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Published by hmilheiro, 2020-02-10 12:50:15

AutoSport_2198

AutoSport_2198

#2198 42
ANO 42
anos
12/02/2020
Semanal

2,50€ (CONT.)

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt

RIVALIDADES
F1
NOVAS
DISPUTAS
EM 2020
SENNA/PROST
FOI PINÁCULO
JOVENS
TALENTOS
DE SANGUE
NA GUELRA

RECORDES PODEM CAIR NAF1 >> FÓRMULA E: NOVO MONOLUGAR APRESENTADO >> RALLYSTAR: FIA PROCURA NOVOS PILOTOS >> SEGURANÇAMELHORANO WRC

PÁG. 42 PÁG. 38

APRESENTAÇÃO

NOVO TOYOTAYARIS

TIAGO REIS KAWASAKI

VENCE BAJATT Z900 DE 2020
VINDIMAS DOALENTEJO



3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2198
12/02/2020

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

HISTÓRICO Depois de 1001 histórias, que meteram dois dias e meio sem comer e beber, no meio do Mali, Carlos ‘Tucha’ Barbosa, ouviu José Luís Abreu
de Thierry Sabine uma frase memorável: “Estes carros são infinitos, têm de chegar os quatro a Dakar!”. O UMM faz parte da história do TT.
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Resisti à comparação por
muito tempo, mas agora posso João Ramos levantou em
Polémica entre a FIA Belo arranque de Aí está a ‘nova’ dizer de clara consciência que Beja uma questão que
e Juan Manuel Correa, CPTT, com boas lutas Fórmula 1. As Lewis Hamilton tem tudo. É o há muito é falada nos
na frente da corrida. apresentações já primeiro piloto que diria ter a bastidores do TT, mas o
relativamente ao E ainda ficaram de começaram, e com mesma ‘linhagem’ de Senna”, tempo passa e não parece
relatório do acidente elas novos ‘looks’ e haver medidas concretas
em que perdeu a vida fora dois grandes novas expetativas Gerhard Berger, dando a sua opinião que o impeçam. Que alguns
candidatos. O CPTT quanto ao valor de Lewis Hamilton. utilizem todas as artimanhas
Anthoine Hubert possíveis e imaginárias para
‘promete’ “É um pouco frustrante para vencer não é nada de novo - cada
mim, porque é o recorde do um sabe da sua consciência, e de
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL Michael. Mas se ele continuar como se sente se fizer batota -,
assim, merece o sétimo título mas João Ramos levou a questão
e não é por sorte, mas sim bem mais longe e alertou para
porque ele é um excelente outro problema que não afeta
piloto”, Ross Brawn, assumindo só alguns. Já na apresentação
do CPTT, Humberto Silva,
que Lewis Hamilton merece igualar os presidente do CPKA, revelou as
crescentes dificuldades que os
recordes de Michael Schumacher. organizadores têm para arranjar
percursos, situação que sucede
“Acho que o espetáculo não só por causa das questões
e o espírito de sacrifício do ambientais – as Câmaras
todo-o-terreno perderam-se Municipais são cada vez mais
um pouco”, Carlos ‘Tucha’ sensíveis a essa questão –, mas
também porque continua a haver
Barbosa, a testemunhar tempo quem, nas semanas anteriores
diferente no TT nacional. às provas, vá para o terreno
reconhecer as pistas deixando
Siga-nos nas redes sociais e saiba pelo caminho muitos sinais
tudo sobre o desporto motorizado no negativos dessa presença. Desta
computador, tablet ou smartphone via forma, e muito naturalmente,
facebook (facebook.com/autosportpt), cada vez haverá menos gente
twitter (AutosportPT) ou em propensa a autorizar a passagem
>> autosport.pt das provas pelos seus terrenos.
Sabemos que as federações e
organizações não têm meios
para um controlo sistemático,
mas por mim a ‘coisa’ resolvia-
se duma forma drástica. Quem
tivesse o azar de ser apanhado
sofreria uma pesada sanção, que
servisse de exemplo para quem
quisesse arriscar a seguir.
Não estraguem o todo-o-
terreno. Se há uma disciplina que
sempre foi um pouco diferente
das outras – para melhor - em
termos de ambiente, foi o TT.

4 F1/
FÓRMULA 1

NOVAS

RIVALIDADES

Uma competição sem rivalidades não tem sal e a Fórmula 1,
que atravessa há muito tempo uma crise de ídolos, mitigada
com a chegada de Max Verstappen, precisa daquilo
que a época de 2020 está carregadinha: jovens
talentos de sangue na guelra!

José Manuel Costa anos) e Max Verstappen (22
[email protected] anos). Wow! Temos aqui um
plantel de nove pilotos que
Queria resistir à tentação de vão querer continuar a dar
usar a frase estafada “eu sou nas vistas em 2020. É isto
do tempo”, mas abordar este que faz falta à Fórmula 1 e que
tema das rivalidades sem olhar a temporada fi al da primeira
para o retrovisor é impossível e, era híbrida da disciplina tem a
por estar nestas andanças há rodos. Por isso, não custa encontrar
mais tempo do que devia, lembro-me uma mão cheia de rivalidades para este
de algumas das mais belas rivalidades ano de 2020. Mas, vamos um pouco ali
da Fórmula 1, da época em que havia ao passado e recordar as cinco maiores
heróis e ídolos. Evidentemente que o rivalidades da Fórmula 1. Depois, vou-
“mundo pula e avança sempre que um -lhe revelar quais são as cinco maiores
homem sonha” e hoje a Fórmula 1 está rivalidades para 2020.
muito diferente dos tempos das gran-
des rivalidades. AS CINCO MAIORES
Para 2020, na 70º ano de competição,
a Fórmula 1 conhecerá um surto de RIVALIDADES DA FÓRMULA 1
juventude como há muito não se via.
Para lá do “jovem” Kimi Raikkonen Recuamos até 1986, quando a Williams,
– que aos 40 anos se diz em perfeita apoiada num fabuloso motor Honda e
forma e vai tentar ficar como o piloto muita eletrónica, dominava a Fórmula
com o maior número de GP disputa- 1. Frank Williams e Frank Dernie deci-
dos –, olhando para a grelha de parti- diram acabar com a paz interna e con-
da temos Alexander Albon (23 anos), trataram Nelson Piquet, um bicampeão
Pierre Gasly (24 anos), Nicholas Latifi(24 do Mundo com a Brabham de Bernie
anos), Charles Leclerc (22 anos), Lando Ecclestone. Por via desse estatuto, o
Norris (20 anos), Esteban Ocon (23 anos), brasileiro assumiu que seria o primeiro
George Russell (21 anos), Lance Stroll (21 piloto. Mas do outro lado estava aquele
que foi alcunhado de “brutânico”, Nigel
Mansell, e que pensava exatamente o

>> autosport.pt

5

PARA 2020

oposto. Os dois não consegui- de “fi landês voador”, piloto que es-
ram apagar o fogo da vaidade, colheu a velocidade quando os seus
não se entenderam em pista nem compatriotas dominavam nos ralis e
fora dela e tudo azedou. Mansell pi- com isso deu muito que fazer ao ale-
lotava como um louco, mas Piquet mão. Curiosamente, ambos se respei-
era mais astuto e foi minando a con- tavam muito e mantiveram a rivalidade
fiança do inglês, ao ponto de recusar nas pistas num braço de ferro de talento.
a partilha de informação técnica. Em pista eram ferozes, intrépidos, mas
As coisas foram piorando e perde- com muito respeito, discutindo as ques-
ram o título de 1986. Mas pouco ou tões da pista no “paddock” com edu-
nada mudou em 1987, ficando o GP da cação e respeito, tendo Schumacher
Grã Bretanha, em Silverstone, como o ficado deveras preocupado com
ponto de exclamação: Mansell arran- os acidentes de Hakkinen em
cou uma exibição fabulosa, amarfa- Adelaide, em 1995 e 2001.
nhando Piquet de uma forma que o O tal braço de ferro de
brasileiro não esqueceu. Por via disso, talento ofereceu-nos
e apesar de se sagrar campeão, miti- alguns dos melhores
gando aquela humilhação, no fi al do
ano, o brasileiro bateu com a porta e
foi para a Lotus. Mas a rivalidade en-
tre os dois não acabou e manteve-se
ao longo dos anos.

ALEMANHA VS FINLÂNDIA

Michael Schumacher colecionou ini-
mizades graças ao seu talen-
to misturado com arro-
gância, que se traduziu
em sete títulos, cinco
deles consecutivos.
Por isso tudo, Fernando

Alonso, Damon Hill e Jacques Villeneuve
poderiam fazer parte desta lista de riva-
lidades. Porém, aquele que mais mexeu
com a estabilidade de Schumacher foi
o fin andês Mika Hakkinen, apelidado

f1/
FÓRMULA 1

6

RIVALIDADES

momentos da Fórmula 1, dos quais re-
cordo dois: a épica luta pela “pole po-
sition”, no GP do Japão de 2000 que
Hakkinen perdeu por 79 milésimos, e
a fabulosa ultrapassagem de Hakkinen
a Schumacher, em Spa, na reta Kemmel,
igualmente em 2000, e que lhe deu a
vitória. Ficou famosa a imagem de
Hakkinen a explicar a Schumahcer
como passou pelo alemão com um carro
pelo meio e no limite da relva. Momentos
inesquecíveis!
O RIGOR E O “BOM VIVANT”
Ambos já desapareceram, infelizmen-
te, sendo dos mais talentosos pilotos
que já surgiram na Fórmula 1. Ficaram
imortalizados no fil e “Rush” e cons-
truíram uma rivalidade que parecia ser
um choque de titãs, mas acabou por
ser uma relação de respeito entre al-
guém rigoroso e metódico e um “bom
vivant” que gostava de fumar, beber e
sexo. Foi em 1976 que a rivalidade entre
James Hunt e Niki Lauda atingiu o pín-
caro. O ego gigante de Hunt e o desejo

>> autosport.pt

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de ser bem sucedido a todo o custo de que pode para tentar lutar pelo títu- dois mantiveram-se na equipa com o dade prolongou-se pelos anos, com pa-
Lauda fê-los embarcar numa luta que lo. James Hunt aproveitou para reduzir australiano a ver Vettel ganhar títulos lavras duras de parte a parte, tendo tudo
quase os liquidou. distâncias e tudo se decidiu em Fuji que, e tudo chegou ao limite quando Vettel culminado quando o francês foi para a
Apesar disso, tal como acontecia entre para não ser diferente, estava banhado ignorou as ordens de equipa (Multi 21 Ferrari e chegaram ambos a Suzuka a
Hakkinen e Schumacher, o respeito en- por uma chuva copiosa. Lauda entendeu Seb, Multi 21 Seb), passou Webber e discutir o título. À chegada da curva
tre os dois era grande. Mas pelo talento que não havia condições para continuar ganhou na Malásia. O australiano saiu um Prost estava na frente e, quando viu
que cada um exibia, pois as coisas aze- em pista a arriscar a vida. Hunt venceu da equipa e anunciou a sua retirada da Senna, tentou bloquear a manobra do
daram quando Lauda foi para a Ferrari a corrida e o campeonato... dedicando a competição. brasileiro que não se coibiu de manter
e Hunt se arrastava na Hesketh. James vitória ao seu rival. Um gesto nobre que a trajetória e o atirar para fora da pista.
Hunt já tinha batido o austríaco nas fór- Lauda nunca esqueceu. GLORIOSOS TEMPOS Ficaram ambos na gravilha, mas Senna
mulas inferiores e entendeu que seria foi campeão.
capaz de fazer o mesmo na Fórmula 1, ALEMANHA VS AUSTRÁLIA DA LUTA ENTRE SENNA E PROST
pelo que assim que vagou um lugar na RIVALIDADES PARA 2020
McLaren, tudo fez para ficar com o lu- Quando lhe acertou em cheio com o Dois galos para o mesmo poleiro, nunca
gar na equipa. Sauber na traseira do seu Red Bull, no deu bom resultado, mas Ron Dennis não A maior rivalidade será entre Mercedes,
Equilibrados ao nível do material, o ta- meio da alagada pista de Suzuka, ficou pensava assim e juntou Ayrton Senna Ferrari e Red Bull, pois os homens de
lento de ambos fazia a diferença para os marcado para a vida, e quando se en- e Alain Prost na McLaren-Honda. Uma Maranello e de Milton Keynes não que-
outros e colocou-os lado a lado muitas contraram na Red Bull estalou a riva- relação tumultuosa que teve vários epi- rem oferecer aos alemães o recorde de
vezes, ora ganhando um ora ganhando lidade. Sebastian Vettel não passava sódios: desrespeito pelo acordo antes da vitórias consecutivas em campeona-
o outro, até que chegou Nurburgring. pela garganta de Mark Webber e em corrida de San Marino de não ultrapas- tos, dominando a primeira era híbrida
Lauda exagerou ao querer ganhar a Hunt 2010 as coisas, literalmente, explodi- sagem depois da primeira curva, quan- da Fórmula 1. O facto de termos novas
e alargar a vantagem para o britânico ram quando ambos colidiram na reta do Prost estava na frente, culminando regras em 2021 e das regras de 2020 es-
e acabou por se despistar, sofrendo o oposta do circuito de Istambul, Turquia, no Japão quando Prost estava na frente tarem estáveis, vai permitir uma maior
horrível acidente que quase o matou. quando lutavam pela vitória. E quando do campeonato e Senna tinha de ficar à rivalidade entre as três equipas que do-
Sobreviveu horrivelmente queimado, a RedBull se colocou ao lado do alemão, sua frente para ser campeão, acaban- minam o Mundial. Tudo vai depender do
mas resiliente regressou o mais rápido quando todo o “paddock” apontava o do tudo na chicane de Suzuka quando que a Ferrari e a RedBull conseguirem
dedo a Vettel, deixou Webber lívido. Os Prost e Senna colidiram e o brasileiro fazer, tendo a Mercedes já deixado es-
acabou por ser desclassificado. A rivali-

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FÓRMULA 1

8

RIVALIDADES

capar que tem sentido alguns proble-
mas com o motor de 2020. Certo é que
todos os anos dizemos a mesma coi-
sa: é desta que a Mercedes vai perder
e, contas feitas, como em 2019, venceu
dezena e meia de corridas deixando
meia dúzia para dividir entre a Ferrari
e a RedBull. Mas vamos acreditar que
teremos uma luta ainda mais intensa
pelo título em 2020.

MOTORES RENAULT NO MEIO DA a Racing Point, por exemplo. Mas a Renault não quis saber e depois Sergio Perez na Force India. Não gosta
de “roubar” Daniel Ricciardo à Red Bull, de perder e, tendo na equipa um piloto
MCLAREN E RENAULT FOGO PERTO DA ESTOPA trouxe um menino francês “roubado” à do calibre de Ricciardo, vai querer dizer
Diz o povo com alguma razão que “o fogo Mercedes, Esteban Ocon. E o pobre do quem manda na equipa francesa. Se de
O último ano do acordo entre a McLaren ao pé da estopa” não dá bom resultado. Cyril Abitboul já veio dizer que “gerir um lado temos um australiano brinca-
e a Renault promete ser “quentinho”. A No passado, como leu acima, outras du- estes dois será um problema”. Ocon já lhão, mas maduro em pista e extrema-
equipa britânica vai regressar aos bra- plas de pilotos com demasiado talento e deu mostras de ter um feitio complicado mente rápido, do outro surge um francês
ços da Mercedes em 2021, mas vai ter egos enormes acabaram por se dar mal. quando andou “à porra e à massa” com veloz que parece não ter medo de nin-
de se assoar a um motor que a Renault guém nem fazer amigos na competição:
diz estar no topo. A casa francesa está chateou-se com Pietre Gasly no karting,
numa encruzilhada e Cyril Abitboul não conseguiu suportar Sergio Perez
tem um caso complicado entre mãos: e já se “meteu” com Max Verstappen
terá de ter resultados ao nível de 2018, quando lhe bateu em Interlagos em 2018.
evitar o desastre de 2019, manter Daniel Portanto, na Renault temos “o fogo ao pé
Ricciardo motivado e focado e bater a da estopa” e não custa nada adivinhar
McLaren. A formação de Woking es- que, no balanço fi al da temporada de
bofeteou a casa francesa com o mesmo 2020, serão vários os episódios entre
motor, deixando as coisas num patamar Ricciardo e Ocon.
complicado, Abitboul já não tem de se
enervar com Christian Horner, mas MIÚDOS NA LUTA
não terá descanso face a Andreas Seidl.
A Renault mudou muito, investiu em PELO PROTAGONISMO
recursos humanos juntando Dirk de
Beer (aerodinâmica) a Pat Fry, um ex- Andaram juntos no karting em 2013 e os
-Ferrari que veio da... McLaren. Tudo isto duelos faziam faísca. Um chegou pre-
embrulhado por um par de pilotos de cocemente á Fórmula 1, mas fê-lo em
excelência: Daniel Ricciardo e Esteban fanfarra dando nas vistas pelo talento,
Ocon. Do outro lado, a McLaren verá a pela ousadia e pela arrogância própria
cobrança ser grande, depois de um 2019 dos jovens. O outro andou a maturar,
de grande qualidade que a tornou a me- seguindo o canal habitual para che-
lhor “dos outros”. Se o MCL35 foi bem gar á Fórmula 1. Já se encontraram em
nascido, tendo já o dedo de James Key, pista em Spielberg, no RedBull Ring, e
saído da Toro Rosso, acredita-se que o o holandês moeu-lhe o juízo com uma
carro de 2020 mantenha essa qualida- manobra musculada. Max Verstappen
de nas mãos de uma dupla que funciona não tem rivalidade interna, Charles
muito bem: Carlos Sainz e Lando Norris. Leclerc tem um adversário duro de roer
Mas, atenção, a Renault e a McLaren não em Sebastian Vettel. Verstappen quer
vão estar sozinhas e veremos o que fará ser campeão do mundo e ganhar cor-
ridas, Leclerc ganhou duas vezes, uma
delas num duelo intenso com Lewis
Hamilton. Não há dúvidas nenhumas
sobre o talento dos dois pilotos e acre-
dito que, se a Mercedes vacilar, teremos
duelos muito interessantes entre estes
dois e, quem sabe, poderá um deles imi-
tar Nico Rosberg em 2016.



f1/
FÓRMULA 1

10 R E C O R D E S

AINDA
EXISTEM

RECORDES

PARA BATER
EM 2020

Se alguns ainda torcem o nariz à última
temporada da primeira era híbrida da
Fórmula 1, a verdade é que pode ser a

mais excitante e interessante desde 2014,
não sendo certo que os títulos estejam
entregues por antecipação. É que, além
do orgulho ferido da Ferrari e do desejo
da Red Bull em dar (mais) glória a Max

Verstappen, há uma série de recordes que
podem ser batidos este ano

José Manuel Costa lembrar que desde que a Fórmula 1 “nas- pretenderá oferecer o pleno de títulos de sition” com um Ferrari em 2018, baten-
[email protected] ceu”, em 1950, os pilotos lutam pela glória construtores á Mercedes nesta primei- do o recorde de velocidade com a volta
da vitória e dos troféus, e se a temporada ra era híbrida da Fórmula 1. Recordo que a ser feita a uma média de 263,588 km.
Eu que sou um adepto das es- de 2020 correr de forma normal – nem Hamilton só perdeu um título desde 2014 – Charles Leclerc esteve quase, quase a
tatísticas desde que comecei a precisa de ser extraordinária –, os livros para um Nico Rosberg que ficou esgotado bater o veterano finlandês ao ter regis-
comentar as corridas Nascar de recordes vão ter de ser reescritos pelos na luta com o seu companheiro de equipa tado um tempo 0,625 km/h mais lento.
na Sport Tv, estou como os ho- homens das estatísticas. E neste particu- e decidiu saltar fora para não ser humi- Ou seja, o recorde está em perigo.
mens que cuidam dos núme- lar há um nome que salta imediatamente: lhado no ano seguinte –, e, com mais ou
ros da Fórmula 1: ansioso que Michael Schumacher. menos fortuna, conseguiu ser uma bar- HAMILTON E SCHUMACHER:
o campeonato e inicie. Quando os mo- O piloto alemão, recordista de títulos mun- reira intransponível para Ferrari e Red Bull.
tores roncarem em Melbourne, já ali ao diais de pilotos, com sete troféus, de vitó- Naturalmente que Lewis Hamilton quer CARREIRAS SEMELHANTES
virar da esquina, entraremos no 70º ano rias na Fórmula 1 (91), de voltas mais rá- igualar o feito de Schumacher, quer ser O piloto da Mercedes nasceu em 1985,
da Fórmula 1 e há ainda alguns recordes pidas (77) e de pódios (155), entre outros o segundo sete vezes campeão, enfim, em janeiro, o mesmo mês do campeão
para bater. Portanto, nada melhor que re- recordes menos conhecidos ou lembra- quer ser o símbolo maior da Fórmula 1. E alemão, mas em 1969. Hamilton foi pela
cordar quais são e quais as probabilidades dos, está no ponto de mira do cada vez se olharmos para a carreira dos dois pilo- primeira vez campeão do Mundo com 24
de serem batidos em 2020. mais sólido e competente Lewis Hamilton. tos, vemos muitas semelhanças. anos (2008), Schumacher foi campeão do
Chegado aos 35 anos, o britânico prepa- Mundo pela primeira vez com 26 anos
HÁ 70 ANOS QUE SE ra-se como nunca e elegeu 2020 como o A CATEDRAL DA VELOCIDADE (1994). O britânico foi mais precoce, pois
ano onde quer igualar o alemão como re- Monza é um circuito fabuloso e Kimi foi campeão no segundo ano de Fórmula 1,
PROCURA SUPERAÇÃO cordista de títulos. Depois, pelo caminho, Raikkonen conseguiu fazer a “pole po- enquanto o alemão só conseguiu o título à
Não estarei a dizer nada de espetacular ao quarta vez. Hamilton conheceu um hiato

>> autosport.pt

11

de cinco anos para voltar a ser campeão, a Hamilton, nomeadamente, no Brasil. tas mais rápidas, ou seja, a 20 do alemão. das em 2011 com a Red Bull. O piloto da
Schumacher venceu dois títulos con- Ambos querem bater o recorde de Sebastian Um dos recordes que vai cair, sem sombra Mercedes fez 12 “pole positions” em 21
secutivos (1994 e 1995) e depois esteve Vettel, o piloto mais jovem de sempre a sa- de dúvidas, é o do maior número de pódios: corridas no ano em que perdeu o título
quatro anos para voltar a ser campeão. grar-se campeão do Mundo de Fórmula 1, Michael Schumacher tem 155 pódios, ou para Nico Rosberg, 2016. O britânico terá
Finalmente, Michael Schumacher con- com 23 anos, quatro meses e 11 dias. Porém, seja, 50,49% dos pódios possíveis, mas 22 corridas para bater este recorde.
seguiu o seu sétimo e último título com para o fazerem, terá de ser... agora! É que Lewis Hamilton já recolheu 151 pódios Se conseguir ficar no pódio em mais de 17
35 anos, Lewis Hamilton pode conseguir tanto Verstappen como Leclerc ultrapas- (60,4% dos pódios possíveis) e em 2020 corridas em 2020, Lewis Hamilton pas-
o sétimo título... com 35 anos! sam essa idade este ano e, por isso, é uma ultrapassará o alemão. Schumacher vai sará a ser o piloto com o maior número
ocasião de “ou vai ou racha”, mas quer-me manter, pelo menos mais um ano, o re- de pódio numa só temporada. No mesmo
RECORDES PARA TODOS parecer que este é um recorde que ficará corde de anos consecutivos a vencer: o registo, se o britânico conseguir 20 pó-
LewisHamilton não terá vida fácil pois os mais alguns anos em vigência. alemão ganhou pelo menos uma corrida dios consecutivos em 2020, bate Michael
jovens que estão a assentar arraiais na Sendo certo que os carros de 2021 serão por ano durante 15 anos (1992 a 2006), o Schumacher, que fez 19 pódios consecu-
Fórmula 1 estão empenhados em arru- mais lentos quase cinco segundos que os britânico ganhou pelo menos uma cor- tivos entre o GP dos Estados Unidos de
mar com os “idosos” a um canto. Charles atuais, 2020 é a última oportunidade para rida por ano ao longo de 13 anos (2007 2001 e o GP do Japão de 2002. Hamilton fez
Leclerc quer passar a ferro Sebastian bater recordes da volta mais rápida em a 2019). Também não vai ser em 2020 16 pódios consecutivos entre o GP de Itália
Vettel e deu um lamiré sobre as suas todas as pistas e Hamilton aproximar-se que Lewis Hamilton vai conseguir igua- de 2014 e o GP da Grã Bretanha de 2015.
capacidades em Monza, onde não deu do recorde de Schumacher. Recordo que o lar Michael Schumacher, ele que ven- Michael Schumacher conseguiu em 308
chances a Hamilton, defendendo-se com alemão fez a volta mais rápida em 25,08% ceu cinco título consecutivos. O piloto da corridas disputadas – Lewis Hamilton
classe do inglês. Max Verstappen não tem das corridas disputadas com um total de Mercedes triunfou em três (2017 - 2019) e “só” tem 250 corridas e está a 58 do ale-
oposição na Red Bull e já deu que fazer 77 voltas. Hamilton está longe, com 44 vol- está atrás de Sebastien Vettel (4) e Juan mão – pontuar em 221 delas. O campeão
Manuel Fangio (4). do mundo de 2019 já chegou às 213 cor-
Lewis Hamilton pode tentar quebrar o re- ridas com pontos, pelo que em 2020 vai
corde do maior número de vitórias numa passar por Michael Schumacher e Kimi
temporada: Michael Schumacher está Raikkonen, este que se encontra empa-
igualado com Sebastian Vettel, com 13 tado com Hamilton.
vitórias nas épocas de 2004 e 2013, res- Uma vez mais, Schumacher na berlinda:
petivamente. Hamilton tem 11 vitórias nas o alemão é o piloto que mais voltas lide-
temporadas de 2014, 2018 e 2019. Pode rou, com 5111 voltas. Hamilton é segun-
igualar ou superar, também, Sebastian do com 4486 voltas, ou seja, faltam-lhe
Vettel no que toca ao maior número con- 625 voltas e não será fácil destronar em
secutivo de vitórias. Sebastian Vettel lidera 2020 o alemão. Nigel Mansell é o piloto
a lista com nove corridas em 2013 (Bélgica, que tem mais vitórias partindo da “pole
Itália, Singapura, Coreia do Sul, Japão, Índia, position” – usando o fabuloso Williams
Abu Dhabi, Estados Unidos da América e ativo em 1992 -, mas Lewis Hamilton está
Brasil), Lewis Hamilton conseguiu cinco a um passinho: o “brutânico” tem 9, o
na temporada de 2014 (Itália, Singapura, campeão do Mundo de 2019 contacom8.
Japão, Rússia e Estados Unidos). Quanto ao “barba cabelo e unhas” – ou
Michael Schumacher venceu por oito seja, pole position, vitória e volta mais
vezes o Grande Prémio de França, Lewis rápida na mesma corrida – Michael
Hamilton pode tentar ultrapassar o ale- Schumacher lidera ao ter registado 22,
mão com oito vitórias nos GP do Canadá Lewis Hamilton está a sete e tem 22
e Hungria em 2020. Ayrton Senna con- corridas em 2020 para tentar passar
seguiu fazer oito “pole positions” conse- Schumacher. Já no “Grand Slam” (pole,
cutivas entre o GP de Espanha de 1988 e vitória, volta mais rápida e liderar todas
o GP dos Estados Unidos de 1989. Lewis as voltas da corrida), Jim Clark segura
Hamilton só conseguiu sete pole conse- a liderança com oito “Grand Slam”, mas
cutivas em 2015. Será que em 2020 iguala Lewis Hamilton tem seis, o último deles
ou bate Senna? no GP do Abu Dhabi de 2019. Um recorde
SeopilotodaMercedesfi era“poleposi- que está ao seu alcance.
tion” no GP da Austrália, passa a ser o pilo- Kimi Raikkonen, já com 40 anos, se tudo
to que mais “poles” fez no mesmo Grande correr como o previsto, irá tornar-se no
Prémio: o recorde é dele, de Ayrton Senna piloto com mais Grandes Prémios dispu-
e de Michael Schumacher com oito vol- tados. Rubens Barrichello tem 326 provas
tas mais rápidas na qualificação. Senna disputadas, Raikkonen vai fazer, tudo
fê-lo no GP de San Marino, Schumacher indica, 22 corridas e passará a ter 333,
no Japão e Hamilton na Austrália. Já ago- mais sete que o brasileiro. O piloto da Alfa
ra, se fi er a “pole” na Austrália em mar- Romeo pode, também, bater Fernando
ço, Lewis Hamilton passa a ser o piloto Alonso no maior número de corridas ter-
com o maior número de “pole position” minadas:oespanholtem245,ofin andês
consecutivas no mesmo Grande Prémio tem 244. Portanto, basta a Raikkonen ver
(desde 2014 que é ele o primeiro a sair a bandeira de xadrez em Melbourne e no
do primeiro lugar da grelha de partida Bahrain para esse recorde cair.
na Austrália), em igualdade com Ayrton Se a Mercedes conseguir o sétimo título
Senna (fez sete consecutivas em San consecutivo em 2020, a equipa liderada
Marino entre 1985 e 1991). por Toto Wolffultrapassará a Ferrari, de-
Outro recorde na mira de Lewis Hamilton pois de igualar o registo recordista da casa
está na posse de Sebastian Vettel. O ale- de Maranello com seis títulos de constru-
mão fez 15 “pole positions” em 19 corri- tores consecutivos.

f1/
FÓRMULA 1

12

AUDIÊNCIAS

AUDIÊNCIA

CONTINUA A SUBIR
Recordo que no ano Anos a fio a Fórmula 1 esteve sada, cristalizada e quase fossilizada, fe- AUMENTO GERAL EM 2019
passado, mais ou menos sentada num trono fausto com chada para o admirável mundo novo que
por esta altura, escrevi nas uma banda de um homem só desapontava. A Fórmula 1 parecia o clube Segundo os dados libertados pela Liberty
páginas do Autosport que (Bernie Ecclestone) que levava do Bolinha onde só entravam os escolhi- Media, nos 20 mais importantes merca-
“pensava-se que a Fórmula muito a sério a canção dos Pink dos e os que escolhiam. Bernie Ecclestone dos, o número de espectadores cresceu
1 não tinha conserto Floyd,“Money”,particularmen- levava ao limite o conceito “dividir para 9% para 1,922 mil milhões. Curiosamente,
após os últimos anos te quando diz “dinheiro é um crime, parti- reinar”, tendo raro talento para ajoelhar estas cifras contradizem tudo aquilo que
de liderança de Bernie lha-o, é justo, mas nunca mexas na minha os resistentes e apagar os contestatários, a teoria ensina: Lewis Hamilton ganhou o
Ecclestone, mas a Liberty parte.” Enfim,o britânico tinha punho de espalhando dinheiro a esmo para que as seu terceiro título consecutivo a três cor-
media tem vindo a provar ferro, habilidade extrema para ajoelhar os bocas continuassem caladas e os braços ridas do fi al do campeonato, algo que é
o contrário.” Ora se 2018 rivais e confiava na velha máxima “dividir no ar durante as votações. desastroso para as audiências.
foi um ano de recuperação, para reinar”. Assim foi ao longo de déca- Tudo mudou em 2018 e os resultados A explicação é simples: o facto de muitos
2019 mostrou-se um das com a Fórmula 1 a prosperar muito, a ficaram imediatamente á vista: mais países transmitirem em canal Premium as
ano de crescimento da enriquecer uma mão cheia de rapazes e pessoas viram o Mundial de Fórmula 1 corridas não afastou adeptos, antes pelo
audiência da Fórmula 1 raparigas com pouca ou nenhuma preo- em 2018 que em 2017, ano que já tinha contrário, existindo uma nova tendência
cupação com quem pagava o espetácu- conhecido um incremento de audiência. que contraria muitos “expert”. Ou seja,
José Manuel Costa lo, quem fazia o espetáculo e, sobretudo, Contas feitas, o total de pessoas únicas as audiências de televisão têm estado a
[email protected] para quem via o espetáculo. que viram Fórmula 1 em 2018, nos 20 crescer desde 2017, com os alemães a te-
Quando a Liberty Media tomou as rédeas maiores mercados, foi de 1.781 mil mi- rem 84 milhões de espectadores na RTL
da Fórmula 1, encontrou uma máquina pe- lhões de pessoas! (média de 4 milhões por prova) e a Sky,
no Reino Unido, teve quase 9 milhões de

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13

espectadores ao longo das 21 corridas, cial na televisão, nas redes sociais e numa diência em 2019 que em 2018, com a visua- A fortíssima aposta da Liberty Media está
ou seja, 0,42 milhões por cada uma das abertura que no passado não era mais lização dos treinos livres e da qualificação todavia nas redes sociais, com destaque
21 corridas. que um desejo. a conhecer forte incremento. Segundo a para as plataformas Instagram, Twitter,
O maior crescimento foi experimentado Na China houve uma boa recuperação, Liberty, ao sábado, a audiência global su- Facebook e Youtube. E a tendência vem
na Polónia com 256% face a 2018, muito pois mais cinco por cento de chineses as- biu cinco por cento face a 2018. Mas o re- confir ar que o trabalho e o investimen-
por culpa da presença de Robert Kubica sistiram a corrida de Fórmula 1 em 2019. sultado mais espantoso é na sexta feira: to estão a dar frutos. Não houve nenhum
na Williams, num regresso após quase Contasfeitasás provas, 19 das 21 corridas foram mais 24% de espectadores face a desporto com tanto crescimento nas
nove anos de ausência. Acreditamos que conseguiram melhores resultados de au- igual período do registado no ano anterior. redes sociais como a Fórmula 1: 32,9%
em 2020 a evolução seja negativa com a mais que em 2018 para 24,9 milhões de
saída do polaco da Williams. Porém, será seguidores. Que diferença face a 2017!
mitigada pois Kubica andará pela Fórmula Nota fi al para a corrida que conheceu
1 como piloto de testes da Alfa Romeo. maior número de espectadores e que,
O efeito Max Verstappen nas audiências para mim, terá sido a melhor corrida de
na Holanda é semelhante ao que Michael 2019: Monza! A catedral da velocidade
Schumacher provocou na Alemanha teve 112 milhões de espectadores a ver
quando chegou à Fórmula 1. Nessa al- a prova em que Lewis Hamilton foi ba-
tura, em 2001, a RTL teve uma média de tido por Charles Leclerc, com o mone-
10,44 milhões de espectadores por prova. gasco a levar ao degrau mais alto do pó-
Hoje, só com Nico Hulkenberg, mas com dio um Ferrari, fazendo tocar os sinos
a Mercedes, a audiência é de quatro mi- de Maranello. Desde o GP do México de
lhões por prova. 2016 que não havia tanta gente a ver
Mas o mais importante para a Liberty são uma prova de Fórmula 1, com o Mónaco,
os resultados do mercado norte america- prova habitual líder de audiências, a ser
no: as audiências subiram sete por cen- destronada. Como curiosidade, foram
to em 2019, um sinal encorajador para os quatro provas com mais de 100 milhões
promotores da Fórmula 1, que começam de espectadores: Monza, Mónaco, Brasil
a ver resultados do seu investimento ini- e Alemanha.

F1/
FÓRMULA 1

14

HAAS

FOI A PRIMEIRA
AMOSTRAR OCARRO
Numa altura que falta apenas
A Haas tornou-se uma semana para o arranque primeira mudança, foi na decoração com a esse conhecimento para tornar o VF-20
na primeira equipa dos testes de pré-temporada equipa a escolher o preto, branco e cinza. num carro competitivo. É importante para
de Fórmula 1 a revelar em Barcelona, as equipas já de- Para o fundador e dono da equipa, Gene mim estar de volta à luta e marcar pontos
o seu monolugar de 2020, ram início às suas apresenta- Haas, é tempo de olhar com otimismo de forma consistente, certamente que
apresentando imagens ções. Nesse particular, a Haas para a nova época, e tentar voltar ao nível temos essa capacidade e já provámos,
de estúdio. Está dado começou na frente. A equipa norte-ame- de 2018, esperando que as lições tenham como organização, que podemos fazê-
o tiro de partida ricana, que vai alinhar pela quinta época sido aprendidas: “Estou satisfeito em ver -lo” disse Gene Haas.
para a temporada na F1, espera dar o salto depois de uma o carro voltar às cores mais familiares da
época 2019 muito abaixo do desejado. Haas Automation, é certamente uma pin- LONGE DO TETO ORÇAMENTAL
Fábio Mendes Problemas de correlação entre os dados tura com a qual as pessoas se identificam. A Haas é uma das estruturas mais pe-
[email protected] obtidos no túnel de vento e os resultados Sinceramente, espero que o VF-20 nos quenas da F1 e também uma das que
em pista dificultaram a vida da equipa faça regressar à forma que mostrámos menos gasta. Apesar do teto orçamental
que este ano pretende voltar ao nível de em 2018, quando terminámos em quinto que irá entrar em vigor a partir de 2021, a
2018, quando terminou em quinto lugar. no campeonato de construtores. O ano Haas não deverá gastar mais do que faz
Apesar da sua apresentação oficial es- de 2019 foi difícil de suportar. Passámos atualmente. Calcula-se que a equipa te-
tar marcada apenas para 19 de feverei- por um processo educacional, que chega nha gasto 150 milhões de dólares o ano
ro, quando arrancam os testes, já se pode a todas as equipas de Fórmula 1 em al- passado, o que fica muito longe dos orça-
perceber como será o VF-20/Ferrari. A gum momento. Estou confiante de que mentos da Mercedes, Ferrari e Red Bull, e
aprendemos com essas lições e aplicámos fica a alguma distância dos 175 milhões

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A Haas permitiu-nos de dólares do limite orçamental. Guenther Foi esta postura que permitiu à equipa
um primeiro olhar do Steiner afir ou que a aplicação do limi- perceber o problema de correlação e sem
monolugar com que te não mudará a forma de trabalhar da isso a Haas estaria nesta fase ainda pior:
pretende resolver equipa: “Vamos ficar com o que temos”, “Na corrida de Barcelona, quando trouxe-
os problemas da disse. “Somos bastante conservadores mos a evolução para o carro, eu imedia-
sua temporada de com estas coisas. Nós não vamos fazer tamente disse que havia um problema.
Fórmula 1 de 2019 isso [aumentar o orçamento]. Fazemos o Em Paul Ricard, depois da qualificação,
com a revelação do que temos feito e tentamos fazer o me- eu disse-lhes que tínhamos que parar
seu VF-20 lhor possível. O próximo passo será uma de nos concentrar nos pneus porque não
nova diminuição e as equipas que agora era esse o problema. Havia outro proble-
gastam mais vão se queixar. Se não há ma real no carro. Foi quando se fi eram
uma visão e se faz o que é conveniente estudos mais aprofundados e percebe-
no momento, talvez isso não funcione.” mos que havia realmente uma questão
A Haas também não deverá ter condi- séria e tinha a ver com a correlação entre
ções para subir o orçamento, sem patro- o túnel de vento e a pista. O certo é que,
cinador principal, depois da saída da Rich se eu não tivesse dito em Barcelona que
Energy, num dos casos do ano passado. a evolução não estava a funcionar, eles
Se a equipa encontrar um patrocinador teriam continuado na mesma direção e
forte e os resultados melhorarem talvez este ano não teria dado certo. Esse foi de-
o discurso mude. fin tivamente um ponto positivo”, disse.
“Estamos à espera para ver como estará
FEEDBACK DE GROSJEAN ESSENCIAL o carro em pista. Temos todos os núme-
ros do túnel de vento, acho que aprende-
Romain Grosjean pretende continuar a mos muito desde o ano passado e agora,
usar a mesma postura que usou no ano de novo, a única resposta que realmente
passado em que apontou logo os pro- iremos obter surgirá quando guiarmos o
blemas da evolução do chassis, não se carro e vermos como ele se porta em pis-
remetendo ao silêncio. ta. Teremos que entender de onde vêm os
O início da época da Haas foi penoso, com problemas de correlação, compreender
a equipa a não conseguir os resultados o que fi emos de maneira diferente dos
desejados. Os responsáveis da equipa outros e analisar os conceitos. Vamos
apontavam os pneus como a principal então esperar pelas primeiras voltas em
causa dos problemas, mas a atualiza- Barcelona para garantir que medimos
ção do chassis estreada em Barcelona tudo o que acontece no carro e que esta-
não trouxe as melhorias desejadas, com mos alinhados com o túnel de vento”.
Grosjean a apontar os defeitos do carro.

16 CPTT/
CAMPEONATO PORTUGAL TT - BAJA TT VINDIMAS DO ALENTEJO

TITARGIOUNRFEOIDSE
Depois de terem assegurado o título do CPTT em 2019, Tiago
Reis e Valter Cardoso entraram nesta temporada a vencer, depois
duma bela luta com João Ramos e Victor Jesus, que durou mais
de metade da prova. Pelo que se viu, ‘temos’ campeonato
José Luís Abreu
[email protected]
FOTOS AIFA/Jorge Cunha; Rui Reis FOTO; FPAK/Ricardo Oliveira e Ricardo Castro

Candeia que terminou 2019 à setor seletivo, devido a um problema
frente alumia duas vezes! Foi na caixa de direção da Hilux, quando
o que se passou com Tiago a diferença entre ambos se cifrava em
Reis/Valter Cardoso que, aos apenas 25.3s. Dessa forma, os homens
comandos do seu bem prepa- do Mitsubishi ficaram com o caminho
rado Mitsubishi Racing Lancer, livre – leia-se uma grande diferença –
entraram a vencer no Campeonato de confir ando facilmente o triunfo.
Portugal de Todo-Terreno, numa estreia Tiago Reis chegou à liderança no fi al
bem positiva da Baja TT Vindimas do
Alentejo. Está de parabéns o CPKA -
Clube de Promoção de Karting e Auto-
mobilismo. O evento não esteve perfeito,
mas arrancou logo a um nível muito
bom. O percurso esteve globalmente
bem marcado, houve algumas queixas
no primeiro dia prontamente corrigidas,
e esteve tudo perfeito no segundo em
que se repetia o setor seletivo.
O piso estava, naturalmente, mais di-
fícil no segundo dia de prova, mas o TT
é assim mesmo, desde que não seja
exagerado.
Apesar de ser cada vez mais difícil en-
contrar traçados, o percurso foi bem
escolhido, e agradou a gregos e troianos.
Em termos desportivos, a dupla Tiago
Reis/Valter Cardoso assegurou o triunfo
na primeira prova do CPTT ao terminar
com uma vantagem de 7m30.1s sobre a
dupla espanhola, Luis Recuenco/Vitor
Rodriguez (Mini Countryman). Para o
conseguir, os campeões nacionais em
título travaram na primeira metade da
prova uma bela luta com João Ramos e
Victor Jesus (Toyota Hilux), mas estes
cederam na fase inicial do derradeiro

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17

COMENTÁRIO DO VENCEDOR

TIAGO REIS

“FOMOS JUSTOS VENCEDORES”

Tiago Reis e Valter Cardoso entraram da
melhor maneira no CPTT 2020. À chegada ao
Parque de Exposições de Beja, o Campeão
de Portugal de TT referiu que “a prova correu
bem”. “Sabíamos que iriamos ter uma prova
difícil. No dia decisivo entrámos ao ataque
e quando percebemos que o João (Ramos)
tinha tido problemas, gerimos a corrida até
ao fim, e conseguimos vencer. Agora vamos
encarar o campeonato da mesma forma
que encarámos esta corrida, com o intuito
de dar o nosso melhor e tentar os melhores
resultados possíveis em cada uma das provas”, começou por dizer Tiago Reis
que recordou a sua prova: “O primeiro Setor Seletivo correu-nos muito bem e
conseguimos vencer. Percebemos nos últimos quilómetros que estávamos muito
próximos do João Ramos e atacámos, confiantes que seria possível recuperar
e somar os primeiros pontos neste CPTT”. “As corridas são mais interessantes
quando são disputadas e é também por isso que esta competição é interessante.
No domingo, tal como no dia anterior, foi bastante positivo. Cedo percebemos
que, depois do abandono do João Ramos, podíamos gerir, mas não deixámos de
atacar e mostrar o nosso andamento. Fomos uns justos vencedores. Espero que
seja a primeira de muitas vitórias este ano”, concluiu.

C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

POS. PILOTO/NAVEGADOR CARRO TEMPO/DIF. CAT.
1 TIAGO REIS/VALTER CARDOSO MITSUBISHI RACING LANCER 3:53:07.2 T1
2 LUÍS RECUENCO/VITOR RODRIGUEZ MINI COUNTRYMAN 7:30.1 T1
3 MANUEL CORREIA/MIGUEL RAMALHO MITSUBISHI HRX FORD 9:31.7 T1
4 PAULO RUI FERREIRA/JORGE MONTEIRO TOYOTA HILUX 12:28.1 T1
5 ANDRÉ AMARAL/NELSON RAMOS FORD RANGER 14:29.3 T1
6 NUNO MATOS/JOEL LUTAS FIAT FULLBACK PROTO 15:01.0 T1
7 NUNO MADEIRA/FILIPE SERRA KIA SPORTAGE TT 18:12.3 T1
8 ALEXANDRE RÉ7PEDRO RÉ CAN AM MAVERICK X3 18:46.5 T3
9 LUÍS DIAS/PEDRO C. RÊGO NISSAN PICKUP PROTO 19:55.0 T1
10 DAVID SPRANGER/NUNO BATALHA BMW 316 PROTO 26:19.5 T1
11 FRANCISCO BARRETO/CARLOS SILVA NISSAN NAVARA 29:42.9 T8
12 BRUNO RODRIGUES/RICARDO CLARO MAZDA PROTO CX5 36:15.8 T1
13 JOSÉ MENDES/JORGE BAPTISTA MITSUBISHI L200 38:12.4 T8
14 MÁRIO DUARTE/PAULO TORRES TOYOTA RAV 4 38:45.5 T8
15 EDGAR REIS/FILIPE MARTINS MITSUBISHI PAJERO 44:24.5 T8
16 CÉSAR SEQUEIRA/TÂNIA SEQUEIRA NISSAN NAVARA D22 44:27.9 T8
17 JOSÉ LOPES/MÁRIO CRISTINO MITSUBISHI L200 48:06.5 T8
18 HENRIQUE LOURENÇO/JOÃO LOURENÇO NISSAN DD2 48:08.0 T8
19 JOSÉ FARIA/JOSÉ JANELA FORD PROTO 53:52.4 T1
20 JOÃO FERREIRA/DAVID MONTEIRO NISSAN PATHFINDER (R51) 55:24.1 T2
21 NUNO TORDO/ANTÓNIO SERRÃO MAZDA CX5 PROTO 56:33.8 T8
22 JORGE CARDOSO/ANDRÉ BARRAS MERCEDES A 140 PROTO 1:22:01.6 T1
23 NUNO W. REIS/JORGE ANTUNES NISSAN NAVARA D22 1:35:06.9 T8
24 JOÃO FRANCO/PEDRO INÁCIO NISSAN NAVARA D22 1:46:33.5 T2
25 PEDRO BARROCO/MÁRIO MENDES SUZUKI GRAND VITARA 2:06:14.1 T8
26 CESÁRIO SANTOS/ALEXANDRE GOMES NISSAN D21 2:44:47.7 T8

cpTT/
CAMPEONATO PORTUGAL DE TODO-O-TERRENO

18 B A J A T T V I N D I M A S D O A L E N T E J O

do SS1 e nunca mais largou a posição. sexta posição com o Fiat Fullback Proto.
Apesar da margem para João Ramos à No primeiro dia de prova chegaram a
entrada do último dia se cifrar apenas em rodar na quarta posição, mas entre os
25.3s, a caixa de direção da ‘Dama Negra’ quilómetros 70 e 80 do primeiro SS sen-
cedeu e Ramos teve que abandonar. Nes- tiram uma gradual falha no rendimento
sa altura bastava ao campeão em título do motor, que se manteve até ao fi al,
geriroandamentoatéfi al,oquefezsem com Nuno Matos a reduzir o andamento
contratempos. Depois de ter conseguido de modo a chegar ao fim. No SS decisivo,
no prólogo o terceiro melhor tempo, a ape- ainda perderam uma posição para Paulo
nas três segundos de Alejandro Martins, Rui Ferreira, mas terminaram na mesma
Tiago Reis fez um primeiro Setor Seletivo sexta posição em virtude do abandono
muito positivo, recuperando 30 segundos de João Ramos. Com o motor a ‘fraquejar’
de desvantagem que tinha na segunda garantiram que chegavam ao fim
metade para João Ramos, terminando-o Sétimo lugar para Nuno Madeira e Filipe
com 26,3s de avanço. Serra (KIA Sportage TT), que termina-
No domingo, Tiago Reis voltou a ser ram com menos de um minuto de avanço
o mais rápido, dilatando a vantagem para Alexandre Ré e Pedro Ré (Can Am
para os seus mais diretos adversários, Maverick X3), que venceram o T3 (SSV).
mesmo a gerir o andamento face ao Luís Dias e Pedro Cunha Rêgo (Nissan
abandono de Ramos. PickUp Proto) terminaram em nono na
Enquanto durou a luta foi boa, sendo frente de David Spranger e Nuno Batalha
que esta competição promete muitas (BMW 316 Proto).
e boas lutas durante o ano. Faltaram a Francisco Barreto e Carlos Silva (Nissan
esta prova dois fortes candidatos mas, Navara) venceram o T8 com nove minu-
pelo que se viu, vai haver vários pilotos tos de avanço para José Mendes e Jorge
a lutar pelas posições de pódio, o que é Baptista (Mitsubishi L200), enquanto os
um excelente sinal para o campeonato. jovens João Ferreira/David Monteiro,
Luis Recuenco/Vitor Rodriguez (Mini em Nissan Pathfi der, conquistaram a
Countryman) começaram a prova em vitória na Classe T2.
quinto no prólogo e, a partir daí, tiveram Na classificação da Taça de Portugal de
uma prestação sempre muito consis- Todo-o-Terreno venceu Joel Marrazes,
tente. Chegaram cedo ao terceiro lugar, navegado por Fábio Ribeiro, em Nissan
logo na fase inicial do SS1, e subiram a Navara, com 26.3s de avanço para João
segundo no início do SS2 quando Ramos Paulo Oliveira e Pedro Cação, em Nissan
desistiu, terminando nessa posição. Terrano II. Entre os T0 a vitória foi para a
Manuel Correia e Miguel Ramalho (Mit- dupla composta por Bruno Barbosa e João
subishi HRX Ford) realizaram uma corri- Santos, nos ‘velhinhos’ UMM Alter Turbo.
da consistente, terminando com um belo A segunda prova do Campeonato de
prémio, o pódio. Sem rapidez para lutar Portugal AM48 será a Baja TT ACP -
pelo triunfo à geral, Correia manteve Santiago/Grândola que se disputará
sempre um bom ritmo, subiu do oitavo entre os dias 6 a 8 de março.
lugar que conseguiu no prólogo para a
quinta posição na fase inicial da prova,
terminou o SS1 já na quarta posição e
beneficiou do abandono à sua frente
na fase decisiva da prova.

SEGUNDO PELOTÃO FORTE

Paulo Rui Ferreira e Jorge Monteiro
(Toyota Hilux) foram quartos classifica-
dos, depois de suplantar André Amaral
e Nélson Ramos (Ford Ranger) já na
derradeira fase do setor seletivo, depois
destes terem capotado a 30 quilómetros
do fi al. Curiosamente, o piloto da Hilux
foi quem mais posições ganhou face à
sua posição no prólogo, em que foi ape-
nas 11º. A partir daí, em quase todos os
controlos de passagem subiu posições,
terminando num bom quarto posto da
geral. Era nono em CP1, sétimo no fim do
SS1, e só ‘parou’ no quarto lugar.
Azarado perto do fi al, André Amaral
foi sexto no prólogo, e terminou a prova
em quinto. Pelo meio, em CP1 era sétimo,
mas no fi al do SS1 já tinha subido para
o quinto posto. Passou cedo para quarto
no segundo dia, mas não manteve a
posição devido ao capotanço.
Nuno Matos e Joel Lutas terminaram na

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19

BAJA TT VINDIMAS DO ALENTEJO / TAÇA DE PORTUGAL DE TT (SSV)

BOM

APERITIVO

Daniel Jordão, Luís Engeitado
e dupla João Monteiro/Victor Melo
venceram a Taça de Portugal
de Todo-o-Terreno, prova que
serve de aperitivo ao arranque
das competições da FMP,
agendadas para o fim de semana
de 21 a 23 deste mês fevereiro

OCampeão Nacional em título, Daniel Jordão, Nos Quad, Luis Engeitado (Yamaha YFZ) dominou de Guerreiro, os segundos mais rápidos na derradeira etapa.
aos comandos de uma Yamaha WR, na com- forma clara uma corrida onde Luís Fernandes, em moto Para João Monteiro, vencedor da Taça de Portugal em
petição moto, o vice-campeão nacional, Luís idêntica, foi segundo, e Marco Pedroso, também em SSV, “tudo correu muito bem, apesar de quase tudo
Engeitado, também em Yamaha, entre os Yamaha, fechou o pódio. Para Luís Engeitado, “a prova ser novidade”. “Tínhamos tudo novo, desde o carro à
Quad, e a dupla João Monteiro/Victor Melo foi gira e rápida. No 2º dia o piso estava um pouco mais suspensão, a travagem, testámos ainda os novos pneus
em Can-Am, nos SSV, foram os vencedores degradado, porque já tínhamos feito uma passagem, Maxxis e tínhamos muito material da South Racing, a
da Taça de Portugal de Todo-o-Terreno ao triunfarem mas de resto estava tudo bastante bem pensado. As estrutura que nos está a apoiar. Participar nesta prova
na Baja TT Vindimas do Alentejo, prova que inaugurou a marcações no geral estavam bem. A minha vinda teve foi um excelente teste, fui fazendo uma adaptação ao
época desportiva. Daniel Jordão impôs-se desde o início, como principal objetivo treinar, e foi bastante bom ter carro ao longo da corrida e no segundo dia tentei mesmo
imprimindo um andamento eficaz que lhe permitiu conquistado este título.” apertar mais um bocadinho. Perto do fi al perdi-me um
vencer: “Correu bem e sem percalços. No primeiro dia Entre os SSV, e apesar do domínio da Can-Am, a luta pouco, mas ganhei e foi muito bom”.
a pista não estava tão bem marcada, mas no segundo o pela vitória foi uma constante ao longo de toda a prova, As posições seguintes foram ocupadas por Tiago
trabalho no terreno foi muito bem feito. Deixo os meus sendo que os vencedores - a dupla João Monteiro/ Guerreiro/Daniel Silva, da JB Racing, e por Roberto
parabéns a quem teve esta função. Estou contente por Victor Melo - foram encontrados já bem perto dos Borrego acompanhado de Nuno Abrantes, campeão
começar o ano com um título para a minha equipa e últimos quilómetros. Nacional de Quad e agora companheiro de equipa de
espero que o resto da época continue a correr bem”, Rui Carneiro liderou até ao quilómetro 57, dos 150 que Pedro Carvalho. Os dois terminaram separados por seis
referiu. No segundo lugar ficou Bruno Borrego (KTM) tinha o derradeiro setor seletivo. Depois de uma passa- segundos na etapa do dia que foi ganha por Luís Cidade.
que gastou mais 3m12s que o vencedor. Micael Simão gem pela liderança por parte de João Monteiro era João Outros vencedores na Baja TT Vindimas do Alentejo foram
(KTM) completou o pódio, tendo Daniel Jordão vencido Dias quem comandava a corrida ao quilómetro 116. Um a dupla Nuno Gameiro/Mário Ourives, em Yamaha, que
ainda a classe TT2. Bruno Borrego foi o primeiro entre engano no percurso retirou-lhe a vitória e empurrou-o triunfaram na Classe TT2, enquanto Dorothee Ferreira
os TT3 e Renato Mendes o mais rápido dos TT1. para o 3º lugar atrás da dupla Pedro Carvalho/André em Can-Am venceu entre as senhoras.

cpTT/
CAMPEONATO DE PORTUGAL DE TODO-O-TERRENO

20 B A J A T T V I N D I M A S D O A L E N T E J O

JOÃO RAMOS

“SE QUEREMTIRARNOTAS
PARA GANHAR, VÃO PARA OS RALIS...”

João Ramos não teve sorte nesta prova ao vistos não tem tido avanços positivos: “A nas suas pistas estão cada vez mais a porque se sentem mais à vontade ou porque
desistir quando era segundo, a 25.3s do líder, verdade desportiva está posta em causa. impedir que lá se passe, porque as pessoas querem ganhar, vão para os ralis, treinem,
mas antes do arranque mostrou-se muito É um descalabro, toda a gente sabe que há vão para lá treinar, derrubam as sebes, tirem notas, façam como nos ralis, porque
crítico face a alguns aspetos do calendário gente a reconhecer. Nas motos é permitido dão cabo dos terrenos, o gado foge, são lá é permitido. Vão para lá, saiam daqui para
de 2020 do CPTT, insurgindo-se ainda até um mês antes, mas nos autos não é, não imensas as críticas que já ouvi por parte dos fora porque não faz sentido estarem aqui
contra quem diz andar a desvirtuar o que é podem andar no terreno. Pedi às federações organizadores que isso está a acontecer. Há presentes neste espírito de batota. Já pedi
o espírito do TT: “Vamos ter a primeira fase de motos e carros que alterassem o custos para os proprietários que eles cada isso e pedi para colocarem câmaras onboard
do campeonato com cinco provas, termina regulamento para que, assim que uma prova vez mais não admitem.” dentro dos automóveis e o próprio Dakar já
no início de maio, não faz sentido, podia seja anunciada, passe a ser proibido andar “As pessoas têm que ter essa sensibilidade. está a tomar medidas sobre as questões da
esticar-se até ao final de maio, pois a época no terreno. Sabemos que isso não impede Em vez de estarem preocupados com o seu batota. Nada disto vai impedir que continue
dos incêndios, que é a desculpa que dão, não que alguns façam batota, mas há uma ego pessoal de ganhar corridas duma forma e existir batoteiros, mas podemos tomar
serve, pois podíamos perfeitamente ir até ao mensagem que passo e tem a ver com os ilegal, com batota, acho que deviam pensar algumas medidas que limitem ou minimizem
final do mês. Temos cinco provas, e depois efeitos colaterais: é que os proprietários dos que o espírito do todo o terreno é um espírito que as pessoas andem tão à vontade neste
mais duas passados quatro meses. terrenos que dão autorização para passar da descoberta. Se querem tirar notas, campeonato.”
Ficar parados quatro meses é uma eternidade.
Podiam perfeitamente passar uma das cinco
provas para a segunda metade, separava
melhor o campeonato pois podemos chegar
à quinta prova e estar tudo decidido, e a
parte final já não terá tanto interesse. Para
além disso entre a Baja de Loulé e Baja TT do
Pinhal vamos ter oito dias úteis de trabalho.”
“A Federação e os organizadores têm que
pensar que as equipas têm os seus custos
e se houver algum percalço numa prova
será necessário horas extra, mais stock de
material e mais custos para se conseguir
fazer a prova seguinte, algo que em oito dias
úteis de trabalho é impossível se alguma
coisa mais complicada acontecer. Como
sempre, quem tem mais problemas com
estas decisões somos nós, os concorrentes,
e acho que devíamos ser ouvidos, mas não
somos”, salientou João Ramos, dando conta
de alguns temas que revelou ter sugerido
à federação, organizadores e colegas de
competição. Sem se deter, puxou ainda um
tema de que se fala há muito, mas pelos

ALEJANDRO MARTINS AZARADO

Alejandro Martins e José Marques não tiveram sorte nesta
Baja já que problemas no Mini John Cooper Works Rally
impediram a dupla de continuar em prova. Depois de terem
vencido o prólogo, o Mini John Cooper Works Rally, proveniente
da X-Raid e assistido pela MRacing, teve um problema com
o motor e a dupla teve de parar. “Depois de um prólogo bom,
o segundo setor não correu como esperava. Até ao km cinco
e seis do troço da tarde estava tudo a correr dentro do
normal. Começámos a sentir o carro a aquecer, foi aquecendo
progressivamente e ao quilómetro 12/13 sentimos que a
temperatura já estava de tal modo alta que o carro começou
a dar sinal e a perder potência. Logo a seguir, na primeira
saída de alcatrão, saímos para ver o que se passava”, explicou
Alejandro Martins que já não regressou à prova.

ALEXANDRE RÉ PARA JÁ SEM DEFINIÇÕES >> autosport.pt

Depois de ter sido vice-campeão de Portugal desenvolver algumas coisas para as provas 21
de Todo-o-Terreno em 2019, Alexandre Ré do campeonato do mundo, no que aos T3
regressou este ano de SSV, não sabendo para (SSV) diz respeito. Espero na próxima prova PRÉMIO FAIRPLAYPARA
já em que moldes irá correr no CPTT 2020: “Foi regressar num T3 dos novos. O ano passado JOÃO FRANCO EPEDROINÁCIO
uma experiência que quisemos fazer. Estamos, comecei em jeito de brincadeira, para ver
tal como antes, com a South Racing, eles o que ia acontecer, e acabámos por fazer o João Franco e Pedro Inácio são dois jovens pilotos que se estrearam no passado fim de
estão muito fortes na preparação dos Can-Am campeonato todo, penso que bem, fomos semana em Beja no CPTT, aos comandos de uma Nissan Navara T2. Filho de Alexandre
(SSV), mas infelizmente ficámos com uma vice-campeões. Este ano não tenho um projeto Franco e sobrinho de Rui Franco, conhecidos piloto e navegador de TT, João Franco
versão anterior porque os carros ainda estão definido mas quero desfrutar. Tenho que ver transitou dos SSV, onde se iniciou para o CPTT com a carrinha com que o seu pai e tio
em trânsito à vinda do Dakar e não chegaram com a equipa o que vamos fazer, se trabalhar foram Campeões Nacionais de Todo o Terreno na Categoria T2, bem como vencedores da
a tempo desta prova.” no Can-Am versão 2020 ou eventualmente Taça Ibérica de Todo o Terreno em 2014. Agora, emBeja, levaram a água ao seu moinho e
“É uma experiência nova e ao mesmo regressar à nova versão da VW Amarok. Neste terminaram a prova em antepenúltimo da geral e segundo do T2: “Tanto eu como o meu
tempo estamos a ajudar a nossa equipa a momento não está nada definido”, disse. copiloto (Pedro Inácio) temos 18 anos, eu comecei a minha vida desportiva com 16 anos
nos SSV e sei que vou precisar de tempo para me ‘fazer’ ao carro, pois é uma grande
mudança para quem vem dos SSV. Os princípios básicos de leitura de terreno, onde
podemos arriscar ou onde temos que ter segurança, é igual, mas de resto é tudo muito
diferente, pois nos SSV podemos mandar-nos para as curvas sem as preparar muito, pois
a maioria deles pesam apenas por volta dos 750 kg mas nos autos temos que preparar
muito bem essas mesmas curvas pois pesam à volta de duas toneladas. A pilotagem
é bem distinta. No futuro, espero chegar à classe rainha, o T1, mas claro que tenho um
longo caminho pela frente“, disse.
Quanto a esta prova: “Foi muito dura para nós. No primeiro SS, ao quilómetro três
partimos a transmissão central, o que nos forçou a ter que fazer o setor todo apenas
com tração traseira. Resolvemos o problema e no domingo rodámos apenas para
conhecer melhor o carro, sem arriscar, apenas com o objetivo de chegar ao fim. Correu
tudo bem e ainda conseguimos ganhar o prémio de Fairplay, o que é um orgulho enorme”.

PEDRODIAS DASILVA
ESTREIA-SE NABAJATTACP

JOSÉ FARIA
“É BASTANTE DIFERENTE DOS RALIS”

Pedro Dias da Silva esteve na Baja TT Vindimas do Alentejo apenas Terminou num bom 19º lugar à geral a provas e no final faremos um balanço, apesar
como Team Manager da PRK Competições mas a estreia está próxima: estreia de José Faria no CPTT. Acompanhado do ‘meu bichinho’ estar mais nos ralis. Esta foi
“Esperamos já estar na Baja TT ACP. Quase de certeza estarei na próxima pelo experiente José Janela cumpriu sem uma prova para ganhar ritmo, só tinha feito
corrida, estamos a preparar um novo carro (ndr, trocou a Ford pela VW problemas os mais de 300 quilómetros da 20 km com o carro e não estava habituado
Amarok que era de Pedro Ferreira), que chegou recentemente. Ainda prova: “Vim para o TT para experimentar. Não à caixa sequencial. Se gostar muito disto,
não sei se faremos o campeonato todo ou não”, disse Dias da Silva, que tinha ideia e acho que é bastante diferente fico, devo voltar de forma mais frequente à
concorda com as mudanças no calendário do CPTT, mas tem dúvidas dos ralis. Os carros são diferentes, o tipo de competição, ainda não sei é se é nos ralis ou
quanto às datas: “Estou de acordo com a FPAK quanto ao número de condução é diferente. Vamos disputar duas no todo-o-terreno”, disse José Faria.
provas, mas o problema é o calendário. Sei que houve questões devido
aos incêndios, houve provas anuladas, encurtadas, vamos ver. É pena
ter um hiato maior dentro do campeonato (ndr, quatro meses) do que do
campeonato anterior para este. O calendário não está escalonado como
devia. Eram necessárias algumas mudanças”, disse.

TT/
TODO-O-TERRENO

22

DAKAR PAULO FIÚZA

ESTIVEMOS SEMPRE EM José Luís Abreu
SINTONIA, O PETERHANSEL [email protected]
ESTEVE SEMPREAAPOIAR-ME
Paulo Fiúza fez história no Dakar
ao terminar no pódio, resultado
que fica na história do Dakar
como a melhor classificação de
um português nos automóveis,
suplantando o feito de Carlos
Sousa em 2003 que terminou na quarta
posição, para além de que se tornou tam-
bém no navegador português com mais
etapas ganhas no Dakar. Sendo verdade
que os segundos lugares de Rúben Faria
(2013) e Paulo Gonçalves (2015) nas motos
continuam a ser os melhores resultados
de sempre de portugueses no Dakar, este
feito de Paulo Fiúza eleva a fasquia no que
aos automóveis diz respeito: “Este Dakar
foi o concretizar de um sonho. Poder estar
sentado ao lado do Sr. Dakar foi um privilé-
gio. Aprendi imenso com ele e, ao contrário
do que foi falado e especulado, estivemos
sempre em sintonia e nunca houve qual-
quer problema, fosse na comunicação ou
na objetividade da prova. O Peterhansel
esteve sempre a apoiar-me e mesmo nas
situações de navegação mais complicadas
ele próprio ajudava-me com a sua vasta
experiência”, começou por dizer Fiúza,
cuja maior dificuldade foi o facto de não
ter tido tempo para se preparar. “Não foi
fácil para mim foi ser chamado, a um mês
do início do Dakar, e logo para navegar o
Stefane Peterhansel. Apesar de me pre-
parar sempre antes de um Dakar, este
veio com uma pressão acrescida” revelou
o novo recordista, que em relação à prova
acrescentou: “Foi nova para todos, com
novos regulamentos, num país diferente,
com uma cultura diferente que obrigou a
uma adaptação diária. Com este terceiro
lugar fiz história para Portugal, o que me
deixa obviamente muito feliz e orgulhoso
da minha prestação. Além disso, consegui
vencer quatro etapas, o que me torna no
navegador português com mais etapas
ganhas no Dakar. Sete no total das minhas
participações”, resumiu Fiúza que colocou
a fasquia um pouco mais alto.

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23

FILIPE PALMEIRO

O MINI É MELHOREARAPIDEZ
DO NASSER NÃOOS CONSEGUIUTRAVAR

José Luís Abreu e sem grandes dificuldades. Quanto à navegação, “Na realidade, dunas só na 11ª etapa e não considero
[email protected] penso que foi positiva a entrega dos road books antes que tenham sido muito difíceis nem grandes como na
das partidas e penso que será sempre assim daqui América do Sul…”
Foi diferente este ano o Dakar para Filipe Palmeiro para a frente. Por fim, sou de opinião que a Arábia Houve um dia em que os três da frente se perderam.
já que, com Boris Garafulic a ficar no Chile devido Saudita tem um potencial enorme para este tipo de Coincidência ou eles andam a marcar-se uns aos outros
à situação política no Chile, para o navegador provas mas provavelmente a organização tem que e foi assim que se perderam os três. Consegues explicar?
lusosurgiuumaoportunidadediferente: opiloto fazer alguns ajustes no traçado”. “Acho que normalmente acontece nos mesmo locais
lituano Benediktas Vanagas ficou sem navegador, Achas que eles têm zonas para poder fazer um Dakar onde as motos se perdem também, isso torna mais difícil
devido a doença, poucos dias antes da prova ainda muito mais seletivo e duro? reconhecer algumas referências físicas do road book”.
começar, e Filipe Palmeiro estava ali à mão de semear. “A Arábia Saudita tem um potencial enorme para este Depois de tanto tempo a X-Raid voltou a ganhar, achas
Ultrapassadas todas as questões burocráticas, a dupla tipo de provas mas provavelmente a organização tem que o Mini Buggy é melhor que a Toyota Hilux?
fez um bom Dakar até ter problemas. que fazer alguns ajustes no traçado. “Acho que o Mini é melhor e a prova foi que o Nasser
Chegou ao top 10 na quinta etapa, mas na sétima jornada, Penso que é possível, no entanto pode a própria Arábia sendo provavelmente mais rápido não conseguiu travar
a primeira após o dia de descanso, perderam mais de Saudita não permitir que o Dakar passe em certos locais, a performance dos Mini”.
três horas devido a um grave problema de suspensão. mas também será uma possibilidade colocar outros O tipo de percurso era equilibrado ou melhor para um
Estavam na luta pelo top 10, mas o azar bateu-lhes à países vizinhos na rota do próximo ano, aliás como já conceito ou outro? (buggy/4X4)
porta e caíram para a 20ª posição da geral. Até aí tinham se fala publicamente…” “Penso que estando muito equilibrado em termos de
sabido fugir de problemas e estavam a ser regulares, Falava-se em dunas enormes, mas viu-se pouco disso velocidade de ponta os Buggys são mais eficazes no
mas com o tempo perdido as esperanças de uma boa na TV. O que viste por lá? fora de pista”.
classificação foram-se. Depois da forte queda na geral
após a sétima etapa, a dupla ganhou posições quase
todos os dias, terminando no 15º lugar.
Pensavas que ias ver o Dakar a partir de Portalegre…
“Depois do Boris (Garafulic) ter decidido não fazer o Dakar
muito perto do início da prova e depois de todas as equipas
da X-Raid estarem fechadas estive em risco de ficar em
casa, mas devido a um problema de saúde do navegador
do Benediktas Vanagas surgiu a possibilidade de irmos
juntos três ou quatro dias antes da partida da prova.
Tivemos que ultrapassar algumas questões contratuais
mas foi possível já que se tratava de um piloto que corre
de Toyota, mas numa equipa privada.”
Como correram as coisas?
“Comosepode calcular, tudo foi novo para mim, mas
no final foi uma experiência positiva e serviu para
conhecer outro carro. A primeira semana foi mais
interessante em termos pistas e navegação, na
minha opinião na segunda semana fizemos muitos
quilómetros pouco interessantes, com muitos ‘fora
de pista’ em linha reta, muito rápidos e por vezes
perigosos. Tivemos também poucas dunas a sério

24 WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - SUÉCIA

RALIDASUÉCIA

RPUAMECRTOARROIDSWETREC

O aquecimento global tem ‘baralhado’ a meteorologia um pouco
por todo o mundo e o Rali da Suécia está a ser vítima dessa situação.
A prova vai realizar-se, mas na caravana do WRC os receios são fundados…

José Luís Abreu em novembro e dezembro passados. a tradicional cerimónia de partida na pista O problema não passa só pela falta de
[email protected] A falta de neve nos troços – há especiais de cavalos de Karlstad. Na sexta-feira os neve, já que as velocidades que se atin-
que mais parecem o Rali da Finlândia concorrentes rodam nos troços norue- gem nesta prova com neve, são elevadas,
Não é novidade na história da – levou a FIA, o promotor do WRC e os gueses de Hof-Finnskog e Finnskogen imagine-se, sem…
prova e provavelmente esta é organizadores da prova a alterarem por bem como em Nyckelvattnet, já do lado da E se o tempo aquece ainda mais? Por
uma situação que se irá repetir completo o desenho do evento, anulando Suécia. O dia ficará completo pelo troço de outro lado, se nevar muito, anularam-se
ao manter-se a insistência em oito especiais. Torsby Sprint. O sábado terá um percurso troços para nada, se o tempo aquece, a
realizar o Rali da Suécia na zona Contudo, e como a meteorologia está em idêntico ao de sexta-feira, sendo que duas neve que resta vai derreter e não terá
em que se disputa atualmente. permanente evolução, ninguém sabe passagens pelo troço de Likenas comple- valido também de nada cancelar alguns
Nos últimos três ralis da Suécia só um muito bem o que vai acontecer com a tarão o evento, no domingo, a segunda das troços pois nenhum vai estar ‘próprio
deles se realizou em ‘perfeitas’ condições prova que arranca amanhã. Para já, está quais enquanto Power Stage. para consumo’.
invernais. confir ada a realização do evento. “É fantástico poder confir ar que o Rali Este é claramente um caso em constante
Era bom o promotor olhar para esta Tal como já sucedeu em 2016 – com a de- Suécia vai avançar”, disse o CEO do evento, desenvolvimento que ninguém sabe bem
questão atentamente. Mudar a prova cisão a ser tomada durante a prova – desta Glenn Olsson. “Muitas pessoas trabalha- como vai acabar.
para norte ou levá-la para… o Canadá! feita e após inspeção da FIA foi decidido ram muito para que pudéssemos chegar Quando este caso ‘rebentou’, muita gente
Sabemos que não é só ‘estalar os dedos’, que o Rali da Suécia se realiza com menos a este ponto, e estou também muito feliz se questionou, porque não se fazia um
há muita coisa em jogo, mas há que fazer oito troços do que o previsto, e apenas pelos adeptos, telespectadores e concor- rali de terra? Porque seria um pesadelo
alguma coisa. com 180 km de especiais cronometradas. rentes, pois vão poder desfrutar de uma logístico para a Michelin e também porque
Esta edição da prova vai ficar na história Depois de temperaturas anormalmente das provas mais espetaculares do WRC. não haveria um pneu perfeito. Continua a
dos 47 anos do WRC como o evento mais quentes na região de Värmland, na Suécia, Vamos receber os adeptos nas florestas, haver zonas de gelo, onde seriam precisos
curto da história desde a sua criação em bem como do outro lado da fronteira, na como planeado”, frisou. pregos. Sem detalharmos demasiado,
1973, ficando ainda por saber ‘até onde’ Noruega, o delegado desportivo da FIA Esta é a versão “politicamente correta”. seria uma espécie de ‘Monte Carlo 2’, mas
irá esse recorde que para já pertence à para os ralis, Timo Rautiainen, juntamente Mas há muitas questões no ar e não é sem a prévia preparação da Michelin e
mesma prova de 2016, que teve somente com o seu cunhado Marcus Gronholm, difícil perceber que o Rali da Suécia ainda das equipas. O que somaria problemas
226.48 Km, depois de terem sido anu- inspecionaram os troços, e chegou-se pode viver muitos problemas. Eliminaram à questão.
lados 9 dos 21 troços previstos. Caso o a um consenso: o rali terá ação compe- os troços de sábado (vão repetir os de Convém recordar que em 2016, foram
Rali da Austrália se tivesse realizado titiva em todos os quatro dias, conforme sexta-feira). E se os troços ficam muito anulados 31.6% da quilometragem do Rali
(e não cancelado como acabou por originalmente programado, mas com um danificados, como poderá ser o dia de da Suécia, colocando-o na história do
ser) teria batido o recorde por muito, itinerário fortemente modificado, sendo sábado? Mundial de Ralis como o mais curto de
já que esteve previsto realizarem-se ponto assente que será atribuída a tota- Utilizar pneus com pregos com pouco gelo sempre (226.48 Km). Já houve eventos
apenas 94 Km de especiais, devido lidade dos pontos para o campeonato. e neve danifica seriamente as estradas. com percentagens maiores de percur-
aos fogos que assolaram a Austrália O rali arranca na noite de quinta-feira com Já aconteceu no passado. so competitivo anulado, por exemplo a

SORDO E TANAK NO RALI SERRAS DE FAFE >> autosport.pt

A Hyundai MotorSport confirmou a presença de Dani Sordo e Ott Tanak no Rali Serras 25
de Fafe, prova de abertura do Campeonato de Portugal de Ralis. Os dois pilotos irão
guiar os Hyundai i20 WRC, naturalmente, mas fora da classificação, o que é possível CRAIG BREEN “ESTOU PRONTO
devido à recente alteração levada a cabo no Regulamento do Campeonato de PARA MOSTRAR DO QUE SOU CAPAZ”
Portugal de Ralis 2020 que, no seu ponto 4.2.2., diz que “Concorrentes do FIA / WRC
da categoria RC1 (Rally Cars 1 – WRC) serão admitidos nos eventos do CPR não sendo Craig Breen foi ‘convocado’
elegíveis para a obtenção de pontos absolutos e/ou pontos extra, e/ou entrarem na para substituir Sébastien
classificação final do rali nem os seus tempos serem publicamente anunciados”. Loeb na Hyundai
Motorsport, no Rali da
Como se percebe, Suécia. Desta forma, a
este será um segunda prova do Mundial
enorme ponto de de Ralis marca a estreia
interesse para a de Breen em 2020 a bordo
prova da Demoporto do Hyundai i20 Coupé
já que os dois WRC. O piloto irlandês, que
pilotos vão rodar competiu em dois ralis
em paralelo com do WRC o ano passado,
os concorrentes revelou ao jornal irlandês
do CPR. Tal como Belfast Telegraph que esta
sucederá três é uma grande oportunidade: “O Andrea Adamo confiou em mim. Ele é uma pessoa
meses depois no de palavra e quando promete algo cumpre. Neste momento ele deu-nos, a mim e ao
Rali de Portugal. Paul (Nagle), ‘vida’ à nossa carreira. Em nenhum momento me senti posto de parte.
O Andrea deixou claro que podia confiar nele e eu confiei. Agora, estou quase a
guiar o carro, pronto para competir e mostrar do que sou capaz.”

C/ P R O G R A M A

QUINTA-FEIRA, 13 FEVEREIRO

SHAKE SKALLA 7.21 KM

SS1 SUPER SPECIAL STAGE KARLSTAD 1.90 KM

SEXTA-FEIRA, 14 FEVEREIRO

SS2 HOF-FINNSKOG 1 NORUEGA, 21.26 KM

SS3 FINNSKOGEN 1 NORUEGA, 20.68 KM

SS4 NYCKELVATTNET 1 18.94 KM

SS5 TORSBY SPRINT 1 2.80 KM

SÁBADO, 15 DE FEVEREIRO

SS6 HOF-FINNSKOG 2 NORUEGA, 21.26 KM

SS7 FINNSKOGEN 2 NORUEGA, 20.68 KM

SS8 NYCKELVATTNET 2 18.94 KM

SS9 TORSBY SPRINT 2 2.80 KM

DOMINGO, 16 FEVEREIRO

SS10 LIKENÄS 1 21.19 KM

SS11 LIKENÄS 2 POWER STAGE, 21.19 KM

Argentina 2007, quando violentas tem-
pestades impediram a caravana de rumar
de Buenos Aires para Villa Carlos Paz,
‘anulando’ 33.5% do percurso (248.26 km
realizados). A Córsega de 2015 também
foi bem afetada, com 26.3% dos troços
cancelados, na Jordânia 2011 houve atrasos
na chegada dos carros, devido a problemas
de segurança na zona, causando 22.1% de
anulações. Na China em 1999, perdeu-se
17.1% do evento. É algo que ciclicamente,
acontece. Vamos esperar para ver…

WRC/
CAMPEONATO MUNDIAL DE RALIS

26

“ RALLY DE PORTUGAL

ÉUMO CEVEENNTTROO-ÂDNECPOORRATPUAGRAAL

O Rali de Portugal de 2019 ficou marcado pelo regresso à zona tre outros, revelaram-se importantes sou à zona para testemunhar o regresso
centro do País. Arganil, Lousã e Góis voltaram a receber, 18 anos pilares sobre os quais assentou o êxi- do circo do WRC, ‘matando’ saudades
to, o carácter e a identidade da prova de 18 anos.
depois, a caravana da prova portuguesa, e os números ‘dizem’ portuguesa.
agora que a aposta foi boa Pela sua morfologia, pelo espetáculo FALEMOS DE NÚMEROS
que proporcionavam e pela influência O regresso do Rali de Portugal ao terri-
José Luís Abreu Arganil, Góis e Lousã, e sendo verdade que tinham no desenrolar dos aconteci- tório da região Centro do país, em 2019,
[email protected] que hoje em dia não se recuperam as mentos, alguns desses sítios tornaram- gerou retornos muito positivos, a nível
FOTOS @World e ACP MotorSport/ ‘noites longas’ na Serra do Açor, a ver- -se autênticos pontos de confluência de económico e não só.
Paulo Maria dade é que foram muitas as dezenas de milhares de adeptos que ali acorriam Isso mesmo foi sublinhado durante a
milhar de pessoas que não deixaram anualmente em ‘peregrinação’, promo- apresentação da edição de 2020 da prova,
Há muito que o ‘povo’ dos ralis de marcar presença nas serras do Açor vendo lugares recônditos, esquecidos que decorreu na Câmara Municipal de
ansiava pelo regresso do Rali e Lousã. durante os restantes dias do ano, a Coimbra. A exemplo do que o ACP fez para
Em mais de cinco décadas de vida do autênticas ‘catedrais’ de celebração a sua prova, foi igualmente levado a cabo
de Portugal à zona centro e Rali de Portugal, locais como Monte- da paixão pelo desporto automóvel. um estudo de impacto local, e foi esse
junto, Góis, Arganil, Lousã, Cabreira, No ano passado, a ‘casa cheia’ regres- estudo de “Impacto do WRC Vodafone
o ano de 2019 marcou esse Senhora da Graça, Marão e Viseu, en-

reencontro. O Rali de Portugal

voltou aos míticos troços de

>> autosport.pt

27

Rally de Portugal na economia do turismo nacional que se fazem a nível nacional. O nacionais, e estadias médias de 4,4 noites, O professor Fernando Perna descreveu os
e formação da imagem do destino”, da estudo aqui apresentado demonstra que nos estrangeiros. Também deste ponto de resultados do estudo. A conclusão mais
autoria do professor Fernando Perna, da o Rali de Portugal é um veículo de trans- vista, o rali trouxe um acréscimo muito evidente é de que o regresso do Rali de
Universidade do Algarve, que foi agora missão para a projeção dos territórios de positivo”. “Além de que é um fortíssimo Portugal ao Centro de Portugal atingiu
revelado. forma integrada, que tem impactos eco- aliado para a internacionalização: mais os objetivos propostos, ao contribuir para
Naapresentaçãodo ralidesteano, evento nómicos importantes. Para termos uma de 15 nacionalidades estrangeiras vieram criar uma imagem favorável do territó-
que contou com a presença dos presi- ideia, em 2019, entre adeptos e equipas, ao Rali de Portugal, tendo feito aumentar rio enquanto destino, expandir a época
dentes dos cinco municípios da região houve um retorno direto total acima dos a perceção positiva do destino”, acres- turística no tempo, aumentar a procura
Centro onde se irão realizar cerimónias 31 milhões de euros no Centro de Portugal, centou. turística, atrair visitantes internacionais e
de partida, troços ou ligações – Coimbra, sendo que o investimento foi de 600 mil “É através dos grandes eventos que nacionais e incrementar os ganhos eco-
Arganil, Góis, Lousã e Mortágua –, além do euros”, frisou. somos capazes de catapultar a nossa nómicos no destino.
presidente do Turismo Centro de Portugal, “Não menos importante”, continuou Pe- economia, de criar desenvolvimento e O Vodafone Rally de Portugal alcançou
Pedro Machado, este último destacou os dro Machado, “foi perceber que os adeptos riqueza e, depois, fazer com que esta seja na edição de 2019 um retorno fi ancei-
efeitos positivos que o regresso do Ral ide que vieram ao Centro de Portugal foram mais bem distribuída. O Rali de Portugal ro direto de 31,7 milhões de euros, para
Portugal provocou na região: “Este é um responsáveis por estadias médias entre é um evento-âncora para a região Centro um investimento de 600.000 euros. “É o
dos maiores eventos com projeção inter- duas e três noites, no caso dos adeptos de Portugal”, fi alizou Pedro Machado. acontecimento desportivo que mais pro-
jeta Portugal no mundo e, em particular,
as regiões Centro e Norte”, destacou o
investigador.
Em 2020, a 54.ª edição da prova visitará
as estradas de cinco concelhos da re-
gião Centro de Portugal. A sexta prova do
Mundial de Ralis, que vai para a estrada
entre 21 e 24 de maio, terá a sua partida
oficial em Coimbra, na Porta Férrea da
Universidade de Coimbra, na noite de
21, quinta-feira. Antes, os pilotos estarão
disponíveis para autógrafos no mesmo
local, onde o público poderá também ver
os automóveis de perto.
De Coimbra, os carros seguem na manhã
seguinte para as primeiras especiais da
prova: duas passagens por Lousã, Góis e
Arganil, à semelhança do ano passado,
e uma por Mortágua que regressa este
ano ao rali.
Depois do êxito do ano passado, em
2020, repete-se e aumenta-se a re-
ceita de sucesso.

WRC/
CAMPEONATO MUNDIAL DE RALIS

28

WRC COMOA
SEGURANÇA
ESTÁA
NMOSELRHAOLRISA.R..
Michèle Mouton é Delegada de
Segurança da FIA para os Ralis,

e o trabalho que tem vindo a
fazer está a mudar a face das

provas do WRC no que
à segurança diz respeito

José Luís Abreu
[email protected]

Onosso amigo David Evans Há um canal de comunicação via rá- de segurança: “As coisas melhoraram conseguimos convencê-las de que
trocou o Autosport inglês dio dedicado, para que todos possam muito, e não foi só em Portugal, mas precisavam de estar bem colocadas e
pela Dirtfish, mas continua controlar os carros de segurança, quer em todos os ralis”. respeitar as regras. Se não, perderiam
a produzir bons trabalhos e seja o 000, 00 ou zero. E isso melhorou A equipa de Mouton vê os onboards de o rali. Isso ajudou muito.”
este é um exemplo fantás- muito a questão da segurança. todos os troços e desta forma podem A passagem do Rali de Portugal para o
tico. Teve uma interessante Antes de Mouton fazer este trabalho, verificar tudo sem ter de parar e tirar Norte foi ‘stressante’ mas, como bem
conversa com Michèle Mouton, que essa função pertenceu a Jacek Bartos, fotos de pessoas mal colocadas. sabemos, em Portugal, o trabalho que
tem feito um trabalho muito bom como que trabalhou 20 anos na FIA. Daí para Devagar, as coisas foram melhorando o ACP faz há muito - desde o fim do
Delegada de Segurança da FIA para cá Mouton mudou muita coisa. Passou nos ralis e, mais recentemente, houve
os Ralis. a trabalhar mais com os organiza- casos em que o público foi ‘convencido’
Quando com ela falámos, há cerca de dores, sempre à procura de soluções a mudar o seu comportamento, por
ano e meio, no Rali de Portugal, ficámos viáveis e adequadas a cada realidade, exemplo, na Argentina: “Sabemos que
orgulhosos com uma resposta a uma isto porque todas as organizações têm a paixão pelos ralis é tão grande que
questão muito difícil: “Hoje em dia em ralis diferentes e também ‘problemas’ as pessoas não querem perder nada.
Portugal, o meu trabalho em segu- diferentes. Hoje em dia há vários se- Com a ajuda da rádio nacional, que
rança é quase um feriado para mim”. minários e estudam-se bem os planos esteve em direto em todos os troços,
Quem diria que um dia se iria ouvir
estas palavras de um Delegado de
Segurança da FIA depois de tudo o que
se viu e ouviu no passado no Rali de
Portugal. “A situação melhorou muito
em termos segurança. A organização
(ACP MotorSport) e a polícia conse-
guem ter todas as zonas de público
prontas antes das pessoas chegarem,
e depois não têm permissão para sair
dali para qualquer lado, para além do
que é permitido”, disse.
Hoje em dia, a FIA trabalha de forma
diferente com os carros de segurança
já que o sistema funciona em cadeia.

>> autosport.pt

29

século passado, com as ZE (Zonas Es- Norte, mesmo que tenhamos de forçar as quase de forma perfeita. Todos sabe- Camilli: “Ele fica a ver as imagens dos
petáculo) – foi ajudando a mudar os pessoas a portarem-se adequadamente. mos que o Rali de Monte Carlo tem tido carros de segurança quando passam
comportamentos e hoje em dia são E é isso mesmo que o público está a fazer muitos problemas com a segurança dos pelos troços e eu digo-lhe as zonas para
poucos os problemas: “Adoro o Rali de e tudo isso torna este rali fantástico”. espectadores, mas nesta prova isso não observar com mais atenção e onde deve
Portugal no Norte. Eu pressionei-os Mas o trabalho de Michel Mouton não se passou. As únicas queixas dos pilotos procurar as pessoas que podem estar
a voltar para o Norte porque a paixão para e o último bastião a ‘cair’ pode tiveram a ver com as tochas dos adeptos em movimento. Sabemos que alguns
está aqui. No Algarve havia bons troços, mesmo ter sido o Rali de Monte Carlo, na especial de Bayons - Bréziers, uma adeptos se escondem de nós e se movem
mas a atmosfera não é comparável à do já que desta feita as coisas correram das noturnas: “Vim aqui (Rali de Mon- depois de passarmos. O Nicolas está
te Carlo) pela primeira vez há quatro sentado com o diretor de prova e eles
anos e a melhoria é inacreditável”, disse têm contacto direto com os ‘marshals’
Mouton a Evans. “Este ano os adeptos nos troços, por isso, se virem alguma
estão 25 ou 30 metros mais atrás, no coisa, podem reagir de imediato. Mas
lugar certo, e ninguém se move dali. desta vez nada aconteceu em Monte
Pela primeira vez desde que cá venho, Carlo e foi isso que tornou o evento deste
não tenho notas deste evento. Estou ano tão impressionante. Foi quase per-
muito contente. A colaboração que os feito”, disse Mouton ao Dirtfish
organizadores tiveram com a polícia Estamos a três meses do Rali de Portugal
foi fantástica, aumentaram as zonas de e, a exemplo do que tem acontecido nos
espectadores e realmente educaram as anos anteriores, espera-se novamente
pessoas”, disse Mouton, que explicou que o público não seja um problema, pois
ainda que tem contado com a ajuda de como Mouton refere há sempre quem
Nicolas Klinger, ex co-piloto, que na- queira fugir às malhas de uma organi-
vegou pilotos como Nicolas Vouilloz, zação que, ainda assim, está bem pre-
Th erry Neuville, Robert Consani, Ju- parada e utiliza ‘ferramentas’ cada vez
lien Maurin, e mais recentemente, Eric mais úteis para a deteção do ‘perigo’.

WRC/
CAMPEONATO MUNDIAL DE RALIS

30

RALLY STAR
embra-se do Pirelli Star Driver,
iniciativa que visou apoiar jovens recente será talvez o de Pedro Paixão,
pilotos no início das suas carreiras um talento emergente dos ralis madei-
renses que decidiu parar por não con-
FIA PROCURA nosralislevadaacabopelaPirelli, seguir apoios para avançar. E todos vi-
como patrocinador, e pela FIA, que mos o que nos últimos três anos foi capaz
Ltrouxe ao mundo dos ralis alguns de fazer, abanando com o status quo no
nomes importantes como por exemplo Campeonato da Madeira e fazendo boas
FUTUROS CraigBreen,HaydenPaddoneOttTanak? exibições no continente.
CAMPEÕES Adaptado à era moderna, a FIA está a Não é só em Portugal que existe este pro-
DO WRC criar um sistema de deteção de jovens blema mas talvez no nosso país esta ques-
talentos, que começa nos eSports, e a tão seja ainda mais difícil de ultrapassar.
ideia é abrir-lhes o caminho através da Por isso, tem de ser visto de forma mui-
pirâmide dos ralis. to positiva a ideia de procurar talentos
Hoje em dia é cada vez mais difícil a um em iniciativas bem suportadas e de al-
piloto cumprir todo o percurso, desde a cance global.
base da pirâmide dos ralis até ao topo, Quem conseguir passar por todo o pro-
sem que pelo meio não tenha dificulda- cesso levará uma bagagem que sozinho
teria muita dificuldade em transportar.
des da mais variada índole. Claro que para avançar será sempre ne-
cessário a cada piloto ir descobrindo o seu
Não vale a pena lamentar os eventuais próprio suporte – não há almoços grátis
A FIA irá apresentar em junho uma iniciativa denominada 'Rally talentos que tiveram que arrumar o ca- – mas a história diz que é sempre muito
Star' que visa encontrar uma nova geração de pilotos de ralis. paceteeasluvasporqueemdeterminan- mais fácil dar nas vistas quando inseri-
A ideia passa por combinar duas disciplinas: ralis e eSports. domomentoenfrentaramcaminhoscom dos em programas 'fortes'.
Veja-se a quantidade de bons pilotos de
demasiadas pedras, obstáculos que não

José Luís Abreu foram capazes de ultrapassar.
[email protected] Osexemplossãomaisquemuitoseomais

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31

ralis em Portugal que passaram pelos
imensos troféus existentes ao longo da
história.
O modelo inicial baseia-se no bem sucedi-
do programa da FFSA, Federação Francesa
de Desporto Automóvel, o Rallye Jeunes,
que ajudou a lançar a carreira de cam-
peões mundiais como Sébastien Loeb
e Ogier.
O trajeto de um piloto de ralis deve ser bem
sustentado e a FIA decidiu agora olhar com
outros olhos para a base da pirâmide, indo
mesmo mais longe ao pensar numa for-
ma de recrutamento de pilotos para ali-
mentar a ‘cadeia’ do WRC.
A ideia, em termos globais, é boa, pois
quanto maior e mais forte for a base, mais
e melhores pilotos poderão ser capazes
de chegar ao topo.
E para isso, a FIA pretende dar oportu-
nidades a jovens que provem ter talento,
fazendo-os cumprir as primeiras etapas
sem que para isso sejam necessários rios
de dinheiro, fazendo uma triagem inicial
de talento em bruto, que irá tornar mais
fácil e evidente o caminho que se seguirá.
É aqui que 'entra' o Rally Star...

RALLY STAR damos as suas propostas”, disse Jerome por cones. Uma espécie de troço crono- rão depois um ano de testes e treinos, ao
Roussel, o líder do projeto FIA Rally Star metrado sem perigos. mesmo tempo que disputam seis a oito
O programa chamar-se-á Rally Star, pro- que também esteve envolvido no Rallye A chegar a esta fase, por todo o mundo provas regionais e nacionais na Europa.
vavelmente com Pirelli atrás, e pretende Jeunes. “Procura-se uma forma de mudar deverão ser muitos os milhares a tentar Depois, os três melhores pilotos desse
ser o suporte para os primeiros anos de os parâmetros do jogo para acrescentar a sua sorte e será a partir de aqui que o grupo de seis, irá avançar para um pro-
um jovem piloto nos ralis. Será anuncia- dificuldade. Com isso, pretende-se que funil se irá ‘apertar’ significativamente. grama de dois anos no Mundial de Ralis
do no próximo verão e passará por uma seja possível encontrar potenciais bons “Só vamos precisar de 20 segundos para Júnior, e se um deles conseguir o títu-
busca global de jovens talentos que, ao pilotos e não apenas bons jogadores”, perceber que são bons o suficiente para lo, avança para o WRC 3, já com um R5.
contrário do que sucedeu até aqui, po- concluiu. seguir em frente”, disse Jerome Roussel. O fi anciamento inicial deste programa
derão ser ‘descobertos’ ainda antes de Apesar de haver muita gente cética, é A FIA está neste momento a desenvol- virá do fundo de inovação da FIA, sendo
se sentarem pela primeira vez num ver- possível triar quem se destaque neste ver o ‘Rally Star Toolkit’, que será levado que a FIA está neste momento à procura
dadeiro carro de ralis. particular e dar-lhe a oportunidade de a cabo pela federações nacionais, entre de parcerias e investimento para tornar
E como se descobre um potencial talento perceber se é capaz de subir degraus e elas, claro está, a portuguesa. sustentável o Rally Star.
antes deste ter sequer guiado um carro? ir mais longe. Este ‘kit’ visa mostrar às federações os Tal como sucedeu entre 2009 e 2011, a
Nos eSports! No sofá, na Playstation, como Não se sabe como vai ser o modelo a apre- procedimentos do processo de seleção, a Pirelli, que no próximo ano voltará a ser a
lhe preferir chamar. sentar no verão, mas sabe-se que a FIA ‘tal’ motorkhana, uma gincana em qua- fornecedora oficial de pneus para o WRC,
Se gosta de futebol, sabe que a única coi- vai criar algo a que vai chamar ‘motor- tro rodas. Quando for apresentada a ini- deveráserconfir adacomopatrocinador
sa que pode nascer de um grande jogador khana’. Ou seja, depois de descobrir os ciativa serão conhecidos os pormenores, principal do Rally Star. Como bem sabe-
dos jogos de vídeo, FIFA ou Pro Evolution melhores nos eSports, dá-lhes a oportu- mas a ideia da FIA passa por juntar os mos, o programa Pirelli Star Driver ajudou
Soccer é um grande apaixonado pela mo- nidade de colocar os projetos-de-piloto fi alistas numa fi al europeia. Deverão ao 'arranque' de um futuro Campeão do
dalidade e nunca um grande futebolista, num carro, fazendo com que mostrem o ser escolhidos seis pilotos,entre os quais MundodeRalis, jáqueOttTanakfezparte
mas no caso dos eSports ligados ao au- que são capazes num circuito delimitado obrigatoriamente uma senhora, que te- da iniciativa em 2010.
tomobilismo não é tanto assim.
Na última década multiplicou-se por todo
o mundo a existência de ‘autódromos’ vir-
tuais e, com um investimento que não tem
de ser enorme, é possível ter em cada casa
um bom jogo de vídeo e um bom conjunto
de volante, pedais e caixa de velocidades.
A tecnologia de hoje já permite sistemas
que ‘obrigam’ os adeptos desses jogos,
que muito provavelmente já são tam-
bém adeptos dos ralis, a utilizar alguns
dos predicados que irão precisar quando
guiarem um carro de ralis a sério. Num
jogo de vídeo de ralis acelera-se, trava-
-se, guia-se, ouvem-se notas, em suma,
afi a-se muito daquilo que pode ser ne-
cessário no futuro.
E há outra coisa muito importante, ali-
menta-se a paixão pelos ralis: "Estamos
a trabalhar com Codemasters e com a
Bigben (responsáveis pelo desenvolvi-
mento dos jogos DiRT e WRC 8) e aguar-

FE/32
FÓRMULA E

CRAIG SCARBOROUGH/@SCARBSTECH

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FRÓERVMELUOLUAOE tanto dianteiras como traseiras, se carros de corrida mais impressionan-
GEN 2 EVO apresentarem descobertas. Em termos tes. O Gen 2 Evo é uma evolução do
A Fórmula E revelou imagens do novo monolugar para gerais, o novo monolugar tem agora design”, começou por dizer Alejandro
a temporada de 2020-21, o Gen 2 Evo, e há diversas bem menos ‘chapa’ à volta do chassis. Agag, CEO da Fórmula E: “Como fize-
mudanças cosméticas importantes. A terceira geração A asa traseira é muito mais simples, e mos com o carro de primeira geração,
está prevista estrear-se em 2022-23 ‘converge’ para dentro, mas são duas o Gen 2 Evo recebeu uma carroçaria
A Fórmula E revelou o seu peças separadas, e não cobrem as ro- com perfil repensado para o tornar
José Luís Abreu Gen 2 Evo, monolugar com das traseiras ao contrário do que su- mais elegante e ágil. Este carro fica-
[email protected] que vai competir nas duas cede com o carro de 2019-2020. rá para sempre nos livros de história
FOTOS Oficiais próximas temporadas da A asa dianteira tem um novo perfil, não como o primeiro a disputar o Mundial
competição elétrica, e este é muito diferente na zona que ‘agarra’ de Fórmula E FIA. Gostaria ainda de
apresenta uma série de mu- o nariz do carro, mas deixa as rodas agradecer ao presidente da FIA, Jean
totalmente destapadas. Tudo isto, jun- Todt e à sua equipa por tornar esta
danças cosméticas bem vincadas face tamente com as alterações na carro- evolução possível . O design futuris-
çaria, por exemplo no novo perfil da ta mostra mais uma vez a Fórmula
ao design atual. zona lateral atrás das rodas diantei- E como a categoria de inovação em
ras, (sidepods) e o ‘bargeboard’, foram avanços tecnológicos e aparência.“
O aspeto mais evidente face ao carro pensadas não só por uma questão de “A competição está apenas na sua
design, mas também para apresenta- sexta temporada, mas a tecnologia já
atual tem a ver com o facto das rodas, rem um design mais punitivo, tornan- percorreu um longo caminho e pode
do os carros mais propensos a danos, beneficiar todos os condutores na es-
passando a haver mais a perder para trada. É esta abordagem progressiva
os pilotos mais agressivos e propen- que tem contribuído para o aumento
sos a contactos em pista. da competitividade do campeonato,
Passa a haver também o uso da barba- que continua de vento em popa, e está
tana de tubarão, que os fãs de F1 estão a preparar o caminho para o futuro da
habituados a ver. As regras continua- mobilidade urbana sustentável”, disse
rão a permitir que as equipas projetem o presidente da FIA, Jean Todt.
e desenvolvam os seus próprios com- O Gen2 EVO da Formula E fará a sua es-
ponentes elétricos, bem como peças treia pública no stand da FIA no Salão
para a unidade motriz. Automóvel Internacional de Genebra,
“O Gen 2 já se destaca como um dos no dia 3 de Março.

N/34 WTCR
NOTÍCIAS MARRAQUEXE

CANCELADA, A saídadaWRTedaSebastien
SALZBURGRING Loeb Racing já tinham
ENTRANO CALENDÁRIO sido um golpe na Taça do
Mundo de Turismos FIA,
Mais uma má notícia para o WTCR. Depois da notícia da saída que agora vê a prova inaugural tituição será Salzburgring, de 24 a
de várias equipas é agora a vez de uma prova do calendário ser cancelada. A justificação pren- 26 de julho. Têm sido meses difíceis
ser cancelada, com a saída de Marraquexe de-se com a não participação de para os promotores da competição.
Fábio Mendes Mehdi Bennani no WTCR e, sem O anúncio do desinvestimento do
[email protected] a presença do piloto da casa, o grupo VAG nos TCR acabou com a
evento perde força e interesse por presença oficial da Audi e da VW
LEIA E ACOMPANHE TODAS parte dos locais, como explicou no WTCR e por conseguinte as
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT François Ribeiro: “Com Mehdi equipas privadas saltaram fora
Bennani, o melhor piloto de cor-
rida de Marrocos, infelizmente
fora do WTCR, fazer o evento sem
a sua participação e o apoio que
ele traz significa que não é mais
possível oferecer um fim-de-se-
mana de corrida com o nível e a
qualidade que sempre tivemos
em Marraquexe”, disse o chefe
da Eurosport Events, a entidade
promotora do WTCR.
A saída da jornada marroquina sig-
nifica que a temporada começa três
semanas depois, em Hungaroring,
a 25 e 26 de abril. A prova de subs-

FIA PUBLICA RELATÓRIO
DO ACIDENTE DE HUBERT

A FIA concluiu a investigação ao acidente na corrida de Juan Manuel Correa reagiu: “O Departamento de conclusões da FIA.”
Fórmula 2 que vitimou Anthoine Hubert. Num comunicado Segurança da FIA passou mais de cinco meses “Espero estar futuramente em posição de dizer mais
divulgado no seu site, a FIA não atribui uma causa a investigar, mas para mim, o relatório levanta sobre este assunto, mas só conseguirei fazê-lo quando
específica. A investigação incluiu entrevistas com todos mais questões do que dá respostas. Ainda mais vir o relatório completo e vir as todas as conclusões
os envolvidos, inspeção das provas físicas, análise de surpreendentemente, o relatório completo não me a que a FIA chegou e os melhoramentos que pretende
material de vídeo disponível e análise dos dados da foi dado para que eu possa ter uma visão clara das trazer em termos de segurança.”
equipa registados no Data Logger e no Accident Data
Recorder. O trabalho foi feito pelo FIA Research Working
Group , liderado pelo Professor Gérard Saillant, e como
conclusões ficámos a saber que uma cadeia de eventos
resultou numa longa e complexa sequência de colisões,
envolvendo quatro pilotos, o que acabou por conduzir a
um impacto do tipo ‘T-Bone’ a alta velocidade entre os
carros de Juan Manuel Correa e Anthoine Hubert.
A dinâmica do impacto, em termos de velocidade e
trajetória, foi extremamente alta, traduzindo-se em
lesões muito graves para Juan Manuel Correa e a morte
de Anthoine Hubert. Não houve uma causa específica,
mas foram identificados vários fatores que contribuíram
para a gravidade do acidente.
A investigação também não encontrou provas de que
os pilotos não tenham reagido adequadamente em
resposta à bandeira amarela ou às circunstâncias em
pista. A reacção dos marshalls e do controlo da corrida
ao acidente foi considerada boa e oportuna.

BREVES >> autosport.pt

35

>> KIACEEDGTCOM CATEGORIA
PRÓPRIANO OPEN

C/ CALENDÁRIO Com estreia marcada para
junho deste ano, o Kia Ceed
do campeonato. A saída de Bennani 26 DE ABRIL HUNGARORING, HUNGRIA GT Cup fez um acordo com
e de Marraquexe são outro sinal de 23 DE MAIO NÜRBURGRING, ALEMANHA a ANPAC para a criação
desvalorização de uma competi- 6 DE JUNHO SLOVAKIARING, ESLOVAQUIA de uma categoria própria
ção que parecia ter condições para 21 DE JUNHO VILA REAL, PORTUGAL no Campeonato Open de
continuar a crescer, sendo este um 5 DE JULHO ARAGÓN, ESPANHA Velocidade já em 2020,
retrocesso algo inesperado. A data 26 DE JULHO SALZBURGRING, ÁUSTRIA decisão que permite que
da jornada portuguesa mantém-se 20 DE SETEMBOR NINGBO, CHINA as estruturas que militam
inalterada. 18 DE OUTUBRO INJE-SPEEDIUM, COREIA DO SUL no troféu tenham uma
22 NOVEMBRO MACAU, CHINA alternativa para ativarem os
13 DE DEZEMBRO SEPANG, MALÁSIA seus projetos e amortizarem
o seu investimento. Será a partir de Vila Real, no fim-de-semana de 20 e 21 de Junho,
que o Kia Ceed GT irá integrar as corridas do Campeonato Open de Velocidade.

>> SORDO ETANAK NO RALISERRASDEFAFE

A Hyundai MotorSport
confirmou a presença de
Dani Sordo e Ott Tanak
no Rali Serras de Fafe,
prova de abertura do
Campeonato de Portugal
de Ralis. Os dois pilotos
irão guiar os Hyundai i20
WRC, fora da classificação,
o que é possível devido à
recente alteração levada
a cabo no Regulamento do
Campeonato de Portugal de
Ralis 2020, que admite RC1
(Rally Cars 1/WRC). Como se percebe, este será um enorme ponto de interesse para
a prova da Demoporto.

>> CRAIGBREEN
VAI CORRERNOERC

Craig Breen vai participar no Campeonato Europeu de Ralis
de 2020 com um Hyundai i20 R5 da equipa Team MRF. O
irlandês de 30 anos vai estar presente em oito provas
do Europeu. Breen terá a companhia do seu navegador
habitual, Paul Nagle, e começa a sua campanha no Europeu
no Azores Rallye, de 26 a 28 de março.

AUDI MOSTRA >> CONCURSOPARASER PILOTO NOTROFÉU MINI
INTERESSE NOS LMPH
Uma das equipas que participa no Troféu Mighty Mini está à procura de um piloto e a
A Audi pode estar interessada na mais para o lado de custo-benefício. DreamCircuit vai fazer uma competição para saber quem poderá participar no campeonato
nova regulamentação conjunta entre Porque neste momento promover de 2020, fazendo-o com todas as despesas pagas. Para a seleção de pilotos, os interessados
os Hipercarros do WEC e os DPi 2.0 tecnologia de estrada nas corridas de devem-se inscrever em www.dreamcircuit.pt para as fases de seleção que se irão disputar
da IMSA, mas o chefe da divisão de resistência é difícil.” em cinco kartódromos diferentes de Portugal Continental – Kártodromo de Montijo, Cabo do
clientes dos desportos motorizados, Reinke garante ainda que um Mundo, Évora, Palmela e Leiria –, de 16 de fevereiro a 11 de abril.
Chris Reinke diz ser “cedo para dizer potencial programa no LMDh
alguma coisa”. “É certo que vamos não seria a substituição do DTM. >> PLAY/AUTOAÇOREANA TROPHY APRESENTADO
olhar para este anúncio (junção dos “A estratégia da Audi nunca foi
regulamentos), que surge como a abandonar um para ir para outro. A O Grupo Desportivo Comercial apresentou a mais recente competição desportiva
realização de algo que já sonhamos existência no DTM não põe em causa motorizada, na disciplina de rali, a realizar na ilha de São Miguel em 2020.
há algum tempo, com a tecnologia a uma possível existência nos LMDh. O O Play/AutoAçoreana Trophy 2020 é uma competição com um formato inovador que
ser promovida através das corridas objetivo do DTM é lutarmos contra os permitirá aos pilotos açorianos, e não só aos que habitam na ilha de São Miguel,
de resistência. Acho que é muito nosso principais rivais caseiros, como cumprir um calendário de quatro provas, sendo contabilizados os três melhores
importante a regulamentação estar a BMW, ou antes, a Mercedes.” resultados, incluindo no referido calendário o Play/AutoAçoreana Rali, prova
inaugural da nova competição a realizar entre 28 e 29 de fevereiro em pisos de terra.

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OSSUPRBIMAERIROUS Martin Holmes com José Luís Abreu
[email protected]
NO WRC FOTOS Martin Holmes Rallying
Os adeptos dos ralis sentem nostalgia pelos fantásticos começou como um Laboratório de
Subaru Impreza que marcaram uma época no WRC, mas antes Ahistória da Subaru no Mundial Investigação Aeronáutica, em 1915, che-
deles, outros carros da marca desbravaram o caminho. Vamos de Ralis foi fantástica durante fiado por Chikuhei Nakajima. Em 1932 a
década e meia. A primeira vi- empresa foi reorganizada como Nakajima
conhecer-lhes a história. tória surgiu apenas em 1993, Aircraft Company, Ltd e logo se tornou
mas a partir daí foi sempre a num grande fabricante de aeronaves para
CONHEÇA ESTA E MUITAS subir até ao topo da modali- o Japão durante a 2ª Guerra Mundial. A
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT dade, com os títulos de pilotos de Colin Nakajima Aircraft foi reorganizada no fi-
McRae em 1995, Richard Burns em 2001, nal da segunda grande guerra, passando
bem como três títulos de Construtores a denominar-se Fuji Sangyo Co, Ltd. Em
entre 1995 e 1997. Mas antes, muito an- 1946 a empresa criou a Fuji Rabbit, uma
tes, já os Subaru competiam no Mundial scooter, a partir de peças sobressalentes
de Ralis, nos anos 80. de aviões do tempo da guerra. Em 1950,
Tudo começou de uma forma muito mo- a Fuji Sangyo foi dividida em 12 corpora-
desta, com a participação de dois carros ções menores, sendo que, entre 1953 e
em 1980 no Rali Safari no Quénia. E as- 1955, cinco dessas empresas e outra re-
sim foi durante algum tempo, com par- cém formada decidiram fundir-se para
ticipações esporádicas e uma operação formar a Fuji Heavy Industries. Este, um
não oficial, baseada no Japão, utilizando nome que já diz muito à maioria dos adep-
o exigente Rali Safari como campo de ex- tos dos ralis...
posição pública.
O nome Subaru era pouco conhecido fora LEONE E O SAFARI
da indústria automóvel, naqueles dias,
mas a persistência das atividades de com- A história da Subaru nos ralis começou
petição, desde o início dos anos 80 até ao em 1980, quando dois pequenos ‘saloon’
fi al de 2008, foi a base para a criação de foram inscritos no Rali Safari de 1980, ins-
uma das mais importantes lendas do au- critos no Grupo 1 e surpreendentemente
tomobilismo. chamados Subaru 4x4. Naquela altura
Vamos saber como tudo começou. tinham passado menos de seis meses
desde que os carros de tração total tinham
CONSTRUIR ‘ZEROS’ sido autorizados a entrar nas provas do
A história conta-nos que a Fuji Heavy Mundial de Ralis (um Range Rover com-
Industries, o grupo mãe da marca Subaru, petiu na Costa do Marfim), tendo a tra-
dição dos ralis na Subaru começado em
grande estilo quando Takeshi Hirabayashi
terminou em 18º entre 24 concorrentes,
vencendo o Grupo 1.
A equipa regressou em 1981 com cin-

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co carros 4x4 chamados Subaru Leone, variáveis, mas todos com motores de 130 Safari tinha um novo sistema de escape. para o Rali Olympus de 1986, mesmo no
todos inscritos pela Subaru Motor Sports cv. Estafoinovamenteumaoperaçãocom O piloto privado britânico Tony Fowkes foi fi al da era do Grupo B. Já o chileno José
Club do Quénia, dois modelos Hatchback fi anciamento privado, tendo o lendário inscrito por Koseki e foi o melhor classi- Celsi levou o seu RX Turbo a voar sobre
do Grupo 2, um Hatchback do Grupo 1 e diretor desportivo da Subaru, Noriyuki ficado, terminando no 12º lugar. os Andes e terminou em oitavo lugar no
um Estate Saloon do Grupo 1. Koseki, proclamado que a equipa tinha 26 Tal como nos carros de competição da Rali da Argentina.
Os motores de 1.6 litros debitavam 120 cv patrocinadores diferentes. Três carros da Nissan era difícil descobrir a especifica- Após o fim repentino do Grupo B, a Subaru
no Grupo 2 e 100 cv no Grupo 1. Todos os equipa terminaram no top 11. Takaoka foi ção dos Subaru em cada rali. Pelo meio mudou os seus carros para 1987, introdu-
carros tinham caixas de quatro velocida- quinto atrás de um Opel Ascona 400, dois uma história encantadora em que o bri- zindo os Coupe 4WD Turbo de três portas,
des, com duas relações alternativas, o que Audi Quattro e um Datsun. tânico Jonathan Ashman alugou um car- que já tinham sido homologados pouco
dava, efetivamente, oito velocidades para A lista de inscritos foi ‘inundada’ por Subaru ro a Koseki que lhe disse ser uma versão depois do Rally Safari de 1986. Estes eram
a frente. Dois carros terminaram, Yoshio Leone em 1984! Dez inscrições como ver- Turbo e que o piloto só descobriu que não carros mais aerodinâmicos do que o RX
Takaoka fê-lo no 12º lugar. Em 1982 sur- sões Turbo que surgiram pela primeira vez. era quando abriu o capot. Para 1985 hou- Turbo, tinham versões de tração à frente
ge uma nova equipa, desta feita com cin- Shekhar Mehta já tinha levado um carro ve uma mudança completa. O RX Turbo ou tração total e foram pilotados por Per
co carros e especificações de carroçaria de 140 cv ao Rally Monte Carlo e para o tinha chegado, homologado um mês an- Eklund (5º), Ari Vatanen (10º) e pelo popu-
tes do Rally Safari. lar piloto africano local, Patrick Njiru (19º).
Estes eram os tempos em que o Grupo B Em 1988, os Coupe foram abandonados e
estava no seu ponto mais alto, os super- a equipa voltou ao RX Turbo anterior, com
carros de ralis ocupavam os nove primei- Ian Duncan a terminar em sexto e Bourne
ros lugares nas tabelas de classificação em nono. A equipa concluiu que o modelo
geral das provas, mas o carro top do Grupo mais antigo tinha melhor distribuição de
A era o Subaru RX Turbo de Carlo Vitulli, e pesos e não possuía o complicado sistema
dois lugares mais abaixo na geral estava de portas traseiras duplas que tinha tor-
outro Subaru RX Turbo, o de Javaid Alam. nado a troca de rodas muito complicada.
Apenas três Subaru chegaram ao fim O ano de 1989 foi o último para o RX Turbo.
Mas os tempos estavam a mudar no Japão. Foi um Safari diferente para a Subaru, pois
A equipa foi oficialmente inscrita no Rally os seus carros foram inscritos pelo impor-
Safari de 1986 pela Fuji Heavy Industries tador local ECTA (propriedade de Mehta),
com algum pessoal contratado pela equi- Bourne foi sétimo e Jim Heather-Hayes
pa ao Subaru Motor Sports Group. Mike terminou em nono.
Kirkland e Frank Tundo terminaram em No início de 1989 tive a oportunidade de
sexto e sétimo, como os melhores car- viajar à sede da Subaru, e em Shinjuku,
ros do Grupo A. conheci Ryuichiro Kuze pela primeira vez.
Ele tornar-se-ia o mentor por trás de to-
SEMENTES DO SUCESSO dos os sucessos subsequentes da Subaru
nos ralis. Depressa ficou claro que a em-
Na Europa, houve também mudanças. Os presa estava entusiasmada com o seu
Grupo B foram banidos no fi al do ano, novo projeto Legacy, que começou com
afetando diretamente a Subaru que can- a conquista de recordes mundiais de alta
celou os seus planos para um modelo do velocidade em longa distância nos Estados
Grupo B, o XT Turbo que já tinha disputa- UnidosdaAmérica. JásesabianoQuénia
do a maratona Wynns Safari, na Austrália. que a Subaru estava prestes a começar
A gama RX foi a primeira a competir fre- os testes, pouco depois do Safari de 1989,
quentemente no Mundial de Ralis fora do uma indicação clara de que se tratava de
Rally Safari. um carro secreto não relacionado com
O neozelandês Possum Bourne tinha cor- os seus modelos atuais e, por insistência
rido com um destes carrwwos com motor minha, fui autorizado a visitar a empresa
normalmente aspirado, o RX, durante al- KIT, de Koseki, onde o protótipo do Legacy
guns anos, e com ele obteve o melhor lu- estava a ser preparado.
gar no Grupo A, no Rali da Nova Zelândia Um mundo totalmente novo para a com-
de 1983 a 1985, (terminando mais tarde petição na Subaru estava prestes a co-
em terceiro no Rali da Nova Zelândia de meçar. O resto é história...
1987) levando ainda o seu carro aos EUA

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KAWASAKI

» Z900 de 2020

O REFINAR DE UM LÍDER

A convite da Multimoto, importador da Kawasaki em
Portugal, fomos ao Algarve conhecer a nova Kawasaki Z900
de 2020, uma das motos líderes do seu segmento que para
este ano evoluiu em alguns pormenores da sua ciclística e
controle de emissões para se actualizar face à concorrência,
ser compatível com as novas exigências em termos de
emissões do Euro 5 e acompanhar as tendências de mercado
em matéria de ajudas eletrónicas

Pedro Rocha dos Santos Faróis e piscas totalmente LED, com um um binário máximo de 98.6 Nm às 7.700 na nossa opinião dispensa perfeitamente
[email protected] novo elemento frontal que inclui luz diurna rpm. A entrega de potência é suave mas a colocação de ponteiras mais racing. Cada
dividido em quatro elementos. enérgica, com binário presente desde os vez gostamos mais das motos que apenas
Na apresentação que precedeu baixos regimes, a permitir rodar de forma demonstram a sua alma quando lhes é
o contacto efetivo ficámos a Embraiagem mais suave e fácil de contínua nas mudanças mais altas - 4ª e solicitada e nos permitem circular em
conhecer a extraordinária evo- acionar. 5ª - e a sair nas curvas apenas de punho quase silêncio dentro das localidades. O
lução das vendas da marca nos sem necessidade de passar caixa. A partir motor da Z900 é quase “elétrico”, de uma
últimos três anos no segmento Quadro reforçado junto ao ponto de fi- das 5.000 rpm é onde se sente uma subida enorme suavidade e sem vibrações, e
acima dos 125cc, com cerca de xação do braço oscilante para garantir mais enérgica de rotação até chegar ao com um binário desde baixas que per-
6.700 unidades vendidas em 2016 para maior rigidez e estabilidade. redline às 10.000. O toque de acelerador mite recuperações e subidas de regime
12.600 vendidas em 2019, com um cres- é preciso e suave permitindo uma boa apenas com o rodar do punho. Apesar de
cimento de 20,9% em relação a 2018. Maior conforto do assento e melhor gestão do mesmo sem provocar saltos não incluir Quickshift o passar de caixa
AKawasaki Z900é,semsombradedúvi- afi ação das suspensões. na aceleração. O som do escape é grave e faz-se com enorme precisão e suavidade,
da, uma das estrelas da marca e disputa a presente e convida a rodar punho, algo que quase sem necessitar de embraiagem,
liderança no segmento Naked acima dos Som do escape grave e envolvente.
100 cv juntamente com a Yamaha MT-09. Novo ciclo de revisões a cada 12.000
O modelo de 2020 é o resultado de uma Kms.
evolução contínua desde o lançamento Ajudas eletrónicas à condução que in-
da Z750 em 2004 , tendo a Multimoto em cluem três níveis de controlo de tração
2013 tomado as rédeas da distribuição em defin dos nos diferente modos de con-
Portugal já com a Z800. dução selecionáveis: Sport, Road, Rain e
A versão 2020 da Kawasaki Z900 não dife- Rider (este personalizável). O modo Rain
re demasiado do modelo de 2019 , pelo que diminui a potência em 50% e no modo
não é uma nova moto, mas digamos que Rider é-nos permitido desligar totalmente
evoluiu para acompanhar as tendências o controlo de tração.
de mercado e esteticamente em alguns Finalmente, a inclusão este ano de um
elementos que reafir am a sua imagem painel TFT a cores de 4,3” de leitura muito
desportiva e agressiva, onde destacamos fácil que permite optar por dois fundos
o seguinte: distintos, preto ou branco.
Compatibilidade com o Euro 5 sem pena-
lizar o desempenho e resposta do motor. MOTOR

O motor de 948cc e quatro cilindros em
linha, com quatro válvulas por cilindro
e DOHC, debita os mesmos 125 cv às
9.500 rpm que a versão anterior e tem

39

cujo acionamento suave e progressivo
contribui para um maior conforto global
na condução da Z900.
QUADRO, SUSPENSÕES E TRAVÕES
As suspensões dianteiras invertidas da
Showa com 41mm são ajustáveis em pré-
-carga de mola e em extensão de hidráu-
lico e o amortcedor traseiro tem também
as mesmas afi ações. O compromisso
de fábrica de afi ação das suspensões
pareceu-nos mais conseguido do que na
versão anterior, privilegiando o conforto
e uma boa leitura da estrada. O reforço

40

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CONCORRÊNCIA TRIUMPH STREET TRIPLE RS - 765 CC do quadro ao nível do ponto de fi ação intrusivo e a possibilidade de o colocarmos
do braço oscilante veio incrementar a “Off” no modo Rider representa uma mais
KTM 790 DUKE - 799 CC 123 CV estabilidade da moto e estabelecer um valia para quem por experiência possa
maior equilíbrio e uma maior rigidez no dispensar o mesmo.
105 CV POTÊNCIA comportamento da moto em curva, tra-
jetórias precisas e enorme facilidade de AJUDAS ELETRÓNICAS
POTÊNCIA 166 KG encadeamento de curvas, demonstran-
do leveza na condução e muita precisão. E EQUIPAMENTO
169 KG PESO Pensamos no entanto que os pneus de
origem Dunlop Sportmax RoadSport 2 Sem dúvida que um dos upgrades bem
PESO 12 550 € não estejam ao nível do desempenho vindos este ano é o painel TFT a cores de
dinâmico da Z900, deixando-nos algo 4.3”. Sinceramenteopaineldeinformação
11 450 € PREÇO BASE inseguros em situações em que possamos da versão do ano anterior ( 2019 ) deixava
levar a pilotagem mais ao limite. muito a desejar e a sua leitura era mesmo
PREÇO BASE Os travões dianteiros contam com dois complicada. No novo painel TFT a cores
discos em pétala de 300mm e pinças toda a informação está bem explícita e
Nissin de quatro pistons. Na traseira um exposta de forma óbvia, permitindo uma
disco, também em forma de pétala de leitura fácil e imediata. A Z900 de 2020
250mm, e pinça de apenas um piston. conta agora com vários modos de condu-
Bom tato na travagem e uma mordida ção, para acompanhar as tendências de
facilmente doseada e efetiva sem esforço mercado, e entre o modo Sport e o modo
na manete. Uma travagem em linha com Road,sinceramente,nãonotámos grande
o excelente desempenho geral da Z900. diferença. O modo Rain implica uma
O ABS de dois canais não é demasiado descida de potência para cerca de 55%
da potência total e uma intervenção
YAMAHA MT-09 SP - 847 CC maior no controlo de tração.
Os modos de condução podem ser alte-
115 CV rados em andamento, num comutador
situado no punho esquerdo e serem
POTÊNCIA facilmente identificados no painel TFT.
Apenas a colocação em Off do controlo
193 KG de tração em modo Rider obriga a ter a
moto parada. Outro pormenor resulta
PESO do facto de, sempre que desligamos
a moto num determinado modo pre-
10 495 € viamente selecionado, ela mantém o
mesmo modo quando a voltamos a ligar,
PREÇO BASE evitando ter que passar novamente
pelo processo de seleção.
Em modo Rider podemos selecionar
três níveis de controlo de tração que
correspondem aos modos de condução
disponíveis, Road, Sport e Rain.
Ainda em termos de informação o novo
painel TFT permite emparelhar com
smartphone utilizando a aplicação
Rideology da Kawasaki, permitindo
uma série de funcionalidades e aces-

41

so a informação sobre a moto, além Existe também uma versão para carta FT/ F I C H A T É C N I C A
de gravação de percursos, médias de A2 limitada a 35 Kw de potência.
consumo, quilómetros totais e parciais, A Z900 tem um PVP de 10.395 euros 948 CC
seleção para modo Rider de modos de (mais documentação). Para quem qui-
condução pré-gravados… e sinalização ser investir num setup mais desportivo CILINDRADA
no painel de chamadas ou mensagens existe um Pack Performance que inclui
a entrar. ponteira Akrapovic, tampa de baquet 95 CV
A Kawasaki Z900 de 2020 está dispo- monolugar, autocololante de proteção
nível em quatro cores - cinza, branco, de depósito e vidro dianteiro mais alto, POTÊNCIA
verde e preto -, tendo sido a versão tudo por apenas mais 800 euros com
cinza com o quadro de trelissa a verde a compra da moto. Último pormenor, 17 L
aquela que testámos na apresenta- as revisões passam a ser realizadas
ção, na nossa opinião a mais apelativa. apenas a cada 12.000 Kms. DEPÓSITO

210 KG

PESO

10 395€

PREÇO BASE

COMBUSTÍVEL GASOLINA TIPO DE MOTOR
TETRACILÍNDRICO, REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA ROTAÇÃO DA
POTÊNCIA MAX. 8000 RPM BINÁRIO 91.2 NM ROTAÇÃO
DO BINARIO MAX. 6500 RPM Nº DE CILINDROS 4
DISPOSIÇÃO EM LINHA DISTRIBUIÇÃO DOHC CICLO
4 VALVULAS POR CILINDRO 4 ALIMENTAÇÃO INJEÇÃO
DE COMBUSTÍVEL: Ø 36 MM X 4 REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA
DIAMETRO X CURSO 73.4 X 56 SISTEMA DE ARRANQUE
ELÉTRICO. TAXA COMPRESSÃO 10.5:1 TRANSMISSÃO
CORRENTE EMBRAIAGEM HÚMIDA, MULTIDISCO NUMERO
VEL. 6 CX. DE VEL. 6 VEL. TIPO DE QUADRO TRELIÇA, AÇO
DE ALTA RESISTÊNCIA SUSPENSÃO DIANTEIRA FORQUILHA
INVERTIDA DE 41MM COM EXTENSÃO E PRÉ-CARGA AJUSTÁVEIS
CURSO DIANTEIRO 120 MM REGULAÇÕES DIANTEIRAS
SIM SUSPENSÃO TRASEIRA BACK-LINK HORIZONTAL
COM AFINAÇÃO DE PRÉ-CARGA CURSO TRASEIRO 140
MM REGULAÇÕES TRASEIRAS SIM ABS SIM TRAVÕES
DIANTEIROS DUPLO DISCO SEMI-FLUTUANTE DIAMETRO
DISCOS DIANTEIROS 300 MM PINÇAS DIANTEIRAS 4
ÊMBOLOS TRAVÕES TRASEIROS DISCO DIAMETRO DISCOS
TRASEIROS 250 MM PINÇAS TRASEIRAS 1 ÊMBOLO
DIAMETRO DA JANTE DIANTEIRA 17 “ MEDIDA PNEU
DIANTEIRO 120/70 ZR17 DIAMETRO DA JANTE TRASEIRA
17 “ MEDIDA PNEU TRASEIRO 180/55 ZR17 COMPRIMENTO
2065 MM LARGURA 825 MM ALTURA 1065 MM DISTÂNCIA
ENTRE EIXOS 1450 MM ALTURA DO ASSENTO 795 MM
DISTANCIA AO SOLO 130 MM TRAIL 103 MM

42 AUTO+mais

TOYOTA José Manuel Costa desapareceram e, surpresa das surpresas,
[email protected] até o Yaris tem, agora, um comportamento
» YARIS em estrada fantástico.
Podemdizerqueéexagero,podem
UM EXCELENTE UTILITÁRIO! até entender que estou a divagar. QUALIDADE DE ESTILO E MATERIAIS
Não faço sequer a mínima ideia
Cascais e a Serra de Sintra foram o palco para este daquilo que os meus compa- A célebre frase “Veio para Ficar” sempre
primeiro contacto com o novo Yaris, um carro que me nheiros de trabalho sentiram traduziu uma fiabilidade a toda a prova que
deixou boquiaberto. Aqui pode ler o primeiro ensaio, mas ao volante do novo Toyota Yaris, nem os milhares de ações de recolha para
se consultar www.automais.autosport.pt, poderá ler tudo mas posso dizer-vos que lá dentro e de- reparar pequenos problemas, desfocou.
pois de alguns quilómetros mais parecia Porque, na realidade, um Toyota é durável e
sobre a parte técnica do novo utilitário da Toyota estar ao volante de um Corolla que do capaz de fazer milhares de quilómetros. A
pequeno Yaris. E estou à vontade para necessidade de poupar aqui e ali para não
LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE dizer isto, pois nesse dia andava em testes estragar a margem de lucro operacional,
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT com um Toyota Corolla GR Sport! invejada por muitos, empurrou alguns
Carregado de novos sistemas, estreias modelos da casa japonesa para um túnel
no segmento, e uma motorização híbrida que foi escurecendo com modelos como
totalmente nova, o Yaris é uma espécie de o Auris. Ainda hoje me pergunto o que é
afir açãodaToyota,murronamesacon- que passou pela cabeça dos homens da
tra a tendência Premium – encostando-se Toyota para acabar com o nome Corolla!?
a ela, diga-se – com um carro muito bem Erro crasso agora reparado. Mas, deixe-
pensado,desenhado,ensaiadoeafi ado. mos o Corolla em paz e olhemos para o
A cada novo Toyota tenho de reconhecer Yaris, um carro que tem sido um sucesso
que o senhor Akyo Toyoda cumpre o que depois de ter ganho o galardão de “Carro
diz e a verdade é que os Toyota enfadonhos do Ano” em 2000, sendo o primeiro Toyota
pensado especialmente para a Europa, o

>> autosport.pt/automais

43

primeiro carro do segmento B a ter cinco SISTEMA HÍBRIDO NOVO nos arredores de Cascais, numa ida meio Desta forma, compensa a muita ade-
estrelas EuroNCAP e o primeiro carro bandida até á Serra de Sintra e ao troço da rência dianteira (agradecendo, tam-
do segmento B a ter uma motorização O sistema híbrido arranca através de um Lagoa Azul e a caminho de Colares, ficou bém, aos pneus Bridgestone de grande
híbrida. Contas feitas, já vendeu mais de 4 botão, as hastes que controlam luzes, uma certeza: a nova plataforma TNGA é qualidade) com o escorregar da trasei-
milhões de unidades no Velho Continente, limpa para brisas e o computador de bordo realmente bem nascida e, nesta versão B, ra para curvar depressa, com controlo
meio milhão das quais com motor híbrido. são as mesmas do Camry (um toque de oferece ao Yaris condições para desafiar, dos movimentos da carroçaria. O ESP
A quarta geração do Yaris é totalmente qualidade), os comandos do sistema de sem dúvidas, os melhores do segmento. raramente entra em ação (eu não dei
diferente da anterior, abandonando a climatização são analógicos e, flutuante O troço da Lagoa Azul oferece desafios por ele) e a direção é medianamente
forma semi-monovolume em favor de no meio do tablier, lá está o mesmo sis- sensíveis ao comportamento de um auto- rápida e com alguma sensibilidade, o
um tradicional dois volumes. O estilo é tema de info entretenimento que pode móvel e o Yaris conseguiu ultrapassá-los que não é muito habitual.
divertido, com uma frente destacada e ser visto, por exemplo, no Corolla. Sim, sem muitas dificuldades. Entrando na Tudo isto sem prejuízo do conforto, pois
uma traseira que acaba mais cedo que é verdade, critiquei os botõezinhos que serra pelo lado de Cascais, subimos e des- os engenheiros da Toyota não quise-
o fim do carro. Confusos? Eu explico: se agora existem a ladear o ecrã e que pa- cemos até sair pelo lado de Sintra e nesse ram fazer um carro demasiado duro.
olharem de perfil para o Yaris verificam recem ter vindo do século passado, mas percurso as curvas são das mais variadas, Ora, endurecendo os apoios e o chassis,
que o eixo traseiro está bem para lá do foi-me explicado que havia a necessidade para todos os gostos e com algumas retas suavizaram as molas levando a que
fim das portas, o tejadilho termina a meio de comandos analógicos pois os clientes pelo meio. Pode o próximo contacto com o Yaris consiga absorver os buracos
do eixo e o para choques é bem saliente, não gostaram de ter tudo dentro do ecrã. o Yaris me desmentir, mas que diversão e as lombas sem se despenhar neles.
mais parecendo que o Yaris tem, quase, Os comandos colocados no volante estão é o carro a curvar! Com um sistema híbrido novo de grande
o eixo fora do perímetro do carro. Isto é racional e ergonomicamente colocados. O reforço feito no berço do motor, a ligação qualidade onde tudo já rima de melhor
assim para que, sendo mais pequeno que Agora, olhe lá para a foto. Olhe! Se não lhe das torres de suspensão dianteiras através maneira, com consumos interessantes
o anterior, esta quarta geração tenha mais disser de que carro é, acredita que este é de uma barra, o reforço do ancoramento (6,1 l/100 km depois de uma passagem
espaço interior. Com as cavas das rodas o interior de um carro do segmento B!? da suspensão traseira, o eixo de torção pela Serra um nadinha violenta) e um
musculadas e uns farolins traseiros que Pois é... 80% mais rígido que anteriormente e os excelente comportamento, o Toyota Yaris
abraçam a totalidade da largura do carro, apoios, colocados de forma diferente desse pode estar a bater á porta da liderança
a frente destaca uma grelha generosa COMPORTAMENTO EXCELENTE mesmo eixo, permitem um comporta- do segmento. É uma opinião que pode
e faróis que se prolongam por cima do mento assinalável. ser desmentida quando tiver um conta-
guarda lama. Confesso que gosto muito do A Toyota irá fazer a apresentação ofi- Afrente tem uma aderência excecional to mais profundo com o Yaris, mas este
estilo deste Yaris, muito melhor que a sen- cial do Yaris mais lá para o meio do ano e a traseira mexe-se o necessário para primeiro ensaio deixou-me muito bem
saborona geração anterior. Autorizando e nessa altura levarei a fita métrica para evitar que em carga o siga em frente, impressionado.
o tejadilho em cor contrastante com o esmiuçar as questões da habitabilidade.
resto do carro, a Toyota deu ao Yaris a Nos curtos quilómetros feitos com o Yaris
possibilidade de ficar ainda mais sedutor.

INTERIOR MUITO AGRADÁVEL

Os homens da Toyota e particularmente o
Luc Nuyts, um dos responsáveis pelo Yaris
naToyotaMotorEurope(TME),lembravam
a cada minuto que os carros eram pré-se-
ries e que por isso não valia a pena estar
a analisar o interior. Bom, se estes que
estavam no Yaris que conduzi ainda não
sãoosmateriaisdefin tivos,garanto-vos
que há muito boa marca que os aceitava
já para colocar nos seus carros!
Honestamente, não parecia nada que es-
tes fossem carros de pré-serie, pois o nível
é já muito elevado. Gostei muito do facto do
volante ser pequeno (apenas o do GT86 é
mais pequeno) e a Toyota mostra, assim,
como é possível fazer volantes pequenos
sem inventar no painel de instrumentos.
Que é digital, com um ecrã central onde
são expressas todas as informações e
dois blocos redondinhos onde se surgem
disponíveis vários dados. Ah! e tem um
“head up display” de excelente qualidade.
Sim, tudo isto num Segmento B!

44 AUTO++ mais

JEEP

» RENEGADE LIMITED S

CAIXINHA DE SURPRESAS

O Renegade é um americano europeizado cujo estilo
caixinha reserva muitas e boas supresas e nesta versão
Linited S, com motor 1.3 litros a gasolina, é ainda mais
surpreendente. Ensaio a esta versão com 150 CV e caixa
automática de 6 velocidades

LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE José Manuel Costa cia. Sim, você pode não gostar e o desenho
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT [email protected] do Renegade é mesmo isso: ou se ama
ou se detesta. Eu adoro! É uma caixinha
AJeep sempre fez... jipes e SUV, muito bem desenhada com todos os in-
sendo essa a sua especialida- gredientes próprios de um Jeep, alegre e
de. A integração no grupo Fiat desafiadora que foge aos cânones habi-
Chrysler Automobiles (FCA) tuais do segmento, com amplas cavas das
permitiu à marca americana rodas quadradas e uma parte inferior que
estender os braços aos euro- faz lembrar alguém quando aperta algu-
peus de uma forma impossível há alguns ma coisa. Imagine: pegar num Renegade
anos. Primeiro porque os modelos esta- feito em espuma e apertá-lo a meio... Do
vam, todos, orientados para o continente mais belo efeito e com contrastes de cores
onde se vendiam como pãezinhos quen- acertados. A qualidade não é Premium,
tes, os EUA. Depois porque a Jeep nunca mas também ninguém esperaria isso da
se preocupou em ter um jipe pequenino, Jeep, embora a evolução que o Renegade
comooseuropeusgostam.Comoascoisas tem vindo a conhecer lhe tenha oferecido
mudaram meu deus! Mantendo carros faróis LED (mantendo as lentes redondas,
fabulosos como o Wrangler, a Jeep “ati- os faróis são bem mais pequenos, mas
rou-se” ao segmento inferior dos SUV ficam muito bem).
com um carro produzido em Itália e que
partilha quase tudo com o 500X da Fiat. INTERIOR... DIVERTIDO

EXTERIOR “ENCAIXOTADO” O interior é ainda mais interessante. Com
O estilo deste Jeep é uma verdadeira deli- um tablier enorme, que confere uma sen-
sação de espaço incrível, e a posição de

>> autosport.pt/automais

45

FT/ F I C H A T É C N I C A

1.4 / 150 CV

GASOLINA

9.4 S

0-100 KM/H

6,4 L / 7,6 L (AUTOSPORT)

100 KM

165

G/KM- CO2

32 184€

PREÇO VERSÃO BASE

ACESSIBILIDADE / CONFORTO /
MOTOR EFICIENTE

CAIXA DE VELOCIDADES / CONSUMOS

condução perfeita. Vamos bem sentados tem espaço suficiente no habitácu- estacionamento automático, câmara tra- MOTOR 4 CILINDROS EM LINHA COM
num ambiente com detalhes deliciosos e lo para quatro e mesmo cinco pessoas seira, assistente de ângulo morto), pacote INJEÇÃO DIRETA E TURBOCOMPRESSOR
com o volante bem posicionado. O conta (embora o quinto passageiro fique mais Visibility (espelho interior eletrocromático, MULTIVÁLVULAS CILINDRADA (CM3)
rotações não tem zona vermelha, mas sim apertadinho e não vá gostar muito da sensores de chuva e luz, regulação auto- 1332 DIÂMETRO X CURSO (MM) ND
castanha, sendo pena que tenha deixado viagem) tendo praticabilidade suficiente mática de máximos), faróis de nevoeiro TAXA DE COMPRESSÃO ND POTÊNCIA
de ser o resultado de um salpico de lama; para jogar a par dos mais diretos e fortes com função de iluminação em curva, ajuda MÁX. (CV/RPM) 150/5500 BINÁRIO MÁX.
as saídas de ar central do sistema de cli- rivais do segmento. A acessibilidade é ao arranque em declive, aviso de transpo- (NM/RPM) 270/1850 TRANSMISSÃO
matização parecem ter sido inspiradas boa e o conforto assinalável. Quanto ao sição de faixa, pacote Function I (espelhos TRAÇÃO DIANTEIRA COM CAIXA AUT. DE 6
pela cabeça do ET ou nos Storm Troopers equipamento, a Jeep não deixa de ofe- retrovisores rebatíveis eletricamente, VEL. DIREÇÃO PINHÃO E CREMALHEIRA
da Guerra das Estrelas; a grelha típica recer uma lista de série impressionante: acesso e arranque mãos livres, ajuste ASSISTIDA ELETRICAMENTE SUSPENSÃO
da Jeep em destaque na consola do teto; sistema multimédia Uconnect com ecrã reversível da bagageira, banco traseiro (FT/TR) INDEPENDENTE TIPO MCPHERSON/
enfim, muitos pormenores que dão cor e de 8,4 polegadas, sistema de navegação, rebatível 40/20/40 e fecho dos vidros EIXO MULTIBRAÇOS TRAVÕES (FR/TR)
graça ao habitáculo do Renegade. O painel Bluetooth e portas USB e AU; painel de por ação remota), aviso de colisão frontal DISCOS VENTILADOS/DISCOS VEL. MÁX.
de instrumentos está bem integrado num instrumentos com ecrã de sete polegadas, Plus, travão de estacionamento elétrico e (KM/H) 196 PESO (KG) 1350 MALA(L)
tablier amplo que, na frente do passageiro, sistema de som Beats, Apple Car Play e jantes de liga leve de 19 polegadas. 351/1297 DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL
permite uma generosa pega, lembrando Android Auto dentro do Uconnect Link, (L) 48 PNEUS (FR/TR) 235/45 R19
que esta é uma marca todo o terreno. Não espelhos elétricos com desembaciador, MOTOR A GASOLINA
faz falta nenhuma nesta versão 4x2, mas ar condicionado bi-zona, volante em pele e cedendo só muito tarde – ou depois de
é um detalhe que fica bem. multifunções, cruise control adaptativo, QUE RIMA COM O RENEGADE muito exagero –, o que é uma garantia de
Depois há uma sensação de qualidade sensores de estacionamento dianteiro segurança. Curva de forma composta e
que é agradável, com os bancos a mos- e traseiro, pacote Full LED (função de O bloco 1.3 litros sobrealimentado com 150 eficaz. Porém, não é divertido nem sequer
trarem-se confortáveis e tudo a parecer máximos automáticos, médios e luzes CV é um motor interessante que permite envolvente. Ou seja, é um crossover, SUV,
bem montado e com as folgas corretas. diurnas LED, faróis de nevoeiro LED e luzes uma boa desenvoltura ao Renegade. Claro enfim,um Jeep que consegue passar por
Por incrível que possa parecer, o Jeep traseiras LED), pacote Parking (sistema de que não tem a disponibilidade dos blocos estradas sinuosas com relativo á vontade
turbodiesel, mas é capaz de chegar aos e ritmo elevado, mas sem que cheguemos
196 km/h e acelerar dos 0-100 km/h em ao fi al com a adrenalina a pulsar. É um
respeitáveis 9,4 segundos. A caixa auto- defeito? Não, é assim mesmo!
mática de seis velocidades não é muito Claro está que, com tração dianteira, a alma
rápida e parece-me que precisava ali de deste Jeep fica meio decepada pois não
um toque no escalonamento, porém, é consegue ir mais longe que os estradões de
simpática na utilização, mas não vale a razoável qualidade. Um Jeep não devia ser
pena usar o modo manual, pois acrescenta forçado a ter apenas tração a duas rodas.
pouco e o Renegade não é, de todo, um Mas o mercado dita assim e como quem
desportivo. No que toca aos consumos, a gosta deste tipo de carros, hoje, nem sequer
média homologada pela Jeep é de 6,4 litros, faz ideia que os SUV nasceram no fora de
algo impossível de alcançar em condições estrada, seria condenar o Renegade ao
reais. A média do ensaio ficou-se por uns, cadafalso se a FCA não o fi esse apenas
ainda assim agradáveis, 7,6 l/100 km, com tração às rodas dianteiras para eu-
mesmo que em condições mais exigentes ropeu consumir.
as coisas tenham uma “careta” diferente. O Renegade com tração dianteira beneficia
Mas numa utilização normal o Renegade das novas regras das portagens para que,
é eficaz no que toca ao consumo. com Via Verde, possa ser hoje um Classe 1, o
queotornamuitomaisinteressantemesmo
COMPORTAMENTO SEGURO E EFICAZ queopreçofi aldestaversãoSricamente
equipada fique nos 32.184 euros. Mas por
Sendo fácil de conduzir, depois de rapida- esse valor, além de um carro muito bem
mente encontrar a posição de condução equipado, tem direito a um SUV giro, di-
ideal, o Renegade é competente a curvar, vertido, espaçoso, confortável e eficaz com
com o eixo dianteiro a ter muita aderência consumos razoáveis. Além disso, mesmo
tendo apenas tração dianteira, pode dizer
que anda todos os dias de Jeep.

AUTO+ mais

MERCEDES-BENZ bina com iluminação interior (de série),
ou o impressionante painel 100% digital
» A 180 D 7G-DCT LIMOUSINE que engloba o quadrante, configurável
também segundo o modo de condução, e
PORQUE NEM SEMPRE O QUE PARECE, É o ecrã do sistema de info-entretenimento,
tátil e interativo.
Depois do sucesso alcançado com a primeira geração Classe A, a Mercedes-Benz Único senão: para disfrutar de um tal
voltou ao ataque, alargando a oferta e acrescentando mais uma variante aos já ambiente tecnologicamente avançado,
conhecidos A hatchback, GLA e CLA - a Limousine -, à qual, embora correndo o é preciso recorrer à lista de opcionais, já
risco (real) de poder ser confundida com o CLA Coupé, não faltam argumentos para que, de fábrica, este painel tem aspecto
ganhar o seu espaço próprio! mais modesto...
Já de série, a ótima posição de condução,
A.C. esculpido. O mesmo se passa com as óti- consiga competir, em termos de imagem fruto de um banco de assento extensível
[email protected] cas dianteiras, o elemento mais distintivo e impacto, com o CLA Coupé... mas não com muito apoio lateral, revestido
na secção frontal. Já no interior do habitáculo encontramos a pele Artico/Dinamica preta. Nota para o
Mesmo não se assumin- Igualmente a contribuir para uma imagem todas as qualidades há muito reconheci- já referido pacote de design exterior AMG,
do como um verdadeiro particularmente cativante, não somente das em praticamente todos os produtos a garantir um fácil e correcto acesso à
Coupé, a verdade é que os faróis em LED High Performance, a da marca da estrela, a começar numa generalidadedoscomandos,pecandopor-
este Classe A Limousine suspensão rebaixada e o pacote de design qualidade de construção e de materiais, ventura pela menor visibilidade traseira!
não deixa de exibir um exterior AMG, tudo sem custos extra, irrepreensíveis. Aliás, a colocação muito na perpendicu-
perfil longílineo, com os mas também opcionais como as bonitas De resto, num habitáculo de acesso baixo lar do óculo traseiro, acaba por tornar a
pilares traseiros a apresentarem uma jantes AMG em liga leve de 19” polegadas mas fácil, um design em tudo idêntico ao presença dos sensores e até da câmara
certa continuidade na tampa da bagageira. (750€), os vidros escurecidos (400€) e a do hatchback oferece a mesma excelen- traseira pouco menos que imprescindível...
Isto é certo, ainda que a traseira registe, Linha AMG (2.250€). Tudo isto, a somar a te ergonomia e arrebatamento visual, Para os restantes passageiros, a oferta
face ao CLA Coupé, maiores alterações, a um equipamento de série bastante com- transmitidos por elementos como o ótimo de uma habitabilidade capaz de albergar,
começar pelos farolins de design não tão posto, contribui para que esta Limousine volante, as bonitas saídas de ar tipo tur- sem dificuldades, três ocupantes no banco
traseiro, não faltando sequer espaço para
pernas. E não apenas porque o túnel de
transmissão não é muito intrusivo, mas
também porque os bancos dianteiros de
costas esculpidas, a isso dão uma ajuda.
Finalmente, na bagageira, uma capacida-

>> autosport.pt/automais

47

de anunciada de 410 litros, valor aquém agradável e razoavelmente desenvolta, do Dynamic Select - Eco, Comfort, Sport FT/ F I C H A T É C N I C A
dos 460 litros do CLA Coupé, ainda que com boa resposta ao acelerador, em- e o configurável Individual.
passível de aumento mediante o rebati- bora também sem arrebatar. De resto, construído com base na 1.4 / 116 CV
mento 40:20:40, no seguimento do piso, A confirmá-lo, os 10,6s nos 0 aos 100 mesma plataforma da restante fa-
das costas dos bancos traseiros - embora km/h que a Mercedes adianta para este mília Classe A, ainda que, neste caso, GASÓLEO
com trancas apenas no topo das costas. A 180 d, conjugados com uma veloci- esticada para lá do eixo traseiro (é
Mas também com um acesso amplo e dade máxima de 206 km/h. Tudo isto, assim que consegue mais 13 cm no 10.6 S
um pouco alto. entregue sem muita sonoridade, a não comprimento...), o Mercedes-Benz A
Sob o capot dianteiro, o já conhecido ser quando já próximo do red-line, às 180 d Limousine oferece, igualmente, 0-100 KM/H
quatro cilindros 1,5 litros turbodiesel, 4.500 rpm, e sempre com consumos que um comportamento muito semelhante
nesta nova geração a debitar 116 cv, só podem agradar - 6,2 l/100 km foi a ao dos restantes irmãos. Embora com o 4,0 L / 6.2 L (AUTOSPORT)
e que, em conjunto com uma caixa nossa média, feita maioritariamente em argumento extra de uma aerodinâmica
automática 7G-DCT, garante condução cidade e passando por todos os modos ainda melhor - 0,22 Cd. 100 KM
Desta forma e mesmo com um motor
que não chega para colocar à prova toda 105
a competência do conjunto, destaque
para a estabilidade e equilíbrio eviden- G/KM- CO2
ciados por este Classe A Limousine,
apoiado igualmente numa direção cer- 35 424€
tinha que o modo Sport, disponível no
Dynamic Select, torna até mais pesada. PREÇO BASE
Equipado com um sistema de travagem
eficaz, elogios, ainda, para o bom trabalho QUALIDADE DE CONSTRUÇÃO E DE MATERIAIS /
realizado pela suspensão, também em CONSUMOS / DESEMPENHO DINÂMICO
termos de conforto, com a segurança evi-
denciada no controlo das transferências SONORIDADE DO MOTOR NOS REGIMES MAIS
de massas a não impedir a oferta, mesmo ALTOS / VISIBILIDADE TRASEIRA / CAPACIDADE
com jantes de 19” e pneus de baixo perfil DA BAGAGEIRA
de um nível de conforto capaz de agradar
à generalidade das jovens famílias. MOTOR QUATRO CILINDROS EM LINHA,
Afi al, um dos principais e verdadeiros INJEÇÃO DIRETA, TURBOCOMPRESSOR
destinatários deste Mercedes-Benz DE GEOMETRIA VARIÁVEL E INTERCOOLER
Classe A Limousine... POTÊNCIA 116/4.000 BINÁRIO 260/1.750-
2.500 TRANSMISSÃO DIANTEIRA, COM CAIXA
AUT. DE 7 VEL. SUSPENSÃO INDEPENDENTE
TIPO MCPHERSON; SEMI-RÍGIDO COM EIXO
DE TORÇÃO TRAVAGEM DISCOS VENTILADOS/
DISCOS PESO 1.455 KG MALA 410 L DEPÓSITO
43 LITROS VEL. MÁX. 206 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa e abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional de qualidade, opinando sobre tudo o que se ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos passa na área do automóvel e dos automo- com a sua comunidade de leitores.
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como bilistas, numa perspetiva plural, recusando 4. O AutoSport pratica um jornalismo pau-
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem o sensacionalismo e respeitando a esfera tado pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como da privacidade dos cidadãos. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. 3. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

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2770-223 PAÇO DE ARCOS GERÊNCIA PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR-EXECUTIVO JOSÉ LUÍS ABREU [email protected]
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