#2143 41
ANO 41
anos
23/01/2019
Semanal >> autosport.pt
WRCO SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES
2,35€ (CONT.)
DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES
GUIA2019
DAKAR TUDO
SOBRE O
PÁG. 04 MUNDIAL
DE RALIS
DESATTROEYIOATA...
TERCEIRAVITÓRIA DENASSERAL-ATTIYAH
EPAMRAAIAS KUMTMA
SEGUNDO TRIUNFO DE TOBY PRICE
FINS DE SEMANA PERFEITOS
SIX SENSES DOURO VALLEY | SAMODÃES | DOURO
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3
I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO
#2143
23/01/2019
f l> > a u t o s p o r t . p t
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S/ SEMÁFORO HOMENAGEM “Ser José Luís Abreu
Comissário (a) de pista
PARADO A ARRANCAR A FUNDO é... Ouvir o despertador DIRETOR-EXECUTIVO
de madrugada. Equipar
Saída do Promotor da O Mundial de Ralis As 24 Horas de com um sorriso [email protected]
velocidade deixou um de 2019 arranca com Daytona marcam nova no rosto. Sentir a
mar de indefinições muitas novidades. adrenalina a percorrer E stasemanacaiuummailna
na modalidade. Para Tudo baralhado, quem oportunidade para as veias…”. É uma nossa ‘caixa’, da Francisca
as cores de Portugal pequena homenagem Maia, que me alertou para
a semana já lhe vai dar cartas? brilharem bem alto. aos Comissários, por uma situação que faz todo
podemos contar mais… Ogier, Tänak, Neuville? Força João e Filipe… vezes parentes pobres o sentido referir. A mensa-
de enormes festas. gem tem como título “Ser
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL Merecem todo o nosso Comissário(a) de Pista”. É uma cró-
respeito… nica que sintetiza o importante tra-
balho que estas pessoas fazem, por
EM DIRETO paixão e carolice, em prol da nossa,
e também deles, paixão, o desporto
“Acho que o Max já amadureceu motorizado: “Ser Comissário(a)
o suficiente e está pronto para de pista é... Ouvir o despertador
ser campeão mundial”, Karun de madrugada. Equipar com um
sorriso no rosto. Sentir a adrenalina
Chandhok, comentador da Sky Sports a percorrer as veias. Estar na pista
antes dos pilotos. Apresentar-se
“O futuro imediato da Ferrari operacional, independentemente
depende do Vettel pois vimos das previsões meteorológicas. Zelar
alguns erros inaceitáveis o ano pela segurança em pista. Atuar de
passado”, disse Romolo Tavoni, imediato num acidente. Redobrar a
atenção. Correr riscos. Saber sina-
antigo assessor de Enzo Ferrari e Diretor lizar devidamente. Ser responsável.
Desportivo da Scuderia nos anos 50 Terminar o dia de trabalho com
sentimento de dever cumprido.
“Loeb uma ajuda? Pode ser, Esperar ansiosamente pelo próxi-
mas também pode não ser. Não mo fim-de-semana de corridas”.
estou preocupado. O Sébastien Tudo isto que acabou de ler é tão
sabe exatamente qual é o seu verdade! Os Comissários são os
trabalho para a equipa”, Thierry anjos da guarda dos pilotos, e na
maioria das vezes, todos nós à volta
Neuville, um pouco circunspecto… das corridas permitimos que sejam
os mais esquecidos de toda aquela
“É muito importante que o R5 festa, mesmo sabendo que sem eles
seja bem sucedido, é aí que nada daquilo acontecia.
estamos a fazer o orçamento Conheço muitos, sei o que passam
que nos permite fazer ralis no muitas vezes no seu trabalho, mas
WRC”, Richard Millener, novo líder não conheço um único que depois
de um fim de semana difícil, ao
da M-Sport frio, à chuva, com sono, não queira
voltar o mais depressa possível. É
Siga-nos nas redes sociais e saiba um trabalho que pode e deve ser
tudo sobre o desporto motorizado no bastante mais reconhecido do que
computador, tablet ou smartphone via é, a todos os níveis, e também pela
facebook (facebook.com/autosportpt), parte que me toca, os jornalistas.
twitter (AutosportPT) ou em Este ano começou há pouco e já
>> autosport.pt está acrescentada uma promessa.
Reconhecer esse trabalho.
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DAKAR 2019
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1º
NASSER AL-ATTIYAH
TOYOTA GAZOO RACING
34H38M14S
VITÓRIA41ªEDIÇÃODODAKAR HISTÓRICA
DE AL-ATTIYAH E DA TOYOTA
A Toyota fez história ao vencer o Dakar Nunca em 40 edições da prova os nipónicos tinham FINALMENTE TOYOTA
pela primeira vez. Para Nasser Al-Attiya visto um carro seu no lugar mais alto do pódio, mas
isso terminou agora. É sem dúvida uma vitória his- Há muito que a Toyota lutava pela vitória no Dakar, e o
este foi o seu terceiro triunfo, numa tórica, a conseguida agora por Nasser Al-Attiyah facto da Peugeot se ter retirado deixou aberta uma janela
prova que dominou quase por completo. e Mathieu Baumel. Mas não foi só a primeira da de oportunidade. Suspeitava-se que apesar do Dream
Toyota. Foi também a primeira vez que um carro a Team da Mini, o buggy da X-Raid ainda não estaria ao
Nani Roma levou o seu Mini 4X4 ao gasolina vence o Dakar na sua era sul-americana, nível do Peugeot 3008 DKR, e Sébastien Loeb, com um
segundo lugar e Sébastien Loeb terminou já lá vão 11 anos. estrutura privada, deixou isso bem à vista. As diferenças
Quanto a Nasser Al-Attiyah, assegura a sua terceira não são tão grandes quanto no ano passado, mas ainda
no pódio. Os buggy Mini da X-Raid não vitória no Dakar. A primeira teve lugar com o VW falta alguma coisa ao buggy alemão.
desiludiram, mas também não brilharam… Race Touareg, em 2011, a segunda com o Mini All4 Por isso, não surpreendeu tanto a prova que fez Nasser
Racing, em 2015, a terceira, agora, com a Toyota. Três Al-Attiyah, confirmando o seu favoritismo. Foram várias
José Luís Abreu triunfos, com três carros diferentes. as vezes que no passado a Toyota Hilux bateu os 3008
[email protected] Caiu desta forma o pano sobre esta edição do Dakar, DKR, e com a Peugeot de fora, sem etapas em altitude,
FOTOS ASO/@World/A. Lavadinho/C. Lopez; FotoP uma prova que encerrava várias questões pertinen- e mais do que isso, muita areia (mais devido a Attiyah
tes cujas respostas temos agora. do que ao carro), tudo junto foram os ingredientes certos
Primeiro, Le Mans, agora o Dakar. Depois de A primeira delas o facto do Dakar deste ano ter sido para a ‘refeição’ servida pela Toyota.
várias desilusões nos últimos anos nas mais curto, sendo, por outro lado, também, dos mais Quanto aos Mini da X-Raid, o trio de pilotos estava acima
competições em que está envolvida a nível duros de sempre. Quanto ao percurso, uma prova de qualquer suspeita, mas ao carro ainda lhe falta algo.
oficial, a Toyota tem vindo a reconciliar-se espetacular, paisagens fantásticas, mas… quase só Carlos Sainz falou antes da prova em grande evolução,
com a história. Após ter vencido as 24 Ho- areia. Faltaram outros tipos de paisagem que já se mas faltava a prova dos nove. Apesar de não se terem
ras de Le Mans em 2018, pela primeira vez, sabia não haver num Dakar realizado só no Peru. visto avarias graves, enquanto Al-Attiyah rodava cal-
agora o triunfo no Dakar. mamente, a sensação que ficou foi que os homens dos
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NASSER AL-ATTIYAH
“FOI UMA DAS MINHAS
MAIS BELAS VITÓRIAS”
Nasser Al-Attiyah realizou uma prova muito perto da perfeição.
Sempre rápido, não cometeu erros, não teve contratempos
mecânicos e enquanto à sua volta os adversários iam colecionado
um problema aqui e ali, o piloto da Toyota foi construindo a
sua vitória: “Esta foi uma das minhas melhores vitórias. Não
cometemos um erro, e este foi um Dakar muito difícil. Assumimos
a liderança no terceiro dia, e desde aí viemos a consolidar
regularmente a nossa liderança. Estou feliz por oferecer à Toyota
a sua primeira vitória no Dakar. Todos querem ganhar este rali
e eu respeito muito os nossos adversários. Se eles cometeram
erros, foi porque tinham que atacar, e às vezes isso não funciona
bem nesta prova. Era um rali 100% peruano, com areia e dunas, e
eu sempre disse que queria fazer algo de bom aqui”.
Mini tinham que puxar bem mais pelo carro para não Cyril Després terminou em 5º a quase três horas, mostrou que está a evoluir no Dakar, sendo cada vez
andarem longe. depois duma prova com pequenos problemas quase mais candidato a lugares mais à frente. Como privado,
Bem mais perto de Al-Attiyah andou Sébastien Loeb, todos os dias. Andou mais a ajudar os colegas que fez uma prova fantástica e é delicioso vê-lo andar.
a quem lhe bastou um Peugeot 3008 DKR de 2017 com outra coisa qualquer. Yazeed Al-Rajhi terminou em sétimo, depois duma
um motor melhorado para andar na frente. Só que teve Martin Prokop foi sexto com a sua Ford Raptor e prova com muitos problemas, a que foi sobrevivendo.
contratempos mecânicos que fizeram a diferença. Em Ainda chegou a ser segundo da geral, antes do meio
resumo, andamento não lhe faltou, venceu quatro etapas, C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O da prova, mas depois afundou-se na classificação.
faltou-lhe alguma navegação e essencialmente mais Boris Garafulic e Filipe Palmeiro asseguraram o seu
fiabilidade no carro. POS. PILOTO/NAVEGADOR EQUIPA TEMPO/DIF. melhor resultado de sempre, o oitavo, com o ven-
A prova de que Nasser Al-Attiyah foi quase brilhante, cedor de 2009, Giniel De Villiers, a ser apenas nono.
é que só falhou na navegação da etapa 2. De resto, foi 1 NASSER AL-ATTIYAH/MATTHIEU BAUMEL TOYOTA GAZOO RACING 34H38M14S Quando bateu numa pedra na etapa 3 e caiu para 40º
primeiro ou segundo em quase todos os dias e essa da geral, passou a fazer guarda de honra de luxo a
regularidade fê-lo nunca precisar de arriscar demais. 2 NANI ROMA/ALEX HARO BRAVO X-RAID TEAM + 00H46M42S Al-Attiyah e também isso contribuiu para o triunfo.
Excelente tática usou Nani Roma, que, sem andamento, Ronan Chabot (Toyota) fechou o top 10 numa prova
apostou na consistência e essa valeu-lhe o melhor 3 SÉBASTIEN LOEB/DANIEL ELENA PH-SPORT + 01H54M18S que viu Carlos Sainz, vencedor do ano passado, ser
resultado desde a sua vitória de 2014. apenas 13º. Tal como de Villiers, o acidente da etapa
De Sébastien Loeb já falámos. Quarto posto para Jakub 4 JAKUB PRZYGONSKI/TOM COLSOUL ORLEN X-RAID TEAM + 02H28M31S 3 foi ‘fatal’.
‘Kuba’ Przygonski, o seu melhor resultado na prova. Stéphane Peterhansel foi o buggy Mini que andou
Chegou a estar na rota do pódio, mas problemas com 5 CYRIL DESPRES/JEAN PAUL COTTRET X-RAID MINI JCW TEAM + 02H48M43S melhor, e apesar de alguns contratempos e erros, foi
a caixa de velocidades na etapa 6 atrasaram-no. Ainda quem mais luta deu a Al-Attiyah, mas uma ‘queda’
assim recuperou, e está a mostrar que pode fazer ainda 6 MARTIN PROKOP/JAN TOMANEK MP-SPORTS + 03H19M02S de uma duna lesionou o navegador David Castera,
melhor no futuro. e a dupla ficou-se pela etapa 8.
7 YAZEED AL RAJHI/TIMO GOTTSCHALK X-RAID TEAM + 04H30M56S Fica por referir a prestação de Robby Gordon, que
com um Textron Wildcat XX, uma espécie de SSV
8 BORIS GARAFULIC/FILIPE PALMEIRO X-RAID TEAM + 07H57M58S mais ‘quitado’, passou por completo ao lado desta
prova, não só porque o seu carro foi limitado em
9 GINIEL DE VILLIERS/DIRK VON ZITZEWITZ TOYOTA GAZOO RACING + 07H59M16S termos de velocidade e isso afastou-o dos lugares da
frente. O melhor que conseguiu numa etapa foi um
10 RONAN CHABOT/GILLES PILLOT OVERDRIVE TOYOTA + 08H09M58S 21º lugar… na primeira. Bruno Martins e Rui Ferreira
terminaram a prova a 276h37m13s do vencedor, mas
11 BENEDIKTAS VANAGAS/SEBASTIAN ROZWADOWSKI GF TEAM PITLANE + 08H10M03S na frente de um espanhol, Alex Aguirregaviria, que
terminou a 488h48m34s. Curioso! Venha o próximo
12 VAIDOTAS ZALA/SAULIUS JURGELENAS AGRORODEO + 09H03M49S Dakar, na América do Sul (difícil), África (possível)
ou Arábia Saudita (talvez em 2020)…
13 CARLOS SAINZ/LUCAS CRUZ X-RAID MINI JCW TEAM + 09H51M46S
49 ROBBY GORDON/KELLON WALCH TEAM SPEED + 72H43M18S
55 BRUNO MARTINS/RUI FERREIRA TEAM BBR + 276H37M13S
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DAKAR 2019
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SÉBASTIEN LOEB
“PODÍAMOS
TER FEITO MELHOR”
NANI ROMA Sébastien Loeb e Daniel Elena fizeram uma boa prova, CAMIÕES
“O NASSER FEZ UMA totalmente condicionada pelas três vezes em que perderam 4º DAKAR PARA NIKOLAEV
CORRIDA PERFEITA” tempo. Duas vezes com problemas mecânicos, outra,
atascados numa duna. Percebeu-se que em termos de Com o regresso de Gerard de Rooy ao Dakar e depois da luta
Vencedor do Dakar nas motos em 2004 e dez anos depois, com andamento poderiam ter ficado melhor classificados, quiçá que Federico Villagra deu o ano passado aos Kamaz, pensava-
um Mini, em 2014, nos autos, Nani Roma está de regresso ao vencer a prova, mas o Dakar é muito mais do que isso, e neste se que este ano podíamos assistir a mais do mesmo. Mas a
pódio do Dakar, já que foi segundo, 46 minutos atrás de Nasser só houve uma equipa perfeita, a que ganhou: “Perdemos muito verdade é que apesar dos Iveco terem vencido quatro das
Al-Attiyah. O espanhol fez uma corrida consistente, o que tempo três vezes. Os dois pilotos que ficaram à nossa frente 10 etapas, com os Kamaz a vencerem as outras seis, foram
resultou em pleno, já que lhe permitiu chegar numa posição são precisamente os que não tiveram quaisquer problemas sempre os camiões russos na frente da classificação, sendo
que em termos normais não alcançaria: “Estamos contentes, durante toda a corrida. No geral, sempre fomos os mais que no final da quarta etapa já estavam três Kamaz na frente,
porque foi uma corrida muito dura, houve muitos dias muito rápidos no terreno, o que é encorajador e simpático, fizemos com o melhor Iveco, de Rooy, em quinto, a 1h43m. Villagra já
desgastantes. Na verdade, nunca tivemos um segundo de grandes etapas. Não foi uma vitória, mas um pódio, e com tinha perdido quase três horas e meia e aí ‘acabou’ a Iveco.
descanso. Estou feliz por ter terminado no segundo lugar. todas as preocupações que tivemos é um bom resultado. Mas os russos também tiveram os seus contratempos,
Definimos uma estratégia e seguimo-la até o fim. De qualquer Estávamos num terreno que não nos era favorável, e com um perderam Andrey Karginov, depois de atropelar um espetador,
forma, é um grande sentimento, especialmente porque o valor carro privado a lutar contra grandes equipas oficiais. Não é de Rooy chegou a estar a 1h15 da frente, mas os russos
de um resultado também depende do valor dos adversários mau, mas poderíamos ter feito melhor...” recompuseram-se, e depois de Nikolaev e Sotnikov terem
que tivemos de enfrentar e quando se luta contra pilotos como trocado duas vezes a liderança, esta acabou nas mãos de
Loeb, Sainz, Peterhansel ou Nasser Al-Attiyah, isso significa Nikolaev, que venceu pela quarta vez, terceira consecutiva.
muito. O Nasser fez uma corrida perfeita, não cometeu erros, Desde a edição de 2000, a Kamaz alcança agora a sua 15ª
e merece inteiramente a sua vitória, parabéns para ele. Mas vitória contra duas da Tatra, duas da Iveco e uma da MAN.
esta edição, com muitas dunas, areia e fora de pista, foi feita Não é por acaso que lhes chamamos a ‘Armada Russa’. Paulo
à sua medida...” Fiúza, Alberto Herrero e Martin Pina Gonzalez ficaram fora da
classificação após a etapa 2, depois de tombarem o camião, e
José Martins, no DAF #529, também...
‘CHALECO’ LOPEZ VENCE NOS SXS FILIPE PALMEIRO
MELHOR RESULTADO NO DAKAR
A competitividade dos SXS
cresceu fortemente este Quem porfia sempre alcança!
ano no Dakar. Há dois anos, Boris Garafulic e Filipe Palmeiro
quando a categoria se terminaram o Dakar na oitava
estreou, nem 10 inscritos posição, naquela que é a melhor
existiram, mas este ano a classificação de sempre da
lista cresceu em quantidade dupla, e mais… é o melhor
e também muito em resultado do navegador luso
qualdiade. Ignacio Casale, o na prova. O objetivo assumido
russo Sergey Karyakin, são à partida era o top 10 e até
dois exemplos, ‘Chaleco’ meio da prova a dupla estava a
Lopez, que terminou o Dakar cumprir na íntegra com o que se
de 2010 em terceiro nas propôs, ao chegarem ao dia de
motos, é outro ‘deslocado’, e descanso no nono lugar.
este, como se sabe agora, venceu entre os SXS no Dakar. Sempre num ritmo forte, mas
Não restam dúvidas que esta classe vai continuar a crescer, e se pensa que os SXS não andam, evitando problemas, foram conseguindo levar água ao seu moinho, mas por vezes tiveram
então fique a saber que o registo de ‘Caleco’ Lopez nesta prova, 42h19m05s, colocá-lo-ia de ajudar companheiros em dificuldades, é assim que funciona na X-Raid, o bem maior, e
no oitavo lugar da geral dos autos, e o melhor português, Miguel Jordão, seria 17º de uma apesar de um problema com a caixa de velocidades que os atrasou, a subida ao top 10 dá-se
classificação ‘combinada’. Percebe agora o que andam estes SXS? quando os Comissários decidiram devolver muito do tempo que a dupla passou a assistir
Nesta prova, o vencedor foi ‘Chaleco’ Lopez, que terminou com 1h02m35s de avanço para o equipas com problemas, isso faz parte do espírito do Dakar, e com isso finalmente surgiu o
espanhol Gerard Farres. Reinaldo Varela, vencedor do ano passado, terminou no pódio, muito ansiado top 10, configurado num oitavo lugar. Para Garafulic e Palmeiro fica a sensação do
perto do segundo lugar, com o norte-americano Casey Currie em 4º, hora e meia mais atrás. dever cumprido: “Foi um bom Dakar para nós. Foi extremamente duro, mais do que todos os
Sétima posição para Miguel Jordão, Ricardo Porém foi 11º e Pedro de Mello Breyner terminou anteriores juntos. Estou feliz por ter terminado”, disse Garafulic. Para Filipe Palmeiro, que já
em 18º, sendo que o principal objetivo dos três pilotos portugueses, chegar ao fim, foi tinha sido nono em 2014, ao lado de Martin Kaczmarski, agora o top 8.
cumprido.
Esta prova teve cinco líderes distintos, a liderança mudou seis vezes em 10 etapas e o
vencedor do evento, a meio da prova era quinto a mais de uma hora do líder...
>> autosport.pt
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ATENACIDADE DE BRUNO MARTINS
Com uma missão de mochileiros no Dakar, Bruno Martins e Rui Ferreira levaram RICARDO PORÉM MISSÃO CUMPRIDA,
o Can-Am X3 UTV até ao fim, depois duma prova de grande abnegação e espírito APRENDIZAGEM FEITA
de luta contínua, suplantando todas as adversidades, e foram mesmo muitas.
Tiveram uma prova complicada, com várias ‘aventuras’. Chegaram ao limite após a Ricardo Porém e Jorge Monteiro terminaram o Dakar em 11º da geral, naquela que foi a
quinta etapa, depois de três dias sem dormir, mas não desistiram. primeira participação do bicampeão de Portugal de Todo-o-Terreno. Uma posição em que
Continuaram e lograram chegar ao fim, mostrando que as dificuldades não eram já se encontravam desde a sétima etapa, dia em que ao km 200, na transposição de uma
óbice suficiente para os impedir de terminar: “A segunda etapa foi muito dura duna alta, danificaram os amortecedores no seu Can Am.
e dava para escrever um livro! Sabíamos ao que vínhamos e o Dakar é mesmo Caíram do sétimo para o 11º lugar em que terminaram a prova, numa prestação muito
assim. Fizemos o trabalho que a equipa nos solicitou, mais para a frente, e positiva, em que a aprendizagem lhe vai valer muito no futuro. Apesar de alguns
devido ao carro ter gastado mais combustível do que o esperado para passar as momentos difíceis, o Can-Am Maverick X3 da South Racing, foi um bom ‘ajudante’ e este
dunas, ficámos sem combustível, sendo depois ajudados por um concorrente. Se primeiro objetivo, chegar ao fim, está desde já cumprido: “Dakar terminado. Sem dúvida
a segunda etapa tinha sido dura, a terceira foi impressionante! Terminou quase que foi uma experiência muito gratificante e difícil. Apesar de todos os contratempos,
24 horas depois do início! Chegámos ao bivouac às 5h00 locais, estava quase a conseguimos sempre ultrapassar as adversidades e chegar aqui a Lima. Esta foi uma
nascer o Sol. Quase três dias sem dormir”, revelou o piloto da Marinha Grande experiência mesmo muito enriquecedora, onde aprendemos muito. Agora é momento de
que, de atraso em atraso, foi conseguindo chegar ao bivouac, tendo depois uma desfrutar deste momento, festejar e depois começar a pensar em recuperar das sequelas
segunda parte de prova um pouco mais calma, mas não menos trabalhosa. E a que uma prova deste nível deixa no corpo, principalmente depois do incidente da sétima
aventura lá seguiu até ao fim... etapa”, começou por dizer o piloto antes de agradecer ao seu navegador pela entrega:
“Tenho também que deixar uma palavra especial ao Jorge Monteiro pela dedicação e
profissionalismo. Foi espetacular ao longo de todo a prova.”
MIGUELJORDÃO É O SEGUNDO MISSÃO CUMPRIDA
MELHOR ROOKIE DOS SXS PARA PEDRO MELLO BREYNER
Miguel Jordão e Lourival Roldan terminaram o Dakar na sétima posição da geral dos Pedro de Mello Breyner e Javier Uribe
SXS, segundo melhor rookie em prova. Realizaram uma prova muito forte, nunca lograram terminar o Dakar, cumprindo
terminaram pior que 11º em etapas, logo a abrir, mas a partir daí foi quase sempre dessa forma o grande objetivo, com
a melhorar, exceção feita à complicada etapa maratona antes do dia de descanso. o piloto a juntar este feito ao às 24
Foram 10º na etapa 2, subiram ao mesmo lugar da geral, oitavos na etapa 3, subiram Horas de Le Mans, que disputou em
ao sétimo lugar da geral, sextos classificados na etapa 4, mantiveram a mesma 1997. Com a boa navegação de Javier
posição da geral. Foram 10º na etapa 5, caindo um posição na geral, repetiram o Uribe, e com um Yamaha YXZ 1000 R
resultado na etapa e caíram mais uma posição na sexta etapa, e nos últimos três Turbo Extramotion preparado pela
dias levaram a água ao seu moinho ao terminar em sétimo. Franco Sport, que suportou bem as
dificuldades, a dupla geriu de forma
muito inteligente a sua corrida: “Estou
verdadeiramente feliz. É uma alegria
enorme, uma felicidade tremenda. Tinha
este sonho e depois de no ano passado
ter ficado logo no início da prova e por sinal numa etapa do Peru, percebi que tinha de repensar
tudo e trabalhar de forma muito adequada para conseguir ser bem-sucedido. A preparação do
carro e toda a sua assistência em prova foram fantásticas. O Javier foi um parceiro extremamente
importante. Não só pelo conhecimento que tinha da zona, mas pela qualidade da sua navegação e
por todo o seu empenho. A mim competiu-me andar depressa onde se podia andar depressa, poupar
o carro na maior parte das ocasiões e aprender a lidar e ultrapassar as temíveis dunas. O certo é
que consegui e estou muito feliz”, salientou Pedro Mello Breyner à chegada a Lima.
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DAKAR 2019
PERU LARANJA
Pelo 18º ano consecutivo a KTM conquistou o Alexandre Melo Destes 75 heróis o mais forte foi Toby Price.
Rali Dakar prolongando assim uma sequência [email protected] Pela segunda vez na sua carreira o aus-
incrível de triunfos na mais dura prova de todo- tralianovenceuacorrida,depoisda játer
o-terreno do mundo. Toby Price foi o homem que Quase nem demos por isso, mas saboreado o triunfo em 2016. O piloto da
manteve a supremacia da marca laranja numa é verdade. Já passou mais um KTM realizou uma corrida muito regular
Dakar, este ano disputado inte- e sem erros de relevo para levar de venci-
corrida bem disputada e onde a indefinição gralmente num país, no caso, o da a concorrência. Com a curiosidade que
quanto ao vencedor perdurou até ao último Peru, pela primeira vez na sua das 10 etapas realizadas só por uma vez
dia, algo que tem sido muito raro nas edições já longa história. A 41ª edição da ficou entre os dois primeiros. Tudo acon-
anteriores. As rivais Honda e Yamaha saem como corrida ficou marcada por muita areia, teceu na última tirada do evento, onde foi
talvez até demais, e que sujeitou toda a mesmo o mais veloz em pista.
as grandes derrotadas caravana a um grande esforço de resis- Acima de tudo esta foi uma vitória mui-
tência, paciência e superação. De tal for- to saborosa e pessoal, pois Price realizou
ma que das 137 motos que estiveram à toda a corrida magoado do pulso direito,
partida em Lima apenas 75 conseguiram numa lesão que contraiu um mês antes
regressar à capital peruana uma semana do arranque do evento.
e meia depois. Um resultado que permitiu igualmente
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QUADS CAVIGLIASSO ARRASADOR
Sem nenhum dos vencedores dos anos anteriores em competição, obrigatoriamente os
quads teriam um novo vencedor no Rali Dakar. Uma oportunidade que foi aproveitada
da melhor forma por Nicolas Cavigliasso, piloto que o ano passado foi segundo,
conquistou três etapas e foi o melhor estreante.
Este ano o argentino não deixou os seus créditos por mãos alheias e das 10 etapas
disputadas conquistou nove, sendo que na restante foi segundo. Um forte domínio
imposto sobre a concorrência, naquele que é certamente um dos triunfos mais
dominadores da história do Dakar. Cavigliasso tornou-se no terceiro piloto argentino a
vencer nos quads e assim seguiu as pisadas dos irmãos Marcos e Alejandro Patronelli.
No final, e para tudo ser ainda mais perfeito, pediu em casamento a sua namorada no
pódio final de Lima.
No segundo posto, a quase duas horas, ficou Jeremias Gonzalez Ferioli, piloto que
obteve o seu terceiro pódio na categoria e foi o único a bater o compatriota Nicolas
Cavigliasso em etapas. O já experimentado Gustavo Gallego completou um pódio 100%
argentino e onde pontificaram três Yamaha. Para Gallego este foi o seu primeiro pódio
no Dakar, pois nas duas anteriores aparições havia abandonado a corrida.
Alexandre Giroud, o melhor europeu em prova, e Mariano Andujar completaram o top
cinco da corrida. No campo das desilusões temos obrigatoriamente de colocar Nelson
Sanabria, apenas 11º, e os franceses Axel Dutrie e Sebastien Souday. Ambos não
resistiram à dureza das primeiras etapas.
C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O
1º TOBY PRICE (KTM 33H57M16S
2º MATTHIAS WALKNER (KTM) + 09M13S
3º SAM SUNDERLAND (KTM) + 13M34S
4º PABLO QUINTANILLA (HUSQVARNA) + 20M46S
5º ANDREW SHORT (HUSQVARNA) + 44M10S
6º XAVIER DE SOULTRAIT (YAMAHA) + 54M00S
7º JOSÉ IGNACIO CORNEJO (HONDA)
8º LUCIANO BENAVIDES (KTM) + 1H08M06S
9º ORIO MENA (HERO) + 1H09M10S
10º DANIEL NOSIGLIA (HONDA) + 2H08M41S
+ 2H31M53S
à KTM aumentar a sua lenda no Dakar, para quarto. Um castigo demasiado duro ros’ Rodney Faggotter e Franco Caimi.
pois obteve a sua 18º vitória consecutiva para Quintanilla que realizou uma prova Quanto à Honda, depois da razia que teve
na prova, naquela que já é uma das mais exemplar. com os abandonos de Joan Barreda Bort,
brilhantes sequências vitoriosas da his- Outras notas de destaque são o quinto e Paulo Gonçalves, Ricky Brabec, e ao qual se
tória do desporto. E por acréscimo ainda sexto lugares de Andrew Short e Xavier juntou a penalização de Kevin Benavides,
amealhou um inesperado ‘triplete’, pelo de Soultrait, respetivamente, pilotos que apenas 12º da geral, teve em José Ignacio
menos para já, que certamente não esta- alcançaram os seus melhores desempe- Cornejo o sobrevivente. O piloto chileno,
ria nos principais planos dos responsáveis nhos até ao momento no Dakar. Short foi que ainda sonhou com a vitória na úl-
de Mattighofen. uma das grandes surpresas da corrida, tima etapa, foi sétimo numa prova que
Isto devido a dois factores. Primeiro porque neste seu segundo Dakar, mostrando certamente dará muito que pensar aos
Pablo Quintanilla teve uma última etapa que está cada vez mais habituado a este responsáveis nipónicos.
para esquecer no Dakar. Numa jornada tipo de provas e que é preciso contar no Em oitavo ficou Luciano Benavides,
que se esperava muito apertada, os dois futuro com a antiga estrela do supercross o que permitiu à KTM colocar quatro
primeiros da geral estavam separados por norte-americano. motos oficiais entre os 10 primeiros.
1m02s, tudo ficou decidido ao quilómetro Já Soultrait acabou mesmo por ser o Oriol Mena, o melhor Hero, e o boli-
10 dos derradeiros 112 cronometrados. Aí melhor piloto da Yamaha em compe- viano Daniel Nosiglia completaram o
Pablo Quintanilla, segundo da geral, não tição, venceu igualmente uma etapa, lote dos 10 melhores. Nota ainda para
evitou uma violenta queda e entregou depois de na antepenúltima jorna- Laia Sanz que ficou às portas do top
o ‘ouro’ não ao bandido, mas sim a Toby da Adrien Van Beveren ter abando- 10 e foi novamente a melhor Senhora
Price. Devido ao muito tempo cedido foi nado com um motor partido na sua em corrida, enquanto Ross Branch, do
igualmente ao ar o segundo posto por tro- Yamaha. O triplo diapasão já havia per- Botswana, foi o melhor estreante com
ca com Matthias Walkner, o vencedor da dido na primeira semana os ‘aguadei- um impressionante 13º posto.
prova em 2018.
Mesmo em dificuldades físicas, fraturou o
pé esquerdo, o piloto da Husqvarna che-
gou ao fim e pensou que teria pelo menos
salvo o terceiro posto, mas não. Tudo por-
que a penalização de uma hora imposta a
Sam Sunderland na antepenúltima eta-
pa, por alegadamente ter atrasado deli-
beradamente o seu momento de partida
para a especial, foi levantada pela Amaury
Sport Organisaiton e assim o homem da
KTM ascendeu a terceiro e Pablo caiu
/
DAKAR 2019
10
GUERREIROS
LUSITANOS
Foram nove os pilotos portugueses que estiveram presentes,
na categoria moto, no Dakar de 2019. Entre pilotos oficiais,
estreantes ou simples aventureiros tivemos um pouco de
tudo e um aspeto em comum entre estas nove figuras:
desafiar o maior evento de todo-o-terreno do mundo. No
final apenas quatro conseguiram chegar ao local onde tudo
começou: Lima
Alexandre Melo trão integrou a estrutura oficial da KTM, Nacional, mas sim de uma KTM. E foi para estar pela primeira vez na sua car-
[email protected] marca que vence o Dakar desde 2001, e com a moto austríaca que Sebastian reira presente num Dakar.
que albergou ainda mais cinco pilotos. deixou água na boca dos adeptos em A adaptação a uma nova realidade não
Paulo Gonçalves, Mário Patrão, Foi às portas do top 20, mais concreta- relação ao futuro. poderia correr melhor e Maio parecia a
Joaquim Rodrigues, António mente no 21º posto, que Patrão partiu Uma prova muito consistente para um caminho de uma classificação bem in-
Maio, Sebastian Bühler, Faus- para a sexta tirada da prova, a primeira a novato nestas andanças e que culmi- teressante na primeira aparição nestas
to Mota, David Megre, Miguel seguir ao merecido dia de descanso. Era nou com um interessante 10º lugar na lides, tendo numa tirada sido mesmo o
Caetano e Hugo Lopes. São es- mesmo o melhor luso nas duas rodas. derradeira tirada. Em termos de clas- melhor estreante na luta ao cronómetro.
tes os nomes dos nove pilotos Contudo eis que o azar voltou a bater sificação geral, o piloto nascido na Ale- Porém, o céu caiu sobre António Maio
portugueses presentes no Dakar de à porta de Mário. Uma queda no troço manha quedou-se pela 20ª posição e foi na oitava etapa. Um motor partido da
2019. Em seguida será feito um pequeno cronometrado levou ao encerramento o segundo melhor estreante na prova. sua Yamaha colocou um ponto final no
resumo da corrida de cada um deles. desta sua passagem pelo Dakar de 2019. Indicadores de que temos piloto para sonho de chegar a Lima, mas tal como
Foi o seu segundo abandono em seis muitos e bons anos. Sebastian Bühler, fica o aviso dado à
PAULO GONÇALVES aparições na prova da Amaury Sport navegação.
Já diz o povo que aquilo que nasce torto, Organisation. ANTÓNIO MAIO
tarde ou nunca se endireita. E foi assim Grande dominador do Campeonato Na- FAUSTO MOTA
que começou a ser escrita a história JOAQUIM RODRIGUES cional de Todo-o-Terreno, é atualmente Pela quarta vez na sua carreira, o pi-
de Paulo Gonçalves neste Dakar. Uma Um ano depois do grave acidente que tetracampeão, António Maio conseguiu loto residente em Espanha lançou-se
queda, na preparação para o evento, no quase colocou um ponto final na sua com muito esforço garantir condições à aventura e participou no Dakar. Um
passado mês de dezembro, colocou o carreira, o piloto da Hero MotoSports
segundo classicado em 2015 na mesa voltou ao Dakar.
de operações de forma inesperada. In- Naturalmente sem o ritmo de outrora,
tervenção cirúrgica essa que teve como por força da longa paragem, e com al-
fim a remoção do baço. guns contratempos à mistura, Joaquim
Apesar de não estar a 100% em termos Rodrigues teve um arranque de Dakar
físicos, a verdade é que com a garra de morno. Porém, à medida que a prova ia
sempre ‘Speedy’ Gonçalves foi à luta. evoluindo o nortenho mostrou um maior
Foi com dois sextos lugares consecuti- à vontade e por três vezes ficou às portas
vos em etapas e no oitavo lugar da geral, do top 10 em etapas. Para a história ficou
que Gonçalves abordou a quinta tirada. um 17º lugar na classificação geral e o
Porém, aí, uma queda, sem consequên- ‘título’ de ter sido o melhor português na
cias físicas, ao quilómetro 155 do troço competição das duas rodas. Um prémio
cronometrado, deitou por terra o esforço justo para quem passou por tanto no
do luso. Era fim da aventura em 2019 e o último ano.
adiar do grande sonho por mais um ano.
SEBASTIAN BÜHLER
MÁRIO PATRÃO Jovem promessa do todo-o-terreno
Depois da desilusão que foi a ‘operação nacional, Bühler efetuou finalmente a
Dakar 2018’, eis que em 2019 chegou o tão desejada estreia no Rali Dakar. Não
grande momento para o pluricampeão esteve aos comandos da Yamaha, como
nacional de todo-o-terreno. Mário Pa- é habitual nas rondas do Campeonato
>>motosport.com.pt
11
problema mecânico na sua Husqvar- Pela primeira vez, Fausto Mota terminou HUGO LOPES foi estreante no Dakar e logo na classe
na, durante a quarta etapa, fez soar os o Dakar entre os 30 primeiros e manteve Ilustre desconhecido para os adeptos ‘Original by Motul’. A verdade é que
alarmes, mas Mota manteve-se firme. o registo de melhorar o seu desempenho nacionais, Hugo Lopes fez aos 28 anos a o piloto de Cascais superou todos os
A partir daí iniciou uma recuperação dia em cada participação. sua estreia no Rali Dakar. Professor de obstáculos que foram colocados à sua
após dia que levou o homem de Marco escola primária, Lopes é um emigrante frente e chegou a Lima, tal como tinha
de Canaveses da 63ª posição até ao 29º DAVID MEGRE na Suíça, radicado em Genebra. Iniciou a prometido à partida do mesmo local.
posto. Depois da estreia em 2017, David Megre sua carreira nas duas rodas, no motocross. Porém não se livrou de um grande
regressou ao Dakar. O objetivo era na- Partiu à aventura na classe ‘Original by susto. Tudo porque a dois quilóme-
turalmente chegar ao fim da aventura Motul’,onde só o próprio poderia prestar, tros do fim da ligação até Lima, onde
após o abandono precoce em 2017. Tudo durante a corrida, assistência mecânica estava instalado o pódio final, Miguel
parecia bem encaminhado para Megre, à sua moto. Tudo terminou na quarta Caetano não evitou uma queda, pois
fruto de uma prova muito consistente, etapa com um problema mecânico na um veículo atravessou-se à sua frente.
quando o azar bateu à porta. sua KTM. Apesar da evidente desilusão Mesmo com um pulso partido, conse-
Uma queda na 10ª e útima etapa atirou fica o orgulho de ter feito parte da grande guiu meter a moto em parque fecha-
o piloto português para fora de corrida aventura junto de outros 136 pilotos nas do e concluir uma gesta histórica. A
quando ocupava o 35º posto da classifi- duas rodas. classificação foi o menos importante,
cação geral. Resultado da queda foi uma mas fica o registo de Miguel Caetano
fratura da tíbia junto a um dos seus pés e MIGUEL CAETANO ter sido 69º e 14º entre os pilotos da
também fraturas ao nível das vértebras. Tal como Hugo Lopes, Caetano também antiga ‘Moto Malle’.
12 IMSA/
TRAGAM DE LÁ MAIS24H DE DAYTONA
UMRELÓGIO,RAPAZES!
No próximo fim de semana guns modelos, que tornaram os GT3 ainda
teremos a primeira grande mais competitivos. Ponderou-se dimi-
prova de resistência do ano. nuir a performance dos carros para que
O tiro de partida para a época o andamento não fosse demasiado igual
2019 do IMSA dá-se na mítica ao dos GTLM, mas tal não se concretizou.
pista de Daytona, onde os Também aqui teremos representação lusa
pilotos terão de enfrentar 24h com Pedro Lamy na companhia dos ine-
vitáveis Paul Dalla Lana e Mathias Lauda,
de competição renhida com Daniel Serra a completar o quarte-
to que competirá num Ferrari 488 GT3.
Fábio Mendes Albuquerque e Barbosa são claramente
[email protected] candidatos e o andamento mostrado no
FOTOS IMSA/Jake Galstad e Richard Dole ROAR abre boas perspetivas para uma
corrida onde dominaram implacavel-
Teremos novamente um plantel mente a concorrência no ano passado.
de luxo, com alguns dos melho- Quanto a Lamy, enfrentará adversários
res pilotos do mundo presentes, de grande valia, mas nada que assuste
ao volante das 47 máquinas ins- os campeões de 2017 e vice-campeões
critas nas quatro classes pre- de 2018 do WEC na categoria Pro Am.
sentes na prova. Os candida- Podemos sonhar com bandeiras por-
tos à vitória estarão inevitavelmente na tuguesas no pódio. Corridas de 24h são
classe DPi (11 carros), onde nos espera sempre imprevisíveis, mas temos talento
uma luta feroz pelo primeiro lugar. No mais que suficiente para levar as nossas
ROAR Before the 24 o destaque foi para cores bem alto.
os Mazda, os mais rápidos no ensaio ge- A ação em pista começa no dia 24 (quin-
ral antes da prova, mas os Cadillac têm ta-feira) com três sessões de treinos li-
sido o carro mais forte desde a criação vres e as qualificações (início as 20:35
dos DPi e os Acura encaram a prova com hora portuguesa), no dia 25 teremos mais
mais experiência do que em 2018 (o único um treino livre e no sábado inicia-se a
Nissan parece estar a alguma distância). tão desejada prova, com o arranque às
Temos a presença de nomes consagrados 19:35 (hora portuguesa). Teremos gran-
como Fernando Alonso, Kamui Kobayashi, des máquinas, com decorações fantás-
Juan Pablo Montoya, Rene Rast, Rubens ticas e uma pista mítica. Que os nossos
Barrichello entre tantos outros. Christian rapazes possam trazer de Daytona mais
Fittipaldi irá despedir-se da competição um Rolex para casa.
e dos companheiros Filipe Albuquerque e
João Barbosa, do Cadillac #5. Foi esta tri-
pla que venceu no ano passado a prova e
que quer repetir o feito, dando assim uma
despedida em grande ao brasileiro. A este
trio fantástico junta-se Mike Conway.
Nos LMP2 apenas teremos quatro car-
ros, na classe que menos interesse reú-
ne, ao contrário dos GTLM, onde teremos
nove carros em luta intensa pela vitória.
Os Porsche pareceram mais rápidos nos
treinos, mas na qualificação do ROAR foi
o Corvette #3 a ficar com a pole, numa
sessão onde os nove carros “couberam”
em menos de um segundo. Também nos
GTD (23 carros) teremos uma luta dura
com a estreia oficial de evoluções de al-
WRCGUIA2019
APRESENTAÇÃOWRC 2019
EQUIPAS
PILOTOS
CALENDÁRIO
ENTREVISTAS
SÉBASTIEN OGIER (CITROËN)
KRIS MEEKE (TOYOTA)
THIERRY NEUVILLE (HYNDAI)
TEEMU SUNINEN(FORD)
TOMMI MAKINEN (TOYOTA)
-RICHARD MILLENER(M-SPORT)
14 WRC/
ANTEVISÃO
O ANO DE TÄNAK?MUNDIALDERALIS2019
Cá na casa não fazemos a 'coisa' por menos. Atribuímos o favoritismo do WRC 2019 a Ott Tänak,
sabendo que Sébastien Ogier e Thierry Neuville terão uma palavra a dizer. Muito mais o francês não tendo uma bola de cristal, tudo, ou pelo
que o belga, e por falar em francês, Sébastien Loeb vai também dar muito que falar... menos alguma coisa, pode sair muito ao
José luís Abreu c/Martin Holmes contrário, mas como aqui não queremos
[email protected] ser politicamente corretos e escrever o
FOTOS @World/A. Lavadinho; Red Bull e Oficiais mesmo que qualquer adepto escreveria,
a primeira bola a sair do saco é a ordem
OMundial de Ralis arranca ama- WRC, Sébastien Loeb. Quanto ao calen- Já a M-Sport não conseguiu manter Ogier, dos nomes que vamos colocar no texto,
nhã para a sua 47ª temporada, dário, apesar dos esforços do promotor pelo que sem apoios, limita-se à prata da que é exatamente a que achamos ser a
pelo terceiro ano consecutivo do WRC, para já só o Chile, que não acres- casa, apostando no mais jovem piloto da do campeonato, quando terminar daqui
com as mesmas quatro equi- centamuitoaoque jáexiste,a Argentina. temporada no WRC, Teemu Suninen, e a 10 meses.
pas de fábrica, Toyota, Hyundai, Em termos de pilotos, a Citroën Racing Elfyn Evans, tendo previstas já alguns Que me desculpe Sébastien Ogier, mas
M-Sport/Ford e Citroën, mais atraiu o compatriota francês, Campeão participações ocasionais de um tercei- vamos falar de Ott Tänak em primei-
uma prova no calendário comparativa- em título, Sébastien Ogier, e foi buscar ro carro, como por exemplo de Pontus ro lugar.
mente a 2018, e com um novo campeo- Esapekka Lappi à Toyota, deixando apea- Tidemand no Monte Carlo e Suécia. Por Não se trata somente de olhar para o
nato de segundo nível, para equipas ofi- dos Mads Ostberg e Craig Breen. fim, na Toyota, saiu Lappi e entrou Kris que a Toyota fez na segunda metade do
ciais, o WRC2 Pro. Na Hyundai, depois de um ano em que Meeke, meses antes despedido da Citroën. Campeonato do ano passado, mas mesmo
Pela primeira vez em nove anos, um novo trocaram várias vezes de line-up, com que o piloto estónio não tivesse o melhor
evento chega ao WRC, o Chile, mas há quatro pilotos para três carros, consegui- O QUE VAI FAZER CADA PILOTO carro em 2019, mas 'apenas' um carro ao
várias outras mudanças de relevo. Por ram desta feita seduzir Sébastien Loeb, Sendo este texto uma apresentação do nível dos restantes, o ponto a que chegou
exemplo, mudaram dois dos quatro di- que, embora com um programa limitado, WRC, o mínimo que os nossos leitores Tänak coloca-o como o principal favori-
retores de equipa, mas mais importan- vai realizar seis provas e provavelmente esperam é que o jornalista meta a cabe- to ao título.
te que isso, houve significativas trocas contribuir muito para o Campeonato de ça no cepo e avance com prognósticos Claro que esta apreciação depende do
de equipa e o regresso a meio-termo do Construtores que a equipa procura de- claros, para dar umas luzes do que pode facto da Toyota não ter metido os pés
piloto mais bem sucedido da história do sesperadamente alcançar. acontecer durante a época. Logicamente, pelas mãos neste defeso. Se o carro con-
tinuar competitivo, como se espera que
aconteça, o estónio vai entrar muito for-
te no WRC 2019, o que não significa que
isso seja verdade para as duas primeiras
provas, que são demasiado específicas.
Referimos-nos às provas de terra, quan-
>> autosport.pt
15
C/ CALENDÁRIO WRC 2019 dia mais consistente, já foi ultrapassa- parece é que não vai passar daquilo com o
do em velocidade no seio da sua equipa. Hyundai. E acredito que se agarrasse num
25-27/01/2019 RALI DE MONTE CARLO Mas vai terminar nos lugares da frente Fiesta WRC, iria andar bem mais à frente.
15-17/02/2019 RALI DA SUÉCIA no campeonato. Todos os carros são muito diferentes uns
8-10/03/2019 RALI DO MÉXICO Sébastien Loeb não vai ganhar as seis dos outros e simplesmente Mikkelsen não
29-31/03/2019 provas que fizer. Mas a sua qualidade se 'dá' com o Hyundai.
26-28/04/2019 RALI DA CÓRSEGA/FRANÇA ainda chega para fazer alguns brilha- Dani Sordo vai fazer seis provas e prova-
10-12/05/2019 RALI DA ARGENTINA retes, e o francês vai colocar a nu o que velmente algo semelhante a 2018, em que
30/5-02/06/2019 RALI DO CHILE valem pilotos como Neuville e Andreas quase pontuou mais que Mikklesen, que
14-16/06/2019 Mikkelsen. Aposto em Ogier para o Monte as fez todas. Mas penso que este ano vai
02-04/08/2019 RALI DE PORTUGAL Carlo, mas não me admirava nada que andar mais 'nervoso', menos solto que em
23-25/08/2019 RALI DA SARDENHA/ITÁLIA fosse Loeb a vencer. Aqui, só tenho uma 2018. Querem saber porquê? Por causa
13-15/09/2019 dúvida: Adapta-se a um carro que quase de Loeb. Se encolher os ombros e con-
04-06/10/2019 RALI DA FINLÂNDIA 'ofuscou' Mikkelsen? seguir ultrapassar isso, pode fazer nova
25-27/10/2019 RALI DA ALEMANHA Esapekka Lappi tem um grande desafio, boa época...
15-17/11/2019 pois ao lado de Ogier o termo de compa- Elfyn Evans tem este ano a responsabili-
RALI DA TURQUIA ração vai ser muito complicado para si, e dade de ser o piloto de 'ponta' da M-Sport.
RALI DA GRÃ-BRETANHA no mínimo tem que fazer bem melhor do Já se percebeu que sendo bom piloto, já
RALI DA CATALUNHA/ESPANHA que Craig Breen e Mads Ostberg. Capaz não vai dar muito mais do que 'aquilo'. O
é, mas tem que ser menos inconstante, nível à sua volta subiu muito, o seu cole-
RALI DA AUSTRÁLIA porque velocidade tem, precisa é ainda ga de equipa, Teemu Suninen, está numa
de mais experiência de WRC. Do seu lado cavalgada ascensional grande, e no míni-
se nas mãos de Loeb o carro andou, nas tem a vantagem de ser o segundo mais mo tem que o bater. Se por acaso Pontus
mãos de Ostberg também se viram coi- jovem do plantel... Tidemand agarra a oportunidade, e conse-
sas boas, o que significa que nas mãos de Kris Meeke tem a sorte de ter um chefe gue fazer mais ralis, pode seguir o mesmo
Ogier, não diríamos que o carro vai voar, de equipa que já soube lidar com Latvala caminho de Craig Breen dentro de pouco
mas que irá lutar pelos triunfos, isso nin- e por isso vai saber lidar bem com Meeke. tempo. Mas ainda tem alguma margem,
guém duvide. Vai tirar-lhe pressão e pô-lo à vontade, já não tem é pneus DMack para brilhar
Acho que Thierry Neuville vai continuar e esperar que os resultados apareçam. aqui e ali...
sem chegar ao título e penso sincera- Nesse contexto, Meeke até pode ganhar Está tudo preparado para o arranque de
mente que a Hyundai não vai resolver os ralis. Então se o Yaris WRC for em 2019 o mais uma época do WRC, e como a pro-
problemas que teve com Michel Nandan carro que se pensa poder ser... va termina no Casino do Mónaco, aqui
a liderar. O belga vai continuar forte, pro- Quanto a Mikkelsen, tem pela frente um vai a nossa aposta: Tänak, Ogier, e Loeb
vavelmente muito forte em algumas pro- ano decisivo para a sua carreira. O que me vão lutar pela vitória no Monte Carlo...
vas, mas duvido que o binómio Neuville/
Hyundai chegue no fim do ano para os bi-
nómios que Tänak e Ogier vão construir
com os seus carros.
Jari-Matti Latvala, com o carro que vai ter,
vai andar na luta pelos pódios, e prova-
velmente vencer provas, talvez a Suécia,
Finlândia, mas apesar de estar hoje em
do arrancarem no campeonato, com o
Rali do México. A Toyota precisa de cor-
rigir alguns 'gremlins' na fiabilidade, e se
assim for, será Tänak a destronar a era
'Sebastiânica' do WRC.
Claro que Sébastien Ogier terá um forte
papel a dizer quanto a isso, já que depois do
que fez na M-Sport em dois anos, da mes-
ma forma poderá catapultar a Citroën de
novo para as vitórias regulares. Esqueçam
a 'alegada' menor competitividade do
carro francês.
Quem tivesse visto com atenção os ra-
lis do México, Córsega e Catalunha do
ano passado e não só, percebeu que no
C3 WRC de 2018 foram resolvidos mui-
tos dos problemas do modelo de 2017. E
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS
16 TOYOTAGAZOO RACING WRT
#5 #8 #10 EQUIPA AFAVORITA
KRIS OTT JARI-MATTI O Mundial de Ralis tem sido bastante equilibrado
MEEKE TÄNAK LATVALA nestes últimos dois anos, mas a segunda
metade da temporada de 2018 causou algumas
IDADE 39 ANOS IDADE 31 ANOS IDADE 33 ANOS ‘preocupações’, ainda que não, claro está, aos
responsáveis da Toyota. A equipa esteve quase
PAÍS IRLANDA DO NORTE PAÍS ESTÓNIA PAÍS FINLÂNDIA imparável, e esse domínio que por vezes chegou
a ser quase avassalador não se ficou por Ott
NAVEGADOR SEBASTIAN MARSHALL NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA NAVEGADOR MIIKKA ANTTILA Tänak, já que foi extensível aos restantes pilotos
da equipa, embora não com tanta evidência.
PARTICIPAÇÃO 91 PARTICIPAÇÃO 92 PARTICIPAÇÃO 195 Ou seja, em ano a meio, a Toyota, liderada por
Tommi Mäkinen, tornou-se na estrutura a bater
PRIMEIRA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA RALI DE PORTUGAL 2009 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2002 no WRC, e com a contratação de Kris Meeke para
o lugar de Esapekka Lappi, mantendo-se Ott
VITÓRIAS 5 VITÓRIAS 6 VITÓRIAS 18 Tänak e Jari-Matti Latvala, é bem possível que
seja a equipa a bater por parte dos adversários.
2º LUGAR 1 2º LUGAR 6 2º LUGAR 25 Chegou a duvidar-se que esta equipa tivesse
capacidade para ombrear com as restantes,
3º LUGAR 6 3º LUGAR 5 3º LUGAR 22 mas bastou ano e meio para essa sensação se
virar totalmente do avesso, e neste momento é
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º grande a preocupação dos adversários perante a
forma como irá surgir a Toyota neste WRC 2019.
TOTAL PÓDIOS 12 TOTAL PÓDIOS 17 TOTAL PÓDIOS 65 Se a evolução for a mesma, como a que sucedeu
de 2017 para 2018, dificilmente perde os dois
PONTOS 413 PONTOS 607 PONTOS 1574 títulos, até porque Ott Tänak atingiu o ponto de
‘rebuçado’ a esse nível. Há ainda alguns pontos
DESISTÊNCIAS 32 DESISTÊNCIAS 18 DESISTÊNCIAS 30 em que o Toyota Yaris WRC tem que melhorar,
teve ainda em 2018 alguns problemas de
TÍTULOS 0 TÍTULOS 0 TÍTULOS 0 fiabilidade, mas a forma como a equipa terminou
2018 deixa no ar a ideia de estar aqui a próxima
equipa dominadora do WRC.
HYUNDAI SHELLMOBIS WRT >> autosport.pt
# 6 #11 #19 17
#89
DANI THIERRY SÉBASTIEN ANDREAS
SORDO NEUVILLE LOEB MIKKELSEN
IDADE 35 ANOS IDADE 30 ANOS IDADE 44 ANOS IDADE 29 ANOS
PAÍS ESPANHA PAÍS BÉLGICA PAÍS FRANÇA PAÍS NORUEGA
NAVEGADOR CARLOS DEL BARRIO NAVEGADOR NICOLAS GILSOUL NAVEGADOR DANIEL ELENA NAVEGADOR ANDERS JAEGER
PARTICIPAÇÃO 159 PARTICIPAÇÃO 97 PARTICIPAÇÃO 172 PARTICIPAÇÃO 100
PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 2003 PRIMEIRA RALI CATALUNHA 2009 PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 1999 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2006
VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 9 VITÓRIAS 79 VITÓRIAS 3
2º LUGAR 25 2º LUGAR 10 2º LUGAR 29 2º LUGAR 7
3º LUGAR 18 3º LUGAR 14 3º LUGAR 9 3º LUGAR 12
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º
TOTAL PÓDIOS 44 TOTAL PÓDIOS 33 TOTAL PÓDIOS 117 TOTAL PÓDIOS 22
PONTOS 1035 PONTOS 993 PONTOS 1668 PONTOS 682
DESISTÊNCIAS 22 DESISTÊNCIAS 13 DESISTÊNCIAS 21 DESISTÊNCIAS 17
TÍTULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2005) TÍTULOS 0 TÍTULOS 9+1 (WRC PILOTOS 2004 A 2012+ TÍTULOS 0
MUNDIAL S1600, 2001)
EQUIPA MURRONAMESA
Não foi por acaso que Michel Nandan teve que isso, para ‘assegurar’ que tem outras condições não estiver, pelo menos, ao nível do Toyota. Se não
ceder o lugar a Andrea Adamo. Tal como sucede para o almejado título de Construtores, foi buscar conseguir evoluir o suficiente durante a época,
no futebol, quando uma equipa tem estrutura, Sébastien Loeb para realizar seis provas. É meio isso vai voltar a condicionar os resultados da
um bom carro, grandes pilotos e ano após ano caminho andado, mas nada o garante, se o carro Hyundai.
não consegue vencer campeonatos, a culpa é
sempre do ‘treinador’. Foi esse o abanão dado
pelos responsáveis da Hyundai Motorsport,
e com isso esperam fazer com que algo
mude este ano. Mas isso, só por si, não
vai chegar, pois apesar de poder abanar
um pouco a ‘mente’ dos elementos
da equipa, os restantes males
continuam lá todos.
Começando pelo carro, a Hyundai
arrancou com um grande i20 Coupe
WRC em 2017, nunca deixou de ter
um carro potencialmente ganhador,
mas o passo final para chegar aos
títulos nunca foi dado pelos seus pilotos. Hayden
Paddon apagou-se e desapareceu, Dani Sordo teve
uma época fraca em 2017, mas um excelente 2018.
A Thierry Neuville faltou-lhe um pouco mais de si, e
um pouco mais de carro, para ser campeão.
No início de 2018 chegou a pensar-se que a
Hyundai seria a equipa a bater, mas foi claramente
ultrapassada pela Toyota e M-Sport, e também por
WRC/ EQUIPA MARCARPASSO
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS
A M-Sport ficou no coração dos adeptos com o que
18 M-SPORTFORD WRT fez nestes últimos dois anos, numa luta que muitos
perceberam ser quase de David contra Golias, mas
# 3 #33 a verdade é que os adeptos também perceberam o
quanto um piloto com a capacidade de Sébastien
TEEMU ELFYN Ogier pode fazer por uma equipa, elevando-lhe o nível,
SUNINEN EVANS tendo sido isso exatamente o que sucedeu com a
M-sport em 2017 e 2018.
IDADE 24 ANOS IDADE 30 ANOS Agora, Malcolm Wilson voltou quase à estaca zero,
e se dali não se esperam grandes feitos este ano, a
PAÍS FINLÂNDIA PAÍS PAÍS DE GALES verdade é que Ogier deixou obra feita e se os pilotos
atuais, Elfyn Evans e Teemu Suninen, conseguirem,
NAVEGADOR MARKO SALMINEN NAVEGADOR SCOTT MARTIN esperam-se alguns brilharetes, especialmente pódios,
enquanto vitórias, para já, duvidamos. Malcolm Wilson
PARTICIPAÇÃO 40 PARTICIPAÇÃO 76 afastou-se da liderança da equipa, foi ‘tratar’ do
negócio, e agora fica por saber se esta se consegue
PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2014 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2007 transcender novamente, sendo certo que sem um
piloto de ponta a lutar consistentemente pelos
VITÓRIAS 0 VITÓRIAS 1 triunfos isso será difícil. Mas ao longo de mais de
duas décadas, Wilson sempre tirou coelhos da cartola,
2º LUGAR 0 2º LUGAR 4 pelo que o vai conseguir fazer novamente. Só que a
saída de Ogier é um recuo demasiado grande para ser
3º LUGAR 1 3º LUGAR 2 recuperado já este ano,e por isso acreditamos que a
equipa vai andar na luta pelo top 5, mas não mais do
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 3º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º que isso. Sabe-se que o carro pouco ou nada fica a dever
aos adversários, mas o segredo está no desenvolvimento
TOTAL PÓDIOS 1 TOTAL PÓDIOS 7 e essa foi uma corrida que a M-Sport perdeu o ano
passado, não se esperando que este ano algo aí mude.
PONTOS 91 PONTOS 404
DESISTÊNCIAS 3 DESISTÊNCIAS 13
TÍTULOS 0 TÍTULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2012)
CITROËN TOTAL WRT >> autosport.pt
#1 #4 19
SÉBASTIEN ESAPEKKA EQUIPA REGRESSARAOSVELHOSTEMPOS
OGIER LAPPI
Nos últimos dois anos a Citroën tem tido demasiadas
IDADE 35 ANOS IDADE 28 ANOS convulsões internas, num misto de situações que
varriam a estrutura de lés-a-lés. O ano de 2017 foi
PAÍS FRANÇA PAÍS FINLÂNDIA muito difícil e por isso esperava-se que 2018 fosse bem
melhor, mas a verdade é que os problemas continuaram
NAVEGADOR JULIEN INGRASSIA NAVEGADOR JANNE FERM e a equipa voltou a ser o elo fraco do Mundial de Ralis
ao ficar no fundo das tabelas de todas as principais
PARTICIPAÇÃO 136 PARTICIPAÇÃO 29 estatísticas. Como Sébastien Loeb provou nas três
provas que realizou em 2018, o problema não era tanto o
PRIMEIRA RALI DO MÉXICO 2008 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2011 carro, mas sim os pilotos, por isso para grandes males,
grandes remédios. A Citroën fez regressar Sébastien
VITÓRIAS 44 VITÓRIAS 1 Ogier, piloto acima de qualquer suspeita, sendo que os
que os franceses esperam é que o seu compatriota faça
2º LUGAR 17 2º LUGAR 0 na sua própria equipa o que já fez na M-Sport, em que
elevou o nível da estrutura com menos meios, a Campeã.
3º LUGAR 10 3º LUGAR 3 Neste caso não são meios ou know how que faltam à
Citroën, mas sim confiança.
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º Nem Craig Breen, nem Mads Ostberg foram
reconduzidos, e o segundo piloto será Esapekka Lappi,
TOTAL PÓDIOS 71 TOTAL PÓDIOS 4 um jovem que está a realizar uma boa ascensão no
WRC, não tão rápida quanto se esperava, mas é um
PONTOS 1968 PONTOS 209 valor seguro, ficando claro que a este nível, pilotos, a
Citroën virou quase da noite para o dia. Há um pequeno
DESISTÊNCIAS 14 DESISTÊNCIAS 7 óbice, a perda do patrocínio de Abu Dhabi cujos
responsáveis asseguram não ser um problema, sendo
TÍTULOS 6+1 (WRC PILOTOS TÍTULOS 1+1 (MUNDIAL WRC2 2016;, a única consequência visível, para já, a existência de
somente dois carros na equipa. Se não ‘incomodar’ o
2013-2017+MUNDIAL JÚNIOR WRC 2008) CAMPEÃO ERC 2014) desenvolvimento, não há ‘crise’...
wrc/
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ENTREVISTA
SOÉBGAISTEIERN
DE VOLTA
À ‘CASA’ DE
PARTIDA
Sébastien Ogier está de volta à Citroën, equipa onde o que é necessário para ter sucesso novamente. E nós são precisos ter um mínimo de 300 km de troços
começou a sua bela carreira. São as voltas que a vida dá, esperamos poder ajudar a fazer isso". cronometrados, isso é importante para manter a
e depois de ter saído da Citroën para abraçar um projeto Parece claro a toda a gente que o Ott Tänak e o Thierry competição acesa. Mas estou convencido de que é
super bem sucedido com a VW, eis que está de volta para Neuville devem ser novamente os seus principais possível fazer esta quantidade de quilómetros em
ajudar a equipa. adversários, tal como no ano passado, mas o que achas apenas dois dias, uma mudança desse tipo seria
Mas como é que a Citroën se compara agora com o que do regresso do Sébastien Loeb? "Gostava muito de ver suficiente para mim. Talvez, então, se conseguisse
era quando a deixou em 2010? Quais são as principais o regresso dele com um programa completo. Mas de reduzir um pouco a duração de uma semana de rali,
diferenças na forma como trabalham? "Bem, em primeiro qualquer forma, é bom tê-lo de volta, mesmo que apenas e isso reduziria os custos. Por outro lado, talvez isso
lugar, já foi há muito tempo, há oito anos! Oito anos é em algumas provas. Nós sempre tivemos algumas também oferecesse a oportunidade de ter mais uma
muito tempo na nossa vida e no desporto automóvel, grandes lutas nos velhos tempos, quando os ralis eram (prova) no campeonato sem que os custos crescessem".
por isso penso que é realmente muito difícil fazer uma sempre muito equilibrados entre nós. Por vezes era Oliver Ciesla disse recentemente que quando o Quénia
comparação muito precisa. apenas uma luta entre nós os dois, mas agora essas e o Japão estiverem no campeonato, terão que sair dois
Também porque o meu co-piloto, Julien (Ingrassia), e eu lutas são mais abertas pois há mais pilotos capazes de dos ralis clássicos da Europa.
somos pessoas muito diferentes do que éramos há oito lutar pelas vitórias em ralis e pelo título". Como sentes uma possível mudança dessas? "Não
anos. Temos muito mais experiência nesta disciplina e Este ano vais ter 14 ralis, mais um do que o ano passado, concordo com isso. Penso que é preciso manter os ralis
estatutos bem diferentes dessa altura. Na altura éramos estás contente com a forma como o campeonato está bem estabelecidos no campeonato, porque na maioria
jovens a tentar aprender e agora a equipa conta connosco a expandir-se? "Não necessariamente. Penso que não dos casos têm muita história e é também por aí que
para tentar ajudá-los a avançar. Há algumas pessoas devemos aumentar demasiado o número de ralis, porque, muitas vezes existe uma base forte de adeptos que
que não mudaram, o que é uma boa referência, mas em termos económicos, ficará ainda mais difícil para as seguem os ralis.
honestamente é um pouco cedo para apontar diferenças equipas, e agora já é complicado. Fico feliz por ter algumas provas novas, mas não que-
com as equipas com que trabalhei. Para já ainda não me Provavelmente, seria melhor, de acordo com o meu ponto ro perder bons ralis na Europa! Acredito que deva haver
apercebi de uma diferença significativa. Mas uma das de vista, tentar melhorar as provas atuais e até torná- um compromisso, talvez, por exemplo, ligando ralis uns
razões pela qual estamos a pilotar para a Citroën tem a las um pouco mais compactas. aos outros, alternando eventos como a Austrália e Nova
ver com o facto das chefias estarem motivadas para fazer Não quero dizer ralis mais curtos, pois acredito que Zelândia”. MARTIN HOLMES
>> autosport.pt
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KRIS MEEKE FELIZ NATOYOTA
A ida de Kris Meeke para a Toyota é em todas as provas e tipos de piso. Por confiar em tudo que está à minha volta. de competir, mas o que senti com o
uma das novidades do ano, e tendo em isso, estou entusiasmado e ansioso Simplesmente quero começar a época. carro dá-me muita confiança. Como digo,
conta que o piloto foi despedido da pelo começo da temporada, pois posso Logicamente, testar o carro é diferente se puder apenas desfrutar da minha
Citroën depois do Rali de Portugal do condução, tenho a certeza de que os
ano passado, o piloto britânico teve resultados irão aparecer".
oportunidade de começar a testar cedo O Tommi (Mäkinen) disse que ficou
com a sua nova equipa: "As primeiras impressionado com a tua experiência
impressões que tive quando testei o no desenvolvimento de carros de ralis.
carro na Finlândia, foi que é realmente O que achas disso? "É verdade, tenho
impressionante. Mas devo dizer, que já muita experiência no desenvolvimento
esperava, ao fim ao cabo a equipa é dali, de carros, mesmo R5 e R2 e tudo,
testa muito naquelas estradas, e venceu mas em certos momentos só se pode
nos dois anos na Finlândia. Mas o carro desenvolver a partir do que temos.
deu-me confiança. Agora, depois dos dois Quando estive envolvido no projeto C3,
dias de testes para o Rali de Monte Carlo, foi possível aprender muito mais com os
tudo parece estar muito bem, temos um tempos difíceis. Quando o carro nasce,
carro forte. se tudo fica bem de imediato, sabes
O carro sente-se como um todo, que fizeste um bom trabalho, mas se
cada parte integra-se bem e tudo se nos enganarmos no desenvolvimento e
complementa no carro e isso é uma nova tivermos que procurar novas respostas,
experiência para mim. então é aí que começas a aprender
Estou entusiasmado por fazer parte duma muito mais, e há certas coisas sobre
equipa cem por cento empenhada. O seu as quais aprendi muito”, disse Meeke.
único objetivo é continuar a melhorar o “Já o Toyota parece estar bem como
carro e torná-lo o mais rápido possível. está. Ainda tenho de testar em todos os
Vimos que o desempenho do Ott Tänak diferentes pisos e, com certeza, com o
na última fase da temporada passada foi empenho da Toyota, com a influência do
simplesmente incrível, a sua velocidade Tommi, tenho a certeza de que podemos
era fenomenal. Isso dá-me confiança, continuar a melhorar o carro”, disse
saber que o carro está a funcionar bem Meeke. MARTIN HOLMES
NFSAOELUBAVRIELALE pensa disso. A primeira questão que lhe exatamente qual é o seu trabalho para a competitivos durante toda a época. E
CHEGADA colocámos foi saber se a chegada do equipa, e o objetivo número 1 será o título foi o que aconteceu agora com Andrea a
DE LOEB francês à equipa afeta a sua abordagem de Construtores, como sempre, e também substituir o Michel (Nandan), mas outras
à época de 2019? "Para ser honesto, foi assim no ano passado”, disse. coisas estão também a acontecer. Tudo
Depois do triunfo de Sébastien Loeb na não. O ano passado tivemos uma A outra grande questão diz respeito isto é muito importante também para
Catalunha, depressa se ficou a saber que época consistente em que só cometi ao novo Diretor da Equipa. Vai haver a motivação da equipa. Passados cinco
o francês queria disputar mais eventos pequenos erros e cheguei sempre ao uma mudança de filosofia, com o anos estamos realmente entusiasmados,
do WRC em 2019. Quando se soube da fim das provas. Demos tudo, mesmo nos Andrea Adamo? "Eu e o meu co-piloto, e estou convencido, e tenho toda a minha
saída da Peugeot do WorldRX, ficou a eventos em que nos faltou desempenho, o Nicolas (Gilsoul), e não é segredo que confiança também no Andrea, de que
certeza que isso ira acontecer. Seria a como por exemplo Córsega e Alemanha. também os outros companheiros de vamos poder melhorar e rapidamente
Citroën o destino mais evidente, mas Nesses eventos em que me faltava equipa, insistimos em que houvesse fazer as mudanças necessárias para
também depressa ficou claro que com performance, ainda conseguimos marcar mudanças. A principal razão teve a ver sermos mais competitivos", disse
a contratação de Ogier e a saída de Abu pontos, ao sermos consistentes e não com o facto de querermos ser mais Neuville. MARTIN HOLMES
Dhabi, o processo não seria líquido. cometermos erros. Portanto esta será
Ainda assim foi com alguma surpresa a mesma abordagem deste ano. Ralis
que se ficou a saber que Loeb teria como os da Finlândia, onde sabemos que
um programa de seis eventos no WRC não temos andamento, só queremos a
como companheiro de equipa de Thierry melhor posição possível, e rodar de forma
Neuville. E o belga disse-nos o que consistente tentando obter o máximo de
pontos, beneficiando também dos erros
dos que estiverem à nossa frente".
Insistimos, e perguntámos a Neuville, se
achava que a entrada de Loeb na equipa,
em seis provas, iria prejudicar as suas
chances de ser Campeão: “Não sei. Pode
ser uma ajuda, mas também pode não
ser. Eu acho que, com a posição que
ele terá na estrada em alguns eventos,
deve ser capaz de fazer alguns bons
resultados, pelo que será uma questão
de se eu estou logo atrás dele ou se
haverá mais carros pelo no meio. Não
estou preocupado. O Sébastien sabe
wrc/
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ENTREVISTA
RICHARD
MILLENER
“É O NOVO LÍDER DA M-SPORT
OBJETIVOÉ
MANTERMO-NOS
NOWRCNOS
PRÓXIMOS ANOS...
A reestruturação da M-Sport levou estar ativo todos os anos. Ganhámos
a que o seu proprietário, Malcolm dois campeonatos mundiais, mas o desenvolver novos talentos. O WRC2 foi novamente o WRC2 para puros privados.
Wilson, decidisse dedicar mais tempo nosso prémio em dinheiro foi zero, não uma plataforma brilhante para isso, mas Têm agora a oportunidade de obter um
à supervisão comercial, passando a ganhámos nada!". se fosses um piloto ocasional sabias que pódio ou uma vitória que encoraje os
liderança da equipa M-Sport no WRC para Pelo que já se sabe, Teemu Suninen nunca irias conseguir um bom resultado, seus patrocinadores. Essa é a chave,
Richard Millener. O novo diretor da Equipa e Elfyn Evans são os dois pilotos da uma vez que lutavas contra pilotos que para manter as pessoas a entrar e a
falou-nos um pouco da atual operação da M-Sport no WRC, mas qual é a política faziam todas as provas. Assim, ao separar manterem-se no campeonato”.
M-Sport: "O Malcolm sabe que a M-Sport do número três? "Infelizmente, não o WRC2 numa categoria Pro, que tem um A M-Sport está a financiar os pilotos
é hoje em dia mais do que apenas uma temos orçamento para um terceiro carro. envolvimento dos fabricantes, permite a do WRC2 Pro? "Não estamos a financiar
equipa de ralis. Infelizmente não pode Fizemos um acordo com Pontus Tidemand um grupo de jovens pilotos continuar e ninguém este ano para além do Elfyn
estar envolvido na equipa e em tudo o para dois ralis, Monte Carlo e Suécia. potencialmente desenvolver-se, e abre e do Teemu. Trabalhamos com o Gus
resto a tempo inteiro, mas de certeza que Gus Greensmith vai conduzir um carro
não o vamos ver desaparecer dos ralis. em Portugal, faz parte do seu programa,
Quanto a mim, continuo a fazer o mesmo mas para além disso, não existem outros
trabalho de sempre, que tenho feito nos planos. Se um cliente aparecer, faz
últimos anos." sentido registá-lo como terceiro piloto".
Conscientes de que a saída de Ogier Tal como a Citroën, a M-Sport espera
e a indefinição da Ford levam a uma concentrar-se apenas numa equipa
incerteza generalizada face ao rumo de dois carros: "Voltar aos dois carros
da M-Sport nos ralis, perguntámos se permite-nos reduzir dias de testes e
Wilson terá dado alguma orientação racionalizar custos. Ao mesmo tempo,
quanto à duração da vida da equipa no estamos conscientes de que não
WRC: "Não, ele e nós não sabemos como queremos reduzir a competitividade da
estaremos no ano a seguir, mas o nosso equipa. Temos de tirar o máximo partido
objetivo é mantermos-nos todos os anos. do que podemos fazer, mas às vezes não
O Malcolm emprega mais de 200 pessoas sei o quanto os testes fazem assim tanta
e nenhum de nós quer perder o emprego. diferença. Quando sabemos de histórias
Compreendemos que o desporto da Citroën há alguns anos, quando os
automóvel é uma plataforma móvel difícil, seus pilotos testavam apenas meio dia
porque um ano podemos ter orçamento, cada um, e depois lideravam os ralis, às
e no ano seguinte já não. Vejam como vezes suspeito que as equipas testam
as coisas mudaram rapidamente na mais por causa disso".
Volkswagen! Não queremos estar nessa Este ano, o WRC2 Pro apresenta muitas
posição. A verdade é que é muito difícil oportunidades: "É preciso continuar a
>> autosport.pt
TOMMI MÄKINEN 23
PROJETA 2019
É no mínimo curioso que com apenas (2019-2021), que desenvolvimentos está para ganhar ralis”. A vossa operação vai
dois anos de liderança na Toyota, Tommi a planear para o Yaris WRC? "Estamos a manter-se em Puuppola ou gradualmente
Mäkinen já seja o chefe de Equipa mais fazer planos cuidadosos. Temos uma série mudar-se para a Estónia? "O nosso
antigo. Pierre Budar entrou o ano passado de jokers de homologação disponíveis trabalho de I&D ficará sempre em
para a Citroën, a Hyundai trocou agora para o motor e chassis. Para 2019 há Puuppola, perto de Jyvaskyla, mas a nossa
Michel Nandan por Andrea Adamo, e na novamente três jokers, mas para 2020 operação de carros de rali, reconstrução
M-Sport saiu Malcolm Wilson para dar temos cinco jokers, o que nos dá mais e operações será na Estónia, onde
lugar a Richard Millener. possibilidades de trazer algumas coisas temos uma logística mais suave, pois
Depois duma evolução meteórica da novas. O nosso objetivo é, naturalmente, não precisamos de depender tanto dos
sua equipa, começámos por perguntar tentar usar todos e continuar a melhorar ferries para atravessar o Báltico". MARTIN
a Mäkinen qual é o plano em curso da tanto quanto possível".
Toyota Gazoo Racing relativamente Há alguma área no atual Yaris WRC HOLMES
ao atual Yaris WRC? "Temos um plano que pretenda melhorar? "Sim. Uma diz
(Greensmith) desde os juniores, estamos até ao final do atual regulamento, em respeito ao peso do carro. Queremos fazer
a fazer tudo o que podemos para o ajudar, 2021. De resto, vamos esperar para uma pequena dieta no carro, de modo a
ele já mostrou que tem capacidade de ver o que o novo regulamento nos traz. podermos colocar lastro nos locais ideais,
obter bons resultados e vamos ajudá-lo Naturalmente, gostaria muito que a nova utilizando a gestão do peso para obter
como pudermos." regulamentação desse a mais fabricantes melhor desempenho. Todos os carros têm
O que sabe sobre o segundo piloto da o interesse de se mobilizarem, e dos que sempre algum ponto fraco!"
M-Sport WRC2, Lukasz Pienazek? "Vimo- cá estão pudessem aumentar o número Qual vai ser a ordem de prioridade
lo no ano passado no WRC2 e ele teve de adeptos. É claro que gostaríamos de entre os teus pilotos, Ott Tänak, Jari-
algumas boas performances. Obter mais ver isso". Matti Latvala e Kris Meeke este ano?
experiência no WRC vai ser o seu maior Até que ponto a Toyota está empenhada "Nada muda! Damos a todos eles carros
desafio. É a sua primeira vez numa grande em incentivar novas tecnologias, híbridos idênticos e deixamo-los fazer o seu
equipa. É um bom rapaz e sabe o que quer ou outros sistemas? "Do ponto de vista trabalho, apoiando-os de igual modo.
alcançar. A nossa ideia é ajudá-lo no que da Toyota, 'híbrido' não é uma palavra- Claro que lá mais para a frente, se for
pudermos", disse Millener. chave, porque em todo o mundo as necessária alguma estratégia, vamos
E quanto ao futuro do Fiesta R5? "O próximo pessoas já associam o híbrido à Toyota. discuti-la com eles. Até lá, apoiamos
passo é o novo carro, que está a ser Há mais de 20 anos que a Toyota constrói todos da mesma forma".
testado. Fizemos cerca de 10 ou 12 dias automóveis híbridos. Já há imensos carros Já há calendário previsto para o Yaris
de testes e temos outro tanto para fazer. híbridos disponíveis em todo o mundo. R5? “Começámos agora a discutir isso,
A ideia é que seja homologado em julho, Claro que a Toyota quer trazer a mais alta penso que vamos mesmo avançar com
por isso esperamos que a partir do Rali da tecnologia, mas não tenho a certeza de um projeto R5, mas ainda não há um
Finlândia apareçam alguns carros novos. que o envolvimento híbrido nos ralis seja a calendário definido. Claro que quando
Esse é o próximo grande passo para sua prioridade absoluta, mas certamente decidimos uma coisa destas, é para o
nós, porque é aí que estamos a fazer o gostariam de que fizesse parte dos ralis". fazermos corretamente e o nosso objetivo
orçamento que nos permite fazer ralis no Para as restantes três temporadas é construir um R5 que seja capaz de lutar
WRC. Está tudo ligado entre si, por isso é
muito importante que o R5 também seja
bem sucedido".
E o Fiesta R2? "O novo R2 foi lançado no
final de 2018, com mais algum ajuste
no desempenho. Para além da nova
carroçaria, muita mecânica foi alterada e
melhorada. O campeonato Júnior tem sido
muito bem sucedido e temos um bom
número de inscritos, o que é ótimo.
De momento os nossos objetivos estão
focados nas atividades WRC e WRC2, nos
R5 e R2, estamos numa boa posição no
WRC e o objetivo é mantermos-nos lá nos
próximos anos...” MARTIN HOLMES
wrc/
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ENTREVISTA
TEEMU SUNINEN
SOUOMAISJOVEM
“ PILOTODOWRC
No local e altura certa! Depois de duas épocas ralicross, porque surgiu essa oportunidade minha vida. Isso afetou muito a minha vida. Em 2017, Teemu Suninen voltou a conduzir o
com Sébastien Ogier na equipa, Teemu com um patrocinador. Depois do karting já Juntou muito as pessoas. Na nossa turma Fiesta: "O meu manager, o Timo Jouhki, teve
Suninen e Elfyn Evans são este ano os dois pensava em passar para os ralis, mas era começámos a respeitar muito mais as outras uma relação muito longa, desde os anos
pilotos da M-Sport. Se o galês já tem uns anos um grande salto financeiro. À medida que fui pessoas. Não posso dizer que tenha sido uma 70, com Malcolm Wilson, e acreditava que
de WRC, o finlandês de 24 anos afirma-se desenvolvendo a minha carreira, precisava de experiência positiva, foram momentos muito a M-Sport era um bom local para crescer
agora na elite do WRC, depois de duas épocas sucessos, de modo a conseguir apoios para difíceis". e aumentar a minha experiência. Neste
sempre em crescendo na competição. o ano seguinte. Mudei-me para o ralicross Teemu Suninen é piloto dos Fiesta há muito momento estou realmente feliz por pilotar
É jovem em idade, e também na experiência atraído pela ideia - à semelhança do karting – tempo. Começou com um ST, passou para o para a M-Sport porque sinto que é como se
em ralis de alto nível, já que Suninen só de correr uns contra os outros. R2 e recentemente para os World Rally Car: estivesse numa pequena família. Tem sido um
competiu até aqui em 13 provas do WRC. Por isso o meu primeiro rali foi apenas "Os Fiesta têm sido bons carros em todas as bom lugar para me desenvolver. Grande parte
Mas já ostenta um terceiro lugar, no Rali de em 2013, quando tinha 19 anos. Para um classes, digamos, para aprender a pilotar e da minha carreira internacional tem sido com
Portugal do ano passado, algo que não há finlandês, passar do alcatrão para a terra foi a desenvolver-me como piloto, mas durante o meu co-piloto Mikko Markkula. Ele tem sido
muitos pilotos a tê-lo conseguido no WRC invulgar, embora hoje em dia acredite que dois anos guiei outros carros no WRC. Fui uma grande ajuda para mim, porque tem muita
com, na altura, apenas seis provas de World o karting mudou um pouco na Finlândia, e colega de equipa do Eric Camilli na equipa experiência em carros de nível mundial e
Rally Car. Já Elfyn Evans, aos 30 anos, já leva alguns dos últimos pilotos de ralis já passam da Oreca, guiando Citroën DS3 R3 e depois tenho trabalhado com ele, e aprendido muitas
quatro temporadas no WRC, com um triunfo pelo karting". Skoda Fabia R5 e a equipa estava a ser coisas que me ajudam a ser um piloto de ralis
pelo meio. A área de Tuusula é provavelmente mais patrocinada pela Toyota. Eles gastaram todo mais rápido".
Teemu Suninen vem da região de Tuusula, no conhecida como a casa do compositor Jean esse dinheiro a treinar-nos, mas eu nunca Para 2019, Teemu Suninen está a mudar de
sul da Finlândia, uma área pouco conhecida Sibelius, mas é também o local do trágico aluguei os seus carros! Em 2015 e 2016 eles co-piloto, passando para outro finlandês,
pela criação de pilotos de ralis. Da mesma acontecimento do Jokela High School em 2007, estavam a desenvolver o Yaris WRC na TMG e Marko Salminen. "Achei que era altura de ter
zona, só mesmo Timo Salonen, Campeão do em que nove jovens estudantes morreram: o seu plano era comandar a equipa a partir da alguém novo, ter novas ideias ou sentimentos
Mundo de 1985. "Para mim, este programa é "Foi o meu primeiro ano no liceu. Foi na nossa Alemanha, mas no último momento decidiram diferentes no carro. Acredito que quando se
muito importante. É uma grande oportunidade escola, mas felizmente consegui escapar. mudar a base da equipa para a Finlândia com está feliz no carro podem-se fazer melhores
para fazer bons resultados”, começou por Militares abriram a porta e cobriram-nos até o Tommi Mäkinen, e os seus planos mudaram resultados.
dizer Suninen, que explicou um pouco o seu chegarmos a um local seguro. Eu lembro-me radicalmente. A TMG ainda é uma grande parte Eu queria alguém diferente. O Mikko foi um
percurso: “Andei no karting desde os seis de quase tudo desse dia, tudo. Nas semanas da equipa TGR porque eles desenvolvem os excelente navegador, mas eu queria mudar
anos, mas aos 18 anos mudei-me para o seguintes houve um sentimento de vazio na motores". de co-piloto. O nosso último evento juntos
foi na Austrália, em que o alternador avariou.
Não teve nada a ver com o toque que demos
numa árvore. Este ano vou tentar ser mais
consistente, já que com mais experiência
e mais testes acredito que posso fazê-lo. O
meu plano é estar entre os seis primeiros
do campeonato no final da temporada, para
me posicionar bem para os próximos anos.
Lembrem-se que sou claramente o mais jovem
piloto do Mundial de Ralis, pelo que os outros
têm muito mais experiência. Preciso de evoluir
passo a passo". MARTIN HOLMES
BREVES >> autosport.pt
25
P/ PILOTOS >>SKODA,M-SPORTE CITROËN
WRC 2019 NOWRC2PRO
PILOTO IDADE A nova competição WRC2 Pro que separa as equipas oficiais das privadas na
segunda categoria do Mundial de Ralis arranca em Monte Carlo, com um carro
TEEMU SUNINEN 24 para cada equipa: Citroën Racing, M-Sport/Ford e Skoda MotorSport. Só a
Hyundai decidiu ficar de fora. Guy Greensmith (M-Sport), Yoann Bonato (Citroën)
ESAPEKKA LAPPI 28 e Kalle Rovanpera (Skoda) são os três pilotos escolhidos.
ANDREAS MIKKELSEN 29 >> NOVASREGRAS
THIERRY NEUVILLE 30 Passa a existir um novo sistema oficial,
em que os pilotos escolhem números
ELFYN EVANS 30 fixos de dois ou três dígitos (por exemplo:
46 para Valentino Rossi, 37 para Lorenzo
OTT TÄNAK 31 Bertelli, etc.). Por outro lado, para os P2P
(prioritários 2), 21-40, pilotos regulares da
JARI-MATTI LATVALA 33 WRC2 (P2), 41-70, JWRC de 71-91. O 'Rally 2'
termina, passa a ser 'Restart' (recomeço
SÉBASTIEN OGIER 35 de preferir). Foram eliminadas várias
categorias de carros no WRC. Deixam de pontuar os antigos Super 2000, Grupo A e
DANI SORDO 35 Grupo N, que não estão homologados nas categorias do Grupo R. Este ano, apenas
a Michelin e a Pirelli são fornecedores aprovados do WRC. A Dmack saiu.
KRIS MEEKE 39
>>PEQUENOSDETALHESAJUSTADOS
SÉBASTIEN LOEB 44
Várias novos detalhes nas regras foram introduzidos. Depois da inovadora manobra
de Kris Meeke na superspecial Porto Street Stage em Portugal, o ano passado,
todos os carros passam a ter que iniciar uma especial com quatro rodas e pneus.
Já era assim nas ligações, agora também nos troços. A assistência a meio do dia
passa de 30 para 40 minutos, o que aumentará ainda mais a diferença nos horários
dos troços, entre as primeiras e segundas passagens. O número de dias de testes
oficiais para cada equipa do WRC diminui de 55 para 42 dias. A distância total dos
troços cronometrados deve manter-se entre 300 km e 350 km, o que significa
que as provas da Argentina e Portugal, e especialmente o Monte Carlo, devem ter
percursos mais curtos. O Monte Carlo passa de 388 para 323 Km de troços...
>>RALI DE MONTE CARLO
Pelo sexto ano consecutivo, o epicentro
do evento é em Gap, o Shakedown realiza-
se na 5ª feira de manhã e há dois troços
nesse dia à noite. Há seis troços na sexta-
feira e quatro no sábado antes dos carros
viajarem para Monte Carlo. Domingo, mais
quatro troços, entre eles o Turini. A prova
tem 84 inscritos, 11 WRC, entre eles Pontus
Tidemand (Ford Fiesta WRC), três WRC2 Pro,
sete não registados no WRC2 e dois (um
Abarth 124 e um Porsche 911) nos R-GT.
E/26
ENTREVISTA
ENTREVISTA
BRUNO
MAGALHÃES
“É SERMOSOBJETIVO
CAMPEÕES
O Team Hyundai Portugal volta a surpreender o Há três anos, em 2016, o ar- novamente a crescer, entusiasmava
meio dos ralis ao fazer regressar ao CPR Bruno ranque do Campeonato de todos à volta e Bruno Magalhães não
Magalhães. Vice-Campeão Europeu de Ralis em 2017 Portugal de Ralis, em Fafe, era exceção.
e terceiro classificado em 2018, o piloto volta ao teve um adepto especial na Como todos sabemos, porfiou na sua
estrada, Bruno Magalhães. luta por um projeto europeu, e em boa
Campeonato de Portugal de Ralis Tinha vindo de uma tempo- hora o fez, porque em 2017 conseguiu
rada em que realizou algumas provas levar água ao seu moinho ao disputar
José Luís Abreu do Europeu com um Peugeot 208 T16, quase com sucesso total o ERC. Foi
com Gonçalo Cabral/16Valvulas mas para a época que se avizinhava vice-Campeão Europeu, alimentou o
não tinha grandes perspetivas quanto sonho de ser Campeão até bem perto
[email protected] ao que podia fazer. Trocámos algumas do fim, e no ano passado voltou nova-
FOTOS @World/Ricardo Oliveira palavras de circunstância, e apesar do mente à mesma competição, desta
seu foco ser naquela altura um projeto feita para capitalizar a experiência de
europeu, na forma como falava do CPR 2017. As coisas voltaram a correr sobre
notava-se que podia não ser um capí- rodas, pelo menos até certo ponto,
tulo terminado. A competição estava quando os apoios falharam, e com
>> autosport.pt
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isso não pode levar a luta até ao fim. Hyundai i20 R5, carro com que já teve o Corri com o Skoda, que é um carro bom, ao meu estilo de condução pois o mais
Mas a vinda da Hyundai para o CPR primeiro contacto. A cerca de um mês com ele obtive bons resultados, mas da importante nos carros é que os pilotos
foi ambiciosa, e apesar de ter trazido da primeira prova, e dez anos depois, o parte da marca não tinha apoio abso- se sintam confortáveis ao volante. Por-
Armindo Araújo para o projeto, Bruno AutoSport volta a conversar com Bruno lutamente nenhum. Essa foi uma das tanto, sendo um carro com potencial, se
Magalhães também fez parte das con- Magalhães sobre o CPR, que passa a razões das dificuldades que passámos o conseguir colocar ao meu gosto certa-
versas iniciais de Sérgio Ribeiro, CEO da fazer parte de uma, senão da, equipa para montar os nossos projetos. Rela- mente que serei rápido com ele. Gostei
Hyundai Portugal. mais completa dos ralis nacionais, dos tivamente ao Hyundai i20 R5, é o car- bastante do carro! Fiquei contente com
Não foi possível nessa altura, mas foi-o últimos anos. ro Campeão Nacional, é um carro que o facto da equipa me ter proporcionado
agora. E aí está Bruno Magalhães de O que te levou a regressar agora? já mostrou potencial e acredito que à este teste já, para que eu possa com cal-
regresso ao CPR, juntando-se a um lote A decisão foi fácil face ao empenho da semelhança dos outros carros desta ma analisar e até mesmo ter tempo para
de excelente pilotos, carros e estruturas, Hyundai em me ter como piloto no Cam- categoria, poderei ser rápido ao volante pensar em ideias que possa explorar no
tornando ainda melhor uma competi- peonato de Portugal de Ralis. Honesta- do Hyundai. próximo teste. Tenho que colocar o carro
ção que nos últimos anos tem sido de mente não estava previsto regressar a Foi um teste muito bom o que já realizá- ao meu gosto e não tenho dúvidas que
excelência. Portugal para já, visto que fizemos duas mos, serviu para ter um primeiro con- vou conseguir fazê-lo...
Agora, vai continuar a fazer dupla com épocas muito boas no Europeu de Ralis, tacto com o carro, e para fazer algumas De certeza que já falaste com o Armindo
Hugo Magalhães, mas no CPR, e com um mas como compreenderão, em 2018 experiências, até um bocado radicais, sobre o Hyundai...
estava na luta pelo título, e como sabem no sentido de tentar compreender to- Sim, mas os pilotos têm todos estilos de
tive que falhar as duas últimas provas talmente o carro, adquirir o máximo de pilotagem diferentes uns dos outros, há
por uma questão de falta de apoios, e informação possível, para que eu agora carros que se adaptam bem ao nosso
isso foi uma grande desilusão para mim. possa analisar essa informação deta- estilo de condução e outros nem tanto...
Depois de tanto esforço, não poder lutar lhadamente e também com calma, para Até que ponto a tua ausência de 10 anos
pelo título quando tínhamos tão poucos no próximo teste que fizer poder criar a no CPR pode complicar a tua vida?
pontos de diferença para o primeiro, foi minha base com toda a informação que Há alguns ralis que nem sequer conheço!
uma grande frustração e isso fez-me tenho agora. Foi um teste muito bom Outros, como Fafe, já fiz mas não passo
pensar, de facto, que talvez devesse porque trabalhámos muito. Fizemos nesses troços há 10 anos. O último ano
pensar noutros projetos e, digamos, já pouco mais de 100 Km... que fiz o Campeonato Nacional de Ralis
havia um namoro antigo com a Hyundai, Como te sentiste com o carro? Qual é o foi em 2009. Obviamente que isso é um
já falávamos desde há três anos, e esta próximo passo? handicap, porque há pilotos que na altura
foi a altura que eu considerei importante Cada carro tem a sua filosofia, já é o já corriam comigo e eu agora regresso
para regressar. Desde 2011 que não ti- quarto R5 que guio: Peugeot, Ford, Skoda a Portugal e eles continuam a correr
nha qualquer projeto a tempo inteiro e e agora o Hyundai. Não há nenhum carro no campeonato. Durante estes 10 anos
isso é um motivo de grande satisfação igual, cada um tem as suas característi- fizeram sempre estas provas, portanto
para mim. cas, sempre me adaptei a qualquer carro eu tenho que voltar a adaptar-me aos
Já tinhas uma boa ligação ao Skoda, o com que andei e penso que vai suceder troços, voltar a conhecer os troços, e
que esperas da adaptação ao Hyundai o mesmo com o Hyundai. É um carro neste caso, também um carro comple-
i20 R5? com potencial, que tenho de adaptar tamente novo. Portanto é um desafio
E/
28
ENTREVISTA
muito grande para nós. Mas nunca fui diferenciada de todos os outros, e daí que todos os pilotos vão escolher as go aos Açores e acontece o mesmo, e
um piloto de me esconder, nunca fui um também esta motivação para defender provas em que acharem que podem eu penso: Estou num bom momento,
piloto que deixei de ir a um rali por ser as suas cores. ser mais competitivos porque depois vou aproveitar os ralis de terra e deitar
difícil. Eu quando fui fazer um rali como o Eu acho que o campeonato está muito no final do campeonato é que se fazem de fora um de asfalto. É uma questão
Monte Carlo sabia que ia ser complicado interessante, o público adere bastante as contas. estratégica.
mas não deixei de ir. às provas, os OCS também, a Hyundai Portanto, eu não posso tomar uma de- É verdade que na Madeira ando muito
E o campeonato estando numa fase o ano passado conseguiu trazer o Ar- cisão sem conhecer o carro na terra e forte, sempre andei, mas ano passado
muito melhor que há uns anos, em todos mindo, este ano conseguiu trazer-me só após conhecer Fafe é que poderei ter a maioria dos pilotos deitou fora uma
os aspetos, é um projeto interessante, e a mim, portanto acho que isto é bom uma ideia mais concreta. Agora, neste prova das grandes por uma questão
eu não tenho qualquer receio de enfren- para os ralis em Portugal e penso que momento, todas as possibilidades estão de orçamento.
tar o desafio. Com o máximo respeito, estão reunidas todas as condições para em aberto, portanto o Rali da Madeira Não há uma decisão tomada e sê-lo-á
mas sem receios... termos um grande campeonato. está em aberto como estão todas as conforme o que suceder nos primeiros
No CPR tens esse handicap, mas o ritmo Como achas que podes aparecer em outras. ralis, depois de perceber como estou
que trazes do Europeu de Ralis é forte... Fafe? Já lá não corres há ‘séculos’... Imaginem que chego a Fafe e tenho com o carro.
É bom e acaba por ser um equilíbrio, Em primeiro lugar quero conhecer me- dificuldades. Isso é uma questão estra- Não temos que dizer já que provas es-
pois se por um lado tenho o desconhe- lhor o carro na terra. Como disse, estou tégica, deixo de fazer um rali de terra, e colhemos, pelo que, naturalmente, há
cimento do terreno em alguns ralis, em a tentar reunir o máximo de informação foco-me no asfalto, mas também posso que ponderar primeiro e bem a questão
outros, como em Fafe, por exemplo, já possível acerca do Hyundai na terra chegar a Fafe e ando logo bem, e che- estratégica.
lá passei muitas vezes, não passo é lá para me poder apresentar forte desde
há 10 anos. Era preciso ter mesmo uma o primeiro metro. Vou fazer mais testes
grande memória, até porque usava umas para me adaptar o melhor possível mas
notas que não uso hoje. obviamente quando chegar a Fafe quero
O meu sistema de notas não tem nada a estar em condições de lutar pela vitória.
ver, tenho que fazer um trabalho de raiz. O CPR é feito mais de ralis sprint. Prefe-
No carro também tenho que trabalhar res ralis curtos e rápidos ou maratonas
de raiz, agora é verdade que venho de estilo Açores e Rali de Portugal?
campeonatos onde se anda muito de- Tenho feito maioritariamente ralis com
pressa, com ralis muito diferentes uns cerca de 200 km, no ERC, e acho que é
dos outros, o que me deu uma capaci- uma quilometragem boa. Os ralis do
dade de entender bem as provas e de nacional são um pouco mais curtos,
perceber, se calhar, a melhor forma de mas não tenho preferência. Gostamos
abordar cada prova. Mesmo na afinação é de fazer ralis, tenham eles 120, 130 ou
dos carros, como se pode calcular, afinar 200 km, não muda a nossa maneira de
um carro para os Açores é completa- encarar as provas.
mente diferente de afinar um carro para Finalmente vais lutar contra o Armindo
a Grécia, e isso também me deu uma com carros da mesma categoria...
capacidade de rapidamente poder fazer Por incrível que pareça, temos carrei-
as coisas bem. E esse é o meu objetivo. ras já longas, mas curiosamente nunca
Quem te parece serem os teus principais fizemos um rali com carros da mesma
adversários no CPR 2019? O Armindo… categoria. Acho que é mais uma mo-
Sim claro, ele é o Campeão, obviamente tivação tanto para mim quanto para o
defendemos a mesma marca mas temos Armindo, e para os adeptos em geral.
ambições, cada um de nós, de ser Cam- Nós estamos aqui e gostamos do que
peão. Depois temos pilotos que são sem- fazemos, mas isto também é um espe-
pre muitos fortes todos os anos, como táculo, e gostamos de proporcionar es-
o Zé Pedro Fontes, o Ricardo Teodósio, petáculo ao público e essa é também um
que discutiu o título do ano passado até bocadinho a nossa vontade. Acho que
ao ultimo rali, o Miguel Barbosa, e por aí o Armindo está motivado, eu também
fora, portanto, vai ser um campeonato estou, lutar com o Armindo é a mesma
certamente muito competitivo, se calhar coisa do que lutar com o Zé Pedro ou
um dos melhores dos últimos anos, e nós com outro piloto, porque isso é apenas
esperamos estar à altura do desafio… uma curiosidade a acrescentar a este
Achas que podes ser Campeão? campeonato, nada mais do que isso…
Eu acho que sim, o objetivo é esse, sa- Vais regressar ao Rali da Madeira em
bemos que vai ser muito difícil, face ao 2019? É dos ralis em que tens melhor
desconhecimento dos troços e também palmarés...
do carro, mas não escondo que o ob- Neste campeonato irei fazer oito provas
jetivo já para o primeiro ano é sermos de nove, neste momento não irei tomar
Campeões. nenhuma decisão sem conhecer o car-
Seguias o CPR nestes últimos anos, ro na terra. Eu tenho que tomar uma
esperavas um crescimento destes? decisão pela componente desportiva,
O Campeonato tem estado cada vez tenho que entender o carro na terra e
mais competitivo, têm aparecido mui- perceber se serei imediatamente rápido
tos bons pilotos, neste caso, marcas ou não com este carro na terra.
também. A Hyundai foi uma grande Depois, consoante eu seja rápido ou não
lufada de ar fresco no campeonato, acho na terra, traçaremos uma estratégia
que consegue promover a sua marca e para o resto do campeonato.
os ralis de uma forma completamente Tem muito a ver com estratégia e acho
>> autosport.pt
29
Há hipóteses de continuares a fazer mas fiquei eu e mais uns quantos pilotos, ‘sério’, em que as condições eram muito completamente distintas.
provas do ERC para além dos Açores? não conseguíamos passar na lama. Foi difíceis, e eu considero isso um Rali de Foi de facto uma grande aprendizagem.
Eu gostava de fazer, mas neste momento um rali atípico para todos nós, e acho que Monte Carlo a ‘sério’. O facto do Hugo Magalhães ter vindo a
estou focado no campeonato nacional, o regresso de Arganil ao Rali de Portugal Pese embora não tivesse experiência fazer o CPR é uma ajuda...
e vejo muita dificuldade em conseguir é sempre uma boa notícia. Os ralis são alguma, até foi um rali que nos correu O Hugo é o meu co-piloto há cinco anos
reunir apoios para isso. Se conseguir, muito famosos em determinadas zonas bastante bem, e lembro-me de irmos e por isso fazia sentido vir para este
tentarei fazer uma prova ou duas, mas e todos os pilotos querem participar nos para a noite do Turini em que o troço campeonato e dar continuidade àquilo
para já, neste momento, estou focado ralis mais famosos e passar pelos locais tinha gelo em algumas partes, neve que temos feito de bom, como todos
em preparar-me bem para o nacional mais míticos. noutras, noutras partes estava seco, os resultados comprovam nos últimos
e reunir todas as condições para con- Obviamente, poder regressar a Arganil portanto condições muito complicadas. tempos.
seguir ser competitivo no nacional. Mas é um motivo de satisfação para toda Estávamos à partida e os quatro ou cinco Por isso, com naturalidade continuamos
se tiver a oportunidade de fazer um rali a gente. carros seguidos todos tinham pneus juntos, temos uma forte ligação, é um
lá fora, gostava muito… Queres recordar aquela história da mal- completamente diferentes, uns tinham projeto ambicioso para nós os dois, é
Arganil vai regressar ao Rali de Portu- ta toda com pneus diferentes no Turini? pneus de pregos, ou de neve sem pregos, verdade que ele tem feito o campeonato
gal, és dos poucos pilotos que lá correste Foi em 2010! Quando fiz o Monte Car- uns de chuva, outros slicks, que era o e eu não e isso pode ser uma ajuda.
no WRC. Ainda te lembras de ter ficado lo e estive finalmente no Turini, foi a meu caso, e foi curioso, até parecia que E estaremos os dois para dar o máxi-
preso na lama em 2001? realização de um sonho. E tendo tido a não íamos passar todos pelo mesmo mo e lutar pelos melhores resultados
É curioso que já nem me lembrava disso, sorte de fazer um Rali de Monte Carlo a sítio porque as escolhas de pneus eram possíveis.
F1/30
FÓRMULA 1
SOBEMAUDIÊNCIAS Pensava-se que a Fórmula 1 não tinha conserto
após os últimos anos de liderança de Bernie Ecclestone,
E JOVENS mas a Liberty Media tem vindo a provar o contrário,
ADEREM com os números de 2018 a deixarem claro que o enorme
investimento feito, que fez levantar o sobreolho a alguns,
está a dar frutos com audiências a subirem e jovens a aderirem
José Manuel Costa
[email protected]
FOTOSPhillipe Nanchino e oficiais
Anos a fio a Fórmula 1 esteve Quais redes sociais? Vídeos no Youtube? pois os direitos televisivos inflacionaram- gada ao negócio dos americanos da
sentada num trono fausto com Eramtodosperseguidoseapagadosetudo -se de forma quase pornográfica e torna- Liberty Media com outra forma de es-
uma banda de um homem só, se fazia nos bastidores. Bernie Ecclestone ram inviáveis as transmissões em canal tar. Enfrentaram o ceticismo. Enfrentaram
Bernie Ecclestone, que levava levava ao limite o conceito “dividir para aberto, com honrosas exceções. A FOM os prejudicados pelo fim da cristalização
muito a sério a canção dos Pink reinar” tendo raro talento para ajoelhar foi investindo a conta gotas o dinheiro que da FOM. Enfim, enfrentaram a sombra
Floyd,“Money”,particularmen- os resistentes e apagar os contestatários, recebia a jorro nas transmissões, aderindo de Bernie Ecclestone a pairar como abu-
te quando diz: “dinheiro é um crime, parti- espalhando dinheiro a esmo para que as tarde à alta definição, aos grafismos mo- tre, ele que estava de cócoras ao virar da
lha-o, é justo, mas nunca mexas na minha bocas continuassem caladas e os braços dernos e informativos, quase parecendo esquina para assistir ao espalhanço ao
parte.” Enfim, o britânico tinha punho de no ar durante as votações. que pouco importavam os espectadores. comprido de Chase Carey e seus pares.
ferro, habilidade extrema para ajoelhar os A pesada, inerte e cristalizada estrutura Assim foi caminhando a Fórmula 1 até Não aconteceu porque ao contrário do
rivais e confiava na velha máxima: “dividir da FOM (Fórmula One Management) de- à inevitabilidade da saída de Bernie octogenário britânico, a Liberty quis se-
para reinar”. Assim foi ao longo de déca- fendia, ufana, ser a gestora do pináculo da Ecclestone e muitos dos cristalizados mear para mais tarde ceifar sem pressas
das com a Fórmula 1 a prosperar muito, a competição automóvel onde todos gosta- membros da FOM. Era tempo da che- de fazer a espiga crescer mais rápido que
enriquecer uma mão cheia de rapazes e vam de estar, mas só um restrito grupo lá
raparigas com pouca ou nenhuma preo- chegava. Isso valia para equipas, pilotos,
cupação com quem pagava o espetáculo, enfim, tudo! E a voracidade pelo lucro era
com quem fazia o espetáculo e, sobretu- de tal forma grande que a escolha dos lo-
do, com quem via o espetáculo. cais para albergar provas tinha como úni-
Mas, o mundo digital que nos invade, mes- co critério o tamanho dos bolsos dos pro-
mo sem querermos, veio revolucionar motores ou dos países, fazendo a Fórmula
a vida da humanidade, deixando-nos a 1 cambiar a leste e a oriente.
pensar no que serão as tendências e como Perderam-se alguns locais míticos, sa-
satisfazer a cada vez maior voracidade crificados no altar da segurança, máscara
por informação. Quando a Liberty Media perfeita para fazer alguns países enche-
tomou as rédeas da Fórmula 1 encontrou rem a conta bancária de Hermann Tilke
uma máquina pesada, cristalizada e qua- e da FOM, com novos traçados asséticos
se fossilizada, fechada para o admirável em locais bem longe do Velho Continente,
mundo novo que desapontava. A Fórmula berço da Fórmula 1.
1 parecia o clube do Bolhinha onde só en- A televisão perdeu os operadores em ca-
travam os escolhidos e os que escolhiam. nal aberto em favor dos canais Premium,
>> autosport.pt
31
diríamos que a pior corrida de 2018 terá
sido o Grande Prémio do Mónaco pois não
existiram quase ultrapassagens e a vitória
ficou para Daniel Ricciardo ao volante de
um seriamente doente Red Bull. Errado!
A prova que teve o maior número de es-
pectadores foi, exatamente, o Grande
Prémio do Mónaco, com 110 milhões de
pessoas agarradas à televisão, um au-
mento de 10% face a 2017. Seis provas
conseguiram, o ano passado, mais de 90
milhões de espetadores: Bahrain, França,
Áustria, Grã-Bretanha, Itália e México.
o necessário. Um investimento que fez le- vam que a Fórmula 1 está no bom cami- trabalho feito começa a dar frutos. Mas REDES SOCIAIS EM GRANDE
vantar o sobrolho a muita gente, trazendo nho. Mesmo que a Chase Carey e seus há mais dados interessantes.
a Fórmula 1 para as redes sociais, libertan- pares ainda estejam longe da perfeição Apesar de ter perdido as emissões em Naturalmente que nem tudo foram rosas
do o YouTube e promovendo a divulgação que muitos exigiam. canal aberto, o mercado italiano voltou durante o ano de 2018 e foram cometi-
nos locais onde vivem os jovens de hoje. a ver crescer a audiência, juntando-se dos alguns erros e algumas apostas não
Mas a Liberty Media tem feito mais, me- AUDIÊNCIAS MUNDIAIS CRESCEM aos mercados brasileiro e alemão como correram tão bem como o pretendido.
xendo aqui e ali num vespeiro, levando os países onde a audiência acumulada é Exemplo disso foi a plataforma F1 TV de
uma ou outra ferroada, cometendo erros, Certeza: mais pessoas viram o Mundial maior. O Reino Unido vai perder, em 2019, “streaming”. Lançada no Grande Prémio
mas levando mais longe a Fórmula 1. Hoje de Fórmula 1 em 2018 que em 2017, ano as emissões em canal aberto, com exce- de Espanha, conheceu muitos problemas
temos uma Fórmula 1 desempoeirada, que já tinha conhecido um incremen- ção do GP caseiro. e para a FOM não apresentar números de
moderna e que para atrair os mais jovens, to de audiência. Contas feitas, o total de Olhando para os maiores mercados, a adesão é porque não correu lá muito bem.
trouxe para a arena a F1 Esports, uma car- pessoas únicas que viram Fórmula 1 em China cresceu 300% desde 2017, aqui com Já nas redes sociais as coisas são bem
tada fortíssima que já está a dar frutos. 2018 foi de 490,2 milhões de pessoas! São a ajuda da CCTV, que voltou a transmitir mais risonhas. A Liberty Media conseguiu
Contas feitas, a Fórmula 1 está melhor e nada menos que 10% de aumento de um emcanal abertoascorridas coma CCTV. alargar, bastante, a base de adeptos via
os números divulgados pela FOM dei- ano para o outro. Mas há mercados com crescimento assi- redes sociais para qualquer coisa como
xam isso bem claro. Mais audiências e Se olharmos para os 20 maiores nalável: India (87%), França (51%), Rússia 18,5 milhões de seguidores no Facebook,
os mais jovens a aderirem ao desporto. mercados de Fórmula 1 baseados (27%) e Estados Unidos da América 20%). Twitter, Instagram e YouTube. Esta cifra
Para desespero de muitos, em 2018 até no “ranking” de audiência televisi- No que toca aos maiores mercados em representa um crescimento de 53,7% face
tivemos o regresso ao “mano a mano”, va (Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, termos de espetadores, Brasil domina a 2017. O suficiente para a FOM reclamar
recuperando lutas de antanho com Lewis China, Dinamarca, Finlândia, França, com 115,2 milhões de espetadores, se- para a Fórmula 1 o estatuto de “desporto
Hamilton e Sebastian Vettel e Mercedes e Alemanha, Hungria, Indonésia, Itália, guido da China com 68 milhões e dos EUA de massas com o crescimento mais rá-
Ferrari a lembrarem, com a devida distân- Holanda, América Latina, Médio Oriente, com 34,2 milhões. pido nas redes sociais.”
cia, as lutas Senna – Prost, Schumacher Rússia, Espanha, Turquia, Reino Unido e O número médio de utilizadores únicos
– Häkkinen, Hunt – Lauda, enfim, duelos Estados Unidos da América), o cresci- A PROVA MAIS VISTA EM 2018 por corrida aumento interessantes 11,1%
“mano a mano” que regressaram em 2018. mento foi de 3%, com a audiência acu- face à mesma análise de 2017. A intera-
E para ainda maior tristeza dos “velhos mulada a chegar aos 1,59 mil milhões Sempre que há alterações mais ou me- ção aumentou nada menos que 29,2%
do restelo”, daqueles que “antigamente de espetadores. Contas feitas a toda nos profundas no regulamento técnico, (qualquer coisa como 10,4 mil milhões
é que era”, dos que entendem que a saída a audiência acumulada durante 2018, voltam à conversa as ultrapassagens, ou de interações), a visualização de vídeos
de Ecclestone foi o pior que aconteceu à chegou-se, em todo o mundo, a 1.758 mil melhor, a falta delas, e que isso é sinóni- aumentou 77,2% par 2 mil milhões de vi-
Fórmula 1, aqui vão os números que pro- milhões de espetadores! Foi o segundo mo de menor competitividade e menor sualizações e os minutos gastos vendo as
ano de crescimento, o que mostra que o interesse das corridas. Pensando assim, publicações das redes sociais da Fórmula
1 aumentaram 84,6%.
O crescimento no YouTube chegou aos
115% e, segundo a FOM, a Fórmula 1 co-
nheceu a maior taxa de crescimento de
assinantes do canal. Já as interações che-
garam às 185 milhões em todas as prin-
cipais redes sociais (52% de crescimen-
to). Curiosamente, a Fórmula 1 conseguiu
a maior taxa de interação de todos os
desportos.
E O QUE TEM FEITO A FOM
NAS REDES SOCIAIS?
Comecemos pelo óbvio, a comunicação de
resultados, de vídeos e de estatísticas, com
muito maior acesso ao arquivo da F1, com
constantes publicações a lembrar velhas
guerras, melhores momentos de pilotos e
equipas, provas do passado, enfim, uma
série de curiosidades que vão aguçando
o interesse das pessoas.
Após cada prova, há entrevistas, são esco-
lhidos os melhores momentos, brinca-se
com algumas situações, principalmente
as comunicações rádio. Há muita intera-
ção com os adeptos e criam-se histórias
que trazem para a frente um passado que
f1/
FÓRMULA 1
32
deve orgulhar a Fórmula 1 e permite que de Lewis Hamilton e Sebastian Vettel,
as novas gerações fiquem a conhecer Mercedes contra Ferrari, energizado pelas
como chegamos à era híbrida da Fórmula 1. redes sociais e pelo trabalho feito ao longo
Mas a Liberty Media tem feito mais. O site do ano na promoção desse duelo, trouxe
www.formula1.com temcrescidodepois novos adeptos e cada vez mais jovens.
de ter sido totalmente remodelado. Com Segundo o relatório da Nielsen, a distribui-
mais matérias de interesse, vídeos e ima- ção etária dos adeptos da Fórmula 1 está
gens, o sítio de internet da Fórmula 1 viu o a mudar. Tendo em mente que a base de
número de “pageviews” aumentar 20,5% adeptos é de 506 milhões, o topo da com-
face a 2017, para 333,3 milhões de páginas. petição automóvel tem 205 milhões de fãs
Já o número de visualizações de vídeos abaixo dos 35 anos, uma situação que faz
subiu 5,3% para 37,2 milhões. Os visitantes da Fórmula 1 o terceiro desporto a nível
únicos durante 2018 foram 45,2 milhões. global com maiores adeptos nessa faixa
Para este aumento contribuíram iniciati- etária. Mas mais interessante é que 62%
vas como os “podcast” e particularmen- daqueles que gostam de Fórmula 1 têm
te o “Beyond the Grid”, que alcançou 5,1 45 anos ou menos, um crescimento de
milhões de ouvintes (26 podcasts feitos 3% face a 2017. Contas feitas, a Fórmula 1
em seis meses) e o “Twitter Show Post tem uma base de adeptos cuja média de
Race”, que com informações diretas e idades é de 40 anos, estando em linha
simples bem ilustradas, permitiram que com os maiores desportos planetários.
mais de 9 milhões de pessoas vissem
esses trabalhos. F1 ESPORTS SERIES TEM
Portanto, este trabalho feito através das
ferramentas digitais – redes sociais, TRAZIDO MAIS JOVENS
YouTube, site da internet – começa a dar
frutos e a aposta da Liberty Media, de Nos últimos dois anos, a Liberty Media
Chase Carey e de Sean Bratches, mostra tem feito muito esforço para se aproxi-
que este é o caminho. mar dos mais jovens, apostando muito
no jogo F1 para consolas - PlayStation,
BASE DE ADEPTOS ALARGA-SE Xbox e PC-MAC -, na referida presença
forte nas redes sociais, com destaque para
E RENOVA-SE o Instagram, com curiosidades e a pre-
sença de vedetas como Lewis Hamilton,
Outro aspeto muito importante para ava- com o qual os jovens se identificam, e no
liar o crescimento da Fórmula 1 reside YouTube.
na sua base de adeptos. E também nes- Mas o maior esforço foi feito em 2017 com
te particular, o trabalho da Liberty e da a F1 ESports Series. Começou como uma
FOM tem sido avaliado positivamente. O competição entre adeptos de jogos de
aumento foi menos espetacular que em consola, tornou-se séria no final com
outras áreas, mas a verdade é que os da- honras de transmissão televisiva e levou
dos revelados pela consultora Nielsen di- uma série de jovens de tenra idade, mui-
zem que a base de adeptos subiu dos 503 tos sem carta e sem nunca terem tocado
para os 506 milhões em 2018. num carro, a disputar um campeonato vir-
Mas há dados ainda mais interessantes tual de Fórmula 1. Tem sido o F1 ESports
que mostram, claramente, que o despor- Series quem “arrastou” novos adeptos e
to automóvel não está condenado pelas a coisa tornou-se tão séria que em 2018
novas gerações e que o “mano a mano” tivemos direito a um campeonato mais
bem organizado onde todas as equipas
da Fórmula 1 se envolveram. Todas com
exceção da Ferrari, que continua a não en-
carar da melhor forma os novos tempos.
O F1 ESports Series tem regras próprias
plasmadas em várias páginas de regu-
lamento e está a tornar-se numa coisa
cada vez mais séria.
Essa aposta forte tem trazido dividen-
dos e a verdade é que segundo análise
independente, todos os novos adeptos
conquistados pela Fórmula 1 nos últimos
dois anos têm idades abaixo dos 35 anos
(61%) e dos 25 anos (36%), sendo residuais
os que têm mais idade e só agora desco-
briram a Fórmula 1.
Enfim, todos estes números provam mui-
tas coisas. Primeiro, o passado da Fórmula
déspota, fechada para dentro de si mesma
e desprezando o público e a interação com
ele, é coisa enterrada na bruma do tempo.
Segundo, o trabalho que a Liberty Media
tem feito mostra resultados, estando o
massivo investimento feito em tecno-
logia e recursos humanos, a recolher os
dividendos esperados. Terceiro, a base de
>> autosport.pt
33
adeptos está a crescer e a renovar-se e
se a média de adeptos ainda não baixou
dos 40 anos, pelo me nos já está em linha
com outros grandes desportos planetá-
rios. Quarto, os campeonatos virtuais, as
redes sociais e um bom produto de tele-
visão, com uma boa realização e exce-
lentes intérpretes, devem ser utilizados
para conquistar novos adeptos e trazer
os jovens para a Fórmula 1.
Também há aspetos menos positivos,
como a dificuldade em implementar ou-
tro tipo de regras na Fórmula 1, como o
limite orçamental e orientações técnicas
que reforcem a competitividade, a entra-
da de novos construtores e a chegada de
novos valores mais depressa. A Liberty
Media tem de materializar estes núme-
ros em contratos publicitários e recolher
mais valias.
Enfim, a Fórmula 1 está a crescer e isso é
de saudar. Acreditamos que a Fórmula 1
vai crescer mais e entre os mais novos,
também. O AutoSport tudo fará para que
também em Portugal isso seja uma rea-
lidade.
N/34 GALA DOS CAMPEÕES 2018
NOTÍCIAS
A FESTA A QUE
TODOS QUEREM IR...
Realizou-se no passado fim de semana, no Centro de
Congressos do Taguspark, em Oeiras, a Gala dos Campeões
FPAK 2018, evento que reuniu todos os campeões de 2018 e
não só. Para além dos Campeões Nacionais e vencedores de
Taças, Troféus e Campeonatos Regionais, a FPAK homenageou
ainda as seguintes personalidades: Paulo Ramalho, a título
póstumo, Jorge Fonseca, Gabriela Correia, Pedro Cordeiro,
Veloso Motorsport, Portugal Eco Rally, The Girls on Track,
KIA, Hyundai e finalmente a Câmara Municipal de Pinhel. Veja
algumas das melhores fotos do evento
José Luis Abreu
[email protected]
FOTOS Paulo Maria/FPAK
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AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT
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35
ROC VITÓRIA
PARA BENITO
GUERRA
Benito Guerra venceu a Corrida dos
Campeões. Pela primeira vez desde 2011,
um piloto de ralis voltou aos triunfos na
competição que nasceu precisamente…
nos ralis.
Há muito que a Corrida dos Campeões
se tornou um espetáculo bem diferente
dos seus primórdios, em que os melhores
pilotos de ralis se juntavam para ‘eleger’
o Campeão dos Campeões. Hoje em dia,
e desde que a competição se passou
a realizar quase sempre em estádios
(Estádio de França, 2004), que os homens
das pistas passaram a dar cartas, com
algumas, raras, exceções.
Até aqui só Sébastien Loeb (2005,
2008) e Sébastien Ogier (2011) o tinham
conseguido. Até agora, já que Benito
Guerra venceu em casa ao bater na final
o francês Loic Duval.
O fim de semana da Corrida dos
Campeões decorreu no Autódromo
Hermanos Rodriguez, na Cidade do
México, e os homens da casa não
quiseram deixar de brilhar, ao ponto de
ter tido três pilotos nas meias finais,
Patricio O’Ward, campeão da Indy Lights
em 2018, Esteban Gutierrez e Guerra.
David Coulthard, vencedor de 2018, foi
eliminado na fase de grupos, tal como
Sebastian Vettel. Tom Kristensen e Johan
Kristoffersson, que tinham ganhado no
sábado, foram afastados nos quartos de
final por Duval e O’Ward, respetivamente.
Na Taça das Nações a vitória foi para a
dupla nórdica, Tom Kristensen e Johan
Kristoffersson, que bateu, na final, a
dupla alemã, Sebastian Vettel e Mick
Schumacher. Com umas bancadas a meio
gás, existiu muito equilíbrio, numa final
em que Vettel venceu a primeira corrida,
face a Kristensen, mas o dinamarquês
venceu as duas mangas seguintes.
Depois, foi a vez de Schumacher entrar
na pista e vencer duas corridas a
Kristoffersson, levando a decisão para o
desempate, favorável a Kristensen que
bateu o jovem Schumacher duas vezes.
Esta foi a segunda vitória para a equipa
nórdica, depois da primeira alcançada em
2014, com Tom Kristensen e Petter Sol-
berg. A Alema+nha vinha de duas vitórias
consecutivas. Para o ano há mais… RF
>>motosport.com.pt
YAMAHA
» TRACER 700
SEMPRE PRONTA PARA TUDO
Fácil de conduzir, muito ágil e com uma atitude desportiva proporcionada pelo binário
do seu motor, a postura natural e descontraída que oferece a Tracer 700 é garantia de
podermos viajar com conforto e diversão, mesmo quando chegam aqueles trajetos mais
sinuosos de montanha, e com sentido prático e desenvolto no nosso dia a dia
Pedro Rocha dos Santos
[email protected]
37
AYamaha Tracer 700 é uma uma maior sensação de estabilidade era mais do tipo “on-off” no início.
Sport Tourer que herda todas da moto e que é para todos os efeitos Os travões da Tracer 700 são também os
as características do modelo efetiva, tornando-a mais previsível e mesmos que monta a MT-07 e os discos
naked de qual deriva, a MT- menos “nervosa”. de 282 mm na dianteira conjuntamente
07, tanto ao nível da sua mo- No coração da Tracer 700 encontramos com as pinças de 4 pistons cumprem
torização como em grande o já conhecido e possante bicilíndrico perfeitamente com a sua função, em-
parte da sua ciclística. Preparada para de 689 cc que debita os mesmos 75 cv bora neste aspeto possam melhorar,
percorrer grandes distâncias, a Tracer que o da MT-07 às 9.000 rpm e com um pois a “mordida” não é tão efetiva como
700 mantém um peso abaixo dos 200 binário máximo de 68 Nm às 6.500 rpm, seria desejável.
kg (196 kg) que lhe confere alguma van- binário sempre disponível e que permite Em curva a Tracer pareceu-nos perfeita,
tagem em relação à sua concorrência rodar o punho desde baixos regimes com trajetórias delineadas de forma
direta, Honda, Kawasaki e Suzuki, todas sem termos que passar demasiado a quase automática, sem esforço e com
com um peso acima dos 200 kg. caixa para obter maior rendimento do um comportamento neutro em curva,
Aquilo que nos chama de facto mais a motor. Também o acelerador pareceu- com as suspensões a terem uma boa
atenção na Tracer 700 é o seu design e -nos ter um controle mais eficaz e suave leitura da estrada e os pneus Michelin
linhas desportivas. Tudo muito equili- da aceleração em relação à MT-07 que Pilot a oferecerem um extra de grip
brado e proporcionado, com uma frente
de design moderno e agressivo e uma
traseira minimalista. Um braço oscilante
traseiro belíssimo e uma ponteira de
escape curta que permite dar destaque
a todos os pormenores técnicos do seu
motor bicilíndrico. A combinação de
cores e acabamentos ao nível do motor
e ciclística é de facto soberba e contribui
de forma muito positiva para a sensação
de atração que nos produz. Um efeito
semelhante àquele que a Yamaha TDM
produziu há umas décadas atrás.
Em relação à sua irmã naked, a Tracer
700 teve que evoluir para poder propor-
cionar um conforto extra em viagem
pelo que sentimos uma postura mais
direita e menos deportiva do que na
MT-07, graças ao seu novo guiador mais
alto e largo e a um assento redesenha-
do mais confortável. Os punhos e os
comandos estão no “sítio certo” e são
de fácil acionamento e de bom toque. O
assento ao ser mais alto e confortável
proporciona uma posição das pernas
mais descontraída apesar das peseiras
estarem no mesmo lugar das da MT-07.
A maior sensação de conforto provém
também de uma afinação diferente das
suspensões, que no caso da Tracer 700
contemplam a possibilidade de poder-
mos viajar com pendura ou com mais
bagagem do que seria normal numa
MT-07. Aliás, as suspensões parece-
ram-nos ter um desempenho superior
às das MT-07, sobretudo a dianteira.
Outra evolução que verificámos na ci-
clística é o maior comprimento do braço
oscilante que permite dotar a Tracer de
38
>>motosport.com.pt
e sensação de segurança. A proteção designação “Sport Touring”, existe agora KAWASAKI VERSYS 650 - 649 CC SUZUKI V-STROM 650 - 645 CC
aerodinâmica é algo escassa, por exem- na gama 2019 a sua nova versão GT, que
plo, a versão GT da Tracer 700 lançada é para todos os efeitos uma Tracer 700 69 CV N.D. CV
este ano de 2019 já vem com um écrã especialmente preparada para devorar
mais alto e com melhor desempenho. longas distâncias e proporcionar um POTÊNCIA POTÊNCIA
No entanto, é ajustável com a utilização conforto extra para aqueles que gostam
de ferramenta apropriada. Os espelhos de viajar em duas rodas. 214 KG 213 KG
têm a dimensão e largura apropriadas A versão de 2018 que ensaiámos mon-
e proporcionam uma boa visão para a tava um kit de uma campanha levada a PESO PESO
retaguarda. O painel digital de informa- cabo pela Yamaha que incluía top case,
ção tem uma boa leitura e dimensão e proteções laterais e faróis auxiliares. 8 990€ 8 999€
concentra toda a informação necessária, A Yamaha Tracer 700 de 2019 está dis-
nomedamente, na sua base, todas as lu- ponível em cinza, preto ou azul e tem o PREÇO BASE PREÇO BASE
zes avisadoras. O guiador tem uma barra PVP Base de 8.385 euros.
perfurada no centro, certamente para
poder ser colocado algum equipamento CONCORRÊNCIA
eletrónico (GPS ou smartphone), embora
de aparência estética algo discutível, HONDA NC 750 X - 745 CC
pois destoa totalmente dos restantes
materiais e da imagem global e estética 55 CV
cuidada da Tracer 700. Em conclusão,
a Tracer 700 é uma excelente opção POTÊNCIA
para quem pretenda ter uma moto tipo
“canivete suíço”, ou seja, qualquer que 219 KG
possa ser o objetivo da sua utilização
a Tracer 700 está sempre pronta para PESO
o cumprir com desempenho acima da
média. Seja no dia a dia, ao fim de se- 7 465€
mana em algumas escapadinhas, ou
para ir “curtir” com os amigos ao Cabo PREÇO BASE
da Roca, a Tracer 700 tem argumen-
tos para se afirmar como a moto ideal
para tudo. Mais, o seu preço e o facto de
existir uma versão para carta A2, estão
também na base do seu sucesso. E para
quem pretenda de facto levar à letra a
39
FT/ F I C H A T É C N I C A NOVA YAMAHA TRACER 700 VERSÃO GT PARA 2019
689 CC Depois do sucesso alcançado no ano passado com a mais confortável para garantir mais km com maior
versão GT da Tracer 900, é a vez da sua irmã mais nova, conforto, e tal como na sua irmã 900 tricilíndrica,
CILINDRADA a Tracer 700, receber também este ano uma versão malas laterais de 20 litros à cor da moto.
GT. No fundo, a versão GT é para todos os efeitos a A Yamaha Tracer 700 reforça assim as suas capacida-
74.8 CV versão base à qual se junta equipamento adicional ou des de Desportiva Turística às quais irá juntar certa-
componentes de qualidade superior. A nova versão da mente um preço bastante atrativo. A gama Tracer GT
POTÊNCIA Yamaha Tracer 700 GT que integra a gama 2019 recebe 2019 vai estar disponível nas cores Phantom Blue, Tech
agora um pára-brisas mais alto e regulável, um banco Black e Nimbus Grey (ou seja azul, preto e cinzento).
17 L
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS
DEPÓSITO DA YAMAHA TRACER 700
196 KG MOTO DESPORTIVA DE TURISMO, VERSÁTIL E EMOCIONANTE
MOTO DE CILINDRADA INTERMÉDIA ACESSÍVEL E ECONÓMICA
PESO (INCLUINDO ÓLEO E GASOLINA) DISCOS DIANTEIROS DUPLOS DE 282MM COM PINÇAS DE 4 PISTÕES
INSTRUMENTAÇÃO DIGITAL COM ECRÃ LED
8 395€ PÁRA-BRISAS AJUSTÁVEL E PROTEÇÕES PARA AS MÃOS INTEGRADAS
DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL COM 17 LITROS PARA PERCORRER GRANDES
PREÇO BASE DISTÂNCIAS
UMA RELAÇÃO PESO-POTÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
TIPO DE MOTOR 2 CILINDROS, 4 TEMPOS, PERFORMANCE DESPORTIVA FANTÁSTICA COM UMA CONDUÇÃO ÁGIL
REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA, DOHC, 4 VÁLVULAS MOTOR DE DOIS CILINDROS DE 689 CC E ELEVADO BINÁRIO COM CAMBOTA
DIÂMETRO X CURSO 80.0 MM X 68.6 MM TAXA DE PLANOS CRUZADOS
DE COMPRESSÃO 11.5 : 1 POTÊNCIA MÁX. VASTA GAMA DE ACESSÓRIOS GENUÍNOS DA YAMAHA
74.8 CV / 9.000 RPM VERSÃO COM POTÊNCIA JANTES LEVES EM ALUMÍNIO FUNDIDO COM 10 RAIOS
LIMITADA 35.0KW 7,500 RPM BINÁRIO MÁX. 68 QUADRO TUBULAR COMPACTO
NM / 6.500 RPM SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
CÁRTER HÚMIDO TIPO DE EMBRAIAGEM
HÚMIDA, MULTIDISCO SISTEMA DE IGNIÇÃO
TCI SISTEMA DE ARRANQUE ELÉT.SISTEMA
DE TRANSMISSÃO SINCRONIZADA, 6 VEL.
TRANSMISSÃO FINAL CORRENTE CONSUMO DE
COMBUSTÍVEL 4.3L/100KM EMISSÕES CO2
100G/KM QUADRO DIAMANTE CURSO DIANTEIRO
130 MM ÂNGULO DO AVANÇO DE RODA 24.8º
TRILHO 90MM SISTEMA DE SUSPENSÃO
DIANTEIRA FORQUILHA TELESCÓPICA SISTEMA
DE SUSPENSÃO TRASEIRA BRAÇO OSCILANTE
CURSO TRASEIRO 142 MM TRAVÃO DIANTEIRO
DISCO DUPLO HIDRÁULICO, 282 MM TRAVÃO
TRASEIRO MONODISCO HIDRÁULICO, 245 MM
PNEU DIANTEIRO 120/70 R17 M/C 58W (TUBELESS)
PNEU TRASEIRO 180/55 R17 M/C 73W (TUBELESS)
COMPRIMENTO TOTAL 2 138 MM LARGURA
TOTAL 806 MM ALTURA TOTAL 1 270 MM ALTURA
DO ASSENTO 835 MM DISTÂNCIA ENTRE EIXOS
1 450 MM DISTÂNCIA MÍNIMA AO SOLO 140 MM
CAPACIDADE DEP. ÓLEO 3.0L
40
PIERRE Jorge Covas Este resultado deixava algum otimismo a
[email protected] Levegh, que voltaria a tentar a sua sorte
DESLTEVIENGOH FOTOS Daimler AG e DR em 1952. Sabendo que o Talbot-Lago T26
MARCA GS, que era semelhante ao modelo que
A HORA Pierre Eugène Alfred Bouillin, vencera a prova em 1950 pelas mãos dos
mais conhecido pelo pseudó- Rosier (Jean-Louis e o seu pai, Louis, que
Recordamos a história de Pierre Levegh, que ficou mais nimo ‘Pierre Levegh’, em honra pilotou quase a solo toda a prova), esta-
conhecido pelo seu trágico acidente nas 24 Horas de ao seu tio, era um piloto francês va a ficar ultrapassado pela idade e pela
Le Mans de 1955, que mudou para sempre o desporto que chegou a entrar na Fórmula evolução dos novos bólides para ter es-
1, em representação da Talbot- peranças de um bom resultado, era ne-
motorizado, mas, acima de tudo, lembramos aquela que foi Lago. Levegh tinha um sonho: vencer das cessário fazer umas modificações, numa
uma verdadeira demonstração de coragem, resiliência e 24 Horas de Le Mans. Em 1951 esteve muito altura em que os carros de Grande Prémio
bem na prova francesa. Apesar do mau já não podiam ter guarda-lamas adapta-
determinação para realizar um sonho, que era o de vencer a tempo, ele e o seu colega René Marchand dos. Impedido pela Talbot de fazer altera-
famosa clássica francesa. Foi nas 24 Horas de Le Mans de levaram o seu Talbot-Lago T26 Grand ções aos carros da fábrica, teve que usar
1952 que o piloto fez uma magnífica exibição que acabou Sport a um belíssimo 4º posto da clas- outra estratégia. Assim, Levegh comprou
com a meta à vista e que ficou para a história... sificação geral. Um feito impressionante, um T26 GS, modificou um pouco a mecâ-
tendo em conta que Marchand estava a nica, que conhecia bem, e recorreu a um
CONHEÇA ESTA E MUITAS fazer a sua estreia em Le Mans, e Levegh famoso engenheiro para fazer as devi-
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT tinha participado duas vezes, ambas com das alterações.
abandonos e ainda antes da Segunda Esse engenheiro dava pelo nome de
Guerra Mundial começar. Apesar de já Charles Deutsch, que deitou mãos à obra e
ter passado algum tempo, Levegh conse- modificou o Talbot-Lago. A carroçaria era
guiu finalmente o seu primeiro objetivo, feita de alumínio e ficou mais aerodinâ-
que era terminar a prova, e terminou-a mica e muito mais evoluída do que o mo-
de forma muito competitiva. delo original, ajudando bastante em reta,
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41
sobretudo numa pista de alta velocidade, construtores, e Levegh sabia que com sapatos para correr de um lado ao outro tória em Le Mans esfumou-se. Ascari
com a reta das Hunaudières de cinco qui- fiabilidade e com uma condução elegante da pista e entrar no carro, mas ele sabia também ficou com o seu Ferrari fora de
lómetros de extensão, e isso fez muita di- e cuidada poderia ter algumas hipóteses que a velocidade dos outros carros era prova. Após problemas de embraiagem,
ferença. A potência do motor de 4.5 litros, de fazer um bom resultado, mas a tare- bastante alta, e Levegh não podia dar-se o carro ficou estacionado definitivamente.
com seis cilindros em linha, já de origem fa era árdua. Os carros em 1952 estavam ao luxo de pensar muito em fazer voltas Dois dos Aston Martin também estavam
bom e fiável e, com as alterações efetua- muito mais rápidos do que em 1951, e isso supersónicas, e decidiu por isso manter fora de prova.
das, um pouco mais potente, parecia ter poderia ser desmotivante para o francês um ritmo regular e com alguma rapidez, Alfred Neubauer deixou instruções cla-
um compromisso mais otimizado com a de 46 anos. Mas Le Mans não é uma cor- mantendo-se em contacto com alguns ras aos seus pilotos para não arriscarem
nova aerodinâmica, e isto foi crucial num rida de velocidade pura, é uma corrida de dos carros mais rápidos que, eventual- e manterem um ritmo de corrida ordeiro
ano em que a Mercedes-Benz, sob a di- fiabilidade e de luta contra os elementos, mente, teriam que quebrar. e pré-determinado antes da corrida, dei-
reção deAlfred Neubauer, entrava em Le tentando levar a mecânica e o piloto ao xando que a adrenalina dos adversários
Mans com o famoso 300 SL (W194). Um limite e a funcionar em harmonia para A CORRIDA fizesse os seus estragos e lhes desse uma
carro que forçou os adversários, como a terminar as 24 Horas. vantagem tática. Os seus pilotos cumpri-
Jaguar, a Ferrari, a Gordini, a Aston Martin As primeiras voltas das 24 Horas de Le Na partida, o Cunningham de Phil Walters ram à risca as instruções e os Mercedes-
e os Cunningham a procurarem fazer de- Mans são por tradição um momento em foi o mais rápido, mas as lebres vinham a Benz seguiam, tranquilamente, no seu ca-
senvolvimentos para melhorar a compe- que toda a testosterona, hormonas e adre- caminho. Stirling Moss no Jaguar XK120C minho, tal como Levegh, mas um pouco
titividade em pista. nalina se apoderam de alguns pilotos, que (C-Type), André Simon no Ferrari 340 mais rápido. Os problemas de embraiagem
agem de forma instintiva ou, por instru- America e Alberto Ascari no Ferrari 250 continuaram na Ferrari e o carro de André
A SOLO ções de um vasto inventário de táticas S Berlinetta passaram a controlar a cor- Simon e Lucien Vincent perdeu tempo
e estratégias de corrida, fazem a vez de rida e a lutarem como se fosse uma cor- precioso para reparações. Depois de vá-
Levegh entrou nesta edição com o seu lebre que leva a que outros lhes sigam o rida de sprint. rias paragens, Vincent enterrou o carro
Talbot-Lago T26 GS Spider, convenien- rasto e quebrem pelo caminho. Debaixo Levegh tinha razão em não dar tudo o no banco de areia na curva Mulsanne e
temente pintado com uma lindíssima de bom tempo, num claro oposto do que que tinha, e rapidamente os Jaguar fica- caiu pela classificação. Este azar deixou,
cor azul, a cor tradicional dos franceses, foi no ano anterior, os carros estavam ali- ram fora de prova. As modificações fei- de forma algo surpreendente, o Gordini de
novamente acompanhado pelo seu par- nhados e os pilotos correram para eles. tas ao C-Type não foram especialmente Jean Behra e Robert Manzon na liderança.
ceiro do ano anterior, René Marchand. Levegh começou a corrida e deu corda aos boas para a refrigeração do motor, e todo Nada mau para um carro com um motor
Nesta edição houve muito interesse dos um planeamento para uma segunda vi-
42
mais pequeno do que os carros à sua volta. ro número 8 a ser posto no primeiro lugar, GRANDE VANTAGEM va numa corrida a solo e, mais tempo no
e as esperanças de uma vitória francesa carro, maior a probabilidade de come-
LEVEGH CONSISTENTE voltaram a aumentar. Levegh ainda estava Quando a noite terminou e a primeira luz ter um erro.
ao volante, o seu parceiro, Marchand, esta- natural começou a aparecer, ainda ha-
Atrás do Gordini, Levegh continuava a ro- va a postos e ansioso para entrar. Levegh via muito nevoeiro no ar, e isto obrigou CANSAÇO ACUMULADO
dar com os Mercedes-Benz, e quando um percebeu que estava na liderança da cor- os pilotos dos Mercedes-Benz a abrirem
deles, o carro de Karl Kling e Hans Klenk, rida que sempre sonhou ganhar. Que pri- as portas para conseguirem ver alguma Com o passar do tempo, cada vez mais
terminou a corrida com problemas elétri- vilégio era poder liderar as 24 Horas de Le coisa. Levegh, no seu carro aberto, conti- carros quebravam e abandonavam a pro-
cos, Levegh conseguiu subir ao 2º lugar, Mans. Levegh podia disfrutar do momen- nuava no seu caminho, colocando quatro va. Apesar do bom tempo, a velocidade
mas percebeu que não conseguiria apa- to. Foram precisas 12 horas de condução, voltas de vantagem nos carros prateados. cada vez mais elevada também dava um
nhar o Gordini, com Behra ao volante. O mas Levegh liderava a corrida. Neubauer ainda não tinha dado ordens grande castigo a máquinas e a pilotos, que
seu compatriota estava demasiado rá- Com muitas emoções na sua cabeça, para os seus pilotos aumentarem o ritmo, sentiam cada vez mais exigência física e
pido. Apesar disso, pouco tempo depois, surgiu um contratempo. Ainda antes de preferindo esperar mais algum tempo. mental ao conduzir os seus bólides cada
surgiu um momento incrível na sua vida. chegar à liderança da prova, o motor de- Nas boxes, Marchand, nervoso, frustrado vez mais rápidos a cada ano. A preparação
Um momento com o qual deve ter sonha- senvolveu um problema. Uma vibração, e irritado, voltava a pedir ao seu parceiro dos pilotos tornava-se muito importan-
do muito tempo. possivelmente no motor, deixara Levegh teimoso para lhe dar a vez. A esposa de te com a evolução da mecânica. O piloto
Com a noite, o nevoeiro foi aparecen- sem o conta-rotações para o ajudar a pas- Levegh juntou-se a Marchand, pedin- francês já sentia os efeitos de um turno
do para complicar a vida aos pilotos, e o sar a alavanca da caixa de velocidades. Tal do-lhe insistentemente para parar um de condução simplesmente brilhante. O
Gordini liderava com uma volta de avanço, também o deixou ansioso e com muitas pouco e descansar, mas a resposta foi cansaço começava a acumular-se no
mas não iria durar muito mais tempo, não questões sobre o que poderia ser o proble- um sólido “não”. Levegh, na sua preocu- corpo e na mente, mas esta não era hora
com problemas no motor, como seria mais ma. Inseguro, preferiu continuar sozinho pação com o carro, que tinha algo errado, de relaxar.
previsível, massimcom ostravões dian- em prova, com receio de que o seu parcei- prosseguiu porque sentia que só ele podia Os Mercedes-Benz podiam já ter prati-
teiros. A equipa viu o problema e Amedée ro castigasse o carro e partisse qualquer levá-lo até ao fim. camente desistido de atacar a liderança,
Gordini preferiu retirar o carro da corrida, coisa. Nas boxes, Marchand queria entrar Finalmente, Neubauer deu ordens aos mas Levegh tinha que manter um ritmo
como medida de precaução, ainda que no carro, e insistiu e voltou a insistir. Mas pilotos para aumentarem o ritmo, mas constante. A melhor forma de manter a
os pilotos quisessem assumir o risco de a teimosia de Levegh prevaleceu, e seguiu era tarde. As quatro voltas de vantagem concentração é a andar depressa em pista,
continuar. Mas era demasiado arriscado. em prova. Estando nesta posição, Levegh de Levegh eram uma montanha dema- mas o passar do tempo tornava as coisas
O público que ainda estava presente nas sentia que só ele podia cuidar do carro da siado íngreme para escalar. Para piorar cada vez mais difíceis.
bancadas ficou com uma grande dece- melhor maneira possível para chegar ao as coisas, Theo Helfrich teve um proble-
ção, embora reconhecessem a brilhante fim. Era uma oportunidade dourada para ma numa roda e caiu para o 3º lugar. Mais
demonstração de velocidade do Gordini, vencer a prova. tempo perdido. Mas a tática de Neubauer
mas muitos repararam no cenário do car- podia ainda dar resultado. Levegh esta-
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43
A corrida aproximava-se do fim. Levegh O medo instalara-se na box da equipa. aumentar o ritmo e, em seguida, voltar O silêncio do público era ensurdecedor,
voltava a passar pelas boxes. O seu copi- Levegh já estava a conduzir quase por ao ritmo de corrida normal, para testar muitos estariam de certeza lavados em
loto tentava, em vão, ter a sua vez e dar instinto, mais com o coração do que com a uma reação de Levegh e ver se o desgas- lágrimas. Na cabeça de muitos espeta-
descanso ao seu colega. A senhora Levegh cabeça. Tantas e tantas voltas deu à pista te emocional acabaria por ter efeito. Mas dores estavam muitas questões.
continuava a ver em algum desespero e que parecia estar com os olhos vidrados. Levegh já estava a abrandar um pouco, “Por que razão ele não deu a vez e não dei-
a tentar convencer o seu marido a parar. Na última paragem que fez nas boxes, talvez porque já não conseguia ter o dis- xou de ser teimoso?” “Porque não abran-
Marchand tentou puxá-lo para fora do cernimento para estar completamente dou?” “Será que cometeu um erro ou o
carro, sem sucesso. Antonio “Tony” Lago, concentrado na sua condução. carro partiu alguma coisa?” “Esta vitó-
o dono da Talbot, dirigiu-se a Levegh, teve ria estava garantida. Podíamos ter batido
uma breve conversa com o piloto para, O ABANDONO os alemães.” A partir do ano seguinte, e
pelo menos, reduzir o seu ritmo de cor- para que uma situação deste género não
rida. A vantagem que tinha era suficien- A meta estava cada vez mais perto. Mas voltasse a acontecer, os organizadores
temente grande para poder levantar um o drama abateu-se. A doze minutos an- mudaram as regras para limitar o tempo
pouco o pé. Ainda assim, mantinha-se a tes das três da tarde, e após 266 voltas, o máximo de um piloto ao volante, com um
dúvida se Levegh iria finalmente aceitar público percebeu que algo se passara com tempo limite de 18 horas. Acabavam as-
a realidade e, simplesmente, certificar-se o Talbot-Lago, que não apareceu na reta sim estas exibições épicas de pilotagem
que o seu carro chegava ao fim, imacula- da meta. Os Mercedes-Benz passavam de quase 24 horas a solo.
do, sem correr riscos. e voltavam a passar, mas nem sinal de
Levegh. Finalmente, a notícia era dada. VITÓRIA MERCEDES
PRESTAÇÃO INACREDITÁVEL Levegh quebrava a biela e abandonou a
corrida. A sua liderança era tão grande Este desastre deixou a vitória para a
Os espetadores que estavam nas banca- que foram precisos cerca de 20 minutos Mercedes-Benz. Hermann Lang e Fritz
das estavam boquiabertos com a presta- para que os Mercedes-Benz passassem Riess venceram na frente de Theo Helfrich
ção do piloto francês, mas havia um clima para a liderança da corrida. e Helmut Niedermayr. Uma dobradinha da
de suspense no ar. Poderia Levegh ven- Foi uma crueldade abandonar após tanto marca alemã que venceu, não por via da
cer após 24 horas de condução? Não seria esforço, um puro golpe de azar. Mas a lógi- força ou da elegância, mas sim por uma
melhor usar um pouco a lógica e dar a sua ca, essa, poderia ter a sua razão. Se Levegh questão de resistência, muita calma e pura
vez em vez de arriscar ter um momento desse a sua vez, o par podia vencer. Reza sorte. Foi a derradeira vitória da carreira
de desconcentração ou, até, talvez ador- a lenda que Levegh, provavelmente num de Lang, e a Alemanha finalmente ven-
mecer, ou os seus reflexos simplesmente momento de fadiga, queria colocar a quar- cia as 24 Horas de Le Mans. Esta vitória
deixarem de funcionar? ta marcha e selecionou segunda. O motor foi encarada com alguma surpresa pelos
Neubauer ainda tentou uma última estra- excedeu as rotações e Levegh não con- presentes, inclusive os membros da marca
tégia, ao pedir a um dos seus carros para seguiu controlar aquela aceleração re- alemã. Apesar de haver uma certa sensa-
pentina. Um possível erro humano dei- ção de injustiça, os espetadores presentes
tou por terra o seu árduo trabalho. E foi nas bancadas bateram educadamente e
um possível erro humano, porque aque- desportivamente uma salva de palmas à
la vibração que o francês sentiu desde a Mercedes-Benz.
noite também podia ter feito o estrago no Levegh, já mais calmo e recomposto, pas-
motor. Nunca se saberá ao certo. Levegh sou pelas boxes da Mercedes-Benz para
manteve-se muito silencioso sobre o as- um gesto de desportivismo e de gran-
sunto até à sua morte. Seja como for, Tony de carácter, ao dar os parabéns aos ale-
Lago guardou aquela peça durante mui- mães pela vitória. Eles receberam bem
tos anos como uma recordação especial. o piloto da casa, que teve uma conversa
com Alfred Neubauer. O diretor da equi-
PRESTAÇÃO NOTÁVEL pa ficou impressionado com o esforço
do piloto. Uma exibição destas deve ter
Levegh voltou às boxes e abraçou Charles tocado profundamente no coração do ho-
Faroux, um dos fundadores da prova, de- mem que comandava as suas tropas nos
pois, já quase sem forças, abraçou a sua “Flechas de Prata” com maestria e disci-
esposa, que certamente estaria a enxu- plina. Neubauer prometeu a Levegh que,
gar as lágrimas para dar apoio ao homem quando a Mercedes-Benz regressasse a
com quem escolheu partilhar a sua vida. Le Mans, ele estaria como um dos seus
Levegh estava completamente exausto pilotos. Dito e feito, a Mercedes-Benz re-
e dificilmente se manteria em pé, pelo gressou em 1955, e Levegh estava pre-
que foi necessária assistência médica. sente, partilhando o seu 300 SLR com o
americano John Fitch.
O resto da história teve o famoso final de
tragédia, quando Levegh voou de encon-
tro às bancadas, em direção ao público,
matando mais de 80 pessoas, naquela
que foi, provavelmente, a maior tragédia
do desporto motorizado, e que marcou
para sempre a história.
Levegh, o “Bispo”, como também era co-
nhecido, tinha 50 anos. Será sempre lem-
brado pela tragédia, mas também pelo
esforço e pela determinação que teve em
1952, quando esteve a minutos de vencer
aquela que, para muitos, é a corrida mais
importante do mundo.
44 AUTO+ mais
SUZUKI
» IGNIS 1.2L SHVS GLX
O DESALINHADO
Surgido no início do século, o nome Ignis tem sido,
desde 2000, algo difícil de catalogar: citadino,
minimonovolume, e, agora, também crossover.
Vestido à moda e com um pequeno motor híbrido,
este é um desalinhado do qual é fácil gostar!...
Francisco Cruz igualmente a reclamar irreverência, desde à frente dos restantes manípulos e botões... ser ligeiramente aumentada com o avanço
[email protected] logo, através da aposta numa solução Surpreendente é, também, a habitabili- 60:40 dos bancos. Ou até mesmo chegar
bicolor. Mas que, ainda assim, não sua- dade, especialmente num carro tão com- aos 1 100 litros, mediante o rebatimento,
Depois de uma primeira ge- viza a opção quase total por plásticos pacto. Onde não é difícil acomodarem-se totalmente na horizontal, das costas dos
ração nascida num período rijos, alguns deles a “prometerem” ruídos quatro adultos, com conforto e espaço bancos. Sendo de lamentar apenas o facto
em que a moda se chamava parasitas no futuro. suficiente, tanto em altura (apesar dos de, nesta última configuração, as costas
Monovolume, o Suzuki Ignis Num ambiente de linhas simples e funcio- assentos dianteiros estarem bastante ficarem bem mais altas que o piso da mala.
voltou, mais uma vez, a rein- nais, com alguns espaços de arrumação mais altos que os da frente), como para O qual surge fundo, mesmo face ao
ventar-se, dando a conhecer, (abertos), uma posição de condução ele- as pernas. Pois, até mesmo o túnel de acesso através do amplo portão.
em 2017, uma segunda geração. Criada vada, mas confortável, garantida através transmissão é quase inexistente! Bastante completo na versão por nós
segundo as novas e mais recentes ten- de um volante com ajuste apenas em altu- Graças à colocação dos bancos traseiros ensaiada, GLX, era o equipamento de série,
dências do mercado, lideradas pelos SUV e ra, assim como por um banco em tecido e sobre calhas longitudinais (a inclinação
crossovers - grandes, médios, e pequenos. com algum apoio lateral, a que não faltam das costas também pode ser ajustada...),
Submetido a estes novos ditames, a sequer as regulações básicas. Razão, aliás, vantagens igualmente na bagageira. A
transformação do Ignis acabou resul- pela qual gostámos bem menos da ver- qual, embora possa parecer à partida
tando, em nossa opinião, num produto satilidade e ergonomia do volante, algo pequena (260 litros, o que não deixa de
final bem mais atraente e consensual que grande e com um número excessivo de ser um bom valor para o segmento...), pode
grande maioria dos restantes produtos da botões (inclusive, entre os braços), além
Suzuki, com o pequeno citadino, agora de com pouco curso no ajuste em altura.
também crossover (as barras no tejadilho, Sentados aos comandos, uma boa visi-
e principalmente os 18 cm de altura ao bilidade, quer do painel de instrumentos
solo, contribuem para esta pretensão...), a conjugar o analógico e o digital, quer do
a sobressair pelo visual irreverente e afir- ecrã tátil do sistema de entretenimento,
mativo. Que as dimensões compactas e destacado do tablier, mas também com
as linhas retas do exterior fazem, de resto, baixa sensibilidade e um layout que não
questão de acentuar. é propriamente atrativo; dá para gasto!
Já no interior do habitáculo, ao qual se Mostrando-se, por isso, bem menos
acede de forma mais fácil pelos bancos atraente que, por exemplo, o equipamento
da frente, que pelos detrás, um ambiente de ar condicionado, com uma configura-
ção e comandos que mais parece anos-luz
>> autosport.pt/automais
45
FT/ F I C H A T É C N I C A
1.2 / 90 CV
GASOLINA
11,8 S
0-100 KM/H
4,3 L / 5,0 L (AUTOSPORT)
100 KM
98
G/KM- CO2
17 978€ VERSÃO ENSAIADA
COM CAMPANHA DE DESCONTO 16 403 €
AGILIDADE / HABITABILIDADE /
EQUIPAMENTO
PRESTAÇÕES / SISTEMA ELÉTRICO
DEMASIADO BÁSICO / PLÁSTICOS
MOTOR DE COMBUSTÃO COM 4 CIL. LINHA,
INJEÇÃO INDIRETA, 1242 CM3 POTÊNCIA MÁX.
90 CV / 6.000 RPM BINÁRIO MÁX. 120 NM
/ 4.400 RPM MOTOR ELÉTRICO POTÊNCIA
3 CV / 2 KW CAPACIDADE DA BATERIA: 0,38
KWH TRANSMISSÃO DIANTEIRA, CX. MANUAL
DE 5 VEL. SUSPENSÃO INDEPENDENTE DO
TIPO MCPHERSON À FRENTE E BARRA DE
TORSÃO ATRÁS TRAVÕES DISCOS VENTILADOS/
TAMBORES VELOCIDADE MÁX. 170 KM/H PESO
MÁX. 910 KG MALA 260 LT / 1.100 LT (BANCOS
REBATIDOS) DEPÓSITO 32 LT
com o novo Ignis a contemplar já várias de iões de lítio, colocadas sob os bancos oferece um desempenho dinâmico que, Novamente em cidade, a percepção de
tecnologias, como era o caso da Travagem traseiros. E que, auxiliando o motor de embora marcado pela agilidade e faci- uma direção agradável, mas que também
Autónoma de Emergência (DCBS), do combustão apenas nos arranques e nas lidade na condução, não esconde algu- poderia ser menos vaga, lado-a-lado com
Alerta Anti-Fadiga, ou do Controlo de acelerações, ostenta como principal mais- mas oscilações da carroçaria quando em um sistema de travagem eficaz, resultado
Retenção em Pendentes. Um excelente -valia a capacidade de ajudar a garantir condução mais aplicada, ou por trajetos também da presença de novas tecnolo-
argumento! médias na ordem dos 5,0 l/100 km. mais sinuosos. Já para não falar na difi- gias, tais como a Travagem Autónoma de
Já debaixo do capot dianteiro, a novidade Bem menos auspiciosos, pelo contrário, culdade que a suspensão, razoavelmente Emergência. Cuja eficácia rivaliza com a
quatro cilindros 1.2 litros a gasolina de 90 os resultados obtidos em termos de pres- informativa em alcatrão, revela no digerir rispidez com que atua.
cv, no caso da unidade por nós testada, tações, com o novo Ignis a não conseguir dos maus pisos fora de estrada, chegando No fundo, apenas mais uma das muitas
auxiliado por um gerador elétrico que fazer melhor que 11,8s na aceleração dos mesmo a tornar-se um pouco saltitona; características que fazem deste novo
vai buscar a energia a pequenas baterias 0 aos 100 km/h, ao mesmo tempo que principalmente, a traseira. Suzuki Ignis um desalinhado...
AUTO+ mais
RENAULT o bloco Blue dCi 1.5 de 115 cv. Todos têm de carroçaria: Azul Iron, Verde Oural e
opção de caixa manual de 6 velocidades Cinzento Highland. No global apresenta
» KADJAR ou automática EDC de 7. Sem data ainda uma imagem robusta e atrativa.
definida, mas previsto para março, está a
PROPOSTA CONSISTENTE chegada do motor Blue dCi 1.7 com 150 cv, INTERIOR
proposto unicamente com caixa manual
O novo Kadjar foi atualizado e chega dia 25 de janeiro ao de 6 velocidades. Será também o bloco que O espaço é um dos pontos fortes, sendo
mercado nacional. Um modelo que pela primeira vez em irá equipar a versão 4X4, que chegará pela bem aproveitado em todos os lugares,
Portugal tem uma gama de motorizações disponível. Os mesma altura. Esta versão conta com os a par de os bancos serem confortáveis.
preços começam nos 27.770€ modos 2WD (apenas tração dianteira); A bagageira de 527l, com piso plano e
Auto (gestão automática da tração com reversível, estende-se até aos 1650l com
André Duarte 1 nas portagens nas versões 4X2 desde repartição máxima de 50/50 entre os dois os bancos traseiros rebatidos. O banco
[email protected] que com via verde) do segmento SUV-C eixos); lock (bloqueio do diferencial central do condutor é extensível em 6 mm. Já
foi atualizada e para nós é como se esti- com repartição da tração 50/50 entre os o do passageiro é rebatível, permitin-
Avida do Renaul Kadjar em vesse na sua primeira vida. As novidades dois eixos até aos 40 km/h). do a colocação de objetos no interior do
Portugal não tem sido fácil. O sem seguida... Kadjar até 2,56m. O apoio de braços entre
modelo foi lançado em 2015 EXTERIOR os bancos dianteiros é agora deslizante.
mas só chegou ao nosso país MOTORIZAÇÕES No habitáculo encontramos novos deta-
em 2017. O motivo? A lei das É aqui que reside a principal novida- Esteticamente o novo Kadjar mantém lhes em cromado, uma consola central
portagens que então vigorava de do novo Kadjar em Portugal. De a filosofia do anterior modelo, conhe- redesenhada, mais elegante e com menor
obrigou a marca a produzir um modelo um único bloco (1.5 dCi de 110 cv) no cendo melhorias pontuais que, ainda número de botões. O sistema de info en-
com um eixo traseiro específico para o anterior modelo passa a ter uma ofer- assim, garantem ao todo uma fisionomia tretenimento Renault R-Link2 é compa-
nosso país. Uma situação que fez o Kadjar ta completa de motores.A gasolina as mais atrativa. No exterior passa a contar tível com Android Auto e Apple CarPlay.
ser comercializado apenas com uma única propostas residem no novo bloco 1.3 TCe com uma grelha dianteira reconfigurada Há quatro entradas USB (duas para os
motorização, opção de caixa de velocida- FAP, com potências de 140 e 160 cv. A com acabamento cromado, assinatura lugares traseiros), duas tomadas AUX e
des e jantes. Em 2019 esta proposta (classe diesel, nesta fase inicial, estará disponível luminosa em C, luzes de nevoeiro LED duas de 12 V, com destaque para o facto
com formato retangular e pára-choques de funcionarem mesmo quando o carro
dianteiro e traseiro renovados com prote- está parado. Em opcional há também o
ção inferior. A estes detalhes juntam-se sistema de som Premium Bose. Face ao
jantes de 19 polegadas e antena estilo exterior, o interior carece em termos de
barbatana de tubarão. Há três níveis imagem refrescada, com algum excesso
de equipamento - Zen, Intens e Black de plásticos e sendo visualmente não
Edition - e igual número de novas cores muito atraente.
>> autosport.pt/automais
47
P/ P R E Ç O S
GASOLINA 27 770€
TCE 140 FAP 29 630€
TCE 140 EDC FAP 30 390€
TCE 160 FAP 34 445€
TCE 160 EDC FAP
DIESEL 31 140€
BLUE DCI 115 32 570€
BLUE DCI 115 EDC
BLUE DCI 150 MARÇO/ABRIL
BLUE DCI 150 4X4 MARÇO/ABRIL
SISTEMAS DE ASSISTÊNCIA arranque em declive; alerta de excesso àquela que a ficha técnica apresenta. Em da sua altura ao solo, mas também de
de velocidade com reconhecimento da estrada a condução agrada, e apesar de uma robustez que lhe é característica.
À CONDUÇÃO sinalização rodoviária. não ter um comportamento muito ágil, Mesmo a versão 4X2 por nós testada,
não compromete, cumprindo bem numa que não é talhada de forma pura para
Entre equipamento de série e opcional, PRIMEIRO CONTACTO utilização diária e sendo bastante previ- o todo-o-terreno, deixa-nos à vontade
o Kadjar oferece: alerta de excesso de O Renault Kadjar é um modelo que se sível nas suas reações. para nos aventurarmos por trilhos menos
velocidade; Easy Park Assist; comutação revela bastante consistente em todos os O conforto é um argumento a favor, o qual cuidados, suportando bem o mau piso e
automática das luzes máximos/médios; aspetos. Tivemos ocasião de experimen- sobressai quando deixamos o asfalto e sem desconforto para os ocupantes. A
faróis suplementares com iluminação tar a versão 1.5l Blue dCi de 115 cv, equi- encararmos pisos fora de estrada. tração não compromete e chega-nos na
em curva; sistema ativo de travagem pada com caixa manual de 6 velocidades. Aí o Kadjar revela-se ainda mais inte- dose certa (num teste realizado com piso
de emergência; alerta de transposição O motor tem uma boa entrega de potên- ressante de conduzir, com uma boa res- seco). A caixa manual é bem escalonada
involuntária de faixa; alerta de ângulo cia em todas as situações, fazendo-nos posta e uma condução que nos permite e permite uma boa gestão da potência.
morto; sistema de ajuda ao estaciona- mesmo pensar que a potência é superior desenvencilhar de muitas situações, fruto Neste passeio, e sem preocupações, con-
mento dianteiro, traseiro e lateral; câma- sumos de 5,8l também mostram um bom
ra de marcha-atrás; sistema de ajuda ao Kadjar neste aspeto.
No geral é uma sólida proposta, com vários
argumentos que podem fazer a balança
do mercado pender a seu favor.
E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
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