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Published by hmilheiro, 2019-03-11 14:29:27

AutoSport_2150

AutoSport_2150

#2150 41
ANO 41
anos
13/03/2019
Semanal O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt

2,35€ (CONT.) 2 3CITROËN
VITÓRIAS
DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES EM
RALIS
OGIER VENCE

RALI DO MÉXICO

FÓRMULA 1 ARRANCA NAAUSTRÁLIA

TODOS CONTRA HAMILTON
PÁG. 18

MOTOGP

GRANDE ESTREIA
DE MIGUEL OLIVEIRA



3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2150
13/03/2019

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

EXCELENTE Quem tiver a oportunidade de ver o novo documentário sobre F1 da Netflix, Drive to Survive, fique a saber que vai ver uma José Luís Abreu
série fantástica. Devia ser este tipo de ‘All Access’ que os espectadores deviam ter nas transmissões dos Grandes Prémios. Ver as
DIRETOR-EXECUTIVO
reações de Guenther Steiner aos ‘feitos’ dos seus pilotos não tem preço...
[email protected]
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
Arrancou bem a aventu-
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “O segundo acidente do Gasly ra do Miguel Oliveira no
prejudicou-nos muito. Ele não MotoGP. A sua prestação
Na Fórmula E Na F1 trabalha-se para Grande começo se pode permitir a fazer outra na corrida foi muito inte-
penaliza-se em cinco reduzir em cinco vezes de Mundial de dessas...”, o primeiro dos ‘famosos ressante e prometedora,
segundos um piloto o impacto do ar sujo Motociclismo, boa mas o que mais me agra-
que simplesmente no desempenho dos estreia de Miguel avisos’ de Helmut Marko aos seus pilotos dou foi o alcance que esta ida do
‘rouba’ uma vitória carros, nas regras de Oliveira com o 17º Miguel para a Fórmula 1 das motos
certa ao adversário à 2021. Não pode ser já “Na Honda são muito abertos está a significar um pouco por todo
lugar e honestos. O que eles dizem, o lado em Portugal. Vejam lá que até
sua frente? para o ano? fazem”, Max Verastappen, que começa o meu pai ‘velhote’ me perguntou
como é que foi. Isto significa que as
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL bem a vida com a Honda. Vamos ser se TV generalistas agarraram bem no
continua assim... assunto, como tinham que fazer,
mas isso devia ser a norma e não
“O WRC All Live foi o melhor a exceção. Se fosse feito um estu-
que aconteceu ao WRC desde do, por exemplo a nível da Europa,
que Colin McRae passou no Portugal seria por larga margem
seu exame de condução”, Jon o país em que a percentagem de
pessoas que só liga ao futebol é
Desbrough, da WRC TV, sobre o sucesso maior, e embora se compreenda ou
da iniciativa aceite as razões porque isto chegou
a este ponto, já não aceito que as TV
“Não estamos surpresos com nunca se tenham preocupado muito
o que vimos dele, mas o que com a diversidade e não tenham
importa é como vai ser a sua contribuído, mais e melhor, para
temporada”, Mattia Binotto, nada uma melhoria da cultura desportiva
deste povo. Aceito que o futebol
surpreendido com o que já viu de Charles tenha muito boas histórias para
Leclerc contar, mas também as há noutras
modalidades, e este exemplo do
Siga-nos nas redes sociais e saiba Miguel Oliveira mostra bem que
tudo sobre o desporto motorizado no com trabalho e persistência se pode
computador, tablet ou smartphone via chegar ao topo. Mudando de assun-
facebook (facebook.com/autosportpt), to, depois de ver os 10 episódios
twitter (AutosportPT) ou em do Drive to Survive (F1 - Netflix),
>> autosport.pt aconselho vivamente, embora fique
desde já o aviso. Os autores têm
um pouco a tendência de contar a
história que lhes dá mais jeito para
o argumento, omitindo algumas
questões importantes. Por exem-
plo, na luta da Renault com a Haas,
há quem fique que a sensação que
‘aquilo’ foi uma luta até à última
curva, mas não foi. Nota-se demais
as ‘ausências’ da Mercedes e Ferrari,
mas Guenther Steiner compensa
isso tudo!

>>motosport.com.pt

OQATAR
DEMIGUEL
OLIVEIRA

Miguel Oliveira, o primeiro português a integrar o MotoGP,
brilhou na sua estreia muito aguardada na categoria rainha
do motociclismo, num fim de semana que foi um turbilhão de
emoções para todos que o seguem e, decerto, mais ainda para
o jovem de Almada. O resultado final, 17º, sem pontuar, não
reflete o facto de que, em várias das sessões de treinos, andou
dentro do Top 10, à frente de pilotos muito mais experientes e de
que passou a maior parte da corrida em 13º com o cinco vezes

Campeão Mundial Lorenzo atrás de si

Paulo Araújo
[email protected]

Losail, a alguns quilómetros da capital vista do estilo do português se basear voltas do fim. Em 2018, Espargaró, ajudado nota também a tremenda velocidade de
do Qatar, Doha, é uma pista com- muito justamente na capacidade de entrar por um novo quadro usado a partir de ponta atingida pelo V4 da KTM, 345 km/h
plicada, a criar só por si inúmeros em curva a grande velocidade... Aragón, soube inverter esta tendência, em neste sessão, rivalizando com as veloci-
problemas aos técnicos e pilotos Por outro lado, saída em plena acele- parte, com o seu brilhante terceiro lugar dades máximas atingidas em Losail pelas
em pista, numa fase em que a maioria ração já é outra história para as RC16, na corrida de fecho da época em Valência, sempre mais rápidas do pelotão Ducati.
das equipas ainda está a braços com o como o chefe de fila da equipa oficial da mas os restantes resultados, uma série Já no terceiro treino livre, as coisas me-
desenvolvimento das motos - vejam-se KTM Red Bull, o Francês Johann Zarco, de nove conclusões nos pontos, apenas lhoraramsubstancialmente…obviamente,
os problemas encontrados pelas Honda descobriu para seu detrimento – sendo incluíam cinco corridas em 11º contra 10 os pilotos KTM andaram a experimentar
Repsol, com várias quedas dos seus pi- mesmo batido pelo rookie português em em que não pontuou sequer... ajustes que resultaram em pleno, já que
lotos que, entre si, somam oito títulos em duas das sessões de treinos. Corrigida Por aqui se vê por que a prestação de Espargaró foi desta feita 3º e Zarco 9º, mas
MotoGP, ou a inconsistência da poderosa gradualmente ao longo de 2018, muito Miguel Oliveira se pode considerar ex- mais relevante ainda, Miguel ficou num
Ducati ao longo das sessões de treinos, graças aos esforços do piloto de ponta Pol cecional logo na fase dos treinos livres. excelente 10º com um tempo de 1:55.557,
ora mais rápidos, ora perdidos no fundo Espargaró e à facilidade com que os novos O português não chegou à sessão final navalhando ainda umas centésimas ao
da tabela. quadros em treliça podem ser produzidos, de qualificação, a Q2, mas nenhuma das crono da sessão anterior…
O traçado de Losail trouxe dificuldades a tendência da RC16 de alargar e sair de KTM o fez. Por outro lado, e continuando o “Bom começo neste dia de qualificação!” –
para lá da habitual – a fina camada de areia linha sob aceleração à saída de curvas bom trabalho feito ao lado do experiente comentaria o português nas redes sociais
que sopra do deserto e das inúmeras obras é a mais preocupante característica a Guy Coulon, que nos tempos áureos da ao fim desse dia. No Sábado, na derradeira
na proximidade da pista torna o pisar impedir a moto de andar mais à frente, e Honda France na Resistência já assis- e quarta sessão livre, por alguma razão,
com os pneus fora da trajetória limpa da frustrante para pilotos e técnicos. tira outro português, Alex Vieira, Miguel talvez em parte por uma pronunciada
pista um exercício traiçoeiro - como muito Se uma máquina de MotoGP não se man- esteve em evidência logo no primeiro descida de temperatura no circuito, todos
vento e até temperaturas muito baixas tém em linha ao longo de uma curva, treino livre, onde um tempo de 1:56.061 os pilotos da formação de Matighofen bai-
nas sessões de fim de tarde, a dificultar seguindo a corda, mas alarga a trajetória, o colocou em 18º e como segunda KTM xaram os seus tempos e lugares na grelha,
o funcionamento dos pneus. tem de se virar com a traseira, ocasionan- atrás de Pol Espargaró. mas Oliveira, com o seu 1:56.011, era o mais
Contra isto, a KTM trouxe uma das suas do derrapagem e desgaste prematuro Na segunda sessão livre, embora o tempo rápida em KTM, acabando em 16º com
forças inegáveis, a estabilidade na dian- dos pneus... por isso vimos no passado, baixasse em quase 4/10 para 1:55.635, Espargaró 19º, Zarco 20º e Syarhin 22º…
teira na entrada em curva, que sem dúvida não raro, as laranjas austríacas a andar Miguel desceria duas posições para 20º, Perante estes tempos fora do Top 10, to-
deu, em parte, a Oliveira uma das razões nos primeiros 7 ou 8 à partida, para se em parte por ter Zarco já à sua frente em das as KTM tinham de pré-qualificar na
para o seu desempenho excecional, em afundarem depois na classificação a 4 ou 5 18º e Espargaró apenas em 16º. Digna de sessão de Qualificação 1, em que, com os

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10 mais rápidos qualificados automatica- do português até agora. À medida que a corrida interessante. O meu motor parou performance da moto no início da corrida
mente para a Q2, e portanto, ausentes da corrida evoluiu, Miguel foi perdendo esses na grelha de partida e tive de voltar a e consegui manter-me e defender-me
grelha, mais uma vez Miguel foi sétimo lugares pontuáveis, muito devido ao des- fazer um restart do pit lane, alinhar em dentro do grupo. É pena que a sete ou oito
(contra o 11º de Johann Zarco!), com o seu gaste do pneu traseiro da KTM RC16, mas último, mas apesar deste pequeno per- voltas do fim o meu pneu traseiro tenha
tempo de 1:55.122 apenas 0,382 milésimas também à carga tardia de Jorge Lorenzo, calço mantive-me calmo e fiz uma boa perdido o rendimento… a partir daí não
atrás de Pol Espargaró, qualificado ime- que passou quase toda a corrida atrás do partida e uma excelente primeira volta, houve muito mais que pudesse fazer, pois
diatamente à sua frente. Isto significou português e do excecional Quartararo, que onde passei em 14º na primeira passagem o pneu estava completamente degradado
que nenhuma das KTM transitou para compelido a arrancar da boxe, recuperou pela linha de meta.” e não consegui terminar nos pontos.”
a Q2 final e que o seus lugares na grelha até 16º, baixando Oliveira para o seu lugar À medida que a corrida evoluía, Miguel Um certo tom de desilusão não escondia,
estavam a partir daí determinados, Miguel final de 17º… depois ds sucessos do fim entrou no ritmo, sempre muito seguro no entanto, a confiança para as provas
em 17º, ou seja, sétimo da sua sessão mais de semana, soube a pouco, mas Miguel e à espreita da oportunidade de subir seguintes:
os 10 pré-qualificados à sua frente. disse ainda, sem desanimar: “Foi uma lugares: “Fiqueimuitosurpreendidopela “Senti que hoje era um dia onde eu tinha
Depois de um Warm Up sem novidade, muita capacidade, contudo não conse-
chegou então o momento que todos guimos fazer com que o pneu durasse a
aguardavam: A estreia de Oliveira no corrida inteira. Saímos daqui com o facto
MotoGP, primeira participação de um positivo de estarmos competitivos e ter-
português na classe rainha da era MotoGP, mos potencial para sermos mais rápidos.
já que antes disso, em 1998, Felisberto No final de tudo, terminar a 16 segundos
Teixeira participara numa Honda Shell não énadanegativoeaequipaestácon-
500 a 2 tempos em Jerez de la Frontera… tente. Agora vamos trabalhar para fazer
Na corrida, fruto de um bom arranque melhor no grande prémio da Argentina.
e muita confusão nas primeira voltas, O meu sonho hoje tornou-se realidade,
o piloto da Caparica foi durante alguns fiz a minha primeira corrida de MotoGP.
momentos da corrida o melhor piloto KTM, Lutei com o que tinha e estou certo que
ao rodar em 13º, logo dentro dos pontos, e ainda vamos ter muitas alegrias com a
à frente de Johann Zarco e Pol Espargaró, minha KTM. ”
para não falar do seu colega de equipa Estamos todos contigo, Miguel… Para-
Hafizh Syahrin, que nunca estave perto béns!

>>motosport.com.pt Alexandre Melo
[email protected]
AOM O T O G P Q A T A R
MILÍMETRO As últimas duas épocas têm sido
marcadas por constantes duelos
Como em outras tantas ocasiões, Andrea Dovizioso e Marc em pista entre Marc Márquez e An-
Márquez protagonizaram um duelo escaldante, desta feita no drea Dovizioso, pilotos que preci-
samente nos últimos dois campeonatos
asfalto da pista de Losail. Batalha essa que terminou com a ficaram em primeiro e segundo, respe-
vitória de ‘Dovi’ sobre Márquez por apenas 23 milésimos. No tivamente.
Como em tudo na vida há alternância em
entanto esta é uma vitória que está em suspenso devido à quem sai vencedor. Em algumas ocasiões
queixa apresentada pelos construtores rivais sobre a eventual ganha Márquez e noutras Dovizioso. Po-
rém há um padrão que caracteriza estas
ilegalidade do ‘spoiler’ traseiro utilizado pela Ducati na batalhas entre os homens da Honda e
Desmosedici GP19 Ducati. São lutas que duram até à ban-
deirada de xadrez e por norma têm uma
ACOMPANHE TODA A INFORMAÇÃO última curva dramática.
DIARIAMENTE EM MOTOSPORT.COM.PT Em Losailtal voltou a não ser excepção.
Andrea Dovizioso comandou grande parte
da corrida, mas nas últimas duas vol-
tas Marc Márquez, que não está a 100%
devido à operação ao ombro esquerdo
em dezembro, mostrou as garras e foi
alternando a liderança com o seu rival. A
decisão aconteceu na travagem para a
última curva, momento em que Márquez

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alegaram que com esta nova peça a Ducati C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O
não estaria a cumprir com o regulamento
técnico do MotoGP, nomeadamente no MOTOGP (DUCATI) 42M36.902S
que diz respeito à utilização de peças ae- 1º ANDREA DOVIZIOSO (HONDA) + 0.023S
rodinâmicas que devem fazer parte das 2º MARC MÁRQUEZ (HONDA) + 0.320S
carenagens da moto e que devem estar 3º CAL CRUTCHLOW (SUZUKI) + 0.457S
fixas ao quadro da moto e não a outros 4º ÁLEX RINS (YAMAHA) + 0.600S
elementos, como é o caso (‘spoiler’ está 5º VALENTINO ROSSI
fixo ao braço oscilante). .......... (KTM) + 16.377S
Depois da Ducati ter sido ouvida pela 17º MIGUEL OLIVEIRA
Direção de Corrida e pelo Painel de Co-
missários da Federação Internacional CAMPEONATO 25 PTS
de Motociclismo em MotoGP, o protesto 1º ANDREA DOVIZIOSO 20 PTS
foi arquivado. No entanto os queixosos 2º MARC MÁRQUEZ 16 PTS
não gostaram deste desfecho e apelaram 3º CAL CRUTCHLOW 13 PTS
desta decisão. Assim tudo será decidido 4º ÁLEX RINS 11 PTS
no Tribunal de Apelação da FIM. 5º VALENTINO ROSSI
Até lá o triunfo de Andrea Dovizioso em
arriscou tudo e passou Dovizioso, mas na Os construtores rivais, à excepção da Losail é provisório. Espera-se que a de- andar em quarto, mas viu a bandeira de
travagem para essa mesma curva saiu Yamaha que já utilizou uma solução aero- cisão final seja conhecida ainda antes do xadrez em oitavo. Ficou com a consolação
largo e ‘Dovi’ em aceleração recuperou dinâmica semelhante no passado recente, Grande Prémio da Argentina, em Termas de ter sido o melhor estreante.
em definitivo o comando. de Río Hondo, que terá lugar dentro de O último piloto a ficar ‘pendurado’ no grupo
Pelo segundo ano consecutivo o transal- três semanas. que discutiu a vitória, ainda que tenha
pino entra a vencer na época e tal como sido apenas um espetador privilegiado,
em 2018 bateu Marc Márquez no ‘risco’. Se PELOTÃO IRREQUIETO foi Valentino Rossi. O homem da Yamaha
no ano passado foi por 27 milésimos que teve uma qualificação desastrosa, apenas
cantou vitória agora foram 23 milésimos Luta pela vitória à parte, a corrida de Losail 14º, mas na corrida voltou a mostrar que
a separar os dois primeiros. Mais uma não se resumiu apenas a Marc Márquez quem sabe nunca esquece. Aos 40 anos
batalha que fica na memória de quem teve e Andrea Dovizioso. Na fase decisiva da realizou uma grande recuperação e fechou
a oportunidade de ver e com 18 Grandes prova estes dois pilotos foram secunda- a prova em quinto, sendo mesmo o melhor
Prémios ainda pela frente é quase seguro dos por mais três pilotos. Cal Crutchlow piloto Yamaha.
que teremos mais episódios desta sequela. foi terceiro e o melhor independente em O seu colega, Maverick Viñales, havia con-
Apesar de ter vencido em pista, Dovizioso pista. Uma corrida de arreganho por parte quistado a pole position, mas na corrida
e a Ducati têm a vitória em suspenso. Tudo do britânico, bem ao seu jeito, e que teve nunca apresentou o mesmo ritmo e por
porque Honda, Suzuki, Aprilia e KTM, após um sabor especial, pois este foi o regresso isso não foi além de um discreto sétimo
o fim da corrida, dirigiram-se ao gabinete do homem da LCR Honda à competição posto. Já Jorge Lorenzo teve um fim de
da Direção de Corrida e apresentaram um após a violenta queda sofrida, em outubro semana de estreia pela Honda bem di-
protesto formal contra o novo ‘spoiler’ último, durante os treinos livres do Grande fícil. Tudo devido às quedas sofridas, que
inferior da Desmosedeci GP19, localizado Prémio da Austrália em Phillip Island. tardam em abandonar Lorenzo, no dia da
na zona inferior da GP19 e mesmo à frente Derrotado nesta luta pelo pódio ficou Álex qualificação. Apesar de não terem tido
da roda traseira da moto. Uma solução que Rins, que teve de contentar-se com o grandes consequências físicas, as duas
foi utilizada nas Desmosedici de Andrea quarto posto. Apesar de mais uma vez quedas deixaram o espanhol dorido e
Dovizioso, Danilo Petrucci e Jack Miller, ter exibido toda a sua rapidez, Rins queria limitado na sua ação aos comandos da
este piloto da satélite Pramac Racing, mas iniciar esta gesta com um pódio. Aliás, a RC123V.
também aos comandos de uma GP19. própria Suzuki recebeu pouco para aquilo Assim, Lorenzo foi 15º na qualificação e
que deu à corrida. Álex passou pelo co- na corrida não passou do 13º posto. Não
mando e não conseguiu subir ao pódio, fez melhor do que na sua estreia com a
enquanto o estreante Joan Mir chegou a Ducati, onde nesta mesma pista de Losail
quedou-se pelo 11º lugar, estávamos então
no ano de 2017.
Aleix Espargaró colocou a Aprilia em 10º,
enquanto a KTM sentiu dificuldades ape-
sar de ter pontuado pela primeira vez no
Qatar. Pol Espargaró liderou o pelotão la-
ranja em 12º ao passo que o reforço Johann
Zarco manteve as dificuldades exibidas
durante a pré-época e somou um magro
ponto no 15º lugar. A bater à porta dos
pontos ficou Miguel Oliveira, 17º, ele que na
sua corrida de estreia em MotoGP chegou
a ser a determinada altura o melhor piloto
KTM e a rodar à frente de nomes como
Jorge Lorenzo ou Andrea Iannone. Mais
dificuldades sentiu o colega de Oliveira
na KTM Tech 3, Hafizh Syahrin. O piloto
malaio está a ter muitas dificuldades de
adaptação à KTM RC16. Em Losail foi o
último a passar pela linha de meta.
Pior esteve a Pramac Racing que ficou em
branco com os abandonos de Jack Miller e
do estreante Francesco Bagnaia.

8 MOTO2QATAR

>>motosport.com.pt

NOVA ERA Moto2, mas na corrida não conseguiu
apresentar o mesmo ritmo. Acabou a
Lorenzo Baldassarri foi o primeiro vencedor de uma corrida de Moto2 com os motores prova a segurar os ataques de Remy
Triumph. Um momento histórico na categoria intermédia do Mundial e que deixou para Gardner e ficou preso ao seu segundo
trás o longo consulado dos motores Honda. Losail foi ainda o palco do regresso aos pódios pódio em Moto2 por apenas dois milé-
do experiente Thomas Lüthi - por 26 milésimos não saiu vencedor - e de uma prestação simos de segundo.
Um desfecho duro para Remy Gardner,
decepcionante por parte das KTM que realizou a sua primeira corrida com
as cores da espanhola SAG Team e obte-
Alexandre Melo Triumph, pelo que o piloto a vencer a fase inicial, Lüthi bem tentou por todos ve até ao momento a sua melhor classi-
[email protected] primeira corrida com o motor britânico os lados superar o jovem italiano, mas ficação num evento de Moto2. Augusto
iria ficar igualmente na história. Coube a tal não foi possível. Ficou a 26 magros Fernández, com mais uma corrida muito
Na história do Mundial de Lorenzo Baldassarri tal privilégio. O ita- milésimos da sua 12ª vitória em Moto2 interessante, foi quinto e mostrou que
Moto2, Miguel Oliveira tem o liano da espanhola Pons Racing realizou e assinou a volta mais veloz da corrida. o homem da Pons Racing poderá muito
seu nome gravado na mes- uma corrida irrepreensível, onde liderou Mesmo assim o suíço deixou o aviso de bem, durante o ano, conquistar o seu
ma. Isto porque em novembro praticamente a totalidade da mesma. que há que contar com ele para a luta primeiro pódio em Moto2.
passado, no circuito Ricardo Com um ritmo rápido, consistente e pelo título ou não fosse dos pilotos mais Já no campo das desilusões temos de
Tormo (Valência), o português sem erros, Baldassarri protagonizou, rápidos e experientes do atual plantel colocar a Sky VR46, equipa que o ano
tornou-se no último piloto a vencer em Losail, uma das melhores exibições de 32 pilotos de Moto2. passado conquistou o título de pilotos
uma corrida da categoria com um motor da sua carreira. No degrau mais baixo do pódio ficou por intermédio de Francesco Bagnaia,
Honda, que já acompanhava o Moto2 Porém nem tudo foi fácil, pois nas últi- Marcel Schrötter, colega de Lüthi na ger- agora inserido em MotoGP. A equipa
desde a atual denominação, que chegou mas duas voltas teve de suster o regres- mânica Dynavolt Intact GP. O germânico que é propriedade de Valentino Rossi viu
em 2010. sado Thomas Lüthi. Com uma corrida de deu nas vistas nos treinos cronometra- Luca Marini ser oitavo e a nunca estar
Para 2019 saiu a Honda e entrou a trás para a frente, chegou a ser 10º na dos, conquistou a sua primeira pole em em condições de lutar pelas posições
mais cimeiras, enquanto o estrean-
te Nicolò Bulega abandonou devido a
queda.
No mesmo lote das deceções entra a
Marc VDS, Álex Márquez não foi além
de sétimo e Xavi Vierge afundou-se
após liderar o início da corrida, bem

9

MOTO3QATAR

SOL NASCENTE

Nova temporada que arrancou japonês venceu uma corrida. O feito O espanhol pode ter ficado com
em Moto3 e novamente corridas coube a Kaito Toba, que iniciou em um amargo de boca, mas mesmo
disputadas ao milímetro. Um 2019 a sua terceira época nesta assim ainda ofereceu o primeiro
grande pelotão, em que 11 pilotos categoria. Estreia também vitoriosa pódio no Mundial à equipa do antigo
ficaram separados por menos de em Moto3 para a equipa do jovem de campeão do mundo, Max Biaggi, que
um segundo, discutiu as primeiras 19 anos, a Honda Team Asia. fez a sua estreia no Qatar. Canet foi
posições e foram muitas as trocas Piloto com resultados discretos até igualmente o melhor homem com
de liderança ao longo das 18 voltas aqui, Toba superiorizou-se num final uma KTM em mãos, pois à sua frente
da contenda. A corrida de Losail emotivo na longa reta da pista qatari. ficaram duas Honda.
disputou-se com o sol a cair no Kaito entrou na reta final em segundo, Nota ainda para o regresso de
horizonte e a noite a chegar. mas na ‘aspiração’ acabou por superar Romano Fenati ao Mundial após o
Porém foi um piloto proveniente do Lorenzo Dalla Porta, que teve de ‘Misano Gate’. O italiano estabeleceu
chamado país do sol nascente que contentar-se com o segundo posto. O a volta mais rápida da contenda, mas
brilhou e fez história na categoria transalpino ficou a 53 milésimos da não foi além do nono posto numa
mais baixa do Mundial. sua segunda vitória na categoria. O corrida onde o promissor Can Öncü,
Isto porque pela primeira vez pódio ficou completo com Arón Canet, o mais jovem vencedor da história do
desde que o campeonato tem a piloto que foi o mais forte nos treinos Mundial, desiludiu e ficou fora dos
denominação de Moto3 um piloto livres bem como na qualificação. pontos ao ser apenas 18º.

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

MOTO3 (HONDA) 38M08.887S
1º KAITO TOBA (HONDA) + 0.053S
2º LORENZO DALLA PORTA (KTM) + 0.174S
3º ARÓN CANET (HONDA) + 0.505S
4º MARCOS RAMÍREZ (KTM) + 0.584S
5º CELESTINO VIETTI

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O CAMPEONATO 25 PTS
1º KAITO TOBA 20 PTS
2º LORENZO DALLA PORTA 16 PTS
3º ARÓN CANET 13 PTS
4º MARCOS RAMÍREZ 11 PTS
5º CELESTINO VIETTI

MOTO2

1º LORENZO BALDASSARRI (KALEX) 39M56.109S
+ 0.026S
2º THOMAS LÜHTI (KALEX) + 2.123S
+ 2.125S
3º MARCEL SCHRÖTTER (KALEX) + 2.305S

4º REMY GARDNER (KALEX)

5º AUGUSTO FERNÁNDEZ (KALEX)

CAMPEONATO

1º LORENZO BALDASSARRI 25 PTS

2º THOMAS LÜHTI 20 PTS

3º MARCEL SCHRÖTTER 16 PTS

4º REMY GARDNER 13 PTS

5º AUGUSTO FERNÁNDEZ 11 PTS

como a KTM. Brad Binder, terceiro do
último campeonato, foi apenas 12º. No
entanto, o facto mais gravoso foi ter-
mos tido cinco KTM entre os últimos
seis pilotos que viram a bandeira de
xadrez. Isto num total de 26 pilotos que
terminaram a corrida.
O melhor estreante foi Enea Bastianini
em nono, num Grande Prémio que viu
igualmente a histórica MV Agusta re-
gressar ao Mundial, em parceria com a
Forward Racing, após uma longa au-
sência. No entanto o construtor italiano
não conseguiu somar qualquer ponto.

10 WRC/

2EM3CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MÉXICO
Sébastien Ogier venceu o Rali do México, triunfando pela segunda
vez este ano, em três ralis. Apesar do atraso do primeiro dia, Ott
Tänak ainda recuperou até segundo, depois de suplantar um

batalhador Elfyn Evans, que terminou no lugar mais baixo do pódio

Martin Holmes com José Luís Abreu
[email protected]

FOTOGRAFIA @WORLD/A. LAVADINHO, A. VIALATTE; MARTIN HOLMES RALLYING

Caiuopanosobreaprimeiraprova lento e a perder tempo significativo. Meeke até final sem mais contratempos. primeiro dia para se chegar à frente, mas
de terra do ano, e tal como se passou para a frente, mas na atribuição Depois duma boa luta com Elfyn Evans, depois não teve pedalada para Kris Meeke,
esperava a ordem na estrada nominal de tempos, Ogier caiu para se- Ott Tänak/Martin Järveoja asseguraram e mais tarde para Ott Tänak, perdendo o
teve influência nos resultados. A gundo apenas a 1.3s do novo líder. Do mal o segundo lugar, depois de terem chegado segundo lugar já no último dia de prova.
Sébastien Ogier e Julien Ingras- o menos. Depressa recuperou a dianteira a ser oitavos da geral no primeiro dia de Ainda assim uma bela prestação.
sia bastou o terceiro lugar na e a partir daí construiu uma margem prova. Sendo os primeiros na estrada, Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul lutaram
estrada no primeiro dia para construirem que lhe permitiu vencer com à vontade, perderam tempo para a cabeça da ‘corrida’ muito pelo quarto lugar em que termina-
uma vantagem face aos seus mais diretos acrescentando mesmo os cinco pontos que nunca mais conseguiram recuperar. ram, minimizando as perdas depois de um
adversários na luta pelo título, Ott Tänak e da PowerStage, face ao zero de Tänak, o Percebendo isso, apontaram ao segundo rali difícil. No primeiro dia, foram os únicos
Thierry Neuville, margem que se revelou que significa que está agora mais perto lugar, e conseguiram os seus objetivos, ti- sobreviventes de um dia desastroso para a
decisiva para que os franceses da Citroën no campeonato, apenas a quatro pontos rando o máximo que podiam desta prova. Hyundai, com o belga a perder um minuto
tivessemumaprovamarcadaapenascom do estónio. Para a Citroën, segunda vitó- Os consistentes Elfyn Evans/Scott Martin para o líder. Um furo logo no primeiro troço
um grande susto. Fora isso (já lá vamos), ria em três ralis. Em todo o ano passado terminaram no terceiro lugar sem ter da manhã desse primeiro dia condicionou
dominaram por completo o rali, mesmo venceram apenas um rali. Com o mesmo vencido qualquer troço, naquele que é o tudo o resto daí para a frente.
tendo a ‘tal’ estrelinha da sorte, já que carro e a mesma equipa. Percebem agora seu melhor resultado do ano, e o primeiro A Toyota também teve a sua dose de pro-
quando as coisas podiam ter dado muito a diferença que fazem Ogier e Ingrassia? pódio desde a Catalunha do ano passado. blemas. Kris Meeke/Sebastian Marshall
para o torto, a ‘coisa’ correu bem. O segredo do triunfo esteve no facto de Evans aproveitou a ordem na estrada no terminaram na quinta posição, depois de
Tudo aconteceu na primeira especial do terem aproveitado bem o primeiro dia,
segundo dia, quando Esapekka Lappi saiu que terminaram 14.8s segundos na frente
de estrada e ficou com o carro ‘pendura- de Elfyn Evans, enquanto Ott Tänak e
do’ meio dentro, meio fora da estrada. O Thierry Neuville se atrasaram. Depois da
navegador ainda avisou os dois pilotos, ‘crise’ que já referimos atrás, desde que
mas a direção de Prova interrompeu a regressaram à liderança, a margem foi
especial. Foi a sorte de Ogier, com furo subindo até Ogier poder gerir, o que fez

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11

terem chegado a passar pela liderança 02
no início do segundo dia. Aproveitaram a
posição na estrada, chegaram a primeiro COM O TRIUNFO NO MÉXICO, A CITROËN
na PE10, depois do furo de Ogier, mas na JÁ VENCEU MAIS VEZES NOS TRÊS RALIS
especial seguinte furaram, não mudaram DESTE ANO, DO QUE EM TODAS AS PROVAS
a roda, e isso danificou-lhes a suspensão. DE 2018...
Em duas especiais, passaram de primei-
ros a quintos, a 3m21s do líder. Mais do
que lutar pelo pódio, tiveram mesmo a
possibilidade de lutar pelo triunfo no rali.
Desta vez faltou um pouco mais de sorte.

BODO AOS POBRES

Com tantos incidentes, a classificação final
espelha isso mesmo, com Benito Guerra/
Jaime Zapata no sexto lugar da geral
– resultado que iguala a melhor clas-

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

12 R A L I D O M É X I C O 3 D E 1 4

sificação de sempre de um R5 no WRC Venceram o primeiro troço, foram os segundo dia saíram de estrada e le- resultados, este ano, nem por isso. Ain-
- venceram o WRC2 depois duma boa primeiros líderes, e deram um salto varam à interrupção do troço. A prova da. Neste rali, primeiro troço a sério,
luta com Marco Bulacia/Marco Cretu, incrível na super especial... e quase serviu essencialmente para ganhar um acidente violento. Há dias assim.
que no último troço passaram Jari-Matti se despistaram. O susto foi grande e a experiência, já que só tinham estado Lukasz Pieniazek correu sozinho no
Latvala/Miikka Anttila, que voltaram a direção de Prova interrompeu o troço. no México uma vez. Por fim, Teemu WRC2 Pro e limitou-se a chegar ao fim
ter problemas mecânicos no seu Toyota Depois, muitas dificuldades iniciais Suninen/Marko Salminen. A dupla e vencer. O WRC prossegue dentro de
Yaris WRC antes da PowerStage, cain- nos troços de montanha, no início do tem mostrado bom andamento, mas duas semanas e meia na Córsega.
do para o oitavo lugar. No primeiro dia,
quando estavam em quarto, tiveram de
abandonar antes da super especial do
Autodromo de Leon, já que o seu Yaris
WRC parou com um problema na bateria.
Dani Sordo/Carlos Del Barrio termina-
ram em nono, depois de abandonarem
na ligação para a sétima especial, com
um problema elétrico, num troço em
que podiam ter chegado ao coman-
do do rali. A dupla espanhola estava a
andar bem, tornaram-se mesmo nos
rivais mais próximos de Ogier, rodando
a menos de cinco segundos, mas a sua
luta terminou cedo. Esta foi uma boa
prestação do espanhol.
Já os seus companheiros de equipa na
Hyundai tinham-se saído inicialmente
bem, com Andreas Mikkelsen/Anders
Jaeger a liderarem o rali a meio do pri-
meiro dia. Mas na segunda passagem
por El Chocolate foram obrigados a en-
costar e a abandonar depois de um furo
e com a suspensão danificada depois de
bater numa pedra. Regressaram para
limpar a estrada e abrir portões...
Esapekka Lappi e Janne Ferm estive-
ram em destaque várias vezes nesta
prova, nem sempre por boas razões.

M/ MOMENTO F/ FIGURA

Por vezes apenas uns centímetros fazem a Costuma dizer-se que a sorte dá muito
diferença entre sair de estrada ou fazer o trabalho, e para os adeptos das teorias da
melhor tempo. Tal sucedeu a Ogier na PE10. Se conspiração é um pequeno dado importante.
o troço não tem sido interrompido, o francês Nos últimos dois anos, Ogier e Ingrassia
iria perder muito mais tempo que os 22.3s que ofereceram títulos a uma estrutura que não
‘levou’ como tempo nominal. os ganhava há uma década. No final do Rali do
Teve essa sorte e ficou a 1.3s da frente. México confirmaram a segunda vitória em três
Momentos depois o líder, Meeke, também ralis para a Citroën, que o ano passado venceu
furava. Ironias do destino... um em... treze.

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13

SÉBASTIEN OGIER(1ºCLASSIFICADO)

“NÃOFOIDASMINHAS
VITÓRIASMAISFÁCEIS…”

Sébastien Ogier venceu o Rali do México, oferecendo à Citroën
a sua segunda vitória do ano em três ralis. Com isso subiu ao
segundo lugar do campeonato, apenas a quatro pontos do
ainda líder, Ott Tänak.

Sébastien, quinta vitória no México, mas a primeira
com a Citroën…
O México é definitivamente um lugar especial para mim.
Estou muito feliz por garantir a minha quinta vitória aqui, mas
também por alcançar o máximo de pontos possíveis para o
campeonato! Foi para isso que viemos e, apesar de não ter sido
um fim de semana sem problemas, conseguimos fazê-lo.
Assim que o testei, senti potencial no Citroën C3 WRC e
isso continua a ser confirmado. Cabe-nos agora continuar a
trabalhar arduamente porque o campeonato parece estar mais
equilibrado do que nunca.

Qual foi o teu maior desafio nesta vitória? O carro estava difícil de conduzir, mas esse erro também foi em pódio, mas senti que tinha um bom carro para estar entre os
Foi um fim de semana muito desafiante, e não foi, definitiva- parte culpa minha. Fui demasiado otimista com os travões. Mas três primeiros na Power Stage e esse era o objetivo. Ganhar o
mente, uma das minhas vitórias mais fáceis e isso está a tornar- foi apenas um pequeno problema e alguns segundos perdidos… troço foi a cereja no topo do bolo. Foi uma boa oportunidade
se uma tendência no WRC. para deixar o Rali da Suécia para trás.
As condições foram as mais desafiantes dos últimos anos, Pontos máximos na Power Stage, a vitória no rali, um Eu não diria que é um alívio, pois estamos ainda no início da
vários pilotos meteram-se em sarilhos, vários carros ficaram de alívio depois do Rali da Suécia… temporada, mas é melhor não ter uma grande diferença. O
fora. Também nós tivemos problemas. Dois furos e um pequeno Na PowerStage não se devem correr riscos quando se está no objetivo era vencer, e conseguimos…
problema técnico. Não foi fácil. Mas agora temos 30 pontos e
uma quinta vitória no México…

Não cometeste erros, exceção feita à super especial…
Esse problema começou durante a tarden e foi ficando pior ao
longo do dia. Chegar à assistência naquela altura foi o ideal.

PIERRE BUDAR (DIRETORDACITROËNRACING)

Pierre, oitava vitória da Citroën Racing
no México, e a segunda desta tempo-
rada…
Estamos encantados porque é o resultado de
um excelente esforço de equipa! Vencer aqui
não é tarefa fácil. A combinação da altitude
e temperaturas elevadas fazem com que seja
um grande desafio, tanto para o homem como
para a máquina. Mas todos estiveram bem
durante todo o fim de semana e esta vitória é
apenas o resultado do nosso trabalho árduo.
É sempre positivo ganhar a primeira prova
do campeonato em piso de terra porque é
a superfície em que a maioria dos ralis são
realizados e, embora não possamos descan-
sar sobre os louros, é a confirmação de que
estamos bem.

Grande início de temporada… Não foi fácil, mas está feito e muito bem feito. Eles cometeram um pequeno erro que se revelou
Três pódios noutros tantos ralis, não podíamos Estamos em segundo lugar nos Construtores, fizemos muito caro, mas eu prefiro concentrar-me na forma
esperar um melhor início de temporada. Obviamente, o máximo de pontos neste fim de semana. Há muito como eles conseguiram lidar com as dificuldades das
tudo isto não teria sido possível sem um magnífico tempo que não víamos isso. Mostra que podemos estradas mexicanas. Eles ainda não dominam tudo,
desempenho do Sébastien (Ogier) e do Julien (Ingras- fazê-lo com dois carros quando temos dois bons mas gradualmente têm vindo a melhorar o seu ‘jogo’
sia). Eles mostraram toda a sua gama de qualidades: pilotos... e conseguiram definir um ritmo muito respeitável. O
velocidade, habilidade de corrida, capacidade de Esapekka revelou-me que teve uma sensação muito
reação e também capacidade de gestão. Nós já sabía- O que achou da prova do Esapekka Lappi boa no C3 WRC na terra e isso é um bom presságio
mos, mas eles realmente têm tudo! e do Janne Ferm? para o resto do campeonato.

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

14 R A L I D O M É X I C O 3 D E 1 4

OTTTÄNAK

“UM BOMCOMEÇO,
TRÊS PÓDIOSEMTRÊSRALIS…”

Ott Tänak teve nesta prova que ‘experimentar’ pela
primeira vez o que é abrir a Estrada em ralis de terra
no WRC, e não se saiu nada mal. No primeiro dia as
dificuldades foram evidentes, mas nos dois seguintes
mostrou novamente que vai lutar pelo título até ao
derradeiro metro. Para já, é o único com três pódios em
três ralis.

Que balanço fazes deste fim de semana?
Foi bom! Foi um evento muito exigente: duro para o
carro, duro para os pneus e duro para os pilotos dentro
do carro por causa das temperaturas. Estou muito
contente por ter conseguido cumprir o rali sem erros
ou problemas. Mostra bem como estamos fortes. Tive
um furo na Power Stage, por isso não havia nada que
pudesse fazer, mas os dois primeiros dias foram bons,
e conseguimos o segundo lugar. Um bom começo para o
campeonato com três pódios em três ralis, e seria ótimo
se pudéssemos continuar assim.

Começaste o fim de semana em primeiro na Como foi a luta pelo segundo lugar? não teríamos tido nenhuma hipótese no último dia.
estrada como líder do campeonato. Acreditavas na Em primeiro lugar, gostaria de dizer que o Elfyn Mas conseguimos recuperar o tempo e no último dia
sexta-feira que era possível um pódio? (Evans) foi consistente durante todo o rali e esteve escolhemos bem os pneus.
Sim, acho que estamos a trabalhar há muito tempo para sempre no topo da tabela. A meio do dia de sábado, Na PowerStage tivemos um furo lento e isso colocou-me
estar nessa posição na estrada, pelo que não podíamos estávamos 20 segundos atrás e só tínhamos uma sob pressão porque não tinha a certeza da velocidade
reclamar disso. Mas nunca é fácil. Eu tive uma boa chance se pudéssemos recuperar o tempo de tarde. a que ele (Elfyn) ia. Não foi fácil. Infelizmente, não
sensação no carro e tudo estava a funcionar, mas era Se estivéssemos a 20 segundos no final de sábado, conseguimos pontos no troço…
difícil conseguir bons tempos. O Seb sempre foi forte nas
sextas-feiras. Em suma, fizemos tudo o que podíamos.

ELFYN EVANS

“DEVIATERTERMINADONOSEGUNDO LUGAR…”

Elfyn Evans esteve em bom plano. Aproveitou
a ordem na estrada para se colocar bem no
primeiro dia e depois suportou como pôde os
ataques dos ‘big boys’ no segundo, saindo do
México com um merecido pódio.

Elfyn, que balanço fazes desta prova?
É um bom resultado, mas não posso deixar
de me sentir um pouco desapontado porque
devia ter terminado no segundo lugar. Infeliz-
mente, houve pequenas coisas que nos custa-
ram bastante. A segunda passagem de Otates
custou-nos muito caro, e depois fizemos uma
escolha errada dos pneus no último dia…

E aspetos positivos? Como tem sido a tua época? mos alcançado o resultado que queríamos. A
Ainda assim foi um bom fim de semana e há O ano passado não foi o melhor ano para nós, velocidade foi boa e, mais uma vez, estivemos
muitos aspetos positivos a retirar. Não comete- mas por vezes tivemos boa velocidade. Este ano bem. Temos um bom carro para o asfalto e agora
mos um único erro e conseguimos alguns bons não estivemos bem no Monte Carlo, mas desde também uma melhor posição na estrada para
pontos. Mais importante ainda, podemos ver aí as coisas têm vindo a funcionar bem. O Rali a Córsega. Tenho uma boa sensação, tal como
que fizemos algumas boas alterações no carro da Suécia foi positivo, embora não tenha- sucedeu em Espanha, no final do ano passado.
e agora vamos trabalhar para o desenvolver ao
longo do ano.

15

SALTO MAL PLANEADO
‘ASSUSTOU’

NOVASREGRASDOWRCSÓ EM 2022

Não faltou polémica a envolver Neste caso tratou-se de negligência. Mas A FIA decidiu estender o ciclo do WRC até Como se sabe, existem conversações entre
o que se passou na super es- felizmente houve reação atempada e o 2021! O atual ciclo de homologação das as partes interessadas, a Citroën está a
pecial de abertura do Rali do troço foi neutralizado, o que levou a que regras do Campeonato do Mundo de Ralis pressionar para que exista alguma forma
México, já que a colocação de Ott Tänak, Thierry Neuville e Sébastien foi alargado, significando isto que as pre- de hibridização, tendo acenado com o
um rampa para um salto não Ogier não o realizassem. Uma fonte (piloto) sentes normas técnicas serão aplicáveis cenário da saída do WRC se assim não for.
foi bem analisada em termos que não quis ser identificado, arrasou a durante cinco anos, permitindo que os Jean Todt, presidente da FIA, já disse que
de segurança e os saltos que ali foram organização e a FIA: “Isto é uma loucura. construtores utilizem os carros atuais, que quer introduzir a tecnologia híbrida no
vistos chegaram a assustar. A forma como Quando é que isto pára? Porque precisa- começaram o ciclo em 2017, até ao final de WRC a partir de 2022 e tem como objetivo
Esapekka Lappi, o mais rápido a concluir mos destes saltos estúpidos e perigosos? 2021. Como consequência, os construtores manter as marcas existentes e atrair ainda
a especial, aterrou, podia ter terminado Este é um grande troço, um dos melhores poderão atualizar/evoluir os seus carros mais: “Para mim é uma grande frustração
muito mal caso o carro se desgovernasse, em termos de ambiente para os adeptos, durante o ciclo de homologação com ‘Jok- ver que os ralis ainda não introduziram
pois o público estava logo ali... atrás de é fantástico. Porque é que precisamos de ers’ adicionais. as tecnologias híbridas. A razão é que
redes. Há uns anos, na super especial de torná-lo ainda mais emocionante? Não Até aqui estava previsto que estas regras os construtores atuais não querem
Lisboa, um pneu soltou-se de um carro precisamos! Agora é tudo sobre saltos? se mantivessem até ao final de 2020, mudar as regras, mas a minha posição
e atingiu um espetador, mas esse foi um Quando é que a FIA pára com isto? É es- sendo por isso urgente a decisão quanto é clara. Quando vou aos grandes salões
imponderável. túpido e é perigoso”, disse. aos regulamentos do próximo ciclo do WRC, automóveis só vejo novas tecnologias e
mas desta forma a FIA e os construtores não gosto que um campeonato mundial
ganham 12 meses. A razão é simples, deste da FIA não queira estas novidades. Mas
modo há mais tempo para concluir as parece que os construtores atuais se
discussões da nova era do WRC, que deverá aperceberam que precisamos mesmo da
ser, pelo menos, híbrida. tecnologia híbrida”, disse.

PROTONIRIZ R5 COM HOMOLOGAÇÃO FIA

A Mellors Elliot Motorsport confirmou A MEM está ligada à Proton há quase duas
que o processo de homologação do décadas. Em 2002 a estrutura dirigida por
Proton Iriz R5 está completado. Agora, a Elliot Mellors colaborou no título de campeão
equipa espera ansiosa e esperançada a mundial da Produção de Karamjit Singh
utilização internacional do modelo malaio com um Proton ‘sósia’ de um Mitsubishi
por parte de vários pilotos privados. Ollie Lancer, manteve-se em competição na Ma-
Mellors, filho do preparador, foi um dos lásia e regressou em força em 2010 com a
pilotos responsáveis pelo desenvolvimen- homologação do Satria Neo S2000 no IRC
to do novo carro com que competiu há tendo feito alinhar pilotos como Guy Wilks,
cerca de três semanas no Riponian Rally, Giandomenico Basso, Bryan Bouffier ou
onde foi segundo classificado. Alister McRae. JFF

WRC COM NÚMEROS RECORDENATV

O WRC teve um aumento de 13.500 para 14.208 horas de transmissões na TV em 2018.
As audiências globais caíram de 848.860 milhões de telespetadores em 2017 face aos
823.790 milhões de 2018. Se atendermos ao facto de em 2013 o número de horas nas TV
ter sido de 5.900, o crescimento das horas das transmissões na TV foi de 128%. Apesar
do impacto adverso dos Jogos Olímpicos de Inverno e do Mundial de Futebol a audiência
global de TV do WRC ultrapassou 800 milhões pelo segundo ano consecutivo. A consul-
tora Nielsen relatou também fortes subidas na media digital e social. Houve mais de 105
milhões de visualizações de vídeos nas plataformas oficiais do WRC e mais de 1.3 biliões
de impressões online em 2018. O número de seguidores nas plataformas digitais do WRC
superou os 10 milhões de pessoas.

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

16 R A L I D O M É X I C O 3 D E 1 4

KRISMEEKEACUSOU CITROËN... E DEPOISPEDIU DESCULPA
Esapekka Lappi despistou-se
na primeira especial do segun- Nem sequer passámos perto. Penso gente que vê o WRC All Live: “Não co- ro não estava muito fora de estrada, e
do dia de prova e ficou com o que alguém lhes devia cair em cima”, mento as declarações do Kris (Meeke), convém não esquecer que há os WRC,
Citroën C3 WRC meio dentro, referindo-se à Citroën. são um completo disparate!” mas depois também os restantes carros,
meio fora de estrada. Depois de Pierre Budar, líder da Citroën, negou com Já o Diretor de Prova, Patrick Suber- e o carro estava na estrada depois de
passarem dois pilotos a direção veemência essas alegações, afirmando ville, corroborou as palavras de Budar: uma curva cega. Não dava para o ver.
de prova decidiu interromper a especial que a Citroën não sabia que Ogier vinha “Ninguém falou connosco na Sala de Peço desculpa, mas a segurança está
e atribuir tempos nominais. Só que Ogier furado até que o viu na TV, como toda a Controlo do rali. A verdade é que o car- primeiro!”
vinha furado e se a especial não fosse
interrompida teria perdido muito mais
do que os 22.4s que lhe foram averbados
a mais que o vencedor do troço. Meeke
passou para a frente do rali, mas apenas
com 1.3s de avanço para Ogier.
Depois, Meeke acusou a Citroën de ter
pressionado o Diretor de Prova para
que este interrompesse a especial, mas
no final do dia pediu desculpa pelo que
disse, alegando que falou sem ter os
dados que devia: “Queria clarificar al-
gumas coisas que disse sobre a Citroën
e devo pedir desculpas relativamente
ao que disse já que não tinha todos os
detalhes sobre o que aconteceu...”. An-
tes, o irlandês revelou desconfiar que a
Citroën pressionou para haver bandeira
vermelha: “O Lappi estava bem fora de
estrada, não tive problema nenhum
em passar. Chegámos à curva e o Jan-
ne (ndr.: Ferm, co-piloto) avisou-nos.

ANDREAADAMO “FIMDE SEMANA SABIA QUE A ALTITUDE
DE OPORTUNIDADES PERDIDAS” TAMBÉM AFETA A AERODINÂMICA?

A Hyundai Motorsport teve um fim de semana dizer o Diretor da Equipa, Andrea Adamo. Dani Os motores dos
quase completamente para esquecer no Mé- Sordo rodava 4.6s atrás do líder, mas desistiu World Rally Car
xico. Já se sabia que Thierry Neuville não ia ter devido a um problema elétrico: “Quando lutas sofrem no Rali do
vida fácil a rodar no primeiro dia em segundo na frente, não te podes permitir a aban- México devido à
na estrada, mas tanto Andreas Mikkelsen donos devido a fiabilidade. Por isso estou falta de oxigénio
como Dani Sordo tinham todas as condições desapontado, pois é culpa nossa. Não é o que resultante das
de compensar isso para a equipa, com um quero ver da nossa equipa. Temos que olhar altitudes dos
forte resultado de conjunto. Mas não foi nada para os aspetos positivos de ralis como este troços, mas não
disso que sucedeu. Neuville foi quarto atrás e usar estes momentos como experiência é só a esse nível
do seus adversários diretos, mas Andreas Mik- para o futuro. Não foram estes resultados que que a questão se
kelsen e Dani Sordo tiveram que abandonar, o nos fizeram vir para o WRC, mas não podemos coloca já que tam-
primeiro depois de danificar a suspensão do ficar frustrados ou desapontados. O nosso bém a aerodinâmi-
seu i20 WRC numa pedra e o espanhol com Rali do México foi afetado pelo que se passou ca fica afetada. De
um problema elétrico. “Foi um fim de semana no primeiro dia e a partir daí limitámo-nos a forma positiva e negativa. A prova mexicana tem a particularidade dos seus troços se
de oportunidades perdidas”, começou por minimizar os danos”, disse Adamo. realizarem a mais do que 2000 metros, algumas zonas quase a 3.000, o que redunda
em grandes dificuldades para os motores, devido à progressiva falta de oxigénio.
Isso leva a que as potências dos motores sejam reduzidas em cerca de 20% (algumas
equipas comunicam perdas menores), mas para lá dos motores há outro aspeto que é
bem menos falado, a aerodinâmica.
Esta também é afetada significativamente no Rali do México, já que devido ao facto de
o ar ser mais rarefeito, há muito menos oxigénio, com o seu peso a ser muito
menor na aerodinâmica dos carros, existindo uma perda de cerca de 20%
tanto na força descendente, downforce, quanto no ‘drag’, arrasto (o downforce
é a força que empurra o carro contra o chão, o ‘drag’ é a resistência do carro
ao ar). Isto origina uma situação curiosa. Em teoria, o carro anda mais porque
não tem tanta resistência (drag), mas também tem menos downforce, o que
empurra o carro contra o chão. Portanto, os pilotos e as equipas deparam-se
com um rali completamente diferente dos restantes em terra, que se realizam
ao nível do mar. Resumindo, motores menos potentes, menos desgaste de
pneus, menos downforce e um arrasto mais facilitado…

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TEEMU SUNINEN C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S
NA MÓ DE BAIXO
RALI DO MÉXICO 3 DE 14
Teemu Suninen está a passar por um
processo semelhante ao que já teve 08/03 A 10/03/2019
Ott Tänak na M-Sport. O finlandês está
claramente a crescer em termos de COMO VI 1 003,49 KM 313,87 KM 1.º DIA 2.º DIA 3.º DIA
competitividade mas, de vez em quando, O RALI
comete daqueles erros que deixavam DISTÂNCIA 21 TROÇOS
Malcolm Wilson à beira de um ataque de José Luís Abreu
nervos com Tänak. Foi o que aconteceu PROVA CARRO
no México. ‘Ficar’ logo na primeira Ott Tänak ficou agora a perceber TEMPO/DIF.
especial do rali não é aceitável e se a razão porque tantas vezes
acrescentarmos um dado relevante, Sébastien Ogier se queixou nos 1 SÉBASTIEN OGIER/JULIEN INGRASSIA CITROËN C3 WRC 3:37:08.0
ainda pior: três acidentes e abandonos ralis de terra contra a ordem de +30.2
nas últimas seis provas. Será que fez partida. Se o Mundial de Ralis 2 OTT TÄNAK/MARTIN JARVEOJA TOYOTA YARIS WRC +49.9
bons resultados nas outras três? Não, não fosse tão equilibrado, esta +1:27.0
o melhor que conseguiu foram dois 11º questão esbatia-se ao longo 3 ELFYN EVANS/SCOTT MARTIN FORD FIESTA WRC +6:06.2
lugares na Catalunha e no Monte Carlo: da prova, mas como são hoje +15:35.5
“Estávamos a guiar limpo, mas batemos em dia as coisas, os melhores 4 THIERRY NEUVILLE/NICOLAS GILSOUL HYUNDAI I20 COUPE WRC +18:51.5
numa pedra enorme. Perdemos a frente pilotos, que são naturalmente +18:55.9
e entrámos em pião”, disse. O dano foi os melhores também no 5 KRIS MEEKE/SEBASTIAN MARSHALL TOYOTA YARIS WRC +22:44.1
para lá do que os mecânicos da M-Sport campeonato, têm uma enorme +26:21.7
conseguiam reparar. Mesmo depois de dificuldade com o facto de serem 6 BENITO GUERRA/JAIME ZAPATA SKODA FABIA R5 +45:23.1
já terem passado pelo ‘Titanak’… os primeiros na estrada e o +52:42.2
que conseguem nesse primeiro 7 MARCO BULACIA/FABIAN CRETU SKODA FABIA R5 +1:03:40.5
NOVO PROBLEMA dia de prova é absolutamente
PARA RESOLVER fundamental para o resultado 8 JARI-MATTI LATVALA/MIIKKA ANTTILA TOYOTA YARIS WRC (*)
que alcançam no último. Foi,
O Diretor da Toyota, Tommi Mäkinen, mais uma vez, o que aconteceu 9 DANI SORDO/CARLOS DEL BARRIO HYUNDAI I20 COUPE WRC (*)
explicou a razão da falha da bateria no Rali do México, em que Tänak
do Yaris WRC de Latvala, referindo que foi perdendo tempo ao ponto de 10 RICARDO TRIVINO/MARC MARTI SKODA FABIA R5
as baterias de baixo peso não foram ficar sem grandes hipóteses de se
desenhadas para ser recarregadas chegar a Ogier e Thierry Neuville. 11 LUKASZ PIENIAZEK/KAMIL HELLER FORD FIESTA R5
pelos motores, e é por isso que estas Ao furar cedo, hipotecou desde
têm vindo a falhar, exatamente o logo as hipóteses de um resultado 12 ALBERTO HELLER/JOSE DIAZ FORD FIESTA R5
mesmo que sucedeu também no melhor. Nos ralis de terra vamos,
Hyundai de Dani Sordo. A questão é provavelmente, continuar a ver 13 ESAPEKKA LAPPI/JANNE FERM CITROËN C3 WRC (*)
que fora dos troços o ar não arrefece outros pilotos que não os três
tão bem as baterias, e por isso falham. atrás referidos no top 3 das (*) ‘RESTART’ DEPOIS DE ABANDONO EM DIAS ANTERIORES
Curiosamente, nos dois últimos anos provas, dependendo em grande
a Toyota teve problemas com o motor, parte ‘desse’ primeiro dia ser mais PE VENCEDORES DE PE
resolveu-os, este ano não tiveram os ou menos complicado a esse nível, CAUSA
mesmos problemas, mas agora têm abrir a estrada. E o mais curioso PE S. OGIER
um novo, a bateria. São os constantes disto é que provavelmente as ABANDONOS LÍDERES O. TÄNAK
desafios do WRC… equipas já olham para a frente no PE2 ACIDENTE PE1 A. MIKKELSEN 7
campeonato e tentam perceber T. SUNINEN PE21 MECÂNICA E. LAPPI PE2-4 T. NEUVILLE 6
quais são as provas em que liderar A. MIKKELSEN A. MIKKELSEN PE5-9 J. LATVALA 3
o campeonato é mais penalizador. S. OGIER PE10 E. LAPPI 2
Vamos ter pilotos a desacelerar K. MEEKE PE11-21 K. MEEKE 2
porque não dá jeito abrir a estrada S. OGIER D. SORDO 1
na próxima? 1
1

Monte Carlo
Suécia
México
França
Argentina
Chile
Portugal
Itália
Finlândia
Alemanha
Turquia
Grã-Bretanha
Espanha
Austrália
TOTAL

PILOTOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1 TÄNAK OTT 15+2 25+5 18 - - - - - - - - - - - 65

2 OGIER SÉBASTIEN 25+4 2 25 + 5 - - - - - - - - - - - 61

3 NEUVILLE THIERRY 18+3 15+4 12 + 3 - - - - - - - - - - - 55

4 MEEKE KRIS 8+5 8 10 + 4 - - - - - - - 35

5 EVANS ELFYN R 10+3 15 - - - - - - - - - - 28

6 LAPPI ESAPEKKA R 18+1 0 + 1 - - - - - - - - - - 20

7 LOEB SÉBASTIEN 12 6 - - - - - - - - - - - 18

8 LATVALA JARI-MATTI 10 0 4 - - - - - - - - - - 14

9 MIKKELSEN ANDREAS R 12 0 - - - - - - - - - - 12

10 BENITO GUERRA - - 8 - - - - - - - - - - - 8

11 GREENSMITH GUS 6 0 - - - - - - - - - - - 6

12 MARCO BULACIA WILKINSON - - 6 - - - - - - - - - - - 6

13 TIDEMAND PONTUS (20.) 4 - - - - - - - - - - - - 4

14 BONATO YOANN 4 - - - - - - - - - - - - - 4

15 DANI SORDO - - 2 + 2 - - - - - - - - - - - 4

SARRAZIN STÉPHANE 2 - - - - - - - - - - - - - 2

SUNINEN TEEMU 0+1 - - - - - - - - - - - - - 1

FOURMAUX ADRIEN 1 - - - - - - - - - - - - - 1

MARCAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1. TOYOTA GAZOO 15 + 10 25 + 8 18 + 10 86

2. CITROËN TOTAL WRT 25 18 + 4 25 + 6 78

3. HYUNDAI SHELL 18 + 12 15 + 12 12 + 8 77

4. M-SPORT FORD WRT 8 + 6 10 + 6 15 45

F1/ ANONOVO,VIDANOVA18
MUNDIAL DE FÓRMULA 1
ARRANCA NA AUSTRÁLIA

FÓRMULA 1

Uma nova temporada traz Nos dois últimos anos a Ferrari esteve PODE A RED BULL de potência dos seus V6 turbohíbridos, a
consigo novas expetativas muito bem nos testes de inverno, mas Honda poderá responder sem compro-
e esperanças, não só para sentia-se que se a Mercedes se concen- DISCUTIR CORRIDAS? meter a fiabilidade. Os homens da es-
trasse em fazer tempos, rapidamen- trutura de Milton Keynes já assumiram
equipas e pilotos, mas te chegaria às marcas registadas pela No entanto, estas duas equipas poderão que dificilmente conseguirão realizar a
também para os adeptos, e Scuderia e na verdade, quando se che- não estar sozinhas na luta pelas vitórias, temporada com apenas três unidades
a próxima temporada, como gou a Melbourne para a primeira corrida uma vez que também a Red Bull pode de potência, reconhecendo que a con-
da temporada, os Flechas de Prata esta- imiscuir-se nas batalhas que nos últimos fiabilidade destas ainda não está altura
é tradição em qualquer vam um passo à frente da concorrência. anos estiveram quase apenas ao alcan- da concorrência.
antevisão, promete ser a Este ano a equipa de Maranello parece ce da Mercedes e da Ferrari, mas esta é É evidente que a fiabilidade será um aspe-
melhor dos últimos anos estar genuinamente à frente da sua ar- uma situação cuja probabilidade está to determinante para a definição dos cam-
qui-rival. Não se trata de olhar apenas neste momento ainda abaixo do que era peões mundiais deste ano, o que deixa a
Jorge Girão para os tempos, mas para a facilidade com usual em 2018. Red Bull numa situação de inferioridade.
[email protected] que tanto Sebastian Vettel como Charles A formação de Milton Keynes mudou de Mas numa época com 21 provas have-
FOTOS Philippe Nanchino e oficiais Leclerc realizavam marcas competitivas fornecedor de motores e é agora uma rá muitos fatores a ter em conta e, com
de comportamento do SF90 no exigente equipa de fábrica pela primeira vez na já um novo regulamento técnico em vigor,
Énatural para todos nós subli- Circuit de Barcelona. sua longa presença na Fórmula 1, depois o ritmo de desenvolvimento será deter-
nharmos as melhores expetati- Por seu turno, a Mercedes apresentou a de deixar a Renault para cair nos braços minante para as contas que se farão em
vas para uma época que se avi- tradicional fiabilidade que a tem carac- da Honda. dezembro.
zinha, dado que a esperança em terizado na ‘Era Turbohíbrida’, soman- Casar um chassis com uma nova unida-
termos um ano de competitivida- do quilómetros, mas se os tempos re- de de potência não é uma tarefa fácil, mas CORRIDA DO
de e com grandes corridas acaba gistados quer por Valtteri Bottas quer com um ano a observar o comportamento
por levar a melhor sobre a possibilidade por Lewis Hamilton na primeira sema- dos V6 turbohíbridos nipónicos, os téc- DESENVOLVIMENTO É FULCRAL
de vermos no horizonte uma temporada na não impressionaram, mesmo no final nicos da formação de licença austríaca
de domínio esmagador de uma qualquer da segunda Hamilton mostrou do que o encontraram-se na situação de pode- Nos últimos anos a Ferrari tem tido di-
equipa, e isso leva-nos a acreditar que, Mercedes W10 é capaz ao realizar um re- rem realizar uma instalação entre os dois ficuldades em manter o ritmo de de-
“este ano é que é”, com provas disputadas gisto a 0.003s de Vettel. componentes sem grandes sobressaltos senvolvimento, tendo em 2018 perdido
entre mais que uma equipa, ultrapassa- Com isto, os homens da Mercedes fize- e nos testes de Barcelona não foram ob- o caminho depois da pausa o estival,
gens de ficar na retina e, claro, uma luta ram com que se deixasse de falar apenas servados grandes problemas técnicos. o que ajudou a Mercedes a manter a
pelo título até á última curva do último na velocidade da Ferrari. O Red Bull RB15 Honda mostrou um com- invencibilidade na Era Turbohíbrido,
Grande Prémio da temporada. O cenário consensual após os testes portamento irrepreensível ao longo do sendo este um aspeto que a Scuderia
E de facto este ano, para já, todas as evi- em Barcelona aponta para que o Ferrari exigente circuito espanhol, como é há- terá de melhorar, ao contrário da Red
dências apontam para que tenhamos uma SF90 tenha uma curta vantagem face ao bito nas criações de Adrian Newey, e al- Bull e da formação de Brackley, que se
época emotiva e não se trata apenas de Mercedes W10 EQ Power+, mas quase re- guma rapidez, estando a equipa de Milton têm mostrado muito mais consisten-
otimismo ou esperança em ter um ano sidual, para além de ser algo que poderá Keynes entusiasmada com as perfor- tes nesta área.
cheio de corridas emocionantes. ser alterado até ao início da temporada. mances da unidade de potência da Honda. No que diz respeito a pilotos, a Mercedes
A questão passa por saber se, quando a manteve a sua dupla de 2018 e se Valtteri
Ferrari e a Mercedes subirem os modos Bottas não se mostrou numa forma

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título, ao passo que a Ferrari e a Red Bull
têm questões por resolver entre os seus
pilotos. No entanto, é no final da tempo-
rada que se fazem as contas.

extraordinária o ano passado, Lewis que em 2019 terá um colega de equipa Se na formação de Maranello existe SEGUNDO PELOTÃO AINDA
Hamilton elevou-se à galeria dos “maio- jovem que está desejoso de marcar a uma mescla entre experiência e juven-
res de todos os tempos” com prestações sua posição. tude, a Red Bull aposta claramente na MAIS COMPETITIVO
em que, diversas vezes, ultrapassou as Charles Leclerc é visto como um cam- juventude, com Pierre Gasly a substi-
limitações do seu monolugar para bater peão do futuro e já mostrou rapidez, tuir Daniel Ricciardo para fazer equipa A luta do segundo pelotão este ano po-
Sebastian Vettel e, a manter a sua per- carácter e determinação. Não será fá- com Max Verstappen. O francês é ainda derá ser ainda mais animada que a do
formance, será sem dúvida o principal cil ver o monegasco encostar para que um ponto de interrogação, uma vez que ano passado, quando dificilmente se
candidato ao título deste ano, até por Vettel passe e já se percebeu que o ale- na Toro Rosso não teve de lidar com a conseguia prever quem seria o melhor
que cada vez mais parece uma forta- mão, quando pressionado por um co- pressão de ter de ser competitivo todos atrás das “Três Grandes”. A Renault,
leza psicológica, algo que nem sempre lega de equipa, não reage bem, basta os fins de semana, mas já percebemos que contratou Daniel Ricciardo para fa-
aconteceu no passado. recordar a temporada de 2014, quando que o holandês tem a rapidez e o talen- zer equipa, pretende separar-se deste
Já Sebastian Vettel terá de dar um pas- se viu suplantado por Daniel Ricciardo to para se bater por títulos. No entanto, grande grupo e aproximar-se do trio da
so à frente se quiser bater-se de igual no seio da Red Bull. Mas, seja como for, Verstappen tem sido muito propenso frente, mas poderá ter dificuldades em
para igual com o inglês. O alemão assi- será interessante seguir a evolução do a acidentes, como se verificou no ano consegui-lo, uma vez que Alfa Romeo e
nou em 2018 uma temporada pejada de duo de pilotos da Ferrari ao longo da passado, o que não ajuda a montar uma Toro Rosso parecem ter dado um passo
erros, demasiados para poder conquis- época, mesmo que isso signifique que campanha rumo ao título. em frente e bem financiadas poderão
tar um cetro, e não poderá repetir uma a Scuderia fique afastada dos ceptros Conclui-se, portanto, que apesar do cin- ter a consistência para chegar ao fim
campanha assim, caso se queira manter pela décima primeira temporada con- zentismo de 2018 de Bottas, a Mercedes da temporada par a par com a equipa
como o líder em pista da Ferrari, até por secutiva. tem em Hamilton o seu ás na luta pelo da marca francesa.
Mas também a Haas, que teve alguns
problemas de fiabilidade em Barcelona,
e a McLaren poderão imiscuir-se nesta
luta, assim como a Racing Point.
A grande deceção, para já, é a Williams,
que não conseguiu terminar o seu car-
ro a tempo de marcar presença nos dois
primeiros dias e meio de testes. A for-
mação de Grove começa a temporada
em desvantagem clara, restando saber
se tem a capacidade de recuperar e fa-
zer parte da luta do segundo pelotão.

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FÓRMULA 1

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LUTADEGERAÇÕES?

Quem for comentar o Mundial de O Mundial de Fórmula 1 de 2019 arranca Brendon Hartley. O campeão do Mundo
Fórmula 1 vai ter de fazer um de- no fim de semana e contas feitas ao plantel, apenas duas de Endurance e vencedor das 24 Horas
morado ‘reset’ ao cérebro, pois as equipas mantiveram a dupla de pilotos, assistindo-se à partida de Le Mans foi uma desilusão e um claro
mudanças que há no que toca a de alguns, à chegada de sangue novo e ao reciclar de outros. erro de casting, mas pelo menos juntou
equipas e pilotos são muitas. Só Será que o Mundial de 2019 poderá ser uma luta de gerações ao palmarés a linha com a participação na
duas equipas – Mercedes com F1. Rebuscou, rebuscou, olhou para Dan
Lewis Hamilton e Valteri Bottas e Haas entre os ‘old school’ e os ‘new kids on the block’? Ticktum – um moço cheio de talento, mas
com Romain Grosjean e Kevin Magnussen ainda verdinho e meio desmiolado – mas
– mantiveram as duplas para 2019. Mas José Manuel Costa acabou por ir buscar Alexander Albon, um
há mais. A Force India desapareceu dando [email protected] tailandês nascido em Londres há 22 anos
lugar à Racing Point (que esteve para ter o que terminou o Campeonato de F2 de 2018
nome Lola associado, mas depois foi dei- Ocon, Marcus Ericson, Brendon Hartley e um mexicano ter baixado a guilhotina no terceiro lugar. Mas a maior surpresa
xado cair, ficando este pãozinho sem sal) Sergey Sirotkin. Entraram para os seus lu- que cortou rente as ligações da Fórmula 1 acabou por ser Daniil Kvyat. Lembram-se
e a Sauber dá lugar à Alfa Romeo Racing, o gares vários jovens: Alexander Albon (Toro à India, transformando a ex-equipa cria- dele? Sim, o moço russo que “ficou” com
regresso de um nome grande à Fórmula 1. Rosso), George Russell (Williams), Lando da em 1991 por Eddie Jordan – que já foi o lugar do António Félix da Costa. O russo
Assistimos à partida de Fernando Alonso, Norris (McLaren). Regressam à Fórmula Midland e permitiu a Tiago Monteiro ser chegou à Toro Rosso em 2014 para o lado
deixando o piloto espanhol já um imenso 1 dois “repescados”: Robert Kubica o único português com um pódio na F1 de Jean-Èric Vergne, ocupando o lugar de
vazio não só pela espetacularidade em (Williams) e Daniil Kvyat (Toro Rosso), – e comprada em 2008 por Vijay Mallya Daniel Ricciardo, promovido à Red Bull, e
pista, mas também pelo que ajudava a além de António Giovinazzi (Sauber). e Michiel Moi, numa esquadra canadiana, passou para a equipa principal com a saí-
fazer notícias fora das pistas. Continua a Depois, são os “veteranos” que se mexe- propriedade de Lawrence Stroll e amigos. da de Sebastian Vettel para a Ferrari em
dizer que a saída da Fórmula 1 é um “até ram mais que o costume. Daniel Ricciardo Como recompensa por ter guilhotinado 2015. Acabou atirado, de novo, para a Toro
já” e vai colecionando sucessos em outras abandonou a Red Bull e caiu nos braços a Force India, Sergio Pérez ficou com um Rosso depois de um incidente na largada
disciplinas, com vitórias nas 24 Horas de da Renault – embora tenha ficado cho- dos volantes da nova Racing Point, ten- para o GP da Russia, em Sochi, quando
Le Mans e agora nas 24 Horas de Daytona, cado com o facto de não ter ido para a do a seu lado o filho do dono, Lance Stroll. acertou em cheio em Sebastian Vettel.
deixando meio mundo boquiaberto com Ferrari ou para a Mercedes, o que deixa Foi substituído por Max Verstappen e fi-
a sua pilotagem de noite e à chuva. Vai claro que a Renault foi o que estava mais RED BULL EM BOLANDAS cou como colega de equipa de Carlos Sainz
atacar as 500 milhas de Indianápolis e à mão depois de bater com a porta na Red Com a promoção de Pierre Gasly a lugar Jr., acabando por conseguir um bom de-
vai tentar ser campeão WEC. Bull – e a equipa de Milton Keys teve de tenente de Max Verstappen, a RedBull sempenho. O que lhe mereceu o prolonga-
deitar mão a Pierre Gasly, o único da sua viu-se e desejou-se para encontrar um
CHEGAM NOVOS E... VELHOS cantera com qualidade, para acompanhar piloto que fizesse um pouco melhor que
Max Verstappen sem lhe fazer demasia-
Com ele foram embora, mas com menor da sombra, para evitar os encontros de
repercussão, Stoffel Vandoorne, Esteban primeiro grau de 2018 e permitir que o
holandês tente lutar pelo título.
A Force India viveu no fio da navalha até

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mento do contrato com a Toro Rosso para to da equipa e feito alguns treinos livres outro menino, neste caso, Lando Norris, enorme, holandesa, cravada na gargan-
2017. Irreconhecível, o russo acabou borda de sexta feira. Será um regresso inaudito piloto do programa de desenvolvimento ta. Depois de ter sido a “prima donna” da
fora da Toro Rosso para dar lugar a Pierre que poucos acreditavam, continuando a de jovens pilotos da McLaren. A mesma Red Bull, foi ultrapassado – logo ele que é
Gasly. Regressou à equipa quando Carlos serem levantadas dúvidas sobre a con- que “deu” Lewis Hamilton. considerado o melhor a ultrapassar na F1
Sainz foi emprestado à Renault, mas não dição física do piloto, sobretudo, do braço Finalmente, a Sauber, perdão, a Alfa – por Max Verstappen e a sua reputação,
assentaria arraial pois Helmut Marko de- direito. A chegada de George Russell está, Romeo Racing. A equipa suíça com nome apesar do enorme sorriso, foi atingida pela
cidiu colocar no seu lugar Brendon Hartley naturalmente, ligada ao fornecimento de italiano passou a ser, definitivamente, a velocidade e forma de estar do holandês.
logo depois do GP dos EUA (onde Kvyat motores por parte da Mercedes. Não que- filial da Ferrari ou equipa B. Além de mui- Para piorar as coisas, Ricciardo já assu-
tinha pontuado e tudo). Em outubro de rendo “queimar” Esteban Ocon na menos tos técnicos da Ferrari na área de proje- miu que ficou triste por não ter ido para
2017, confirmava-se que Daniil Kvyat não competitiva Williams e porque quer ter to, a entrega das unidades de energia e a Mercedes ou a Ferrari, pelo que terá de
regressaria à Toro Rosso e que tinha sido uma reserva para o caso de Valteri Bottas o dinheiro da Alfa Romeo, a equipa de dar tudo, e a Renault também, para re-
dispensado do programa de desenvolvi- ter um “apagão” como teve em 2018 (já foi Maranello colocou Antonio Giovinazzi, cuperar essa reputação. Mas, atenção,
mento de pilotos da Red Bull. Esteve como avisado e, provavelmente, não ficará em finalmente, a tempo inteiro na Fórmula 1 que na Renault está um “assassino si-
piloto de desenvolvimento em simulador 2020), Toto Wolff tinha de colocar Russell e abriu a porta para que Kimi Räikkönen lencioso” chamado Nico Hulkenberg. O
da Ferrari, tendo pilotado o Ferrari SF71H e a Williams foi a solução. continue a ganhar dinheiro na Fórmula 1 alemão não dá nas vistas, esteve dois
uma única vez em abril de 2018. Em 2019, A McLaren renovou a sua dupla de pi- com quase 40 anos. anos a moldar a Renault à sua forma de
Daniil Kvyat vai fazer o terceiro regresso lotos e se Fernando Alonso abandonou, estar, conhece os cantos à casa e não é,
à Toro Rosso, algo inédito. mas diz que é um até já, Stoffel Vandoorne PILOTOS QUE QUEREM propriamente, um pezudo!
terá hipotecado a sua carreia na Fórmula Outro que quererá atirar com um pano
O REGRESSO DE KUBICA 1, incapaz de tirar do MCL 33 o que Alonso PROVAR ALGUMA COISA encharcado à cara de um certo austríaco
conseguia. Sai um espanhol, entra outro, é Carlos Sainz Jr.. O filho do campeão do
Na Williams, tudo será novo. O carro, os com o filho do campeão do Mundo de Um piloto é um ser narcisista, orgulhoso Mundo de Ralis e que tem o mesmo feitio
patrocinadores (se houverem) e a dupla Ralis, vencedor do Rali de Portugal e do e que tem sempre alguma coisa a provar mais ou menos arisco, esteve ligado à Red
de pilotos. A equipa de Grove faz regres- Dakar, Carlos Sainz, a entrar para a equi- a alguém. E ser segundo nunca é uma Bull durante muito tempo e aceitou qua-
sar Robert Kubica, agora com 34 anos e pa de Woking. Carlos Sainz Jr. acreditou coisa boa! Um piloto de Fórmula 1 não se tudo. Na Toro Rosso “levou” com Max
com muitos problemas físicos pelo ca- que saindo da esfera da Red Bull iria ficar é muito diferente, residindo essa maior Verstappen e viu este ascender, meteo-
minho, e acolhe o jovem George Russell, na Renault, mas acabou “tramado” pela diferença na fragilidade que a reputação ricamente, até à Red Bull, ganhar corridas
protegido da Mercedes. Claire Williams e chegada de Daniel Ricciardo e ficou apea- enferma. Tal como em outros desportos e ser o menino querido de Helmut Marko.
Paddy Lowe vão dar, finalmente, a opor- do até aceitar a McLaren. Com motores com enorme visibilidade, a ida de bestial Depois, entrou num negócio estanho de
tunidade que o piloto polaco clamava há Renault, ainda assim. A seu lado estará a besta é mais curta do que dizer “ester- empréstimo, aparecendo de amarelo ves-
muito tempo, desde que tem estado per- nocleidomastoideu”.
Daniel Ricciardo está com uma espinha

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FÓRMULA 1

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tido e com o losango da Renault ao peito.
Serviu de manta ignífuga para acalmar
o fogo entre Red Bull e Renault e acabou
por ficar mais tempo com os franceses
depois de recusar regressar à Toro Rosso,
pois entendia ser o melhor candidato ao
lugar ao lado de Verstappen.
O tiro saiu-lhe pela culatra: Ricciardo saiu,
mas ao invés de ir para a Mercedes (Bottas
não saiu) ou a Ferrari (Vettel não queria
voltar a ter o australiano à perna) aterrou
na Renault. Desavindo com a Red Bull e
já fora do programa de desenvolvimen-
to, Sainz Jr. teve de ficar com a McLaren.
Vai ter de fazer melhor que Lando Norris –
aposto dobrado que o britânico lhe vai dar
água pela barba – e unir a equipa e sarar
as feridas de um gigante que tarda em re-
cuperar a boa forma. Será fácil? Nem por
sombras, mas Carlos Sainz Jr. quer provar
a Helmut Marko que ele merecia o lugar
de Pierre Gasly.
AMEAÇA VERMELHA
A Ferrari não gostou, nada, de ter per-
dido o título de 2018, graças a erros da

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equipa e muitos de Sebastian Vettel. Por ‘VELHAS’ RAPOSAS uma segunda oportunidade. Ninguém George Russell também não terá dias fá-
isso mesmo foi mostrada a porta de saí- espere que ele seja o mesmo Kubica que ceis na Williams. Kubica pode ter proble-
da a Maurizio Arrivabene, deram poder O regresso 17 anos depois à Sauber, per- existia antes do terrível acidente no Rally mas no braço direito, mas a motivação e
total a Mattia Binotto e Louis Camileri, dão, à Alfa Romeo Racing, por parte de Ronda de Andorra de 2011, ao volante de a resiliência do polaco podem juntar-se
CEO da Ferrari, manteve a contratação, Kimi Räikkönen, é uma espécie de fechar um Skoda Fabia S2000. O polaco está à pressão das elevadas expetativas que
desenhada por Sergio Marchionne, de de ciclo para o finlandês. Livre da política com 34 anos e o seu braço direito é um todos, na Mercedes e no ambiente da
Charles Leclerc. da Ferrari e dos compromissos que não destroço com a mão direita a ser quase Fórmula 1, têm. Campeão de Fórmula 2,
Empurrado Kimi Räikkönen para a Alfa existem na equipa suíça, Räikkönen será inútil. Para o polaco a temporada de 2019 George Russell é um talento em quem a
Romeo Racing, o lugar que ficou livre ao uma lufada de ar fresco em 2019 e ainda será como a de um “rookie”, pois tudo será Mercedes muito confia. Quanto a Lando
lado de Vettel serve que nem uma luva terá um ou outro truque na manga caso novo para Kubica. Norris e Alexander Albon, vão ter nos co-
ao jovem piloto monegasco. a Alfa Romeo Racing consiga dar o passo legas de equipa ossos duros de roer. Na
E nos testes pós-temporada em Abu em frente que se espera. Serão dois anos OS JOVENS LOBOS McLaren, Carlos Sainz quer provar que
Dhabi, Leclerc deu sinais claros que é muito interessantes... é um piloto de elite, na Toro Rosso, Kvyat
uma verdadeira ameaça vermelha para Quanto a Kvyat, a Toro Rosso já reconhe- Antonio Giovinazzi, George Russell, Lando deseja deixar uma imagem diferente da
Vettel. Cumpriu 135 voltas ao traçado e ceu, pela palavra de Franz Tost, que a con- Norris e Alexander Albon vão tentar tudo que ficou quandosaiu pelaportapequena
esmagou o tempo de referência feito tratação do russo tem uma ligação ao facto para dar nas vistas, pois sabem que se da Red Bull. Será uma temporada muito
pelo alemão no primeiro dia. do piloto ter estado um ano no simulador não cumprirem os objetivos, a por- interessante de acompanhar nesta luta
Podem dizer que foi algo casual ou pou- da Ferrari, podendo assim ajudar a equipa ta de saída é a serventia da Fórmula 1. dos jovens lobos na busca de um lugar
co significativo. O erro pode estar em a melhorar. Espera Tost que Daniil Kvyat Giovinazzi é o mais “avançado”, mas ter de destaque.
depreciar este facto, pois o piloto mo- “venha mais confiante, tenha aprendido Räikkönen como colega de equipa pode Tudo isto num ano extraordinário que
negasco saiu da Sauber para a Ferrari muito e esteja muito mais experiente.” ser mais perigoso que benéfico. Veremos repete 2010: os três melhores da divisão
e cumprindo as primeiras voltas com Rejeitado pela Renault e pela Williams para como o italiano vai responder à pressão inferior à Fórmula 1 (em 2010 era a GP2
o SF71H deixou claro que talento tem ser piloto titular, Robert Kubica esteve de ver Leclerc ao volante de um Ferrari, Series, hoje é a Fórmula 2) ascenderam
de sobra. Mesmo que os tempos que com a equipa de Grove como piloto de re- ao peso de ser um italiano que pode fa- à divisão principal. Há nove anos, Nico
fez o tivessem colocado longe da “pole serva. Fortemente apoiado por empresas zer regressar a “tricolore” aos flancos Hulkenberg, Vitaly Petrov e Lucas di Grassi
position”. polacas, Kubica serve que nem uma luva dos carros de Maranello e ajudar a Alfa subiram à F1.
à Williams depauperada de apoios e verá Romeo Racing a progredir.

K/24 ARRANQUE
OPEN DE PORTUGAL DE KARTING - BOMBARRAL PROMISSOR

PARTIDA X30 SÉNIOR

O Campeonato de Portugal de Karting KIA 2019 cumpriu a primeira jornada no circuito do Bombarral.
Mais de 70 pilotos proporcionarem corridas bem disputadas, deixando antever uma época interessante

Filipe Cairrão e Ricardo Araújo
[email protected]

FOTOGRAFIA Alexandre Araújo/HelloFoto e Filipe Cairrão Jerónimo

PÓDIO X30 SÉNIOR mangas, Mariana Machado assegu-
ZDENEK CHOVANEC, MARIANA rou a pole-position para a Final, ten-
MACHADO E ALVARO GARCIA do Guilherme de Oliveira a seu lado
na primeira linha da grelha. Mais uma
N a prova organizada pela vez, a piloto de Vila Verde fez um ar-
ACDME, a categoria mais ranque irrepreensível e colocou-se
concorrida no KIRO- na frente da corrida, desta vez per-
Kartódromo Internacional seguida por Zdenek Chovanec. Estes
da Região Oeste, no dois pilotos isolaram-se do restante
Bombarral, foi a X30 Sénior pelotão, mas Mariana Machado nun-
com 17 pilotos. ca permitiu uma tentativa de ultra-
Mariana Machado (Praga), depois de passagem a Chovanec, concluindo
ser a mais rápida nos treinos cro- assim um fim de semana perfeito no
nometrados, venceu quer a primei- Bombarral, depois de há duas sema-
ra quer a segunda mangas de qua- nas já ter marcado presença no pódio
lificação, na frente de Guilherme de no Open de Portugal.
Oliveira (Tonykart) e Zdenek Chovanec Chovanec, jovem venezuelano de
(Exprit), com a volta mais rápida nas origem checa, mas que reside em
duas contendas. Portugal, foi outra das figuras do fim
Face ao somatório dos resultados nas de semana no KIRO, conseguindo o
segundo lugar na prova de abertura,
na frente do espanhol Alvaro Garcia
(Tonykart), que fez uma corrida de

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recuperação, depois de ter largado do PARTIDA X30 SUPER SHIFTER PÓDIO X30 SUPER SHIFTER
sétimo lugar. NA GERAL TIAGO TEIXEIRA (2.º)
Tomás Caixeirinho (Kart Republic) sificada – 4.ª Sénior. Joel Magalhães NÃO PÔDE ESTAR PRESENTE, JOSÉ
estreou-se na categoria Sénior com (CRG) somou o sexto lugar – 2.º na MARREIROS (VENCEDOR), RITA
um meritório quarto lugar, enquanto Master –, seguindo-se Vasco Lázaro TEIXEIRA (1.ª CLASSE FEMININA)
Guilherme de Oliveira chegou a rodar (Kart Republic) – 3.º na Master –, Fábio
em terceiro, mas concluiu a Final na Mota (CRG) – 4.º na Master – e Paulo E RODRIGO FERREIRA (3.º)
quinta posição, recuperando ainda Martins (Tonykart), quinto na Master.
três lugares após sofrer um toque na Na Final, disputada em 15 voltas, PÓDIO X30 SUPER SHIFTER
fase final. O campeão nacional Júnior, Hugo Marreiros largou da pole posi- MASTER VASCO LÁZARO,
Frederico Peters (Kart Republic), foi o tion, partilhando a primeira linha com HUGO MARREIROS
sexto classificado na corrida decisi- Tiago Teixeira. Após luz verde, Hugo E PAULO MARTINS
va, na frente de Manuel Leão (Exprit), Marreiros assumiu a liderança e não
João Vairinhos (Praga) e Lourenço mais a largou até à bandeira xadrez, PÓDIO X30 SUPER
Monteiro (Tonykart) e do espanhol garantindo assim o lugar mais aldo SHIFTER SÉNIOR
Sergio Pereira (FA), que fechou o top- do pódio quer na categoria X30 Super RODRIGO FERREIRA
10. Seguiram-se Luís Caetano (Mad Shifter quer na classe Master. (2.º) E RITA
Croc), Gabriel Caçoilo (Tonykart) – Tiago Teixeira e Rodrigo Ferreira roda- TEIXEIRA (3.º).
que lutou pelo pódio mas desceu ao ram sempre junto do piloto de Lisboa, TIAGO TEIXEIRA
12.º lugar, após uma penalização de 5 mas terminaram nas segunda e ter- (VENCEDOR)
segundos por danos no spoiler dian- ceira posições, tendo Tiago Teixeira NÃO PÔDE ESTAR
teiro, após um incidente –, Manuel garantido a vitória na classe Sénior e PRESENTE
Silva (Kart Republic), Rodrigo Lessa Rodrigo Ferreira assegurando o se-
(Tonykart), Tomás Guedes (DR) e o es- gundo lugar.
panhol David Represas (CRG). Ricardo Borges cruzou a meta no quar-
to posto, na frente de Miguel Ramos
HUGO MARREIROS E TIAGO TEIXEIRA e de Rita Teixeira, sendo os terceiro,
quarto e quinto posicionados da clas-
VENCEM NA X30 SUPER SHIFTER se Sénior, respetivamente.
Vasco Lázaro foi sétimo na geral e 2.º na
Na categoria X30 Super Shifter, Tiago Master, seguindo-se Paulo Martins (3.º
Teixeira (Birel ART) tinha sido o mais Master), Fábio Mota e Joel Magalhães,
rápido nos treinos cronometrados com tendo estes dois últimos envolvido-se
a marca de 44,845s na geral e na clas- num incidente na 10.ª volta, que ditou
se Sénior, enquanto na classe Master o abandono de Magalhães.
foi Hugo Marreiros (DR) com o registo Esta foi a história da corrida, mas a
de 44,913s, sendo o segundo melhor classificação viria a ser alterada em
tempo na geral. virtude das penalizações atribuídas
Na primeira manga de qualificação a Ricardo Borges e a Miguel Ramos
venceu Tiago Teixeira na geral e na (carenagens danificadas), passando
Sénior – com a volta mais rápida em assim para os 5.º e 6.º lugares, respe-
45,048s – e Hugo Marreiros (DR) foi tivamente, pelo que Rita Teixeira su-
segundo classificado na geral e ga- biu ao quarto posto da geral e ao pó-
nhou a classe Master. dio da Sénior.
Tiago Teixeira largou da pole position Fábio Mota também foi penalizado com
na segunda manga de qualificação, cinco segundos por ter a carenagem
mas foi Hugo Marreiros quem arrancou danificada e Joel Magalhães foi pena-
melhor e liderou de início a fim, resis- lizado com dez segundos, por condu-
tindo aos ataques de Rodrigo Ferreira ção anti-desportiva, de acordo com o
(Praga) que terminou na segunda po- Colégio de Comissários Desportivos.
sição e venceu a classe Sénior com a
volta mais rápida em 45,510s.
Tiago Teixeira cruzou a meta no ter-
ceiro posto – 2.º Sénior –, na frente de
Ricardo Borges (Kart Republic), mas
o piloto da Maia viria a ser penaliza-
do por falsa partida e caiu para a 10.ª
posição.
Miguel Ramos (CRG) foi assim quar-
to classificado – 3.º Sénior – e Rita
Teixeira (Kart Republic) quinta clas-

K/ PÓDIO X30
OPEN DE PORTUGAL DE KARTING - BOMBARRAL JÚNIOR IVAN
DOMINGUES,
26 LUÍS ALVES E
HENRIQUE CRUZ
PARTIDA JÚNIOR

LUÍS ALVES DOMINA posições do pódio mas foi penalizado passou pela liderança da corrida, mas
por saída parcial dos corredores de viria a terminar na segunda posição,
CATEGORIA JÚNIOR partida. Tomás Ribeiro (Tonykart), cujo enquanto Manuel dos Santos (Parolin)
andamento ficou demonstrado com a e Diogo Castro (FK) cruzaram a meta
Na categoria Júnior, que teve uma volta mais rápida da corrida (48,225s), logo a seguir.
grelha de 15 pilotos, Luís Alves (Kart fez uma bela recuperação desde o nono Na segunda manga, Rodrigo Vilaça
Republic) foi o mais rápido nos trei- lugar da grelha para terminar no sex- (Tonykart) foi um tranquilo quinto
nos cronometrados e depois venceu to posto, na frente de Pedro Perino classificado, na frente de João Oliveira
as duas mangas de qualificação. (Tonykart), que recuperou cinco po- (Tonykart) – autor da volta mais rápida
Face ao somatório dos resultados nas sições até ao sétimo lugar final. (51,867s) –, Pedro Carvalho (Tonykart),
corridas, Luís Alves e Henrique Cruz Santiago Ribeiro (Birel ART) foi oitavo penalizado em 5 segundos por danos
(Kart Republic) partilharam a primeira classificado, seguindo-se Duarte Pinto no spoiler dianteiro, de Francisco Costa
linha da grelha de partida da Final. Luís Coelho (Tonykart) e Luís Leão (Exprit), (Praga) e do estreante Pedro Barbosa
Alves assumiu o comando logo após o outro dos pilotos penalizados com 5 (EKR), sendo que estes últimos quatro
arranque e começou imediatamente a segundos por danos no spoiler dian- pilotos estiveram envolvidos num inci-
construir uma vantagem considerável, teiro, tal como José Barros (Kosmic), dente logo na primeira curva, perdendo
que depois geriu na fase final da corrida. António Madeira (Kart Republic), David o contacto com o grupo da frente.
Foi um fim de semana perfeito para o Sobreiro (Kart Republic) e José Pedro Com o somatório dos resultados nas
campeão nacional da categoria Cadete Duarte DR) e Diogo Martins (Tonykart), mangas, Adrián Malheiro largou da pole
e bicampeão nacional Juvenil. tendo estes dois últimos sido forçados position na corrida decisiva, tendo José
Ivan Domingues (Mad Croc) também a abandonar. Pinheiro a seu lado na primeira linha da
fez uma final de grande nível, subin- grelha. O campeão nacional em título
do seis posições ao longo da corrida ADRIÁN MALHEIRO acabou por dominar a Final, aumentan-
até terminar a Final no segundo lugar. do o ritmo na segunda metade da corri-
Henrique Cruz ocupou essa posição ENTRA A GANHAR NA JUVENIL da para abrir uma vantagem confortável
durante grande parte da corrida, mas sobre João Oliveira, registando ainda a
o jovem leiriense acabaria por assegu- Adrián Malheiro (Praga) foi o mais rápi- volta mais rápida (51,695s).
rar o terceiro lugar do pódio, começan- do nos treinos cronometrados da cate- Para o jovem piloto da Batalha, este foi
do o CPK com um resultado também goria Juvenil e depois venceu a primeira também um bom arranque de campeo-
muito positivo. manga de qualificação no Bombarral. O nato já que recuperou desde a quinta po-
Lourenço Marques (Kart Republic) foi o piloto luso-espanhol voltou a triunfar na sição na grelha, sendo sempre o piloto
quarto classificado, na frente de Miguel segunda manga onde teve forte réplica
Silva (Praga), que chegou a rodar nas de José Pinheiro (Praga), que também

PARTIDA CADETE PÓDIO CADETE
SANTIAGO
ALVES, MARIA
GERMANO
NETO E DIOGO
CAETANO

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27

PÓDIO JUVENIL
JOÃO OLIVEIRA,
ADRIÁN
MALHEIRO E
JOSÉ PINHEIRO

PARTIDA JUVENIL

mais próximo de Malheiro. Mais atrás, No segundo, o piloto de Lisboa largou tarem, durante toda a corrida, alcançar a triunfar – com a volta mais rápida
José Pinheiro e Manuel dos Santos pro- da pole position na segunda manga e o comando. Mas a piloto de Guimarães em 1m19,124s –, enquanto Guilherme
tagonizaram um interessante duelo pelo liderou até à sexta volta, altura em que manteve-se firme até à bandeira xa- Morgado (Parolin), Joana Lima (Birel
derradeiro lugar do pódio, com vanta- Maria Germano Neto (Praga) passou drez e garantiu o lugar mais alto do pó- ART) e Vasco Moreira (Parolin) termi-
gem para o piloto de Guimarães, que há para o comando e não mais o largou até dio. Na 11.ª e última volta um toque entre naram nas posições seguintes. Xavier
duas semanas tinha vencido o Open de final, terminando logo a seguir Santiago Santiago Alves e Tiago Lima levou este Lázaro (Birel ART) terminou na quinta
Portugal. Para Manuel dos Santos, o quar- Alves e Tiago Lima nas segunda e ter- último a ser forçado a abandonar, en- posição, depois de estar envolvido num
to lugar também significou uma estreia ceira posições, respetivamente. quanto Santiago Alves cruzou a meta incidente que também ditou o aban-
muito positiva na categoria Juvenil, até Noah Monteiro (Parolin) cruzou na segunda posição, com a volta mais dono de Francisco Iglésias (Parolin).
porque o jovem piloto lisboeta estava a meta no quarto lugar e Rodrigo rápida em 54,728s. Na Final, disputada em 5 voltas, Romeu
sem competir há quatro meses. Seabra (Kosmic) fechou o top-5. Diogo Diogo Caetano foi terceiro classificado, Mello, com duas vitórias nas mangas
Pedro Carvalho completou o top 5 no Caetano (Birel ART) concluiu a corri- enquanto Noah Monteiro e João Gouveia de qualificação, voltou a arrancar da
Bombarral, na frente de Diogo Castro da na sexta posição, na frente de João fecharam o top 5. Rodrigo Seabra ga- pole-position e liderou de princípio a
e do estreante Pedro Barbosa, com Maria Gouveia (Praga), Pedro Cachada rantiu a sexta posição, seguindo-se fim, assinando também a volta mais
Francisco Costa a completar os oito pri- (Mad Croc), Tomás Gomes (Tonykart) Martim Marques, Pedro Cachada, José rápida em 1m19,445s.
meiros da Final. Mais azarado, Rodrigo e Martim Marques (Tonykart), piloto Maria Gouveia e o ‘rookie’ Tomás Gomes Muito interessante foi a luta pelo se-
Vilaça foi obrigado a entrar nas boxes que teve problemas na última volta e que encerrou o top 10. gundo lugar. Xavier Lázaro, que ar-
à oitava volta, com danos no seu kart, caiu alguns lugares. Rodrigo Ferreira foi 11.ª classificado, rancou da quarta posição, conseguiu
regressando depois à pista para ter- José Maria Gouveia (Parga) terminou seguindo-se Gabriela Teixeira, João garantir o lugar intermédio do pódio,
minar no nono lugar. na 11.ª posição, seguindo-se Rodrigo Barros, Beatriz Costa e Tiago Lima. tendo Guilherme Morgado e Joana Lima
Ferreira (Tonykart), João Barros terminado logo a seguir, nas terceira e
MARIA GERMANO NETO (Tonykart), Gabriela Teixeira (Praga) ROMEU MELLO quarta posições, respetivamente.
e Beatriz Costa (Praga). Vasco Moreira cruzou a meta no quin-
IMPÕE-SE NA CATEGORIA CADETE Na Final, disputada em 11 voltas, VENCE NA CATEGORIA INICIAÇÃO to lugar e Francisco Iglésias foi sexto
Santiago Alves – com uma vitória e classificado.
A categoria Cadete foi das mais in- um segundo lugar – arrancou da po- Na categoria com os mais jovens pilotos A segunda prova do Campeonato de
teressantes de seguir do fim de se- le-position, tendo a seu lado Maria do Karting nacional, Romeu Mello, com Portugal de Karting KIA está agenda-
mana no Bombarral. No primeiro dia, Germano Neto. O piloto de Lisboa lide- chassis Birel ART, começou por ser o da para os dias 13 e 14 de abril e será
Santiago Alves, com chassis Mad Croc, rou até à quarta volta, mas depois Maria mais rápido nos treinos de cronome- disputada no Kartódromo de Fátima,
foi o mais rápido nos treinos cronome- Germano Neto passou para a frente, trados (1m19,157s), vencendo depois sob a organização do Núcleo Deportos
trados ao estabelecer a melhor marca com Tiago Lima e Santiago Alves a ten- a manga de qualificação de sábado. Motorizados de Leiria (NDML).
em 54,280s e depois ganhou também Hoje, o piloto da Escola de Karting do
a primeira manga de qualificação. Oeste largou da pole-position e voltou

PÓDIO INICIAÇÃO
XAVIER LÁZARO,
ROMEU MELLO E
GUILHERME MORGADO

PARTIDA INICIAÇÃO

FE/28
FÓRMULA E - E-PRIX HONG KONG

SAMBIRD
VIU A VITÓRIA
‘VOAR’
O e-Prix número 50 não conheceu muita emoção, igualou o
número máximo de abandonos e esteve quase, quase a ser
disputado à chuva, o que seria mais uma novidade na Fórmula

E. O piso ondulado das ruas de Hong Kong estava húmido,
escorregadio e terá sido isso que fez Sam Bird acertar em
cheio no provável vencedor da prova, André Lotterer, ganhando
na pista uma vitória que “voou” no Colégio de Comissários

Técnicos. António Félix da Costa foi 10º

José Manuel Costa graves que colocassem em risco chegar António Félix da Costa estava no primei- carro de Lotterer que lhe roubou uma vi-
[email protected] ao final, limitou-se a recolher os pedaços ro grupo e para lá das dificuldades com tória mais que certa (estávamos na últi-
da implosão dos seus adversários: ga- o seu carro a pista estava em péssimas ma volta), e o piloto da Virgin reconheceu
Orosto fechado de Sam Bird nhou 10 posições desde a primeira cur- condições. Por isso mesmo não foi além isso ao dizer, depois de conhecer a pe-
no final da corrida, os feste- va, mas beneficiando de abandonos – e do 20º lugar da grelha, mas com compa- nalização, “claro que ele merecia vencer
jos contidos da equipa Virgin foram oito no total – e dos problemas de nhia ilustre: Jerôme d’Ambrosio (22º e úl- a corrida, mas sentia que estava muito
e o piloto britânico lembrar, André Lotterer e de Jean-Èric Vergne. O timo), Pascal Wehrlein, Jean-Èric Vergne, mais rápido que ele, tinha mais energia
“o ano passado o André carro não dava para mais... enfim, os homens da frente do campeo- disponível e pronto, senti que o poderia
(Lotterer) fez o mesmo ao Ora, dizíamos, o piloto português foi nato todos arrumados no final da grelha. passar. O André disse que foi uma coi-
Vergne (Jean-Èric)”, sustentando, “ele altamente beneficiado com a penali- Vandoorne perdeu a liderança graças a sa maldosa, mas posso assegurar que
defendeu-se, mas naquela zona o piso zação de Sam Bird, pois o campeonato um excelente arranque de Oliver Rowland não foi nada disso. É uma pena e estou
estava muito escorregadio, travei e ficou muito mais aberto ao invés de mos- e desde aí começou a perder fôlego, até
não foi possível evitar o toque”, diziam trar um avanço significativo do piloto da que a corrida foi neutralizada com ban-
tudo. O toque que Sam Bird deu no pneu Virgin Racing. Como o anterior líder da deira vermelha devido ao incidente entre
traseiro do lado direito do monolugar competição, Jerôme d’Ambrosio, aban- Filipe Nasr, Jérôme d’Ambrosio e Pascal
de André Lotterer provocou um furo donou depois de um toque ridículo com Wehrlein. Os três acabaram por ficar
que “roubou” a vitória ao piloto da DS Filipe Nasr – este perdeu a frente e d’Am- na curva 2 e pouco depois do recomeço
Techeetah. Incidente que acabou por brosio acertou-lhe em cheio na traseira Rowland viu o seu Nissan perder tra-
ser julgado como ilegal pelo Colégio de – que também colheu o outro carro da ção – acabaria por abandonar com um
Comissários Desportivos e depositou Mahindra, de Pascal Werhlein, e todos os semi-eixo partido – e ser passado por
no colo do suiço Edoardo Mortara a vi- adversários de Félix da Costa conhece- Sam Bird que, uma volta depois, perdeu
tória no e-Prix de Hong Kong. Já André ram dificuldades, tudo ficou mais “em- a liderança para André Lotterer, devido
Lotterer abandonou e fechou a classifi- brulhado” nas contas do campeonato. a um erro ao alargar a trajetória na pri-
cação no 14º lugar e Sam Bird, penaliza- Quem surpreendeu foiStoffel Vandoorne. meira curva.
do em cinco segundos, adicionados ao O ex-piloto da McLaren na Fórmula 1 e A paragem de Oliver Rowland em pista
tempo final, desceu até ao sexto lugar. O atual piloto da Mercedes, perdão, HWA acabou por fazer sair das boxes o BMW
que acabou por ser muito positivo para... na Fórmula E, mostrou o seu enorme i8 pilotado por Bruno Correia, pela se-
António Félix da Costa! O piloto portu- talento ao rubricar a “pole position” na gunda vez. O pelotão reagrupou-se, mas
guês da BMW i Andretti Autosport co- “Superpole” com uma volta admirável, Lotterer e Bird estavam numa classe à
nheceu um fim de semana para esque- com piso muito molhado, a primeira da parte. Até que num ataque quase “all in”,
cer e depois de um arranque sem toques sua carreira na Fórmula E. Bird deu um toque no pneu traseiro do

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29

ANTÓNIO FÉLIX DACOSTA
‘SALVOU’ UMPONTO

Fim de semana muito complicado
para António Félix da Costa no
e-Prix de Hong Kong. Condições
climatéricas difíceis e inéditas
para a Fórmula E, parece que
colocaram um grão de areia na
engrenagem da equipa BMW
i Andretti Autosport. Contas
feitas, Alexander Sims não
acabou a corrida, depois de
uma escorregadela de traseira
ter cobrado fatura pesada
(suspensão traseira partida)
e encaminhado o colega de equipa de Félix da Costa para o abandono, enquanto o piloto
português fez uma corrida de expetativa e recolheu um ponto para o campeonato. “Não
foi um dia fácil”, desabafou António Félix da Costa. “Estivemos toda a manhã, sessões de
treinos livres e qualificação, com graves problemas de acerto do carro. Simplesmente, os
pneus não aqueciam e não sentia aderência nenhuma. Desta forma era impossível atacar,
por isso foi uma manhã difícil que acabou por comprometer o resto do dia.” A equipa ainda
tentou fazer alguma coisa “alterando toda a afinação do carro, melhorando alguma coisa,
mas não o suficiente.” Assim, “na corrida recuperei o possível e arrancando do fundo da
grelha chegar aos pontos é uma pequena, mas justa, consolação para a equipa e para mim.”
Deitada para trás das costas a prova de Hong Kong, tempo de concentração para a corrida
chinesa de Sanya. “Vamos analisar os dados para melhorar e esperar que na próxima corrida
regressemos aos lugares da frente.”

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1º EDOARDO MORTARA (VENTURI) 59M36,119S
2º LUCAS DI GRASSA (AUDI) A 0,988S
3º ROBIN FRIJNS (ENVISION) A 1,536S
4º DANIEL ABT (AUDI SPORT A 1,985S
5º FELIPE MASSA (VENTURI) A 3,258S
(..)
10º ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA A 6,492S
CLASSIFICADOS 14 PILOTOS

realmente triste com o que sucedeu.” CAMPEONATO DE PILOTOS 54 PTS
Sobre a penalização, Bird não concordou 1º SAM BIRD 53 PTS
com ela: “Esperava uma penalização em 2º JÉRÔME D’ÁMBROSIO 52 PTS
lugares na grelha para a próxima cor- 3º LUCAS DI GRASSI 52 PTS
rida, ou coisa semelhante.” Para André 4º EDOARDO MORTARA 47 PTS
Lotterer, “é um movimento feio porque 5º ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA
sabemos que estes carros são muito são CLASSIFICADOS 24 PILOTOS 97 PTS
muito fortes e podemos correr alguns 86 PTS
riscos. Foi justo? Claro que não!” A pró- CAMPEONATO DE EQUIPAS 83 PTS
xima prova será o e-Prix de Sanya, na 1º ENVISION VIRGIN RACING 66 PTS
China, no dia 23 de março. 2º AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER 65 PTS
3º MAHINDRA RACING
4º VENTURI FORMULA E TEAM
5º BMW I ANDRETTI MOTORSPORT
CLASSIFICADAS 10 EQUIPAS

N/30
NOTÍCIAS
Com os ‘hipercarros’ a serem a nova aposta vistos nas grelhas das provas de endurance, com
MUDANÇAS NOS para a resistência mundial no WEC para adaptações para a competição.
REGULAMENTOS 2020, os regulamentos inicialmente pro- Ainda não são conhecidos os pormenores, mas
postos tiveram alterações. é provável que sejam anunciados na ronda de
DOWEC PARA As propostas feitas pelos organizadores do WEC Sebring do WEC, e que além das alterações a nível
ATRAIR MAIS não tiveram uma receção calorosa. O conceito técnico, haja também alterações a nível de orça-
‘hipercarro’, numa tentativa de ter em pista má- mentos, pois o teto de 25 milhões estabelecido era
MARCAS quinas com características mais vincadas de cada considerado ainda muito alto. Estas mudanças são
marca, a um custo mais acessível, foi recebido de assumidamente feitas para atrair mais marcas.
Fábio Mendes forma morna, fria até. As marcas não mostraram Mas vão um pouco contra a filosofia de Le Mans,
[email protected] grande entusiasmo nem anunciaram o seu com- onde os protótipos reinavam.
prometimento. Talvez por isso os organizadores Contudo, a falta de interesse obrigou a que
LEIA E ACOMPANHE TODAS tenham cedido e alargado o conceito de hipercarro. fossem tomadas medidas mais drásticas. Se
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT Assim, ao invés de termos protótipos que teriam tivermos mais marcas interessadas e o espe-
características bem vincadas de cada marca, táculo final for de qualidade, talvez se consiga
poderemos ter em pista também adaptações esquecer este ‘pormenor’, mas a verdade é
de versões de estrada. Ou seja, modelos como que se está a optar por uma via que se queria
o Aston Martin Valkyrie, o McLaren Senna ou o evitar há alguns tempos. Será preciso esperar
Ferrari La Ferrari, carros de série, embora com por mais detalhespara entender o caminho que
prestações fantásticas, poderão passar a ser se quer percorrer agora.

RALI DE LOULÉ RALI VIEIRA DO MINHO
MÁRCIO TRIUNFO DE RICARDO MARQUES
MARREIROS E LUÍS
SERRA VENCEM A dupla Ricardo Marques/Hugo Lucas Simões e Simplício Gonçalves
RALI DE LOULÉ Rodrigues, ao volante de um Hyundai também eles em Mitsubishi Lancer
i20 R5 venceu o Rali Vieira do Minho. mas Evo VI. Ricardo Matos e Estefânio
Primeira prova do Campeonato Sul de Ralis, Perante este cenário, cabia a Marreiros/ Entre os concorrentes do Campeonato Pinto, na estreia com o Peugeot 208 R2
primeiro triunfo de Márcio Marreiros e Serra e João Bica/Carlos Santos discutirem Norte de Ralis, o triunfo foi para ficaram com o quarto posto da geral, os
Luís Serra, que triunfaram no Rali de Loulé. a vitória. Filipe Madureira/Emanuel Gonçalves melhores entre os pilotos de duas rodas
Debaixo de um sol primaveril, o coração da Depois de uma intensa luta acabou a dupla num Mitsubishi Lancer Evo IX. Sob motrizes. José Machado e Paulo Marques
serra do Caldeirão, na mesma zona de alguns campeã em título por vencer com 15,3 a organização do Motor Clube de num Skoda Fabia R5 foram quintos
dos troços do ‘antigo’ Rali de Portugal a sul, segundos de vantagem. Guimarães, o piloto da ‘casa’, Ricardo classificados. No que diz respeito às
acolheram a primeira prova do Campeonato O pódio foi encerrado por Eduardo Antunes/ Marques, triunfou na ‘sua’ prova, contas do Campeonato, e decorridas
Sul de Ralis de 2019, o Rali de Loulé. Hugo Bentes, autores de um rali bastante que liderou de fio, a pavio. A dupla que estão duas provas, Filipe Madureira
Com duas passagens pelos troços de regular. terminou o rali com quase dois minutos lidera a tabela, seguido de José Silva
Ameixial e Salir disputadas na manhã Em quarto ficaram Luís Mota/Alexandre de vantagem para os segundos no segundo posto, e Miguel Teixeira em
de domingo, os espectadores presentes Ramos seguidos de Nuno Venâncio/André classificados, Filipe Madureira/Emanuel terceiro. A próxima prova do CNR vai para
puderam assistir a um domínio inicial Barras. Gonçalves, sendo que a fechar os a estrada a 29 e 30 de Março com o Rali
de Fernando Peres/José Pedro Silva, que Quanto aos carros de duas rodas motrizes, lugares do pódio ficaram classificados de Santo Tirso organizado pelo CAST.
venceram três das quatro especiais, João Monteiro/Gonçalo Assunção tiveram
chegando a ter 55,7 segundos de vantagem uma vitória categórica na estreia do Toyota
sobre Márcio Marreiros/Rui Serra no final de Corolla, não dando hipóteses à concorrência.
Ameixial 2. Em segundo ficou Vítor Vilela/Leonel
Contudo o azar abater-se-ia sobre o antigo Fernandes, ainda em fase de habituação ao
tricampeão nacional de ralis, que no último Peugeot 208 R2, e em terceiro Filipe Silva/
troço furou as duas rodas do lado direito do Diogo Elias em Citroen Saxo.
seu Mitsubishi Evo IX. Um bom arranque de campeonato!

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31

FOTOS: TIFF ALEXANDRECAMACHO sobressaindo com um Renault Clio R3
DEFENDETÍTULONAMADEIRA e que poderá ter nas primeiras provas
as dificuldades inerentes à descoberta
Arranca esta semana o Campeonato dum novo modelo. A maior oposição ao
de Ralis da Madeira, competi- campeão é esperada uma vez mais de
ção que, devido à saída do Porto Miguel Nunes cujo Hyundai i20 R5 surge
Santo inclui agora sete provas: São dotado das últimas especificações para
Vicente, Machico, Calheta, Ribeira Brava, o carro do construtor coreano. João Silva,
Faial, Vinho Madeira e Funchal/Câmara agora navegado por Ana Sofia Correia,
de Lobos. Regulamentarmente surgem continua ao volante do Citroën DS3 R5,
muito poucas alterações em relação a 2018 fator que poderá condicionar as suas as-
e para a classificação final do campeonato pirações pois o modelo francês surge já
serão levados em conta os seis melhores algo desatualizado face à concorrência.
resultados de cada concorrente. Também com uma viatura R5 surge este
Campeãoem título, Alexandre Camacho ano Roberto Martins com um Peugeot 208
tenta repetir o sucesso do ano passado T16 também da Delta Rally.
e aposta na mesma fórmula utilizada na Rui Pinto retoma o volante do potente Ford
altura. O piloto das Vespas mantém-se Focus WRC da Vieffecorse e surgem três
aos comandos dum Skoda Fabia R5 da pilotos com os novos Porsche 991 GT3.
italiana Delta Rally e terá a seu lado Rui Depois da passagem pelos comandos
Rodrigues, navegador com quem venceu dum Lancia Delta Integrale, Filipe Freitas
o ano passado o European Rally Trophy no regressa à competição com um carro
Algarve. Camacho terá, contudo, em 2019 da marca alemã, modelo de que já têm
concorrência acrescida pois existirão mais experiência tanto Gil Freitas como Paulo
quatro pilotos com viaturas do mesmo Mendes, que os estrearam já o ano pas-
agrupamento. sado. A comemorar 20 anos de ralis, Filipe
Também com um carro da marca che- Pires e o seu Mitsubishi Lancer Evo X
ca parte Pedro Paixão, piloto que vinha deverão estar sós no agrupamento RC2N
e, a repetir o passado, poderão introme-
ter-se entre adversários com viaturas
mais competitivas.
Em categorias mais baixas a competitivi-
dade também deverá ser uma realidade
pois Bruno Fernandes passa ao volante
dum Citroën DS3 3T num escalão em que
encontrará Dinarte Baptista num Renault
Clio R3 e Nuno Ferreira no Renault Clio
R3T que era de Isabel Ramos, piloto que,
temporariamente, deixou a competição.
Até aos 1.600 cc, Artur Quintal e os eu
Peugeot 208 R2 enfrentam os Citroën C2
R2 de Ricardo Gonçalves e Ilídio Sardinha.
Se o nível competitivo estará em alta, as
listas de inscritos das provas do arquipé-
lago deverão surgir, no entanto, bastante
menos extensas que no passado. Até ago-
ra, grande parte do contingente militava
em competições monomarca e, ao menos
por enquanto, os troféus disputados com
Citroën DS3 R1 e Toyota Yaris não deverão
ser uma realidade tanto por falta de inte-
ressados bem como na dificuldade em
acordar um regulamento técnico que sirva
a todos os participantes. JOÃO F. FARIA

C/ C A L E N D Á R I O

DATA PROVA ORGANIZADOR

15 A 16 MARÇO RALI MUNICÍPIO DE SÃO VICENTE CLUBE DESPORTIVO NACIONAL

12 A 13 ABRIL RALI C. S. MARÍTIMO CLUB SPORT MARÍTIMO

10 A 11 MAIO XV RALI DA CALHETA C. SPORTS DA MADEIRA

7 A 8 JUNHO RALI RIBEIRA BRAVA AUTOMÓVEL CLUBE CONCELHO SANTA CRUZ

5 A 6 JULHO ZOOM IGEST RALI DO FAIAL CLUBE AUTOMOBILÍSTICO 100 À HORA DA MADEIRA

1 A 3 AGOSTO RALI VINHO DA MADEIRA CLUB SPORTS DA MADEIRA

27 A 28 SET. RALI MUNICÍPIOS DO FUNCHAL E CÂMARA DE LOBOS CLUBE DESPORTIVO NACIONAL

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DUCATI

» MULTISTRADA 950 S DE 2019

DESEMPENHO E EFICIÊNCIA MULTIPLICADOS

A nova Ducati Multistrada 950 não é apenas uma evolução
estética da sua versão anterior mas sim um novo modelo
para 2019, melhorado numa série de componentes e
aprimorado no seu desempenho e que acrescenta agora
uma versão S que inclui a sofisticada eletrónica da Ducati
Multistrada 1260

Pedro Rocha dos Santos Multistrada 950 que são as jantes de raios. depoisentramosemestradassecundárias de forma algo tosca mas perfeitamente
[email protected] A organização desta apresentação inter- e percurso de serra. Digamos que dos funcional. A minha opção pessoal é a de
nacional definiu um percurso de cerca de 150 km previstos para a primeira eta- o manter a meia altura pois gosto de ver a
Comparativamente, os 113 cv da 320 km e dividiu os jornalistas presentes pa cerca de 120 km foram de serra, com estrada a partir dos 2 ou 3 metros à minha
Multistrada 950 S podem pare- de Portugal e Espanha em dois grupos. bom alcatrão mas exigente, com curvas frente sem ser através do écrã (manias
cer escassos considerando os Uns seguiriam na versão standard da e contra-curvas a colocarem à prova o que vêm do Enduro).
158 cv da Multistrada 1260 mas, Multistrada 950 S por um dos percursos desempenho da Multistrada e dos pneus A Multistrada 950 é uma moto cómoda,
na verdade, e pela experiência com cerca de 160 km e o outro grupo se- Pirelli Scorpion e claro também da nossa com pouca vibração (quase nenhuma),
que a marca nos proporcionou guiria nas versões com Pack Touring e destreza e concentração já que o ritmo no muito silenciosa - parados nos semáfo-
em Valência, estes 113 cv do motor da jantes de raios pelo segundo percurso, pelotão foi sempre rápido e em crescendo. ros com o motor a trabalhar quase não
950 S estão agora distribuídos de uma paralelo ao primeiro, encontrando-nos Primeiras sensações foram de controle se houve - e no entanto o som do dois
forma diferente, com um significativo num determinada ponto a meio da jor- total, um comportamento em curva ab- cilindros em L a partir das 4.000 rpm fa-
binário desde baixa rotação a atuar desde nada para almoçar em grupo e trocar solutamente irrepreensível, com o sistema z-se notar e marca com um ronco grave e
as 3.000/3.500 rpm. Um facto que torna a de moto. Tudo muito bem organizado e de ABS em curva e o sistema SkyHook cheio a entrega de potência a partir desse
condução extremamente entusiasmante, acompanhado por elementos da própria a atuar nas suspensões semi-ativas e a mesmo regime, onde 80% do binário já
sobretudo em percurso de montanha, Ducati Itália. mostrarem uma enorme eficiência, sobre- está presente e mantém-se uniforme
onde à saída de cada curva a 950 S mos- Onossogrupo eraconstituído porjorna- tudo à entrada das curvas em travagem, praticamente até atingir o pico perto das
trava ter “coração de leão” sem grande listas portugueses e espanhóis e o nosso e nas saídas rápidas das mesmas, onde 8.000 rpm. Ou seja, um motor que está
necessidade de passar caixa e com ape- guia era um jovem italiano que parecia o binário fantástico desta Multistrada sempre presente naqueles regimes onde
nas o rodar do punho... mas já lá vamos. querer colocar-nos à prova, sabendo de e a sua progressividade nos passavam mais se concentra a sua utilização e que
O dia começou com a chegada às insta- antemão que a Multistrada estava apta uma sensação de segurança e controle conferem à Multistrada um enorme prazer
lações da Desmotron em Valência onde para qualquer tipo de desafio. Na primei- constantes. de pilotagem, sobretudo em estradas de
nos aguardavam cerca de 50 unidades ra etapa tocou-nos a versão com Pack No início, com o ritmo ainda tranquilo montanha, onde rodámos quase sempre
da Multistrada 950 versão S, aquela que é Touring e jantes de raios, e ainda bem de auto-estrada, aproveitámos para entre 3ª e 4ª velocidades, algumas vezes
novidade absoluta para este ano de 2019. pois com os 9º de temperatura à saída “navegar” no sistema de controle e nas em 2ª, nos ganchos mais apertados, abrin-
Metade das unidades eram versões S da Desmotron soube bem acionar de várias funcionalidades que o interface do e fechando o punho do acelerador em
de origem com jantes de liga e a outra imediato os punhos aquecidos ( função da Multistrada S nos permite selecionar. cada curva, travando o menos possível e
metade tinha o Pack Touring montado, muito fácil de selecionar através de um Tudo muito simples e intuitivo, de leitura tirando partido do excelente comporta-
pack que inclui punhos aquecidos, malas simples toque de botão no punho direito, fácil e de alteração rápida, mesmo em mento das suspensões semi-ativas que
laterais e descanso central, para além de que permite correr as 4 posições possíveis andamento. Gostámos também da pro- nos permitiam curvar mais rápido do que
um extra que do ponto de vista estético e identificáveis no painel TFT ). Os pri- teção oferecida pelo écrã dianteiro, que seria normal sem perder a sensação de
valoriza ainda mais a silhueta esbelta da meiros km são realizados em “Autovia” e facilmente pode ser ajustado, embora segurançae decontroleconstante.Aliás,

33

NO BRIEFING QUE NOS FIZERAM NA NOITE ANTERIOR FICÁMOS A CONHECER AS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DA NOVA MULTISTRADA 950 QUE SE RESUMIAM NO SEGUINTE EM AMBAS VERSÕES:

MOTOR TESTASTRETTA DE 937 CC E 113 CV DE POTÊNCIA
BINÁRIO MÁXIMO DE 96 NM À 7.750 RPM EMBORA COM UMA ENTREGA ALTA DESDE AS 3.000 RPM
REVISÕES PARA MUDANÇA DE ÓLEO APENAS AOS 15.000 KM E PARA AJUSTE DO SISTEMA DESMO APENAS AOS
30.000 KM (EXCELENTE FIABILIDADE)
TRAVÕES COM PINÇAS BREMBO RADIAIS
CARENAGEM E ESTÉTICA MAIS PARECIDAS COM A VERSÃO 1260
NOVO ESCAPE DE DIMENSÃO SUPER SLICK (ESTREITA)
JANTES DE LIGA MAIS LEVES QUE AS ANTERIORES COM JANTE DE 19” NA DIANTEIRA (A OPÇÃO DE JANTES DE RAIOS
PESAM MAIS 5 KG)
MONTA O MESMO BRAÇO OSCILANTE QUE A VERSÃO 1260
NOVA EMBRAIAGEM HIDRAÚLICA ASSISTIDA DE FUNCIONAMENTO MAIS LEVE
ALTURA DO ASSENTO CONTIDA NOS 840 MM EMBORA EXISTAM OPÇÕES MAIS BAIXAS E MAIS ALTAS
NOVO IMU BOSCH DE 6 EIXOS
4 MODOS DE CONDUÇÃO POSSÍVEIS: SPORT, TOURING, URBAN E ENDURO
INCLUI BOSCH CVORNERING ABS E DTC CONTROL DE TRAÇÃO DUCATI AMBOS AJUSTÁVEIS

JÁ A VERSÃO S QUE ENSAIÁMOS INCLUI TUDO O ANTERIORMENTE REFERIDO E MAIS:
ELETRÓNICA DA VERSÃO 1260 QUE INCLUI DSS, DQS, DCL E TAMBÉM CRUISE CONTROL
SUSPENSÕES ELETRÓNICAS SEMI-ATIVAS COM SISTEMA DSS – DUCATI SKYHOOK CONTROL
SISTEMA DE PASSAGEM DE MUDANÇAS COM QUICKSHIFT DQS NOS DOIS SENTIDOS
FARÓIS FULL LED COM SISTEMA DE LUZES QUE SE ACENDEM EM CURVA (CORNERING LIGHTS)
PAINEL DE INFORMAÇÃO TFT DE 5” (LCD NA VERSÃO MULTISRTRADA 950 STANDARD)
SISTEMA DE GESTÃO DE MENUS IDÊNTICO AO DAS VERSÕES TOPO DE GAMA DA MARCA (MULTISTRADA 1260 E

PANIGALE V4)
BOTÕES DE COMANDO RETRO-ILUMINADOS
OPÇÕES DE COR EM CINZA BRILHANTE E ENCARNADO

A DUCATI TEM TAMBÉM DISPONIVEIS VÁRIOS PACK’S COMO OPÇÃO QUE PARA ALÉM DO JÁ REFERIDO
PACK TOURING EXISTEM TAMBÉM:

PACK SPORT: COM ESCAPE DE RENDIMENTO DA TERMIGNONI E PISCAS DE LED
PACK URBAN COM TOP CASE, SACO DE DEPÓSITO E TOMADA USB.
PACK ENDURO COM FARÓIS LED SUPLEMENTARES, PROTEÇÕES LATERAIS, PROTEÇÃO DE RADIADOR E DE CARTER E
POISA PÉS DE MAIOR DIMENSÃO EM AÇO

PVP’S BASE

PVP DUCATI MULTISTRADA 950 13.995 EUR

PVP DUCATI MULTISTRADA 950 S 15.895 EUR

PVP DUCATI MULTISTRADA 950 S PACK TOURING 17.095 EUR

o sistema eletrónico SkyHook realiza estilo de condução e às situações com que sendo que no modo Urban mantém-se
uma gestão ótima do comportamento nos deparamos de circulação. Nos modos uma intervenção forte da eletrónica, no
das suspensões que combinado com o de condução Sport e Touring está sempre controle de tração e no ABS, e no modo
ABS em curva, que regula a combinação disponível a potência máxima do motor Enduro a eletrónica é minimizada no
da travagem à frente e atrás de forma a de 113 cv, embora no modo Touring esta sentido de a pilotagem ser o mais direta
que a moto não afunde demasiado na potência tenha uma entrega mais suave possível. Notem que mesmo em qual-
dianteira, permitia-nos manter um ritmo e menos imediata. Nos modos Urban e quer dos modos é sempre possível num
muito acima do normal, graças a uma Enduro a potência desce para os 75 cv momento determinado personalizar o
leitura constante que o IMU realiza das
várias variáveis, inclusivamente do estado
da própria estrada. Claro que podere-
mos personalizar totalmente o setting
das várias funções numa infinidade de
combinações possíveis (cerca de 400),
tentando encontrar aquela com que mais
nos identificamos de acordo com o nosso
estilo de condução, mas digamos que esse
processo será compatível apenas com a
“paciência “ e sensibilidade de alguns.
A nova eletrónica montada na versão S
da Multistrada 950, que provém como
referimos da Multistrada 1260, confere
uma enorme sofisticação ao desempenho
da moto melhorando substancialmente o
seu comportamento e as suas prestações
a todos os níveis. O motor com mais bi-
nário a partir das 3.000 rpm faz com que
seja possível rodar a rotações mais baixas
refletindo-se essa realidade em meno-
res consumos também. Os ajustes nos
modos de condução garantem de forma
automática uma adaptação imediata ao

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mesmo ao vosso gosto. À entrada das versão 2019 da Multistrada 950 e há que apta para tudo, muito ágil e versátil, com A Ducati Multistrada 950 S confirma-se
povoações e em cidade, a velocidades destacar também o comportamento um motor sempre disponível numa faixa como sendo uma moto muito equilibra-
abaixo dos 40 km/h, o motor pede 2ª s irrepreensível do quadro multi-tubular de regimes muito alargada e sobretudo da, uma Sport Tourer com algum ADN
e 3ªs pois abaixo das 2.500 rpm acusa em trelissa que confere uma rigidez e desde os baixos e médios regimes, muito Adventure, graças à sua roda dianteira
algum “bater”. uma estabilidade máxima em qualquer confortável já que terminámos os 320 de 19” e à inclusão de um modo Enduro na
Na versão testada, a 950 S, que monta situação, permitindo em conjunto com km sem nenhum cansaço aparente e a sua eletrónica, e com um comportamento
Quickshift, o passar de caixa é sempre a atuação da eletrónica uma velocidade permitir, graças à sua eletrónica, uma dinâmico que deixará muitas desportivas
realizado com uma enorme suavidade em curva com enorme precisão e se- condução entusiasmante com uma sen- a olhar para o seu pneu traseiro, deixan-
e precisão, tanto a subir como a reduzir, gurança e uma travagem assistida a sação de controle e segurança acrescidas do-nos na dúvida se valerá a pena investir
fazendo com que a embraiagem, apesar garantir entrada em curva e trajetórias e constantes. na 1260.
de hidráulica e mais leve, apenas se tenha afinadas, tudo isto com um motor cheio
que usar no pára-arranca em cidade. de alma, sobretudo naqueles regimes
Nota muito positiva para a função de onde mais se concentra a sua utilização.
QuickShift da Ducati que na Multistrada O ritmo foi sempre rápido sem ser
950 S tem o mesmo nível de uma Panigale exagerado com a sensação de que a
ou de uma Multistrada 1260, dos melho- Multistrada reservava sempre uma
res que temos testado. boa margem de segurança.
À tarde, já na segunda etapa, mudámos A roda de 19” na dianteira não nos im-
para a versão normal da 950 S com jantes pediu de incutir uma condução quase
de liga e sem Pack Touring e de imedia- desportiva e a maior altura ao solo
to sentimos o menor peso do conjunto permitia-nos testar cada vez mais os
(cerca 15 kg menos que derivavam do limites da inclinação até ao roçar da
peso total do Pack Touring montado na biqueira das botas no alcatrão.
versão anterior) sobretudo no colocar Já no final do trajeto pudemos ainda testar
mais rápido em curva e na agilidade que o sistema de Cruise Control que funciona
demonstrava no encadeamento de cur- na perfeição e que será certamente útil em
vas, permitindo um ritmo mais rápido viagens mais longas onde se incluam per-
ajudado pelo facto de termos rodado já cursos com muitos km de auto-estrada.
toda a manhã e estarmos totalmente A título de conclusão referir que nos sur-
adaptados à Multistrada. preendeu muito pela positiva o desempe-
É-nos de facto muito difícil apontar algum nho magnífico da nova Multistrada 950,
pormenor menos positivo nesta nova no caso a versão S, moto que nos pareceu

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FT/ F I C H A T É C N I C A CONCORRÊNCIA HONDA AFRICA TWIN CRF 1000 - 998 CC KAWASAKI VERSYS 1000 - 1.043 CC

937 CC BMW F 850 GS - 853 CC 95 CV 120 CV

CILINDRADA 94 CV POTÊNCIA POTÊNCIA

113 CV POTÊNCIA 232 KG 250 KG

POTÊNCIA 229 KG PESO PESO

20 L PESO 13 650€ 14 195€

DEPÓSITO 12 500€ PREÇO BASE PREÇO BASE

230 KG PREÇO BASE

PESO KTM ADVENTURE 1090 - 1050 CC MV AGUSTA TURISMO VELOCE - 798 CC TRIUMPH TIGER 800 XR - 800 CC

15 895€ 125 CV 110 CV 95 CV

PREÇO BASE POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA

MOTOR BICILÍNDRICO EM L TESTASTRETTA, DISTRIBUIÇÃO 205 KG 192 KG 199 KG
DESMODRÓMICA, 4 VÁLVULAS POR CILINDRO REFRIGERAÇÃO
LÍQUIDA TAXA DE COMPRESSÃO 12.6:1 DIÂMETRO X CURSO PESO PESO PESO
94 X 67.5 MM POTÊNCIA 113 CV / 9.000 RPM BINÁRIO 96,2
NM / 7.750 RPM ALIMENTAÇÃO INJEÇÃO ELET. BOSCH, CORPOS 15 350€ 16 990€ 13 450€
CILÍNDRICOS DE 53 MM COM RIDE BY WIRE ESCAPE SISTEMA
EM AÇO INOX COM CATALIZADOR E DUAS SONDAS LAMBDA PREÇO BASE PREÇO BASE PREÇO BASE
CAIXA 6 VEL. TRANSMISSÃO FINAL POR CORRENTE; PINHÃO
DE ATAQUE 15 DENTES; CREMALHEIRA 43 DENTES EMBRAIAGEM
MULTIDISCO EM ÓLEO, COM ACIONAMENTO HIDRÁULICO, SERVO-
ASSISTIDA E DESLIZANTE QUADRO TRELIÇA EM TUBOS DE AÇO
SUSPENSÃO DIANTEIRA FORQUILHA INVERTIDA COM BAINHAS
DE 48 MM, TOTALMENTE REGULÁVEL, AJUSTE ELETRÓNICO
DA COMPRESSÃO E EXTENSÃO COM O DUCATI SKYHOOK
SUSPENSION (DSS) EVO JANTE DIANTEIRA EM LIGA LEVE,
3.00’’ X 19’’ (OU RAIOS) PNEU DIANTEIRO 120/70 R19 PIRELLI
SCORPION TRAIL II SUSPENSÃO TRASEIRA AMORTECEDOR
TOTALMENTE REGULÁVEL; AJUSTE REMOTO DA PRÉ-CARGA;
AJUSTE ELETRÓNICO DA COMPRESSÃO E EXTENSÃO COM O
DUCATI SKYHOOK SUSPENSION (DSS) EVO, BRAÇO OSCILANTE
EM ALUMÍNIO JANTE TRASEIRA EM LIGA LEVE, 4.50 X 17’’
(OU RAIOS) PNEU TRASEIRO 170/60 R17 PIRELLI SCORPION
TRAIL II CURSO DAS SUSPENSÕES (FR/TR) 170 MM / 170 MM
TRAVÃO DIANTEIRO 2 DISCOS SEMIFLUTUANTES DE 320 MM,
PINÇAS BREMBO MONOBLOCO DE 4 PISTÕES E FIXAÇÃO RADIAL,
CORNERING ABS TRAVÃO TRASEIRO DISCO DE 265 MM, PINÇA
BREMBO DE 2 PISTÕES, CORNERING ABS INSTRUMENTAÇÃO
TFT A CORES DE 5’’ ALTURA DO ASSENTO 840 MM DISTÂNCIA
ENTRE EIXOS 1594 MM ÂNGULO DA COLUNA DE DIREÇÃO 25º
TRAIL 106 MM ELECT. DE SEGURANÇA CORNERING ABS, DTC,
VHC, DCL, RIDING MODES EQUIPAMENTO DE SÉRIE SKYHOOK
SUSPENSION EVO (DSS), QUICK SHIFT UP/DOWN (DQS), CRUISE
CONTROL, HANDS-FREE, COMUTADORES RETROILUMINADOS’,
ÓTICA FULL LED, INDICADORES DE DIREÇÃO AUTO-OFF

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GRANDE PRÉMIO Bernie Ecclestone não gosta de os Jogos Olímpicos aos Campeonatos de
DA ÁFRICA DO SUL política. Quando um troféu no Mundo de modalidades como cricket,
pódio do Grande Prémio da rugby e futebol.
TEMASDE Turquia de 2006 foi entregue Foi apenas em 1985 que houve rea-
DISCÓRDIA pelo presidente da República ções no mundo da F1. A prova sul-afri-
Turca do Chipre, um estado cana foi a penúltima do calendário e
Política e Fórmula 1 são duas coisas que geralmente não não reconhecido pela maior parte dos Alain Prost já era campeão. As equi-
se misturam, pois quando isto acontece, os resultados países do mundo, a FIA reagiu imedia- pas Renault e Ligier obedeceram à lei
tamente multando os organizadores da francesa e boicotaram a prova, enquan-
não são bonitos de se ver. Foi o caso do Grande Prémio de prova e quase cancelando o contrato to as autoridades brasileiras pressio-
África do Sul, um evento com tradição no calendário que foi para a prova seguinte. naram Nelson Piquet e Ayrton Senna
abandonado após a corrida de 1985 quando a política social Depois, em 2011, instabilidade política e para não viajarem para Kyalami, e a
social levou ao cancelamento do GP do federação sueca quase proibiu Stefan
discriminatória do apartheid se tornou indefensável Bahrein. Mas Bernie Ecclestone gosta Johansson de correr.
de dinheiro, por isso a prova árabe re- Com apenas 21 carros presentes e 18 à
CONHEÇA ESTA E MUITAS gressou ao calendário em 2012. partida, a corrida não teve grande his-
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT O mundo da F1 sempre procurou viver tória e foi dominada por Nigel Mansell.
à margem de marés políticas, fossem Só depois do final do apartheid, em 1991,
elas importantes ou meras questiún- é que o GP da África do Sul regressou
culas, mas por vezes o espetáculo não em 1992 e 1993.
conseguiu escapar incólume. Foi o caso
do GP da África do Sul, que durante anos VERÃO NO HEMISFÉRIO SUL
foi parte integrante do Campeonato do
Mundo de Fórmula 1, mas que em 1985 Enquanto as corridas europeias pa-
levou a machadada final. ravam no inverno, muitas equipas
Depois do período da descolonização aproveitavam o verão do outro lado
africana, o sistema de apartheid, que do equador para testar novas soluções
impunha separação total entre bran- técnicas, experimentar novas pistas
cos e negros, foi perdendo popularida- e ganhar mais alguns prémios mo-
de e levou à retirada forçada da África netários. Estas corridas geralmente
do Sul de diversas competições, desde tinham lugar em janeiro e fevereiro,
visitando países como a Argentina,

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P/ PA L M A R É S

ANO PILOTO CARRO

1934 WHITNEY STRAIGHT MASERATI

1936 MARIO MASSACURATTI BUGATTI

1937 PAT FAIRFIELD ERA

1938 BULLER MEYER RILEY

1939 LUIGI VILLORESI MASERATI

1960 PAUL FRÈRE COOPER-CLIMAX

1960 STIRLING MOSS PORSCHE

1961 JIM CLARK LOTUS-CLIMAX

1962 GRAHAM HILL BRM

1963 JIM CLARK LOTUS-CLIMAX

1965 JIM CLARK LOTUS-CLIMAX

1966 MIKE SPENCE LOTUS-CLIMAX

1967 PEDRO RODRÍGUEZ COOPER-MASERATI

1968 JIM CLARK LOTUS-FORD

1969 JACKIE STEWART MATRA-FORD

1970 JACK BRABHAM BRABHAM-FORD

1971 MARIO ANDRETTI FERRARI

1972 DENNY HULME MCLAREN-FORD

1973 JACKIE STEWART TYRRELL-FORD

1974 CARLOS REUTEMANN BRABHAM-FORD

1975 JODY SCHECKTER TYRRELL-FORD

1976 NIKI LAUDA FERRARI

1977 NIKI LAUDA FERRARI

1978 RONNIE PETERSON LOTUS-FORD

1979 GILLES VILLENEUVE FERRARI

1980 RENÉ ARNOUX RENAULT

1981 CARLOS REUTEMANN WILLIAMS-FORD

1982 ALAIN PROST RENAULT

1983 RICCARDO PATRESE BRABHAM-BMW

1984 NIKI LAUDA MCLAREN-TAG

1985 NIGEL MANSELL WILLIAMS-HONDA

1992 NIGEL MANSELL WILLIAMS-RENAULT

1993 ALAIN PROST WILLIAMS-RENAULT

Austrália, Nova Zelândia e, a partir de América do Sul e nos Antípodas, ra- o seu piloto já morto lá dentro. Foi um petições menores. Hoje em dia fala-
1960, a África do Sul. ramente os pilotos locais conseguiam dos acidentes mais insólitos, e ao mes- -se da possibilidade da Fórmula 1 vol-
Os países do sul tinham as suas próprias impor-se face às equipas europeias. O mo tempo mais horrível, da história do tar àquele país, e a África. Mais cedo
corridas, onde pilotos locais misturavam único sul-africano a ganhar o Grande desporto motorizado. ou mais tarde isso poderá novamente
máquinas de diversas proveniências, Prémio do seu país foi Jody Scheckter, Nos anos mais recentes, o circuito evo- suceder, pois faz todo o sentido que o
incluindo antigos F1, sport-protótipos em 1975, quando era piloto da Tyrrell, luiu para uma zona residencial e comer- continente africano esteja representa-
de dois lugares e viaturas construídas depois de ultrapassar Carlos Pace no cial de Joanesburgo, e mais recente- do na F1 e a África do Sul é sempre uma
localmente, os denominados specials, início da corrida. mente Kyalami tem recebido o Mundial boa hipótese, tal como já sucedeu com
como o invulgar Netuar-Peugeot e os A corrida é também muito lembrada, de Superbike, bem como outras com- o Mundial de Futebol.
vários LDS, cópias de monolugares eu- por maus motivos, devido ao que su-
ropeus construídas por Doug Serrurier. cedeu em 1977 no GP da África do Sul.
O GP da África do Sul foi ressuscitado Um trágico acidente ceifou a vida de
em 1960 depois de décadas de inati- um comissário, Frederik Jansen van
vidade, integrando um calendário de Vuuren, e do piloto Tom Pryce.
corridas locais, onde a maior parte dos Na volta 22, o colega de equipa de Pryce,
pilotos eram sul-africanos e rodesia- Renzo Zorzi, encostou na longa desci-
nos (do atual Zimbabwe). da que se seguia à linha de meta com
East London foi o primeiro palco do uma fuga de gasolina, que causou um
evento, que logo atraiu pilotos euro- princípio de incêndio. Dois comissários
peus, para em 1962 passar a contar para voluntários, equipados apenas com ex-
o Mundial de F1, encerrando a tempora tintores, atravessaram a pista. Na as-
em que Graham Hill foi campeão pela piração de Stuck, Pryce nem deve ter
primeira vez. Em 1965, a corrida passou percebido o porquê do desvio súbito
de dezembro para janeiro, e dois anos do March de Stuck e atingiu em cheio
mais tarde trocou de base de operações, um dos comissários. Além do pobre
mudando-se para o circuito de Kyalami, Frederik Jansen van Vuuren, Pryce viria
nos arredores de Joanesburgo. O evento a perder a vida porque o extintor que o
foi apanhado no meio da guerra FISA- comissário carregava o atingiu em cheio
FOCA em 1981 e nesse ano não contou na cabeça. O Shadow continuou a fun-
para o Mundial. do durante toda a descida para colher
Ao contrário do que acontecia na Jacques Laffite na primeira curva, com

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O GP DA ÁFRICA Paulo Alexandre Teixeira
DO SUL DE 1979 [email protected]

A PRIMEIRA Em março de 1979, há 40 anos, a
POLEDE temporada de Formula 1 já tinha
cumprido as suas duas primei-
UMMOTOR ras corridas, na Argentina e no
TURBONAF1 Brasil. Duas provas onde a Ligier
dominou, com Jacques Laffite a
O GP da África do Sul tem muitas histórias para recordar, ser o líder destacado, graças às suas vi-
infelizmente nem todas boas, mas neste caso vamos tórias em Buenos Aires e Interlagos –
esta última em dobradinha com o seu
debruçarmo-nos sobre o evento de 1979, que marcou a estreia companheiro de equipa Patrick Depailler.
de um motor turbo na pole position de um GP de Fórmula 1…

CONHEÇA ESTA E MUITAS
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT

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Depois desta performance, a concorrên- tar certos aspetos técnicos, entre eles o FERRARI OK, COPERSUCAR KO Contudo, apesar dessas limitações, o car-
cia esperava por Kyalami para começar a banimento das “saias laterais” no final de ro conseguiu ser competitivo e funcional,
reagir, antes que os carros azuis de Guy 1979, ao passo que Bernie Ecclestone não Em Kyalami, Jody Scheckter e Gilles e os testes em Maranello indicaram isso.
Ligier começassem a ficar inalcançáveis. estavam pelos ajustes… Villeneuve tinham finalmente a sua nova Mas agora, o teste era a sério, especial-
Nesse 3 de março a Fórmula 1 estava em Mas o que os espetadores mais montada. A versão T4 do seu chassis mente numa altura em que os carros eram
Kyalami, terceira prova do calendário. E queriam ver nessa corrida eram 312 era um carro desenhado por Mauro cada vez mais a ver com a aerodinâmica
se a competição era bem disputada em os novos chassis que iriam rolar. Forgheri, com forte aposta no efeito-solo, e nem tanto com a potência, e esperavam
pista, nos bastidores começava a surgir Ferrari, Copersucar e Ensign iriam esperando-se que fosse um pouco mais que tudo funcionasse.
uma disputa pelo poder entre a entida- mostrar novidades, mas o fim de se- eficaz do que o modelo anterior. Contudo, Em contraste, a Fittipaldi estava em maus
de reguladora, a FISA, e a Associação de mana ficou dominado pela surpreen- não se podiam fazer muitas modificações lençóis. O seu novo chassis, o F6, tinha
construtores, a FOCA. dente pole-position do Renault de no chassis por causa do motor flat-12, pois sido apresentado no início de janeiro em
A primeira tinha ressurgido no final do ano Jean-Pierre Jabouille, no seu RE01. quando a primeira versão do chassis fora Interlagos com pompa e circunstân-
anterior, com a eleição do francês Jean- O primeiro de um motor Turbo na Fórmula desenhada, em 1974, nunca tiveram em cia perante a imprensa local e mundial.
Marie Balestre, o qual queria regulamen- 1. mente os desenvolvimentos na aerodi- Desenhado por Ralph Bellamy, um dos
nâmica como o efeito-solo.

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homens que ajudara a desenhar o Lotus cálculos sobre a rigidez torcional do car- seguira ser o mais rápido de todos ao longo no seu GP caseiro. Gilles Villeneuve era
78, em 1977, tinha custado três milhões ro, descobriu o defeito. Após o testes, e do fim de semana e dava à Renault o seu terceiro e partilhava a segunda fila com o
de dólares à equipa, o mais caro de sem- quando Emerson o confrontou, Bellamy primeiro resultado de relevo na Fórmula Brabham-Alfa Romeo de Niki Lauda, que,
pre até então. Wilson Fittipaldi, irmão de respondeu que não havia nada errado 1 desde a sua estreia, um ano e meio an- como a Ferrari, tinha montado um motor
Emerson, tinha pedido “um Lotus pintado com o carro e que Fittipaldi apenas não tes, em Silverstone. Jabouille entrava na V12. Eles estavam na frente dos Ligier de
de amarelo” e parecia ser um vencedor estava acostumado a andar num carro- história tornando o carro no primeiro com Patrick Depailler e de Jacques Laffite, o
no papel, pois o bico era elegante e tinha -asa. Obviamente, ele contestou. motor Turbo a conseguir uma pole posi- líder do campeonato. Didier Pironi era o
entradas de ar a meio do chassis. Os irmãos Fittipaldi decidiram que não tion. E tudo isto aproveitando o facto do sétimo no seu Tyrrell-Ford, seguido pelo
As expetativas eram bem altas, sobretudo queriam levar o chassis novo e preferiam circuito sul-africano ficar a mais de 1200 Lotus-Ford de Mario Andretti e pelo se-
por causa do que tinham feito com o F5A continuar com o F5A, mas Bellamy exigiu metros de altitude, onde dada a rarefação gundo Tyrrell-Ford de Jean-Pierre Jarier.
na temporada de 1978, que lhes dera 17 que o carro embarcasse para Kyalami. No do ar, os motores Turbo funcionarem mais E a fechar o top 10 estava o outro Renault
pontos e um pódio em Jacarepaguá, e ti- final, eles cederam, talvez para mostrar a eficazmente do que os atmosféricos. Ao Turbo de René Arnoux.
nham começado bem o ano com um sexto ele que o carro era um verdadeiro fracas- seu lado tinha Jody Scheckter, no Ferrari Dos 26 carros inscritos, apenas haviam 24
lugar em Buenos Aires. Contudo, quando so. No final das duas sessões de qualifi- 312T4, também dando uma estreia digna vagas e para além de Daly e o seu Ensign,
Emerson se sentou no carro para fazer o cação sul-africana, Fittipaldi não foi além
seu “shakedown”, bastou uma volta ao de um dececionante 18º posto na grelha,
circuito para ele descobrir que era sim- em 24 qualificados.
plesmente inguiável, devido à sua pouca Quem também trazia um chassis novo
rigidez torsional em curva. para a África do Sul era a Ensign, o N179.
Nas boxes, Emerson disse ao irmão o que Com o irlandês Derek Daly ao volante, o
achava do carro: “Não anda e não vai an- carro aparecia em paragens sul-africanas
dar nunca, jogámos três milhões de dó- com uma frente estranha, toda coberta de
lares no lixo. O carro parece uma banana radiadores para poder arrefecer o carro
assada de tanto que torce quando tenta de maneira mais eficaz. Infelizmente, o
fazer uma curva.” E depois acrescentou: carro era bem lento e não se qualificou.
“Agora, você leva tudo embora que eu não
piloto mais esta encrenca.” TURBO-POLE!
De facto, o primeiro a suspeitar que ha-
via algo errado tinha sido Ricardo Divila, A grande surpresa desses treinos foi Jean-
que tinha desenhado os primeiros quatro Pierre Jabouille. Aos 36 anos, mas apenas
chassis da marca. Quando ele fez alguns na sua segunda temporada completa na
Fórmula 1, o veterano piloto francês con-

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C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1 GILLES VILLENEUVE FERRARI 78 1H 41M 49.96S te a pista e Villeneuve teve que ir às bo-
2 JODY SCHECKTER xes na volta 15, para colocar pneus secos.
3 JEAN-PIERRE JARIER FERRARI 78 +03.42S Assim, era Scheckter que ficava na fren-
4 MARIO ANDRETTI te, para delírio dos locais.
5 CARLOS REUTEMANN TYRELL/FORD 78 +22.11S Mais atrás, Jabouille atrasava-se e os que
6 NIKI LAUDA tinham mantido os pneus secos benefi-
7 NELSON PIQUET LOTUS/FORD 78 +27.88S ciavam. Patrick Tambay era terceiro clas-
8 JAMES HUNT sificado, à frente do Brabham de Nelson
9 CLAY REGAZZONI LOTUS/FORD 78 +1M 06.97S Piquet, que tinha partido do 12º lugar e ti-
10 PATRICK TAMBAY nha mantido os pneus secos na relargada.
11 RICCARDO PATRESE BRABHAM/ALFA ROMEO 77 + 1 VOLTA Mas pouco tempo depois o brasileiro sofria
12 JOCHEN MASS de problemas no seu motor Alfa Romeo,
13 EMERSON FITTIPALDI BRABHAM/ALFA ROMEO 77 + 1 VOLTA e perdia tempo e lugares.
14 HECTOR REBAQUE Perto do meio da corrida, Tambay já era
NT RENÉ ARNOUX WOLF/FORD 77 + 1 VOLTA assediado pelo Tyrrell de Jean-Pierre
NT ALAN JONES Jarier, pelo Lotus de Mario Andretti,
NT JOHN WATSON WILLIAMS FORD 76 + 2 VOLTAS pelo Renault de Jabouille e pelo Ligier de
NT HANS JOACHIM STUCK Jacques Laffite.
NT JEAN-PIERRE JABOUILLE MCLAREN/FORD 75 + 3 VOLTAS Na volta 45 o líder do campeonato teve
NT JACQUES LAFFITE um furo e despistou-se, entregando o
NT DIDIER PIRONI ARROWS/FORD 75 + 3 VOLTAS quinto posto a Carlos Reutemann, no seu
NT ELIO DE ANGELIS Lotus-Cosworth. Quase a seguir, na vol-
NT PATRICK DEPAILLER ARROWS/FORD 74 + 4 VOLTAS ta 47, Jabouille, que ia em busca do quarto
NT JAN LAMMERS lugar, viu uma válvula do motor Turbo fa-
NQ DEREK DALY COPERSUCAR/FORD 74 + 4 VOLTAS lhar, acabando por abandonar a corrida.
NQ ARTURO MERZARIO Na volta 52, os pneus de Scheckter come-
LOTUS/FORD 71 MOTOR çaram a degradar-se e o piloto teve que
ir às boxes, fazendo com que o comando
RENAULT 67 FURO fosse herdado por Villeneuve. O sul-afri-
cano saiu das boxes em fúria, tentando
WILLIAMS/FORD 63 ROTAÇÃO recuperar o comando ao canadiano, mas
já não teve tempo de o apanhar.
MCLAREN/FORD 61 IGNIÇÃO No final, o Gilles Villeneuve ganhava a
segunda corrida da sua carreira, dando à
ATS/FORD 57 ACIDENTE marca do Cavalino Rampante a primeira
dobradinha do ano, embora os locais pro-
RENAULT 47 VÁLVULA vavelmente tivessem preferido ver tro-
cada a ordem de chegada. Mas acima de
LIGIER/FORD 45 SAÍDA DE PISTA tudo, era a estreia perfeita do novo chassis
da marca de Maranello, pois os seus rivais
TYRELL/FORD 25 ACELERADOR da Ligier não tinham pontuado. A acom-
panhá-los no pódio estava Jarier, dando à
SHADOW/FORD 16 COLISÃO Tyrrell o seu primeiro pódio do ano.
Nos restantes lugares pontuáveis estavam
LIGIER/FORD 4 ACIDENTE os Lótus de Mario Andretti e de Carlos
Reutemann e o Brabham-Alfa Romeo
SHADOW/FORD 2 COLISÃO de Niki Lauda, à frente de Nelson Piquet.
Emerson Fittipaldi, com o F6, ficou a três
ENSIGN/FORD voltas do vencedor, num 13º e último lugar.
O novo carro tinha sido provado como
MERZARIO/FORD um fracasso e o velho F5A tinha de sair
da reforma para voltar a andar por mais
quem também não se qualificou foi Arturo umas corridas.
Merzário, no seu Merzário A1B. O que só confirmava uma velha frase de
Enzo Ferrari: carro bonito é aquele que
DO COMEÇO CHUVOSO À DOBRADINHA vence corridas.
Emtermosdepontuação,Laffitecontinua-
DO CAVALINO va a liderar o campeonato com os mesmos
18 pontos que tinha ao chegar a Kyalami,
Três de março, o dia da corrida – que foi mas agora o segundo era Reutemann,
num sábado, diga-se - começou nubla- com 12 pontos, graças ao quinto lugar al-
do, com o céu a ameaçar chuva. Mas na cançado, e Villeneuve era terceiro, com 11.
hora do semáforo ligar para verde, a par- Agora a Fórmula 1 seguia para paragens
tida foi em pista seca. No final da primeira americanas, onde em Long Beach se ve-
volta, Villeneuve ultrapassara Scheckter ria se aquilo que Ferrari e Renault tinham
e Jabouille e era o líder. Parecia que iria ser feito era apenas um fenómeno local, ou
uma dança entre os Ferrari e o Renault havia algo mais.
amarelo, mas esta foi de curta duração:
na terceira volta os céus desabaram so-
bre o circuito africano, numa daquelas
típicas tempestades tropicais, e Jean-
Marie Balestre apareceu na pista com a
bandeira vermelha, anunciando a inter-
rupção da corrida.
A chuva caiu forte nos minutos seguintes e
todos tiveram de trocar para os compostos
de piso molhado, e quando se procedeu a
nova largada, Villeneuve partiu da pole-
-position, já que era ele o líder quando a
corrida fora interrompida. Mas por essa
altura, a chuva tinha parado e a pista co-
meçava a secar rapidamente. Tanto que,
por exemplo, Scheckter decidiu manter
os secos.
Quando a corrida recomeçou, Villeneuve
aguentou melhor as pressões de
Scheckter e manteve o comando. Atrás,
acontecia a primeira baixa de relevo,
quando Patrick Depailler sofria um aci-
dente devido ao piso molhado.
Esperava-se que os pilotos mantivessem
os pneus de chuva por mais algum tempo,
mas o sol africano fez secar rapidamen-

42 AUTO++mais

CITROËN Filipe Pinto Mesquita demasiado racional. E, se visto sob este
[email protected] prisma, tudo bate certo, nada a apontar
» C4 CACTUS 1.5 BLUEHDI 120 S&S EAT6 COOL & COMFORT à imagem do novo C4 Cactus!
MAIS RACIONAL, MENOS EMOTIVO Asegunda geração do C4 Cactus Tal como na primeira geração, o habitáculo
perdeu aquele efeito surpresa e da última “encarnação” do C4 Cactus
Menos emocional na estética, mas com dinâmica mais cativante, que tantos corações revela, antes de qualquer coisa, uma in-
apurada, o novo C4 Cactus procura o seu lugar ao sol no fez palpitar quando surgiu no terpretação minimalista do que deve ser
mercado em 2014. As suas for- o interior de um automóvel. Dada a profu-
segmento dos compactos familiares. A vivacidade do mas ainda identificam, é verda- são de comandos e “comandinhos” que
novo motor 1.5 BlueHDI de 120 cv e a suavidade da caixa de, um estilo irreverente e “muito Cactus”, parece ter inundado qualquer automóvel
mas, como quase sempre acontece com da era moderna, o facto do novo Cactus
automática EAT6 podem ser um aliado na prossecução todas as marcas, a aposta no restyling gozar de uma simplicidade conceptual
desse objetivo. Mas será que chegam? dificilmente causa o mesmo impacto que não é necessariamente negativo, ape-
o modelo original, quando se trata de um lando até a alguma diferenciação. Porque,
LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE produto inovador e audacioso. O que se verdadeiramente, à exceção de um con-
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT perdeu em efeito “wow” e em inovação ta-rotações (que continua a não existir
na estética, ganhou-se em maturidade e a ser pouco justificável), não falta nada
e racionalidade, o que até tem uma ex- do que é essencial ao cockpit deste C4
plicação. É que o Cactus passa a render Cactus, em matéria de equipamento e
o C4 convencional, que desapareceu do tecnologia. Grande parte dos conteúdos
catálogo da Citroën e, por isso, passou a informativos estão concentrados no siste-
ter que ter uma imagem mais consensual ma de infoentretenimento materializado
para agradar a um maior número de se- no tablet central, cuja operacionalização
guidores da marca do “double chevron”, se revela intuitiva e prática, mesmo se o
não se mostrando demasiado radical, nem aspeto do “aparelho” não disfarça a falta

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FT/ F I C H A T É C N I C A

de refinamento. Esse é, de resto, um dos Também em matéria de equipamen- 1.5 / 120 CV nalidade” e o comportamento do Cactus
maiores “pecados” do habitáculo, onde o to a Citroën é bastante pragmática na não muda radicalmente quando ativado o
aspeto “barato” dos materiais (cuja qua- forma como “veste” o C4 Cactus. Nesta GASÓLEO modo mais desportivo, mas torna o com-
lidade é, na realidade, melhor na prática versão, 1.5 BlueHDI 120 S&S EAT6 Cool promisso dinâmico mais eficiente e mais
do que na perceção) compromete uma & Comfort, não há espaço para grandes 9,7 S consentâneo com velocidades de curva
impressão mais positiva. Entre os defeitos, “divagações”. O Citroën CONNECT BOX, as superiores e ritmos mais acelerados.
não consegue passar também incólume o jantes em liga-leve de 17’’ Cross, a pintura 0-100 KM/H O novo motor 1.5 BlueHDI, que conta já
facto dos vidros traseiros abrirem apenas metalizada, o ambiente Wild Grey, que com o catalisador específico SRC e aditivo
lateralmente, o que não só não é prático inclui banco do condutor com regulação 4,0 L / 6,3 L (AUTOSPORT) AdBlue para controlar as emissões, é um
(sobretudo nos dias de calor), como não de apoio lombar e banco de passageiro bom aliado da dinâmica e a resposta dos
faz sentido nos dias de hoje. com regulação em altura, fazem parte 100 KM 120 cv é convincente mesmo a baixas
Já os bancos dianteiros e traseiros, sem do equipamento de série. A ele junta-se e médias rotações, parecendo, por ve-
muito apoio lateral, com múltiplas com- ainda o Pack Shine, onde estão incluídos 102 zes, deixar a sensação de que há mais
binações de cores possíveis alegram o o Pack City Câmara Plus e o Sistema DE “equestres” debaixo do capô. A energia
habitáculo e contribuem para conforto Acesso e Arranque Mãos Livres. A lista G/KM- CO2 dos 300 Nm de binário disponibilizados
a bordo, uma das imagens de marca da de extras é reduzida, o que evita a normal ajudam a explicar, na realidade, essa falsa
Citroën, que o C4 Cactus também não dor-de-cabeça na hora de fazer opções, 30 619€ sensação, também potenciada pelo baixo
dispensa. contabilizando o Pack Drive Assist (550 €), peso do conjunto (1145 kg) e pelo bom
Ao nível do espaço habitável, as quotas que engloba diversos sistemas de segu- PREÇO BASE desempenho da caixa automática de seis
de habitabilidade estão dentro do que é rança e de apoio à condução, como o Active velocidades. Concebida em parceria com o
expetávelparaosegmentodoscompactos Safety Brake, o Alerta de Transposição CONFORTO / MOTOR ENERGÉTICO / especialista do ramo Aisin, esta mostra-se
familiares, não causando embaraços aos Involuntária de Linha, o Alerta de Atenção CAIXA AUTOMÁTICA EFICAZ em plena harmonia com o bloco de litro e
passageiros da frente, nem aos de trás, do Condutor, o Alerta Cofee Brake e o meio, revelando-se quase sempre muito
que, viajarão, como é normal, sempre mais Sistema de Reconhecimento dos Painéis ABERTURA LATERAL DOS VIDROS decidida e suave, pouco deixando a dever
confortavelmente se forem apenas dois. de Velocidade e Recomendação de TRASEIROS / QUALIDADE DE ALGUNS à rapidez, quer no modo auto, quer na
Velocidade. MATERIAIS vertente manual sequencial para a qual
E passando para o volante, antes mesmo está também preparada a utilização. Só
de arrancar, vale a pena começar por MOTOR 4 CIL., INJ. DIRETA, TURBODIESEL, os 6,3 l/100 km de consumo médio (com
recordar que os Citroën sempre foram muitos quilómetros de andamento vivo) se
automóveis que se destacaram por pro- 1499 CM3 POTÊNCIA 120 CV / 3750 revelam “pesados”, tornando-se dispares
dos 4,0 l/100 km anunciados oficialmen-
RPM BINÁRIO 300 NM / 1750 RPM te. Em todo o caso, alinhado com o novo
motor 1.5 BlueHDI e os seus esforçados
TRANSMISSÃO DIANTEIRA, CX. AUTOMÁTICA 120 cv, bem se pode dizer que a segunda
geração do C4 Cactus encaixa que nem
DE 6 VEL. SUSPENSÃO INDEPENDENTE uma luva.

MCPHERSON À FRENTE E EIXO DE TORÇÃO

ATRÁS TRAVAGEM DV/D PESO 1145 KG

MALA 358 LT (1170 - BANCOS REBATIDOS)

DEPÓSITO 50 LITROS VEL. MÁX. 201 KM/H

porcionarem uma condução “sui generis”
e especial. No ano em que comemora um
século de vida, o culto e a obsessão pelo
“conforto” parece continuar a existir e o
C4 Cactus dignifica essa atitude, ates-
tando os genes da marca. Bastam uns
quilómetros na estrada para perceber
que o conforto é ainda, antes de qualquer
outra coisa, o principal argumento con-
vincente da segunda geração do Cactus,
tanto mais que os novos batentes hidráu-
licos progressivos dos amortecedores
mostram clara competência na absorção
das irregularidades, tornando a condução
bastante agradável e despreocupada, com
a ajuda de um maior controlo do rolamento
da carroçaria. Sem “modos de condução”
para explorar, mas com o botão “Sport”
instalado na consola inferior, a “perso-

44 AUTO++ mais

SUZUKI

» JIMNY 1.5 MODE 3

MUITO MAIS DO QUE PARECE!

A Suzuki fez renascer o Jimny, adaptando-o às
necessidades modernas, mesmo com uma imagem
algo “retro”. Contudo, manteve o seu ADN, de jipe puro e
duro, tornando-o numa proposta entusiasmante para os
aficionados das aventuras fora de estrada e não só…

LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE Filipe Pinto Mesquita com os modernos crossovers que fa-
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT [email protected] zem do estilo o seu principal “cartão
de visita”. Mas o que poderia ser um
É difícil não criar empatia com defeito transforma-se rapidamente em
a última geração do Suzuki qualidade uma vez que a diferenciação
Jimny ao primeiro olhar. Está torna-o único e confere-lhe alguma
a ver aqueles cachorros, pe- exclusividade. Imagine o rebanho de
queninos, fofinhos e carrega- ovelhas brancas, com uma negra lá
dos de outros “inhos” a que no meio. Para qual é que ia olhar? Não
ninguém consegue ficar indiferente? precisa de responder…
Bom, o Jimny não é propriamente Assumindo, sem complexos, o estatuto
assim, mas adopta algumas dessas de todo-o-terreno mais pequeno do
características… à luz do universo mercado, o Jimny vai mais longe. O
automóvel, claro. Com apenas 3,480 desenho das óticas dianteiras apre-
metros é definitivamente pequeno no sentam algumas semelhanças com
tamanho, mas com um aspeto robusto. a última geração do Mercedes-Benz
Para isso contribui a forma “quadrada” Classe G, verdadeiro mestre de todo-
que faz parecer que estamos diante -o-terreno, e se calhar a analogia não
de um “caixote com rodas”, caído em foi por acaso. As proteções laterais da
desgraça de acordo com os atuais pa- carroçaria, sobretudo, nos guarda-la-
drões estéticos de beleza do mundo mas dianteiros e traseiros são também
automóvel, sobretudo se comparado um sinal de que o exterior foi pensado
para interagir com a natureza. Por
último, o portão traseiro que abre “à

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FT/ F I C H A T É C N I C A

1.5 / 102 CV

GASOLINA

N.D.

0-100 KM/H

6,8 L / 6,7 L (AUTOSPORT)

100 KM

154

G/KM- CO2

24 811€

PREÇO BASE

CAPACIDADES OFF ROAD /
EQUIPAMENTO / EXCLUSIVIDADE

BAGAGEIRA RESIDUAL / ESPAÇO
NOS LUGARES TRASEIROS / PREÇO

MOTOR 4 CIL., INJ. ELETRÓNICA
MULTIPONTO, 1462 CM3 POTÊNCIA 102
CV / 6000 RPM BINÁRIO 130 NM / 4000
RPM TRANSMISSÃO TRASEIRA, INTEGRAL
INSERÍVEL + REDUTORAS, CX. MANUAL DE 5
VEL. SUSPENSÃO EIXO RÍGIDO À FRENTE
E ATRÁS TRAVAGEM DV/T PESO 1435 KG
MALA 85 LT (377 - BANCOS REBATIDOS)
DEPÓSITO 40 LITROS VEL. MÁX. 140 KM/H

jipe” reforça a imagem de que estamos muito bem. Com 50 anos de história ciso sair fora de estrada. A suspensão prestação ao nível do “off road”, com
na presença de um veículo diferente, são poucos os vestígios desses tem- torna, qualquer que seja o piso, a car- capacidades inatas de ultrapassar obs-
pronto para aventura. pos, com o habitáculo já carregado de roçaria bamboleante, passando uma táculos que nos fazem abrir a boca
Se no exterior ficou a ideia de que a novas tecnologias, onde se destaca o primeira imagem de insegurança, com de espanto! Ângulos de TT de 37⁰ no
evolução passou ao lado do Jimny, o painel de infoentretenimento de 7’’, que rapidamente se aprende a conviver ataque e 49⁰ na saída, a que se alia
mesmo já não acontece no habitáculo. mas também os bancos do condutor e que, na verdade, é muito mais apa- um ângulo ventral de 28⁰, fazem com
Aqui, as dimensões continuam a não aquecidos ou múltiplas ajudas à con- rente que efetiva, dando aquele toque que o Jimny não tenha dificuldades
ser o ponto forte, sobretudo nos luga- dução, reflexo dos tempos modernos. tradicional dos veículos de TT, onde o em ultrapassar pedras mais salientes,
res traseiros (com acesso difícil pela De um modo geral, o cockpit é simples conforto não está, seguramente, entre poças ou cursos de água de dimensões
altura ao solo e por se ser um veículo e funcional, com plásticos rijos, adap- um dos principais trunfos. Como se respeitáveis ou até movimentar-se na
de apenas três portas) onde o espaço tados à vocação de todo-o-terreno costuma dizer: não é defeito, é feitio! areia apenas com o seletor de tração
para as pernas é minúsculo, tornando do Jimny. Com pouco quilómetros, os Equipado com um motor de 1.5 litros a integral engrenado. Para “digerir” uma
quaisquer viagens prolongadas num ruídos parasitas são ainda inexisten- gasolina, com 102 cv (em vez dos 83 da boa parte dos obstáculos que encontra
pequeno martírio. Pior só a capacidade tes, mas o mais provável é que, com o anterior geração), o Jimny cumpre as pela frente, nem será necessário re-
da bagageira, reduzida a uns ínfimos 85 tempo, sejam música para os ouvidos. necessidades mais dinâmicas básicas, correr às redutoras (4L), mas quando
litros, que permitem trazer dois sacos Mas quem se pode queixar? Afinal, não sendo a rapidez (como aliás, seria o obstáculo como uma ingreme subida
do supermercado, mas convém não estamos na presença de um puro e de esperar) um dos seus pontos fortes, em terreno desnivelado e escorrega-
serem das “compras do mês”! Claro duro veículo de todo-o-terreno! mesmo se os 140 km/h de velocidade dio o impõe, isso também não é um
que, permitindo rebaixando os ban- Conduzir a última versão do Suzuki máxima estão sempre garantidos e problema para o Jimny, que faz valer o
cos traseiros, a bagageira cresce até Jimny é, antes de mais, uma espécie os consumos são comedidos (entre seu reduzido peso (para veículo de TT)
aos 377 litros, mas esse passa a ser de “viagem no tempo”. Basta começar 6,7 e os 7,5 l/100 km). Na verdade, de 1435 kg, e apresenta uma agilidade
o preço a pagar para viajar a dois e a ganhar velocidade para se perceber esta quarta geração do modelo troca desconcertante.
não a quatro. que estamos perante um verdadeiro as acelerações e velocidades eston- Regressando à estrada convencio-
Em todo o caso, o Jimny envelheceu veículo de todo-o-terreno e nem é pre- teantes por uma notável aptidão e nal e ao desempenho das duas rodas
motrizes (tração atrás), o pequeno
jipe também pode ser desenvolto nas
incursões citadinas, tirando partido
das suas reduzidas dimensões.
Para quem procura um verdadeiro jipe
a custo controlado (24.811 €), o Suzuki
Jimny pode ser uma proposta muito
interessante. Não é especialmente
confortável e rápido, mas é ágil o su-
ficiente para nos levar do ponto A para
o ponto B, com distinção, alguma ex-
clusividade e surpreendente agilidade.
O seu “ás de trunfo” está, contudo, no
seu desempenho fora de estrada, que
é capaz de fazer “corar” alguns TT de
custo muito mais elevado.

AUTO+ mais

HONDA

» JAZZ 1.5 I-VTEC DYNAMIC

IRREQUIETO E DIVERTIDO AO VOLANTE

A terceira geração do citadino Jazz foi lançada em 2015. No último ano o modelo A grande essência do Honda Jazz 1.5 I-VTEC é sem
recebeu uma atualização e com ela uma proposta mais vigorosa, equipada com dúvida o seu motor, que casa na perfeição com os
motor 1.5l gasolina de 130 cv, que ao volante se torna um caso sério de diversão. ares de desportivo que a recente atualização e a
Conheça-o connosco... linha de equipamento Dynamic lhe conferem. O
bloco atmosférico 1.5l a gasolina de 130 cv é o coração
André Duarte No geral a estrutura do veículo carece de robustez. A desta proposta de 1104 kg de peso. Um binómio que
[email protected] dar colorido ao interior temos pespontos vermelhos nos se traduz por um modelo vivo, enérgico e que pede
bancos, volante em pele e fole do seletor, que lhe dão um para ser explorado.
OHonda Jazz é um citadino que com a recente laivo de desportivo. Características que em certos momentos nos fazem
atualização (2018) e o nível de equipamento Pedia-se também um sistema de infoentretenimento pensar estar num automóvel de competição à escala,
Dynamic ganha contornos estéticos que o mais evoluído, tanto graficamente como em termos de ainda que corramos apenas ao encontro da nosso
tornam mais interessante que as versões funcionalidades, já que é demasiado elementar. No es- prazer pessoal. De facto é para esse universo que o
mais elementares. sencial temos acesso ao sistema de navegação, conexão Jazz nos transporta. Parece que acabámos de tirar a
Falamos dos pára-choques dianteiro e traseiro com telemóveis via bluetooth e também rádio. O próprio carta e voltámos a ter 18 anos outra vez. Queremos
(com difusor) com contorno a vermelho, soleiras das manuseamento dos botões no ecrã multifunções de 7” acelerar e descobrir...
portas, spoiler traseiro e jantes de liga leve de 16 polegadas não é muito intuitivo. Era importante um sistema mais Com 155 Nm de binário disponíveis a partir das 4600
Berlina Black. Detalhes que lhe conferem uma imagem sofisticado nesta matéria. rpm (o corte é às 7000 rpm), é em altos regimes que
mais desportiva e por isso mais apelativa, condizente com o Jazz se sente confortável, apesar de a resposta
o seu motor de 130 cv, o mais potente disponível no Jazz. EQUIPAMENTO se sentir desde o primeiro toque no acelerador,
No fundo, mantém todo o seu ADN, mas os pormeno- acompanhada por um ‘ralhar’ que entusiasma quem
res que a versão Dynamic lhe acrescenta tornam-no O equipamento continua a ser um argumento de peso no está ao volante.
uma proposta bem mais demarcada e apelativa que a Honda Jazz: assistência ao arranque em subida; sistema Com uma aceleração dos 0 aos 100km/h de 8,7s,
versão base. de paragem de emergência; alerta de esvaziamento de o Jazz 1.5 I-VTEC já nos permite ter alguma emo-
pneus; travagem ativa em cidade; avisador de colisão à ção ao volante, fruto, principalmente, do seu baixo
INTERIOR frente; avisador de saída de faixa; limitador inteligente da peso. No entanto, também se percebe que não é
O Jazz tem um bom aproveitamento de espaço. Já os velocidade; reconhecimento de sinalização de trânsito; geneticamente um carro para grandes aventuras,
materiais deixam algo a desejar e para um citadino ajuda ao arranque em subida; faróis automáticos com porque a arquitetura do modelo não acompanha a
com um preço de 23.550€ era exigível maior atenção sensor de luz; sensores de estacionamento (dianteiros vivacidade do motor. Chassis e suspensão não estão
nesse detalhe. e traseiros); controlo da velocidade de cruzeiro com talhados para exigências ao volante e em momentos
limitador de velocidade; ou bancos dianteiros aquecidos.

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FT/ F I C H A T É C N I C A

1.5 / 130 CV

GASOLINA

8,7 S

0-100 KM/H

5,9 L / 6,3 L (AUTOSPORT)

100 KM

133

G/KM- CO2

23 550€

PREÇO BASE

MOTOR / RELAÇÃO PESO-POTÊNCIA /
ESPAÇO
QUALIDADE DE CONSTRUÇÃO
/ MATERIAIS NO INTERIOR /
COMPORTAMENTO / ESTABILIDADE

MOTOR GASOLINA, 3 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO
DIRETA, 1498 CM3 POTÊNCIA 130 CV /
660 RPM BINÁRIO 155 NM / 4600 RPM
TRANSMISSÃO DIANTEIRA, TRANSMISSÃO
MANUAL DE 6 VELOCIDADES SUSPENSÃO
MCPHERSON À FRENTE E EIXO DE TORÇÃO
ATRÁS TRAVÕES DV/D PESO 1104 KG
MALA 354 LT (884 - BANCOS REBATIDOS)
DEPÓSITO 40 LT VEL. MÁX. 190 KM/H

de maior aceleração não nos transmitem a confiança nos obriga-nos a utilizar de forma constante sempre prazer ao volante e diversão. Porém, as suas caracterís-
necessária para testar grandes limites. Ao adotarmos mais acelerador, o que não torna a condução tão ticas jogam a favor e contra o modelo. Porque se o seu
um ritmo vivo em poucos minutos o Jazz lembra-nos agradável numa utilização quotidiana, em cidade, temperamento cativa, ao mesmo tempo, é demasiado
que não é mais que um citadino, com o cheiro oriundo por exemplo. presente e a ele não se pode fugir, o que numa utilização
dos travões a alertar-nos para termos alguma calma. quotidiana pode desagradar quem nele circule. A par
A caixa manual de 6 velocidades oferece um bom BALANÇO FINAL disso, o preço, ao cifrar-se nos 23.550€, coloca-lhe um
escalonamento, ainda que as passagens não sejam O Honda Jazz tem na proposta 1.5 I-VTEC Dynamic a sua posicionamento demasiado alto, a que as suas valências
totalmente fluidas, sentindo-se alguma ‘crueza’ ao versão mais aliciante. Uma imagem que consegue cativar, podem não corresponder, pelo menos se olharmos para
deslocar-se o seletor. juntamente com um motor que dá gosto de explorar. No algumas propostas de segmento superior, que oferecem
No seu todo, é uma proposta competente, mas que conjunto é uma proposta em que a tónica assenta no mais pelo mesmo... ou menos.

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
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