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Published by Jornal da Praia, 2018-03-01 16:11:35

Jornal da Praia | 0492 | 17.03.2017

Diretor: Sebastião Lima Diretor-Adjunto: Francisco Ferreira Nº: 492 | Ano: XXXIV | 2017.03.17 | € 1,00

QUINZENÁRIO ILHÉU - RUA CIDADE DE ARTESIA - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA - ILHA TERCEIRA - AÇORES www.jornaldapraia.com

EM ENTREVISTA AO JP, JULGA A PRESIDENTE MADALENA PEREIRA

FUP CARECE DE DESTAQUE NAS FESTAS
CONCELHIAS

dAdeepsmodueúcsooiucsatdueibadrsoodsdopesr2eo0uje116t1o,3sq.ºupaeanrniavoeosrfsfuaáltrouiour,odJ,oPassesmsetaneivtooerseàescmdoen“svoaefuriossaasdqcioaum”e esMeinacoodvlaoalecçanãmao.Pàebreainrad,ap, rdeosiedsefnotreçoddaaFidlairremçãóonipcaarUanmiãaonPterariaenessec,ola

DESTAQUE | P. 8 e 9

Foto: MPV

ATÉ SETEMBRO NOVO VINHO NO MERCADO FUTEBOL: NOS ESCALÕES DE FORMAÇÃO

CENTRO URBANO DA “BRUM” – UM LICOROSO
PRAIA ACESSÍVEL A TODOS TERCEIRENSE DE EXCEÇÃO

caPcnoaproormrsvedAasueleçhzsonitodrtáeaogs-fis.raoeanpdccaeoêrtms1i,8r daeunsemtoecasolebqhmrueaaitnvlaicdasosaiddlheleiac1moí9mr9eop8sdaoeer,

No sequência de um estudo elaborado por ENOLOGIA | P. 10 JUVENTUDE DESPORTIVA
amluénsioas, adaCMEPscVoelancSoencturnad-sáeriao imVitpolerminoenNtaer- LAJENSE CAMPEÃO DA
pqnouesecsoevnaisstardmoeummrboealbhnioloidr,aaurdmeasrceaodcnuejzusisnditbaoi.liddaedoebsràass AFAH

NO CONCELHO | P. 5 DESPORTO | P. 14

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JP | CANTO DO TEREZINHA & CARTOON 2017.03.17| 2

AFONSO HENRIQUES, A TOMADA DE LISBOA E A MENTIRA

JORNAL DA PRAIA Estando o nosso primeiro rei sitiando a do dos cristão (nem o bispo escapou) que
cidade que hoje é a capital desta nossa nela coabitavam com os muçulmanos.
www.jornaldapraia.com pouco serena república, viu-se a braços
com as frequentes brigas e altercações vio- E foi assim, à base de uma real mentira, que
FICHA TÉCNICA lentas entre os membros dos vários grupos o rei Conquistador se apossou da bela cidade
de soldados templários que vieram auxiliar o das Tágides.
PROPRIETÁRIO: senhor Dom Afonso, filho de Henry.
Canto do Terezinha fica, assim, convencido
Grupo de Amigos da Praia da Vitória A coisa estava a atingir proporções de tal de que a mentira, em Portugal, vem de mais
(Associação Cultural sem fins lucrativos NIF: 512 014 914) modo avantajadas que o fundador da nossa longe do que a fama de uma certa bebida es-
nação chegou a pensar que não iria conseguir pirituosa.
Fundado em 26 de Março de 1982 a almejada conquista, pois o moral das tropas
estava sendo minado pelas constantes bri- E quanto ao autor da mentira que tanta tin-
REGISTO NO ICS: 108635 gas. E pensou, pensou, pensou e acabou por ta tem feito correr, temos que imaginar que o
decidir fazer propalar o rumor de que havia pobre ministro tinha a sua mente tão absorvi-
JORNAL DA PRAIA dentro da rica cidade de Lixbuna um riquís- da com a vontade de baixar o défice que não
simo tesouro. Ora, em pouco tempo a calma reparou que metera os pés pelas mãos par se
Fundado em 29 de Abríl de 1982 regressou aos acampamentos e os chefes mi- defender dos ataques ciumentos da oposição.
litares puderam impor a disciplina necessária
ENDEREÇO POSTAL: para que os seus soldados se concentrassem Oxalá, que é como quem diz, queira Deus,
na tarefa primordial. que o défice se mantenha Verdade por muitos
Rua Cidade de Artesia, Santa Cruz anos.
Apartado 45 - 9760-586 PRAIA DA VITÓRIA Efetivamente, a cidade foi conquistada, ain-
da que com grandes perdas de vidas, incluin- •
Ilha Terceira - Açores - Portugal
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Taxa Paga – AVENÇA
Publicações periódicas

Praia da Vitória

JP | ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO 2017.03.17 | 3

PRAIA PREPARA FUTURO REVENDO PLANO DIRETOR MUNICIPAL

Foto: MPV

PLANO DIRETOR MUNICIPAL: Segundo Roberto Monteiro, “centra especial enfoque aos ‘cluster’ marítimo e aéreo, potenciando
o desenvolvimento do concelho, dando resposta às necessidades de criação de emprego, atração de investimento e fixação da
população”

Oatual Plano Diretor Munici- go, atração de investimento e fixa- gente militar, afirmou, “a legaliza- 100%.
pal (PDM) da Praia da Vitó- ção da população”. ção e requalificação das zonas cir- As duas freguesias do concelho
ria conta já com 12 anos de cundantes ao aeroporto também

existência, refletindo uma realida- O plano, apresentado em confe- são fundamentais, no sentido de com maiores condicionalismos à

de completamente desenquadra- rência de imprensa na manhã de aproveitarmos alguns imóveis, ten- construção, Biscoitos e Porto Mar-

da dos desafios que se colocam ao quinta-feira, 2 de março, no Salão do em conta o processo de redu- tins por albergarem áreas de reser-

concelho praiense nos dias de hoje, Nobre dos Paços do Concelho, es- ção do efetivo militar na Base das va agrícola ou florestal, não foram

marcados pela redução da presen- pelha a preocupação do atual exe- Lajes. É necessário criarmos condi- esquecidas no novo PDM, estando

ça militar norte-americana na base cutivo com o futuro económico do ções para que essas infraestruturas previsto não só a libertação de algu-

das Lajes, que desde da II Guerra concelho e salienta as suas expeta- sejam revitalizadas”. mas zonas como também alteração

Mundial em diante, constituí o ali- tivas de crescimento, ao dar espe- dos índices de utilização. Em rela-

cerce económico, não só do conce- cial enfoque aos “cluster” maríti- A revisão do PDM que se prevê ção aos Biscoitos, Roberto Montei-

lho mas de toda a ilha. mo e aéreo. esteja concluída até junho, mês em ro anunciou, “haverá permissão de

que o documento deverá ser su- construção, até 50 metros de pro-

No passado dia 3 de fevereiro, em A este propósito referiu Roberto jeito a discussão pública, privilegia fundidade, em diversas vias, a fim

entrevista ao nosso jornal, Roberto Monteiro, “procederemos à deli- também a revitalização urbanística de potenciar a freguesia”, no que

Monteiro, presidente da autarquia mitação do núcleo de pescas e da da zona central da cidade, favore- diz respeito ao Porto Martins reve-

praiense, no último quadriénio dos nova área de localização empresa- cendo a ampliação das infraestru- lou, “passa a reger-se pelo Plano de

seus 3 mandatos, defendia que “o rial junto ao porto, assim como ao turas existentes em detrimento de Urbanização da freguesia, que visa

desenvolvimento da Praia da Vitó- ordenamento do porto americano. novas construções, ao consagrar a preservação da paisagem natural

ria passa, invariavelmente, pela po- A expansão do porto oceânico e no centro urbano uma área de im- da mesma, valorizando as culturas

tenciação do porto e do aeropor- do parque empresarial do Cabo da plantação de 80%, verificando-se da vinha e da azeitona, bem como

to”, acrescentado que a estas duas Praia são outras das medidas que o um acréscimo de 20% relativamen- a orla costeira”. Foi ainda anuncia-

vertentes se deveria associar uma PDM contempla”, acrescentando, te aos 50% atualmente em vigor. do para ambas as freguesias a cria-

“agricultura de valor acrescentado “pretendemos também implemen- ção de novas infraestruturas que

e turismo e serviços locais diversifi- tar projetos empresariais que dina- As freguesias rurais também são promovam a fixação da população

cados e inovadores”. Complemen- mizem a baía da Praia da Vitória, um alvo de especial cuidado nos traba- jovem.

tava a sua visão acrescentando local de excelência para a prática lhos em curso de revisão do PDM,

“2017 será um ano de incremento de desportos náuticos, potencian- tendo em vista evitar o despovoa- Depois da fase de discussão pú-

da viragem económica local, sem do o fluxo turístico no Concelho. mento destas zonas. “Considera- blica e dependendo do número de

perder a matriz humanista”. O PDM inclui ainda a consolidação mos importante construir mais ha- sugestões ou reclamações, o novo

dos terrenos entre a marginal e a bitações nestes locais, assim como plano de ordenamento urbanístico

Concretizando as palavras em Boavista, zonas muito apreciadas ampliar as infraestruturas recrea- da Praia da Vitória deverá entrar

ações, a Câmara Municipal da Praia por quem nos visita e que devem tivas, culturais e desportivas para em vigor em setembro, segundo

da Vitória (CMPV) encontra-se em ser promovidas”. reforçar a qualidade de vida dos estimativa do presidente da CMPV.

processo de revisão do seu PDM, habitantes”, sustentou Roberto GC-MPV/JP•
adequando este documento às exi- Relativamente às infraestruturas Monteiro. Desse modo as infraes-

gências dos novos tempos, poten- da base das Lajes inutilizadas pela truturas coletivas como casas do

ciando segundo Roberto Monteiro decisão unilateral das autoridades povo e sociedades passarão a dis-

uma resposta à “criação de empre- americanas de redução do contin- por de um índice de construção de

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JP | EFEMÉRIDE 2017.03.17 | 4

ALEXANDRE HERCULANO – A VIVÊNCIA NA TERCEIRA

HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

Há exatos vam-se em Herculano. Em 1831, com de viagem, chegou a apelidar a Ilha Alexandre Herculano chegou a ser
185 anos, apenas 20 anos, participou na tenta- de “rochedo da salvação”, tamanha eleito deputado pelo Porto em 1840,
a 18 de tiva falhada de derrube do regime importância que tinha para o Libera- mas desiludido com a vida política,
março de 1832, absolutista de D. Miguel. Acabou por lismo português. retirou-se para uma quinta em Vale
Alexandre Her- exilar-se em Inglaterra e depois em de Lobos, nos arredores de Santa-
culano chegava à França, dedicando-se ao estudo na No dia de 6 de abril, Alexandre Her- rém, onde exerceu um autêntico ma-
Ilha Terceira. Her- Biblioteca de Rennes, entrando em culano partia da Ilha Terceira, tendo gistério moral sobre o País, sobretu-
culano passou 18 contacto com os autores franceses depois embarcado para S. Miguel. do devido ao carácter e aos valores
dias em solo ter- Thierry, Guizot, Victor Hugo e La- Durante 100 dias, esteve nos Aço- que sempre defendeu ao longo da
ceirense, onde completou os seus 22 res, lutando pelo Liberalismo e pelos vida.
anos, tendo depois embarcado, a 6 ideais que acreditava. Herculano foi
de abril, para S. Miguel, onde esteve um dos 7 500 “Bravos do Mindelo”, D. Pedro II, imperador do Brasil, fi-
82 dias. Durante 100 dias, esteve nos que desembarcaram na praia de lho de D. Pedro IV, chegou a visitar
Açores, lutando pelo Liberalismo e Arnosa de Pampelido. Participou, Herculano na sua casa em Vale de Lo-
pelos ideais que acreditava. Alexan- assim, no cerco do Porto. Em re- bos, mostrando a importância sim-
dre Herculano foi um historiador, es- compensa pelo seu empenho como bólica do antigo soldado do pai. Ale-
critor e político do século XIX. Figura soldado, foi nomeado, em 1833, em xandre Herculano morreu em 1877 e
indelével do liberalismo e do roman- 2º bibliotecário da Biblioteca Pública foi sepultado no Mosteiro dos Jeró-
tismo português. do Porto, procedendo à sua organi- nimos. Deixou-nos vastíssima obra,
zação. essencial para o estudo do roman-
Alexandre Herculano de Carvalho e tismo e do século XIX. Herculano foi
Araújo nasceu a 28 de março de 1810, mennais, que fortemente o influen- Após o fim da Guerra Civil, Hercu- um dos heróis do Liberalismo, e com
em Lisboa, e cedo demonstrou a sua ciaram. A sua personalidade literária lano colaborou no Repositório Lite- o companheiro de viagem para a Ter-
aptidão pelas letras. Estudou Huma- começava a formar-se. rário (1834-1835) com vários artigos, ceira Almeida Garrett, foi uma das
nidades no colégio dos Oratorianos em que teorizava o romantismo. Em figuras fundadoras do romantismo
S. Filipe de Néry, instalado no Con- Em março de 1832, Herculano entu- 1836, seguiu-se a primeira série de em Portugal e um dos poucos que
vento das Necessidades. O pai ficou siasmado com a oposição absolutis- A Voz do Profeta e no ano seguinte, soube levar uma vida digna do estilo
cego e Herculano teve de desistir de ta na Ilha Terceira, onde na cidade de fundou a revista O Panorama, que di- literário que tanto amava.
entrar na Universidade, fazendo um Angra se tinha criado um Conselho rigiu (1837-1839), com o objetivo de
curso prático de Comércio, estudos de Regência Liberal do Reino, em- divulgar a estética romântica, publi- O sentimento de luta por ideais e
de Diplomática (Paleografia) e de barcou para os Açores. Queria apoiar cando as suas primeiras narrativas pelo que se acredita, tem-se perdido
Línguas, como o inglês, o francês, o os militares e, sobretudo, restaurar históricas. Em 1839, Herculano saiu nos últimos anos, no seio dos portu-
italiano e o alemão, ou seja, uma for- o trono para D. Maria II. Partindo de d’O Panorama e foi nomeado biblio- gueses. O marasmo e a estagnação
mação mais clássica. Assim, entrou Belle-Isle-en-Mer, integrado numa tecário-mor das Reais Bibliotecas da sociedade civil a tudo o que a
em contacto com escritores român- divisão de emigrados políticos por- das Necessidades e da Ajuda, tendo rodeia tem conduzido o nosso país
ticos, que leu, admirou e traduziu. tugueses, da qual fazia ainda parte iniciado uma profunda pesquisa de a um momento de crise e de falta
Com inspiração no estilo romântico, Almeida Garrett, chegou à Terceira fontes históricas, que resultou nas de identidade. É necessário acor-
começou a escrever poesia e fre- a 18 de março, poucos dias depois Cartas sobre a História de Portugal, e, dar a portugalidade e o sentimento
quentou os salões da Marquesa de de D. Pedro IV (que chegara a 3 de mais tarde, os 4 volumes da História de luta, não só pela Liberdade, mas
Alorna. Acabou por conhecer Antó- março). Herculano, em Scenas de um de Portugal, onde negou o “milagre sobretudo pela Igualdade, pela So-
nio Feliciano de Castilho, inventor do ano da minha vida e apontamentos de Ourique” (segundo o qual Deus lidariedade e pela Fraternidade. É
Método Castilho de Leitura e respon- tinha aparecido a D. Afonso Henri- o momento de remarmos pelo que
sável pela criação das escolas gratui- ques, incentivando-o a vencer a Ba- acreditamos, pela justiça, mesmo
tas, umas de instrução primária, ou- talha de Ourique). Em 1844, publicou que se vá contra a maré, seja ela qual
tras de instrução secundária. uma das suas obras de referência, o for.
romance histórico Eurico, o Presbíte-
O sangue da juventude fervilhava ro, onde falava da história dos amo- •
e o sentimento pelos ideais da revo- res entre Eurico e Hermengarda, na
lução francesa cresciam e consolida- Península Ibérica do século VIII.

FRANCISCO BORJA DE GARÇÃO STOCKLER – BARÃO DA VILA DA PRAIA
A6 de março passaram exatos
188 anos que, em 1829, mor- setembro de 1759. Cedo escolheu a da Ilha. Stockler amotinou-se contra de Barão da Vila da Praia. Stockler
ria Francisco de Borja Garção carreira militar, mas apaixonado pela a sua demissão, iniciando uma con- ocupou o cargo por pouco tempo, já
matemática, inscreveu-se ainda, em trarrevolução em Angra, reassumin- que em junho de 1824 foi demitido,

Stockler, 1º e único barão da Vila da 1784, na faculdade de matemática da do o poder. sobretudo porque não se entendia

Praia. Stockler foi o 8.º Capitão-Ge- Universidade de Coimbra. com a população terceirense.

neral dos Açores e Comendador da Com a Constituição de 1822, a Capi-

ordem de Cristo. Foi um dos mais no- Stockler foi convidado para capi- tania-Geral e os governos interinos Stockler foi ainda governador de

táveis historiadores de Matemática, tão-general dos Açores. A 18 de ou- foram extintos, tendo Stockler pas- armas do Algarve de D. Miguel, fale-

deixando uma vasta obra. tubro de 1820, Stockler chegava à sado a governador da Terceira. Por cendo aí a 6 de março de 1829, nunca

Terceira, todavia a nova Junta Provi- decreto de 29 de setembro de 1823, tendo abandonado os seus ideias an-
FMN•
Stockler nasceu em Lisboa, a 25 de sória liberal determinou a sua saída Stockler foi agraciado com o título tiliberais.

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JP | NO CONCELHO 2017.03.17 | 5

ATÉ SETEMBRO

CENTRO URBANO DA PRAIA DA VITÓRIA ACESSÍVEL PARA TODOS

ACâmara Municipal da Praia da valação e o Paul da Praia da Vitória, pal, no Edifício Beira-Mar, no recinto qualificação da sinalização vertical e
Vitória (CMPV) encontra-se a nomeadamente no Cemitério Muni- do Music Resort, na Zona Verde, no horizontal, criando mais lugares de
implementar no centro urbano da cipal, no edifício de apoio à Marina, Parque Infantil do Paul e também no estacionamento para pessoas com
cidade, um conjunto de obras que no Jardim Municipal e nos recintos Clube Naval. mobilidade condicionada, e também
visam melhorar as acessibilidades de das festas da Praia. na acessibilidade junto a serviços so-
pessoas com mobilidade reduzida ciais e de saúde para idosos e grávi-
aos espaços e serviços públicos exis- Acesso para pessoas de mobilidade reduzida ao edifício de atendimento das.
tentes na Praia da Vitória.
Para além destas intervenções, fo- Decorreram também obras nos Segundo afirmações de Roberto
Estas intervenções cuja conclu- ram construídas novas instalações passeios do centro urbano, no aces- Monteiro, presidente da CMPV, na
são prevê-se para o próximo mês sanitárias para pessoas com necessi- so a recintos desportivos municipais conferência de imprensa que a 15
de setembro, resultam de um estu- dades especiais no Mercado Munici- e ao edifício de atendimento, na re- de fevereiro, nos Paços do Concelho
do efetuado pelos alunos do Curso deu a conhecer o projeto, “o úni-
Técnico de Ação Educativa da Escola co espaço municipal que demorará
Secundária Vitorino Nemésio, sob a mais tempo a ser intervencionado
orientação do professor Augusto é o edifício dos Paços do Concelho,
Vilela, o qual, identificou os obstácu- que dado o seu valor arquitetónico
los existentes no acesso a espaços e e a especificidade da intervenção, só
serviços públicos por parte dos cida- poderá estar concluído após setem-
dãos com dificuldade de locomoção, bro deste ano, dependendo de uma
tendo merecido o melhor acolhi- candidatura a fundos comunitários”.
mento dos responsáveis camarários,
permitindo-lhes determinar as linhas Está previsto, após a conclusão
de ação necessárias para sua elimi- destas obras de intervenção, a dis-
nação, garantindo mais e melhores ponibilização de uma plataforma di-
acessibilidades. gital com o mapeamento das zonas
de estacionamento dedicado a pes-
As intervenções já realizadas e as soas com mobilidade reduzida e si-
a concluir até setembro, estão glo- nalização de serviços mais próximos
balmente orçamentadas em 120 mil a partir daquele ponto.
euros e compreendem os acessos
existentes entre a estrada da circun- GC-MPV/JP•

ORGANIZADO PELA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES DA ESCOLA SECUNDÁRIA VITORINO NEMÉSIO

CONCURSO “ABRAÇANDO O FUTURO” VALORIZA CULTURA PRAIENSE

Três dezenas de alunos da Esco- perguntas de escolha múltipla, colo-
la Secundária Vitorino Nemésio, cado a 10 grupos de 3 elementos.
testaram na manhã de segunda-fei-
ra, 21 de fevereiro, conhecimentos A competição, vivida num saudá-
em história, desporto, geografia, vel ambiente de convívio, foi vencida
literatura, música, teatro e persona- pelo grupo “Duas e Três Quartos”,
lidades da cidade da Praia da Vitória constituído por Leonor Silva, Cândi-
e dos Açores, no concurso de cultura da Areias e Maria Lopes, recebendo
geral “Abraçando o Futuro”. cada um dos seus membros um vou-
cher de 100 euros, que pode ser uti-
Este concurso, uma organização lizado nos estabelecimentos aderen-
conjunta da Associação de Estudan- tes ao Programa “VitÓria”.
tes da ESVN e da Câmara Municipal
da Praia da Vitória (CMPV), decorreu Aos restantes vinte e sete concor-
no âmbito do protocolo de apoio
cultural celebrado recentemente rentes, correspondente aos 9 grupos
entre aquela associação e a CMPV,
consistindo num questionário de 10 restantes, foram entregues prémios

de participação. GC-MPV/JP•

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JP | SAÚDE 2017.03.17 | 6

o Cantinho do Psicólogo 159

Esforço, Movimento, Alegria
Continuamos
a defender que nada, que mais não seja antes através da recorrência a máquinas. estiquem. E os alongamentos após
a importân- do horário de trabalho ou imediata- Os exercícios ou treinos de flexibili- estes exercícios podem ajudar a me-
cia da actividade mente a seguir ao jantar; (2) embora lhorar a amplitude dos movimentos
se possa sentir alguns benefícios em dade, de que os alongamentos são a articulares e aumentar a circulação.
física como forma estar activo, como dormir melhor ou peça fundamental, podem abranger
ter perdido peso, necessita-se de au- entre outros os seguintes músculos: Conforme consta dum cartaz pen-
de adoptar hábi- mentar as actividades, por exemplo, o bíceps femoral, o fibural longo, durado no Clube de Saúde do Lar D.
por mais 10 minutos em cada dia, ou os gluteos, os deltóides, gémeos, Pedro V da Praia da Vitória, os alon-
tos saudáveis, que por mais um ou dois dias; (3) encon- o grande dorsal, o grande adutor, gamentos devem ser executados de
tre tempo na sua vida para implantar uma forma estática, após o esforço
possam garantir a o programa de actividades e insira Foto: J. Veríssimo Alves ser mantido cerca de 15 a 30 segun-
isso no seu calendário; (4) associe dos, e proporcionam diversos bene-
Aurélio Pamplona melhor qualidade exercícios vigorosos aos moderados, o gluteo e grande oblíquo do abdó- fícios, como: (a) reduzir as tensões
de vida e boa saú- e tente juntar-se a um grupo na sua men, o glúteo 2, o esternocleidomas- musculares; (b) relaxar; (c) prevenir
([email protected]) de. E porque esta prática ou a um ginásio; e (5) envol- toideo, o esternocleidomastoideo lesões; e (d) aumentar a mobilização,
va-se em actividades físicas mais vi- occipital trapézio e outros. Embora o etc. As pessoas que ganham uma
garantia passa pela obtenção de um gorosas, ou empregue nisso mais treino de flexibilidade, e o treino com grande quantidade de musculação, e
tempo, visto que assim pode até mul- pesos, sejam habitualmente coloca- não fazem nada para manter a flexi-
conjunto de capacidades individuais, tiplicar os benefícios recebidos. dos em duas categorias separadas, bilidade, naturalmente que a vão per-
torna-se importante ter a noção que der. Quando se alonga um músculo
como a força, resistência e veloci- Dizia Cartland (2000), uma das uma em termos gerais os diversos exer- aumenta-se a articulação comanda-
das mais bem-sucedidas escritoras cícios se completam. Por exemplo, da por ele, e a flexibilidade, que se
dade, insistimos na importância de de romances que, «os dois melhores os programas de treino aeróbio e de traduz em maior elasticidade e no
exercícios do mundo eram fazer amor força fazem habitualmente com que aumento da prevenção de lesões.
termos alguma ideia sobre o tipo e dançar, mas que o mais simples era os seus músculos se contraiam e se
permanecer na ponta dos pés». Sem Referências:
de exercícios e de tarefas a que po- querer menosprezar o mérito da au- Cartland, B. (1972). The Gardian, atribu-
tora, sublinhe-se que não se pode ficar ted, 22 May 2002, Em N. Sherrin (Eds.),
demos recorrer para atingir os me- na ponta dos pés a ver passar o com- Heald Medicine, Sickness, Oxford dictiona-
boio, e esquecer que «o exercício físico ry of humorous quotations, newedition.
lhores objectivos. Assim, para além desempenha um papel importante no Oxford: University Press.
desenvolvimento do sistema nervoso, Gonçalves, F. (2000). Exercício físico em
dos exercícios aeróbios, existem os na aprendizagem e aperfeiçoamento neurologia. Em A. M. Pinto, Saúde e exer-
de tarefas motoras, e na recuperação cício físico. Coimbra, Quarteto Editora.
exercícios de força e de flexibilidade, de doenças neurológicas» (Gonçalves, Healthfinder.gov, 2016. Salvado em 30
2000). Esclareça-se que os exercícios Ago. de Fonte: Live Well. Learn how.
também conhecidos por anaeróbios, e treinos, de força ou de resistência Tema: Get active. Site: https://healthfinder.
muscular, constroem a nossa força e gov/HealthTopics/Category/health-conditi
que embora não proporcionem be- os músculos. O levantamento de pe- %20ons-and-diseases/diabetes/get-active.
sos, os abdominais, as flexões de bra-
nefícios cardiovasculares, fortalecem ços e pernas constituem exemplos •
deste tipo de exercícios, muitos dos
os músculos e os ossos, e aceleram quais são facilitados na sua execução

o metabolismo. Enquanto os exercí-

cios de força exigem esforço intenso

mas de curta duração, os exercícios

de flexibilidade tonificam os mús-

culos ao alongá-los, e podem evitar

problemas musculares e articulares

posteriores.

Vejamos em mais pormenores em
que consistem uns e outros, dado
que independente dos gostos pes-
soais interessa ser capaz, de acordo
por exemplo com o Departamento
dos Serviços Humanos e de Saúde
dos E.U. A. (Healthfinder.gov, 2016)
de: (1) ser realista, visto que não é um
problema de tudo ou nada, dado que
10 minutos de actividade é melhor do

wLEIwA OwJO.jRoNArLnDaAlPdRaAIpArNaAiIaNT.cERoNmET

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CENTRO COMERCIAL DA PRAIA
Rua de Jesus

Segunda a Sábado das 7h às 21h

JP | SAÚDE 2017.03.17 | 7

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

SERÁ QUE A MOBILIDADE VAI VOLTAR A SER A MESMA?
No âmbito
do ciclo e dor. bilidade? pacidades motoras e cognitivas, este
de ses- Estas alterações irão condicionar poderá ter um papel autónomo, no
sões práticas e in- A fisioterapia constitui uma das sentido em poderá por em prática
formativas sobre a mobilidade, funcionalidade, inde- no seu dia-a-dia e em contexto domi-
Acidente Vascular pendência e qualidade de vida des- abordagens não-farmacológicas ciliar os ensinamentos, estratégias
Cerebral dirigido tas pessoas. e alguns exercícios adaptados, que
a cuidadores e fa- envolvidas na reabilitação após um irão auxiliar na manutenção/promo-
miliares, promovi- É possível voltar a recuperar total- ção das suas funções motoras.
do entre os meses de fevereiro e ju- mente a mobilidade que se tinha an- AVC, tendo um especial enfoque na
nho pelo NeuroSer, a fisioterapeuta tes da ocorrência do episódio vascu- Para além disso, a família/cuidado-
do centro dedicado às doenças neu- lar cerebral? reabilitação das alterações motoras, res tem um papel fundamental na
rológicas, Mariana Mateus, apresen- reabilitação e manutenção dos re-
ta as questões abordadas na sessão A reabilitação após um AVC depen- bem como na promoção da mobili- sultados obtidos ao longo do tempo,
sob o tema “Será que a mobilidade de de vários fatores, como o tipo de sendo crucial o seu envolvimento
vai voltar a ser a mesma”, que teve AVC, território cerebral afetado, fase dade. em todo o processo, assim como o
lugar a 20 de fevereiro, em Lisboa. em que a pessoa se encontre, supor- seu ensino/treino de estratégias fa-
te fornecido e características indivi- Normalmente o processo de reabi- cilitadoras para lidar com as dificul-
Em traços gerais, quais são as prin- duais da pessoa. dades nas atividades de vida diária,
cipais alterações motoras associadas litação começa com uma avaliação adaptações no domicílio, prevenção
ao AVC? A mobilidade é possível graças ao de complicações decorrentes da di-
trabalho conjunto de várias funções subjetiva e objetiva, com a aplicação minuição de mobilidade, promoção
O AVC é um problema de saúde co- motoras, como por exemplo a ampli- de um correto posicionamento/mo-
mum que constitui a principal causa tude articular, a força e tensão mus- de escalas de avaliação adequadas à bilidade e na prevenção e redução
de incapacidade permanente em cular, sendo que a sua recuperação do risco de quedas.
Portugal, sendo que a maioria das al- está assim dependente do correto patologia, que permitem definir os
terações após um AVC são motoras. funcionamento destas funções e de Dr.ª Mariana Mateus
outras como a sensibilidade. objetivos e o plano de intervenção. Fisioterapeuta do NeuroSer, Centro
As alterações motoras diferem con- de Diagnóstico e Terapias dedicado
soante o território cerebral afeta- Sabe-se que o início da reabilita- A intervenção na promoção da
do, destacando-se como principais ção o mais precoce possível e um às doenças neurológicas
a fraqueza muscular, a alteração do acompanhamento de uma equipa mobilidade, passa pela reeducação [email protected]
tónus muscular (caracteriza-se pela multidisciplinar e especializada, são
resistência ou tensão dos nossos aspetos fundamentais para um bom do movimento, ou seja, por ensinar •
músculos), alterações do equilíbrio prognóstico nestes casos.
novamente o movimento dito “nor-
Que tipo de estratégias poderão ser
implementadas para promover a mo- mal”, bem como pela promoção

da amplitude de movimento, força

muscular, estabilidade articular e tó-

nus muscular.

Para além da intervenção profissio-
nal, o doente pode ter um papel au-
tónomo a desempenhar na sua recu-
peração?

O doente é o foco principal de toda
intervenção, sendo que a sua mo-
tivação e colaboração são funda-
mentais durante todo o processo de
reabilitação. Consoante as suas ca-

PROMOVIDO PELO V ROTEIRO DE SAÚDE MENTAL DA RAA

TURMA I/TPCA DO 6.º ANO DA EBI DA PRAIA DA VITÓRIA VENCE CON-
CURSO “NÃO HÁ SAÚDE SEM SAÚDE MENTAL”
No âmbito do V Roteiro de
Saúde Mental da Região Apresentaram-se a concurso 5 car- ao cartaz que, a seu ver, melhor re- da Vitória, orientado pela profes-
Autónoma dos Açores e no tazes, correspondentes a 4 escolas, tratava a temática apresentada. sora Helena Louro e constituída
sentido de assinalar o Dia Mundial da a saber: Cartaz 1, Escola: EBI da Praia pelos alunos, Jorge Branco, Mi-
Saúde Mental, anualmente celebra- da Vitória, Ano: 6º, Turma: I/TPCA, A votação decorreu até ao fi- guel Andrade, Esmeralda Rocha,
do a 10 de outubro, foi lançado um Disciplina: Educação Visual e Tecno-
concurso de cartazes subordinado lógica, Docente Responsável: He-
ao tema “Não há Saúde sem Saúde lena Louro; Cartaz 2, Escola: EBI da
Mental”. Praia da Vitória, Ano: 5º e 6º, Turma:
Clube de artes, Disciplina: Educação
Neste concurso, desafiava-se as es- Visual e Tecnológica, Docente Res-
colas a criar um cartaz coletivo que ponsável: Helena Louro — com As-
melhor representasse duas ques- sociação Ancorar; Cartaz 3, Escola:
tões: “O que beneficia a minha saú- Escola Básica e Secundária Tomás de
de mental?” vs “O que prejudica a Borba, Ano: 7º, Turma: 6, Disciplina:
minha saúde mental?”. Cidadania, Docente Responsável:
Patrícia Tavares e Ondina Paiva —
com Associação Ancorar; Cartaz 4,
Escola: Escola Básica e Secundária
de Santa Maria, Ano: 7º ano, Turma:
7º C, Disciplina: Cidadania, Docentes
Responsáveis; Filipa Silva e António
Mangana — com Associação Anco-
rar; e Cartaz 5, Escola: Escola Básica
Integrada de Água de Pau, Ano: 5º,
Turma: Despiste e Orientação Voca-
cional, Disciplina: Português, Docen-
tes Responsáveis: Sandra Gomes —
com Associação Ancorar.

Os cinco cartazes concorrentes, TURMA VENCEDORA: I/TPCA do 6.º Ano - EBI da Praia da Vitória
foram colocados na página de face-
book do Roteiro de Saúde Mental da nal do mês de outubro, tendo o Verônica Furtado, André Rocha,
Região Autónoma dos Açores, sendo cartaz elaborado na disciplina de Alexandre Nunes e João Soares,
solicitado aos utilizadores daquela “Educação Visual e Tecnológica” saído vencedor, ao reunir o maior
rede social, que colocassem “Gosto/ pela turma I/TPCA do 6º ano, da número de “Gostos/Likes”.
Like”, na imagem correspondente Escola Básica Integrada da Praia


JP | DESTAQUE 2017.03.17| 8

JULGA MADALENA PEREIRA: FUP CARECE
AFilarmónica União Praiense
(FUP), comemora na pró- hoje e à comemoração do seu 113º para toda a família “União Praien- tos a tanto tipo de ofertas exteriores
xima segunda-feira, 20 de aniversário. se”? que é difícil mostrar-lhes a importân-
Madalena Pereira (MP) – É a conso- cia de pertencerem a uma filarmóni-

março, o seu 113.º aniversário. Aproximando-se a comemoração lidação de mais um ano de trabalho ca e as competências pessoais que

de mais um aniversário, Jornal da e de espírito de união, mostrando podem adquir.

No início do século XX, em 1904, Praia esteve à conversa com Mada- a toda a comunidade a importância

existia na então Vila da Praia da Vitó- lena Pereira, professora de música e que esta filarmónica tem tido como JP – Com a construção do Auditório

ria duas filarmónicas: a “Filarmónica presidente da FUP desde outubro de promotora da cultura musical. do Ramo Grande, a FUP passou a dis-

Praiense”, popularmente conhecida 2016, que “respirando música” nos por de novas e melhores instalações

como a “filarmónica da elite”, por quer para o ensino da música como

ser constituída por músicos de clas- também para os ensaios, já que dis-

ses socias economicamente mais põe de uma sala preparada para as

elevadas e a “Filarmónica Recreio aulas práticas e outra sonorizada

dos Artistas”, formada por músicos para ensaios. Qual a importância

de poder económico mais baixo, destas infraestruturas na prossecu-

oriundos de diversas profissões po- ção dos fins desta agremiação?

pulares, tais como: alfaiates, pedrei- MP – Há uns anos atrás dei aulas na

ros, sapateiros, etc. FUP nas instalações antigas, depois

apanhei a transição para a nova sede

Tanto quanto se sabe – e até se e fiquei realmente satisfeita, pois os

pode compreender pela compo- músicos desta filarmónica (e das ou-

sição social das ambas as bandas, tras) merecem um local digno para

numa época de acentuada estrutu- as suas aprendizagens. Não se pode

ração social, – vivia-se um ambiente nunca esquecer todas estas pessoas

de grande rivalidade entre as duas fantásticas que deixam o conforto

agremiações. Aos poucos, graças à da sua casa para divulgar a cultura de

intervenção do padre José de Sousa forma gratuita e que na maior parte

Pereira, estas rivalidades foram-se dos fins-de-semana de todo o ano,

atenuando, até que ao nascer do sol estão pelas ruas, coretos e salas a to-

do dia 20 de março, concretiza-se a carem para nós.

“união” que integrando a sua deno-

minação, faz nascer a Filarmónica JP – A escola de música é o pilar de

UNIÃO Praiense. qualquer filarmónica. Quantos alu-

nos existem na escola de música e

Durante estes 113 anos a FUP viveu como se processa esta aprendiza-

tempos de grande glória, marcando gem?

nos primeiros 50 anos da sua exis- MP – A nossa escola de música tem

tência, o panorama sociocultural do 20 alunos divididos em dois grupos:

concelho da Praia da Vitória, não só iniciantes e avançados. É muito agra-

através da música, como ainda no dável chegar às dez da manhã de

cinema e no desporto. Viveu tam- sábado e vê-los tão empenhados à

bém, um período de acentuada crise espera do professor Edgar Marques.

financeira, o qual, colocou em causa MADALENA PEREIRA: “A nossa preocupação é criar um grupo coeso de mú- Os mais crescidos já iniciaram o seu

a sua própria continuidade. O instru- sicos que possamos contar sempre”. estudo com os instrumentos e por

mental bem como o fardamento fo- todo o lado se ouve música. Gosta-

ram colocados à venda. Um conjun- falou do momento atual e projetos JP – Nos tempos que correm quais va que os praienses nos visitassem,

to de valiosos praienses, liderados futuros da única filarmónica existen- os maiores desafios que se colocam que vissem o brilho dos olhos destes

pelo Sr. António Silva, vulgarmente te na cidade da Praia da Vitória. à FUP? miúdos.

conhecido por “António Maminha”, MP – O maior desafio de todos que a

puseram cobro a esta grave situa- Jornal da Praia (JP) – Qual o signifi- FUP enfrenta é o de manter os seus JP – Em 2013, a FUP inovou com o

ção transportando a FUP aos dias de cado de mais este aniversário (113) elementos. Os miúdos estão expos- concerto “FUP – The Beatles”, que

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JP | DESTAQUE 2017.03.17| 9

E DE DESTAQUE NAS FESTAS CONCELHIAS

em dois espetáculos esgotou a lota- ver e com que objetivo? tenção da escola de música, manu- masterclass de percussão e flauta
ção do Auditório do Ramo Grande, MP – O grande projeto desta dire- tenção dos instrumentos e também,
no ano seguinte, voltou a encher a ção é a escola de música para forma- para garantir a presença do nosso transversal com dois professores
sala do ARG em mais dois concertos ção de futuros elementos da banda. maestro Antero Ávila que muito nos
por ocasião da comemoração do Tem havido um investimento muito honra em dirigir esta banda. vindos de fora.
40.º aniversário do 25 de Abril. Equa- grande nesta área pois as bandas A FUP está aberta a todas as propos-
ciona voltar a este modelo de proje- fazem-se com músicos e, muitas ve- tas que envolvam a sua promoção, Em junho, pelas Sanjoaninhas, a FUP
tos arrojados e inovadores? zes, estes saem pelos mais variados reconhecimento e valorização na
motivos. Alguns dos nossos bons sociedade praiense. Sendo a única fi- visita Angra com a sua marcha de S
MP – Sim essa ousadia em ter proje- músicos jovens, foram estudar para larmónica desta cidade, julgo ser im-
tos diferentes, a FUP não perderá e fora logo houve uma quebra e é ne- portante que se destaque nas suas João para encher as ruas de cor e de
por isso mesmo, fará um concerto cessário formar novos músicos para festas à semelhança do papel que •
de comemoração do 25 de Abril nes- preencher esta lacuna. Também con- as outras bandas têm a quando das alegria.
te ano à semelhança do outro por- tamos com alguns músicos de outras suas.
que cantar abril é sempre necessário bandas mas a nossa preocupação Para já, estão a ser preparadas várias
e intemporal. é criar um grupo coeso de músicos atividades nomeadamente o concer-
que possamos contar sempre. to do 25 de abril e participação no
JP – Quais os principais projetos que Temos promovido vários eventos de festival de bandas do Porto Judeu.
a atual direção pretende desenvol- angariação de fundos para a manu- Em maio a FUP vai promover uma

F.U.P. F.U.P. F.U.P.

FUNDADORES HISTORIAL ÓRGÃOS SOCIAIS

Padre José de Sousa Pereira (Re- ASSEMBLEIA GERAL
gente);
1962 – Digressão pelas ilhas de S. 2013 – Realização de 2 concertos
Anselmo Augusto Cabral; António Jorge, Pico e Faial; com lotação esgotada no Auditó- Presidente: Francisco Ferreira
rio do Ramo Grande – “FUP – The Vice-presidente: Carlos Cabral
Borges da Luz; António Gil; Antó- 1990 – Concentro na Semana Beatles”; Secretário: Fábio Gomes
Cultural das Velas, São Jorge;
nio Jacinto Ázera; António de Sou- 2014 – Realização de 2 concertos
1995 – Participação no Festival com lotação esgotada no Auditó-
sa Labandeira; Armando Augusto do Ramo Grande; rio do Ramo Grande, no âmbito DIREÇÃO
das comemorações dos 40 anos
dos Santos; Bernardo António da 1996 – Participação especial no do 25 de Abril;
Festival Internacional de Teatro de
Silva; Cândito da Rocha Ázera; Do- Montemor-o-Velho, na peça Fal- 2014 – Concerto no serrado do Presidente: Madalena Pereira
dum, encenada pelo Teatro ACERT bailão integrado nas Sanjoaninas Vice-presidente: Carlos Gomes
mingos Borges do Rêgo; Epifânio de Tondela; 2014 – “FUP – The Beatles”; Secretário: Paula Sousa
Tesoureiro: Ricardo Silva
de Menezes Reis; Eugénio Neves; 1998 – Produção de espetáculos 2015 – Realização de 2 concertos Vogais:
para o “Dia de Honra dos Açores” no Teatro Micaelense – “FUP – São Garcia
Francisco Severa Pereira; Francis- na Expo 98, em Lisboa; The Beatles & Canto Livre” José António
Miguel Bettencourt
co de Sousa Ribeiro; Januário da 1998 – A Filarmónica União 2017 – Concerto de Ano Novo João Aurélio
Praiense integra a Cooperativa com participação do “Coro Pac- Delfim Costa
Silva Mendes; Jeremias Paim das Praia Cultural, ocupando o cargo tis” no Auditório do Ramo Grande;
de Vice-presidência;
Neves; Jerónimo José Toste; João •

Batista Machado Ázera; João Ma-

chado Pontes; João de Menezes

Pamplona; José António das Ne-

ves; José António da Silva; Luis

Maria Brito; Manuel Borges Pires; CONSELHO FISCAL

Manuel Caetano Mendes; Manuel

Cardoso Gaspar; Victorino Gomes Presidente: Saúl Mouro
Secretário: Miguel Borges
da Silva. • Relator: Emanuel Borges •

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JP | ENOLOGIA 2017.03.17| 10

NOVO VINHO NO MERCADO

“BRUM” – UM LICOROSO TERCEIRENSE DE EXCEÇÃO

Texto e Fotos: Jácome Bruges Bettencourt

“BRUM”, o novo branco licoroso da Adega da Casa Agrícola Brum, Lda., tem um preço de lançamento de 39 euros, NOTA DE PROVA
sendo posteriormente comercializado a 45 euros
Vinho:
Realizou-se no passado domin- cantação e trasfega. Por isso nunca também para uma certificação. Por BRUM (novo rótulo da autoria do
go, 12 de fevereiro, na Sala de poderá ser um licoroso barato, pelos sinal o único vinho que a ilha Terceira arquiteto paisagista Luís Fernando
Provas do Complexo Vitiviní- cuidados que exigiu. Preço de lan- certificou, até hoje. Brum)
Região:
cola da Casa Agrícola Brum, Lda., à çamento será de 39 euros pelo que Biscoitos
Produção:
Canada do Caldeira, Biscoitos, pelas depois será vendido a 45 euros cada Jácome de Bruges, antigo Grão- Vinhas e Adega da Casa Agrícola
Brum, Lda.
16 horas, a cerimónia de apresenta- garrafa. -Mestre da Confraria do Vinho Verde- Tipo:
Branco Licoroso Doce
ção de um novo vinho branco lico- lho dos Biscoitos e membro de outras Ano: 1998 (18 anos)
Fermentação tradicional em “bica
roso produzido por confrarias báquicas aberta”, beneficiado com aguarden-
te vínica e envelhecido em cascos
esta casa agrícola que Produzido a partir de colheitas de 1998 e com está- e gastronómicas, de Carvalho francês durante 18
conta 128 anos de ati- gio de 18 anos em vasilhame de carvalho francês, presente nesta pro- anos, sendo apenas decantado e
vidade, um caso ímpar este branco licoroso, apresenta-se com uma quali- va, pediu a palavra trasfegado. Teor em açúcar 80 gr/
de longevidade nos dade ímpar nos Açores. porque entende que litro.
Açores. Encarregou- “pela superior qua- Castas:
Verdelho e Terrantês da Terceira.
Cor:
Ouro velho com reflexos acastanha-
dos.
Aroma:
Elegante de frutos secos (nozes e
avelãs), especiarias, sobressaindo
a canela e um fumado de madeira
nobre.
Sabor:
Vinho meloso e aveludado, acidez
equilibrada, de grande complexi-
dade, caramelo, nozes, avelãs e
um final de madeira nobre, muito
persistente.
Álcool:
19% em volume.
Engarrafamento: 3000 garrafas de
75cl.
Enólogo:
Miguel Amorim (MA).
Mestre Adegueiro:
António Espínola Godinho (AEG).
Ajudante:
Hélio Ávila

-se da sua apresenta- lidade do produto

ção o agrónomo Mi- em prova, estamos

guel Amorim, M.A., Técnico Superior Acresce o fato deste produto ser todos de parabéns, uma vez que nos

Responsável, como enólogo, pelos de um ano excecional, 1998, que Luís Açores nunca tivemos um licoroso

vinhos da família Brum. Mendes Brum, com a sua experiên- desta qualidade.”. Augurou prémios

cia e gosto, reservou. futuros para este vinho, uma vez que

M.A. frisou que este vinho estagiou disse “ter assistido à entrega de me-

18 anos em vasilhame de carvalho Não nos podemos esquecer que dalhas e menções honrosas a vinhos

francês, com as naturais perdas, que L.M.B. escolheu esta colheita de uva bastante inferiores a este.”. •
rondarão de 5 a 10%, incluindo de- das castas de Verdelho e Terrantês,

MUSEU DO VINHO DOS BISCOITOS

A Casa Agrícola Brum, além de dedicar-se à dos Biscoitos, é também proprietária do Mu- co dedicado à cultura da Vinha e do Vinho nos

produção vitivinícola na Região Demarcada seu do Vinho dos Biscoitos, espaço etnográfi- Açores.

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JP | MONARQUIA 2017.03.17| 11

AÇORIANOS AGRACIADOS

No passado dia 6 de fevereiro Angra do Heroísmo, e um dos sacer- solene testemunho de reconheci- Bragança, a cabeça da Ordem era a
realizou-se na Igreja Nossa dotes mais queridos da ilha Terceira, mento pela libertação do nosso País Capela Real de Vila Viçosa, pertença
Senhora da Conceição Ve- e Jácome de Bruges Bettencourt, de um gravíssimo risco e constituiu, do Património Brigantino anterior à
lha, em Lisboa, a cerimónia anual da Cônsul Honorário de Cabo-Verde nos nas palavras de Sua Majestade Fide- Nossa Aclamação Dinástica”.
investidura de novos membros na Açores. líssima El-Rei Dom João VI, memória
Real Ordem de Nossa Senhora da “da devoção que consagro a Nos- Património Brigantino anterior à
Conceição de Vila Viçosa. Nossa Aclamação Dinástica”.

A Santa Eucaristia foi presidida por A PARTIR DA ESQUERDA: Dr. João Goulart Bettencourt, Monsenhor José Aveli- Tudo imprime, portanto, à Ordem
D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar do Pa- no Bettencourt, Dr. Vitor Escudero, Jácome de Bruges Bettencourt, Suas Alte- de Nossa Senhora da Conceição de
triarcado de Lisboa, durante a qual zas Reais Duquesa e Duque de Bragança e Cónego Francisco Dolores Medeiros Vila Viçosa caraterísticas específicas
se procedeu à investidura de dois que, colocando-a muito além do sim-
eclesiásticos e seis civis a quem o Instituída por Decreto publicado no sa Senhora da Conceição invocada ples plano de Ordem Estatal (nessa
Grão-Mestre, S.A.R. o Senhor Duque Rio de Janeiro em 6 de fevereiro de por Padroeira do Reino pelo Senhor qualidade extinta pelo Decreto de 18
de Bragança impôs as insígnias. Ce- 1818, a Ordem de Nossa Senhora da Dom João IV, Meu predecessor e de outubro de 1910), lhe conferem
rimónia em que participaram meia Conceição de Vila Viçosa representou Avô, expressamente ligada à Casa de uma perenidade de natureza histó-
centena de cavaleiros da Ordem e rico-familiar. Por isso, Sua Majestade
vinte damas da Ordem de Santa Isa- Fidelíssima El-Rei Dom Manuel II e
bel. depois sua Alteza Real o Duque de
Bragança (Dom Duarte Nuno), além
Foi convidado a participar na Missa, de até à morte terem usado das in-
o Bispo Emérito d’Angra D. António sígnias de Grã-Cruzes da Ordem,
de Sousa Braga. foram pela prática comum reconhe-
cidos como seus Grão-Mestres, no-
Seguiu-se um almoço de confrater- meadamente pelos outros Chefes
nização na Pousada Lisboa – Pestana de Casas Reais, tal como resulta da
do Terreiro do Paço. Declaração emitida pelo Duque de
Bragança (Dom Duarte Pio) e regis-
Esta Ordem Dinástica Portuguesa, tada no Vaticano (THE CROSS ON
passou a contar agora com mais três THE SWORD, Supplement to Orders
açorianos. Ou seja, Monsenhor José of Knighthood, Awards and the Holy
Avelino Bettencourt, diplomata, res- See, Peter Bander van Duren, 1987).
ponsável pelo Protocolo no Vatica-
no, o Cónego Francisco Dolores Bor- Foto: Carlos Portulez Ruiz•
ges de Medeiros, reitor do Santuário
de Nossa Senhora da Conceição de

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JP | EDITORIAL & OPINIÃO 2017.03.17| 12

EDITORIAL DOS ACTIVOS QUE PORTUGAL AINDA TEM

“A língua, o Mar e os Açores”

Carnaval Disse-o pro- com tantos oficiais-generais em Por- parceiros e oito países nos fundos
fessor ca- tugal, há que colocá-los em algum lu- oceânicos dos Açores. Universida-
Mais um Carnaval se realizou tedrático gar. Porque não nos Açores? Só nos des portuguesas participam, mas a
nesta Ilha Terceira, e como já José Filipe Pinto, resta ouvir uma ordem de alguém coordenação pertencerá à poderosa
vem sendo habitual, voltou a ser um em entrevista so- que se sinta capaz de a dar como: Associação Alemã de Tecnologia Ma-
sucesso sem par nos Açores e mes- bre o seu livro “Lis- “para os Açores, rapidamente e em rinha […]
mo no país. boa, os Açores e força”.
José Ventura* a América: Jogos Será que tal se faz no segredo dos
O Carnaval Terceirense tem uma de Poder ou Rapina de Soberania?’, O Assunto referente ao Mar e à deuses, no silêncio dos gabinetes
mística muito própria e faz parte do (2012). sua gestão está a ficar quente e até trocando favores e protegendo inte-
ADN do povo Terceirense. porque não dizer escaldante. E por- resses?
Voltamos à “carga” sobre o tema, quê? Porque nos parece que já não
O Entrudo nesta Ilha de Jesus tem- precisamente porque voltamos a é só Portugal que quer dispor do Quem nos responde? O governo
-se adaptado e metamorfoseado, a assistir a um complot “mancomuna- “diamante” que dizem sermos mas em quem confiamos o nosso voto?
fim de responder às evoluções so- ção” (termo popularizado que nos a europa já se perfila para mandar e Algum deputado que cumpra com o
ciais e políticas ao longo dos tempos, leva ao significado de má comunhão dispor daquilo que só a nós açoria- seu mandato na defesa dos Açores e
afirmando-se coisas a rir e a brincar de interesses... portanto, de má in- nos diz respeito se assim bem enten- do seu povo?
que tocam em cheio nas vivências do tenção comum entre partes. demos o estipulado na Convenção
dia-a-dia. das Nações Unidas sobre o Direito Já houve um deputado da Assem-
Diz ainda na sua entrevista, o es- do Mar. bleia Legislativa dos Açores que que
O Carnaval Terceirense tem as suas pecialista em relações internacio- corroborou o que temos vindo a de-
origens nos primórdios de coloniza- nais, referindo-se à situação actual A Zona Económica Exclusiva dos fender com. Um escrito em que afir-
ção da nossa ilha, e ano após ano os da Base das Lages que Portugal não Açores (ZEEA), teimosamente trata- mava que a exploração do nosso mar
grupos foram evoluindo, aparecen- precisa de mendigar nada aos Esta- da como sub-zona da ZEE de Portu- dava para sustentar os Açores 500
do danças de espada com exímios dos Unidos, afirmando: “O valor da gal, compreende uma superfície de anos. Onde está o mesmo para zelar
puxadores, danças de pandeiro, bai- Base das Lajes é demasiado elevado 984.300 Km2. Quer dizer que repre- por tal resultado a favor do nosso
linhos e comédias onde a temática para Portugal mendigar o que quer senta mais cerca de 60% da ZEE Por- povo que também é ele.
aborda temas históricos, trágicos, que seja junto dos Estados Unidos” tuguesa. No que respeita à da EU,
familiares, políticos e religiosos de continuando “Ou as contrapartidas representamos a mesma em aproxi- Os Açores têm a maior zona eco-
impacto relevante. são suficientes, ou Portugal deve ex- madamente os 40%. Porque a gestão nómica dos arquipélagos atlânticos.
plorar o interesse de outros países dos recursos biológicos marinhos é Tratamos mutuamente o Mar por
Este nosso Carnaval, segundo os nos Açores”. actualmente da competência exclu- “Tu” não podemos nem devemos
estudiosos do assunto, é a maior ma- siva da EU, somos usados e abusa- deixar que o mesmo seja partilha-
nifestação de teatro popular, não só Pêlo desenrolar dos acontecimen- dos por frotas de pesca da mesma, do por e para interesses terceiros.
a nível regional, mas também a nível tos, parece que o poder centralista, nomeadamente espanholas, entre O mesmo só pode ter um gestor. O
nacional e mundial, sendo uma festa colonialista e todo poderoso está a as 100 e as 200 milhas náuticas. “povo açoriano” através do seu go-
feita pelo povo e para o povo, onde proceder de conformidade com o verno eleito administrador dos seus
durante 4 dias os lugarejos da ilha aconselhamento, segundo o que ou- Chegam-nos notícias de que, um bens.
são palcos onde o povo actua com vimos, e interpretámos. Os Açores e projecto piloto da Comissão Euro-
danças e bailinhos distraindo e ani- o seu Mar voltaram em força à actua- peia está […] a testar o acesso e Açorianos não percamos de vista
mando o povo que esquece as agru- lidade, tal como o reforço de forças exploração de metais a grandes pro- o nosso irmão salgado o nosso Mar.
ras da vida lançadas pela feroz crise militares como seja o apetrechamen- fundidades nos mares dos Açores Defendamo-lo como numa outra
que teima em persistir. to naval para a dita vigilância da ZEE torna claro que estão em jogo três data. Gritemos alto “INDEPENDÊN-
e, a intervenção mediática dos Ofi- coisas: garantir à indústria dos paí- CIA”
Este ano a Ilha Terceira pelo Entru- ciais-Generais que constituem a COA ses europeus o acesso aos metais
do engalanou-se para receber nos - Comando Operacional dos Açores, mais estratégicos, afirmar a lideran- Quem se consagra a servir, serve
salões da ilha cerca de seis dezenas o CZMA - Comando Zona Militar, o ça da Europa no desenvolvimento para viver, honrando a vida em qual-
de bailinhos, comédias e danças da CZAA - Comando da Zona Aérea dos das tecnologias de grande profun- quer posição.
Ilha Terceira, três danças dos Esta- Açores o CZMA - Comando da Zona didade marítima e mais educação,
dos Unidos e uma do Canadá. Marítima dos Açores e o Comando competências e conhecimento para (*) Por opção, o autor não respeita o
Territorial dos Açores da Guarda Na- as universidades e centros de inves- •
cional Republicana. Sem dúvida que tigação. Tal projecto envolverá 45 acordo ortográfico

IRRELEVÂNCIAS E KAMIKAZES
Paulo Santos

O Carnaval está vivo, este genuíno Apolítica nacional vive ro- ma, a fundo perdido pelos vistos, após habitual expurgação de ativos
teatro popular da nossa ilha tem o deada de irrelevâncias; e seja umas três vezes superior aos tóxicos e recapitalização com fundos
futuro assegurado, pois é sempre também na banca, para cortes “trokistas”. públicos está institucionalizada e
notória e louvável a adesão em mas- servir estratégias ou até caprichos, pesa no bolso de todos. Por sua vez,
sa da juventude a estas tradições o essencial é invariavelmente subs- O badalado problema de contas a obsessão de Passos com o caso
carnavalescas. tituído pelo acessório. Sem cardápio de 2011 esteve sempre aí, nunca nos Domingues ilustra o “animus Kami-
argumentativo, resta à direita apro- salários ou pensões. Mas o cartel do kaze” que o caracteriza desde a azia
O nosso Carnaval tem um potencial veitar-se da inabilidade do governo, capital, com muitas ajudas, conven- de 2015; tanto que a coisa, com os
turístico ainda por explorar, e não te- mergulhando na “trica” Domigues- ce quase todos do contrário; e então empurrões da comunicação social do
mos dúvidas algumas, que em breve -Centeno. o lucro é só seu mas o prejuízo de costume, até parece servir sua “an-
esta festa do povo será um cartaz tu- todos; as decisões dos mesmos de cestral” ambição de rebentar com a
rístico apetecível. Fica na gaveta tudo o quanto de sempre, nem que para tal e à custa Caixa para depois a privatizar; o pro-
substantivo ali se passa e que nin- do erário público se eternize o poder jetado golpe na moribunda sobera-
Para quando a classificação das tra- guém quer abordar. Não importa nas mãos dos trapaceiros que aqui nia financeira de Portugal, a caminho
dicionais danças e bailinhos carnava- que a supervisão bancária seja o em- nos trouxeram; ou se dê tudo de de se tornar região administrativa da
lescos, como Património Imaterial buste que se vê, com os bancos re- bandeja aos monopolistas estrangei- “eurolândia”.
de Portugal? gulados na medida dos interesses de ros, liquidando de vez a autodeter-
quem os comanda. minação financeira nacional. Urge evitá-lo.
O Diretor, •
Sebastião Lima Que o dinheiro lá posto para tapar A “oferta” de partes do sistema fi- Texto originalmente publicado no DI•
[email protected] falcatruas e fingir resolver o proble- nanceiro aos megabancos europeus,

JP | OPINIÃO 2017.03.17| 13

CRÓNICA DO TEMPO QUE PASSA (II)

DESABAFAR SÓ NO CARNAVAL NÃO CHEGA
Mais uma
vez a progresso de que tanto se fala e se do de pensar e de agir. O pão e os a acontecer, neste momento, com a
Terceira precisa para a construção do nosso divertimentos circenses no coliseu decepcionante e perigosa saída da
futuro e o dos nossos filhos e netos. de Roma, há mais de dois mil anos, União Europeia, por parte da Grã-

foi um gigantes- deveriam alertar-nos para os perigos -Bretanha.

co palco por onde Não se faça também das touradas, do presente que, no caso da Ilha de

desfilaram a ale- com uma exagerada,fanática e in- Jesus, é sombrio e deveras preocu- A história de que tanto se fala e

gria, a convivên- génua sobrevalorização, quase uma pante, no contexto do arquipélago da qual tão pouco se tem aprendi-

cia, a crítica social panaceia para a solução de tantos dos Açores. E pouco se faz apesar de do, aponta-nos os caminhos para o

e política mordaz, dos nossos problemas económicos e muito palavreado. desenvolvimento e não para o re-
António Neves Leal a arte de repre- para o incremento turístico, no pres- trocesso, para a luz cintilante e não

sentar, versando alguns assuntos suposto de que todos os visitantes É óbvio que tudo depende da de- para as trevas que nos ocultam a

sérios, apesar do quase desapare- são aficionados, pensam e vibram terminação do nosso povo. Nada visão do futuro, atolando-nos nos

cimento das danças de espada nas como nós, perante um espectáculo é impossível ou definitivo. O maior pântanos inevitáveis, insuportáveis

quais eram tratados. O que muito se taurino. Porque tenho alguma expe- império dos tempos antigos ruíu. O e revoltantes do passado recente e

lamenta. Vimos a forma entusiástica riência de ter acompanhado diver- muro de Berlim e o império sovié- do presente.

como foram apreciadas pelo público

as duas ou três que se apresentaram Numa terra ressumante de factos

neste carnaval. históricos como a Terceira, na qual

até as pedras «falam», devíamos ser

Nos quatro dias de folia carnava- mais lúcidos, perspicazes e determi-

lesca, os terceirenses gostam de nados. Pelos vistos, continuamos tei-

descarregar as frustrações, as tris- mosamente distraídos do essencial.

tezas, os engulhos. O mundo é visto A pasmaceira e a desunião de alguns,

como um todo feito de sinestesias a traição inesperada de outros, a in-

de sons, cores e odores. A evasão é decisão e cobardia de responsáveis,

salutar e desabafar faz bem ao corpo que não respeitando os votos dos

e à mente. eleitores, pactuam com interesses

alheios, por vezes, inconfessáveis.

A importância dessa imprescin- Tudo isto são factores e causas da

dível catarse remonta à cultura da nossa abulia e do atraso económico.

Grécia antiga e às representações

teatrais que dela herdámos. Esta Apesar do preço a pagar ser fre-

tendência humana não é, pois, só de quentemente elevado,ninguém

agora, é de todos os lugares, de to- deve renegar as suas convicções e

dos os tempos. ideais, nem esquecer o lugar que

deve ocupar e a responsabilidade

Só depois da Idade Média, brota- de que está investido pelo estatuto

ram noutros países, nas manifesta- sos grupos de turistas, ao longo dos tico, que alastrava por doze furos social de que é detentor.

ções do teatro popular, com os seus anos, sei bem o que eles pensam e o horários, desfizeram-se como um

autos religiosos, as comédias, as que eles nos dizem. baralho de cartas. Isto significa que Termino, ainda com alguns resquí-

farsas satíricas e as cantigas de es- a organização política imposta a um cios de carnaval, reproduzindo uma

cárneo e maldizer, estas últimas tão Essa apologia tal como tem sido povo, sem qualquer auscultação re- elucidativa transcrição de um tempo

enraízadas, ainda hoje, nos actuais feita, para além do prazer e entusias- ferendária ou outra, não é inamoví- passado (jornal A União, de 10 de

bailinhos de entrudo da nossa ilha. mo da nossa população, pouco tem vel, nem fatalidade inevitável. É efé- Maio de 1927), em confirmação par-

servido, além- fronteiras, os maiores mera e frágil. cial de algumas afirmações pertinen-

Na arte de festejar e em touradas interesses promocionais desta ilha, tes, acima referidas e menos pessi-

os Terceirenses são mestres imba- ao nível do progresso socio-econó- O facto de integrarmos a atual mistas que as seguintes.

tíveis, e não só no tempo de folias mico, do turismo e da cultura. E ao «União Europeia» não constitui pre-

que acabou de passar, mas eles de- abordar esta temática dos diverti- texto ou desculpa para cruzarmos «A índole festeira do nosso povo

vem ter coerência entre as críticas mentos, veio-me à mente o que se os braços. Ela, também, não poderá tem semanas de sete manhãs, é ver-

que ecoam nos palcos e as vivências passava na Roma antiga. avançar contra a vontade dos po- dade, mas de nove tardes de touros...

do dia-a-dia, cada vez mais comple- vos, como se viu pelos referendos Os excursionistas mais galantes, ao fa-

xas e exigentes. A vida real é mais do O exemplo do maior império da da França e dos Países Baixos, dois larem da Terceira, só se lembram das

que divertimento e paródia. É preci- antiguidade, o« Império Romano», dos países fundadores que mais pa- raparigas a que fizeram algum verso

so acabar com certos chavões e ton- devia servir-nos de aviso ou pré-avi- garam para a construção do velho ou floreado discurso, quando por cá

terias, como as do «parque de diver- so. Nada, nem ninguém, consegue sonho de uma Europa do Atlântico passaram!

sões» e outras baboseiras do mesmo impedir a decadência, quando um aos Urais, como já havia vaticinado o

estilo, que só nos ridicularizam, in- povo se deixa levar pela vida fácil e grande escritor francês, Victor Hugo, Obras novas, sinais de vida ou de

fantilizam e nada contribuem para o pela anestesiante euforia, abdican- no século XIX. E a prova disso está progresso.—Nada!»

INFÂMIA
Paulo Santos

Apareceu um dos betinhos peixes. não recebe o reembolso; toda a in- quais, admita-se à confiança, a repú-
pafiosos transformados co- fração é logo automaticamente pu- blica não terá visto um único tostão
mentadores a alegar na TVI Não parece que os portugueses se- nida. É o sistema a trabalhar; mas de imposto.
que o facto de nada ter sido reporta- jam tão estúpidos. Sabem que Passos que curiosamente esquece-se sem-
do acerca da fuga dos 10000 milhões foi demolidor e complacente com os pre de escrutinar aquelas empresas Agora, o ex-secretário de Estado
para paraísos da fiscalidade privile- fracos mas complacente com os for- com escritório num qualquer 20.º an- Núncio, desmascarado, assume a
giada não significa que os impostos tes. Durante 4 anos martirizaram-se dar, sem funcionários, intervindo em responsabilidade política e entala
correspondentes não tenham sido os contribuintes com fiscalizações, operações de milhões no país mas definitivamente Passos. O que quer
pagos. cruzamentos de dados, e pasme-se, cuja sede invariavelmente se situa que isso seja ainda assim é muito
penhoras automáticas. nos confins do mundo. pouco, e até em boa verdade consti-
O “tuga” deve pois acreditar que tui um zombar para com a populaça
antes de transferirem o dinheiro Uma maravilha, cuja implacabilida- Os 10000 milhões de que se fala, do executivo que por anos quis ser o
para os “Off-shores”, e mesmo sem de e desumanidade só encontra eco não sejamos ingénuos, são “pea- pai da moralidade fiscal.
se saber de nada, esses humildes mi- na cinematografia, fazendo lembrar nuts” quando comparados com os
lionários foram diligentemente pa- a“Matrix”. Quem se esqueça de por reais montantes que terão saído do Uma infâmia.
gar o imposto devido. Falou para os uma virgula na declaração de IRS país no período, e relativamente aos
Texto originalmente publicado no DI•

JP | DESPORTO 2017.03.17 | 14

JUVENTUDE DESPORTIVAFUTEBOL: NOS ESCALÕES DE FORMAÇÃO LAJENSE CAMPEÃO DA AFAH
Texto: Libânio Silva | Fotos: Diogo Silva
-nos bastante orgulhosos. se 3-3), sabíamos nesta altura que um bom projeto e com boas condi-
OJuventude Desportiva La- JP – Como presidente e como anti- a margem de erro era nula e que se ções de trabalho.
jense após 10 anos voltou go jogador e uma autêntica bandei- queríamos ser campeões teríamos
a sentir doce sabor da con- ra do clube como viveu este triunfo? de ganhar os próximos jogos. Neste FRANCISCO VIVEIROS – CAPITÃO
quista de um campeonato de for- DC – Como Presidente desta mag- sentido a equipa teve um comporta-
mação, mais concretamente no es- nífica direção, vivi este triunfo da mento exemplar, unindo-se e come- JP – Como foi o percurso do JDL até
calão de Juniores B (Juvenis), num mesma forma como vivi os triunfos çando a interpretar as ideias da equi-
campeonato com apenas 3 equipas, alcançados no futebol 7, com enor- pa técnica, tendo evoluído de jogo se consagrar campeão de Ilha?
mas todas elas com muita qualidade me satisfação, uma vez que, ver a para jogo e em consequência disso
e com um equilíbrio enorme entre felicidade e a alegria estampada na o aparecimento dos resultados/vitó- Francisco Viveiros (FV) – Foi um per-
elas. A equipa orientada tecnica- cara dos atletas é o nosso grande ob- rias, tendo terminado o campeonato
mente por Joe Fernandes é compos- jetivo. com boas prestações e a praticar um curso muito complicado, 3 equipas
to unicamente por jovens atletas do JP – Que expectativas tem para o bom futebol.
concelho da Praia da Vitória com ida- apuramento de Campeão Regional Para essa conquista e como não po- muito fortes, muito equilibradas,
des compreendidas entre os 16 e os de Juniores B? dia deixar de realçar bem como agra-
17 anos. DC – As expectativas para o apura- decer, ao meu Adjunto, Diretores, com muita qualidade e todas com o
mento do Campeão Regional são as Coordenador, Massagistas e toda a
A equipa de Juniores B do JD Lajen- maiores, uma vez que a única coisa Direção que sempre acreditou em mesmo objetivo, o de ser campeão.
se teve um início de Campeonato não que pedimos aos atletas é que res- mim, tive e senti da parte deles, um
muito feliz, todavia, na 2ª metade do peitem o emblema, respeitem as apoio incondicional. JP – Em S. Jorge o JDL sagrou-se
Campeonato teve um desempenho pessoas que dedicação horas e dias JP – Em S. Jorge o JDL sagrou se
100% vitorioso e sagrou-se Campeão a trabalhar de forma gratuita para campeão da AFAH como foi esse campeão da AFAH como foi esse
de Ilha, no fim-de-semana de 17 a 19 que nada lhes falte e nisso, tenho a apuramento?
de fevereiro deslocou-se à ilha de S. apuramento?
Jorge para disputar o Apuramento certeza de que seremos campeões, JF – O objetivo principal era ser cam-
de Campeão da AFAH e sagrou-se pois este grupo de atletas, tal como peão da AFAH, objetivo esse que foi FV – Foi um apuramento onde fomos
campeão ao vencer o Calheta FC por todos os outros, têm-nos habituado alcançado com sucesso devido à se-
9x0 e o Graciosa FC por 4x0. a isso. Apenas pedimos que se divir- riedade e respeito pelos adversários superiores aos nossos adversários e
tam e façam aquilo que adoram fazer que o JDL demonstrou nos jogos,
Agora a equipa presidida por Da- de uma forma humilde, pois tudo o aliando à diferença de ritmo compe- conseguimos 2 vitórias confortáveis.
vid Cota terá como adversários o CD que conseguiram até aqui, ninguém titivo e à qualidade técnica dos joga-
Santa Clara (AFPD) e o FC Flamengos lhes tira. dores do JDL. Este resultado apenas foi possível
(AFH) no Apuramento do Campeão Gostaría de aproveitar a oportu- JP – Quais as expectativas do JDL
Açoriano. nidade para agradecer a todos os para o apuramento de Campeão Re- fruto da nossa união e do espírito de
que dão o máximo de si em prol do gional?
Para percebermos melhor a realida- JDL, tornando esta família cada vez JF – Depois de sermos campeões de sacrifício do grupo, aliado ao respei-
de desta conquista entrevistámos o maior. Ilha e da AFAH o objetivo passa sem-
presidente, o treinador (juniores B) e pre por tentar ser Campeão Regio- to com que encarámos esta qualifi-
o capitão (juniores B) do Juventude JOE FERNANDES – TREINADOR nal, sabendo à partida que será ex-
Desportiva Lajense. tremamente difícil e exigente, prova cação e os adversários.
JP – Como foi o percurso do JDL até disso é que o JDL nunca foi Campeão
DAVID COTA - PRESIDENTE se consagrar campeão de Ilha? Regional. Vamos trabalhar, lutar por JP – Quais as expectativas do JDL
Joe Fernandes (JF) – Considerando esse objetivo e como diz o ditado “o
JORNAL DA PRAIA (JP) – Como tem que disputamos um campeonato sonho comanda a vida”. para o apuramento de Campeão Re-
decorrido a época desportiva do JDL com apenas três equipas, em que to- JP – Como vê o futebol de formação
sob a sua presidência? das elas são muito equilibradas em na Ilha Terceira? gional?
DAVID COTA (DC) – A época despor- termos de valores individuais, com JF – Como é que eu vejo o futebol
tiva está a ser um desafio bastante bons treinadores e com margens de de formação na Ilha Terceira? Basta FV – A expectativa é ganhar respei-
interessante, dentro dos objetivos erro reduzidas, à partida sabíamos ver o número de equipas de Juniores
que tínhamos traçado quer a nível que seria um campeonato muito di- B… tando sempre os adversários. O se-
desportivo, quer a nível de sede. Per- fícil e renhido. Assim se veio a com- JP – Quais os seus objectivos como
mitiu-me ter um maior conhecimen- provar com o JDL a ter um mau ar- treinador? gredo para o conseguir será ser mais
to da realidade do JDL, uma vez que ranque de campeonato e à entrada JF – Os meus objetivos passam pela
apenas conhecia a parte desportiva. da 4ª Jornada tínhamos apenas um continuação na formação, deixando fortes do que eles, trabalhando o do-
JP – Quais os objetivos a curto prazo ponto (uma derrota com o Lusitânia sempre em aberto a possibilidade de
do JDL? por 6-1 e um empate com o Angren- voltar ao escalão sénior, mediante bro, com humildade e muita crença
DC – Os objetivos do JDL são claros,
uma aposta na formação de Homens no nosso objetivo.
e atletas que um dia poderão vingar
nas suas vidas. O objetivo a curto JP – Como vê o futebol de formação
prazo, é criar condições quer a nível
financeiro, quer a nível desportivo na Ilha Terceira?
para que os atletas se sintam apoia-
dos e queiram representar este em- FV – Existem poucos clubes preocu-
blema e um dia venham a dar conti-
nuidade ao projeto da formação. pados em fazer um trabalho de qua-
JP – Qual a importância da conquista
do título de Juniores B do JDL, após lidade na formação. Contudo, os que
10 anos da última conquista para o
clube ao nível da formação? estão empenhados nessa vertente
DC – Este título na formação teve
uma enorme importância, uma vez tem estruturas bem preparadas e
que veio trazer outra alegria que
grande parte destes atletas nunca um trabalho de qualidade consolida-
tinha sentido, no entanto, o JDL não
vive “obcecado” por títulos e sim do de à muitos anos para cá, o que
trabalha para o bem estar destes
mesmos atletas. Passaram 10 anos lhes permite ter sucesso. Neste caso
sem ganhar títulos, é verdade, mas
no entanto, o JDL tem crescido quer particular, o JDL é um grande exem-
em nível de atletas, quer a nível de
qualidade de trabalho e isso deixa- plo.

JP – Quais os seus objectivos como

jogador?

FV – O meu objetivo prioritário é

viver o presente, disfrutar desta

magnífica época que estamos a ter

e dedicar-me a 200% para atingir os

nossos objetivos coletivos. Indivi-

dualmente espero que possa ter um

futuro como jogador a um nível mais

elevado, tendo obviamente noção

das dificuldades e limitações para o

conseguir.

JP | INFORMAÇÃO 2017.03.17 | 15

HOJE (17/03) HOJE (17/03)
Farmácia da Misericórdia
CINEMA
JOHN WICK 2(1) Avenida Paço do Milhafre, 18
Classificação: M16 ( 295540290
Local: A.R.G.(2) SÁBADO (18/03)
Hora: 21H00 Farmácia Cabral

TEATRO Praça Francisco Ornelas da Camâra
OS AMORES ENCARDIDOS DE PADI E BAL- ( 295512814
BINA: UMA DÚBIA ESTORIA DO REVENGE DOMINGO (19/03)
Companhia de Teatro “Cães do Mar” Farmácia Silva
Local: Museu de Angra do Heroísmo
Hora: 21H00 Largo Conde da Praia da Vitória, 26
( 295512905
SEGUNDA-FEIRA (20/03) SEGUNDA (20/03)
Farmácia da Misericórdia
COMEMORAÇÃO
SESSÃO SOLENE E CONCERTO COME- Avenida Paço do Milhafre, 18
MORATIVO DOS 113.º ANIVERSÁRIO DA ( 295540290
FILARMÓNICA UNIÃO PRAIENSE TERÇA (21/03)
Local: A.R.G. (2) Farmácia Cabral
Hora: 19H30
Praça Francisco Ornelas da Camâra
QUINTA-FEIRA (23/03) ( 295512814
QUARTA (22/03)
CINEMA Farmácia Silva
MOONLIGHT .2D
Classificação: M16 Largo Conde da Praia da Vitória, 26
Local: C.C.C.A.H.(2) ( 295512905
Hora: 21H00 QUINTA (23/03)
Farmácia da Misericórdia
SEXTA-FEIRA (24/03)
Avenida Paço do Milhafre, 18
FEIRA PROGRAMA - Receção dos convidados com toca- ( 295 540 290
II FEIRA VITÓRIA ta do hino; SEXTA (24/03)
Local: Tenda da Marina - Praia da Vitória 19/03 - DOMINGO - Abertura da sessão solene pelo ora- Farmácia Cabral
Hora: 11H00 dor convidado Dr. Luís Filipe Cota
A Feira prolonga-se até ao dia 26, en- 11H30 - Concentração dos músi- Moniz Praça Francisco Ornelas da Camâra
cerrando às 00H00. No último dia, 26, o cos na sede e cortejo até à Igreja - Homenagem às primeiras senhoras ( 295512814
encerramento é às 22H00. Matriz; que integraram a FUP; SÁBADO (25/03)
12H00 - Missa na Igreja Matriz por - Atuação dos alunos da escola de Farmácia Silva
MODA alma dos que fizeram parte da FUP; música (orientação do Prof. Edgar
DESFILE “PRAIA MAIS” Marques); Largo Conde da Praia da Vitória, 26
Local: Passeio da Marina 20/03 - SEGUNDA-FEIRA - Concerto da FUP ( Maestro Antero ( 295512905
Hora: 21H30 Ávila) ; DOMINGO (26/03)
07H00 - Toque de alvorada; 21H45 - Beberete. Farmácia da Misericórdia
SÁBADO (25/03) 08H00 - Içar da bandeira ao toque
do Hino; NOTA: Embora de entrada livre, é necessário levantar Avenida Paço do Milhafre, 18
TEATRO 19H30 - Sessão solene: ( 295 540 290
ESTÓRIAS DO ASTRO DA VELHA bilhete para o evento no ARG. • SEGUNDA (27/03)
Local: A.R.G. (2) PUB Farmácia Cabral
Hora: 21H30
Iniciativa comemorativa do Dia Mundial Praça Francisco Ornelas da Camâra
do Teatro, protoganizada pelas Escola de ( 295 512 814
Teatro e pelo Alpendre. TERÇA (28/03)
Farmácia Silva

Largo Conde da Praia da Vitória, 26
( 295512905

QUARTA (29/03)

Farmácia da Misericórdia

Avenida Paço do Milhafre, 18
( 295 540 290

QUINTA (30/03)

Farmácia Cabral

Praça Francisco Ornelas da Camâra
( 295 512 814

DOMINGO (26/03) ANUNCIE BISCOITOS

TEATRO NO Posto da Misericórdia
JÁ NÃO GOSTO DE CHOCOLATES ( 295 908 315
Local: A.R.G. (2) JORNAL DA PRAIA SEG a SEX: 09:00-13:00 / 13:00-18:00
Hora: 21H30 SÁB: 09:00-12:00 / 13:00-17:00
Alpendre - Grupo de Teatro
VILA DAS LAJES
(1) Sessão também no dia 18.
(2) Auditório do Ramo Grande. Farmácia Andrade
(3) Centro Cultural e Congressos de Angra Rua Dr. Adriano Paim, 142-A
do Heroísmo. ( 295 902 201
SEG a SEX: 09:00-18:30
SÁB: 09:00-12:30

Nota Editorial VILA NOVA
Esteja na nossa “Agenda Cultural”, envie
toda a informação para noticias@jornal- Farmácia Andrade
dapraia.com. Caminho Abrigada
( 295 902 201
• SEG a SEX: 09:00-12:00 / 16:00-18:00

[email protected] Farmácias de serviço na cidade da Praia
da Vitória, atualizadas diáriamente, em:

www.jornaldapraia.com

JP | NOTÍCIAS 2017.03.17| 16

ACUSAÇÃO CONTRA MÉDICA DO HOSPITAL DO SANTO ESPÍRITO DA ILHA TERCEIRA

Uma médica obstreta/ginecolo- contra uma médica do Hospital do e deles terá resultado a morte, em
gista do Hospital de Santo Es- Santo Espírito, em Angra do Heroís- 25 de Dezembro desse ano, de uma
pírito da Ilha Terceira, irá responder mo, imputando-lhe, no exercício da criança nascida cinco meses antes,
em tribunal pelo autoria do crime de profissão e em violação das ‘legis ar- em parto assistido medicamente
ofensa grave à integridade física. tis’, a autoria de um crime de ofensa pela arguida”.
à integridade física grave”.
De acordo com comunicado da A médica, arguida neste proces-
Procuradoria da comarca dos Aço- Adianta o mesmo comunicado, que
res, “foi deduzida acusação pública “os factos remontam ao ano de 2010 so, aguarda a normal tramitação do

mesmo, em liberdade.

PUB

CENTRO DE SEGURANÇA ATLÂNTICO PARA AS LAJES

Governo português prepara-se para apresentar na próxima reunião da Comissão bila-
teral permanente entre Portugal/EUA, em maio, a criação de um Centro de Segurança
Atlântico

Na agenda da próxima gurança do Golfe da Guiné, ver de quanto mais a sul for a
reunião da Comissão uma região muito perigosas e área atlântica a vigiar, tendo
bilateral permanente entre onde abunda a pirataria, sen- no entanto, liminarmente re-
Portugal e os Estados Uni- do uma rota importante em jeitado qualquer participação
dos, a decorrer no próximo termos comerciais e de ener- da China.
mês de maio, consta a discus- gia, por onde passam os gran-
são da utilização da capaci- des cargueiros, entre eles os Na bilateral de maio, a estra-
dade remanescente da base que abastecem Portugal. De tégia portuguesa no que às
das Lajes, face à redução do resto, presentemente, já são Lajes diz respeito, não se es-
contingente militar, para o frequentes missões de vigi- gota no Centro de Segurança
desenvolvimento de novas lância e recolha de informa- Atlântico, já que juntamente
áreas de cooperação no âm- ções nesta zona por parte da com esta, Portugal leva mais
bito da segurança e
defesa. marinha portuguesa. duas ideias para co-
locar sobre a mesa:
Segundo noticia o A notícia avança ainda refe- a de insistir, junto
semanário Expresso rindo o ministro dos Negó- dos Estados Unidos
na sua edição im- cios Estrangeiros, “se esta na revisão do núme-
pressa de 18 de feve- área de cooperação bilateral ro do contingente
reiro, citando o mi- for do interesse americano, militar atualmente
nistro dos Negócios pode mesmo envolver outros muito baixo (cerca
Estrangeiros, Au- países da área atlântica”, de- de 170) e que, de
gusto Santos Silva, pendendo os países a envol- acordo com o Go-
Portugal encontra- verno português,
-se a trabalhar esta não corresponde ao
matéria sob a forma valor estratégico da
de apresentação base; e utilizar par-
de uma proposta de criação te das suas infraes-
de um Centro de Seguran- truturas no Azorean Interna-
ça Atlântico, o qual envolve tional Research Center (AIR
meios aéreos, navais e coor- Center), um centro de inves-
denação estratégica de infor- tigação dedicado à área at-
mações. mosférica e do clima, espaço,
oceanos e energia, reunindo
Este Centro de Segurança cientistas de vários países.
Atlântico, reflete sobretu-
do preocupações com a se- •

PUB


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