convivência relacionando-os com as situações vividas;

· Reconheçam seus sentimentos e os dos outros, sendo capazes de falar sobre eles;

· Demonstrem interesse em ajudar os outros e peçam ajuda quando sentirem necessidade;

· Sintam-se confiantes para se movimentar dentro de seus espaços, em diferentes momentos e com as pessoas
que integram o ambiente;

· Saibam cuidar de si e de seus pertences;

· Possuam conhecimento do seu corpo, no que diz respeito aos seus movimentos (lento e rápido), controle e
possibilidades, identificando suas partes e possíveis funções;

· Cuidem de seu corpo físico, demonstrando confiança e segurança ao expandir o movimento;

Além das metas projetas para as crianças, espera-se ainda:

· Ampliar o atendimento para as crianças com faixa etária a partir de 4 meses;

· Desenvolver mecanismos para o acesso e permanência das crianças na escola;

· Envolver e interagir com a comunidade visando uma participação ativa;

· Valorizar os profissionais da escola, social e profissionalmente, incentivando a realização de programas de
formação continuada que estimulem a melhoria e o rendimento do professor e demais segmentos técnicos e
administrativos;

· Incentivar entre os membros da comunidade escolar os valores morais positivos, contribuindo para a melhoria
do relacionamento interpessoal;

· Tornar público todos os atos da gestão, assegurando a transparência na administração da unidade escolar;

· Discutir com a comunidade escolar a aplicação dos recursos financeiros recebidos pela escola, promovendo
reuniões para a prestação de contas das despesas das compras realizadas;

· Fortalecer a participação dos vários segmentos nas decisões da escola;

· Planejar encontros que tragam a família para a escola;

· Promover reuniões periódicas entre professores, equipe gestora e pais para avaliar o processo de ensino
aprendizagem;

· . Desenvolver um ambiente favorável entre todos os membros da escola, sendo solidário com os problemas de
ambos e está disposto a ajudá-los.

· . Promover festas e eventos com a participação de pais, alunos, professores e funcionários;

· . Permanecer com o Conselho Escolar e o da Unidade Executora, sempre atualizados e atuantes;

· . Assegurar continuamente o acesso e a permanência dos portadores de necessidades educativas especiais na
Escola;

· . Fortalecer continuamente a Gestão Democrática;

· adquirir recursos junto a SMEC para aquisição de Livro Didático para a Educação Infantil;

· Adquirir junto a SMEC recursos destinados a aquisição de recursos tecnológicos, tais como, (data show, dentre
outros);


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