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Published by hmilheiro, 2018-04-23 07:34:13

AutoSport_2104

AutoSport_2104

#2104 O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES 40
ANO 40
anos
25/04/2018
>> autosport.pt
2,35€ (CONT.)

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES

+/REGRCEPSRSA WORLD RX

EM MORTÁGUA SUPEREM MONTALEGRE
RCI5NFCAOZEAMNOS ESPETÁCULO

ACABODUAOMDEORMNCEAÍNDFEI1OS? + MIGUEL OLIVEIRA
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O SEMANAL
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3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2104
25/04/2018

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

PÓDIO Miguel Oliveira tem vindo a realizar uma época em crescendo e está a preparar o ‘assalto’ aos lugares da frente. José Luís Abreu
Dois pódios seguidos deixam antever que o ‘Falcão’ está de regresso…
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Os dois grupos na F1 são
definidos pelo orçamento, o que Os dias que se seguiram
Williams, segunda Promotor confirma O novo Citroën C3 R5 não nos permite fazer muitas ao GP da Austrália de F1
equipa mais bem arranque do CPVT/TCR dá indicações de ter experiências”, Otmar Szafnauer, fizeram soar os alarmes,
sucedida da história Portugal para Braga no ‘nascido’ bem e já tudo porque existiram
da F1, está muito na diretor de operações da Force India pouquíssimas ultra-
fim de maio vence provas passagens na corrida
mó de baixo… “Espero ser campeão. É o meu de Melbourne. Mas as corridas do
único objetivo na carreira, mas Bahrein e da China depressa vieram
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL não me sinto pressionado”, Valtteri acalmar as hostes, e o que vimos na
China foi uma portentosa corrida,
Siga-nos nas redes sociais e saiba Bottas quer seguir os passos… de Rosberg em que um misto de boa pilotagem
tudo sobre o desporto motorizado no e grande mestria estratégica, como
computador, tablet ou smartphone via “As medições mostram que, já tinha sucedido no Bahrein, levou
facebook (facebook.com/autosportpt), no desempenho do motor, a a que todos tivessem esquecido que
twitter (AutosportPT) ou em Ferrari alcançou a Mercedes”, é muito difícil ultrapassar na F1.
>> autosport.pt A Liberty Media estuda neste mo-
Toto Wolff, que diz não existir nenhuma mento o futuro da F1 para 2021. Quer
solução mágica para inverter a aparente mais espetáculo e equilíbrio em
superioridade italiana pista, mas há muito para resolver.
A primeira coisa é, o que queremos
“Adoro a ideia de um teto afinal? Quisemos carros super-rá-
orçamental. Sou adepto do pidos, com muita aderência e efi-
MotoGP, e em todas as corridas ciência aerodinâmica, mas depois
qualquer um pode ganhar, queremos cada vez mais ultrapas-
adoraria ver isso na F1”, Romain sagens, quando até um estudante de
universidade sabe que com o vórtice
Grosjean, sobre o teto orçamental de ar que os F1 geram, é muito difícil
planeado para 2021 segui-los de perto para os ultrapas-
sar. Inventaram o DRS para facilitar,
mas os adeptos não gostam, querem
ultrapassagens no ‘braço’. Não bate
a ‘bota com a perdigota’.
As equipas de F1 querem ter o má-
ximo controlo de tudo o que faz a
diferença entre realizar uma boa
prestação ou ter uma corrida má,
mas o que os adeptos querem não
ter é a mínima ideia do que pode
acontecer na corrida. Os interesses
são totalmente opostos e por isso
quem manda na F1 tem que escolher
o caminho. Não vai ser fácil, mas
é possível. Assim de repente, eu
faria uma coisa simples: dificultava
a vida à Pirelli e ‘obrigava-os’ a leva-
rem todos os sete compostos. E as
equipas utilizavam os que queriam
em cada corrida. Não resolvia, mas
ajudava…

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FÓRMULA 1

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MO FEIRMCEDDAES?

De principal candidata ao título deste ano, depois dos testes de inverno, a Mercedes passou a
grande derrotada nas três primeiras corridas da temporada, não tendo ainda ganhado qualquer
Grande Prémio, ao passo que a Ferrari e a Red Bull já provaram o sabor embriagante da vitória.
Será que chegámos ao fim da '2ª Era Mercedes'?

Jorge Girão testes de inverno, tendo Lewis Hamilton Muito embora tenha ficado claro que
[email protected] conquistado uma pole-position esma- o Mercedes era o mais eficaz em pista,
gadora, ao deixar Kimi Räikkönen a Hamilton mostrou-se bastante frustra-
Os 'Flechas de Prata' tiveram mais de meio segundo. A performance do após a derrota de Melbourne e avi-
um forte impacto sempre que do inglês ficou para lá do esperado após sou imediatamente que o Ferrari seria
estiveram na Fórmula 1, tendo os ensaios de pré-temporada, temen- difícil de bater no Bahrein. O circuito
nos anos cinquenta domina- do-se uma caminhada triunfal ao lon- de Sakhir tem sido tradicionalmente
do as temporadas de 54 e 55, go da época da parte da Mercedes e do uma pista favorável aos monolugares
assegurando dois títulos para tetracampeão mundial. de Maranello e de facto foi o que se ve-
Juan Manuel Fangio. Contudo, Hamilton sempre se mos- rificou no Bahrein International Circuit.
Então, a supremacia do construtor de trou bastante à-vontade no circuito de A Ferrari monopolizou a primeira linha
Estugarda só terminou quando se reti- Melbourne e, com o Mercedes W09 EQ ainda que a diferença de Valtteri Bottas,
rou da categoria após as ondas de cho- Power+ a funcionar corretamente, mos- o mais rápido dos Mercedes, tenha sido
que do acidente de Le Mans de 1955. trou estar ao seu melhor nível, cavando inferior a dois décimos de segundo para
A '2ª Era Mercedes', iniciada em 2010, uma pole-position digna de ser vista e Vettel, o autor da pole-position.
não teve um início tão fulgurante, mas revista como um exemplo acabado do Sem andamento para o alemão, o fin-
com a introdução das unidades de po- que é realizar uma volta de qualificação. landês da equipa de Brackley conseguiu
tência turbohíbridas em 2014 os carros A corrida, porém, acabaria por fugir colocar-se entre dois pilotos da Scuderia
de Brackley passaram a ter uma posição por entre os dedos da Mercedes num e jogou uma cartada estratégica, quando
dominante, tendo desde então vencido fim de semana em que tinha o carro realizou a sua troca de pneus duas vol-
todos os títulos em liça. mais performante em pista, devido a tas depois do líder e montou borrachas
É, portanto, surpreendente que, após um Safety-Car Virtual que surgiu no duras, demonstrando que iria até ao fim
três corridas disputadas este ano, não momento certo para Sebastian Vettel, com o mesmo jogo de pneumáticos.
se veja qualquer triunfo assinado pela que nem sequer era o piloto mais rápi- A Ferrari ficou num dilema, entre man-
Mercedes, ao passo que a Ferrari já ven- do da Ferrari. ter a sua estratégia de duas paragens
ceu por duas vezes e a Red Bull por uma, Mas se alemão da equipa de Maranello ou replicar a tática do seu perseguidor,
tendo os 'Flechas de Prata' como melhor teve a sorte do seu lado, a Mercedes apesar de ter montado pneus macios no
resultado três segundos lugares. Serão contribuiu decisivamente para a for- monolugar do alemão.
estes três Grandes Prémios uma indica- tuna do piloto da Scuderia, uma vez Os italianos optaram por arriscar e colo-
ção de que a supremacia do construtor que calculou erradamente a distância car Vettel numa estratégia de uma pa-
se está a esvanecer? a que Hamilton deveria permanecer do ragem, mas a Mercedes só muito tarde
seu adversário de modo a que pudes- percebeu os intentos da sua adversá-
OS EPISÓDIOS se recuperar o comando quando este ria e, apesar da vantagem de borrachas
parasse para trocar de pneus, mesmo de Bottas e do alemão ter ficado com as
No Grande Prémio da Austrália a numa situação de Safety-Car Virtual. borrachas nas lonas para as últimas 10
Mercedes concretizou as promessas dos Com performance de reserva, o in- voltas de prova, o finlandês não teve
glês manteve-se demasiado distante como atacar o piloto da Ferrari.
de Vettel por indicação da sua equipa, Se no Bahrein se esperava uma subida
perdendo a corrida, apesar de ser notório de forma da Scuderia, a China era um
que era muito mais rápido que o alemão. dos redutos da Mercedes e desde 2012 só

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FÓRMULA 1

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O FIM DA MERCEDES?

por uma vez os 'Flechas de Prata' perde- ao segundo posto – mostrou um forte seguirem a Red Bull, preferindo manter de Prata' têm um novo cenário, tendo
ram a corrida – em 2013 para Fernando andamento, mas a Ferrari falhou o tem- a posição em pista. Resultado, acaba- ainda de contar com os Red Bull que se
Alonso, então ao serviço da Ferrari. po necessário para evitar um 'under- ram por ficar expostas ao andamento podem mostrar uma ameaça.
As temperaturas frescas de Xangai cut', sendo surpreendido pelo finlandês. com pneus novos de Max Verstappen e Depois de anos despreocupados nesta
têm favorecido os homens de Brackley, Por uma vez os homens de Brackley Daniel Ricciardo, que venceu a corrida. frente, as três primeiras provas de 2018
mas curiosamente este ano a equipa de batiam estrategicamente os seus ad- mostraram falhas prementes nas es-
Maranello esteve um passo à frente da versários de Maranello, parecendo ca- DIFICULDADES ESTRATÉGICAS tratégias da Mercedes, tendo perdido,
concorrência, monopolizando pela se- minhar para o seu primeiro triunfo da Até ao final de 2016 a Mercedes mal ti- potencialmente, o Grande Prémio da
gunda vez consecutiva a primeira linha temporada. nha de se preocupar com as outras equi- Austrália devido a um erro de dados, e
ao deixar Valtteri Bottas, novamente o No entanto, quando o Safety-Car en- pas, tal a sua vantagem técnica face às o Grande Prémio do Bahrein em conse-
mais rápido no seio da Mercedes, a mais trou em pista a corrida ficou virada do suas adversárias e estrategicamente quência de alguma rigidez tática.
de meio segundo – a maior desvanta- avesso e muito embora Bottas e Vettel tudo era jogado entre Lewis Hamilton Na prova de Xangai a agilidade da Red
gem verificada este ano entre um Ferrari não tivessem tido a oportunidade de e Nico Rosberg. Bull - o seu instinto - contrastou com a
e um 'Flecha de Prata' precisamente entrar imediatamente nas boxes – já Mas já na temporada passada os ho- inflexibilidade da Mercedes, e neste caso
no terreno que se julgava ser propício tinham passado a entrada para o 'pi- mens de Brackley foram obrigados e também da Ferrari, parecendo evidente
a este último. t-lane', quando a corrida foi neutra- definir as provas taticamente de acordo que os responsáveis de Brackley terão
Na corrida, Sebastian Vettel – que fez lizada – a Mercedes e a Ferrari – com com a ameaça apresentada pela Ferrari, de melhorar este aspeto considera-
o favor à Mercedes de apertar Kimi Hamilton e Raikkonen respetivamente tendo falhado algumas vezes. velmente, se pretendem manter a in-
Räikkönen e assim promover Bottas – não aproveitaram a possibilidade de Este ano os responsáveis dos 'Flechas vencibilidade que demonstram desde

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2014 numa temporada em que terão ção de Brackley conseguiu colocar os Xangai – ficando longe do incremento Bahrein, e frio, na China – podendo ser
de se bater com mais duas equipas. pneumáticos a funcionar corretamen- de performance da Ferrari – 95,6% e possível concluir que a janela de funcio-
te: “Em Melbourne conseguimos colocar 97,6%, respetivamente – e da Red Bull namento do Mercedes é mais reduzida
DE DIVA A MULHER CAPRICHOSA os pneus a funcionar. Na Q3 realizámos – 96,1% e 96,3%. que a do Ferrari ou a do Red Bull.
Depois de uma 'diva' em 2017, a Mercedes um tempo muito rápido com o Lewis”, A diferença entre a Austrália e os ou- Curiosamente, tanto o carro de
tem este ano entre mãos uma 'mulher afirmou o inglês. tros Grandes Prémios prende-se com Maranello como o de Milton Keynes
caprichosa', segundo as palavras de Toto Nas corridas seguintes, Bahrein e China, as temperaturas – em Melbourne o am- assentam na filosofia 'high rake' – tra-
Wolff. Na Austrália a Mercedes esteve a a Mercedes apresentou uma evolução biente estava temperado, ao passo que seira elevada e frente baixa – ao passo
um nível incrível, tendo Hamilton realiza- sofrível – 99,3% em Sakhir e 99,9% em nos seguintes verificou-se calor, no que o monolugar de Brackley mantém-
do um crono na qualificação que se cifrou -se fiel a um carro plano.
em 95,4% da sua marca do ano passado, Segundo diversos técnicos, os carros
o que demonstra uma evolução notável, 'high rake', apesar de mais difíceis de
face àFerrari, que viuRäikkönen realizar afinar numa primeira fase, depois de
uma marca que não foi além dos 97,2% do ultrapassadas as dificuldades iniciais,
registo da melhor marca produzido pela apresentam uma maior janela de funcio-
equipa em 2017. namento, parecendo este ser o grande
Contudo, de acordo com James Vowles, problema do Mercedes W09 EQ Power+.
o chefe de estratégia da Mercedes na Porém, Vowles aponta que também as
primeira prova da temporada, a forma- outras equipas têm passado por difi-
culdades e a Mercedes tem também
conseguido entrar na janela de fun-
cionamento dos pneus. “No Bahrein os
pneus médios funcionaram muito bem
no nosso carro e o desgaste com os su-
permacios foi bom também. Portanto,
em algumas pequenas situações temos
conseguido colocar o pneu a funcionar.

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FÓRMULA 1

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O FIM DA MERCEDES?

No Grande Prémio da China comple- ras frias e em condições muito quentes, 'Flechas de Prata' revela-se mais du- Contudo, ao partir atrás dos pilotos de
támos uma volta em 1m31,9s com o é mais rápida que nós. rante a qualificação que na corrida, ao Maranello os responsáveis dos 'Flechas
Lewis e isso colocar-nos-ia no quinto Existem diversos efeitos a ocorrer na contrário do que acontecia o ano passa- de Prata' vêem a sua prova condiciona-
posto da grelha de partida, com pneus forma como os pneus funcionam e são do, quando os carros prateados tinham da, curiosamente, com as mesmas di-
médios. Portanto, temos a prova de que sensíveis à temperatura tanto à frente vantagem durante a sessão que definia ficuldades vividas em 2017 por Vettel e
os pneus estavam a funcionar. como atrás. a grelha de partida e os vermelhos eram Räikkönen.
Podemos dizer o mesmo da Ferrari. Em Precisamos que todos os pneus funcio- mais fortes em prova.
Melbourne não estavam ao nosso nível. nem na temperatura correta em todas Essa supremacia de 2017 terá sido se- É O PRINCÍPIO DO FIM?
Com os supermacios no Bahrein esta- as curvas da pista. Em algumas curvas, guramente esbatida com a evolução Após três corridas parece evidente que
vam fora da janela de funcionamento, apertadas, geramos muita temperatu- da unidade de potência da Ferrari, ha- a Mercedes produziu um carro com difi-
com muita degradação, e com os mé- ra. Em outras, como a 14 no fim da reca vendo quem garanta que, atualmente, culdades em colocar os pneus a funcio-
dios, um pouco mais lentos que nós. traseira (ndr.: no circuito de Xangai), fi- os V6 turbohíbridos de Maranello são nar - que foi ultrapassada pela Ferrari
Todas as equipas têm de tentar ope- camos com os pneus muito frios. os mais potentes do plantel, algo que no desenvolvimento das unidades de
rar numa janela”, garantiu o homem Todas as equipas estão a trabalhar ar- é consubstanciado pelas velocidades potência - e que a equipa demonstra
da Mercedes. duamente para alcançar este objeti- máximas obtidas em cada um dos cir- dificuldades estratégicas. Mas será isto
O inglês admite, porém, que com três vo, mas como podem imaginar é di- cuitos já visitados este ano. suficiente para assistirmos à queda de
equipas a lutarem pelas vitórias, exis- fícil conseguir que tudo funcione ao Em corrida verifica-se uma aproxima- um gigante?
tem muito fatores a ter em conta que mesmo tempo”, concluiu o estratega ção dos Mercedes aos Ferrari, tendo por Nenhuma equipa é invencível e todas
dependem de muitas variáveis. da Mercedes. vezes até evidenciado um menor des- passam por um ciclo vitorioso que um
“Penso que os pneus este ano estão Mas, curiosamente, esta dificuldade dos gaste de pneus. dia terá um fim – aconteceu com a Lotus,
a ter impacto. Mas existe outro aspe-
to, que passa pelo facto de termos três
equipas – Mercedes, Ferrari e Red Bull –
que, dependendo dos pneus e das pistas,
têm capacidade para apresentar níveis
de performance diferentes.
Isso está a criar a situação em que os
carros têm níveis diferentes de per-
formance dependendo da temperatu-
ra da pista, das condições e dos pneus
que estão a ser usados.
Basta assistir-se a uma mudança de
ambiente da pista: se vamos para uma
pista e está vento ou não ou se está frio
ou não. Nesses casos podemos verificar
uma amplitude de tempos de acordo
com esse ambiente.”
Apesar de garantir que todas as equi-
pas passam por dificuldades com os
pneus, Vowles deixa escapar que o carro
de Maranello tem uma capacidade su-
perior para fazer funcionar as borra-
chas da Pirelli de forma correta quando
comparado com o monolugar oriundo
de Brackley.
“Parece que a Ferrari, com temperatu-

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O QUESEPASSACOMHAMILTON?

McLaren, Williams, Ferrari, Red Bull, etc. Lewis Hamilton começou a temporada falar do mesmo assunto 10 voltas depois do construtor de Estugarda. Não é anormal
– e é seguro que um dia a formação do com um estrondo – uma pole-position facto demonstra falta de foco. Hamilton ter quebras de forma, tendo sido
construtor de Estugarda também es- fabulosa em Melbourne – fazendo-nos Na questão da estratégia, é habitual os uma característica ao longo da sua carreira.
tará nesse papel. crer estar perante aquele piloto que pilotos queixarem-se das opções das Os seus últimos anos na McLaren são o
O início da temporada de 2018 foi o pior no ano passado esteve imperial para respetivas equipas, mas de forma tão exemplo mais claro, tendo sido dominado
dos homens de Brackley desde que co- assegurar o seu quarto cetro de Fórmula insistente, para além de não valer de nada por Jenson Button em 2011 e sentido
meçou a 'Era Turbohíbrida', mas colocá- 1. Contudo, desde então o inglês eclipsou- – como se costuma dizer, o mal está feito dificuldades em bater o seu conterrâneo no
-los na posição de derrotados tão cedo se, sendo batido consecutivamente pelo – está apenas a criar anticorpos junto dos ano seguinte.
não parece avisado. seu colega de equipa. estrategas que já permitiram a Hamilton Em 2017, apesar do seu título e de, depois
Talvez não de uma forma tão profunda, O britânico, de facto, começou bem a vencer muitas corridas. das férias de verão ter estado ao seu
mas na temporada passada a Mercedes temporada com uma pole digna de ficar Após o Grande Prémio da China o inglês melhor nível, teve ainda assim algumas
viveu uma situação semelhante com um nos anais da história da categoria e parecia era um homem derrotado, quase à beira da corridas abaixo do esperado, como foi o
carro trabalhoso, mas o grupo uniu-se caminhar para o início da defesa do seu depressão, como se não tivesse solução caso na Rússia, no Mónaco e na Áustria,
e apresentou um ritmo de desenvolvi- título com uma vitória até que um Safety- para os problemas que atravessa. “Quem tendo sido batido em todos os casos por
mento que se mostrou difícil de acom- Car Virtual entrou no seu caminho e a sua sabe o que pode trazer a temporada… Se Valtteri Bottas.
panhar pela Ferrari, tendo-se lançado equipa falhou estrategicamente ao não lhe continuar assim, será muito difícil vencer. No entanto, foi com Nico Rosberg, sempre
para os títulos com um pacote técnico dar a distância correta para Vettel, a fim de Mas se houver uma oportunidade e se capaz de destabilizar psicologicamente
apresentado em Silverstone, durante o ficar ao abrigo de uma situação destas. pudéssemos terminar no topo, significaria Hamilton, que o inglês viveu os momentos
Grande Prémio da Grã-Bretanha. O tetracampeão mundial tudo tentou para ainda mais, dado que esta temporada é mais difíceis, apontando o germânico que
O cenário deste ano é mais complicado, ultrapassar o alemão, tentando esgotado mais dura que nunca”, afirmou o Campeão o seu ex-colega de equipa por vezes cai
até porque para além da Scuderia, os todas as possibilidades para suplantar Mundial em título que acrescentou em tom numa espiral negativa. “Quando nem tudo
'Flechas de Prata' têm de se ver com a o Ferrari, mas depois de terminar em negativo: “O meu objetivo é o mesmo. Mas é corre dentro da perfeição, ele começa a
Red Bull – que tem também uma enorme segundo num Grande Prémio em que o claro que depois deste fim de semana (ndr.: perder o nervo um pouco e um toque de
capacidade de desenvolvimento – mas triunfo parecia seu parece ter sido a sua da China) não somos os mais rápidos. motivação, e acaba por ter dificuldades
se há equipa capaz de unir esforços e confiança a esgotar-se. Perdemos performance após Melbourne durante algum tempo”, sublinhou o
de se ultrapassar, essa é a Mercedes. Desde então, Hamilton viu-se batido e ainda mais este fim de semana. Somos Campeão Mundial de 2016.
O entendimento dos pneus Pirelli será consecutivamente por Valtteri Bottas tanto a segunda ou terceira equipa mais rápida, Ainda assim, Rosberg evidencia a
de importância capital, até mais que co- em qualificação como em corrida, algo portanto, temos de melhorar, mas isso não capacidade de renovação de Hamilton que
locar mais apoio aerodinâmico no W09 completamente anormal, e na China parecia é impossível.” aproveita os seus maioress períodos para
EQ Power+ e exacerbar os problemas inclusivamente ausente, desculpando- A prestação desenxabida de Hamilton se fortalecer e alcançar novos limites. “É
já existentes, sendo a grande questão se perante a equipa via rádio mais que não passou despercebida a Toto Wolff preciso maximizar essas corridas (ndr.:
atual saber se o potencial do monolu- uma vez, e bastante tempo depois, de que reconheceu após o Grande Prémio da em que o inglês está aquém do esperado),
gar de Brackley é o demonstrado em um mau arranque, para depois queixar-se China que o seu piloto, que já conquistou porque o Lewis volta sempre.
Melbourne por Hamilton, ou se esse foi insistentemente de uma estratégia errada, três títulos de pilotos para a Mercedes, Quando volta, volta tão forte que é quase
um episódio da safra do talento do inglês. aquando da situação de Safety-Car. talvez não esteja ao nível esperado. imbatível. Vamos ver o que acontece”,
A resposta começa a ser dada já no pró- Este comportamento é pouco normal, uma “Tal como o carro, talvez ele não tenha afirmou o alemão.
ximo fim-de-semana, em Sochi. vez que um bom arranque não é um dado estado no seu melhor este fim de semana
adquirido, sendo muitas as condicionantes (ndr.: da China). Ele é o melhor piloto, na SERÁ HAMILTON CAPAZ DE DAR A VOLTA?
para que possa acontecer ou não, algo minha opinião, mas mesmo os melhores A avaliar pelo passado, sim. Ainda é
nem sempre relacionado com o piloto têm dias em que não estão a 100%”, bastante cedo na temporada e de facto,
protagonista. Por outro lado, estar ainda a admitiu o chefe de equipa da formação do graças ao toque de Max Verstappen
em Vettel na prova da China, o piloto da
Mercedes está no segundo posto do
Campeonato de Pilotos a apenas nove
pontos do alemão da Ferrari, que lidera.
Fica por saber-se qual a profundidade da
'depressão' de Hamilton, podendo a crítica
de Wolff não ter ajudado, uma vez que
depois de sentir que a sua equipa o deixou
ficar mal em pelo menos duas ocasiões (na
Austrália e na China), sentir-se acossado
pelo chefe talvez não seja o melhor para o
seu ego.
Para além disso, e apesar de todos dizerem
que querem continuar juntos, a verdade é
que não há ainda acordo entre Hamilton e
a Mercedes para a extensão do contrato
que termina este ano, ficando por saber se
as negociações poderão ser uma distração
para o inglês.
No entanto, se 'todos os planetas se
alinharem', se há piloto capaz de dar a volta
a uma situação esse é Lewis Hamilton e
num ano em que a equipa Brackley não
tem, para já, o melhor carro do plantel, esta
precisa que o seu piloto de ponta esteja ao
seu melhor nível para suster os ataques da
Ferrari e da Red Bull.

10

Especial

WRX/ 6págs.

WORLD RX

ASSALTO DepoisdeBarcelonaterre- Loeb fez o terceiro registo, atrás de
cebido a primeira etapa Ekström e Kristoffersson, com o piloto
do Mundial de Ralicross, do Audi a obter a melhor volta do fim
Montalegre é a batalha que de semana. O francês dá-se bem com
se segue e a ação em pista os ares da Serra do Larouco. Em 2016,
promete, após uma prova na sua estreia, fez 5º, e no ano passado
AO CASTELO que foi bastante quente, nomeada- lutou pela vitória até à última curva
mente nas lutas travadas entre Pet- com Ekström. Há que contar com ele
ter Solberg, Mattias Ekström, Johan mas também com Timmy Hansen, que
Kristoffersson e Andreas Bakkerud. voltou a mostrar em Barcelona estar
As duas duplas da PSRX Volkswagen no melhor momento de forma da sua
e EKS Audi Sport marcaram o ritmo carreira, com uma velocidade inata
aliada a uma regularidade no ritmo
em Barcelona e parecem ter alguma imposto e a uma capacidade de imu-
nidade à pressão e aos erros. A equipa
vantagem no favoritismo à vitória em de fábrica da Peugeot Sport inscreve
No ano de 1281 sabe-se que uma parte do castelo de Montalegre. Além do mais, Solberg ainda um terceiro 208 WRX para o
Montalegre já estava erguido, segundo uma carta de D. Dinis a (2014, 2016), Kristoffersson (2015) e jovem Kevin Hansen, motivado para
D. Isabel. Naquela era muitos foram os cavaleiros estrangeiros Ekström (2017) já venceram a prova mostrar o seu talento no nosso país,
que tentaram assaltar o castelo, um importante ponto de anteriormente, sentindo-se todos depois de ter sido obrigado a abdicar
defesa fronteiriço medieval que assegurava, juntamente com muito à vontade com a condução no das Meias-finais por ordens de equipa.
os castelos da Piconha e de Chaves, as defesas dos vales técnico traçado barrosão. Já Bakkerud
do Cávado e do Tâmega. No próximo fim de semana outros nunca venceu e disse mesmo em Bar- GRÖNHOLM E PRODRIVE
cavaleiros (de asfalto e terra) estão de volta a Montalegre para celona que ainda não está satisfeito
assaltar o lugar mais alto do pódio com a sua performance ao volante SÃO OUTSIDERS

do Audi S1 quattro. Mas o norueguês é Os Hyundai i20 N RX da equipa de
Duarte Mesquita talvez o mais combativo do plantel, um Marcus Grönholm ocuparam uma po-
FOTOS ZOOM MotorSport/António Silva; Ricardo Soares/OMSRallyphotos; piloto à antiga que respira a pureza do sição de destaque na sua estreia na
Paulo Maria/Interslide que é o Ralicross, não podendo deixar Catalunha e prometem dar luta às três
equipas da frente. Veremos agora se
[email protected] de estar incluído no lote dos favori- conseguem estar ainda mais compe-
titivos, com Niclas Grönholm a parecer
tos. O Team Peugeot Total também mais rápido que Timur Timerzyanov.

está literalmente no jogo da vitória.

Se analisarmos as voltas mais rápi-

das obtidas em Barcelona, Sébastien

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11

SUPER1600
MUITOS, BONS E AGUERRIDOS

Com a saída do bicampeão europeu dos últimos anos - Krisztián
Szabó -, este ano iremos ter um novo campeão na sempre animada
classe Super1600. Em Barcelona o vice-campeão de 2017, Artis
Baumanis, venceu com o Skoda Fabia da Volland Racing. A forte
equipa alemã inscreve outros três exemplares do modelo checo
para Gergely Marton, Rokas Baciuska e Aydar Nuriev. A concorrência
partirá principalmente a partir da equipa Set Promotion, parceira
da Renault Sport, que inscreve dois competitivos Twingo para o
destemido russo Timur Shigabutdinov e para a jovem promessa
finlandesa Jesse Kallio. O francês Jimmy Terpereau (Citroën C2) e
o checo Ondrej Smetana (Ford Fiesta) são outros dos favoritos à
vitória. Portugal estará representado por Hélder Ribeiro (Citroën
C2) e Mário Teixeira (Ford Fiesta), que tudo farão para um brilharete
e qualificarem-se para as Meias-finais.

Um pouco mais atrás existem vários saber o que poderá fazer Ma Qing Hua, O QUE HÁ DE NOVO
outsiders que podem surpreender e o chinês ex-piloto do WTCC. Já a GCK EM 2018
que tudo farão para tentar entrar na foi uma agradável surpresa com Guer-
Final. A Olsbergs MSE estreou um lain Chicherit e Jêrome Grosset-Janin A nova temporada do World RX traz a Montalegre
par de Ford Fiesta ST 2018 para Kevin a terem conseguido qualificar para as uma nova grelha, com novos carros e algumas
Eriksson e Robin Larsson, dois jovens Meias-finais os Renault Mégane RS RX novidades nos regulamentos, numa época que
suecos muito rápidos que já venceram preparados pela Prodrive. Montalegre se apresenta às equipas mais desafiante do que
provas do Mundial no passado e não será mais uma etapa de aprendizagem nunca. Analisamos o que há de novo em 2018:
podem ser descartados. Do lado do para esta nova equipa anglo-francesa.
Team STARD, dirigido por Manfred O belga Grégoire Demoustier volta a As equipas estão sujeitas a um controlo mais
Stohl, Janis Baumanis está cada vez marcar presença com um Peugeot 208 estrito nos testes, só podendo testar nas pistas
mais piloto e foi notória a evolução do WRX, esperando-se que a habituação que fazem parte do calendário durante os testes
Ford Fiesta RXS da equipa austríaca do piloto belga ex-WTCC ao Ralicross oficiais do campeonato organizados pela FIA (2
para este ano, sendo uma incógnita esteja mais consolidada depois de uma na pré-temporada e 1 a meio da temporada). No
pobre época em 2017. entanto não há restrições para testar noutras
As cores de Portugal estarão repre- pistas.
sentadas por Mário Barbosa, que es-
pera poder mostrar todo o seu valor Para ajudar a manter os custos sob controlo,
com o Citroën DS3 WRX preparado há limitações quanto ao número e ao tipo de
pela equipa de Liam Doran, depois componentes usados nos carros. O número
de uma prova difícil em Barcelona, e de motores permitidos durante a temporada
pelo atual Campeão Nacional Joaquim é reduzido de 3 para 2 e o número de turbos é
Santos, com o robusto Ford Focus ST, reduzido de 2 por prova para 4 por ano, colocando
que permitiu a vitória ao Gentleman maior ênfase do que nunca na fiabilidade das
Driver português na primeira prova máquinas.
do Campeonato Nacional disputada
em Lousada. A utilização de pneus é limitada a 12 por
O inglês Oliver Bennett, com um MINI evento. A partir da terceira prova, apenas é
Cooper S X1, e o francês Philippe permitido marcar um máximo de 8 pneus novos,
Maloigne, com um Renault Clio RS, podendo somar-se 4 de uma prova anterior.
completam a lista de inscritos, sendo
ambos estreantes em Montalegre. As relações de transmissão (anteriormente
livres) são agora restritas a 2 conjuntos de
relações por ano e o desenho da asa traseira é
permanente para todo o ano.

WRX/
WORLD RX

12

Especial

6 OSpágs. RECANTOS DO CIRCUITO
O Circuito de Montalegre tem um traçado muito variado, encadeado, com diversos tipos curvas,
umas rápidas em apoio e outras mais lentas, como por exemplo na zona que antecede a reentrada
na reta da meta. No miolo os pilotos têm que ser muito precisos nas suas trajetórias para não
perderem posições. Quanto a ultrapassagens, em condições normais, só mesmo no final da reta da
meta; através dos habituais ‘chega para lá’; ou sempre que há um ligeiro erro ou ‘aberta’

‘WELCOME CENTER’
BILHETEIRA ONLINE

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EUROPEU DE RALICROSS (2007, 2009, 2010, 2011, 2013) E O MUNDIAL DE RALICROSS (2014 A 2017) >> RECORDE JOHAN
KRISTOFFERSSON (MUNDIAL DE RALICROSS 2017) - VW POLO R SUPERCAR - 37.802 SEGUNDOS À MÉDIA DE 99,99 KMS/H

>> autosport.pt 13

HORÁRIO CIRCUITO ONDE COMER
INTERNACIONAL RESTAURANTE DIAS (910 228 242)
SÁBADO, 28 DE ABRIL DE MONTALEGRE TASCA DO AÇOUGUE (919 817 541)
10H00 TREINOS LIVRES TABERNA DA EIRA (935 720 842)
12H20 SHOW DE FREESTYLE / DEMONSTRAÇÃO CAMIÃO RACING LOCALIZAÇÃO: ESTRADA M509, (RUA DE FONTEZINHAS) RESTAURANTE O CASTELO (276 511 237)
ALMOÇO 5470-341 PADORNELOS – MONTALEGRE PONTE DO DIABO (253 759 010)
13H30 QUALIFICAÇÃO 1 (Q1) - SUPER1600, WORLD RX, KARTCROSS GPS: LAT: 41.84590782300226, LON: -7.756927013397217 RESTAURANTE NEVADA (276 512 411)
14H30 MONSTER ENERGY RIG RIOT – PADDOCK ACESSOS BORDA D’AGUA (253 659 216)
15H00 QUALIFICAÇÃO 2 (Q2) - SUPER1600, WORLD RX, KARTCROSS RESTAURANTE D. JOÃO (276 511 388)
16H30 SESSÃO DE AUTÓGRAFOS – PADDOCK A 95 KMS DE VILA REAL (A24+N103)
A 100 KMS DE GUIMARÃES (A7+N103)
DOMINGO, 29 DE ABRIL A 125 KMS DE BRAGA (A7+N103)
09H00 WARM-UP A 135 KMS DE VIANA DO CASTELO (A27+OU540)
10H20 QUALIFICAÇÃO 3 (Q3) - WORLD RX, SUPER1600, KARTCROSS A 150 KMS DO PORTO (A7+N103)
11H30 SHOW DE FREESTYLE / DEMONSTRAÇÃO CAMIÃO RACING A 180 KMS DE VISEU (A24+N103)
12H00 QUALIFICAÇÃO 4 (Q4) - WORLD RX, SUPER1600 A 220 KMS DE AVEIRO (A7+N205)
ALMOÇO
13H15 SESSÃO DE AUTÓGRAFOS – PADDOCK INSCRITOS
13H40 MONSTER ENERGY RIG RIOT - PADDOCK
14H00 FINAL – KARTCROSS WORLD RX
14H10 MEIAS-FINAIS – SUPER1600
14H45 APRESENTAÇÃO PILOTOS & GRID WALK – WORLD RX SUPERCARS
15H00 MEIAS-FINAIS - WORLD RX
SHOW DE ACROBACIA AÉREA Nº PILOTO PAÍS EQUIPA CARRO
FINAL - SUPER1600 & FINAL - WORLD RX VOLKSWAGEN POLO R
15H50 PÓDIO 1 JOHAN KRISTOFFERSSON SUE PSRX VOLKSWAGEN FORD FIESTA ST
AUDI S1 QUATTRO
O QUE HÁ DE NOVO PARA O PÚBLICO 4 ROBIN LARSSON SUE OLSBERGS MSE FORD FIESTA RXS
HYUNDAI I20 N RX
Em contagem decrescente para a prova do Mundial de Ralicross que se vai disputar 5 MATTIAS EKSTRÖM SUE EKS AUDI SPORT PEUGEOT 208 WRX
no nosso país no fim de semana da próxima semana (28 e 29 de abril), apresentamos VOLKSWAGEN POLO R
algumas das novidades da prova deste ano. 6 JANIS BAUMANIS LET TEAM STARD AUDI S1 QUATTRO
PEUGEOT 208 WRX
No Circuito Internacional de Montalegre (CIM) decorreram obras para a construção 7 TIMUR TIMERZYANOV RUS GRX TANECO TEAM RENAULT MÉGANE RS RX
de uma nova bancada no lado sul da pista, na espetacular transição do asfalto para FORD FOCUS ST
terra, denominada Bancada Sul Terra. Além dessas obras, a estrada principal de acesso 9 SÉBASTIEN LOEB FRA TEAM PEUGEOT TOTAL MINI COOPER S X1
à pista foi melhorada, na continuação das obras levadas a cabo no ano passado para FORD FIESTA RXS
a expansão do paddock. A estrada municipal que liga Montalegre à cidade de Chaves 11 PETTER SOLBERG NOR PSRX VOLKSWAGEN PEUGEOT 208 WRX
sofreu obras de melhoramento, sendo agora um trajeto muito menos demorado de fazer HYUNDAI I20 N RX
e com mais segurança. 13 ANDREAS BAKKERUD NOR EKS AUDI SPORT PEUGEOT 208 WRX
RENAULT MÉGANE RS RX
Este ano foi lançado o bilhete VIP, um passe para todo o fim de semana que dá 21 TIMMY HANSEN SUE TEAM PEUGEOT TOTAL CITROËN DS3 WRX
acesso ao VIP Lounge com sofás e Wi-Fi exclusivo, TV a transmitir em direto a ação FORD FIESTA ST
em pista, cronometragem e infografia, bar aberto (café, água, refrigerantes, cerveja, e 36 GUERLAIN CHICHERIT FRA GCK RENAULT CLIO RS
snack), almoço na tenda de catering, assim como acesso à Bancada Central e oferta do
programa oficial do evento. 41 JOAQUIM SANTOS POR BOMPISO RACING TEAM

Com o sentido de formar novos públicos para o automobilismo, foram promovidas 42 OLIVER BENNETT ING XITE RACING
visitas de estudo ao CIM, envolvendo a comunidade escolar da região norte, vinculando
a componente pedagógica da visita com a preparação da mesma por parte da escola 58 MA QING HUA CHI TEAM STARD
nas aulas de Inglês, Francês e organização e gestão de eventos.
66 GRÉGOIRE DEMOUSTIER BEL SÉBASTIEN LOEB RACING
Este ano, quem quiser colaborar com a organização pode candidatar-se como
voluntário e envolver-se com a organização do evento na realização do mesmo. Estes 68 NICLAS GRÖNHOLM FIN GRX TANECO TEAM
voluntários irão apoiar os fãs, para uma resolução rápida de qualquer constrangimento
que possam encontrar, encaminhando-os para o responsável técnico da estrutura 71 KEVIN HANSEN SUE TEAM PEUGEOT TOTAL
organizativa nas situações mais complicadas.
74 JÉRÔME GROSSET-JANIN FRA GCK
A App MontalegreRX volta a estar disponível para Android de forma gratuita. Com
esta App, o utilizador tem acesso a todas as informações sobre o CIM, localização 75 MÁRIO BARBOSA POR COMPINCAR RX TEAM
das estruturas e bancadas, bilheteira online, resultados em direto, redes sociais,
cronometragem e muito mais. 96 KEVIN ERIKSSON SUE OLSBERGS MSE

Haverá um serviço Shuttle que fará a ligação ida-e-volta entre o campo da feira de 121 PHILIPPE MALOIGNE FRA G-FORS
Montalegre (zona com muito estacionamento) e o CIM. Este transporte é gratuito e os
horários poderão ser consultados na App MontalegreRX ou nos placares informativos SUPER1600 CARRO Nº PILOTO CARRO
nos pontos de paragem do Shuttle (em frente à Câmara Municipal e na paragem do Nº PILOTO SKODA FABIA
Bairro do Crasto). 3 PAVEL VIMMER FORD FIESTA 48 AYDAR NURIEV SKODA FABIA
5 ONDREJ SMETANA RENAULT TWINGO
Todos os fãs terão acesso à Internet na Fan Zone, tendo sido criado um Hotspot Wi-Fi 7 MARAT KNYAZEV PEUGEOT 208 50 MARCEL SNOEIJERS RENAULT MÉGANE
específico. A SportTV voltará a ser um parceiro da prova, no âmbito da comemoração 8 ESPEN ISAKSAETRE SKODA FABIA
do 20º aniversário desta estação televisiva. Para além de diversos diretos a serem 10 JANNO LIGUR SKODA FABIA 51 MARIUS BERMINGRUD CITRÖEN DS3
transmitidos nos noticiários da SportTV, assim como distribuição de merchandising, no 14 ROKAS BACIUSKA SKODA FABIA
sábado dia 28 na praça do município entre as 10h00 e as 18h00 haverão vídeojogos e 15 GERGELY MARTON SKODA FABIA 57 JAKUB WYSZYNSKI VOLKSWAGEN
simuladores no Game Truck SportTV, uma mini pista de Go Karts e duas mesas gigantes 16 JOSEF SUSTA SKODA FABIA
de matraquilhos. No domingo dia 29 toda esta oferta de entretenimento passa a estar 17 ARTIS BAUMANIS SKODA FABIA POLO
localizada na Fan Zone do CIM durante todo o dia. 18 “JOLLY” RENAULT TWINGO
20 SIIM SALURI CITRÖEN C2 66 VACLAV VEVERKA PEUGEOT 208
22 HÉLDER RIBEIRO FORD KA
29 ARVO KASK CITRÖEN C2 74 JESSE KALLIO RENAULT TWINGO
37 JIMMY TERPEREAU SKODA FABIA
38 MANDIE AUGUST 75 MAXIMILIEN EVENO CITRÖEN C2

77 LARS ROSLAND OPEL CORSA

80 MÁRIO TEIXEIRA FORD FIESTA

89 TIMUR SHIGABUTDINOV RENAULT TWINGO

96 MARCEL SUCHY PEUGEOT 207

99 ARTUR EGOROV RENAULT TWINGO

133 JACK THORNE RENAULT TWINGO

PALMARÉS DA PROVA PORTUGUESA PONTUÁVEL PARA O EUROPEU/MUNDIAL DE RALICROSS

ANO VENCEDOR ANO VENCEDOR
1991 MARTIN SCHANCHE - FORD RS 200 EVOLUTION 2 2007* LARS LARSSON - ŠKODA FABIA WRC
1992 MARTIN SCHANCHE - FORD RS 200 EVOLUTION 2 2008 LUDVIG HUNSBEDT - VOLVO S40 T16 4WD
1993 JEAN-LUC PAILLER - CITROËN BX GTI T16 4WD 2009 ANDRÉAS ERIKSSON - FORD FIESTA ST
1994 KENNETH HANSEN - CITROËN ZX T16 4WD 2010 MICHAEL JERNBERG - ŠKODA FABIA RS
1995 BJØRN SKOGSTAD - FORD ESCORT RS COSWORTH 2012 TANNER FOUST - FORD FIESTA ST
1996 L. HUNSBEDT - FORD ESCORT RS 2000 T16 4WD 2013 LIAM DORAN - CITROEN DS3 WRX
1997 MICHAEL JERNBERG - FORD ESCORT RS COSWORTH 2014** PETTER SOLBERG - CITROEN DS3 WRX
1998 PER EKLUND - SAAB 900 T16 4WD 2015 JOHAN KRISTOFFERSSON - VW POLO RX
1999 KENNETH HANSEN - CITROËN XSARA T16 4WD 2016 PETTER SOLBERG - CITROEN DS3 WRX
2000 PER EKLUND - SAAB 9-3 T16 4WD 2017 MATTIAS EKSTROM – AUDI S1 QUATTRO
2001 KENNETH HANSEN - CITROËN XSARA WRC
2002 KENNETH HANSEN - CITROËN XSARA WRC * Desde 2007 que Montalegre passou a receber a prova,
2003 KENNETH HANSEN - CITROËN XSARA WRC com a exceção de em 2008 se ter realizado em Lousada
2004 MORTEN BERMINGRUD - CITROËN XSARA WRC
2005 KENNETH HANSEN - CITROËN XSARA WRC ** Montalegre recebeu a primeira prova da história do
2006 KENNETH HANSEN - CITROËN C4 WRC Mundial de Ralicross em 2014

WRX/ WORLD RX / WRALICROSS EQUIPAS EQUIPAS EQUIPAS EQUIPAS

14 Especial
6 págs.
PSRX VOLKSWAGEN NA RECONQUISTA

Depois dos sucessos alcançados em 2017, a PSRX Volkswagen quer continuar este ano com a
frutuosa colaboração com a Volkswagen Motorsport, lutando pela renovação dos dois títulos.
Com a ótima qualidade do chassis do Polo World Rally Car que permitiu uma adaptação total às
diferentes características dos 12 circuitos do calendário, Petter Solberg e Johan Kristoffersson
contam com uma excelente base para atacarem a vitória, além de que o Polo recebeu este ano
algumas melhorias, aerodinâmicas e mecânicas. Em Barcelona estiveram sempre entre os mais
rápidos e no final acabou por sair vencedor Kristoffersson, que não poderia ter tido melhor início

de temporada para a defesa do seu título.

DEVER DEVINGANÇAPARAAEKSAUDI SPORT

Com a assinatura de novo contrato com a Audi Sport, que irá proporcionar um maior apoio
direto, a estrutura fundada por Mattias Ekström conta este ano com dois novos Audi S1 quattro

projetados a partir das oficinas de Ingolstadt, com detalhes técnicos inspirados no DTM.
Logo em Barcelona mostraram-se capazes de andar ao nível dos rivais de Wolfsburgo. A estrela
Andreas Bakkerud foi a principal contratação da equipa, além da chegada de dois engenheiros

vindos da Skoda Motorsport e Hyundai Motorsport. Ekström está com muita sede de vitórias
e Bakkerud nunca dá nenhuma posição por perdida, pelo que ambos estão com muita vontade

de conseguir a vitória em Montalegre, vingando a desclassificação sofrida por Ekström em
Barcelona.

TEAM PEUGEOTTOTALCOM UMABASE SÓLIDA

Após o ciclo vitorioso no Dakar, com três vitórias conquistadas entre 2016 e 2018, a Peugeot
Sport abraçou este ano o desafio de se envolver diretamente com a sua própria equipa no

campeonato, após uma etapa de colaboração intensa com a equipa de Kenneth Hansen que
durou quatro anos e lhe permitiu a conquista do título de equipas em 2015. Mas o título mais
desejado é o de pilotos, e contando nas suas fileiras com um dos maiores nomes da história
do automobilismo como é Sébastien Loeb, a Peugeot Sport decidiu avançar agora com a sua
estrutura, aproveitando a base sólida que já tinha de 2017 para apresentar este ano um 208 WRX
aperfeiçoado, antes de um pacote de novas melhorias ser introduzido mais lá para a frente. Os
irmãos Hansen serão os fiéis escudeiros de Loeb, com Timmy a apresentar credenciais que lhe

permitem ter naturais ambições à vitória.

GRX TANECO QUER LUTAR

É uma das boas surpresas deste ano. A escolha da estrutura GRX - de Marcus
Grönholm - em unir forças com a Hyundai Motorsport foi definitivamente apoiada por

Michel Nandan em pessoa no último Rali de Monte Carlo. Evidentemente que este
não é um compromisso oficial da marca sul-coreana com o Mundial de Ralicross, mas

imita o esboço de colaboração que foi criado entre a equipa PSRX e a Volkswagen
Motorsport em 2017. A GRX conta com um par de chassis do i20 World Rally Car de
2016, um carro que já deu mostras da sua competitividade no passado, além de ter o
apoio da Pipo Moteurs, especialista no desenvolvimento e preparação de motores para

Ralicross.

PRODRIVE DISFARÇADADE GCK

O projeto partiu de Guerlain Chicherit ainda em 2016: encomendar à Prodrive a preparação de
dois Renault Mégane de raiz para competir ao mais alto nível no Mundial de Ralicross tentando

explorar o regulamento técnico ao máximo. Sir David Richards aprovou o projeto e os Mégane
viram a luz do dia este ano. Em Barcelona os dois carros deram muito boa conta de si e chegaram
às Meias-finais. Agora é preciso ver até onde poderão evoluir ao longo do ano pois a concorrência

é forte e está num nível altíssimo, sendo um desafio enorme aproximar-se do trio da frente
em termos de equipas. Timo Scheider é o piloto de desenvolvimento e certamente dará um
contributo importante. Jêrome Grosset-Janin tem pouca experiência no Mundial mas mostrou no
Europeu ter talento para o Ralicross. Chicherit quer acima de tudo divertir-se mas os resultados
são sempre importantes e se não fosse para andar na frente, este projeto nunca teria nascido.

EQUIPAS EQUIPAS EQUIPAS EQUIPAS EQUIPAS >> autosport.pt
15

OLSBERGS MSE MOTIVADA NO REGRESSO

Com o fim do campeonato norte-americano Global Rallycross Championship, a Olsbergs MSE
decidiu voltar de armas e bagagens para o Campeonato Mundial, aproveitando muitos dos
conceitos técnicos aprendidos durante os anos de colaboração com a Honda nos Estados

Unidos. Contando com a nova versão 2018 do Ford Fiesta ST como base, a equipa de Andréas
Eriksson parece ter construído um carro com muito potencial, dada a performance registada
em Barcelona. O obstáculo principal parece ser o orçamento, significativamente mais baixo se
comparamos com a concorrência da frente. Mas nem por isso se poderá deixar de olhar com
atenção para o que farão Kevin Eriksson e Robin Larsson, dois suecos habituados a grandes lutas

e já vencedores de provas do Mundial no passado.

NOVAMISSÃO PARA
ASÉBASTIEN LOEB RACING

Depois da experiência no WTCC a Sébastien Loeb Racing vira-se agora para o Mundial de
Ralicross, influenciada pelos gostos do seu sócio principal. O carro não podia deixar de ser um
Peugeot 208 WRX, no caso, desenvolvido em colaboração com a ORECA e a ONROAK Automotive.
Será conduzido pelo belga Grégoire Demoustier, também ele um antigo frequentador do WTCC.

Apesar da má exibição em Barcelona o potencial existe, pelo que será interessante ver a
evolução ao longo do ano, com Montalegre a ser talvez um dos circuitos mais desafiantes para o

belga poder explorar o seu talento.

TEAM STARD REPETE AVENTURA

Em 2017 a equipa de Manfred Stohl foi uma das que mais agradou no segundo pelotão
e por isso foi natural a decisão do ex-piloto do Mundial de Ralis em continuar a aposta

no Ralicross. Contando com um talentoso Janis Baumanis, a equipa apresenta este
ano uma versão revista do Ford Fiesta RXS, que se mostrou muito competitivo em

Barcelona. Nos circuitos naturais de Ralicross Baumanis terá uma palavra a dizer, pelo
menos na disputa do último lugar de acesso à Final. Já ao chinês Ma Qing Hua há que

lhe dar tempo, pois o ex-piloto do WTCC é completamente inexperiente na modalidade.

COMPINCAR RX TEAM AAPRENDER

Como Mário Barbosa confidenciou ao Autosport numa entrevista recente, “o bichinho
dos Supercar voltou”. E os portugueses agradecem. Termos um piloto a disputar um
Campeonato Europeu FIA na classe Supercar é um privilégio e certamente um motivo
de interesse adicional para acompanhar as provas do Mundial coincidentes com
as do Europeu. Contando com um potente Citroën DS3 WRX preparado pela equipa
do piloto inglês Liam Doran, Mário Barbosa teve uma adaptação fácil ao carro em
Barcelona, na sua primeira vez naquele circuito e com umas condições atmosféricas

bem complicadas. Agora a jogar em casa, há muitas expetativas para ver onde poderá
chegar, sendo a qualificação para as Meias-finais já considerada uma vitória.

BOMPISO RACING TEAM COMO SEMPRE

Aos 65 anos de idade Joaquim Santos continua a ter bem viva a enorme paixão pela
modalidade, e além de marcar presença como piloto, é também um dos principais
apoiantes da prova portuguesa pontuável para o Mundial através do patrocínio
da Bompiso, empresa da qual é administrador. Ao volante do fiável Ford Focus ST,

Joaquim Santos terá uma vez mais o prazer de conduzir entre os melhores do mundo e
certamente que não se coibirá de dar o seu melhor. A velocidade continua lá, como o
mostrou com a recente vitória obtida em Lousada.

R/16
RALIS
R5DE
RALIS FAZEM
CINCO ANOS

A 5 de maio deste ano os R5 celebram o seu quinto aniversário.
Foi nesse mesmo dia, em 2013, que Elfyn Evans e Daniel Barrett

disputaram o Pirelli Richard Burns Foundation, num (ainda)
protótipo do Ford Fiesta R5 da M-Sport. A homologação seguiu-se

e o show foi para a estrada. Desde aí, muito cresceu a mais bem
sucedida – até ver – decisão da FIA nos ralis, a categoria R5

Martin Holmes com José Luís Abreu que estão a contribuir para o aumento do FIESTA FOI O PRIMEIRO da está em desenvolvimento.
[email protected] interesse no pináculo dos ralis, fruto da sua Ainda em 2016 nasceu o Hyundai i20 R5,
espetacularidade. No patamar logo abaixo O Ford Fiesta R5 foi o primeiro carro desta e mais recentemente surgiu o Citroën C3
Quem diria que os R5 já têm cin- estão os R5, que correm no WRC2, mas ao categoria a nascer, em 2013, mas depressa R5, que entretanto já se estrou no WRC,
co anos. Malcolm Wilson tem-se mesmo tempo, e este é um ponto muito se seguiram outros, como os dos Grupo na Córsega. Mais lá para o fim deste ano
mostrado um excelente homem importante,alimentamagrande maioria PSA, Peugeot 208 T16 R5 e Citroën DS3 irá ser homologado o Volkswagen Polo
de negócios no que aos ralis diz dos campeonatos regionais da FIA, bem R5. O que tem o melhor índice de parti- GTI R5, que chegou a estar previsto para
respeito, e da mesma forma que como os campeonatos nacionais de cada cipações/vitórias continua a ser o Škoda agosto, mas viu a sua homologação adia-
atualmente a M-Sport já se está a país. Ainda há algumas exceções, com Fabia R5, cuja marca foi adiando mês após da para outubro.
preparar para construirumcarrode ralis alguns ‘desvios’ ao que a FIA delineou mês e só ‘libertou’ em 2015, com o suces- Como se percebe, a FIA tem tido sucesso
elétrico, quando muitos adeptos dos des- (na América do Sul, Nova Zelândia, e até so que hoje se conhece. com esta categoria, um pouco à imagem
portos motorizados ainda resmungam mesmo em Espanha com os N5), mas a Depois surgiram também ‘variações’ ao do que tem vindo a suceder na velocida-
contra a Fórmula E e contra o Mundial de grande maioria alinha pelo mesmo dia- tema, como o Mitsubishi Mirage R5, que de com os TCR, via que com bem menos
Ralicross elétrico que se perspetiva para pasão e são mesmo os R5 a vingar. surgiu em 2015, o Toyota Etios R5 (2016) tempo que os R5 já teve em pista 13 mar-
2020. Mas o mundo não pára. Antes pula Isto, como é lógico, tem vantagens, pois e Proton Iriz R5 (2017) - este último não cas diferentes (Alfa Romeo Guilietta TCR;
e avança rapidamente e por isso Malcolm qualquer equipa, e tomando como exem- tendo o apoio direto dos fabricantes, Audi RS3 LMS TCR; Cupra TCR; Ford Focus
Wilson só mostra novamente que teve plo Portugal, pode ter os seus pilotos a como foi o caso dos dois primeiros - TCR; Honda Civic TCR; Hyundai i30 N TCR;
olho e ganhou muito com isso. correr no campeonato local e esse mesmo que foram homologados localmente, Kia C´eed TCR; Lada Vesta TCR; Opel Astra
Hoje em dia, os R5 estão perfeitamente in- carro pode correr nas provas internacio- ou seja, têm permissão para correr nos TCR; Peugeot 308 TCR; Renault Mégane
tegrados na ‘sociedade’ dos ralis e o WRC nais, como sucede nos três principais ra- seus países de origem mas não podem TCR; Subaru WRX STi TCR; Volkswagen
está muito bem servido ao mais alto nível lis portugueses: o Rali de Portugal (WRC), pontuar em competições como o WRC Golf GTI TCR), ainda que nem todas cor-
com a nova geração de World Rally Cars, Açores (ERC) e Madeira (TER). ou ERC. O Proton, tem apoio de fábrica ram para já nos campeonatos principais.
mas é um ‘ongoing case’, ou seja, ain-

>> autosport.pt

17

FÓRMULA DE SUCESSO nos principais campeonatos. e pouco mais: “Na verdade, nada mudou Por todo o mundo e na grande maioria dos
Os regulamentos estão estáveis, todos muito! Aparte das naturais evoluções de campeonatos nacionais o R5 é o topo e isso
Na lista de participantes do recente Rali confiam neles, porque os carros não vão design dos modelos de produção, as evo- é muito bom para os pilotos pois podem
da Córsega tivemos carros da Skoda, Ford, ficar desatualizados ou perder o seu valor luções dos R5 podem surgir rapidamen- investir numa máquina previsível, e com
Peugeot, Hyundai e Citroën. E foi preci- devido a repentinas mudanças de regula- te, o que acontece maioritariamente por isso andar no topo das suas competições,
samente na Córsega que falámos com mentos. Esta fórmula funciona incrivel- causa da tecnologia. e ser vistos a vencer ralis e campeona-
Richard Millener, o elemento que ser- mente bem. Todos estamos cientes dos A tecnologia é hoje em dia bem diferente tos, ao invés de vencerem uma classe!”
ve de elo de ligação da M-Sport para os custos para correr nos desportos moto- do que a que tínhamos há cinco anos. Por
seus clientes, e que nos deu a sua visão rizados, especialmente ao mais alto nível. exemplo, hoje em dia os nossos R5 têm VARIANTES…
da forma como os regulamentos dos R5 Estabilidade de regulamentos significa o mesmo sistema de amortecedores dos
mudaram a natureza do WRC e dos ralis que os projetos podem ser pensados a WRC com que corríamos há uns anos. Os Apesar de parecer claro que o caminho
regionais e nacionais: “Penso que os R5 vários anos, e o valor com que se conta desenvolvimentos de design dos WRC vão da FIA com os R5 foi bem escolhido, não
são uma fórmula muito forte. Todas as no início de um época não vai ser muito sendo aproveitados para os R5. há dúvidas que os custos dos R5 fugiram
principais marcas vieram para o mercado, diferente do valor da época seguinte, pelo Também desenvolvimentos nos motores um pouco ao controlo que a FIA tinha
pois todas pensam o mesmo. E acho que que é possível pensar em projetos a três dos WRC transitaram para os R5. Devido pensado para eles, e embora em teoria a
o mercado dos R5 vai continuar a crescer. ou quatro anos com os patrocinadores, ao tamanho do motor, restritor e a pres- ideia tenha sido boa, a realidade é por ve-
As pessoas pensavam há uns tempos que pois sabe-se bem o que é preciso para são do turbo serem fixas por regulamento, zes bem diferente e só agora começam a
o mercado dos R5 iria ficar saturado mas competir ao nível escolhido”, começou só podemos esperar ganhos de 2 a 3% de disseminar-se os R5, especialmente por
os R5 mais velhos estão a ser assimilados por dizer Millener, que nos falou tam- potência quando se passa para uma nova causa do mercado de usados. É que um
por níveis mais baixos dos ralis em ter- bém das poucas mudanças que ao lon- geração de R5. E esta situação é muito boa, R5 novo é muito caro para a maioria das
mos nacionais, substituindo os Grupos go dos anos foram sendo aceites nos R5. pois há cerca de 600 R5 espalhados pelo bolsas. Por isso, há zonas em que esses
N, deixando desta forma margem para o Patilhas no volante, evoluções no design, mundo, de seis designs de homologação custos levaram a optar-se por outros
aparecimento de mais carros e marcas diferentes, e isso quer dizer qualquer coi- caminhos, como por exemplo os AP4 na
sa, pois se não fosse uma boa fórmula as Australásia: “Penso que é um exagero di-
equipas paravam dos vender. A chave zer que os R5 são demasiado caros, es-
desta categoria são carros que os clientes pecialmente quando comparamos esses
possam usar facilmente e isso os mante- custos aos que sabemos existirem com
nha felizes. Muitos deles estão a investir o os AP4, ou Maxi Rally na América do Sul,
seu dinheiro como hobby para pilotarem pois penso que nesses casos os custos
R5, pelo que o cliente é Rei! são um pouco escondidos pois também
não são carros baratos de desenvolver e

R/
RALIS

18

produzir. Por exemplo os AP4. Eu conhe- também são o pináculo do desporto, é por R5 L I S TA D E R 5
ço gente que está a gastar o mesmo que isso que os construtores os usam. Os R5
gastaria num R5.” são uma forma muito menos dispendiosa CARRO ESTREIA VITÓRIAS (ATÉ 20/4/2018)
Na verdade, em teoria, os Maxi Rally e a de fazer ralis, e com isso chegar a níveis FORD FIESTA R5 MALCOLM WILSON RALLY 2013 585
nova fórmula da FIA, os R4-Kit, com moto- mais altos. Se recuarmos 40 anos, o que CITROËN DS3 R5 RALLYE SANREMO 2014 116
res e transmissões standard, podem fun- são hoje os pilotos dos R5, nessa altura PEUGEOT 208 T16 R5 GEKO YPRES RALLY 2013 163
cionar bem, mas Millener entende que algo podiam lutar com os pilotos de topo, por- ŠKODA FABIA R5 RALLYE ŠUMAVA KLATOVY 2015 438
falhou nesse caminho: “Pessoalmente que os carros não eram muito diferentes, HYUNDAI I20 R5 RALI DE YPRES 2016 28
penso que o R4-Kit perdeu-se um pouco mas hoje em dia essa margem aumen- CITROËN C3 R5 RALI DO VAR 2017 0
no seu objetivo. Inicialmente foi pensado tou muito…” MITSUBISHI MIRAGE R5 TANK S RALLY 2015 11
para serem carros que se iriam posicionar Richard Millener é, como se percebe, um PROTON IRIZ R5 GOODWOOD RALLY STAGE 2017 3
entre os R2 e os R5, com quatro rodas mo- acérrimo defensor dos R5, o que é natu- TOYOTA ETIOS R5 RALLY TRANS ITAPÚA 2016 1
trizes, mas a verdade é que, como agora ral, pois defende o seu negócio, mas tem, VOLKSWAGEN POLO GTI R5 RALI CATALUNHA 2018 (PREVISTA) -
se sabe, os seus custos estão muito per- também, curiosamente, uma visão inte-
to dos R5. Sim, os custos de ter um R4 a ressante sobre a forma como os ralis de- Fonte: EWRC-Results
correr são mais baixos que os R5, mas a vem ser vistos de fora. Millener entende
realidade é que a diferença não é assim tão que os atuais R5 são carros excitantes e
grande que o justifique. Penso que esta- que entusiasmam quem vê. Quando lhe
mos a falar de diferenças de 12 a 17 euros perguntamos se estes carros se podem
por quilómetro. Mas depois quando con- tornar na fórmula de topo dos ralis a res-
sideramos a diferença da performance, posta é curiosa: “Quem sabe. O WRC pre-
quem tem um R4 compete contra quem? cisa de um plano - a decidir nos próximos
Não há ninguém! Ficam sozinhos numa 18 meses - sobre para onde quer ir ou se
classe. Faz mais sentido um R5 quando continua como está. Mas é um facto que
se quer ir para uma grande competição. existe um mercado enorme atrás dos
Eu sei o que estão a tentar fazer com os WRC. Em relação a um adepto casual de
R4-Kit, mas infelizmente acho que não vai ralis não tenho a certeza que note grande
funcionar. Penso que têm de repensar a diferença entre os carros. Já um adepto do
fórmula. Há uma enorme margem entre WRC sabe bem a diferença do que está a
os R2 e os R5 e eu acho que os R4 deviam ver e identifica perfeitamente a diferença
apontar para esse meio. Com os carros a entre um WRC e um R5, mas os adeptos
custarem 100.000 euros. O que está lon- casuais nem por isso, e esses são a gran-
ge de suceder…” disse Millener, que não de maioria”, disse Millener.
se esquivou a revelar o que ‘gasta’ um Compreendem-se as palavras de
R5: “Na M-Sport gastamos 62€ por qui- Millener, a fatia de adeptos ‘profundos’
lómetro numa prova do WRC, em que os dos ralis é pequena face aos ‘casuais’,
carros andam muito em pisos duros. Nos mas basta olhar para o sucesso que tem
ralis nacionais andará à volta de 35-40€ tido o WRC nestes últimos dois anos para
por quilómetro, porque são ralis mais pe- perceber que isso teve impacto, criando-
quenos, desgastam menos os carros, e os -se uma maior margem entre os WRC e
pilotos são um pouco mais ‘cuidadosos’. os R5, mas também é verdade que os R5
Não sabemos ainda bem quanto custa por pilotados aos mais alto nível são muito
quilómetro a nova geração de WRC, mas interessantes de ver e o que não falta é
eu penso que anda à volta do dobro dos espetáculo.
R5. A antiga fórmula dos WRC (2016) es- Passaram cinco anos, e, pelo que se vê,
tava provavelmente no meio entre o que os próximos cinco poderão permitir a
é hoje em dia a diferença entre um R5 e chegada de mais marcas. A próxima é a
um dos novos WRC. Volkswagen, e a ‘verdadeira’ Toyota não
Os WRC de topo são muito caros, mas deve demorar…

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19

PORTUGUESES
34ESTREIASDER5
EMPORTUGAL

Foi João Barros quem deu o tiro de partida em 2013, e daí para cá mais 33 pilotos
correram de R5 em pelo menos uma prova do CNR/CPR. O último a estrear-se foi
Pedro Almeida (Ford Fiesta R5) no Rali dos Açores deste ano. Dos 34 pilotos que já
correram de R5 no principal campeonato português, 20 estrearam-se com um Ford
Fiesta R5, seis de Citroën DS3 R5, cinco de Skoda Fabia R5 e apenas um se estreou
com um Peugeot 208 T16, Bruno Magalhães. Claro que vários destes pilotos correram
posteriormente com outras máquinas. Disso há dois bons exemplos. Por um lado,
Carlos Vieira, que se estreou de Ford Fiesta em 2015, e desde aí já correu com DS3
R5, Skoda Fabia e agora, como se sabe, de Hyundai i20 R5. Bruno Magalhães é outro
desses casos. Estreou-se de Peugeot, mas é com o Skoda Fabia R5 que tem vindo a
brilhar no ERC, e, logicamente, nas provas do CPR que fez nessa competição, o Azores
Airlines Rallye. Veja a lista.

R5 E S T R E I A S

PILOTO CARRO ESTREIA CNR/CPR
JOÃO BARROS FORD FIESTA R5 RALI CASINOS DO ALGARVE 2013
RUI MADEIRA FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2014
DIOGO SALVI FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2014
ELIAS BARROS FORD FIESTA R5 RALI DE GUIMARÃES 2014
BERNARDO SOUSA FORD FIESTA R5 RALI DA MADEIRA 2014
RICARDO MOURA FORD FIESTA R5 RALI DOS AÇORES 2014
ALFREDO BARROS FORD FIESTA R5 RALI DE MORTÁGUA 2014
JOSÉ P. FONTES CITROËN DS3 R5 RALI SERRAS DE FAFE 2015
PAULO MEIRELES FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2015
PEDRO MEIRELES SKODA FABIA R5 RALI VIDREIRO/CENTRO DE PORTUGAL 2015
MIGUEL NUNES FORD FIESTA R5 RALI DA MADEIRA 2015
BRUNO MAGALHÃES PEUGEOT 208 T16 RALI DA MADEIRA 2015
ALEXANDRE CAMACHO CITROËN DS3 R5 RALI DA MADEIRA 2015
CARLOS VIEIRA FORD FIESTA R5 RALI DE MORTÁGUA 2015
RICARDO TEODÓSIO FORD FIESTA R5 RALI CASINOS DO ALGARVE 2015
CARLOS MARTINS CITROËN DS3 R5 RALI SERRAS DE FAFE 2016
JOAQUIM ALVES FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2016
MIGUEL CAMPOS SKODA FABIA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2016
MIGUEL BARBOSA SKODA FABIA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2016
FERNANDO PERES FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2016
LUÍS REGO JR. FORD FIESTA R5 RALI DOS AÇORES 2016
MANUEL CASTRO HYUNDAI I20 R5 RALI SERRAS DE FAFE 2017
GIL FREITAS CITROËN DS3 R5 RALI DE CASTELO BRANCO 2017
RÚBEN RODRIGUES CITROËN DS3 R5 RALI DOS AÇORES 2017
JOÃO F. RAMOS FORD FIESTA R5 RALI DE PORTUGAL 2017
JOÃO SILVA CITROËN DS3 R5 RALI DA MADEIRA 2017
ANTÓNIO NUNES FORD FIESTA R5 RALI DA MADEIRA 2017
ANTÓNIO DIAS SKODA FABIA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2018
LUÍS ROCHA FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2018
NUNO CARDOSO FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2018
JOSÉ CARLOS MACEDO FORD FIESTA R5 RALI SERRAS DE FAFE 2018
ARMINDO ARAÚJO HYUNDAI I20 R5 RALI SERRAS DE FAFE 2018
ALOÍSIO MONTEIRO SKODA FABIA R5 RALI DOS AÇORES 2018
PEDRO ALMEIDA FORD FIESTA R5 RALI DOS AÇORES 2018

20 CPR/
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS/RALI DE MORTÁGUA

PATRÃO Está de volta o Campeonato de Também Bruno Magalhães não tem in-
FORA, QUEM Portugal de Ralis, uma compe- tenções de disputar qualquer outra prova
TOMA CONTA tição que regressa no próximo do CPR, e embora esteja neste momento
fim de semana à ‘normalidade’, em terceiro do campeonato, não deverá
DA ‘LOJA’? depois de dois eventos marcan- voltar a fazer parte deste ‘filme’.
tes, por motivos distintos. Portanto, de repente, ficámos sem o pri-
O Campeonato de Portugal de Ralis regressa com o Rali de Tendo em conta os problemas porque meiro e terceiro atuais classificados do
Mortágua, terceira prova duma competição em que dois passa a velocidade nacional este ano, os CPR. Na chegada a Mortágua os pilotos
dos três primeiros classificados do campeonato já não ralis parecem ser um oásis num país em encontram-se ainda muito ‘juntos’, com
voltam. Confuso? Nós explicamos… que não é fácil reunir meios para correr ao apenas 10 pontos de diferença a separa-
mais alto nível, e a verdade é que em Fafe rem Pedro Meireles de Carlos Vieira (o pi-
José Luís Abreu estiveram presentes 21 R5. Nos Açores, loto da Hyundai esteve nas duas provas).
[email protected] excetuando os ‘internacionais’, foram A isto junta-se o regresso de três nomes
15 os R5 ligados às competições lusas, e fortes: Miguel Barbosa, Pedro Meireles e
agora em Mortágua a competição vai ser Armindo Araújo. Ingredientes mais que
uma espécie de azeite na água, a ‘verda- suficientes para deixarem antever um
de’ virá ao cimo. rali super competitivo. E apesar de nes-
E dizemos ‘verdade’ porque é agora que as te momento ainda não haver na FPAK
lutas pelo campeonato se vão intensificar, a informação da lista completa de pilo-
depois de terem ficado de fora da prova tos do CPR que pontuam nesta terceira
açoriana nomes como Miguel Barbosa, prova, tudo indica que vamos ter todos
Pedro Meireles e Armindo Araújo, ou fora os mesmos protagonistas da prova de
dos pontos como foi o caso de José Pedro Fafe… exceto o vencedor!
Fontes, pois não ‘nomeou’ essa prova. Neste contexto, é claro que a prova de
Tal como se esperava, e depois de ter ven- Mortágua será muito importante nas
cido as duas primeiras provas do cam- contas do campeonato pois vai ajudar
peonato no que à competição nacional a definir melhor com o que contar daqui
diz respeito, Ricardo Moura já não irá a para a frente.
Mortágua, idem aspas ao Rali de Portugal,
e se aparecer em alguma (ou algumas) REGRESSOS SONANTES
provas daí para a frente ainda pode ter
alguma coisa a dizer na luta pelo título. Depois de ter brilhado na prova de aber-
Mas o mais provável é não regressar… tura em Fafe, Miguel Barbosa chega a
Mortágua confiante, embora esta seja

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21

H/ HORÁRIO

SEXTA-FEIRA (27 DE ABRIL)
16:10 PARTIDA DE MORTÁGUA
17:50 RECONHECIMENTO ÁGUEDA STREET STAGE/TRAVOCAR
19:30 1ª PE A - ÁGUEDA STREET STAGE / TRAVOCAR (2,59 KM)
19:45 1ª PE B - ÁGUEDA STREET STAGE / TRAVOCAR (2,59 KM)
21:10 2ª PE - SUPER ESPECIAL DE MORTÁGUA (2,06 KM)
SÁBADO (28 DE ABRIL)
9:35 PARTIDA DE MORTÁGUA
10:25 3ª PE - GÂNDARA/CALVOS 1 (11,67 KM)
10:50 4ª PE - PÓVOA DO SEBO 1 (15,99 KM)
11:33 5ª PE - FELGUEIRA 1 (17,98 KM)
12:23 PARQUE DE ASSISTÊNCIA (MORTÁGUA)
14:01 6ª PE - GÂNDARA/CALVOS 2 (11,67 KM)
14:26 7ª PE - PÓVOA DO SEBO 2 (15,99 KM)
15:09 8ª PE - FELGUEIRA 2 (17,98 KM)
16:02 9ª PE - GÂNDARA/CALVOS 3 (11,67 KM)
16:38 ENTRADA NO PARQUE DE ASSISTÊNCIA E
17:03 CHEGADA A MORTÁGUA

uma prova bem distinta, e se olharmos derá fazê-lo com a melhor classificação ÁGUEDA É NOVIDADE na prova do Clube Automóvel do Centro
para o que fez Barbosa o ano passado possível, havendo claramente que contar para conduzir um Ford Fiesta RS WRC
em Mortágua, fica por saber se teremos com ele para as lutas na frente. Uma dupla passagem pela super especial como carro zero. Se no ano passado, em
o piloto de Fafe, ou não. Ricardo Teodósio esteve azarado em Fafe, de Águeda Street Stage travocar é a gran- Mortágua, marcou presença Craig Breen,
Pedro Meireles é outro dos pilotos a quem mas foi terceiro no CPR nos Açores, e fê- de novidade da prova do CAC, que depois no carro de Fontes, que ainda recupera-
a prova de Mortágua do ano passado não -lo fruto de um andamento interessante da habitual super especial em redor da vila va do acidente, este ano está garantida a
correu bem, pois foi ali que começou a per- que lhe pode ter dado outro ritmo para de Mortágua e Vale de Açores, terá no dia presença dos dois pilotos da Toyota Gazoo
der o campeonato para Carlos Vieira, ao Mortágua, que no entanto é um rali que seguinte duplas passagens por Gândara- Racing, Takamoto Katsuta e Hiroki Arai,
sair derrotado por um piloto que se estrea- simplesmente não conhece! A última vez Calvos, Póvoa do Sebo e Felgueira, numa que se têm vindo a preparar para o WRC
va com um carro que nunca tinha guiado. que o disputou foi em 2014, de Mitsubishi, prova que pontua para o Campeonato e têm na prova do CAC mais uma etapa de
Por fim, Armindo Araújo, que regressa e isso vai notar-se. Portugal de Ralis, Taça FPAK de Ralis e aprendizagem. Tendo em conta o seu ní-
a pisos em que já não roda há muito. Se Manuel Castro é outro dos pilotos que Campeonato Centro de Ralis. Outra das vel atual, podem perfeitamente lutar pelos
a isto juntarmos a menor apetência do se pode imiscuir nos lugares da frente, o boas novidades é a presença do saudita lugares cimeiros do Rali de Mortágua.
Hyundai i20 R5 para os pisos mais duros mesmo sucedendo com Joaquim Alves. Yazeed Al Rajhi, que vai marcar presença
de terra, então teremos, provavelmen- Nas duas rodas Paulo Neto lidera o cam-
te, mais uma prova em que o piloto da peonato, mas Pedro Antunes, que venceu
Hyundai irá conter ao máximo os danos, em Fafe, não pontuou nos Açores. Só a
a não ser que tire um coelho da cartola. partir de Mortágua a competição fica-
Pelo que se viu em Fafe, não será fácil, rá mais clara em termos de quem são os
mas Fafe foi há dois meses! principais favoritos.
A afinar pelo mesmo diapasão estará
Carlos Vieira, que apesar de ter vencido
esta prova o ano passado, com o Skoda
Fabia R5, carro que está ‘provado e com-
provado’, na terra e com o Hyundai i20 R5
resta-nos esperar para ver o que pode
fazer.
Mas houve trabalho dos homens da equi-
pa oficial da Hyundai neste hiato, pelo que
algo pode ter mudado. Este será outro
dos pontos de interesse da prova do CAC.
José Pedro Fontes despede-se em
Mortágua do Citroën DS3 R5, e preten-

E/22
ENTREVISTA

OS SEGREDOSMANUEL GIÃO
DE GIÃO Um dia a alta velocidade no
Circuito do Estoril, durante
a apresentação oficial à
imprensa do Kia Picanto GT
Cup, serviu de mote para dois
dedos de conversa com o
‘decano’ Manuel Gião, que em
2018 celebra muito respeitáveis
35 anos de carreira! Numa
entrevista sem filtros, o atual
piloto da CRM Motorsport
revela superstições, recorda
o momento mais difícil do seu
percurso e deixa em evidência
alguns segredos do novo troféu
monomarca do automobilismo
nacional. Tudo para descobrir
nas linhas que se seguem

ENTREVISTALuís França [email protected]
FOTOGRAFIA Vasco Estrelado

Não é "clickbaiting", espécie de “Stig” deste projeto, chamado Motorsport. Mas claro que acabou por estes não se conseguem concretizar por
mas anda lá perto. pela CRM Motorsport a emprestar a sua ser uma experiência engraçada poder es- terem custos muito elevados e que certas
Pelo menos para enorme experiência no desenvolvimento tar envolvido no desenvolvimento de um empresas acabam por ter muito mais in-
quem gosta de des- do carro que dará corpo ao mais recen- projeto como o Kia Picanto GT Cup — um teresse em projetos de cariz nacional, por
porto motorizado. te troféu monomarca do automobilismo troféu que, considero, irá ter o maior su- terem mais projeção e estarem mais em
Trinta e cinco anos nacional. Mas também de que forma é cesso. Acredito que é uma competição que contacto connosco. Ainda assim, pen-
de carreira são, que os anos acumulados o transforma- fazia falta em Portugal, que muita gente so que a Velocidade em Portugal ainda
acima de tudo, um ram enquanto piloto, as diferenças entre procurava, e que assenta num carro mui- tem de evoluir no que a participantes e
exemplo de enorme correr em Portugal e no estrangeiro e os to divertido de conduzir, contendo, desta experiência dizem respeito. É aqui onde
e notável longevi- pequenos rituais que não falham antes forma, todos os ingredientes para se tra- eu me encontro muito empenhado, em
dade, numa moda- de cada prova, como a figura religiosa duzir num grande espetáculo desportivo. fazer com que a velocidade em Portugal
lidade que, desde a que o acompanha dentro do capacete Este ano cumpres 35 anos de uma carreira evolua, e espero que efetivamente isso
sua génese, esteve sempre à mercê dos ou as cuecas que não "larga" durante a plena de desafios e sucessos. Colocares aconteça. Sobre os resultados ao volante
chamados "constrangimentos financei- época desportiva. Curioso? Para saber o Kia Cee’d TCR nos lugares do pódio do do Kia Cee’d TCR, acredito que é possível
ros". Mas também refúgio de grandes mais, só tem de carregar no acelerador Campeonato de Portugal de Velocidade obter bons resultados com este carro. No
histórias para contar. De triunfos e desi- e passar diretamente para a entrevista Turismos e apoiares a Velocidade seu primeiro ano de competição, em 2017,
lusões e experiências nos mais variados que lhe fizemos. Nacional com a tua presença e conhe- mostrou ter potencial, faltando-lhe, se ca-
e competitivos campeonatos do mundo. Manuel, em 2018 optaste por regressar a cimento, face à enorme experiência que lhar, um ou dois pormenores para conse-
Não foi esse o propósito desta conversa tempo inteiro a Portugal. Oportunidades adquiriste no estrangeiro, são, de certa guir chegar aos pódios com regularidade,
com Manuel Gião, tirada a “ferros”, dado o como conduzir o Kia Picanto GT Cup esti- forma, objetivos? e eu espero que, com a experiência que
tempo disponível, durante a apresentação veram por trás desta decisão ou foi uma Sem dúvida. Acho que a Velocidade em eu tenho ao longo destes anos de com-
aos órgãos de comunicação social do Kia mera casualidade? Portugal tem tudo para melhorar. Temos petição, possa ser uma mais-valia para
Picanto GT Cup — cuja história lhe temos Definitivamente, uma mera casualidade cada vez mais pessoas que gostam e pre- alcançar esses resultados pretendidos
vindo a contar nas páginas do AutoSport. (risos). A minha primeira opção e aquilo cisam de dar continuidade às carreiras, por mim e pela CRM Motorsport.
Quais são, então, os segredos do piloto que eu quero fazer é o Campeonato de o que é o meu caso. Tendo por base os Mais do que uma seleção dos melhores
português? Bom, talvez a forma correta Portugal de Velocidade Turismos com muitos projetos que tenho vindo a fazer momentos da tua carreira, gostaria an-
de se conduzir o Picanto — ele que foi uma o Kia Cee’d TCR preparado pela CRM internacionalmente vejo que, às vezes, tes de saber de que forma é que um piloto

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23

muda ao longo de 35 anos. Em que aspe- “PENSO QUE A VELOCIDADE esforço físico é elevado. Mas neste tipo de ser mais conservador nos eventos
tos achas que te transformaste ao longo EM PORTUGAL AINDA de corridas de sprint, de meia hora, em que desconhecia e proteger posições em
deste período, na tua interpretação das TEM DE EVOLUIR, NO que temos de dar tudo nestes 30 minu- função do calendário. Em Portugal, num
corridas, análise dos resultados, gestão QUE A PARTICIPANTES tos, não só em fazer um bom arranque, campeonato nacional, com os circuitos
das provas? És menos duro contigo pró- E EXPERIÊNCIA DIZEM mas também em safarmo-nos, passo que nós temos, fazê-lo é muito mais di-
prio ou esse caráter competitivo inato a RESPEITO. É AQUI ONDE a expressão, daquela confusão das pri- fícil porque toda a gente chega ao circuito
um piloto mantém-se inalterado? EU ME ENCONTRO MUITO meiras curvas, a experiência em afinar e já sabe como afinar o carro e torná-lo
Mantém-se inalterado. Eu acho que sou EMPENHADO” o carro e nesta gestão da corrida são ex- competitivo. Daí termos de arriscar um
o tipo de pessoa que, se achasse que não tremamente importantes para alcançar bocadinho mais para ficarmos à frente.
estaria apto para a competição, não o faria. bons resultados. Portanto, considero que Entrando agora nas memórias e nas re-
Agora, quem me conhece e está próximo estou no momento certo e no sítio certo cordações da tua carreira, se só pudes-
de mim sabe que eu tenho um estilo de a fazer o que eu mais gosto de fazer, que ses levar um objeto contigo, que artigo
vida muito adequado a esta profissão. Sou é estar a competir e a colocar toda a mi- da tua carreira guardarias para sempre,
uma pessoa que diariamente faz muito nha experiência amealhada ao longo de e porquê?
desporto, tento estar em forma e tenho 35 anos de carreira em prol de uma causa, Há uma coisa que me acompanha desde
essas referências do meu estado físico que neste caso é chegar aos pódios com sempre e que me tem protegido muito. Às
passado e atual, e tenho muita experiên- esta marca e esta equipa. vezes há momentos em que tens de ar-
cia. E eu acho que a experiência, particu- E na parte da gestão da corrida? Quando riscar muito e esse objeto tem-me dado
larmente ao volante de carros de turismo, te provoquei com um “és menos duro muita sorte na minha carreira: uma san-
é um factor extremamente importante. contigo próprio?”, fi-lo com a noção de tinha que o meu pai me deu (risos)... Acho
Obviamente que são viaturas que não têm que, contrariamente a um jovem piloto, que essa santinha vai continuarcomigo
a exigência física de um monolugar, par- hoje tens a perspetiva e a maturidade de para sempre. Está comigo no meu capa-
ticularmente da F3000 e da World Series, perceber que um campeonato é longo. !ue cete, por dentro do forro, e é uma prote-
enquadrados em corridas com uma hora uma corrida pode influenciar, obviamen- ção que eu tenho. Dá-me confiança e luz!
de duração, em carros efetivamente muito te, a tua posição e objetivos traçados, mas Pegando no que acabaste de me contar,
potentes e com uma capacidade de ace- não define esse mesmo campeonato, por- dirias que és um piloto supersticioso?
leração e travagem muito grande, onde o que existirão outras oportunidades para Tens alguns rituais que gostas de cum-
recuperar pontos. E que, mesmo na ges- prir antes de cada prova?
tão de uma prova e das lutas com outros Sim. O principal é esta santinha de que te
pilotos, às vezes é importante preservar falei. Mas gosto de entrar para dentro dos
um lugar em função do campeonato, do carros com o pé direito, de calçar primei-
que estar a disputá-la e depois, even- ro a bota direita, de vestir primeiro a luva
tualmente, as coisas correrem mal, até direita... (risos). E tenho uma outra mania,
no capítulo mecânico. Quando analisas que também já vem do meu pai, e que
a evolução da tua carreira, em que aspe- passa por, antes de cada corrida, bater
tos consideras que a tua mentalidade se três vezes com a mão no capacete. Ah, e
alterou em função da maior experiência uso sempre as mesmas cuecas ao lon-
acumulada? go do ano. Vou lavando-as, obviamente
O que estás a dizer é, sem dúvida, muito (risos), mas tenho dois pares de cuecas —
importante, muito embora eu ache que um para a corrida de sábado, outra para
essa característica de um piloto ser, no a de domingo — que visto sempre antes
fundo, um bocadinho matemático nes- de cada prova.
sa elaboração de cada evento que faz — De regresso ao Kia Picanto GT Cup, o que
pensar que não tem, talvez, grandes hi- muda no posicionamento e atenção de
póteses de vencer a corrida, porque não um piloto quando passa a ter um papel
é tão conhecedor do circuito, mas quer fundamental no desenvolvimento de um
pontuar porque o campeonato é longo e carro? Quais as diferenças entre um piloto
apostar as "fichas" num próximo evento, de testes comparativamente a um piloto
onde já conhece melhor a pista — acon- titular, habituado a competir?
tece mais em campeonatos internacio- Como o Kia Picanto GT Cup será sobre-
nais. Recordando os inúmeros campeo- tudo uma fórmula de iniciação, a minha
natos europeus que fiz, onde alcancei responsabilidade enquanto piloto expe-
sempre bons resultados, devo admitir riente é a de transmitir à equipa técnica
que tal apenas foi possível precisamente da CRM Motorsport, que lidera o seu de-
porque apliquei esta mentalidade e pos- senvolvimento, uma afinação que torne o
tura. Em Portugal, efetivamente, consi- carro fácil de conduzir pela generalidade
dero que o mesmo é mais difícil de poder dos pilotos. No seu equilíbrio em travagem,
vir a ser aplicado. Sobretudo porque, no na sua inserção em curva, na sua estabili-
nosso país, existem poucos circuitos. Os dade, no desgaste homogéneo dos pneus.
pilotos que vão participar nos diversos Obviamente que, se calhar, para compe-
campeonatos são já conhecedores das tição, se possa ter uma afinação um bo-
pistas de trás para a frente. E é por essa cadinho mais agressiva que torne o carro
razão que eu considero que um campeo- mais rápido num treino cronometrado,
nato nacional, por vezes, é até mais difícil durante duas ou três voltas. Mas essa é
do que um campeonato internacional. O uma decisão e um tipo de condução que
conhecimento de pistas que tinha a nível depende de cada piloto, até porque terá
internacional permitia-me chegar a Spa- reflexos no desgaste dos pneus e na fa-
Francorchamps, ao Circuito da Catalunha cilidade de condução. No fundo, a minha
ou a Silverstone e obter bons resultados, função passa por encontrar um acerto-
precisamente porque já conhecia estes -base e a partir daí cada piloto tomará as
traçados. Daí ter depois a mentalidade decisões que considerar corretas.

E/
ENTREVISTA

24

Como é que o Kia Picanto GT Cup tem evo- ção do automobilismo? patrocinadores resultados positivos com A apresentação à
luído? Que pontos fortes integra neste mo- Bom, agora fizeste-me recordar os anos em base em carros iguais e nivelados tecnica- imprensa do Kia
mento e que segredos nos podes contar que ganhei o troféu MG Rover ou Datsun mente. Acrescentaria, ainda, que um piloto, Picanto GT Cup
acerca da sua condução? 1200. Na altura em que fui campeão nacio- hoje, já não olha com tanta relevância para trouxe ao Circuito
Penso que a principal preocupação que a nal de Fórmula Ford, em 1991, havia também os fórmulas, e sim para os turismos, por- do Estoril muitas
Kia e a CRM Motorsport tiverem no desen- o Troféu VW Golf G40, onde fui convidado que percebe que é aqui que pode vir a ter caras conhecidas.
volvimento do Picanto GT Cup foi a de ga- para fazer algumas provas, e anos mais uma carreira mais duradoura. O mercado Coube a Manuel Gião
rantir de que se tratava de um carro extre- tarde fiz o mesmo na Porsche Cup, sem es- evoluiu muito nesse sentido e a prová-lo apadrinhar o baptismo
mamente seguro. Que travasse bem e que quecer o facto de ainda recentemente ter está o sucesso dos TCR, com o Kia Picanto de pista de nomes
fosse resistente. Mas também divertido de sido Vice-Campeão Europeu da Seat Leon GT Cup a assumir-se, também aqui, como como Isabel Angelino
conduzir. Pelos testes que fiz, vi que o carro, Cup. Iniciativas como o Kia Picanto GT Cup uma excelente porta de entrada neste meio. ou Ricardo Trêpa, que
em termos de potência, peso e condições são super importantes. Super. Tenho muita As falhas e sua superação estão por detrás não esconderam o
que tinha, se encontrava num nível superior, gente que vem ter comigo, de jovens a pes- de qualquer carreira de sucesso, e uma seu entusiasmo com a
comparativamente até a viaturas de outros soas com mais idade, que me perguntam com 35 anos é, acima de tudo, sinónimo
segmentos. Respondendo diretamente ao como se podem iniciar no automobilismo de uma enorme longevidade. Não há mui- oportunidade
que me perguntaste, penso que os princi- com custos reduzidos. A paixão existe, tos pilotos portugueses que possam dizer
pais aspetos a reter são a sua fiabilidade e mas obviamente que os custos ineren- que se mantêm no ativo há tanto tempo, o quase todas as categorias por onde passei.
a condução fácil. Tive igualmente a hipóte- tes à competição surgem como a grande que significa que fazes parte de um con- Mas o meu maior dissabor foi na antecâ-
se de andar ao lado de pessoas com pouca barreira. E é por isso que eu considero que junto de eleitos como o Pedro Lamy, até mara da Fórmula 1, quando perdi o Euro
experiência neste meio que rapidamente o Troféu Kia Picanto tem tudo para vingar. por terem idades semelhantes e serem da Open by Nissan para o Fernando Alonso
se adaptaram ao carro e começaram a po- Permite que os custos sejam divididos por mesma geração. Ainda assim, pergunto-te: na secretaria. Acho que aí teria tido hipó-
der puxar um bocadinho por ele sem que dois pilotos, tem bons prémiosmonetários nestes 35 anos, há algum dissabor que te teses de fazer testes de Fórmula 1, que era
o Kia Picanto GT Cup se tornasse difícil de por corrida e é um carro que tem custos de tenha custado a recuperar e, se assim for, o prémio de quem ganhava o campeonato,
conduzir — sem que a carroçaria adornas- operação muito baixos, surgindo numa al- como o superaste? e eventualmente de mostrar o meu valor
se muito ou a traseira se virasse contra o tura em que Portugal precisa de mexer na Sabes, eu tenho muito orgulho na minha e de realizar o meu sonho e o de qualquer
piloto. Em nenhum momento isso aconte- Velocidade. Os troféus monomarca sem- carreira e sei que cada carreira tem os seus piloto ligado aos fórmulas. Mas Portugal é,
ceu. Obviamente que, para mim, o grande pre tiveram muitos participantes também percursos. Gostava de relembrar que ganhei de facto, um país muito pequenino, o que
truque da sua utilização reside no facto de por estas razões, o que só reforça a enor- ou andei a discutir os lugares da frente em fazcomquesejamuitodifiícil láchegar,so-
se tratar de uma viatura de tração à frente me mais-valia de haver novamente uma bretudo por motivos políticos.como o Filipe
com motor turbo. Quem quiser andar bem competição deste género. Sem esquecer Albuquerque ou o António Félix da Costa.
neste carro terá de ter em atenção o sair que, no final do ano, os melhores classi- Eu, se calhar, fui também vítima disso. E
de curva, não propriamente o entrar. Será ficados irão certamente querer evoluir e sendo honesto, penso que a minha carreira
necessário preterir a entrada e beneficiar terão, aqui, hipótese de mostrar aos seus
a saída, porque é um carro que já tem uma
certa potência (140 cv), e se chegarmos “UM PILOTO, HOJE, JÁ
a meio da curva com o volante muito vi- NÃO OLHA COM TANTA
rado e começarmos a acelerar, ele, como RELEVÂNCIA PARA OS
qualquer carro que tem potência e tração FÓRMULAS, E SIM PARA
à frente, vai ser sempre um bocadinho sub- OS TURISMOS, PORQUE
virador. Quem perceber que deve utilizá-lo PERCEBE QUE É AQUI
desta forma irá andar nos lugares da fren- QUE PODE VIR A TER
te, sem dúvida. UMA CARREIRA MAIS
A exemplo de outros pilotos, foste um dos DURADOURA”
grandes beneficiados dos troféus mono-
marca em Portugal, integrando uma gera-
ção de ouro que abrange nomes que, ainda
hoje, continuam ligados ao desporto mo-
torizado. Qual a importância de iniciativas
como o Kia Picanto GT Cup para a promo-

O presidente da FPAK, Ni Amorim,
não quis deixar de manifestar
o seu apoio à nova competição

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25

As atrizes de por trás, não só por ser um bom piloto,
Margarida obviamente, mas também de jogos de in-
Vila-Nova e Maria teresses. Achei que houve muita política
João Bastos por trás disto tudo e foi fácil perceber nos
sentiram de perto anos seguintes que ele de facto teve uma
as emoções do ajuda muito grande por parte de bastidores,
Kia Picanto GT por parte de box, para chegar à Fórmula 1.
Cup com Filipe Chegaste a falar com ele alguma vez so-
Albuquerque como bre isso?
piloto de serviço, Não. Falei com o Adrián Campos, o seu ma-
aqui no papel nager naquela época, com os comissários
de embaixador Kia de pista, a propósito da situação de ban-
deira amarela, e com uma série de pessoas
“O FACTO DE EXISTIREM POUCAS PISTAS, ALIADAS que hoje em dia já estão de costas voltadas
AO CONHECIMENTO DOS PILOTOS DAS MESMAS, FAZ para ele por acharem que ele foi uma pes-
COM QUE EU CONSIDERE QUE UM CAMPEONATO NACIONAL, soa ingrata. Pessoalmente com ele, obvia-
POR VEZES, É ATÉ MAIS DIFÍCIL DO QUE UM CAMPEONATO mente que nunca toquei nesse assunto, até
INTERNACIONAL” porque é passado e nada do que se falar irá
alterar o que quer que seja no futuro. De
mudou a partir desse momento, no final de comparticipar o investimento. É um meio dos inúmeros problemas por mim sofri- qualquer forma, gostaria de ressalvar que
1999. Comecei a competir mais para ter uma que também tem o seu lado menos bom, dos. Em sete corridas, tinha feito quatro ele foi muito ajudado, mas as ajudas que
carreira profissional, em que pudesse, efe- como todos os desportos. pole-positions e o Marc Gené, três. Eu era teve soube-as aproveitar. Acabou por ser
tivamente, viver do automobilismo. Depois De regresso ao Euro Open by Nissan e ao o piloto que tinha tido mais poles e acabei campeão do mundo de Fórmula 1 e o piloto
de uma fase em que estive ligado às mar- Fernando Alonso, como foram os dias se- em terceiro no campeonato, e ele ter dado com mais destaque no campeonato. É uma
cas, nos últimos anos fiz muitos campeo- guintes a esse episódio e o que disseste a logo o salto para a Fórmula 1foi um sinal de situação que me causou imenso transtor-
natos em que pudesse emprestar a minha ti próprio para, no fundo, superares esse que as coisas poderiam correr bem e ha- no, mas nunca iria falar obviamente com
experiência para poder evoluir os carros e momento de injustiça? ver um lugar para mim na época seguinte. ele sobre ela.
torná-los mais competitivos, e o motivo é Foi bastante difícil. Quando tu pões muita Nesse ano de lutas com o Fernando Alonso, 35 anos de carreira são um marco impor-
muito simples: normalmente as equipas carga a todos os níveis, profissional, físico, o Marc apoiou-me sempre. Dizia-me que tante num piloto com 46 anos e que con-
que contam com pilotos experientes que- mental, quando te dedicas e apostas tudona eu seria o companheiro de equipa ideal e tinua a provar ter a rapidez suficiente para
rem-nosprecisamente poressamais-va- tua carreira, e particularmente nesse ano, que eu tinha de me juntar a ele na Minardi se bater com os melhores. Qual é o teu
lia, a experiência, afinando os carros para que era super importante, o sentimento é — se calhar porque ele também tinha medo segredo?
depois as equipas que andam nos lugares frustrante, sem dúvida. O Marc Gené tinha que o Alonso o ofuscasse — e que eu tinha (Risos)O meu segredo é, como disse, fazer
da frente e ganham ainda mais dinheiro ganho no ano anterior o campeonato e já tudo para lá chegar e as portas abertas na uma vida compatível com quem faz des-
consigam atrair outros pilotos que possam aí eu tinha acabado em terceiro, apesar estrutura italiana. Chegar ao final do ano porto diariamente. Nestas competições em
com o desfecho por todos conhecido foi que estou inserido vemos pilotos até com
Pedro Couceiro e obviamente uma desilusão muito grande mais dez anos do que eu, como é o caso
Artur Lemos foram e difícil de superar. Curiosamente, ao longo do Gabriele Tarquini, que com 52 anos foi
outros nomes dos anos soube de muitas coisas para que Campeão do Mundo de carros de turismo
bem conhecidos essa ajuda ao Alonso fosse muito forte. Ele e ainda há pouco tempo venceu uma prova
do desporto já tinha muitos apoios — era um piloto mui- do WTCR, com 56 anos, a serem chamados
motorizado to novo, já com títulos mundiais de karting para fazerem uso da sua experiência. Há li-
nacional que no currículo, e tinha uma força muito gran- mites para a Fórmula 1, efetivamente. Mas
fizeram questão de nestas corridas o desafio físico e técnico é
estar presentes distinto: a afinação dos carros e as partidas
são muito importantes, com corridas curtas
“NAS CORRIDAS DE CARROS DETURISMO em que as posições da frente se decidem
O DESAFIO FÍSICO ETÉCNICO É DISTINTO: logo nas primeiras voltas.
AAFINAÇÃO DOS CARROS EAS PARTIDAS Por quantos mais tempoconsideras correr e
SÃO MUITO IMPORTANTES, COM CORRIDAS como ambicionas o teu futuro profissional
CURTAS EM QUEAS POSIÇÕES DAFRENTE SE fora das corridas? Imaginas-te como team
DECIDEM LOGO NAS PRIMEIRASVOLTAS” manager , coach de jovens pilotos ou mais
ligado a um cargo federativo?
Apesar de ainda me encontrar no ativo, te-
nho feito de tudo um pouco. Tenho o meu
negócio de automóveis, faço muitos even-
tos para empresas e felizmente tenho sido
sempre muito solicitado para várias situa-
ções ligadas a este ramo. E quando esse
momento chegar, não me imagino nou-
tra esfera de atividade. No entanto, estou
a trabalhar para que a minha carreira se
prolongue o mais longe possível. Vemos
em Portugal exemplos como o Mário Silva,
que continua a correr, e lá fora nomes como
o Carlos Sainz, que com 56 anos venceu o
Dakar, considerada a prova mais exigente
do mundo, o que só prova a longevidade do
desporto automóvel. A verdade é que es-
pero continuar ligado ao que me dá prazer
por muitos e bons anos!

N/26
NOTÍCIAS

IBERIAN HISTORIC ENDURANCE

DOBRADINHA DE
BASTOS REZENDE

O Circuito de Navarra foi o palco perfeito para o início
da temporada do Iberian Historic Endurance. Bastos Rezende

e o seu Porsche 911 dominaram em toda a linha

José Luís Abreu
[email protected]

LEIA E ACOMPANHE TODAS GTAm, e Richard Bateman, em Lotus Elan, que consegui- blemas de caixa. A luta pelo segundo lugar passou então
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT ram assim alcançar pela primeira vez a vitória nos H-1971 a ser feita entre Cazalot e Ferreira/Carvalho. Também
e H-1965, respetivamente. A corrida ficou marcada pe- muito intessante na primeira parte da corrida foi a dis-
Arrancou em grande a temporada do Iberian las constantes lutas ao longo do pelotão protagonizadas puta entre cinco diferentes carros, com Torres da Silva/
Historic Endurance, uma competição que jun- por várias equipas. Destaque para o Datsun 1600 SSS de Rodriguez (Porsche 911 SWB), Sousa Ribeiro (Cortina
ta carros fabulosos e um lote de cavalheiros Vaz/Soares que lutou com o Porsche 914/6 de Manuel Lotus), Santos/Petiz (Alfa Romeo GTAm), Antunes/Dinis
em pista, que proporcionaram duas boas cor- De la Torre e com o Porsche 911 SWB de Torres da Silva e (Datsun 1400 Excellence) e Albert Pecanins (Porsche
ridas, com um denominador comum, Bastos Rodriguez. O Datsun acabou num excelente segundo lu- 911 2.2). Se até à troca de Pilotos a vantagem estava no
Rezende. Na primeira contenda, Rezende, gar na H-1971, enquanto o Porsche SWB venceu a classe Porsche 911 SWB, foi depois o Alfa Romeo GTAm a levar
Barbot e Ferreira/Carvalho assumiram o comando e Gentlemen Drivers Spirit. A segunda corrida voltou a ser a melhor no final da corrida. Também Richard Bateman
animaram o público com três marcas tão diferentes igualmente interessante. Bastos Rezende continuou a li- continuou a brilhar nesta segunda corrida, voltando a
como Porsche, Merlyn e Ford na luta. Na troca de pilo- derar no seu Porsche 911 vencendo na categoria H-1976, conseguir a vitória na categoria H-1965, com o seu irre-
tos, o Merlyn MK4 de Barbot teve problemas na trans- mas o início da prova contou com duelos interessantes verente Lotus Elan, vencendo também na competição
missão, e teve que parar, o mesmo sucedendo à dupla entre Cazalot (Lotus 7), Ferreira/Carvalho (Ford Escort mais importante do Historic Endurance, o BRM Index
Zorilla/Moreno, com o seu Porsche 911 3.0 RS. A quatro RS) e César Freitas (Ferrari 308), que desistiu após pro- Performance.
voltas do fim foi a vez do alternador do Escort de Ferreira/
Carvalho falhar, ficando Rezende sozinho para vencer.
Quem também aproveitou foi a dupla Santos/Petiz, em

RICARDO PORÉM NA 5ª FEIRA
VENCE BAJA
DE ALMANZORA Na próxima semana,
excecionalmente, devido
Excelente regresso de Ricardo Porém, que do primeiro dia, vencendo e convencendo: potencial e estou certo que ainda pode ter ao feriado do Dia do
foi a Espanha provar que o TT luso não tem “Estamos muito satisfeitos com esta vitória. melhores performances.”, explicou. Trabalhador, o AutoSport
rivais na Península Ibérica… e arredores. O As pistas tinham muita pedra e estavam Depois de concluída esta participação só vai para as bancas
piloto de Leiria dominou facilmente a Baja de muito secas. A navegação foi muito exigente esporádica no Campeonato Espanhol de Todo- na 5ª Feira, já que não
Almanzora, primeira prova do CETT, fruto de e determinante. É importante destacar o-Terreno, Ricardo Porém não tem, para já, a haverá distribuição
um andamento que nenhum local teve. Com o excelente trabalho realizado pelo meu sua agenda desportiva para 2018 definida. No no dia 1 de maio.
o Mini Paceman da Cattiva Sport, liderou a navegador, Luís Marques, que teve grande entanto, admite: “Esta prova foi um excelente Na semana seguinte,
prova de início ao fim, terminando o evento parte do mérito nesta vitória. Depois tenho treino para os desafios e futuros projetos que o ‘seu’ AutoSport, volta
com 16m58s de vantagem para o segundo que realçar o excelente carro que a Cattiva se avizinham.” ao dia de saída habitual,
classificado, o boliviano Rodrigo Gutierrez. Sport me proporcionou, e que prova que Classificação: 1º Ricardo Porém, 3h10.59s; quarta-feira.
Logo no primeiro dia, Porém entrou decidido, em Portugal há projetos válidos com carros 2º Rodrigo Gutierrez, +16.58m, 3º Jordi Abril,
vencendo o Prólogo e o primeiro Setor Seletivo muito bem preparados. O Mini mostrou muito +25.03m
(SS), ficando com uma confortável vantagem,
que geriu no segundo SS, concluindo os
primeiros 243 quilómetros ao cronómetro com
7:51 minutos de vantagem sobre Gutierrez. No
segundo dia, o português entrou novamente
ao ataque, alargando a vantagem que trazia

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27

CIRCUITO PRIMAVERA‘ABRE’TROFÉU
MINI, FÓRMULAFORD E CSS GROUP 1

A temporada da Fórmula Ford, tro Fórmula Ford Zetec. A Vasco Ferreira, vindo dos Karts,é candidato a vencer a André Castro Pinheiro e João Silva, que se
Troféu Mini e CSS Group 1 Rui Silva e Vítor Sampaio, junta-se agora Rookies Cup. estrearam no automobilismo através das
arranca no Estoril com Manuel Caetano. A maior equipa da com- Ainda no Porto, a nova equipa Fast & SSS em 2016, esperam neste segundo ano
o Circuito Primavera petição tem ainda dois Fórmula Zetec para Kinetic pretende colocar na pista carros lutar pela vitória na Rookies Cup.
alugar. A equipa terá ainda um Fórmula para os seus Gentleman Drivers. Na ga- Por fim, os fórmula Portugueses (Tuga).
José Luís Abreu Ford Kent a disputar algumas provas, ragem estão três Fórmula Kent e quatro A Funspeed Engineering mostrou em
[email protected] como o Circuito de Primavera, a cargo de Fórmula Vauxhall. No entanto, nem to- 2017 que o seu Fórmula Tuga pode ser tão
Vasco Sampaio. dos os carros vão participar em todas competitivo e fiável como os Zetec, sen-
Éjá no próximo dia 1 de maio que A Gianfranco Motorsport de Carlos ‘Ginho’ as provas. do várias vezes o mais rápido em pista. A
se inicia a temporada de 2018 Rodrigues voltará tambémem 2018 com Também confirmados na Fórmula Ford equipa do Fundão tem em 2018 já confir-
da Fórmula Ford Portugal, CSS o mesmo layout. O espanhol José Benito, estão a Peres Competições e a First Driver. mado o Piloto Hugo Hernandez, que vem
Group 1 e Troféu Mini. O Circuito do Karting espanhol, vencedor em 2017
de Primavera, que se realiza no da Rookies Cup.
Estoril, contará com corridas das
três competições e irá ainda incluir um CSS GROUP 1 E MINI ARRANCAM
track day nos intervalos.
Na Fórmula Ford há várias novidades. Na categoria CSS Group 1 são recordadas
A época de 2017 foi a mais competitiva as fabulosas corridas do Grupo 1 dos anos
de sempre, com cinco fórmulas de cinco 80, através de um troféu de custos con-
equipas diferentes a discutirem as pri- trolados, onde se esperam muitos carros
meiras posições, onde em mais de metade novos e grelhas recorde em 2018.
das corridas os líderes terminaram com Por último, o Troféu Mini voltará a com-
menos de cinco segundos de diferença. petir separadamente. Depois de duas su-
Para 2018 o regulamento tem como no- per emocionantes corridas em novembro
vidade a redução de custos, com as equi- no Estoril, o Troféu continua a crescer a
pas a apenas poderem utilizar um jogo de cada ano que passa, com cada vez mais
pneus novos em cada dois fins-de-se- carros a disputar o pódio. Em 2017 foram
mana, e a dupla visita a Espanha, com a sete os Pilotos que se sagraram vencedo-
novidade de Jarama, que assim se junta res. Agora, se se vier a repetir o nível de
a Jerez. Também novidade será um novo competitividade do ano passado, será com
BoP entre os Fórmula Zetec e os Fórmula toda a certeza uma corrida a não perder!
de produção nacional (Tuga), a ter lugar
após a primeira prova, para assim man-
ter o equilíbrio de prestações.

LUGARES EM ABERTO

Como é habitual, o vencedor da Fórmula
Ford Zetec consegue sempre lugares em
voos maiores. Depois de César Machado
e José Pedro Faria terem rumado ao TCR
Portugal, agora foi a vez Miguel Matos,
vencedor do ano passado, rumar ao cam-
peonato Italiano Griip series.
A G-Tech, orientada por Fernando
Mayer Gaspar, tem já confirmados qua-

N/
NOTÍCIAS

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BLANCPAIN GT SERIES ENDURANCE CUP Dries Vanthoor, Alex Riberas e os Comissários entenderam que o
Christopher Mies venceram a colega de equipa de Álvaro Parente
ÁLVARO PARENTE segunda corrida da época da foi longe demais na sua defesa, facto
SEGUNDO Blancpain GT Endurance Cup. que recolocou Vanthoor novamente
Álvaro Parente passou pela lideran- na liderança, onde ficou até ao fim
EM MONZA ça, mas Maxi Götz, seu colega de da corrida.
equipa, perdeu-a a cerca de 25 mi- O Mercedes nº 43 de Götz,
Em Monza, Álvaro Parente esteve perto do triunfo, terminando nutos do fim. Miguel Ramos aban- Maximilian Buhk e Álvaro Parente
no lugar intermédio do pódio. Francisco Guedes foi segundo donou, Águas foi 29º e Francisco terminou assim em segundo.
nos amadores, Miguel Ramos abandonou e Rui Águas Guedes foi segundo dos amadores.
terminou muito atrasado... Aos comandos do Audi R8 LMS
GT3 nº 1 da Audi Bélgica Team
José Luís Abreu WRT, Vanthoor chegou à última
[email protected] parte da corrida de três horas na
segunda posição, depois de os seus
colegas de equipa, Alex Riberas e
Christopher Mies, terem rodado no
quinto lugar a maior fatia da corrida.
Vanthoor passou o Mercedes-
AMG GT3 343 da Strakka Racing,
na altura guiado por Götz, mas foi
forçado a devolver a posição de
volta devido a tê-lo feito fora dos
limites da pista. Na volta seguinte,
o belga fez nova tentativa pelo lado
de fora do Mercedes de Götz, na
travagem para a primeira chicane,
mas o piloto do Mercedes ‘apertou’
o Audi, que quase saía de pista, e

MOROCCO DESERT
CHALLENGE
PAULO RUI
FERREIRA E
ELISABETE
JACINTO EM 7º

Paulo Rui Ferreira e Jorge Monteiro que falam por si: “É um saldo muito José Marques e Marco Cochinho também Tivemos que lidar com uma série de azares
terminaram o Morocco Desert Challenge na positivo, de um fantástico rali, em que concluiu a prova no sétimo lugar. que comprometeram a nossa corrida e
sétima posição da geral, mas mostraram das oito etapas, ganhámos cinco. Quero Ao longo de todo o rali a corrida dos com tudo isso a classificação não é a que
um grande andamento, que se comprova agradecer ao Jorge Monteiro, que fez como portugueses ficou marcada por uma série ambicionávamos. Sei que temos condições
pelo facto de terem vencido cinco das oito habitualmente um trabalho fantástico de de contratempos que comprometeram para fazer melhor, mas estas situações
etapas da prova. Mas, como é habitual navegação e dar os parabéns à MRacing o resultado, mas a equipa, que iniciou fazem parte das corridas. Apesar de tudo
neste tipo de provas, é difícil cumpri- pelo fantástico trabalho que fez de a prova num modesto 26º posto entre quero dar os parabéns a todos os membros
las sem dificuldades, mais ou menos preparação da viatura e assistência durante os camiões, recuperou e terminou esta da minha equipa porque eles foram
expressivas, e bastou à dupla da Toyota a prova”, disse Paulo Rui Ferreira. competição no sétimo lugar da categoria incansáveis”, disse Elisabete Jacinto depois
Hilux da MRacing os problemas que teve O trio constituído por Elisabete Jacinto, T4: “Este rali foi um misto de emoções. de mais uma aventura por terras africanas.
num dos dias para que a classificação
ficasse comprometida. Nas dunas do
Erg Uzina, entre duas grandes dunas, um
transmissão da frente da Hilux partiu-se
e sair dali com com tração atrás foi um
enorme desafio para a dupla portuguesa.
Mas conseguiram, e voltaram aos triunfos
em etapas, chegando ao fim com números

Quanto aos restantes portugueses Giuseppe Cipriani e Fabrizio >> autosport.pt
e para lá de Parente que ficou em Crestani, abandonou depois de
segundo, no Mercedes-AMG GT3 andar sempre muito atrasado. 29
nº 5 da Black Falcon, Rui Águas, Francisco Guedes, que correu com
Kriton Lendoudis e Saud Al Faisal Leo Matchiski e Adrian Amstutz BREVES
ficaram em 29º, oitavo entre os num Lamborghini Huracán GT3
Pro-Am, enquanto o Lamborghini da Barwell Motorsport, terminou >> FRANCISCOABREUNOTCREUROPE
Huracán GT3 nº 27 da Daiko no 34º lugar, segundo dos ama-
Lazarus Racing, de Miguel Ramos, dores. Francisco Abreu vai correr com a Sports
& You e com o novo Peugeot 308 TCR
BERNARDO SOUSA no TCR Europe: “É com grande orgulho
VENCEU RALI e responsabilidade que integro esta
SICAL parceria com a Peugeot Portugal e a
Sports & You para o campeonato Europeu
Bernardo Sousa e Valter Cardoso da competição, desalojando Ricardo de TCR”, referiu Francisco Abreu. “Após
venceram o Rali Sical, segunda prova Moura, que como se sabe decidiu 15 anos de competições oficiais com
do Campeonato dos Açores de Ralis. deixar de correr a tempo inteiro nos dedicação, trabalho e muita paixão, voltar
Foram mais de quatro dezenas à partida ralis e na ‘sua’ terra. às competições internacionais é para
da edição 37 do mítico Rali Sical, Gustavo Louro, em Ford Fiesta Proto, mim o concretizar de um grande objetivo, e ainda para mais ligado à Peugeot Sport,
registando-se a ausência do campeão terminou no lugar mais baixo do num patamar tão elevado como é o TCR Europa”.
em título, Ricardo Moura. Por isso, e pódio, mostrando que quem sabe
tal como se esperava, foram Bernardo nunca esquece. Rúben Rodrigues, em >>JOSÉRODRIGUESNOTCRITÁLIA
Sousa e Luís Miguel Rego a fazer as Peugeot 208 R2, venceu nas duas
‘despesas’ da prova. rodas motrizes, terminando na frente Depois duma boa estreia no TCR
A luta foi inicialmente equilibrada, mas de Rafael Botelho (Citroën DS3). alemão, que se revelou um campeonato
problemas de travões no Ford Fiesta No grupo RC2N, o triunfo foi para Hugo extremamente competitivo, e depois de
R5 de Luís Miguel Rego levaram a um Mesquita. A próxima prova do CAR ter participado no European Touring Car
atraso considerável, passando a ser será o Rali Ilha Azul, no Faial, a 1 e 2 Cup em Vila Real, José Rodrigues está
Gustavo Louro (Ford Fiesta Proto) a de junho. de volta aos grandes palcos europeus
rodar mais perto de Bernardo Sousa, para mais uma aposta internacional na
acabando por ser o piloto madeirense sua carreira, ao optar em 2018 pelo TCR
da Play/AutoAçoreana Racing a Itália, ou seja, o Campeonato italiano de
assegurar a sua primeira vitória no Turismo: “Acredito que estão reunidos
Campeonato dos Açores de Ralis. Luís todos os ingredientes para poder
Miguel Rego recuperou, venceu vários lutar por pódios e ter, sobretudo, uma
troços, e ainda foi a tempo de terminar palavra a dizer em todas as corridas do
no segundo lugar, com Gustavo Louro a campeonato.”
fechar o pódio.
Com este resultado, e depois do >> LUÍSDELGADOVENCE RALIALTOTÂMEGA
abandono de Bernardo Sousa em S.
Miguel, é Luís Miguel Rego, segundo Luís Delgado e André Carvalho chegaram,
neste rali, que ascende à liderança viram e venceram no Rali Alto Tâmega,
prova pontuável para o Campeonato FPAK
de Ralis Norte, dominando a prova do CAMI
desde o seu início, sexta-feira à noite, na
Chaves Street Stage.
Depois, nas seis especiais de estrada, a
equipa do Citroën C2 S1600 foi dilatando
a vantagem, concluindo com mais de
1m50,8s de vantagem sobre André
Ferreira e Alberto Silva, que no Peugeot
208 R2 tiveram uma atuação consistente, no final ‘paga’ com a segunda posição,
conseguida mesmo antes do abandono de André Cabeças. O pódio foi completado
por Carlos Pires e Edgar Pereira (Peugot 206 RC), que terminaram a 3m41,7s. Lucas
Simões (Renault Mégane RS) e João Alves (Peugeot 106) fecharam o top cinco.
André Cabeças (Mitsubishi Evo IX), que era quem estava a dar mais luta a Luís
Delgado, foi forçado a desistir no segundo troço do dia, numa altura em que já
estava a 32.6s da liderança.

>>PRIMEIRAVITÓRIADO CITROËNC3R5

Yoann Bonato deu a primeira vitória ao
Citroën C3 R5. O campeão francês de
ralis venceu o Rally Lyon-Charbonnieres,
segunda ronda do campeonato francês de
asfalto, liderando a prova toda e vencendo
10 das 13 especiais, terminando com uma
vantagem de 48.7s para Jérémi Ancian, em
Fiesta R5, enquanto Bryan Bouffier fechou
o pódio com um Hyundai i20 R5, já a 1:17.9s
de Bonato. José Pedro Fontes estreia o seu
C3 R5 no Rali de Portugal.

>>motosport.com.pt M O T O G P DAS AMÉRICAS

MARC
MÁRQUEZ

OREI
DO TEXAS

Marc Márquez dominou a terceira ronda do Mundial, conquistando
a sua sexta vitória consecutiva no GP das Américas, uma prova em

que Maverick Viñales e Andrea Iannone foram quem mais tentou
contrariar o favoritismo do piloto da Honda

ACOMPANHE TODA A INFORMAÇÃO Francisco Mendes
DIARIAMENTE EM MOTOSPORT.COM.PT [email protected]

A terceira prova do Mundial do
Mundial de MotoGP começou
com um caso: a penalização
imposta a Marc Márquez em
três posições na grelha, após uma
qualificação em que o espanhol ro-
dou em andamento lento na trajetória
ideal, perturbando uma volta rápida
de Maverick Viñales (Yamaha), que
se mostrou bastante irritado com o
seu compatriota.
Com esta penalização, Márquez, que
tinha alcançado a sua sexta pole po-
sition consecutiva em Austin, foi obri-
gado a sair do quarto lugar da grelha.
Contudo, Márquez acabaria por ‘cas-
tigar’ os seus adversários ao realizar
uma corrida notável, acabando, mesmo
assim, por vencer duma forma clara

31

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

MOTOGP

1º MARC MÁRQUEZ (HONDA) 20 VOLTAS EM 41M52,002S

2º MAVERICK VIÑALES (YAMAHA) +3,560S

3º 8º ANDREA IANNONE (SUZUKI) +6,704S

4º VALENTINO ROSSI (YAMAHA) +9,587S

5º ANDREA DOVIZIOSO (DUCATI) +13,570S

6º JOHANN ZARCO (MONSTER YAMAHA TECH 3) +14,231S

7º DANI PEDROSA (HONDA) +18,201S

8º TITO RABAT (REALE AVINTIA RACING) +28,537S

9º JACK MILLER (ALMA PRAMAC RACING) +28,671S

10º ALEIX ESPARGARÓ (APRILIA) +28,875S

CAMPEONATO

1º ANDREA DOVIZIOSO 46 PONTOS; 2º MARC MÁRQUEZ 45 PONTOS;

3º MAVERICK VIÑALES 41 PONTOS; 4º CAL CRUTCHLOW 38 PONTOS;

5º JOHANN ZARCO 38 PONTOS; 6º ANDREA IANNONE 31 PONTOS; 7º

VALENTINO ROSSI 29 PONTOS

e mostrando que em Austin não tem isto numa fase da corrida em que Cal
adversários à altura. Crutchlow (LCR Honda) sofria uma
Na largada, Andrea Iannone (Suzuki) queda sem consequências de maior.
surpreendeu ao disparar na frente, Na frente só dava mesmo Marc Már-
com Marc Márquez a sair bem da quar- quez. O piloto da Honda impunha um
ta posição da grelha e a ascender à ritmo forte, já evidenciado nos treinos,
segunda posição, acabando mesmo e deixava a concorrência à distância.
por assumir a liderança ainda na pri- Até final da corrida manteve-se de-
meira volta. molidor para alcançar a sua primeira
Já Maverick Viñales, que largou da vitória da temporada e relegar Mave-
pole position, caía para terceiro numa rick Viñales para a segunda posição,
altura em que Johann Zarco (Mons- enquanto Andrea Iannone foi terceiro,
ter Yamaha Tech3) e Valentino Rossi, alcançando assim o primeiro pódio da
(Yamaha) em luta pela quinta posição, temporada e o segundo consecutivo
tocavam-se, perdendo algum tempo para a Suzuki.
face aos três da frente, com Rossi a A fechar o top cinco desta terceira
ser quarto. ronda do Mundial de MotoGP ficaram
Na frente da corrida, Márquez come- Valentino Rossi e Andrea Dovizioso
çava a ganhar uma ligeira vantagem - que foi o melhor piloto da Ducati -
sobre os seus mais diretos adversários, numa pista onde as motos da marca
com Iannone a não desistir de tentar de Borgo Panigale sentiram grande
colocar pressão no líder, enquanto dificuldade. A próxima ronda do Mun-
Viñales e Rossi lutavam na sua roda. dial é o GP de Espanha a realizar em
Viñales acabaria por subir a segun- Jerez a 6 de maio.
do, procurando recuperar o terreno
perdido para Márquez, enquanto Ian-
none tinha Valentino Ross por perto,

32 M O T O 2 DAS AMÉRICAS

>>motosport.com.pt

MIGUEL OLIVEIRA a vantagem que o separava dos seus
REPETEPÓDIO perseguidores, numa altura em que
Marcel Schrotter (Dynavolt Intact GP)
Miguel Oliveira (Red Bull KTM Ajo) concluiu a terceira prova da temporada, o GP das sofria uma queda violenta e ficava fora
Américas, na terceira posição. O piloto português saiu do 12º lugar da grelha para do GP das Américas.
realizar uma corrida notável e alcançar o segundo pódio da época A luta pela vitória ganhava então novo
interesse, com Alex Márquez a ver
Francisco Mendes (Swiss Innovative Investors) sofria corrida em que Bagnaia rubricava a surgir na sua roda Francesco Bagnaia
[email protected] uma queda e atrasava-se na luta pelos melhor volta ao rodar em 2m11,249s. - que viria a vencer - que estava mais
primeiros lugares. Já Miguel Oliveira estava rápido e rápido que o espanhol, enquanto Xavi
N a largada, Alex Márquez (EG Na frente da corrida Márquez impri- ascendia a sexta posição a 19 voltas Vierge (Dynavolt Intact GP) ocupava a
0,0 Marc VDS) saiu que nem mia um ritmo forte e conseguia fugir do final, apertando então com Mattia terceira posição, com Miguel Oliveira
uma flecha, assumindo o aos seus mais diretos adversários, Pasini e não demorando muito a des- já muito perto.
comando enquanto Miguel com Francesco Bagnaia (SKY Racing pachar-se do italiano e a ascender à O falcão ‘abriu as asas’ e não tardou
Oliveira, que largou da 12ª Team VR46) a ultrapassar Mattia Pa- quinta posição. muito para Miguel Oliveira assumir
posição, chegava rapida- sini (Italtrans Racing Team) e a subir Com um duelo intenso pelos lugares a terceira posição, a oito voltas do fi-
mente ao nono lugar. Já Sam Lowes ao segundo lugar. Isto numa fase da secundários, Alex Márquez aumentava nal, descolando-se de imediato de
Xavi Vierge e procurando alcançar os
dois da frente, que entretanto tinham
conseguido ganhar uma vantagem
sobre os seus perseguidores. Apesar
de rodar a um ritmo superior e de a
duas voltas da bandeira de xadrez
ainda tirar da cartola a sua volta mais
rápida da corrida, Miguel Oliveira já
não conseguiu chegar à distância de
disputar o segundo lugar: “Senti-me
bastante cansado, foi uma corrida bas-
tante dura. Saí da 4ª linha na grelha de
partida e felizmente consegui evitar
qualquer contacto com os meus ad-

33

M O T O 3 DAS AMÉRICAS

JORGEMARTINSOMA
2ª VITÓRIA DA TEMPORADA

A corrida de Moto3 do Grande Prémio Na frente da corrida as trocas pódio, acabou por cometer um erro,
das Américas, terceira ronda do de posição eram constantes, de ao alargar em demasia a trajetória em
Mundial, voltou a revelar uma luta curva para curva, com Bezzecchi curva, perdendo assim o contacto com
intensa pelos lugares do pódio. e Giannantonio a alternarem no os da frente, onde Jorge Martin estava
Na largada Jorge Martin Del (Conca comando, e com Jorge Martin atento já na liderança.
Gresini Moto3), aproveitando o facto à luta dos dois da frente, acabando Com Martin a aproveitar as
de sair da pole position, assumiu o por aproveitar, a nove voltas do final, lutas entre os seus mais diretos
comando trazendo na sua roda Fabio para assumir a liderança da corrida. perseguidores, Enea Bastianni era
Di Giannantonio (Estrella Galicia 0,0) e Martin não demorou muito na liderança segundo e Bezzecchi terceiro. O
Marco Bezzecchi /Redox Priestel GP). já que Marco Bezzecchi acabaria por piloto espanhol ganhou uma ligeira
Numa luta intensa entre os pilotos responder e regressar ao primeiro lugar. vantagem que soube conservar até
da frente, Bezzecchi acabaria por Com a luta pelos lugares do pódio ao final da corrida para garantir assim
assumir o comando da corrida numa rubro, os cinco primeiros conseguiram a sua segunda vitória da temporada,
altura em que Dennis Foggia (SKY ganhar uma ligeira vantagem sobre os com Bastinianini a ser segundo e a
Racing Team VR46) era segundo, na seus mais diretos adversários. garantir o seu primeiro pódio com a
frente de Jorge Martin (Del Conca A três voltas do final Fabio di Leopard Racing, enquanto Bezzecchi
Gresini Moto3). Giannantonio, que estava na luta pelo acabou por ocupar o terceiro lugar.

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1º JORGE MARTIN (DEL CONCA GRESINI MOTO3) 21 VOLTAS

EM 41M43,822S

2º ENEA BASTIANINI (LEOPARD RACING) +1,451S

3º MARCO BEZZECCHI (REDOX PRUESTELGP) + 4,112S

4º ANDREA MIGNO (ANGEL NIETO TEAM MOTO3) +4,172S

5º F. DI GIANNANTONIO (DEL CONCA GRESINI MOTO3) +4,186S

6º PHILIPP OETTL (SUDMETAL SCHEDL GP RACING) +4,374S

7º JAKUB KORNFEIL (REDOX PRUESTELGP) +5.452S

8º ARON CANET (ESTRELA GALICIA 0,0) +7,971S

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O CAMPEONATO

1º JORGE MARTIN 55 PONTOS; 2ºARON CANET 48 PONTOS; 3º MARCO

BEZZECCHI 43 PONTOS; 4º FABIO DI GIANNANTONIO 37 PONTOS;

5º ENEA BASTIANINI 33 PONTOS

MOTO2

1º FRANCESCO BAGNAIA (SKY RACING TEAM VR46) 18 VOLTAS

EM 39MIN30,016S

2º ALEX MARQUÉZ (EG 0,0 MARC VDS) +2,464S

3º MIGUEL OLIVEIRA (RED BULL KTM AJO) +3,705S

4º JOAN MIR (EG 0,0 MARC VDS) +5,376S

5º IKER LEKUONA (SWISS INNOVATIVE INVESTORS) +6,867S

6º BRAD BINDER (RED BULL KTM AJO) +6,876S

7º MATTIA PASINI (ITALTRANS RACING TEAM) +9,308S

8º JORGE NAVARRO (FEDERAL OIL GRESINI MOTO2) +10,510S

9º DOMINIQUE AEGERTER (KIEFER RACING) +10,595S

10º LORENZO BALDASSARRI (PONS HP40) +11,497S

CAMPEONATO

1º FRANCESCO BAGNAIA 57 PONTOS; 2º MATTIA PASINI 47 PONTOS;

3º ALEX MÁRQUEZ 47 PONTOS; 4º MIGUEL OLIVEIRA 43 PONTOS;

5º LORENZO BALDASSARRI 39 PONTOS

versários e fazer uma corrida limpa.
Foi muito difícil ganhar tempo porque
a moto estava a deslizar muito. Não
foi o fim de semana perfeito para nós,
mas acabámos no pódio novamente e
isso deixa-me feliz”, afirmou o piloto
português da KTM no final da corrida.
Com este 3º lugar em Austin, Miguel
Oliveira consegue subir na classifica-
ção geral de Moto2, ocupando agora a
4ª posição, a apenas 14 pontos do líder
do Campeonato.

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SUZUKI

» BURGMAN 400

“ URBAN QUEEN ” A REINAR DESDE 1998

Foram as Burgman que ao longo de duas décadas
conseguiram passar a mensagem, com as suas
campanhas publicitárias, de que uma MaxiScooter pode
ser de facto uma alternativa mais do que válida ao
automóvel em termos de mobilidade no dia a dia

Pedro Rocha dos Santos pre andaram de moto desde tenra idade automóveis, realidade muito importante, da densidade de trânsito e diminuição
[email protected] e que sempre olharam para as scoo- a meu ver, em matéria de segurança, so- da poluição.
ters como uma moto ‘de menina’ - no bretudo em situações de ultrapassagens, Com o crescimento exponencial da ofer-
Oaumento da intensidade de meu tempo as Vespas 50 tinham que e manterem um comportamento mais di- ta no mercado de modelos de todas as
trânsito nas cidades e os ní- ser artilhadas com kits de 75cc e 90cc e nâmico quando já dentro da cidade somos marcas e cilindradas, a Suzuki tem vindo
veis de poluição têm disparado, montados escapes de rendimento para obrigados a circular no meio dos carros pouco a pouco a perder o seu protago-
potenciando a manifestação serem aceites na comunidade masculina e a parar de semáforo em semáforo. O nismo de outrora, também penalizada
em matéria de questões am- e ainda assim com algumas reservas - arrancar na frente dá sempre um prazer por uma política de preços agressiva da
bientais e de saúde pública somos obrigados a dar a hoje a mão à especial, e é isso que a Burgman 400 nos concorrência sobretudo ao nível das ci-
da população em geral. Uma situação palmatória e a acabarmos convertidos ao proporciona, a polivalência máxima com lindradas médias onde esta Burgman
agravada pelo aumento de stress que ‘scooterismo’, passe o neologismo, como a desenvoltura e segurança necessárias 400 se insere.
significa deslocarmo-nos para o nosso solução prática para a mobilidade urbana, para chegarmos sempre rápido e sem Consciente da necessidade da sua atua-
local de trabalho todos os dias em hora rendidos também à grande evolução e constrangimentos a qualquer lugar. lização, a Suzuki decidiu investir na mo-
de ponta, assim como os custos asso- sofisticação que este segmento tem vindo A gama Burgman da Suzuki existe desde dernização da sua Burgman 400 e rever
ciados a essa realidade, nomeadamen- a sofrer com a oferta extensa de opções 1998 e tem vindo a ser marcante na evo- as suas prestações. As suas linhas estão
te com a proliferação de parquímetros que cobrem todo o tipo de necessidades, lução do segmento desde então. Foram as mais modernas e fluidas e os seus acaba-
como medida de incentivo à utilização desde as mais simples e menos potentes Burgman que ao longo de duas décadas mentos mais cuidados. A Burgman 400
de transportes públicos ( dizem eles ). 125 até às mais desportivas e de altas conseguiram passar a mensagem, com continua a ser referência em termos de
Neste contexto, a busca desesperada cilindradas e prestações, as Maxiscooters. as suas campanhas publicitárias, de que espaço para bagagem debaixo do banco,
por soluções alternativas de mobilidade Mas como diz o ditado, “no meio está a uma MaxiScooter pode ser de facto uma cabendo facilmente dois capacetes inte-
tem levado o cidadão comum - sobretudo virtude”, e é o segmento das 400, que pra- alternativa mais do que válida ao auto- grais e sobrando ainda espaço para mais
desde que a legislação passou a facilitar ticamente foi iniciado com a Burgman da móvel em termos de mobilidade no dia a qualquer coisa.
o acesso à utilização de motos de 125cc Suzuki, que constitui, na minha opinião, dia. Nas grandes cidades europeias hoje A posição de condução foi revista e o ban-
apenas com a carta de carro - a procurar a solução idónea para todos aqueles que em dia está definitivamente assumido co é agora mais confortável e um pouco
solução nas Scooters que passaram a optaram por utilizar uma scooter c para a o papel fundamental das scooters em mais alto, tendo 755 mm de distância ao
ter um papel fundamental e dominante, sua mobilidade diária, permitindo alargar termos de mobilidade. Portugal ainda tem solo, realidade que não afecta a colocação
mesmo até em relação às motos ditas a sua utilização e percorrer inclusiva- que evoluir bastante nessa realidade e as dos pés no chão graças ao facto de o banco
‘normais’, graças à polivalência na sua mente distâncias sub-urbanas de 30 a instituições públicas e o próprio governo ser também mais estreito na parte da
utilização, à capacidade de carga e à sua 50 Km, com tramos de auto-estrada, sem deveriam ter um papel mais dinamizador frente. A Burgman parece também ser
facilidade de condução. se tornarem enfadonhas. Por outro lado, em prol da utilização urbana das duas mais estreita mantendo o espaço das
Mesmo para aqueles que, como eu, sem- permitem-nos circular à velocidade dos rodas como solução para a diminuição plataformas onde se colocam os pés do

35

FT/ F I C H A T É C N I C A

400 CC

CILINDRADA

30,5 CV

POTÊNCIA

13,5 L

DEPÓSITO

222 KG

PESO

8 499€ PREÇO BASE

7.499€ - PREÇO CAMPANHA ATÉ 15 DE MAIO

MOTOR 4 TEMPOS, REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA, condutor e garantindo a sua comodidade. frente tem dois compartimentos para co-
DUAS ÁRVORES DE CAMES À CABEÇA. INJECÇÃO A Burgman inclui agora peseiras retráteis locação de algum tipo de acessórios, tipo
ELECTRÓNICA NÚMERO DE CILINDROS para o pendura e abandonou a solução da carteira, telemóvel ou chaves sendo que
MONOCILÍNDRICO DIÂMETRO 81,0 MM CURSO 77,6 extensão da plataforma do piloto para o compartimento da direita tem ficha de
MM CO2 91 G/KM CONSUMO DE COMBUSTÍVEL o mesmo. corrente para carregamento de qualquer
3.1 L/100 KML TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA O ecrã da Burgman é agora mais baixo tipo de acessório electrónico. As óticas
POR CORREIA EM V SUSPENSÃO DIANTEIRA dando-lhe um look mais desportivo. Na duplas na frente são agora de tecnologia
FORQUILHA TELESCÓPICA HIDRÁULICA SUSPENSÃO
TRASEIRA MONO-AMORTECEDOR TRAVÃO
DIANTEIRO 2 DISCOS TRAVÃO TRASEIRO DISCO
PNEU DIANTEIRO 120/70-15M/C 56S, TUBELESS
PNEU TRASEIRO 150/70-13M/C 64S, TUBELESS
COMPRIMENTO 2240 MM LARGURA 760 MM
ALTURA 1350 MM DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1585
MM DISTÂNCIA AO SOLO 125 MM ALTURA DO
ASSENTO 750 MM

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LED assim como o farol traseiro. incrementada em 3%, debitando assim uma resposta mais viva em aceleração da roda dianteira, que passou a ser de
O novo painel de informação é completo 30,5 cv e estando disponível desde baixas acompanhada por uma sonoridade mais 15” mas também à dimensão generosa
e de fácil leitura com um pequeno ecrã e médias rotações, algo que torna a sua evidente e cheia. A potência está sempre do seu pneu traseiro, passando a montar
digital no centro, com informação sobre a utilização mais progressiva. O monoci- disponível e a Burgman 400 acelera de um 150/70.
temperatura exterior, relógio, consumos líndrico de 399 cc e injeção electrónica uma forma progressiva e rápida com um As suspensões foram também melhora-
médio e instantâneo, conta quilóme- adotou uma nova caixa de ar e tem agora punch entusiástico desde baixa rotação. das, montando suspensões telescópicas
tros parciais e dois manómetros a cada A Burman 400 monta também uma vela de 41mm na dianteira e na traseira um
lado, o de conta kms e o das rotações. de irídio que melhora as prestações e novo amortecedor montado na horizontal
A Burgman 400 inclui ainda uma luz aumenta a eficiência do motor. com um novo sistema de bielas e regulá-
avisadora para condução económica/ A sua condução é agora mais precisa, vel em 7 posições. O seu comportamento
ecológica. com maior segurança e estabilidade em é exemplar e acima da média absorvendo
A Burgman 400 inclui agora travão de curva graças ao aumento da dimensão de forma eficiente todo tipo de irregula-
estacionamento, muito útil também de
utilizar quando paramos em subidas ou CONCORRÊNCIA KAWASAKI J300ABS SE / 300 CC YAMAHA XMAX 400 / 395 CC
descidas íngremes. No meio monta tam-
bém uma fixação anti-roubo muito útil BMW C400 / 350 CC 31 CV 31,5 CV
sobretudo para não nos esquecermos
de retirar o mesmo antes de arrancar. A 34 CV POTÊNCIA POTÊNCIA
Burgman conta ainda com um sistema
magnético de segurança de fecho da POTÊNCIA 191 KG 216 KG
ignição.
O quadro foi redesenhado e a sua geo- 193 KG PESO PESO
metria revista, dotando a Burgman 400
de maior rigidez e carácter desportivo, PESO 5 995€ 6 650€
contribuindo também para uma dimi-
nuição de peso global em cerca de 7 kg N.D.€ PREÇO BASE PREÇO BASE
em relação ao modelo anterior. O seu
motor mantém a vivacidade que sem- PREÇO BASE
pre a caracterizou agora com a potência

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ridades na estrada e proporcionando um utilização de um veículo de quatro rodas
nível de conforto adicional. na maioria das situações e a atualização
A nível da travagem a Burgman monta de que foi alvo para 2018 posicionam-na
2 discos de 260 mm na dianteira com de novo como uma opção de qualida-
pinças de dois pistons e um disco único de neste segmento, apenas penalizada
na traseira de 210 com pinça também de pelo preço algo acima da concorrência,
um único piston. A travagem é assistida no entanto a qualidade de construção
por um sistema ABS, pouco intrusivo na e a fiabilidade dos motores Suzuki são
dianteira mas a provocar um saltitar de garantia extra que justificam.
vez em quando na traseira em travagens A Burgman 400 de 2018 está disponível
mais violentas quando acionados ambos em duas cores, Cinza mate e Preto.
os travões em simultâneo. De qualquer O seu PVP normal são 8.499 euros es-
forma a travagem é segura, eficiente e tando a decorrer uma campanha neste
equilibrada graças a uma boa distribui- momento e até dia 15 de maio de 7.499
ção de massas nos 215 kg que pesa a euros, ou seja menos 1.000 euros.
Burgman 400.
Em conclusão, no final acabei por renovar
a minha perceção de que a Burgman
400 é uma das soluções de mobilidade
diária que mais me agradam, quer pelas
suas prestações de excelência a todos
os níveis quer pelo o conforto e rapidez
que proporciona numa utilização diária,
com potência e velocidade máxima para
satisfazer a nossa costela mais despor-
tiva e irreverente e com a polivalência
que oferece o espaço disponível para a
maior parte das situações no nosso dia
a dia, inclusivamente ir às compras ao
supermercado ou mesmo ir buscar o
filho à escola ao final do dia, pois entre ir
de carro com a mãe ou de moto com o pai
imaginem qual será a sua preferência?
A Suzuki Burgman 400 de 2018 substitui
de facto e de forma clara a necessidade de

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RALI DO RAC 1992 Martin Holmes
com Guilherme Ribeiro
QUEIMANDO [email protected]
OS ÚLTIMOS
CARTUCHOS… Naquelestempos,oRaliRACdis-
putava-se ainda por toda a In-
A temporada de 1992 do WRC foi, decerto, uma das mais glaterra ao longo de quatro dias,
épicas da história da modalidade. A Lancia tinha terminado baseando-se maioritariamen-
o envolvimento oficial com a criação do fabuloso Deltona, e te em Chester. Para o primeiro
era claramente a favorita para ambos os títulos depois de ter dia ficariam tradicionalmente
dominado nos Construtores desde 1987 e perdido nos Pilotos reservadas as especiais em circuitos e
apenas em 1990, para Carlos Sainz. Com seis vitórias à entrada parques – as chamadas ‘Mickey Mouse
da última prova, o Rali RAC, Didier Auriol tinha tudo para ser o stages’ em torno de Chester e do territó-
rio das Midlands, seguido de um segundo
primeiro francês a tornar-se campeão do mundo… dia nas habitualmente enevoadas flores-
tas galesas, para partir em seguida para
CONHEÇA ESTA E MUITAS norte, através das florestas de Kielder
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT até à paragem em Carlisle, disputando-
-se o último dia no sul da Escócia até ao
regresso a Chester. Locais míticos para
qualquer adepto que, tal como Arganil, a
Lousã e Montejunto no Rali de Portugal,
acabaram relegados para as memórias

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39

num Sierra Cosworth de Gr. N, de Alister
McRae, o irmão mais novo de Colin. Nas
duas rodas motrizes, destacavam-se os
Škoda oficiais de Pavel Sibera e Vladimír
Berger, o Vauxhall de fábrica de David
Metcalfe e um Peugeot pilotado por um
certo Richard Burns. À laia de curiosidade,
estava ainda inscrito um Trabant (!) para
uma dupla alemã, que viria a concluir o
rali na antepenúltima posição, para gáu-
dio dos muitos espetadores, ‘encantados’
com a raridade.

PRIMEIROS PROBLEMAS

Era do conhecimento geral que a primeira
etapa não iria marcar grandes diferenças,
mas o mau tempo que se fez sentir cedo
se tornou numa grande condicionante.
Quase todos os concorrentes tiveram
pequenos percalços nestas pequenas
especiais, salientando-se um despis-
te que causou muitos danos a Mäkinen.
No entanto, apesar de estar na luta pelo
título, Carlos Sainz destacava-se niti-
damente como o melhor naquelas con-
dições, seguido por um surpreendente
Biasion. McRae limitava os danos de um
despiste para chegar ao terceiro lugar,
seguido de Kankkunen, Wilson (tam-
bém a rodar muito bem), Alén e Auriol.
Vatanen atrasava-se com um despis-
te e problemas mecânicos, enquanto os
Lancia se queixavam das más escolhas
de pneus. Outra curiosidade: logo no dia
das verificações em Chester, o local Bob
Green via o seu carro roubado do parque
da albergaria onde se encontrava aloja-
do, sendo o Sierra Cosworth encontrado
abandonado em Liverpool depois de ser
usado para um assalto.

dos entusiastas devido à crescente con- luta verdadeiramente épica. seu nome Tommi Mäkinen. Para termi- MUITA CHUVA
centração do formato dos ralis. Observando a lista de inscritos, a Lancia nar com os favoritos aos primeiros luga-
Durante o ano, o título pareceu não es- parecia ser nitidamente a equipa mais res, a Mitsubishi trazia dois Galant VR-4 A chuva continuou na segunda-feira e os
capar às mãos da Lancia e, em particu- forte, ao contar com Auriol e Kankkunen, para Kenneth Eriksson e Lasse Lampi, pilotos depararam-se com classificativas
lar, a Didier Auriol, que chegava ao RAC além da jovem promessa Andrea Aghini, este inscrito pelo concessionário finlan- alagadas no norte de Gales, o que não de-
com seis vitórias numa época, um record enquanto a Toyota só se apresentava com dês. De realçar a presença de dois vete- teve a imensa massa de espetadores de
que só seria igualado pelo seu compatrio- dois carros, para Carlos Sainz e Markku raníssimos, Russell Brookes (Ford) e Ola aguardarem pelos bólides na estrada.
ta Sébastien Loeb em 2004 e batido em Alén. Já a Ford deixava François Delecour Strömberg (Saab). As emoções do rali Após um início excelente, Wilson seria
2005. No entanto, o seu colega de equipa do outro lado do Canal e apostava em não se ficavam por aqui, já que estava em uma das primeiras vítimas quando a que-
e tricampeão em título, Juha Kankkunen, Miki Biasion e na ‘prata da casa’, através jogo a Taça do Mundo de Grupo N, e com bra de um semieixo danificou demasiado o
não estava longe, mas a surpresa foi mes- do experiente Malcolm Wilson, contan- a ausência do líder Hiroshi Nishiyama e carro e o fez ficar demasiado atrasado. No
mo a progressão de Carlos Sainz que, de- do ainda com um Sierra pilotado por um de Carlos Menem Jr., assim como de ou- Grupo N, quase todos os pilotos perdiam
pois de haver começado o campeonato dos melhores pilotos privados do cam- tro concorrente de luxo, Mohammed Bin tempo de alguma forma, mas o primeiro
de uma forma algo apagada, tinha-se peonato inglês, o galês Gwyndaf Evans. Sulayem (que já haviam disputado as seis a ‘sair de cena’ foi Kytölehto, quando par-
tornado num claro favoritograças a duas A Subaru apresentava-se com um mis- provas que podiam nomear para o cam- tiu a suspensão ainda durante a manhã e
vitórias e a uma regularidade impres- to de juventude e experiência, através de peonato), o favoritismo deslocava-se para teve que abandonar. Sainz continuava a
sionante e, ao vencer em casa no Rali da Colin McRae e Ari Vatanen, com mais um Grégoire de Mévius, segundo no campeo- liderar com grande à vontade, enquanto
Catalunha, tinha assumido o comando carro preparado para Per Eklund e inscrito nato, que alinhava com um Nissan Sunny Basion, Vatanen e Mäkinen se atrasavam
do campeonato com 124 pontos, segui- sob as cores da Clarion; enquanto os seus GI-R da filial belga, o espanhol Fernando ainda mais por problemas mecânicos e os
do de Kankkunen com 122 e Auriol com compatriotas da Nissan se despediam Capdevilla com o seu Sierra Cosworth Lancia debatiam-se ainda com proble-
121 – o francês tinha sido perseguido pelo do WRC (até aos dias de hoje) após uma provado e, finalmente, Jarmo Kytölehto, mas de pneus. Ciente da sua posição no
azar na segunda metade da época – o que época falhada com os Sunny GTI-R com num Galant VR-4 inscrito pela Ralliart campeonato, Sainz optou por não respon-
conferia ao Rali RAC condições para uma Stig Blomqvist e uma jovem promessa de Finland. De salientar a presença, também der à crescente pressão de Colin McRae,
completamente endiabrado, que viria a
tomar o comando a meio do dia, dizendo
durante a paragem na assistência que

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ainda conseguia andar mais depressa!!! Lancia iniciaram uma boa recuperação, bloqueava a estrada. Metcalfe ainda ter- para a última etapa na Escócia, sob con-
Colin no seu melhor! com particular destaque para Auriol, mas minou a especial ea etapa, mas osdanos dições dantescas, não tardava a tranqui-
Mesmo tendo batido numa pedra durante mesmo assim não era suficiente para al- eram demasiado grandes e desistia na lizar Sainz, já que Kankkunen batia numa
a tarde, Colin aguentava o comando por cançar Sainz, agora líder mais do que iso- assistência, entregando a liderança nas pedra e ia parar a uma valeta, perdendo
um punhado de segundos sobre Sainz, lado. No entanto, o dia continuava a deixar duas rodas motrizes a Sibera. mais de três minutos. Aliás, incidentes
enquanto Auriol e Kankkunen estavam muitos pilotos de lado, o primeiro dos quais com pedras e valetas foi o que não faltou,
já razoavelmente longe, o que permitia Capdevilla, que desistia com o diferencial DIA DE DECISÕES atrasando seriamente McRae, Biasion e
ao espanhol respirar. Seguiam-se Alén, partido, deixando Alister McRae na frente Embora composto por apenas seis espe- Wilson, ao mesmo tempo que os sobrevi-
Vatanen, Biasion e Wilson, após uma ex- do Grupo N. Mesmo com alguns percalços, ciais, a quilometragem do último dia era ventes eram arrasados por uma vaga de
celente recuperação, enquanto os Nissan mas sem concorrentes diretos, de Mévius elevada e Sainz sabia que 1 minuto e 16 se- furos. No entanto, mesmo com uma má
sofriam vários problemas e continuavam precisava apenas de um punhado de pon- gundos podiam não ser suficientes para escolha de pneus, Sainz mantinha um
a atrasar-se. Quanto ao ‘homem da casa’, tos para ser campeão e rodava tranquila- manter Kankkunen longe. Seguiam-se ritmo regular que lhe dava para manter o
Evans,perdia todasashipóteses de figu- mente em segundo. Nas 2 rodas motrizes, Vatanen, Alén, Biasion, McRae e Eriksson, comando e conquistar o título, enquanto
rar no top 10 ao bater violentamente numa a luta entre Burns e Metcalfe, que dura- numa prova muito apagada por parte dos Kankkunen, por muito que forçasse, ti-
pedra na última especial do dia, vindo a va desde o início do rali, acabava quando datados Mitsubishi. Porém, o arranque nha perdido demasiado tempo. Quanto
abandonar na assistência. Ao amanhecer Richard perdia uma roda, e semelhante
do dia seguinte, os concorrentes marcha- desventura acontecia-lhe pouco depois,
vam para norte, abrindo com as temíveis obrigando-o a desistir. Já Auriol continua-
especiais nas florestas de Grizedale, que va a sua toada de ataque para alcançar
não tardaram a causar vítimas. Sainz, mas era obrigado a mudar o turbo
na assistência e, no início da noite, o motor
O MCRAE HABITUAL… ‘entregava a alma ao criador’, arruinando
de vez as hipóteses do francês, naquela
Logo de início McRae perdia todas as hi- que foi a sua época mais brilhante da car-
póteses de lutar pela vitória quando sofria reira. Logo na especial seguinte, era a vez
um acidente causado pelo otimismo ex- de Blomqvist abandonar depois de bater
cessivo de um condutor ainda durante a numa árvore, enquanto os dois Ford ofi-
ligação, deixando-lhe danos ligeiros, mas ciais ficavam (ainda) mais atrasados de-
que tiveram forte impacto nas duas es- vido a despistes. Por fim, Metcalfe perdia
peciais de Grizedale, levando o escocês a uma roda num local estreito e Eklund, a
perder quatro minutos e a cair para o sé- tentar evitar o Vauxhall, despistava-se e
timo lugar. Com o abrandar da chuva, os

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41

ao Grupo N, de Mévius também optava
por um ritmo prudente, não desafiando
um excelente Alister McRae, já que tinha
os pontos do título garantidos. Foi assim
um pelotão de sobreviventes que disputou
grande parte da última etapa, com Carlos
Sainz a conquistar a sua quarta vitória da
época e um merecido título de Pilotos,
seguido de Vatanen, Kankkunen, Alén,
Biasion, McRae (não fosse um despiste
no início do último dia, podia ter chega-
do ao pódio), Eriksson, Mäkinen (apesar
dos defeitos do Nissan, se não fossem os
furos e problemas mecânicos menores
o jovem finlandês teria decerto ido mais
longe), o azarado Wilson e, para fechar
top-10, Andrea Aghini, que aproveitou
este rali para ganhar experiência na ter-
ra enlameada da ronda inglesa. No Gr. N,
como já foi dito, a vitória coube ao mais
novo dos McRae, seguido de de Mévius,
que se tornava num merecido campeão,
enquanto nas duas rodas motrizes ven-
cia Pavel Sibera. Sem dúvida, um dos me-
lhores finais de temporada de sempre.

42

ANTONIOZANINI,O CAMPEÃO
ESPANHOL ESQUECIDO?

Falar em pilotos espanhóis
no Mundial de Ralis é quase
sinónimo de Carlos Sainz. Na
verdade, este foi o primeiro

a brilhar de forma regular
no WRC, conquistando dois
títulos, mas não foi o primeiro
a internacionalizar-se e a ter
um papel ativo na luta por um
Campeonato FIA de Ralis. Na
verdade, entre meados dos
anos 70 e 80, Antonio Zanini
assumiu-se como um eterno
candidato ao Europeu de Ralis,

conquistando-o em 1980

Martin Holmes 1975, tinha o hábito de guardar imagens tivesse ocorrido anteriormente, tendo in- em provas que podiam durar cerca de
com Guilherme Ribeiro de pessoas e coisas que eu conheci e vi, e clusive levado à sua perda da sua licença três horas. De seguida, continuou a pi-
[email protected] de manter transcritas entrevistas que fiz. desportiva. Tinha sido considerado cul- lotar motos, mas em rampas, utilizando
Recentemente, descobri algumas coisas pado de mau comportamento depois de uma Ossa 175 cc na categoria Sport, em-
Agrandiosidade demora muito a que Antonio me disse em Madrid durante ser acusado de bloquear deliberadamente prestada por um amigo, Norat Salom, que
ser esquecida, sendo uma das o Rali de Espanha de 1975 que capturam uma especial. Ao contrário dos espíritos tinha, por sua vez, iniciado uma carreira
razões porque Carlos Sainz está a vida desportiva numa era já há muito tradicionais, ele não era visto como um nos carros ao volante dos Fórmula 1340.
definitivamentecravadoname- passada. Mas Antonio está longe de per- homem ‘desportivo’, porque havia bem Depois, Antonio iniciou-se nos ralis, mas
mória dos entusiastas de ralis tencer a esse passado apenas. mais para além disso. Gradualmente, o como co-piloto, a única forma de conse-
como o protótipo do espírito es- meio desportivo automóvel espanhol co- guir suportar os custos do seu envolvi-
panhol na modalidade, mas, para mim, há ESTRELA EM ASCENSÃO meçava a admitir que ele estava a tornar- mento. Primeiro ao lado de Miguel Casa,
outro piloto que pertence a esta categoria. Com 27 anos, Antonio Zanini estava a dei- -se num dos mais temíveis concorrentes. num Seat 600, e depois com os irmãos
Antonio Zanini nunca foi um grande nome xar de ser um ‘enfant terrible’ dos ralis es- Como em tantas outras carreiras despor- Babler. Hans Babler pilotava um Steyr
no Campeonato Mundial de Ralis da FIA, panhóis para se tornar numa grande es- tivas do seu tempo, Antonio começou a Puch e o seu irmão, Jorge, um Seat 1430.
já que apenas disputou três eventos no trela do desporto. Estava a aproximar-se correr, não nos karts, mas sim nas motos, Antonio tinha a oportunidade de parti-
WRC. Mas, há 41 anos, terminou em ter- da condição de se tornar, possivelmente, assim que atingiu a idade mínima para lhar a pilotagem com Jorge, o que era uma
ceiro no Rali de Monte Carlo de 1977 num no mais célebre piloto espanhol por longos conseguir uma licença. Tal tinha ocor- enorme honra, já que Jorge tornar-se-ia
Seat 124 Especial 1800, sendo o primeiro anos. Os seus conhecidos erros de início rido 10 anos antes de nos encontrarmos. campeão nacional em 1973 e, à data, era
espanhol a conseguir um pódio no WRC, de carreira eram cada vez mais parte do Começou pelo motocross de longa dis- visto como um dos maiores pilotos de
10 anos antes da carreira do grande Car- passado. Talvez o mais espetacular destes tância, ao volante de uma Derbi de 74 cc, ralis de sempre em Espanha.
los Sainz arrancar verdadeiramente. Para
mim, Antonio Zanini é sinónimo dos ralis
espanhóis. Isto não significa que não seja
capaz de apreciar tudo o que Carlos e, mais
recentemente, amigos como Dani Sola,
Xavi Pons, Enrique Ojeda e, claro, Dani
Sordo, conseguiram fazer em nome do seu
país. É um assunto mais pessoal. Quanto
eu comecei a seguir ralis em Espanha, em
1975, Antonio era a grande estrela, e ainda
é visto em vários eventos nos dias de hoje.
É a ponte que liga o antes e o agora. E é a
pessoa que mostra de onde veio o espíri-
to espanhol dos ralis. Mesmo recuando a

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43

O HOMEM DA SEAT dos Simca 1000. O carro era um Grupo com um acidente enquanto treinava para ceu o Campeonato Europeu de Ralis de
5, com 75 cavalos de potência, e deu a o Rali Costa del Sol. Em 1973, Antonio tor- 1980 como piloto privado, ao volante de
Mesmo nestes tempos, o sucesso não Antonio a oportunidade de conseguir nou-se piloto de fábrica a tempo inteiro, um Porsche preparado pelos irmãos
era verdadeiramente importante para numerosos bons resultados em eventos sendo finalmente um piloto profissional no Alméras, em França. Naqueles dias, o
ele. Antonio competia por diversão. O regionais. No fim daquele ano, ele foi ver o seio da Seat, competindo com máquinas ERC estava firmemente estabelecido
seu trabalho no dia a dia eram os estu- Rali RACE, e encontrou-se com Salvador cada vez mais competitivas até a equipa no quadro da modalidade, enquanto o
dos técnicos de engenharia na fábrica de Cañellas (que havia conhecido nos seus começar a alinhar com o Fiat 131 Abarth Campeonato do Mundo tinha apenas
plásticos de Barcelona, de facto não muito tempos de motociclista), que acabaria com especificações de fábrica. um ano de idade. Zanini tornou-se no
longe do departamento de competição da por vencer a prova. Antonio decidiu que, Costuma-se dizer que as primeiras im- primeiro espanhol a vencer um cam-
Seat. Mas, quando ele começou a compe- também ele, podia brilhar ao volante de pressões são, muitas vezes, as últimas. peonato FIA de ralis, o primeiro de uma
tir em ralis, as coisas tornaram-se mais um Seat de fábrica. Aqueles primeiros ralis a que assisti em lista ainda bastante curta. Subir no mun-
sérias. O pai dos Babler emprestou-lhe Antonio foi à fábrica da Seat e chegou a Espanha foram suficientes para me con- do dos ralis era uma tarefa bastante di-
um Renault 8TS para as rampas e, em acordo para usar um carro emprestado vencer que Espanha era um local espe- fícil, mas a Seat fez os possíveis para o
seguida, a Escuderia Condac forneceu- no evento seguinte, o 2000 Virajes, o Rali cial para aquela modalidade. E, talvez, dos conseguir. Em todo o lado onde ele ia,
-lhe um Simca 1000. Isto passou-se em das 2000 Curvas. Cañellas e Jorge Babler fragmentos que descobri sobre o Antonio, tornava-se notícia. Como quando foi
1972, e o carro era extremamente rápido eram os pilotos oficiais da equipa e ti- é possível sentir porque é que o conside- temporariamente banido de pilotar em
para o seu tamanho. Naquele tempo, ha- nham os novos carros com motor twin rei especial. 1975, o que o fez perder um lugar na
via uma atividade extremamente grande cam, enquanto Antonio usava o velho equipa para o Rali de Portugal. Tal deu
por parte da Simca na competição espa- single cam. Tal como um sonho tornado SUCESSO INTERNACIONAL uma oportunidade para um dos nossos
nhola, com os campeonatos nacionais a realidade, os dois carros oficiais quebra- colegas, Ricardo “Rizos” Muñoz, editor
serem usados para promover a compra ram e Antonio venceu o rali! No entanto, a No entanto, o seu maior feito não foi de ralis da revista Autopista, tornar-se
época de 1972 terminou prematuramente conseguido como piloto de fábrica e no único jornalista regular de ralis a ser
sim cinco anos depois, quando ele ven- convidado para uma equipa de fábrica
para pilotar num evento do WRC. Assim,
mesmo ausente, Antonio originava his-
tórias de interesse.
Espanha tornou-se parte do Campeonato
do Mundo desde 1991, sendo a ronda da-
quele país disputada desde sempre na
Catalunha e organizada pelo RACC de
Barcelona. Neste momento, está basea-
da no resort turístico de Salou, na Costa
Dourada, seguindo a antiga tradição do
Rali da Costa Brava que, juntamente com
o antigo Rali da Catalunha, formou as ba-
ses do atual evento, de formato misto, com
um dia predominantemente em terra e
dois dias em asfalto.

+44

HYUNDAI Francisco Cruz preservar demasiado aspetos da versão
[email protected] mais ‘civilizada’, alguns deles, bem-vin-
» i30 N PERFORMANCE PACK dos - como é o caso da boa qualidade
Concebidocombasenummodelo de construção, apurada com a inclusão
TIRO NA MOUCHE já popular, a verdade é que o i30 de ainda melhores revestimentos, ou da
N sabe fazer-se destacar: des- habitabilidade, convincente para cinco - ao
Anunciada a intenção de criar uma nova família de de logo, pelo azul suave que é a passo que, outros, não tanto. Como, por
desportivos, a Hyundai não podia ter começado melhor! cor preferencial escolhida pela exemplo, o design demasiado ‘modes-
É que o modelo de estreia, um i30 ‘especial’ a que nova divisão de performance da to’, ou até mesmo os plásticos de menor
foi acrescentado o ‘N’ de Nürburgring (entre outros Hyundai, ‘N’, para esta versão mais radical; qualidade, e expostos.
significados), é, em nossa opinião, um verdadeiro tiro na é o negro, ora mate, ora brilhante, que Excelente, a posição de condução, gra-
mouche do alvo que passou a ser a concorrência! reveste vários pormenores da carroçaria; ças não só a um volante de ótima pega e
são, em particular, as soluções verda- ajustável tanto em altura como em pro-
LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE deiramente desportivas, como as jantes fundidade, como também a um banco
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT de 19” com pneus Pirelli PZero, as duas em couro e alcântara, a envolver bem o
ponteiras de escape separadas entre si corpo do ocupante, além de com todas
por um discreto difusor e a aerodinâmica as regulações. Peca apenas na visibili-
asa traseira com a terceira luz de stop a dade traseira, difícil mas atenuada com
imitar um triângulo. Tudo contributos para a inclusão de sensores e câmara traseira.
uma imagem pouco ostensiva, mas, ainda Ambos de série.
assim, afirmativa. Igual permanece a bagageira, com os seus
Já no interior do habitáculo, uma sensação 395 litros de capacidade de carga inicial, e
geral bem mais ‘morna’, com o i30 N a quase tão convincente quanto o equipa-
mento de série. Este, sim, impressionante,

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45

FT/ F I C H A T É C N I C A

por contemplar, principalmente no caso 2.0 / 275 CV se junta uma caixa manual de seis ve- configuração ao gosto do condutor, de
da variante com o Performance Pack, locidades curta mas também um pouco motor, suspensão, Controlo Eletrónico
praticamente tudo o que é possível incluir GASOLINA resistente no engrenar, se há coisa que de Estabilidade, Diferencial Eletrónico
neste i30 - desde o não falta ao i30 N, é motor. O qual, cheio Autoblocante e até direcção. Com o i30
pack Full LED ao spoiler traseiro preto 6,1 S e pleno de força acima das 2000 rpm, tem N a tornar-se, a partir daí, uma espécie
brilhante; do ar condicionado automático ainda uma sonoridade que, nem mesmo de vício crescente, que nos arrebata com
de duas zonas ao sistema de navegação 0-100 KM/H médias de consumos na ordem dos 10 uma sonoridade funda e grossa, pautada
com ecrã táctil de 8” e emparelhamento l/100 km, conseguem impedir que se por sonoros ráteres a cada passagem de
Android Auto/Apple CarPlay; do N Corner 7,1 L / 10 L (AUTOSPORT) torne um verdadeiro vício! caixa, ao mesmo tempo que nos convida a
Carving Differential (E-LSD) e REV mat- Aliás, a agudizar essa espécie de depen- acelerar cada vez mais. Apoiados também
ching, ao sistema de modos de condu- 100 KM dência,surge igualmenteum comporta- na segurança transmitida por um carro
ção N Ring (Normal, Eco, Sport, N Mode e mento que, primeiro, surpreende, e depois que mais parece uma lapa agarrada à
Custom) e válvula de exaustão variável; 163 deslumbra. Com o i30 N a revelar-se um estrada, mas que, ainda assim, não deixa
sem esquecer o Hyundai SmartSense, verdadeiro devorador de curvas, um de ser invulgarmente ágil e rápido, fruto de
sinónimo de sistema de manutenção na G/KM- CO2 desportivo invulgarmente eficaz, uma uma direção que, não só sabe posicionar o
faixa de rodagem (LKAS), sistema de mo- proposta capaz de se transfigurar. Em conjunto, como também transmitir todas
nitorização da pressão dos pneus (TPMS), 43 010€ especial, a partir do momento em que as sensações ao condutor.
suspensão controlada electronicamente pressionamos o botão junto ao braço di- No fundo, apenas algumas entre as muitas
(ECS) e travagem autónoma de emergên- PREÇO DA VERSÃO ENSAIADA reito do volante, com a bandeira de xadrez razões que nos levam a considerar este
cia (FCA). Mas sem pneu sobressalente ou desenhada. Altura em que entra em ação Hyundai i30 N Performance Pack um dos
de emergência. COMPORTAMENTO / PRESTAÇÕES/ o modo de condução N, ou, com um se- melhores e mais viciantes desportivos
Equipado com um quatro cilindros 2.0 SONORIDADE gundo toque, o N Custom, sinónimo de compactos da actualidade...
litros turbo a gasolina a debitar 275 cv
de potência e 352 Nm de binário, a que CONSUMOS / ASPECTO INTERIOR
VISIBILIDADE TRASEIRA

MOTOR 4 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO DIRECTA,
TURBOCOMPRESSOR E INTERCOOLER, 1998
CM3 POTÊNCIA 275 CV / 6000 RPM BINÁRIO
353 NM (378 EM OVERBOOST) / 1750 – 3500
RPM TRANSMISSÃO DIANTEIRA, COM CAIXA
MANUAL DE 6 VELOCIDADES SUSPENSÃO
TIPO MCPHERSON COM MOLAS HELICOIDAIS
À FRENTE E MULTI-LINK COM MOLAS
HELICOIDAIS ATRÁS TRAVAGEM DV/DV PESO
1294 KG MALA 395 (ATÉ 1287) DEPÓSITO 50
VEL. MÁX. 250 KM/H

+

SKODA

» SUPERB 2.0 TDI 190 CV SPORTLINE

CRUZAR MUNDOS

O Superb é a aposta de topo da Skoda. Mas para
todos aqueles que procuram algo mais, a versão
Sportline reúne os ingredientes necessários,
atribuindo-lhe toques desportivos, na estética e
performance, sem perder a sua essência. Tendo sob
o capot um motor 2.0 TDI com 190 cv associado a
uma caixa automática DSG, premimos o Start & Stop
e fomos descobri-lo...

André Duarte No centro do tablier o ecrã tátil é muito Nota distintiva da versão Sportline, é o BALANÇO FINAL
[email protected] intuitivo e permite-nos aceder às fun- chassis desportivo, rebaixado em 15 mm
cionalidades do veículo. De série destaque face à versão normal, entregando-nos O Skoda Superb é um modelo que
Dotar um veículo de topo com para a sintonização de TV, phone box, em mãos um modelo mais ‘agarrado’ proporciona um grande prazer em
laivos de desportivo, sem ge- audiostreaming por bluetooth e sistema ao asfalto, algo que transparece em viagem, onde o conforto e segurança
neticamente o ser, é sempre de som Canton. condução. são notas dominantes, envolvendo os
um desafio. No caso do Skoda No global, a versão Sportline traduz-se Em condução o Skoda Superb trans- ocupantes num clima de satisfação
Superb, a versão Sportline por apontamentos desportivos que po- mite-nos de forma muito clarividente a a cada quilómetro. Desde o primeiro
confere-lhe pormenores que dem subtilmente preencher os nossos perceção da estrada. Permite-nos via- contacto estamos em sintonia com o
primeiro estranham-se, depois entra- desejos mais radicais. Ainda assim, seriam jar depressa, com uma abordagem em seu eu. O motor 2.0 TDI com 190 cv ofe-
nham-se. bem vindos mais alguns pormenores, de curva muito permissiva e segura, sem rece-nos a potência ideal, seja qual for
No exterior falamos de vários elementos modo a demarcar ainda mais esta versão nunca assustar, mas com uma ampla a toada escolhida, sem os consumos
decorativos em preto: moldura da grelha da ‘normal’. faixa de utilização. Podemos encarar serem de forma alguma excessivos
do radiador, luzes de nevoeiro dianteiras, traçados mais sinuosos gozando de um (6,3l). No caso específico, a versão
friso cromado em preto na grelha de ar AO VOLANTE comportamento dinâmico de verdadeiro Sportline vem preencher os requisitos
inferior, spoiler traseiro, caixa dos espe- agrado, situações em que a troca de de todos os que pretendem conci-
lhos retrovisores e jantes de liga leve de Ao volante o Skoda Superb versão relações através das patilhas de volante, liar um visual elegante, com toques
18” Zenith. Pormenores subtis, mas ao Sportline com motor 2.0 TDI de 190 cv é associado à seleção das várias parame- mais desportivos, sem nunca de facto
mesmo tempo presentes o suficiente, para um franco agrado. Falamos de um modelo trizações no modo Sport, nos permite nos desligarmos da essência Superb.
nos fazerem perceber que não estamos que nos permite chegar aos 100 km/h em fazer aumentar a pulsação. Claro que Resultado: um gosto.
perante um Superb ‘normal’. 7,7s e nos oferece 400 Nm de binário desde falamos aqui de um registo ‘sport line’,
Já no interior, muito espaçoso e marcado as 1750 rpm. Registos que, sem olharmos quando o Superb, apesar da distinção da
por materiais em que se respira qualidade, a ficha técnica, transparecem desde o versão, mantém as suas características
sentimo-nos um ‘executivo’ a caminhar primeiro pisar do acelerador, mesmo que genéticas, convidativas a relaxar em
para a empresa com um ‘plus’ de diferen- iniciemos a marcha no modo Eco - a este viagens a ritmos mais moderados.
ça, fruto do tablier e painéis das portas juntam-se os Individual, Normal e Sport. Ao mesmo tempo, a suspensão absor-
axadrezados; iluminação ambiente com Este último o que naturalmente nos per- ve com grande rigor as irregularidades,
10 cores; bancos desportivos em alcantara mite estar em total em sintonia com a ausentando o corpo de qualquer descon-
preta e costuras prateadas; volante des- versão em causa. forto, mesmo com um chassis rebaixado
portivo de três raios com patilhas; capas No caso da versão ensaiada, há a desta- e pneus 235/45 R18 de baixo perfil. Os
dos pedais em aço inoxidável; e tapetes car a caixa automática DSG, sempre um travões e direção atuam também a precei-
em tecido preto com bordado Sportline prazer, que nos permite fazer as passa- to, num modelo que se revela equilibrado
exclusivo. gens através das patilhas (fixas e bem e prazeroso.
posicionadas) no volante ou do seletor.

FT/ F I C H A T É C N I C A

2.0 / 190CV

GASÓLEO

7,7 S

0-100 KM/H

4,7 L / 6,3 L (AUTOSPORT)

100 KM

123

G/KM- CO2

45 609€

PREÇO BASE

MOTOR / CAIXA / COMPORTAMENTO
DINÂMICO / CONFORTO / HABITABILIDADE

PORMENORES SPORTLINE
MUITO SUBTIS

MOTOR 4 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO DIRETA,
ADMISÃO VARIÁVEL, TURBO DE GEOMETRIA
VARIÁVEL, INTERCOOLER, 1968 CM3 POTÊNCIA
190 CV / 3500-4000 RPM BINÁRIO 400/1750-
3250 TRANSMISSÃO DIANTEIRA, CAIXA
AUTOMÁTICA DSG SUSPENSÃO TIPO MCPERSON
COM MOLAS HELICOIDAIS À FRENTE E EIXO
MULTIBRAÇOS COM MOLAS HELICOIDAIS ATRÁS
TRAVAGEM DV/D PESO 1555 KG MALA 625L
(ATÉ 1760L) DEPÓSITO 66L VEL. MÁX. 234 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
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