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Published by hmilheiro, 2018-11-19 14:27:59

AutoSport_2134

AutoSport_2134

#2134 40
ANO 40
anos
21/11/2018
Semanal >> autosport.pt

2,35€ (CONT.)

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES

ARMINDO

RALLYE
CASINOS DO

CAAMRAPÚJEOÃOALGARVE
TEAM HYUNDAI PORTUGAL VENCE NO ANO DE ESTREIA PÁG. 04

WRC MIGUEL OLIVEIRA

AUSTRÁLIA VENHA ODESPEDE-SECOMVITÓRIA
MOTOGP
SEXTO TÍTULO PARA OGIER PÁG.12



3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2134
21/11/2018

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

ACIDENTE O acidente de Sophia Floersch podia ter acabado muito mal, mas depois de sete horas de intervenção cirúrgica, a piloto José Luís Abreu
alemã viu confirmada a sua total recuperação. Deverá permanecer no hospital mais duas semanas. Dentro do azar, muita sorte...
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Em 2020 a F1 poderá ser uma
possibilidade”, Fernando Alonso Quando em entrevista ao
Os problemas com a Confirmado que está o Armindo Araújo AutoSport, em 2016 tirá-
segurança no WRC na seu sexto título, Ogier sagrou-se campeão ainda nem saiu e já pensa em voltar mos Armindo Araújo do
Austrália dão bastante pela quinta vez no manto de silêncio que ti-
não perde tempo e CPR, quem sabe não “Ajudar os candidatos? A mim nha imposto a si próprio,
que pensar para a semana estará também ninguém me ajudou”, na sequência de tudo
em Portugal a testar o esquece o que se passou em 2012, com
Rob Huff sem pápas na língua quanto o projeto Mini, o piloto de Santo
Citroën C3 WRC à discussão do título pelos colegas de Tirso deixou na altura claro que
profissão embora não acreditasse, devido à
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL conjuntura em que se vivia, o seu
“Depois de 2018, o azar possível regresso só se poderia
só pode terminar”, Daniel dar com condições de lutar pelas
vitórias. Embora nessa altura
Ricciardo já só pensa em vestir a muitos pensassem que Armindo
camisola da Renault e deixar este ano Araújo já tinha mesmo pendurado
na gaveta definitivamente as luvas e arru-
mado o capacete, o que vimos
“Agradeço à equipa os três nesse dia permitiu-nos perceber
anos fantásticos que passei que a mágoa que sentia por tudo
com eles”, Miguel Oliveira depois o que se passou não tinha ofus-
cado o bichinho da competição, e
de vencer em Valência a não esquecer quando a Hyundai, cerca de ano
quem o ajudou a chegar ao MotoGP e meio depois dessa entrevista,
lhe acenou com a possibilidade de
Siga-nos nas redes sociais e saiba colocar de pé um projeto susten-
tudo sobre o desporto motorizado no tado, entusiasmo foi grande.
computador, tablet ou smartphone via O resultado está à vista, não é
facebook (facebook.com/autosportpt), fácil regressar após cinco anos, e
twitter (AutosportPT) ou em sem nunca sequer ter competido
>> autosport.pt com um R5, Armindo Araújo de-
pressa recuperou os predicados
que fizeram dele bicampeão do
Mundo de Grupo N, isto depois de
ter sido tetracampeão absoluto.
Não é fácil, no plantel atual do
CPR vencer quatro das oito pro-
vas que realizou, e isto só vem re-
forçar uma convicção que muitos,
como eu, têm. Foi uma pena tudo
o que se passou em 2012 e que
culminou com a paragem da car-
reira de um piloto como Armindo
Araújo. Portugal não teve muitos
talentos de alto nível nos ralis, e
desde esse momento, ainda não
conseguiu outros pilotos que ti-
vessem condições para nos dar
alegrias semelhantes.

4 CPR/
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS

RALLYE CASINOS DO ALGARVE

ARMINDO
ARAÚJO

CAMPEÃO

Armindo Araújo e Luís Ramalho venceram o Rallye Casinos
do Algarve e sagraram-se Campeões de Portugal de Ralis,
com o Team Hyundai Portugal a vencer logo no seu ano de

estreia do seu arrojado projeto

José Luís Abreu
[email protected]

FOTOGRAFIA: ZOOM MOTORSPORT/ANTÓNIO SILVA; AIFA/JORGE CUNHA; JCM PHOTO/JOÃO CÂMARA MANOEL; PEDRO CONTENTE PHOTOGRAPHY

Estava escrito nas estrelas: des- fevereiro deste ano, precisamente nove passando a ser o piloto com maior núme- Depois de uma temporada atribulada em
de que Armindo Araújo decidiu meses depois confirmou, no Algarve, o ro de campeonatos, cinco, mais um que alguns momentos, quando as peças se
pegar novamente nas luvas e seu quinto título de campeão absoluto, os míticos Joaquim Santos e Carlos Bica. começaram a encaixar na perfeição, o
capacete, depois de um hiato piloto de Santo Tirso acelerou para uma
de cinco anos sem competir, se- conquista, que tem tanto de histórica,
duzido pelo projeto da Hyundai como teve de difícil, já que a competição
Portugal, que o mundo dos ralis nacionais só ficou resolvida “quando o Sol se pôs”
‘abanou’ e se entusiasmou. Aquele que no campeonato.
é um dos maiores pilotos de sempre da À chegada ao Algarve eram três os pilo-
história do automobilismo de estrada tos que tinham hipóteses de chegar ao
em Portugal, regressava com um projeto cetro: o piloto da Hyundai e ainda Ricardo
suportado numa marca que também se Teodósio e José Pedro Fontes. No final do
envolvia nos ralis a nível oficial, juntan- primeiro dia de prova, o piloto do Citroën
do-se à Citroën na competição. Desde C3 R5 já tinha deixado de poder lá chegar,
o dia da apresentação oficial do Team mas Teodósio continuou a fazer pela
Hyundai Portugal, passaram exatamente vida e protelou o suspense da decisão
9 meses e 15 dias, ou 288 dias se preferir, até onde o motor do seu Skoda Fabia R5
e depois de ter guiado o Hyundai i20 R5 lhe permitiu.
em competição pela primeira vez a 17 de Quis o destino que o AutoSport fosse a

>> autosport.pt

5

COMENTÁRIO
DO VENCEDOR

ARMINDO ARAÚJO

passar pela assistência da Hyundai, e e Ricardo Teodósio (1). As circunstâncias 05 “Estou muito feliz, O nosso grande
no preciso momento em que nos pre- da competição levaram a que a decisão objetivo foi alcançado, foi um
parávamos para cumprimentar o Nuno tenha ficado presa até à manhã do último COM O SEU 5º TÍTULO ABSOLUTO, ARMINDO desfecho inteiramente merecido.
Castro e o Miguel Rodrigues, da equipa de dia dos nove meses do campeonato. ARAÚJO PASSA A SER O PILOTO COM MAIS Este é o quinto título, mas nunca
apoio de Armindo Araújo, a festa reben- Na fase inicial, Fontes foi para a frente, CAMPEONATOS, NA FRENTE DE JOAQUIM me preocupei em bater recordes,
tasse, já que foi nesse preciso momento Armindo começava mal, com um pião SANTOS E CARLOS BICA mas não posso deixar de estar
que tiveram a confirmação que Ricardo onde cedeu logo 24.1s. Tinha o carro mal orgulhoso por ter conseguido um
Teodósio estava parado com o motor do afinado e iria sofrer até ao fim do dia, feito inédito. De qualquer modo,
Skoda partido. terminando em sétimo, a mais de um para mim o principal é fazer as
minuto do líder. Teodósio passou para a coisas bem feitas e oferecer
BOM RALI frente na PE3 e por lá ficou até abandonar, resultados aos meus patrocina-
O que se pode pedir mais como adepto quando já tinha construído um avanço dores. Estou contente por ter
ou jornalista que os protagonistas de um de 31.8s para Fontes, que teve problemas oferecido o título à Hyundai logo
qualquer campeonato levem a decisão de travões. no ano em que se estreia oficial-
se possível até aos últimos metros. Foi Em quarto do CPR (7º da geral), Armindo mente nos ralis em Portugal pois
o que aconteceu com o CPR 2018, uma precisava de subir uma posição, para não fez um grande esforço para es-
competição que teve quatro vencedores deixar nas mãos de Teodósio a decisão. E tarmos aqui. Os meus patrocina-
em nove provas, Armindo Araújo (4), foi o que fez. Com o carro melhor afinado dores também fizeram um grande
Ricardo Moura (2), José Pedro Fontes (2) no segundo dia, converteu em dois troços esforço para poder montar este
projeto, acho que trabalhámos
bem, a concorrência não nos deu
descanso, acho que gerimos bem,
acabámos em festa, podia ter ido
para outro piloto, mas acho que
toda a equipa trabalhou muito
bem, desde a marca a equipa
técnica a minha equipa pessoal,
todos fizeram um excelente
trabalho, portanto eu dedico este
título, pois estiveram sempre lá
quando foi preciso. Quanto ao
rali, não começámos bem, mas no
sábado conseguimos impor um
ritmo que nos permitiu recuperar
posições. Nas últimas especiais e
mesmo com o título assegurado
sabíamos que tínhamos que
andar rápido para poder vencer
e foi isso que fizemos. O Hyundai
esteve irrepreensível e fechamos
o ano da melhor forma”.

CPR/
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS

6 RALLYE CASINOS DO ALGARVE 9 D E 9

VISITE NOSSO SITE PARA A exemplo do que sucedeu o ano
VER MAIS FOTOS DA passado, o campeonato voltou
PROVA AUTOSPORT.PT
apenas a decidir-se na última prova
do campeonato

ARC SPORT CAMPEÃ DE EQUIPAS

Soma e segue! A ARC Sport continua a “Tentamos sempre evoluir um pouco, o
colher os frutos do trabalho que há muitos mais possível, faz parte da nossa essência
anos faz. não querermos parar, mas queremos
Os títulos nacionais contabilizam-se à sempre dar passos consistentes. Até
dezena, e à chegada ao Algarve a estrutura onde, não temos noção.” Até onde vai o
de Aguiar da Beira já era virtual campeã sonho? “Estamos numa fase que já não é
de equipas, independentemente dos bem sonho, a equipa já existe há alguns
resultados que os seus pilotos pudessem anos, por acaso no outro dia tivemos
alcançar na prova, um sucesso que só é que contabilizar os títulos nacionais,
possível devido aos seus pilotos, como eram 19 em agosto, portanto cabe-nos é
reconhece Augusto Ramiro: “Deixa-nos continuar a trabalhar, levar o sonho o mais
extremamente satisfeitos e orgulhosos além possível, mas nunca se pode ser
termos sido campeões de equipas, mas demasiado ambicioso.
isto só foi possível devido aos excelentes E eu acho que no desporto, hoje em
pilotos que existem na equipa. Sem eles, dia, há princípios que não se respeitam
este objetivo não era cumprido”, começou em prol da ganância e dos interesses
por dizer o líder de uma equipa que todos económicos...” disse Augusto Ramiro, líder
os anos tem subido degraus. Até onde? da ARC Sport. Fica o recado...

+/ MAIS -/ MENOS um atraso de 16.8s para Miguel Barbosa, obteve o seu melhor resultado do ano foi
num avanço de 4.5s. Com o lugar que Pedro Almeida, que foi quarto no CPR,
PEDRO PAIXÃO MIGUEL NUNES precisava para depender apenas de si numa temporada de estreia com um R5
Dá gosto ver este jovem andar, e Foi muito pobre o seu andamento próprio, o terceiro, no troço seguinte, sal- a todos os títulos notável.
quando se percebe o tempo que nesta prova. O conhecimento é tou surpreendentemente para a liderança Outro prémio teve-o Daniel Nunes, que
tem de ralis, e se sabe que esta foi fulcral, ninguém lhe pedia que do rali, já que para além do abandono de foi nono da geral, quinto do CPR, venceu
a primeira vez que participou nesta andasse ao nível da Madeira, mas Teodósio com o motor partido do Skoda, a Cup Ibérica e foi Campeão das duas
prova, e logo com um R5, deixa água perder troços para um Peugeot Fontes furou, perdeu 1m09.9s e caiu para rodas motrizes.
na boca. A rever para o ano... 208 R2, mesmo sendo o de Diogo terceiro. Muito atrasados devido aos abandonos e
Gago, não estava no programa. Estava concretizada a reviravolta e o posteriores regressos em Rally2 ficaram
CLUBE AUTOMÓVEL ALGARVE Claro que não nos esquecemos título assegurado. Daí para a frente, Bar- Miguel Nunes, Paulo Caldeira, Diogo Gago
Esteve em bom plano a organização das condicionantes, mas bosa ainda esboçou uma reação, Fontes e Pedro Antunes.
do Clube Automóvel do Algarve, esperava-se melhor. também se reaproximou, mas o triunfo Na lista de desistentes, para além de Teo-
muitas indicações, boa divulgação, no rali ficou mesmo nas mãos de Armin- dósio, ficaram ainda Pedro Paixão, que
até uma rádio online funcionou CLÁSSICOS do Araújo, que festejou a partir do lugar fez um belo rali enquanto andou. Saiu
dando informações preciosas a É uma pena que com tão bom mais alto do pódio, com Luís Ramalho a de estrada, mas a lama não permitiu que
quem acompanhava na estrada. Foi parque automóvel em Portugal, ser também campeão de navegadores. dali saísse. António dias saiu de estrada
um rali perfeito? Não, isso não existe. basta ver o RallySpirit, por Teodósio não merecia o azar que teve, na PE6, Luís Delgado estreou-se com um
exemplo, os ralis de clássicos mas nada lhe tira o mérito de ter levado Citroën DS3 R5 mas ficou sem direção
ESTRANGEIROS da FPAK sejam tão pobres. Leiam a luta tão longe. assistida na PE3.
Foi interessante o lote de o que diz Cipriano Antunes, Com pezinhos de lã, Alexandre Camacho Nos Clássicos, Joaquim Bernardes venceu
estrangeiros presentes no Rali do nesta mesma reportagem, para terminou o rali na segunda posição da com o VW Golf GTI, mas Cipriano Antu-
Algarve, devido ao ERT. O checo perceber o que devem mudar. geral, e como prémio pela persistência, nes, no seu Audi Quattro, foi o Campeão.
Ondrej Bisaha (Ford Fiesta R5) foi venceu o European Rally Trophy, depois Na Taça FPAK de Ralis, Márcio Marrei-
claramente o melhor, e se ninguém de um pião de Fontes, que o fez cair para ros (Mitsubishi Lancer Evo IX) venceu,
esperava que algum deles lutasse quarto. mas o título foi para Ricardo Matos.
metro a metro com os nossos Miguel Barbosa terminou o ano com um Por fim, no Campeonato Sul de Ralis
melhores pilotos, boa parte deles pódio, naquele que foi o seu segundo venceu Eduardo Antunes (Mitsubishi
apresentou andamentos meritórios. melhor resultado do ano. Quem também Lancer Evo VI).

>> autosport.pt

7

M/ MOMENTO F/ FIGURA

O momento chave do rali e do Ricardo Teodósio merecia, pelo
campeonato é claramente a altura em menos, vencer o ‘seu’ rali, mas o título
que o motor do Skoda Fabia R5 de Ricardo está muito bem entregue a Armindo
Teodósio entrega a alma ao Criador. Araújo. Após cinco anos fora dos
Nessa altura estava tudo em aberto, ralis, regressa e compete ao nível de
o algarvio vencia troços, Armindo era quem cá está há anos. O talento é o
terceiro, mas a avaria ‘calhou’ a Teodósio. mesmo, e mesmo não tendo sido o
Se fosse ao contrário, possivelmente a Armindo dominador doutros tempos,
festa teria sido feita noutro lado. Mas foi o mesmo Armindo que trouxe para
as coisas são como são, e ficaram bem Portugal dois títulos de campeão do
assim. Mundo de Grupo N.

CPR/
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS

8 RALLYE CASINOS DO ALGARVE 9 D E 9

MIGUEL NUNES
“DESCONHECIMENTO
É MUITO GRANDE”

Miguel Nunes não teve sorte neste seu regresso ao ALEXANDRE CAMACHO
continente, desta feita para correr com o segundo
Hyundai oficial. Depois de ter ficado pelo caminho “ÉBOMSERCAMPEÃODO ERT”
muito cedo devido a uma avaria, voltou no segundo Era um dos objetivos da vinda ao continente do penta-
dia, mas nunca teve ritmo: “Foi muito difícil, o nosso campeão da Madeira de Ralis, Alexandre Camacho, e
desconhecimento é muito grande, fizemos só as as circunstâncias da prova assim o ditaram. Apesar de
duas passagens obrigatórias de reconhecimentos, José Pedro Fontes ser considerado o grande favorito
não tínhamos vídeos, nada que nos pudesse ajudar, ao triunfo no ERT, o piloto da Citroën Vodafone Team olhou
e portanto foi muito difícil. Como não rodámos na 6ª, sempre para o ‘prémio’ do triunfo na geral, e, nesse con-
no sábado estávamos sem ritmo, fomos tentando texto, Camacho aproveitou bem os azares do piloto do C3
perceber onde podíamos aumentar o ritmo sem R5 e venceu o European Rally Trophy, tendo já ‘passagem’
tentar comprometer nada. Era muito fácil nesta marcada para a entrega de prémios em São Petersburgo.
prova cometer erros, muitas curvas cegas, muitas O piloto madeirense foi gradualmente aproveitando os
sequências, é mesmo muito difícil”. azares à sua frente para se manter à tona, suplantou o
checo Ondrej Bisaha, e venceu: “A parte inicial do evento
foi muito difícil para nós devido ao facto de não estarmos Na Madeira isso não existe. Os troços estavam muito sujos,
habituados a rodar em estradas em que se cortam bermas. e só com duas passagens nos treinos foi um grande desafio.
Mas com o avançar da prova fomos melhorando, e o segundo
dia já correu bastante bem. Mudámos o ‘chip’ e focámos-
-nos onde podíamos melhorar, os troços também eram
melhores, e vencemos. Estamos muito contentes, é bom
ser campeão do ERT”, começou por dizer Alexandre
Camacho, que nos falou também do futuro: “Existe
vontade de fazer mais provas fora da Madeira para
2019, mas há sempre a questão dos apoios pelo que
em primeiro lugar gostava pelo menos de não parar.
Estamos sempre dependentes de patrocínios, e se não
tivermos budget, não é viável. Mas estamos a trabalhar
para não parar”, disse.

RICARDO TEODÓSIO
“ESTE ANO FOI BOM, MAS QUEREMOS
REGRESSAR MAIS FORTES”

Ricardo Teodósio e José Teixeira não estiveram muito longe de cumprir o sonho que os levou até à JOSÉ PEDRO FONTES
‘sua’ prova na luta pelo título nacional de ralis. Obrigados a vencer e a triunfar também em muitos “BALANÇO POSITIVO”
troços, estavam a cumprir o seu papel quase na perfeição, e quando tinham o rali praticamente
ganho e estavam ainda com possibilidades de chegar ao título, eis que a quebra do motor os José Pedro Fontes e Paulo Babo terminaram o ERT: “Não conseguimos o resultado que
levou ao abandono, do rali e do sonho. Um desfecho inglório, mas os ralis são assim mesmo: o rali no quarto lugar, posição que lhes queríamos, resta-me dar os parabéns ao
“Infelizmente são assim as corridas, têm destas coisas. Estávamos a fazer o nosso papel, garantiu o título de vice-campeões de Armindo Araújo pela conquista do título e
tranquilos, convencidos que o rali era nosso, mas o motor traiu-nos, partiu quando vínhamos a Portugal de Ralis, naquela que foi o ano de à minha equipa pelo magnífico trabalho
fundo, e tivemos que ficar por aí. Não estivemos longe, é verdade, foi um ano bom, a ARC Sport estreia com o Citroën C3 R5, uma máquina que fez.”
esteve muito bem, o nosso grupo de amigos que me tem ajudado a arranjar os patrocinadores, a que já deixou perceber que se pode contar Em forma de balanço de temporada, José
minha mãe, estão todos de parabéns. E eu e o Zé também! com ela para as lutas que se avizinham Pedro Fontes acrescenta: “Face à enorme
Gostávamos de vencer esta prova, independentemente de não sermos campeões nacionais, no próximo ano. Fontes entrou ao ataque, paragem que fomos obrigados a fazer, e
porque o Armindo já estava em terceiro, mas foi bom, muito bom. Agora o objetivo é para o ano liderou o rali, mas no final do primeiro dia num ano de estreia do novo Citroën C3 R5,
virmos ainda mais fortes. Deus queira que consigamos!” a ténue esperança do título já se tinha o segundo lugar no campeonato deixa-me
esvaído, devido a um problema de travões. bastante satisfeito, até porque ficou
No dia seguinte, um furo que lhe custou amplamente demonstrado o potencial
cerca de um minuto e um pião no último do carro. O balanço final é claramente
troço não lhe permitiram também vencer positivo.”

>> autosport.pt

9

PF/ PARQUE FECHADO

ALEXANDRE passado também o checo Bisaha. O piloto
CAMACHO do Citroën ainda reassumiria o comando
VENCEU ERT na prova especial seguinte mas um pião
viria a relegá-lo novamente ao segundo
Três semanas após se sagrar pen- posto e permitir a Camacho recolher o
tacampeão madeirense de ralis, prémio da sua regularidade e evolução
Alexandre Camacho foi ao Algarve ao longo do evento.
vencer a final do European Rally No quadro do ERT 2, William Mavitty ain-
Trophy, tornando-se o primeiro piloto da passou pela liderança na classificativa
português a vencer este troféu que tam- inaugural mas a partir daí seria o russo
bém integra os ralis Serras de Fafe e Vinho Sergei Remennik, piloto que também
Madeira. A maior parte dos prognósticos discute habitualmente o escalão no ERC,
apontavam como principal favorito José a tomar conta dos acontecimentos e a
Pedro Fontes, como bom conhecedor do levantar o troféu. NO ERT 3, Ricardo Sousa
traçado e habitualmente muito rápido na este muito tempo na frente da classifica-
serra de Monchique, mas o desfecho final ção mas logo no começo da segunda eta-
viria a ser outro. pa desistiu por avaria e permitiu a Miguel
O piloto do Citroën C3 R5 confirmou o seu Correia ser campeão nesta categoria. O
favoritismo, e rapidamente se colocou na espanhol Roberto Blach esteve sempre
frente desta competição promovida pela no comando do ERT Junior. JOÃO FARIA
FIA, ganhando rápida vantagem sobre os
seus adversários diretos. O checo Ondrej
Bisaha, um piloto que há já algum tempo
aposta claramente na conquista deste
troféu, era o piloto que mais próximo
rodava do português, enquanto os outros
dois pilotos estrangeiros presentes, o
holandês Kevin van Deijne e o romeno
Dan Girtofan, concluíam o primeiro dia
de competição já a mais de dois minutos
do líder.
José Pedro Fontes manteve a dianteira
até à antepenúltima classificativa do
programa onde perdeu muito tempo e
abriu caminho ao triunfo de Alexandre
Camacho que, entretanto, havia já ultra-

DANIEL NUNES luta relativamente ao primeiro lugar. Daniel Nunes
CAMPEÃO DOS 2WD controlava perfeitamente o rali, e mesmo tendo Gil
Antunes chegado ao segundo lugar, isso não bastou.
A tarefa apresentava-se muito facilitada logo à Ainda assim, o piloto do Renault Clio assegurou o
partida, já que a temporada de Daniel Nunes tem tricampeonato nos RC3 e o vice campeonato nos
vindo a ser perfeitamente imaculada ao ponto de 2WD. Miguel Correia, que continua a mostrar grande
chegar ao Algarve com 27.66 pontos de avanço para evolução nos ralis, foi terceiro nesta prova e ao
Gil Antunes, mas o piloto do Peugeot 208 R2 não mesmo tempo sagrou-se campeão do FIA European
deixou os seus créditos por mãos alheias, chegando Rally Trophy 3, isto na sua época de estreia nos
ao final do primeiro dia com 25.8s de avanço para ralis e no desporto automóvel. O piloto de Braga
Ricardo Sousa, em carro igual. foi ainda vice-campeão nacional do Grupo RC3 e
Gil Antunes, ciente que tinha que vencer o rali e o os terminou também no pódio absoluto dos 2WD no
troços praticamente todos, entrou ao ataque, mas um CPR: “Fiquei contente com a nossa prestação e
ligeiro erro (perdeu 45.2s) atrasou-o logo de início, o ainda mais contente com o título, obtido contra
que aliado ao triunfo do seu adversário traçou quase pilotos nacionais e internacionais que valorizaram
de imediato o destino da prova e do campeonato. muito esta conquista. Acho que chegámos ao final
A partir daí, assistiu-se a uma prova que não teve da época com um andamento muito interessante e
espero manter esta tendência nos próximos anos”,
disse.

CPR/
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS

10 R A L LY E C A S I N O S D O A L G A R V E E 9 D E 9

PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA PEDRO PAIXÃO
“MISTO DE
ROBERTOBLACHCAMPEÃO EMOÇÕES...”

Não tiveram sorte o segundo lugar, batendo os lituanos Ricardo Sousa abandonou no primeiro Pedro Paixão é um piloto madeirense que
os ‘pretendentes’ lusos Jonas Pipiras e Aisvydas Paliukénas, troço da manhã do segundo dia. está a despontar e apesar de ter apenas
ao cetro da Peugeot Rally rookies na prova. Roberto Blach e Jose Hugo Lopes ainda esboçou um ataque dois anos de ralis, e apenas três provas
Cup Ibérica. Num rali em que Murado foram quartos classificados. a Roberto Blach, mas este geriu o seu em R5, duas delas na Madeira, nesta sua
Daniel Nunes venceu com A competição perdeu dois dos seus andamento, e nada mudou até final. primeira experiência no continente, numa
facilidade, o quarto lugar principais protagonistas, Diogo Gago Hugo Lopes viu depois o motor do seu prova difícil, andou a fazer tempos sempre
de Roberto Blach chegou e Pedro Antunes, logo na fase inicial 208 R2 calar-se, excedendo o tempo no top 5, ‘dando’, por exemplo, mais de
e sobrou para ser campeão do rali, devido a problemas mecânicos. limite para controlar, sendo desclas- 15s ao campeão madeirense, Alexandre
No arranque do dia decisivo, Daniel sificado no final. Camacho, também ele presente neste rali,
RobertoBlach é o primeiro Campeão Nunes tinha um avanço de 25,8s para Roberto Blach sagrava-se assim ven- no final do primeiro dia.
da Peugeot Rally Cup Ibérica, uma Ricardo Sousa, enquanto Hugo Lopes cedor da copa e vai correr para com um Abandonou no primeiro troço do segundo
competição em que chegaram à e Roberto Blach ainda discutiam en- R5 em 2019, num rali a definir: “Gostei dia, depois de uma ligeira saída, e só
derradeira prova seis candidatos tre si a questão do título, com 31,2s a muito deste rali. Tenho pena de ter tido não voltou à estrada porque a lama não
ao título, quatro deles marcaram pre- separá-los, pelo que tudo se haveria de adotar uma toada de defesa, mas deixou.
sença no Algarve, mas pouco depois do de decidir em pouco mais de 80 km era o título de Campeão que estava em Por tudo isto, desconfiamos que ainda
arranque da prova, Diogo Gago e Pedro ao cronómetro, distribuídos pelas seis jogo, mas foi uma excelente estreia na vamos ouvir falar muito dele: “É um misto
Antunes já não puderam lutar mais, já especiais do segundo dia. copa, num ano em que aprendi imen- de emoções, pois por um lado percebi que
que ficaram pelo caminho. Regressado em Rally2, Diogo Gago al- so,” disse. tenho o que é preciso para andar no CPR,
Sem os dois pilotos de quem mais se cançou os melhores tempos em todos Segundo nos disse José Pedro Fontes, e talvez lutar por uma posição de topo,
esperava poderem animar a luta pela os três troços da ronda matinal onde em jeito de balanço, as expetativas mas por outro, estou muito triste porque
dianteira do rali, acabou por ser a dupla o também regressado Pedro Antunes foram excedidas para este primeiro não consegui concretizar o resultado.
Daniel Nunes/Rui Raimundo a ir para a esteve entre os mais rápidos, mas com ano, e em 2019 a competição vai ter Tenho apenas dois anos de ralis e a minha
frente e dominar por completo o topo o grande atraso acumulado, era quase novamente seis provas, três em cada inexperiência nos troços acabou por ser
da tabela da prova até final. Atrás de si, impossível subirem na geral. país, vão manter-se as provas do WRC, fulcral nesta prova. Independentemente
Hugo Lopes e Nuno Ribeiro garantiram Daniel Nunes reforçou a liderança até Portugal e Catalunha, mas vai haver disso, vínhamos a fazer um rali perfeito,
começar a gerir, ainda mais porque ajustes no calendário. sem erros, sem sustos, mas naquele local
travámos cedo, pisámos um pouco de
terra e isso foi suficiente para sairmos de
estrada. O que me deixa mais frustrado
é que o carro não tinha nada e só não
saímos dali por causa da lama.
Esta foi apenas a minha terceira vez num
R5, não estava à espera de ter um ritmo
tão perto da frente, mas ainda bem que
o temos. Espero que os patrocinadores
estejam contentes, apesar do abandono.
Vamos ver para o ano, se conseguimos
estar a tempo inteiro no nacional...”

DANIEL NUNES “DEDICO AS VITÓRIAS AO MEU PAI”

Acompanhado por Rui Raimundo, Daniel Nunes era mas tinha que controlar. Estou mais maduro,
um homem feliz, já que venceu nas duas rodas mas as contas pesam, e por isso há que pensar
motrizes, foi Campeão Nacional 2WD, e triunfou e não exagerar. Dedico este triunfo ao meu pai,
também na prova da Peugeot Rally Cup Ibérica, este ano é o do 19, o número do carro é 19, o meu
conseguindo também terminar no nono lugar da pai faleceu a 19 de janeiro, fazia anos no dia 19
geral no Rali do Algarve: “É mais um projeto bem de fevereiro, foi no dia que acabou o Serras de
delineado, ao fim de dois anos fomos campeões, Fafe, no dia em que fazia 50 anos, e a Gala dos
foi uma época perfeita, sem exageros, sem Campeões FPAK é no dia 19 de janeiro, que foi o
desistências, a equipa está de parabéns. No rali, dia em que ele faleceu. Portanto a vitória é para
andámos de forma calma, a 70%, não como gosto, ele e para a minha família...”

>> autosport.pt

11

C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

RALLYE CASINOS DOALGARVE 9 DE 9

16/11 A 17/11/2018

157.68 KM 103.08 KM 1.º DIA 2.º DIA

FINAL DO ERT DISTÂNCIA 11 TROÇOS
2019 NA SUÍÇA
OPINIÃO
Foram dois excelentes anos com a
finalíssima do European Rally Trophy no PROVA CARRO
Rali Casinos do Algarve, mas para o ano TEMPO/DIF.
o evento já está agendado para nova 1 ARMINDO ARAÚJO/LUÍS RAMALHO
localização. No próximo ano será o Rali José Luís Abreu 2 ALEXANDRE CAMACHO/RUI RODRIGUES HYUNDAI I20 R5 1:39:45.9
Valais, na Suíça a receber a prova, que 3 MIGUEL BARBOSA/HUGO MAGALHÃES SKODA FABIA R5 +12.8
recebe os melhores classificados nas DIRETOR EXECUTIVO 4 JOSÉ PEDRO FONTES/PAULO BABO SKODA FABIA R5 +16.2
zonas Alpina, Balcâs, Báltico, Benelux, 5 ONDREJ BISAHA/PETR TESINSKY CITROEN C3 R5 +46.7
Céltica, Central e Ibérica. O ano passado [email protected] 6 PEDRO ALMEIDA/NUNO ALMEIDA FORD FIESTA R5 +1:07.1
o evento foi ganho pelo turcoYagiz Avci 7 DAN GÎRTOFAN/TUDOR MÂRZA FORD FIESTA R5 +3:44.2
e este ano pelo português Alexandre J osé Pedro Fontes foi o 8 KEVIN VAN DEIJNE/HEIN A.W.VERSCHUUREN SKODA FABIA R5 +5:08.2
Camacho, ambos em Škoda Fabia R5. primeiro líder do Rallye 9 DANIEL NUNES/RUI RAIMUNDO FORD FIESTA R5 +6:04.4
Casinos do Algarve, 10 SERGEI REMENNIK/MARINA DANILOVA PEUGEOT 208 R2 +8:54.5
PORQUE NÃO HÁ e não tendo margem 11 GIL ANTUNES/DANIEL AMARAL MITSUBISHI LANCER EVO X +9:01.9
MAIS CLÁSSICOS? de manobra, entrou 12 MIGUEL CORREIA/PEDRO ALVES RENAULT CLIO RS R3 +10:17.1
ao ataque. As coisas 13 MUSTAFA ÇAKAL/MEHMET KOLEOGLU RENAULT CLIO R3 +11:32.3
Cipriano Antunes e o seu belo Audi Quattro não correram a contento, os 14 WILLIAM MAVITTY7BRIAN DANIELS MITSUBISHI LANCER EVO IX +11:59.2
é um dos ‘resistentes’ dos clássicos, uma adversários começaram a 15 JONAS PIPIRAS/AISVYDAS PALIUKÉNAS MITSUBISHI LANCER EVO IX +12:46.4
competição que faz confusão ter tão ganhar troços e a esperança foi- 16 ROBERTO BLACH/JOSE MURADO GONZALEZ PEUGEOT 208 R2 +13:19.1
poucos carros (três no Algarve) quando se. Tentou, não deu. Seguiu-se 17 JOSÉ PAULA/JORGE CARVALHO PEUGEOT 208 R2 +14:25.5
se sabe que o que não faltam são bons Ricardo Teodósio, um candidato 18 RUAIRI BELL/DARREN GARROD PEUGEOT 208 R5 +15:05.1
carros no nosso país. Perguntámos-lhe ao título que tinha bem mais 19 PARCÍDIO SUMMAVIELLE/ALBERTO OLIVEIRA PEUGEOT 208 R2 +15:26.1
a razão: “Tenho alguma dificuldade em hipóteses que Fontes, e a jogar 20 ADAM WESTLUND/EMIL BERGKVIST PEUGEOT 208 R2 +17:08.7
explicar. Vim para os Clássicos porque em casa, cedo foi para a frente 21 SZABO CSONGOR/RARES FETEAN PEUGEOT 208 R2 +19:01.9
pensava que era interessante, sempre me do rali, foi ganhando especiais, e 22 PAULO CALDEIRA/ANA GONÇALVES FORD FIESTA R2 +19:27.6
convenci que os Clássicos eram uma coisa tendo em conta o mau primeiro 23 MIGUEL NUNES/JOÃO PAULO FERNANDES CITROEN DS3 R5 +22:41.9
extraordinária no nosso país, e tanto é que dia de Armindo Araújo, entrou 24 DIOGO GAGO/MIGUEL RAMALHO HYUNDAI I20 R5 +32:23.2
tenho uma garagem com 50, e divirto-me na fase decisiva da prova com 25 PEDRO ANTUNES/PAULO LOPES PEUGEOT 208 R2 +34:58.1
com eles. No primeiro ano que vim havia boas esperanças que as coisas PEUGEOT 208 R2 +1:03:30.8
três carros e a perspetiva de continuarem corressem a contento.
a aparecer mais, mas no ano seguinte foi Só que os ralis são assim mesmo, ABANDONOS PE VENCEDORES DE PE
um descalabro. Eu tenho vindo a todas, tanto dão alegria imensa, como CAUSA
mas tenho dificuldade em explicar. Ao são traiçoeiros, e ao mesmo L. DELGADO PE
Rallyspirit foram 70 carros Clássicos. tempo que Armindo Araújo P. PAIXÃO LÍDERES
Faz-me alguma confusão, mas também começava a entrar nos eixos, R. SOUSA PE3 DIREÇÃO PE1-2 R. TEODÓSIO 4
compreendo porque sou ‘nhurro e teimoso’, passando Miguel Barbosa, para A. DIAS PE6 SAÍDA ESTRADA J. P. FONTES PE3-7
porque a forma como somos tratados chegar à terceira posição, o que R. COSTA PE6 AVARIA R. TEODÓSIO PE8-11 J. P. FONTES 3
pelas organizações, FPAK e imprensa, precisava para ser campeão, R. TEODÓSIO PE6 SAÍDA ESTRADA A. ARAÚJO
não dá vontade nenhuma de andar aqui eis que o motor traiu Ricardo H. LOPES PE7 AVARIA A. ARAÚJO 2
a pagar. E é caro! Essa é para mim a Teodósio. Foi um digno vencido, PE8 MOTOR
explicação mais plausível para não haver lutou até ao limite, não das suas, PE11 EXCESSO PENAL. M. BARBOSA 1
mais Clássicos nas competições da FPAK. mas das forças do seu carro.
Agora nas Camélias, vão imensos, mas aqui Quanto a Armindo Araújo e Luís A. CAMACHO 1
eles não estão...” Ramalho, a prova algarvia foi o
espelho do campeonato onde CPR Serras de Fafe
muitas vezes preferiram gerir. Açores
Colheram os frutos dessa tática, Mortágua
são justíssimos campeões, Portugal
e agora resta esperar que os Vidreiro
patrocinadores e a Hyundai lhe Castelo Branco
permitam lutar pelo ‘sexto’. Vinho Madeira
Amarante Bãio
Algarve
TOTAL

1 2 3 4 5 6 7 8 9

1º ARMINDO ARAÚJO 12 25+1,65 25+1,64 25+2,5 14+0,5 14+0,52 17+0,45 25+0,9 165,16

2º JOSÉ P. FONTES 17 1 0 14 20+2,5 25+3,38 25+2,7 17+1,35 128,93

3º RICARDO TEODÓSIO 0 17+0,33 14+0,55 20+1 25+1 20 14 1,8 114,68

4º MIGUEL BARBOSA 20+1,35 8+2,2 20+2,05 12+0,5 12 0+0,26 12 20+0,45 110,81

5º PEDRO MEIRELES 14 20 0 17 10 0 6 67

6º JOÃO BARROS 8 17+0,5 17+0,26 20+1,8 64,56

7º PEDRO ALMEIDA 1 10 6 10 0 12 8 14 61

8º RICARDO MOURA 25+2,7 25+1,65 54,35

9º CARLOS VIEIRA 10+0,45 14 17+0,55 0 42

10º DIOGO SALVI 0 12 1 17 30

12 WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - AUSTRÁLIA

OGIERORAMLIDEAASUSTTRRÁLEIA Depois de 12 provas que foram
motivo de orgulho por pro-
O Rali da Austrália foi um palco de excelência para a decisão porcionarem um campeo-
de uma das épocas mais emocionantes do WRC. Sébastien nato competitivo, exigente
Ogier voltou a mostrar o porquê de ser o melhor piloto e imprevisível, o derradeiro
da atualidade e a Toyota coroou o seu segundo ano na evento da época revestia-se
de suma importância, ao ser o cenário
competição com o título de construtores num evento em que de todas as decisões. Sébastien Ogier,
Latvala voltou aos triunfos Thierry Neuville e Ott Tänak cintilavam
mais que nunca à chega à ronda austra-
Martin Holmes com André Duarte liana. A ordem de partida no primeiro
[email protected] dia era um fator de dificuldade extra
para os pilotos, já que na Austrália abrir
FOTOGRAFIA @WORLD/ A.LAVADINHO/ A.VIALATTE E MARTINHOLMES RALLYING a estrada é penalizador, papel que ca-
bia aos dois principais nomes, Ogier e
Neuville. Mais atrás, Tänak podia tirar

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13

COMENTÁRIO
DO VENCEDOR

JARI-MATTI LATVALA

partido disso, apesar de ser o piloto 6 partida ao colocar os seus três Yaris O finlandês da Toyota voltou
pior posicionado na discussão do título. WRC na frente na PE1: Esapekka Lappi, aos triunfos em provas do WRC,
NÚMERO DE TÍTULOS CONQUISTADOS Ott Tänak e Jari-Matti Latvala. Porém, algo que lhe fugia desde o Rali
A PROVA POR SÉBASTIEN OGIER NO WRC, QUATRO este domínio durou apenas mais uma da Suécia do último ano. Uma
Eram vários os cenários matemáticos COM A VOLKSWAGEN E DOIS COM A especial, já que na PE3 Mads Ostberg foi vitória muito ambicionada,
que podiam atribuir o título a qualquer M-SPORT/FORD o mais rápido e colocou o seu Citroën C3 como o próprio afirma: “Estou
um dos três candidatos, por isso, e num WRC na liderança da prova. Posição que tão feliz por voltar a vencer.
longo evento, era tão importante ter um o norueguês não mais largou, fechando Foi um grande alívio depois
bom andamento, como gerir o próprio o primeiro dia na frente, seguido do de tanto tempo. Foram dois
em função da prestação dos adver- companheiro de equipa, Craig Breen, longos anos e estava a perder
sários. Com 316.30 km divididos por e de Latvala. Porém, em grande parte, a esperança de que voltaria a
três etapas e um total de 24 especiais, a decisão do título estava a esta altu- vencer um rali”, afirmou. Quanto
os pilotos não tinham tarefa fácil pela ra já muito bem de encaminhada. Na à prova: “As condições no
frente. A Toyota, equipa que se apre- segunda passagem pelos 26.68 km de último dia foram incrivelmente
sentou como a mais forte na ponta final Sherwood, Neuville viu o pneu traseiro exigentes e teria sido muito
da temporada, voltou a dar o tónico de esquerdo do seu Hyundai i20 WRC sair fácil sair de estrada”, explicou
Latvala que alcançou o seu
melhor resultado de 2018 na
Austrália, evento em que esteve
sempre entre os mais rápidos
e venceu quatro especiais.
“Estava muito entusiasmado
e nervoso no início da última
etapa, mas gerimos tudo para
o conseguir. Vencer o título de
construtores foi fantástico.
Estou tão orgulhoso da equipa
e do que eles criaram. Todos
trabalharam tão duramente e
eles merecem este prémio.” Lat-
vala deixou ainda uma palavra
ao seu companheiro de equipa:
“Tudo correu ao meu jeito hoje,
mas tenho pena pelo Ott Tänak
que este rali tenha terminado
da forma como acabou.”

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

14 R A L I D A A U S T R Á L I A 1 3 D E 1 3

da jante na sequência de um salto e deu
um toque numa chicane. Resultado:
perdeu 54s no cronómetro e desceu
de sétimo para 10º da geral. Pior que
isso, ficou atrás dos três Ford oficiais e
passou a ser o segundo a partir para a
estrada no segundo dia de prova, atrás
do grego Jordan Serderidis. Tänak tam-
bém não estava feliz, já que a parte da
tarde tinha sido aquém daquilo que
precisava numa prova com esta im-
portância. Na PE4 bateu num portão,
o que lhe deixou problemas na sus-
pensão, e na PE5, na passagem por um
curso de água, perdeu parte da frente
e com isso muita carga aerodinâmica.
No final, terminou o dia em quinto e
com uma difícil tarefa pela frente na
luta pelo título. Já Ogier viu a cortesia
do trabalho de equipa permitir-lhe ser
o melhor Ford, em sétimo, ao ver Elfyn
Evans e Teemu Suninen cederem-lhe
as posições.
Num rali decisivo, Ogier sabia colocar-

M/ MOMENTO F/ FIGURA

Quando Ott Tänak saiu de estrada e bateu Sébastien Ogier. O francês teve de abrir a
numa árvore na PE23. Até aí, e com Jari- estrada no primeiro dia fruto da sua posição
Matti Latvala, seu companheiro de equipa, de líder do campeonato. Numa prova onde
na frente, e tendo o estónio os olhos no esse fator é prejudicial, foi o único dos
título, a possibilidade de ordens de equipa candidatos ao título a terminar a primeira
era uma realidade. Por isso, apesar do etapa sem problemas. A partir daí geriu o rali,
finlandês estar na frente, a posição não mostrando grande experiência e maturidade,
lhe garantia o triunfo. Mas com Tanäk de e fez o que precisou para garantir um muito
fora, a merecida vitória de Latvala tornou- merecido título num ano em que não estava na
se incontestável. melhor equipa.

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15

+/ MAIS

-se à margem de problemas e controlar roda traseira esquerda do seu Hyundai SÉBASTIEN OGIER JARI MATTI-LATVALA
os seus adversários e só ele podia sorrir i20 WRC na sequência de um toque, o O francês é de forma indiscutível O piloto da Toyota já não vencia
para o segundo dia. Era o quinto a partir, segundo após bater numa árvore. o melhor piloto da atualidade. Na desde o Rali da Suécia de 2017.
ao passo que Neuville era segundo e Desta feita Sébastien Ogier, navegado austrália assegurou aquele que Na Austrália esteve sempre entre
Tänak sétimo. Dadas as contas para o por Julien Ingrassia, terminou o Rali da terá sido o título mais difícil de os mais rápidos e nunca fora do
título, tudo lhe corria de feição. Austrália num quinto lugar da geral com obter da sua carreira. Não tendo top 3. O finlandês mostrou uma
No dia dois, Latvala chegou ao coman- sabor a título, o sexto e talvez mais o melhor carro e estrutura, fez performance madura e como há
do na PE11, após uma má escolha de saboroso da carreira, porque nunca valer a sua mestria e experiência. muito não se via, garantindo o
pneus de Ostberg, enquanto Tänak, como este ano teve tanta oposição, a Soube imprimir o ritmo necessário seu melhor resultado da época
num ritmo de exceção, vinha a ganhar par de estar numa estrutura que cla- e não cometer erros, controlando numa prova em que a equipa se
tempo e assumiu o comando do rali na ramente não era a mais abonada finan- uma prova em que jogava o título. sagrou campeã. Um excelente
PE14. Se a Neuville, então oitavo, poucas ceiramente. Também a Toyota saiu feliz Há três provas Ogier estava 23 tónico motivacional para um
esperanças lhe restavam, o estónio era da austrália. Sagrou-se campeã nos pontos atrás de Thierry Neuville na piloto que teve um ano aquém das
o único nome que ainda podia fazer tre- construtores e viu Latvala regressar classificação geral. Virou o jogo a suas capacidades e que mostrou
mer Ogier. Assim se manteve mesmo às vitórias, algo que não saboreava seu favor e venceu. que ainda tem o que é preciso
após descer para segundo da geral na desde 2017. Apenas no seu segundo ano para vencer no WRC.
PE20 do terceiro dia, quando saiu de após o regresso à competição, a marca TOYOTA
estrada com o seu Toyota Yaris WRC e já começa a colher os frutos do seu A marca nipónica é a que mais OTT TÄNAK
perdeu com isso alguns segundos. Se trabalho. Uma temporada de WRC que tem crescido no WRC. Na Austrália Se a época tivesse começado no
o contexto já era bastante favorável a teve todos os ingredientes que fazem voltou a assumir-se como a Rali da Finlândia, diríamos que Tänak
Ogier, tudo lhe chegou de bandeja antes desta a competição de excelência dos estrutura mais forte. Venceu o rali era o maior candidato ao título.
da prova terminar, quando em duas ralis mundiais, que em 2018 viveu sem pelas mãos de Latvala, carimbou Desde então venceu três provas e foi
especiais seguidas Neuville e Tänak dúvida uma das suas melhores épocas o título de construtores, viu os sempre o mais rápido. Na Austrália
abandonaram. O primeiro ao arrancar a de sempre. seus três pilotos passaram pela dependia de terceiros para o título,
liderança da prova e venceu 15 das mas deu tudo e venceu 8 especiais.
24 especiais. Melhor era quase Desistiu por acidente, mas isso não
impossível. mancha a sua prestação.

-/ MENOS

THIERRY NEUVILLE por Michel Nandan. Os Hyundai
O belga foi um dos candidatos ao nunca se assumiram como
título e jogava tudo na austrália candidatos aos lugares cimeiros
para o conseguir. Mas mais uma vez e há sempre azares a atingir os
parece faltar-lhe a estrelinha de seus pilotos, seja por culpa própria
campeão nos momentos decisivos. ou contingências da prova. Com a
O pneu traseiro descolado na época a terminar, é altura de fazer
sequência de um salto foi um um balanço e perceber o que correu
azar que lhe condicionou o rali, mal, porque começam a ser muitos
mas Neuville já vinha a perder anos sem títulos.
gás nas últimas provas e não foi
na austrália que perdeu o título. ORGANIZAÇÃO
Se por azares ou erros próprios, Na PE3 Andreas Mikkelsen quase
as oportunidades de Neuville ser chocou com um trator que estava
campeão começam a pouco e parcialmente na especial e
pouco a escassear, até porque há recolocava fardos de palha numa
outros pilotos a emergir. chicane, após a passagem de Jari-
Matti Latvala. Um situação que não
HYUNDAI pode mesmo acontecer numa prova
A equipa é uma das estruturas deste nível e que coloca em risco
mais fortes da competição, mas a vida dos pilotos. O contacto não
pelo quinto ano consecutivo aconteceu, mas o piloto acabaria
termina em branco o WRC. Na por ter um acidente pouco depois
Austrália esteve apagada, e que lhe condicionou a prova, muito
mesmo o segundo lugar de Hayden provavelmente porque a situação
Paddon não é um indicador real da lhe baixou em muito os níveis de
prestação da formação dirigida concentração.

WRC/ TOYOTA GAZOO RACINGWORLD RALLYTEAM
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS ESFORÇO RECOMPENSADO

16 R A L I D A A U S T R Á L I A 1 3 D E 1 3

M-SPORT FORD WORLD RALLYTEAM
A FERROS

A M-Sport teve um ano sofrível. Campeã seu saber, conseguiu superiorizar-se
em 2017 em pilotos e construtores, o paulatinamente a Neuville nas últimas
que lhe garantiu um reforço do apoio da provas, chegando ao derradeiro evento
Ford na competição, tudo indicava que na liderança da competição e a depender
em 2018 se pudesse afirmar ainda mais. de si próprio. Nessa condição, deu novo
Porém, o contrário aconteceu. As rivais título à M-Sport, que lhe ficará eterna-
evoluíram e sem os meios das suas ad- mente grata: “Posso dizer-vos que este
versárias, a M-Sport teve um ano sofrível. campeonato significa mesmo muito. Há
Pelo meio, perdeu o seu piloto estrela dois meses não parecia favorável, mas
(ndr.: contratado pela Citroën durante quando tens o Sébastien e o Julian na tua
a presente temporada para a próxima equipa sabes que qualquer coisa é pos-
época), Sébastien Ogier, a instabilidade e sível. A forma como eles lutaram nas últi-
incerteza começaram a reinar e as hipóte- mas três provas foi incrível e estou muito
ses de renovar os títulos tornaram-se orgulhoso do que alcançámos juntos.
remotas. Iremos certamente ter saudades deles
Porém, Ogier ainda estava na equipa no próximo ano.” Já Elfyn Evans foi sexto e
até à Austrália, e o piloto, com todo o Teemu Suninen desistiu por acidente.

A Toyota é nesta altura a formação que nada a sua prestação. Jari-Matti Latvala,
apresenta maior solidez. Em termos de sem qualquer pressão além de ajudar a
pilotos é a estrutura mais equilibrada, equipa a conseguir o título de constru-
todos eles capazes de ganhar ralis e em tores, apresentou-se muito sólido, com
sintonia com um carro que se mostra um bom ritmo e venceu uma prova em
ganhador em todos os pisos. Por outro que os principais candidatos ao triunfo
lado, parece não haver falta de meios que faziam outras contas. Esapekka Lappi
os permitam encetar desenvolvimentos esteve consistente e terminou num bom
ao longo do ano. Nas últimas seis provas quarto lugar. Resultado: vitória na prova
foi claramente a equipa a bater. Ott e título mais que merecido nos constru-
Tänak, por mérito próprio, é já um piloto tores para a equipa. “É um sentimento
referência e conseguiu pôr-se numa absolutamente incrível hoje. Esta foi a
posição até há não muito tempo impen- mais dura ronda de fecho de temporada
sável, imiscuindo-se na luta pelo título. que me lembro. Começámos este projeto
Na Austrália voltou a estar muito forte há três anos e meio e desenvolvemo-nos
e deu tudo numa prova em que podia muito mais rapidamente do que podería-
matematicamente pensar no título. Bateu mos imaginar”, frisou o diretor da equipa,
a tentar e a desistência não mancha em Tommi Mäkinen.

SEIS TÍTULOS PARA OGIER

Sébastien Ogier alcançou na Austrália duas especiais – receber a mensagem
o sexto título da sua carreira – aquele (ndr.: das desistências de Neuville e Tänak)
que conseguiu por menos pontos - e, na estrada em ligação. Estou tão orgulhoso
provavelmente, o mais difícil de obter. da minha equipa, vocês são os maiores!
Inserido numa formação que não tinha Passámos um tempo tão formidável
as mesmas armas das equipas rivais, juntos. Apenas tenho um último esforço
foi a experiência e talento do piloto que com o carro! Mal posso esperar para ver a
fizeram a diferença. Onde os adversários equipa novamente.” Mais tarde, mas ainda
fraquejavam, o francês progredia. A com tudo à flor da pele, o piloto afirmou:
melhor prova é que há três ralis estava a “Foi um temporada incrível e a luta muito
23 pontos de Thierry Neuville e chegou ao renhida. Não há muito tempo pensá-
último evento na liderança. Na Austrália vamos que iria ser difícil conseguir o
teve sempre o controlo das operações título novamente, mas nunca desistimos.
e geriu tudo em função das suas Demos tudo por isso e tivemos uma
necessidades, assegurando o título ainda equipa formidável à nossa volta. Estou
antes de o rali terminar, quando os seus tão orgulhoso de todos eles e, claro,
adversários abandonavam a prova na se- quero agradecer ao Malcolm por mais um
quência de despistes em duas especiais excelente trabalho. O que alcançámos
consecutivas. juntos nos últimos dois anos tem sido
No final do troço, Ogier afirmava: “A época verdadeiramente especial e estou muito
foi tão intensa e aconteceu em apenas orgulhoso disso. É tudo muito emocional.”

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17

HYUNDAI SHELLMOBISWORLD RALLYTEAM CITROËN TOTAL ABU DHABI WRT
ÁGUA NA BOCA EXIBIÇÃO INTERESSANTE

Desde 2014 que a Hyundai tem crescido novo estilo de condução, o que lhe custou
enquanto estrutura no Mundial de Ralis. muitos resultados. Thierry Neuville, na
Porém, e um pouco há semelhança do equipa desde início, parece não apresen-
último ano, na ponta final da temporada tar a solidez necessária nos momentos
a equipa parece perder gás e não ter decisivos, o que aliado a azares a que
a coesão necessária para superar a todos os pilotos estão sujeitos justifica
pressão nas últimas provas da época. os desfechos e a falta de glória. Para o
Mais uma vez tinha um bom carro e bons diretor da equipa, Michel Nadan: “Este foi
pilotos, mas pelo segundo ano consecu- um dos campeonatos mais disputados
tivo viu os títulos fugirem-lhe na reta dos últimos anos. Temos um respeito
final. É um caso em que apenas por culpa máximo pelos nossos adversários e os
própria não conseguiu chegar ao sucesso. nossos parabéns ao Sébastien pelo título
Enquanto equipa, Hayden Paddon teve um de pilotos e à Toyota pelo de constru-
ano quase ‘0’, em que tentou voltar ao tores. Vamos agora olhar para trás e ver
nível de outrora. os pontos altos e baixos da temporada
Andreas Mikkelsen nunca teve o carro ao e prepararmo-nos para voltar à luta em
seu jeito e foi forçado a adaptar-se a um 2019.”

Depois da motivadora vitória de Craig Breen teve uma das suas melhores
Sébastien Loeb na Catalunha, a Citroën prestações, chegou a ser segundo, até
apresentava-se na Austrália sem um um toque lhe causar um furo e proble-
piloto estrela e numa prova em que não mas na suspensão, que o atrasaram. Já
fazia mais que cumprir calendário, ou Andreas Mikkelsen, com o seu acidente,
não estivesse arredada da discussão teve mais uma prova para esquecer.
de ambos os títulos. Ainda assim, e não
totalmente com surpresa fruto da ordem
de partida, a marca passou pela liderança
da prova, com Mads Ostberg no papel
principal, até uma má escolha de pneus
na PE11 o retirar da posição. Ainda assim
a prestação do norueguês e o seu pódio
final são nova prova de que a equipa tem
tudo menos um piloto de topo, e que
está preparada para receber de braços
abertos Sébastien Ogier para a próxima
época e, aí sim, pensar em outros voos.

WRC2 E WRC3 carreira na competição ao volante de um Ford OS REGISTOS DOS CAMPEÕES
Fiesta R5. Gianluca Linari, em Subaru Impreza,
Com o título já nas mãos de Jan Kopecky, foi segundo, numa prova em que os pilotos Sébastien Ogier nos pilotos
a prova do WRC2 foi de parco interesse na foram os únicos a terminar. Já o WRC3 não e a Toyota nos construtores
Austrália, já que os principais animadores teve vencedor, porque o único inscrito no Rali venceram este ano o WRC.
da competição optaram por não marcar da Austrália, o italiano Enrico Brazzoli, em Vamos por isso recordar os
presença. Por isso, foram apenas quatro Citroën R3, não terminou devido a acidente, seus números. No caso do
nomes à partida de um evento em que nada piloto que foi apanhado pela polícia por duas francês, este sexto título foi
havia em discussão além do próprio resultado vezes em excesso de velocidade durante o rali. conseguido com 219 pontos.
da prova. No entanto, o chileno Alberto Heller Obteve quatro vitórias
aproveitou para obter a primeira vitória da (Monte Carlo; México; França;
Grã-Bretanha), seis pódios
e só por uma vez não pon-
tuou (Portugal) em 13 ralis.
Venceu 38 especiais e uma Power Stage e liderou durante 65 classificativas.
Números que espelham bem uma época renhida. Já entre as equipas a Toyota
alcançou cinco vitórias e 14 pódios, sendo a melhor nestes aspetos. Tänak e
Lappi terminaram 10 ralis e Latvala 9. Juntos os seus pilotos venceram 112
especiais e sete Power Stage. Por outro lado, lideraram em 105 especiais,
quando a época foi composta por 256, o que demonstra bem a consistência da
estrutura que, sozinha, dominou quase metade do total dos eventos.

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS
18 R A L I D A A U S T R Á L I A 1 3 D E 1 3

QUEM É QUEM NO WRCPF/ PARQUEFECHADO
A no que se fecha, ano que se
O ENCONTRO abre, é assim o WRC. Porém
IMEDIATO há temporadas mais sugesti-
DE BREEN vas que outras no que toca a
mercado de transferências. É o caso
de 2019. Quatro marcas oficiais, al-
gumas mudanças e lugares incertos
fazem aumentar o interesse na próxi-
ma época. À cabeça temos Sébastien

Ogier que troca a M-Sport, com quem

Durante o rali australiano o piloto conquistou três títulos, pela Citroën.

da Citroën, Craig Breen, viveu uma A marca francesa também assegu-

situação sempre delicada para quem rou os serviços de Esapekka Lappi,

anda para além dos limites. uma estrela em ascensão, e prevê-se

O irlandês teve um encontro imediato manter Craig Breen num terceiro carro

com um canguru bebe durante uma que pode ser dividido com Sébastien

especial, algo que não valeu para o Loeb ao longo do ano. Qualquer que

susto. seja esta última a escolha, a Citroën

O piloto do Citroën C3 WRC explicou: passa a ter pilotos capazes de lhe ga-

“Foi um começo difícil para mim. Tive rantir títulos. A Toyota perde Lappi

um experiência totalmente australi- mas contratou um dos pilotos mais

ana. Um pequeno ‘saltitante’ veio para rápidos do atual panorama do WRC,

o seu fim esta manhã. Os animais Kris Meeke, para o seu lugar. O piloto

estão no meu coração, por isso isto havia sido despedido da Citroën após a estrutura tem apenas confirmado ra não se sabe quais os desígnios do

teve um impacto em mim, tenho de o seu despiste no Rali de Portugal este Teemu Suninen, mas precisa de bem próprio piloto francês. A Hyundai pa-

dizer, mas não vou tão longe ao ponto ano e volta assim ao ativo em 2019. O mais para conseguir manter o nível rece a equipa mais estável. Irá manter

de chorar”, acrescentando, “tinha norte-irlandês junta-se aos pilotos da das duas últimas épocas. Facto é que Thierry Neuville e Andreas Mikkelsen,

comido um antes”. casa, Jari-Matti Latvala e Ott Tänak, também a M-Sport já equacionou a ao passo que Dani Sordo e Hayden

Esta não é uma situação nova, já que que se mantêm na equipa. A maior contratação de Sébastien Loeb para Paddon são os candidatos naturais a

a prova australiana é conhecida por indefinição vive-se no seio da recém a estrutura, em regime part-time, um terceiro carro, a part-time nova-

encontros com cangurus e ao longo campeã Ford. Depois de perder Ogier, para a próxima época, mas até ago- mente, ou a tempo inteiro um deles.

dos anos foram vários os casos de pi-

lotos que viram este tipo de choques

terem desfechos mais amargos nas SEGURANÇA NO WRC
suas provas, além do óbvio para os
animais.

Há dois casos bastante célebres.

Em 1997, Luis Moya, navegador de A segurança é um ponto de ordem nas prova acabou mesmo por ser anulada terem colocado as fotos nas redes

Carlos Sainz, ficou conhecido pela provas do mundial de ralis. No entanto, por mau posicionamento do público. sociais, e agora vai atuar. Mas esta não

frase “Óstia la oveja”, quando a dupla no passado recente tem-se assistido a Agora, no Rali da Austrália, como ilustra foi situação única. No decorrer da PE3,

atropelarou um infeliz animal a quase questões delicadas nesta matéria. No a foto do presente artigo, apareceram o piloto da Citroën, Andreas Mikkelsen,

200 Km/h. shakedown do último Rali da Catalunha novamente espectadores posicionados deparou-se com um trator parcial-

Anos mais tarde, em 2005, Petter circularam na internet fotos de espec- em sítios absolutamente proibidos, mente na especial que estava a recolo-

Solberg atingiu um canguru que sal- tadores que estavam mal posicionados, felizmente sem consequências para car fardos de palha numa chicane. O

tou repentinamente para a estrada e fazendo lembrar os ralis dos anos 80, ninguém. A polícia australiana identi- piloto conseguiu desviar-se, mas não

partiu o radiador do Subaru Impreza, e, inclusive, uma especial durante a ficou as duas pessoas, depois destas ganhou para o susto. “Aproximámo-nos

sendo obrigando a abandonar. do topo e vimos um marshal a fazer-nos

sinal para abrandar. Fi-lo e vi um trator

atrás da chicane. Estou desapontado e

irritado. Esta situação destruiu um rali

realmente importante para nós e nunca

deveria ter acontecido.” Situações

que urgem por uma resolução e que

obrigam a vigilância e controlo ainda

mais apertados por parte da FIA.

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19

OS DESTAQUES C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

A cada fecho de época os números COMO VI RALI DAAUSTRÁLIA 13 DE 13
são sempre um indicador sugestivo. O RALI
Em 2018 Sébastien Ogier e Ott Tänak 16/11 A 18/11/2016
foram os pilotos com mais vitórias, ANDRÉ DUARTE
quatro cada. Enquanto a Toyota foi a 1017.07 KM 318.64 KM 1.º DIA 2.º DIA 3.º DIA
marca que se superiorizou, com cinco Chegar-se ao final de uma
triunfos. Em termos de pódios obti- temporada com três pilotos de DISTÂNCIA 24 TROÇOS
dos, Neuville, Ogier e Tänak empam três equipas oficiais diferentes
com seis cada um. A equipa que teve a puderem ser campeões, PROVA CARRO
mais pódios foi a Toyota, 14, sendo após 12 provas e 4015.99 km TEMPO/DIF.
também a que ganhou mais especiais cronometrados, é a prova de que 1 JARI-MATTI LATVALA/MIIKKA ANTTILA
ao longo do ano, um total de 112 em a competição goza de boa saúde. 2 HAYDEN PADDON/SEBASTIAN MARSHALL TOYOTA YARIS WRC 2:59:52.0
256 possíveis. Já Tänak foi por larga Ogier e Neuville dependiam de 3 MADS OSTBERG/TORSTEIN ERIKSEN HYUNDAI I20 COUPE WRC +32.5
margem quem venceu mais especiais, si para o título, mas tinham a 4 ESAPEKKA LAPPI/JANNE FERM CITROËN C3 WRC +52.2
70, com Neuville em segundo com 40. desvantagem de abrir a estrada 5 SÉBASTIEN OGIER/JULIEN INGRASSIA TOYOTA YARIS WRC +1:02.3
Já Lappi, Neuville e Tänak foram os no primeiro dia, enquanto Tänak 6 ELFYN EVANS/DANIEL BARRIT FORD FIESTA WRC +2:30.8
dominadores das Power Stage, com precisava de ser perfeito e 7 CRAIG BREEN/SCOTT MARTIN FORD FIESTA WRC +3:05.1
três vitórias cada. O piloto que em gozar de infortúnios dos seus 8 ALBERTO HELLER/JOSÉ LUIS DÍAS CITROËN C3 WRC +8:59.0
mais especiais liderou foi Tänak, com adversários. O francês colocou 9 STEVE GLENNEY/ANDREW SARANDIS FORD FIESTA R5 +22:28.5
um registo de 89 classificativas na toda a sua experiência em prova 10 JOURDAN SERDERIDIS/LARA VANNESTE SKODA FABIA R5 +27:01.8
frente de provas. e fez um rali em que soube estar 11 ANDREAS MIKKELSEN/ANDERS JAEGER FORD FIESTA WRC +35:14.1
à margem de erros, andando 12 GIANLUCA LINARI/PIETRO ELIA OMETO HYUNDAI I20 COUPE WRC +43:21.9
OS NÚMEROS ao ritmo das necessidades 13 ELI EVANS/BEN SEARCY SUBARU IMPREZA STI N15 +49:48.4
DAS PROVAS para não pôr o título em causa. 14 LEWIS BATES/MCLOUGHLIN SKODA FABIA R5 +1:05:11.5
Neuville não teve a sorte do 15 GAURAV GILL/GLENN MACNEALL TOYOTA COROLLA TRD S2000 +1:13:46.8
Esta época as provas com maiores ve- seu lado - o pneu descolou-se FORD FIESTA R5 +1:14:28.0
locidades médias foram: Finlândia (122.57 da jante após um salto e deu
km/h); Suécia (109.48 km/h); e Alemanha um toque – perdeu tempo, mas ABANDONOS PE VENCEDORES DE PE
(106.45 km/h). Portugal surge em oitavo também esteve longe da fibra CAUSA
com uma média horária de 93.53 km/h. No necessária na discussão do PE TÄNAK O
polo oposto, a Turquia registou a menor título. Já Tänak, igual a si próprio, LÍDERES LATVALA J.
média, 78.30 km/h. No penúltimo lugar liderou boa parte da prova, mas NEUVILLE T. PE22 PERDEU RODA PE1-2 LAPPI E. 8
ficou o méxico com mais 10 km/h, 88.28 bateu, à semelhança do belga, LAPPI E. PE3-10 PADDON H. 4
km/h. Entre as provas disputadas, Monte numa altura em que as condições TÄNAK O. PE23 ACIDENTE OSTBERG M. PE11-13 NEUVILLE T. 3
Carlo foi a mais longa do ano, com 388.59 meteorológicas mudaram LATVALA J. PE14-19 OGIER S. 3
km, seguida da Argentina, 358.25 km, e bastante. Ambos desistiram e SUNINEN T. PE24 DANOS TÄNAK O. PE20-24 OSTBERG M. 2
Portugal, com 358.19 km. A Turquia voltou entregaram o título a Ogier. Na LATVALA J. BREEN C. 2
a reservar o último lugar com 312.44 km. frente da corrida, Latvala, sem os POR ACIDENTE EVANS E. 1
Em termos de inscritos, a Córsega foi o seus habituais rivais por perto, 1
rali mais concorrido, 87, com Portugal logo aproveitou da melhor forma o 1
atrás, com 85, e a Catalunha no terceiro momento para confirmar o seu
posto, com 70 concorrentes. Já o México único triunfo do ano. Nota menos Monte Carlo
teve apenas 29 e Argentina e Austrália para a organização. O público Suécia
apenas 27 concorrentes. mal colocado e um trator no México
meio de uma PE podiam ter tido França
consequências bem gravosas. Argentina
Portugal
Itália
Finlândia
Alemanha
Turquia
Grã-Bretanha
Espanha
Austrália
TOTAL

PILOTOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

1. SÉBASTIEN OGIER 25+1 1+4 25+0 25+3 12+4 NT 18+4 10 12 + 5 1+4 25 + 3 18 + 4 10 + 5 219

2. THIERRY NEUVILLE 10+4 25+2 8+3 15 18+5 25+4 25+5 2 + 2 18 + 1 0+5 10 + 2 12 201

3. OTT TÄNAK 18+0 2+1 0+5 18+1 25+2 NT 2+3 25 + 5 25 + 4 25+3 0 + 4 8 + 5 181

4. JARI-MATTI LATVALA 15+2 6+0 4+4 0 NT 0 6 15 + 3 0 20 18 + 5 4 25 + 1 128

5. ESAPEKKA LAPPI 6+0 12+5 0 8+5 4 10+5 15 NT 15 + 3 NT 15 + 1 6 12 + 4 126

6. ANDREAS MIKKELSEN 0+3 15+3 12+2 6 10+3 0 2 1 8 10 8 1 84

7. ELFYN EVANS 8+0 0 0 10 8 18+1 0+1 6 0 1 0 15 + 2 8 + 2 80

8. HAYDEN PADDON 10+0 NT 12 12 15 6 18 73

9. DANI SORDO NT 18+0 12 15 12+3 0 0 10 + 1 71

10. MADS OSTBERG 8+0 8 10 18 + 4 0 0 4 15 + 3 70

11. CRAIG BREEN 2+0 18+0 NT 6 8 4 + 1 6 + 2 NT 12 2 6 67

12. TEEMU SUNINEN 0 4+0 0 2 15+2 1 8 10 12 0 0 54

13. SÉBASTIEN LOEB 10+1 0+4 25 + 3 43

14. KRIS MEEKE 12+5 0 15+0 2+2 6+1 NT 43

15. KOPECKÝ JAN 1 4 4 2 6 17

16. PONTUS TIDEMAND 6+0 1 4 0 12

MARCAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
18 + 15 12 + 8 8+6 18+8 25+6 12+4 15+6 25 + 15 25+15 25+18 18 + 15 8 + 6 25+12 368
1. TOYOTA GAZOO 10 + 4 25 + 15 18+12 15+12 18+15 25+6 25+12 12 + 4 18+8 15+10 10 + 8 12 + 10 18 + 4 341
25 + 8 6 + 4 25+4 25+10 12+10 18+15 18+4 10 + 8 12+10 12+8 25 + 4 18 + 15 10 + 8 324
2. HYUNDAI SHELL 12 + 6 18 +10 15+10 6+4 8+4 10+8 10+8 18 + 6 6 6+4 12 + 6 25 + 4 15 + 6 237

3. M-SPORT FORD

4. CITROEN TOTAL

WRC2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

1. JAN KOPECKY 25 25 25 25 25 18 143

2. PONTUS TIDEMAND 18 25 25 25 0 18 111

3. KALLE ROVANPERÄ 10 0 12 18 25 25 90

4. GUS GREENSMITH 18 18 4 15 0 0 15 70

5. LUKASZ PIENIAZEK 2 10 18 10 8 8 0 56

6. FABIO ANDOLFI 15 0 12 4 15 4 4 54

7. OLE CHRISTIAN VEIBY 15 12 18 0 2 47

8. JARI HUTTUNEN 8 8 0 18 0 12 0 46

20WEC/

TOYOTAXANGAI
DOMINA

Sem nenhuma surpresa e apesar das alterações
permanentes ao equilíbrio de tecnologia entre o TS050 e os
outros, a Toyota ganhou mais uma corrida da Super Season
WEC 2018/2019, com mais uma dobradinha numa prova onde

a chuva e o Safety Car estiveram em destaque

José Manuel Costa PORTUGUESES INFELIZES verificações feitas em Fuji descobriram
[email protected] que os carros da equipa estavam com um
FOTOGRAFIA Oficiais Se a pole position de Pedro Lamy entre os concorrentes da categoria GTE AM foi uma sistema de recolha de dados cujo software
alegria nas hostes lusitanas, a corrida acabaria por se encarregar de deitar um balde de tinha uma linha de código acrescentada
Que se pode dizer de uma corrida água fria nessa exultação. No final de uma corrida difícil, Pedro Lamy terminou em quinto ao sistema e que tinha como propósito
que foi interrompida diversas na companhia de Mathias Lauda e Paul Della Lana. “Fizemos o melhor tempo na qualificação aumentar em dois segundos o tempo em
vezes, conheceu períodos de e partimos da ‘pole’, mas, infelizmente, o nosso carro não estava tão rápido como seria que o sensor de reabastecimento estava
neutralização atrás do Safety desejável e aliando a isso as péssimas condições climatéricas, com muita chuva e as a enviar sinal para o sistema de recolha
Car que pareceram horas sem neutralizações do Safety Car, foi uma prova muito dura para nós. Daí o quinto lugar final que de dados da FIA. Isso foi considerado um
fim e onde não existiu a mínima foi o possível.” Classificação esta que permite ao Aston Martin Vantage do piloto português processo fraudulento e a equipa perdeu
contestação à dobradinha da Toyota? Que manter a segunda posição da categoria. todos os pontos amealhados até aqui. O
no meio de tanta chuva e tanta neutrali- Também para António Félix da Costa as 6 Horas de Xangai foram tudo menos agradáveis. segundo lugar foi para o 911 RSR de Jorge
zação foi o Toyota mais lento quem levou “Na realidade não foi um dia bom para a BMW, pois se por um lado à chuva nunca tivemos Bergmeister, Patrick Lindsey e Egidio
a vitória para casa. “Tivemos sorte, pois andamento para lutar pela vitória, estávamos a andar razoavelmente quando a chuva Perfetti , fechando o pódio outro carro
na volta a seguir a termos parado o Safety abrandou.” Mas depois chegou uma penalização de stop&go: “Retirou-nos qualquer da casa de Weissach, pilotado por Matteo
Car não foi pela via das boxes, o semá- hipótese de lutar por um lugar entre os cinco primeiros da classificação.” Para António Félix Cairoli, Ricardo Pera e Khaled Al Qubaiasi.
foro à saída do ‘pit lane’ ficou vermelho e da Costa, a longa paragem do campeonato até às 12 Horas de Sebring (em março de 2019) Na GTE PRO, a pole position ficou para o
eles (o Toyota número 8) ficaram presos vai deixá-lo concentrado na Fórmula E. Até lá este é um bom hiato para afinações: “Iremos Ford GT de Oliver Pla, mas não rendeu divi-
na via das boxes.” Foi assim que Mike poder analisar bem os erros cometidos e garantir que na próxima corrida estamos mais dendos, primeiro devido à chuva e, depois,
Conway, Kamui Kobayashi e José María fortes, pois em Xangai não tivemos performance para lutar com os mais rápidos.” a um toque de Kevin Estre. Apesar desse
López venceram. incidente, os líderes do campeonato (Estre
O carro de Fernando Alonso, Kazuki desaparecer. Button teve de conter os do qual acabaram por não recuperar. com Michael Christensen) conseguiram
Nakajima e Sébastien Buemi esteve ataques do Rebellion de André Lotterer, salvar um terceiro lugar, mas já distante
na frente da corrida até este episódio. Bruno Senna e Neel Jani, mas manteve-se ASTON MARTIN NADOU do Porsche 911 RSR de Gianmaria Bruni
Mais tarde, Nakajima recuperou e quando no pódio. e Richard Lietz. Porém, os Porsche foram
já vislumbrava a silhueta do outro Toyo- MELHOR QUE OS RIVAIS incapazes de contrariar o excelente an-
ta, eis que um carro da categoria LMP1 LMP2 SEM HISTÓRIA COM Pelo menos os Vantage da categoria damento de Marco Sorensen e Nicki Thim
não híbrido (o BR1 da SMP Engineering GTE Pro, já que o mais velhinho Vantage ao volante de um Aston Martin Vantage
de Sarrazin, Issakyan e Orudzhev bateu GOLPE CERTEIRO DE JACKIE CHAN da categoria GTE AM conheceu um dia cujas limitações foram mitigadas devido
forte e fez sair novamente o Safety Car. A equipa Jackie Chan DC Racing venceu complicado. Pedro Lamy ainda fez o seu ao piso muito escorregadio. Para a BMW
A pista ficou livre a seis minutos do final pela terceira vez consecutiva. Ho-Pin trabalho, colocando o Aston Martin na foi um fim de semana desastroso, pois o
e a Toyota fez prevalecer as ordens de Tung,GabrielAubry eStephaneRichelmi pole position, mas à chuva o carro não M8 GTE de Nick Catsburg e Martin Tomc-
equipa, com Mike Conway a cruzar a linha venceram pela segunda vez em 2018, ape- rendeu o esperado, já que a pilotagem zyk ficou no nono lugar (penalizado em
de meta em primeiro, com o outro TS050 sar de um par de piões de Aubry na fase de Paul dalla Lana ressente-se, e Lamy 23 segundos devido a um toque no Ford
a 1,5 segundos. final da corrida e da luta intensa travada não pode fazer tudo. O quinto lugar da de Harry Tincknell) enquanto o carro de
O novo campeão japonês de GT, Jenson com o Oreca da DragonSpeed pilotado por classe foi o possível numa prova ganha, António Félix da Costa e Tom Blomqvist,
Button, arrecadou o primeiro pódio da uma tripla de respeito: Anthony Davidson, pelos Porsche 911 RSR. A vitória foi para penalizado com um stop&go, não foi além
temporada a uma volta dos vencedores, Pastor Maldonado e Roberto Gonzalez. A Christien Ried, Matt Campbell e o francês, do 11º lugar da categoria. A Ford não es-
segurando com mestria essa posição fechar o pódio o Alpine da Signatech, longe Julien Andlauer, recuperando a Dempsey teve muito melhor, com vários toques à
depois de no último período de Safety Car dos primeiros depois de Nicolas Lapierre Proton da duríssima penalização imposta mistura. Os GT não foram além de sétimo
em pista ter visto a vantagem acumulada ter feito um pião na madrugada da corrida, pela FIA à equipa norte americana. As (Stefan Mucke, Olivier Pla) e 10º (Harry
por si e por Mikhail Aleshin e Vitaly Petrov Tincknell e Andy Priaulx).



V/22
MACAU

TICKTUMGP DE MACAU F3 Nos Treinos Livres, Mick Schumacher foi de Schumacher, de nono para sexto, e de
IMPARÁVEL o mais rápido em ambas as sessões, mas Vips, de 12º para 7º.
acabaria por ser Dan Ticktum a assumir o O vencedor da corrida de qualificação era
REPETE protagonismo nos cronometrados, com o o favorito à vitória na corrida principal e
TRIUNFO piloto da Red Bull a voltou a estar impará- o britânico não desapontou. Liderou a
vel na corrida de qualificação. Ilott ainda prova desde início e aguentou a pressão
Dan Ticktum repetiu o triunfo do ano passado, mas passou o britânico no arranque, mas foi dos adversários, apesar das três entradas
desta vez não precisou da sorte para vencer… bastou o rapidamente relegado para o segundo do Safety Car em pista, numa delas devido
seu talento, num fim de semana de sonho, marcado por lugar pelo detentor da pole. O Safety Car ao grave acidente de Sophia Floersh, que
foi chamado à ação devido à entrada de um voou literalmente (parecia um míssil)
um assustador acidente de Sophia Floersh cão na pista, o que reagrupou os carros. contra as vedações com uma violência
Ticktum teve um recomeço fulgurante extrema, ficando ferida com alguma gra-
Fábio Mendes jovens promessas poderem brilhar peran- e não foi ameaçado por Ilott, que teve vidade (fratura da coluna vertebral), tal
[email protected] te o mundo. Dos 28 inscritos havia alguns de se defender de Eriksson (excelente como dois fotógrafos e um comissário. Sho
FOTOGRAFIA Galen Chan e Christiaan nomes sonantes que seriam, à partida, recuperação), sem sucesso, ficando o Tsuboi também foi apanhado no incidente
Hart Photography favoritos. Mick Schumacher (campeão sueco com a segunda posição. Fenestraz e também foi encaminhado para o hospital
de F3 Europeia), Dan Ticktum (vice-cam- ainda tentou o pódio, mas Ilott manteve o para ser observado.
OGP de Macau é um dos pontos peão de F3 europeia), Callum Ilott (3º no terceiro, fazendo companhia a Eriksson Este incidente ensombrou de alguma for-
altos da época desportiva pela GP3), Joel Eriksson (piloto BMW no DTM) (2º) e Ticktum que venceu de forma ca- ma a magnífica vitória de Ticktum (fim de
e Sacha Fenestraz (em bom plano no ano tegórica. Destaque para as recuperações semana de sonho a compensar o desaire
sua exigência extrema. Por isso passado e este ano com as cores de Michel
Vaillant) eram alguns dos destaques desta
é natural ser uma das provas grelha recheada de jovens talentos.

mais aguardadas do ano, pelo

desafio e pela oportunidade das

O ACIDENTE DE SOPHIA FLOERSCH

Chegou a temer-se o pior, quem viu de perto coluna vertebral, que segundo se sabe FOTOS HART PHOTOGRAPHY
o acidente quase não acreditava no que não afetou a medula óssea. O radar de
via, tal a violência. Tudo aconteceu quando velocidade da zona mediu… 276.2km/h.
Sophia Floersch foi surpreendida por uma Tsuboi queixou-se de dores lombares,
travagem repentina de um concorrente um Comissário, Chan Cha In, sofreu uma
à sua frente, e não conseguindo evitar laceração na face e fratura do maxilar. O
o monolugar de Jehan Daruvala, o seu fotógrafo Chan Weng Wang sofreu uma
descontrolado monolugar bateu no Dallara- laceração do fígado. Outro fotógrafo,
Toyota de Sho Tsuboi, levantando voo sobre Hiroyuki Minami, sofreu uma comoção
as barreiras. O carro de Floersch passou cerebral.
como um míssil por cima dos rails e bateu O piloto da Academia Ferrari, Guan Yu
na estrutura onde se encontrava muita Zhou, que seguia Floersch, revelou que
gente, nomeadamente fotógrafos, com três viu luzes amarelas na curva do Mandarim,
pessoas, dois fotógrafos e um comissário, achou que era engano, mas Jehan Daruvala
a ficarem igualmente feridos, tendo travou de imediato e Sophia Floersch não
havido necessidade de serem também o evitou. Os Comissários analisaram o
transportados para o Hospital. acidente e concluíram que não existiu culpa
Sophia Floersch sofreu uma fratura da predominante na colisão.

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23

BASTOU FARFUSTAÇADOMUNDODEGT
A BMW era a marca com menor representação em Macau, mas bastou um carro
para fazer a festa e vencer a Taça do Mundo de GT, para alegria de Augusto Farfus

e Charly Lamm, chefe da equipa Schnitzer, que anunciou a sua reforma

Fábio Mendes
[email protected]

C/ CLASSIFICAÇÕES Acompetição contou este ano
com 15 carros e 5 construtores,
TOP 10 CORRIDA PRINCIPAL uma lista de inscritos menor
que a do ano passado, mas com
1 DAN TICKTUM DALLARA/VOLKSWAGEN 15 VOL. muita qualidade. Audi (quatro
+1.208 carros), Mercedes (três), Pors-
2 JOEL ERIKSSON DALLARA/VOLKSWAGEN +2.505 che (quatro), Nissan (três) e BMW (um)
+3.521 eram as marcas representadas com
3 SACHA FENESTRAZ DALLARA/VOLKSWAGEN +4.542 alguns dos melhores pilotos do mundo
+6.406 de GT. Robins Frijns (Audi) foi o primeiro
4 JAKE HUGHES DALLARA/MERCEDES +6.952 destaque, sendo o mais rápido no Treino
+8.340 Livre 1, numa sessão em que dois dos três
5 MICK SCHUMACHER DALLARA/MERCEDES +9.597 estreantes em Macau (Dries Vanthoor
+11.840 e Matieu Jaminet) tiveram toques nas
6 RALF ARON DALLARA/MERCEDES proteções da pista. Earl Bamber (Porsche)
foi o mais rápido no segundo treino livre,
7 JÜRI VIPS DALLARA/VOLKSWAGEN em que o terceiro estreante (Chrisotpher
Haas) teve o “batismo” de Macau, com um
8 CALLUM ILOTT DALLARA/VOLKSWAGEN toque indesejado nas proteções. Rafaelle
Marciello (Mercedes) teve problemas com
9 MARCUS ARMSTRONG DALLARA/MERCEDES a sua máquina e tinha poucas voltas dadas
nos treinos.
10 ROBERT SHWARTZMAN DALLARA/MERCEDES Mas foi precisamente Marciello que deu
nas vistas nos cronometrados. Numa
no campeonato), com Joel Eriksson em sessão emocionante, onde Maro Engel C/ CLASSIFICAÇÕES festejou a 14ª vitória no Circuito da
segundo (sempre muito rápido) que teve (Mercedes) e Edoardo Mortara (Mercedes) Guia. Os destaques vão para a prestação
de lutar com Fenestraz, levando a melhor estiveram em destaque, Farfus parecia ser fantástica de Farfus, que deu assim uma
sobre o francês que fechou o top 3. o mais forte candidato ao primeiro tempo, despedida de sonho ao agora ex-chefe
Jake Hughes foi quarto, Mick Schumacher mas uma volta canhão de Marciello no da equipa Schnitzer. Marciello merecia
foi quinto (esperava-se um pouco mais) à final da sessão tirou o brasileiro do topo da ter terminado no pódio pela forma como
frente de Ralf Aron e Vips (um jovem a ter tabela. Tínhamos assim Marciello, Farfus, conseguiu recuperar dos problemas no
em atenção). Ilott foi a grande desilusão, Engel e Mortara nas primeiras linhas da início do fim de semana, evidenciando
caindo para oitavo. grelha de partida da corrida de qualifica- novamente o poderio dos Mercedes nas
Macau voltou a mostrar ao mundo as ção. Bamber foi o melhor Porsche, Frijns ruas de Macau. Porsche e Audi não tive-
estrelas do futuro e a ser palco de vários o melhor Audi (apesar do erro na curva ram andamento para se chegarem aos
dramas. Vimos talentos a despontar, de- Lisboa, que levou a um ligeiro toque nas homens da frente. Vanthoor continua
silusões e momentos arrepiantes. É por proteções) e Alexandre Imperatori era o com azar na curva Mandarin e ficou de
tudo isto e muito mais que Macau é e será melhor Nissan, com os carros da marca fora da corrida principal devido aos danos
sempre especial. nipónica muito longe do andamento dos do chassis que o acidente da corrida de
restantes, apesar dos ajustes no BoP a qualificação provocou. Os Nissan foram os
meio do fim de semana, numa tentativa AUGUSTO FARFUS BMW 18 VOLTAS destaques pela negativa, muito longe de
de minimizar as diferenças. apresentarem um ritmo aceitável.
Os Mercedes pareciam os favoritos à vitó- MARO ENGEL MERCEDES +0.981 A prova não teve o drama do ano passado,
ria na corrida de qualificação, mas Farfus mas o bailado dos GT pelas ruas de Macau
tratou de segurar os flechas de prata. Na EDOARDO MORTARA MERCEDES +1.832 é um espetáculo que merece ser visto,
largada, o brasileiro superou Marciello e sem moderação, quer pela pista, quer
assumiu a liderança da corrida enquanto EARL BAMBER PORSCHE +3.283 pela qualidade dos carros e dos artistas
mais atrás Mortara dava um toque em ao volante.
Laurens Vanthoor, atirando o Porsche ROBIN FRIJNS AUDI +4.549
contra as proteções e obrigando à entrada
do Safety Car. No recomeço, Farfus não CHRISTOPHER HAAS AUDI +6.588
facilitou, manteve-se na frente do pelotão
e venceu categoricamente a corrida, com MATHIEU JAMINET PORSCHE +20.504
a companhia de Marciello e Engel no pódio.
Na corrida principal a receita foi a mes- DRIES VANTHOOR AUDI +21.449

RAFFAELLE MARCIELLO MERCEDES +23.009

ALEXANDRE IMPERATORI NISSAN +31.147

ma. Farfus largou da pole e dominou a
corrida de início ao fim, aproveitando
a velocidade de ponta do seu M6 para
se defender dos ataques de Marciello,
que a meio da prova cometeu um erro
na curva Lisboa e perdeu a vaga no
pódio, caindo para nono lugar. Farfus
deu a vitória à BMW, acompanhado
novamente por mais dois Mercedes,
de Engel e Mortara. Charly Lamm

24WTCR/
MACAU
RAPOSA
VELHA
“Como vocês me costumam chamar (ndr.: comunicação
social) sou a raposa velha... e ganhei!” Foi assim que Gabriele
Tarquini, 56 anos, celebrou a vitória na primeira edição do
WTCR, após um começo em falso na qualificação, um abandono
comprometedor e um sofrido 10º lugar na derradeira manga

José Manuel Costa plicável e que já venceu nove corridas Vervisch e Medhi Bennani desenten- forte depois de um toque com Aurelien
[email protected] por aquelas paragens, saiu do ex-ter- deram-se e bloquearam a pista para, Comte (Peugeot 308TCR). Com o Safety
ritório português absolutamente frus- mais à frente, ser Denis Dupont a bater Car em pista, o pelotão agregou-se e
Começoucomopéesquerdologo trado. Robert Huff (VW Golf GTI TCR) foi,
na segunda qualificação quando durante todo o fim de semana, o piloto
cometeuumerrodeprincipiante mais rápido entre os muros e proteções
na curva do Hotel Lisboa. O i30N do Circuito da Guia, assinou duas pole
TCR recusou-se a ser mais mal- position mas... não ganhou a 10ª corrida
tratado e Gabriele Tarquini ficou em Macau! O britânico foi vítima da me-
a saber que iria largar para as duas últi- nor velocidade de ponta do Golf GTI TCR
mas corridas da temporada do 14º lugar da e da impossibilidade de se ultrapassar
grelha de partida. Ops! Esfregou as mãos nas zonas lentas do traçado citadino. Ora,
de contente Yvan Muller que, chegado a perdida a vantagem de sair da primeira
Macau com 39 pontos de atraso para o posição da grelha, Huff foi um alvo fácil,
italiano, via abrir-se um postigo de opor- sobretudo para o Audi RS3 LMS, o carro
tunidade para mais um título. mais veloz em reta. As idas ao pódio na
Competir em Macau obriga a ter muita pa- primeira e terceira corridas (um terceiro
ciência e, naturalmente, algum jeito pois e um segundo lugares, respetivamente)
não há espaço para erros. Uma trajetória e a melhor volta do fim de semana, não
menos certeira dá direito à destruição do mitigam a falta de vitórias do britânico
carro, da classificação e do orgulho. A si- da Sebastien Loeb Racing.
tuação porque passou Tarquini não terá Contas feitas, Robert Huff foi o mais rá-
sido fácil, mas a verdade é que o italiano pido nos treinos de qualificação para as
encontrou forma de fechar a primeira cor- corridas 1 e 3, enquanto que na segunda
rida no quarto lugar e depois de ter aban- corrida – grelha de partida invertida – foi
donado na segunda corrida, devido a uma Timo Scheider o pole position.
inevitável carambola na curva do Hotel
Lisboa que lhe acertou em cheio, desco- PRIMEIRA CORRIDA
briu um 10º lugar na terceira corrida que
lhe ofereceu o título por um punhado de PARA JEAN KARL VERNAY
pontos face a Yvan Muller. Não terá sido
dramático, mas queTarquinienvelheceu O piloto francês do Audi RS3 LMS da equi-
um nadinha, lá isso é verdade. pa Audi Sport Team Comtoyou regressou
às vitórias no WTCR, depois de ter “rou-
VITÓRIAS PARA TODOS, bado” a liderança da primeira corrida a
Yvan Muller no recomeço desta, inevita-
MENOS PARA ROBERT HUFF velmente interrompida com um Safety
Car. Huff foi “engolido” pelo pelotão, recu-
O homem que adora Macau, que tem perou, mas inevitavelmente surgiu o aci-
uma ligação ao Circuito da Guia inex- dente na curva do Hotel Lisboa. Frederic

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25

GABRIELETARQUINI DIXIT...

Nascido no dia 2 de março de 1962, Gabriele Tarquini conquistou Ele que em 2009 pensou em parar. “Quando me sagrei campeão
mais um título para a sua carreira, ele que disputou 37 Grandes do mundo em 2009 fui para a conferência de imprensa dizer
Prémios de F1, ganhou o BTCC em 1994, o Europeu de Turismos que seria a altura certa para parar. Mas depois, pensei com os
em 2003 e o Mundial de Turismos com a Seat em 2009. Foi ele meus botões: mas parar para quê? Sinto a adrenalina, não sou
quem desenvolveu o Hyundai i30 N TCR que levou à vitória na lento em pista e posso competir com qualquer um. Por isso não
temporada de estreia da Taça do Mundo de Turismos (WTCR). me resignei quando a Seat abandonou e comecei tudo de novo
“Queria muito a vitória pois a temporada foi muito longa, difícil com uma equipa privada em 2010. Foi um momento duro, mas
e liderei 90% cento do tempo. Foi fantástico, tal como o WTCR nove anos depois, aqui estou com mais um título mundial. É um
é fabuloso. Porém, não posso esquecer de agradecer à Hyundai pouco estranho, mas a vida, por vezes, é muito estranha...”
por me ter escolhido para desenvolver o carro, agradecer à BRC
Racing Team, aos meus mecânicos, ao meu colega de equipa
(Norbert Michelisz) e quero dar os parabéns ao Yvan (Muller) que
fez um enorme trabalho ao longo da temporada. Foi, com certeza,
o mais duro adversário! E também quero agradecer à minha
esposa e aos meus filhos!”
Estará o italiano de regresso ao campeonato em 2019? “Para
ser honesto, ainda não sei. Quero acalmar. É verdade que tenho
56 anos, mas ainda sou razoavelmente rápido e, provavelmente,
um pouco mais inteligente do que quando era jovem. Este é o
meu terceiro título mundial, não esquecer que ganhei um título
no karting. Não penso que queira pendurar o capacete, pelo
que se a Hyundai estiver de acordo na minha continuidade, eu
continuarei!”

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O talar no pódio, mas os Hyundai i30N TCR
estavam na mó debaixo e na longa reta
CLASSIFICAÇÃO DO WTCR 2018 – PILOTOS do Circuito da Guia o francês viu-se ul-
trapassado por Vernay, o vencedor da
1º GABRIELE TARQUINI 306 PTS primeira corrida. Porém, o momento da
corrida ficou assinalado quando Norbert
2º YVAN MULLER 303 PTS Michelisz, colega de equipa de Gabriele
Tarquini, foi passado por Vernay e ficou
3º ESTEBAN GUERRIERI 267 PTS na frente de Muller, negando-lhe a en-
trada no pódio que ele precisava para ser
4º NORBERT MICHELISZ 246 PTS campeão. Entretanto, inevitavelmente,
um Safety Car abriu uma fresta de es-
5º JEAN KARL VERNEY 245 PTS perança para Muller chegar ao tercei-
ro lugar: Aurelien Panis despistou-se
6º PEPE ORIOLA 245 PTS na zona do Paiol e foi preciso retirar o
Audi RS3 LMS. Debalde, pois Michelisz
7º THED BJORK 242 PTS esteve imperial. Mais atrás, Thed Bjork,
o campeão do WTCC em 2017, passava
8º ROBERT HUFF 242 PTS por Tarquini e colocava-o no 10º lugar,
pressionado por um pelotão que have-
9º FREDERIC VERVISCH 228 PTS ria de ser reagrupado por nova entrada
em cena do Safety Car. Desta feita pelo
10º YANN EHRLACHER 204 PTS despiste de Jean Karl Verney na curva do
Hotel Lisboa. Preocupação para Tarquini
CLASSIFICADOS 31 PILOTOS que foi passado por Nathanael Berthon
e caiu para 11º. Porém, o piloto foi salvo
CLASSIFICAÇÃO DO WTCR 2018 – EQUIPAS pelo despiste de Zsolt Szabo. O piloto da
Zengo Motorsport não evitou uma forte
1º YVAN MULLER RACING 562 PTS pancada à entrada da reta da meta e fi-
cou parado a meio da pista. Com poucas
2º BRC RACING TEAM 559 PTS voltas para o final, a direção de corrida
decidiu neutralizar a prova até à bandei-
3º MUNNICH MOTORSPORT 481 PTS ra de xadrez e, com isto, ofereceu a vitó-
ria, muito saudada, a Esteban Guerrieri
4º SEBASTIEN LOEB RACING 412 PTS e o título a Gabriele Tarquini, pois Yvan
Muller não foi além do quarto lugar e o
5º AUDI SPORT LEOPARD LUKOIL 381 PTS italiano foi 10º. Contas feitas, o título foi
para Gabriele Tarquini por apenas três
CLASSIFICADAS 12 EQUIPAS pontos. Destaque, ainda, para a presença
modesta de André Couto no GP de Macau
com um recomeço a três voltas do fim, suficiente para passar pelo Alfa Romeo GUERRIERI GANHA A FINAL, WTCR, com um Honda Civic Type R TCR
Jean Karl Vernay só tinha de confiar na GIulietta de Kevin Ceccon e pelo homem que só lhe deu dores de cabeça.
maior velocidade de ponta do RS3 para da pole position, Timo Scheider, à quar- NA FESTA DE TARQUINI
ganhar manter a liderança. E se o pen- ta volta, por fora, na curva Mandarim.
sou, melhor o fez! Aproveitando a velocidade de ponta do Gritos e festejos por um lado, choro de
Audi, o piloto belga tornou-se no 15º pilo- alegria pelo outro, a corrida final do WTCR
SEGUNDA CORRIDA to diferente a vencer em 2018 no WTCR. não foi emocionante em pista, mas no
Mas mais significativo era a redução final deixou um piloto em lágrimas e
PARA FREDERIC VERVISCH da vantagem de Tarquini face a Muller: um “avô” exultante por conseguir um
Se na primeira corrida Robert Huff perdeu o francês tentou tudo para demover o título mundial aos 56 anos. Saindo uma
a vantagem da pole position, na segunda Honda Civic TCR de Timo Scheider (duas vez mais da pole position, Robert Huff
manga, ao não largar dos primeiros lu- vezes campeão do DTM) da terceira po- tinha na terceira corrida a oportunida-
gares, o piloto da Sebastien Loeb Racing sição, mas o quatro vezes campeão do de de rubricar a 10ª vitória em Macau.
teve uma corrida curta: Pepe Oriola e Mundo de Turismos acabou no quar- Oportunidade falhada pois o VW Golf GTI
Yann Ehrlacher desentenderam-se na to lugar. Ainda assim, foram 15 pontos TCR não tinha velocidade de ponta e até
travagem para a curva do Hotel Lisboa, contra zero de Tarquini e, para a derra- chegar à curva do Hotel Lisboa foi pas-
arrastando para a lista de abandonos deira corrida de 2018, Yvan Muller ficava sado por Vernay e por Esteban Guerrieri
Rober Huff e, também, Gabriele Tarquini, a apenas 18 pontos do italiano. Com o pi- (Honda Civic Type R TCR). Pelo meio, Yvan
além do vencedor da primeira corrida, loto da BRC a largar de 14º lugar, restava Muller tentava tudo por tudo para se ins-
Jean Karl Verney. Isto depois de um ar- a Yvan Muller terminar em terceiro para
ranque “canhão” de Frederic Vervisch, agarrar o troféu.
que saiu da segunda linha da grelha,

V/26
ESTORIL RACING FESTIVAL/IBERIAN HISTORIC ENDURANCE

GRFAENSDTAE José Luís Abreu no Merlyn MK4 terminava em terceiro.
Juan Carlos Zorrilla e Tomas Moreno venceram os 250 [email protected] Durante a prova, já debaixo de chuva li-
Km do Estoril do Iberian Historic Endurance, naquele que FOTOGRAFIA Nuno Organista e Vasco geira, os Porsche mostravam adaptar-se
Estrelado bem às condições atmosféricas, passando
foi um belo final de época. O Index de Performance foi a ocupar os primeiros lugares.
ganho por Vincent Tourneur e no Gentleman Driver Spirit Nemachuvaestragouabelafesta No fim da primeira hora da corrida de re-
de encerramento de temporada sistência, Pedro Bastos Rezende liderava
o triunfo foi para a dupla Nunes/Carvalhosa do Iberian Historic Endurance, no primeiro turno da categoria H-1976, se-
uma competição em que mar- guido de Eduardo Davila, piloto da mesma
campresençaautomóveismíti- categoria, em Porsche 911 3.0 RS. Em ter-
cos da história do automobilis- ceiro rodava a dupla Nunes e Carvalhosa,
mo, num desfile, não só de grande beleza da categoria H-1971, num Porsche 2,5 ST.
cénica, mas também onde se vive a ver- Já no segundo turno, o Porsche de Nunes/
dadeira paixão pelo automobilismo por Carvalhosa passava Davila e ascendia
parte dos pilotos. Os 250 Km do Iberian à segunda posição, com Pedro Bastos
Historic Endurance foram uma bela forma Rezende a manter a liderança.
de terminar a época no Estoril. Já depois da primeira hora, o Alfa Romeo
Apesar do dia cinzento na manhã de sá- Giulia Sprint da categoria H-1965, de
bado, no Estoril a pista manteve-se seca Sardinha/Melo e Pereira, começou a ver-
pelo que o treino cronometrado decorreu ter óleo do motor, o que obrigou à entra-
com absoluta normalidade. da do Safety Car em pista, durante cerca
A dupla Nolte e Funke, vencedora da edi- de 40 minutos, para que fossem feitas as
ção 2017, liderarou a qualificação com o limpezas necessárias.
icónico Ford GT40 da categoria H-GTP, A vinte minutos do final da segunda hora,
seguido de Pedro Bastos Rezende com a bandeira verde surgiu e foi retomada
o Porsche 911 3.0 RS, melhor classifica- a corrida.
do da categoria H-1976. Carlos Barbot Mas como em todas as corridas, também
as provas de resistência só se decidem na

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27

bandeira de xadrez, e fruto de um golpe no Ford Cortina Lotus, enquanto Torres da C/ CLASSIFICAÇÃO CARRO CLASS VOLTAS TEMPO DIF
de teatro, a dez minutos do final, a dupla Silva/Rodríguez fecharam os primeiros
espanhola Zorrilla e Moreno recuperava lugares com o Porsche 911 SWB. Na ca- PILOTO EQUIPA
e chegava à liderança. tegoria H-C, Daniels, com o Porsche 911
Quando a bandeira axadrezada foi levan- RS, foi o vencedor.
tada, a vitória foi para Zorrilla/Moreno, se- Na categoria mais importante, a BRM
guidos de Rezende/Amaral, com o terceiro Index Performance, Vincent Tourneur
lugar a pertencer a Nunes e Carvalhosa. voltou a vencer, mais uma vez no seu
Na categoria H-1976, Zorrilla/Moreno fi- Porsche 356 Speedster. Segundo lugar
cam em primeiro, seguidos de Rezende/ para Fernando Soares/Miguel Vaz, segui-
Amaral e em terceiro Davila. Já na cate- dos de Luís Sousa Ribeiro/Ricardo Pereira.
goria H-1971, o Porsche 2,5ST de Nunes/ A categoria Gentleman Driver Spirit foi
Carvalhosa ficou em primeiro, logo segui- ganha por Nuno Nunes, em Porsche 911
do de Gutiérrez/Fuster, com M.de la Torre SWB, com o segundo lugar a ir para Sousa
a ficar com o terceiro lugar. Na categoria de Ribeiro/Pereira. No terceiro lugar ficaram
H-GTP, triunfo para o Ford GT40 de Nolte/ Torres da Silva/Rodríguez.
Funke, logo seguido de Lotus Seven S2 de Para Diogo Ferrão, líder da Race Ready,
F.Cazalot/M.Cazalot. Em terceiro termi- que organiza o Iberian Historic Endurance,
naram Barbot e Matos. afirmou no final do evento: “O interessan-
Na categoria H-1965, o primeiro lugar foi te desta prova é que as corridas de resis-
para a dupla Boel/Rubio aos comandos tência são uma surpresa e só há posições
do Bizzarrini GT, seguidos por Uiterwaal/ definidas quando de facto se levanta a
Zwart, no Ford Mustang MK1, com o ter- bandeira axadrezada.
ceiro lugar a ficar na posse dos homens A chuva veio complicar a tarefa dos pilotos,
do Mustang, Costa/Costa Jr. mas felizmente tudo correu pelo melhor.
Na categoria H-1965/GDS, o primeiro lu- Fechámos este ano com a satisfação de
gar foi para o Porsche 911 SWB de Maso/ que 2018 foi excelente e convictos de que
Nunes, seguidos de Sousa Ribeiro/Pereira 2019 será ainda melhor.”

V/
VEOCIDADE

28 E S T O R I L R A C I N G F E S T I V A L

TEMPO DE DECISÕES

O CSS Group 1, com as 2 Horas do Estoril, o Troféu Mighty Mini e a Fórmula Ford animaram no passado fim de semana o
circuito do Estoril, com corridas para todos os gostos. Nos CSS Group 1 nem a chuva parou Carlos Dias Pedro e Ricardo Pereira,
que triunfaram nas 2 Horas do Estoril. Na Fórmula Ford, Miguel Matos dominou a primeira corrida enquanto Duarte Pires fez o

mesmo na segunda. Por fim, Luís Sepúlveda venceu o Troféu Mini, depois de muita Chuva e dança de lugares
José Luís Abreu [email protected]
FOTOGRAFIA Nuno Organista

CSS GROUP 1/2 HORAS DO ESTORIL

CARLOS DIAS PEDRO
E RICARDO PEREIRA
VENCEM À CHUVA
Carlos Dias Pedro e Ricardo
Pereira venceram as 2 Horas e sólida, levando o Jaguar XJS do 21º C/ CLASSIFICAÇÃO CARRO CLASS VOLTAS TEMPO DIF
do Estoril, triunfando também lugar na grelha ao 2º lugar, conquis-
nos H81-2000. Os Volkswagen tando a vitória na classificação anual. PILOTO EQUIPA
Golf GTi dominaram nos trei- Na mesma categoria ficaram Vistas/
nos cronometrados, mas foi Alves Nogueira e António e José Fresco
o Ford RS 2000 a vencer a corrida de em Ford Capri.
endurance. João Posser triunfou na Nos H81-1600 houve discussão entre
categoria para Datsun 1200 ex-troféu. os vários Volkswagen Golf GTi. Rafael
O dia começou cinzento e chuvoso no Cerveira Pinto/Luís Pedro Liberal e
Estoril mas adivinhava-se um dia emo- Manuel Cabral Menezes/André Castro
cionante de corridas. Pinheiro voltaram a afirmar-se até ao
Com a pista a secar quando se iniciou final, tal como em 2017. No entanto foi
a prova, os Ford Escort impuseram Madalena Gaspar/João Vieira Borges/
a sua potência e ultrapassaram os Larama que venceram a categoria, com
VW Golf GTi logo nas primeiras voltas, uma volta de vantagem.
com a família Gaspar a liderar a fase Na categoria Production Cup para
inicial da corrida. No entanto os ven- Datsun 1200 ex-troféu, João Posser,
cedores de 2017, Carlos Dias Pedro/ desta vez acompanhado por Francisco
Ricardo Pereira viriam a assumir a Santos, venceu não só a prova mas
liderança após os 40 minutos de cor- também o campeonato. A maior luta
rida. Mas essa liderança não foi lon- acabou por ser pelo segundo lugar,
ga, pois o Porsche de Manuel Vistas e com Santos Mendonça, Jorge Pinto e
Pedro Alves Nogueira aproveitou uma Luís Santa Bárbara e Francisco Freitas
diferente estratégia e um Safety Car a ficarem classificados a apenas três
derivado do óleo na pista para assu- segundos de diferença no final da pro-
mir a liderança. va de resistência.
Numa prova com muitos motivos de Na categoria para viaturas até 1052cc
interesse, foi apenas a 25 minutos do foram Carlos Lourenço, Carlos Maciel
final que Dias Pedro/Pereira voltavam e Carlos Aniceto a vencer e a revalidar
a assumir o controlo da corrida, des- o título, com Veloso Amaral/Miguel
ta vez assegurando mesmo que por Barata em segundo.
aí ficavam até ao fim. José e Miguel Ribeiro, no bonito Giulia
No segundo lugar e como vencedores Super, venceram na H71-1600. João
da categoria H81-Max ficaram Luís Vasconcelos e Francisco Calheiros
Sousa Ribeiro/Alberto Velez Grilo, triunfaram em H71-1300 e em H81-1300
que fizeram uma prova equilibrada foi o novo Renault 5 de José Familiar e
António Magalhães a vencer.

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29

FÓRMULA FORD PORTUGAL

TRIUNFOS DIVIDIDOS
Na Fórmula Ford já se conhe-
ciam os vencedores do ano. ficou reservada para Vasco Ferreira e
Diogo Sousa triunfou na ca-
tegoria ZETEC, mas em dis- Rui Silva, que estavam separados por
puta estava o segundo lu-
gar, entre Vasco Ferreira, 13 pontos a favor do primeiro.
António Almeida e Rui Silva. Hugo
Hernandez triunfou na classe Tuga e A segunda corrida foi o final de épo-
nos Gentlemen Drivers José Pinto já era
vencedor da categoria Kent 90. ca perfeito, apesar da chuva. Hugo
De regresso estavam Miguel Matos e
Duarte Pires, vencedor e vice da ca- Hernandez não só venceu as duas
tegoria Zetec em 2017, que mostraram
ainda estar em forma. corridas no Estoril na sua categoria,
Na primeira corrida, Hugo Hernandez,
da Fórmula Tuga, começou bem su- como deu luta aos primeiros classifi-
bindo para terceiro, no entanto, fruto
de uma falsa partida, sofreu uma pe- cados da Zetec. Nas primeiras voltas,
nalização que o obrigou a passar pelas
boxes. Já Diogo Sousa disputou o pri- o espanhol ultrapassou Miguel Matos
meiro lugar ao longo dos primeiros 15
minutos de prova com Miguel Matos. e Diogo Sousa e foi-se aproximan-
O piloto António Almeida, terceiro na do de Duarte Pires que liderava. Após
classificação da Zetec, saiu de pista
quando iniciava a segunda volta, com TROFÉU MIGHTY MINIlutaacesa,Piresvenceu.MiguelMatos
o Fórmula a partir a transmissão, per- terminou em quarto, terceiro na Zetec,
dendo a hipótese de conseguir chegar não conseguindo chegar a Diogo Sousa.
à terceira posição. Desta feita a luta
LUÍS SEPÚLVEDAVascoFerreira,apesardo10ºlugare6º
C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O na categoria, foi segundo na competi-
ção. Rui Silva foi 3º da Zetec. Já António

VENCE TROFÉUAlmeida ficou de fora da corrida de-
Ovido a problemas mecânicos, assim
Troféu Mighty Mini terminou derança, por apenas 2 voltas, no entanto
como Rosário Sottomayor na Tuga. Na a época em grande, com duas com ultrapassagens constantes acabou
Fórmula Kent P90 Vasco Sampaio ga- corridas de Sprint, exclusivas por ser José Dias a ir para a frente.
nhou as duas corridas. para os pequenos ‘endiabra- A prova teve ainda um quarto líder, com
Entre os ‘regressados’, Miguel Matos dos’, e uma 1 corrida de resis- Guillerme Dal Maso a passar para a fren-
venceu a primeira corrida, mas foi
Duarte Pires que se mostrou mais con- tência de 2 horas em conjunto te na altura certa e a garantir a sua pri-

fortável com a pista molhada vencendo com o CSS Group1. meira vitória.

a segunda. Comostrêsprimeirosclassificadossepa- LuísSepúlvedavenceoTroféu,comNuno

radosporapenasnovepontos,lideravam eJoséDiasaconseguiremasegundapo-

Luís Sepúlveda e Duarte Aguiar, com 121 sição na última prova. Rodrigo Macedo e

pontos, seguidos de Rodrigo Macedo e António Gago finalizaram 2018 com a 3º

António Gago com 115, e os irmãos Dias, posição no Troféu.

com 112. Na corrida de resistência em conjunto com

1ª CORRIDA Na primeira corrida Luís Sepúlveda o CSS Group 1B 2H, os Mini mostraram
PILOTO
EQUIPA CARRO CLASS VOLTAS TEMPO DIF venceu, depois de liderar desde o iní- eficácia em piso molhado. Entre carros

cio. Durante os 20 minutos o espetácu- commaispotência,osMinidestacaram-

lo deu-se pela luta entre o 2º e 3º luga- -se, conseguindo o 15º e o 16º lugar entre

res.GuilhermeDalMaso,AlexandreLeal, 34 participantes.

RodrigoMacedoeNunoDiasrodaramco- A prova teve diversos líderes, com

ladospraticamentedurantetodaaprova. Sepúlveda/Aguiar/Marques a serem

Sepúlveda manteve a liderança até ao fi- osprimeiroslídereseadominaremapri-

nal,seguidodeDalMasoeAlexandreLeal, meira metade da corrida, até que a du-

2ª CORRIDA que venceu na categoria Vintage. pla Setas/Pinto passou para a frente. A

Na segunda corrida a luta foi constante apenas 10 voltas do fim foi a vez da dupla

nos primeiros quatro lugares. Entre tro- Nuno/JoséDiaspassarparaaliderançae

cas de posições e saídas de pista os Mini venceracompetição.Com120minutosde

foramsenhoreseprenderamaatençãode corrida, o2ºlugarfoi decididoa3minutos

todos.Sepúlvedafoioprimeirolíder,mas dofimcomSepúlveda/Aguiar/Marquesa

rapidamente António Gago assumiu a li- ultrapassar a dupla Setas/Pinto.

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1ª CORRIDA EQUIPA CARRO CLASS VOLTAS TEMPO DIF
PILOTO

2ª CORRIDA

V/
VEOCIDADE

30 E S T O R I L R A C I N G F E S T I V A L

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

GRANDES CORRIDASESTORILRACINGFESTIVAL/SUPERSEVENBYTOYOTIRES CORRIDA 1
420 R
José Luís Abreu Pro, Rodrigo Galveias aproveitou da pela primeira vez ao lugar mais alto 1º #34 FRANCISCO VILLAR
[email protected] melhor forma a posição da grelha de do pódio e os primos David e Sérgio 2º #53 JOSÉ CARLOS PIRES
FOTOGRAFIA Vasco Estrelado partida para obter o segundo triunfo Saraiva dominaram na geral a catego- 3º #21 JOTA JOTA MAGALHÃES
consecutivo na temporada. O jovem pi- ria Pro. Nos 420R, Ricardo Megre bateu S1600
A última jornada da Super loto da BCM Sports assegurou, assim, José Carlos Pires e sagrou-se campeão 1º #29 RODRIGO GALVEIAS (1º PRO)
Seven by Toyo Tires, que se o título de Campeão, repetindo o feito da categoria, naquele que é o seu quin- 2º #57 BERNARDO BELLO (2º PRO)
realizou no passado fim de alcançado em 2017 na classe Business. to triunfo ao volante dos Caterham do 3º #18 MIGUEL LOBO (3º PRO)
semana no âmbito do Estoril Nos 420R, Francisco Villar assumiu- Super Seven by Toyo Tires. CORRIDA 2
Racing Festival, voltou a ser -se como o mais rápido na qualificação Na terceira e derradeira contenda, 420R
uma boa propaganda ao au- entre os pilotos portugueses e ingle- as condições difíceis repetiram-se. 1º #17 RICARDO MEGRE
tomobilismo, com excelentes corridas, ses na classe 420R e concretizou esse Confusão na partida, com Megre a 2º #53 JOSÉ CARLOS PIRES
muito disputadas, em que a indefini- ritmo na Corrida 1 da sua categoria. O assumir a liderança nos instantes ini- 3º #34 FRANCISCO VILLAR
ção dos resultados esteve quase sem- piloto do Seven nº 34 não conseguiu ciais e a travar depois uma interes- S1600
pre presente. segurar o lugar na geral, mas mante- sante luta com os pilotos ingleses da 1º #13 SÉRGIO SARAIVA/DAVID SARAIVA (1º PRO)
Rodrigo Galveias sagrou-se Campeão ve a curta distância José Carlos Pires 7 Race Series. 2º #29 RODRIGO GALVEIAS (2º PRO)
da S1600 Pro, Pedro Falé fez o mesmo e Ricardo Megre, o trio com mais hipó- A entrada do safety car baralhou as 3º #24 PAULO LEITÃO (1º BUSINESS)
na categoria Business. teses de chegar ao título para saborear CORRIDA 3
Na 420R, Ricardo Megre venceu pela um importante triunfo. Quando tudo 420R
primeira vez o título da categoria. Num fazia prever que as posições se man- 1º #17 RICARDO MEGRE
fim de semana histórico para a com- teriam inalteradas até final, Ricardo 2º #212 YOHAN SOUSA
petição, a chuva provocou grande in- Megre acabou por ser abalroado por 3º #30 GONÇALO LOBO VALE
certeza nos resultados e trouxe ainda um concorrente britânico na última
mais adrenalina às grelhas partilha- volta, deitando por terra as suas as- contas da prova e influenciou a de-
das com os concorrentes britânicos pirações de obter um bom resultado. cisão estratégica relativa à paragem
da 7 Race Series. Na segunda corrida, Pedro Falé con- obrigatória nas boxes, mas no final
Na primeira corrida e na classe S1600 firmou o título na categoria Business o piloto superou a armada britânica
numa prova em que Paulo Leitão subiu sendo ladeado pela primeira vez no
pódio por Yohan Sousa (2º entre os
portugueses e 3º na geral, num fim de
semana muito positivo para o jovem
pluricampeão do karting) e Gonçalo
Lobo do Vale, que recuperou de uma
qualificação difícil para fechar o pó-
dio entre os portugueses e terminar
no 4º posto da geral.

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31

MUITA ANIMAÇÃOESTORILRACINGFESTIVAL/KIAPICANTOGTCUP

José Luís Abreu lando a segunda vitória consecutiva no Troféu mais -piri’ nº 99 de Hugo Araújo por perto. O piloto até
[email protected] picante da Velocidade Nacional! cruzou a linha da meta no primeiro posto, mas viria
FOTOGRAFIA Vasco Estrelado Mas como é apanágio nesta competição, para poder a cair uma posição depois de o colégio de comissá-
saborear o champanhe de mais um triunfo, o piloto rios sinalizar que a ultrapassagem ao Picanto #33
M anuel Gião fez as honras da casa ao do Kia Picanto GT Cup #18 teve de se defender dos de Pires, na penúltima volta, foi feita com as qua-
vencer a primeira corrida da KIA ataques da concorrência, acabando por travar um tro rodas do carro fora dos limites da pista. Desta
Picanto GT Cup, porém como piloto duelo muito interessante com a referência Manuel forma, Mariano Pires despediu-se da competição
convidado, por isso os triunfos foram Gião. Embora sem roubar pontos aos adversários Júnior com um triunfo na geral.
efetivamente divididos entre Hugo dado o seu estatuto de convidado, o vencedor da Henrique van Uden e Hugo Marcos travaram uma
Marcos (Pro) e Mariano Pires (Júnior), geral recuperou de uma qualificação em que falhou batalha titânica pelo 3º lugar da geral, com o des-
na primeira corrida, sendo a segunda ganha nova- uma passagem de caixa que acabaria por compro- fecho a sorrir ao vencedor açoriano do Kia Racing
mente pelo piloto do carro #33 (Pires), com Hugo meter duas das suas três voltas lançadas para su- Opportunity (van Uden), mas nas contas do cam-
Araújo a vencer na Pro perar Hugo Marcos e com ele discutir o primeiro peonato foi o rosto do CarOnline.TV (Marcos) que
Caiu o pano sobre a primeira edição da KIA Picanto posto até ao fim. saiu na frente, já que este triunfo e a pontuação
GT Cup, uma competição que lançou novos nomes Hugo Araújo foi forçado a entrar nas boxes logo na máxima daí derivada lhe permitiu arrebatar esse
para as corridas em rampa, e nas pistas, ficando volta de lançamento à conta de um problema numa ‘inesperado’ vice-campeonato.
claro que este é um projeto que deve crescer e evo- válvula do turbo, mas manteve a calma e regressou Tanto um, como o outro, foram brilhantes com-
luir. O facto de no Estoril ter estado a maior lista de à pista com o objetivo de marcar pontos, acabando petidores, até porque fizeram parte do leque de 9
carros e pilotos de 2018 prova que o caminho tra- por concluir a prova em marcha lenta, e a cinco vol- pilotos (5 na Pro e 4 na Júnior) que venceram pelo
çado foi bem escolhido. tas do líder, mas classificado na 10ª posição da sua menos uma corrida em 2018! Colados a esta dupla
Na primeira corrida do fim de semana, trocas de categoria, lugar que lhe permitiu arrebatar o título iam Bernardo Gonzalez e Luís Maria Lisboa, cuja
posições entre todos os concorrentes foram uma de Campeão da Pro! luta também foi animada.
constante ao longo do dia, tendo desde logo ficado Na segunda corrida, Mariano Pires juntou ao triun- A menos de um segundo destes terminou o também
definidos os dois títulos em disputa. fo obtido no sábado na categoria Júnior o resulta- Júnior Orlando Batina, entusiasmado com a apren-
Hugo Marcos provou que a confiança crescente de- do combinado perfeito de pole position, vitória na dizagem à chuva e com tudo o que viveu este ano
monstrada em Braga se mantinha intacta, acumu- classe e vitória na geral, mas sempre com o ´piri- no Kia Picanto GT Cup.

C/ CLASSIFICAÇÃO

1ª CORRIDA
1º #777 M. GIÃO (GUEST)
2º #18 H. MARCOS (1º PRO)
3º #33 M. PIRES (1º JÚNIOR)
4º #27 L. R. MAGALHÃES (2º PRO)
5º #8 M. ABRANTES (3º PRO)
2ª CORRIDA
1º #33 M. PIRES (1º JÚNIOR)
2º #99 H. ARAÚJO (1º PRO)
3º #18 H. MARCOS (2º PRO)
4º #77 H. VAN UDEN (3º PRO)
5º #7 B. GONZALEZ (GUEST)

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M O T O 2 VALÊNCIA

MARCA
PROFUNDA

Foi com a terceira vitória do ano e a oferta à Red Bull KTM
Ajo do título por equipas que Miguel Oliveira se despediu da
categoria intermédia do Mundial. Um triunfo muito saboroso

num circuito talismã para o piloto português e debaixo de
condições muito difíceis. Um adeus ao Moto2 em grande estilo

por parte de um melhores pilotos que já passou por esta
categoria. Agora vem o sonho do MotoGP

ACOMPANHE TODA A INFORMAÇÃO Alexandre Melo triunfo em Cheste. O culminar de um
DIARIAMENTE EM MOTOSPORT.COM.PT [email protected] fim de semana, onde apesar da muita
chuva que caiu, Miguel mostrou estar
A ntes da chegada ao circuito sempre competitivo e pronto a discutir
Ricardo Tormo, palco do Gran- os primeiros lugares. Na corrida nem
de Prémio da Comunidade mesmo o facto de partir do 10º posto,
Valenciana, Miguel Oliveira já situação que poderia tornar-se com-
tinha feito uma clara declaração de plicada dadas as condições, atrapalhou
intenções. Queria deixar a sua equipa, os planos do luso. Rapidamente Miguel
a Red Bull KTM Ajo, e o Moto2 com Oliveira saltou lá para a frente e imune
uma vitória. ao incidente na dianteira do pelotão
O cenário era o ideal para esse objetivo, que marcou o início da corrida. Os en-
pois na sua carreira no Mundial, Olivei- volvidos foram Luca Marini (homem
ra já havia vencido por duas ocasiões, da pole), Lorenzo Baldassarri, Joan Mir,
uma em Moto3 e outra em Moto2, no todos eles com queda, e o campeão do
icónico traçado valenciano. Como não mundo, Francesco Bagnaia.
há duas sem três eis que chegou novo Líder nas primeiras voltas, o vice-
-campeão do mundo de Moto3 em
2015 acabaria por não resistir ao for-

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C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

MOTO2 (KTM) 45M07.639S
1º MIGUEL OLIVEIRA (KTM) + 13.201S
2º IKER LECUONA (KALEX) + 22.175S
3º ÁLEX MÁRQUEZ (KALEX) + 28.175S
4º MATTIA PASINI (MISTRAL) + 28.892S
5º REMY GARDNER

CAMPEONATO

1º FRANCESCO BAGNAIA 306 PTS

2º MIGUEL OLIVEIRA 297 PTS

3º BRAD BINDER 201 PTS

4º ÁLEX MÁRQUEZ 173 PTS

5º LORENZO BALDASSARRI 162 PTS

te ataque de Álex Márquez. O irmão vitória do ano e o 11º pódio da época em corrida o mais importante não era com a consolação de ter regressa-
mais novo de Marc Márquez apertou e 18 Grandes Prémios disputados. Uma ser rápido, mas sim consistente e não do ao pódio, algo que já não sucedia
construiu uma vantagem que parecia regularidade impressionante, mas que cometer erros. Agradeço à equipa os desde o Grande Prémio da Holanda,
abrir as portas para a primeira vitória tem a espinha encravada de não ter três anos fantásticos que passei com em julho último.
do ano. Porém nas corridas nada pode chegado para o grande objetivo: o tí- eles”, disse o vice-campeão do mundo Mattia Pasini foi quarto, enquanto
ser dado como adquirido e ainda mais tulo mundial. Pelo meio este resultado de Moto2. Remy Gardner, ao registar a quinta
com o piso molhado, pelo que a 11 vol- do piloto de 23 anos ainda permitiu à Na subida ao pódio Miguel Oliveira foi posição, obteve, até ao momento, o
tas do fim Álex Márquez cometeu um Red Bull KTM Ajo cantar vitória no acompanhado por Iker Lecuona e Álex seu melhor desempenho em Moto2.
dos seus já habituais erros e foi ao solo. campeonato destinado às equipas. Márquez. Lecuona coroou uma ponta Já o campeão do mundo, Francesco
Conseguiu prosseguir em prova e até Oliveira fica ainda para a história como final de época muito interessante com Bagnaia, viu a sua corrida estragada
bem colocado na mesma, dada a larga o último piloto de Moto2 a vencer um o segundo lugar na corrida e conse- logo na fase inicial. A partir daí foi ape-
vantagem que tinha, mas entregou o Grande Prémio com os motores Honda, quente primeiro pódio no Mundial. nas cumprir calendário até à linha da
comando a Miguel Oliveira, que ficou pois a partir de 2019 entram em ação O piloto espanhol realizou uma prova meta, onde foi o 14º - pior resultado do
isolado no primeiro posto. os propulsores Triumph. imaculada e para a qual partiu de um ano - a dar por terminado o exercício.
A partir daí o piloto português só teve “Consegui obter a vitória debaixo de distante 21º posto. Lecuona, que tem Para a história fica o facto de Francesco
de manter a cabeça fria e ao contrário condições muito difíceis, uma vez que apenas 18 anos, permitiu ainda à KTM Bagnaia e Miguel Oliveira terem sido
de Márquez não cometer qualquer a pista estava a secar e a temperatura obter uma importante dobradinha no os únicos pilotos a pontuarem nas 18
erro. Tal situação veio a verificar-se o dos pneus a aumentar em demasia. circuito Ricardo Tormo. corridas realizadas. Para ambos agora
que lhe permitiu conquistar a terceira Era muito fácil cometer um erro. Nesta Já Márquez, depois da queda, ficou segue-se a subida ao MotoGP.

34 MOTO GPVALÊNCIA

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NERVOS
DE AÇO

Andrea Dovizioso despediu-se da temporada de 2018 com uma que permitiu activar o ‘modo gestão’ até corrida da classe rainha. Este resultado
categórica vitória no atribulado Grande Prémio da Valenciana. à bandeira de xadrez. Este foi o quarto permitiu igualmente à KTM conquistar
Prova muito massacrada pela chuva e que esteve mesmo triunfo do ano para ‘DesmoDovi’ com a o seu primeiro pódio em MotoGP, dois
particularidade de ter vencido o primeiro anos depois da sua estreia. Momento
interrompida por causa do mau tempo. Muitas quedas marcaram evento do ano, no Qatar, e agora a últi- que curiosamente também decorreu no
a última corrida do ano, onde a KTM conquistou o seu primeiro ma corrida da época. Um momento de circuito Ricardo Tormo, mas pelas mãos
pódio na classe rainha por intermédio de Pol Espargaró felicidade para o piloto da Ducati que há de Mika Kallio.
um ano, nesta mesma pista, perdeu com Um resultado extremamente motivador
Alexandre Melo um espantoso Álex Rins a liderar parte um abandono as hipóteses, ainda que para Espargaró, num ano marcado por
[email protected] da mesma com uma pilotagem magis- reduzidas, de sagrar-se pela primeira vez algumas lesões, e naturalmente para as
tral à chuva. No entanto, quando a prova campeão do mundo de MotoGP. Agora hostes de Mattighofen, antes do arranque
Ocircuito Ricardo Tormo foi mais foi interrompida a 13 voltas do fim, pelo surgiu a vingança e a primeira vitória no de uma época de grande aposta. Em 2019,
uma vez o palco do encerrar agravamento do estado do tempo, Rins já Ricardo Tormo. Simultaneamente colocou a KTM terá pela primeira vez uma equipa
de uma temporada do Mundial estava debaixo de uma grande pressão de um ponto final num jejum de 10 anos da satélite, onde estará Miguel Oliveira, para
de MotoGP. Desta vez sem a Andrea Dovizioso e Valentino Rossi, tendo Ducati sem vencer num palco que tem sido além de ter recrutado para as suas fileiras
pressão da luta pelo título, que mesmo já perdido o comando da conten- madrasto para os transalpinos. Johann Zarco e Dani Pedrosa, este como
marcou outrosanos,poisdes- da. Foi nesta fase que surgiram diversas No segundo posto ficou Álex Rins. O piloto piloto de testes.
de o passado dia 21 de outubro que tudo quedas, algumas delas bem aparatosas, da Suzuki foi, sem dúvida, uma das figuras Pedrosa despediu-se do MotoGP e da
está sentenciado a favor de Marc Márquez. e que deixaram fora de combate nomes da corrida, mas na segunda ‘parte’ da mes- Honda com um quinto lugar, naquela que
Por isso estavam reunidos os ingredientes como Marc Márquez, Maverick Viñales, ma já não demonstrou o mesmo ritmo. foi a primeira vez em 13 anos que fechou
para assistirmos a uma corrida aberta Andrea Iannone, Danilo Petrucci e Jack Rins herdou esta posição após queda de uma temporada de MotoGP sem vitórias.
com muitas lutas em pista e onde o foco Miller, sendo que os dois últimos são re- Valentino Rossi na última fase da prova. Contudo este foi um desempenho que
estava em fechar este exercício da melhor conhecidos, no pelotão de MotoGP, como Foi o segundo Grande Prémio consecutivo ajudou a Honda a conquistar o título de
forma possível. Porém, a chuva não deu grandes especialistas na arte de pilotar em que Álex Rins beneficiou de uma que- construtores e equipas, o que a juntar ao
tréguas durante praticamente todo o fim sobre uma ‘capa molhada’. da de Rossi num ano onde obteve cinco cetro de pilotos permitiu à marca da asa
de semana e veio baralhar ainda mais as No reatar da corrida, já com a chuva mais pódios, três dos quais nos derradeiros dourada completar o ‘triplete’ pelo segun-
coisas. Este é sempre o momento ideal fraca, Álex Rins ainda liderou a fase inicial quatro Grandes Prémios. do ano consecutivo. O espanhol ficou atrás
para os ‘outsiders’ brilharem e alcança- dos acontecimentos, mas rapidamente foi de Michele Pirro, piloto de testes da Ducati,
rem o seu momento de glória, o que em ultrapassado por Andrea Dovizioso. Este FESTA LARANJA e que conseguiu, até ao momento, o seu
condições normais, leia-se, piso seco, com um ritmo muito constante e sem melhor resultado em MotoGP.
seria bem mais difícil. cometer um único erro construiu uma O lugar mais baixo do pódio ficou nas mãos Nota também para Johann Zarco, que ao
Na primeira parte da corrida tivemos vantagem segura para os rivais. Cenário de Pol Espargaró, naquela que foi a estreia ser sétimo foi o melhor piloto Yamaha e
do simpático espanhol no pódio de uma

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M O T O 3 VALÊNCIA

CONQUISTAR A ETERNIDADE

Foi uma das mais belas páginas da Can Öncü numa corrida onde participou contenda, dois sustos, um dos quais
história do Mundial de MotoGP que como ‘wildcard’, fruto da sua recente na última volta e que quase levou ao
foi escrita no circuito Ricardo Tormo. vitória na Red Bull MotoGP Rookies desespero Aki Ajo, elemento que cedo
Tudo devido ao imenso talento de Cup. Isto porque em termos de idade percebeu o valor do turco e recrutou
Can Öncü, jovem piloto turco que o jovem piloto está abaixo do mínimo Can bem como o seu irmão gémeo,
ainda é desconhecido para muitos, regulamentar para estar na grelha de Deniz, para a sua estrutura. Em 2019,
mas que não tarda a conquistar um partida de um evento do Mundial de Can Öncü será, a tempo inteiro, o piloto
lugar de relevo no motociclismo MotoGP. Uma vitória irrepreensível da Red Bull KTM Ajo em Moto3.
mundial. e que foi construída em condições No pódio estiveram também presentes
Aos 15 anos e 115 dias, Öncü tornou- muito traiçoeiras na pista valenciana, o novo campeão do mundo, Jorge
se no mais jovem piloto a vencer que fez muitas ‘vítimas’ ao longo da Martín, e John McPhee, este com o
uma corrida do Mundial, batendo por prova. Que o digam nomes como Marco segundo pódio do ano e mostrando
56 dias o anterior recorde de Scott Bezzecchi, que sofreu duas quedas, que com chuva é preciso sempre
Redding, ao mesmo tempo que é o e Tony Arbolino. O italiano, que havia contar com o escocês. Palavra ainda
primeiro piloto turco a vencer na conquistado a pole, liderava destacado para Fabio di Giannantonio. O quarto
competição promovida pela Dorna e a corrida - parecia a caminho da vitória lugar na corrida valenciana e o 20º
logo na sua estreia. Desde Noboru - quando a 12 voltas do fim não evitou posto de Marco Bezzecchi, que não deu
Ueda, em Suzuka em 1991, que um uma queda que ditou o seu abandono direito a pontos, permitiu ao homem
piloto não vencia na estreia no e consequente entrega do comando da Gresini ultrapassar o compatriota
Mundial. a Öncu. no campeonato e assim fechar o ano
Uma apresentação de luxo parte de O próprio Can Öncu teve, durante a como vice-campeão do mundo.

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

MOTO3

1º CAN ÖNCÜ (KTM) 43M06.370S
+ 4.071S
2º JORGE MARTÍN (HONDA) + 6.130S
+ 12.897S
3º JOHN MCPHEE (KTM) + 14.735S

4º FABIO DI GIANNANTONIO (HONDA)

5º ENEA BASTIANINI (HONDA)

CAMPEONATO

1º JORGE MARTÍN 260 PTS

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O 2º FABIO DI GIANNANTONIO 218 PTS

3º MARCO BEZZECCHI 214 PTS

4º ENEA BASTIANINI 177 PTS

5º LORENZO DALLA PORTA 151 PTS

MOTOGP (DUCATI) 24M03.408S
1º ANDREA DOVIZIOSO (SUZUKI) + 2.750S
2º ÁLEX RINS (KTM) + 7.406S
3º POL ESPARGARÓ (DUCATI) + 8.647S
4º MICHELE PIRRO (HONDA) + 13.351S
5º DANI PEDROSA

CAMPEONATO 321 PTS
1º MARC MÁRQUEZ 245 PTS
2º ANDREA DOVIZIOSO 198 PTS
3º VALENTINOR ROSSI 193 PTS
4º MAVERICK VIÑALES 169 PTS
5º ÁLEX RINS

conquistou pelo segundo ano consecutivo
o título de melhor piloto privado, nesta
que foi a despedida da histórica ligação da
Tech 3 com a Yamaha. A marca de Iwata
teve uma corrida decepcionante com as
já referidas quedas de Maverick Viñales
e Valentino Rossi, mesmo que este tenha
ainda finalizado a prova, mas em 13º.
Já a sorrir ficou o piloto Franco Morbidelli.
Apesar do abandono, devido a queda, o
homem da Marc VDS garantiu a sempre
importante distinção de melhor estrean-
te.

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HONDA

» SUPER CUB 2019

ESTILO VINTAGE IRRESISTÍVEL

A nova versão 2019 da Super CUB, embora mantenha a sua
silhueta retro e a nostalgia das linhas fluidas do modelo
dos anos 50, inclui agora tecnologia contemporânea numa
combinação que faz da nova scooter uma opção simples e
cheia de estilo na mobilidade urbana

Pedro Rocha dos Santos isto apesar de na América e na Europa e desligar o alarme. Outra realidade Estabilidade e agilidade pois graças ao
[email protected] se ter deixado de produzir e distribuir que destaca a modernidade da nova perfil estreito dos seus pneus, 70/90
nos anos 70/80, sendo que no con- CUB é o travão de disco dianteiro as- à frente e 80/90 atrás, a CUB é extre-
T er a oportunidade de en- tinente asiático continuou sempre a sistido por ABS e as belíssimas jantes mamente manobrável e ágil.
saiar a nova versão da ser comercializada e a ser uma moto de liga de 17” que providenciam uma Com um motor monocilindrico a 4
Honda Super CUB 125 de muito popular. enorme estabilidade na sua condução. tempos de refrigeração a ar, duas
2019 é como entrarmos A nova Super CUB está cheia de re-
numa máquina do tempo e quintes pouco normais numa scooter
viajarmso até aos anos 50. É deste segmento. Não tem chave e sim
que a Honda Super CUB é um modelo um sistema keyless com um dispo-
fabricado desde 1956 e até à data já se sitivo eletrónico que se mantém no
produziram mais de 100 milhões de bolso e que pela sua proximidade à
Super CUB no mundo inteiro, sendo por moto nos permite rodar o botão da
isso a moto mais vendida de sempre. E ignição e assim ligá-la. O mesmo co-
mando keyless permite também ligar

CORES
DISPONÍVEIS

PEARL NILTAVA BLUE
PEARL NEBULA RED

válvulas e SOHC, que debita 9,5 cv às
7.500 rpm e um binário máximo de 10,4
Nm às 5.000 rpm, a CUB inclui ainda
injeção eletrónica e caixa de quatro
velocidades manuais, com embraia-
gem automática e transmissão por

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corrente. Ao olharmos para a nova guiador. O farol traseiro tem um design
Super CUB é impossível não regres- retro que se enquadra muito bem no
sar a um passado já distante quando, desenho do guarda-lamas. A Super
na nossa juventude, rodávamos nas CUB não tem descanso lateral nem
antigas versões de 100 cc da Honda banco para o pendura, no entanto, de-
Super CUB, já então com caixa de três, vido ao seu pouco peso, 109 kg, é muito
embraiagem automática e arranque de fácil de colocar no descanso central.
pedal de kick e com as quais muitos Os guarda pernas tradicionais da
aprendemos a andar de moto. Super CUB são de efeito estético as-
A Super CUB 125 conta com outros sumidamente retro e garantem um
elementos de modernidade como seja espaço amplo para as pernas, mesmo
o painel de informação, analógico e para utilizadores de maior estatura, e
digital, que inclui inclusivamente a constituem sobretudo uma proteção
informação sobre a mudança engatada muito eficaz para a chuva e vento para
e o nível de combustível, para além quem queira utilizar a Super CUB to-
logicamente das restantes informa- dos os dias, independenetemente das
ções elementares faltando, porém, a condições climatéricas..
informação da rotação. A Honda quis recuperar parte da
Os faróis e piscas são de tecnologia nostalgia do passado neste mode-
LED e de belo efeito sendo que os pis- lo e manteve não só as suas linhas
cas dianteiros estão embutidos nos clássicas como também pormenores
elementos de plástico que cobrem o estéticos de época. No entanto, a nível

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FT/ F I C H A T É C N I C A

125 CC

CILINDRADA

9,5 CV

POTÊNCIA

3,7 L

DEPÓSITO

109 KG

PESO

3 750€

PREÇO BASE

ESTILO / CICLÍSTICA / AGILIDADE

BANCO PENDURA / LOCAL PARA BAGAGEM

MOTOR DIÂMETRO X CURSO 52,4 × 57,9 MM
ALIMENTAÇÃO INJEÇÃO ELETRÓNICA PGM-FI
TAXA DE COMPRESSÃO 9,3 : 1 TIPO DE MOTOR
4 TEMPOS, SOHC, 2 VÁLVULAS, REFRIGERADO POR
AR POTÊNCIA MÁX. 9,5 CV / 7.500 RPM (95/1/
EC) BINÁRIO MÁX. 10,4 NM / 5.000 RPM (95/1/
EC) CAPACIDADE DE ÓLEO (LITROS) 1,0 LITRO
ARRANQUE ELÉT. TRANSMISSÃO EMBRAIAGEM
EMBRAIAGEM HÚMIDA, DISCOS MÚLTIPLOS
TRANSMISSÃO FINAL POR CORRENTE CAIXA
DE VEL. 4 VEL. SUSPENSÕES E RODAS TIPO
DE SISTEMA ABS ABS DE 1 CANAL TRAVÕES
FRENTE HIDRÁULICO, UM DISCO DE 220 MM
TRAVÕES RECTAGUARDA TAMBOR DE 130
MM SUSPENSÃO - FRENTE 26 MM FORQUILHA
TELESCÓPICA SUSPENSÃO - RETAGUARDA DUPLO
AMORTECEDOR PNEUS - FRENTE 70/90-17M/C
48P PNEUS - RETAGUARDA 80/90-17M/C 50P
RODA - TIPO - FRENTE 10 RAIOS LIGA DE ALUMÍNIO
RODA - TIPO - RETAGUARDA 10 RAIOS LIGA
DE ALUMINIO CICLÍSTICA BATERIA 12V / 3,5
AH ÂNGULO DA COLUNA DE DIRECÇÃO 26,5°
DIMENSÕES (MM) 1.915 X 720 X 1.000 MM
QUADRO QUADRO MONOTRAVE EM AÇO CONSUMO
DE COMBUSTÍVEL 1,5 L / 100 KM - 66,7 KM X LITRO
(WMTC) DISTÂNCIA LIVRE AO SOLO (MM)
125 MM LUZES LED ALTURA DO ASSENTO (MM)
780 MM TRAIL (MM) 71 MM DISTÂNCIA ENTRE
EIXOS (MM) 1.245 MM

da mecânica, inclui uma particulari- maior facilidade possivel de circulação.
dade na sua utilização, que é a caixa Tem no entanto uma vantagem prática
de quatro velocidades acionada de também; é que o passar de caixa para
forma manual, e que requer alguma cima e para baixo se faz com a sola
habituação. A caixa tem dois pedais do sapato à frente e com o calcanhar
interligados. Um na frente que se acio- atrás, poupando a superfície superior
na para baixo engantando, a partir do do mesmo e mantendo a sua boa apa-
ponto morto, todas as mudanças até à rência. Estamos certos que o target
quarta velocidade, e outro pedal para feminino irá agradecer.
trás, que acionado com o calcanhar Prática, ágil, manobrável e de estética
permite reduzir. Ou seja, as mudanças cativante, a Super CUB 125 é uma op-
são as quatro para baixo ao contrário ção irresistível e válida de mobilidade
daquilo que vemos numa moto com para quem procure uma scooter ur-
caixa normal. bana para os seus trajetos de cidade,
Na nossa opinião, e considerando que com um fator de segurança acrescido
hoje em dia todas as scooters montam graças à modernidade introduzida no
transmissões automáticas, entende- modelo a nível da sua ciclística e ele-
mos desnecessário acrescentar no trónica.
modelo mais este pormenor mecânico No nosso mercado a Honda Super CUB
“vintage” que o torna pouco prático em 125 não tem rivais diretos devido ao
termos de utilização, já que em mobi- estilo vintage em que se insere sendo
lidade urbana hoje em dia se procura a por isso opção única neste segmento.

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STEPHEN Guilherme Ribeiro
SOUTH [email protected]
FOTOGRAFIA Darren Banks,
AS MÃOS Don Hodgdon e Alan Cox
DO DESTINO
Stephen South passou para a
Stephen South estava a caminho de uma carreira brilhante quando sofreu um acidente história como um dos poucos
que o impediu de voltar a praticar desporto motorizado. Piloto genial desde os seus homens que não alinhou à par-
tida de um Grande Prémio por
primeiros dias ao volante dos karts e Fórmula Ford, South podia estar já com um lugar na ter falhado a qualificação ao
Fórmula 1 assegurado se não fossem certos erros na escolha da sua carreira futura volante de um McLaren. Sabe-
se que, em meados desse ano, teve um

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41

acidente que acabou por lhe roubar a per- JOVEM PRODÍGIO apurado sentido técnico. E, em 1973, tro- South, Stokes deixava o promissor piloto
na esquerda, e a sua carreira acabou aí. cou o Palliser pela equipa de Bert Ray, que fazer algumas provas e, no seu regresso,
Não deixa de ser irónico haver tão pouca Stephen South nasceu a 19 de fevereiro tinha acabado de construir o seu primei- Stephen imediatamente voltou aos bons
coisa sobre uma das maiores promessas de 1952 em Harrow, e pode dizer-se que ro chassis. Nesse ano, demonstrou todo o resultados e terminou a época com um
do automobilismo britânico na transição quase “nasceu para as corridas”. O seu pai seu talento naquela pequena estrutura, pódio em Thruxton.
para a década de 80. Felizmente, foi re- era um ávido entusiasta de automobilis- conseguindo vencer ao volante do Ray 73F Para a temporada seguinte, Stephen re-
centemente lançado um livro, da auto- mo e, nas férias, costumava atravessar o cinco provas, terminando em quarto lugar novou o seu acordo com John Stokes, que
ria de Darren Banks, Stephen South: The Canal da Mancha para ver algumas provas o Campeonato BOC e terceiro no Wella for contariacomSouthcomocolegadeequipa
Way it Was, que consiste numa extensiva na Europa, tendo assistido com o pequeno Men. Dedicando-se quase inteiramente a tempo inteiro, apoiado pela Dortmund
biografia do piloto, e que já ganhou várias Stephen à fabulosa vitória de Stirling Moss ao primeiro dos múltiplos campeona- Union Bier e pela Bogarts of Birmingham
menções e prémios na área da escrita no G.P. da Alemanha de 1961. Deste modo, tos de FF1600 existentes em Inglaterra, (Stokes era dono de um bar). Usava o
sobre o mundo automóvel. desde cedo South demonstrou interesse em 1974 South continuou na Rayrace e March 753 do ano anterior na primeira
em competir e os seus pais compraram- com o novo Ray 74F venceu 11 provas e parte da época, mas, ainda assim, o pi-
-lhe um kart aos 12 anos. Embora aidade foi vice-campeão no Campeonato BOC. loto foi segundo na sua primeira prova,
mínima para começar a correr fosse aos Bert Ray decidiu avançar para a F3 Inglesa em Thruxton, e manteria resultados re-
14, o adolescente, tal como tantos outros, e levar South consigo, mas o novo Ray RB3 gulares ao longo da temporada, principal-
falsificou a sua licença e iniciou-se nas ca- 75-Toyota foi construído com pouquíssi- mente após a compra de um March 763,
tegorias-base antes. Rapidamente mos- mos meios e, naturalmente, o patrão e pi- estrando-se a vencer numa das muitas
trou ser um dos mais talentosos jovens na loto tinham poucas ambições. Ainda as- provas extracampeonato, em Mallory
nascente categoria e foi progredindo nos sim, Stephen conseguiu levar o seu carro Park. Deste modo, Stephen foi quarto
sucessivos escalões com vários suces- aos pontos na ronda de inauguração em classificado no mais conceituado BARC
sos, culminando com os títulos ingleses Thruxton e deu o primeiro pódio à jovem BP Super Visco Championship, e sexto no
em 1968 e 1969. equipa graças a um terceiro lugar em BRDC Shellsport. E, pelo meio, um espe-
Quando terminou os estudos em 1971, Aintree. Para um jovem estreante, as pres- tacular terceiro lugar no G.P. do Mónaco
Stephen South decidiu definitivamente tações até estavam a ser muito regulares, de F3. Podia pensar-se numa progressão
deixar os karts e começou a trabalhar na sem grandes acidentes, até que, no verão, muito lenta, mas há que lembrar sempre
empresa paterna comprando, entretanto, Southdestruiu o chassisem Silverstone. o fator financeiro, além de que as perfor-
um Fórmula Ford 1600 da marca Palliser, A ajuda veio de um antigo rival nos karts, mances do piloto eram, claramente, su-
estreando-se numa prova invernal em John Stokes, que dispunha de um March periores aos resultados.
Brands Hatch. No entanto, o jovem piloto 753-Toyota que pilotava ocasionalmente. Em 1977 South conseguiu o apoio da BP, o
sempre trabalhou com um budget redu- O acordo foi simples. Em troca de algum que lhe permitiu abordar mais uma tem-
zido e aprendeu desde cedo a preparar e trabalho como mecânico por parte de porada na F3 Inglesa de uma forma bem
manter a sua máquina, o que lhe deu um mais desafogada, e sonhar com o título. Na
verdade, South usaria o mesmo carro do
ano anterior, a diferença era o patrocínio
e alguma assistência técnica por parte de
Alan Docking, que tornaram rapidamente
o March 763 bem mais competitivo, es-
treando-se com a sua primeira vitória ofi-
cial em Silverstone. A partir daqui, foi uma
época plena de sucessos, mas marcada
por uma profunda rivalidade com Derek
Daly, acabando mesmo em dois aciden-
tes, no Mónaco e Silverstone. A luta sem
quartel entre o inglês e o irlandês acabou
com um triunfo de Daly no Campeonato
BARC BP (South venceu em Thruxton,
Brands Hatch e Snetterton), mas Stephen
levou de vencida o BRDC Vandervell com
larga margem (vitórias em Silverstone e
Brands Hatch).
Quanto ao G.P. do Mónaco, como já foi dito,
Daly e South bateram e, se o irlandês fi-
cou logo ali, South ainda tentou chegar
ao final da prova, mas a suspensão cedeu
pouco depois. Apesar de já ter 25 anos,
naqueles tempos não era uma idade que
comprometesse as aspirações de chegar
à Fórmula 1, e South parecia estar mui-
to bem encaminhado. No entanto, sem
um manager, o piloto não compreendeu
propriamente porque é que, vindo de um
título na F3, o máximo que conseguiu de
imediato foi um convite para correr na
ronda de encerramento da F2 Japonesa,
em Suzuka.

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A CAMINHO DA FÓRMULA 1 bição de luxo para terminar num fabu- ser apanhado em mais um acidente na Mario Andretti.Colin Chapman convidou,
loso quarto lugar, frente a uma oposição largada, até que, finalmente, tudo bateu além de South, a dupla da Shadow – Jan
Pois bem, sem andar “a bater a todas as muito mais forte. Desta vez, houve con- certo em Hockenheim, onde o piloto de Lammers e Elio de Angelis – o protegido
capelinhas”, South não arranjou um vo- vites. A Chevron contratou-o para dispu- Middlesex liderou uma dobradinha da da BMW e piloto ocasional da moribun-
lante na Fórmula 2 em 1978. Alguma in- tar a Temporda Argentina e, embora sem Project Four, novamente a partir da pole. da Hesketh, Eddie Cheever e, surpreen-
genuidade e a sua falta de jeito na busca resultados de maior, as performances Avitóriadeu-lhe confiança eaequipa foi dentemente, um promissor piloto de F3,
de sponsors e de possíveis contratos dei- foram mais do que suficientes para que também ganhando experiência com o Nigel Mansell, ainda sem grandes créditos
xaram o promissor piloto no desemprego. South fosse contatado por um tal de Ron carro, o que permitiu a Stephen conse- firmados. Para espanto do staff da Lotus,
Os meses foram passando… e nada. Era Dennis que, depois de conseguir roubar guir mais dois pódios em Enna-Pergusa South foi o mais rápido e impressionante
como se o Campeão Inglês de F3 tivesse o patrocínio da ICI à Chevron, ainda a re- e Donington, para terminar a época em no teste, mas a experiência também con-
sido já esquecido. Necessitando de fazer cuperar da morte de Derek Bennet, se sexto no campeonato, com 19 pontos. tava, e a equipa decidiu jogar pelo seguro e
alguma coisa, em junho, Stephen inves- deslumbrou com o jovem piloto e con- Se bem que batido pelo bem mais expe- contratar Elio de Angelis. No entanto, não
tiu quase todo o seu dinheiro num March tratou-o para a Project Four Racing, ao riente Daly, as exibições de South foram, deixou de compensar South, oferecendo-
782 e nummotor Hart, enum carro total- lado de… Derek Daly. O irlandês já estava de novo, melhores que os resultados, e a -lhe um contrato a tempo inteiro como
mente pintado de branco, tendo como me- na Fórmula 1, mas as coisas iam algo atri- meio da época tinha recebido o seu pri- piloto de testes em 1980. No entanto, por
cânicos o seu pai e um amigo, além dele buladas por essas bandas, e ele optou por meiro convite para testar um Fórmula 1, apenas 2000 libras e sem garantias de
mesmo. South estreou-se em Donington. ficar mais um ano na F2 e tentar arranjar neste caso para a Enisgn, que vinha de correr, South rejeitou a proposta. Todos
E que estreia! Na primeira manga, o inglês um contrato a part-time na F1. O grande dispensar… Derek Daly. Depois de terem sabemos o que se seguiu… Mansell ficou
qualificou-se num fabuloso sétimo lugar, problema da equipa de Dennis não foi a alinhado com Patrick Gaillard no G.P. de com o lugar, a Lotus inscreveu ocasional-
rodando sempre na luta pelos pontos e dedicação extrema à preparação do car- França, a equipa pretendia um britânico, e mente um terceiro carro na fase final da
fazendo a volta mais rápida, até que um ro, mas sim as enormes dificuldades com como Tiff Needell – por motivos não pro- temporada e Nigel impressionou, acaban-
problema elétrico acabou com a sua prova. as afinações do feio March 792-BMW. priamente identificados, leia-se a mão de do como piloto efetivo na equipa em 1981.
De seguida, South alinhou no Campeonato Apesar das dificuldades com o carro e Monsieur Balestre – não conseguiu a su- Pior ainda, Colin Chapman fez notar aos
Aurora F1 Series (um campeonato britâ- de se estar a estrear a full-time na F2, o perlicença, Mo Nunn testou South, mas jornalistas que South estava já a começar
nico que usava monolugares de Fórmula que implicava conhecer vários circuitos compromissos na F2 impediram este de a ficar velho para encontrar um volante na
1 do ano anterior, e que permitia aos pri- novos para um piloto que mal tinha saído aproveitar a oportunidade, e daquelas pa- F1. Na verdade, com 27 anos, já não esta-
vados correr com aqueles carros, agora de Inglaterra, South demonstrou imedia- ragens nunca mais chegou nada. va em princípio de carreira, mas naque-
que era cada vez mais difícil chegarem tamente muito virtuosismo, mesmo se les tempos era muito comum chegar à F1
aos grandes palcos), estreando-se com muitas performances ficaram arruina- DAS MÁS DECISÕES À TRAGÉDIA com essa idade, René Arnoux e Patrick
uma pole em Brands Hatch, embora ti- das, mais por problemas mecânicos ou Tambay, entre tantos outros, que o digam.
vesse abandonado, e depois obteve um por incidentes sem culpa própria do que O sucesso de South ao longo da tempora- Isto deixou South sob pressão, mas tudo
nono lugar em Thruxton. Finalmente, ar- por despistas e erros do piloto. Quinto da de 1979 atraiu a atenção da Lotus, que pareceu desvanecer-se quando o piloto
ranjou mais algum dinheiro para dispu- na estreia em Silverstone, South fez em o convidou para um teste oficial em Paul foi contratado para fazer o Campeonato
tar a última prova da temporada de F2, seguida a pole em Vallelunga, só para Ricard, de onde sairia o piloto que deveria de F2 de 1980 ao volante de um Toleman
em Hockenheim, mostrando nova exi- substituir Carlos Reutemann ao lado de

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de fábrica, ao lado de outra jovem pro- de como uma forma de a Marlboro e Ron seria bom para o currículo de South. Mas, respetivos muros. O depósito rebentou
messa britânica e velho rival na F3, Derek Dennis desviarem o seu melhor piloto e, ainda antes da temporada americana co- e South recorda-se das dores no corpo
Warwick. Sem dúvida que ambos esta- mergulhado na sua teoria da conspira- meçar, Stephen foi convidado para cor- devido às queimaduras de gasolina e de
riam na luta pelo título, e o campeonato só ção, as suas relações com o piloto degra- rer na F1. Tudo sucedeu quando Alain ver as suas pernas num estado lasti-
iria valorizar ainda mais South. Porém, em daram-se progressivamente, acabando Prost se lesionou ao volante do McLaren moso. Com a intervenção da equipa de
fevereiro, Ron Dennis contatou o homem South por sair da equipa, sendo substi- em Kyalami e teve que se ausentar da assistência e dos mecânicos, o piloto foi
da Marlboro na McLaren, Paddy McNally, tuído pelo futuro campeão Brian Henton. prova de Long Beach. Mayer convidou finalmente desencarcerado, mas estava
afirmando com enorme entusiasmo que Tendo em conta que a Toleman iria do- Stuck, mas este recusou, por isso recor- em estado grave e foi imediatamente eva-
South era uma das maiores promessas, minar o campeonato, foi mais um rude reu aos serviços de South. Após um bre- cuado para o hospital mais próximo. Mais
e que a equipa deveria testá-lo. Assim o golpe no que poderia ter sido a carreira de ve teste em Brands Hatch com o McLaren tarde, South soube que esteve às portas da
fizeram, e Stephen aceitou o convite para South. Sem volante na F1 e na F2, Stephen M29C-Cosworth, Stephen partiu para a morte durante a primeira operação para
ir a Paul Ricard, mas tudo correu mal. A assinou pela equipa de Paul Newman na Califórnia. No entanto, em qualificação o o estabilizar. Inicialmente, julgava-se que
McLaren vivia tempos muitíssimo con- Can-Am. Aquele campeonato, embora carro era péssimo, faltava-lhe equilíbrio ainda seria possível salvar as pernas mas,
turbados, e Teddy Mayer estava a perder longe da Can-Am de 1966-1974, era refúgio aerodinâmico e bons travões, tão impor- durante a noite, o piloto sofreu uma em-
as rédeas à equipa, por isso o teste foi fei- para alguns pilotos que não conseguiam tantes numa pista citadina, e South não bolia pulmonar e só a rápida intervenção
to sem grandes condições. Pior ainda, a emprego na Europa (Patrick Tambay, por se conseguiu qualificar. Mesmo assim, dos médicos, avisados por outro paciente
Toleman descobriu… e não achou piada exemplo), e dava uma certa reputação, por colocando a performance em perspeti- do mesmo quarto, lhe salvou a vida. Nova
nenhuma. Alex Hawkridge viu esta atitu- isso correr na equipa de Paul Newman va com o bem mais experiente colega de intervenção foi necessária, mas uma se-
equipa John Watson, um especialista em mana depois, foi necessário amputar a
circuitos citadinos, o norte-irlandês ape- perna esquerda abaixo do joelho. Para
nas conseguiu ser 12º, embora em corrida piorar, o piloto teve uma infeção e ficou
recuperasse até ao quarto lugar. mais longas semanas nos cuidados in-
Ao menos era de esperar que tudo cor- tensivos, até que pudesse ser transferi-
resse melhor na Can-Am mas, ao con- do de volta a Inglaterra. Felizmente, Paul
trário de outras épocas, a equipa de Paul Newman tratou de tudo o que dizia respei-
Newman não conseguiu ser eficaz com to ao seguro de vida, e South regressou à
o Lola T530, e as primeiras provas foram pátria para ser novamente operado várias
um calvário. No entanto, em Mosport, foi vezes, seguindo-se mais tempo em fisio-
segundo atrás de Patrick Tambay, e em terapia, até estar apto para levar uma vida
Road America voltou a andar nos lugares o mais normal possível. O piloto assume
da frente, passando pela liderança até que que, naqueles meses, deixou de pensar
um pião o atirou para um inglório quinto em voltar a correr, porque estava total-
posto. South esperava bastante da se- mente focado em ficar vivo. Mesmo que
gunda metade da época, agora que es- lamente todas as circunstâncias erradas
tava familiarizado com o carro e a equipa que o afastaram de uma possível grande
tinha encontrado as melhores afinações, carreira na F1 – ainda para mais sabendo
mas em Brainerd sofreu um violento aci- que Ron Dennis viria a tomar o controlo
dente quando uma roda se quebrou a alta da McLaren no final de 1980 – ainda as-
velocidade. Apesar de ter saído bastante sim, o pior foi ter perdido a perna.
combalido e de não poder disputar a pro- Depois do seu acidente, South raramen-
va, estava pronto para regressar com o te voltou a aparecer no meio do despor-
carro de reserva da equipa, um Spyder to automóvel, sendo que apenas na úl-
NF11, claramente mais fraco, para a len- tima década começou a falar mais com
dária corrida em Trois-Rivières. jornalistas e até apareceu em eventos
Infelizmente, tudo acabou naquele fim de históricos. Estou convencido que, a
de semana de agosto. Estava um calor avaliar pelo que li sobre o piloto, South
intenso no Québec, e o asfalto do circui- era mesmo um talento muito acima da
to degradava-se continuamente. South média e merecia chegar à Fórmula 1. No
decidiu meter pneus novos e fazer algu- entanto, era demasiado descontraído
mas voltas para que estes ganhassem e pouco ativo, quiçá demasiado tími-
aderência mas, durante uma das voltas, do, na busca incessante por um lugar
o acelerador bloqueou quando o piloto ia e por apoios, o que o fragilizava. Certo
de pé a fundo e o carro bateu com uma que tomou algumas decisões erra-
violência enorme nos muros de concre- das, mas quem sabe se aquela época
to desta pista citadina, sendo depois ri- na Can-Am acabasse bem, o que teria
cocheteado para o outro lado da pista e ele conseguido?

+44

CITROËN

» C3 AIRCROSS 1.2 PURETECH

AS APARÊNCIAS ILUDEM!

Resistiu até conseguir, mas o princípio “se não os
consegues vencer, junta-te a eles” prevaleceu e a Citroën
deixou cair o monovolume C3 Picasso em favor de um
muito mais radical SUV C3 denominado Aircross para dar
a ideia de capacidade para a evasão. Mas olhe que as
aparências iludem e este SUV tem muito de... monovolume!

LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE José Manuel Costa rados por Pierre Authier (o mesmo que
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT [email protected] desenhou o 208 e a frente que parecia
morder o lábio, o 2008, 307, 308 e 508),
ACitroën,comodisse,resistiuaté para introduzir formas geométricas arre-
ao limite, mas depois de ver a dondadas em várias áreas da carroçaria
Peugeot a vender 2008 como e do interior.
pãezinhos quentes, a Renault
a liderar com o Captur, a Fiat BASE ALARGADA COM PENSAMENTO
a arrojar com o 500X e os co-
reanos a lançarem-se de cabeça – a Kia NA HABITABILIDADE
com um híbrido, a Hyundai com um carro
totalmente novo – com a Seat a lançar um A base do C3 Aircross é a mesma que
muito bem conseguido Arona, lá teve de serve o C3 e o C4 Cactus, sendo usada
suspirar e no espírito, “se não os podes no Aircross a distância entre eixos deste
vencer, junta-te a eles”, deixou a guilho- último, lá está, para oferecer aquela dose
tina cair sobre o C3 Picasso e fez nascer de espaço que os adeptos dos monovo-
um radical C3 Aircross. Porém, como lumes não prescindem. Há apenas com
sucede com outras marcas francesas duas rodas motrizes, as da frente, mas
umbilicalmenteligadasaosmonovolumes, a Citroën foi ao caixote de peças do PSA
a cedência é mais aparente que real. Group e tirou de lá o revisto Grip Control
O estilo nascido com o C4 Cactus tem que, com a ajuda do ESP e da eletrónica
vindo a ser desenvolvido e consegue ser parece dar asas ao C3 Aircross quando
diferente sem esfregar isso na nossa cara, abusamos e vamos para lá do alcatrão.
aproveitando os homens do estilo, lide- Mas só um bocadinho.
O habitáculo do C3 Aircross seria, sempre,
melhor – pelo menos em agradabilida-

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45

FT/ F I C H A T É C N I C A

1.0 / 110 CV

GASOLINA

10,2 S

0-100 KM/H

5,0 L / 6,4 L (AUTOSPORT)

100 KM

115

G/KM- CO2

17 956€

PREÇO VERSÃO ENSAIADA

HABITABILIDADE / BAGAGEIRA /
ESTILO

ALGUNS MATERIAIS / ESPAÇOS DE
ARRUMAÇÃO / TABLIÊ MINIMALISTA

MOTOR 3 CILINDROS EM LINHA, INJEÇÃO
DIRETA, TURBO, 998 CM3 POTÊNCIA
110 CV / 5500 RPM BINÁRIO 205 CV /
1500 RPM TRANSMISSÃO DIANTEIRA,
CAIXA MANUAL DE 5 VEL. SUSPENSÃO
INDEPENDENTE TIPO MCPHERSON FRENTE,
EIXO DE TORÇÃO ATRÁS TRAVAGEM DV/D
PESO 1159 KG MALA 410/520 LT
DEPÓSITO 78 LT VEL. MÁX. 185 KM/H

de - que o dos restantes rivais porque a e são duros, mas ainda assim a Citroën CONDUÇÃO SEGURAMAS SEM EMOÇÃO este Citroën e, para mim, é a melhor
casa francesa disse não ao cinzentismo e fez melhor no Aircross que no C3. Porque proposta. Curiosamente, dei por mim a
apostou numa linguagem de estilo interior há zonas guarnecidas que naquele não Na condução, a herança monovolume pensar no que a Citroën teria feito para
que privilegia as formas arredondadas estão e na bagageira, por exemplo, há uns atormenta-nos como um fantasma. fazer do C3 Aircross um carro melhor na
ou geométricas e o contraste de cores. frisos de borracha que ajudam a evitar a Primeiro no desenho do pilar A, fino, muito condução que o C3... uma leitura rápida da
Além disso, quem desenha o interior dos bagagem andar demasiado solta. inclinado e com uma escotilha lateral que informação disponível trouxe o veredito.
Citroën deve ter um part-time no Ikea, O minimalismo do interior é que irrita um confere a tal sensação de espaço que to- O endurecimento das barras estabilizado-
pois os bancos mais parecem uns sofás bocadinho. Eu também não gosto de mui- dos querem no seu monovolume, perdão, ras, melhor afinação dos amortecedores
e algumas zonas parecem mesmo deta- tos botões, mas há coisas que devem ter o SUV. Depois, vamos sentados conforta- (agora mais progressivos) e das molas,
lhes tirados de mobília caseira. Atrás... é seu próprio controlo, como a climatização. velmente e “lá em cima”. A visibilidade permite que o C3 Aircross curve muito
um monovolume! O banco desliza sobre No C3 Aircross está tudo agrupado no em redor do carro é excelente graças á bem e em segurança. Pena que a direção
calhas e pode ser reclinado, enfim, tem ecrã que encima a consola central e onde, ampla superfície vidrada. Lá está... típico roube todo o divertimento, pois é muito
tudo o que um bom monovolume teria. além da climatização, está o controlo das monovolume! Contas feitas, o C3 Aircross leve e não tem a mínima sensibilidade.
A bagageira é ajustável em dois níveis e o várias regulações do veículo, do sistema tem uma aceitável posição de condução, à No que toca ao conforto, nada a dizer,
banco dianteiro rebate as costas para ser de infoentretenimento – que tem Apple monovolume, elevada e com amplo domí- apenas que o carro é refinado e enfrenta
possível levar uma carga mais comprida. CarPlay e Android Auto, o que permite nio do ambiente em nosso redor. lombas, bandas sonoras e demais obstá-
Igual a um... monovolume! Menos igual a ter sistema de navegação, sinalização Na casa das máquinas, o meu C3 culos com facilidade e sem aquela típica
um monovolume é a falta de locais de ar- de tráfego e conectividade, tudo através Aircross estava equipado com o bloco confusão dos eixos e dos batentes da
rumação. A qualidade de construção tem do seu smartphone e da sua conta de 1.2 litros PureTech amplamente pre- suspensão.
de ser olhada de duas formas. Aquilo onde telemóvel sem comprar o vendido pela miado internacionalmente, na versão
os olhos chegam numa primeira análise e Citroën que não é muito melhor que o de 110 cv. Apesar de ser um três cilin- UM SUV MUITO MPV
onde os dedos chegam e tocam, é suave do seu smartphone – ligação Bluetooth, dros, mostra-se silencioso e refinado,
e parece de qualidade. Longe deste raio enfim, a panóplia habitual de ligações com fôlego suficiente para tornar o C3 QUE É UM BOM NEGÓCIO
de ação, os plásticos têm aspeto barato com o exterior. Aircross interessante seja em que con-
dição for. Rima de forma perfeita com Fica claro que este é um SUV muito MPV
e isso não é um problema, pois é isso que
você queria, ou seja, ter um monovolume
com aspeto da moda. Como familiar para
uso urbano ou suburbano, o C3 Aircross
é um excelente carro, oferecendo ainda
muito espaço interior e uma bagagei-
ra modulável com capacidade acima da
média (entre 410 e 520 litros consoante
avance ou recue o banco), além de um
comportamento seguro mesmo que não
seja entusiasmante (nenhum neste seg-
mento é!). Vale a pena optar pelo motor a
gasolina, bem mais barato que o propulsor
diesel, pois 17.956 euros não se podem
considerar um mau negócio! Bem pelo
contrário, pois este é um carro que en-
tendo ser melhor que o C3. Quem diria?!

+

KIA logia, estacionamento e combustível em tempo real.
O equipamento é também um dos fortes desta proposta,
» 1.4 T-GDI 7DCT TX que de série surge com: carregador wireless para smar-
tphone; sistema de navegação com ecrã de 8 polegadas
REFRESCADO e câmara de estacionamento traseira; sistema alerta de
condutor; alerta colisão frontal; Hill Start Assist Control;
A Kia renovou o seu Ceed e para esta terceira geração, lançada este ano, mudou muito e assistente de manutenção faixa de rodagem.
mais que o apóstrofe no nome. Fomos para a estrada com a versão 1.4 T-GDi 7DCT TX

André Duarte que lhe confere um bom leque de equipamento interior. AO VOLANTE
[email protected] Os materiais apresentam boa qualidade e a sensação
de espaço sobressai desde o primeiro momento. Os A posição de condução é agradável e os bancos, com
Onovo Kia Ceed apresenta um estilo jovial e bancos (dianteiros com ajuste lombar), em tecido e apoio lombar, prestam um bom sentar. O volante multi-
refrescado, que lhe dá uma ar moderno e pele, são confortáveis. Há mesmo detalhes com laivos funçõestem umnúmero excessivo de botões, que nos
atraente. Um modelo de linhas que se cru- de desportivo, como os pedais em alumínio e o volante, leva a precisar de alguma habituação inicial. Premido o
zam com um público jovem. Na carroçaria alavanca das velocidades (ambos em pele) e consola Star&Stop partimos em viagem com esta proposta a
destaca-se a grelha dianteira cromada; os central com pormenores em cromado. gasolina 1.4 T-GDI com 140 cv, a mais potente disponível
faróis LED; as luzes de circulação diurna em No entanto há um número excessivo de botões, tanto na gama Ceed. O binário máximo de 242 Nm surge
formato IceCube; os manípulos das portas e pára-cho- no volante multifunções, como na consola central, e desde as 1500 rpm, o que o torna um bom aliado na
ques na cor da carroçaria; os frisos cromados; as jantes de design não muito estimulante. Característica que se maior parte das situações.
de 17”; e spoiler traseiro. estende ao ecrã tátil de 8 polegadas destacado do tablier, O motor revela uma interessante alma, que transmite
pouco apelativo. Este integra o sistema de navegação de forma progressiva e com laivos de sonoridade que faz
INTERIOR (com sete anos de atualizações gratuitas) e climatização. aparentar mais do que é. No fundo, é para ser tomado
O habitáculo está também mais apurado. A motorização Disponível estão também Android Auto e Apple CarPlay, como uma proposta que confere alguns momentos de
1.4 T-GDi surge apenas com a linha de equipamento TX, assim como informação de trânsito, radares, meteoro- diversão ao seu condutor e não como um desportivo.
Com algum vigor no modo Sport - há ainda o normal - o
Ceed é um carro que pisca um olho ao prazer de con-
dução sem ser essa a sua génese. Daí que, se puxamos
mais pela sua alma, colocamos o motor num ambiente
desconfortável, fruto de um uma resposta acompanha-
da por um ruidoso trabalhar em consentimento, que
desagrada e mostra as suas naturais limitações. Mas,
no geral, a resposta satisfaz.
Já a caixa automática de 7 velocidades é algo branda para

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as exigências de uma condução mais viva. A inclusão BALANÇO FINAL FT/ F I C H A T É C N I C A
de patilhas no volante seria sem dúvida uma opção a
considerar e que nos permitiria tirar maior prazer de O novo Kia Ceed é uma proposta que se apresenta 1.4 / 140 CV
um conjunto globalmente atrativo. rejuvenescida. A imagem melhorou, estando agora
O comportamento é uma mais valia, com um chassis mais desportiva e jovem. Num interior que cumpre, GASOLINA
equilibrado e uma suspensão que garante conforto em e se destaca pelo conforto e espaço, o equipamento
estrada e se revela um dos argumentos mais fortes deste disponível é a principal mais valia, com a inclusão 9,2 S
modelo. O Ceed permite-nos uma leitura fácil das suas de algumas mordomias que em outras propostas
reações. A direção agrada e os travões também reagem só existem em modelos de segmento superior. Ao 0-100 KM/H
em conformidade. Em termos de consumos fizemos volante é uma proposta que agrada e mostra que
médias de 7,3l aos 100 km/h que podem chegar 8l se o Ceed pode pôr a concorrência em sentido. Para 5,7 L / 7,3 L (AUTOSPORT)
formos mais despreocupados. mais com o forte argumento do preço em campa-
nha, 24.440€. 100 KM

127

G/KM- CO2

28 690€ PREÇO BASE

(24.440€ C/ ATUAL CAMPANHA)

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SUSPENSÃO / EQUIPAMENTO /
IMAGEM / ESPAÇO / PREÇO
CAIXA SEM PATILHAS / EXCESSO DE
BOTÕES NO VOLANTE E CONSOLA CENTRAL /
DESIGN ECRÃ CENTRAL / CONSUMOS

MOTOR GASOLINA, 4 CIL. EM LINHA,
INJEÇÃO DIRETA, TURBO, INTERCOOLER,
1353 CM3 POTÊNCIA 140 CV / 6000 RPM
BINÁRIO 242 NM / 1500-3200
TRANSMISSÃO DIANTEIRA, TRANSMISSÃO
AUTOMÁTICA DE 7 VEL. SUSPENSÃO
MCPHERSON À FRENTE E EIXO MULTIBRAÇOS
ATRÁS TRAVÕES DV/D PESO 1204 KG MALA
395 LT ATÉ 1291 LT (C/ BANCOS TRASEIROS
REBATIDOS) DEPÓSITO 50 LT VEL. MÁX.
205 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
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