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Published by upnacomunicacao, 2024-06-10 14:50:01

Revista Febradisk #25

Julho/Agosto/Setembro 2024

PALAVRA DO PRESIDENTE 04 Revista Febradisk #25 Nesta edição da Revista Febradisk, a última que assino como Presidente da Federação, me despeço usando parte da música de uma renomada banda, afinal assumo agora como Presidente Conselheiro, logo, continuo em nossa luta diária e constante em favor do segmento de bebidas e de nossas revendas. “Pra dizer jamais” é o que também afirmam os três remanescentes dos Titãs, banda à qual me referi acima e que, no ano passado, realizou a turnê “Pra Dizer Adeus”, como celebração dos seus 40 anos de sucesso, reunindo ex-integrantes. Nada mais justo que tê-los em nossa capa! As novidades não param. Nossa redação, como sempre, convidou especialistas em diversos assuntos para contribuir com a nossa pauta, mas para o artigo de Tecnologia, pela primeira vez em nossa publicação, a participação especial de um robô. Sim! É ele quem nos fala sobre os impactos do Marco Legal da Inteligência Artificial para as empresas, especialmente as do nosso setor. Em Gestão, seguimos com tecnologia. A matéria aborda como nós, empresários, podemos adequar as nossas plataformas digitais para a inclusão e acessibilidade, alcançando mais de 18 milhões de pessoas. A editoria de Turismo fez uma visita a Belém, no Pará. Mais uma vez, voltou encantada com as belezas naturais e pela diversidade cultural do nosso país, e você é convidado a embarcar nessa viagem conosco. É claro que temos RH, Jurídico, Finanças, Saúde, Gastronomia, Cultura e um superespecial sobre Segurança no Trânsito para as nossas frotas. Lembrem-se: não estou dizendo adeus. Estou dizendo jamais! Desejo ao Matheus Debacco, Presidente da Febradisk já a partir de agosto, toda a sorte do mundo no desenvolvimento de nossos negócios. Seguimos juntos, cada qual com novos cargos e desafios. Para você, amigo leitor, deixo o meu abraço e os votos de uma excelente leitura desta edição, bem como das demais que estão por vir. Até breve! João Biliero Presidente da Febradisk Editor: Flamarion Reis - DRT 270 Jornalista: Alessandra Aquino e Batista - DRT-BA 2120 Reportagens: Flamarion Reis e Alessandra Aquino e Batista Projeto gráfico: Flamarion Reis Revisão: Silvio Spinola Colaborou com tratamento de imagem da capa: Marcos Vinícius Silva Articulistas colaboradores: Fábio Roberto Mariano, Fernanda Della Rosa, Juliana Caires e Liliane Tavares, Mr. Beer. Febradisk - Av. João Antônio Maccatti, 1601, Jardim Casa Branca, Jundiaí-SP A Febradisk, a Revista Febradisk e a UP Conteúdo Criativo não se responsabilizam por opiniões dos artigos assinados por seus colaboradores convidados. As fotos desta edição foram cedidas por seus respectivos fotógrafos e/ou contratantes. Ano 06 | Edição: 25 - Jul/Ago/Set de 2024 Impresso na Venâncio Ayres | 1.100 Exemplares Versão digital disponível no site Febradisk Foto da capa: Tony Santos/ Freepik “Pra dizer adeus, pra dizer jamais” Presidente: João Biliero Vice-Presidente: Matheus Debacco Presidente Conselheiro: Barreto Góes Executiva: Adelita Rauber DIRETORIAS: Adm./ Financeiro: Reinaldo Silveira Comunic/Conv.: Adelita Rauber e Alexandre Fernandes e Matheus Debacco Treinamento e Capacit.: Vicente Marra Inovação e Tecnologia: Ari César Viapiana Jurídico: Cristina Froes Execução - Assess./Trade: Luís F. Cardoso Supply Chain: Nelson Júnior Checon Presidentes das Regionais: Ali Charanek, Ari César Viapiana, Dainy Godoy, Nélson Júnior Checon Capa: Titãs: Pra dizer jamais Depois do projeto Encontro: Pra Dizer Adeus, três dos Titãs falam à Revista Febradisk sobre Microfonado, a turnê que escreve o futuro da banda ASSINATURAS: febradisk.com.br/revista.php REDAÇÃO: upnacomunicacao@gmail.com | COMERCIAL: febradisk@febradisk.com.br


Foto: Janaina M. Arielo CARDÁPIO Revista Febradisk #25 05 10 Titãs: Pra dizer jamais Depois do projeto Encontro: Pra Dizer Adeus, três dos Titãs falam sobre Microfonado, turnê que escreve o futuro da banda Foto: Tony Santos 18Gestão Acessibilidade digital como ferramenta de inclusão e vendas 39 Gastronomia O dadinho de tapioca com geleia de pimenta dos botecos, em sua casa E mais: 06 - UM BRINDE COM - Débora Bittencourt 08 - RH - Efeito dominó na insatisfação do colega - Fábio R. Mariano 16 - JURÍDICO - Imposto Seletivo: o que é e no que implica - Juliana Caires 24 - TECNOLOGIA - O Marco Legal da IA e seus efeitos nas revendas - Mr. Beer 26 - PERFIL - Grande Sertão Distribuidora de Bebidas 28 - SAÚDE E BELEZA - A abstinência sexual e seus impactos na vida profissional - Leiliane Tavares de Albuquerque 29 - CULTURA - Dicas de livros, filmes e eventos 43 - FINANÇAS - Muito além dos lucros: vantagens e entraves da PLR - Fernanda Della Rosa 48 - VITRINE - Eventos de parceiros 50 - BOTECANDO - Flamarion Reis 36 Happy Hour Genesson Honorato explica o Hackeamento da AtençãoFoto: Divulgação 30Turismo Desembarcamos em Belém, a cidade das mangueiras e muitas histórias 44Especial Cultura da Segurança no Trânsito durante o transporte de bebidas Depositphotos Freepik Depositphotos


Revista Febradisk - Enquanto profissional especializada em Gerência de Receita, o que você diria sobre o mercado de cervejas no Brasil e a importância de uma companhia como a HEINEKEN nesse contexto? Débora Bittencourt - Gestão de Receita (revenue management) já é uma área desafiadora no Brasil mais do que em outros países. Pois ele é o país da América Latina mais sensível à mudança de preços e o mercado de cerveja é o que tem uma das elasticidades mais altas no mercado de bens de consumo. Tudo isso deixa o nosso trabalho ainda mais desafiador. Já trabalhei nessa área em empresas de refrigerantes, cosméticos, químicos e mineração e é incrível poder atuar agora na HEINEKEN Brasil, uma referência em qualidade de cerveja, com as melhores marcas e uma empresa que está em constante crescimento sustentável e tem um papel muito importante por levar cervejas de qualidade para cada brasileiro, elevando o padrão do mercado cervejeiro no país. RF - Você se formou em Administração de Empresas e, em seguida, foi trabalhar em Madri. Como foi o início de sua carreira profissional e o que essa experiência tem a acrescentar ao seu trabalho na HEINEKEN? Como descreveria sua experiência como Business Woman em solo estrangeiro? DB - Sempre gostei de desafios, de me superar e sempre visei ser independente. Escolhi administração de empresas, pois queria um dia chegar em um cargo que toma decisão e ajuda a desenhar a melhor estratégia para a empresa crescer e prosperar. Mudar de país foi um desafio que sempre sonhei. Aprender uma língua nova, uma cultura diferente e poder me desafiar em vários ângulos. Sempre tive em mente que precisava ser melhor, acima da média, para conseguir crescer nas empresas, sempre tão masculinas. Eu olhava “para cima” e não via mulheres na liderança, como diretoras. Ser mulher nesse contexto empresarial sempre foi desafiador e sempre precisei me provar e me superar o tempo todo. Desde trainee, queria ser uma mulher que estivesse sentada onde as decisões são tomadas. RF - Como Diretora Sênior da HEINEKEN, com a tarefa de impulsionar o crescimento da receita e da margem, o que você diria sobre sua atuação nesses três meses de emUM BRINDE COM... 06 Revista Febradisk #25 Débora Bittencourt Diretora Sênior de Receita, Débora é carioca, mãe de duas filhas, ama velejar e viajar. Segundo ela, o otimismo e o equilíbrio para as vidas pessoal e profissional vêm da prática de Yoga, prática de exercícios físicos e meditação. Na entrevista, ela fala sobre carreira, experiências e sua atuação na HEINEKEN Brasil Foto: Divulgação


Revista Febradisk #25 07 presa? O que recomenda aos revendedores para a ampliação das receitas e margens? DB - Estamos cada vez mais em um mercado desafiador, com a renda per capita totalmente diferente por região e os consumidores com necessidades e anseios totalmente diferentes. Precisamos, cada vez mais, agir estrategicamente, entregando o produto que nosso consumidor quer, no preço, embalagem e ponto de venda corretos. Diferenciar a estratégia, investir em promoções e descontos que tragam retorno sobre o investimento e que geram valor para a empresa e para o consumidor. Além disso, precisamos ter agilidade, tecnologia e as pessoas com uma mentalidade disruptiva, visão de mercado e trabalho em conjunto entre empresa, revendedores e clientes. RF - Como você se revelou ser uma pessoa de excelência em habilidades interpessoais? DB - Sempre procurei me evoluir como ser humano e como líder. Estudo muito, por mais de 10 anos, o comportamento humano, as relações interpessoais, os estilos de liderança, de gestão, comunicação e viso ser a mais autêntica possível e bem transparente com o meu time, pares, líderes e parceiros de negócio. Ouço muito, gosto de montar equipes diversas, com visões e experiências diferentes. Acredito que diversidade de opiniões, de visões e ideias é o mais rico que podemos ter no dia a dia. Adoro quando alguém pensa algo novo e me desafia a fazer diferente. RF - Quais são as práticas financeiras sustentáveis que você enfatiza? DB - Acredito em um mercado onde todos precisam sair ganhando. Precisamos viver em parceria e em equilíbrio. Acho que toda empresa tem um papel primordial no meio ambiente e na cadeia em que ela atua. Precisamos atuar em equilíbrio e gerar valor para todos os componentes da cadeia, sejam parceiros, fornecedores ou clientes. RF - Você atuou como voluntária na criação de pré-vestibulares para jovens carentes do Rio de Janeiro e com projetos sociais. Você considera isso como um aprendizado? DB - Sim. Acredito que, para a jornada valer a pena, precisa ser impactando positivamente as pessoas, meio ambiente e a comunidade onde atuamos. Na última empresa que eu estava, ajudei a desenvolver um instituto para crianças e adolescentes da comunidade do Jaguaré, em São Paulo. Desenhamos o projeto de educação em parceria com o Alicerce Educação e implementamos, do zero, ações para dar educação para 50 jovens e crianças. Foi uma satisfação sem tamanho e um dos feitos mais importantes na minha carreira. Aprendi muito e vejo o quanto temos que fazer ainda como sociedade. RF - Você recebeu dois prêmios em Gestão de Receitas, em 2017 e 2018. Fale um pouco desse reconhecimento: DB - Tenho muito orgulho dessa época, pois foi a primeira vez que o Brasil ganhou esse prêmio, e ganhamos por dois anos consecutivos. Lembro quando recebi o troféu e fiquei com vontade de dormir abraçada com ele (risos). Nessa época, fizemos um trabalho de gestão de receita bem profundo na empresa de refrigerantes, em redesenhar a arquitetura de preços do Brasil. Foi um projeto que durou dois anos e meio e que trouxe um resultado bem expressivo e quebramos alguns paradigmas. Foi um trabalho em equipe que só deu certo, pois o time comercial estava totalmente integrado e implementou tudo em campo. Esse é um exemplo de como a nossa área pode ter as melhores ideias, mas que se não tiver um trabalho em equipe e um time comercial trabalhando junto, não conseguimos gerar valor. Acredito que não fazemos nada sozinhos e que precisamos de muita gente engajada para conseguirmos fazer a diferença. Basta ter coragem, acreditar e se desafiar. Não existe o impossível, precisamos nos desafiar 24 horas e sermos sempre inconformados. “Acredito em um mercado onde todos precisam sair ganhando. Precisamos viver em parceria e em equilíbrio. Acho que toda empresa tem um papel primordial no meio ambiente e na cadeia em que ela atua”


08 Revista Febradisk #25 ARTIGO | RH Reclamações, murmúrios e “corpo mole”, típicos de funcionários insatisfeitos, podem afetar não só o outro, como o desempenho, a moral, a harmonia e o bem-estar coletivo de uma corporação. Diante disso, os mais comprometidos tendem a se sentir inconformados e criam represálias, outros ficam desmotivados, alguns permanecem indiferentes e os mais influenciáveis podem replicar tal atitude. Consequentemente, os conflitos se tornam rotineiros e os resultados entram em sinal de alerta. A insatisfação no ambiente de trabalho geralmente surge da falta de clareza sobre os papéis e funções de cada um dos profissionais que ali atuam. Esse desalinho é frequentemente resultado da desorganização por falha na gestão empresarial. A velha máxima de que “uma maçã podre estraga as outras” raramente se aplica em um ambiente profissional e colaborativo, uma vez que cada um tem ciência das suas responsabilidades e funções, e buscam auxiliar-se mutuamente caso percebam um colega com a estima baixa. Estruturar um organograma claro e um fluxo de trabalho racionalizado são os primeiros passos para se criar um ambiente organizacional produtivo e harmônico. Um ambiente de trabalho mais colaborativo e inclusivo, com comunicação clara e aberta entre liderança e funcionários, leva ao comprometimento e satisfação. Informar todos sobre os objetivos e ações principais da empresa cria um senso de pertencimento e valoriza as opiniões de cada um. O reconhecimento pelo trabalho bem feito é crucial. Premiações, bônus e gestos de agradecimento podem melhorar significativamente a moral dos funcionários. Oferecer oportunidades de crescimento profissional, como treinamentos e promoções, também incentiva a dedicação ao dever. O equilíbrio entre vida profissional e pessoal é igualmente importante. Programas de bem- -estar, horários de trabalho flexíveis e a possibilidade de trabalho remoto, quando possíveis, são maneiras eficazes de garantir que os colaboradores não se sintam sobrecarregados e mantenham uma boa qualidade de vida. Por fim, cultivar um ambiente de trabalho saudável, onde haja respeito e dedicação, é essencial. Mas como fazer isso acontecer? Incentivando o trabalho em equipe, promovendo a diversidade e criando políticas de inclusão, pois tudo isso ajuda a construir uma cultura organizacional mais forte e coesa, preparando a empresa para alçar voos cada vez mais altos. Efeito dominó Fábio Roberto Mariano Há mais de 20 anos transformando fábricas e negócios em locais melhores. Gestor industrial e de supply chain. Certificado em lean manufacturing e six sigma. Consultor, escritor, professor, coach, analista comportamental com PNL. Contabilista, administrador, pós-graduado em engenharia da produção, e em gestão da indústria da moda, com MBA em gestão de negócios, e em coaching com ênfase em gestão de pessoas. “Estruturar um organograma claro e um fluxo de trabalho racionalizado são os primeiros passos para se criar um ambiente organizacional produ- do colega tivo e harmônico” Depositphotos na insatisfação


Revista Febradisk #25 09 (14) 3815-1066 | (14) 99631-6572 Ronchetti Cadeiras | Caixas Térmicas | Guarda-Sol Bases | Ombrelones | Tendas | Barracas A FestadeSãoJoão só começa de verdade com produtosRonchetti! @ronchettiecia siga no Instagram


10 Revista Febradisk #25 CAPA TITÃS Depois do projeto Encontro: Pra Dizer Adeus, três dos Titãs falaram com a Revista Febradisk sobre Microfonado, a turnê que escreve o futuro da banda por Flamarion Reis Pra dizer jamais Foto: Dantas Jr. Fotografia


Quando um grupo de jovens estudantes resolve montar uma banda, sequer conseguimos imaginar o quão promissor aquele grupo musical poderá ser. Pois foi na época do Colégio Equipe, em São Paulo, que tudo começou. E de uma forma bem atípica, viu? Com nove integrantes, desses, seis vocalistas: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Ciro Pessoa, Sérgio Britto, Nando Reis e Paulo Miklos, que se juntaram ao baterista André Jung e aos guitarristas Marcelo Fromer e Tony Bellotto, ganhando as rádios e o coração do país inteiro. A origem do curioso nome da banda faz jus ao fato de, naquela época, os músicos serem ainda estudantes. Afinal, eles costumam ensaiar na biblioteca da casa de Tony, onde tinha livros da coleção Titãs, fossem eles da ciência, do esporte ou da literatura, ao alcance de suas mãos. Enquanto os ecléticos jovens se inspiravam em nomes como Novos Baianos, Alceu Valença e Gilberto Gil, aquelas publicações batizavam o grupo musical. Mesmo com a turnê Encontro: Pra Dizer Adeus, realizada em 2023, junto aos ex-integrantes, os Titãs prometem não parar. “Para Dizer Adeus foi o nome dado àquela segunda perna da turnê Titãs Encontro, porque determinava o fim daquela formação, daquele momento. Mas estamos longe de dizer adeus para qualquer coisa, estamos muito animados, entusiasmados, com Titãs Microfonado, e também para seguir em frente, fazendo coisas, sempre abertos a experimentações e a surpresas”, afirmou Tony Bellotto com exclusividade à Revista Febradisk, fazendo menção ao show Microfonado, que reúne canções que marcaram os 42 anos da banda e outras inéditas, apresentadas em seu último EP, Olho Furta-Cor, lançado há dois anos. “Tem um ditado que diz: nunca diga jamais. Então acho que vale nos dois propósitos. Estamos e permaneceremos juntos enquanto fizer sentido artístico, houver essa nossa parceria, essa química que tem funcionado tão bem”, completa o músico Sérgio Britto, explicando a continuidade da banda, hoje com três integrantes, e mais a participação de Mário Fabre e Beto Lee no novo projeto. Microfonado, inclusive, apresenta uma versão mais intimista do grupo, desde a sua estreia, no último mês de maio, em Revista Febradisk #25 11 Foto: Dantas Jr. Fotografia Foto: Dantas Jr. Fotografia Foto: Dantas Jr. Fotografia


12 Revista Febradisk #25 Ribeirão Prato, SP. Já a partir de junho, as apresentações da turnê voltam a acontecer nas principais cidades do país. Fique atento à agenda do grupo, disponibilizada sempre no Instagram (@titasoficial), para saber quando chegará em seu estado. “O Projeto Titãs Microfonado tem muito em comum, tem muito a ver com o Olho Furta-Cor, nosso mais recente disco de músicas inéditas, lançado há dois anos, como parte das comemorações dos 40 anos da banda. Lançamos o disco para mostrar que, mesmo depois de 40 anos, continuamos fazendo coisas novas e enfrentando desafios. Daí fizemos a grande e bem-sucedida turnê Titãs Encontro, Pra Dizer Adeus com os ex-integrantes. E agora, achamos legal retomar com Titãs Microfonado, que tem esse olhar mais intimista, onde tocamos vários sucessos importantes em nossa carreira, e várias músicas do Olho Furta-Cor, porque é dele que estamos extraindo as novidades, as coisas inéditas que a gente tem”, explica o cantor Tony Bellotto. Já para Branco Mello, a aproximação com o público vem muito das apresentações realizadas em teatros. “A ideia de formatar o show para teatros veio do desejo de fazer uma turnê com uma pegada diferente e mais intimista do que o Encontro, realizada ano passado em grandes arenas. Gostamos muito de tocar em teatros e já fizemos algumas turnês com esse perfil”, lembra o artista. Sérgio Brito completa: “A ideia do Microfonado é gravar as canções de uma maneira crua, praticamente como elas foram concebidas, e tocar como se as pessoas estivessem ouvindo numa sala, acompanhadas, arrodeadas pelos músicos e pelos instrumentos. Então o show vai à essência das canções”. Acha pouco? A celebração do quadragésimo segundo aniversário da banda segue com mais novidades: o projeto Titãs Microfonado traz, em formato audiovisual, disponibilizadas nas plataformas digitais “Não teria a menor graça se uma carreira de 42 anos fosse composta só de alegrias e sucessos. Tivemos vários momentos difíceis, sendo a morte do Marcelo o pior” da banda, diversas participações especiais. Dentre as parcerias, emprestam sua voz ao projeto e às canções que fizeram a história dos Titãs, artistas como Ney Matogrosso, Preta Gil, Lenine, Major RD, Bruna Magalhães e Cys Mendes. É Branco Mello quem nos explica a seleção das obras e como chegaram aos nomes dos artistas que participaram das gravações realizadas no Estúdio Midas, em São Paulo: “Primeiro, tivemos uma grande troca de ideias sobre o repertório e o que seria legal gravar nesse formato. Definidas as músicas, começamos a pensar nos convidados que poderíamos chamar para cada uma delas. Acabamos naturalmente formando um time interessante e diversificado”, conclui. Embora os vídeos estejam sendo disponibilizados gradualmente, no dia da realização desta entrevista foi divulgado o primeiro deles: uma releitura de Marvin, com o cantor Vitor Kley como convidado. Sucesso no primeiro álbum dos Titãs, de 1984, a música é uma versão de Patches, gravada nos anos 70 pela banda Chairmen Of The Board, que conta a triste história de um garoto que precisou lutar desde cedo pelo sustento da família. Ao longo de 42 anos, é claro que a banda tem muita história acumulada para contar. Começou com a redução prematura de músicos, antes mesmo da gravação do primeiro disco, com a saída de Ciro Pessoa. André Yung foi na sequência, substituído por Charles Gavin, que permaneceu no grupo até 2010. Sequencialmente, as despedidas de Arnaldo Antunes e Nando Reis, que partiram para carreira solo. Foto: Tony Santos Titãs estreiam Microfonado com série de apresentações nos teatros do país


Revista Febradisk #25 13 “São 42 anos de carreira, em que realmente acumulamos muitas glórias, fãs, histórias, prêmios, satisfações, algumas tristezas, decepções e desilusões, porque faz parte. Não teria a menor graça se uma carreira de 42 anos fosse composta só de alegrias e sucessos. Tivemos vários momentos difíceis, sendo a morte do Marcelo o pior. Enfim, sentimos que temos uma carreira muito bem-sucedida. Mas isso não faz com que a gente se acomode nos louros da glória. Vivemos nos desafiando, criando coisas novas, e nos aventurando, porque é isso o que nos motiva a continuar na estrada”, afirma Tony Bellotto ao lembrar do músico e amigo Marcelo Fromer, vítima de um acidente de trânsito, em 2021, na cidade de São Paulo, quando foi atropelado por um motociclista. Na ocasião de Titãs Encontro, Pra Dizer Adeus, o músico foi representado por sua filha Alice Fromer. Com os fãs, haja história! E muitas delas são hilárias. “História com fãs tem várias. Vou te contar uma muito interessante e que nos marcou. Foi uma vez, talvez no final dos anos 80 ainda, havíamos tocado em uma cidade, um show muito intenso, muito bacana, e quando saímos do ginásio, em uma van, vimos alguns carros com pessoas nos saudando. De repente, veio uma ambulância tocando a sirene, com a galera animadíssima dando tchau lá de dentro. Um dos fãs era o motorista que, naquele momento, perdeu a compostura, esqueceu das obrigações profissionais e protagonizou aquela cena inesquecível”, relembra Bellotto aos risos durante a nossa entrevista, e é claro que sorrimos junto. Como não? Já para Branco Mello, o ponto alto na história da carreira dos Titãs foi com a gravação do terceiro álbum, em 1986. “No início, éramos um grupo de amigos que gostávamos de compor individualmente, tínhamos gostos musicais bem diferentes, mas queríamos juntos encontrar um som misturando todas essas influências, que eram o rock, o reggae, new wave, música popular brasileira, a Jovem Guarda, a música brega… Vários fatos importantes marcaram a nossa história. Do ponto de vista musical, na minha opinião, foi quando fizemos o álbum Cabeça Dinossauro. Ali encontramos uma linguagem em comum que vínhamos buscando desde o início da banda”, afirmou, ao lembrar também das inspirações que o acompanharam em sua carreira. “De repente, veio uma ambulância tocando a sirene, com a galera animadíssima dando tchau lá de dentro. Um dos fãs era o motorista que, naquele momento, perdeu a compostura” Novo projeto dos Titãs traz músicas históricas da carreira de 42 anos, outras inéditas e participações especiais Foto: Dantas Jr. Fotografia


14 Revista Febradisk #25 Já Sérgio Britto afirma que “O que nos distingue é a gente sempre ter dado muita atenção à canção, esse casamento entre melodia e letra é algo que no Brasil se faz com muita excelência, então nós sempre fomos ligados na obra desses grandes compositores brasileiros, não só do Tropicalismo e daquela época do começo do rock no Brasil, mas também de antes, com grandes sambistas, isso tudo sempre nos interessou e a gente sempre teve esse cuidado com as letras, com as nossas canções”. Como o que é bom dura pouco, nossa entrevista vai chegando ao final. Mas nada de dizer adeus. Aqui é Titãs, pra dizer jamais, desde a capa desta nossa 25a edição. Então nos despedimos de Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto certos de que estaremos acompanhando a agenda dos meninos para irmos ao show assim que chegar à nossa cidade, torcendo pela nova fase e futuro da banda. Já Tony aproveita para lembrar mais uma vez de Titãs Microfonado. O artista convida todos para o show, por esse ser “Uma turnê que promete deixar os fãs da banda bem entusiasmados. Mais do que isso, ela deixa a nós mesmos embevecidos. Isso sempre foi o mais importante. Nós nos entusiasmamos, nos surpreendemos, depois, o que acontece com os fãs vem como consequência. E nós estamos muito animados e focados no projeto. Essa mistura ficou muito legal e deu muito certo. Porque você vê os Titãs com aquele primeiro sucesso, lá de 1984, Sonífera ilha, até as coisas mais recentes e inéditas, do Olho Furta-Cor. E entre essas, tem todo aquele repertório importante que a gente tem”, conclui. Alguém duvida que seja diversão garantida? Pois fique sabendo que no repertório de Titãs Microfonado tem: Sonífera ilha, Epitáfio, Flores, Enquanto houver sol, Isso e a melhor banda de todos os tempos da última semana, além de canções de Olho Furta-cor, o qual também recomendamos, como Apocalipse só, Raul e Como é bom ser simples. Pode preparar o gogó para cantar junto e celebrar Titãs Microfonado hoje e sempre. Vamos nessa? “O que nos distingue é a gente sempre ter dado muita atenção à canção, esse casamento entre melodia e letra é algo que no Brasil se faz com muita excelência” Foto: Dantas Jr. Fotografia Beto Lee, Tony Bellotto, Sérgio Brito, Branco Mello e Mário Fabre saem em turnê com Titãs Microfonado, show dirigido por Otávio Juliano e luz de Guilherme Bonfanti


Revista Febradisk #25 15 Discografia Titãs - 42 anos 1984 1985 1986 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1998 1999 2001 2003 2005 2009 2014 2012 2018 2021 2022 1988 2015 1984: Titãs | 1985: Televisão | 1986: Cabeça Dinossauro | 1987: Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas | 1988: Go Back (Ao Vivo), 1989: Õ Blés Q Blom | 1991: Tudo Ao Mesmo Tempo Agora | 1993: Titanomaquia | 1995: Domingo | 1997: Acústico MTV (Ao Vivo) | 1998: Volume Dois | 1999: As Dez Mais | 2001: A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana | 2003: Como Estão Vocês e Volume Dois (Ao Vivo) | 2005: MTV Ao Vivo | 2009: Sacos Plásticos | 2012: Cabeça Dinossauro (Ao Vivo) | 2014: Nheengatu | 2015: Nheengatu (Ao Vivo) | 2018: Doze Flores Amarelas | 2021: Trio Acústico | 2022: Olho Furta-Cor.


16 Revista Febradisk #25 ção de finalidades extrafiscais constitucionalmente estabelecidas, como a promoção à saúde e ao meio ambiente, conforme consta nos artigos 196 e 225 da CF/88, respectivamente. Há também um segundo uso conferido ao Imposto Seletivo, aqui em substituição ao atual Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o de manter a competitividade da Zona Franca de Manaus frente a outros mercados, dada a sua função social e de preservação da floresta amazônica. Com a Reforma Tributária, o Imposto Seletivo passará a compor a base de tributação do Imposto Sobre Valor Agregado ou Imposto sobre Valor Adicionado Dual (IVA), somatório do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de estados e municípios, e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, com a extinção de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS), simplificando o sistema tributário. Tendo em vista tais alterações, recomendamos que as empresas, sobretudo as distribuidoras de bebidas, se antecipem e desde já realizem projeções contábeis de viabilidade do negócio, com a previsão de cenários econômico-financeiros a partir da inclusão de tais acréscimos no preço do produto ou serviço. Dentre as alterações trazidas pela Reforma Tributária, destaca-se a criação do chamado Imposto Seletivo (IS), que é aquele imposto indireto aplicado à produção, extração, comercialização ou importação (excluídas as exportações) de bens e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Como exemplo de produtos considerados prejudiciais à saúde, podemos citar bebidas alcoólicas e os cigarros. Já os que causem impactos negativos ao meio ambiente, podemos citar os veículos movidos a combustíveis fósseis, pesticidas etc. O Imposto Seletivo visa regular o seu consumo, desencorajar a sua produção, extração, comercialização ou importação de tais produtos ou serviços, para a concretizaARTIGO | JURÍDICO Imposto Seletivo: Juliana Caires Advogada, especialista em Direito Tributário, com MBA em Planejamento Tributário e em Gestão Empresarial. Sócia fundadora da Ocke & Caires Advocacia e Consultoria. o que é e no que implica


Revista Febradisk #25 17 Aqui você fala com pessoas! Cobertura nacional 26 estados + DF Mais R$ 25.000.000,000 de indenizações pagas em 2023/2024 Mais de 35 anos de Experiência No cenário atual de incertezas, a Suporte garante sua tranquilidade e protege o que mais importa! Atendemos mais de 500 empresas em todo Brasil Acesse o QR CODE E fale conosco! www.suportevitoriaseguros.com.br O que faz o nosso atendimento ser especial Experiência descomplicada Atendimento e suporte multicanais, 100% humanizados e 24h. Sem burocracia Experiência rápida e fácil para adesão e contratação de apólices. Agilidade Nossa equipe é ágil, técnica e empática, garantindo atendimento de alta qualidade. Entrega do prêmio concluída! Parabéns @tropical.distribuidora vencedor do sorteio da Feira de Negócios 2024.


18 Revista Febradisk #25 GESTÃO


Revista Febradisk #25 19 Como você se sentiria ao saber que na página ao lado existe uma informação inacessível a você? Pois saiba que essa é a realidade de 3,4% de portadores de alguma deficiência visual, 2,9% auditivos, 10,8% motora ou física e 1,2% mental ou intelectual, que totalizam 18,6 milhões de pessoas, somente no Brasil. No entanto, em meio a esses dados trazidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma boa notícia: essas pessoas consomem os produtos que você vende. Então vamos falar com elas ou esperar que a concorrência o faça? por Alessandra Aquino e Flamarion Reis Em um mundo globalizado e com internet para todos, especialistas explicam por que pequenos e médios negócios ainda não falam com 18,6 milhões de pessoas (In)acessibilidade A mudança na maneira de produzir conteúdo nos últimos 30 anos, quando se desenvolveu o Jornalismo Digital, afetou as empresas jornalísticas bem como as assessorias de comunicação, as áreas de marketing e as coordenações de comunicação nas empresas de maneira geral. Também houve impacto nos profissionais que estão atuando nessas áreas nas distribuidoras de bebidas. Mas será mesmo que o conteúdo da sua empresa, publicado em sites, blogs e redes sociais estão chegando a esse imenso público-alvo da maneira correta? Como você lança mão de linguagens diversificadas para fidelizar esses consumidores que representam 8,9% do mercado de consumo nacional? A acessibilidade web ou digital reúne uma série de recursos que possibilita a navegação, a compreensão e a interação de qualquer pessoa na rede sem ajuda; combina programação, design e


20 Revista Febradisk #25 tecnologia para construir uma Internet sem barreiras, que permita a todos os usuários uma interação plena no espaço virtual. Na contemporaneidade, para as pessoas com deficiência, é a possibilidade de ter uma vida autônoma e participação cidadã, já que o nosso dia a dia está diretamente ligado à web, seja no trabalho, nas relações interpessoais e sociais, bem como no consumo e no lazer. Para Carla Beraldo, pesquisadora e especialista em acessibilidade digital, o tema significa a eliminação de barreiras na web. “O conceito pressupõe que os sites e redes sociais sejam projetados de modo que todas as pessoas possam interagir de maneira efetiva com as páginas. Isso inclui a garantia de que sites, aplicativos e plataformas sejam utilizáveis por indivíduos com deficiências visuais, auditivas, motoras e intelectuais”, explica a especialista. Carla ressalta também que a acessibilidade digital é essencial para que as pessoas com deficiência tenham acesso a informações e atividades diárias com autonomia e independência, de forma igualitária. No caso do setor de bebidas, que abrange um público bastante diversificado e consumidor de produtos alcoólicos ou não, o acesso à informação deve ser o mais amplo possível para incluir a todos. Suzana Barbosa, jornalista, pesquisadora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ressalta que é preciso estender as discussões a respeito dessa temática e, principalmente, de como se faz a adequação dos sites para que qualquer pessoa possa ter acesso ao que está sendo divulgado e publicado. “As pessoas estão consumindo informação o tempo inteiro e, no caso das empresas de bebidas, é preciso fazer frente, com adequações para chegar mais perto dos seus públicos-alvo e incluir. No Brasil as pessoas com deficiência são um público muito grande que deve ser considerado”. Segundo o professor, jornalista e pesquisador Dr. Marco Antonio Bonito, da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), o maior obstáculo para tornar as notícias mais acessíveis é a falta de consciência social e de formação técnica e acadêmica dos profissionais da comunicação que poderiam utilizar mais Tecnologias Assistivas, as quais são ferramentas essenciais para facilitar a superação das barreiras informacionais contidas nos conteúdos. “Ter essas tecnologias disponíveis no site institucional de qualquer empresa é uma questão de querer cumprir o que a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência) de 2015 já exige. Acessar os conteúdos de maneira isonômica, independente de suas características pessoais é um direito de todo ser humano”. Para ele, empresas socialmente responsáveis não podem esquecer das pessoas com deficiência quando produzem e publicam seus conteúdos no meio digital. Algumas das práticas recomendadas seriam a descrição de imagens, gráficos, infográficos, arquivos em PDF e tabelas, audiodescrição, etc. Redes sociais, como o Facebook, Instagram, X, Tik Tok contam com alguns recursos para acessibilidade e têm páginas e fóruns específicos para esclarecer dúvidas e anunciar novidades. Para fazer um texto para o Instagram nos padrões de acessibilidade é preciso considerar as diversidades de cada indivíduo, para pessoas que não enxergam ou têm dificuldade de enxergar é preciso haver descrição objetiva e sem juízo de valor ou interpretação das “As pessoas estão consumindo informação o tempo inteiro e, no caso das distribuidoras de bebidas, é preciso fazer frente, com adequações para chegar mais perto dos seus públicos-alvo e incluir” Carla Beraldo é especialista em Acessibilidade Digital


Revista Febradisk #25 21 imagens. Para pessoas que não escutam o texto em português, isso não basta, pois a imensa maioria das pessoas surdas ou ensurdecidas não são alfabetizadas em língua portuguesa, apenas na Língua de Sinais (Libras), que é a segunda língua oficial do país. Aquelas com deficiência tátil precisam que os sistemas de informação tenham recursos de arrastar a tela via gestos com a cabeça, por exemplo. Para pessoas com transtornos da mente é preciso evitar ironias e subjetividades. No geral, as organizações que colocam a acessibilidade digital em prática se destacam pela inovação e pelo compromisso com a equidade. Essas empresas não apenas agem conforme a lei, mas buscam ativamente formas de melhorar a experiência de quem usa seus produtos e serviços, independentemente de suas capacidades. As boas práticas de acessibilidade na web são uma confluência nas áreas de conteúdo, desenvolvimento e design. “Medidas simples podem tornar o conteúdo de sua empresa muito mais acessível. Incluir é pensar em acessibilidade, por exemplo, no início de cada projeto. Entender que há uma diversidade humana e que todas as pessoas têm o direito à autonomia e à escolha é uma questão de cidadania. A principal barreira ainda é o capacitismo. O Brasil é um dos países que tem uma das legislações mais robustas que versa sobre acessibilidade, mas o seu cumprimento ainda é bastante incipiente”, declara Carla Beraldo. Começar a produzir um conteúdo multimídia acessível não é difícil. Para isso, deve-se observar o que está previsto nas regras de normatização colocadas para o desenvolvimento dos sites, além de fornecer treinamento aos profissionais e atualizações para que se adequem. A comunicação inclusiva é a que está sendo realizada, desde a sua criação à sua edição, desenvolvimento e publicação, pensando em compreender e jamais em limitar o acesso. “Falar de uma comunicação inclusiva é pensar que ela deve ser feita de maneira ampla e irrestrita, observando os critérios de acessibilidade web, e ter profissionais que abranjam públicos distintos, que vão saber dar indicações a pessoas com deficiência visual, auditiva, baixa cognição ou alguém que passou por um problema temporário. Esses comunicadores precisam estar atentos para a produção e criação de conteúdos pensando em todos, para que essa oferta seja o mais acessível possível”, ressalta Suzana Barbosa. O marketing de uma cervejaria ou de uma distribuidora de bebidas, almejando tornar seu conteúdo acessível, pode usar audiodescrição, janela de Libras, legendagem (oculta e visível), closed caption, aumento e diminuição de tamanho de fonte, contraste de cor, inibição sonora, evitar efeitos visuais que possam causar problemas neurológicos em autistas e pessoas neurodivergentes, entre outras possibilidades. “Para que um site seja de fácil navegação, deve-se incluir a acessibilidade desde o início do projeto e não querer tornar acessível depois de tudo pronto. Caso isso não seja mais possível, é preciso haver a contratação de uma equipe de desenvolvedores com experiência na construção de sites com as normas de acessibilidade em vigor”, afirma Marco Antonio Bonito. A maioria das pessoas surdas não tem uma boa compreensão do português. Ou seja, não entendem ou têm dificuldades para ler e escrever. Por isso, muitas delas dependem das Libras para se comunicar e obter informação. A objeção de aprendizado da “Entender que há uma diversidade humana e que todas as pessoas têm o direito à autonomia e à escolha é uma questão de cidadania” Dr. Marco Antônio Bonito é da Escola de Comunicação da USP


22 Revista Febradisk #25 Suzana Barbosa é jornalista e pesquisadora na Universidade Federal da Bahia língua portuguesa escrita pode estar ligada a diversos fatores, como o aprendizado através da fonética e som, a aquisição de linguagem tardia, ou mesmo a diferença da estrutura gramatical da Língua de Sinais e do idioma português. Em janeiro de 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), garantindo conquistas importantes como o acesso à informação, agora que os sites precisam estar acessíveis. Além disso, também é exigido que os serviços de empresas ou órgãos públicos ofereçam acessibilidade para as pessoas com deficiência. “A acessibilidade na web é uma excelente oportunidade para uma empresa rever toda a sua comunicação digital, inovar e contar com vários benefícios. Ela deixou de ser um tópico secundário no mundo dos negócios e tornou-se um elemento-chave nas estratégias de crescimento de empresas dos mais variados segmentos, por representar uma grande janela de oportunidades”, conclui Carla Beraldo. Tornar as plataformas digitais acessíveis é mais que garantir a cidadania de milhões de pessoas. É manter uma relação de duas vias que possibilita, através da inclusão, a expansão do mercado e a perspectiva de mais negócios. Distribuidora digitalmente acessível: Ao falar para mais pessoas, a empresa ganha valor competitivo no mercado BENEFÍCIOS: 18,6 milhões número de brasileiros com alguma deficiência 3,4% 2,9% 1,2% 10,8% 8,9% da população Aumento no número e na fidelização de clientes Promoção da diversidade e apoio à inclusão e acessibilidade Humanização e promoção da igualdade social, causando impacto na marca COMO FAZER: Escreva de forma clara e simples. Use contrastes e tamanho de fontes legíveis e botões descritivos Tenha layouts simples e descreva imagens e gráficos, inclusive de vídeos Disponibilize áudio dos textos dos sites e blogs com projeção por teclado ou voz Use cores, marcadores e numerações simples. Garanta opções de contrastes entre fundo e texto Use legendas em vídeos e áudios e aposte em espaçamentos entre campos de um formulário Traduza livros e áudios em libras. Links e títulos devem ser autodescritíveis


Revista Febradisk #25 23 MUDANÇA DE GESTÃO João Biliero assume como Presidente Conselheiro e Febradisk anuncia nova gestão para o próximo biênio Durante a Convenção Febradisk/HEINEKEN Brasil, realizada em abril, o presidente da Federação, João Biliero, anunciou que deixará a presidência da entidade no próximo mês de julho, cargo que assumiu em 2020, tendo sido reeleito em 2022. Na ocasião, João, que passa a assumir a função de Presidente Conselheiro da Febradisk, foi homenageado pela diretoria, por meio da exibição de um vídeo sobre a trajetória profissional do empresário. “Não esperava essa homenagem envolvendo a minha família, meus filhos, então chorei bastante. Mas estou muito feliz de encerrar esse ciclo de quatro anos de trabalho e poder contribuir com o desenvolvimento do nosso sistema”, afirma João Biliero. Conheça o novo Presidente da Febradisk Para o biênio 2024/2026, assume o empresário Matheus Debacco, da Noroeste Bebidas (RS), que promete seguir dando continuidade ao trabalho realizado nos últimos anos: “Para mim, esse é um desafio muito grande, mas vamos seguir alinhados com os propósitos da rede de revendas e da HEINEKEN Brasil”, afirmou. João Biliero foi homenageado durante a sua despedida da presidência da Febradisk Matheus Debacco assume presidência da Febradisk em agosto de 2024 Matheus Debacco nasceu em 15/03/1978 Aos 20, começou a trabalhar no setor comercial Inspirado em sua família... ... casou com Tatiane e é pai de dois filhos: Laura e Pedro Presidiu a Adish-Sul por 20 anos, treinando e lutando pelos interesses das distribuidoras na região Sul Em 2020 assumiu a vice-presidência da Febradisk


2424 Revista Febradisk #25 ARTIGO | TECNOLOGIA Mr. Beer Inteligência Artificial da Revista Febradisk. Artigo escrito pelo site Simplified e imagem criada pelo Depositphotos Freepik OMarco Legal da Inteligência Artificial (IA), em análise pelo Senado Brasileiro, tem o potencial de trazer diversos impactos para as distribuidoras de bebidas no Brasil. Essa proposta de lei estabelece diretrizes e regulamentações para o uso da IA no país, considerando seus efeitos nas empresas, especialmente nas revendas. Uma das principais áreas onde a IA pode impactar as distribuidoras de bebidas é a logística. Com a utilização de algoritmos avançados e sistemas inteligentes, as empresas poderão otimizar suas operações de transporte e distribuição. A IA pode ajudar a identificar rotas mais eficientes, prever demandas e evitar atrasos na entrega, resultando em uma cadeia de suprimentos mais ágil e eficaz. Além disso, a IA pode ser aplicada na gestão de estoques. Com a análise de dados em tempo real e o uso de algoritmos de previsão, melhorando o controle de inventário e evitando a falta ou o excesso de produtos. Isso pode resultar em uma redução de custos e uma melhor gestão dos recursos. Outro aspecto relevante é a personalização do atendimento ao cliente. Com a IA, as distribuidoras podem utilizar chatbots e assistentes virtuais para interagir com os consumidores, oferecendo recomendações personalizadas e resolvendo dúvidas de forma rápida e eficiente. Isso pode melhorar a experiência do cliente e fortalecer o relacionamento com a marca. No entanto, é importante destacar que o Marco Legal também traz desafios para as distribuidoras de bebidas. A proteção de dados é uma preocupação central, uma vez que a IA depende do uso de informações pessoais dos consumidores. As empresas precisarão estar em conformidade com as regulamentações de privacidade e segurança de dados, garantindo a proteção das informações dos clientes. A responsabilidade civil também é um ponto a ser considerado. Com a utilização da IA, surgem questões sobre quem é responsável por eventuais danos causados por sistemas autônomos. As distribuidoras precisarão estar preparadas para lidar com essas questões legais e adotar práticas seguras e éticas no uso da tecnologia. O Marco Legal da IA pode trazer impactos significativos para as revendas, melhorando a logística, a gestão de estoques, o atendimento ao cliente e proporcionando vantagens competitivas. No entanto, as empresas também precisarão lidar com desafios relacionados à proteção de dados e à responsabilidade civil. Por isso, se torna fundamental o acompanhamento do desenvolvimento do Marco Legal, para as empresas poderem se adaptar às regulamentações e aproveitar as oportunidades oferecidas pela IA, de modo a não se tornarem reféns das classificações de riscos e punições de acordo com a gravidade da infração, previstas na lei. O Marco Legal “O Marco Legal da IA pode trazer impactos significativos para as revendas, melhorando a logística, a gestão de estoque, o atendimento ao cliente e proporcionando vantagens competitivas” nas revendas da IA e os seus efeitos


Revista Febradisk #25 25 Liberte sua empresa da aquisição de smartphones e reduza seus custos Aluguel do smartphone Voz e Dados MDM Seguro Manutenção Backup Garantia Suporte Tenha um smartphone pronto para uso com um pacote completo de serviços Sem custo de aquisição Mensalidades acessíveis FEBRADISK UMA PARCERIA: Saiba mais! Utilizando o conceito All in one oferecemos um pacote de serviços completo para sua empresa. 11 97696 0553 Fale conosco atmoutsourcing.com.br @atmoutsourcing


por Alessandra Aquino PERFIL 26 Revista Febradisk #25 Destaque em premiações da HEINEKEN Brasil, revenda apresenta sua história, marcada por uma trajetória de sucesso que inclui a quadruplicação no volume de cerveja distribuído na região F undada na cidade de Salgueiro (PE), em outubro de 2015, a Distribuidora Grande Sertão iniciou sua comercialização de bebidas alcoólicas vendendo Brasil Kirin. Com a compra desta empresa pelo Grupo HEINEKEN, a revenda passou a distribuir algumas marcas da companhia. Mas foi quando a filial de Serra Talhada (PE) começou a operar, seis anos depois, que o portfólio do grupo passou a ser negociado integralmente. “Foi um grande desafio, pois estávamos inaugurando em uma nova área do mesmo tamanho da matriz e com a possibilidade da venda de novas grandes marcas, com um novo portfólio HEINEKEN para ser distribuído”, declara Higor Gondim, CEO da revenda. Advogado em Recife (PE), com atuação de 15 anos na área, Higor deixou a capital juntamente com a família para montar sua distribuidora no interior do estado, inspirado por familiares que trabalhavam no setor, na região do Maranhão. “Nos tornamos destaque desde o início, sendo premiados, no ano de 2016, como melhor Programa de Gestão de Distribuidores (PGD) do Brasil, ganhando uma viagem para Las Vegas (EUA). No início de 2018, conhecemos a fábrica da HEINEKEN, em Amsterdã”, relata. Para ele, os Programas de Gestão de Distribuidores auxiliam na profissionalização do negócio e mostraram, muitas vezes, o cae sua meta em crescer sempre GRANDE SERTÃO


Conheça os números da Distribuidora Grande Sertão de Bebidas Revista Febradisk #25 27 “Lá era uma área onde não tinha revendedor das nossas marcas e o mercado era dominado pela concorrência” 62 veículos atendem 51 municípios 120 colaboradores Higor Gondim é gestor da distribuidora Grande Sertão, em Pernambuco minho para a tomada de decisões e enfrentar os desafios do mercado. Hoje, a matriz de 3 mil m2 , construída em 2019 em uma área de 23 mil m2 , e a filial, de 2.500 m2 , entregam os produtos da HEINEKEN Brasil em 51 cidades de Pernambuco. Sendo ambas as estruturas próprias da empresa. “Temos o perfil de sempre crescer nossa participação no mercado, pois todos os anos ganhamos market share, e já até quadruplicamos nosso volume de cerveja”, declara Higor Gondim. Com cinco carretas de puxada, 20 de entregas, sete carros para supervisores e gerentes e 30 motos para vendedores e promotores, a revenda que também conta com 120 colaboradores, nenhum familiar, atende um mercado com população estimada em um milhão de pessoas, distribuindo 12 mil hectolitros de bebidas. Embora a energia verde seja utilizada nas duas operações mediante placas solares, a revenda não conta ainda com veículos elétricos, pois as longas distâncias percorridas e a falta de baterias que fiquem carregadas pelo tempo suficiente para os deslocamentos necessários torna a opção inviável. Sobre o início da operação, em Salgueiro, o empresário lembra das dificuldades: “Lá era uma área onde não tinha revendedor das nossas marcas e o mercado era dominado pela concorrência. Trabalhávamos com um portfólio restrito e concentrado em NAB (bebidas não alcoólicas), pois as cervejas eram pouco exploradas naquela região pela antiga Brasil Kirin”, ressalta o empresário. Com as exigências do público por produtos de qualidade, a distribuidora cresceu com as marcas Heineken e Amstel. Estes rótulos destacaram a revenda com um dos maiores crescimentos ao nível nacional. Na Fórmula HEINEKEN, por exemplo, sobressaíram-se em todos os anos, desde o início, em 2018, e sucessivamente em 2019, 2020, 2022 e 2023. Em 2021 bateram a meta, mas ficaram de fora do quadro classificatório. Então, qual é o segredo para o sucesso? De acordo com Higor Gondim, é sempre vivenciar o mercado, se jogando de cabeça no negócio. 12.000 hectolitros Área de atuação com cerca de 1.000.000 de habitantes


Freepik ARTIGO | SAÚDE E BELEZA 28 Revista Febradisk #25 Asexualidade humana é uma parte integral da nossa existência, e sua influência se estende para além da esfera pessoal, afetando também nossa vida profissional. No caso da abstinência sexual, seja por escolha ou circunstâncias, pode desencadear uma série de efeitos que permeiam o ambiente de trabalho e a eficácia na avaliação de desempenho. Por estar intimamente ligada ao bem-estar emocional e mental das pessoas, a abstinência prolongada pode resultar em níveis elevados de estresse e ansiedade, os quais são inimigos da produtividade. Além disso, a sexualidade desempenha um papel crucial na autoestima e na autoconfiança. Sentir-se desejado e satisfazer suas necessidades sexuais são atos que refletem em uma postura mais assertiva e segura no ambiente de trabalho. Por outro lado, a falta da atividade sexual pode levar a sentimentos de inadequação, afetando como nos relacionamos com colegas e superiores. A saúde física também não escapa aos efeitos dessa abstinência. A atividade sexual regular está associada a uma série de benefícios para uma vida saudável, incluindo a melhoria da circulação sanguínea, redução do risco de doenças cardiovasculares e a liberação de endorfinas que promovem o bem-estar geral. Quando privados, esses benefícios podem resultar em fadiga crônica, falta de motivação e um aumento do tempo de recuperação do corpo após a realização de esforços físicos. A falta de uma vida sexual ativa pode impactar os relacionamentos interpessoais, inclusive aqueles no ambiente de trabalho. A sexualidade é uma parte fundamental da experiência humana, e a incapacidade de discuti-la abertamente pode criar barreiras na comunicação e na construção de relacionamentos saudáveis entre colegas e colaboradores. Em suma, a abstinência sexual pode ter um impacto profundo na vida profissional de todas as pessoas, afetando não apenas o bem-estar emocional e mental dos indivíduos, mas também a sua autoconfiança, a saúde física e os relacionamentos interpessoais. Reconhecer e abordar esses efeitos nas organizações é fundamental para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo, onde todos possam alcançar seu pleno potencial. A Abstinência sexual “Sentir-se desejado e satisfazer suas necessidades sexuais são atos que refletem em uma postura mais assertiva e segura no ambiente de trabalho” Leiliane Tavares de Albuquerque Psicóloga e sexóloga. Com formação em sexualidade humana e terapia cognitiva sexual. Possui seis anos de experiência com comportamento humano e sexualidade, atuando principalmente com as demandas de ansiedade, relacionamentos, baixa libido e perda de ereção vida profissional e seus impactos na


Revista Febradisk #25 29 CULTURA FILME Pegando fogo O chef Adam Jones (Bradley Cooper) era uma celebridade gastronômica parisiense que conheceu a ascensão e queda. Dividido entre a sua genialidade na cozinha e seu temperamento explosivo, em decorrência do uso de drogas, ele decidiu tirar um período sabático em Nova Orleans, Estados Unidos. Decidido a recomeçar, ele reconhece que não pode fazer tudo sozinho e parte para Londres, Inglaterra, onde pode conquistar a terceira estrela no guia Michelin de restaurantes. Ao lado de Tony (Daniel Brühl), Adam recorre a velhos amigos e antigas desavenças, para montar uma nova equipe de trabalho e retomar a sua carreira de sucesso. Com direção de John Wells e roteiro de Steven Knight, Pegando Fogo fala sobre obsessão e autoconfiança na carreira. O filme está disponível na Netflix, Amazon Prime Vídeo e Telecine. LIVROS Você brilha quando vive sua verdade Eduardo Shinyashiki e Kareemi (org.) A obra reúne 20 autores da área de desenvolvimento humano, que mostram como as pessoas podem resgatar ou reconstruir a sua identidade de maneira genuína, para alcançar a felicidade e seus objetivos. R$ 64,90. Como fazer sua (próxima) carreira decolar Dale Carnegie O livro ensina a descobrir o momento certo para o próximo passo na carreira, a aprimorar sua postura profissional, para se tornar o melhor candidato a uma promoção ou mudar de profissão. R$ 49,90. Estratégia adaptativa Sandro Magaldi e José Salibi Neto Os autores defendem um novo modelo de pensamento estratégico pautado na obsessão pelo cliente, na cultura organizacional, agilidade e gestão de dados, colocando o cliente no centro da jornada de criação de valor. R$ 52,00. Marca pessoal de impacto Bianca Ladeia O livro funciona como um guia da valorização da imagem pessoal, para manter a pessoa atraente e bem-posicionada, fatores que a tornam capaz de ganhar mais espaço em seus nichos e naquilo que proporciona resultados. R$ 54,90.


30 Revista Febradisk #25 Depositphotos TURISMO Desembarcamos na cidade das mangueiras do Brasil Colônia e encontramos um livro de histórias surpreendentes, a céu aberto por Flamarion Reis BELÉM Simplesmente Ao chegarmos a Belém fomos logo recebidos pelo sol, e a impressão que tivemos é que lá há um astro-rei para cada ser humano. No entanto, entendemos que não poderíamos afirmar que, na capital paraense, não faz sombra nem embaixo de árvore. A capital é conhecida como cidade da mangueira desde os tempos do Brasil Colônia, quando a espécie tomou conta das ruas, formando túneis verdes que nos protegem do calor. Se na época, quando davam frutos, os moradores precisavam proteger suas cabeças dos frutos que caíam, sobretudo nos finais de tarde, quando a chuva já é tradicional, hoje, por mais apetitosos que os frutos sejam, estávamos mesmo sedentos por um tacacá, caldo típico dos povos originários feito com o tucupi extraído da mandioca ralada para a farinha, e servido com jambu, uma erva que causa dormência na boca, camarão seco e pimenta. É só provar, que vai gostar. Chegamos na madrugada e a nossa primeira parada tinha que ser no Mercado Ver-o-Peso. É lá que a cidade desperta com a chegada dos barcos cheios de açaí, ervas medicinais, frutas exóticas e temperos de cheiros, cores e sabores variados. Conhecido como a maior feira livre da América Latina, o Ver-o-Peso tem sua história marcada desde quando foi criado pelos portugueses, para taxar as mercadorias que chegavam à cidade. Formado por 16 setores, além dos mercados da carne e do peixe, ocupam edificações históricas que você não pode deixar de apreciar. É lá que você percebe que Belém é uma cidade para vivenciar, não para conhecer. (Veja mais no box da página 33). Ali próximo, a imponente Estação das Docas nos reserva de passeios a barco pelo rio Guamá, afluente do Amazonas, a atrações folclóricas, como a dos bois, e danças típicas, como Carimbó. (Veja mais no box da página 32).


Revista Febradisk #25 31 Vista aérea da Estação das Docas, importante ponto cultural e gastronômico de Belém


O Theatro da Paz é um dos mais luxuosos do país Ao lado, o Palacete Bolonha ostenta a sua arquitetura eclética A Basílica de Nossa Senhora de Nazaré é destino de milhões de peregrinos Abaixo, o açaí e a castanha-do-pará, típicos da região Guindastes americanos do início do século XX; três armazéns de ferro vindos da Inglaterra, na segunda metade do século XIX; ruínas de um Forte de 1665, destruído em 1825 pelo movimento da Cabanagem; e 500 metros de orla do antigo Porto de Belém cederam espaço à gastronomia, artesanato e cultura paraense. O espaço de 32 mil m2 é hoje um dos mais procurados pontos turísticos de Belém. Destaque para a máquina a vapor lá exposta. Ela fornecia energia aos equipamentos do antigo porto, em meados de 1800. O pôr do sol na Baía de Guajará também é incrível. Dela também saem passeios de barco com paisagens de tirar o fôlego. Atrações culturais e gastronomia dão vida ao antigo porto da capital paraense Estação das Docas 32 Revista Febradisk #25 Foto: Janaina M. Arielo Foto: Janaina M. Arielo Foto: Janaina M. Arielo Foto: Janaina M. Arielo É lá também que podemos degustar pratos da região, a exemplo do Pato no Tucupi e a Maniçoba, além de garantir logo (melhor prevenir que remediar) souvenirs para amigos e familiares. Belém também é considerada a capital da borracha. Naquele período áureo construído, para abrigar espetáculos líricos, um dos mais luxuosos teatros do país, o Theatro da Paz, com lustres de cristal, piso em madeira nobre e gradis revestidos com folhas de ouro. Desde 2002 o espaço recebe o Festival de Ópera. Já foram realizadas mais de 45 apresentações, incluindo a Ópera do Menino Maluquinho, escrita por Ernani Aguiar, inspirada na obra de Ziraldo, e que muito contribuiu para a formação cultural da criançada. É chegada a hora de uma boa caminhada na Praça da República. O espaço recebe pessoas de todas as idades, que se encontram para um belíssimo pôr do sol e vista para prédios com tendências neoclássicas e fontes e coretos do estilo romântico. (veja mais na página 35). Uma atração imperdível é o esplendoroso Palacete Bolonha. O museu é uma edificação eclética, construída entre 1904 e 1909. Lá foram utilizados materiais com elementos art-noveau, neoclássicos, góticos e barrocos. Ele ainda traz uma cobertura feita com telhas de ardósia e, no piso Depositphotos Foto: Janaina M. Arielo


Formado pelo Mercado de Ferro (ou do Peixe), de 1899, e pelo Mercado Francisco Bolonha (ou da Carne), de 1867, dentre outros espaços, o Ver-o-Peso ocupa uma área de 35 mil m2 . O estilo arquitetônico europeu predomina, sobretudo no Mercado da Carne. Nele, Francisco Bolonha, fã das obras de Eiffel, encomendou painéis de ferro pré-moldado sinuosos e florais para o lugar, além de ter construído uma escada que nos permite uma vista privilegiada do mercado. Posto Fiscal de 1625 é hoje a maior feira da América Latina Ver-o-Peso Revista Febradisk #25 33 Depositphotos próximo ao gradil de entrada, a inscrição em latim cave canem (cuidado com o cão). Apesar do excesso de referências, elas aparecem equilibradamente na decoração de cada um de seus ambientes. Um lugar épico da capital paraense é o Museu Emílio Goeldi. Fundado em 1871, é considerado um dos principais espaços de estudos sobre a Amazônia, e mantém também uma estação ecológica. Considerado o primeiro parque zoobotânico do Brasil, e segundo museu de história natural do país. O Mangal das Garças é um parque zoobotânico construído em meio a uma área alagada. Hoje, ele representa as matas de terra firme, as matas de várzea e os campos com sua fauna. Em meio a esse pedacinho de floresta, podemos conhecer o Memorial Amazônico da Navegação, com sua estrutura feira em Ipê, telhado revestido de palha, piso de pedra-sabão e painéis em ferro. O lugar também consagra as navegações militares, comerciais e regionais do Norte. Já no Farol de Belém, é possível avistar a cidade do alto. Ele possui duas torres de observação, uma aos 15, outra aos 47 metros de altura. Quanto mais alto, melhor a vista. O Parque Zoobotânico Mangal das Garças tem diversas atrações. Dentre elas, o Farol de Belém Foto: Janaina M. Arielo


34 Revista Febradisk #25 No parque, não deixe de visitar o Mirante do Rio, a Fonte de Caruanas, o Viveiro das Aningas e a espetacular Reserva José Márcio Ayres, onde podemos ver um viveiro de borboletas e beija-flores. Cansado? É claro que não! Nada como uma porção de castanha-do-pará para renovar a energia e seguir adiante pela histórica cidade. Embora não seja época, não poderemos deixar de falar sobre o Círio de Nazaré. O evento de cunho católico acontece desde 1793, durante 15 dias, com missas e romarias terrestres e aquáticas, reunindo mais de dois milhões de pessoas. Se nossa visita a Belém tivesse acontecido no mês de outubro, teríamos forças para nos juntar a elas, nessa festa que celebra a Rainha da Amazônia e padroeira do Pará. Inclusive, há uma lenda na cidade que diz que existe uma grande cobra que dorme entre a Basílica de Nazaré e a Catedral da Sé, trajeto do Círio. Segundo ela, se o evento não ocorrer, o animal se mexe e pode causar a inundação da cidade. Por via das dúvidas, tinha que ter Círio em nossa viagem. Na ausência da festa, fomos à exposição inspirada naquele que é Acima, o Círio de Nazaré, considerado maior manifestação religiosa do Brasil Embaixo, o Solar da Beira, espaço que abriga diversas manifestações artísticas e culturais Depositphotos Foto: Cristiano Andujar/PMF Foto: Janaina M. Arielo Foto: Janaina M. Arielo facchini.com.br


Revista Febradisk #25 35 Reza a lenda que lá havia uma forca nunca utilizada. Com a cólera, abrigou um cemitério de covas rasas destinado aos escravos. Após a instalação do armazém de pólvoras, no século XVIII, o até então Largo da Campina recebeu o nome do explosivo. No Brasil Império, recebeu o nome de Praça D. Pedro II, só batizada de Praça da República no final do século XIX, para homenagear a nova forma de governo do país. Localizado próximo ao Centro Histórico belenense, o lugar que abriga uma feira de artesanato aos domingos tem em seu entorno diversas atrações culturais e de lazer, como o Teatro Waldemar Henrique, o Parque João Coelho, a Praça da Sereia e o Theatro da Paz, construído durante o Ciclo da Borracha e considerado uma das mais imponentes arquiteturas neoclássicas do país. De forca a cemitério. Já se foi de um tudo no espaço público que homenageia a República Praça da República Foto: Janaina M. Arielo considerado o maior evento religioso do Brasil. Ela fica montada no térreo do Solar da Beira, uma edificação do século XX que faz parte do complexo Ver-o-Peso e nos deixou na vontade de retornar ao início de nossa viagem. Como tudo o que é bom dura pouco, chegou a hora de partir. Mas como não queríamos vir embora, tentamos curtir ao máximo cada segundo. Foi aí que, no transporte do hotel até o aeroporto, pedimos ao taxista para nos contar a história de Josephina Conte. Uma jovem que morreu aos 16 anos e, desde então, passeia de táxi pela cidade, todos os anos, no dia do seu aniversário, pedindo ao motorista que cobre a corrida a sua família. Tão longe quanto o trajeto corrido por Josephina é o imaginário popular. Esse já chegou até aos condutores de carros por aplicativos, que temem a tal passageira. Como o nosso próximo destino é ainda mais longe, encerramos lembrando a capa da nossa nona edição, com Fafá de Belém, que canta em Peguei um ita no Norte, de Dorival Caymmi, seu Adeus Belém do Pará, com muitas voltas, é claro!


36 Revista Febradisk #25 HAPPY HOUR Revista Febradisk - Você é considerado um dos profissionais de RH mais influentes do país. Como foi o desenvolvimento da sua carreira até chegar a esse reconhecimento? Genesson Honorato - Tenho uma trajetória de vida e uma origem geográfica que me possibilitaram olhar as coisas por outros ângulos. Há um ponto positivo nessa possibilidade de estar fora da normalidade, do padrão estético dos processos. Aportei um valor de quem olha de fora, o que chamamos de Wall Sider. Entendi que minha premissa, desde que me dei conta do trabalho em Recursos Humanos, era a humanidade, o olhar para as pessoas, e tenho uma facilidade de conectar isso com as coisas. Quando falo de tecnologia, falo dela para as pessoas, o que ela faz com os indivíduos. Quando falo de desempenho, talento, quero saber onde isso se conecta, em qual órbita isso está. Gosto muito de dizer que o processo pode ajudar a chegar mais rápido, mas não, necessariamente, chegar com qualidade. Não é só ficar apaixonado pelo início e pelo fim, é preciso saber o que tem no caminho. Você desenvolve melhor as pessoas as enxergando de outra forma, vendo as suas pluralidades, seus recortes, de onde ela vem, o que ela é e faz. E foi isso o que me possibilitou ter um diferencial competitivo. O feedback que recebo é positivo quando as pessoas reconhecem que fiz com que elas olhassem umas para as outras. Fico feliz com reconhecimentos como o da Gama Academy, pelos convites para Foto:Divulgaçção por Flamarion Reis Considerado um dos 50 mais influentes profissionais de Recursos Humanos do país, Genesson Honorato falou com exclusividade com a Revista Febradisk sobre o hackeamento da atenção, causado pela tecnologia GENESSON HONORATO


Revista Febradisk #25 37 “Precisamos ter iniciativa, mas também temos que ter ‘acabativa’. As pessoas falam muito em iniciativa, mas não falam em conclusão” cultura organizacional e diversidade. O que essas temáticas têm em comum? Como uma distribuidora de bebidas pode gerir seus negócios a partir dessas provocações? GH - Quando olhamos para o marketing, buscamos aquilo que se conecta com as pessoas da maneira mais genuína possível, para uma narrativa que converse com elas. Você pode se conectar com um monte de coisas subjetivas, de sonhos e visões de mundo. Mas o que é abrir esse mundo? Que mundo é esse? Vamos perdendo isso quando vamos para outras áreas e, principalmente, quando mostramos e falamos dessa cultura, porque às vezes esse marketing, que está trazendo essa poesia, essa conexão humana na venda do produto, não está nas organizações. Esses próprios profissionais não estão vivenciando essa humanidade, essa cultura que gera segurança, para que eles ousem mais. Então a cultura é como uma cebola, você vai descascando, e cada camada tem uma importância. São elementos tangíveis, intangíveis, políticas, processos e comportamentos. Então proponho trabalhar em partes: a cultura, gestão das pessoas, a maneira como reconhecemos os indivíduos, os benefícios entregues para cada um deles. Geralmente, as organizações oferecem um pacote de benefícios determinado por função. É um “tome aqui sua sacolinha”, mas nela tem benefício que não vai fazer sentido e que nunca será utilizado. Proponho fazer uma customização desses benefícios, sem impacto no seu orçamento. Em vez de você me entregar uma caixinha quadrada, me entregue uma bola, para que eu jogue com o meu filho. Minha esposa está grávida, quais são os benefícios que são inerentes a isso e que vão fazer uma diferença maior? O colaborador acabou de se formar, o que ele ganha? A ideia é sempre partir do humano no centro da equação. Acontece que se fala sobre isso há bastante tempo, mas se pratica pouco, do ponto de vista tático. Para isso, é necessário projeto, processo e estratégia. Precisamos ter iniciativa, mas também temos que ter “acabativa”. As pessoas falam muito em iniciativa, mas não falam em conclusão. RF - Diversidade e Inovação são temas em destaque no atual setor empresarial. No entanto, essas questões só parecem estar engatinhando. Como as distribuidoras da HEINEKEN podem promover ações de diversidade e inclusão de forma mais ampla? GH - A primeira coisa a se pensar é que somos pessoas. E somos nós que fazemos a estratégia, que vendemos e engarrafamos. Podemos até ter uma máquina, mas terá alguém olhando. É tudo sobre gente. Então, para fazermos diversidade, precisamos ter coragem para entender o que precisaremos mudar. Para diversificar devemos criar grupos de afinidades. Mas por que não estamos avançando na velocidade que gostaríamos? Falta coragem, autocrítica, parar e olhar. Vamos nos olhar? Já está comprovado por pesquisas que somos mais felizes em times diversos. Assim também se produz mais e se tem menos rotatividade. Então por que não fazemos? Por que isso não acontece na prática, se é um diferencial competitivo? As máquinas que fazem a cerveja, as garrafas, a tecnologia, em menor ou maior grau, todos terão. Mas a maneira como lidamos com as pessoas é única. Falta a liderança colocar a diversidade na agenda estratégica, não ficar somente na iniciativa. A diversidade não está nas empresas, mas nas pessoas. Precisamos de estratégias que tirem o negro, o portador de deficiência, a mulher, de alguns estereótipos narrativos que constroem a subjetividade das pessoas e fazem isso se perpetuar. escrever ou falar como uma pessoa de relevância no RH. RF - E as dificuldades no decorrer desse processo? O que tem a dizer sobre isso? GH - No início enfrentei dificuldades porque as organizações têm medo da poesia. Mas ela é o gancho para nos conectarmos com outro, seja pela pele, o olhar, o abraço. Essa conexão acontece pela verdade, pela troca genuína e não pelo papel ou relação puramente pautada no dinheiro. Certa vez propus que, na sexta-feira, apresentássemos um poema. Teve gente que se empolgou, mas pude ver no olhar da maior parte das pessoas um “para que isso?”, “tenho mais o que fazer”. Sempre digo que se você não quer ser substituído pelos robôs, não tem que agir como um. A tecnologia está sendo feita e meu interesse é entender como estamos nos relacionando com ela e o que ela está fazendo conosco. Tem uma frase do Marshall McLuhan, de 1963, que diz: “primeiro nós fazemos as ferramentas, depois, as ferramentas nos fazem”. Então, hoje, em 2024, o que essas ferramentas estão fazendo conosco? Estamos ansiosos, depressivos, não prestamos mais atenção a nada. A tecnologia deveria trazer mais humanização, por mais paradoxal que isso pareça. Se não estivermos indo nessa direção, você pode fazer planejamento, estratégias e táticas para vender mais, para as pessoas saírem menos da sua empresa, para elas estarem satisfeitas na sua organização, mas elas só serão felizes no abraço, quando a liderança pergunta pelo filho, se ela fez aquele exame. Aí estamos falando de outro nível de tecnologia. Relacionamento é uma tecnologia extremamente escassa, mas um diferencial competitivo primordial na sociedade. Então há dificuldade nas organizações, até pela maneira como elas foram moldadas, de entender que a humanidade não é fragilidade, é potencial competitivo. Ela paga dividendo, para falar na língua dos negócios. RF - Você aborda em suas palestras temas como gestão de pessoas, novas tecnologias,


38 Revista Febradisk #25 RF - E essa inclusão também tende a ser externa, sim ou não? GH - Sim. Primeiro precisamos mudar em nossas famílias, na forma como tratamos a pessoa que trabalha em nossa casa, em como nossos filhos se comportam com relação às pessoas que são diferentes deles. Que sociedade estamos fomentando? Quem está criando a próxima geração? A empregada tem filho, o empregado também. Onde ele está e o que ele está fazendo? Você tem como apoiar, ajudar a desenvolver? É preciso sair da bolha. Os efeitos no universo do trabalho são consequência do que estamos fazendo em casa, no restaurante, com o porteiro do prédio, com o motorista do aplicativo, a pessoa que limpa o chão, a que trabalha nos cargos mais operacionais. É aí que moldamos a cultura e vemos a transformação acontecer de verdade. RF - Você também é um estudioso e pesquisador de algo que tem um nome que nos pareceu bem curioso: hackeamento da atenção. Do que se trata essa pesquisa e como ela pode interferir no futuro do trabalho? GH - O Alex Sander Simon, na década de 60, disse que o maior produto no futuro seria a atenção das pessoas. Tenho provocado ao dizer que, para você vender um produto, alguém tem que prestar atenção na sua campanha; para desenvolver as pessoas, para conseguir dialogar com um cliente, você tem que prestar atenção nas pessoas. Senão, você estará aqui pensando no e-mail que você tem que mandar, na nota que precisa lançar. Então o hackeamento da atenção consiste, principalmente, a partir das redes sociais. É como dizem as pesquisadoras Ana Benz e Fernanda Bruno, que chamam de economia psíquica dos algoritmos, que é quando eles mandam na gente. A decisão que tomamos é porque queremos ou porque o algoritmo nos sugeriu em algum momento, subliminarmente? O que fazemos é autônomo, ou já viramos cyborg e estamos sendo dominados pela tecnologia? Esse é o hackeamento da atenção. Já está comprovado cientificamente, pela neurociência, que as notificações das redes sociais, aquela bolinha vermelha que aparece, liberam dopamina no cérebro, que é uma substância responsável pelo prazer. Então você tem prazer instantâneo quando dão um like, fazem um comentário, e você fica horas no scroll infinito, rolando uma página que não tem fim. Quando você tem um prazer fácil e sem fim na palma da mão, como no celular, que é uma arma de desatenção em massa, você deixa de ter prazer no hotel, na praia. Por que preciso sair de casa, me relacionar com as pessoas, se tenho o prazer aqui? Estamos cada vez menos nos relacionando com as pessoas, e relacionamento é primordial. Hoje, nos vemos sentados em um bar, cada um com seu copo do lado, o celular na mão, e ninguém fala com ninguém. Você faz um date com uma pessoa, é casado, e está um do lado do outro, cada qual no seu celular. A inteligência artificial veio para nos ajudar a fazer o trabalho repetitivo, mecânico e chato, para a gente poder dialogar com as pessoas. Se ela não estiver potencializando a nossa relação com as pessoas, o futuro será tenebroso. O diferencial competitivo não é a tecnologia nova. É se estamos capacitados a nos desvencilhar da tela, dos algoritmos que, baseados no que você gosta ou não, sugerem coisas para te manter preso. Então o grande trunfo é a maneira como a gente vai se desvencilhar disso tudo, para que isso não domine a gente. RF - A Inteligência Artificial produz textos, artigos e manipula imagens. Essa é uma forma de nos aprisionar ou de facilitar o trabalho para termos tempo junto aos amigos e à família? GH - Essa produção de texto, imagens, vídeos, de análise de documentos, serve como um teste, um piloto, do que ela pode ser no futuro, que é manipular uma série de coisas. Supomos que em um hotel não tenha ninguém, a câmera te vê, faz seu check-in, você pega a chave e vai para o quarto. Ela sabe quem você é, que horas acorda, quando dorme, a temperatura do ar. É tudo lindo, mas essa beleza toda está afastando as pessoas. RF - Isso também intervém na relação familiar? De qual forma? Como as pessoas podem inibir esse desvio da atenção? GH - Tem que começar na família, dela vai para escola, depois segue para a sociedade. A atenção que você precisa dar ao seu filho está sendo terceirizada para o celular, para o algoritmo, porque aí ele não vai encher seu saco. Em casa, defina os lugares onde o celular não pode estar, onde ele não pode ir. Nós só podemos usar celular na sala, não vai para o quarto, para o banheiro, e nem para a cozinha. Conseguir isso já é um grande feito. Muita gente tira o tênis para entrar em casa. Então tire o celular e o guarde até que realmente precise usá-lo. Quando estou trabalhando no meu quarto, no escritório, em algum lugar, e sei que ele está perto, ao meu alcance, ele me hackeia. Às vezes pego para responder alguma coisa no WhatsApp, e quando vejo estou há 30 minutos no Instagram, zappeando, e não lembro nem o que eu ia fazer. Se o celular está no bolso e gera prazer, você vai pegá-lo. Então o ideal é manter distância e começar a construir alguns padrões de comportamentos estratégicos para se afastar dessa tentação de pegá-lo. Viajo muito e quando estou no aeroporto, no metrô, analiso o que as pessoas estão fazendo, e a maioria delas está no celular. Eles não estão se olhando, vendo se o avião pousou, não estão lendo um livro. Então é importante começar com alguns rituais que possibilitem essa transformação. “O diferencial competitivo não é a tecnologia nova. É se estamos capacitados a nos desvencilhar da tela”


Revista Febradisk #25 39 Muito comum nos botecos do país, o dadinho de tapioca nasceu por acaso. Sim! Foi o chef Rodrigo Oliveira quem o preparou pela primeira vez, em 2004, no Restaurante Mocotó, de São Paulo. Na ocasião, ele deixou a mistura a ser usada em outra receita endurecer e, para não perdê-la, resolveu cortar a massa em cubinhos e fritá-la em óleo quente. GASTRONOMIA Dadinho de tapioca com geleia de pimenta INGREDIENTES: - 150g de tapioca granulada; - 2 xícaras de leite integral; - 170g de queijo coalho ralado; - sal e pimenta-do-reino a gosto; - 500 ml de óleo. Geleia de pimenta: - 4 pimentas dedo-de-moça picadas e sem sementes; - 1 maçã ralada (sem casca e sem semente); - suco de um limão; - 1 dente de alho; - 1 xícara de açúcar; - 1 canela em pau; A combinação com a geleia de pimenta veio logo na sequência, afinal ela proporciona uma combinação equilibrada entre sua textura suave e seu sabor marcante, realçando sabores. Superfácil de fazer, esse petisco promete surpreender seus amigos e familiares na hora daquela cervejinha em casa. Eles vão se sentir em um típico boteco brasileiro, mas no conforto do seu lar. Depositphotos - 1/2 xícara de água; - 1 pitada de sal. MODO DE PREPARO: Em um recipiente misture a tapioca com o queijo coalho ralado, o sal e a pimenta-do-reino. Acrescente o leite fervido à mistura, mexendo tudo por aproximadamente três minutos. Coloque a massa em uma assadeira retangular, coberta com um plástico-filme e leve à geladeira por 2 horas. Hora de cortar a massa em dadinhos. Depois é só fritar em óleo quente até que os dadinhos estejam dourados. Para a geleia de pimenta, misture bem todos os ingredientes em uma panela. Atenção para as pimentas e a maçã, que deverão estar sem sementes, e para o dente de alho e a canela em pau, que deverão estar inteiros. Leve a mistura ao fogo até que ferva. Retire o alho e a canela em pau. Deixe cozinhar por mais 10 minutos em fogo baixo ou até que chegue ao ponto de geleia. Feito isso, é só deixa esfriar e servir com os seus dadinhos. com Geleia de Pimenta Dadinho de Tapioca


40 Revista Febradisk #25 INFORME PUBLICITÁRIO | LINKEDBY Ainovação mais recente da LinkedBy é a possibilidade de integrar, mediante uma estratégia Omnichannel, produtos da empresa como as plataformas de automação de vendas (SFA CONTROL UX), o Portal Televendas (#tmj), a inteligência artificial de recomendação de pedidos (PedAlgo) e o aplicativo da HEINEKEN Heishop. No mercado de bebidas, as empresas Business to Business (B2B), que trabalham em um ambiente bastante competitivo, precisam de estratégias eficientes para estreitar as relações on-line e off-line. O omnichannel permite o uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, aprimorando a experiência do cliente através dessa integração, resultando em um aumento significativo da comercialização dos produtos da empresa. Quando o vendedor seleciona o Ponto de Venda (PDV) nas plataformas de automação, ao iniciar a visita ao cliente, caso haja a requisição de um pedido efetuado pelo IB2B Heishop, o SFA CONTROL UX informa ao vendedor que existe pré-pedido não faturado, permitindo que ele faça a visualização e edição de demandas, possibilitando a criação de novas oportunidades de comercialização, incrementando o pedido original. Para as revendas que contratarem a IA PedAlgo, a solicitação feita pelo canal Heishop é submetida à rotina de recomendação de pedidos, apresentando oportunidade e legendas de argumentação para introdução de novos itens ou incremento nos volumes já comprados. Ferramentas da LinkedBy se unem para tornar suas vendas ainda mais fortes e lucrativas por Alessandra Aquino do Omnichannel O poder de vendas Freepik Henrique Jardim é gerente geral da Noroeste Bebidas (RS)


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42 Revista Febradisk #25 Para Douglas Bermeijo, CEO da LinkedBy, a aplicação do Planner de vendas, para empresas que utilizam múltiplos canais de vendas omnichannel, propicia um planejamento mais eficiente das visitas, resultando em um atendimento mais organizado e profissional, além de facilitar a coordenação e a comunicação entre diferentes equipes de vendas, garantindo que todos estejam alinhados e trabalhando com os mesmos dados e objetivos. “Os clientes percebem a dedicação e o cuidado na gestão do relacionamento, o que pode deixá-los mais satisfeitos e fidelizá-los”, declara. O SFA CONTROL UX é uma ferramenta crucial para a implementação bem-sucedida de uma estratégia omnichannel. Ele oferece um arsenal de informações valiosas ao vendedor para o mesmo obter um exame detalhado do PDV e faça uma venda estratégica. “Quando incorporado à IA, o pedido fica personalizado e a distribuidora continua mantendo a permanente satisfação do cliente. Baseado no próprio histórico de compras do PDV e de outros com o mesmo perfil na mesma região, as recomendações ficam mais precisas”, afirma Douglas Bermeijo. O empresário também lembra que, com o Omnichannel, os clientes são influenciados na compra de outros produtos já comercializados por estabelecimentos similares na vizinhança. Para isso, são considerados no algoritmo dados de Fotografias de Sucesso (FDS), comodato, itens estratégicos, entre outros. O portal de televendas atua como extensão do SFA. Seu operador é um vendedor interno que precisa ter os mesmos recursos para oferecer uma experiência similar à do vendedor em campo. A IA PedAlgo oferece uma recomendação completa do pedido, facilitando a construção da demanda ideal para ele, pois considera dados do PDV como canal, porte e região, além de dados do produto, como categoria e FDS. A coleta de dados de múltiplos canais oferece uma visão mais completa do comportamento e das preferências dos clientes, permitindo a criação de estratégias de marketing e vendas mais precisas e personalizadas. Aqui, são coletados dados de compras e transações; do cliente; operacionais e logísticos; bem como de vendas e performance; competitividade e mercado (pesquisa), além de integração e análise que facilitam os insights mais abrangentes proporcionados pelo omnichannel. A integração dos canais facilita a gestão de estoques, pedidos e atendimento ao cliente, reduzindo redundâncias e erros operacionais, tornando o serviço mais eficiente. Douglas Bermeijo acredita que todas as informações de estoque podem ser centralizadas e acessíveis em near real time (próximo tempo real). “Isso significa que, independentemente do canal de vendas (e-commerce, televendas, aplicativo Heishop), a equipe pode ter uma visão precisa e atualizada dos níveis de estoque. Isso evita problemas como vendas excedentes (overselling) e falta de produtos (stockouts)”, ressalta. Também facilita o processamento de pedidos de diversos canais em um único sistema. Isso reduz erros e atrasos, já que todas as informações são consolidadas em uma plataforma centralizada. Pedidos podem ser gerenciados de maneira mais eficiente, desde a captura até a entrega. E, finalmente, garante que os clientes tenham uma experiência consistente em todos os pontos de contato. Isso inclui informações de produtos, disponibilidade de estoque, comodatos, dados financeiros, históricos de pedidos e políticas de devolução. Henrique Jardim, gerente geral da Noroeste Bebidas (Santo Ângelo/RS), relatou que a distribuidora está com estratégia Omnichannel operando na filial de Santa Maria (RS) e vem tendo uma evolução constante. “Estamos com IA há quatro meses, e um maior número de SKUs, que estavam sendo esquecidos no PDV, começou a ser vendido. Pedidos com ampliação de curva de estoque, aumento de drop e mix de SKUs são uma constante. O faturamento é direcionado ao histórico de compra, com acréscimo”, sintetiza. “Estamos com IA há quatro meses, e um maior número de SKUs, que estavam sendo esquecidos no PDV, começou a ser vendido” Douglas Bermeijo é CEO da LinkedBy


Revista Febradisk #25 43 Freepik Passados quase 25 anos do lançamento da primeira legislação sobre a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), regulamentada pela Lei 10.101/2000, vale a pena analisar algumas práticas adotadas, como os benefícios para a gestão dos negócios, o que se deve saber antes de implantar um programa desses na empresa e o que deve ser evitado. A PLR é um instrumento que visa remunerar adicionalmente empregados pelo alcance de metas previamente negociadas com a empresa. É uma parceria entre capital e trabalho, que está presente na pauta de reivindicações de convenções coletivas de algumas categorias. A lei assegurou direitos importantes para os empregadores, como os benefícios fiscais, ou seja, o dinheiro pago é livre de quaisquer ônus trabalhistas ou previdenciários; dedução do valor pago como despesa no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, para empresas enquadradas no regime do Lucro Real; não habitualidade, caso não haja condições de prosseguir com o programa; atração e retenção de talentos; melhora do clima organizacional e aumento do comprometimento e da motivação dos empregados. No entanto, a discussão sobre a obrigatoriedade da PLR tem causado muita polêmica. Pois, embora não seja obrigatória, não elimina o direito de “negociação entre as partes”, sendo prerrogativa dos empregados que não lhes pode ser negada. A ausência de conhecimento, por vezes, configura a descaracterização da PLR, atribuindo ao pagamento natureza salarial, com seus encargos e multas retroativas. Dessa forma, implantar o programa não é coisa tão simples como muitos pensam, e requer alguns cuidados. Cláusulas de PLR em convenções coletivas têm apresentado inúmeras irregularidades, como falta de objetivos bem definidos; fixação de valores que acabam por atribuir um caráter salarial; aplicação equivocada das mesmas metas em diferentes empresas de uma mesma categoria, tornando a PLR ineficaz, além de representar apenas um ônus para as empresas. Já os acordos celebrados por comissões paritárias, entre empregadores e empregados, têm grandes chances de sucesso, por desobrigar a organização de seguir cláusulas do programa, mantendo os seus direitos assegurados. Enfim, o tema requer uma visão multidisciplinar à luz da economia, do direito e das boas regras que assegurem a ética da gestão de pessoas; o bom entendimento de seu conceito; a consideração dos detalhes construídos pelo conhecimento de outros modelos praticados; e um elaborador inserido em seus propósitos. Fora isso, a alternativa é implementá-la por tentativa e erro, correndo riscos desnecessários para as empresas. vantagens e entraves da PLR Fernanda Della Rosa Economista, especialista em Administração de Empresas e em Marketing de Varejo. Sócia da Della Rosa Consultores Associados, conselheira do CORECON/SP e Coordenadora da Comissão da Mulher Economista. Consultora nas áreas de Gestão Financeira e Empresarial e em Remuneração Estratégica. Escritora e palestrante. linkedin.com/in/ dellarosaconsultores Muito além dos lucros: ARTIGO | FINANÇAS


44 Revista Febradisk #25 ESPECIAL | SEGURANÇA NO TRÂNSITO Depositphotos por Alessandra Aquino Transportar cargas é um desafio que vai além das responsabilidades dos motoristas. Mas como ficar mais seguro dentro e fora das estradas? SEGURANÇA CULTURA DA SEGURANÇA CULTURA DA


Revista Febradisk #25 45 Asegurança no trânsito é um dos temas que mais preocupam a população brasileira. Atualmente acontecem, em média, 175 acidentes de trânsito por dia no país, com cerca de 14 mortes, colocando o Brasil apenas atrás da Índia e da China, segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). No segmento logístico no qual se inserem as distribuidoras de bebidas, não é diferente. Nesse contexto, todo gestor de frota precisa saber exatamente o que acontece, no intuito de filtrar e conhecer os comportamentos de risco que ameaçam sua operação, para poder realizar treinamentos específicos aos seus colaboradores, como o recém-oferecido pela Infleet aos distribuidores associados à Febradisk. A direção defensiva consiste em guiar, para prevenir ocorrências, mesmo diante de ações erradas de terceiros e condições adversas nas vias, produzindo um trânsito sem acidentes, infrações, abusos e atrasos. Para Henrique Lima, diretor comercial da Infleet, sempre haverá uma causa para um acidente ocorrer e este é o ponto de partida da cultura de segurança. “Comportamentos de risco são atos, atitudes e ações que podem configurar uma situação que provocará danos individuais e colocar em risco a integridade física e social de cada pessoa”, afirma. Atualmente, 90% dos acidentes são provocados por falha humana e 53,7% por imprudência ou negligência. Mas o motorista não é o único ator responsável pela operação de transporte e distribuição da empresa. Ele faz parte de um contexto que envolve gestores de frota, diretores, mecânicos, e muitos outros grupos. Todas essas pessoas têm um grau de responsabilidade sobre as operações, condições do veículo, eficiência e segurança. De acordo com o Atlas da Acidentalidade do Transporte Brasileiro, algumas das Adrualdo Catão, Secretário Nacional de Trânsito principais causas de acidentes no país são: distração, excesso de velocidade e cansaço. No entanto, também são comportamentos de risco: acelerações, curvas, frenagens bruscas; uso de celular; sonolência ao dirigir; ultrapassagem indevida, dentre outros agravantes. Flávio Oliveira, consultor de gestão de frotas, lembra que a tecnologia ajuda o gestor a identificar e evitar essas infrações, contribuindo para a construção de uma cultura de paz no trânsito. “A telemetria e a videotelemetria ajudam na identificação de comportamentos de risco, onde situações de quase acidente são transformadas em um trabalho preventivo e de conscientização. A partir dessas tecnologias, o gestor terá dados sobre os maus hábitos dos condutores que aumentam o seu risco operacional”. Para o advogado especializado em trânsito e transporte Carlos Eduardo Djamdjian, a seguridade no trânsito refere-se ao conjunto de práticas, medidas, regulamentos e comportamentos adotados para prevenir acidentes, lesões e mortes nas vias de tráfego. “Ela envolve a interação segura entre motoristas, pedestres, ciclistas e outros usuários da via, bem como a adequação e manutenção das infraestruturas rodoviárias. Os governantes e órgãos de trânsito também precisam se atentar às normas e principalmente à educação no trânsito”, explica. Alguns elementos são de suma importância para mantermos a tranquilidade no trânsito, como uma fiscalização eficiente, infraestrutura adequada e programas educacionais. Existem diversas campanhas de educação voltadas para um trânsito mais seguro, como, por exemplo, o Maio Amarelo. De acordo com Adrualdo Catão, Secretário Nacional de Trânsito, cabe às distribuidoras decidirem quais serão as estratégias “Estabelecer uma política interna de segurança viária é importante, assim como conversar com seus funcionários, promovendo ações para a sensibilização de todos ao cumprimento das regras de trânsito”


46 Revista Febradisk #25 para firmar uma cultura de seguridade em seu sistema de frotas. “Estabelecer uma política interna de segurança viária é importante, assim como conversar com seus funcionários, promovendo ações para a sensibilização de todos ao cumprimento das regras de trânsito previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). É de suma importância prezar sempre pelo respeito aos mais frágeis no trânsito e aos limites de velocidade”, enfatiza. As responsabilidades do gestor de frotas são técnicas, econômicas e pessoais, uma vez que elas envolvem o controle da manutenção e dos custos, eficiência operacional, desempenho da equipe, minimização dos riscos e impactos ambientais e conformidade com a legislação vigente. Henrique Lima explica que é importante o diálogo com a equipe para conscientizá-la a respeito dos riscos envolvendo a operação. “É preciso relembrar à equipe sobre as principais normas de segurança, legislação de trânsito, necessidade de uso de EPI e também conversar sobre algumas situações práticas do dia a dia. O gestor precisa garantir que os seus motoristas estejam praticando uma direção segura e defensiva, respeitando os limites de velocidade por peso e condições climáticas, por exemplo”, ressalta. O documento que vai estabelecer as regras de uso dos veículos e as consequências em caso de não cumprimento chama-se política de frotas. Ele irá respaldar ações e decisões da empresa em caso de infrações cometidas pelos funcionários e garantirá justiça nas análises realizadas. Segundo Flávio Oliveira, a política de frotas é um dos grandes pilares da cultura de seguridade, conscientizando os motoristas e servindo como bússola para a decisão dos gestores. “Ela é muito importante como ferramenta de comunicação, para garantir que todos saibam as regras e como serão avaliados, trazendo clareza, objetividade e transparência na gestão”, ressalta. Eduardo Djamdjian ressalta a importância de as empresas manterem seus motoristas atentos às leis de trânsito e à preservação dos processos, por meio da promoção de cursos e palestras. “Isso diminuirá a frequência de autuações e gerará economia para as distribuidoras com suas frotas. Importante destacar também que a conservação, mediante manutenções corretivas e preventivas, gerará economia e tranquilidade para os negócios”, garante o advogado. “O gestor precisa garantir que os seus motoristas estejam praticando uma direção segura e defensiva, respeitando os limites de velocidade por peso e condições climáticas” Carlos Eduardo Djamdjian é advogado especializado em trânsito e transportes Flávio Oliveira, consultor de gestão de frotas


Revista Febradisk #25 47 Segundo Adrualdo Catão, existem diversas situações que exigem uma maior atenção por parte dos motoristas, ainda mais de caminhões pesados. É importante, por exemplo, manter uma distância segura para se evitar colisões e redobrar a atenção em caso de chuva, neblina ou tráfego intenso. “O cansaço também é um problema para motoristas que realizam longos percursos e o descanso é essencial para garantir a segurança do profissional e dos demais usuários das rodovias. Sendo assim, o condutor deve procurar por um Ponto de Parada e Descanso (PPD). É fundamental que ele valorize a saúde para não colocar sua vida e de outros usuários da rodovia em risco”. Eduardo Djamdjian reforça que hoje existem diversas automações para traqueamento e verificação de frotas e dos comportamentos dos condutores. “Mas é importante se atentar às leis trabalhistas dos motoristas antes de aplicar qualquer tecnologia. Também é ideal que eles nunca ultrapassem os limites de velocidade, mas transitar muito abaixo da estabelecida também é infração de trânsito”, salienta o advogado. A segurança viária é uma responsabilidade compartilhada e requer uma abordagem que englobe todos os elementos do sistema. “Isso quer dizer que todos os seres humanos são passíveis de erros e, portanto, em vez de simplesmente reagir aos sinistros depois que ocorrem, o sistema deve se concentrar na prevenção, buscando identificar e mitigar os riscos antes que ocorram, envolvendo a adoção de medidas proativas para eliminar ou reduzir os perigos nas vias públicas”, conclui Adrualdo Catão, ao lembrar que uma abordagem multidisciplinar, que envolva ações específicas de fiscalização e educação, além de mudanças na cultura e, principalmente, na infraestrutura do trânsito, criando formas confiáveis para garantir que o erro humano seja previsto e mitigado pelo sistema em sua totalidade, é muito bem-vinda para prevenir eventualidades. Henrique Lima, diretor comercial da Infleet


48 Revista Febradisk #25 VITRINE A Filler Bebidas, do casal Deumar e Iracy Fill, realizou para as suas três unidades localizadas em Taquara, Caxias do Sul e Osório (RS), o Projeto Cultural Filler, visando reforçar seu compromisso com a cultura organizacional da empresa e estabelecer novos padrões na construção de um ambiente de trabalho inclusivo e inspirador. O evento contou com a parceria da Somos + Consultoria, que ouviu cada um dos seus colaboradores, clientes e fornecedores da distribuidora de bebidas, a fim de iniciar uma jornada de transformação na empresa. Outro aspecto relevante foi a nomeação de Embaixadores da Cultura, trazendo a diversidade de todas as unidades da empresa para o centro do processo. Após a definição dos valores culturais que orientariam os processos, ambientes e decisões da empresa a partir daquele momento, foi realizada a Convenção Nação Filler, visando apresentar os resultados do Projeto de Cultura, além da nova identidade visual da Filler Bebidas, pensada estrategicamente para representar a essência do negócio e o seu compromisso com o propósito de criar experiências únicas para as pessoas. Encontro dos Embaixadores da Cultura Apresentação dos Norteadores Estratégicos para as lideranças Grupo Focal no desenvolvimento do projeto Fernando, gerente comercial, na abertura do evento Apresentação da nova identidade visual da Filler Bebidas O Projeto Cultural foi apresentado pela Gerente de Gente e Gestão Tamiris e Tiago Fill Equipe da Consultoria Somos+, Cheila e Tatiane, com Deumar Fill e Tamiris Tiago, Deise, Deumar, Vicenzo, Iracy, Antonella, Sharon e Gustavo Fill Time de Embaixadores da Cultura e a Somos+ Dinâmica com o grupo Batucada S.A. Colaboradores Filler Bebidas Vencedores da gincana, Charles e Márcio, recebendo seus prêmios Equipe Nação Filler


Revista Febradisk #25 49 Na tarde do último dia 3 de junho, em formato online, a Febradisk, através da Universidade Febradisk, reuniu especialistas de Recursos Humanos para celebrar o Dia do RH. No encontro, dedicado aos profissionais da área de todas as revendas associadas à Febradisk do país, foram apresentados temas como Saúde mental e trabalho: de que relação estamos falando? Como a liderança pode impactar e ser impactada nessa relação? e Emprega mais mulheres. As palestras foram ministradas pelo professor e palestrante PhD Cláudio Brunoro, da Fundação Dom Cabral, e pela economista, especialista em finanças e controladoria, Janaina Santos, da Apter Consultoria, respectivamente. O evento também contou com a participação de Juliana Azeredo, diretora da Fundação Dom Cabral; de Vicente Marra, diretor de Treinamento e Capacitação da Febradisk, e Adelita Rauber, executiva da Febradisk. Ao final, a consultora Maritânia de Souza Silva, da Realizações Humanas, promoveu um debate com os participantes. Confira alguns momentos do encontro! Da esquerda para a direita: Maritânia de Souza Silva, da Realizações Humanas Adelita Rauber, executiva na Febradisk Cláudio Brunoro, professor da Fundação Dom Cabral e palestrante Janaína Santos, economista na Apter Vicente Marra, empresário na Marra Bebidas e diretor de Treinamento e Capacitação na Febradisk Juliana Azeredo, diretora da Fundação Dom Cabral Profissionais de Recursos Humanos das revendas associadas à Febradisk participaram do evento em comemoração ao Dia do RH


50 Revista Febradisk #25 BOTECANDO Quem conhece Salvador sabe que a cidade é festeira por demais. Até quando o movimento é religioso, ele também é marcado por um lado, digamos, profano. Esse é o caso da Lavagem do Bonfim, que acontece todos os anos, na segunda quinta-feira do ano. O cortejo segue da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o largo onde fica situada a também turística igreja do santo, considerado padroeiro não oficial da capital baiana. Ao longo de seus oito quilômetros, devotos, ciclistas, corredores, baianas que habitualmente lavam as escadarias do templo, muitas bandas de sopro e percussão e, por que não dizer, cerveja. Tradicionalmente, aqui em casa, saímos andando desde a Barra, bairro onde moramos, justificando a hidratação com cevada durante a longa caminhada que se aproxima dos 10 quilômetros. E é um tal de parar no caminho, para escolher uma bandinha melhor, ou mais animada, para seguirmos, ainda que saibamos que não teremos pernas suficientemente fortes para a volta, que costuma ser de barco ou carro por aplicativo. Afinal, não custa lembrar: se beber, não dirija, mas se for beber, me chame! Apesar da lembrança do santuário e sua festa no meio do ano, não posso culpar o santo, que no Candomblé é Oxalá, pelas cervejas do dia. Diogo Nogueira, talvez. Em um dos maiores teatros de Salvador, há um espaço que chamamos de Concha Acústica, um dos lugares mais incríveis para shows intimistas ou mais alternativos, considerado por muitos, inclusive por nós, um templo da cultura baiana. Amamos tanto que nem reclamamos da subida e descida de uma ladeira, digamos, escrota, que dá acesso ao lugar e justifica mais uma cerveja. Foi lá que, recentemente, o sambista Diogo Nogueira fez uma apresentação e, dessa vez, não entramos e nem saímos pela tal ladeira que me lembra a da Colina Sagrada. Nela, sempre paramos em um bar, seja para aquecer para o evento, ganhar fôlego ou encontrar amigos do bairro ao acaso, como Luís, que lá se esconde jogando sinuca e bebericando, não necessariamente nessa ordem. Dessa vez, como muitos, fugimos da ladeira e acessamos a Concha pela parte superior, prioritário para quem vai para os camarotes quase nunca usados, já que a energia da Concha vem mesmo é do chão. Essa entrada é formada por uma estreita rampa e uma escadaria com poucos degraus, facilitando o ingresso. O show de Diogo estava lotado e foi muito bom! Na saída, comentei com minha digníssima que aquilo estava parecendo uma procissão e comecei a cantar o Hino do Senhor do Bonfim. Sem pestanejar, ela e todos no entorno me acompanharam, em coro, transformando o que antes era samba em um cortejo até a portaria do teatro, onde também começaria uma peregrinação em busca de um carro por aplicativo, o que naquele dia também exigia fé. Quem tem fé Flamarion Reis Comunicólogo, publicitário, mercadólogo e jornalista. Editor e cronista da Revista Febradisk e do Tabuleiro Publicitário. É da UP! Conteúdo Criativo. Com MBA em Marketing e Branding. Recebeu o título de Comendador em Comunicação Integrada e o Prêmio Qualidade Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Liderança. Escreve eventualmente para veículos de todo o país. FreeImages vai a pé ou de Uber!


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