The words you are searching are inside this book. To get more targeted content, please make full-text search by clicking here.

04_de_maio_de_2021_ANAIS_ACECI_v4_n2_2020

Discover the best professional documents and content resources in AnyFlip Document Base.
Search
Published by andreaires, 2021-05-04 15:07:56

04_de_maio_de_2021_ANAIS_ACECI_v4_n2_2020

04_de_maio_de_2021_ANAIS_ACECI_v4_n2_2020

Constituição química dos vírus, infecção e replicação em plantas

transporte de vírus através do floema das plantas no caule, nas raízes e nas folhas novas não
infectadas, existem evidências de que os fatores inoculadas, sendo que, somente 25 a 30 dias após
que interagem no processo possuem, na maioria a inoculação mecânica numa folha intermediária,
dos casos, patossistemas específicos. Os vírus que o vírus infecta, sistematicamente toda a planta
infectam os tecidos de fontes, sobretudo folhas, inoculada (Lima et al., 2015, 2018). A presença
encontram condições diferentes, em relação ao do PLYV pode ser detectada três dias após a
metabolismo e à resposta de defesa das plantas, inoculação nas folhas inoculadas, após seis e 10
quando comparados com aqueles que infectam os dias pode ser detectado no caule e nas raízes,
tecidos de dreno, tais como raízes e flores. Desta respectivamente (Figura 12), e somente 15 dias
forma, algumas rotas de infecção natural como após a inoculação, o PLYV pode ser detectado nas
aquelas resultantes das inoculações de vírus no folhas mais jovens de mamoeiro, sendo a planta
sistema radicular por fungos e por nematóides ou inteira, sistematicamente, infectada somente
os vírus transmitidos por pólen que invadem as 25 a 30 dias, depois da inoculação (Figura 12).
flores, ainda necessitam ser mais bem avaliados Estes resultados (Lima et al., 2015, 2018) estão
com relação ao processo pelo qual invadem e de acordo com o que foi proposto por Agrios
atingem a distribuição sistêmica nas plantas (1997) para distribuição dos vírus em plantas
infectadas (Matthews, 1991; 1992; Agrios, 1997; infectadas, indicando que os vírus, em geral, se
Lima et al., 2015, 2018). movem de célula a célula, multiplicando-se em
cada uma delas, e ao atingirem as células do
Para a maioria dos vírus de plantas, floema, os vírus são rapidamente transportados
sobretudo, para aqueles causadores de mosaico, à longa distância. Os resultados da pesquisa
a distribuição sistêmica e a concentração de com mamoeiro indicam que o PLYV começa a se
vírus nas células de plantas infectadas, têm replicar dentro da célula inoculada logo após a
sido estimadas, demonstrando, que uma planta inoculação, mas leva aproximadamente 25 a 30
sistemicamente infectada possui entre 100.000 a dias para infectar sistemicamente a planta inteira
10.000.000 de partículas de vírus por célula, com (Lima et al., 2015, 2018). Conforme Matthews
uma distribuição, praticamente, generalizada por (1992), a infecção começa a partir da entrada do
todas as células vivas de uma planta infectada vírus na célula hospedeira e a concentração do
(Matthews, 1991; 1992; Agrios, 1997). Mesmo vírus em tecidos da planta infectada aumenta em
assim, em algumas situações, alguns conjuntos função do tempo.
de tecidos de plantas podem permanecer livres
de vírus. De outra parte, alguns vírus conseguem Portanto, a infecção de uma planta por
invadir as células do meristema apical, inclusive vírus envolve a replicação viral na célula
as células dos tecidos embrionários, enquanto em inicialmente inoculada, o movimento do vírus
outras infecções sistêmicas causadas por vírus, os célula a célula e o movimento sistêmico em
tecidos de crescimento do caule, das raízes e dos toda a planta. O movimento sistêmico do vírus
embriões ficam aparentemente livres de vírus. compreende sua entrada no elemento crivado,
Estas variações na distribuição de vírus, em seu transporte via floema e sua saída do floema,
tecidos meristemáticos, explicam as razões pela voltando ao mesófilo (Matthews, 1992). Esse
qual, alguns vírus podem ser transmitidos por transporte via floema permite que a planta seja
sementes de plantas sistemicamente infectadas e totalmente infectada pelo vírus à semelhança do
outros não (Matthews, 1991; 1992; Agrios, 1997; que foi constatado com as plantas de mamoeiro
Lima et al., 2015, 2018). infectadas pelo PLYV (Figura 12).

Estudos sobre a movimentação do Papaya Mesmo em infecções sistêmicas, a
lethal yellowing virus (PLYV) em mamoeiro (Carica distribuição e a concentração das partículas de
papaya), após a inoculação mecânica em folhas vírus nos tecidos das plantas, sistemicamente,
de plantas sadias, indicam que a concentração infectadas variam em função do grupo taxonômico
do PLYV se distribui uniformemente nas dos vírus. Alguns vírus são restritos às células do
diferentes partes das plantas sistemicamente floema e mais algumas células do parênquima, o
infectadas. Resultados com testes de “plate que torna difícil sua transmissão pelos métodos
trapped enzyme linked immuno absorbent mecânicos tradicionais de inoculação de vírus
assay” (PTA-ELISA), usando antissoro específico em plantas. São exemplos os vírus pertencentes à
para PLYV, demonstraram, que o vírus se família Geminiviridae.
distribui uniformemente, nas folhas inoculadas,

138 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Lima, J.A.A. & Maia, L.M.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS tecnológicas para o mamão. Vitória: Incaper, pp. 647-
652, 2005.
Abudayyeh, O.O.; Gootenberg, J.S.; Konermann, S.;
Joung, J.; Slaymaker, I.M. & Cox, D.B.T. C2c2 is a Crick, F.H.C & Watson, J.D. The strucuture of small
single-component programmable RNA-guided RNA- viruses. Nature, 177:473-475. 1956.
targeting CRISPR effector. Science 353: aaf5573. doi:
10.1126/science.aaf5573. 2016. East-Seletsky, A.; O’Connell, M.R.; Knight, S.C.;
Burstein, D.; Cate, J.H.D. & Tjian, R. Two distinct
Agrios, G.N. Plant pathology, fourth ed. Academic RNASE activities of CRISPR-C2c2 enable guide-RNA
Press San Diego, ch 13. 1997. processing and RNA detection. Nature 538:270. doi:
10.1038/nature19802. 2016.
Ali, Z.; Abulfaraj, A.; Idris, A.; Ali, S.; Tashkandi,
M. & Mahfouz, M.M. CRISPR/Cas9-mediated viral Ellerman, V & Bang, O. Experimentelle Leukämie bei
interference in plants. Genome Biol 16, 238. doi: Hühnern. Zentralbl Bakteriol Parasitenkd Infectionskr
10.1186/s13059-015-0799-6. 2015a. Hyg. Abt Orig. 46: 595. 1908.

Ali, Z.; Abul-Faraj, A.; Li, L.; Ghosh, N.; Piatek, M. & Frankel-Conrat, H. & Singer, B. Virus reconstitution.
Mahjoub, A. Efficient virus-mediated genome editing II. Combination of protein and nucleic acid from
in plants using the CRISPR/Cas9 system. Mol. Plant different strains. Biochim Biophys Acta. 24 (3): 540–
8, 1288–1291. doi: 10.1016/j.molp.2015.02.011. 2015b. 548. 1957.

Ali, Z.; Ali, S.; Tashkandi, M.; Zaidi, S.S.E.A. & Gonsalves, D. Control of Papaya ringspot virus in
Mahfouz, M.M. CRISPR/Cas9-mediated immunity to papaya: A case study. Annual Review Phytopathology,
geminiviruses: differential interference and evasion. v. 36, p. 415-437. 1998.
Sci. Rep. 6:26912. doi: 10.1038/srep26912. 2016
Hull, R. Overview of plant viruses. In: Hull (Ed.),
Ali, Z.; Eid, A.; Ali, S. & Mahfouz, M.M. Pea early- Comparative plant virology, second ed. Elsevier,
browning virus-mediated genome editing via the Oxford, Chapter 2. 2009.
CRISPR/Cas9 system in Nicotiana benthamiana and
Arabidopsis. Virus Res. 244, 333–337. doi: 10.1016/j. Iwanowsky, D.I. St. Petersberg Acad. Imperial Sci.
virusres.2017.10.009. 2018. Bull. 35: 67-70. 1892.

Aman, R.; Ali, Z.; Butt, H.; Mahas, A.; Aljedaani, F. Ji, X.; Zhang, H.; Zhang, Y.; Wang, Y. & Gao, C.
& Khan, M.Z. RNA Virus interference via CRISPR/ Establishing a CRISPR-Cas-like immune system
Cas13a system in plants. Genome Biol. 19:1. doi: conferring DNA virus resistance in plants. Nat. Plants
10.1186/s13059-017-1381-1. 2018 1:15144. doi: 10.1038/nplants.2015.144. 2015

Anderson, P.K.; Cunningham, A.A.; Patel, N.G.; Kausche, G.H.; Ankuch, P.F. & Ruska, H.
Morales, F.J. ; Epstein, P.R. & Daszak, P. Emerging Naturwissenschaften 27: 292–299. 1939.
infectious diseases of plants: pathogen pollution,
climate change and agrotechnology drivers. Trends Kurstak, E. Handbook of plant virus infections:
Ecol. Evol. 19, 535–544. doi: 10.1016/j.tree.2004.07.021. Comparative Diagnosis. (Ed.). Elsevier/North
2004 Holland, 1981.

Baltes, N.J.; Hummel, A.W.; Konecna, E.; Cegan, R.; Legg, J.P. & Thresh, J. M. Cassava mosaic virus disease
Bruns, A.N. & Bisaro, D.M. Conferring resistance in East Africa: a dynamic disease in a changing
to geminiviruses with the CRISPR-Cas prokaryotic environment. Virus Res. 71, 135–149. doi: 10.1016/
immune system. Nat. Plants 1:15145. doi: 10.1038/ S0168-1702(00)00194-5. 2000.
nplants.2015.145. 2015.
Lima, J.A.A. & Santos, A.A. Viral diseases of cowpea
Beijerinck, M.W. Concerning a contagium vivum in Brazil. In: Watt, Eart; Araújo, J. Pratagil. (Org.).
fluidum as cause of the spot disease of tobacco Viral diseases of cowpea in Brazil. 1ed.Brasília: IITA,
leaves. Phytopathological Classics, No. 7. American EMBRAPA, 1988, v. , p. 213-232.
Phytopathological Society, St. Paul, MN. 1898.
Lima, J.A.A.; Freire Filho, F.R. & Ribeiro, V.Q. Feijão -
Bawden F.C. & Pirie, N.W. The Isolation and some Caupi: avanços tecnológicos. 1. ed. Brasília: Embrapa
properties of liquid crystalline substances from Informação Tecnológica, 2005. v. 1. 519p .
solanaceous plants infected with three strains of
tobacco mosaic vírus. Published: 03 August 1937 Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.; Barbosa, G.S.;
https://doi.org/10.1098/rspb.1937.0054 Maia, L.M. & Silva, F.R. Etiologia, sintomatologia,
distribuição geográfica e estratégias de controle de
Brakke, M.K. Density gradient centrifugation a new viroses em culturais tropicais. In: Lima, J.A.A. (Ed.).
separation technique. J. Am. Chem. Soc. 73:1847-1858. Virologia Essencial & Viroses em Culturas Tropicais.
1951. 1ed. Fortaleza: Edições UFC, 2015, v. , p. 303-527.

Costa, A.F.S.; Martins, D.S.; Costa, A.N. & Fassio, L.H. Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.; Lima, R.C.A.
Evolução da cultura e mercado mundial de mamão. In: & Maia, L.M. Sintomatologia, etiologia, diagnose,
Martins, D.S. (Ed.) Papaya Brasil: mercado e inovações distribuição geográfica e estratégias de controle do
amarelo letal do mamoeiro. ANAIS da Academia
Cearense de Ciências, v. 2, n. 2, p. 97-109, 2018.

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 139

Constituição química dos vírus, infecção e replicação em plantas

Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.; Lima, R.C.A.; Mullis, K.B. The unusual origin of the polymerase
Oliveira, V.C. & Anselmo, G.C. Methods of diagnosis, chain reaction. Scientific American 262, 56–65. 1990.
stability, transmission, and host interaction of Papaya
lethal yellowing virus in papaya. Plant Virus-Host Nagata, T. & Takebe, I. Cell wall regeneration and cell
Interaction. 1ed.: Elsevier, 2014, v. , p. 207-227. division in isolated tobacco tnesophyll protoplasts.
Planta 92: 301-308. 1970.
Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.; Maia, L.M. & Lima,
R.C.A. Plantas transgênicas no controle da mancha Purdy, H.A. Immunologic reactions with Tobacco
anelar do mamoeiro. ANAIS da Academia Cearense mosaic virus. J Exp Med. 31: 49(6): 919–935. 1929.
de Ciências, v. 1, n. 1, p. 23-38. 2017.
Rawlins, T.E. & Tompkins, C.M. Studies on the
Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.N.; Barbosa, G.S. & effect of carborundum as an abrasive in plant virus
Gonçalves, M.F.B. Princípios, características gerais, inoculations. Phytopathology. 26: 578-87. 1936.
métodos de identificação e extratégias gerais de
controle de vírus de plantas. In: Lima, J.A.A. (Ed.). Rezende, J.A.A. & Fancelli, M. I. Doenças do mamoeiro
Virologia Essencial & Viroses em Culturas Tropicais. (Carica papaya L.) In: Kimati, H; Amorin, L.; Rezende,
1ed. Fortaleza: Edições UFC, 2015. p. 23-301. J.A.M.; Bergamin filho, A.; Camargo, L.E.A. (Ed).
Manual de Fitopatologia. São Paulo: Agronomica
Lima, J.A.A.; Sittolin, I.M. & Lima, R.C.A. Diagnose Ceres. Cap 32, p. 293-302, 2005.
e estratégias de controle de doenças ocasionadas
por vírus. In: Francisco Rodrigues Freire Filho; José Sasaya, T.; Nakazono-Nagaoka, E.; Saika, H.; Aoki,
Albersio de Araujo Lima; Valdenir Queiroz Ribeiro. H.; Hiraguri, A. & Netsu, O. Transgenic strategies to
(Org.). Feijão-Caupi: avanços tecnológicos. 1ed. confer resistance against viruses in rice plants. Front.
Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2005, v. Microbiol. 4:409. doi: 10.3389/fmicb.2013.00409. 2014.
519, p. 403-459.
Sedeek, K.E.M.; Mahas, A. & Mahfouz, M. Plant
Lima, J.A.A. Virologia Essencial & Viroses em Culturas genome engineering for targeted improvimennt of
Tropicais. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 2015. 605p . crop traits. Frontiers in Plant Science, 2019.

Lister, R. M. Functional relationship between virus- Smith, K.M. A text Book of Plant Viruses Disease.
specific products of infection by viruses of the tobacco Churchill, London. 1937. 615 pp.
rattle type. J. Gen. Virol. 2: 43-58. 1968.
Stanley, W. Science 81: 644–645. 1935.
Loeffler, F. & Frosch, P. Zentralbl. Bakt. 1 Orig. 28:
371–391. 1898. Takahashi, W. M. & Rawlins, T. E. Science 77: 26. 1933.

Matthews, R.E.F. Fundamentals of Plant Virology. San Twort, F.W. Sci. News 14, 33. 1949.
Diego: Academic Press, Inc., 1992.
Voller, A.A.; Bartlett, A.; Bidwell, D.E.; Clark, M.F.
Matthews, R.E.F. Plant Virology. 3rd ed. San Diego, & Adams, A.N. The detection of viruses by enzyme-
Academic Press, New York. 1991.835p. linked immunosorbent assay (ELISA). Journal of
General Virology 33: 165–167. 1976.
Mullis, K.; Faloona, F.; Scharf, S.; Saiki, R.; Horn, G.
& Erlich, H. Specific enzymatic amplif­ication of DNA Walkey, D.G.A. Applied plant virology. 1a ed. William
in vitro: the polymerase chain reaction. Cold Spring Heinemann Ltd. London. 1985. 329 p.
Harbor Symposia on Quantitative Biology 51, 263–
273. 1986. Watson, J.D. Molecular biology of the gene, 2 ed. 1970.

140 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, p. 141-146, 2020.
www.aceci.com.br

Artigo Cientifico/Scientific Article

Vasorelaxant Effect of Limonene on the Smooth Muscle Electromechanical
Coupling: Participation of Voltage-Operated Calcium Channels

Ana Carolina Cardoso-Teixeira1, Klausen Oliveira-Abreu1, Andrelina Noronha Coelho-de-Souza1,
Francisco Walber Ferreira-da-Silva2, Kerly Shamyra da Silva-Alves1 & José Henrique Leal-Cardoso1

1Instituto Superior de Ciências Biomédicas, Universidade Estadual do Ceará;
2Universidade Estadual Vale do Acaraú

(Aceito para Publicação em 21/08/2020)

Author for correspondence: José Henrique Leal Cardoso, e-mail: [email protected]

Cardoso-Teixeira, A. C.; Oliveira-Abreu, K.; Coelho-de-Souza, A. N.; Ferreira-da-Silva; F. W.; Silva-Alves, K.
S. & Leal-Cardoso, J. H. Vasorelaxant effects of limonene on the smooth muscle eletromechanical coupling:
participation of voltage-operated calcium channels. ANNALS of Ceará Academy of Sciences, v. 4, n. 2, p. 141-
146, 2020.

ABSTRACT

Limonene (LM) is a monoterpene present in several essential oils, with anti-inflammatory, antinociceptive and
antispasmodic activity. Studies have shown that LM has a vasorelaxing effect on vascular smooth muscle, and
because of that this work aimed to investigate the mechanism of action for the relaxing effect of LM. Aorta of
male Wistar rats (200 - 300 g), without endothelium, was used. Force of contraction was measured using the
technique of isometric recording for bathing isolated organs. The LM had a vasorelaxing effect on the KCl- and
oinndtuhceeBdabCyl2-LinMduocnedthceonKtrCalc-tiaonndwBitahCvl2erinydsuimceilda-rcponhtarramctaioconloognicaaol rptoictesnmcyo,ostihncme uthseclIeCw50 evraelu1e4s0f3o.3r7re±lax35a7ti.o5n4
and 1510.69 ± 276.97 μM, respectively. In conclusion, this allow us to suggest that, very likely, LM presents
vasorelaxing effect on electromechanical coupling in aorta artery without endothelium, at least partially,through
inhibition of voltage-operated calcium channels.

Additional keywords: Limonene; Calcium channels; Barium chloride.

RESUMO
Efeito vasorrelaxante do limoneno sobre o acoplamento eletromecânico de músculo liso:

participação dos canais de cálcio operados por voltagem

Limoneno (LM) é um monoterpeno presente em diversos óleos essenciais, com atividade antiinflamatória,
antinociceptiva e antiespasmódica. Estudos demonstram que o LM apresenta efeito vasorelaxante em músculo
liso vascular e, devido a este fato, neste trabalho objetivamos investigar o mecanismo de ação do efeito relaxante
do LM. Foram utilizados aorta de ratos Wistar machos (200 – 300 g), sem endotélio. Para registro de força
isométrica foi utilizada a técnica de banho de órgãos isolados. O LM apresentou efeito vasorelaxante sobre o
acoplamento eletromecânico e sobre a contração induzida por BaCl2 com similar potência farmacológica. Os
valores de CE50 para o relaxamento induzido pelo LM na contração induzida por KCl e BaCl2 foram 1403,37 ±
357,54 e 1510,69 ± 276,97 μM, respectivamente. Em conclusão, os dados permitem sugerir que é muito provável
que o LM apresente efeito vasorrelaxante no acoplamento eletromecânico em artéria aorta sem endotélio, pelo
menos parcialmente, devido à inibição dos canais de cálcio operados por voltagem.

Palavras-chave adicionais: Limoneno; Canais de cálcio; Cloreto de Bário.

INTRODUCTION al., 2010; Joca et al., 2012; Maia-Joca et al., 2014;
Peixoto-Neves et al., 2015; Pereira-Gonçalves et
Monoterpenes and monoterpenoids are al., 2018; Cardoso-Teixeira et al., 2020). Limonene
constituents of several essential oils with various (LM, Figure 1) is a monoterpene found in several
pharmacological properties described (Leal- essential oils of citric plants such as orange
Cardoso & Fonteles, 1999; Leal-Cardoso et and lemon. It has several biological activities

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 1141

Vasorelaxant effects of limonene on the eletromechanical...

Figure 1- Chemical structure of the monoterpene and water. The animals were cared in accordance
limonene. with the Guide for the Care and Use of Laboratory
Animals, 8th edition, published by the US
associated with low toxicity (Sun, 2007). Among National Institutes of Health in 2011 (https://
the effects attributed to this monoterpene are www.nap.edu/read/12910/chapter/1). All the
anti-carcinogenic, repellent, gastroprotective, experimental procedures were approved by the
anti-inflammatory, antidiabetic, antinociceptive Animal Ethics Committee of the State University
and tocolytic activities (Omolo et al., 2004; of Ceará (nº 12237313-0).
Amaral et al., 2007; Hirota et al., 2010; Nerio et al.,
2010; Rozza et al., 2011; Murali & Saravaan, 2012; Solutions and Drugs
Pereira-de-Morais et al., 2019). All reagents used in this work were analytical
grade and purchased from Sigma Chemical
Studies also demonstrated the effect of LM Corporation (St. Louis, Missouri, USA) or
on the cardiovascular system (Cardoso-Teixeira VETEC (Rio de Janeiro, RJ, Brazil). Experiments
et al., 2020). LM had bradycardic, hypotensive of vascular reactivity were carried out using
and antiarrhythmic effects in rats (Nascimento Krebs Henseleit Buffer (KHB) solution with the
et al., 2019). Additionally, this monoterpene has following composition (mM): NaCl (118), KCl
biphasic effects on arteries. (4.7), NaHCO3 (25), CaCl2 (2.5), KH2PO4 (1.2),
MgSO4–7H2O (1.2) and glucose (11). KHB was
Cardoso-Teixeira et al. (2018) showed that gasified with 95% O2 and 5% CO2 and pH adjusted
LM has a relaxing effect on normotensive rat to 7.40. In experiments using BaCl2, solutions with
aorta, in both electromechanical and pharmaco- addition of EGTA (2 mM) and without addition
mechanical coupling. Furthermore, these authors of Ca2+- (Ca2+-free solutions) were employed.
demonstrated that this monoterpene induces
relaxant effect on the Bay-K induced contraction LM was first diluted in Tween 80
(Cardoso-Teixeira et al., 2018a, 2018b). (maximal final concentration of 0.05%) and then
in KHB solution. This monoterpene was added
It has been reported that in electro- in the recording organ chambers so that their
mechanical coupling, the increase in intracellular concentrations reached cumulatively values of
calcium concentration is initiated through a 10-5000 µM.
stimulus that alters the membrane potential of the
smooth muscle cell. Following that, there is the Tissues Preparations
activation of voltage-operated calcium channels Tissue preparation and isometric tension
(VOCCs), whose one known agonist is the Bay-K recordings were made as previously reported
8644 (Somlyo & Somlyo, 1968; Karaki et al., 1986; (Cardoso-Teixeira et al., 2018a). Briefly, the animals
Maia-Joca et al., 2014). Knowing that LM showed were sacrificed by CO2 inhalation followed by
a vasorelaxant effect on electromechanical- and exsanguination and dissection of thoracic aorta.
Bay-K8644- induced contraction, it is interesting After cleaned of adhering tissues, the aorta was
to investigate whether limonene can have a sectioned into cylindrical segments (4-5 mm) and
relaxing effect by inhibiting VOCCs. Thus, we mounted on an isolated aorgan chamber with a
aimed to investigate whether VOCCs participate capacity of 5 mL of KHB. The aortic preparations
on vasorelaxant effects of limonene. were connected to an isometric force transducer
(Grass, model F03, Quincy, Mass., USA) through
MATERIALS AND METHODS a stainless steel wire. The force transducer was
connected to a data acquisition system (PM-1000;
Animals CWE Inc., Akron, OH, USA).
Male Wistar rats 12-week-old (200-300 g) were
kept under 12/12 hours light/dark cycle), under After mounted in an organ chamber, the
temperature of 22 ± 2 °C and free access to food biological preparations were stretched under
basal tension of 1g for a stabilization period of
60 min. Afterwards, tissue viability was verified
through two consecutive K+ (60 mM)-induced
contractions. The vascular endothelium was
tested by the induction of a contraction with PHE
(0.1 μM) followed by addition of 1μM ACh in the

142 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Cardoso-Teixeira, A. C., et al

preparation. The aortic rings were considered
with endothelium preserved when the relaxation
promoted by ACh was greater than 80% of the
PHE-induced contraction.

Statistical Analysis
Data are expressed as mean ± standard error of
the mean (SEM), where (n) indicates the number
of experiments. Concentration-response curve
and EC50 value for LM was made and adjusted
with the Hill equation as follow:

where min and max are the minimum and Figure 2- Effects of limonene on electromechanical
maximum contraction force values, [agonist] is coupling on vascular smooth muscle. Effects of
the agonist concentration and k is the Hill slope. limonene (10-5000 µM) on the contraction evoked by
The significance for statistical tests was p < 0.05 KCl (60 mM) in endothelium-denuded aortic ring.
and to compare data from different groups, two- * P< 0.05 by two-way ANOVA, limonene vs. control.
way ANOVA was used, followed by appropriate
post-test

RESULTS

To evaluate the effect of limonene on vascular Figure 3- Effects of limonene on BaCl2-induced
smooth muscle, aortic rings with denuded- contraction on vascular smooth muscle. Effects
endothelium were pre-contracted with 60 mM
[K+]. On plateau of K+-induced contraction of limonene (30-3000 µM n=5) or nifedipine (1
increasing concentrations (10–5000 µM) of
LM were cumulatively added and caused a µM, positive control) on the contraction evoked
vasorelaxant effect in a concentration-dependent
manner (Figure 2), with an IC50 value of 1403.37 ebnydoctuhmeliuulmat-ivdeenuBdaeCdl,2 addition (0.1-30 mM) in
± 357.54 μM. KCl-depolarized aortic ring

In order to evaluate the involvement of preparations incubated in Ca2+-free medium. * P< 0.05
VOCCs in the vasorelaxant effect of Limonene,
aortic rings were incubated in Ca2+-free medium by two-way ANOVA, limonene vs. control.
in the presence of high K+ (80 mM) solution. After
10 min of the change of the bathing solution to of maximal control contraction. At the maximum
the Ca2+-free medium, a given concentration of concentration of Ba2+ (30 mM) the IC50 value to
limonene was added. Afterwards, cumulatively LM was 1510.69 ± 276.97 μM.
increasing concentrations of BaCl2 (0.1–30 mM)
evoked concentration-dependent contractions DISCUSSION
(Figure 3). The maximal control (in absence of LM)
contraction observed corresponds to about 71% The major discovery of the present investigation
of the contraction induced by K+ (80 mM) KHB is that LM blocked the KCl- contraction and
in absence of LM. Contractile responses to Ba2+ BaCl2-induced contraction with very similar
were significantly (P < 0.001, two-way ANOVA)
reduced by pre-exposure to limonene at 300 μM
(n = 6), 2000 μM and 3000 μM, but not at 30 μM
(Figure 3). LM at the 2000 μM concentration
reduced the maximal BaCl2(30 mM)-induced
contraction to magnitudes roughly close to 50%

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 143

Vasorelaxant effects of limonene on the eletromechanical...

pharmacodynamic potency and efficacy (Figures is based on the literature. It is because previous
2 and 3). This blockade is reversible, which reports have documented that LM is able to exert
shows that it is not a permanent damage of the inhibition of some other types of contraction
muscle contracting mechanism. This similarity with pharmacodynamic characteristics not easily
of pharmacodynamic parameters implies a accommodable on VOCCs blockade mechanism
high likelihood that LM-induced blockade (Cardoso-Teixeira et al., 2018a, 2018b, 2020).
of contraction includes a component in its
mechanism of action, which is the blockade of Our data corroborate previous studies in
VOCCs. To our knowledge, these data represent the literature that showed that LM inhibit the
a novel discovery. Bay-K8644 induced contraction (Cardoso-Teixeira
et al., 2018a). Bay-K8644 is a Ca2+ channel selective
This inclusion of LM-induced activity on agonist (Dantas et al., 2015; Karaki et al., 1986).
VOCCs as a component of the mechanism of Our data are also in accordance with previous
action of LM is also based on what is known of studies in the literature that demonstrated the
the mechanism of BaCl2-induced contraction. relaxing effect of LM on this type of excitation-
BaCl2 flows inwardly through sarcoplasmic contraction coupling in vascular-, tracheal-, and
membranes to cause contraction in preparation uterine- smooth muscle (Cardoso-Teixeira et al.,
maintained in Ca2+-free solution. This inflow has 2018a; Carvalho et al., 2018; Pereira-de-Morais et
been documented to occur exclusively through al., 2019). Additionally, several monoterpenes
VOCCs (Karaki et al., 1986; Leonhardt et al., and monoterpenoids show a vasorelaxant effects
2010; Pereira-Gonçalves et al., 2018). Although on the electromechanical coupling (Peixoto-
the blockade of contraction theoretically could Neves et al., 2010; Maia-Joca et al., 2014; Pereira-
occur at several steps of contraction biochemical Gonçalves et al., 2018; Cardoso-Teixeira et al.,
cascade, the similarity of pharmacodynamic 2020).
potency and efficacy of LM-induced blockade
with its blockade to contraction induced by KCl, It is also to mention that in our results,
coupled with the information from literature for LM showed a relaxing effect on denuded-
blockade of other contractions by LM, like Bay- endothelium aortic ring on electromechanical
K-induced contraction, suggests blockade of coupling, indicating a direct, relaxing effect by a
VOCCs (Cardoso-Teixeira et al., 2018). myogenic mechanism on the electromechanical
coupling. These data also allow the exclusion of
VOCCs play an important role in an indirect, endothelium-mediated mechanism.
electromechanical coupling and the LM had an Previously studies demonstrated a possible
effect on this type of coupling is not surprising. myogenic mechanism in a vasorelaxant effect of
Several studies in the literature use BaCl2 to study limonene (Cardoso-Teixeira et al., 2018a).
VOCCs (Maia-Joca et al., 2014; Silva et al., 2020).
BaCl2 induce a smooth muscle contraction because Although the data of the present
activated VOCCs allows the calcium influx across investigation corroborate data from the literature
the membrane, entering the cell exclusively demonstrating that VOCCs are, very likely,
through VOCCs and mobilizing intracellular involved on vasorelaxant effects of LM, other
calcium stores (Karaki et al., 1986). In the presence mechanisms of action cannot be not be excluded.
of specific VOCCs blockers, such nifedipine, the The use of electrophysiological experiments, such
BaCl2-induced contraction is completely inhibit as path clamp technique, should be performed to
(Karaki et al., 1986). In our results, LM showed an unequivocally demonstrate the LM direct effect
inhibitory effect in a BaCl2-induced contraction on VOCCs.
with similar efficacy to that one for nifedipine.
This demonstrated that blockade of VOCCs is CONCLUSION
able to fully block contraction and therefore that
the sole blockade of VOCCs could theoretically Limonene has relaxant effect on the KCl-
explain the total LM effect on contraction. (electromechanical coupling) and BaCl2-induced
contraction in the endothelium-denuded aorta
It is to mention that, although blockade of artery of animals. This monoterpene presented
VOCCs could explain full blockade of contraction, similar pharmacological potency in these
we opted to attribute to the blockade of VOCCs preparations suggesting a possible, very likely,
the role of a component rather than the only involvement of VOCCs on this effect.
mechanism of action of LM on contraction. This

144 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Cardoso-Teixeira, A. C., et al

REFERENCES sodium channels. Journal of Natural Products, [s. l.],
v. 75, n. 9, p. 1511–1517, 2012. Disponível em: https://
Amaral, J.F; Silva, M.I.G.; Neto, M.R.A.; Neto, P.F.T.; doi.org/10.1021/np300050g. Acesso em: 17 jun. 2018.
Moura, B.A..; Melo, C.T.V.; Araújo, F.L.O.; Sousa,
D.P.; Vasconcelos, P.F.; Vasconcelos, S.M.M. & Sousa, Karaki, H.; Satake, N. & Shibata, S. Mechanism of
F.C.F. Antinociceptive effect of the monoterpene barium-induced contraction in the vascular smooth
R-(+)-limonene in mice. Biol. Pharm. Bull., [s.l.], muscle of rabbit aorta. British journal of pharmacology,
v.30, n. July, p. 1217–1220, 2007. Disponível em: [s. l.], v. 88, n. 4, p. 821–826, 1986. Disponível em:
http://japanlinkcenter.org/JST.JSTAGE/bpb/ http://www.pubmedcentral.nih.gov/r.i?artid=19170
30.1217?from=Google. Acesso em: 12 ago. 2013. 89&tool=pmcentrez&rendertype=abstract

Cardoso-Teixeira, A.C.; Oliveira-Abreu, K.; Brito, Leal-Cardoso, J.H. & Fonteles, M.C. Pharmacological
L.G.F.; Coelho-de-Souza, A.N. & Leal-Cardoso, J.H effects of essential oils of plants of the northeast of
Effects of terpenes and terpenoids of natural occurrence Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, [s.
in essential oils on vascular smooth muscle and on l.], v. 71, n. 2, p. 207–213, 1999. Disponível em: http://
systemic blood bressure: pharmacological studies www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10412491. Acesso
and perspective of therapeutic use. In: Terpenes and em: 2 jan. 2018.
Terpenoids. [S. l.: s. n.], 2020. p. 1–22.
Leal-Cardoso, J.H.; Silva-Alves, K.S.; Ferreira-da-
Cardoso-Teixeira, A.C.; Ferreira-da-Silva, F.W.; Silva, F.W.; Santos-Nascimento, T.; Joca, H.C.;
Peixoto-Neves, D.; Oliveira-Abreu, K.; Pereira- Macedo, F.H.P.; Albuquerque-Neto, P.M.; Magalhães,
Gonçalves, Á.; Coelho-de-Souza, A.N. & Leal- P.J.C.; Lahlou, S.; Cruz, J.S. & Barbosa,R. Linalool
Cardoso, J.H. Hydroxyl group and vasorelaxant blocks excitability in peripheral nerves and voltage-
effects of perillyl alcohol, carveol, limonene on aorta dependent Na+ current in dissociated dorsal root
smooth muscle of rats. Molecules, [s.l.], v. 23, n. 6, p. ganglia neurons. European journal of pharmacology,
1430, 2018a. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ [s. l.], v. 645, p. 86–93, 2010. Disponível em: https://
molecules23061430. Acesso em: 14 jun. 2018. doi.org/10.1016/j.ejphar.2010.07.014. Acesso em: 12
ago. 2013.
Cardoso-Teixeira, A.C.; Ferreira-da-Silva, F.W.;
Silva, A.T.A; Oliveira-Abreu, K.; Pereira-Gonçalves, Leonhardt, V.; Leal-Cardoso, J.H.; Lahlou, S.;
A.; Coelho-de-Souza, A.N. & Leal-Cardoso, J.H. Albuquerque, A.A.C.; Porto, R.S.; Celedônio, N.R.;
Nitric oxide participation in the vasorelaxant effect Oliveira, A.C.; Pereira, R.F.; Silva, L.P.; Garcia-Teófilo,
of limonene, carveol and perillyl alcohol. Anais da T.M.N.; Silva, A.P.F.S.; Magalhães, P.J.C.; Duarte, G.P
Academia Cearense de Ciências, [s. l.], v. 2, n. 1, p. & Coelho-de-Souza, A.N. Antispasmodic effects of
63–68, 2018b. essential oil of Pterodon polygalaeflorus and its main
constituent β-caryophyllene on rat isolated ileum.
Carvalho, P.M.M.; Macêdo, C.A.F.; Ribeiro,T.F.; Fundamental & clinical pharmacology, [s. l.], v. 24,
Silva, A.A.; Silva, R.E.R.; Morais, L.P.; Kerntopf, M.R.; n. 6, p. 749–758, 2010. Disponível em: https://doi.
Menezes, I.R.A. & Barbosa, R. Effect of the Lippia org/10.1111/j.1472-8206.2009.00800.x. Acesso em: 12
alba (Mill.) N.E. Brown essential oil and its main ago. 2013.
constituents, citral and limonene, on the tracheal
smooth muscle of rats. Biotechnology Reports, [s. l.], v. Maia-Joca, R.P.M.; Joca, H.C.; Ribeiro, F.J.P.;
17, n. November 2017, p. 31–34, 2018. Disponível em: Nascimento, R.V.; Silva-Alves, K.S.; Cruz, J.S.; Coelho-
https://doi.org/10.1016/j.btre.2017.12.002 de- Souza, A.N. & Leal-Cardoso, J.H. Investigation
of terpinen-4-ol effects on vascular smooth muscle
Dantas, B.P.V.; Alves, Q.L.; de Assis, K.S.; Ribeiro, relaxation. Life Sciences, [s. l.], v. 115, n. 1–2, p. 52–
T.P.; de Almeida, M.O.M.; de Vasconcelos, A.P.; de 58, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.
Araújo, D.A.M.; de Andrade Braga, V.; de Medeiros, lfs.2014.08.022
I.A.; Alencar, J.L. & Silva, D.F. Participation of the
TRP channel in the cardiovascular effects induced by Murali, R. & Saravanan, R. Antidiabetic effect of
carvacrol in normotensive rat. Vascular Pharmacology, d-limonene, a monoterpene in streptozotocin-induced
[s. l.], v. 67, p. 48–58, 2015. Disponível em: https://doi. diabetic rats. Biomedicine & Preventive Nutrition, [s.
org/10.1016/j.vph.2015.02.016 l.], v. 2, n. 4, p. 269–275, 2012. Disponível em: https://
doi.org/10.1016/j.bionut.2012.08.008. Acesso em: 12
Hirota, R.; Roger, N.N.; Nakamura, H.; Song, H.S.; ago. 2013.
Sawamura, M. & Suganuma, N. Anti-inflammatory
effects of limonene from yuzu (Citrus junos Tanaka) Nascimento, G.A.; Souza, D.S.; Lima, B.S.; Vasconcelos,
Essential oil on Eosinophils. Journal of food …, [s. C.M.L.; Araújo, A.A.S.; Durço, A.O.; Quintans-Junior,
l.], v. 75, n. 3, 2010. Disponível em: https://doi. L.J.; Almeida, J.R.G. da S.; Oliveira, A.P.; Santana-
org/10.1111/j.1750-3841.2010.01541.x. Acesso em: 12 Filho, V.J.; Barreto, A.S. & Santos, M.R.V. Bradycardic
ago. 2013. and antiarrhythmic effects of the D-limonene in rats.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s. l.], v. 113,
Joca, H.C.; Cruz-Mendes, Y.; Oliveira-Abreu, K.; n. 5, p. 925–932, 2019. Disponível em: https://doi.
Maia-Joca, R.P.; Barbosa, R.; Lemos, T.L.; Lacerda org/10.5935/abc.20190173
Beirão, P.S. & Leal-Cardoso, J.H. Carvacrol decreases
neuronal excitability by inhibition of voltage-gated Nerio, L.S.; Olivero-Verbel, J. & Stashenko, E.
Repellent activity of essential oils: a review.

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 145

Vasorelaxant effects of limonene on the eletromechanical...

Bioresource technology, [s. l.], v. 101, n. 1, p. 372–378, A.C.; Coelho-de-Souza, A.N. & Leal-Cardoso, J.H.
2010. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j. 1,8-Cineole blocks voltage-gated L-type calcium
biortech.2009.07.048. Acesso em: 12 ago. 2013. channels in tracheal smooth muscle. Pflugers Archiv
European Journal of Physiology, [s. l.], v. 470, n. 12,
Omolo, M.O.; Okinyo, D.; Idiege, I.O. Lwande, p. 1803–1813, 2018. Disponível em: https://doi.
W. & Hassanali, A. Repellency of essential oils of org/10.1007/s00424-018-2201-5
some Kenyan plants against Anopheles gambiae.
Phytochemistry, [s. l.], v. 65, p. 2797–2802, 2004. Rozza, A.L.; Moraes, T.M.; Kushima, H.; Tanimoto, A.;
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j. Marques, M.O.M.; Bauab, T.M.; Hiruma-Lima, C.A.
phytochem.2004.08.035 & Pellizzon, C.H. Gastroprotective mechanisms of
Citrus lemon (Rutaceae) essential oil and its majority
Peixoto-Neves, D.; Silva-Alves, K.S.; Gomes, M.D.M.; compounds limonene and ?-pinene: Involvement of
Lima, F.C.; Lahlou, S.; Magalhães, P.J.C.; Ceccatto, heat-shock protein-70, vasoactive intestinal peptide,
V.M.; Coelho-de-Souza, A.N. & Leal-Cardoso, J.H. glutathione, sulfhydryl compounds, nitric oxide and
Vasorelaxant effects of the monoterpenic phenol prostaglandin E. Chemico-Biological Interactions,
isomers, carvacrol and thymol, on rat isolated aorta. [s. l.], v. 189, n. 1–2, p. 82–89, 2011. Disponível em:
Fundamental & clinical pharmacology, [s. l.], v. 24, https://doi.org/10.1016/j.cbi.2010.09.031
n. 3, p. 341–350, 2010. Disponível em: https://doi.
org/10.1111/j.1472-8206.2009.00768.x. Acesso em: 12 Silva, R.E.R.; Silva, A.A.; Pereira-de-Morais, L.;
ago. 2013. Almeida, N.S.; Iriti, M.; Kerntopf, M.R.; Menezes,
I.R.A.; Coutinho, H.D.M. & Barbosa, R. Relaxant
Peixoto-Neves, D.; Wang, Q.; Leal- Cardoso, J.H.; effect of monoterpene (−)-carveol on isolated human
Rossoni, L. V. & Jaggar, J.H. Eugenol dilates mesenteric umbilical cordarteries and the involvement of ion
arteries and reduces systemic BP by activating channels. Molecules, [s. l.], v. 25, p. 1–11, 2020.
endothelial cell TRPV4 channels. British Journal of
Pharmacology, [s. l.], v. 172, n. 14, p. 3484–3494, 2015. Somlyo, A.V. & Omlyo, A.P. Electromechanical and
Disponível em: https://doi.org/10.1111/bph.13156 pharmacomechanical coupling in vascular smooth
muscle. Journal of Pharmacology and Experimental
Pereira-de-Morais, L., Silva, A.A., da Silva, R.E.R., …, [s. l.], v. 159, n. 1, p. 129–145, 1968. Disponível em:
Costa, R.H.S.D., Monteiro, A.B., Barbosa, C.R.D.S., http://jpet.aspetjournals.org/content/159/1/129.
Amorim, T.S., de Menezes, I.R.A., Kerntopf, M.R. & short. Acesso em: 12 ago. 2013.
Barbosa, R. Tocolytic activity of the Lippia alba essential
oil and its major constituents, citral and limonene, Sun, J. D-Limonene: safety and clinical applications.
on the isolated uterus of rats. Chemico-Biological Alternative Medicine Review, [s. l.], v. 12, n. 3,
Interactions, [s. l.], v. 297, p. 155–159, 2019. Disponível p. 259–264, 2007. Disponível em: http://www.
em: https://doi.org/10.1016/j.cbi.2018.11.006 anaturalhealingcenter.com/documents/Thorne/
articles/Limonene12-3.pdf. Acesso em: 12 ago. 2013.
Pereira-Gonçalves1, A.; Ferreira-da-Silva F.W.;
Holanda-Angelin-Alves, C.A de.; Cardoso-Teixeira,

146 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, p.147-155, 2020.
www.aceci.com.br

Artigo Científico / Scientific Article

Efeito Anti-Adipogênico e Hipoglicêmico do Extrato de Myracrodruon
urundeuva em Modelo Experimental de Obesidade Induzida por Dieta

Hipercalórica / Hiperlipídica

Fernanda Kassiely de Sousa Veloso1, Mateus da Conceição Araújo1, Driely Érica dos Santos
Ribeiro1, Wellyda Rocha Aguiar Galvão2, Ludmila Araújo Rodrigues Lima3, Iana Bantim Felício

Calou1 & Glauce Socorro de Barros Viana3

1Curso de Nutrição, Universidade Federal do Piauí- CSHNB; 2Laboratório de Farmacognosia, Universidade
Federal do Ceará; 3Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará

(Aceito para Publicação em 19/09/2020)

Autor para correspondência: Iana Bantim Felício Calou, e-mail: [email protected]

Veloso, F. K. S.; Araújo, M. C.; Ribeiro, D. E. S.; Galvão, W. R.A.; Lima, L. A. R.; Calou, I. B. F. & Viana, G. S.
B. Efeito anti-adipogênico e hipoglicêmico do extrato de Myracrodruon urundeuva em modelo experimental de
obesidade induzida por dieta hipercalórica/hiperlipídica. ANAIS da Academia Cearense de Ciências. v. 4, n. 2,
p. 147-155 2020.

RESUMO

A obesidade é uma patologia inflamatória crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. A
Myracrodruon urundeuva árvore pertencente à caatinga e muito utilizada na medicina tradicional por suas ações
antioxidantes e anti-inflamatórias já comprovadas devido ao seu elevado conteúdo de princípios ativos como
flavonoides, taninos e chalconas. O presente artigo teve como objetivo avaliar o efeito do extrato de M. urundeuva
(EPMU) em um modelo experimental de obesidade induzida por dieta. A dieta hipercalórica/hiperlipídica (DH)
foi preparada através da mistura de ração padrão (37.5%), chocolate (25%), amendoim (25%) e bolacha maisena
(12.5%). O protocolo experimental contou com quatro grupos: grupo controle - ração padrão, grupo controle –
dieta hipercalórica/hiperlipífica além de dois grupos trados com EPMU nas doses de 20 e 40 mg/kg submetidos
à DH. O experimento durou 12 semanas, em animais machos e o tratamento com o EPMU de 40 mg/kg foi capaz
de reduzir o peso da gordura retroperitoneal em 53,3% quando comparado ao grupo DH, enquanto nas fêmeas
a redução foi de 36.06%. A gordura periependimal também diminuiu significativamente no grupo tratado com
a maior dose (53,65 ± 2,539 g) em comparação ao grupo obeso não tratado (109,4 ± 4,594 g). O DH aumentou os
níveis de glicemia (135,400 ± 3,945 mg/dl) em comparação ao grupo dieta padrão (111,600 ± 6,226 mg/dl) que
foi revertido em 9% e 14% nas doses de 20 e 40 mg/kg, respectivamente. Os resultados indicam o potencial da
M. urundeuva como um coadjuvante da terapia antiobesidade e comorbidades metabólicas, sendo necessário
aprofundar os estudos para elucidar os mecanismos de ação envolvidos.

Palavras-chave adicionais: Obesidade; Dieta Hipercalórica; Fitoterapia.

ABSTRACT
Antiadipogenic and hypoglycemic effect of the standard hydroalcoolic extract of Myracrodruon urundeuva

in experimental model of obesity induced by hipercaloric/hyperlipidic diet

Obesity is a chronic inflammatory condition characterized by excessive accumulation of body fat. Myracrodruon
urundeuva, a tree belonging to the caatinga, an exclusively Brazilian biome, widely used in traditional medicine
because it is rich in active principles such as flavonoids, tannins and chalcones, with antioxidant and anti-
inflammatory actions already proven. The present paper had the objective to evaluate the effects of extract
of M. urundeuva (EPMU) an experimental model of obesity induced by diet. The hypercaloric/hyperlipidic
diet (HD) was prepared by mixing standard rodent feed (37.5%), chocolate (25%) peanut (25%) and cookies
(12.5%). The experimental protocol had four groups: two control groups submitted to the standard diet and/or
hypercaloric/hyperlipidic diet, and two respective treated groups submitted to DH + EPMU of 20 and 40mg/
kg. The experiment lasted 12 weeks, in male animals, treatment with SEMU 40 was able to reduce the weight of
retroabdominal fat by 53.3% when compared to the DH group, whereas in females the reduction was 36.06%.
Periependimal fat also decreased significantly in the group treated with higher dose (53,65±2,539 g) compared to

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 147

Efeito anti-adipogênico e hipoglicêmico do extrato de Myracrodruon urundeuva ...

the untreated obese group (109,4±4,594 g). The HD increased glycemic levels (135,400±3,945 mg/dl) compared
with standard feed group (111,600 ± 6,226 mg/dl) which was reversed in 9% and 14% in the doses of 20 and
40mg/kg, respectively. The results indicated the potential of M. urundeuva as a coadjuvant of antiobesity therapy
and metabolic comorbidities, being necessary to deepen the studies to elucidate the involved mechanisms of
action.

Additional keywords: Obesity; Hypercaloric Diet; Phytotherapy.

INTRODUÇÃO tem sido amplamente utilizados para investigar
as causas e possíveis tratamentos para a
De acordo com dados do Ministério da Saúde, obesidade através de experimentos envolvendo
o Brasil está na transição da desnutrição para modificações genéticas ou intervenções dietéticas
obesidade, com mais da metade da população (Fuchs et al., 2018).
com peso acima do recomendado, 60% entre
os homens e 63,3% entre as mulheres. Além O Brasil é detentor da maior biodiversidade
disso, um quarto da população brasileira acima do planeta, sendo o desenvolvimento de novos
de 25 anos iniciou o ano 2020 com obesidade. fármacos o seu maior potencial (Calixto, 2003).
Este número equivale a 41 milhões de pessoas A caatinga, bioma exclusivamente brasileiro,
(IBGE, 2020). A obesidade é caracterizada por encerra em si uma grande variedade de espécies
um acúmulo excessivo de gordura corporal com potencial terapêutico. A despeito de pouco
geralmente associada a alterações metabólicas e estudadas, estas plantas já são exploradas em
ao aumento da morbimortalidade por doenças suas potencialidades curativas por populações
cardiovasculares. É uma doença de causas guardiãs de conhecimentos repassados de
múltiplas e complexas, que atinge a maior parte geração a geração (Ribeiro et al., 2014).
dos países do mundo independentemente de estes
serem desenvolvidos ou em desenvolvimento A Myracrodruon urundeuva Allemão,
(Oliveira & Fisberg, 2003). popularmente conhecida por aroeira-do-sertão,
apresenta como componentes majoritários
Na obesidade, fatores ambientais e taninos e chalconas com propriedades anti-
genéticos estão intimamente ligados com inflamatória, analgésica, cicatrizante, antioxi-
influências psicológicas, culturais e fisiológicas, dante e neuroprotetora já comprovadas
não sendo raros os casos de compulsão alimentar (Bandeira, 2002; Viana et al., 2003; Sousa et al.;
gerados por períodos de grande ansiedade. 2007; Calou, 2013). Considerando os aspectos
Não obstante, o consumo de alimentos de alto fisiopatológicos da obesidade, assim como as
conteúdo calórico e baixo valor nutricional, além propriedades terapêuticas já comprovadas desta
dos distúrbios neuroendócrinos permanece como planta, o objetivo deste trabalho foi avaliar o
principais fatores etiológicos dos quadros de efeito do extrato padronizado da entrecasca da
sobrepeso e obesidade (Archer et al., 2018). M. urundeuva (EPMU) em um modelo animal de
obesidade induzida por dieta hipercalórica.
O tecido adiposo tem um papel importante
na resposta inflamatória do corpo e a obesidade, METODOLOGIA
ao alterar este tecido acaba apresentando em sua
fisiopatologia forte componente inflamatório e, A pesquisa do tipo explicativa experimental
consequentemente, pro-oxidante. (Silva et al., foi dividida em duas etapas (Experimentos
2019). Estudos apontam o aumento no conteúdo I e II), realizada no Laboratório de Nutrição
de citocinas pró inflamatórias como TNF-Alfa, Experimental do Campus Senador Helvídio
IL-1B, IL-6 e IL-17 no tecido adiposo de pacientes Nunes de Barros da Universidade Federal do
obesos com consequente aumento excessivo Piauí, Picos-PI, Brasil.
na produção de espécies reativas de oxigênio
associado à diminuição da expressão de enzimas 1- Animais
antioxidantes (Basinska et al., 2015; Supriya et al., Foram utilizados camundongos da linha-
2018; Effting et al., 2019). gem Swiss (experimento I – machos recém-
desmamados - 21 dias de vida; experimento II –
O entendimento da etiopatogênese da fêmeas adultas - 90 dias de vida) procedentes do
obesidade teve uma contribuição fundamental Biotério Central da UFPI de Teresina. Os animais
dos estudos realizados em modelos animais. De foram mantidos à temperatura controlada (±
forma mais frequente, modelos com roedores

148 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Veloso, F.K.S. et al.

21ºc) e com ciclo claro/escuro de 12/12 horas proporção: ração padrão (37,5%), chocolate ao
com água e ração* ad libitum. leite (25%) amendoim (25%) e bolacha maisena
(12,5%).
2- Protocolo experimental
Os animais foram divididos em quatro grupos 5- Controle de ingestão alimentar e da evolução
(n=8, cada): Dieta Padrão (DP): animais com ponderal
ração padrão ad libitum+ agua destilada (i.p); A quantidade de ração (padrão e DH) ingerida
Hipercalórica/hiperlipídica (DH): animais com pelos animais foi determinada por grupo,
ração hipercalórica/hiperlipídica ad libitum + diariamente, sempre no mesmo horário, por meio
agua destilada (i.p); DH + EPMU 20mg/kg; DH + da subtração da sobra em relação ao peso total da
EPMU 40mg/kg. Os grupos tratados receberam ração oferecida.
o EPMU por via intragástrica através de cânula
de gavagem. O protocolo teve duração de doze Semanalmente foi avaliado o peso corporal
semanas. dos animais, iniciando no primeiro dia do
protocolo e finalizando no último (12a. semana).
3- Extrato Padronizado de M. urundeuva Para as pesagens, fez-se uso de uma balança
A extração do material foi realizada no laboratório comercial para pequenos animais.
de Farmacognosia da Universidade Federal do
Ceará de acordo com o método preconizado 6- Glicemia
pela Farmacopéia Brasileira II edição (1959), em No experimento II, uma vez ao mês, realizou-
processo geral B para a obtenção de extrato fluido. se a medição da glicemia dos animais fazendo
O líquido extrator 1 foi preparado a partir de 50 uso de uma gota de sangue retirada da porção
mL de glicerina bidestilada, 300 mL de álcool, 150 caudal do animal sob leve anestesia com éter.
mL de água. O líquido extrator 2 foi preparado O procedimento foi realizado após jejum de 6
através da mistura de etanol e água na proporção horas, utilizando para medição um glicosímetro
de 2:1. Accu-Chek (Roche).

Umedeceu-se exatamente de 30g da 7- Peso da gordura e análise morfométrica das
droga pulverizada (folha e caule dos brotos) células adiposas brancas
com quantidade suficiente do líquido extrator Ao final do protocolo experimental, os animais
1. Deixou-se em maceração durante 6 horas foram eutanasiados na ausência de dor e/ou
em vaso coberto. A mistura foi introduzida em sofrimento, realizando-se o deslocamento cervical.
um percolador. Coletaram-se 80% (24 mL) do O depósito de tecido adiposo branco retroperito-
percolado e juntou-se, aos poucos, o líquido neal, representando o tecido adiposo abdominal
extrator 2, mantendo excesso de líquido sobre a subcutâneo, assim como, o periepididimário
droga. Continuou-se a percolação com o líquido representando a gordura visceral foram retirados
extrator 2, até total esgotamento da droga e imediatamente pesados.
vegetal. O solvente foi evaporado em banho-
maria a 60ºC até consistência xaroposa. O resíduo Após pesadas, as amostras de tecido
foi dissolvido na porção posta à parte, misturou- adiposo branco abdominal foram submetidas ao
se bem e adicionou-se quantidade suficiente do procedimento histológico de rotina para fixação,
líquido extrator 2 até obtenção de 30 mL. desidratação, diafanização e parafinização.
Os cortes foram realizados em micrótomo
Foi feito o doseamento, por espectrofoto- com espessura de 5 micrômetros e a coloração
metria na área visível, de taninos e fenóis totais da lâmina, realizada com o uso do corante
no Extrato Hidroalcoólico de M. urundeuva Hematoxilina e Eosina (H-E). A visualização em
allemão (EPMU) apresentando uma porcentagem microscópio óptico foi realizada em uma lente
absoluta de 0,93% e 1,48% EAG (equivalente de com aumento de 40 vezes.
ácido gálico), respectivamente (Aguiar, 2013).
Foram preparadas quatro lâminas por grupo
4- Dieta Hipercalórica/hiperlipídica (DH) experimental, sendo avaliados o diâmetro e a área
A preparação da dieta especial (DH) foi realizada de 50 adipócitos de cada animal por um sistema
no Laboratório de Técnica e Dietética do Campus computadorizado para análises morfométricas
Senador Helvídio Nunes de Barros – UFPI, através (imagejpeg). Para medir o diâmetro da célula,
da mistura de quatro ingredientes na seguinte foi padronizado a maior distância possível entre
dois pontos na membrana celular dos adipócitos.

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 149

Efeito anti-adipogênico e hipoglicêmico do extrato de Myracrodruon urundeuva ...

8- Estatística Experimento I
Os resultados foram expressos como média ±
erro padrão da média (E.P.M.). Para comparação
de médias entre dois grupos foi usadoo teste
“t” de Student e para comparação múltipla dos
parâmetros foi utilizada a Análise de Variância
(ANOVA). O nível de significância entre os grupos
foi determinado pelo teste de Student Newman
Keul. Sendo em todas as análises considerado
estatisticamente significante valor de p< 0,05.

9- Aspectos éticos Experimento II
O protocolo experimental foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa Animal (n°. 2014
1 – 00). Todos os procedimentos realizados com
os animais obedeceram às normas estabelecidas
pelo Conselho Nacional de Controle de
Experimentação Animal (CONCEA).

RESULTADOS

Para possíveis comparações do efeito do extrato
de M. urundeuva no tratamento da obesidade
animal, o estudo foi dividido em duas etapas:
experimento I, utilizaram-se animais machos e
recém-desmamados, e experimento II, utilizaram-
se fêmeas na fase adulta. Durante as 12 semanas
de observação, foi avaliada a evolução ponderal
dos animais a partir das pesagens realizadas
semanalmente, como mostra a Figura 1.

Efeito do EPMU sobre a evolução de massa Figura 1- Evolução de massa corpórea dos grupos
corpórea controles submetidos à dieta padrão (DP) e/ou à dieta
De acordo com a Figura 1 é possível observar que hipercalórica/hiperlipídica (DH), e, dos respectivos
houve diferença entre os grupos DP e DH, sendo grupos tratados submetidos à dieta hipercalórica/
a mesma significativa (p < 0,05) apenas a partir da hiperlipídica + EPMU nas doses de 20 e 40mg/kg.
sexta semana no experimento I, da quinta semana Os valores representam a média ± E.P.M da massa
no experimento II, tornando-se mais expressiva corpórea (g) avaliada uma vez por semana (n = 8).
com o passar das semanas. Quando comparados *p<0,05 vs DP; **p<0,01vs DP; ***p<0,001vs DP e # p<
os grupos tratados ao DH, o grupo EPMU 40 mg/ 0,05 vs DH, (ANOVA e Student Newman Keul).
kg apresentou menor ganho de massa corpórea
nos dois experimentos (p<0,05), como observado (p < 0,05) em relação aos grupos que receberam
a partir da sétima semana de tratamento do a DP. Os grupos tratados, sobretudo com a
experimento I e da quinta no experimento II. maior dose do EPMU, apresentaram diferença
significativa (p <0,05) em relação aos grupos
Após a avaliação da evolução de massa DH, sugerindo uma possível ação do extrato na
corpórea, foi calculado o ganho de peso absoluto redução do ganho de peso.
a partir da subtração da massa final menos a
massa inicial dos animais, obtida durante as 12 No segundo experimento foi analisada a
semanas de experimento (Figura 2). glicemia em jejum dos animais, sendo feita esta
aferição uma vez a cada quatro semanas, como
Efeito do EPMU sobre o ganho de peso absoluto ilustra a Figura 3.
Os animais que receberam a DH ganharam mais
massa corpórea que aqueles que receberam a DP

150 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Veloso, F.K.S. et al.

Figura 2- Ganho de peso absoluto dos grupos controles submetidos à dieta padrão (DP) e/ou à dieta hipercalórica/
hiperlipídica (DH), e, dos respectivos grupos tratados submetidos à dieta hipercalórica/hiperlipídica + EPMU

nas doses de 20 e 40mg/kg. Os valores representam a média ± E.P.M do ganho de peso (g) (n = 8). *p<0,05 vs DP

e # p < 0,05 vs DH, (ANOVA e Student Newman Keul).

Efeito do EPMU sobre a glicemia Após a eutanásia dos animais, ostecidos
Nas três aferições, o grupo DH apresentou adiposo brancoretroperitoneal, representando
glicemia significativamente mais elevada que a gordura abdominal subcutânea, e o periepidi-
o grupo DP, caracterizando um quadro de dimal, representando a gordura visceral foram
resistência à insulina nos animais obesos. Já os retirados (Figura 4).
animais que receberam o extrato de aroeira, em
ambas as dose, conseguiram mitigar o efeito da Efeito do EPMU sobre a gordura retroperitoneal
alimentação hipercalórica, apresentando níveis e periepididimal
médios de glicemia bem inferiores (p<0,05) às do Em ambos os experimentos, foi possível observar
grupo DH nos três meses de tratamento. que o tecido adiposo seja na forma de gordura
retroperitoneal ou periepididimal dos grupos DH
Experimento II foram significativamente mais pesados (p<0,05)
quando comparados ao grupo DP evidenciando
o quadro de obesidade. Com relação aos
grupos tratados, as gorduras retroperitoneal e
periepididimal também apresentaram diferenças
significativas (p<0,05) quando comparados ao
grupo DH, sobretudo o grupo tratado com EPMU
40.

As Figuras 5 e 6 representam a análise
histológica do tecido adiposo retroperitoneal,
realizada no segundo experimento.

Figura 3- Glicemia dos grupos controles submetidos Efeito do EPMU sobre a área das células adiposas
à dieta padrão (DP) e/ou à dieta hipercalórica/ Ao determinar a área das células adiposas,
foi possível observar que os animais que
hiperlipídica (DH), e, dos respectivos grupos tratados consumiram a dieta hipercalórica apresentaram
um significativo aumento do volume celular
submetidos à dieta hipercalórica/hiperlipídica + quando comparados a outros grupos e que os
grupos tratados com o EPMU impediram esse
EPMU nas doses de 20 e 40mg/kg. * p < 0,05 vs DP; aumento caracterizando um efeito antiobesidade,
**p<0,01vs DP; ***p<0,001vs DP e # p< 0,05 vs DH; ## melhor observado no grupo de animais tratados
p< 0,05 vs DH; ### p< 0,05 vs DH (ANOVA e Student com a maior dose como é possível observar na
fotomicrografia da figura 6.
Newman Keul).

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 151

Efeito anti-adipogênico e hipoglicêmico do extrato de Myracrodruon urundeuva ...

Experimento I Efeito do EPMU sobre o tamanho dos adipócitos
Foi possível observar que o grupo DH apresentou
células de área significativamente maiores
(p<0,05) que o grupo DP, comprovando que
houve um acúmulo de gordura nos adipócitos.
Com relação aos grupos tratados, o grupo que
recebeu a maior dose do extrato apresentou
células de área menores quando comparado
ao grupo DH. Evidenciando o efeito anti-
inflamatório do extrato sobre as células adiposas.

DISCUSSÃO

Experimento II Uma dieta rica em gorduras associada a um
estilo de vida sedentário representa a origem
Figura 4- Média ± E.P.M dos pesos da gordura de diversos problemas crônico-inflamatórios
(Experimento I: A = retroperitoneal (g) e B = dentre eles a obesidade e seu impacto no sistema
periepididimal (mg) e Experimento II: retroperitoneal), cardiovascular (Pauline et al., 2019). Neste estudo
dos grupos controles submetidos à dieta padrão (DP) foi possível reproduzir com sucesso um modelo
e/ou à dieta hipercalórica/hiperlipídica (DH), e, de obesidade induzido por dieta rica em gorduras
dos respectivos grupos tratados submetidos à dieta uma vez que conseguiu provocar um aumento
hipercalórica/hiperlipídica + EPMU nas doses de 20 e de peso significativo nos animais associados ao
40mg/kg. * p < 0,05 vs DP e # p< 0,05 vs DH, (ANOVA quadro de resistência à insulina. O aumento de
e Student Newman Keul). peso corporal devido ao aumento da adiposidade
tem sido relacionado com alterações inflamatórias
e oxidativas e ambas com a resistência insulínica
(Pinho et al., 2017).

Os resultados observados após o tratamento
com EPMU podem ser reflexo de uma possível
ação inibitória sobre o hipotálamo evocadas pela
dieta, que culminam em resistência à leptina
com consequente hiperleptinemia e aumento na
liberação de neuropepitídeo-Y, mecanismo já
comprovado das dietas hiperlipídicas utilizadas
em modelos animais. Nestes modelos também
já foi apontada uma significativa redução da
massa e da capacidade oxidativa mitocondrial
demonstrando a importância do estresse oxida-
tivo no modelo de obesidade, como ocorre na
fisiopatologia da doença em humanos, sendo
o uso de drogas antioxidantes uma ferramenta
com potencial significativo (Villarroya et al., 2009;
Pomplun et al., 2017)

O processo inflamatório tão marcante
nas doenças crônicas, inicia-se na obesidade
quando o tecido adiposo se expande à ponto
de atingir seu limite de armazenar energia,
ativando o processo de lipólise com consequente
liberação de ácidos graxos livres. A natureza
química desses compostos é suficiente para
desencadear uma resposta inflamatória (Wood et
al., 2009; Pérez de Heredia et al., 2010). Ademais,
a expansão do tecido adiposo pode tornar a

152 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Veloso, F.K.S. et al.

Figura 5- Área das células adiposas (média ± E.P.M iNOS, pelo próprio tecido adiposo (Guimarães et
da) dos grupos controles submetidos à dieta padrão al., 2007).
(DP) e/ou à dieta hipercalórica/hiperlipídica (DH),
e, dos respectivos grupos tratados submetidos à dieta Duas dessas citocinas pró-inflamatorias,
hipercalórica/hiperlipídica + EPMU nas doses de 20 e IL-6 e TNF-α, sabidamente aumentadas em
40mg/kg. * p < 0,05 vs DP e # p< 0,05 vs DH, (ANOVA indivíduos obesos, assim como em roedores
e Student Newman Keul). submetidos a modelo de obesidade, já foram
relacionadas positivamente com a resistência à
irrigação sanguínea local insuficiente, impedindo insulina. Em um estudo com roedores alimen-
um suprimento adequado de oxigênio e tados com dieta hiperlipídica/hipercalórica,
levando à morte alguns adipócitos por hipóxia, observou-se um aumento significativo da
potencializando a inflamação (Virtue & Vidal- expressão de TNF-α com contundente alteração
Puig, 2010). Neste ponto, as células do sistema da via de sinalização insulínica, com a inibição da
imunológico, principalmente os macrófagos, são fosforilação do receptor do hormônio (Buettner et
ativadas promovendo a liberação de adipocinas al., 2007; Fraloub, 2010)
inflamatórias como TNF-α, IL-6, PCR, MCP-1 e
O resultado de redução dos níveis
glicêmicos apresentado no presente experimento,
evidenciou uma melhora na captação de glicose
pela célula podendo estar relacionado com
a propriedade anti-inflamatória do EPMU
estudado. Em estudos prévios, um gel tópico
elaborado com a casca M. urundeuva demonstrou
atividades anti-inflamatórias por meio da inibição
da produção de TNF-α e IL-6 no tecido gengival
de ratos (Botelho et al., 2007; Botelho et al., 2008).

O processo inflamatório leva ao estresse
oxidativo que, por sua vez, amplifica a resposta
inflamatória. A obesidade pode induzir o
estresse oxidativo sistêmico através de múltiplos
mecanismos bioquímicos, como a fosforilação

Figura 6- Fotomicrografia das células adiposas: A= (DP); B= (DH); C= (DH + 153
EPMU 20mg/kg); D= (DH + EPMU 40mg/kg).

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Efeito anti-adipogênico e hipoglicêmico do extrato de Myracrodruon urundeuva ...

oxidativa, a geração de superóxido de NADPH radicais livres em concentrações muito baixas
oxidases (NOX) e a ativação da proteína quinase (França et al, 2012).
C (PKC). Outros fatores que também contribuem
para o estresse oxidativo na obesidade incluem a CONCLUSÃO
baixa defesa antioxidante, a inflamação crônica,
a elevação dos níveis de lipídeos teciduais, a O extrato hidroalcoólico padronizado de M.
hiperglicemia, as disfunções endoteliais e a urundeuva evidenciou um efeito antiobesidade
hiperleptinemia (Botelho et al., 2008). Além disso, e hipoglicemiante possivelmente devido ao seu
outro fator contribuinte para o estresse oxidativo potencial anti-inflamatório e antioxidante já
inclui o aumento da necessidade metabólica comprovados. Mais estudos são necessáriospara
do miocárdio, com o consequente aumento do a determinação dos reais mecanismos de ação
consumo de oxigênio devido a maior respiração do extrato padronizado de M. urundeuva mas os
mitocondrial, produzindo espécies reativas de resultados obtidos já o apontam como promissor
oxigênio (ROS) como os superóxidos (O2-) e os adjuvante na prevenção e tratamento das
peróxidos de hidrogênio (H2O2) (Khan et al., 2006; complicações causadas pela obesidade.
Martinez, 2006).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Estudos com animais e cultura de células
mostraram que o estresse oxidativo pode Aguiar, W.R. Desenvolvimento de Técnicas
estimular a deposição de gordura no tecido Farmacêuticas para a obtenção da Droga Vegetal
adiposo branco, podendo causar aumento na a partir dos Brotos e Renovos de Myracrodruon
proliferação de pré-adipocitos e no tamanho de urundeuva Allemão (Aroeira-do-Sertão). Dissertação
adipócitos maduros. Além disso, que as espécies (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade
reativas de oxigênio (ROS) estão envolvidas no Federal do Ceará, Fortaleza. 2013.
controle do peso corporal exercendo diferentes
efeitos nos neurônios hipotalâmicos e no Archer, E.; Lavie, C.J. & Hill, J.O. The Contributions
mecanismo de controle da saciedade (Horvath et of ‘diet’, ‘genes’, and physical activity to the etiology
al., 2009; Higuchi et al., 2013). of obesity: contrary evidence and consilience. Progress
in Cardiovascular Diseases. v. 61, i. 2,. p. 89-102, 2018.
Neste trabalho, observou-se, através
da análise histológica dos adipócitos, que os Effting, P.S.; Brescianini, S.M.S.; Sorato, H.R.;
animais tratados com o EPMU nas doses de 20 Fernandes, B.B.; Fidelis, G.S.P.; Silva, P.R.L.; Silveira,
e 40mg/kg apresentaram células adiposas com P.C.L.; Nesi, R.T.; Ceddia, R.B. & Pinho, R.A Exercício
áreas menores, constatando que houve menor resistido modula parâmetros de estresse oxidativo e
deposição de gordura e consequente menor conteúdo de TNF-α no coração de camundongos com
ganho de peso. A redução da inflamação e do obesidade induzida por dieta. Arq. Bras. Cardiol. v.
estresse oxidativo esperada pelo uso do EPMU 112, n.5, p. 545-552. 2019.
pode ser a responsável por tais resultados. Em
um modelo de doença de Parkinson (in vitro), Bandeira, M.A.M. Myracrodruon urundeuva Allemão
induzida pela exposição a 6-OHDA de cultura de (aroeira-do-sertão): Constituintes químicos ativos
células mesencefálicas de rato, percebeu-se que da planta em desenvolvimento e adulta. 2002. Tese
as chalconas da aroeira-do-sertão apresentaram (Doutorado em Química) - Universidade Federal do
um efeito neuroprotetor via efeito antioxidante, Ceará, Fortaleza. 2002.
capaz de diminuir a peroxidação lipídica e a
formação de oxido nítrico (Nobre-Junior et al., Basinska, K.; Marycz, K.; Śmieszek, A. & Nicpoń, J.
2009), podendo este efeito ser reproduzido em The production and distribution of IL-6 and TNF- α in
tecidos periféricos como no tecido adiposo neste subcutaneous adipose tissue and their correlation with
modelo de obesidade. serum concentrations in Welsh ponies with equine
metabolic syndrome. Journal of Veterinary Science. v.
Outro estudo revelou o efeito dos extrato 16, n. 1, p. 113–120. 2015.
hidroalcoólico e seco da M. urundeuva em
modelo experimental de doença de Parkinson, e Botelho, M.A.; Rao, V.S.; Montenegro, D.; Bandeira,
foi comprovado que ambos apresentaram efeito M.A.M.; Fonseca, S.G.C.; Nogueira, N.A.P.; Ribeiro,
anti-inflamatório inibidor de COX, TNF-α e NF- R.A. & Brito, G.A.C. Effects of an herbal gel containing
κB e iNOS (Sousa et al., 2007). Além de apresentar carvacrol and chalcones on alveolar bone resorption
efeito antioxidante pela capacidade de sequestrar in rats on experimental periodontitis. Phytother Res.
v. 22, n. 4, p. 9-442, 2008.

Botelho, M.A.; Rao, V.S.; Carvalho, C.B.; Bezerra-
Filho, J.G.; Fonseca, S.G.; Vale, M.L.; Montenegro, D.;
Cunha, F.; Ribeiro, R.A. & Brito, G.A. Lippia sidoides

154 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Veloso, F.K.S. et al.

and Myracrodruonur undeuva gel prevents alveolar on 6-Hydroxydopamine-Induced cytotoxicity in rat
resorption in experimental periodontitis in rats, J mesencephalic cells. Res. Neurochem. v. 34, n. 6, p. 75-
Ethnopharmacol. v. 113, n. 3, p. 8-471 Set. 2007. 1066, 2009.

Buettner, R.; Schoölmerich, J. & Bollheimer, L.C. High- Oliveira, C.L. & Fisberg, M. Obesidade na infância
fat diets: modeling the metabolic disorders of human e adolescência: uma verdadeira epidemia. Arq Bras
obesity in rodents. Obesity. v. 15, n. 4, p. 798-808. 2007. Endocrinol Metab. v. 47, n. 2, p. 107- 108, 2003.

Calixto, J. B. Biodiversidade como fonte de medica- Pérez de Heredia, F.; Wood, I.S. & Trayhurn, P.
mentos. Cienc. Cult. v. 55, n. 3. p. 37-39. Jul/Set . 2003. Hypoxia stimulates lactate release and modulates
monocarboxylate transporter (MCT1, MCT2, MCT4)
Calou, I.B.F. Efeitos comportamentais, neuroquímicos expression in human adipocytes. Pflug Arch – Eur J
e imunohistoquímicos de Myracodroun urundeuva Fr. Physiol. v. 459, n. 3, p. 509-518. 2010.
em modelo experimetal de doença de Parkinson. 2013.
Tese (Doutorado em Farmacologia) - Universidade Pinho, R.A.; Sepa-Kishi, D.M.; Bikopoulos, G.; Wu,
Federal do Ceará, Fortaleza. 2013. M.V.; Uthayakumar, A.; Mohasses, A.; Hughes, M.C.;
Perry, C.G.R. & Ceddia, R.B. High-fat diet induces
Fraloub, J.C. A mouse model of metebolic syndrome: skeletal muscle oxidative stress in a fiber type-
insulin resistance, fatty liver and non-alcoholic fatty dependent manner in rats. Free RadicBiol Med. n. 110,
pancreas disease (NAFPD) in c57bl/6 mice fed a high p. 9-381, 2017.
fat diet. J Clin Bio chem Nutr. v 46, n 1, p. 1-12, 2010.
Pomplun, D.; Voigt, A.; Schulz, T.J.; Thierbach, R.;
França, E.L.T. et al. Atividade antioxidante pelo Pfeiffer, A.F. & Ristow, M. Reduced expression of
método DPPH de extrato vegetal da casca da aroeira mitochondrial frataxin in mice exacerbates diet-
(Myracrodruon urundeuva Fr. All.). In: Anais do VII induced obesity. PNAS. v. 104, n. 15, p. 6377-81. 2007.
Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e
Nordeste de Educação Tecnológica, Palmas-TO, 2012, Ribeiro, D.A.; Macêdo, D.G.; Oliveira, L.G.S.; Saraiva,
p.1-6. M.E.; Oliveira, S.F.; Souza, M.M.A. & Menezes, I.R.A.
Potencial terapêutico e uso de plantas medicinais em
Fuchs, T.; Loureiro, M.P.; Macedo, L.E.; Nocca, D.; uma área de Caatinga no estado do Ceará, Nordeste
Nedelcu, M. & Costa-Casagrande, T.A. Modelos do Brasil. Rev. Bras. Pl. Med. v. 16, n. 4, p. 912-930,
animais na síndrome metabólica. Rev. Col. Bras. Cir. 2014.
Rio de Janeiro. v. 45, n. 5, p. 1975. 2018.
Silva, N.I.; Sobrinho, H.M.R.; Blanch, G.T.; Cruvinel,
Guimarães, D.E.D.; Sardinha, F.L.C.; Mizurini, D.M. W.M. & Gomes, C.M. Adipokines and its relation with
& Tavares do Carmo, M.G. Adipocitocinas: uma nova obesity. EVS, Goiânia, v. 46, p. 53-64, 2019.
visão do tecido adiposo. Rev Nutr. v. 20, n. 5, p. 59-
549. 2007. Sousa, C.M.M.; Silva, H.R.; Vieira-Jr., G.M.; Ayres,
M.C.C.; Costa, C.L.S.; Araújo, D.S.; Cavalcante,
Higuchi, M.; Dusting, G.J; Peshavariya, H.; Jiang, F.; L.C.D.; Barros, E.D.S.; Araújo, P.B.M.; Brandão, M.S.
Hsiao, S.T.F.; Chan, E.C. & Liu, G.S. Differentiation & Chaves, M.H. Fenóis totais e atividade antioxidante
of human adipose-derived stem cells into fat involves de cinco plantas medicinais. Quim. Nova. v. 30, n. 2. p.
reactive oxygen species and Forkhead box O1 351-355. mar/abr. 2007.
mediated upregulation of antioxidant enzymes. Stem
Cells Dev. v. 22, n. 6. p. 878–888. 2013. Supriya, R.; Yung, B.Y.; Yu, A.P.; Lee, P.H.; Lai, C.W.;
Cheng, K.K.; Yau, S.Y.; Chan, L.W.C.; Sheridan, S.
Horvath, T.L.; Andrews, Z.B. & Diano S. Fuel & Siu, P.M. Adipo kineprofiling in adult women
utilization by hypothalamic neurons: Roles for ROS. with central obesity and hypertension. Frontiers in
Trends Endocrinol Metab. v. 20, n. 2, p. 78–87, 2009. Physiology. v. 9, n. 38, p.1–9. 2018.

IBGE - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Viana, G.S.B.; Bandeira, M.A.M. & Matos, F.J.A.
Obesidade mais que dobra no país, 2020. Disponível Analgesic and antiinflammatory effects of chalcones
em: https://www.endocrino.org.br/ibge-obesidade- isolated from Myracrodruon urundeuva Allemão.
mais-que-dobra-no-pais/. Acesso em: 24 fev 2021. Phytomedicine. v. 10, n. 2-3, p. 189-195. 2003.

Khan, N.I.; Naz, L. & Yasmeen, G. Obesity: An Villarroya, J.; Giralt, M. & Villarroya, F. Mitochondrial
independent risk factor for systemic oxidative stress. DNA: An up-and-coming actor in white adipose tissue
Pak J Pharm Sci. v. 19, n. 1, p. 62-65. 2006. pathophysiology. Obesity. v. 17, n. 10, p. 20-1814. oct.
2009.
Martinez, J.A. Mitochondrial oxidative stress and
inflammation: A slalom to obesity and insulin Virtue, S. & Vidal-Puig, A. Adipose tissue
resistance. J Physiol Biochem. v. 62, n. 4, p. 303–306. expandability, lipotoxicity and the metabolic
2006. syndrome – an allostatic perspective. BiochimBiophys
Acta. v. 1801, n. 3, p. 338–349. mar. 2010.
Nobre-Júnior, H.; Oliveira, R.A.; Maia, F.D.;
Nogueira, M.A.S.; Moraes, M.O.; Bandeira, M.A.M.; Wood, S.I.; Heredia, F.P.; Wang, B. & Trayhurn, P.
Andrade, G.M. & Viana, G.S.B. Neuroprotective Cellular hypoxia and adipose tissue dysfunction in
effects of chalcones from Myracrodruon urundeuva obesity. Proc Nutr Soc. v. 68, n. 4, p. 7-370. 2009.

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 155

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, p. 156-160, 2020.
www.aceci.com.br

Artigo Científico / Scientific Article

Composição Centesimal e Perfil de Ácidos Graxos de Formiga
Comestível da Serra da Ibiapaba/Ceará

Antonio Augusto Lima Araujo Filho¹*, Paulo Henrique Machado de Sousa²
& Hilton César Rodrigues Magalhães3

1Universidade Federal do Ceará, Departamento de Engenharia de Alimentos, Pós-graduação em Ciência e
Tecnologia de Alimentos; 2Universidade Federal do Ceará, Instituto de Cultura e Arte;
2Embrapa Agroindústria Tropical

(Aceito para Publicação em 05/10/2020)

Autor para correspondência: Paulo Henrique M. Sousa, e-mail: [email protected]

Araujo Filho, A. A. L.; Sousa, P. H. M. & Magalhães, H. C. R. S. Composição centesimal e perfil de ácidos graxos
de formiga comestível da Serra da Ibiapaba/Ceará. ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, p. 156-
160, 2020.

RESUMO

Sob justificativas nutricionais, sociais e ambientais, nos últimos anos a FAO (Food and Agriculture Organization)
passou a incentivar a adição de insetos na alimentação humana, impulsionando a nível internacional
um hábito muito antigo. Em alguns lugares do Brasil têm-se a prática de comer insetos, como é o caso das
formigas “tanajuras” que, no Ceará, são capturadas durante sua revoada e são consumidas por moradores
locais. Reconhecendo o costume dos cearenses junto das tendências alimentares mundiais, este trabalho visou
quantificar os macronutrientes das tanajuras (Atta sp., Hymenoptera: Formicidae) comercializadas na região da
Serra da Ibiapaba, ao Noroeste do Ceará. Foram encontrados valores médios de 37,62% de lipídios e 61,70% de
proteína, em relação ao peso seco da formiga, sendo superiores a valores encontrados para várias outras espécies
de formigas comestíveis já registradas em literatura. Assim, percebe-se o potencial de uso dessa espécie como
fonte de proteínas e lipídios.

Palavras-chave adicionnais: Entomofagia; Gastronomia; Lipídio; Proteína; Tanajura.

ABSTRACT
Centesimal Composition and Fatty Acids of Edibles Ants from Ibiapada Mountain/Ceará

Under nutritional, social, and environmental justifications, in recent years, FAO (Food and Agriculture
Organization) has started to encourage insects' addition to human food, boosting a very old habit at an
international level. In some places in Brazil, there is the practice of eating insects, as is the case of ants “tanajuras”
that, in Ceará, are captured during their flight and are consumed by residents. Recognizing the custom of Ceará
among the world food trends, this work aimed to quantify the macronutrients of the “tanajuras” (Atta sp.,
Hymenoptera: Formicidae) commercialized in the region of Serra da Ibiapaba, in the Northwest of Ceara. Mean
values of 37.62% of lipids and 61.70% of protein were found to the ant's dry weight, being higher than values
found for several other species of edible ants already recorded in the literature. Thus, the potential of using this
species as a source of proteins and lipids is perceived.

Additional keywords: Entomophagy; Gastronomy; Lipid; Protein; Tanajura.

INTRODUÇÃO baixo impacto ambiental e alto potencial de
retorno socioeconômico (van-Huis et al., 2013).
A introdução de insetos na alimentação humana Ainda que o consumo de insetos seja uma
tem recebido muitos holofotes nos últimos tendência atual, esta prática não é historicamente
anos desde que a FAO (Food and Agriculture recente e conta com inúmeros registros de ritos,
Organization) passou a incentivar seu consumo crenças e práticas alimentares com esses animais
(Halloran &Vantomme, 2015). As justificativas se (Romeiro et al, 2015; Evans et al., 2015).
estruturam em três pilares: alto valor nutricional,
O Brasil conta com algumas espécies de

156 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Araujo Filho, A.A.L. et al.

insetos consumidas ao redor do país e já existem como solvente. O peso final do óleo resultante
chefs de cozinha renomados fazendo uso destes em da extração foi considerado como fração lipídica
suas preparações. Romeiro et al. (2015) discorrem da amostra. A fração proteica foi calculada
acerca de cochonilhas (Dactylopius coccus), por digestão de Kjeldahl, sendo 6,25 o fator de
larvas de coleópteros (Pachymerus nucleorum) e conversão nitrogênio proteína. A quantidade de
formigas saúva (Atta sp.) servidas de alimento carboidratos foi obtida por diferença. Os ácidos
em território nacional. O chef paulista Alex Atala graxos foram convertidos em ésteres metílicos
é conhecido por utilizar insumos brasileiros de ácido graxos (FAMEs) seguindo o método
pouco convencionais em suas preparações e um de Hartman & Lago (1973). A análise de FAMEs
dos seus pratos mais clássicos é composto por foi realizada em um aparelho de cromatografia
suspiros servidos com formigas amazônicas cujo gasosa com detector de ionização de chama
gosto é descrito como semelhante ao de capim (CGDIC), fabricante Shimadzu, modelo GC2010
limão (CHEF’s, 2016). Plus, equipado com automador, modelo AOC
5000.
Algumas cidades do interior do Ceará tem
como tradição o consumo de insetos, como é o Utilizou-se a coluna capilar SP2560 de fase
caso das fêmeas da formiga saúva, conhecidas estacionária bisciano propilpolidimetilsiloxano
como “tanajura”. Sua captura ocorre no momento (100 m × 0.25 mm, df 0.20 μm; SupelcoBellefonte,
em que seus indivíduos saem dos formigueiros PA) para realizar a separação dos compostos.
para o voo nupcial e em seguida a fêmea desce O modo de injeção utilizado foi o de divisão
ao solo para recolonização, caracterizando a de fluxo (Split de 1:30) e o gás carreador foi o
revoada que comumente acontece entre fevereiro hidrogênio, com fluxo constante de 1,5 mL.min-1.
e março. Tendo em vista o hábito de consumo As temperaturas do injetor e do detector foram
desta espécie de inseto, torna-se necessário dar de 220 °C, cada. A programação do forno
início às investigações acerca dos benefícios cromatográfico foi realizada da seguinte forma:
que sua inserção na dieta humana pode trazer. temperatura inicial da coluna de 80 °C, elevando-
Assim, o presente trabalho tem como objetivo se, com uma rampa de aquecimento de 11 °C
realizar a quantificação de macronutrientes e min-1, até 180 °C e aumentando-se, numa rampa
caracterização de ácidos graxos desta espécie de de 5 °C min-1, para 220 °C, mantendo-a por 23
formiga comercializada e consumida em uma min. A identificação dos picos no cromatograma
cidade da Serra da Ibiapaba, no Ceará. foi realizada pela comparação dos seus índices
de retenção com os de compostos conhecidos de
MATERIAIS E MÉTODOS uma solução padrão de ácidos graxos (código
CRM47885, Supelco) previamente injetada,
Fêmeas de formigas saúva (Atta sp., seguindo a mesma metodologia. A contribuição
Hymenopetra: Formicidae), em sua fase adulta, de cada composto na mistura foi dada pela
foram adquiridas congeladas em comércio local área relativa (%) do seu respectivo pico no
na cidade de Ubajara, na região serrana do Ceará. cromatograma.
Foram transportadas ao Laboratório de Frutos e
Hortaliças na UFC em isopor e lá foram mantidas Os dados obtidos foram submetidos à
a -18 ºC até momento de uso. análise de variância (ANOVA) e teste de média
de Tukey a 5% de significância (p ≤ 0,05).
Foram analisadas umidade, concentração Os cálculos estatísticos foram realizados no
lipídica e concentração proteica das formigas, programa XLSTAT, versão 2021.1 para Windows
todas em triplicata, segundo metodologias (Adinsoft, França).
do Instituto Adolfo Lutz (2008), partindo-se
de 5g de amostra. A análise de umidade foi RESULTADOS E DISCUSSÕES
realizada por secagem em estufa de circulação
(TecnalTE-394/2) a 105 ºC até peso constante, Em relação ao peso fresco da formiga, foi obtido
sendo calculada pela razão entre os pesos finais o valor de 42,45% de umidade. Já em relação ao
e iniciais. As amostras secas foram trituradas peso seco da mesma, foram obtidos os valores de
em processador Yammi (SPM-018) na potência 5 37,62% para lipídios, 61,7% para proteínas e 0,68%
durante 60 seg. A seguir, as formigas trituradas para carboidratos. Todos os valores obtidos para
foram submetidas a extração lipídica em sistema umidade e macronutrientes de tanajura (Atta sp.)
de Soxhlet, durante 8 horas utilizando n-hexano estão compilados na Tabela 1.

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 157

Composição centesimal e perfil de ácidos graxos de formiga...

O valor de umidade aponta para quase autores complementam, ainda, que essa alta
metade do peso da formiga fresca sendo composto concentração de ácidos graxos monoinsaturados
de água, o que vem a dificultar sua conservação é comparável ao perfil lipídico de carne de boi e
ao disponibilizar alta quantidade de água para de porco.
proliferação bacteriana. Chakravorty et al. (2016)
obtiveram um valor bem maior para umidade em A quantidade de proteínas encontrada nas
outra espécie de formiga comestível, Oecophyllas formigas estudadas (61,7%) foi maior que a grande
maragdina, onde encontrou 70,47% de água parte das espécies catalogadas por Rumpold &
adsorvida no indivíduo adulto, sem restrição de Schluter (2013): apenas A. mexicana B e a tecelã
sexo. de O. smaragdina se aproximaram dos valores
deste trabalho, com 66 e 53% respectivamente,
Em relação à quantidade encontrada de enquanto 13 outras espécies apresentaram menor
lipídios (37,62%), percebe-se uma alta carga teor proteico.
de gorduras quando comparada às outras
formigas comestíveis registradas na literatura. Segundo a revisão de Kourimská &
Raksakantong et al. (2010) e Chakravorty et al. Adámková (2016), na Austrália e no México
(2016) encontraram 13 e 15%, respectivamente, já foram conduzidos estudos de catalogação
para O. smaragdina, enquanto Bhulaidok et nutricional em 100 e 87 espécies de insetos locais,
al. (2010) apontaram para um máximo de respectivamente, obtendo entre 13% e 77% e
15,9% de lipídios na espécie Polyrhachis vicina. entre 15% e 81% de proteína bruta. As variações
Já em revisão feita por Rumpold & Schluter podem ser justificadas pela alta variedade de
(2013), os autores descreveram valores mais espécies e as autoras ainda acrescentam: “esses
próximos dos encontrados neste trabalho: 39% valores estão, em média, apenas um pouco
para Atta mexicana e 31% para Atta cephalotes. abaixo dos valores de proteínas para ovos (95%)
A contraposição dos valores encontrados na e carne (98%) e estão acima para o caso de muitas
literatura sugere que o gênero Atta pode destacar- proteínas de plantas” (Idem, Op. Cit., p. 23,
se por alta concentração de lipídios. tradução do autor).

A cromatografia gasosa identificou um CONCLUSÕES
grande número de ácidos graxos, sendo três
ácidos graxos majoritários nas amostras de As formigas tanajuras tradicionalmente
tanajura: 11,05% de ácido esteárico (C18:0), consumidas na Serra da Ibiapaba oferecem
22,43% de ácido palmítico (C16:0) e 61,29% de altas concentrações de lipídios e proteínas,
ácido cis-9-oleico (C18:1) (Tabela 2). Zielinska enriquecendo a dieta daqueles que as ingerem.
et al. (2015), ao pesquisar ácidos graxos em Seuperfil de ácidos graxos é majoritariamente
insetos comercializados na Europa (Gryllo composto de ácidos graxos monoinsaturados,
dessigilatus, Tenebrio molitor e Schistocerca semelhante a carnes de boi e de porco. Recomenda-
gregaria), encontraram valores semelhanças para se para trabalhos futuros a caracterização dos
ácido palmítico nos insetos, enquanto os valores teores de aminoácidos, bem como uma pesquisa
de ácido oleico foram inferiores, atingindo um por vitaminas e minerais.
máximo de 40,86% em larva de T. molitor. Os

Tabela 1- Valores médios de umidade, lipídios e proteína brutos obtidos de formigas tanajura (Atta sp.,
Hymenoptera: Formicidae) da Serra da Ibiapaba, CE

Composição centesimal de Atta sp. (Hymenoptera: Formicidae)

Componente R1 R2 R3 Média

Umidade (%)* 41,64 42,49 43,5 42,45
37,17 37,62
Lipídios (%)** 36,97 38,72 62,32 61,70
0,51 0,68
Proteína (%)** 62,40 60,40

Carboidrato (%)** 0,63 0,88

*Porcentagem (m/m) em relação ao peso da amostra congelada fresca.
**Porcentagem (m/m) em relação ao peso da amostra seca.

158 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Araujo Filho, A.A.L. et al.

Tabela 2- Áreas dos picos dos ácidos graxos de tanajuras (Atta sp., Hymenoptera: Formicidae) da Serra
da Ibiapaba, CE

Ácido graxo/nomenclatura Pico Tempo de retenção % da área

Saturados 9 14,775 34.06
Ácido láurico (C12:0) 10 16,557 0.01
Ácido miristico (C14:0) 13 17,658 0.37
Ácido pentadecanóico (C15:0 14 18,575 0.02
Ácido palmítico (C16:0) 22 20,753 22.43
Ácido esteárico (C18:0) 18 19,477 11.05
Ácido heptadecanóico (17:0) 30 25,771 0.08
Ácido beênico (C22:0) 6 12,899 0.02
Ácido decanóico (C10:0) 7 13,831 0.04
Ácido undecanoico (C11:0) 29 24,981 0.02
Ácido heneicosanoico (C21:0) 0.03
12 17,488 62.12
Monoinsaturados 16 19,185 0.01
Ácido miristoléico (C14:1) 17 19,288 0.24
Ácido palmitoléico (C16:1) 21 20,277 0.46
Ácido palmitoléico (C16:1) 23 21,130 0.06
Ácido heptadecenóico(17:1) 24 21,635 0.07
Ácido trans-9-elaídico (C18:1) 61.29
Ácido cis-9-oléico (C18:1w9) 25 22,197 3.82
26 22,695 0.07
Poliinsaturados 27 24,268 3.34
Ácido gama-linoléico (C18:2w6) 0.40
Ácido araquidônico (C20:4w)
Ácido linolênico (C18:3w3)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS N.; Rozin, P.; Tan, H.S.G.; van-Huis, A.; Vantomme,
P. & Eilenberg, J. ‘Entomophagy’: an evolving
Bhulaidok, S.; Sihamala, O. & Shen, L. Nutritional terminology in need of review. Journal of Insects as
and fatty acid profiles of sun-dried edible black ants Food and Feed, [s.l.], v. 1, n. 4, p.293-305, 2015.
(Polyrhachis vicina Roger). Maejo Int. J. Sci. Technol.,
Hangzhou, China, v. 1, n. 4, p.101-112, mar. 2010. Halloran, A. & Vantomme, P. The contribuition
of insects to food security, livelihoods and the
Chakravorty, J.; Gosh, S.; Megu, K.; Jung, C. & environment. Food and Agriculture Organization of
Meyer-Rochow, V.B. Nutritional and anti-nutritional the United Nations Forestry Department. Rome, 2015.
composition of Oecophylla smaragdina (Hymenoptera:
Formicidae) and Odontotermes sp. (Isoptera. Journal of INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do
Asia-pacific Entomology, [s.l.], v. 19, n. 3, p.711-720, Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para
set. 2016. análises de alimentos. 4ª ed. (1ª Edição digital), 2008.

CHEF'S Table: "Alex Atala". Direção de Eric Kourimská, L. & Adámková, A. Nutritional and
Freidenberg. Produção de David Gelb. Roteiro: sensory quality of edible insects. NfsJournal, [s.l.], v.4,
Daniel Milder. Eua: Chef PicturesOne, 2016. Son., p.22-26, out. 2016.
color. Disponível em: <netflix.com>. Acesso em: 23
jun. 2019. Raksakantong,P.;Meeso,N.;Kubola,J.&Siriamornpun,
S. Fatty acids and proximate composition of eight Thai
Evans, J.; Alemu, M.H.; Flore, R.; Frøst, M.B.; Halloran, edible terricolous insects. Food Research International,
A.; Jensen, A.B.; Maciel-Vergara, G.; MeyerRochow, [s.l.], v. 43, n. 1, p.350-355, jan. 2010.
V.B.; Munke-Svendsen, C.; Olsen, S.B.; Payne, C.; Roos,
Romeiro, E.T.; Oliveira, I.D. & Carvalho, E.F. Insetos

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 159

Composição centesimal e perfil de ácidos graxos de formiga...

como alternativa alimentar: artigo de revisão. Halloran, A.; Muir, G. & Vantomme, P. Edible insects:
Contextos da Alimentação. São Paulo, v. 4, n. 1, 2015. future prospects for food and feed security.

Rumpold, B.A. & Schlüter, O.K. Nutritional Rome: Food and Agriculture Organization of The
composition and safety aspects of edible insects. United Nations, 2013. p. 1-187.
Molecular Nutrition & Food Research, [s.l.], v. 57, n. 5,
p.802-823, 8 mar. 2013. Zielinska, E.; Baraniak, B.; Karas, M.; Rybczynska,
K. & Jakubczyk, A. Selected species of edible insects
Van-Huis, A. Introduction: why eat insects?. In: Van- as a source of nutrient composition. Food research
Huis, A.; Van-itterbeeck, J.; Klunder, H; Mertens, E.; international, v. 77, p 460-466. Polônia, 2015.

160 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, p. 161-163, 2020.
www.aceci.com.br

Obituário/ Obituary

OSWALDO RIEDEL: um General nas Ciências da Vida
Patrono da Academia Cearense de Ciências, Cadeira № 38

* Curitiba-PR – 20/07/1913 † Fortaleza-CE – 1º/06/1989

Marcelo Gurgel Carlos da Silva. Doutor,

Professor titular de Saúde Pública da Universidade
Estadual do Ceará. Membro titular da Academia
Cearense de Medicina. Membro fundador da Academia
Cearense de Médicos Escritores. Membro fundador e
presidente da Academia Cearense de Saúde Pública.
Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos
Escritores – Regional Ceará. Sócio efetivo do Instituto
do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico).

Silva, M.G.C. OSWALDO RIEDEL: um general nas ciências da vida. Patrono da Academia Cearense de Ciências,
Cadeira № 38. ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, p.161-163, 2020.

Oswaldo de Oliveira Riedel nasceu em Curitiba- e em Química Farmacêutica. Complementou
PR, em 20 de julho de 1913, filho de Hugo Oswaldo a sua formação escolar com três cursos de
Riedel, farmacêutico e professor universitário, aperfeiçoamento: Atualização Metodológica para
e Aracy de Oliveira Riedel. Em sua formação Docentes Universitários, Farmacologia Molecular
escolar, toda ela em Curitiba, estudou o 1º grau e Análises Toxicológicas de Urgência, e cerca de
no Colégio Divina Providência (1919-1920) e no vinte cursos de extensão universitária.
Colégio Progresso (1921-1926) e o 2º grau, no
Ginásio Paranaense (1927-1931). Sua carreira militar, de oficial do Exército
Brasileiro durante trinta anos (1935-1965), iniciada
Obteve duas graduações: a primeira em no quadro de Saúde, como farmacêutico, levou-o
Farmácia, na Faculdade de Medicina do Paraná a granjear as seguintes patentes: Aspirante a
(1932-1934), unidade que, nessa época, diplomava oficial Farmacêutico, no Curso da Escola de
médicos, farmacêuticos e cirurgiões-dentistas, Saúde do Exército (maio de 1935 a janeiro de
sendo agraciado com a Medalha Dr. Nilo Cairo, 1936); de 2º Tenente a Capitão Farmacêutico, no
conferida ao melhor aluno da turma, e a segunda, Quadro de Farmacêutico do Serviço de Saúde
em Medicina, na Escola de Medicina e Cirurgia do Exército (1936-1953); e de Major a General de
do Rio de Janeiro (1945-1950). Tornou-se Livre Brigada Professor, no Quadro do Magistério do
Docente de Toxicologia, por concurso de provas e Exército (1953-1965). Dentre as diversas funções
títulos, na Universidade Federal do Ceará (1978). exercidas na caserna, destacam-se as de: Professor
Adjunto de Catedrático na Escola Preparatória de
Oswaldo Riedel, na área farmacêutica, Fortaleza, na disciplina de Química (1953-1961);
cursou na Escola de Saúde do Exército, em 1935, e Professor Adjunto de Catedrático do Colégio
no Rio de Janeiro, Especialização em Bromatologia

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 161

Militar de Fortaleza, na disciplina de Química estão distribuídos em científicos, culturais,
(1962-1965). Pelos bons ofícios prestados, foi didáticos e discursos.
agraciado pelo Exército Brasileiro com a Medalha
de Bronze, em 1947, e a Medalha Marechal Como examinador de concursos, o Prof.
Trompovsky, em 1971. Riedel integrou comissões de exames vestibulares
e bancas de exames em concursos públicos para
Sua trajetória no magistério superior teve ingresso no magistério do 2º grau de Colégios
início como professor contratado de Química Militares e no magistério superior da UFC, dentre
Industrial Farmacêutica (1937 a maio de 1944) as quais duas para o cargo de professor titular.
e de Famacognosia (1938 a maio de 1944), Foi ainda membro da Comissão para outorga da
na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Medalha da Abolição, como representante do
Ceará. Por meio de concurso de provas e títulos, Instituto do Ceará, junto ao governo do Ceará.
ingressou na Universidade Federal do Ceará,
como professor auxiliar de ensino de Toxicologia Em decorrência natural de suas múltiplas
e Química Legal do Curso de Farmácia, em 1970, competências, ele participou, como membro
tendo sido promovido, sucessivamente, mediante efetivo, de diversificadas associações científicas
seleção por títulos, a professor assistente, em e literárias. Essas entidades podem ser
1973, e a professor adjunto, em 1979. Atingiu o dispostas nos seguintes grupos: a) Medicina:
ápice de sua vida acadêmica, ascendendo ao Centro Médico Cearense, Sociedade Brasileira
cargo de Professor Titular, por concurso de de Pediatria, Associação Médica Brasileira,
provas e títulos, da disciplina Toxicologia, do American Academy of Pediatrics, Associação
Curso de Farmácia, da Universidade Federal do Paulista de Medicina, Academia Brasileira
Ceará (UFC), em 1980. de Medicina Militar e Academia Cearense de
Medicina; b) Farmácia: Associação Brasileira de
Na UFC, o Prof. Oswaldo Riedel exerceu Farmacêuticos, Academia Nacional de Farmácia
diferentes cargos e funções. Foi vice-diretor e Academia Cearense de Farmácia; c) Ciências:
da Faculdade de Farmácia e coordenador do Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
Curso de Farmácia, membro do Conselho e Academia Cearense de Ciências; e d) Outras
Departamental do Centro de Ciências da Saúde, Associações Culturais: Instituto do Ceará:
membro da Comissão Permanente de Regime do Histórico, Geográfico e Antropológico, Academia
Trabalho (COPERT) e membro da Comissão de Sobralense de Estudos e Letras e Academia de
Ética do Centro de Ciências da Saúde. Letras José de Alencar. Foi acadêmico-fundador
da Academia Cearense de Medicina, da Academia
Ministrou uma dezena de cursos, Cearense de Farmácia e da Academia Cearense
notadamente nos campos da Toxicologia e da de Ciências.
Pediatria, especialidade que abraçara como
médico, cabendo mencionar os seguintes: Curso Homem de grande erudição, que cultivava
de Emergência Militar para Farmacêuticos Civis; o hábito diário da leitura, possuía fluência
Curso Intensivo de Noções de Puericultura e em inglês, francês, espanhol, italiano, alemão,
Maternidade; Toxicologia Industrial, no Curso holandês, russo, latim e grego clássico, e ainda
de Especialização de Engenheiros de Segurança; incursionava um pouco em outros idiomas, como
Toxicologia, no Curso de Especialização para o polonês e o japonês; também se dedicava à
Médicos do Trabalho; Toxicologia Industrial, filologia e à numismática.
no Curso de Especialização de Engenheiros de
Segurança; Noções de Toxicologia, no Curso Oswaldo de Oliveira Riedel foi casado
de Especialização para Médicos do Trabalho; com a Sra. Yvone Maria Montenegro Riedel, de
e Toxicologia, no Curso de Especialização em cujo duradouro enlace foram gerados três filhos:
Medicina do Trabalho. Osvaldo Hugo, economista, Elisabeth e Luiz
Eduardo, engenheiro civil. Embora nenhum dos
O Prof. Oswaldo Riedel proferiu grande filhos o tenha seguido nas profissões exercidas,
número de palestras e conferências, cobrindo quis o destino que um dos netos, Fernando Porto
os mais variados temas, em eventos científicos, Carreiro Filho, escolhesse a medicina como sua
para os quais costumava ser um dos convidados área de exercício profissional, qualificado como
ilustres, integrando a programação oficial. diligente especialista em Cirurgia de Cabeça e
Pescoço.
Os trabalhos publicados de sua autoria,
da ordem de uma centena, e que figuram como A morte o colheu de forma abrupta, em 1º de
demonstrativos do elevado saber que acumulara, junho de 1989, em plena capacidade intelectual,

162 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

quando se encontrava na presidência da correspondente registro em seus Anais (Ano
Academia Cearense de Farmácia e da Academia 16, Nº 16. p.419-22), sob o título “Oswaldo de
Cearense de Ciências e na vice-presidência Oliveira Riedel: uma vida a serviço da ciência e
da Academia Cearense de Medicina, da qual da cultura cearenses”, de autoria do acadêmico
assumiria a presidência na gestão seguinte. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, parcialmente
reproduzido In: Ceará em Brasília, 24 (253): 14,
O seu desenlace deste mundo menor causou julho de 2013, o jornal da Casa do Ceará em
imensa perda nos meios intelectuais do Ceará, Brasília.
estado em que morou durante a maior parte
da sua vida ativa. O seu nome foi reverenciado O mesmo ocorreu no Instituto do Ceará:
na passagem do centenário de nascimento Histórico, Geográfico e Antropológico que, em
deste ilustre cidadão, cristão exemplar e militar 20 de novembro de 2013, promoveu a Sessão
pacifista, que tanto contribuiu para a ciência e Solene “Cinco Centenários” em homenagem a
cultura cearenses. cinco dos seus sócios efetivos nascidos em 1913,
dentre os quais o Gal. Oswaldo Riedel, cujo
Com efeito, para celebrar a efeméride, panegírico, escrito por Geová Lemos Cavalcante,
a Academia Cearense de Medicina prestou foi publicado da Revista do Instituto do Ceará do
homenagem ao Prof. Riedel, durante a Sessão ano de 2013, às páginas 405 a 408 do Volume 127.
Científica, do dia 10 de julho de 2013, e fez o

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 163

Parte I Hino Nacional Brasileiro

Parte II

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,
De um povo heróico o brado retumbante, Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Do que a terra, mais garrida,
Conseguimos conquistar com braço forte, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Em teu seio, ó liberdade, "Nossos bosques têm mais vida",
Desafia o nosso peito a própria morte! "Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada, Ó Pátria amada,
Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro dessa flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. - "Paz no futuro e glória no passado."

Gigante pela própria natureza, Mas, se ergues da justiça a clava forte,
És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge à luta,
E o teu futuro espelha essa grandeza. Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Terra adorada,
Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu, Brasil, És tu, Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

164 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

Hino do Estado do Ceará

Terra do sol, do amor, terra da luz! Tua jangada afoita enfune o pano!
Soa o clarim que a tua glória conta! Vento feliz conduza a vela ousada;
Terra, o teu nome, a fama aos céus remonta Que importa que teu barco seja um nada,
Em clarão que seduz! Na vastidão do oceano,
- Nome que brilha, esplêndido luzeiro Se, à proa, vão heróis e marinheiros
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! E vão, no peito, corações guerreiros?!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Sim, nós te amamos, em ventura e mágoas!
Chuvas de prata rolem das estrelas... Porque esse chão que embebe a água dos rios
E, despertando, deslumbrada ao vê-las, Há de florar em messes, nos estios
Ressoe a voz dos ninhos... Em bosques, pelas águas!
Há de aflorar, nas rosas e nos cravos Selvas e rios, serras e florestas
Rubros, o sangue ardente dos escravos! Brotem do solo em rumorosas festas!

Seja o teu verbo a voz do coração, Abra-se ao vento o teu pendão natal,
- Verbo de paz e amor, do Sul ao Norte! Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Ruja teu peito em luta contra a morte, E, desfraldando, diga aos céus e aos ares
Acordando a amplidão. A vitória imortal!
Peito que deu alívio a quem sofria Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi o sol iluminando o dia! E foi, na paz, da cor das hóstias brancas!

Letra: Thomaz Pompeu Lopes Ferreira
Música: Alberto Nepomuceno

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 165

Anais da Academia Cearense de Ciências

Annals of Ceará Academy of Science

VOL. 04 N° 01 Janeiro – Julho/January - July 2020

Normas para preparo e submissão de manuscritos
Guidelines for manuscript preparation and submission

Escopo da Publicação ou inovações relevantes nas diferentes áreas da
ciência.
O periódico científico denominado de ANAIS da
Academia Cearense de Ciências será publicado Carta ao ou do editor – tem como objetivo tratar,
pela Academia Cearense de Ciências e destina- de forma menos formal, assunto técnico-científico
se a publicação de artigos técnico-científicos na ou de outra natureza, de interesse geral.
forma de Pesquisa Científica, Artigos de Revisão e
Comunicações em temas relacionados com todos Processamento do Manuscrito
os aspectos da Ciência. Os trabalhos podem ser
submetidos em Português, Inglês ou Espanhol, Ao submeter o manuscrito para publicação,
sempre com Abstract em Inglês e Resumo em o autor responsável indicará três nomes de
Português, envolvendo temas nas diferentes relevância para proceder à análise e revisão do
áreas da pesquisa científica. As revisões devem manuscrito.
envolver temas atuais do conhecimento científico, Ao receber o manuscrito, o Editor científico
no entanto, análises históricas serão igualmente designará um Editor Associado da área
aceitas. Os autores de manuscritos apresentados correspondente para análise e acompanhamento
em palestras, simpósios, mesas redondas e da tramitação de cada manuscrito, inclusive
congressos são encorajados a apresentar seus análise dos pareceres dos revisores ad hoc
resultados para publicação dentro das normas a indicados pelos autores.
seguir estabelecidas.
Etapas do Processo de Submissão e Análise
Os manuscritos podem ser submetidos para de Manuscritos
publicação nos ANAIS da Academia Cearense de
Ciências através de uma das seguintes formas: 1- Elaboração dos Manuscritos: Os manuscritos
devem ser elaborados pelos autores de acordo
Revisões – líderes de grupos de pesquisa e com as Normas e Instruções de Elaboração
autoridades científicas serão convidados pelo e Submissão de Manuscritos dos ANAIS da
corpo editorial do Boletim. Academia Cearense de Ciências, inserida ao
final de cada fascículo.
Artigos científicos – resultados de pesquisa
científica com informações originais em que a 2- Recomendações a Serem Seguidas na
reprodutibilidade dos resultados está claramente Elaboração do Manuscrito:
estabelecida.
a) Ler, com atenção, as Normas para Preparo e
Comunicação científica – constitui uma forma Submissão de Manuscritos
mais simples e concisa de resultados parciais de
um trabalho mais amplo, ou relato de resultados b) Título: Máximo de 100 caracteres e espaços;
conclusivos baseado em menor volume de dados.
c) Resumo e Abstract: Respeitar o máximo de 250
Nota científica – destina-se a divulgação rápida palavras;
de informações de ensaios científicos, descobertas
d) Formato e Texto: Elaborar o texto de acordo
com as normas da redação científica e solicitar
revisão de colegas da área e, se possível, de

166 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020

profissionais de país da língua inglesa, quando 3.2.1- Periódicos Científicos:
apresentado em inglês; a) Apenas um autor:
Lima, J.A.A. Purification, partial characterization,
e) Tabelas: As tabelas devem ser usadas para and serology of blackeye cowpea mosaic virus.
apresentar, de forma precisa, dados numéricos Phytopathology, v. 69, p. 1252-1258, 1979.
que podem ser comparados e inter-relacionados.
Devem ser inteligíveis, sem referências ao texto b) Dois autores:
ou a outras tabelas. Não repetir nas tabelas
dados contidos nos texto. As tabelas devem ter Lima, J.A.A. & Nelson, M.R. Etiology and
um mínimo de duas colunas e os títulos devem epidemiology of mosaic of cowpea in Ceara,
conter informações sumárias do seu conteúdo. As Brazil. Plant Disease Reporter, v. 61, p. 864-867,
mesmas devem ser citadas em ordem numérica, 1977.
dentro do texto;
c) Mais de dois autores:
f) Figuras: Podem ser constituídas por fotografias
de alta resolução para mostrar detalhes essenciais, Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.; Radaelli, P.;
e gráficos para ilustrar dados relevantes e Silva, A.K.F. & Silva, F.R. A Technique Combining
comparáveis. Todas devem ser elaboradas em Immunoprecipitation and RT-PCR for RNA Plant
programas originais, evitando “escaneamento”. Virus Detection. Journal of Phytopathology, v.
As mesmas devem ser numeradas de forma 162, p. 426-433, 2013.
sequencial; 3.2.2- Livros:

g) Unidades no sistema decimal; Lima, J.A.A. Virologia Essencial & Viroses em
Culturas Tropicais. 1ed. Fortaleza: Edições UFC.
h) Peso Molecular e Daltons: padronizar; 2015. 605p.

i) Abreviação de unidades de tempo: segundos 3.2.3- Capítulos de Livros:
(s); minutos (min); horas (h);
Lima, J.A.A.; Nascimento, A.K.Q.; Barbosa, G. S.;
j) Endereço completo: Não esquecer o endereço Maia, L. M. & Silva, F. R. Etiologia, sintomatologia,
completo e e-mail atualizados do autor para distribuição geográfica e estratégias de controle
correspondência. de viroses em culturais tropicais. In: Lima,
J.A.A. (Editor). Virologia Essencial & Viroses em
3- Referências Bibliográficas: Culturas Tropicais. 1ed. Fortaleza: Edições UFC.
2015, p. 303-527.
3.1- Referências no texto: Dentro do texto as
referências deverão obedecer aos seguintes 3.2.4- Artigos e Resumos Apresentados em
formatos: a) um autor Lima (2015); b) Dois Eventos Científicos:
autores Lima & Nascimento (2015); c) Mais de Lima, J.A.A.; Gonçalves, M.F.B., Oliveira,
dois autores Lima et al. (2015). V.B.; Torres Filho, J. & Miranda, A.C.M.M.
Immunochemical and PCR identification of a
Referências a trabalhos dos mesmos autores Begomovirus infecting tomato fields in Ibiapaba
no mesmo ano devem ser distinguidas no texto e mountaisn, Ceará. In:Virológica, 1999, Curtitiba.
na lista de referências por letras a, b, c, etc (por Virus: Reviews and Research, v. 4, p. 150-150,
exemplo: 2015a; 2015b; 2015c). 1999. (Suplemento).

3.2- Na lista de referências: As referências Moura, M.C.C.L.; Lima, J.A.A.; Oliveira, V.B.
bibliográficas devem ser listadas em ordem & Gonçalves, M.F.B. Levantamento de vírus
alfabética do sobrenome, sem numeração. que infetam cucurbitáceas em municípios
Trabalhos com dois ou mais autores devem ser maranhenses. Fitopatologia Brasileira, v. 22, p.
listados na ordem cronológica, depois de todos 339, 1997 (Resumo).
os trabalhos com apenas o primeiro autor. A
referência deve incluir os nomes dos autores, Nakagawa, J., Takayama, Y. & Suzukama, Y.
o titulo da publicação, o nome do periódico Exudação de látex pelo mamoeiro. Estudo de
científico, o volume do periódico, as páginas Ocorrência em Teixeira de Freitas, BA. IN:
inicial e final e o ano de publicação. Vejam os Congresso Brasileiro de Fruticultura, 9, Campinas.
exemplos a seguir: Anais... Campinas, SP. 1987. pp. 555-559.

ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020 167

3.2.5- Teses e Dissertações: Nascimento, A.K.Q. Inovações Tecnológicas Para
Diagnose de Viroses de Plantas e Caracterização
Lima, J.A.A. Blackeye cowpea mosaic virus: de Biótipos de Cowpea aphid borne mosaic
purification partial characterization, serology virus. Universidade Federal do Ceará. 2014. 135
and immunochemical and cytological techniques p. (Dissertação Doutorado).
for detection of virus infected legume seeds.
Gainesville, Fl: University of Florida, 1978. 154p. 4- Submissão do Manuscrito: Os manuscritos
1978. 154 p. (Tese Doutorado). Gainesville, Fl: devem ser submetidos via eletrônica, diretamente
University of Florida, 1978. 154p. 1978. 154 p. para o e-mail do Editor.
(Tese Doutorado).

168 ANAIS da Academia Cearense de Ciências, v. 4, n. 2, Ago - Dez, 2020




Click to View FlipBook Version