ENTREVISTA "A PREFEITA LUCIMAR CAMPOS REVELA SUA PAIXÃO PELA CIDADE DE VÁRZEA GRANDE"
ANO I - N° 06 - Outubro/2016 - R$ 15,90
Eleições 2016
MT Cuiabá: Prefeito Emanuel Pinheiro Pág. 36 e 37
MS MS Campo Grande: Prefeito Marquinhos Trad Pág. 38 e 39
GOGO Goiânia: Prefeito Iris Rezende Pág. 40
DF Teatro - CCBB - Duas Gotas de Lagrimas no Frasco de Perfume
Vó Francisca - Devoção e Fé
COLUNAFOCONAPOLITICAOPINIÃOCOFECON-PEC241 MULHERESNAPOLITICAPREFEITASELEITASEMMT,PARAOPLEITODE2017 OUTUBRO ROSA MT MAMA MINISTÉRIO PÚBLICO PROMOTORA LINDINALVA RODRIGUES ARTE ROSYLENE PINTO
Foto: Henrique Santian
Muitos estão dizendo e reclamando que 2016 nunca acaba! Mas para quem sabe aproveitar, este ano, tem e terá muitas coi- sas boas ainda.
Esse mês marcou, e muito nossos trabalhos e editorias, posto que, diversos acontecimentos foram destaque: Outubro Rosa e o trabalho do MT Mama Campanha “Sou amigo do peito”.
Acompanhamos a devoção e a religiosidade do dia 12 de ou- tubro, marcado pelo dia da Padroeira do Brasil e seus 300 anos, desde que a imagem fora encontrada por pescadores.
As comemorações de fé e união entre as pessoas e a caridade, uma vez que a finalidade da Fé é justamente essa, unir pessoas
e celebrar a vida! Em especial a de Vó Francisca Correa da Costa e seus 103 anos. Festa para ela e para as crianças que também comemoram o seu dia na mesma data.
Aos trabalhos do judiciário, de uma década no combate a violência doméstica, tema desta edição. Destacando as ações da promotora Lindinalva Rodrigues.
O outubro foi marcado pelas eleições municipais. A conquista de mulheres nesse importante cenário democrático. A entrevista do mês com ela; Lucimar Campos de Várzea Grande (MT).
Também acompanhamos o segundo turno das eleições das capi- tais de Goiânia, Campo Grande e Cuiabá. Que nossos prefeitos fa- çam uma excelente gestão. Estaremos acompanhando e fiscalizando.
Silvia Narçay
Diretora
Editorial
Revista Centro Oeste
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A REVISTA Centro Oeste, uma publicação mensal da VERDE EDITORA Comunicação e Cultura Ltda. - EIRELI CNPJ. 14.793.795/0001-47
Diretoria - Geral
Silvia Narçay
Editoria - Reporter
Alessandra Barbosa DRT / MTB 0031601/RJ
Arte e Diagramação
Cleverson Durigão SN Projetos Visuais
Colaboradores nesta edição:
COFECOM
Conselho Federal de Economia Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Varzea Grande
Ministério Publico – MT
Suzi Bonfim
Vanessa Alves
Cristina Cavalero
Janete Manacá
Artigo – Assessoria Roberta de Cássia Dr. Benedito Figeiredo Junior CCBB - DF
Crédito fotos:
Vó Francisca – Capa Henrique Santian Matéria: Voluntários Entrevista: Secom VG
Festa Religiosa – Vanessa Alves Lindinalva – Arquivo Pessoal Rosylene – Arquivo Pessoal
CONTATO
Whats: (65)9 9626-0920 (65) 9 8135-0831 / 3623-4300 E-Mail: [email protected]
ANO 1 - N° 6 - Outubro 2016
Circulação mensal Abrangência: Brasília/DF, Goiânia/GO, Campo Grande/MS e Cuiabá/MT.
A Revista Centro Oeste não se responsabiliza por matérias e artigos assinados, pois refletem estrita- mente a opinião de seus autores.
Sumário
Capa:DevoçãoeFé -VóFrancisca
20
Entrevista
A entrevista do mês é um bate papo com a prefeita eleita do município de Várzea Grande – Lucimar Campos, que revela sua paixão pela cidade.
8
MPE – Em defesa da Mulher Uma década de combate a violência doméstica em Cuiabá Lindinalva Rodrigues.
Ações que renderam a ela prêmios e o reconhecimento nacional ao longo da década.
30
Opinião – PEC 241
Antonio Correia de Lacerda Ex- Presidente do COFECON – Conselho Federal de Eco- nomia.
6
Seções
3 Editorial
5 Coluna – Foco na Política
16 Saúde – MT Mama
12 Artigo - Benedito Figueiredo Junior
18 Festa Religiosa – Nossa Senhora Aparecida 28 Olhares sobre a cidade
34 Social
36 MT – Prefeito Emanuel Pinheiro
38 MS – Prefeito Marquinho Trad -
40 GO – Prefeito Iris Rezende
41 DF – Teatro – CCBB – Dua Gotas de
Lagrimas no Frasco de Perfume
24
Arte
Rosylene Pinto e seu Fuzuê de Artes.
Foco
Política
na
Forte apoio
“O segundo turno deu o que falar. Ninguém sabia de que lado o prefeito de Cuiabá Mauro Mendes estava. Wilson dizia que era do dele, Emanuel também. Os encontros onde estavam os candidatos e o chefe do executivo municipal, viravam uma
verdadeira muvuca !!!”
Na Rede
“Uma resposta mal dada e interpretada como irônica para uma internauta na rede social do Governo de Mato Grosso, que perguntou sobre os gastos do projeto Vem Pra Arena acabou em repercussão nacional, tanto que virou pauta de polemica até na Globo News. Que deslize, hein!? Temos que tomar cuidado com o que se responde no Facebook!!!”
Na Rede 2
“De apresentador Tv para apresentador Tv a magoa foi longe... A partir de um “Meme” criado na pagina do Face- book, vira caso de policia! O suplente de deputado e apre- sentador Jajah Neves não gostou nada da brincadeira do co- lega de profissão e registrou uma queixa crime por injúria e difamação contra a página do humorista “Xomano que mora logo ali” na delegacia. O mesmo se sentiu ofendido com uma publicação feita no ultimo dia 15 de outubro, com os dizeres: “Se Wilson ganhar, Jajah assume...” Isso fez com que o ofi- cial de justiça batesse na Tv onde o humorista/apresentador trabalha... É, deu ruim!? Mas se o caso era mídia! Deu certo! Para o publico, sucesso de boas risadas!”
Herança
Por Cristina Cavaleiro
“Filho herda votos do pai falecido. O jovem Vinicyus Hugue- ney herdou os votos de seu pai, o ex-vereador de Cuiabá Clovy- to Hugueney e venceu a eleição deste ano. Apesar dos seus 26 anos, Vinicyus já atuou como secretário do município de Cuiabá. Esse nasceu virado pra lua, oh, rapaz de sorte!!!”
“O vereador Eli Rosa do município de Anápolis no estado de Goiás é suspeito de distribuição indevida de vale-combustíveis. A Polícia Federal cumpriu mandato de busca e apreensão no ga- binete do parlamentar. Listas foram recolhidas com nomes de supostos beneficiários foram confiscadas. Isso tudo é porque a gasolina baixou? Será? E de onde vem essa verba, hein!?”
“O prefeito de São Simão, no estado de Goiás, Márcio Bar- bosa Vasconcelos foi preso durante a Operação Recomeço, da Polícia Federal, suspeito de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos do Fundo de Manu- tenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, recurso esse, destinado a compra de material didático. Assim fica difícil para os alunos irem para escola e não terem um livro sequer pra ler. Pra que né!? Menos
informação, rende mais votos e menos sabedoria... Triste!”
“O governador de Goiás, Marconi Pirillo recebeu das mãos do deputado estadual Eduardo Botelho na Assembléia Legislativa de Mato Grosso o título de cidadão mato-gros- sense. Ao agradecer aos parlamentares, Pirillo afirmou que a região Centro-Oeste é lugar de gente trabalhadora e, res- ponsável por quase 50% da produção de grãos do Brasil, as- sim como Mato Grosso do Sul e outros estados dessa região. Bacana, só que isso precisa ser revertido para melhoria da
qualidade de vida da população da região! Eai, como fica???”
Pecado
“O ex-ministro Ciro Gomes, provável candidato a presi- dente em 2018 pelo PDT, afirmou que o PT não está morto, mas "quem está em final de ciclo é o Lula". O ex-ministro diz, que o ex-presidente "brincou de Deus e se queimou”... Será que Lula pensa em buscar ajuda divina outra vez!????”
Ardeu no bolso
“A ex-apresentadora do Programa Vídeo Show, a atriz Monica Iozzi foi condenada a pagar 30 mil reais de inde- nização ao ministro do Supremo Tribunal Federal, a Gilmar Mendes, por postar no Instagram critica a decisão de Men- des de conceder um habeas corpus ao ex-médico Roger Ab- delmassih, condenado em 2010 a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes. Imagina se todas as postagem de comentários críticos em rede social forem processados... Haja indenização!!!”
Do Além
“O deputado do Mato Grosso do Sul, Marquinhos Trad (PSD) , apresentou requerimento para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito , para apurar as denúncias de prática de nepotismo e de existência de servi- dores 'fantasmas' lotados nos gabinetes. Sempre têm paren- tes querendo um pedaço do bolo. Daqui a pouco a Assem-
bléia vai precisar dos "Caça-Fantasmas"para ajudar a CPI !!”
Título MT
Gabinete falido
Educação em risco
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Divulgação
Opinião
AUTOENGANO E A ECONOMIA DO LAR
Ex-presidente do Cofecon discute equívocos da PEC 241 e argumenta que orçamento público não é como o orçamento familiar.
Ogoverno Temer obteve ampla maio- ria na votação em primeiro turno, na Câma- ra dos Deputados, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/2016, que limita a expansão dos gastos públicos pelos pró- ximos 20 anos. A proposta tem encontrado expressiva repercussão e aparente apoio, num auto-engano coletivo, muito do qual baseado na visão predominante, um senso comum, de que o Orçamento público fun- ciona como o “orçamento do lar” e de que, na crise, é preciso cortar gastos.
Trata-se de um evidente equívoco, por vários motivos. Primeiro, porque não há razão para o Brasil ser o único país que trate da questão dos gastos públicos me- diante emenda na Constituição e por um período tão longo.
Segundo, porque, sob o ponto de vista macroeconômico, é uma insensatez enges- sar a política fiscal, importante instrumento para a política econômica, sem precisar efe- tivamente fazê-lo.
Terceiro, porque, especialmente em meio a uma crise internacional e uma recessão interna, os investimentos públicos repre- sentam a única saída à vista. Ao contrário do orçamento doméstico, é preciso que o
Estado aumente o seu investimento para que os efeitos “demonstração” e multiplicador do seu gasto fomen- tem o investimento privado.
Assim, há um quarto equívo- co importante, que é considerar o investimento no total dos gastos a serem limitados. Vale lembrar, aqui, que esta é a rubrica mais fácil de ser cortada e é o que na prática ocorre quando o governante se vê às vol- tas com a necessidade de reduzir gastos.
O quinto fator a ser consi- derado é que, no período de abrangência da PEC 241 – até o
ano de 2036 – há uma estimativa
de crescimento populacional de 10,1%, um acréscimo de cerca de
20 milhões de pessoas. A população idosa, por sua vez, terá sua participa- ção aumentada dos atuais 12,1% do total para 21,5% em 2036 (dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Ambos os aumentos significarão uma
maior demanda por ser- viços de saúde e, evi-
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dentemente, previdência. Ou seja, será im- praticável atender a tamanha demanda com os mesmos recursos despendidos hoje.
Sexto ponto relevante é o extraordinário custo de financiamento da dívida públi- ca, que tem representado cerca de R$ 500 bilhões ao ano (2015) e para o qual não há qualquer limitação. Apenas a crença de que,
com a aprovação da PEC 241, eles se- rão naturalmente reduzidos.
Alternativas. Neste ce- nário, é preciso discutir alternativas e levar em conta aspectos im- portante no bojo da política macroeco- nômica: realizar uma profunda reforma tri-
butária, com a sim- plificação do sistema, corrigindo distorções e ampliando o universo de tributação, e também eliminar a regressividade na incidência do Imposto de Renda, regulamentar a cobran- ça de impostos sobre herança, tributar lucros e dividendos, entre outros; promover uma re- forma administrativa com o ob-
jetivo de aumentar a produtivida- de do setor público, eliminando desperdícios; reestruturar pelos mecanismos de mercado a dívida pública, pre- miando o longo pra- zo em detrimento do curto prazo, com isso diminuindo a pres- são sobre os juros; promover uma de- sindexação de preços de tarifas e contratos para diminuir o efeito
inercial da inflação.
Ex-presidente do Cofecon. Artigo publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo. Escrito por Antonio Corrêa de Lacerda
A resistência da inflação tem sido utili- zada como justificativa para as elevadas ta- xas de juros predominantes na economia. Além de restringir o crescimento, juro ele- vado também implica maior gasto com o financiamento da dívida, ampliando o dé-
ficit nominal e, conseqüentemente, a dívi- da pública; e, por último, mas não menos importante, é preciso ter consciência de que é impossível realizar um ajuste fiscal dian- te de uma recessão. Pelo contrário, é com a economia em crescimento que se geram maior arrecadação e a diminuição propor- cional da dívida relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB).
Portanto, recriar as condições para a eco- nomia voltar a crescer é a prioridade, e isso não vai acontecer automaticamente, ao con- trário do que prega o discurso oficial.
Revista Centro Oeste
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Entrevista
Prefeita
Lucimar Campos
Paixão por
Várzea Grande
Prefeita nos conte um pouco sobre Lucimar Sacre, antes de ser Campos. A senhora não é mato-grossen- se, como a maioria da população que vive por aqui. Quando se deu esse encontro com o Estado e com a cidade de Várzea Grande? Sua família veio pra cá em que década? Imaginamos que desde então, foi plan- tada a semente de amor por Várzea Grande. Fazendo uma pequena retrospectiva. Relate-nos como era a Lucimar e a Várzea Grande naquela época?
R: Eu e meus pais, Nair e Zeid, além de minhas irmãs chegamos aqui na década de 70 com o mesmo sonho de todos os brasileiros e até mato-grossenses de encontrar oportunidades.
A cidade mudou muito, cresceu e se desenvolveu. É claro que existem sobressaltos e dificuldades, mas é na ad- versidade que aprendemos a fazer o melhor e a criar solu- ções para vencer os problemas.
Aqui constituí o que tenho de mais valoroso em minha vida, que é minha família, marido, filhos e netos.
Mas, não deixo sempre de reafirmar todas as oportu- nidades que Mato Grosso me ofereceu, seja como compa- nheira de Jayme Campos, seja como membro desta família a quem tenho orgulho de pertencer.
Os Campos têm história de luta, determinação, empe- nho e principalmente amor por Mato Grosso e por Várzea Grande, tanto que sempre foram eleitos pela vontade da maioria da população.
Sabemos que sua relação com a política vem de muitos anos, dentro de casa, no convívio de sua fa- mília. Porém a sua relação direta demorou um pouco mais... Como surgiu esse interesse pessoal em entrar neste mundo da política?
R: Sempre tive uma participação ativa e sempre de- monstrei que era possível contribuir, ajudar, se dedicar, em- penhar e construir resultados em prol dos demais sem estar em cargo público por nomeação. (OlhO) Jayme Campos foi prefeito de Várzea Grande por três mandatos, governador de Mato Grosso e senador da República e sempre participei destes momentos da vida publica dele com esmero e determi- nação, mas sem ser nomeada em nenhum cargo.
Eis que em 2012, por decisão partidária e posterior- mente familiar decidimos participar de forma mais efetiva e disputamos as eleições em Várzea Grande aonde começou a carreira política do patriarca Júlio Domingos de Campos e dos irmãos Jayme e Júlio Campos. Em um primeiro mo-
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mento, não conseguimos nosso intento, apesar de termos a certeza de que não havia sido respeitada a vontade popular, o que só veio a acontecer em maio de 2015, portanto, temos pouco mais de 16 meses como prefeita da segunda maior cidade de Mato Grosso, no que nos sentimos honradas e va-
mos responder a altura por este voto
“Sempre tive uma
participação ativa e sempre demonstrei
que era possível contribuir, ajudar, se dedicar, empenhar e construir resultados
em prol dos demais sem estar em cargo público por nomeação.”
de confiança conquistado legitimamente nas urnas em 02 de outubro passado.
Quando a senhora entrou na política um pouco antes de se tornar prefeita, a senhora pensou nos de- safios em ter que se dividir entre família (mãe, espo- sa) e gestora de uma cidade?
R: Sim e com muita naturalidade. Sempre dediquei especial atenção às ações sociais durante as administrações de Jayme Campos. Ele mesmo sempre foi um pai e esposo presente, mesmo tendo os afazeres de gestor público seja em Várzea Grande, no Mato Grosso ou em Brasília.
Agora, com os filhos criados dedico-me integralmen- te a administração de Várzea Grande, mas sempre estou presente também na vida deles e de meus netos. É possível compartilhar os momentos e as atenções, com outras obri- gações em prol da população e da cidade.
Prefeitas Lucimar, a partir do ano que vem 15 municípios de Mato Grosso, terão mulheres como gestoras. Elas irão representar 9,9% do total de 141 prefeitos do estado. Como mulher, o que a senho- ra relata para a sociedade sob o poderio feminino nesse cenário?
R: Primeiro de tudo, defendo a igualdade de gênero e como tal a participação tanto de homens como mulheres, en- tão não vejo a necessidade de disputarmos espaços ou poder político. Estamos colhendo sucesso em nossa administração em Várzea Grande, porque assim como o Jayme enquanto prefeito contava com meu apoio mesmo sem cargo, agora
eu
conto
com o apoio e a participação dele em nossa administração.
Ele (Jayme) faz isto por amor a sua terra natal e con- vicção de que ainda tem muito como ajudar e como fazer mais por Várzea Grande e sua gente.
Acredito e tenho convicção de que a mulher caminha a passos largos, com o apoio dos homens para assumir novas funções públicas e sociais, basta querer participar e disputar.
Unidos num único propósito temos mais chances de obtermos sucesso em prol de nossa cidade e de nossa gente. O que engrandece na função pública é saber que se fez o melhor para ajudar mais e mais pessoas.
Nesta eleição, a senhora foi historicamente
à candidata mais votada, reeleita como prefeita de Várzea Grande, região metropolitana da capital e segundo maior colégio eleitoral do estado. Com uma votação recorde de 95.634 votos, o que repre- senta 76,16% dos votos válidos no município. Com essa votação expressiva, a senhora acredita que se deve tudo isso, a que?
R: Crença, confiança, fé, determinação e muito traba- lho que demonstramos nestes últimos 15 meses por Várzea Grande e sua gente. O trabalho realizado não deixou dúvidas de que podemos fazer mais e melhor, basta querer. Agora não temos solução para todos os problemas e olha que são muitos, mas podem ter a certeza que o que estiver bom vamos nos em- penhar para melhorar, o que não estiver vamos mudar para atender aos anseios da cidade e de sua população.
Ganhamos um voto
de confiança expressivo e queremos retribuir cada um deles com muito trabalho e dedicação.
Agora só vamos mudar a situação que ai estava antes de maio de 2015 se houver união em prol de uma cidade melhor para todos independente de lado ou cor partidária. Temos que pensar na cidade e encontrar soluções para seus problemas de forma clara a transparente e sem lado.
O nosso lado tem que ser Várzea Grande, portanto, políticos, empresários, população, todos tem que caminhar num único sentido o de fazer mais e melhor
“A cada quatro anos
você terá que enfrentar as urnas e ser julgado pelos eleitores que são os juízes dos
políticos e de suas atribuições”
para todos, pois se vivemos numa cidade próspera todos ga- nham com isto.
Com essa votação recorde, existe algum projeto de alçar novos caminhos na política e chegar ao exe- cutivo estadual?
R: Compromisso assumido é para ser cumprido. Te- mos nesta família, um histórico de cumprir os mandatos até o final. Foram assim com todos os cinco mandatos de Jayme Campos e será assim com o meu mandato, até por-
Revista Centro Oeste - 9
Entrevista
que tem muita coisa para ser feita para devolver Várzea Grande de volta a sua condi- ção de Cidade Industrial.
Certamente durante meu mandato já estamos resgatan- do a credibilidade da adminis- tração municipal, mas serão necessários pelo menos mais quatro mandatos, indepen- dente do prefeito que for esco- lhido pela população para que Várzea Grande retorne a sua
condição anterior, bastando para isto que haja compromisso com a cidade e sua gente.
Dizem que com sua reeleição, assegura por 50 anos a família Campos na política mato-grossense. Como à senhora vê isso? Postura política? Mereci- mento? Ou serviços prestados a população?
R: Voto de confiança. Não existe salvo conduto em mandato eletivo, pois a cada quatro anos você tem que enfrentar as urnas e ser julgado pelos eleitores que são os juízes dos políticos e de suas atuações.
Por exemplo, estou prefeita nos últimos 16 meses e agora terei um mandato completo de quatro anos e com certeza isto permitira a nossa gestão colocar em prática políticas públicas essenciais que atendam ao cidadão.
É claro e óbvio que serviços prestados são o passa- porte e a realidade que todo gestor público deseja para seu eleitor, então havendo trabalho, dedicação, empenho e principalmente compromisso com a coisa pública, com a seriedade, transparência e honestidade, o eleitor, que ao contrário do que muitas pensam, é inteligente, saberá escolher seus gestores.
Falando de um futuro próximo o que a senhora, como prefeita, pretende deixar de legado para cidade de Várzea Grande nessa próxima gestão?
R: Credibilidade de que é possível se trabalhar e se fazer mais quando se tem determinação, vontade. Es- pero e sei que serei cobrada após meu mandato pelas minhas realizações.
Sinto-me especialmente realizada quando vejo que as pessoas recuperaram a confiança em seus gestores públicos e isto é importante para que possamos colocar em prática tudo de bom que desejamos para a cidade e para sua população.
Qual o futuro à Lucimar Sacre de Campos (cida- dã) deseja para Várzea Grande?
R: Uma cidade melhor para todos. Desejo não apenas como prefeita, mas como moradora e cidadã que aprendeu com Jayme Campos de que o nosso futuro está aqui em Várzea Grande. Nunca pensamos em sair daqui ou mu- dar para outra cidade. Temos amor por essa terra, por essa gente que me acolheu, assim como acolheu a muito outros e vai continuar acolhendo.
Vou mais longe ao lembrar que quanto melhor for o Mato Grosso que desejamos, melhor será Várzea Grande, melhor será a Cuiabá e até mesmo o Brasil. Essa é uma ter- ra de oportunidades que poderá ser ainda melhor e maior se todos trabalharem num único sentido, o de fazer o bem por todos e para todos.
Um Estado próspero é feito de cidades desenvolvidas e de gente satisfeita com a vida que leva, portanto, desejo sempre o melhor para a terra que me acolheu e me abriu oportunidades.
O povo ordeiro desta terra de oportunidades quer ser- viços públicos de qualidade, quer emprego e melhorar de vida, por isso somos determinados em nossa missão de fa- zer o melhor por Várzea Grande e por Mato Grosso.
213 mm
anúncio gráfica
104,5 mm
O Espaço Corpo e Alma apresenta A Magia dos Doces, no dia 17 de novembro às 20h30, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros. O espetáculo inspi- rado no Filme A Fantástica Fábrica de Chocolate foi sugerido por Elisiane Guibor, mãe de duas alunas de Ballet infantil.
Para a Diretora do espetáculo e proprietária do Espaço, Edileyne Ormond, a intenção em abordar esse tema, além de trazer a criança para a sua rea- lidade e despertá-la para o lúdico, é incentivá-la a viver o agora, sem pular fases tão necessárias ao pro- cesso de desenvolvimento infantil.
O espetáculo se desenvolve a partir da história de uma criança com o desejo de
comer doce na hora de dormir,
mas diante do impedimento
da mãe ela adormece com essa vontade e sonha com uma loja mágica de doces. São doces má- gicos com tamanhos surreais que ganham vida por meio da dança, expressão corporal e facial.
A trama se desenrola com a gentil colaboração da alma dos doces. E, dentre esses doces haverá também um doce regional, mas esse é surpresa. Só quem for assistir ao espetáculo vai saber qual é e poder saborear as delícias de cada aventura.
São 170 pessoas entre professores e bailarinos, envolvidos na produção, divididos entre o ballet, a dança do ventre, dança cigana e contemporânea, numa única apresentação, já que não havia mais agenda para outros dias de locação do teatro.
Será 1h30 de viagem nessa doce aventura ao mundo encantado das guloseimas, que alegra os olhos e dá água nabocadecrianças,jovenseadultos.Sobadireçãogeral de Edileyne Ormond e equipe composta pelos professo- res: Yasmine Amar, Elisangela Markoski e Luciano Oli- veira, com participação especial de Dudda Araujo.
Por: Janete Manacá
O Espaço Corpo e Alma é a primeira escola espe- cializada em dança, desde 2009, na região norte da grande Morada da Serra, composta pelos bairros: CPA I, II, III e IV. Durante esse período mais de três mil pessoas de dois anos e meio à terceira idade passa- ram pelo espaço.
A proprietária Edileyne, apaixonada pela arte de dançar, também participa de projetos sociais como voluntária. Foi parceira de vá- rias edições do projeto Viva seu Bairro. Trabalhou durante seis anos, juntamente com uma equipe multidisciplinar, opor- tunizando famílias de bairros carentes da capital, com teatro, ballet, Tae-kwon-do, aulas de educação para o sentimento, pa- lestras e ações sociais que contavam com o apoio de entidades como: Sociedade Espírita Aprendizes da Fraternidade e a Loja Maçônica Obreiros do Tercei- ro Milênio, “Infelizmente acabou, mas temos outros projetos a serem realizados, estamos em busca de
apoio”, informou.
O Espaço Corpo e Alma oferece aulas de ballet
infanto juvenil e adulto, dança do ventre, dança ci- gana, dança contemporânea, ginástica, pilates solo, kung fu, coreografias para festas, eventos, casamen- tos, aniversários e formaturas. As aulas são ministra- das de manhã, a tarde e a noite. Há também Terapias holísticas como reiki, yoga e meditação. O Espaço está localizado na Rua Anápolis, Quadra 7, casa 2, CPA I, fones (65) 3358.5871, 99256.2725. 996753831, [email protected]
Divulgação
Artigo
Prótese de
SILICONE
TEM VALIDADE?
Dr. Benedito Figueiredo Junior Cirurgião Plástico
Muitas mulheres que colocaram pró- tese de silicone há mais de 10 anos têm essa dúvida se ela precisa ser trocada ou não. A orientação da Sociedade Brasileira de Cirur- gia Plástica é que só se deve trocar a prótese em caso dela apresentar problemas ou em caso de querer mudar o tamanho dela, ou remodelá-la.
Ou seja, a prótese não tem validade e é segura. Nos anos 80 elas duravam menos porque eram mais lisas e o silicone era mais líquido – atualmente elas são texturizadas, feitas com várias camadas de gel coeso que não vaza e mantém a posição.
Hoje alguns fabricantes dão garantia vi- talícia, mas os implantes podem apresentar pequenas rupturas com o tempo e podem causar dor e desconforto. Essas rupturas são constatadas em exames como o ultras- som e a ressonância magnética.
Há casos, a mulher pode ter a prótese há mais de 10 anos e não apresentar incômodos que indiquem a necessidade de troca. Mas, se for sentida flacidez, coceiras, latejamento das mamas, inflamação das glândulas ma- márias e cistos, é essencial procurar um mé- dico o quanto antes e fazer um checkup. Também pode ser necessária a troca quando a paciente engorda de mais ou ema- grece muito o que pode influenciar na loca-
lização da prótese que fica mal alojada e tem que ser trocada. Nesse caso é feita uma nova cirurgia e a cicatriz fica em T mais aparen- te. Se for apenas substituir por uma prótese maior, então mantem-se a mesma cicatriz embaixo dos seios.
Se tiver que remodelar a mama e ainda trocar por uma menor, a cicatriz será feita pelo mamilo em T. Ficando mais aparente.
De qualquer forma, vale a pena ficar aten- ta aos sinais do seu corpo e se notar qualquer anormalidade independente de sua próte- se ter 10 anos, mais ou até menos, procure o médico o mais rápido possível. Sua saúde sempre tem que estar acima da estética.
Benedito Figueiredo Junior é cirurgião plástico na Angiodermoplastic. CRM 4385 e RQE 1266. Email: [email protected]
12 - ANO I - N° 06 - Outubro 2016
Divulgação
Representatividade
na POLÍTICA de Mato Grosso
Fazer da mulher uma figura atuante também na política, as tornam, mais fortes! É cada vez mais latente a necessidade de tê-las no meio político, pois elas são capazes de discernir com imparcialidade ações alheias, além de terem mais tato para lutar contra as adversidades. Isso já se sabe, o que precisa- mos mudar agora, é a forma de pensar do eleitorado feminino, as mulheres precisam acreditar mais na sua capacidade e no seu poder de escolha. Sem falar de leis e instituições discriminatórias, que limitaram por muito tempo, as opções das mulheres de votar ou concorrer a um cargo político. Abrir essa lacuna é quebrar uma regra imposta por anos, onde as mu- lheres eram menos prováveis do que homens de ter a educação, e por isso não poderiam contar com re- cursos necessários para se tornarem líderes eficazes. Abrir os olhos de uma sociedade que não às viam de forma atuante, não só dentro de casa, mas regendo a cidade onde mora ou foi criada. Antigamente os espaços reservados à mulher quase sempre foram impostos pelos interesses vigentes: quando não está em casa, cuidando do marido e das crianças, estão no trabalho, ajudando a prover o sustento.
Mesmo enfrentando essa imensidão de obstá- culos, principalmente em Mato Grosso, que sempre
ALTO PARAGUAI
DIANE VIEIRA VASCONCELOS ALVES PSDB
foi um estado como atitudes coronelistas e por ve- zes machistas, onde íamos imaginar eleger mulheres para qualquer cargo publico, ainda mais de autori- dade máxima de um município. Pois bem! Elas estão conseguindo! É admirável acompanhar, mesmo que por cima, a determinação dessas mulheres.
Contudo, ainda estamos caminhando, mesmo que timidamente para mudar esse quadro, prova disso é que em Mato Grosso, no pleito eleitoral de 2016, foram eleitas 15 Prefeitas, dos mais variados partidos, no qual destacamos dois nomes de peso para Mato Grosso, de cidades vizinhas a Capital, como a candidata do DEM a Prefeita Lucimar Sacre de Campos e a Candidata do PSDB Thelma de Oliveira. O que ainda é pouco, pela quantidade de municípios do estado, as prefeitas elei- tas irão representar apenas 9,9% tendo em vista que somos um estado de 141 municípios.
Essa pequena porcentagem, não é fato isolado em Mato Grosso, tanto que no “Mapa Mulheres na Política 2015”, apresentado pela ONU no ano passa- do, o Brasil ocupa uma das últimas posições na lista de 188 países pesquisados quanto à participação fe- minina nos Parlamentos. Um dos principais desafios é a pouca efetividade da legislação devido ao fato de os partidos serem dominados por homens.
C
C
A
CASTANHEIRA
MABEL DE FATIMA MELANEZI ALMICI PT
COCALINHO
DALVA PERES PSDB
A
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R
L
L
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A
14 - ANO I - N° 06 - Outubro 2016
CARMELINDA LEAL MARTINES COELHO DEM
Prefeitas eleitas:
Eleições 2016
DENISE
ELIANE LINS DA SILVA PV
NOVA MONTE VERDE
BEATRIZ DE FATIMA SUECK LEMES PMDB
JUARA
LUCIANE BEZERRA PSB
NOVA SANTA HELENA
TEREZINHA GUEDES CARRARA
DEM
JURUENA
SANDRA DE SOUZA PROS
JOSY
NOVA BRASILÂNDIA
MAURIZA AUGUSTA DE OLIVEIRA
PMDB
SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA
JANAILZA TAVEIRA LEITE PSOL
SINOP
ROSANA TEREZA MARTINELLI PR
PL
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ANGELINA BENEDITA PEREIRA
PSDB
Atualmente, não há nenhuma representante feminina do Estado no Congresso Nacional. A bancada de senado- res e deputados federais de Mato Grosso é composta uni- camente por homens. As últimas a integrarem o grupo fo- ram a ex-senadora Serys Marly e Thelma de Oliveira. No Parlamento Estadual, por sua vez, conta apenas com uma mulher em seu quadro. A deputada Janaína Riva (PSD) foi à única eleita no pleito do ano passado, a representar a categoria na Casa de Leis.
No âmbito municipal a situação é pior! Tivemos pou- quíssimas vereadoras eleitas, nem a capital conseguiu ele- ger nenhuma vereadora, para a próxima gestão. O que se refletiu no interior do estado, também.
Revista Centro Oeste - 15
Editorial
MTmamma Campanha
M
M
O
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O
utubro Rosa 2016
Em 2016, a MTmamma
amigos do peito - a Associa-
ção de Apoio a Pessoas em
Tratamento e Pós-Tratamento
do Câncer de Mama de Mato
Grosso, realizou a abertura da
Campanha Outubro Rosa. Na
Capital, a campanha começou
com a iluminação cor rosa da Igre-
ja Santuário Nossa Senhora Auxilia-
dora, na Avenida da Prainha e com a apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), parceira da associação.
O rosa é a principal marca do alerta à sociedade para o combate da doença que mais atinge as mulheres no Brasil. Pelo sétimo ano consecutivo, a MTmamma divul- ga em Cuiabá, assim como acontece em vários países, neste mês de outubro, informações sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama, medida que pode repre- sentar a cura de mais de 90% dos casos, orienta para a consulta médica e a realização dos exames periódicos. O lema deste ano da campanha é "Sou amigo do peito" em homenagem aos voluntários da associação.
E
Em 2016, de acordo com estimativas do Instituto
Na- cional do Cân- cer (Inca), 57.960 novos casos dessa neoplasia devem ser registrados em mulheres. Os homens também podem ter a doença, mas, o índice representa ape- nas 1% do total. Só em Mato Grosso os dados ofi- ciais apontam que devem ser registrados 710 novos casos (100 a mais do que em 2015) e a maioria, 430,
ou 73,03% deles, em Cuiabá.
16 - ANO I - N° 06 - Outubro 2016
Para a MTmamma, a grande preo- cupação que leva a associação a incen- tivar o diagnóstico precoce é a percep- ção de que os dados não representam a realidade e a incidência do câncer de mama em mulheres jovens. O câncer de mama é relativamente raro antes dos 35 anos, a incidência cresce progressi- vamente, acima desta idade, especial- mente, após os 50 anos. As estatísticas indicam aumento do câncer de mama tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.
PIONEIRISMO - A MTmamma lançou a Campanha Outubro Rosa, no Estado, em 2010, desde então, além de incentivar e iluminar de rosa prédios
públicos e privados em Cuiabá e em cidades do in- terior, a associação promove ainda um Bazar Bene- ficente para a venda de produtos no Shopping Pan- tanal, palestras educativas em instituições públicas e privadas (agendadas previamente), a Caminhada pela Saúde das Mamas, no Parque Mãe Bonifácia, alerta a população na Praça Alencastro e faz o en- cerramento da campanha em um jantar beneficente denominado MACARROmama, no Cenarium Rural.
Criada, oficialmente, em março de 2009, a MT- mamma amigos do peito é reconhecida pelo Esta- do e pelo município como entidade pública sem fins lucrativos. A campanha é uma das formas que a associação tem para arrecadar recursos e manter as atividades voltadas para pessoas em tratamento e pós-tratamento do câncer de mama, chamadas de as- sistidas, na sede da entidade, em Cuiabá. Além dis- so, associados, doadores e colaboradores junto com o trabalho de voluntários contribuem para manter a entidade que oferece, gratuitamente, aulas de hidro- ginástica, pilates, reiki, meditação, oficinas de arte- sanato e customização, bate-papos mensais e grupo de psicoterapia. A MTmamma tem ainda o primeiro banco de perucas do Estado.
São parceiros da MTmamma amigos do peito como patrocinadores da Campanha Outubro Rosa 2016:
FAMATO, ICE COLA, PANTANAL SHOPPING, ORQUESTRA SINFÔNICA (UFMT), IMAGENS, TODIMO, SALA DA MU- LHER-AL, YPÊ SERVIÇOS TERCEIRIZADOS, SÔNIA BIT- TENCOURT, CEDIC CEDILAB, HELP VIDA, POUSADA DOS IPÊS, DENISE GOMES/BIOESTÉTICA, SÁVIO PEREIRA, ÁGUA BRUNADO, BUSINESS PRIME HOTEL, UNIMED.
Revista Centro Oeste - 17
Religiosidade 300 Anos de
Nossa Senhora Aparecida,
Omês de outubro, além do Dia das Crianças, também é comemorado o dia de Nossa Senhora Apa- recida, “A Padroeira do Brasil”, que foi encontrada por pescadores, há trezentos anos, levando muito fieis as igrejas católicas nessa época no ano. Rezas, procissões, caminhadas, missas e festas fazem parte das comemorações em todo pais.
A devoção a Nossa Senhora Aparecida, aqui no Brasil, se fortaleceu, a partir do momento que a Santa Negra, foi encontrada por um grupo de pes- cadores, não se sabe ao certo o dia exato, só se sabe que foi aproximadamente na segunda quinzena do mêsdeoutubro.Daíemdiante,Elafoieleitaàpro- tetora dos pescadores.
Durante o mês de outubro, várias festas são re- alizadas em devoção à santa. Em Mato Grosso, não
padroeira do Brasil
Fiéis fazem diversas comemorações em devoção, a santa negra, agradecendo ou pedindo alguma benção.
Especial para o RCO - Vanessa Alves
é diferente, várias dessas come- morações são realizadas durante todo o mês. Muitas delas grandio- sas, pelo numero de devotos, com procissões, missas, levantamento de mastros e ladainhas. Outras, pelas as famílias que se reúnem
para a realização de missa ou terço, em oferenda pela gra-
ça recebida.
Como é o caso da
Família Bomdespacho, que fomos conhecer; A família realiza a festa há muitos anos, desde o nascimento do caçula, que nas- ceu com problema de saúde. Tudo começou, quando a matriarca da família Dona Edilazia Bomdespacho dos Santos (falecida há três anos) que era uma pessoa de fé inabalável, e em oração, pediu a Nossa Senho-
ra Aparecida, que intercedesse em favor do filho, que a abençoou com a cura de sua en- fermidade. Desde então, em agrade- cimento, a família realiza, todos os anos, uma grande festa em home- nagem a padroei-
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Viva Nossa Senhora Aparecida
ra. Hoje, Epaminondas Aparecido dos Santos, de 20 anos, completamente curado e esbanjando saúde, re- úne toda a família, e dão continuidade à homenagem.
A comemoração que acontece a 20 anos, na Es- tância Nossa Senhora Aparecida (mais uma homena- gem a Santa) no distrito de Bom Jardim (185 km de Cuiabá-MT) aconteceu no dia 08 de outubro. Come-
çou com a tradicional procissão pela vila, com uma cavalgada e terminou com uma missa celebrada pelo padre da paróquia da cidade de Nobres, a pedido da família, para das inicio as festividades. No local, há uma pequena capela, feita especialmente para a San- ta, na estância. As comemorações deste ano, contou com a presença de mais de mil fieis.
Revista Centro Oeste - 19
Devoção e Fé
Para
quem mora ou frequenta a cidade de Chapada dos Guimarães em Mato Grosso já deve ter ouvido falar de uma senhorinha, muito boa, conhecida como par- teira e benzedeira da cidade. Ela que já perdeu a conta de quantos partos fez (porque começou a trazer crian- ças ao mundo, com apenas 10 anos de idade). Francis- ca Correa da Costa, mais conhecida como Vó Francis- ca. Lúcida, ao logo dos seus 103 anos chega a atender 240 pessoas, diariamente, e está sempre pronto ajudar a todos. Rezas têm praticamente todos os dias.
Ela também realiza ações filantrópicas, e o que não falta é gente disposta a ajudá-la. O reflexo cons- tatado pelos voluntários é de um alento para o co-
ração e o carinho de uma vó amável e cheia de devoção. É notório ver semanalmente a casa cheia, ora para tomar um passe (reza), ora pra rece- ber um sopão que fazem para servir as comunida-
des carentes do município.
Pois bem! Ela que fez aniversário no dia 08 de
outubro, já ajudou e ajuda tanta gente das mais di- ferentes classes sociais, seus colaboradores e ami- gos se uniram para dar um presente de aniversario como formas de agradecimento a essa Avó da cari- dade. O psicólogo Maximiliano Leite, amigo de Vó Francisca e frequentador da casa há cinco anos, deu a ela, de presente no ano passado, uma viagem a ci- dade de Aparecida do Norte, onde ela pode conhe- cer o Santuário de Aparecida (sua primeira viagem de avião). E este ano ele e alguns amigos pensaram a principio fazer uma festa de aniversário para ela.
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“Nos que frequentamos, assidua- mente, a casa da vó Francisca, sempre quisemos presenteá-la, de alguma for- ma, e surpreendentemente ela nos disse que se quiséssemos fazer uma festa para homenageá-la que fizéssemos, mas não para ela e sim para as crianças de duas gerações que ela trouxe ao mundo. Daí a idéia de fazer uma grande festa no Dia das Crianças e de Nossa senhora Apare- cida, que é devota”. Conta Monica Ghe- no, uma das voluntárias e articuladoras do evento.
E assim ficou o convite: “Dia 12 de outubro faça uma criança sorrir! Você está convidado (a). Vamos passar a manhã no “Quintal da VÓ” em Chapada” (vizi- nho ao cemitério). Onde vários amigos distribuirão lanches, brincadeiras, amor, carinho e brinquedos a mais de 600 crian- ças que são assistidas por esta senhorinha “parteira e benzedeira” de Chapada. Toda ajuda é bem vinda! Precisamos de muitos brinquedos!”
Até que chegou o dia da festa! A par- tir das 08 da manhã, do dia 12 de outu- bro de 2016, começaram a chegar pesso- as de todos os lados, muitos vindos de Cuiabá, todos arregaçando as mangas e
Revista Centro Oeste
- 21
Devoção e Fé
assumindo a frente de trabalho e caridade. E tudo começou mesmo sem os voluntários se conhecerem, pessoalmente. Os voluntários se reuniram em grupos formados pelas redes sociais. Uma importante voluntária que liderou um grupo de apoio foi Fabiana Zanqueta, moradora de Chapada dos Guimarães.
A festa que era para 600 crianças, foi dobrando, pois cada crian- ça participante acabava trazendo um ou dois coleguinhas. Brin- quedos, lanches, pipoca, sorvete, doces e balas fizeram a alegria da criançada. A programação também contou com pinturas, gincanas, passeios de bicicleta, teatro infantil de fantoches sobre a Mãe Terra.
“O que mais nos surpreendeu foi ver a chegada de carros, ca- minhões, repletos de brinquedos para doar, gente que nem conhe- cíamos. Foi lindo! E todos ficaram tão empolgados com o resulta- do, que já foi cogitado realizar também o Natal das Crianças da Vó Francisca.” Orgulha-se Maximiliano Leite.
Outro ponto importante que Maximiliano, faz questão de res- saltar é sobre a força e o sucesso do projeto que uniu essas pesso- as, foi à seriedade do trabalho que Vó Francisca desempenha, pela transparência, pela boa vontade das pessoas e o melhor; Não ter tido nenhum apelo ou vinculo político!
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E a emoção no fim do dia, além da sensação de missão cumprida, foi ver Vó Francisca ajoelhada, no meio da sala da casa, agradecendo a Nossa Senhora Aparecida, por toda essa benção.
A comissão de organização do evento acha es- sencial fazer alguns agradecimentos aos volun- tários: Arie Campos (Batatinha), Monica Gheno, Maximiliano Leite, Lademir Lade Som, Alexandre Ramiv, Adriana Guimarães, Casa OM, Mara, Valley Pub, Academia Golfinho Azul, Centro de Estética Integrada, Green Ville Pub, Linda Yamamura.
Essa união de forças vindas de todos os lados resultou numa arrecadação de cerca de 3 mil brin- quedos entre bonecas, bolas e até bicicletas.
Frase dos voluntários para Vó Francisca:
“Daqui só se leva o amor! Vó Francisca 103 anos de vida doando Amor! E este ano sua festa foi a alegria da criançada, com brin- quedos, alegria e comemoração! Gratidão in- finita a todos os trabalhadores, amigos, par- ceiros, e colaboradores! Deus é maravilhoso!”
Revista Centro Oeste - 23
Arte
Por Cristina Cavalero
Fuzuê das Artes
Traduz a arte de Rosylene Pinto
O seu
pela arte começou na
década de 90, quando Rosylene Pinto matricu- lou o pai aposentado em um curso de pintura em tela, realizado no Hospital
Universitário Júlio Müller.
De tanto observar a desenvoltura do pai, na cria-
ção dos seus primeiros quadros, Rosylene resolveu, também, botar a mão na massa, pintando seu primei- ro quadro, que guarda com carinho, até hoje em seu ateliê. A partir daí outras pinturas, já por encomen- da, feitas por amigos e parentes, começaram a sair do sair das telas, embora sem caráter profissional.
A partir de 2000, que ela começou levar a arte a sério, quando participou de um curso de pinturas especiais em parede no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ministrado pelas artistas Cláudia Moura Pimenta e Celi Silva. E nunca mais deixou de freqüentar cursos de desenho artístico, tanto que o mais recente que participou foi este ano com a artista Fátima Seehagen.
Rosylene conta que as idéias foram criando força ao longo dos anos. Tanto que em 2007, ela foi refor- çada a partir do seu encontrou com o artista Alair Fo- gaça, que desenvolve trabalhos com argila há muitos anos. Durante a conversa com o amigo, ele propôs a ensiná-la escultura em cerâmica. “Eu não perdi a oportunidade e no dia marcado estava cedo para a primeira lição e passei a frequentar o ateliê do artista para aprender as técnicas de escultura em cerâmica durante um ano”, disse ela.
Ao pegar os macetes, ela deu início à produção de suas esculturas em seu ateliê, inclusive com a técnica da xilogravura, que é outra linha trabalha- da pela artista. Aprendizado adquirido através da oficina “Caminhos da Xilogravura”, ministrada pelo artista plástico André e Miranda no Sesc Arsenal,
ministra em Cuiabá a oficina “Caminhos da Xilogra- vura” em 2013. Desde então, a Xilogravura também começou a fazer parte das peças de suas obras.
De 2007 pra cá, ela já produziu cerca de 150 es- culturas, que foram para outros países, como Esta- dos Unidos, além de outros estados, entre eles Rio de Janeiro na Petit Galeria. Hoje, sua obra “Nossa Senhora do Pantanal” que esteve na exposição Co- letiva “Pintando sobre a Copa e as Belezas de Mato Grosso”, faz parte do pedido do acervo do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT.
Cada peça tem uma característica única, sendo os personagens desenvolvidos de acordo com a en- comenda dos clientes. A inspiração vem do cotidia- no e na cultura e tradições, também inspiradas nas paisagens do cerrado, criando assim um “Fuzuê das Artes” nome dado a seu ateliê. Estas obras retratam índios, ribeirinhos, mulheres, pescadores, imagens religiosas e alguns traços da cultura mato-grossense. Todos apresentados de formas exageradas. “Estou preparando uma exposição coletiva junto com a mi- nha Mestra Alair Fogaça, que acontece ainda no mês de setembro 2016 na ARTO Galeia aqui em Cuiabá, e também estou produzindo obras inéditas para mi- nha primeira Exposição individual que acontecerá em 2017”, enfatizou.
gosto
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Cultura Popular
Mostras
Coleciona uma série de exposições exibindo os trabalhos ao longo da carreira. Em 2010, suas peças de esculturas estiveram na CASA COR MT, no ambiente "cozinha do jovem Casal". Já em 2012, suas peças de esculturas foram expos- tas na Semana de Calouro do Diretório Central de Estudante (DCE) na UFMT em Cuiabá-MT. No ano 2013 seus trabalhos foram exibidos no Festival de MPB música do Mato no SESC Ar- senal. Selecionada para participar da Mostra de Arte Contemporânea dos Artistas de Mato Gros- so com a curadoria de Divino Sobral Março no Pavilhão das Artes em capital.
Revista Centro Oeste
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Arte
Participando também do Salão de Artes de Mato Grosso com a Obra “Conectados” escultura em Cerâmica figurativa, em fevereiro de 2014, no Pavilhão das Artes em Cuiabá-MT. Em março o do mesmo ano, participou da Mostra Inaugural cole- tiva da Galeria Mirante das Artes, com a curadoria de Aline Figueiredo, na Galeria Mirante das Artes em Várzea Grande.
Fez parte do II Salão Naif da ACUBÁ, com curadoria Heleni- nha Botelho na Galeria N’Artes
em Cuiabá e com esculturas da exposição Coletiva “Pintando so- bre a Copa e as Belezas de Mato Grosso”, no Museu de Arte e de Cultura Popular, na Universidade Federal de Mato Grosso, em setem- bro 2014. Xilogravuras da Exposição Coletiva de Arte - Fecundo Cerrado, com a curadoria de Ruth Albernaz, Benedito Nunes, no Museu da Caixa D’Água Velha em Cuiabá.
A artista exibiu no 1o Leilão de Artes Solidário da Santa Casa de Mi- sericórdia e da Exposição Coletiva Prova de Artista, Xilogravura, com a Curadoria de Imara Quadros, exposição
convidada para estar junto a Exposição “Poesia do Corte e da Linha” do artista Modernista de renome internacional Lasar Segall com gravuras em metal e xilogravuras, no SESC Arsenal.
Suas esculturas foram destaques na Exposição Coletivos Cidade em Arte, com os Artistas Clovis Irigaray, Vic- tor Hugo e Rafael Jonnier, durante a
inauguração da Galeria de Arte Luiz Beccari na TV Band MT. Foi convi- dada para participar da Instalação Coletiva no EQÜEVO 31 dias do Artista Luis Segadas no MACP/ UFMT e de uma Exposição Mun- do Animal de Gervane de Paula na
ARTO galeria na capital.
Além de marcar participação
na exposição coletiva "Transmito- logismo de João e Maria" na Casa do Parque e na Coletiva Natu- reza: Substantivo Feminino no Museu de Arte de Mato Grosso. Sendo selecionada com três Xi- logravuras para participar do 1o Salão Pan-Amazônico das
Artes 2016, em Manaus.
Foto: Paulo Junior
Revista Centro Oeste - 27
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MPE em defesa da mulher
Uma década de combate a
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Ações que renderam prêmios e o reconhecimento nacional ao longo da década. Em 2006, ela foi considerada a primeira profissional a aplicar a Lei Maria da Penha no Brasil, quando foi sancionada a regra.
Dez anos à frente da coordenação do Nú- cleo da Violência Doméstica do Ministério Públi- co Estadual fez a promotora de justiça de Cuiabá, Lindinalva Rodrigues buscar alternativas para di- minuir os casos de violência contra a mulher e pro- mover o conhecimento em defesa da família, além nortear grandes projetos de políticas públicas de
em Cuiabá
Por Cristina Cavaleiro
A promotora lembra, que antes, as pessoas que atendiam essas vítimas não as enxergavam e nem es- cutavam essas mulheres. E devolviam os problemas para serem revolvidos em casa. Dando mais poder ao agressor. E elas não tinham a quem recorrer e se viam reféns cada vez mais da violência de gênero.
“Nós vimos com satisfação a cada dia pessoas do sexo feminino se apoderarem dessa lei e exigirem que seja aplicada. O Superior Tribunal Federal diz que ela é constitucional. As mulheres estão denun- ciando como nunca”, disse ela.
A coordenadora do Núcleo afirmou que o tema é debatido de uma forma tão expressiva, que todos os dias chegam a receber de duas a três pedidos de palestras sobre o assunto em cidades de Mato Grosso e em outros estados brasileiros. Ou seja, nunca se viu tanto debate em torno da lei Maria da Penha, dos crimes de violência doméstica, dacul- tura do estupro, machismo e combate e enfrenta- mento àviolência de gênero.
Se ouve um grande resultado da Maria da Pe- nha, foi exatamente tirar a violência doméstica e a invisibilidade. Cuiabá saiu na frente. Exatamente por causa da luta de uma mulher, que nunca pode deixar de ser mencionada. Que é a grande desem- bargadora eterna Shelma Lombardi de Kato. Uma feminista que a frente do seu tempo, conseguiu fa- zer com que a capital entrasse para a história com a primeira comarca a instaurar uma Vara de Violência Doméstica. Em seguida, o Ministério Público Esta- dual implementou a primeira Promotoria no mesmo dia que a lei entrou em vigor.
“Todos que começaram comigo já foram em bora e eu continuei atuando nesse setor. Sim- plesmente é mais forte que eu. Não consigo dei- xar essa área, tem bastante trabalho a fazer. Eu sofro muitas represarias, principalmente quan- do os agressores são mais abastados ericos. Eles não me aceitam no processo, fazem de tudo para te tirar. Mas não fujo das minhas responsabili- dades e não me deixo intimidar por ameaças”, relata a coordenadora.
enfrentamento a esses tipos de crimes. Ações que renderam a ela prêmios e o reconhecimento nacio- nal ao longo da década. Em 2006, foi considerada a primeira profissional a aplicar a Lei Maria da Pe- nha no Brasil, quando foi sancionada a regra.
“Com a implantação da lei tivemos uma evolu- ção. Ela foi a maior visibilidade dos casos de violên- cia doméstica, que antes eram tratados com cestas básicas, crimes de menor importância, varridos para de baixo do tapete”, frisou Lindinalva.
30 - ANO I - N° 06 - Outubro 2016
Ao explicar que a violência doméstica está em todas as classes sociais, a promotora diz que o alto poder econômico dos agressores é considerado um agravante, fazendo com que eles fiquem contra as vítimas e contra as autoridades que protegem es- sas mulheres.
E é nesses casos, que a mulher precisa de uma maior proteção. “Às vezes, a vítima que tem um alto poder aquisitivo tem medo de denunciar o caso, te- mendo que situação afete a sua vida profissional, repercutindo negativamente no trabalho dela”, enfa- tizou a coordenadora, citando como exemplo, a cora- gem da que a médica Camila Campagnolli Tagliari, agredida pelo esposo, o empresário Marcos César Martins Campos, tendo que denunciá-lo as autori- dades, em março deste ano.
Atualmente, existem quase 14 mil processos cri- minais e mais de 4 mil pedidos de medidas proteti- vas em andamento nesse setor do Ministério Público de Mato Grosso.
Em relação aos números de crimes dessa natu- reza, a promotora destacou que em 2016 na Capital ouve um avanço significativo. Apesar do ano ainda não ter finalizando, não foi registro casos de femini- cídio, ou seja, nenhum assassinato de mulheres por meio de violência doméstica, já que Cuiabá é consi-
derada nacionalmente, como uma das cidades mais violentas do Brasil.
“É um motivo para comemorar e uma grande satisfação pra toda sociedade. Estamos a frente de pequenos municípios, exemplo disso é a cidade de Várzea Grande, onde dezenas de mulheres foram assassinadas nessa situação. Tudo se deve ao nos- so empenho de punir com rigor os crimes menores, como as lesões leves, ameaças, que podem progredir caso não seja impendido. Quanto mais rigor e o es- tado mostrar presente protegendo as mulheres nos crimes menores, mais vamos conseguir salvar vidas do sexo feminino”, disse. Ainda, segundo a promo- tora, levar o agressor para cárceres por muitos anos, só traz uma tragédia para toda uma geração. Inclusi- ve aos filhos, tendo o pai preso, resultando em uma família órfãs. Por meio da lei, o Núcleo está conse- guindo evitar esses casos.
Projetos são desenvolvidos para o enfrentamen- to da violência doméstica
O número de mulheres violentadas durante esse período no comando do Núcleo estimulou a promo- tora a investir no trabalho de conscientização pelo fim desses crimes, por meio de projetos sociais. O primeiro foi a “Questão de Gênero”, realizado em escolas públicas e privadas de Cuiabá, além de uni- dades de Educação de Jovens e Adultos e universi- dades, falando para os estudantes da impotência de não cometerem crimes de violência doméstica, pro- tegendo as mulheres e suas liberdades. O projeto foi premiado e reconhecido pelo Governo Federal como um dois três melhores na área de atuação, sendo re- plicado em vários estados da federação. O segundo foi o “Lá em Casa quem manda é o respeito”, com o objetivo promover a reeducação de agressores que estão nas cadeias.
“Os agressores na sua simplicidade não tinham se quer conhecimento o que eles praticaram eram crimes. A violência era tão naturalizada para esses homens. Tanto que a maioria falava: “doutora eu não matei, eu não roubei, só bati na minha mulher e es- tou aqui preso”, argumentou Lindinalva.
Dessa forma o setor passou a desenvolver o projeto com a ajuda do estado, fazendo com que os acusados passassem a serem ouvidos em rodas de conversas e através da palestra de um promotor de justiça, onde relataram suas agruras e como era a in- fância. A partir daí foi constado que esses homens eram filhos da violência. Cresceram batendo e apa- nhando. Assistindo pai agredindo a mãe e sendo agredido fisicamente pelos pais. Dessa forma, apren- deram a reproduzir esse comportamento depois de adultos. A ação resultou na redução da reincidência, que normalmente é de 70%, passou para menos de
Revista Centro Oeste - 31
MPE em defesa da mulher
Foto: GcomMT/Maria Anffe
Promotora Lindinalva Rodrigues apresenta projeto de Proteção a mulher ao Governador Pedro Taques.
6%. O projeto foi premiado como um dos três melhores do país, nessa área de enfrentamento e reeducação de agressores na violência doméstica. De- pois foi a vez das “Promotoras Legais Populares”, projeto de cidadania vi- sando capacitar mulheres e fortalecer a influência feminina junto à comunida- de. Combatendo a violência, discrimi- nação, facilitando as pessoas ao alcan- ce dos seus direitos. Durante um ano mulheres da comunidade tiveram au- las. O projeto durou dois anos, com es- tudos relacionados à saúde, educação e direito. Mostrando como funciona a delegacia de polícia, o acesso ao Siste- ma único de Saúde, Fórum e Conse- lho Tutelar. Para que dessa forma elas saibam procurar seus próprios direi- tos. Na época foram montadas duas turmas de mulheres que se formaram “Promotoras Legais Populares”, a fim de repassar o conhecimento adquirido para a comunidade.
A promotora disse que além dessas ações, outros projetos foram desenvol- vidos, todos de suma importância para o enfrentamento da violência doméstica que não será combatida apenas com gol- pes de leis, mas também necessário as políticas públicas, trabalho preventivo, educativo e re-educativo, com a partici- pação da sociedade de um modo geral.
32 - ANO I - N° 06 - Outubro 2016
Lançamento
No próximo dia 28 de novembro será lançado o projeto,
“Homens que agradam não Agridem”. Em parceria com As- sembleia Legislativo de Maro Grosso, Governo do Estado e Tribunal de Contas do Estado, ele é voltado para os homens livres. A ação será desenvolvida nos canteiros de obras, esco- las, empresas e hospitais, locais com grande concentração de pessoas do sexo masculino. Mostrando a importância dife- rente do pensar entre homens e mulheres. Entre os assuntos estão; a colaboração com as tarefas domestica, explicando a eles as diferenças para não cometerem violência doméstica e mostrar suas seqüelas. O que as mulheres valorizam nos ho- mens. Esclarecendo a eles, que elas não precisam de alguém que sirva como provedor, que as sustente. E sim o que o sexo feminino precisa, é de um companheiro que as dê apoio, atenção, carinho, respeito, compartilhando seus sonhos, que as valorizem como pessoas humanas.
Na cartilha que será distribuída nesses locais, vão com os temas: O que é Gênero, O Melhor lugar do Mundo Deve Ser a Nossa Casa. Homens e Mulheres uma Relação de Res- peito. “Muitos tiveram uma educação machista, dessa forma acham que tem que fazer o que eles querem. Praticar sexo quando eles desejarem, do jeito queeles querem. A impor- tância de serem pais, Falando da alie-
nação parental. Todo homem precisa
conhecer a lei Maria da Penha. O que
precisamos é de Homens para serem
nossos parceiros no combater a esse
tipo de violência, nos auxiliando nes-
sa empreitada”, ressalta Lindinalva. A
promotora esclarece que antes mesmo
de ser lançado, o projeto, despertou o
interesse de autoridades da capital.
UM PROJETO EDUCATIVO ESPECIALMENTE VOLTADO PARA OS HOMENS, VISANDO O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES.
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Por Janete Manacá Olhares sobre a Cidade O milagre da VIDA
Elas fizeram parte da minha infância. Geralmente moravam na zona rural ou em pequenos povoados. Só iam às cidades moti- vadas por grandes necessidades. Eram mulheres humildes, porém guerreiras e residiam em pequenas casas de madeiras de chão ba- tido, fogão de lenha e no quintal uma horta farta de plantas medici- nais, uma farmácia viva. O cotidiano dessas mulheres não era fácil. Lavavam roupas no rio, tomavam água de mina distante de suas ca- sas, a dois ou três quilômetros.
Estou me referindo às benzedeiras que também acumulavam o ofício de parteiras. Eram muito respeitadas por toda a vizinhança. A qualquer hora do dia ou da noite quando eram requisitadas para ajudar no nascimento ou realizar benzimento, lá iam elas com suas sacolas repletas de varias espécies de ervas. Nem sempre os neces- sitados tinham condições de oferecer uma carroça para ir busca-las. Mas isso não tinha a menor importância, afinal já estavam acostu- madas a atravessar caminhos íngremes entre matas fechadas, cruzar pontes e se proteger de gados no meio dos pastos.
Em tempos difíceis quando a colheita era prejudicada por pra- gas, secas ou chuvas em demasia, elas passavam por necessidades, mesmo assim, a caridade era uma qualidade que sempre florescia em seus corações. Nunca se deixavam abater, eram mulheres acima de 50 anos, mas pelas precárias condições vividas aparentavam muito mais. Seus passos eram firmes e inabaláveis, porque o movimento natural da vida não podia esperar.
Eram mães universais. As crianças vindas ao mundo por suas abençoadas mãos eram muito gratas, tomavam bênção e as respei- tavam como uma genitora. E nesse bailado contemporâneo de afa- zeres urgentes, essas sábias mulheres eram mestras e aprendizes e suas generosidades ultrapassavam os limites dos seus lares. Esteio de família, matriarcas do amor, da música, da poesia e da inspiração em constante movimento. Eu tive o prazer de ser amparada por essas nobres mulheres. Foi por meio de suas sagradas mãos que eu visua- lizei os primeiros raios solares desse planeta terra.
A missão dessas destemidas mulheres independe de religião, é repassada oralmente de geração em geração e tem aliviado as maze- las de muita gente e em geral, moradores de comunidades, distante das cidades. Elas conseguem ser e estar no mundo, por isso, criam, recriam, expandem e se colocam a serviço do cotidiano comunitário, por meio de suas práticas solidárias. Movida por essa reflexão, eu me lembrei de Kalil Gibran – o poeta do amor, que dizia que viemos ao mundo para viver na glória do amor e na luz da beleza, que são reflexos de Deus.
Com o passar o tempo, a tradição do benzimento ainda se man- tem. Para todos que buscam a cura ou mesmo um conforto, há sem- pre uma reza, um canto, um patuá, uma erva medicinal e bons conse- lhos. Atualmente, nas cidades, dificilmente encontramos benzedeiras e muito menos parteiras. E quando as encontramos são senhoras que já passam dos 80 anos e não conseguem repassar a tradição porque os filhos não tem interesse.
Eu sou orgulhosamente neta de um benzedor. Não tive o pra- zer de conhecê-lo, mas minha mãe sempre me falava dele, seus co- nhecimentos sobre ervas e o exercício do benzimento para cura do corpo e da alma. Se ela tivesse herdado esses dons, quem sabe hoje, eu seria uma benzedeira. A essas lindas mulheres a minha reverência e gratidão. Minha mãe parteira e minha mãe biológica, ambas se cha- mavam Ana e já voltaram para as estrelas. Saudades é o sentimento que define esse momento. Não é fácil tecer palavras, quando se trata de pessoas tão especiais, tão luz, tão mar, tão estelar, tão luar...
O milagre da vida
Eu vim do pântano dos aflitos
Em meio a olhares corajosos
De quem vence os próprios limites
Cheguei chorando para me certificar De quantos colos estavam a me esperar Depois de nove meses de desafios
Haviam mãos de mulheres guerreiras
Cuja fé vence qualquer barreira
Eram minhas doces e ancestrais benzedeiras
Com as mãos em feitio de oração Agradeciam o milagre de mais uma vida Que renascia na dureza daquele chão
Choros e cantos misturavam-se naquele instante E o seio materno a jorrar o leite além do pranto Na certeza de mais um dia de efêmera felicidade
Mulheres marcadas pela impiedade do passar do tempo Rompem o sagrado e divino momento
E erguem os olhos ao firmamento em gratidão
É a vida emocionada que pede passagem
É a flor que se rompe a espera de liberdade
E recebe boas vindas patuá, benzimento e afetividade
Revista Centro Oeste - 33
Divulgação
Social
Prefito de Cuiabá Mauro Mendes
Por Silvia Narçay
PRA NUNCA
PERDER ESSE
RISO LARGO
Para participar deste espaço é preciso ser feliz!
Conselheiro TCE-MS Waldir Neves Barbosa e ex-governador de Recife Albano Franco
Roseli Arruda Ferri Juliana Alencar - Linda Flor Beleza e Maquiagem
Foto: Lucas Ninno
Cristiane Jabour Camila Borim, Zilda Zompero e Andressa Borsato
Flávia Almeida Antero Paes de Barros e Pedro Pinheiro Carla Fahima Narçay Milas
Andrea Barbosa
Doutora Maria Teresa, doutora Maira e Doutor Guilherme Maluf
Prefeito Eleito - Cuiabá/MT
Emanuel Pinheiro é o novo prefeito de Cuiabá
Ocandidato a prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) eleito prefeito de Cuiabá, com 157.877 mil votos conquistados pela
coligação “Um Novo Prefeito. Para Uma Nova Cuia- bá”, o que equivale a 60,41% dos votos válidos.
O novo responsável pelos destinos de mais de 600 mil pessoas, o prefeito eleito da Cuiabá dos 300 anos destacou que o resultado é a demonstração do poder do Estado Democrático de Direito, através do voto popular. “Lutamos contra as máquinas pú- blicas do Governo do Estado da Assembléia Legis- lativa. Mas, apesar de ser uma disputa desigual, a vontade do povo cuiabano foi o que prevaleceu. ” observou Pinheiro.
No primeiro turno, Emanuel Pinheiro recebeu 98.051 votos, o que corresponde a 34,15% dos votos válidos. Já Wilson Santos obteve 81.531 votos, o equi- valente a 28,40%. Já o terceiro colocado Procurador Mauro (PSOL) recebeu 71.336 votos. Ao todo, foram disponibilizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de
Mato Grosso (TRE-MT) 1.168 urnas eletrônicas, distribuídas em
161 locais de votação, nas seis Zonas Eleitorais. Emanuel Pinheiro - filho do ex-deputado fede- ral Emanuel Pinheiro da Silva Primo e Maria Helena de Freitas Pinheiro, tem vocação política herdada do seu pai, que se destacou na política nacional como deputado federal. Político atuante teve a trajetória tragicamente interrompida em 26 de junho de 1974. Em 1993, Emanuel Pinheiro se casa com Márcia A. Khun Pinheiro e tem dois filhos, Emanuel Pinheiro
da Silva Primo e Elvis Kuhn Pinheiro.
Emanuel indo votar - Credito Felipe Barros
Foto: Felipe Barros
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Foto: Felipe Barros
Foto: Secom/MT
“Lutamos contra as máquinas públicas do Governo do Estado da Assembléia Legislativa. Mas, apesar de ser uma disputa desigual, a vontade do povo cuiabano foi o que prevaleceu. ” observou Pinheiro.
Em 1988, forma-se em Di- reito, no Centro de Ensino Unificado de Brasília, no Distrito Federal e torna-se vereador de Cuiabá pelo PFL, com 1.403 votos sendo o quinto mais vo- tado dos 21 parlamentares da Legislatura. Na épo- ca era o mais jovem vereador de Cuiabá. Em 1992, consolida-se na Câmara Municipal de Cuiabá em seu segundo mandato de vereador. Foi o terceiro mais votado na época, assumindo a liderança do
PFL na Casa de Leis.
Em 1994, com apenas 29 anos, foi eleito deputa-
do estadual com quase 10 mil votos. Destaque para o Projeto de Lei que instituía incentivo fiscal para as empresas que contratarem pessoas com mais de 40 anos de idade. Em 1998 foi reeleito à Assembléia Le- gislativa com 14 mil votos. Destaque para a criação da CPI da Compra de Votos, na qual foram investi- gados casos de corrupção eleitoral nas eleições mu- nicipais de 2000.
Em 2000, adquire sua primeira experiência políti- ca em candidatura majoritária no pleito, da Prefeitu- ra de Cuiabá. Na época foi candidato pelo antigo PFL não obtendo êxito nas urnas. Em 2002, com quase 14 mil votos, mesmo sendo mais votado que vários elei- tos são conduzidos a primeira suplência do Partido Democrático Trabalhista (PDT) devido à legislação eleitoral. Em 2005, assume a Secretaria Municipal de
Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU), na gestão do então prefeito Wilson Santos (PSDB).
Em 2010, Emanuel Pinheiro é eleito deputado estadual pelo Partido da República (PR) com mais de 20 mil votos. Em 2014 é reeleito com 34 mil votos Emanuel Pinheiro é reeleito deputado estadual pelo Partido da República. Neste domingo, aos 51 anos, conquista seu primeiro mandato para cargo executi- vo, como prefeito de sua cidade natal, Cuiabá.
Seu vice, Niuan Ribeiro é advogado e empresá- rio no ramo de Comunicação e Agronegócio, Niuan é formado em direito pela UFMT, com pós-graduação em Direito Econômico e de Empresa pela FGV-Brasí- lia, com extensão pela Universidade de Ohio (EUA). Pós-graduando em Direito Tributário. Militante do PTB desde 20/04/2002. Ex-Presidente Estadual da Juventude do PTB e Ex-Vice-Presidente Nacional da Juventude do PTB.
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Prefeito Eleito Campo Grande/MS
Prefeito eleito Marquinhos Trad, representa a volta da família ao poder
Marquinhos Trad (PSD) é o novo prefeito eleito, em segundo turno, de Campo Grande. O can- didato do PSD teve 241.876 votos válidos, o que cor- responde a 58,77%.
"É uma nova era. Não de troca de gestor, mas de comportamento. Um comportamento ético, onde o cidadão vai participar da administração", disse o prefeito eleito.
Com a vitória de Marquinhos recoloca a família Trad, uma das mais tradicionais da política sul-ma- to-grossense, no comando da prefeitura de Campo Grande. Seu irmão, Nelson Trad Filho, foi prefeito por duas gestões, entre 2005 e 2012. De quebra, im- pede que o PSDB assuma a gestão ao mesmo tempo do governo do estado e da capital.
"Vamos fazer a melhor administração para essa cidade, com toda independência. Vamos acabar com a briga entre prefeito e vice, não vamos ter operação Coffee Break. Agora política em Campo Grande vai estar em destaque pelo bem", disse.
Desde o início da campanha as pesquisas apon- taram que a eleição em Campo Grande seria deci- dida em um segundo turno. Marquinhos liderou os
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levantamentos realizados pelo Ibope, com Rose Mo- desto ficando em segundo.
Nas últimas duas semanas de campanha antes do primeiro turno, houve o acirramento do discurso dos candidatos. As críticas recaíram principalmente sobre a gestão do atual prefeito e candidato a reelei- ção, Bernal, no que se refere a aspectos de infraes- trutura do município, como a operação tapa-buracos nas vias, e aos serviços de saúde.
No primeiro turno, Marquinhos teve 147.694 votos, o que corresponde a 34,57% dos votos válidos e Rose re- cebeu 113.738 votos, o equivalente a 26,62%.
No segundo turno, Marquinhos obteve o apoio do candidato derrotado à prefeitura pelo PP, o atual pre- feito da cidade Alcides Bernal. Ele, inclusive, assinou um documento do PP com 11 compromissos. Entre eles: compromisso com ética, respeito ao dinheiro público; compromisso com término e qualidade de obras em an- damento; compromisso com transparência; compromis- so com eficiência da máquina pública e valorização dos servidores.
Durante todo o segundo turno, o candidato do PSD manteve a liderança nas pesquisas de intenção de voto do Ibope. No último levantamento, divulgado no dia 28, ele obteve 55% dos votos válidos contra 45% de Rose.
"Vamos fazer a melhor administração para essa cidade, com toda independência. Vamos acabar com a briga entre prefeito e vice, não vamos ter operação Coffee Break. Agora política em Campo Grande vai estar em destaque pelo bem", disse.
Foto: Site Marquinhos Trad
Marcos Marcello Trad, conhecido como Marqui- nhos Trad, é filho do ex-deputado federal Nelson Trad e da professora Therezinha Mande a Trad. Ele é casado, pai de quatro filhas:Andressa, Aline, Ma- riana e Alice, e nasceu em 28 de agosto de 1964.
Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tornou-se advogado há mais de 20 anos. Já foi conselheiro estadual da Or- dem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS) e presidente da Comissão de Ética e Disciplina da entidade.
Atuou ainda como diretor do ex-Instituto Meri- tum de Mato Grosso do Sul, diretor do Departamen- to Jurídico do Rádio Clube de Campo Grande e se- cretario de Assuntos Fundiários de Campo Grande.
Também foi presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD/MS). Ele também compôs o corpo docente do curso de Direito das universidades: UCDB, Estácio de Sá e Facsul e titular dos cursos de pós-graduação das instituições: Uniderp e Unaes.
Em 2004 se candidatou ao cargo de vereador por Campo Grande. Foi eleito com 11.045 votos, se tor- nando o mais votado para a Câmara Municipal da- quele ano. Dois anos depois, em 2006, disputou uma vaga para a Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Foi o quinto deputado estadual mais votado, com 35.777 votos.
Já em 2010, foi mais uma vez eleito para a As- sembléia Legislativa. Foram 56.287 votos. O mais vo- tado da história de Mato Grosso do Sul. Em 2014 foi reeleito com 47.015 votos.
Entre as principais propostas defendidas pelo candidato em seu programa de governo estão várias ações na área de saúde, como, por exemplo: adotar postura contrária a qualquer tipo de privatização ou terceirização no setor, ampliar a cobertura da estra- tégia de saúde da família, ampliar a rede de atendi- mento psicossocial, construir o laboratório munici- pal de exames e reestruturar e ampliar os serviços do Centro de Controle de Zoonoses, entre outras.
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Prefeito Eleito Goiânia/GO
"Havia anunciado que iria encerrar minha carreira em 2014, mas comecei a pensar. Se a situação de Goiânia fosse boa, não justificaria minha candidatura.
O veterano Iris Rezende é eEleito para Prefeitura de Goiânia
eu ficasse sentado em casa deixando as coisa aconte- leito prefeito de Goiânia pela 4a vez, Iris Re- cer e Goiânia sofrendo", justificou. (olho)
zende (PMDB) se emocionou ao falar sobre o resulta- do das eleições. O candidato, de 82 anos, que recebeu quase 380 mil votos, ficou com a voz embargada e os olhos marejados ao falar da vitória sobre Vanderlan (PSB). Ele revelou a forma pessoal como comemorou ao saber do final da apuração e disse qual o "sabor" da mais nova conquista política.
"O sabor é de realização pessoal. Eu quando to- mei conhecimento e me desloquei para cá [seu escri- tório político], que já estava praticamente encerrado a apuração e eu ganhei, só tive um gesto: fui para o meu quarto, me ajoelhei e agradeci a Deus [voz em- bargada] por mais essa oportunidade que eu tenho na minha vida de servir ao meu semelhante. É assim que tenho praticado a política e será assim que eu vou ser prefeito por mais quatro anos", disse.
Iris também salientou que vive um "sentimento de gratidão" por causa da nova eleição. Por mais de uma vez, citou sua experiência de 58 anos de vivên- cia política, além de mencionar a decisão de encerrar sua carreira, em 2014. Ele afirmou que voltou atrás e concorreu ao pleito deste ano alegando que foi moti- vado pela situação crítica da cidade.
"Havia anunciado que iria encerrar minha carrei- ra em 2014, mas comecei a pensar. Se a situação de Goiânia fosse boa, não justificaria minha candidatu- ra. Me candidatei porque sei que a situação adminis- trativa da cidade é preocupante em todas as áreas. Entendi que estaria negando tudo na minha vida se
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O prefeito eleito pontuou que seu relacionamen- to institucional com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), será como "qualquer pessoa ou polí- tico equilibrado tem que fazê-lo". Iris comentou que eleger-se na sua idade é fruto de como foram feitos seus outros mandatos.
"Nesse momento em que o mundo político está praticamente hostilizado pela maioria da população brasileira e um político de 82 anos se elege prefeito. É porque o meu comportamento, em todos os manda- tos foi alvo de exemplo. Nunca aceitei ao meu lado aproveitadores ou aqueles que tivessem o poder com interesses escusos e pessoais", destaca.
Por fim, Iris foi questionado sobre qual "marca" pretende deixar nessa administração e rebateu: "Já te- nho minha marca que deixei ao longo da minha carrei- ra. Trabalhar de dia de note, sábado e domingo e mu- tirões, quando necessário, nos bairros. É o meu estilo".
Teatro – Distrito Federal
“Duas
Gotas de
Lágrimas no
Frasco de
Perfume”
De Sérgio Maggio
Este nome intrigante faz parte do nono espetá- culo do jornalista e dramaturgo Sério Maggio, no qual o autor aborda o sofrimento de família que não sabem o paradeiro de parente desaparecidos durante a dita- dura militar. Dirigida pelo autor, a peça estréio dias 27, no Teatro 2 do Centro Cultural Banco do Brasil. Esta é a história real de uma mãe gaúcha que, todos os dias, se arrumava, se perfumava, e se punha na janela a esperar o filho, desaparecido durante a ditadura militar. De certa forma, conta a história dessa mulher, como também conta a de Dona Rosa, mãe de Honestino Gui- marães — líder estudantil que, em 1973, foi preso pela polícia da ditadura para nunca mais aparecer.
A idéia que começou entre 2009 e 2011, fez com que Maggio desenvolvesse um projeto com alunos da Faculdade Dulcina a partir de pesquisa sobre Honestino. O trabalho resultou numa demonstração
cênica, depois apresentada aos familiares do home- nageado. Dona Rosa não foi. Não tinha condições emocionais para assistir.
“Fiquei muito impactado com o efeito que o desaparecimento político provocou na mãe e na fa- mília. E comecei a olhar a história dos parentes do Honestino. Uma família que sofreu um baque muito forte em conseqüência disso se impressiona Sérgio Maggio, dramaturgo”.
A partir daí vieram então outras referências, como o filme “Zuzu Angel”, de Sérgio Rezende — sobre o drama da estilista carioca que morreu por insistir em saber que fim teriam dado ao seu filho, também desaparecido nos porões da ditadura — e o livro “Antes do Passado”, de Liniane Haag Brum, sobre o destino desconhecido de seu tio Cilon Cunha Brum, militante comunista no Rio Grande do Sul.
Sérgio Maggio começou a pesquisar, em horas vagas, sobre o que aconteceu com as famílias de de- saparecidos políticos. E assim foi nascendo o texto de “Duas Gotas de Lágrimas no Frasco de Perfume”, em que quatro mulheres compartilham a dor de não saber o destino de entes queridos, sequestrados, pre- sos, torturados e mortos pelos militares.
Revista Centro Oeste - 41
Editorial
“Fui vendo essa ação devastadora nas famílias. Para muitas mães e familiares, o fato de não ter con- cluído essa morte fez com que eles morressem junto, fossem desaparecendo também. Dona Rosa e muitas outras mães morreram de Alzheimer. Achei aí uma coisa para ser investigada", contempla o autor.
Por meio de Rosa, Sofia, Tuca e Lola, o autor dis- cute a relação de tempo, que passa a ser um grande algoz na vida dessas pessoas. Elas vão atravessan- do décadas e décadas a esperar uma notícia que não virá. Nesse aspecto, o texto encontra uma aproxima- ção com o clássico “Esperando Godot”, de Samuel Becket, em que os personagens estão a esperar algo que ninguém sabe o que é que nunca vem.
O que, no entanto difere “Duas Gotas de Lágri- mas...” de outras obras dramatúrgicas sobre a dita- dura militar é a vontade de se falar disso, não com o discurso de quem foi para a luta, mas de quem ficou em casa. “Muitos desses familiares sentiam vergonha, porque o Estado ‘vendia’ seus filhos como terroristas, assaltantes de banco, davam-lhes muitos estigmas de bandido”, diz Maggio.
Para o dramaturgo, o tema se torna mais necessário e atual diante das recentes manifestações de desejo pela volta da ditadura. “O fato de a gente ter na Presidência da República uma mulher que foi torturada, que foi mi- litante da luta armada, e que, para muitos, era respon-
sável por causar esse transtorno econômico no país, fez com que muita gen- te desejasse que a tortura e a di- tadura militar tivessem dado um cabo nela para que nem ti- vesse sobrevivi- do. Veio aí uma escória, o pior do sentimento humano.”
Em “Duas Gotas de Lágrimas no Frasco de Perfu- me”, Gelly Saigg, Silvia Paes, Gabriela Correa e Tai- ná Baldez (as duas últimas reveladas no musical “As Canções de Odair José — Eu Vou Tirar Você Desse Lugar”, também de Maggio) dividem o palco com o ator, performer e pianista Tiago Ianuck, que toca músicas instrumentais autorais. A trilha traz mais cinco canções escolhidas pelo autor e diretor, que não são canções de época, mas “canções íntimas, que as pessoas podiam estar ouvindo dentro de casa”.
O tempo é um protagonista do espetáculo. A gente embaralhou os tempos. As “atrizes, algumas na faixa dos 20 anos, falam como se estivessem nos
anos 1970, mas estão aqui, agora, na rua lutando”, contextualiza Sérgio Maggio.
“Duas Gotas de Lágrimas no Frasco de Perfume”
De 27/10 (quinta) a 20/11, às 19h. No Centro Cultural Banco do Bra- sil — Teatro 2 (Setor de Clubes Es- portivos Sul, Trecho 2, Lote 22). Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). À venda na bilheteria do CCBB e no site Up Ingressos.
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Foto: Sílvio Vince Esgalha