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REVISTA LET'S GO #61
Jan/Fev | Circulação Mar/Abr 2023

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Published by upnacomunicacao, 2023-03-21 10:09:21

REVISTA LET'S GO #61

REVISTA LET'S GO #61
Jan/Fev | Circulação Mar/Abr 2023

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Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 101 Let’s Go Baixio Esta é para os amantes do rock ‘n’ roll, porque nem só de axé vive a Bahia. A icônica banda britânica Dire Straits Legacy acaba de confirmar a sua vinda ao Brasil. A formação conta com uma série de músicos que fizeram parte da banda capitaneada por Mark Knopfler, além de convidados. O mais conhecido é Trevor Horn, cantor, multi-instrumentista e produtor com passagens por Yes e The Buggles. Trazendo em seu repertório canções de sucesso como “Money for Nothing”, “So Far Away”, “Sultans of Swing”, “Walk of Life” e muitas outras, a banda que foi formada na década de 1970 apresenta no dia 20 de maio um supershow no Armazém Convention, em Lauro de Freitas. Os ingressos podem ser adquiridos nos balcões Pida do Salvador Shopping, Salvador Norte Shopping e Shopping Piedade, na loja do Bora Tickets, no 2º piso do Shopping da Bahia ou através do site www.boratickets.com.br. Legacy Passado o verão, que venha o São João! A Salvador FM e o site São João na Bahia vão reeditar, este ano, a parceria de sucesso que tiveram em 2022, com muitas novidades. Além de um programa de forró na rádio, um aplicativo com todas as informações sobre os festejos juninos do Estado será lançado em breve. O time, que tem o jornalista Gabriel Carvalho e o administrador Daniel Meira, este ano será reforçado pela publicitária Mirtes Santa Rosa, que agora coordena os projetos especiais da Salvador FM, e a Agência Radiola, que cuidará das redes sociais. A iniciativa prevê ainda um podcast semanal, a cobertura de grandes eventos e a Casa do São João, que terá shows e exposições sobre a maior festa regional do Brasil. Fotos: Divulgação MOSTRA PONTA DE INHAMBUPE RESIDENCES Um grupo animado de arquitetos renomados da Bahia participou do pré-lançamento da “Mostra Ponta de Inhambupe Residences”, em Baixio. A mostra, que acontece em Ponta de Inhambupe, no Litoral Norte da Bahia, vai reunir arquitetura e decoração interativa em um conceito “Always Summer Homes”, voltado para casas de praia em um ambiente natural, próximo de lagoas, rios, dunas e praias paradisíacas. NAS LAGOAS Durante o fim de semana com uma programação especial, a Baixio Turismo levou os convidados para uma verdadeira imersão em Baixio. Destaque para a Lagoa da Panela, que encantou os convidados com suas águas cristalinas em uma manhã de dolce far niente. GASTRONOMIA O evento ainda recebeu o chef Kaywa Hilton para capitanear uma experiência gastronômica na noite do sábado, com pratos exclusivos montados especialmente para o evento. O chef franco-brasileiro foi participante do programa global Mestre do Sabor, e estreou no ano passado como jurado do programa Cook Island – Ilha do Sabor, no GNT.


102 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Turismo Esquiando na MELHOR NEVE DO PLANETA Com neve perfeita, excelentes pistas de esqui, lindas paisagens, hotéis luxuosos, bares e restaurantes sofisticados, Park City é o melhor destino para curtir férias na neve Por Ana Paula Garrido


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 103 Localizada no Estado de Utah, nos Estados Unidos, a cidade de Park City é o paraíso para quem curte esportes de inverno. Distante apenas 35 minutos do Aeroporto Internacional de Salt Lake City, o destino oferece duas fantásticas estações de esqui: Park City Mountain e Deer Valley. Com neve seca e consistente, Park City é considerado um dos melhores lugares do mundo para a prática de esqui e snowboard, mas ainda surpreende pelas dezenas de atrações que tornam o destino um lugar muito interessante para conhecer também nas outras estações do ano. A temporada de inverno nas estações de Park City começa em novembro e vai até abril, portanto, ainda dá tempo para fugir deste calorão brasileiro e se divertir nas lindas montanhas nevadas de Utah. O Park City Mountain é o maior resort de esqui dos Estados Unidos e fica aberto durante as quatro estações. São cerca de 7.000 hectares que se conectam com Canyons Resorts e oferecem 330 pistas, 43 teleféricos e aventuras para crianças e adultos, para a prática de esqui e snowboard, com aulas em grupo ou individuais e muitas pistas desafiantes para os profissionais. Além disso, o complexo é bem servido com dezenas de restaurantes premiados e nove hotéis. O Deer Valley foi eleito mais de seis vezes como o melhor resort de esqui do mundo pela revista especializada Ski Magazine. Essa é uma estação mais exclusiva, com um número limitado de esquiadores, onde apenas a prática de esqui é permitida. Bastante concorrida, ela é reconhecida como a estação que revolucionou o serviço de esqui, oferecendo experiências diferenciadas e mimos aos esquiadores com serviços cinco estrelas e muitas mordomias. O resort é considerado o point da galera chique que busca experiências mais exclusivas, com hospedagens em luxuosos hotéis nas montanhas, de onde os hóspedes já podem sair dos seus aposentos esquiando. As descidas nas pistas ficam ainda mais interessantes com as paradas para almoço ou drinks nos hotéis e restaurantes com mesas perto da lareira ou dentro dos charmosos iglus nos decks, sempre disputados por turmas animadas de esquiadores ou de apreciadores do esporte. As duas estações estão localizadas muito próximas e a cidade oferece um sistema de deslocamento gratuito e muito eficiente, que pode ser utilizado para chegar com os equipamentos até as estações de esqui ou para se deslocar dos hotéis e explorar as dezenas de atrações da cidade que merecem a visita. Muito além do esqui Park City tem um centrinho simpático, repleto de lojas, cafés, galerias de arte e ótimos bares e restaurantes sempre bem frequentados. No fim de tarde e à noite, o agito toma conta de todos os espaços, que ficam lotados. Vale também conhecer os edifícios históricos, como o famoso Teatro Egípcio, onde acontece o festival de cinema Sundance, experimentar as cervejas artesanais e fazer vários pitstops pelos ótimos restaurantes e bares da cidade. Outras opções que as crianças adoram são os trenós puxados por lindos cachorros ou passear nas charretes com cavalos pelas florestas, já para os adultos, a motoneve e o esqui nórdico fazem muito sucesso. Para quem gosta da combinação de vinhos e história, o divertido tour Mines & Wines promete algumas horas de entretenimento e degustação de vinhos entre as antigas minas e locais históricos da cidade. Bowl Skiing em Park City


104 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Turismo Yoga na cratera e chá nas montanhas Um programa superdiferente e muito relaxante é fazer um paddleboard yoga em uma fonte termal de 10.000 anos dentro de uma caverna. Com uma promessa de imersão na fonte da juventude, em uma cratera de vulcão, onde a temperatura da água alcança 35ºC, praticar yoga em cima de uma prancha e depois mergulhar na água quentinha da caverna é uma experiência inesquecível! Essa é uma das atividades oferecidas pelo Park City Yoga Adventures, que oferece também caminhadas em trilhas pelas florestas e montanhas nevadas, com direito a parada no meio do caminho para tomar um chá enquanto aprecia a paisagem. Utah Olympic Park Um dos passeios imperdíveis para os curtidores de esporte é visitar o Parque Olímpico, palco dos jogos de inverno de 2002, onde as equipes olímpicas norte-americanas continuam treinando ao longo do ano. Além de acompanhar o treino dos atletas, é possível visitar o Museu do Esqui Alf Engen e o Museu dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Para os mais aventureiros, dá para experimentar uma emocionante descida de Bobsled, conhecido como a Fórmula1 do Gelo, em que uma equipe de quatro pessoas usa um trenó para descer uma pista de gelo sinuosa e em alta velocidade. Muitas atrações, opções de hospedagem, restaurantes e compras Park City oferece dezenas de atrações que podem ser curtidas também fora do inverno como: escaladas, golfe, trilhas de bicicleta, passeios de teleférico, de balão, barco pelos lagos e riachos e tirolesa pela floresta, shows ao ar livre etc. Para quem não resiste a fazer compras, além de opções de lojas na cidade, há também o Park City Outlet Mall, com mais de 60 lojas e marcas famosas. Foto: Ana Paula Garrido Stand Up Paddleboard Yoga na cratera Àpres-ski nas montanhas Transporte na Main Street, em frente ao Teatro Egípcio


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 105 São muitas as opções de hospedagem em Park City para agradar a todos os gostos. Hotéis e SPAs de luxo, pousadas, espaços em condomínios, casas e apartamentos completos para abrigar grandes famílias e grupos de amigos. Uma opção para quem quer ficar em um hotel e sair caminhando pela cidade, o Newpark Resort tem apartamentos perfeitos para uma montanhas, o excelente Stein Eriksen Lodge, eleito o melhor hotel de esqui dos Estados Unidos por vários anos, oferece uma hospedagem luxuosa com serviços diferenciados. Mesmo se não estiver hospedado, ao esquiar em Deer Valley, não deixe de fazer uma reserva para almoçar no ótimo restaurante do hotel, que tem um buffet fabuloso, ou para um après-ski no deck, com linda vista para as montanhas. Além dessa experiência incrível, a cidade oferece ótimas opções de restaurantes premiados e modernos, com destaque para o novo Sterling Steaks & Lounge, com decoração interessante e ótimos pratos, e o 350 Main, com cozinha moderna americana. Nas montanhas, além da parada no chique Stein Ericksen Hotel, não deixe de ir ao Fireside Dining, com decoração alpina e menu em quatro deliciosas etapas, com raclettes, carnes, sobremesas e muitas delícias. família, com suíte, sala, cozinha e banheiro, além de Jacuzzi no terraço. Já o Hotel Park City, oferece o luxo dos exclusivos hotéis do Grupo Marriott Autograph Collection. Para ficar mais perto da pista, o Silver Baron Lodge oferece hospedagem em hotéis ou em apartamentos completos com até quatro quartos, perfeito para turmas de amigos. Já nas Foto: Ana Paula Garrido O colorido das estações Powder Skiing


106 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Apresentador e influenciador digital @garimpando.life Marcelo Sampaio Garimpando Porto ou Lisboa? Os dois! Marcelo, Manoel e Eduardo na Praça do Comércio, em Lisboa Igreja toda de azulejos no Porto O clássico em contraste com o mais contemporâneo. O tradicional frente ao arrojado. O Rio Douro frente ao Rio Tejo. A alheira, a francesinha e as tripas versus o Bacalhau à Brás, o peixinho da horta e o risole de camarão. São tantas as diferenças e, ao mesmo tempo, tantas características similares. A cidade do Porto, ao norte, apresenta-nos uma arquitetura muito própria com o seu estilo colonial muito característico, tanto no centro quanto na Ribeira. Muitas são as igrejas decoradas com azulejos em seu exterior, verdadeiras obras- -primas. A ponte D. Luís I encanta por sua grandiosidade, toda feita em ferro de 1886, bem como o seu charme unindo Porto a Vila Nova de Gaia, onde estão localizadas as tradicionais vinícolas do também tradicional vinho licoroso. O reluzente Rio Douro atravessa as duas cidades e nos conduz à mais linda região de quintas produtoras de vinhos do país. Cada pedacinho é um escândalo! Ficamos hospedados no NH Collection Porto Batalha, localização melhor impossível, a poucos metros de todos os pontos mais lindos da cidade. O hotel, com serviços impecáveis, encantou-nos desde o primeiro momento em que chegamos e foi um verdadeiro presente estar ali durante os dias de hospedagem. Dormir no Porto vale muito a pena, pois em pouco tempo você estará em cidadezinhas próximas como Braga, Barcelos e Guimarães, onde Portugal foi fundado. Tudo encantador, poético e muito perto. Porto tem teatros e escolas conceituadas no mundo e, por isso, muitos jovens migram para lá. O pôr do sol da cidade é algo de tirar o fôlego e a gratidão pela vida se torna ainda mais latente ali. Lisboa já chega com mais contemporaneidade e suntuosidade, afinal sempre foi o centro da nobreza portuguesa. Com avenidas largas e arborizadas, Lisboa nos abraça com beleza e elegância. Sou apaixonado pelo destino, com seu movimento, moda, estilo e design. Tanto no Bairro Alto quanto no Chiado, Graça, Alfama e Príncipe Real tudo é apaixonante, pitoresco e muito bem conservado, mantendo o DNA local de forma impecável. Os lisboetas são lindos e cheios de vida, mas também sabem ser melancolicamente charmosos com o seu fado que nos invade. Lisboa oferece uma gastronomia espetacular e fica difícil não ganhar quilinhos a mais mesmo em uma viagem de poucos dias. Dicas de restaurantes? Milhares, mas os imperdíveis são: Seen, Pap’Açorda, O Pitéu, Eleven, Solar dos Presuntos e a Cervejaria Liberdade. Os doces são infinitos, mas as encantadoras


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 107 Arroz de mariscos do Restaurante Papa Açorda, no Mercado da Ribeira de Lisboa Marcelo e Eduardo apreciando o pôr do sol na Ponte Dom Luís na Ribeira, no Porto Marcelo na varanda do quarto do Hotel NH Collection Porto Batalha, no Porto Marcelo no lobby do Hotel Tivoli Liberdade, em Lisboa Pelas vielas do Porto: Manoel, Dalva e Ricardo Travessa de Arroz de Pato, no Porto Alcoa, Pastelaria de Belém, Confeitaria Nacional e D’Além Mar arrasam nos doces conventuais imperdíveis. O Mercado da Ribeira é onde os hypes se encontram para brindar a vida. O máximo em todos os sentidos! Ficamos sete dias em Lisboa, no Tivoli Liberdade, onde sempre me hospedo e indico a todos, pois, para mim, é um dos hotéis em que me sinto melhor no mundo inteiro. Desde o café da manhã e restaurantes até o atendimento, o SPA e o seu staff, tudo tem nota máxima e fica impossível não querer voltar diversas vezes. Amo mesmo é ficar bem no centro da linda Avenida Liberdade, onde tenho acesso a todos os cantinhos da cidade; e não importa se é inverno ou verão, todas as estações do ano são sensacionais ali. Caminhar à beira do Rio Tejo, tanto à frente da Praça do Comércio quanto nas docas ou em Belém, é um passeio que nos faz um bem sem fim, sempre com um visual deslumbrante. Amo olhar aquela água e os barcos, navios e jet skis que ali transitam. Muita história e arte estão presentes em Lisboa e não existe um único canto para o qual olhemos que não tenha um conteúdo profundo e enriquecedor. Ficar em Lisboa é um facilitador imenso, pois a cidade está próxima de outros pontos bárbaros de Portugal como Ericeira, Cascais, Sintra, Óbidos, Fátima e Évora. Eu amo o Norte, com o Porto, e o Centro-Oeste, com Lisboa, e sempre que posso fujo para esses destinos que me trazem as melhores memórias de família. Logo, logo, estarei de volta, afinal o sangue e as boas lembranças gritam dentro de mim. Se eu pudesse, estaria por lá, no mínimo, duas vezes ao ano, por dois meses a cada uma das idas. Terrinha da minha alma e do meu coração. Como diria Fernando Pessoa: “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”. Portanto, minha vida é uma eterna viagem.


108 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Turismo Não é à toa que Barcelona já foi considerada a cidade mais bonita da Europa. A vista de cima é um espetáculo, obra do plano de urbanização que foi iniciado em 1850 e projetou o distrito de Eixample, o maior da cidade, com uma simetria que beira a perfeição. Barcelona é a capital da região da Catalunha, situada no nordeste da Península Ibérica, e que se destaca pela arte, cultura, história e gastronomia muito particulares. Conquista visitantes de todas as partes do mundo por sua atmosfera vibrante de amizade e alegria, o que a torna um dos principais destinos turísticos da Europa. A cidade é conhecida por sua arquitetura modernista, que se confunde com a história de vida do seu artista mais famoso, Antoni Gaudí. O arquiteto de estilo único e individual é responsável pelas obras de maior impacto da cidade, marcadas sempre pelas suas maiores paixões: arquitetura, natureza e religião. Nascido em 1852, Gaudí começou a trabalhar em 1883 e logo ficou claro que os seus desenhos não se pareciam em nada com o que já havia sido feito até então. Entre as suas obras mais importantes e espetaculares estão o Templo Expiatório da Sagrada Família, O destino turístico é imperdível e encantador. A combinação de uma cidade vibrante e cosmopolita que oferece aos seus visitantes uma experiência única Por Déborah e Alan Fontes Eixample Descobrindo Barcelona


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 109 o Parc Güell, a Casa Batlló e La Pedrera. Em comum, suas obras compartilham o uso inovador da luz, da cor, da forma e dos materiais. A fim de garantir a preservação de suas obras para as gerações futuras, elas foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, fazendo com que o legado de Gaudí siga sendo parte importante da história da cidade. A melhor época para visitar Barce - lona é entre maio e setembro, quando o clima é quente e ensolarado. Julho e agosto são meses do alto verão, com dias mais quentes, cheios de turistas, é quando a cidade se transforma em uma grande festa ao ar livre, com festivais, exposições e concertos. Um dos bairros mais disputados e tradicionais é La Barceloneta, com praias banhadas pelo Mar Mediter - râneo; o local é famoso pelos bares e restaurantes e tem uma vibrante vida noturna. Apesar de possuir uma atmosfera mais moderna, ainda se encontram cenas tradicionais como a venda de peixes frescos direto com os pescadores. Muitos hotéis estão nessa região, que é uma das melhores para se sentar e degustar uma bela paella acompanhada do vinho branco espanhol da região de Rueda. Não muito longe da praia fica o mercado municipal mais antigo da cidade, Mercado de São José ou simplesmente La Boqueria. Além de vender carnes, peixes, frutas e verduras, o local é disputado pelos turistas que aproveitam para degustar as iguarias da gastronomia catalã. O mercado foi erguido em 1840 e fica na rua mais famosa da cidade, Las Ramblas. Las Ramblas é uma das mais importantes e famosas ruas de Barcelona, ligando a Praça da Cata - lunya ao antigo porto ao longo de 1,3 km. É uma área vibrante, alegre e colorida, cheia de atrações cultu - rais e históricas. Dedicada apenas aos pedestres, é repleta de lojas, cafés, restaurantes, bares, floristas, artistas de rua e gente, muita gente. O bairro de Eixample é o segundo Las Ramblas La Barceloneta La Pedrera Casa Batlló


110 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Turismo A Sagrada Família e os seus vitrais maior distrito de toda a Espanha e concentra boa parte dos pontos turísticos, por isso é excelente para se hospedar. No seu eixo central está o Passeig de Gràcia, um dos endereços mais charmosos de Barcelona. Lojas das principais marcas de luxo, excelentes restaurantes, galerias de arte e alguns dos melhores hotéis da cidade marcam presença nesse endereço. A área também abriga parques e jardins, incluindo o Parc de la Ciutadella, o mais antigo e a maior área verde central da cidade, e o Parc Güell, originalmente projetado para ser um bairro residencial de luxo e que foi transformado em parque público em 1923. Sua construção se inspirou nas formas da natureza, tendo colunas que lembram árvores e banco em formato de serpente. Caminhos sinuosos, fontes e esculturas completam o cenário, que ainda possui a escadaria Monumental, um dos pontos mais fotografados pelos turistas. Vale se dedicar a observar a Sagrada Família. A expoente e ainda inacabada obra de Antoni Gaudí se tornou um dos maiores símbolos de Barcelona. O projeto inicial foi alterado em curso para criar uma obra única e inovadora. As três fachadas indicam o Nascimento, a Paixão e a Glória, e a cúpula central representa a coroa de Cristo. Os tamanhos e as formas das janelas e colunas mudam, dependendo do seu significado para a história da religião cristã. Os grandes vitrais internos são uma atração à parte e um dos elementos mais marcantes da basílica: são cem janelas de vidro colorido, com designs diferentes, que criam um efeito dramático de luz e cor. Juntas representam a história da Sagrada Família, as várias virtudes humanas, a natureza e as estações do ano. Seu término está previsto para acontecer em 2026, ano que marcará o centenário do arquiteto. Tudo isso torna Barcelona um destino turístico imperdível. A combinação de uma cidade vibrante e cosmopolita que oferece aos seus visitantes uma experiência única.


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112 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Sérgio Queiroz Wine Sócio-diretor do Grupo BACO www.bacomultimidia.com.br @sergiopqueiroz The Best Wines Nesta edição, usarei a coluna para trazer o resultado, praticamente inédito, do concurso que passei a ter como maior referência para os vinhos da América do Sul. O Best Wines é um novo concurso de vinhos, organizado por três dos mais tradicionais e respeitados grupos de mídia especializada em vinhos no Brasil: Grupo Baco, Prazeres da Mesa e Jornal Vinho&Cia. Pedi ao presidente do júri, o crítico Marcelo Copello, eleito o jornalista de vinhos mais influente do Brasil pela Revista Meininger’s Wine Business International, que destacasse os diferenciais do concurso e recebi, então, os pontos que já conhecia e que me fazem respeitar formatos nesse contexto. Os pontos diferenciais do Best Wines: as degustações sempre são às cegas (sem o conhecimento prévio dos rótulos); critérios de avaliação rigorosos; a comparação direta entre vinhos de diferentes países, criando um grande painel do Cone Sul; um júri internacional e independente, formado por profissionais de alto gabarito, de diferentes países da América do Sul; provas descentralizadas, que ocorreram em três etapas, no Brasil, no Chile e na Argentina; e, por fim, um selo inovador com um QR Code que leva a um link com mais informações sobre o vinho. E aqui a lista com os resultados: Melhor Vinho da América do Sul Melhor vinho do Chile Santa Rita Casa Real Cabernet Sauvingnon 2019 Melhor vinho da Argentina (empate) Alwasi reserva Cabernet Franc 2019 Terrazas Grand Cabernet Sauvignon 2019 Melhor vinho do Uruguay De Lucca Rio Colorado 2018 Melhor vinho do Brasil (empate) Miolo Iride Nature 2012 Miolo Sesmarias 2020 Miolo Lote 43 2020 Lista dos Six Stars Alwasi Reserva Cabernet Franc 2019, Argentina Terrazas Gran Cabernet Sauvignon 2019, Argentina Casa Real 2019, Chile Grand Clos 2019, Chile Gandolini Las 3 Marias Vinevards Cabernet Sauvignon 2018, Chile Viu 2020, Chile Então, anote as dicas dos premiados e confira o resultado completo do concurso em https:// bestwinesbw.org/ Santa Rita Casa Real Los Boldos Grand Clos Alwasi reserva Terrazaz Grand De Lucca Rio Colorado Miolo Iride Miolo Lote 43 Miolo Sesmarias Guandolini Las 3 Marias Viu Manent


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114 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Gastrô Cozinheira, pesquisadora e apaixonada pela cozinha baiana @terezapaim A gastronomia inclui a culinária que, Tereza Paim por sua vez, é a arte de cozinhar ou confeccionar alimentos. Assim, foi evoluindo de acordo com a história da humanidade e possui características diferentes em cada cultura. A culinária reflete os costumes de um povo e também se relaciona com outros aspectos culturais como as religiões e a política. Volta e meia sou questionada por alguma pessoa: Como você criou tantas farofas? De onde vem a inspiração para criar uma nova receita? E a resposta é sempre a mesma: vem de Deus, afinal, para cozinhar, é necessário ter dom. A palavra “dom” vem do latim “donu” e quer dizer dádiva, presente. Ou simplesmente é a capacidade que algumas pessoas têm para o desempenho de determinadas tarefas de forma fácil e natural, enquanto para a maioria das pessoas essas atividades apresentam certo grau de dificuldade. Ou seja, a criação de uma nova receita é sempre um presente para quem a criou, embora siga a lógica de qualquer arte, em que quanto mais alinhados estiverem a técnica e o dom, maiores são as chances de lograr bons resultados. Como em tudo o que se faz na vida, a inspiração e a transpiração precisam andar de mãos dadas. Costumo dizer que a sorte sempre acorda cedo e dorme tarde. E já que a tecnologia é a base do mundo moderno, a cozinha não poderia ter ficado de fora. Porém se faz necessário entender que as tecnologias devem entrar nas cozinhas como ferramentas para dar subsídios aos cozinheiros, ajudando-os a produzirem mais e melhor e não para definir novos pratos. Explicando melhor, acredito que comidas valiosas são as que funcionam como alimento do corpo, mas, sobretudo, são um carinho na alma, e não somente as que envolvem experiências pirotécnicas, como um show ao qual você assiste, mas ao terminar não lembra mais das músicas. Meu trabalho mama da fonte mais natural de um cozinheiro: sua cultura, sua terra, seu povo, sua história, seu terroir, e por isso acho tão fácil seguir essa jornada na minha vida, como se todos os dias fossem o primeiro. Tudo faz sentido na cozinha típica, tudo se resolve com a ajuda da intuição, que se alimenta da observação da sua vida vivida, do que se comeu e viu ser produzido muitas vezes por seus ancestrais. Especialmente, ressalto aqui que o amor que vai na comida volta para sua vida de várias formas, como se fosse uma retribuição do que você ofertou a quem comeu sua comida. Assim, sigo me inspirando cada dia mais e levando o nome de minha terra pelos vários cantos do mundo, nas farofas que exportamos, no dendê que levamos às bocas em nossos restaurantes, nas aulas que dou nas faculdades buscando encantar novos cozinheiros a se apaixonarem pela cozinha típica de nosso país. De onde vem a inspiração na gastronomia? O amor que vai na comida volta para sua vida de várias formas, como se fosse uma retribuição do que você ofertou a quem comeu sua comida.


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116 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 O chef Jadson Nunes, de 41 anos, é quem comanda o fogão do 705 Restaurante, localizado em Pituaçu, há um ano. Com passagem por outros estabelecimentos de renome, ele conta que a sua primeira opção como profissão não era a cozinha, mas, sim, a sala de aula, lecionando História. Natural de Salvador, ele cresceu no sul da Bahia, entre Eunápolis e Belmonte, até os dez anos de idade, quando voltou para Salvador. Há 16 anos, começou a trabalhar com gestão de cozinha, atuando em um restaurante italiano em um shopping da cidade. De lá para cá, foram muitas as experiências, até ter a oportunidade de trabalhar com o chef Fabrício Lemos, do Grupo Origem, no Al Mare, onde desempenhou a função de subchef, além de passar por cozinhas de uma pousada em Trancoso e também de outros restaurantes, a exemplo do 33. Jay, como é conhecido, nunca quis ser chef. Para ele, o nome soa pretensioso demais. Mas a vontade de ser um bom cozinheiro sempre predominou. Filho de cozinheiro, ele destrinchava livros históricos sobre o tema, só para entender a alquimia e o porquê de tanta dedicação que o pai tinha pela profissão. Seu pai era instrutor no SENAC Casa do Comércio e o pequeno Jadson costumava visitá-lo no trabalho e ficava impressionado com a cozinha gigante e tanta gente vestida de branco. Sua maior inspiração, além do pai, era o chef espanhol Santi Santamaria, que brigava pela preservação da originalidade da culinária espanhola contra a febre da gastronomia molecular na época. Depois de 23 anos de trabalho e dedicação, colocando qualidade e identidade nos projetos de outras pessoas, ele sente que a realização chegará quando concretizar o sonho de dar vida ao seu projeto de ter o próprio restaurante. O chef que sonhava em ser professor de História, mas se encontrou na cozinha Perfil do chef Jadson Nunes Ana Virgínia Vilalva Gastrô Foto: André Fofano


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 117 Sua maior inspiração é na história do povo brasileiro, especialmente as bases alimentares dos ancestrais, aquela comida de origem que tem um pouco de cada povo. Boa parte do menu criado por Jadson tem a participação especial do dendê, de um beiju, uma banana assada ou uma bela carne de cabrito. Nas suas preparações, ele tem um carinho especial pela comida baiana, a comida nordestina, com ingredientes da Bahia, com o jeito especial do baiano de prepará-la, que transmite a alegria de comer e de servir. Além disso, ele conta que tem uma predileção por tudo o que prepara, pois sempre vem de algo que ele comeu em outro lugar e ficou marcado em sua memória afetiva. No menu que ele elabora de tempos em tempos, os frutos do mar estão sempre presentes. Apesar dos pratos do mar, ele confessa ser farofeiro; amante de carne frita sempre acompanhada de uma boa farofa. Farofa, inclusive, foi o nome sugerido por um amigo para o seu restaurante, quando o tiver. Quando não está na cozinha, que é algo raro, ele gosta de ir à praia com o seu dálmata Simão ou assistir aos jogos do Bahia na Fonte Nova. Para quem sonha em chefiar uma cozinha, a sugestão dele é: “Não queira liderar se ainda não ama duas coisas importantes: cozinhar e pessoas. Um chef de cozinha precisa, antes de tudo, gostar de pessoas. Entender que a maioria dos colaboradores de uma cozinha são pessoas simples e precisam o tempo inteiro de estímulo e incentivo para não desistirem”. Para ele, o fundamental é pôr a “mão na massa”, gostar de ir para o fogão, ir para a chapa, ir para a peixaria, ir para a padaria. Nas palavras de Jay, um chef de cozinha é a referência de sua equipe, ensinando o tempo inteiro e estando sempre pronto para substituir qualquer um, a qualquer momento. Para liderar, o conhecimento de todos os setores de uma cozinha é fundamental. INGREDIENTES: 300 g de arroz branco cozido 50 g de cebola branca picada 300ml de base para a moqueca (você a faz com os talos da cebolinha, do coentro, aparas de cebola e o miolo do tomate que foi cortado e bate no liquidificador grosseiramente) 100 g de licuri verde ou seco quebrado 50 g de tomate cortado em cubos Cheiro verde (coentro e cebolinha) a gosto 300 ml de leite de coco 80 ml de azeite de dendê 2 g de gengibre ralado 1 banda de limão 3 dentes de alho picado 3 camarões pistola ou o que você tiver em casa 120 g de polvo cozido (45 minutos em água fervente com cebola, cenoura e salsão) ARROZ DE MOQUECA 150 g de filé de peixe (usei o robalo) MODO DE PREPARO: Em uma frigideira, disponha o azeite, o leite de coco e a base, a cebola picada, o licuri e o arroz. Misture levemente e acerte o sal. Finalize com o cheiro verde, o tomate e o suco de limão e gengibre. Acerte o sal. Tempere as proteínas com sal e pimenta-do-reino. Em uma frigideira, grelhe o peixe com azeite de oliva; depois de selar os dois lados, coloque o camarão na mesma frigideira e sele os lados, por último, o polvo, e abafe a frigideira e deixe em fogo médio por 3 minutos. Coloque o arroz em uma vasilha de sua preferência e monte as proteínas sobre ele. Decore-o com talos de coentro e licuri. Foto: André Fofano


118 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 CHURRASCO Gastrô Da pré-história aos tempos modernos, o preparo das carnes agrada a todos os paladares Por Ana Virgínia Vilalva Não dá para negar que um bom churrasco faz a diferença em um encontro de amigos e até em um restaurante especializado. Na história, não há registro de quando os primeiros assadores surgiram, mas acredita-se que, desde a pré- -história, com o domínio do fogo pelo homem, passou-se a assar a carne, tornando-a mais macia para o consumo. Nos Estados Unidos, os índios costumavam defumar as carnes em grelhas de madeira. Já no Brasil, no Rio Grande do Sul, os gaúchos foram os responsáveis por popularizar a iguaria entre os brasileiros. A carne assada era mais fácil de preparar quando se passava dias fora de casa. A partir daí, o costume cruzou as regiões e se tornou um prato nacional, multiplicando-se as formas de preparo, o que gera entre os adeptos muita discussão sobre o verdadeiro churrasco, a exemplo da utilização de lenha ou carvão, de espeto ou grelha, temperado ou não, com sal grosso ou refinado, de gado, suíno, aves ou frutos do mar. Aqui no Brasil, churrasco se refere a toda carne assada na churrasqueira ou diretamente no solo, no estilo denominado “fogo de chão”; é preparado quase sempre em grandes espetos na Região Sul e em grelha nas outras regiões. Em Salvador, existem opções para todos os bolsos e gostos, com cortes de carnes nobres tornando- -se cada vez mais as favoritas dos soteropolitanos. Seja em shopping centers, em restaurantes de rua ou até para o consumo em casa, as carnes preparadas na brasa têm o seu lugar. No Shopping Paralela, o James Steakhouse é uma dessas opções. Com a verdadeira essência do churrasco americano e seleção de cortes premium, inaugurado há nove meses, o espaço utiliza a técnica de defumação originalmente texana. O menu variado, com foco em cortes nobres braseados, oferece opções para uma refeição completa, para petiscar, comer sozinho ou compartilhar. A parrilla do James foi montada seguindo os moldes das parrillas tradicionais argentinas, usa carvões certificados e conta com opções de carne como tomahawk, angus, picanha e carré de cordeiro. Os sócios, Joel Junior e Luiz Orlando Filho, afirmam que a proteína, premium, é o diferencial da casa. A parrilla mista, que mistura as técnicas argentina


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 119 Freepik


120 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 INGREDIENTES: Corte de bisteca com média de 500 g Sal de parrilla (sal especial) Brasa muito quente (bem acesa) PREPARO: Salgue a carne dois minutos antes de assá-la, pois ela é muito alta e o sal demora um pouco para penetrar. Coloque a grelha o mais próximo possível da brasa e ponha a carne já salgada, em média, de 3 a 4 minutos de cada lado. Depois que selar os poros, ela vai concentrar o sabor no meio. Quando chegar ao ponto da sua preferência, tire-a da grelha e deixa-a descansar por mais dois minutos, para que os líquidos restantes se organizem e ela ganhe mais sabor. Depois, basta cortá-la e servir. A sugestão de acompanhamentos é uma farofa de banana com ovos e um vinagrete. BISTECA DO MACELLEIRO e uruguaia, se alia ao conceito de churrasco americano, usando temperos especiais, especialmente o dry rub – um tempero seco que é passado nas carnes e que se popularizou no Brasil. Saindo do shopping, direto para um local com vista para o mar, a Macelleria Quitéria, na Bahia Marina, resgata a história dos antigos açougues italianos, que tradicionalmente são ambientes que privilegiam os cortes de diversos tipos. O espaço, que tem o nome de uma das heroínas que é símbolo da Independência da Bahia, oferece uma experiência para a harmonização de carnes nobres e vinhos especiais. Sommelier e sócio do empreendimento, Mauro César tem passagens por restaurantes como o Fasano São Paulo e La Pulperia, o primeiro restaurante especializado em parrilla argentina em Salvador. No menu, o prato com mais saída é o Bife Ancho, primeiro lugar na predileção dos clientes da casa. Já o segundo lugar é do Flat Iron, corte retirado do miolo da paleta dianteira do boi. Outro destaque é a Bisteca do Macelleiro, que é preparada junto com osso e um corte alto de 500 g, oferecendo ainda mais sabor para o prato. O chef da casa, Rafael Silva, cuida das carnes e dos outros cortes especiais servidos, a exemplo do bife de chorizo, da picanha e tomahawk. Chef assador, ele é o responsável pelos cortes e por verificar os grelhados no fogo. Além das carnes tradicionais, a casa aposta em uma novidade: frutos do mar assados. Incorporadas ao cardápio em fevereiro, as opções de frutos do mar incluem ostras, polvo, lula, entre outros. Deu água na boca? Confira a receita especial da Bisteca do Macelleiro: Gastrô


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 121 Alameda Florença n 33, Pituba 71 991714034 @milenaoliveiraconfeitaria Segunda a sábado: 08h às 18h abocaboca.com Um doce presente ao seu paladar. Bolos decorados e personalizados, cupcakes, brownies, doces gourmets, sobremesas e lembrancinhas personalizadas.


122 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 A criatividade do ser humano, somada ao sentimento, é um fator que reforça a ideia de que essas novidades tecnológicas não podem nos afetar Americo Neto Presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade na Bahia (ABAP Bahia) novo desafio Inspiração diante de um Você já parou para perceber que, com a chegada de um novo ano, parece que ficamos mais inspirados, mais ativos? Sim, eu sei que essa sensação surge com a expectativa de novas possibilidades, planos e objetivos para os próximos meses e essa sensação de novidade que percorre nas redes sociais, comerciais de TV e festas nos influencia. Só que, com o passar das semanas, essa motivação cai, voltamos ao padrão da rotina e nos acomodamos em fazer mais do mesmo. Na minha área de Publicidade, a inspiração é essencial para que as agências sobrevivam. Se nós não buscamos fontes de inspiração, não conseguimos atingir as expectativas dos clientes que nos procuram, criamos conteúdo sem novidades e o que acontece? Deixamos de movimentar o mercado. Recentemente, o mercado e os portais de notícias passaram a abordar a força com que a Inteligência Artificial será ditada neste ano. Tivemos o anúncio do ChatGPT e o Google Bard, dois chatbots que prometem atender aos desejos daqueles que os procuram. O que aconteceu? Levantou-se um debate sobre como essas ferramentas podem impactar profissões, sobretudo, na área de comunicação. Sim, eu compreendo que são ferramentas excelentes, mas temos que ressaltar que em nosso segmento o sentimento humano é muito importante para que o trabalho continue com qualidade. Os chatbots podem ser interessantes, sim, em um momento ou outro, mas precisamos das mentes criativas para inovar em campanhas, ser inspiração em conteúdo para redes sociais e não deixar as produções se tornarem repetitivas. Em nosso contato diário com o cliente, sabemos o tom que ele deseja abordar em suas campanhas, as cores que combinam com sua marca ou empresa, as palavras que se aproximam do seu público-alvo e outros detalhes mais específicos que somente uma frequência de contato com esse cliente permite entender como trabalhar. O sentimento é importante na Publicidade. Pense nas campanhas mais fortes de marcas de bebidas, bancos ou perfumarias nos últimos anos. Aquelas que fazem com que o telespectador, que está esperando durante o intervalo da novela ou do jornal, se emocione. Como você acha que essas campanhas foram produzidas? São diversas pessoas que estão diariamente se atualizando sobre o comportamento do consumidor, sobre o que a sociedade tem abordado, quais são os temas que valem ser citados ou esquecidos. Cada campanha é pensada para dialogar com a temática, com o momento que o mundo está vivendo e como o público-alvo será atingido. A criatividade do ser humano, somada ao sentimento, é um fator que reforça a ideia de que essas novidades tecnológicas não podem nos afetar. Elas podem ser fortes aliadas, mas somos nós, humanos, que continuamos a operá-las e conduzi-las ao que precisa ser executado. Nós passamos anos e anos estudando para as áreas nas quais vamos trabalhar, e no segmento de Publicidade, o nosso olhar para a experiência por trás de uma propaganda, de uma publicação de rede social ou outdoor é necessário. Meu conselho é: ao invés de você ficar nas redes sociais e em conversas em grupos se lamentando, analise essas novas ferramentas, atualize-se sobre sua área e busque fazer algo novo e melhorado sempre. Traga essa “concorrência”, se assim podemos chamá-la, como impulso para criar mais, para compreender que você é um profissional fundamental para que o trabalho do seu cliente corra, para converter as entregas em novos clientes do público-alvo e ser destaque em sua área. Sou um grande admirador da tecnologia e já me posicionei desta forma em artigos e entrevistas, mas realmente precisava alertar sobre esse “medo” que se manifesta sempre que alguma plataforma ou ferramenta surgem. Nas redes sociais já temos diversas ações das plataformas que utilizam as pesquisas de voz para definir o que te oferecer enquanto você vê o feed. Não é coincidência, está previsto desde que você aceita os termos e as condições. E isso não afetou a vida de um social media, pelo contrário, fortaleceu o seu trabalho e garantiu melhores resultados.


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 123 #BECOU #FUCKNUDESSENDDRINKS #BECOU #FUCKNUDESSENDDRINKS # BEC O U #FU C K N U DES SEN D D RIN K S # BEC O U #FU C K N U DES SEN D D RIN K S Rua Conselheiro Pedro Luiz,348, ECO RV - Container 03 - Rio Vermelho # BEC O U #FU C K N U DES SEN D D RIN K S # BEC O U #FU C K N U DES SEN D D RIN K S #BECOU #FUCKNUDESSENDDRINKS #BECOU #FUCK FU C K N U DES SEN D D RIN K S


124 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Monique Melo Jornalista, assessora de comunicação, diretora da Texto & Cia e diretora Regional da ABRACOM-BA O ser humano possui esta capacidade: quanto mais treinamos a criatividade e a comunicação, mais nos aperfeiçoamos e nos tornamos um nexialista: aquele que consegue ligar os pontos com isenção e resolver problemas com soluções inovadoras Como você mede o sucesso? Talvez seja a hora de repensar seus conceitos Quem te inspira como ser humano? Nas últimas décadas, o capitalismo lançou fórmulas e heróis atrelados ao sucesso financeiro. O resultado não tem sido nada bom, com a riqueza concentrada nas mãos de poucos e o planeta pedindo socorro. Por isso, temos vivido uma disrupção nos relacionamentos, no trabalho e na gestão de negócios, com o avanço da tecnologia, para acharmos soluções viáveis que permitam a nossa sobrevivência e evolução. Muitos se amedrontam com o novo e a potência da Inteligência Artificial. Eu sou muito otimista, acho que a máquina vai nos lembrar e cobrar a nossa humanidade, ou seja, as nossas características sutis, e se apropriar das atividades repetitivas, como tem que ser. Como dizia Platão, tudo nasce de uma ideia, seja um projeto ou uma mensagem. Os algoritmos cruzam dados, mas são as pessoas que os criam, imaginam e sonham. Assim, implementam mudanças, desenvolvem mentalidade crítica e acham soluções. Por isso, as habilidades comportamentais são cada vez mais essenciais a qualquer profissional e, principalmente, às lideranças. Destaco duas: criatividade e comunicação, esta última, porta de entrada para a qualidade dos nossos relacionamentos, responsáveis, segundo a mais longa pesquisa de Harvard, por nos propiciar uma vida mais longeva e feliz. Elas andam juntas, pois cada um vê o mundo à sua maneira e de forma única, o que gera muito ruído e incompreensão. Qual o antídoto? O poder da empatia para se colocar no lugar do outro, de uma maneira compassiva, entendendo sua cultura, história, geração... mesmo que se pense completamente diferente. Isto exige muita curiosidade e imaginação, que são libertadoras, assim como o ponto de vista divergente amplia a nossa perspectiva da realidade. Entendeu, agora, por que quanto mais uma equipe é plural, diversa e inclusiva, mais inteligente e criativa ela consegue ser? Como dizem os filósofos estoicos, as coisas não fazem nada com a gente, a forma como as percebemos e interpretamos é que faz. Pergunto-me por que não usar este diálogo interno a nosso favor e a favor do nosso crescimento, com mais positividade. um nexialista: aquele que consegue ligar os pontos com isenção e resolver problemas com soluções inovadoras. Ele não é especialista nem generalista, mas sabe o momento de lidar com os dois para escolher as melhores ideias e sugestões, e agir assertivamente em cada contexto. Neste mundo veloz, digital, onde a informação está em nossas mãos, e o modelo de gestão é de ecossistemas, é este o novo profissional desejado. Confesso que me lembrou o ofício do jornalista ao redigir uma matéria especial ou de um gerenciador de crises, que, sem paixão, busca o nexo entre as partes envolvidas para criar o melhor posicionamento, storytelling. Este conceito saiu de um livro canadense de ficção científica da década de 1950, “The Voyage of the Space Beagle”, para fazer sentido atualmente, quando precisamos de visão abrangente para ter resultados exponenciais. O nexialismo promove efetivamente a colaboração, pois mostra a interoperabilidade dos negócios e a remuneração cruzada, é o somar para multiplicar, mesmo com os concorrentes. Nesse ambiente, precisamos entender e cuidar das pessoas para o sistema rodar bem. Por isso, respondendo à pergunta inicial, fico com o psicólogo norte-americano Marshall Rosemberg, que categorizou a Comunicação Não Violenta, que nos permite respeitar e viver em paz conosco e com o outro, trazendo à tona a nossa capacidade de reconhecer as nossas necessidades e sentimentos, assim como os dos demais. É essa cultura de fraternidade que fará a nossa sociedade avançar. A polarização e a discórdia só nos enfraquecem. Um filme que me marcou muito e que mostra esta grande lição foi “A Vida é Bela”, mesmo num campo de concentração, a narrativa apreciativa do pai imperou e tornou a realidade mais leve e bonita para o filho. O ser humano possui esta capacidade: quanto mais treinamos a criatividade e a comunicação, mais nos aperfeiçoamos e nos tornamos


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126 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Administrador de empresas e radialista @ildazio Ildazio Tavares Jr. Conectados Ao nomear uma mulher, negra, nordestina e artista para um cargo de tal relevância, o atual presidente da República dá a prova de que possui uma grande angular como ninguém deste vasto Brasil e suas diferenças; que a cultura, neste fragilizado momento, necessita de uma pessoa entranhada nela; e que a Bahia, nesse sentido, sempre fez a diferença. Mais uma vez, um artista sobe a esse grande palco que foi tão vilipendiado, colocado na mão de incapazes e que de cultura nunca tinham vivido em sua plenitude. Conheci Margareth pessoalmente em 1994, quando fizemos a segunda temporada da “Ópera Lídia de Oxum” e “O Barão de Santo Amaro”, em ritmo de superprodução para a reinauguração do Parque Metropolitano do Abaeté. Esse evento muito me orgulhou, pois, além do fato de ser uma obra do meu pai que foi executada para mais de 10 mil pessoas, ela era a protagonista, a Lídia, sendo regida pelo grande maestro Julio Medaglia; de lá para cá, fizemos outros eventos e, como comunicador, a entrevistei muitas vezes em todos os veículos pelos quais passei, o que muito me enaltece. A nossa baiana, ministra da Cultura, além de uma pessoa iluminada pelos orixás, acumula uma vasta experiência artística, internacional inclusive. Na música, um sucesso que vai de turnê com David Byrne, dos Talking Heads, a Tribalistas; de Grammy a Dodô e Osmar, e muito mais. Muitas horas de bailes ao longo desses 40 anos de carreira: é voz fundamental no Carnaval da Bahia, e junto com a sua turma muito fez no sentido de produção cultural baiana de destaque e sempre com uma visão à frente do tempo, a exemplo do Bloco Os Mascarados, o primeiro bloco carnavalesco que repudiava o abadá, assumidamente diverso e que arrastava milhares dentro e fora das cordas. Isso tudo em um momento ainda muito machista e preconceituoso do Carnaval e do Brasil. O que se espera de uma grande artista quando alçada a um cargo dessa magnitude é que ela leve tão a sério essa nova etapa de vida e a trate até com mais zelo e com a responsabilidade que sempre tratou a sua carreira – e que se percebe, pelo currículo, que o fez muito bem. Ser ministra por merecimento é algo maravilhoso, mas se sustentar no cargo é outra coisa. E alguns fatores nessa arrancada serão fundamentais: o time a ser escolhido, as suas competências, a sinergia e a sincronia serão a “chave do tamanho” para que Margareth repita com o mesmo sucesso, ou maior ainda, o que outro notório artista baiano fez por lá, dando outros rumos democráticos e corretos à cultura brasileira. E detalhe: com o mesmo presidente, em uma nova plataforma diversa de política social em exercício. À ministra Margareth Menezes da Purificação, essa soteropolitana da Boa Viagem, filha de uma costureira e de um motorista, desejo todo o axé que os orixás possam dar, que realize uma gestão de alto nível em prol da cultura para o povo e que invada este país carente e cheio de tantas tradições com arte, sustentabilidade, educação e inclusão. Parabéns, Maga! Quero te ver cantando na ONU! Uma artista na Cultura Enquanto não nos reconhecermos como um país negro e feminino, dificilmente daremos certo. Mas me parece que retomamos a direção! Margareth aliou o social, de maneira clara, com a economia criativa cultural do seu Mercado Iaô, além de ser fundadora da ONG Associação Fábrica Cultural, uma organização social sem fins lucrativos que atua com cultura, educação e sustentabilidade na capital baiana. Ela ainda é embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/UNESCO e foi reconhecida pelo Mipad 100, da ONU, em 2021, como uma das personalidades negras mais influentes do mundo. E, ainda por cima, foi agraciada com a letra de música mais difícil de todo o mundo do axé music: “Faraó, Divindade do Egito”.


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 127 Rádio Excelsior apresenta... VOCÊ SINTONIZADO AO MUNDO. Conectados na 106.1 FM. De segunda a sexta, às 13h.


128 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Jornalista, nascido e criado nos bastidores da mídia @matheuspastori Matheus Pastori de Araujo De Olho nas Telas SE ERGUES DA JUSTIÇA O violento ataque às sedes dos Três Poderes da República, ao qual assistimos no último 8 de janeiro, foi um ápice de um fenômeno de comunicação inédito nestas terras tupiniquins. É disto que trata a série documental Extremistas.br, obra exclusiva do Globoplay, que se dispôs a imergir, em um trabalho investigativo de mais de dois anos, na bolha de seguidores ultrarradicalizados, que conseguiram, notadamente pelas redes sociais, se transportar para outro planeta. Existe, aqui, no mundo real, uma palavra para isso. Alienação. Nunca um termo foi tão literal. E é nisso que se debruçam as equipes da série, produzida ainda anos antes dos atentados. Os jornalistas entrevistaram pessoas que trabalham espalhando fake news e figuras de destaque nas mobilizações, além de estudiosos do tema. Esta coluna apurou que houve um mutirão dos editores do documentário quando se teve notícia dos urgentes acontecimentos em Brasília. A série estava programada para ser lançada no dia seguinte àquelas cenas históricas. Lá estavam, marchando na Esplanada dos Ministérios, alguns dos personagens que, convictos de suas causas, concordaram em ser entrevistados. Tal como se viu, de forma estarrecedora, e, no mínimo, pouco inteligente, vândalos fazendo transmissões ao vivo, fotos e vídeos que registram o patrimônio que eles próprios depredaram. O que chama a atenção, portanto, é a insensatez da maioria dos depoimentos. Não do ponto de vista pessoal ou político, mas, sim, daquilo que é fruto de uma espécie de alucinação coletiva sobre aquilo que é palpável, plausível, daquilo que é real. Mas este adjetivo, que, sim, é suscetível às mais diversas interpretações, perdeu a importância na bolha ultrarradical. Uma mensagem do tio no grupo da família ou um usuário no Twitter viraram fontes mais confiáveis para essas pessoas do que veículos de jornalismo profissional, que têm apuração, responsabilidade e uma reputação a zelar naquilo que se noticia. Desde que essas fontes alternativas de suposta informação façam coro aos seus interesses. No documentário, há desde entrevistas com militares radicais a conversas com sociólogos, que tecem análises sobre o comportamento dessas pessoas. E há ainda depoimentos de infiltrados, operadores de redes sociais e mais uma série de figuras fundamentais para compreender a militância extrema no Brasil de hoje. “Foi um mergulho intenso e desafiador. Nosso trabalho em Extremistas.br foi principalmente de ouvir e observar. É interessante que muitos se abriram para a nossa equipe quando abordados fora do ambiente de grupo, em conversas individuais. A minha sensação é de que a série é uma contribuição duradoura para o debate sobre os motivos que levam as pessoas a atacarem a democracia”, comenta o diretor da série, Caio Cavechini. Em consequência dos ataques, Extremistas.br foi lançada no dia 11 de janeiro, dividida em oito episódios, que já estão disponíveis na íntegra para quem é assinante da plataforma de streaming da Globo. Veja a seguir as minhas outras indicações de séries do momento: A CLAVA FORTE Fotos: Divulgação


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 129 Cinema & TV Fotos: Divulgação ROTA 66 Entre os anos 1970 e 1980, uma unidade das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), considerada uma divisão de elite da Polícia Militar de São Paulo, praticou uma série de assassinatos de jovens (na maior parte, negros e pobres), que eram forjados para parecer que se tratava de tiroteios – ou seja, como se as vítimas tivessem reagido. Nessa mesma época, um jovem repórter gaúcho resolveu investigar esses casos. Depois de sete anos de apuração, Caco Barcellos concluiu que os policiais da Rota 66 executaram cerca de 4.200 pessoas, concretizando um verdadeiro genocídio da população periférica paulista. GLOBOPLAY BOATE KISS - A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA Dia 27 de janeiro de 2013. Em uma manhã de domingo, o Brasil era acordado pela notícia da tragédia. O incêndio na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS), matou 242 pessoas – outras 600 ficaram feridas. Dez anos depois, a série documental mostra, com depoimentos e registros inéditos, o que aconteceu naquela madrugada de horror. A série revela a sucessão de erros e irregularidades que levaram à morte de tantos jovens, a dor irreparável das famílias e a falta de resposta do Estado brasileiro. O documentário é dirigido pelo repórter Marcelo Canellas, nascido e criado em Santa Maria. HARRY & MEGHAN Em uma das mais controversas e polêmicas obras envolvendo a protocolar Coroa Britânica, o duque e a duquesa de Sussex estão dispostos a compartilhar sua rotina com o público em uma série de episódios que exploram suas vidas antes e depois do escandaloso rompimento com a realeza. Após o desentendimento e a pressão em torno do casal, Meghan e Harry decidiram construir uma nova vida nos Estados Unidos. A produção conta com depoimentos exclusivos de parentes e pessoas próximas, além da análise de historiadores sobre a situação atual da Commonwealth e o relacionamento da família real com a imprensa. EMILY EM PARIS 3ª TEMPORADA A trama da terceira temporada se passa um ano após Emily (Lily Collins) ter se mudado para Paris. No entanto, nesta nova leva de episódios, a personagem se encontra em várias encruzilhadas em relação a todos os aspectos de sua vida. No trabalho, Emily deverá escolher se voltará para Chicago ou se ficará em Paris, lugar no qual ela finalmente conquistou o respeito e a confiança de todos da agência. Já no amor, ela precisa tomar uma decisão: continuar o seu relacionamento à distância com Alfie (Lucien Laviscount) ou se entregar à sua paixão por Gabriel (Lucas Bravo). NETFLIX YOU - 4ª TEMPORADA Joe fugiu para a Europa após a morte de Love (Victoria Pedretti). Com o intuito de reconstruir a sua vida e se afastar do rastro de morte que deixou nos Estados Unidos, ele assume uma nova identidade como professor de uma universidade de Londres. Apesar da vida nova, Joe volta a ser atormentado por seus pecados quando um assassino começa a matar alunos e confessa saber o seu segredo.


130 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Sessão Pipoca Tradutora, revisora e apaixonada por cinema @gabycponce O fantásticouniverso Gabriela Ponce Esta coluna é escrita por uma fã declarada. A obra desse sagitariano detentor de uma mente brilhante é de grande valor para a Sétima Arte. Steven Spielberg é um dos responsáveis pelo fascínio por cinema de gerações nos anos 1970 e 1980. O cineasta apaixonado por efeitos especiais e campeão de bilheterias com sucessos inesquecíveis e premiadíssimos como “E.T.”, “Tubarão”, a saga “Indiana Jones”, a saga “Jurassic Park”, “Império do Sol”, “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, “A Lista de Schindler”, “O Resgaste do Soldado Ryan”, “A Cor Púrpura”, “A.I. - Inteligência Artificial”, “Minority Report”, “Guerra dos Mundos”, “O Terminal”, “Lincoln”, “Jogador Nº 1”, “The Post – A Guerra Secreta”, “Munich”, entre tantos outros trabalhos, está mais uma vez na lista dos indicados ao Oscar deste ano. Com uma filmografia admirável, não é casualidade que Spielberg seja o diretor que tem mais filmes na lista dos “100 Melhores Filmes Americanos de Todos os Tempos”, e é praticamente improvável que alguém nunca os tenha assistido ou, ao menos, ouvido falar sobre os seus filmes mais bem-sucedidos. Trata-se de um sem-fim de produções que encantaram milhares de pessoas ao redor do planeta e entraram para a galeria pessoal da memória afetiva de muitos (aí me incluo). cinematográfico de Spielberg


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 131 Cinema & TV “The Fabelmans”: UMA DECLARAÇÃO DE AMOR AO CINEMA Aos apreciadores do cinema, e também aos que adoram uma boa história, Spielberg apresenta em seu mais novo longa, o autobiográfico “The Fabelmans” (2022), como surgiu a sua relação com as câmeras e com a narrativa de histórias geniais, o que o levou a ser um dos mais consagrados diretores de cinema do mundo. Com sete indicações ao Oscar deste ano, o filme passeia, de forma apaixonada, pela história do cinema estadunidense, na qual o premiado diretor deixou marcado o seu nome, apresentando-nos, entre muitas referências, o seu universo particular desde a infância, a sua relação com a família, o desabrochar e o desenvolvimento da sua veia artística, a influência de John Ford em sua formação cinematográfica e a sua paixão por filmes. Ah! E temos um plus pré-filme! Antes da projeção do longa, o próprio Spielberg aparece em um vídeo dizendo que “The Fabelmans” é uma carta de amor à sua família e à arte de fazer filmes, além de afirmar ser este o seu trabalho mais pessoal. E agradece a todos os que foram às salas de cinema para assisti-lo. No meu rosto estampou-se um sorriso bobo e me deleitei durante duas horas e meia de filme. Com um elenco sensacional (Paul Dano, Michelle Williams, Gabriel LaBelle, David Lynch. Sim! Uau!), “The Fabelmans” nos contra a trajetória de Sam Fabelman, um garoto que cresce apaixonado por cinema e que vive em mudanças constantes com a família, devido ao trabalho de seu pai, um tenaz engenheiro elétrico em ascensão profissional. Entre dramas familiares, adaptações locais e sociais e o descobrimento dos seus rumos na vida, a mensagem principal que Spielberg nos traz com este filme é que, muito além de um divertimento ou um simples passatempo, o cinema delineia sentimentos, altera destinos e o nosso modo de ver a vida. Uma verdadeira declaração de amor à Sétima Arte! Eu sempre vi uma sala de cinema como uma “caixa mágica”, escura, agradavelmente climatizada e imersiva, na qual, ao longo da duração de um filme, eu me refugio da realidade e mergulho em histórias fantásticas produzidas por brilhantes mentes humanas. Frequentadora desse “refúgio de magia” desde muito pequena, me faltam adjetivos para descrever o trabalho de Steven Spielberg. Criador de fábulas inesquecíveis, de imagens e personagens épicos que viraram ícones da cultura pop mundial, o cineasta continua a nos encantar com a sua maestria ao narrar histórias nas grandes telas. Um brinde aos sonhadores! Um brinde aos realizadores de sonhos! Um brinde às mentes geniais que nos presenteiam magia, arte, cultura e conhecimento. Saí do cinema em estado de contemplação após assistir a “The Fabelmans”. Criador e criatura. “E.T. O Extraterreste”, 1982 Cena de “The Fabelmans”: Spielberg criança com os pais, encantado em uma sala de cinema Cena de “The Fabelmans”: o jovem cineasta em ação


132 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Patrimônios Retratos Um mar calmo pincelado de turquesa, com barqueiros em suas idas e vindas, emoldura com o céu azul, a velha cidade da Bahia e suas gentes de todas as cores. Do preto e branco de fotografias e litografias antigas do século XIX, retratos de um tempo em papel, surge a mais importante cidade da província da Bahia, ex-capital da América Portuguesa: a cidade do Salvador. Foi com base em antigos registros iconográficos que o artista visual Floro Freire compôs digitalmente uma intervenção colorida de uma das vistas mais reproduzidas de Salvador ao longo do tempo. O árduo trabalho que pode durar até mais de dois anos, a depender da de um tempo na Cidade do Salvador da Bahia reconstituição, foi feito com base em uma mistura de sensibilidade artística e tecnologia. Digitalmente, por meio de um software específico, fotos antigas ganham cor, vivacidade em seus traçados e pequenos ajustes em cenas e ângulos feitos com o cruzamento de fontes documentais do período. Chamar esse trabalho de composição é proposital, afinal todo o detalhamento e desenho em cima das fotos antigas lembra a escrita de uma música, de uma sinfonia. No texto de hoje, veremos com mais detalhes a famosa “Vue de Bahia” de Victor Frond, Photog Aubrun lith./Imp. Lemercier, Paris, década de 1850, em cores trazidas por Freire mais de 150 anos depois. Na vista, temos a Cidade Baixa, antiga zona comercial, com dezenas de casarios, alguns centenários naquela época, exibindo o traçado com influência lusa em terras baianas. Prédios de três, quatro e até cinco pavimentos erguiam-se de frente para o mar da velha baía ou se equilibravam entre as ladeiras e vielas da cidade. Em alvenaria de pedra com armações em madeira, cada um desses prédios, com seus andares e cômodos, era um mundo onde comércios, moradias e cortiços davam o toque de uma das maiores cidades da América. O surgimento da nova alfândega, hoje Mercado Modelo, mudou toda a região. A imponente edificação Por Rafael Dantas


Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Let’s Go Bahia | 133 foi construída próxima do mar, em um terreno que precisou ser preparado, projetando-se sobre a Baía de Todos-os-Santos, para receber as firmes colunas da rotunda e as grossas paredes em pedra. Foi inaugurada em 1861 e era o maior prédio de toda a área nas proximidades dos antigos trapiches e prédios de comércio. A parte subterrânea tinha a função, além de base estrutural e de sustentação da construção, de ser uma adega para a guarda de bebidas ou demais produtos que pudessem ali repousar, nada portando direcionado a esconder escravizados como até hoje alguns dizem. Seu grande telheiro competia com os inclinados telhados dos casarios mais altos que a ladeavam; uma visão típica de uma cidade que, vista do alto, parecia um emaranhado de telhas em sobe e desce. A mancha verde que separa a Cidade Alta da Baixa, na encosta do frontispício, é quase que uma constante ao longo dos séculos de transformações urbanas na cidade do Salvador. Na litogravura de Frond, provavelmente acrescentando detalhes a mais que o cenário real em meados no século XIX, notam-se grandes árvores com copas que se empunham sobre os sobrados e pelas ladeiras em direção à parte alta. Comparando esse trabalho artístico com gravuras e pinturas antigas, percebe-se a intervenção feita na litogravura, dando um ar mais romântico à cena. Junto com o novo prédio alfandegário novas construções surgiram no entorno. No lugar do antigo, predominando o traçado típico dos prédios chegava, e tudo isso era também sentido na arquitetura da cidade. Seja com suas paredes brancas, ou com tonalidades ocres ou até mesmo avermelhadas, a velha cidade, e sua região portuária, continuava tingida pelo vaivém de gentes e mercadorias. Foi ali que milhares chegaram ao longo dos séculos como escravizados até a proibição atlântica em meados do século XIX. Quase que despencando na encosta verdejante, casarios erguidos ao longo dos anos de 1750 exibiam pequenas janelas e grandes espaços em suas áreas térreas, típica inovação para atender à geografia íngreme da encosta. A torre da Santa Casa da Misericórdia aparece tímida do lado esquerdo, sinalizando que a força cristã moldou os contornos soteropolitanos ao longo dos séculos. Na outra extremidade, do lado direito, o Teatro São João, de cor salmão, direciona nosso olhar para a Ladeira de São Bento com seu mosteiro ainda sem as torres e sem sua cúpula. As torres e a cúpula foram conquistas da segunda metade do século XIX. Essa era Salvador da Bahia, cidade de dois andares, de Victor Frond, na década de 1850. Essa também é a cidade de Floro Freire, em 2023. O que um retratou em preto e branco no século XIX, o outro deu cor em nossa atualidade. Victor Frond Analisar as imagens da Cidade do Salvador em meados do século XIX é um exercício de contemplação. Onde cada detalhe reflete histórias de povo, de um tempo e do que se foi ao longo do tempo do século XVIII, novos prédios foram construídos, ou antigos foram reformados com os aprimoramentos e mudanças estéticas dos anos de 1840 e 1850. O cenário pós-abertura dos portos em 1808 possibilitou que Salvador ganhasse uma série de inovações advindas do contato com o mundo e com o Hemisfério Norte. Atrelado à pujança portuária, era no porto onde o mais novo


134 | Let’s Go Bahia Jan/Fev - Circ.: Mar/Abr 2023 Crônica Não é sobre otimismo, pessimismo, realismo, nem sobre escolher ser feliz, triste ou alegre. É sobre o espírito de cada tempo, a desordem do mundo, das coisas à nossa volta e, principalmente, sobre os fatos e seus respectivos contextos. As civilizações, todas elas, em qualquer tempo, são coletivas. E não dá para desgarrar as âncoras de nossas inspirações do universo ao nosso redor. O mundo muda, o tempo inteiro, sempre. Mas, em algumas épocas da história, o dínamo da instabilidade parece excessivamente acelerado, girando a roda das transformações numa velocidade tão vertiginosa que o equilíbrio mínimo parece inalcançável. Nesta terceira década do século XXI, quem não está tonto é porque não está compreendendo a escala das mudanças, lá fora, ao nosso lado e dentro da gente. A inspiração que alimenta nossos motores intelectuais, sentimentais e sociais para que surfemos sobre o caos de agora sempre nos parece estar majoritariamente fora de nós, no outro, no progresso do mundo, nas coisas boas e naquilo que a nossa sensatez reconhece como sinônimo do que deu certo, do que está dando certo. E como civilização, como país, como geração, vamos combinar que tudo parece agora ter se descolado e deslocado tanto do lugar, para o bem e para o mal, que, internamente, a dificuldade de percebermos que tudo está muito bem é diretamente proporcional à nossa sensatez. Raríssimas coisas parecem ir bem ou ter solidez. Como país, por exemplo, começamos o ano com as cenas apocalípticas de Brasília no dia 8 de janeiro. De um lado ou do outro Malu Fontes Jornalista, Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas e professora do curso de Jornalismo da Facom/UFBA; Instagram: @maluzes; contato: [email protected] do polo, mesmo porque o centro parece estar completamente vazio, como acreditar que toda aquela destruição vai produzir uma nação melhor, como consequência? E não valem as teses de que nós, o Brasil, é que somos o irremediável, que somos a prova concreta de que o futuro não nos levou a lugar algum. Concreta também é a tese que sustenta: a grama do vizinho é sempre mais verde. Parece, mas não é. Cada nação com suas pústulas aparentemente intratáveis. Vejamos os Estados Unidos, o império do mundo. Há razões defensáveis para que todas as semanas lunáticos cometam de novo e de novo tantos crimes em massa? E para que a polícia continue matando mais e mais negros, mesmo após a convulsão vista no país com a morte de George Floyd? A tragédia humanitária Yanomami, as dezenas de milhares de demissões simultâneas anunciadas pelas gigantes da tecnologia global, o terremoto na Turquia e na Síria… Tudo isso somado a todos os grandes problemas crônicos e novos do mundo, cujas soluções insistem em inexistir, nos remete à pergunta: de onde extrair inspiração para ter fé na vida e no futuro? Dos rumos que a civilização tomou e do estado de coisas para onde o século XXI nos trouxe, não parecem ser escolhas prestáveis. A imaginação da vida A distopia saiu dos livros e dos filmes de ficção científica e tornou-se corpórea, passou a habitar em nós, agora mais tempo presos em telas, relações mediadas pela tecnologia, contatos indiretos do que jamais éramos capazes de imaginar há 30 anos. Odiamos, amamos, sofremos, consumimos e somos massacrados na dimensão digital da vida. Isso já tem até nome: imaginarização da vida. Essa condição que nos mantém por muito mais tempo de nossa vida construindo relações e conexões indiretas, portanto majoritariamente imaginadas, através de uma tela do que face a face, em contato direto e físico com as pessoas com quem nos relacionamos. A inspiração que alimenta nossos motores intelectuais, sentimentais e sociais para que surfemos sobre o caos de agora sempre nos parece estar majoritariamente fora de nós, no outro e naquilo que a nossa sensatez reconhece como sinônimo do que deu certo, do que está dando certo. O presente e o universo ao redor


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