APOSTILA DE SOCIOLOGIA
AULA 7
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AULA 07 – CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
TRABALHO, SOCIEDADE E TECNOLOGIA
Trabalho e Sociedade.
A humanidade desde os primórdios
emprega esforços para os mais diversos fins.
Inicialmente, o trabalho era essencialmente um
instrumento de sobrevivência: Caçavam e
coletavam para alimentação, vigiavam o
território para proteção, construíam abrigos
para evitar o frio e a chuva. No entanto, com a
evolução humana veio uma nova interpretação
do que é trabalho.
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O termo trabalho deriva do termo em latim
tripalium (ou trepalium), que significa tortura, já
que começou a ser usada como instrumento de
dominação e de reafirmação de status social –
aqueles que se beneficiavam do trabalho
forçado claramente estão em posição social
superior àqueles que precisam se submeter a
ele.
Sem dúvida, o trabalho pode ser interpretado
de diversas formas, por áreas diferentes do
conhecimento. Mas, qual o objetivo da
Sociologia em estudar essa área da atividade
humana?
Os sociólogos buscam investigar como esse
conjunto de esforços humanos impacta os
meios sociais, altera as relações entre
diferentes classes e a forma com que os seres
humanos dividem socialmente o trabalho.
Evolução das técnicas de trabalho.
Os métodos de trabalho se sucedem para,
essencialmente, modernizar e corrigir técnicas
anteriores. Assim aconteceu com o labor ao
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longo da história, que foi se adaptando a novas
demandas sociais. Podemos citar:
Disponível em: Disponível em:
http://www.periodicos.ufpb.br/public/journals/35/c http://historianointerior.blogspot.com/2011/07
over_article_21342_pt_BR.jpg /8-ano-resumo-do-capitulo-1-do.html
Artesanato Manufatura
Técnica que Início da divisão
emprega o uso das do trabalho. Na
manufatura, cada
mãos e de
equipamentos pessoa fica
simples. O artesão é responsável por
responsável por uma etapa do
todas as etapas de
produção, o que processo,
tende a tornar o tornando a
trabalho mais lento. produção mais
rápida e eficiente,.
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Disponível em: https://cdn-images- Disponível em:
1.medium.com/fit/t/2400/1008/0*4NDohc_XO http://blog.murrelektronik.com.br/como-a-
automacao-industrial-vem-sendo-implantada-
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no-brasil/
Maquinofatura
Automação
Emprego da
manufatura nas A operação das
atividades fabris. A máquinas é feita a
divisão do trabalho
é fortalecida, e os partir de
esforços humanos algoritmos da
são usados na computação, sem
necessidade de
operação de intervenção
máquinas e nas humana direta,
rotinas dento das mas pelo trabalho
fábricas. robotizado
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Administração Científica da Produção.
Fordismo: o sistema fordista de produção
tem como data histórica de implementação
de seus principais elementos como a linha de
montagem, jornada de trabalho e salário de
5 dólares no ano de 1914.
Disponível em: <https://www.moma.org/wp/inside_out/wp-
content/uploads/2015/04/soup-cans-grid.jpg> Acesso em: 20 fev. 2017.
Em relação aos impactos do sistema de
produção fordista para o trabalhador, temos
os efeitos da alienação decorrente do
trabalho simplificado e repetitivo, o que
tornava o trabalhador uma extensão da
máquina, a separação entre a concepção do
trabalho e a execução, não levando em
consideração o conhecimento do trabalhador
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sobre os processos de produção. A fábrica
fordista era verticalizada, isto é, quase todas
as peças eram produzidas na mesma fábrica,
isto tinha como efeito concentrar um número
gigantesco de trabalhadores no mesmo local.
Assim, a fábrica verticalizada contribui na
facilitação da organização dos trabalhadores
o que permitiu ganhos salariais e mais
direitos trabalhistas.
Taylorista/ fordista Predominante até
1970
- Produção em massa
- Rigidez e controle das etapas
- Integração vertical: todas as partes do produto
na mesma fábrica:
- Utilização de trabalho vivo
- Trabalho repetitivo e monótono
- Trabalho individual
- Controle do tempo e dos movimentos
- Um trabalhador uma máquina
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- Separação entre execução e concepção
- Emprego estável e full time
- Mais valia absoluta
Disponível em: Disponível em:
https://static.todamateria.com.br/upload/fordismob
b.jpg. Acesso em 13/06/2018 <http://carazza.com.br/img/servicos/automaca
o-industrial-1.jpg> Acesso em: 20 de Fev.
2017.
Toyotismo: o sistema de produção
toyotista tem como período de
surgimento os anos 70 quando procurou
adaptar os elementos presentes no
fordismo às condições da crise
econômica. O sistema toyotista se
enquadra no chamado downsizing, com
um fábrica horizontalizada, que terceiriza
a produção das peças dos produtos, o que
acaba distribuindo o trabalhador em
espaços geográficos diversos, diminuindo
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a organização sindical dos trabalhadores.
Outro elemento importante é que na
fábrica toyotista o trabalhador opera
várias máquinas ao mesmo tempo,
aumentando a produtividade e a mais-
valia relativa.
Toyotista/flexível
Predominante pós 1970
- Produção por demanda (Just in time)
- Trabalhador opera várias maquinas
simultaneamente
- Trabalhador qualificado
- Equipes de produção: controle por equipe
e produtividade
- Redução postos de trabalho
- Integração horizontal: terceirização da
produção: 75%
- Emprego instável e Partial time
- Maior uso da mais valia relativa
- Remuneração variável e por produtividade
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- Uso do saber do trabalhador “savoir-faire”
Savoir-faire Intelectual do
trabalhador
A empresa Toyotista incentiva o
trabalhador a contribuir com o seu
conhecimento do processo produtivo a
fim de aumentar a produtividade da
empresa.
Teoria da Mais-Valia e a Exploração
do trabalho
Karl Marx desenvolve um conceito
que exemplifica os meios que a classe
burguesa explora a mão de obra do
proletariado: os donos dos meios de
produção buscam lucro, e ele não se dá
apenas pela venda dos produtos ou dos
serviços oferecidos ao consumidor. Ele
reduz ao máximo o salário do trabalhador,
e este não representa o quanto ele
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produziu, mas o quanto o patrão deseja
pagar – assim, retirando desse operário a
possibilidade de receber pelo quanto
trabalhou ou fez.
Há dois tipos básicos de mais-valia,
presentes na teoria do autor:
Émile Durkheim e os tipos de
solidariedade.
Uma das principais preocupações teóricas
do clássico da sociologia, o francês Émile
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Durkheim, era estudar e compreender as
mudanças estruturais da sociedade pré e pós
industrial. Ele expõe que existem certas lógicas
que regem a sociedade antes e depois do
consolidação do sistema capitalista. Essa
separação ele chama de solidariedade mecânica
e orgânica, que são orientadas por
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARON, Raymond. Etapas do Pensamento
Sociológico. SP: Martins Fontes, 2002.
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BRAVERMAM, H. Trabalho e Capitalismo
Monopolista. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
379p.
DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho
social. [tradução Eduardo Brandão]. 2o ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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