The words you are searching are inside this book. To get more targeted content, please make full-text search by clicking here.
Discover the best professional documents and content resources in AnyFlip Document Base.
Search
Published by hmilheiro, 2018-01-22 14:17:38

AutoSport_2091

AutoSport_2091

#2091 40
ANO 40
anos
24/01/2018
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt
2,35€ (CONT.)
HOJECOMEÇARALIDEMONTECARLO
DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES

GUIA

WRC2018

SAIBA TUDO SEGUNDO
TRIUNFO
SOBRE OMUNDIALDERALIS DO ESPANHOL
NO DAKAR
A17VTERIZUNDFOESMKTMATNATSHMIOATOSS WALKNER
CARLOS
‘EL MSADAITENANZDOFOVOROI’



3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2091
24/01/2018

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

MERECIDO Carlos Sainz conquistou a sua segunda vitória no Dakar e o seu filho, numa carta aberta, revelou alguns dos motivos José Luís Abreu
que o levaram a esta conquista. Muitos podem não ter acreditado, mas ele acreditou e isso, por vezes, move montanhas... de dunas
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Não sei se voltarei no
próximo ano”, Stéphane Desdeomomentodaapresen-
Sergey Sirotkin Mundial de Ralis Dakar 2018 foi dos tação que Marc Coma avisou
confirmado pela arranca em Monte mais duros de sempre, Peterhansel, depois de um dos que este Dakar seria duro. E
Williams. Dupla tão Carlo com grande ele lá sabia do que falava. Foi
jovem em linha com 55% do total de seus piores Dakar na América do Sul realmente uma prova muito
ambições da equipa? expectativa concorrentes ficaram complicada. Não deve ter ha-
“Pai, termino, e não te vido um único dia sem um ‘incidente’
pelo caminho… preocupes, só espero ter entre as principais equipas de cada uma
deixado claro a admiração das categorias, e, nesse aspeto, histórias
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL que os teus filhos têm por foi ‘coisa’ que não faltou. Do muito que vi
ti como pessoa e como e revi, houve um caso que me impres-
Siga-nos nas redes sociais e saiba desportista, mas acima de sionou de sobremaneira, e que espelha
tudo sobre o desporto motorizado no tudo, digo que, como pai, és bem o que estes autênticos heróis pas-
computador, tablet ou smartphone via um exemplo com quem não sam numa prova destas. Trata-se do
facebook (facebook.com/autosportpt), deixamos de aprender todos motard francês Bruno Scheurer, que
twitter (AutosportPT) ou em os dias”, Carlos Sainz Jr, em carta surge num vídeo, completamente de-
>> autosport.pt sesperado, a dizer que já não levantava
aberta para o seu pai mais a moto, já o tinha feito 50 vezes
num só dia e já não tinha forças. Desatou
“O Carlos [Sainz] fez uma a chorar, mas acabou por agarrar na
corrida perfeita, com um moto e aí foi ele. É impressionante o
trabalho muito bom. Estou esforço a que estes heróis se sujeitam
feliz por ele”, Stéphane em prol da sua paixão. Passam ali 15
dias muito difíceis, mas que os molda
Peterhansel, reconhecendo o mérito para a vida. Sendo verdade que o Dakar
que Thierry Sabine idealizou, há mais
do seu colega de equipa de 40 anos, mudou muito ao longo do
tempo, e mesmo que hoje em dia pilotos
privados conseguem comer bem, dor-
mir minimamente e tomar banho, há
ainda uma fatia de concorrentes para
quem o Dakar continua a ser o mesmo
que Sabine idealizou. Gosto de seguir a
prova (tenho do fazer, naturalmente)
mas não gosto menos de falar com
quem traz consigo as histórias de que
se sabe pouco.
Mas se o Dakar já lá vai, no mundo dos
ralis hoje já se vão ouvir os motores
no shakedown do Rali de Monte Carlo
e tudo indica que o WRC 2018 vai ser
um prolongamento do que foi 2017. Se
calhar, ainda mais equilibrado. Já na
velocidade, no próximo fim de semana,
em Daytona, cinco dos melhores pilotos
nacionais vão tentar trazer-nos vitórias,
que não estiveram longe o ano passado.
Boa sorte para eles, nós por cá estamos
a torcer…

/
DAKAR 2018

4

REGRESSO
DE EL MATADOR
ODakar é para gente resiliente, que mesmo
Carlos Sainz e Lucas Cruz venceram ‘derrotada’ vezes a fio, volta ainda com mais Peterhansel arrancou uma roda do seu Peugeot, ficando
o seu segundo Dakar, fruto duma vontade, pois só com perseverança se derrota o aí na frente do rali, liderança que não mais perdeu, mes-
prova em crescendo. Quando ‘monstro’. E que Adamastor foi este Dakar, com mo tendo apanhado dois sustos pelo caminho. Depois,
chegaram à liderança, não mais a um Cabo das Tormentas ultrapassável apenas ainda se ‘enervou’ com o caso do piloto do quad, mas
largaram, oferecendo à Peugeot a para alguns, e um acima de todos, Carlos Sainz. ultrapassou o facto com mestria, pois sabia ter a razão
Depois de vários Dakar em que teve muito pouca sorte, do seu lado.
sua terceira vitória em quatro anos, com abandonos consecutivos, poucos acreditavam que A Peugeot nem de perto dominou como no ano passado,
na despedida, até ver, do Dakar. Sainz ainda fosse a tempo de vencer novamente, estando apesar de haver aqui alguma nuance. Os triunfos nas
claramente, na bolsa de apostas, quase ao nível de Cyril 13 etapas foram divididos entre a Peugeot e a Toyota,
Depois do azar de Peterhansel, os Després. Teve alguns contratempos, como a todos suce- mas esse equilíbrio foi mais virtual do que real, pois os
Toyota completaram o pódio, numa deu, mas ao saber fugir bem da maioria das armadilhas, homens dos carros japoneses venceram quando menos
venceu com todo o mérito, terminando com mais de 40 importava e quando o desenho da prova já estava quase
prova desastrada para a Mini minutos de avanço face aos homens da Toyota. terminado.
Córdoba mostrou-se uma vez mais agradável para Sainz,
José Luís Abreu pois chancelou ali a sua segunda conquista no Dakar, MELHOR CARRO
[email protected] curiosamente o mesmo palco onde em 2004 assegurou o
seu último triunfo no WRC, há 14 anos. Depois de ganhar Os responsáveis da Peugeot entraram nesta prova com
FOTOS OFICIAIS em 2010 e cinco abandonos mais tarde, nova vitória, a dúvida relativamente ao que os novos regulamentos
tornando-se também o mais velho piloto de sempre a iriam influenciar na competitividade relativa dos carros,
vencer o Dakar nos autos. mas depressa se percebeu que não era por aí que iam
Teve alguma sorte na etapa maratona, em que Stéphane ter problemas, ainda que a diferença se tenha esbatido.
Qualquer um dos seus quatro pilotos poderia vencer a
prova, se bem que o favoritismo inicial pertencia mais

>> autosport.pt

5

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1 CARLOS SAINZ/LUCAS CRUZ PEUGEOT 49H16M18S

2 NASSER AL-ATTIYAH/MATTHIEU BAUMEL TOYOTA +00:43:40

3 GINIEL DE VILLIERS/DIRK VON ZITZEWITZ TOYOTA +01:16:41

4 STEPHANE PETERHANSEL/JEAN PAUL COTTRET PEUGEOT +01:25:29

5 JAKUB PRZYGONSKI/TOM COLSOUL MINI +02:45:24

6 KHALID AL QASSIMI/XAVIER PANSERI PEUGEOT +04:20:58

7 MARTIN PROKOP/JAN TOMANEK FORD +07:20:49

8 PETER VAN MERKSTEIJN/MACIEJ MARTON TOYOTA +07:41:28

9 SEBASTIAN HALPERN/EDU PULENTA TOYOTA +09:08:10

10 LUCIO ALVAREZ/ROBERT HOWIE TOYOTA +09:18:46

11 ALEJANDRO YACOPINI/MARCO SCOPINARO TOYOTA +12:39:15

12 ANTANAS JUKNEVICIUS/DARIUS VAICIULIS TOYOTA +12:49:18

13 BORIS GARAFULIC/FILIPE PALMEIRO MINI +12:49:42

14 MARCO BULACIA/EUGENIO ARRIETA FORD +13:08:29

15 ERIC BERNARD/ALEXANDRE VIGNEAU SODICAR +13:58:55

16 JERÔME PELICHET/EUGENIE DECRE TOYOTA +14:59:43

17 PATRICK SIREYJOL/FRANCOIS-XAVIER BEGUIN BUGGY +16:07:22

18 VAIDOTAS ZALA/SAULIUS JURGELENAS TOYOTA +16:12:42

19 MIKKO HIRVONEN/ANDREAS SCHULZ MINI +16:20:28

20 ORLANDO TERRANOVA/BERNARDO GRAUE MINI +18:54:01

31 CYRIL DESPRES/DAVID CASTERA PEUGEOT +45:19:10

a Peterhansel e a Loeb. O nove vezes vencedor do WRC um nível mais baixo. Em determinada altura os três O único Mini no top 10 foi o discreto Jakub Przygonski, que
caiu num tipo de buraco em que era impossível sair so- Toyota lutaram pelo pódio, ficando claro que em termos terminou em quinto. O polaco limitou-se a andar o que
zinho, e para cúmulo, Daniel Elena lesionou-se. Quanto a de andamento puro as Toyota deram um bom pulo. podia, mas não conseguiu melhor do que ficar a quase
Peterhansel, teve um Dakar estranho, parecendo já um Veja-se por onde andaram os Mini, para o perceber três horas do vencedor. Os carros alemães andaram
pouco saturado, cometeu erros pouco vistos nele, e foram melhor. No top 10 ficaram cinco Hilux e isso diz muito sempre arredados dos lugares da frente. O segundo Mini
esses erros que o tramaram e abriram o caminho a Sainz. da resistência do carro. foi o de Boris Garafulic e do português Filipe Palmeiro, na
Num dia tinha meia hora de avanço, no dia seguinte já GinieldeVilliersterminounopódio,masjá nãomostraa 13ª posição, a quase 13 horas do vencedor.
tinha uma hora de atraso. É assim o Dakar. mesma garra que lhe permitiu vencer o Dakar em 2009. Mikko Hirvonen e Orlando Terranova fecharam o top
Depois, Peterhansel estava a mostrar que se iria facil- É um bom piloto, ‘certinho’, comete poucos erros, mas já 20 - não passaram do 19º e 20º lugares - mais um pouco,
mente desenvencilhar dos Toyota, mas partiu a direção não brilha como antes. Bem melhor esteve o holandês quase a um dia do vencedor. Foi demais. Não foi só azar,
do Peugeot na penúltima etapa, depois dum toque numa Berhard ten Brinke, que embora não chegando ao fim, longe disso. Uma equipa que vence todos os Dakar entre
árvore, e nem ao pódio foi, sendo este o seu pior Dakar bem merecia, pois fez uma bela prova, mostrando que 2012 e 2015 e agora nem pelo pódio luta? Mau demais.
em muito tempo. Quanto a Cyril Després, desde a etapa é uma boa aposta da Toyota. Andou na luta com os seus Daqui para a frente ficaram os concorrentes privados, com
4, quando caiu para lá do top 5, passou a ser apenas um colegas de equipa, e se não teve andamento para Attiyah, Khalid Al Qassimi à cabeça, com um Peugeot 3008 DKR
mochileiro de luxo. Terminou no 31º lugar. podia perfeitamente ter batido de Villiers. Sem a Peugeot do ano passado. Terminou em sexto, três horas na frente
no Dakar para o ano, se não aparecer outro projeto forte, de Martin Prokop, sétimo, piloto que teve um Dakar cheio
TOYOTA MAIS FORTE a Toyota será super-favorita, pois não temos sequer ideia de aventuras e problemas, mas sempre com o top 10 à
de como a Mini vai dar a volta ao texto relativamente ao vista, algo que ficou claro desde muito cedo. Do oitavo ao
Ficou claro para todos que os Toyota estiveram neste que lhe sucedeu neste Dakar. 12º lugar, cinco Toyota Hilux, um carro que é hoje em dia
Dakar mais perto do andamento dos Peugeot, mas o mais seguro para um privado fazer o Dakar.
aqui a diferença fez-se na qualidade dos pilotos e neste MINI ULTRAPASSADO E assim caiu o pano sobre, senão o mais duro, um dos
momento só Nasser Al-Attiyah tem capacidade e an- mais, mesmo contanto com os primeiros anos em África.
damento para se opor aos homens da Peugeot. Teve Ficou claro que, mesmo evoluído, o Mini parece estar As dificuldades que Marca Coma e a ASO colocaram aos
alguns azares, como dois furos e quebra da suspensão ultrapassado (ou então são os pilotos que estão longe), concorrentes fizeram deste um Dakar que em nada deveu
da Hilux que o deixaram algo atrasado e depois já não e o novo projeto buggy Mini da X-Raid está ainda muito aos africanos, que valha a verdade, também tiveram anos
conseguiu recuperar, especialmente face a Sainz. Tentou verde para o que quer que seja. O carro irá testar e rodar de nos fazer adormecer. Neste Dakar, isso foi impossível,
sempre, nunca deixou de tentar manter a pressão, mas muito em 2018, e por isso tudo poderá ser bem diferente vejam lá que até apareceu um holandês ‘alucinado’ a dizer
não chegou, terminando no segundo lugar. para o ano que vem. Este Dakar, para a Mini, se não foi que passou por ele um Peugeot a voar...
O seus dois colegas de equipa estiveram bem, mas a um desastre, não andou lá longe.

/
DAKAR 2018

6

CAMIÕES para a frente da classificação geral virtual, uma quebra muito grave na transmissão reabastecido numa zona de neutrali-
KAMAZ: parou na pista ao km 79, abandonando. dianteira e pensei que o nosso Dakar zação, o que é proíbido pelas regras. A
14 VITÓRIAS Antes, depois de um duelo sempre muito tinha terminado”, disse Nikolaev. polémica estava lançada, mas como
EM 18 equilibrado, e de um começo menos bom Nodia seguinte, Villagra e Nikolaev ter- no dia seguinte Villagra abandonou,
EDIÇÕES do argentino da Iveco, Villagra passou para minaram a etapa de 523 km separados o caso ‘morreu’ aí. Foi pena que tudo
a frente da corrida na Etapa 11, aproveitan- por 1m08s, o que significava que a lide- terminasse dessa forma, com os russos
Eduard Nikolaev (Kamaz) venceu o do dois furos que demoraram mais tempo rança passava novamente para a posse a alegar que o argentino só conseguiu
Dakar nos Camiões com 3h57m17s que o normal a serem mudados do lado de Nikolaev… por um segundo. Até que andar mais depressa porque o seu ca-
de avanço para Siarhei Viazovich dos russos, com Villagra a liderar com na etapa 13 o argentino ficou parado. mião estaria mais leve, devido a levar
(Maz), mas estes são números total- 1m07s de avanço: “Pensei que tombar o Ironicamente, no dia anterior, tinha menos combustível no depósito. O que
mente enganadores já que a categoria de camião na etapa 5 tivesse sido o principal surgido um vídeo feito pelos russos fica para a história são as 14 vitórias em
pesos pesados só ficou resolvida a favor desafio, mas não foi. Terça-feira tivemos em que se via o Iveco de Villagra a ser 18 edições desde 2000, da Kamaz.
do russo quando Federico Villagra cedeu
na etapa 13, isto depois de ter arrancado
para essa tirada a... um segundo do líder.
Tudo se precipitou nessa tirada, quando o
pilotodaIveco,quejálideravavirtualmen-
te a especial ao km 46, e tinha passado

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1 EDUARD NIKOLAEV/ EVGENY YAKOVLEV/ VLADIMIR RYBAKOV KAMAZ - MASTER 54H 57M37S
2 SIARHEI VIAZOVICH/ PAVEL HARANIN/ANDREI ZHYHULIN MAZ-SPORTAUTO + 03H57M17S
3 AIRAT MARDEEV/AYDAR BELYAEV/DMITRIY SVISTUNOV KAMAZ - MASTER + 05H22M34S
4 ARTUR ARDAVICHUS/ SERGE BRUYNKENS/MICHEL HUISMAN TEAM DE ROOY IVECO + 06H38M22S
5 MARTIN MACIK/FRANTISEK TOMASEK/MICHAL MRKVA BIG SHOCK RACING + 07H58M45S

SIDE BY SIDE SÓ ‘DÁ BRASIL’
A VEZ DE REINALDO VARELA

Depois de várias participações com Gugelmim, o seu navegador de sempre,
pouco sucesso nos autos, Reinaldo chegando a um merecido triunfo, o
Varela venceu o Dakar nos Side by Side, segundo consecutivo para o Brasil, depois
dominando por completo uma prova muito da vitória de Leandro Torres e Dourival
difícil, ainda mais para os pequenos SxS. Roldan o ano passado. Aos 59 anos, é
O brasileiro teve um começo de Dakar notável, passar 72h44m06s dentro do
algo difícil, até à terceira etapa, mas carro ‘neste’ Dakar é obra! Curiosamente,
quando chegou à liderança, na quinta é o único vencedor deste ano no Dakar
tirada, já não mais a largou, aumentando que não tem qualquer ligação à Red
paulatinamente a vantagem para os Bull. “Estou muito emocionado. Dedico
seus adversários, passando depois a esta vitória à minha família, que está
controlar o seu andamento e a fugir sempre ao meu lado, ao meu navegador
das armadilhas. O que perdia num dia Gustavo Gugelmin, que fez uma navegação
recuperava no seguinte, vencendo cinco perfeita, e à equipa South Racing Can-Am/
especiais, chegando a Córdoba com Divino Fogão, que proporcionou o melhor
um avanço de quase uma hora para o UTV e a melhor estrutura possíveis. O Can-
francês Patrice Garrouste, que ainda deu Am Maverick X3, mais uma vez, mostrou
um ar da sua graça na segunda metade que está pronto para qualquer coisa”,
da prova, mas pouco pôde fazer para disse.
almejar a mais. Depois de ter feito o Dakar Como se sabe, os dois portugueses,
sozinho em 2013 num UTV, Varela dividiu Pedro de Mello Breyner e Pedro Velosa,
agora o cockpit do Can-Am com Gustavo desistiram cedo, devido a acidente.

>> autosport.pt

7

O DAKAR 2018 CASO ENSOMBROU O DAKAR
EM NÚMEROS
Kees Koolen, piloto dos quads, Mas Kees Koolen não se ficou: “Se bateu no quad. Pode ver-se que o meu
PAÍSES VISITADOS despoletou uma situação neste houver uma penalização séria ficarei Quad tem muito estrago. Mas ele diz
Peru, Bolívia e Argentina Dakar que poderia ter redundado em satisfeito. Se não houver, todos sabem que não me tocou.”
QUILÓMETROS PERCORRIDOS grande complicações, e apesar do que tenho acesso a bons advogados, A Peugeot forneceu depois a
assunto ter ficado aparentemente talvez os melhores do mundo. Tomarei telemetria do carro do espanhol,
8793 km, dos quais 4047 km solucionado, a forma como o holandês medidas, irei instaurar um processo analisou o tracking da ASO e decidiu
falou inicialmente levava a crer que crime alegando que estive a 20 cm anular a penalização: “Eles puderam
cronometrados, ao longo de 14 Etapas algo se tinha realmente passado, de ser morto. Olhas em volta quando comparar os dados e certificar-se
e 13 Especiais mas pelos vistos ‘a montanha pariu ouves o Sentinel e depois tens 10 ou 20 de que o Carlos estava correto”,
VITÓRIAS EM ETAPAS um rato’. segundos para decidir o que fazer. Ouvi disse Famin. Desde esse momento
MARCAS Tudo sucedeu na etapa 8 quando o Sentinel, olhei à volta e nesse mesmo não se voltou a ouvir Kees Koolen. O
o holandês se queixou de ter momento vi-me a voar. Penso que ia a que não sabemos é se a ‘retirada’ foi
7 Peugeot 3008 DKR Maxi sido atropelado por Sainz e que 20 km/h, o Peugeot ia a 120, 150, 180… estratégica ou pura e simplesmente
6 Toyota Hilux Peterhansel não parou para ajudar. O Foi inacreditável e tive muita sorte. Ele ‘engoliu em seco’...
caso foi analisado e Sainz penalizado
PILOTOS em 10 minutos. O holandês queixou-
se de não ter sido ouvido pelo CCD
4 Al-Attiyah (ES1, ES3, ES12, ES13) (entidade que é externa à ASO)
3 Peterhansel (ES5, ES8 e ES10) acrescentando que que podia ter
2 Sainz (ES6 e ES7) morrido, ameaçando ir até às últimas
1 Loeb (ES4) consequências, tendo mesmo falado
1 Després (ES2) em possível processo crime.
1 Ten Brinke (ES11) A Peugeot recorreu e Bruno Famin
1 De Villiers (ES14) disse inicialmente: “Não existe nada
de concreto no processo e tudo se
COMANDANTES DO RALI resume à palavra de um contra a
Al-Attiyah (ES1) de outro. Está bastante claro que
Després (ES2) não existiu contacto entre o quad
Peterhansel (ES3 a ES6) e o carro. Os Comissários puniram
Sainz (ES7 a ES14) o Carlos por não ter parado, ainda
TEMPERATURA AMBIENTE MAIS ELEVADA que não tenha havido choque”, disse.
Carlos Sainz disse: “A versão dos
35º (ES13) acontecimentos do piloto do quad não
corresponde à realidade.”
TEMPERATURA AMBIENTE MAIS BAIXA

6º (ES6)

ALTITUDE MÁXIMA MAIS ELEVADA

4786M (ES8, Uyuni-Tupiza)

55% DE ABANDONOS

EUGENIO AMOS Mais de metade dos concorrentes deste Dakar ficou pelo “LEVANTEI A MOTO 50 VEZES...”
BRILHOU caminho. Quem sofreu mais foram os Quads e a categoria
com menos abandonos foi a dos Camiões. A dureza deste Dakar ficou bem espelhada em duas situações das
O jovem italiano Eugenio Amos, piloto que Só por curiosidade, o primeiro a desistir foi o alemão inúmeras que aqui podiam ser dadas como exemplo. Bruno Scheurer, um
veio dos GT para se estrear no Dakar, foi uma Juergen Droessiger, que bateu com a sua moto KTM num francês de 47 anos que se estreou no Dakar, estava desesperado por mais
das revelações da prova. Aos comandos do carro particular, na ligação para a primeira etapa, entre uma vez ter ido com a moto ao chão: “Não consigo levantar mais a moto.
competitivo Buggy SMG, brilhou na quarta Lima e Pisco. Depois de tanto esforço, é brutal nem à Levantei-a 50 vezes ontem. Não consigo mais. Já não posso! É pesada. Já
etapa com um quinto lugar que o levou à primeira etapa chegar... tinha desistido, mas recebi tantas mensagens que continuei. Fiz 18 horas
sexta posição da geral, caindo para sétimo na moto ontem, cheguei às 10, saí às 4 da manhã” disse, antes de desatar
na etapa seguinte devido a ter apanhado MOTOS QUADS CARROS CAMIÕES SXS TOTAL a chorar convulsivamente. Lá prosseguiu, não sabemos por quanto mais
percursos demasiado rápidos para o seu tempo, provavelmente até ter ido ao chão novamente...
carro. O piloto só atirou a toalha ao chão na INÍCIO 139 49 92 44 11 335 Noutro registo, os irmãos Tim e Tom Coronel rodaram num dos dias 150
sétima etapa, depois de ter ‘faltado o ar’ ao km a 40 km/h, com o seu Jefferies Buggy com a caixa de velocidades presa
motor atmosférico do seu carro na altitude DESCANSO 110 41 62 23 10 246 em primeira: “Foi o dia mais duro de todo o rali”. Mas terminaram a prova,
da Bolívia e ter visto queimar a embraiagem, no 35º lugar a quase... três dias de Sainz. São apenas dois exemplos dos
chegando demasiado tarde ao bivouac, já FINAL 85 32 43 18 6 184 muitos que podiam ser dados, porque dos 335 concorrentes que iniciaram
não partindo por isso no dia seguinte: “Foi o Dakar, todos eles levam muitas histórias para contar...
pena, pois estivemos muito bem no Peru e PERCENTAGEM 61% 65% 47% 41% 54% 55%
ansiávamos pelas rápidas pistas Argentina,
mas já não chegámos lá”, disse.

8

DAKAR 2018

SONHO Desde2001que,nasmotos,oRali cular desta edição, pode estender-se a
PERFEITO Dakar só conheceu uma mar- ideia à Áustria em toda a linha.
ca no lugar mais alto do pódio. Este ano o golpe de asa ficou guardado
Pelo 17º ano consecutivo a KTM venceu o Rali Dakar, a Falamos, claro está, da KTM. para a 10ª etapa. Aí grande parte dos favo-
mais dura prova de todo o terreno do mundo. Em novo Parece mentira, mas é mes- ritos à vitória final não conseguiram en-
triunfo eis que a insígnia de Mattighofen escreveu mais mo assim. Apesar deste ser um contrar o derradeiro waypoint do dia, na-
um capítulo de sucesso nesta contagem que parece não evento tão duro e com tantos imprevistos quele que foi um erro de navegação como
ter fim. A marca austríaca, pela primeira vez, conquistou adjacentes, as motos laranjas não colocam há muito já não se via. Entre as grandes
o ‘pé em ramo verde’ pelo que chegar ao trutas deste pelotão de heróis sobraram
a corrida com um piloto originário da Áustria. De seu fim em primeiro já é visto como um sim- Matthias Walkner e Adrien Van Beveren,
nome: Matthias Walkner ples bocejo. que era líder à partida para essa etapa e
Parece que no início de cada ano civil assumia-se como o grande favorito à vi-
Alexandre Melo assistimos à pura demonstração da fa- tória. Porém, o piloto da Yamaha caiu a três
[email protected] mosa teoria das espécies, onde, como quilómetros do final do setor seletivo e foi
todos sabemos, apenas aquelas que para casa mais cedo de forma amarga.
melhor se adaptam ao meio ambien- Sobrou o são e salvo Matthias Walkner que
te conseguem a sua sobrevivência. E é bem se pode dizer, estava no sítio certo à
precisamente isso que a KTM vai fazen- hora certa. Sorte dirão uns, mas a verda-
do de forma exímia. Os rivais ameaçam de é que esta protege os audazes. Nesse
e cria-se no ar a sensação de que este mesmo dia, Walkner venceu a tirada, a
ano é que vai ser, mas no final a história única que conquistou em 2018, e assumiu
acaba da mesma forma. Se o futebol é em definitivo o comando da prova orga-
um jogo de 11 contra 11 e no final ganha nizada pela Amaury Sport Organisation.
a Alemanha, como diz o ‘ditado’, aqui, no Com minutos e mais minutos de vanta-
Dakar, ganha a KTM ou, no caso parti- gem sobre os ‘desaparecidos em com-

>> autosport.pt

9

QUADS IGNACIO CASALE
VENCEDOR INCONTESTÁVEL

bate’, Walkner apenas limitou-se a gerir a ‘modernice’, acabou por ser uma das Quatro anos após a sua primeira vitória das motos e quads: “É verdadeiramente
os acontecimentos até ao final da corri- velhas armas do Dakar antigo a resolver. no Dakar na categoria de quads, Ignacio perigoso para os pilotos de quads e é uma
da, onde a partir da 10ª tirada nunca ficou Isto é, a navegação, elemento fundamental Casale alcançou este ano a sua segunda decisão que tem de ser repensada, já que
abaixo do oitavo lugar em etapas. para o bom sucesso neste tipo de provas. vitória na prova, numa edição vista como a os rasgos fundos que os camiões e os
O piloto da KTM tornou-se assim no pri- Sem esta componente nada feito. Que o mais difícil dos últimos anos. carros deixam no terreno são um perigo
meiro austríaco a vencer o Dakar nas duas digam Joan Barreda Bort, Toby Price, Kevin Depois do chileno ter sido segundo em para as motos e quads. Em alguns casos
rodas e ofereceu à nova e ultra fiável 450 Benavides, Ricky Brabec e Antoine Méo, 2017 e sofrido duas desistências em tal levou mesmo a situações como a que
Rally, que venceu sete etapas, uma es- tudo pilotos que caíram num erro que 2015 e 2016, Ignacio Casale foi o único vivi, em que um piloto de um carro, per-
treia de sonho. Curioso que já havia sido promete ficar para a história do evento dos vencedores de 2018 que assumiu o dido, apareceu-me de frente, num leito de
Walkner a dar a este protótipo o seu pri- concebido por Thierry Sabine. comando no primeiro dia e nunca mais o um rio, e passou a 20 metros de mim, não
meiro triunfo. Estávamos então no mí- Numa corrida pintada de laranja, o melhor largou. Uma prova perfeita, terminando to- mais.” Ignacio Casale torna-se assim num
tico Rali de Marrocos, que decorreu em dos outros foi Kevin Benavides. O piloto das as etapas entre os quatros primeiros. dos grandes pilotos do Dakar sul-america-
outubro de 2017 e encerrou o Mundial de argentino, que esteve ausente do último A par desta performance, ao seu domínio no, ao conquistar duas vitórias em quads,
Cross Country e Ralis da última época. Dakar por lesão, foi o porta-estandarte da também ajudou o abandono prematuro depois de em 2010 ter participado de
Ainda no campo das estatísticas, notá- Honda, que mais uma vez falhou um triun- de Sergei Kariakin, vencedor da edição de camião, em 2011 de moto e desde então,
vel o facto da KTM ter chegado ao triunfo fo que já foge desde 1989. Basta dizer que 2017, que deixou Casale mais à vontade na aos comandos de um quad, já chegou por
pelo quarto ano consecutivo com o quarto dos cinco pilotos oficiais que estiveram à liderança da prova. duas vezes ao triunfo. O piloto chileno es-
piloto diferente - Marc Coma, Toby Price, partida para este Dakar apenas dois che- Na última semana o piloto chileno aca- pera estar na edição de 2019 que ao que
Sam Sunderland e Matthias Walkner. garam ao fim numa onda de abandonos bou por gerir a prova e a distância que o tudo indica vai regressar ao Chile: “Vamos
Uma dinastia, que tem diversos prínci- que arrastou consigo Joan Barreda Bort, separava dos seus mais diretos adversári- ter o regresso do Dakar ao Chile, de onde
pes a despontar. vencedor de três etapas, Ricky Brabec e os de forma a não correr riscos. No final, nunca deveria ter saído e por isso vamos
Curioso que num Dakar tão duro, o mais Michael Metge. Ainda antes da partida à chegada a Córdoba, onde terminou a ter de nos preparar bem para mais um
exigente desde que a prova mudou-se ficou de fora Paulo Gonçalves. 40ª edição do Dakar, o piloto chileno afir- Dakar em 2019”, finalizou. FM
para a América do Sul, mas já virado para Regressando a Kevin Benavides, o piloto mou: “Foi uma prova muito dura, contudo,
da Honda tornou-se no primeiro argentino soubemos fazer as coisas bem. Esta tinha Husqvarna apenas à oitava posição. Os
C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O a liderar a corrida nas duas rodas e obte- de ser uma corrida com muita cabeça e à diversos problemas mecânicos na nova
ve a sua melhor classificação no Dakar. qual chegámos bem preparados. É incrível FR 450 Rally, algo que não é muito habi-
1º MATTHIAS WALKNER (KTM) 43H06M01S O pódio ficou completo com o regressado a emoção de voltar a vencer, porque rep- tual, travaram as elevadas ambições do
Toby Price, piloto que estava há um ano resenta muito trabalho e muito sacrifício piloto chileno. Mesmo assim ficou a salvo
2º KEVIN BENAVIDES (HONDA) + 16M53S sem competir. Price realizou uma prova e mostra que todo o sacrifício acaba por um lugar no top 10.
em crescendo, nomeadamente em ter- ser premiado. Foram precisos quatro anos Dani Oliveras foi nono e permitiu à privada
3º TOBY PRICE (KTM) + 23M01S mos físicos, e garantiu a vitória em duas para voltar a vencer e estou muito con- Himoinsa Team colocar dois pilotos entre
etapas. Tal como Benavides, pagou muito tente com esta vitória”, afirmou o piloto os 10 melhores, depois do quinto posto de
4º ANTOINE MÉO (KTM) + 47M28S caro o erro da 10ª etapa. chileno. Apesar da vitória, Ignacio Casale Gerard Farrés Guell. Oliveras terminou
não deixou de criticar a organização do quatro etapas entre os oito mais rápidos
5º GERARD FARRÉS GUELL (KTM) + 1H01M04S DIVERSIDADE Dakar por ter feito com que em algumas e registou a sua melhor classificação em
etapas carros e camiões largassem antes cinco participações num Dakar.
6º JOHNNY AUBERT (GAS GAS) + 1H53M53S Apesar de nas cinco primeiras posições O chileno José Ignacio Cornejo, que subs-
termos tido quatro KTM a verdade é que no final de duas semanas de competição tituiu o lesionado Paulo Gonçalves, foi 10º
7º ORIOL MENA (HERO) + 2H22M52S tivemos cinco construtores diferentes re- após uma corrida onde esteve sempre a
presentados no top 10: KTM, Honda, Gas cheirar tal objetivo e acabou por estar à
8º PABLO QUINTANILLA (HUSQVARNA) + 2H24M05S Gas, Husqvarna e Hero. E seis nos 11 pri- altura de um desafio tão exigente. Para
meirossequisermosacrescentaraSherco. brilhar Cornejo ficou de fora Joan Pedrero,
9º DANI OLIVERAS (KTM) + 2H37M20S No quarto posto ficou o também regressa- que quedou-se pelo 11º posto. O piloto da
do Antoine Méo. O piloto gaulês levou para Sherco desiludiu na fase inicial da corri-
10º JOSÉ IGNACIO CORNEJO (HONDA) + 2H42M36S casa duas vitórias em etapas e conseguiu da, mas esteve a um excelente nível na
também ele o seu melhor resultado na segunda semana, ainda que tal tenha
competição. O experiente Gerard Farrés sido insuficiente para entrar no comboio
Guell terminou o seu último Dakar em dos 10 magníficos, onde já ficou por três
moto no quinto posto, depois de ter sido ocasiões.
terceiro em 2017, e foi o melhor piloto pri-
vado. A experiência contou e muito para
mais um resultado de grande nível num
evento onde os cinco primeiros ficaram
separados por pouco mais de uma hora.
O ‘endurista’ Johnny Aubert foi sexto num
regresso muito positivo por parte da es-
panhola Gas Gas, sendo secundado pelo
também surpreendente Oriol Mena, que
liderou a Hero MotoSports após o aban-
dono de Joaquim Rodrigues e foi o melhor
estreante em prova.
Já o bicampeão do mundo de cross cou-
ntry e ralis, Pablo Quintanilla, levou a sua

/
DAKAR 2018

10

FAUSTO Córdoba, na Argentina, e concluir assim
MOTA esta edição do Dakar.
TERMINA “As etapas na Bolívia foram muito duras,
O DAKAR muito por causa da lama que acabou
por criar alguns problemas com a me-
C oncluir pela terceira vez o Dakar cânica e fazer perder muito tempo. Já ao
não é fácil e muito menos para longo dos dias de prova na Argentina, a
pilotos que estão longe de ter um missão era gerir para poder chegar ao
apoio como aquele que é prestado final desta 40ª edição do Dakar, que foi
aos pilotos de fábrica. a mais dura em que participei, e assim
Fausto Mota, apesar das dificuldades concretizar um dos meus objetivos”,
porque passou na passagem da pro- afirmou Fausto Mota. Sempre na luta
va pela Bolívia, acabou por chegar a e a progredir na classificação geral, o
piloto de Marco de Canavezes acabou
por terminar o Dakar na 43ª posição
da geral a 13h42m17s do vencedor,
não conseguindo assim concretizar
o segundo objetivo deste Dakar que
passava por terminar no top 30. “O
cancelamento de duas etapas acabou
por me penalizar, como já tinha acon-
tecido em 2017, já que estas decisões

acabam por penalizar os pilotos mais a retificar”, sublinhou Fausto Mota na
regulares, que é o meu caso, impedindo chegada a Córdoba onde terminou a
de ganhar mais umas posições na 40ª edição do Dakar. Apesar de não
classificação. Mas a verdade é que este ter terminado entre os 30 primeiros
foi um Dakar muito duro, e chegar ao da classificação geral, Fausto Mota foi
final é bastante positivo, mas fiquei um o único piloto luso a concluir a edição
pouco longe do objetivo, o top 30, devi- de 2018 do Dakar nas duas rodas, o
do também a alguns problemas com a que lhe deixa boas perspectivas para
mota, que levámos demasiado tempo regressar em 2019. FM

DÁ-LHE GÁS

Depois de dois anos de ausência, a marca colheu os saborosos frutos disso mesmo.
espanhola, agora detida pela Torrot, Ganhando cada vez mais confiança com o
regressou ao maior evento de todo o passar dos dias, o piloto gaulês foi subindo
terreno do mundo com um conjunto oficial. na classificação geral e nas últimas três
Na linha de partida estiveram três Gas etapas nunca ficou abaixo do sétimo lugar.
Gas, que na prática eram três KTM Rally Quanto a Jonathan Barragán, chegou a
versão 2017, que foram pilotadas por Johnny brilhar na primeira semana ao lutar pela
Aubert, o estreante Jonathan Barragán e por liderança entre os estreantes em prova e
Cristian España. estar à porta do top 10. Porém, a segunda
A equipa Gas Gas, comandada de forma semana de competição foi mais difícil para
sublime pelo antigo piloto Giovanni Sala, o piloto que chegou do Mundial de Enduro.
foi uma das agradáveis surpresas do Dakar Ainda assim, Barragán terminou esta
de 2018. No final da prova, Johnny Aubert aventura em 15º e como o segundo melhor
fechou a corrida num sensacional sexto ‘rookie’.
lugar nesta que foi, apenas, a sua segunda Cristian España foi o mais discreto dos três
participação na corrida, onde se estreou em pilotos Gas Gas e quedou-se pela 30º posição.
2012, com um 12º lugar. Porém, ajudou o chefe de equipa, Giovanni Sala,
Bicampeão do mundo de enduro (2008 e a cumprir o objetivo de manter a equipa 100%
2009), Aubert fez uma corrida imaculada e intacta na chegada a Córdoba. AM

>>motosport.com.pt

11

A RAINHA
DO DAKAR
E m 2015 a piloto da KTM tornou-se na segunda
piloto feminina a terminar o Dakar entre os nunca desistiu no evento organizado pela Amaury categoria moto, que levaram de vencido o percurso.
10 primeiros, na categoria moto, e obteve, até Sport Organisation. Nesta 40ª edição do Dakar, E já se fala numa passagem da piloto espanhola para
ao momento, a melhor classificação de uma Laia Sanz e a holandesa Mirjam Pol foram as únicas os autos.
mulher no maior evento de todo o terreno do mundo. duas senhoras, em quatro que estiveram à partida na Seguirá as pisadas de Jutta Kleinschmidt? AM
A partir dessa altura o foco na múltipla campeã do
mundo de enduro e trial passou a ser maior.
A verdade é que se nas últimas duas participações
no Dakar, Laia Sanz esteve mais discreta, em 2018
a piloto espanhol voltou a exibir-se ao seu melhor
nível.
Com o privilégio de ser piloto oficial da KTM e estar
aos comandos da nova 450 Rally, Sanz fechou a
corrida num positivo 12º lugar, que representa o
seu segundo melhor desempenho em oito partici-
pações no Dakar.
Resultado de uma corrida em crescendo e onde o
conhecimento perfeito dos seus limites foi meio
caminho para chegar com sucesso a Córdoba. Nem
mesmo duas aparatosas quedas travaram a aguer-
rida catalã que nas já referidas oito participações

TRISTE SINA as pisadas dos compatriotas Stéphane O HERÓI
Peterhansel e Cyril Despres. DA HERO
Em evidente ponto de maturação do seu Porém, na 10ª etapa tudo mudou. Ao contrário
mais recente projeto nas maratonas de grande parte dos favoritos à vitória, em Antes do Dakar as expectativas da Piloto com raízes no enduro, Mena
internacionais, a Yamaha chegou ao Dakar conjunto com Matthias Walkner, o piloto da equipa indiana estavam depositadas realizou uma corrida muito consistente e
de 2018 com um objetivo bem ambicioso: Yamaha descobriu o caminho das pedras no ‘nosso’ Joaquim Rodrigues, que sempre em crescendo. O piloto espanhol
quebrar o domínio da rival KTM. Para tal para o famoso sétimo waypoint. Contudo, tanto impressionou no Dakar de 2017. espremeu da melhor forma a nova moto
contava com uma competente equipa, ainda dentro da sorte chegou o azar, pois a Porém, uma violenta queda logo na da Hero (Speedbrain), que se revelou
que sem o lesionado Hélder Rodrigues, e com três quilómetros do fim da especial uma primeira etapa conduziu ao amargo muito fiável, e esteve a um alto nível na
uma nova WR450F. violenta queda atirou Adrien Van Beveren abandono do piloto luso. Desta forma segunda semana de prova, onde fechou
E a verdade é que desde o início da corrida e as esperanças da Yamaha para o lixo. O a Hero MotoSports teve de abordar as quatro etapas entre os 10 primeiros.
que a Yamaha, por intermédio de Adrien Van francês, que abandonou pela primeira vez duas semanas de competição com o O quarto lugar na dura 10ª etapa foi
Beveren, mostrou estar em condições de o Dakar, juntou-se aos colegas Xavier de estreante Oriol Mena e o ‘filho’ da casa o seu melhor desempenho. Como
lutar pela vitória final, que escapa desde o Soultrait e Franco Caimi, nesta edição de CS Santosh. Muito pouco, pensaram resultado final, o piloto catalão fechou
longínquo ano de 1998. 2018, nesse doloroso desfecho. A equipa da muitos, mas a verdade é que a Hero o Dakar num sensacional sétimo lugar
O piloto gaulês, a cumprir a sua terceira Yamaha foi assim da euforia à depressão total cerrou fileiras e fechou o Dakar com nota e com mais de 50 minutos de vantagem
presença no Dakar, foi uma das grandes num instante. Restou no triplo diapasão o muito positiva. para o segundo melhor ‘rookie’, que foi o
figuras, se não a maior, da primeira semana ‘aguadeiro’ Rodney Faggotter que segurou as No campo de Santosh, o piloto indiano também ‘endurista’ Jonathan Barragán.
de corrida e o único que segurou o comando pontas até Córdoba e obteve o 16º lugar final. completou o objetivo mínimo de terminar Um “sonho realizado” segundo Mena,
por dois dias consecutivos. Começava a Escasso, mas o Dakar não perdoa. AM a corrida, tendo sido o 34º, naquela que em conjunto com Joaquim Rodrigues
ganhar força que o múltiplo vencedor do que foi a sua melhor participação em deixam antever um futuro muito risonho
Enduropale du Touquet poderia vir a seguir quatro Dakar já realizados. Já Oriol Mena para a Hero MotoSports, formação
sucedeu ao argentino Franco Caimi como que está a conquistar o seu espaço na
o melhor piloto estreante no Dakar. mítica maratona. AM

F1/12 >> autosport.pt
FÓRMULA 1

SERGEY SIROTKIN ERA muito feliz e agradecido a todos os que talento, o feedback técnico e a ética de
A PEÇA QUE FALTAVA me ajudaram. O resultado de todo o nosso trabalho, tanto na fábrica, quanto na pista,
esforço combinado ajudou-me a cum- nos treinos em Abu Dhabi. Estou muito
XADREZ prir o meu sonho. Deixo aqui a garantia satisfeito por ele se juntar à Williams.
DA F1 à equipa que podem confiar em mim, Temos uma dupla emocionante para 2018,
COMPLETO… porque me vou esforçar ao máximo”, que acreditamos nos ajudará a maximizar
Com o anúncio de Sergey Sirotkin para a vaga disse Sergey Sirotkin. o potencial do FW41”, finalizou Paddy
da Williams, fechou-se o mercado de pilotos na F1. Já do lado da Williams, Claire afirma: “A Lowe, diretor técnico da equipa.
O russo ganhou a ‘corrida’ a Kubica, que fica como filosofia da Williams sempre foi promover
piloto de desenvolvimento da equipa de Grove e desenvolver jovens talentos e o Sergey KUBICA PILOTO DE TESTES
encaixa-se diretamente nisso. Temos
Jorge Girão Mas o panorama não é bom… uma dupla de pilotos talentosa e estamos Um dia depois, a equipa confirmou tam-
[email protected] É certo que se o carro ajudar, isso poderá confiantes que vamos ter bons resultados bém que Robert Kubica seria o piloto de
mascarar um pouco o nível dos pilotos, para a equipa.” testes e desenvolvimento, confirman-
Anovela do segundo piloto da mas tudo leva a crer que os homens de “Realizámos um rigoroso e exaustivo do-se assim o meio-regresso do piloto
Williams chegou ao fim. Du- Grove não vão ter vida fácil. processo de avaliação de pilotos. Em úl- polaco à Fórmula 1. O polaco vai partici-
rante muito tempo, Sergey Não que o que fez Lance Stroll o ano pas- tima análise, o Sergey impressionou a par nos testes de Barcelona, e em vários
Sirotkin e Robert Kubica esti- sado tenha sido mau, longe disso, já que equipa com o seu ritmo de pilotagem e treinos livres, anunciou ainda a equipa.
veram em avaliação, a Williams teve uma evolução que se pode considerar A experiência do piloto polaco vai ser
realizou testes comparativos positiva, mas a este nível, na F1, faria todo muito importante, e como se percebe,
para ter uma base sólida para tomar a o sentido ter a seu lado, como sucedeu vai estar ‘logo ali’ para o que der e vier:
sua decisão, e optou pelo russo. Contudo, em 2017, um piloto experiente, mas não é “Estou extremamente feliz por me jun-
embora não o admita, isso foi apenas mais isso que vai suceder este ano. A verdade tar à Williams como piloto de reserva e
um dado nesta complexa equação, em é que também não havia. Sirotkin tem desenvolvimento em 2018. Sinto-me na
que o ‘dote’ de cada um dos pilotos teve tudo para aprender, e se ninguém duvida melhor forma física que já estive, mas
uma forte palavra a dizer. que é um piloto rápido, vamos ver como tenho tido muito trabalho para chegar
Depois de testes e análises dos respon- se sai em corrida. onde estou agora. Gostaria de agradecer
sáveis - às finanças de cada um e às suas O comunicado em que a Williams con- à Williams pelas oportunidades que me
qualidades em pista - a Williams deci- firma Sirotkin diz que o piloto de 22 deram até aqui e por apostarem em mim
diu-se pelo russo, que vai assim correr anos impressionou a equipa nos testes com este compromisso. Gostei de estar de
este ano ao lado de Lance Stroll. Para da Pirelli, em Abu Dhabi. O russo pilotou volta ao paddock da F1 nos últimos meses,
uma equipa que quer recuperar o seu pela primeira vez para a Williams nesse e agora estou ansioso para trabalhar com
estatuto na F1, e que há pouco mais de teste, mas já tinha alguma experiência a equipa técnica da Williams, tanto na
12 meses tinha no seu line-up Valtteri de Fórmula 1, devido aos dois anos como fábrica, quanto na pista, para realmente
Bottas e Felipe Massa, é um risco enorme piloto de testes da Renault. “Estou feliz e ajudar a avançar com o desenvolvimento
dois jovens com tão pouca experiência orgulhoso por me juntar a uma equipa tão do FW41. O meu objetivo final continua a
na F1, mas foi esta a decisão tomada e famosa como a Williams. Tive de trabalhar ser correr novamente na F1 e este é ou-
agora há que esperar pelso resultados. muito para chegar aqui e estou mesmo tro passo importante nessa direção: mal
posso esperar para começar”, disse.

WRCGUIA2018
APRESENTAÇÃOWRC 2018
EQUIPAS
PILOTOS
CALENDÁRIO
ESTATÍSTICAS
O QUE MUDA
RALI DE PORTUGAL

DEOSMEMELPHROER?

14 WRC/
ANTEVISÃO

EMMAIESLHOR!
Em 2017 a nova era do WRC redundou em sete vencedores diferentes das quatro equipas
em competição. Este ano, sem grandes alterações regulamentares, podemos ambicionar
uma época ainda melhor? Tudo está a caminhar nesse sentido…
Fábio Mendes com José Luís Abreu
[email protected]

Ano novo, vida nova, novo cam- ta e para o comprovar basta olhar para INGREDIENTES CERTOS igual ao doutras equipas, a luta não será
peonato de ralis. Arranca hoje, a estatística. tão desigual e a M-Sport poderá dar se-
em Monte Carlo, o WRC 2018, Os novos carros, mais potentes, mais rá- Há mesmo uma grande expetativa para quência ao magnífico trabalho que fez em
numa época que se espera, pidos, mais agressivos e com mais apoio que 2018 possa ser, na pior das hipóteses, 2017. A saída de Ott Tanak para a Toyota
no mínimo, tão competitiva aerodinâmico - ao contrário do WTCC a sequência do que foi a competição em pode ser um aspeto negativo - o estónio
quanto a anterior. 2017 foi um onde essa fórmula ‘arrasou’ com o cam- 2017. Portanto, mais do mesmo espera- não quis ficar novamente na sombra de
ano de ‘retoma’ para o WRC, que vinha peonato (fruto de um domínio exagerado mos nós, e se calhar um pouco melhor, até. Ogier - mas Elfyn Evans já mostrou que
de épocas de algum marasmo, devido à da Citroën) - foram o suficiente suficiente Começando pelos campeões. A M-Sport é claramente um bom piloto, capaz de
previsibilidade dos resultados, decor- para passarmos a ter uma competição regressou às vitórias e aos títulos, depois ganhar ralis se tiver as mesmas armas
rente do domínio da VW. Era preciso um bem mais aberta e imprevisível. Todas de um esforço (e um risco) muito grande que os adversários, e este ano tê-las-á.
murro na mesa e ele surgiu na forma de as equipas ganharam ralis, sete pilotos de Malcolm Wilson para contratar Ogier. Ter o galês como segundo piloto tem o
novas regras, revolucionárias, que leva- diferentes chegaram aos triunfos e o Ainda aturou algumas ‘birras’ do francês condão da equipa poder-se concentrar
ram a que tudo partisse novamente do campeonato esteve equilibrado quase - um campeão é sempre muito exigen- em Ogier, sabendo que em Evans terá um
zero. A juntar a isso, por coincidência, a até à última prova. Ogier acabou por ser te com a máquina - mas é quando são piloto que assegura resultados e pontos
Volkswagen decidiu sair, e o melhor pi- novamente o vencedor, mas este foi um pressionadas, que as pessoas crescem, importantes para a luta nos construtores.
loto, Sébastien Ogier, foi para a equipa triunfo que nada teve a ver com os ante- e a aposta rendeu, pois a equipa juntou- A Toyota teve um ano de estreia mui-
com menos meios, e em cima da hora. riores, na VW, pois aí era o melhor piloto, -se toda à volta do exigente Ogier. Agora, to interessante, embora com algumas
Isto levou a que esta ‘mistura’ redundas- com a melhor equipa e um carro que se para além de manter Ogier, ainda tem ‘dores de crescimento’ típicas da juven-
se numa competição muito mais aber- não era o melhor, não andava longedisso. também mais apoio da Ford. Por isso, e tude do carro e da equipa. Ainda assim,
mesmo sabendo que o orçamento não é

>> autosport.pt

15

tiveram resultados muito interessan- que obteve em 2017. Craig Breen mantém- mas a sua experiência ainda pode valer
tes. Jari-Matti Latvala foi claramente o -se, ao contrário de Stéphane Lefebvre, bons pontos e Paddon tem de recuperar
melhor piloto da equipa, Juho Hanninen que vai ajudar a Citroën no WRC2 com de um ano mau, que se queria de afirma-
misturou uma grande dose de azar com o novo C3 R5. Mesmo assim, o irlandês ção, mas onde apenas foi uma sombra
outras exibições menos conseguidas e ainda terá que ceder o lugar a Sébastien do que já mostrou. Espera-se que atire
Esapekka Lappi mostrou que é um ta- Loeb, que regressa para disputar três o Monte Carlo de 2017 definitivamente
lento, não de futuro, mas para já, assim provas - México, Córsega e Catalunha. Se para trás das costas.
que tiver mais experiência em todas as testar o suficiente será candidato às vitó- Se tivéssemos que fazer apostas, diremos
provas e não só em algumas. Com a en- rias. Mads Ostberg também vai fazer pelo que no grupo da frente vão andar Ogier,
trada de Tanak, a Toyota tem uma tripla menos uma prova (Suécia) com a Citroën. Neuville e Latvala; Mikkelsen e Tanak
de pilotos de luxo, em que qualquer um A Hyundai, por seu lado, é uma certeza. vão estar logo ali, Meeke também; de-
deles poderá assumir-se na luta pelas Se Neuville não tem perdido os primeiros pois há Evans e Lappi, com Breen a ter,
vitórias, assim o carro o permita, o que ralis da forma como perdeu, o desfecho e claramente, mais dificuldades para obter
em condições normais sucederá, pois o desenrolar do campeonato poderia ter tantos quintos lugares; por fim, Loeb, que
não faltam meios a Tommi Makinen para sido claramente outro. Aprendeu com os vem para fazer ‘estragos’, provavelmente,
resolver o que esteve menos bem, espe- erros e voltou mais forte, chegando mes- ganhar provas. Claro que tudo isto depen-
cialmente a fiabilidade. mo a recuperar a diferença pontual para de das provas. Há ralis em que uns pilotos
Ogier. Depois teve alguns contratempos se saem melhor que outros, por exem-
REGRESSO DE LOEB mecânicos e Ogier ‘fugiu’ decisivamente… plo, Monte Carlo é para Ogier, Suécia para
Latvala, Neuville pode ganhar em qual-
Na Citroën, a era pós- Loeb tem sido mais HYUNDAI MAIS FORTE quer lado, e por aí em diante.
complicada do que o esperado e 2017 foi Em termos de equipas, a Hyundai pa-
um ano fraco. Esperava-se muito mais da A Hyundai apresentou claramente um rece o conjunto (pilotos, carro, estrutu-
máquina e dos pilotos. Kris Meeke come- carro muito competitivo e os resultados ra) mais forte, mas a M-Sport Ford tem
çou mal, recuperou o ânimo no México, comprovam-no. Foi a equipa que mais o campeão do seu lado. A Toyota estará
apesar do susto, mas a partir daí foi sem- vezes venceu. Com Andreas Mikkelsen mais forte, especialmente do lado dos pi-
pre a descer, sendo até ‘encostado’, para se agora a tempo inteiro a equipa será clara- lotos e da Citroën espera-se muito mais
reerguer depois. O britânico é muito rápi- mente mais consistente nos resultados e que em 2017.
do e tem talento para se bater com Ogier, terá dois pilotos para lutar pelas vitórias, É tudo isto que dá ânimo aos fãs da moda-
mas peca na força mental e na capacida- o que não aconteceu em 2017. lidade. O regresso da incerteza, da expe-
de de evitar o erro. Precisa por vezes de Dani Sordo e Hayden Paddon vão dividir tativa de novo campeonato muito equili-
dosear mais o esforço e fazer apenas os o calendário e tentar provar que mere- brado. 2017 foi um ano muito bom e 2018
mínimos, sem cometer erros - ia perden- cem continuar no WRC a este nível. Sordo poderá ser ainda melhor. Venha ele...
do no México de forma escandalosa. Mas está já na fase descendente da carreira,
a verdade é que Meeke sofreu com um
carro ‘difícil’, especialmente ao nível do
diferencial central e das suas afinações,
e se isso for resolvido, há que contar com
Meeke para mais do que as duas vitórias

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

16

AÍ ESTÁ ODETETIVEHOLMES centrais, algo que não sucedia desde
2010, numa altura em que muitas das
Martin Holmes técnicas dos ralis eram diferentes.
A técnica dos carros pode ser da maior
WRC [email protected] relevância e importância, mas conti-
Como animais e açafrões a emergir da hibernação aos primeiros sinais da primavera, nuam a ser os pilotos que causam as
o Mundial de Ralis acordou para 2018 no Autosport International Show, com o certame maiores surpresas entre os adeptos e
a marcar a apresentação oficial do WRC. Para os media, e para os adeptos, foi uma observadores do fenómeno. A relação
ocasião especial que esperemos que possa ser repetida no futuro da Citroën com a magia de Sébastien
Loeb continua a ter grande efeito na
Está dado o tiro de partida do Mundial de Ralis - Ford, Citroën, Hyundai este ano, para além duma sistemática sua estratégia, e a muitos parece lógico,
WRC 2018, este ano com pompa e Toyota - naquela que foi a primeira evolução dos apêndices aerodinâmicos não existindo outra boa solução, que
e circunstância no no Autosport oportunidade para perceber quais fo- dos carros. Ao fim ao cabo a nova ‘era’ Craig Breen tenha que dar o seu lugar
International Show. Colocar ram os seus ‘facelifts’ aerodinâmicos. do WRC só arrancou há 12 meses e as ao ‘Maestro’ em três provas. Também
em palco os responsáveis das Sim, porque quanto a novas decorações, equipas ainda estão a aprender, sendo houve surpresa com o regresso de Mads
equipas e pilotos na frente dos todas as equipas deram, basicamente, que há um denominador comum entre Ostberg, para já pelo menos por um
adeptos revelou-se uma plataforma continuidade ao que já foi visto o ano elas, o diferencial central. Sem exceção, evento. Decisão tardia? Tudo foi deci-
ideal para todos ficarmos a saber com passado. Houve também a oportunidade quando questionados sobre que ponto dido mesmo em cima do começo da
o que se pode contar quando mais logo de ver os novos protótipos dos novos R5, do carro pode requerer mais atenção apresentação.
os motores se fizerem ouvir no arranque especialmente os Volkswagen e Proton. este ano, todas elas referem o diferen- Se na Citroën vai haver algumas mu-
do Rali de Monte Carlo. Em conversa com ‘players’ do WRC, cial central como estando no topo das danças durante o ano, já na Toyota tudo
Interessante foi também fazer alinhar depressa se tornou claro que não são suas prioridades técnicas. 2017 foi o ano será bem mais linear, com a confirmação
pela primeira vez os quatro carros do esperadas grandes evoluções técnicas que marcou o regresso dos diferenciais dos seus três pilotos nas 13 provas do
WRC. Voltando à irregularidade, depois
de terem percebido que faltava consis-
tência à equipa, com a entrada definitiva
de Andreas Mikkelsen, Dani Sordo e
Hayden Paddon passaram a ter que fa-
zer ‘turnos’ para continuarem ambos a
correr nos ralis ao mais alto nível.
Na M-Sport Ford, também existe al-
guma incerteza, já que apesar de se
saber que a Ford vai incrementar o seu
apoio à equipa de Malcolm Wilson, o
seu line-up de pilotos continua incerto,

>> autosport.pt

17

C/ C A L E N D Á R I O 2 0 1 8 já que Teemu Suninen está de destinos que teriam sido mais evi-
confirmado em oito pro- dentes, como a China, ou mesmo a Índia,
SÃO POUCAS AS ALTERAÇÕES NO CALENDÁRIO DESTE ANO DO WRC. SAI A POLÓNIA, vas com o terceiro carro da Estados Unidos, Indonésia, Paquistão,
ENTRA A TURQUIA, EM SETEMBRO, E NÃO JUNHO COMO ERA O CASO DA PROVA POLACA. M-Sport/Ford, desconhe- Brasil e por aí fora. Hoje em dia o país
CATALUNHA E GRÃ-BRETANHA TROCARAM AS SUAS DATAS. NA TABELA EM BAIXO PODE cendo-se para já quem vai mais populoso que está no WRC é o
VER O NÚMERO DE VEZES QUE AS PROVAS FIZERAM PARTE DO WRC, BEM COMO TODOS guiar o carro nas restantes, México. A Turquia é o 19º país com mais
OS PAÍSES QUE JÁ RECEBERAM A COMPETIÇÃO. para além da já confirmada população no mundo e continua bem
presença de Bryan Bouffier respeitado no WRC, depois de vários
2018 no Monte Carlo. eventos realizados em locais distintos
Nº VEZES Com a Toyota a ser a única do país, há 10 anos. Este ano, uma nova
PROVA RALI DATA 40 ANOS equipa do WRC que não tem a localização, que pelo que se viu da prova
41 (1973 - 2017) correr carros da categoria R5, candidata, parece muito cénica.
1 MONTE-CARLO 25 - 28 JANEIRO 13 (1973 - 2017) este ano temos uma situação Nos últimos anos foram variadíssimos
38 (2004 - 2017) curiosa em que as restantes os nomes de países que circularam para
2 SUÉCIA 15 – 18 FEVEREIRO 35 (1973 - 2017) três equipas oficiais - Citroën, entusiasmar os adeptos, nem tanto as
38 (1980 - 2017) Hyundai e M-Sport/Ford - equipas, como se de um novo Mundo
3 MÉXICO 8 – 11 MARÇO 13 (1973 - 2017) têm a possibilidade de ofe- do WRC estivesse prestes a chegar. Um
44 (2004 - 2017) recer atividades alternativas possível regresso ao Quénia é um mito,
4 FRANÇA 5 – 8 ABRIL 15 (1973 - 2017) com os seus R5 aos seus pi- perpetrado por quem não tem conhe-
6 (2002 - 2017) lotos em part-time. cimento prático do Mundial de Ralis.
5 ARGENTINA 26 – 29 ABRIL 44 (2003 - 2010) Até que os novos R5 cheguem, O recente caso do Rali da Croácia de-
26 (1973 - 2017) o Volkswagen e o Proton, as pressa desapareceu, depois da FIA ter
6 PORTUGAL 17 – 20 MAIO 24 (1991 - 2017) listas de inscritos vão conti- proposto um rali de terra num país que
(1989 - 2017) nuar a ser ‘povoadas’ por car- tem maioritariamente troços de asfalto.
7 ITÁLIA/SARDENHA 7 – 10 JUNHO 38 ros muito parecidos uns com Depois o Chile, que acabou por ser mais
31 (1973 - 2013) os outros, entre a primeira e o entusiasmo dos media locais que outra
8 FINLÂNDIA 26 – 29 JULHO 29 (1977 - 2012) a segunda categoria, exceção coisa qualquer a fazer chegar tão longe
29 (1973 - 2002) feita, claro está, aos inúmeros o assunto.
9 ALEMANHA 16 -19 AGOSTO 15 (1973 - 2003) apêndices aerodinâmicos. Há Agora surge o Japão. Diz-se que um dos
8 (1978 - 1992) uns anos, quando estava no seus eventos nacionais fez um acordo
10 TURQUIA 13 – 16 SETEMBRO 6 (2000 - 2009) poder, o antigo Presidente da com a Toyota para apoiar um regresso
6 (2004 - 2010) FIA, Max Mosley entendia que ao país do Sol Nascente. O Shinshiro
11 GRÃ-BRETANHA 4 – 7 OUTUBRO 5 (1973 - 2017) os carros de ralis deviam po- Rally é um típico no Japão, com troços
3 (2010 - 2014) der ter kits que lhes permitis- cuja distância média é de apenas 6 km. O
12 CATALUNHA/ESPANHA 25 – 28 OUTUBRO 3 (1977 - 1979) se mudar de categoria com Japão tem sido uma espécie de miragem
3 (2008 - 2011) facilidade, como acontecia ou alucinação para o WRC. As equipas
13 ÁUSTRALIA 15 – 18 NOVEMBRO 3 (1973 - 1976) nos velhos tempos da Fórmula 2. Uma ficaram contentes quando foi anunciado
2 (1986 - 1988) boa ideia dos velhos tempos... que o WRC iria para lá em 2004, mas
HISTÓRIA 2 (1981 - 1982) depressa perceberam que o rali só seria
2 (1996 - 1997) NOVA VIDA PARA TANAK possível na ilha de Hokkaido, comple-
GRÉCIA/ACRÓPOLE 2 (2007 - 2009) tamente fora do radar dos media locais,
2 (2007 - 2009) A única grande mudança no line-up para lá de servir apenas um nicho de
NOVA ZELÂNDIA 1 (1973 - 1974) de pilotos deste ano teve a ver com a fãs locais, pois a ilha fica bem longe dos
1 (1973) passagem de Ott Tanak para a Toyota, grandes centros. Apesar de ter no país
SAFARI 1 (2010) depois de vários anos na M-Sport, sendo bons construtores que já passaram pelo
(1974) ele o primeiro piloto não finlandês da WRC (agora só há a Toyota), aguentou
SAN REMO 1 nova equipa, a Toyota Gazoo Racing. apenas seis anos no WRC.
(1999) Substituiu Juho Hanninen e vai pilo- Houve também alterações na liderança
COSTA DO MARFIM tar ao lado de Jari-Matti Latvala e de dos ralis no seio da FIA, com o Diretor de
Esapekka Lappi. Ralis da FIA, Jarmo Mahonen, a ‘aligei-
CHIPRE Depois, claro, o regresso do grande se- rar’ o seu trabalho, sendo agora apenas
nhor e da estranha saga de Sébastien Vice-Presidente de… Carlos Barbosa, na
JAPÃO Loeb. Do lado dos navegadores, a Comissão do WRC. O novo Presidente da
maior alteração passa pelo regresso Comissão de Ralis da FIA é o neozelan-
POLÓNIA de Claudio del Barrio, que substitui Marc dês Wayne Christie.
Marti ao lado de Dani Sordo. Do lado Para além disso, o WRC vai também mu-
FRANÇA/ALSÁCIA dos managers, Kai Lindstrom (nave- dar de empresa fornecedora de resul-
gador de Tommi Makinen há 15 anos e tados e tracking. Pertencia à espanhola
CANADÁ - QUEBEC mais recentemente navegador de Juho SIT, agora passará para a Australiana
Hanninen) pendurou o capacete e tor- RallySafe.
JORDÂNIA nou-se Diretor Desportivo da Toyota Por fim, depois de vencer a penúltima
Gazoo. prova do WRC 2017 por intermédio de
MARROCOS Elfyn Evans, a DMack vai reduzir o seu
CALENDÁRIO MUDOU POUCO envolvimento no pináculo do WRC, leia-
EUA - OLYMPUS -se, deixar de ter um carro ‘próprio’
Os Promotores continuam incessante- como teve este ano, com a empresa a
BRASIL mente à procura de novos locais para le- preferir dedicar-se mais ao desenvol-
var a caravana do Mundial de Ralis, mas vimento de pneus. A Pirelli passa a ser
INDONÉSIA apesar de se terem falado de múltiplos a fornecedora oficial de pneus para o
possíveis destinos, a única novidade do WRC3 e Mundial Júnior. É o que temos
IRLANDA calendário para este ano foi a saída do para si do WRC em 2018!
Rali da Polónia e a entrada do Rali da
NORUEGA Turquia. Continua sem haver notícias

EUA - PRESS ON REGARDLESS

ÁUSTRIA

BULGÁRIA

CANADÁ - RIDEAU

CHINA

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

18 WRC 2018
156 BONS MOTIVOS...
O WRC 2018 encerra José Luis Abreu
uma curiosidade muito [email protected]

interessante. O total Nunca na história do
de vitórias do plantel Campeonato do Mundo de
Ralis o somário de triunfos
previsto para esta das provas dos pilotos que vão
temporada ascende a participar na competição foi
156, algo nunca visto tão elevado como em 2018. É
verdade que Sébastien Loeb, só à sua
na história da prova. conta, tem metade dessa ‘contabilida-
Curiosamente, metade de’, mas ainda assim é notável que 12
delas, 78, pertencem a pilotos do WRC 2018 tenham, pelo me-
um só, Sébastien Loeb. As nos, um triunfo no seu currículo. Os ralis
restantes... são de todos fazem-se de números, e por isso vamos
colocar em contexto os atuais pilotos do
os ‘outros’ juntos.. WRC e confrontá-los com a história, re-
cuperando alguma da muita estatística
do Mundial de Ralis, competição que
nasceu em 1973.

SÉC. XXI DOMINA... PRIMEIRO DOS ÚLTIMOS… BOM ESPELHO FRANÇA-FINLÂNDIA...
DURANTE MUITO TEMPO NA SOMBRA DE SÉBASTIEN O NÚMERO DE PÓDIOS DE UM PILOTO DÁ UMA BOA DURANTE MUITO TEMPO OS FINLANDESES FORAM REIS
OS DOIS PILOTOS COM MAIS VITÓRIAS DA HISTÓRIA
DO WRC VÃO CORRER ESTE ANO. JARI-MATTI LATVALA LOEB, DANI SORDO É DE LONGE O PILOTO COM MAIOR IDEIA DA SUA VALIA. COM TANTO BOM PILOTO, NEM E SENHORES. MAS DESDE O INÍCIO DO SÉC. XXI QUE OS
É O ÚNICO QUE PODE CHEGAR-SE À FRENTE NA LISTA
DOS MAIS VITORIOSOS DE SEMPRE. QUANTO MUITO DIFERENÇA ENTRE SEGUNDOS LUGARES E OS TRIUNFOS SEMPRE É POSSÍVEL VENCER... FRANCESES PASSARAM PARA A FRENTE. E DEPOIS DE
SÉBASTIEN OGIER REDUZ A MARGEM, EQUANTO
SÉBASTIEN LOEB TEM TRÊS OPORTUNIDADES PARA QUE OBTEVE, APENAS UM. TODOS OS PILOTOS À SUA LOEB E OGIER? ESTÃO A SURGIR UM BOM CONJUNTO DE
OBTER NOVAS VITÓRIAS...
FRENTE TÊM UMA RELAÇÃO BEM DIFERENTE ENTRE O PÓDIOS FINLANDESES A ‘APONTAR’ PARA O TOPO. FRANCESES,

NÚMERO DE SEGUNDOS LUGARES E TRIUNFOS... 1 LOEB, SEBASTIEN 116 NEM POR ISSO...

2 SAINZ, CARLOS 97

2º LUGARES 3 KANKKUNEN, JUHA 75 TRIUNFOS NACIONALIDADE

VITÓRIAS 1 SAINZ, CARLOS 36 4 HIRVONEN, MIKKO 69 1 FRANÇA 185
1 LOEB, SEBASTIEN
2 OGIER, SEBASTIEN 78 2 KANKKUNEN, JUHA 32 5 OGIER, SEBASTIEN 65 2 FINLÂNDIA 178
3 GRONHOLM, MARCUS 40
4 SAINZ, CARLOS 30 3 HIRVONEN, MIKKO 29 6 GRONHOLM, MARCUS 61 3 SUÉCIA 43
5 MCRAE, COLIN 26
6 MAKINEN, TOMMI 25 3 LOEB, SEBASTIEN 29 7 LATVALA, JARI-MATTI 60 4 GRÃ-BRETANHA 42
7 KANKKUNEN, JUHA 24
8 AURIOL, DIDIER 23 5 SORDO CASTILLO, DANIEL 24 8 ALEN, MARKKU 56 5 ITÁLIA 30
9 ALEN, MARKKU 20
10 MIKKOLA, HANNU 19 6 LATVALA, JARI-MATTI 23 9 AURIOL, DIDIER 53 6 ESPANHA 28
11 LATVALA, JARI-MATTI 18
24 NEUVILLE, THIERRY 17 7 GRONHOLM, MARCUS 22 10 SOLBERG, PETTER 52 7 ALEMANHA 17
26 MEEKE, KRIS 6
34 MIKKELSEN, ANDREAS 5 8 ALEN, MARKKU 19 13 SORDO CASTILLO, DANIEL 42 7 NORUEGA 17
38 TANAK, OTT 3
47 EVANS, ELFYN 2 9 MIKKOLA, HANNU 17 20 NEUVILLE, THIERRY 27 9 QUÉNIA 8
47 LAPPI, ESAPEKKA 1
47 OSTBERG, MADS 1 10 BURNS, RICHARD 16 23 MIKKELSEN, ANDREAS 21 10 BÉLGICA 7
47 PADDON, HAYDEN 1
47 SORDO CASTILLO, DANIEL 1 11 OGIER, SEBASTIEN 15 27 OSTBERG, MADS 16 10 ESTÓNIA 7
1
22 NEUVILLE, THIERRY 8 34 MEEKE, KRIS 11 12 ÁUSTRIA 2

25 MIKKELSEN, ANDREAS 7 34 TANAK, OTT 11 12 JAPÃO 2

30 OSTBERG, MADS 5 52 PADDON, HAYDEN 6 14 ARGENTINA 1

34 TANAK, OTT 4 60 EVANS, ELFYN 5 14 CANADÁ 1

39 EVANS, ELFYN 3 14 NOVA ZELÂNDIA 1

39 PADDON, HAYDEN 3 14 PORTUGAL 1

66 MEEKE, KRIS 1

>> autosport.pt

19

OS MAIS RÁPIDOS DE SEMPRE FORD DESTACADA LATVALA PERSEGUE SAINZ CITROËN E FORD NA LUTA...
JARI-MATTI LATVALA CHEGOU MUITO JOVEM AO WRC E A ERA ‘LOEB’ CATAPULTOU A CITROËN PARA O TOPO DO
NÃO ‘DIZ’ TUDO, MAS É UM BOM INDICADOR DA SE NO NÚMERO DE VITÓRIAS A CITROËN LIDERA, É AQUI,
VELOCIDADE DE CADA PILOTO, SENDO PROVAVELMENTE NOS PÓDIOS, QUE SE NOTA O EFEITO ‘LOEB’. ENQUANTO PREPARA-SE PARA SE TORNAR NO PILOTO COM MAIS NÚMERO DE VITÓRIAS POR MARCA NO WRC, MAS A
A LISTA QUE MELHOR INDICA OS ‘MAIORES’ DE SEMPRE A CITROËN TEVE ESSENCIALMENTE UM ÚNICO PILOTO
NO MUNDIAL DE RALIS... A FAZER CURRÍCULO, JÁ A FORD TEVE MAIS GENTE A RALIS DO MUNDIAL... MAS SÓ EM 2019! ENTRE OS FORD É A ÚNICA QUE ESPALHA A SUA ‘CONTRIBUIÇÃO’ DO
SOMAR E NESTE PARTICULAR CONTINUARÁ FORA DE
ALCANCE POR MUITOS MAIS ANOS... PILOTOS ATUAIS, DANI SORDO ESTÁ BEM COLOCADO, PRIMEIRO AO ÚLTIMO ANO DA COMPETIÇÃO...

MAS JÁ ESTÁ NA FASE ‘DESCENDENTE’, ESTE ANO NEM

VENCEDORES DE ESPECIAIS SEQUER FARÁ O CAMPEONATO TODO. E OGIER NÃO FICA VITÓRIAS MARCAS

1 LOEB, SEBASTIEN 906 MUITO MAIS TEMPO NO WRC... 1 CITROËN 98 (1999 - 2017)

2 ALEN, MARKKU 821 PÓDIOS MARCAS 2 FORD 87 (1973 - 2017)
1 FORD
3 SAINZ, CARLOS 756 2 CITROËN 354 (1973 - 2017) PROVAS NO WRC 3 LANCIA 73 (1974 - 1992)
3 LANCIA 241 (1973 - 2017)
4 KANKKUNEN, JUHA 700 4 TOYOTA 193 (1974 - 1993) 1 SAINZ, CARLOS 196 4 PEUGEOT 48 (1975 - 2005)
5 PEUGEOT 149 (1973 - 2017)
5 MIKKOLA, HANNU 654 6 SUBARU 133 (1973 - 2006) 2 SOLBERG, PETTER 188 5 SUBARU 47 (1993 - 2005)
7 VOLKSWAGEN 128 (1987 - 2008)
6 AURIOL, DIDIER 554 8 MITSUBISHI 94 (1987 - 2016) 3 LATVALA, JARI-MATTI 182 6 TOYOTA 45 (1973 - 2017)
9 AUDI 76 (1974 - 2006)
7 GRONHOLM, MARCUS 542 10 FIAT 71 (1981 - 1992) 4 LOEB, SEBASTIEN 169 7 VOLKSWAGEN 44 (1987 - 2016)
11 DATSUN/NISSAN 61 (1973 - 1986)
7 VATANEN, ARI 542 12 HYUNDAI 38 (1973 - 1981) 5 HIRVONEN, MIKKO 163 8 MITSUBISHI 34 (1974 - 2001)
13 OPEL 32 (2014 - 2017)
9 OGIER, SEBASTIEN 501 14 RENAULT-ALPINE 25 (1974 - 1992) 6 KANKKUNEN, JUHA 162 9 AUDI 24 (1981 - 1987)
15 RENAULT 23 (1973 - 1976)
10 LATVALA, JARI-MATTI 493 16 SAAB 16 (1974 - 1990) 7 AURIOL, DIDIER 152 10 FIAT 21 (1973 - 1981)
17 PORSCHE 12 (1973 - 1980)
11 BLOMQVIST, STIG 486 18 MAZDA 11 (1973 - 1985) 7 GRONHOLM, MARCUS 152 11 DATSUN/NISSAN 9 (1973 - 1988)
18 TALBOT 10 (1985 - 1990)
12 MCRAE, COLIN 477 20 MERCEDES BENZ 10 (1980 - 1981) 7 SORDO CASTILLO, DANIEL 152 12 HYUNDAI 7 (2014 - 2017)
21 BMW 9 (1979 - 1980)
13 SOLBERG, PETTER 457 21 SEAT 4 (1973 - 1990) 10 MCRAE, COLIN 146 13 OPEL 6 (1975 - 1988)
23 MINI 4 (1977 - 2000)
14 ROHRL, WALTER 439 23 VAUXHALL 3 (2011 - 2012) 16 OGIER, SEBASTIEN 123 13 RENAULT 6 (1974 - 1989)
25 ALFA ROMEO 3 (1978 - 1989)
15 BIASION, MASSIMO 373 25 VOLVO 2 (1975 - 1986) 22 OSTBERG, MADS 111 13 RENAULT-ALPINE 6 (1973)
27 FERRARI 2 (1973)
16 MAKINEN, TOMMI 362 27 MG 1 (1982) 32 MIKKELSEN, ANDREAS 87 16 SAAB 4 (1973 - 1979)
27 POLSKI-FIAT 1 (1985)
24 SORDO, DANIEL 170 27 SKODA 1 (1973) 34 MEEKE, KRIS 85 17 MAZDA 3 (1987 - 1989)
27 TRIUMPH 1 (2001)
27 NEUVILLE, THIERRY 134 27 WARTBURG 1 (1980) 35 NEUVILLE, THIERRY 84 18 BMW 2 (1973 - 1987)
1 (1973)
34 MIKKELSEN, ANDREAS 79 39 TANAK, OTT 79 18 MERCEDES BENZ 2 (1979 - 1980)

34 TANAK, OTT 79 46 PADDON, HAYDEN 72 18 PORSCHE 2 (1978 - 1980)

42 MEEKE, KRIS 68 50 AL-QASSIMI, KHALID 69 18 TALBOT 2 (1980 - 1981)

44 OSTBERG, MADS 59 53 EVANS, ELFYN 63

67 PADDON, HAYDEN 32 70 BREEN, CRAIG 48

68 EVANS, ELFYN 30 137 LEFEBVRE, STEPHANE 34

88 LAPPI, ESAPEKKA 16 137 LAPPI, ESAPEKKA 29

130 BREEN, CRAIG 4 137 SUNINEN, TEEMU 28

130 SUNINEN, TEEMU 4

146 LEFEBVRE, STEPHANE 3

VOAR CADA VEZ
MAIS DEPRESSA...

NA HISTÓRIA DO MUNDIAL DE RALIS A PROVA FINLANDESA
SEMPRE FOI A QUE TEVE A MÉDIA MAIS ELEVADA. MESMO
TENDO SIDO INTRODUZIDAS INÚMERAS CHICANES NO
PERCURSO, A PROVA DE 2017 ENTROU DIRETAMENTE PARA
O SEGUNDO LUGAR.

MÉDIA MAIS ELEVADA

1 2016 FINLÂNDIA 126.62 KM/H MEEKE, KRIS CITROEN DS3 WRC

2 2017 FINLÂNDIA 126.16 KM/H LAPPI, ESAPEKKA TOYOTA YARIS WRC

3 2015 FINLÂNDIA 125.44 KM/H LATVALA, JARI-MATTI VOLKSWAGEN POLO R WRC

FIABILIDADE E CONSISTÊNCIA POR UM ABRIR 4 2012 FINLÂNDIA 122.89 KM/H LOEB, SEBASTIEN CITROEN DS3 WRC
E PISCAR DE OLHOS...
OLHAR PARA A NÚMERO DE VEZES QUE OS PILOTOS 5 2005 FINLÂNDIA 122.86 KM/H GRONHOLM, MARCUS PEUGEOT 307WRC EVO2
ABANDONARAM RELATIVAMENTE AO NÚMERO DE RALIS O RALI DA ARGENTINA DE 2017 ENTROU DIRETAMENTE
QUE FIZERAM É UM BOM INDICADOR DA ‘FIABILIDADE’ PARA O PÓDIO DAS PROVAS MAIS EQUILIBRADAS DA ATÉ LOEB VENCEU POR POUCO...
DO PILOTO. NESTA LISTA HÁ CASOS MUITO HISTÓRIA DO MUNDIAL DE RALIS, NUMA LISTA EM QUE
INTERESSANTES, POR EXEMPLO O DE TEEMU SUNINEN... OS TRÊS PRIMEIROS LUGARES ACONTECEREM TODOS ALGUNS CONTRATEMPOS MECÂNICOS LEVARAM A QUE O WRC 2017 NÃO
NOS ÚLTIMOS 10 CAMPEONATOS FOSSE TÃO EQUILIBRADO ATÉ FINAL QUANTO SE CHEGOU A SUSPEITAR,
RÁCIO DE ABANDONOS (1 / 28) MAS A LUTA FOI FORTE. VEJA NA HISTÓRIA DO WRC AS TEMPORADAS
1 SUNINEN, TEEMU (FI) (6 / 69) MAIS EQUILIBRADAS MAIS EQUILIBRADAS DE SEMPRE...
5 AL-QASSIMI, KHALID (13 / 123) 1 2011 JORDÂNIA 0.2S OGIER - LATVALA
10 OGIER, SEBASTIEN (13 / 111) 2 2007 NOVA ZELÂNDIA 0.3S GRONHOLM - LOEB CAMPEONATO MAIS EQUILIBRADOS
14 OSTBERG, MADS (21 / 169) 3 2017 ARGENTINA 0.7S NEUVILLE - EVANS
15 LOEB, SEBASTIEN (20 / 152) 4 1998 PORTUGAL 2.1S MCRAE - SAINZ ÉPOCA CAMPEÃO VICE DIFERENÇA
17 SORDO CASTILLO, DANIEL (10 / 72) 5 1999 ARGENTINA 2.4S KANKKUNEN - BURNS
20 PADDON, HAYDEN (12 / 84) 5 2010 NOVA ZELÂNDIA 2.4S LATVALA - OGIER 1979 WALDEGARD, BJORN MIKKOLA, HANNU -1 PT (0.9%)
21 NEUVILLE, THIERRY (27 / 182) 5 2011 ARGENTINA 2.4S LOEB - HIRVONEN
24 LATVALA, JARI-MATTI 8 2000 ÁUSTRALIA 2.7S GRONHOLM - BURNS 2006 LOEB, SEBASTIEN GRONHOLM, MARCUS -1 PT (0.9%)
9 2015 CATALUNHA 3.1S MIKKELSEN - LATVALA
10 2003 ALEMANHA 3.6S LOEB - GRONHOLM 2009 LOEB, SEBASTIEN HIRVONEN, MIKKO -1 PT (1.1%)
10 2014 FINLÂNDIA 3.6S LATVALA - OGIER
2003 SOLBERG, PETTER LOEB, SEBASTIEN -1 PT (1.4%)

1997 MAKINEN, TOMMI MCRAE, COLIN -1 PT (1.6%)

1998 MAKINEN, TOMMI SAINZ, CARLOS -2 PTS (3.5%)

2007 LOEB, SEBASTIEN GRONHOLM, MARCUS -4 PTS (3.5%)

2011 LOEB, SEBASTIEN HIRVONEN, MIKKO -8 PTS (3.6%)

2001 BURNS, RICHARD MCRAE, COLIN -2 PTS (4.6%)

1991 KANKKUNEN, JUHA SAINZ, CARLOS -7 PTS (4.7%)

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

20 M-SPORTFORD WRT

#1 #2 #3 EQUIPA

SÉBASTIEN ELFYN TEEMU A Ford abriu os cordões à bolsa e decidiu
OGIER EVANS SUNINEN apoiar um pouco mais a M-Sport na sua
tentativa de manter na sua posse os dois
IDADE 34 ANOS IDADE 29 ANOS IDADE 23 ANOS títulos mundiais, de pilotos e construtores,
que tão brilhantemente conquistou em
PAÍS FRANÇA PAÍS PAÍS DE GALES PAÍS FINLÂNDIA 2017. Ainda bem que o fez porque a M-Sport
não vai ter vida fácil, pois a concorrência
NAVEGADOR JULIEN INGRASSIA NAVEGADOR DANIEL BARRITT NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA está aparentemente mais forte. Claro que a
M-Sport não ficou parada, e quem percebeu
PARTICIPAÇÃO 123 PARTICIPAÇÃO 63 PARTICIPAÇÃO 28 bem as palavras de Ott Tanak quando explicou
porque foi para a Toyota, percebeu que tudo
PRIMEIRA RALI DO MÉXICO 2008 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2007 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2014 vai girar, ainda mais, à volta de Ogier. Não
que tenha material pior, isso não sucede,
VITÓRIAS 40 VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 0 de modo nenhum, mas a primazia - quando
houver evoluções, se não der para os dois de
2º LUGAR 15 2º LUGAR 3 2º LUGAR 0 imediato, serão sempre primeiro para Ogier - e
vai permitir que o francês tenha o que gosta
3º LUGAR 10 3º LUGAR 1 3º LUGAR 0 para dar o melhor de si. O ano passado, apesar
da sua vitória em Monte Carlo, demorou um
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 4º pouco até embalar para o título. Não foi fácil,
mas este ano, mais entrosado, com carro e
TOTAL PÓDIOS 65 TOTAL PÓDIOS 5 TOTAL PÓDIOS 0 a equipa, terá condições para repetir o feito.
Sem pressão, cinco títulos permitem-lhe isso.
PONTOS 1749 PONTOS 324 PONTOS 37 Tem tudo para colocar novamente a Ford no
topo. Outro ponto interessante tem a ver com
DESISTÊNCIAS 13 DESISTÊNCIAS 12 DESISTÊNCIAS 1 os três confrontos com Sébastien Loeb. Elfyn
Evans ascende à primeira equipa e tem como
TITULOS 5+1 (WRC PILOTOS 2013-2017 TITULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2012) TITULOS 0 desafio fazer melhor que em 2017, ano em que
se estreou a vencer. Será uma boa ajuda para
+MUNDIAL JÚNIOR WRC 2008) a luta pelo Mundial de Construtores.

HYUNDAI SHELLMOBIS WRT >> autosport.pt

#5 #4 #6 21

nd

THIERRY ANDREAS DANI HAYDEN
NEUVILLE MIKKELSEN SORDO PADDON

IDADE 29 ANOS IDADE 28 ANOS IDADE 34 ANOS IDADE 30 ANOS

PAÍS BÉLGICA PAÍS NORUEGA PAÍS ESPANHA PAÍS NOVA-ZELÂNDIA

NAVEGADOR NICOLAS GILSOUL NAVEGADOR ANDERS JAEGER NAVEGADOR CARLOS DEL BARRIO NAVEGADOR SCOTT MARSHALL

PARTICIPAÇÃO 84 PARTICIPAÇÃO 87 PARTICIPAÇÃO 152 PARTICIPAÇÃO 72

PRIMEIRA RALI CATALUNHA 2009 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2006 PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 2003 PRIMEIRA RALI NOVA ZELÂNDIA 2007

VITÓRIAS 6 VITÓRIAS 3 VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 1

2º LUGAR 8 2º LUGAR 7 2º LUGAR 24 2º LUGAR 3

3º LUGAR 13 3º LUGAR 11 3º LUGAR 17 3º LUGAR 2

MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º

TOTAL PÓDIOS 27 TOTAL PÓDIOS 21 TOTAL PÓDIOS 42 TOTAL PÓDIOS 6

PONTOS 792 PONTOS 598 PONTOS 964 PONTOS 333

DESISTÊNCIAS 12 DESISTÊNCIAS 17 DESISTÊNCIAS 20 DESISTÊNCIAS 10

TITULOS 0 TITULOS 0 TITULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2005) TITULOS 1 (MUNDIAL PRODUÇÃO WRC 2011)

EQUIPA

Sem alterações nas regras, significa que os motivo que nos deixa ansiosos para que o WRC carro em seis ralis, no outro, Portugal, correm
andamentos relativos dos carros das diversas 2018 comece depressa. De resto, já se sabe, os dois na única vez em que a Hyundai terá
equipas se vai manter mais ou menos o mesmo, Dani sordo e Hayden Paddon dividem o terceiro quatro carros.
e, neste particular, se a Hyundai conseguir
resolver as falhas de fiabilidade de 2017,
a M-Sport Ford vai ter um adversário
ainda mais forte. Relembre-se que
a equipa de Alzenau foi quem
mais venceu o ano passado,
quatro vezes, não triunfou
em Monte Carlo por mero
azar e na Suécia devido
a ‘azelhice’ (de Neuville).
Por isso a história do
Mundial poderia ter
sido algo diferente.
Recorde-se que
Neuville, mesmo assim,
chegou-se à frente do
campeonato, quando duas falhas
de fiabilidade no i20 WRC deitaram tudo a
perder. Com Andreas Mikkelsen na equipa, se
tivéssemos que apontar uma favorita ao título
de construtores, seria a Hyundai. Quanto ao
título de pilotos, tanto Neuville como Mikkelsen
vão tornar a vida difícil a Ogier Só mais um

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

22 TOYOTAGAZOO RACING WRT

#7 #8 #9 EQUIPA

JARI-MATTI OTT ESAPEKKA A Toyota pode ser uma grande surpresa
LATVALA TANAK LAPPI este ano. Depois de ter regressado aos
ralis há 12 meses, já se percebeu que o
IDADE 32 ANOS IDADE 30 ANOS IDADE 26 ANOS Yaris WRC pode vencer ralis e o line-up de
pilotos é agora bastante melhor que há
PAÍS FINLÂNDIA PAÍS ESTÓNIA PAÍS FINLÂNDIA um ano. Nessa altura, apenas Jari-Matti
Latvala podia lutar na frente, e fê-lo em
NAVEGADOR MIIKKA ANTTILA NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA NAVEGADOR JANNE FERM algumas provas, alcançando um triunfo
merecido na Suécia. Este ano, com Ott
PARTICIPAÇÃO 182 PARTICIPAÇÃO 79 PARTICIPAÇÃO 29 Tanak e Esapekka Lappi, espera-se que
a Toyota cresça ainda mais, e se Tommi
PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA RALI DE PORTUGAL 2009 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2011 Makinen conseguiu resolver os problemas
de fiabilidade, pelo menos Latvala será
VITÓRIAS 17 VITÓRIAS 2 VITÓRIAS 1 um sério candidato ao título, já que
está um piloto muito mais maduro do
2º LUGAR 23 2º LUGAR 4 2º LUGAR 0 que há uns anos. A equipa não foi muito
consistente o ano passado, sofreu com
3º LUGAR 20 3º LUGAR 5 3º LUGAR 0 alguns ‘gremlins’ mecânicos, e esse pode
ser um ponto decisivo em 2018. Tendo
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º em conta o tempo que Makinen teve
para montar a equipa, não há milagres,
TOTAL PÓDIOS 60 TOTAL PÓDIOS 11 TOTAL PÓDIOS 1 mas o que se viu em 2017 deixa a certeza
que este ano se vão ver ainda menos
PONTOS 1446 PONTOS 426 PONTOS 83 diferenças face às restantes. O Yaris
recebeu alguns tweaks aerodinâmicos e
DESISTÊNCIAS 27 DESISTÊNCIAS 16 DESISTÊNCIAS 5 na forma como o ar irá arrefecer o motor,
o que ajudará mais na fiabilidade do que
TITULOS 0 TITULOS 0 TITULOS 1 (MUNDIAL WRC2 2016, CAMPEÃO ERC 2014) na performance.

CITROËNTOTALABU DHABI WRT >> autosport.pt

23

#10 #11 #12 EQUIPA

KRIS CRAIG SÉBASTIEN Depois duma temporada muito
MEEKE BREEN LOEB complicada, a Citroën entra em 2018 algo
pressionada. E a recente saída de Yves
IDADE 38 ANOS IDADE 27 ANOS IDADE 43 ANOS Matton, que foi para a FIA, substituído
por Pierre Budar, também não ajuda muito
PAÍS IRLANDA DO NORTE PAÍS IRLANDA PAÍS FRANÇA a serenar os ânimos, mas a verdade é que
o foco deve estar no trabalho com o C3
NAVEGADOR PAUL NAGLE NAVEGADOR SCOTT MARTIN NAVEGADOR DANIEL ELENA WRC. Se a equipa resolver os problemas
do carro do ano passado, Kris Meeke é
PARTICIPAÇÃO 85 PARTICIPAÇÃO 48 PARTICIPAÇÃO 169 piloto para fazer melhor do que vencer
duas vezes em toda a época. Talvez já não
PRIMEIRA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA PORTUGAL 2009 PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 1999 vá a tempo de lutar pelo título, mas em
condições normais vai andar na luta pelos
VITÓRIAS 5 VITÓRIAS 0 VITÓRIAS 78 melhores lugares na maioria dos ralis.
Só que nesta altura é difícil saber se o
2º LUGAR 1 2º LUGAR 0 2º LUGAR 29 trabalho no carro resultou. A equipa vai
focar-se em apenas dois carros durante o
3º LUGAR 5 3º LUGAR 1 3º LUGAR 9 ano - o segundo é para Craig Breen - e em
três provas - México, Córsega e Catalunha
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 3º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º - terá ao volante do C3 WRC Sébastien
Loeb. No México talvez não, mas na
Córsega e Catalunha será candidato a
vencer. Quanto a Craig Breen o desafio é
fazer melhor que em 2017.

TOTAL PÓDIOS 11 TOTAL PÓDIOS 1 TOTAL PÓDIOS 116

PONTOS 370 PONTOS 110 PONTOS 1625

DESISTÊNCIAS 30 DESISTÊNCIAS 15 DESISTÊNCIAS 21

TITULOS 0 TITULOS 2 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2011/FIA S2000 2012) TITULOS 1 (MUNDIAL S1600/2001,

9 TÍTULOS WRC, 2004 A 2012)

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

24

O QUE FICA IGUAL...

Apesar de haver equipas com três pilotos,
só pontuam os dois melhores. A Power
Stage premeia com 5, 4, 3, 2, 1 pontos, os
cinco primeiros classificados. Na ordem
de partida, o líder do campeonato abre a
estrada apenas no primeiro dia de prova.
Nos dois seguintes, os pilotos prioritários,
P1, arrancam para a estrada em ordem
inversa à classificação. Relativamente
aos carros: Motores 1.6 litros turbo,
380 cv, restritor 36mm, binário 430 Nm.
Peso 1.190 Kg. Caixa sequencial de seis
velocidades, operada por patilhas no
volante, hidráulicas. Diferenciais ‘passivos’
à frente e atrás, diferencial central ativo.

O QUE MUDA EM 2018

EVOLUÇÃONA
CONTINUIDADE
José Luís Abreu
O ano passado foi o da [email protected] para o fazer sem ‘atropelar’ a segu- cedores oficiais de pneus para o WRC
‘revolução’, que redundou num rança. 2018. A Pirelli é o parceiro oficial do FIA
Agrande mudança operada nas Este ano, os testes de pilotos P1 passam Junior WRC e para os concorrentes do FIA
sucesso. Como em ‘equipa’ regras do WRC no início de a ser controlados, mesmo que não sejam WRC3 não há obrigatoriedade de mar-
que ganha não se mexe, este 2017 elevou muito o nível do inscritos por equipas oficiais. Estes pilo- ca de pneus. Ainda relativamente aos
ano os regulamentos do WRC Mundial de Ralis, permitindo tos não poderão testar fora da Europa, o pneus, este ano os que forem usados no
que o espetáculo melhorasse que já sucede com os pilotos das equipas shakedown não vão contar para o total
mudam pouco, tendo sido a olhos vistos, mas para trás oficiais. Recorde-se que o ano passado de ‘sets’ previstos para a totalidade do rali.
feitas, simplesmente, algumas ficaram alguns pontos menos positivos, houve confusão com Mads Ostberg, que Outra regra mudada este ano no
e são precisamente esses que foram ago- testou na Argentina e as equipas oficiais WRC tem a ver com a classificação da
afinações ra alterados. Nesse contexto, o Conselho ‘franziram’ o sobrolho, queixando-se à PowerStage e com a posterior classifi-
Mundial da FIA aprovou um conjunto de FIA, que depois de analisar a questão cação final. O ano passado houve casos,
alterações,que mais não são que peque- decidiu de imediato proibir os testes de como por exemplo de Hayden Paddon
nos ajustes. pilotos privados fora da Europa. no Rali da Finlândia, em que os pilotos
Por exemplo, as equipas privadas (ou O WRC 2 terá novamente sete eventos, cumpriram a PowerStage, à procura de
pilotos individuais) podem correr com contando os melhores seis resultados, pontos, mas depois desistiram na ligação
WRC de 2017 (os novos carros) sem a deixando de haver ralis ‘obrigatórios’. até ao controlo final e por isso não surgi-
obrigação de serem inscritos por um Adicionalmente, pilotos com R5 que não ram na classificação final oficial da prova,
construtor (o que o ano passado era estejam registados no campeonato, ou evitando dessa forma que as peças dos
obrigatório). O estatuto P1, de piloto prio- que não participem registados por uma seus carros fossem seladas nas verifi-
ritário, será dado a todos os pilotos com equipa do WRC, podem utilizar qualquer cações técnicas finais. Este ano, a FIA e
carros WRC 2017, mas estas inscrições marca de pneus, incluindo as que não os Comissários Desportivos vão anali-
(que não sejam as oficiais) estarão sem- foram nomeadas pela FIA. Este ano não sar esses casos e decidir se os pilotos a
pre sujeitas a aprovação da FIA, que irá haverá WRC Trophy (troféu de privados) quem isso suceder mantêm os pontos da
garantir que todos os pilotos que corram mas os WRC de 2016 continuarão a poder PowerStage ou não. Deixa, desta forma,
com esses carros tenham capacidade pontuar nas provas. de haver a possibilidade de ‘contornar’ o
DMACK, Michelin e Pirelli são os forne- espírito do regulamento...

hyundai.pt Hyundai Portugal

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

26

PORTOREGRESSA ORALIDEPORTUGAL2018

STREET STAGE
A única grande novidade do Rali de Portugal 2018 passa pelo
regresso do Porto Street Stage, a exceção, num rali quase
decalcado a papel químico

José Luís Abreu
[email protected]

P ela primeira vez em muito Assim sendo, a 52ª edição do Rali de
tempo, o Rali de Portugal Portugal, que se realiza de 17 a 20 de
não surge com uma gran- maio, sofre apenas alguns ajustes.
de novidade. Todos os anos No primeiro dia, quinta-feira, man-
o ACP tem trazido algo de tém-se a partida de Guimarães e a
novo para o WRC, que cla- Super Especial de Lousada. A sexta-
ramente acrescenta valor ao evento. -feira é igual, com os troços de Viana
Este ano não será assim, e a única no- do Castelo, Caminha e Ponte de Lima.
vidade é mesmo o regresso da super A novidade surge ao final da etapa,
especial na baixa do Porto, mas ainda com o regresso ao centro da cidade do
assim com um percurso sensivelmen- Porto para a reedição da Porto Street
te diferente do que foi visto em 2016. Stage. Duas passagens por 1.850 me-
A verdade é que há fortes razões para tros de troço, com algumas pequenas
que nada de radical tenha sido feito, e alterações face ao percurso de 2016.
a primeira delas tem a ver com o facto A etapa de sábado permanece idên-
do ACP ter encontrado um esquema tica a 2017, com os troços de Vieira do
quase perfeito para a sua prova, e Minho, Cabeceiras de Basto e Ama-
nesse contexto, mudar por mudar, rante a serem palco de duas passa-
não vale a pena. Mas há uma segunda gens. O troço de Amarante volta a ser
razão, e esta todos perceberão mais o mais longo do rali. A classificativa
facilmente. É que existiram eleições de Fafe continua a ser o prato forte do
autárquicas em outubro do ano pas- último dia da prova, domingo, com a
sado. Tendo em conta que o ACP tem segunda passagem em formato de
que lidar com várias Câmaras Mu- Power Stage. Montim passa a con-
nicipais, corria o risco de que o que tar com duas passagens, enquanto
fosse acordado, não fosse bem visto Luílhas disputa-se uma única vez.
pela possível nova equipa autárquica, Mesmo quase sem alterações, não vai
sendo bastante mais fácil uma sim- deixar de ser dos melhores, senão o
ples continuidade do que já existe. melhor do mundo. Como sempre…

H/ H O R Á R I O >> autosport.pt

27

RALI DE PORTUGAL COM RETORNO

DE 137 MILHÕES DE EUROS

Carlos Barbosa, presidente do ACP,
revelou que o Rali de Portugal de
2017 deu um retorno ao país de “137
milhões de euros”, antecipando que
a edição deste ano “vai ser ainda
maior”. Segundo o presidente do ACP
e da Comissão WRC da FIA: “Batemos
todos os recordes (em 2017), pois
tivemos um retorno para o país de
137 milhões de euros, ou seja, mais
sete milhões do que em 2016”, disse,
acrescentando: “O Rali de Portugal é,
hoje em dia, o maior evento despor-
tivo e o maior evento turístico em
Portugal desde o Euro 2004”.
Como se sabe, a prova deste ano está
agendada para se realizar entre os
dias 17 e 20 de maio, novamente nas
especiais a norte: “É a zona favorita,
não só em termos de classificativas,
como também em termos de público.
No ano passado (2017) tivemos cerca
de 1,2 milhões de pessoas e, portanto,
é uma loucura, o rali no Norte. O ano passado entre alimentação e dormidas, em três
dias, as pessoas gastaram 60 milhões de euros”, disse Carlos Barbosa, alertando
para o que o estado recebe com o IVA, apesar de investir ‘apenas’ um milhão de euros,
através do subsídio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do
Norte: “Se não fosse o esforço das câmaras, não havia Rali de Portugal. É fundamental
o apoio do Estado, porque este é um evento nacional”, referiu Barbosa.

QUINTA-FEIRA, 17 DE MAIO

PAREDES (SHAKEDOWN) 4,60 KM 07:30/11:30
18:10
PARTIDA GUIMARÃES 19:03

SS1 LOUSADA (SSS) 3,36 KM 09:15
10:12
SEXTA-FEIRA, 18 DE MAIO 10:52
15:25
SS2 VIANA DO CASTELO 1 26,73 KM 16:22
17:02
SS3 CAMINHA 1 18,11 KM 19:03
19:28
SS4 PONTE DE LIMA 1 27,54 KM
09:06
SS5 VIANA DO CASTELO 2 26,73 KM 09:44
11:03 KM
SS6 CAMINHA 2 18,11 KM 15:08
15:46
SS7 PONTE DE LIMA 2 27,54 KM 17:05

SS8 PORTO STREET STAGE1 1,85 KM 08:52
09:25
SS9 PORTO STREET STAGE2 1,85 KM 09:53
10:52
SÁBADO, 19 DE MAIO 12:18

SS10 VIEIRA DO MINHO 1 17,38 KM

SS11 CABECEIRAS DE BASTO 1 22,22 KM

SS12 AMARANTE 1 37,60

SS13 VIEIRA DO MINHO 2 17,38 KM

SS14 CABECEIRAS DE BASTO 2 22,22 KM

SS15 AMARANTE 2 37,60 KM

DOMINGO, 20 DE MAIO

SS16 MONTIM 1 8,64 KM

SS17 FAFE 1 11,18 KM

SS18 LUÍLHAS 11,89 KM

SS19 MONTIM 2 8,64 KM

SS20 FAFE 2 (POWER STAGE) 11,18 KM

E/28 ÁPNALOVRAENRNOTE
ENTREVISTA STOP...
ÁLVARO PARENTE
O fim da ligação de Álvaro Parente
à McLaren GT foi um choque para muitos,

mas não é caso para aflições, o piloto
português nunca esteve tão ocupado
como estará este ano. 2018 será uma
‘Super Temporada’ para o piloto do Porto!

ENTREVISTA Sérgio Fonseca
[email protected]

OFotosIMSA/Michael L. Levitt
plano passava por nos
sentarmos à mesa
com Álvaro Parente,
um dos nomes proe-
minentes das corridas
de GT a nível mundial,
antes da quadra na-
talícia, mas a conver-
sa foi forçosamente
adiada porque muito
mudou na vida des-
portiva do piloto portuense nos últimos
meses. Depois de anos a fio a represen-
tar a McLaren GT, mais precisamente seis
temporadas, Parente terminou a ligação
com o construtor inglês para se lançar
numaexcitantenovaaventuracomo 'in-
dependente', representando alguns dos
mais prestigiados construtores automó-
veis em algumas das mais emblemáticas
provas de GT do planeta.
E para melhor compreender por que o
piloto português trocou de ares, há que
perceber o que se passou e se está a pas-
sar com a McLaren nas corridas de GT. O
construtor britânico vai lançar em 2019

>> autosport.pt

29

o 720S GT3, aquele que será o primeiro sem grande atividade, o que estava fora ótimo ver os carros com que trabalhei PRÓXIMA PARAGEM: DAYTONA BEACH
GT3 do novo departamento de compe- de questão para quem há muito não está desde o início ganharem corridas. É um
tição da McLaren Automotive. Até aqui, habituadoasucessivosfinsdesemanaem sentimento de realização pessoal veres O primeiro fim de semana de 2018 foi pas-
os McLaren de competição eram produ- casa com a família. Ao mesmo tempo, os que o teu trabalho foi bem feito e recom- sado no cockpit de uma máquina nova,
zidos pela CRS GT Limited, que operava resultados obtidos ao serviço da McLaren pensado com as vitórias e campeonatos o Acura NSX GT3. No 'Roar Before The
sob a entidade McLaren GT, com Andrew GT, primeiro com o MP4-12C e depois com conquistados.” Rolex 24', a designação pomposa dos
Kirkaldy ao leme. o 650S GT3, tornaram-no alvo de cobiça São várias as boas memórias que Parente dias oficiais de testes da clássica nor-
A chegada de Zak Brown ao cargo de no paddock e as oportunidades para se guarda das temporadas ao serviço do en- te-americana, Parente tomou o pulso a
Diretor Executivo da McLaren Technology manter ativo ao mais alto nível surgiram tão braço desportivo do grupo McLaren, uma competição que desconhecia, a Taça
Group, em novembro de 2016, mudou o com naturalidade. como salienta: “A vitória em Bathurst logo Norte Americana de Endurance, ao carro
rumo da competição cliente do grupo, até “Eu tive estas três oportunidades, com à primeira e em que fiz a segunda me- japonês, à equipa Michael Shank Racing,
porque o relacionamento entre Brown e estas três equipas de topo, uma delas lhor volta da corrida. O triunfo no Pirelli aos seus novos colegas – Katherine Legge,
Kirkaldy não será o melhor. sendo a K-PAX Racing com quem já cor- World Challenge na última volta tam- Trent Hindman e A.J. Allmendinger – e ao
A United Autosports, a equipa do norte- ro há dois anos. Surgiu a possibilidade de bém será inesquecível. 2015 também foi mesmo tempo também teve o seu pri-
-americano com base em Inglaterra, fez fazer as quatro corridas de endurance um ano que gostei muito, quando venci o meiro contacto com o traçado da pista
três temporadas com os carros cons- do IMSA que eu sempre quis fazer: as 24 International GT Open com o Teo (Martín) de Daytona.
truídos em Woking, tendo Parente obti- Horas de Daytona, as 12 Horas de Sebring, em Barcelona. Mas acima de tudo, o sim- Mas nada disto foi problemático, já que
do uma vitória ao lado de Brown na cor- Watkins Glen e a Petit Le Mans. O Mike ples prazer de veres o carro que desen- o piloto luso rapidamente se adaptou ao
rida de Donington Park do Campeonato Shank ligou-me, conversámos um pouco volveste, que trabalhaste e deste tudo novo ambiente, conseguindo rodar em
Britânico de GT em 2012. Contudo, a United e chegámos a um acordo”, esclarece. Mas paraser o melhor possível, a acabar uma tempos muito competitivos, sendo, sem
Autosports e o seu patrão nunca ficaram a história não termina aqui. “Depois sur- corrida bem classificado.” surpresa, o mais rápido do quarteto da ex-
convencidos com o serviço prestado pela giu a Strakka Racing, cuja relação vem do Claro que nem tudo foram pontos altos e -equipa oficial da Acura no campeonato
estrutura do escocês e, com a oportu- ano passado, com os McLaren. Eles estão também houve alturas menos boas, como organizado pela IMSA. No exercício para
nidade de desenvolver o novo carro 'in com este projeto novo e havia a disponi- as prestações modestas o ano passado no definir as posições das equipas nas boxes,
house', dispensaram os serviços da CRS bilidade de correr com eles em Bathurst.” Blancpain GT Sprint Cup, em que o melhor Parente mostrou o que vale, assegurando
GT Limited. Perante estas ofertas, não havia como resultado que conseguiu foi um sexto pos- o quarto crono a menos de três décimos
“A McLaren está a passar um momento Parente dizer que não. Com uma carrei- to na primeira corrida em Brands Hatch. “O de segundo da melhor marca da classe
de transição e para eu continuar a ganhar ra gloriosa nas fórmula de promoção, o carro nunca se adaptou tão bem ao novo GTD. O primeiro contacto com a equipa
experiência e enfrentar novos desafios, nosso compatriota olha para trás e faz composto da Pirelli, que era diferente da- sedeada em Ohio deixou-lhe uma im-
que é o que eu quero, considerei ser me- um balanço muito positivo dos anos em quele utilizado no Pirelli World Challenge, pressão muito positiva: “Gostei muito de
lhor mudar de ares”, explica Parente. “O que defendeu as cores da McLaren GT. e logo aí era uma diferença muito gran- trabalhar com o Mike. É um verdadeiro
nosso contrato chegou ao fim, acabou “Foi uma mudança grande na minha car- de. Não havia muito a fazer”, consente o ‘true racer’. É o dono da equipa, foi piloto,
tudo bem e este foi o caminho que escolhi. reira, passar para os GT e como piloto de piloto que em 2013, ao lado de Sébastien tem também uma estrutura na Indycar e
Quem sabe se no futuro os nossos cami- fábrica. O trabalho que envolve ser piloto Loeb, terminou no quarto lugar no cam- tem este programa com a Acura. A men-
nhos não se voltarão a cruzar...” de fábrica, o desenvolvimento do carro, peonato FIA-GT. talidade da equipa é muito boa, muito fo-
Verdade seja dita, uma eventual transição dividir os carros com outros pilotos, isto Mas o que já foi lá vai e Parente agora já cados”, resume.
para a McLaren Automotive significaria tudo faz parte do programa de fábrica. só pensa no que aí vem... as 24 Horas de É sabido que no 'Roar' as equipas prefe-
para o piloto português uma temporada Aprendi muita coisa, gostei muito e foi Daytona. rem esconder o jogo todo. Faz parte da
estratégia, até porque o organizador pode

E/
ENTREVISTA

30

ÁLVARO PARENTE

lançar um novo Balanço de Performance à noite. Até parece que está de dia. Não é
(BoP) antes da prova e este será sempre uma pista muito técnica, achei piada ao
penalizador para quem mostre um anda- banking no início, mas a corrida será ex-
mento acima da média. Já depois do teste tremamente difícil e provavelmente será
as equipas da Acura ficaram a saber que decidida nas últimas horas. A corrida tem
irão carregar mais 15 kg na corrida. Por as regras especiais, portanto espero ha-
outro lado, o resultado do teste até pode bituar-me e levo a lição bem estudada.”
nem ser o melhor barómetro para o que Sem entrar em grandes euforias e com
irá realmente acontecer no próximo fim ambições realistas, Parente está cons-
de semana. ciente que tudo poderá acontecer no cir-
“O resultado do teste é irrelevante, pois cuito que tem como base a famosa oval da
poderíamos ter chegado ao teste e feito Flórida. “Se fizermos todos um trabalho
o melhor tempo e depois chegar à corrida perfeito e o carro aguentar a prova intei-
e não andarmos tão bem. A temperatura ra, tenho colegas de equipa para fazer um
provavelmente vai mudar, vão estar mais bom resultado”, afiança convictamente.
10 graus no fim de semana. Estava muito
frio e o trabalho foi feito com zero graus. 'BENTLEY BOY'
Portanto vai mudar muita coisa. As afi-
nações de há três semanas poderão não Para a temporada de 2018 Álvaro Parente
funcionar, mas equipa está preparada terá que enfrentar um outro desafio – terá
para o que vai mudar.” um novo carro para conhecer e levar ao
A adaptação ao Acura NSX GT3 - um carro limite – no campeonato que lhe trouxe
que este ano foi colocado no mercado a um notoriedade do outro lado do Atlântico.
preço de 465.000 euros e que é construído Parente voltará a marcar presença no
na Performance Manufacturing Center, Pirelli World Challenge integrando um
não muito longe do quartel-general da projeto aliciante e desafiante edificado
Michael Shank Racing – foi rápida. “É um pela K-PAX Racing, equipa com a qual se
carro pequenino, com uma largura muito sagrou campeão em 2016 e que este ano
parecida com o McLaren. Não é muito di- abdicou dos McLaren 650S GT3, mas não
ferente do que estava habituado. Os pneus renunciou ao seu piloto favorito.
Continental é que mudam um pouco a O português tem vindo a ser um dos prin-
condução e toda a abordagem”, comenta. cipais protagonistas daquele que é con-
O circuito erguido por Charles siderado o 'Campeonato Americano de
Moneypenny e William France Sr em 1959 Carros de GT', conquistando ao longo de
também não assustou Parente. “Foi a mi- duas temporadas 10 vitórias e 18 pódios,
nha primeira vez em Daytona. Nos Estados mais que qualquer outro piloto, o que se
Unidos é tudo enorme e esta pista não é saldou no título da sua primeira época
exceção. É um circuito emblemático na nos 'States' e o vice-título em GT Sprint
NASCAR e gostei imenso dos holofotes em 2017.
O piloto do Porto estrear-se-á aos co-

LÁ N’AMÉRICA Parente destaca também “a diferença em Em Daytona, no seu primeiro contacto mas em situação corrida, principalmente
algumas das regras, como os períodos do com o IMSA WeatherTech SportsCar no tráfego, é bastante útil. Temos uma
Quando se pede a um piloto europeu para Safety Car, que podem definir o resultado Championship, destaca os 'spotters'. “Estás televisãozinha, com uma câmara a apontar
comparar as corridas no 'velho continente' final das corridas. Tive que me adaptar a constantemente atento ao rádio. Há quem para trás. Há quem olhe, mas eu não. Oiço
com aquelas realizadas nos Estados Unidos estas novas situações, como por exemplo o goste, há quem não goste. Eu nos treinos e o que me é dito e é muito engraçado. Em
da América, a resposta não difere muito. recomeço das corridas.” qualificação não gosto que falem comigo, Daytona foi a primeira vez que utilizei um
A América que Parente descobriu não é spotter - ‘prototype 15 back...’ – sabes a
muito diferente daquela que antes dele lá distância que os protótipos estão atrás
chegaram. de ti e sabes de antemão se serão ou
“O espetáculo das corridas é diferente, não capazes de te ultrapassar na curva
principalmente nas provas com a Indycar, seguinte.”
onde há muitos espetadores. A interação Mas o que na terra dos Yankees mais exalta
com o público é maior, as perguntas dos o duas vezes campeão nacional de karting
fãs e o conceito dos americanos irem às é que “apesar da mentalidade, no que
corridas com a família tornam especial a respeita a ganhar corridas, ser igual, nos
atmosfera dos eventos. As corridas não EUA valorizam muito o teu trabalho, quando
são só as corridas, acabam assim por andas muito depressa e dás tudo à equipa.
ser o ‘programme of the day’ para toda a Não é que não valorizem na Europa, mas
família”, destaca Parente que faz parte do nota-se mesmo que é diferente e há uma
restrito número de pilotos lusitanos que aposta maior.”
competiram nos quatro cantos do mundo. Basta olhar para o plano de provas do
Para além da atmosfera festiva das provas, 'nosso piloto' em 2018 para compreender o
que ele quer dizer...

>> autosport.pt

31

mandos de um Bentley Continental GT3, com a equipa oficial. “Comparado com de quatro títulos de pilotos e quatro de Intercontinental GT Challenge, o piloto
que lhe apresentará algumas caracterís- outros carros mais recentes poderá ser construtores em provas de velocidade luso irá dividir um Mercedes-AMG GT3
ticas novas e que nunca experimentou na uma desvantagem mas haverá pistas na terra do Tio Sam. com os alemães Maximillian Buhk e
sua carreira. A equipa californiana está em que será melhor que outras”, expli- “Conheço muito bem a equipa e sei o que Maximillian Götz, dois pilotos cedidos
a preparar os dois Continental GT3 que ca, sabendo em antemão que o BoP do são capazes de fazer”, declara sem escon- pela casa de Affalterbach. Parente terá
herdou da Absolute Racing, a que se junta campeonato, que é o mesmo utilizado der que gostaria de voltar a ser campeão. o primeiro contacto com o carro germâ-
um terceiro carro importado de Inglaterra. em todas as competições da SRO, lhe dá “Seria muito bom voltar a conquistar o tí- nico precisamente no imperdoável cir-
Parente espera testar em breve o primeiro motivos de tranquilidade quanto à com- tulo, mas vai haver muita coisa nova e a cuito australiano e até o banco será feito
GT3 criado pela M-Sport que conquistou petitividade do carro britânico contra os concorrência é muito forte.” nas boxes localizada no cume do monte.
120 pódios e 45 vitórias em várias séries vários Porsche, Ferrari, Mercedes-Benz, “É um carro que nunca conduzi e só vou
de GT3 em todo o mundo. “Ainda não tes- Audi e Acura já confirmados à partida. REGRESSO À MONTANHA ter a oportunidade de conduzi-lo pela pri-
tei o Bentley, mas vou testar o carro antes O Pirelli World Challenge iniciar-se-á em meira vez em Bathurst. Vou tentar adap-
do arranque da temporada. Serão dois ou São Petersburgo no segundo fim de sema- Depois do desafio de Daytona, Parente tar-me depressa, apesar da abordagem a
três dias de treino antes da primeira pro- na de março, estendendo-se até ao final rumará direto até Down Under, para dis- Bathurst requerer as suas cautelas. Estou
va”, diz. “É um carro diferente do McLaren, de outubro ao longo de 11 eventos. O piloto putar pela terceira vez na sua carreira mentalizado que terei de conhecer o car-
com motor dianteiro, volante do lado direi- português é uma aposta pessoal de Jim as 12 Horas de Bathurst, uma prova que ro o mais depressa possível, mas acredi-
to e tenho a noção que é um carro muito Haughey, o dono da K-PAX Racing, que colocará frente-a-frente Audi, Bentley, to que é um carro rápido e fiável, pois tem
maior. Parto do pressuposto que sei as reconhece: “Parente é um piloto que nos BMW, Ferrari, Lamborghini, McLaren, provas dadas em provas de endurance.”
pistas em que vai funcionar muito bem, trouxe uma grande dose de sucessos nos Mercedes e Porsche. Mas nem tudo é novo para Parente. Este
como Mosport ou Road Atlanta, e noutras dois últimos anos”. Afinal, a equipa cali- O Circuito de Mount Panorama traz boas será um regresso às hostes da Strakka
que não será tão bom. Estou preparado forniana esperou seis anos para voltar a memórias ao único piloto português a Racing, equipa que conhece da participa-
para isso”, assegura. conquistar um título. ter vencido a corrida de endurance mais ção na temporada transacta na Blancpain
O Bentley Continental GT3 que Parente irá O sentimento de confiança é mútuo. importante da Austrália. Em 2016, contra GTSprintCup. Aofimdeumanoparaes-
conduzir está em fim de vida. A Bentley Parente sabe o que lhe espera no seio todas as probabilidades, Parente venceu quecer, a equipa do empresário-piloto
Motorsport já apresentou o sucessor, mas de uma estrutura que tem na sua his- na 'Montanha' à primeira, naquele que é o Nick Leventis, membro daquela que será
este apenas será visto nas pistas este ano tória 107 pódios e 43 vitórias, para além único triunfo da McLaren na prova. a família grega mais rica a viver no Reino
Este ano, na prova de abertura do Unido, colocou de lado os quatro McLaren
e adquiriu três Mercedes.
Na equipa britânica, Parente irá reencon-
trar Tom Davis, o engenheiro ex-Ocean
Racing Technology, que na temporada
de 2009 da GP2 Series trabalhava no mo-
nolugar do seu companheiro de equipa,
Karun Chandhok.
A Mercedes-AMG Team Strakka Racing
recebeu os carros novos em novem-
bro e realizou 130 voltas num teste em
Barcelona antes no final do ano, um teste
em que o piloto luso não pôde marcar pre-
sença por motivos contratuais. Contudo,
Parente está confiante que terá em mãos
um pacote competitivo e que, na teoria,
lhe dá garantias para lutar pelos lugares
cimeiros.
“Eles garantem-me todas as condições
para conseguir um bom resultado”, as-
severa empolgado com este regresso. “Se
tudo correr bem podemos obter uma boa
classificação”, salienta, lembrando: “Este
também é um desafio para toda a equi-
pa que está a trabalhar pela primeira vez
com os Mercedes”.
O acordo com a equipa britânica é por
agora apenas para esta prova, mas po-
derá estender-se a outras corridas, até
porque a Mercedes-AMG Team Strakka
Racing tem garantida a presença em todas
as provas o Intercontinental GT Challenge
e do Blancpain GT Endurance Cup.

MISSÃO INCOMPLETA

Num calendário a abarrotar de corridas,
há um fim de semana ainda por preencher
na agenda de “Varinho”: 16 e 17 de Junho.
E se há uma corrida em que o piloto por-
tuense adora participar e ainda não con-

E/
ENTREVISTA

32

ÁLVARO PARENTE

seguiu um resultado à sua medida, essa

corrida é as 24 Horas de Le Mans.

Nas duas visitas ao traçado de La Sarthe,

Parente mostrou toda a sua rapidez, mas

os resultados ficaram aquém das suas

prestações, muito por culpa de fatores

exteriores ao seu controlo.

Na primeira incursão pela clássica france-

sa, em 2014, Parente assistiu ao abandono

do Ferrari 458 Italia GTE da RAM Racing

devido uma falha na caixa de velocida-

des. O ano passado, agora ao volante de

um Ferrari 488 GTE da Cleawater Racing,

o portuense viu a bandeira de xadrez na

décima-primeira posição da classe GTE-

Am, muito por culpa das sucessivas vi-

sitas à gravilha do inexperiente Richard

'Rocket' Wee.

Todavia, apesar do resultado discreto, o

andamento de Parente não passou des-

percebido no paddock, tendo sido nos seus

turnos de condução o piloto mais rápido da

Ferrari da classe, ombreando em tempos

por volta com alguns dos mais evoluídos

488 GTE de fábrica.

“O ano passado andei depressa e foi uma

experiência que gostei imenso e obvia-

mente que gostaria de regressar”, admite

com entusiasmo. “Tinha umas contas a

ajustar com Le Mans, depois de ter aban-

donado em 2014. Conseguimos terminar

e isso foi o mais importante. Ganhei muita

experiência que será muito determinante

para o futuro.”

Sem entrar em detalhes, até porque diz o

velho ditado popular que o “segredo é a

alma do negócio”, o piloto de 33 anos diz

ter propostas para um eventual regres-

so à prova francesa e quiçá a uma parti-

cipação no Campeonato do Mundo FIA

de Endurance (WEC). dições. Hoje estou mais focado nos GT e da dessa teoria, pois quando se compete guês na Fórmula 1. “Acho que na realidade
atual será muito difícil vermos um portu-
“Estou em conversações mas por agora continuoatrabalharparamemanterum ao mais alto nível, “o que vai contar mui- guês outra vez na Fórmula 1. Só se o pai for
milionário como o Stroll ou se for o melhor
aindanãohánadadeconcreto”,sublinha dosmelhorespilotosdeGTdomomento”, to é a tua personalidade. Muito do cami- amigo do Vijay Mallya. Ou então, só se apa-
recer um piloto capaz de vencer todos os
sem querer mostrar a mão toda. reconhece sem nunca esconder o quan- nho que irás seguir passa por conhecer campeonatos nas fórmulas de promoção
no primeiro ano e mesmo assim, veja-se
Mesmosendovistocomoumdosmelho- to gostaria regressar a Le Mans, de pre- as pessoas certas e saber falar com es- o caso do Robin Frijns. Infelizmente, acho
que será mesmo muito difícil. As nossas
res pilotos de GT a nível mundial, Parente ferência, já este ano. sas pessoas certas, mostrar o empenho oportunidades passaram. O Filipe, eu e
o António…”
não afasta a possibilidade de um dia cor- e resultados. Obviamente andar muito Acostumado a digladiar-se nas pistas
desde tenra idade, muito por influência do
rer com um sport-protótiopo, seja este QUAL FADINHO LUSITANO, QUAL QUÊ... depressa, realizares bem o teu trabalho pai, que foi uma presença assídua na ve-
locidade nacional há mais duas décadas,
umLMP2ouatéumLMP1,ouoqueviera Esta será a 18ª temporada consecutiva e cometer o número mínimo possível de aos 33 anos, Parente não se vê a poisar
o capacete tão cedo ou a fazer qualquer
seguir. “Játiveumaexperiênciacomum de Álvaro Parente a competir nos palcos erros ajudam-te a atingir o topo.” outra coisa que não seja pilotar um carro
ganhador. “Se me mantiver focado e man-
LMP2,masfoiapenasumshakedownde internacionaisdeprovasdeautomobilis- “A este nível o ser português não é re- tiver a forma física, acho que conseguirei
andar depressa e competir ao mais alto
trêsvoltasnoAutódromodoEstorilecom mo, ombreando com alguns dos melho- levante”, assegura, apesar de conceder nível por uns bons 10 anos.”
Pudera, com um calendário que poderá
pneusvelhos,oquenãoéocenárioideal”, rescolegasdeprofissão,depoisdaestreia que “houve uma situação em que estava contabilizar 28 fins de semana de provas,
ter tempo para pensar em tudo o que não
recorda da sua curta experiência ao vo- em 2001 no Campeonato de Espanha de a discutir um lugar, que não era nos GT, e sejam as corridas já por si é um desafio...

lante do Ligier JS2 que serviu para afinar Fórmula3provenientedoqueeraaexce- sei que 80% da decisão de não ter ficado

o carro da Algarve Pro Racing antes de lente escola de karting nacional. com o lugar foi por o mercado português

um teste de um piloto amador. Háumaideiaentrea'afición'nacionalque ser muito inferior ao mercado do piloto

“Eugostodedesafiosesetivesseumde- os pilotos portugueses são muitas vezes com quem eu estava a discutir a vaga.

safioparaguiarumLMP2nãodescartava prejudicados pelo fardo da nacionalidade Nesse caso específico, o ser português,

essapossibilidadedependendodascon- que carregam às costas. Parente discor- devidoàdimensãodonossomercado,não

jogou a meu favor.”

Consciente da en-

"GOSTO DE DESAFIOS E SE TIVESSE UM PARA GUIAR UM LMP2 NÃO fraquecida realidade
DESCARTAVA. MAS ESTOU MAIS FOCADO NOS GT E CONTINUO A TRABALHAR nacional, Parente não
acredita que em bre-

PARA ME MANTER UM DOS MELHORES PILOTOS DE GT DO MOMENTO" ve possamos voltar a
ter um piloto portu-

>> autosport.pt

33

F1 É PASSADO DISTANTE

Com uma agenda tão preenchida, Álvaro E se por obra do acaso, uma “taumaturgia à Brendon
Parente confessa que mal tem tempo para Hartley”, surgisse uma nova oportunidade para correr
acompanhar os Grande Prémios como na categoria rainha do desporto automóvel? “Se me
gostaria. Aliás, se o destino tivesse sido sentasse agora num Fórmula 1, com a preparação
escrito por outras linhas, hoje o piloto da física adequada, acredito que andaria depressa. Não
cidade do Porto poderia até ser um dos estou com isso a dizer que iria superar o Hamilton,
principais atores do 'Grande Circo'. o Vettel e afins. Mas, honestamente, para mim a
Em 2010, Parente ficou a um pequeno Fórmula 1 é passado...”
passo de subir ao cume da pirâmide A primeira e única experiência de Parente com um
do automobilismo, tendo mesmo sido Fórmula 1 aconteceu em janeiro de 2008. Por ter
apresentado como terceiro piloto da vencido as World Series by Renault, Parente ganhou
então recém-nascida Virgin Racing F1. por direito um teste com o Renault R27 em Jerez de la
Contudo, o acordo entre o piloto luso, Frontera. Diz quem viu, que com 50 kg de gasolina e
cuja carreira era na altura gerida pela pneus novos, os tempos do português deixaram com
Gestifute do empresário Jorge Mendes, e a a pulga atrás da orelha aos engenheiros da equipa
equipa do milionário Richard Branson, que francesa. Infelizmente, à época, a Renault liderada
rondava uma verba de 2 milhões de euros, por Flávio Briatore tinha os lugares todos ocupados,
acabou por não se materializar. Isto, porque o Turismo incluindo os dois volantes de reserva, entregues
de Portugal, que inicialmente se terá comprometido a Lucas Di Grassi e Romain Grosjean, não havendo
a apoiar o projeto, que incluía também a participação espaço para mais um...
numa das equipas de ponta da GP2 Series, quando
chegou o momento de acertar contas, abandonou o
barco, deixando Parente sem poiso.
Para um piloto que lutou de igual para igual com
Sebastien Vettel, suplantou Niko Hulkenberg ou Sergio
Perez, com quem teve um célebre desentendimento
na corrida da GP2 Series no Algarve, este percalço
na sua carreira poderia ter sido uma experiência
traumática, mas não foi. Parente há muito que atirou
este episódio desapontante para trás das costas.
“Olhando hoje para trás e na altura estava com o
‘mindset’ para Fórmula 1, acredito que teria feito
um excelente trabalho, e nas condições certas
e no carro certo, poderia ter andado depressa e
realizado bons campeonatos. Agora não penso
nisso, só estou focado naquilo que estou a fazer
neste momento”, afirma.

V/34
VELOCIDADE - 24 HORAS DAYTONA

COMEÇAR24H DE DAYTONA É NO FIM DE SEMANA Acura da Penske, com grandes nomes petitivo (nº 78), numa excelente equipa
OANO EM ao volante como Montoya, Castroneves, e com a possibilidade de vencer a geral.
GRANDE Pagenaud, Rahal e Taylor. Um projeto que
vai certamente dar que falar durante GTLM EQUILIBRADO
Depois dos motores já se terem ouvido no ‘Roar Before The a época. Do ano passado transitam os
Rolex 24’, no próximo fim de semana é a ‘sério’, com as 24 Nissan nº 2 e nº 22 e a Mazda que conta Os GTLM são apenas 9, mas um caso cla-
Horas de Daytona. Cinco portugueses em pista legítimam agora com o apoio da Joest, os mesmos ro de qualidade em detrimento da quan-
aspirações a lugares de destaque na geral e na cat. GTD senhores que ajudaram a Audi a domi- tidade. No ano passado a Ford festejou a
nar Le Mans. vitória, mas foram espetaculares as lu-
Fábio Mendes Para este ano teremos 4 ‘Caddy´s’ (mais tas nesta classe. Para este ano teremos
[email protected] um que no ano passado) e dado o anda- O QUE FARÁ ALONSO? 2 Ford, 2 Corvette, 2 Porsche, 2 BMW e 1
FOTOS IMSA/Richard Dole, mento evidenciado no ROAR serão estes Ferrari. Grandes nomes marcarão pre-
Jake Galstad e Michael L. Levitt os teóricos candidatos ao triunfo. Em 2017 Nos LMP2, destaque para a United sença, como é habitual, numa das cate-
foi o Cadillac nº 10 Konica Minolta a vencer Autosports (2 carros: nº 23 e nº 32), equipa gorias que mais interesse tem suscitado
ADaytona International de forma polémica, depois de ter tocado de Filipe Albuquerque no ELMS, que vem no mundo do endurance. Ford, Porsche
Speedway vai ser o palco da no nº 5 de Filipe Albuquerque nos últimos a Daytona com nomes bem conhecidos e Corvette apresentam-se na máxima
56ª edição da prova america- minutos da corrida, provocando um pião como Paul Di Resta, Bruno Senna, Lando força, enquanto a BMW vai colocar em
na que desde 1991 é conhecia e acabando com as esperanças de uma Norris e Fernando Alonso. É a 2ª expe- pista o novo M8 GTLM que dá os primei-
como Rolex24. vitória lusa. O nº 5 da Action Express será riência ‘extra-F1’ do espanhol em menos ros passos na competição.
2018 é uma das edições mais uma das máquinas que mais atenção irá de um ano, depois da Indy 500. O objetivo
aguardadas pela elevada competitivi- suscitar aos fãs portugueses, com João do piloto da McLaren é o de tomar pulso LAMY E PARENTE NOS GTD
dade e pela extensa lista de pilotos. Os Barbosa e Filipe Albuquerque a faze- ao endurance e perceber se quer fazer já
melhores pilotos de endurance irão ter a rem novamente equipa com Christian este ano as 24 de Le Mans, onde pare- Os GT3 estarão muito bem representados
companhia dos melhores nos GT assim Fittipaldi. Para além do nº 10 e do nº 5 tere- ce ter uma vaga aberta na Toyota. Mas (neste caso GTD), com 21 carros inscritos
como de algumas estrelas da F1. Serão mos o ‘Caddy’ nº 31 (Whelen Engineering a United não é a única equipa a apostar e um leque de máquinas e pilotos de so-
20 protótipos, 9 GTLM e 21 GTD. Racing) e o nº 90 Spirit of Daytona Racing, forte em Daytona e a Jackie Chan DC nho: Lamborghini, Lexus, Audi, Mercedes,
uma estreia este ano. Racing, que disputou o titulo do WEC até Ferrari, Porsche, BMW e Acura estarão
PORTUGUESES EM DESTAQUE Outra novidade é a entrada dos dois novos ao final, traz dois carros (nº 78 e nº 37) e em pista e o lote de pilotos também é
também uma lista de luxo com nomes de excelência, mas destacaremos ape-
Nos protótipos teremos 10 LMP2 e 10 DPi, como Alex Brundle, Felix Rosenqvist, nas dois: Álvaro Parente e Pedro Lamy.
que celebram o primeiro aniversário Daniel Juncadella, Robin Frijns, Lance Parente, que sessou a sua ligação com
desde a sua introdução, na prova de Stroll e… António Félix da Costa. Da Costa a McLaren, irá continuar a sua apos-
Daytona do ano passado. Correm na não estará ao comandos do M8 mas, em ta nos campeonatos americanos, onde
mesma classe pois os DPi não são mais compensação, vai estar num carro com- vai participar na PWC e na Taça Norte
do que LMP2 a quem foi dada a liber- Americana de Endurance, com a Michael
dade de fazer algumas alterações no Shank Racing, cuja a primeira prova é a
chassis, de forma a que os fãs possam de Daytona.
identificar mais facilmente a marca a Lamy contará com os seus habituais
que pertencem, além de terem a possi- companheiros de equipa (Mathias Lauda
bilidade de usarem motores próprios, ao e Paul Dalla Lana, a quem se junta Daniel
contrário das regras mais estritas dos Serra) mas a máquina será o Ferrari 488
LMP2. Esta miscelânea de máquinas já GT3 nº 51 da Spirit of Race.
competiu em conjunto no IMSA do ano É motivo de grande orgulho a lista de pi-
passado e os Cadillac DPi mostraram lotos lusos presentes nesta edição das
ser as máquinas mais competitivas. 24h de Daytona. Cinco nomes que os-
tentaram a bandeira verde e vermelha
e mais que isso, cinco candidatos à vi-
tória nas respetivas classes (Barbosa e
Albuquerque são favoritos à vitória geral,
com Félix da Costa a poder intrometer-
-se nessa luta).

OQUENOSDISSEOROAR BEFORETHE ROLEX24

O teste que antecede a tão ansiada prova todas as sessões de testes e Felipe Nasr depósito de combustível e um aumento no a evolução dos NSX da Michael Shank Racing.
serve de aperitivo e dá-nos já algumas colocou o seu nº 31 no primeiro lugar da diâmetro do restritor de reabastecimento Mas o equilíbrio foi mesmo nota dominante.
dicas do que poderemos esperar no evento. tabela na qualificação. Os Acura foram - o que implica reabastecimentos mais As alterações resultantes do BoP ditaram
São várias as conclusões depois de três crescendo assim como os Mazda e os Nissan rápidos - em relação ao usado no teste. Os que os Mercedes AMG GT3 irão perder 15
dias, sete sessões de testes e uma pré- estiveram abaixo do desejado. Os ‘Caddy’ - Acura e os Nissan terão também aumentos kg, enquanto os Acura ganharão 10K kg -
qualificação, embora seja perigoso assumir que este ano estreiam um motor novo, mais nos depósitos - o Nissan terá também um compensando com o aumento da capacidade
que a corrida será uma repetição do que se pequeno em relação ao antecessor - serão aumento nas pressões do turbo - e os Mazda do depósito. Os Lamborghini e Audi serão
viu. penalizados pelo BoP, com uma diminuição terão menos 15 kg, tornando-se no protótipo ligeiramente prejudicados enquanto os
Para já, o favoritismo dos Caddilac parece de 0.6mm no restritor de ar, contrabalançado mais leve da grelha - contrabalançado pela Ferrari e especialmente os BMW terão
estar acima de qualquer dúvida. Lideraram com um aumento de 1L na capacidade do diminuição das pressões do turbo. aumentos no depósito e na pressão do turbo
Nos LMP2, as máquinas da Jackie Chan DC - este último exclusivamente para o M6.
Racing foram as que mais se evidenciaram. Em relação às prestações portuguesas,
Os Ligier da United Autosports não Albuquerque foi quase sempre dos mais
mostraram capacidade de lutar pelos lugares rápidos, juntamente com Barbosa, Félix da
cimeiros e os chassis Oreca pareceram mais Costa adaptou-se bem e ainda conseguiu
fortes que os Ligier. ser o mais rápido da sua equipa num par
Em GTLM o equilíbrio foi nota dominante. de sessões, deixando bons apontamentos
Melhor a Ford, perto os Porsche e Corvette, para o que aí vem. O Ferrari de Lamy alternou
mais atrás o Ferrari da Risi. Para a BMW entre o bom e o mau. Em qualificação o
há muito trabalho pela frente ao nível de português foi o mais rápido da equipa,
afinação da máquina e o BoP vai ao encontro mas apenas chegou ao 14º posto. Nada
disso, com uma diminuição do peso mínimo que assuste o experiente piloto que sabe
em 10 kg, aumento no depósito em 6L assim que as corridas de endurance são muito
como do restritor de reabastecimento do M8 mais do que fazer os melhores tempos nos
GTE. Tudo para que se possa aproximar mais cronometrados. Parente foi outro dos pilotos
dos adversários que tiveram aumentos nos que mais se destacou. Teve de adaptar-se
ângulos mínimos da asa (Ford e Corvette) a uma realidade nova, com um novo carro e
e diminuição da capacidade do depósito uma pista desconhecida, mas ainda assim
(Porsche). Em GTD, os Lamborghini da Grasser conseguiu crescer a cada sessão e foi
Racing Team foram as máquinas que mais se mesmo um dos mais rápidos. Promete ter
evidenciaram embora tenhamos de destacar uma estreia em grande.

V/36
VELOCIDADE

KIA PICANTO
GTCUP NOS
CIRCUITOS
E RAMPAS

O novo troféu da CRM Motorsport, o Kia Picanto GT Cup, vai
disputar-se, ao contrário do que estava previsto inicialmente,

nos circuitos e rampas num calendário que contempla sete
eventos de velocidade e montanha. Para os ralis haverá um

kit disponível como extra (homologação R1B)

José Luís Abreu
[email protected]

Atenta às necessidades do mer- Ralis e certificarem-se de que terão um mais experientes, ou entusiastas que HOMOLOGAÇÃO R1B
cado e aos desejos e anseios carro vencedor na categoria. até aqui nunca tivessem tido contacto
dos pilotos, a organização do com o desporto motorizado, pudessem “Por outro lado, a criação de um kit de
Kia Picanto GT Cup procedeu a MAIS ABRANGENTE fazê-lo através do Kia Picanto GT Line ralis com homologação R1B permitirá
alterações no calendário des- As alterações realizadas acabam por desenvolvido para o Kia Picanto GT Cup”, que o Kia Picanto GT Line utilizado no
portivo inicialmente divulgado. tornar o Kia Picanto GT Cup ainda mais refere João Seabra, diretor-geral da Kia troféu seja encarado como uma solução
Às provas nos circuitos de Braga, Estoril, inclusivo, convidando miúdos e graúdos Portugal. competitiva por uma importante fatia
Portimão e Vila Real juntam-se as rampas a juntarem-se aos mais de 20 pilotos que “Acredito que o novo calendário e alte- de pilotos unicamente interessada nesta
da Falperra e do Caramulo, integradas nos já confirmaram a sua presença no novo rações efetuadas reforçarão o interesse modalidade e que não se reviam no pro-
campeonatos nacionais de Velocidade e troféu nacional que tem apoio oficial evidenciado à partida no troféu, mas grama inicialmente proposto”, concluiu
Montanha. da FPAK, abrindo caminho para que também no carro de competição que se o responsável da marca.
Os ralis não foram, no entanto, esquecidos, outros jovens ou veteranos possam encontra a ser desenvolvido em parceria
com a Kia Portugal e a CRM Motorsport a exprimir o seu desejo pela competição, com a CRM Motorsport. No plano com- C/ CALENDÁRIO
juntarem esforços na criação de um pa- por intermédio dos ralis: “Desde o início petitivo, as provas de velocidade e de
cote técnico que permitirá ao Kia Picanto deste ambicioso projeto que a intenção montanha definidas para este primeiro KIA PICANTO GT CUP
GT Line ser homologado como viatura da Kia Portugal foi sempre a de criar as ano do Kia Picanto GT Cup colocarão
R1B. Os pilotos que já manifestaram o seu melhores condições para o surgimento certamente em evidência a destreza ao 6 DE MAI. ESTORIL DELIVERY DAY
interesse neste kit poderão, deste modo, de novos talentos do automobilismo volante de todos os concorrentes, bem 11 A 13 DE MAI. RAMPA DA FALPERRA
participar no Campeonato Nacional de nacional. Mas também para que pilotos como as suas apetências comunica- 23 A 24 DE JUN. RACING WEEKEND VILA REAL (C/ WTCC)
cionais, em eventos tradicionalmente 14 A 15 DE JUL. RAMPA DO CARAMULO
marcados pela enorme adesão do pú- 15 A 16 DE SET. RACING WEEKEND BRAGA 2
blico e enquadrados em calendários 26 A 28 DE OUT. RACING WEEKEND PORTIMÃO
desportivos internacionais. São disso 16 A 18 DE NOV. ESTORIL RACING FESTIVAL
exemplo as rampas da Falperra e do
Caramulo, tal como a passagem pelo
circuito de Vila Real”, acrescenta.

>> autosport.pt

37

Ciente da relevância deste novo qua-
dro desportivo, também Tiago Raposo
Magalhães acredita que as mudanças
operadas só vieram reforçar o interesse
na competição: “Após termos recebido
inúmeros contactos de pilotos interes-
sados em participar no Kia Picanto GT
Cup, mas que, por motivos distintos, não
se encontravam plenamente satisfeitos
com o calendário desportivo anunciado,
optámos, em conjunto com a Kia Portugal,
pela sua reformulação. O novo programa
reúne o maior equilíbrio entre o interesse
desportivo e mediático definido à partida, e
reduz ainda mais os custos de participação
no troféu”, explica o responsável da CRM
Motorsport.
“Do mesmo modo, o desenvolvimento
e disponibilização de um kit de ralis de-
monstra a abrangência do Kia Picanto GT
Cup e ainda o desejo da organização em
torná-lo o mais versátil possível, caso
único no atual quadro do desporto moto-
rizado português”, sublinha o promotor
do mais recente troféu monomarca do
automobilismo nacional.
“Pelo trabalho que se encontra a ser reali-
zado na transformação do Kia Picanto GT
Line para troféu, estamos certos de que
a versão de ralis pesará menos do que
os 1030 kg a que obriga o regulamento, o
que nos permitirá assegurar uma melhor
distribuição do conjunto. Junte-se a isso
as indicações do propulsor e o investi-
mento efetuado no reforço da estrutura
da carroçaria, e temos todos os motivos
para estarmos confiantes na qualidade
do resultado final”, salienta João Seabra.

PRIMEIRO CONTACTO EM FEVEREIRO

Além do apoio da Kia Portugal e da CRM
Motorsport, muitos são os parceiros por-
tugueses que têm contribuído para o de-
senvolvimento da versão de competição
do Kia Picanto GT Line — um trabalho
determinante para o sucesso da imple-
mentação do Kia Picanto GT Cup como
o mais relevante troféu monomarca do
desporto motorizado nacional.
O rigoroso programa de atividades defini-
do à partida tem sido escrupulosamente
cumprido dentro do tempo previsto, re-
forçando, desta forma, as opções técnicas
que foram delineadas no início do projeto:
“Não posso deixar de manifestar o meu
especial agradecimento a todos os que se
juntaram a nós neste projeto e têm contri-
buído para fazer do Kia Picanto GT Line um
grande carro de competição. Deixa-nos
particularmente orgulhosos o facto de se
tratarem de empresas portuguesas que
espelham o que de melhor se faz interna-
mente no departamento da competição
automóvel”, destaca João Seabra.
Osdoisprotótiposqueseencontramdesde
3 de janeiro a serem construídos terão o
seu primeiro contacto com a pista a 7 de
fevereiro, no traçado do Circuito do Esto-
ril, durante um teste privado organizado
conjuntamente pela Kia Portugal, a CRM
Motorsport e restantes parceiros.

FPAK/3388

GALA DOS CAMPEÕES 2017

DIA DE
CONSAGRAÇÃO

FOTOGRAFIA Paulo Maria/FPAK Portugal não registava o envolvimento 2 3
a nível oficial de três construtores e 5 6
T eve lugar no passado fim de este novo ciclo permite-nos encarar 7 8
semana, no Centro Cultural o futuro de forma ainda mais otimista
e de Congressos de Aveiro, e acreditar, até, que outras marcas
a Gala dos Campeões FPAK poderão seguir-lhes as pisadas mui-
2017, evento que reuniu todos os to em breve.” O Presidente da FPAK
campeões de 2017, no epílogo duma assegura: “Desde a nossa tomada de
temporada interessante, com cam- posse, há pouco mais de seis meses,
peonatos resolvidos nos últimos que temos vindo a trabalhar no sentido
metros em algumas competições. de criar condições para que as marcas
Como é habitual, a FPAK fez algumas representadas em Portugal se sintam
distinções adicionais, homenageando motivadas a investir no desporto au-
personalidades ou entidades que pela tomóvel. Já conseguimos assegurar
sua ação se destacaram na promo- apoios de novos patrocinadores que
ção do desporto automóvel nacional. nos vão permitir, em 2018, dar maior
Este ano, a Direção da FPAK destaca: visibilidade, em termos de comunica-
Adrian Malheiro (Piloto); Pedro Lamy ção e de divulgação, às competições
(Piloto); Bruno Magalhães (Piloto); do calendário da FPAK. Mas ainda am-
Hugo Magalhães (Navegador); Pedro bicionamos mais”, referiu, garantindo
de Almeida (Diretor de Prova); Carlos ainda uma aposta mais forte no ‘berço’
Decq Motta (Comissário Desportivo); do desporto motorizado: “Uma das
José Ribeiro (Jornalista, durante muitos grandes apostas deste Executivo da
anos, chefe de redação do AutoSport); FPAK vai incidir no karting, tendo em
Rally4Now (Aplicação Mobile para vista a descoberta de novos valores
Ralis); Valvoline (Patrocinador) e AFN para o desporto automóvel, daí que já
(Patrocinador). No seu discurso, Ni tenham sido canalizados meios signi-
Amorim, Presidente da FPAK, enalte- ficativos, designadamente financeiros,
ceu “todos aqueles que contribuíram, para desenvolver esta modalidade ao
com o seu empenho e determinação, longo de 2018”, assegurou, finalizando
para dignificar o desporto automóvel. com a promessa de muito trabalho:
Parabéns a todos”, disse destacando “Pela parte da FPAK, estamos cons-
ainda a chegada de três novos cons- cientes de que ainda há muito a fazer,
trutores ao automobilismo português, até ao final do nosso mandato, para
algo inédito nos últimos anos: “Há vencer os novos desafios deste nosso
muito que o desporto automóvel em desporto.”

>> autosport.pt

39

9

1
10

11
4

1 Ni Amorim, Presidente da FPAK 12
13
2 Carlos Vieira e Jorge ‘Jet’ Carvalho, Campeões Nacionais de Ralis 14

3 Bruno Magalhães e Hugo Magalhães, Vice-Campeões Europeus de Ralis

4 Ricardo Porém, Hugo Magalhães (1º); Alexandre Franco e Rui Franco (2º);
Rui Sousa e Carlos Silva (3º, Campeões de T2) no Nacional de Todo o Terreno

5 A jovem ‘família’ de Campeões do Karting

6 Os premiados do Campeonato Nacional de Montanha

7 Os homens da Velocidade Nacional, no caso os premiados dos Clássicos,
Legends...

8 Os premiados no Campeonato Nacional de Off-Road, Ralicross, Kartcross
e Super Buggy

9 Ni Amorim, Presidente da FPAK, entrega o Prémio de Homenagem
a José Ribeiro, jornalista há 37 anos, ex-Chefe de Redação do AutoSport

10 É muito grande a importância do Karting na criação de jovens talentos,
como o de José Maria Gouveia (na imagem)

11 Piloto de Karting, Joana Lima foi uma das jovens promessas do desporto
nacional distinguidas no certame

12 O Centro Cultural e de Congressos de Aveiro foi o palco da Gala dos
Campeões FPAK 2017

13 Pedro de Almeida (Diretor do Rali de Portugal) recebeu das mãos de
Ni Amorim, Presidente da FPAK, um Prémio de Homenagem pelo seu trabalho
em prol do desporto automóvel

14 A FPAK distinguiu e homenageou personalidades que pela sua ação se destacaram na
promoção do desporto automóvel nacional, como foi o caso de Pedro Lamy (Piloto);
Bruno Magalhães (Piloto); Hugo Magalhães (Navegador); Pedro de Almeida
(Diretor de Prova) e na foto, o jovem piloto de Karting, Adrian Malheiro

40

DAN GURNEY

UMAÁGUIA
AMERICANA

A comunidade automobilística chora a morte de Dan Gurney,
considerado como um dos melhores pilotos americanos de
sempre e até mesmo da história do desporto automóvel.
Um ‘gentleman’ dentro e fora das pistas, fundador

de uma bem-sucedida equipa e engenheiro de renome. Tudo
feitos da vida de um homem singular que merecem ser
devidamente lembrados

CONHEÇA ESTA E MUITAS
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT

>> autosport.pt

41

Guilherme Ribeiro de atingir 222 km/h, alinhando poste-
[email protected] riormente em inúmeras provas locais.
No entanto, em 1952 foi chamado para
Até à década de 50 a compe- prestar o serviço militar e enviado para
tição nos Estados Unidos ba- a Guerra da Coreia, onde passou ano e
seava-se essencialmente nas meio como mecânico de baterias an-
acirradas competições em tiaéreas. Mais maduro, o jovem Dan re-
pistas ovais, tanto asfaltadas gressou aos EUA em 1954 decidido a
como em terra, que compu- recomeçar, agora de uma forma bem
nham as diversas categorias dos mid- mais séria, a competir. Porém, o que o
gets, dirt e sprint cars, assim como o atraía mais não eram as provas em pis-
próprio campeonato IndyCars, na altura tas ovais nem propriamente os drags-
sob a égide da AAA. Por outro lado, po- ters, mas as competições em circuito,
pularizavam-se cada vez mais as provas tão típicas da Europa, que ele seguia
de ‘stock-cars’, desde que o primeiro passo a passo através das melhores
campeonato NASCAR foi disputado, em revistas da especialidade. Deste modo,
1949, assim como os habituais dragsters. embora não esquecendo os seus pro-
As provas em circuito ou em estrada tótipos artesanais, Gurney começou a
aberta eram muito raras e só nos prin- competir nas provas de sport locais em
cípios dessa década é que os carros de 1955. Mas o dinheiro não abundava. No
Sport e GT fizeram a sua gradual en- entanto, o nova-iorquino não demorou
trada nos ‘States’ e se popularizam os a mostrar talento e, depois da aventura
primeiros circuitos, como Watkins Glen, com o ‘Frankenstein de quatro rodas’ –
Laguna Seca, Sebring e Riverside. o Arciero Special, baseado num Ferrari,
É neste contexto que nasce Daniel com motores Maserati e suspensões
Sexton Gurney, nos arredores de Jaguar – que Shelby considerava inguiá-
Nova York, a 13 de abril de 1931. Filho vel, Gurney imediatamente brilhou e em
de Jack Gurney, um barítono na Ópera 1957 foi convidado por Carl Bailey para
Metropolitana de Nova Iorque, e de Roma pilotar o seu Chevrolet Corvette quan-
Sexton, o jovem Dan cedo se interes- do o seu piloto principal, Bob Drake, não
sou pelo desporto motorizado e pela estava disponível. Com uma mecânica
mecânica, muito graças aos seus tios, competitiva e alinhando em provas mais
todos eles formados em engenharia, e afamadas, Dan mostrou todo o seu ta-
às muitas provas de dirt cars que assis- lento nos circuitos, batendo-se de igual
tiu durante o início da Segunda Guerra. para igual com as estrelas mais consa-
Deste modo, quando a família se estabe- gradas dos Sport americanos - Carroll
leceu na Califórnia, em 1948, a mudan- Shelby, Walt Hansgen, Masten Gregory,
ça agradou imenso ao jovem Gurney, já entre outros. Deste modo, numa só tem-
que a costa oeste era, sem dúvida, o polo porada ‘profissional’, Gurney chamou a
mais atrativo da competição durante atenção de Luigi Chinetti, o importador
o período do pós-Guerra. E foi nos hot da Ferrari para os EUA e dono da con-
rods e nos dragsters que Dan Gurney ceituada North American Racing Team,
iniciou-se na competição, construin- encarregue de inscrever as máquinas
do um desses carros aos 19 anos, capaz de Maranello no continente americano.
Encantado pelas suas performances
ao volante de um Ferrari de Bob Drake,
Chinetti convidou Gurney para pilotar
pela NART em 1958, ao mesmo tempo
que lhe daria a hipótese de se estrear
na Europa.
Foi assim, aos 27 anos, que Daniel Sexton
Gurney atravessou pela primeira vez
o Atlântico para competir no mundo
que tanto o atraía. E nada melhor que
começar… nas 24 Horas de Le Mans
de 1958, ao volante de um imponente
Ferrari 250 Testa Rossa. Infelizmente,
quando rodava no quinto posto, o seu
colega Bruce Kessler envolveu-se num
violento acidente que acabou com a
corrida de ambos. As poucas provas
de Gurney na Europa não produziram
resultados de relevo, mas as perfor-
mances foram suficientes para que
a Scuderia o convidasse a testar em
Modena e lhe propusesse em segui-
da um contrato profissional para 1959,
tanto para os Sport-Protótipos como
para a F1. A aventura começou nas 12h
de Sebring, prova onde Gurney/Daigh
rodavam em segundo lugar quando lhes

42

foi ordenado que cedessem o seu carro travões e despistou-se violentamen- por isso a marca de Zuffenhausen teve mos. Já na Endurance, Gurney venceu
à principal equipa, Hill/Gendebien, que te, resultando num braço partido e na que recorrer a um motor de F2 ‘vitami- as 3h de Daytona e foi segundo com Jo
haviam desistido. Como estes levaram o morte de um comissário de pista. Este nado’ para a temporada de 1961. Se bem Bonnier no Targa Florio, após mais uma
carro de Gurney à vitória, este partilhou acidente fez Dan mudar o seu estilo de que ninguém estava ao nível da Ferrari, performance brilhante.
as honras da mesma, sem dúvida um condução, tornando-se muito mais sua- Gurney e Moss (no Lotus de Rob Walker) O problema é que a Porsche anunciou
bom começo de temporada. De segui- ve para a mecânica. E, no final da épo- foram aqueles que mais lutaram pelos demasiado tarde as suas intenções de se
da, Dan continuou a brilhar no Mundial ca, fechou as contas com zero pontos. bons resultados atrás da tripla encarna- retirar, e Dan viu-se sem grandes opor-
de Endurance, embora sem resultados Porém, a época na Endurance foi bem da. O Porsche era extremamente fiável, tunidades de arranjar lugar numa boa
de relevo, e em Le Mans o duo Gurney/ mais favorável e fez muito para que o daí que Gurney terminou quase todos os equipa, restando-lhe a novata Brabham
Behra estava a fazer uma prova brilhan- americano se estabelecesse definiti- Grandes Prémios nos pontos, incluindo – Jack Brabham saiu da Cooper no final
te até que a transmissão quebrou pela vamente como uma das estrelas do seu três segundos lugares - França (derro- de 1961 para criar a sua própria equipa
nona hora. Na Fórmula 1 os resultados tempo. Tendo assinado pela Camoradi de tado por Baghetti em cima da linha de
foram bem melhores já que, depois de Lucky Casner para pilotar os seus mag- meta), Itália e Estados Unidos - termi-
uma estreia falhada em França, foi se- níficos Maserati “Birdcage” de 2.9 litros, nado assim o campeonato em quarto,
gundo no único G.P. da Alemanha dis- Gurney e Gregory dominaram os 1000 ao mesmo tempo que fazia também
putado no velocíssimo e temível circuito Km de Buenos Aires até a caixa quebrar, algumas provas de Sport com a equi-
de AVUS, terceiro em Portugal e quarto e depois repetiu a dose, desta vez acom- pa germânica. E, em 1962, chegou o no-
em Itália. Porém, a Ferrari não estava panhado por Stirling Moss em Sebring, víssimo Porsche 804 com o seu motor
disposta a oferecer-lhe um contrato mais uma vez abandonando, desta vez Flat-8, mas os problemas de fiabilidade
na F1 a full-time, e Gurney optou por com o motor partido. No entanto, o su- fizeram-se sentir nas primeiras provas.
deixar a Scuderia, assinando pela BRM. cesso chegaria finalmente nos 1000 Km Só em França, no circuito de Rouen, é que
Se a BRM tinha finalmente vencido o de Nürburgring, em que Moss/Gurney Gurney conseguiu finalmente romper a
seu primeiro Grande Prémio em 1959, obtiveram uma das suas mais emble- ‘malapata’ e alcançar a sua primeira vi-
as supostas melhorias da equipa de máticas vitórias nos Sport-Protótipos. tória na F1. No entanto, 1962 foi um ano
Bourne não foram suficientes para dar Ninguém duvidava agora que Gurney era extremamente árduo para a Porsche
a Gurney e aos seus colegas de equipa uma estrela e em 1961 ele assinou pela porque o desenvolvimento do Flat-8 foi
um carro competitivo para 1960. Além Porsche, que depois de dois anos a ali- mais complicado do que o esperado, o
de não estar entre os mais rápidos, o nhar com carros de Fórmula 2, apresen- que motivou a marca a deixar a cate-
novo BRM P48 era assustadoramente tava finalmente o seu primeiro F1 para goria-rainha no final de 1962, para se
pouco fiável e muito frágil, e no G.P. da o regulamento de 1500 cm3. No entan- dedicar por inteiro aos carros de Sport,
Holanda Dan ficou subitamente sem to, o novo V8 ainda não estava pronto, com o sucesso que todos nós conhece-

>> autosport.pt

43

e, após um ano de aprendizagem, pre- que culminaria com cinco pódios nas
tendia ter uma equipa de dois carros em últimas cinco provas, deixando-o em
1963. Gurney e Brabham entenderam-se quarto no final da época, com 25 pon-
na perfeição, e rapidamente a equipa co- tos, até então o seu melhor resultado.
meçou a progredir e a acompanhar os Ao mesmo tempo, Gurney não tinha
homens da frente, conseguindo o pri- deixado a Endurance e, a partir de 1963,
meiro pódio com um terceiro lugar na envolveu-se no projeto Shelby Cobra,
Bélgica e depois um segundo lugar na gerido pelo seu amigo Carroll Shelby,
Holanda e outro nos EUA, terminando sob o beneplácito da Ford, que queria
o campeonato em quinto lugar, à frente uma máquina capaz de derrotar os om-
do seu colega de equipa e patrão. nipresentes Ferrari 250 GTO.
A fiabilidade melhorou substancialmen- Em 1964, a luta tornou-se mais séria
te em 1964, e os Brabham passaram a graças ao espetacular Coupé Cobra
ser candidatos à vitória, com Gurney a Daytona, vencendo os GT em Le Mans
conseguir as suas primeiras pole-po- com a dupla Gurney/Bondurant, e no
sitions na Holanda e na Bélgica. Se na ano seguinte o título daquela catego-
Holanda abandonou, na Bélgica fez uma ria, embora Gurney/Grant tivessem
das suas melhores provas da carreira, abandonado em Le Mans. Mas a luta
tendo dominado facilmente até ficar entre a Ford e a Ferrari não iria ficar
sem gasolina em Stavelot e entregar a pelos GT – a Scuderia tinha recusado a
vitória a Clark. Contudo, na prova se- compra por parte da Ford, e a marca da
guinte, novamente em Rouen, Gurney oval azul decidiu-se a bater a equipa de
conseguiu a sua segunda vitória depois Maranello no seu próprio terreno, gra-
de, desta vez, ter sido Clark a abando- ças aos possantes Ford MkII de 7.0 litros.
nar com o motor partido quando lide- Gurney e Shelby foram logo chamados
rava. Ainda assim, a época foi muito para este programa, e em 1966 Gurney/
marcada por problemas de fiabilidade, Grant dominaram umas 12h de Sebring
perdendo uma possível vitória em Itália disputadas debaixo de chuva torrencial,
quando sofreu problemas de injeção, e apenas para um problema de motor os
outra nos Estados Unidos, desta vez com obrigar a encostar na última volta e a
uma fuga de óleo. caírem para o segundo lugar, e depois
No entanto, no México, novamente à abandonaram em Le Mans, novamente
custa de uma falha no motor de Clark, quando comandavam.
Dan averbava mais uma vitória, termi- Em 1967, naquela edição que foi cha-
nando o campeonato em sexto, com 19 mada de ‘A Corrida do Século’, tanto a
pontos. E, em 1965, a progressão conti- Ford como a Ferrari inscreveram toda
nuou claramente, apesar de um início a sua ‘artilharia’ disponível, e Gurney
de época para esquecer. Quando, em pilotava o Ford MkIV vermelho com o
Inglaterra, Gurney conseguiu levar o número 1, ao lado da estrela das ovais
Brabham finalmente aos pontos, iniciou americanas, A.J. Foyt. Este não conhecia
uma fabulosa sequência de resultados Le Mans nem a Endurance, mas o que é

44

certo é que a dupla funcionou como um de Anglo-American Racers. Quanto ao pela nova fórmula – daí que as primei- conceituada Corrida dos Campeões,
relógio e foi o único Ford a passar sem nome dos monolugares, foram batiza- ras provas foram disputadas com um uma prova extra-campeonato, mas
percalços, depois de uma prova desa- dos de Eagle, em homenagem à águia, motor Climax de 2.7 litros. o carro, se bem que andasse ao ritmo
pontante para a marca norte-ameri- o símbolo americano. Para 1966 entra- A época seria marcada pelos tradicio- dos melhores em qualificação, não era
cana, que quase ficou completamen- va em vigor um novo regulamento que nais problemas de crescimento, com o minimamente fiável, o que aliás leva-
te à mercê da Scuderia. Gurney e Foyt permitia motores de 3.0 litros na F1, e carro a sofrer inúmeras falhas de fiabi- ria à saída abrupta do segundo piloto
viriam mesmo a bater o record de pro- a Eagle avançou com um carro dese- lidade, e a chegada do motor Weslake da equipa, Richie Ginther.
va, vencendo a uma espantosa média nhado por Len Terry e com motores só os agravou, pelo que Gurney termi- No entanto, no G.P. da Bélgica os astros
de 218,038 km/h, e no pódio, pela pri- V12 concebidos por Harry Weslake. No nou o ano com apenas quatro pontos. alinharam-se finalmente para a Eagle e
meira vez, abriram as suas garrafas de entanto, estes não estavam prontos no Esperava-se melhor para 1967 com o Gurney, e depois de ter falhado a parti-
champanhe e deram o respetivo banho início da época – aliás, quase todas as novo Eagle T1G, e a época europeia co- da, rapidamente recuperou posições e,
à multidão, algo que se tornaria um há- equipas foram apanhadas de surpresa meçou muito bem com uma vitória na quando Clark foi às boxes, viu-se na luta
bito comum no automobilismo passado pela liderança com Jackie Stewart. Após
poucos anos. uma disputa fantástica, Gurney tomou
Por esta altura, Gurney tinha em mãos o comando e venceu brilhantemente a
um projeto bem mais apaixonante. prova, concluindo assim uma semana
Depois de se ter estreado a vencer na de sonho, já que a prova de Spa dispu-
Fórmula 1 no G.P do México de 1965 com tou -se uma semana depois de Le Mans.
o Honda de Richie Ginther, a Goodyear Esta vitória foi a primeira conseguida por
queria a todo o custo um projeto que um piloto americano ao volante de um
se tornasse vitorioso em Indianápolis carro americano na Europa desde que
e contactou Carroll Shelby. No entanto, Jimmy Murphy ganhou o G.P. do ACF de
o californiano estava demasiado ocu- 1921 com um Duesenberg. Infelizmente,
pado com o programa Ford e os Cobra, aparte um pódio no Canadá, Gurney e o
e entregou o dossier a Gurney, que há Eagle não mais terminariam um Grande
já algum tempo manifestava intenções Prémio em 1967.
de, à imagem de Jack Brabham, criar a Tudo se tentou em 1968 para fiabilizar
sua própria equipa. A única condição de vez o Eagle-Weslake, e Gurney fal-
imposta por Gurney era que o progra-
ma abrangesse também a construção GURNEY NOS EUA
de um monolugar de Fórmula 1. Assim,
no final de 1965, Gurney e Shelby cria- Desde 1959 até à sua retirada em 1970 a carreira de Gurney noutras rondas do campeonato USAC. E, na qualidade de
vam a All American Racers, que geria foi essencialmente centrada na Europa. Mas tal não quer dizer construtor, assistiu à vitória de Gordon Johncock, em 1973, e de
todo este projeto, embora a equipa de que Dan tivesse sempre ignorado as competições tradicionais Bobby Unser, em 1975. Gurney correu também no campeonato
Fórmula 1 estivesse inscrita sob o nome americanas. Em primeiro lugar, o piloto alinhou à partida das NASCAR, primeiro com a Holman & Moody (1962 e 1963) e
500 Milhas de Indianápolis de 1962 com um Thompson-Buick, depois com a Woord Brothers. Embora também tenha feito as
convidando Colin Chapman para assistir à mítica prova. Foi aí Daytona 500, conseguindo o seu melhor resultado em 1963
que Dan convenceu Chapman que os novos carros derivados com um quinto lugar, a sua atividade na NASCAR centrou-se
dos F1 com motor traseiro facilmente bateriam os tradicionais sobretudo na prova de Riverside, a sua terra adotiva, e à data, a
roadsters americanos, o que levou a Lotus a inscrever-se única prova em circuitos convencionais daquele campeonato,
em 1963. Gurney secundou Clark para terminar no quinto vencendo em 1963, 1964, 1965, 1966 e 1968. Disputou ainda,
posto, abandonando depois em 1964 e 1965. Em 1966, com o com sucesso, algumas provas do campeonato Trans-Am, mas
seu primeiro Eagle de IndyCars, foi eliminado na gigantesca foi na Can-Am que mais se celebrizou, obtendo a sua primeira
carambola ainda antes da primeira curva, e abandonou de novo vitória em 1966 ao volante de um Lola-Chevrolet da All American
em 1967, mas em 1968 a Eagle conseguiu uma dobradinha, com Racers, trocando o Lola pela McLaren em 1968. Em 1970, devido
Bobby Unser a vencer, seguido do patrão Dan. Gurney (a primeira à morte de Bruce, foi mesmo chamado à equipa de fábrica
vitória de um Eagle e de um motor turbo em Indianápolis) foi da McLaren, vencendo as duas primeiras rondas, mas depois
quinto em 1969 e terceiro em 1970, despedindo-se assim da problemas contratuais obrigaram Teddy Mayer a dispensar os
mítica oval, embora também tivesse competido ocasionalmente seus serviços. E, no final do ano, disse o adeus definitivo.

>> autosport.pt

45

tou mesmo a algumas provas para tes- teou um rolamento em 1905 e os seus vel. Tal como os seus contemporâneos respeito, surgiram os célebres autoco-
tar mais o carro, mas o financiamen- três tios eram engenheiros. O próprio Richie Ginther e Phil Hill, nunca se in- lantes ‘Dan Gurney for President’, am-
to da Goodyear havia diminuído e os Gurney começou a correr com o seu teressou muito pela competição típica plamente difundidos pela comunidade
problemas nunca conseguiram ser re- próprio hot-rod, e nos seus primeiros americana – à exceção de Indianápolis automobilística, em particular em pe-
solvidos, daí que Dan optou por alugar tempos dos sports modificou alguns (ver caixa) – e sonhou com a Europa, ríodo eleitoral nos EUA. No entanto, se
um McLaren para as últimas três pro- carros, tal como era habitual nos EUA. conseguindo uma carreira brilhante. houve erro que Dan tivesse cometido
vas, conseguindo um quarto lugar nos Depois de se retirar da competição, adi- Aliás, após a trágica morte de Jim Clark foi o de estar sempre nas equipas er-
Estados Unidos, a sua única pontuação cionou aos Champ Cars uma peça aero- em abril de 1968, conta-se que o pai do radas na altura errada, como quando
naquela temporada. No final do ano, os dinâmica para o carro não levantar voo malogrado escocês terá dito a Gurney saiu da Ferrari após um ano, em 1959.
constrangimentos financeiros e a falta e melhorar a sua eficiência, o ‘Gurney que ele era o único piloto que o filho A manter-se na Scuderia, Gurney po-
de resultados levaram a Eagle a deixar flap’. Basicamente uma tira montada realmente temia. deria facilmente ter aguentado o ano de
definitivamente a Europa, e Gurney re- no vértice superior da asa traseira, este Com o seu carácter de ‘gentleman’, res- transição de 1960 para se tornar numa
tirou-se da F1 e começou também a dispositivo rapidamente deu uma van- peitado por tudo e todos dentro e fora das estrelas em 1961, quando a Scuderia
ensaiar a sua própria retirada da com- tagem aos Eagle e não tardou a ser am- das pistas, Gurney nunca fez muito alar- dominou por completo o campeonato.
petição. No entanto, o americano viria plamente copiado no meio automobi- de desta confissão, e só muito mais tar- Na BRM, 1960 foi um ano negro, mas
a regressar à Europa em 1970, infeliz- lístico, e, posteriormente, na aviação. de a mencionou, brevemente, aos jor- a partir de 1961 e até finais da década
mente devido a circunstâncias trágicas, Sem dúvida que este homem eclético nalistas. E, desde a década de 60 que, de 60, a equipa de Bourne foi sempre
depois da morte do seu grande amigo deu e fez muito pelo desporto automó- primeiro por brincadeira e depois por uma força a ter em conta na luta pelos
Bruce McLaren. Teddy Mayer apelou a títulos, vencendo mesmo em 1962 com
Gurney para que substituísse Bruce na Graham Hill.
equipa de Fórmula 1 e Dan acedeu, dis- Já a Porsche nunca deu uma oportuni-
putando três provas, tendo como me- dade séria ao seu monolugar, privando
lhor resultado o sexto lugar em França. assim Gurney de uma equipa que se
Infelizmente, a McLaren, patrocinada estava a tornar vitoriosa, e a mudan-
pela Gulf, não podia manter o contrato ça para a Brabham apanhou o período
com um piloto apoiado pela rival Castrol, de crescimento desta equipa, mas Dan
e Gurney voltou de vez para os EUA, re- abandonou-a para fundar a Eagle preci-
tirando-se no final dessa temporada. samente antes de a Brabham se tornar
Depois da sua retirada, Gurney dedicou- na força dominante do Mundial de F1.
-se totalmente à gestão da All American Um pouco à semelhança de Chris Amon,
Racers, que cedo se estabeleceu como faltou-lhe mesmo estar no sítio certo no
uma das melhores equipas americanas, momento certo.
nomeadamente nos IndyCars na era Ainda assim, tudo o que conseguiu den-
USAC e nos primeiros tempos da CART, tro e fora das pistas é mais do que digno
mas também nos primeiros tempos da de respeito e nota.
Fórmula 5000. De seguida, Gurney partiu
para o campeonato IMSA, onde os Eagle
foram também claramente dominadores
em 1992 e 1993. A Eagle viria a regres-
sar ainda aos Champ Cars em meados
da década de 90, mas desta vez não foi
capaz de replicar os sucessos, deixan-
do a competição no final de 1999 e, gra-
dualmente, Gurney passou a liderança
da escuderia aos seus filhos. Ainda em
vida do seu criador, a Eagle destacou-se
por ter estado por detrás da construção
do DeltaWing, entre outros projetos.
É de salientar que Gurney sempre teve
uma veia de inventor, talvez uma he-
rança familiar, já que o seu avô paten-

+

BMW

» 320D TOURING M SHADOW

VALOR (SEMPRE) SEGURO

É uma das carrinhas-referência no seu segmento e tem
razões para isso. Agora numa nova edição, M Shadow,
ainda mais arrebatadora, com importantes argumentos
tecnológicos e ainda melhores atributos dinâmicos, a BMW
320d Touring é aquilo a que se pode designar de um “Valor
Seguro”; e em valorização permanente!

Francisco Cruz posição de condução, graças também garantia ainda o alarme anti-roubo, Aspetos a que há que somar ainda uma
[email protected] a um volante desportivo M em pele. o sistema de navegação Profissional, habitabilidade que, embora com espaço
Isto num habitáculo de qualidade e TeleServices, informação de trânsito suficiente em largura para três adultos,
Com as rivais Audi A4 Avant solidez inatacáveis, com forro do teto em tempo real, serviços Concierge e exibe depois um túnel de transmissão
e Mercedes-Benz Classe C em antracite, frisos em alumínio com Remote, conectividade para aparelhos demasiado intrusivo, e, principalmente,
à espreita a BMW não quis acabamentos em brilho pérola, painel móveis/Bluetooth/USB, carregamento um lugar do meio duro e saliente.
deixar aquela que é também de instrumentos multifuncional (to- wireless e Hotspot WiFi. Na bagageira, uma capacidade de car-
uma das suas carrinhas mais talmente digital) e pack de arrumação. Contudo, e num genuíno familiar como ga inicial anunciada de 495 litros, que
emblemáticas, a 320d Touring, Aliás, e quanto ao equipamento, ga- é esta BMW 320d Touring, não menos consegue ser melhor que a da rival
à mercê de ventos e marés, e tratou rantidos estão igualmente soluções importante é o conforto que o habitá- Mercedes, mas também ligeiramente
de reforçar-lhe os argumentos - com como o ar condicionado automático, culo oferece, ainda que também muito à pior que a da Audi, que pode chegar
novas linhas de equipamento, princi- o pack de luzes, o cruise control com custa dos excelentes materiais e desde aos 1.500 litros, mediante o rebatimento
palmente. Mais-valias que, apesar dos função de travagem, além dos sen- que se evitem os maus pisos - é que a 40/20/40 das costas dos bancos tra-
custos, vêm valorizar ainda mais os já sores de estacionamento dianteiros e suspensão desportiva M não perdoa! seiros, totalmente na horizontal e no
famosos argumentos dinâmicos deste traseiros. Sendo que, no caso da ‘nos-
familiar alemão. sa’ carrinha, a presença de um outro
As alterações começam, de resto, logo pack, Connectivity (2.252€),
no exterior, com a linha de equipamento
Edition M Sport Shadow (5.938€) a ga-
rantir diferenciação através de máscaras
pretas nas ópticas dianteiras e traseiras,
grelha frontal e ponteiras de escape em
cromado escurecido, luzes de nevoeiro
em LED, pack aerodinâmico e jantes em
liga leve de 18 polegadas com pneus
Bridgestone Potenza 225/45 à frente
e 225/40 atrás.
Já no interior, a garantia, igualmente, de
bancos dianteiros desportivos em pele
Dakota preta a oferecerem excelente

>> autosport.pt/automais

47

FT/ F I C H A T É C N I C A

2.0 / 190 CV

GÁSOLEO

7,4 S

0-100 KM/H

4,1 L

100 KM

10s9

G/KM- CO2

49 102€ PREÇO BASE

62 751€ PREÇO DA VERSÃO ENSAIADA

seguimento do piso da mala. Já com os onde não faltam ganchos porta-sacos, COMPORTAMENTO / PRESTAÇÕES /
cinco lugares em utilização, mantém-se tomada de 12V e dois alçapões não muito CONSUMOS
o fácil e amplo acesso, através de um grandes, mas fundos, por baixo do piso
portão de acionamento elétrico e cujo falso. Assim como espaço próprio para INSONORIZAÇÃO DO MOTOR /
óculo não abdica da abertura indepen- acomodar a divisória que é possível NECESSIDADE E PREÇO DOS OPCIONAIS /
dente, sem esquecer uma chapeleira fixar ao longo da bagageira. Equipada LUGAR DO MEIO
que, com um simples toque, ‘sobe’ pe- com o conhecidíssimo quatro cilindros
los pilares D. Desvendando um espaço 2.0 litros turbodiesel, agora a debitar MOTOR 4 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO DIRETA,
190 cv e 400 Nm, é caso para dizer que TURBOCOMPRESSOR DE GEOMETRIA VARIÁVEL E
tudo continua como era. Ou seja, com INTERCOOLER 1995 CM3 POTÊNCIA MÁX. 190
garantias de muita disponibilidade, força CV / 4000 RPM BINÁRIO MÁX. 400 NM / 1750-
e impetuosidade, mesmo se também 2500 RPM TRANSMISSÃO TRASEIRA, COM CX
com excesso de sonoridade. AUT DE 8 VEL. SUSPENSÃO TIPO MCPHERSON
Ótimos continuam sendo os consumos, COM MOLAS HELICOIDAIS À FRENTE E DUPLOS
com a carrinha alemã a garantir, facil- TRIÂNGULOS COM MOLAS HELICOIDAIS ATRÁS
mente e embora com a ajuda de uma TRAVÕES DISCOS VENTILADOS/DISCOS
competente caixa automática de oito VENTILADOS VELOCIDADE MÁX. 226 KM/H
velocidades (1.974€), médias de 5,8 l/100 PESO 1605 KG MALA 495/1500 DEPÓSITO 57 L
km. Sem que para isso tenha de recorrer
amiúde, por exemplo, ao modo Eco Pro (M Performance), e uma direção que se
e à funcionalidade ‘velejar’. torna ainda mais ‘envolvente’, assim
Aliás, com um motor que é verdadeiro que seleccionamos o modo Sport ou
“pau para toda a obra”, uma suspensão Sport+, torna-se difícil não nos dei-
firme e informativa preparada pela di- xarmos espicaçar por esta carrinha
visão mais desportiva da marca bávara bávara. A qual consegue ser divertida
de conduzir, desafiante na forma como
se entrega à estrada e provocadora no
modo como convida o condutor a optar
por andamentos mais desportivos.

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

PROPRIEDADE FOLLOW MEDIA COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL, LDA. – NIPC 510430880, RUA MANUEL INÁCIO Nº8B 2770-223 PAÇO DE ARCOS REDAÇÃO RUA MANUEL INÁCIO Nº8B 2770-223 PAÇO DE ARCOS GERÊNCIA PEDRO CORRÊA MENDES
[email protected] DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR-EXECUTIVO JOSÉ LUÍS ABREU [email protected] COLABORADORES ANDRÉ DUARTE, FRANCISCO MENDES, MARTIN HOLMES,
JORGE GIRÃO, JOÃO F. FARIA, JOÃO PICADO, NUNO BRANCO, NUNO BARRETO COSTA, RODRIGO FERNANDES E GUILHERME RIBEIRO FOTOGRAFIA AIFA/JORGE CUNHA, ANDRÉ LAVADINHO, ZOOM MOTORSPORT/ANTÓNIO SILVA
DESIGNER GRÁFICA ANA SILVA [email protected] IMPRESSÃO SOGAPAL, S. A.,SOC. GRÁFICA DA PAIÃ, S. A. DISTRIBUIÇÃO VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES, S. A., TIRAGEM 15 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC 105448
DEPÓSITO LEGAL Nº 68970/73 – COPYRIGHT© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR. EMVIRTUDE DO DISPOSTO NO ARTIGO 68 Nº2, I) E J), ARTIGO 75º Nº2, M) DO CÓDIGO DO DIRETOR DE AUTOR E DOS DIREITOS
CONEXOS ARTIGOS 10º E 10º BIS DA CONV. DE BERNA, SÃO EXPRESSAMENTE PROIBIDAS A REPRODUÇÃO, A DISTRIBUIÇÃO, A COMUNICAÇÃO PÚBLICA OU A COLOCAÇÃO À DISPOSIÇÃO, DA TOTALIDADE OU PARTE DOS CONTÉUDOS DESTA PUBLICAÇÃO,
COM FINS COMERCIAIS DIRETOS OU INDIRETOS, EM QUALQUER SUPORTE E POR QUAISQUER MEIOS TÉCNICOS, SEM A AUTORIZAÇÃO DA FOLLOWMEDIA COMUNICAÇÃO, UNIPESSOAL LDA. A FOLLOWMEDIA NÃO É RESPONSÁVEL PELO CONTÉUDO DOS
ANÚNCIOS. EDIÇÃO ESCRITA AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO. CONTACTO [email protected]


Click to View FlipBook Version