BOLETIM PAROQUIAL DE CAMINHA E VILARELHO
IV DOMINGO DO TEMPO COMUM
“ De volta ao confinamento sem podermos andar livremente
nas ruas e não podendo participar presencialmente nas
Que vem a ser eucaristias, em prol de um bem maior, o cuidado pela vida.
isto? A liturgia do IV Domingo do Tempo Comum convida-nos a
contemplar o plano de Salvação que Deus tem para o
Uma nova Homem. É um projeto de vida plena que liberta o Homem
doutrina, com tal do egoísmo e da morte.
autoridade, que Na primeira leitura o nosso olhar fixa-se em Moisés, como
até manda nos exemplo e modelo do verdadeiro profeta. Isto porque no
espíritos impuros centro da vocação de Moisés está Deus, a iniciativa foi de
e eles obedecem- Deus, foi Deus que o escolheu, o chamou e enviou em
missão. O verdadeiro profeta é aquele que anuncia a Palavra
Lhe! de Deus, não a sua própria palavra, mas somente a de Deus,
e que tantas vezes causa dissabores. O profeta deve
” denunciar o que está errado, testemunhando sempre a
proposta de felicidade que Deus quer oferecer aos Homens.
Na segunda leitura, Paulo continua a mesma lógica de
pensamento, do passado Domingo, “o tempo é breve”. E
convida os cristãos a repensarem as suas prioridades, que
não se deixem absorvem pelas realidades terrenas de tal
forma que isso prejudique a relação com Deus e com os
irmãos.
No Evangelho, Jesus começa a revelar a sua missão. Ele veio
ao encontro dos Homens para os libertar de tudo aquilo que
os faz prisioneiros e lhes rouba a vida. A libertação que Deus
quer oferecer à humanidade está a acontecer: o “Reino de
Deus” instalou-se no mundo. Jesus, cumprindo o projeto
libertador de Deus, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e
transforma em Homens livres todos aqueles que vivem
prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.
continuação do número anterior de ajudar quem faz tal pedido, na medida
das suas possibilidades, mas ninguém pode
3 – A morte a pedido manifesta a impor essa obrigação de matar outro,
autonomia da pessoa e daí a sua mesmo que compreenda a sua dor e o seu
dignidade? Pode parecer, mas vejo aí pedido. Com a legalização da eutanásia
uma confusão entre autossuficiência e devemos ter claras várias coisas
autonomia. Autonomia significa que se importantes. A primeira, que o que é legal
tem uma «lei própria» e se tem não só não é necessariamente bom, como
consciência dela e se é coerente com não é necessariamente legítimo
ela, com todos os seus moralmente.
condicionamentos. A pessoa vai-se A segunda, que os direitos de uns não
tornando cada vez mais autónoma na podem forçar os de outros; além do direito
medida em que se vai tornando cada de discordar, tem-se o direito a que se
vez mais moralmente livre. E a respeite, positivamente, a objeção de
liberdade, que é uma aprendizagem consciência. Por fim, cada um deveria ter o
difícil, é a capacidade de gerir os seus direito de ter a lista toda dos médicos
condicionamentos e escolher o bem «eutanasistas». Eu não recorreria a um
maior; isto é, decidir-se pelo que é médico que pudesse olhar para mim e
mais humano e mais nos humaniza pensasse «este já está a mais; não vai longe;
como seres sociais. A autossuficiência a sua vida não é digna!». Aliás, nenhum
é não ter que dar contas a ninguém e parlamento tem direito a avaliar e legislar
fazer o que se entende por imaginar sobre a vida. Isto é, a determinar que há
que se pode dispor de si e dos outros vidas que se podem descartar ou que não
«como se quiser». Não somos são dignas; mesmo que se diga que é para
autossuficientes. A morte a pedido respeitar a autonomia e a liberdade.
pode não parecer, mas é uma 5 – A «solução» da eutanásia, no estádio
tentação de autossuficiência. Escolher atual da medicina (do acompanhamento
matar-se, tal como matar, não é, psicológico e espiritual, dos cuidados
certamente, escolher o bem maior – paliativos, das possibilidades de
com autonomia e liberdade. É mais um enquadramento social, etc.), seria uma saída
grito de socorro. E socorrer deve ser completamente reacionária e violenta. Sim,
um ato inteligente (O que se passa num estádio anterior de civilização, cultural
aqui? Qual é a dor?) e não uma e socialmente falando, talvez se pudesse
cedência a um impulso ingénuo e entender os defensores da «boa morte»
«piedoso». ou até os «abafadores». Mas, hoje, é difícil
4 – Se admitirmos que há um direito a de aceitar o matar como um bom caminho.
querer morrer (e um direito a que me É claro que é preciso compreender a dor
matem?), isso não implica que alguém, de quem acompanha a doença prolongada
um médico, por exemplo, tenha o de uma pessoa querida sem ver saídas
dever de o fazer. Terá o dever moral rápidas e eficazes. Mas os cuidados
paliativos também atendem e apoiam o
contexto familiar da pessoa em processo
terminal, mais ou menos prolongado.
6 – Há ainda um outro perigo ou tentação.
A eutanásia pode dar dinheiro! Poupar
nos gastos com velhinhos ou deficientes, UM CHOURIÇO
ter mais facilmente espaço e camas para Dois caranguejos encontram um
chouriço e um deles diz:
outros com mais possibilidades e mais - Vamos comê-lo!
E diz o outro:
ricos, poderia ser um razoável negócio, - Vamos… Mas olha, isto era bom era se
tivéssemos um pãozito para acompanhar!
dentro de uma cultura de morte que - Pois era! Mas onde é que vamos agora
arranjar o pão?
elimine quem não é útil, quem não - Tu vais procurá-lo e eu fico aqui a
guardar o chouriço!
produz ou quem é considerado um - Ah, não! Eu já te conheço! Mal eu fosse
buscar o pão tu comias o chouriço
peso demasiado. Nessa cultura, seriam sozinho!
- Não como nada! Eu só fico aqui a
os próprios infelizes, pobres e feios a guardá-lo para ninguém o comer! Eu
espero por ti!
pedir a eutanásia, não encontrando lugar - Hum… Não sei se devo confiar em
ti…
num «desejável mundo cosmeticamente - Confia, confia! Vá, vai lá buscar o pão!
- Pronto, está bem! Mas que nem te
limpinho». Os totalitarismos já fizeram passe pela cabeça comeres o chouriço
sozinho!
essa experiência e não deu resultado. - Não te preocupes!
O caranguejo lá vai e o outro fica a
Como seria «O admirável mundo guardar o chouriço, com as tenazes no
ar. Passa-se uma hora, duas horas, três
novo» dos «eutanasistas»? horas, uma tarde, um dia, dois dias, três
dias, uma semana, duas semanas e um
7 – Morte assistida! Todas as mortes mês!
Finalmente o caranguejo lá se apercebe
devem ser acompanhadas com cuidado, que o amigo já não vem e decide comer
o chouriço sozinho.
respeito e afeto: não assistidas, como Mal ele baixa uma tenaz para dar o
primeiro corte no chouriço, salta o outro
quem vê o espetáculo, mas como quem caranguejo detrás de uma pedra a gritar:
- Ahh Ah! Eu sabia! Já não vou buscar o
vive solidário esse momento tão pão!
importante de cada vida humana.
Porquê trocar os nomes à realidade?
Para enganar quem? Se estou a facilitar
e dar condições para que alguém se
suicide, não é suicídio assistido, é
conivência e participação. Se estou a
«eutanasiar» outra pessoa, ainda que
com todo o jeito e preparação, estou a
matá-la. Mesmo que tenha sido a seu
pedido, não é assistência, é ser autor
«responsável». Para quê branquear o
ato de matar com o título de «morte
assistida»? Se é preciso perceber o que
se quer dizer com «mata-me!», também
é preciso desmascarar o que se quer
dizer com «dou assistência à tua
morte!»
Como é possível que, num mundo
cheio de mortes por ideologias fanáticas
e doentes, que pretendem um mundo
limpo de infiéis, sem dignidade nem
lugar, estejamos, nós, a discutir como
matar para eliminar o sofrimento! Que
atraso civilizacional! [Fim]
Devido à situação que estamos a Dia 01
viver em relação ao surto do COVID - David Filipe Alves Carpinteiro
-19 e em consonância com as indica- - Maria Cândida Teixeira de Campos
ções do Governo e das autoridades - Maria de Lurdes Matos de Sá Rodri-
de saúde, a Conferência Episcopal gues
Portuguesa (CEP) determinou a sus- - Rafael Valente Duarte
pensão da celebração comunitária Dia 02
das Missas, até “ser superada atual - António Carlos Rodrigues Pedra
situação de emergência”. - Aurora Maria Insuelas Pereira Silva
Os fiéis são, contudo, convidados a - Domingos de Passos Gavinho
acompanhar a missa na televisão ou - Irene da Luz Rocha Martins Coelho
pela rádio. - Maria de Lurdes Marques Vilela
- Maria do Mar Insuelas Carrilho Quinta
Atendimento não presencial: - Maria Isilda D. Rio Tinto Viana Diogo
Quarta-feira e Sábado Dia 03
09H00 às 11H00 - Clarisse Amélia Pereira
Contactos: - Maria de Lurdes Martins Ferreira
T. 965 377 887 - Maria Helena Gonçalves Vasconcelos
Email: [email protected] - Rui Manuel Gonçalves da Silva Lages
Dia 04
- Maria Fernanda Freitas
- Vítor Manuel dos Santos
Dia 05
- Eduarda Serra Bacelos
- Ermelinda da Purificação Pinto
- João Pedro Pinto Vila Pouca
- Judite Alice Filipe da Costa
Dia 06
- Afonso Pereira Meira de Amorim
- Irene Mendonça Valadares
- Rosa Celeste Pereira
Dia 07
- Deolinda Sampaio da Silva
- Maria dos Prazeres Teixeira Mezia
- Otília Maria Soares Porto
- Rosa Maria Jesus Lourenço Fernandes
- Rosa Maria F. Valadares Moreira