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Published by hmilheiro, 2019-11-29 05:59:40

ed digital_03

ed digital_03

N.º 3
DEZEMBRO

2019

EDIÇÃO
ESPECIAL

PARA

PROFISSIONAIS



FICHA TÉCNICA Editorial

FOTOGRAFIA DE CAPA JOSÉ MANUEL FERRÃO
Ricardo Junqueira
DIRETORA
Amparo Santa-Clara
[email protected]
Telefone: +351 919 982 289
FOTOGRAFIA
Alexandre Kühl Oliveira
Couche Photo / Photoforpress.com
Francis Amiand©
João Bessone
José Manuel Ferrão
Ricardo Junqueira
PRODUÇÃO
Amparo Santa-Clara
REVISÃO EDITORIAL
Carla Ferreira
DESIGN EDITORIAL
Ana Silva
COLABORADORES EDITORIAIS
Isabel Figueiredo
Mafalda Galamas
PUBLICIDADE E ASSINATURAS
Paula Vasconcelos (Diretora)
[email protected]
Telefone: +351 910 512 802
SECÇÃO IMOBILIÁRIO
Margarida Pereira
[email protected]
Telefone: +351 918 829 082
MORADA DE SEDE DE REDAÇÃO
Rua Manuel Inácio, 8 B
2770 – 223 Paço de Arcos
PROPRIEDADE E EDITOR DO TÍTULO
“Urbana”
MoonMedia - Comunicação, Lda.

MOONMEDIA #3 Nós por cá
Rua Manuel Inácio nº8B Bem vindo à edição especial para profissionais, este mês em modo
2770-223 Paço de Arcos
Telefone: 910 512 800 / 802 pré-Natal o que significa uma edição enriquecida com o nosso ‘best-of’
NIPC: 508980186 de lojas de interiores, de Norte a Sul do País. A seleção de casas, na cida-
GERÊNCIA de e no campo, as inspirações – dos acessórios ao mobiliário -, as entrevistas,
Amparo Santa-Clara o design visto à lupa e, ainda, os nossos parceiros comerciais, com os seus
MEMBROS CONSELHO DE GERÊNCIA produtos e projetos - destacando a qualidade e o saber fazer de cada um – ar-
Amparo Santa-Clara rumam-se nas próximas páginas, à distância de um ‘clique’. Leia, divirta-se e
DETENTORES DE CAPITAL fique por dentro. Até Janeiro!
Amparo Santa-Clara e Pedro Corrêa Mendes
IMPRESSÃO
Jorge Fernandes, Lda
R. Quinta do Conde de Mascarenhas, 9 - Vale Fetal
2820-652 Charneca da Caparica
DISTRIBUIÇÃO
VASP - Distribuidora de Publicações, S.A.
TIRAGEM
16.000 exemplares
DEPÓSITO LEGAL
86460/09
Nº DE REGISTO NO ICS
126793
MEMBRO DE

f fInstagram: revista_urbana
www.urbana.com.pt Facebook: Revista Urbana Facebook: Casas de Portugal

ESTATUTO EDITORIAL
1. A Urbana é uma revista mensal, de informação geral que aborda temas de decoração, arquitetura de interiores e reabilitação, conselhos e sugestões na área de decoração e
reabilitação e outros de interesse geral, através de um tratamento privilegiado da imagem, do texto da entrevista e da reportagem. 2. A Urbana, para além da responsabilidade de
informar, pretende ser uma referência de bom gosto e inspiração para os seus leitores. 3. A Urbana rege-se pelo escrupuloso cumprimento das normas éticas e deontológicas que
regulamentam o jornalismo. 4. A Urbana é independente de qualquer tipo de poder, económico ou politico, ou de qualquer grupo de pressão.

3

Sumário 24

12

sumário 20
6 Inspirações Se ainda restam dúvidas sobre 24 Casas A Arte encontra o Romance. Dos
o que oferecer e a quem, inspire-se nesta lista anos 1920, situada numa nobre zona de 16
de pequenos-grandes presentes. Alguém ficará veraneio, esta casa manteve a autenticidade
agradavelmente surpreendido. e guarda no seu seio surpreendentes peças
12 Inspirações A cozinha é ponto de encontro de autor, entre móveis herdados e outros
incontornável por alturas das festas. Prepare resgatados da rua, hoje com nova alma.
bem a sua. 38 Casas Savoir Faire. Os irmãos e arquitetos
16 Hotel Design e natureza, aliança de sucesso Michel e Daniel, do estúdio Bismut & Bismut,
no novo Hyatt Regency Beijing Shiyuan, com são os autores deste projeto de interiores, um
projeto do coletivo CL3 Architects Limited. renovado apartamento em Paris.
18 Entrevista Espírito inquieto e curioso, Janis 50 Casas Cheia de Graça. Outrora uma loja
Dellarte conhece-se artista desde os três anos. A de penhores, hoje uma casa cheia de luz e boa
entrevista na primeira pessoa. energia, habitada por um jovem casal que
20 Trending O que há de novo para si e para a tem no seu ADN um gosto natural por peças
casa. de autor, acessórios exclusivos, a cor e a sua
22 Entrevista Simona Iucci. Com um mestrado combinação graciosa e muito feliz.
em Economia, uma artista autodidata e a sua 66 Casas Neutro e Intemporal. Central e
abordagem curiosa de materiais e objetos. cosmopolita, este apartamento decorado por
Rita Roquette concilia os séculos XX e XXI de
18 forma subtil e despretensiosa.
78 Casas Do traço, ao tijolo, à casa, este
projeto começa onde tantos outros começam,
a partir de um desejo.
94 Casas Tranquilidade e elegância em plena
Serra de Aracena.
105 Guia de Lojas O nosso best-of para ir às
compras para a casa, de norte a sul do país

6

4



Inspirações 3
2
1
surbporaessas
4 Se ainda restam dúvidas sobre
o que oferecer e a quem, inspire-se
1 Jarro Xtreme, por Vanessa Mitrani, €372, vidro e
metal numa composição que simboliza bem o trabalho nesta lista de pequenos-grandes
de Mitrani, shop.vanessamitrani.com 2 Candeeiro presentes. Alguém ficará
de suspensão Alton 23, cor Smoked, €79,94 (+IVA),
na Normo, normo.pt 3 Urbis, faz parte da coleção agradavelmente surpreendido.
de fragrâncias para a casa Arrogâncias, de Hommés
Studio, hommes.studio 4 Da La Redoute, espelho em 6
ráfia Heris, Ø100cm, tamanho único, € 269 (preços
sujeitos aos descontos em vigor no site), laredoute.pt 7
5 Almofada Bijoux Emblem, Jonathan Adler, 5
jonathanadler.com 6 Milano, por Jonathan Adler, ondas
concêntricas e loops em tons celestiais num fundo
dourado quente; Cada conjunto é embalado numa
bonita caixa de presente, jonathanadler.com 7 Eve,
desenhado por Ludovica + Roberto Palomba para a
Tubes, ilumina e aquece o ambiente convertendo-se
no obejto de desejo para dias frios; contacte Jorge
Rodrigues, [email protected]

6

89

10 12 8 Espelho de parede Flakt, da Hommés
11 Studio, estrutura base de bronze,
hommes.studio 9 Papel de parede
13 Riviere Marine, na Anthropologie,
anthropologie.com 10 Pufe Dodo,
da Sitland, disponível em três alturas
diferentes e dois diâmetros, pode ser
combinado em vários esquemas de
cores originais e está equipado com
uma alça vertical de couro, sitland.com
11 Jarros Silex por Sylvain Willenz para a
Serax, preços a partir de €90, serax.com
12 Boombox de Hermès, vinil, tecido
e pele de bezerro, ‘Boombox Vinyl’,
o gira-discos da série ‘Objets’, é música
pura para os seus ouvidos. hermes.com
13 Velas assinadas por Piet Boon para a
Serax, serax.com

7

Inspirações 2

1

3

4

5
1 Pufe Cornice, em veludo, design de Bicolter
para EnoStudio, €589, inspirado nas referências
arquitetónicas, disponível em várias cores, sob
encomenda, 75x75x42cm, enostudio.fr
2 Faz parte da coleção Table Nomade de Paola
Navone para a Serax e é o reflexo das suas viagens
pelo mundo, neste caso, a China. Procure na 27
Lisboa, 27lisboa.com 3 Ornamentos em feltro bordado
para a sua decoração de Natal, Anthropologie,
anthropologie.com 4 Da Bernardaud, chávena para
café e prato Oscar, €99, bernardaud.com
5 Lenço High Flyer, por Dimitri Rybaltchenko, 70 %
cachemira, 30 % seda, 140x140 cm, Hermès, €945,
hermes.com 6 Melt, por Tom Dixon, evoca o vidro
derretido ou imagens do espaço profundo.
Uma luz imperfeita, orgânica e natural, procure
n’ A Linha da Vizinha, alinhadavizinha.pt 7 Papel
de parede Fornasetti, Senza Tempo, Ex Libris, para
ávidos colecionadores de obras de literatura, 52x10m,
procure na TGV Interiores .tgvinteriores.com

67

8







Inspirações 2
5
cozinha

emfesta

Por alturas
do Natal e do fim
de ano, a cozinha
é palco de festa
e nem sempre é
fácil estender a
conversa à sala.
Porque aqui,
celebra-se
1 a boa vida.

4
3

6 1 Da Ferm Living, set de 3 argolas/bases para mesa, 7
latão dourado ou preto, €65, na Glamour’Arte 2 Suomi, da

Rosenthal, linhas escandinavas para os mais puristas, da

autoria do finlandês Timo Sarpaneva, celebra os 140 anos

da marca, rosenthal.de 3 Arance, papel de parede da Cole

& Son, Fornasetti Senza Tempo, 52cm x 10cm, Pedroso &

Osório, pedrosoeosorio.com 4 Sophie, um dos modelos de

maior sucesso da Falmec e da coleção Circle.Tech graças

ao seu design único e à ‘taça’ invertida, procure na Dube,

dube.pt 5 Da Ferm Living, acessórios Tomo em madeira,

€65, procure na Glamour’Arte, glamourarte.pt 6 Dominique

Kieffer by Rubelli, 100% linho com impressão de tinta a jato,

disponível em 10 cores, para cortinas e revestimentos, e

o toque especial nas janelas da sua cozinha, 135 cm, na

Settes, Lisboa ou Porto, settes.pt 7 Geração 7000 da Míele,

design ao mais alto nível, alta tecnologia, função e forma e

economia de tempo e de energia, miele.pt

12

8
9

10 12
11

13 8 Freeze, Spindrift, City, Manhattan,
Snow são as cinco texturas avant-garde
14 15
que o designer britânico Cairn Young
13
traduziu numa coleção de candeeiros

para a Rosenthal, rosenthal.de 9 Dolce
& Gabanna para a Smeg, smeg.pt

10 Revestimento Vinyl, EverTile Premier,
cor Anthracite ET24011, 8.3x 292x601 mm,

torlys.pt 11 Da Valerie Objects, set de bases
em polietileno para cortar alimentos, por Muller
van Severen, para pendurar na parade, €790,
valerie-objects.com 12 A lado da cozinha,
resguarda-se a zona de lavandaria, com

as máquinas para roupa da Teka, teka.pt

13 Avental em linho lavado, Uze,
La Redoute Interieurs, tamanho único,
€19,99 (preços sujeitos aos descontos
em vigor no site), laredoute.pt

14 Bancos Icha, do estúdio sueco
Mass Production, €230 (S/ Iva), vários
acabamentos, massproductions.se

15 Candeeiro de teto Pomi, da
Rotaliana, vários acabamentos, procure

na loja Inexistência, loja.inexistencia.com





Hotel Hyatt Regency
Beijing Shiyuan

Design e natureza, uma aliança fantástica hóspedes se sintam realmente de férias e com todo o conforto.
nesta nova unidade hoteleira, em Pequim, No restaurante chinês, o tema “Pássaros cantando e flo-
res perfumadas” foi a abordagem de design escolhida e é
com projeto do coletivo CL3 Architects inspirada nas aldeias de montanha locais. A parede de en-
Limited. FOTOGRAFIA: B + M STUDIO trada do restaurante é finalizada com as tradicionais telhas
chinesas cinza escuro.
Odistrito de Yanqing está localizado a cerca de 75 km a O teto com treliça de madeira, o revestimento de embutidos de
noroeste de Pequim e é aqui que se encontra a popu- flores e mosaicos de pássaros, os candeeiros estilo gaiola que
lar zona de Badaling, da Grande Muralha. O distrito não projetam sombras na parede são, no seu conjunto, propostas
é apenas rico em lugares históricos e paisagens naturais, mas muito atraentes. Dentro da área de jantar aberta há um armário
também nas atrações ao ar livre - aqui decorrerão as Olimpíadas que exibe a extensa coleção de chá chinês e bules.
de Inverno em 2022. Dentro das salas de jantar privadas, a treliça ecoa os elementos
O Hyatt Regency Beijing Shiyuan foi projetado para promo- arquitetónicos da zona pública. Os detalhes requintados
ver um estilo de vida verde, estimulando a sensação de viver dos móveis destacam o respeito pelo hóspede VIP. A diver-
cercado pela montanha, rio, lago, pássaros selvagens e flo- sidade dos materiais é rica, caso do tapete de padrão per-
res. O design do lobby é inspirado na paisagem montanhosa sonalizado, das almofadas macias e dos estofos de couro
e na Grande Muralha em Badaling. Usando grandes lajes fino, do vidro texturado e do chão de pedra natural com
de mármore natural, em camadas, a luz que dali é emanada padrão de folhas personalizado.
ajuda a criar a silhueta infinita da montanha e serve de pano Nos quartos, o destaque vai para as pastagens e todos foram
de fundo na recepção. A escultura contemporânea de larga projetados para recriar a vida na natureza.
escala, com gotas de vidro de chuva suspensas, no centro O tapete do corredor da zona dos quartos foi desenhado para
do lobby, é o ponto focal do lobby.
Aqui, na zona lounge, a inspiração vem dos chalés das estân-
cias de esqui. O cume inclinado do teto de madeira estende-se
para lá do espaço, dando origem a uma zona confortável, para
relaxar. O piso do salão é aquecido pela madeira natural e pelos
tapetes que lembram terrenos relvados. Os grandes assentos e
sofás com várias configurações possíveis acomodam diferentes
necessidades. O design das luminárias de chão e os porta-re-
vistas são inspirados nos esquis e na lenha. Há ainda uma bi-
blioteca cheia de livros de desportos de inverno, plantas e jardi-
nagem, além de acessórios e displays, todos relacionados com
os Jogos Olímpicos de Inverno e a bela paisagem de Yanqing.
A zona consagrada ao F&B foi projetada tendo como premissa
um jardim interno. A parede de mosaico florido ao longo do cor-
redor de acesso ao restaurante, com teto de madeira, faz com
que os hóspedes sintam vontade de entrar num oceano de flo-
res. O balcão da recepção é feito a partir do tronco de uma árvo-
re, apoiado pela bancada de mármore branco liso e ajuda a criar
um forte contraste material. Além deste, o uso de vidro textura-
do com divisória e portas com moldura de metal escuro, bem
como os móveis para o exterior e toda a iluminação, completa
o visual da ‘casa’ verde. Este espaço é como uma brisa da
primavera o ano inteiro, quente e agradável, e permite que os

16

A RETER

HYATT REGENCY
BEIJING SHIYUAN
No.1, Fu Kang South
Road, Yanqing District,
Beijing, China, 102100

hyatt.com
Tel.: +86 10 5731 1234

se assemelhar com as pastagens de Kangxi em Yanqing, o que Em cada um, existem 9 plantas e flores locais ameaçadas de
faz com que os hóspedes sintam vontade de caminhar na relva. extinção, e são como obras de arte.
Para cada porta de entrada do quarto, há uma luminária com O design da janela grande na casa de banho permite a entrada
forma de pássaro. O esquema de cores é natural, e recorre ao de luz natural e torna o espaço maior. O toucador foi projetado
bege, castanho e diferentes tons de verde. O uso de acabamen- para se parecer com um móvel de estilo chinês com 4 pernas
to de madeira quente natural no chão, portas e móveis ilumina- de madeira oblíqua, que tornam a zona de banho ainda mais
dos em estilo country cria um visual acolhedor e relaxante. elegante e acolhedora.

17

Entrevista

Janis Dellarte

Espírito inquieto e curioso, conhece-se artista desde os três anos. Navega por este mundo, aqui
e ali, à procura de respostas, que acaba por encontrar e refletir nos seus trabalhos. Caso da mais
recente exposição em Lisboa, resultado de um ano de trabalho em busca de despojos marítimos

e outro materiais que o mar fizesse dar à costa. FOTOGRAFIA: ANA PAGANINI E GUI MORELLI TEXTO: ISABEL FIGUEIREDO

Depois do primeiro ano da licenciatura em Belas Artes na FOTO: GUI MORELLI
Universidad Francisco de Victoria em Madrid, que deci-
diu não acabar por necessitar “de algo mais contemporâ- Que trabalho lhe deu particularmente prazer ver ganhar forma
neo”, Janis Dellarte mudou-se para Londres onde fez um Art & e porquê.
Design Foundation na Chelsea College of Art, um short-course de Sinto o meu trabalho como um todo, em continuação, por isso é-me
Joalharia Experimental com a Anastasia Young, na Central Saint difícil pensar assim. Costumo dizer que este cresce organicamente
Martins, uma Licenciatura em Textiles and Surface Design na Bu- como trepadeiras, quanto mais tempo passo num espaço ou numa
ckinghamshire New University e um Mestrado em Knitted Textiles peça mais ela cresce, trabalho sempre em várias peças ao mesmo
no Royal College of Art. Currículos à parte, e não satisfeita, Janis tempo e há peças que estou a fazer crescer há muitos anos! O
regressou a Portugal – e engrossou a lista de conhecimento, com prazer que tenho no meu trabalho vem de todo um processo: tanto
as passagens pelo Curso Livre de Performance Arte Portuguesa: duma ida à praia, apanhar material, como das viagens a vilas per-
Performers e Performances na Universidade Nova de Lisboa e o
Workshop de Estratégias para o Intérprete Contemporâneo por
Vânia Rovisco no Espaço Sou. A sua vontade maior de criar – aos
três anos já dizia que queria ser pintora -, “mais uma necessidade
do que outra coisa”, espelha bem o espírito inquieto.
Quais são as principais premissas do seu trabalho atual?
Acho que o têxtil é uma prática muito bonita, muito antiga, de res-
peito. O fio como fonte de conhecimento e superação, e a nossa
capacidade de fazer dele o que precisarmos.
Uma linguagem muito minha, nasce após anos a pesquisar tradi-
ções têxteis em vias de extinção, tanto nas nossas vilas portugue-
sas como em países como o Nepal, a Índia, o México e o Peru,
uma linguagem eternamente mutável e orgânica.
Numa altura em que tudo se está a tornar tão tecnológico, mo-
ve-me acreditar que há uma necessidade em manter viva a
passagem de conhecimento de geração para geração: essa
corrente do manual, o artesanal, o erro humano, a repetição,
as histórias, um outro tempo; e de trazer esse conhecimento
ao agora, ao corpo, ao movimento, ao artivismo, à terra; trans-
formando-o para fazer sentido nos tempos que correm. Vejo as
minhas peças como amuletos, pequenos reservatórios de boa
energia, de quentinho, de cor, de sustento, que contam histó-
rias de amor e desamor.
A exposição ‘Nós Enredamentos, Entretecidos Despojos´ no

Jardim Botânico do Museu de História Natural da Universidade

de Lisboa, tinha um mote, qual e porquê?
Esta exposição é o resultado de um ano de trabalho em que me
mudei para o litoral alentejano em busca de despojos marítimos
e outro materiais que o mar fizesse dar à costa. Inevitavelmente,
tratei de problemas como o impacto desregulador que a globaliza-
ção da forma de viver ocidental tem na natureza, e a possibilidade,
com alguma ironia, de criar beleza e contar histórias com este lixo.

18

FOTOS: ANA PAGANINI

didas em busca de conhecimento ancestral em tradições têxteis A cor; as pequenas surpresas; uma história contada com verdade,
cada vez mais em vias de extinção, dos dias inteiros a preparar os mesmo que nem sempre com factualidade; a natureza; a música
materiais. Gosto muito de colaborações, também. e uma boa dança!
Quais os materiais que privilegia atualmente? Onde se imagina daqui a 10 anos?
Material reciclado, encontrado ou natural. A criar longe da cidade.
Quais os artistas que fazem parte do seu top 5. Um país que adoraria visitar?
Neste momento, talvez os mais relevantes para o meu trabalho se- Afeganistão. Os tecidos são os mais maravilhosos. A inteligência e
jam Maria Nepomuceno, Ernesto Neto, Nick Cave (performance), o trabalho – a história! – para conseguir aquele efeito, aquela bele-
Faig Ahmed, El Anatsui e Arthur Bispo do Rosário. za... são dum pormenor e de um cuidado extraordinário. Quando
O que a move no mundo de hoje? estive na Índia, durante três meses, a pesquisar técnicas tradicio-
Move-me viver da forma mais sustentável possível, plantar, criar nais de têxteis, reparei que as peças que mais me atraíam eram
sem parar, aprender coisas novas, partilhar conhecimento, auto- sempre desta região do Mundo.
conhecimento, boas pessoas, boas conversas, rir, cantar, dançar, Uma cidade incontornável.
festejar, ritualizar, música. Na minha vida, Londres.
O que a faz feliz?
>> Conheça mais sobre a artista em www.urbana.pt

19

Trending Luxo à flor da pele

Nova marca para a casa Delvaux, a mais antiga
casa de artigos de
Adoramos a Mushvase, a jarra da SKALDU, uma marca nova de acessórios para
a casa com produção em Portugal e design de Gonçalo Prudêncio. Fabricada na pele de luxo do mundo,
Marinha Grande, utilizando a técnica de sopro de vidro, é apresentada com 4 opções fundada na Bélgica
em 1829, inaugurou
de cor: vermelho, rosa, verde ou transparente. uma nova loja no

Fino som coração de Bruxelas:
“Le 27”. O projeto é

assinado pelo estúdio
Vudafieri-Saverino
Partners, sediado

em Milão, que desde
2012 é responsável

pelo design das lojas
Delvaux em todo o
mundo, de Paris,

Londres ou Tóquio ao
Dubai.

Na cama com...

A Lameirinho Collection introduz novas proposta
de lençóis para outono-inverno 2019: três modelos

estampados Leaf, Temp e Reign. O primeiro em
Percale 100% algodão, e os restantes em cetim

100% algodão. A estas sugestões junta-se a
ampla gama de lisos, que se adaptam a todos os

ambientes.

Boas cores O conjunto de colunas de som criado Capas com estilo
em estreita colaboração entre a
A base de maquilhagem da Mary Kay foi A marca de lifestyle de acessórios de tecnologia
relançada no mercado com uma nova Teufel e a Rosenthal é uma inovação premium Native Union lança a linha de capas
fórmula e packaging, e em 24 tons. 3D mundial: sem fios, feitas a partir de
TimeWise inclui a tecnologia IntelliMatch fina porcelana, com base na mais alta Clic® para o novo iPhone 11, 11 Pro e 11 Pro Max.
- as bases adaptam-se ao tom de pele tecnologia e na escolha de materiais Designs novos, com destaque para os materiais
exato de cada pessoa - e um exclusivo inovadores. Uma edição limitada, de de topo e a atenção aos detalhes. A nova coleção
complexo Age Minimize 3D™ que apenas 500 conjuntos, feitos à mão, já está disponível em nativeunion.com
contém resveratrol encapsulado, com à venda nos revendedores Rosenthal
selecionados a um preço de €3.990
triplo benefício antioxidante, vitamina B3, (2 colunas, amplificador e os cabos de
que defende contra os radicais livres,
e péptido anti-idade, que trabalha em ligação necessários).
harmonia com o colagénio e elastina
natural, para uma pele renovada. €20.

20

Publireportagem

mémoire épure fusion
Luaxooseeutescenrovlioçgoia
Art d’Arnould propõe-nos o melhor do requinte
e savoir-faire francês, o gosto pelas atmosferas
belas e exclusivas, numa aliança sem paralelo
entre a Arte e a mais avançada tecnologia.

Art d’Arnould, assinatura de luxo do Grupo Legrand, Além disso, a linha Art d’Arnould sugere uma ampla varieda-
é uma coleção exclusiva de interruptores e tomadas de de formatos - quadrados, retângulos, grandes e pequenos,
em metal maciço, com uma oferta única de cores e bem como redondos, medalhões e placas múltiplas.
acabamentos, todos eles customizáveis. Pensada e desenhada para os mercados residencial, comercial
Produzidos segundo a mestria dos artesãos, exigentes e apai- ou hoteleiro, a variedade de acabamentos e funções garante a
xonados, que durante décadas têm vindo a transmitir o seu oferta de soluções que atendem a todas as necessidades.
know-how de geração em geração, todos os produtos Art Melhor é possível? Sim, todos estes produtos são compatíveis
d’Arnould são fabricados nas oficinas de Pont en Royans, nos com o sistema de automação residencial My HOME da BTicino.
Alpes franceses. Mais em art-arnould.be/fr
A nova linha de luxo é, por isso, um convite a explorar o mundo
da arte e elegância francês, cultivado durante séculos segundo 21
a premissa da arte de saber viver e a beleza dos espaços.
A coleção divide-se em três universos específicos: Mémoire,
Épure e Fusion. A linha Mémoire, clássica e tradicional, pro-
põe interruptores que refletem atmosferas ricas e artísticas.
Minimalista e contemporânea, Épure está exatamente no lado
oposto e destina-se aos amantes dos ambientes depurados.

Fusion reúne o melhor dos dois mundos e é uma mis-
tura de Mémoire e Épure, para interiores de
inspiração clássica com incursões
pela modernidade. Nota de
destaque? Todas as opções
podem ser inteiramente per-
sonalizadas, adaptadas aos
seus ambientes e preferências.

Entrevista

SIMONA
IUCCI

Esta bela italiana,
alta e cativante,
dona de uma
imaginação sem
limites, faz da
sua casa e do
Estabelecimento
Prisional do Linhó
uma oficina criativa
de onde saem,
além de peças
inusitadas, uma
relação de trabalho
e afetividade com
os materiais
e as pessoas que
a cercam. Para ler,
de alma e olhos
bem abertos.

FOTOGRAFIA: JOSÉ M. FERRÃO
TEXTO: IF

“A MINHA OFICINA
É UM ESPETÁCULO”

22

Oque a inspira? lhados nestas áreas, uma série de fornecedores, entre artesãos e
A vida, aquela de todos os dias. Algumas formas quando pequenos produtores portugueses, impecáveis na qualidade do
as encontro pela primeira vez. A ausência de “prazos”. trabalho e no respeito pelo prazo de entrega. O meu preferido,
Uma tarde em casa, quando não há ninguém. Os armazéns, as o lugar onde compro os tubos, fica no Algueirão. Quando lá vou,
lojas dos chineses, as drogarias, as películas bonitas, os prados a compra nunca é rápida. Somos amigos, conto-lhes as histórias
de flores da serra de Sintra..., continuo? dos tubos que já comprei e dos que estou a encomendar. É uma
Como é o seu processo criativo? bela sensação sentir que eles torcem por mim! Desejam que a
As vezes é extemporâneo, inesperado. Filho de
uma paixão súbita para uma forma, um material, minha nova ideia seja um sucesso. Sempre.
uma cor. Aí vou para frente sem medo, às vezes O que a fascina nesta atividade?
sem parar até chegar ao fim. Outras vezes, quan- Fascina-me o poder que ela tem sobre mim. Não
do o ponto de partida é uma exigência ou um me larga.
pedido, o processo criativo é o resultado de pes- Qual a sua formação académica?
quisa e nutre-se de pensamentos, cálculos e de- Não tenho uma formação académica que legitime
senhos. Pode ser rápido, natural, filho da intuição. o que faço hoje em dia. Nem um curso de eletri-
Quente. Ou ser lento, lentíssimo e passar para as cista. Acertar logo aos 18 anos o que estudar é
incertezas e o gelo do bloqueio. uma questão de sorte, não? Tenho um mestrado
Com que materiais trabalha? em Economia, feito em Roma no início dos anos
Na prisão, trabalho principalmente com metais, 90, que além de enriquecer o meu raciocínio me
madeira e matérias que recupero. Mas a maioria tem dado acesso a um mundo que valeu a pena
das minhas peças nascem no Linhó, e depois conhecer.
vêm para a minha casa. É aqui que tenho acesso De onde vem a Simona?
a tudo o que não se pode encontrar numa prisão. Não tenho uma matriz muito ‘urbana’! Nasci e vivi
Fios, cordas, pérolas, vidros, flores, andorinhas, em Sora, uma bela terra ao pé dos Apeninos e de
redes, palha de aço, tecidos... um rio gelado e transparente. Vivi em Roma mui-
Qual a sua atividade no Estabelecimento tos anos, em Milão e em Londres durante a minha
Prisional do Linhó e como tudo começou? circunscrita experiência de trabalho no mundo da
Foi um meu amigo a sugerir-me a ideia de ir a finança, e depois cheguei aqui, a Portugal. Não
bater às portas do Estabelecimento Prisional do tem sido fácil habituar-me à dureza do Atlântico,
Linhó para aí montar a minha oficina e trabalhar com os presos. O mas é aqui que agora me sinto em casa.
que me levou até lá foi uma razão muito prática, confesso. Nunca Que colaborações está a iniciar ou mantém atualmente,
teria imaginado o quanto viria a ser parte integrante do meu dia a e com quem?
dia. Desde então, além de ser Simona Iucci, sou o número 397, é O meu caminho cruzou-se há pouco tempo com o de Mariana
com este número que todos os dias entro e saio da prisão. Santos Lima, a artista portuguesa que cruza a arte sacra com a
Trabalho nas Oficinas da Ala B daquele estabelecimento há quatro pop art. As suas Santas são lindas, alegres, elegantes. Elas incu-
anos. E já são três com a mesma equipa: dois fabulosos irmãos tem uma serena reverência. Temos falado, entre flores e sorrisos e
originários da Roménia - o mais velho tem trinta anos. Com eles, e realizamos uma peça em conjunto, “Aurora”, uma Nossa Senhora
graças a eles, corto, soldo, pinto, monto e desmonto. Crio. A minha vestida pela Mariana que leva, nas costas, uma roda de luz com
oficina é um espetáculo! as cores da aurora boreal. Estamos agora a trabalhar num novo
Qual foi a primeira peça que criou, como surgiu e porquê? projeto, mas disso falaremos noutra altura.
Para fazer da história curta, estávamos em 2011, tinha acabado de Para além disso, continuo a trabalhar em Roma, de vez em quan-
regressar a Portugal e vinha com uma ideia. Precisava de encon- do, e neste momento estou a fazer o terceiro restaurante para o
trar um artesão capaz de trabalhar o gesso. Durante uma das mui- mesmo grupo de amigos. Sinal de sucesso! Saíram entretanto da
tas voltas de carro, dou por mim numa drogaria em Alcoitão onde, prisão onze pacotes cheios de candeeiros, mesas e instalações
sobre uma estante, dormiam quatro peças cheias de pó, lindas, luminosas com destino a Roma. Enquanto o business deles con-
elegantes, essenciais. Apeteceu-me logo levá-las para casa. Aos tinuar com este ritmo, posso considerar que esta colaboração vai
meus olhos, aqueles tubos para as condutas de ar, que tinham o manter-me ocupada.
nome e a forma das letras C, T e Y, só estavam à espera de luz Um conselho que gostaria de dar a quem está a iniciar uma
para se transformarem em candeeiros. nova atividade.
Qual a sua relação com os fornecedores, as suas pessoas Coragem, disciplina e muita, muita persistência. Ingredientes es-
de contacto? senciais.
Mexo-me todas as semana entre Sintra, Algueirão, Cacém, Mal- Um lema de vida.
veira da Serra, Alcoitão e Alcabideche. Tenho encontrado, espa- Gentileza e verdade. Não acha que seria bom praticar isso um
pouco mais?

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A arte encontra
o romance

A casa dos anos 1920, situada numa zona de veraneio,
com belo jardim romântico, manteve a sua autenticidade e
guarda no seu seio surpreendentes peças de autor, entre móveis
herdados e outros resgatados da rua, hoje com nova alma.

FOTOGRAFIA: JOSÉ MANUEL FERRÃO TEXTO: IF

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“Vivo aqui desde 2010 com a minha família ‘elástica’, meira coisa que faço é procurar as coisas bonitas, os deta-
agora somos cinco, incluindo a Taxi, a nossa gata, lhes pelos quais me apaixonei. E depois começo a desenhar
mas já chegámos a ser oito”, conta-nos a proprietária. o resto da casa à volta destes detalhes”.
“Esta é uma casa perfeita para isso, conforme as temporadas É assim que nestes espaços convivem a tijoleira portuguesa
e as exigências vamos aumentando ou diminuindo a superfí- do século passado e o micro-cimento, as pias das casas de
cie utilizada.” banho em pedra, originais, e os azulejos em cimento hidráuli-
As paredes da casa, espessas, contribuem para imprimir um co, bem como os móveis trazidos de Itália e umas peças em
aspeto sólido à construção. As delicadas intervenções feitas metal e ferro com aspeto industrial e contemporâneo.
ao nível arquitetónico e o facto de os materiais serem quase A casa integra-se totalmente com a forma do terreno e parece
na sua totalidade os originais fazem com que a casa continue querer crescer para trás, em busca do sol do fim de tarde.
a contar as histórias de quem já ali viveu, “uns velejadores”, Subindo pelo jardim, num plano inclinado, acede-se à entrada
diz Simona. E explica: “Quando entro numa casa nova, a pri- da moradia.
“Mas os amigos entram pela cozinha”, diz Simona, um espa-
ço acolhedor e familiar, onde as paredes cinza escuro servem
de cenário às dezenas de utensílios, objetos que falam de re-
ceitas antigas, um grande espelho verde, uma natureza morta

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retirada do lixo... Parece que muita parte da vida da casa se
passa à volta da bela mesa de madeira que Simona encon-
trou na Malveira da Serra, em 1997.
De uma janela em cima da bancada, souvenir de uma outra
época, as pizzas da Viorica passam para a mesa de jantar,
“além de ser a rainha do fogão, Viorica é a coluna da nossa
família!”, desabafa.
De um corredor, acede-se à sala. Os espaços são generosos,
as janelas, de madeira, são amplas e deixam entrar a luz do
jardim.
Destaque para a lareira em pedra, de grandes dimensões, e
desejável fonte de calor intenso nos dias frios. Os sofás fazem
parte do espólio da casa e foram conservados, sem altera-
ções. À semelhança destes, todos os móveis e algumas pe-
ças desta casa foram trazidos das várias viagens, herdados,
recolhidos do lixo ou adquiridos em lojas de peças em segun-
da mão, aos quais foram devolvidos o brilho e a glória, e que
hoje aqui encontram uma morada à altura.

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Nesta sala convivem pinturas, instalações, e luminárias, ou
objetos iluminados, como sublinha, feitas por Simona, que dá
novos atributos a peças tão improváveis como tubos e canos
de ferro e chapa. Tal é visível um pouco por toda a casa, da
coffee table modular, um puzzle composto por quatro mesas,
que misturam madeira, chapa, ferro e mármore, e podem ser
combinadas de diferentes formas, ao pavão Paul, uma escul-
tura em ferro retro iluminada.
Nada ou pouco vai para o lixo. Dentro das paredes desta
casa romântica convivem muitas histórias e experiências,
muitas horas de pesquisa e trabalho resultantes em objetos
funcionais e decorativos inusitados, surpreendentes.
“Nesta casa tudo ‘mexe’, algum objetos mudam de lugar to-
das as semanas, outros saem, novos entram. É como se, na
tentativa de experimentar constantemente novas possíveis har-
monias, houvesse uma dança perpétua. Obrigada pela nossa
conversa! A pizza estava boa?”. Nós anuímos, se estava!

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Savoir Faire
Os irmãos e arquitetos Michel e Daniel,
do estúdio Bismut & Bismut, são os autores deste projeto de
interiores, um apartamento em Paris, inteiramente renovado.

FOTOGRAFIA: FRANCIS AMIAND© TEXTO:3I9F

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Afamília, um casal com dois filhos, atualmente a
morar na Ásia, queria uma morada em Paris onde
pudesse permanecer nas suas idas à capital fran-
cesa. O pai, colecionador de arte, principalmente de fo-
tografia, tinha apenas uma exigência: que nesta casa as
suas fotografias tivessem lugar de destaque e fossem parte
integrante da decoração de interiores.
O layout global e a organização da casa não ofereceram
aos arquitetos grandes preocupações, mas a entrada e
corredor de acesso à casa de banho dos hóspedes foram
alvo de algumas mudanças, bem como o quarto principal,
que era inicialmente separado do quarto de vestir. Outra
intervenção na casa foi o chão, que era de carvalho escuro,
amarelado, e entretanto substituído por um cinza claro, de
modo a beneficiar a casa de mais luz.
Tudo foi pensado ao pormenor, e considerando o estilo de
vida da família, algumas das suas peças e, naturalmente,
as obas de arte e trabalhos fotográficos.
Na sala de estar, os arquitetos projetaram a lareira, eno-
brecida pelo bloco em mármore preto, encaixada num pai-
nel de carvalho cinza-rosa, com função de estante, onde

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repousam alguns livros, e com prateleiras em metal de es- tetos optaram por uma mistura de carvalho cinzento com
pessura muito fina. Nesta sala, como em toda a casa, todas costas revestidas a metal e um jogo de volumes em madeira
as janelas têm portadas de madeira, igualmente recupera- lacada azul, para alguns dos compartimentos. A mesa é da
das. A mesa de café é assinada por Bismut & Bismut, feita Barber & Osgerby e as cadeiras ‘tulipa’ da Paulin.
em carvalho e wengé preto polido. As cortinas vestem-se No quarto principal, a estante de metal e mármore batizada
com tecido de lã da Sahco. Nota de destaque para o lustre “Cubs” é assinada pela dupla de arquitetos e foi vista pela
de teto da Roll & Hill e para a poltrona Finn Juhl, uma reedi- primeira vez na exposição no Palais d’Iéna, em Paris. A ca-
ção da galeria Triode. beceira da cama é revestida a couro e madeira de cedro
Para a sala de jantar foi projetada a estante, onde os arqui- polida. Banqueta de Bismut & Bismut em wengé.

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Cheia de graça

Outrora uma loja de penhores, hoje uma casa cheia de luz e boa
energia, habitada por um jovem casal que tem no seu ADN um
gosto natural por peças de autor, acessórios exclusivos, a cor e a
sua combinação graciosa e muito feliz. FOTOGRAFIA: JOÃO BESSONE TEXTO: IF

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