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Published by hmilheiro, 2018-02-05 13:47:01

AutoSport 2093

AutoSport 2093

#2093 DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES 40
ANO 40 O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES
anos
07/02/2018
>> autosport.pt
2,35€ (CONT.)
FÓREMWUELCA 1
ENNTIREAVISMTAAORIM
2ALONSO
PRESIDENTE DA FPAK
ENTRE
PÁG. 14
MUNDOS

>> AS IMPLICAÇÕES NA FÓRMULA 1
>> CALENDÁRIO WEC
PODE SER ALTERADO

+

SKODA OCTAVIA
BREAK RS 245 PÁG. 44

ROYAL ENFIELD
HIMALAYAN 2018 PÁG. 34

O SEMANAL
NO COMPUTADOR À 2ª FEIRA

EDIÇÃO >> autosport.pt ASJSÁI!NE
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3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2093
07/02/2018

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

ESPETÁCULO Em Mount Panorama voltou a bater-se este ano o recorde de espetadores nas 12 Horas de Bathurst. José Luís Abreu
Até pode ser difícil levar pessoas às corridas, mas não certamente a eventos como este...
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “É pá, nem que fosse o
Ogier…”, Carlos Vieira, quando ALiberty quis ser
Grid Girls fora Campeonato de Grande corrida politicamente correta e
da Fórmula 1! Portugal de Ralis 2018 em Bathusrt, que não Sérgio Ribeiro da Hyundai lhe disse que optou por proibir as Grid
Mas as Senhoras está a fazer crescer o seu companheiro de equipa seria o Girls, que vão deixar de
incomodam alguém? merecia terminar Armindo Araújo. ser vistas nas grelhas
Pelos vistos sim… água na boca a na sequência de um da Fórmula 1, deu o peito
muita gente… grande acidente… “O desafio da Hyundai foi mais às balas da contestação, que já era
forte do que estar numa zona esperada, mas a par da FIA tinha
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL de conforto que era não vir uma carta na manga para jogar, e
à luta”, Armindo Araújo, sobre o foi muito bem jogada, os Grid Kids.
Siga-nos nas redes sociais e saiba Não consigo ver melhor forma de
tudo sobre o desporto motorizado no seu regresso aos ralis passados cinco premiar os jovens que já andem
computador, tablet ou smartphone via anos. pelo karting do que pô-los ao
facebook (facebook.com/autosportpt), lado dos que provavelmente são
twitter (AutosportPT) ou em “Até agora ainda não vi os seus ídolos. É uma excelente
>> autosport.pt nenhuma ideia deles que faça ideia, na linha do que já sucede
sentido, estão a fazer quase no futebol há muito. Não há
tudo mal”, Bernie Ecclestone, que coisas muito melhores que a FIA/
Liberty pudessem fazer para
não perde oportunidade para alfinetar encher o ego destes jovens, do
a Liberty Media. que colocá-los junto ao pedestal
a que provavelmente a grande
“O Max (Verstappen) é o maioria deles aspira estar um dia.
primeiro colega de equipa que Mas há muito mais que a Liberty
me desafiou”, Daniel Ricciardo, pode fazer para além disto para
trazer a F1 para mais perto dos
ciente da ‘luta’ que trava internamente adeptos e nem sequer é preciso ir
na Red Bull. buscar novamente os exemplos
norte-americanos, que o fazem
desde sempre. Numa era em que
a oferta é tanta e a probabilidade
de deixar escapar adeptos para
outras modalidades é tão grande,
é quase incompreensível que uma
disciplina que gera tanta emoção
e entusiasmo ‘naturalmente’, seja
preciso queimar tanto neurónio para
fidelizar mais gente. Foi anunciada
uma parceira com o Snapchat,
porque ainda não funciona?
Por outro lado, fica claro que a
Fórmula 1 fica menos colorida sem
as Grid Girls, e o que era bom é
que alguma mulher conseguisse
chegar à F1, mas não porque
“era giro”. Devemos ter um dia
mulheres na Fórmula 1 pela sua
qualidade e não por causa de serem
mulheres…

4 f1/
FÓRMULA 1

MFUENROANDSLOAODSNNODSDIOOSE

As recentes aventuras
de Fernando Alonso

para lá das fronteiras da
Fórmula 1 têm muito de

paixão pelas corridas,
mas também mostram a
ambição que alimenta as

aventuras do espanhol.
Será que a sua avidez será

determinante para que
falhe?

Jorge Girão
[email protected]

>> autosport.pt

5

Fernando Alonso é um que mais? Ciao, Bello’. Ele não vai ficar. pidamentesemqueconsigaaproximar-se
‘animal competitivo’ Estou 100% seguro de que não vai ficar”, do número de títulos de Lewis Hamilton
que existe para vencer afirmou o francês após os testes de pré- ou Sebastian Vettel – quatro cada um
e, muito embora nos úl- -temporada em Barcelona, em 2017, du- contra os dois do espanhol – quanto mais
timos anos o tenhamos rante uma conversa com Jonathan Neale. dos sete de Michael Schumacher, a am-
visto ao seu melhor nível O bicampeão mundial ficou, mas usou bição do piloto de Oviedo, que pretende
mesmo com carros bas- a sua posição para levar avante os seus ser visto como um dos melhores pilotos
tante longe de lhe permi- intentos e, aprisionado a um casamento da história do automobilismo, levou-o a
tir explorar as suas qua- que não lhe podia dar o que ele preten- dar um passo ao lado e a olhar para Le
lidades, o seu ambiente é dia, quando Zak Brown sugeriu meio a Mans e para a Indy 500.
a luta pelos triunfos, im- brincar a possibilidade de fazerem as 500
possibilidade que tem le- Milhas de Indianápolis juntos, ainda antes O EPISÓDIO AMERICANO
vado a que a frustração tenha vindo a do Grande Prémio da Austrália, Alonso
crescer dentro de si. agarrou a possibilidade com as duas mãos A experiência das 500 Milhas de
Para o espanhol, ter como expectativa para espanto do patrão, que acabou por Indianápolis acabou por ter ramificações
máxima lutar por um 15º ou por um quinto não poder voltar atrás, apesar da coinci- positivas para a McLaren Honda, tirando
é, na verdade, basicamente a mesma coi- dência da prova americana com o Grande o foco da situação que se passava entre
sa, uma vez que, mesmo no mundo dos Prémio do Mónaco, curiosamente, a cor- os ingleses e os japoneses, num momen-
Grandes Prémios, rapidamente alcançou rida onde os problemas das unidades de to em que a relação se degradava a pas-
vitórias e logo na sua quarta temporada potência da Honda poderiam condicionar sos largos, sendo pouco disruptiva para
completa sagrou-se Campeão Mundial. menos o chassis da McLaren. Alonso, que em maio do ano passado não
Quando no ano passado percebeu que a Fernando Alonso, consciente de que, mui- tinha como sequer chegar aos pontos, e
Honda não tinha conseguido dar um passo to provavelmente, não terá carro para se muitas vezes terminar corridas, uma vez
em frente, antes pelo contrário, Alonso, por bater por títulos até ao final da sua car- que todo o evento americano se concen-
entre frustrações e irritações mais ou me- reira de Fórmula 1, apontou baterias à trou em apenas um mês.
nos vocais, deixou os homens da McLaren oficiosa Coroa Tripla, que consiste em Para além disso, em vez de ter num dos
à beira de um ataque de nervos, temendo vencer o Grande Prémio do Mónaco, as seus carros um piloto frustrado e abor-
que o seu piloto de ponta abandonasse a 500 Milhas de Indianápolis e a 24 Horas recido por não ter ao seu dispor o mate-
equipa, como Éric Boullier admite num de Le Mans, feito alcançado até hoje ape- rial que acredita ser digno do seu talento,
programa a ser emitido brevemente no nas por Graham Hill. Zak Brown, ao deixar e apoiar Alonso na
canal Prime Video: “Ele vai dizer: 'Sabem Com 36 anos, e a ver o tempo a escoar ra- maior corrida americana, colocou a sua
estrela do seu lado, dando-lhe um rebu-

f1/
FÓRMULA 1

6

çado para que este ganhasse balanço para tas à possibilidade, mas uma corrida com edição deste ano além de 38º posto: “Penso sistência da Flórida, surgia a confirmação
mais uma temporada difícil, enquanto, por um dia de duração pode ser extenuante que é uma boa corrida em janeiro, quan- de que em 2018 o espanhol disputaria as
outro lado, num verdadeiro golpe publici- para um piloto de elite que precisa estar do normalmente o calendário do automo- míticas 24 Horas de Le Mans ao serviço
tário, o guru do marketing incrementava no seu máximo a cada momento, tendo bilismo é bastante vazio, logo, penso que da Toyota, dividindo o TS050 HYBRID nú-
o perfil da McLaren e do seu piloto num Alonso disputado as 24 Horas de Daytona para nós pilotos é muito conveniente vir mero oito com Sébastien Buemi e Kazuki
mercado importantíssimo como o dos para aquilatar a possibilidade de dispu- aqui para fazer esta corrida. É uma corrida Nakajima, curiosamente dois pilotos que
Estados Unidos da América. tar Le Mans e o Campeonato Mundial icónica, prestigiosa. Como disse, este é um conhece da Fórmula 1, ainda que como
No fundo, todos ficaram a ganhar, talvez de Fórmula 1 no mesmo ano. “É um bom período do ano em que estamos bastante adversários: “Estou muito entusiasmado
excepto a Honda, que viu o piloto que mais evento, é muito bom pilotar o carro. Todo relaxados, normalmente a preparar-nos por participar nas 24 Horas de Le Mans
críticas lhe fazia abandonar, uma vez mais, o fim de semana: treinos-livres, corrida, para a nossa temporada, seja qual for a pelaprimeiravez.Éumacorridaque sigo
com problemas num motor seu, quan- troca de pilotos, comunicação, preparação categoria. Em vez de andar na bicicleta de perto há bastante tempo e sempre tive
do estava envolvido na luta pelo triunfo. dos pilotos entre ‘stints’, o tempo que te- ou ir ao ginásio, estamos a pilotar, por- a ambição de participar nela. As corridas
Para este ano seria difícil repetir a expe- mos para descansar, o foco que devemos tanto, é uma boa forma de preparação.” de endurance são diferentes das provas
riência, dado que a prova americana coin- ter na corrida e como ficar prontos para Dois dias depois do final da clássica de re- de monolugares e será um desafio inte-
cide novamente com o Grande Prémio do entrar no carro, por vezes quando espe-
Mónaco, sendo impossível que o espanhol ramos e outras quando o engenheiro diz
voltasse a falhar a corrida monegasca, ‘é tempo de ir’."
para além de sem a plataforma Honda, Como disse antes, quando fui para
que participa na Fórmula 1 e na IndyCar, Indianápolis foi a minha primeira cor-
encontrar uma solução para participar na rida em ovais e a primeira vez de mui-
oval mais famosa da América seria difícil, tas coisas.
se não uma impossibilidade. A minha estreia (ndr.: nas corridas de en-
Mas o espanhol tinha planos alternativos… durance) foi aqui, quando for a Le Mans,
sentir-me-ei muito mais preparado”, afir-
O PROJETO DE LE MANS mou o piloto da McLaren, que admitiu que
gostaria de voltar a Daytona, até por que
Alonso há já bastante tempo que se de- diversos problemas técnicos no Ligier da
monstra seduzido pelas 24 Horas de Le United Autosports, que dividiu com Lando
Mans, tendo observado longamente um Norris e Phil Hanson, o impediram de ir na
Audi R18 durante uma gala da FIA, o que
levou a que em 2014 tivesse dado o ar-
ranque para a clássica francesa e, sem
possibilidade de ir a Indianápolis em 2018,
virar-se para La Sarthe.
Com a saída da Porsche do Campeonato
do Mundo FIA de Endurance no final do
ano passado, o espanhol bateu à porta
da Toyota, com quem testou no final de
2017, parecendo desde então uma inevi-
tabilidade que o bicampeão mundial de
Fórmula 1 defendesse as cores do cons-
trutor japonês em Le Mans.
A marca nipónica será o único construtor
de automóveis representado oficialmente
na competição por entre os protótipos, e
muito embora o ACO prometa um BoP de
modo a permitir que os carros privados
possam lutar pela vitória, dificilmente o
triunfo fugirá à Toyota, que poderá asse-
gurar ao espanhol mais um passo rumo
à ansiada Coroa Tripla.
Era demasiado sedutor para virar as cos-

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ressante. Estou ansioso por trabalhar e a Coroa Tripla do desporto automóvel – o ria interessado em tomar parte na maior estrela em sua casa – o circuito de Fuji per-
por aprender com o Sébastien (Buemi) e Grande Prémio do Mónaco, as 500 Milhas parte das corridas do Campeonato do tence ao construtor nipónico – também
o Kazuki (Nakajima), que são ambos pilo- de Indianápolis e as 24 Horas de Le Mans. Mundo FIA de Endurance, a normalidade não deverá ser estranha a esta motivação.
tos de endurance muito experientes. Terei O ano passado tentámos a Indy, esteve seria que participasse nas 6 Horas de Spa- Mais quatro corridas, cinco se a data
um longo caminho de aprendizagem, mas por pouco, mas falhámos. Este ano te- Francorchamps para preparar as 24 Horas de Fuji for alterada, poderá não parecer
estou pronto para este desafio e mal pos- nho a possibilidade, graças à McLaren, de de Le Mans – tal como Nico Hulkenberg, muito, mas num calendário de Fórmula
so esperar por começar”, afirmou Alonso. competir pela vitória em Le Mans. É um quevenceuaclássicafrancesa em2015ao 1 com 21 provas em oito meses, os fins de
Para a Toyota, num ano em que não terá grande desafio – muitas coisas podem serviço da Porsche – mas Alonso, sendo semana livres são raros e qualquer um
concorrência, devendo as suas derrotas correr mal – mas estou pronto, prepa- Alonso, teve que ir mais além e participa- dos eventos do Campeonato do Mundo
(a acontecer) ter um impacto mediático rado e ansioso pela luta”, afirmou o es- rá em todas as provas da Super-Season FIA de Endurance estão emoldurados
muito superior ao dos seus triunfos, a panhol que admitiu que a compreensão do WEC – que terá oito provas ao longo por Grandes Prémios, excepto a ronda
contratação de Alonso assegura uma co- da sua equipa de Fórmula 1 foi determi- de dois anos – que não coincidam com de Silverstone, que por se disputar a 19
bertura dos media muito superior ao que nante para este desfecho. “O meu acordo provas de Fórmula 1 – 2019 ver-se-á de de agosto, em pleno mês de férias da ca-
teria, isto, claro, para além das qualidades para competir no Campeonato do Mundo acordo com o calendário desta. tegoria máxima, apenas tem o Grande
intrínsecas do espanhol, reconhecidas por FIA de Endurance só foi possível devido à Isso significa que, em 2018, para lá dos 21 Prémio de Bélgica uma semana depois.
Hisatake Murata, presidente da equipa. compreensão e ao bom relacionamento Grandes Prémios da temporada e das 24 Mas em novembro, por exemplo, o espa-
"O Fernando é um estreante no que tenho com a McLaren e estou muito Horas de Daytona, o espanhol terá ainda nhol terá um mês de loucos, começando
Campeonato do Mundo FIA de Endurance, satisfeito por me terem ouvido e com- mais quatro corridas de endurance. Mas por disputar o Grande Prémio do Brasil no
mas traz-nos a experiência adquirida preendido o que isto significa para mim”. a força do bicampeão mundial é tal que o dia 11, para rumar a Xangai, onde tomará
ao longo de muitos anos no topo da sua ACO está tentado em alterar a data da pro- parte na prova do WEC no fim de sema-
categoria. Estamos entusiasmados por DE UM LADO PARA O OUTRO va japonesa, concomitante com o Grande na seguinte, regressandoà Fórmula 1 em
trabalhar com ele, mas nas corridas de Prémio dos Estados Unidos. Abu Dhabi uma semana depois – muitas
endurance o esforço de equipa é mui- Apesar de terem surgido diversos rumo- O facto de a Toyota querer mostrar a sua milhas acumuladas para o seu estatu-
to importante e sabemos que todos os res que apontavam que o espanhol esta-
nossos pilotos estão num elevado nível.”
As motivações do bicampeão são eviden- "NUNCA NEGUEI O MEU OBJETIVO DE VENCER A COROA TRIPLA DO
tes, admitindo que os seus desideratos DESPORTO AUTOMÓVEL - O GRANDE PRÉMIO DO MÓNACO, AS 500
para lá da Fórmula 1 são determinantes MILHAS DE INDIANÁPOLIS E AS 24 HORAS DE LE MANS."
para a viajar até la Sarthe.
“Nunca neguei o meu objetivo de vencer

f1/
FÓRMULA 1

8

to viajante frequente nas operadores de tes na engrenagem que é uma equipa de ter um bom ano. Na temporada passada nível de energia mental. Se competimos
aviação comercial. Fórmula 1. Apesar do programa paralelo havia muitas coisas que poderíamos ter na Fórmula 1, não nos podemos permitir
Apesar da pressão que todas as viagens que protagonizará, Alonso garante que melhorado e é isso que quero fazer. Quero a algumas distrações. Digo isto depois de
que este programa colocará em Alonso, a sua concentração absoluta estará nas melhorar as minhas fraquezas”, afirmou o diversas temporadas e de participar em
seja ao nível do desgaste físico ou men- corridas da categoria máxima do des- piloto da Williams em declarações presta- Le Mans. Se eu fosse o Fernando, não o
tal, Brown considera que os interesses porto automóvel. das à publicação norte-americana Racer. faria”, apontou Webber em declarações
da McLaren estão defendidos, mas avisa “Este desafio não me desviará de forma Se a posição do canadiano é compreensí- prestadas à publicação Automoto.it, acres-
que a Fórmula 1 será sempre prioritária alguma do meu objetivo prioritário, que vel e distante do estatuto do espanhol, já centando: “Ou ele escolhe fazer Le Mans
para o seu piloto: “Não é segredo de que é a Fórmula 1 com a McLaren. Em 2018 o Mark Webber é uma voz a ouvir, dado que devidamente e foca-se nisso e esquece o
o Fernando queria competir nas 24 Horas meu objetivo é ser competitivo em todos depois de cinco anos ao mais nível, com resto da temporada, ou arrisca-se a ma-
de Le Mans. Penso que todos os membros os Grandes Prémios e estou seguro de que a Red Bull, e de 13 anos na Fórmula 1, dis- goar-se. Em Le Mans tudo se inicia dias
da nossa organização apreciam que um estamos próximos de o conseguir”, sub- putou o Campeonato do Mundo FIA WEC antes da corrida.
piloto de classe mundial, motivado, seden- linhou o bicampeão mundial. com a Porsche, sagrando-se Campeão Rodamos de dia, depois à noite, então te-
to e feliz, como o Fernando, é uma mais- A questão passa por perceber se, Mundial da categoria em 2015. mos a parada na baixa com os adeptos,
-valia formidável para qualquer equipa Fernando Alonso, por acaso, não tiver O australiano, amigo de Fernando Alonso, as reuniões com os engenheiros, a forma
de Fórmula 1. um monolugar competitivo que lhe per- considera que disputar o Campeonato do como a corrida será dividida com os nos-
O ano passado chegámos à conclusão mita, pelo menos, incomodar os pilotos Mundo de Fórmula 1 e as 24 Horas de Le sos colegas de equipa, como passar-lhes
conjunta de competir nas 500 Milhas de com quem considera ter o direito de lutar Mans não é algo fácil de conseguir reali- o carro sem perder tempo e vice-versa.
Indianápolis com o Fernando, em vez de – Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Max zar a um elevado nível. Tudo exige muita força mental e empenho
no Grande Prémio do Mónaco. Mas sem- Versttappen – não muda, inconsciente- “É um erro, são coisas completamente e, para perceber se tudo vale a pena, penso
pre dissemos que consideraríamos cada mente, o seu foco para o WEC, onde com a diferentes. Ambas absorvem um elevado que o Alonso faz bem em fazer Daytona
oportunidade caso a caso e ambos sa- Toyota será, seguramente, um contendor (ndr.: declarações realizadas antes da
bíamos que, em 2018, a nossa principal ao triunfo em todas as provas… prova americana).
preocupação seria a Fórmula 1. Avaliará tudo e terá um entendimento do
Tal como o Fernando, na McLaren somos O QUE DIZEM OS OUTROS? que será necessário. Então sei que tomará
pessoas das corridas, e a nossa equipa a decisão certa”.
está apoiada numa herança de compe- O programa a que Fernando Alonso se Quando questionado sobre o feito de Nico
tição e de sucesso em diferentes catego- propõe este ano é algo a que não se assiste Hulkenberg, que venceu Le Mans em
rias do automobilismo. É igualmente im- há longas décadas. Então era normal um
portante ter a confiança de que nada nos piloto disputar mais que um campeonato,
desviará do nosso objectivo, a Fórmula 1. como o prova Mario Andretti, que, quando
Depois de uma aturada avaliação, esta- se sagrou Campeão Mundial de Fórmula 1
mos seguros de que esta campanha não o de 1978, participou também em oito cor-
fará e que os interesses da McLaren serão ridas da USAC National Championship – a
defendidos”, enfatizou o americano que Fórmula Indy de então– incluindo as500
dirige os destinos da formação de Woking. Milhas de Indianápolis.
Com a crescente profissionalização dos
A FÓRMULA 1 É O OBJETIVO pilotos, esta prática foi caindo em desuso
e desde então os pilotos de Fórmula 1 difi-
Ao permitir que Alonso dispute, possi- cilmente deixavam o seu ambiente para
velmente, a totalidade do Campeonato disputar outras provas ao mais alto nível.
do Mundo FIA de Endurance, Brown está Contudo, mais recentemente, voltou a ve-
a admitir que a McLaren não terá os meios rificar-se o interesse da parte de alguns
para garantir ao seu piloto-estrela um dos nomes da categoria máxima em rea-
carro capaz de permitir a este lutar pelo lizar também outras provas importantes
cetro deste ano, dado que, a batalha dos do mundo do automobilismo, tendo Nico
títulos é profundamente extenuante a di- Hulkenberg disputado as 24 Horas de Le
versos níveis - como Nico Rosberg admi- Mans em 2015, vencendo logo na sua pri-
tiu quando decidiu abandonar a Fórmula meira tentativa.
1 - e participar em outras categorias será Este ano, nas 24 Horas de Daytona, para
sempre uma distração, ainda que peque- além de Alonso também Lance Stroll mar-
na, mas que, numa situação em que tudo cou presença na prova de abertura do
conta, decisiva. IMSA SportsCar Championship, onde já
Ainda assim, este ano será de profunda participara anteriormente.
importância para a McLaren, dado que, No entanto, o canadiano, que no ano pas-
sem a Honda como desculpa, terá que sado se estreou na Fórmula 1, precisa ain-
provar que eram as unidades japonesas da de se afirmar no mundo dos Grandes
que a impediam de estar, pelo menos, no Prémios, vivendo por isso uma situação
topo do segundo pelotão, a incomodar diferente da de Alonso, o que não o mo-
as 'três grandes', de assegurar pódios e, tiva para realizar mais provas que o dis-
quem sabe até, de conquistar uma vitó- traiam do seu objetivo prioritário: “Para
ria oportuna. ser honesto, neste momento não estou
Para isso, a formação inglesa precisará pronto para fazer Le Mans ou nada além
que tudo funcione na perfeição, sendo da F1. Estou focado na F1. Quero tornar-
os pilotos uma das peças mais importan- -me Campeão Mundial um dia e quero

WEBBER: "É UM ERRO O ALONSO FAZER F1 E AS 24 HORAS DE LE MANS,
SÃO COISAS COMPLETAMENTE DIFERENTES. SE COMPETIMOS

NA FÓRMULA 1, NÃO NOS PODEMOS PERMITIR A ALGUMAS DISTRAÇÕES."

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9

2015, apesar de competir na Fórmula 1 aborda as corridas, dado que mostra ter
ao serviço da Force India, Webber frisou muita paixão pelo automobilismo como
a diferença de estatuto entre o alemão um todo e não apenas pela sua carreira
e o espanhol, que está numa equipa em de Fórmula 1.
que, apesar de ter estado longe dos luga- Competiu em Indianápolis e em Daytona
res cimeiros desde 2013, espera-se que e agora prepara-se para fazer Le Mans.
possa regressar este ano a posições de Este tipo de versatilidade era o que eu via
destaque: “Era uma equipa de segunda quando cresci, quando assistia aos gran-
linha. A pressão é diferente. Para além des, desde Mario Andretti até Jacky Ickx
disso, em Le Mans estava numa equipa – e depois outros com quem competi em
de topo, o que simplificou tudo”, subli- diversos tipos de corridas.
nhou o australiano. Considero isso brilhante, dado que evi-
Mas se o embaixador da Porsche consi- dencia o verdadeiro espírito das corri-
dera que o seu amigo poderá estar a colo- das”, concluiu o homem que ficou inde-
car-se numa situação difícil face à opção levelmente marcado aos triunfos da Audi.
que tomou para a sua temporada de 2018, As opiniões, como se percebe, dividem-se,
Tom Kristensen, o recordista de vitórias criando mais um tema de conversa entre
em Le Mans, 9, compreende a decisão os adeptos do automobilismo, estando a
e a sedução de Alonso pela clássica de atenção destes virada não só para os seus
La Sarthe: “O Fernando está muito bem campeonatos de eleição, mas também
informado sobre Le Mans. Falei com ele para o exigente desafio do espanhol e per-
algumas vezes ao longo dos anos, sobre- ceber se este poderá ser bem-sucedido
tudo quando ele deu a partida, em 2014. em dois palcos bem distintos.
Sempre mostrou grande interesse no A decisão de Alonso levanta até a possibi-
evento e quando viu os protótipos achou- lidade de haver seguidores, muito embo-
-os incrivelmente fascinantes. ra seja difícil verificamos um movimento
Agora pode estar ansioso pela sensação massivo, uma vez que o bicampeão mun-
de pilotar à noite, estar no carro durante dial esta numa posição privilegiada – é um
mais de três horas e a andar no limite, por dos melhores pilotos da Fórmula 1, mas
entrar no ritmo. sem carro para ser Campeão Mundial,
Este desafio é absolutamente maravilho- o que lhe garante uma posição negocial
so. Quando entramos no ritmo e o carro forte graças ao seu estatuto.
está com uma boa performance sim- As equipas de ponta dificilmente permi-
plesmente não há nada melhor”, revelou tirão aos seus pilotos rumarem a outras
o dinamarquês. paragens, ao passo que os jovens, ainda
Kristensen enaltece a capacidade do es- sem nome firmado, estão mais interes-
panhol em ver mais além e não se limi- sados, antes de mais, em assegurar uma
tar aos confins da Fórmula 1, seguindo o carreira sustentada na Fórmula 1, que con-
caminho de grandes pilotos do passa- tinua a ser a disciplina mais importante
do. “Admiro a forma como o Fernando do automobilismo.

E/10
“MTEEMNOOSSPQRUOEVTAESR,ENTREVISTA ENTREVISTA A NI AMORIM
PRESIDENTE DA FPAK

MASCOMMELHOR
QUALIDADE

Ni Amorim foi eleito como novo Presidente da FPAK em junho passado, e agora, cerca de sete
meses depois, fazemos um primeiro balanço do que já foi feito, e o que nos reserva o futuro...

José Luís Abreu falou-se muito de karting e dos projetos ceis porque tínhamos que fechar os regu- despacho, para assinatura, e espero que
[email protected] de captação de jovens pilotos, da dificul- lamentos e os calendários, o que nos ocu- venha o mais rapidamente possível. É um
dade que existe hoje em dia para manter pou os meses de novembro e dezembro assunto que a FPAK anda a tratar há cer-
Sete meses ainda não é muito uma carreira nos fórmulas, no estrangei- na sua totalidade. Foram meses de muita ca de 10 anos, e gostava imenso que isto
para que se possa fazer uma ro, bem como do tão ansiado regresso das carga, muito intensos, mas eu acho que ficasse resolvido.
radiografia detalhada do traba- marcas ao desporto automóvel português. valeu a pena. Aprofundámos as nossas Lançámos, no fundo, nestes sete meses,
lho até aqui levado a cabo pela Naquele que poderá ser um importante relações com o estado, o que é absolu- as bases do que irá ser o automobilismo
nova direção da FPAK, mas de- documento para o desporto automóvel tamente fundamental, com a Secretaria em 2018. Focámo-nos muito no karting,
pois de meter mãos à obra e ter nacional, ficámos a saber que o IPAM, de Estado do Desporto, através do IPDJ.
colocado a época de 2018 em velocida- Instituto Português de Administração Demos um passo, que eu penso que seja
de de cruzeiro, era importante esta con- de Marketing, está a realizar um estudo significativo, no que respeitaàs matrícu-
versa com o novo Presidente da FPAK, para desenvolver ideias novas relativas las dos carros clássicos, porque o decreto
Ni Amorim, eleito um junho passado. à marca 'automobilismo'. lei está pronto, embora nós não possa-
Sete meses de muito trabalho, mas que, Mas não só, pois ficámos ainda a saber mos fazer avançar a máquina do estado,
naturalmente, ainda não deram para co- que o Governo português tem na sua pos- porque ela é burocrática. Mas está pron-
locar de pé todas as ideias que consigo se um projeto do AIA, para um estudo de to, mostraram-nos o decreto, está para
trouxe. Ainda assim, é tempo de avaliar o viabilidade económico-financeira para a
atual 'Estado da Nação' do nosso desporto possível vinda da F1 a Portugal, e ainda o
automóvel, esclarecer alguns dos pontos que é preciso para se reativar o Circuito da
em que, de forma recorrente, a família do Boavista. Por fim e não menos importan-
desporto automóvel mais se insurge, mar- te, uma ênfase muito forte na segurança
cando desta forma um ponto de partida nos desportos motorizados e a cada vez
para memória futura. maior exigência a esse nível.
Nesta extensa entrevista, foram tantos e Uma conversa sem reservas, num mo-
tão bons os assuntos, que o AutoSport em mento em que o desporto automóvel na-
papel não teve espaço para tudo. Assim, e cional dá sinais de alguma revitalização...
se for do seu interesse, pode ler a entre- Que balanço faz até aqui de cerca de sete
vista completa no nosso site, www.autos- meses de FPAK?
port.pt, no separador +Motores. É um balanço positivo. Os primeiros sete
Nesta conversa, fez-se o balanço possível, meses foram mais para reestruturar, para
estudar dossiers, foram sete meses difí-

>> autosport.pt

11

queera uma das nossas bandeiras, diga- a um entendimento para que possamos tomar na área da captação - miúdos com troféu 'low cost' em que as pessoas se pos-
mos assim, do nosso programa eleitoral, remar na mesma direção, para que o kar- seis, sete anos, que queremos trazer para sam iniciar, vindas do karting ou não. Um
e nessa área, do karting, demos passos ting seja cada vez mais pujante. Acredito o karting, para a iniciação - com o traba- carro de 1000 cc com 140 cv, uma marca
significativos. Vamos apoiar, através da que 2018 seja um ano muito importante. lho que estamos a fazer de promoção e por trás e tudo bem organizado são boas
captação de novos pilotos, para que pos- O Nuno Couceiro disse em entrevista divulgação, e com os prémios que esta- notícias para o desporto. Agora o piloto
sam ser talentos do futuro no desporto recente ao AutoSport que estava muito mos a atribuir, que são muito aliciantes, que vai para o KIA Picanto não é o piloto
automóvel. Vamos também apostar no apreensivo com o que se está a passar que vamos dinamizar o karting. Para além que quer ir para a Fórmula 1. O que quer ir
campo da iniciação, e na possibilidade de no karting em Portugal, dizendo que te- de que vamos continuar a fazer a trans- para a F1 tem que fazer o que fizeram os
os pilotos de karting que ganhem nas ca- mos uma ‘escola primária’, na sua opi- missão em direto da Taça de Portugal, e outros. Tem que ir fazer fórmulas. Agora o
tegorias de maior idade - 16 anos - sejam nião, muito má? Concorda? O que pensa vamos também melhorar a comunicação ciclo económico dos pilotos que vão para
avaliados, e, no ano seguinte, a FPAK irá a FPAK poder fazer a curto/médio prazo? e a divulgação do karting em Portugal. o estrangeiro é completamente diferen-
financiar-lhes uma época no Troféu KIA Sinto que o karting passou por uma fase Que tipo de ações estão a fazer para cap- te, porque hoje em dia não há os mesmos
Picanto, o que é também uma forma de muito mais difícil que aquela em que está tar as crianças para o Karting? apoios que havia. É muito mais difícil, e
incentivar o karting. E temos trabalhado, agora. Acho que o karting, há cinco, seis Estamos a apoiar uma iniciativa, a Kart não é só em Portugal, é transversal a toda
quer no Campeonato Nacional, quer no anos atrás, bateu no fundo. Estou conven- Kid Race School, um projeto feito em par- a Europa. A federação não tem vocação,
Troféu Rotax, no sentido de chegarmos cido que com as medidas que estamos a ceria com a FPAK, que o financia. Os miú- nem pode financiar carreiras de pilotos no
dos vão passar a ter acesso a karts a um estrangeiro. Há uma federação que nou-
preço simbólico, tudo incluído, chave na tros tempos fez um trabalho brilhante, a
mão, para, com 200 ou 300 euros, poderem francesa, num projeto que era pago pela
fazer provas. Se não fosse subsidiado era ELF, donde saíram grandes pilotos. A ELF
impossível. Estamos a falar de karts no- patrocinava, alguns até foram para a F1,
vos, motores novos. Portanto, isto é bom outros para as mais diversas categorias
para o karting, como é também uma ação do desporto automóvel. Singraram neste
pedagógica. É importante para as crian- desporto. Nós não temos essa possibili-
ças este convívio, para se começarem a dade, há que olhar para a nossa realida-
formar no desporto, aprenderem a convi- de e a federação não pode fazer muito. O
ver em equipa e aprenderem o que é um que podemos é criar-lhes as melhores
patrocinador, como defendê-lo, e o que condições no karting, para ver se depois
é a comunicação social. Penso que tem conseguem ir lá para fora.
todo um bom componente. Isto é uma Há alguma possibilidade de criar uma
das coisas que estamos a fazer no karting. competição de fórmulas barata em
Temos grandes pilotos hoje em dia na Portugal?
velocidade internacional, que deram se- Já se fizeram muitos estudos e não houve
quência ao que por exemplo o Ni Amorim nenhum promotor interessado em tra-
fez no estrangeiro. Mas olhando agora, zer fórmulas para Portugal. O exemplo
talvez só o Henrique Chaves esteja na da nossa vizinha Espanha também não
calha. Atrás dele, assim de repente, não é famoso, com a Fórmula 4, e eu continuo
se vê mais ninguém que possa dar se- a pensar que a melhor forma de um pilo-
quência a uma renovação. Presumo que to singrar no estrangeiro é ir lá para fora
isso o preocupe? e fazer as fórmulas internacionais, mas
Estamos atualmente bastante bem repre- para isso é preciso budget, como já referi.
sentados no estrangeiro, e temos que dar O problema do budget, a federação não vai
continuidade a isso. E tem que ser através poder resolver. Vai poder é fazer melhor
do karting. O karting é que pode vir a ser o divulgação, criar melhores condições para
grande impulsionador e a produzir gran- que se atraia mais pessoas para o karting
des talentos para substituir esta geração... e ver se daí surgem talentos.
E o passo seguinte? Quanto tiverem que Há a sensação que o desporto automó-
sair do karting, há alguma coisa que pos- vel nacional está a readquirir vitalidade.
sa fazer a esse nível? Surgiram três novos construtores - KIA,
É muito difícil. Um piloto que faça karting Peugeot, Hyundai - envolvidos oficial-
e que a seguir queira fazer carreira, tem mente. Está otimista?
que ir para o estrangeiro e fazer fórmulas. É uma excelente notícia, os melhores anos
Nós aqui em Portugal não temos fórmu- que o desporto automóvel português vi-
las em que eles se possam enquadrar. O veu foram sempre quando as marcas
piloto que não tenha a possibilidade e o estiveram associadas, portanto fizemos
budget para fazer provas no estrangeiro, uma travessia no deserto sem as mar-
tem uma forma de continuar a seguir ao cas presentes e estou muito otimista que
karting, quando tiver 16 anos, através do este ano possamos ter uma dinamização,
Troféu KIA Picanto, ou mesmo do TCR. Pela quer na velocidade, quer nos ralis, com a
primeira vez em muito tempo temos um chegada da KIA, Hyundai e Peugeot. A
Peugeot é uma aposta Ibérica muito in-
"UNIR A FEDERAÇÃO, REMARMOS NO MESMO SENTIDO, teressante e importante porque isso pode
TER MAIS ADEPTOS, MAIS PRATICANTES, MAIS LICENCIADOS, ERA ESSE O dar origem a mais. Correndo bem, tenho
GRANDE SONHO E O GRANDE OBJETIVO DESTA LEGISLATURA." previsto com o Presidente da Federação
espanhola irmos à FIA no mês de março,
ou abril, propor criar uma zona Ibérica
entre Portugal, Espanha e Andorra, no

e/
ENTREVISTA

12

NI AMORIM

sentido de podermos fazer séries entre Aveiro, que assegurou novos patrocina- Instituto Português de Administração também ao terreno tentar perceber como
estes três países, sem estarem sujeitas dores que vos vão permitir, em 2018, dar de Marketing, num trabalho que ficará tudo funciona ou ter alguma sensibilida-
às taxas da FIA. Isso baixava os custos, maior visibilidade, em termos de comuni- concluído até ao mês de junho. Já tivemos de de como tudo se passa?
e com isso podíamos fazer campeonatos cação e de divulgação, às competições do varias reuniões, eles são da opinião que, O que está estipulado é fazer um traba-
na zona Ibérica com custos mais baixos, calendário da FPAK. Quer revelar mais? ao contrário do futebol, que já está com- lho teórico, uma espécie de radiografia, e
porque atualmente a regulamentação Nós conseguimos novos patrocinado- pletamente explorado, a marca ‘automo- para isso já lhes foram facultados os ele-
não permite que um campeonato saia do res que nos vão permitir, sem ter que bilismo’ é um diamante em bruto, tem um mentos solicitados. A segunda fase passa
seu país mais do que uma vez. É um pou- aumentar o preço das licenças aos pilo- enorme potencial e pode ser explorado. por irem ao terreno ver como as provas
co ridículo fazer um campeonato Ibérico tos, ter mais dinheiro para a formação e Eles acham que a seguir ao futebol, que são organizadas, ver como os espeta-
em que se for português vai uma vez a para a divulgação. Esses patrocinadores é um fenómeno à parte, entendem que dores seguem as provas, ver os horários
Espanha, e vice-versa. E que se lhe cha- vão ser anunciados ainda em fevereiro e o automobilismo é a segunda disciplina em que as provas se realizam, ver se são
me Ibérico. Ibérico era 50-50, é uma coisa já estão acordados com a FPAK. É um tra- mais popular em Portugal, e portanto pu- esses os melhores horários, tentar per-
que temos de trabalhar, a exemplo do que balho que era preciso fazer, trazer novos seram um conjunto de alunos e profes- ceber tudo o que se possa melhorar no
se faz na Europa do norte e no Benelux . patrocinadores para o desporto automó- sores a debater este tema internamente, que à sua área diz respeito. E vão dar o
Temos que fazer aqui uma parceria ibé- vel. E vamos tentar mais. As épocas es- para ver de que forma nós devemos co- seu contributo. Hoje há muitas formas de
rica. Temos que fazer ver à FIA o que de tão a começar e esta fase foi muito difí- municar. O mundo da comunicação está comunicar que nós próprios, de gerações
bom isso pode fazer pelo automobilismo cil. 90% dos regulamentos saíram ainda a viver uma perfeita revolução, todos os mais antigas, não utilizamos, mas os mais
destes dois países. no ano anterior. As pessoas dizem que dias há novidades, e nós temos que dar novos sim. Os recursos nunca são exces-
Esta Peugeot Rally Cup Ibérica tem tudo é tarde, mas esquecem-se de ver o que os tiros certos e apontar as baterias para sivos e portanto temos que os gerir bem,
para correr bem... está ao lado. Em Espanha, a 15 de janeiro comunicarmos bem com o nosso público. e eu penso que este estudo nos vai ajudar
Está ‘metida’ a Peugeot Portugal, Espanha ainda não se sabia qual era o calendário Est é um estudo desinteressado, não é re- para o futuro, pois é uma coisa de médio
e França, através da Peugeot Sport. Eu do campeonato de ralis. munerado, o próprio IPAM tem interesse longo prazo. Acho que este estudo pode
estou convencido que com os prémios Sabemos também que se está a trabalhar em que os seus alunos façam este estu- trazer um relevante contributo ao nosso
que existem de participação que vamos para melhorar a marca 'automobilismo'. do, debatam e tirem as suas conclusões. desporto. Nunca foi feito...
ter um conjunto de carros interessante, a Como se faz isso? Isto pode-nos ser muito útil para o futuro. No seu programa de candidatura, referia
acrescentar aos nossos, e vamos animar Fizemos uma parceria com o IPAM, Para lá de discutirem internamente, vão querer criar condições, em termos de di-
três corridas dos nossos campeonatos de
ralis. O objetivo seria ter mais de 20 car-
ros, era muito bom...
Acha que podem vir outras marcas a
'reboque'?
Eu acho que sim, o facto de já estarem três
é importantíssimo, o que a KIA quer fazer
vem ao encontro dos objetivos da FPAK,
por isso temos uma carência que vai ser
colmatada, e vamos criar condições para
virem mais. Isso seria maravilhoso...
Seconseguirmosterasmarcasquetemos,
mais adeptos, melhores oficias de prova.
Outro dos objetivos é ter mais oficiais de
prova porque as taxas são tão baixas que
a FPAK não tem verbas para os poder en-
viar. Isso vai acabar. Provas oficiais têm
que ser observadas, é também para isso
que a federação existe. Não é só dar a
chancela. Se é federada, há um conjunto
de requisitos que têm de ser cumpridos.
E alguém tem que observar. Aí temos que
mexer nas taxas para podermos mandar
oficiais de prova a mais provas. Isto tam-
bém é um objetivo importante.
Outro dos nossos objetivos passa por
combater as provas piratas. Há muitas. Eu
reuni nestes últimos seis meses sete ou
oito vezes para tratar dos problemas na
federação e um dos problemas são justa-
mente as provas piratas. Está a ser tratado
com a Administração Interna. Temos na
lei forma de poder atuar e vamos atuar,
vamos pedir à ASAE que provas que não
sejam federadas e de que tenhamos co-
nhecimento, e que lhes chamem, como
chamam, concentrações turísticas, ou
piqueniques, e que no fundo são provas
encapotadas, vamos pedir intervenção
para impedir que tenham autorização...
Disse no seu discurso da Gala da FPAK, em

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13

namização, para o aumento do número de quer da Montanha. Vamos agora traba- Eu sei que há um projeto que o AIA entre- citadinos. É também verdade que com
inscritos nas provas. O que é que a FPAK lhar nas Regularidades. Em relação aos gou ao governo para ser avaliado, para se esta nova empresa, a Liberty Media, os
fez ou vai fazer para que isto suceda? Açores, desde início de dezembro que fazer um estudo de viabilidade económi- preços para os países se poderem candi-
A atualização da regulamentação é im- os regulamentos e calendários estão de co-financeira no sentido de nos candida- datar baixaram significativamente, quan-
portantíssima e vai ser aperfeiçoada e acordo com o pretendido... tarmos a termos um Grande Prémio de do comparado com os tempos do Bernie
melhorada ao longo dos próximos anos. Estamos bem servidos de provas interna- Portugal de F1, no Algarve. É um projeto Ecclestone. Isso é uma notícia boa, embora
Eu não sou nada adepto de que, para haver cionais, doutros campeonatos, mas há al- ambicioso, neste momento o que posso continue a ser muito caro, e sem o apoio
mais adeptos, tem que haver mais provas. gum tipo de conversas, para, pelo menos, dizer é que a F1 está a dar prioridade aos do estado continua a ser impossível tra-
Temos provas a mais, algumas delas mal podermos ter testes de F1 em Portugal? países que se candidatam com circuitos zer para Portugal a Fórmula 1. Neste mo-
organizadas, que não acrescentam nada mento, digamos assim, eu acho que é ser
ao automobilismo. A federação, se ao in- demasiado otimista querer ter o Grande
vés de ter 270 provas, tivesse 200, tinha o Prémio em Portugal, embora também
mesmo resultado financeiro ao fim do ano, ache que temos um autódromo que é dos
porque há muitas provas que dão prejuízo. melhores da Europa. E depois não é só o
Portanto, nós temos que caminhar para circuito, também ligações, aeroportos, cli-
ter menos provas, mas com melhor qua- ma, hospitalidade, gastronomia.
lidade, e para ter mais inscritos, algo que é Há um conjunto de circunstâncias que
melhor para os clubes, para o espetáculo me levam a pensar que é uma pena não
e para toda a gente. E a forma de captar termos cá a F1.
mais adeptos é tornar a modalidade ainda Mas por aquilo que sei, não tenho notí-
mais popular. Mais atraente. cias em relação às respostas do estado
Como tem corrido o trabalho com a quando às solicitações do AIA.
Madeira e Açores? Antes das eleições, o anterior presiden-
Em relação à Madeira, conseguimos en- te disse que iria discutir com a Câmara
quadrar a maioria das propostas de pilo- Municipal do Porto a reativação do Circuito
tos, navegadores e clubes, quer dos Ralis da Boavista. Houve conversações entre

e/
ENTREVISTA

14

NI AMORIM

o executivo camarário e esta nova dire- tavam a correr e vão para o estrangeiro, participam, e isso não dá interesse ao pú- para chamar a atenção do desporto junto
ção da FPAK? esperamos que haja outros que venham blico. Temos que arranjar um equilíbrio e das Senhoras. Vamos fazer duas corridas
Agarrei nesse assunto mas não fui em colmatar a falha dos que vão, mas que vão por isso há que intervir nesse setor. Ainda em locais a designar, uma em maio, na
campanha à Câmara do Porto porque por bons motivos. Nós gostávamos ter 12 que também tenhamos boas notícias: ao semana do Rali de Portugal, e dois me-
entendi que não devia. ou 14 carros na grelha. concretizar isso para os Campeonatos ses depois outra prova, em dois circuitos
No entanto, já falei numa conversa muito As outras modalidades têm vindo a cres- Norte, Centro e Sul e algumas promessas a designar. Isto é comparticipado pela UE
franca e aberta com o Presidente da C.M. cer, por exemplo, o Off Road está bem, de alguns troféus que se estão a inscrever à FIA e Portugal foi um dos países esco-
do Porto, Rui Moreira, que me explicou que está muito melhor que há três ou quatro na FPAK, dá-me ideia que vai haver um lhidos. Já estamos a preparar isto há mais
não tem rigorosamente nada contra as anos; no Ralicross temos uma espetacular aumento do número de inscritos nessas de dois meses com o nosso staff da FPAK,
corridas, o que tem é contra o seu custo. prova em Portugal, e o acordo está feito categorias. Os ralis Norte, Centro e Sul são para que tenhamos sucesso e para ver
Ele tem um 'budget' da Câmara que pode por mais quatro anos, portanto, as mo- muito importantes porque arrastam mui- se continuamos a receber mais eventos
alocar às corridas e o remanescente, se dalidades que eu penso que precisam de ta gente, são provas apoiadas pelos mu- destes da FIA.
alguém o garantir, ele volta a erguer o mais atenção por parte da federação são nicípios, são um trampolim para que os Falemos de segurança nos desportos mo-
Circuito da Boavista. as mais 'perigosas', refiro-me, nomea- pilotos possam olhar para o futuro, para torizados. A exigência é cada vez maior,
Fiquei surpreendido pelo facto do Rui damente, às Regularidades onde se vê o passo seguinte, que é o CPR. Algumas o que pretendem fazer?
Moreira saber bastante de automóveis, de tudo, e a federação não pode fazer de provas são comuns, e portanto acho que A FPAK tem vindo a sensibilizar os clu-
e saber bastante das corridas. Gosta, e conta que nada se passa, em provas que é mais nessa categoria que temos de ade- bes para esse facto. Todos os meses a
está bem mais por dentro do que imagi- consideramos que uma tragédia pode vir quar melhor os regulamentos, nesses três FPAK recebe recomendações da FIA nes-
nava. Foi bastante franco, é uma questão a acontecer a qualquer momento. casos mais específicos. se sentido.
de orçamento. Não tem nada contra, e isso Falou em adaptar as prescrições gerais Falou no seu discurso em Promoção do A FIA manda informação para a ASN
prova-se pois pela segunda vez vai fazer de automobilismo e karting à realidade desporto automóvel no feminino em (Autoridade Desportiva Nacional) que
o Rali de Portugal. Noutros desportos, portuguesa... Portugal? O que pretendem fazer? tem cada vez mais de dedicar atenção à
tem a Motonáutica, e o Rali de Portugal é É nisso que estamos a trabalhar. Temos Eu gostei de ver. Houve muitas Senhoras a segurança das provas porque temos que
um investimento considerável, são umas que arranjar uma forma de os antigos re- receber prémios na Gala da FPAK, mais do diminuir o número de acidentes e o nú-
centenas de milhares de euros e ele dis- gionais, atuais campeonatos de ralis Norte, que as pessoas possam imaginar. Vamos mero de vítimas que ocorrem nas provas.
se-me que, se tivermos dentro do budget Centro e Sul, terem uma adequação à nos- fazer uma ação com duas corridas de kar- E nós, como associados da FIA, temos que
da Câmara algum projeto que possamos sa realidade. Não podem ser excessiva- ting, um programa lançado pela FIA, coor- seguir essas diretrizes e temos sensibili-
propor para se fazer no Queimódromo, mente caros, nem baratos, porque depois denado pela Michele Mouton, e Portugal é zado as pessoas, os clubes, porque a se-
estudaria a viabilidade. Portanto não é não há qualidade por parte dos carros que um dos países escolhidos para esta ação, gurança é o mais importante.
contra, bem antes pelo contrário.
A propósito do Porto, chegou a falar-se
de mudanças da FPAK...
A Câmara Municipal do Porto equaciona
ceder-nos umas instalações no centro
histórico, por um preço simbólico, para
onde nos iremos mudar dentro de poucos
meses, cedeu-nos um local digno, onde
vamos ter condições para fazer a tal des-
centralização que tanto falei na campanha
eleitoral, de alguns serviços que passarão
para o Porto, nomeadamente a parte da
coordenação desportiva. E a sede conti-
nuará em Lisboa.
Já que estamos a falar de instalações,
esse é um objetivo de curto prazo, seguir
o mesmo caminho em Lisboa, e para isso
já há contactos com autarquias, de Lisboa
e arredores, para ver se arranjamos tam-
bém um contrato semelhante, para colo-
car a federação numas instalações mais
modernas, mais ágeis e acessíveis.
Se não conseguirmos, faremos obras de
remodelação nas atuais instalações, ain-
da durante o ano de 2018.
Regra geral, o que pensa do estado das
competições em Portugal. Há alguns ca-
sos mais urgentes que precisem de inter-
venção mais rápida?
O CPR tem vindo a crescer, e onde eu acho
que precisamos de mais inscritos é no
campeonato de Portugal de Velocidade,
nomeadamente no TCR, onde eu gostava
de ver mais carros e mais pilotos inscritos.
No caso da velocidade há pilotos que es-

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15

Eu acho que nos últimos dois anos deu- segurança não se pode fazer...
-se um passo importante em termos de Sabendo que os custos relativos à segu-
segurança. Eu vejo que nas provas dos rança das provas, como o policiamento,
campeonatos principais o público está são muito caros, acha que conseguirá a
mais bem colocado, há maior sensibili- utilização de Marshalls, de modo a ser
zação, os clubes fazem uma campanha possível ter menos polícias?
uma semana antes, há um conjunto de É muito difícil baixar os custos de policia-
medidas para que os clubes já estão sensi- mento, pois há policiamento noutros des-
bilizados a fim de as divulgarem junto das portos, no futebol no ciclismo e em todas
populações por onde passam as provas. as outras modalidades. É um assunto mui-
Isso tem sido importante. Depois estamos to delicado, e as conversas que tive com
a dar importância a uma coisa que esta- a Secretaria deEstadodaAdministração
va muito parada. Termos uma verdadeira Interna, ainda que bastante interessan-
Comissão Médica, que foi empossada há tes, do ponto de vista de baixar preços do
três semanas, com 12 médicos, cujo pre- policiamento não foram conclusivas. Não
sidente é o Dr. Augusto Roxo, uma pessoa está na disposição de abdicar dos seus
experiente nos Ralis e na Fórmula 1, com direitos, e por aí é muito difícil.
um grande currículo nesta área. Nas pro- Eu acho que é capaz de ser mais fácil no
vas de estrada temos o INEM, as ambu- futuro. Espero que em 2019 possamos
lâncias e os bombeiros prontos a intervir, estar em condições de ajudar os clubes a
mas é preciso ter formação específica: minimizar os custos de segurança. A fe-
como devem atuar; como devem retirar deração quer criar condições para baixar
uma pessoa do carro; como se deve lidar esses custos.
com o sistema HANS. Não basta serem Tem algum sonho particular que gos-
'só' médicos, porque este desporto tem tasse de concretizar na FPAK enquanto
as suas especificidades, que têm de ser for presidente?
respeitadas. Empossámos uma Comissão Sonho era chegar ao fim do mandato e
para também nos ajudar a formar os ele- sentir que os que votaram em nós não
mentos, que são muitos, distribuídos pelos fiquem arrependidos de terem votado, e
troços nas provas de estrada. os que não votaram, que se arrependam
Há alguma forma de ter ainda mais e de não ter votado. Estamos muito em-
melhor atenção nas provas de estrada.. penhados e determinados. Felizmente
É mais pela sensibilização. A Polícia e a tenho uma direção muito importante,
GNR, como sabem que o foco está em em cada uma das suas áreas. São pes-
cima deles, não permitem que se orga- soas com competências que nos estão a
nizem os troços sem lá passarem, sem trazer as suas experiências e know how
vistoriarem e sem verificarem que há o para a federação, cada uma na sua área.
mínimo de condições para que a prova Acho que temos condições de fazer um
se possa desenrolar. Para nós isso é logo bom mandato. Unir a federação, remar-
uma segurança. Por isso é que as provas mos no mesmo sentido, ter mais adeptos,
de estrada são muito caras, pois o policia- mais praticantes, mais licenciados, era
mento tem um custo muito significativo. esse o grande sonho e o grande objetivo
Mas não há como contorná-lo pois sem a desta legislatura...

FE/16
FÓRMULA E - CHILE

QUASE, QUASE,
CURTO-

CIRCUITO...

Jean-Éric Vergne assegurou no Chile o seu segundo triunfo na
Fórmula E, depois duma disputa muito intensa com o seu colega de

equipa e segundo classificado na corrida, André Lotterer. António
Félix da Costa realizou uma boa recuperação, mas sem carro para

partir mais à frente fica muito difícil...

José Luís Abreu lotos que terminaram atrás de si, mas não Felix Rosenqvist, que tinha ganhado as António Félix da Costa, e depois duma
[email protected] estava nada contente no final, já que per- duas corridas de Marrocos, mas que fez qualificação complicada, com os dois car-
deu dois lugares na partida, e mais algum aqui uma excelente operação, pois partiu ros da equipa MS&AD Andretti Formula E
Grande espetáculo o que assis- tempo na troca de carro. Curiosamente, de 14º e terminou em 4º. a serem apenas 16º (Félix da Costa) e 18º
timos na corrida chilena da os três carros do pódio são ‘powered by (Tom Blomqvist), o piloto luso fez uma
Fórmula E. Numa modalidade Renault’, mas foi o piloto oficial que ficou GRANDE CORRIDA boa recuperação, isto mesmo depois de
que ganha cada vez maior elan atrás dos dois ‘clientes’... A corrida foi muito interessante, o vence- ter ficado preso atrás, na confusão inicial,
entre os adeptos, que mesmo Com este resultado, três pilotos diferen- dor aguentou bem a pressão, pois apesar que redundou no abandono de José María
ainda não tendo ‘interiorizado’ tes venceram nas quatro corridas até de André Lotterer não ter muito tempo López. Esta situação levou à entrada do
bem os monolugares elétricos, têm mui- aqui realizadas, sendo Felix Rosenqvist, ‘disto’, tem vindo a realizar uma mag- Safety Car - pilotado por Bruno Correia
tos e bons pilotos para seguir. A corrida foi precisamente o quarto classificado, o úni- nífica aprendizagem, apesar de até aqui - em pista, onde ficou quatro voltas. Após
fantástica, com os cinco primeiros sepa- co a bisar. Com este triunfo, Jean-Éric ter somado uma desclassificação, um o recomeço, Félix da Costa depressa pas-
rados por pouco mais de dois segundos já Vergne passa agora a liderar o campeo- 13º lugar e um abandono, em Marrocos. sou Edoardo Mortara, ascendendo a 14º,
no último quarto da corrida, com muitas nato, com cinco pontos de avanço face a Aqui, foi segundo. Notável corrida. Para ao que se seguiu o seu colega de equipa,
lutas por posições à mistura.
Jean-Éric Vergne levou a melhor face a
André Lotterer, não sem antes a direção
da equipa nas boxes passar por alguns
(grandes) sustos, pois os dois pilotos da
Techeetah chegaram a tocar-se com as
rodas dos seus carros. Chegaram quase
a ‘vias de facto’. Tudo correu bem, com a
equipa a assegurar a primeira dobradinha
de sempre da história da Fórmula E, pois
até aqui nunca a mesma equipa coloca-
ra os seus dois carros nos dois primeiros
lugares. André Lotterer realizou uma ex-
celente corrida, para quem é um rookie na
Fórmula E, e nunca tinha sequer pontua-
do até aqui. Sébastien Buemi foi terceiro,
‘venceu’ a batalha com os aguerridos pi-

Tom Blomqvist, chegando com isso a 13º, C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O >> autosport.pt
e mesmo depois duma má paragem nas
boxes, surgia em 12º. Pouco depois era 10º 1º JEAN-ÉRIC VERGNE TECHEETAH 1:01:24.514S 17
apósdesistênciadeAlexLynn,conseguin-
do ainda subir ao nono lugar - em que ter- 2º ANDRÉ LOTTERER TECHEETAH +1.154S ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA
minou - ao passar Nico Prost, estando aí
na luta pelo sétimo posto, integrando um 3º SÉBASTIEN BUEMI RENAULT E.DAMS +1.959S DAVID CONTRAGOLIAS
grupo de três pilotos que rodavam mui-
to juntos. Lá na frente, a corrida começou 4º FELIX ROSENQVIST MAHINDRA RACING +2.793S Provavelmente ao longo de toda a época vamos continuar a dizer que
com a ascensão de Nelson Piquet de sexto António Félix da Costa fez uma boa recuperação na corrida após uma
para segundo, mas o brasileiro estragaria 5º SAM BIRD DS VIRGIN RACING +4.490S má qualificação. Em Hong Kong, na abertura desta temporada, ainda
a sua prova com uma travagem falhada, conseguiu qualificar-se no top 10, para ambas as corridas, mas já em
caindo de terceiro para sexto, depois de 6º NELSON PIQUET JR PANASONIC JAGUAR RACING +6.364S Marrocos, um erro na qualificação levou-o a partir de último, realizando
ter sido passado por Lotterer na luta pelo uma boa recuperação durante a corrida. Agora, em Santiago do Chile,
segundo lugar. Grande operação de pas- 7º MITCH EVANS PANASONIC JAGUAR RACING +7.099S foi a mesma coisa, mas o problema é que tanto o seu carro como o do
sagem pelas boxes de Felix Rosenqvist, colega de equipa, Tom Blomqvist, são fracos face à concorrência e isso
que subiu de 11º para 5º, mantendo de- 8º JEROME D’AMBROSIO DRAGON +13.308S vai condicionar muito os resultados durante a temporada.
poisumafortepressãoemBuemi depois Na corrida, lá está, mais uma boa recuperação. O piloto luso não teve
da saída de pista de Piquet. Lá na frente, 9º ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA ANDRETTI FORMULA E +14.811S performance suficiente no seu monolugar para ir além do 16º lugar,
Vergne e Lotterer ‘torravam’ os nervos ao mas na corrida, onde entram em ‘conta’ outros fatores, andou bem,
seu chefe de equipa, mas tudo terminou 10º NICO PROST RENAULT E.DAMS +21.092S terminando em nono, mas na luta pelo sétimo lugar a que poderia ter
em bem para ambos e para descanso do chegado se o trabalho de boxes não tivesse sido, mais uma vez, mau. Só
‘chefe’. A luta entre os cinco primeiros foi 11º TOM BLOMQVIST ANDRETTI FORMULA E +32.924S aí perdeu cinco segundos, em algo que tem a ver simplesmente com a
fabulosa, já que rodaram bastante tem- operação na boxe, que tem mesmo de ser melhorada.
po separados por cerca de três segundos, CAMPEONATO O carro não tem performance pura para uma volta, simplesmente não
com Lotterer na última volta a ter que de- PILOTOS é rápido, e em corrida, com a gestão de energia, o piloto e os seus
fender fortemente o seu segundo lugar JEAN-ÉRIC VERGNE, TECHEETAH, 71 PONTOS engenheiros têm conseguido espremer todo o sumo, encurtando as
face a Buemi, Rosenqvist e Sam Bird, que FELIX ROSENQVIST, MAHINDRA RACING, 66 diferenças, mas obviamente que largando lá de trás torna-se difícil a
vinha logo atrás. A Fórmula E regressa no SAM BIRD, DS VIRGIN RACING, 61 tarefa de Félix da Costa.
início de março com a corrida da Cidade SÉBASTIEN BUEMI, RENAULT E.DAMS, 37 Tendo um mau carro em qualificação, talvez mesmo o pior, e um carro
do México. NELSON PIQUET JR, PANASONIC JAGUAR RACING, 33 médio em corrida, consegue, com as suas capacidades, atenuar
EQUIPAS diferenças. O foco da BMW está na próxima temporada, o que não é
TECHEETAH, 89 a situação perfeita para o momento atual, mas foi esta a escolha de
MAHINDRA RACING, 87 António Félix da Costa, manter-se na família BMW, e acreditamos que
DS VIRGIN RACING, 69 isso irá trazer frutos no futuro na Fórmula E. Repare-se que o jovem
PANASONIC JAGUAR RACING, 54 piloto luso teve convites para ir, por exemplo, para a equipa que fez
RENAULT E.DAMS, 44 a dobradinha este fim de semana, a Techeetah, mas acreditou neste
VENTURI FORMULA E TEAM, 30 projeto, e o plano é esse mesmo, focar-se na temporada 5. Em corrida,
ANDRETTI FORMULA E, 14 Félix da Costa fez a diferença agora no Chile, tal como já tinha feito
AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER, 12 nas duas de Hong Kong e em Marraquexe, onde com uma paragem
DRAGON, 12 melhor (erros que se repetem da equipa) teria também marcado
NIO FORMULA E TEAM, 9 pontos. Caso a equipa consiga melhorar em qualificação, isso permitirá
desde logo uma abordagem diferente para as corridas. Nesta, fruto
duma estratégia muito inteligente, conseguiu recuperar até ao nono
lugar final, depois de rodar quase sempre ao ataque e com algumas
excelentes ultrapassagens: “Estou contente com a corrida, pois sair de
16º e chegar aos pontos num circuito citadino como este não é fácil. Foi
o melhor resultado possível. Em qualificação simplesmente não tivemos
andamento para lutar com os mais
rápidos, mas na corrida fomos
eficientes na gestão de energia e
tão rápidos quanto os primeiros.
Temos de melhorar a performance
em qualificação para termos
outras ambições na corrida. De
qualquer forma são dois pontos
importantes e motivantes para a
equipa, que tudo tem feito para
melhorar a nossa performance.
A palavra de ordem é trabalho,
estamos todos no mesmo barco”,
disse.

FE/
FÓRMULA E

18

FÓRMO NUOLAVOE

AFórmula E apresentou as primeiras ima- a McLaren Applied Technologies ganhou o concur- de topo, mas isso pode terminar já no próximo ano,
gens da segunda geração do seu monolu- so para a motorização e o chassis é da Dallara. As pois com as especificações que se desenham, as
gar, que será utilizado nas próximas três especificações finais serão reveladas apenas no corridas serão certamente ainda mais interessantes.
temporadas, começando já em 2018/19. Salão de Genebra, aquando da apresentação físi- Para o Presidente da FIA, Jean Todt: “São tempos ex-
Esta época termina a ‘ensossa’ troca de ca do carro. Para já tratam-se apenas de imagens citantes para a Fórmula E, todos ficarão agradados
carros a meio, fruto de baterias que ain- computadorizadas. por ver quão futurista é o carro”. Já Alejandro Agag,
da não duram a extensão total das corridas. O novo De qualquer forma, já é possível saber que o carro Fundador e CEO da Fórmula E, salienta: “Este carro
carro surpreende pelo design, e inclui o obrigatório terá capacidade de atingir os 300 km/h (até aqui faz representa o futuro das corridas. Quando arrancámos
Halo, este ano presente também na F1. no máximo 225 km/h), a sua potência passa de 250 com a Fórmula E o nosso objetivo era romper com o
Para além disso, o monolugar inclui ainda uma cober- kW (340 cv) para 300 kW (407 cv), em modo qua- status quo, trazendo uma revolução para o desporto
tura de rodas ao melhor estilo dos carros do Mundial lificação, sendo que estas são informações não ofi- motorizado, e esta nova geração do carro representa
de Endurance, bem como um difusor bem maior. As ciais. Desta forma, é bem possível que os circuitos essa revolução. Os carros serão mais rápidos e terão
novas asas, dianteira e traseira, são agora bem mais de Fórmula E mudem significativamente, podendo quase o dobro da capacidade das baterias, poden-
agressivas, notando-se grande cuidado no desenho passar a ter mais retas. A mais forte crítica que a do logicamente cobrir o dobro da distância atual.
do resto da carroçaria. competição tem ‘sofrido’ até aqui passa pelo facto Juntamente com a FIA, alcançámos outro marco,
A desenvolvê-lo está a Spark Racing Technologies, dos carros serem lentos demais para uma fórmula e agora só espero vê-lo na pista...”, disse Agag.

R/ >> autosport.pt
RALIS
19
ALOÍSIO
MONTEIRO LUÍS ROCHA DE
APOSTA FORD FIESTAR5
NO ERC EM FAFE

Num ano em que os ralis Luís Rocha vai correr no Rallye Serras
em Portugal prometem de Fafe com um Ford Fiesta R5 da
dar que falar, Aloísio mesma equipa de Armindo Araújo, a RMC
Monteiro volta a apostar Motorsport, uma hipótese que surgiu e
no Europeu de Ralis. que o piloto não deixou fugir: “Há algum
Para já, ainda não se tempo que gostava de experimentar um
sabe com que carro… R5, procurei algumas soluções, houve uma
boa proposta e não hesitei”, começou por
dizer o piloto que iniciou a sua carreira
nos ralis em 2013, no Rali de Gondomar,
com um Peugeot 206 GTI: “Desde essa
altura disputei mais algumas provas com
outros carros, nomeadamente um 208
R2 e um Mitsubishi Lancer Evo IX, mas
nunca uma temporada completa”. Quanto
aos objetivos para esta época: “Para já
tenho apenas definida a participação
no Rali Serras de Fafe, mas estou a
tentar disputar mais ralis. A minha vida
profissional não me permite disputar o
campeonato completo, por isso, vamos
ver o que será possível. Em Fafe, não
estarei minimamente preocupado com a
minha prestação, pois tenciono apenas
adaptar-me ao carro e desfrutar da nova
experiência”, disse.

José Luís Abreu “O progresso e evolução a que temos encontro do trabalho que tem de ser fei- rada na primeira prova do campeonato,
[email protected] assistido dos pilotos que apostam no to para se chegar ao nível que pretendo o Azores Airlines Rallye, que terá lugar
ERC é incrível, prova disso são os recen- em provas internacionais. Quero um na- entre os dias 22 e 24 de março. Garantida
Depois de uma temporada bem- tes sucessos do Diogo Gago e do Bruno vegador que entenda que o processo de desde já está ainda a participação no
-sucedida no Troféu Ibérico re- Magalhães. Essa aprendizagem fasci- apenas duas passagens por PE obriga a Rally Islas Canarias entre os dias 3 e
servado aos Renault Clio R3T, na-me e o meu objetivo é sempre o de alguma dedicação e a uma metodologia 5 de maio. Segundo o que o AutoSport
que culminou com o título de melhorar enquanto piloto de ralis. Em de trabalho diferente. Tenho a certeza conseguiu apurar, a participação nos
vice-campeão, Aloísio Monteiro, mos- Portugal tal aprendizagem não é possí- de que o André tem essas caraterísti- ralis da Acrópole (Grécia) e do Chipre
trando ambição, vai dar mais um salto vel, uma vez que não há um regulamento cas, o que me ajudará a ser mais rápido está dependente da disponibilidade
na carreira. Mantendo a parceria com adequado nem um controlo rigoroso de em prova. Este ano partimos para este profissional do piloto. Caso seja possí-
a ARC Sport, o portuense aposta for- algumas regras que só beneficiariam os projeto sem nada a provar e estou cer- vel participar nas duas provas, Aloísio
te na internacionalização garantindo ralis”, destaca Aloísio Monteiro, acres- to de que vamos trabalhar e aprender fará depois uma seleção das duas ou-
a participação em seis das oito pro- centando: “O facto de realizar provas em muitas coisas.” tras provas a participar, de um total de
vas do Europeu de Ralis, numa deci- diferentes países trará um melhor re- Já André Couceiro, em conversa com o quatro que preenchem o campeonato.
são que visa melhorar as suas capaci- torno aos meus patrocinadores.” Autosport, afirmou: “Este é um passo Caso não seja, o experiente piloto par-
dades e dar mais retorno aos parceiros. Depois de na temporada anterior ter certo para a minha carreira de nave- ticipará nos ralis de Roma, República
sido navegado por Sancho Eiró, Aloísio gador. Nos últimos anos evoluí bas- Checa, Polónia e Letónia.
Monteiro passará a ser navegado por tante ao lado do Rafael Cardeira. Agora, A viatura com que competirá no
André Couceiro, atual Campeão Nacional ao lado do Aloísio, acredito que haverá European Rally Championship não foi,
de Ralis RC5 Navegadores. “O Sancho mais responsabilidade, mas também por agora, revelada, mas seguindo uma
Eiró já tinha aceitado dois projetos que muita evolução”, afirma o navegador tendência de evolução espera-se que
lhe vão ocupar muito tempo e a esco- da Marinha Grande. boas novidades sejam reveladas bre-
lha do André para meu navegador vai ao Aloísio Monteiro iniciará a sua tempo- vemente.

WRC/
CAMPEONATO MUNDIAL DE RALIS

20

DEBRIEFING DO RALI DE MONTE CARLO foi Thierry Neuville, e foram novamente os rígidas dos Comissários Desportivos nas
seus erros que lhe retiraram a chance de suas investigações.
DÉJÀ VU… vitória, tal como o ano passado. Em 2017, Isto levou a muitas vezes terem sido
Os dados do WRC 2018 estão lançados, e mais uma vez estão Neuville e Ogier, entre eles, registaram aplicadas penalizações muito duras,
criadas as condições para uma nova temporada de grande nove vitórias em troços, exatamente o por quebras de regulamento menores, e
equilíbrio, espetáculo e emoção. Tudo parece ter começado de mesmo que sucedeu este ano. Mas nem como resultado, surgiu uma nova atitude
forma semelhante a 2017, mas ‘só’ parece, pois há detalhes bem tudo foi exatamente o mesmo. Este ano, na tentativa de adequar melhor a pena
interessantes para analisar… Jari-Matti Latvala terminou em terceiro, ao ‘crime’. Com isto tentou-se negar a
ao invés de segundo, como sucedeu o previsibilidade das penas impostas por
Martin Holmes com José Luís Abreu e mais uma vez pelo menos um dos carros ano passado. Jan Kopecky terminou em quebrar as regras. Por exemplo, em 2002,
[email protected] das quatro equipas do WRC terminou oitavo e Bryan Bouffier, 10º. Este ano foi ao o vencedor provisório do Rali de Monte
no top cinco. Atrás deles, Elfyn Evans foi contrário. Estranhas coincidências, não? Carlo, Sébastien Loeb, recebeu uma pe-
Escrevo esta crónica poucos dias novamente sexto, novamente um piloto nalização de dois minutos por ter sido alvo
depois de terminado o Rali de aos comandos de um Skoda Fabia R5 ESCÂNDALOS TÉCNICOS de assistência ilegal, facto que o atirou para
venceu o WRC2 e também novamente o segundo lugar, mas ainda assim uma
Monte Carlo, e tive a sensação que um piloto aos comandos de um Peugeot Polémicas relativas a escândalos técnicos decisão conscienciosa e uma pena leve
208 R2 venceu o WRC3. Olhando para os no Rali de Monte Carlo estão longe de ser face aos exemplos do passado. Em 2007,
já tinha visto ‘isto’ anteriormente. pilotos, o mais rápido, mais vezes na prova, algo novo. No passado, antes da standar- no Rali de Portugal, todos os Ford recebe-
dização dos regulamentos internacionais, ram uma penalização de cinco minutos
O vencedor foi o mesmo do ano houve muitos exemplos de manipulações devido ao facto das janelas traseiras dos
dos regulamentos, muitas vezes resultan- seus carros terem uma espessura mais
passado, guiou um carro idêntico, tes de ‘inclinações’ nacionalistas. Esta era pequena que o homologado. Apesar da
levou a um enorme escândalo, com as diferença de peso se cifrar em apenas
exclusões dos Mini no Rali de Monte Carlo algumas gramas, foram penalizados e
de 1966. São coisas do passado, mas que em vez de terminarem em segundo e
nunca terminam no desporto automóvel. terceiro, terminaram em quarto e quinto.
Nos anos mais recentes emergiu uma Um minuto de penalização foi averbada à
nova integridade relativamente a estas Citroën no Rali da Austrália em 2009, por
questões, alicerçada em políticas muito

>> autosport.pt

21

ter montado peças erradas nas suspen- se sabe, é realizado nas mais variadas não há terceiro carro nesta equipa para Grandes Prémios não são tão obsessivos
sões dos seus carros, facto que ofereceu circunstâncias de tipos de piso e meteo- atenuar as perdas. O triunfo de Meeke como tanta gente assume…”
o triunfo a Mikko Hirvonen, ao invés de rologia. Agora, os media tem oportunidade na Power Stage foi importante para de
Sébastien Loeb. Esta filosofia desenvol- de terem acesso a quase todos os tipos algum modo salvar a face, mas também KALLE ROVANPERA
veu-se como uma forma de lidar com de feedback, mas fica a dúvida em quem é um bom aviso que brilhar num único
as situações, e neste Monte Carlo, veio devemos ter mais atenção. Em Monte troço não permite ganhar títulos. A ênfase que se coloca nos principais
novamente à tona. O piloto privado, o Carlo, a CEO da Citroën, Linda Jackson, pilotos e equipas do campeonato disfarça
belga Guillaume de Mevius, que guiou deu aos franceses da auto-moto.com uma CARLOS SAINZ JR. imenso o que muitos bons pilotos, bem es-
um Peugeot 208 T16, foi penalizado em interessante entrevista. Apesar de não se Foi engraçado ver Carlos Sainz Jr. dizer à condidos lá para trás nas listas de inscritos,
60 segundos pelo facto da bateria do seu ter referido à performance da equipa nesta imprensaespanhola,depoisdeterpilotado fazem nos eventos. Isso acontece todos os
carro estar abaixo do peso mínimo, que o prova, nem disso ter sido mencionado na um Renault Mégane RS nos troços do úl- anos e em todo o lado, e este ano o piloto
fez cair de segundo para quarto e último informação da equipa, Jackson confirmou timo dia do Rali de Monte Carlo, como um que caiu para lá do alcance do radar para
do WRC2. Teve mais sorte que o seu pai, no entanto que a Citroën Racing irá ficar dos carros zero, guiando nos troços sem a maioria dos adeptos tem 17 anos e cha-
Gregoire, que foi desclassificado do Rali da no WRC até ao fim de 2019, acrescen- antes lá ter passado, confiando em pleno ma-se Kalle Rovanpera. Esta foi apenas a
Austrália em 1994 depois da sua equipa lhe tando que o envolvimento para lá disso nas notas do seu navegador de ocasião: sua terceira prova no WRC, e se repararem
ter ‘alimentado’ o carro com combustível depende dos resultados em 2018. Bom “Lembro-me das histórias que o meu pai bem, terminou uma prova tão difícil como
ilegal, facto que levou a Opel a perder a de saber, mas será que ela ouviu o que contava sobre a sua vida. Apesar do meu o Rali de Monte Carlo, evento onde nunca
Taça FIA de dois litros. disse Kris Meeke no fim do Rali de Monte objetivo ser ser Campeão do Mundo de tinha estado, em 11º da geral. Foi segundo
Carlo? “Um fim de semana horrível para Fórmula 1, um dia farei ralis. Os ralis são entre os R5, apenas atrás do seu colega
QUO VADIS CITROËN? nós. Um pesadelo absoluto. Não consegui algo que tenho no sangue, desde muito de equipa na Skoda, Jan Kopecky. Neste
qualquer feeling do carro. Quando está pequeno sempre gostei muito embora evento guiou um Fabia R5 da equipa de
A Citroën mantém-se como um grande bom temos que dar tudo, mas o carro nunca o tenha dito abertamente. Estou Toni Gardemeister, terminando a cinco
enigma! O quarto lugar de Kris Meeke não é bom o suficiente.” O quarto lugar de muito envolvido e muito feliz na Fórmula minutos de Kopecky. O jovem finlandês
levanta pelo menos tantas questões quan- Kris Meeke não é catastrófico, foi grande 1, motivado para dar o meu melhor, e tudo vai correr este ano pela equipa oficial no
tas as que responde. O que há de novo? A o azar ter saído de estrada… após uma o que fosse para além disso tirar-me-ia WRC2, quando, juntamente com Juuso
velocidade do Citroën C3 WRC em asfalto marcha atrás, no primeiro troço da prova, tempo”. Depois de Robert Kubica, Kimi Nordgren, será um dos pilotos em treino
seco voltou a ficar clara, mas isso não era e os problemas de travões no C3 WRC de Raikkonen, agora Carlos Sainz Jr. É inte- por parte da equipa. Vão aprender bem
o objetivo mais premente da equipa pois Craig Breen só pioraram a questão já que ressante perceber que os Gladiadores dos de perto com Jan Kopecky e Pontus Ti-
o campeonato vai ser desafiante e como demand.

r/
RALIS

22

É OFICIAL,TEAMHYUNDAIPORTUGAL SÉRGIO RIBEIRO
CAVALHEIROS…
(CEO DA HYUNDAI)
Já quase tudo se sabia, mas foi com pompa e circunstância que a Hyundai apresentou a sua nova
equipa para os ralis nacionais, o Team Hyundai Portugal. Armindo Araújo é colega de equipa de “VIMOS PARA DAR
ESPETÁCULO E TRAZER
Carlos Vieira, e para o Campeão Nacional: “Nem que fosse o Ogier…”. Está dado o mote, venha Fafe… EMOÇÃO AOS RALIS…”

José Luís Abreu em Portugal.” Quanto à seleção de pilo- momento.” Tal como já se sabia, mas não Sérgio Ribeiro, CEO da Hyundai Portugal,
[email protected] tos, Sérgio Ribeiro referiu: “Foi inequívoca: estava confirmado oficialmente, a estru- liderou a apresentação do Team Hyundai
sentimos que ambos partilham connos- tura de Armindo Araújo será apoiada em Portugal, marca que entra nos ralis em
Tudo aconteceu num dia frio e co a ambição e vontade de correr com a termos técnicos pela RMC Sport, enquan- Portugal de forma oficial: “O envolvimento
ventoso em Cascais, em que o Hyundai e queremos lutar para garantir to a Sports & You estará ao ladode Carlos da Hyundai Portugal passa por montar
ambiente aqueceu quando qua- os dois primeiros lugares do campeona- Vieira. Os dois teams, como se sabe, vão este projeto, que tem um apoio orçamental
tro bonitas meninas - das tais to. Pelo nosso empenho, garra dos pilotos, estrear-se no Rally Serras de Fafe, que significativo, e também pelo envolvimento
que a Liberty Media quer deixar experiência das suas equipas e capacida- se realiza nos dias 17 e 18 de fevereiro. Os da Hyundai MotorSport com ambos os
de ver na F1 – abriram o espetá- de do Hyundai i20 R5, naturalmente que programas das duas duplas estão defini- pilotos durante todo o campeonato, ao
culo com um dança que culminou com o nos sentimos muito entusiasmados com dos, mas serão apenas anunciados pro- nível logístico, de peças de competição,
‘desnudar’ dos dois carros das duas du- a equipa Team Hyundai Portugal. Este é o va a prova. etc. Tivemos muitas conversas com vários
plas, a Campeã Nacional de Ralis, Carlos pilotos e equipas mas nós achámos que
Vieira e Jorge Carvalho, e Armindo Araújo e o momento era apenas este ano pois
Luís Ramalho, com o piloto de Santo Tirso queríamos ponderar e preparar bem
a regressar após cinco anos de interreg- a nossa entrada. Foi isso que fizemos,
no na sua carreira. A palavra passou para definimos um perfil que queríamos, e
Sérgio Ribeiro, CEO da Hyundai Portugal, fizemos a nossa opção. Temos uma dupla
que explicou ser este o momento certo de pilotos diferente, o Armindo Araújo com
para este passo: “Também porque temos um palmarés incomparável, que regressa
vindo à procura de projetos ambiciosos aos ralis depois destes anos todos e o
para a nossa marca, que sejam sólidos e Carlos Vieira, que tem uma carreira curta
que tragam à marca emoção e compe- mas cheia de títulos. Pensamos que são
titividade. E estes projetos trazem-nos pilotos que se complementam muito
isso. E porque não dizer, queremos abanar bem, por isso vimos com uma perspetiva
também um bocadinho as águas dos ralis original, diferente dos ralis pelos ralis,
procurando dar espetáculo, trazer emoção,
o desporto automóvel, e em particular os
ralis, bem precisam disso, temos muitos
pilotos com imenso talento, equipas
técnicas muito bem preparadas, por isso
achámos que era o momento adequado
para entrar em força.”

JORGE CARVALHO CARLOS VIEIRA "É PÁ, NEM QUE >> autosport.pt
“SE NÃO FORMOS NÓS, PODE FOSSE O OGIER..."
SER O ARMINDO, MAS 23
NÓS QUEREMOS GANHAR...” Durante a apresentação da equipa, Sérgio Ribeiro, CEO
da Hyundai Portugal, contou uma história que diz muito ARMINDOARAÚJO “QUEROMUITO
O navegador Campeão Nacional de de quem é Carlos Vieira. Quando este lhe disse que o seu VENCER ESTE DESAFIO..."
Ralis, Jorge Carvalho, vai este ano voltar companheiro de equipa ira ser Armindo Araújo, respondeu
a sentar-se ao lado de Carlos Vieira, assim: "É pá, nem que fosse o Ogier...". É mesmo assim Armindo Araújo regressa ao
piloto campeão, numa dupla que vai Carlos Vieira, um jovem simples, mas com uma força CPR. A seu lado estará Luís
defender o seu título brilhantemente interior que poucos lhe reconheciam de início: Ramalho, irmão de Miguel
conquistado o ano passado: "Volto a “Gostava de agradecer à Hyundai pela aposta que fez Ramalho, navegador de 'sempre'
acompanhar o Carlos, este ano com uma em mim, antes da última prova tudo isto era irreal para do tetracampeão Nacional de
responsabilidade redobrada, somos mim, o ano passado tive que lutar para ganhar as últimas Ralis e bicampeão do Mundo
os campeões em título, e temos que provas e consegui. Fomos campeões e estamos aqui de Produção. A equipa Team
defender esse título. É esse o nosso com a Hyundai Portugal. Para mim é um orgulho. É uma Hyundai Portugal/Armindo
objetivo, viemos para ganhar, estamos carreira bastante curta mas é um privilégio estar aqui Araújo terá o apoio técnico da
muito contentes com a aposta da neste 'chapéu' da Hyundai Portugal. RMC Motorsport e o piloto de
Hyundai mas sabemos que temos de Nós chegamos aos ralis esta época muito melhor Santo Tirso não esconde as
corresponder às expectativas. Vamos preparados do que chegámos o ano passado. Já sabemos ambições: “Criámos um projeto
trabalhar para isso, vamos dar o nosso o que temos de fazer, temos as coisas bem treinadas, ambicioso e vamos trabalhar no
máximo. É um orgulho para nós estar 2015 e 2016 foram anos difíceis, mas consegui superar, sentido de lutar pelas vitórias
integrado no Team Hyundai Portugal, conseguimos ser campeões o que não era o objetivo, e pela conquista do título absoluto no CPR. Temos muito trabalho pela frente,
vamos tentar ganhar e se não formos felizmente conseguimos chegar ao título, mas sabíamos mas tanto eu como o Luís Ramalho estamos muito focados nos nossos objetivos.
nós, pode ser o Armindo, mas nós que o nosso ano era a partir daqui, e agora temos todas Esta é uma grande pedrada no charco do desporto português que lança um
queremos ganhar...” as condições para discutir as primeiras posições do desafio ao mundo dos ralis e nós como pilotos - acho que posso falar por mim e
campeonato.” pelo Carlos - agradecemos o envolvimento da marca e vamos dar o nosso melhor
para dignificar esta marca. O Carlos (Vieira) atingiu o sucesso máximos nos ralis
em Portugal em pouco tempo, é o campeão nacional em título e um adversário
de peso que vou ter este ano. Nós estamos aqui a defender a Hyundai e espero
ganhar, e ele em segundo era ótimo...” disse o piloto que assegura ter a motivação
no máximo: “Fui quatro vezes Campeão Nacional duas Campeão do Mundo e se
tudo correr de forma excelente não ganho nada que já não tivesse ganhado,
mas esta é uma questão de motivação, este é um novo desafio, e o desafio da
Hyundai foi mais forte do que estar numa zona de conforto que era não vir à luta.
Portanto, eu decidi abraçar este desafio com o espírito de vencer como estava
antes de vencer o meu primeiro título, quero muito vencer este campeonato,
quero muito vencer este desafio posto pela Hyundai, e o meu empenho, a minha
vontade, e a minha energia é exatamente a mesma que eu tinha antes de ter sido
tetracampeão Nacional ou Campeão Nacional pela primeira vez ou Campeão do
Mundo pela primeira vez. A minha motivação está no topo, a minha vontade está
no topo, e só estou à espera do primeiro rali.
Estou muito orgulhoso de poder contar com o apoio da Hyundai Portugal que
possibilitou o meu regresso à competição. O agradecimento estende-se aos meus
fiéis patrocinadores, Galp, Câmara Municipal de Santo Tirso e ACP, assim como a
todos os que me acompanharam durante a minha carreira e depositam confiança
neste novo projeto”.

LUÍS RAMALHO “É UMA GRANDE
RESPONSABILIDADE SUBSTITUIR O MEU IRMÃO"

Depois de ter tido Miguel
Ramalho como navegador
durante a quase totalidade da
sua carreira nos ralis, desde
2001, Armindo Araújo vai ter
agora ao lado o irmão, Luís:
“Sinto um enorme orgulho e
uma grande responsabilidade
por estar aqui. Orgulho por ter
sido escolhido pelo Armindo e
pela Hyundai para este desafio,
vou ajudar no que conseguir,
no sentido de conseguirmos
o nosso objetivo. A primeira
grande responsabilidade é a que advém de substituir o meu irmão, que tem a
carreira que toda a gente conhece ao lado do Armindo, uma carreira de grande
sucesso nacional e internacional, e portanto é uma enorme responsabilidade
substituí-lo. Vou dar o melhor de mim e espero que no fim do ano possamos estar
aqui todos a festejar, que ganhe um Hyundai e que ganhe o nosso…”

V/24
VELOCIDADE

SABORKIA PICANTO GT CUP e construção de um carro de competição Rui Almeida, Mauro Cabral e Rui Gomes,
‘PICANTO’ é um privilégio muitas vezes desvalori- e da preciosa ajuda de Manuel Salgueiro,
Durante as próximas semanas, o AutoSport vai contar-lhe zado. E nós, fanáticos pelo desporto au- da Kia Portugal. Até toda a cablagem e o
as histórias em torno do mais recente troféu monomarca da tomóvel, não poderíamos deixar passar depósito de combustível tinham saltado
Velocidade Nacional, o Kia Picanto GT Cup. Da desmontagem do essa oportunidade a troco da tentação fora, num processo que viria a ser repeti-
Kia Picanto GT Line que lhe serve de base ao desenvolvimento de satisfazer a preguiça com mais umas damente aplicado nos restantes modelos
de todos os elementos que resultarão na melhoria da curva de horas de sono, como é óbvio. No entanto, antes de seguirem para Vila do Conde — o
potência, rigidez da carroçaria e eficácia em curva, nada ficará não podemos ignorar que o cenário com local onde lhes seria montado o roll-bar.
por revelar numa competição que tem tudo para ‘apimentar’ o que nos deparámos na Adroana, zona da A lista completa de peças e pecinhas, de-
desporto motorizado português como há muito não se via! freguesia de Alcabideche, a menos de 1 bitada sonoramente ao longo de extensos
km do emblemático Circuito do Estoril, dois minutos pelo chefe de mecânicos da
Luís França o rebuliço está a chegada de sete unida- tem muito pouco de romântico, no sentido CRM Motorsport, Rui Almeida, a quem ti-
[email protected] des do Kia Picanto 1.0 T-GDI, com o ver- lato da palavra. Antes um encantamento ramos desde já o chapéu pela capacidade
melho ‘racing’ do kit ‘GT Line’ a despertar mórbido, como nos filmes de Tim Burton de armazenar tanta informação, acres-
Passampoucosminutosdas9h30, a carroçaria imaculadamente pintada de (quem não se lembra de “Eduardo-Mãos- centa aos componentes já referidos as
na que pode ser descrita como branco — a base certa, dizemos nós, de de-Tesoura”), em que, no fundo, conse- bonitas embaladeiras, as escovas e me-
uma típica manhã fria de início qualquer automóvel com ambições de guimos retirar prazer ao olhar de (e para) canismos dos limpa pára-brisas, o siste-
de janeiro, e o aparato é indis- se tornar numa grande máquina de cor- uma carcaça despida. ma de sulfagem e radiador que o acom-
farçável nas amplas instalações ridas. O resto vem com o tempo... e com a Após terem sido cuidadosamente descar- panha, e o tubo e a tampa do depósito de
daCRM Motorsport.Istoapesar ajuda dos parceiros certos. No Kia Picanto regados do camião de transporte, um ‘giro’ combustível. Mas também “a cobertura
da informação ditada pelo termómetro e GT Cup há-os de sobra e na sua maioria rápido à roda dos carros comprova que os do tejadilho, a coluna da direção, as qua-
ponteiros do relógio ser propícia a prolon- portugueses, mas essa revelação vai fi- Picanto chegaram com tablier, bancos, tro portas laterais, os guarda-lamas e o
garmos a estadia debaixo dos lençóis, caso car para outro dia... cintos, fole da caixa de velocidades, vo- próprio para-brisas”, contou.
houvesse essa oportunidade. A explicar lante, pára-choques, grelhas e proteções Igualmente retirada foi a linha de escape,
ENORME PRIVILÉGIO dos guarda-lamas, apenas para referir desta feita não para receber o roll-bar (a
Acompanhar, de perto, o desenvolvimento alguns elementos. Mas volvidas pouco sua instalação não obriga à desmontagem
mais de três horas, da primeira unidade deste componente) e sim para albergar
já só se viam as rodas, o chassis e a estru- um novo sistema, próprio dos carros de
tura da carroçaria graças ao trabalho de competição, mais leve e com menos ata-
mãos dos mecânicos da CRM Motorsport, lhos, chamemos-lhe assim, na ‘estrada’

ACESSÍVELATODOS >> autosport.pt

Destinado a promover e a dar um novo Despido de “preconceitos”, o Kia Picanto GT Line 25
fôlego ao desporto motorizado nacional, o de série baixou de 993 para 920 kg
Kia Picanto GT Cup é um projeto modelado O calendário do mais recente
para ser acessível a todos os participantes. troféu monomarca nacional
O carro terá um custo de 11.500€, com contempla quatro provas
matrícula e IVA incluídos, a que se juntam de velocidade e duas de
12.750€ + IVA do kit troféu. Além das montanha: dele fazem parte
inscrições para todas as sete provas do
calendário, estão incluídos roll-bar com os três circuitos permanentes
homologação FIA, fechos capot e mala, portugueses (Estoril, Portimão
corta-corrente, uma bacquet Sparco, uma e Braga), a passagem por Vila
base de baquet, um kit de cintos Sparco,
cintas de reboque, rede de janela, martelo Real em fim de semana de
de emergência, almofada de roll-bar, tubos WTCR e as rampas da Falperra
travão em malha de aço e um par de faróis e do Caramulo. A entrega das
de fibra. A estes elementos acrescem os viaturas terá lugar num evento
amortecedores Bilstein, as molas Eibach, designado por “Delivery Day”,
jantes de competição, reprogramação da permitindo que pilotos, equipas
unidade de comando eletrónica, escape de e patrocinadores obtenham o
competição, quatro pneus Hankook 195/50 seu primeiro contacto com o Kia
R15, óleo de travões da AP Racing Picanto GT Cup no traçado do
e volante de competição. Ao tratar-se de
um veículo totalmente novo e com índice Circuito do Estoril
de fiabilidade elevado, apresenta o mais
baixo custo de utilização do mercado, Os ralis não foram esquecidos, estando a ser desenvolvido um kit que
incluindo-se os pneus, com um custo permitirá ao Kia Picanto GT Cup lutar pelos triunfos na categoria R1B
unitário de 85€+ IVA. Com uma quantidade
máxima permitida de 14 pneus para as seis
provas do campeonato, tal significa que
os pilotos gastarão 1190€ + IVA em pneus
para completarem a época, com montagem
e desmontagem incluídas. Pode consultar
todas as informações sobre este projeto em
www.kiapicantogtcup.com

que separa o coletor da ponteira. Pequenas dura há oito anos, fruto da promoção con- Rui Almeida, Mauro Cabral e Rui Gomes são os rostos responsáveis pela desmontagem e montagem
alterações que, em conjunto com a nova junta do Super Seven by Kia, tanto João dos Kia Picanto GT Cup preparados pela CRM Motorsport em parceria com a Kia Portugal
admissão e a reprogramação da centrali- Seabra como Tiago Raposo Magalhães
na, conseguirão elevar a potência do motor mostram-se entusiasmados com o salto
de três cilindros e 100 cv do Kia Picanto dado na relação entre as duas empresas
1.0 T-GDI GT Line e torná-lo num “peque- na figura do Kia Picanto GT Cup. Cientes
no grande carro de corridas”, salientava dos desafios que acarreta (30 carros nas
João Seabra, diretor-geral da Kia Portugal. grelhas do calendário já revelado, e que
contempla provas dos campeonatos
MAIS LEVE nacionais de Velocidade e Montanha,
não deixa de ser um objetivo ambicio-
Como se exige a qualquer bólide de corri- so, principalmente para quem tem de
das, o Kia Picanto GT Cup também apre- fazer o investimento de raiz e angariar
sentará menos ‘gordurinhas’ do que o compradores que acreditem no proje-
modelo de série, cujo peso anunciado é to), partilham o olhar simultaneamen-
de 993 kg. “Apesar do reforço da estrutu- te confidente e confiante de quem sabe
ra, queremos situar-nos abaixo dos 920 o que tem em mãos: um troféu como há
kg”, garantia Tiago Raposo Magalhães, muito não existia em Portugal, apoiado
responsável pela CRM Motorsport, an- diretamente pela FPAK e por uma mar-
tes de explicar o que sucederia com cada ca de automóveis, e com uma filosofia
uma destas primeiras sete unidades do inovadoramente dinâmica, desportiva e
Picanto: “De modo a rentabilizar o tempo curiosa que premiará monetariamente
à nossa disposição, definimos que duas os concorrentes pelos resultados obti-
seguirão para o norte para a constru- dos, e ainda bonificará, com pontos que
ção do roll-bar e que as restantes serão contam para a classificação final, os que
distribuídas pelos restantes parceiros, melhor comunicarem a competição e o
uma para amortecedores e suspensão, seu próprio desempenho. Melhor, pare-
outra para fazer uma linha de escape ce difícil... As cenas do próximo capítulo
nova e outras duas para se conduzirem esperam-no na próxima semana, aqui,
testes de motor”. no seu AutoSport.
Consequência de um casamento que já

V/
VELOCIDADE

26

AUDI 12HORASDEBATHURST

VOLTA

A DOMINAR

MOUNT
PANORAMA

A Audi não esteve com meias medidas e apostou forte na volveu três carros no topo da montanha com o nº 100 a fechar o top3. Nesta fase
conquista das 12 horas de Bathurst. O resultado final foi o e obrigou à evacuação do piloto Andrew os Porsche começavam a destacar-se,
mais desejado para a marca alemã, mas a corrida trouxe, Bagnall para o hospital e a uma interrup- com três carros no top 6. O destino dos
ção da corrida durante quase uma hora. pilotos portugueses estava praticamen-
como sempre, muitos incidentes e muitas surpresas Mas a lista de carros com problemas co- te traçado, pois o Mercedes de Parente
meçava a aumentar, com o Bentley nº 18 a sofreu um toque no início da prova, que
Fabio Mendes que iria disputar a pole, foi o Audi nº 22 ter de ir para as boxes para trocar de caixa obrigou a uma paragem mais demorada
[email protected] de Kelvin Van der Linde a estabelecer a e o surpreendente Lamborghini nº 777, que para reparações, assim como o Audi de
marca mais rápida, seguido do BMW M6 tinha brilhado na qualificação, também a Lamy, que também teve vários proble-
AAudi mostrou desde início que nº 43 de Chaz Mostert e do BMW nº 100 ficar para trás. Mas a grande reviravolta mas. Ambos estavam com 3 voltas de
queria vencer a primeira prova de Philipp Eng. Nas restantes posições aconteceria no começo do turno de Marco atraso para o primeiro.
do ano do Intercontinental GT ficavam o McLaren nº 47, o Porsche nº 12, Wittmann, no BWM nº 43 que liderava a O duo de Audi manteve-se na frente du-
Challenge e era a marca mais o McLaren nº 58, o Audi nº 74, o Audi nº 37, prova, com uma irregularidade no proce- rante algum tempo até que um erro de
representada na lista de ins- o Lamborghini Gallardo nº 777 (uma das dimento de recomeço, que levou à aplica- Van der Linde no nº 22, na dobragem de
critos, que estava recheada de surpresas) e o Bentley nº 17. No entanto, ção de uma penalização (Drive-Through) um carro de uma categoria inferior, o
grandes máquinas e de grandes talentos. uma irregularidade no BMW M6 nº 100, e à queda para o 10º posto. atirou contra o muro de proteção, aca-
Mercedes e Porsche traziam também que resultou numa desclassificação da Os períodos de Safety Car sucederam- bando com as hipóteses de vitória. As
um contingente de respeito enquanto a máquina bávara, promoveu o Mercedes nº -se assim como as trocas na frente da trocas na liderança continuavam, assim
McLaren, a BMW e a Bentley apostavam 55 ao top 10. Lamy e Parente ficaram fora corrida e com seis horas de prova, tí- como as surpresas, e a duas horas do
na qualidade em detrimento da quanti- do top 10 e tinham de se contentar com a nhamos dois Audi na frente, os nº 74 e fim, o Bentley nº 17 de Steven Kane, que
dade. A Lamborghini tinha um Huracan 18ª e 11ª posições, respetivamente ( Lamy 22. Com o aumento de temperatura os liderava, foi atirado para fora da corrida
em pista, mais que a Nissan e a Ferrari, não participou na qualificação e Parente R8 LMS subiram o ritmo, mas conti- depois de um toque com o M6 nº 43 de
as grandes ausentes deste ano. A lista ficou perto do ambicionado top 10) nuavam a ter um BMW no seu encalço, Mostert, também ele candidato ao pri-
de pilotos entusiasmava pela quantidade No ‘Shootout’ que definia a pole para a cor-
quase absurda de talento que estaria pre- rida, Mostert não deu hipóteses e colocou
sente em prova, dois deles bem conheci- o seu M6 na pole com uma volta canhão.
dos nossos… Álvaro Parente no Mercedes Seguiram-se dois Audi (os nº22 e 74) a fe-
nº 56 da Strakka (que trocou os McLaren char o top 3, com o Lambrghini Gallardo
pelos AMG GT3) e Pedro Lamy que iria nº 777 a ficar na quarta posição à frente
competir de Audi (no nº 39). do McLaren nº 47 e do Mercedes nº 55.
Nos treinos livres pudemos ver Audi e
BMW a estarem consecutivamente nos INÚMERAS INTERRUPÇÕES
lugares da frente enquanto Mercedes,
Porsche, Bentley e McLaren surgiam A corrida começou com Mostert a impor
mais discretas do que seria expectável. um ritmo imparável, quase um segundo
Na qualificação 2, que decidia o top 10 por volta mais rápido que toda a concor-
rência. O primeiro grande incidente en-

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27

meiro lugar, posição que passou assim Porsche. A Audi regressou às vitórias em tive um furo, para mais tarde ter uma PILOTOS
para o Mercedes nº 55, seguido do Audi nº Bathurst, algo que não acontecia desde falha na suspensão traseira/esquerda. TRANSPORTADOS
22 que estava mais forte e parecia a má- 2012, e tem agora três primeiros lugares Não havia muito a fazer. Tentámos tirar PARAO HOSPITAL
quina em melhor posição para o assalto em Mount Panorama. o melhor proveito possível da situação,
final ao pódio, mas uma falha mecânica tendo iniciado uma longa sessão de tes- Os dois grandes acidentes da prova
no R8 terminou com as esperanças da A SORTE NÃO QUIS NADA tes. Chegámos aqui convencidos de que obrigaram os pilotos a visitar o
tripulação e da equipa. poderíamos ter uma palavra a dizer no hospital. Andrew Bagnall sofreu
Com pouco tempo para o fim, estava COM OS PORTUGUESES desfecho da prova. Julgo que tínhamos várias fraturas, mas os médicos
tudo nas mãos dos estrategas das equi- Álvaro Parente e Pedro Lamy não tiveram um carro competitivo em configuração esperam que faça uma recuperação
pas e da capacidade de poupar combus- motivos para sorrir. Parente terminou a de corrida. Porém, fomos afetados por total. Ash Wlash e John Martin,
tível por parte das máquinas para chegar corrida em 28º (+34 voltas) e Lamy em 14º diversos incidentes que nos atrasaram que pilotavam os Audi e Mercedes
até ao fim, mas um brutal acidente com (+ 4 voltas). A corrida para Álvaro Parente decisivamente.” O Audi nº 39 de Lamy envolvidos no segundo grande
três carros, a 20 minutos da bandeira de começou logo mal com Maxi Buhk (co- não escapou aos problemas, com o car- acidente que levou ao término
xadrez, obrigou a direção de prova a ter- lega de equipa) a ser atirado para as pro- ro a perder muito tempo na fase inicial da prematuro da prova, embora tenham
minar a corrida mais cedo, entregando a teções. As reparações foram demoradas prova, a que se seguiu um toque que obri- saído do carro pelos próprios meios,
vitória ao nº 37 de Frijns, Stuart Leonard e o carro nunca mais ficou competitivo. gou a reparações mais demoradas: “Foi foram também levados para serem
e Dries Vanthoor que tinham herdado o Seguiram-se uma série de problemas que o lugar possível, tendo em conta os pro- observados com mais cuidado,
primeiro lugar. Uma corrida louca que arruinaram a corrida a um dos carros fa- blemas que tivemos no início da corrida. com Walsh a ter algumas costelas
terminou da forma que ninguém que- voritos à vitória. “Numa corrida deste gé- Mas vale sempre a pena pela experiência partidas, assim como um pulmão
ria. O Mercedes nº 55 terminou a prova nero podem acontecer muitos incidentes de correr em Bathurst, um dos circuitos perfurado. O piloto teve, no entanto,
em segundo e o Porsche nº 540 fechou e parecia que, sempre que sucedia algo, mais incríveis que conheço. Fico satisfei- oportunidade de festejar o primeiro
o top 3. Tivemos sete carros a acabar na estávamos envolvidos. O Max Buhk teve to por ter tido a oportunidade de voltar à lugar na categoria Am, uma vez que
volta do líder e, desses sete, quatro eram aquele toque e o carro ficou muito difí- Austrália e de participar nesta prova.” os resultados finais foram atribuídos
cil de pilotar. Depois, mal saí das boxes, pelas classificações antes do
acidente.
T/ TOP 10
VITÓRIA ESCAPOU
POS NÚM. EQUIPA/PILOTOS CARRO TEMPO/DIF. À PORSCHE

Dr. Frank-Steffen Walliser, chefe do
departamento desportivo da Porsche,
acredita que poderia ter sido um
dos 911 GT3 a vencer a prova, pois
os carros não precisavam de fazer
mais nenhuma paragem, enquanto
os Audi e Mercedes teriam de parar
para um reabastecimento final. Os
Porsche mostraram um andamento de
corrida muito bom e acima disso uma
economia de combustível que nestas
corridas é um trunfo valioso. Mas a
sorte sorriu à Audi.

1 37 AUDI SPORT TEAM WRT - R.FRIJNS/S.LEONARD/ D.VANTHOOR AUDI R8 LMS +1.5369

2 75 MERCEDES-AMG TEAM SUNENERGY1- K.HABUL/T.VAUTIER/ J.WHINCUP/R.MARCIELLO MERCEDES AMG GT3 + 30.6599

3 540 BOSTON ATHLETIC CLUB - T.PAPPAS/J.BLEEKEMOLEN/ L.STOLZ/M.LIEB PORSCHE 911 GT3 R + 30.6599

4 12 ICE BREAK & VIRGIN AUSTRALIA - D.CALVERT-JONES/P.LONG/ M.CAMPBELL/A.DAVISON PORSCHE 991 + 32.0599

5 991 EUROMECHANICA - L.VANTHOOR/K.ESTRE/ E.BAMBER PORSCHE 911 GT3 R + 57.5656

6 911 MANTHEY-RACING R.DUMAS/F.MAKOWIECKI/ D.WERNER PORSCHE 911 + 1’20.2840

7 55 STRAKKA RACING - N.LEVENTIS/L.WILLIAMSON/ C.WATERS/D.FUMANELI MERCEDES AMG GT GT3 + 1’29.9376

8 29 HAEMOKINISIS/TROFEO ESTATE - J.MANOLIOS/R.MILLIER/ I.CAPELLI/D.CANTO LAMBORGHINI HURRACAN + 1 VOLTA

9 100 LASER PLUMBING AND ELECTRICAL - S.RICHARDS/T.GLOCK/ P.ENG BMW M6 GT3 + 1 VOLTA

10 69 SUPABARN - J.KOUNDOURIS/ T.KOUNDOURIS/A.WALSH/ D.PADAYACHEE AUDI R8 LMS + 2 VOLTAS

E/28
ENTREVISTA
JOHAN KRISTOFFERSSON

ENTREVISTAJOHAN KRISTOFFERSSON

“SEMPRE ACREDITEI QUE
PODERIASER CAMPEÃO

Com uma ascensão meteórica Duarte Mesquita com Paulo Maria cordarão de ver nas provas disputadas Com o sucesso alcançado nos circuitos,
em três anos no Mundial, [email protected] em Lousada que eram então pontuá- era hora de abraçar um novo desafio e
FOTOGRAFIA Paulo Maria/ DPPI veis para o Europeu da especialidade. tentar seguir as pisadas do pai no Rali-
passando de terceiro em 2015 Apesar desta influência, o filho, Johan, cross. Após pendurar o capacete, Tommy
a Vice em 2016 e alcançando o Acarreira de Johan Kristoffers- começou a sua carreira pelos circuitos de Kristoffersson decidiu na mesma manter
son tem-se dividido entre os velocidade, tendo alinhado em diferentes a sua equipa de competição familiar a
título em 2017, Kristoffersson Turismos e o Ralicross, mas competições como o Campeonato Sueco funcionar, a KMS, o que facilitou a en-
mostrou que no Ralicross atual sempre com a mesma tónica: de Carros de Turismo (STCC), a Porsche trada de Johan na modalidade, entrando
uma boa escola de velocidade vitórias e títulos. Este sueco de Carrera Cup Escandinávia e o Campeo- imediatamente na categoria rainha dos
29 anos cresceu num ambiente nato Superstars Series. A consagração Supercar, ao alinhar no Campeonato
vale tanto ou mais do que ter de competição pois o seu pai, Tommy do dom para o volante por Kristoffersson Sueco com um Volkswagen Scirocco,
acumulado muita experiência Kristoffersson, foi um habitué no Cam- aconteceu em 2012 quando alcançou os tendo sido 3º classificado. Na temporada
nos Ralis. O Autosport trocou peonato Europeu de Ralicross entre 1990 três títulos nesses três campeonatos, seguinte Johan tem um programa parcial
umas palavras com o simpático e 1997 tripulando os espetaculares Audi incluindo a vitória nas três categorias do no Mundial de Ralicross, conseguindo
sueco sobre a temporada que Sport Quattro S1 e Audi Coupé S2 20V, Superstars Series: rookies, campeona- chegar à Final na prova italiana e ter-
carros que muitos portugueses se re- to italiano e campeonato internacional. minando a temporada no 15º posto. Uma
o consagrou como um dos
grandes nomes da modalidade

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29

P/ PERFIL / PALMARÉS
JOHAN KRISTOFFERSSON

IDADE
29 ANOS
NACIONALIDADE
SUECO
NATURALIDADE
ARVIKA, SUÉCIA
PALMARÉS
2009
SWEDISH TOURING CAR CHAMPIONSHIP (STCC) – AUDI A4 – NÃO PONTUOU
2010
STCC – VOLKSWAGEN SCIROCCO – 15º
2011
STCC – VOLKSWAGEN SCIROCCO – 10º
PORSCHE CARRERA CUP SCANDINAVIA – PORSCHE 997 GT3 – VICE-CAMPEÃO
2012
STCC – VOLKSWAGEN SCIROCCO – CAMPEÃO
PORSCHE CARRERA CUP SCANDINAVIA – PORSCHE 997 GT3 – CAMPEÃO
INTERNATIONAL SUPERSTARS SERIES – AUDI RS5 – CAMPEÃO
2013
PORSCHE CARRERA CUP SCANDINAVIA – PORSCHE 997 GT3 – CAMPEÃO
CAMPEONATO DE ITÁLIA DE GTS – AUDI R8 ULTRA – 11º
CAMPEONATO SUECO DE RALICROSS – VOLKSWAGEN SCIROCCO – 3º
2014
CAMPEONATO SUECO DE RALICROSS – VOLKSWAGEN SCIROCCO – VICE-CAMPEÃO
MUNDIAL DE RALICROSS – VOLKSWAGEN POLO (VOLKSWAGEN TEAM SWEDEN) – 15º
2015
MUNDIAL DE RALICROSS – VOLKSWAGEN POLO (VOLKSWAGEN TEAM SWEDEN) – 3º
2016
MUNDIAL DE RALICROSS – VOLKSWAGEN POLO (VOLKSWAGEN RX SWEDEN) – VICE-CAMPEÃO
2017
MUNDIAL DE RALICROSS – VOLKSWAGEN POLO (PSRX VOLKSWAGEN) – CAMPEÃO

temporada completa segue-se em 2015 porada extraordinária que culminou de lendas do automobilismo como são o 2016. É um World Rally Car desenvolvido
e começa da melhor maneira possível com o vice-campeonato. Se na gala de Petter Solberg, o Sébastien Loeb, o Eks- para Ralicross. A nossa equipa tem uma
com uma espetacular vitória à chuva prémios da FIA em 2016 te tivessem dito tröm, o Scheider e outros. experiência extrema tanto em Ralicross
em Montalegre, na sua estreia no circuito que irias ser Campeão no ano seguinte, A PSRX Volkswagen World RX Team foi comonosRalis,ealémdissoeutenhomui-
português. Um total de cinco pódios de- terias acreditado? formada tendo a equipa familiar do Petter ta experiência em corridas de circuito. O
monstraram bem a sua consistência no Eu sempre acreditei que me poderia tor- Solberg como base. Apesar das diferenças Ralicross é uma boa mistura entre os Ralis
andamento, combinando um ritmo alto nar Campeão do Mundo e foi esse o meu nos vossos currículos, foi decidido desde e a Velocidade, utilizámos todos os aspetos
com um estilo de condução limpo, bem objetivo no Ralicross desde o início da o primeiro momento que não haveriam dessa experiência da melhor forma. Além
ao modo do que é a prática nos circuitos minha carreira na modalidade em 2013. estatutos diferentes (piloto nº 1 e piloto nº disso, contámos com a experiência do
de velocidade, conseguindo um excelente Antes disso, o meu sonho era tornar-me 2) dentro da equipa? Como foi a experiên- Petter Solberg em testes e afinações, o
terceiro lugar final no campeonato. A o melhor esquiador de cross country do cia de colaborar com o Petter e como é o que significou muito para o sucesso do
prata e a confirmação do imenso talento mundo. Na cerimónia da FIA em 2015 fui ambiente fora do carro com ele e com os nosso projeto deste ano.
de Johan veio em 2016, o que chamou a terceiro atrás do Campeão do Mundo, seus colaboradores mais próximos como Este ano tiveste dois membros portu-
atenção de Petter Solberg, contratando- Petter Solberg, e em 2016 fui o segundo a sua esposa Pernilla? gueses na equipa provenientes da VW
-o em 2017 para o ambicioso projeto da classificado atrás do Mattias Ekström. A família PSRX Volkswagen foi fantástica! Motorsport, o José Azevedo e o Rui Ca-
PSRX Volkswagen, tendo a aposta sido Claro que eu sabia que era possível ficar Temos um ambiente na equipa incom- beda. Como é a colaboração com eles?
ganha no final com Johan a alcançar o no topo eventualmente. Mas era irreal parável, essa é uma das nossas forças. O O José e o Rui são cruciais na nossa equipa
título mundial de pilotos. pensar ter o campeonato decidido duas Petter sempre foi aberto comigo e deu-me e eles tornaram-se bons amigos meus.
Johan, muitos parabéns pelo título de provas antes deste terminar. Ninguém toda a confiança desde o primeiro dia e a Nós temos esse sentimento familiar fan-
Campeão do Mundo de Ralicross 2017. poderia ter previsto que isso pudesse Pernilla é a diretora da equipa que criou tástico na PSRX Volkswagen e todos os
No ano anterior, tinhas feito uma tem- acontecer numa competição recheada esse ambiente e nos levou para o nível membros da equipa contribuem para
onde a equipa está hoje. O trabalho de esse ambiente, incluindo o José e o Rui.
cooperação entre o Petter e eu foi ines- São personalidades excelentes, extrema-
timável para mim. Desde o início que foi mente competentes nos seus trabalhos
decidido ter dois pilotos com o mesmo e contribuidores massivos para o nosso
estatuto e dois carros iguais na equipa. pacote de sucesso.
Quais as diferenças essenciais que vês Olhando para todos os circuitos que
entre o VW Polo GTi RX de 2017 em com- compõem o calendário, achas que existe
paração com o antigo modelo Polo pre- algum circuito em que te sintas menos
parado pela Marklund Motorsport que confortável e em que tenhas maiores
usaste em 2016? O nome é a única coisa dificuldades em lutar pelas vitórias?
igual entre os dois carros? Não, não há nenhum circuito que consi-
O Polo GTi RX que usámos este ano no dere difícil para mim (risos). Acho que me
Mundial tem um conceito completamente dou bem em todas as pistas do calendário
diferente do que a versão que utilizei em do World RX.

N/30
NOTÍCIAS Já era esperado que o novo
WTCR suscitasse muito in- do. Estamos muito orgulhosos de
WTCR COM teresse e era o objetivo dos poder oferecer aos fãs uma grelha
TODAS AS VAGAS responsáveis do campeonato com muita qualidade. O melhor
preencher uma grelha com 26 car- do WTCC e do TCR, reunidos num
PREENCHIDAS ros a tempo inteiro. Alguns duvi- só campeonato, numa mistura de
daram que isso pudesse acontecer grandes campeões dos turismos.
Depois do WTCC ter tido apenas 16 carros em pista devido ao aumento de custos em Vamos agora preencher os dois
o ano passado, o novo WTCR tem este ano garantidos relação ao que era praticado no TCR
26 TCR em pista. Animação, é ‘coisa’ que não vai faltar… Internacional, mas esses receios
eram infundados e vai haver mes-
Fabio Mendes mo uma grelha completamente
[email protected] cheia para 2018.
Depois do fecho das inscrições,
LEIA E ACOMPANHE TODAS François Ribeiro mostrou-se sa-
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT tisfeito com o facto de poder ter
uma grelha recheada, ao contrário
do ano passado em que apenas 16
carros estiveram a tempo inteiro
no campeonato WTCC: “Tivemos
apenas dois meses para preencher
a grelha, isto numa altura em que
não era fácil devido ao fecho dos
orçamentos para este ano, mas
demos primazia à qualidade em
vez da quantidade, e consegui-
mos atingir o objetivo pretendi-

SEGUNDO TRIUNFO DE COULTHARD FÁBIO MOTA NA PEUGEOT 308
NA CORRIDA DOS CAMPEÕES RACING CUP

Após dois anos no ETCC, Fábio Mota vai esta temporada correr na Peugeot 308
Racing Cup, competição da marca francesa que passará por França, Bélgica
e Espanha: “2018 será um grande desafio para mim, não só por marcar o meu
regresso a uma prestigiada competição europeia de um fabricante automóvel,
como a 308 Racing Cup, mas também pela descoberta da marca Peugeot no
desporto automóvel. Ao longo destes anos tive a oportunidade de correr com vários
construtores, mas nunca com o do Leão. Irei correr em alguns circuitos novos para
mim, mas conto com a ajuda da equipa para me ambientar rapidamente ao carro e à
competição. Estou motivado e consciente que este será um ano de muito empenho
desportivo e pessoal para conseguir cimentar a minha posição no automobilismo
europeu. Espera-se uma grelha entre 20 a 25 carros, o que me deixa contente, pois
as diferenças serão mínimas e teremos muito equilíbrio e espetáculo à mistura”.
Estão agendadas seis provas para este ano.

David Coulthard venceu a Corrida dos Tom Kristensen e Ryan Hunter-Reay. Já Solberg
Campeões ao bater Petter Solberg por suplantou Ahmed Bin Khanen, Yazeed Al-Rajhi,
2-0. O antigo piloto da Fórmula 1 venceu a Josef Newgarden, Joel Eriksson e Johan
primeira manga - ao volante de carros da Kristoffersson. Esta foi a segunda vitória de
Euro NASCAR - por meio segundo. Na segunda Coulthard na RoC, depois de já ter vencido na
manga - com os Vuhl 05 - teve uma liderança edição de 2014, disputada nos Barbados.
mais confortável, batendo confortavelmente o Timo Bernhard e Rene Rast deram à Alemanha
norueguês por 1.7s e garantindo assim o título o triunfo na Taça da Nações da Corrida dos
de 2018, disputado este ano na Arábia Saudita. Campeões. Os alemães derrotaram na final a
Para chegar à final, David Coulthard teve de equipa latino americana de Helio Castroneves
bater antes Rudy van Buren, Timo Bernhard, e Juan Pablo Montoya.

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31

KART KID RACE SCHOOL VAI CAPTAR
JOVENS PRATICANTES PARA O KARTING

‘wild-cards’ disponíveis para cada mundo do automobilismo, atinge O Kart Kid Race School é um programa no Campeonato de Portugal de Karting e na
prova, a fim de aumentar ainda assim o expoente máximo com de promoção do karting em Portugal, Taça de Portugal de Karting 2018, num total
mais o interesse e de promover uma competição com a chancela que pretende levar a todos os jovens, de 7 provas. Estas incluem aulas teóricas,
os melhores talentos de cada país da Eurosport Events, cuja máquina e respetivas famílias, com gosto pelos sessões práticas de competição e corridas,
que visitamos.” está mais que preparada para ele- desportos motorizados, a oportunidade realizadas em diferentes kartódromos
A Fórmula de sucesso do TCR, var a categoria a um nível superior de praticar a modalidade. Trata-se duma do país, sob a supervisão de pilotos
que cada vez mais se expande no de visibilidade. iniciativa de captação e formação de jovens profissionais e de uma experiente equipa de
praticantes no Karting entre os 5 e os 10 técnicos.
anos de idade, para a iniciação e a prática do A componente de promoção é uma aposta
desporto motorizado em Portugal. muito clara desta iniciativa, que será
A iniciativa, promovida pela Newsale com a apadrinhada pelos campeões nacionais de
chancela oficial da Federação Portuguesa de Karting em título e por reputados pilotos
Automobilismo e Karting (FPAK), do Instituto portugueses que competem no estrangeiro.
Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Estas figuras do Desporto irão conferir um
e da ‘Braga - Cidade Europeia do Desporto acréscimo de visibilidade pública ao percurso
2018’, será integrada no Open de Portugal, formativo e desportivo destes jovens.

PRIMEIRO TESTE
PARAAALONSO ETOYOTA

Fernando Alonso vai correr com a equipa, incluindo uma sessão noturna,
Toyota no WEC, de modo a que possa num trabalho com mais quatro dos
lutar pela vitória nas 24 Horas de Le pilotos titulares para 2018, onde só não
Mans, prova que Alonso quer vencer esteve presente Sébastien Buemi. Esta
para ficar mais perto da Tripla Coroa. O foi a primeira experiência de Alonso
piloto espanhol trabalhou com a Toyota com o carro de 2018, depois do teste
no circuito espanhol de Motorland, que fez no Bahrein, no final de 2017,
de modo a preparar a temporada, quando pilotou o TS050 Hybrid pela
realizando três dias de testes com a primeira vez.

VW POLO WRC VAI ‘LIGAR’ MOTOR

O Volkswagen Polo R WRC 2017 usada em 2017, ao invés da versão
não chegou a disputar nenhum camuflada vista nos testes: “O
rali, devido à abrupta saída da VW carro não vai competir, mas um dia
MotorSport dos ralis, mas o diretor vamos mostrá-lo com decoração,
da equipa, Sven Smeets, disse agora para que todos o vejam como um
que um dos Polo WRC está pronto verdadeiro carro de corridas. Ainda
a rodar, com as especificações não tivemos muito tempo para
que seriam vistas no Rali de Monte pensar como, quando ou onde,
Carlo de 2017. Apesar de não revelar mas está aqui e o objetivo passa
quando e como, Smeets revelou por apresentá-lo como se fosse
que o carro será visto num evento para arrancar para o Rali de Monte
público e com a decoração que seria Carlo”, disse.

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ENTREVISTAA

LUÍS
OLIVEIRA

DO ÁFRICA Francisco Mendes como o Africa Eco Race, quais são as
ECORACE [email protected] maiores dificuldades?
AODAKAR Para mim a maior dificuldade foi ler
Oresultado de Luís Oliveira foi muito o road book e andar depressa. Foi o
A 10ª edição do África Eco Race, competição que caracteriza- bom, contudo, ninguém espera- meu grande desafio que acabou por
se por percorrer caminhos do antigo Dakar africano, ficou va que o jovem piloto português, resultar numa grande aprendizagem.
que fazia a sua estreia na prova Agora, a corrida é um grande desafio, nin-
marcada por um duplo pódio português, com Luís Oliveira e africana, aguentasse o ritmo e acabasse guém tenha dúvidas. São muitas horas
Rui Oliveira a alcançarem o segundo e terceiro lugares numa por ser a surpresa do evento ao garantir o em cima da moto, são muitas ligações
segundo lugar final. O MotoSport aprovei- que acabam por saturar. Mas a minha
corrida notável para as cores nacionais tou a ocasião para estar à conversa com grande aposta para esta prova era mesmo
o piloto, recordar esta aventura e olhar o apreender a navegar. Agora, não achei
ACOMPANHE TODA A INFORMAÇÃO presente e futuro. a corrida em si muito dura em termos
DIARIAMENTE EM MOTOSPORT.COM.PT A participação no Africa Eco Race acon- de desgaste físico. É verdade que tenho
teceu mesmo em cima da prova. Como é alguma experiência de Mundial e depois
que tudo aconteceu? também vinha do Campeonato Brasileiro
Foi tudo muito rápido. No dia 23 de dezem- de Enduro, onde estive bem e estava bem
bro decidimos ir à prova e depois veio a preparado fisicamente. Contudo, que é di-
motoeotrabalhoapertounosdiasseguin- fícil conseguir andar depressa e ler o road
tes para preparar as coisas para estarmos book, isso é. E depois temos de manter a
presentes na edição de 2018 do Africa Eco concentração em cima da moto durante
Race. Ou seja, foi tudo à última hora. Mas a muitas horas e isso acaba por provocar
verdade é que estou super contente por- algum desgaste mental, já que são mui-
que foi uma experiência nova para mim e tas horas sozinho em que não falamos
um grande desafio. Ir com o Rui Oliveira com ninguém. Nessas horas pensamos
era uma segurança para mim já que ele em tudo, e isso, dia após dia, acaba por
tem experiência deste tipo de provas e provocar um desgaste.
por isso foi uma grande ajuda para mim Estavas à espera de lutar pelo pódio e
e tenho de lhe agradecer por isso. acabar na segunda posição logo nesta
Para quem se estreia numa prova primeira participação?
Não, de maneira nenhuma. O meu primei-
ro objetivo para a estreia no Africa Eco
Race era de facto apreender. Depois tinha
um segundo objetivo que era terminar a
prova, porque gostava de chegar a Dakar e
ao Lago Rosa, e só depois vinha o objetivo
de fazer alguma coisa de jeito em matéria
de classificação, que não passava logo
neste primeiro ano pelo pódio. O que tinha
em mente era terminar o melhor possível.
Por isso, sou sincero, não esperava chegar
ao segundo lugar da classificação geral.
O que foi mais difícil para ti, as pistas de

33

Marrocos ou dunas da Mauritânia? tentes, ao contrário das que encontramos se fazerem provas de rally durante toda a na minha prestação no Africa Eco Race.
A Mauritânia foi o pior, sem dúvida ne- na vizinha Mauritânia, que são de facto época. Mas a verdade é que também não Mas fiz o meu trabalho, dei o meu melhor
nhuma. A areia é muito macia e as dunas difíceis. Depois temos ainda o Sol que sei como vão ser as coisas, já que o Africa e como não estava à espera de um bom
praticamente não se conseguem ver. A muitas vezes dificulta a visão. Eco Race correu muito bem para o meu resultado, este segundo lugar acabou por
juntar a isso, o facto de nunca ter tido até A juntar a estas dificuldades impostas pela lado. Agora que vou tentar montar um ser bom para mim.
então uma experiência de andar naquele areia fina e pelo sol, o facto de termos de projeto, isso vou, que vou precisar de ajuda, Depois de um campeonato brasileiro
tipo de condições. Tinha ido a Marrocos fazer muita coisa ao mesmo tempo para também é verdade, porque esta também em que venceste, estás de regresso ao
três dias para apreender um pouco, mas evitar os perigos que vamos encontrando. é uma vertente muito dispendiosa. Nacional de Enduro em Portugal. Como
a verdade é que nada se assemelha às É difícil ler o road book, andar depressa e ir Contudo, também é certo que os rallys é que vai ser esta nova época?
dunas da Mauritânia, já que em Marrocos com atenção à moto, para mantermos um têm outra visibilidade e por isso estou Em relação ao Brasil, pode surgir a opor-
andar as dunas são mais duras e consis- ritmo que temos de ter a noção que é bom, apostado em reunir condições e ter uma tunidade de ir lá realizar algumas provas
mas que não pode ser exagerado para moto para estar no Dakar em breve. Não porque tenho boas ligações com a Yamaha
que não se comentam grandes erros, que vai ser fácil, mas estou empenhado nisso. no Brasil. Agora o foco é realizar o cam-
podem acontecer a qualquer momento e Não quero dizer que vou, mas o certo é peonato Nacional de Enduro e tentar reunir
a que é preciso estar atento para evitar. que quero ir. as condições para fazer rallys. Penso que
Bem se pode dizer que entraste nestas Sentiste esse impacto mediático do Africa era difícil estar no Brasil e fazer as coisas
provas de rally pela porta grande, por- Eco Race quando chegaste a Portugal, de lá, e, para além disso, lá temos muitas
que a tua participação mereceu muitos ou durante a corrida foste sentido essa corridas internas que as equipas querem
elogios de todo o Mundo. E agora, o que atenção que davam aos teus resultados? que façamos e isso levou-me a pensar
vai acontecer, vais voltar a apostar em Durante a prova foi ao nível do paddock que o mais viável era ficar em Portugal.
2019 no Africa Eco Race ou vais apostar que senti essa surpresa, pelo facto de Na primeira prova do Campeonato Na-
numa participação no Dakar? andar bem e com os da frente. É verdade cional de Enduro arrancaste um segundo
Eu nunca tinha tido uma experiência as- que os pilotos não têm grande conheci- lugar. É um bom resultado para o Cam-
sim, o Africa Eco Race é Africa e aquilo foi mento do que se diz da prova nos jornais peonato?
soberbo para mim. Estou certo que uma ou nas revistas. Mas também sabia que É, sem dúvida. As coisas para o Nacional
prova como aquela não vou encontrar aquilo que estava a fazer iria ter feedback aconteceram todas muito depressa. Estive
em mais lado nenhum do Mundo. Agora, cá em Portugal e não só. uma semana de férias depois do Africa
gostava no próximo ano de estar no Dakar. Agora o que não sabia é que tinha tanto Eco Race, cheguei na quinta-feira antes
Se conseguir reunir os apoios necessários, impacto, porque fui abordado por pessoas da prova e acertei tudo com a Yamaha.
gostava de ter um projeto para marcar que raramente estão atentas a corridas Testei a moto e sabia que não iria estar a
presença no Dakar. Não quer dizer que seja de motos, mas que sabem tudo sobre o 100% nesta primeira prova da temporada,
já em 2019, pode muito bem ser em 2020. Africa Eco Race ou sobre o Dakar, porque mas tinha que estar presente para atacar
Encaras a possibilidade de estar numa acompanham os portugueses neste tipo o campeonato.
Taça do Mundo ou vais apostar no rallys de provas, através das redes sociais e da Ou seja, foi mais uma situação igual àquela
de forma esporádica? televisão. que vivi com o Africa Eco Race. Preocu-
Eu tenho uma grande bagagem de En- Também tenho a consciência que tive pei-me em dar o meu melhor para somar
duro que me serve de base para outras a sorte de muitos portugueses ficarem pontos para o campeonato e as coisas
modalidades como são as provas de rally. ausentes do Dakar, o que acabou por correram bem, apesar de ter sofrido mui-
Agora, não é fácil reunir as condições para centrar mais as atenções dos jornalistas to, porque tinha andado pouco na moto
e pelo facto de não fazer Enduro há já
algum tempo.
Precisei de mudar o chip, mas as coisas
correram bem, até porque fiz a minha
estreia na classe 450cc. Agora vou pre-
parar-me bem para as próximas provas
para lutar pelo título que é esse o objetivo.
Este é um campeonato muito compe-
titivo?
Sem dúvida que vamos ter um campeo-
nato muito interessante, porque o nível é
bastante elevado e é certo que vai ser bem
disputado, já que está tudo a andar muito
bem, que é o mais importante.

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ROYAL ENFIELD

» HIMALAYAN 2018

O “FIM DO MUNDO” AQUI AO LADO

A nova Royal Enfield Himalayan não só rompe com um
importante ciclo da marca - especialmente dedicada a
produzir motos dentro de um conceito clássico - como
também a sua nova versão de 2018 é uma evolução da
anteriormente lançada em 2017, cujo objetivo inicial de
se tornar na Adventure Tourer mais acessível e fiável do
mercado se tornou algo complicado devido a questões
essencialmente relacionadas com o seu motor

Pedro Rocha dos Santos qualidade dos seus elementos e maior A Himalayan versão 2018 é agora FT/ F I C H A T É C N I C A
[email protected] cuidado na sua afinação, tendo-se uma moto mais completa e com atri-
conseguido um comportamento ab- butos para seduzir no segmento das 400 CC
Ao que tudo indica, parece solutamente distinto na nova versão Adventure Tourers, sobretudo para
que na versão de 2018 to- em relação à de 2017. quem não está preocupado em rodar CILINDRADA
das as questões apontadas A vibração é agora praticamente nula, a grandes velocidades e para quem
anteriormente ao motor da tanto no guiador como nas peseiras, acredita que devagar se vai ao longe. 24,5 CV
Himalayan estão definiti- realidade que contrasta com a anterior Talvez um pouco mais de potência po-
vamente resolvidas. A nova versão. A suavidade é agora mais notó- deria fazer sentido, mas a Royal Enfield POTÊNCIA
versão vem também com uma série ria e apenas quando o motor atinge a ro- faz questão de ter motores menos rota-
de melhoramentos ao nível da sua es- tação máxima, por volta das 6.500 rpm, tivos e mais fiaveis e duradouros. Com 15 L
tética e ciclística, embora aquela que é que se começa a sentir algum descon- mais potência poderia também incor-
é mais evidente foi a troca do sistema forto com a vibração. Obviamente que o porar-se uma caixa de 6 velocidades DEPÓSITO
de alimentação de carburador por um motor da Himalayan não é por natureza e subir-se um pouco no patamar da
sistema de injeção eletrónica. O motor um motor muito rotativo mas prima pelo velocidade máxima. Para quem crítica 182 KG
de 411 cc da Royal Enfield Himalayan, seu binário a baixo e médio regimes. as Royal Enfield por terem uma potência
um monocilíndrico de refrigeração a A resposta do motor é agora mais ime- de apenas 25 cv para um motor de 400 PESO
ar e óleo, foi revisto em mais porme- diata e precisa, graças à injeção eletróni- cc, não esqueçamos que, por exem-
nores para além da injeção eletrónica, ca, realidade que facilita enormemente plo, as Triumph Trident T100 modernas 4 625€
tornando-o agora compatível com a o dosear da aceleração, realidade que montam motores de 900 cc com apenas
norma Euro 4 . A potência e o biná- se torna relevante sobretudo quando 55 cv. Ou seja, a filosofia é idêntica e + 200€ DE LEGALIZAÇÃO E IUC
rio mantêm-se idênticos, 24,5 cv e 32 rolamos fora de estrada. a relação cilindrada/potência muito
Nm, respetivamente, sendo semelhante Graças aos melhoramentos realizados semelhante. Outro dos melhoramentos MOTOR MOCILÍNDRICO REFRIGERADO POR
em potência à Honda CRF Rallye 250, na Himalayan pelos técnicos da Royal que foi realizado na nova Himalayan AR E ÓLEO, 4 TEMPOS DISTRIBUIÇÃO SOHC
embora longe dos 40 cv da Kawasaki Enfield, a moto está agora mais agradá- foi ao nível do sobre-aquecimento de COMPRESSÃO 9,5:1 POTÊNCIA 24,5 CV ÀS
Versys 300. vel e suave na sua utilização, garantindo que sofria a versão anterior. A incor- 6500 RPM PAR MÁXIMO 32 NM ÀS 4500 RPM
Os melhoramentos introduzidos na assim maior polivalência e conforto poração de um novo radiador de óleo ALIMENTAÇÃO CARBURADOR IGNIÇÃO ELETRÓNICA
versão de 2018 tornaram o motor da para viajar. Também o facto de se terem parece ter resolvido definitivamente ARRANQUE ELÉTRICO TRANSMISSÃO CORRENTE
Himalayan mais redondo e progressivo, diminuído drasticamente as vibrações este problema, de acordo com os testes CAIXA 5 VEL EMBRAIAGEM POR CABO QUADRO
fruto sobretudo de um investimento na permite rolar a uma velocidade superior já realizados. Relativamente à estética, BERÇO DUPLO EM AÇO BRAÇO OSCILANTE DUPLO EM
sem que tal se torne cansativo. a mesma tem sido alvo de críticas sobre AÇO SUSPENSÃO DIANT. TELESCÓPICA TRADICIONAL
41 MM E 200 MM DE CURSO SUSPENSÃO TRAS.
MONO-AMORTECEDOR COM 180 MM DE CURSO RODA
DIANTEIRA 90/90-21” RODA TRASEIRA 120/90-17”
TRAVÃO FRENTE DISCO DE 300 MM COM PINÇA
FLUTUANTE TRAVÃO TRASEIRO DISCO DE 240 MM
COM PINÇA FLUTUANTE COMPRIMENTO 2190 MM
ALTURA 1360 MM LARGURA 840 MM

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o seu minimalismo. Na minha opinião ponentes, inclusivamente ao nível dos Performance, pertencente agora ao ção das irregularidades e deformações
está bastante equilibrada e, sincera- próprios parafusos que estão agora Grupo Royal Enfield, é uma das mais no terreno, superando os obstáculos
mente, gosto desta abordagem quase protegidos por capas plásticas. valias desta Royal Enfield e quem já o com grande suavidade e proporcio-
‘despida’ de painéis e plásticos. Numa Também os travões foram melhorados, testou garante que o mesmo tem um nando ao condutor um conforto extra.
moto com que se pretende correr mun- com disco único de 300 mm na dian- comportamento irrepreensível, sobre- Na estrada são algo brandas mas efeti-
do quanto menos plásticos existirem teira e um de 240 mm na roda traseira, tudo no todo terreno, garantindo um vas e tornam a condução mais confor-
para danificar ou dificultar o acesso aos que montam agora pinças Bybre, uma nível de confiança e estabilidade impor- tável para quando se pretende percorrer
seus elementos mecânicos principais, segunda marca da Brembo fabricada tante, sobretudo para todos aqueles que grandes distâncias. A posição de con-
melhor. na Índia. Estes garantem agora uma desejam aventurar-se por percursos dução é natural, sendo que a distância
Sobre os acabamentos houve tam- travagem mais efetiva e segura, com mais agrestes e variados. do assento ao chão é relativamente
bém uma evolução notória e a nova maior tato. Para estar de acordo com As suspensões dianteiras, telescópicas baixa, pelo que facilita a utilização a
Himalayan denota a preocupação em a norma Euro 4 inclui agora ABS de tradicionais, com 41 mm, oferecem 200 condutores de todas as estaturas.
aumentar a qualidade dos materiais, última geração da Bosch de dois canais. mm de curso e o amortecdor traseiro, de As proteções laterais em tubo de aço
sobretudo dos plásticos, mas que está O seu quadro em aço de estrutura tipo monoshock, tem 180 mm de curso, permitem a incorporação de todo tipo
também patente nas soldaduras e no simples em berço, desenvolvido em e apesar de apenas terem afinação na de acessórios. Também o painel de in-
acabamento de alguns dos seus com- Inglaterra pela famosa casa Harris compressão, garantem uma boa absor- formação é super completo, com um

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look algo vintage, contendo toda a in- Todas estas alterações e melhoramen- consumo agora assegurado pela ges- Himalayan funcionar na perfeição in-
formação necessária, inclusivamente to fizeram com que a nova versão da tão da injeção eletrónica, a Himalayan dependentemente da altura a que nos
uma bússula e aviso das manutenções, Himalayan, apresentada em Milão, le- garante uma autonomia de cerca de encontremos. O seu nível de conforto, a
que se fazem apenas a cada 10.000 km. vasse mais tempo a chegar ao mercado, 450 km. Para concluir, a Royal Enfield sua robustez e a sua simplicidade, quase
A marca dispõe ainda de um catálo- sobretudo ao Europeu, onde a exigência Himalayan vem de facto abrir um novo clássicas, fazem da Himalayan uma in-
go completo, com todo o tipo de op- relativa à conformidade com a norma segmento de mercado para a marca, teressante proposta para quem procura
ções, para poder personalizar a sua Euro 4 é condição. num setor bastante concorrido nas uma moto para ir a qualquer lado sem
Himalayan. Com um depósito de 15 litros e o baixo cilindradas mais altas mas com me- ter que fazer demasiadas contas à vida.
nos alternativas nas cilindradas mais As Himalayan já estão disponíveis em
baixas. A Himalayan posiciona-se como Portugal, nas cores branca e negra, e pu-
uma Aventure acessível e fiável, com demos ver a primeiras unidades no seu
uma imagem simples mas robusta, que importador, a Zemarks. Aguardamos
inspira confiança para enfrentarmos que nos seja disponibilizada uma unida-
qualquer dificuldade à nossa frente. de para teste onde possamos confirmar
A injeção electrónica veio proporcio- todos os atributos reinvindicados pela
nar mais suavidade e capacidade da marca na sua renovada Himalayan.

CONCORRÊNCIA KAWASAKI VERSYS X300 SUZUKI V-STROM 250 HONDA CRF250 RALLY

BMW G 310GS 40 CV 24,7 CV 23 CV

34 CV POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA

POTÊNCIA 175 KG 188 KG 157 KG

169 KG PESO PESO PESO

PESO 6 350€ 5 800€ 6 100€

5 900€ PREÇO BASE PREÇO BASE PREÇO BASE

PREÇO BASE

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CASACO OXFORD STORMSEAL

A pensar nos dias mais frios e de chuva, o novo casaco Oxford Stormseal é feito a partir
de materiais de alta qualidade que garantem excelente proteção contra as condições
climatéricas mais adversas.
À prova de água, de linhas modernas e ajustáveis, o Stormseal Over Jacket da Oxford
tem o seu forro interior de malha, anexando um capuz dobrável e apontamentos
refletores no exterior que lhe acrescentam visibilidade e segurança.
Disponível em vários tamanhos do S ao XXL, unicamente na cor preto com
apontamentos fluorescentes.

AVIATOR 2.2 CAIROLI QATAR OXFORD HD CHAIN LOCK

O Aviator 2.2 Cairoli Qatar é um capacete modular fabricado 100% O cadeado HD Chain Lock da Oxford é um dos mais
em carbono e kevlar, com forro interior respirável, removível e lavável. populares do mercado graças à resistência e
Este Aviator 2.2 Cairoli Qatar dispõem de uma campo de visão ampliado comodidade que o tornam suficientemente seguro
e pala deslizante, ventilação dupla frontal e pelo queixo e conta ainda para impedir surpresas indesejadas.
Ao mesmo tempo, a sua leveza oferece a máxima
com extratores de ar duplos traseiros e no topo. Para além disso facilidade de transporte. Composto por uma corrente
incorpora um filtro de poeiras e narigueira removível. com elos de ligação quadrados de 9,5 mm de
espessura revestida com capa de proteção e disponível
Trata-se de um capacete Ideal para offroad, que tem um em três tamanhos diferentes (1, 1,5 e 2 metros) e
sistema de retenção Duplo D e sistema de remoção de por um aloquete de bloqueio duplo concebido em
aço endurecido e que funciona igualmente como
emergência Airoh, protetor de queixo e maxilar em rede Mesh bloqueador de disco de travão, o HD Chain Lock vem
e borracha interior para proteção de queixo. com três chaves e inclui serviço de substituição das
mesmas em caso de perda ou roubo.
O Aviator 2.2 Cairoli Qatar está disponível do tamanho XS ao
XXL, no esquema cromático Amarelo Fluo/Azul.

GIBSON TECH 7.1
EXTREME R

Garantia de enorme eficácia em todo o tipo de terreno, com
piso seco ou molhado, o Gibson Tech 7.1 Extreme R é um

pneu desenvolvido para os mais exigentes troços de Hard
Enduro, com a vantagem de possuir homologação DOT para

circular em estrada.
A inovadora carcaça, extremamente leve, possui
elevada flexibilidade para garantir a máxima tração sem
comprometer durabilidade e segurança, aproveitando as
vantagens da leveza e resistência do poliéster.
O Gibson Tech 7.1 Extreme R está disponível na medida
110/100 x 18” e é comercializado em Portugal pela Puretech.

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ENSIGN Guilherme Ribeiro
UMA VIDA [email protected]
CURTA MAS
INTENSA Para uma equipa pequena e sem
A pequena escuderia inglesa Ensign Racing Team dinheiro, parece no mínimo con-
sobreviveu durante 10 temporadas no duro mundo da traditório que esta tenha nasci- tinha outras ambições, e naquela tar-
Fórmula 1 graças à persistência do seu fundador, Mo do num luxuoso apartamento de de 1972 quis encontrar-se com Nunn
Nunn. Por muito que tenha sido uma equipa que nunca em Grosvenor Square, bem no para discutir o seu futuro. Reza a história
passou do meio da tabela, não deixa de ser interessante centro de Londres. Mo Nunn, um que a conversa continuou no seu Rolls-
antigo piloto convertido em negociante Royce e que, após terminar em segundo
recordá-la, pois por lá passaram grandes pilotos e de carros de Fórmula 3, que começara na última prova do Campeonato de F3, Mo
técnicos, e se não fosse a crónica falta de dinheiro, a construir carros desta categoria sob propôs-lhe construir um Fórmula 2 para
o nome Ensign, vinha falar com um dos 1973. Surpreso, Rikky decidiu voar mais
poderia ter ido bem mais longe. seus pilotos, um tal de Rikky von Opel. alto e saltar diretamente para a Fórmula
Recordamos agora a sua história… Bisneto do fundador da Opel, Rikky ha- 1, entrando com o capital, e ficando Nunn
via herdado a fortuna do seu pai à morte responsável pelo design do carro e orga-
CONHEÇA ESTA E MUITAS deste em 1971 e investira imediatamente nização da equipa. Para Nunn era a rea-
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT na competição, correndo para a Ensign lização de um sonho, e assim ficou feito
de Nunn na F3 Britânica. Mas von Opel um acordo.
Nove meses depois, o Ensign N173, pro-
pulsionado pelo omnipresente motor
Cosworth DFV, estreava-se no Grande
Prémio de França, com von Opel ao vo-
lante. Claro está que o primeiro carro era o

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mais convencional possível, e Rikky con- lotar o novo carro – o piloto, o único natu- balhava nos Lotus de F2, e assinando um 1 temporariamente para pilotar o N175,
seguiu qualificar-se de imediato na última ral do Liechtenstein a alinhar num Grande contrato de patrocínio com a empresa enquanto Wundernik regressaria com o
linha e levar o carro até ao fim, embora a Prémio, tinha cedido à oferta de Bernie holandesa HB Alarmsystem. Em con- N174. Amon demonstrou imediatamente a
três voltas do vencedor. Mesmo assim, Ecclestone, que lhe alugou o segundo trapartida, o piloto da equipa teria de ser sua velocidade, mas não voltou aos pon-
não foi um resultado nada mau. Na ver- Brabham de fábrica a peso de ouro. Sem holandês e foi escolhido o inexperiente tos e, no final da época, a HB e Mo Nunn
dade, o carro até nem era mau e Rikky, Rikky, lá se ia o financiamento, e a Ensign Roelof Wundernik para, finalmente, se entraram em conflito, que acabou com a
um gentleman-driver não propriamen- viu-se com um carro, mas sem piloto nem estrear com o velho N174, já que o novo derrota em tribunal do inglês, que teve
te desprovido de algum talento, até con- dinheiro. A salvação viria de Hong Kong, N175 só ficou pronto para o G.P. de França. de ceder o monolugar de 1975 à HB, que
seguiu ocasionalmente bons resultados através do multimilionário dos casinos Com acabamentos claramente superio- o renomeou Boro e colocou a correr oca-
nos treinos, mas não raras vezes o carro Teddy Yip e da sua Theodore Racing, que res aos dois monolugares anteriores, e um sionalmente em 1976. Livre dos holande-
demonstrou ser assustadoramente pou- passava a patrocinar a Ensign e colocava novo piloto – o vencedor das 24 Horas de ses, Mo Nunn convenceu definitivamente
co fiável e abandonou na maioria das pro- ao volante o seu piloto de F5000, o austra- Le Mans de 1971 Gijs van Lennep – o carro Chris Amon a fazer uma temporada com-
vas em que competiu, pois às vezes nem liano Vern Schuppan. No entanto, o novo não tardou a mostrar o seu valor, e quan- pleta em 1976 e, pese a crónica falta de di-
passou dos treinos. Foi um ano duro de carro estava demasiado longe do resto do do van Lennep se tornou no piloto efeti- nheiro, de imediato se viu que o N176 era
aprendizagem, mas von Opel não desis- pelotão, e nem com Schuppan nem Mike vo da equipa os resultados começaram a um carro bem-nascido, e com um piloto
tiu do projeto e continuou a financiar o Wilds foi capaz de se qualificar. aparecer, com um sexto lugar no G.P. da de ponta como o neozelandês - embora
novo carro para a temporada seguinte, No entanto, Mo Nunn era persistente e, Alemanha. Convencidos do valor do seu já longe da motivação dos seus dias qua-
o N174. Infelizmente, Nunn não tardou a em 1975, decidiu pedir reforços, contra- monolugar, Nunn e Baldwin convence- se ganhadores - os problemas de perfor-
perceber as reticências de Rikky em pi- tando o projetista Dave Baldwin, que tra- ram Chris Amon a regressar à Fórmula mance desapareceram gradualmente. Se
bem que a época começasse com o velhi-
nho e ultrapassado N174, quando come-
çou a temporada europeia e Amon dispôs
do novo carro foi de imediato quinto em
Espanha. E, na Bélgica, lutava pelo quinto
posto com o Tyrrell de Scheckter quando
uma roda cedeu, provocando um violento
despiste, que deixou algumas mazelas no
piloto. Ainda assim, este qualificou-se no
Mónaco e, na Bélgica, colocou o N176 na
segunda linha da grelha de partida. Mais
uma vez, estava na luta com um Tyrrell,
desta vez de Depailler, pelo terceiro lu-
gar, quando uma suspensão quebrou e
o piloto acabou nos rails, após uma vio-
lenta saída de pista. Amon só regressou
no Nürburgring, mas o acidente de Lauda,
que ocorreu à frente dele, deixou em Chris
uma fortíssima impressão e, aliada à ten-
dência do Ensign em ‘perder peças’ a alta
velocidade, levou a que Amon se retirasse
de imediato da competição, nem sequer
arrancando para a segunda largada, por já
não conseguir ter confiança no carro nem
motivação para arriscar a vida. A partir
do G.P. da Holanda, Nunn convidou Jacky
Ickx, que tinha saído a meio da época da
Wolf-Williams, desapontado com o car-
ro, mas a motivação e combatividade do
belga na F1 também estava longe de ser
a ideal, e os resultados foram constante-
mente fracos, embora a nível de fiabilida-
de se registasse uma clara melhoria… até
ao G.P. dos EUA, quando Ickx se despistou
violentamente devido a uma falha mecâ-
nica e acabou ferido.

(QUASE) NO MEIO DA TABELA

1977 tinha tudo para ser uma grande épo-
ca para a Ensign já que iria contar com
outro piloto de ponta para desenvolver o
N177 - projetado por Dave Baldwin antes de
este rumar à Fittipaldi - nada mais, nada
menos que o segundo piloto da Ferrari,
Clay Regazzoni. Mantinha-se o patrocí-
nio da Tissot, que datava do final de 1976,
e que daria alguma estabilidade finan-

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ceira à formação. Nunn tinha um con- Derek Daly, que não tardou a mostrar
trato verbal com Jacky Ickx, mas tinha serviço e, graças a alguma sorte e a um
vendido metade da equipa ao america- dia impecável, conseguiu um sexto lugar
no Chuck Jones, e quando Regazzoni se no Canadá, permitindo à equipa manter o
viu sem lugar numa equipa de topo foi subsídio da FOCA. Só foi possível aguentar
imediatamente chamado para assinar a equipa em 1979 graças a um maior in-
pela Enisgn. Foi, provavelmente, a me- vestimento de Teddy Yip e de Chuck Jones,
lhor época da equipa, que abriu a tem- mas a necessidade de adaptar-se ao efei-
porada com um sexto lugar no G.P. da to-solo sem construir uma monocoque
Argentina, que poderia ter sido melhor de raiz deu asneira, como era esperado.
se o carro não sofresse de vibrações no O N179 foi construído a partir do N177 e
motor. Aliás, foi a falta de fiabilidade que desenhado pelo engenheiro paquistanês
impediu Regazzoni de pontuar em mais Shahab Ahmed, proveniente da Surtees,
provas, e à medida que a época avançou ficando célebres os radiadores montados
começou a ficar claro que faltava dinheiro na frente, quase que formando uma es-
para desenvolver o carro. No entanto, no cada. Além de ser unanimemente o carro
G.P. de França, surgia um segundo carro da mais feio de 1979, era tudo menos eficaz
equipa, mas inscrito por… Teddy Yip, para e Derek Daly, que já tinha sido obrigado
uma jovem esperança do automobilismo a recorrer ao N177 nas primeiras provas,
francês, Patrick Tambay. Com esta dupla via-se assim reduzido a pilotar aquela
de pilotos, e depois da revisão dos motores máquina e, após três não-qualificações,
Cosworth por Heini Mader, os resultados optou por sair pura e simplesmente da
voltaram a aparecer e tanto Regazzoni equipa, já que a tensão entre Nunn, Jones
como Tambay voltaram a frequentar os e Daly estava também a tornar-se insus-
lugares dos pontos, conseguindo o suí- tentável. Mo tentou Stephen South e de-
ço uma extraordinária performance no pois Tiff Needell, mas só Patrick Gaillard
Japão, rodando mesmo no segundo lugar conseguiu arranjar a superlicença para o
até abandonar. Para 1978, Dave Baldwin G.P. de França – segundo muitos, cortesia
foi substituído por… John Baldwin, mas do Sr. Balestre – e o francês conseguiu
problemas financeiros levaram este pro- qualificar o carro em três rondas, mas,
jetista a deixar a equipa mesmo sem ter entretanto, o dinheiro acabou e o lugar
pegado no design do novo carro. Sem di- foi preenchido por Marc Surer, que pou-
nheiro, Mo Nunn apelou a mais um cali- co ou nada conseguiu fazer.
forniano, Mickey Hartling, e a Teddy Yip Ainda assim, a Ensign despertava algum
para manterem a escuderia ‘à tona’, sendo interesse junto dos patrocinadores que
no entanto forçado a alugar o velho N177 a queriam entrar no mercado da F1, sendo a
pilotos pagantes – Lamberto Leoni, Danny Unipart um desses exemplos, que se tor-
Ongais, um desmotivado Jacky Ickx e, fi- nou no patrocinador principal da Ensign
nalmente, à grande promessa irlandesa, para 1980. Além disso, a nível de projetis-

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tas, Mo Nunn conseguia um golpe duplo ao era o piloto ideal, já que sabia desenvolver to. Infelizmente, com o Pacto da Concórdia, dos. A Ensign lá sobreviveu mais um ano
contratar Ralph Bellamy e Nigel Bennett. um carro e era ultra-combativo. De ime- as saias móveis foram banidas e o gros- e Nigel Bennett desenhou o novo N181,
Com algum dinheiro e uma equipa técnica diato, o suíço colocou o Ensign no meio da so do trabalho feito pela Ensign perdeu- que seria pilotado por outro colombiano,
muito boa, a Ensign estava finalmente em tabela em qualificação, mas problemas de -se, mas Surer começou a época com este um dos maiores jovens talentos da
condições de regressar ao meio da tabela, juventude levaram a dois abandonos nas uma boa performance em Long Beach. época, Roberto Guerrero. Porém, apesar
após duas épocas absolutamente desas- primeiras três provas, até que, no G.P. dos Porém, para o Brasil, parecia que os dóla- de ser um carro mais moderno e capaz de
trosas. Ralph Bellamy concebeu o chassis EUA-LongBeach,Regazzoniestavaafazer res do desconhecido colombiano Ricardo igualar as performances do seu predeces-
e as suspensões, enquanto Nigel Bennett uma prova fantástica e rodava em quarto Londoño-Bridge falariam mais alto… mas sor, os problemas da equipa impediram
tratou da aerodinâmica, e o volante foi, quando ficou sem travões em Shoreline este não obteve a superlicença - infeliz- que os resultados fossem alcançados. A
de novo, entregue a Clay Regazzoni, dis- Drive e bateu violentamente contra os mente, os dólares em questão tinham equipa lutava por conseguir a qualifica-
pensado da Williams depois de ter dado a murosdesprotegidos.ClayRegazzonificou ligações ao narcotráfico e o piloto foi as- ção e, no Mónaco, viu-se… sem pneus. A
primeira vitória de sempre à equipa. Claro ferido na coluna e paralisado da cintura sassinado já na última década, alegada- Avon, fornecedora da Ensign, decidiu re-
que Clay era já um veterano e não tinha para baixo. A partir daqui, foi uma litania mente num ajuste de contas. Marc Surer tirar-se subitamente, deixando Mo Nunn
o talento de campeão, mas para a Ensign de pilotos que passou pela Ensign – Tiff não ficou impressionado pela sua fragi- apeado. A partir de Detroit a equipa rolou
Needell, Patrick Gaillard, Jan Lammers, lidade no lugar e fez uma prova impres- com pneus Michelin, mas a época conti-
Geoff Lees. No entanto, a equipa estava sionante no Brasil, aproveitando a chuva nuou a oscilar entre o mau, o muito mau
desorientada e, usando maioritariamente para terminar num brilhante quarto posto. e o aceitável, já que a fiabilidade era fraca
pilotos jovens e inexperientes, não con- De seguida, pontuou novamente algumas e faltava velocidade de ponta. No final do
seguiu aproveitar o potencial do N180 e provas depois, com um sexto lugar no G.P. ano, sem pontos nem dinheiro, Mo Nunn
não raras vezes viu os seus pilotos falha- do Mónaco, mas a equipa estava sem di- aceitou vender a sua equipa a… Teddy
rem a qualificação. No final do ano, sem nheiro e, para pagar o empréstimo, teve Yip que, entretanto, tinha entrado na F1
pontos nem performances de destaque, de dispensar Surer e contratar um piloto como construtor - nada bem-sucedido,
a Unipart mudou-se para a McLaren e pagante – o chileno Eliseo Salazar. Não é diga-se de passagem - e com a aquisição
Mo Nunn estava, de novo, sem dinheiro… que este tenha sido uma desilusão com- da estrutura de Nunn a Theodore alinha-
pleta, mas a equipa estava sem dinheiro ria com dois carros em 1983. Tal como
A LEI DA SOBREVIVÊNCIA para desenvolver o carro, e Mo Nunn e acontecera antes, o dinheiro não abun-
Chuck Jones fizeram tudo para arranjar dava e a Theodore fechou portas no final
Em 1981 a Ensign foi salva por… Bernie novos financiadores, propondo mesmo a de 1983. Mo Nunn, entretanto, foi para os
Ecclestone, que precisava de equipas li- Dan Gurney a fusão da sua estrutura com Estados Unidos, onde se tornou num dos
gadas à FOCA durante o seu célebre con- a All American Racers. Apesar de ter fa- mais conceituados engenheiros, passan-
flito com a FISA e Balestre. Com dinhei- lhado, Nunn teve a alegria de ver Salazar do por inúmeras equipas de topo. Quanto
ro emprestado, Nigel Bennett e Graham chegar finalmente aos pontos, com um à Ensign, foi uma das muitas formações
Humphrys - Ralph Bellamy deixara a sexto lugar na Holanda, mas o final da que cirandou pela Fórmula 1, e cuja falta
equipa - desenharam uma versão me- época foi definitivamente mau, já que os de financiamento impediu que mostrasse
lhorada do chassis do ano anterior, o fundos estavam definitivamente esgota- o seu verdadeiro potencial.
N180B, escolhendo Marc Surer como pilo-

42

POR UMRPALUIDNOHRAAC1D99O8 que, depois de ter feito duas provas pela
DE METROS… Ford a substituir Thiry, escolhia o RAC
para a sua despedida formal da compe-
Como era habitual, o Rali RAC encerrava o Campeonato do Mundo de Ralis, e não raras tição, já que em 1999 iniciaria o seu de-
vezes era palco de todas as decisões. 1998 não foi excepção, com os títulos de Pilotos safio político no Parlamento Europeu. A
Toyota também trazia três carros, com
e Construtores claramente em abertos. Sainz ou Mäkinen? Toyota ou Mitsubishi? Sainz e Auriol acompanhados do promis-
Os troços florestais de Gales e do oeste de Inglaterra deram a resposta, a qual foi sor Marcus Grönholm, que vinha de uma
época dividida entre a HF Grifone e pre-
terrivelmente cruel, como tantas vezes o automobilismo o é senças semioficiais com a fábrica. A Ford
trazia a dupla habitual, composta por Juha
Guilherme Ribeiro peração que lhe deu a liderança, um tubo A Mitsubishi apresentava-se com Kankkunen e Bruno Thiry e, por fim, a Seat
[email protected] quebrado atrasava definitivamente o es- Mäkinen e Burns, enquanto a Subaru continuava a rodagem do novo Cordoba
cocês nos antípodas, arruinando as hipó- optava por dar uma oportunidade a Alister WRC estreado nos 1000 Lagos, com Harri
Até ao Rali da Austrália tudo in- teses deste e da Subaru de lutarem pelos McRae, o mais novo da dinastia escoce- Rovanperä acompanhado pelo piloto da
dicava que a luta pelo WRC de títulos em Inglaterra. Restavam apenas sa, ao invés do habitual Piero Liatti, cujas casa, Gwyndaf Evans. De salientar tam-
1998 seria a três, com o bicam- Mäkinen e Sainz, com dois pontos, que prestações na terra não tinham impres- bém o excelente nível dos pilotos privados
peão Tommi Mäkinen, Carlos davam vantagem ao finlandês, a separá- sionado. Além disso, os homens da mar- que se apresentavam à partida do RAC ao
Sainz e Colin McRae com boas -lo; nos Construtores a Toyota tinha qua- ca nipónica traziam também um terceiro volante de WRC, destacando-se Armin
hipóteses de conseguir a coroa. tro pontos de avanço sobre a Mitsubishi. carro, que testava uma caixa totalmente Schwarz - após um ano praticamente
Infelizmente, depois de uma grande recu- Tudo pronto para um grande final. eletrónica para o veterano Ari Vatanen sabático - Grégoire de Mévius, Krzysztof
Holowczyc e Sebastian Lindholm. No que
respeita ao Grupo N, o título estava deci-
dido a favor de Gustavo Trelles, que optava
por se ausentar, entregando o favoritis-
mo ao eterno vice Manfred Stohl, Gilles
Panizzi, Toshihiro Arai, Derek Higgins e
toda uma série de pilotos. Mais animado
eraoduelonaFórmula2,com apresença
de três equipas de fábrica – a Seat, com
Toni Gardemeister e Salvador Cañellas

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Jr.; a Hyundai, com Kenneth Eriksson e Colin como Alister McRae fizeram más te tempo, retomava a liderança e voltava que por pouco não perdia mais que o ter-
Wayne Bell; e a Renault inglesa, com Tapio escolhas de pneus, o que os levou a co- a destacar-se, enquanto o nevoeiro cada ceiro lugar devido a um erro - Thiry e um
Laukkanen e Martin Rowe – e alguns out- meter pequenos erros, enquanto Burns vez mais cerrado convidava os favoritos espetacular de Mévius.
siders também oficiais, mas sem contar dominava as especiais matutinas para a arriscarem menos, algo exemplificado
para a Taça, como o Skoda de Pavel Sibera, saltar para o segundo lugar, batendo no pelo próprio Sainz que, depois de uma má CAMPEÃO NO HOTEL…
o Vauxhall de JarmoKytölehto e o Nissan processo os dois Toyota. E, logo na pri- escolha de pneus, procurava apenas se-
de Mark Higgins. meira especial do dia, Ari Vatanen despe- gurar o quarto lugar que lhe permitiria ser A última etapa disputava-se maiorita-
dia-se do automobilismo (até ver…) com campeão. Já os Seat estavam em franca riamente no sul de Gales e a caminho de
AZAR DE MÄKINEN um despiste, desta vez sem precisar de recuperação, lutando pelos últimos luga- Cheltenham, mas as condições não me-
destruir o carro, como fora tão típico dos res do top 10 com os endiabrados privados, lhoraram e, ao arrancar de madrugada,
O rali baseava-se em Cheltenham, e a pri- seus começos de carreira – na verdade, destacando-se Gwyndaf Evans que, co- os pisos estavam muito traiçoeiros. A
meira etapa decorria no centro/oeste de Vatanen errou num gancho que atrapa- nhecendo os cantos à casa, estava já bem primeira vítima seria Alister McRae que,
Inglaterra, percorrendo várias especiais lhou muitos pilotos, mas deixou o motor dentro desta luta quando a embraiagem depois de fazer uma exibição de enor-
curtas em circuitos e parques, caracte- ir abaixo e, com a nova caixa totalmen- cedeu na PEC 18 e forçou o galês a desis- me virtuosismo, debatia-se com alguns
rística tão típica do RAC desses tempos. te eletrónica, foi impossível fazer o carro tir. Na F2, Kytölehto continuava a fazer problemas elétricos com as luzes extra,
Podiam ser especiais curtas e pouco de- pegar de novo, levando a um final com- frente a Gardemeister, mas Laukkanen que o levavam a derrapar e a bater forte
safiantes a nível técnico, mas eram o su- pletamente inglório. Duas especiais de- aproximava-se de mansinho e liderava numa valeta, ficando logo ali na primei-
ficiente para fazer estragos e até causar a pois, Colin McRae saía de estrada e per- no final do dia. Porém, não tardou a que ra especial do dia. Também pelo caminho
perda do rali, principalmente com a chuva dia a liderança para um surpreendente ocorresse o segundo golpe de teatro do ficava o Hyundai resistente de Wayne
que, mais uma vez, também não faltou. Richard Burns, enquanto Alister se via rali, quando Colin McRae, cada vez mais Bell, devido a problemas de diferencial,
De imediato, uma coisa ficou patente: os batido pelos dois Toyota. A PEC 16 elimi- líder, chegava à assistência no final da PEC enquanto Burns, apesar de ter mais de
‘manos’ McRae estavam determinados a nava também dois concorrentes na F2: 19 a reportar problemas de motor, e não dois minutos de avanço, não fazia sinal
impressionar e venceram em conjunto a Eriksson com problemas de diferencial mais arrancava. E, na última especial do de abrandar e continuava a vencer espe-
primeira especial, assistindo-se em se- e Martin Rowe que, depois de um atraso dia, Auriol desistia também com a em- cial atrás de especial. Sainz rodava assim
guida a um domínio categórico de Colin inicial, tentava recuperar até arrancar a braiagem quebrada. Deste modo, Burns em terceiro, mas não procurava atacar
que, na despedida da Subaru, estava ver- suspensão numa pedra. Na PEC 17 Colin liderava com um bom avanço sobre Alister Kankkunen, isolado no segundo lugar,
dadeiramente determinado a vencer o seu ‘vingava-se’ de Burns e, com um excelen- McRae, seguido de Kankkunen, Sainz - sendo mesmo ultrapassado a meio do
rali caseiro. Porém, o primeiro dia não dá dia pelo outro Ford, de Thiry, apostando
a vitória mas pode arruinar o rali (e até em conservar ao máximo a mecânica do
o título), e a primeira vítima foi… Tommi Toyota e conseguir os três pontos. Atrás
Mäkinen. O finlandês tinha entrado mal deles, a luta estava entregue aos priva-
no rali com problemas de afinação da sus- dos, com de Mévius a manter o seu ritmo
pensão, e quando tudo parecia resolvido avassalador enquanto Holowczyc se de-
perdia a traseira no óleo de um concor- batia com a direção, e Rovanperä, com os
rente anterior na PEC 5 e batia violenta- problemas de transmissão resolvidos, não
mente num bloco de cimento. O azarado tardava a ultrapassar alguns privados e
finlandês ainda tentou chegar à assis- a lutar pelos últimos lugares pontuáveis,
tência, mas a sempre eficiente polícia de numa exibição promissora do novo Seat.
terras de Sua Majestade encarregou-se Na F2, Laukkanen deixava de vez para
de impedir que um carro andasse em três trás os rivais e construía uma boa van-
rodas nas ligações, obrigando o campeão tagem, e o mesmo se passava no Grupo
em título a abandonar e a esperar por um N, após uma excelente luta entre Stohl
azar de Sainz para manter a coroa. Quanto e Derek Higgins, que se resolvia a favor
aos primeiros, apenas os Toyota de Auriol do austríaco.
e Sainz fizeram frente aos irmãos McRae, Tudo estava calmo e aguardava-se a con-
e Colin só não dominou por completo o sagração de Sainz, enquanto Burns vencia
dia e saiu com uma vantagem mais do todas as especiais do dia e a geral do rali
que aceitável porque furou após um sal- quando, em Margam Park, a última espe-
to demasiado otimista que deixou a roda cial da prova, vislumbravam-se chamas
demasiado danificada. Mesmo assim não sob o Corolla WRC do espanhol, que parava
perdendo a liderança. Na F2, o primeiro dia e tentava extinguir o fogo do motor, que
acabava com as provas de Mark Higgins quebrara… a 300 metros do fim. Célebres
e Pavel Sibera e a Toyota perdia um im- ficaram as imagens de desalento de Sainz
portante efetivo quando Grönholm partiu e Moya, assim como a raiva deste, que
o motor e o carro pegou fogo no final do atirava o capacete contra o vido trasei-
dia. Quanto aos Seat, sofriam uma série de ro do Toyota, esmigalhando-o. Mäkinen
pequenos problemas que os atirava para estava prestes a sair do hotel para tomar
fora do top 10. Deste modo, Colin McRae o avião para a Finlândia quando tocava o
liderava com Sainz e Alister McRae por telemóvel, anunciando-lhe este memo-
perto, Auriol estava já mais distante, se- rável volte-face.
guido de Kankkunen e Burns, agora a A prova terminava assim com Mäkinen
única esperança da Mitsubishi para os campeão e a Mitsubishi a garantir tam-
Construtores. Na F2 a luta estava ao ru- bém o seu primeiro - e único - título de
bro, com Kytölehto a liderar na frente do Construtores. Na classificação geral, vi-
Seat de Gardemesiter, mas com os favo- tória de Burns, seguido de Kankkunen,
ritos ainda muito juntos. Thiry, de Mévius e Lindholm e, a fechar
os pontos, Rovanperä.
O ‘VELHO’ RAC Foi um final cruel e triste para alguns,
mas o automobilismo também é isto.
As condições meteorológicas no segun-
do dia eram dantescas, com as especiais
no centro de Gales a serem marcadas pela
chuva e por um nevoeiro cerrado. Tanto

+44

SKODA

» OCTAVIA BREAK RS 245

COMPETIÇÃO FAMILIAR

Juntar o melhor de dois mundos é o que nos oferece a
versão RS da Skoda Octavia Break, apresentada no último
Salão de Genebra. Ao espaço e comodidade habituais
juntam-se doses de adrenalina de nos deixar em êxtase,
oferecidas pelos 245 cv do bloco 2.0 TSI que fazem desta
Octavia a mais potente de sempre

André Duarte a rigor. Face à versão normal, a veia RS relação. Nota-se que o feita com grande imediatez, muito graças
[email protected] encontra-se em vários pormenores, à bloco 2.0 TSI tem alma, aos 370 Nm de binário disponíveis desde
semelhança do exterior. Num interior em mesmo no modo Eco, as 1600 rpm. É muito fácil colocarmos
Ter uma Skoda Octavia Break que predomina a tonalidade em preto, a num pisar calmo e a frente onde queremos e sairmos das
é algo bom para a família. Ter qual cria um belo contraste com vários dentro da legalidade. curvas com garantia de tração, cortesia
a sua versão RS é um sonho apontamentos em cromado, o destaque Quando mudamos do diferencial autoblocante. No limite, ‘uma
tornado realidade para o seu vai naturalmente para os bancos des- para o Normal, a res- ou duas abaixo’ resolvem a questão. Algo
condutor. No exterior o modelo portivos em Alcantara com bom apoio posta torna-se mais muito fácil através das patilhas de volante
destaca-se por vários aponta- lombar; pespontos em cinza ou vermelho solícita. O barulho da caixa automática DSG de 7 velocida-
mentos alusivos à versão: faróis, luzes de a percorrer todo o habitáculo; volante também. Mas é no des, que nos proporciona passagens sem
circulação diurna e de nevoeiro em LED; -multifunções com pele perfurada – sele- Sport que ganha outro
lâminas na grelha do radiador em preto tor, bancos e soleiras da porta com inser- encanto – há ainda o
brilhante; secção dianteira com grelha ção RS; pedais em alumínio e iluminação Individual. A sonorida-
do radiador e entradas de ar em favos ambiente (10 cores à escolha), oriunda do de adensa o prazer. O
de mel, ambas alargadas; pára-choques tlabier, portas, e zonas dos pés. bloco ‘transforma-se’
específico; retrovisores e saídas de escape Em termos de infoentretenimento e co- e sobe um patamar,
trapezoidais, ambos em preto; spoiler nectividade o Skoda Connect, através acedendo às solici-
traseiro em preto; inserção RS no pára- do pacote Infotainment Online, garante tações do acelerador
-choques e portão da bagageira; uma tira serviços da Google e informações como de forma mais efetiva.
refletora para sinalizar o modelo no escuro o estado do trânsito, notícias, previsões A resposta torna-se
na traseira; jantes específicas e pinças de meteorológicas, preços dos combustíveis muito viva e pronta, sempre com um
travão em vermelho. No geral, um modelo e lugares de estacionamento. acompanhamento melódico que a par-
com detalhes exteriores suficientes para tir das 4000 rpm nos faz desfrutar da
se perceber que traz com ele algo de di- AO VOLANTE harmonia interior ideal, como que filtrando
ferente e muito especial. tudo o mais e deixando espaço apenas
A Skoda Octavia Break RS 245 é o verda- para nos chegar ao coração o seu vibrante
INTERIOR deiro modelo para agradar a todos. Família e envolvente rugir. Não excessivo, mas
No interior a habitabilidade é a já conhe- e condutor. E apesar do espaço e todas também não deficitário. Equilibrado como
cida da Skoda Octavia Break, com espaço as comodidades com que nos prenda, é se pede a uma versão RS de índole familiar.
quando estamos ao volante que conhe- A entrega de potência ao eixo dianteiro é
cemos o seu eu. E não queremos quebrar a

>> autosport.pt/automais

45

FT/ F I C H A T É C N I C A

2.0 / 245 CV

GASOLINA

6,7 S

0-100 KM/H

6,4 L / 7,8 L (AUTOSPORT)

100 KM

146

G/KM- CO2

44 316€

PREÇO BASE (versão)

PRAZER DE CONDUÇÃO / RESPOSTA DO
MOTOR / COMPORTAMENTO DINÂMICO
/ TRAVÕES / CAIXA DSG
DIREÇÃO

MOTOR GASOLINA 4 CIL. INJEÇÃO MISTA,
DIRETA/INDIRETA, TURBO, INTERCOOLER,
1984 CM3 POTÊNCIA 245 CV / 4700-6200
RPM BINÁRIO 370 NM / 1600-4300
TRANSMISSÃO DIANTEIRA, TRANSMISSÃO
AUTOMÁTICA DSG DE 7 VELOCIDADES
SUSPENSÃO TIPO MCPHERSON À FRENTE E
MULTILINK ATRÁS TRAVAGEM DV/DV PESO
1487 KG MALA 610L DEPÓSITO 50L VEL.
MÁX. 250 KM/H

darmos conta. A suspensão tem um bom vões são de uma eficácia de nota, e estão fantástica. Faz-nos esquecer inclusive BALANÇO FINAL
compromisso, revelando-se confortável, sempre prontos para ‘a próxima urgência’. que estamos ao volante de uma proposta
e até surpreendendo, dado estarmos a Apenas a direção, no modo Sport, poderia com 4689 mm de comprimento. A Skoda Octavia Break RS 245 é
falar de uma versão desportiva, propor- ser ligeiramente mais direta. Os consumos, se formos ligeiros no ace- um gosto. O ideal para agradar a
cionando uma grande agradabilidade na A insonorização e bem estar interiores são lerador, no modo Eco, conseguem-se na toda a família, garantido as neces-
supressão da maioria das irregularidades de um nível que nos fazem, por vezes, não casa dos 7,8l, mas sem preocupações sidades utilitárias que esta precise,
do piso. O chassis desportivo, caracteri- ter a consciência real da velocidade a que 8/9l será o mais normal. Já se quisermos com conforto e espaço para todos
zado por uma distância ao solo menor em seguimos, sendo esta bem mais elevada tirar partido de todo o potencial do mo- os ocupantes, e um coração cheio e
14 mm face à versão normal, é também do que parece. A forma com que se galga delo, conte-se com registos que podem pronto a aumentar o ritmo cardíaco
um grande aliado da performance. Os tra- o conta-quilómetros e conta-rotações é ascender aos 16l. daqueles que se sentarem ao volante.
Um mimo.

+

RENAULT

» CAPTUR EXCLUSIVE XMOD ENERGY DCI 110

VOCAÇÃO URBANA

O renovado Captur viu a luz do dia no último Salão de
Genebra. Um modelo que tem tido grande aceitação no
mercado, sendo uma das referências no segmento B-SUV.
Fomos conhecê-lo na versão XMOD com motor 1.5 dCi...

André Duarte seletor em alumínio são detalhes de nota nesta versão. suficiente para sentirmos que o ideal para fazer mover o
[email protected] Em termos de espaço circula-se melhor atrás que à conjunto é a potência proporcionada pelo modo Normal.
frente, fruto de um tablier algo expressivo. Os bancos O motor, acompanhado devidamente por uma caixa
Ao olharmos o Renault Captur deparamo-nos são confortáveis e mesmo no lugar central traseiro manual de 6 velocidades, é um dos grandes destaques
com um exterior em que sobressai a altura permitem uma boa viagem. Podemos contar com cinco desta proposta, com os 110 cv e um binário de 260 Nm
ao solo a que as formas, de tendência elevada, ocupantes, ainda que naturalmente o do lugar do meio a partir das 1750 rpm a entregar-nos em mãos uma
ajudam a realçar. Na frente destaque para o seja ligeiramente penalizado, mas não muito. O espaço potência que lida na perfeição com a estrutura do
logo da marca de proporções generosas e para para a cabeça é também bom. A bagageira com dois níveis conjunto, com consumos contidos, na casa dos 5l. A
a grelha que conta com um distintivo friso varia entre os 377l e 455l (1235l com bancos rebatidos). direção poderia ser um pouco mais intuitiva e os tra-
cromado, a par dos faróis dianteiros full LED Pure Vision. O sistema Renault R-LINK Evolution, com um ecrã de 7”, vões (tambor atrás) por vezes não oferecem a eficácia
A parte inferior do pára-choques e a traseira incorporam integra funções como Navegação TomTom, Bluetooth e desejada. Já a suspensão lida bem com as ‘estradas
a assinatura luminosa LED da marca, em forma de C. A 3G, reconhecimento de voz e visualização de fotografias nacionais’ e não se revela desconfortável no corpo.
compor esteticamente o conjunto, que incorpora bonitas ou vídeos. No entanto, o ecrã não é das mais sugestivos, No conjunto, é uma proposta equilibrada e que agrada
jantes e pintura bi-tom, destacam-se ainda as proteções tanto em termos estéticos, como em definição de imagem numa utilização diária
dos pára-choques dianteiro e traseiro, assim como para e manuseamento, revelando-se pouco sensível ao toque. Napresente versão, XMOD, contamos também com
os plásticos na zona inferior nas laterais, que, no seu Grip Control, um sistema de controlo de tração que
todo, lhe atribuem um cunho aventureiro e reforçam a AO VOLANTE aumenta a aderência em condições de circulação
imagem de SUV. mais difíceis. Através de um stick rotativo junto
No geral, estamos perante um modelo que tem uma Ao volante é um modelo que cumpre. Nem mais nem do seletor podemos selecionar os modos Estrada,
estética diferenciadora, que faz com que, ao circulamos menos.Sente-seaposiçãodeconduçãoelevadaegoza-se Expert e Fora de Estrada. Opções que estimulam
no dia a dia, o consigamos reconhecer de imediato: “Vai de boa visibilidade. No entanto, o banco do condutor – e a condução e nos levam a experimentar registos
ali um Captur”. É um modelo com detalhes exteriores passageiro - é ligeiramente inclinado, em demasia, na diferentes do habitual, como o fora de estrada,
que agradam e proporções que fazem dele uma opção zona da dobra dos joelhos. Para pessoas de baixa esta- de modo a percebermos a diferença na resposta
para o quotidiano. tura este detalhe pode fazer com que se percam alguns e comportamento do Captur em diferentes am-
minutos até se encontrar a posição de condução ideal. bientes.
INTERIOR Por outro lado, a localização do apoio de braços, unido Claro que não estamos a falar aqui de um carro
ao banco do condutor, cria algum conflito com o nosso puro para o todo o terreno, mas sim, de um modelo
O interior não prima por uma estética deslumbrante, cotovelo, revelando-se desconfortável em movimentos que oferece interessantes opções para ‘apimentar’
ainda que os frisos cromados que percorrem e contor- como o de puxar o travão de mão. a experiência ao volante. No fundo, ‘mimos’ para
nam volante, painel de instrumentos, tablier, ecrã de 7”, Já em condução temos um modelo com motor diesel 1.5l um condutor que, por princípio, utilizará o Captur
seletor e que também dão tonalidade aos puxadores e 110 cv, gerido entre os modos Eco e Normal. Apesar de maioritariamente na selva urbana.
nas portas, agradem ao olhar. Os pedais e o punho do a diferença entre ambos não ser muito significativa, é o

BALANÇO FINAL FT/ F I C H A T É C N I C A

O Captur alia uma estética que se diferencia no quo- 1.5 / 110 CV
tidiano, a um interior, ainda que não deslumbrante,
que cumpre os desígnios para uma utilização diária. GASÓLEO
O motor é um dos pontos fortes, proporcionando
uma entrega de potência que lida na perfeição com 11,4 S
as necessidades do conjunto e apresenta consumos
económicos. No global, é uma proposta equilibrada 0-100 KM/H
e racional.
3,9 L / 5,0 L (AUTOSPORT)

100 KM

101

G/KM- CO2

25 900€

PREÇO BASE

MOTOR / IMAGEM / CONSUMOS

TRAVÕES / POSIÇÃO DE CONDUÇÃO /
INSTRUMENTAÇÃO DIGITAL POUCO
INTUITIVA

MOTOR GASÓLEO, 4 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO
DIRETA, TURBO DE GEOMETRIA VARIÁVEL,
INTERCOOLER, 1461 CM3 POTÊNCIA 110
CV / 4000 RPM BINÁRIO 260 NM / 4000
TRANSMISSÃO DIANTEIRA, TRANSMISSÃO
MANUAL DE 6 VEL. SUSPENSÃO TIPO
MCPHERSON À FRENTE E EIXO DE TORÇÃO ATRÁS
TRAVAGEM DV/TAMBOR PESO 1487 KG MALA
377L DEPÓSITO 45L VEL. MÁX. 180 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

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ANÚNCIOS. EDIÇÃO ESCRITA AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO. CONTACTO [email protected]


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