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Published by elainenanidomingues, 2019-12-03 14:39:02

APOSTILA SOBRE ALISAMENTO REVISADA

APOSTILA SOBRE ALISAMENTO REVISADA

A
L
I
S
A
M
E
N
T
O

A ESTRUTURA BIOQUÍMICA DO FIO DE CABELO

Os princípios ativos dos produtos para alisamento de cabelos agem diretamente sobre a
estrutura química do fio, por esse motivo há a necessidade de uma breve descrição de sua estrutura
e formação bioquímica.

Na (figura 1) foi montado um desenho esquemático sobre a estrutura física do fio de cabelo
e as suas fibras, as descrições das suas formações segue abaixo: O cabelo é uma massa de queratina
formada por três camadas celulares concêntricas de fora para dentro: a cutícula, o córtex e a
medula. (A) A cutícula é o invólucro em forma de escamas, com bordas dirigidas para cima
protegendo o córtex; (B) o córtex representa 90% do peso do cabelo e é formado por fibras muito
longas de queratina pigmentadas, unidas entre si por substâncias inter celulares. Cada fibra se
apresenta como um feixe de “cabos torcidos”, as macrofibrilas; (D) cada macrofibrila, ela própria é
constituída por milhares de microfibrilas; (E) as microfibrilas por sua vez constituem-se de 11
protofribilas; (F) cada protofribila se apresenta como uma “corda torcida” formada por três cerdas
elementar; (G) a cerda elementar é uma longa cadeia de aminoácidos (cadeia polipeptídica). A
medula (C) é a parte interna do fio, não há estudos que comprovem a função exata da medula, há
cabelos que não possuem esta estrutura.

Figura 1. Desenho esquemático da estrutura bioquímica do fio de cabelo

CÓRTEX

= feixes de macrofibrila

(D) Macrofibrila =milhares de
(A) microfibrila

(C )

(E) MICROFIBRILA

= 11 protofibrila

(F) PROTOFIBRILA

(B) = corda torcida
formada por 3
cerdas elementares

(G) CERDA ELEMENTAR

= 1 cadeia polipeptídica

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A maior parte do cabelo é constituída pela proteína denominada queratina. A queratina, como outras
proteínas, é formada por aminoácidos em forma de íons com cargas positivas e negativas. Esses aminoácidos
podem formar grandes estruturas poliméricas através de ligações amidas entre o grupo ácido de um aminoácido
e o amino de outro. Para a queratina ter uma estrutura organizada, modelada e fixa, forma-se outras ligações
químicas adicionais, ligações estas relacionadas na (figura 2), que se dispõem de três modos: (1) A formação de
pontes de hidrogênio entre cadeias polipeptídicas paralelas: são consideradas fracas, quebram-se com a simples
ação da água porém são numerosas e significativas para a estabilização da estrutura da proteína. (2) A formação
de ligações salinas entre as ligações paralelas de ácidos e bases: algumas cadeias de polipeptídios possuem grupos
ácidos e outros básicos, por isso há a formação de sais (ligações iônicas), são consideradas de força média. (3) A
formação de ligações pelos átomos de enxofre ou dissúlfeto: são ligações fortes. A solidez e insolubilidade da
queratina atribuem-se a grande quantidade do aminoácido cistina, este aminoácido contendo dois grupos amino
e dois grupos carboxilo, por isso, podem ligar-se a cadeias polipeptídicas paralelas através dos átomos de
enxofre

Figura 2. Desenho esquemático das ligações químicas entre os aminoácidos da queratina.
1) ligações de hidrogênio

2) ligações salinas

Ligações dissúlfeto

A estrutura das cadeias polipeptídicas vai se adaptando em uma forma helicoidal com 3,7 aminoácidos
em cada volta da hélice. Cada volta da hélice está fixada em relação a outra por ligações de hidrogênio, formando
a cerda elementar que, por sua vez, liga-se à outra cerda de uma forma retorcida pelos átomos de enxofre
(ligações dissúlfeto) e por ligações iônicas (salinas). A influência dessas ligações em relação a estrutura do fio
estão bem definidas, por exemplo: se as ligações dissúlfeto se quebram, o cabelo se debilita, mas não partirá se
forem mantidas íntegras as ligações salinas (iônicas). Da mesma maneira acontece com as ligações salinas, se
forem mantidas as dissúlfeto. A forma do cabelo nas diferentes raças não está relacionada a uma estrutura
bioquímica diferente, ela é determinada pela forma do folículo piloso. Por exemplo: no cabelo afro, o folículo
piloso encontra-se em forma de espiral, explicando a forma crespa do cabelo; o folículo dos orientais é
completamente reto, e a haste do cabelo é tesa; já o folículo piloso do caucasiano é intermediário.

MECANISMO DE AÇÃO DOS PRODUTOS DE ALISAMENTO NO FIO DE CABELOS.

Tioglicolato
A primeira etapa quando passa, consiste na redução das ligações dissulfeto, pelo ácido Tioglicólico em

uma solução de amônia (com pH alcalino 9, para abertura das cutículas). Ele reduz os grupos RSSR (ligações
dissulfeto) para RSH (pontes de hidrogênio). A segunda etapa consiste em dar ao cabelo a forma lisa desejada.
Após se lavar e aplicar o neutralizante no cabelo, oxida os grupos RSH para RSSR, ou seja, restabelece as
ligações dissulfeto, com a aplicação desse agente oxidante, tal como o peróxido de hidrogênio, costumamos
falar que ele dá uma bagunçada no interior do fio pra reorganizar. Esta etapa é fundamental porque se refaz as
pontes de Enxofre e o cabelo assume a nova forma. O Tioglicolato de Amônia é considerado um alisante mais
brando, pois danifica menos os cabelos em comparação com os hidróxidos.

Hidróxidos
A mistura de Hidróxido de Cálcio e Carbonato de Guanidina haverá é que dará a formação do Hidróxido

de Guanidina. Pelo fato dessa reação ser muito instável as partes só devem ser misturadas na hora da aplicação.
Devido ao pH altamente alcalino 12, deve-se ter a preocupação de proteger o couro cabeludo antes da aplicação
do creme, pois provoca feridas de queimadura em algumas pessoas. A neutralização do cabelo é feita com a
retirada do creme e lavagem com um shampoo de pH ácido.
Age no fio do cabelo, transformando as ligações dissulfetos da cistina em ligações de lantiolina. Essa classe de
produtos, na maioria das vezes, não apresenta odor forte e não requer neutralização. O hidróxido de sódio é
compatível com ele mesmo e com outros produtos à base de hidróxido de magnésio, e cálcio. Como pertence à
mesma família de hidróxidos, sua compatibilidade com outros tipos de hidróxidos deve ser feita mediante
avaliação do estado dos fios. São produtos alcalinos, pH 13, e uma lixívia cáustica que pode danificar os cabelos,
e queimaduras no couro cabeludo e até mesmo cegueira, caso atinja os olhos.

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Formol
A solução de formaldeido tem seu uso permitido em cosméticos na concentração máxima de 0,2%,

tendo como função a de conservação do produto contra a ação de microrganismos (ANVISA, 2001). Todos
os produtos liberados pela ANVISA que apresentem formol na sua composição têm a concentração da
substância dentro dos limites previstos na legislação vigente. Produtos não registrados na ANVISA, não
possuem sua formulação avaliada e pode conter substâncias prejudiciais a saúde (ANVISA 2005). Na
concentração de 0,2%, o formol não possui ação alizante de cabelos, para que comece a alisar a fibra capilar
precisamos ter uma quantidade superior a 12%. Causando assim muitos maleficios a saúde do professional
que respire uma quantidade muito grande do produto, e também trazendo maleficios a fibra capilar
plastificando a fibra e dificultando assim que qualquer ativo de tratamento entre nessa fibra.

Cisteína - Carbocisteína.

Derivada de um aminoácido (parte da proteína) chamado L-cisteína, a cisteína é um dos aminoácidos
codificados pelo código genético, sendo N-acetilcisteína e a Carbocisteína formas do aminoácido. A carbocisteína
devido a sua alta bio afinidade com os fios, tem uma alta capacidade de retenção de água como o colágeno, por
apresentar uma estrutura molecular menor, penetra no córtex e forma ligações fundamentais para reforçar sua
estrutura. A carbocisteína é um dos aminoácidos que formam a queratina, o principal componente do cabelo, é
responsável pelas pontes cisteínicas que fazem com que os fios tenham a ondulação natural, quanto mais pontes
cisteínicas um cabelo possui, mais encaracolado é o cabelo. Para alisá-lo, é preciso quebrar essas pontes. Ela
sozinha não consegue alisar os cabelos, é preciso um agente oxidante, ela apenas quebra, geralmente é efeito de
liso e proporcionado por outros aditivos ácidos e aldeídos.

Esse processo também pode provocar a degradação de aminoácidos da queratina original do fio, tais como
o triptofano, cistina e metionina, aparecendo a cor amarelada. Cabelos loiros podem ficar da cor de um amarelo
ovo e cabelos ruivos podem ficar alaranjados. Por isso uma tonalização depois se faz necessária, mas uma vez
degradado, assim fica por dentro, então me diz se o cabelo precisa ou não continuar a ser tratado? Quando você
ouvir dizer que uma escova é carbocisteína, se entende de que forma ela trabalha no fio, abri o fio e transforma
as ligações fortes, com ajuda de componentes e transforma.

Falam que acetilcisteína xarope é o mesmo da progressiva pra alisar o cabelo, de fato o aminoácido é o
mesmo, quando ingerido pela pessoa (o xarope) o aminoácido trabalha pra ocorrer uma quebra de ligações,
que interfere com a formação de ligações dissulfureto em proteínas do muco, no popular o catarro, tornando o
muco mais liquido e mais fácil de expulsão dos pulmões. Mas vamos lá pulmão não é cabelo, cada macaco no seu
galho..

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Ácido Glioxílico

O Ácido Glioxílico é extraído do Etanol que é a “fermentação” da matéria orgânica antes que ela chegue à
decomposição e se transforme em Gás Metano, sendo o mais fraco dos aldeídos, mas que quando aquecido em
altas temperaturas libera vapor de formol, “e agora mito ou verdade?”

“O ácido glioxílico ou ácido formilfórmico é um ácido orgânico de fórmula C2 H2 O3 , é o mais simples
dos aldeídos, conhecido como liberador de formaldeído em altas temperaturas. Existem poucos relatos na
literatura com relação à sua decomposição; estudos realizados em amostra padrão, temperaturas até 200 °C
por GC/MS – SPME nos limites de detecção do equipamento de 1x10-9 concluiu que não foi possível quantificar
o formol identificado durante o processo de decomposição1 ; em outro estudo foi quantificada a formação de
formaldeído em quantidades equivalentes a existente no ar2 . A NR15 – Portaria 3214/78, estabelece limites
de formaldeído no ar abaixo de 1,6 ppm e da Legislação de conservante em produtos cosméticos permite o uso
de até 0,2% p/p3. O mercado brasileiro vem utilizando o ácido glioxílico como alternativa segura ao uso
formaldeído” (estudo realizado pelo instituto Adolfo Lutz - Núcleo de Ensaios Físicos e Químicos em Cosméticos e
Saneantes-Centro de Medicamentos Cosméticos e SaneantesInstituto Adolfo Lutz )

Agora após a breve explicação vamos continuar. O ácido libera substâncias que promovem em conjunto a
quebra da ligação de cisteína nas pontes dissulfetos, no interior do fio. Por não ter um pH alto, quando aplicado
no cabelo, em conjunto com a cisteína que dilata as cutículas, permitindo assim a entrada dos ativos em conjunto.
O ácido glioxílico oferece um poder de alisamento com variações dependendo da quantidade utilizada dentro da
formula, pode ser usado na concentração de 1% a 20% e o resultado depende do cabelo. Ele doa uma molécula de
carbono aos sulfetos, formando uma nova cadeia chamada carboxila ou ligação que deixa fio mais rígido e dando
um novo formato, também interrompe a força tensora da fibra.

Outros ácidos que também trabalham modificando as pontes e ligações dentro do fio moldando sua estrutura, e sua
origem.
Ácido Oleico- O ácido oleico é obtido a partir da gordura animal e de certos óleos vegetais (óleo de oliva, palma,
uva, etc). É muito empregado em cremes e emulsões cosméticas pelas suas propriedades emolientes e para
recompor a oleosidade com capacidade de proteção e regeneração.

Ácido linoleico - Derivados do ácido araquidônico (AA) é um ácido graxo essencial, ácido linoleico (Ômega 6) , da
família dos omega-6, óleo de argan, Óleo de soja, óleo de algodão, óleo de ojon, óleo de cártamo, e o ácido alfa
linolênico (Omega 3) que provem da linhaça ele ajuda a fortalecedor da fibra dos cabelos, evitando a quebra fácil
e reestruturando os fios.

Ácido Cítrico - Encontrado em frutas cítricas como limão laranja, lima, maracujá, maçã. Modifica as pontes de
hidrogênio.
Ácido lático - A partir do açúcar do leite (lactose) promove hidratação pela capacidade de absorver água.
Regulação do PH da região.

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Ácido acético - Resultado de fermentação e oxidação de madeira, é o principal ingrediente do vinagre, obtido
pela fermentação do vinho, da cidra, do malte ou do álcool diluído.

Ácido ascórbico- A sua principal função é criar um estrutura de colágeno, a proteína fibrilar que dá
resistência.O ácido ascórbico presente em diversas frutas e legumes

Para entender melhor:

ALISAMENTOS consistem na quebra, temporária ou permanente, das ligações químicas que mantêm a
estrutura tridimensional da molécula de queratina em sua forma rígida original. Elas são divididas em ligações
fortes (pontes dissulfeto) e ligações fracas (pontes de hidrogênio, forças de Van der Waals e ligações iônicas).
As forças fracas são quebradas no simples ato de molhar os cabelos. As ligações químicas mais fracas resultam
da atração de cargas positivas e negativas. Existem os alisamentos temporários, que utilizam técnicas físico-
químicas, como o secador e a piastra (“chapinha”), e também a técnica do “hot comb”.

Temporários, pois duram até a próxima lavagem. Necessitam que os cabelos sejam previamente
molhados, para que ocorra a quebra das pontes de hidrogênio no processo de hidrólise da queratina,
permitindo, assim, a abertura temporária de sua estrutura helicoidal. Com isso, o fio fica liso. A desidratação
rápida com o secador mantém a forma lisa da haste.

A aplicação da prancha quente molda as células da cutícula (escamas), como se as achatasse
paralelamente à haste. O fio adquire aspecto liso e brilhante, por refletir mais a luz incidente. Os alisamentos
definitivos rompem as pontes de dissulfeto da queratina. Podem ser à base de hidróxido de sódio, lítio e
potássio, hidróxido de guanidina (hidróxido de cálcio+carbonato de guanidina) e tioglicolato de amônio ou
etalonamina ou AMP, que utilizam reações químicas de redução. O fio, uma vez alisado pela aplicação de
guanidina ou hidróxido de sódio, não pode ser alisado novamente, pois há risco de se partir.

Já quando é utilizado o tioglicolato, recomenda- se que somente o fio novo seja alisado, porém, caso
seja utilizada uma concentração baixa, é necessária uma nova aplicação cuidadosa, sempre testando uma mecha
de cabelos antes do processo total. O cabelo alisado só pode voltar a ser submetido a um processo de alisamento
com a mesma substância inicialmente usada. O alisamento deve ser feito pelo menos de duas a quatro semanas
antes da coloração. Os alisantes não devem ser aplicados diretamente no couro cabeludo - para os mais
potentes, como o hidróxido de sódio, deve-se proteger a pele com aplicação prévia de óleos ou vaselina. Notem
que não foi associado às bases de alisamentos definitivos nenhum produto ativo de progressivas.

Porque quimicamente não se usa progressivas nos procedimentos de alisamentos definitivos. Os

alisantes são chamados de químicas limpas, por serem as químicas regulamentadas e com baixa toxidade.

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Apesar de limpas, as químicas de alisamentos são químicas pesadas, as mais pesadas no meio capilar.
Não são compatíveis entre si, tem uma lista bem extensa de restrições, assim como incompatibilidades, que
causam danos desde os mais amenos (se é que se pode usar a palavra amena em se tratando de dano capilar)
até os mais extremos e irreversíveis.Não devem nunca ser manuseadas por pessoas que não sejam profissionais,
por iniciantes ou pessoas que não tenham um bom conhecimento na área e principalmente, jamais devem ser
aplicadas pela própria pessoa. Os danos causados pelas químicas alisantes vão de simples ressecamentos até
quebras, cortes químicos, lesões no couro cabeludo, queimaduras de 1º, 2º e até mesmo 3º graus. Não são
químicas indicadas para iniciantes. São as químicas de transformação mais seguras em termos de saúde do
profissional e da (o) cliente. São menos agressivas em termos de toxidade já que não exalam fumaça, nem tem
permanência nos cabelos durante ou após o procedimento. Porém, são as mais agressivas em termos de cortes
químicos.

ALISANTES

São produtos altamente alcalinos, tem o potencial de modificar o fio de cabelo, além de alterar sua
estrutura, retiram substâncias que ajudam a proteger o cabelo, como as proteínas e o manto hidrolipídico. Por
isso, o cabelo precisa estar forte, nutrido e hidratado antes da aplicação de qualquer agente de transformação,
também é muito importante fazer uma reposição após o alisamento químico, para que os fios não sofram, em
longo prazo, enfraquecimentos e quebras.

Escovas definitivas são feitas com base em produtos químicos. O fio possui várias camadas de cutículas
que exercem a função de proteger o córtex, como uma barreira. É preciso um produto capaz de abrir brechas
nessa barreira para que a estrutura possa ser modificada.

No interior do córtex temos a medula, feita de fibras protéicas. É onde ficam os laços laterais do cabelo,
que mantém o padrão de ondulação. Existem três tipos de ligações entre elas: pontes salinas, pontes de
hidrogênio e pontes de dissulfeto (ou ligação de enxofre). As ligações de sal e hidrogênio são mais fracas do que
as ligações de dissulfeto, mas são em maior quantidade, e, em geral, cada um dos tipos de ligação constituem
cerca de um terço da força de curvatura do cabelo.

São as pontes de dissulfeto que se modificam permanentemente. É nela que ocorre a transformação
proporcionando ao cabelo uma nova forma. Quer seja enrolado ou liso.

OBS: Lembre-se sempre da figura 1 e 2 do inicio da apostila.

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CORTE QUÍMICO (CQ)

CORTE QUÍMICO é o grande temor entre profissionais e clientes. O CQ se dá sempre por três razões:

• Incompatibilidade química

• Erro no procedimento químico (tempo de pausa, força do alisante, sobreposições de químicas)

• Fios que não foram devidamente preparados ou já estão muito sensibilizados para receber um
procedimento químico

E nas três situações a responsabilidade é inteira do profissional. Sabe porque?

Mantra: nenhuma química é 100% compatível com outras e todo procedimento químico exige: anamnese,
histórico capilar, cronograma capilar, teste de mechas e de alergia.

A quebra geralmente acontece na divisa entre os fios virgens e os quimicamente processados, ela pode
ser instantânea ou gradativa. Quando os fios passam por um corte químico, o cabelo muda sua estrutura normal,
fica emborrachado, extremamente fino, frágil, elástico e se partindo. Usar sempre a mesma química, não isenta
nenhum cabelo do risco de ter um CQ, o excesso de químicas também facilita e muito.

O que muitos desconhecem, é que o corte químico tem vários graus, os fios se desestruturam e acabam
se rompendo e essa ruptura pode ser instantânea ou gradativa. A maioria dos profissionais classifica como corte
químico, somente aquela reação instantânea onde o cabelo quebra imediatamente (situação onde o cabelo fica
totalmente emborrachado, elástico, e literalmente derrete no lavatório). Quando isso acontece, o grau do CQ é
extremo e não há nada que possa ser feito para salvar, reparar os fios, ou parar o corte, o que resta é proteger
os fios que ficaram acima da linha do CQ. Existem graus menores de CQ, onde os fios não se partem
instantaneamente.

Sabe aquela cliente que faz no mesmo dia: relaxamento + progressiva, alisamento + mechas, alisamento
+ coloração, alisamento + luzes, progressiva + luzes, etc., e depois de uma semana, 10 dias, um mês liga
reclamando que o cabelo está quebrando, caindo, super ressecado, que as pontas estão destruídas e diz que foi
por causa do procedimento? E todo profissional diz a mesma coisa: “Mas ela saiu daqui linda, cabelo perfeito,
como pode?”

A culpa é sim do procedimento e por conseqüência, de quem executou o procedimento. Nenhuma
química é 100% compatível com outras, sendo assim, sobreposição de químicas, acarretam em corte químico.
E o cabelo dessa cliente está sofrendo um CQ.

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Aqueles cabelinhos que se penteia no dia a dia e cai um monte de picotinhos, pedacinhos de cabelo,
estão sofrendo corte químico. Aquele cabelo que não fica bonito de jeito nenhum a não ser que esteja escovado
ou pranchado, está sofrendo um CQ e sim a culpa é do profissional.

É obvio que quando a cliente sai do salão o cabelo está perfeito. Todo cabelo finalizado, selado com a
prancha fica lindo. Dois a três dias depois o pavio se acende e com 10, 15, 30, 90 dias a bomba estoura.

Os cabelos em estágios de CQ apresentam características como:
• fica cheio de pontos brancos pelo alto grau de ressecamento e com pontas duplas, triplas e até
mesmo quádruplas;
• os fios quebram com muita facilidade, como se estivessem se dissolvendo,
• fica muito elástico, quando o fio é puxado ele fica indo e voltando arrebentando facilmente;
• o fio fica emborrachado, opaco e áspero;
• o cabelo pode cair aos montes.
Em procedimentos feitos na raiz, algumas partes podem cicatrizar lisas, nesses casos a alopecia pode ser
permanente e será necessário a intervenção de um dermatologista.
E aí, o que fazer? Nesses casos, é essencial que o profissional esteja preparado e domine muito bem a
parte das terapias capilares.
Por tudo isso que vimos acima é de suma importância o teste de mecha, o conhecer e realizer o diagnostic
capilar, conhecermos muito bem nossa materia prima “CABELO”. Dessa maneira seremos “EXCELENTES”
naquilo que nós propomos a fazer.

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Agora vamos conhecer as características dos cabelos

As características dos fios são de extrema importância na avaliação para qualquer procedimento químico. É
através delas que se podem identificar fatores primordiais para a realização de procedimentos de sucesso. Com
essa avaliação, consegue-se determinar:

• O tipo de produto que deverá ser usado pra processar esses fios
• O tipo de procedimento que deverá ser realizado para a transformação desses fios
• A quantidade ideal de produto a ser utilizado, para que não ocorram desperdícios, que acarretem em

prejuízos para o profissional, assim como, a falta de produtos que acarreta em falhas no procedimento.
• Espessura – cabelos grossos, médios ou finos
• Elasticidade – propriedade que o cabelo tem de voltar ao estado normal depois de esticado
• Porosidade – absorção da umidade
• Cabelos porosos: porosidade forte – absorvem abundantemente a umidade, vapor e medicamentos
• Cabelos impermeáveis: porosidade fraca/ débil - pouca absorção de umidade porque a composição das

escamas é muito fechada
• Flexibilidade – permite a modelagem dos fios dando-lhes variadas formas
• Densidade – quantidade de fios por cm², que em média é de 180 a 300 fios por cm². Densidade e volume

são diferentes. Volume é o espaço que o cabelo ocupa
• Impermeabilidade – ao contrário do poroso, tem as escamas extremamente meticulosas absorvendo

menos liquido demorando mais a secagem
• Cabelo normal – está entre poroso e impermeável, nem absorve, nem rejeita liquido
• Cabelos Cilíndricos – lisos
• Cabelos Prismáticos – ondulados.

TIPOS DE CABELOS

Os tipos de cabelo definem a concentração de cachos e a estrutura do córtex.

• Cabelos lisos – típicos de etnias mongólicas, orientais, esquimós e indígenas. A queratina é distribuída
uniformemente pelo fio e possuem o bulbo redondo

• Cabelos ondulados – típicos dos caucasianos e europeus, podem ser encontrados em diversas etnias. A
queratina é distribuída de forma irregular acumulando se mais em uma extremidade do que na outra,
seu comprimento é em ondas e o bulbo é oval. Os fios são mais finos e recebem pouca oleosidade
natural em decorrência das ondulações

• Cabelos crespos – típicos de etnias negro-africanas, possui formato elíptico e o bulbo achatado. A
distribuição da queratina também é irregular. Podem ser chamados também de cabelos afros. Possui
forma espiral larga ou estreita, e o recebimento de oleosidade natural é quase nulo. Cabelos crespos não
são cabelos étnicos. Cabelo étnico é todo cabelo que descende de uma etnia.

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CABELOS LISOS - Cabelo tipo 1 – fio reto, sem nenhuma ondulação
CABELOS ONDULADOS - Cabelo tipo 2A – fios com levíssimas ondulações, quase imperceptíveis.
EX:(Cabelo tipo 2B – fios com bastante ondulações. Cabelo tipo 2C – fios com muitas ondulações, mas sem
formar cachos.)
CABELOS CACHEADOS - Cabelo tipo 3A – cachos muito abertos, parecidos com efeito de bobs.
EX:(Cabelo tipo 3B – cachos mais fechados, com mais volume. Cabelo tipo 3C – cachos fechado, volume, fio mais
seco e com aspecto de crespo.)
CABELOS CRESPOS - Cabelo tipo 4A – cachos muito fechados, muito volume.
EX:(Cabelo tipo 4B – cachos em zig zag, muito fechados e muito volume. Cabelo tipo 4C – cachos muito pequenos
e super fechados.)

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