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Published by hmilheiro, 2018-09-04 05:08:06

Autosport_2123

Autosport_2123

#2123 40
ANO 40
anos
05/09/2018
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt
2,35€ (CONT.)
>> MAIS UM ERRO
DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES DE VETTEL

>> PNEUS ‘TRAMAM’
RAIKKONEN

GP DE ITÁLIA

HDEFA1 MILTON

ESTRAGA FESTA DA

FERRARI

QUE FUTURO PARA + ENSAIO BMW F 850 GS
SÉBASTIEN OGIER? DE 2018 PÁG. 32
ENSAIO
PÁG. 26
RENAULT MÉGANE RS PÁG. 42

FINS DE SEMANA PERFEITOS

SIX SENSES DOURO VALLEY | SAMODÃES | DOURO

www.hoteisdecampo.pt

3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2123
05/09/2018

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

ERRO Vettel é bem capaz de ter deixado na Variante della Roggia grande percentagem das suas hipóteses de chegar ao título com o José Luís Abreu
erro cometido. O alemão ainda tentou atirar as culpas para Hamilton, mas nem um único árbitro de bancada lhe deu razão.
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Não se consegue derrotar o
Hamilton na luta pelo título, Quem pensava que à Ferrari
Novo erro de Sebastian Lando Norris Pelo segundo ano cometendo tantos erros. O bastava ter um carro ao
Vettel. Dar avanço a confirmado na consecutivo, Lewis Vettel precisa de resolver nível, ou um pouco melhor,
Lewis Hamilton desta McLaren em 2019. Hamilton esteve isso, caso contrário não vai como parece acontecer
forma é ‘fatal’… Renovação da F1 brilhante em Monza… acontecer” agora com o SF71H face ao
Mercedes W09 Eq Power+,
em curso… Nico Rosberg, o único que sabe bem enganou-se redondamente, pois
do que está a falar… estão a menosprezar um piloto
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL como Lewis Hamilton. Ainda há dias
“A Ferrari tem um enorme vi na caixa de comentários do nosso
Siga-nos nas redes sociais e saiba problema e esse chama-se site apelidarem-no de um simples
tudo sobre o desporto motorizado no Lewis Hamilton…” playboy, mas quem o fez tem uma
computador, tablet ou smartphone via visão extremamente exígua do que
facebook (facebook.com/autosportpt), Damon Hill, a explicar sucintamente o é a Fórmula 1. Confesso que não
twitter (AutosportPT) ou em ‘problema’ de Vettel gostava particularmente de Nico
>> autosport.pt Rosberg como piloto, mas a forma
“Vettel tem mais um como o vi lutar contra Hamilton em
comprimido amargo para 2016, levou-me a ficar com admi-
tomar. Devia ter sido uma ração extra para com o campeão
festa encarnada, mas foi tudo desse ano. O que Rosberg conseguiu
cinzento para os tifosi em não está ao alcance de qualquer
Monza” um, muito menos ‘deste’ Vettel.
É verdade que Lewis Hamilton não
Gazzetta dello Sport muito crítica tem sido sempre o super piloto que
com o alemão da Scuderia é muitas vezes, mas o que se viu do
inglês em Monza foi apenas mais
uma demonstração da sua quali-
dade. Recordamos que a exemplo
de Sebastian Vettel, Hamilton tem
também quatro títulos de Campeão
do Mundo, e quem vencer o cam-
peonato este ano eleva-se a um pa-
tamar onde já só estão dois ‘mons-
tros’ como Juan Manuel Fangio (5
títulos) e Michael Schumacher (7).
O que vimos em Monza foi uma de-
monstração de classe tão grande
que sinceramente sou de opinião
que nem o melhor Vettel lá chegará.
Claro que a competitividade dos
carros vai fazer muita diferença,
mas com as pistas que faltam, várias
delas em que a qualidade dos pilotos
ainda consegue atenuar muito uma
possível menor rapidez do carro,
tenho sérias dúvidas que Vettel
consiga dar a volta. Acredito bem
mais facilmente numa diferença
final ainda maior…

4 F1/
FÓRMULA 1
GP DE ITÁLIA 1 4 D E 2 1

HAMILTON
DERROTA
FERRARI

A Ferrari parecia ter tudo para continuar na senda das vitórias
em Monza. Mesmo depois do erro de Vettel, tudo aparentava

estar bem encaminhado, com Raikkonen. Até que Hamilton e a
Mercedes tiraram um coelho da cartola e infligiram uma dura
derrota à Scuderia...

Jorge Girão
[email protected]

T udo parecia correr bem à próprio piloto inglês percebeu ao ser seu colega de equipa, comprometendo
Ferrari no histórico circuito constantemente vaiado – não por que a sua saída.
de Monza frente aos frené- os adeptos italianos não o respeitem O alemão ficou exposto a Hamilton,
ticos tifosi – a mais rápida ou não vejam nele um grande piloto, no seu escape, e quando chegou a
em todas as sessões de trei- mas sim porque é o grande adversário Variante della Roggia, voltou a optar
nos-livres (com pista seca), dos homens da ‘sua’ Ferrari, sejam de forma errada ao escolher a traje-
conquista da primeira linha da grelha eles quais forem, o seu nome é quase tória interior, a mesma de Raikkonen,
de partida – mas na segunda travagem secundário, o que interessa é a ‘Rossa’. que, sem se sentir ameaçado, travou
da corrida, a Variante della Roggia, Com Raikkonen na pole-position e de forma conservadora, obrigando o
tudo se precipitou. A Scuderia acabou Sebastian Vettel ao seu lado, os tifosi germânico a fazer o mesmo.
a tarde com uma pesada derrota, pri- esperavam uma tarde de celebração Sentido a oportunidade, o inglês da
vando os seus adeptos de celebrarem e a corrida até começou bem para os Mercedes atacou por fora, deixando
um triunfo que já lhes escapa desde homens da Scuderia, que mantiveram a travagem para muito tarde, colo-
2010, frente a um Lewis Hamilton que as suas posições até à primeira chi- cando-se lado a lado com o seu rival
está num nível estratosférico. cane – Rettifilo. na luta pelo título, e quando este não
O Grande Prémio de Itália é especial, No entanto, seria neste momento que cedeu, acabou por embater no ‘Flecha
o circuito situado nos arredores de Vettel começava a decidir o seu futuro de Prata’, entrando em pião e caindo
Milão transborda história e o ambiente imediato, ao levar demasiado longe o para último – o seu destino estava
é eletrizante, apaixonante, como o seu esforço na tentativa de desfeitear o traçado e o quarto lugar final era o

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5

máximo a que poderia aspirar. para o seu perseguidor, que não che- 100 nando a sua volta de saída das boxes a
Hamilton tinha ganho a primeira ba- gou sequer ao segundo e meio. vinte e dois segundos e meio do líder.
talha, impondo uma pesada baixa na Com uma margem tão curta, a estra- pódios para Raikkonen. O finlandês Contudo, num dia em que os pneus
Ferrari. tégia passou a ser importância capi- apenas é batido por Schumacher (155), voltavam a ser importantes, nunca
Depois da situação de Safety-Car tal e quando a Mercedes enviou os Hamilton (128), Vettel (107) e Prost (106). foi dito ao Iceman para controlar o seu
– despoletada pelo Toro Rosso de seus mecânicos para fora das boxes andamento e, ao invés disso, continuou
Brendon Hartley que fora apertado por para realizarem a troca de pneus de a rodar num ritmo intenso, danificando
Stoffel Vandoorne e Marcus Ericsson Hamilton, a Ferrari pouco mais poderia os seus pneus, passando o traseiro/
– o inglês voltou a tentar impor-se a fazer que chamar Raikkonen, para não esquerdo a desenvolver bolhas.
um Ferrari, tendo mesmo ultrapassado correr o risco de sofrer o ‘undercut’. Para a agravar a situação de Raikkonen,
Raikkonen em plena reta da meta, mas Porém, o inglês foi instruído para fazer a Mercedes adiou a paragem nas boxes
este retorquiu a manobra na travagem o contrário do finlandês e manteve-se de Bottas, sacrificando a corrida deste,
seguinte, na Variante della Roggia, em pista, passando a rodar no máximo para que pudesse atrasar o seu conter-
passando a liderar. das suas capacidades. râneo e ajudar a encurtar a distância
Porém, e depois de ter parecido que o Com pneus novos, Raikkonen tinha de para Hamilton quando este realizasse
Ferrari SF71-H era claramente mais garantir uma desvantagem inferior a a sua troca de pneus.
competitivo que o Mercedes W09 EQ vinte e quatro segundos para manter a Com pneumáticos oito voltas mais
Power+, o finlandês nunca conseguiu liderança quando Hamilton parasse, o frescos e com a ajuda do seu colega de
assegurar uma vantagem significativa que conseguiu sem problemas, termi- equipa, o inglês na trigésima terceira

F1/
FÓRMULA 1

6

GP DE ITÁLIA 1 4 D E 2 1

M/ MOMENTO F/ FIGURA

Travagem para Variante della Roggia - Hamilton Lewis Hamilton - O piloto inglês não tinha
estava numa posição difícil para o Grande Prémio de o melhor o carro em Monza, mas a sua
Itália, tendo à sua frente ambos os pilotos da Ferrari na resiliência e rapidez são extraordinárias, ultra-
primeira linha. No entanto, enquanto Vettel se envolvia passando as limitações do Mercedes W09 EQ
numa batalha fratricida com Räikkönen na travagem Power+ cujo potencial ficou demonstrado pela
para a primeira chicane, comprometendo a sua velocida- prestação de Bottas.
de de saída, o inglês preparou bem a sua ofensiva para a Hamilton atacou de forma incisiva Vettel, que
Variante della Roggia, lançando um ataque ao seu rival, voltou a errar, e pressionou Räikkönen, bene-
que acabou num pião deste. A primeira batalha estava ficiando da superior estratégia da Mercedes
ganha e a partir de então manteve o finlandês sob pres- para bater o finlandês e conquistar uma vitória
são, vencendo quando os pneus deste terminaram. improvável, depois da qualificação de sábado.

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7

VISITE NOSSO SITE PARA 263,588 +/ MAIS
VER MAIS FOTOS DA
PROVA AUTOSPORT.PT Km/h foi a velocidade média da volta da WILLIAMS gaulês.
“pole” de Raikkonen, a mais rápida de A formação de Grove tem vindo Resta saber se a subida de forma da
Ao contrário de Vettel, sempre. a protagonizar uma temporada Williams se deve às características
Hamilton soube dececionante, oferecendo de Monza, ou se tem por base uma
esperar pacientemente 362,5 recorrentemente o carro menos evolução efetiva no seu monolugar.
a sua hora, para infligir performante do plantel aos seus
uma pesada derrota à Km/h foi a velocidade máxima registada pilotos. Em Monza o FW41 exibiu MERCEDES
Ferrari em Monza. Os pela FIA no GP de Itália. Pérez foi o autor. uma competitividade assinalável, A formação de Brackley não tinha
assobios que ouviu no permitindo a Lance Stroll e Sergey o melhor carro em Monza, mas
pódio dos tifosi foram Sirotkin lutarem pelos lugares depois da pesada derrota de Spa-
apenas o espelho finais da Q3, tendo o canadiano Francorchamps, reagrupou-se e
da frustração dos assegurado um lugar no derradeiro aproveitou todas as oportunidades
adeptos pela ousadia... segmento da qualificação pela durante o Grande Prémio de Itália.
primeira vez este ano. Inspirada pela performance
Na corrida, Stroll esteve sempre de Hamilton, a Mercedes jogou
em contenção pelas posições estrategicamente com todas as
dos pontos, vendo a bandeirada cartas, recorrendo a Bottas, mesmo
de xadrez no 10º posto, que se prejudicando a prova deste, para
transformou em nono com a condicionar a Ferrari, o que foi
desclassificação de Grosjean. determinante para que o inglês
Sirotkin não andou longe do seu pudesse estar em posição de atacar
colega de equipa e subiu a 10º com a liderança de Räikkönen e vencer
os problemas do francês da Haas, em casa da sua rival, quando parecia
o que lhe permitirá somar o seu que a Scuderia estava na iminência
primeiro ponto na Fórmula 1, caso de caminhar alegremente para uma
se confirme a desclassificação do dobradinha frente aos tifosi.

-/ MENOS

volta estava já encostado a Raikkonen vantagem para Vettel no Campeonato SEBASTIAN VETTEL falhar. Discutiu a travagem para
que cada vez tinha mais dificuldades de Pilotos para trinta pontos, com mais Conquistar um título na Fórmula a primeira curva com Räikkönen
com as borrachas do seu carro. de oito segundos para o finlandês. 1 não é fácil, sendo necessária para lá do aceitável, ficando
Hamilton foi esperando o momento Valtteri Bottas, depois de um duelo quase a perfeição para que no exposto a Hamilton na reta
certo, aguardando a perda de eficácia tenso com Verstappen que envolveu final de uma temporada um piloto seguinte. O inglês, como sempre,
dos Pirelli macios do finlandês, e na um toque entre ambos na travagem possa celebrar, mesmo quando foi incisivo no ataque e, uma vez
quadragésima quinta volta desferiu o para Rettifilo, terminou no terceiro tem entre mãos o melhor carro mais, Vettel envolveu-se numa
seu ataque, na travagem para a Variante posto, graças a uma penalização de do plantel. Vettel tem este ano, batalha perdida, batendo no seu
Rettifilo, impondo-se a um impotente cinco segundos aplicada ao holandês. sobretudo após o Grande Prémio rival e entrando em pião, o que o
Raikkonen, que via o seu regresso às Vettel também beneficiou do castigo da Grã-Bretanha, ao seu dispor o atirou para o último lugar.
vitórias fugir-lhe por entre as mãos. ao piloto da Red Bull para subir a quar- monolugar mais competitivo do São momentos como este, em
A partir de então, o inglês afastou-se to, mas nem isso amenizaria a pesada pelotão, mas tem colecionado que um piloto não aproveita o
rapidamente do piloto da Ferrari, con- derrota que sofrera, voltando a ver o erros, tendo sido o mais evidente material que tem ao seu dispor,
quistando a sua sexta vitória da tem- seu rival vencer no dia em que, uma o de Hockenheim, quando saiu de que o campeonato se define e
porada, que lhe permitiu abrir a sua vez mais, errara. pista estava então no comando, Vettel está a ver o cetro deste ano
abandonando. a escapar-lhe por entre os dedos
Em Monza o alemão voltou a devido a erros próprios.

F1/
FÓRMULA 1

8

GP DE ITÁLIA 1 4 D E 2 1

ESFORÇO INGLÓRIO
DE GROSJEAN

E m Monza a velocidade de ponta é prejudicando o espanhol, tendo este potência gaulesa, só na décima quarta veleidade ao seu adversário, o que lhe
primordial, o que exige potência, devolvido a afronta na travagem para volta o francês conseguiu suplantar o permitiu cruzar a linha de meta na
esperando-se por isso um duelo a primeira chicane, ficando os dois espanhol, podendo passar a pensar na sexta posição e impor-se na guerra
intenso entre a Haas e a Racing condicionados e sem possibilidades posição de Grosjean. do segundo pelotão.
Point Force India pela supremacia do de ascender ao derradeiro segmento Com uma estratégia que passava por Acaba por ser irónico que, a melhor
segundo pelotão, o que acabou por se da qualificação. realizar um longo primeiro ‘stint’, Ocon performance de Grosjean esta tem-
verificar, tendo a formação americana Grosjean assegurava a pole-position nunca se aproximou muito do seu con- porada, tenha sido anulada pela sua
levado a melhor. No entanto, suspei- do segundo pelotão, o que significava o terrâneo para evitar que a turbulência desclassificação devido a questões
ções sobre a legalidade do monolugar sexto posto na grelha de partida, mas do Haas destruísse os seus pneus, técnicas,
de Romain Grosjean acabaram por Esteban Ocon via Carlos Sainz colo- mas era evidente que o monolugar Sérgio Pérez, depois de uma má qua-
roubar o sexto lugar e o triunfo do car-se entre si e o seu conterrâneo, de Silverstone era ligeiramente mais lificação, usou bem a competitividade
segundo pelotão ao gaulês. depois de uma volta extraordinária rápido que a máquina italo-americana. do seu Force India Mercedes para re-
Apesar da superioridade destas duas do espanhol. Por seu lado, o francês da Haas realizou cuperar e terminar no escape do seu
equipas, qualquer uma delas levou Apesar dos ataques iniciais do piloto uma estratégia ortodoxa, parando na colega de equipa.
apenas um carro até à Q3, sofrendo da Renault, Grosjean manteve-se na vigésima terceira volta, quinze antes Sem armas para se bater pela lide-
com o tráfego da histórica pista tran- liderança, ganhando vantagem sobre o do seu perseguidor. Quando Ocon rança da segunda divisão, Sainz viu a
salpina, com todos os pilotos à procura seu perseguidor, que tinha de se haver parou finalmente na sua boxe, os dois bandeirada de xadrez no oitavo posto,
de um cone de aspiração. com a pressão de Ocon, sempre muito estavam separados por quatro segun- depois da desclassificação de Grosjean,
Sérgio Pérez não foi além da Q1, sequer, próximo do monolugar de Enstone. dos, começando este a aproximar-se batendo os dois pilotos da Williams,
ao passo que Kevin Magnussen ultra- Mesmo com superior velocidade de gradualmente do seu rival. que terminaram ambos nos pontos,
passou Fernando Alonso na Parabólica ponta do seu Force India Mercedes No entanto, apesar das borrachas mais conseguindo o melhor resultado de
aquando da preparação para a derra- face ao Renault, que continuava equi- frescas do seu perseguidor, Grosjean conjunto da formação de Grove esta
deira ronda de voltas lançadas da Q2, pado com a versão B da unidade de defendeu-se bem, não dando qualquer temporada.

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DOIS PILOTOS, dada, a equipa de Enstone começou a movimentar-se
DUAS VERSÕES nos bastidores, apresentando um protesto contra a
Quando dois pilotos lutam pelo título encontram-se o Grande Prémio de Itália, tinha uma versão comple- legalidade técnica do Haas VF-18 Ferrari.
muitas vezes em pista a discutir travagens e a tamente distinta, revelando-se espantado com Vettel: Segundo os responsáveis da equipa do construtor
lei das probabilidades aponta para que nem tudo “Fiquei um pouco surpreendido, quando percebi que francês, o fundo plano do carro da formação de Gene
corra sempre bem. Foi isso que aconteceu em o Seb (ndr.:Sebastian Vettel) escolheu o interior e não Haas não estava de acordo com o regulamento técnico,
Monza no último fim de semana. o exterior do Kimi (Räikkönen) e foi assim que tive a mais concretamente o artigo 3.7.1.d, que define as
Lewis Hamilton saiu melhor que Sebastian Vettel da minha oportunidade. dimensões da zona mais avançada do componente.
Variante Rettifilo, discutindo a travagem com o alemão, Fui por fora e garanti que estava lado a lado com ele. Segundo a FIA, diversas equipas foram avisadas sobre
ainda que por fora. Penso que haveria espaço suficiente entre nós. Julgo este artigo a 25 de julho, antes do Grande Prémio da
O piloto da Ferrari não quis ceder, levando longe de que ele terá bloqueado uma roda e tocámo-nos, foi Hungria, através de uma Directiva Técnica, tendo sido
mais o seu esforço e promovendo o contacto com o um momento breve, danificou-me um pouco o carro, a Haas uma delas, uma vez que considerara que não
seu rival, o que o lançou para um pião e o enviou para mas pude continuar”, apontou o piloto da Mercedes, estavam a cumprir o regulamento técnico, devido a
o último lugar. que agora lidera o Campeonato de Pilotos com uma interpretações distintas.
Como seria de esperar, os dois homens tinham versões vantagem de 30 pontos para Vettel. A Haas informou a entidade federativa que, devido às
diferentes do ocorrido e Vettel, que viu um lugar no agendas dos seus fornecedores, não poderia apresen-
pódio, no mínimo, esfumar-se logo na primeira volta, DA EUFORIA À DESILUSÃO tar um novo componente antes do Grande Prémio da
apontou que foi o seu adversário o responsável pelo Singapura, que se realiza dentro de pouco menos de
incidente. “O Lewis viu um pequeno espaço do lado Quando terminou a corrida a Haas tinha bastan- duas semanas.
de fora, mas não me deixou espaço nenhum a mim e tes motivos para celebrar, não só Romain Grosjean A FIA, responde que, caso não tivesse alterado o seu
eu não tive outra opção senão tocar-lhe. concluíra a prova no sexto lugar, a melhor posição carro em Monza poderia estar exposta aos protestos
Tentei evitar, mas não consegui. entre as equipas do segundo pelotão, mas também a das suas adversárias, o que acabou por acontecer.
Infelizmente, fui eu que entrei em pião, o que é um pou- formação americana passava para o quarto posto do A Renault, envolvida numa luta intensa com a Haas
co irónico. Mas foi assim”, afirmou o piloto da Ferrari. Campeonato de Construtores, ainda que em igualdade pelo quarto lugar do Campeonato de Construtores, não
Como era esperado, Hamilton, que acabaria por vencer pontual com a Renault. deixou passar a situação em claro e protestou com
Mas pouco depois da bandeirada de xadrez ter sido o carro de Romain Grosjean, que foi desclassificado,
promovendo todos os pilotos que terminaram a corrida
atrás de si em um lugar.
O maior beneficiário foi Sergey Sirotkin, que subiu
a 10º, marcando o seu primeiro ponto na Fórmula 1.
A Haas revelou que irá recorrer da decisão dos
Comissários Técnicos do Grande Prémio de Itália,
mas se esta se confirmar, a Renault manterá o quarto
posto no Campeonato de Construtores, com 86 pontos
contra os 76 da equipa americana.

F1/
FÓRMULA 1

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PF/ PARQUE FECHADO LECLERC, RÄIKKÖNEN de Sebastian Vettel.
E A FERRARI Caso seja esta a decisão dos ho-
No campo da Ferrari reina mens da Scuderia, Räikkönen ficará
MERCADO DE PILOTOS ainda a indefinição, surgin- morte de Marchionne, aguarda- numa posição difícil para se manter
CONTINUA EM EBULIÇÃO do agora rumores de que va-se que o finlandês mantives- na Fórmula 1, muito embora tenha
Charles Leclerc poderá ru- se o seu lugar, devido à sua ami- mostrado nas últimas corridas uma
A “Silly Season” deste ano foi uma das mais movimentadas mar definitivamente a Maranello. zade com o atual CEO da Ferrari, subida de forma assinável, fazendo
de sempre, e depois de todas as alterações que se O jovem monegasco tem vindo a Louis Camilleri, e à sua relação com jogo igual com Vettel.
verificaram durante a pausa de verão, as decisões e realizar uma temporada de estreia Sebastian Vettel. Com as equipas da frente fecha-
incertezas continuam, com a McLaren a anunciar na notável, tendo batido compreen- No entanto, em Monza circularam das e sem acesso à maior parte
segunda-feira pós-Grande Prémio de Itália que Stoffel sivamente Marcus Ericsson, que rumores que dão conta da vonta- das estruturas principais do se-
Vandoorne não voltaria a defender as cores da equipa na aguentou bem a comparação com de dos responsáveis da equipa de gundo pelotão, o finlandês poderá
próxima temporada, sendo substituído por Lando Norris. Pascal Wehrlein, considerado pela Maranello em chamar Leclerc para encontrar guarida na Alfa Romeo
A prestações do belga tem vindo a ficar aquém das Mercedes uma estrela de futuro, e o lugar do “Iceman”. Sauber, protagonizando um regres-
expectativas dos homens de Woking, sendo copiosamente era apontado como o substituto de De acordo com a linha de pensa- so à equipa onde iniciou a sua car-
batido por Fernando Alonso, o que levou a que o seu crédito Kimi Räikkönen, que termina o seu mento que circulava no paddock, reira. Fica por saber se o “Iceman”
no seio da equipa tenha terminado. atual contrato no final da temporada. os responsáveis da Ferrari preten- se sentirá motivado para conti-
Para o lugar de Vandoorne a McLaren escolheu Lando Era esperado que a Scuderia anun- dem honrar os planos originais de nuar numa equipa que não terá a
Norris, que nos últimos dois Grandes Prémios realizou a ciasse a sua dupla de pilotos para a Marchionne, o que significa que o capacidade de lutar pelos lugares
primeira sessão de treinos-livres, primeiro no lugar do próxima temporada ainda antes do monegasco de 20 anos deixará a do pódio. Por outro lado, Antonio
espanhol e em Itália ao volante do carro do belga. Grande Prémio de Itália e, depois da Alfa Romeo Sauber para se tornar Giovinazzi é uma forte opção para
O jovem de 18 anos, que está no segundo lugar do piloto da Ferrari e colega de equipa a equipa suíça e Vandoorne é tam-
Campeonato FIA de Fórmula 2, é visto pelos responsáveis bém uma possibilidade, uma vez
da equipa inglesa como um piloto de futuro, tendo decidido que o seu empresário tem um lu-
que será ele a fazer dupla com Carlos Sainz, que tomará gar proeminente na administração
o volante que Alonso deixará vago no final do ano para da estrutura.
perseguir outros objetivos.

KVYAT MAIS PRÓXIMO DA TORO ROSSO

A Toro Rosso não tem ainda dupla definida intuito de este libertar Kvyat.
para 2019 e sem pilotos na sua academia O russo ingressou na Ferrari como piloto de
com a superlicença exigida para tomar desenvolvimento, depois de no ano passado
parte na Fórmula 1, os homens da Red Bull ter sido despedido da equipa de Faenza a
têm de se virar para fora e recorrer a nomes meio do ano.
externos à sua esfera. Outra das opções para a Toro Rosso era
Pierre Gasly foi promovido à Red Bull, para Lando Norris, que ficava livre no mercado,
substituir Daniel Ricciardo, ao passo que caso a McLaren não lhe oferecesse o lugar
Brendon Hartley não tem assinado uma de piloto titular até ao final do presente mês,
temporada brilhante e Helmut Marko e mas com a confirmação deste ao lado de
os seus correligionários parecem pouco Carlos Sainz, esta possibilidade desapareceu,
interessados em dar-lhe uma nova fortalecendo a candidatura de Kvyat.
oportunidade. Vandoorne, oficialmente dispensado pela
Face a este quadro, os homens da Toro Rosso McLaren, poderá ser, igualmente, uma
têm-se desdobrado em contactos, tendo-se solução para Dr. Marko, caso decida não
reunido com Maurizio Arrivabene com o manter Hartley.

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C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

Monza GP DA ITÁLIA PROVA 14 DE 21 PROVA TEMPO
VOLTAS
25/03/2018 VOLTA MAIS RÁPIDA
GERAL
5,793 KM 53 306.72 KM SEXTA SÁBADO DOMINGO VEL. MÁXIMA
GERAL
BOX

PERÍMETRO VOLTAS DISTÂNCIA TOTAL 1 LEWIS HAMILTON MERCEDES W09 EQ POWER+ 1: 16: 54.484 53 1:22.497 1 357.9 KM/H 2 1

2 KIMI RÄIKKÖNEN FERRARI SF71H +8,705 S 53 1:23,515 4 349.5 KM/H 9 1

3 VALTTERI BOTTAS MERCEDES W09 EQ POWER+ +14,066 S 53 1:22.907 3 357.1 KM/H 4 1

TREINOS LIVRES GRELHA DE PARTIDA 4 SEBASTIAN VETTEL FERRARI SF71H +16,151 S 53 1:22.505 2 353.7 KM/H 5 2
Q3
5 MAX VERSTAPPEN RED BULL RB14/TAG HEUER +18,208 S 53 1:23.609 6 348.1 KM/H 11 1

1.ª SESSÃO TREINOS LIVRES 1 KIMI RÄIKKÖNEN 6 ESTEBAN OCON FORCE INDIA VJM11/MERCEDES +57,761 S 53 1:24.179 11 351.3 KM/H 7 1
FERRARI
PILOTO EQUIPA TEMPO/DIF. 1: 19.119 7 SERGIO PEREZ FORCE INDIA VJM11/MERCEDES +58,678 S 53 1:23,529 5 362.5 KM/H 1 1

1 SERGIO PEREZ FORCE INDIA 1:34.000 8 CARLOS SAINZ RENAULT RS18 +78,140 S 53 1:24.056 9 330.4 KM/H 18 1

2 KIMI RÄIKKÖNEN FERRARI +0.550s 2 SEBASTIAN VETTEL 9 LANCE STROLL WILLIAMS FW41/MERCEDES + 1 VOLTA 52 1:24.580 14 345.8 KM/H 12 1
FERRARI
3 ESTEBAN OCON FORCE INDIA +0.593s 1: 19.280 10 SERGEY SIROTKIN WILLIAMS FW41/MERCEDES + 1 VOLTA 52 1:23.768 8 352.0 KM/H 6 1

4 BRENDON HARTLEY TORO ROSSO +1.024s 11 CHARLES LECLERC SAUBER C37/FERRARI + 1 VOLTA 52 1:24.504 13 344.9 KM/H 14 1

5 DANIEL RICCIARDO RED BULL RACING +1.207s 3 LEWIS HAMILTON 12 STOFFEL VANDOORNE MCLAREN MCL33/RENAULT + 1 VOLTA 52 1:24.772 16 331.1 KM/H 17 1
MERCEDES
6 PIERRE GASLY TORO ROSSO +1.438s 1: 19.294 13 NICO HULKENBERG RENAULT RS18 + 1 VOLTA 52 1:24.059 10 357.3 KM/H 3 2

7 MAX VERSTAPPEN RED BULL RACING +1.665s 14 PIERRE GASLY TORO ROSSO STR13/HONDA + 1 VOLTA 52 1:24.767 15 348.7 KM/H 10 1

8 CARLOS SAINZ RENAULT +1.995s 15 MARCUS ERICSSON SAUBER C37/FERRARI + 1 VOLTA 52 1:23.768 7 343.6 KM/H 15 2

9 NICO HULKENBERG RENAULT +2.107s 4 VALTTERI BOTTAS
MERCEDES
10 VALTTERI BOTTAS MERCEDES +2.238s 1: 19.656 16 KEVIN MAGNUSSEN HAAS VF-18/FERRARI + 1 VOLTA 52 1:25.692 18 329.0 KM/H 19 1

11 LEWIS HAMILTON MERCEDES +2.546s 17 DANIEL RICCIARDO RED BULL RB14/TAG HEUER MOTOR 23 1:25,229 17 350.9 KM/H 8 1

12 CHARLES LECLERC SAUBER FERRARI +2.648s 5 MAX VERSTAPPEN NT FERNANDO ALONSO MCLAREN MCL33/RENAULT MOTOR 9 1:27.009 19 332.1 KM/H 16
RED BULL RACING
13 KEVIN MAGNUSSEN HAAS FERRARI +3.066s 1: 20.615 NT BRENDON HARTLEY TORO ROSSO STR13/HONDA ACIDENTE 0

14 FERNANDO ALONSO MCLAREN RENAULT +3.426s DES ROMAIN  GROSJEAN HAAS VF-18/FERRARI DESCLASSIFICADO 53 1:24.243 12 345.8 KM/H 13 1

15 ROMAIN GROSJEAN HAAS FERRARI +3.683s 6 ROMAIN GROSJEAN
HAAS FERRARI
16 MARCUS ERICSSON SAUBER FERRARI +3.790s 1: 20.936 Nota: Max Verstappen penalizado em 5 segundos devido a ter colidido com Valtteri Bottas, Romain Grosjean desclassificado devido
a irregularidade técnica
17 SEBASTIAN VETTEL FERRARI +3.867s

18 SERGEY SIROTKIN WILLIAMS +3.929s 7 CARLOS SAINZ
RENAULT
19 LANCE STROLL WILLIAMS +4.253s 1: 21.041

20 LANDO NORRIS MCLAREN RENAULT +4.282s AUSTRÁLIA
BAHREIN
2.ª SESSÃO TREINOS LIVRES 8 ESTEBAN OCON CHINA
FORCE INDIA MERCEDES AZERBAIJÃO
PILOTO EQUIPA TEMPO/DIF. 1: 21.099 ESPANHA
MÓNACO
1 SEBASTIAN VETTEL FERRARI 1:21.105 CANADÁ
FRANÇA
ÁUSTRIA
GRÃ-BRETANHA
ALEMANHA
HUNGRIA
BÉLGICA
ITÁLIA
SINGAPURA
RÚSSIA
JAPÃO
EUA
MÉXICO
BRASIL
ABU DHABI

2 KIMI RÄIKKÖNEN FERRARI +0.270s 9 PIERRE GASLY
TORO ROSSO HONDA
3 LEWIS HAMILTON MERCEDES +0.287s 1: 21.350 PILOTOS

4 VALTTERI BOTTAS MERCEDES +0.698s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

5 MAX VERSTAPPEN RED BULL RACING +1.049s 10 LANCE STROLL 1. L. HAMILTON 18 15 12 25 25 15 10 25 - 18 25 25 18 25 256
WILLIAMS MERCEDES
6 DANIEL RICCIARDO RED BULL RACING +1.191s 1: 21.627 2. S. VETTEL 25 25 4 12 12 18 25 10 15 25 - 18 25 12 226
11 KEVIN MAGNUSSEN
7 ESTEBAN OCON FORCE INDIA +1.825s HAAS FERRARI Q2 3. K. RAIKKONEN 15 - 15 18 - 12 8 15 18 15 15 15 - 18 164
1: 21.669
8 SERGIO PEREZ FORCE INDIA +1.837s 4. V. BOTTAS 4 18 18 - 18 10 18 6 - 12 18 10 12 15 159

9 CHARLES LECLERC SAUBER FERRARI +1.860s 5. M. VERSTAPPEN 8 - 10 - 15 2 15 18 25 - 12 - 15 10 130

10 NICO HULKENBERG RENAULT +1.958s

11 ROMAIN GROSJEAN HAAS FERRARI +1.972s 6. D. RICCIARDO 12 - 25 - 10 25 12 12 - 10 - 12 - - 118

12 CARLOS SAINZ RENAULT +2.088s 12 SERGEY SIROTKIN 7. N. HULKENBERG 6 8 8 - - 4 6 2 - 8 10 - - - 52
WILLIAMS MERCEDES
13 KEVIN MAGNUSSEN HAAS FERRARI +2.128s 1: 21.732 8. K. MAGNUSSEN - 10 1 - 8 - - 8 10 2 - 6 4 - 49

14 PIERRE GASLY TORO ROSSO +2.297s 9. S. PEREZ - - - 15 2 - - - 6 1 6 - 10 4 44

15 SERGEY SIROTKIN WILLIAMS +2.409s 13 FERNANDO ALONSO 10. F. ALONSO 10 6 6 6 4 - - - 4 4 - 4 - - 44
MCLAREN RENAULT
16 BRENDON HARTLEY TORO ROSSO +2.426s 1: 22.568 11. E. OCON - 1 - - - 8 2 - 8 6 4 - 8 6 43

17 LANCE STROLL WILLIAMS +2.461s Q1

18 FERNANDO ALONSO MCLAREN RENAULT +2.636s 14 SERGIO PEREZ 12. R. GROSJEAN - - - - - - - - 12 - 8 1 6 8 35
FORCE INDIA MERCEDES
19 STOFFEL VANDOORNE MCLAREN RENAULT +2.979s 1: 21.888 13. C. SAINZ 1 - 2 10 6 1 4 4 - - - 2 - 2 32

20 MARCUS ERICSSON SAUBER FERRARI 14. P. GASLY - 12 - - - 6 - - - - - 8 2 - 28

15 CHARLES LECLERC 15. C. LECLERC - - - 8 1 - 1 1 2 - - - - - 13
SAUBER FERRARI
3.ª SESSÃO TREINOS LIVRES 1: 21.889 16. S. VANDOORNE 2 4 - 2 - - - - - - - - - - 8

PILOTO EQUIPA TEMPO/DIF. 17. M. ERICSSON - 2 - - - - - - 1 - 2 - 1 - 6

1 Sebastian Vettel FERRARI 1:20.509

2 LEWIS HAMILTON MERCEDES +0.081s 16 BRENDON HARTLEY 18. L. STROLL - - - 4 - - - - - - - - - 1 5
TORO ROSSO HONDA
3 KIMI RÄIKKÖNEN FERRARI +0.173s 1: 21.934 19. B. HARTLEY - - - 1 - - - - - - 1 - - - 2

4 VALTTERI BOTTAS MERCEDES +0.603s 20. S. SIROTKIN - - - - - - - - - - - - - - 0

5 MAX VERSTAPPEN RED BULL RACING +0.879s 17 STOFFEL VANDOORNE
MCLAREN RENAULT
6 KEVIN MAGNUSSEN HAAS FERRARI +1.502s 1: 22.085

7 ESTEBAN OCON FORCE INDIA +1.546s EQUIPAS

8 DANIEL RICCIARDO RED BULL RACING +1.801s 18 MARCUS ERICSSON 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
SAUBER FERRARI
9 CHARLES LECLERC SAUBER FERRARI +1.804s 1: 22.048 1. MERCEDES 22 33 30 25 43 25 28 31 - 30 43 35 30 40 415

10 ROMAIN GROSJEAN HAAS FERRARI +1.848s 2. FERRARI 40 25 19 30 12 30 33 25 33 40 15 33 25 30 390

11 SERGIO PEREZ FORCE INDIA +1.977s 3. RED BULL TAG HEUER 20 - 35 - 25 27 27 30 25 10 12 12 15 10 248

12 PIERRE GASLY TORO ROSSO +2.122s 19 DANIEL RICCIARDO 4. HAAS FERRARI - 10 1 - 8 - - 8 22 2 8 7 10 - 76
RED BULL RACING TAG HEUER
13 CARLOS SAINZ RENAULT +2.228s 20 5. RENAULT 7 8 10 10 6 5 10 6 - 8 10 2 - 4 86
NICO HULKENBERG
14 SERGEY SIROTKIN WILLIAMS +2.269s RENAULT

15 LANCE STROLL WILLIAMS +2.351s 6. MCLAREN RENAULT 12 10 6 8 4 - - - 4 4 - 4 - - 52

16 MARCUS ERICSSON SAUBER FERRARI +2.373s 7. TORO ROSSO - 12 - 1 - 6 - - - - 1 8 2 - 30

17 FERNANDO ALONSO MCLAREN RENAULT +2.383s 8. FORCE INDIA - -1 - -15 -2 -8 -2 - -14 -7 -10 - 18 14 32

18 STOFFEL VANDOORNE MCLAREN RENAULT +2.478s 9. SAUBER FERRARI - 2 - 8 1 - 1 1 3 - 2 - 1 - 19

19 NICO HULKENBERG RENAULT +2.640s 10. WILLIAMS - - - 4 - - - - - - - - - 3 7

20 BRENDON HARTLEY TORO ROSSO +2.655s

Hulkenberg penalizado em 10 lugares por ter causado uma colisão
na prova anterior. Ricciardo e Hulkenberg partiram do fim de grelha

devido à troca de vários elementos das suas unidade motrizes. 

PONTUAÇÃO 1.º 25 PTS 2.º 18 PTS 3.º 15 PTS 4.º 12 PTS 5.º 10 PTS 6.º 8 PTS 7.º 6 PTS 8.º 4 PTS 9.º 2 PTS 10.º 1 PT

F1/
FÓRMULA 1

12

GP DE ITÁLIA 1 4 D E 2 1

VOLTA MAIS RÁPIDA

DA HISTÓRIA DA FÓRMULA 1

A ntes do passado sábado em dividia-se em dois e na fase decisiva, Lewis Hamilton (Mercedes, 1m19.294) não foi obtido na fase decisiva.
Monza nenhum piloto tinha Montoya não repetiu a fabulosa volta. chegariam para bater o recorde. Já o de Se olhar com atenção para a tabela que
andado mais rápido na F1 do que Mas ela ficou registada… Valtteri Bottas, (Mercedes, 1m19.656), publicamos abaixo, são vários os re-
Juan Pablo Montoya. Recuando Como curiosidade, para além do regis- já não. Veja o Top 50 de melhores vol- gistos atuais que entram diretamente
a 2004, durante a primeira parte da to de Kimi Raikkonen, também os de tas em qualificação. Como se percebe, para o Top 50 das voltas mais rápidas da
qualificação, o colombiano levou o Sebastian Vettel (Ferrari, 1m19.280s) e o registo de Montoya não consta… pois história da F1, o que demonstra clara-
seu Williams/BMW a uma volta ao mente a fabulosa competitividade das
Templo da Velocidade a uma média atuais máquinas.
de 262.242 km/h. Quanto Montoya registou a sua volta
Catorze anos depois, fez-se histó- em 2004, os F1 tinham um motor V10
ria novamente. Kimi Raikkonen, no de três litros, normalmente aspirado. Na
Ferrari SF71-H, registou 1m19.119s, a traseira do Ferrari SF17H de Raikkonen
uma estonteante média de 263.588 está agora um motor de 1.6 litros, turbo
Km/h, batendo o recorde de Juan Pablo híbrido, que converte em energia elé-
Montoya (Williams), registando agora trica o calor desperdiçado, bem como a
a nova volta mais rápida da história energia das travagens.
da Fórmula 1. Será que o feito do ‘Iceman’ durará tan-
Em 2004, Juan Pablo Montoya, rodou to quanto o de Montoya, ou mesmo o
com o seu Williams FW36 na primei- que durou o feito de Keke Rosberg em
ra parte da qualificação, em 1m19.525s, Silverstone 1985, que ainda hoje lhe vale
a uma média de 262.242 Km/h. o sétimo lugar na tabela, quando rodou
Curiosamente, e apesar de ter esta- com o seu Williams FW10 Honda V6
belecido esse recorde, não foi ele que Turbo, a uma média de 259.005 km/h.
conseguiu a pole, pois ficou nessa altura Depois se verá. Uma coisa é certa, os
em segundo atrás Rubens Barrichello Tifosi que aplaudiram Raikkonen a cada
(Ferrari), pois o registo não foi conse- curva de Monza não se vão importar
guido na fase decisiva da sessão, mas que este momento viva longo na me-
sim na primeira fase. A qualificação mória...

C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S
POS.
ANO
PAÍS
PILOTO
EQUIPA/CARRO
MOTOR
POS
MÉDIA
POS.
ANO
PAÍS
PILOTO
EQUIPA/CARRO
MOTOR
POS
MÉDIA

1 2018 ITÁLIA RAIKKONEN KIMI FERRARI SF71H FERRARI V6 T H 1 263.588 KM/H 26 2004 ITÁLIA COULTHARD DAVID MCLAREN MP4-19B MERCEDES V10 10 257.311 KM/H

2 2018 ITÁLIA VETTEL SEBASTIAN FERRARI SF71H FERRARI V6 T H 2 263.052 KM/H 27 2005 ITÁLIA MONTOYA JUAN-PABLO MCLAREN MP4-20 MERCEDES V10 1 257.295 KM/H

3 2018 ITÁLIA HAMILTON LEWIS MERCEDES F1 W09 MERCEDES V6 T H 3 263.006 KM/H 28 1993 ITÁLIA PROST ALAIN WILLIAMS FW15C RENAULT V10 1 257.209 KM/H

4 2018 ITÁLIA BOTTAS VALTTERI MERCEDES F1 W09 MERCEDES V6 T H 4 261.811 KM/H 29 2018 ITÁLIA OCON ESTEBAN FORCE INDIA VJM11 MERCEDES V6 T H 8 257.152 KM/H

5 2004 ITÁLIA BARRICHELLO RUBENS FERRARI F2004 FERRARI V10 1 260.395 KM/H 30 2016 ITÁLIA HAMILTON LEWIS MERCEDES F1 W07 MERCEDES V6 T H 1 257.038 KM/H

6 2002 ITÁLIA MONTOYA JUAN-PABLO WILLIAMS FW24 BMW V10 1 259.828 KM/H 31 1991 ITÁLIA MANSELL NIGEL WILLIAMS FW14 RENAULT V10 2 256.994 KM/H

7 1985 GRA-BRETANHA ROSBERG KEKE WILLIAMS FW10 HONDA V6 T 1 259.005 KM/H 32 2003 ITÁLIA BARRICHELLO RUBENS FERRARI F2003-GA FERRARI V10 3 256.700 KM/H

8 2002 ITÁLIA SCHUMACHER MICHAEL FERRARI F2002 FERRARI V10 2 258.998 KM/H 33 1991 ITÁLIA BERGER GERHARD MCLAREN MP4/6 HONDA V12 3 256.681 KM/H

9 2002 ITÁLIA SCHUMACHER RALF WILLIAMS FW24 BMW V10 3 258.931 KM/H 34 1987 ÁUSTRIA PIQUET NELSON WILLIAMS FW11B HONDA V6 T 1 256.622 KM/H

10 2018 ITÁLIA VERSTAPPEN MAX RED BULL RB14 TAG HEUER V6 T H 5 258.696 KM/H 35 1991 ITÁLIA PATRESE RICCARDO WILLIAMS FW14 RENAULT V10 4 256.599 KM/H

11 2004 ITÁLIA MONTOYA JUAN-PABLO WILLIAMS FW26 BMW V10 2 258.680 KM/H 36 2005 ITÁLIA ALONSO FERNANDO RENAULT R25 RENAULT V10 2 256.457 KM/H

12 2004 ITÁLIA SCHUMACHER MICHAEL FERRARI F2004 FERRARI V10 3 258.626 KM/H 37 1985 GRA-BRETANHA PIQUET NELSON BRABHAM BT54 BMW L4 T 2 256.433 KM/H

13 2004 ITÁLIA ALONSO FERNANDO RENAULT R24 RENAULT V10 4 258.600 KM/H 38 2018 ITÁLIA GASLY PIERRE TORO ROSSO STR13 HONDA V6 T H 9 256.359 KM/H

14 2002 ITÁLIA BARRICHELLO RUBENS FERRARI F2002 FERRARI V10 4 258.405 KM/H 39 1987 ÁUSTRIA MANSELL NIGEL WILLIAMS FW11B HONDA V6 T 2 256.308 KM/H

15 2004 ITÁLIA SATO TAKUMA BAR 6 HONDA V10 5 258.376 KM/H 40 1987 GRA-BRETANHA PIQUET NELSON WILLIAMS FW11B HONDA V6 T 1 256.308 KM/H

16 2004 ITÁLIA BUTTON JENSON BAR 6 HONDA V10 6 258.149 KM/H 41 2005 ITÁLIA BUTTON JENSON BAR 7 HONDA V10 3 256.299 KM/H

17 2004 ITÁLIA RAIKKONEN KIMI MCLAREN MP4-19B MERCEDES V10 7 257.858 KM/H 42 1993 ITÁLIA HILL DAMON WILLIAMS FW15C RENAULT V10 2 256.225 KM/H

18 2005 ITÁLIA RAIKKONEN KIMI MCLAREN MP4-20 MERCEDES V10 11 257.855 KM/H 43 1985 GRA-BRETANHA PROST ALAIN MCLAREN MP4/2B TAWG PORSCHE V6 T 3 256.204 KM/H

19 2004 ITÁLIA PIZZONIA ANTONIO WILLIAMS FW26 BMW V10 8 257.823 KM/H 44 1985 GRA-BRETANHA SENNA AYRTON LOTUS 97T RENAULT V6 T 4 256.143 KM/H

20 2018 ITÁLIA GROSJEAN ROMAIN HAAS VF-18 FERRARI V6 T H 6 257.670 KM/H 45 1987 GRA-BRETANHA MANSELL NIGEL WILLIAMS FW11B HONDA V6 T 2 256.040 KM/H

21 2003 ITÁLIA SCHUMACHER MICHAEL FERRARI F2003-GA FERRARI V10 1 257.584 KM/H 46 1986 ÁUSTRIA FABI TEO BENETTON B186 BMW L4 T 1 256.032 KM/H

22 2003 ITÁLIA MONTOYA JUAN-PABLO WILLIAMS FW25 BMW V10 2 257.422 KM/H 47 2003 ITÁLIA RAIKKONEN KIMI MCLAREN MP4-17D MERCEDES V10 4 255.994 KM/H

23 1991 ITÁLIA SENNA AYRTON MCLAREN MP4/6 HONDA V12 1 257.416 KM/H 48 2005 ITÁLIA SATO TAKUMA BAR 7 HONDA V10 4 255.959 KM/H

24 2004 ITÁLIA TRULLI JARNO RENAULT R24 RENAULT V10 9 257.381 KM/H 49 2006 ITÁLIA RAIKKONEN KIMI MCLAREN MP4-21 MERCEDES V8 1 255.937 KM/H

25 2018 ITÁLIA SAINZ CARLOS RENAULT R.S.18 RENAULT V6 T H 7 257.336 KM/H 50 2006 ITÁLIA SCHUMACHER MICHAEL FERRARI 248 F1 FERRARI V8 2 255.931 KM/H

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13

FÓRMULA1 PASSADASPORT
TVPARAAELEVEN SPORTS

Já esteve no Eurosport, José Luis Abreu tos por podermos oferecer aos adeptos Basicamente, depois do Eurosport ter
regressou à Sport TV, [email protected] toda a ação da F1 juntamente com a nossa colocado de pé e fechado o canal um
Pmas agora a Fórmula 1 vai produção de elevada qualidade. A nossa ano depois, o Eurosport Xtra, esta vai ser
ara já, e já desde o meio de agosto, produção no terreno, em todas as corri- uma nova tentativa de aproveitar a enor-
mudar novamente de ‘casa’ que a Sport TV passou a ter forte das, será acompanhada por uma análise me quantidade de adeptos de F1, que até
em Portugal, e ‘transferir-concorrência no mercado nacional, de topo e a visão de uma equipa de clas- aqui, não quis, ou não pode, subscrever
se’ para a Eleven Sports, se mundial, incluindo os melhores co- a Sport TV.
empresa que anunciou um que começou pelo futebol e agora mentadores eespecialistasemPortugal. Tendo em conta a percentagem de adep-
acordo com a F1, que arranca se estendeu também à F1, disciplina que Vamos levar a cobertura da F1 para outro tos de F1 que diariamente visitam o nos-
no início de 2019. Mas não passa para as mãos da Eleven Sports. nível e as pessoas ficarão entusiasmadas so site, sabemos bem do interesse que a
só, pois também o WRC vai O acordo é de três anos, até 2021, e vai com o que vamos oferecer”, referiu Pedro disciplina ainda tem no nosso país, e caso
seguir o mesmo caminho... permitir à Eleven Sports transmitir to- Mendonça Pinto, Diretor Não-Executivo se confirme, como alegam, que a Eleven
da Eleven Sports Portugal. Sports terá meio para fazer um trabalho
das as provas da categoria rainha do Para além da Fórmula 1, a Eleven Sports bem distinto do que faz a Sport TV, isso só
vai também transmitir em direto todas pode ser uma boa notícia para os adeptos,
automobilismo, com sessões de treinos as provas da Fórmula 2 e GP3 até 2021. mas para já resta aguardar.
ainda não nos foi possível esclarecer jun- Entretanto, as notícias vindas lá de fora
livres e de qualificação e corridas, através tos dos responsáveis da empresa alguns são interessantes, já que os números das
pormenoresimportantes,masjápodemos transmissões da F1 2018 crescem a olhos
de transmissões em direto, em diferido adiantar que também o WRC vai passar vistos. Como exemplo, o recente GP da
para a Eleven Sports e Sair da Sport TV. Bélgica de F1 foi visto na Grã- Bretanha
e repetidas. Quanto ao MotoGP, vai manter-se mais por mais 25% de tele espectadores do
uns anos na SportTV. que a corrida de 2015.
Apesar de só ter os direitos da F1 para

Portugal, a Eleven Sports assegura que

vai ter no terreno equipas de produção

em todas as corridas para trazer a ação

diretamente da pista para os adeptos

em Portugal: “Os portugueses adoram

a Fórmula 1 e estamos muito satisfei-

GT/14
GT OPEN - SILVERSTONE

POLES VALIOSAS M6 GT3 tem sido das máquinas mais gou à vitória. Saravia, tal como Rueda,
EMSILVERSTONE rápidas em pista e a prova está na não conseguiu sair do terceiro posto
vice-liderança da dupla Fran Rueda/ e completou assim o pódio. Para os
O regresso à competição no International GT Open favoreceu Andrés Saravia, colegas de Lourenço. portugueses foi uma corrida de muita
os homens que conquistaram os melhores registos nas O português esperava finalmente ca- luta, mas Cruz Álvarez conseguiu ter-
pitalizar o bom andamento com a aju- minar a prova no 10º lugar (turno difícil
qualificações. Os portugueses tiveram participações algo da do habitual Juan Cruz Álvarez. de Beirão da Veiga), enquanto Crestani
discretas, mas Miguel Ramos é ainda mais líder nos Pro AM viu a bandeira de xadrez em 13º (4º nos
DANIEL SERRA BRILHOU Pro AM) igualando o andamento de
Fábio Mendes Ramos na primeira parte da corrida.
[email protected] Na qualificação 1 o equilíbrio foi nota
de destaque, com nove carros a ca- TOM ONSLOW-COLE SUPERSÓNICO
Depois da paragem de verão, Ramos chegava à pista britânica líder berem no mesmo segundo. Mas no
o Internacional GT Open dos Pro AM, o grande objetivo para final quem sorriu foi o brasileiro Daniel Na qualificação 2 foi Tom Onslow-
regressou para a reta final este ano. O piloto do Lamborghini Serra (Ferrari) que conquistou uma Cole a colocar o Mercedes da SPS
da época de 2018 e a pista nº 27 da Lazarus Daiko Racing tinha excelente pole (1:58.608), destronando Automotive na pole (1:58.327), seguido
de Silverstone foi o cená- apenas 3 pontos de avanço sobre Tom Rik Breukers (Lamborghini). A fechar de outro Mercedes de Allam Khodair.
rio ideal para que máqui- Onslow-Cole e Valentin Pierburg, fru- o top 3 tivemos o BMW de Rueda/ Jeroen Mul completava o top 3 e
nas e pilotos voltassem a mostrar a to dos 6 pódios conquistados até agora Saravia enquanto Beirão da Veiga se Fabrizio Crestani colocava o “Lambo”
sua valia: um lote de 25 carros para a (em oito corridas). ficava pelo 10º posto e Miguel Ramos nº 27 no quarto posto. Cruz Álvarez fi-
quinta jornada do campeonato, com a Beirão da Veiga ia em busca da tão de- pelo 13º. cava-se pelo 15º posto, o que antecipa-
representação lusa a ficar a cargo dos sejada vitória, num traçado que cos- Daniel Serra continuou na corrida 1 o va uma corrida dura para o BMW nº 3.
habituais Lourenço Beirão da Veiga e tuma sorrir aos pilotos portugueses e que tinha começado na qualificação. A corrida 2 teve muitas semelhan-
Miguel Ramos. onde foi feliz no ano passado. O BMW O piloto teve uma excelente largada ças com a primeira. Onslow-Cole não
e foi ganhando vantagem, enquanto desperdiçou a pole e largou bem, con-
atrás de si Breukers e Rueda tinham seguindo colocar em pista um ritmo
uma acesa batalha pelo segundo pos- tremendo, ganhando 1s por volta à
to, que não resultou em mudanças. concorrência. Valentin Pierburg foi
Depois das paragens obrigatórias nas para a pista depois da paragem obri-
boxes, Serra deixou o seu Ferrari a gatória com a margem suficiente para
Marco Cioci que não desperdiçou o controlar a prova. Khodair entregou o
trabalho do seu colega, embora muito carro no segundo posto, mas uma pe-
pressionado por Giovanni Venturini, nalização de quatro segundos por não
que atacou com tudo, mas não che- terem cumprido o tempo de handi-

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15

cap tirou o pódio a dupla brasileira da ra com 86 pontos, seguido da du- MIGUEL RAMOS TEMEU O PIOR
Drivex. Quem aproveitou foi Giovanni pla Saravia/Rueda (77) e da dupla
Venturini e Jeroen Mul com a dupla Venturini/ Mul. Beirão da Veiga ocu- Acabou por ser um fim de semana positivo para o piloto
da Imperiale a ficar novamente em pa o 14º posto com o seu colega Cruz português, líder dos Pro Am. Adotando uma postura pragmática
segundo, à frente do Lamborghini de Álvarez (30 pontos). Nos Pro AM, e inteligente, como tem sido hábito desde o início da época, a
Alex Frassineti e Damiano Fioravanti Miguel Ramos lidera com Fabrizio dupla Ramos/ Crestani conquistou o quarto lugar dos Pro AM na
(boa prestação da dupla nas duas cor- Crestani (63 pontos), seguidos da du- corrida 1: “fomos muito realistas nesta corrida de sábado devido
ridas). Miguel Ramos terminou a cor- pla Onslow-Cole/ Pierburg (58) e do aos 15s de handicap que tínhamos”, disse Ramos no final da
rida em oitavo (segundo na categoria brasileiro Marcelo Hahn (45). A pró- corrida.
Pro AM) e Beirão da Veiga foi obrigado xima prova do International GT Open Na corrida 2, com uma excelente prestação inicial de Crestani,
a desistir da prova depois de um toque terá lugar a 1 e 2 de setembro em a via para o pódio ficou aberta, mas o piloto luso apanhou um
com um adversário. Monza (Itália). susto nas últimas voltas, quando o seu Lamborghini ameaçou
Nas contas finais, Mikkel Mak lide- não colaborar: “Pensei que não conseguiria acabar. A seis voltas
do fim comecei a sentir o motor a falhar. Problemas com uma
C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O sonda Lambda e a bomba de gasolina fizeram com que a última
volta fosse uma aventura, com o carro a parar após a meta,
CLASSIFICAÇÃO 1ª CORRIDA tendo levado o Lambo aos soluços até às boxes na volta da
consagração”. O ritmo dos Mercedes dos adversários diretos
1º LUZICH RACING/MARCO CIOCI/DANIEL SERRA FERRARI 488 GT3 PRO 34 VOLTAS foi inalcançável, algo esperado pela equipa, mas a penalização
da dupla Khodair/ Hahn foi benéfica para Ramos que mantém a
2º IMPERIALE RACING/GIOVANNI VENTURINI/JEROEN MUL LAMBORGHINI HURACAN GT3 PRO +0.471S liderança que será disputada até ao fim.

3º BMW TEAM TEO MARTÍN/FRAN RUEDA/ANDRÉS SARAVIA BMW M6 GT3 PRO +9.712S BEIRÃO DA VEIGA SEM SORTE

4º OMBRA RACING/ALEX FRASSINETI /DAMIANO FIORAVANTI LAMBORGHINI HURACAN GT3- PRO +24.525S Foi um fim de semana amargo para o português do Team Costa
Campos. A equipa nunca encontrou a afinação ideal para o novo asfalto
5º LUZICH RACING/ALESSANDRO PIER GUIDI/MIKKEL MAC FERRARI 488 GT3 – PRO + 26.914S de Silverstone, o que se traduziu numa prestação abaixo das reais
capacidades da dupla do BMW M6. Na corrida 1 a afinação longe do ideal
10º BMW TEAM TEO MARTÍN/L. BEIRÃO DA VEIGA/JUAN CRUZ ÁLVAREZ BMW M6 GT3 – PRO + 36.883S implicou uma queda acentuada no ritmo de Beirão da Veiga no final do
seu turno, depois de ter recuperado algumas posições. Na corrida 2, um
13º DAIKO LAZARUS RACING/FABRIZIO CRESTANI/MIGUEL RAMOS LAMBORGHINI HURACAN GT3 - PROAM + 43.589S toque danificou a traseira do carro e colocou um ponto final ao esforço
do nosso compatriota que destacou “a dificuldade em encontrar grip
CLASSIFICAÇÃO 2ª CORRIDA neste novo asfalto de Silverstone. Durante todo o fim de semana esse
acabou por ser o nosso maior inimigo e se na corrida de sábado o 10º
1º SPS AUTOMOTIVE PERFORMANCE/VALENTIN PIERBURG /TOM ONSLOW-COLE MERCEDES AMG GT3 – PROAM 30 VOLTAS lugar foi o melhor possível, na segunda corrida melhorámos bastante
e estava-me a sentir muito rápido, a recuperar vários lugares e penso
2º IMPERIALE RACING/GIOVANNI VENTURINI/JEROEN MUL LAMBORGHINI HURACAN GT3 – PRO +6.867S que poderia ter chegado perto do top 5. Infelizmente um dos pilotos
que passei simplesmente travou na minha traseira e foi o final da nossa
3º OMBRA RACING/ALEX FRASSINETI/DAMIANO FIORAVANTI LAMBORGHINI HURACAN GT3 – PRO +9.499S corrida. No entanto, estou certo que ainda teremos boas razões para
festejar este ano!”
4º LUZICH RACING/ALESSANDRO PIER GUIDI/MIKKEL MAC FERRARI 488 GT3 - PRO +10.055S

5º IMPERIALE RACING/RICCARDO AGOSTINI/RIK BREUKERS LAMBORGHINI HURACAN GT3 – PRO +12.196S

8º DAIKO LAZARUS RACING/FABRIZIO CRESTANI/MIGUEL RAMOS LAMBORGHINI HURACAN GT3 – PROAM +28.169S

CAMPEONATO: 1º MIKKEL MAC, 86 PONTOS; 2º ANDRÉS SARAVIA/FRAN RUEDA, 77; 3º GIOVANNI VENTURINI/JEROEN
MUL, 72; 4º ALESSANDRO PIER GUIDI, 70; 5º DAMIANO FIORAVANTI, 55; 14º LOURENÇO BEIRÃO DA VEIGA/JUAN CRUZ
ÁLVAREZ, 30; 16º MIGUEL RAMOS/FABRIZIO CRESTANI, 25
CAMPEONATO PRO AM: 1º FABRIZIO CRESTANI/MIGUEL RAMOS, 63 PONTOS; 2º TOM ONSLOW-COLE/VALENTIN
PIERBURG, 58; 3º MARCELO HAHN, 45; 4º BRADLEY ELLIS/OLIVER WILKINSON, 38

16 WRX/
RALICROSS - LOHÉAC

KRISTOFFERSSON

MAIS PERTO
DO TÍTULO

O sueco continua a espalhar magia pelas pistas mundiais de
ralicross. No último fim de semana, em França, fez aquilo que

melhor sabe, vencer. O título está cada vez mais próximo...

Duarte Mesquita completavam os cinco primeiros lugares C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O
[email protected] da classificação intermédia, enquanto
Sébastien Loeb denotou algumas dificul- FINAL SUPERCAR FRANÇA CARRO TEMPO/DIF.
Triunfo de Johan Kristoffersson dades na manhã de domingo, em que a 6 VOLTAS EM 3M44,787S
com Petter Solberg a fechar pista se apresentou surpreendentemente 1º JOHAN KRISTOFFERSSON VW POLO R A 0,340S
o pódio num bom resultado escorregadia após uma chuvada na noi- A 0,784S
de conjunto para a dupla dos te anterior, só se conseguindo qualificar 2º ANDREAS BAKKERUD AUDI S1 QUATTRO A 1,158S
Volkswagen Polo R. Andreas na 12ª posição. Na primeira Meia-final, A 1,423S
Bakkerud liderou a Final du- Ekström bateu Kristoffersson no ar- 3º PETTER SOLBERG VW POLO R A 1,575S
rante cinco voltas mas não resistiu à me- ranque e venceu, com Timmy Hansen
lhor estratégia imposta pelos homens da a ser terceiro. Já na segunda Meia-final 4º MATTIAS EKSTROM AUDI S1 QUATTRO
PSRX Volkswagen, numa prova onde os Bakkerud saiu da pole e aguentou o ata-
milhares de espetadores franceses não que à sua liderança de Solberg, que viria 5º TIMMY HANSEN PEUGEOT 208 WRX
puderam festejar a ansiada vitória de a perder algum tempo depois do pneu do
Loeb. O atual Campeão do Mundo con- seu Volkswagen Polo começar a roçar na 6º SÉBASTIEN LOEB PEUGEOT 208 WRX
seguiu a sétima vitória em oito corridas carroçaria, acabando por perder a se-
disputadas até ao momento, sendo a sua gunda posição para Loeb, numa grande VOLTA MAIS RÁPIDA: PETTER SOLBERG (VW) EM 36,352S
terceira vitória consecutiva em três anos prestação do francês que chegava assim
em Lohéac, prova onde a Peugeot esta- à Final vindo da última linha da grelha da CAMPEONATO MUNDO PILOTOS PONTOS
va a correr em casa. Kristoffersson não sua Meia-final.
teve no entanto uma prova facilitada, 1º JOHAN KRISTOFFERSSON (VW) 224
apesar de ter conseguido terminar no UMA FINAL À HITCHCOCK
topo da classificação intermédia, com 2º ANDREAS BAKKERUD (AUDI) 165
tempos mais rápidos nas Q1, Q3 e Q4. Para a Final tínhamos então a primeira
Os segundo e terceiro lugares eram para linha da grelha ocupada pelos dois pilo- 3º PETTER SOLBERG (VW) 160
os companheiros de equipa da EKS Audi tos da Audi com Bakkerud a sair da pole
Sport, Bakkerud e Mattias Ekström, am- position. Kristoffersson e Loeb partiam 4º TIMMY HANSEN (PEUGEOT) 158
bos a mostrarem que o Audi S1 quattro da segunda fila enquanto a grelha ficava
estava rápido e bem adaptado ao traça- completa com Solberg e Timmy Hansen. 5º MATTIAS EKSTROM (AUDI) 157
do francês, sendo capaz de bater-se de Quando os sinais verdes se ascende-
igual com o Volkswagen Polo R, como ram, Bakkerud arrancou bem e ficava 6º SÉBASTIEN LOEB (PEUGEOT) 151
ficou claro com o tempo mais rápido de em primeiro, seguido por Ekström e
Ekström na Q2. Solberg e Timmy Hansen Kristoffersson, enquanto Solberg op- 7º NICLAS GRONHOLM (HYUNDAI) 95
tava por fazer a Joker-lap logo na volta
8º KEVIN HANSEN (PEUGEOT) 86

9º JANIS BAUMANIS (FORD) 68

10º TIMUR TIMERZYANOV (HYUNDAI) 66

PRÓXIMA PROVA: RIGA (LETÓNIA) A 15 E 16 DE SETEMBRO DE 2018

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17

MÁRIO BARBOSA FOI SÉTIMO
NO EUROPEU

A quarta prova do Campeonato Europeu nal. O carro ainda precisa de muito traba-
de Ralicross Supercar juntou-se à prova lho mas com tempo tenho a certeza que
do World RX em Lohéac e foi vencida pelo conseguimos melhorar. Tenho também
piloto da casa, Cyril Raymond (Peugeot que dizer que se não fosse a equipa de as-
208 WRX), para o deleite do público fran- sistência da DM Motorsport nunca conse-
cês. Depois dos dois títulos europeus guíamos este resultado. Muito obrigado a
Super1600 conquistados em 2016 e 2017, todos por tudo.”
o húngaro Krisztian Szabo ficou em se-
gundo lugar na sua estreia neste campeo-
nato com um Audi S1 quattro alugado à
EKS, com o pódio a ser completado pelo
sueco Anton Marklund (Volkswagen Polo
RX). Depois da ausência na Suécia, Mário
Barbosa regressou ao campeonato com o
Citroën DS3 WRX, tendo conquistado um
brilhante sétimo lugar na geral, entre os
23 pilotos que alinharam à partida. O pi-
loto da Compincar RX Team resumiu as-
sim a sua prova: “Fomos para Lohéac com
o objetivo de nos compararmos com os
“grandes”, para vermos em que ponto es-
távamos face à concorrência do Europeu.
De facto nunca contávamos chegar a uma
Meia-final visto os adversários serem
muito fortes, mas a realidade foi outra e
conseguimos um 7º lugar, o que para nós
foi excelente. No sábado fizemos a Q1 e a
Q2 com problemas no diferencial da fren-
te, o que tornava o curvar do DS3 muito
difícil, o que também nos impediu de um
melhor resultado. No domingo já corre-
mos com este problema resolvido. Na Q3
e na Q4 o resultado foi bastante bom e
conseguimos chegar à Meia-final. Aí es-
tava tudo em aberto e quem sabe se não
era possível chegar à Final. Acabámos por
ficar em 4º na nossa Meia-Final, corres-
pondendo ao 7º lugar na classificação fi-

inicial. Hansen passou a ser o terceiro, Joker com o traçado principal, precisa- Canadá pois esta é uma pista com eleva- frente foi muito complicado ir na traseira
depois de Kristoffersson fazer a sua mente a penúltima curva do circuito! da aderência. Tivemos uma boa estraté- do Timmy pois nunca sabia quando ele
Joker e de regressar ao traçado prin- Solberg aplicou a mesma receita e ul- gia de pneus mas infelizmente perdi no ia ou não fazer a Joker. Sabia que ia ser
cipal na frente de Solberg, que entre- trapassava Ekström para conquistar o arranque da Meia-final para o Mattias. muito apertado com o Andreas, por isso
tanto tinha ultrapassado Loeb. Os três último lugar do pódio. Mais uma vitó- Até então já estava a ser um fim de se- puxei ao máximo na quinta e na última
primeiros entraram assim na Joker ria de Kristoffersson, que está assim mana muito difícil com uma corrida de volta, o que foi suficiente para poder ficar
apenas na última volta da corrida e, cada vez mais perto de revalidar o tí- trás para a frente na Q2 e uma grande à frente dele. Estou muito feliz por ter o
graças a um forcing extraordinário, tulo mundial: “Na verdade foi um fim luta com o Liam Doran na Q1. Na Final Petter no pódio também, este resultado
Kristoffersson conseguia ultrapassar de semana difícil. Esperávamos che- sabia que tinha os pneus muito bons, fiz é para a equipa, todos têm trabalhado
in extremis Bakkerud na confusão da gar aqui com algum progresso face ao a Joker no momento ideal e daí para a muito duro!”

18 WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

A DIFÍCIL
DECISÃO
DEOGIER

Numa altura em que esperamos pelo regresso do Rali da
Turquia ao WRC, os bastidores do WRC ‘fervilham’ de ação com

as equipas a prepararem os seus line up de 2019.
Se na Toyota e Hyundai tudo deverá ser muito mais calmo,

Citroën e M-Sport/Ford lutam por milhões...

José Luís Abreu dinâmicos - não se traduziu em ganhos chances de Ogier se mudar para a Hyundai gente que a principal razão da Citroën
[email protected] práticos para Ogier, antes pelo contrário, ou para a Toyota parecem ter-se desva- não andar mais vezes na frente dos ralis
já que andou um bocado às aranhas, quei- necido, pois as duas equipas procuram já não é o carro, mas sim a dupla de pilotos.
Faltam quatro provas para o fim do xando-se que o Fiesta perdeu algumas manter as suas atuais formações. No México e Córsega tiveram Sébastien
WRC em 2018. Os campeonatos boas qualidades que tinha, apesar de ter Loeb e vão tê-lo novamente na Catalunha.
estão equilibrados ‘quanto baste’, ganhado noutras áreas. CITROËN NA LUTA Muitagenteinsurge-sequeaequipatenha
com três pilotos (Thierry Neuville, Neste contexto, e quando está em plena despedido o seu melhor piloto, o único
Sébastien Ogier e Ott Tänak) e luta com Thierry Neuville e Ott Tänak, Pierre Buddar, Diretor da Citroën Racing, já que ainda tinha rapidez para lutar pelas
três equipas (Hyundai, Toyota e numa posição em que não se via há muito confirmou que estão em conversações. A vitórias, Kris Meeke, mas essa é uma de-
M-Sport) a lutarem pela conquista dos tempo, Ogier tem ainda que decidir qual CitroëntematualmentecomopilotosCraig cisão compreensível à luz dos abandonos
respetivos campeonatos. A par disto, é irá ser o seu futuro nos ralis, se é que ‘ele’ Breen e Mads Ostberg, depois de ter dei- do piloto britânico, que desistiu em 33.3%
na privacidade, para lá dos palcos e das vai existir. Tal como Ogier já disse, não irá xado cair Kris Meeke, e tem urgentemente dos ralis que realizou este ano.
câmaras, que se joga o futuro do WRC, ficar no WRC muito mais tempo e o seu que alinhar uma dupla que lhe permita Por isso é natural que a Citroën Racing
especialmente para a M-Sport Ford WRT próximo contrato será também o último. outro tipo de resultados, já que existe o
e Citroën Total Abu Dhabi WRT. Por isso, o francês quer escolher a equipa risco de perder o apoio de seu principal
Ambas lutam por Sébastien Ogier, que que lhe der maiores garantias de compe- patrocinador, Abu Dhabi: “Queremos lutar
depois de se ter sagrado campeão com titividadedocarro, poisnestafasedasua pelos dois títulos mundiais em 2019 e para
a M-Sport o ano passado, e ajudado a carreira não é o dinheiro que o move mas isso precisamos de um piloto de primeiro
equipa a conquistar um título que já não sim as vitórias e títulos e isso só consegui- plano capaz de vencer em todos os tipos
via desde 2007, tem tido este ano bem rá estando ao lado dos melhores. Ogier já de terreno”, disse Budar.
mais dificuldades em se conseguir im- confirmou que o regresso à Citroën é pos- Qualquer pessoa a quem for perguntado
por, ironicamente, depois da Ford se ter sível, mas há mais duas possibilidades: “A qual é a equipa que menos troços venceu
‘chegado à frente’ com um apoio técnico Citroën é uma das opções para o próximo este ano, responde Citroën, o que é ver-
bem mais intenso. ano. Há discussões em curso e espero ver dade. Mas então, qual é a razão para, por
A equipa de Malcolm Wilson tem vin- isto resolvido o mais rápido possível, mas exemplo, numa prova como o México, a
do a trabalhar com a Ford Performance, é claro para mim que estou a chegar ao Citroën tenha sido a equipa que mais tro-
utilizando mesmo o túnel de vento de fim da minha carreira, e se houver outro ços venceu, e na Córsega, venceu tantos
Charlotte, nos EUA, aproveitando o facto contrato, será o último. A minha primeira quantos quem venceu o rali. Qual foi a
de, desde o início de 2017 os WRC serem prioridade será o desempenho pois que- diferença? É simples: pilotos.
bem mais sensíveis às questões aerodi- ro ter a possibilidade de perseguir mais Há muito que já ficou claro para toda a
nâmicas do que acontecia até aí. vitórias na próxima temporada”, disse.
O trabalho foi feito e a nova aerodinâmica Notem bem, se houver mais um contrato...
do Ford Fiesta WRC estreada na Finlândia Em resumo, Ogier tem na prática três pos-
- em teoria o ‘melhor’ rali para disputar sibilidades para 2019: terminar a carreira,
com o carro melhorado em termos aero- ficar na M-Sport ou regressar à Citroën. As

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19

TIMO JOUHKI
O CAÇA-TALENTOS DO WRC

No futebol é Jorge
Mendes, nos ralis, é
finlandês, chama-se Timo
Jouhki, e cobra 50% dos
salários dos ‘seus’ pilotos.
O mercado é bem mais
pequeno, e calmo, mas…
Timo Juohki gere a
carreira de vários pilotos
de ralis, e o seu trabalho
tem uma particularidade.
Só ganha dinheiro se tiver
sucesso, mas quando o
tem cobra… 50%.
Explicando melhor, Jouhki cobra 50% do valor que os seus pilotos ganham
quando chegam a uma equipa oficial do Mundial de Ralis, mas se não conseguir
colocar os seus pilotos aí… não ganha nada. Se os pilotos não progredirem, seja
qual for a razão, o seu investimento neles é perdido.
Talvez por isso, escolhe muito bem com quem trabalha: “Pilotos talentosos há
em todo o lado, França, Espanha, Grã-Bretanha, mas outra coisa completamente
é eles desenvolverem-se. Por isso escolho com quem trabalho”, disse.
Falando um pouco dos seu pilotos, deixou claro que Kalle Rovanpera estará
numa equipa oficial do WRC quando tiver 20 anos (neste momento tem 17 anos
e 10 meses, faz 18 a 1 de outubro). Portanto, se for levado à letra, Rovanpera
ascende a uma equipa oficial em 2021.
Timo Jouhki revelou que ‘descobriu’ Ott Tänak ainda no Pirelli Star Driver, e
lamenta ter perdido a hipótese de trabalhar com Thierry Neuville, oportunidade
que surgiu quando ainda estava com Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala, ao
mesmo tempo. Revelou ainda considerar que as hipóteses de Latvala ser
campeão se esfumaram devido à questão mental, que há muito se sabe,
atrapalha Latvala: coloca demasiada pressão em si próprio, criando as
condições… para falhar.
Pelo que se percebe, nunca irá gerir a carreira de todos os pilotos do WRC, mas
como caça-talentos, faz-se pagar bem. MARTIN HOLMES

esteja focada em mudar os seus pilotos, Qatar e Abu Dhabi lutavam no WRC para cialmente, pois nesta ‘guerra’ do desen- Ogier não tem agora na M-Sport, que cla-
falando-se no regresso de Dani Sordo e na ter a melhor exposição, mas hoje o Qatar volvimento todos estão muito iguais. A ramente está abaixo das suas adversárias
contratação de Sébastien Ogier, que são tem tido alguns problemas políticos e de Toyota chegou-se às suas adversárias e em termos de orçamento. Com Abu Dhabi,
‘só’ os pilotos mais experientes do WRC, imagem, para além de andar ‘entretido’ já as está a bater com alguma frequência Wilson resolvia dois problemas, sem Abu
logo atrás de Jari-Matti Latvala. com o Mundial de Futebol de 2022, e por e facilidade, e por isso Ogier tem que ser Dhabi arrisca-se a não resolver nenhum,
isso só há o dinheiro de Abu Dhabi, e nesse paciente e preciso na sua decisão. e se Ogier sair para a Citroën, a M-Sport
QUO VADIS, ABU DHABI? contexto Sheik Khalid Al-Qassimi é uma Esteve durante muito tempo habituado perde todo o élan que conquistou o ano
Mas há um problema, pois em qualquer peça muito importante deste xadrez todo. a uma estrutura em que nada faltava, e passado.
‘combate de boxe’, há sempre o outro lado, Sendo o segredo a alma do negócio, não mesmo dando de barato que o VW Polo Por isso, e enquanto decorrem nego-
que não está ‘quieto’, e Malcolm Wilson deve andar muito longe da verdade Ogier WRC não era muito mais competitivo que ciações tendo em vista a renovação do
tem trunfos para jogar, e por isso está ter dito a Malcolm Wilson e a Pierre Budar a concorrência, como um todo, a Volks- contrato de Abu Dhabi com a Citroën,
a tentar recuperar um apoio que já foi que precisa ainda de mais garantias de wagen MotorSport era-o claramente, e Wilson faz a sua jogada.
seu: Abu Dhabi. Durante muito tempo o que os carros poderão evoluir substan- a este nível isso faz diferença. É isso que Por agora, resta aguardar...

E/20 ENTREVISTA
QUEROLEONORESPINHAL
ENTREVISTA
LEONOR ESPINHAL

ESTARAONÍVEL
DOS MELHORES
PILOTOS

Leonor Espinhal quer dar cartas num universo dominado por homens.
Apesar de correr na categoria Júnior e admitir que ainda tem “muito para
aprender”, a piloto do Kia Picanto GT Cup está determinada em evoluir
a sua condução e prolongar, o mais possível, a carreira agora iniciada.
Aproveitar as oportunidades é a palavra de ordem
Nas provas do Kia Picanto GT Cup, Leonor Espinhal ainda
estranha o facto de ter de se preocupar apenas consigo:
“Costumo ser a mecânica de mim mesmo e aqui não
ENTREVISTA Luís França tenho de pensar em nada, nem sequer em pressões de
[email protected] pneus. Apenas em conduzir o melhor possível”, afirma.
FOTOGRAFIA Vasco Estrelado e Nuno Organista
Fez rampas, ralis de regularida-
de e track-days, até que um dia É curioso que, logo aos 12 anos, eu tenha sinto em casa. cos — já o levava antes de o restaurar —
alguém achou graça ao facto de feito uns testes psicotécnicos em que Sei que tens uma coleção de miniatu- que coincidia com o Circuito de Cascais.
fazer sozinha, com as próprias o resultado dizia que eu devia ir para ras que não para de crescer e que mui- Uns amigos desafiaram-me para fazer
mãos, a preparação dos seus mecânica. Na altura desvalorizei mas tas foram montadas por ti. É o teu lado a prova e foi aí que se deu a felicidade
mais tarde, já no 10º ano, comecei a pe- “engenhocas” a vir ao de cima? de, pela primeira vez, ouvir os pneus do

carros de corrida. Do passa-pa- dir à minha mãe para me deixar tirar o Exatamente. E o mais curioso é que meu carro a chiar (risos). Fiquei com

lavra à presença na temporada inaugural curso, porque via outras pessoas a fa- uma delas, montada há muitos, muitos um sorriso de orelha a orelha e nun-

do Kia Picanto GT Cup foi um pequeno zer o mesmo e interessava-me. Por eu anos — um Ford Escort MK1 — viria a ser ca mais parei. Fiz ralis de regularidade,

passo e hoje Leonor Espinhal é piloto, ser uma mulher, ela não queria que eu o meu primeiro carro. track-days em kartódromos, rampas

por direito próprio, do novo Troféu mo- fosse para essa área e obrigou-me a ir Um carro tão importante para ti que até e track-days no Circuito do Estoril, até

nomarca do automobilismo nacional. para Gestão. Passei então por uma fase o tatuaste no braço... surgir esta oportunidade de participar

Concluídas as três primeiras provas da em que basicamente andei uns tempos Tem um significado muito especial. no Kia Picanto GT Cup.

competição, quisemos saber o balanço a ‘brincar’ na escola, até que, um dia, a Quando eu tirei a carta, a minha mãe Uma oportunidade que, segundo o que

que faz da época até ao momento e co- minha mãe, numa visita ao médico, viu quis oferecer-me um carro novo. Mas sei, surgiu de forma inesperada...

nhecer um pouco mais as razões que um panfleto num consultório sobre um eu sempre gostei de automóveis anti- Totalmente! Estava num track-day

a levaram para junto dos automóveis curso de mecânica de aviões. Quando gos e pedi-lhe antes um clássico, um do Estoril Experience Day e o Tiago

— um mundo tão apaixonante como chegou a casa, disse-me: “Isto inte- Ford Escort ou um Datsun 1200. Como Raposo Magalhães, responsável pela

desafiante, e em que as oportunidades ressa-te?” — e eu, claro, disse que sim! ela achava mais piada ao primeiro — CRM Motorsport que organiza estes

não abundam, sobretudo para quem é Com a experiência entretanto acumu- tínhamos um mecânico que tinha um eventos e promove este e outros cam-

do sexo feminino. lada nas duas áreas, como mecânica modelo igual —, a escolha acabou por peonatos, veio falar comigo para me

Lembras-te do momento em que te amadora nos automóveis e profissional recair no Ford, um carro todo podre, que dizer que ia apresentar-me a um se-

apercebeste de que gostavas mais de no mundo da aeronáutica, dirias que começámos a restaurar. Quando o meu nhor que tinha comprado um Picanto

carros do que de bonecas? gostas mais de trabalhar nos aviões pai faleceu, eu senti-me perdida e de- para participar no Troféu. Pensei que

Do momento exato, não. Mas sempre ou nos carros? sorientada. E só voltei a querer voltar a ele estava a gozar e que o assunto não

gostei de automóveis e de mexer nas Essa pergunta nem se coloca, nos car- sair de casa à conta deste carro. Daí ele ia dar em nada, mas a verdade é que as

coisas: montar, desmontar, destruir... ros! Talvez por não trabalhar direta- ser tão importante. coisas foram mesmo para a frente gra-

(risos) Quando ia às lojas com a minha mente com os aviões, e sim na parte E como é que as corridas surgiram no ças ao apoio da Univex [concessionário

mãe apontava para os carros, nunca dos motores. Antes disso, quando me meio disto tudo? Kia] e de outros parceiros que, entretan-

para as bonecas. iniciei nesta área, estive três anos de Quando tirei a carta tinha medo de ul- to, têm vindo a associar-se ao projeto.

Essa característica acabou por ser de- roda dos helicópteros e acabei por ga- trapassar os carros da frente e era um Dás por ti a pensar como é que isto

cisiva para quereres tirar um curso de nhar um carinho especial por eles que desastre a conduzir. Cerca de um ano aconteceu tão depressa?

manutenção de aeronáutica ou houve ainda não passou totalmente para os depois, em 2013, já com o Escort restau- Sim, e ainda por cima com carro novo à

outros fatores à mistura? aviões. Mas é à volta dos carros que me rado, levei-o a um encontro de clássi- porta, já que a Univex decidiu ceder-me

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LEONOR ESPINHAL 21
27 anos
10/11/1990 O ambiente entre os
Natural de Cascais concorrentes é um dos pontos-
ÍDOLO Ayrton Senna fortes do Troféu, revela a piloto
Nº FAVORITO 95 do Kia Picanto GT Cup #95:
“Sempre que vou ter com algum
Todos os pilotos gostam de piloto para lhes pedir ajuda em
aplicar nos seus carros os seus alguma questão relacionada
números favoritos e Leonor com o carro ou o traçado, a
Espinhal não é exceção. “Tenho resposta não podia ser melhor:
uma relação especial com há abertura para me explicarem
este número porque o meu as coisas, como aconteceu com
primeiro carro de corrida — um o Hugo Marcos, na Rampa do
Fiat Uno que ainda utilizo em Caramulo, ou o Manuel Gião, na
track-days — trazia a pintura Rampa da Falperra”
do Faísca McQueen, como no
filme de animação, e o número Nas três provas que faltam para a conclusão
#95 correspondente, com o da época, Leonor Espinhal espera “continuar
mesmo grafismo. Nunca mudei a melhorar, chegar ao fim com o carro intacto,
essa decoração, e como foi ao
volante desse carro que evoluí dar o meu melhor e esperar que isso seja
a minha condução e obtive suficiente para garantir mais uma temporada!”
muitas vitórias, mantive o #95
no Kia Picanto GT Cup e espero
agora que ele me possa trazer
igual sorte”, explica. Outra
curiosidade está no facto de o
antigo proprietário do Uno ser
um dos atuais mecânicos da
CRM Motorsport, a equipa que
faz a preparação do Kia Picanto
GT Cup de Leonor Espinhal.

um Picanto de série igualzinho ao que estar ao nível dos melhores, mas para tuas emoções dentro e fora do carro? dade enorme de verem uma senho-
eu utilizo nas corridas. Às vezes acor- lá chegar preciso, em primeiro lugar, de Dentro do carro eu até acabo por estar ra a lutar de igual para igual contra os
do e penso que estou a viver um sonho. conseguir entender-me muito bem com calma. Até esse momento é que estou homens num meio dominado por eles.
Tens a noção de estar a viver uma ex- o carro, criando uma ligação como a que num stress completo! Não é costume.
periência única? eu já tenho com o meu Uno das corridas, Gostas da característica mista do Troféu, E isso transparece também para as re-
Claro, que nunca pensei ser possível, até no qual as pessoas ficaram a conhecer a o facto de conjugar rampas com cir- des sociais?
porque eu nunca andei atrás de nada. verdadeira Leonor. Tenho noção de que cuitos? Não, nas redes por acaso a maior franja
Felizmente, as coisas vieram sempre ainda me falta muito para chegar a esse Gosto muito e até acho que faltava um de adeptos é masculina e sempre com
ter comigo, e eu estou super contente, nível com o Kia Picanto GT Cup, desde ralizinho para equilibrar o calendário... muitas mensagens de apoio.
como é óbvio. Acho que ainda não acor- logo porque não conheço os circuitos e (risos). Mas o que eu mais gosto é mes- O que descobriste sobre ti ao partici-
dei para a vida... (risos) não tenho como conhecê-los bem antes mo o ambiente. Já tinha uma família pares no Troféu?
O que tens feito para que ela perdure de lá chegar com o carro. Depois, porque das corridas fora do Kia Picanto GT Cup Que afinal consigo suportar o medo das
no tempo? No fundo, para que possas o Kia é muito sensível às tuas reações e agora sinto que ganhei outra, muito câmaras — tenho esse problema des-
prolongar a tua carreira e continuar a e eu tenho noção de que sou um boca- diferente, mas também espetacular. de pequena! (risos) E que tenho ainda
viver o sonho no próximo ano? dinho ‘bruta’ a conduzir. Tenho que ter Acho que é um dos pontos muito for- mesmo muito para andar, em termos
Tenho-me empenhado ao máximo para, uma condução totalmente distinta da- tes do Troféu. de condução- mais do que aquilo que
principalmente, conseguir evoluir com quilo a que estou habituada. Outra di- Esta tua experiência em 2018 faz com pensava antes.
o carro. O Kia para mim é um desafio ficuldade é perceber até onde posso ir. que queiras, ainda mais, prosseguir a Por fim, que conselho darias a outras
enorme como piloto e também por tudo Tenho medo de arriscar em demasia e tua carreira nesta área? A indicação dos mulheres que gostariam eventualmente
o que existe à volta. Além de ser novo estragar o carro. Depois as coisas dão teus patrocinadores é positiva? de apostar numa carreira no desporto
para mim, é mais sério. Tenho que ter para o torto e acaba-se a brincadeira. Sim, penso que a minha participação no motorizado e trilhar um percurso se-
mais cuidado com o que digo, tenho que Até ao momento, qual foi o ponto alto Kia Picanto GT Cup é uma ajuda nesse melhante ao teu?
pensar numa data de coisas que antes da época? sentido e o feedback que tenho tido dos É o que eu digo a toda a gente: só não vai
não tinha de fazer... É um campeonato O sexto lugar à geral na primeira subida meus patrocinadores e parceiros indi- quem não quer. Claro que eu não estou
profissional e tudo o que eu tinha feito da Rampa do Caramulo. Foi a primeira ca-me que eles estão satisfeitos com a falar de um Troféu como o Kia Picanto
até aqui tinha muito de amadorismo. vez que fiquei colocada tão para cima — aquilo que eu tenho feito. GT Cup, mas uma rampa ou uma prova
O desafio reside na condução do Kia normalmente fico mais cá para baixo — Achas que as pessoas te acham mais de regularidade estão ao alcance de pra-
Picanto GT Cup ou na forma como ge- e soube muita bem! (risos) Outra coisa graça por seres mulher ou ainda há mui- ticamente qualquer pessoa que se inte-
res o projeto? que me deu imenso gozo foi conseguir ta desconfiança sobre as capacidades resse verdadeiramente por este mundo
O meu maior desafio é conseguir estar fazer menos dois segundos do que o das senhoras ao volante? e queira iniciar-se no desporto automó-
ao nível dos outros pilotos que compe- Aníbal Rolo no Caramulo. Há muita gente que acha estranho e vel. Porque existem sempre críticas, diria
tem no Troféu e que nitidamente têm Sentes que também tens de melhorar que não está à espera, mas noto, aci- para se abstraírem delas e focarem-se
muito mais experiência do que eu. Quero a parte mental? A forma como geres as ma de tudo, nas mulheres uma felici- apenas no desejo.

E/22 ODSEAMMAUCRAAUI
ENTREVISTA Passaram 25 anos desde que André Couto
ANDRÉ COUTO deixou o pequeno enclave português de
Macau à conquista das pistas na Europa. No
“velho continente” celebrou alguns triunfos,
mas foi no Oriente que construiu um nome que
ainda hoje é sinónimo de rapidez e que está
intrinsecamente ligado ao Circuito da Guia

ENTREVISTA Sérgio Fonseca
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ANDRÉ COUTO

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23

André Couto é pro- mais agitado do ano na “Meca” dos jogos
vavelmente o piloto de fortuna e azar. No ano em que celebra
português de velo- 25 anos desde a sua primeira participação
cidade mais subva- internacional em provas de automobilis-
lorizado, não só da mo e depois de uma paragem forçada de
sua geração, mas nove meses, Couto está de volta à com-
também da atua- petição após o acidente mais grave desde
lidade. O facto de o dia em que, à socapa dos pais, começou
residir no distante a conduzir o kart do amigo André Santos
Macau, um antigo algures em Coloane.
território ultramari-
no português loca- DESCIDA AO INFERNO
lizado no mar da China, e de ter feito uma
boa parte da sua carreira a milhares de Naquela tarde de julho, já lá vai mais de um
quilómetros da pátria-mãe afastaram- ano, a humidade estava no pico da época
-no sempre um pouco do claustrofóbico das monções e as condições meteoroló-
automobilismo nacional e nem sempre gicas estavam instáveis na cidade conti-
os resultados que obteve no outro lado nental chinesa adjacente a Macau. Após
do mundo tiveram o reconhecimento a entrada do primeiro Safety Car para re-
merecido. mover um concorrente imobilizado numa
Contudo, a onze mil quilómetros de Lisboa, zona perigosa do Circuito Internacional de
naquele pedaço de terra na foz do Rio Zhuhai, no recomeço da primeira corrida
das Pérolas a que os portugueses cha- do fim de semana, com a maioria dos car-
mavam carinhosamente a “Pérola do ros do Campeonato da China GT monta-
Oriente”, o piloto português que corre dos em slicks, a chuva resolveu aparecer.
com a licença desportiva da Associação Antes do diretor de corrida interromper
Geral Automóvel Macau-China - daí o as hostilidades, Couto teve uma saída de
facto de o vermos a competir com a ban- pista numa zona muito pouco propícia a
deira da Região Administrativa Especial acidentes, tendo o Nissan GT-R Nismo GT3
de Macau (RAEM) – continua a ser um da equipa chinesa Spirit Z Racing colidido
filho da terra, um herói e um desportis- de frente com violência nas barreiras de
ta de eleição. Não há semana do Grande proteção a mais de 170 km/h.
Prémio de Macau em que o nome do pi- Após a chegada dos paramédicos, o piloto
loto luso que fez parte da família Toyota saiu de um carro que nunca mais volta-
no Japão não salte para as capas dos jor- ria a correr contrariado e pelo próprio pé,
nais e é por ele que os 500 mil habitan- apesar de estar visivelmente em dificul-
tes de Macau torcem no fim de semana dades. Couto foi rapidamente transpor-
tado para o hospital mais próximo, onde
fez os primeiros testes, para, um dia de-
pois, ser transferido de avião para Hong
Kong. Couto teve uma fratura por com-
pressão na L1.

E/ para me ver. Sem este apoio tudo teria sido
ENTREVISTA muito mais difícil de suportar e superar.”
A evolução foi muito positiva e o recobra-
24 mento gradual. Aos poucos o piloto que
nunca descurou o trabalho de ginásio
ANDRÉ COUTO em mais de duas décadas de automobi-
lismo ao mais alto nível foi recuperando
“O cenário não era bom. Não era muito fa- as valências, sempre com o pensamento
vorável”, admite hoje o piloto. “Felizmente num eventual regresso ao cockpit de um
fui muito bem tratado e acompanhado qualquer carro de corrida.
em todo o processo pelos médicos do St “Tinha muitas interrogações de como se-
Teresa’s Hospital em Hong Kong.” ria o regresso à competição. Foram quase
O primeiro vencedor português do Grande nove meses parado. Tinha dúvidas a pas-
Prémio de Macau da era moderna e vice- sarem-me pela cabeça constatemente.
-campeão do Super GT na classe principal Havia muitas incertezas sobre como es-
(GT500) em 2004 reconhece que a recu- taria a nível de performance”, consente.
peração poderia ter sido mais rápida, mas Todas essas dúvidas se dissiparam quan-
Couto optou por “não ir à faca” e aceitou o do em março voltou ao volante de um GT3
penoso desafio proposto pelos médicos. e, perante uma concorrência robusta e
“Surgiu a possibilidade de não fazer a igualmente bem apetrechada, rapida-
cirurgia. O médico perguntou-me se eu mente mostrou que aqueles nove meses
aguentaria completamente imóvel du- de baixa nem uma milésima lhe roubaram.
rante dois meses numa cama de hospital
e eu concordei”, explica o piloto que para ÉPOCA EM ALTA
a temporada de 2017 tinha um acordo
para disputar a totalidade das provas do Assim que recebeu alta dos médicos, no
Campeonato da China de GT, algumas início de janeiro, Couto foi tentar mate-
rondas do campeonato Super GT, com um rializar os contactos ainda feitos quando
Porsche, e poderia também participar em estava na fase de recuperação. Mas em
mais corridas do Pirelli World Challenge, janeiro já a maior parte dos bons volan-
depois de ter estado em Lime Rock a de- tes do campeonato Super GT, onde Couto
fender as cores da Bentley Team Absolute. não esconde que gostava de regressar um
A temporada de 2017 terminou abrupta- dia, já estavam ocupados. Todavia, as boas
mente mais cedo, mas até 2018 arrancar relações e amizadesque sempremante-
houve que pacientemente reprimir ainda ve na região deram-lhe a oportunidade
muito sofrimento. de voltar ao campeonato de resistên-
cia japonês Super Taikyu, campeonato
NUNCA DESISTIR que conhecia do tempo do Toyota Supra
Depois de dois meses numa cama do hos- HV-R híbrido que venceu as 24 horas de
pital da antiga colónia britânica, Couto Tokachi em2007.“Não é o Super GT, mas
regressou ao seu Macau, onde, com fi- é também um campeonato muito bom,
sioterapia e muita dedicação, conseguiu
superar as dificuldades que o destino lhe
colocou novamente à frente.
“A parte mais difícil foi mesmo ficar imóvel
durante dois meses”, afirma Couto que foi
buscar força e inspiração ao filho Afonso.
“Mas se o Afonso aguentava aqueles tra-
tamentos todos e nunca desistiu, eu tam-
bém sou capaz de superar isto. Era assim
que eu pensava.’”
Couto reconhece que houve momentos
em que viu a vida a andar para trás e as
dúvidas se começaram a apoderar-se do
seu espírito otimista. “Vês o tempo a pas-
sar e começas a pensar na vida. Chegaste
aos quarenta, a recuperação nunca será
como se tivesses vinte, o que vais fazer
daqui em diante se tiveres que parar de
correr”, questionava-se. “Mas depois,
vim para Macau, comecei a fisioterapia
e as coisas começaram a melhorar. Ao
princípio foi difícil, porque estava muito
perro. Qualquer movimento provocava-
-me imensas dores. Tive a sorte de ter o
apoio dos amigos e da família, especial-
mente da minha mulher, a Graça, que es-
teve sempre ao meu lado e que ia todos
os dias depois do trabalho a Hong Kong

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25

com pilotos ex-Super GT e marcas com e são muito fortes em 3ª e 4ª velocidades, muito bom ter o Ruben a trabalhar comigo. so duelo. “Foi nesse evento que eu percebi
apoio oficial”, explica o piloto de 41 anos. assim como lá em cima”, destaca. Para além da excelente relação de amizade que conseguia fazer isto!”
A Phoenix Racing Asia e o “Gentleman Embora ainda se ressinta ligeiramente de que temos, ele é o meu Mourinho, o meu Porém, a melhor memória é mesmo a
Driver” de Taiwan Jeffrey Lee, um ex- algumas mazelas do acidente de há um ‘driver coach’. Conhece-me muito bem vitória em 2000 no Circuito da Guia, que
-adversário de Couto na Taça Audi R8 ano, o andamento de Couto não o acusa, e ajuda a puxar pela minha confiança.” para além de ter sido o troféu de maior
LMS e proprietário de um dos três Audi bastando para isso conferir as posições da prestígio conquistado por Couto na sua
R8 LMS GT3 da equipa J-Fly, acreditaram folha de tempos das 5 Horas de Autopolis, OLHAR PARA TRÁS carreira, foi também um marco inolvi-
na recuperação total do português desde onde o piloto luso fez a volta mais rápida dável para a comunidade portuguesa
a primeira hora e não se arrependeram. da corrida. Nas 24 Horas de Fuji, a pro- Com mais de duas dezenas de tempo- residente em Macau numa altura em que
Logo na prova de abertura, nas 5 Horas va rainha do campeonato disputada em radas a competir nos maiores palcos do especialmente precisava de momentos
de Suzuka, Couto foi o segundo mais rá- junho, em que subiu ao pódio ao lado de desporto automóvel, Couto guarda para de afirmação como este.
pido na qualificação e só uma estratégia Shintaro Kawabata, Jeffrey Lee e Alessio si várias recordações, desde dos tempos “Teve um sabor muito especial. Tinha ten-
menos feliz, a que se juntou a superiori- Picariello, explica que fisicamente se sen- em que João Barbosa (sim, o piloto) era o tado várias vezes e por isto ou por aquilo
dade clara dos Nissan GT-R Nismo GT3 tiu bem: "Pensava que ia ser muito mais seu “driver coach” no karting, à vitória na nunca tinha acontecido e nunca por bater,
das equipas locais, o impediu de subir difícil. Fiz vários turnos durante a noite e Fórmula Opel-Lotus na sua primeira cor- mas sempre por pequenos problemas.
ao pódio no aclamado regresso às pistas. fui o mais rápido em pista. O único proble- rida em Portugal, mais precisamente no Sonhava vencer o Grande Prémio desde
Com duas das seis provas do campeona- ma que tive foi mesmo uma intoxicação Autódromo do Estoril, ou a conquista, no miúdo. Foi uma vitória que teve um sig-
to Super Taikyu ainda por disputar, uma alimentar...” circuito de Magny-Cours e na companhia nificado especial”, atesta o piloto que foi
em Motegi e outra em Okayama, a J-Fly Na equipa de bandeira de Hong Kong de Manuel Gião, da Taça das Nações EFDA vice-campeão italiano de Fórmula 3 em
Racing by Phoenix Racing Asia ocupa o Couto encontrou o compatriota Ruben da Fórmula Opel para Portugal em 1995. 1997 e que tem um espaço seu no Museu
terceiro posto no campeonato onde os GT3 Silva, o seu antigo engenheiro na Taça Aliás, 1995 foi um ano muito marcan- do Grande Prémio.
perfazem a classe principal de longas gre- Audi asiática, competição onde foi vice- te para Couto, pois foi aquele em que se Há outra vitória que Couto também não
lhas de partida que têm uma diversidade -campeão em 2014, num final polémico, estreou no Grande Prémio de Macau de esquece e foi aquela obtida em 2015 na ca-
colorida de carros de GT e Turismo. “Tem em que o título foi atribuído ao malaio ex- Fórmula 3, uma prova inesquecível: “No tegoria GT300 do campeonato Super GT
sido uma época muito boa. Uma luta mui- -Fórmula 1 Alex Yoong já na secretaria. ano anterior eu andava de um lado para com o Nissan GT-R Nismo GT3 da equi-
to renhida entre Audi e Nissan. Às vezes “A equipa é como uma família. Há um per- o outro nas boxes a pedir para tirar foto- pa Gainer. Porquê? “Era algo que me es-
eles são melhores, outras vezes somos feito entendimento entre todos e uma re- grafias com os pilotos e um ano depois es- tava atravessado e pela forma como o
nós. Os Audi são muito fortes em curva, lação muito boa, dentro e fora das pistas”, tava ali a lutar lado a lado com eles”. Com conseguimos. Pontuámos em todas as
mas o Nissan têm um binário muito bom enaltece o piloto do Audi R8 LMS nº81. “É apenas 18 anos, Couto chegou mesmo a corridas. Já tinha sido vice-campeão na
liderar uma corrida que foi ganha por Ralf
Schumacher com quem travou um aces-

E/
ENTREVISTA

26

ANDRÉ COUTO

GT500 e finalmente consegui o título que
me faltava...”

FUTURO SEM LEVANTAR O PÉ GT”, diz Couto que em 2016 terminou no essa é a de continuar a alertar para a im- Couto continua empenhado em propor-
12º lugar com um Lamborghini Huracán portância de ser dador de medula óssea. cionar momentos especiais a todas as
Mesmo tendo outras ocupações no des- GT3 da FFF Racing Team. Usando a sua popularidade e contactos crianças que diariamente tentam vencer
porto automóvel, ora testando supercar- Mas há outra corrida que Couto também no meio desportivo, e sem nunca esque- esta dura batalha.
ros eléctricos (ver caixa), ora ensinando vai querer manter-se na linha da frente e cer a luta que travou o intrépido Afonso, May the force be with you.. .
pilotos menos experientes ou que estão
a dar os primeiros passos, Couto não tem,
por agora, planos para pousar o capace-
te e deixar as pistas. Muito pelo contrá-
rio. Terminadas as férias de verão com a
família em Portugal, Couto foi convidado
pela equipa MacPro Racing Team para
conduzir o Honda Civic TCR desta pequena
estrutura de Macau no campeonato TCR
China na nova pista de Ningbo.
O próprio não esconde que gostava de
“voltar um dia ao Super GT”, mas diz-se
bastante satisfeito se “continuar no Super
Taikyu”. Com uma reputação muito boa
num continente em franca expansão, no
que respeita aos desportos motorizados,
o piloto da RAEM não fecha as portas a
outros projetos.
Segundo o Fundo Monetário Internacional
(FMI), Macau irá ultrapassar o Qatar e será
o território com o maior rendimento per
capita a partir de 2020. Mas enganam-
-se todos aqueles que pensam que basta
os pilotos locais abanarem a árvore das
Patacas para os patrocínios caírem que
nem frutos maduros.
“Sempre foi e continua muito difícil”, reba-
te Couto. “Todos os anos a história repete-
-se. As empresas grandes de Macau não
se importam muito com o automobilismo.
Sinto que é preciso fazer um muito bom
trabalho e apresentar bem os projetos
para cativar o seu interesse”, sendo que
praticamente o seu único interesse está
“no fim de semana do Grande Prémio”.
Depois de ter estado na edição passada
do Grande Prémio de Macau confinado
ao papel de espetador, Couto quer retor-
nar à prova que lhe é tão querida já este
ano. “Estou em negociações. Fazia todo o
sentido regressar à Taça do Mundo FIA de

NO SUPER-ELÉTRICO O carro chegou a ter um recorde de veículo mais
Precisamente seis meses após o violento acidente potenciais clientes um pouco por toda a China e Couto rápido no Nürburgring Nordschleife com 6:45.9, até
no Circuito Internacional de Zhuhai, André Couto é um dos pilotos de serviço. que se ficou a saber que o tempo foi obtido com
deslocou-se novamente ao primeiro circuito “Já era antes do acidente. Depois, eles disseram- pneus especiais e o recorde deixou de fazer parte
permanente construído na República Popular da China me que quando estivesse pronto podia regressar. dos registos. No entanto, o potencial do EP9 como
para se sentar ao volante e andar no limite. Mas desta Quando soube que iam estar em Zhuhai falei com eles supercarro é reconhecido pelo experiente piloto luso.
vez não o esperava um carro de competição, mas sim e disseram-me que estavam à minha espera. Antes, “É um grande carro. O poder de aceleração é
um carro não menos extraordinário, o NIO EP9. fui ao médico, que me autorizou a testar. O facto de impressionante e o downforce é enorme. É mais rápido
Com quatro motores e quatro caixas de velocidades, ter sido chamado e logo naquela altura foi muito que um GT3. Não é um carro para andar na estrada.
avaliado em 1.6 milhões de euros, o carro elétrico positivo. Antes do teste estava um pouco apreensivo É para rodar num circuito e precisa da assistência
construído pelo pequeno construtor chinês NextEV porque não sabia como ia correr. Acabou por ser muito técnica de uma equipa especializada. É um carro para
gera uma potência equivalente a 1.340cv, acelerando bom porque pude ver que estava apto para conduzir, a marca provar que tem um produto de qualidade”,
dos 0 aos 200 km/h em 7.1 segundos e atingindo a apesar de ter testado com um banco que não era explica o agora piloto de testes do construtor chinês
velocidade máxima de 313 km/h e um downforce de o meu e não estava numa posição de condução que também está presente no Campeonato FIA de
fazer inveja a um Fórmula 1. confortável.” Fórmula E e que foi criado por William Li, o fundador
A startup chinesa tem nos dois últimos anos realizado Apenas cinco EP9 foram produzidos, estando a marca do portal chinês de comércio e indústria Bitauto.
vários testes de desenvolvimento e atividades para chinesa a ponderar construir mais 10 unidades.

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27

À PORTA DA FÓRMULA 1

Depois do triunfo no Grande Prémio depois no Japão”, assevera Couto que O teste em Sebring, com a Dale Coyne
de Macau de 2000, um ano depois da após um périplo europeu, onde chegou Racing, impressionou o piloto “pelos 900
transferência de poderes do território que a competir nas World Series by Nissan cv e o motor turbo. Era um carro brutal
conserva o português como língua oficial, e no Campeonato da Europa de Carros e diferente de tudo o que conduzi numa
André Couto teve uma proposta da Prost de Turismo (ETCC), se virou de malas e época onde por lá corriam o Juan-Pablo
Grand Prix para o mundial de Fórmula 1. bagagens para o país do sol nascente, Montoya e o Alessandro Zanardi.”
Na altura, a gestão da carreira desportiva onde foi presença assídua durante 13 anos O teste nos EUA não deu em nada e em
de Couto estava entregue à Stellar consecutivos no Super GT, continuando 2000 Couto continuou na equipa do clã
Management Group de Julian Jakoby, ainda hoje a receber no paddock um Prost na Fórmula 3000 para uma época
um velho amigo e conselheiro de Alain carinho especial por parte dos devotos que acabou por ser de má memória,
Prost, e que em 1999 o colocou a correr adeptos japoneses. estreando-se a tempo-inteiro no Japão
pela equipa francesa no Campeonato Aliás, foi quando testava em Motegi no ano seguinte com um G-Force GF03C
Internacional de Fórmula 3000. um monolugar da Nova Team da então Mugen do Nova Team.
A Prost Grand Prix requeria 5 milhões de Fórmula Nippon (agora Super Formula), no Isto, na única temporada em que Couto
dólares pelo volante e Couto tentou junto seguimento de um dos vários convites que disputou ao mesmo tempo os dois maiores
do Governo de Macau angariar os apoios recebeu após o triunfo nas ruas de Macau, campeonatos nipónicos de automobilismo:
necessários. A realidade era bem diferente em que foi abordado para realizar o teste a Fórmula Nippon e o Campeonato Japonês
da atual. naquele que é o carro que mais marcou o de GT (agora Super GT), aonde tripulou um
E se no ano 2000 a “Las Vegas do Oriente” piloto: o Lola B2K/00 Ford da Champ Car. exótico McLaren F1 GTR.
não tinha os cofres tão cheios como os
tem hoje, também as sensibilidades eram
outras, com o arrear da bandeira nacional
portuguesa e a entrada em funções da
primeira administração chinesa do território.
A resposta ao pedido de apoio foi negativa,
o alemão Nick Heidfeld ficou com a vaga ao
lado de Jean Alesi e as portas do “Grande
Circo” fecharam-se para não mais se abrirem.
“Na altura não houve interesse por parte do
Governo de Macau. Faltou visão e perdeu-se
uma grande oportunidade, pois seria algo
único para Macau e que certamente daria um
grande retorno”, relembra o piloto nascido
em Lisboa que hoje já não olha para esse
episódio com mágoa.
“Não vale a pena olhar para trás. A
minha carreira continuou e muito bem

N/28 Depois de ter recupe-
NOTÍCIAS rado pontos impor- liderança ainda na primeira me-
tantes em Spa, Lando tade da corrida. Com um bela es-
FÓRMULA 2 Norris tinha que vol- tratégia, Makino parou apenas a
tar a fazer o mesmo em duas voltas do fim, terminando
GEORGE RUSSEL Monza para poder me- com 1.7s de vantagem face a Artem
MAIS PERTO ter pressão em George Russel. Markelov, seu colega de equipa na
DO TÍTULO Porém, o protegido da Mercedes Russian Time. A fechar o pódio fi-
esteve irrepreensível no tra- cou Alexander Albon, da DAMS.
George Russel e Tadasuke Makino dividiram çado italiano, controlando bem Já na segunda corrida, George
as vitórias do fim de semana de Monza na Fórmula 2. o seu adversário e manten- Russell venceu, com o seu princi-
A luta pelo título ficou ainda mais bem encaminhada do-o à distância, lá para trás. pal rival, Lando Norris, a ser apenas
Desta forma, com o campeona- quinto. O piloto britânico assumiu
para o piloto da ART Grand Prix to a aproximar-se do seu final (já cedo a liderança da corrida, depois
só faltam duas rondas, Rússia e de ter arrancado do quinto pos-
Rodrigo Fernandes Abu Dhabi) Russell deu um gran- to. Ralph Boschung e Sérgio Sette
[email protected] de passo face a Lando Norris na Câmara, que partiram da primeira
luta pelo título. Reagindo à re- linha, arrancaram mal, e quem me-
cuperação do piloto da Carlin na lhor aproveitou inicialmente foram
Bélgica, o inglês somou mais do do- Nicholas Latifi e Russell. O canadia-
bro dos pontos do seu adversário. no liderou as primeiras voltas mas
Desta forma, o piloto da ART des- não resistiu ao ataque de Russell.
tacou-se ainda mais no cam- Contudo, o líder do campeonato co-
peonato, que lidera agora com 22 meteu um erro ao falhar a primei-
pontos de avanço face a Lando ra chicane, o que permitiu a Latifi
Norris. Alexander Albon perma- e Artem Markelov passarem para
nece em terceiro, com 176 pontos. a frente. Mas Latifi esteve pouco
Entre as equipas, a Carlin domina tempo na liderança, com Markelov
com grande à vontade, somando e Russell a passarem por ele, pilo-
339 pontos. Um número bem acima tos que daí em diante discutiram a
dos 281 da ART e dos 249 da DAMS. luta pela vitória. Depois, a meio da
Na primeira corrida, Tadasuke corrida, foi a vez de Markelov co-
Makino conquistou a sua primei- meter um erro. A partir daí Russell
ra vitória na F2. Apesar de arran- nunca mais perdeu a dianteira. O lu-
car de 14º, o japonês esteve sen- gar mais baixo do pódio foi para o
sacional e conseguiu assumir a brasileiro Sette Câmara, com Latifi
em quarto, na frente de Norris.

LEIA E ACOMPANHE TODAS TRIUNFOS DE
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT BECKMANN E
PIQUET NA GP3

Uma segunda corrida pouco con-
seguida em Monza levou a que
Anthoine Hubert cedesse alguns
pontos na luta pelo campeonato
a Nikita Mazepin, mas a margem,
quando faltam apenas os eventos
da Rússia e Abu Dhabi, continua
grande. Callum Ilott também não
fez melhor, pelo que continua tudo
mais ou menos na mesma em ter-
mos de campeonato. Na primeira
corrida, David Beckmann alcan-
çou em Monza a sua segunda vi-
tória na GP3 Series este ano, depois
de um triunfo dominante, conver-
tendo a pole position numa vitória
concludente. O piloto alemão cru-
zou a linha de meta seis segun-

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NO HUNGARORING
29
GUEDES
E CRISTÓVÃO BAJATT IDANHA-A-NOVA
COM ALTOS E
BAIXOS TEMPO DE
DECISÕES NO TT

Francisco Guedes e Miguel Cristóvão A BA Baja TT Idanha-a-Nova é o primeiro
marcaram presença no passado fim de ‘match’ point do Nacional de TT, já que
semana na prova da European GT Series tudo pode ficar já resolvido. Terminada
que se realizou no Hungaroring. que está a habitual pausa de verão no
Para Francisco Guedes, piloto português CPTT, pilotos e máquinas já se preparam
que fez equipa com Hamza Owega ao para a próxima prova da temporada (7
volante do Audi R8 LMS da Racing One, e 8 de setembro). Com a organização a
foi uma estreia. Daí que o piloto tenha cargo da Escuderia de Castelo Branco,
sofrido com os habituais problemas a corrida promete emoção e pode até
de adaptação. A dupla terminou em apurar os novos Campeões Nacionais em
sétimo da sua classe a Pro-Am. Já Miguel Autos, Motos, Quads e SSV. No CPTT, a
Cristóvão, que corre ao lado de Pavel luta entre Hélder Oliveira e João Ramos
Lefterov no BMW M4 GT4 da RN Vision, pode terminar com a celebração do
ficou colocado logo a seguir, na oitava título, já que o piloto do Mini Paceman da
posição. Na segunda corrida, Cristóvão Cattiva Sport chega a Idanha com três
foi quarto da sua classe, enquanto o pontos de vantagem sobre Ramos. Já o
estreante Francisco Guedes foi penalizado portuense, por seu lado, tentará levar
na sequência de um toque sendo que a sua Toyota Hilux ao lugar mais alto do
cruzou apenas a meta no 16º lugar entre pódio e adiar a discussão do título para
os pilotos da categoria Pro-Am. a última jornada do campeonato, em
Portalegre. Com duas provas ainda pela
dos na frente de Anthoine Hubert, cia ter a corrida controlada, com frente, Tiago Reis (56 pontos), Alejandro
piloto da ART Grand Prix, com o seu colega de equipa, Giuliano Martins (42) e Pedro Ferreira (41) não
Callum Ilott a terminar em terceiro. Alesi, a só por uma vez ten- estão descartados, mas têm as contas
Numa pista húmida, a primei- tar o assalto à primeira posição. mais difíceis para o seu lado. Pelo que
ra volta foi caótica, mas depres- A entrada do Safety Car devido ao se percebe, ainda muito pode acontecer
sa Beckmann começou a cons- acidente de Gabriel Aubry e Juan na frente do CPTT. Já nas Motos, nos
truir a sua vantagem face a Manuel Correa baralhou a corri- Quads e nos SSV, António Maio, Arnaldo
Hubert, até que esta estabilizou. da, e Alesi passou para a fren- Martins e João Monteiro podem também
Ilott, Laaksonen e Mazepin luta- te após o recomeço, controlan- sagrar-se campeões em Idanha-a-Nova.
vam pelo terceiro lugar, terminan- do a corrida quase até ao final. Os três pilotos que estão a dominar a
do o trio nesta ordem a corrida, Na entrada da penúltima volta, o temporada nas respetivas categorias
depois de mais um erro do russo. piloto francês falhou e Piquet reas- dependem, contudo, dos resultados dos
Beckmann terminou com sumiu a liderança, alcançando a mais diretos adversários para alcançar
seis segundos de avanço para vitória. Callum Ilott fechou o pódio. tal façanha. A Baja TT Idanha-a-Nova está
Hubert, com Ilott 7.8s mais atrás. O líder do campeonato, Anthoine agendada para os dias 7 e 8 de setembro
Laaksonen foi quarto, neste que Hubert, foi quarto, e Nikita e contará com um total de 357,92 km
foi o seu melhor resultado na GP3. Mazepin, quinto, com Jake Hughes para as Motos, Quads e SSV e 413,03 Km
Na segunda corrida a vitó- a completar o ‘ comboio’ ART. para os Autos, divididos em duas etapas.
ria coube a Pedro Piquet. A duas rondas do fim, Hubert lide- A primeira inicia-se com a passagem
O brasileiro assumiu a lideran- ra com 27 pontos de vantagem para pelo novo prólogo com extensão de 7, 4
ça logo na primeira curva e pare- Ilott e 41 para Mazepin. km, ao qual se segue o primeiro setor
seletivo de 115,77 km para Motos e 85,44
km para os Autos. Já a segunda etapa
conta com um setor seletivo único de
234,75 km para Motos, Quads e SSV e dois
setores seletivos de 140,29 Km e 179,90
Km para Autos que prometem desafiar
as capacidades dos pilotos inscritos
no evento organizado pela Escuderia de
Castelo Branco.

N/30
NOTÍCIAS CARLOS SAINZ
NO DAKAR
D epois do seu triunfo no úl-
COM A MINI timo Dakar, Carlos Sainz
vai defender a sua vitó-
ria, não aos comandos do principais nomes do Dakar jun-
Peugeot 3008 DKR, já que a ar- tam-se agora na X-Raid, que
mada Peugeot decidiu retirar-se terá Carlos Sainz, Cyril Despres
do Dakar, mas sim na Mini. O es- e Stéphane Peterhansel, pre-
panhol sempre disse que se tives- cisamente o trio da Peugeot, e
se essa oportunidade voltaria ao
Dakar, e nos últimos meses Sainz
testou a Toyota Hilux 4×4 bem
como o novo buggy da X-Raid.
Negociou com as duas equipas e
decidiu assinar com a estrutura
de Sven Quandt. A estreia de Sainz
com o novo carro, que deverá ser
o buggy da X-Raid, algo que ain-
da não está confirmado, deve-
rá dar-se no Rally de Marrocos,
que se realiza de 4 a 9 de outubro,
onde será acompanhado por ou-
tro buggy pilotado por Despres.
Recorde-se que também Cyril
Despres e Stéphane Peterhansel
vão para a X-Raid no próximo
Dakar, equipa que manterá Nani
Roma. Desta forma, alguns dos

DESAFÍO RUTA 40
TRIUNFO DE PAULO GONÇALVES

Está concluído o Desafío Ruta 40, procura da sua melhor forma, depois de
quarta prova da temporada de 2018 uma longa paragem. Neste Desafío Ruta
do Mundial de Cross Country e Ralis. 40, Gonçalves venceu duas tiradas.
Um evento realizado na Argentina e Para a Honda esta foi também uma
que serviu para muitos dos principais vitória saborosa, pois neste evento
pilotos do todo-o-terreno mundial perdeu desde muito cedo, por queda,
prepararem o próximo Dakar. Kevin Benavides, vencedor há 15 dias
Depois de cinco tiradas mais um do Atacama Rally, precisamente a prova
Prólogo o triunfo final ficou nas mãos em que também ficou lesionado Joan
de Paulo Gonçalves. O piloto da Honda Barreda Bort, igualmente vítima de
assegurou o primeiro triunfo da época, queda. O ramalhete ficou completo com
mas para tal teve de suar e muito a lesão do ‘wildcard’ Mathias Bellino
mostrando a garra de sempre. Isto neste Desafío Ruta 40.
porque numa das etapas, que obrigou Já no campo da KTM ficou a faltar
os concorrentes a percorrerem 200 a vitória final, mas a marca de
quilómetros cronometrados em pistas Mattighofen ocupou os restantes
rápidas, o homem de Esposende lugares do pódio por intermédio de
sofreu um violento ataque de Toby Toby Price e Matthias Walkner. Outra
Price, segundo classificado da geral e consolação foi o facto de ter vencido
vencedor da etapa. três das cinco etapas disputadas.
Os dois pilotos partiram separados por A próxima ronda do Mundial será a
3m28s, mas o ritmo de Price foi de tal última da presente época e é o Rali
maneira forte que no final foram apenas de Marrocos, naquele que será o
seis os segundos que separaram os derradeiro ensaio antes do Dakar de
dois primeiros. Uma recompensa para o 2019. A prova decorrerá entre os dias 3
campeão do mundo em 2013 que está à e 9 de outubro.

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PIRELLI WORLD CHALLENGE
ÁLVARO PARENTE TERMINA NO PÓDIO

como já referimos, Nani Roma. Recorde-se que a X-Raid já não Álvaro Parente terminou a temporada do mas o português manteve o terceiro
Do lado de lá da ‘barricada’ esta- vence desde 2015, mas antes disso Pirelli World Challenge, que teve como posto, passando a pressionar o segundo
rão Nasser Al-Attiyah e Giniel de triunfou quatro vezes: 2012, 2013, pano de fundo o circuito de Watkins Glen, classificado. O piloto do Bentley amarelo
Villiers, antevendo-se para já uma 2014 e 2015. Será que as recentes com uma merecida subida ao pódio. O tentou surpreender o seu adversário ao
luta X-Raid/Toyota Gazoo Racing. contratações trarão a glória? piloto do Bentley Continental GT3 nº 9 da longo de toda a corrida, mas este defendeu-
K-PAX Racing não teve um bom arranque se bem.
para a corrida de 50 minutos e caiu para “A corrida de sábado foi desapontante, com
quinto, recuperando depois até terceiro. o furo, na segunda dei tudo para chegar a
Contudo, a pouco mais de três minutos segundo, mas o meu adversário defendeu-
da bandeirada de xadrez, um pneu do seu se muito bem.
carro cedeu, obrigando-o a abandonar. Foi um resultado positivo. Foi uma época
Na segunda corrida, Parente voltou a difícil, com acidentes e pequenos azares
arrancar do terceiro posto, fruto de ter que nos impediram de concretizar o
assinado a terceira volta mais rápida da nosso potencial. Mas vencemos corridas
corrida de sábado. A primeira curva foi e subimos ao pódio diversas vezes,
bastante movimentada, com piões e toques, mostrando que somos competitivos”, disse.

RALLYSPIRITALTRONIXJÁCONTACOM90 INSCRITOS!

Marca já indelével do panorama do desporto RallySpirit Altronix, provando que a fórmula Sierra Cosworth, ou os mais modernos, em locais simbólicos e privilegiados de Vila
automóvel português, o RallySpirit Altronix de “Rally-Legend” em que a organização como o Porsche 997 ou o Skoda Fabia Nova de Gaia e de Barcelos. No primeiro dia
regressa de 1 a 3 de novembro e prepara- da Xikane foi pioneira em Portugal goza, S2000, entre outros, são também um do evento (quinta-feira, 1 de novembro), a
se para voltar a deixar o seu cunho atualmente, de pleno sucesso. A “receita” “carimbo” de sucesso no “passaporte” da tradicional cerimónia de partida simbólica
de diferenciação entre os eventos de é, de resto, conhecida, e junta pilotos de prova. Num verdadeiro espírito de “museu será dada num dos muitos cenários típicos
automobilismo. Abraçando, novamente, o nomeada e com reconhecido palmarés, a vivo”, que estará em ação entre os dias 1 e de Vila Nova de Gaia, aproveitando as
conceito de “Rally-Legend”, a prova disputar- carros icónicos que integram a lendária 3 de novembro, o RallySpirit Altronix está equipas para fazerem as últimas afinações
se-á, desta feita, entre Vila Nova de Gaia e história dos ralis e atravessam a fronteira pronto para proporcionar muitas emoções dos carros no Parque de Assistência, que
Barcelos. 90 equipas já confirmaram a sua do tempo, ligando passado e presente. fortes aos milhares de espetadores que terá enquadramento perfeito na beleza da
inscrição, com míticos carros de diferentes Com conceituadas equipas portuguesas deverão acompanhar os três dias de prova, cidade da margem sul do Douro.
gerações, que prometem mexer com as (inclusivamente da Madeira), mas
emoções dos muitos aficionados deste tipo igualmente formações espanholas e
de provas. irlandesas com presença já assegurada - a
Pelo quarto ano consecutivo, o RallySpirit que se juntará o piloto “figura de cartaz” da
Altronix apresentará mais uma edição prova a anunciar brevemente -, está dado o
repleta de motivos de interesse, “piscando primeiro passo para o êxito da prova que, na
o olho” aos aficionados do automobilismo estrada, será gerida pelo experiente Clube
em geral, e dos ralis, em particular, mas Automóvel de Santo Tirso.
também aos muitos “anónimos” que Mas o prestígio de máquinas tão
não resistem à tentação de viver as emblemáticas que integram o património
emoções fortes que uma prova como esta dos ralis internacionais como o Alpine-
proporciona. Renault A110, o Fiat 131 Abarth, o Ford Escort
A cerca de dois meses do início da RS, o Porsche 911, o Renault 5 Turbo, o Talbot
quarta edição, são já 90 as equipas Sunbeam Lotus, o Lancia Delta Integrale, o
que confirmaram a sua participação no Subaru 555, o Ford Escort Cosworth, o Ford

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BMW

» F 850 GS DE 2018

EFICÁCIA SURPREENDENTE

Muito se tem falado e comentado sobre a evolução que
sofreu a nova BMW F 850 GS em relação ao modelo anterior
e ao potencial que a mesma possa vir a ter para disputar a
liderança no seu segmento. Esta terá de bater-se com uma
concorrência feroz da Honda, Triumph e KTM, marcas que
apresentam modelos cheios de fortes argumentos, mas
também internamente, com a eventual capacidade de vir
a retirar parte do protagonismo da sua irmã de motor boxer,
a 1200 GS

Pedro Rocha dos Santos com mais 10 cv que o anterior, o quadro acima da concorrência e que inclui um maior controle na condução em
[email protected] redesenhado, as suspensões alteradas vidro anti-reflexo, como opcionais, e pé fora de estrada. O banco revelou-
e a eletrónica agora mais sofisticada. a possibilidade de incluir controle de -se bastante cómodo, mesmo sendo
Q uando a BMW nos disponibi- O motor da F 850 GS tem agora mais tração DTC, suspensões eletrónicas, mais estreito na frente, e a posição
lizou uma das suas unidades 58 cc, debitando uns poderosos 95 cv, Quick Shift, sistema de emergência em cima da moto é bastante natural,
para testes a nossa curio- tendo ganhado um maior desempenho eCall e Connected Ride, cruise control nada cansativa, com os punhos do
sidade era de facto alta em em todos os seus regimes, sobretudo e kit de iluminação diurna LED. guiador numa posição correta e alta,
saber até que ponto a nova F nos médios e baixos. Esteticamente a nova 850 GS sofreu tipo moto de enduro, e uma posição
850 GS estaria preparada para Relativamente ao quadro a BMW aban- também uma evolução em relação ao em pé perfeita e direita com os joelhos
enfrentar as suas rivais no segmento donou o anterior quadro tubular em modelo anterior, aparentando uma bem encostados junto ao depósito,
de Maxi Trails de média cilindrada com aço e apostou numa nova estrutura maior dimensão associada a uma realidade facilitada pela sua estreiteza
maior vocação para o off-road. de dupla trave em aço, mais resis- qualidade extrema de todos os seus nessa zona.
Depois das experiências vividas com tente e precisa, onde o motor passa a elementos e componentes. O sistema keyless permite-nos fazer
a nova Honda Africa Twin versão “Big funcionar como elemento estrutural. De início notámos uma maior altura arrancar a moto com a chave no bolso
Tank” e com a Triumph Tiger 800 Xca, Mas é também na eletrónica que a do assento a deixar-nos apenas com do casaco, chave que é detetada pela
a expetativa era agora a de saber se BMW apostou na maior sofisticação as pontas dos pés no chão o que para proximidade da mesma. O mesmo bo-
realmente a F 850 GS teria evoluído o da sua F 850 GS, dotando-a de um utilizadores de estatura mais baixa (eu tão que liga a ignição serve para tran-
suficiente em relação à sua anteces- nível de intervenção e controle que tenho 1.80m) talvez seja recomendá- car automaticamente a moto quando
sora para poder continuar a ser opção normalmente vemos nas motos de vel a opção de um banco mais baixo pressionado durante uns segundos
e referência no segmento das Maxi maior cilindrada e de topo de gama. ou mesmo da adopção de um kit que com a moto desligada e o guiador vira-
Trail de média cilindrada. Este segmento de cilindrada média nas rebaixa a suspensão e coloca o assento do para a posição máxima à esquerda.
Para começar sabíamos que a F 850 Maxi Trail tem vindo a desenvolver-se a uns meros 815mm. Muito prático e funcional.
GS não era apenas um upgrade da mais relativamente às suas irmãs mais Para quem queira uma moto de Rally O sistema de navegação é bastante
anterior versão 800 GS mas sim uma pesadas e de maior cilindrada, tendo para enfrentar percursos off-road simples e intuitivo e de leitura fácil
moto inteiramente nova que herdou em conta a sua maior versatilidade e mais sérios, existe também a opção graças à excelente resolução do écrã,
apenas alguns elementos da sua irmã. polivalência sobretudo nas capacida- do banco mais alto, e mais confortável, opção instalada na versão que nos foi
Sendo assim o motor era agora novo e des Off-Road das mesmas. que chega aos 890mm. disponibilizada, com total ausência
Assim, a F 850 GS inclui Ride-by-Wire, Apesar da altura do assento, que nos de reflexos.
Modos de Motor, Controle de Tração, dificultava as manobras com a moto As diferentes opções vão-se obtendo
um novo e excelente painel TFT de 6,5” parada, a F 850 GS é extremamente rodando o típico manípulo BMW, em
a cores, com um contraste e leitura estreita ao nível dos joelhos permitindo forma de anel, junto ao punho esquer-

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do, punho onde se situam a maior par- A versão que nos foi disponibilizada músicas. 120 km/h pouco ou nada o pequeno
te dos botões que ativam as várias incluía também GPS, de leitura tam- A BMW F 850 GS tem um som gra- vidro frontal consegue defletir o vento
funcionalidades eletrónicas da moto bém excelente que, otimizada com o ve e envolvente proporcionado nes- do nosso tronco. Se pretendem fazer
- o ABS, o Cruise Control, os piscas e Kit BMW Connected Ride, permite-nos ta versão por um escape Akrapovic grandes percursos por estrada então
navegação no Menu. No punho direito gerir de forma simples a navegação especialmente concebido para a moto. esta situação deverá ser revista com o
temos o botão de arranque e corte de e obter em simultâneo informação Realizámos de início um percurso investimento num vidro mais alto. No
ignição e o botão que permite sele- sobre temperatura, pressão dos pneus, em estrada e notámos de imediato o entanto fora de estrada o vidro baixo é
cionar os diferentes modos de motor. ver chamadas telefónicase selecionar trabalho excelente das suspensões bem-vindo pois facilita enormemente
assegurado por uma travagem efe- a leitura do terreno, quer sentado quer
CONCORRÊNCIA KTM 1090 ADVENTURE R - 1.050CC tiva, doseável, mas de tacto talvez obviamente de pé.
algo “esponjoso”, sensação sentida Já fora de estrada a F 850 GS mos-
HONDA AFRICA TWIN BIG TANK - 998CC 125 CV em travagens mais bruscas. trou-se totalmente à vontade com as
Ao nível da proteção aerodinâmica suspensões a mostrarem que estão
95 CV POTÊNCIA sentimos a falta de um écrã frontal de preparadas para enfrentar qualquer
maiores dimensões, já que a partir dos desafio. Com o modo de motor colo-
POTÊNCIA 205 KG cado na posição Enduro Pro e o ABS
TRIUMPH TIGER 800 XCA - 800CC traseiro em off, sentimos alguma in-
242 KG PESO tervenção na aceleração, tirando o
95 CV melhor partido que o binário a baixa
PESO 14 617€ rotação proporciona e mantendo toda
POTÊNCIA a tração no terreno arenoso com pe-
14 700€ PREÇO BASE dras onde testámos fora de estrada
208 KG a F 850 GS.
PREÇO BASE O Quick-shift funciona na perfeição,
PESO sobretudo a subir velocidades, com
uma caixa precisa e silenciosa, uma
14 850€ vantagem aqui em relação à sua irmã
1200.
PREÇO BASE Já em percurso de estrada e com as
malas laterais, que vinham montadas
com o modelo - um sistema extrema-
mente simples de montar e desmontar
e de bloquear - vemo-nos algo pe-
nalizados no trânsito urbano pois ao
passar entre carros temos tendência
em nos esquecermos da nossa maior
“envergadura” traseira, sendo que em
princípio, a direito, por onde passam os

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OPÇÕES

A BMW disponibiliza ainda uma série de opções
para poderem personalizar a vossa F 850 GS de
acordo com o vosso gosto ou objetivo sendo que
existem também os seguintes Packs:

PACK CONFORT que inclui sistema keyless, des-
canso central, sistema de controle de pressão dos
pneus e punhos aquecidos;

PACK DINÂMICO que inclui ABS PRO, luz de stop
dinâmica, Quick Shift Pro, Controle de Tração DTC e
Modos de Condução Pro ( Dynamic, Enduro e Enduro
Pro );

PACK ILUMINAÇÃO que inclui piscas de tecnologia
LED brancos, Luzes LED e sistema LED de luz diurna;

PACK TOURING que inclui suspensões Dynamic
ESA, Cruise Control e Sistema de suporte de malas;

E AINDA
Sistema de navegação “Connected Ride”
Sistema de “Emergency Call”

PREÇO

PVP de base da BMW F 850 GS é 12.222 euros sendo
que existem 3 modelos com níveis diferentes de eq-
uipamento e cores. O modelo base é o Rally.

espelhos passará também a traseira. Extremamente cómoda e nada can- grandes e pesadas Maxi Trails, devido FT/ F I C H A T É C N I C A
Gostámos da suavidade e ausência de sativa de pilotar, apenas penalizada à sua maior versatilidade e também
vibrações do motor mas sobretudo da a velocidades mais altas pelo seu vi- acessibilidade no preço, tornando a 853 CC
entrega de potência a baixos e médios dro dianteiro ser demasiado baixo, decisão, sobretudo para aqueles que
regimes do bicilíndrico paralelo da 850 a nova F BMW 850 GS é uma séria são mais fiéis à tradição das GS1200, CILINDRADA
cc, com subidas rápidas de regime, concorrente neste segmento - Maxi agora mais difícil.
acompanhadas por um belíssimo e Trails de cilindrada média - que cada Mas a concorrência está aí e a BMW 95 CV
entusiasmante som da sua ponteira vez mais se afirma como uma real não poderia deixar os seus créditos
Akrapovic. alternativa à tradição imposta pelas por “máquinas alheias”. POTÊNCIA

15 L

DEPÓSITO

229 KG

PESO

12 222€

PREÇO BASE

MOTOR TIPO BICILÍNDRICO EM LINHA, REFRIG.
LÍQUIDA, 4 TEMPOS, DOHC, 4 VALVULAS CILINDRADA
853 CC POTÊNCIA MÁX. 95 CV 8250 RPM (OU 48CV
/ 6500RPM ) BINÁRIO MÁX. 92 NM / 6250 RPM
EMBRAIAGEM MULTIDISCO EM BANHO DE ÓLEO,
DESLIZANTE E MECÂNICA ALIMENTAÇÃO INJEÇÃO
ELE. CAIXA VEL 6 VEL. C/ VEIO DE SINCRONIZAÇÃO
CHASSIS E SUSPENSÕES QUADRO DUPLA TRAVE
EM AÇO SUSPENSÃO DIANTEIRA INVERTIDA
43MM CURSO 204MM SUSPENSÃO TRASEIRA
AMORTECEDOR AJUSTÁVEL EM PRÉ-CARGA DE MOLA
E EXPANSÃO CURSO 219MM TRAVÕES E PNEUS
TRAVÕES DIANTEIROS 2 DISCOS DE 305MM
PINÇAS FLUTUANTES 2 PISTONS COM ABS TRAVÕES
TRASEIROS DISCO DE 265MM COM 1 PISTON E
ABS DESLIGAVEL PNEU DIANTEIRO 90/90-21 JANTE
COM RAIOS CRUZADOS TUBELESS PNEU TRASEIRO
150/70-17 JANTE COM RAIOS CRUZADOS TUBELESS
ELETRÓNICA E ELETRICIDADE BATERIA 12 V, 10AH
SEM MANUTENÇÃO LUZES DIANTEIRAS OPÇÃO LED
DIÁRIAS LUZES TRASEIRA FULL LED PAINEL INFO
LCD CONTRASTE AJUSTÁVEL MULTI INFORMAÇÃO
CONTROLE TRAÇÃO SIM RIDE BY WIRE SIM
MODOS DE MOTOR SIM OUTROS LOW REV ASSIST E
EASY START SYSTEM DIMENSÕES COMPRIMENTO
2.305 MM LARGURA 922 MM ALTURA 1.356 MM
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1.523 MM DISTÂNCIA
AO SOLO 135 MM ALTURA DO BANCO 860 MM (
OPÇÃO DE 835MM OY RALLYE 890MM ) RESERVA
3,5 LITROS CONSUMOS N.D. NORMA EMISSÕES
CONVERSOR CATALÍTICO 3 VIAS, EURO 4

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PEDRO QUEIROZ A esta distância não é fácil si-
PEREIRA tuar o momento exato em
que Pêquêpê começou por
HISTÓRIASDE dar largas à paixão que ti-
nha pelos automóveis e pe-
PÊQUÊPÊ… las corridas. Muitos ‘atiram’
para Angola a sua primeira participa-
Na passada semana recordámos o essencial da carreira ção, numa altura em que cumpria ser-
de Pêquêpê, que, como se sabe, perdeu a vida aos 69 viço militar na ex-colónia lusa, mas a
anos, na sequência duma doença súbita. Para além de verdade é que terá sido no longínquo
dia 18 de julho de 1971, no mítico cir-
excelente empresário, foi também um grande piloto, cuja cuito de Montes Claros, em Lisboa, que
paixão o levou a guiar, em pista ou na estrada, tudo o que se estreou aos comandos de um Opel
lhe foi possível em termos de carros de competição. Esta 1900 GT, tendo obtido um quinto lugar.
semana recordamos algumas histórias que ajudam a ficar

a conhecer um pouco melhor o homem
José Luís Abreu e Filipe Fernandes (Fifé)
[email protected]
FOTOGRAFIA Photo XTROD/José Nogueira

CONHEÇA ESTA E MUITAS
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT

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Certo é que meses depois, já em anos vinha do Brasil para correr onde Filipe Fernandes, o popular Fifé, foi Stock Car Brasil correu em vários tro-
Angola, muitos se recordam facil- quer que fosse em Portugal. o seu Team Manager, como ele gos- féus - Visa, Toyota Starlet, MG Metro,
mente do seu imponente Chevrolet Claro que o dinheiro não era ‘coisa’ ta de recordar, e era ele que punha e Fórmula Ford, Toyota Corolla - vários
Camaro Z28. Foi por aí que tudo co- que lhe faltasse para alimentar o seu dispunha de tudo o que era neces- ralis, especialmente Camélias, Rali de
meçou, mas o importante é que Pedro desejo de competir, mas a verdade é sário para que Pêquêpê corresse em Portugal e esporadicamente o Sopete,
Queiroz Pereira deixou uma forte mar- tal era consequência de a sua fibra Portugal. Fifé esteve com Pêquêpê ou o Rali da Figueira da Foz, chegan-
ca no desporto motorizado nacional, fazer-se sentir tanto no mundo em- no Brasil, onde o ajudou com a equipa do depois finalmente ao BMW M3 de
sendo dos poucos pilotos ‘sulistas’ que presarial como nas pistas ou nos tro- de Stock Cars, entre 1980 e 1983, mas Grupo A com que foi Campeão Nacional
lutava contra a grande ‘armada’ de pi- ços de ralis. depois Pêquêpê já só vinha a Portugal de Velocidade em 1987 e 1988. Mas a
lotos nortenhos. Os melhores circuitos Tendo em conta que a sua vida de em- para correr. vida ‘vive-se’ de histórias…
eram no norte e era nessa região que presário era intensa, como se prova Em Portugal já estava montada a
estava a força do desporto motorizado pelo império que construiu até ao mo- Pêquêpê Racing, que foi crescen- QUEM ERA PÊQUÊPÊ?
em Portugal, mas isso não era entra- mento da sua morte, em Lisboa criou do à medida que Pêquêpê se envol- Tendo privado tantos anos com ele,
ve para Pêquêpê, que durante vários uma estrutura que lhe permitia correr. via em mais competições. Para lá da Fifé é uma excelente testemunha para

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nos ajudar a perceber melhor quem era mente estrangeiros, pois esses esta- Uma mangueira de rega, veja-se bem… buscar o Pêquêpê, que vinha do Brasil,
Pêquêpê: “Era uma excelente pessoa, vam normalmente já um pouco à fren- Como pessoa, era uma pessoa extre- ao aeroporto, às 8h00. Só que a ‘coisa’
mas muito, mesmo muito exigente. te do que se fazia em Portugal. O que mamente educada, simpático, tratava correu mal: “Nessa noite tinha ido para
Não me admiro absolutamente nada ele queria era assegurar que também muito bem todos os elementos da sua o Whispers, uma das discotecas mais
com o sucesso que ele teve nos ne- tinha do seu lado todos os truques e estrutura, mecânicos, etc, mas quando badaladas da altura, e fui direto da dis-
gócios das suas empresas, porque tecnologias inovadoras para as pôr chegava o momento de dar na cabeça, coteca para a porta do aeroporto. Claro,
nos anos em que privei com ele nos nos seus carros, que aplicávamos, de fazia-o sem hesitações”, recorda Fifé. adormeci no carro, o Pêquêpê chegou,
automóveis, passei a admirar uma modo a estarmos o mais bem equi- viu o carro estacionado no parque do
pessoa muito íntegra, amigo do seu pados possível para vencer. CHEQUE ALEMÃO aeroporto, no sítio combinado, não me
amigo, mas mesmo muito dura quando Entre muitos exemplos, lembro-me disse nada e apanhou um táxi. Quando
era preciso. Nunca me hei-de esque- uma vez, na altura das corridas da DE 1200 CONTOS chegámos à garagem, ele estava lá.
cer do cheque de 1200 contos (6.000€ Stock Cars no Brasil, em que uns ami- Nos anos em que foi campeão, ha- Mostrou-me o cheque resultante do
a valores de hoje) que me rasgou na gos ingleses nos ajudaram a solucio- via um prémio atribuído pela BMW prémio que a BMW MotorSport dava e
cara (já lá vamos). nar uns problemas que existiam com MotorSport para os Campeões a minha parte, que eram 1200 contos,
Para que se perceba um pouco melhor a suspensão, tendo-nos ensinado a Nacionais de todo o mundo, e Pêquêpê rasgou-me na cara. Agora imaginem,
a forma como encarava tudo na vida, colocar uma mangueira (de rega) nos ganhou-o duas vezes. Todos os pré- eram 1200 contos, a valores de hoje,
em que queria ser o melhor, fosse nos elos das molas de suspensão. Pode mios monetários eram divididos pela 6.000 euros. Dá para perceber o nível
negócios, nas pistas ou nos ralis, era parecer imensamente estranho, mas equipa, o Team Manager, Fifé, ficava de exigência dele…”
uma pessoa que estava permanente- a verdade é que o Chevrolet Opala da com 50% e os restantes elementos fi-
mente a desenvolver contactos, com Stock Car Brasil passou a curvar bem cavam com os outros 50%. As funções A CONTABILIDADE
outros pilotos por exemplo, nomeada- melhor e de forma muito mais estável. de Fifé eram as de ‘faz tudo’ da equi- Ao contrário do que sucede hoje em dia
pa, e numa das vezes o ‘trabalho’ era ir

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1 1987 Com o BMW M3 num dos seus circuitos preferidos, Vila Real

2 1987 Team Formula Ford Nescafé

3 1985 Num momento de descontração antes de mais uma corrida

4 1983/84 Troféu Visa

5 1985 Pêquepê em mais um dia nas corridas

6 6 1980 Stock Cars Brasil
7 1987/88 Campeão de Turismo Velocidade e Vice-Campeão em 1989

8 1988 Pêquêpê, Camac Racing, BMW M3, ETCC 1988

9 1988 Pêquêpê era igualmente muito competitivo nas rampas

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por quase todo o lado, Pêquêpê era um 8 isso tudo e muito mais…”. Roriz ao lado, teve um grave acidente
homem de “boas contas”. Sendo cer- na Cabreira: “Já na parte final do tro-
to que com o seu poderio económico go, que relativamente aos preços das RALIS ERAM OUTRA PAIXÃO ço, na zona de empedrado, antes de
era bem mais fácil sê-lo: “A verdade coisas, tinha de ter um cuidado maior, chegar à ponte da Cabreira, vinham
é que era cuidadoso ao ponto de me nomeadamente nas refeições, quando Toda a gente liga mais Pêquêpê às depressa demais, e saíram de estrada
dizer que não havia cá cheques para me criticava por um almoço de 1000 pistas, mas a verdade é que também caindo vários metros pela ribanceira.
ninguém dos mecânicos, pois não que- escudos (5€), dizia-me, não te que- gostava muito de ralis, especialmente A situação não teve graça nenhuma,
ria que eles perdessem tempo a ir ao ro a comer em tascas, ou se apare- os troços que mais perto ficavam da nenhum acidente o tem, mas quando
banco. Quanto a mim, e porque fazia cia uma fatura de cinco contos (25€), sua casa em Sintra, troços esses que se ouviu o GNR presente comunicar
parte do meu contrato com ele, todas dizia-me logo que não era rico...”. re- fazia no Rali das Camélias e no Rali de para os seus superiores, via rádio, a
as minhas despesas relativas ao meu cordou Fifé, cujo trabalho, como Team Portugal, que como se sabe tinha a dizer, ‘os concorrentes estão totalmen-
trabalho com ele eram pagas, pelo que Manager, era ser o responsável por sua primeira etapa precisamente em te mortos’, e pouco depois, ‘retifico, os
eu tinha um caderno onde escrevia toda a vida desportiva dele: “Hóteis, Sintra. “Ele gostava de correr, fosse no concorrentes estão totalmente vivos’,
tudo, estava tudo descriminado, o que viagens, coordenação com os mecâ- que fosse, e fê-lo em tudo o que lhe quem ouviu não pode deixar de soltar
entrava, o que saía, e aconteceu algu- nicos... por vezes, quando o Pêquêpê pareceu à frente, e os ralis não foram uma valente gargalhada. Felizmente o
mas vezes ele ver e comentar comi- podia, passava semanas inteiras no exceção. Estreou-se em 1972, no Rali Pêquêpê e o Roriz saíram totalmente
autódromo a treinar. Eram 400 contos das Camélias, com um Opel 1904 SR, incólumes, tinha sido apenas mais um
por semana, mas havia dinheiro para navegado por Portela de Morais. “Os susto”, recordou Fifé, que tem outras
ralis que fez em Portugal foram essen- histórias para contar.
cialmente Camélias e Rali de Portugal.
Eram os dois ralis que mais gostava. O RALI QUE NUNCA FIZEMOS…
Pêquêpê adorava Sintra e aquelas es-
tradas eram fantásticas para andar de- A vida de empresário que fazia cor-
pressa e daí a sua predileção pelo Rali ridas e ralis tinha desta coisas, e em
das Camélias”, disse Filipe Fernandes. 1990 Pêquêpê chegou a ter tudo pre-
Pêquêpê estreou-se no Rali de parado para correr no Rali Rota do
Portugal em 1978, aos comandos de Sol, e para isso alugou um competiti-
um Opel Kadett GT/E, com José Nobre vo BMW M3 de Grupo A, que conhe-
como navegador, depois de ter tido ao cia bem da velocidade. Mas à última
lado Portela de Morais e Manuel Jonet. hora tudo ficou sem efeito: “Ele teve
Repetiu a prova em 1980, em que ven- que agendar uma reunião no estran-
ceu a classe 2 e foi o segundo melhor geiro precisamente na data do rali, e
português no evento. Em 1981 foi oi- acabámos por não poder disputar a
tavo da geral, novamente com o Opel prova. Ele já tinha pagado uma par-
Kadett GT/E, e venceu o Grupo 1 (o te do aluguer do carro a uma equipa
Grupo N de agora). Em 1982, 1983 e 1984 francesa. Chegámos a treinar o rali, e
desistiu sempre, no Rali de Portugal. ele gostou bastante dos troços do Rali
Neste último ano que disputou a pro- Rota do Sol, mas acabou por nunca o
va do Mundial de Ralis, com Pedro disputar…”, recordou Fifé, que prepa-

40 5
1

2

6
34

rou uma prova de ralis para Pêquêpê do que o terceiro acabava por ser em- ridas de Fórmula Ford, mas nunca foi curva e com a roda da frente esquer-
já depois de se ter retirado da veloci- prestado a pilotos convidados. muito a sua ‘onda’...” disse Fifé. da acertou numa enorme pedra, ca-
dade, em 1989, depois do acidente que Mas Pêquêpê não correu só em potando várias vezes: “Não se aleijou,
teve na Rampa de Portalegre. Portugal, e disputou três vezes o O ACIDENTE NA RAMPA DE mas o carro ficou bastante destruído.
Fórmula Ford Festival, em Inglaterra, Mas a preocupação dele era se tinha
FÓRMULA FORD FESTIVAL em Brands Hatch, que era o ponto alto PORTALEGRE registado o tempo. Passado algum
Depois de ter começado a fa- da competição na altura: “O evento ti- Pêquêpê terminou a sua carreira nos tempo, quando vínhamos de regres-
zer Fórmula Ford em 1985, e sendo nha 450 pilotos de todo o mundo, era automóveis, a tempo inteiro, depois de so a Lisboa, no helicóptero, o Pêquêpê
Pêquêpê muito amigo do adminis- disputado em mangas, em eliminató- se ter sagrado vice-campeão nacio- confessou-me logo que não queria fa-
trador da Nestlé em Portugal, Emílio rias com 20 pilotos cada, donde saíam nal de velocidade, Turismo, em 1989, zer mais corridas, e que seria o ponto
Herrera, criou, em 1987, uma equi- os dois primeiros para a fase seguin- na sequência de um grande acidente final da sua carreira nos automóveis.
pa denominada Team Formula Ford te, e o Pêquêpê, logo no primeiro ano, que teve na Rampa de Portalegre, uma Depois disso ele fez apenas alguns
Nescafé, e apesar de já antes disputar decidiu comprar um motor de fábri- prova em que Pêquêpê esteve à frente eventos VIP, organizados, por exem-
Fórmula Ford, criou nessa altura uma ca que curiosamente era inferior aos até à última subida, sempre em luta di- plo, pela Publiracing do João Anjos,
estrutura própria, pois sendo uma pes- que tínhamos em Portugal. Nesse ano, reta com o seu principal adversário, Ni os SEAT, Fiesta, Rover, ele ia a todas,
soa muito exigente e perfecionista, Pêquêpê não ficou bem classificado, Amorim, no Ford Sierra RS 500. O aci- e algumas vezes com o seu sobrinho
Pêquêpê preferiu criar uma equipa em nem os outros dois portugueses, Pedro dente dá-se na última esquerda para Manel (filho do Mêquêpê), a quem ele
que depositasse maior confiança para Matos Chaves e Pedro Leite Faria, e, va- a reta da tomada de tempos. Pêquêpê tentou incutir o gosto pelas corridas.
o ‘tratamento’ do carro. Aproveitando lha a verdade, é que nos anos seguintes meteu o BMW M3 cedo demais para a
a estrutura, passou a ter também um Pêquêpê também não obteve grandes
segundo carro para Miguel Vilar, sen- resultados. Na verdade, ganhou cor-

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41

1 1988 Com o BMW M3, na Rampa da Falperra

7 2 1983 Rali de Portugal, Opel Kadett GT/E,

com Manuel Jonet
3 1988 Pêquêpê, Camac Racing, BMW M3, ETCC 1988
4 1985 O capacete de Pêquêpê
5 1980 Rali de Portugal, Opel Kadett GT, vitória
na classe 2
6 1988 Com o BMW M3 no mítico Circuito
de Vila do Conde
7 1987 Uma das várias vitórias no Estoril
8 1980 O Rali das Camélias era uma
das provas preferidas
9 1983 Troféu MG Metro em Vila Real

8

9 conversas com o Senna eram muito

acerca dos carros, das corridas, das
afinações, dos truques. Nas vezes em
que estive com eles, era quase sem-
pre de carros que falavam”, disse Fifé.

Já as três filhas preferiam outras ati- A MALA DO DINHEIRO gais era obra. O ambiente ficou pesa- A ‘CASSETE’ DA AMÁLIA
vidades, uma delas, a Mafalda (Queiroz do dali para a frente porque ninguém
Pereira), chegou mesmo a participar “Já nesse tempo um cartão de crédi- gosta que os carros sejam abertos...” Depois de ter ganhado várias provas
nos Jogos Olímpicos de inverno, em to ou um multibanco resolviam bem a recordou Fifé. na mesma temporada em 1985 (seis
1998, em Nagano, Japão”, disse Fifé. maioria das questões, mas o Pêquêpê de oito provas), em 1986 as coisas fo-
queria que eu andasse sempre com A AMIZADE COM AYRTON SENNA ram mais complicadas, com Pêquêpê a
ARTISTA, CANTOR, OU MINISTRO uma mala cheia de dinheiro, de modo vencer somente três das 10 provas da
a que pudesse fazer frente a toda e Tendo em conta que foi viver para o competição. Mas Fifé tem uma histó-
As histórias do Fifé são interminá- qualquer situação que surgisse, em Brasil, depois da revolução de 1974 em ria engraçada para contar: “Ele venceu
veis e davam para escrever um livro: que fosse necessário dinheiro rapida- Portugal, Pêquêpê não demorou mui- novamente o troféu, mas eu tive que ir
“De todas as provas de circuito havia mente. Uma vez, antes de irmos para to também a correr naquele país, e foi várias vezes ao Porto porque os carros
sempre duas em que íamos de heli- Vila do Conde, o Pêquêpê pediu-me na Stock Car, em 1980, que se iniciou. eram sempre abertos pelo organiza-
cóptero (Vila do Conde) ou de avião para levar bastante mais dinheiro do Fez equipa com o Emerson Fittipaldi, dor da competição, pois eles achavam
(Murça e Vila Real), e no caso de Vila que o costume, porque se calhar ia ser Wilson Fittipaldi, José Carlos Pace e estranho nunca ter sido detetada ne-
do Conde ficávamos sempre hospe- necessário. E foi. No final das corridas numa corrida à chuva o comentador nhuma irregularidade. Até que numa
dados no Hotel Vermar, que ficava na de Grupo 1, no final da prova, decidi- era um tal de Ayrton Senna, que gostou das vezes, o Engº Monteiro da Silva
Póvoa de Varzim. Aterrámos sempre mos mandar abrir 10 carros. O que foi muito da exibição de Pêquêpê: “Logo aí (responsável pelo troféu) só falava na
no heliporto, no espaço do hotel, e ía- um escândalo! Eis que o Pêquêpê me começou uma grande amizade entre ‘cassete’. Era a ‘cassete’, ‘cassete’ para
mos sempre os dois, de Lisboa. O hotel chamou e me apresentou no secreta- ambos, e anos depois, quando Senna aqui, ao que eu respondi, só se for a da
estava sempre cheio, aquilo chamava riado da prova com a mala do dinhei- chegou à Fórmula 1, sempre que vi- Amália Rodrigues. A ‘cassete’ a que ele
a atenção e um dia ouvimos um espa- ro, para efetuar o pagamento dos res- nha a Portugal, onde tinha a segunda se referia era o cérebro do carro (ndr.:
nhol dizer, ‘era artista, cantor, ou mi- petivos protestos. O carro dele (Opel casa (apesar de ter casa no Algarve), centralina, dispositivo eletrónico que
nistro’, o Pêquêpê ficou admirado e eu Commodore GSE) também foi protes- era na casa de Pêquêpê que ficava a controlava todo o veículo) e eles acha-
parti-me a rir... Numa das idas de avião tado, ficando 11 carros para abrir pela maior parte das vezes. vam que nós, de alguma forma, a tí-
para Vila Real, em que levámos con- organização. Tornaram-se muito amigos, e sendo nhamos modificado. Nunca detetaram
nosco o Zé Nogueira (XTROD), que era O resumo da história: 11 onze carros o Pêquêpê um grande perfecionista, nada ilegal no carro…”
o fotógrafo oficial do Pêquêpê, a meio estavam ilegais. Pelo menos, recebeu queria ter sempre os seus carros o Há, como se calcula, uma enormida-
da viagem o comandante (Marques) o dinheiro todo outra vez, mas aqui- mais bem afinados possível, era muito de de histórias que aqui se poderiam
questionou-me se poderia fumar a lo deu confusão, porque 11 carros ile- exigente a esse nível, logicamente, as contar de Pêquêpê.
bordo, e o Pêquêpê disse-lhe logo que Curiosamente, ao longo dos últimos
era a ele que tinha de perguntar, com anos, várias vezes pensámos e ten-
o comandante a responder, ‘peço des- támos chegar à fala com Pêquêpê,
culpa, mas pensava que o Sr. Filipe para fazermos um ‘Histórico’. Nunca
Fernandes é que era o ‘chefe da ban- o conseguimos. E não era desta for-
da’. Era eu que tratava de tudo, fazia ma que o queríamos ter feito. Era em
parte das minhas obrigações, mas o vida, para nos contar de viva voz o que
comandante não sabia. Mas o Pêquêpê sentia com as corridas. Já não vai ser
deixou-o fumar...” possível. Descansa em Paz, Pêquêpê,
e obrigado pelos bons momentos nas
pistas, rampas e ralis…

+42

RENAULT Filipe Pinto Mesquita R.S. pode até passar despercebida, será
[email protected] preciso ter sérios problemas de visão
» MÉGANE R.S. para repetir o erro do lado de dentro deste
Se é apologista da discrição Renault. É que, neste caso, os apelos à
MENOS REBELDE, MAIS EFICAZ! moderada, a última geração “desportividade” são ainda mais fortes,
do Mégane R.S. encaixa no seu com pormenores que se distinguem facil-
O Mégane R.S. está de regresso e no seu terceiro ciclo perfil. Os técnicos da Renault mente da versão “normal”. Se não reparou
de vida está mais civilizado do que nunca! Quer isso Sport conseguiram um equilí- em nada de diferente, está na altura de
brio muito perto da perfeição no marcar uma consulta no oftalmologista.
dizer que deixou de espalhar emoções fortes? Nem por que toca ao design, moldando o agora topo Se ficou a “babar” com o volante de couro
sombras! Apenas transformou rebeldia em eficácia… de gama da família Mégane com linhas multifunções com a sigla “R.S”, posponto
e isso só pode ser positivo! agressivas q.b., decididamente com muitos vermelho e lista vermelha no topo (300
pormenores inspirados na competição, €), com os pedais em alumínio, com os
LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE mas sem os radicalismos de um Civic bancos desportivos tipo “bacquet” com
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT Type-R! Em francês, a língua materna revestimentos em alcântara com inscrição
deste Mégane, dir-se-ia: “au point”! Um “R.S.” (extra de 1.700 €) ou com o lettering
único pecado! Em vez de duas, há quatro “Renault Sport” no tablier, então é porque
portas, um tiro no ego dos apreciadores o sangue das suas veias corre mais de-
mais puristas dos compactos desporti- pressa e isso coloca-o em sintonia com
vos, mas que se justifica pela oferta de este R.S.! Tudo mimos interessantes, mas
maior funcionalidade e praticabilidade menos vistosos que o sistema R.S. Monitor
no quotidiano. (250 €), verdadeira telemetria capaz de
Se para os mais desatentos e menos co- fazer concorrência a muitos carros de
nhecedores a estética exterior do Mégane competição e a situar-se, sem qualquer

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43

favor, entre as melhores no que a veículos FT/ F I C H A T É C N I C A mesmo no modo “Race”, é menos radical, balho que noutro carro teria que ser feito
de produção em série diz respeito. Com tornando o atual Mégane R.S. mais civi- artificialmente com um toque de pé es-
as suas funcionalidades fica assegurada 1.8 / 280 CV lizado e mais propenso a erros de quem querdo no pedal do travão. Claro que para
uma nova e ainda mais excitante expe- sonha em ser piloto, mas não nasceu usufruir deste trunfo em curva, torna-se
riência de condução, com 40 sensores GASOLINA com as luvas calçadas. Dir-se-ia que os necessário curvar já bem depressa, mas
a recolherem e passarem a informação engenheiros da Renault Sport souberam nem é necessário fazê-lo no modo “Race”,
de diversos parâmetros - como percen- 5.8 S fazer uma nova interpretação dos tempos poisnomodo“Sport”ocomportamentodo
tagens de uso do acelerador, do travão, modernos, onde a performance pura e Mégane R.S. já se torna verdadeiramente
do ângulo do volante, mas também da 0-100 KM/H dura deixou de valer tudo e foi necessário acutilante, auferindo até de uma acústica
disponibilidade do binário, da atuação do fazer algumas concessões. Mas… alto e vibrante a cada passagem de caixa.
sistema 4CONTROL, para além de diversas 6,9 L / 8,0 L (AUTOSPORT) para o baile! Então o Mégane R.S. perdeu a Só é pena que a caixa automática EDC,
temperaturas e pressões – para o tablet tão viciante “fibra” de que era feito? Nada suficientemente rápida para acompa-
tátil R-Link 2. 100 KM disso! Simplesmente viu o diamante em nhar o ritmo imposto pelo chassis e que
E por falar em “experiência de condução”, bruto de que era feito, lapidado até à última até disponibiliza um eficaz sistema de
vale a pena dizer que a Renault também 155 aresta! Por outras palavras, está definiti- redução múltipla, não ofereça patilhas de
dotou o Mégane R.S. com o sistema vamente mais filtrado, mas sem perder o maiores dimensões, que tornariam o “jogo
MULTI-SENSE, permitindo parametri- G/KM- CO2 seu ADN. Os 280 cv do motor podem não de estrada” ainda mais interessante. Uma
zar cinco tipos de condução diferentes assustar a concorrência, mas a afinação mácula que não chega para ensombrar a
– Comfort (a pensar nos consumos e con- 40 480€ do chassis Sport (o Cup, mais duro, só assertividade deste compacto desportivo,
forto), Normal (a pensar no equilíbrio entre estará disponível mais tarde), os novos com travões tão eficientes como resisten-
conforto, acústica e segurança), Sport (a PREÇO BASE amortecedores com batentes hidráulicos tes, e que facilmente pode também ser uti-
pensar num comportamento mais des- e a eficácia do sistema de quatro rodas lizado no quotidiano, sem problemas para
portivo, retardando o funcionamento do COMPORTAMENTO DINÂMICO / direcionais 4CONTROL voltam a colocar as “costas” (mostrando-se minimamente
ESP), Race (para utilização em circuito, SISTEMA 4CONTROL / R.S MONITOR o Mégane R.S. no mapa dos melhores confortável) ou “bolsa” (sem o “pé pesado”
com ESP totalmente desativado e sistema (TELEMETRIA) compactos desportivos da atualidade. é possível fazer médias de 8l/100 km),
4CONTROL ainda mais ágil) e Perso (para PATILHAS DE TROCA DE CAIXA FIXAS Sobretudo esta última tecnologia (com num claro trunfo de versatilidade, que
o condutor personalizar à sua medida) -, E CURTAS / POSICIONAMENTO afinação específica na versão R.S.) que pode, muito bem, ajudar a convencer a sua
que fazem variar a resposta do motor, a DE ALGUNS COMANDOS ajuda a “rodar” a traseira para a inserção cara metade que não comprou um “carro
cartografia do pedal do acelerador, a ra- mais rápida do trem dianteiro e a colocar de corrida”, mas antes um automóvel que
pidez das passagens de caixa e a rigidez MOTOR 4 CIL., INJ. DIRETA, TURBO, 1798 o Mégane na linha de trajetória ideal mais lhe permite levar, descontraidamente, os
da direção. CM3 POTÊNCIA 280 CV/6000 RPM BINÁRIO cedo e de forma mais precisa, num tra- filhos à escola!
O botão R.S. Drive oferece um atalho para 390 NM/2400-4800 RPM TRANSMISSÃO
os modos Sport (após leve pressão) e DIANTEIRA, CX. AUTOMÁTICA EDC DE 6 VEL.
Race (após pressão prolongada). Com SUSPENSÃO PIVOT INDEPENDENTE À FRENTE
todos estes argumentos, quem se atre- E EIXO DE TORÇÃO ATRÁS TRAVÕES DV/D PESO
ver a pôr em causa o espírito desportivo 1505 KG MALA 384 LT DEPÓSITO 50 LT VEL.
deste Mégane R.S. só pode ter perdido o MÁX. 250 KM/H
bom-senso! Em termos de equipamento,
tudo o que são dispositivos de segurança Mas vamos ao que realmente interessa:
e conforto básicos estão incluídos, o que as performances e a capacidade de criar
acontece também por exemplo com o útil emoções ao volante! Com um motor com
Head Up Display. menos cilindrada (1.8 contra 2.0 litros),
mas mais 30 cavalos (280 em vez de 250)
que o Mégane R.S. da anterior geração,
o novo modelo é bastante mais suave e
progressivo, logo menos apelativo para
quem procura constantes injeções de
adrenalina. A própria afinação do chassis,

+44

JAGUAR

» E-PACE 2.0 D180 S AWD

O PESO DE UM NOME

Depois do sucesso alcançado com o F-Pace, a Jaguar alarga
a ambição, com o lançamento do seu primeiro SUV compacto,
o E-Pace. Resta saber se com argumentos suficientes para
arranhar rivais como o Audi Q3 ou o BMW X1...

Francisco Cruz e sólido, novo esforço de aproximação no lugar do meio, ao qual não deixa de porta-sacos, alçapão por baixo do piso
[email protected] ao F-Pace em aspetos como o volante, estar destinado um assento mais estreito. falso e quatro (!) pontos de luz. Mas que
também aqui um pouco grande, ainda Finalmente e quanto ao espaço destinado pode chegar aos 1.234 litros, mediante
Partilhando a plataforma com, que com ótima pega, botões funcionais às bagagens, a mesma apreciação posi- o rebatimento fácil (60:40) das costas
por exemplo, o Range Rover e intuitivos, além de multiregulável, ou tiva, graças não só a um acesso facilita- dos bancos.
Evoque, opção que lhe permite ainda o banco do condutor, com todos os do através de um portão de dimensões Oferecendo um equipamento já razoa-
exibir dimensões mais conti- ajustes (elétricos) e confortável. Embora generosas (e que pode ter acionamento velmente completo na versão S por nós
das que as do “irmão maior” e também com não muito apoio lateral e elétrico, por mais 538€), mas também testada — existe ainda, além do base, dois
principal referência, o F-Pace, a favorecer mais o acesso a comandos, fruto de uma capacidade de carga que níveis ainda mais equipados, SE e HSE,
o Jaguar E-Pace aposta, ainda assim, que propriamente a visibilidade trasei- começa nos 577 litros, com ganchos assim como um pacote R-Dynamic —,
numa conjugação entre aqueles que são ra - demasiado dependente das ajudas
os genes familiares e qualidades muito eletrónicas.
próprias. Começando, desde logo, por A transmitir sensações menos estatutá-
uma frente sólida e marcada por uma rias, o painel de instrumentos de leitura
grelha de dimensões generosas, idêntica fácil, mas de mostradores analógicos, as-
à do modelo maior, além de uma traseira sim como o ecrã a cores e táctil, integrado
onde não faltam os rasgados farolins tra- na consola central, parte do sistema de
seiros estreados no desportivo F-Type. infotainment. Acessível e intuitivo, mas
Diferenças, nas óticas, posicionadas na com revestimentos menos luxuosos que
vertical, assim como em pormenores no F-Pace. Já para não falar na manche
como as ponteiras de escape metali- da mesma caixa de velocidades ZF auto-
zadas e integradas na parte inferior do mática, mais “vulgar” que o emblemático
pára-choques - infelizmente, opcionais botão rotativo elevatório.
(404€), tal como as grelhas frontais, la- Apesar de uma apresentação não tão
terais, e molduras dos vidros em negro cuidada, também ao tato, a garantia,
brilhante (566€), a cor Branco Yulong ainda assim, de um excelente conforto
(915€) e as jantes de 19” Style 1039 (861€) e habitabilidade para todos os ocupantes,
- embora o E-Pace venha, de fábrica, já aos quais não falta, além de um bom
com jantes de 18... acesso, espaço em todos os sentidos.
Passando ao interior, bem construído Inclusive, para um potencial passageiro

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45

FT/ F I C H A T É C N I C A

2.0 / 180 CV

GASÓLEO

9,1 S

0-100 KM/H

6,0 L / 8,0 L (AUTOSPORT)

100 KM

159

G/KM- CO2

71 773€ VERSÃO ENSAIADA

64 965€ SEM OPCIONAIS

HABITABILIDADE / CONFORTO / MOTOR

PREÇO / VOLANTE UM POUCO GRANDE /
MODO DYNAMIC

MOTOR 4 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO DIRETA
COMMON-RAIL, TURBOCOMPRESSOR DE
GEOMETRIA VARIÁVEL E INTERCOOLER 1.999
CM3 POTÊNCIA 180 CV/4.000 RPM BINÁRIO
430 NM/1.750 RPM TRANSMISSÃO INTEGRAL,
COM CX. AUT. DE OITO VEL. SUSPENSÃO TIPO
MCPHERSON À FRENTE E MULTIBRAÇOS ATRÁS
TRAVÕES DV/D PESO 1843 KG MALA 577 LT
DEPÓSITO 55,7 LT VEL. MÁX. 205 KM/H

não faltando sequer argumentos como automática ZF de 9 velocidades. Bloco de velocidades, mas também por todo o facilidade. Inclusive, quando por pisos
o Connect Pro Pack ou o Navigation Pro, desempenho expedito e vigoroso, bem conjunto, fruto de um desempenho com- com menos aderência, como é o caso
ou ainda, no domínio da dinâmica e aju- apoiado pela ótima transmissão, que, em petente e, acima de tudo, convincente. do alcatrão molhado, com neve ou gelo -
da à condução, o Hill Launch Assist, o conjunto, além de prestações agradáveis, Principalmente, por visar, principalmen- para os quais existe não somente a tração
Jaguar Drive Control e a Travagem de conseguem ainda acelerações abaixo te, o conforto e segurança, sem grandes integral, mas um modo de funcionamento
Emergência, entre muitos outros, o Jaguar dos 10s e consumos positivos, a rondar aspirações desportivas. Sendo que nem do conjunto específico. O qual, diga-se,
E-Pace que tivemos oportunidade de os 8,0 l/100 km. mesmo a seleção da opção Dynamic no só não consegue impedir o desconforto
testar contava ainda com o já conheci- Submetido à utilização intensiva do dia sistema de modos de condução consegue sentido no momento em que, chegados
do quatro cilindros 2.0 litros de 180 cv, a dia, a agradabilidade evidenciada não elevar a patamares desportivos uma à portagem, somos obrigados a pagar
conjugado com a já muito elogiada caixa apenas pelo binómio motor/caixa de condução que prima, antes de mais, pela Classe 2...

+

MINI por exemplo, informação de tráfego em tempo real.
Menos convincente, a fraca qualidade dos plásticos
» COOPER S CABRIO 2.0 que revestem a moldura do pára-brisas e, princi-
palmente, a pouca atenção dada aos espaços de
HAJA VERÃO TODO O ANO! arrumação, todos pequenos e com pouca capacidade.
Já para não falar no difícil acesso e pouco espaço
Tal como as versões de três e cinco portas, também o Mini Cabrio recebeu o verão de existente nos lugares traseiros, mais vocacionados
2018 já actualizado e resplandecente. Tanto que, ajudado igualmente pelo excitante 2.0 para crianças. Tal como a bagageira, com apenas
litros de 192 cv, promete manter o calor e a alegria da estação durante o resto do ano 160 litros de capacidade (215 litros, “sem” bancos
traseiros), se mantém mais adequada para apenas
Francisco Cruz pouco mais poderá ser considerado novo. Novidades, dois sacos de viagem.
[email protected] contudo, também nas luzes traseiras, cujo novo de- Bem melhor, a realidade nos bancos da frente, onde
senho a imitar a bandeira do Reino Unido, Union Jack, se destaca uma posição de condução baixa e per-
Depois da revolução que já havia sido o lan- cativa à vista, ao mesmo tempo que uma nova paleta feitamente integrada no cockpit, fruto de um banco
çamento da atual geração, ainda em 2014, de cores metalizadas para a carroçaria, entre as quais o desportivo com bons apoios laterais e ajustável, tal
marcada por uma nova plataforma (UKL), exuberante Azul Starlight, e a opcional capota de lona como o volante, nos aspetos imprescindíveis. Além
novos motores, estética e tecnologia, a Mini Yours (487€) - cujo funcionamento totalmente de a favorecer a correta visibilidade dos mostradores
verdade é que, especialmente depois de automático, através de botão colocado junto à mol- (ainda e sempre fixados na coluna de direção) e acesso
conhecidas as evoluções nas carroçarias dura do pára-brisas, não exige mais que 20 segundos a comandos, mas também com uma visibilidade
de três e cinco portas, poucas novidades eram es- para nos colocar, mesmo quando em andamento, de traseira que não deixa de agradecer a inclusão de
peradas com a atualização a meio do ciclo de vida cabelos ao vento -, contribuem para realçar o enorme sensores e câmara.
prometida para o ainda atual e cativante Mini Cabrio. sex-appeal do conjunto. De resto e sobre o equipamento, nem mesmo o facto
Com as expetativas a confirmarem-se, desde logo, no Já no interior do habitáculo, novo é o volante de três de se tratar de uma versão de topo evita a obriga-
exterior, onde, além dos novos logótipos bidimensio- braços, assim como o sistema de som melhorado e inte- toriedade de recorrer à extensa lista de opcionais
nais, das óticas e do desenho das jantes - no “nosso” grado no já conhecido sistema de info-entretenimento para conseguir um carro à altura dos pergaminhos
Mini, de 18 polegadas, com um custo extra de 560€ -, Mini Connected, com novas funcionalidades, como, do próprio modelo - o “nosso” tinha 10 mil euros de
extras; o seu, caberá ao leitor decidir...
Quanto ao propulsor, a manutenção do já conhe-
cido e elogiado quatro cilindros 2.0 litros de 192 cv,
sinónimo de ótima capacidade de aceleração, em
especial, acima das 3.000 rpm, com os 100 km/h a
surgirem em apenas 7,1s. A que se junta depois uma

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sonoridade entusiasmante, em particular, com o modo invariavelmente uma estabilidade, agilidade e relacio- FT/ F I C H A T É C N I C A
Sport engrenado, e aproveitando a boa gestão feita namento com a estrada verdadeiramente viciantes!
pela opcional caixa automática desportiva de dupla De resto, a ajudar igualmente a muitas horas de prazer 2.0 / 192 CV
embraiagem (DCT) e 7 velocidades. Incapaz apenas de ao volante, não apenas uma direção de ótimo feedback
limitar consumos cujas médias facilmente se situam e peso, além de um sistema de travagem à altura das GASOLINA
acima dos 9 litros... necessidades, mas também um sistema de modos de
A atenuar este aspecto menos positivo, as excelentes condução com três opções ¬- Normal, Green e Sport . 7,1 S
sensações fornecidas por um dos mais fiéis seguidores Que, ao ajustar a resposta do motor, caixa, suspensão,
do princípio “Go Kart”, aplicado a veículo de utilização direção e até a sonoridade emanada do propulsor à 0-100 KM/H
no dia a dia, com o Mini Cabrio a não deixar trans- opção tomada, acaba por contribuir para tornar a
parecer qualquer indício de menor rigidez torcional, condução mais envolvente, mais pura e mais... orgâ- 5,7 L / 9,0 L (AUTOSPORT)
fruto da inexistência de um tejadilho fixo, garantindo nica. Ainda que não propriamente desconfortável.
100 KM

129

G/KM- CO2

45 420€ PREÇO BASE

35 550€ VERSÃO SEM OPCIONAIS

COMPORTAMENTO / PRESTAÇÕES /
POSIÇÃO DE CONDUÇÃO

CONSUMOS / HABITABILIDADE /
BAGAGEIRA

MOTOR 4 CIL. EM LINHA, INJEÇÃO DIRETA,
TURBOCOMPRESSOR, INTERCOOLER, 1.998 CM3
POTÊNCIA 192 CV/5.000-6.000 RPM BINÁRIO
280 NM/1.250-4.600 RPM TRANSMISSÃO
DIANTEIRA, CAIXA AUT. DE DUPLA EMBRAIAGEM
E 7 VEL. SUSPENSÃO INDEPENDENTE DO TIPO
MCPHERSON À FRENTE E EIXO MULTIBRAÇOS
ATRÁS TRAVÕES DV/D PESO 1.390 KG MALA 160
LT DEPÓSITO 44 LTVEL. MÁX. 230 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

PROPRIEDADE FOLLOW MEDIA COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL, LDA. – NIPC 510430880, RUA MANUEL INÁCIO Nº8B 2770-223 PAÇO DE ARCOS REDAÇÃO RUA MANUEL INÁCIO Nº8B 2770-223 PAÇO DE ARCOS GERÊNCIA PEDRO CORRÊA MENDES
[email protected] DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR-EXECUTIVO JOSÉ LUÍS ABREU [email protected] COLABORADORES ANDRÉ DUARTE, FRANCISCO MENDES, MARTIN HOLMES,
JORGE GIRÃO, JOÃO F. FARIA, JOÃO PICADO, NUNO BRANCO, NUNO BARRETO COSTA, RODRIGO FERNANDES E GUILHERME RIBEIRO FOTOGRAFIA AIFA/JORGE CUNHA, ANDRÉ LAVADINHO, ZOOM MOTORSPORT/ANTÓNIO SILVA
DESIGNER GRÁFICA ANA SILVA [email protected] IMPRESSÃO SOGAPAL, S. A.,SOC. GRÁFICA DA PAIÃ, S. A. DISTRIBUIÇÃO VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES, S. A., TIRAGEM 15 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC 105448
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