VÔÔÔTE! UFMT CUIABÁ 3º SEMESTRE DE JORNALISMO EDIÇÃO 18 JUNHO DE 2023 @jornalvote Infraestrutura da UFMT Obras inacabadas e falta de manutenção nos prédios revelam administração ineficiente na UFMT Com uma área construída de mais de 200 mil metros quadrados, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) enfrenta sérios desafios para readequar o planejamento de obras impactado pela pandemia, fazer Edificações Após 10 anos, previsão de término do prédio Humanitas é para setembro/2023. Foto: Mirian Ribeiro Graça. Superação em campo: UFMT brilha com conquistas esportivas e projetos inovadores mesmo diante de obstáculos estruturais Com uma estrutura robusta que abriga edificações que necessitam de reforma, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) oferece aos seus estudantes e à comunidade externa possibilidades para a Esportes Ginásio de esportes abriga competições locais, regionais e nacionais. Foto: Ana Frâsson. Estudantes da UFMT alegam dificuldades de deslocamento dentro do câmpus Cerca de 12 mil pessoas compõem a comunidade universitária que circula pelas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no câmpus de Cuiabá. Alunos, professores, servidores, terceirizados e habitantes da cidade de modo geral frequentam as diversas instalações da UFMT em seus 149 mil metros quadrados. Mas a locomoção dentro do câmpus apresenta problemas: o que se ouve dos estudantes é que o transporte público disponível é insuficiente e a estrutura de calçadas e pontos de ônibus precisa de manutenção. Matéria completa página 3. Locomoção Antigo ponto do "Ligeirão". Foto: Bianca Mortelaro. reformas, cumprir com as demandas de manutenção dos prédios e equipamentos já existentes e, assim, garantir melhorias nos espaços físicos para a comunidade universitária. Matéria completa página 2. prática esportiva dentro do câmpus de Cuiabá. A Universidade promove diversos projetos que incentivam o esporte e conta com uma estrutura física que inclui ginásio, quadras poliesportivas, piscina, campo de areia, ringue, além de um Centro de Treinamento, o COT, que com 5,4 mil metros quadrados, engloba arquibancada, campo de futebol e pista de atletismo. Matéria completa página 3. Falta de segurança assola UFMT e amedronta estudantes Falta de iluminação, ausência de câmeras de vigilância, além de número insuficiente de guardas, são algumas das deficiências no sistema de segurança da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que provocam insegurança na comunidade universitária. Recentemente, ameaças explícitas de prática de violência amedrontaram os estudantes no câmpus de Cuiabá, levando à suspensão das atividades por 24 horas. As ocorrências foram encaminhadas para as polícias Militar, Civil e Federal, que iniciaram os procedimentos cabíveis, monitorando e investigando o caso e possíveis suspeitos. Após o episódio, a UFMT disponibilizou, por meio de um ofício circular, orientações para a comunidade universitária agir em casos de ameaças ou denúncias. Matéria completa página 4. RU serve 3,8 mil refeições diárias, mas pode melhorar o atendimento Com 44 anos de existência, e após uma reforma importante de suas instalações, o Restaurante Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (RUUFMT) foi o primeiro do Estado e tem um refeitório amplo, com três ambientes e três ilhas para distribuição dos alimentos. Mesmo assim, os frequentadores reclamam do congestionamento nos horários de pico e do calor no ambiente, apesar dos 15 aparelhos de ar condicionado instalados. A qualidade da comida, assim como a variedade do cardápio e os preços cobrados não foram alvo de críticas. Matéria completa página 5. Redação, apuração e edição do texto noticioso (Supervisão: Profa. Dra. Mariângela Sólla López) André Macedo, Anna Caroline Martins, Bianca Mortelaro, Cristina Soares, Emanuelly Camilly dos Santos, Fernanda Nunes, Josemar Macena, Juliana Sanders, Luana F. Moreira, Mirian Ribeiro, Nathália Shizuka, Silvano Costa, Thaylise Thaina Oliveira Editoração e planejamento gráfico (Supervisão: Prof. Dr. Thiago Cury Luiz) André Macedo, Anna Caroline Martins, Bianca Mortelaro, Cristina Soares, Emanuelly Camilly dos Santos, Fernanda Nunes, Geize Nunes, Josemar Macena, Juliana Sanders, Karine Arruda, Letícia Oliveira, Luana F. Moreira, Mirian Ribeiro, Moisés de Lima, Nathália Shizuka, Raiane Florentino, Silvano Costa, Thaylise Thaina Oliveira, Wilerson Leite. EXPEDIENTE
Obrasinacabadas e falta de manutenção nos prédios revelam administração ineficiente na UFMT UFMT CUIABÁ 3º SEMESTRE DE JORNALISMO EDIÇÃO 18 JUNHO DE 2023 @jornalvote Com uma área construída de mais de 200 mil metros quadrados, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) enfrenta sérios desafios para readequar o planejamento de obras impactado pela pandemia, fazer reformas, cumprir com as demandas de manutenção dos prédios e equipamentos já existentes e, assim, garantir melhorias nos espaços físicos para a comunidade universitária. Discentes, docentes, servidores e terceirizados relatam a falta de uma efetiva manutenção/ conservação dos prédios já existentes. Estruturas como escadas, rampas, elevadores, e calçadas precisam ser conservadas. Isso sem contar a falta de iluminação que impacta diretamente na questão da segurança. Para se ter uma ideia das dificuldades encontradas pela Universidade, a construção do prédio de Pósgraduação em Humanidades, “Humanitas”, foi apresentada pela primeira vez no relatório de gestão de gastos da UFMT em 2013 e só agora a obra foi retomada. Com valor total de R$ 1.067.252,08 reais (Contrato 008/2023/ Uniselva), a previsão para o término da obra é para setembro deste ano. O imóvel, localizado logo após o bloco didático da Faculdade de Comunicação e Artes, abrigará salas de aula e laboratórios de ensino de pósgraduação com toda infraestrutura necessária aos estudantes. Com a dificuldade de atender toda a demanda da comunidade universitária, a disputa entre os cursos para ter melhorias é grande. “Existem vários rumores sobre qual curso ficará com as novas edificações na UFMT, assim como existem prédios abandonados que ninguém sabe a qual curso pertence”, disse a estudante Muriel Luize Inácio, também do curso de Jornalismo. De acordo com o reitor da UFMT, professor Evandro Soares da Silva, a Universidade passa por dificuldades de recomposição orçamentária que já se estendem há aproximadamente 10 anos. Em reunião com os estudantes do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), o reitor assentiu que houve uma falta de planejamento de manutenção preventiva nos últimos vinte anos, o que demanda agora uma manutenção corretiva da estrutura em diversos prédios. Ele disse ainda que, no caso do prédio do ICHS, construído há mais de 50 anos, várias questões não foram observadas ao longo do tempo. “Infelizmente isso não foi feito, então necessitamos de mais recursos de custeio para serem aportados nessas reformas”, concluiu. A efetiva recomposição de R$ 2,44 bilhões no orçamento das universidades e institutos federais, anunciada em abril pelo governo federal, pode ser um alívio para a Universidade que, em 2022, enfrentou dificuldades financeiras para quitar o pagamento de diversos contratos. Com mais recursos, “haverá possibilidade de garantir o aumento das bolsas e auxílios para os estudantes e atender as demais prioridades propostas no caderno orçamentário em contratos e infraestrutura", disse a vicereitora, Rosaline Rocha Lunardi, durante a cerimônia de anúncio da recomposição orçamentária, em Brasília. As universidades federais devem obedecer a toda legislação pertinente com relação aos contratos de obra, reformas e manutenção, bem como a toda contratação de âmbito administrativo, e a burocracia acaba emperrando por vários anos a entrega definitiva para comunidade acadêmica de espaço para o crescimento intelectual. Quando o prédio é entregue, falta o mínimo de estrutura de materiais de consumo e mobiliários para dizer que o prédio é utilizado 100%. A demora para finalização das obras devese, principalmente, à limitação orçamentária. Toda obra só pode ser licitada se houver recursos suficientes para sua finalização. Nos casos das obras paralisadas na UFMT, elas são decorrentes de empresas que durante a vigência do contrato deixaram de cumprir suas obrigações e tiveram seus contratos rescindidos. Os recursos disponíveis da obra rescindida não voltam para a UFMT. Por isso as obras não são retomadas de imediato, pois dependem de liberação de novos recursos, explicou Adriano Aparecido de Oliveira, próreitor de Administração e Infraestrutura daUFMT. Demonstrativo do Relatório de Gestão e Prestação de Contas da UFMT mostra que, em 2022, foram entregues 10 obras, das quais 6 no câmpus de Cuiabá: readequação do departamento de Estatística, retomada de obra do bloco didático da FAET, obras de complementação do bloco didático do ICET, reforma do telhado do Bloco F (FAET, ICET, IF), reforma do Restaurante Universitário e reforma do telhado dos barracões de suinocultura da Fazenda Experimental. No que se refere à manutenção preventiva e corretiva dos prédios e nos espaços dentro da UFMT, a realização desses serviços, desde junho de 2022, é feita pelo SIGSERV, que é um sistema de solicitação de serviços de manutenção predial da Superintendência de Infraestrutura do CAMPUS/ SIC – PROADI/UFMT. As solicitações podem ser feitas por qualquer servidor da UFMT, agilizando o serviço e possibilitando ajustar e alinhar as demandas de acordo com a rotina da comunidade acadêmica. Cortes orçamentários, burocracia e falta de planejamento são as explicações dadas pelos gestores da Universidade Cristina Maria Soares da Silva Mirian Ribeiro Graça Edificações Pichações e sujeira no hall interno do “Coliseu”, em frente ao COT. Foto: Mirian Ribeiro Graça. Ao efetivar a recomposição do orçamento, haverá possibilidade de garantir o aumento das bolsas e auxílios para os estudantes e atender as demais prioridades propostas no caderno orçamentário em contratos e infraestrutura. Aconstrução do prédio de Pósgraduação em Humanidades, “Humanitas” , foi apresentada pela primeira vez no relatório de gestão de gastos da UFMTem 2013 e só agora a obra foi retomada. Com valor totaldeR$ 1 bilhão, a previsão para o término da obra é para setembro deste ano. Contrato 106/FUFMT/2022: Reforma do auditório do batatão FAAZ Percentual de obra executada: 33,32% Previsão de término:junho/2023 Contrato 009/UNISELVA/2023: Complementação da reforma e ampliação do laboratório deNutrição AnimalFAAZ Percentual de obra executada: 24,19% Previsão de término:setembro/2023 Contrato 108/FUFMT/2022: Reforma dos banheiros daFAET Percentual de obra executada: 22,68% Previsão de término:julho/2023 Contrato 008/UNISELVA/2023: Complementação da obra do centro de pesquisa e pósgraduação das humanidadesHumanitas Percentual de obra executada: acabou de iniciar(março/2023) Previsão de término:setembro/2023 Obras em execução na UFMT, câmpus Cuiabá A partir da sua vivência como discente/docente ou técnicoadministrativo da UFMT, como você avalia a infraestrutura do câmpus Cuiabá? A infraestrutura deixa muito a desejar, temos salas de aulas com problemas estruturais, aparelhos de arcondicionado que não funcionam, salas com goteiras, faltam computadores para os trabalhos práticos, microfones, luzes, cartões de memória. Ou seja, uma série de dificuldades, mas que não impedem nossas produções técnicas. Existem universidades mais comprometidas? Sim. Mas também existem as que tentam manter uma infraestrutura mínima. Não podemos nos esquecer que nos últimos 6 anos tivemos uma diminuição considerável das verbas destinadas à educação, isso influencia diretamente na qualidade de infraestrutura. Temos muitos pontos negativos, principalmente quando falamos de produções audiovisuais. Então, é um longo caminho a ser percorrido, mas isso não nos impede de produzir e de realizar. Nealla Machado, professora do curso de Jornalismo. Foto: Arquivo pessoal. 2 Rosaline Rocha Lunardi
Superaçãoemcampo:UFMT brilhacomconquistas esportivas eprojetosinovadoresmesmo diantedeobstáculos estruturais UFMT CUIABÁ 3º SEMESTRE DE JORNALISMO EDIÇÃO 18 JUNHO DE 2023 @jornalvote Atividades oferecidas pela UFMT incentivam acadêmicos e comunidade a se exercitarem Com uma estrutura robusta que abriga edificações que necessitam reforma, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) oferece aos seus estudantes e à comunidade externa possibilidades para a prática esportiva dentro do câmpus de Cuiabá. A Universidade promove diversos projetos que incentivam o esporte e conta com uma estrutura física que inclui ginásio, quadras poliesportivas, piscina, campo de areia, ringue, além de um Centro de Treinamento, o COT, que com 5,4 mil metros quadrados, engloba arquibancada campo de futebol e pista de atletismo seguindo os padrões internacionais. Essa estrutura possibilita que vários estudantes se dediquem ao esporte e representem a UFMT em eventos nacionais. É o que acontece com Tito Profeta, 22, estudante de Geografia, que às 5 da manhã de uma segundafeira já está de pé, se preparando para ir à academia, antes de sua aula começar. O estudante de Educação Física, Pablo Morais, 21, também divide a sua rotina entre os treinos e os estudos. O que eles têm em comum? São estudantesatletas que, na UFMT, têm a oportunidade de integrar os times que representam a universidade Brasil afora. Mais do que o esporte como lazer e saúde, os times de representação possibilitam aos estudantes talentosos competirem em alta intensidade nas mais diversas modalidades. Atualmente, o alvo é o JUBs: os Jogos Brasileiros Universitários, no qual, em 2022, a universidade foi destaque, com mais de 51 estudantesatletas na competição. Washington Nunes, 60, extécnico da seleção brasileira de handebol, que ministrou um curso voltado aos profissionais da educação física na UFMT, em maio deste ano, ressalta a importância de valorizar a Universidade: "A UFMT tem uma infraestrutura muito boa. É sempre importante ter esses espaços públicos oferecidos para a comunidade. Muitas vezes, vemos esses espaços com um investimento muito grande, mas pouco utilizados”. Apesar da boa infraestrutura, o constante corte de verbas da educação nos últimos anos afetou todas as universidades federais. Nesse cenário, a universidade matogrossense encontra dificuldades para a manutenção de seus espaços físicos. Elisama Santos, gerente de esportes e lazer da UFMT, afirma que “nos últimos anos, a gente perdeu boa parte do recurso. Dentro do meu conhecimento de outros câmpus e outras universidades, a UFMT em Cuiabá está muito bem, porém, se tivéssemos mais recursos, facilitaria muito a manutenção dos espaços, como os banheiros, as demandas das quadras etc.” Mesmo com o orçamento apertado, a Universidade não deixa de oferecer diversos programas para a comunidade: as escolinhas desportivas, o PAFE – Programa de Atividade Física e Esporte e o Projeto Raia Rápida são alguns dos projetos que atendem a comunidade externa, oferecendo o acesso ao lazer de forma gratuita. Já para os discentes que desejam iniciar algum esporte com direito a aulas exclusivas, o Programa Segundo Tempo Universitário fornece essa oportunidade. Aqueles que desejam vivenciar o esporte de alto nível, podem participar do Projeto Esporte Acadêmico, que é responsável pela participação das equipes de representação esportiva em competições universitárias oficiais em níveis local, estadual, regional e nacional. A estrutura da UFMT também fica disponível para o uso das atléticas, que são associações acadêmicas independentes, supervisionadas pela Liga das Atléticas, e promovem a integração entre estudantes universitários de diversas áreas por meio de práticas esportivas, eventos culturais, ensaios de baterias e ações sociais. Faltam bolsas O atleta de handebol pela universidade, Tito Profeta, estuda pela manhã, faz estágio no período vespertino e retorna para a faculdade para os treinos à noite. Por conta da distância entre o trabalho e a faculdade, acaba não usufruindo do Restaurante Universitário antes dos treinos. “Eu acabo comprando algo na rua e me alimentando no caminho”. Somados no final do mês, os gastos podem chegar a 12% de um salário mínimo. Com rotina parecida, Pablo Morais, estudante de educação física e atleta, afirma que “os atletas acabam desistindo por falta de apoio e incentivo. Muitos se destacam, mas acabam tendo que escolher entre trabalhar, estudar ou continuar as rotinas de treinamento.” A reportagem apurou que até mesmo alguns docentes não recebem a ajuda de custo para desenvolver os projetos. No Projeto Esporte Universitário, por exemplo, há falta de verba também para o pagamento dos treinadores, que são voluntários, não recebem remuneração e, assim como os alunos, sofrem com o orçamento apertado. “A UFMT tem uma infraestrutura muito boa. É sempre importante ter esses espaços públicos oferecidos para a comunidade” Nathália Shizuka Silvano Costa Esportes Estudantes disputam JUMS 2023 Pé Na Areia, em Barra do Garças. Foto: Eliã Passos. Cerca de 12 mil pessoas compõem a comunidade universitária que circula pelas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso, no câmpus de Cuiabá. Alunos, professores, servidores, terceirizados e habitantes da cidade de modo geral frequentam as diversas instalações da UFMT em seus 149 mil metros quadrados. Mas a locomoção dentro do câmpus apresenta problemas: o que se ouve dos estudantes é que o transporte público disponível é insuficiente e a estrutura de calçadas e pontos de ônibus precisa de manutenção. Para saber mais sobre o assunto, a reportagem do Jornal Vôoote! foi ouvir os estudantes e realizou uma consulta, encaminhando um formulário para diversos grupos universitários, o qual foi respondido por 72 alunos de 15 cursos diferentes. Desse total, 53 estudantes afirmaram utilizar o transporte público como principal meio de locomoção, enquanto os 19 restantes utilizam outras formas de transporte, em sua maioria veículos próprios. Quando questionados sobre a quantidade de linhas de ônibus que circulam pelo câmpus e se elas suprem sua necessidade diária, 49 estudantes afirmaram que não. A prefeitura de Cuiabá atualmente oferta 5 linhas de ônibus municipais e 1 intermunicipal. O coordenador de fiscalização de transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SEMOB), Adriano Nascimento Cruz, informou que, “em tese, não há nenhum estudo para aumentar as linhas que entram dentro da Universidade, mas o que pode ser feito é a inclusão de mais viagens das linhas já ofertadas, como o 103 e 525”. Outro fator agravante para a locomoção dentro da Universidade foi a interrupção do "Ligeirão”, no final de abril de 2019. O “Ligeirão” era transporte gratuito e circulava permanentemente pela rua principal da UFMT, facilitando o acesso das pessoas às diferentes partes do câmpus. A presidente da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso UEEMT e representante do Diretório Central dos Estudantes DCE, Giovanna Bezerra, afirmou que a volta do “Ligeirão” é assunto recorrente e que inúmeros processos foram enviados para a reitoria buscando discutir o retorno do transporte. A reportagem também buscou contato com a reitoria para esclarecer a situação dos diversos processos encaminhados que não obtiveram desenvolvimento ou apresentaram resultados, entretanto, não houve retorno. “Nós vamos de fato nos mobilizar, a partir do momento que tivermos o orçamento dentro da Universidade, o “Ligeirão” é uma pauta central porque implica até a saúde do estudante pela dificuldade de locomoção. Cuiabá é uma cidade de muito calor, tendo dias de sensação térmica que passa dos 40 graus, o aluno que se locomove a pé quase todos os dias para chegar no RU [Restaurante Universitário] pode tersua saúde afetada”, acrescentou Giovanna. Calçadas e pontos de ônibus As calçadas são outro problema para a locomoção das pessoas. E a situação piora para as pessoas com deficiência, como as que precisam se deslocar em cadeiras de rodas ou que têm baixa visão. Patrícia Moreira, que trabalha no setor de Manutenção e Obras da PróReitoria de Administração e Infraestrutura da UFMT, explicou que os reparos necessários para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência podem ser realizados a partir de uma solicitação de ordem de serviço. Porém, segundo a funcionária, faltam materiais necessários no estoque, como o piso tátil direcional, e não há previsão para aquisição desses materiais. EstudantesdaUFMTalegamdificuldadesdedeslocamentodentrodocâmpus Em Cuiabá, a falta de um transporte interno, calçadas quebradas e pontos de ônibus sem cobertura ou sinalização dificultam a mobilidade na Universidade Juliana Sanders Bianca Mortelaro Nós vamos de fato nos mobilizar, a partirdo momento que obtivermos o orçamento dentro da Universidade, o ‘Ligeirão’é uma pauta central porque implica até na saúde do estudante pela dificuldade de locomoção. Locomoção "Ligeirão". Foto: Site UFMT. 3 Giovanna Bezerra Washington Nunes
saúde afetada”, acrescentou Giovanna. Calçadas e pontos de ônibus As calçadas são outro problema para a locomoção das pessoas. E a situação piora para as pessoas com deficiência, como as que precisam se deslocar em cadeiras de rodas ou que têm baixa visão. Patrícia Moreira, que trabalha no setor de Manutenção e Obras da PróReitoria de Administração e Infraestrutura da UFMT, explicou que os reparos necessários para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência podem ser realizados a partir de uma solicitação de ordem de serviço. Porém, segundo a funcionária, faltam materiais necessários no estoque, como o piso tátil direcional, e não há previsão para aquisição desses materiais. UFMT CUIABÁ 3º SEMESTRE DE JORNALISMO EDIÇÃO 18 JUNHO DE 2023 @jornalvote Falta de segurança assola UFMT e amedronta estudantes Ameaças de atentado e falhas na segurança interna têm sido pauta constante nas dependências da Universidade Federal de Mato Grosso, câmpus de Cuiabá estudantil e contrato de serviços terceirizados, as mais afetadas. O sistema de segurança, que antes contava com um trabalhador em cada bloco, agora é feito por um número menor de vigilantes, que andam pela universidade em motocicletas e a pé. As consequências são a falta de apoio que os alunos sentem diariamente. Luana de Fátima, aluna do curso de Jornalismo, relatou sua experiência com um homem que a abordou na hora do almoço, no Restaurante Universitário, oferecendo aulas grátis de capoeira, à noite, no ginásio da faculdade. “Estava no RU, servindo a comida. Quando eu estava indo para a mesa me sentar, ele chegou e me convidou pro tal treino de capoeira, de noite, no ginásio. Foi um diálogo muito rápido. Ele estava na parte interna [do restaurante], entrou e continuou chamando outras meninas. Senti medo e muita insegurança.” Um vigilante da UFMT, que não quis ser identificado, disse que a segurança é reforçada em cada bloco, e que nunca viu nada mais grave ocorrendo. Ele também afirmou que recebeu treinamento adequado para lidar com situações perigosas, após fazer um curso de vigilância, defesa pessoal e tiro. Mas, por meio de uma consulta aos estudantes, feita com envio de formulário online, as respostas mostram outra realidade. Com um total de 25 respostas obtidas, totalizando 22 mulheres e 3 homens, os estudantes se queixaram, principalmente, da ausência de equipe de segurança, da iluminação insuficiente à noite, da falta de identificação nas guaritas de acesso e da inexistência de câmeras de vigilância nos blocos. “Qualquer pessoa pode entrar na UFMT, sendo ela de boa índole ou não. Já vi mendigos ou homens estranhos andando aqui às vezes. Também não há câmeras de vigilância que ajudariam a monitorar a região”, disse a estudante Juliana Sanders, ao responder o questionário. A professora Mariângela López, do curso de Jornalismo, também relatou sua preocupação com a insegurança no que diz respeito ao acesso aos prédios. “Quando estamos dando aula, frequentemente somos surpreendidos nas salas e nos laboratórios por algum vendedor, pessoas divulgando eventos ou pedindo doações. As aulas são interrompidas e o sentimento é de surpresa e de receio, pois sabemos que nem sempre as intenções são boas”. Os alunos também deram ideias de melhorias para esse quadro perigoso da Universidade. As respostas foram semelhantes, pedindo mais fiscalização nas guaritas, mais câmeras de segurança em pontos estratégicos, rondas a todo momento e iluminação adequada. Questionada sobre o assunto, a UFMT não respondeu para a reportagem do Jornal VÔOOTE!, mas, segundo matéria veiculada no site da Universidade, em setembro de 2022, “o compromisso da segurança interna é garantida pelo contrato dos vigilantes, além de uma central de monitoramento disponibilizada 24 horas e mais de 100 câmeras que estão espalhadas pelo câmpus, através do plano que entrou em vigor no dia 30 de setembro de 2022.” Em fevereiro de 2023, o Conselho Universitário (Consuni) aprovou a proposta da Política de Segurança da UFMT e a criação do Conselho Permanente de Segurança da Universidade. A Universidade tem um convênio de segurança com a Polícia Militar, podendo acionar a Base Comunitária, situada no bairro Boa Esperança, ao lado da Universidade, pelo telefone (65) 3615 8190. Além disso, o 1º Batalhão da Polícia Militar de Cuiabá, também apoia a UFMT. Segundo afirmou o sargento Trindade, a equipe está a postos para auxiliar. O policial também deu algumas dicas para que os estudantes se sintam mais seguros nas dependências da Universidade. Ele recomenda “sempre andar em turma, principalmente à noite, evitar lugares ermos, abandonados e propícios a usos de drogas.” Outro número informado pelo militar para receber denúncias pelo aplicativo WhatsApp é o (65) 33137210. Falta de iluminação, ausência de câmeras de vigilância, além de número insuficiente de guardas, são algumas das deficiências no sistema de segurança da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que provocam insegurança na comunidade universitária. Recentemente, ameaças explícitas de prática de violência amedrontaram os estudantes no câmpus de Cuiabá, levando à suspensão das atividades por 24 horas. As ocorrências foram encaminhadas para as polícias Militar, Civil e Federal, que iniciaram os procedimentos cabíveis, monitorando e investigando o caso e possíveis suspeitos. Após o episódio, a UFMT disponibilizou, por meio de um ofício circular, orientações para a comunidade universitária agir em casos de ameaças ou denúncias. Com o bloqueio orçamentário de R$ 3,3 milhões feito pelo Ministério da Educação (MEC), em 2022, as finanças da UFMT ficaram praticamente inviabilizadas, sendo as áreas de assistência Anna Caroline O. da S. Martins Emanuelly C. dos Santos Segurança Base Comunitária da Polícia Militar Boa Esperança. Foto: Anna Martins. Osistemade segurança,que antes contava comum trabalhadorem cadabloco, agoraé feitopor umnúmero menorde vigilantes,que andampela universidade emmotocicletas eapé 1. Qualquer pessoa que receber denúncias, deve encaminhálas para a Reitoria (CUC e CUVG) ou para as PróReitorias de câmpus (CUA e CUS), para que sejam devidamente encaminhadas para a Polícia. 2. Ao notar atividade suspeita ou ameaças, a Segurança do câmpus deve ser comunicada. 3. Em situações em que haja risco imediato de danos às pessoas ou ao patrimônio, devese acionar a polícia pelo telefone 190. 4. Informações não devem ser compartilhadas em grupos e redes sociais, e sim encaminhadas diretamente para a polícia. OfícioCircular nº 3/2023/REITORIA CHEFIA DE GABINETE/ UFMT Orientações de segurança: A partir da sua vivência como discente/docente ou técnicoadministrativo da UFMT, como você avalia a infraestrutura do câmpus Cuiabá? De 0 a 10? Eu daria [nota] 6, talvez 7… Agora eu tenho sala, pelo menos, porque abriram o bloco didático lá perto do meu bloco e podemos usálo. Antes, não tínhamos nem isso no curso de Arquitetura, eram pouquíssimas salas. Conseguimos um espaço com mesas grandes, ótimas para trabalhar em grupo e com folhas maiores. Mas todas as nossas pranchetas de desenho ou são da pior qualidade, ou estão quebradas. Nós usamos o laboratório de informática de outros cursos, porque o nosso não funciona direito e precisamos usar vários programas de computador. Não temos internet própria em nenhuma das salas, então é difícil, porque as que temos, não pegam bem, principalmente nos blocos novos. Na minha visão, a infraestrutura da UFMT, de um modo geral, supre a maior parte das minhas necessidades. Entretanto, acredito que nos acostumamos com o que temos, então acabamos nos acomodando, achamos que está tudo bem, mas na realidade há muito o que melhorar. Um ponto positivo eu acredito que sejam os aparelhos de arcondicionado que praticamente todos os locais de uso comum possuem, coisa que é imprescindível aqui na nossa cidade. Além disso, há bons equipamentos nos laboratórios, lugares, em sua maioria, limpos e utilizáveis. O ponto negativo é o estado de muitos banheiros dos nossos blocos, muitos estão esquecidos, sem manutenção em descargas, torneiras, infiltrações etc. Além disso, alguns locais estão repletos de pombas, o que causa perigo à saúde de todos nós. Acredito que falte um olhar especial para essa necessidade. Geórgia Monteiro, bióloga e mestranda do PPGZOO/UFMT. Foto: Arquivo pessoal. Letícia Azevedo, estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFMT. Foto: Arquivo pessoal. 4 Vigilante da UFMT
UFMT CUIABÁ 3º SEMESTRE DE JORNALISMO EDIÇÃO 18 JUNHO DE 2023 @jornalvote RU serve 3,8 mil refeições diárias, mas pode melhorar o atendimento Durante a pandemia, o restaurante ficou fechado e passou por uma grande reforma, aperfeiçoando a infraestrutura. Hoje, já precisa de manutenção em várias instalações. Com 44 anos de existência, e após uma reforma importante de suas instalações, o Restaurante Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (RUUFMT) foi o primeiro do Estado e tem um refeitório amplo, com três ambientes e três ilhas para distribuição dos alimentos. Mesmo assim, os frequentadores reclamam do congestionamento nos horários de pico e do calor no ambiente, apesar dos 15 aparelhos de ar condicionado instalados. A qualidade da comida, assim como a variedade do cardápio e os preços cobrados não foram alvo de críticas. Dotado de moderno sistema de reconhecimento facial que controla a entrada do público, o RU serve cerca de 600 cafés da manhã, 2.100 almoços e 1.100 jantares. Segundo a nutricionista e gerente do restaurante, Cristiane Arielly Crispim Martins, o movimento varia muito, “tem dias que chove ou então acontecem alguns eventos na faculdade e diminui o movimento, o que é normal”. Ela explicou também que os alimentos são feitos no próprio restaurante e dispostos em buffet, com modalidade mista de serviço: selfservice e porcionamento. Com tanta gente circulando pelo restaurante, os problemas não deixam de aparecer. O estudante do 6º semestre de Ciências Biológicas, Marcos Félix Agostinho, disse que, após a reforma, a fila para servirse anda mais rápido, mas ainda faz muito calor no local. “Eles têm dó de ficar ligando o ar condicionado, tem vários lá dentro, mas eles não ligam nem a metade. A gente almoça derretendo de calor”. A qualidade da água (gosto de cloro) e a constante interdição dos banheiros também foram apontados por Marcos como problemas que precisam ser resolvidos. No final de abril deste ano, o Diretório Central dos Estudantes (DCE), encaminhou ofício à Próreitoria de Administração e Infraestrutura (Proadi), no qual solicitou a manutenção no banheiro masculino que funcionava com apenas um vaso sanitário, sendo que três estavam interditados e também não havia nenhum mictório adequado para uso, pois os quatro estavam quebrados. A demanda foi atendida e, no início de maio, o DCE postou em suas redes sociais que a manutenção no banheiro masculino foi realizada e pediu à comunidade acadêmica e ao público externo para ter consciência sobre o uso do banheiro, para não depredar o espaço que é de uso coletivo. A agilidade para servir a comida também foi elogiada por Letícia Silveira Freitas Pereira, do 2° Semestre de Engenharia Florestal: "Melhorou a parte do buffet, achei bem bacana essa parte dos alunos se servirem dos dois lados, porque antes tinha uma fila enorme que chegava a dar volta. Outra coisa que melhorou foram as mesas, que eles juntaram duas mesas e agora tem 8 cadeiras e é ótimo para almoçar com os amigos”. Mas, o ponto negativo, segundo Taísa Santos da Silva, do 8º semestre de Engenharia Sanitária e Ambiental, é que nos horários de pico as pessoas se servem mais rápido, porém não têm onde sentar. “Devia ter mais controle na entrada e mais mesas, porque a gente fica em pé com a bandeja ali, esperando alguém levantar para poder sentar”, explica. Para Beatriz Queiroz, estudante do 2º semestre de Zootecnia, "o espaço ainda é pequeno e lota bastante nos horários de pico. Se tiver mais mesas vai melhorar muito”. Enquanto o calouro Denis Cristian de Oliveira Filho, do curso de Engenharia Florestal, fala das mesas que já estão quebradas apesar do pouco uso, podendo provocar acidentes, o veterano Vitor Silva Oliveira, estudante do 8º semestre de Química, lembrou que o apoio aos cegos no chão (pisos táteis), está descolando e geralmente alguém tropeça nessas faixas, principalmente na parte interna do RU. Os frequentadores do restaurante que tenham alguma sugestão para melhoria do serviço ou desejam fazer alguma denúncia, devem contatar a gerência do RUUFMT, pelo email [email protected], pelo telefone/WhatsApp (65)36158090 ou pelo direct no Instagram com o @ruufmt. Denúncias referentes à depredação e/ ou pichação no espaço do Restaurante Universitário ou pelo câmpus, que é patrimônio público, devem ser encaminhadas à PróReitoria de Administração e Infraestrutura (Proadi), no telefone (65) 36158083 / (65) 36158065 ou pelo email: [email protected]. Luana F. Moreira Thaylise Thaina Oliveira Faz muito calor, elestêm dó de ficar ligando o ar condicionado, tem várioslá dentro, mas eles não ligam nem a metade. Agente almoça derretendo de calor. Nos horários de pico, as pessoas conseguem se servir mais rápido, porém elas não conseguem ter onde sentar. Devia ter mais controle na entrada e mais mesas, porque a gente fica em pé com a bandeja ali, esperando alguém levantar para poder sentar. A partir da sua vivência como discente/docente ou técnicoadministrativo da UFMT, como você avalia a infraestrutura do câmpus Cuiabá? Como estudante de Engenharia Florestal, o uso de diversos laboratórios é constante e, particularmente, os que estão presentes no nosso bloco apresentam uma boa qualidade, sendo um ponto muito importante, pois é feito uso de material de risco à saúde. As aulas, em resumo, são ministradas em dois blocos: o “velho”, construído nos anos 1970, e o “madeirão”, construído há pouco tempo. Ambos contêm sistema de refrigeração, iluminação e assentos adequados, fator crucial para que o aluno tenha maior rendimento acadêmico. Entretanto, em alguns corredores do bloco velho, o sistema de distribuição de água da chuva deixa a desejar, visto que em temporais, até mesmo em menores níveis, é comum ver alguns locais alagarem, como o Centro Acadêmico e alguns gabinetes dos docentes que passaram por uma forte infiltração, deixando grande prejuízo financeiro e estrutural. João Victor Rodrigues, estudante de Engenharia Florestal. Foto: Arquivo pessoal. RU O restaurante universitário foi reformado durante a pandemia. Foto: Luana F. Moreira. RU Melhora na fila do restaurante. Foto: Luana F. Moreira. 5 Marcos D. F. Agostinho Taísa Carolina Santos da Silva
Presidente do DCE reforça a voz da comunidade acadêmica e pede melhorias na infraestrutura da UFMT UFMT CUIABÁ 3º SEMESTRE DE JORNALISMO EDIÇÃO 18 JUNHO DE 2023 @jornalvote Wesley da Mata aponta as principais reclamações dos estudantes sobre a estrutura da Universidade. A falta de infraestrutura na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) é um problema que afeta várias áreas da instituição. A UFMT, como qualquer outra universidade pública, enfrenta desafios em relação à infraestrutura física, tecnológica e de recursos humanos. As deficiências podem prejudicar o desenvolvimento das atividades acadêmicas, a qualidade do ensino e da pesquisa, além de impactar na mobilidade e no bemestar dos estudantes, professores e funcionários. Em entrevista ao Jornal Vôoote!, o presidente do Diretório Central dos Estudantes, Wesley da Mata, destacou que a melhoria da infraestrutura universitária é um desafio complexo, que requer planejamento adequado e investimentos provenientes dos governos federal, estadual e, em alguns casos, de parcerias públicoprivadas com a UFMT. Vôôôte: Qual a avaliação do Diretório Central dos Estudantes sobre a infraestrutura física da UFMT? Wesley: Temos muitos espaços que estão sem manutenção há anos, e alguns estão voltando agora. Mas existem muitos blocos que estão precários, falta forro, ar condicionado quebrado, cadeiras quebradas, banheiro depredado, falta tranca, bem como mesas e a estrutura de sala de aula. As estruturas públicas como as avenidas da UFMT, por exemplo, em frente ao RU [Restaurante Universitário], estão com muitos buracos, e o trânsito ali é bem ruim, faltam também mais faixas de pedestres e precisamos mudar isso, porque muitos estudantes caminham ali diariamente. Então, precisamos de mais atenção, precisamos de mais faixas de pedestres. Este é o nosso posicionamento. Vôôôte: Quais as principais reclamações e denúncias dos discentes que chegam ao Diretório sobre à infraestrutura da Universidade? Wesley: Os banheiros e bebedouros da UFMT são as maiores demandas que recebemos. Os banheiros são o principal problema da UFMT! Outro problema de infraestrutura é o alto número de animais que abandonam dentro da UFMT, e os animais não recebem o cuidado necessário, defecam em qualquer lugar, e acabam morrendo, ocasionando um maior problema dentro do âmbito de estrutura nesses espaços. Também recebemos reclamações sobre o RU [Restaurante Universitário], como o tamanho e a falta de ar condicionado. Esses são casos recorrentes que chegam até o DCE. Vôôôte: A falta de segurança é um tema recorrente no câmpus da UFMT. Que medidas os estudantes apontam para melhorar o sistema de segurança na Universidade? Os estudantes são chamados a discutir essa questão? Wesley: No âmbito do Conselho Universitário (Consuni), tem uma comissão que foi criada para debater sobre segurança, esta comissão teve 150 páginas, colocando os pontos mais críticos de segurança na UFMT. As entradas que têm, por exemplo, aquelas que não são pelas guaritas, que são de fácil acesso, e outras mais problemáticas. Então, os estudantes compõem os espaços das comissões, e é nesse espaço que atuamos. Mas, ainda para falarmos de segurança, precisamos também consultar especialistas na área de segurança, segurança pública, principalmente. Ora, é muito complicado para nós legislar sobre a questão de segurança, então o DCE fala: “Não tem que lotar de câmera” ou “Não tem que colocar polícia no câmpus”. Isso é uma problemática, e um papel bem maior da gestão, sobretudo garantir a segurança. A gestão tem que garantir a segurança da comunidade acadêmica, dentro da universidade. Vôôôte: Outro tema sensível à comunidade universitária é o deslocamento dentro do câmpus. A volta do Ligeirão, ônibus de circulação gratuita interna, é cogitada pelos estudantes? Já foi solicitada à administração? Wesley: O Ligeirão foi suspenso aos poucos. Antigamente, tinha um ônibus a cada 20 minutos, e agora não temos mais. Esse problema é devido à falta de recurso que tem no setor de transporte. O DCE já solicitou à administração e estamos aguardando para saber se o Ministério da Educação vai fazer uma nova recomposição de orçamento, pois somente com a recomposição que podemos retornar com este transporte. O Ligeirão é um dos principais meios de acessibilidade para alunos da UFMT. Por exemplo, é difícil um cadeirante ir para o Restaurante Universitário [RU], ele não vai ao RU, é complicado ele pegar a subida, por exemplo, saindo do IE [Instituto de Educação] ou do IL [Instituto de Linguagens] para ir ao restaurante. Também é uma questão de saúde pública, haja vista que estamos em Cuiabá, uma cidade muito quente. À tarde, se alguém tiver que transitar, o Ligeirão é uma questão de saúde pública, principalmente para os estudantes. Já fizemos uma solicitação e estamos aguardando posicionamento da reitoria com a vinda de mais recursos para instituição. É difícil um cadeirante ir para o Restaurante Universitário. Ele não vai ao RU, é complicado ele pegar a subida por exemplo,saindo do IE [Instituto de Educação] ou do IL[Insituto de Linguagens] para ir ao restaurante. Também é uma questão de saúde pública, haja vista que estamos em Cuiabá, uma cidade muito quente. O Ligeirão é uma questão de saúde pública, principalmente para os estudantes. A partir da sua vivência como discente/docente ou técnicoadministrativo da UFMT, como você avalia a infraestrutura do câmpus Cuiabá? Há vários pontos a serem melhorados, principalmente em relação à acessibilidade. Por exemplo, o elevador da Faculdade da Comunicação e Artes está parado há algum tempo, necessitando de manutenção. No setor onde trabalho, na FCA, pude observar que em algumas salas, quando chove, há goteiras no forro. No entanto, apesar das adversidades e pontos de melhoria, a UFMT ainda consegue se manter como uma instituição de respeito e entregar ótimos resultados. A situação é complicada, já aconteceu de faltar alguns materiais e equipamentos como internet, copos, tinta, mesas e cadeiras adequadas para execução do trabalho. Num episódio recente, apesar da UFMT ter adquirido um arcondicionado para a copa, os técnicos tiveram que realizar uma "vaquinha" para contratar um instalador, pois a instituição não tinha como pagar. David Ferreira, publicitário e técnico em comunicação visual da UFMT. Foto: Arquivo pessoal. Josemar Macena Entrevistado Wesley da Mata, representante dos estudantes. Foto: Arquivo Pessoal. 6 Wesley da Mata