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Published by hmilheiro, 2019-01-28 14:53:18

AutoSport_2144

AutoSport_2144

#2144 O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES 41
ANO 41
anos
30/01/2019
Semanal >> autosport.pt

2,35€ (CONT.)

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES

OGIER
100DªAVCIITTRÓORËNINAO WRCRALI DE MONTE CARLO BATE NEUVILLE
POR 2.2S

PÁG. 04

IMSA ALONSO VENCE KAWASAKI

24HORAS DEDAYTONA VERSYS 650

PÁG.16 PÁG. 34

HYUNDAI

I30 FASTBACK N PÁG. 46

FINS DE SEMANA PERFEITOS

SIX SENSES DOURO VALLEY | SAMODÃES | DOURO

www.hoteisdecampo.pt

3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2144
30/01/2019

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

ÓBITO Morreu Charly Lamm, o mítico líder do Team BMW Schnitzer. A nossa homenagem pelo que fez pelo desporto motorizado José Luís Abreu
mundial é curta, mas sentida: Obrigado por tudo, Charly. Sentiremos a sua falta para sempre”
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Pelo segundo ano consecutivo,
o Rali de Portugal é o rali Quem conhece, nem que
Redes sociais são O ACP confirmou Grande Rali Monte mais visto entre as provas do seja um pouco, a história
‘loucas’. Primeiro não oficialmente o Carlo, prova que entra Campeonato do Mundo”, Carlos do Rali de Portugal, sabe
havia Arganil, agora regresso do Rali bem a importância que
há mas os troços são de Portugal à zona para o top 6 das Barbosa, na apresentação do Rali de Arganil teve para a prova.
Centro, Arganil, Góis e mais equilibradas da Portugal. O seu regresso em 2019 ao
curtos… história do WRC, 2.2s… percurso da prova, cura uma ferida
Lousã… “Há dois anos, todos torciam que se abriu com a despedida em
o nariz aos elétricos e agora 2001. Em 2015, quando o ACP levou
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL até alguns dos mais loucos novamente a prova para o Norte,
petrolheads já estão a abrir a depressa Carlos Barbosa sentiu a
mente”, Nico Rosberg, convicto que necessidade de incluir Arganil no
rali, pois sabe bem a importância
no futuro a F1 será elétrica… ou outra que tem.
coisa qualquer. Tal como aconteceu enquanto
esteve no Algarve, o Rali de
“Estou um pouco nervoso pelo Portugal nunca esteve mal, mas
Robert. Sou um grande fã, sempre se sentiu faltar qualquer
mas espero que as restrições coisa. Quando voltou para a o
não sejam frustrantes…”, Mark Norte, muito dessa sensação
esbateu-se, com o regresso a
Webber, algo receoso por Kubica. palcos míticos do passado, Fafe,
Cabreira, Marão, Ponte de Lima,
“Se a equipa lhe der condições, mas continuava a faltar qualquer
pode entrar na luta pelo título”, coisa, e essa ‘coisa’ é Arganil.
Não se tratam só dos épicos duelos
Lewis Hamilton acredita que Max ali vividos naquelas estradas,
Verstappen pode lutar pelo título de 2019. ou da dificuldade das próprias
estradas em si, é tudo o que
Siga-nos nas redes sociais e saiba rodeava a passagem do rali por
tudo sobre o desporto motorizado no Arganil. As noites de março no frio
computador, tablet ou smartphone via da Serra, os milhares de fogueiras,
facebook (facebook.com/autosportpt), o cheiro a bifanas, os que bebiam
twitter (AutosportPT) ou em tanto, que perdiam o mais
>> autosport.pt importante, os carros a passar.
Mas há mais algum desporto
em que os seus adeptos passem
tantas privações, ou andem tão
cansados, quanto felizes, como
nos ralis? Esta modalidade é
especial, e Arganil tem grandes
culpas nesse ‘cartório’. Há como se
sabe, vários outros grandes locais
míticos do Rali de Portugal, todos
eles também com grande tradição,
mas Arganil em nada lhes fica a
dever, e a atual geração de pilotos
do WRC vai finalmente poder
sentir a aura daqueles troços.

4 WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MONTE CARLO

100ªRALIDEMONTECARLO

DA CITROËN

BYONGOIWERRC

Sébastien Ogier bateu Thierry Neuville por 2.2s naquela que foi
a mais equilibrada batalha da história do Rali de Monte Carlo.

Ott Tänak foi terceiro após grande recuperação, com Sébastien
Loeb a estrear-se na Hyundai com um quarto lugar

José Luís Abreu com Martin Holmes
[email protected]

FOTOGRAFIA @WORLD/A. LAVADINHO, A. VIALATTE; MARTIN HOLMES RALLYING

G rande começo de tempo- outra das prestações muito aguar- Kris Meeke, que apesar de dois azares DOR DE CABEÇA HABITUAL
rada! Depois de mês e meio dadas era a de Sébastien Loeb, na com furos, e o consequente atraso na
de grande expetativa, os Hyundai. Na verdade, exceção feita a classificação, andou bastante bem, Foi um rali muito interessante, não
adeptos e demais obser- Lappi, que não teve tempo para isso, vencendo mesmo a Power Stage com ‘tão’ Monte Carlo quanto no passa-
vadores não saíram nada todos eles deixaram água na boca. o seu Toyota Yaris WRC. do recente, havia menos neve e gelo,
defraudados com a prova Sébastien Ogier, por motivos eviden- Tudo misturado, o hexacampeão portanto, menos incógnitas, mas ainda
a que puderam assistir no arranque tes, já que fez mais uma vez história Sébastien Ogier venceu pela mais assim o suficiente para os pilotos terem
deste WRC 2019. Apesar de várias ao vencer o Monte Carlo pela margem curta margem que há memória e a feito nos dois primeiros dias escolhas
trocas de pilotos, o que se viu foi uma mais curta da história da prova, 2.2s, Citroën registou a sua 100ª vitória no bem distintas de pneus, que criaram
sequência quase imediata das lutas depois de chegar à derradeira especial WRC, com Ogier a igualar também o as primeiras e naturais margens na
de 2018. 0.4s na frente. recorde de sete vitórias de Sébastien classificação.
Havia várias novidades, a maior delas Sébastien Loeb veio a correr do Dakar, Loeb no Monte Carlo. As condições nos troços levaram a
a ida de Sébastien Ogier para a Citroën, testou um dia um carro que desco- Mas fez mais: Igualou o feito de Wal- vários furos, resultantes de cortes de
o mesmo sucedendo com Esapekka nhecia por completo e andou na luta, ter Rohrl, ao triunfar no evento com bermas, a mais mediática a do pilo-
Lappi. Kris Meeke regressou após 242 não a que estávamos habituados, mas quatro marcas distintas (Peugeot, VW, to mais rápido da prova, Ott Tänak,
dias de ausência, foi para a Toyota, e apenas a possível, para já. Finalmente, Ford e agora Citroën). para além de várias avarias, e ainda
uma anulação de um troço devido a

>> autosport.pt

5

FILME NUNCA VISTO

O rali foi interessante, mas para se
chegar ao último troço com 0.4s de
diferença entre primeiro e segundo,
muita coisa aconteceu. A luta entre
Ogier e Neuville foi fantástica, na PE5,
já depois de Tänak se atrasar devido a
um furo, a margem era de 3.4s, chegou
a ser de 14.0s na primeira vez que o
francês passou para a frente do rali,
Neuville recuperou para 2.0s logo a se-
guir, e foi assim que terminou a 6ª feira.
No dia seguinte, Ogier alargou o avanço
para 4.3s no final de mais quatro troços,
mas Neuville recuperou até 0.4s na
penúltima especial, decidindo-se tudo
na PE16, em que Ogier ganhou 1.8s ao
seu adversário.
O ano passado, na Sardenha, Neuville
foi mais forte, venceu por 0.7s face a
Ogier, agora foi a vez do francês, em
‘casa’, bater o belga.
Foi uma luta muito renhida, mas Neu-
ville atrasou-se com o erro que come-
teu na 6ª Feira, ao falhar uma curva,
demorando 20s a regressar. Para Ogier,
a ‘crise’ com o acelerador complicou-
-lhe a vida, mas tudo acabou bem.
Ott Tänak terminou no terceiro lugar,
numa prova que liderou na sua fase
inicial até que um furo o fez perder mais
de dois minutos, isto quando já tinha
perdido 28s para os dois homens da
frente. Desde aí venceu vários troços, e
do sétimo lugar recuperou até ao pódio.
Grande regresso de Sébastien Loeb,
que apenas com um dia de testes
num carro e equipa novos, assegu-
rou o quarto lugar depois de uma boa
luta com Jari-Matti Latvala. O francês
mostrou que a Hyundai pode contar
com ele para a luta dos Construtores, e
com testes e maior adaptação ao carro,
pode esperar muito mais do francês.
Jari-Matti Latvala terminou o rali em
quinto, não conseguindo bater Loeb.
Ficou apenas a 1.7s, ficando claro que
o Toyota Yaris WRC está muito forte, já
que apesar dos problemas de Tänak e
Meeke, todos os três carros termina-
ram no top 6 da prova.

questões de segurança com o público, 100
questão que trocou as voltas a algumas
equipas, já que com o cancelamento da ESTE TRIUNFO DE OGIER É TAMBÉM A 100ª
PE3 a Hyundai saiu beneficiada nas VITÓRIA DA CITROËN NO MUNDIAL DE RALIS
escolhas de pneus que fez, ao con-
trário, por exemplo, da Toyota, que
tinha colocado as fichas, leia-se pneus,
precisamente na PE3.
O piloto da M-Sport Gus Greensmith
venceu a nova WRC2 Pro, Yoann Bonato
(Citroen) triunfou no WRC2, enquan-
to Enrico Brazzoli venceu a categoria
R-GT num Abarth 124. Os Toyota ven-
ceram sete troços, a Hyundai cinco e
a equipa vencedora, a Citroën, apenas
um. A M-Sport, nem isso…

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

6 RALI DE MONTE CARLO 1 D E 14

Sétimo lugar para Gus Greensmith,
vencedor do WRC2 Pro, o que mostra
bem a razia entre os WRC.
Teemu Suninen começou muito mal a
prova com uma saída que o atirou para
a 78ª posição, voltou no dia seguinte,
andou a fazer 4º e 5º lugares nos troços
e terminou em 11º.
Pontus Tidemand chegou em 20º, de-
pois de ter danificado uma suspensão
com um corte numa berma, que o le-
vou a parar por ali. Naquela que foi a
sua estreia com esta geração de WRC,
nunca fez melhor que oitavo nos tro-
ços, chegando mesmo a perder para
vários R5. Muito caminho pela frente…
Esapekka Lappi ficou pelo caminho
logo no arranque do segundo dia, com
problemas de motor no seu C3 WRC.
Elfyn Evans despistou-se violenta-
mente na PE10, depois de apanhar gelo
negro, que o atirou para fora de estrada.
Por fim, Andreas Mikkelsen, que esta-
va a fazer um ótimo rali, cometeu um
erro com grandes consequências, já
que arrancou a roda traseira esquerda
do seu Hyundai i20 Coupe WRC devido
a um toque a alta velocidade.
O Mundial de Ralis prossegue dentro
de três semanas na Suécia.

M/ MOMENTO F/ FIGURA

Com os dois pilotos da frente a chegarem Sébastien Ogier não sobressaiu muito mais que
à derradeira especial separados por 0.4s, o seu adversário mais direto, Neuville, mas levou
o momento chave só pode ser mesmo o a água ao seu moinho e venceu novamente o
troço decisivo. Quem viu passar Neuville, Rali de Monte Carlo - sexta vez consecutiva -, um
a varrer a estrada toda, pensou que era resultado que numa prova tão difícil quanto esta
desta que Ogier perdia em casa, mas é um enorme feito. Lembramos que acabou de
o francês, como bem sabemos, nunca trocar de equipa, e para quem dizia que só vencia
desiste, e acrescentou mais 1.8s aos 0.4s porque a VW era melhor, vê agora que ele também
que trazia de vantagem. Absolutamente já venceu ao passar pela M-Sport e agora começa
notável... novamente a vencer com a Citroën.

>> autosport.pt

7

SÉBASTIEN OGIERCITROËNTOTALWRTVENCEDOR

“ÉÓTIMOCOMEÇARASSIM
COM A CITROËN”
Sébastien Ogier ultrapassou um
pequeno ‘glitch’ no seu Citroën C3 de um tipo de luta como a que travámos, te ia estragar a festa? Tentámos verificar tudo o que podía-
WRC e garantiu a sua sexta vitória a emoção é maior, e a incerteza antes SO: “Na verdade, esse problema come- mos, parece que um sensor estava um
consecutiva no Rali de Monte- de chegar ao controlo ainda acrescen- çou no dia anterior, na ligação, comecei pouco ‘louco’. Felizmente, não acontecia
-Carlo, tudo depois de uma emocio- tou mais emoção. Houve mesmo muita a ter uma reação estranha no acele- sempre, por vezes estava bem, mas isso
nante disputa até ao derradeiro metro emoção”. rador, quando levantava o pé o carro podia-nos apanhar de surpresa, e por
da prova com Thierry Neuville. Desta Tiveste um problema com o acelerador, mantinha-se com 20% de pedal. Não isso também era perigoso. Finalmente
feita o francês selou a primeira vitória quando descobriste isso? Pensaste que foi agradável, especialmente nos troços. conseguimos fazer algumas pequenas
da temporada e conquistou a 100ª vitória reparações, não ficou a 100%, mas pelo
da Citroën no WRC. menos conseguimos terminar o rali e
dar um último forcing na Power Stage
Qual foi a tua sensação no final do troço e conseguir a vitória. Foi mais um dia
quando percebeste que tinhas vencido? muito atarefado para o meu coração! A
Sébastien Ogier: “100 é um número vitória foi difícil de alcançar, mas tam-
muito bonito, mas o mais importante bém não sabia se iria terminar. O sensor
foi começar a temporada desta forma. podia ter desaparecido e isto seria um
Não havia muita gente a apostar em drama ainda maior, e tudo isso também
nós, apesar de termos ganhado muitas aumentou a emoção”.
vezes. Nunca é fácil começar com um Como foi o último troço?
carro novo. Estou muito contente, penso SO: “Fiz uma boa fase final de rali. Tentei
que todos viram isso no final do troço... forçar o andamento, mas é difícil fazê-lo,
(ndr.: Ogier foi às lágrimas)”. ainda mais a 100% num carro novo para
Estavas muito emotivo no final do troço, nós. Sei que o Citroën é bom nestas
isso é raro... condições, mas reage de forma diferente
SO: “Sim, é raro, mas fez-me feliz. Na daquele a que estava habituado nos úl-
fase inicial da minha carreira eu não es- timos dois anos. Dei tudo o que tinha. O
tava a desfrutar o suficiente, nas provas Kris (Meeke) foi ainda mais rápido, mas
mais equilibradas, tinha muito stress, isso não importa nada neste momento,
mas desta eu gostei, graças ao Thierry importa sim ter feito o suficiente para
(Neuville) e ao Nicolas (Gilsoul). No final ganhar o rali. É ótimo começar assim
com a Citroën”.

JULIEN INGRASSIANAVEGADOR PIERRE BUDAR CHEFEDEEQUIPA,CITROËNTOTALWRT

Julien (Ingrassia), tu e o Seb A Citroën comemora 100 anos de existên- 100 anos é algo forte na vida da marca e na
venceram e juntaram-se ao cia e agora ganhou o seu 100º rali no WRC! história do WRC. Temos uma ligação muito
Walter Röhrl, que venceu o Um fim de semana de sucesso, com uma forte entre o desporto e a marca Citroën”.
evento com quatro fabri- fatia adicional de drama. O que significa O Seb (Ogier) disse que muitas pessoas
cantes (Peugeot, VW, Ford para a equipa conseguir esta vitória? não apostavam nele, você acreditava que
e Citroën). É uma grande PB: “É um belo símbolo. Significa que o ele poderia vencer?
conquista! primeiro Citroën e os ralis são uma história PB: “Acho que só havia uma pessoa a apos-
JI: “Sim, mas levou alguns comum. Ganhar 100 ralis numa marca com tar nele, era eu! Mas acho que não era o
segundos para perceber se único. Na equipa, de certeza, todos estavam
o tínhamos conseguido. Pro- a trabalhar forte para tentar conseguir o
curámos por pessoas e pelas melhor carro para eles. Conseguiram lidar
suas reações. Quando vi o pai com este carro novo, e foi maravilhoso
do Seb sorrir, soube que es- ver o que conseguiram alcançar. O Rali de
tava feito, então aí sim, houve Monte Carlo é tão difícil, e quando se lida
uma grande emoção. Acho com isso num carro que é novo para nós,
que o meu cabelo começa a é muito difícil. Devo dizer que estou muito
ficar um pouco branco com impressionado...”
este tipo de provas... Como resumiria esta prova?
Se as pessoas se estivessem a perguntar se esta temporada teríamos o PB: “Em primeiro lugar, estamos felizes
mesmo emocionante desafio, acho que já têm a resposta”. com esta vitória. Celebrámos e estamos
É bom estar de volta com Citroën? muito felizes por termos o Seb e o Julien
JI: “Estou muito feliz com este novo desafio, e por estar nesta equipa aquiconnosco.Masnãopodemos esquecer
depois de termos tido sucesso com o Malcolm [Wilson, M-Sport]. Agora que temos muito trabalho para fazer. Lem-
virámos a página, e se eu penso na Citroën em termos de vida, passou brem-se do que se passou com o Esapekka
tanto tempo e muita coisa aconteceu nas nossas carreiras desde 2011. [Lappi] e com o Janne [Ferm]. Não é só aqui
Estou com uma nova equipa e agora temos que escrever uma nova página no Monte Carlo que queremos ganhar, te-
da nossa história juntos”. mos outro objectivo para este ano.”

WRC/ NICOLAS GILSOUL NAVEGADOR
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS
Nicolas, como te sentes com esta prova?
8 RALI DE MONTE CARLO 1 D E 14 NG: “Claro que, como todos sabem, o Monte
Carlo pode ser um rali muito exigente para o
THIERRYNEUVILLE HYUNDAISHELLMOBISWRT 2º CLASSIFICADO co-piloto, é quase um pesadelo! Tantos detalhes
que às vezes podemos ter três linhas (da equipa
Thierry, grande luta, mas não foi suficiente para apa- de batedores) para adicionar às notas de uma
nhar o Seb. Ainda assim, muitos pontos para começar curva. Mas eles fizeram um trabalho maravi-
a temporada... lhoso, dormiram pouco. Muito obrigado a eles”.
TN: “Desta vez encontrámos alguém mais forte. Na Como foi a experiência?
Sardenha, conseguimos vencer, mas desta vez foi mais NG: “É sempre a mesma coisa no Monte. Ficamos
difícil. No começo do último dia estávamos mais de um mês e meio sem pilotar, depois estamos
quatro segundos atrás e já esperava que eles fossem muito animados para voltar ao carro. Mas é
rápidos nestas estradas. Reduzimos a margem, pres- uma prova tão específica, com os pneus com
sionámos, mas o resultado não foi o que queríamos. pregos, por vezes no seco”.
Mas são pontos importantes”.
Como viveste a sensação da espera? MARTIN JÄRVEOJA NAVEGADOR
TN: Para ser honesto, o feeling no troço foi muito bom.
No troço anterior, o carro estava a funcionar muito Martin, o sábado fez o Ott sorrir...
bem. Tinha de conduzir e ser eficiente. No final da MJ: “Este foi o meu terceiro Monte Carlo e não
especial ‘lutei’ com os travões. Quando havia muita sinto qualquer pesadelo, até começo a gostar
aderência e menos gelo, aí vimos que o Toyota é muito da prova. Fiz uma oferta ao promotor para fazer
forte. Ao passar a tomada de tempos, sabíamos que desta a primeira e última ronda do ano. Talvez
provavelmente não seria suficiente, mas temos que a equipa de batedores não ache tanta graça...”
agradecer à nossa equipa de batedores. Este foi um Exceção feita à sexta-feira, este foi um bom
rali com condições muito exigentes, também para evento?
eles, que tinham muito para nos alertar. Foi uma boa MJ: A velocidade esteve sempre lá, exceto na
colaboração e muito stress”. sexta-feira. Mas foi bom trabalhar com o nosso
A arrancar em segundo lugar na estrada, na Suécia, engenheiro, que era novo para nós. A equipa de
quanta confiança depositas na próxima prova? batedores fez um bom trabalho”.
TN: “No ano passado vimos o primeiro carro na estrada
com grandes dificuldades. Espero que as condições
possam ser um pouco melhores desta vez. O objetivo
principal será estar à frente dos nossos principais
rivais”.

OTTTÄNAK TOYOTAGAZOORACINGWRT3º CLASSIFICADO

Ott, lideraste a prova, caíste na classificação e no sábado
venceste os troços todos. Estás satisfeito com o resultado?
OT: “Não sei se podemos dizer que estamos satisfeitos. Foi
um evento muito bom, mas no final devo dizer que na sex-
ta-feira tivemos muitas dificuldades. Não sei se poderíamos
ter ganhado, mesmo sem o furo. O Thierry e o Seb estiveram
muito bem com condições difíceis, e depois tivemos o troço
cancelado e tivemos que usar os pneus que tínhamos.
Depois furámos e começou tudo a funcionar contra nós.
No sábado fizemos uma boa prova, tive boas sensações
com o carro. A equipa fez um excelente trabalho e o carro
estava ótimo. Não fizemos nada de errado, mas às vezes
não funciona como queremos”.
Mas ficaste contente com o ritmo?
OT: “Pode ver-se que o ritmo está lá quando tudo funciona
como deve ser. No sábado pudemos fazer tudo certo. A com-
binação de pneus esteve sempre certa e à tarde fizemos uma
pequena diferença em relação aos outros. Mas já estávamos
três minutos atrasados e a 30 ou 40 segundos de apanhar
o carro à nossa frente. Mas conseguimos voltar à luta”.
Na tarde de sábado não levaste pneus de pregos...
OT: “Sim. Recebi uma chamada do meu batedor, o Martin
Kangur, e ele disse-me que devia tentar algo diferente...
havia cinco quilómetros de gelo, então se fosse corajoso o
suficiente, podia conseguir. Poderia ter ido pelo seguro, mas
se o tempo mudasse, podíamos beneficiar muito. Sentia
que o gelo estava a derreter um pouco, e esses segundos
foi exatamente o que precisávamos para manter a pressão
à nossa frente.”

BOAESTREIADE SÉBASTIEN LOEB >> autosport.pt

9

Foi muito positiva a estreia da Sébastien precisamos. É um prazer fazer parte desta de pneus, que contribuíram para cavar um
Loeb com a Hyundai, pois não fazia muito equipa e uma forma positiva de iniciar uma fosso inicial do qual nunca recuperou. Se
sentido esperar que o francês pudesse nova relação”, disse Loeb, que ao contrário olharmos para quem ficou à sua frente,
chegar a Monte Carlo e vencer. Hoje em do habitual, errou em algumas escolhas seria difícil pedir melhor...
dia o WRC disputa-se a um nível muito alto
e apesar de ter estado muito tempo fora,
o francês já deixou claro que não precisa
de muito para andar bem. Mas o topo
da disciplina está, para já, inacessível,
especialmente a um piloto que mal rodou
com o carro antes desta prova. Esteve 15
dias no Dakar, chegou a correr a França e
por isso ter lutado pelo pódio tem que se
considerar positivo.
Tem mais cinco provas para fazer, não
duvidamos que ainda irá fazer bem melhor
este ano: “Foi um fim de semana emocio-
nante para o WRC devido a esta incrível
batalha pela vitória, e pelo pódio. O nosso
quarto lugar não é nada mau. Por vezes
tive dificuldades com a afinação do carro,
o que era de esperar com tão pouco tempo
para testar. Fizemos ajustes entre cada
troço, num esforço para encontrar o nosso
caminho, e conseguimos bons progressos.
Agora temos de continuar assim e ver o
que podemos conseguir na Suécia. Lutar
pelo pódio no meu primeiro evento com
a Hyundai dá-nos toda a motivação que

OAZAR DEANDREASMIKKELSEN KRIS MEEKERENASCEU

Ainda que tenha desistido devido a aci- aos lugares do pódio: “Fiquei contente Kris Meeke, fora
dente, o que Andreas Mikkelsen mostrou por estar no pódio provisório, depois de do WRC desde que
nesta prova deixou a certeza que pode es- mais um dia difícil, que nos correu bem, foi despedido pela
tar perto de mudar tudo o que de mau se soube onde arriscar mais, foi um pouco Citroën, mostrou uma
viu das suas prestações no ano passado. um jogo do gato e do rato. Fizemos isso boa adaptação ao
Quanto ao abandono, tem sido um piloto muito bem”, disse Mikkelsen, que logo no Toyota Yaris WRC e
muito fiável e não desistia de um rali início do dia de sábado arrancou uma roda acabou mesmo por
desde que capotou há dois anos no Rali de ao bater numa árvore, depois de alargar prová-lo, ao vencer
Portugal, com um Skoda Fabia R5. um pouco demais a trajetória numa a PowerStage. Pelos
No que fez antes do fatídico toque mos- zona de alta velocidade: “Foi uma grande vistos, Tommi Mäkinen
trou o ‘verdadeiro’ Mikkelsen, mas a ver- deceção, mas há aspetos muito positivos especializou-se em
dade é que a Srª Sorte voltou a não querer que retiro desta prova. O começo foi bom, recuperar pilotos
nada com o norueguês: “Cometi um erro a a sensação com o carro fantástica. Infe- afetados em termos
abrir, já que tirei o pé no que pensava ser lizmente perdi a traseira e o impacto foi psicológicos, dando-
o fim do troço, perdi aí vários segundos, fatal. Agora é olhar em frente. Estivemos lhes o que precisam para realizarem boas prestações.
foi um erro estúpido”. Não começou bem, no ritmo, a lutar pelo pódio e é isso que Foi claramente um rali em que relançou a carreira, e pelo que se viu ainda bem
mas tudo melhorou, ao ponto de chegar vamos levar para a Suécia”, disse. que Tommi Mäkinen acreditou no piloto. Um tetra Campeão do Mundo sabe o
que ver num piloto, e sabe dar o que ele próprio precisou muitas vezes: “Ele
vê tudo do ponto de vista do piloto e isso ajuda muito. Temos um grande am-
biente na Toyota e esta é a melhor oportunidade da minha carreira”, começou
por dizer Meeke que se atrasou na fase inicial, já que teve de parar para mu-
dar uma roda: “Foi um início de rali complicado, mas senti-me logo confiante
com o carro, tive boas sensações. Depois tivemos um furo e no dia seguinte
uma jante danificada. Tivemos de parar e mudá-la. Por fim, ganhar a Power
Stage foi uma forma incrível de terminar o nosso primeiro rali com a Toyota.
Só fizemos um scratch, mas fizemo-lo quando contava pois ainda se lutava
pela vitória. Ganhar os cinco pontos foi ótimo. Tivemos problemas técnicos
que afetaram o nosso resultado, e penso que o quarto lugar era possível. Mas
foi bom mostrar a nossa velocidade. A sensação com o carro é muito boa e,
finalmente, tudo parece estar a correr bem para mim.”

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

10 R A L I D E M O N T E C A R L O 1 D E 1 4

CAIU UMRECORDECOM40ANOS
Aluta de Sébastien Ogier com Thierry
Neuville, que culminou com o triunfo EscortRS)lutaramdiasafiopelotriunfo,ter-
do francês por uma margem de 2.2s, minando separados por seis segundos. No
acabou com um recorde que durava passado fim de semana, esse recorde caiu.
há 40 anos. Na altura, Bernard Darniche Na lista pode ver os 15 Ralis de Monte
(Lancia Stratos HF) e Björn Waldegård (Ford Carlo mais equilibrados da sua história
no Mundial de Ralis.

T/ T O P 1 5 R A L I D E M O N T E C A R L O

1 2019 S. OGIER (CITROEËN C3 WRC) 3H21M15.9S T. NEUVILLE (HYUNDAI I20 COUPE WRC) +2.2S

2 1979 B. DARNICHE (LANCIA STRATOS HF) 8H13M38S B. WALDEGARD (FORD ESCORT RS) +6S

3 1993 D. AURIOL (TOYOTA CELICA TURBO 4WD) 6H13M43S F. DELECOUR (FORD ESCORT RS COSWORTH) +15S

4 1973 J. C. ANDRUET (RENAULT-ALPINE A110 1800) 5H42M04S O. ANDERSSON (RENAULT-ALPINE A110 1800) +26S

5 2003 S. LOEB (CITROEN XSARA WRC) 4H29M11.4S C. MCRAE (CITROEN XSARA WRC) +38.1S

6 2007 S. LOEB (SEBASTIEN CITROEN C4 WRC) 3H10M27.4S D. SORDO (CITROEN C4 WRC +38.2S

7 1998 C. SAINZ (CARLOS TOYOTA COROLLA WRC) 4H28M00.5S J. KANKKUNEN (FORD ESCORT WRC +40.8S

8 1990 D. AURIOL (DIDIER LANCIA DELTA HF INTEGRALE 16V) 5H56M52S C. SAINZ (TOYOTA CELICA GT4) +52S

9 1997 P. LIATTI (PIERO SUBARU IMPREZA WRC97) 4H26M58S C. SAINZ (FORD ESCORT WRC) +55S

10 2015 S. OGIER (SEBASTIEN VOLKSWAGEN POLO R WRC) 3H36M40.2S J.M. LATVALA (VOLKSWAGEN POLO R WRC) +58.0S

11 2018 S. OGIER (SEBASTIEN FORD FIESTA RS WRC 2017) 4H18M55.5S O. TANAK (TOYOTA YARIS WRC) +58.3S

12 1987 M. BIASION (MASSIMO LANCIA DELTA HF 4WD) 7H39M50S J. KANKKUNEN (LANCIA DELTA HF 4WD) +59S

13 2001 T. MAKINEN (TOMMI MITSUBISHI LANCER EVO 6.5) 4H38M04.3S C. SAINZ (FORD FOCUS RS WRC 01) +1M00.8S

14 1994 F. DELECOUR (FRANCOIS FORD ESCORT RS COSWORTH) 6H12M20S J. KANKKUNEN (TOYOTA CELICA TURBO 4WD) +1M05S

15 1984 W. ROHRL (WALTER AUDI QUATTRO A2) 8H52M29S S. BLOMQVIST (AUDI QUATTRO A2) +1M13S

M-SPORT A MARCAR PASSO...

TOYOTA POBRE... É verdade que o Monte Carlo é a prova mais a Citroën o ano passado. Pilotos de nível.
difícil para tirar ilações deste tipo, mas É claro que a Teemu Suninen a única coisa
Jari-Matti Latvala foi quinto, muito perto de Loeb, o que já se desconfiava ficou totalmente que se espera é que continue a evoluir como
e admitiu que não conseguiu fazer melhor: “É culpa claro nesta prova: a M-Sport vai ter um ano tem evoluído, mas Elfyn Evans está a marcar
minha, cometi um erro nos testes e bati, depois extremamente difícil. Apesar dos abandonos, passo.
afinei o carro de forma errada. Erro meu”. Na prova Evans nunca foi melhor que sexto até tam- Há que ser realista, vencer ralis este ano
começou de forma cuidadosa, mas depressa subiu bém ele abandonar... para a M-Sport será ainda mais difícil que
de nono para quarto. Chegou a estar na luta pelo Richard Millener, novo diretor da equipa, disse a Citroën o ano passado, que o conseguiu,
terceiro lugar, posição por onde passou, mas antes da prova acreditar que a equipa pode graças a Loeb.
perdeu-a e já não a recuperou, caindo mesmo para manter o nível sem Ogier, mas até lhe ficava Ter o carro que ganhou dois campeonatos,
quinto: “Foi uma grande luta com o Sébastien mal se dissesse outra coisa. não chega, e Ogier já o começou a mostrar
(Loeb)”. O finlandês achava que no seco poderia Mas a realidade é bem diferente e a M-Sport na Citroën. Percebem agora porque se paga
tirar vantagem, mas não foi isso que sucedeu. Os vai ter este ano o mesmo problema que teve tanto dinheiro aos melhores pilotos?
Toyota valem bem mais do que Latvala fez. Meeke
chegou agora e já ‘fez’ melhor...

BREVES >> autosport.pt

11

SUNINEN SEMPRE >> FRACO EXAME DE TIDEMAND
A MELHORAR
Pontus Tidemand estreou-se com um dos novos WRC, mas tem agora um longo caminho pela
Teemu Suninen começou muito mal o rali ao ficar preso num buraco frente. Veio ao Monte Carlo para se adaptar o melhor possível e o que poderá ou não fazer
depois de uma saída de estrada. De 78º terminou às portas do top 10. num WRC vai ficar claro no ‘seu’ rali, a Suécia. Tentou ter um rali limpo, ir melhorando, tirando
Regressou no dia 2, foi cauteloso de início, mas foi aumentando grad- partido do carro, mas a este nível é preciso muito tempo com o carro. Arriscou pouco, mas
ualmente o ritmo, ficando provada a sua rapidez com a obtenção de um mesmo assim danificou o Fiesta num corte de berma e ficou pelo caminho. Regressou... e
ponto na PowerStage. Correr no Rali de Monte Carlo pela primeira vez furou. Mais para a frente, com os pisos secos, chegou a ficar várias vezes atrás de R5, o que
num WRC não é fácil para ninguém, mas foi claramente aumentando o não pode acontecer com um WRC na mão, quando não tem problemas.
ritmo e a performance ao longo do fim de semana: “Todo o resto do rali
foi melhor que o arranque, infelizmente tive aquela saída na PE1. Mas foi >> COMO SE GANHA UM DÉCIMO...
ótimo poder fazer Monte Carlo num World Rally Car”, disse.
Há pormenores que definem
muito, não só os pilotos, mas
que mostram bem o nível a que
se corre no WRC. Nas PE14 e
16 La Cabanette - Col de Braus
1, em que foi a PowerStage,
pilotos como Ott Tänak e Thierry
Neuville levaram a luta para um
nível acima, ao, propositada-
mente, entrarem em pião após
a tomada de tempos, de modo
a que pudessem adiar a travagem para a curva, rodando por isso mais rápido por
uns momentos. Em condições normais, se o troço não terminasse ali, teriam que
travar bem mais cedo, mas para ganhar preciosos centésimos, adiaram a travagem
e entraram em pião.

>> KALLE ROVANPERÄ

É verdade que a ‘criança’ está a apren-
der, e o Monte Carlo é uma prova muito
‘manhosa’ para pilotos inexperientes,
mas a quantidade de erros cometidos
pelo jovem Kalle Rovanperä nesta prova
ficaram bem acima do que seria lícito
esperar. É verdade que azares todos
têm, ninguém duvida que este jovem vai
longe, mas vai ter que fazer o seu caminho com um pouco mais de calma. Até porque
se andar um nível abaixo do que sabe, ainda assim, anda na frente do WRC2 Pro...
facilmente.

>> MAIS TROÇOS ANULADOS

Já é habitual no Monte Carlo, mas a FIA desta feita não perdoou e ao primeiro sinal,
primeiro aviso. Nem 10 minutos depois surgia a confirmação da anulação da PE3,
devido à má colocação de espetadores. Não é fácil, porque o público é muito, é
verdade, mas em Portugal também o é e foi por isso que o ACP ‘inventou’ as Zonas
Espetáculo. Façam o mesmo no Monte Carlo.

WRC/ WRC2
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS TRIUNFO DE YOANN BONATO

12 R A L I D E M O N T E C A R L O 1 D E 1 4 Há última hora, Yoann Bonato ‘caiu’ do WRC2 Pro
para o WRC2 e como se esperava, venceu facilmente
WRC2 PRO o WRC2 ‘privado’’, ainda que tenha apanhado um
ESTREIAA VENCER DE GUS GREENSMITH susto quando um dos pneus do seu Citroën C3 R5
delaminou.
Finalmente! O piloto da M-Sport, Gus Greensmith, O piloto da M-Sport teve apenas um momento de preo- Adrien Fourmaux (Ford Fiesta R5) terminou a
venceu a prova de abertura do WRC2 Pro, num evento cupação quando perdeu os travões do seu Ford Fiesta 2m06.9s. Boa prestação do jovem de apenas 22
em que só teve que lutar com Kalle Rovanperä, que saiu R5 na PE4. Uma rápida reparação na ligação antes do anos, campeão francês da Fiesta Junior. No terceiro
de estrada na primeira especial, perdeu 12 minutos troço seguinte minimizou a perda de tempo. Rovanperä lugar ficou Ole Christian Veiby (Volkswagen Polo GTI
e deixou o caminho completamente aberto ao piloto foi mais rápido que Greensmith em 10 dos 16 troços, R5), a 4m16.7s.
britânico. mas não conseguiu recuperar quase nada do tempo Como sempre, o WRC2 é uma prova de sobrevivência
Yoann Bonato (Citroën) era suposto ter sido o terceiro perdido no acidente em que bateu na traseira do Ford e as diferenças enormes. Com ou sem ‘pros’.
desta curta lista, mas antes da prova começar foi Fiesta WRC de Teemu Suninen. Bonato foi cedo para a frente e liderou de fio a
colocado como privado no WRC2. “Demorou, mas finalmente chegou a vitória! Há tantas pavio. O francês venceu 5 troços, Nicolas Ciamin 5,
No final do primeiro de 16 troços já o piloto da M-Sport pessoas a quem tenho de agradecer, a toda a equipa de Mevius 3 e Fourmaux um.
sabia que era somente uma questão de chegar ao fim, M-Sport Ford, à minha mãe e ao meu pai, mas há um Ficaram quatro carros diferentes nos quatro primei-
mas uma vitória é sempre uma vitória e a verdade é que homem a quem tenho mesmo de agradecer, o meu ros lugares: Citroën Ford, VW e Skoda.
o piloto da M-Sport estreou-se a vencer na segunda co-piloto no ano passado, Craig Parry. Nós investimos Enrico Brazzoli venceu entre os R-GT num Abarth
divisão dos ralis. Realizou uma pilotagem sem erros, o todo o nosso trabalho neste último ano”, disse Gus 124. No final do primeiro torço já tinha 1m35.1s de
que é notável, já que esta foi a primeira experiência que greensmith, o homem que tem uma mente especial, que avanço para o Porsche 997 Carrera GT do canadiano
Greensmith teve neste lendário evento com um carro de lhe permite decorar as notas, e logicamente os troços. Ian Cerar, que desistiu na PE10.
tração às quatro rodas, depois de ter participado o ano E se houver nevoeiro em Arganil? Cá o esperamos, vai
passado num Fiesta R2. estrear-se num WRC precisamente no Rali de Portugal.

FOI HÁ 10 ANOS NO MONTE CARLO
A PRIMEIRA GRANDE VITÓRIA DE OGIER

Sébastien Ogier e Julien Ingrassia fizeram no comando da prova na geral. Tínhamos
a sua estreia no Monte-Carlo em 2009, ultrapassado o Freddy Loix, num sentido
então ao volante de um Peugeot 207 literal, numa disputa acérrima, no início
S2000, quando o rali integrava o IRC, da subida para o Col Saint Jean, logo após
naquela que foi a primeira grande vitória a aldeia de Laborel, algo que não se vê
internacional da dupla. No WRC, foi no Rali com frequência nos ralis. Mas ainda tín-
de Portugal, um ano depois.... hamos de vencer o famoso Col de Turini,
Ingrassia recorda: “Fomos escolhidos a cumprir durante a noite. Ainda consigo
pela BFGoodrich para participar na ronda visualizar a nossa reação quando, na
‘caseira’ do IRC, tínhamos acabado de ser escuridão de Lucéram, nos apercebemos
Campeões do Mundo de Ralis Júnior, mas que tínhamos acabado de obter a nossa
estávamos ainda no início das nossas primeira vitória internacional. Contudo, o
carreiras. Por isso, decidimos concentrar- meu trabalho como navegador ainda não
nos na consistência antes de aumentar tinha terminado, só mais tarde consegui
gradualmente o ritmo para chegar à saborear esse momento, pensando que,
nossa única vitória em troços desse fim um ou dois anos antes, era um mero fã
de semana, nas estradas cobertas de de ralis que ia com os amigos, dormir
neve da Especial Montauban sur l’Ouvèze- de noite no carro, para assistir a estes
Eygalayes. Essa prestação colocou-nos mesmos troços”.

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13

C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

POLÉMICA RALI MONTE CARLO 1 DE 14
TOYOTA/FIA
24/01 A 27/01/2019
O Diretor do Rali, em conjunto com
os Comissários Desportivos e a FIA 1 366,43 KM 323,83 KM 1.º DIA 2.º DIA 3.º DIA
decidiram anular a PE3 por motivos
de segurança, devido à má colocação COMO VI DISTÂNCIA 16 TROÇOS
do público. Mas se isso não é O RALI
complicado noutros ralis, sejam terra PROVA CARRO
ou asfalto, no Monte Carlo, por ser José Luis Abreu TEMPO/DIF.
um rali tão especifico, há algumas 1 OGIER S. / INGRASSIA J. 
nuances. É que as equipas escolhem Os anos de 2017 e 2018 foram 2 NEUVILLE T. / GILSOUL N.  CITROËN C3 WRC  03:21:15.9
diferentes tipos de pneus para um bem equilibrados no WRC, e 3 TÄNAK OTT / JÄRVEOJA M.  HYUNDAI I20 WRC  +2.2
conjunto de três troços, dependendo pelo que se viu neste Monte 4 LOEB SÉBASTIEN / ELENA D.  TOYOTA YARIS WRC  +2:15.2
da sua visão entre ganhos e perdas, Carlo, arriscamos-nos a mais do 5 LATVALA J. / ANTTILA MIIKKA  HYUNDAI I20 WRC  +2:28.2
e com essa anulação houve uma mesmo esta temporada. Apesar 6 MEEKE KRIS / MARSHALL S.  TOYOTA YARIS WRC  +2:29.9
equipa que teve mais sorte, a de ter trocado de equipa, já 7 GREENSMITH GUS / EDMONDSON E.  TOYOTA YARIS WRC  +5:36.2
Hyundai, e Tommi Mäkinen fez ouvir ficou claro que Sébastien Ogier 8 BONATO YOANN / BOULLOUD B.  FORD FIESTA R5  +13:04.6
a sua voz junto da FIA, alegando que não vai precisar de muito tempo 9 SARRAZIN S. / RENUCCI J.  CITROËN C3 R5  +13:56.5
as três especiais deviam ter sido para que tudo entre nos carris, 10 FOURMAUX ADRIEN / JAMOUL RENAUD  HYUNDAI I20 R5  +14:06.8
canceladas: “Perdemos o nosso líder, tal como já fez na M-Sport. 11 SUNINEN TEEMU / SALMINEN MARKO  FORD FIESTA R5  +16:03.4
e se perdermos o campeonato por Quem se ‘atirava’ ao C3 WRC, tire 12 VEIBY O. / ANDERSSON JONAS  FORD FIESTA WRC  +17:56.8
causa disto? Este é o único rali em novamente o cavalinho da chuva, 18 ROVANPERÄ K. / HALTTUNEN JONNE  VOLKSWAGEN POLO GTI R5  +18:13.2
que se tem de ponderar o que afeta pois quando são guiados por 20 TIDEMAND PONTUS / FLØENE OLA  ŠKODA FABIA R5  +26:32.4
as equipas ao anular-se uma única bons piltoos, Loeb na Catalunha FORD FIESTA WRC  +29:34.6
especial”. e Ogier agora, o carro vence ralis.
A FIA respondeu, através de Yves Na Hyundai, mais do mesmo, mas ABANDONOS PE VENCEDORES DE PE
Matton: “Fiquei surpreendido, foram em ‘bom’. O belga está motivado CAUSA
comentários agressivos contra os para ir à procura do seu primeiro PE O. TÄNAK
organizadores e FIA. Ele sabe que título mundial, teve um carro LÍDERES T. NEUVILLE
a segurança é fulcral, mas o que rápido o suficiente para ganhar, E. LAPPI PE9 MOTOR PE1-3 S. LOEB E S. OGIER 7
aconteceu faz parte do jogo, por mas aquele erro no segundo dia O. TÄNAK PE4-6 K. MEEKE E J.M. LATVALA 3
vezes são uns beneficiados, noutras, que llhe custou 20 segundos, E. EVANS PE10 ACIDENTE T. NEUVILLE PE7-16 2
outros. Não me parece que fosse tramou-o. Mas vai andar na luta. S. OGIER 1
bom anular os três troços. A prova Apesar de tudo, continuo a A. MIKKELSEN PE10 PERDEU
é excecional, e ter-se-ia privado os achar que a Toyota tem o melhor
adeptos de um grande espetáculo. conjunto, e o que fizeram Meeke RODA/ACIDENTE
Percebo a visão dele, mas ele também e Latvala é um bom exemplo. Do
tem que ver o ‘filme’ de forma global”, que Tänak é capaz já sabíamos Monte Carlo
disse. e pelos vistos traz o mesmo Suécia
embalo de 2018. Com isso não México
vai ser nada fácil pará-lo, se bem França
que quando chegarem os ralis Argentina
de terra, se estiver na frente Chile
do campeonato, ainda terá de Portugal
provar como se sai na frente, no Itália
primeiro dia. Finlândia
De qualquer modo, para já um rali Alemanha
fantástico, mas não ‘tão’ Monte Turquia
Carlo como nos últimos dois Grã-Bretanha
anos, em que as condições foram Espanha
mais difíceis. Austrália
TOTAL

PILOTOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1. OGIER SÉBASTIEN 25+4 - - - - - - - - - - - - - 29

2. NEUVILLE THIERRY 18+3 - - - - - - - - - - - - - 21

3. TÄNAK OTT 15+2 - - - - - - - - - - - - - 17

4. MEEKE KRIS 8+5 - - - - - - - - - - - - - 13

5. LOEB SÉBASTIEN 12 - - - - - - - - - - - - - 12

6. LATVALA JARI-MATTI 10 - - - - - - - - - - - - - 10

7. GREENSMITH GUS 6 - - - - - - - - - - - - - 6

8. BONATO YOANN 4 - - - - - - - - - - - - - 4

9. SARRAZIN STÉPHANE 2 - - - - - - - - - - - - - 2

10. SUNINEN TEEMU 0+1 - - - - - - - - - - - - - 1

11. FOURMAUX ADRIEN 1 - - - - - - - - - - - - - 1



MARCAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

1 HYUNDAI 18+12 - - - - - - - - - - - - - 30

2 CITROËN TOTAL WRT 25+0 - - - - - - - - - - - - - 25

2 TOYOTA GAZOO 15+10 - - - - - - - - - - - - - 25

4 M-SPORT FORD WRT 8+6 - - - - - - - - - - - - - 14

WRC/
RALI DE PORTUGAL

14

VODAFONE RALLY DE PORTUGAL APRESENTADO

ÀDCODASTEERVDOARLLTAIASL anteontem em Lisboa, tem este ano mui-
tas e boas novidades, pois para além dos
Está confirmado míticos troços de Arganil, Góis e Lousã,
oficialmente! O Vodafone vai arrancar de Coimbra e ter também
Rally de Portugal volta a anos depois da cara- uma nova Street Stage citadina em Vila se ficou a saber que isso implicaria sempre
inovar e Carlos Barbosa, vana do WRC ter pas- Nova de Gaia. grandes alterações no esquema da pro-
Presidente do ACP, cumpre sado pela última vez A etapa portuguesa do Mundial de Ralis, va, pois arrancar de Guimarães não faria
pelos míticos troços que se realiza entre 30 de maio e 2 junho, grande sentido para rumar à zona Centro
uma promessa feita há da Serra do Açor, eis surge este ano com uma mini revolução e é aí que nasce, quase naturalmente, a
no seu percurso. ideia/necessidade de se partir de Coimbra.
18muito, o regresso da prova Há muito que os adeptos ansiavam pelo Assim, a partida oficial do evento vai ter
portuguesa do Mundial de que este ano o WRC regresso do Mundial de Ralis a Arganil, e lugar em Coimbra, junto à Porta Férrea
Ralis à zona Centro do País, vai voltar a uma das zonas que mais e por Arganil entenda-se todos os troços da Universidade, a caravana pernoita na
nomeadamente a Arganil, melhores histórias criou ao longo das daquela região. Desde que o ACP decidiu cidade dos estudantes, de 30 para 31 de
Góis e Lousã. Mais há muito quase três décadas em que a prova por levar novamente a prova para o Norte do maio, e dali saem na sexta-feira rumo
mais novidades... lá passou. Não há como ficar indiferente país, que os adeptos sonhavam com o à Lousã, Góis e Arganil, por esta ordem,
seu regresso também à zona centro, algo para duas passagens pelos três troços
ao contributo que Arganil sempre deu que se tornou difícil, pois com as atuais que se realizam entre as Serras do Açor
obrigações em termos de percurso, não e da Lousã.
José luís Abreu para o sucesso desportivo e popular do era fácil encaixar a zona de Arganil, Góis
[email protected] Rali de Portugal. Mas há mais... e Lousã no percurso.
FOTOS Interslide/Paulo Maria OVodafoneRallydePortugal,apresentado Os ralis que o ACP colocou de pé entre 2015
e 2018 foram fantásticos, e muito variados,
já que se estendiam da zona de Ponte de
Lima, Viana do Castelo e Caminha, onde
o ACP descobriu troços tão diferentes
quanto interessantes, às já mais conhe-
cidas zonas de Fafe, Cabreira e Marão.
Com a decisão das edilidades minhotas
que albergaram os troços de Ponte de
Lima, Viana do Castelo e Caminha em sair
do percurso do Rali de Portugal, abriu-se
uma janela de oportunidade para o regres-
so da zona Centro, mas também depressa

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15

A Exponor, em Matosinhos, mantém- P/ P R O G R A M A antes utilizado. Nas últimas vezes que O dia de sábado começa em Vieira do
-se como base operacional da prova, o percurso da prova se fez em terra com Minho, este ano com novidades no início
recebendo, como sempre, as verifi- PROGRAMA (PROVISÓRIO, O PROGRAMA DEFINITIVO SERÁ troços na Lousã, isso sucedeu do lado do percurso, seguindo para os já bem co-
cações administrativas e técnicas, o PUBLICADO EM REGULAMENTO E SUJEITO A ADITAMENTOS) esquerdo da EN 236, estrada que liga nhecidos troços de Cabeceiras de Basto,
parque de assistência e a maior parte Castanheira de Pera à Lousã, conhe- na Serra da Cabreira, e Amarante, a clas-
das partidas e chegadas da sétima QUINTA-FEIRA 30 DE MAIO DE 2019 cido antigo troço de asfalto para prova. sificativa mais longa da prova, com 37,60
jornada do Mundial de Ralis. SHAKEDOWN/PAREDES (4,60 KM) Desta feita o ACP desenhou um troço do km, com início em Mondim de Basto.
A 53ª Edição do Vodafone Rally de Por- CERIMÓNIA DE PARTIDA-PORTA FÉRREA, COIMBRA lado direito da encosta, com uma bele- Em termos desportivos, o dia completa-
tugal tem um percurso total de 1.463.55 za cénica fantástica, especialmente a -se com a Gaia Street Stage, uma dupla
km, dos quais 311,59 km disputados SEXTA-FEIRA 31 DE MAIO DE 2019 descida final. classificativa disputada num percurso
ao cronómetro ao longo de 20 provas COIMBRA/PARTIDA Depois os concorrentes rumam a Góis, inédito com partida no Cais de Gaia e final
especiais de classificação. LOUSÃ (12,35 KM) - PE1/PE4 para uma versão com partes muitas junto ao edifício da Câmara Municipal.
Como habitualmente, desta feita na GÓIS (18,78 KM)- PE2/PE5 vezes utilizada no passado, mas com um Fafe volta a dominar o último dia de
quinta-feira, 30 de maio, os adeptos ARGANIL (14,62 KM) - PE3/PE6 novo desenho. A fase inicial decorre no competição. Além da incontornável
têm a primeira oportunidade de ver LOUSADA (3,36 KM) - PE7 topo da montanha, novamente com uma classificativa de Fafe-Lameirinha, em
beleza cénica absolutamente incrível, formato de Power Stage na segunda
SÁBADO 1 DE JUNHO DE 2019 sendo esta zona, provavelmente, das passagem, os troços de Montim e de
VIEIRA DO MINHO (20,53 KM) - PE8/PE11 mais bonitas de todo o WRC. A descida Luílhas completam o programa.
CABECEIRAS DE BASTO (22,22 KM) - PE9/PE12 final é bem mais conhecida e tem vindo A consagração dos pilotos e equipas está
AMARANTE (37,60 KM ) - PE10/PE13 a ser utilizada nos últimos anos para os marcada para a Marginal de Matosinhos,
GAIA STREET STAGE (2,25 KM) - PE14/PE15 testes das equipas do WRC. junto ao mar, onde são esperados milha-
Por fim, Arganil. Depois de três décadas res de fãs do Vodafone Rally de Portugal
DOMINGO 2 DE JUNHO DE 2019 de utilização no WRC, Arganil já não tem para a festa da cerimónia de pódio.
MONTIM (8,64 KM) - PE16 E PE19 segredos para a competição, mas os O Vodafone Rally de Portugal passa agora
FAFE (11,18 KM) - PE17 E PE20 (POWER STAGE) pilotos atuais vão sentir o que é rodar em a contar com o apoio das autarquias de
LUÍLHAS (11,89 KM) - PE18 estradas com tanto pedigree. Boa parte Amarante, Arganil, Cabeceiras de Bas-
do troço de Arganil tem partes da antiga to, Coimbra, Fafe, Góis, Lousã, Lousada,
os concorrentes, no já habitual sha- maratona de 56.50 km, e aqui não vão Matosinhos, Mondim de Basto, Pare-
kedown de Baltar, no município de Pa- faltar nomes que fazem soar campainhas des, Vieira do Minho, Vila Nova de Gaia
redes. Depois disso, a caravana ruma nos Adeptos: Alqueve, Casa do PPD, etc. e naturalmente do Turismo de Portugal,
a Coimbra para a cerimónia oficial de Concluídos os 91,50 km cronometrados Turismo do Porto e Norte e do Turismo
partida, anteriormente referida. na região Centro, o pelotão do Vodafone do Centro, para além dos já conhecidos
Depois de partirem de Coimbra os con- Rally de Portugal ruma a Norte para a patrocinadores empresariais habituais,
correntes deparam-se com uma novi- disputar a super especial de Lousada. a Vodafone, BP, Hertz e Skoda.
dade absoluta no Mundial de Ralis, um
novo troço na Serra da Lousã, nunca

V/16
VELOCIDADE - IMSA EM XXXXXXX

CORRIDA MOLHADA
ALONSO ABENÇOADO
UA chuva baralhou por
ma corrida que é já de si im- Derani) a liderar a primeira sessão en- Gomes a surgirem na frente. As máqui-
completo uma corrida que previsível, tomou contornos quanto o Mazda nº 55 (Bomarito, Tinck- nas italianas assumiam protagonismo,
se tornou caótica. Mas do dramáticos quando a chuva nell, Pla) tratou de fazer o melhor tempo mas o nº 13 começou a mostrar que era
meio da confusão elevou- apareceu na noite de Dayto- na segunda sessão. Nas duas sessões um forte candidato à pole, o que se con-
se o talento dos pilotos do na, ficando pela manhã fora, Filipe Albuquerque foi o segundo mais firmou. Gomes bateu o recorde de pista
carro nº 10, especialmente de rápido mostrando um bom andamento (1:45.257) para os GT3 e ficou à frente do
até ao final antecipado, com- no nº 5, sempre na companhia de João Mercedes nº 33 e do Acura nº 86. Lauda
Fernando Alonso. Já para os plicando a tarefa de pilotos e equipas, Barbosa e Christian Fittipaldi, que fazia a ficou-se pelo sexto lugar.
portugueses foi uma prova que a certa altura lutavam apenas para sua última corrida. Em GTLM os Porsche No GTLM o domínio foi dos Porsche.
sem sorte “sobreviver”. A corrida foi recheada de eram claramente os carros mais rápidos Cedo se percebeu que seriam os 911
e em GTD havia boas notícias, pois o nº RSR a ficar com os lugares da frente e
Full Course Caution (FCC) e teve duas 51 de Pedro Lamy, Mathias Lauda, Paul o nº 912 foi o primeiro a dar nas vistas,
Dalla Lana e Daniel Serra estava con- mas a pole sorriu ao nº 911 de Nick Tandy
Fábio Mendes interrupções por bandeiras vermelhas. sistentemente nos primeiros lugares (1:42.257). Perto desse registo ficou o nº
[email protected] Com as inevitáveis avarias e incidentes, da tabela. 3 de Jan Mangunssen e a fechar o top 3
Fotos: IMSA/Richard Dole/Jake ficámos com uma luta a quatro pela ficou o Ford nº 67 de Ryan Briscoe.
MAZDA MAIS FORTE Nos LMP2 foi o nº 81 da DragonSpeed a
Galstad e Michael Levitt vitória, que acabou por sorrir ao Cadil- ficar com a pole (James Allen, 1:35.904),
NA QUALIFICAÇÃO seguido pelo nº 52 da PR1 Mathiasen
lac nº 10 da WTR. Para os portugueses, Em GTD os Ferrari começaram a mostrar Motorsports e do nº 18, também da Dra-
um pouco mais de andamento, como o nº gonSpeed.
apesar do andamento promissor, foi 51 de Mathias Lauda e o nº 13 de Marcos

uma corrida para esquecer, com muito

azar à mistura.

As primeiras sessões de treinos mostra-

ram que os Cadillac tinham argumentos

para a vitória com o nº 31 (Nasr, Curran,

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17

C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

DPI CADILLAC DPI 21:59:13.350
1 - #10 - R. VAN DER ZANDE / J. TAYLOR/ F. ALONSO / K. KOBAYASHI CADILLAC DPI +13.458
2 - #31 - F. NASR / E. CURRAN / P. DERANI WHELEN ACURA DPI +13.964
3 - #7 - R. TAYLOR / H. CASTRONEVES / A. ROSSI ACURA

LMP2 ORECA 22:01:17.535
1 - #18 - R. GONZALEZ / P. MALDONADO / S. SAAVEDRA / R. CULLEN ORECA +4 VOLTAS
2 - #38 - K. MASSON / R. MASSON / C. CASSELS / K. WRIGHT

GTLM BMW M8 GTE 22:00:47.135
1 – #25 - A. FARFUS / C. DE PHILLIPPI / P. ENG / C. HERTA FERRARI 488 GTE +1.149
2 - #62 - D. RIGON / M. MOLINA / A. PIER GUIDI / J. CALADO

GTD

1 - #11 - R. INEICHEN / M. BORTOLOTTI / C. ENGELHART / R. BREUKERS LAMBORGHINI HURACAN GT3 22:01:07.464

2 - #29 - D. MORAD / C. MIES / R. FELLER / D. VANTHOOR AUDI R8 LMS GT3 +5.226

Nos DPi, como esperado, foram os Ma- Taylor e do Mazda nº 55 no top 3. Para as
zda a fazerem a festa na qualificação. cores portuguesas foi uma sessão ne-
Já tinham provado que os carros eram gra. Albuquerque nem teve tempo para
muito rápidos no ROAR e na qualificação aquecer, pois um problema nos travões
não deram hipótese. O nº 55 de Jonathan do nº 5 levou o português a entrar nas
Bomarito começou na frente, mas o nº boxes logo no início, acabando com as
77 de Oliver Jarvis assumiu a liderança esperanças de um bom resultado (os
da tabela e nunca mais daí saiu, ficando carros não podem ser reparados durante
com o recorde da pista (1:33.685). No final a qualificação).
teve a companhia do Acura nº 7 de Ricky Depois da qualificação tivemos mais

V/
VELOCIDADE

18

IMSA

duas sessões de treinos livres em que desistir perto do fim, com problemas inscritos (4). Os carros da Dragonspeed GTLM UMA VITÓRIA CAÍDA DO CÉU…
o Nissan nº 54 liderou o treino notur- técnicos. confirmaram o favoritismo, com o nº 81
no, novamente com Albuquerque em A luta principal era a quatro, entre os e o nº 18 em boa posição, mas um pro- COM DEDICATÓRIA ESPECIAL
segundo. No último treino foi mesmo dois Acura e os Cadillac da WTR e da blema técnico no nº 81 acabou com as
o português a colocar o nº 5 no topo da Action Express. No entanto a chuva veio esperanças do carro que até tinha sido Olhando para a tendência dos treinos
tabela de tempos. Em GTLM e GTD as baralhar ainda mais as contas. Aquan- o mais rápido da sua classe ao longo e da qualificação, tudo indicava que os
tendências mantiveram-se. do da primeira interrupção da prova (a do fim de semana. Sobrou assim para o Porsche seriam os favoritos à vitória,
pista estava demasiado perigosa), era segundo carro da equipa com Sebastian sempre com os Corvette por perto. Os
DPI LUTA A QUATRO E PORTUGUE- Alonso o líder da contenda, mas o que Saavedra, Pastor Maldonado, Rober- Ford e os Ferrari não andavam longe e
se seguiu ao recomeço da prova foi uma to Gonzalez e Ryan Cullen a fazerem a os BMW pareciam estar algo arredados
SES SEM A ESTRELINHA sucessão de FCC e de incidentes que festa no nº 18. destas contas.
por momentos fizeram temer o pior. O início da prova parecia confirmar esta
A luta na classe DPi foi intensa e apesar As contas pela vitória complicaram-se tendência, com os Ford a surgirem mais
de ter largado da pole, o Mazda nº 77 de e sofreram uma baixa de vulto na 19ª
Jarvis não aguentou a pressão do Acura hora, com o Acura nº 6 a ficar fora de
nº 6 de Juan Pablo Montoya. O colombia- combate, depois de uma quebra de uma
no assumiu a liderança da prova e por correia do alternador.
lá ficou nas primeiras horas, sempre A luta final foi entre Alonso e Nasr, com
acompanhado de perto pelo Acura nº o brasileiro a aguentar-se na liderança
7, assim como pelo Cadillac nº 31. Nesta da prova durante algum tempo, até que
fase, o nº 10 era sétimo. um erro na curva um abriu a porta a
Para as cores portuguesas a corrida Alonso, que agarrou o primeiro lugar
acabou logo na quarta hora de prova, a pouco mais de duas horas do fim,
com um problema elétrico que afetou até à última interrupção. Na primeira
as luzes traseiras do carro. O nº 5 perdeu vez com um DPi, Alonso e Kobayashi
15 voltas nas boxes e ficou arredado das mostraram serviço e venceram a prova,
contas pela vitória, depois de uma gran- juntamente com Jordan Taylor e Renger
de recuperação até aos lugares da frente. van der Zande, dois homens habitua-
Enquanto os portugueses lamentavam dos a estas andanças, embora o último
a sua sorte, em pista, um espanhol dava tenha festejado também pela primeira
nas vistas. Fernando Alonso fez uma vez o triunfo em Daytona.
recuperação notável no nº 10 e saltou Nasr, Eric Curran e Derani ficaram com
para a liderança da prova. Mesmo com o segundo posto e o Acura nº 7 de Ricky
situações de FCC, Alonso conseguiu Taylor, Hélio Castroneves e Alexander
entregar o carro ao colega Kamui Ko- Rossi completou o top 3. A quatro vol-
bayashi com uma vantagem agradável, tas do líder ficou o Nissan nº 54 que,
que o japonês fez questão de não des- apesar dos problemas técnicos a meio
perdiçar. O nº 31, com Pipo Derani ao da prova, conseguiu uma boa recupe-
volante, roubou essa liderança, graças ração. Seguiu-se o nº 85 da JDC-Miller
a uma boa estratégia da Action Express, MotorSports, o Acura nº 6 e o Cadillac
mas a luta era renhida. nº 5 em sétimo. Completaram a tabela
Ainda antes do meio da prova, o azar os nº 50, nº 55, nº 84 e o nº 77.
abateu-se sobre os Mazda. Um início
de incêndio obrigou o nº 77 a parar e LMP2 OUTRO EX-F1 A SORRIR
a ficar fora de prova enquanto o nº 55
também tinha tido um toque que o fez A história dos LMP2 cedo passou para
perder tempo. A situação não melhorou segundo plano, dada a curta lista de
e o segundo carro da Joest acabou por

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19

afoitos. A liderança foi trocando, ora dos prováveis candidatos venceu, o que consolação ficaram com o segundo lugar. viu-se bem logo nas primeiras horas de
para os Porsche ora para os Corvette, permitiu à BMW fazer uma merecida A fechar o pódio tivemos o Lexus nº 12. prova: de 11º para segundo. Mas as cor-
enquanto o Ferrari nº 62 se aproximava, dedicatória a Charly Lamm, o malogrado Para Pedro Lamy foi uma espécie de ridas são mesmo assim. O ano passado
tal como o BMW nº 25. Foram mesmo chefe da Schnitzer, equipa com fortes repetição do ano passado. A equipa mos- ganhámos Daytona e não ganhámos o
estes últimos a ficarem com o prota- ligações à marca bávara, que faleceu na trou excelente andamento e o português campeonato. Pode ser que este ano não
gonismo final. Os Corvette enfrentaram passada sexta-feira. Augusto Farfus, voltou a fazer uma condução fabulosa, ganhando Daytona consigamos ganhar
problemas técnicos (nº 3) e incidentes Colton Herta, Philipp Eng e Connor de que permitiu colocar o nº 51 na liderança, o Campeonato. Quem sabe?! Agora é
(nº 4) que os colocaram foram da luta. Phillippi ficam para a história, seguidos mas um incidente com Paul Dalla Lana seguir em frente e pensar na próxima
Quem também ficou mais longe da vi- do Ferrari nº 62 (Calado, Rigon, Molina, acabou com as esperanças da equipa e do corrida. O nosso carro tem tudo para
tória foram os Porsche nº 911 e o Ford nº Pier Guidi). Em terceiro ficou o Porsche português. É a segunda vez que os bons ganhar corridas e é nisso que vamos
66, que num dos recomeços na caótica nº 912 (Bamber, Vanthoor, Jaminet). indicadores não dão frutos para Lamy que trabalhar.”
manhã de Daytona envolveram-se num viu o seu esforço desvanecer-se de novo. Pouco servirá de consolação, mas a du-
acidente quando lideravam. O Ford nº GTD NÃO DESISTIR VALEU A VITÓRIA pla portuguesa entendeu que continua
67 teve uma mão na vitória, mas foi O FADO LUSO com a máquina mais forte do IMSA e
obrigado a entrar nas boxes para um Pela segunda vez consecutiva foi o Lam- com um andamento forte que fará de
reabastecimento, pouco antes da última borghini nº 11 da Grasser Racing Team a Para se vencer numa prova como esta Barbosa e Albuquerque fortes candi-
interrupção. A equipa adiou ao máxi- vencer em Daytona. A corrida começou é preciso ser perfeito ao longo de 24h. datos ao título.
mo, à espera das bandeiras vermelhas, da pior forma, com duas penalizações que Mas foi uma prova longe disso para o nº Quanto a Lamy, pouco há a dizer. Uma
mas foi quando o nº 67 foi obrigado a não impediram de recuperarem e vencer. 5. Apesar dos excelentes apontamentos condução ao seu nível, que catapultou
reabastecer, pouco depois a corrida foi Beneficiaram dos erros do Mercedes nº nos treinos, o carro americano falhou o nº 51 para a frente dos GTD. Mas um
terminada. Atrás de si, James Calado no 33, um dos carros com andamento mais nos momentos cruciais. Uma falha na incidente com Dalla Lana ao volante
Ferrari nº 62 e Augusto Farfus no BMW forte, e do Audi nº 29 da Land Motorsport qualificação e outra na corrida acabaram mais uma vez arredou o português da
nº 25 lutavam pela segunda posição e o para subirem ao primeiro lugar. O nº 33 com as esperanças de dar a Fittipaldi luta. Poderá ser fácil apontar o dedo ao
brasileiro, com uma manobra corajosa, andou sempre nos primeiros lugares e uma grande festa de despedida. Albu- canadiano, mas este tipo incidentes são
numa pista completamente encharcada, parecia ter pelo menos o pódio garantido, querque era o rosto da desilusão: normais nestas corridas.
ficou com a vice-liderança que se tornou mas um pião de Lucas Stolz acabou com “Foi uma corrida para esquecer com Não houve o final desejado, mas fica o
em primeiro lugar final, depois da ida do o sonho. O nº 29 também estava encami- aqueles problemas que nos dificultaram orgulho pelo talento e pelas prestações
nº 67 para as boxes. Um dos carros que nhado para a vitória, mas perto do fim um a vida, sobretudo porque o carro estava dos nossos pilotos, apesar dos resul-
menos vezes terá sido referido como um pião de Daniel Morad abriu as portas do com um andamento fenomenal, um tados.
primeiro lugar ao nº 11, e para prémio de andamento para chegar à vitória, e isso

V/ A VITÓRIA DA BMW
VELOCIDADE COMONUMFILME

20 Podíamos falar do andamento superior dos Porsche e dos Corvette e até
dos Ford, ou da recuperação do Ferrari, mas o destaque vai todo para a
IMSA BMW. A presença de Alex Zanardi no nº 24 era por si suficiente, um homem
que é mais do que um atleta… é uma lição de vida. Mas a história da vitória
ALONSO EA… dos BMW é única. Farfus foi chamado à última hora para substituir Tom
“QUADRUPLECROWN” Blomqvist, com problemas burocráticos, que não pôde seguir viagem. E foi
Farfus que fez a ultrapassagem que deu a vitória à marca Bávara, debaixo
Serão poucos os adjetivos que ainda não foram usados para realçar o talento do de um céu tão carregado quanto os corações de muitos homens da BMW
espanhol. O nº 10 até começou o fim de semana de forma discreta, mas tinham devido à morte de Charly Lamm, um dos rostos mais carismáticos do
uma carta na manga: o stint de Alonso que levou o Cadillac ao topo da tabela foi desporto motorizado dos últimos anos. Curiosamente foi o piloto que deu a
notável. A forma como evitou os problemas à chuva deu a vitória à equipa. Conseguiu última vitória a Lamm e que nos permitiu ver o seu sorriso emocionado pela
ultrapassagens que poucos tentaram completar e mostrou porque é considerado dos última vez (e logo em Macau), que fez a manobra que selou o triunfo:
melhores do mundo. No ano em que tem como objetivo completar a Triple Crown, com a “Para mim, ele era muito mais que um amigo, muito mais que um entusiasta
conquista da Indy500, junta aos campeonatos e as vitórias na F1, especialmente a do de corridas. Ele estava comigo no carro. Vamos celebrar, porque tenho
Mónaco, o triunfo em Le Mans e agora em Daytona. Um talento ímpar no auge da sua certeza de que ele seria o primeiro a fazê-lo, e ele não será esquecido pelo
forma que ainda quer escrever mais história, depois de uma prova difícil: que fez e pelo que aprendi. Tenho a certeza de que o Charly nos está a
“Pedi o Safety Car quando seguia atrás do Nasr. As condições eram horríveis e a aplaudir.”
visibilidade quase nula. Depois o Nasr foi muito fundo na curva 1 e aproveitei, mas foi
um momento de sorte. Estou muito, muito orgulhoso do trabalho feito. Tínhamos um CHUVA E MUITAS
plano para a corrida que seguimos passo a passo.” PREOCUPAÇÕES

DESILUSÃOMAZDA Foi uma prova dura para todos e a chuva não deu
PODERIOCADILLAC tréguas em Daytona. Roger Penske disse que nunca
viu uma corrida assim e a direção de prova teve a
Foram rápidos nos treinos e difícil tarefa de avaliar constantemente as condições
qualificação, mas na corrida os de segurança. A prova acabou por ser encurtada e a
Mazda desiludiram. O andamento maioria concordou com a decisão, pois as queixas
era interessante, mas os da falta de visibilidade eram muitas e os toques
Cadillac pareciam ter mais na sucederam-se.
manga. Uma dupla desistência
era o cenário menos desejado.
Apesar das evoluções há ainda
hábitos antigos que têm de ser
eliminados e a falta de fiabilidade
é um deles. Já os Cadillac
mostraram que são a máquina
mais forte. Terceira vitória
consecutiva de um “Caddy” em
Daytona. Os Acura estiveram mais
perto da vitória e mostraram
boa evolução e o Nissan da CORE
evidenciou potencial para mais.

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FE/22 NOVO
FÓRMULA E - CHILE

ABANDONO
DEFÉLIX
DA COSTA
Santiago, capital do retângulo chamado Chile, tem a
particularidade de estar emparedada entre o Pacífico e os Andes,

sendo um verdadeiro forno em janeiro, com temperaturas acima
dos trinta graus e sem gota de chuva. Foi assim que a América
Latina recebeu a terceira prova da Fórmula E, ‘derretendo’ as

esperanças de um bom resultado para António Félix da Costa. A
vitória sobrou, literalmente, para Sam Bird

José Manuel Costa primeiro andamento a ser realizado às 8
[email protected] da manhã. Já com 24 graus de tempera-
FOTOS Fórmula E/LAT Images tura no ar! Sébastien Buemi destacou-se
com violento acidente logo pela fresca na
Ateoria do copo meio cheio ou curva 7, enquanto que Lucas di Grassi en-
meio vazio pode ser aplicada viava mensagem a toda a gente ao fazer
à nova temporada da Fórmula o melhor tempo na primeira sessão de
E, que após três corridas dis- treinos livres. Porém, na segunda sessão,
putadas, conheceu três ven- debaixo de um calor excruciante, José
cedores diferentes: António María López levou o carro da Dragon até
Félix da Costa na Arábia Saudita, Jérôme ao topo da tabela de tempos, e após uma
D’Ambrosio em Marrocos e, agora, Sam série de voltas rápidas com potência má-
Bird no E-Prix do Chile. E se na primeira xima, o argentino acabou mesmo com o
corrida o português dominou mais ou melhor tempo das duas sessões livres ao
menos a seu belo prazer, na segunda o rubricar 1m08,194s, imediatamente antes
francês da Mahindra aproveitou o des- da pista quase colapsar e impedir que os
tempero de Alexander Sims e António tempos baixassem.
Félix da Costa, enquanto que em Santiago, O estado muito escorregadio da pista devi-
a pressão e o estado da pista, literalmen- do ao calor provocou, além do acidente de
te a derreter, entregou a vitória ao piloto Buemi, toques nas barreiras de proteção,
britânico da Virgin. António Félix da Costa como sucedeu a Mitch Evans, por duas
abandonou, voltando a não pontuar. vezes, ou ainda com Jean-Èric Vergne,
que não encontrou antídoto para evitar
QUALIFICAÇÃO ATRIBULADA bloquear rodas no gancho final antes da
reta da meta.
O fim de semana de Santiago começou de Contas feitas, o mais rápido foi José MarÍa
cara fechada para António Félix da Costa, López, com o líder do campeonato, Jérôme
numa dupla sessão de treinos livres com D’Ambrosio, a não ir além de 10º no pri-
horários menos convencionais, com o meiro treino e sétimo no segundo treino
livre. António Félix da Costa foi sexto no
primeiro treino e 10º no segundo.

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23

ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA

TEMOSASARMASPARALUTAR...

António Félix da Costa voltou
a ter um fim de semana difícil,
agora no Chile.
O piloto luso abandonou na
sequência de um toque de Andre
Lotterer, numa altura em que
rodava atrasado e recuperava
posições na corrida.
Tudo porque na qualificação os
cinco primeiros do campeonato
são os primeiros a rumar à pista,
que nessa altura está mais lenta,
pelo que os elementos deste
grupo qualificaram-se bem pior. Ainda assim, Félix da Costa não perdeu grande margem
pontual para o líder do campeonato, e é agora terceiro: “Não foi um fim de semana fácil.
Esta regra da qualificação está a revelar-se demasiado penalizadora e injusta e arruinou por
completo o fim de semana dos cinco pilotos que tomaram parte do Grupo 1 da qualificação.
Na corrida senti-me bem nas voltas iniciais, e estava a recuperar posições, passei o Paffett e
o Lotterer, mas depois o toque que me deu, acabou com a minha corrida. Resta-nos enquanto
equipa manter a mesma forma concentrada de trabalhar, com os olhos postos na corrida
do México, pois sabemos que temos as armas para lutar. Não quero também deixar de
agradecer uma vez mais ao público, pois em três corridas fui sempre um dos mais votados no
fanboost, isso deixa-me feliz e orgulhoso pelo apoio dos portugueses.”

E se o fim de semana começou farrusco C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O
para o piloto português da BMW i Andretti,
na qualificação o destino da corrida ficou 1º SAM BIRD (VIRGIN) 47M02,511S
traçado a cores bem escuras. A divisão dos
grupos de qualificação não lhe foi nada 2º PASCAL WEHRLEIN (MAHINDRA) A 6,489S
favorável e fez a sua qualificação com a
pista em piores condições. 3º DANIEL ABT (AUDI ABT) A 14,529S
Lucas di Grassi ficou na frente da
Superpole, competindo no segundo grupo 4º EDOARDO MORTARA (VENTURI) A 17,056S
de qualificação, beneficiando do primeiro
grupo não ter encontrado a pista em boas 5º ROBIN FRJINS (VIRGIN) A 17,056S
condições. Com 1m08,290s, o brasileiro
ficou com a “pole position” na frente de 6º MITCH EVANS (JAGUAR) A 23,755S
Sébastien Buemi, que apanhou um “ba-
nho” – pelo menos no que à Fórmula E diz 7º ALEXANDER SIMS (BMW I ANDRETTI) A 27.590S
respeito – de 0,526s. Ainda assim, uma boa
qualificação depois de ter saído de forma 8º JÉRÔME D’AMBROSIO (MAHINDRA) A 41,984S
violenta no primeiro treino livre.
Pascal Wehrlein, a fazer a sua estreia na 9º OLIVER TURVEY (NIO) A 45,059S
Fórmula E, esteve muito bem na qualifi-
cação e rubricou o terceiro tempo, segui- 10º JOSÉ MARIA LOPEZ (DRAGON) A 45,376S
do de Daniel Abt e de Stoffel Vandoorne.
Sam Bird cometeu vários erros, quase (CLASSIFICADOS 14 PILOTOS)
sempre nas últimas duas curvas, e aca-
bou fora do top 5, seguido de Edoardo rado por Vergne, que não foi além do 13º
Mortara, Maximilian Gunther (o oitavo lugar, António Félix da Costa ficou em
lugar na grelha foi a sua melhor classifi- 18º lugar e o líder do campeonato, Jérôme
cação na grelha para uma corrida da FE), D’Ambrosio, foi 21º e penúltimo.
Alexander Sims em nono e a fechar o top Depois, caíram as penalizações: Lucas Di
10, o brasileiro Felipe Massa. Grassi utilizou de forma anormal o travão
O primeiro grupo, composto pelos pri- na volta de desaceleração após a sua volta
meiros cinco do campeonato, foi lide- de qualificação de grupo (mais tarde se-
ria o mais veloz na SuperPole), tendo sido
desclassificado e forçado a sair da última
posição da grelha; Stoffel Vandoorne per-
deu o seu tempo na Super Pole por não
ter cumprido a janela de saída para a pista.

FE/ Com tudo isto, Sébastien Buemi ficou com na frente e só teve de suportar a ameaça
FÓR MULA E - CHILE a “pole position” e o português da BMW de Pascal Wehrlein, que reservou o últi-
i Andretti subiu uma posição. Nada que mo “Attack Mode” para as derradeiras
24 o deixasse particularmente feliz, já que voltas. Tentou o alemão tudo para passar
a pista não tinha grandes locais para ul- o piloto da Virgin, mas Sam Bird não lhe
BREVES trapassar, como habitualmente. deu qualquer chance e depois de ter-
minada a vantagem do “Attack Mode”,
>>TRAÇADO DIFERENTEEMSANTIAGO ERROS DECIDEM CORRIDA o carro da Mahindra, pilotado pelo ale-
mão ex-Fórmula 1, obrigou Wherlein a
Após a primeira edição do E-Prix do Chile se ter realizado em redor do Parque Com uma temperatura acima dos 35 graus reduzir de forma sensível o andamen-
Florestal de Santiago, a segunda presença da Fórmula E na capital chilena foi no ar e de 47 graus na pista, as condições to, devido ao aquecimento excessivo
recebida num local diferente, cerca de cinco quilómetros mais a sul, no Parque eram pouco menos que excruciantes para das baterias.
O’Higgins. O segundo maior parque de Santiago, com 75 hectares, está localizado os pilotos se lançarem para 45 minutos de Atrás dos dois primeiros, Sam Bird e
mesmo no centro da cidade, tem o nome de um dos fundadores do país (Bernardo corrida mais uma volta. Sebastien Buemi Pascal Wherlein, a classificação fi-
O’Higgins, que liderou a luta contra o domínio espanhol no século 19) e é ponto de saiu na frente, por ter herdado a “pole po- cou muito diferente daquilo que foi
encontro popular para as famílias, especialmente, no feriado nacional de 18 de sition” depois da penalização de Lucas di a passagem dos pilotos pela linha de
novembro, onde “fondas” e “ramadas” (locais tradicionais de dança, comida e bebida) Grassi. Na corrida mais quente de sempre meta. Alexander Sims foi penalizado
são montadas. É ali que se realiza um dos maiores festivais de música, o Lollapalooza na Fórmula E, o suíço manteve a liderança com um “drive through” por ter acer-
Chile. É agora também palco o E-Prix do Chile, com um traçado de 2,384 quilómetros, na frente de Pascal Wehrlein, Daniel Abt tado em cheio em Edoardo Mortara
desenhado no interior do parque. e Sam Bird. Este grupo foi-se entretendo entre as curvas 8, 9 e 10, na volta 14.
em picardias, utilizaram o “Attack Mode”, Sims caiu, assim, para sétimo, subin-
>>TRAÇADO DIFÍCILCOMMISTURA Buemi fê-lo logo à sexta volta (a corrida do Daniel Abt para terceiro. O quarto
DESUPERFÍCIES acabaria com 36 voltas) quase perdendo o lugar ficou para Edoardo Mortara e o
comando ao passar pela zona de ativação quinto foi Robin Frijns.
Antes de chegarem a Santiago, os pilotos do “Attack Mode”, mas depois, aprovei- José María López utilizou energia a mais
dividiam-se sobre as qualidades do novo tando os 34 cv extra, fugiu a Wehrlein que, do que o regulamentarmente permitido
traçado E-Prix chileno. Desenhado no entretanto, mais conservador, acabou por e foi penalizado, caindo de sétimo para
Parque O’Higgins, a pista com 2,348 km e ser passado por Sam Bird, também ele a o 10º lugar, e Lucas Di Grassi foi pena-
14 curvas tem a particularidade de passar usar o “Attack Mode” na madrugada da lizado em 10 segundos por ter colidido
por cimento e por alcatrão. “O cimento vai corrida para se colar a Buemi. com López, ficando, assim, no 12º lugar.
ser muito desafiador”, dizia José María A prova passou, ainda, por duas situações Para António Félix da Costa, a corrida
López, acrescentando: “Vai estar muito de bandeiras amarelas em todo o circui- teve pouca história: perdeu uma posi-
escorregadio e depois, logo a seguir à to (Full Course Yellow), até que Sébastien ção no arranque e recuperou posições
curva 1, teremos asfalto novo e a aderência Buemi cedeu à pressão de Sam Bird e ao até que no meio do pelotão foi tocado
será enorme. É um circuito exigente, tal como a maioria em que competimos na mau estado do asfalto, falhou a travagem por André Lotterer indo, por sua vez,
Fórmula E.” Já para Nelson Piquet Jr., a pista do Parque O’Higgins é “uma grande pista, e voltou a bater na curva 7, onde já tinha bater em Jean-Èric Vergne. Foi à box,
com excelente ambiente e ótimas condições atmosféricas, localizada num grande acertado em cheio na primeira sessão de regressou e tentou tudo por tudo para
país.” treinos livres. evitar ser dobrado, não conseguiu, e
Com este erro de Buemi, Sam Bird ficou
>>BMWDEULUZVERDEÀLUTAENTRE
FÉLIXDACOSTAEALEXANDER SIMS ACORRIDAMAISDURA
PARAO GEN2DAFÓRMULAE
Depois do desastre que foi a corrida do
E-Prix de Marraquexe, a BMW deu “uma As elevadíssimas temperaturas
palmada nas mãos” dos dois pilotos, sentidas em Santiago foram duras
conforme confirmou António Félix da Costa: para pilotos e máquinas, com este
“Claro que teremos de fazer as coisas de Gen2 a conhecer a prova mais
maneira diferente na próxima ocasião, quente de sempre na Fórmula E, com
mas estamos livres para lutar um contra 37 graus de temperatura no ar e 49
o outro, sem problemas.” Recordamos graus no asfalto. Bateu o recorde
que António Félix da Costa levou o carro de Putrajaya, na Malásia, quando
da BMW i Andretti Motorsport à vitória na a Fórmula E competiu debaixo de
Arábia Saudita e envolveu-se num acidente 35 graus de temperatura. Estas
tão desnecessário como penalizador, perdendo uma vitória ou um segundo lugar temperaturas foram dura prova
praticamente no bolso. para os pneus – que na parte final
da corrida sofreram a bom sofrer
com vários pilotos a ficarem quase sem borracha – mas sobretudo para as baterias. E a verdade
é que aconteceram alguns abandonos devido ao sobreaquecimento das baterias que acabaram
por danificar componentes eletrónicos. Esperava-se que estes carros da Gen2 e as baterias da
McLaren fossem mais resistentes ao calor, pois o ponto crítico de utilização subiu dos 55 para os
72 graus. Ou seja, ao contrário do que sucedia anteriormente, só nesse patamar é que o sistema
de regeneração começa a perder qualidades antes de chegar aos 80 graus e a regeneração
deixar de funcionar. Isso acontece durante três voltas, antes de voltar a funcionar de forma
regular. A temperatura experimentada em Santiago levou as baterias aos limites e isso foi visível,
por exemplo, no carro de Pascal Wehrlein, que a três voltas do final reduziu o andamento cerca de
quatro segundos por volta. E sofreram muito as baterias com o “Attack Mode”. Foi a corrida mais
quente de sempre na Fórmula E e os carros Gen2 foram levados, mesmo, ao limite.

BREVES >> autosport.pt

25

perante a inevitabilidade de acabar fora que optou por não concluir a corrida. >> RÚSSIA QUER FÓRMULA E EM 2020
dos pontos, entrou nas boxes e abando- Terminaram apenas 14 dos 22 carros
nou a corrida. Exatamente o mesmo que que começaram a corrida com os prin- Sergey Vorobyev, diretor geral da Rosgonki,
fez Vergne, enterrado nas últimas posi- cipais protagonistas das primeiras duas o promotor da prova de Sochi na Fórmula
ções e ainda vítima de um pião à saída corridas do campeonato a ficarem fora 1, deseja ter em São Petersburgo um
da curva 3 quando em “Attack Mode”, dos pontos. E-Prix já em 2020. O gestor russo afirmou
estar em negociações com Alexandro
LUCASDIGRASSIRESPONDEU Agag para que isso seja uma realidade.
A HELMUT MARKO “Considerando que em 2020 haverá jogos
do Europeu de Futebol em São Petersburgo
As críticas, duras, lançadas por Helmut e que o Fórum Económico Internacional
Marko à Fórmula E, dizendo que a terá como hospedeiro àquela cidade russa, faz todo o sentido uma prova destas em São
disciplina não está na agenda da Red Petersburgo, faltando, apenas, encontrar uma data e as condições comerciais para que o
Bull, justificando que na equipa de E-Prix em solo russo seja uma realidade.” O desejo da Rosgonki é tal que, de acordo com
Milton Keynes são “puristas no que Vorobyev: “Temos quatro pistas desenhadas para avaliação e a ideia é que na primavera
toca à competição”, e acrescentando ou no verão de 2020 tenhamos a primeira de muitas provas da Fórmula E em São
que a “competição é uma desculpa da Petersburgo.” Recordamos que a Fórmula E já visitou a Rússia, em 2015 com o E-Prix de
indústria automóvel para esconder Moscovo. A ideia da Rosgonki é ter o E-Prix em São Petersburgo, o F1 Live em Moscovo e o
o Dieselgate com carros lentos”, já Grande Prémio da Rússia em Sochi.
tiveram resposta. Ela veio através
de Lucas di Grassi, piloto da Audi. Em >> “ATTACK MODE” O BALANÇO
declarações feitas já no Chile, di Grassi lembrou: “A Audi ganha mais na Fórmula E que na Fórmula
1”, não deixando de desenrolar a cartilha atual que justifica a Fórmula E. “O facto é que no futuro, Inspirado no jogo “Super Mario Kart”, o
cada carro da Audi será elétrico e necessitamos de saber onde estão os limites que impedem sistema “Attack Mode” tem sido uma das
uma maior rapidez na propagação dos veículos elétricos. A Fórmula E é o palco excelente para novidades com mais destaque na edição
essa busca e esse desenvolvimento.” Por esta razão, o brasileiro considera: “É muito mais que 2018/2019 da Fórmula E. E o que é o “Attack
apenas um exercício de marketing, mas sim um laboratório que permite descobrir como o carro Mode”? Zonas designadas do circuito, fora
elétrico pode andar cada vez mais depressa e com cada vez maior eficiência.” E não deixou de da trajetória ideal, onde cada piloto recebe
usar a ironia quando disse: “Ele defende o purismo das corridas. Mas, ele defende corridas com 25 kW extra de potência (34 CV). Esse prémio
cavalos ao invés de carros? Ou de corridas apenas com motores de combustão interna e não por usar uma trajetória mais lenta pode ser
híbridos como acontece agora? Porque não defende corridas com caixas manuais, sem sistema usado para ultrapassar ou ganhar tempo aos
híbrido? Aí sim, poderia dizer que é um purista!” Enfim, para di Grassi, aquela foi uma “opinião adversários. O número de zonas e a duração
pessoal de alguém que pensa, eu não quero ir para a Fórmula E, estou já demasiado velho para desse adicional de potência é revelado pela FIA, pouco antes da corrida. Isto para não
isso e quero os motores de combustão interna na Fórmula 1.” haver táticas antecipadas. E se na Arábia Saudita a coisa foi pacífica, em Marraquexe
a agilidade das equipas permitiu que o modo “Attack Mode” entrasse na estratégia
de corrida e a prova foi um repertório de formas diferentes de encarar essa benesse.
Uma ideia muito interessante que se veio juntar ao “Fun Boost” que, através das redes
sociais, elege o piloto mais querido pelos adeptos que durante seis dias votam para que
o seu piloto tenha um bónus de potência durante 5 segundos a utilizar uma única vez na
segunda parte da corrida.

>> CHILE QUENTE E FRIO REVELA UM BELO
POSTAL ILUSTRADO

A cidade de Santiago é uma das mais belas
da América Latina e tem a particularidade
de ter no mês de janeiro o seu período mais
quente – os pilotos enfrentaram condições
terríveis com as temperaturas a subirem
acima dos 36 graus – mas como pano
de fundo, as geladas e brancas de neve
montanhas dos Andes.

>> AMÉRICA DO SUL COM FORTE PRESENÇA
NA FÓRMULA E

As condições climatéricas oferecidas pelo continente sul americano são perfeitas
para um campeonato que começa num ano e acaba em outro, atravessando o
Inverno no Velho Continente. Não espanta, por isso, que o F-Prix do Chile tenha sido
a sétima prova da Fórmula E disputada naquele continente. É verdade que a cidade
de Santiago recebeu a competição apenas pela segunda vez, mas já foram realizadas
três corridas em Buenos Aires (Argentina) e três em Punta del Este (Uruguai) nos
últimos cinco anos. E sempre com enorme sucesso junto de um público aficionado. E
esta presença na América do Sul será sempre lembrada, pois António Félix da Costa
venceu o E-Prix de Buenos Aires em 2015.

F1/26
FÓRMULA 1
ÉPOCA 2019

A próxima temporada 1000 CORRIDAS
de Fórmula 1 tem como EMUITO MAIS
aliciante a competição
chegar ao milésimo Grande
Prémio, um longo caminho
encetado em 1950 do século
passado. Vamos olhar para
o retrovisor, conhecer esta
longa viagem que nos vai
conduzir à milionésima
corrida de F1 e alguns dos
marcos que a 70ª edição
do Campeonato Mundial de
UFórmula 1 nos vais oferecer
José Manuel Costa m professordizia-meamiudes matéria pelo britânico Lewis Hamilton, O Mundial de Fórmula 1 começou em
[email protected] que “devemos, sempre, um piloto cada vez mais maduro e que 1950, com o primeiro Grande Prémio a
olhar para trás para compreen- poderá fazer-se distinguir ainda mais disputar-se no dia 13 de maio no circui-
der o presente e antever o fu- no próximo ano. to de Silverstone, tendo sido ganho por
turo”, e é isso que proponho Giuseppe Farina, ao volante de um Alfa

que façamos neste artigo pois A CORRIDA Nº1000 Romeo, seguido de Luigi Fagioli, em ou-

aFórmula1vaichegaràcorrida1000,um SERÁ NA CHINA. SERÁ MESMO? tro Alfa Romeo, e de Reg Parnelli, tam-

marco admirável para uma competição SeráqueoGrandePrémiodaChinaseráo bém em Alfa Romeo. O vencedor cum-

que cumpre 70 temporadas neste ano milésimo Grande Prémio ou a 1000ª cor- priu as 70 voltas ao traçado de 4,469 km

de 2019. Por outro lado, pode ser o marco rida de Fórmula 1? Pode parecer ridícula (total de 325,430 km) em 2h13m23s a

paraváriosoutrosrecordes,existindoaté esta pergunta, mas temos de deitar mão uma média de 146,379 km/h.

a possibilidade de Michael Schumacher, à estatística e à história da competição. Antes desse começo oficial, disputa-

que chegou aos 50 anos em 2019, perder Naverdade,aterceiracorridadoMundial ram-se outras corridas de F1 e depois

alguns dos recordes que tão brilhante- de2019,oGrandePrémiodaChina,seráo do início do Mundial, muitas outras cor-

mente conseguiu ao longo da sua car- Grande Prémio nº 1000, mas não é a mi- ridas não contaram para o Mundial. Por

reira, podendo ser ultrapassado nessa lésima corrida de Fórmula 1! Eu explico. exemplo, no dia 10 de abril de 1983 foi

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realizada a “Race of Champions”, uma ganha pelo campeão do mundo em tí- mas contabilizadas para o Mundial, são 26 Baterá Jean-Èric Vergne, piloto que está
prova não pontuável para o Mundial de tulo, Keke Rosberg, ao volante de um provas fora do regulamento da Fórmula 1. na Fórmula E, e que cumpriu 58 corridas.
Fórmula 1. Foram 40 voltas ao traçado Williams-Ford, seguido do “rookie” É por esta razão que são contabilizadas Robert Kubica está de regresso à Fórmula
de Brands Hatch que ficaram na his- Denny Sullivan, com um Tyrrell-Ford, 997 provas pontuáveis para o Campeonato 1, depois de ter completado 76 Grandes
tória como a última corrida não pon- e de Alan Jones, campeão de 1980, com do Mundo de Fórmula 1, mas na realidade Prémios. Olhando assim, o polaco não
tuável para o Mundial de Fórmula 1. Foi um Arrows-Ford. só se disputaram 971 corridas de Fórmula iria chegar à centena de corridas em 2019,
Esta “Race of Champions” disputou-se 1 dentro do Campeonato do Mundo. Ou pois terminaria o ano, caso faça todo o
entre 1965 e 1983, tendo como palco o seja, se formos absolutamente rigorosos, campeonato, com 97 provas disputadas.
circuito de Brands Hatch e vencedores a corrida 1000 será na oitava ronda do Porém, entre presenças como terceiro pi-
como Mike Spence (1965), Dan Gurney Mundial de 2020. Mas como o que con- loto e provas que não começou, Kubica já
(1967), Bruce McLaren (1968), Jackie ta é a contabilidade da Fórmula 1, tere- esteve presente em 89 eventos de Fórmula
Stewart (1969, 1970), Clay Regazzoni mos a corrida 1000 do Mundial no Grande 1 e, por isso, o GP da Áustria marcará a sua
(1971), Emerson Fittipaldi (1972), Jean Prémio da China de 2019 a realizar-se no 100ª participação em provas da disciplina.
Pierre Beltoise (1973), Jackie Ickx (1974), dia 14 de abril. Já o jovem Lance Stroll poderá completar
Tom Pryce (1975), Jody Scheckter (1976), a sua 50ª corrida em 2019. O piloto cana-
John Watson (1977) e Gilles Villeneuve MARCOS QUE SERÃO diano estreou-se no GP da Austrália de
(1979). Não foram realizadas corridas em 2017 com a Wiliams e já completou 41
1966, 1978 e entre 1980 e 1982. ASSINALADOS EM 2019 Grandes Prémios, tendo como melhor
Mas há mais exemplos de corridas de resultado o terceiro lugar alcançado no
Fórmula 1 que não contaram para o Para além da corrida 1000 do Mundial de GP do Azerbaijão de 2017. Se chegar ao
Mundial. Lembramos a Gold Cup, reali- Fórmula 1, há mais marcos que vão ficar GP da Áustria, completará as primeiras
zada com as regras da Fórmula 1, entre assinalados na história da Fórmula 1. 50 corridas na Fórmula 1.
1954 e 1972, com os anos de 1956, 1957, Caso não tenha nenhum problema que o Mas Verstappen tem, ainda, outro alvo
1958, 1964 e 1965 sem carros de F1. Vitórias impeça de marcar presença até lá, Kimi para 2019, completar a centena de cor-
para Sterling Moss (1954, 55, 59, 60 e 61), Räikkönen vai rubricar a presença nº ridas. O holandês poderá cumprir a sua
Jim Clark (1962 e 1963), Jack Brabham 300 da sua carreira em Grandes Prémios corrida nº 100 no GP dos EUA. O homem da
(1966 e 1967), Jackie Stewart (1968), Jacky no Grande Prémio do Mónaco. Mas o Red Bull já disputou 81 Grandes Prémios
Ickx (1969), John Surtees (1970 e 1971) e 300º Grande Prémio disputado será só e esteve em 84 fins de semana de cor-
Denny Hulme (1972). duas provas depois, no Grande Prémio ridas na Fórmula 1. Assim, em Austin,
Além destas corridas realizadas com da Áustria. Isto porque Räikkönen não Max Verstappen pode chegar aos 100 GP.
carros de Fórmula 1, provas houve que participou em dois Grandes Prémios: Também Kevin Magnussen pode chegar
contaram para o Campeonato Mundial o dos EUA de 2005, quando as equi- à centena de Grandes Prémios no GP dos
de Fórmula 1, mas com regras diferen- pas Michelin não participaram, e o da EUA, ele que tem 81 corridas disputadas e
tes, como por exemplo as 500 Milhas de Malásia de 2017, devido a um problema 82 presenças na Fórmula 1, pois não parti-
Indianápolis de 1950 e 1960 e as corridas com a bateria. O finlandês de 39 anos cipou no GP da Austrália de 2015 com um
dos anos de 1952 e 1953. Estes dois anos (completa 40 em outubro) foi campeão problema no motor do McLaren MP4-30-
foram cumpridos debaixo das regras de do Mundo em 2007, tem 21 vitórias no Honda. Quer isto dizer que celebrará 100
Fórmula 2. Ou seja, peso livre, motor livre seu palmarés (a última das quais no presenças no GP do México e 100 provas
com máximo de 2000 cc (atmosférico), GP dos EUA do ano passado), 18 pole realizadas no GP dos EUA.
500 cc (sobrealimentado), sendo tudo o positions e 46 melhores voltas. Deixou O Grande Prémio dos Estados Unidos será,
resto livre, com autorização de reabas- a Ferrari e rumou à Sauber onde terá a diga-se, palco de várias efemérides. Além
tecimento. seu lado António Giovinazzi. das já citadas, Carlos Sainz Jr. irá marcar o
Contas feitas foram 17 corridas a contar Daniil Kvyat, regressado à Toro Rosso, seu Grande Prémio nº 100 (estreou-se no
para o Mundial de F1, mas com carros de caso nada de anormal suceda, tornar- GP da Austrália de 2015) e começa 2019
Fórmula 2. Se juntarmos as duas provas -se-á o piloto com mais corridas na com 81 GP disputados.
pontuáveis em Indianápolis e mais algu- equipa italiana detida pela Red Bull. Esse Finalmente, o pentacampeão Mundial
mas corridas realizadas sem carros de F1 marco será alcançado no Grande Prémio de Fórmula 1, Lewis Hamilton, irá chegar
da França, altura em que o russo com- aos 250 Grandes Prémios disputados na
pletará 59 provas com a Toro Rosso. derradeira prova de 2019, o GP do Abu
Dhabi, prova onde Charles Leclerc, pi-
loto da Ferrari, cumprirá a sua 50ª apa-
rição num fim de semana de Fórmula 1.
Aparições, já que são contabilizadas as
inscrições em oito corridas entre 2016 e
2017 como terceiro piloto da Haas e depois
da Sauber. Na realidade, Leclerc tem 21
corridas completadas e terminará 2019
com 42 provas concluídas se tudo correr
como o esperado.

RECORDES COM 18 ANOS PODEM CAIR

Não restam dúvidas que a temporada
de 2019 poderá ser épica. Primeiro por-
que assinala o 1000º Grande Prémio, de-
pois porque em 18 anos é a primeira vez
que um piloto tem a oportunidade de re-
clamar para si o recorde de vitórias na
Fórmula 1. Não será uma coisa fácil, cla-
ro, pois Lewis Hamilton teria de ganhar
19 das 21 corridas de 2019 para chegar ao
recordista número de vitórias de Michael

f1/
FÓRMULA 1

28

ÉPOCA 2019

Schumacher. O piloto alemão disputou de 1957, até que Michael Schumacher e a oportunidade, em 2019, de se destacar de sua derradeira vitória com 37 anos e o
307 Grandes Prémios e conquistou 91 vi- Ferrari o igualaram em 2002 e o ultrapas- Juan Manuel Fangio na lista dos pilotos seu último título com 35 anos. Lewis
tórias, uma média de vitórias de 29.64%. O saram em 2003, estabelecendo o recor- com mais vitórias no Mundial de Fórmula Hamilton tem 34 anos e poderá igualar
campeão do Mundo em título venceu 73 de de tútulos conquistados na Fórmula 1 1, rubricar o seu primeiro “hat trick” de Schumacher, conquistando o sétimo tí-
corridas em 229 Grandes Prémios, uma (sete) com mais uma vitória em 2004, a campeonatos e ficar a apenas um cetro tulo, com 35 anos. Se mantiver o nível de
média de vitórias muito melhor que a de derradeira do piloto alemão. de Michael Schumacher. vitórias em 2018, o britânico ultrapassará
Schumacher, 31,88%. Contas feitas, Lewis Quer isto dizer que Lewis Hamilton tem a Recordo que o alemão conquistou a o alemão em 2020 no que toca às vitó-
Hamilton está a 18 vitórias de igualar o rias. Mas para isso, a Mercedes tem de
recorde do piloto alemão. ser dominadora como tem sido desde a
Recordamos que Michael Schumacher introdução da era híbrida, o ano de 2014.
conquistou a sua última vitória, a 91ª, há
13 anos, ao volante do Ferrari 248 F1, no MERCEDES PODE CHEGAR
Grande Prémio da China de 2006, dis-
putado no dia 1 de outubro. Em 2019, o AO SEXTO TÍTULO CONSECUTIVO
Grande Prémio da China irá disputar-se
no traçado de Xangai, mas no dia 14 de No ano de 2019 pode-se assistir a mais
abril assinalará o marco do 1000º Grande um marco estatístico no Mundial de
Premio de Fórmula 1. Fórmula 1. Com cinco títulos consecu-
MasLewisHamiltontemumatarefarelati- tivos de Construtores, a Mercedes lide-
vamente mais fácil para 2019: desempatar rada por Toto Wollf pode chegar a uma
com Juan Manuel Fangio no que toca ao inédita sexta vitória consecutiva. Mas
número de títulos mundiais e conquistar não estamos a falar apenas do Mundial
a sexta coroa mundial. Se conseguir esse de Construtores, pois a Mercedes “lim-
feito, destronará do segundo lugar dos pi- pou” os campeonatos de Construtores e
lotos mais vitoriosos na Fórmula 1 a lenda de Pilotos desde 2014, ou seja, tem cinco
argentina, que dominou essa tabela des- dobradinhas.
Com estes resultados, a Mercedes já
igualou a Ferrari com cinco títulos de

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construtores e pilotos consecutivos. mais novo a estrear-se na Fórmula 1. Foi que a união Red Bull – Honda solidifique Para julho o calendário mostra o GP
A Ferrari fê-lo entre 2000 e 2004 com no Grande Prémio da Austrália de 2015, rapidamente e que regresse aos tempos da Grã-Bretanha no dia 14 e o GP da
Michael Schumacher, a Mercedes igualou com 17 anos e 166 dias. Foi o mais novo a dourados da McLaren. Só para registo, Alemanha no dia 28.
com vitórias de Lewis Hamilton e Nico pontuar no Mundial, no Grande Prémio da a última vez que um carro com motor O mês de agosto só terá uma prova, será
Rosberg entre 2014 e 2018. A Ferrari é Malásia de 2015, com 17 anos e 180 dias Honda venceu uma corrida foi em 2006, no dia 4 que se realiza o GP da Hungria.
a única equipa com seis títulos conse- (7º lugar). Foi o piloto mais jovem a ven- o Grande Prémio da Hungria, com Jenson A Fórmula 1 está de regresso em setem-
cutivos de construtores (1999 a 2004), cer uma corrida (GP de Espanha de 2016, Button a ficar no lugar mais alto do pódio bro com um calendário ocupado: o GP da
mas em 1999 perdeu o de pilotos para o com 18 anos e 228 dias), a rubricar a volta ao volante do Honda RA106 com o motor Bélgica no dia 1, o GP de Itália no dia 8, o GP
excelente finlandês da McLaren, Mika mais rápida numa prova (GP do Brasil de V8 2.4 litros RA806E. Contas feitas, há 13 de Singapura no dia 22 e o GP da Rússia no
Häkkinen. 2016, com 19 anos e 44 dias) e a liderar uma anos que um motor Honda não ganha dia 29. Pausa para ganhar fôlego para em
Quer isto dizer que se a Ferrari não ter- volta num Grande Prémio (GP de Espanha na Fórmula 1. outubro termos o GP do Japão no dia 13 e o
minar um jejum de 10 anos (desde 2008, de 2016, com 18 anos e 228 dias). A este rol GP do México no dia 27. O mês de novem-
ano do derradeiro título de Construtores), de recordes Max Verstappen pode juntar CALENDÁRIO ALONGADO bro acolherá o GP dos EUA no dia 3 e o GP
a Mercedes pode alcandorar-se ao topo a o feito de ser o mais jovem Campeão do do Brasil no dia 17. Fecha o campeonato
da lista de recordes da Fórmula 1 se con- Mundo de Fórmula 1, caso a Red Bull e a OMundial de Fórmula 1 irá ser mais lon- com o GP do Abu Dhabi, disputado no dia 1
quistar o sexto título consecutivo de Honda consigam cimentar uma relação de go que em 2018, mesmo que se man- de dezembro. Contas feitas, a competição
Construtores e Pilotos. Nunca nenhuma sucesso logo a partir do Grande Premio da tenham o mesmo número de provas. começa uma semana mais cedo e termi-
equipa conseguiu dominar o campeonato Austrália, o primeiro de 2019. O detentor Contas feitas, a competição come- na uma semana mais tarde. Com a con-
de Pilotos e de Construtores seis vezes desse recorde – e de muitos daqueles que ça já no dia 17 de março com o GP da firmação do GP do Vietname para 2020 e
consecutivas. o holandês bateu – é Sebastian Vettel, que Austrália, seguindo-se a 31 de março sem a saída de outra prova, teremos um
foi Campeão do Mundo em 2010, com 23 o GP do Bahrain, a 14 de abril o GP da calendário mais longo e será batido mais
MAIS UM RECORDE anos e 134 dias. O holandês beneficiou da China, a 28 de abril o GP do Azerbaijão, um recorde em 2020: 22 Grandes Prémios
FIA só limitar o acesso à Fórmula 1 aos 18 com o mês de maio a receber o GP de numa só temporada. Será curioso ver a
PARA VERSTAPPEN? anos, no ano seguinte à sua entrada com Espanha no dia 12 e o GP do Mónaco reação das equipas a esta situação na-
tenros 17 anos e 166 dias. no dia 26. O mês de junho terá o GP quele que será o último ano desta regu-
O holandês Max Verstappen já tem uma Mas, como disse, Max Verstappen precisa do Canadá no dia 9, no dia 23 o GP de lamentação na Formula 1.
bela folha de recordes reclamados na França e no dia 30 o GP da Áustria.
Fórmula 1. O piloto da Red Bull foi o piloto

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FÓRMULA 1

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F1TVPROREVOLUÇÃO do dia a receber um “Review”. O segundo
À VISTA? teste de pré-temporada da Fórmula 1, que
Os direitos televisivos da Fór- A Fórmula 1, no que toca às transmissões, parece estar se vai realizar entre 26 de fevereiro e 1 de
mula 1 em Portugal têm a entrar em plena revolução e as notícias podem ser março, não deverá ter transmissão em
andado em bolandas nos boas, ou não, para os seguidores. direto, mas haverá, sempre, um “Review”
últimos anos. Depois de se- Se a F1 TV já estava disponível em Portugal, no final de cada dia.
rem resgatados pelo canal a F1 TV Pro vai também chegar a território luso. O que deixa “a pulga atrás da orelha” é o
Eurosport, numa jogada de facto da F1 TV já estar em funcionamento,
risco, tudo se resumiu a uma tem- José Manuel Costa mas a F1 TV Pro não tinha – e ainda não
porada, regressando a F1 à Sport TV. [email protected] tem, como pode constatar se for ao site
Este ano, nova mudança de casa, desta da Fórmula 1 – direito a ser transmitida
feita com a Eleven Sports a chegar-se à acontecer à Fórmula 1, nomeadamente, Nowo para ver os canais Eleven Sports. em Portugal, pelas razões óbvias de ha-
frente e a resgatar os direitos televisivos a pergunta que todos vocês já fizeram: E a Fórmula 1, espera-se. ver um canal (no caso, a Sport TV) que
da Fórmula 1 em Portugal. Anunciou o afinal, como vamos ver a Fórmula 1 em Esta é a situação atual da Fórmula 1 em transmitia os Grandes Prémios em direto
feito e as primeiras novidades: equipas de 2019? Portugal. Mas algumas nuvens começa- e em exclusivo.
reportagem em cada Grande Prémio, no A resposta, na minha perspetiva, é sim- ram a pairar sobre este tema quando há A F1 TV pode ser utilizada por todos,
local, além de uma equipa dos melhores ples: na Eleven Sports, podendo ace- um par de dias se sobe que o serviço F1 pois não há transmissão em direto,
comentadores nacionais da disciplina. der através das diversas formas que a TV Pro iria chegar a Portugal, e logo com mas a F1 TV Pro já funciona como um
Estamos, então, numa fase de incerteza empresa apresenta – caixa da Nowo, a transmissão dos treinos de pré-época. canal de televisão e transmite as cor-
e a pouco mais de dois meses do início aplicação de telemóvel ou tablet. Se tiver Esses testes vão decorrer em Barcelona ridas e tudo o que está em seu entorno.
da temporada sabe-se pouco sobre a uma assinatura Meo, Nos ou Vodafone, entre 18 e 21 de fevereiro e podem, então, Ou seja, a F1 TV Pro é uma concorrente
Fórmula 1 na Eleven Sports e, mais que terá de usar a internet do seu operador ser vistos na plataforma da F1, a F1 TV Pro. da Eleven Sports, a empresa que detém,
isso, há um manto de silêncio sempre que (e convém que seja, realmente, uma in- Serão oito horas de emissão diária, em pelo menos para já, o controlo da trans-
se tenta saber algo mais sobre o que vai ternet com excelente sinal) e a caixa da direto, da pista de Barcelona, com o final missão devido ao acordo de direitos para
Portugal.
Ora, o desbloquear da F1 TV Pro em Por-
tugal é uma realidade – não se sabe ainda
a data concreta nem o custo – assumida
pela própria Fórmula 1 e pelos serviços
que estão a supervisionar a plataforma
televisiva. Ou seja, Portugal vai juntar-se
a 59 países ou territórios que contam, já,
com a F1 TV Pro, enquanto que a F1 TV se
irá estender a mais oito países.

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Porém esta situação, de todo inusitada, Contas feitas, são mais as dúvidas que transmitir) com um valor adicional aos mos das provas e dos treinos e, também,
levanta algumas questões, incómodas, as certezas. Certezas: a Eleven Sports é 99,99€ mês que cobra? Estará a Sport acesso a uma biblioteca muito bem for-
é certo, mas que tenho de as levantar. A quem detém os direitos de transmissão TV recetiva a recuperar, uma vez mais, necida de vídeos. Pode ver, em repetição,
abertura da F1 TV Pro ao mercado por- da Fórmula 1; a F1 TV Pro, serviço seme- caso alguma coisa corra mal, os direitos as corridas na íntegra, ter acesso à utili-
tuguês (quando há uns meses sabia-se lhante ao da Eleven Sports, mas com da Fórmula 1? Porque razão só agora a zação de pneus, o desenho dos traçados
estar vedada por haver um canal a emitir acesso a mais qualidade e a conteúdos F1 libertou a F1 TV Pro para Portugal, onde compete a Fórmula 1 e mais uma
as corridas) significa que em 2019 a Fór- diferenciados, será uma realidade a partir sabendo que será rival direto dos deten- quantidade de informação, alguma re-
mula 1 vai competir, diretamente – sim, do mês de fevereiro. Dúvidas: será que a tores dos direitos de transmissão para o levante, outra nem por isso. Aliás, quem
diretamente, pois sem acordo com os Eleven Sports deu o passo maior que a nosso país? Quem souber responder, é gastar os 26,99 euros anuais tem direito
principais operadores, a Eleven Sports perna e terá de abandonar esta forma de bem vindo. a ver um interessante documentário
transmite em “streaming” através de estar e abdicar dos direitos que adquiriu sobre Michael Schumacher com o título
aplicação, desconhecendo-se se haverá ainda em 2018? Qual será o preço que AS DIFERENÇAS “Michael Schumacher: o nascer de uma
um valor extra para lá dos 99,99 euros/ teremos de pagar para assistir à Fórmula lenda”, podendo, depois, ver várias das
ano que o canal cobra atualmente – com 1emPortugal? Iráa ElevenSportsmontar ENTRE A F1 TV E A F1 TV PRO maiores corridas realizadas pelo piloto
o detentor dos direitos televisivos para um pacote só para as corridas de F1 (e F2 Para perceber quais são elas, basta ir ao alemão, sete vezes campeão do Mundo.
Portugal? e F3 que a empresa prometeu também site da Fórmula 1 perceber que a primeira Pode consultar o arquivo da Fórmula 1 e
Ou será que não vamos ter nenhum dá acesso ao “live timing”, notícias, resu- rever todas as corridas de 2018 ou recuar
canal a transmitir a Fórmula 1 em Por- no tempo e ver as corridas de 1981, o
tugal? Terá a Eleven Sports exagerado último ano disponível neste arquivo. Os
e deparado-se com uma montanha anos mais recentes exibem a corrida total
demasiado íngreme que a vai forçar e resumos de 30 minutos, os campeona-
a desistir? E qual o papel da Sport TV tos mais antigos oferecem os resultados
no meio de todo este processo? Não e resumos de uma hora de cada Grande
quis voltar a resgatar o contrato como Prémio, com Murray Walker a comentar.
sucedeu com o Eurosport? A versão Pro desta F1 TV oferece tudo
Perguntas às quais não consigo res- isto, mais as transmissões em direto das
ponder, mas que penso terem toda a provas, podendo personalizá-las ao seu
legitimidade de serem feitas. Como, gosto e, agora, juntando-lhe a primeira
aliás, outra pergunta crucial: será que sessão de testes de Inverno. Claro que o
os operadores dominantes (Nos, Meo site www.f1.com e a aplicação da Fórmula
e Vodafone) vão ceder às pretensões 1 para Apple e Android terão entrevistas,
da Eleven Sports e entregar-lhes uma destaques, notícias e tudo sobre os testes
meia dúzia de canais, sabendo-se que e sobre a temporada de 2019, além de
todas elas controlam a Sport TV? reportagens inéditas e exclusivas.
Para Frank Arthofer, diretor delegado
da Fórmula 1 para licenciamento, digital
e “new business”: “A nossa ambição
é oferecer aos adeptos um fantástico
produto que lhes permita personalizar
a sua experiência de espetador de uma
corrida de Fórmula 1, procurando ofe-
recer o máximo possível de informação
disponível sobre o desporto que adoram.
Ao transmitir os testes pela primeira vez,
asseguramos que os subscritores da F1
TV Pro sejam privilegiados com toda a
ação da pré-época.”
Como o AutoSport já tinha confirmado,
aos 59 países que já tinham acesso à F1
TV Pro, dentro de dias ou semanas temos
a F1 TV Pro disponível também em Por-
tugal, tal como vai suceder na Dinamarca,
Chipre, Grécia, Malta, Holanda, Noruega
e Suécia.

32 ArmindoAraújoeMiguelOliveira de Futebol -, vem agora reforçar a sua
são os dois novos parceiros da contribuição a nível nacional com o
N/ ALTICENOTÍCIAS equipa MEO, e o WiFi da Altice seu apoio ao Desporto Motorizado.
PORTUGAL Portugal vai cobrir a mítica 40ª O MEO, marca da Altice Portugal,
REFORÇAAPOIO edição da Rampa da Falperra, em aliando-seàapostadaAlticePortugal
AO DESPORTO forma duma parceria tecnológica. no investimento e apoio ao desporto
MOTORIZADO A Altice Portugal dá sequência ao nacional, vem reforçar a sua equipa
As grandes empresas lusas estão cada vez mais a olhar grande passado da sua antecessora de embaixadores com os nomes de
novamente para o desporto motorizado, e depois da Galp - a PT Portugal - no relacionamen- Armindo Araújo, pentacampeão na-
recentemente ter reforçado as parcerias, agora foi a vez da to com o mundo dos ‘motores’ luso cional de ralis, e Miguel Oliveira, piloto
Altice Portugal fazer o mesmo, através do MEO e reforça a sua ligação através de de Moto GP e vice-campeão de Moto
José Luis Abreu dois dos melhores representantes, 2, ao tornar-se patrocinador pessoal
[email protected] Armindo Araújo e Miguel Oliveira, dos dois atletas.
acrescentando ainda uma parceira Armindo Araújo destaca os valores
LEIA E ACOMPANHE TODAS com um dos eventos mais fortes que da marca MEO, sublinhando: “Os nos-
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT se realizam em Portugal, a Rampa sos valores são muito semelhantes.
da Falperra. Começamos agora esta parceria
Com uma longa tradição no apoio ao que muito me orgulha, e espero que
Desporto Nacional, que se estende a Altice Portugal também se sinta
a várias modalidades - como surf orgulhosa. O meu desejo para 2019
e ténis, apoio e promoção a skaters é que possamos abraçar e alcançar
e bodyboarders, ou mesmo ainda muitos sucessos lado a lado.»
com a parceria de mais de duas dé- Já Miguel Oliveira considera: “Esta
cadas com a Federação Portuguesa parceria é uma oportunidade, jun-

VALTTERI BOTTAS 5º NO RALI DO ÁRTICO

O Rali do Ártico teve este ano dois pólos nada mal, já que venceu um troço e foi Henrik Pietarinen, mas o piloto do Skoda
de interesse suplementares para os quinto da geral. Apesar de guiar um WRC Fabia R5 foi mais forte. Bottas teve como
adeptos lusos. O piloto de Fórmula 1 ao contrário da maioria dos principais navegador Timo Rautiainen, que fez
da Mercedes, Valtteri Bottas, estreou- adversários, o finlandês nunca guiou em carreira ao lado de Marcus Grönholm.
se nos ralis, e pelos vistos não se deu ralis, muito menos numa prova difícil e Curiosamente, o filho de Grönholm, Niclas,
específica como o Rali do Ártico, uma que passou as últimas três temporadas
espécie de Rali da Suécia com muito mais a competir no WorldRX, também correu
neve, já que a prova se realiza no círculo neste evento, mas atrasou-se logo no
polar Ártico. primeiro troço e recuperou apenas até ao
Bottas foi quinto classificado a 1m61.8s 24º lugar.
do vencedor, o seu compatriota Emil Quem marcou igualmente presença nesta
Lindholm, filho do antigo piloto de ralis prova foi Hugo Magalhães, que se estreou
Sebastian Lindholm, primo de Marcus ao lado do saudita Al-Rashed Rakan. A
Grönholm, cujo melhor resultado foi um dupla começou em 24º, subiu até 12º,
quarto lugar no Rali da Finlândia de 1997, mas depois ficaram presos num banco
em que correu num Ford Escort WRC. O de neve. Lograram tirar de lá o carro e
filho, Emil, venceu o Rali do Ártico aos terminaram a prova, ainda que em 43º da
comandos de um Volkswagen Polo GTI R5. geral, 21º da classe.
Bottas, que guiou um carro semelhante
em especificações aos que correm no
Monte Carlo, lutou contra pilotos que
correram em R5. Mais carro, muito
menos experiência, quer dos ralis bem
como desta prova. Venceu um troço, a
super especial de Mäntyvaara de 3.5
km. Ainda lutou pelo quarto posto com

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to com o MEO, de subir à categoria ral. A Altice Portugal orgulha-se de >>MORREUCHARLYLAMM
máxima do desporto motorizado de se aliar a dois dos maiores nomes PATRÃO DASCHNITZER
duas rodas. Levar emoção às pessoas do desporto motorizado nacional,
e juntar Portugal. Acredito que com o Armindo Araújo e Miguel Oliveira, Charly Lamm foi Team Manager da Schnitzer Motorsport mais de quatro décadas, uma
MEO estarei ainda mais próximo dos que tanto têm contribuído, de forma das equipas mais bem sucedidas do mundo do desporto motorizado, e também uma
portugueses e que levarei a emoção patriótica, para a elevação do nosso das mais fiéis à BMW. Morreu na passada sexta-feira, aos 63 anos, depois duma curta
para dentro das nossas casas. Essa é país, e ainda a uma das mais icónicas doença, numa notícia totalmente inesperada, que chocou a família dos automóveis de
a grande aposta e o grande objetivo.» provas de montanha da Europa, a competição. Tinha deixado há poucos meses o cargo que ocupou mais de 40 anos, na
Para o Presidente Executivo da Rampa da Falperra.» Schnitzer, no final da temporada de 2018, numa carreira que terminou com a vitória na
Altice Portugal, Alexandre Fonseca, São excelentes notícias para o mundo FIA GT World Cup em Macau, por intermédio de Augusto Farfus.
“a aposta no desporto motorizado é motorizado luso, pois quando empre- Meio-irmão dos fundadores da equipa, Herbert e o falecido Josef Schnitzer, Lamm geriu
prova que o nosso compromisso com sas como a Altice e a Galp começam com grande sucesso o Team BMW Schnitzer tanto na resistência como nos turismo. No
a Sociedade e o Desporto Nacional se a ver um maior interesse neste tipo seu palmarés está a vitória na geral da BMW em Le Mans em 1999, bem como múltiplas
mantém firme, seja através do apoio de ligação, isto significa que muita vitórias nas clássicas 24 Horas de Nürburgring e Spa, durante os anos 80, 90 e 2000.
às competições mais estruturantes, coisa está a ser bem feita, e isso pode
aos atletas, ou ao desenvolvimento seduzir outras empresas fortes a se- >>ÁLVARO PARENTEEM BUSCA
das modalidades de uma forma ge- guir o mesmo caminho. DE MAISUMTÍTULO NAAMÉRICA

TIAGO MONTEIRO Álvaro Parente regressa este
COM A HONDA NO WTCR ano ao World Challenge GT
America, envergando novamente
A Honda revelou três dos pilotos que vão competir com os seus WTCR, com as cores da K-PAX Racing,
Tiago Monteiro a ser um dos nomeados. Ao português juntam-se Néstor aos comandos de um Bentley
Girolami e Esteban Guerrieri. Todos os pilotos vão disputar as 10 rondas Continental GT3 da segunda
do campeonato com o Honda Civic Type R TCR, com Girolami e Guerrieri a geração. O campeonato inicia-
competirem pela all-inkl.com Munnich Motorsport, enquanto a equipa e o se a 1 de março no Circuito
colega de Tiago Monteiro serão revelados a breve trecho: “Competir no WTCR das Américas. O piloto está
em 2019 vai ser fantástico. Tantos campeões, tantos pilotos fantásticos, é entusiasmado para esta época,
como um sonho de competição para o meu regresso. Vai ser muito difícil, mas numa competição onde conta
mal posso esperar que comece”, disse Tiago Monteiro. com 12 triunfos, um título e um vice-campeonato: “Dá-nos estabilidade quando
uma equipa quer que regressemos e eu queria regressar também para uma quarta
temporada. Tivemos tanto sucesso no passado e estamos todos entusiasmados
com o novo carro, estou motivado por esta equipa que trabalha tão bem junta.
Todos os membros estão focados e vamos lutar por conseguir o que alcançámos no
primeiro ano, vencer o campeonato”, apontou Álvaro Parente.

>> ELMSALGARVE PRO RACINGCOMANDREA
PIZZITOLA,MARK PATTERSON EJOHNFALB

A Algarve Pro Racing confirmou no seu line up Andrea Pizzitola, Mark Patterson
e John Falb para o ‘assalto’ à European Le Mans Series (ELMS). Pizzitola, atual
vencedor do LMP2 e da Asian Le Mans Series, já correu em 2016/17 com a equipa,
na Asian Le Mans Series. Patterson, de 67 anos, continua com o team algarvio,
tendo já muita experiência, quer no ELMS, quer na Asian Le Mans Series. Falb é o
outro nome da equipa. O piloto de Las Vegas já fez seis vezes Le Mans, nove vezes
Daytona e duas vezes Petit Le Mans. Em 2019, o ELMS começa com as 4 Horas de Le
Castellet, em Paul Ricard (12 a 14 de abril), passando depois por Monza, Barcelona,
Silverstone, Spa-Francorchamps e Portimão.

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KAWASAKI

» VERSYS 650

MAIS GENUÍNA

A Versys 650, com novas cores para 2019 e pack
de malas incluído no preço, permanece uma moto
de aventura polivalente, com bons argumentos no
seu conforto, simplicidade, nível de equipamento e,
especialmente, na docilidade do seu motor pronto a tudo

Paulo Araújo cc com 69 cv e um carácter muito re-
[email protected] dondo, especialmente agora que uma
FOTOS Vítor Schwantz Barros ligeira modificação ao faseamento do
veio balanceiro do motor o torna me-
L embro-me bem da Versys ori- nos temperamental em baixas, outra
ginal de há uns 10 anos. Um melhoria nesta versão. O motor é tão
pacote competente, fácil de redondo e agradável que, por vezes,
guiar, ajudado por aquele mo- nos surpreendíamos com a falta de
tor muito redondo e flexível, resposta a sair de rotundas, consta-
um formato que a Kawasaki faz tando que estávamos a tentar fazê-lo
quase tão bem como a ex-libris quatro em quinta ou coisa parecida… Por outro
em linha e dotada de ciclística compe- lado, a travagem motor é eficiente,
tente, realçada pelo monoamortecedor basta fechar o punho e reduzimos
montado unilateralmente, mas algo substancialmente o movimento antes
prejudicada por travões assim-assim de ter de recorrer aos travões, o que
e estética algo duvidosa. ilustra outro ponto forte do motor, uma
Agora a marca de Akashi reviu justa- injeção perfeita, sem hesitações nem
mente os pontos menos e a Versys 650 patamares, a permitir uma condução
atual é outra coisa, mais esbelta e com fluida e contínua.
estética atualizada. Para 2019 mudam Uma posição de condução quase per-
apenas as cores, vai-se o branco da feita é a primeira coisa que notamos
nossa moto de ensaio e vêm cores ao arrancar nesta Versys 650, com
mais cuidadas, um verde-escuro com um guiador direito e amplo tipo mo-
filetagem a lima Kawasaki e um negro tocross, banco algo e rijo, mas com o
antracite com filetagem a amarelo. suporte adequado e, especialmente, a
Além destas, há uma versão especial estreiteza suficiente para colocarmos
com malas Kawasaki, cor mate e faróis os pés firmemente no chão da sua
spot adicionais por cerca de 1.000€ altura de 840 mm. E ainda bem que a
acima dos 8.990€ da Versys “normal”. Versys é algo larga e volumosa no topo,
Da anterior Versys, permanece a alma especialmente com as mala da Shad,
da moto, o bicilíndrico paralelo de 659 que pelo preço de 8.990€ fazem parte
do pacote proposto pelo importador
Multimoto.
O vidro (ajustável facilmente em
segundos afrouxando e voltando a
apertar manualmente dois apertos)
provavelmente ajuda a essa impressão
da frente alta e faz um bom trabalho
de proteger os ocupantes. Mesmo na
posição mais baixa, defletia eficiente-
mente o ar do capacete do condutor e

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só o pendura se queixou de ainda sentir dramas. Nota máxima também para a A travagem tem uma nova mordida, cujo semicírculo domina a consola na
pressão, por ir sentado mais acima e suavidade e precisão da caixa, mesmo fruto mais dos discos pétala decerto parte superior.
mais atrás. numa unidade ainda muito presa devido que das pinças Nissin de dois êmbo- Com a capacidade de bagagem em
Em movimento, o motor é de facto a es- aos escassos quilómetros rodados. Até los, algo desatualizadas. Pelo menos alta, devido às malas e top case Shad,
trela do conjunto, mas o chassis também os consumos se revelaram frugais, e as manetes são ajustáveis. Em vista do muito práticas e de atuação intuitiva
dá grande estabilidade e a suspensão também estes deveriam melhorar pela bom desempenho das suspensões, e do dos fechos, se bem que horrendamente
ajustável lida com o que venha sem mesma razão. conjunto motor/caixa/embraiagem, de largas na traseira, a requerer alguma
uma suavidade a toda a prova, apesar habituação, a Versys 650 é uma opção
da escassa quilometragem do modelo excelente para quem queira ir à aventura
ensaiado, sãoss mesmo o único ponto sem sair muito do alcatrão, ressalvando
a rever. Do lado da informação, o painel as naturais limitações em TT, vistas as
LED tem todo o essencial: quilómetros rodas de 17” e pneus de estrada.
parciais, horas, combustível, mudança Agradecemos à Rame Moto de Odivelas
selecionada e velocidade em números a gentil cedência da moto ensaiada.
maiores claramente visíveis, empare- Cores: Verde escuro; Cinza; Negro mate
lhados com o conta-rotações analógico (edição especial).

CONCORRÊNCIA BMW F750GS CFM MOTO 650MT

BENELLI TRK502X 77 CV 70 CV

47.6 CV POTÊNCIA POTÊNCIA

POTÊNCIA 224 KG 163 KG

235 KG PESO PESO

PESO 9 468€ 6 990€

6 480€ PREÇO BASE PREÇO BASE

PREÇO BASE

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FT/ F I C H A T É C N I C A

659 CC

CILINDRADA

69 CV

POTÊNCIA

21 L

DEPÓSITO

217 KG

PESO

8 990€

PREÇO BASE

MOTOR BICILÍNDRICO PARALELO COM
REFRIGERAÇÃO POR LÍQUIDO, 4 TEMPOS, CABEÇA
DOHC DE 8 VÁLVULAS DIÂMETRO X CURSO 83
X 60 MM ALIMENTAÇÃO INJEÇÃO ELETRÓNICA
KEIHIN, CORPOS 38 MM TAXA COMPRESSÃO
10,8:1 EMISSÕES CO2 110 G/KM DE CO2 POTÊNCIA
MÁXIMA 51 KW (69 CV)/8.500RPM BINÁRIO
MÁXIMO 64 NM/7.000RPM EMBRAIAGEM
HÚMIDA, MULTI-DISCO, DCT CICLÍSTICA QUADRO
EM TUBO DE AÇO DE ALTA RESISTÊNCIA CAIXA 6
VEL. DIMENSÕES 2.165 X 840 X 1.400/1.450 MM
SUSPENSÃO FRENTE FORQUILHA TELESCÓPICA
INVERTIDA DE Ø 41MM, 153,5MM DE CURSO.
AJUSTE DE PRÉ-CARGA E RESSALTO SUSPENSÃO
TRASEIRA MONOAMORTECEDOR ASSIMÉTRICO
PNEUS, FRENTE – TRÁS 120/70 R17 - 160/60 R17
TRAVÃO DIANTEIRO DUPLO DISCO PÉTALA 300 MM,
PINÇAS DOIS PISTÕES TRAVÃO TRASEIRO DISCO
PÉTALA 250 MM, PINÇA SIMPLES TRAIL 108 MM
ALTURA DO ASSENTO 840 MM DISTÂNCIA ENTRE
EIXOS 1.415 MM DISTÂNCIA LIVRE AO SOLO
170 MM TRANSMISSÃO FINAL POR CORRENTE
IMPORTADOR MULTIMOTO, S.A.

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O CÉURALIDEPORTUGAL2001 José Luís Abreu c/Martin Holmes
ABATEU-SE [email protected]
NATERRA FOTOS Martin Holmes Rallying
Arganil está de regresso em 2019 ao Rali de Portugal, e e Interslide/P. Maria/P. Pacheco

recordar a última vez que o Mundial de Ralis passou por Arganil Não há como esquecer o Rali
em competição, significa evocar um dos ralis de Portugal mais de Portugal de 2001, o último
difíceis da sua história. Uma semana em que o céu se abateu antes de um longo hiato ‘pa-
sobre a terra... trocinado’ por interesses su-
periores. A FIA tinha um pro-
CONHEÇA ESTA E MUITAS blema, a Alemanha. Um país de
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT grandes nomes dos ralis, que não tinha,
e queria, uma prova no WRC. Sendo um
país tão forte e poderoso, a questão não

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era se conseguiria lugar no calendário, Recordo-mebem.SenoShakedownainda atascado na lama. Nesse evento, apenas ca foi maior que 17.4s, registo do final do
mas sim quem sairia. consegui o milagre de tirar duas ou três 25% dos concorrentes chegaram ao fim, primeiro dia.
Neste contexto, como sempre sucede, fotografias com o céu azul a ver-se, nos e nem um carro de duas rodas motrizes. No segundo, a diferença caiu para 13.0s e à
ou há coragem para tomar decisões, ou trêsdiasseguintes caiu águaininterrup- Entre eles, Armindo Araújo! entrada do último troço, fruto de uma es-
segue-se pela via mais fácil. Esperar que tamente. Acho que nunca mais verei tan- Curiosamente, a prova correu bem em colha mais acertada de pneus em Ponte
alguém se coloque a jeito, e deixar cair a ta lama junta... termos desportivos, foi muito emotiva, re- de Lima Oeste, Sainz tinha 0.3s de avanço.
‘marreta’. Foi o que sucedeu ao Rali de Para os organizadores, equipas, pilotos, gistando-se um final empolgante duran- Depois duma fabulosa luta na estrada,
Portugal, em 2001, um evento que colo- navegadores e também para o público, o te o qual Tommi Mäkinen, em Mitsubishi Tommi Mäkinen bateu Carlos Sainz no
cou dificuldades aos organizadores como Rali de Portugal de 2001 foi um dos even- Lancer, recuperou a liderança no último último troço da prova. A este nível foi um
poucas vezes se tinha visto na história tos mais difíceis de sempre. troço, em Ponte de Lima Sul, deixando super rali. Absolutamente inesquecível. A
da competição nascida em 1973, e num Nevoeiro, chuva, muita água, lama, mes- Carlos Sainz, em Ford Focus, a apenas fantástica foto de Tommi Mäkinen, hoje
país em que tormentas daquele calibre mo muita lama. Ainda há dias falava com 8.6 segundos. Chefe de Equipa da Toyota Gazoo Racing
acontecem uma a cada 20 anos, calhou Bruno Magalhães que se lembra bem No final de cada um dos três dias de prova, no WRC, na altura piloto da Mitsubishi
mesmo naquela fatídica semana. de ter ficado, ele e vários outros pilotos, a margem entre Mäkinen e Sainz nun- no WRC, a olhar pelo retrovisor do seu

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carro, já depois do controlo horário após de Portugal ao WRC, e, marcados pelo Mas desta vez, o nevoeiro, a chuva, a água, Os reconhecimentos foram um pesadelo.
o final de Ponte de Lima Sul, à espera do temporal de 2001, rumaram ao solarengo a lama e as pedras mudaram comple- Os pilotos privados ficaram muito fre-
que conseguiria fazer Carlos Sainz, espe- Algarve para o regresso em 2007. tamente a face do evento, pois foram a quentemente presos nas estradas e pre-
lha bem o que foi aquele rali a esse nível. Ironicamente, a prova candidata de 2006, consequência inevitável de um inverno cisavam de ajuda para voltar a colocar
O pior foi o resto, já que com todos os pro- no Algarve, foi marcada por um... imen- muito complicado. Recorda-se da que- os seus carros a andar.
blemas que se sucederam, Portugal ‘per- so temporal. da da Ponte de Entre-os-Rios? Foi con- A Hyundai era a única equipa que usa-
deu’ o seu rali... No Algarve o ACP montou grandes ralis, sequência desse inverno! Dias antes do va carros de tração a duas rodas nos
Os relatórios dos observadores da FIA de- fantásticos do ponto de vista dos pilotos, Rali de Portugal, a 4 de março de 2001. reconhecimentos e Kenneth Eriksson
ram nota negativa à organização, alegando e da pilotagem, mas quem viveu muito Esta seria a última vez, durante 13 anos, recordou o calvário: “Em quase todos os
que esta não deveria ter permitido a reali- o Rali de Portugal, dentro e fora dos tro- que o principal evento automobilístico do troços ficámos presos. Tentar condu-
zação de alguns dos troços e o organismo ços, sentia que faltava algo. E esse ‘algo’ país se realizaria no norte ou centro do zir na lama tornou-se impossível, era
internacional penalizou mesmo a forma era o Norte. país. Passaram seis anos até que a FPAK e muito complicado concentrarmo-nos
como a direção da prova tomou decisões o ACP fossem autorizados a realizar nova- em fazer notas de ritmo adequadas.” A
que punham em risco a segurança dos INFERNO VINDO DO CÉU... mente um rali do Campeonato do Mundo. Citroën tinha Philippe Bugalski e Jesus
pilotos, sem se aconselhar junto da FIA. O mau tempo desse inverno significou um Puras com Saxos, mas o espanhol teve
A organização ainda refutou as acusações, Voltando a 2001, essa semana de 5 de percurso que não proporcionou a habitual dois acidentes nos reconhecimentos e
mas a decisão estava tomada e o ‘TAP’ foi março foi um enorme pesadelo para os mistura de estradas suaves com outras voluntariou-se para que o seu carro
excluído do Mundial, dando lugar ao Rali organizadores do Rali de Portugal. Corria mais duras. fosse conduzido no evento por Thomas
da Alemanha. a segunda semana do mês, normalmen- Sem que tivesse parado de chover um mi- Rådström.
A economia germânica e a dimensão do te uma altura agradável do ano em que nuto que fosse, passe o exagero e fique a Dias antes da prova houve uma enor-
seu mercado automóvel eram fortes argu- o inverno começava a mascarar-se de ideia, nas semanas anteriores à prova isso me tragédia quando uma ponte de 100
mentos, aos quais a FIA não foi insensível, Primavera. Mas desta vez as mudanças significou que as estradas foram ficando anos, sobre o rio Douro, desmoronou,
e a sua inclusão no campeonato tornou-se sazonais estavam atrasadas. mais e mais danificadas, e por isso o rali perdendo-se 59 vidas.
quase inevitável, até porque a posição do Curiosamente, a última vez que tinha tornou-se uma corrida contra os elemen- A maioria das pessoas viajava num au-
nosso país na Praça da Concórdia estava chovido a sério no Rali de Portugal tinha tos, primeiro, para os organizadores, pois tocarro, que caiu ao rio com o desmo-
francamente debilitada após a morte de sido 10 anos antes, em 1991. tinham que manter as estradas abertas ronamento da ponte.
César Torres. Pelo meio, a chuva tinha feito alguns es- para os reconhecimentos, e depois para as No rali, o drama começou logo no sha-
Os palcos de Fafe, Viseu, Ponte de Lima, tragos - por exemplo em 1995 - mas só tornar transitáveis para o próprio evento. kedown quando Hamed Al Wahaibi ba-
Arganil e muitos outros baixaram o ‘pano’, aqui e ali, nada como 1991, e muito me- No fim de semana anterior à prova o tem- teu de frente numa árvore com o seu
despedindo-se dos melhores artistas nos como 2001. po parecia querer mudar para melhor. Subaru, danificando-o fortemente.
do mundo, na esperança de que um dia Esse ano ficou também marcado por uma Muito momentaneamente, o sol voltou a Os regulamentos do campeonato exi-
o espetáculo voltasse àquelas paragens. nova sede, no Europarque, em Santa Maria ser visto no norte de Portugal, mas depois giam que os pilotos da Teams’ Cup, uma
Seis anos depois o ACP devolveu o Rali da Feira, a sul do Porto, mas o percurso chegou mais e mais chuva... espécie de taça para equipas privadas,
era muito semelhante aos últimos anos.

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muita chuva, nevoeiro e lama. Mäkinen
fez o tempo mais rápido, na frente dos
Peugeot de Marcus Grönholm e Harri
Rovanperä. Após cerca de 40 dos 94 con-
correntes terem passado, foi mesmo ne-
cessário parar o troço. Mäkinen explica
porquê: “A visibilidade era tão má que
mal se via para onde ir. Não se via mais
do que 20 metros, e andar nestes carros
assim era muito complicado.”

disputassem todos os eventos nesse SALTAR SEM VER...
ano, e o carro ficara inutilizado.
Mas havia um carro com especificação Quando o rali recomeçou na manhã
de asfalto nas instalações da Prodrive de sexta-feira, a meteorologia teve
em Banbury, e este saiu do aeroporto um impacto ainda maior na prova. Os
de Coventry às 5h15 na manhã da largada três primeiros troços do dia, Vizo, Fafe/
do rali, num Antonov 12 fretado. À chega- Lameirinha e Vieira/Cabeceiras, deve-
da a Portugal, o carro foi especialmente riam ser todos repetidos, mas apenas o
examinado e autorizado a iniciar a prova. Vizo teve segunda passagem, já que os
restantes dois troços eram impossíveis
PRIMEIRAS DIFICULDADES de se realizar segunda vez.
A PE6 foi cancelada porque os carros de
As táticas entre as equipas eram bizar- abertura dos troços, que eram de duas
ras. A Peugeot escolheu pneus de lama rodas motrizes, não conseguiam passar.
como um dos seus dois padrões de piso Os pilotos privados em carros de tração às
permitidos, mas o piloto da Mitsubishi, duas rodas já tinham tido muitos proble-
Tommi Mäkinen, usou pneus de terra mas: um dos pilotos afirmou ter passa-
normais com um enorme corte à volta do do uma hora a tentar concluir um troço.
pneu, adequando-o um pouco melhor à A PE7, Vieira/Cabeceira, a complicada
esperada lama. Serra da Cabreira foi cancelada por razões
Tradicionalmente, o desafio do rali con- de segurança. Os organizadores revela-
sistia em moderar a velocidade, evitando ram que as nuvens baixas impediram que
danos causados aos carros pelas duras o helicóptero de segurança voasse, outros
condições do terreno, mas desta vez tra- disseram que tudo se deveu a uma am-
tava-se apenas de sobrevivência. bulância presa na lama!
Muito poucos testes prévios úteis tinham Para que se perceba um pouco melhor
sido realizados em Portugal nesse ano, como estava aquele rali, Gilles Panizzi es-
quasetodosforamrealizadosemEspanha, tava totalmente confuso com o nevoeiro:
mas isso revelou-se um erro monumental, “Só soube que tinha passado o salto em
pois com aquele inverno as equipas teriam Fafe quando o carro aterrou!” Também
aprendido bem mais o que fazer naquelas Carlos Sainz se viua braços com proble-
condições. Basicamente, ninguém nun- ma: “Foi horrível, nunca na minha carreira
ca imaginou uma tempestade daquelas. tive outra prova com tanto nevoeiro, lama
Mas Armin Schwarz tinha nas mãos um e chuva. Nunca esquecerei essa prova por
autêntico ‘tanque’, um Skoda Octavia causa disso.”
WRC, e era dos pilotos mais felizes: No final, quatro troços foram anulados,
“Estradas difíceis podem ser boas para muitos outros interrompidas antes que
a Skoda! Acho que nunca vi condições tão todos os concorrentes os terminassem.
más em Portugal nos últimos 10 anos”. No sábado as condições melhoraram um
Na verdade, o alemão estava enganado, pouco, passaram a ser mais secas e me-
os dois Skoda abandonaram logo no se- nos exigentes, mas referir aqui a palavra
gundo troço. secas é uma escrita mesmo muito oti-
O rali arrancou na quinta-feira à noite, mista. Foi neste dia que o Rali de Portugal
com a super-especial de Baltar, numa visitou pela última vez em competição
noite inacreditável de chuva. os troços de Arganil, com duas passa-
Havia muitos rumores de que o troço teria gens pelo Piódão (Oliveira do Hospital),
de ser cancelado, mas com tantos e tão re- Arganil e Góis.
silientes espetadores em Baltar, esta era Tendo em conta o tipo de piso, se na mon-
uma grande ocasião para as pessoas da tanha que ladeava o Piódão as coisas até
região. Tinham sido feitos grandes esfor- se desenrolaram de forma aceitável, com
çosparapreparar apistaantesdoevento muita lama mas nada que prendesse os
e anular teria sido uma pena. carros, já o troço de Arganil esteve impos-
As condições eram mesmo terríveis, com sível, com a lama e os seus ganchos (leia-
-se ‘cotovelos’) a tornarem a vida quase
impossível às equipas. Nem o Delegado
de Segurança escapou...
“O Safari com chuva é um verdadeiro

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passeio comparado com este Rali de
Portugal”, disse Nicky Grist, co-piloto
de Colin McRae.
Há outra nota curiosa. Uma das críti-
cas à prova teve a ver com o facto das
ambulâncias não terem condições para
rodar nos troços em caso de aciden-
te, mas a verdade é que o Delegado de
Segurança da FIA, Jackec Bartos, an-
dou de jipe e mesmo assim ficou atas-
cado em Arganil: “Não há muito mais a
dizer quando um carro da organização
fica atolado. Isso significa que não havia
mesmo condições de segurança”, disse
Richard Burns.
No troço da Aguieira, que foi anulado, as
notas de um batedor da equipa oficial da
Hyundai só tinham uma coisa escrita
relativamente ao troço: “100% lama!”
0.3S ANTES DO ÚLTIMO TROÇO...
Mäkinen, que cumpria a sua centésima
prova no WRC, conseguiu uma vitória in
ex-tremis, ao terminar 8.6 segundos à
frente do Ford de Carlos Sainz, isto de-
pois de ter entrado para o último troço
0.3s atrás do espanhol, que perdeu o rali
duma forma nada usual. Foram muitos
os que estranharam a diferença de 8.9s

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num troço de 11.15 Km, mas a verdade a Alemanha, um importante país fabri- era possível alterar significativamente Pormenores como os carros que farão
é que o espanhol teve um problema no cante de automóveis e uma nação que o traçado da prova, pois a polícia esta- de ‘000’ são decididos com vários me-
carro... devido à lama, que tapou uma só recentemente se tinha estabelecido va contra e alegava que isso resultaria ses de antecedência e ninguém imagi-
pequena válvula, o bastante para tirar após a reunificação. num congestionamento catastrófico do nou um rali com aquele tempo, que seria
algum rendimento ao carro. Foram aproveitadas as falhas no Rali de tráfego e num grande aumento do risco impossível para um Hyundai Coupé de
Tendo em conta como Mäkinen andou Portugal, nomeadamente as questões de segurança. duas rodas motrizes.
naquele troço, provavelmente ganharia de segurança, que deveriam ter levado A verdade é que a organização do Rali de É verdade que o relatório da prova foi
o rali à mesma, mas aquela diferença a que pelo menos a primeira parte do Portugal teve pela frente um enormíssi- muito desfavorável para os organizado-
tinha que ter outra explicação. E teve, rali fosse cancelada. mo conjunto de situações que eram qua- res, mas o que o Delegado de Segurança
novamente a lama a prejudicar o rali... No entanto, os organizadores encon- se impossíveis de lidar, como a questão da FIA, Jacek Bartos, se limitou a fazer
Esta foi a penúltima vitória da Mitsubishi travam-se numa situação difícil. Não ambulâncias de quatro rodas motrizes. foi avaliar os items da sua check list.
no WRC. Marcus Grönholm, em Peugeot, Era fácil lá meter a cruz no mau, sofrível,
foi terceiro e Richard Burns quarto no suficiente, bom, muito bom, excelente,
seu Subaru. Os novos Hyundai Accent mas não houve contexto, houve sim o
WRC de segunda geração terminaram pretexto certo que a FIA precisava.
no sexto e sétimo lugares, e entre as Não quer isto dizer que tudo correu às
equipas do WRC apenas os ‘tanques’ da mil maravilhas no Rali de Portugal de
Skoda ficaram pelo caminho. 2001, nada disso, houve erros a mais,
Nenhum carro apenas com tração a mas com aquelas condições, era qua-
duas rodas foi capaz de chegar ao final. se impossível fazer melhor.
No entanto, a história principal não foi Por isto tudo, a situação do Rali de
tanto o autêntico horror que os pilotos e Portugal era a saída perfeita para um
equipas viveram no rali, mas sim o tudo dilema político da FIA. Por uma razão
o que veio depois. ou outra, Portugal foi retirado da WRC.
A FIA estava a atravessar a sua habi- Mas o Automóvel Clube de Portugal não
tual crise com a formulação do calen- desistiu. De 2002 a 2006 realizou ralis a
dário do Mundial de Ralis. A competi- contar só para o Campeonato Nacional de
ção já incluía 14 provas em 2001 e a FIA Ralis, primeiro em Macedo de Cavaleiros,
estava sob forte pressão para integrar depois, a partir de 2005, no Algarve. As
autoridades locais ofereceram bom apoio
comercial, e era uma área em que o trá-
fego e a quantidade de espetadores era
menos problemática. Em 2007 Portugal
regressou ao WRC e tudo já estava calmo,
mesmo se o sul não capturou o mesmo
espírito dos velhos tempos.
Os promotores do campeonato e as equi-
pas recordavam ainda o notável apoio
dos adeptos do Norte do país.
Uma nova estrutura comercial das au-
toridades locais que permitiu que o rali
regressasse ao seu ‘coração’, ao nor-
te, em 2015. E agora em 2019, volta ao
Centro, dando-se agora um novo passo
para devolver o Rali de Portugal a mais
uma das suas três Catedrais, Arganil,
Fafe e Sintra. Só falta esta última e já
faltou mais...
O mesmo mau tempo que arrasou por
completo o Rali de Portugal de 2001, e o
consequente afastamento da prova do
WRC, foi talvez o momento que mais
contribuiu para que o nível organizati-
vo do Rali de Portugal seja o que é hoje.
Uma máquina de fazer bem.
Até o público, que tantas vezes condicio-
nou a prova, é hoje em dia um exemplo
em todo o mundo, quer seja pela emo-
ção que transmite à prova, quer pelo seu
comportamento no acatar das medidas
de segurança.
Há quem diga que o Rali de Portugal de
2001 é uma prova para esquecer. Não,
bem pelo contrário, é bom lembrar para
não se repetir e se a meteorologia nos
voltar a pregar partidas, já é mais difícil
estarmos distraídos...

AUTO+ mais

TOYOTA

» RAV4

ESTE NÃO É NADA ABORRECIDO! oferecidas rodas independentes com depressa, é no sistema de info entrete-
duplo triângulo sobreposto. Não é gran- nimento. O grafismo está desatualizado,
Quando Akio Toyoda, presidente da Toyota, decidiu dar de novidade, mas o RAV4 abandonou o sistema de navegação é lento e con-
um murro na mesa e disse, alto e bom som, “não quero o motor diesel e só estará disponível fuso e, inexplicavelmente, não oferece
mais carros aborrecidos”, todos perceberam que havia que com o novo sistema híbrido da Toyoya, a compatibilidade Android Auto e Apple
arregaçar as mangas e deitar mãos ao trabalho. O novo RAV4 também ele renovado para o novo RAV4. CarPlay, nem sequer como opção. Um
é disso exemplo, sendo totalmente diferente do antecessor, O sistema híbrido do RAV4 assenta no ponto negativo para o RAV4, numa altura
e deu para ver neste primeiro ensaio que não é nada, mesmo novo bloco 2.5 litros a gasolina com 178 em que a conectividade é essencial.
nada, aborrecido! cv que conta, nas versões de duas rodas Voltemos a coisas favoráveis no RAV4:
motrizes, com um motor elétrico com habitabilidade. Há espaço a rodos no
José Manuel Costa o que a Jeep costuma fazer e a aparência 120 CV, o que combinado perfaz 218 cv. banco traseiro e na bagageira há ex-
[email protected] geral do carro são agradáveis, com uma Para as versões 4x4 há mais um motor celentes 580 litros de capacidade, que
frente agressiva de melhor efeito. Talvez elétrico colocado no eixo traseiro com se podem estender a 733 litros (sem
Dizem que nunca se deve julgar a proporção entre a superfície vidrada e um total de 222 cv. No final deste texto rebater o banco) e até aos 1760 litros com
ninguém pela aparência, mas o corpo do carro pudessem ser um na- encontra um link onde pode ler tudo o banco traseiro rebatido. E aqui abro
no caso do RAV4 até o pode- dinha diferentes, mas no global a Toyota acerca da ficha técnica do novo modelo. um parêntesis, para falar do espelho
mos fazer porque no primei- fez um bom trabalho. interior. A Toyota decidiu, pela primeira
ro embate fotográfico ficou Naturalmente que a nova geração do INTERIOR ESTÁ MUITO MELHOR vez, usar uma câmara localizada por
aquele torcer de nariz face a RAV4 oferece mais alterações: o carro baixo do spoiler traseiro, para transmitir
tanta linha rectilínea e ao afastamento, está mais perto do chão 10 mm, a dis- Aqui nota-se, ainda mais, a evolução imagens do que se passa atrás do carro.
quase total, daquilo que foi o estilo do tância entre eixos foi aumentada em 30 experimentada pelo RAV4. O estilo não Essa imagem é transmitida no espelho
anterior RAV4 que, na realidade, não mm, a carroçaria e o chassis estão mais é, uma vez mais, arrasador, mas pelo interior que funciona como espelho e
passava de uma carrinha arregaçada. rígidos e o centro de gravidade baixou. menos a ergonomia está quase perfei- como ecrã. As imagens são de qualidade
Não será o estilo do novo SUV da Toyota Mas a grande novidade é a utilização ta, a posição de condução é facilmente superior, mas a perspetiva não é a me-
um arrebatador ou ganhador de prémios da nova plataforma TNGA GA-K, sendo encontrada e o volante já não está tão lhor e muitas vezes as coisas parecem
de beleza, mas o RAV4 ao vivo até é o RAV4 o primeiro a desfrutar deste em baixo como em outros modelos. mais perto do que na realidade estão.
engraçado. avanço tecnológico juntamente com Tudo onde se toca não tem a sensação Não convirá usar esta função sempre,
o Lexus ES, embora este numa versão de qualidade de outros modelos rivais, pois poderá haver algum erro em al-
ESTILO AGRADÁVEL À VISTA diferente. Esta nova plataforma – cuja mas percebe-se que têm qualidade e guma altura, sendo conveniente optar
Não é consensual, mas as linhas angu- “mãe” é a plataforma usada pelo Prius são feitos para durar. pelo espelho convencional. Se encher o
lares, as cavas das rodas parecidas com – utiliza suspensões dianteiras do tipo Onde a Toyota tem de evoluir, muito e
McPherson, enquanto que atrás são

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45

FT/ F I C H A T É C N I C A

2.5 / 178 CV

GASÓLEO

8,4 S

0-100 KM/H

5.7 L

100 KM

128

G/KM- CO2

38 790€A52 790€

PREÇO

RAV4 de tralha até ao tejadilho, pois aí do local onde iríamos colocar à prova forma como curva sem grandes mexidas MOTOR 4 CILINDROS EM LINHA, INJEÇÃO
a câmara é excelente, oferecendo-lhe o sistema i-AWD, eis que um nevão, da carroçaria (contributo do baixo centro DIRETA, VVT-I (ESCAPE) E VVT-IE (ADMISSÃO)
visão desimpedida para trás. E não se não muito forte, se abate sobre aquela de gravidade oferecido pela plataforma 2487 CM3 POTÊNCIA MÁX. 178 CV / 5700
preocupe com a sujidade, pois a câmara zona e... adeus teste fora de estrada, GA-K), tendo aqui que destacar a exce- RPM BINÁRIO MÁX. 221 NM / 3600-5200
estará sempre limpa pois está bem es- olá sobrevivência até à descida para lência dos bancos em nos manter no RPM TRANSMISSÃO DIANTEIRA, CAIXA
condida e o óculo traseiro encarrega-se Barcelona. As estradas ficaram cheias lugar quando o ritmo é maior. A direção AUTOMÁTICA CVT SUSPENSÃO INDEPENDENTE
de deixar a zona sempre limpa. de neve fresca e terra, o que criou uma mostra-se leve o suficiente, rápida e TIPO MCPHERSON À FRENTE E INDEPENDENTE
papa que, algumas vezes, deixou-nos com alguma sensibilidade, um conjunto DUPLO TRIÂNGULO ATRÁS TRAVÕES DV/DV
COMPORTAMENTO INTERESSANTE em condição menos confortável. agradável e que contribui decididamente PESO 1750 KG MALA 580 LT DEPÓSITO 55 LT
O mau tempo que circunda a Europa fez Nos poucos quilómetros feitos com es- para o bom comportamento do RAV4. VELOCIDADE MÁX. 180 KM/H
das suas e quando nos aproximávamos trada seca, o RAV4 impressionou com a Poderia haver um pouco mais de ade-
rência do eixo dianteiro e o ESP poderia vazia-se facilmente e obriga o motor a
ser menos intrusivo, mas a verdade é carregá-la com o natural consumo de
que mesmo em pisos molhados e muito combustível. O RAV4 não tem tecno-
escorregadios o RAV4 comporta-se de logia “Plug-In”, o modo elétrico serve
forma muito competente e dentro do apenas para o arranque e mais uma
segmento dos SUV, posso estar enga- mão cheia de quilómetros, e por isso
nado, mas parece-me ser dos melhores. a Toyota deveria pensar em fazer um
E depois, tenho sérias dúvidas que o “Plug-In” para o RAV4.
meu caro leitor vá andar a pensar em Quanto à caixa CVT, continua o mesmo
corridas com o seu RAV4 e, por isso, problema de sempre, ou seja, o barulho
olhando à utilização que será dada ao que o motor faz não rima com a veloci-
Toyota RAV4, este é muito competente. dade mantida e como o novo bloco tende
Infelizmente, a Toyota continua a op- a ser ruidoso perto do regime máximo
tar pelo caminho mais fácil que o mais (5700 rpm), o sistema torna-se irritante
acertado e por isso continuam a usar e desconfortável. Como resolvemos isto?
baterias de hidretos metálicos de ní- Bom, utilizar uma forma de condução
quel e não de iões de lítio e uma caixa mais suave, acelerando com menor vigor
de variação continua CVT e não outra e isso acabará por mitigar esta situação.
opção. No primeiro caso, a bateria es- O outro lado da moeda é a utilização
em cidade. Aqui, o sistema está como
peixe na água, sendo suave, silencioso
e agradável de utilizar, destacando-se o
tal modo elétrico, curto, mas agradável
de usar em cidade.

AUTO+ mais

HYUNDAI

» I30 FASTBACK N

PROPOSTA REFINADA

O terceiro modelo N da Hyundai refina a oferta desportiva da
gama i30, mantendo o bom e melhorando o menos bom do
carro lançado há dezoito meses.
A divisão N da Hyundai, com o i30N e com o Veloster N, já deu
provas que não chegou para uma aparição fugaz, mas tem
planos para uma gama completa que, foi confirmado, terá um
carro de destaque que, pela única imagem mostrada, será um
coupé de elevadas prestações

José Manuel Costa diferente, as molas são 5% mais suaves e ao modo que personaliza as regulações por um portão traseiro amplo.
[email protected] a barra estabilizadora tem menos cinco como podem ver no vídeo no código QR Chegado ao volante perdi algum tempo
milímetros de diâmetro (agora com 22,2 desta página. para navegar pelos modos de condu-
EmdezoitomesesemeioaHyundai mm). Ou seja, o carro foi suavizado em ção e encontrar a melhor definição. Do
N conseguiu lançar o i30 N, o termos rigidez lateral e vertical. COMO É AO VOLANTE? curto contacto em estrada percebeu-se
Veloster N e, agora, o i30 Fastback A carroçaria viu a rigidez torsional au- que a Hyundai suavizou os três modos
N. Neste curto espaço de tempo a mentar 6,9% face ao i30 N, com a adição As diferenças entre o i30 N e o i30 principais (Eco, Normal e Sport), o que
casa coreana teve a oportunidade de mais 29 pontos de soldadura, reforço Fastback N são nulas, exceto o facto de para uma utilização quotidiana é melhor
de escutar os jornalistas e os con- das torres de suspensão dianteiras, barra o carro ser mais baixo 38 mm e ter um que a versão mais incisiva do “software”
sumidores, e evoluir de forma rápida sis- anti aproximação traseira mais rígida e tejadilho descendente e uma traseira mais utilizado no i30N. O problema é que tal
temas como motorizações, transmissões, utilização de aço de alta densidade. saliente. E esta diferença começa a fazer... como no i30N, raramente conseguimos
suspensão, direção e outros componentes Há uma penalização em termos de peso diferença quando tentamos entrar no que qualquer um dos modos seja capaz
como a eletrónica. O i30 Fastback é uma (12 quilogramas a mais no eixo traseiro) carro. O acesso está mais complicado, mas de ser plenamente satisfatório.
espécie de versão 2.0 do i30N. quefoimitigadacomumrebalanceamento vencida esta ligeira dificuldade ficamos Talvez por isso, gosto muito do modo
do peso entre os dois eixos: 59,7% à frente sentados exatamente da mesma forma “Custom” que permite mexer em muita
AS DIFERENÇAS ENTRE e 40,3% atrás (61,8% e 38.2% no i30N). A que no i30 N, mas com um pouco mais coisa (veja o vídeo), pois o modo Normal
aerodinâmica da carroçaria Fastback de alegria dada pelo pesponto vermelho deixa o carro suave e menos envolven-
O I30 N E O I30 FASTBACK N permite que face ao i30 N o coeficiente de e alguns elementos decorativos também te, o Sport é mais agressivo e por vezes
arrasto seja inferior em 0.023, fixando-se em vermelho, aqueles que fazem muita desconfortável, ampliada essa situação
O motor é o mesmo e outra coisa que veio nos 0,297. falta no i30 N. Também aqui percebe-se com o modo N.
do i30N “Performance Pack” foi a direção O N Grin oferece uma escolha de cinco que este é uma versão 2.0 do i30 N. Quando pegamos no modo “Custom” e
com assistência elétrica, juntamente com diferentes modos de condução, já co- Não me pareceu que a posição de condu- configuramos o carro de forma correta
os amortecedores adaptativos, o escape nhecidos do i30 N: Normal, Eco, Sport, ção fosse alterada, mas fica essa sensação – direção em modo normal e suspensão
ativo e o diferencial autoblocante eletró- N e Custom. Os dois primeiros não têm devido à menor altura do carro e à menor em modo mais suave – percebemos as
nico. Porém, na tal ótica da versão 2.0 do muita história, os restantes são dife- altura do banco ao tejadilho. alterações que a Hyundai N introduziu
i30N, há várias alterações. rentes. Para chegar aos dois últimos A menor altura do carro e a forma do te- no i30 Fastback N.
No comportamento, a divisão N alterou temos de aceder ao modo Sport, no bo- jadilho significa que há menos espaço no Face aos rivais, como o Honda Civic Type
o “bump stop”, ou seja, os limitadores de tão colocado na parte inferior do volante banco traseiro e pessoas com próximo dos R, o i30 N nunca exibiu a mesma aderên-
curso da suspensão têm menos 10% de do lado esquerdo (onde são acedidos dois metros terão alguma dificuldade em cia lateral e o comportamento em curva
densidade e mais 6 mm de comprimento, os três primeiros modos). O botão do se arrumar. No lado oposto está a baga- não os igualava. Porém, o carro aceita ser
o que com a utilização de uma mola de lado direito, “N”, acede ao modo... N e geira que nesta versão Fastback ganha levado como que num carril, com a frente
ressalto, permite mais aderência. O braço 55 litros num total de 450 litros acedidos
de controlo do camber do eixo traseiro é

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47

FT/ F I C H A T É C N I C A

2.0 / 275 CV

GASOLINA

6,1 S

0-100 KM/H

8,2 L

100 KM

188

G/KM- CO2

45 000€

PREÇO ESTIMADO

MOTOR 4 CILINDROS EM LINHA, INJEÇÃO
DIRETA, TURBO, 1998 CM3 POTÊNCIA MÁX.
275 CV / 6000 RPM BINÁRIO MÁXI. 353 NM
/ 1450-4700 RPM TRANSMISSÃO DIANTEIRA,
CAIXA MANUAL DE 6 VEL. SUSPENSÃO
INDEPENDENTE TIPO MCPHERSON À FRENTE
E INDEPENDENTE MULTIBRAÇOS ATRÁS
TRAVÕES DV/DV PESO 1516 KG MALA 450 LT
DEPÓSITO 50 LT ACELERAÇÃO 0-100 KM/H
EM 6,1S; VELOCIDADE MÁX. 250 KM8/H

Aponte o seu
smartphone
a este código
e conheça
os modos de
condução do
Hyundai i30N
Fastback

a seguir aquilo que mandamos na direção que nos tiram fôlego. Ainda assim, eu de explorar, o Civic tem um motorização oferecer ainda um excelente prazer de
e a traseira a manter-se equilibrada com gosto da forma como o bloco dá vida ao i30 com pulmão cheio até Almeida e o Golf é condução. A versão N 3.0 deverá evoluir
pouco movimento. Quando descola, o ESP Fastback N. Em circuito o carro é divertido, um “all rounder” excelente, o i30 Fastback nestes cenários para que o i30 N possa ser
permite alguma liberdade, com ele des- eficaz e permite desfrutar da condução. N não consegue acompanhar o ritmo mais que um excelente chassis. A Hyundai
ligado, a traseira liberta-se, mas sempre nestas questões, fazendo jogo igual com já provou que sabe ouvir os clientes e os
com parcimónia. VEREDITO os outros em termos de agradabilidade de jornalistas, portanto enquanto desfruta-
O motor da Hyundai não é um dos pontos Em dezoito meses muita coisa evoluiu e condução, qualidade do interior e aparên- mos desta versão N 2.0, aguardemos pelos
fortes do i30 N, no Fastback N continua a chegou o Renault Mégane R.S., o Honda cia agressiva sem esfregar na nossa cara: próximos desenvolvimentos. Ah! já agora,
não ser. É verdade que tem cifras de topo, Civic Type R ou até o VW Golf GTI. E se o “sou um desportivo”. Com um preço que entre o Fastback e o cinco portas... venha
capaz de exigir tudo o que o chassis tem Renault é fabuloso em termos de compor- rondará os 45 mil euros, o i30 Fastback N de lá o cinco portas pois é um nadinha
para dar, mas não é daquelas unidades tamento, com um chassis incisivo e fácil é uma excelente proposta pois é capaz de mais raçudo que este.

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
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