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Published by hmilheiro, 2019-11-25 13:58:53

AutoSport_2187

AutoSport_2187

#2187 >> autosport.pt
ANO 42
42
27/11/2019
Semanal anos

2,35€ (CONT.)

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES

F1
AACGIDREANTVEANOCBRRIASSIEL

NA SCUDERIA

‘CASINO’
FERRARI

>> PRESIDENTE DA FERRARI FURIOSO
>> FALTA DE LIDERANÇA AGRAVA CRISE
>> VETTEL É PROBLEMA PARA A FERRARI

VELOCIDADETERMINOUEM FESTANO ESTORIL >> 24HORASTTFRONTEIRAERALIDASCAMÉLIAS NO FIM-DE-SEMANA

FÓRMULAE ARRANQUEAZARADO PÁG. 38
DEFÉLIX DACOSTA
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PÁG. 4
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3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2187
27/11/2019

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

HISTÓRICO Os mecânicos da Red Bull bateram o recorde do mais rápido pit stop na F1, no GP do Brasil, ao mudar os pneus do José Luís Abreu
monolugar de Max Verstappen em 1.82s. Depois disso, levaram as mudanças de pneus para outro nível. O estratosférico. ‘Meteram-se’
DIRETOR-EXECUTIVO
num avião Ilyushin Il-76 MDK e fizeram a primeira troca de pneus sob gravidade zero.
[email protected]
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
Markko Märtin deu re-
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “A Fórmula 1 continua a ser centemente uma en-
o maior campeonato, mas a trevista a um jornal
A zona de ‘Attack GT4 South European Está tudo a postos Fórmula E está logo abaixo. estónio onde fala sobre
Mode’ da pista de Series irá tornar-se para mais uma grande É uma das competições a saída de Ott Tänak -
Diriyah na Fórmula E outra competição edição das 24 Horas mais competitivas em que de quem é ‘manager’
foi muito mal pensada, quando o plantel de TT em Fronteira. E o participei. É o futuro.”, Stoffel - para a Hyundai, alegando que a tem-
e estragou a corrida for mais numeroso. tempo até parece que porada acabou bem, com a conquista
a dois pilotos que As corridas são um Vandoorne, que depressa se deixou do título por parte do seu ‘protegido’,
lutavam pela vitória. vai ajudar… convencer pela fórmula elétrica. mas que durante o ano este passou
espetáculo. por “várias crises” no seio da equipa
“É difícil julgar a situação Toyota, dizendo ainda que o “ambiente
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL da Ferrari. Obviamente, é não foi o melhor”. Há muito se fala
complicado, mas estou feliz que o feitio de Tommi Mäkinen não é
por não serem meus pilotos.”, bom e a sua esposa parece que não
ajuda nada, mas o que Märtin não diz
Christian Horner, que sabe bem é que a vontade de Tänak era fazer o
o que Mattia Binotto está agora a contrato da sua vida. Por isso Märtin
passar. andou a fazer ‘ping-pong’ entre os
responsáveis da equipa nipónica e da
“Nico (Rosberg) foi inteligente Hyundai, para ver quem dava mais,
e decidiu retirar-se, pois até do Japão vir a ordem para acabar
nunca teria vencido outro com a ‘festa’, leia-se, não há mais
campeonato a Lewis leilões para ninguém. Ao contrário do
(Hamilton)”, Eddie Jordan a que diz Märtin, “a decisão de deixar
a Toyota foi difícil”. Não, a decisão foi
expressar o que muita gente pensa. dos japoneses, e o que Märtin teve
Melhor do que já tinha feito era quase de fazer foi virar-se para a Hyundai.
impossível… Isto para dizer que embora seja lí-
cito que tenham procurado ‘sacar’
Siga-nos nas redes sociais e saiba o máximo de dinheiro possível, não
tudo sobre o desporto motorizado no fica bem a Markko Märtin vir agora
computador, tablet ou smartphone via falar do que é o ambiente na Toyota,
facebook (facebook.com/autosportpt), especialmente quando diz que a
twitter (AutosportPT) ou em Hyundai é que é a verdadeira equipa
>> autosport.pt oficial e a Toyota é somente uma
equipa como a M-Sport. É que foi
com ‘essa’ equipa que o seu pupilo
fez história e ganhou metade das
provas do ano. A Hyundai é corea-
na e tem a equipa na Alemanha, a
Toyota é japonesa e tem a equipa na
Finlândia/Estónia. Foi assim que a
Toyota escolheu e foi dessa forma
que no seu segundo ano de operação
foi Campeã de Construtores e no
terceiro de Pilotos. A Hyundai anda
cá desde 2014 e só agora foi Campeã
de Construtores…

4 FE/
FÓRMULA E - ARÁBIA SAUDITA

BIRD VOOU,FÓRMULAENAARÁBIASAUDITA
SIMS

DOMINOU

O primeiro fim de semana da Fórmula E não acabou bem para
as cores lusas, já que depois de mostrar um bom andamento
em pista, Félix da Costa foi ‘travado’ por problemas mecânicos

e uma, tão arreliadora quanto injusta, penalização. Os
resultados foram pobres, mas ficou a certeza que pode lutar
por muito mais. Ironicamente, Alexander Sims (BMW i Andretti
Motorsport) venceu pela primeira vez na carreira. Na primeira

corrida o triunfo foi para Sam Bird (Envision Virgin Racing)

José Luís Abreu
[email protected]

FOTOS Oficiais

Depois de vários meses de in- da Costa (nos grupos, pois na superpole de Diriyah, batendo Andre Lotterer, que lugar, selando o triunfo na abertura da
terregno, arrancou em pleno a foi sexto), 11 pilotos ficaram separados começou a sua prestação na TAG Heuer época. A Porsche foi ao pódio na sua es-
sexta temporada da Fórmula E, por 0.909s, ou 13 por 1.036s, se preferir. Porsche da melhor forma, com o piloto da treia na Fórmula E, com o segundo posto
e, para já, fomos presenteados Para já, as equipas alemãs - Mercedes, Mercedes-Benz EQ, Stoffel Vandoorne, a de Andre Lotterer. Stoffel Vandoorne foi
com dois belos espetáculos, em BMW e Audi - mostraram algum poderio completar o pódio. terceiro, com uma boa prestação para a
que ação em pista foi mais do e as três estão entre as primeiras quatro Na segunda corrida foi a vez de Alexan- Mercedes-Benz EQ na corrida de estreia
que muita. classificadas. Curiosamente, a que falta der Sims se estrear a vencer na Formula na disciplina.
As estreantes Porsche e Mercedes já fo- no lote, a Porsche, é sexta classificada. E, com a BMW a fazer a dobradinha em Arrancando da pole, Alex Sims depressa
ram ao pódio, um detalhe que diz bem do O fim de semana árabe ficou marcado por pista, mas a perdê-la na secretaria devido se afastou, deixando os pilotos da Merce-
equilíbrio desta competição. Das 12 equi- duas boas corridas. Já se percebeu que o a uma penalização infligida a Maximilian des-Benz, Stoffel Vandoorne e Nyck de
pas do plantel, 11 pontuaram, só mesmo plantel está bem equilibrado, só mesmo Guenther, que caiu para 11º atrás de... Félix Vries, em segundo e terceiro.
a NIO 333 FE Team não o conseguiu. Dos a NIO 333 FE Team continua a dar sinais da Costa. Sébastien Buemi foi o primeiro azarado,
24 pilotos, 16 já pontuaram, a única equipa de estar mais longe. com o piloto da Nissan e.dams a parar na
que repetiu pódios foi a Mercedes, com Muito resumidamente, Sam Bird (Envision CORRIDA 1 BIRD VOOU pista. Incapaz de reiniciar o carro, o suíço
dois terceiros lugares. Na qualificação, Virgin Racing) foi o primeiro vencedor Na primeira corrida do ano, Sam Bird foi o primeiro do ano a abandonar.
cujo melhor tempo foi obtido por Félix do ano, ao triunfar na primeira corrida ‘voou’ pelo pelotão, a partir do quinto Lá na frente, depois de várias tentativas,

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5

FÉLIX DACOSTACOM MUITOAZAR

Foi muito azarado o arranque de época de António Félix da Costa, naquele que foi o fim de
semana de estreia pela DS Techeetah.
Depois de na primeira qualificação ter ficado sem ‘brake by wire’ (problemas de travões), facto
que lhe permitiu qualificar-se apenas na 21ª posição sendo depois 14º na primeira corrida, eis
que na segunda foi vítima de uma decisão criticável dos Comissários Desportivos, que o pe-
nalizaram quando era segundo e perseguia o líder, mais tarde vencedor da corrida, Alex Sims.
Tudo se explica de forma simples. Félix da Costa rodava na terceira posição atrás de Sébastien
Buemi e a zona de entrada para quem pretende ativar o Attack Mode situa-se após um gancho
à direita.
Buemi, perseguido de muito perto por Félix da Costa, travou demasiado para passar pelo
Attack Mode e o português, inevitavelmente, deu-lhe um pequeno toque na traseira do mono-
lugar, pois não adivinhava quando Buemi faria a manobra, e este fez um pião.
Como consequência, o português, que após o sucedido era segundo, foi penalizado com um
drive-through, quando se preparava para alcançar um bom resultado na estreia com a equipa:
“De facto é um fim de semana decepcionante. Tínhamos andamento e as armas para lutar
pela vitória e, honestamente, depois de rever as imagens, não estou nada de acordo com a
penalização que me foi imposta.
No briefing de pilotos falou-se e acordou-se que não se podia travar em demasia naquela
curva, quando se fosse ‘recolher’ o Attack Mode. O Buemi fez isso e não havia nada que eu
pudesse fazer para o evitar, à velocidade que ele ia. É um início de época muito dececionante,
principalmente tendo em conta o forte andamento que tivemos aqui em Riade”, analisou Félix
da Costa, que com essa penalização acabaria por não ir além do 10º lugar final, isto depois de
vários pilotos terem igualmente sofrido penalizações.
Com tudo isto, o piloto português perdeu duas oportunidades de somar bons pontos para o
campeonato, já que esteve entre os mais rápidos durante todo o fim de semana, sem que esse
forte andamento se materializasse em resultados.
A jornada dupla começou logo de uma forma bastante complicada para António Félix da Costa,
que teve um primeiro dia para esquecer. Logo na sessão de qualificação, o português foi
obrigado a abortar a sua volta rápida devido a um problema com o sistema de travagem do
seu carro, tendo com isso sido obrigado a largar apenas do 21º lugar.
Na corrida o piloto da DS Techeetah lutou ao máximo para recuperar posições, terminando no
14º posto: “[Foi] complicado e uma forma infeliz de começar a época com a minha nova equipa.
Com o problema dos travões na qualificação, saí de 21º e tudo se tornou mais difícil. No meio
de tantas batalhas, consegui recuperar alguns lugares, mas não deu para chegar aos pontos”,
concluiu.
No segundo dia, apostado em vingar o infeliz resultado da primeira corrida, o piloto da DS
Techeetah entrou fortíssimo, estabelecendo a melhor marca no treino livre, feito que voltou
a repetir na qualificação, assegurando um lugar na super pole, mas aí as coisas não lhe cor-
reram nada bem. Sabendo que os primeiros registos foram muito bons, arriscou tudo, pois o
sexto lugar estava garantido, mas uma ‘atravessadela’ fê-lo perder demasiado tempo e, com
isso, foi mesmo o sexto lugar que lhe ficou reservado. Ainda assim, acabou por largar da quinta
posição para a corrida (uma penalização) onde entrou ao ataque e de imediato começou a
recuperar posições, até chegar ao segundo lugar, mas aí viria a ser obrigado a cumprir um
drive-through, devido ao já referido incidente com Sébastien Buemi.
A Fórmula E faz agora uma pausa e regressa dia 18 de janeiro, para a terceira ronda do campe-
onato, em Santiago do Chile.

FE/
FÓRMULA E

6

Sam Bird passou Edoardo Mortara e che- C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O
gou ao pódio provisório, ao passo que Alex
Sims manteve os dois pilotos da Mercedes CORRIDA 1
à distância. A 17 minutos do fim da corrida,
o campeão em título Jean-Èric Vergne 1 SAM BIRD ENVISION VIRGIN RACING 46:17.371S
abandonou, com danos numa roda. Já +1.319S
Vandoorne superou Sims e assumiu a 2 ANDRE LOTTERER TAG HEUER PORSCHE +1.672S
liderança nas Curvas 18 e 19. Ao mesmo +1.944S
tempo, Bird atacou e também passou 3 STOFFEL VANDOORNE MERCEDES-BENZ EQ +3.983S
Sims, ascendendo a segundo, com o piloto +4.560S
da BMW a cair para trás de Lotterer. Não 4 OLIVER ROWLAND NISSAN E.DAMS +5.122S
satisfeito com o segundo lugar, Bird lutou +5.715S
com Vandoorne e a 10 minutos do fim da 5 ROBIN FRIJNS ENVISION VIRGIN RACING +6.628S
corrida assumiu a liderança. Altura em +7.048S
que Oliver Rowland passou Sims e subiu 6 NYCK DE VRIES MERCEDES-BENZ EQ +8.853S
a quarto, enquanto na Curva 5 Daniel Abt
desentendia-se com Félix da Costa e batia. 7 EDOARDO MORTARA ROKIT VENTURI RACING 46:48.327S
O BMW i8 Safety Car de Bruno Correia foi +2.817S
chamado e a corrida recomeçou quando 8 ALEXANDER SIMS BMW I ANDRETTI MOTORSPORT +3.581S
faltava um minuto para o final. Bird man- +4.294S
teve a liderança e venceu na frente de 9 JEROME D’AMBROSIO MAHINDRA RACING +5.475S
Andre Lotterer e Stoffel Vandoorne. Félix +16.942S
da Costa fez uma boa corrida, arrancou de 10 MITCH EVANS PANASONIC JAGUAR RACING +17.221S
21º e terminou em 14º. +19.394S
14 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA DS TECHEETAH +20.702S
CORRIDA 2 +22.634S

ALEXANDER ‘O GRANDE’ SIMS
CORRIDA 2
A segunda corrida do programa foi ma-
drasta para as cores lusas, depois de tudo 1 ALEXANDER SIMS BMW I ANDRETTI MOTORSPORT
estar a correr bem a Félix da Costa, que
arrancava de quinto, depois de ter sido 2 LUCAS DI GRASSI AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER
sexto na Super Pole, devido a um erro co-
metido. O piloto luso já era terceiro, quando 3 STOFFEL VANDOORNE MERCEDES-BENZ EQ
deu um toque em Sébastien Buemi, numa
altura em que este travou demais para 4 EDOARDO MORTARA ROKIT VENTURI RACING
ir ao Attack Mode e surpreendeu Félix
da costa. Todos percebemos que o suí- 5 OLIVER ROWLAND NISSAN E.DAMS
ço travou demais, mas aos Comissários
faltou-lhes bom senso e penalizaram o 6 DANIEL ABT AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER
português com um drive-through, que
lhe estragou a corrida. 7 JAMES CALADO PANASONIC JAGUAR RACING
Lá na frente, Alexander Sims esteve
brilhante, e depois de ter partido da 8 JEAN-ERIC VERGNE DS TECHEETAH
pole nos dois dias em Diriyah, garantiu
a sua primeira vitória na Fórmula E. A 9 BRENDON HARTLEY GEOX DRAGON
BMW i Andretti Motorsport fez um 1-2,
mas Guenther ultrapassou sob Safety 10 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA DS TECHEETAH
Car e foi penalizado no final. Lucas di
Grassi mostrou continuar a ser o piloto CAMPEONATO
que todos já conhecemos, e foi segundo
POS. PILOTO EQUIPA PTS.

1 ALEXANDER SIMS BMW I ANDRETTI MOTORSPORT 35

2 STOFFEL VANDOORNE MERCEDES-BENZ EQ FORMULA E TEAM 30

3 SAM BIRD ENVISION VIRGIN RACING 26

4 OLIVER ROWLAND NISSAN E.DAMS 22

5 LUCAS DI GRASSI AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER 18

6 ANDRÉ LOTTERER TAG HEUER PORSCHE FORMULA E TEAM 18

7 EDOARDO MORTARA VENTURI RACING 18

8 ROBIN FRIJNS ENVISION VIRGIN RACING 10

9 NYCK DE VRIES MERCEDES-BENZ EQ FORMULA E TEAM 8

10 DANIEL ABT AUDI SPORT ABT SCHAEFFLER 8

11 JAMES CALADO PANASONIC JAGUAR RACING 6

12 JEAN-ÉRIC VERGNE DS TECHEETAH 4

13 ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA DS TECHEETAH 3

(após penalização de Guenther). ganhar posição a Buemi tocou-lhe, como fim, Sims mantinha-se calmo na frente,
No arranque, Alex Sims foi lesto e rapida- já referimos, e este caiu para 15º. Félix da mais atrás, Evans era penalizado em 10s
mente se afastou na liderança. Sébastien Costa foi penalizado e Buemi também devido à colisão com Bird.
Buemi perseguia-o ao longe e Lucas di devido a uma reentrada perigosa em pista Di Grassi, terceiro, perdeu temporaria-
Grassi era terceiro. Félix da Costa era após o seu pião. mente a posição antes de voltar a ultra-
quarto após o abandono logo na parti- Entre Sam Bird, Mitch Evans e Pascal passar Stoffel Vandoorne. Max Guenther
da de Jerôme d’Ambrosio, que ocupava Wehrlein houve confusão e o britânico passou di Grassi e defendeu-se duramen-
essa posição, com o piloto da Mahindra bateu, ficando fora da corrida. te do brasileiro. Os dois BMW cruzaram
Racing a ficar parado na pré-grelha. Félix Robin Frijns também bateu e surgiram a meta na frente, mas a festa ficaria só
da Costa estava ao ataque e ao tentar bandeiras amarelas. A oito minutos do para um deles.



FE/
FÓRMULA E

8

FÓRMULA E BUEMI FURIOSO MERCEDES DUAS CORRIDAS,
COM O ‘GÉNIO’ QUE TEVE A IDEIA... DOIS PÓDIOS

Sébastien Buemi não está furioso com Félix da Costa, que mais capacidade do que eu para controlar a questão. A Mercedes-Benz EQ Formula E Team teve uma estreia bem
lhe deu um toque na traseira do seu Nissan e.dams, que Até por que ele tendo levantado a questão no briefing sucedida na Fórmula E, já que em duas corridas obteve dois
o levou a um pião e a cair de segundo para 15º, mas sim dos pilotos, tinha que estar consciente do que poderia pódios. Ao terminar no terceiro lugar nas duas contendas,
com quem teve a triste ideia de colocar a zona de Attack acontecer”, disse. Stoffel Vandoorne não só assegurou o seu terceiro pódio na
Mode naquele local. Ao fim ao cabo, ambos os pilotos foram vítimas de um competição mas também os primeiros de um flecha prateada
A zona escolhida para o Attack Mode foi, segundo Buemi, erro crasso de quem pensou a pista assim. Não sabemos na competição elétrica. O belga ofereceu ainda à equipa os
“a pior possível”, algo que o suíço começou logo por dizer como se processa a questão do desenho da pista, a primeiros quilómetros na liderança de uma corrida. Nyck de
no briefing de pilotos na quinta-feira. sua construção, mas esta era uma questão que seria Vries também teve uma estreia positiva, foi sexto na primeira
Ironicamente, a ‘fava’ saiu-lhe a ele: “Não se pode colocar facilmente detetável por alguém experiente. A ativação corrida e ganhou 17 posições na segunda, mas uma penalização
no interior, na saída de uma curva de 90 graus, pois tor- do Attack Mode foi colocada no gancho após a forte trav- atirou-o para fora dos lugares pontuáveis.
naram a velocidade naquela curva muito mais lenta”. Bue- agem para a enorme reta da meta. Logicamente, sendo Para Ian James, chefe de equipa: “Que estreia! Terminar em
mi alega que “não é preciso ser um génio” para entender a zona mais rápida do traçado, é muito diferente travar terceiro e sexto a nossa primeira corrida de sempre na Fórmula
que a entrada para a ativação do Attack Mode faz com para a trajetória normal, face ao que o piloto tem que E, fica muito para lá do que esperávamos, mas também é uma
que a travagem para a curva 18 seja muito mais forte e fazer para ativar o Attack Mode. O que os responsáveis da enorme recompensa para toda a equipa. A primeira corrida
quem vai atrás não adivinha isso: “Quem vem atrás de Fórmula E fizeram foi estragar a corrida a dois pilotos que mostrou de imediato que atingimos um nível interessante de
mim não sabe que vou entrar no Attack Mode. Por isso se preparavam para fazer um grande resultado. consistência para os nossos carros ao longo destes meses
ele (Félix da Costa) bateu-me. Faz sentido precisar de Quando é a própria organização a condicionar uma cor- de trabalho. Penso que, como equipa, estamos num caminho
uma vantagem de dois segundos para ter certeza de que rida desta forma, algo vai mal. prometedor, mas queremos continuar a melhorar pois temos
o piloto atrás de ti não vai ainda 12 corridas pela frente”, disse Ian James. Curiosamente,
te acertar? É um absurdo”, na qualificação de estreia, a Mercedes foi a única equipa que
disse Buémi ao e365. colocou os seus dois carros na Super Pole.
Félix da Costa foi penali-
zado com um drive-through
por causar o incidente,
mas defendeu-se, e com
razão: “Nas cinco voltas
anteriores eu estava con-
stantemente a aproximar-
me dele, e ele decide ir ao
Attack Mode na volta em
que estou mais perto dele
do que nunca. Claro que
lhe acertei, lamento muito
estragar-lhe a corrida, mas
não consegui controlar
a situação. Ele tem bem

FÓRMULA E PORSCHE ESTREIA-SE
COM SEGUNDO LUGAR

Sendo verdade que a estreia da marcar quaisquer pontos no sábado,
Mercedes foi melhor, a Porsche, a outra foi um fim de semana positivo para a
equipa estreante desta competição, Porsche Formula E Team, pois recol-
teve um arranque promissor, com hemos informações valiosas, e agora
Andre Lotterer a terminar a primeira temos de fazer os nossos trabalhos de
corrida em segundo. No entanto, essa casa. Estou feliz por toda a equipa. Os
foi a única presença da equipa alemã resultados dão-nos confiança para as
nos lugares pontuáveis nas duas cor- próximas corridas da época.”
ridas. Contudo, isso deveu-se a uma Já para André Lotterer: “Penso que foi
penalização que levou a uma enorme um grande início de temporada, com
reviravolta na classificação, sendo que o segundo lugar na sexta-feira. Pode-
Lotterer foi um dos ‘premiados’. Na ríamos ter marcado mais oito pontos
segunda corrida, apesar de ter cruzado ao terminarmos a segunda corrida
a meta no sexto lugar, uma penalização no sexto lugar, mas, infelizmente, fui
atirou-o para o 14º lugar. Para Amiel penalizado. Estava a ultrapassar Pascal
Lindesay (diretor de operações): “Na Wehrlein quando o Safety Car surgiu no
sequência do nosso sucesso de sexta- circuito. Foi muito azar em termos de
feira, apesar de não termos conseguido timing...”, disse.

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9

FELIPE MASSA DIZ QUE A FÓRMULA E É ‘PLANO B’ DA F1

A Fórmula E está a tornar-se rapidamente
um “plano B” para quem não fica ou chega
à Fórmula 1, de acordo com Felipe Massa,
antigo piloto de Fórmula 1 e atualmente
piloto da Fórmula E pela Venturi Racing.
Massa acha que a Fórmula E está no bom
caminho, afirmando que qualquer piloto
que não fique na Fórmula 1 vai passar para
a Fórmula E:
“A Fórmula E está a crescer. Quando um
campeonato fica maior, maior será o in-
teresse das marcas e dos grandes nomes.
Por exemplo, este era o único campeonato
onde eu queria correr, depois de sair da
Fórmula 1. Garanto-te que qualquer piloto
que não tenha a possibilidade de ficar na
Fórmula 1 vem para a Fórmula E. Acredito
mais no futuro desta série do que em
qualquer outra.” O crescimento da Fórmula
E pode ser visto através dos fabricantes
presentes no campeonato, que são seis:
Audi, BMW, Nissan, Mercedes, Porsche e
Jaguar, enquanto a Fórmula 1 tem apenas
quatro fabricantes: Honda, Mercedes,
Ferrari e Renault.

FILIPE ALBUQUERQUE JOÃO BARBOSA VAI CORRER
REPETE ELMS EM 2020 COM AJDC-MILLER NA IMSA

Filipe Albuquerque vai voltar a anos e acredito que tudo vai cor- A JDC-Miller Motorsports irá correr
disputar em 2020 o European Le rer ainda melhor em 2020. Já sem com o #5 Mustang Sampling Racing
Mans Series. O piloto de Coimbra falar do carro, agora com o Oreca Cadillac DPi-V.R nas temporadas
volta a fazer equipa com Phil tudo é diferente. Estamos em de 2020 e 2021 na IMSA, com os
Hanson ao volante do Oreca da circunstâncias de igualdade para pilotos João Barbosa e Sébastien
United Autosports. Esta será a com os restantes adversários e Bourdais. Para João Barbosa será
sexta época no ELMS, a quarta isso vai ser muito interessante. a sexta temporada na Mustang
consecutiva, e aquela em que Al- Nas épocas passadas havia Sampling Racing: “Estou muito
buquerque deposita a esperança sempre provas que não podia contente por me juntar à JDC-Miller
de conseguir o tão ambicionado fazer, porque coincidiam com MotorSports e continuar a minha
título que lhe fugiu nas épocas o meu programa no IMSA, mas relação com a Mustang Sampling
de 2014, 2015 e 2017: “É uma em 2020 isso não vai acontecer, Racing. O Ken e Brenda têm sido
enorme satisfação continuar a o que ajuda e muito no nosso adeptos fervorosos. A paixão que
fazer parte desta equipa e de percurso para atingir o objetivo eles trazem para as corridas é fundamental para o sucesso da Mustang Sampling. Já tivemos muito
poder partilhar o Oreca nova- de sermos campeões. Estamos sucesso juntos e vamos continuar a trabalhar para continuar esse sucesso” afirmou.
mente com o Phil. Temos feito um muito centrados em consegui-lo”,
bom trabalho nos últimos dois concluiu. VOLKSWAGEN SÓ COM PROGRAMAS ‘ELÉTRICOS’

A Volkswagen vai terminar o seu apoio de fábrica
a todos os programas desportivos que utilizem
motores de combustão interna, numa estratégia
que visa centrar os seus esforços totalmente na
mobilidade elétrica.
Segundo o diretor da VW Motorsport, Sven Smeets:
“Vamos concentrar-nos nos programas de desportos
motorizados elétricos, para o desenvolvimento
de carros de produção no futuro. A inovação na
tecnologia é um objetivo nosso.” Termina portanto
o desenvolvimento do novo VW TCR e a aliança com
a Sebastien Loeb Racing. Nos ralis, mantém-se o
programa de clientes do Volkswagen Polo GTI R5.

F1/10
FÓRMULA 1

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11

FCERARSIANROI

Recordo-me de um antigo Dizia o Tiririca “que pior não apresentada a porta de saída.
responsável de imprensa fica” e pelo visto em Interlagos Mas, nessa época, os italianos manda-
o palhaço brasileiro tinha ra- vam pouco na Ferrari: Todt é francês,
da Lancia Martini World zão, pois na Ferrari pior que Ross Brawn é britânico, Rory Byrne, tam-
Rally Team que, com a sua isto não deve ser possível, de- bém, e os principais responsáveis abai-
pois da auto eliminação de xo da cadeia de comando mesclavam
voz grossa e grave como Sebastian Vettel e Charles Leclerc de- estrangeiros com italianos. Até 2006, a
só um italiano consegue vido a uma colisão. Estava a assistir à Ferrari foi muito competitiva, mas os ita-
ter, dizia “grosso casino” prova e quando vi o embate entre os dois lianos começaram a dominar, novamen-
quando a “caldeirada” era veio-me à memória o tempo de Jean te, a Scuderia e com as saídas de Rory
grande na equipa. Muitos Todt na Ferrari. Isto aconteceria? Nunca! Byrne, Jean Todt e Ross Brawn a Ferrari
anos depois, faço minhas O pequeno Napoleão, hoje presidente da nunca mais voltou às vitórias, sendo Kimi
FIA, não daria veleidades a ninguém e Räikkönen o último piloto a conquistar
as palavras do italiano se alguém colocasse em causa a sua um título de pilotos para a equipa de
após ver o que está a liderança e a de Michael Schumacher, Maranello, que ainda levou para casa o
acontecer com a Ferrari... era colocado no seu lugar e, caso fos- cetro de construtores de 2008.
se necessário, no ano seguinte era-lhe Passaram pelo comando da Ferrari ho-
“grosso casino”! mens como Stefano Domenicali, Maurizio
Arrivabene e hoje temos Mattia Binotto,
José Manuel Costa um competente engenheiro que tem de
[email protected] vestir a pele de patrão da mítica equipa
italiana. Uma estratégia antiga de Louis
Camilieri, o novo CEO da Ferrari, que lem-
brou os tempos idos de Mauro Forghieri,
engenheiro tão ou mais brilhante que

f1/
FÓRMULA 1

12

CASINO FERRARI

Binotto, mas muito mais político que o 1, mas a imagem que perdurará na men- gindo resultados, mas desde a luta en-
atual responsável da Scuderia Ferrari. te de todos são os demasiados erros tre Lewis Hamilton e Fernando Alonso
E, por isso mesmo, a Ferrari tem nave- que comete e a incapacidade de resis- que não tínhamos um duo de pilotos
gado em mar revolto com uma embar- tir à pressão. que fizesse tanta faísca como Sebastian
cação que anda a meter água por todo O que sucedeu no Brasil pode ser visto Vettel e Charles Leclerc. E não menciono
o lado e transbordou no Brasil com o de vários prismas, mas a conclusão é Hamilton e Alonso ao acaso, recuando
desentendimento entre Vettel e Leclerc. quase sempre a mesma: uma situação até 2007. De um lado estava o espanhol,
idiota, desapontante, inevitável, incom- já muito experiente e confortável com o
INCIDENTE NORMAL preensível. E não me custa nada pensar título mundial debaixo do braço, exigin-
que no muro das boxes Mattia Binotto, do toda a atenção da equipa. No canto
O que é mais curioso nisto tudo, é que mantendo aquela “poker face” habitual oposto estava um jovem com sangue
o incidente entre Vettel e Leclerc não nele, tenha pensado “que estupidez” e na guelra, protegido desde há muito
foi nada de extraordinário. Perguntem que dentro dos carros os pilotos tenham pela McLaren e impressionante na ra-
a Toto Wolff o que ele passou em 2016 considerado que a culpa era do outro. pidez e na maturidade. Em 2019, temos
entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, as Equipas de Fórmula 1 com dois pilo- de um lado um campeão muito expe-
dores de cabeça que teve com dois galos tos de topo quase nunca deram certo e riente que necessita da equipa agrupada
a lutarem pelo mesmo poleiro. Lembram sempre que temos dois “machos alfa” em seu redor, do outro um jovem leão
as diabruras de Max Verstappen e ambos lutam pela vitória e as coisas carregado de qualidade e classe, que já
Daniel Ricciardo? A questão empolou acabam sempre mal. É verdade que das deu mostras de poder bater Hamilton.
porque estamos a falar da Ferrari, por- discussões e das quezílias foram sur- Na época, em 2007, cedeu Alonso, hoje
que estamos a falar de uma equipa que
se cansou de dar tiros nos pés ao longo
de 2019, porque estava em jogo o terceiro
lugar do campeonato de pilotos, enfim,
porque é a Ferrari, a equipa que faz par-
te dos alicerces da Fórmula 1.
O que aconteceu foi uma deriva de Vettel
e um toque em Leclerc, que teve reper-
cussão gigantesca devido à eliminação
de ambos os pilotos. Mas, a verdade, é
que foi um incidente normal. O que fica
deste incidente é poeira que o tempo so-
prará para a nuvem da memória.

O QUE VAI FAZER

A FERRARI COM VETTEL?

Claro que Sebastian Vettel é um alvo fá-
cil apesar dos seus quatro títulos con-
secutivos com a Red Bull. O alemão teria
um lugar no “Hall of Fame” da Fórmula

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13

ainda não sabemos, mas, pelos sinais, atacar o alemão, como mais tarde foi o ultrapassável com ordens de equipa
Vettel pode conhecer o mesmo destino contrário, e como a Ferrari perdeu cor- favorecendo Leclerc, o melhor posicio-
do espanhol. E digo isto porquê? ridas na tentativa de deixar o jogo igual nado no campeonato. Mas Binotto não
Nenhum dos pilotos ganha com esta entre os seus dois pilotos. gosta de ordens de equipa e, sobretu-
guerra entre os dois e o duplo abandono Portanto, o que sucedeu em Interlagos do, lembra-se muito bem das ferozes
no Brasil teve como consequência um foi um acidente de corrida. Mas tem um críticas que a Ferrari sofreu nos anos
atraso significativo na luta pelo tercei- óbvio culpado parido pela efervescência em que beneficiou Schumacher, e das
ro lugar do campeonato. Mattia Binotto, que tem estado a fermentar há muitas muitas críticas que foram apontadas a si
oportunista, agarrou-se à espuma do corridas. A minha opinião até pode ser por tentar gerir as provas dos seus dois
caso e veio dizer que era a oportunida- polémica, mas é assim que vejo o que pilotos. Agora, foi duramente criticado
de de tratar deste assunto de uma vez aconteceu no Brasil: depois de Vettel porque não deu ordens aos seus pilo-
por todas. Mas não poderia ter sido tudo perceber que Leclerc estava mais rá- tos. É a famosa ideia “preso por ter cão
evitado? Claro que sim! pido, começou a pedir mais motor, mas e por não ter”.
foi incapaz de evitar a ultrapassagem
ORDENS DE EQUIPA? no final da reta da meta a cinco voltas VETTEL É UM PROBLEMA
do final. Acredito que dentro do capa-
Analisando de forma fria o que se passou cete, Vettel tenha ficado verde de raiva PARA A FERRARI
em Interlagos, estamos perante algo que por perder a posição para Leclerc. Livre
poderia ter sido evitado. A ideia imediata de ordens, tudo fez para ficar perto do O alemão tem o mérito de ter reunido
é pensar que Mattia Binotto poderia ter SF90 do monegasco e usar o DRS para a Red Bull em seu redor e conquistado
dito a Vettel para deixar passar Leclerc, recuperar a posição. A partir daqui, o in- quatro títulos mundiais, mas Sebastian
que estava na luta pelo terceiro lugar cidente era inevitável: Vettel quis intimi- Vettel tem uma enorme dificuldade em
do campeonato. Mas desde a primeira dar Leclerc e a coisa correu muito mal. lidar com a pressão. Olhemos para o seu
corrida da temporada que Binotto tem Uma vez mais, a reposta óbvia a esta historial neste particular e recordamos
dado ordens e todos recordam como o situação é dizer que seria facilmente incidentes com Hamilton em Monza,
monegasco recebeu ordens para não com Verstappen no Japão, o toque la-
teral com Hamilton no Azerbaijão e,

f1/
FÓRMULA 1

14

CASINO FERRARI

recordo, ainda, a única vez que Helmut Mas quem conhece a Fórmula 1 sabe Contas feitas, Sebastian Vettel tem Vettel verá a “pedra no sapato” trans-
Marko “puxou as orelhas” a Vettel, num que isso não é surpresa nenhuma, pois como calcanhar de Aquiles a sua in- formar-se num “pedregulho no sapa-
incidente tão ou mais idiota que o do na Red Bull o alemão já era assim: frio, capacidade de ganhar um duelo face to”. Finalmente, o seu raio de ação será
Brasil, quando acertou sem necessi- cruel e egocentrista, ajudado por Helmut a pilotos da sua igualha como Lewis cada vez mais pequeno e a influência
dade no carro do seu companheiro de Marko, que lhe deu todo o apoio da equi- Hamilton (Monza 2018 foi uma idio- para determinar o rumo como o carro
equipa, Mark Webber. pa. A grande diferença é que o alemão tice), Max Verstappen (desentendi- será feito diminuta. Finalmente, Lewis
Ou seja, Vettel não consegue ganhar era mais jovem e muito protegido pela mento no Japão foi desnecessário) e Hamilton está a negociar a extensão de
nada numa equipa sempre efervescen- Red Bull, o carro era muito melhor que Ricciardo e, agora, contra Leclerc que contrato com a Mercedes e parir um
te e mostra fragilidades que o deixam os restantes e ele não tinha nenhuma lhe tem, literalmente, “moído” o juízo novo contrato não está a ser fácil. As
exposto ao talento de Leclerc, despo- concorrência. Se recordarem de forma com pole positions e vitórias arranca- exigências financeiras só a Ferrari con-
letando situações como a sucedida no clara, Vettel esmagava os adversários, das no braço, como a de Monza face a segue satisfazer e o britânico, por mui-
Brasil, que acabam a deixar à mostra o mas raramente andava em luta com eles. Lewis Hamilton. tas juras de amor que faça à Mercedes,
pior de Vettel. E todos os erros até agora A Ferrari é muito diferente e o alemão Sendo claro que na luta roda com roda, sabe que conquistar um título com a
cometidos deixam claro que o alemão é, agora, um fardo para a equipa italia- Sebastian Vettel é fraco e psicologica- Ferrari seria dar ao seu palmarés uma
não tem estofo mental para ganhar com na. Nunca Vettel teve o conforto de ser, mente não tem o arcaboiço necessário, chancela que o deixará no topo dos me-
a Ferrari. Nem sequer para ser o primei- sem discussão, o primeiro piloto, desde numa equipa, também ela, esquizofré- lhores pilotos de sempre da Fórmula 1. E
ro piloto da casa de Maranello. que chegou a Maranello. Tentou a carta nica, que não lhe dá a prioridade abso- não tenho dúvidas que não rubricando
Sebastian Vettel acredita que sendo da sedução, aprendendo italiano, mas tal luta, o alemão é, agora, um problema um contrato com a Mercedes, a Ferrari
quatro vezes campeão de Fórmula 1 é não foi suficiente mesmo com um Kimi para a Ferrari. não quererá saber de Vettel ou Leclerc,
maior que a Ferrari e este ano deu provas Räikkönen que se estava a marimbar Porque digo isto? Primeiro, porque dará tudo a Hamilton.
de não gostar muito de respeitar ordens para Vettel, a Ferrari ou o que fosse. Mas, Charles Leclerc já deu mostras de ser Enfim, o que aconteceu no Brasil dei-
de equipa, agindo muitas vezes no seu lá está, quando o finlandês se empenha- forte na luta roda com roda e tam- xa claro que Vettel e Leclerc não têm
próprio interesse e não pensando na es- va e pressionava, Vettel falhava clamo- bém psicologicamente, tendo apenas aquilo que é necessário para ofere-
trutura que representa. O que sucedeu rosamente, como se percebeu em 2018 que amadurecer mais um pouco e ser cer o mesmo que Hamilton e Bottas,
no Brasil é uma ilustração clara daquilo quando a Ferrari e Vettel perderam um menos duro consigo mesmo. Depois, por exemplo, oferecem à Mercedes.
que acabo de dizer. título que era deles. porque mantendo Leclerc na equipa, Não faço a mínima ideia do que Mattia

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Binotto disse a Sebastian Vettel e a
Charles Leclerc, mas o italiano tem
de deixar-se de tibiezas e de “pani-
nhos quentes” e decidir quem deve-
rá ser o rival de Hamilton. Porque se
tudo ficar como até agora, Vettel vai
voltar a errar, vai voltar a desprezar
ordens de equipa e a temporada de
2020 começa, já, com o pé esquerdo.
Até porque a relação entre o alemão
e o monegasco está a descer a níveis
pouco recomendáveis.
Portanto, a pressão está toda nas cos-
tas de Binotto e, sobretudo, de Vettel,
já que Leclerc sabe que é um prote-
gido da casa de Maranello. Hamilton
está ali ao virar da esquina e ou o ale-
mão faz alguma coisa, ou o seu futu-
ro na Ferrari acaba em 2020. Quanto
à Ferrari, Mattia Binotto tem que se
desfazer dos punhos de renda e in-
dicar quem será o líder da equipa em
2020. Se assim não for, tenho de re-
cordar uma vez mais o italiano que ci-
tei no início: a Ferrari será um “grosso
casino”!

GT/16
GT4 SOUTH EUROPEAN SERIES

POUCOS,
MASMUITO
BONS… ramento da competição no Estoril, os com o seu Porsche Cayman GT4, mas
vencedores são ‘velhos’ conhecidos, depressa Cristóvão começou a aproxi-
A primeira temporada das GT4 South European Series tendo sido também atribuídos os úl- mar-se, alcançando-o quando estavam
chegou ao fim no passado fim de semana no Autódromo do timos títulos. decorridas nove voltas. Na seguinte,
Estoril. As corridas foram interessantes, mas agora há que As duas corridas foram bastante dis- consumou-se a ultrapassagem em
putadas, mas afetadas por condições plena reta da meta.
trabalhar e solidificar o futuro da competição atmosféricas bem diversas. E estas Miguel Cristóvão ganhou vantagem a
tiveram um papel relevante. O deno- Francisco Carvalho e entregou o Mer-
José Luís Abreu bom espetáculo, ficava por saber que minador comum foi mesmo: a dupla já cedes-AMG GT4 #88 bem na frente
[email protected] plantel rumaria às pistas nesta primeira campeã Miguel Cristóvão/Francisco a Francisco Abreu, que no seu turno
FOTOS Nuno Organista temporada e nesse aspeto a sensação Abreu voltou a estar imbatível. assinou a volta mais rápida da corrida
foi agridoce. De resto, este final de festa serviu e assegurou facilmente a sexta vitória
No atual panorama da veloci- Ver sete carros a competir não é agradá- também à celebração da Veloso Mo- da temporada do duo.
dade nacional, a GT4 South vel, apesar da qualidade das máquinas torsport como Campeã de Equipas e Já o Porsche Cayman GT4 acabaria por
European Series teve no seu colocadas em pista, e, por isso, Diogo de Francisco Carvalho como Campeão se atrasar, devido a um problema com
primeiro ano de existência Ferrão, da Race Ready, está há muito a da categoria AM Cup. o limite de velocidade na via das boxes
as mesmas dificuldades que trabalhar para melhorar a competição. quando Fábio Mota entrou em pista, mas,
as novas competições com A solução não é fácil, mas é possível ‘VELHOS’ CONHECIDOS ainda assim, o piloto de Vila Nova de Gaia
tudo para provar. com a colaboração de todos os que são levaria o carro germânico até ao quinto
Sabendo-se que a qualidade e com- relevantes para a questão. Na primeira corrida, Francisco Carvalho lugar, vencendo entre os concorrentes
petitividade dos carros era garante de Quanto ao fim de semana de encer- realizou um arranque fulgurante, ascen- da AM Cup.
dendo ao comando ao passar pelo meio A luta pelos restantes lugares do pódio
dos Mercedes-AMG GT4 da Bullitt Racing, da Pro-Am Cup foi uma questão entre
pilotados por Stephen Pattrick, que partiu
da pole position, e Ian Loggie. Arrancando
de quinto, Miguel Cristóvão iniciava de
imediato a sua recuperação, ganhando
uma posição a Mariano Pires, debilitado
fisicamente devido a uma amigdalite,
terminando a primeira volta na terceira
posição a pressionar o segundo lugar de
Ian Loggie. Passou-o na travagem para
a Curva 1, na segunda volta.
Francisco Carvalho distanciava-se

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“ DIOGO FERRÃO CEODARACEREADY
AIDEIAÉFAZER
CRESCER AS GRELHAS…
Há menos de um ano a Race Ready e a SRO para conseguirmos grelhas com mais carros
os homens da Bullitt Racing, uma vez problemas técnicos e para o último sprint anunciaram para Portugal a GT4 South mesmo que não sejam GT4. A ideia aqui é
que o Ginetta G55 GT4 da ABM Grand da temporada, Cristóvão, que herdou mo- European Series, uma competição que fazer crescer as grelhas, porque temos oito,
Prix sofreu uma penalização de um Stop mentaneamente a liderança, perdeu dois seguiu a fórmula de sucesso das suas nove ou 10 GT4, que são mais do que há por
& Go de três segundos devido a uma lugares para os Mercedes-AMG da Bullitt congéneres europeias, francesa e alemã. exemplo no campeonato italiano e noutros
infração no seu Pit-Stop, tendo César Racing e para o Tockwith Motorsports Provas em direto na TV (ou nas redes campeonatos que têm outros carros.
Machado visto a bandeira de xadrez no de Hall. No entanto, recuperou logo de sociais) e boa mediatização a nível nacional No entanto, quando se vê uma grelha só com
quarto lugar. seguida e ‘fugiu’ rumo ao sétimo triunfo eram argumentos fortes, mas, salvo raras GT4, com sete carros, fica um pouco pobre.
Andy Meyrick, no Mercedes-AMG GT4 consecutivo da temporada. exceções, o plantel foi bom, mas curto. Portanto, é importante ver com a SRO, que
#33, teve uma boa luta com o seu com- Num final de corrida realizado sob con- Por isso, Diogo Ferrão, CEO da Race Ready, são os nossos parceiros deste projeto, os
panheiro de equipa, Callum McLeod, dições muito difíceis, Loggie e Pattrick sabe que há muito trabalho a fazer: “Como nossos patrocinadores estão connosco,
acabando Meyrick, que fez equipa com viramas bandeiras dexadrezno segundo é óbvio, já começámos a preparar 2020 sabem que isto custa a levantar.
Stephen Pattrick, por subir a segun- e terceiro posto da classe Pro-Am. desde o verão. Foi um ano difícil para a Tivemos televisão, como prometido, todas
do a três voltas do final, ficando Callum O triunfo na AM Cup voltou a ficar nas GT4 South European Series, mas tal como as corridas em live streaming, quase
McLeod, juntamente com Callum Illott, mãos da dupla Carvalho/Mota, com a foi difícil quando nós começámos com o todas transmitidas pelo Porto Canal.
no degrau mais baixo do pódio. particularidade de a dupla do Porsche da Historic Endurance. Tínhamos 11 carros no Nós prometemos isto e cumprimos, mas
Na GTC Cup, Marmaduke Hall e Edward Veloso Motorsport ter terminado a corri- Estoril em 2011 e veja-se como está hoje. Nos é também uma coisa que temos de ver,
Moore sentiram problemas no motor da no segundo posto da geral. Esta dupla GT4, temos muita gente interessada, mas pois houve muita gente que se queixou do
do seu Ginetta G50 GT4, que falhava, vitória permitiu a Francisco Carvalho depois como não há muitos carros na grelha, valor das inscrições, mas sem televisão
acabando por ser Jemma Moore a ven- superar na tabela de pontos da categoria acabam também por não concretizar a sua conseguimos baixar muito esse valor.
cedora, estreando-se no degrau mais AM Cup o rival CO Jones, tornando-se participação. O conceito é bom, a ideia é boa, Portanto, é um compromisso dos dois lados.
alto do pódio. campeão da categoria ao cair do pano. mas só viriam se houvesse mais carros.” De resto, estamos a ver as nossas hipóteses,
Resolvidos os problemas no seu carro, os Pescadinha de rabo na boca, dizemos nós. com a SRO e junto de outras organizações,
NEVOEIRO E CHUVA campeões da classe GTC, Moore e Hall, Não vêm, o plantel não cresce e não seduz como podemos fazer juntos, de forma a que
celebraram mais um triunfo na categoria mais… as grelhas possam estar mais compostas.
Na segunda corrida, a chuva e o nevoeiro GTC, superando a jovem piloto Jemma Mas Diogo Ferrão não desiste: “O Motorsport Agora, também há compromissos que
levou o pelotão a sair para a pista atrás do Moore que arrancou do pit-lane e já com é mesmo assim. Para dar a volta a isto temos temos de assumir, com os nossos pilotos
Safety Car, mas as condições de segu- uma volta de atraso. de falar com a SRO, para ver de que formas e parceiros, não é de qualquer maneira que
rança não estavam reunidas e a direção Com os resultados deste fim de semana, podemos conseguir alguns compromissos, nos juntamos a outros carros. Tem de haver
de corrida chamou os pilotos ao pit-lane. a portuguesa Veloso Motorsport sagrou-
A troca de pilotos fez-se sob bandeira -se Campeã de Equipas, com 111 pontos, aqui um bom acordo para
vermelha e apenas houve treze minutos contra 79 pontos da britânica Tockwith isto tudo funcionar”,
de corrida efetiva. Após o recomeço o Motorsports e 58 pontos da francesa disse Diogo Ferrão.
Ginetta G55 GT4 da ABM Grand Prix, ABM Grand Prix. Depois do que vimos
que tinha saído da pole, abandonou com este primeiro ano, a
fórmula é boa, resta
esperar que mais se
deixem seduzir por
ela, mas como se
percebe pelas palavras
de Diogo Ferrão, há
outros caminhos como
hipótese.

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

CORRIDA 1 MERCEDES-AMG GT4 PRO-AM 51:16.170
1 M. CRISTOVAO/F. ABREU MERCEDES-AMG GT4 PRO-AM +31.503
2 S. PATTRICK/A. MEYRICK MERCEDES-AMG GT4 PRO-AM +32.106
3 I. LOGGIE/C. MACLEOD GINETTA G55 GT4 PRO-AM +1:31.353
4 M. PIRES/C. MACHADO PORSCHE CAYMAN GT4 +1 VOLTA
5 F. CARVALHO/F. MOTA GINETTA G50 GT4 AM +2 VOLTAS
6 J. MOORE GINETTA G50 GT4 GTC +2 VOLTAS
7 M. HALL/E. MOORE GTC

CORRIDA 2 MERCEDES-AMG GT4 PRO-AM 51:06.769
1 M. CRISTOVAO/F. ABREU PORSCHE CAYMAN GT4 AM +4.575
2 F. CARVALHO/F. MOTA MERCEDES-AMG GT4 +4.935
3 I. LOGGIE/C. MACLEOD GINETTA G50 GT4 PRO-AM
4 M. HALL/E. MOORE MERCEDES-AMG GT4 GTC +29.308
5 S. PATTRICK/A. MEYRICK GINETTA G50 GT4 +55.534
6 J. MOORE PRO-AM + 1 VOLTA
GTC

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V/ TRIUNFO DE CARLOS BARBOTIBERIANHISTORICENDURANCE/250KMDOESTORIL

E DIOGO MATOSVELOCIDADE

Carlos Barbot e Diogo Matos,
aos comandos de um Merlyn

MK4, venceram os 250 Km
do Estoril, depois de uma

fantástica recuperação. No
segundo lugar terminou o
Porsche 911 3.0 RS de Bastos
Rezende/Santos, e a completar
o pódio ficaram os espanhóis
Zorrilla/Moreno, também em

Porsche 911 3.0 RS

José Luís Abreu Matos a ‘assistir’, no terceiro lugar, e A primeira janela de entrada nas bo- a completar o pódio ficaram os espa-
[email protected] a liderar a categoria H-GTP. Nesta ca- xes coincide com a entrada em pis- nhóis Zorrilla/Moreno também em
FOTOS Nuno Organista tegoria o segundo era o Elva MK7 de ta do Safety Car, depois do Porsche Porsche 911 3.0 RS, os segundos des-
Carlos de Miguel/Javier Macias e o líder de Martinez/Fuster derramar ta categoria H76. Os terceiros da H76
T erminou em beleza, como já terceiro classificado o bonito Porsche óleo na pista. foram Duarte/Silva Jesus em Porsche
vem sendo hábito, o Iberian 904/6 dos dinamarqueses Stamp/ Após o Safety Car, e muita agitação nas idêntico. Na quarta posição termi-
Historic Endurance, com os Holden. boxes, é o Ford Escort RS 1600 de Vaz/ nou o Elva MK7 espanhol de Carlos
250 Km do Estoril, uma corri- No quarto lugar mantinha-se o Lotus Carvalho que surge na frente, seguido de Miguel/Javier Macías, segundo da
da novamente com um mag- Elan 26R de Matos/Barbot, mas sem do Porsche 911 2.5 ST de Carvalhosa/ categoria H-GTP, depois de uma boa
nífico plantel, que ofereceu se poder distrair com o rapidíssimo Dal Maso e do Alfa Romeo GT Am de recuperação do meio da tabela, e o
um interessante espetáculo em pis- Ford Escort RS 1600 de Vaz/Carvalho. Sardinha/Paes/Gallego. terceiro desta categoria foi o Porsche
ta. Apesar do seu piloto se ter deixado Na luta dos Gentlemen Drivers Spirit, A 35 minutos do fim, o Merlyn MK4 de 904/6 de Stamp/Holden.
surpreender após o arranque, o espe- o Ford Cortina Lotus dos portugue- Barbot/Matos liderava, depois duma No quinto lugar terminou o Porsche
tacular Merlyn MK4 de Barbot/Matos, ses Sousa Ribeiro/Pereira começou a fantástica recuperação, terminando 2.5 ST de Carvalhosa/Dal Maso, ven-
autores da pole, começou e terminou ganhar vantagem e deixou o Porsche nessa posição, numa corrida que aca- cendo também a categoria H71, depois
na frente. Pelo meio, 250 Km bem in- SWB da família nórdica Rolner em se- bou mais cedo devido a óleo derrama- do Ford Escort RS 1600 de Ferreira/
teressantes. gundo, com o MGB Roadster britâni- do na pista. Em segundo terminou o Carvalho ter parado devido a um ro-
O potente Porsche 911 3.0 RS dos espa- co do Rayment/Wheeler a manter o Porsche 911 3.0 RS de Bastos Rezende/ lamento partido da roda dianteira. Mas
nhóis Martinez/Fuster foi para a frente terceiro lugar. Santos, primeiros na categoria H76, e isso não impediu esta dupla de se ter
no início, seguido doutro Porsche idên- classificado no lugar imediato e de se-
tico, dos portugueses Bastos Rezende/ rem os segundos da categoria H71. O
Santos. O Merlyn MK4 caiu aí para ter- Porsche 2.5 ST espanhol de Gutierrez/
ceiro, com o trio a destacar-se do res- Ochagavias terminou em 10º lugar, mas
tante pelotão. Mais atrás, boas lutas. foi o terceiro da categoria H71.
Lá na frente, os Porsche 911 de Bastos Na concorrida categoria Gentlemen
Rezende/Santos e Martinez/Fuster Drivers Spirit foram os britânicos
lutavam com afinco e trocavam po- Rayment/Wheeler, em MGB Roadster,
sições, com o Merlin MK4 de Barbot/ quem acabou por vencer, com o Ford
Cortina Lotus nacional de Sousa
Ribeiro/Pereira a ser segundo. A fa-
mília nórdica Rolner também acabou
por subir ao pódio e fez o terceiro lugar
da categoria no seu Porsche SWB de-
pois de Nuno Nunes se ter atrasado.

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MUITA EMOÇÃO
NA SUPER 7 BY TOYO TIRES

GROUP 1 PORTUGAL Já não é novidade para ninguém, e mais uma e para terminar bem o ano, foi na derradeira
vez foi grande o espetáculo na Super Seven by contenda que as emoções atingiram o seu
TRIUNFO Toyo Tires. Neste desfecho da temporada, um ponto mais alto, consequência de uma batalha
DEDIOGOLOPES/ duplo triunfo de José João Magalhães permitiu extenuante e absolutamente extraordinária
FILIPE MARTINS/ a reviravolta na luta pelo vice-campeonato da entre um grupo de 10 pilotos da categoria
FERNANDOSOARES 420R. O Campeão já estava encontrado desde 420R. Foi também de consagração de José Kol
Portimão, Pedro Salvador, que não participou Almeida, que garantiu o título de campeão da
O Group 1 Portugal teve no passado fim de semana os nas corridas do Estoril devido a uma lesão nas categoria Business da melhor forma possível:
tradicionais 250 Km do Estoril, corrida que foi um belo fim de costas. com um saboroso triunfo!
festa. A luta foi até ao fim e o triunfo para Diogo Lopes, Filipe Tal como é habitual, na maioria das vezes, nas Concluídas as seis rondas de uma tempora-
Martins e Fernando Soares últimas corridas do ano, cerca de uma dezena da inesquecível, o Super Seven by Toyo Tires
de pilotos colocaram-se em posição de chegar despede-se de 2019 com a presença de oito
ao triunfo, facto que voltou a provar o enorme equipas (BCM Sports, Team Norte, Comval, BS
equilíbrio de uma competição que continua a Motorsport, Atomic-Mageltech, Team Nova
bater recordes de forma sistemática. Driver, Speedy Motorsport e CRM Motorsport)
Pedro Salvador (420R), Bernardo Bello (S1600 e os seguintes resultados nas categorias
Pro) e José Kol Almeida (S1600 Business) são 420R, S1600 Pro e S1600 Business: 420R: 1º
os campeões da temporada 2019. Pedro Salvador, 2º J. J. Magalhães, 3º Diogo
Neste último fim de semana da temporada Tavares; S1600 Pro: 1º Bernardo Bello, 2º Luís
viveram-se corridas que ficarão na memória Filipe Oliveira, 3º Francisco Figueiredo; S1600
dos pilotos, das equipas e do público que se Business: 1º José Kol Almeida, 2º Frederico
deslocou ao Circuito do Estoril. Curiosamente, Brion Sanches e 3º Bruno Martins.

N uma grelha que foi das mais 2000 de Diogo Lopes, Filipe Martins e GUILHERME DAL MASO
extensas do fim de semana Fernando Soares assumisse a liderança. VENCE TROFÉU MINI
do Estoril Racing Festival, As duas últimas voltas foram de ti-
logo na qualificação se co- rar o fôlego, com os dois Ford Escort No Troféu Mini a emoção também esteve ao rubro até ao final. Os vencedores
meçou a desenhar o des- RS 2000 a disputarem a corrida até da corrida foram Afonso/Beirão da Veiga, embora os segundos classificados
fecho de tão interessante ao último metro, mas acabou por ser na prova, Rego/Leal, tenham vendido caro o triunfo. Contudo, quem mais sor-
corrida, ainda que esse desenho tenha o trio Lopes/Martins/Soares a levar riu foi a dupla Dal Maso/Carvalhosa, terceiros a cortar a meta, com o jovem
sido um puzzle complicado de resolver. a melhor. Com este resultado, Diogo Guilherme Dal Maso a assegurar o título de vencedor do Troféu.
O trio do Ford Escort RS 2000, Diogo Lopes e Filipe Martins sagraram-se
Lopes, Filipe Martins e Fernando vencedores da categoria H81-2000.
Soares foi o mais rápido na qualifica- Os terceiros a cortar a meta e tam-
ção, mas apenas com uma diferença bém terceiros da categoria H81-2000
de 0.125s para a dupla Dias Pedro/ foram Vieira/Cruz e logo atrás o Golf
Ricardo Pereira. No arranque, Dias GTI de Cerveira Pinto/Pedro Liberal,
Pedro/Ricardo Pereira foram para a que venceram a H81-1600 por apenas
frente, os autores da pole eram se- um ponto face a Madalena Gaspar, que
gundos e Paulo Vieira/Jorge Cruz es- cortou a meta em segundo.
tavam em terceiro. Tudo se manteve Na H81-Max foi o Porsche 924 Turbo
inalterado durante muito tempo, com de Nunes/Dal Maso a vencer, com o
o Ford Escort RS 2000 de Dias Pedro/ Ford Capri MKIII V6 dos irmãos Fresco
Ricardo Pereira na frente e o Golf GTi e Rui Salgado em segundo. O títu-
de Madalena Gaspar, Manuel Amaral lo da categoria já não fugiu a Castro
e Vasco Ferreira em quarto e a lide- Pinheiro. O Alfa Romeo Giulia de João e
rar a categoria H81-1600. O Jaguar Miguel Ribeiro venceram a luta com o
XJS V12 de Castro Pinheiro/Sande e BMW 1600 Ti de Paulo Antunes/Pinto
Castro comandava os H81-Max, mas Abreu na H71-1600, levando também
ficou pelo caminho. a coroa da categoria. Na Production
Na fase decisiva, o Ford Escort RS 2000 Cup, Santos Mendonça/Neto triunfa-
de Dias Pedro/Ricardo Pereira lidera- ram, mas foram Pinto Abreu/Rebelo
va até que um Stop & Go a 10 minutos Martins a cortar a meta em segundo
do final fez com que o Ford Escort RS e a fazer a maior festa.

20 WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - CITROEN

C’EST FINI,

CITROËN!

O Mundial de Ralis foi na passada semana abalado com a
confirmação da saída imediata da Citroën Racing do WRC. Uma
decisão que resulta no facto de Sébastien Ogier não querer
cumprir o seu contrato com a marca francesa em 2020

José Luís Abreu é o Toyota Yaris WRC que Tänak deixou. firmação da saída da Citroën do WRC. No Não vale a pena recordar as inúmeras
[email protected] Tal como Tommi Mäkinen já disse, dois comunicadodaPSAMotorsportlia-se:“Na vezes que Ogier se queixou no final dos
pilotos de topo na mesma equipa é mau sequência da decisão de Sébastien Ogier, troços ou das provas, e se na altura isso
Desde o Rali da Catalunha que para o WRC, e o finlandês sabe que só de deixar a Citroën Racing no final da tem- sempre foi entendido como pressão para
tínhamos deixado no ar a pos- pode dar luta à Hyundai para o ano com porada do WRC de 2019, a Citroën decidiu que a equipa fizesse mais e melhor, se
sibilidade de Sébastien Ogier se os melhores pilotos depois de Neuville terminar o seu programa desportivo no esta lhe desse um carro suficiente bom
‘reformar’ um ano mais cedo e Tänak. E esses são Sébastien Ogier e WRC em 2020, devido à ausência de um para ganhar mais vezes, ele fá-lo-ia. Com
do que o previsto, pois o seu Elfyn Evans. piloto de topo disponível para a temporada esta comunicação, a Citroën culpou Ogier
desagrado com o carro que Voltando à Citroën, e depois de dois dias 2020. O compromisso da Citroën Racing pela retirada e deixou claro que as inten-
guiou este ano era, há muito, conhecido. antes se ter ficado a saber que a Peugeot com as suas equipas, Ogier/Ingrassia e ções eram continuar em 2020, com Ogier.
O tweet da Senhora Ogier, Andrea Kaiser, iria regressar ao WEC, foi fácil somar dois Lappi/Ferm, foi pensado para dois anos Mas não foi capaz de lhe dar melhores
depois do seu marido ter ficado sem dire- mais dois. Neste contexto era evidente que (2019-2020). Sem Sébastien Ogier e sem condições, e este preferiu sair. Contudo,
ção assistida no Rali da Catalunha, e com dificilmente manteriam dois programas de um piloto de primeira classe disponível a época da Citroën não foi um desastre,
isso perdido todas e quaisquer hipóteses topo. A confirmação surgiu rapidamente. para lutar pelo título, a Citroën decidiu ao fim ao cabo Ogier liderou boa parte
de renovar o título, foi um momento em Em primeiro lugar, a hipótese de vermos parar o seu programa WRC.” do ano, embora quando as decisões se
que se percebeu que algo estava para a Citroën no WRC quando se iniciar a era Linda Jackson, diretora da Citroën, disse: aproximaram, Ogier e a Citroën perderam.
acontecer, e mesmo sem sabermos se o híbrida do WRC em 2022 foi logo des- “A nossa decisão de parar o programa Os ecos resultantes do comunicado da
tweet foi “no calor do momento” ou algo cartada por Jean-Marc Finot, diretor da WRC no final de 2019 é motivada pela deci- Citroën, atribuindo a Sébastien Ogier parte
pensado, uma coisa era certa: dificilmente PSA Motorsport: “Não queremos ter dois são de Sébastien Ogier de deixar a Citroën do ónus dessa saída, foram fortes e poucos
Ogier ficaria na Citroën em 2020. Quan- grandes programas como o WEC e o WRC Racing. Esta é obviamente uma situação foram os que não se insurgiram contra a
do a isso se juntou o facto de Ott Tänak ao mesmo tempo, e a escolha foi ir para que não queríamos, mas não previmos a marca francesa. Contudo, e se do ponto
ser oficializado na Hyundai, ao lado de o WEC. Portanto, não estaremos envol- temporada de 2020 sem Sébastien Ogier.” de vista da Citroën era necessário deixar
Thierry Nuville, ficou a ideia que a porta vidos no WRC em 2022, quando chegar a Rapidamente saltou à vista a colocação do claro que só sai por causa de Ogier, será
que se abria na Toyota para Ogier podia hibridação”, disse. Restava aguardar pelas ónus da saída em Ogier, e se à primeira que virá por aí uma batalha judicial por
ser uma saída perfeita para o francês. decisões quanto a 2020 e 2021: “Estamos a vista tudo pareceu uma comunicação quebra de contrato?
Sabendo-se que não era a situação ideal discutir com o Sébastien (Ogier) a sua par- um pouco desastrada, as coisas podem A Citroën queria manter Sébastien Ogier
‘reformar-se’ após uma derrota, Ogier ticipação em 2020, mas não há intenção não ser bem assim. por mais um ano, e sair somente no final
olhou para a Toyota como uma forma de suspender este programa”. Esta última
de provar as suas razões: depois de ter frase levantava a ponta do véu quanto às
passado um ano a lutar pelo título com intenções da marca, mas só mais tarde se
menos ‘pólvora’ que os seus dois princi- saberia o verdadeiro alcance.
pais adversários, o francês viu na Toyota
a possibilidade de mostrar que com um CONFIRMAÇÃO OFICIAL
carro competitivo ainda pode voltar a
ser campeão. E esse carro competitivo Na manhã do dia 20 de novembro chegou
a notícia que ninguém queria ouvir. A con-

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21

de 2020, mas tudo o que vimos e ouvimos porque o seu piloto (Ogier) quis sair. puder ser utilizada para comunicar. ciente. Todos sabiam que tínhamos menos
nos últimos meses diz-nos que Ogier não E isto pode fazer muita diferença num A Fórmula E nasceu e já ganhou a tração performance face aos nossos adversários
queria ficar na equipa em 2020. Recente- eventual confrontojudicial.Esta questão que todos sabem, sendo neste momento e não sou só eu a dizê-lo, mas sim todos
mente, o francês disse que o desenvolvi- pode justificar os termos do comunicado. a prioridade para a maioria dos pilotos os que guiaram o carro”, disse.
mento do carro foi ‘curto’. Pode ter sido uma comunicação tecnica- mais veteranos quando já não têm lugar
É lógico que Ogier sabia que do ponto mente e judicialmente pensada. Muito na F1. A F1 mudou para híbrida em 2014, OGIER E EVANS JUNTOS NA TOYOTA?
de vista contratual seria mais fácil des- resumidamente, Ogier pode alegar que o WEC é híbrido desde 2012, o Mundial
vincular-se se fosse a Citroën a tomar a Citroën quis sair e a Citroën está a di- de Ralicross ‘patinou’ quando as marcas Com a confirmação da saída da Citroën, o
a iniciativa de bater a porta e anunciar a zer que só saiu por causa dele. Ao dizer protelaram a passagem a elétricos, e o ‘assunto’ seguinte passou a ser a contra-
saída. Nesse caso, Ogier teria a vantagem que sai por causa de Ogier, a Citroën já WRC prepara-se para ser híbrido apenas tação de Sébastien Ogier pela Toyota, que
de, caso lhe surgisse uma proposta de deixou ‘gravado na pedra’ que foi Ogier em 2022. Oito anos depois da F1. por sua vez já andava atrás de Elfyn Evans.
outra equipa - como aconteceu com a a ‘desempregar-se’ antes e a ‘obrigar’ a Ainda na passada semana a VW comu- Sabia-se que Tommi Mäkinen não estava
Toyota - pensar sobre ela e decidir se equipa a sair do WRC. O que está verdadei- nicou que no futuro só estará presente muito contente com Jari-Matti Latvala
lhe interessava. Ora, Ogier, para que a ramente em causa, de que ambos os lados em programas ‘elétricos’. e Kris Meeke e a Toyota quer continuar
iniciativa fosse da Citroën em abando- provavelmente querem disputar é: quem O mundo está a mudar muito depressa a a dar luta a todos os níveis à Hyundai e
nar o WRC, poderá ter-lhes dito que não obrigou quem a tomar a decisão de sair. este nível e o WRC está a ficar para trás por isso prepara-se para formar a dupla
continuaria na equipa caso continuassem e acaba de perder uma das equipas mais Ogier/Evans.
em 2020. E se isto aconteceu, a Citroën WRC A FICAR PARA TRÁS vitoriosas da sua história. Resta saber neste contexto, caso se con-
pode ter ficado entre a espada e a parede Quanto a Sébastien Ogier, depois de lhe firme, como fica a situação de Meeke e
porque, se continuasse, ficava sem Ogier, O mal (a saída da Citroën do WRC) está ter sido oferecida a hipótese de encerrar Latvala, pois segundo sabemos a Toyota
e isso assumiram que não queriam que feito e esta é a pior notícia que o WRC a sua história no WRC exatamente na tem intenção de criar uma segunda equipa
acontecesse. poderia ter neste momento. Apesar de mesma equipa em que a começou, quis de jovens, com Katusta Takamoto e Kalle
Se lermos o comunicado sabemos que muitos adeptos continuarem a ‘atirar-se’ ir-se embora a meio do contrato, depois Rovanperä.
se a Citroën saísse daria liberdade a contraasmudançasque têm existido ao de ter perdido a paciência. O seu des- Como se percebe, pilotos como Jari-Matti
Ogier para ir para outra equipa. Teve mais alto nível nos desportos motoriza- tino será a Toyota: “Uma das situações Latvala, Kris Meeke, Hayden Paddon, Craig
que o fazer, pois percebeu que não dos, a verdade é que os programas nas que levou à minha decisão foi o ritmo de Breen, Esapekka Lappi, Andreas Mikkel-
teria Ogier, mas comunicou que só sai marcas só são justificados se ajudarem desenvolvimento do carro. Não era sufi- sen e Mads Ostberg ficam apeados e vão
a vender carros, e se a tecnologia usada lutar por um lugar na M-Sport.

r/22
RALLYE COMUNIDAD DE MADRID

PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA/
RALLYE COMUNIDAD DE MADRID

QUARTA
VITÓRIA
DE DANIEL
BERDOMÁS

José Luís Abreu que conquistámos no RACC.” C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S peonato de Espanha de Ralis de Asfalto.
[email protected] Quanto a Pedro Antunes: “Estamos sa- Também na Copa de Navegadores as pri-
tisfeitos com a nossa prestação num rali 1º DANIEL BERDOMÁS / DAVID RIVERO 1H18M14,1S meiras posições estavam definidas, com
Após uma luta cerrada pela vi- onde, enquanto teve verdadeiras es- 2º PEDRO ANTUNES / PAULO LOPES A 1,2S (1º JUNIOR CUP) David Rivera a totalizar 119,37 pontos, à
tória ao longo de todo o Rallye peciais, demonstrámos o nosso anda- 3º CARLOS FERNANDES / VITOR CARDOSO A 49,0S frente de Darren Garrod, com 73,0 pontos
Comunidad de Madrid, Daniel mento, registando três melhores tempos 5º SERGI FRANCOLÍ / MARÍA SALVO A 49,6S válidos. Paulo Lopes subiu ao 3º lugar final
Berdomás/David Rivera, os já em quatro possíveis. Já aqui em Jarama, 6º JOSEP BASSAS / MANUEL MUÑOZ A 1M04,3S da copa, com 51,82 pontos.
Campeões da Peugeot Rally considerando que esta estrutura do RACE 4º RUAIRI BELL / DARREN GARROD A 1M06,1S Na Copa de Equipas, troféu para que todas
Cup Ibérica, bateram no der- não se coaduna com a essência dos ralis, 7º ÓSCAR PALOMO / JAVIER MARTINEZ A 4M14,5S as equipas, entre as ainda candidatas ao
radeiro troço os portugueses Pedro An- no final não conseguimos segurar a van- 7º ANTÓNIO ACOSTA / VICTOR PEREZ A 4M38,0S (MELHOR título, se muniram de reforços adicionais
tunes/Paulo Lopes, triunfando no rali por tagem. Ainda assim, foi igual para todos ROOKIE) para esta prova, a TRS Rally Team sagrou-
1.2s. Quem teve, também, razões para e venceu o que melhor soube lidar com 9º IMANOL MENDIGUCHIA / LORENZO FERNANDEZ A 7M07,5S -se campeã, com 128 pontos, ficando a
festejar foi Carlos Fernandes, que com o esta realidade.” 2ª posição para a Inside Motor, com 121
terceiro lugar em Madrid garante o vice- O último lugar do pódio ficava para Carlos um carro de ralis do Groupe PSA (Classe pontos, e a 3ª para a GC Motorsport, com
-campeonato de pilotos. Fernandes/Valter Cardoso, eles que ba- R5), num rali escolhido pela organização, um pecúlio de 102 pontos. O troféu final
Daniel Berdomás e David Rivera deram o tiam por apenas 0.6s os espanhóis Sergi entre os que, em 2020, irão compor o da Junior Cup ficou para Josep Bassas e a
seu golpe final na última especial do Rallye Francolí/María Salvo, assegurando, com Campeonato Portugal de Ralis ou o Cam- Ladies Cup para a britânica Nabila Tejpar.
Comunidad de Madrid, impedindo que os isso e em complemento, o estatuto de Venha agora a temporada 3, num ano de
portugueses Pedro Antunes/Paulo Lopes vice-campeões, batendo no processo 2020 que trará várias novidades…
pudessem festejar uma vitória que lhes Josep Bassas/Manuel Muñoz e Ruiari
parecia (quase) entregue. Entregando-se Bell/Darren Garrod, que terminariam o
a fundo na derradeira classificativa da rali por esta ordem, com uma diferença
prova, a dupla espanhola não só anulava de 1.8 segundos, nos 4º e 5º lugares, res-
os 6.3s que tinha de atraso sobre os seus petivamente.
adversários lusos, como cifrava a diferen- Feitas as contas das diferentes catego-
ça de tempos final em 1.2s, garantindo uma rias que compõem a Peugeot Rally Cup
vitória muito suada: “Foi um rali fantástico, Ibérica 2019, na Copa de Pilotos, e com
superpositivo, disputado ao décimo de este resultado, o já inalcançável Daniel
segundo, com um ritmo muito elevado, Berdomás passa a somar 119,37 pontos
face ao estado dos troços, e o facto de válidos, confirmando assim o título de
o termos ganhado no final dá-nos uma “Campeão” e o acesso ao correspondente
enorme satisfação, pois reforça o título Prémio Final, a participação, ao volante de

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23

PEUGEOT APRESENTOU

O Peugeot 208 R2 tornou-se num grande
sucesso de vendas para a Peugeot, mas

dormir à sombra dos louros não faz

NOVO 208 RALLY 4partedoADNdamarcafrancesa:por

isso, aí está o novo Peugeot 208 Rally 4,
modelo que começa a competir a partir
de abril de 2020

José Luís Abreu
[email protected]

Se for tão bom quanto bonito, a Peugeot pode
estar descansada. Apesar da forte herança
vitoriosa do 208 R2, a Peugeot elevou o nível
com o seu novo 208 Rally 4, modelo que se
estreou ‘oficiosamente’ no passado fim de
semana no Rallye Comunidad de Madrid, já
que o carro só será homologado em 2020.
O carro baseia-se no novo Peugeot 208 e há muito
tem vindo a ser submetido a um intenso programa
de desenvolvimento, estando previsto começar a ser
entregue aos novos clientes a partir do segundo tri-
mestre de 2020.
Este novo Peugeot 208 Rally 4 conta com um novo motor
de 3 cilindros, turbo comprimido, de 1.2 litros, de tecno-
logia PureTech. Tem como base um motor de série, num
bloco que na versão de competição terá 208 cv, fruto de
um turbo de maiores dimensões, gestão eletrónica de
competição com assinatura da Magneti Marelli e uma
caixa de velocidades Sadev. O conjunto está implantado
na nova plataforma CMP (base partilhada pelos veículos
do segmento B do Grupo PSA) que se destaca pelo seu
baixo peso, pelo que se espera que o novo carro atinja
performances desportivas bem mais significativas que
o seu antecessor. As pré-encomendas do novo Peugeot
208 Rally 4 serão abertas no início de janeiro de 2020, e
o carro irá custar 66.000€ antes de impostos.
As primeiras unidades do carro serão entregues, com
prioridade, aos participantes das copas francesa e
ibérica da Peugeot 208 Rally Cup de 2020.

F/ F I C H A T É C N I C A

CHASSIS
ESTRUTURA: COQUE DE ORIGEM PEUGEOT 208, REFORÇADA COM UM ARCO DE
PROTEÇÃO MULTIPONTO SOLDADO CARROÇARIA: AÇO E PLÁSTICO
MOTOR
TIPO: EB2 TURBO; DIÂMETRO X CURSO: 75 X 90,48 MM; CILINDRADA: 1199
CM3; POTÊNCIA MÁXIMA: 208 CV ÀS 5450 RPM; BINÁRIO MÁXIMO: 290 NM
ÀS 3000 RPM POTÊNCIA POR LITRO: 175 CV/L DISTRIBUIÇÃO: DUPLA ÁRVORE
DE CAMES À CABEÇA ACIONADA POR UM EIXO, 4 VÁLVULAS POR CILINDRO
ALIMENTAÇÃO: INJEÇÃO DIRETA PILOTADA POR CAIXA MAGNETTI MARELLI
TRANSMISSÃO
TIPO: TRAÇÃO ÀS RODAS DA FRENTE EMBRAIAGEM: DUPLO DISCO DE CERÂMICA/
METÁLICO, COM DIÂMETRO DE 183 MM CAIXA DE VELOCIDADES: SEQUENCIAL
SADEV DE 5 VELOCIDADES DIFERENCIAIS: MECÂNICO COM AUTOBLOCANTE
TRAVÕES
À FRENTE: DISCOS VENTILADOS DE 330 MM (ASFALTO) E 290 (TERRA); PINÇAS DE 3
PISTÕES; ATRÁS: DISCOS DE 290 MM; PINÇAS DE 2 PISTÕES TRAVÃO DE MÃO: DE
COMANDO HIDRÁULICO
SUSPENSÕES
TIPO: MCPHERSON AMORTECEDORES: OHLINS REGULÁVEIS DE 3 VIAS
(COMPRESSÃO A BAIXA E ALTA VELOCIDADE, BATENTE)
RODAS
JANTES /PNEUS: SPEEDLINE 7X17 / 19/63-17 E SPEEDLINE 6X15 / 16/64-15
COMPRIMENTO: 4052 MM; LARGURA: 1738 MM; ALTURA: 2553 MM; DEPÓSITO DE
COMBUSTÍVEL: 60 L; PESOS: 1080 KM (MÍNIMO) / 1240 KG (INCLUINDO PILOTOS)

R/24
RALI DAS CAMÉLIAS

SINTRA
BY NIGHT
Realiza-se no próximo sábado o Rali das Camélias, um evento
que regressou o ano passado, depois de 20 anos de ausência,

voltando agora a devolver aos adeptos, troços noturnos na
Serra de Sintra. Absolutamente a não perder

José Luís Abreu -se com isso (e também com o desapare- Para o CMS, depois de ter devolvido a
[email protected] cimento da Volta Galp a Portugal) os ralis Rampa da Arrábida ao Campeonato de
em Sintra. O Rali de Portugal já se tinha Portugal de Montanha, fechar a tempo-
OregressodoRalisdasCaméliaso ‘despedido’ há muito da Serra, mas para rada com outra prova mítica, o Rali das
ano passado veio colmatar um trás ficaram imensas histórias de en- Camélias, é positivo.
hiato demasiado longo de gran- cantar. O ano passado, Luís Caramelo e o Na edição do ano passado a vitória sorriu
des provas de ralis no distrito de Clube Motorismo de Setúbal devolveram a Paulo Neto, depois de uma intensa bata-
Lisboa. Depois de ter sido na dé- a prova ao panorama nacional, num even- lha com Gil Antunes na segunda metade
cada de 80 e primeiros anos de to que este ano se espera ainda melhor. da prova, depois de Carlos Fernandes ter
90 uma das mais importantes provas de A grande novidade face ao que foi visto dominado a fase inicial. Pilotos como Rui
ralis a nível nacional, o Rali das Camélias no ano transato são os troços noturnos Madeira, vencedor da Taça do Mundo de
desapareceu dos calendários, perdendo- em Sintra, com uma dupla passagem pela Grupo N em 1996 e Fernando Peres, fize-
serra de Sintra, a fechar o rali depois de um ram parte de uma lista de inscritos que
dia que também começa em Sintra, ‘mu- ultrapassou as sete dezenas. Este ano
dando-se’ depois para a zona de Mafra. são já mais de 80, as equipas inscritas

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25

H/ H O R Á R I O

SÁBADO 30 DE NOVEMBRO DE 2019

1ª SECÇÃO ESTORIL/MAFRA

PE 1 SINTRA 9,71 KM 9:07

PE 2 CASCAIS 11,18 KM 9:30

REAGRUPAMENTO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA 11:00

2ª SECÇÃO MAFRA/MAFRA

PARTIDA PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA 12:30

ASSISTÊNCIA A/PARQUE INTERMODAL 12:40/12:55

PE 3 GRADIL 10,23 KM 13:13

PE 4 LIVRAMENTO 7,22 KM 13:46

3ª SECÇÃO MAFRA/AUTÓDROMO DO ESTORIL

REAGRUPAMENTO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA 16:00

ASSISTÊNCIA B/PARQUE INTERMODAL 16:10/16:40

PE 5 MAFRA 10,19 KM 17:08

PE 6 AZUEIRA/SOBRAL DA ABELHEIRA 17,81 KM 17:43

ASSISTÊNCIA C/PARQUE INTERMODAL 18:30/18:45

PE7 CAPUCHOS 1 14,16 KM 19:45

4ª SECÇÃO AUTÓDROMO DO ESTORIL/MAFRA

REAGRUPAMENTO PRAÇA DA MARATONA (AUTÓDROMO) 21:15

PE 8 CAPUCHOS 2 14,16 KM 21:45

PARQUE FECHADO PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA 22:45

+ INFORMAÇÃO
SAIBA TUDO AO DETALHE

‘aONuDEtVoERs’ EpAoCErSStO.Spemt

e se praticamente todas as estrelas de ca às 8h30 dos Jardins do Casino Estoril, de 2018 e tem final comum com o Gradil. forçada nos pontos nevrálgicos iden-
2018 voltam a marcar presença, desta- com os pilotos a rumarem a disputarem Após nova passagem pela assistência, as tificados no ano passado e agora nas
que para as inscrições de Vítor Pascoal dois troços na Serra de Sintra, Sintra/Pé passagens noturnas em Sintra, os 14.51 duas passagens noturnas por Sintra.
com o Porsche, Gil Antunes, Paulo Neto da Serra e Azóia/Cascais, que se reali- kms dos Capuchos, que mais não são do Aqui uma ressalva. É importante que
e André Cabeças, surgem aos coman- zam com o percurso inverso face a 2018. que a união das três especiais clássicas o público porte-se de forma exemplar,
dos de carros R5. Ou seja, por exemplo, sobem a Rampa da da serra de Sintra. Começa na Rampa da para desta forma se manter a possi-
Destaque ainda para o veterano Mário Pena e descem a Lagoa Azul. Depois se- Pena, com os pilotos nos Capuchos a virar bilidade de continuar a ser possível
Silva, Pedro Matos Chaves e Pinto dos guem para Mafra, onde regressa o Gradil à esquerda entroncando na Peninha para utilizar a serra de Sintra, em futuras
Santos surgem com a mítica Renault 4L, e e Livramento, troços por onde andou o descerem a Lagoa Azul (Penha Longa). A edições do rali.
os Campeões de Clássicos, Pedro Leone e antigo Rali de Portugal. Após assistência consagração dos vencedores, desta vez, Está, como se percebe, tudo pron-
Cipriano Antunes, isto para além dos KIA em Mafra, as equipas seguem para a clas- é em Mafra, junto ao Palácio Nacional. to para a 40ª Edição do Rallye das
Picanto do Troféu e de alguns participan- sificativa de Mafra e depois para a nova Camélias/Lighthouse Portugal, um
tes no Challenge 1000cc. especial Azueira-Sobral da Abelheira, a SEGURANÇA REFORÇADA dos ralis mais antigos do calendário
Em termos de estrutura, a prova realiza- mais longa da prova com 18.56 km, que Espera-se uma grande afluência de nacional, num evento que teve a sua
-se no sábado, dia 30 de novembro, arran- junta o início do Livramento e o Codeçal público e por isso a segurança foi re- primeira edição em 1954.

TT/26
DAKAR - APRESENTAÇÃO

DAKAR 2020 FOIAPRESENTADO

Falta cerca de mês e meio para a 42ª edição do Dakar, prova em Qiddiyah, onde a navegação pode com os nipónicos a terem um forte con-
que se mudou da América do Sul para a Arábia Saudita. trair até mesmo os melhores. tingente, liderado por Nasser Al-Attyiah,
Da mesma forma, a introdução de uma onde se contam ainda Giniel de Villiers,
José Luís Abreu Equipas com grandes estruturas estu- etapa ‘Super Maratona’ para motos e Bernhard Ten Brinke, Yazeed Al Rajhi e
[email protected] davam antecipadamente o percurso ao quads, onde serão permitidos apenas 10 a grande novidade, Fernando Alonso.
detalhe, e ofereciam de imediato às suas minutos de trabalho nas máquinas, bem Também Erik Van Loon e Beneditkas
Arranca a 5 de Janeiro de 2020, equipas alternativas válidas, o que lhes como a mais tradicional etapa de mara- Vanagas correm de Toyota.
em Jeddah, e termina 12 etapas permitiam ganhar tempo. tona (para todos) que terminará no dia Na MINI, Stéphane Peterhansel e Carlos
mais tarde em Qiddiyah, perto anterior à chegada. Sainz são os cabeças de cartaz, numa
da capital da Arábia Saudita, PERCURSO VARIADO De forma a permitir que os menos ex- equipa que conta ainda com Jakub
Riade, a próxima edição do perientes continuem o seu processo de Przygonski, Orlando Terranova, Boris
Dakar. Com uma distância que O primeiro terço da prova irá testar as aprendizagem, será atribuído um ‘joker’ Garafulic e Vladimir Vasilyev.
ronda os 7.900 km, os concorrentes vão habilidades de navegação das equipas. (em todas as categorias) aos concorren- A Borgward corre com Nani Roma e
lutar contra o cronómetro durante mais As escolhas de direção serão decisivas tes forçados a retirar-se cedo. Assim, es- Ricardo Porém. Já a Ford tem como princi-
de 5.000 km. A prova é diversificada, di- devido à multitude de pistas. Perto do tes poderão voltar a participar no rali e pal piloto Martin Prokop, enquanto Khalid
vidindo-se entre pistas labirínticas na Mar Vermelho ou da fronteira com a entrar na classificação. Denomina-se Al Qassimi aproveita um Peugeot deixado
primeira parte, e muita areia na segunda. Jordânia, realizam-se etapas em torno ‘Experiência Dakar’. pela equipa oficial.
Há também novas regras, que pretendem de Neom. Os concorrentes seguem de-
reaproximar os concorrentes aos prin- pois para Al Ula, e com a areia a surgir MAIS INSCRITOS POUCOS, MAS BONS
cípios dos fundadores do todo o terreno, cada vez mais, o percurso irá colocar
uma disciplina que permite aos amado- grandes desafios nas dunas entre Ha’il A lista de inscritos do Dakar 2020 inclui É pequeno, mas bom, o contingen-
res lutar com os profissionais. e a capital Riade, onde terá lugar um dia 351 autos (face a 334 em 2019): 170 motos te luso no Dakar 2020. Nos Autos, com
Os novos road-book e as novas etapas de descanso. e quads, 134 autos e SSV e 47 camiões. A o # 322, Ricardo Porém/Manuel Porém
maratona ajudarão a reduzir as diferenças, O rali vai continuar a intensificar-se com prova parece ter sido bem acolhida pe- (Borgward); No #313, Filipe Palmeiro
já que serão distribuídos apenas poucos a descoberta do vasto ‘Empty Quarter’, los concorrentes, embora a proporção volta a correr ao lado de Boris Garafulic.
minutos antes do início do setor cronome- a parte completamente desértica do de participantes sul-americanos tenha, Nas Motos, #8, Paulo Gonçalves (Hero);
trado, em várias etapas, de modo a privar território saudita, onde se realizam as logicamente, diminuído. Ainda assim há #27, Joaquim Rodrigues (Hero); #31,
os concorrentes das maiores equipas de importantes etapas de Shubaytah e 42 veículos a representar a América do Mário Patrão (KTM), #38 Fausto Mota
terem uma vantagem competitiva. Haradh. Mas, a classificação geral não Sul na lista. Existiam apenas 12 na últi- (Husqvarna) e #53, António Maio
deverá ficar definida antes da fase final ma edição africana em 2007! Pelo menos, (Yamaha). Nos SSV, Pedro Bianchi Prata
e para já, é uma boa herança deixada pe- vai navegar Conrad Rautenbach (#404,
los 11 anos de Dakar na América do Sul. PH Sport), ex-piloto de ralis. Por fim, nos
Em termos das mais destacadas forças em Camiões, #548, José Martins, que corre
presença, destaque para a Toyota e a MINI, num DAF.

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RICARDO PORÉM
NO DAKAR 2020

Era praticamente certo, mas faltava a confirmação
oficial. Ricardo Porém e Manuel Porém vão correr
pela Borgward no Dakar 2020, tal como aconteceu
na Baja Portalegre 500: “Tudo é novo para mim. Será
a primeira vez no Dakar, num carro e na categoria
mais importante, a T1. Será ainda a primeira vez que
tenho um companheiro de equipa que ganhou o
Dakar, e que traz uma experiência valiosa à equipa.
Será o primeiro Dakar com o meu irmão ao lado.
Estou muito feliz por fazer parte da Borgward Rally
Team”, disse Ricardo Porém, que correrá com o novo
Borgward BX7 EVO.

MUITA AMBIÇÃO LUSA
NAS MOTOS

É forte o contingente luso nas motos. Naquela que
será a sua 13.ª participação, Paulo Gonçalves corre
com o #8, naquele que será o primeiro Dakar de
‘Speedy’ com a Hero, depois de ter abandonado
na edição de 2019 devido a uma queda que lhe
provocou um traumatismo craniano.
Joaquim Rodrigues será o portador do dorsal 27,
tal como a sua estreia nesta prova em 2017. O
12.º posto conquistado nesse ano é o seu melhor
resultado até agora, registo esse que ‘J-Rod’ quer
certamente superar.
Quem se vai tentar ‘vingar’ do azar sofrido no ano
passado é Mário Patrão.
O piloto da KTM sofreu uma grave lesão em
2019 que o obrigou a estar oito meses fora das
competições. O seu dorsal será o 31.
Com o número 32 estará Sebastian Bühler. Aos
24 anos de idade, o piloto de origem alemã foi o
terceiro melhor ‘rookie’ do Dakar de 2019 e tem tudo
para ser uma das próximas grandes estrelas dos
Rally-Raids a nível mundial.
Fausto Mota utilizará o número 38 naquela que é a
sua quinta participação no Rali Dakar. Autor do seu
melhor resultado de sempre em 2019, o piloto de
Marco de Canaveses terminou todas as edições em
que participou e este deverá ser novamente o seu
objetivo.
O dorsal 53 será de António Maio. Estreante em
2019, o piloto da Yamaha foi forçado a abandonar
na oitava etapa devido a um problema mecânico
quando ocupava a 21.ª posição. O alentejano vai
querer provar este ano o potencial que demonstrou
na sua estreia.

N/28
NOTÍCIAS

FESTA24HORASDEFRONTEIRA

DE FIMDEANO

Realiza-se no próximo fim de semana a 22ª Edição das
24 Horas TT Vila de Fronteira. Confirmados estão nomes

como Ricardo Porém, Paulo Marques, Alexandre Ré,
Hélder Oliveira, António Félix da Costa, Tiago Monteiro,
Rúben Faria. Tudo preparado para mais uma grande festa

José Luis Abreu Ricardo Porém, que forma quarteto H/ H O R Á R I O O/ O N D E V E R
[email protected] com Laurent Poletti, Ronald Basso e
Franck Cuisiner com um MMP Evo. SEXTA-FEIRA 29 DE NOVEMBRO Zonas Espetáculo (ZE) e Zonas Camping (ZC)
E stá tudo a postos para mais uma Paulo Marques, Alexandre Ré e Hélder 09H30-11H30 24 HORAS TT/TREINOS LIVRES
edição das 24 Horas TT Vila de Oliveira também marcam presença 11H45-13H45 4 HORAS SSV/TREINOS LIVRES Localização das ZE e ZC
Fronteira. No próximo fim de em equipas distintas, enquanto Pedro E CRONOMETRADOS
semana, aquela povoação alen- e Manuel Mello Breyner, em conjunto 14H00-17H00 24 HORAS TT/TREINOS CRONOMETRADOS ZE 1 Fronteira - Reta da Meta
tejana vai mais uma vez engalanar-se com Tomás Mello Breyner e Bernardo 17H15-18H30 24 HORAS TT/TREINOS LIVRES A ZE1 situa-se em frente às Boxes e permite
para receber a festa de final de época Simões vão participar aos comandos observar parte da reta da meta e uma sequência
do TT nacional. São 419 os pilotos que de um Yamaha 1000R do Grupo T3. SÁBADO 30 DE NOVEMBRO de curvas, como também permite aceder ao
responderam à chamada daquela que Já nas 4 Horas SSV, a lista conta com 86 corredor de público existente em frente às
é hoje em dia a única prova de resis- pilotos repartidos por 52 formações e 08H00-12H00 4 HORAS SSV Boxes.
tência do TT nacional, sendo também também aqui é fácil encontrar nomes
uma das mais prestigiadas da Europa. conhecidos. 14H00 PARTIDA DAS 24 HORAS TT ZE 2 e ZC 1 - Porto do Burrinho
Tal como acontece desde 2012, o A estrear-se na prova do ACP, António A primeira das duas grandes passagens do
programa das 24 Horas TT Vila de Félix da Costa, que iniciou mais uma DOMINGO 1 DE DEZEMBRO circuito na Ribeira Grande. É um local onde se
Fronteira vai contar também com as 4 época na Fórmula E no último fim pode observar, antes ainda do atravessamento
Horas SSV, uma categoria que tem vin- de semana, vai competir ao lado de 14H00 CHEGADA DAS 24 HORAS TT da Ribeira Grande, um salto que proporciona
do a despertar o interesse de muitos, Tiago Monteiro e João Teixeira. A sempre belas imagens e emoção. A ZC1 passa a
e grandes nomes, nos últimos anos. estes juntam-se ainda pilotos como + INFORMAÇÃO efetuar-se num espaço que antecede a zona da
Nas 24 Horas são vários os nomes mais Pedro Santinho Mendes, Rúben Faria e ribeira (ver desenho em anexo).
conhecidos que se podem encontrar António Coimbra, isto para citar ape- VaERuAtCoESsSOpS CoOMrtPL.EpTOtS em
entre as 85 formações inscritas. Tal nas alguns. ZE 3 e ZC 2 - Porto do Cego
como é habitual, a família Andrade, Choveu forte até hoje em Fronteira, O circuito sofreu uma alteração para permitir que
vencedora do ano passado, regres- mas nos dois dias anteriores à prova o público aceda a este local sem atravessamentos
sa para defender o título. Alexandre espera-se uma trégua de S.Pedro, mas do circuito. Será criado um espaço de campismo
Andrade, Cédric Duplé, Yann Morize e não no dia de arranque da prova, em neste local. Em caso de muita chuva a circulação
Alexandre Deaujon marcam presença que há 70% de hipóteses de chover. neste espaço é difícil, sobretudo para veículos
novamente com o A.C. Nissan Proto. Caso suceda, a lama, que não deverá convencionais e veículos pesados.
Quem também regressa, semanas secar por completo nos dias anteriores
antes de arrancar para o Dakar, é à prova, pode ser mais um ‘inimigo’ da
caravana e ‘amigo’ do espetáculo.

VER ACESSOS COMPLETOS

E/ >> autosport.pt
ESPECIAL
29

Apesar de há muito
temermos o desfecho,

foi com com enorme
consternação que

tomámos conhecimento
da morte de Joaquim

Moutinho, um ícone do
desporto motorizado

nacional, que fica agora
muito mais pobre

José Luís Abreu
[email protected]

MORREU JOAQUIM MOUTINHO

F igura incontornável do desporto automó- Inesquecíveis foram também os seus duelos com
vel nacional, foi Campeão de Portugal de Clemente Ribeiro da Silva.
Velocidade em 1981 e Bicampeão de Portugal A ligação ao Porsche Aurora viria a culminar com a
de Ralis em 1985 e 1986. conquista do Campeonato Nacional de Velocidade
Fica ainda na história do desporto mundial em 1981, viveu por dentro os momentos áureos
por ter sido o único piloto português a ven- da velocidade nacional, nas grandes corridas em
cer uma prova do Campeonato do Mundo de Ralis, Vila Real ou Vila do Conde, na era dos Porsche 935,
o Rali de Portugal em 1986. Deixou-nos no passado com acesos duelos travados com António Barros
dia 22 de novembro, aos 67 anos, vítima de doen- ou Robert Giannone.
ça prolongada. Para trás, deixa um imenso legado Depois surgiu a oportunidade de se tornar piloto
que não será esquecido por todos aqueles que têm oficial da Renault no Campeonato Nacional de Ralis,
no automobilismo a sua paixão. isto depois de ter impressionado Patrick Landon, na
Entre os seus feitos, o facto de ter vencido em Vila altura o homem forte da Renault Sport. Começou
do Conde, a primeira prova do Troféu Datsun em que aí a história do ‘amarelinho’, que teve uma estreia
alinhou, o espetáculo que deu ao volante do Opel vitoriosa logo no Sopete, em 1984, conquistando,
Commodore GS/E, e também o triunfo em Vila do em três anos, 15 ralis do campeonato nacional. Em
Conde na primeira vez que pilotou o Porsche 935. 1985 sagra-se campeão nacional de ralis, feito que
Anos depois, o triunfo no Rali Sopete, na primei- viria a repetir no ano seguinte.
ra prova que realizou ao serviço da equipa oficial Passou pelo ‘inferno’ de Sintra, no Rali de Portugal
da Renault. de 1986, prova que venceu depois do adeus das equi-
A nós, sempre disse que o gosto pelos automóveis pas de fábrica como consequência do acidente da
não lhe surgiu: “Nasci assim”, dizia. Os primeiros manhã de 5 de março de 86.
tempos nos automóveis foram passados num kart Foi um grande piloto, mas também um homem ex-
McCulloch MC-10, na pista de S. Caetano, em Gaia. traordinário.
Estreou-se na competição automóvel no longínquo Com sua morte, o desporto automóvel nacional per-
ano de 1972, num Rali do Académico. Nesse mesmo de uma das suas maiores referências. À família, e
ano venceu o Troféu Datsun. Em 1976 passa a condu- aos amigos, o AutoSport endereça as mais senti-
zir o Opel Commodore GS/E, que lhe permite disputar das condolências. O desporto automóvel ficou de-
as vitórias no Campeonato Nacional de Velocidade. finitivamente mais pobre. Que descanse em paz.

CONTEÚDO PATROCINADO 27 | NOVEMBRO | 2019

FOTOS JOSÉ LOURENÇO

TERCEIRA PROVA FOI DISPUTADA NO KARTÓDROMO INTERNACIONAL DE PALMELA

TROFÉU EASYKART PORTUGAL
REUNIU 45 PILOTOS!

Promovido pela Birel ART em mais de 20 países, o Troféu Easykart está
a ganhar mais adeptos em Portugal. Na terceira prova, disputada
no Kartódromo Internacional de Palmela, reuniu 45 pilotos

Depois das duas primeiras provas disputadas JOSÉ PINTO EASYKART 35 DIOGO FRIAS EASYKART 60
no KIRO-Kartódromo Internacional de Região
Oeste, no Bombarral, o Troféu Easykart Portugal mangas de qualificação e a Final, na qual Francisco Iglésias GUSTAVO SILVA EASYKART 60
prosseguiu no Kartódromo Internacional de Palmela, e Santiago Alves completaram o pódio e Francisco Sotto Tiago Costa bateu toda a concorrência, enquanto José
desta vez com 45 pilotos. Um bom prenúncio para a Mayor foi quarto classificados. Na categoria Easykart Pereira e José Duarte completaram o pódio, com Tomás
quarta e última jornada, agendada para 8 de dezembro, 60, Diogo Frias obteve o melhor tempo nos ’cronos’, Santos e Leonardo Guimarães a encerrarem o top-5.
para o Kartódromo de Évora, assim como para a nova Gustavo Silva venceu a primeira manga de qualificação Finalmente, na categoria Shifter Livre, Bruno Vale do-
competição portuguesa que deverá ganhar ainda mais e na segunda voltou a impor-se Diogo Frias, assim como minou por completo a prova de Palmela, na qual Tiago
aficionados em 2020, cuja Final Mundial será disputada na Final, em que Gustavo Silva, Gonçalo Dias, Louis Salvador e Francisco Costa também tiveram honras de
no primeiro fim de semana de outubro em Itália. Santos e Romeu Mello completaram o top-5. pódio. Rúben Costa e Hélder Costa encerraram o top-5.
Nuno Inácio, um dos responsáveis pela organização do Na categoria Easykart 100, Guilherme Dias dominou Os interessados em participar na quarta prova, agen-
recém-chegado Troféu a Portugal, justifica o êxito: “Sim, todos os acontecimentos, sendo na Final secundado dada para 8 de dezembro para o Kartódromo de Évora
é verdade que continuam a existir bastantes interessados por Pedro Domingos, seguindo-se Guilherme Alves, podem obter informações através do email nuno.inacio@
em participar no Troféu Easykart. Já é disputado em João Coelho e Frederico Pinto, pilotos que fecharam kiro-karting.com ou por contacto telefónico: 936 124 682.
vários países e tem um conceito totalmente diferente. o top-5. Dinis Fialho foi o mais rápido nos ‘cronos’ da
Ou seja, os karts são rigorosamente iguais, não há categoria EasyKart 125 e venceu a primeira manga de
equipas nem mecânicos. O material é todo fornecido qualificação, enquanto na segunda, impôs-se Guilherme
pela organização. Assim, os custos de participação são Lopes. Na Final, Lopes voltou a vencer, Mário Leal e Dinis
mais reduzidos e a competição torna-se acessível a mais Fialho completaram o pódio, enquanto João Corte-Real
adeptos do Karting”. Em Portugal, a competição está a e Tomás Vilas Boas fecharam o top-5.
dar os ‘primeiros passos’ e Nuno Inácio não escondeu Miguel Silva garantiu o melhor tempo nos ‘cronos’ da
o seu orgulho quando referimos que foi bom ver pilotos categoria Tag Livre, venceu a primeira manga de qualifi-
ainda tão jovens nas classes de iniciação. “Sim, claro cação e Frederico Afonso ganhou na segunda. Na Final,
que fico satisfeito pelo facto das classes mais jovens já
terem um bom número de pilotos. É bom para quem se
inicia no Karting e não só. E depois, naturalmente, quem
quiser pode disputar outras competições. Mas também
estamos muito satisfeitos com os pilotos que competem
nas classes superiores”.

A PROVA EM PALMELA
No que diz respeito ao que se passou em termos de
competição na terceira prova, em Palmela, José Pinto
foi o mais rápido nos treinos cronometrados da categoria
Easykart 35 (a classe dos mais jovens), venceu as duas

30

27 | NOVEMBRO | 2019

BRUNO LISBOA É O REPRESENTANTE DO NOVO CHASSIS CHARLES LECLERC EM PORTUGAL

DINÂMICA PARALELA E RAC JUNTAS
EM 2020

Bruno Lisboa aceitou o desafio lançado pelo [email protected] ou através do 913 139 BRUNO LISBOA
vice-campeão mundo Jordan Lamb-Lennox 487 -, assim como para continuar com o trabalho
que tanto gosto de ser mecânico/coach”, sublinhou Machado na categoria X30 Sénior, entre outros noutras
e é agora o representante dos chassis Charles Bruno Lisboa para depois avançar com mais novida- categorias, lancei o desafio à RAC-Racing Academy e
Leclerc em Portugal. A Dinâmica Paralela – des: “Como vou continuar a disputar as WSK e os Competition para fazermos uma parceria. O Ricardo
campeonatos CIK-FIA com o Ivan Domingues, assim Costa, chefe de equipa da RAC, gostou da ideia de
equipa do leiriense – vai também trabalhar em como também vou disputar as principais competições unirmos esforços e creio que vai ser muito bom para
parceria com a RAC-Racing Academy portuguesas com o Luís Caetano e com a Mariana ambas as partes. A RAC tem uma excelente estrutura
com todas as condições de trabalho e bem-estar para
e Competition de Ricardo Costa em 2020. mecânicos e pilotos, pelo que estão reunidas todas as
E não faltam outras novidades…
condições para podermos fazer evoluir pilotos
Bruno Lisboa – campeão nacional na categoria de várias categorias e alcançarmos bons
Juvenil em 2002 e campeão nacional na cate- resultados”.
goria Júnior em 2005, entre outros títulos, sem
esquecer um brilhante 9.º lugar no Europeu da categoria CHASSIS
KF2 em 2007 – mantém a sua paixão pelo Karting. CHARLES LECLERC,
A partir de 2014, o leiriense tem-se dedicado a cem
por cento como técnico para criar novos valores para O MAIS RECENTE
a disciplina através da sua equipa Dinâmica Paralela. DA BIREL ART
Desde há cinco anos, a Dinâmica Paralela para além de
disputar as principais competições portuguesas, tam-
bém iniciou um périplo internacional, conseguindo com
João Ferreira um excelente 8.º lugar no Europeu Iame
X30 Sénior. Desde há três anos, com Ivan Domingues
– que venceu a Taça de Portugal na categoria Juvenil
em 2017 e depois na categoria Júnior em 2018 e
2019 – tem disputado as World Series Karting (WSK),
em Itália, bem como os campeonatos da Europa e do
mundo CIK-FIA.
E foi precisamente em terras transalpinas que Bruno
Lisboa foi abordado para ser representante oficial em
Portugal do novo chassis Charles Leclerc, desenvolvido
pela Birel ART. “O Jordan Lamb-Lennox já me tinha
convidado e depois o Ronni Sala, da Birel ART. Mas,
nessa altura, eu estava focado em evoluir cada vez
mais os meus conhecimentos como mecânico/coach
de pilotos. Agora, julgo que estão reunidas todas
as condições para representar os chassis Charles
Leclerc e mostrar o potencial que eles têm a todos os
interessados – podem contatar-me através do email

RONNI SALA, JORDAN RICARDO COSTA
LAMB-LENNOX E BRUNO “JUNTOS SEREMOS MAIS FORTES”

LISBOA CHEGARAM Ricardo Costa, chefe de equipa da RAC, também está bastante satisfeito
A ACORDO EM ITÁLIA com a parceria que estabeleceu com a Dinâmica Paralela de Bruno Lisboa.
“A RAC é uma equipa jovem, mas já se afirmou no panorama nacional
nestes dois anos e meio pela sua forma de estar no Karting. Temos exce-
lentes condições de trabalho, mas se existe a possibilidade de potenciar
a nossa estrutura com mais meios, tanto melhor. O Bruno Lisboa, assim
como o Luís Caetano e a Mariana Machado, entre outros que depois a seu
tempo divulgaremos, são bem-vindos à nossa estrutura pelo «know-how»
que têm e isso é bom quer para a RAC e quer para a Dinâmica Paralela.
Juntos seremos mais fortes”, sublinhou Ricardo Costa.

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O TEMPO Paulo Alexandre Teixeira
[email protected]
FEREMRAQUREIA FOTOS Ferrari

DOMINOU Q uem conhece a história das
EMLEMANS marcas mais triunfadoras da
história das 24 Horas de Le
1ª PARTE Mans encontrará nas duas
primeiras posições a Porsche
Numa altura em que estreou o filme Le Mans 66, que e a Audi, duas marcas alemãs.
conta a história da forma como a Ford derrotou a Ferrari Se a primeira é conhecida por máqui-
em Le Mans, desta feita contamos-lhe, em duas partes, nas icónicas como o 917, o 956, o 962,
bem como o 919 Hybrid, a segunda
(esta é a primeira), como a Ferrari dominou até aí

CONHEÇA ESTA E MUITAS
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT

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é conhecido pelos seus modelos R8, a Audi começou a dominar, uma ge- a 1965, onde eles faziam de Le Mans a estavam inscritos na categoria de dois
primeiro a Diesel e depois o e-tron ração mais tarde, tinha deixado La sua segunda casa, depois de Monza. litros, um deles por Lord Selsdon, que
híbrido. Ambas detêm juntas 32 vitó- Sarthe para trás e se dedicado a ou- também era piloto. A seu lado estava
rias, todas conquistadas em meras 50 tras competições. Mas antes destas AS ORIGENS o italo-americano Luigi Chinetti, en-
edições: a primeira vitória da marca de duas alemãs dominarem, esta marca Fundada em 1947 como construtora, tão com 47 anos e duplo vencedor da
Estugarda foi em 1970 e a de Inglostadt italiana tinha deixado uma marca. E as suas raízes automobilísticas são corrida em 1934 e 1937, ambos pela
trinta anos mais tarde. essa marca foi tão forte que desper- mais antigas, quando foi formada em Alfa Romeo. Apesar da idade, Chinetti
A terceira classificada nas estatísti- tou primeiro a atenção, depois a ob- 1929 como equipa oficial de competi- guiou o carro o tempo todo… excepto
cas é uma marca que não sabia, mas sessão da Ford em a bater no sítio onde ção da Alfa Romeo. Dois anos depois por pouco menos de hora e meia de
já tinha conquistado todas as suas vi- se consideravam os melhores. E essa da sua fundação, e no ano em que as corrida, e apesar de problemas com
tórias quando a Porsche subiu o lugar marca era a Ferrari. 24 Horas de Le Mans voltavam à ação a embraiagem, acabou por vencer.
mais algo pela primeira vez. Nesse ano Numa altura em que Hollywood decide após a II Guerra Mundial, apareceram Seria a última vitória dele, que viria de-
era uma competidora, capaz de lutar fazer um filme sobre a luta entre Ford três Ferrari na lista de inscritos… mas pois ser o importador da Scuderia nos
pelo triunfo taco a taco, mas quando e Ferrari, vai-se falar dos anos de 1960 não eram oficiais. Dois carros 166MM Estados Unidos e o criador da NART,

34

North American Racing Team.
Com a vitória em Le Mans, Ferrari, que
corria frequentemente em Endurance,
mas achava mais importante as Mille
Miglia italiana, passou a dar mais aten-
ção à prova francesa. Cinco anos de-
pois, em 1954, com o modelo 375, com-
petiu contra os Jaguar, que eram os
seus rivais, e acabou por ser vencedor,
graças ao argentino Froilan Gonzalez,
o “Touro das Pampas” e o primeiro
vencedor na Formula 1, e o francês
Maurice Trintignant.
A Ferrari passou a ser presença mais
assídua na clássica francesa, com os
seus pilotos a correrem em simultâneo
na Endurance e na Formula 1. Eugenio
Castelloti, Alfonso de Portago ou Luigi
Musso eram participantes frequentes
na prova de Endurance, mas depois
destes pilotos morrerem em trágicos
acidentes, os seus sucessores, como
Phil Hill, Olivier Gendebien (vencedo-
res em 1958 com o modelo 250TR/58)
ou Willy Mairesse iriam iniciar uma
sequência de seis vitórias seguidas,

>> autosport.pt

35

algo que só voltou a ser igualado (e no ano anterior, tinha-se retirado da Camoradi, de Lloyd “Lucky” Casner. hora, dois dos Ferrari oficiais, o de Von
superado) nos anos 80 pela Porsche. competição para se concentrar na sua A corrida começou com o Aston Martin Trips e o de Scarfiotti, ficavam pelo
aventura - mal sucedida - na Formula não oficial da Border Rivers, guiado caminho devido a problemas de com-
1960 SEIS FERRARI 1 - e a única equipa de fábrica que es- por um jovem Jim Clark, na frente, an- bustível quando perseguiam o carro
taria presente era a Porsche, que corria tes de ser apanhado pelos Camoradi, de Gregory.
NOS SETE PRIMEIROS na classe de dois litros. Apesar de tudo, especialmente o guiado por Masten Contudo, quando este parou e tro-
ainda havia a participação não oficial Gregory, que subira 20 posições e es- cou de pilotos, problemas no motor
Para 1960, a Scuderia apresentava da Maserati, através da americana tava na frente. No final da segunda de arranque fizeram-no perder uma
a versão atualizada do seu modelo hora em reparações até voltar a an-
250 TR e inscrevia oficialmente três dar. Quem se aproveitou foi o Ferrari
carros. Um para a dupla belga Olivier sobrevivente, de Gendebien e Frére,
Gendebien e Paul Frére, outra para Phil que ficou com a liderança na terceira
Hill e Wolfgang Von Trips, os pilotos da hora e não mais a largou, apesar de
Scuderia na Formula 1, e um terceiro nessa altura uma forte chuvada ter
para o italiano Ludovico Scarfiotti e abrandado o ritmo e causado alguns
um jovem mexicano, Pedro Rodriguez. acidentes sem gravidade.
Mas havia mais Ferrari, entre os quais Pela noite, o Aston Martin de Clark e
os carros da NART, um deles guiado Salvadori recuperou até ao segundo
pelo belga André Pillete e pelo irmão posto, enquanto atrás, quem também
de Pedro Rodriguez, Ricardo. Este era fazia uma boa prova de recuperação
um dos mais novos de sempre a par- era Ricardo Rodriguez, no Ferrari da
ticipar, pois tinha apenas… 18 anos. NART, que era terceiro a meio da noite.
Outro Ferrari, da Ecurie Francochamps, Mas depois teve problemas de motor e
estava presente com outra dupla bel- perdeu mais de dez minutos, deixan-
ga, Leon Derniér e Pierre Nobliet. Em do o lugar mais baixo do pódio para o
ambos iriam usar as máquinas do ano Jaguar da Ecurie Ecosse, antes deste
anterior.
Nesse ano, a Aston Martin, que vencera

36

abandonar no raiar da manhã devido 1.5 litros fazia-os dominar as pistas, Briggs Cunningham, bem como os derar na frente de Ricardo Rodriguez.
a um acidente na Arnage. e Le Mans não poderia ser exceção. Porsche, mas com motores de dois A chuva continuou durante a noite e
De manhã, Gendebien e Frére tinham Tanto que, com a sua versão atuali- litros, e a Lotus, mas na classe de até a corrida tornou-se num assunto en-
cinco voltas de vantagem sobre o NART zada do 250 Testarossa, tinham ins- 1.3 litros Sport. tre a oficial e a NART, com Von Trips
Ferrari de Mairesse e Ginther, até que crito quatro carros, para os seus pi- Na partida, Moss foi para a frente, mas a aguentar as investidas dos irmãos
este abandonou com a caixa de velo- lotos de Formula 1 (Gendebien-Phil pouco depois, era passado pelo Aston mexicanos, que chegaram à liderança
cidades quebrada por volta das nove Hill, Von Trips-Ginther) e de Endurace Martin da Border Rivers, de novo guia- pelas quatro da manhã, quando o dia
da manhã, cedendo o lugar ao outro (Mairesse-Mike Parkes, Fernand do por Jim Clark, que neste ano fazia começou a raiar. Nesta altura, Clark ti-
NART, de Rodriguez e Pilette. Foi as- Tavano-Giancarlo Baghetti). Para parceria com Ron Flockhart. Mas a nha desistido com o seu Aston Martin,
sim até ao final, com seis dos sete pri- além disso, haviam os da NART, um seguir, o Ferrari dos irmãos Rodriguez quando o motor explodiu.
meiros lugares a serem preenchidos deles para os irmãos Rodriguez, ou- tomou o comando, começando uma Pelas oito da manhã, a pista secou, e
por Ferrari, excepto o Aston Martin tro para os americanos Ed Hugus e troca entre estes três que foi até ao nessa altura o carro da NART foi às
de Roy Salvadori e Jim Clark, tercei- David Cunningham e um terceiro para final do dia, quando começou a cho- boxes com problemas de ignição, per-
ros, no melhor resultado de Clark fora Stirling Moss e Graham Hill, e tam- ver, tornando a pista escorregadia. dendo meia hora. Quando voltou à pis-
da Formula 1 e da Lotus. bém os da Ecurie Nationale Belge, Walt Hansgen despistou-se na Tetre ta, tentou recuperar o tempo perdido e
para André Pillete e o americano Bob Rouge e partiu o braço e algumas cos- chegou ao segundo lugar, antes de, a
1961 UM ASSUNTO Grossmann, e privados, como o de telas, o primeiro de diversos despistes, duas horas do fim, o motor explodir e
Pierre Noblet e Jean Guichet. dos quais os Ferrari se salvavam. Pelas ceder o segundo lugar a outro Ferrari
INTERNO DA FERRARI Os Maserati estavam de volta, com oito da noite, eles ocupavam os quatro oficial. No final, foram Phil Hill e Olivier
Em 1961, a Scuderia estava nas nu- os carros inscritos pelo americano primeiros lugares, com Von Trips a li- Gendebien os vencedores, com o bel-
vens. Na Formula 1, a nova formula de

>> autosport.pt

37

ga a triunfar pela segunda vez segui- nhecido na NASCAR, enquanto a Ecurie fez o mesmo na volta seguinte, mas a veram-se às cinco da manhã, quando
da, enquanto Mairesse e Mike Parkes Nationale Belge inscrevia três carros, ultrapassagem foi mais limpa, e come- a transmissão do seu carro quebrou de
foram os segundos. Outro Ferrari, o de todos para pilotos belgas. Quase todos çou a afastar-se do pelotão. Atrás do vez, deixando Gendebien e Hill mais tran-
Pierre Noblet, ficou com o lugar mais andavam com os 250 GTO, com algumas Aston Martin estavam os Maserati de quilos na liderança. Dos oficiais, apenas
baixo do pódio. exceções. Uma delas era Hill e Gendebien, Maurice Trintignant e Bruce McLaren, eles andavam na frente, pois em segun-
que tinham um 330 TRI Le Mans. mas na primeira paragem nas boxes, do estava a inscrição privada de Pierre
1962 UM MAR DE FERRARI Não havia grande concorrência, exceto os carros italianos levavam a melhor e Noblet e Jean Guichet, que acabariam
Por esta altura, a Ferrari era a marca Briggs Cunningham, que desta vez ins- Ricardo Rodriguez era segundo. No fi- em segundo, a cinco voltas do vencedor.
dominante, e todos queriam ter uma crevia Jaguar E-Type Coupé adaptados nal da terceira hora, eles estavam na Os Jaguar de Briggs Cunningham foram
das suas máquinas. Tanto que havia para Le Mans. Um deles seria guiado por frente, impondo o ritmo. Em contraste, quartos e quintos, mas meros atores se-
18 carros inscritos à partida, cinco ofi- ele mesmo e pelo britânico Roy Salvadori. o Aston Martin de Graham Hill e Richie cundários numa corrida onde os Ferrari
ciais: Gendebien e Phil Hill, os vence- E dois Aston Martin, um deles guiado Ginther tinha problemas de motor que dominaram do principio ao fim.
dores do ano anterior, Pedro e Ricardo por Graham Hill e Richie Ginther, então os fariam cair na classificação, perder Para Hill e Gendebien, foram as suas úl-
Rodriguez, que tinham impressionado no a dupla da BRM na Formula 1. tempo nas boxes antes de parar de vez, timas vitórias em Le Mans, e o belga foi
ano anterior pela NART, os americanos E foi um Aston Martin a liderar nos pri- na sétima hora. o recordista de triunfos até ser supera-
Ed Hugus e George Read, outro para os meiros metros, antes de ser atacado Caída a noite, foi um duelo entre do por… outro belga, Jacky Ickx, quase
italianos Baghetti e Scarfiotti, e, por fim, pelo Ferrari de Parkes. Na travagem Gendebien - na sua vez - e Rodriguez vinte anos depois.
um para a dupla Mike Parkes e Lorenzo para Mulsanne, ambos travaram tar- para ver quem ficava com o coman-
Bandini. A NART tinha os americanos de e o piloto da Ferrari bateu no banco do da corrida. Outro Ferrari oficial, o de (continua na próxima
Bob Grossmann e “Fireball” Roberts, co- de areia, perdendo algumas voltas. Hill Scarfiotti, era terceiro. As coisas resol- edição com a segunda parte)

>>motosport.com.pt Pedro Rocha dos Santos dência que caracteriza o acabamento
[email protected] de muitos dos elementos das Harley
HARLEY-DAVIDSON Davidson e a Road Glide Limited não
E m termos estéticos, na nova é exceção, embora exista uma versão
» ROAD GLIDE LIMITED 2020 Road Glide Limited sobres- “black finish” (opção 1500 euros mais
sai a carenagem frontal do cara) cujo acabamento de uma série de
ROAD GLIDE OU A FLUTUAR EM DUAS RODAS tipo “Sharknose” (nariz de elementos, inclusivamente do motor,
tubarão), fixa ao quadro, opta por um anodizado negro.
A Harley-Davidson decidiu este ano antecipar o lançamento de com dois faróis retangulares A carenagem frontal é bastante en-
um dos seus modelos de topo no segmento Touring, a versão na sua dianteira, de tecnologia LED, volvente e alta, englobando quatro
Road Glide Limited 2020, a qual vem substituir a anterior que incluem sistema de luz diurna. O manómetros analógicos redondos e
Ultra Glide de 2019. A Road Glide Limited 2020 vem com o já guarda-lamas dianteiro é também um um painel TFT a cores, do tipo “tou-
conhecido motor Milwaukee-Eight 114 de 1868 cc que debita clássico Harley-Davidson, bastante ch screen”, colocado no topo, onde
cerca de 116 Nm de binário máximo logo às 3.000 rpm e envolvente, mas deixando a descober-
tivemos o privilégio de nos ser disponibilizada uma unidade to a nova jante de 18 ” modelo Slicer II.
para ensaio quando ainda decorria o Salão EICMA em Milão. Os cromados são sempre uma evi-
Todos os pormenores em seguida...

podemos controlar e selecionar as vez na Road Glide Limited existem Glide pode de facto afectar a visão de
várias funcionalidades disponíveis duas sensações que de imediato nos condutores de estatura mais baixa.
do sistema Boom Box GTS, incluindo invadem: a primeira, a do seu peso de Há de facto que destacar o conforto
música, navegação, comunicações, 388 kg, e a segunda, do conforto do seu e a envolvência do assento, que se
com emparelhamento do smartphone assento e da posição muito natural de estende de forma ainda mais evidente
via bluetooth, para além de acesso a condução. Com o meu metro e oitenta ao lugar do pendura, onde inclusiva-
outras informações úteis durante a de altura não tenho problema em ter mente contamos com apoio para os
condução. uma visão desafogada da estrada na ante-braços, ladeados por duas colu-
Quando nos sentamos pela primeira minha frente, no entanto, e sendo a nas acústicas com seletor de volume,
proteção aerodinâmica excelente, a proporcionando longas tiradas em
altura a que estão colocados os vá- viagem sem acusarmos demasiado
rios elementos de informação da Road cansaço ou dores musculares. As pla-
taformas de pisa-pés estão também
colocadas no sítio certo, recolhendo
as traseiras, sendo que as dianteiras
permitem também alguma oscilação
para no caso de inclinação excessiva
em curva, ou deixarmos a moto cair,
não se danificarem demasiado.
Os comandos são bastante intuitivos
e bem colocados sendo que o controle
do aquecimento dos punhos está colo-

40

>>motosport.com.pt

cado no extremo do punho esquerdo elevações abruptas e inesperadas,
e permite regulação em seis posições. sentindo-se o impacto das mesmas
Na Road Glide Limited contamos com com alguma vibração na direção. As
uma enorme capacidade para trans- suspensões dianteiras não são regu-
portar bagagem em viagem, sobretudo láveis embora apresentem um set up
na topcase, onde cabem perfeitamente adequado e um excelente desempenho
dois capacetes integrais e cuja tampa em piso não muito degradado.
monta ainda um Rack cromado de belo Na traseira a suspensão conta com
efeito estético, contribuindo para a dois amortecedores com ajuste de pré-
imagem clássica do modelo e para a -carga de mola, facilmente regulados a
harmonia e equilíbrio global da sua es- partir do exterior e em função do peso
tética. As malas laterais e topcase são que transportemos num determinado
facilmente bloqueadas com a mesma momento (pendura e/ou bagagem).
chave que se utiliza para bloquear a A nível da travagem a Road Glide
ignição/direção, embora o sistema de Limited conta com duplo disco dian-
chave de ignição seja Keyless. teiro de 320 mm com pinça de quatro
Uma das características que mais evi- pistons e disco simples de 320 mm com
dencia a Road Glide Limited de 2020 é pinça de quatro pistons também na
a sua suavidade e a ausência total de roda traseira. A travagem conta com
vibrações ao ponto de termos a sensa- um sistema combinado “ Reflex Linked
ção a rodar de que a moto desliza sobre Brakes” e é assistida por ABS à frente
a estrada numa eventual almofada de e atrás. As jantes são do tipo Slice II
ar. As suspensões Showa do tipo “Dual e montam pneus Dunlop 130/80-17”
Bending Valve” fazem uma excelente na dianteira e 180/65-16” na traseira.
leitura da estrada, proporcionando O motor da Road Glide Limited é o
uma ótima capacidade de absorção conhecido Milwaukee-Eight 114 com
das irregularidades, embora mostran- 1868 cc com SOHC, que debita 116 Nm
do alguma limitação em buracos ou às 3.000 rpm, garantindo uma entrega

CONCORRÊNCIA HONDA GL 1800 GOLWING - 1.833 CC INDIAN ROADMASTER - 1.811CC

BMW K1600 GTL - 1.649 CC 127 CV n.d. CV

160 CV POTÊNCIA POTÊNCIA

POTÊNCIA 379 KG 406 KG

350 KG PESO PESO

PESO 31 000€ 30 100€

25 953€ PREÇO BASE PREÇO BASE

PREÇO BASE

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generosa de potência desde os bai- FT/ F I C H A T É C N I C A
xos regimes e tornando a condução
ultra-suave. A caixa de 6 velocida- 1.868 CC
des é bastante bem escalonada com
uma 6ª velocidade que mais parece um CILINDRADA
“over-drive” e que nos permite rodar
em estrada aberta a muito baixas ro- 89 CV
tações. O consumo de fábrica situa-se
nos 5,5 litros aos 100 km. POTÊNCIA
A Harley-Davidson Road Glide Limited
dispõe ainda de um novo pacote de 22,7 L
eletrónica mais sofisticada, o RDRS –
Reflexive Defensive Rider System, que DEPÓSITO
proporciona uma maior segurança na
condução e que inclui: cornering ABS, 407 KG
coordenando a travagem à frente e
atrás em curva; gestão do controle de PESO
tração em curva, que impede a roda
traseira de perder tração mediante 30 400€
aceleração; controle de anti-derrapa-
gem da roda traseira no caso do motor PREÇO BASE
parar em andamento ou em desacele-
ração em estradas de pouca aderência; MOTOR 2 CILINDROS EM V MILWAUKEE-EIGHT 114 CILINDRADA
sistema VHC de travagem da moto 1.868CC POTÊNCIA 89 CV ÀS 5.020 RPM BINÁRIO 166 NM ÀS
quando parados em subidas muito 3.000 RPM INJECÇÃO ELET. SEQUENCIAL TAXA DE COMPRESSÃO
íngremes; e controle da pressão dos 10.5:1 ESCAPE DUPLO 2-1-2 CAIXA DE 6 VEL. CONSUMO
pneus, entre outras funcionalidades. 5.5L/100KMS DIMENSÕES COMPRIMENTO 2.595MM ALTURA
A Harley Davidson Road Glide Limited DO ASSENTO 735 MM DISTÂNCIA LIVRE AO SOLO 130MM
está disponível em 11 combinações di- DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1.625MM RODA DIANTEIRA BW
ferentes de cores e ainda com a opção 130/70-18 RODA TRASEIRA 180/55-18 TRAVÕES DE DISCO 320MM
especial de “Black Finish” que elimina COM PINÇA DE 4 PISTONS SISTEMA DE TRAVAGEM COMBINADA
praticamente todos os cromados. O ASSISTIDA POR ABS CONTROLE DE TRAÇÃO E ABS EM CURVA
seu PVP base são 31.900 euros, sendo CAPACIDADE DO DEPÓSITO DE ÓLEO 4,7 L. PESO A SECO 407KG
a versão mais cara, com combinação PESO A RODAR 423 KG CAPACIDADE DE BAGAGEM 0.132 M3
de duas cores especiais, 36.700 euros. SISTEMA MULTIMEDIA BOOM BOX GTS PAINEL INFORMAÇÃO
A opção “Black Finish” tem um custo TFT CORES LUZES LED COM DAYMAKER PUNHOS AQUECIDOS E
adicional de 1.500 euros. CRUISE CONTROL

42 AUTO+mais

ROEL DE VRIESENTREVISTA José Manuel Costa

» VICE-PRESIDENTE DE MARKETING NISSAN [email protected]
oportunidade de falar com
“O FUTURO DA NISSAN É BRILHANTE!” aquele que é homem res-
ponsável pelo marketing na
Tivemos a oportunidade de estar à conversa com Roel de Vries, vice-presidente Nissan era boa demais para
de marketing e estratégia de marca da Nissan, no Salão de Tóquio, que nos pôs deixar passar e, assim, lá
a par dos planos para o futuro, principalmente... no mundo elétrico encontrei uns minutos para
conversar com Roel de Vries, vice-pre-
LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE sidente de marketing e estratégia de
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT marca da Nissan, durante o Salão de
Tóquio. Uma conversa com um ho-
mem nascido há 51 anos na Holanda,
que estudou engenharia mecânica na
Hogeschool Eindhoven e, mais tarde, fez
um mestrado em gestão de negócios
na Universidade de Groeningen.
Curiosamente, o seu primeiro emprego
não tinha nada a ver com automóveis ou
com engenharia. Roel de Vries começou
a trabalhar no negócio de família, uma
pastelaria com fabrico próprio, mas
em 1994 entrou para a Nissan Europe,
no escritório de Amesterdão. Iniciava

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aqui uma vida inteira dedicada à marca Apaixonado pelo “running”, golf e pelo procura e as dimensões e os pesos querem é crossover e SUV. Ora, o Leaf
japonsa: em 1998 foi destacado para a esqui, Roel de Vries é um homem sim- não são preocupantes. Percebo que precisava de ser um SUV para deixar
África do Sul, onde se tornou diretor pático, não sendo um “petrolhead” na Europa as coisas sejam um nadinha de ser um modelo de nicho. Com o Ariya
de marketing e vendas, recordando como confessa, adora o automóvel e o diferentes, mas somos uma marca glo- damos o passo em frente e criamos um
o holandês esse tempo: “[através de] seu primeiro carro foi um Auobianchi bal e nessa abordagem macro, o Ariya crossover elétrico que nos coloca no
alguns encontros com Nelson Mandela A112. que aqui apresentamos (ndr.: Salão de segmento mais vendido.”
que me deixaram impressionado no A conversa com de Vries girou em redor Tóquio) está dentro do segmento mais Voltei a insistir: não entende que há
que toca à sua abordagem à liderança de algo que parece um contrassenso: vendido no mundo! Por isso, a questão países onde será complicado ter mo-
e à necessidade de ter as coisas feitas então queremos diminuir emissões do tamanho não se coloca com essa delos autónomos destas dimensões,
apesar das circunstâncias.” e fazemos carros cada vez maiores, importância.” E lembrou de Vries: “Até por exemplo, em Portugal sem produ-
Em 2008, o holandês é enviado para a cada vez mais pesados? Não estamos no Velho Continente os modelos que zir acidentes. Não acha que seria uma
sede da Nissan em Yokohama e começa a seguir o caminho errado com esta mais se vendem são do segmento do boa ideia aproveitar o facto dos carros
um trajeto ascendente graças a uma moda dos SUV? Entre sorrisos e algum Qashqai e do X-Trail. São muito, muito elétricos não terem os constrangimen-
forma muito própria e profissional de ser. espanto pela questão, Roel de Vries populares!” tos do motor de combustão interna,
Em 2009 tornou-se no responsável pela disparou: “Olhe, é uma excelente per- Quer isso dizer que a Nissan não vai transmissão complicada, túnel central,
planificação de produto para os mercados gunta que até agora – e hoje já fiz algu- deixar de apostar nestes segmentos e enfim, muito mais espaço habitável
internacionais e chegou a diretor de pro- mas entrevistas – ninguém me tinha que o Ariya é uma forma de anunciar para reduzir dimensões.
grama da Nissan para todos os modelos feito. Parabéns!” Sem se deter, o vice isso. “Sim, é verdade. Queremos ser Roel de Vries respondeu com um enor-
de tração traseira da casa japonesa. Em presidente para o marketing e estra- uma marca elétrica, mas queremos me sorriso: “Amanhã estará no nosso
novembro de 2010 foi nomeado vice-pre- tégia de marca da Nissan sustentou: estar no ‘mainstream’ pois com o Leaf, centro de estilo e verá que o Ariya não
sidente da Nissan e responsável global “O mercado é isto que procura. Claro por exemplo, estamos num segmento está sozinho e que temos uma gama de
de marketing e estratégia de marca e foi que podemos pensar que os carros de nicho.” Nicho? “Sim, na Europa existe produtos elétricos com base no estilo do
debaixo do seu consolado que a Nissan são grandes, mas se os conseguirmos uma procura relativa por ‘hatchbacks’, Ariya. Não sei se já conversou hoje com
foi nomeada uma das melhores a nível fazer todos elétricos e cada vez mais quase desapareceu o interesse pe- o Alfonso Albaisa, o nosso diretor de
mundial em 2014. autónomos, estamos no coração da los sedan, mas a verdade é que todos design ou com o Gio Arroba (expliquei

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AUTO44

que tinha falado com Giovanny Arroba), semos fazer com o Ariya foi lançar “Claro que sim. Temos de usar os nossos reveladas no futuro e que você terá a
mas não ficaremos pelo Ariya. Verá que um carro global que tivesse impacto pontos fortes globalmente e não pensar oportunidade de ver amanhã.”
o futuro da Nissan é fantástico e que na mobilidade elétrica.” Reforcei que demasiado na Europa, pois não conse- A conversa tergiversou para a Aliança
temos planos bem concretos.” a minha questão, sendo eu europeu, guimos, de forma nenhuma, combater Renault Nissan Mitsubishi e Roel de
No fundo, Roel de Vries destacou o se- tinha a ver com o mercado do Velho os fabricantes locais e tentar fazer o Vries comentou: “Claro, temos esta
guinte: “Os nossos planos de eletrifica- Continente. “Eu percebi e por isso que eles fazem. Um construtor japonês Aliança e o nosso aliado tem os seus
ção vão muito mais longe e queremos lhe digo que mesmo não podendo, de nunca conseguirá chegar a uma quota planos para o mercado onde mais ven-
levar a mobilidade elétrica a todos os momento, falar sobre isso, você verá de mercado entre 10 a 15% e por isso de, o europeu, e, claro, temos a opção de
segmentos. Mas quando falamos de amanhã aquilo que temos preparado temos de encarar o mercado europeu no futuro trabalhar em conjunto para
segmentos, não quer dizer formas para o futuro da Nissan.” de outra forma. Apostando nas nossas ter produtos diferentes. Por enquanto
tradicionais, mas sim com a forma e Outra das questões esteve ligada, claro, mais valias: tecnologia, inovação e, não há nenhum plano específico nesse
o conteúdo que os clientes desejam. E ao sucesso que outros construtores naquilo que nos diferencia, termos sentido.”
o que todos desejam, é ter um SUV ou estão a conhecer com modelos mais criado o segmento dos crossover onde Naturalmente que questionei Roel de
um crossover.” Mas por trás disso está pequenos sem apostar demasiado nos somos, realmente, muito fortes. Sendo Vries sobre o sistema de extensor de
outra ideia. “A tecnologia elétrica e a SUV. Roel de Vries lembrou: “Somos certo que o nosso volume de vendas autonomia a hidrogénio que a Renault
condução autónoma não são baratas uma marca japonesa que opera glo- será sempre inferior ao que desejamos, apresentou de forma tranquila num
e colocar essas tecnologias em car- balmente. Outras marcas europeias temos de equilibrar a nossa oferta em comercial. Tem a Nissan acesso ao sis-
ros pequenos, corremos o risco das têm outra forma de trabalhar e têm todo o mundo. O Ariya cumpre essa tema? Interessa? “Bom, tenho de lhe
pessoas não os comprarem e, claro, de funcionar nos segmentos que lhes função, mas, como já referi, a nossa dizer que toda a tecnologia da Aliança
perdermos dinheiro.” asseguram rentabilidade no seu maior gama de produtos elétricos será abran- está disponível para todos os membros
O vice-presidente da casa de mercado, o Velho Continente. Nós, da gente, terá modelos mais pequenos e da mesma Aliança. Depois, cada marca
Yokohama deixa claro: “Percebo que nossa parte, vendemos apenas 10% mais adaptados aos mercados como o tem a autonomia para escolher aquilo
na Europa as coisas sejam diferentes da nossa produção total na Europa, europeu. Amanhã verá isso mesmo.” que mais lhe convém ou que mais lhe
do resto do mundo, mas como já lhe 25% nos EUA e outros 25% na China. Porém, Roel de Vries deixou claro: “Não interessa. Na Nissan, escolhemos, cla-
disse, amanhã verá aquilo que temos E nesses mercados são este tipo de vamos fazer carros europeizados ou ramente, dois caminhos: a eletrificação
preparado e conhecerá os nossos pla- veículos como o Ariya que nos são exi- dedicados ao mercado europeu. Não total como sucede com o Ariya e o Leaf e
nos para o futuro com modelos elé- gidos, sendo os mais vendidos.” Fica, é rentável e não faz sentido quando os modelos que vai conhecer e a moto-
tricos mais pequenos e adaptados a assim, evidente que a forma de estar vendemos pouco mais de 10% da nossa rização e-Power, onde o carro é movido
todos os mercados.” da Nissan é um bocadinho diferente das produção no Velho Continente. Mas pelo motor elétrico e tem um motor de
Roel de Vries deixou claro: “O que qui- marcas, nomeadamente, as europeias. temos algumas surpresas que serão combustão interna a funcionar como

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gerador. Razões para isso? Bom, dese- tornar-se-á cada vez mais viável e abastecimento e é curioso que a Shell que possa carregar o carro à noite, não
jamos focar-nos na mobilidade elétrica interessante. Portanto, na nossa visão, quer encontrar forma de recuperar 200 terá problemas durante o dia, e se tiver
e na experiência de condução elétrica. ainda temos muito campo para crescer. km de autonomia em 8 minutos. Algo a oportunidade de carregar no local de
E o nosso Nissan Inteligent Mobility tem As infraestruturas de carregamen- que seria fantástico.” trabalho, menos preocupações tem.
como missão criar essa experiência. to, na Europa, estão agora a arrancar Seria, pois um estudo diz-nos que um Porém, esta ansiedade levará ainda al-
Estas são as nossas ideias. O hidrogénio com vigor, os postos de abastecimento cliente que vai reabastecer um carro gum tempo até desaparecer ao mesmo
é uma tecnologia que está disponível, convencionais estão, cada vez mais, a convencional, entre o abastecimento, ritmo que mais e mais pessoas conduzi-
mas a sua difusão é pequena.” aderir aos carregadores para veículos pagamento e a inevitável compra do rem carros elétricos.” E a Nissan, quan-
E de Vries lembrou uma conversa com elétricos e começamos, finalmente, a jornal, uma prenda ou apenas um café, do lançou o Leaf 64 kWh, não deixou de
os homens da Shell, parceiros da Nissan ver sair modelos elétricos de marcas de leva, exatamente, 8 a 10 minutos. “E a vender o 40 kWh que continua a servir
na Fórmula E. “Em conversa com eles, volume, como a VW e outras.” Shell confessou-me que fazem mais a maior parte dos clientes. E se numa
contaram-me que erigiram uma rede Quer isto dizer que a visão da Nissan dinheiro nos postos de abastecimento primeira fase todos queriam o Leaf
de abastecimento de hidrogénio na sempre esteve correta. “Não somos com os cafezinhos, os jornais, as pren- com mais bateria, muitos mercados
Alemanha e após 10 anos há menos arrogantes, mas acreditamos seria- das ou o chocolatinho, que o depósito continuam a preferir o de 40 kWh. É
de um milhar de unidades a rodar. mente na mobilidade elétrica e o nosso de gasolina ou gasóleo que o cliente um bocadinho como a ideia daqueles
Irrisório!” Por isso, para a Nissan, “o Nissan Inteligent Mobility é o reflexo acabou de atestar.” que compram os carros de sete lu-
investimento é ainda demasiado ele- disso mesmo!” Então, será que no futuro os carros vão gares... não precisam deles, ‘mas um
vado para dar retorno e ainda estamos Uma provocação a Roel de Vries. Se os ter menos autonomia, digamos, 200 km, dia quem sabe’ e vendem o carro sem
nos primeiros passos da mobilidade construtores ajudarem na proliferação menos peso de bateria e mais agilidade, nunca ter usado os dois bancos extra.
elétrica, do ponto de vista dos utili- de postos de carregamento e eles fo- com essa possibilidade de recarregar “Tem toda a razão, é isso mesmo!” Para
zadores. Os modelos elétricos já têm rem espalhados um pouco por todo o em menos de 10 minutos? “Tem toda a Roel de Vries, “o pânico da autonomia
uma autonomia aceitável, passam dos lado, não haveria necessidade de tanta razão, se tivermos esses carregadores é uma condicionante psicológica e a
300 km o que é assinalável e torna autonomia. “Estamos a trabalhar em rápidos capazes desse tempo, seria seu tempo acabará por desaparecer.”
os modelos viáveis para um cada vez todas as áreas ligadas à mobilidade uma belíssima ideia. O primeiro Leaf O tempo escoava-se e ficava o sufi-
maior número de utilizadores e se con- elétrica e temos uma colaboração pró- não tinha uma autonomia muito grande, ciente para uma última pergunta. O
seguirmos um tempo de carregamento xima com a Shell. Eles estão a instalar mas os clientes continuam satisfeitos Nissan Leaf liberta alguma margem
de 15 minutos para conseguir mais 150 carregadores de 250 kW, algo que não é com ele e nenhum deles se queixou de lucro? “Depende do mercado e dei-
a 180 km de autonomia, aumentare- preciso pois não conseguimos carregar, da autonomia. O problema, penso eu, xe-me dizer-lhe que calcular o lucro
mos bastante o facto de interesse dos para já, a mais de 150 kW, mas a ideia é é mais psicológico do que real. Porque num carro elétrico é muito complicado,
consumidores. A mobilidade elétrica coloca-los em cada vez mais postos de a esmagadora maioria das pessoas pois, como sabe, dependemos muitos
do que se passa nos mercados e dos
‘Cafe’ (Corporate Average Fuel Economy
ou média de consumo da gama de um
construtor) que existem e das pena-
lizações, dos incentivos, enfim, uma
série de coisas. Mas posso dizer-lhe
que, na Europa, hoje, o Leaf é rentável.
E também lhe posso dizer que o Ariya,
quando chegar ao mercado, será ainda
mais rentável. Mas tenho de ser justo e
dizer que o mercado dos EV está mui-
to dependente dos subsídios ou dos
apoios governamentais. Acreditamos
que quando os volumes de vendas su-
birem, conseguiremos igualar os custos
dos motores convencionais. Porque
convirá não esquecer que os custos dos
motores de combustão interna, para
cumprirem as normas, vão começar a
subir também. E os clientes não querem
pagar esse aumento de preço. Como
o custo dos modelos elétricos está,
lentamente, a descer, acredito que a
balança ficará equilibrada dentro de
pouco tempo. E tenho a certeza que
os modelos elétricos vão contribuir, a
breve prazo, para o lucro final.”
Para Roel de Vries, “o automóvel tor-
nou-se num aglutinador de tudo e mais
alguma coisa que esteja ligado com
tecnologia e dados, mais parecendo
o sistema de infoentretenimento um
‘smartphone’ com esteroides. Porém,
isso é bom, pois cada disrupção é uma
oportunidade. Como verá no Centro
de Estilo da Nissan quando observar
o futuro da Nissan. Verá que o futuro
da Nissan é brilhante!”

AUTO+ mais

ENTREVISTA Naturalmente que depois de ter assis-
tido à revelação do MX-30, a primeira
YOUCHI MATSUDA pergunta era evidente... porque razão
fizeram o carro tão diferente do que
» DESIGN MAZDA tem sido a norma dos últimos modelos
da marca. “As diferenças residem, exa-
“PEDIRAM-ME UM NOVO DESAFIO” tamente, no facto de nos terem pedido
algo diferente do habitual. Ou seja, ir
Estivemos em visita ao Salão de Tóquio, uma oportunidade para trocarmos algumas fora da caixa e do que temos feito. Por
impressões com Youchi Matsuda, o responsável de design da Mazda, que teve a isso esta configuração que nos oferece
responsabilidade de esgrimir o estilo do novo MX-30 uma nova imagem.” Sendo o MX-30
um carro elétrico, não seria mais lógico
José Manuel Costa departamento de interiores e em abril ter a responsabilidade do estilo do CX-3. aproveitar para reduzir a frente e alargar
[email protected] de 1999 veio até ao Velho Continente. Finalmente, em 2016, foi-lhe atribuída a o interior? Matsuda não é da mesma
“Foi uma experiência interessante e pasta para o estilo do primeiro modelo opinião. “Quando for lá fora vá perto do
OSalão de Tóquio marcou a enriquecedora.” elétrico da Mazda, o MX-30. carro e pode verificar que não há muitas
apresentação do primeiro Em outubro de 2000 assume a res- “O que a administração e o gestor do diferenças em termos de habitabilidade
modelo elétrico da Mazda, o ponsabilidade do design de interiores produto nos pediu foi para criarmos face a um CX-5, por exemplo.” Mas há
MX-30, e antes de o poder- e recebeu a responsabilidade de de- novas linhas, novas ideias e por isso outras razões para isso.
mos ensaiar em estradas por- senhar o interior do Mazda3 e do CX- decidimos abraçar outros desafios e “Sim, decidimos o ‘packaging’ do MX-30
tugueses, estive em Tóquio e 7. Em maio de 2005, Youchi Matsuda outras formas”, começou por me dizer o tendo em conta a ligação entre o homem
entrevistei o responsável pelo estilo do assume responsabilidade no estilo da simpático Youchi Matsuda que, durante e a máquina (o já famoso Jinba Ittai).
novo modelo, Youchi Matsuda. segunda geração do Mazda 3 e do CX-5 a entrevista, falou apenas em japonês, Além disso, surgiu a dúvida: onde vamos
Nasceu há 52 anos (23 de março de 1967) e é o responsável pelo estilo da versão apesar de compreender as perguntas. colocar os pilares A? Entendemos que
e chegou à Mazda em abril de 1990 para americana do Mazda6. Foi ele quem su- O resultado, como ele disse, “é o MX- o carro tinha de ter uma boa visibili-
o departamento de estilo da casa ja- pervisionou o desenho do CX-9 em abril 30, um carro diferente, é verdade, mas dade em curva e não só, pelo que essa
ponesa. Cinco anos depois chegou ao de 2011, para no ano seguinte ser ele a Mazda!” colocação teria de ser mais ou menos
conservadora. Isto porque se conse-
guir ver a ponta do capô na maioria das
situações, isso significa que os pilares
estão bem posicionados e a segurança
na condução é maior.”

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Mas uma das maiores razões está é esta: saibamos que vai acontecer) – ditou a “Nessa altura haverá uma relação di- antagónica. A base continua a ser o ‘kodo
“O MX-30 terá versões com extensor de forma do MX-30.” ferente entre homem e máquina, uma design’, mas com o MX-30 expandimos
autonomia, pelo que tivemos de ceder a E respondendo a uma pequena provoca- proximidade diferente e necessidades a expressão da nossa linguagem de
alguns compromissos.” Ou seja, várias ção da minha parte – e quando chegar a também distintas, pelo que certamente estilo. Até agora, não tínhamos feito
razões contribuíram para que o MX-30 condução autónoma vai ficar tudo igual o panorama será diverso.” isso, mas decidimos fazer isso com este
tivesse uma forma absolutamente con- ou vão mexer novamente – Matsuda Matsuda quis deixar claro uma coisa. modelo especial.”
vencional, mas diferente daquilo que se sorriu muito, mas não confirmou nada. “A Mazda vai ser muito precisa no que Chegava ao final a entrevista com
poderia esperar, olhando ao Mazda 3 e “Não temos nada previsto sobre a con- toca à condução, a precisão e qualidade Youchi Matsuda, ele que depois de res-
ao CX-30. “Sim, claramente, o facto do dução autónoma, não estou a trabalhar do comportamento.” ponder às questões colocadas, foi para
carro poder ter um extensor de auto- em nenhum projeto desses, por isso não Estava já no final do tempo para esta perto do MX-30, tirou as fotografias
nomia no futuro – e não estou a dizer estou capacitado para lhe responder.” entrevista e não resisti a insistir na razão necessárias e ainda me perguntou:
que isso vai acontecer (ndr.: embora já Mas, ainda foi simpático e lembrou: para o MX-30 ser tão diferente e com um “Então, não acha que o carro é inte-
estilo muito menos consensual. Porque ressante?” Claro que é interessante
não fizeram um CX-30 elétrico. “Como por ser diferente, mas ainda vai levar
disse no início, tínhamos de criar uma algum tempo até digerir esta alteração
nova identidade, um estilo diferente de estilo. Não é tão bonito como CX-
para este novo modelo. Por isso há uma 30, porém... é daqueles que primeiro
traseira diferente e as portas de abertura estranha-se, depois entranha-se.

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa e abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional de qualidade, opinando sobre tudo o que se ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos passa na área do automóvel e dos automo- com a sua comunidade de leitores.
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como bilistas, numa perspetiva plural, recusando 4. O AutoSport pratica um jornalismo pau-
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem o sensacionalismo e respeitando a esfera tado pela isenção, sem comprometimentos
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