The words you are searching are inside this book. To get more targeted content, please make full-text search by clicking here.
Discover the best professional documents and content resources in AnyFlip Document Base.
Search
Published by hmilheiro, 2020-01-27 16:54:41

AutoSport 2196

AutoSport_2196

#2196 O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES 42
ANO 42
anos
29/01/2020
Semanal >> autosport.pt

2,50€ (CONT.)

DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES

+/

LUTA A TRÊS ATÉ AO FIM
GRAVE ACIDENTE DE OTT TANAK

THIERRY NEUVILLE

VENCE RALI DE MONTE CARLO

24 HORAS DE DAYTONA PÁG. 40 PÁG. 38

JOÃO BARBOSANO PÓDIO

PÁG. 26

VOLVO XC40 T4 ENSAIO HONDA
AFRICATWIN 1100 F

MPORTOO SHOP

A SUA NOVA LOJA ONLINE

WWW.MOTOPROSHOP.PT

3

I/ I N S TA N TÂ N E O SIGA-NOS EM EDIÇÃO

#2196
29/01/2020

f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT

ESPETÁCULO O Mundial de Ralis já é, de si, um enorme espetáculo, a que o público responde da forma entusiástica que se pode José Luís Abreu
perceber pela fantástica imagem da @World/André Lavadinho. Um hino à fotografia, neste Rali de Monte Carlo de 2020...
DIRETOR-EXECUTIVO
S/ SEMÁFORO EM DIRETO
[email protected]
PARADO A ARRANCAR A FUNDO “Leclerc é claramente o melhor
piloto depois de Verstappen” Mais vale tarde do que
O coronavírus continua A atestar pela Bela festa a Gala nunca. Finalmente
a matar pessoas na competitiva prova que dos Campeões FPAK Helmut Marko a fazer um raro elogio um regulamento que
se realizou em Monte 2019, que este ano fora da esfera da Red Bull permite aos mesmos
China, e não só, e pode se realizou no Teatro carros correr no WEC
levar ao cancelamento Carlo, o WRC 2020 José Lúcio da Silva, em “Estes Fórmula 1 são os carros e no IMSA. O ACO e o
de todos os eventos promete mais uma mais complicados do planeta, IMSA chegaram a acordo e a verdade
Leiria mas também de longe os mais é que todos vão ficar a ganhar pois o
desportivos no país época de sonho rápidos” intercâmbio beneficia toda a gente,
nos próximos meses mas o mais positivo disto tudo é o
Romain Grosjean a ‘perdoar o ‘mal’ facto de mesmo com duas visões
O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES NA ERA DIGITAL que faz pelo bem que sabe... completamente distintas do mesmo
problema foi possível um acordo. Não
“Já investimos cerca de 17 é novidade para ninguém que os ame-
milhões de euros, mas senti ricanos olham para as corridas como
que nos faltava algo na espetáculos puros e duros, enquan-
liderança técnica. Daí, termos to os europeus se preocupam mais
trazido o Pat (Fry)” com a tecnologia de modo a pode-
rem explorá-la através do marketing.
Cyril Abiteboul a produzir mais uma Às vezes até demais no meu enten-
mudança na Renault der, embora compreenda as pres-
sões internas para que assim seja.
“Sentia-me como um robô na Sinceramente, compreendo as duas
Fórmula 1” barricadas, mas como é lógico sempre
foi possível aos norte-americanos e
Jean Eric Vergne agora mais feliz na europeus encontrarem-se a meio,
Fórmula E bastava simplesmente que tives-
se havido vontade há mais tempo.
Siga-nos nas redes sociais e saiba De repente surge a perspeti-
tudo sobre o desporto motorizado no va de poder ter a breve trecho
computador, tablet ou smartphone via marcas como a Cadillac, Nissan,
facebook (facebook.com/autosportpt), Mazda e Acura em Le Mans.
twitter (AutosportPT) ou em Sendo verdade que este anún-
>> autosport.pt cio ainda não resolve tudo, pelo
menos abre caminho para isso,
ainda que permaneçam penden-
tes questões para deslindar com
o BoP e os níveis de performance.
Ainda bem que esta questão está
prestes a ficar resolvida, pois o
Mundial de Endurance merece uma
boa competição, e com equipas dos
dois lados do Atlântico ainda melhor.
Ao fim ao cabo não ficam todos a ga-
nhar, com uma competição unificada
com o melhor que se faz na Europa, e
na América?!

4 WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MONTE CARLO

THIERRYNEUVILLE

ESTREIA-SE A
VENCER ORALI
DE MONTE CARLO

Depois de ter estado muito perto em diversas ocasiões,
desta feita Thierry Neuville e Nicolas Gilsoul venceram e
convenceram, num Monte Carlo marcado pelo terrível acidente
de Ott Tänak e Martin Jarveoja, e também pelas estreias
convincentes de Sébastien Ogier e Elfyn Evans na Toyota, que

terminou com um duplo pódio

José Luís Abreu com Martin Holmesu
[email protected]

FOTOGRAFIA @WORLD/ANDRÉ LAVADINHO

Como é habitual com o Rali de uma prestação perfeitamente arrasado- tou-se que o jovem está a dar os passos (sexta-feira), os três primeiros estavam
Monte Carlo, o Mundial de Ralis ra no último dia. certos, da forma certa, com poucos exa- separados por 6.4s, exatamente o mes-
de 2020 arrancou em grande, A prova ficou claramente marcada pelo geros mas já a um nível muito elevado. mo tempo que separava os três primei-
depois duma prova muito com- acidente de Tänak e Jarveoja, que se sa- No pólo oposto, Sébastien Loeb, que co- ros no final do terceiro dia (sábado). Uma
petitiva em que houve um pouco faram de boa ao saírem de estrada a 180 meteu erros a mais numa prova em que curiosidade interessante que mostra bem
de tudo. Depois de se ter perspe- Km/h, enemmesmoumaquedadeuma ninguém tem mais experiência que ele, a competitividade da prova na frente. Mas
tivado uma luta a três pelo título de 2020, ravina com cerca de 25 metros, os lesio- ficando provado que nem os melhores não foi só aí, já que a luta pelo quarto lu-
o primeiro sinal ‘diz’ que tem que se contar nou gravemente, saindo ambos do carro são capazes de fugir a todas as armadi- gar também mudou já no último dia com
também com Elfyn Evans, já que o galês pelos seus meios, ainda que, naturalmen- lhas do Monte Carlo. Lappi a passar Loeb, e com Rovanperä a
deixou sinais muito positivos, levando a te, algo ‘chocalhados’. aproveitar para fazer o mesmo.
luta pelo triunfo até ao penúltimo troço. Outro ponto muito positivo desta prova foi GRANDE RALI Thierry Neuville entrou no rali comple-
Tínhamos dito que se vencesse Elfyn o quarto lugar Esapekka Lappi, que na sua Os ralis são como os melões, nunca se tamente ao ataque, ao ‘dar’ em dois tro-
Evans, seria uma boa surpresa, se fosse estreia com a M-Sport deixou claro que sabe muito bem o que podem dar até ços 19.1s à concorrência mais próxima.
Sébastien Ogier a consegui-lo, igualaria pode fazer bem melhor este ano do que se ‘abrirem’, e este Rali de Monte Carlo Curiosamente, o dia seguinte, sexta-fei-
o recorde de sete triunfos de Sébastien fez o ano passado com a Citroën. foi muito interessante a vários níveis. A ra, não lhe correu bem, revelando que as
Loeb, mas se vencesse Thierry Neuvil- Grande destaque também o quinto lugar prova mudou de líder sete vezes, embo- notas e a comunicação com a sua equipa
le, seria uma pequena ‘vingança’. Ora aí de Kalle Rovanperä, na sua estreia no ra só tenha havido três equipas a ganhar de batedores (Dani Sordo) foi um pouco
está, finalmente a merecida vitória, com WRC, e logo no Rali de Monte Carlo. No- troços. No final do segundo dia de prova complicada. Mas reagiu bem no sábado,

>> autosport.pt

5

em que ganhou três dos quatro troços do 0,o1
dia, curiosamente ficando com os mes-
mos 6.4s de atraso que tinha no início do 0,016S, MARGEM COM QUE THIERRY
dia. De qualquer forma, teve um dia bem NEUVILLE BATEU SÉBASTIEN OGIER NA
melhor, pois esteve muito mais confortá- POWER STAGE, CONSEGUINDO COM ISSO
vel com as alterações que fez no carro, e PONTUAÇÃO MÁXIMA NA PROVA
pôde atacar mais sem aumentar os riscos.
No dia decisivo, bastaram-lhe dois troços
para chegar à liderança, colocando-a em
11.1s antes da PowerStage, chancelando aí,
praticamente, o triunfo, que confirmou ao
vencer também a PowerStage.
Sébastien Ogier e Julien Ingrassia ter-
minaram em segundo a prova depois de
passarem no último troço os seus cole-
gas equipa, Evans/Martin. Depois de seis
triunfos no Rali de Monte Carlo, alguma
dia o francês tinha que perder. Foi sem-

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

6 RALI DE MONTE CARLO 1 D E 1 3

pre muito cauteloso durante o rali, nunca tar, mas aprendi muito do carro durante
correu demasiados riscos, mas às vezes todo o fim de semana, o que é muito im-
foi-o em demasia: “No último troço do portante para o futuro”, disse.
dia (PE12) perdi 10s em quatro quilóme- Kalle Rovanperä é como o algodão, não
tros de gelo, é muito”. Chegou ao final do engana. A rapidez está no seu ADN, está
dia perto da liderança, conseguiu passar a chegar lá, e rapidamente. Já sabíamos
Evans, mas Neuville foi muito mais forte que ir ser bom, está a aprender, mas seja
que os homens da Toyota. como for fez uma prova impressionante.
Elfyn Evans e Scott Martin tiveram uma Não correu demasiados riscos e fez o que
grande estreia com a Toyota. No segundo devia sem cometer erros.
dia, a dupla liderou o rali durante quatro Foi um rali muito estranho para Sébastien
especiais, no dia seguinte, Evans come- Loeb e Daniel Elena. A maior conclusão
çou o dia 1.2s atrás de Ogier e terminou-o que se tira desta prova é que as condições
4.9s à frente. Contudo, no dia decisivo algo complicadas dos troços do Rali de Monte
mudou e não foi só a prestação arrasadora Carlo podem surpreender qualquer um,
de Neuville. Talvez lhe tenha faltado con- mesmo um sete vezes vencedor do Monte
fiança, mas a verdade é que talvez Evans Carlo e nove vezes Campeão do Mundo de
tenha preferido assegurar o pódio do que Ralis. Cedo percebeu que não tinha ritmo
arriscar o resultado. para a frente, mas no último dia de prova
ficou sem pneus, pois esperava mais gelo
BOAS PROVAS nos troços, saiu novamente de estrada e
caiu de quarto para sexto. Um rali muito
Esapekka Lappi/Janne Ferm foram quar- pobre para Loeb.
tos classificados, e tiveram uma bela es- Takamoto Katsuta/Daniel Barritt (Toyota
treia com a M-Sport. O piloto aproveitou Yaris WRC) terminaram a prova em séti-
bem o rali menos bom de Loeb para recu- mo, no que foi em termos globais um bom
perar de um atraso de cerca de um minuto, rali. Claro que sofreram. Se esta era uma
e passou o francês, alcançando o seu me- prova difícil para os pilotos experientes,
lhor resultado de sempre no Monte Carlo. imagine-se para ele. Fez um rali positivo,
Um bom começo de época, depois do de- naquele que foi apenas o seu terceiro rali
sapontamento de sexta-feira. “Sábado de num World Rally Car.
manhã ainda não estava onde queria es-

M/ MOMENTO F/ FIGURA

Na primeira passagem pelo Turini, Thierry Há muito que Neuville procurava esta vitória.
Neuville pulverizou os cronos dos seus Teve um começo de rali difícil, estabilizou
principais adversários ao ganhar-lhes, no segundo dia, deu a ‘machadada final’ no
respetivamente, 5.0s e 6.2s. No seguinte, último. Foi o mais rápido nos quatro troços do
estendeu a ‘receita’ e com mais 5.4s e 6.5s último dia, ganhou a Power Stage por 0.016s.
decidiu o rali a seu favor, com uma exibição Neuville, que era o número 11, vence o Monte
tão convincente que os adversários ficaram Carlo na sua 111ª participação no WRC. Tornou-
sem saber muito bem o que lhes aconteceu. se apenas no terceiro piloto diferente a
Estava determinado a vencer e nada, desta ganhar o evento (no WRC) desde 2007. Um rali
feita, o impediria. exemplar de garra.



WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

8 RALI DE MONTE CARLO 1 D E 1 3

THIERRYNEUVILLE/NICOLAS GILSOUL(VENCEDORES)

“PASSÁMOSDE16SATRÁS
PARA 12S À FRENTE…”
os outros são mais lentos e de repente,
Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul ‘bang’, eles dão-te 10 segundos e tu tens
(Hyundai Shell Mobis WRT) ven- que lidar com isso. Eu estava 16 segun-
ceram o Rali de Monte Carlo, dos atrás do líder e num rali de asfalto, é
uma estreia para a dupla bel- quase impossível recuperar se eles não
ga, que finalmente acabou com cometerem um erro. Precisas de muita
o ‘reinado de Sébastien Ogier…e confiança no carro e isso pode-te dar a
Sébastien Loeb, na prova monegasca. oportunidade de ripostar e fazer a dife-
rença. Conseguimos fazê-lo bem no sá-
Thierry, o que significa para ti esta vitória? Quão difícil foi esta batalha tão acirrada? difícil para os outros entenderem. Na 6ª bado e especialmente no domingo. Estou
“É muito difícil de descrever. “Mais do que realmente as dificul- Feira de manhã, fui logo apanhado com muito contente com o resultado final”.
Foi um duro desafio estar sem- dades dos pneus e as condições fo- mais de 10 segundos no primeiro troço.
pre na luta durante os quatro dias. ram os dois ‘socos’ que recebemos. No sábado, também o Elfyn conseguiu Falas em confiança antes do troço fi-
Tivemos algumas condições perfeita- Também conseguimos dar alguns ‘so- abrir mais 13 segundos no segundo tro- nal, mas só era preciso um pião para
mente incríveis nos troços, e algumas cos’ aos outros porque na 5ª Feira fize- ço do dia. Foi surpreendente: às vezes que essa vantagem se esfumas-
surpresas, a começar logo na noite de 5ª mos um segundo troço muito bom e foi és mais rápido e não entendes porque se, e tinhas uma jante danificada…“
feira, pois ninguém sabia realmente o que Isso aconteceu no segundo troço. Falta-
iríamos apanhar e como estavam os tro- va-nos uma pequena parte da jante, mas
ços. 6ª Feira foi outro dia incrível. Por fim, não sabíamos porquê. Não foi um drama.
o domingo correu-nos realmente bem e Queríamos manter três pneus macios,
conseguimos garantir a vitória. Antes do então decidimos continuar com aquela
último troço, sabíamos que a vitória era jante pois ela estava a funcionar bem.
praticamente nossa já que tínhamos uma É apenas uma questão de confiança,
folga confortável. O ano passado sofre- quando se pode guiar ao teu ritmo e sa-
mos uma grande deceção. Quando an- bes que o tempo foi bom. Estás no con-
dam dois ou três pilotos na luta, todos trolo. Fui capaz de rodar mais rápido que
querem ganhar, mas só um o pode con- o Elfyn e o Seb e o carro funcionou mui-
seguir e os outros ficam desapontados. to bem, pois consegui encontrar a per-
No ano passado, fomos nós, mas este formance extra para passar de 16s atrás
ano, o grande sorriso na face é nosso.” para 12s à frente…”

ANDREAADAMO DIRETORDAHYUNDAISHELLMOBISWRT

Andrea Adamo, não cabia em si de contente no fim deste Rali de Monte Carlo. Como va-
mos perceber pelas suas palavras, esta prova é-lhe muito querida…

Andrea, como se sente após esta vitória?
“Há tantas coisas a passar pela minha mente neste momento. É tão significativo para
mim em termos pessoais, vencer o Rali de Monte Carlo. A par com o San Remo, foi um
dos eventos que primeiro me atraiu para este desporto, por isso ver um Hyundai com o
Thierry e o Nicolas no degrau superior do pódio é algo muito especial”.

Estava mesmo emocionado no final do rali… esta vitória”.
“Esta prova é muito especial para mim. Eu nasci não muito longe daqui. Monte-Carlo O que acha do desempenho do Thierry e do Nicolas?
sempre foi especial. Eu cresci com os ralis perto de mim. Lembro-me de pedir aos meus “Desde que lidero a Hyundai, foram o Thierry e o Nicolas que sempre preencheram a la-
pais para ficar acordados a ouvir o Monte-Carlo em 1986, quando o Henri Toivonen gan- cuna que tínhamos com a Toyota. A partir da Catalunha, na minha opinião - e eu nunca
hou. Sou demasiado velho para me lembrar destas coisas, mas garanto-vos que me lhes disse isso - eles chegaram a outro nível de confiança. Houve uma melhoria con-
lembro de ouvir a Rádio Monte-Carlo e os comentários ao vivo depois de cada troço. tínua. Eu diria que este fim-de-semana talvez, eles tenham estado ainda mais calmos
Lembro-me de quando era criança, no início de Turini. Para mim, tudo isto tem um sig- do que eu. E com isso ajudaram a acalmar-me. O mundo andou à roda para mim este
nificado especial, esta é a raiz da minha paixão e é sempre difícil quando não esta- fim-de-semana.
mos nesta posição. Foi difícil da última vez, há um ano, e esta foi a minha primeira vez a
[como diretor da Hyundai Motorsport]…”

O que foi preciso para aqui chegar?
“A equipa Hyundai Motorsport cresceu muito nos últimos doze meses. Lembro-me, de-
pois de terminar em segundo no ano passado, a fazer uma lista de todas as coisas em
que precisávamos de trabalhar, e as áreas em que necessitávamos melhorar. O meu
pessoal fez um grande trabalho ao preencher todas essas lacunas e mostrou este fim-
de-semana o que é capaz. Temos que considerar também o desempenho do Seb (Loeb)
e do Danos (Elena) afetados, sem dúvida, pelas escolhas de pneus, que não foram per-
feitas. Temos de lutar constantemente pela perfeição, mas por agora vamos celebrar

>> autosport.pt

9

SÉBASTIEN OGIER/JULIEN INGRASSIA (2ºCLASSIFICADOS)

“FALTOUUMBOCADOQUANDO
PRECISÁVAMOSTER IDOAOLIMITE…”
Sébastien Ogier e Julien In-
grassia bem lutaram, mas foi mau, mas o piso estava um pouco
pela primeira vez em sete mais escorregadio no alto do Turini.
anos não foram eles os Temos que confiar nosnossos ins-
vencedores do Rali de Mon- tintos e eu não me estava a sentir a
100%, pelo que não quis forçar e ar-

te Carlo. riscar cometer um erro.

Sentiu-se claramente que o francês No último troço (Power Stage) eu sa-

foi bastante mais cauteloso do que é bia que não seria uma boa especial

o seu timbre, e isso deve-se à falta de para nós, pois perdemos muito na

confiança que ainda - muito natural- primeira passagem.

mente - sente no carro. Melhorei o resultado à tarde, quando

a aderência ficou um pouco melhor.

Sébastien, foi um ótimo fim-de-se- Acho que no futuro vou lembrar-me

mana para ti e para a Toyota, que ba- deste rali como positivo para o cam-

lanço fazes deste Rali de Monte Car- peonato.

lo? Sei que gostam de estatísticas, en-

“Como dizes, acho que foi um fim- tão vocês lembram-se da última vez

-de-semana brilhante. que fui segundo no Monte Carlo (ndr,

Todos esperam mais de nós porque 2013)! Foi a minha melhor temporada

alcançámos muitos bons resultados de todos os tempos”.

no passado, por isso todos esperam

que ganhemos. Antes da prova, falaste das desvan-

Em termos gerais, estou muito feliz tagens de ganhar este rali. É positivo

com o fim-de-semana. limites. para a ordem na estrada na Suécia?

Levamos daqui muitos pontos, e o ní- Em apenas quatro troços perdemos Não foi o teu dia? “Não sabemos qual é o próximo rali.

vel de desempenho foi bastante bom 36 segundos. Fui demasiado cau- “Olhem para a folha de tempos: esta- Eu realmente espero que possamos

para o primeiro rali com a equipa. teloso. Não vou esconder que sinto mos quase sempre os três primeiros fazer o Rali da Suécia. Espero que a

Fomos consistentes, mas faltando um pouco de frustração quando não à frente de todos os outros. Mãe Natureza possa ajudar com as

um bocado mais em algumas zonas acabo no primeiro degrau do pódio Nós os três fizemos um bom rali. condições que queremos para a Sué-

em que precisávamos ter ido até aos no Monte Carlo…” Esta manhã (domingo), o ritmo não cia.…”

ELFYN EVANS/SCOTT MARTIN (3ºCLASSIFICADOS)

Elfyn Evans e Scott Martin iniciaram com um pódio a sua ligação à Toyota Gazoo Racing,
num rali em que não andaram longe da vitória.

Elfyn, lideraste esta prova durante muito tempo, como te sentes agora?
“São sentimentos muito contraditórios, para ser honesto. Começámos bem forte na
sexta-feira de manhã, depois tive boas sensações no carro, e as vitórias em troços
foram muito fáceis. Simplesmente ‘clicou’ e aconteceu naturalmente.
Mas no último dia não aconteceu de forma tão natural e isso custou-nos uma chance
realista de lutar pela vitória.
O Thierry, em contraste, teve um último dia muito forte. No geral, temos de encarar isto
como um começo positivo, não é de modo nenhum um mau começo.
Podemos construir a partir daqui”.

Esta foi a tua primeira vez numa nova equipa. Como te sentiste?
“Foi um pouco estranho. Tínhamos feito muita preparação, fizemos os testes, passá-
mos tempo na oficina, e tentámos fazer tudo o que podíamos para estar preparados
para o rali, mas depois chegamos à tenda e não sabemos onde nos sentar!
Era tudo um pouco novo, mas funcionou bem, e isso deu-me confiança.
Foi uma grande ajuda da equipa, por exemplo com coisas tão simples como fazer os
pneus funcionarem. Preparámo-nos bem, mas ainda assim foi um pequeno choque”.

Achas que podias ter arriscado mais? último dia o risco era maior e para nós as coisas não fluíram de forma tão natural.
“Eu fui um pouco cauteloso em algumas zonas geladas dos troços, no sábado, que nos Naquela altura, se forçasse mais, quase de certeza iria sair de estrada. Neste momento
custaram três segundos aqui ou ali. tenho de aceitar isso, mas não significa que desista, significa sim que não posso ainda
Esses detalhes fazem a diferença. Este era um carro novinho em folha e este é o Mon- fazer o que quero com o carro.”
te-Carlo.
Corremos o risco de acelerar um pouco mais cedo, mas isso pode mudar tudo muito
rapidamente. Tínhamos a liderança, mas todos tiveram algum tipo de ‘momento’. No

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

10 R A L I D E M O N T E C A R L O 1 D E 1 3

WRC 2/3:TRIUNFOSDEOSTBERGECAMILLI
Irónico!DepoisdedizeradeusaoWRC,
a Citroën ‘limpou’ as duas competi- Para além dos problemas mecânicos duran-
ções de R5: WRC 2 e WRC 3. O WRC3 te a PE10, Nikolay Gryazin teve uma corrida
foi ganho por Eric Camilli e a catego- sem dramas na sua estreia pela Hyundai.
ria profissional (WRC 2) foi vencida O jovem russo não cometeu erros e foi re-
por Mads Ostberg, ambos num Ci- compensado com o terceiro lugar. O piloto
troën C3 R5. da M-Sport/Ford, Rhys Yates, teve um rali
Mads Ostberg enfrentou inúmeros desafios, difícil, já que se estreava no Monte Carlo.
incluindo um furo na manhã de sexta-feira, Recuperou de uma ‘visita’ a uma vala e ter-
teve problemas com a afinação do carro no minou em quarto.
sábado, mas chegou ao Mónaco com uma A WRC 3 foi um caso muito francês. Eric
vantagem de 3m31.4s: “Viemos para ganhar Camilli manteve a liderança da prova des-
e acho que provámos que temos o ritmo, fo- de 6ª Feira e terminou com uma vantagem
mos mais rápidos do que todos. Vencemos de 1m21s sobre Nicolas Ciamin (Citroën C3
e estamos felizes por isso”, disse Ostberg. R5). Para Camilli: “Estou muito feliz, fomos
Ole Christian Veiby (Hyundai) foi o adver- o carro mais rápido dos R5, o que foi incrível.
sário mais próximo durante grande parte Graças à Citroën e também ao meu co-pi-
do rali e chegou mesmo a liderar a prova na loto, já que foi o seu primeiro ‘Monte’ e ele
sexta-feira, até sofrer um furo. No entanto, fez um excelente trabalho!”, disse o ven-
o seu rali terminou abruptamente durante o cedor do WRC 3.
troço de La Cabanette-Col de Braus, quando Yoann Bonato foi terceiro noutro Citroën,
bateu e arrancou uma roda, ficando com o seguido pelo campeão francês de asfalto,
carro a bloquear a estrada. Após a saída de Yohan Rossel, que ficou 34.2s mais atrás.
Veiby, Adrien Fourmaux herdou o segundo Grégoire Munster foi o único piloto do top 5
lugar, mas um furo na 5ª feira custou-lhe um que não correu com um Citroën. Com uma
resultado melhor. Ainda assim, venceu sete condução consistente durante todo o fim
troços no seu Ford Fiesta R5. de semana, o jovem de 21 anos reclamou
o quinto lugar no seu Skoda Fabia R5.

ESAPEKKA LAPPI JÁ SORRI

NEM PARECIALOEB Esapekka Lappi e Janne Ferm asseguraram o podíamos ter conseguido neste rali”, disse.
quarto posto no Rali de Monte Carlo, garantindo Já Esapekka Lappi foi mudando de semblante
Sébastien Loeb e Daniel Elena tiveram um Rali de Monte Carlo o seu melhor resultado na prova desde a sua ao longo da prova, e no fim já vimos um Lappi fe-
muito difícil e a maior conclusão que se tira desta prova é que estreia no WRC. liz como nunca esteve o ano passado.
as condições complicadas dos troços podem surpreender Recuperando após um começo difícil, os fin- Bastou-lhe um rali na nova equipa para deixar
qualquer um, mesmo um sete vezes vencedor do Monte Carlo landeses foram ganhando confiança e chega- a cara de zangado que tanto o definiu na últi-
e nove vezes Campeão do Mundo de Ralis: “No primeiro dia ram ao último dia em luta direta pelo quarto lu- ma época: “Este é o meu melhor resultado no
não consegui acompanhar o ritmo à minha frente, e depois gar com Sébastien Loeb. Aproveitaram os erros ‘Monte’, e, ao fim ao cabo, o melhor que podía-
disso não valia a pena correr riscos. As condições dos troços do francês e garantiram a posição, bem como mos aspirar este fim de semana. Por isso estou
foram difíceis de ‘ler’, a aderência mudava quase constante- um ponto adicional na Power Stage. Depois muito contente. Consegui concentrar-me ap-
mente, em termos gerais tentei manter-me seguro, mas mes- de um começo difícil para a M-Sport, o quarto enas em mim e no que estávamos a fazer, e isso
mo assim cometi vários erros.” No último dia de prova, tudo lugar foi um bom prémio para a estrutura. funcionou muito bem. Foi uma prova muito de-
piorou ainda mais. Ficou sem pneus, teve nova ligeira saída e Para o Diretor da Equipa, Richard Millener: “Foi safiante, mas fomos melhorando e aprendemos
desceu de quarto para sexto: “Não correu bem, não foi certa- ótimo ver o Esapekka a ganhar confiança e na muito ao longo do fim de semana - por isso diria
mente o meu melhor rali.” luta com Loeb. O quarto lugar foi o melhor que que foi um início de temporada positivo.”

>> autosport.pt

11

FILMEDOACIDENTE

O PIORACIDENTE 1. FRAME 5M43.3S.
DA CARREIRA DE
Percebe-se que rodam a 178 km/h,
OTTTÄNAK até aqui tudo normal.

As coisas poderiam ter imobilizarem. Muito ‘chocalhados’, mas 2. FRAME 5M49.1S.
corrido muito mal a Ott sem maior necessidade do que passar Este é o momento em que acabaram
Tänak/Martin Järveoja, mas uma noite no hospital por precaução de passar por uma lomba e Tänak tenta
felizmente a dupla pôde ,”estamos bem”, foi o que disse Ott Tä- corrigir a trajetória, afetada pelo curso
contar com um Hyundai i20 nak já no parque de assistência: “Ba-
Coupe WRC à prova de bala. temos numa lomba que eu não identi- repentino da suspensão. O conta-
O acidente foi feio, mas não fiquei nos reconhecimentos, chegámos -quilómetros marcava 174 km/h.
teve consequências físicas ali um pouco depressa demais, e depois
para os seus ocupantes. Não da lomba entrámos numa linha de tra- 3. FRAME 5M51.6S.
era esta a estreia que a dupla jetória errada e a partir daí tivemos o
pretendia com a Hyundai acidente a alta velocidade. Todo o equi- Neste momento já voaram para fora de es-
pamento de segurança fez o seu traba- trada, o pára-brisas já vai partido, pelo que
Umapequenalombaa180km/h lho, estou contente por estarmos aqui já se teria dado o primeiro embate no chão,
foi decisiva para o assustador sem lesões, portanto é bom. Nunca me o conta-quilómetros marca 134 km/h. Dois
acidente que tiveram Ott Tä- tinha acontecido no Monte Carlo, mas é segundos e meio até bater no chão.
nak/Martin Järveoja no Rali como estamos agora, e a partir daqui há
de Monte Carlo. Estávamos na que reconstruir e regressar”, disse Ott 4. FRAME 5M55.1S.
PE4, e ao km 9.2, numa zona Tänak, que quer entrar no carro o mais Cinco segundos depois de saírem
de curvas ligeiras, muito rápidas, os ho- rapidamente possível: “Não faz qualquer de estrada, o Hyundai i20 WRC ainda
mens da Hyundai pisaram a berma do diferença para a próximo prova. Vamos está a rebolar. O conta-quilómetros
lado direito, o carro desequilibrou-se e continuar como planeado, quero chegar ainda marcava 54 km/h.
o estónio nunca mais o ‘agarrou’, saindo à Suécia, pois é um dos meus ralis favo-
violentamente de estrada, continuando ritos. Ainda não sei quando vou testar. É 5. FRAME 5M55.9S.
a capotar e a descer uma ravina de 25 uma longa temporada, mas temos que
metros por 14 longos segundos, até se tentar evitar problemas nas próximas Martin Jarveoja aparenta calma, enquanto
12 provas.” a cara de Ott Tänak é de puro terror.
O carro tinha acabado de aterrar em
cima das quatro rodas, depois duma
queda de cerca de 25 metros, numa
estrada secundária ao troço.

6. FRAME 6M00.0S.

O carro está imobilizado, Tänak e Jarveoja
estão a tentar perceber como estão e a

preparar-se para sair dali. Por aqui não se
percebe, mas Tänak está muito abalado e
só consegue produzir gemidos. Muito afe-
tado o estónio, provavelmente com dores.

7. FRAME 6M30.2S.

Tänak saiu do carro, deitou-se no chão, e
espetadores chegam junto do carro. Mar-
tin Jarveoja saiu do carro rapidamente e vai
ajudar Tänak. Pouco depois já está ao tele-
fone com a equipa e ainda vem ao carro des-
ligar sistemas. Felizmente, apesar de abala-
dos, a dupla não teve ferimentos graves.

8. SEGURO

Veja-se o estado em que ficou o Hyundai
i20 WRC. Apesar da violência do choque,

o roll-bar aguentou perfeitamente as
pancadas e protegeu, como devia,
os dois ocupantes.

FOTOGRAFIA ÁKOS JOBBAGY (FACEBOOK HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/AKOS.JOBBAGY.1)

WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS

12 R A L I D E M O N T E C A R L O 1 D E 1 3

KALLE ROVANPERÄ
MUITO BOM, PARA COMEÇAR

Kalle Rovanperä terminou o Rali de Monte abruptamente: “Podia ter feito melhor, que- A ESTREIA DE OLIVER SOLBERG
Carlo na quinta posição da geral, o que para ro sempre melhor, mesmo com a experiên-
um jovem estreante com um World Rally Car, cia que tenho, mas aprendi muito este fim Um dos pilotos que despertou atenção neste Rali de Monte Carlo foi Oliver Solberg, filho
aos 20 anos, é fantástico. Curiosamente, de semana, por exemplo, como usar o carro do Campeão do Mundo de Ralis de 2003, Petter Solberg, de quem se diz estar a preparar-
e apesar de ser a primeira vez na prova da melhor forma em diferentes condições se para vir para o WRC com a Subaru em 2022. Verdade ou não, o jovem estreou-se no
monegasca, por vezes parecia não estar dos troços. Havia muitas zonas que eu não Rali de Monte Carlo este ano, aos comandos de um Volkswagen Polo GTI R5, tendo Aaron
contente, o que diz muito da sua ambição. imaginava qual seria a forma mais rápida Johnston como navegador. Veio para ganhar experiência e ‘aprender’ o Monte Carlo, teve
Foram várias as vezes que se ouviu o jovem de passar por ali. Mas não corremos muitos globalmente muitas dificuldades, especialmente nos troços mais complicados – era pre-
a auto-criticar-se, ao ponto de Mäkinen lhe riscos. Fiz o que devia sem cometer erros e cisamente essa a ideia, aprender, ganhar ‘calo’ -, mas quando os pisos estavam mais con-
ter dito que não havia necessidade de ser estou muito feliz, foi um bom fim de sema- sistentes, fez alguns bons tempos. No sábado, um erro redundou num toque que danificou
tão exigente consigo próprio. Basicamente na, aprendi muito e agradeço à equipa. Foi a traseira do VW Polo GTI R5. Perdeu cerca de 22 minutos, mas conseguiu não ficar fora de
está a dizer-lhe: tens tempo. bom ter começado assim.” prova por excesso de penalização. Em 15 troços, ficou 12 vezes no top 10, duas vezes em
Rovanperä não cometeu muitos erros, Para Tommi Mäkinen: “Ele teve uma pilota- terceiro, três em quarto. Oliver Solberg terminou em 25º o seu primeiro Rali de Monte Carlo.
e na verdade esta prova não era a ideal gem muito boa, limpa. Nestas circunstân- Fala-se na rivalidade com Kalle Rovanperä. Como se percebe, e ao contrário do que se pas-
para arriscar, já que as probabilidades de cias, pela primeira vez num WRC, o Kalle fez sou com os pais, neste caso a família Rovanperä leva grande distância de avanço...
sair de estrada são muito maiores do que uma boa prova, mas sei que na Suécia o rit-
em qualquer outro rali. É que em nenhum mo será bem diferente”, disse Mäkinen. A CURVA DO ‘GELO NEGRO’
outro as condições da estrada mudam tão
Gelo negro (black ice em inglês) é o ‘ter-
ror’ dos pilotos no Rali de Monte Carlo,
basicamente o seu pior inimigo. E porquê?
Porque a água congela (a cerca de zero
graus Celsius) e o gelo forma-se sobre
a camada de asfalto. ‘Negro’ porque em
muitos casos confunde-se com o asfalto

na estrada e os pilotos só percebem
isso quando lá estão em cima, e quando
isso sucede nada podem fazer. Daí a im-
portância dos batedores que passam an-
tes do troço se iniciar, portanto, com as
condições mais parecidas possíveis com
aquelas que os pilotos vão encontrar. As
consequências são as que pode ver na
foto, e ali ainda faltam muitos dos pilotos
que saíram (ou quase) de estrada nesta

curva. Gus Greensmith foi o piloto que
menos sorte teve, já que o carro fez um

pião e caiu de traseira no buraco.

SE LÁ NEVASSE, adequadas para os testes. Agora, no
FAZIA-SE LÁ RALI... Mónaco, Timo Rautiainen, vice-presi-
dente da FIA para o WRC, revelou que
As coisas não estão fáceis com o Rali da a situação é preocupante e a decisão
Suécia. A duas semanas da prova, neve final quanto ao que fazer será tomada
nem vê-la, pelo menos nas quantidades na segunda-feira, 3 de fevereiro, 10 dias
que se esperam para uma prova de in- antes do início do rali.
verno. A prova faz sentido se realizada As previsões meteorológicas apontam
com neve, de preferência muita, mas para leves nevões, no início da próxima
começam a ser muitos os anos em que semana, com temperaturas ligeiramente
esta falta e este é um deles. Programa- positivas, mas espera-se uma queda das
das para testar na próxima semana na temperaturas durante a primeira sema-
Suécia, a Hyundai e Toyota cancelaram na de fevereiro, o que a confirmar-se era
as suas viagens devido a condições in- excelente. O problema é se a decisão é
tomada com um pressuposto e este não
se cumpre.

>> autosport.pt

13

C/ C L A S S I F I C A Ç Õ E S

R4 A MEIO COMO VI RALI DE MONTE CARLO 1 DE 13
DO PELOTÃO O RALI
DOS RC2 23/01 A 26/01/2020
JOSÉ LUÍS ABREU
Este Rali de Monte Carlo ficou marcado 1.505,64 km 304,28 km 1.º DIA 2.º DIA 3.º DIA
por uma situação curiosa, a primeira vez Não se poderia pedir muito mais
que os R4 e R5 se iam ‘defrontar’ numa a este arranque de WRC. Já se DISTÂNCIA 16 TROÇOS
prova do WRC. Na prova monegasca esperava que Neuville, Ogier
participaram dois R5, o Fiat 500X R4 e o e Tanak reativassem a luta de PROVA CARRO
Dacia Sandero R4 de Armanno Dionisio. 2019, mas Elfyn Evans foi uma TEMPO/DIF.
Tendo em conta que Astier é melhor boa surpresa, e ‘prometeu’, se 1 THIERRY NEUVILLE/NICOLAS GILSOUL
piloto, digamos que o 500X R4 só por uma não lutar pelo título, pelo menos 2 SEBASTIEN OGIER/JULIEN INGRASSIA HYUNDAI I20 COUPE WRC 3H10M576S
vez conseguiu um Top 3 dos RC2 (R5). Nas terminar este campeonato bem 3 ELFYN EVANS/SCOTT MARTIN TOYOTA YARIS WRC +12.6
restantes 15 PE, a maioria das vezes fez mais próximo do trio-maravilha. 4 ESAPEKKA LAPPI/JANNE FERM TOYOTA YARIS WRC +14.3
tempos entre os top 15-20 (8 vezes) e Top O melhor exemplo que se pode 5 KALLE ROVANPERA/JONNE HALTTUNEN FORD FIESTA WRC +3:09.0
10-14 (7 vezes). Por aqui fica-se com uma dar para demonstrar o que 6 SEBASTIEN LOEB/DANIEL ELENA TOYOTA YARIS WRC +4:17.2
ideia do que o carro é capaz, sendo que estão a andar os homens da 7 TAKAMOTO KATSUTA/DANIEL BARRITT J/GB HYUNDAI I20 COUPE WRC +5:04.7
o top 3 conseguiu-o no col de Braus, um frente no WRC é a prestação 8 TEEMU SUNINEN/JARMO LEHTINEN FIN TOYOTA YARIS WRC +11:27.9
troço que é muito sinuoso, e a agilidade de Sébastien Loeb, um piloto 9 ERIC CAMILLI/FRANCOIS-XAVIER BURESI FORD FIESTA WRC +13:30.4
do 500X permitiu esse resultado. que em Monte Carlo sempre 10 MADS OSTBERG/TORSTEIN ERIKSEN CITROEN C3 R5 +13:42.2
teve um grande à vontade, CITROEN C3 R5 +14:21.8
WRC A CRESCER expressado nas suas sete
NA NET vitórias, mas desta feita não ABANDONOS PE VENCEDORES DE PE
conseguiu sequer andar perto CAUSA
Oliver Ciesla, Diretor Geral do Promotor da frente. Claro que a partir de O. TANAK PE T. NEUVILLE
do WRC, revelou que a “audiência global determinada altura Loeb deixou LÍDERES S. OGIER
do WRC na TV continua forte e totalizou de forçar, pois já não conseguia PE4 ACIDENTE PE1 E. EVANS 9
mais de 800 milhões, mais uma vez, em chegar mais à frente, mas até S. OGIER PE2-3 4
2019 (...) O renovado wrc.com registou aí o melhor que conseguiu foi T. NEUVILLE PE4-7 4
em 2019, 2,3 bilhões de impressões nos um segundo lugar na PE3. Em E. EVANS PE8-9
canais oficiais de media social do WRC, resumo, Loeb já não tem ‘vida’ S. OGIER PE10-13
das equipas e dos pilotos, com mais de para o elevado ritmo da frente E. EVANS PE14-16
300 milhões de visualizações em vídeo, e quando isso sucede no Monte T. NEUVILLE
e em 2019, os construtores do WRC Carlo, percebe-se que se está a
foram mencionados online 40% mais andar mesmo muito depressa. Monte Carlo
vezes do que no ano anterior. No WRC As equipas já têm um Suécia
All Live, os adeptos podem desfrutar conhecimento de três anos México
de mais de 25 horas de cobertura ao dos carros, portanto a partir Argentina
vivo de cada prova, ou ver mais tarde, daqui tudo se irá decidir nos Portugal
quando e onde quiserem”. detalhes, e sinceramente Itália
desconfio que este pode ser Quénia
o ano de Neuville, pois Tanak Finlândia
e Ogier precisam de algum Nova Zelândia
tempo para ganhar mão aos Turquia
carros e o belga já começou Alemanha
a aproveitar o embalo. Grã-Bretanha
Japão
TOTAL

PILOTOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

1 THIERRY NEUVILLE 25 + 5 30

2 SÉBASTIEN OGIER 18 + 4 22

3 ELFYN EVANS 15 + 2 17

4 ESAPEKKA LAPPI 12 + 1 13

5 KALLE ROVANPERÄ 10 10

6 SEBASTIEN LOEB 8 8

7 TEEMU SUNINEN 4 + 3 7

8 TAKAMOTO KATSUTA 6 6

9 ERIC CAMILLI 2 2

10 MADS OSTBERG 1 1

11 OTT TÄNAK 0 0

12 GUS GREENSMITH 0 0



MARCAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
25+10 35
1 HYUNDAI ERT 18+15 33
2 TOYOTA WRT 12+8 20
3 M-SPORT WRT
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
WRC2 25 25
18 18
1 M. OSTBERG 15 15
2 A. FOURMAUX 12 12
3 N. GRYAZIN 0 0
4 R. YATES
5 O. VEIBY

V/14
VELOCIDADE - IMSA - 24 HORAS DAYTONA

DEAYNTOONFAISMÃOG2A4NHHORAAAS se esperava.
CADILLAC Na segunda posição ficou o Acura #6 (D.
A Cadillac voltou a vencer Cameron / J. Montoya / S. Pagenaud) e a
as 24h de Daytona, graças Aedição de 2020 da mítica pro- Mazda voltou a ser a mais rápida em fechar o top 3 o Mazda #55 (J. Bomarito
va americana teve uma das qualificação / H. Tincknell / R. Hunter-Reay). O #31
à Wayne Taylor Racing, menores afluências de sem- O ponto alto da preenchida quinta-fei- (F. Nasr / P. Derani / F- Albuquerque /
que levou a melhor sobre a pre, com apenas 38 carros ra foram as sessões de qualificação. M. Conway) ficou-se pela quarta posi-
em pista, divididos por quatro Depois dos dois treinos livres, as má- ção, com Felipe Nasr a fazer a qualifi-
concorrência. A sorte não classes (DPi, LMP2, GTLM e quinas foram para a pista para definir cação e o #5 (J. Barbosa/ L. Duval / S.
sorriu muito aos portugueses, GTD), mas a emoção em pista não de- as posições na grelha de partida. Nesta Bourdais) ficou com o sétimo tempo,
siludiu quem seguiu a prova. A repre- busca pelos mais rápidos numa volta com Barbosa aos comandos da máqui-
mas ainda permitiu que João sentação lusa esteve a cargo de Filipe lançada, os Mazda voltaram a desta- na. A sessão foi encurtada devido a um
Barbosa subisse ao pódio Albuquerque (Wheelen Engineering car-se, tal como no ROAR. O Mazda acidente do Acura #7 (H. Castroneves
Fábio Mendes Racing, Cadillac #31), João Barbosa #77 (O. Jarvis / T. Nunez / O. Pla) fez a / A. Rossi / R. Taylor) que teve uma
[email protected] (Mustang Sampling Racing, Cadillac pole, pela mão de Oliver Jarvis, com o saída de pista.
#5), Álvaro Parente (Heinricher Racing, registo de 1:33:711, o que não foi o su- Nos LMP2 foi o Oreca #52 (N. Boulle /
Fotos: IMSA/R. Levitt/R. Dole/J. NSX #57) e Pedro Lamy (Aston Martin ficiente para bater o recorde do ano G. Aubry / B. Keating / S. Trummer) a
Galstad Racing, Vantage GT3 #98). passado (1:33:385), ao contrário do que ficar com o melhor tempo (1:37:446).
Nos GTLM os Porsche não deram hipó-
teses e o #911 (N. Tandy / F. Makowiecki
/ M. Campbell) levou a melhor sobre
o #912 (E. Bamber / L. Vanthoor / M.
Jaminet) com o tempo de 1:42:207. Em
terceiro lugar ficava o novo Corvette
C8.R #3 (A. Garcia / J. Taylor / N.
Catsburg), que fazia a sua estreia ofi-
cial e mostrava potencial. Seguiam-se
os dois BMW e o Ferrari.
Nos GTD foi o Porsche #9 (D. Olsen / Z.
Robichon / L. Kern / P. Pilet) a ficar com
a pole, fazendo o tempo de 1:45:237. O
#57 (M. Goikhberg / T. Hindman / A.
Allmendinger / A.Parente) de Parente
ficou com o terceiro tempo e o #98

>> autosport.pt

15

R/ R E S U LTA D O S para o #31, com um autocolante a en- liderança da prova, entregando o carro
tupir a entrada de ar do motor, o que a Kobayashi que o levou até à bandeira
DPI obrigou a uma paragem não agendada. de xadrez, carimbando a sua segunda
1 - #10 R. BRISCOE / S. DIXON / K. KOBAYASHI/ R. VAN DER ZANDE CADILLAC DPI-V.R 833 VOLTAS Isso promoveu o Acura #6 a segundo, vitória consecutiva.
2 - #77 O. JARVIS / T. NUNEZ / O. PLA MAZDA DPI +1’05.426 enquanto o Cadillac #10 subia ao ter- O Mazda #77 conseguiu passar o
3 - #5 J. BARBOSA / S. BOURDAIS / L. DUVAL CADILLAC DPI +1’25.585 ceiro posto. Cadillac #5 e terminou a prova em se-
7 - #31 F. NASR / M. CONWAY / P. DERANI/ F. ALBUQUERQUE CADILLAC DPI +11 VOLTAS Pouco depois deu-se o primeiro inci- gundo lugar, ficando o último lugar do
LMP2 dente nesta classe com o Mazda #55 pódio para a máquina americana.
1 - #81 B. HANLEY / H. HEDMAN / C. BRAUN/ H. NEWEY ORECA LMP2 811 VOLTAS de Harry Tincknell a tocar no Acura #7 Para o #31 a corrida já tinha termina-
2 - #52 N. BOULLE / G. AUBRY / B. KEATING/ S. TRUMMER ORECA LMP2 +2 VOLTAS de Hélio Castroneves, que foi obrigado do algumas horas antes. Problemas
3 - #18 N. MINASSIAN / D. MERRIMAN / K. TILLEY / R. LEWIS ORECA LMP2 +11 VOLTAS a regressar as boxes para reparar os na caixa de velocidades do “Caddy” de
GTLM danos, enquanto o britânico era pena- Albuquerque ditaram o fim da luta pelo
1 - #24 J. KROHN / J. EDWARDS / C. MOSTERT / A. FARFUS BMW M8 GTE 786 VOLTAS lizado. Era o princípio do fim para o #7 pódio, depois de um ritmo inicial bom.
2 - #912 E. BAMBER / L. VANTHOOR / M. JAMINET PORSCHE 911 RSR +14.010 que nunca mais estaria na luta pelos Também o Mazda #55, com vários pro-
3 - #911 N. TANDY / F. MAKOWIECKI / M. CAMPBELL PORSCHE 911 RSR +18,190 melhores lugares. blemas técnicos, caiu na classificação
GTD Com o avançar da prova e o surgimento nas últimas horas de prova e o Acura
1 - #48 B. SELLERS / M. SNOW / C. LEWIS / A. CALDARELLI LAMBORGHINI HURACAN GT3 765VOLTAS do primeiro Full Course Yellow (FCY), #7 depois do incidente com o #55, que
2 - #44 M. MAPELLI / S. PUMPELLY / J. POTTER / A. LALLY LAMBORGHINI HURACAN GT3 +21.908 a ordem na frente mudou e o #10 con- originou uma paragem de mais de 40
3 - #88 M. BORTOLOTTI / R. INEICHEN / D. MORAD / D. VANTHOOR AUDI R8 LMS GT3 +1 VOLTA seguiu subir para primeiro, enquanto minutos nas boxes, terminou na últi-
8 - #57 A. PARENTE / M. GOIKHBERG HEINRICHER RACIING / T. HINDMAN / A. ALLMENDINGER ACURA BSX GT3 +3 VOLTAS Albuquerque seguia no seu encalço ma posição da sua classe.
17 - #98 P. LAMY / R. GUNN / A. WATSON / M. LAUDA ASTON MARTIN VANTAGE GT3 com o Acura #6 logo atrás. Ao chegar LMP2 – Vitória para a Dragonspeed
às 12h de prova, era o Cadillac #5 de Era a classe que menos interesse re-
(P. Lamy / R. Gunn / A. Watson / M. ceu pela terceira vez em quatro anos. João Barbosa que liderava, graças a um unia por ter apenas cinco carros, mas
Lauda) de Pedro Lamy largou de 12º Na largada, o Mazda #77 começou logo FCY, seguido do #10 e do Mazda #77. também tivemos surpresas nos LMP2.
na sua classe. a ganhar uma vantagem saudável, en- A partir desta altura começou a ficar O Oreca #52 da PR1/Mathiasen liderou
DPi – Cadillac #10 venceu pela ter- quanto atrás de si o Cadillac # 31 de Nasr claro que a luta pela vitória iria ser entre a maioria da prova, mas a seis horas do
ceira vez subia até ao segundo lugar, passan- o #10, o #5 e o #77. O Cadillac da WTR fim Ben Keating (que correu em LMP2
Os Cadillac DPi têm sido a máquina mais do pelo Acura #6 de Montoya. O outro foi-se mantendo na frente das opera- e em GTD) cometeu um erro, com um
forte em Daytona desde a introdução Acura de Ricky Taylor subia duas po- ções, mas ainda apanhou um susto com toque numa proteção, que obrigou a
desta regulamentação em 2017. A fia- sições, passando por Barbosa, e co- uma penalização a Ryan Briscoe, por equipa a perder três voltas a reparar
bilidade e a velocidade dos protótipos meçava a recuperar depois de largar ter saído da via das boxes com o sinal o carro. Apesar de terem recuperado
americanos têm sido os pontos chave de último da sua classe. A liderança do vermelho. Barbosa recuperou a lide- duas voltas, não foi o suficiente para
do sucesso recente e este ano a fórmu- #77 foi-se dilatando na segunda hora rança nessa altura, mas Briscoe, com impedir a segunda vitória consecuti-
la voltou a dar resultado. A WTR ven- enquanto os problemas começavam um andamento fortíssimo, regressou à va da Dragonspeed com o Oreca #81,

V/
VELOCIDADE - IMSA

16 2 4 H O R A S D E D A Y T O N A

que aproveitou o azar do #52, ao passo A Lamborghini voltou a ser a mar- favorito à partida, mas a experiência e às primeiras posições, ficando-se pelo
qualidade da tripla de pilotos e o bom oitavo posto.
que o #18 da Era Motorsport ficou com ca mais forte na competição para os trabalho da equipa falou mais alto e o #5 A qualificação correra bem à equipa,
conseguiu um excelente terceiro lugar. contudo, a corrida acabaria por ser
o último lugar do pódio. privados. Apesar do início forte do Nas redes sociais, o piloto afirmou: “Não desapontante para Álvaro Parente e
vou mentir ... estamos todos lá para o respetivos colegas de equipa, uma vez
GTLM – BMW levou a melhor sobre Porsche #9, foram os Lamborghini da relógio e não o conseguimos este ano. que rapidamente ficaria evidente que
Mas tenho que dizer … Estou muito feliz os seus adversários tinham um ritmo
a Porsche Paul Miller Racing e GRT Magnus, o com este terceiro lugar! É preciso uma muito mais elevado, levando a que o
equipa para obter ótimos resultados e Acura NSX GT3 fosse perdendo ter-
Desde o início que os Porsche se mos- Audi da WRT Speedstar e o Porsche foi exatamente isso que aconteceu! O reno consistentemente.
Cadillac Mustang Sampling funcionou “Os nossos oponentes esconderam
traram fortes, nesta que foi a estreia do da Wright Motorports a lutarem pelos como um relógio durante 24 horas. A muito bem o jogo e chegaram à cor-
minha primeira corrida com a nova rida muito competitivos. A equipa fez
911 RSR-19 na pista de Daytona. O ritmo primeiros lugares nas últimas horas. equipa foi um sucesso! Estamos cientes um trabalho excelente, procurando
de que ainda há muito trabalho a fazer e de todas as formas encontrar as so-
imposto na qualificação e no começo Apesar do Audi #88 (M. Bortolotti / R. este resultado apenas nos motiva mais! luções para podermos ter um carro
Foi um ótimo começo e tenho orgulho ainda mais competitivo, mas foi im-
da corrida indicava que as máquinas Ineichen / D. Morad / D. Vanthoor) ter de fazer parte deste projeto. Sebring possível contrariar os nossos adver-
não está muito longe. Obrigado a todos sários. Chegámos aqui com o intuito
alemãs teriam via aberta para a vitória. estado bem colocado para conquistar por este excelente resultado, fizemos de lutar pela vitória, mas ficou claro
a nossa parte.” que os nossos adversários estavam
Mas o BMW #24 (J. Krohn / J. Edwards / o triunfo, os últimos momentos da cor- Já para Filipe Albuquerque foi um fim mais fortes e que só com um golpe
de semana que começou bem, mas estratégico criado por uma situação
C. Mostert / A. Farfus) começou a subir rida foram marcados pela luta entre os a sorte depressa se afastou do #31, de bandeiras amarelas, que nunca
com vários problemas a impedirem chegou a acontecer, poderíamos estar
na classificação e por volta da quinta “Lambo” #48 (B. Sellers / M. Snow / C. um resultado melhor. No final da cor- na luta pela vitória. O resultado está
rida, Filipe Albuquerque era o espelho longe do esperado, mas conseguimos
hora, graças a um excelente turno de Lewis / A. Caldarelli) e #44 (M. Mapelli da desilusão: somar alguns pontos que poderão ser
“Desde cedo que nos apercebemos que importantes no final da temporada”,
condução de Chaz Mostert, começou / S. Pumpelly / J. Potter / A. Lally ). este ano, esta corrida, não era para nós. frisou o piloto do Porto.
Tudo nos aconteceu: logo no início foi o Também ainda não foi desta que Pedro
a intrometer-se na luta pela vitória. A vitória sorriu ao #48 da Paul Miller autocolante do visor que ficou a tapar a Lamy saiu a sorrir de Daytona. Depois
entrada de ar do motor. Uma coisa que de um incidente com um Corvette, em
Foram várias as trocas de posição entre Racing com o #44 a ficar-se pela se- raramente acontece e que, nos últimos que o adversário claramente foi con-
tempos, já me aconteceu duas vezes. tra o Aston do português, obrigando
#24, o #911 ((N. Tandy / F. Makowiecki gunda posição e o Audi #88 a fechar o Depois um furo, mais tarde ficámos a uma paragem não agendada, Lamy
sem a segunda velocidades e, para fi- deu o seu lugar a Ross Gunn que co-
/ M. Campbell) e o #912 (E. Bamber / L. pódio. Foi a terceira vitória consecutiva nalizar, a caixa de velocidades cedeu. meteu um erro na saída das boxes, da-
11 voltas nas boxes para substituir a nificando o carro em demasia e obri-
Vanthoor / M. Jaminet) durante prati- da Lamborghini nesta prova. caixa e foi o fim. Daí para a frente foi gando posteriormente ao abandono.
levar o carro até à bandeira xadrez. Não Cadillac imbatível em Daytona
camente três quartos da prova. Álvaro Parente, no #57, esteve na luta havia nada que pudéssemos fazer”, re- Os Cadillac voltaram a ser a referência
feriu com alguma frustração o piloto nesta prova, com a fiabilidade e regu-
No final, a luta parecia ser entre o #24 e pelos lugares cimeiros nas primeiras de Coimbra. “Em 24 horas muita coisa laridade a falar mais alto. Os Mazda fi-
muda, mas quando os percalços come- nalmente terminaram a prova e estão
o #911 num duelo tremendo entre Nick horas, mas o ritmo da concorrência çam a acontecer, uns atrás dos outros, fortes para esta época de 2020 e os
é uma missão quase impossível. Não Acura tiveram muitos problemas téc-
Tandy e Jesse Krohn, mas o piloto da foi demasiado forte para o NSX GT3 do saio satisfeito de Daytona, uma prova nicos, originados por toques, que im-
que gosto tanto, mas também não saio pediram um resultado melhor. O IMSA
BMW levou a melhor e Tandy foi obri- português. Pedro Lamy, no #98, infe- desmoralizado. Fizemos o que estava promete muito este ano. Nos GTLM a
ao nosso alcance, a mecânica não es- Porsche mostrou-se como favorita
gado a ceder o segundo lugar aos co- lizmente não conseguiu ver a bandei- teve do nosso lado e temos de seguir e apenas uma BMW irrepreensível
em frente. Foi uma pena...”, concluiu impediu a vitória. Mas o 911 RSR-19
legas de equipa do #912, já sem pneus ra de xadrez, com um toque originado Albuquerque, que terminou em sétimo. parece a máquina mais completa do
Para Álvaro Parente foi também uma grupo. Esta edição das 24h de Daytona
para aguentar a posição. Foi assim a por Nick Catsburg a obrigar a uma pa- corrida difícil com o seu NSX a não ter viu vencedores repetidos em todas as
o andamento necessário para chegar categorias.
segunda vitória consecutiva da BMW ragem não agendada, a que se seguiu

na prova, com o carro que parecia ter um erro do seu colega de equipa Ross

o pacote competitivo menos forte, mas Gunn, que acabou com as esperanças

mais uma vez se provou que no endu- do português.

rance a velocidade pura não é o mais Portugueses - Apenas Barbosa sorriu

importante. Os Porsche preencheram João Barbosa levou a bandeira portu-

os restantes lugares do pódio, atestan- guesa até ao terceiro lugar da geral.

do a qualidade da máquina germânica. O piloto luso, na máquina #5 apoiada

Destaque para o quarto lugar do pela JDC Miller Motorsport, não era o

Corvette #3, que durante as primeiras

horas de prova esteve em luta direta

pelo pódio, mas um acidente entre Nick

Catsburg e Pedro Lamy implicou um

atraso que nunca mais foi recuperado.

Já para o Corvette #4 foi uma corrida

para esquecer, com muitos problemas

técnicos. Também para o único Ferrari

em pista (#62 da Risi Competizione)

não foi uma corrida fácil, com dois fu-

ros, uma penalização e desistência de-

vido a danos no carro.

GTD – Lamborghini de novo

>> autosport.pt

17

IMSA E ACO
FINALMENTE JUNTOS

Depois de anos há espera, os fãs do endurance finalmente terão a solução desejada pela maioria... um conjunto de
regulamentos que permite ao mesmo carro correr em Le Mans, Daytona, Sebring, Spa e Petit Le Mans

OACO e o IMSA chegaram a É do lado do IMSA que irão ser apresen- recuperação de energia cinética será deixa ainda algumas dúvidas. Esta
acordo para uma plataforma tadas as mudanças. Os actuais Dpi es- de especificação única, mas adaptado decisão, segundo os responsáveis,
de competição comum que tão a entrar no fim de vida competitiva e a cada motorização. depende do BoP, dos níveis de perfor-
permitirá que os mesmos os planos para a nova geração de Dpi já No entanto, ainda não é certo que os mance das duas categorias e da pos-
carros compitam no WEC e eram discutidos há algum tempo. Com hipercarros possam correr no IMSA, sibilidade de igualar os andamentos.
no IMSA. Era uma solução esta junção de forças, os Dpi passam estando esse anúncio guardado para Reações a este anúncio?
desejada, necessária para revitalizar o a LMDh, que usarão a mesma fórmula Sebring, quando os regulamentos téc- As reações não se fizeram tardar e
mundo do endurance e atrair as mar- de sucesso das máquinas de primeira nicos dos LMDh forem apresentados. marcas como a Lamborghini mostra-
cas que se afastavam cada vez mais. geração: um chassis LMP2 modificado Implicações deste anúncio? ram interesse nos LMDh, outras como
Mas afinal o que iremos ter a partir para incluir pormenores estéticos típi- Isto significa que as marcas que que- a McLaren, Acura, Mazda e Cadillac
de 2022? cos das marcas, liberdade para usar o riam uma plataforma comum entre o preferiram guardar comentários para
O acordo anunciado permitirá que car- motor da respetiva marca e (a grande ACO e o IMSA têm agora essa mesma depois da apresentação dos regula-
ros que compitam no IMSA possam novidade) um sistema de recuperação plataforma. Os novos LMDh são a res- mentos técnicos que serão apresen-
correr no WEC. Ou seja, os hipercarros de energia no eixo traseiro. posta aos desejos de várias marcas tados em Sebring (20 de março). A
que foram apresentados há uns me- Como os LMP2 irão também ver uma que ponderaram a entrada no endu- Ford e a Lexus já tinham reforçado
ses, com o conjunto de regulamentos nova geração em 2022, o acordo do rance mas que por um motivo ou ou- também a necessidade de uma plata-
técnicos já apresentados (protótipos ACO com o IMSA prevê um conjunto de tro nunca concretizaram a ideia. Assim forma comum, o que agora existe. Por
ou adaptações de carros de estrada, regulamentos técnicos comuns para será possível às máquinas americanas outro lado, a Oreca, que tinha planos
com uso sistema híbrido opcional), os LMP2, os quais serão construídos darem o salto até a Europa e compe- para desenvolver um hipercarro com
irão para a pista com a possibilidade por quatro fabricantes (Dallara, Ligier tirem no mundial ou, pelo menos, nas a Peugeot, já anunciou o fim desse
de terem ao seu lado os “americanos” Automotive, ORECA e Multimatic), como pistas mais míticas. projeto para se focar a 100% nos no-
LMDh (Le Mans Daytona hybrid). Do nesta geração LMP2, e que poderão A indefinição sobre a potencial partici- vos LMP2 e por conseguinte nos no-
lado do ACO pouco muda. ser adaptados a LMDh. O sistema de pação ou não dos hipercarros no IMSA vos LMDh.

F1/18
FÓRMULA 1
HAAS F1 TEAM

OSONHO
AMERICANO

Ganhar milhares de milhões de de dólares. Passou maus momentos,
dólares com máquinas sofis- como o sucedido em 2006, quando foi
ticadas dedicadas à produ- preso por evasão fiscal e falsificação de
ção de peças especificas, é declarações fiscais. Foi julgado e che-
parte da história de Eugene gou a acordo, esteve dois anos de pena
“Gene” Haas, nascido no dia suspensa e pagou 75 milhões de dólares
12 de novembro de 1952 em Ohio, diplo- ao IRS americano.
mado em ciências, finanças e gestão e A sua paixão pelo desporto automóvel
dono da Haas Automation. Viu um dos empurrou-o para a Nascar, comprando
seus sócios (Abel Bugarin) perder muito as instalações da Hendrick Motorsport
em Concord, Carolina do Norte, o “Silicon
Alguém disse um dia: “para se ganhar uma pequena fortuna tempo a posicionar, manualmente, um Valey” das corridas de “stock cars” nos
nas corridas, temos de gastar uma enorme fortuna”. E Eugene indexador e decidiu inventar uma má- Estados Unidos da América. O primeiro
“Gene” Haas é um homem que sabe muito bem disso. Esteve na quina que fizesse o mesmo trabalho de piloto na Cup Series, a divisão principal
Nascar a solo, desde 2002, e depois juntou-se a Tony Stewart, forma muito mais rápida. Patenteada a da Nascar, foi Jack Sprague, começou a
em 2008, e o sucesso foi imediato. Mas o homem que se tornou invenção, nascia a Haas Automation, fazer o campeonato a tempo inteiro em
2003, mas até 2008 a média de finaliza-
bilionário com máquinas únicas, sonhava com a Formula 1 hoje o maior fabricante de máquinas ção da equipa não ia além do 27º lugar. A
associação a Tony Stewart - numa pri-
CNC e ferramentas dos EUA, e um dos

José Manuel Costa maiores do mundo, com um volume de
[email protected] vendas de vários milhares de milhões

>> autosport.pt

19

Após dois anos a
'aprender', a Haas
teve um excelente
ano de 2018, em que
obteve o 5º lugar,
mas algo correu
verdadeiramente mal
com o monolugar
de 2019. Resultado,
o nono lugar em 10
equipas.

F1/
FÓRMULA 1

20

meira fase Gene Haas pagava a equipa
toda e entregou 50% do capital a Stewart
como pagamento pelos seus serviços
como piloto – foi decisiva e acabou com
o título de Tony Stewart em 2011.
Mas, Gene Haas queria mais, muito mais,
e depois de ver muitos projetos norte
americanos não serem bem-sucedidos
– nomeadamente US F1 e a Haas Lola
F1 de Carl Haas e Teddy Mayer, sendo
que Carl Haas não tem nada a ver com
Gene Haas – decidiu pegar na “stars &
strips” e afirmar os Estados Unidos da
América no pináculo da competição
automóvel.

A CONSTRUÇÃO DA EQUIPA Kevin Magnussen teve forma de estar italiana à descontração
prestações bem melhores que tipicamente norte-americana.
Gene Haas aproveitou o colapso da Romain Grosjean, o dinamarquês
Marussia F1 e comprou as instalações QUINTA SERÁ DE VEZ?
da equipa de Banbury e algum do seu somou 20 pontos face a 8 do
material, tentando o americano rodar- francês A temporada de 2020 será a quinta épo-
se dos melhores para poupar tempo. ca da Haas F1 Team, o sonho de Gene
Encomendou à Dallara o chassis e es- Steiner falou com a esposa e foi para Haas, um trajeto que tem conhecido
tabeleceu com a Ferrari um acordo téc- Mooresville, Carolina do Norte, onde mais baixos que altos, com a tempo-
nico para receber as mecânicas. De foi o responsável técnico da Red Bull rada de 2019 a ficar no curto registo da
recordar que a Haas nasceu sob um Toyota na Nascar entre abril de 2006 e equipa como a pior de sempre.
modelo de equipa “low cost” que a FIA abril de 2008. Recordamos que a Haas F1 Team es-
quis implementar em 2015, sem suces- Acabou por abandonar a marca de be- treou-se no GP da Austrália de 2016, já
so. E a cereja no topo do bolo foi a es- bidas energéticas, mas manteve-se nos cumpriu 86 corridas (a equipa não par-
colha de um italiano para diretor geral EUA, esteve remotamente ligado à gran- ticipou em duas provas, GP de Singapura
da equipa. Sim, Guenther Steiner é ita- de farsa chamada US F1 e acabou nos e GP do Brasil com Romain Grosjean),
liano (nasceu a 7 de abril em 1965 em braços de Gene Haas e de Joe Custer (pai tendo desde sempre como piloto o fran-
Merano, Itália), nunca acabou o curso de Cole Custer, piloto da Stewart Haas cês Romain Grosjean, apesar das já cé-
de engenharia e depois de ser mecâni- na Cup Series da Nascar), encarregue lebres fúrias de Guenther Steiner. Por
co na equipa Mazda Rally Team Europe, de construir uma equipa de Fórmula 1, lá já passaram Esteban Gutierrez (na
no Mundial de Ralis entre 1986 e 1988, entrevistando cada elemento recru- época quando era protegido da Ferrari)
esteve na equipa Top Run de ralis entre tado e estando nas negociações com a e Kevin Magnussen. A forte ligação à
1989 e 1990, foi responsável pelos reco- Ferrari e com a Dallara. Ferrari levou a Haas, nos treinos livres, a
nhecimentos e, mais tarde, responsável O italiano conseguiu erigir a primeira dar oportunidades a Antonio Giovinazzi
técnico da equipa Jolly Club entre 1991 e equipa americana a competir na F1 em e Charles Leclerc.
1996. Passou pelo Europeu de Ralis com 30 anos, sendo uma das personagens do O palmarés da equipa é muito po-
a Prodrive e chegou à M-Sport como paddock da Fórmula 1 ao aplicar a típica bre nestes quatro anos, apenas duas
gestor de projeto, chegando a diretor voltas mais rápidas (ambas no GP de
de engenharia da equipa de Malcolm Singapura, em 2018 e 2019 e ambas
Wilson em 2000, trabalhando com pi- por Kevin Magnussen). Contas feitas, a
lotos como Colin McRae e Carlos Sainz Haas F1 Team obteve 197 pontos, dispu-
na Ford World Rally Team. Chegou à tou 8.642 voltas e 43.511 km de prova.
Fórmula 1 pela porta da Jaguar e pela A melhor classificação de sempre no
mão de Niki Lauda, como responsável Mundial de Construtores foi o 5º lugar
pelo lado administrativo do departa-
mento de engenharia. Os maus resul-
tados forçaram a sua saída da Jaguar,
estando um ano parado até tomar o
lugar de Wiet Huidekoper como diretor
técnico do Opel Performance Center, no
final de 2003.
A compra da Jaguar por parte da Red
Bull trouxe Guenther Steiner de re-
gresso a Milton Keynes, aproveitando
o abandono do DTM por parte da Opel
no final de 2005. Quando Adrian Newey
entrou na Red Bull, o espaço de Steiner
desapareceu e Dieter Mateschitz, o dono
da Red Bull, “desviou” o italiano para
os Estados Unidos da América para
construir uma equipa para a Nascar.

>> autosport.pt

21

Kevin Magnussen foi
sexto com o Haas no
GP da Austrália, mas
esse foi o melhor
resultado do ano,
pois a partir daí os
resultados pioraram
muito

em 2018 e no Mundial de Pilotos o 9º lu- nervos com a falta de competitivida- será cinzento com destaques verme- e paciência, muito mais na Fórmula 1. Se
gar de Kevin Magnussen no mesmo ano.
A melhor posição na grelha de partida de e, ainda, as guerras pessoais entre lhos e brancos, tentando colocar para é verdade que alguns dizem que a épo-
foi o 5º lugar (por 7 vezes), em corrida
ficou em 4º lugar uma única vez (GP Grosjean e Magnussen. O 6º lugar de trás das costas o ano passado. Mas terá, ca de 2018 foi a melhor porque tinham
Áustria de 2018 com Romain Grosjean).
Claramente, o ano de 2018 foi o melhor Magnussen na Austrália foi o melhor também, de ser um carro muito me- um carro que era a cópia do Ferrari,
da Haas F1 Team, ficando perto de ser
a melhor equipa das “outras” atrás da de 2019. lhor que o de 2019. Acredita-se que to- está nas mãos da equipa liderada por
Renault e com exibições convincentes.
Quando se esperava que 2019 fosse o Para piorar tudo, fora das pistas o acor- dos na equipa tenham aprendido com Guenther Steiner provar o contrário. E
ano de “explosão” da equipa norte-a-
mericana, tudo aconteceu ao contrário! do entre a equipa e a Rich Energy mos- os muitos erros cometidos o ano pas- provar a Gene Haas que o investimen-
Encontrado um novo patrocinador, ne-
cessário para aliviar o constante in- trou ser uma enorme patranha e ter- sado. Mas Guenther Steiner também to acabará por oferecer resultados que,
vestimento de Gene Haas na equipa,
tudo parecia risonho. A decoração do reno movediço. No mês de julho, antes tem de melhorar, errar menos, irritar- no caso da Haas F1 Team, é ser o me-
carro recuperava cores míticas como
o preto e dourado, com a Rich Energy do GP da Grã Bretanha,
a entrar num acordo com a Haas para
um contrato multianual. Os testes de a Rich Energy lançou na
Barcelona até correram bem e apesar
de Guenther Steiner reclamar com vá- rede social Twitter o fim A TEMPORADA DE 2020 SERÁ A QUINTA ÉPOCA DA HAAS NA F1,
rias situações, acabou por ser premoni- do acordo de patrocínio NUM TRAJETO QUE TEM TIDO MAIS BAIXOS QUE ALTOS, COM A
tório: “O que é que estamos aqui a fazer à Haas, alegando fracas TEMPORADA DE 2019 A FICAR COMO A PIOR DE SEMPRE.
com este frio que só vamos encontrar, performances. A Haas e
talvez, em Spa?” a gestão da Rich Energy
O VF-19 revelou-se um carro mal nas-
cido – andava depressa nos treinos, nas negaram a publicação -
corridas afundava-se incapaz de gerir
os pneus - e a Haas conheceu muitos que se soube depois que
problemas ao longo da temporada, fi-
cando Steiner à beira de um ataque de era uma vingança pessoal do ex-pro- -se menos e ser mais clarividente nas lhor dos outros, ou seja, o quarto lugar.

prietário da empresa –, mas como o que suas decisões. Os engenheiros terão O futuro da equipa não estará, para já,

nasceu torto, tarde ou nunca se endi- de encontrar mais força descendente em risco, até porque em 2021 entra em

reita, a ligação acabou mesmo quando no chassis do VF-20, resolvendo ime- vigor o teto orçamental, o mesmo que

a empresa de bebidas energéticas se diatamente os problemas com a gestão em 2015 esteve na génese do projeto

envolveu em processos legais, nomea- dos pneus, o enorme problema da Haas Haas F1 Team e que acabou por nunca

damente, o plágio do logótipo. Tudo aca- em 2019. Tudo isto terá de acontecer já ser imposto. Gene Haas acredita que

bou em setembro depois do GP de Itália. nos testes de Barcelona, pois a Haas não esta nova regulamentação pode ser uma

Contas feitas, 2019 foi o pior ano da Haas pode voltar a ficar na penúltima posi- vantagem para a equipa e, por isso, os

F1 Team e quando se aguardava uma ção entre as equipas, apenas na frente próximos anos estarão, quase de cer-

decisão mais radical por parte da equi- da medíocre Williams. teza, garantidos. Mas Steiner e a sua

pa, eis que Guenther Steiner anuncia a Apesar dos bolsos muito fundos de Gene equipa terão de fazer muito mais em

mesma dupla de pilotos para 2020. Desta Haas, estar nesta posição não é o desejo 2020 para que o americano recupere,

feita com o carro a regressar às cores do americano. Sabe que a competição pelo menos, o sorriso e mantenha o in-

tradicionais vistas em 2018, ou seja, automóvel obriga a alguma ponderação vestimento para o futuro.

F1/
FÓRMULA 1

22

Circuit Park Zandvoort nasceu O circuito de Zandvoort manteve-se até
sobre as dunas a norte da cida- 1989 sem muitas alterações e foi o palco
exclusivo para as 30 edições do Grande
ZANDVOORT dedeZandvoort,ametrosdas Prémio da Holanda, que se disputaram
praias do Mar do Norte, tendo todas entre maio e agosto (quatro vezes
aberto portas em 1948, depois em maio, onze vezes em junho, três em
julho e 10 em agosto).
O QUE A PISTA Odeváriosteremsidoosplanos Jim Clark foi quem mais venceu em Zand-
desenhados para fazer corridas na pai- voort, com quatro sucessos, seguido de
sagem idílica das dunas do Mar do Norte. Jackie Stewart e Niki Lauda, com três
Aliás, a primeira corrida em Zandvoort vitórias cada. No total, 19 pilotos ganha-
ram o GP da Holanda. Já René Arnoux
HOLANDESA NOS aconteceuem1939,masnasruasdacida- foi quem conseguiu mais pole positions,
PODEOFERECER? de. Porém, o fantástico traçado holandês só três, seguido de Alberto Ascari, Graham
nasceu em 1948, não pelas mãos de John Hill, Jochen Rindt, Ronnie Peterson, Niki
Hugenholtz, como muitos pensam, mas Lauda, Mario Andretti, Alain Prost e Nel-
aproveitando as estradas de comunicação son Piquet, todos com duas. Um total de
20 pilotos rubricaram pole positions em
construídas pelo ocupante exército nazi, Zandvoort. Jim Clark lidera a classificação
das voltas mais rápidas (5), Jim Clark e Niki
sendo o traçado do circuito ditado, na sua Lauda foi quem mais pódios conquistaram
Nasceu num local exótico, perto das dunas do Mar do maioria, por este aproveitamento, sendo (6), com o britânico a liderar, por larga
Norte, em 1948, tinha das curvas mais perigosas do mundo, S.C.H. “Sammy” Davis, vencedor das 24 margem, o número de quilómetros na
mas saiu da Fórmula 1 em 1985, perdendo fôlego e ficando HorasdeLeMansde1927,oconsultorque liderança (1.551 km, com Niki Lauda a ser
obsoleto. Zandvoort está de regresso à disciplina em 2020, o acabou por validar as estradas a serem segundo com 762 km).
que é que a pista holandesa nos pode oferecer? usadas e a forma como as juntar num

circuito com 4,253 quilómetros, 19 curvas

e muita emoção algum perigo, com curvas
José Manuel Costa queficaramparasempre,comoaTarzan,
[email protected] no final da reta da meta.

>> autosport.pt

23

O circuito de
Zandvoort, como
esteve até aqui,
não servia para
a F1, mas as
obras na pista, e
especialmente o
‘banking’ previsto
para a parabólica
antes da reta da
meta ‘promete’

A Ferrari foi a marca que mais ganhou se acontecido: a fama de pista perigosa famoso piloto holandês, conhecido como um circuito que vai separar os homens
na Holanda, com 8 vitórias, seguida da consagrou-se quando Roger Williamson, “Flying Dutch”, vencedor das 500 Milhas dos rapazes.”
Lotus, com 6 sucessos. Por seu turno, a piloto britânico nascido em 1973, faleceu de Indianápolis em 1990 e 1997. Uma das prioridades da equipa que está
equipa fundada por Colin Bruce Chapman na sequência de um acidente originado A obra de reconfiguração e modernização a mudar o circuito de Zandvoort, é que a
rubricou o maior número de pole positions, num furo. Embateu numa barreira de de Zandvoort está a cargo da Dromo, em- fama de pista ‘onde não é possível ultra-
oito. O velhinho Ford Cosworth DFV V8 proteção frágil e o carro explodiu numa presa italiana especializada no desenho e passar’ seja derrotada. “Muitos continuam
é o motor mais vitorioso em Zandvoort, bola de fogo. Não houve nenhuma assis- construção de circuitos, fazendo parte do céticos”, diz o responsável pela obra, “mas
com 10 sucessos, na frente da Ferrari (8) tência ao piloto por parte comissários de Italian Motor Valley (zona que aglomera estamos muito curiosos para ver como os
e da Climax (4). pista, totalmente inadaptados à função, Parma, onde está a Dallara, Modena, onde pilotos vão abordar a pista.”
À última prova de Fórmula 1 disputada em e o auxílio só apareceu quando David vive a Ferrari, Bologna, onde está a Paga- Este trabalho feito pela Dromo não é uma
Zandvoort foi o GP da Holanda (415º corrida Purley parou o seu carro e tentou salvar ni, e a zona Romagna, e onde há quatro estreia, pois foi a empresa italiana quem
da história da F1) de 1985, realizado no o britânico. Tarde demais, Williamson autódromos, seis centros de formação e renovou Silverstone e Imola, mas, como
dia 25 de agosto. No final das 70 voltas ao falecia carbonizado aos 25 anos. 188 equipas de competição). concede o responsável pela empresa e
traçado de 4,253 km, Niki Lauda foi o ven- Jarno Zafelli é o responsável pela obra e pela obra de Zandvoort, “este é um desafio
cedor ao volante do McLaren MP4/2B TAG O FUTURO DE ZANDVOORT não tem dúvidas que se o anterior circuito único para a nossa empresa.”
Porsche, seguido de Alain Prost (McLaren não era pera doce para os pilotos, o novo Para Jarno Zaffelli, “Zandvoort é a pista
TAG Porsche) e de Ayrton Senna (Lotus Muitas foram as alterações que a pista percurso não deixará de premiar os pi- mais formidável que fizemos até agora, é
97T Renault). Foi o piloto austríaco o úl- holandesa sofreu desde 1999, com o tra- lotos mais corajosos e talentosos. E, para um traçado vivo! Além disso, foi o primeiro
timo vencedor na pista holandesa, foi a çado a ficar com 14 curvas (menos cinco adicionar maior incerteza, as equipas não circuito em cima de areia onde trabalhá-
25ª e última vitória de Niki Lauda e o 54º que o original). As mais recentes obras vão poder replicar nos seus simuladores mos.” O italiano está rendido e desabafa:
e último pódio do piloto da McLaren. Foi, estiveram envolvidas em polémica. Por o novo traçado, “pois não queremos que “Zandvoort é único: as dunas, o mar, o
igualmente, em Zandvoort que a Brabham questões ambientais, o Governo holandês tenham todos os dados da pista, criando, vento e as curvas únicas, um traçado que
rubricou a última pole position, através de recusou-se a contribuir para a reconver- assim, um elemento de surpresa.” tem tudo e não será coincidência que Jonh
Nelson Piquet. Dois dias depois, acabava são do traçado, mas tudo acabou por se Para o italiano: “Estamos a mudar um Hugenholtz tenha estado na génese de
a equipa Renault Elf, retirando-se, pela resolver e o GP da Holanda vai realizar-se local histórico em muitos locais e vamos Zandvoort e de Suzuka. Sendo diferentes,
primeira vez, da Fórmula 1. no dia 3 de maio (será a quinta vez que a oferecer uma curva que há muitos anos são muito iguais!”
Convirá recordar que em 1972 as condi- prova se disputa em maio). não se vê na Fórmula 1”, declarando ao As obras estão prestes a ficarem con-
ções do circuito ameaçaram a realização A pista que Max Verstappen, Lewis Ha- jornal holandês De Telegraaf que “este é cluídas e Zaffelli confessa que o interesse
da prova e a verdade é que nesse ano não milton, Sebastian Vettel e todo o pelotão um projeto do maior risco, para nós e para pela pista é tão grande que “todos os dias,
houve GP da Holanda, devido ao facto da iram pisar estará muito diferente daquela a liderança da Fórmula 1. De acordo com mesmo sem o alcatrão colocado, vários
pista ser invariavelmente invadida pela onde Niki Lauda e Jim Clark foram heróis. as nossas simulações”, continua Zaffelli, drones andam por cima do circuito.” No
areia das dunas do Mar do Norte. A drena- Há modificações significativas na curva “os pilotos vão conseguir fazer a curva final da entrevista que deu ao jornal De
gem era péssima e sempre que aparecia a que leva o nome do homem que foi durante 2 a fundo, depois será curioso ver qual Telegraaf, o responsável da Dromo referiu:
chuva provocava o pânico no paddock. As muito tempo responsável pela pista, John a trajetória que os pilotos vão fazer na “O ceticismo das pessoas está, agora, nos
obras necessárias foram feitas e a prova Hugenholtz, e há uma nova curva com curva Hugenholtz, cujo ‘banking’ máximo acessos. Mas essas são coisas que estão
regressou em 1973. Mas antes não tives- inclinação na entrada da reta da meta é superior a 18 graus! Ou seja, este será fora da nossa alçada. Mas tenho a certeza
que leva o nome de Arie Luyendyk, o mais

F1/
FÓRMULA 1

24

MSAERICOEUDEFSICA NA FÓRMULA 1?
Durante o ano passado, algumas informações
Os rumores de uma possível davam conta da possibilidade da Mercedes mas a reação negativa da Ferrari e a promessa de vetar a
saída da Mercedes da F1 têm-se sair da F1 para se ocupar a 100% da Fórmula entrada de Wolff, colocou um ponto final neste assunto.
intensificado, mas surgem outras E. O mundo do automobilismo está a mudar Assim, mantendo-se Wolff na Mercedes, o austríaco
notícias que dizem o contrário, rapidamente e a aposta cada vez mais for- fica no lugar mais desejado. E a permanência na F1 faz
e a lógica confirma essas notícias te nos elétricos poderia levar a Mercedes a sentido para a Mercedes.
deixar o grande circo. A operação não implica grandes custos para a casa
Fábio Mendes Nas últimas semanas chegou a falar-se da possibilidade mãe, olhando aos prémios que recebe, aos contratos
[email protected] de Toto Wolff se juntar a Lawrence Stroll, e comprar a publicitários e a aposta na Fórmula E não é tão exigente
equipa, que ficaria como Aston Martin, uma vez que o ao nível financeiro que obrigue a optar por apenas uma
canadiano está prestes a adquirir a maioria das ações das categorias.
da marca britânica. Mantendo-se na F1, mantém-se naquela que, para todos
Agora, a motorsport.com italiana avança que o cenário os efeitos, é ainda a competição rainha do automobilis-
mais provável é o da permanência da Mercedes na F1, mo, com a exposição que isso traz. O investimento está
com Toto Wolff ao leme da equipa. O austríaco era o feito, a equipa consolidada e com um nível de eficácia
favorito à sucessão de Chase Carey como CEO da F1, tremendo. Seria um erro desperdiçar uma máquina tão
bem oleada, agora que entrou em velocidade de cruzeiro.

>> autosport.pt

25

E com esta fórmula de sucesso a ser mantida, as pro- Não nos podemos esquecer da famosa frase que diz, tada pela F1, com combustíveis sintéticos e motores
babilidades de manter Lewis Hamilton são maiores. “vence ao domingo, vende à segunda”, e que a questão a dois tempos repensados e refinados, poderão ser
O piloto quer continuar a bater recordes e a porta da do marketing é fundamental neste exercício. A Mer- caminhos interessantes, pois os motores de combustão
Ferrari não estará tão aberta quanto se pensa, olhando cedes tem mostrado toda a sua capacidade e os seis interna não estão ainda mortos e as interrogações aos
à aposta forte em Charles Leclerc. Com a certeza que títulos consecutivos são a melhor publicidade que a elétricos mantêm-se.
a Mercedes irá continuar a trabalhar como até agora, marca poderia ter. Para a Mercedes, apostar nesta nova tecnologia, com
Hamilton poderá preferir ficar, com a garantia que Há também o fator Hamilton, o maior nome da sua uma estrutura completamente solidificada e preparada,
fica mais perto de poder bater todos os recordes. E geração, e um dos maiores de sempre. Associar o seu pode ser interessante, e tudo sem adicionar custos em
não podemos esquecer que a Liberty também estaria nome ao da Mercedes em exclusivo é muito apelativo demasia. Se já assim está no topo das duas tecnologias
disposta a fazer um esforço para manter a Mercedes e deixaria uma marca ainda mais vincada no desporto. de ponta (híbridos e elétricos), ficando na F1, esta dupla
no Grande Circo. Mais ainda, Hamilton é o piloto com mais exposição aposta pode fazer ainda mais sentido no futuro.
nos media e cada vez que ele aparece, a Mercedes está O cenário mais provável deverá ser mesmo a manu-
inevitavelmente associada ao britânico. tenção da Mercedes na F1 por mais alguns anos e,
Por fim, não podemos esquecer que a indústria auto- mantendo-se a saúde financeira do grupo e da estrutura
móvel está a mudar muito rapidamente. Os elétricos desportiva, os Flechas de Prata continuarão a dar cartas
parecem o caminho do futuro, mas a solução apresen- no topo do automobilismo.

E/26 GALA DOS CAMPEÕES 2019
Especial
DIADE FESTA

Realizou-se no passado fim de semana, no Teatro
José Lúcio da Silva, em Leiria, a Gala dos Campeões
FPAK 2019, num evento em que se voltaram a juntar
mais de 550 pilotos nacionais para receber os troféus

relativos aos seus feitos desportivos ao longo da
época.

Para além dos Campeões Nacionais e vencedores
de Taças, Troféus e Campeonatos Regionais, a

FPAK homenageou também várias personalidades
ou entidades, como foi o caso de José Júlio Norte,

Presidente da Câmara Municipal de Mortágua, José
Lopes, Comissário Desportivo, Carlos Sousa, jornalista

especializado em desporto automóvel, Salvador
Trindade, Rodrigo Ferreira, Maria Germano Neto e

Noah Monteiro, pilotos de karting, Diogo Correia,
piloto de Drift, Paulo Maria, fotógrafo especializado

em desporto automóvel e ainda o malogrado
piloto Joaquim Moutinho (a título póstumo) com o
prémio Cesar Torres. Foi igualmente empossada na
Cerimónia, a primeira Comissão de Ética da FPAK.
Uma festa bonita, de que lhe deixas algumas das

melhores imagens.

[email protected]
FOTOS Paulo Maria/FPAK

LEIA E ACOMPANHE TODAS
AS NOTÍCIAS EM AUTOSPORT.PT

>> autosport.pt

27

E/
Especial

28

>> autosport.pt

29

E/
Especial

30

>> autosport.pt

31

R/32
RALIS

HUGO MAGALHÃES

AOS
CÍRCULOS,
DE POLO
NO ÁRTICO!

Hugo Magalhães esteve recentemente na terra do Pai Natal,
a Finlândia, no Rali do Ártico, e contou-nos como é correr com um piloto
da Arábia Saudita, terra do calor e de muita areia, num rali com muita
neve, temperaturas (bem negativas) e milhares de simpáticas renas…

José Luís Abreu diferentes tipos de experiência, também quando podemos ficar parados no meio do de especiais, que só fazemos uma vez, e
[email protected] alguns ralis são para si desafios diferentes, nada e com temperaturas extremamente como passamos por locais com milha-
como foi o recente caso do Rali do Ártico, negativas. Não podemos iniciar os reco- res de renas, não queremos ter nenhum
Como se sabe, Hugo Magalhães que mais uma vez disputou ao lado do nhecimentos do rali sem antes verificar acidente. Em primeiro lugar porque me
é um co-piloto multifacetado, piloto saudita Rakan Al-Rashed. todo o material necessário para podermos iria custar imenso um cenário desses,
e, nesse âmbito, tem navega- Em primeiro lugar, a vida de um navegador estar em segurança. Neste rali somos com animais tão simpáticos, segundo,
do diversos pilotos. Para se ter que trabalha com tantos pilotos diferentes obrigados a transportar roupas quentes, porque temos procedimentos estabe-
uma ideia, nos últimos três anos, por vezes requer também uma enorme pá de neve, corda para reboque, kit de lecidos. Existe a obrigatoriedade, em
Hugo Magalhães esteve ao lado ‘ginástica’, e depois do período festivo que primeiros socorros e triângulo. Porque, caso de atropelamento de uma rena, de
de Bruno Magalhães, Nabila Tejpar, Rakan se viveu em Portugal, foi hora de recome- por exemplo, os nevões são frequentes informar de imediato a polícia, que por
Al-Rashed, André Lavadinho, Diogo Salvi, çar a época de trabalho: “Após alguns dias e inesperados tornando a visibilidade sua vez comunica com o proprietário e
Rúben Moura, Olli Walter, Abdullah Al-Ku- de descanso para poder estar junto da quase nula e as estradas difíceis ou mes- com a organização do rali e, por fim, não
wari, Alexey Lukyanuk, Miguel Barbosa, minha família no natal e na passagem de mo impossíveis de circular, existindo o quero que o Pai Natal me exclua da sua
Rashid Al-Naimi e Mark Wallenwein, facto ano, depressa chegou a hora de regressar risco de ficar preso num troço. A juntar lista para este ano!”
que lhe oferece um leque de experiências ao trabalho e na hora de embarcar para a a estas dificuldades só temos quatro Numa altura em que o Rali da Suécia se
muito diversas, o que lhe permite olhar primeira grande aventura do ano, o Rali do horas e meia de luz natural. Os reconhe- debate com a falta de neve nos troços
para o seu trabalho de perspetivas bem Ártico, na Finlândia, a primeira coisa que cimentos iniciam-se na segunda-feira previstos para a prova deste ano, no Rali
diferentes, com questões da mais varia- tive de enfrentar foram 17 horas de viagem, às 8 horas e terminam na quinta-feira do Ártico isso é ‘coisa’ que não falta: “Em
da índole a surgirem dos mais diversos entre carro e três diferentes voos até ao às 17 horas, ou seja, nós podemos gerir relação ao rali propriamente dito, metade
quadrantes. A experiência que adquire círculo polar Ártico. Depois foram mais da melhor forma os nossos dias, por- das especiais são feitas à noite, rápidas e
a trabalhar com realidades tão distintas dois dias de testes para nos adaptarmos que esta janela de reconhecimentos é fantásticas. Existem parques de assistên-
fá-lo crescer como navegador, e tudo ao Volkswagen Polo R5 com o qual iríamos alargada, devido à pouca luz natural e à cia remotos como existia antigamente nas
isto é experiência acumulada que o pode competir pela primeira vez. Mas antes instabilidade da meteorologia”, começou ligações, e se no ano passado fomos rece-
levar muito rapidamente a outros palcos. disso, esta prova tem questões muito es- por nos dizer Hugo Magalhães, que tem bidos com temperaturas que chegaram a
Mas do mesmo modo que a grande di- pecíficas, já que se disputa numa zona em uma história curiosa para nos contar: atingir -35 °C, este ano não foram além dos
versidade de pilotos lhe permite ganhar que as temperaturas negativas obrigam a “Esta prova não repete troços, pelo que -15 °C. Deve ser do efeito do aquecimento
cuidados adicionais, já que nunca se sabe temos de reconhecer cerca de 200 km global! De qualquer forma, fomos brin-

>> autosport.pt

33

dados com uma enorme quantidade de
neve e fortes nevões durante quase todas
as especiais, dificultando a progressão.
Nestas condições é muito difícil fazer uma
leitura exata do terreno e muitas vezes ao
olhar para a frente apenas vemos branco
e nenhuma trajetória ou ponto de trava-
gem que possa ajudar. Quando a neve cai
intensamente, especialmente à noite, é
praticamente impossível usarmos as luzes
suplementares, pois ficamos totalmente
sem visibilidade 100 metros à nossa frente.
Para minimizar este problema, desligáva-
mos as luzes extra e noutras resolvemos
tapar com fitas as luzes centrais para não
impedir a visão a longa distância. São
pequenos truques que se ganham com
a experiência.
Apesar de todas as dificuldades e do 28º
lugar final, foi um rali que nos proporcionou
condições e experiências para evoluirmos
em todos os aspetos.
Foi a primeira vez que guiámos o Volks-
wagen Polo R5, que é um excelente carro,
mas que requer alguma habituação para
se tirar o melhor partido dele. Agora, venha
a próxima aventura!”

34

CRASH! José Luís Abreu
BOOM! [email protected]
BANG!
Oacidente de Ott Tänak e
O título de uma famosa música dos Roxette, da recentemente Martin Jarveoja no Rali de
falecida Marie Fredriksson, serve bem para titular esta nossa Monte Carlo é apenas o últi-
peça, na qual, aproveitando a boleia a 180 Km/h do espantoso mo de uma longa série, que
acidente de Ott Tänak e Martin Jarveoja – que felizmente não felizmente não tem trazido
grandes consequências fí-
teve consequências físicas –, vamos recordar alguns dos sicas para os ocupantes. Olhando para
acidentes mais marcantes da última década no WRC a década anterior, houve mais de uma
centena de acidentes, uns com mais
CONHEÇA ESTA E MUITAS consequências que outros. Vamos re-
OUTRAS HISTÓRIAS EM AUTOSPORT.PT cordar apenas alguns, os mais signifi-
cativos, sendo que entre eles houve pi-
lotos despedidos logo a seguir, equipas
no hospital, e também… um Titanak.
Venha daí recordar…

>> autosport.pt

35

RALI DA ARGENTINA 2019: ENORME ACIDENTE DE ESAPEKKA LAPPI

O finlandês tinha estabeleci-
do um promissor quinto tem-
po mais rápido na primeira
especial desse dia. Porém,
depois disso Esapekka Lappi
e Janne Ferm foram vítimas
de uma violenta saída de es-
trada na PE7. A dupla alargou
a sua trajetória e saiu para a
berma da estrada e, a partir
daí, a série de capotanços
foi inevitável. Foi mesmo feio
e também perigoso para os
espectadores…

36

RALI DE PORTUGAL 2018:
ACIDENTE DE KRIS MEEKE

Kris Meeke e Paul Nagle despistaram-se em Amarante, com a dupla da Citroën a danificar
seriamente o seu C3 WRC e a ter de ir ao hospital por precaução: “Virei ligeiramente atrasa-
do para uma curva rápida, falhei a linha e fui para a terra solta da zona de fora da curva, ten-
do perdido o controlo do carro. Estou muito agradecido por terem construído um carro tão
forte. Foi um erro meu, não há dúvidas.”
Foi a gota de água para a Citroën. A construtora despediu a dupla, apontando como razão os
“frequentes despistes” do piloto e “alguns [acidentes] particularmente violentos poderiam
ter tido sérias consequências para a segurança da tripulação, quando as questões despor-
tivas não justificavam os riscos.”

RALI DO CHILE 2019:
ACIDENTE DE THIERRY NEUVILLE

Thierry Neuville/Nicolas Gilsoul despistaram-se violentamente no Rali do Chile. A dupla
tinha acabado de subir ao terceiro lugar na sétima especial, mas na seguinte, após um
topo, alargaram um pouco a trajetória, foram à berma e capotaram violentamente diver-
sas vezes, pois rodavam a uma velocidade bem elevada. Foi o co-piloto de Thierry Neu-
ville, Nicolas Gilsoul, que nos relatou os acontecimentos: “Apesar da violência do choque
não ficámos feridos, embora vários dias de descanso tenham sido necessários para per-
mitir que o corpo recupere da força centrífuga que experimentámos durante essa série
de capotanços. A nossa saída de estrada foi o resultado de uma curva que julgámos mal,
errámos cerca de vinte centímetros, no máximo.
A segurança dentro do cockpit de um carro de rali evoluiu enormemente. Sem a condição
física, a célula de sobrevivência da Hyundai, que desempenhou perfeitamente o seu pa-
pel, a bacquet, o capacete ou as correias do sistema HANS, as consequências poderiam
ter sido bastante desagradáveis. Saímos dos destroços do carro e ficámos bastante
chocados, mas estávamos na vertical, ilesos.”

RALI DA ARGENTINA 2017:
MEEKE, DESPISTE ATRÁS

DE DESPISTE

Dois despistes para Kris Meeke no Rali da Argentina.
“No primeiro fui totalmente apanhado de surpresa.
Um salto fez-me perder o controlo. O carro estava mui-
to difícil de pilotar.” Do segundo, nem falou, pois foi
‘daqueles’ que podia ter acabado muito mal. Numa zona
super-rápida, a cerca de 200 km/h, deixou fugir a tra-
seira do C3, tocou na berma e o que se seguiu foram
uma ‘dúzia’ de carambolas, em que Meeke e Nagle
se podiam ter aleijado fortemente.

>> autosport.pt

37

RALI DO MÉXICO ciar a propagação da comunicação do
2015: TITANAK caso, conseguindo a M-Sport reverter
o infortúnio a seu favor e explorar,
Ott Tänak e Raigo Molder despistaram- de forma exemplar, a situação em
se na PE3, caindo para um lago, sain- termos de comunicação.
do do carro segundos antes deste se Uma boa prova disso foi a descrição
afundar por completo. Com o sucedido cronológica de todos os acontecimen-
a dupla foi uma heroína da prova mexi- tos – antes, durante e depois do aci-
cana e, seguramente, uma das que ob- dente e reconstrução do Fiesta – que a
teve melhor índice de retorno no final equipa liderada por Malcolm Wilson fez
do rali. O seu ‘macabro’ acidente para questão de divulgar e que ajudam a per-
isso contribuiu, a par da forma como a ceber todos os momentos marcantes
equipa conseguiu novamente ‘dar vida’ deste episódio que Tänak, Molder e
ao Fiesta, que foi decisiva para poten- toda a estrutura da M-Sport nunca
mais esquecerão e que ficará gravada
na memória do WRC…

RALI DA ALEMANHA 2016:
PANZERPLATTE A FAZER
‘VÍTIMAS’

Stéphane Lefebvre e Gabin Moureau despistaram-se violentamente
na especial de Panzerplatte Lang, facto que levou à interrupção do rali
para assistência médica ao piloto e navegador. Os médicos tiveram
que se deslocar para o local, e a dupla foi levada de helicóptero para
o hospital. Recuperam bem, já que as lesões não foram significativas.
Tudo sucedeu quando, numa zona rápida, o seu Citroën escorregou
um pouco mais e ao baterem num dos enormes ‘pinos’ de cimento ar-
mado que ladeiam a estrada, foram ‘chicoteados’, com o carro a ficar
completamente destruído depois de bater nas pedras várias vezes.

RALI DE PORTUGAL
2011: DESPISTE
DE KEN BLOCK
NO SHAKEDOWN

Ken Block despistou-se violentamente no RALI DE PORTUGAL 2009:
shakedown do Rali de Portugal, e as coi- 17 CAMBALHOTAS EM DIA DE ANIVERSÁRIO
sas poderiam ter corrido muito mal: “De-
pois de ter feito dois dias de reconheci- Se dúvidas houvesse acerca da resistência dos WRC, elas teriam terminado na PE4 do Rali de Por-
mentos e estar prestes a começar o rali, tugal 2009, quando Latvala e Lehtinen capotaram 17 vezes por uma ribanceira de 150 metros e
foi demasiado frustrante aquele acidente. saíram do Ford Focus WRC apenas com alguns arranhões e pelos seus próprios meios! Num dos
Trabalhei imenso com o Alex nas notas, e mais violentos acidentes de sempre no WRC, o finlandês explicou: “Este foi o mais sério da minha
o acidente do shakedown foi ridículo, um carreira, e devia ter abrandado antes do topo... e não quando já lá estava! Bati num morro, andei em
erro terrível. Tivemos sorte de não haver duas rodas e comecei a capotar. Foi assustador e há 20 anos (1989) poderia não ter sobrevivido!”,
lesões, e fiquei a perceber bem como os assumiu o impetuoso finlandês na altura. Dias depois, já mais calmo, explicou melhor: “Foi mesmo
carros são extremamente bem desenha- um acidente incrível e deveu-se a notas com demasiada informação, pois em determinada altura
dos e construídos. Um dos impactos do o Mikka [Antilla] disse ‘dupla atenção’, mas misturado com outras notas, que eram menos rele-
acidente aproximou-se dos 16g”, referiu vantes, pois o que era realmente importante era a ‘dupla atenção’ e foi precisamente essa parte da
Ken Block, na altura. informação que não registei. Quando o Mikka se apercebeu que eu não tinha ouvido, repetiu o ‘dup-
Para que se perceba um pouco melhor o la atenção’, e nessa altura apercebo-me que ia depressa demais e travo, só que o carro atravessou-
acidente e as consequências que pode- se para o lado esquerdo e é aí que toca no morro. A partir daí foi o que todos sabem”, referiu Latva-
ria ter tido, uma pessoa normal pode su- la, que depressa voltou ao cockpit do Ford Focus WRC numa ação promocional da equipa, voltando
portar uma aceleração a rondar os 5g (ou a sentir o ‘feeling’ de sempre: “Quando entramos no carro esquecemos tudo…”, concluiu.
50m/s²); um piloto de caças supersónicos
é capaz de suportar uma aceleração de
9g (90m/s²). Ken Block e Alex Gelsomino
suportaram um embate a 16g (160m/s²).

>>motosport.com.pt

HONDA

» AFRICA TWIN 1100 F DE 2020

NO MEIO PODE ESTAR A VIRTUDE

O segmento das motos Adventure tem sido um dos mais
dinâmicos do sector e a competição é feroz entre as várias
marcas, onde todas tentam encontrar o melhor compromisso
“Adventure”, uma moto com capacidade para viajar com
conforto e sem limites, pronta sempre para enfrentar todo
o tipo de caminhos fora de estrada e acompanhar-nos nos
desafios que nos colocamos

Pedro Rocha dos Santos Adventure R e a BMW R 1250 GS. De imediato notamos que a nova Africa é notória a sua estreiteza parecendo
[email protected] Começámos pela nova Africa Twin 1100 Twin está mais ergonómica e sobretudo quase uma moto de enduro mas sem
de 2020, na sua versão standard e com mais estreita. O trabalho realizado no sacrificar o conforto. Para condução em
As opções actualmente no caixa normal ( a versão DCT continua novo quadro de aço permitiu reduzir pé fora de estrada a nova Africa Twin
mercado são múltiplas e de na nossa opinião a ter limitações numa em cerca de 40 mm a sua largura e isso oferece uma posição perfeita e natural
todos os estilos e especifi- utilização mais séria em OffRoad ) e nota-se, sobretudo quando subimos graças também ao novo guiador cerca
cações onde a GS lidera no quando referimos “nova” é porque a para a moto e colocamos os pés no de 2 cm mais alto que o anterior que
segmento mais alto mas Africa twin 1100 de 2020 é mesmo uma chão. O assento da Africa Twin mantém permite assumir uma posição mais
cada vez mais vê o seu pro- moto inteiramente nova onde apenas a possibilidade de ser colocado em duas direita e menos pendurada sobre a
tagonismo desafiado pelas restantes os travões podem ser considerados posições que variam entre os 850mm e frente da moto.
marcas. semelhantes do ponto de vista de “har- os 870mm e na zona frontal do mesmo O quadro em aço é mais estreito, mais
E a Honda Africa Twin não quer deixar dware” aos do ano anterior embora sua
os seus créditos em matéria do seu gestão tenha agora muito mais ajudas
potencial Adventure por mãos alheias electrónicas.
e tem vindo a acompanhar tendências Mas comecemos pelo princípio e que é
e a escutar o mercado no sentido de o da análise da sua estética, aquilo que
fornecer a melhor moto Adventure se nos revela em primeira mão quando
de sempre. A nova Africa Twin é isso nos aproximamos da Africa Twin 1100.
mesmo, o resultado de anos de evolução As duas versões 2020, a Standard e a
e do aprimorar do seu desempenho de Adventure Sports, sofreram alterações
forma a fornecer a melhor experiência de fundo na sua ciclística, para além da
possível a quem procura versatilidade, motorização, mas também no conceito
desempenho e aventura em duas rodas. definido para diferenciamento de am-
Foi com o objectivo de percebermos bas. Assim este ano a versão Standard
melhor qual a moto Adventure que se está mais orientada para uma utilização
destaca das restantes que decidimos OffRoad, mais ágil e manobrável, e a
levar a cabo uma experiência compara- versão Adventure Sports para uma
tiva daquelas que na opinião dos media utilização mais “Touring” igualmente
internacionais serão as Adventure do capaz de enfrentar as pistas do de-
ano 2020, a Honda Africa Twin 1100, serto mas menos radical do que a sua
a Yamaha Ténéré 700, a KTM 790 versão 2019.

39

rígido e sobretudo mais leve. O sub- CRF 450 de motocross realidade que
-quadro é agora em alumínio e apara- denota a intenção da Honda em dotar
fusado ao quadro principal em vez de a sua Africa Twin de maior aptidão
soldado, uma vantagem que contribui offroad. No total a versão Standard
para o menor peso da moto mas tam- 2020 consegue reduzir o seu peso total
bém para o caso de uma caída com comparativamente à de 2019 em cerca
danos na parte posterior possibilitar de 5 Kg.
a substituição apenas do sub-quadro. O motor é também uma evolução do
Também notamos uma evolução no anterior já que cerca de 70% dos seus
braço oscilante com uma configura- componentes internos são totalmente
ção muito semelhante aos das Honda novos. O bicilíndrico paralelo de 1.84cc

40

>>motosport.com.pt

CONCORRÊNCIA KTM 790 ADVENTURE - 799 CC tem agora a potência de 102 cv às 7.500 cebermos como funciona a sua confi-
rpm e o binário máximo de 105 Nm é guração. Ao olharmos para a “pinha”
BMW R 1250 GS - 1.254 CC 94 CV obtido às 6.250 rpm. Um motor redondo de comutadores no punho esquerdo
e cheio, com uma caixa bem escalo- apercebemo-nos de imediato que a sua
138 CV POTÊNCIA nada e com a possibilidade de montar utilização não é linear nem intuitiva.
como opcional a função “Quickshift” Uma vez habituados tudo funciona
POTÊNCIA 189 KG , função que pode ser comandada a na perfeição sobretudo ajudados pelo
partir do painel TFT na definição do écranTFT a cores de 5,5”, táctil e que
249 KG PESO seu funcionamento e intervenção. ( funciona sobre pressão podendo ser
nos dois sentidos ou só num e a sua acionado com qualquer tipo de luvas.
PESO 13 990€ sensibilidade ). As suspensões evoluíram também e
A nível das ajudas electrónicas a nova são igualmente Showa invertidas de
17 500€ PREÇO BASE Africa Twin 1100 sofreu também uma 45mm na dianteira totalmente regulá-
importante evolução e graças á adopção veis com 230mm de curso. Na traseira
PREÇO BASE de um IMU de 6 eixos e do acelerador encontramos um amortecedor Showa
ride by Wire, tem agora 6 modos de do tipo Pro-Link , também totalmente
condução, Urban, Tour, Gravel e OffRoad regulável e com um curso de 220mm.
para além de dois modos User persona- O seu funcionamento é excelente, re-
lizáveis, 7 níveis de controle de tração, velando uma boa leitura do terreno e
e funções de controle anti-cavalinho e proporcionando conforto e desempe-
anti-égua, controle do travão de motor nho, não afundando demasiado nas
e do ABS em curva. Todas estas fun- travagens mais vigorosas.
cionalidades exigem de início algum Em termos de travagem a Africa Twin
tempo de adaptação no sentido de per- 2020 mantém os dois discos de 310mm
na dianteira com pinças flutuantes de
YAMAHA TÉNÉRÉ 700 - 689 CC 4 pistons e na traseira apenas 1 disco
de 256mm com pinça fixa de 2 pistons.
72 CV As rodas montam jantes raiadas de
alumínio de 21” na dianteira e de 18” na
POTÊNCIA traseira com pneus 90/90-21 e 150/70-
18 respectivamente. No ensaio que
204 KG realizámos montámos pneus 50/50 ,
aqueles que oferecem um compromisso
PESO misto de utilização em estrada e offroad
em sintonia com todo o potencial da
9 850€ Africa Twin 1100 e que têm demons-
trado uma enorme versatilidade em
PREÇO BASE experiências com motos Adventure no
passado, os Continental TKC 80.
No ensaio que realizámos de cerca
de 700 Kms, em estrada e em todo o
terreno, pudemos atestar as quali-
dades Adventure da Africa Twin nas
mais variadas situações. Em estrada
é uma moto confortável , com pou-
cas vibrações, com uma posição de

41

condução natural e ergonomicamente 200 km/h e a estabilidade foi sempre maior sensação de segurança, e a maior FT/ F I C H A T É C N I C A
toda uma referência, o écran baixo do excelente sendo que o pequeno écran estreiteza da moto revela-se sobre-
tipo OffRoad penaliza ligeiramente a defletia com eficácia o vento do nosso tudo ser uma enorme mais valia na 1084 CC
proteção aerodinâmica a partir dos capacete. ( algo surpreendente ) pilotagem for a de estrada em pé onde
140 km/h mas rodámos na casa dos A menor altura ao solo transmite uma os joelhos encontam de forma confor- CILINDRADA
tável à ergonomia da moto e permitem
um maior controle da moto em zonas 100,6 CV
mais técnicas e trialeiras. O escape
emite um som grave e envolvente e o POTÊNCIA
motor redondo com um bom binário
a baixa contribui para uma condução 18,8 L
suave com potência sempre disponí-
vel com um simples rodar de punho. DEPÓSITO
Mais agilidade e sensação de leveza
contribuem para uma maior eficácia na 226 KG
condução fora de estrada sendo que a
maior sofisticação electrónica contribui PESO
definitivamente para um desempenho
controlado e personalizável da nova 14 550€
Africa Twin.
Podemos concluir em termos de aná- PREÇO BASE
lise e comentário final sobre a nova
Africa Twin 1100 versão Standard que MOTOR COMBUSTÍVEL GASOLINA TIPO DE MOTOR
esta nova versão 2020 é sem qual- BICILÍNDRICO, 4 TEMPOS ROTAÇÃO DA POTENCIA MAX. 7500
quer dúvida a melhor Africa twin de RPM BINÁRIO 105 NM ROTAÇÃO DO BINARIO MAX. 6250 RPM
sempre e a nova definição dos dois Nº DE CILINDROS 2 DISPOSIÇÃO EM LINHA CICLO 4 VALVULAS
modelos em termos de caracterís- POR CILINDRO 4 ALIMENTAÇÃO PGM-FI REFRIGERAÇÃO
ticas e posicionamento veio dar um LÍQUIDA DIAMETRO X CURSO 92 X 81.5 SISTEMA DE ARRANQUE
novo potencial comercial á marca e ELÉT. TAXA COMPRESSÃO 10.1:1 IGNIÇÃO ELECT. DIGITAL
ao modelo no segmento Adventure. TRANSMISSÃO CORRENTE EMBRAIAGEM HÚMIDA, MULTIDISCO
Se será a melhor moto Adventure do NÚMERO VEL. 6 TIPO DE QUADRO BERÇO SEMI-DUPLO
momento ? dependerá do ponto de vista ANGULO COLUNA DIRECÇÃO 27.5 º SUSPENSÃO DIANTEIRA
de cada um e se considerarmos as sua FORQUILHA INVERTIDA DE 45 MM CURSO DIANTEIRO 230 MM
características e o seu preço de cerca REGULAÇÕES DIANTEIRAS SIM SUSPENSÃO TRASEIRA BRAÇO
de 14.000 eur, entre os 10.000 eur da OSCILANTE MONOBLOCO EM ALUMÍNIO, COM SISTEMA PRO-LINK E
Ténéré 700 e dos 18.000 euros da GS AMORTECEDOR SHOWA CURSO TRASEIRO 220 MM REGULAÇÕES
1250, poderíamos dizer que “no meio TRASEIRAS SIM ABS SIM TRAVÕES DIANTEIROS DUPLO DISCO
pode estar a virtude “. DIAMETRO DISCOS DIANTEIROS 310 MM PINÇAS DIANTEIRAS
4 ÊMBOLOS TRAVÕES TRASEIROS DISCO DIAMETRO DISCOS
TRASEIROS 256 MM PINÇAS TRASEIRAS 2 ÊMBOLOS RODA
DIANTEIRA JANTE DE ALUMÍNIO COM RAIOS DE ARAME DIAMETRO
DA JANTE DIANTEIRA 21 “ MEDIDA PNEU DIANTEIRO 90/90-21
M/C RODA TRASEIRA JANTE DE ALUMÍNIO COM RAIOS DE ARAME
DIAMETRO DA JANTE TRASEIRA 18 “ MEDIDA PNEU TRASEIRO
150/70-R18 M/C COMPRIMENTO 2334 MM LARGURA 961 MM
ALTURA 1391 MM DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1575 MM ALTURA
DO ASSENTO 850 MM DISTANCIA AO SOLO 250 MM TRAIL 113
MM CONSUMO 4.9 L/100KM (6,4 L /100KM DE MÉDIA NO FINAL DO
ENSAIO) EMISSÕES CO2 112 G/KM CORES DISPONÍVEIS GRAND
PRIX RED E MATTE BALLIST BLACK METALLIC

42 AUTO+mais

VOLVO A. C. os faróis inteligentes em LED com as-
[email protected] sinatura luminosa integrada (o famoso
» XC40 T4 GEARTRONIC R-DESIGN Martelo de Thor), as molduras das jane-
Último elemento da família las e os rails do tejadilho, ambos em preto
DA SUÉCIA PARA O MUNDO SUV da Volvo a chegar, o brilhante, ou até mesmo as jantes em liga
XC40 soube afirmar-se, não leve de 20” em metalizado e preto - estas
Modelo de estreia da marca sueca no segmento dos como uma espécie de XC90 últimas, no entanto, opcionais (1144€),
pequenos SUV premium, o Volvo XC40 é, hoje em dia, um em miniatura, mas como um tal como a própria pintura bicolor, em
proposta diferente, de aspecto Prata Glaciar (732€) e tejadilho preto.
dos mais fortes opositores ao domínio alemão, graças exterior intenso e personalizado, ca- Fortemente personalizado nas linhas
também à personalidade forte e própria que exibe. E que, paz igualmente de corresponder àquilo exteriores, o XC40 estende esse mesmo
conjugada com um T4 a gasolina de bons recursos, revela que são, hoje em dia, as preferências princípio ao habitáculo. Onde também
do mercado. E, tudo isto, sem perder a assume - e ainda bem! - bastante mais
atributos para deixar a Suécia, e ambicionar o Mundo! identidade e origem suecas, que a marca parecenças com os irmãos maiores
continua a fazer questão de manifestar. XC60 e XC90!
LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE Concebido em cima de uma nova e É o caso da qualidade da construção e
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT moderna plataforma, CMA - Compact dos revestimentos a roçar a perfeição,
Modular Architecture, o XC40 revela-se da ergonomia e funcionalidade em pa-
como um pequeno SUV de linhas sóli- tamar muito idêntico, ou até mesmo da
das e marcantes, pontuadas, na versão forma natural como o vanguardismo
R-Design, com um toque levemente tecnológico se faz sentir. Seja através de
desportivo, mas também de charme e um painel de instrumentos 100% digital
classe. Resultado, igualmente, do facto e cujo layout varia segundo o modo de
de contar com soluções marcantes como condução escolhido, mas principalmente

>> autosport.pt/automais

43

da espécie de tablet que, idêntico aos FT/ F I C H A T É C N I C A neficiam de ótimas quotas de habitabi- Dynamic selecionado no Drive Mode,
existentes nos modelos maiores, integra lidade, mesmo quando com três adultos alturas em que uma atitude mais deter-
em si praticamente todos os sistemas 2.0 / 190 CV no banco traseiro. Onde, apesar de um minada ao volante acaba recebendo da
do Automóvel, para os disponibilizar lugar do meio mais apertado, o túnel de caixa Geatronic respostas, por vezes, um
ao condutor de forma muito intuitiva. GASOLINA transmissão pouco incomoda. pouco mais indecisas. Não beneficiando
Menos convincente, na nossa opinião, Num habitáculo também com vários sequer os consumos, que são mesmo a
a forma como o sistema lê ficheiros (de 8,4 S e bons espaços de arrumação, elogios maior pecha deste T4 - 9,2 l/100 km foi
música, por exemplo), disponibilizados ainda para a bagageira, acessível através a média real obtida por nós, valor que,
através de pen, e, já agora, o excesso de 0-100 KM/H de um amplo portão de acionamento reconheça-se, dificilmente pode ser
passos na inserção de uma morada no elétrico, com o espaço interior a oferecer considerado atrativo...
sistema de navegação. Conhecemos 8,4 L / 9,2 L (AUTOSPORT) boa capacidade inicial (586 litros), fun- Já ao volante, benefícios garantidos por
sistemas bem mais intuitivos... cionalidade e versatilidade. Presentes, uma plataforma nova, embora também
Regressando ao automóvel propriamen- 100 KM aliás, também no banco traseiro, cujas com uma suspensão traseira de quatro
te dito, uma posição de condução correta, costas rebatem facilmente 60/40 no braços não tão evoluída, mas que, ain-
ainda que um pouco alta, marcada por 189 seguimento do piso. da assim, não impede o XC40 de fácil
um volante de ótima pega e banco sem Já na extremidade oposta e sob o capot, e rapidamente convencer e agradar,
muito apoio lateral, ambos com amplos G/KM- CO2 a variante mais potente (190 cv / 300 quando no dia a dia.
ajustes. Além de a facilitar o acesso à Nm) do conhecido quatro cilindros 2.0 Competente na abordagem à estrada,
generalidade dos comandos e a visi- 50 356€ litros turbo a gasolina disponível neste além de a revelar ótima estabilidade e
bilidade exterior. Um pouco pior aliás, XC40, conjugado com a também já bem segurança, é também graças à suspen-
para trás, o que faz valorizar a presença PREÇO BASE conhecida caixa automática Geartronic são um pouco mais firme, mas também
do sistema de câmaras 360 graus e dos de dupla embraiagem e oito velocidades. de pisar aveludado, que o SUV sueco
sensores traseiros. CONFORTO / HABITABILIDADE / Ambos, a anunciarem prestações que consegue atenuar as repercussões de
Quanto aos restantes passageiros, be- REACTIVIDADE DO MOTOR passam pelos 8,4s na aceleração 0-100 uma maior altura ao solo. Não anulando
CONSUMOS / CAIXA DE VELOCIDADES / km/h e pelos 210 km/h de velocidade totalmente, e quando nos limites, as
PARTICULARIDADES DO SISTEMA máxima. transferências de massas, mas man-
DE INFOTAINMENT Também a marcar a utilização, uma res- tendo-as dentro dos limites aceitáveis.
posta madrugadora, linear, mas também Até porque é em andamentos mais des-
MOTOR QUATRO CILINDROS EM LINHA A GASOLINA, célere, com ótima resposta ao pedal do contraídos e a disfrutar da excelente
COM INJECÇÃO DIRETA, TURBOCOMPRESSOR DE acelerador, além de pouca presença vivência a bordo, que este Volvo XC40 T4
GEOMETRIA VARIÁVEL E INTERCOOLER POTÊNCIA 190/ sonora. Inclusive, quando com o modo pode sonhar em conquistar o Mundo!
4.700 BINÁRIO 300/1.400-4.000 TRANSMISSÃO
TRACÇÃO DIANTEIRA, COM CX. AUT. GEARTRONIC DE 8
VEL. SUSPENSÃO INDEPENDENTE TIPO MCPHERSON/
INDEPENDENTE DE QUATRO BRAÇOS TRAVAGEM
DISCOS VENTILADOS/DISCOS PESO 2.290 KG MALA
586 L DEPÓSITO 54 L VEL. MÁX. 210 KM/H

44 AUTO++ mais

TOYOTA

» YARIS 1.5 HYBRID GR SPORT

DESPORTIVO... MENOS

Embora com o modelo já na fase final da vida - o sucessor
é esperado em 2020 -, a Toyota decidiu estrear, no atual
Yaris, uma Série Especial que, futuramente, deverá chegar a
outros modelos, denominada GR SPORT. E que, acrescendo
às motorizações mais convencionais, ou híbridas até, uma
imagem fortemente desportiva, acaba resultando numa
espécie de pretendente a desportivo... menos

LEIA MAIS ENSAIOS E ACOMPANHE A.C. por uma série de elementos exclusivos. A
TODAS AS NOVIDADES EM AUTOSPORT.PT [email protected] começar numas jantes em liga leve de 17”
pretas, luzes de circulação diurna e óticas
Depois da versão - essa, sim! - traseiras em LED, faróis de nevoeiro dian-
genuinamente desportiva (e teiros, frisos laterais e spoiler traseiro em
hiper-exclusiva, já que foram preto, vidros traseiros escurecidos e ante-
feitas apenas 400 unidades...), na tipo barbatana de tubarão. Cativante,
a que foi dada a designação sem dúvida...
GRMN, eis que a Toyota decide De resto, o mesmo esforço é possível
como que “democratizar” a roupagem, detetar no interior do habitáculo. Onde,
conjugando-a com a bem mais acessível a par da conhecida qualidade de cons-
e convencional motorização híbrida. trução, ainda e sempre acompanhada de
Disponibilizado sob a forma de uma Série muitoplástico poucoconvincente, ouaté
Especial, este pack GR SPORT destaca-se, mesmo de um design que já não esconde
assim, não somente por estar disponível o peso do anos, passam a estar uma série
em apenas numa de quatro cores - Branco, de tecnologias, de conforto e segurança,
Cinza, Vermelho e Azul -, sempre conju- até aqui disponíveis apenas como opcio-
gadas com tejadilho preto, mas também nais. Já para não falar nuns bancos Gazoo

>> autosport.pt/automais

45

FT/ F I C H A T É C N I C A

1.5 + 45 kW /100 CV

HÍBRIDO

12,0 S

0-100 KM/H

5,0 L / 6,2 L (AUTOSPORT)

100 KM

112

G/KM- CO2

23 670€

PREÇO VERSÃO ENSAIADA

HABITABILIDADE / DESEMPENHO
DINÂMICO / BANCOS DIANTEIROS
SONORIDADE DO MOTOR EM ESFORÇO
/ PLÁSTICOS / INTERIOR JÁ UM POUCO
ULTRAPASSADO

MOTOR 4 CIL. EM LINHA A GASOLINA, 16V
DOHC VVT-I, COM INJEÇÃO ELECTRÓNICA
POTÊNCIA 100 CV BINÁRIO 111 NM/3600 –
4400 RPM TRANSMISSÃO DIANTEIRA, COM
CAIXA AUTOMÁTICA DO TIPO CVT SUSPENSÃO
INDEPENDENTE DO TIPO MCPHERSON
À FRENTE E BARRA DE TORÇÃO ATRÁS
TRAVAGEM DV/D PESO 1.240 KG MALA 286
LT DEPÓSITO 36 LT VEL. MÁX. 165 KM/H

Racing de inspiração mais desportiva, abertos, mas também uma visibilidade cilindros a gasolina de 1.5 litros, debitar - ainda que, depois, o resultado, quer em
excelentes na forma como “abraçam” o traseira que não deixa de agradecer a 100 cv de potência, acompanhado de um termos de prestações (12,0s nos 0-100
corpo do condutor, sinónimo não somente presença da câmara traseira de ajuda ao motor elétrico a contribuir com 45 kW de km/h, ou seja, muito longe das promessas
de um elevado conforto, como também estacionamento. potência. Sendo que, a fazer a gestão entre de desportividade que a estética anun-
uma correta e ótima posição de condu- Quanto aos restantes aspetos, tudo igual motor de combustão e motor elétrico, cia...), quer em termos sonoros (embora
ção. Resultado igualmente, e tal como e sem alterações, a começar na habitabi- uma está uma transmissão de variação melhor, continua a ser exagerado...), não
o volante importado do GT86 (de ótima lidade, ótimo argumento até para cinco contínua, ou CVT, sem patilhas no volante, seja o mais convincente.
pega), da possibilidade de ajuste em altura ocupantes. Com o banco traseiro a rebater mas com um modo de recuperação mais De resto, e mesmo com o sistema de
e profundidade. 60/40 as costas no seguimento do piso da acentuado da energia gasta na trava- propulsão a mostrar alguma genica,
Ainda no tablier, além de um painel de bagageira, o qual, pouco firme, não ajuda gem. Altura em que o próprio motor de mais agradável em cidade, fica também
instrumentos analógico, embora com o a acomodar os 286 litros de capacidade. combustão passa a funcionar, em grande a certeza de que, embora melhor que an-
tal ecrã TFT a cores e animação especí- parte, também em prol do carregamento teriormente, a transmissão CVT ainda não
fica, uma consola central que ganharia DESPORTIVO, SÓ NA IMAGEM das baterias. é a melhor solução. Já que não consegue
bastante caso estivesse mais virada para No entanto, e embora com uma imagem Quanto ao desempenho do sistema híbri- sequer contribuir para uma melhoria nos
o condutor. Até porque integra já o novo exterior a prometer emoção ao volante, do, elogie-se o facto de arrancar sempre consumos que, numa utilização real, fica-
sistema multimédia com ecrã táctil, fun- a verdade é que o Toyota Yaris Hybrid GR com recurso, apenas e só, ao motor elé- ram pelos 6,2 l/100km. E, isto, já com um
cional e razoavelmente intuitivo. E ao qual SPORT acaba recorrendo a uma moto- trico, poupando combustível, propulsor recurso frequente ao aconselhável “ECO
se juntam vários espaços de arrumação rização bem mais modesta, um quatro que ajuda ainda nas acelerações a fundo Mode”, sinónimo de maior contenção nos
consumos, até porque os quilómetros que
é possível fazer em modo exclusivamente
elétrico, ou EV, não chegam aos dedos de
uma mão...
Quanto ao desempenho dinâmico, o
mesmo espírito citadino, ainda que, fru-
to de um acerto um pouco mais firme da
suspensão, com um toque a acentuar o
convite à condução. Algo para o qual con-
tribui igualmente o feelling ligeiramente
melhorado da direção, superior, inclusive,
às capacidades do propulsor para anda-
mentos mais reativos. Mas que acabam
ficando tão aquém quanto a vocação da
suspensão para lidar com o mau-piso.
No fundo, apenas mais uma decorrência
dessa tentativa de um citadino, a tentar
armar-se em desportivo... menos.

AUTO+ mais

VOLKSWAGEN a descoberta da mais recente geração
do painel de instrumentos 100% digital,
» PASSAT VARIANT 2.0 TDI DSG ELEGANCE atraente nos novos layouts, assim como
da última evolução do sistema de infoen-
PORQUE O ESTATUTO TAMBÉM SE RENOVA tretenimento, denominada MIB3 - com
um ecrã generoso nas dimensões, intui-
Referência entre as carrinhas do segmento D generalista, a Volkswagen Passat tivo no funcionamento e agora com mais
recebeu uma recente atualização naquela que é a sua oitava geração, centrada funcionalidades... mas também a pecar
na imagem e componente tecnológica, a somar a um renovado 2.0 TDI, agora EVO, na facilidade de utilização, consequência
de 150 cv. Porque, embora com posicionamento um pouco à parte da concorrência, do desaparecimento de teclas de acesso
o estatuto que a Passat já exibe, também se renova direto às principais funcionalidades.
Instalados no lugar do condutor, o ótimo
A.C. mas também levemente desportiva. mais elevado, Elegance, jantes em liga leve posicionamento e conforto proporciona-
[email protected] Assim, e não deixando de manter sempre de 17” com pneus 215/55, o mesmo como dos por um novo banco ErgoComfort de
bem presente a ambição estatutária que pneu sobressalente, com a “nossa” Passat bons apoios e com todos os ajustes, a que
Carrinha de linhas há mui- o visual exterior sempre procurou trans- a esforçar-se por levar ainda mais além o se junta o também novo volante R-Line,
to clássicas, a Volkswagen mitir, por exemplo, através da generosa encanto, graças ao opcional pacote R-Line excelente na pega, com botões funcionais
Passat Variant tem, ainda as- aplicação de frisos metalizados um pouco Exterior. Com um custo extra de 2.123€... e amplos ajustes, tanto em altura, como
sim, vindo a suavizar (ligeira- por toda a carroçaria, destaque para a Já no interior, a confirmação, igualmente, em profundidade.
mente) algum do conservado- introdução, com este restyling, de uma de uma ligeira renovação, mais uma vez Igualmente convincente, a habitabilidade,
rismo que muitas vezes lhe é nova grelha, mais alongada, a acentuar a centrada na componente tecnológica. A com a Passat Variant a oferecer espaço
apontado. Nomeadamente, e no caso largura da Passat. Bem complementada qual não deixa de contribuir para um ele- suficiente para três adultos nos lugares
específico desta última atualização, com novas óticas em LED, a mesma tec- var da perceção da já conhecida qualidade de trás, mesmo com um túnel de trans-
realizada numa geração nascida em nologia dos faróis de nevoeiro dianteiros da construção e materiais. missãoque,emboranão muitointrusivo,
2014, através da acentuação de uma e das luzes traseiras. Assim, e a par dos esforços na melhoria da faz notar a sua presença.
imagem um pouco mais tecnológica, Igualmente parte do nível de equipamento insonorização e no atenuar das vibrações, Já a bagageira, com uma excelente capa-
cidade inicial (650 litros), além de amplo,
baixo e fácil baixo acesso, mercê também
de uma chapeleira extensível que recolhe,
em duas fases, com um só toque, ainda
pode ver aumentada a sua dimensão
para os 1780 litros, mediante o rebati-

>> autosport.pt/automais

47

mento 40:20:40 das costas dos bancos, uma das motorizações mais procura- vigorosa resposta ao acelerador, ainda FT/ F I C H A T É C N I C A
com trancas no topo. Sendo que, a ajudar, das, 2.0 TDI de 150 cv. E que, mercê da antes mesmo das 2000 rpm!
surgem ainda as já conhecidas soluções adoção de um novo sistema de tra- De resto, ajudado pela competência de 2.0 / 150 CV
de funcionalidade; à exceção de um bom tamento de gases de escape e duplo uma caixa automática DSG de 7 veloci-
alçapão por baixo do piso falso, anulado circuito de gestão térmica, novas vál- dades - sem dúvida, recomendável... -, GASÓLEO
com a presença de um pneu sobressalente vulas e bomba de óleo, além de vários vantagens também nos consumos, com
igual aos restantes... outros componentes mais modernos, a Passat a oferecer médias reais na or- 9.1 S
De resto, numa versão Elegance bem ou até mesmo de um duplo depósito do dem dos 6,1 l/100 km; e, sublinhe-se, sem
apetrechada, inclusive, no cada vez purificador AdBlue, passa a exibir, não o recurso frequente ao modo Eco, mas 0-100 KM/H
mais valorizado capítulo da segurança e somente uma nova designação (EVO), quase só a um Stop&Start interventivo,
ajudas à condução, palmas igualmente como também um funcionamento mais embora também rápido no arrancar. 5,4 L / 6,1 L (AUTOSPORT)
para a atualização feita naquela que é suave e discreto. Além de uma mais Ao volante, a mesma aspiração esta-
tutária que as linhas anunciam, com a 100 KM
renovada Passat Variant 2.0 TDI EVO 150
cv a destacar-se pela forma suave, está- 140
vel, segura, como se entrega à condução.
Fácil de conduzir e controlar, seja em que G/KM- CO2
situação ou velocidade for, a carrinha
alemã, marcada igualmente por uma 50 554€
direcção de feeling aveludado e boa
dose de precisão, torna-se assim um PREÇO BASE
veículo familiar no qual, e com o qual,
qualquer chefe de família facilmente HABITABILIDADE / BAGAGEIRA / MOTOR/
se sentirá bem. Convencendo tanto CAIXA DE VELOCIDADES
numa utilização do dia a dia, em que
o conforto e a descontração são exi- PREÇO / VISIBILIDADE TRASEIRA /
gências permanentes, como naque- CAPACIDADE DOS ESPAÇOS DE ARRUMAÇÃO
les momentos mais solenes, em que
a imagem, a postura, a pose, também MOTOR 4 CIL. EM LINHA A GASÓLEO,
contam - afinal, até pode não ser um INJEÇÃO DIRETA, TURBOCOMPRESSOR
premium declarado, mas que disfarça DE GEOMETRIA VARIÁVEL E INTERCOOLER
cada vez melhor, não haja dúvidas!... POTÊNCIA 150 CV / 3000-4200 RPM
BINÁRIO 360NM / 1600-2750 RPM
TRANSMISSÃO DIANTEIRA, CX. AUT. DE
7 VEL. SUSPENSÃO TIPO MCPHERSON
À FRENTE E EIXO MULTIBRAÇOS ATRÁS
TRAVAGEM DV/D PESO 1590 KG MALA 650
LT DEPÓSITO 66 LT VEL. MÁX. 210 KM/H

E/ Dando cumprimento ao estabelecido no n° mais importantes provas de desporto au- leitores uma informação atual, rigorosa e abordagem e de análise dos factos noti-
1 do artigo 17° da Lei 2/99, de 13 de Janeiro, tomóvel disputadas em território nacional de qualidade, opinando sobre tudo o que se ciosos, com total abertura à interatividade
ESTATUTO Lei da Imprensa, publica-se o Estatuto e no estrangeiro, relata acontecimentos passa na área do automóvel e dos automo- com a sua comunidade de leitores.
EDITORIAL Editorial da publicação periódica AutoSport: ligados à competição automóvel, bem como bilistas, numa perspetiva plural, recusando 4. O AutoSport pratica um jornalismo pau-
1. O AutoSport é um semanário dedicado temas que versam o automóvel como bem o sensacionalismo e respeitando a esfera tado pela isenção, sem comprometimentos
ao automóvel e aos automobilistas, nas de consumo, tanto na área industrial como da privacidade dos cidadãos. ou enfeudamentos, tendo apenas como
suas mais distintas vertentes: desporto e comercial. 3. O AutoSport pauta as suas opções edito- pressuposto editorial facultar a melhor
competição, comércio, indústria, segurança 2. O AutoSport está comprometido com riais por critérios de atualidade, interesse informação e a melhor formação aos seus
e problemática rodoviária. O AutoSport o exercício de um jornalismo formativo e informativo e qualidade, procurando apre- leitores, seguindo sempre as mais elemen-
edita, semanalmente, conteúdos sobre as informativo e procura oferecer aos seus sentar aos seus leitores a mais completa tares normas deontológicas.

PROPRIEDADE FOLLOW MEDIA COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL, LDA. – NIPC 510430880, RUA MANUEL INÁCIO Nº8B 2770-223 PAÇO DE ARCOS DETENTORES DE CAPITAL PEDRO CORRÊA MENDES REDAÇÃO RUA MANUEL INÁCIO Nº8B
2770-223 PAÇO DE ARCOS GERÊNCIA PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR-EXECUTIVO JOSÉ LUÍS ABREU [email protected]
COLABORADORES ANDRÉ DUARTE, DAVID PACHECO, FÁBIO MENDES, GUILHERME RIBEIRO, JORGE GIRÃO, JOSÉ MANUEL COSTA, JOÃO F. FARIA, JOÃO PICADO, MARTIN HOLMES, NUNO BRANCO FOTOGRAFIA AIFA/JORGE CUNHA, ANDRÉ LAVADINHO,
ZOOM MOTORSPORT/ANTÓNIO SILVA DESIGNER GRÁFICA ANA SILVA [email protected] IMPRESSÃO SOGAPAL, S. A., SOC. GRÁFICA DA PAIÃ, S.A. - ESTRADA DE SÃO MARCOS, 27, SÃO MARCOS - 2735-521 AGUALVA- CACÉM
DISTRIBUIÇÃO VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES, S. A., TIRAGEM 15 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC 105448 DEPÓSITO LEGAL Nº 68970/73 – COPYRIGHT© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR.
EMVIRTUDE DO DISPOSTO NO ARTIGO 68 Nº2, I) E J), ARTIGO 75º Nº2, M) DO CÓDIGO DO DIRETOR DE AUTOR E DOS DIREITOS CONEXOS ARTIGOS 10º E 10º BIS DA CONV. DE BERNA, SÃO EXPRESSAMENTE PROIBIDAS A REPRODUÇÃO, A DISTRIBUIÇÃO, A
COMUNICAÇÃO PÚBLICA OU A COLOCAÇÃO À DISPOSIÇÃO, DA TOTALIDADE OU PARTE DOS CONTÉUDOS DESTA PUBLICAÇÃO, COM FINS COMERCIAIS DIRETOS OU INDIRETOS, EM QUALQUER SUPORTE E POR QUAISQUER MEIOS TÉCNICOS, SEM A AUTORIZAÇÃO DA
FOLLOWMEDIA COMUNICAÇÃO, UNIPESSOAL LDA. A FOLLOWMEDIA NÃO É RESPONSÁVEL PELO CONTÉUDO DOS ANÚNCIOS. EDIÇÃO ESCRITA AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO. CONTACTO [email protected]


Click to View FlipBook Version