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Published by hmilheiro, 2018-12-17 12:43:42

Autosport_2138

Autosport_2138

#2138 DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES
ANO 40
40
19/12/2018
Semanal anos

2,35€ (CONT.) O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt

FÓARSRMAÁUUDBLIITAAAE FÉLIX DA COSTA
VENCE
NA ESTREIA DA BMW

BALANÇO DAF1 O BRILHO DA WRC TRIUMPH
STREET TWIN
MERCEDES E DE SÉNBAASHTYIEUNNLODEABI
HAMILTON PÁG. 40

PÁG. 14

CAMPEÕES INTERNACIONAIS 2018 PÁG.4



3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2138
19/12/2018

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

FEITO António Félix da Costa venceu a corrida de abertura da Fórmula E, ofereceu um triunfo à BMW na sua estreia na competição e José Luís Abreu
até Max Verstappen não deixou de o congratular pelo feito. Pode ser o tiro de partida para uma época como há muito merece.
E já agora, que tal vencer em Le Mans? DIRETOR-EXECUTIVO

S/ SEMÁFORO EM DIRETO [email protected]

PARADO A ARRANCAR A FUNDO “A menos que estejamos a lutar Um destes dias estava a
pelo mesmo pedaço de asfalto, ler uma crónica do nos-
Muitas vezes foi Já são conhecidos Grande arranque da nós podemos ser amigos”, Daniel so colega do Autosport
tentado, outras tantas os calendários do nova Fórmula E. Se inglês, o David Evans,
pensado, mas nunca desporto motorizado todas as corridas Ricciardo, sobre Max Verstappen. que falava sobre o facto
implementado, o teto português e logo com forem como a de Amigos, amigos, F1 à parte... dos quatro WRC terem
orçamental na F1. Será algumas excelentes Riade, no fim desta sido expostos em Milão na famo-
novidades, como por temporada os adeptos “Acho que a F1 está em risco. sa Piazza del Duomo. Recordava
desta? exemplo o regresso da O teto orçamental é mais uma ida a Itália para falar com Paul
Rampa da Arrábida quadriplicam... importante pois a F1 não pode Hembery, anterior diretor da Pirelli,
sobreviver por muitos anos que lhe disse, quando bebiam um
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL assim”, Sergio Pérez, que vê a café precisamente nesse local, que
os milhares de turistas que por ali
diferença do meio do pelotão para a viam naquela altura, tinham-se
frente a aumentar a cada ano que passa multiplicado muito no passado,
bastando para isso que a Lancia ali
“A Indycar e o WEC tornaram- expusesse um Stratos da Alitalia ou
me melhor piloto”, Fernando um 037 Martini, recordando que nos
tempos do antigo Rali San Remo,
Alonso, referindo que visões diferentes, quando a prova começava a norte
oferecem outras perspetivas sobre o e descia para a Toscana, era um
automobilismo... sucesso brutal de público, e esse
mesmo público tem saudades do
“É bom ter o Loeb na equipa. WRC. Lembrei-me de imediato
Quanto mais forte for a equipa, que passa-se algo semelhante em
mais beneficiam todos”, Thierry Portugal e sendo verdade que o Rali
de Portugal não perdeu carisma,
Neuville, sobre a chega de Sébastien estando onde está, como sucede
Loeb à Hyundai hoje em dia com o Rali da Sardenha,
a verdade é que no nosso país há
Siga-nos nas redes sociais e saiba uma zona, a de Lisboa, que está a
tudo sobre o desporto motorizado no renascer para os ralis, tal como se
computador, tablet ou smartphone via viu no recente Rali das Camélias,
facebook (facebook.com/autosportpt), e mesmo que tão cedo não possa
twitter (AutosportPT) ou em receber o WRC, seria bom que as
>> autosport.pt novas Camélias se desenvolvessem
a ponto de chegar novamente ao
topo. A Rampa da Arrábida já está,
o Rali das Camélias pode ser o pró-
ximo, pois tal como vários pilotos
disseram e um deles com ‘patente’
de Campeão do Mundo, Lisboa tem
que ter rapidamente um rali na alta
roda do Campeonato de Portugal.
Contudo, para isso, as Camélias
têm de crescer e desenvolver-se,
pois as provas atuais do CPR não
andam propriamente a ver passar
navios...

4 F/
FEATURE

OS

CDAEM2P0E1ÕE8S
O ano de 2018 foi bastante interessante em termos globais,
no que às lutas pelos títulos diz respeito, nos mundiais de
pilotos e equipas/marcas. Nas principais competições, Lewis
Hamilton/Mercedes (F1), Sébastien Ogier/Toyota (WRC),
Johan Kristoffersson/PSRX Volkswagen e Gabriele Tarquini/
Hyundai, levaram a melhor.
2018 está a chegar ao fim e é tempo
de recordar os melhores deste ano… os campeões
José Luís Abreu e Fábio Mendes
[email protected]
Fotos Oficiais

FÓRMULA1# HIFIVEPARAAMERCEDES Pelo quinto ano consecutivo houve festa em absolutamente imparáveis, com o piloto
Brackley e Brixworth, já que Lewis Hamilton inglês a somar oito triunfos em 11 corridas.
assegurou o seu quinto título mundial e Para a família Mercedes, mais duas
a Mercedes a sua quinta 'dobradinha', ao grandes festas, a primeira no México com a
vencer o Mundial de Pilotos e Construtores confirmação do título de Lewis Hamilton e a
de forma consecutiva, mantendo assim a segunda no Brasil, com a chancela do título
sua invencibilidade na 'Era Turbohíbrida' da de Construtores.
Fórmula 1, que se iniciou em 2014. Em cinco Mas os obreiros, e na impossibilidade de aqui
anos, 10 títulos, cinco de pilotos, um por Nico destacar os mais de 1000 funcionários da
Rosberg e quatro por Hamilton, e cinco de Mercedes-AMG Petronas Motorsport, estão
construtores. bem identificados. A começar pelo líder,
A exemplo dos seus antecessores, o Toto Wolff, que a seu lado teve Andy Cowell
Mercedes-AMG F1 W09 EQ Power+ esteve e James Allison, trio que geriu uma vasta
à altura das esperanças e sonhos dos equipa que deu a Lewis Hamilton e Valtteri
homens da Mercedes, que este ano voltaram Bottas as melhores condições para vencer.
a ter grande oposição por parte dos seus Segundo Toto Wolff: "Mas que grande
adversários de Maranello, a Scuderia temporada! Tivemos alguns altos e baixos,
Ferrari, pelo menos na primeira metade da mas estes não só nos deram mais força para
época, sendo que após o verão, tanto Lewis nos tornarmos melhores, bem como nos
Hamilton quanto a sua equipa estiveram deram ainda mais razões para celebrar no

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5

final. Quem poderia pensar, apenas há alguns Por fim, num ano como este, não me posso
anos, que neste momento pudéssemos esquecer do Niki (Lauda), e eu penso que
celebrar o quinto título consecutivo de falo por todos quando digo que temos
pilotos e construtores? muitas saudades suas, e esperamos tê-lo
Penso que no âmago destes triunfos tem aqui connosco o mais depressa possível."
estado a grande energia que emana desta Lewis Hamilton foi quem mais contribuiu
equipa, pode-se senti-la quando se anda por em pista para mais este sucesso
Brixworth e Brackley. da equipa, e claro, também o seu,
É algo que torna tudo isto muito especial. alcançando o quinto título, que o coloca
Todos se envolveram no desafio, levámos a dois mundiais de Michael Schumacher:
muito a sério os nossos adversários, e "Obrigado a todos, estou incrivelmente
estivemos continuamente a tentar melhorar, orgulhoso do trabalho de todos, sei que
a progredir, não só como seres humanos, foi um ano duro para toda a gente, e por
mas essencialmente como profissionais, isso não posso deixar de agradecer. Tem
elevando a fasquia de uma forma muito sido um privilégio, e é absolutamente
determinada. fantástico guiar o nosso carro. Todos os
A nossa constante procura por mais e anteriores foram bons, mas foi deste que
melhor, tentarmos ser melhores a cada mais gostei pois permitiu-me tirar ainda
dia que passava, é o que nos faz vencer mais um pouco de mim, que eu sabia lá
campeonatos. estar..."

F/

6

WRC/MUNDIALDE RALISOGIEREATOYOTA

Sébastien Ogier e a Toyota foram os grandes Quanto à Toyota, venceu o Mundial de
vencedores do WRC 2018, uma competição Construtores fruto de um ano fantástico,
que foi muito disputada em ambos os num triunfo impressionante que surge
campeonatos, com o francês a assegurar logo no segundo ano após o regresso. Um
o seu sexto título, ao mesmo tempo que a feito notável. Muitos duvidaram no início
Toyota Gazoo Racing fez história, ao triunfar do projeto desta nova Toyota liderada por
na competição apenas no segundo ano após o Tommi Mäkinen, mas ao cabo de dois anos
seu regresso. já não há dúvidas, a Toyota veio mesmo para
No Mundial de Pilotos, este foi claramente o lutar por vitórias e títulos. A chegada de Ott
campeonato em que Ogier teve mais luta, já Tänak à equipa teve muito a ver com o seu
que nunca a decisão esteve tão ‘justa’ como crescimento, e para se perceber o que a
em 2018. O francês começou bem a época equipa evoluiu em dois anos, depois de ter
com três triunfos em quatro provas, a meio da vencido duas vezes em 2017, triunfou em cinco
época era Neuville que estava bem na frente, ralis este ano. Depressa se tornou na equipa a
depois de alguns azares de Ogier, entre eles, bater, e por pouco vencia os dois títulos.
uma derrota por 0.7s. A sequência vitoriosa, e mais do que isso,
A meio do ano, Neuville estava 27 pontos na dominadora, da Toyota a partir do Rali da
frente de Ogier, mas a partir daí, Ogier foi Finlândia foi incrível, pois os adversários pura
sempre suplantando o belga da Hyundai, e e simplesmente não tiveram andamento para
depois de vencer com a sua melhor exibição os carros japoneses.
do ano o Rali da Grã-Bretanha, recuperou mais Começaram a sequência vencedora na
10 pontos em Espanha, rumando à Austrália Finlândia, triunfaram na Alemanha, depois
já três na frente. A experiência e talento do Turquia, e só não venceram na Grã-Bretanha e
piloto fizeram a diferença: “A época foi muito Catalunha devido aos incidentes já referidos.
intensa, foi um temporada incrível e a luta Pelo andamento do carro, teriam vencido
muito renhida. Chegámos a pensar que iria todos os ralis até ao fim do ano.
ser difícil conseguir o título novamente, mas Neste contexto é no mínimo preocupante,
nunca desistimos. Demos tudo por isso e para as outras equipas, claro, a forma como
tivemos uma equipa formidável à nossa volta. a Toyota pode entrar em 2019. Se até aqui,
O que alcançámos juntos nos últimos dois nestes dois anos, tivemos muito equilíbrio, o
anos foi verdadeiramente especial e estou que se viu da Toyota na segunda metade de
muito orgulhoso disso.” 2018 é um forte indicador para 2019.

WORLDRX/MUNDIAL
DE RALICROSS
MELHOR ERAIMPOSSÍVEL

A PSRX Volkswagen e Johan Kristoffersson venceram 11 das
12 provas do Mundial de Ralicross deste ano, arrasando por
completo a concorrência. Onde a Volkswagen MotorSport
se envolve é para vencer, e neste caso e mais uma vez não
deixaram os seus créditos por mãos alheias.
Foi um trabalho extraordinário, que permitiu a Johan
Kristoffersson e Petter Solberg disporem sempre de um
Volkswagen Polo R muito rápido, extremamente fiável e em
constante evolução, e nem sequer se pode falar em falta de
melhor concorrência, já que com as equipas oficiais da Audi
Sport e Peugeot Sport, munidas de pilotos acima de qualquer
‘suspeita’, provaram que os triunfos tiveram alicerces muito
fortes.
Para o Diretor da Volkswagen Motorsport, Sven Smeets: "Esta
equipa está de parabéns, pois desde o início do nosso projeto
que temos comemorado juntos grandes vitórias e títulos
mundiais. Tudo isto comprova o excelente trabalho de toda a
equipa e da valia do Polo R Supercar", disse o belga, que liderou
uma equipa que em 23 provas que participou, assegurou 18
vitórias, três dobradinhas, 28 pódios, 39 presenças em finais e
um total de 855 pontos conquistados.

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WTCR - GABRIELE TARQUINI/
HYUNDAIHYUNDAI IMBATÍVEL

Na época de estreia do WTCR, Gabriele Tarquini foi o vencedor da Taça do Mundo de Turismos.
Depois de ter saído da Honda e do projeto da Lada ter terminado no WTCC, parecia que o
veterano piloto teria de pendurar o capacete, mas a Hyundai fez uma aposta forte no TCR e
desenvolveu o I30 N TCR com a ajuda de Tarquini e o resultado foi avassalador. Tarquini venceu
por cinco vezes, assinou a volta mais rápida também por cinco vezes, liderou 73 voltas e
conquistou 306 pontos. Nada mau para um piloto com 56 anos.
Mas esta performance de Tarquini merece ainda mais destaque por ter sido peça chave
no desenvolvimento do carro. A Hyundai apresentou um carro fortíssimo, que sem o BoP
seria um vencedor crónico. Ainda assim, a Hyundai viu as suas máquinas cruzarem a linha
de meta na primeira posição por 13 vezes, um feito notável num campeonato onde as sete
marcas representadas tiveram um carro no topo do pódio. Os pilotos com Hyundai estiveram
presentes no pódio por 21 vezes, incluindo Dani Nagy, o melhor Wildcard do ano. São números
que refletem a qualidade da máquina coreana.
Qual terá sido o fator mais importante? A máquina ou o piloto? Sem dúvida que ambos tiveram
um papel preponderante. Tarquini tem a experiência de muitos anos de alta competição e
passou esse conhecimento para uma máquina que se tornou o alvo a abater. Depois de ter
sido quase encostado, Tarquini voltou para mostrar que ainda tem uns truques na manga.
Quanto à Hyundai, merece destaque pela dupla aposta certeira. Com Tarquini, Michelisz,
Muller e Björk, era meio caminho andado para o sucesso. Para 2019 a marca promete
mais e melhor e para substituir Muller e Björk (agora na Cyan Racing com o novo
Lynk&Co), foi buscar Nick Catsburg e Augusto Farfus. A Hyundai está no topo e quer por
lá ficar. Favoritos deste quarteto de luxo? Difícil apontar um, mas este ano tivemos a
prova que o talento não tem idade e que Tarquini pode voltar a ser o rei dos TCR. Mas
para o conseguir terá de enfrentar uma concorrência fortíssima num campeonato que
irá receber grandes nomes, alguns de forma surpreendente. O WTCR é o campeonato da
moda e parece estar cada vez mais forte.

TCR EUROPE – MIKELAZCONA
BONSVENTOS DE ESPANHA

Com a criação do WTCR, que ficou a cargo da Eurosport Events, a WSC
deixou de ter o TCR International, mas ficou com o recém-criado TCR
Europe. A competição foi um sucesso, contou com grelhas cheias,
corridas emocionantes e renhidas, às vezes com alguma virilidade a
mais, e um vencedor final decidido na última ronda. Nomes como Josh
Files, Jean-Karl Vernay, Dusan Borkovic, Dani Nagy e Stefano Comini
estavam numa grelha que contou com dois talentos portugueses,
Francisco Mora e Francisco Abreu.
Mas no meio de um pelotão tão equilibrado foi Mikel Azcona a brilhar. O
espanhol fez da regularidade o seu maior trunfo e mostrou que o Cupra
TCR, apesar de já com alguma idade, ainda tem argumentos
para se bater com as novas máquinas que agora surgem.
Azcona começou de forma discreta, mas cedo chegou aos
lugares cimeiros. Teve de lutar com grandes nomes, com
muita experiência, mas não cedeu à pressão da última
ronda, em Barcelona. Haveria melhor sítio para Azcona
festejar o título? Uma vitória 100% espanhola, com o agora
denominado Cupra TCR do espanhol a ser a montada certa
para a estratégia do jovem piloto. Inteligência, maturidade
e regularidade, uma mistura rara num jovem de 22 anos.
Quanto à Seat, foi das primeiras a olhar para o TCR como
uma categoria de futuro, já com larga experiência nas suas
competições monomarca, e agora continua pioneira com
o desenvolvimento de um TCR 100%. O sucesso do Cupra
TCR, um dos carros presentes em maior número neste tipo
de competição, também não é um acaso, e o futuro parece
risonho para a marca espanhola.

F/

8

FÓRMULA E DTM– GARYPAFFETT/MERCEDES
JEAN-ÈRIC VERGNEELETRIZANTE FLECHAS DE PRATAEM GRANDE

Depois de vários anos sem conseguir chegarem ao topo, a Mercedes finalmente conseguiu
o desejado título, ainda mais festejado por ter sido na última época da marca no DTM. Os
Flechas de Prata apontam agora para a Fórmula E e o programa do DTM foi colocado de lado,
depois de muita indecisão quanto ao futuro do campeonato alemão de turismos.
Foi um ano que sorriu por completo à Mercedes, tendo conquistado o título de construtores.
O sucesso também foi visível no campeonato por equipas com a Mercedes Petronas a
vencer e no campeonato de pilotos Gary Paffett foi coroado campeão. O britânico teve uma
luta interessante com Paul di Resta, também ele da Mercedes, a quem se juntou René Rast
(Audi), campeão do ano passado e que fez uma ponta final absolutamente avassaladora,
não tendo sido, no entanto, suficiente para se chegar a Paffett que festejou assim de forma
merecida o segundo título, a melhor forma de se despedir da competição, ele que se juntou
à HWA na Fórmula E, um novo desafio para o britânico de 37 anos. Foram necessárias três
vitórias e sete pódios para conseguir o bicampeonato. Uma época em grande, tal como para
a Mercedes que foi a equipa que mais pontos conquistou em 11 das 20 corridas deste ano,
um feito notável numa competição tão renhida. O espírito dominador da marca F1 sentiu-se
este ano no DTM. Uma despedida em grande!

Um dos campeonatos que maior crescimento 2016/2017 e beneficiou da qualidade da
tem tido nos últimos tempos terminou o unidade motriz da Renault, marca dominante
período de quatro épocas com a primeira na Fórmula E, sendo que três dos quatro
regulamentação de sempre, que serviu títulos por equipas pertenceram à Renault
para apresentar o campeonato ao mundo. e.dams, o que comprova a qualidade da
A Fórmula E fez o último ano com os unidade motriz francesa. Presente desde
monolugares denominados Gen1, e foi Jean- a estreia da equipa, Vergne deu a primeira
Èric Vergne a fazer a festa. O piloto francês, vitória à Techeetah e conquistou o seu
que pertenceu ao programa de jovens da Red primeiro título na Fórmula E na estrutura
Bull e esteve perto de ingressar na equipa chinesa. Com quatro vitórias e um pódio,
principal da marca na F1, andou alguns anos Vergne festejou o título que serviu quase de
à procura de refazer-se da desilusão de não redenção do passado.
ter chegado àquele que era o seu objetivo. A Audi assegurou o título de equipas depois de
Mas em 2017/2018, Vergne tratou de mostrar muita luta com os homens da Techeetah, num
a sua qualidade e tornou-se no quarto título que só ficou resolvido com a bandeirada
campeão de Fórmula E, aos comandos de um de xadrez da última corrida da temporada, em
monolugar da Techeetah. Nova Iorque, com a Audi Sport ABT Schaeffler
Depois da aquisição da Team Aguri, a a terminar apenas com mais dois pontos que
Techeetah entrou na Fórmula E na época a Techeetah.

IMSA
FALOU-SE MUITO PORTUGUÊS

No segundo ano dos DPi no IMSA, foram novamente com quatro vitórias e três pódios, a que se juntam
os Cadillac a ditar a lei. As máquinas americanas mais sete vitórias e três pódios em 2017. Desde a
apresentaram um motor novo, que teve de ser entrada em cena dos DPi que a Cadillac tem dominado
gradualmente castrado para que os restantes tivessem por completo, embora em 2018 se tenha visto uma
hipóteses de chegarem aos primeiros lugares. Filipe concorrência mais forte, que irá certamente ficar mais
Albuquerque e João Barbosa começaram o ano da forte ainda em 2019.
melhor forma e foram a dupla mais forte na primeira Nasr conseguiu ser campeão no seu ano de estreia
metade da época. Mas uma segunda metade recheada no campeonato, ele que se iniciou há pouco tempo no
de azares e contratempos, abriu uma janela de Endurance e Curran conquistou o seu segundo título
oportunidade aos colegas de equipa, Felipe Nasr e Eric no IMSA, sempre com a Action Express. Nos GTLM foi
Curran, vencedores também da Taça Norte Americana Jan Magnussen e António Garcia a vencerem com o
de Endurance (que engloba as provas mais longas do Corvette, apesar de não terem vencido uma corrida.
calendário). A Action Express esteve muito forte durante Em GTD foi Madison Snow e Bryan Sellers com o
todo o ano e foi graças à qualidade da estrutura que Lamborghini da Paul Miller Racing a festejarem, com
Nasr e Curran saíram vencedores com uma vitória e destaque para as grandes prestações de Álvaro Parente
quatro pódios. Para a Cadillac foi mais um ano em cheio nas provas em que participou.

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9

BLANCPAIN GT SERIES
LOUROS DIVIDIDOS

Os GT3 continuam a ser uma das categorias de maior sucesso no mundo e a SRO sabe tirar
proveito disso da melhor forma. O Blancpain GT Series continua a ser uma das competições
mais fortes ao nível dos GT´s e este ano deu aos fãs mais um excelente campeonato com
máquinas potentes, lindíssimas, cada uma com caracter próprio e inconfundível.
Mas tal como na F1 e no DTM, aqui também foi a Mercedes a levar a melhor sobre a
concorrência. Na Endurace Cup, foi o trio da Mercedes, Luca Stolz, Maro Engel, e Yelmer
Buurman, a vencer, tendo triunfado numa das cinco provas do ano (que inclui as míticas
24h de Spa). No campeonato por equipas foi também uma estrutura apoiada pela
Mercedes a levar a melhor, com a Black Falcon a sobrepor-se à concorrência.
Na Sprint Cup foi a dupla Raffaele Marciello e Michael Meadows, também em Mercedes,
a ficar no primeiro posto da tabela. No entanto, nesta competição, o campeonato por
equipas caiu para a WRT, equipa com ligação à Audi.
No global destas duas competições o grande vencedor do Blancpain GT Series foi o homem
da Mercedes, Raffaele Marciello, tal como a WRT no campeonato por equipas. Ficaram
assim os louros divididos entre a Mercedes e a Audi. Na Silver Cup os vendedores foram
Nico Bastian e Jack Manchester (pilotos da AKKA ASP Team – Mercedes), na categoria
Pro AM (onde participaram também Rui Águas e Miguel Ramos, na Endurance Cup) foi a
dupla Nyls Stievenart e Markus Winkelhock ( Saintéloc Racing – Audi) e na categoria Am
(que contou também com Francisco Guedes em algumas corridas) Leo Machitski e Adrian
Amstutz (Barwell Motorsport – Lamborghini) foram os vencedores.

ELMSG-DRIVE CAMPEÃ

Foi mais uma grande época no ELMS. Ao renhidas nesta classe que junta cada vez
contrário do WEC, que atravessa águas mais pilotos de topo e estruturas com
conturbadas, o ELMS está sólido e é qualidade, com a esperança que os Ligier e
claramente uma excelente competição para os Dallara possam aproximar-se mais dos
os LMP2. A G-Drive esteve novamente muito Oreca e apimentar um dos campeonatos
forte graças ao poderio dos chassis da Oreca, de endurance mais interessantes da
que voltaram a demonstrar superioridade atualidade. Outra categoria que está a
em relação à concorrência. Andrea Pizzitola crescer são os LMP3, que consagrou a
e Roman Rusinov sagraram-se campeões em tripulação do Ligier JS P3 #15 como os
LMP2, muito graças ao trabalho de Jean-Èric campeões desta época. John Farano, Rob
Vergne (faltou na primeira prova) que permitiu Garofall e o jovem talento Job Van Uitert
que a tripulação vencesse três provas. Filipe venceram duas corridas e subiram a mais
Albuquerque e Phil Hanson venceram as duas um pódio, o que lhes permitiu fazer a festa
últimas e provaram que os Ligier podem bater no final. Em LM GTE, foram os homens do
o pé aos Oreca, que foram superiores na maior Porsche #88 da Proton, Gianluca Roda,
parte da época. Giorgio Roda, a sagrarem-se campeões, com
Para o ano esperam-se ainda mais lutas a ajuda de Gianmaria Bruni e Matteo Cairolli.

GT OPENMIKKELMAK E LAMBORGHINIVENCEDORES

A competição de GT criada em 2006 e que já viu em 2015 uma (SPS Automotive Performance – Mercedes) a ficarem na frente Parece que as máquinas italianas se dão melhor com os
dupla nacional festejar o campeonato (Miguel Ramos e Álvaro do nosso Miguel Ramos, que lutou até ao fim pelo título na ares do GT Open, com Ferrari e Lamborghini a mostrarem
Parente), teve este ano Mikkel Mak como grande vencedor. O sua categoria. Nos Am foram Andrzej Lewandowski e Giulio competitividade e a serem as ferramentas ideias para os
piloto dinamarquês esteve ao volante de um Ferrari da Luzich Borlenghi (Vincenzo Sospiri Racing – Lamborghini) a vencerem. pilotos conquistarem os seus objetivos. Venha 2019!
Racing, uma equipa recém-criada e que começou da melhor
forma, com o seu piloto a vencer numa competição muito
disputada. Mak ficou com a dupla da BMW, Andrés Saravia e
Fran Rueda, por perto, mas o homem do Ferrari, com a ajuda
de Alessandro Pier Guidi, levou a melhor. Na competição por
equipas foi a Imperiale (Lamborghini) a ficar com os louros.
Lourenço Beirão da Veiga teve uma época longe do que
desejaria, mas o seu BMW M6 parece manter a capacidade
para lutar por outros voos, caso o piloto e a equipa Team Costa
Campos queiram manter a aposta atual.
Na categoria Pro Am foi Tom Onslow-Cole e Valentin Pierburg

FE/10
FÓRMULA E - ARÁBIA SAUDITA

FÓRMULA E ARRANCOU NA ARÁBIA SAUDITA

VITÓRIA
HISTÓRICA

DE FÉLIX
DA COSTA
A nova era da Fórmula E arrancou na Arábia Saudita com o Ad
Diriyah E-Prix e António Félix da Costa a oferecer a vitória na BOA CORRIDA de da corrida. Nessa altura faltavam 14
estreia da BMW i Andretti Motorsport na Fórmula E. Os novos minutos para o final, com Félix da Costa
O português partiu da pole position, um na frente com uma margem acima dos
GEN 2, uma corrida sem paragens e o ‘attack mode’ redundaram bocado ‘torto’ devido a duas marcas dis- oito segundos para Jérôme d’Ambrosio
num grande espetáculo tintas onde colocar o carro na grelha, mas (Mahindra M5Electro) e José María López
essa foi mesmo a única vez que fez mar- (Penske EV-3), e o português não lhes
José Luís Abreu e Fábio Mendes reto adversário até à linha de meta. Não cha-atrás no fim de semana, pois o resto deu hipóteses.
[email protected] há nada mais permanente que a mudan- foi sempre para a frente, e bem depressa. Contudo, os rápidos DS recuperavam, es-
ça, e este foi o primeiro exemplo do ano António Félix da Costa (BMW IFE.18) aca- pecialmente o de Vergne. Bruno Correia
Não podia ter arrancado da me- na Fórmula E, que devia contribuir para bou por vencer a corrida, naquele que é o teve que levar o seu BMW i8 Safety Car
lhor forma esta nova tempo- a mudança de mentalidades. A primei- segundo triunfo da sua carreira na disci- para a pista na sequência de um acidente
rada da Fórmula E. É verdade ra corrida da nova época da Fórmula E plina, mas logicamente foi também a es- de Lopez e Félix da Costa perdeu toda a
que a vitória portuguesa aju- foi daquelas que nos faz ficar agarrados treia da BMW i Andretti Motorsport, que vantagem que tinha. No recomeço, Vergne
dou, mas muitos dos que con- ao ecrã do princípio ao fim, e se as corri- entra no campeonato a vencer. depressa passou o Mahindra de d’Ambro-
tinuam a batalhar contra esta das continuarem assim, não acham que Jean-Èric Vergne (DS E-Tense FE 19/DS sio, encetando depois uma forte perse-
nova forma de fazer corridas, com carros oestigma quemuita genteainda sofre os Techeetah Formula E Team) foi segun- guição ao português, que aguentou es-
elétricos, e se insurgem contra o elan que está a privar de bons espetáculos? É que do, depois de ter chegado a passar pela toicamente e venceu a corrida.
tem vindo a ganhar ao longo dos anos, não faltou mesmo nada, nem na frente, liderança. O piloto francês, Campeão em Jérôme d’Ambrosio (Mahindra M5Electro)
tiveram que meter a viola no saco, pois nem no meio do pelotão. Houve de tudo. título da Fórmula E, surgiu muito forte, foi terceiro, na frente de Mitch Evans
o que se viu no Ad Diriyah E-Prix foi um Dezenas de ultrapassagens, lutas, trava- tal como o seu companheiro de equipa, (Jaguar I-Type III), com André Lotterer
belo espetáculo, com todos os ingredien- gens nos limites, toques, chega para lá. O André Lotterer, com o DS E-Tense FE 19 (DS E-Tense FE 19) também a recupe-
tes de todos os que gostam de boas cor- mínimo que se pode dizer desta corrida a mostrar-se claramente como o mono- rar até ao quinto lugar. Sébastien Buemi,
ridas... menos o barulho. é que foi eletrizante! Foi um belo arran- lugar a bater neste arranque de campeo- que esteve muito forte na fase inicial da
É lógico que o som dos motores faz par- que para esta 5ª temporada. O primeiro nato, já que mesmo partindo da quinta e corrida com o seu Nissan IM01 (Nissan
te da orquestra das corridas, crescemos sinal já tinha sido dado pela BMW nos sétima posições, rapidamente chegaram e.dams), foi sexto.
com isso, aprendemos a gostar, agora testes de Valência e sendo verdade que o à traseira do BMW do piloto luso, conse- O colega de equipa de Félix da Costa,
muitos lutam contra esta evolução, mas Campeão em título, Jean-Èric Vergne, e a guindo passá-lo. Alexander Sims (BMW IFE.18/BMW i
quem se negou a ver a corrida do passa- sua equipa, a DS Techeetah, deram muito Só que, ambos foram, pouco depois, pe- Andretti Motorsport), foi 18º depois de
do sábado, perdeu um grande espetáculo, que fazer ao homem da BMW i Andretti nalizados, devido a um erro de software ter partido de 10º e ter chegado a rodar
com o vencedor, que por acaso foi portu- Motorsport, a verdade é que este esteve que colocou os dois carros fora dos parâ- na oitava posição.
guês, de nome António Félix da Costa, a brilhante, tirando tudo o que o seu carro metros regulamentares, e com isso Félix A Fórmula E prossegue em Marrocos,
suster os fortes ataques do seu mais di- tinha e vencendo . da Costa regressou à liderança que teve Marraquexe, a 12 de janeiro.
desde a primeira volta, até quase meta-

>> autosport.pt

11

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA BMW I ANDRETTI MOTORSPORT 46:29.377S
2 JEAN-ÈRIC VERGNE DS TECHEETAH +0.462S
3 JEROME D’AMBROSIO MAHINDRA RACING +4.033S
4 MITCH EVANS PANASONIC JAGUAR RACING +5.383S
5 ANDRE LOTTERER DS TECHEETAH +5.579S
6 SEBASTIEN BUEMI NISSAN E.DAMS +6.625S
7 OLIVER ROWLAND NISSAN E.DAMS +9.105S
8 DANIEL ABT AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER +9.819S
9 LUCAS DI GRASSI AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER +10.936S
10 NELSON PIQUET JR. PANASONIC JAGUAR RACING +11.564S
11 SAM BIRD ENVISION VIRGIN RACING +11.747S
12 ROBIN FRIJNS ENVISION VIRGIN RACING +12.189S
13 OLIVER TURVEY NIO FORMULA E TEAM +13.104S
14 TOM DILLMANN NIO FORMULA E TEAM +14.273S
15 MAXIMILIAN GÜNTHER GEOX DRAGON +16.161S
16 STOFFEL VANDOORNE HWA RACELAB +20.013S
17 FELIPE MASSA VENTURI FORMULA E TEAM +43.610S
18 ALEXANDER SIMS BMW I ANDRETTI MOTORSPORT +47.712S
19 EDOARDO MORTARA VENTURI FORMULA E TEAM +1 VOLTA
20 JOSÉ MARÍA LÓPEZ GEOX DRAGON NT
21 GARY PAFFETT HWA RACELAB NT
22 FELIX ROSENQVIST MAHINDRA RACING NT

CAMPEONATO BMW I ANDRETTI MOTORSPORT 28
1 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA DS TECHEETAH 18
2 JEAN-ÈRIC VERGNE MAHINDRA RACING 15
3 JEROME D’AMBROSIO PANASONIC JAGUAR RACING 12
4 MITCH EVANS DS TECHEETAH 11
5 ANDRE LOTTERER
29
EQUIPAS 28
1 DS TECHEETAH 15
2 BMW I ANDRETTI MOTORSPORT 14
3 MAHINDRA RACING 13
4 NISSAN E.DAMS 6
5 PANASONIC JAGUAR RACING
6 AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER

FE/
FÓRMULA E

12

TECHEETAHPASSAAFAVORITA
DEPOISDACORRIDA1

A BMW foi uma das revelações dos testes Um dos segredos para este andamento travagens tardias nas ultrapassagens de com D`Ambrosio, pareceu ter andamento
em Valência. A forma como os carros pode ser o sistema de travagem Vergne e Lotterer, sem problema por parte para se bater por bons lugares, tal como a
da marca bávara dominaram os três desenvolvido pela equipa, ao contrário da dos pilotos. Por falar em pilotos, Vergne Jaguar que este ano quer chegar ao topo
dias na pista espanhola não era ainda a grande maioria que usa um sistema da assinou um novo contrato com a equipa da tabela. Os Nissan parecem ter uma boa
prova concreta de que seriam a equipa LSP. O chamado ‘brake by wire’ (sistema e Lotterer poderá seguir-lhe o exemplo base, apesar de algo distantes do ritmo
mais forte, mas passou a ser de forma de travagem gerido eletronicamente) deu em breve. Mas houve outros motivos de dos primeiros, e tanto os homens da Audi
inquestionável uma das equipas a ter dores de cabeça a algumas equipas e destaque. A BMW claro, com a vitória e como da Virgin ficaram aquém do que se
em conta para a época que começou no alguns pilotos tiveram saídas de pista por com o bom ritmo apresentado, apesar esperava. A próxima ronda talvez permita
passado fim de semana. causa disso, mas no caso da Techeetah da penalização de Sims (também por tirar mais dúvidas, mas para já, como seria
As condições em Riade não foram as parece que funcionou na perfeição, com exceder a potência limite), a Mahindra, de esperar, há muito por definir.
melhores para tirar conclusões assertivas.
Na qualificação, Félix da Costa foi o mais
forte, apesar de pertencer ao grupo que foi
em primeiro para uma pista ainda molhada.
A Geox Dragon e a Nissan ficaram logo
atrás, com a Audi e a Techeetah a alguma
distância.
Mas na corrida o ritmo superior dos
Techeetah foi por demais evidente. Vergne
e Lotterer galgaram posições e depressa
chegaram à traseira do piloto luso, que
liderava. Mesmo com um “drive through”
por excederem a potência máxima
permitida (um pico de energia devido a uma
lomba segundo a equipa), conseguiram
alcançar um pódio, com Vergne a tentar
ainda a vitória perto do fim.
Xavier Mestelan-Pinon, chefe da equipa,
mostrou-se surpreendido com o
andamento, apesar de ter a noção que
estariam sempre em posição para lutar
pelos primeiros lugares.

OS HOMENS DAS ESTREIAS

Ano novo, caras novas na Fórmula E. Os pilotos em 17º, um resultado inesperado face ao MUITASMUDANÇAS EMRIADE
estreantes tiveram o primeiro teste de fogo e excelente quarto lugar na qualificação. A HWA
vimos algumas boas exibições, para homens avisou que o belga precisara de algum tempo As condições meteorológicas obrigaram a mudanças e improvisações, como aconteceu
que estavam habituados a outro tipo de para se habituar à nova realidade, mas em com a qualificação que teve um formato diferente. Outras mudanças foram fruto de
máquinas. Oliver Rowland foi claramente o condições difíceis foi dos mais rápidos. Na alguma inexperiência como a colocação da Zona de Ativação do Attack Mode (movida
estreante em destaque. O britânico fez uma corrida foi caindo na tabela até ao 17º, atrás para a frente 23 metros) depois das queixas dos pilotos pela primeira versão ser
excelente recuperação desde o 14º lugar até de outro estreante, Maximilian Günther. O demasiado perigosa. Pudemos ver como este novo modo funciona e será interessante
ao sétimo posto. O rookie seguinte foi Felipe germânico teve problemas na sua qualificação ver que tipo de benefício tirarão as equipas ao longo da época com a experiência.
Massa, que teve bons momentos na prova, e largou apenas de 18º, conseguindo Ocorreram algumas falhas, típicas de quando se começa algo novo, nunca feito, mas no
com ultrapassagens vistosas, provando que recuperar duas posiçõesn o final. Alexander geral a Fórmula E tem agora uma excelente base para continuar a crescer.
ainda não perdeu o ritmo. Foi 14º e contou Sims, colega de Félix da Costa, foi penalizado Outra mudança positiva foi ver Félix da Costa a usar o Fanboost. Os portugueses
com algumas penalizações relativas ao e acabou em 18º e Gary Paffett não terminou já ouviram A Portuguesa e para a ouvirmos mais vezes temos de continuar
uso indevido do fanboost e a excesso na a corrida, com um acidente a provocar o fim também deste lado a apoiar e a votar.
energia usada. Apesar disso deixou bons da sua participação, num fim de semana
apontamentos. Stoffel Vandoorne acabou complicado para o britânico.

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13

TRIUNFOESTREIAFANTÁSTICADABMW
DE FÉLIX
DA COSTA

FEZ-SE
JUSTIÇA
EM RIADE

Dizem que a sorte dá muito trabalho. Para Félix melhor forma… até chegarem os Techeetah de Vergne e
da Costa, o sucesso que saboreou na primeira Loterer. As máquinas da equipa chinesa, com o apoio da
corrida da época 2018/2019 da Fórmula E, deu DS, mostraram que estão muito fortes e passaram por
muito trabalho, exigiu muito tempo e acima da Costa, mas o português beneficiou de penalizações
de tudo muita paciência. Apesar de ser um de ambos os pilotos para vencer. Ainda teve de aguentar
dos únicos 10 pilotos com vitórias na compe- o ataque de Vergne na última volta, mas cruzou a linha
tição, a primeira vez que subiu ao primeiro lugar no pó- de meta em primeiro.
dio já era uma memória longínqua, ainda no tempo em O piloto, que estava visivelmente emocionado no pódio,
que a Fórmula E era olhada mais com desconfiança do falou sobre as diferentes sensações de vencer agora,
que com esperança. Agora, no início de uma nova fase comparando com a primeira vitória na FE. O campeo-
onde se concretiza o desejo e o plano do piloto, Félix da nato na altura era olhado com alguma desconfiança e
Costa não desiludiu e venceu: “Estou muito contente, Félix da Costa sentiu que a sua vitória não foi valoriza-
sabia que tínhamos hipóteses de obter um bom resul- da. Com o crescimento da competição, as sensações são
tado, mas chegar aqui, fazer a pole e ganhar a corrida é agora muito diferentes.
de facto incrível, tudo na estreia da BMW oficialmente Félix da Costa teve de aguentar a frustração destes anos
na Formula E. Quero agradecer a todos os elementos da longe dos lugares da frente, teve de aguentar a pressão da
BMW que em Munique trabalharam incansavelmente primeira corrida, pois a BMW passou a ser considerada
nos últimos meses, esta vitória é o fruto do trabalho a favorita, apesar do piloto e os responsáveis afirmarem
de muita gente. A corrida foi de loucos, sempre em luta o contrário, não falhou numa qualificação dificílima com
com os dois DS que estavam muito rápidos, mas con- condiçõesdepista longedoidealecompoucotempode
segui evitar erros e ganhar. Obrigado também a todos treino, superou o erro na largada, e não desistiu apesar
os Portugueses que votaram em mim no fanboost e me do ataque dos Techeetah. Parece que estava escrito que
ajudaram também do lado de fora. É um dia importante, a primeira vitória desta nova era da Fórmula E tinha de
para festejar e ir motivado para a pausa de Natal, saben- ser do português, um piloto agora mais maduro, mais
do que temos de continuar a trabalhar para manter um preparado e ainda mais sedento de vitórias. A forma
nível elevado nas próxima corridas!” como agradeceu à BMW pela oportunidade e confian-
Foi de facto uma corrida muito atribulada, também para ça mostra o quanto desejava vencer. Talento nunca lhe
o português que começou da pior maneira colocando-se faltou e quem acompanha minimamente este desporto
da pior forma na grelha de partida (virado para a parede). sabe disso. Resta agora continuar com este andamen-
Beneficiou de um excelente arranque e de uma largada to… mas da próxima vez sem o susto da má colocação
mais pobre de López. Na frente controlou as operações da na largada.

F1/14
FÓRMULA 1
HAMILTON
PENTACAMPEÃO
Naquela que terá sido, provavelmente, a temporada de Fórmula 1 mais
interessante dos últimos anos, Lewis Hamilton ascendeu ao olimpo onde
moram Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher. Não foi uma época
perfeita, mas o agora cinco vezes campeão do mundo mostrou maturidade,
resiliência e compromisso que justificam entregar-lhe o cetro de sucessor
de Michael Schumacher

José Manuel Costa antes dos 25 anos (150/1). Quem apostou pairar por cima dos restantes junto de
[email protected] ficou rico pois o britânico venceu a pri- um grupo de eleitos onde só cabem Juan
meira prova aos 22 anos (GP do Canadá Manuel Fangio e Michael Schumacher,
Está tão diferente Lewis Hamilton! 2007) e foi campeão do Mundo em 2008, terá sido o mais difícil, mas, ao mesmo
Então face ao miúdo de 12 anos com tenros 23 anos. tempo, o mais saboroso. Foi difícil porque
que Ron Dennis contratou para Um talento precoce que depois des- a Mercedes não esperava uma Ferrari tão
o programa de desenvolvimen- te primeiro título esperou cinco anos forte logo no tiro de partida e uma Red Bull
to de pilotos da McLaren! Ele que para saborear de novo o gostinho de ser tão irreverente, obrigando a equipa alemã
tinha dito a Ron Dennis que um Campeão do Mundo. Com a chegada da sediada em Inglaterra a puxar dos galões
dia iria conduzir os seus carros e que le- era híbrida, em 2014, Lewis Hamilton só e a trabalhar bem mais que em tempo-
vou a Ladbrokes, casa de apostas britâni- foi batido por Nico Rosberg (2016) ten- radas anteriores. Foi saboroso, pois Lewis
ca, a lançar duas apostas: Lewis Hamilton do ganhado quatro títulos num domínio Hamilton esteve, pela primeira vez, impe-
iria ganhar uma corrida de F1 antes dos Mercedes/Hamilton que faz lembrar o rial no que toca ao reunir da equipa em seu
23 anos (40/1) e ser Campeão do Mundo período Ferrari/Schumacher. redor – com a ajuda do “mordomo” Valteri
O quinto título alcançado que o coloca a Bottas – nunca se queixando mais que o

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15

normal para um piloto supercompetitivo na sua vida privada, Hamilton conse- condição de piloto, a relação com a equipa 22,08%), na percentagem de pódios (134
e deixando, mesmo nos momentos mais guiu, finalmente, viver como gosta sem e a melhor abordagem a um campeonato em 229 GP – 58,52% contra 155 em 308
críticos (como o duplo abandono no Red se preocupar com a opinião dos outros. O que começou debaixo de um ataque cer- GP – 50,32%), nos pontos obtidos (3018
Bull Ring, na Áustria), palavras de incen- contrato firmado com a Tommy Hilfiger, rado da Ferrari, tomando (quase) sempre contra 1566 pts), corridas terminadas
tivo à equipa. que lhe permitiu desenhar a sua própria as melhores decisões em pista e sendo, consecutivamente nos pontos (33 con-
Hamilton percebeu, logo na Austrália, que linha de roupa, o muito tempo passado nos claramente, melhor que o seu maior rival tra 24) e no número de pole positions e
seria uma temporada longa e dura e que Estados Unidos e o tempo que reservou em todas as áreas. vitórias na mesma corrida (47 contra 40).
só conseguiria bater a Ferrari e Sebastian apenas para si durante a pausa de Verão, Claro que muitos vão dizer “ah, mas o Faltam-lhe, ainda, alguns recordes, mas
Vettel se ele e a equipa formassem uma foram fundamentais para a sua estabili- Hamilton teve o melhor carro”, mas nem Lewis Hamilton vai deixar uma marca
formação sólida e sem brechas. dade emocional. Foi possível, até, ver um isso é totalmente verdade, pois o W09 face indelével na história do Mundial de F1 e
Por outro lado, o britânico surgiu em 2018 Lewis Hamilton mais crente nos poderes ao SF71H só melhorou depois de muito merece o legado deixado pelo alemão.
muito mais tranquilo que em anos ante- divinos, não raras vezes agradecendo a trabalho de casa e muito empenho do
riores, mais ponderado nas suas declara- Deus as suas performances. pentacampeão do mundo na procura das VETTEL ERROU EM DEMASIA
ções e, sobretudo, mais feliz mesmo face Claro que na pista a diferença foi feita pelo melhores afinações para ir buscar os mi-
a contratempos. Isso explica-se porque seu tremendo talento, somente igualado, lésimos necessários para chegar à vitória. O alemão sabe. Todos nós sabemos.
na minha opinião, por Fernando Alonso. E, sejamos todos honestos, não houve na Sebastian Vettel errou demais em 2018
A capacidade de controlo do carro, a for- grelha de partida outro piloto que em to- e isso aliado a um desnorte momentâneo
ma como leva velocidade para dentro dos os fim de semana de Grande Prémio da Ferrari depois da pausa de verão cus-
das curvas e como anda em pisos mo- conseguisse retirar (quase) tudo aquilo tou-lhe o título de 2018. Mesmo domina-
lhados, aproxima Hamilton de Michael que o carro colocado à sua disposição do por Lewis Hamilton, o alemão, quatro
Schumacher. Em qualificação voltou a tinha para dar. E foi esse compromisso, vezes consecutivas campeão do Mundo
não dar chances a ninguém com 11 pole essa resiliência, o nunca baixar os bra- com a Red Bull, teve a oportunidade de ser
positions, algumas delas arrancadas no ços e, claro, a sorte dos campeões, que ele o pentacampeão em 2018. A Ferrari
braço face a Sebastian Vettel. lhe ofereceram o quinto cetro mundial. deu-lhe um carro à altura do Mercedes
Evidentemente que conheceu momentos E merece, sem dúvida, receber a herança e um colega de equipa que, até determi-
de sorte – depois do erro no Azerbaijão, queMichaelSchumacherdeixou.Jáo ul- nada altura, não foi um “mordomo”, mas
recebeu a vitória de bandeja com o furo trapassou no número de “pole positions” ajudou-o de forma leal.
no Mercedes de Bottas ou quando Vettel (83 contra 68), na percentagem de vitó- Quando Sebastian Vettel teve nas mãos
lhe ofereceu a vitória na Alemanha – mas rias (229 GP, 73 vitórias - 31,88% contra o melhor SF71H que lhe permitiu, até,
a verdade é que ninguém é campeão do 308 GP. 91 vitórias - 29,55%), nas corri- dar uma estocada no orgulho de Lewis
Mundo cinco vezes sem a famosa “estre- das com um único construtor (229 com Hamilton com aquela ultrapassagem em
linha” de campeão. a Mercedes contra 179 com a Ferrari), na Spa depois de ter sido dominado na quali-
Lewis Hamilton encontrou o equilíbrio percentagem de “pole positions” (83 em ficação, molhada, pelo britânico, o alemão
perfeito entre a sua vida pessoal, a sua 229 GP – 36,24% contra 68 em 308 GP – nunca conseguiu destacar-se o suficiente
para se colocar ao abrigo da recuperação

f1/
BALANÇO FÓRMULA 1

16

NÚMEROS DA F1 2018

5 PILOTOS VENCEDORES

LEWIS HAMILTON (11 - )
SEBASTIAN VETTEL (5 - )
DANIEL RICCIARDO (2 – CHINA E MÓNACO)
MAX VERSTAPPEN (2 – ÁUSTRIA E MÉXICO)
KIMI RAIKKONEN (1 – EUA)

7PILOTOS NO PÓDIO da Mercedes. É verdade que na primeira recido 25 pontos de bandeja a Hamilton, Mercedes, claro) em Monza, estilhaçan-
fase da temporada traduziu em vitórias a duas corridas antes, com a saída de pista do com o resto da tática da Ferrari, depois
LEWIS HAMILTON (17 – pequena superioridade da Ferrari face à na Alemanha. de Vettel ter sucumbido aos nervos, ou a
KIMI RAIKKONEN (12 – Mercedes, deixando claro com as vitórias A partir da Bélgica, Vettel entrou numa entrega, em bandeja, da vitória na Rússia
SEBASTIAN VETTEL (12 – na Austrália (ainda que algo sortuda de- fase errática, deixando que a irritação (oito pontos que acabaram por não fa-
MAX VERSTAPPEN (11 _ vido a um Safety Car Virtual) e, sobretu- com o seu colega de equipa lhe toldasse zer falta a Hamilton). A sorte também
VALTERI BOTTAS (8 – do, a fantástica exibição no Bahrain (onde o raciocínio em Monza, perdendo uma foi madrasta para o finlandês quando na
DANIEL RICCIARDO (2 – o Ferrari não era o melhor carro, mas o corrida que estava talhada para o Ferrari. China estava a caminho da vitória e um
SERGIO PEREZ (1 – que tratava melhor os pneus), que que- Voltou a errar no Japão com Verstappen, furo esvaziou a festa de Bottas e perdeu
ria o quinto título que lhe foge das mãos deixando as esperanças de um quin- nova corrida na Alemanha depois do erro
5 PILOTOS COM “POLE POSITIONS” há cinco anos. to título depositadas numa escapatória. de Vettel, tocou-lhe um Safety Car que
Mas imediatamente tropeçou nos ata- Foi esta dose anormal de erros do ale- deixou Hamilton na frente. A segunda
LEWIS HAMILTON (11 – cadores com um oitavo lugar na China e mão e da Ferrari, há que o dizer, que po- metade do campeonato viu um Valteri
SEBASTIAN VETTEL (5 – um quarto posto no Azerbaijão, perdendo tenciaram o défice de 88 pontos entre Bottas demasiado complacente com as
VALTERI BOTTAS (2 – os 17 pontos de vantagem amealhados Hamilton e Vettel. Aquela saída de pista necessidades de Hamilton e, em algu-
DANIEL RICCIARDO (2 – nas duas primeiras corridas e encami- na Alemanha e o terceiro lugar na Áustria mas corridas, absolutamente sem ritmo
KIMI RAIKKONEN (1 – ITÁLIA) nhando-se para a temporada europeia quando Hamilton registou o seu único até para os Red Bull, fechando o ano com
já a correr atrás de Hamilton. Voltou a abandono de 2018, foram pontos chave cinco corridas perfeitamente anónimas
7PILOTOS ASSINARAM VOLTAS tropeçar em Espanha e no Mónaco, per- da temporada, falhada, do alemão. em que foi, sempre, o quinto classifica-
dendo mais pontos para o seu rival, até do. Bottas foi “mordomo” de Hamilton e
MAIS RÁPIDAS regressar às vitórias no Canadá com SER “MORDOMO” OU NÃO SER por isso fica, para já, com o lugar em 2019.
VALTERI BOTTAS (7 – uma bela exibição. Veremos se mostra mais nervo e mais
DANIEL RICCIARDO (4 – Mas... não aproveitou o deslize da Ficou como uma das frases do ano e a amor próprio.
LEWIS HAMILTON (3 – Mercedes na Áustria e só voltaria aos verdade é que poderá esta questão da O outro finlandês, quanto mais não fosse,
SEBASTIAN VETTEL (2 – sucessos na Bélgica. Aquela que foi a sua mordomia ter ajudado a decidir o título de teve uma época fantástica pois regressou
MAX VERSTAPPEN (2 – última vitória em 2018, depois de ter ofe- 2018. Não podemos esquecer a excelente às vitórias no GP dos EUA, em Austin, com
KIMI RAIKKONEN (1 – corrida de Valteri Bottas (na perspetiva da
KEVIN MAGNUSSEN (1 –

6 PILOTOS LIDERARAM CORRIDAS

LEWIS HAMILTON (15 CORRIDAS, 458 VOLTAS)
SEBASTIAN VETTEL (10 CORRIDAS, 345 VOLTAS)
MAX VERSTAPPEN (6 CORRIDAS, 169 VOLTAS)
DANIEL RICCIARDO (5 CORRIDAS, 116 VOLTAS)
KIMI RAIKONNEN (7 CORRIDAS, 92 VOLTAS)
VALTERI BOTTAS (8 CORRIDAS, 84 VOLTAS)

2 PILOTOS ESTIVERAM NA LIDERANÇA

DO MUNDIAL
LEWIS HAMILTON (15 CORRIDAS)
SEBASTIAN VETTEL (6 CORRIDAS)

3 PILOTOS ESTREARAM-SE

NOS TREINOS LIVRES
NICOLAS LATIFI
ARTEM MARKELOV
LANDO NORRIS

5 PILOTOS COM MAIS QUILÓMETROS

PERCORRIDOS
LEWIS HAMILTON (6353 KM)
SEBASTIAN VETTEL (6318 KM)
VALTERI BOTTAS (6119 KM)
STOFFEL VANDOORNE (6093 KM)
CARLOS SAINZ (6061 KM)
SERGIO PEREZ (6055 KM)
PILOTO MAIS JOVEM EM 2018
LANCE STROLL – 19 ANOS, 152 DIAS (NA
AUSTRÁLIA)
PILOTO MAIS VELHO EM 2018
KIMI RAIKKONEN – 39 ANOS, 49 DIAS (NO
ABUDHABI)

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17

MARCOS DE 2018

AUSTRÁLIA

SEBASTIAN VETTEL – 100º PÓDIO
DANIEL RICCIARDO – 10ª VOLTA MAIS RÁPIDA

BAHRAIN

PIERRE GASLY – PRIMEIROS PONTOS NA F1 (4º LUGAR – 12 PTS)

AZERBAIJÃO

CHARLES LECLERC – PRIMEIROS PONTOS NA F1 (6º LUGAR – 8 PTS)
BRENDON HARTLEY – PRIMEIROS PONTOS NA F1 (10º LUGAR – 1 PT)

ESPANHA

VALTERI BOTTAS – 25º PÓDIO

CANADÁ

SEBASTIAN VETTEL – 50ª VITÓRIA
VALTERI BOTTAS – 10º VEZ NA PRIMEIRA FILA DA GRELHA

FRANÇA

LEWIS HAMILTON – 75ª POLE POSITION

ALEMANHA

LEWIS HAMILTON – 125º PÓDIO

HUNGRIA

LEWIS HAMILTON – 125º VEZ NA PRIMEIRA FILA DA GRELHA

ITÁLIA

KIMI RÄIKKÖNEN – 100º PÓDIO
SERGEY SIROTKIN – PRIMEIROS PONTOS NA F1 (10º LUGAR – 1 PT)

SINGAPURA

KEVIN MAGNUSSEN – PRIMEIRA “VOLTA MAIS RÁPIDA” NA F1
HAAS F1 TEAM – PRIMEIRA “VOLTA MAIS RÁPIDA” NA F1

BRASIL

MERCEDES – 100ª POLE POSITION
VALTERI BOTTAS – 10ª “VOLTA MAIS RÁPIDA”

uma corrida onde esteve intocável e ter- de exemplo, pois aí bateu, sem espinhas, no sexto e sétimo lugares (Hulkenberg e Convirá não esquecer que tudo isto pode-
minou o campeonato do Mundo em ter- toda a gente. Quando já sabia que não iria Sainz), com o melhor resultado em ter- ria ser diferente se a meio da temporada
ceiro, marcando pontos suficientes, caso estar de vermelho vestido em 2019 e que mos de classificação de um seu piloto a se a Force India não tivesse sido vendida
Vettel “atinasse”, para que a Ferrari che- o campeonato estava perdido, Räikkönen surgir na Alemanha, onde Hulkenberg foi e perdido os 59 pontos amealhados nas
gasse ao título de construtores. Porém, se venceu nos EUA e foi buscar mais dois 5º classificado. Apesar das dificuldades e 11 primeiras corridas. Ainda assim reu-
olharmos com mais atenção para a épo- pódios, claramente despreocupado face das constantes trocas de mimos entre a niram 52 pontos e terminaram em séti-
ca do finlandês, percebemos que os erros a Vettel. Como disse o alemão, Räikkönen casa francesa e a Red Bull, a verdade é que mo, atrás de Fernando Alonso, perdão, da
de Vettel e da Ferrari acabaram por lhe não vestiu o fato de mordomo. a Renault melhorou, uma vez mais, a sua McLaren-Renault – que tinha o segundo
dar uma imagem mais favorável do que prestação. Agora terá de dar um enorme pior carro do plantel – mas na frente da
a realidade. Sim, foi atingido pelo azar HULKENBERG “CAMPEÃO” salto com Daniel Ricciardo para poder in- Sauber Alfa Romeo, Toro Rosso Honda e
em algumas corridas e em Monza, logo comodar a RedBull Honda. E afastar-se Williams Mercedes.
na Catedral, decidiu efetuar a volta mais DA FÓRMULA 1.5 da Haas, pois a equipa americana de Gene A Sauber deu um enorme salto qualita-
rápida de sempre na Fórmula 1, roubar a Haas terminou apenas 29 pontos atrás da tivo, mas nunca conseguiu materializar
pole position ao seu companheiro de equi- Não foi fácil para a Renault arrecadar o Renault, tendo ao longo da temporada fei- em pontos aquilo que Leclerc e, a espa-
pa e, no arranque, nem sequer se deu ao título de campeã da “Fórmula 1.5” ou da to aquilo que Gunther Steiner não tinha ços, Ericsson, mostravam na qualificação,
trabalho de abrir a porta a Vettel e inco- “Classe B” como alguns observadores feito em anos anteriores: desenvolver de enquanto a Toro Rosso foi uma cobaia da
modar Hamilton. Um pequenino “grito do apelidam a segunda metade do plantel. forma correta o chassis ao longo do ano. Honda e contratou um piloto (Brendon
Ipiranga” de Räikkönen que depois de ver Coube a Nico Hulkenberg e à Renault essa Bater a Renault tornou-se complicado Hartley) que sabiam descartável no final
o alemão engolido pelo fumo dos pneus, honra que, infelizmente, daqui a uma mão quando se comentem erros de palma- do ano, mas que cometeu tantos erros que
tentou redimir-se, sem sucesso. Cometeu, cheia de anos ninguém vai lembrar. O pi- tória (rodas desapertadas) e os pilotos deixou, inevitavelmente, a Red Bull sem
apenas, um erro em toda a temporada – o loto alemão, mantendo o seu “low profile”, estão mais preocupados com outras coi- opção. Medíocre demais foi a prestação
toque com Hamilton em Silverstone – mas mas demonstrando talento e resiliência, sas e têm acidentes como o de Grosjean da Williams que com um dos melhores
nunca conseguiu superiorizar-se a Vettel. conseguiu levar um Renault não muito em Baku. O francês pontuou apenas em motores do plantel, conseguiu sete pon-
Nas quatro vezes que bateu o alemão em competitivo até à vitórias entre os ou- 10 corridas e Magnussen foi colecionan- tos graças ao esforço de Lance Stroll e
qualificação, foi por problemas no outro tros, apostando tudo nas pistas onde o do “amigos” durante os treinos ao longo ao magro ponto de Sergey Sirotkin. Mau
Ferrari, e em corrida, apenas Austin serve carro francês conseguia ser competi- do ano, terminando apenas 12 corridas. demais para ser verdade.
tivo. Austin, nos EUA, foi a pista onde a
Renault mais pontuou, com os dois carros

f1/
BALANÇO FÓRMULA 1

18 PILOTOS OS MELHORES
EOS PIORES DE2018
O AUTOSPORT pontuou todos os pilotos durante a temporada de 2018, prova a prova, mas no balanço final da temporada, alinhámos os
pilotos numa classificação que reflete aquilo que foi a sua prestação ao longo do ano em pista e não apenas na tabela classificativa.

1º LEWIS HAMILTON a sua incrível consistência em qualificação e em corrida não
foram suficientes para ganhar títulos. Claro que ajudaria ter
Como está diferente o pentacampeão mundial de Fórmula 1! recebido mais ajuda de uma Ferrari errática e um “mordomo”
Não conheceu um ano perfeito – o erro do Azerbaijão estragou- como Hamilton teve na Mercedes. Mas os erros que cometeu,
lhe a estratégia, mas a sorte protegeu-o e deu-lhe a vitória, não como dissemos, na Alemanha, mas também em Itália e no
se defendeu apropriadamente de Vettel na Bélgica, embora Japão, sempre sobre pressão, justificam o pódio. Mas à justa!
o Ferrari fosse o melhor carro em Spa – e venceu algumas
corridas graças à estrelinha de campeão, mas perante a 4º FERNANDO ALONSO
adversidade (China e Canadá foi inapelavelmente batido
sem ter carro para lutar pela vitória; por exemplo, na Áustria Foi demasiado penoso ver um talento como o piloto espanhol
a equipa entrou em modo destrutivo e abandonou) não se ao volante do segundo pior carro do plantel. Coincidiu,
escondeu e reuniu a equipa em seu redor. É verdade que na infelizmente, com a sua última temporada como piloto de
segunda metade do campeonato beneficiou de uma Ferrari Fórmula 1 e Fernando Alonso não merecia os demandos
em auto-destruição, mas o seu ritmo em qualificação e a da McLaren. Ainda assim, deixando claro que tem, ainda,
forma como controlou as emoções ao longo da temporada, lugar numa equipa de topo, Alonso ficou no 11º lugar do
mostraram um Lewis Hamilton maduro. Muito diferente do campeonato de pilotos com 50 pontos marcados, um
miúdo da McLaren que venceu mal chegou à F1, mas que lidava verdadeiro milagre que nenhum outro piloto conseguiria com
mal com a adversidade. É o melhor do pelotão e, finalmente, um McLaren. Como sempre aconteceu na sua carreira, Alonso
está encontrado o sucessor de Michael Schumacher. Agora esteve melhor em corrida que na qualificação e na memória
sim, Hamilton merece a posse desse legado. de todos ficará o GP do Azerbaijão: com um carro que deveria
ter sido retirado da corrida tais os danos, o espanhol exigiu
2º MAX VERSTAPPEN regressar à pista e terminou a prova no sétimo lugar! A sua
incrível capacidade de controlo do carro e a sua resiliência
Talento puro com uma cabeça que ainda precisa de maior “arruinaram” a continuidade de Stoffel Vandoorne na Fórmula
maturidade. Exemplos? No GP do México esteve exemplar, 1 (o belga ficou a léguas do espanhol nunca se entendendo
destruindo toda e qualquer estratégia que Mercedes e com o MCL33), deixando claro qual era o valor do McLaren e a
Ferrari tivessem erigido. Na China e no Brasil não teve a qualidade extraterrestre de Alonso. O outro lado da moeda é
calma necessária e perdeu duas vitórias que estavam “no o feitio irrascível de Fernando Alonso que, em 2018, foi a razão
bolso”. Se olharmos para a primeira parte da temporada, para três penalizações por ultrapassar, arrogantemente, os
Verstappen esteve pouco menos que desastrado e China e limites da pista quando em luta com outro piloto.
Mónaco mostraram como o holandês é um talento fabuloso,
mas ainda está “verde” para ser campeão. Porém, a partir do 5º DANIEL RICCIARDO
Canadá, Max Verstappen parece que alinhou os “chacras” e
no regresso da pausa de verão, foi o único a ter andamento Alguém lhe deitou mau olhado pois o australiano conheceu
para Hamilton. E só voltou a pecar no Brasil no episódio com demasiados problemas com o carro ao longo de 2018 e nunca
Esteban Ocon. Além disso, convirá não esquecer, arrasou com esteve do lado certo da estrada: se estava com andamento
Daniel Ricciardo que não é um piloto qualquer em qualificação para ganhar, o carro avariava, se o carro estava bom era
e em corrida. Ricciardo que queimava fusíveis. No meio desta confusão
toda, arrancou vitórias brilhantes na China, depois de sair
3º SEBASTIAN VETTEL de sexto, e no Mónaco, quando com um Red Bull bastante
ferido, liderou da luz à bandeira sem dar parte de fraco. Mas
Esta classificação é um bocadinho um “castigo” para os o seu maior problema foi, mesmo, Max Verstappen e a Red
demasiados erros que Vettel cometeu durante 2018. Teve, Bull. Perdendo em qualificação para o holandês, Ricciardo
durante grande parte da temporada, melhor carro que Lewis atingiu o ponto mais baixo do ano quando acertou em cheio
Hamilton e nunca esteve com vantagem suficiente para na traseira do carro do seu colega de equipa. Cheirou a
encarar o regresso, sempre forte, do britânico após a pausa de desespero, mas ficou como acidente de corrida. O elogio de
verão. Impressionou com as exibições no Bahrain, onde com Christian Horner (“Daniel é o melhor piloto a ultrapassar”)
um carro inferior, esteve superlativo, na Bélgica “humilhou” o foi bem ilustrado na China, por exemplo, na ultrapassagem
seu rival no topo do Radillon, mas foi o canto do cisne para o que fez a Bottas ou aquilo que fez no Japão, mas Daniel
alemão. Não regressou às vitórias, viu Räikkönen empertigar- Ricciardo ficou cansado de tantas penalizações devido a
se e tropeçou nos seus atacadores e nos da Ferrari. falhas mecânicas e à clara proteção feita a Verstappen.
Sucederam-se os erros ao mesmo ritmo que Hamilton ganhava Nunca abandonou o sorriso e só mostrou maior fragilidade no
e se distanciava. Um dos erros mais infantis de Sebastian México, quando abandonou e disse que não queria ir às duas
Vettel ocorreu na Alemanha, numa corrida controlada e onde últimas corridas pois o carro estava amaldiçoado. Mas logo
iria aumentar a sua distância para Hamilton. Perdeu, sempre, se recompôs e terminou a época com dois quartos lugares,
para o seu rival em condições de pista húmida ou molhada e despedindo-se, assim, da Red Bull.

6º CHARLES LECLERC >> autosport.pt

A grande dor de cabeça para Sebastien Vettel... 19
em 2019. O jovem piloto monegasco tem muitas
qualidades e deixou-as bem claras durante a ao pentacampeão (sem necessidade pois os sete
temporada. É verdade que a época começou aos pontos ganhos não fizeram falta). O desaguisado com
trambolhões com Leclerc a permitir que Marcus Vettel em França e o ponto mais baixo da temporada
Ericsson brilhasse. Muitos indicaram-lhe a porta de para a Mercedes – o GP da Áustria – foram algumas
saída e, hoje, devem “torcer a orelhinha e não sai das tábuas que fizeram o “caixão” da temporada de
nada...” pois o jovem piloto da Ferrari deu uma lição de Bottas que, na segunda parte da temporada, foi uma
humildade e de maturidade a toda a gente. Cometeu sobra de si próprio, sem uma única vitória – apesar de
vários erros, claro que sim, afinal estava na sua época alguns pódios num excelente início de temporada - e
de estreia na F1, mas esteve sempre em crescendo no quarto lugar entre os pilotos. Vai ter de fazer muito
e acabou por perder alguns bons resultados devido mais em 2019 para não perder o lugar para Ocon.
a erros da Sauber (Silverstone foi o mais gritante).
Mostrou sempre capacidade para levar mais além 9º ESTEBAN OCON
o Sauber Alfa Romeo e nas lutas com iguais acabou
por vencer, com algumas ultrapassagens de classe. O Pode parecer estranho o francês aparecer à frente
calcanhar de Aquiles que lhe apontam é a performance de Sérgio Perez, ele que ficou atrás do mexicano em
na Q3. Mas, com um Sauber, alguém acreditava que termos de pontos. Porém, o piloto da Mercedes que
Leclerc pudesse lutar pela pole position? Claro vai fazer um ano sabático em 2019 deixou várias
que não! E a verdade é que na segunda metade da indicações do seu real talento. Nomeadamente no
temporada acabou por ir amachucando Marcus Mónaco, onde foi o melhor dos outros por larga
Ericson, deixando o sueco em maus lençóis. margem, depois de uma qualificação em que ficou na
sexta posição da grelha, ou as exibições na Áustria,
7º KIMI RÄIKKÖNEN Grã Bretanha, Itália e Estados Unidos. Ou ainda a
forma como evitou um violento acidente na Bélgica,
Deveria ter sido o maior aliado de Vettel, acabou por ao levantar o pé e deixar passar Vettel e Hamilton,
ser um dos contribuintes para a perda do título por mostrando maturidade e não se importando de falhar
parte do alemão. Não que tivesse feito alguma coisa a luta pela vitória num quatro lado a lado em Les
de errado, mas esfrangalhou os nervos ao seu colega Coombes. Claro que o francês também conheceu o lado
de equipa com uma pole position fabulosa em Monza oculto com exibições desastradas como no Azerbaijão,
e quase lhe fez saltar os olhos das órbitas quando o incidente na largada do GP do México ou o toque
à chegada da Variante della Roggia o finlandês não com Verstappen no Brasil, em que as culpas são
cedeu a posição e permitiu o ataque de Hamilton repartidas, ou ainda as desavenças com Sérgio Perez,
a Vettel, com o resultado que todos conhecemos. como voltou a suceder em Singapura. Enfim, Ocon
Aquela que ficou registada como a volta mais rápida conheceu as trevas quando a Force India foi vendida e
da história da F1 (média de 263 km/h) e a vitória no GP o fantasma de Lance Stroll imediatamente se apoiou
dos EUA, em Austin, 2044 dias e 111 corridas depois da nas suas costas. Levou a temporada até final com
sua última vitória na F1 (GP Austrália de 2013), foram profissionalismo e acreditamos que em 2020 (se não
os pontos altos da temporada de Räikkönen. Não foi antes...) estará de regresso à Fórmula 1.
o “mordomo” que Vettel desejaria, mas fez o trabalho
certo para a Ferrari, ao pontuar mais que Valteri Bottas 10º NICO HULKENBERG
para o Mundial de Construtores, mesmo que sem
nenhum destaque particular, exceto Itália e EUA, e com Não foi tarefa fácil ser piloto no segundo pelotão de
alguns picos negativos como o Azerbaijão, Áustria e 2018, mais ainda numa Renault que desesperava por
Grã Bretanha, onde o Ferrari valia mais do que aquilo conseguir o quarto lugar dos construtores e com
que Räikkönen conseguiu fazer. Ainda assim, fechou um colega de equipa como Carlos Sainz. A tudo isso
o ano no terceiro lugar e o balanço desta segunda o vencedor de Le Mans conseguiu resistir, com um
passagem pela Ferrari só pode ser positivo. “low profile” impressionante, mostrando-se rápido
o suficiente para reclamar o título de campeão
8º VALTERI BOTTAS do segundo pelotão, ao ser 7º no campeonato de
pilotos, atrás dos seis pilotos das três equipas de
Palavras do finlandês “foi uma época de m....”. Não é topo. Infelizmente, Hulkenberg continua a perder
fácil ser companheiro de equipa de Lewis Hamilton e andamento a meio das corridas de forma inesperada,
mais complicado se torna quando o nosso agente que tendo na gestão dos pneus um dos seus maiores
é, também, o patrão da equipa, pede constantemente problemas. Este ano esteve melhor, mas há exemplos
para beneficiar o piloto que está na luta pelo Mundial. que mostram que estas são fraquezas que o alemão
Nesse aspeto, Bottas esteve ao seu melhor nível: em terá de resolver, ainda para mais com Daniel Ricciardo
Itália prejudicou a corrida de Räikkönen sem nunca a chegar à equipa. Perdeu um quinto lugar em Baku,
o tapar, abrindo a porta a Hamilton, serviu de cobaia quando se despistou, errou na largada de Spa atirando
para testar as melhores estratégias para Hamilton, e com o Sauber de Leclerc contra o McLaren de Alonso,
foi atrapalhado pelo azar, como no Azerbaijão. A corrida desentendeu-se, desnecessariamente, com Romain
foi perfeita e a vitória estava ali ao virar da esquina, Grosjean em Abu Dhabi e acabou de cabeça para baixo,
quando um furo esfumou a vitória do finlandês, enfim, vários episódios que lhe colam à pele uma
deixando-a na mão do sortudo Hamilton. Na China, reputação que não se coaduna com a sua velocidade
bateu Vettel mas um Safety Car acabou por roubar-lhe pura.
a vitória e logo de seguida a equipa pediu-lhe para não
afrontar Hamilton. Teve de entregar a vitória na Rússia

f1/ à disposição (Áustria, Alemanha, EUA), outras teve o
BALANÇO FÓRMULA 1 azar como companhia (Grosjean em Silverstone ou
Mónaco onde merecia ficar à frente de Hulkenberg). E
20 a verdade é que no final do ano Sainz foi mais regular e
nas cinco últimas corridas de 2018, só não pontuou no
11º PIERRE GASLY México e no Brasil, terminando o ano com um 6º lugar
em Abu Dhabi.
Saiu-lhe o bilhete premiado quando a Red Bull
anunciou que iria substituir Daniel Ricciardo na equipa 14º KEVIN MAGNUSSEN
principal em 2019, depois de ter amargado 20 provas
numa Toro Rosso que não passou de uma gigante É verdade que pontuou mais que Grosjean (mais
cobaia da Honda, apresentando níveis de performance 19 pontos) com os dois quintos lugares obtidos no
erráticos e decisões, no mínimo, questionáveis. A tudo Bahrain e na Àustria a destacarem-se numa temporada
isso Pierre Gasly sobreviveu e ainda teve tempo para onde conseguiu amealhar pontos em 12 corridas.
dar mostras das suas capacidades, nomeadamente Porém, estes resultados não escondem provas onde
no Bahrain e na Hungria, onde terminou em quarto e o dinamarquês esteve abaixo do seu par de forma
sexto, respetivamente, com destaque para a corrida inexplicável. Ficará a temporada de 2018 na história
árabe onde teve de lutar com um sempre complicado do piloto, pois foi a primeira vez na sua carreira que
Kevin Magnussen. Mas a temporada de Gasly não completou duas temporadas com a mesma equipa.
se limitou a estes resultados: andou muito bem no Ficam também na retina os constantes desaguisados
Mónaco e sempre que era preciso ir buscar aquela com os outros pilotos e alguma falta de compromisso
centésima para chegar à Q2, o francês não falhou. em determinadas ocasiões que acabaram em corridas
O seu compromisso, a forma de trabalhar com os perdidas ou em embates que levaram à perda de
engenheiros e a maneira como lidou com o Toro Rosso- pontos significativos. Foi sendo mais rápido que
Honda – sempre nos limites! – impressionaram os Grosjean e apesar de também lhe faltar consistência,
observadores e, claro, a Red Bull. Faltou-lhe alguma foi muito mais produtivo que o francês.
consistência, mas acredita-se que tenha sido mais
culpa do carro que do piloto. Veremos como se vai 15º ROMAIN GROSJEAN
comportar face a Max Verstappen.
O momento que define o ano do francês é o acidente
12º SERGIO PÉREZ que teve em Baku, durante um Safety Car, destruindo
o seu Haas de encontro aos rails de proteção.
O mexicano não conheceu um ano fácil e só se Claramente desaproveitou a mais valia que foi o
libertou quando conseguiu ajudar Lawrence Stroll a desenvolvimento do carro ao longo do ano e pontuou
soltar a Force India das mãos de Vijay Mallya. Ainda apenas em sete dos 21 GP disputados. O quarto lugar
assim conseguiu terminar o Mundial como o melhor no GP da Áustria foi o ponto mais alto da temporada,
classificado da equipa, imediatamente atrás do as oito primeiras corridas da temporada (entre a
“campeão” da segunda divisão, Nico Hulkenberg. O Austrália e França) sem pontuar, juntamente com
início da temporada foi muito complicado com um aquele momento de Baku e mais uma mão cheia de
carro a necessitar de muito trabalho, mas o mexicano desentendimentos (Sainz em Silverstone, por exemplo,
não se rendeu e voltou a mostrar-se como dos penalização em Singapura por, repetidamente, ignorar
melhores a gerir os pneus. Mostrou resiliência em as bandeiras azuis), poderiam ser o ponto mais baixo
Baku, ao recuperar o carro após o acidente na largada da temporada de Grosjean. Mas à custa de alguma
e levar o Force India até ao pódio, beneficiando de iliteracia dos regulamentos (reclamação, sem sentido,
vários incidentes à sua frente e uma exibição sem da condução de Leclerc) e de um feitio conflituoso,
faltas na frente de Sebastian Vettel. Esteve muito bem Grosjean esteve perto de receber uma dura
no GP da Alemanha, com um ótimo sétimo lugar com penalização (banido por uma corrida) após a colisão
condições de pista complicadas. Voltou aos incidentes com Charles Leclerc em Austin. Grosjean teve carro e
com Esteban Ocon, nomeadamente, no AbuDhabi. A tem talento para fazer bem mais. A Haas renovou-lhe a
sua ajuda a Lawrence Stroll foi recompensada e o confiança para 2019, mas terá de elevar a fasquia se
mexicano estará na nova equipa do canadiano. não quiser sair da F1 no próximo ano.

13º CARLOS SAINZ

Pensava que estava de pedra e cal na Renault quando
Daniel Ricciardo aceitou o convite de Cyril Abitboul
para liderar a equipa francesa em 2019, acreditou que
poderia dar o salto para a Red Bull, mas quando se viu
encaminhado para a Toro Rosso, desvinculou-se da
Red Bull e foi atirado para a McLaren. Uma montanha
russa de emoções com que o espanhol tentou lidar
da melhor maneira. Suzuka, Monza e Singapura foram
corridas positivas para o piloto espanhol (mesmo que
a classificação não fosse famosa), mas provas houve
em que Sainz deveria ter feito melhor com o material

21

16º STOFFEL competitividade dos Williams, o pior carro do plantel. Quando
VANDOORNE as fraquezas do Williams não eram tão expostas, Stroll
conseguiu alguns pontos (8º no Azerbaijão, perdendo o 7º
Ter escapado aos últimos lugares com o segundo pior carro lugar para Alonso ao volante de um McLaren quase destruido
do plantel e tendo como colega de equipa Fernando Alonso, e 2º em Itália), mas a temporada do canadiano foi medíocre.
Stoffel Vandoorne merecia, até, ficar mais acima. Mas quando Veremos o que faz em 2019.
um piloto que todos reconhecem ter muito talento perde,
pelo segundo ano consecutivo, 21-0 em qualificação e fica 19º BRENDON HARTLEY
a 41 pontos do seu colega de equipa, é impossível dar-lhe
melhor nota. Ainda por cima, qualificou-se em último por O surfista que é piloto ou o piloto que parece um surfista
cinco vezes, mostrando uma resignação que não serve a e que é Campeão do Mundo de Endurance e vencedor de
um piloto de Fórmula 1. Só conseguiu bater Alonso em 21 Le Mans, chegou ao fim da linha na Fórmula 1, tendo o
corridas por três vezes (!) e em 938 voltas cumpridas, andou chicote de Helmut Marko estalado uma vez mais depois
apenas 165 na frente do espanhol. Perante estes dados, de em 2017 ter mudado a dupla de pilotos da Toro Rosso e
Vandoorne não fica com o último lugar pelas razões que agora ter feito o mesmo. A fava calhou a Brendon Hartley
acima enumero e por algumas exibições que mostraram que, surpreendentemente, tinha ficado com o volante da
o talento de Vandoorne com o ponto alto da temporada a equipa para 2018. O início de temporada foi terrível: perdeu
surgir no México onde recuperou de 15º para 8º, num traçado para Gasly quando embateu num pássaro no Bahrain e na
onde a altitude ajudou a resolver o maior problema do corrida foi penalizado por embater em Sergio Perez. Na
MCL33, a incapacidade do carro de gerar força descendente, China as coisas pioraram ao embater no seu colega de
obrigando a andar sempre com a asa com a carga máxima. equipa, para no Azerbaijão estar tão distraído que não se
Um par de ultrapassagens de classe não impediram que a apercebeu da proximidade de Gasly e quase provocava um
sua carreira na Fórmula 1 terminasse no AbuDhabi. enorme acidente. Estas colisões foram minando o ambiente
na equipa e no Brasil, Gasly (já seguro na RedBull) ignorou,
17º MARCUS ERICSSON olimpicamente, as ordens de equipa para deixar passar o
“kiwi”. Foi vitima de vários acidentes – Mónaco, Canadá ou
Provavelmente esta será uma classificação injusta para Silverstone, devido a uma falha de suspensão – e quando
o sueco que teve como companheiro de equipa um piloto os rumores que Lando Norris poderia ocupar o seu lugar
que todos acreditam está a caminho do estrelato e do surgiram, perdeu concentração e destruiu o seu carro
titulo mundial de F1. E o ano até começou bem para Marcus na Catalunha, falhando a qualificação. Nunca conseguiu
Ericsson, pois Leclerc cometeu alguns erros e deixou brilhar materializar em pontos as oportunidades de que dispôs e só
o sueco que surgiu na Austrália em melhor forma física, conseguiu pontuar no Azerbaijão (10º), Alemanha (10º) e EUA
escovando quilos a mais que o prejudicavam devido á sua (9º), quando saindo de 8º na grelha poderia ter ido mais longe
generosa altura. Com a Sauber a elevar, e de que maneira, na Hungria, o mesmo sucedendo no México, quando falhou a
a fasquia em termos de competitividade, o sueco parecia passagem ao Q3 e na corrida se envolveu com Esteban Ocon.
embalar para uma excelente temporada. O oitavo lugar no Foi um erro de casting que pode prejudicar a carreira de um
Bahrain foi excelente, mas... Leclerc equilibrou-se, avisou ao piloto que, como disse acima, venceu Le Mans e foi Campeão
que vinha na China ao bater o sueco na qualificação e partir do Mundo de Endurance.
dai, Ericsson foi atropelado por Charles Leclerc, perdendo
quase meio segundo, em média, para o monegasco perdendo 20º SERGEYSIROTKIN
17 vezes em qualificação e 9 vezes em corrida para Leclerc.
Os momentos mais sombrios ocorreram no Canadá, quando Ser estreante e logo com o pior carro do plantel não foi
bateu forte no muro e em Monza, quando capotou devido a tarefa fácil para Sergey Sirotkin e a temporada começou,
um problema no DRS que não fechou no final da reta da meta. claramente, com o pé esquerdo. Os cintos de segurança
Já conhecedor que não teria lugar para 2019, Ericsson bateu provocavam muita dor física numa determinada área, o
forte no Japão e terminou o ano sem glória, tendo obtido desconforto era enorme e só passadas algumas semanas
menos de um quinto dos pontos conquistados pela Sauber. é que a equipa conseguiu resolver o problema. Depois,
foram alguns erros que custaram bastante ao russo, ele
18º LANCE STROLL que conseguiu ser mais rápido que o mais experiente Lance
Stroll, seu colega de equipa, tendo, em qualificação, batido
Se em 2017 um pódio (Azerbaijão) e uma qualificação na o canadiano 12 vezes em 21 provas. Deixou lampejos de
primeira fila da grelha (GP Itália) não foram suficientes qualidade no Mónaco – onde demoliu Stroll ao lhe “oferecer”
para acalmar a discussão sobre se a sua presença na F1 se mais de meio segundo por volta - e na Alemanha, mas
devia aos seus méritos como piloto ou por ser filho de um acabou por não conseguir pontuar. O seu único em toda a
multimilionário, o ano de 2018, para um piloto “normal” teria temporada foi averbado em Monza, graças à velocidade de
acabado com a sua carreira. Isso não vai suceder e Lance ponta do Williams, empurrado pelo motor Mercedes. O resto
Stroll vai para a muito mais competitiva Force India, agora da temporada foi demasiado medíocre para que Sirotkin
propriedade do pai. Este ano, tendo a seu lado o inexperiente pudesse exibir algum do seu talento. No final da época, com
Sergey Sirotkin, Stroll não foi capaz de se impor ao russo, os rumores e depois a confirmação que Robert Kubica ficaria
perdendo em qualificação 12 vezes e em rapidez cerca com o seu lugar (já George Russel tinha sido confirmado),
de um décimo por volta. Curiosamente, a única presença Sergey Sirotkin limitou-se a chegar ao final da corrida do
de um Williams na Q3 foi em Monza e cortesia de Lance AbuDhabi, perfeitamente desmotivado e revoltado com a sua
Stroll. A experiencia acumulada permitiu-lhe recuperar de passagem meteórica e sem glória pela Fórmula 1.
más qualificações cometendo a proeza de ser o piloto que
mais posições ganhava nas primeiras voltas das corridas.
Cometeu alguns erros, nomeadamente, duas colisões (GP
dos EUA e GP do Japão) com Alonso, nas quais foi julgado
culpado, mas o grande problema foi mesmo a péssima

f1/ AS EQUIPAS
BALANÇO FÓRMULA 1

22

>> MERCEDES AMG PETRONAS
MOTORSPORT

Dominadora da era híbrida, a equipa Mercedes apanhou um valente susto em 2018 com a subida de forma
da Ferrari e a perda de controlo sobre o funcionamento dos pneus Pirelli. O W09 não foi o melhor jamais
produzido pela Mercedes e o início do ano não foi fácil, repartindo vitórias com a Ferrari nas primeiras
quatro corridas da temporada. Em Espanha, a Mercedes dominou, mas Mónaco e Canadá foram difíceis
para a equipa liderada por Toto Wolff. Mas o intenso trabalho feito em redor da definição aerodinâmica
e a “invenção” de algumas coisas como as jantes traseiras com orifícios para controlar a pressão e
a temperatura dos pneus, reequilibraram a contenda. Alguns erros de estratégia sucederam-se, mas
foram compensados pelos erros da Ferrari. Valteri Bottas fez o seu trabalho de proteção a Hamilton e a
Mercedes levou para casa os dois títulos de 2018. O ponto mais baixo foi no Grande Prémio da Áustria,
onde a Mercedes não conseguiu pontuar devido ao abandono dos dois W09. Claramente contrabalançado
com as 11 vitórias de Lewis Hamilton.

>> SCUDERIA FERRARI

Tudo parecia alinhar-se para o regresso da Ferrari às vitórias no Mundial de Pilotos e de Construtores,
com um SF71H de excelente qualidade mal saiu da fábrica, com controlo absoluto dos pneus. A equipa
não parou de desenvolver o chassis, introduzindo a cada corrida novidades nos espelhos, nos flancos,
na asa da frente, na asa traseira, enfim, tudo foi sendo evoluído. Ainda assim, os erros da equipa e de
Vettel foram atrasando a Ferrari que, depois, exagerou no desenvolvimento do carro, tendo Matia Binotto
assumido que a equipa tinha exagerado e fez as evoluções recuarem até à definição da Bélgica. O carro
recuperou andamento, a Ferrari voltou a controlar o desempenho dos pneus Pirelli, mas já era tarde e a
Mercedes estava a par com os italianos. Ainda foram experimentadas mais evoluções. O SF71H venceu nos
EUA com Räikkönen e não regressaria às vitórias até ao final da temporada. Assinalar ainda que a Ferrari
pontuou em todas as corridas, tendo obtido seis vitórias (cinco para Vettel e uma para Räikkönen).

>> ASTON MARTIN RED BULL RACING

Os dois pilotos da equipa de Milton Keynes tinham à sua disposição o melhor chassis do plantel, uma vez
mais desenhado por Adrian Newey. Porém, o motor Tag Heuer, perdão, Renault, foi o calcanhar de Aquiles
da Red Bull. Ainda assim, a resiliência da equipa foi decisiva para conseguir quatro vitórias - China,
Mónaco (Ricciardo), Áustria e México (Verstappen). Mas houve oportunidade para, pelo menos, mais uma
vitória (Brasil), o que poderia ter equilibrado mais as contas com a Ferrari. Os desaguisados permanentes
com a Renault não ajudaram e na segunda parte da temporada o carro de Ricciardo parecia ter sido
amaldiçoado, com abandonos sucessivos (foram 8 para o australiano), juntando-se a isso algumas
tropelias de Verstappen e de Ricciardo que terminaram em colisões. A Red Bull abandonou a Renault e
para o ano terá motores Honda. Veremos o que os japoneses conseguem fazer.

>> RENAULT SPORT FORMULA ONE TEAM

Ganhou a segunda divisão da F1 ao terminar no quarto lugar entre os Construtores e também colocou
Nico Hulkenberg no sétimo posto entre os pilotos, o melhor dos “outros”. Mais um passo dado pela
equipa francesa que estabeleceu um programa plurianual para chegar à vitória no Mundial de Fórmula 1.
Apesar dos 29 pontos de vantagem sobre a Haas/Ferrari, a temporada de 2018 não foi brilhante com os
pontos mais baixos a acontecerem na Áustria, Bélgica, Rússia e Brasil, onde a casa francesa não recolheu
nenhum ponto. O GP dos EUA foi a melhor prova da Renault, com os dois pilotos a ficarem em sexto e
sétimo. Nunca conseguiram ficar, sequer, perto do pódio, mas conseguiram a consistência necessária
para cumprir o objetivo de terminar a edição de 2018 do campeonato no quarto lugar. A chegada de Daniel
Ricciardo vai obrigar os comandados de Cyril Abiteboul a redobrar esforços para tentarem ir buscar, pelo
menos, a Red Bull com motor Honda.

>> HAAS F1 TEAM

Ao terceiro ano de existência, a equipa americana liderada por Gunther Steiner conseguiu o seu melhor
resultado, depois de dois anos a ficar no oitavo lugar, muito por culpa de falta de desenvolvimento
durante a temporada. Em 2018, a Haas Ferrari mostrou muito mais que nos dois anos anteriores, apesar
de alguns erros na parte inicial da temporada, nomeadamente, na Austrália, quando os dois carros
abandonaram por rodas desapertadas, e inconsistência por parte dos pilotos. Ficaram a apenas 29
pontos da Renault, depois de terem fraquejado na parte final da competição, perdendo de uma assentada
22 pontos nos EUA e no México, recuperando, apenas, um ponto no Brasil e em Abu Dhabi, sentenciando
assim a decisão sobre o quarto lugar do campeonato. Ainda assim, uma boa evolução da equipa em 2018,
que para 2019 irá manter a estabilidade em termos de pilotos e de parceria com a Ferrari.

>> autosport.pt

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>> McLAREN F1 TEAM

Não tivesse a equipa dirigida por Zak Brown um piloto como Fernando Alonso e a McLaren teria terminado apenas
na frente da Williams, aquele que é o seu lugar pois a equipa de Woking foi a segunda pior da competição. Mas
com o espanhol atrás do volante tudo é possível e Alonso ofereceu 50 pontos à equipa, com Stoffel Vandorne a
contribuir com magros 12 pontos. O espanhol não conseguiu o maior milagre que era levar o McLaren MCL33 ao
pódio, mas estilhaçou o seu jovem colega de equipa e permitiu que a fotografia final fosse mais interessante que
a realidade. A equipa criou mais um carro com um erro de base que tornava a traseira praticamente incontrolável
e com incapacidade de criar carga aerodinâmica no eixo traseiro. Obrigada a utilizar a asa para máximo apoio
aerodinâmico para conseguir manter o carro em pista o MCL33 tinha uma velocidade de ponta medíocre e por
isso o trabalho de Alonso é comparável a um milagre. E depois de tudo aquilo que Zak Brown e outros membros da
equipa disseram da Honda, ficou a saber-se que o maior problema vinha do chassis e que Alonso “escondeu” esses
problemas com a sua maestria. Com Carlos Sainz e Lando Norris, a equipa de Woking tem de acertar o passo sobre
pena de uma das equipas históricas da F1 poder desaparecer da competição.

>> RACING POINT FORCE INDIA

Foi a protagonista da novela da temporada. A Force India, propriedade de Vijay Mallya e Subrata Roy, estava à beira
da falência devido aos seus proprietários continuarem a braços com questões legais. Otmar Szafnauer e a sua
equipa vinha fazendo pequenos milagres como o quarto lugar do campeonato de construtores em 2016 e 2017,
mas a magia acabou-se com a falta de dinheiro e o chassis VJM18 não tinha a qualidade do carro de 2017, pelo
que o início do ano foi penoso para a equipa que a partir do GP da Hungria mudou de mãos. Sergio Pérez e outros
credores da equipa colocaram uma ação em tribunal que lançou as bases para que Lawrence Stroll e um conjunto
de milionários se tenham associado e adquirissem a equipa. Mudaram-lhe o nome para Racing Point Force India
e apesar de alguma oposição de McLaren e Williams, lá conseguiram levar a equipa para diante, perdendo todos
os pontos amealhados até ali (59) e começando do zero a partir do GP da Bélgica. Entretanto, já a equipa tinha
dado a volta ao VJM18, o que lhe permitiu em 10 corridas recolher 52 pontos e terminar no sétimo lugar entre os
construtores. Destaque para a excelente corrida na Bélgica – chegaram a estar na luta pela vitória, e cortesia da
potência do motor Mercedes terminaram Pérez em 5º e Ocon em 6º - e logo de seguida em Itália (Pérez foi sétimo,
Ocon sexto) voltaram a estar em plano de destaque. A partir daí, com Ocon a perceber que iria ficar sem volante
para 2019 e Pérez confirmado para o próximo ano, a equipa desacelerou e a conquista de pontos foi parca desde
Monza: 32 pontos em Spa e Monza e apenas 20 entre Singapura e Abu Dhabi (sete corridas).

>> ALFA ROMEO SAUBER F1 TEAM

Com a ajuda da FCA, graças ao patrocínio da Alfa Romeo, dos mais recentes motores Ferrari, além do
fornecimento de vários técnicos, a Sauber subiu muito de rendimento, contando, igualmente, com a ajuda
de um campeão do mundo em geração, Charles Leclerc. Tudo isto deveria ter oferecido à Sauber uma
classificação ao nível daquilo que a equipa suiça já fez nos 21 anos de presença na Fórmula 1 (com um
interregno entre 2005 e 2011). Mas sair da posição de pior equipa do Mundial para a oitava posição não foi
fácil e alguns erros que foram sendo cometidos pela equipa e pelos pilotos acabaram por não materializar
em pontos as boas exibições. Azerbaijão (6º lugar de Leclerc) e México (Leclerc foi 7º e Ericsson foi 9º)
foram os pontos altos da temporada, a que se juntaram as três últimas corridas de 2018 onde Charles
Leclerc foi 7º no México, Brasil e Abu Dhabi. Ericsson já sabia que estava fora da equipa em 2019 e por
isso acabou a reta final do ano sem pontos, exceto os dois pontos do 9º lugar do México. Para 2019, Kimi
Räikkönen e Antonio Giovinazzi vão tentar dar novo salto até ao topo da segunda divisão da Fórmula 1.

>> RED BULLTORO ROSSO HONDA

Errática, sofrida, abusada, enfim, a Toro Rosso foi uma cobaia da Honda, particularmente a partir do momento
em que o acordo entre a Red Bull e a marca japonesa foi rubricado. O quarto lugar de Pierre Gasly no Bahrain foi a
melhor coisa que a Toro Rosso de Franz Tost conseguiu em 2018. A prova evidente que a temporada de 2018 foi um
desfilar de experiências, até com os pilotos, pois contratar Brendon Hartley, sabendo que o iriam descartar no final
da temporada, foi de uma crueldade enorme. O campeão do Mundo de Endurance não se deu bem com a Fórmula 1
e contribui com magros quatro pontos para os 33 que ofereceram à Toro Rosso o penúltimo lugar da classificação
dos construtores. Gasly, promovido à Red Bull, esteve melhor, mas para além do sétimo lugar no Mónaco (onde
o francês esteve muito bem) e do sexto lugar no Hungaroring, o resto do ano passou-se entre penalizações,
abandonos e despistes, numa temporada muito sofrível de um dos mais bonitos monolugares da F1 em 2018.

>> WILLIAMS MARTINI RACING

O que se pode dizer de uma equipa que contava com um belo pacote de patrocinadores, dois pilotos
pagantes e motores Mercedes, mas consegue, apenas, sete, sim, sete pontos, no Mundial? Ainda por
cima uma equipa com Paddy Lowe aos comandos da parte técnica, ele que saiu da equipa campeã do
Mundo, a Mercedes. Foi miserável a prestação da equipa liderada por Claire Williams, uma imagem feia
de uma das equipas míticas da Fórmula 1. O oitavo lugar de Stroll no Azerbaijão e o nono e 10º lugares,
respetivamente, de Stroll e Sirotkin, foram os pontos altos de uma época que não tem ponta por onde
se pegue. Sirotkin só recolheu um ponto e Stroll apenas cinco. Para 2019 a Williams perdeu todos os
patrocínios, mas ganhou mais apoio da Mercedes com a entrada de George Russell e a experiência (e os
dólares) de Robert Kubica. Como diria o Tiririca, “pior do que está não fica!”

24 WRC/

LOEBSÉBASTIEN

NA HYUNDAI

O rumor circulava, foi ganhando ‘tração’ e depressa se confirmou. Sébastien Loeb
e Daniel Elena estão de regresso ao WRC, e têm previstas seis provas com a
Hyundai Motorsport em 2019

O PILOTO FRANCÊS
VAI VOLTAR À ALTA
RODA DO MUNDIAL,
E DEPOIS DA VITÓRIA
NA CATALUNHA OS
MOTIVOS PARA
SORRIR E SAUDAR
O SEU REGRESSO
SÃO AINDA MAIS.
APESAR DE COM
UM PROGRAMA
PARCIAL, TERÁ BOAS
PROVAS PARA VOLTAR
A MOSTRAR A SUA
CLASSE. OS ADEPTOS
AGRADECEM

>> autosport.pt

25

José Luís Abreu dois desafios, o Ralicross e o Dakar, Lappi, e isso libertou-o para outros não são conhecidas: “Ganhar o Rali
[email protected] com a Peugeot. Quedou-se por aí, nos voos. Falou-se na M-Sport e Hyundai de Espanha reacendeu o meu dese-
Fotos @World/A. Lavadinho; A. Vialatte últimos três anos, e em 2018 aceitou como possibilidades, sabia-se que o jo de continuar a competir no WRC.
disputar três provas com a sua equi- francês só queria um programa parcial, Juntar-me à Hyundai vai dar a mim e ao
Está confirmado mais um sen- pa de sempre, a Citroën, que lhe pe- e acabou por ser a Hyundai a oferecer- Daniel um novo desafio, que mal posso
sacional regresso no desporto diu ajuda com o C3 WRC depois de um -lhe, e ao seu navegador de sempre, esperar para enfrentar. Fiquei impres-
automóvel. Depois de recente- ano de 2017 muito complicado. Andou Daniel Elena, um contrato de dois anos e sionado com a abordagem da equipa e
mente Robert Kubica ter re- na frente nas duas primeiras e venceu um programa de seis provas, ainda não a sua determinação para ter sucesso.
gressado à Fórmula 1, agora é na Catalunha, e isso reacendeu-lhe a totalmente definidas, em 2019. Estiveram firmes na luta pelo título esta
a vez de Sébastien Loeb voltar chama do WRC. Depois de disputar o Dakar, com o temporada e eu sinto que posso trazer
aonde sempre foi feliz, ao WRC. Ficou à espera da Citroën, mas a perda Peugeot 3008DKR da PH Sport, ruma muito para a equipa, juntamente com
Campeão entre 2004 e 2012, Loeb dei- do patrocínio de Abu Dhabi levou a que a França para o Rali de Monte Carlo, o Thierry, o Andreas e o Dani.”
xou o WRC a tempo inteiro no final do a equipa só pudesse garantir dois car- disputando depois os ralis da Córsega A Hyundai terá em 2019 quatro pilotos,
último ano em que foi Campeão, can- ros, para Sébastien Ogier e Esapekka e o Chile. As restantes provas ainda Thierry Neuville, Andreas Mikkelsen,
sado de tantas viagens. Quase ‘sem’ Sébastien Loeb e Dani Sordo, sendo
adversários que lhe fizessem suar a que estes dois últimos partilham o ter-
cada quilómetro de troços, ainda dis- ceiro carro, o francês faz seis provas,
putou quatro provas em 2013, vencen- o espanhol as restantes: "Fechar um
do duas, mas a sua vida mudou por acordo com alguém com o seu imen-
completo. Foi para as pistas e fez FIA so talento e calibre mostra que somos
GT, Porsche Supercup e Ralicross logo uma equipa atraente e competitiva no
nesse mesmo ano. Em 2014 foi com a Mundial de Ralis. Em última análise, o
Citroën para o WTCC, onde não de- nosso objetivo é conquistar o título do
morou também a vencer. Esteve dois WRC. Acreditamos que temos o conjun-
anos nos turismos, venceu seis corri- to certo para conseguir isso, e nossa
das, mas em 2016 aceitou mais outros composição de duplas para 2019 refle-
tirá perfeitamente essa ambição”, dis-
se o diretor da equipa, Michel Nandan.
Quanto a Hayden Paddon, deverá fazer
com a Hyundai o novo WRC 2 Pro.

WRC/

26

DREAMTEAMS NOWRC

No próximo ano a Hyundai vai ter quatro grandes pilotos na Mouton - no top 5… com dois homens da Lancia - Markku Alén Em 1990, enquanto a Toyota crescia, a Lancia vencia os
estrutura, numa equipa que se antevê bastante forte (Neuville, e Walter Rohrl - pelo meio. Duas super equipas, num excelente construtores fruto dum trio composto por Didier Auriol,
Mikkelsen, Loeb e Sordo), tal como a Toyota terá um trio muito campeonato. Juha Kankkunen e Miki Biasion. Mas o Campeão foi
forte (Tänak, Latvala, Meeke), mas na história do WRC esta Em 1984, com o reforço do domínio das quatro rodas Carlos Sainz, piloto da Toyota.
situação está longe de ser um caso virgem. Por exemplo, no motrizes, a Audi venceu nos Construtores, e dois pilotos Em 1993 e 1994, a Toyota venceu os Campeonatos de
ano do arranque do Mundial de Ralis, em 1973, quando os da equipa, Stig Blomqvist e Hannu Mikkola, lutaram pelo Construtores e Pilotos, por intermédio de Juha Kankkunen e
homens da Alpine Renault venceram seis das 13 provas do título com Walter Rohrl e Michèle Mouton a fazerem apenas Didier Auriol, respetivamente.
campeonato. programas parciais. Estes eram tempos em que havia tantos e tão bons
Em 1976 a Lancia também exerceu um domínio muito forte, No ano seguinte o domínio transitou para a Peugeot, que protagonistas que não era fácil a um piloto ser campeão dois
com quatro triunfos em 10 provas. O domínio da Fiat em 1978 venceu o campeonato por intermédio de Timo Salonen, e anos seguidos.
também foi forte, embora a Ford tenha dado boa réplica. tinha ainda Ari Vatanen, no ano do seu grave acidente que Antes de entrarmos na era sebastiânica do WRC, em 2004,
Em 1979, os dois homens da Ford, Bjorn Waldegard e Hannu quase lhe roubou a vida, e ainda Bruno Saby, o especialista em 1986 e 1987 Juha Kankkunen foi o primeiro Campeão em
Mikkola ocuparam as duas primeiras posições do primeiro de asfalto, num poderio que se viu acentuado em 1986, com dois anos seguidos, curiosamente o último dos Grupos B e
Mundial de Pilotos da história do WRC. Juha Kankkunen a ser Campeão, Timo Salonen em terceiro e o primeiro da era do grupo A. Depois, adaptando-se bem a
No ano seguinte voltou o domínio da Fiat com Walter Rohrl, Bruno Saby sétimo. esta ‘fórmula’ e à sua forte equipa, a Lancia, Miki Biasion foi
Bjorn Waldegard e Markku Alén a ficarem nos seis primeiros Tudo mudou com a interdição dos Grupos B, com a Lancia Campeão em 1988 e 1989, mas depois disso, só quando Tommi
lugares do campeonato. a montar em 1987 um dos mais fortes ‘Dream Team’ Mäkinen começou a vencer com a Mitsubishi, em 1996, as
Com a chegada da era de ouro dos ralis, os anos 80, as da história do WRC, com Juha Kankkunen, Miki Biasion coisas mudaram. O finlandês, atual diretor da Toyota Gazoo
primeiras ‘guerras’ Audi/Lancia foram claramente favoráveis e Markku Alén a reservarem para si os três primeiros Racing no WRC, foi campeão entre 1996 e 1999, o primeiro
à equipa alemã. Em 1983 a Lancia venceu o campeonato lugares do campeonato, com a Lancia a vencer nove tetra da história do WRC.
com dois pontos de avanço face à Audi, mas esta colocou os provas, deixando apenas uma para a Audi, BMW, Mazda e Em 1995 foi a vez da Subaru, com o ‘Dream Team’, Carlos Sainz e
seus três pilotos - Hannu Mikkola, Stig Blomqvist e Michèle Volkswagen. Colin McRae, num ano de grandes lutas internas na Prodrive.

Daqui para a frente, houve equipas fortes no WRC, mas que não >> autosport.pt
sobressaíram muito do resto do plantel, e só quando chegámos
a 2003 tudo começou a mudar, com a Citroën. Nesse ano, um 27
trio de sonho, com Carlos Sainz, Colin McRae e Sébastien Loeb.
Na altura, dois velhos lobos, grandes campeões, e um rookie. MARCAS/PILOTOS
Olhando hoje para os três nomes, falamos de três dos melhores 1973 ALPINE RENAULT
pilotos de sempre da história do Mundial de Ralis. JEAN-CLAUDE ANDRUET
Depois disso, o denominador comum foi sempre Sébastien OVE ANDERSSON
Loeb, com a Ford em 2006 e 2007 a juntar dois nomes muito JEAN-PIERRE NICOLAS
fortes, Marcus Grönholm e Mikko Hirvonen, que levaram a 1976 LANCIA
marca a vencer nos Construtores, mas o título de pilotos teve SANDRO MUNARI
dono único por muitos e bons anos. BJORN WALDEGARD
Em 2011 a Citroën juntou dois ‘mosntros’, Sébastien Loeb e BERNARD DARNICHE
Sébastien Ogier, nomes que desde 2004 não permitem que 1978 FIAT
mais ninguém inscreva outro nome no palmarés do Campeão WALTER ROHRL
do Mundo de Ralis/Pilotos. BERNARD DARNICHE
A última grande equipa foi a da Volkswagen Motorsport, entre JEAN-CLAUDE ANDRUET
2013 e 2016, que ganhou tudo o que havia para ganhar com MARKKU ALÉN
Sébastien Ogier, Jari-Matti Latvala e Andreas Mikkelsen. 1979 FORD
Será que a Hyundai Motorsport versão 2019 fará juz à fama que HANNU MIKKOLA
leva? Ou será que a Toyota será ainda mais forte? O próximo BJORN WALDEGARD
ano promete… 1980 FIAT
WALTER ROHRL
BJORN WALDEGARD
MARKKU ALÉN
1983 AUDI
HANNU MIKKOLA
STIG BLOMQVIST
MICHÈLE MOUTON
1983 LANCIA
MARKKU ALÉN
WALTER ROHRL
1984 AUDI
STIG BLOMQVIST
HANNU MIKKOLA
WALTER ROHRL
MICHÈLE MOUTON
1985 AUDI
STIG BLOMQVIST
HANNU MIKKOLA
WALTER ROHRL
1986 PEUGEOT
JUHA KANKKUNEN
TIMO SALONEN
BRUNO SABY
1987 LANCIA
JUHA KANKKUNEN
MIKI BIASION
MARKKU ALÉN
1990 LANCIA
DIDIER AURIOL
JUHA KANKKUNEN
MIKI BIASION
1993/1994 TOYOTA
JUHA KANKKUNEN
DIDIER AURIOL
1994/1995 SUBARU
CARLOS SAINZ
COLIN MCRAE
2003 CITROËN
CARLOS SAINZ
COLIN MCRAE
SÉBASTIEN LOEB
2004 CITROËN
CARLOS SAINZ
SÉBASTIEN LOEB
2006/2007 FORD
MARCUS GRÖNHOLM
MIKKO HIRVONEN
2011 CITROËN
SÉBASTIEN LOEB
SÉBASTIEN OGIER
2012 CITROËN
SÉBASTIEN LOEB
MIKKO HIRVONEN
2013/14/15 VOLKSWAGEN
SÉBASTIEN OGIER
JARI-MATTI LATVALA
ANDREAS MIKKELSEN

28 WRC/

OLD KIDKENBLOCK VAICONTINUARAFAZERRALIS Martin Holmes com José Luís Abreu
ON THE BLOCK [email protected]

O tempo passa, e os New Kids on the Block, uma ‘famosa’ boys band, Ame-se ou odeie-se, ou apenas
já são há muito… velhos. Tal como Ken Block, que em 2010 decidiu se ache engraçado, a verdade é
que Ken Block não deixa nin-
intervalar as Gincanas com algumas provas do WRC. A mais recente foi guém indiferente. Sou dos que
na Catalunha, onde ficámos a saber que o seu coração está com os ralis... percebe que os adeptos mais
puristas não veem com bons
olhos figuras como Ken Block no WRC,
mas a verdade é que o mundo mudou
muito na última década.
Há muitas novas realidades e ser indi-
ferente a elas é ficar para trás muito de-
pressa. O mundo pula e avança cada vez
mais depressa, as redes sociais são fer-
ramentas que podemos usar muito, pou-
co, ou nada, mas não podemos condenar
quem as use da melhor forma, e Ken Block
é um bom exemplo.
Não é justo para Ken Block compará-
-lo a quem quer que seja quando decide
fazer provas do WRC, e quer gostem ou
não, o norte-americano acrescenta valor
ao WRC, sem retirar qualquer atenção a
quem lá anda. Bem pelo contrário, a sua

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29

no Rali do México. Nunca fez grandes re- mais ‘off’. Fiz apenas algumas provas e
sultados, o melhor que conseguiu foi um terminei o projeto da Gincana 10.
sétimo lugar no Rali do México de 2013, Portanto, fazer esta prova do WRC este
nas duas vezes que veio a Portugal, em ano foi especial para mim. Tenho saudades
2010 desistiu na PE8 com problemas me- de competir no WRC e de estar rodeado
cânicos, no ano seguinte teve um enorme destes fantásticos pilotos, e neste gran-
acidente no shakedown. de ambiente que é a indústria do WRC.”
Nunca mais cá voltou! Exceção feita ao Para começar, e tendo em conta que hoje
ralicross, claro... em dia os organizadores do WRC qua-
Curiosamente, no seu regresso na se todos colocam de pé super especais
Catalunha, teve a companhia de dois em que parte do trabalho é andar a fazer
‘velhos’ amigos, Sébastien Loeb e Petter piões à roda de pinos, isso é algo que não
Solberg. é nada estranho a Ken Block: “É engra-
O fundador do império da DC Shoes anda çado, mas hoje em dia o meu ritmo vem
há 15 anos a divertir-nos nos ralis e nas muito mais do que faço no ralicross, onde
gincanas, no ralicross. Foi à Catalunha dar se anda mesmo muito depressa, e onde
uma ajuda ao promotor do WRC, que con- se procura sempre aquele décimo a me-
tinua a piscar o olho, sem êxito, ao público nos. Penso que hoje em dia já sou melhor
norte-americano. piloto em asfalto do que em terra, mas é
Antes de Espanha, desde o Rali da sempre bom ter alguns locais onde pos-
Catalunha de 2014 que Block não apare- so fazer uns donuts, que nunca me serão
cia no WRC, (Solberg há seis anos e Loeb estranhos. As estradas em Espanha são
há três), mas pelos vistos logo calhou fantásticas, espetaculares”, disse Block
todos se encontrarem novamente em que curiosamente só fez dois ralis este
Espanha: “Foi uma coincidência, a Ford ano: “Andei com um Ford Escort Cosworth
quis que eu fizesse uma prova do WRC de 1993, fiz terceiro num evento nos EUA.
este ano, e foi esta que escolhi. Foi por isso Fiz outro rali, mas tive problemas mecâ-
que vim. Era uma grande oportunidade nicos, bati e o carro ardeu por completo!
para ficar a conhecer esta nova era dos Portanto, só tinha feito um rali comple-
novos carros do WRC. Guiei um pouco o to, antes de correr com este WRC17, que
novo carro no início do ano, só por diver- é incrível, basicamente, o carro de ralis
timento, mas poder disputar uma prova mais divertido que já pilotei. Fiz dois dias
era uma oportunidade que não podia dei- de testes e fiquei extasiado com o gozo
xar passar”, começou por dizer Block cuja que dá conduzir este carro, é muito di-
vida, hoje em dia, passa essencialmente vertido. O carro tem capacidades incrí-
pelas Gincanas, a sua preparação, e tudo veis, mas apenas com um dia de asfalto
o que as envolve: “Corri no ralicross nos não tinha experiência suficiente para o
últimos anos, este ano para mim tem sido guiar ao mais alto nível.

simples presença num evento traz consi- que aproveitar o que ele oferece ao invés
go uma quantidade incrível de novos olhos de nos queixarmos do que pode tirar.
que o seguem, e é bem mais fácil que al- Quem já viu alguns episódios do ‘Gincana
guns desses olhos gostem do que veem Files’ da Amazon Prime, sabe que para que
e por lá fiquem, nem que seja a espaços, surjam os espetaculares vídeos as filma-
do que alguma atenção que lhe é, inevi- gens são feitas “over, and over again..”.
tavelmente dada, seja retirada a outros. E depois, isso é novidade? Ken Block é
Para que se perceba o que pode ofere- um produto de Hollywood e ali nada sai
cer Ken Block, vejam-se os 6 milhões à primeira...
de seguidores que tem no Facebook, ou A Gincana 10 está em fase de preparação
os 4.6 milhões do Instagram, face aos final, o vídeo da Gincana 9 ultrapassou os
350.000 seguidores de Sébastien Ogier no 32 milhões de visualizações. Há algum ví-
Facebook e 127.000 no Instagram. Vejam deo do WRC que chegue, sequer, perto?
bem, um piloto que é seis vezes campeão
do mundo seguidas... REENCONTRO
Claro que o facto de ser norte-america-
no, o país do ‘show-business’, ajuda, e Como de costume, lá estava ele, como
ter ‘inventado’ as gincanas, foi daque- quase sempre, de óculos de sol na cara,
les tiros certeiros que se fazem uma o típico boné da Monster, e a sua habitual
vez na vida. fantástica simpatia. Enão é preciso con-
E a verdade é que a gigante Amazon já versar muito com ele para percebermos
fez documentários originais sobre Le que existe ali muito de adepto: “Viste o
Mans, Fórmula 1, mas nenhum de ralis. que fez o Loeb, fantástico, pá!”
Mas Ken Block tem para si reservada Aos 51 anos, a celebridade norte-america-
uma série original em que mostra os na regressou no recente Rali da Catalunha
bastidores das gincanas. Por isso, há para mais uma prova no WRC, onde já
soma 25, desde que em 2007 se estreou

wrc/

30

O carro vale muito mais do que eu consigo perava...”, disse Ken Block, admitindo que “Quando era criança e sonhava em ser veis do WRC, a FIA, bem como o Promotor,
tirar-lhe! É muito exigente e a alta velo- o nível do WRC não é para qualquer um. piloto de ralis, pensava em estradas de olham para os EUA com olhos bem gu-
cidade o compromisso que é necessário Fica bem a um piloto admiti-lo, não o me- asfalto com linhas que pudesse esculpir losos, mas do lado de lá o seu ‘amor’ não
com o carro é muito elevado. Penso que noriza em nada, bem antes pelo contrário, curva após curva, e onde pudesse ter mui- tem qualquer correspondência e o mais
nos troços mais estreitos guia-se bem, eleva a competição e o respeito que deve- ta aderência e consistência, e são assim perto em muito tempo que o WRC conse-
mas quando se chega às zonas de alta ve- mos ter por estes autênticos heróis, nas mesmo as estradas em Espanha. guiu chegar da América do Norte foi... ao
locidade, não tenho o que é preciso para caixas de comentários dos sites... Gosto do Rali da Alemanha mas as es- México! Por isso não é de estranhar que
fazer tempos com este carro! Mas é incrí- Também curiosa é a explicação para o tradas aí são mais irregulares e de vários em 2527 pilotos que existem em base de
vel de guiar, muito para além do que es- facto de ter escolhido o Rali da Catalunha: tipos. Este asfalto em Espanha é mais dados, só um milionário que fez fortuna
consistente e tem estradas mais largas. com uma linha de calçado para despor-
Já as estradas de terra são técnicas e di- tos radicais, a DC Shoes, seja conhecido
fíceis, o que gostei, mas para mim o que hoje em dia.
me trouxe aquifoi o asfalto”, disse o pilo- Já lá vão 18 anos desde que John Buffum
to que mais uma vez se despistou numa andou pelo WRC, mais recentemente,
prova do WRC, mas a quem tem de ser Travis Pastrana. Quem virá a seguir?
dado o devido crédito pela coragem, já que “Espero que venham mais, penso que
ao contrário do que estamos habituados eu e o Travis chegámos numa altura inte-
a ouvir da maioria dos pilotos, a culpa é ressante, e fizemos muita coisa juntos. Há
sempre da afinação, do carro, dos pisos, hoje em dia nos EUA muitos bons pilotos,
da ‘sala’ torta, nunca nenhum admite que como por exemplo o Tanner Foust, mas
não soube dançar suficientemente bem. ele está preso no ralicross, e não tem feito
E Ken Block admite-o, sem quaisquer re- ralis. Tenho esperança que venham mais
servas. Claramente um homem que co- pilotos dos EUA, porque há boas provas lá,
nhece bem os seus limites e não se deixa e por isso espero que daí saia algum ta-
envergonhar por eles... lento...”. Como se percebe, Ken Block não
Sabe-se que há muito que os responsá- tem muito para dizer a este nível.

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Mas quanto a uma possível prova do WRC ‘ofertas’ dentro ou fora do automobilismo, poderá ser mais fácil o ralicross ser mais disciplinas em que os pilotos se podem
nos EUA, até já escolheu o local: “Há algum e estando Ken Block dividido entre o rali- atrativo, como na América, pois os ame- sair bem em ambas. O Petter Solberg é
tempo fizeram-me essa pergunta, e eu cross e os ralis, perguntámos-lhe se todo ricanos estão habituados a sentarem-se um bom exemplo disso”.
respondia que havia bons ralis nos EUA, o empenho promocional que tem havido num local e a verem o evento aí. Nunca, É bom que Ken Block vá aparecendo de
mas nenhum deles é suficientemente à volta do WorldRX será uma distração nem de perto, houve a mesma popularida- vez em quando nos ralis, dificilmente o
central para poder evoluir para uma pro- para a promoção dos ralis? “Essa é uma de dos ralis nos EUA, tal como existe com veremos a chegar ao pódio duma prova
va do WRC. Depois disso, fui à procura de pergunta difícil que nunca me tinham fei- o ralicross e outras disciplinas. Penso que do WRC, nem que os troços se chamas-
estradas à volta de Los Angeles, e não foi to. Eu penso que em termos globais o ra- em algumas regiões como na América é sem todos Gincana 1 a 10, mas o WRC só
difícil de as encontrar para fazer um rali licross e os ralis são competições ‘irmãs’. melhor haver alguma coisa que funcio- lhe tem a agradecer o que tem feito pela
do tipo da Catalunha. Há grandes estra- Têm carros semelhantes, por exemplo. ne, do que nada. modalidade, levando-a muito mais longe.
das de desfiladeiro perto de Los Angeles, Mas acho que em determinadas regiões Por outro lado, os ralis e o ralicross são Conquistar mentes e corações nunca é
que poderia receber o quartel general da fácil, leva tempo, e as coisas têm de ser
prova, e o rali fazia-se em estradas como cada vez mais bem feitas.
o antigo ‘Rim of the World’, que era basea- Quanto a Ken Block: “Não sei o que me
do em Palmdale, na Califórnia. reserva o futuro, mas gosto dos ra-
Estradas e potencial não faltam, falta sim lis. Gosto do ralicross, gosto das gin-
haver um organizador com determinação canas, mas o meu coração está mais
e com dinheiro...” com os ralis.
O WorldRX tem crescido muito nos últi- E há classificativas à volta do Mundo
mos anos, desde que passou a ter estatuto que gostava de fazer, como na Nova
mundial, ao passo que o WRC tem tomado Zelândia ou Finlândia. Há ralis que ainda
boas decisões, como foi a mudança de re- não fiz, há outros que gostava de repe-
gulamentos que entraram em vigor o ano tir, por exemplo, gostava de competir
passado, mas a verdade é que os ralis con- nasquelas estradas de asfalto estrei-
tinuam a lutar pela atenção dos adeptos, tas da Irlanda. Portanto, há coisas que
que hoje em dia se divide em ‘centenas’ de gostava de fazer nos próximosanos...”

32 DAKAR/

FALTAMDUAS SEMANAS

PARA A 41ª EDIÇÃO DO DAKAR

EM TERRAS satisfeitas. Inicialmente a ideia passava Ao que tudo indica, sem a Peugeot mas
INCAS por reduzir para 36 mm os restritores de com os 3008 DKR ex-oficiais nas mãos
admissão dos quatro rodas motrizes a de equipas privadas, um deles para
Está à porta mais uma edição do Dakar, competição que conta gasolina, mas a FIA preferiu reduzir ape- Sébastien Loeb, haverá a possibilidade
com 18 portugueses, entre Autos, Motos, SSV e Camiões. nas dos 38 mm do último Dakar para os de verdadeira competição entre os buggy
37 mm, eliminando a escala em função da MINI e Peugeot, e os Toyota.
Depois da retirada da equipa oficial da Peugeot, MINI e Toyota da altitude, com os diesel biturbo (tanto Sendo verdade que os nomes de cada
preparam-se para fazer as despesas da prova, que desta feita se 4×4 como os buggy da MINI e Peugeot) uma das equipas têm peso, não é menos
realiza integralmente no Peru. A aventura será mais concentrada, a manterem-se nos 38 mm. que o tipo de carros que guiam pode colo-
Desta feita foi a Toyota que ameaçou cá-los no topo ou criar-lhes dificuldades
mas os ingredientes serão os mesmos de sempre... abandonar o seu projeto no Dakar se a adicionais, e por isso, o facto da X-Raid
FIA tivesse decidido reduzir os restrito- ter chamado a si Carlos Sainz, Stéphane
José Luís Abreu foi o Peru que ‘salvou’ a ASO. Será que o res para 36 mm, pois isso iria penalizar Peterhansel e Cyril Després, que vão pi-
[email protected] Dakar sul-americano tem futuro? O fu- imenso a potência e com isso a ‘força’ lotar os mais evoluídos MINI John Cooper
FOTOGRAFIA ASO/Dakar e Oficiais turo o dirá, mas, para já, está tudo a rolar para ultrapassar as muitas dunas que Works Buggy, pode significar mais ou
para mais uma edição muito competitiva, se anteveem existir no percurso. menos o mesmo que foi visto na edição
Está quase tudo a postos para a com a areia peruana a ‘prometer’ mui- Os buggies de duas rodas motrizes con- passada, com os Peugeot, mas a verda-
edição de 2019 do Dakar, a 11ª na tos estragos na caravana, já que a ASO tinuam a ter um peso mínimo de 1.400 de é que o buggy da X-Raid é ainda uma
América do Sul, e a primeira que ‘promete’ 70% de areia. kg e os 4×4 de 2.050 kg. O sistema de en- incógnita em termos de prestações. De
se realiza apenas num só país, o A FIA e a ASO não tiveram, mais uma vez, cher/vazar pneus dos buggies a partir modo a assegurar ter um piloto de ponta
Peru. Depois de Argentina, Chile vida fácil para finalizar o regulamento do cockpit passa a ser limitado para os nos 4X4, caso o terreno seja mais ade-
e Bolívia terem dado a mão ao técnico, que mantém as diferenças en- pilotos FIA, mas só na Taça do Mundo, já quado a esse tipo de carros, Nani Roma
Dakar na década anterior, desta feita tre 4×4 e os buggies, com a MINI e Toyota que a ASO, organizadora do Dakar, prefe- corre num dos MINI John Cooper Works
riu não fazer esta distinção na sua prova. Rally 4X4.
Sendo verdade que a saída da Peugeot a Quanto à Toyota, para além das mais evo-
nível oficial terminou com alguns proble- luídas Toyota Hilux, terá no seu plantel
mas no Dakar, há muitas incógnitas que Giniel de Villiers, Nasser Al Attiyah e o
podem fazer pender a balança para um holandês Bernhard Ten Brinke. As coisas
lado ou outro no ténue equilíbrio entre os prometem já que Attiyah afirma: “A nova
buggy e os 4X4, sendo este ano mais ou versão da Toyota Hilux é provavelmente
menos aceite que os buggy vão beneficiar o melhor carro de corrida que já pilotei”.
mais devido à tipologia que se espera do Depois de ter sido segundo no Dakar de
percurso, muita areia. 2017, Sébastien Loeb regressa com um

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33

SIDE BY SIDE (SSV) AS ETAPAS
PORTUGUÊS MANDÃO
06/01 PARTIDA EM LIMA (PERÚ)
3008 preparado pela PH Sport, sendo A mais recente categoria a competir Jordão, em Can-Am, e a dupla Ricardo 07/01 ETAPA 1: LIMA/PISCO
também um dos pilotos a ter em conta. no Dakar - fez a sua estreia em 2017 - Porém/Jorge Monteiro, igualmente 08/01 ETAPA 2: PISCO/SAN JUAN DE MARCONA
Quem está de regresso também é o sem- tem tido uma íntima ligação à língua em Can-Am. Em ambos os casos a 09/01 ETAPA 3: SAN JUAN DE MARCONA/AREQUIPA
pre espetacular Robby Gordon, que dei- de Camões. Isto porque as duas duplas preparação dos veículos estará a cargo 10/01 ETAPA 4: AREQUIPA/TACNA (ETAPA MARATONA)
xou o Hummer e vai alinhar no Peru que já venceram entre os SSV são da já bem conhecida South Racing. 11/01 ETAPA 5: TACNA/AREQUIPA (ETAPA MARATONA)
com uma versão modificada do UTV provenientes do Brasil. Falamos de Quanto à concorrência internacional o 12/01 DIA DE DESCANSO
Textron XX. Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, em já referido Reinaldo Varela parece ser 13/01 ETAPA 6: AREQUIPA/SAN JUAN DE MARCONA
Para além dos três buggy, a X-Raid terá 2018, e Leandro Torres/Lourival Roldan o maior candidato à vitória, mas para 14/01 ETAPA 7: SAN JUAN DE MARCONA/
ainda mais quarto Mini All4 Racing 4X4, no ano de estreia da categoria em além da armada lusa terá de enfrentar /SAN JUAN DE MARCONA
sendo que entre os privados existem causa. rivais inesperados. Falamos dos 15/01 ETAPA 8: SAN JUAN DE MARCONA/PISCO
mais alguns bons carros, como por A presença do idioma português será pilotos estreantes em SSV, que dão 16/01 ETAPA 9: PISCO/PISCO
exemplo a mais evoluída Ford Ford F-150 novamente uma realidade, pois dos 32 outro colorido à competição, e que 17/01 ETAPA 10: PISCO/LIMA
Raptor 4x4 de Martin Prokop. Vladimir concorrentes inscritos para este Dakar aparecem depois de passagens bem
Vasilyev, com a sua Toyota Hilux, é tam- de 2019, temos sete que têm ligações sucedidas por outras categorias. Um 18 PORTUGUESES
bém um piloto a ter em conta, mas di- a Portugal ou ao Brasil. Uma situação claro sinal da crescente importância
ficilmente a luta pela vitória ficará fora que abre boas perspectivas para que deste novo desafio dakariano. Quanto aos portugueses e depois de muitas
da esfera MINI, Toyota e provavelmen- continue a ser na nossa língua que se Falamos de Juan Silva que chega edições com grande presença nos autos,
te, Loeb. cante vitória no pódio final de Lima. proveniente dos autos, enquanto as coisas mudaram muito a esse nível, e
Nos Camiões, o domínio da escuderia Focando-nos no caso de Portugal, Pedro Gerard Farrés Guell e Francesco Lopez se no caso das motos o contingente luso
Kamaz continuou em 2018 com a terceira Mello Breyner volta a estar presente Contardo têm presenças e pódios no continua a ser muito forte, é nos Side by
vitória de Eduard Nikolaev, mas a verda- no Dakar aos comandos de um Yamaha, Dakar, mas aos comandos de motos. Side (SSV) que há cada vez mais equipas
de é que este esteve sempre sob grande depois da estreia em 2017, mas agora Já o russo Sergei Kariakin optou por lusas, muito fruto do excelente campeonato
pressão do Iveco de Federico Villagra, navegado pelo peruano Javier Uribe esta via em vez de defender o título que temos entre portas.
marca que nesta edição do Dakar vai Eduardo Godoy, elemento que poderá conquistado nos quads em 2018. O
contar novamente com Gerard de Rooy, fazer a diferença, pois o Dakar será mesmo sucede com o peruano Alexis A LISTA DE INSCRITOS LUSA
vencedor em 2012 e 2016, depois de um disputado na íntegra no Peru. Hernández, quinto entre os quads na DIVIDE-SE DESTA FORMA
ano a ver de fora. Este duelo deverá ser No campo das estreias teremos Miguel edição transacta. MOTOS: 2-Paulo Gonçalves (Honda);
arbitrado pelos checos Martin Macik, 27-Joaquim Rodrigues (Hero); 34-Mário
Ales Loprais e Martin Kolomy. De qual- Patrão (KTM); 52-David Megre (KTM);
quer das formas, a Kamaz é claramen- 54-Fausto Mota (Husqvarna); 62-Hugo
te a favorita, pois quem vence 15 vezes Lopes (KTM); 75-António Maio (Yamaha);
em 22 edições tem sempre uma palavra 110-Sebastian Buhler (KTM); 134-Miguel
muito forte a ‘dizer’. Caetano (KTM)
CARROS: 321-Filipe Palmeiro (Mini,
navegador de Boris Garafulic), 401-Pedro
Mello Breyner (Yamaha UTV); 422-Bruno
Afonso Martins/Rui Ferreira (Can-Am X3 UTV)
SSV: 372-Miguel Jordão/Lourival Roldan
(Can-Am Maverick); 378-Ricardo Porém/
Jorge Monteiro (Can-Am Maverick);
CAMIÕES: 516-Paulo Fiúza (MAN, navegador
de Alberto Herreno); 529-José Martins (DAF).

NA PRIMEIRA EDIÇÃO DE JANEIRO, QUE
VAI PARA AS BANCAS TRÊS DIAS ANTES
DO ARRANQUE DA PROVA, FAREMOS UMA
APRESENTAÇÃO DETALHADA DO EVENTO.

DAKAR/

34

CAÇA AO TRONO

Há um ano a KTM escreveu mais uma página de ouro na sua gloriosa história no Dakar. Assegurou Por decidir está ainda a participação de
a 17ª vitória consecutiva na grande aventura e pela primeira vez o construtor austríaco triunfou com Franco Caimi, que recupera da fratura da
perna direita no Rali de Marrocos.
um piloto local, no caso, Matthias Walkner. Com nova edição à porta, os concorrentes renovaram A Husqvarna , marca ‘prima’ da KTM, apa-
a sua esperança e partem em busca do tão desejado primeiro lugar. Honda, Yamaha, Husqvarna, rece neste Dakar com os mesmos pilotos
de 2018. Pablo Quintanilla, bicampeão do
Sherco e Hero estão prontas para o aliciante desafio mundo de cross country e ralis, e o nor-
te-americano Andrew Short. Quintanilla,
Alexandre Melo recentemente ter fraturado o escafóide muito proveitosas ou não tivesse sido que é um ‘maratonista’, é sempre um
[email protected] direito, situação que obrigou a uma ope- segundo em 2016. nome a ter em conta caso a fiabilidade
ração, na sequência de uma queda en- Já no campo da Honda a aposta é igual- da moto, algo que não sucedeu no último
Novoanoachegarecomelemais quanto treinava para a prova. mente forte com Paulo Gonçalves e Joan Dakar, seja uma realidade.
uma edição do Dakar, a 41ª da Apesar do grande grau de imprevisibilida- Barreda Bort a serem os eternos pontas Depois num plano mais secundário apa-
história, no bloco de partida. de que está sempre inerente a um Dakar, de lança aos comandos da CRF 450 Rally, recem marcas como a Sherco e a indiana
Desta vez em modo mais cur- é de crer que o homem a ser consagrado que parece estar mais fiável do que nun- Hero. A Sherco tem na sua ‘entourage’ a
to, menos etapas, e com a ino- em Lima seja provavelmente um destes ca. Porém recentes lesões e consequentes família Metge, mais concretamente os
vação do exercício organizado três pilotos. No caso de vitória de Walkner, intervenções cirúrgicas podem complicar primos Michael e Adrien. Com uma prova
pela Amaury Sport Organisation estar este igualará os feitos de Fabrizio Meoni, o desempenho destes dois pilotos. A eles imaculada estes são dois pilotos que po-
apenas radicado num país, no caso, o Peru. Cyril Despres e Marc Coma, que são até ao juntam-se ainda Kevin Benavides, segun- dem muito bem entrar no top 10 final. O
Um vasto pelotão partirá da capital pe- momento os únicos pilotos a terem con- do classificado em 2018, Ricky Brabec e mesmo sucede com o muito experiente
ruana, Lima, e tentará superar as muitas seguido vencer dois Dakar consecutivos José Ignacio Cornejo, sendo que estes dois Joan Pedrero Garcia. A estrear no conjun-
dificuldades e armadilhas ao longo de 10 com a KTM. terão a cargo a função de prestar apoio to azul, mas noutra latitude em termos de
duras etapas. Figuras que serão coadjuvadas por aos líderes. resultados, estará Lorenzo Santolino, pi-
Na cabeça desse pelotão está sem dúvida Luciano Benavides, primo do piloto da Passando para a Yamaha esta tem como loto com carreira feita no enduro e que de
a ‘instituição’ KTM, marca que tem domi- Honda, Kevin, Laia Sanz e o nosso Mário cabeça de cartaz Adrien Van Beveren, pi- há uns tempos para cá chegou às grandes
nado a corrida como quer nos últimos lar- Patrão, que pela segunda vez na sua car- loto que em 2018 lutou pela primeira posi- maratonas internacionais.
gos tempos. A insígnia laranja detém nas reira participa na grande maratona inte- ção até abandonar devido a queda. Xavier AHeroMotoSportstemjuntodesiJoaquim
suas fileiras os últimos três vencedores grado na estrutura oficial de Mattighofen. de Soultrait, nome sempre a ter em con- Rodrigues, uma das revelações da corrida
do evento: Matthias Walkner (2018), Sam Ainda dentro da KTM é necessário ter ta, e Rodney Faggotter completam o ali- de 2017, e ainda Oriol Mena, piloto que ao
Sunderland (2017) e Toby Price (2016). Este sempre atenção ao semi-oficial Stefan nhamento do triplo diapasão que terá na
último é dúvida de última hora, depois de Svitko, autor de provas discretas, mas equipa diretiva o lendário Jordi Arcarons. conquistar um belo sé-
timo lugar em 2018 ficou
com o sempre importante
título de melhor estreante
em competição.
Relativamente aos pi-
lotos privados, nomes
como Ivan Jakes (KTM),
Arman Monleón (KTM),
Diego Duplessis (Honda)
ou o boliviano Daniel
Nosiglia (Honda) estarão
à espreita para aproveitar
uma escorregadela entre
os pilotos oficiais e com
isso obterem um lugar
ao sol.

CASA PORTUGUESA >> autosport.pt

35

Depois da razia que vivemos em 2018, voltamos a ter uma gorda lista de pilotos portugueses no que toca aos inscritos
nas duas rodas. No total serão nove aventureiros, naquele que é um número que fica bem perto do recorde de presenças
na América do Sul: os 10 pilotos que estiveram presentes em 2017. Diferentes objetivos e diferentes histórias desportivas,
mas o espírito é sempre o mesmo: ir à aventura do maior evento de todo-o-terreno do mundo
Se há país com tradição no Dakar
no que diz respeito às motos é QUADS
sem dúvida Portugal. É verda- FAZER HISTÓRIA
de que a ‘A Portuguesa’ nunca
foi escutada no pódio final do
evento organizado pela Amaury

Sport Organisation, mas a marca do mo-

tociclismo luso é inegável com diversas

vitórias em etapas e lugares no pódio.

Em 2018 tivemos um interregno nessa

bonita história. Paulo Gonçalves e Mário

Patrão ficaram de fora nos ‘prelimi-

nares’, enquanto Joaquim Rodrigues

abandonou logo nos primeiros quiló-

metros da etapa inaugural na sequên-

cia de uma violen-

ta queda que quase Desde a mudança do Rali Dakar para

colocou um ponto a América do Sul, em 2009, que os

final na sua carrei- quads ganharam especial importância

ra. Restou o priva- no evento, tendo a partir de então

do Fausto Mota, que direito a uma classificação individual.

com toda a honra le- A juntar a isto a edição de 2018 terá

vou a bandeira lusa o ingrediente de ter no seu vencedor

até ao fim, mas com um estreante, pois nenhum dos

os meios que teve à seis vencedores anteriores estará à

sua disposição não partida.

tinha como objetivo Isto significa que os pilotos que até

primordial discutir aqui fizeram a história da categoria

os primeiros lugares. no Dakar, como os irmãos Patronelli,

Um ano depois vol- Marcos e Alejandro, e ainda Rafal

tamos a ter as duas Sonik ou Ignacio Casale, estão

faces da moeda. fora desta complicada equação. Se

Aqueles que vão aprofundarmos ainda mais a análise

para brilhar e os vemos que do top 10 em 2018 apenas

restantes que têm a quatro pilotos transitam para a lista

oportunidade de estar dentro da cor- penho individual, numa corrida onde vez no Dakar e desta vez chegar a Lima de inscritos de 2019.

rida e onde o principal objetivo é sim- em 2016 venceu a categoria Maratona. é o objetivo primordial. Há dois anos, na Por isso, mais do que nunca, será

plesmente terminar e levar de venci- Já Joaquim Rodrigues quer dar conti- estreia, ficou pelo caminho logo na fase importante resistir sem grandes

das todas as dificuldades do percurso. nuidade às boas indicações deixadas inicial devido a queda. contratempos às 10 tiradas que vão

Entre aqueles que pretendem lutar pe- em 2017, ano de estreia no evento. Em Já António Maio apresenta-se no Dakar colocar à prova os pilotos que têm

las posições cimeiras temos obriga- representação da indiana Hero, o pilo- tendonasuaposseodomíniodotodo-o- a função de domar estas potentes

toriamente de colocar no topo Paulo to português certamente que terá nos -terrenonacional,poisnosúltimosquatro máquinas de quatro rodas.

Gonçalves. Mais uma vez como piloto planos mais íntimos um top 10. Porém, anossagrou-secampeãonacionaldaes- Apesar da dificuldade em fazer

oficial da Honda Racing Corporation, a falta de ritmo, pouco competiu em pecialidade.Depoisdealgumastentativas, um prognóstico existem alguns

Gonçalves parte em busca do sonho 2018 devido às graves lesões contraí- Maio tem finalmente a oportunidade na nomes que, durante a corrida, terão

da vitória final. Os anos passam, mas a das no último Dakar, podem vir a con- sua carreira de estar presente na maior forçosamente de ser levados em

garra de sempre continua lá. Nem mes- dicionar o desempenho do experiente corrida de todo-o-terreno do mundo. conta. Falamos de pilotos como

mo os infortúnios à beira do Dakar pa- piloto de Barcelos. Em estreia estará também o jovem Nicolas Cavigliasso e Jeremías

recem fazer abanar o piloto luso. Antes Sebastian Bühler, figura a quem muitos González Ferioli, segundo e terceiro

quebrar do que torcer é a premissa pela OUTRO DAKAR preconizam um futuro brilhante nas lides em 2018, respetivamente, que na

qual se rege. Osrestantesseispilotosportuguesesem das grandes maratonas internacionais. teoria podem ser considerados como

Mário Patrão também pretende uma competição vão à aventura com outros Parajáésóparaaprendereirconhecendo os grandes favoritos à vitória.

posição de destaque neste Dakar, onde objetivosemmente.Realizarumacorrida os muitos segredos do evento. Contudo, nomes como Axel Dutrie,

estará inserido na estrutura oficial da semgrandesproblemaseconsequente- Menos conhecidos, mas não menos im- Nelson Sanabria e Gustavo Gallego

KTM. Porém, mais do que um bom re- mentechegaraofimseráagrandevitória portantes,ostambémestreantesMiguel querem também ter uma importante

sultado individual, o piloto de Seia sabe paraestesheróis.FaustoMotaquer,nesta Caetano e Hugo Lopes tentarão levar de palavra a dizer. Nota ainda para a

que tem como principal missão pres- suaquartaparticipaçãonoDakar,manter vencida a dureza das etapas, sendo que estreia do boliviano Juan Carlos

tar apoio aos líderes Sam Sunderland, a ‘regra’ de melhorar o seu desempenho no caso de Caetano tudo será feito sem Salvatierra, piloto que nos últimos

Toby Price e Matthias Walkner durante individual em cada aparição. O top 30 é equipa de assistência. Será o próprio o anos deu nas vistas, mas na categoria

a corrida. Só depois do colectivo é que agora o objetivo. responsável pela manutenção da sua moto, onde foi 10º em 2017.

terá como prioridade o seu desem- David Megre irá participar pela segunda moto no dia a dia.

GT/36

RACE READY E SRO
LANÇAM GT4
SOUTH
EUROPEAN

CHUVASERIES
DE ESTRELAS Osucessoquesetemvindoaverificar
tem muito a ver com o exotismo dos Apesar de ainda distarmos quatro me-
carros, que apela ao sonho e à emo- ses do arranque da competição, há
ção - já que os GT4 baseiam-se em cerca de uma dezena de processos de
intenções por parte de pilotos lusos,
carros exuberantes de marcas míti- sendo que com o decorrer do tempo
Num contexto em que a velocidade nacional passa por cas - e que têm uma boa relação cus- ir-se-ão ficar a conhecer os avanços
dificuldades, nasce uma nova competição de GT4, colocada to/performance. neste particular. Para já ninguém quer
de pé pela Race Ready, em parceria com o SRO Motorsport Neste contexto, nasce a GT4 South ainda assegurar a sua presença, mas
Group, denominada GT4 South European Series. Terá provas European Series, competição que con- as primeiras novidades não deverão
em Portugal, Espanha e França tará com cinco provas, duas delas em demorar.

Portugal, outras tantas em Espanha e FÓRMULA PARA O SUCESSO
José Luís Abreu uma em França. Algarve e Estoril se-
[email protected] rão os circuitos portugueses visita- A competição irá seguir a fórmula vali-
dada pelas suas congéneres europeias,
dos, Jarama e Barcelona em Espanha, francesa e alemã, pelo que irá contar no
seu programa com duas corridas de 50
e Nogaro em França, sendo que os GT4 minutos por fim de semana, podendo
os carros ser dividido por dois pilotos.
marcarão presença também em Vila As duplas admitidas serão Pro-Am,
ambos os classificados como Bronze.
Aquestão já andava no ar há Real, onde se irá recuperar o presti- A promoção dos eventos levados a cabo
muito, mas agora tornou-se pela Race Ready e seu parceiro, SRO
realidade. Num contexto em do a crescer, como é o caso da GT4 giado nome Taça Circuito Internacional Motorsport Group, será alvo de grande
que os TCR em Portugal tar- European Series ou o Championnat de Vila Real. atenção, estando previstas transmis-
dam a dar o salto qualitativo de France FFSA GT/GT4. A capital transmontana irá sediar um sões em direto dos eventos, existindo
evento extra campeonato. neste momento negociações em curso.
A Race Ready será responsável pela or-
que já têm um pouco por todo C/ C A L E N D Á R I O ganização dos eventos próprios, co-orga-
Mundo, abre-se agora um novo cami- nizando com o SRO Motorsport Group o
nho com a GT4 South European Series, evento de Nogaro, que abre a temporada a
20 a 22 de abril. O SRO Motorsport Group
uma competição que nasce duma par- será responsável por toda a parte téc-
nica da competição.
ceria entre a portuguesa Race Ready, DATA CIRCUITO CORRIDA
de Diogo Ferrão, com o SRO Motorsport CORRIDAS 1/2
19/22 DE ABRIL NOGARO/COUPES DE PÂQUES GT4 FRANCE
Group, de Stéphane Ratel.
15 E 16 DE JUNHO JARAMA (JARAMA CLASSIC) CORRIDAS 3/4

O espaço que fica entre os TCR e os GT3 30 DE AGOSTO A 1 DE SET. BARCELONA (24 HORAS DE BARCELONA) CORRIDAS 5/6
há muito que é ocupado por compe- CORRIDAS 7/8
tições com a regulamentação GT4 do 25 A 27 DE OUTUBRO ALGARVE (ELMS) CORRIDAS 9/10
SRO Motorsport Group, que têm vin- EXTRA-COMPETIÇÃO
23 A 24 DE NOVEMBRO ESTORIL (ESTORIL RACING FESTIVAL)

5 A 7 DE JULHO VILA REAL (TAÇA CIRCUITO INTERNACIONAL DE VILA REAL*)

* NOME SUJEITO A APROVAÇÃO

OS CARROS OS CARROS OS CARROS OS CARROS >> autosport.pt

ALPINEA110 GT4 ASTON MARTIN VANTAGE 37

AUDI R8 LMSGT4 BMWM4 GT4 DIOGO FERRÃO “NECESSIDADE
ESTAVA IDENTIFICADA”
CHEVROLETCAMARO GT4.R EKRISM4 GT4
Diogo Ferrão, CEO da Race Ready, está
FORD MUSTANG GT4 GINETTA G55 GT4 KTM X-BOW GT4 logicamente entusiasmado e confiante para a
primeira temporada das GT4 South European
Series: “A realização deste campeonato vem
ao encontro de uma necessidade que estava
identificada há alguns anos. Um campeonato
profissional com um forte retorno económico
para os patrocinadores. Para tal, tínhamos de
conseguir ter um produto que fosse apetecível
para as televisões e só a combinação de uma
competição internacional, onde o público
poderá torcer pelos pilotos dos seus países
e carros de sonho que qualquer um gostaria
de ver a ser conduzidos no limite, tornam um
espetáculo televisivo atrativo”.

STÉPHANE RATEL
“EXPANSÃO IBÉRICA É MAIS
UM IMPORTANTE PASSO”

O SRO Motorsport Group, empresa que é líder
mundial na organização de campeonatos de
GT, é um aliado muito forte para a Race Ready,
pois traz consigo o seu know-how técnico e
organizativo, garantindo logo à partida que
as GT4 South European Series estão bastante
bem suportadas a esse nível. E Stéphane
Ratel, CEO do SRO Motorsport Group, mostra-
se confiante: “Estou encantado com a parceira
entre a SRO Motorsport Group e a Race Ready
para organizar as GT4 South European Series
em 2019. O conceito GT4 goza de um sucesso
tremendo e a sua expansão para os mercados
português e espanhol é mais um importante
passo no seu desenvolvimento. Acredito
que temos na Race Ready o parceiro ideal
para este projeto, uma vez que compreende
a região e tem a capacidade para realizar
eventos de primeiríssima classe. Estou
ansioso pelo lançamento da competição em
Nogaro e pela consequente expansão na
Península Ibérica em 2019 e anos seguintes”.

MASERATI GRANTURISMOMCGT4 MCLAREN 570S GT4 MERCEDES-AMG GT4 NISSAN370Z RJN

PORSCHE CAYMAN GT4CS MR PORSCHECAYMANPRO 4 PORSCHE997CUP GT4 SIN R1 GT4

N/38
NOTÍCIAS Atemporada de corridas terminou
em Abu Dhabi com as habituais nos correu de feição desde a quali-
MIGUEL RAMOS 12 Horas do Golfo, um evento em ficação, onde conseguimos a pole, e
VENCEU AS 12HORAS que marca sempre presença a durante a corrida, na qual estivemos
nata dos GT3. Do ponto de vista luso, muito bem. O nosso entrosamento foi
DEABU DHABI se as coisas não correram da melhor fantástico e a Lazarus entregou-nos
forma a Álvaro Parente, depois de ter um Lamborghini muito competitivo.
Miguel Ramos terminou a época em beleza ao vencer as 12 liderado grande parte da segunda me- Estamos todos de parabéns e este foi
Horas de Abu Dhabi na classe Pro-Am. Álvaro Parente estreou tade das 12 Horas de Abu Dhabi, na o ponto final nas corridas este ano,
o novo McLaren 720S GT3 e liderou até perto do fim, quando estreia competitiva do novo McLaren uma época desgastante e longa, na
720S GT3, já para Miguel Ramos foi qual estivemos na luta pela Pro-AM
uma falha mecânica colocou um ponto final na história... tudo bem diferente, já que fez a pole no GT Open até final. Uma vitória a
position e venceu a corrida, na sua acabar a temporada sabe muito bem
José Luís Abreu classe a Pro-Am. e agora vamos começar a preparar já
[email protected] Foi a melhor forma de terminar a época o próximo ano”, disse.
de 2018 para Miguel Ramos nos GT. A Quanto a Álvaro Parente, a vitória não
LEIA E ACOMPANHE TODAS prova de 12 horas disputada no Yas era o mais importante, mas ficaria
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT Marina Circuit, em Abu Dhabi, foi o cul-
minar da boa temporada desportiva de
Miguel Ramos, que incluiu a presença
na Blancpain Endurance Series e no
GT Open, em que foi vice-campeão.
Ao volante do Lamborghini Huracan
GT3 #27 da Lazarus Racing, partilhado
com Fabio Onidi e Nicola De Marco, o
trio teve um comportamento exem-
plar: “Foi uma prova excelente. Tudo

CALENDÁRIOS 2019 CALENDÁRIOS 2019

CALENDÁRIO DO CPTT CALENDÁRIO TCR IBÉRICO CPM GRANDE
CPR REAJUSTADO SEM QUAISQUER DE REGRESSO NOVIDADE É
NOVIDADES A RAMPA DA
A FPAK divulgou o calendário do Não é novidade para ninguém que o ARRÁBIDA
Campeonato de Portugal de Ralis, Foi conhecido o calendário de 2019 principal campeonato de velocidade em
competição que tem algumas pequenas do Campeonato de Portugal de Todo- Portugal precisa de oxigénio, e tal como Já é conhecido o calendário do Campeonato
diferenças face a 2018. Ainda que as o-Terreno, que irá ter as mesmas seis se preconizava, a resposta é o regresso do de Portugal de Montanha 2019 e a grande
provas sejam as mesmas, o Rali Amarante provas de 2018, e pela mesma ordem, TCR Ibérico. Apesar do aparecimento dos novidade é o regresso da Rampa da
Baião passa a denominar-se Rali Terras sendo que o arranque está previsto para GT4, com uma competição a ‘sul da Europa’, Arrábida ao campeonato, realizando-se em
D’Aboboreira. Em termos de datas o o fim de semana de 23 e 24 março, com a FPAK, juntamente com a sua congénere substituição da Rampa Senhora da Graça,
arranque dá-se uma semana mais tarde a Baja TT do Pinhal, uma semana mais espanhola, colocou de pé o TCR Ibérico, com que sai do calendário.
face a 2018, a 22 e 23 de fevereiro, sendo tarde que em 2018, e termina no exato quatro provas, duas em Espanha, outras
que há uma troca notória. O Rali Vidreiro mesmo fim de semana de outubro, ainda tantas em Portugal. Eis o calendário.
muda de data, e passa a ser a penúltima e sempre com a Baja de Portalegre 500.
prova, colmatando o longo hiato que houve CALENDÁRIO TCR CALENDÁRIO CPM
em 2018 entre o Rali Amarante/Baião e o
Algarve, quase dois meses. Mantêm-se as DATA PROVA DATA PROVA
quatro primeiras provas em piso de terra e
as cinco seguintes em asfalto. CALENDÁRIO CPTT 23 E 24 MARÇO BARCELONA 6 E 7 ABRIL RAMPA DA PENHA

DATA PROVA 6 E 7 JULHO VILA REAL 10 E 12 MAIO 40ª RAMPA DA FALPERRA

23 E 24 MARÇO BAJA TT DO PINHAL 7 E 8 SETEMBRO NAVARRA 25 E 26 MAIO RAMPA SERRA DA ESTRELA

12 A 14 ABRI BAJA DE LOULÉ 26 E 27 OUTUBRO PORTIMÃO 15 E 16 JUNHO 5ª RAMPA SANTA MARTA

24 A 26 MAIO BAJA TT CAPITAL VINHOS PORTUGAL 13 E 14 JULHO RAMPA DO CARAMULO

CALENDÁRIO CPR 15 E 16 JUNHO BAJA TT GONDOMAR ROTA FILIGRANA 27 E 28 JULHO RAMPA PORCA DE MURÇA

DATA PROVA 21 E 22 SETEMBRO BAJA TT IDANHA-A-NOVA 7 E 8 SETEMBRO RAMPA DA ARRÁBIDA

22 E 23 FEVEREIRO RALLYE SERRAS DE FAFE 24 A 26 OUTUBRO BAJA DE PORTALEGRE 500 28 E 29 SETEMBRO RAMPA DE BOTICAS

21 A 23 MARÇO AZORES AIRLINES RALLYE

4 E 5 MAIO RALI DE MORTÁGUA

30 MAIO A 2 JUNHO RALLY DE PORTUGAL

22 E 23 JUNHO RALI DE CASTELO BRANCO

1 A 3 DE AGOSTO RALI VINHO DA MADEIRA

6 E 7 DE SETEMBRO RALI TERRAS D’ABOBOREIRA
4 E 5 OUTUBRO RALLYE VIDREIRO CENTRO PORTUGAL
1 E 2 DE NOVEMBRO
RALLYE CASINOS DO ALGARVE

>> autosport.pt

39

é um carro com um grande potencial e
penso que terá um futuro brilhante. É
preciso trabalhar ainda em algumas
áreas, mas tem as características neces-
sárias para ser um vencedor”, sublinhou.

sempre bem no currículo de um novo Parente e os seus colegas de equipa mos um carro completamente novo. VITÓRIA FERRARI
carro o triunfo na corrida de estreia. rodaram sempre entre as posições Rodávamos confortáveis na frente e o
Não esteve longe de acontecer, mas um do pódio, chegando a meio da prova triunfo parecia uma forte possibilida- A corrida foi ganha pelo trio Alessandro
problema num amortecedor, quando na segunda posição. de, mas com o problema que tivemos Pier Guidi, Davide Rigon e Michael
a equipa liderava a corrida já na sua Na segunda parte, os homens do perdemos muito tempo nas boxes. Foi Broniszewski, com o Ferrari 488 GT3
fase final, levou a que Álvaro Parente McLaren estavam determinados em uma pena, dado que a equipa, pilotos e o da Kessel Racing, naquela que é a
terminasse em oitavo. vencer, passaram para a liderança logo McLaren 720S mereciam a vitória”, disse quarta vitória consecutiva da equipa
O piloto luso, que teve a companhia de nos primeiros minutos e construiram o piloto da McLaren Costumer Racing. nas 12 Horas de Abu Dhabi. Os ho-
Shane van Gisbergen e Ben Barnicoat, uma boa vantagem para os seus per- Apesar do desapontamento final, Álvaro mens da Kessel terminaram com 27
debutou o novo McLaren 720S GT3, seguidores, mas a uma hora do fim um Parente mostrou-se entusiasmado com segundos de avanço sobre o Audi pi-
carro que demonstrou potencial. problema com um amortecedor acabou o seu regresso à McLaren e impressio- lotado por Christopher Haase, Markus
Foram quartos na qualificação. Na por implicar uma passagem nas boxes, nado com o potencial do novo carro de Winkelhock e Dimitri Parhofer, da Car
corrida, o novo carro de Woking foi que custou mais de quatro voltas e a Woking: “Foi bom regressar! Encontrei Collection, com Giorgio Roda, Clemens
um dos protagonistas, tendo liderado descida para o oitavo lugar: “Estava tudo pessoas com quem já trabalhei e foi um Schmid e Sean Walkinshaw, no Audi R8
grande parte da segunda metade da a correr bem, estávamos a exceder as reencontro muito positivo, que rapida- LMS da Attempto Racing, a terminarem
prova. expetativas, tendo em conta que tínha- mente me fez sentir em casa. O 720S GT3 no lugar mais baixo do pódio.
Para além de Ramos, marcou ainda
presença em Abu Dhabi, Rui Águas,
que aos comandos do Ferrari 488 GT3
da Spirit of Race abandonou devido a
acidente de um dos amadores colegas
de equipa.

CALENDÁRIOS 2019 CALENDÁRIOS 2019

PEUGEOT RALLY CAMPEONATO
CUP IBÉRICA DE PORTUGAL
REVOLUÇÃO DE KARTING
NO CALENDÁRIO
O Campeonato de Portugal de Karting
A Peugeot Rally Cup Ibérica revolucionou o mantém as mesmas cinco provas, com
calendário, que no entanto mantém as duas algumas alterações face a 2018. A
provas mundialistas, o Rali de Portugal e competição inicia-se mais cedo, em março,
Catalunha. De fora ficam, comparativamente a e termina também mais cedo, a meio de
2018, o Rali de Castelo Branco , o Rallye de Ferrol, setembro, 15 dias antes da data em que
o Rallye Princesa das Astúrias e o Rali Casinos terminou este ano de 2018. O Open Portugal
do Algarve, entrando o Rallye Serras de Fafe, Karting será no Bombarral a 23 e 24 de
que abre a competição, o Rallye Sierra Morena, fevereiro, e a Taça de Portugal será desta
o Rali Terras D’ Aboboreira, e o Rally Comunidad feita no AIA, a 3 e 4 de novembro.
Madrid, que passa a encerrar o troféu. Quanto
às provas portugueses, mantém-se somente CALENDÁRIO CPK
o Rali de Portugal. Ao invés de Portugal fechar
a competição passa a abrir. Mantêm-se três DATA PROVA
provas em Portugal e outras tantas em Espanha.
23 E 24 FEVEREIRO OPEN PORTUGAL KARTING/BOMBARRAL

9 E 10 MARÇO CIRCUITO DO BOMBARRAL

13 E 14 ABRIL CIRCUITO DE FÁTIMA

11 E 12 MAIO CIRCUITO DE LEIRIA

13 E 14 JULHO CIRCUITO DE VIANA DO CASTELO

CALENDÁRIO 14 E 15 SETEMBRO CIRCUITO DE BALTAR

02 E 03 NOVEMBRO TAÇA PORTUGAL KARTING – PALMELA

DATA PROVA

22 A 24 FEVEREIRO RALLYE SERRAS DE FAFE

12 A 14 ABRIL RALLYE SIERRA MORENA

30 MAIO A 2 JUNHO RALLY DE PORTUGAL

7 E 8 SETEMBRO RALI TERRAS D’ ABOBOREIRA

24 E 27 OUTUBRO RALLYE RACC –CATALUNHA

23 E 24 NOVEMBRO RALLY COMUNIDAD MADRID

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TRIUMPH Pedro Rocha dos Santos subiu 500 rpm e o redline está agora
[email protected] nas 7.500 rpm. O binário mantém-se
» STREET TWIN 2019 MODELO nos 80 Nm desde baixa rotação, às
A Street Twin beneficia tam- 3.500 rpm, o que confere uma agradá-
UMA CLÁSSICA CONTEMPORÂNEA bém de todos os melhora- vel sensação de potência e de subida
mentos que foram intro- rápida de regime ao rodarmos o punho
Depois do ensaio realizado à nova Triumph Street Scrambler duzidos na mecânica e na e que é acompanhada pela caracterís-
e com a excelente impressão que a mesma nos causou, a ciclística para 2019. O seu tica sonorização das duas ponteiras
Street Twin tinha à partida uma referência de peso tirada motor bicilíndrico vê a sua de escape da Triumph Street Twin. No
pela sua irmã mais “aventureira urbana“. A Triumph Street potência aumentada em 10 cv e atinge motor, para desenvolver mais potência
Twin é uma moto compacta, mais baixa e de guiador mais agora os 65 cv de potência máxima, e rotação, foi montada uma cambota
estreito, com uma posição de condução mais direita mas ou seja, mais 18% que o seu anterior mais leve e uma nova árvore de ca-
mais pendurada sobre a frente que a Scrambler modelo. Também o limite de rotação mes. A embraiagem é agora também

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mais leve no seu acionamento, facto a adoção de uma pinça Brembo de
que favorece o conforto, sobretudo no quatro pistons no travão de disco dian-
pára-arranca em cidade. teiro, tornando a travagem muito mais
Também a sua ciclística sofreu evo- efetiva e o tato na manete muito mais
lução, com a suspensão dianteira a sensível. A pinça Nissin flutuante atrás
montar uma nova cartridge (cartucho) mantém-se mas a travagem é agora,
interior que torna a moto mais confor- e em qualquer circunstância, muito
tável, realidade que é complementada mais efetiva e segura. A Twin inclui
por um assento com mais volume no ainda sistema ABS às duas rodas e
seu interior, a tornar possível fazer Controle de Tração, ambos passíveis
tiradas de mais quilómetros com maior de serem desligados.
conforto. Do ponto de vista tecnológico a
Outro melhoramento importante foi Triumph Street Twin mantém o ace-

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lerador “Ride by Wire” mas agora durante todo o dia. O estilo da moto é contribuiu para um maior conforto gostámos mais do comportamento
acrescenta dois modos de motor, Road decididamente clássico contempo- geral da moto. da Street Scrambler e do grip em mo-
e Rain, muito úteis para quem não se râneo e beneficia de melhoramentos Os acabamentos em preto dos elemen- lhado demonstrado pelos pneus de
inibe de utilizar a moto como meio estéticos e técnicos numa perfeita tos do motor conferem um aspeto mais piso misto da Metzeler que monta de
privilegiado de mobilidade em dias combinação de uma imagem vintage desportivo à Street Twin. As ponteiras origem. Sendo uma moto clássica e o
de inverno, de frio e chuva. com tecnologia atual. As jantes de de escape em aço escovado e coloca- modelo de base da Triumph nesse seg-
A Triumph Street Twin inclui porme- alumínio com pormenores maqui- das numa posição elevada dão também mento, é uma das motos obviamente
nores que denotam a sua exclusividade nados são de belo efeito e todos os um toque de moto desportiva clássica. mais cobiçadas por todos os prepa-
como seja o Sistema de Monitoramento acabamentos evidenciam detalhes de O depósito de combustível tem um radores para serem personalizadas.
da Pressão dos Pneus ( TPMS ) - em- requinte e de exclusividade. desenho simples e clássico em gota e Reconhecendo todo esse potencial
bora seja um opcional - e os punhos A rodar, a Street Twin tem um com- tem a capacidade de 12 litros, tal como a Triumph disponibiliza um catálogo
aquecidos, os quais trazem pré ins- portamento neutro, demonstrando o da Scrambler. A Street Twin monta de mais de 140 peças em opção para
talação. Nos modelos testados, com agilidade e facilidade na sua condução. rodas de 18 polegadas à frente e de 17 se poder personalizar a gosto a sua
matrícula inglesa, estava montado A suspensão evoluiu no seu desempe- atrás, com pneus Pirelli Phantom que Street Twin. Para além de um sem
o sistema, realidade que muito nos nho graças ao melhoramento do seu mostraram não estar muito à vonta- fim de complementos da marca que
agradou devido ao frio que se sentiu interior e a um curso de 120 mm que de em piso molhado. Nesse aspeto podem ser adquiridos separadamen-

A TRIUMPH STREET TWIN VAI ESTAR DISPONÍVEL A PARTIR DO ANO QUE VEM NAS CORES:

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te, a Triumph propõe também dois piscas de LED. E o CAFÉ Custom Kit FT/ F I C H A T É C N I C A
kits especiais: O URBAN Ride Kit, que propõe um estilo mais urbano e
que inclui assento em tom castanho, moderno de uma Café Racer e inclui 900 CC
placa de cárter preta, kit para remo- amortecedor traseiro da FOX, pon-
ção do guarda-lamas, tampa do óleo teiras de escape da Vance and Hines, CILINDRADA
maquinada e com acabamento preto, kit de supressão do guarda-lamas
tampas pretas dos coletores, mala traseiro, pisca de LED, tampa do óleo 65 CV
lateral em lona encerada em preto e e tampas dos coletores em preto.
POTÊNCIA
CONCORRÊNCIA
12 L
MOTO GUZZI V9 ROAMER - 850CC
DEPÓSITO
55 CV
198 KG
POTÊNCIA
PESO
199 KG
9 200€
PESO
PREÇO BASE
9 990€
ESPECIFICAÇÕES TRIUMPH STREET TWIN TIPO DE
PREÇO BASE MOTOR ARREFECIMENTO LÍQUIDO, 8 VÁLVULAS, SOHC,
ÂNGULO DE 270° CAPACIDADE 900CC DIÂMETRO/
CURSO 84,6 X 80 MM TAXA DE COMPRESSÃO 11:1
POTÊNCIA MÁX. 65 CV ÀS 7.500 RPM BINÁRIO MÁX.
80 NM ÀS 3.800 RPM SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
INJEÇÃO ELETRÓNICA DE COMBUSTÍVEL SEQUENCIAL
MULTIPONTOS ESCAPAMENTO SISTEMA DE
ESCAPE 2 EM 2 COM SILENCIADORES ACBAMENTO
ESCOVADO TRANSMISSÃO FINAL CORRENTE O RING
EMBRAIAGEM EMBRAIAGEM AUXILIAR HÚMIDA,
MULTIDISCOS, ACIONADA POR CABO CAIXA VEL.
5 VEL. QUADRO BERÇO DE AÇO TUBULAR BRAÇO
OSCILANTE BILATERAL, AÇO TUBULAR RODA
DIANTEIRA LIGA DE ALUMÍNIO FUNDIDO, VÁRIOS
RAIOS, 18 X 2,75” RODA TRASEIRA LIGA DE ALUMÍNIO
FUNDIDO, VÁRIOS RAIOS, 17 X 4,25” PNEU DIANTEIRO
100/90-18 PNEU TRASEIRO 150/70 R17 SUSPENSÃO
DIANTEIRA TELESCÓPICA COM CARTUCHO KYB
41MM, CURSO DE 120MM SUSPENSÃO TRASEIRA
AMORTECEDORES DUPLOS KYB COM PRÉ-CARGA
AJUSTÁVEL, CURSO DE 120MM TRAVÃO DIANTEIRO
DISCO ÚNICO 310MM, PINÇA FIXA DE 4 PISTÕES
BREMBO, ABS TRAVÃO TRASEIRO DISCO ÚNICO
255MM, PINÇA FLUTUANTE DE 2 PISTÕES NISSIN,
ABS COMPRIMENTO 2.090 MM LARGURA
(GUIADOR) 785 MM ALTURA S/ ESPELHOS 1.114
MM ALTURA DO ASSENTO 760 MM DISTÂNCIA
ENTRE EIXOS 1.415 MM RAKE 25,1 º TRILHA 102,4
MM INSTRUMENTOS CONJUNTO DE INSTRUMENTOS
MULTIFUNCIONAIS DE LCD COM VELOCÍMETRO
ANALÓGICO, ODÔMETRO, INDICADOR DE VELOCIDADE,
INDICADOR DO COMBUSTÍVEL, INDICADOR DE
DISTÂNCIA ATÉ ACABAR O COMBUSTÍVEL, INDICADOR
DE SERVIÇO, RELÓGIO, KMS PARCIAIS, EXIBIÇÃO
DE CONSUMO DE COMBUSTÍVEL ATUAL E MÉDIO,
EXIBIÇÃO DO STATUS DO CONTROLE DE TRAÇÃO, E
TPMS E PUNHOS AQUECIDOS, CONTROLADAS POR UM
BOTÃO MONTADO NO POUNHO ESQUERDO CONSUMO
DE COMBUSTÍVEL 3,9/100KM (72,4 MPG)
EMISSÕES DE CO2 89,0 G/KM

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GARY siderado como uma das mais jovens pro- nos lugares pontuáveis. Parecia que a sua
BRABHAM messas australianas e selecionado para carreira estava condenada ao fim ou ao
ir para a Europa. regresso à Austrália, até que o seu pai de-
COISAS O problema que se seguiu foi a escassez cidiu intervir e, reconhecendo o talento e
DA VIDA… de apoios ao jovem piloto. O melhor que entusiasmo do jovem, criouuma peque-
conseguiu foi um lugar na Formula Ford na equipa em redor dele, a Jack Brabham
Infelizmente, no mundo automobilístico também se encontram 2000 Inglesa pela Neil Trundle Racing, ao Racing, para disputar algumas provas no
alguns maus exemplos para a sociedade, homens que, durante volante de um Reynard SF83 mas, sub- Campeonato de F3 Inglesa em 1986 ao
financiado, nunca conseguiu expressar volante de um Ralt RT30-VW. Apesar de
ou após a sua carreira, infringem a lei pelas mais variadas todo o seu talento e terminou o campeo- só competir em metade das provas, Gary
razões. Gary Brabham é um desses exemplos mas, ainda assim, nato em 11º, tendo como melhor resulta- deixou bem claro que tinha muita mar-
do um quinto posto. Ainda assim, deu gem de progressão e conseguiu andar re-
não deixará de ser falado pelos seus méritos desportivos para aprender, e em 1984 manteve-se gularmente nos pontos, chegando mes-
no mesmo campeonato, desta vez com a mo a ser segundo em Silverstone, o que
Guilherme Ribeiro campeonato CART como na Endurance, Penistone Racing ao lado de Julian Bailey, lhe permitiu terminar o campeonato em
[email protected] aonde protagonizou as suas mais belas com um Reynard SF84. Mesmo se a equi- quinto, com 22 pontos, num campeonato
performances. No entanto, bem ciente pa era melhor, o apoio da BP dado a Bailey completamente dominado pela luta entre
Sir Jack Brabham foi um dos me- dos perigos, a primeira mulher de Jack, significava que Brabham era o segundo Andy Wallace e Maurizio Sandro Sala, o
lhores pilotos de sempre a pas- Betty Brabham, fez de tudo para que os piloto e que, além de ordens de equipa, que valeu a Gary o Cellnet Motor Racing
sar pela Fórmula 1, tendo dei- dois rapazes mais novos não seguissem o não habitualmente herdava as peças do Award para a melhor promessa inglesa e
xado um legado vastíssimo. mesmo caminho. Porém, tanto Gary como carro do inglês quando este tinha pro- da toda a Commonwwealth.
Para começar, foi Campeão David tornaram-se pilotos profissionais blemas ou batia. Na realidade, Gary até
Mundial em 1959 (pela pri- e conseguiram chegar à F1. No caso de andou melhor que o inglês no início da ANDANÇAS PELAS
meira vez, um carro com motor traseiro David, este tornou-se num dos melhores época, mas depois teve de se conformar
vencia o Mundial), 1960 e 1966. Em 1962 pilotos de Endurance dos últimos 30 anos. e, ainda assim, terminou num excelente FÓRMULAS DE PROMOÇÃO
fundou a sua própria equipa, e foi com Na verdade, a mãe de Gary por pouco não sexto lugar no campeonato. No entanto,
ela que venceu o título em 1966, sen- foi bem-sucedida. Nascido em Wimbledon para ganhar o máximo de experiência Definitivamente, a carreira do jovem
do até agora o único piloto a vencer um a 29 de março de 1961, meses após o bi- possível, Gary alinhou pela primeira vez Brabham estava bem encaminhada, e
Campeonato Mundial com a sua forma- campeonato do seu pai, Gary Brabham era no final de 1983 no popular campeona- Jack assegurou o patrocínio da Panasonic
ção. Nesse ano, também ganhou o Mundial um jovem sossegado e, quando a família to de protótipos, alguns deles semi-ar- para o campeonato de 1987, assim como
de Construtores. “Black Jack” vendeu a regressou à Austrália, preferia de longe os tesanais Thundersports, partilhando o um novíssimo Ralt RT31-VW. Gary che-
equipa após a sua retirada em 1970, vin- trabalhos da quinta em Wagga Wagga do carro em algumas provas ocasionais em gou novamente ao pódio logo na segunda
do a ser adquirida por um tal de Bernie que a competição, a tal ponto que, durante 1984 com Tim Lee-Davey, vencendo em ronda do campeonato, em Brands Hatch,
Ecclestone em 1972, para ser novamen- a adolescência, nunca se interessou pelo Snetterton. Pilotou também um Porsche vencendo de seguida em Silverstone e
te vendida em 1988, acabando por entrar cenário local. Porém, talvez por influência 911 numa prova do Campeonato Britânico Donington, terminando várias vezes nos
numa fase decadente que culminaria com do sucesso crescente do “mano” mais ve- de Ralicross e foi quarto na BBC FF2000 pontos pelo meio. Infelizmente, o budget
a sua extinção em meados de 1992. No lho, em 1982, contava então 21 anos, Gary Grandstand Series. acabou a quatro rondas do fim, quando
entanto, o legado seria transmitido pe- decidiu estrear-se no ultracompetitivo Com estes resultados, Gary esperava o piloto estava a apenas dois pontos do
los seus três filhos, Geoff, Gary e David, cenário da Fórmula Ford Australiana. E, dar um salto mais significativo, mas tal futuro campeão Johnny Herbert. Pelo
já que todos enveredaram por carreiras logo na sua primeira prova, pilotando um não aconteceu. Um pré-contrato assi- meio, disputou ainda uma prova do BTCC
mais ou menos bem-sucedidas no des- carrocomnoveanosdeidade, foiterceiro nado para 1985 ficou sem efeito durante e estreou-se no WTCC nos 1000 Km de
porto automóvel. em Calder Park! Este resultado chamou o inverno, e Gary regressou da Austrália Bathurst, ao volante de um BMW M3 da
de imediato as atenções dos especialis- no desemprego, chegando a correr em CiBiEmme. Gary estava a andar bem e
QUANDO UM JOVEM tas, que ficaram encantados com o jovem provas locais de camiões e regressando rodava em quinto quando o outro piloto,
estreante quando este bateu o recorde ao campeonato Thundersports, corren- Juan Manuel Fangio II, perdeu o controlo
DESCOBRE A COMPETIÇÃO de pista da disciplina em Sandown Park, do com um Shrike P15 ao lado de Divina no meio da chuva cada vez mais intensa
conseguindo andar ocasionalmente nos Galica, uma das poucas senhoras a pilotar e bateu. Regressando atrasados, Gary
Depois de a família Brabham regressar pontos e extrair performances impos- um F1, conseguindo andar regularmente teve ainda tempo de lutar com a lenda
à Austrália, não tardou a que um adoles- síveis para o seu carro completamente dos turismos australianos, Peter Brock,
cente, Geoff, decidisse seguir as pisadas datado! Foi, na verdade, uma ascensão terminando no 16º lugar. E ainda venceu
do pai, iniciando-se na competição no fi- meteórica pois, no final da época, foi con-
nal da adolescência para conseguir uma
bem-sucedida carreira nos EUA, tanto no

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uma ronda do Campeonato Australiano UMA (MUITO) BREVE endurance e tornou-se piloto de testes posição, um Penske PC22-Ilmor. Depois
de Formula Atlantic. e de reserva da Nissan no campeonato de uma qualificação má, Gary Brabham
Finalmente, em 1988, surgiu uma oportu- PASSAGEM PELA FÓRMULA 1 IMSA. Deste modo, foi convidado para as já estava nos pontos quando, na sétima
nidade de correr numa equipa competiti- 12h de Sebring, correndo ao lado de Derek volta, a transmissão quebrou. Sem conse-
va, a Bowman Racing. Ao volante de um Em 1989, Gary Brabham desempenhou Daly e do seu irmão Geoff Brabham. A guir concretizar nenhum projeto a tempo
Ralt RT32-VW, Gary Brabham entrou numerosas funções como piloto de tes- tripla dominou a prova, partindo da pole inteiro, Gary anunciou a retirada do des-
para a nova época de F3 Inglesa na luta tes. Nos turismos, participou no desenvol- para conseguir uma vitória brilhante, na porto automóvel.
pelo título, mas uma primeira metade vimento da barra estabilizadora do Ford frente dos seus colegas de equipa. Ainda
da época menos conseguida permitiu a Sierra de Grupo A, colaborou no desen- correu em Miami, sem resultados de relvo, CRIME E CASTIGO
JJ Lehto ganhar um avanço significati- volvimento dos pneus Avon de F3000, e depois fechou a época nos 1000 Km de Depois de decidir pôr fim à sua carreira
vo. No entanto, quando “engatou”, Gary testou para o projeto Porsche no campeo- Bathurst com um Ford Sierra da equipa no desporto automóvel, Gary Brabham
esteve simplesmente irresistível, ven- nato CART e para a Footwork na F3000 e, de Alan Moffat, mas abandonou. Em 1992 estabeleceu-se em Queensland, criando
cendo em Oulton Park, Brands Hatch, mais importante que isso, para a Brabham foi, de novo, piloto de testes e de reserva uma escola de pilotagem avançada e pro-
Thruxton e Silverstone para assegurar e Leyton House na F1. Definitivamente, da Nissan, sendo chamado para as 24h porcionando até serviços no estrangeiro.
o segundo lugar no campeonato, com apesar de completar já 29 anos, Gary tinha de Daytona para pilotar um dos Nissan Entre os seus instruendos, destaca-se o
81 pontos. Venceria ainda a ronda extra- mostrado talento, capacidade de testar e R90CK com Derek Daly e Steve Millen, comediante britânico Rowan Atkinson e
campeonato que encerrava a época, o muita garra e estava na calha para um lu- mas foi forçado a desistir quando roda- o Capitão Mark Phillips, o primeiro marido
Cellnet Superprix, sendo também quinto gar no plantel de F1 em 1990. No entanto, o va em terceiro. De seguida, fez as 12h de da princesa Ana de Inglaterra, assim como
no G.P. de Macau. Estes resultados vale- único lugar que conquistou foi na estrean- Sebring no novo Nissan NPT-91, desta vez várias celebridades que estavam interes-
ram-lhe alguns teste com um Benetton te Life Racing, fundada por Ernesto Vita, com Derek Daly, o seu irmão Geoff e Arie sadas em disputar corridas na Austrália.
de F1 a convite pessoal do manager Peter que competia com o seu próprio motor Luyendyk, partindo do segundo lugar. A Ao mesmo tempo que o seu negócio cres-
Collins (os testes centraram-se maiori- W12 projetado pelo antigo engenheiro da equipa esteve sempre na luta pela vitória, cia, Brabham tornou-se presença cada
tariamente nos pneus e suspensão ati- Ferrari, Franco Rocchi. Teoricamente, este mas acabaria por terminar em segundo. vez mais habitual ao volante de carros
va, e Gary já tinha demonstrado o seu conceito seria inovador e a Life serviria
valor como piloto de testes ao ajudar a de montra, mas não tardou a perceber- Nesse ano só voltou a correr em Bathurst, históricos, pilotando muitos dos mono-
Avon com os compostos de F3 ao longo -se que nem o motor nem o carro na mesma na equipa de Alain Moffat, ter- lugares utilizados pelo seu pai em várias
de 1988), e Gary tinhajá “alinhavado” um em si tinham “ponta por onde se minando bem longe da frente. competições e festivais.
volante na F3000 com a Roni Motorsport, lhe pegasse”. A conceção era pra- A verdade é que a carreira de Gary Contudo, já na primeira década deste sé-
mas Andrea Chiesa chegou com mais ticamente artesanal e desastrosa, e Brabham tinha ficado mais célebre pe- culo, Gary envolveu-se nos primeiros
dinheiro e ficou com o lugar. Por sorte, a quando a equipa chegou ao G.P. dos las suas qualidades como piloto de tes- problemas com a justiça, quando foi acu-
Federação Inglesa tinha decidido promo- EUA, Gary Brabham constatou até tes do que pelas suas performances em sado de violar uma criança, sendo preso
ver o seu próprio Campeonato de F3000, que ponto a situação era miserável, corrida. Provavelmente, Gary terá sido o em 2009. Como o seu pai ainda era vivo,
e Gary Brabham decidiu assim assinar conseguindo dar apenas três voltas menos dotado dos filhos de Jack Brabham, o caso foi abafado e Brabham cumpriu
pela Bromley Motorpsort, correndo com com o Life até o motor partir, fazen- mas merecia um pouco mais, e poderá a pena numa prisão de alta segurança.
um Reynard 88D-Cosworth, vencendo do o 30º e penúltimo tempo – porque pressupor-se que, chegado o momento de Regressando à vida civil e vivendo ago-
quatro das nove provas para conquistar o igualmente mau Coloni de Gachot tomar as decisões, não tenha feito aquilo ra em Brisbane, parecia que tudo estava
o título com alguma autoridade. Com a não conseguiu completar uma vol- que seria o melhor para si. Talvez neces- bem com Gary quando, no final de 2015,
mesma equipa, disputou ainda três rondas ta lançada – a mais de 30 segundos sitasse de um manager, digo eu. Assim, surgiram rumores de vários crimes se-
do Campeonato Internacional de F3000, de Claudio Langes, o 29º. E, no Brasil, sem contrato para 1993, aceitou o convi- melhantes. Brabham foi acusado nova-
sem resultados de relevo, e fez ainda mais foi a vez do Life partir o motor na te da Dick Simon Racing para pilotar um mente de violação e de outras práticas
cinco provas com a Leyton House Racing, volta de saída, apenas percorren- Lola T92/00-Chevrolet na ronda austra- indecentes com menores e, quando foi
conquistando um quinto lugar em Brands do… 400 metros! Compreendendo liana do campeonato CART, em Surfers’ a julgamento, esperava-se uma conde-
Hatch. Estreou-se também nas 24h de Le perfeitamente que da Life não ha- Paradise, terminando em 14º. Tanto em nação que iria dos 10 aos 12 anos de pri-
Mans, correndo com um Porsche 962 da veria grandes progressos possí- 1993 como em 1994 Gary pensou em fazer são. No entanto, o antigo piloto foi ilibado
Team Schuppan, ao lado do próprio Vern veis, Gary Brabham deixou a equipa de o campeonato Indy Lights para orientar de alguns dos crimes e seria preso ainda
Schuppan e de Eje Elgh, terminando em imediato. Chegou a haver rumores que a sua carreira em direção aos “States”, em 2016. Depois de recorrer, o tribunal
13º, e, para terminar a época, foi sexto no Gary iria substituir Foitek na Brabham, mas já não era propriamente jovem e, ao condená-lo-ia a dois anos de prisão, que
G.P. de Macau. a equipa que ainda mantinha o nome do mesmo tempo, o budget nunca lhe per- Gary está a cumprir de momento.
seu pai, mas quando Gary decidiu sair da mitiu grandes voos. O desporto automóvel depende sem-
Life, o lugar já estava ocupado… pelo seu Assim, em 1994 voltou a correr na ron- pre de homens e, como todos sabem, a
irmão David. Assim terminou a carreira da australiana, desta vez a convite da humanidade não é perfeita. Gary não o
de Gary Brabham na Fórmula 1, de uma Bettenhausen Motorsport, equipa que foi, e paga neste momento a sua dívida
forma totalmente anónima. tinha uma montada bem melhor à dis- à sociedade.

TENTANDO RECONSTRUIR A CARREIRA

Durante o resto da temporada, Gary
Brabham conseguiu segurar um contrato
com a Middlebridge Racing na F3000, pi-
lotando um Lola T89/50-Mugen. Apesar
de ser um carro do ano anterior, a equipa
era organizada e Gary voltou a demons-
trar a sua enorme consistência, conse-
guindo dois terceiros lugares, em Monza
e Enna-Pergusa, mas na maior parte das
vezes não tinha oportunidades de lutar
pelos pontos. Nesse ano também testou
para a Mazda e para a Nissan no seu pro-
grama de IMSA, concluindo a época com
um quarto lugar nos 500 Km de Eastern
Creek, ao lado do seu irmão David, numa
prova de turismos local.
Ciente que as oportunidades na F1 ti-
nham acabado, Gary voltou-se para a

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PEUGEOT

» 508 SW GT-LINE 160 BLUEHDI

MAIS QUE UMA CARINHA LAROCA

Sei que vão dizer coisas desagradáveis, mas o 508 SW banco (certificado pela AGR, a mesma que faz isso aos
é absolutamente deslumbrante! Mais que o carro, a bancos da Opel) com tudo orientado para o condutor,
carrinha é um belíssimo exercício de estilo. Mas acredite inclusive o enorme painel de instrumentos virtual. A
que o 508 SW não é, apenas, uma carinha laroca prática faz a perfeição e no caso do Peugeot i-Cockpit
parece que os homens do estilo interior afinaram a ideia
José Manuel Costa que abraça portas sem moldura, uma técnica muito e na 508 resulta sem problemas. A posição de condução
[email protected] usada pelas marcas Premium nas berlina de topo. Faz é encontrada num ápice, o pequeno volante cai bem nas
sentido: o 508 é o topo da gama Peugeot! Não parece, mãos e os revestimentos deram um salto qualitativo
Sabem, eu sou do tempo (sim, eu sei que vocês mas a 508 SW (de Station Wagon, à inglesa) é comprida: impressionante. Ali um ou outro material menos robusto
sabem que eu estou velho...) da 504 Renforcé – 4790 mm, mais 40 mm que o modelo anterior, ganhos, ou agradável ao toque, não estraga uma fotografia de um
alguém que se lembre deste veículo de combate essencialmente, na traseira. Com 40 quilos a mais que interior espaçoso funcional e de bom gosto.
que levante a mão! – e desde essa altura que a berlina (nem parece!) o tejadilho também está 17 mm Habitabilidade não suscita críticas até porque há mais
as carrinhas na Peugeot são absolutamente mais alto. Ou seja, a carrinha é mais gordita, mas nem espaço, atrás, para a cabeça, devido à forma do tejadilho
tradicionais. Tal como em antanho, tinham boas por isso deixa de ter charme e beleza inaudita. que está sobrelevado cerca de 17 mm face à anterior
bagageiras e com o tempo, ganharam versatilidade. O A capacidade de carga não é recordista, mas conforme geração. Perdão, há uma crítica: a largura do banco não
504 Renforcé tinha um motor diesel Indenor que resistia me confessou Bernard Hesse, o responsável executivo permite que três pessoas viajem de forma perfeitamente
a tudo e mais alguma coisa. Não andava nada, mas tinha pelo projeto 508, “não fizemos uma carrinha a pensar confortável no banco traseiro.
força até Almeida. A Indenor, para quem não sabe, era em rivalizar, em termos de bagageira e de arrumação,
uma subsidiária da Automobiles Peugeot especializada com o VW Passat ou o Skoda Superb. Fizemos, sim, uma CONFORTÁVEL E AUDAZ
em fazer motores a gasóleo, desapareceu, o 504 é apenas carrinha elegante que não fica nada mal na fotografia no
uma poeira na linha do tempo e a tradição das carrinhas que toca à mala.” E não fica não senhor, pois com mais Com uma suspensão que deita mão a estruturas
Peugeot vem desaguar num modelo absolutamente 25 mm de comprimento do piso da mala a capacidade McPherson, à frente, e eixo multibraços, atrás, a 508 SW
fantástico. Perfeito? Nunca, não há automóveis perfei- chega aos 530 litros. Nada mau se lhe disser que a anterior tem um pisar suave e refinado e nos pisos ondulados da
tos! Mas com esta carinha laroca e um corpo esbelto e 508 SW tinha 487 litros de capacidade e que os rivais Serra de Sintra, onde decorreram os ensaios em estrada,
insinuante, tem tudo para nos deixar de beicinho. alemães (BMW Série 3 e Mercedes Classe C) não vão absorve bem as irregularidades. O conforto geral é muito
Não os vou perturbar com aspetos técnicos, pois para além de, respetivamente, 495 e 490 litros. E rebatendo bom, muito por culpa dos amortecedores adaptativos
isso têm o link no final deste texto para lerem aquilo que o banco traseiro em 60/40 ou na totalidade, através de que são muito progressivos.
já publiquei sobre equipamentos, motores, enfim, tudo duas aletas colocadas na bagageira, fica com 1780 litros Com uma direção bem assistida, mas desprovida de sen-
sobre a 508 SW. Vou-me concentrar naquilo que deseja de capacidade. Nada mau, mesmo! sibilidade, oh que surpresa, a 508 SW acaba por conseguir
saber. E eu mortinho por lhe contar! ter um excelente comportamento, com os vários modos
I-COCKPIT... FUNCIONA! de condução a endurecerem os amortecedores para um
INSPIRADA PELAS “SHOOTING BRAKE” ainda maior controlo do carro em estrada. Os modos de
O interior da 508 SW continua a fazer-nos soltar um condução mexem, também com o binário, com a direção
Além do corpinho que o Centro de Design da Peugeot lhe “ahhhh, uhhhh” pois está desenhado com uma sobrie-
deu, a 508 SW destaca, ainda, um tejadilho descendente dade rebelde que nos coloca encapsulados no nosso

>> autosport.pt/automais

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Leia tudo sobre
a técnica, os

equipamentos e os
motores do novo
Peugeot 508 SW
apontando o seu
telefone a este

código (necessita de
aplicação)

e com os amortecedores, endurecendo tudo um pouco SW com jantes de 19 polegadas nem pestaneja ou cobra FT/ F I C H A T É C N I C A
mais. É verdade que a 508 SW não é um automóvel ex- fatura com pancadas secas nas costas.
citante de conduzir, mas também é verdade que não se Linda de morrer, a carrinha do 508 não é só uma carinha 2.0 / 160 CV
desenvencilha nada mal de traçados bem sinuosos. As laroca. É refinada, tem qualidade, um comportamento
jantes de 18 polegadas com pneus Michelin Pilot Sport capaz sem ser exuberante, muita tecnologia e... é linda! GASÓLEO
também deram a sua ajuda. Se estiver a compará-la com os dominadores alemães,
O motor 1.6 Blue HDI é muito redondo e apesar do esca- acreditem que têm aqui uma belíssima alternativa. Esta 8,5 S
lonamento da caixa muito longo, consegue-se um ritmo 508 SW GT Line 2.0 BlueHDI 160 com caixa automática,
muito agradável e condizente com o aspeto desportivo da não vai sair barata: 50.300 euros! E este poderá ser o 0-100 KM/H
508 SW. Se optar pelos modos de condução (Eco, Normal, único impedimento para ser uma escolha mais afir-
Sport e Individual) terá ao seu dispor vários carros num mativa pois as tarifas da Peugeot continuam, tal como 4,6 L
só. E vejam lá como o trabalho está bem feito que a 508 a marca, em alta...
100 KM

122

G/KM- CO2

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E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

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