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AULA 01 – CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS
TECNOLOGIAS
1. Introdução à Sociologia
Toda ciência tem sua gênese fundamentada em
uma necessidade. A medicina surge pela
necessidade de compreender o corpo humano
e seus fenômenos. A astrologia busca estudar os
astros e sua interação com os demais corpos no
universo. E a
Sociologia? Surge
quando? Para
qual finalidade?
Quem são seus
principais
representantes? É
isso que iremos Disponível em <wikipedia.org>Acesso em: 04 abr.
analisar nessa 2019
etapa.
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Era de Revoluções
Certamente você já deve ter visto essa
imagem em livros de história durante sua
jornada escolar. Ela remete ao contexto francês
durante o período de grande mobilização
popular que ocorreu naquele país entre 1789 e
1799.
A Revolução Francesa foi fundamental
para encerrar o antigo regime absolutista, que
se desgastava por más decisões que levaram a
França a uma profunda crise econômica que se
traduzia em aumento de impostos e miséria da
população, enquanto a coroa não abria mão das
regalias do cargo. Dessa forma, a população se
rebelou contra o sistema político buscando um
novo modelo em que a participação popular no
processo decisório fosse o elemento mais
importante da gestão pública.
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Foram 10 anos de um processo que
resultou em um país diferente não apenas nas
figuras
governamentais,
mas deu ênfase
a uma ampla
discussão sobre
liberdades,
direitos e a
função da Disponível em <imirante.com> acesso em 03 abr.
política na 2019
sociedade. Formam-se as primeiras ideias sobre
direitos humanos – que inspiraram a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
Poucos anos depois, ainda no continente
europeu, outro evento histórico que
fundamenta nossa forma de vida moderna
surge quebrando antigos modelos. A
Revolução Industrial encerra o modelo
feudalista de economia consolidando o
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capitalismo como base das relações
produtivas.
Somando fatores, a urbanização ocorre,
tirando o foco da economia agrária para a
produção de bens materiais nas cidades. O
estilo de vida e rotinas da população foi
alterada de forme definitiva: o trabalho fabril
exige longas jornadas de trabalho fora de
SÍNTESE
Ambas as Revoluções trouxeram mudanças
que, somadas, fizeram nascer uma nova
sociedade: a francesa muda o sistema político
e a visão da sociedade sobre o governo, e a
industrial altera a forma com que a riqueza é
produzida e circula dentro de um espaço.
Tanto uma, quanto outra, inauguraram o
período contemporâneo da história.
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casa, dando ao trabalhador uma recompensa
financeira chamada salário, que representa o
quanto o patrão quer e/ou pode pagar ao seu
funcionário. O valor era desvinculado da
quantia de lucro o trabalho do operário
poderia gerar à indústria.
O surgimento da Sociologia.
Augusto Comte.
Na tentativa de explicar
a sociedade através de uma
perspectiva que superasse o
senso comum, alguns
autores como Augusto
Comte (1798-1857) se
Disponível em inspiraram nas ciências da
<novaescola.org> acesso em natureza, como a química e a
03 abr. 2019
biologia, para criar teorias sobre o
comportamento social.
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Filósofo, encorajava o abandono
progressivo dos dogmas religiosos para assumir
o rigor do método científico como forma de
interpretar as coisas da sociedade. Essa forma
de pensar fica conhecida com Positivismo.
Teológico: O conhecimento do mundo está
restrito às concepções religiosas-criacionistas.
A vontade de um ser superior é a maneira de
compreender os fenômenos.
Metafísico: Transição entre o teológico e o
positivista, inicia-se a abstração sobre as
coisas do mundo, na busca de explicações
racionais.
Positivista: Estágio final da evolução humana,
a ciência é o método de conhecimento
consolidado, pois não dependem das opiniões
humanas ou do comportamento de entidades
sobrenaturais.
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Para ilustrar os passos que a
humanidade perseguiria no processo de
incorporação dos conhecimentos científicos,
o autor escreve sobre a Lei dos 3 Estágios.
Émile Durkheim
Conterrâneo e
seguidor das ideias de
Augusto Comte, Émile
Durkheim dedicou sua
carreira acadêmica na
consolidação do método
sociológico enquanto forma
válida de conhecimento Disponível em
<pensador.com> acesso em 03
científico sobre o abr. 2019
comportamento humano na sociedade.
Como positivista, acreditava na ordem
como elemento fundamental da vida humana.
Para manutenção da ordem, ele identifica
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alguns parâmetros, leis e regras – que são
combinados socialmente, e que servem como
direção do comportamento individual e
coletivo. Chama esses fenômenos de Fatos
Sociais, que devem ser tratados como ‘coisas’ e
devem ser objetos de estudos da Sociologia.
Essas regras nem sempre são leis formais,
elas podem ser expressões da cultura, das
noções religiosas, das tradições e da história de
Generalidade: Serve para todos, ou seja, é
geral.
Coercitividade: Influencia nosso
comportamento em função das possíveis
punições advindas do não cumprimento da
regra.
Exterioridade: as regras são exteriores ao
indivíduo, sendo assim, não dependem da
aprovação ou da vontade individual para
segui-la.
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um povo. Comer com garfo e faca pode ilustrar
o funcionamento dessas regras – não é uma lei,
mas tem a mesma força de uma. Para
categorizar, Durkheim elenca 3 características
dos fatos sociais:
Max Weber
Karl Emil Maximilian
Weber era um pensador
alemão, economista e um dos
fundadores da Sociologia.
Dedicou seus estudos na
compreensão do sistema
econômico capitalista e no
Disponível em comportamento humano na
<ebiografia.com> acesso sociedade contemporânea.
em 03 abr. 2019
Formulou, entre outras, e teoria da ação social
e da ação homogênea. O autor acreditava que
toda ação que tem impacto sobre o outro pode
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ser considerada como social. Passamos a vida
interagindo com outras pessoas, e quando essas
interações são pautadas na reação do outro,
podemos classificá-la nessa tese. São elas:
Não podemos confundir a ação social com
Ação tradicional: Motivada por costumes e
hábitos. Ação automática.
Ação afetiva: Motivada por sentimentos como
orgulho, inveja, ira entre outros.
Ação racional com relação à valores: Não é
motivada por seu fim, mas por critérios
estéticos, religiosos, morais ou éticos.
Ação racional com relação à fins: escolha
racional onde se objetiva um fim, e busca-se o
melhor caminho para chegar até ele.
ação homogênea! A segunda não é
fundamentada no outro, mas por uma
necessidade ou vontade individual. Por
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exemplo, quando começa a chover, é possível
observar várias pessoas que andam pelas
calçadas buscando proteção ou abrindo o
guarda-chuva. Ainda que centenas façam isso
ao mesmo tempo, não consideramos uma ação
social, pois está motivada apenas pela
necessidade de se proteger do clima.
Karl Marx
Um dos fundadores da
sociologia e, quem sabe, o
mais conhecido deles é o
filósofo e economista
alemão Karl Marx (1818-
1883). Seus estudos sobre o
capitalismo e o seu impacto Disponível em
<infoescola.com> acesso em
na sociedade são apreciados 03 abr. 2019
até hoje, e suas ideias
inspiraram linhas teóricas nas Ciências Sociais.
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Crítico ferrenho do capitalismo, acredita
que a pobreza e as desigualdades advêm do
monopólio dos meios de produção – que são os
mecanismos que a burguesia concentra pra si
para acumular capital (lucro e bens). Entende
que existe um antagonismo de classe, em que
burguesia e proletariado lutam entre si em
torno de seus interesses que, claramente, são
muito diferentes.
Um dos conceitos cunhados pelo autor é o
conceito de mais –valia. Observe a citação:
O operário não produz para si, mas para o
capital. De modo que já não basta que ele, pura
e simplesmente, produza. Ele tem de produzir
mais-valia. Só é produtivo o operário que
produz mais-valia para o capitalista ou que
serve para a autovalorização do capital. Disponível
em www.marxists.org/1867/capital/livro1/cap14/01.htm
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Assim, de maneira objetiva, a mais-valia é
a diferença entre quanto o operário produz e o
quanto ele toma para si em forma de salário no
final do período. Quem produz a riqueza da
indústria é o funcionário que trabalha nela – o
dono, sozinho, não seria capaz de acumular o
volume de riquezas que seus operários
somados são.
Esse monopólio dos meios de produzir
riqueza coloca um abismo entre seres humanos,
entre aqueles que dispõe de uma vida com as
regalias do capital, e aqueles que precisam
sobreviver com o pouco que recebem, já que,
não lhe restam opções além dessa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVED , F. Princípios de Sociologia: pequena
introdução ao estudo da sociologia geral. 11ª
ed. – São Paulo: Duas Cidades, 1973.
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CASTRO, A. M. DIAS, Edmundo Fernandes.
Contexto histórico do aparecimento da
sociologia. In.: Introdução ao pensamento
sociológico. São Paulo: Centauro, 2001.
ALVES, R. Filosofia da ciência. São Paulo: Ars
Poética, 1996.
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