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Published by hmilheiro, 2019-02-11 12:41:47

AutoSport_2146

AutoSport_2146

#2146 O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES 41
ANO 41
ESTÁAÍ anos
13/02/2019
Semanal AFNO1VA >> autosport.pt

2,35€ (CONT.) +/

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES

>> PRIMEIROS MONOLUGARES CONHECIDOS >> HAAS, WILLIAMS E TORO ROSSO

VELOCIDADE TEMSTEISGMOUTOEGLP
ESTADO DANAÇÃO
MSEELMHPORREARA
PÁG. 12 PÁG. 34

NISSAN

MICRA N-SPORT
PÁG. 46

FINS DE SEMANA PERFEITOS

SIX SENSES DOURO VALLEY | SAMODÃES | DOURO

www.hoteisdecampo.pt

3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2146
13/02/2019

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

PROMETEDOR Miguel Oliveira começou na passada semana o seu trabalho no MotoGP, e o que se viu foi muito positivo. José Luís Abreu
Ficou apenas a 0,309s da melhor KTM oficial, e mostrou grande evolução em pista. Agora é continuar assim e esperar pelo Qatar...
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “O Vettel tinha o Kimi
dominado, mas agora pode Jamie Chadwick, jovem piloto
Após um ano no WEC GT4 South European CPR prepara-se para ter que trabalhar um pouco de apenas 20 anos, venceu a
a BMW já ameaça sair. Séries está a ser este ano ainda mais com o Charles (Leclerc)…” MRF Challenge, importan-
aproveitar bem mais competitivo que te competição de fórmulas,
O que se passa? indefinições na Christian Horner e a importância que isto depois de se ter tornado
velocidade em 2018 faz um colega de equipa ‘exigente’… em 2015 a primeira mulher, e
também a piloto mais jovem de sem-
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL “Não vejo por que não pre, a vencer o Campeonato Britânico
podemos lutar no meio do de GT em 2015, aos comandos de um
Siga-nos nas redes sociais e saiba pelotão, pelo quarto lugar”, Aston Martin V8 Vantage GT4. Em
tudo sobre o desporto motorizado no agosto do ano passado, Chadwick
computador, tablet ou smartphone via Claire Williams tem razão. Caiu num tornou-se na primeira mulher a ven-
facebook (facebook.com/autosportpt), ano de 5º para 10º, mas se trabalhar cer uma corrida da Fórmula 3 inglesa,
twitter (AutosportPT) ou em bem também pode recuperar para 4º… o BRDC, em Brands Hatch.
>> autosport.pt Sem dúvida feitos assinaláveis que
“Penso que nenhuma equipa fora provam que quando existe qualidade,
do top 3 vai vencer até 2021”, o género não interessa.
Foi apresentada o ano passado a
Romain Grosjean, para quem liderar o 2º W-Series, uma competição só para
pelotão com a Haas já é um grande feito Senhoras, que visa criar oportunida-
des para singrarem no desporto au-
“Um pequeno erro foi suficiente tomóvel. Nada contra, mas não acho
para já não conseguir apanhar que seja esse o caminho, pois sendo
o Ogier, mas estou pronto para verdade que o desporto automóvel
outra grande batalha”, Thierry sempre foi maioritariamente de ho-
mens, não há nada que impeça as
Neuville quer a ‘desforra’ do Rali de Senhoras de se baterem com o sexo
Monte Carlo oposto e vencê-lo. Que competições
como a W-Series sirvam apenas para
rampa de lançamento, e depois quem
tiver unhas, como Chadwick está a
mostrar ter, que toque viola. A his-
tória já nos mostrou através de no-
mes como Danica Patrick (NASCAR e
IndyCar), Pat Moss e Michèle Mouton
(ralis), Jutta Kleinschmidt (venceu
o Dakar), Simona De Silvestro (V8
Supercars, IndyCar), entre muitos
outros exemplos, que cada vez faz
menos sentido puxarmos este as-
sunto das mulheres bem sucedidas
no desporto automóvel, pois cada vez
irá tornar-se mais habitual até que
vai deixar de ser assunto. O facto
de estar agora a escrever este texto
mostra que ainda há um caminho
pela frente, mas este já está muito
mais perto de passar a ser norma-
líssimo…

4 F1/
FÓRMULA 1
SERÁ 2019 O ANO
DO REGRESSO
DA McLAREN
EDAWILLIAMS?
Muitos continuam a perguntar-se como é possível que duas das equipas com melhor
palmarés na Fórmula 1, com vários títulos, pilotos eternos e alguns dos carros mais
importantes na história da modalidade, estejam hoje no final da grelha de partida.
A resposta não é evidente...

José Manuel Costa das de Fórmula 1. Conquistou 182 vitórias, (bi-campeão em 1998 e 1999), além de
[email protected] 155 pole positions e 155 melhores voltas, Lewis Hamilton e Fernando Alonso. A
com 485 pódios. equipa McLaren já palmilhou 426 189
Parece incrível, mas estas duas Ao volante dos seus carros estiveram quilómetros, dos quais 50 381 na lide-
equipas possuem, entre elas, 17 64 pilotos, entre eles Emerson Fittipaldi rança. Portanto, um palmarés absolu-
campeonatos de construtores e (campeão em 1974), James Hunt (cam- tamente fantástico que os últimos anos
19 campeonatos de pilotos, um peão em 1976), Niki Lauda (campeão em têm enevoado com participações me-
palmarés notável que é conhe- 1984), Alain Prost (campeão em 1985, nores, com os melhores a serem os anos
cido dos amantes da Fórmula 1 1986 e 1989), Ayrton Senna (campeão de 2005, 2010 e 2011, com segundos lu-
de outras épocas. Porque nem uma nem em 1988, 1990 e 1991) e Mika Häkkinen gares entre os construtores. A partir de
outra venceram títulos de construto-
res neste século e não vencem corridas
desde 2012.
Recuemos um pouco ao passado e olhe-
mos para a McLaren. Recorda-se do úl-
timo título de construtores que obteve?
Já passaram mais de vinte anos desde o
último título de Campeão do Mundo de
Construtores, conquistado em 1998 com o
contributo de Mika Häkkinen – campeão
do mundo de pilotos em luta com Michael
Schumacher–eDavidCoulthard.Lembra-
se? E depois de há vinte anos ter conquis-
tado novo título de pilotos com Häkkinen,
a McLaren voltaria aos títulos de pilotos
em 2008 com Lewis Hamilton. Foi o últi-
mo, ou seja, há 11 anos que a McLaren não
vê um piloto seu ser campeão.
A McLaren tem uma existência longa pois
nasceu em 1966, tendo participado, até
agora, em 842 Grandes Prémios (falhou
78), ou seja, participou em 53 tempora-

>> autosport.pt

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2013, tudo se complicou e a McLaren tem conquistados por Alan Jones (1980), Keke LIDERANÇAS DIFERENTES da aerodinâmica, Adrian Newey, e um pi-
estado longe dos holofotes. Rosberg (1982), Nelson Piquet (1987), loto como Mika Häkkinen. O sucesso foi
Se olharmos para a Williams, a história Nigel Mansell (1992), Alain Prost (1993), A McLaren nasceu através da paixão e da imediato e no final do milénio a McLaren
não é tão benigna pois o último título de Damon Hill (1996) e Jacques Villeneuve muita força de vontade de Bruce McLaren, estava a lutar pelos títulos, aos quais re-
construtores foi em 1997, há vinte e dois (1997). Participou em 723 Grandes um neozelandês que acabou por falecer gressaria com Lewis Hamilton em 2008.
anos, exatamente o mesmo período de Prémios, falhou 36 corridas e disputou em 1970, ficando Teddy Mayer na fren- Ron Dennis decidiu sair de responsável
tempo que já passou desde o último tí- 43 edições do Mundial de Fórmula 1. te dos destinos da equipa, oferecendo o máximo da equipa para se dedicar aos
tulo de pilotos, conquistado por Jacques Excetuando os anos de 2014 e 2015 (dois primeiro título à McLaren em 1974 com projetos da McLaren Automotive e fi-
Villeneuve. terceiros lugares obtidos pelos bons ser- Emerson Fittipaldi. Já nos anos 80, Ron cou na frente da operação da Fórmula 1
A equipa de Frank Williams começou viços do motor Mercedes e de Valteri Dennis conseguiu fundir a sua equipa Martin Whitmarsh. Tudo se precipitou:
como Politoys (1972), Iso-Marlboro (1973 Bottas e Felipe Massa), a Williams não Project Four Racing com a McLaren e Whitmarsh provou que não tinha vida
e 1974), Williams em 1975 e 1976, antes de voltou a estar na ribalta da Fórmula 1. começou, aí, um longo domínio do britâ- para tomar conta da equipa, Ron Dennis
embarcar na aventura Wolf (entre 1977 Cumpriu, até agora, 353 478 quilómetros, nico, passando a equipa por um período regressou e, orgulhoso como sempre,
e 1979) e, finalmente, regressar à forma dos quais 1 584 na frente, tendo conquis- de fulgor e sucessos. não quis ser cliente da Mercedes e cha-
original a partir de 1978. tado 114 vitórias, 128 “pole positions” e 133 Porém, a meio dos anos 80 do século teado pela saída de Lewis Hamilton para
Conseguiu ser campeã do Mundo de melhores voltas. passado a Honda abandonou a Fórmula a Mercedes, rasgou o contrato em 2013 e
Construtores em 1980, 1981, 1986, 1987, Teve ao seu serviço Ayrton Senna, ten- 1, Ayrton Senna cansou-se e foi para a caiu nos braços da Honda a partir de 2015.
1992, 1993, 1994, 1996 e 1997, ou seja, nove do sido ao volante de um Williams que o Williams e o resultado foi uma traves- Foi uma decisão errada e a McLaren pas-
títulos constam do seu palmarés. brasileiro sofreu o despiste fatal, no GP de sia no deserto que acabaria em vitória sou por algumas das situações mais hu-
Quanto aos títulos de pilotos são sete, San Marino de 1994, na curva Tamburello. quando a West decidiu patrocinar uma milhantes da sua história. Neste contexto,
equipa com motores Mercedes, o mago Ron Dennis foi, definitivamente, afastado
da liderança da equipa, entrando para o
seu lugar Zak Brown. Foi ele que rompeu
o acordo com a Honda e virou-se para
a Renault, com os resultados que todos
conhecemos.
A Williams é o fruto de uma enorme pai-
xão de um homem pelas corridas que não
se vergou ao fracasso e à falta de recursos.
A equipa de Sir Frank Williams faz parte
do grupo restrito de construtores que têm
mais de 100 vitórias na Fórmula 1: Ferrari
(235), McLaren (182), Williams (114).
A chegada de Patrick Head foi decisiva
para o crescimento da equipa e o dinheiro
dospetrodólarestambém.Aformaçãobri-
tânica foi-se desenvolvendo, mas sempre
debaixo do controlo de Frank Williams e
de Patrick Head, algo que se manteve ao
longo dos anos, mesmo depois do gra-
víssimo acidente que sofreu no dia 6 de
março de1986,quando seguiacom Peter
Windsor dentro de um Ford Sierra aluga-
do e, como sempre, demasiado depressa.
Caiu de uma altura de 2,4 metros, o carro
capotou, quando estavam a caminho do
aeroporto, e ficou tetraplégico. Mesmo as-
sim, nunca deixou a liderança da equipa,
até que a sua filha Claire Williams assu-
miu o controlo da equipa em 2013, depois
do patriarca ter visto desaparecer a sua
esposa. Debilitado, Frank Williams tem
desafiado a natureza e mantém-se ativo
– ele que era um aficionado da atividade
física e da corrida em particular – partici-
pando, ainda, na gestão do grupo Williams.

DIVERSIFICAÇÃO FOI UM ERRO

OU SERÁ UMA BENESSE?

Desde os últimos títulos de construtores
de Wiliams e McLaren muita coisa mudou,
e aquilo que parecia garantido deixou de
o ser e os pressupostos em que ambas
as equipas se baseavam, desaparece-
ram, obrigando a um reposicionamento
e a encontrarem novas formas de negó-

f1/
FÓRMULA 1

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cio para assegurar a sustentabilidade. e McLaren são fruto da falta de foco no porto que diz que desde 2008 que o valor A Williams não entrou na produção auto-
Curiosamente, ambas as equipas diversi- “core business” de ambas, a Fórmula 1. dos patrocínios resvalou 25%, enquanto móvel, mas o gosto pela engenharia do seu
ficaram os seus negócios dentro do mes- Mas será isso tanto assim? outro estudo diz-nos que, atualmente, o fundador e a excelência de um engenheiro
mo ambiente, o automóvel. Mas se Sir Sabemos que na Fórmula 1, como em patrocínio na Fórmula 1 apenas contribui como Patrick Head, levou a casa de Grove
Frank Williams decidiu ir pelo caminho qualquer outro desporto, sem resultados entre 25 e 40% para o total do orçamento a criar a Williams Advanced Engineering.
da consultadoria de engenharia e criou os apoios são como o ar nas montanhas, de uma equipa. Recordam-se do MG Metro 6R4? Foi de-
a Williams Advanced Engineering e a ficam rarefeitos. Mesmo assim, não deixa de causar es- senvolvido pela Williams, tal como su-
Williams Hybrid Power (que depois foi Ora, a dramática quebra em termos de tranheza que duas das equipas com me- cedeu com o programa da Renault no
vendida à GKN), a McLaren perseguiu o andamento e, sobretudo, de resultados, lhor palmarés da Fórmula 1 não consigam Campeonato Britânico de Turismos (com
sonho de Ron Dennis, cujo primeiro ato foi tem sido dramático para a McLaren. Desde encontrar patrocinadores principais que os Laguna) ou ainda o ganhador projeto de
o McLaren F1, criado por Gordn Murray, 2013, quando a Vodafone e a Lucozade ocupem a parte de leão do orçamento de LeManscomo BMWV12, encomendado
hoje um carro valioso e que continua a adornavam a carroçaria do MP4-28, que cada temporada. Talvez por isso se pos- pela casa bávara. E a verdade é que depois
ser um ícone. A McLaren Cars nasceu em a McLaren não em um patrocinador prin- sa fazer a pergunta: como é que sem um de criar a Williams Hybrid Power, poste-
1985, mas o F1 em 1993 e a produção de cipal, ou seja, está na Fórmula 1 a quei- “major sponsor” estas duas equipas se riormente vendida, a Williams Advanced
109 carros acabou em 1998. Somente em mar os seus recursos e dos acionistas mantêm na Fórmula 1? Engineering tem vindo a manter um ní-
2010 é que a McLaren regressou aos car- há cinco anos. No caso da Williams, pode A McLaren Cars produziu o F1 e esteve na vel de faturação elevado com mais de 40
ros de estrada, transformando a McLaren parecer que estava em melhor situação génese do McLaren Mercedes SLR. Depois milhões de euros/ano.
Cars em McLaren Automotive. que a equipa de Woking, mas a verdade transformou-se em McLaren Automotive, Hoje, a McLaren, através da McLaren
Quer isto dizer que ambas as equipas é que, dizem os especialistas, a casa de sendo uma história de sucesso. Com uma Applied Techonologies, continua com
diversificaram a sua atividade e, coinci- Grove vendeu o espaço no carro à AT&T gama completa de desportivos e uma sé- uma forte presença tecnológica, forne-
dência ou não, os resultados na Fórmula e à Martini por verbas muito abaixo da- rie de edições muito especiais vendidas a cendo as unidades centrais de contro-
1 começaram a entrar em plano incli- quilo que é habitual na Fórmula 1. E para preço de filigrana, emprega 1700 pessoas, lo eletrónico para a Fórmula 1, Indycar e
nado desde que essa diversificação de 2019, a Martini retirou-se. vendeu 3340 carros em 2017 – em 2018 Nascar, as baterias para a Fórmula E (até
negócio foi uma realidade. Aliás, muitos Claro está que isto não é um exclusivo o aumento foi de 44% para 4 806 carros 2020) e está, fora do mercado automóvel,
observadores da Fórmula 1 entendem da McLaren e da Williams, pois há um vendidos – e teve como volume de ven- a desenvolver um projeto em Singapura,
que as péssimas exibições de Williams estudo feito por uma consultora de des- das 601,5 milhões de euros. destinado a prevenir a Diabetes do Tipo 2.

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Já a Williams Advanced Engineering está goríficos dos supermercados (conhecido fabrico de simuladores de pilotagem. Com poucos patrocínios que a McLaren tem, a
menos envolvida na área automóvel (de- como Aerofoil), dos quais já vendeu meio uma sinergia de grupo enorme, quer a maioria técnicos, acabam por se clientes
pois de finalizar o contrato para o forne- milhão de aparelhos. A parceria com a McLaren quer a Williams têm sabido so- das outras divisões do grupo sediado em
cimento das baterias da Fórmula E de Unipart para fornecer baterias, a cola- breviver no competitivo mundo dos ne- Woking. Diz o povo que “não há mal que
primeira geração), mas tem conhecido boração no desenvolvimento do Aston gócios e da Fórmula 1. Alguns dos patro- sempre dure, nem bem que nunca acabe”,
casos de sucesso. Por exemplo, o siste- Martin Rapide E, o fabrico de incubadoras cinadores da Williams viram clientes da por isso, quer McLaren quer Williams aca-
ma que mantém o ar frio dentro dos fri- portáteis para bébes e, ainda, o desenho e divisão de engenharia, enquanto que os barão por dar a volta a esta situação mais
complicada. Dinheiro não será o maior
problema, mas sim a gestão, e será hora
de quem está a dirigir a área da Fórmula 1
olhar para o sucesso das outras divisões.
O sucesso delas não pode ser uma distra-
ção e tanto em Woking como em Grove
há que voltar o foco para a Fórmula 1 e
recuperar os dias de glória de McLaren e
Williams. A primeira trouxe Gil de Ferran
e, agora, Andreas Seidl para dentro da
equipa e com a ajuda de James Key po-
derá aproveitar as capacidades do motor
Renault para fazer uma época à altura
dos seus pergaminhos. Na Williams, es-
pera-se que Paddy Lowe seja capaz de
contornar a situação, contando com o
empenho de Claire Williams que já veio
dizer: “acredito e vou continuar a acre-
ditar nesta equipa.”

f1/
FÓRMULA 1

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ESTARÁ José Manuel Costa de F1 estão abaixo dos 25 anos – e apesar
A FÓRMULA 1 [email protected] do forte investimento nas redes sociais e
no digital, os proveitos dessa aposta são,
À VENDA... Ainfinita sabedoria do povo diz- como diria o outro, “peanuts” ao repre-
OUTRA VEZ? -nos que quanto maior é a nau, sentarem 0.06% de todas as receitas da
maior a tormenta, e se durante Fórmula 1.
As opiniões são como os narizes, todos têm uma, mas convirá, mais de três décadas a Fórmula Mas, por outro lado, mais pessoas viram
sempre, perceber porque será que algumas notícias surgem em 1 foi dominada com punho de o Mundial de Fórmula 1 em 2018 que em
determinados enquadramentos e tempos escolhidos a dedo. Será ferro por Bernie Ecclestone, os 2017, com 490,2 milhões de espetadores
que é verdade? Ou não passa de uma pequena acendalha para tempos são outros e a Liberty Media pa- únicos. São nada menos que 10% de au-
gou oito mil milhões de dólares para gerir mento de um ano para o outro. Contas
ajudar a atear uma guerra entre os promotores das provas e a a Fórmula 1 com punhos de renda. Menos feitas a toda a audiência acumulada du-
detentora do negócio? de três anos volvidos sobre a troca de rante 2018, em todo o mundo, chegou-se
mão da enorme nau que é a Fórmula 1, a a 1.758 mil milhões de espetadores! Foi o
Liberty Global tinha, terá, razões para se segundo ano de crescimento, o que mostra
desfazer do navio? que o trabalho feito começa a dar frutos.
Falhou redondamente em quase tudo Olhando para os maiores mercados, a
aquilo a que se propôs. China cresceu 300% desde 2017, aqui com
Não conseguiu, para já, adicionar mais pro- a ajuda da CCTV, que voltou a transmitir
vas ao Mundial e correu atrás de Miami de emcanal abertoascorridas coma CCTV.
forma quase desesperada para regressar Mas há mercados com crescimento assi-
com uma mão vazia e outra cheia de nada. nalável: India (87%), França (51%), Rússia
O departamento liderado por Sean (27%) e Estados Unidos da América 20%).
Bratches, o “guru” do marketing, não No que toca aos maiores mercados em
conseguiu que a sua equipa trouxesse termos de espetadores, Brasil domina
um “major” sponsor para a Fórmula 1. Não com 115,2 milhões de espetadores, se-
conseguiu, ainda, atrair os jovens para o guido da China com 68 milhões e dos EUA
desporto – apenas 14% dos espetadores com 34,2 milhões.

>> autosport.pt

9

Para chegar aqui, a Liberty Group gastou to conhecimento sobre a Fórmula 1. A in- a competição. Uma das preocupações e por exemplo, os promotores das provas
rios de dinheiro em mais recursos hu- tenção de colocar um teto orçamental na forte crítica é o afastamento da Fórmula no Médio Oriente.
manos, nova sede e em tecnologia. Para F1 não está fácil e Ecclestone pode trazer 1 das transmissões televisivas em canal “Novas corridas não devem ser introdu-
2019, o investimento vai continuar e até alguma ajuda para a negociação. aberto, exibindo como exemplo o facto de zidas em detrimento de eventos existen-
já se fala nas transmissões 4K e na mu- Claro que estamos a falar de uma teoria a Grã-Bretanha ser o último de uma série tes, embora sejamos encorajados pelas
dança dos locais tradicionais de filmagem da conspiração e que alguns detalhes de países a perder as transmissões em ca- alternativas de negócio que estão a ser
para adicionar emoção às transmissões. podem, mesmo, ser rebuscados e pouco nal aberto, exceto o GP da Grã-Bretanha. oferecidas a putativos novos eventos”,
Portanto, a Fórmula 1 continuará a ser um credíveis. Mas a notícia saída no site www. Segundo a FOPA, “não serve os interesses refere o comunicado, lembrando: “Ao en-
gigantesco incinerador de dinheiro nos johnwallstreet.com, especializado em no- a longo prazo do desporto que os adep- trarmos numa nova temporada da com-
próximos anos. tícias económicas sobre desporto, levanta tos percam o livre acesso aos conteúdos petição, os promotores procuram uma
Por tudo isto, é fácil alguém dizer que os a lebre. É um bocadinho um blogue com e à transmissão das provas.” Além disso, abordagem mais corporativa para o de-
homens do lápis atrás da orelha tenham opiniões fortes e muito “wishfull thin- questiona de forma veemente a velocida- senvolvimento da competição e a opor-
tirado o lápis e gatafunhado uns números king”, ou seja, muitas ideias construídas de do progresso que a Fórmula 1 tem vindo tunidade de oferecer a sua experiência e
que serão, certamente, diferentes daque- na cabeça de quem as escreve. a experimentar. “Há uma falta de clareza especialização num espírito de parceria
les que hoje Chase Carey consegue mos- A verdade é que o Liberty Group não res- sobre novas iniciativas para a Fórmula 1 e com a Fórmula 1 e a FIA.”
trar. E mais fácil, ainda, é deduzir que os pondeu a esta notícia e rejeitou, até agora, uma falta de envolvimento com os promo- Convirá lembrar que o presidente da
responsáveis máximos do Liberty Group qualquer contacto que tenha subjacente tores para a sua implementação.” FOPA é Stuart Pringle, o CEO do circui-
vejam com bons olhos qualquer cenário a questão “vão vender a Fórmula 1?”. Mas No mesmo comunicado, a FOPA avisa to de Silverstone, que alberga o Grande
que estanque a hemorragia financeira e também é verdade que seria difícil que a Liberty para não prejudicar as provas Prémio de Inglaterra, que, curiosamen-
ajude a equilibrar o barco. depois de todas as farpas que Ecclestone existentes com a busca incessante de te, é uma das cinco provas que não tem
Neste horizonte cabem a venda total, a já atirou aos novos donos da Fórmula 1 e novas corridas para o calendário, naqui- ainda um contrato para lá de 2020 depois
venda parcial ou a entrada de novos par- da sua condição de quase nonagenário, o lo que pode ser considerada uma crítica de ter desencadeado uma quebra no atual
ceiros para ajudar a liderar a nau Catrineta ex-patrão voltasse a comprar a Fórmula 1. mais ou menos sibilina ao namoro feito a contrato assinado em 2017. Convirá di-
que é a Fórmula 1. E quem poderá ser o A notícia da venda da Fórmula 1 serviu Miami para sediar uma segunda corrida zer que fora da FOPA estão a nova prova
comprador de tudo, parte ou de injetar para tirar da ribalta uma situação que em solo norte americano. Uma corrida de Vietename, Bahrain, Mónaco, Rússia,
dinheiro na Formula One Management? poderá ser mais complicada de gerir. Os desenfreada, com oferta de um acordo a Japão e AbuDhabi. Mais tarde, os pro-
Um príncipe árabe? Não... já lhes bastam promotores de 16 provas do Campeonato preço mais baixo que o cobrado aos res- motores do GP do México deram o dito
as pistas que têm como elefantes bran- Mundial de Fórmula 1, agrupados na FOPA tantes promotores, que acabou por não dar por não dito, num comunicado que dizia:
cos e agora parece que descobriram o fu- (Formula One Promoters Association), em nada, mas que deixou os promotores “Na sequência de um comunicado feito
tebol para estragar dinheiro. Um oligarca emitiram um comunicado muito crítico da FOPA com a pulga atrás da orelha, daí o pela Formula One Promoters Association
russo? Não, pois os rublos parecem estar para a Liberty Media, questionando a aviso feito à Liberty. Até porque há casos (FOPA), os promotores do Grande Prémio
amaldiçoados e poucos querem, agora, forma como os americanos têm gerido como o GP do Brasil, que paga menos que, do México querem expressar a sua sim-
alguma relação com os nativos da ter- patia com os promotores de outros países,
ra liderada por Putin. Então quem pode, compreendendo que cada país e corrida
afinal, comprar ou entrar no capital da são diferentes. Adicionalmente, os pro-
Fórmula 1? Não se lembram de ninguém? motores do GP do México acolhem com
Uma pista: está enamorado de uma bra- agrado a atual colaboração e boa relação
sileira com menos 47 anos, com quem com os restantes promotores. Porém, o
casou em 2012 e a caminho de se tornar Grande Prémio do México não partici-
nonagenário (está com 88 anos) e foi piloto pou na referida reunião e tem apreciado
de Fórmula 1 em 1958 com um Connaught o trabalho que os atuais proprietários da
equipado com motor Alfa Romeo de 4 ci- Fórmula 1 têm feito para compreender
lindros.Tentou qualificar-se para oGPdo as exigências dos promotores e as suas
Mónaco, não completou uma única vol- preocupações, bem como as dos adep-
ta nos treinos e por isso não participou. tos. Os promotores da prova mexicana
No GP da Grã-Bretanha, esteve nos trei- de Fórmula 1 reconhecem o que a nova
nos livres e... ficou por aqui a sua carrei- administração da competição tem feito
ra de piloto. Chama-se Bernard Charles ao escutar e mostrarem-se sensíveis às
Ecclestone e foi o patrão da Fórmula 1 até suas preocupações, com ambas as partes
que a Liberty lhe tirou o “brinquedo” em atrabalharemdeformaempenhadaepró-
2016 e retirou-o de CEO da Fórmula One xima. Como resultado, não concordamos
Group em janeiro de 2017, a troco de 8 mil com aquilo que está plasmado no comu-
milhões de dólares. nicado da FOPA, emitido em seu nome.”
É, atualmente, o presidente emérito da Curiosamente, o GP do México é uma das
Fórmula One Group (mas sem qualquer cinco provas, como o GP da Grã-Bretanha,
influência), tem dinheiro mais que sufi- que ainda não tem um contrato para estar
ciente para recuperar o controlo acionis- no calendário de 2020. “Os promotores do
ta e pode negociar um preço bem abaixo GP do México e a Fórmula 1 continuam as
daquilo que o Liberty Group pagou. negociações para renovar o contrato para
os próximos anos”, conclui o comunicado
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO dos promotores do GP do México.
Quer isto dizer que a temporada de 2019
OU REALIDADE? será “quentinha” na pista, fora da pista e
nos bastidores, pois a Liberty terá mui-
Podem muitos de vós estar a rir nesta al- ta coisa para resolver: novos contratos
tura, divertidos com esta teoria, acreditan- para o futuro, implementação do teto
do que esta é uma teoria da conspiração, orçamental, novas regras para depois de
rebuscada e pouco credível. Alguns por- 2020, enfim, a Liberty terá muito traba-
menores: Bernie Ecclestone tem aumen- lho em 2019. Ou será que está a prepa-
tado a sua presença nas provas, continua rar-se para vender tudo e deixar de ter
a dar palpites sobre assuntos da Fórmula preocupações?
1, tem interesses na organização do GP do
Brasil e continua esclarecido e com mui-

f1/
FÓRMULA 1

10

NOVAS CORESRICHENERGYHAASF1TEAM

A Haas apresentou as suas no- te grande parte do ano pelo ‘título’ rendimento subiu. Até meio da época
vas cores e fez lembrar as mí- de mais rápido do ‘Campeonato B’ e foi claramente o melhor piloto da Haas,
ticas decorações da Lotus John terá levado alguma vantagem sobre caindo de produção na segunda me-
Player Special, mostrando o seu a Renault, o principal adversário, que tade. Esteve na luta pelo título virtual
novo monolugar apenas em fotos de teve uma segunda metade do ano me- de melhor piloto do “Campeonato B”,
estúdio. A Haas é uma equipa recen- nos positiva. A Force India, devido aos mas ficou-se pela nona posição, atrás
te no paddock da F1 e tem beneficiado problemas financeiros, ficou algo ar- de Hulkenberg e Pérez.
da parceria com a Ferrari - que forne- redada desta luta.
ce o máximo de componentes que as
regulamentações permitem - e des- NOVOS DESAFIOS
sa forma lutou pelo melhor lugar no
meio da tabela. Romain Grosjean e Kevin Magnussen
Uma forma de trabalhar que causou serão novamente os pilotos da equipa.
algum mau estar no seio da F1 mas que O francês vai para a quarta época com
tem dado resultados interessantes. A a estrutura, estando presente desde
postura realista como a Haas resolveu o início, e Kevin Magnussen vai para
entrar na F1, aproveitando toda a ex- a sua terceira época.
periência disponível para facilitar a O piloto francês foi até 2018 o piloto
sua tarefa, foi uma forma diferente mais da equipa, aquele que garan-
de encarar o desafio F1. tiu os melhores resultados e que tem
O objetivo da equipa é continuar a evo- guiado a Haas. No entanto, 2018 foi um
luir, usando o mesmo modelo de tra- ano difícil para Grosjean. Começou da
pior forma, com desistências e erros
balho. Depois da boa época de 2018, de palmatória que o deixaram numa
a Haas pretende aprender com os posição muito delicada, colocando em
erros e evitar cenas como as que risco até o seu futuro na F1.
vimos em Melbourne, com um Mas mais uma vez Grosjean foi ca-
duplo abandono devido a paz de dar a volta a um momen-
erros nas boxes. to negativo e a segunda me-
Vimos também um tade da época foi claramente
chassis que se deu mais positiva, com bons re-
muito mal com tra- sultados e boas prestações.
çados citadinos, Kevin Magnussen teve em 2018
mais sinuosos, e a melhor época na F1. O piloto dina-
talvez o foco da marquês sempre mostrou talento atrás
equipa tenha ido do volante, mas não teve a estabilida-
para tentar minimi- de suficiente para o mostrar, nem na
zar esse lado menos posi- McLaren, nem na Renault. Na Haas
encontrou um porto de abrigo e na
tivo de um chassis que deu muito primeira vez que ficou duas épocas
boa conta de si. consecutivas na mesma equipa, o seu
O monolugar da Haas lutou duran-

TORO ROSSO >> autosport.pt
APRESENTA STR14
11

A Toro Rosso tornou-se a
segunda equipa de Fórmula
1 a mostrar o seu monolugar
de 2019, ao revelar o STR14,
carro que será pilotado
por Alexander Albon, um
estreante absoluto, e Daniil
Kvyat, um regresso
à Fórmula 1

Já é conhecido o STR14, monolugar mais favorável, pois poderemos desen- o ano passado na F1. Tanto Daniil Kvyat e sinto que o melhor ainda está para vir.
com que a Toro Rosso vai enfrentar volver mais rapidamente o carro durante como Alexander Albon podem dar-se O Alex terá muito que aprender, como
a temporada de F1 de 2019. Este é um a época”, explicou, falando depois tam- por contentes por se encontrarem nas qualquer estreante na F1, mas certamente
monolugar importante para a equipa, bém do motor: “Foi uma grande decisão posições em que estão, dado que Kvyat provou estar pronto nas categorias mais
já que recentemente ficou a saber-se que mudar para a Honda no ano passado e o perdeu o seu lugar na Toro Rosso (depois baixas, como a Fórmula 3, GP3 e espe-
a Toro Rosso e a Red Bull aumentaram a passo em frente que deram em apenas de já ter saído da Red Bull) antes do final cialmente na Fórmula 2, onde foi capaz
cooperação técnica, o que leva, por exem- um ano reflete o enorme compromisso da época de 2017, enquanto o estreante de vencer corridas. Na segunda metade
plo, a que as duas equipas partilhem toda que colocaram no projeto. O facto da Red na F1, Alex Albon, foi ‘eliminado’ do pro- do campeonato de F2 do ano passado im-
a secção traseira dos monolugares, onde Bull Racing também ser fornecida pela grama de jovens pilotos da Red Bull em pressionou com muitas manobras de ul-
se inclui a unidade motriz da Honda, cai- Honda dará um impulso adicional para 2012: “Um jovem piloto precisa de dois a trapassagem e foi isso que nos convenceu
xa de velocidades, suspensão traseira e melhorar ainda mais”. três anos para compreender e apresen- de que é o piloto certo para esta equipa.
componentes eletrónicos e hidráulicos, Desta forma, é perfeitamente possível que tar resultados no complicado mundo da Com o Daniil do outro lado da boxe, tem
e ainda algumas peças da suspensão a Toro Rosso cresça em competitividade F1, mas o Daniil mostrou a sua velocidade um piloto experiente na F1 com quem vai
dianteira. Mas Franz Tost acrescenta mais face a 2018,pelomenos noque aomono- natural desde o início. Quando se mudou aprender muito, juntamente com o apoio
detalhes: "Alguns componentes da uni- lugar diz respeito, já que em termos de para a Red Bull, parecia estar pronto para da equipa que o rodeia. A Scuderia Toro
dade motriz serão da mesma especifica- pilotos, com a saída de Pierre Gasly para o desafio, mas agora em retrospetiva, po- Rosso está ansiosa por 2019, já que com
ção utilizada pela Red Bull Racing, mas a a equipa principal, nenhum dos dois pi- demos dizer que era demasiado cedo. Mas o Daniil e o Alex temos dois pilotos jovens
maioria das peças que recebemos da Red lotos da nova dupla da Toro Rosso esteve acredito que merece outra oportunidade e competitivos”, disse Tost.
Bull Technology são especificações do seu
monolugar do ano passado", começou
por dizer Franz Tost, Chefe da Equipa de
Faenza, que vê o STR14 como um passo à
frente: “Temos pessoal técnico muito bom
e a fiabilidade das peças do projeto do ano
passado irá colocar-nos numa situação

WILLIAMSMOSTRANOVOPATROCINADOR

AWilliams apresentou as suas novas cores para 2019. A
equipa britânica apresentou a nova decoração dos seus
carros para nova época com uma boa novidade, o apare-
cimento de um novo patrocinador, a ROKiT, uma marca
de telecomunicações com base na Grã-Bretanha.
A marca que não era ainda muito conhecida tem agora uma
plataforma de promoção com um alcance gigante: “Estamos
muito satisfeitos em dar as boas vindas à ROKiT como nosso
parceiro principal a partir da temporada de 2019”, começou por
dizer Claire Williams: “Temos valores e aspirações semelhan-
tes à ROKiT, colocando a engenharia e a inovação no centro de
tudo que fazemos, na busca de sermos os melhores, a platafor-
ma perfeita para começar uma parceria. A ROKiT está numa
jornada emocionante no mundo das telecomunicações, assim
como a Williams está a construir uma equipa para um futuro de
sucesso.” Para 2019 a equipa terá como pilotos o jovem George
Russel e Robert Kubica. O novo monolugar de 2019 será apenas
visto nos testes em Barcelona.

E/12 PAIXÃOGT4SOUTHEUROPEAN
ENTREVISTA
DIOGO FERRÃO

2019 marca o início de uma nova competição, que não sendo
portuguesa, tem fortes ligações ao nosso país, uma vez que a
organização, a Race Ready, está sediada em Lisboa e terá três

provas em solo luso – as GT4 South European Series. Diogo
Ferrão é a força motriz por detrás do novo certame que promete

marcar de forma indelével o panorama automobilístico ibérico

Diogo Ferrão não é um nome es- mo às mais importantes pistas ibéricas.
tranho às corridas, tendo par- Paralelamente, tem vindo também a or-
ticipado inicialmente no cam- ganizar eventos como o Estoril Classic,
peonato britânico de Fórmula 2 Jarama Classic ou Algarve Classic Festival
históricos. Posteriormente, to- – fins de semana de grande sucesso com
mou parte no Campeonato de grelhas cheias e muito público, como se
Portugal de GT para, mais recentemente, verificou no ano passado, quando vinte e
dedicar-se às provas de históricos, tendo nove mil pessoas marcaram presença no
corrido no Le Mans Cassic. Circuito do Estoril.
No entanto, tem sido no campo organi- O lisboeta é, claramente, um homem de
zativo que se tem destacado, tendo edi- desafios e para 2019 abraçou um novo:
ficado o Iberian Historic Endurance, uma organizar as GT4 South European Series.
competição que atrai máquinas fabulosas A categoria GT4 está em expansão em
que marcaram a história do automobilis- todo o mundo. O ano passado as GT4

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13

SUSTENTADA

E/
ENTREVISTA

14

European Series exibiu grelhas de par-
tida de mais de quarenta carros, assim
como o Championnat de GT FFSA – GT4
France, e nos Estados Unidos está a cres-
cer rapidamente.
No entanto, em Portugal e Espanha, mui-
to embora existam automóveis de acor-
do com a classe, não havia até 2019 uma
competição que os albergasse de uma
forma profissional. Diogo Ferrão viu nes-
te facto uma oportunidade e um desafio.
“Creioque já há algum tempo que existia
a necessidade de termos uma competição
desta envergadura na Península Ibérica.
Repare que Portugal e Espanha, juntos,
têm mais de cinquenta e seis milhões de
habitantes, representando o quarto maior
mercado europeu, atrás da Alemanha,
França, Itália e à frente da Inglaterra.
Não existia uma competição de âmbito
ibérico organizado de forma profissional
que pudesse juntar os melhores pilotos
destes dois países, quer fossem profis-
sionais ou amadores”, começou por nos
dizer o nosso interlocutor.
No entanto, Ferrão, dadas as dificuldades

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de outras organizações em edificar cam- muitos projetos desta natureza esbarram certa para a Península Ibérica. “Acredito Por outro lado, penso que, nas corridas,
peonatos sustentados nesta região da na dificuldade em reunir apoios, sendo o que os GT, e mais concretamente os GT4, vendemos sonhos aos adeptos. Eles têm
Europa, sabia que teria de ter o apoio de vil metal uma barreira para muitos pilo- são os carros certos para o mercado ibé- de sentir algo de muito especial para po-
um nome forte do automobilismo mun- tos e equipas, tanto de Portugal como de rico. São máquinas extraordinárias, com derem ter interesse nas nossas provas.
dial e não se coibiu de contactar o líder Espanha, em participar num desafio com performances notáveis, com marcas mui- CommarcascomoMcLaren,AstonMartin,
global de provas de GT, sublinhando o uma organização profissional. to fortes e que fazem sonhar os adeptos. Mercedes, Ginetta, Audi, BMW, Alpine,
seu espírito de iniciativa: “Há cerca de No entanto, Diogo Ferrão mostra-se con- Para além disso, o seu custo de manuten- Maserati ou Porsche estamos mais pró-
dois anos, através de um amigo comum, fiante de que os GT4, carros de altas per- ção é relativamente baixo, sendo possível ximos de chegar ao coração dos adeptos.
procurei a forma de conhecer o Stéphane formances muito próximos dos respecti- competir com orçamentos comportáveis Agora cabe-nos a nós fazer passar a men-
Ratel, o maior organizador de provas de vos modelos de produção, são a solução no mercado ibérico. sagem para poderemos ter espetadores
GT do mundo. nos circuitos e telespetadores nas trans-
Reunimo-nos e apontei-lhe que na missões televisivas.
Península Ibérica existiam já bastantes Por outro lado, são carros que satisfazem
carros GT4, máquinas adaptadas à reali- também os pilotos, uma vez que são bas-
dade de Espanha e Portugal, mas faltava tante potentes e têm tração traseira, o que
uma competição onde pudessem concor- lhes confere um comportamento excitan-
rer ao mais alto nível. te, promovendo corridas entusiasmantes
No início houve alguma relutância da par- para pilotos e adeptos.
te dele, mas mostrei-lhe que existia o po- Penso que é o melhor de dois mundos –
tencial para erguer uma competição ao pilotos e adeptos satisfeitos”, sublinhou
nível do que a SRO faz na Europa - França, o responsável máximo das GT4 South
Alemanha, Inglaterra, etc. Estavam en- European Series.
tão lançadas as bases para as GT4 South Para lá de considerar que os carros são a
European Series”. solução certa para uma competição ibé-
Apesar de existir espaço para a criação rica, que no fundo ultrapassa os Pirenéus,
de uma competição desta envergadura, Diogo Ferrão aponta diversos motivos

E/
ENTREVISTA

16

para o sucesso do novo certame que está como colega de equipa, o que significa como em Espanha. Depois de a competi- nossa competição. Estamos seguros que
a criar, que vão desde a qualidade dos que mesmo um Bronze poderá chegar ção ser revelada publicamente o interes- teremos boas grelhas de partida, até por
eventos até a questões técnicas, que te- ao degrau mais alto do pódio. Julgo que se cresceu, com equipas portuguesas a que, para além de pilotos e equipas portu-
rão a chancela da SRO, uma companhia este equilíbrio é fundamental para que movimentarem-se para comprar carros guesas e espanholas, temos tido também
que garante profissionalismo em todos os todos se sintam integrados e motivados de GT4, graças ao interesse que os pilotos interesse de equipas para lá dos Pirenéus,
processos regulamentares. “Oferecemos para chegarem a cada corrida para dar o demonstraram em tomar parte na nos- como prova a Autorlando Sport, entre ou-
aspetos muito positivos que nos garan- seu melhor”. sa competição. tras”, revelou Ferrão.
tem uma fórmula para o sucesso. Antes Por muita qualidade que possa ter a orga- A nossa equipa tem estado em contacto Consciente de que, mesmo com um bai-
de mais, temos por trás de nós o know- nização, os eventos sejam emblemáticos, permanente com as estruturas que mos- xo custo de participação nas GT4 South
-how da SRO que é a nossa parceira nes- os carros possam ser entusiasmantes, traram interesse em participar nas GT4 European, os valores são elevados, o res-
te projeto. Contamos com o seu apoio em são precisos pilotos e equipas para po- South European Series – cá em Portugal a ponsável máximo pela Race Ready está
termos organizativos, o que nos permi- der existir grelhas de partida numerosas. Veloso Motorsport, a Speedy Motorsport, determinado em permitir às equipas e
tirá ter eventos bem realizados e traça- Em Portugal temos vivido com pelotões a Novadriver, mais recentemente; em pilotos a possibilidade de dar retorno me-
dos, até por que a Race Ready também já escassos que, demasiadas vezes, não Espanha a NM Racing, a SPV Racing, a diático. Para isso, a sua competição con-
mostrou ter capacidade para edificar fins chegam sequer aos dois dígitos. Diogo Teo Martín – e a cooperação tem sido fan- tará com transmissões televisivas das
de semana marcantes, como tem sido o Ferrão admite a dificuldade dos mercados tástica e é assim que pretendemos traba- suas provas, uma novidade para orga-
caso com o Jarama Classic, Estoril Classic em que as GT4 South European Series se lhar com todas elas, encontrar soluções e nizadores do nosso país. “Sabemos que
ou Algarve Classic Festival. pretende implementar, sobretudo, devido caminhos para que possam ter uma pre- os investimentos para uma competição
Por outro lado, a SRO dar-nos-á apoio, a erros do passado, mas mostra-se con- sença assídua na nossa competição. Toda desta dimensão são elevados e, por isso,
igualmente, em aspetos técnicos, como o fiante devido ao interesse que tem vindo a a equipa das GT4 South European Series pretendemos oferecer todas as ferramen-
BoP, que é alcançado de acordo com os da- receber, tanto de pilotos e equipas portu- tem como objetivo criar soluções para tas às equipas e pilotos para poderem ter
dos obtidos em todas as corridas realiza- guesas e espanholas como de outras zo- equipas e pilotos”, frisou Diogo Ferrão. um retorno elevado. Queremos criar uma
das com a sua chancela. Isto garante-nos nas da Europa, até por que assegura algo Apesar da sua renitência em dar núme- linha de comunicação que chegue não só
um equilíbrio entre todos os carros sem que no passado raramente foi garantido ros, o português mostra-se confiante de aos pilotos e equipas, mas também aos
qualquersombradesuspeitarelativamen- – estabilidade e um horizonte temporal que as GT4 South European Series te- adeptos. Isso passa por ter transmis-
te a favorecimentos. As verificações técni- que garante a possibilidade dos projetos rão boas grelhas de partida e, depois da sões televisivas em Portugal e Espanha,
cas serão também feitas sob olhar atento terem retorno. “Estamos a organizar uma Autorlando Sport e de Miguel Cristóvão, no fundo os nossos principais merca-
da SRO. Regulamentarmente, tudo será competição de raiz em dois mercados que, que participará na competição, espera dos. Fora da Península Ibérica as provas
irrepreensível, como se quer numa com- juntos são grandes, mas são difíceis, so- poder revelar novos nomes nas próximas poderão ser seguidas através do nosso
petição desta envergadura”, sublinhou bretudo em Portugal, dada a volatilidade semanas. “Neste momento anunciámos canal do Youtube. Mas haverão outras
o responsável máximo da Race Ready. que se viveu no automobilismo do nos- já a presença da Autorlando Sport, que apostas mediáticas que serão reveladas
Para além dos aspetos organizativos, so país nos últimos dez anos, o que dei- terá em pista dois novíssimos Porsche mais tarde. As transmissões televisivas
Diogo Ferrão está confiante de que os xou alguma desconfiança nos pilotos e 718 Cayman Clubsport. Uma equipa com são questões centrais em todo o nosso
eventos que darão corpo às GT4 South equipas. Com a edificação das GT4 South uma larga história nas corridas de GT eu- projeto. Estamos a ultimar as negociações
European Series serão uma mais-valia, European Series, estamos a marcar um ropeias e deixa-nos muito orgulhosos que com dois canais fortes, um em Portugal
tanto para pilotos e equipas como para o corte profundo com o passado e o facto tenham escolhido as GT4 South European e outro em Espanha, e brevemente serão
público. “Visitaremos os circuitos mais im- do nosso projeto ser de, pelo menos, três Series como programa para 2019. O Miguel revelados”, apontou Diogo Ferrão.
portantes da Península Ibérica – Circuito anos, garante isso mesmo – estabilidade Cristóvão, que no ano passado lutou pelo Sendo Portugal um dos mercados de elei-
do Estoril, integrado no Estoril Racing para que todos os atores possam renta- título Pro-Am das GT4 European Series, ção das novas GT4 South European Series,
Festival, o Autódromo Internacional do bilizar e garantir o retorno dos seus in- também já confirmou a sua presença na seria normal que o mais importante fim
Algarve, durante o fim de semana do vestimentos”, sublinhou o homem forte
ELMS, Circuit de Barcelona-Catalunya, da Race Ready.
fazendo parte do programa das 24 Horas É conhecido o interesse de diversas equi-
de Barcelona, e o Circuito del Jarama, in- pas portuguesas e não só na nova com-
tegrando o Jarama Festival – todos eles petição de âmbito ibérico. Todas as estru-
adjacentes a grandes centros urbanos turas mais importantes do panorama da
ou a estâncias turísticas. Visitaremos velocidade nacional já mostraram o seu
ainda Nogaro, na tradicional Coupes de interesse em marcar presença, tendo ad-
Pâques, um evento com muito público, quirido carros de GT4. Em Espanha o de-
o que nos permitirá realizar um impor- sejo é também grande e são numerosas as
tante intercâmbio com equipas, pilotos e formações a trabalhar para garantir luga-
organização do Championnat de GT FFSA res nas grelhas de partida das GT4 South
– GT4 France. Estamos confiantes de que European Series, mas mesmo para lá dos
serão eventos fantásticos tanto para os Pirenéus tem-se se assistido à vontade
pilotos, comopara as equipas,como para de competir no certame da Race Ready,
os adeptos”, afirmou. sendo o exemplo mais óbvio a Autorlando
Se em termos organizativos a Race Ready, Sport, que já confirmou a inscrição de dois
com o apoio da SRO, está a trabalhar afin- Porsche 718 Cayman. Apesar do enorme
cadamente para que todas as valências movimento e entusiasmo que rodeia a
das GT4 South European Series estejam sua competição, Diogo Ferrão não dese-
num elevado nível, em pista Diogo Ferrão ja, para já, dar uma ideia do tamanho das
espera provas entusiasmantes, enfatizan- grelhas de partida que espera ter este
do a possibilidade de mesmo os pilotos ano. “Apontar números para o primeiro
não-profissionais poderem lutar pelas ano de uma competição é sempre difícil!
vitórias, uma vez que estão interditas as Não gosto de ter expetativas muito ele-
duplas de pilotos profissionais: “No cam- vadas, mas temos as nossas expetativas.
po competitivo teremos um plantel muito O que posso garantir é que, mesmo an-
nivelado, assegurando boas corridas. Para tes de termos anunciado as GT4 South
além disso, todos poderão vencer provas, European Series, sentimos muito inte-
uma vez que um piloto profissional terá resse nas reuniões que fomos mantendo
sempre de ter um piloto não-profissional com pilotos e equipas, tanto em Portugal

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de semana de corridas realizado no nosso equipas e pilotos portugueses o fim de
país fizesse parte do calendário da com- semana da ‘Bila’ é o ponto alto da tem-
petição. Contudo, Vila Real, que este ano porada. A solução que encontrámos foi
celebra a sua quinquagésima edição, pri- realizarmos uma taça em Vila Real que
ma pela ausência. No passado foi possí- não conta para a classificação das GT4
vel verificar em competições de índole South European Series. Curiosamente,
ibérico a resistência de pilotos e equipas temos tido muito interesse de equipas
espanhóis em realizar a viagem ao circui- inglesas, francesas, holandesas e ale-
to situado em Trás-os-Montes, acabando mãs em participar no fim de semana, o
por criar situações em que as grelhas de que nos garante uma excelente grelha de
partida ficavam depauperadas. partida mesmo que algumas formações
Para evitar essa situação, mas com a von- espanholas decidam não fazer a viagem”,
tade de visitar a mais antiga pista portu- afirmou confiante Diogo Ferrão.
guesa em atividade, Diogo Ferrão agen- Mesmo mostrando relutância em apon-
dou uma taça para a “Bila”, que não conta tar números para as grelhas de partida
para as contas das GT4 South European das GT4 South European Series, a con-
Series, mas permite a todos os que pre- fiança parece andar de braço dado com
tendem competir nas ruas da cidade do Ferrão e a Race Ready, mas esta parece
norte de Portugal lutar por um cetro que ser profundamente justificada, com uma
conta no seu historial com nomes como organização que tem a SRO por detrás,
Vasco Sameiro, Stirling Moss, David Piper, um dos maiores sucessos no mundo de
Teddy Pilette, Carlos Gaspar, etc. automobilismo nos últimos vinte anos.
Curiosamente, e devido ao forte nome Com eventos que se preveem bem or-
do circuito transmontano em toda euro- ganizados, espera-se boas grelhas com
pa, a “taça de Vila Real” tem vindo a ge- carros apaixonantes em circuitos de cra-
rar muito interesse em todo o continen- veira europeia, sendo a expetativa para a
te. “Vila Real era um circuito que estava primeira prova, que se realiza em Nogaro
nos nossos planos desde o início, mas entre os dias 20 e 22 de abril, enorme…
rapidamente percebemos alguma reni- Qualquer adepto de automobilismo vibra
tência da parte das equipas espanholas com lutas entre McLaren, Porsche, Ginetta,
em se deslocarem a um circuito citadino Aston Martin, Maserati, Audi, Mercedes,
fora do seu país. Por outro lado, para as etc… Mal podemos esperar.

V/18 VELOCIDADE
VELOCIDADE BALANÇOS
E PROJETOS

Estamos já no segundo mês de 2019 e os projetos da velocidade nacional estão
a ser trabalhados a todo o gás. Fomos sentir o pulso a algumas das equipas para

entender o que podemos esperar desta época

Fábio Mendes da em 2017 sem sucesso e que agora volta com um calendário
[email protected] de quatro provas, (duas em Portugal e duas em Espanha) e com
prémios para os vencedores. A Race Ready juntou-se à SRO e
Depois de um ano 2018 que começou com muitas in- criou o GT4 South European Series, uma competição para o sul
terrogações e que terminou com um campeonato da Europa (França, Espanha e Portugal) com cinco provas mais
reduzido, quer no número de jornadas, quer no nú- uma prova extra e com uma aposta numa regulamentação que
mero de pilotos (um hábito, infelizmente), para 2019 reúne cada vez mais interessados.
as perspetivas são bem diferentes. Com a saída da No geral podemos aferir que as equipas estão com a prepara-
Full Eventos da promoção da velocidade nacional, ção das épocas adiantada e que as novidades deverão começar
surgiu o Open de Velocidade, uma solução já antes pondera- a surgir. O Open parece estar a agradar embora as indefinições
da e testada com os Supercars. A ANPAC ficou com a respon- levantem algumas dúvidas. Mas olhando à recetividade e ao inte-
sabilidade da promoção deste campeonato, assim como dos resse crescente, parece que poderemos ter grelhas bem preen-
campeonatos de Clássicos e Legends. chidas. O TCR Ibérico e o GT4 SES também agradam e parece
Mas a porta dos TCR não se fechou em Portugal e o promotor que há projetos a serem finalizados, o que afasta algum do ne-
do TCR Europe voltou a apostar na ideia do TCR Ibérico, tenta- gativismo que por vezes se sente. 2019 parece estar a começar
bem para o panorama da velocidade nacional.

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19

TEAMNOVADRIVER
COMAPOSTAFORTENOSGT4

A Novadriver anunciou há alguns dias de resistência e divisão do carro por mais de Sprint, por uma única questão, os custos por
a aposta nos GT4. César Campaniço um piloto, assim como o novo campeonato piloto!”
passou por uma fase de reflexão e Sul Europeu de GT4. Vivemos numa realidade Apesar da aposta nos GT4, a Novadriver não
optou pelos GT4 por considerar a melhor nacional em que não temos pilotos com fecha a porta aos TCR:
opção para a velocidade nacional. budgets na ordem dos 70 a 80 mil euros “A equipa estará disponível para dar
Apesar do sucesso que a equipa teve para poderem correr sozinhos e, portanto, assistência a projetos TCR já que a
nos TCR, estando sistematicamente com os GT4, pelo menos no campeonato experiência acumulada dos últimos três
na luta pelos primeiros lugares e português, um piloto poderá pagar cerca de anos foi algo que nos enriqueceu e nos deu
tendo conquistado o vice-campeonato metade dessa verba para correr num carro bagagem suficiente para lutar pela vitória
em 2018 com Armando Parente, a de uma categoria superior. Mesmo a nível em qualquer campeonato dessa categoria,
Novadriver irá apontar agora rumo a do campeonato Sul Europeu, conseguem- mas, entretanto, vamo-nos focar neste novo
outra categoria: se valores inferiores por piloto do que uma projeto GT4. Sabemos que são duas das
“Depois de muito refletir nas alternativas participação a solo num campeonato TCR. categorias mais em foco a nível europeu
possíveis, decidi optar pela categoria GT4, São categorias completamente diferentes e mundial, mas tendo em vista a nossa
já que se afigura como o tipo de viatura na sua génese de formato competitivo, e foi realidade nacional, tivemos que fazer uma
que mais se enquadra no novo Campeonato pena que o Campeonato Ibérico não tivesse grande reflexão e então chegar a estas
Nacional de Velocidade, que terá um figurino seguido o formato de endurance, ao invés do conclusões.”

V/
VELOCIDADE

20

BALANÇOS E PROJETOS

SPORTS
&YOU VOLTA A
APOSTAR NOS
TCRENOS GT

José Pedro Fontes fez o balanço de 2018, levantando um pouco
o véu do que poderá ser 2019.

Em 2018 a Sports&You apresentou em pista o Peugeot perguntar se eram estes os resultados que queria, obviamente querer trabalhar connosco. Estamos a trabalhar também para
308 TCR, numa aposta em duas frentes, quer no TCR que tenho de responder não, pois queremos sempre ganhar. estar presentes no TCR Ibérico, embora não possa avançar
Europe com Francisco Abreu, quer a nível nacional com Não nos podemos esquecer que defrontamos excelentes mais pormenores de momento. Mas é nossa vontade estar
Abreu e Rafael Lobato. Fontes mostrou-se satisfeito equipas, excelentes pilotos, com muito mais experiência que presentes neste novo campeonato. Quanto ao TCR Europe,
com o trabalho desenvolvido pela sua estrutura: nós nesta categoria e que o nível era muito alto. Mas fico feliz não iremos repetir a presença, pois vamos concentrar a nossa
“2018 foi um projeto novo para nós, numa categoria onde nunca por termos mostrado o potencial do 308 TCR, graças a um atividade na península Ibérica. A nossa política de promoção
tínhamos competido, mas na qual acreditamos. Entramos grande trabalho da equipa e dos pilotos, algo que foi também da marca vai ficar mais focada no nosso mercado alvo e, para
também para cumprir o papel de distribuidor Peugeot Sport confirmado pelos resultados obtidos nas competições além do TCR Ibérico, estamos a estudar também a melhor
para a península ibérica. Vendo o produto da marca e o seu internacionais que evidenciam a capacidade do Peugeot.” forma de ajudar clientes que queiram participar no CER, como
potencial, achamos por bem promovê-lo no nosso campeonato já aconteceu no ano passado, com sucesso.
e no TCR Europe, o que fizemos com sucesso. Para 2019, a Sports&You terá um programa semelhante Não temos planeada a presença no GT4 South European Series,
Em Portugal tivemos logo um arranque positivo com uma pole ao de 2018, com GT´s e TCR a serem a aposta da mas estamos obviamente atentos e interessados a este novo
Position e fomos constantemente competitivos ao longo da estrutura portuguesa que voltará a estar presente no campeonato.“
época, embora, infelizmente, não tenhamos conseguido chegar GT Open. Nos TCR, há ainda trabalho a fazer antes de José Pedro Fontes acredita que o rumo da velocidade passe
à vitória. Foi um ano positivo, mas, logicamente que não foi anunciar o que quer que seja: pelos campeonatos ibéricos e por uma maior concentração
o ano que queria, pois os objetivos da Sports &You passam “Em 2019 estaremos no GT Open, como é costume, com um de esforços, a fim de tirar proveito do potencial existente em
sempre por tentar chegar à vitória. Aproveito a oportunidade Mercedes AMG GT3, mas este ano teremos uma novidade, Portugal e Espanha. Depois de um ano 2018 positivo, como um
para agradecer o profissionalismo e empenho do Francisco e do com a presença em pista de um Mercedes AMG GT4 no novo dos responsáveis da Sports&You referiu, Fontes quer manter o
Rafael e restante equipa durante todo o ano. “ campeonato, o GT Open Cup, com o piloto brasileiro Márcio nível e continuar o bom trabalho feito, agora mais focados nas
Basso, que já esteve connosco no passado, e que voltou a competições ibéricas.
Sendo um projeto novo, com um carro novo também, o
sucesso poderia demorar a chegar, mas, pelo contrário,
o carro mostrou potencial, evidenciando o bom trabalho
da equipa e dos pilotos. Embora satisfeito, Fontes
queria mais:
“Tendo em conta que era um carro novo, que a equipa não tinha
experiência com este tipo de máquina, creio que as nossas
prestações superaram as melhores expectativas. Mas se me

VELOSO MOTORSPORT

Luís Veloso, chefe da Veloso Motorsport, falou da época
de 2018 antes de abordar o futuro. Para a estrutura foi
um ano com sucesso, onde foram conquistados títulos
em diversas categorias, quer a nível nacional, como
fora de portas:
“Em termos gerais, 2018 foi um ano positivo, pois
acabámos por vencer um campeonato que nos faltava
no currículo, o CER GT, com o Pedro Marreiros e o Nuno
Batista. Vencemos também o troféu KIA Picanto GT Cup,
nos Juniores, com o Mariano Pires. No CPVT foi uma época
bastante positiva com o Francisco Carvalho, e também
nos TCR vencemos na Montanha com o Luís Nunes, por
isso acabou por ser um bom ano, pois vencemos em três
frentes. De realçar também a presença no WTCR, um
campeonato de grande nível que nos permitiu aprender e
desenvolver novos contactos. Para além disso, destacar
também o Edgar Florindo que andou a um excelente nível
e apenas por azares não conseguiu um resultado melhor.
Conseguimos mostrar a qualidade do nosso trabalho e o
piloto conseguiu provar a sua velocidade.”

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21

SPEEDY MOTORSPORT MANTÉM
APOSTAS EPREPARASURPRESAS

Pedro Salvador, piloto e chefe da equipa presentes no troféu Kia Picanto, com pelo isso, pois há ainda trabalho a ser feito nesse de pneus, não só em relação à marca, mas
Speedy Motorsport, fez, obviamente, um menos três carros, com possibilidade de um sentido.” também em relação à quantidade, pois isso
balanço positivo da época de 2018. No ano do quarto. Há a possibilidade de ter um Super é uma porta aberta para quem tem mais
regresso ao nacional de velocidade, Salvador Seven R300 em pista, estaremos à partida Quanto ao Open, Salvador tem ainda dinheiro conseguir superiorizar-se e eu creio
sagrou-se campeão, tendo conquistado cinco no TCR Ibérico com o Gustavo Moura, temos algumas dúvidas que pretende ver que as corridas devem ser o mais equilibradas
vitórias, o que lhe permitiu festejar o título o objetivo de fazer também os GT4 e poderá esclarecidas o quanto antes: possível. Tanto ouvimos falar dos supostos
ainda com uma jornada por fazer. surgir um novo projeto sobre o qual não posso “Não querendo ser demasiado crítico, acho “lobbies” da velocidade e agora que temos
Para Salvador, este sucesso foi mais uma revelar nada, para já.” que as coisas estão a ser feitas de forma algo uma oportunidade de fazer algo diferente,
mostra da qualidade do trabalho da sua precipitada. Estive a dar uma vista de olhos no não a estamos a aproveitar. A oportunidade
equipa, que embora com poucos anos, já tem Em relação aos GT4, o chefe da Speedy regulamento e já manifestei a minha posição de fechar com uma marca de pneus para o
vários trofeus na sua vitrine. Foi por isso um preferiu não adiantar muito, apesar de sobre algumas situações à organização. Open e conseguir proporcionar condições
ano muito positivo, em que finalmente o título ter mostrado otimismo em relação ao Não há um calendário definido, há uma série mais vantajosas a quem vai correr deveria
na velocidade nacional (TCR) sorriu à Speedy. desfecho das negociações: de provas projetadas, e vejo tudo ainda ser aproveitada. O regulamento não é ainda
“Nos GT4 estamos a trabalhar para conseguir muito vago, o que na minha perspetiva não completamente claro, os valores referentes às
Para 2019, a equipa conta estar ativa em viabilizar o projeto. Há interesse, há boas é positivo. Creio que para se apresentar um inscrições também não. Entendo obviamente
várias frentes, como explicou Salvador: perspetivas com vista a concretizar os campeonato deste género é preciso ter tudo o pouco tempo de trabalho, desejo todo o
“Temos confirmado que vamos estar projetos, mas para já prefiro dizer apenas bem definido. Eu sou contra a liberalização sucesso à competição e estou obviamente
disponível para colaborar com a ANPAC.”

Para a Speedy Motorsport, o TCR
Ibérico e os GT4 são campeonatos
que agradam quer pelo formato, quer
pelas organizações. Para já os GT4
estão a suscitar uma onda de notícias
interessante, mas Salvador acredita
também no Ibérico:
“Nos GT4 têm saído notícias e temos visto
algumas movimentações nesse sentido,
o que é bom. Para já as perspetivas
são positivas. Do lado do TCR Ibérico a
organização está a trabalhar e fazer o
esforço para proporcionar boas condições
a quem queira participar, mas para já não
temos mais informação. Da nossa parte
temos o Audi para fazer a competição, mas
aguardo com expectativa para perceber se
há possibilidade de termos mais um carro ou
termos mais pilotos interessados.“

ATRABALHAR EMQUATROFRENTES

A diferença para as equipas presentes no WTCR fez- estar presentes também no Open de Velocidade. Estamos campeonatos para colocar os carros em pista.”
se sentir, especialmente no que a orçamentos diz entusiasmados com esta nova época. Temos interessados
respeito: e estamos a finalizar algumas negociações. Há que limar Luís Veloso ponderou as hipóteses de sucesso dos dois
“Ficaram claras a diferenças, pois são equipas com muito mais algumas arestas, mas penso que ainda este mês iremos campeonatos internacionais e mostrou-se otimista,
orçamento, e os pilotos têm um ritmo competitivo superior. anunciar os projetos.” apesar de lamentar a falta de apoio dos pilotos
Algumas equipas, graças aos orçamentos que têm, fazem portugueses:
desenvolvimentos próprios ao nível das suspensões e isso Os novos campeonatos que agora surgem são apostas “Penso que o GT4, a exemplo do que temos visto lá fora, tem
faz a diferença em pista. Os nossos pilotos, como têm um que agradam ao chefe da Veloso: potencial para ter sucesso, até porque é um campeonato
budget menor, não testam tanto e não podem fazer o mesmo “Os GT4 e os TCR Ibérico são campeonatos internacionais internacional e não depende só dos pilotos nacionais.
desenvolvimento de suspensão. Quanto ao resto, acredito que que fazem todo o sentido e que podem ter sucesso. Quanto ao TCR Ibérico, agora temos um verdadeiro
estamos ao mesmo nível.” Quanto ao Open de velocidade, penso que é a única campeonato Ibérico, com formato, calendário e nível de
solução em Portugal para termos velocidade. É um organização para ter sucesso, o qual depende dos pilotos
Para 2019 o plano passa por apostar novamente em formato acessível e espero que as pessoas agora espanhóis e de outros que possam surgir, pois só com os
várias frentes: venham para as pistas, pois a forma como está feito o pilotos portugueses não temos condições para fazer uma
“Deveremos estar presentes no GT4 e temos algumas coisas regulamento permite uma grande variedade de carros e grelha apelativa. Mas agora conseguimos fazer corridas
bastante avançadas nesse sentido. Vamos também tentar temos um campeonato mais ou menos equivalente ao CER. mais baratas, o que pode favorecer o aparecimento de
defender o título no CER e queremos estar também no TCR Ainda é cedo para avaliarmos se o panorama melhorou. outros pilotos com menos orçamento. Cá, por muito que o
Ibérico, provavelmente com dois carros. Para já não posso É preciso vermos qual a aceitação, mas em termo nível seja elevado, quer das equipas, quer dos pilotos, não
dizer mais nada, mas há grandes probabilidades de estarmos teóricos, estes campeonatos permitem que outros pilotos é possível ter corridas com nove carros em que apenas
presentes nestes campeonatos e estamos a trabalhar para possam participar e que as equipas têm também mais quatro andam a lutar pela vitória.”

V/
VELOCIDADE

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BALANÇOS E PROJETOS

GARAGEM VEIGA COMPETIÇÃO PRESENTE NO OPEN

João Sousa, um dos responsáveis da GVC e piloto, seus planos competir. Ainda assim espera um ano com desejados, devido aos custos elevados. Agora temos
voltou a dividir o seu tempo entre a organização muito trabalho: uma oportunidade de colocar em pista uma grande
da sua estrutura e o volante do Leon Supercopa, o “Para 2019 poderemos vir a ter quatro a seis carros nos variedade de carros, cada um com o seu nível de custos.
único TCC que se apresentou em pista. Sousa fez Legends, vamos voltar a estar no ralicross, vamos fazer Temos GT, temos os turismos e temos outros carros, que
o balanço pessoal da época, assim como o da sua alguma montanha, e estamos a tentar colocar o Leon a já não se enquadram nos Legends, mas que podem voltar
equipa: rodar no Open.” as pistas, o que é ótimo."
“A nível pessoal foi um ano agridoce, pois conseguimos
mostrar boa velocidade e até chegamos a rodar perto Apesar de ainda haver algumas indefinições, o João Sousa falou também do que espera dos
dos TCR. A competitividade obviamente não existiu, pois formato do Open de Velocidade agrada: campeonatos internacionais:
voltei a ser o único a apostar neste tipo de carros e “Embora ainda haja ainda algumas coisas a definir, penso “O TCR Ibérico é uma boa ideia, mas já foi tentada no
tivemos alguns percalços também. Como equipa foi um que o formato tem tudo para ter sucesso. Concordo com passado e não resultou. Espero muito sinceramente que
ano de afirmação e evolução, que nos permitiu ganhar a regra das duas corridas, mais uma de maior duração. tenhamos muitos carros em pista, mas creio que teremos
ainda mais força e espero que em 2019 consigamos Isto já tinha sido pedido para a velocidade nacional de esperar para ver. O GT4 parece aliciante. Teremos
melhorar ainda mais.” há alguns anos e era necessário um campeonato mais também de esperar para ver também, mas não vejo um
Sousa irá focar-se somente na GVC, não estando nos abrangente, pois o campeonato TCR não deu os frutos projeto destes, com a Race Ready envolvida, a falhar.”

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MARTINS SPEED
COMENTUSIASMO REDOBRADO

A Martins Speed vê 2019 com mais Para 2019, está certo um programa carteira de pilotos não tinha possibilidade que tivemos há alguns anos atrás. Pela
entusiasmo. Se no ano passado as muito semelhante ao do ano passado, de participar. Agora sim, vejo mais aceitação, quantidade carros que lá cabem, desde
perspetivas eram menos positivas antes com possibilidade de mais adições: já falei com alguns pilotos e vejo mais GT, a turismos, penso que se ajusta mais à
do arranque da época, 2018 acabou por “O que temos certo é exatamente o que entusiasmo, pois já conseguem reunir as nossa realidade. A mim agrada-me imenso,
ser um bom ano: fizemos no ano passado. Estaremos presentes condições para competir.” e se os protótipos fossem permitidos seria
“2018 foi bastante positivo. Quer a nível de no Open, com o Daniel Teixeira e o Joaquim ainda melhor pois é um tipo de carros de
resultados, como a nível de provas feitas. Santos, e na Montanha estaremos também O responsável da equipa apontou o Open que gosto e seria provável que voltasse a
Conseguimos vencer o campeonato dos presentes com o Joaquim Teixeira. Temos como a solução ideal para a velocidade apostar neles, pois é um carro que permite
Supercars, na categoria de turismos, também estado a trabalhar para colocar o Golf nacional: fazer montanha. O regulamento está
vencemos na montanha e ainda tivemos a GTi também em pista no Open ou até na “Creio que o Open é uma excelente solução. praticamente definido, mas acho que ainda
prova que fomos fazer a Itália para estarmos montanha, mas para já nada está definido. Os TCR estavam desajustados, por causa não está completamente feito por causa da
entre os melhores. É um balanço muito Estou mais otimista este ano em relação ao dos valores praticados. Quando abriram as questão dos protótipos. Seja como for, um
positivo, embora admita que se tivéssemos ano passado. Estava com dificuldades em portas aos Supercars, as provas tornaram- campeonato com inscrições mais baratas,
mais carros em competição seria melhor para colocar carros em pista, na velocidade, por se mais engraçadas, com mais carros pneus livres, com vários tipos de carros,
evolução da equipa.” causa dos valores praticados, pois a minha na grelha. Este formato é idêntico ao creio que é muito mais aliciante.“

VETTRA MOTORSPORT
ABERTA AOS VÁRIOS CAMPEONATOS

Luís Borges falou sobre os planos queira fazer os futuros campeonatos uma otimização das estruturas/
da equipa para 2019. Entre as várias de GT4 e TCR Ibérico, além do Open de investimentos. Quanto ao Open de
atividades planeadas a velocidade Portugal de Velocidade." velocidade, não é a situação ideal,
está obviamente incluída: mas é uma forma de os proprietários
“A Vettra Motorsport irá marcar A posição sobre os novos de automóveis recentes poderem
presença no Campeonato de Portugal campeonatos de velocidade não correr em Portugal e lutarem por um
de Montanha e no Campeonato difere muito da maioria, embora título de campeão. Sobre este ponto,
Nacional de Rally Raid; existindo com um aviso: apenas gostaria de deixar um alerta
vontade de fazer provas de Ralis, “Sobre os Campeonatos de velocidade à organização: se a ideia é reduzir
de Todo-o-Terreno e, obviamente, de do sul da Europa - TCR Ibérico e GT4 - custos, parece-nos que organizar três
Velocidade. são interessantes porque têm como corridas por fim de semana não vai
Temos estrutura e experiência, base campeonatos FIA e, com isso, os nesse sentido; duas corridas sprint
corridas e campeonatos ganhos nas regulamentos são idênticos, tornando seria o ideal. Ainda sobre esse ponto,
pistas nacionais e gostaríamos de os campeonatos vendáveis a equipas deveria haver um limite máximo de
prestar os nossos serviços a quem e pilotos de vários países, havendo pneus por fim de semana.”

V/
VELOCIDADE

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FEVEREIRO
FRIO E … SEM FábioMendes mais na moda, numa competição com
[email protected] cinco datas (Nogaro, Jarama, Barcelona,
FOTOS Nuno Organista Algarve, Estoril) e uma prova Extra (Vila
NOVIDADES PeZOOMMotorsport/AntónioSilva Real). A Full Eventos deixou a orga-
ara já temos ventos de mudança nização dos campeonatos nacionais,
com o regresso do TCR Ibérico, ficando a ANPAC como o promotor dos
uma ideia tentada em 2017 que Campeonatos de Portugal de Velocidade
agora volta com mais força. de Clássicos, Clássicos 1300, Legends,
Um campeonato com quatro Open de Portugal de Velocidade e Taça
O inverno é uma altura do ano fria, quer a nível meteorológico quer rondas (Barcelona, Vila Real, de Portugal de Velocidade.
a nível desportivo. As novidades dos campeonatos internacionais Navarra e Portimão), com a organização O AutoSport falou com alguns dos pi-
só agora começam a surgir tal como nos campeonatos nacionais a cargo do promotor do TCR Europe. lotos nacionais e, desse lado, para já,
as novidades são poucas. É o caso de
Surgiu também o GT4 South European Pedro Salvador que não quis adiantar
Series, uma organização da Race Ready, pormenores sobre a próxima época,
juntamente com a SRO, que pretende afirmando apenas que existem nego-
aproveitar as máquinas de GT4, cada vez ciações a decorrer.

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SEM APOIOS, MORA NÃO COMPETE “Estou a abraçar um projecto pessoal, conseguir reunir. O piloto está deci- a que desejamos, então teremos de
pelo que terei menor disponibilidade dido em dar tentar novos voos, mas tentar outras opções, passando pelo
Francisco Mora, que no ano passado com- este ano. Terei de jogar com isso e obvia- caso não consiga o budget necessário, TCR Ibérico ou GT4.”
petiu no TCR Europe, onde conseguiu mente com a vontade dos patrocinadores, mostra-se igualmente entusiasmando A falta de apoio continua a ser um dos
uma vitória, trabalha neste momento que é sempre fundamental. O TCR é uma com as competições em solo portu- problemas que afeta os pilotos nacio-
para encontrar os apoios necessários, hipótese em cima da mesa, até para dar guês. Já com três anos de experiência nais. Não há dúvidas quanto ao seu
olhando para o TCR Ibérico como uma continuidade ao trabalho feito em 2018. nos TCR, Lobato vê a nova competição talento mas, infelizmente, a realidade
hipótese interessante: Temos também a possibilidade do novo ibérica como uma boa solução, embora portuguesa não os ajuda a dar o de-
“As novas competições [TCR Ibérico e mercado que se está a abrir com os GT4 pareça estar bastante interessado sejado salto e a prioridade vai sempre
GT4] são muito interessantes, mas obvia- e também temos os ralis que são uma nos GT4: para outras modalidades. Começam a
mente que gostava de tentar continuar o opção a ter em conta. “ “Para 2019 tenho um projecto que ver-se algumas mudanças positivas
meu percurso no TCR Europe. No entanto, aguarda a resposta de alguns patro- que, no entanto, ainda não se sentem na
vejo o TCR Ibérico também como uma LOBATO QUER DAR O SALTO cinadores. A ideia passa por tentar velocidade, uma das modalidades que
aposta interessante. Caso não arranje Rafael Lobato aguarda por boas no- dar o salto lá para fora. Decidi final- menos apoios tem e que mais pilotos
apoios, quase de certeza não farei nada. tícias. O piloto vilarealense irá tentar mente tentar sair de Portugal e se os exporta. Esperemos que esta tendência
Em Portugal infelizmente tem sido difícil dar o salto para fora, apostando numa patrocinadores concordarem, está se inverta e que possamos ter os nossos
encontrar patrocínios, mas obviamente competição internacional, mas essa tudo bem encaminhado para avançar pilotos em pista, pois se assim for, a
que quero continuar a competir e vamos possibilidade depende dos apoios que com essa ideia. Se a resposta não for qualidade está garantida.
trabalhar para que tal aconteça.”
Numa situação semelhante está Edgar
Florindo. Embora ainda em negociações
com os patrocinadores, Florindo quer
continuar a sua evolução e vê a platafor-
ma TCR como a melhor solução: “Estou a
trabalhar para reunir o budget para esta
época. Tendo em conta o meu percurso
recente, a aposta numa competição TCR
é a que faz mais sentido, mas não fecho
a porta a outros desafios”

ABREU PONDERA OS RALIS

Francisco Abreu, que participou no TCR
Europe e no nacional de velocidade, pro-
cura também os apoios necessários para
voltar a competir. O jovem madeirense
tem projectos pessoais a concretizar e
admite que esse factor poderá ser de-
terminante na escolha da competição
em 2019, pois o seu tempo disponível
irá ser mais reduzido:

r/26
ANTEVISÃO PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA 2019

O POINLDOETAEZSOTÁ?

A Peugeot Rally Cup Ibérica foi um dos grandes pólos
de interesse da temporada passada. Regressa este ano

com algumas novidades, especialmente em termos de
calendário

José Luís Abreu
[email protected]
FOTOS AIFA/Jorge Cunha

A rranca com o Rali Serras de mento para pilotos de ralis. que continua a cargo da Sports & You. C/ C A L E N D Á R I O
Fafe, que se realiza dentro Em 2018, as lutas foram bem interes- A novidade no calendário está na di-
de semana e meia, a segun- santes, ao ponto de cinco pilotos dife- visão equitativa entre ralis de asfalto DATA PROVA
da edição da Peugeot Rally rentes terem vencido as seis provas e terra.
Cup Ibérica, uma competi- da competição, com a luta pelo troféu 22 A 24 FEVEREIRO RALLYE SERRAS DE FAFE
ção que se disputa nova- final a chegar à última prova, com seis NOVAMENTE COM O WRC
mente com os Peugeot 208 R2, e volta candidatos ainda a poder vencer. 12 A 14 ABRIL RALLYE SIERRA MORENA
a ter três provas em Portugal e outras Desta forma, as sucursais ibéricas A Peugeot Rally Cup Ibérica mantém
tantas em Espanha. da Peugeot vão continuar a apoiar a as duas provas mundialistas, o Rali de 30 MAIO A 2 JUNHO RALLY DE PORTUGAL
A competição colocada de pé pela Peu- competição que tem como objetivo Portugal e da Catalunha. De fora ficam,
geot Portugal e Peugeot Espanha, e proporcionar a jovens pilotos uma comparativamente a 2018, o Rali de 7 E 8 SETEMBRO RALI TERRAS D’ ABOBOREIRA
ainda pela Sports & You que dá apoio base que lhes permita construir as Castelo Branco, o Rallye de Ferrol, o
logístico e técnico à competição, foi suas carreiras. Tendo em conta que Rallye Princesa das Astúrias e o Rali 24 E 27 OUTUBRO RALLYE RACC -CATALUNHA
claramente um dos pontos altos do “em equipa que ganha não se mexe”, Casinos do Algarve, entrando o Rallye
ano, fruto de grandes lutas e muita a competição mantém a sua génese Serras de Fafe, que abre a competição, 23 E 24 NOVEMBRO RALLY COMUNIDAD MADRID
incerteza quanto aos resultados. estrutural, assente no Peugeot 208 o Rallye Sierra Morena, o Rali Terras
Agora, no seu segundo ano, espera-se R2 (em 2020 há modelo novo). D’ Aboboreira, e o Rally Comunidad dade passa por um novo prémio para
a consolidação da Peugeot Rally Cup Por outro lado, estruturalmente man- Madrid, que passa a encerrar o troféu. as equipas, que passam a ter também
Ibérica, que se afigura cada vez mais tém o número de provas, seis, três em Quanto às provas portugueses, man- uma classificação na competição.
como uma excelente rampa de lança- cada país, numa gestão no terreno tém-se somente o Rali de Portugal. Ao Previstos para Fafe estão para já cerca
invés de Portugal fechar a competição de uma dezena de pilotos, maioritaria-
passa a abrir. mente espanhóis, sendo que existe a
O pacote de Prémios a distribuir será possibilidade de mais aderirem, ou
semelhante. Em 2018 ascendeu a cerca para esta prova, ou seguintes. O Au-
de 120.000 euros, entre valores pecu- toSport sabe que o interesse tem sido
niários e peças, complementado com grande, existe um melhor conheci-
uma prova num ‘R5’. Este ano a novi- mento dos pilotos e das equipas do
que é a Peugeot Rally Cup Ibérica e
a organização espera uma lista de
inscritos acima de 15 carros.

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K/28 AQUELE INVERNO…IAMEWINTERCUP2019EMVALÊNCIA
KARTING A IAME Winter Cup 2019, disputada por 200 pilotos em quatro categorias
distintas, não foi muito calorosa para a maior parte dos portugueses que
competiu no Kartódromo Internacional Lucas Guerrero, em Valência

Filipe Cairrão apesar de ter caído para o 21.º posto, SANTIAGO RIBEIRO DIOGO MARTINS
[email protected] ainda recuperou até um honroso 17.º
FOTOGRAFIA Alexandre Araújo/HelloFoto lugar. Rodrigo Seabra (CRG) concluiu RITA TEIXEIRA JOSÉ PINHEIRO
as mangas de qualificação no 33.º lu-
D urante quatro dias, no tra- gar, vítima de vários incidentes. Na (Tonykart) e o polaco Oli Pylka (FA) Chovanek participou pela primeira vez
çado valenciano com uma Pré-Final, o jovem piloto da Maia, o completaram o pódio. numa grande competição internacio-
extensão de 1428 metros, mais novo do pelotão - 8 anos de ida- AVARIA TRAVA nal. Chovanek e Silva ainda disputaram
12 portugueses viveram de celebrados em dezembro - partiu GUILHERME DE OLIVEIRA a MG Cup e foram 19.º e 23.º classifica-
de forma intensa a IAME bem e passou a rodar na 27.ª posi- Na categoria Sénior, disputada por dos, respetivamente.
Winter Cup 2019. Foi um ção, terminando depois no 31.º lugar, 90 pilotos de várias nacionalidades, Por sua vez, o português Guilherme
‘inverno’ rigoroso para todos – exce- devido a uma penalização. Na Final, Manuel Silva (Kart Republic) e Zdenek de Oliveira (Kosmic) – que fez a sua
to para os britânicos que coleciona- Rodrigo Seabra não baixou os bra- Chovanec (FA) – que corre em Portugal estreia na categoria Sénior –, com
ram uma série de pódios –, mas a co- ços, mas foi 31.º classificado, numa – não foram felizes desde o início da um 28.º lugar, um 6. º e volta mais rá-
mitiva portuguesa merecia melhor. corrida em que venceu o britânico prova e ficaram afastados da Final, pida, a par de outro 6.º lugar e 5.º na
Na categoria X30 Mini – destinada Freddie Slater (Kart Republic). sendo perfeitamente compreensí- última manga, com a volta mais rá-
a jovens que completem 9 anos de vel, já que Manuel Silva cumpriu a sua pida, foi 22.º classificado após as
idade em 2019 e não excedam os 12, PERINO FOI 18.º terceira corrida no Karting e Zdenec mangas de qualificação e garantiu o
o que equivale a ter na mesma grelha apuramento direto para a Final.
pilotos Cadetes e Juvenis, se tiver- NA QUALIFICAÇÃO
mos como exemplo o Campeonato
de Portugal –, José Pinheiro (CRG) foi Na categoria Júnior, disputada por 60
17.º classificado após as mangas de pilotos, os três pilotos portugueses
qualificação e terminou a Pré-Final não foram felizes. Tiveram de dis-
no 15.º lugar. Na Final, disputada em putar a corrida de repescagem, ten-
10 voltas, o jovem piloto de 10 anos de do Pedro Perino (Tonykart) – que foi
idade, com um bom arranque passou o 18. º mais rápido nos ‘cronos’ – sido
para o 9.º lugar, tendo depois cruzado 14.º classificado, Santiago Ribeiro
a meta numa meritória 13.ª posição. (Birel ART) 28.º e Diogo Martins
Maria Germano Neto (FA) concluiu (Birel ART) 30.º. Ao não terminarem
as mangas de qualificação na 20.ª nas seis primeiras posições ficaram
posição e foi 22.ª classificada na Pré- afastados da Final. Perino disputou a
Final. Na corrida decisiva, a jovem sua primeira grande prova interna-
vimaranense de 8 anos de idade, cional, assim como Santiago Ribeiro
e Diogo Martins, que estiveram em
Valência a competir sobretudo para
ganhar ritmo para as competições
em Portugal e ganhar experiên-
cia para novos desafios além-fron-
teiras. Na Final, venceu o britânico
Olivier Bearman (Kosmic), enquan-
to o seu compatriota Josh Rowledge

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29

GUILHERME DE OLIVEIRA ZDENEK CHOVANEC
PEDRO PERINO
CATEGORIA SÉNIOR MANUEL SILVA
FOI DISPUTADA POR 90 PILOTOS

VASCO LÁZARO JOÃO DIAS

MARIA GERMANO NETO RODRIGO SEABRA

Mas antes havia que disputar a Pré- cinco segundos por não ter o spoiler LÁZARO E DIAS peitado uma bandeira azul, segundo o
Final e não fosse o toque que so- na posição correta devido ao toque, Colégio de Comissários desportivos.
freu na primeira manga, Guilherme foi relegado para o 32.º posto. NO TOP-10 DA SHIFTER Vasco Lázaro (Kart Republic) concluiu
de Oliveira certamente largaria do Fase muito inglória para o jovem as mangas de qualificação no 11.º pos-
5.º ou 6.º lugares na Pré-Final, corri- português! Na categoria X30 Super Shifter, Rita to, na Pré-Final foi 9.º classificado, ten-
da que determina a grelha de parti- Na corrida decisiva, disputada em 17 Teixeira (Kart Republic) foi 10.ª clas- do depois terminado a Final num meri-
da da Final. voltas, o piloto de Vila Nova de Gaia sificada após as mangas de qualifica- tório 7.º lugar.
E precisamente na Pré-Final, de for- partiu então da 32.º posição e, ain- ção e terminou a Pré-Final no 8.º lu- João Dias foi sempre 13.º classificado
ma inglória, o kart não ‘pegou’ no da assim, conseguiu recuperar até gar. Na Final, disputada em 17 voltas, a nas mangas de qualificação, mas na
momento da partida, perdendo mui- ao 21.º lugar, sendo depois 24.º clas- piloto de Lisboa, com um bom arran- Pré-Final cruzou a meta no 11.º lugar,
to tempo para a concorrência. sificado (penalizado por ter o spoiler que, passou a rodar na 7.ª posição, mas enquanto na Final, em que chegou a
Ainda assim recuperou até ao 26.º tocado), tendo a vitória ficado na na terceira volta teve problemas e caiu rodar na 8.ª posição, foi 10.º classifica-
lugar, com a 4.ª volta mais rápida. posse do britânico Dean Macdonald para o 12.º lugar, sendo depois forçada a do, numa corrida em que venceu o es-
Contudo, com uma penalização de (Tonykart). abandonar na 11.ª volta. Entretanto, Rita panhol Brad Benavides (Sodikart).
Teixeira viria a ser desqualificada da
prova, por alegadamente não ter res-

N/30
NOTÍCIAS
M iguel Cristóvão foi um dos cisão tomada quanto à sua parti-
MIGUEL CRISTÓVÃO protagonistas da época cipação nas GT4 South European
NAS GT4 SOUTH passada do europeu de Series, mas tem ainda algumas
GT4, tendo assinado boas indefinições quanto ao seu projeto.
EUROPEAN SERIES performances ao longo do ano aos “Neste momento é 100% seguro
comandos de um BMW M4 GT4 da que estarei nesta competição, mas
Miguel Cristóvão foi um dos pilotos que lutou pelo título da RN Vision STS, que dividiu com falta ainda definir alguns aspe-
Pro-Am nas GT4 European Series de 2018, e este ano aposta Pavel Lefterov. tos. Ainda não tomei uma decisão
Para 2019 Miguel Cristóvão volta
nas GT4 South European Series a apostar na categoria GT4, mas
desta feita a sua escolha passa pe-
José Luís Abreu las GT4 South European Series: “A
[email protected] experiência foi fantástica e mos-
trei que poderia ser competitivo
LEIA E ACOMPANHE TODAS numa temporada em que muitos
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT circuitos eram uma novidade para
mim. Este ano espero usar essa
experiência para me bater por
bons resultados nas GT4 South
European Series”.
Miguel Cristóvão tem já a sua de-

JOSÉ RODRIGUES NOVIDADES
QUER CONTINUAR NO TRIAL 4X4 EM 2019

EVOLUÇÃO O Campeonato de Portugal de Trial 4x4 tem em 2019
algumas novidades e vantagens para as equipas,
José Rodrigues tem sido um dos nossos GT3 Cup e o Lamborghini Huracán Super Os ventos de mudança que se sentem nomeadamente, a redução de custos e o aumento dos
representantes nos campeonatos Trofeo. Foram dois convites de duas no panorama nacional da velocidade prémios. A FPAK reduziu o custo de inscrição das equipas
internacionais. O piloto de Braga marcas, para poder conhecer melhor são motivo de otimismo para o piloto: em 100€ e quanto aos prémios, foram aumentados. Um
participou no TCR Itália, além de ter as máquinas. É sempre proveitoso e “Naturalmente, vejo com bons olhos [ndr.: mínimo de 9000€ serão distribuídos pelas seis provas
participado no WTCR em Vila Real, como enriquecedor ter estes contactos, o surgimento dos novos campeonatos] do calendário, o que significa um valor de 1500€ a dividir
WildCard. Quanto ao futuro, o piloto ainda porque nunca se sabe o dia de amanhã.” porque, principalmente na velocidade pelos 3 primeiros classificados de cada classe.
não tem nada definido, testou alguns GT, O piloto elogiou a nova competição GT4 nacional, as coisas não estavam a As categorias serão as mesmas, podendo este ano
mas para já o foco parece manter-se nos que irá estrear-se este ano nas pistas do funcionar há muito tempo. Quando juntar-se à competição veículos menos preparados, sem
TCR: “Para 2019, está tudo em aberto. nosso país e deixou a porta aberta a esse as temporadas são realizadas com a obrigatoriedade de roll-bar, que irão competir na classe
Gostaria de continuar no TCR, porque tipo de competição: “O campeonato GT4 investimentos elevadíssimos, tanto FUN. No que ao calendário diz respeito, há 4 provas que
depois destes anos de aprendizagem, é é mais uma opção muito interessante das equipas como dos pilotos, e no fim transitam da época passada (Valongo, Mação, Bragança e
neste momento a categoria onde sei que para os pilotos do sul da Europa. Penso deixam má imagem, algo está errado. Paredes) e regista-se a estreia de uma localidade: Crato.
posso triunfar em qualquer campeonato. que o campeonato está muito bem Compete às pessoas que pensam e Calendário: 10 de março: Valongo; 7 de abril: Crato; 5 de
Parece-me que o novo TCR Ibérico está montado, e a fórmula é vencedora, como gerem estes organismos todos os dias, maio: Mação; 23 de junho:(local a definir); 4 de agosto:
bem montado, e pode ser atrativo para podemos ver no GT4 European Series. pensarem na melhor solução tendo em Bragança; 13 de outubro: Paredes.
termos grelhas maiores, mas é sempre Atualmente não penso participar, mas conta a realidade do nosso mercado,
aquela velha questão. nunca se sabe porque gosto bastante de numa perspetiva de médio e longo prazo,
Recentemente testei o Porsche Carrera carros de tração traseira.” obviamente.”

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DTM/SUPER GT
CORRIDA CONJUNTA EM 2019

O DTM/Super GT vão ter o mesmo regulamento intenção ter dois encontros este ano entre
em 2020, e este ano era esperado haver o DTM e o Super GT. Temos planeado um no
duas corridas conjuntas, uma na Alemanha Japão, após o fim da temporada do Super GT e
e outra no Japão, mas só a da Ásia se deverá do DTM. Infelizmente, o outro evento conjunto
realizar, em novembro. Já o DTM está a analisar não será possível de realizar. É por isso que
a possibilidade de convidar as equipas do estamos a tentar que os carros do Super GT
Super GT para fazer uma das corridas que possam disputar uma das nove rondas do
se realizam no DTM: “Continua a ser nossa DTM, em 2019”, disse uma fonte da ITR.

quanto ao carro e à equipa, mas A época de arranque da compe- BLANCPAIN GT SERIES JENSON BUTTON
será sempre um pacote competi- tição promovida pela Race Ready DÁ NOME A EQUIPA
tivo. O meu colega de equipa não começa em Nogaro, com a Coupe
está ainda decidido, mas pretendo de Pâques, entre os dias 20 e 22 de Jenson Button, embaixador da Honda, em Team Rocket RJN” terá apenas um carro em
ter ao meu lado um piloto catego- abril, visitando ainda os circuitos conjunto com Chris Buncombe, vai ‘dar’ o cinco corridas, no campeonato de resistência
rizado como ‘Prata’ competitivo, de Jarama, Barcelona, Algarve e seu nome a uma equipa que vai competir do Blancpain GT Series, e tem ambições de
para podermos lutar pelo cetro Estoril. Em Vila Real será dispu- na Blancpain GT Series, com um Honda NSX lançar um segundo para as 24 Horas de Spa:
da competição”, disse. tada uma prova extra. GT3, apoiado pela RJN Motorsport. A “Jenson “É ótimo fazer parte deste empolgante novo
capítulo com a RJN e trazer o nome Rocket
de volta às corridas. Tenho a certeza de
que alguns dos atuais pilotos se lembram
da Rocket desde os seus tempos de kart e
espero que possamos usar esta plataforma
para ajudar novos jovens talentos. Como
embaixador da Honda, tenho o prazer de
fazer parte de algo que traz o Honda NSX para
o Blancpain GT Series e estou ansioso para
ver este projeto evoluir”, disse Button.

WEC HARTLEY DE REGRESSO WEC TOYOTA CONFIRMA
EM 2019/2020

Brendon Hartley, bicampeão do mundo familiares.” Além disso, o neozelandês A marca nipónica comprometeu-se com o da equipa será revelada mais tarde. Um dos
de endurance e ex-Toro Rosso, está de está a trabalhar diretamente com a mundial de endurance durante mais um focos de atenção será perceber se Alonso
regresso ao campeonato onde foi feliz. Porsche no desenvolvimento do novo ano. A Toyota anunciou que estará presente irá voltar a participar no campeonato, agora
Depois de uma passagem cinzenta pela monolugar elétrico da equipa, que na próxima época do WEC. A equipa irá ter que já cumpriu o objetivo de vencer Le Mans.
F1, e apesar de ter assinado pela Ferrari deverá começar a correr na Época 6 da novamente em pista dois TS050, embora Quanto ao compromisso da marca para a
como piloto de simulador, o neozelandês Fórmula E. Mitch Evans e Andre Lotterer não se conheçam mais pormenores é para já regulamentação dos Hipercarros, a marca
regressa ao WEC substituindo Jenson estarão também em equação para a uma boa notícia para o WEC. A constituição ainda não se pronunciou.
Button na SMP: “Estou muito feliz de me vaga de colega de equipa de Neel Jani.
juntar à SMP Racing nas próximas duas A equipa deverá apostar num piloto
corridas do WEC, em Sebring e Spa. Acho com mais experiência na competição,
que temos uma grande oportunidade o que deixará Hartley de fora, mas
de lutar por pódios. Isso marca o estar envolvido no projeto poderá ser
meu retorno ao WEC e estou ansioso uma porta que se lhe abre, dado o seu
para voltar ao paddock e ver rostos sucesso passado com a marca alemã.

>>motosport.com.pt Alexandre Melo mundo de Moto3 e Moto2 melhorou o
[email protected] seu tempo pessoal em cada saída para
TESTES MOTO GP a pista, sendo que na última jornada Oli-
Após a tradicional pausa de inverno, veira rodou pela primeira vez em Sepang
RUMON A M A L Á S I A que teve a duração de dois meses, abaixo dos 2m00s. Miguel parou o ‘crono’
CERTO as equipas e pilotos do Mundial de em 1m59.949s, o que lhe permitiu ser
MotoGP regressaram ao trabalho, 19º, e ficou muito perto do piloto oficial
Os testes oficiais de Sepang marcaram o regresso aos trabalhos nesta que foi a primeira incursão pela da KTM, Pol Espargaró, que surge em
de pré-temporada do MotoGP. Três dias intensos de trabalho pista no novo ano. 18º na folha de tempos. Os dois pilotos
O circuito malaio de Sepang foi palco ficaram separados por 0.198s. De referir
que serviram para retomar o pulso e mostrar que Miguel Oliveira de três dias de trabalho, cada um com que o português ficou igualmente perto
está cada vez mais adaptado a uma nova realidade. O piloto uma sessão de oito horas de duração, e de outro piloto oficial da KTM, Johann
tiveram no muito calor um companheiro Zarco (apenas 17º), com a diferença a
português foi sempre mais rápido do que o seu colega de equipa, de viagem. Tempo dos pilotos voltarem situar-se em pouco mais de 0.3s.
Hafizh Syahrin, e ficou bem perto dos pilotos oficiais da KTM a sentir sensações aos comandos das Claramente atrás do português ficou o
suas respetivas motos, agora que esta- seu colega de equipa, Hafizh Syahrin,
ACOMPANHE TODA A INFORMAÇÃO mos já a menos de um mês do início da não obstante estar a rodar numa pista
DIARIAMENTE EM MOTOSPORT.COM.PT nova temporada, que começará como que conhece como ninguém ou não
é hábito no circuito de Losail (Qatar). fosse originário da Malásia. O outro pi-
Entre os pilotos que estiveram em ação loto da KTM Tech 3 ficou a mais de meio
tivemos obviamente Miguel Oliveira, segundo de Miguel Oliveira e mostra
piloto que irá em 2019 fazer a sua es- que não está a ter uma fácil adaptação
treia na classe maior da competição à RC16.
promovida pela Dorna. O circuito de “O tempo por volta foi bom, apesar de
Sepang foi a quarta pista em que Oliveira não ter sido tão rápido quanto gostaria.
teve a oportunidade de rodar com um Isto porque não consegui conciliar a me-
protótipo de MotoGP, naquela que foi lhor afinação da moto com os melhores
a primeira vez que tal sucedeu fora do pneus no momento exato. De qualquer
solo espanhol. forma fiquei muito perto dos pilotos ofi-
E não se pode dizer que o piloto da KTM ciais da KTM, aliás, estive mais próximo
Tech 3 esteve discreto, até pelo contrário. do que todos esperavam. Fomos muito
Em todos os dias o vice-campeão do competitivos com pneus usados, o que
é bom para as corridas. Vejo claramente
que estou a progredir, agora é manter
a mesma toada nos testes do Qatar”,
disse Miguel Oliveira que em três dias
completou um total de 158 voltas.

DOMÍNIO ‘ROSSO’

Quanto ao topo da folha de tempos o
destaque vai para a Ducati que colocou
quatro motos nas primeiras quatro posi-
ções, naquela que é uma clara demons-
tração de força por parte do construtor
italiano, que parece colocar-se mais
uma vez como a maior ameaça ao fa-
voritismo da Honda. Desempenho este
que foi alcançado no último dia de testes.
A tabela foi liderada por Danilo Petrucci,
com o tempo de 1m58.239s, marca que é
igualmente a mais rápida destes ensaios
e bate em mais de 0.8s o recorde oficial
da volta mais rápida de um protótipo de
MotoGP (1m59.053s) em Sepang, que
está nas mãos de Dani Pedrosa des-
de 2015. Mesmo em relação ao melhor
tempo obtido na sessão anterior, que
foi da autoria de Maverick Viñales, Pe-
trucci bate tal registo por mais de meio
segundo.
Seguiram-se surpreendentemente
as duas motos da Pramac, Francesco
Bagnaia (melhor estreante e apenas a
63 milésimos de Petrucci) e Jack Miller,
enquanto Andrea Dovizioso quedou-se
pelo quarto posto. O melhor dos ‘outros’,
leia-se, não Ducati, foi Maverick Viñales
com a sua Yamaha no quinto lugar, en-
quanto o regressado Cal Crutchlow foi
sexto, melhor Honda, e o último homem
a conseguir rodar no segundo 58.

33

C/ C L A S S I F I C A Ç Ã O

1º DANILO PETRUCCI (DUCATI) 1M58.239S
2º FRANCESCO BAGNAIA (DUCATI) + 0.063S
3º JACK MILLER (DUCATI) + 0.127S
4º ANDREA DOVIZIOSO (DUCATI) + 0.299S
5º MAVERICK VIÑALES (YAMAHA) + 0.405S
6º CAL CRUTCHLOW (HONDA) + 0.541S
7º ALEIX ESPARGARÓ (APRILIA) + 0.783S
8º FRANCO MORBIDELLI (YAMAHA) + 0.902S
9º TAKAAKI NAKAGAMI (HONDA) + 0.909S
10º VALENTINO ROSSI (YAMAHA) + 0.916S
(...)
19º MIGUEL OLIVEIRA (KTM) + 1.710S

De referir que sete pilotos rodaram forte na primeira sessão dos ensaios.
abaixo do recorde oficial (representan- Isto apesar de no final dos testes ter
do motos da Ducati, Yamaha, Honda e sido apenas 11º, ficando logo atrás do
Aprilia) e 12 pilotos couberam dentro rival Valentino Rossi. Já o outro piloto
do mesmo segundo após três dias de oficial da Honda, Jorge Lorenzo, não
trabalho, o que mostra bem o equilíbrio esteve presente na Malásia por estar
vivido em Sepang. a recuperar de uma lesão.
Nota ainda para Marc Márquez, que Os testes oficiais de pré-temporada
regressou às pistas após ter sido ope- regressam na pista de Losail (Qatar)
rado ao ombro esquerdo no passado entre os dias 23 e 25 de fevereiro. Este
mês de dezembro. será o último apronto oficial antes do
Ainda que limitado fisicamente - nos arranque da temporada de 2019.
dois primeiros dias só rodou na parte
da manhã - o espanhol não deixou de
mostrar toda a sua força ao ser o mais

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BAJAJ

» DOMINAR 400

O GIGANTE INDIANO ATACA FORTE
NO SEGMENTO DAS CILINDRADAS MÉDIAS

A Bajaj não é de momento uma marca muito conhecida a
nível europeu e na verdade os primeiros passos do gigante
indiano na Europa estão a ser dados em Portugal. Fomos
testar um dos seus produtos

Pedro Rocha dos Santos as motos de 400 cc são consideradas
[email protected] de “alta cilindrada”, um segmento que
é dominado pela Royal Enfield e agora
Sendo uma marca pouco co- também disputado pelas novas Jawa.
nhecida, é natural que os seus Mas a Bajaj não é totalmente desconhe-
modelos despertem a atenção cida a nível Europeu, já que através do
por virem posicionar-se num protocolo com a KTM passou a produzir
segmento de menos de 500 cc todos os modelos de baixa cilindrada da
com carta A2, o qual tem, nos marca austríaca. Tanto assim é que o
últimos anos, vindo a crescer. A razão motor da Dominar 400 é praticamente
desse crescimento está naqueles que o mesmo da Duke 390 e será aquele a
têm vindo a optar pela mobilidade em ser certamente adoptado para a KTM
duas rodas, justificada pela facilidade 390 Adventure, modelo que se prevê
de o fazerem apenas com a carta de vir a ser apresentado no decorrer do
carro, e que agora pretendem evoluir ano de 2019.
para motos de maior dimensão e po- O motor monocilíndrico da Dominar,
tência. Por outro lado, é natural existir com os seus 35 cv de potência e 35
alguma resistência em relação à opção Nm de binário máximo, arrefecimento
por uma marca sem passado histórico líquido, 4 válvulas e injeção eletrónica,
no nosso país, nem uma comparação tem uma particularidade interessante
com as outras marcas e modelos con- que é o facto de ter uma câmara de
correntes que há muito existem no combustão com 3 velas de ignição, um
mercado nacional. sistema apelidado de DTS-I, que garan-
No entanto, a Bajaj está aí para se po- te uma maior eficiência na combustão
sicionar e competir trazendo consigo dos gases com uma diminuição das
toda a experiência do mercado asiático emissões e uma resposta do motor
onde se vendem anualmente milhões mais imediata.
de motos. O modelo Dominar é uma O modelo de 2018 que testámos, ce-
proposta recente na gama Bajaj, que dido pelo seu importador IMEX Moto,
inclusivamente ganhou prémios no apresenta uma estética moderna, ao
seu mercado doméstico indiano, onde estilo das naked japonesas, e monta

35

CORES DISPONÍVEIS:

BRANCO, AZUL, VERMELHO E PRETO

36

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FT/ F I C H A T É C N I C A

suspensões dianteiras tradicionais, boa qualidade de construção, com gimes, leia-se, mais altos, realidade que 373,3 CC
algo brandas mas em simultâneo uma dimensão praticamente de uma segundo consta irá ser revista também
também confortáveis e com bom moto de 600 cc e com um pormenor no modelo de 2019 para o tornar mais CILINDRADA
comportamento em piso regular. Já interessante de ter os comandos retro- linear. Com uma posição confortável e
em estradas em mau estado sentimos -iluminados, muito útil para condução à algo desportiva, ligeiramente inclinada 36 CV
alguma falta de desempenho sobretudo noite. Os espelhos pareciam demasiado sobre a frente da moto, a condução é
no hidráulico no início do curso. Pelo soltos, a obrigar o seu reposicionamen- fácil e pouco cansativa. O painel digital POTÊNCIA
que apurámos, a versão de 2019 vem to constante, talvez algo que se possa de informação tem boa leitura embo-
já com suspensões invertidas, o que solucionar certamente com um aperto ra lhe falte alguma intensidade de luz 13 L
irá melhorar certamente o comporta- ou a sua substituição. A Bajaj Dominar de dia e lhe falte também informação
mento da moto. A suspensão traseira 400 é uma moto ágil e fácil de pilotar, sobre a mudança engrenada. No en- DEPÓSITO
monta mono-amortecedor regulável com uma caixa algo “solta” mas precisa tanto, é esteticamente apelativo e bem
com depósito de gás externo que atua , ajudada por uma embraiagem do tipo enquadrado na estética moderna da 182 KG
sobre um braço oscilante de belo efeito deslizante, bem escalonada, o que no moto. Já o escape não faz jus à restante
estético e dimensões raramente vistas caso da Dominar é bem vindo pois a estética da moto e pelo seu formato PESO
em motos deste segmento. Aliás, na utilização da caixa é constante para se mais parece ter sido concebido para
ciclística destacamos também o quadro poder manter o motor nos melhores re- uma scooter do que para uma roadster 4 100€
de berço duplo em liga e o sub-quadro
em tubos de trelissa, também de belo PREÇO DE LANÇAMENTO
efeito estético.
A nível da travagem o sistema Bybre MOTOR TIPO 4 VÁLVULAS, 3 VELAS DTS-I,
(segunda marca da Brembo) tem um INJEÇÃO ELETRÓNICA, ARREFECIMENTO LÍQUIDO
desempenho satisfatório embora no CILINDRADA 373.3 CC POTÊNCIA 36 CV ÀS 8000
início do curso da manete se note al- RPM BINÁRIO 35 NM ÀS 6500 RPM VELOCIDADE
guma falta de “mordida”, logo compen- MÁXIMA 148 KM/H (TESTADA INTERNAMENTE)
sada com um pouco mais de pressão BATERIA 12V, 8AH VRLA CICLÍSTICA FAROL TOTAL
sobre a mesma. O ABS é pouco intru- LED COM AUTO HEADLAMP ON (AHO) SUSPENSÃO
sivo mas sempre pronto a compensar DA FRENTE TELESCÓPICA, GARFO DE 43 MM
travagens mais agressivas ou a pouca SUSPENSÃO DE TRÁS MONO-AMORTECEDOR MULTI
aderência que os pneus possam revelar AJUSTÁVEL TRAVÃO DA FRENTE DUPLA PINÇA ABS
num determinado momento. TAMANHO DO TRAVÃO DISCO DE 320 MM PNEU
A Bajaj Dominar 400 apresenta uma DA FRENTE 110/70-17 RADIAL TRAVÃO DE TRÁS
DUPLA PINÇA ABS TAMANHO DO TRAVÃO DISCO
DE 230MM PNEU DE TRÁS 150/60-17 RADIAL
DIMENSÕES DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1455 MM
COMPRIMENTO X LARGURA X ALTURA 2156 MM X
813 MM X 1112 MM DISTÂNCIA AO SOLO 157 MM

naked desportiva. Será um pormenor
também a rever para o modelo de 2019
ou simplesmente encontrar uma pon-
teira que se enquadre melhor com a
estética da moto. Em resumo, a Bajaj
Dominar 400 é uma naked interessante
para quem procure uma moto com um
bom desempenho, fácil de conduzir,
confortável e ágil, compatível com car-
ta de condução A2, e uma evolução
para quem procure uma moto para as
suas deslocações diárias ou para uma
utilização mais profissional, já que é
uma moto de baixo consumo e em
simultâneo rápida e fácil de levar em
ambientes urbanos com muita densi-
dade de tráfico automóvel.

37

CONCORRÊNCIA BMW G 310 R - 313 CC KAWASAKI Z300 - 296 CC KTM 390 DUKE - 373 CC

BENELLI BN 302 - 300 CC 34 CV 39 CV 44,6 CV

38 CV POTÊNCIA POTÊNCIA POTÊNCIA

POTÊNCIA 158 KG 168 KG 139 KG

204 KG PESO PESO PESO

PESO 5 450€ 4 960€ 5 818€

4 980€ PREÇO BASE PREÇO BASE PREÇO BASE

PREÇO BASE

38

A PRIMEIRAALFAROMEO
A VENCER

No passado quase todos os grandes construtores italianos
estiveram envolvidos na F1, e o primeiro a ter sucesso foi a Alfa
Romeo, que logo deixou este mundo. Mais tarde, nas vezes que
voltou à modalidade, o sucesso foi bem menor. Regressou o ano
passado com a Sauber, e este ano está a solo pela primeira vez

desde 1985…

CONHEÇA ESTA E MUITAS Quandoascorridasdeautomóveis guns regressos encapuzados. A Conrero
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT regressaram após a Segunda chegou a desenvolver um motor Alfa
Guerra Mundial, as voiturettes Romeo, derivado de série, para a nova
de 1,5 litros com sobrealimen- Fórmula 1 de 1,5 litros de 1961, mas o mo-
tação foram escolhidas como tor apenas foi usado pela De Tomaso uma
base para a nova categoria de vez, no GP de Itália, onde os dois carros
Grandes Prémios que em 1947 foi chama- abandonaram.
da de Fórmula 1, e as duas marcas italia- Estranhamente, este motor acabou por
nas tradicionais, Alfa Romeo e Maserati, ter uma longa vida, mas apenas fora da
tinham carros prontos a avançar. Logo Europa. A Alfa Romeo tinha uma fábrica
juntou-se-lhes a neófita Ferrari. na África do Sul, e o motor Giulietta ser-
Os Alfetta 158 e 159 sagraram-se cam- viu de base para uma grande variedade
peões do mundo em 1950 e 51 com Nino de viaturas artesanais, inclusive dando
Farina e Juan Manuel Fangio, mas no fi- a Syd van de Vyver (1960 e 61) e Ernie
nal da época era evidente que os Alfetta Pieterse (1962) títulos nacionais de F1.
estavam desatualizados e a Ferrari logo Os Alfa Romeo specials continuaram a
seria a melhor equipa. fazer parte do campeonato durante vá-
Sem fundos para desenvolver um carro rios anos e participavam sempre no GP
novo, a Alfa Romeo deixou a Fórmula 1, da África do Sul.
obrigando a FIA a fazer correr o Mundial A Alfa Romeo tinha um sport-protóti-
de Pilotos de 1952 com carros de Fórmula po de 3 litros para o Mundial de Marcas,
2, por falta de equipas. o Tipo 33/3, cujo motor V8 seria teori-
AAlfa Romeotinhaplanosparavoltarem camente capaz de enfrentar o Cosworth
1954 com o 160, que devia ter quatro rodas DFV. Andrea de Adamich levou o motor
motrizes (com o piloto sentado atrás do com ele para a McLaren em 1970 e para a
eixo traseiro), mas o projeto acabou por March em 1971, mas na prática, com 400
não sair do papel. cv, revelou-se fraco demais e pouco fiável,
não marcando qualquer ponto.
A MEIO GÁS Foi preciso esperar apenas até 1976 para o
regresso da marca italiana, quando Bernie
Durante os anos seguintes, a Alfa teve al-

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AS 11 VITÓRIAS

PILOTO PAÍS CIRCUITO CARRO

1950 FARINA GIUSEPPE GRÃ-BRETANHA SILVERSTONE ALFA ROMEO 158

1950 FANGIO JUAN MANUEL MÓNACO MONACO ALFA ROMEO 158

1950 FARINA GIUSEPPE SUÍÇA BREMGARTEN ALFA ROMEO 158

1950 FANGIO JUAN MANUEL BÉLGICA SPA-FRANCORCHAMPS ALFA ROMEO 158

1950 FANGIO JUAN MANUEL FRANÇA REIMS ALFA ROMEO 158

1950 FARINA GIUSEPPE ITÁLIA MONZA ALFA ROMEO 158

1951 FANGIO JUAN MANUEL SUÍÇA BREMGARTEN ALFA ROMEO 159

1951 FARINA GIUSEPPE BÉLGICA SPA-FRANCORCHAMPS ALFA ROMEO 159

1951 FAGIOLI LUIGI FRANÇA REIMS ALFA ROMEO 159

1951 FANGIO JUAN MANUEL ESPANHA PEDRALBES ALFA ROMEO 159

1951 FANGIO JUAN MANUEL FRANÇA REIMS ALFA ROMEO 159



OS PÓDIOS DOS ANOS 80

1981 GIACOMELLI BRUNO LAS VEGAS CAESARS PALACE ALFA ROMEO 179C

1982 DE CESARIS ANDREA MÓNACO MONACO ALFA ROMEO 182

1983 DE CESARIS ANDREA ALEMANHA HOCKENHEIM ALFA ROMEO 183T

1983 DE CESARIS ANDREA ÁFRICA DO SUL KYALAMI ALFA ROMEO 183T

1984 PATRESE RICCARDO ITÁLIA MONZA ALFA ROMEO 184T

Ecclestone foi à procura de uma alterna- seguiu um terceiro lugar em Las Vegas
tiva ao Cosworth. A Alfa continuava no em 1981, e Andrea de Cesaris foi autor de
Mundial de Sport, onde tinha substituído um fantástico segundo lugar em Kyalami
o V8 por um propulsor de 12 cilindros em em 1983.
configuração boxer, tal como o Ferrari que Em 1984, com graves problemas financei-
foi campeão com Niki Lauda. ros e a perda do patrocínio da Marlboro, a
Graças ao patrocínio da Martini & Rossi, Alfa Romeo entregou o comando da equi-
conseguiu com que os motores lhe fossem pa a Giampaolo Pavanello, cuja Euroracing
fornecidos sem qualquer custo. Mesmo usava motores Alfa na Fórmula 3.
assim, só em 1977 os Brabham-Alfa co- A equipa tinha o avultado patrocínio da
meçaram a ir ao pódio (com o segundo lu- Benetton e conseguiu um início promis-
gar de Carlos Pace na Argentina e de John sor em 1984, com mais um terceiro lugar
Watson em Dijon) e só em 1978 surgiram de Riccardo Patrese, mas depois os Alfa
as vitórias, já com Niki Lauda na equipa, Romeo 185T não marcaram qualquer pon-
com a Brabham a terminar o campeo- to em 1985. No ano seguinte, a Alfa seria
nato de construtores no terceiro lugar. apenas fornecedora de motores à Osella,
Nessa altura, o motor Alfa tinha 520 cv e e depois o Grupo Fiat comprou a marca.
era mais potente que o DFV. Como a Fiat já controlava a Ferrari, não
Agora que o motor já ganhava, a Alfa havia necessidade de ter dois projetos
Romeo achou que já não precisava de concorrentes na F1, mas em 1988 ainda
Brabham. Com o fim do Mundial de Sport, conseguiu autorização para correr na
Carlo Chiti, que geria a Autodelta (depar- Indycar com os restos do projeto falhado
tamento de competição da marca) achou do Ferrari 637, mas sem sucesso.
que a Alfa Romeo estava pronta para vol- Para a história fica o facto da Alfa Romeo
tar com a sua própria equipa. Chiti tinha ter sido a primeira a inscrever o seu nome
trabalhado para a Ferrari e ATS na F1. Só como vencedora na história do Mundial de
que os chassis nunca foram tão bons como Fórmula 1. Agora vamos ver o que este re-
os motores e apesar de conseguirem ser gresso a tempo inteiro, com a Alfa Romeo
ocasionalmente competitivos, avariavam Racing, acrescenta aorico passado da
constantemente. Bruno Giacomelli con- marca…

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LIVRO RETRATA CARREIRA José Luís Abreu
[email protected]
“100DE ELISABETEJACINTO… NOS CAMIÕES
IMAGENS. Foram várias as vezes em que Eli-
ALGUMAS sabete Jacinto colaborou com esta
associação e agora, através desta
HISTÓRIAS” publicação, a piloto vai contribuir
para uma ainda maior divulgação.
A piloto de todo-o-terreno Elisabete Jacinto, em associação Este livro resulta da vontade de
com o fotógrafo Jorge Cunha, publicou o livro “Cem imagens. Elisabete Jacinto contar as histórias por
Algumas Histórias”, em que Elisabete Jacinto relata as suas trás do projeto desportivo que vão muito
para lá das competições. Através desta
aventuras e desventuras desde que passou a competir de compilação de fotos de Jorge Cunha, um
Camião, numa obra de edição limitada que estará à venda dos melhores fotógrafos de ação nacio-

nas livrarias FNAC e Bertrand, e cuja receita reverterá a
favor da Associação Humanidades, instituição Particular de
Solidariedade Social que apoia jovens mães em situações de

risco assim como os seus filhos

CONHEÇA ESTA E MUITAS
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT

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41

nais, a piloto transporta-nos para o am- nossos feitos, quaisquer que sejam...”, a carta de pesados apenas há três meses Madrid, navegador e mecânico de nacio-
biente vivido nas corridas e mostra-nos, contou Elisabete Jacinto. e, este facto, valeu-me a vivência de algu- nalidade espanhola, piloto e principal pa-
com o auxílio das imagens, as experiên- Mas vamos às histórias, na primeira pes- mas situações mirabolantes. Apesar das trocinador português.
cias que estão por detrás de cada foto: “As soa… imensas dificuldades encontradas, achei Foi assim, de Renault Kerax, que iniciei a
fotos marcaram desde sempre a minha que poderia ser bastante mais competi- minha aprendizagem. Este projeto esten-
participação nestes ralis em África onde “A NOSSA HISTÓRIA tiva do que havia sido de moto. Essa ideia deu-se até janeiro de 2006 onde, numa das
a solidão é uma das principais caracte- Foi em janeiro de 2003, no rali Telefónica- agradava-me bastante. etapas da Mauritânia no rali Lisboa-Dakar,
rísticas. Não só me permitem dar conta Dakar, que participei pela primeira vez em Precisava, contudo, de um veículo com- se parte o eixo da frente obrigando-nos a
da beleza das paisagens por onde passo camião, um Mercedes 1936 com muitos petitivo e de uma boa equipa para atingir passar dois dias e duas noites em pleno
e que no momento não tenho condições quilómetros e muitos anos de vida. Foi os resultados ambicionados. Apesar da deserto. A recuperação do Kerax foi ex-
de ver, como também reviver momen- alugado a uma equipa espanhola, a quem dificuldade, consegui, em pouco tem- tremamente difícil e este só regressaria a
tos vividos nas etapas e partilhá-los com não pareceu causar transtorno a minha po, um acordo com a Renault Trucks de casa em junho, depois de uma sucessão
as pessoas. As fotos constituíram desde falta de experiência na condução deste onde resultou a formação de uma equipa de histórias admiráveis. Chegou-se, por
sempre a nossa forma de comunicar os tipo de veículos. Na realidade, havia tirado Ibérica, com o camião a ser produzido em essa altura, à conclusão de que não havia

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meios para continuar a adaptar o camião que a minha carreira tinha chegado ao gar de madrugada ou mesmo depois do a associação ao desporto pode ser uma
à competição e o projeto terminou. fim, assim, de uma forma prematura e, sol ter nascido. Estávamos em 2003 e eu boa estratégia de marketing.
Alimentando o sonho de me tornar um naquelas chamas, vi arder todo o tra- participava no Dakar pela primeira vez A equipa é demasiado pequena e, por isso,
verdadeiro piloto de camião, marcámos balho levado a cabo ao longo daqueles de camião. cada um de nós tem de trabalhar muito e
uma reunião com a MAN com o objetivo anos e todo o meu sonho de me tornar Atingido este objetivo, concentrei-me de em várias áreas. Da minha parte, confesso
de conseguir o apoio técnico para que o um grande piloto. corpo e alma na realização do meu desejo que gosto da gestão da equipa e encaro
nosso projeto se tornasse viável…de for- Por circunstâncias fantásticas e franca- mais profundo: tornar-me piloto de topo qualquer outra tarefa menos simpática
ma nenhuma poderíamos partir sozinhos mente inesperadas, reuni as condições em camião, com resultados de pódio. Um como o preço a pagar para poder parti-
para esta aventura! Nessa reunião teve necessárias para adquirir o novo (na altu- sonho que tinha todos os ingredientes cipar em corridas... e faço-as com agrado!
início um relacionamento estreito na qual ra) modelo da MAN, o TGS, com um motor para não se realizar. Sempre que o camião desliza a veloci-
“nasceu” o MAN M2000, que foi conce- de doze mil centímetros cúbicos e já com Arrastei para este desafio o Jorge, que dades que não perdoam o mais pequeno
bido e construído para nós. Pintámo-lo mais de seiscentos cavalos de potência. prescindiu de muito para estar sempre ao erro, como se estivesse montado sobre um
de laranja e decorámo-lo com o logo da Apesar de mantermos o modelo de sé- meu lado e tive o Marco Cochinho como carril… sempre que o silêncio é o cantar
Trifene 200®. Aquele foi verdadeiramen- rie, fomos fazendo pequenas alterações suporte durante todo este tempo. Juntos do motor ao ritmo das acelerações e das
te o “meu” camião com o qual criei uma de modo a torná-lo mais competitivo. fomos trabalhando e, em muitos momen- passagens de caixa… sempre que a tran-
sintonia fantástica e fiz uma grande evo- Bastante mais difícil de conduzir que o tos,tivemosdeserextremamente fortes quilidade da voz do Zé a ditar notas cria
lução como piloto. anterior, o meu progresso foi-se fazen- e determinados para enfrentar todas as uma perfeita sintonia entre os quatro… aí
Chamávamos-lhePrincesa,nomeatribuí- do a par com a evolução técnica. Com ele dificuldades e ultrapassar adversida- sim!…sinto que valeu a pena todo o esfor-
do pelo mecânico Marco Cochinho e, de venci e cheguei ao pódio de várias corri- des. Aparámos os golpes de má sorte e ço para estar ali!… e o prazer é ilimitado.
forma alguma, encarava a possibilidade das onde participei. seguimos construindo o caminho para Algumas conquistas foram difíceis e, con-
de o trocar. Contudo, numa das etapas do   chegar aos bons resultados desportivos. fesso, a condução sobre as dunas foi uma
rali Dakar Argentina-Chile em 2009, num Em muitos momentos sentimo-nos can- das últimas. Imprevisíveis, traiçoeiras, di-
acidente que envolveu o Buggy do piloto A ÚLTIMA CONQUISTA sados, frustrados, desanimados… mas, ficultadas pela grande altura do camião
Ivan Muller, em virtude das circunstâncias encorajados pelo objetivo que nos guia, ao solo que impede uma boa leitura do
da prova, os dois veículos incendiaram-se Recordo o momento em que desejei pro- nunca nos deixamos abater. terreno, as dunas tiveram desde sempre
e desapareceram definitivamente sobre fundamente terminar as etapas do rali Ao meu lado tem estado sempre o labo- o condão de me enervar. Perseguia-me o
o nosso olhar incrédulo. ainda durante o dia. Tinha saudades de ratório Medinfar que, com as três marcas, medo de virar o camião, o que acabou por
Sou incapaz de descrever o quanto sofre- chegar ao acampamento ao entardecer e Trifene 200, Oleoban e Bio-Ritmo, me per- acontecer por duas vezes. Curiosamente,
mos e considero este um dos momentos gozar com tranquilidade as últimas horas mitiu lutar pela realização do meu sonho, dos maus momentos vividos em cada
mais difíceis por mim vividos. Acreditei antes de escurecer, como fazia quando constituindo um bom exemplo de como uma destas situações, resultou uma ex-
era piloto de moto… mas tal nunca acon-
tecia. Pelo contrário, era frequente che-

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43

periência de vida fabulosa, permitindo-
-me aprender e amadurecer.
E para quê tanto esforço, tanto traba-
lho, tantas concessões? Para realizar o
meu objetivo e com isso provar a mim
própria que não há impossíveis, não há
obstáculos que não se consigam vencer e
que somos, afinal, muito mais capazes do
que pensamos ser. Que a verdadeira for-
ça está dentro de nós e que a capacidade
para sonhar, trabalhar e acreditar são os
ingredientes para chegarmos onde qui-
sermos. Para servir de inspiração a todos
aqueles que vacilam perante estereótipos
e pressões sociais e se sentem incapazes
de “arregaçar as mangas” para trabalhar
e concretizar o seu sonho. Afinal, eu sou
só uma mulher igual a tantas outras!”
Não esqueça! As receitas do livro “Cem
imagens. Algumas Histórias”, à venda
nas livrarias FNAC e Bertrand, revertem
a favor da Associação Humanidades, ins-
tituição Particular de Solidariedade Social
que apoia jovens mães em situações de
risco assim como os seus filhos.

44 AUTO++ mais

ALFA ROMEO

» GIULIA 2.2 TURBO DIESEL AT8 SUPER

REGRESSO AOS BONS VELHOS TEMPOS

Apesar do deserto que foi obrigada a atravessar em
décadas ainda recentes, a italiana Alfa Romeo parece,
finalmente, em condições de regressar aos bons velhos
tempos. Promessa que, reconheça-se, foi assumida, pela
primeira vez, com este Alfa Romeo Giulia 2.2 Turbo Diesel
AT8 Super...

Francisco Cruz ficiarem não somente de um melhor correto posicionamento da manche A terminar, uma bagageira a anunciar
[email protected] acesso ao habitáculo, mas também de da caixa de velocidades (com enormes 480 litros, mas também de acesso aper-
lugares mais espaçosos, confortáveis patilhas fixas na coluna de direção...), a tado (culpa das linhas da traseira) e não
Depois da saudade deixada com e ergonómicos. Não faltando sequer ótima pega do volante, ou ainda o tato muito funcional, por ser muito funda.
modelos como o 159 ou o 166, um tablier de linhas fluídas e funcio- transmitido pela pedaleira e apoio de Embora não deixe de ter espaços inde-
o Giulia constitui também o nais, revestido a materiais de melhor pé esquerdo, tudo em metal. pendentes de arrumação nas laterais...
regresso da Alfa Romeo a um qualidade (mas ainda aquém dos rivais Falando dos lugares traseiros, quotas de Equipado com aquela que continua sen-
segmento de que nos últimos alemães...), e onde, a par de um painel habitabilidade bastante mais contidas, do a motorização diesel mais potente à
anos abdicou - o dos sedan de instrumentos analógico-digital com nomeadamente, ao nível do espaço para disposição no mercado nacional (pelo
médios. Agora e mais uma vez, com dois enormes tubos a albergarem ve- pernas, inclusive, nos lugares laterais, menos, enquanto não for substituído
um produto marcante em termos es- locímetro e conta-rotações, destaca-se cujos ocupantes começam por ter de pela nova evolução, de 190 cv), um 2,2
téticos, de linhas insinuantes e agres- ainda, embora já não tanto pela positiva, ultrapassar um acesso mais aperta- litros de 180 cv e 450 Nm de binário, o
sivas, construídas a partir da primeira o ecrã do sistema de informação e entre- do. Fugindo, ainda assim, a um lugar nosso Giulia tinha igualmente garantidos
plataforma totalmente nova (Giorgio) tenimento “Connect 3D Nav” - a cores, do meio claramente pouco recetivo a força e impetuosidade desde os regimes
desenvolvida pelo construtor italiano, mas não tátil ou visualmente apelativo, passageiros. mais baixos, além de uma subida linear
em muitos anos. além de demasiado pequeno (8,8”) para
Com uma volumetria muito semelhante garantir uma fácil e rápida leitura.
à de rivais como o BMW Série 3 (cujo Ainda nos lugares dianteiros, uma
sucessor vem, no entanto, já aí...) ou o excelente posição de condução, a fa-
Mercedes Classe C, o Alfa Romeo Giulia vorecer não apenas a integração do
volta, assim, a afirmar o design italiano, condutor no cockpit (volante e ban-
a começar numa secção frontal em que co multireguláveis), como também o
a grelha frontal tipo triângulo invertido acesso aos vários comandos e botões
(ou escudo) assume posição destacada, (destaque, pela invulgaridade, para o
ladeada depois por óticas alongadas a botão Start colocado entre os braços
fazer lembrar as aves de rapina, e um do volante), ou até mesmo aos vários
capot picado cujas nervuras fazem espaços de arrumação, a grande maio-
antever um corpo atlético e dinâmico. ria fechados.
Elegante e desportiva, esta berlina de Já quanto à visibilidade, apenas a já
quatro portas e ambições também esperada difícil visibilidade traseira,
familiares, trata, no entanto, de forma rapidamente atenuada com o recurso
bem diferente, ocupantes dos lugares a sensores e câmara, além de quase
dianteiros e passageiros dos bancos esquecida face à funcionalidade exi-
traseiros. Com os primeiros a bene- bida por outros pormenores, como o

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FT/ F I C H A T É C N I C A

2.0 / 180 CV

GASÓLEO

7,1 S

0-100 KM/H

4,2 L / 7,6 L (AUTOSPORT)

100 KM

109

G/KM- CO2

48 600€

PREÇO BASE

COMPORTAMENTO / POSIÇÃO DE
CONDUÇÃO / CAIXA DE VELOCIDADES
SONORIDADE DO MOTOR / ACESSO/
LUGARES TRASEIROS / STOP&START
RUDE NO FUNCIONAMENTO

MOTOR QUATRO CILINDROS EM LINHA,
INJECÇÃO DIRETA, TURBOCOMPRESSOR
DE GEOMETRIA VARIÁVEL E INTERCOOLER
CILINDRADA (CM3) 2.143 POTÊNCIA MÁX.
(CV/RPM) 180/3.500 BINÁRIO MÁX. (NM/
RPM) 380/1.750 TRANSMISSÃO TRASEIRA,
COM CAIXA AUT. DE OITO VEL. DIREÇÃO DE
PINHÃO E CREMALHEIRA, ELETRO-HIDRÁULICA
SUSPENSÃO (FR/TR) ALFA LINK - SUSPENSÃO
DE DUPLO BRAÇO OSCILANTE; MULTILINK DE
QUATRO BRAÇOS E MEIO TRAVÕES (FR/TR)
DISCOS VENTILADOS/DISCOS VENTILADOS
VELOCIDADE MÁXIMA (KM/H) 230 PESO
(KG) 1.449 MALA (L) 480 DEPÓSITO DE
COMBUSTÍVEL (L) 52

de regime, até ao red-line, às 4.500 rpm. Responsabilidade não apenas da trans- não somente na forma como contribui segurança, como é o caso do alerta de
Bem menos convincente, a sonori- missão, mas também do 2,2 litros, são para a rigidez torsional e agilidade do colisão à frente, travagem autónoma
dade excessivamente presente e até os ótimos consumos, conseguidos conjunto, mas também pela ajuda que de emergência, assistência à travagem
“old school” (leia-se, demasiado rude), numa utilização maioritariamente dá a uma suspensão cujo principal ob- de emergência, ou do reconhecimento
a qual chega a ser tão desagradável citadina e sem restrições. E que, no jetivo não deixa de ser o garantir de de peões.
quanto o funcionamento agreste do nosso caso, se saldaram numa média um bom compromisso entre conforto Igualmente presente, o já conhecido
sistema Start&Stop. Cujo arranque faz- de 7,6 l/100 km. e desempenho dinâmico. sistema de modos de condução DNA,
-se sentir em todo o carro, posicionan- E se o consumo agradou, o comporta- Ajudado por uma direção convincen- sinónimo de Dynamic, Neutral e All
do-se no extremo oposto daquilo que mento do Alfa Romeo Giulia 2.2 Turbo te, rápida, precisa e suficientemente Weather, e cuja atuação se faz sentir,
é a suavidade, rapidez e discrição da Diesel no dia-a-dia não ficou atrás. informativa, o Giulia 2.2 Turbo Diesel principalmente, na opção mais despor-
excelente caixa automática ZF de oito Com o modelo a procurar afirmar-se, torna-se assim uma proposta que dá tiva (Dynamic). E, em particular, através
velocidades; ainda que continuemos desde logo, como um familiar de ca- gosto explorar, pela estabilidade di- de uma resposta mais célere da parte
pouco convencidos quanto à funcio- rácter desportivo, graças também às recional, ótima inserção em curva, e do motor; que, ainda assim, se mantém
nalidade das enormes patilhas fixas qualidades daquela que é - já aqui o elevada segurança. Esta última, resul- bastante mais rude e barulhento do que
na coluna de direção... afirmámos - uma excelente plataforma: tado também dos vários sistemas de seria desejável...

AUTO+ mais

NISSAN

» MICRA N-SPORT

UM VISLUMBRE DE DESPORTIVO

Cascais e a zona saloia acolheram a apresentação
internacional do renovado, mecânica e tecnologicamente,
Nissan Micra, onde apareceu o N-Sport, uma espécie de
ponte para um futuro Micra Nismo. Será?

José Manuel Costa nha, na época, um estilo risível e com 110 as alterações que a Nissan introduziu Com 117 cv, o Micra N-Sport pode encher
[email protected] cv, nem sequer incomodava alguns uti- no Micra, como o novo sistema de info o peito de ar e olhar, olhos nos olhos,
litários mais musculados. Naturalmente entretenimento, maior conectividade, os seus principais rivais: Seat Ibiza FR
Não faço a mínima ideia, e de- que foi um total insucesso, mesmo que uma aplicação para o smartphone, um e o temido Ford Fiesta ST-Line. Quer
pois de uma curta conversa o carro até tivesse alguma qualidade realinhamento do chassis que o rebai- dizer, olhando para a folha de especi-
com Yasin Deghia, o gestor em termos de comportamento, mas xou e a nova caixa de direção. Para o ficações, o Micra N-Sport não faz assim
de produto e planeamento da com aquele estilo e algumas opções destacar no interior, a Nissan deitou mão tão bem, pois as performances não são
gama Micra, fiquei a saber o tomadas de base, pensar que o Micra de Alcãntara e forrou parte do tablier e deslumbrantes (9,9 segundos dos 0-100
mesmo. “Não sei de nada, mas 160 SR iria a algum lado era mesmo dos bancos com esse tecido. km/h), mas o motor mostra-se refinado
temos o N-Sport, que com o novo bloco uma questão de fé. O motor 1.0 IG-T veio trazer ao Micra (mais que a versão de 100 cv, de forma
1.0 litros com 117 cv é bem divertido, aquilo que lhe faltava... potência. Recordo completamente inesperada...), conse-
como vai ter a possibilidade de perce- UM MICRA MAIS ESPIGADO que esta geração do Micra tem dois anos gue ter bons momentos nos regimes
ber.” Obrigadinho... (foi lançado em 2017) e desde então que intermédios e quando puxamos tudo
Perante isto, tive de recorrer aos meus Pois muito bem, aqui estamos de novo o bloco 0.9 litros não oferecia mais de dele, não se nega apesar das evidentes
arquivos mentais para tentar descobrir a com um Micra com aspirações a des- 90 cv. O bloco de três cilindros não era limitações.
última vez que o Micra teve uma versão, portivo, com um motor novo, mas desta feliz em termos de potência e de binário, Face ao bloco 0.9 litros, este motor
assim, mais espigada. Lembrei-me do vez embrulhado com mais classe e se- tinha uma resposta ao acelerador pouco responde muito melhor ao acelerador,
Micra SuperS dos anos 80 e 90 com dução. Na minha opinião, o Micra é um consistente e, sobretudo, parecia mes- embora a questão possa ainda ser me-
motor 1.3 litros (o MA12S) com 70 cv, do dos carros mais bem desenhados do mo uma máquina de costura. lhorada. Acoplado a uma caixa de seis
muito exclusivo Micra Super Turbo, das segmento e nesta versão N-Sport, com Perante isto, a Nissan atirou pela janela velocidades (o 1.0 100 cv tem caixa de
quais foram feitas 10 mil unidades, com as jantes de liga leve de 17 polegadas que o bloco 0.9 litros e fez entrar pela porta o cinco) com curso curto, mas alguma
110 cv (só para o Japão) e do Super S da preenchem, totalmente, as cavas das 1.0 litros, igualmente com três cilindros, imprecisão, o Micra exibe um compor-
segunda geração, com motor de 80 cv. rodas, rebaixado e com 117 cv extraídos mas com tecnologia mais moderna, tamento de bom nível.
Depois lá se fez luz e recordei o Micra 160 do motor 1.0 litros com três cilindros, soluções avançadas para melhorar a fia-
SR, com motor 1.6 litros e 110 cv, lançado totalmente novo, tem tudo para ser um bilidade, arrumação no compartimento BOM COMPORTAMENTO
em 2005, ou seja, há 14 anos. sucesso. Ainda por cima custa “apenas” do motor e performances, com dois
Este sim, foi o primeiro e único modelo 20.100 euros. níveis de potência, 100 e 117 cv. O mais Os 10 mm a menos na altura ao solo ofe-
com um bocadinho mais de energia para Obviamente que a Nissan não deu ao potente tem 180 Nm, o menos poderoso recem benefícios no estilo, mas, sobre-
tentar imiscuir-se no segmento dos N-Sport nada que não esteja disponível 160 Nm. O que mudou? A cilindrada, a tudo, um melhor comportamento devido
desportivos de bolso, embora a Nissan nos restantes Micra e até oferece esta eletrónica, a maior taxa de compressão às molas e amortecedores mais duros
fosse à guerra com pouco mais que uma versão com o motor de 100 cv e caixa e a variação do tempo de abertura das que controlam melhor os movimentos
fisga face aos restantes rivais. O Micra ti- manual de cinco velocidades por menos válvulas na admissão e no escape. da carroçaria. A nova caixa de direção,
950 euros. E sim, o N-Sport recebe todas mais rápida, oferece-nos uma sensação

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FT/ F I C H A T É C N I C A

de maior agilidade. O que resulta de pintado de branco, por exemplo, o Micra e o Nissan Safety Sense foi atualiza- 1.0 / 117 CV
tudo isto? Um carro que não tendo a fica com muito bom aspeto. do, sendo oferecido de série. O nível de
capacidade do Fiesta ST-Line no que equipamento é muito completo. Tudo o GASOLINA
toca à dinâmica, mas que se mostra INTERIOR MELHORADO resto ficou na mesma, incluindo o facto
eficaz em curva sacrificando, de forma A aplicação de Alcântara no tabliê (para do banco traseiro do Micra continuar a 9,9 S
aceitável, uma das características que o N-Sport) e o novo sistema de info ser um pouco acanhado.
gosto no Micra, o conforto. entretenimento, fazem a diferença Gostei muito do Micra N-Sport, mas 0-100 KM/H
A chuva e o piso molhado não permi- para o anterior modelo. Mas há mais... este não é um desportivo de bolso, mas
tiram grandes veleidades, mas as es- a Nissan escutou-o e oferece, agora, sim um Micra espigado. Custa mais de 5,9 L
tradas em redor do Gradil mostraram a os vidros traseiros com acionamento 20 mil euros, mas pode ter quase tudo
qualidade do N-Sport. E digo-lhe, desde elétrico (sim, o Micra nunca teve vidros isto (motor e suspensão) por menos 100 KM
já, que com estas jantes de 17 polegadas e elétricos atrás), apoio de braços central três mil euros. Se quiser verdadeira
diversão, tem no mais barato Suzuki 133
Swift Sport uma melhor escolha, mas
se quiser juntar um comportamento G/KM- CO2
divertido e maior refinamento, mesmo
perdendo um pouco no conforto, o Micra 20 100€
N-Sport é uma opção interessante. E
como disse no início, não parece estar PREÇO DA VERSÃO ENSAIADA
pensado um Micra Nismo, pelo que se
gosta do Micra e quer um modelo des- MOTOR / ESTILO / COMPORTAMENTO
portivo, este N-Sport é a única opção.
ALGUNS MATERIAIS / CONFORTO

MOTOR 3 CILINDROS EM LINHA, INJEÇÃO
DIRETA, TURBO, 999 CM3 POTÊNCIA MÁX.
117 CV / 5250 RPM BINÁRIO MÁX. 180 NM
(200 COM OVERBOOST) / 1750 - 4000 RPM
TRANSMISSÃO TRAÇÃO DIANTEIRA, CAIXA
MANUAL DE 6 VEL. SUSPENSÃO INDEPENDENTE
MCPHERSON À FRENTE E EIXO DE TORÇÃO
ATRÁS TRAVÕES DISCOS/TAMBORES PESO
1095 KG MALA 300 L DEPÓSITO 41L PNEUS
205/45 R17; VEL. MÁX. 195 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional e de qualidade, opinando sobre tudo o ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos que se passa na área do automóvel e dos com a sua comunidade de leitores. 4. O
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como automobilistas, numa perspetiva plural, re- AutoSport pratica um jornalismo pautado
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem cusando o sensacionalismo e respeitando pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como a esfera da privacidade dos cidadãos. 3. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
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