#11
ANO 40
12/05/2018
2,35€ (CONT.)
DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES O SEMANÁRIO DOS CAMPEÕES >> autosport.pt
GUIA VODAFONE RALLY
ESP48EPÁCGINIAAS L DE PORTUGAL
ENTREVISTA » MAPAS
» ONDE VER
OTT TANAK » INSCRITOS
» EQUIPAS
» PILOTOS
» ESTATÍSTICA
» RALI DE PORTUGAL 1968 RECORDADO
PELOS SEUS PROTAGONISTAS
» ENTREVISTAEXCLUSIVAAMIKI BIASION
FINS DE SEMANA PERFEITOS
SIX SENSES DOURO VALLEY | SAMODÃES | DOURO
www.hoteisdecampo.pt
3
S/ SUMÁRIO SIGA-NOS EM #11
VODAFONE RALLY DE PORTUGAL
2018
f l> > a u t o s p o r t . p t
facebook.com/autosportpt twitter.com/AutoSportPT
3 SUMÁRIO 21 SS8/9 PORTO STREET STAGE (1,90 KM) José Luís Abreu
4 ANTEVISÃO RALI PORTUGAL 22 SS10/13 VIEIRA DO MINHO (17,38 KM)
6 M-SPORT 23 SS11/14 CABECEIRAS DE BASTO (22,22 KM) DIRETOR-EXECUTIVO
7 HYUNDAI 24 SS12/15 AMARANTE (37,60 KM)
8 TOYOTA 25 SS16/19 MONTIM /8.54 KM) [email protected]
9 CITROËN 26 SS17/20 FAFE (11,18 KM)
10 RAIO X DOS WRC 27 SS18 LUÍLHAS (11,89 KM) Falta pouco para arrancar
12 CPR, WRC2 E PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA 28 ENTREVISTA A OTT TANAK a 52ª edição do Rali de
14 MAPA DO RALI DE PORTUGAL 30 RECORDAR O RALI DE PORTUGAL 1968 Portugal, um evento que
16 SHAKEDOWN PAREDES (4,61 KM) 36 ENTREVISTA A MIKI BIASION este ano volta a prometer
17 SSS1 LOUSADA (3,36 KM) 44 ESTATÍSTICAS DO RALI DE PORTUGAL grande espetáculo. Entre
18 SS2/5 VIANA DO CASTELO (26,73 KM) 46 HORÁRIO muitas outras boas
19 SS3/6 CAMINHA (18,11 KM) 47 LISTA DE INSCRITOS razões para seguir a prova – só
20 SS4/7 PONTE DE LIMA (27,54 KM) o espetáculo que habitualmente
dão os pilotos do Mundial de Ralis
I/ I N S TA N TÂ N E O chega e sobra – este ano há vários
interesses adicionais, já que no
VITÓRIAS Nesta fotografia estão representadas dez vitórias no Rali de Portugal. Markku Alén (5) Miki Biasion (3) evento do ano passado, Sébastien
e Juha Kankkunen (2), sendo que o recorde de Alén pode cair este ano, caso Sébastien Ogier alcance o seu sexto triunfo na prova Ogier empatou em número de
vitórias com Markku Alén, e
PROPRIEDADE FOLLOW MEDIA COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL, LDA. – NIPC 510430880, RUA MANUEL INÁCIO Nº8B 2770-223 PAÇO DE ARCOS REDAÇÃO RUA MANUEL INÁCIO Nº8B por isso este ano o francês tem
2770-223 PAÇO DE ARCOS GERÊNCIA PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] DIRETOR PEDRO CORRÊA MENDES [email protected] a possibilidade de se tornar no
DIRETOR-EXECUTIVO JOSÉ LUÍS ABREU [email protected] COLABORADORES MARTIN HOLMES, NUNO BRANCO, RODRIGO FERNANDES, FÁBIO MENDES E ANDRÉ DUARTE mais vitorioso piloto de sempre
FOTOGRAFIA AIFA/JORGE CUNHA, PAULO MARIA/INTERSLIDE, ANDRÉ LAVADINHO, ZOOM MOTORSPORT/ANTÓNIO SILVA DESIGNER GRÁFICO ANA SILVA [email protected], da história do Rali de Portugal, o
IMPRESSÃO SOGAPAL, S. A., SOC. GRÁFICA DA PAIÃ, S. A. DISTRIBUIÇÃO VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES, S. A. TIRAGEM 15 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC 105 448 que é logicamente uma motivação
DEPÓSITO LEGAL Nº 68970/73 – COPYRIGHT© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR. EMVIRTUDE DO DISPOSTO NO ARTIGO 68 Nº2, I) E J), ARTIGO adicional.
75º Nº2, M) DO CÓDIGO DO DIRETOR DE AUTOR E DOS DIREITOS CONEXOS ARTIGOS 10º E 10º BIS DA CONV. DE BERNA, SÃO EXPRESSAMENTE PROIBIDAS A REPRODUÇÃO, A DISTRIBUIÇÃO, A Mas há mais. No que se refere às
COMUNICAÇÃO PÚBLICA OU A COLOCAÇÃO À DISPOSIÇÃO, DA TOTALIDADE OU PARTE DOS CONTÉUDOS DESTA PUBLICAÇÃO, COM FINS COMERCIAIS DIRETOS OU INDIRETOS, EM QUALQUER Marcas com mais triunfos, a Citroën
SUPORTE E POR QUAISQUER MEIOS TÉCNICOS, SEM A AUTORIZAÇÃO DA FOLLOWMEDIA COMUNICAÇÃO, UNIPESSOAL LDA. A FOLLOWMEDIA NÃO É RESPONSÁVEL PELO CONTÉUDO DOS tem a hipótese de desempatar
ANÚNCIOS. EDIÇÃO ESCRITA AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO. CONTACTO [email protected] com a Lancia, que liderou sozinha
durante muito tempo, mas o
efeito Sébastien Loeb (e não só, os
triunfos de Francisco Romãozinho,
Armindo Araújo e Kris Meeke)
empataram o ‘jogo’. Será que os
pilotos da Citroën desempatam?
Dois deles já sabem o que é vencer
o Rali de Portugal…
Por fim, o piloto português com
mais triunfos no Rali de Portugal,
Armindo Araújo (sete), está de
regresso aos ralis, sendo ele um
dos fortes candidatos a alargar a
margem para Rui Madeira, que tem
cinco triunfos.
Nota curiosa é o facto do melhor
português no Rali de Portugal poder
não ser o mesmo do vencedor da
prova do CPR, que termina a meio
do dia de sábado. Como se já não
bastasse a luta que se espera pelo
rali à geral, no WRC2, WRC3, Júnior,
CPR, ainda temos o arranque da
Peugeot Rally Cup Ibérica, no
primeiro duelo luso-espanhol.
4 WRC/
ANTEVISÃO
VODAFONE RALLY DE PORTUGAL
BEM VINDOSVODAFONE RALLY DE PORTUGAL
AO MELHOR
RALI DO
MUNDO
Está prestes a arrancar a 52ª edição do Rali de Portugal,
que se espera, novamente, ser dos melhores eventos do
ano no WRC. Não tem faltado competitividade, espetáculo,
público e segurança. Venha mais um...
José Luís Abreu, Nuno Branco, Fábio Mendes e João Costa
[email protected]
Fotos @World/André Lavadinho/A. Vialattee ZOOM MotorSport/António Silva
Pelo quarto ano o Rali de Portugal não se mexe. No primeiro dia de prova arrancaram 67, na Suécia, 66, México, Portugal, mas ao arrancar na frente
volta a realizar-se no Norte do mantém-se a partida de Guimarães e a 29 e Argentina, 27. para o primeiro dia vai sofrer um pouco
país. Nos últimos anos chegou super especial de Lousada. Dos 14 WRC, quatro são da Hyundai Mo- com a limpeza dos troços. Mas isso não
a alvitrar-se a possibilidade do No dia seguinte, uma novidade face a torSport, sendo que Hayden Paddon e Dani o impediu de vencer o ano passado, já
WRC regressar competitiva- 2017, num dia ‘dejá vu’. Três troços - Viana Sordo correm pela primeira vez este ano que se manteve perto da frente, nunca
mente a Arganil, mas o ACP do Castelo, Caminha e Ponte de Lima - juntos, juntando-se a Thierry Neuville e deixando fugir os adversários que se
preferiu a continuidade e a segurança feitos duas vezes, com a novidade a surgir Andreas Mikkelsen. Mads Ostberg será foram revezando na dianteira. O primeiro
de uma aposta que já sabe muito bem no fim do dia, com a reedição da Porto o terceiro Citroën C3 WRC, os outros dois foi Mads Østberg, depois Hayden Pad-
que resulta. Até porque esta é apenas Street Stage, que tem algumas pequenas são para Kris Meeke e Craig Breen. don, Jari-Matti Latvala também esteve
a segunda edição da nova era de World alterações face ao percurso de 2016. No WRC2 há 17 inscritos, 14 no Júnior WRC. no comando, o mesmo sucedendo com
Rally Cars, e se no ano passado, altura O segundo, e importante dia, no sábado, é No total, 32 R5. Kris Meeke. Mas quem ‘agarrou’ bem a
em que as equipas ainda não conheciam idêntico a 2017, com os troços de Vieira do liderança foi Ott Tänak, na altura ainda na
muito bem os seus carros, fruto dos novos Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, QUEM VAI GANHAR? Ford, e só um toque em que danificou a
regulamentos serem ainda muito recen- palcos de duas passagens. suspensão do seu Fiesta o retirou da luta.
tes, este ano a prova pode ser ainda mais No derradeiro dia de prova, Fafe continua É total a incerteza. Claro que as casas Depois, claro, Ogier não perde oportunida-
aberta, já que todas as quatro equipas já a ser local de ‘peregrinação’, sendo a de apostas vão dar maior favoritismo des destas e levou a liderança até ao fim.
venceram em provas de terra entre 2017 segunda passagem a Power Stage. No- a Sébastien Ogier. Desde 2010 tem os Este ano as coisas não deverão ser muito
e 2018. Mas já lá vamos... vidades: Montim tem duas passagens, mesmos cinco triunfos que Markku Alén diferentes, a primeira etapa vai ser divi-
Em termos de estrutura, a prova do ACP enquanto Luilhas disputa-se apenas na ‘nossa’ prova, mas há um dado curioso: dida, e a segunda, muito provavelmen-
realizou apenas algumas mudanças de uma vez. nos três anos em que a prova se realizou te, decisiva, a não ser que vários pilotos
pormenor face ao traçado do ano pas- Em termos de inscritos, a Córsega teve no Norte, o vencedor foi sempre diferente. fiquem tão juntos que só no domingo
sado. A base mantém-se na Exponor, 87 equipas à partida, o Rali de Portugal Jari-Matti Latvala em 2015, Kris Meeke se faça luz sobre o vencedor, tal como
em Matosinhos, bem como o parque de conta com 89 inscritos. Se arrancarem em 2016 e Sébastien Ogier o ano passado. aconteceu em 2015.
assistência, pois em equipa que ganha todos, temos recorde. No Monte Carlo Se a tradição se mantiver... De qualquer modo, há uma questão inte-
Sébastien Ogier anda sempre bem em
>> autosport.pt
5
ressante. As equipas ainda andam muito Argentina, a Toyota, a mais ‘nova’ equipa Nas próximas páginas falaremos também gal, a primeira delas, precisamente há 30
ás ‘aranhas’ com esta nova geração de no WRC, venceu a maior parte dos troços, das restantes competições ‘agregadas’. anos, em 1988.
carros, pois nunca até aqui foram tão a Hyundai também ganhou, já a M-Sport Por exemplo, o WRC2, em que a Skoda é Por último, uma tecla em que não nos
desafiadas tecnicamente. venceu um troço e a Citroën nenhum. a principal favorita. cansamos de ‘bater’, a segurança.
O equilíbrio na frente do WRC é tão grande, Pelo que se percebe, há ainda muita in- O Rali de Portugal também pontua para Tal como já sucedeu no passado, e com
que pequenos erros, como de afinação, definição e nenhuma equipa vai para um o WRC Júnior, sendo igualmente a quarta tantas provas a bater à porta do WRC, é
por exemplo, têm hoje em dia maiores rali segura que irá ser competitiva, pre- prova do Campeonato de Portugal de cada vez mais fundamental não só termos
consequências. Até aqui, todas as equi- cisamente pelo facto de não dominarem Ralis, que tem 17 pilotos inscritos para uma prova excecional a todos os níveis,
pas já passaram por ralis em que foram totalmente os carros. E isto é muito bom pontuar. incluindo, quiçá o mais importante, a se-
super-competitivas, e outras em que pura para o Rali de Portugal. Não é por acaso Por fim e não menos importante, arran- gurança do público. Por muito bom que
e simplesmente estiveram fora de ritmo. que, logo após a Argentina, todas as qua- ca a Peugeot Rally Cup Ibérica, com a seja, e tem sido, o trabalho do ACP, sem
Há um ano, a Citroën Racing lutava para tro equipas do WRC se desmultiplicaram primeira de seis provas que compõem a colaboração dos adeptos, a perfeição é
encontrar soluções para as afinações em testes em Portugal, desde o Algarve a a nova competição dos Peugeot 208 R2. impossível, e por isso, quem ajudar o Rali
do seu C3 WRC, que na maioria das ve- Trás-os-Montes, passando por Arganil. Portanto, já sabe, daqui para a frente de Portugal a esse nível, está a contribuir
zes era um ‘diabo à solta’, mas que por Por tudo isto espera-se uma prova muito vai encontrar toda a informação mais para manter por cá a prova por muitos e
outro lado também lhes permitiu vitó- competitiva, a primeira de terra do ano relevante sobre a prova, e pode ler tam- bons anos.
rias. Na Córsega, há umas semanas, a que não tem ‘nuances’ específicas. No bém várias entrevistas. Por exemplo, Tenha um bom rali, em segurança. Divir-
Hyundai esteve misteriosamente fora México, a altitude, na Argentina, a dureza ao vencedor da última prova do WRC, ta-se e desfrute!
de ritmo, quando Neuville tinha ganhado dos pisos. Em Portugal, há troços duros, Ott Tänak. Fomos também falar com os O enorme entusiasmo que rodeia esta
essa prova um ano antes. Na Argentina, mas a sua grande maioria são especiais protagonistas do Rali de Portugal de 1968, prova deve ser sempre uma mais valia
Ogier não conseguiu perceber o porquê cujo desenho coloca os mais díspares o segundo da história da prova, realizado para o desporto e para o turismo nacio-
de, repentinamente, o seu Ford Fiesta desafios aos pilotos. Na nossa apreciação precisamente há 40 anos. nais. Só com o empenho de todos tere-
WRC ser incapaz de ser melhor, mesmo dos troços nas páginas seguintes vai Por fim, entrevistámos Miki Biasion, tri mos o WRC Vodafone Rally de Portugal
depois de deixar de abrir a estrada. Na percebê-lo melhor. vencedor consecutivo do Rali de Portu- coroado de sucesso.
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - EQUIPAS
6 M-SPORTFORD WRT
#1 #2 #3 EQUIPA
SÉBASTIEN ELFYN TEEMU Num ano em que a Ford incrementou o seu
OGIER EVANS SUNINEN apoio à estrutura de Malcolm Wilson, o
trabalho que tem sido feito em parceria com
IDADE 34 ANOS IDADE 29 ANOS IDADE 23 ANOS a Ford Performance está a ter resultados, já
que das cinco provas até aqui realizadas, a
PAÍS FRANÇA PAÍS PAÍS DE GALES PAÍS FINLÂNDIA M-Sport venceu três delas, por intermédio
de Sébastien Ogier, que lidera o campeonato
NAVEGADOR JULIEN INGRASSIA NAVEGADOR DANIEL BARRITT NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA com dez pontos de avanço. Contudo, nos
Construtores, o facto de Elfyn Evans estar
PARTICIPAÇÃO 128 PARTICIPAÇÃO 68 PARTICIPAÇÃO 33 a ser bastante mais parco em termos de
resultados, tem-se refletido e a M-Sport é
PRIMEIRA RALI DO MÉXICO 2008 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2007 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2014 apenas segunda atrás da Hyundai. Ogier já
provou que o carro está longe de ser pior que
VITÓRIAS 40 VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 0 o dos adversários, pelo que é a disparidade
entre a valia dos pilotos que está a fazer a
2º LUGAR 15 2º LUGAR 3 2º LUGAR 0 diferença.
Ainda que os pisos portugueses sejam
3º LUGAR 10 3º LUGAR 1 3º LUGAR 0 mais macios que os argentinos, há alguma
preocupação na M-Sport face à prestação na
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 4º Argentina, já que Ogier pura e simplesmente
não teve andamento no segundo dia, quando
TOTAL PÓDIOS 68 TOTAL PÓDIOS 5 TOTAL PÓDIOS 0 rodava sem o ónus de abrir a estrada. Fica
assim por saber que Ogier podemos ter em
PONTOS 1849 PONTOS 350 PONTOS 43 Portugal, sendo certo que duma forma ou
doutra será sempre um forte candidato a
DESISTÊNCIAS 13 DESISTÊNCIAS 13 DESISTÊNCIAS 1 vencer e com isso ultrapassar Markku Alén
como o piloto com mais triunfos no Rali de
TITULOS 5+1 (WRC PILOTOS 2013-2017 TITULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2012) TITULOS 0 Portugal.
+MUNDIAL JÚNIOR WRC 2008)
HYUNDAI SHELLMOBIS WRT >> autosport.pt
#5 #4 #6 7
nd
THIERRY ANDREAS DANI HAYDEN
NEUVILLE MIKKELSEN SORDO PADDON
IDADE 29 ANOS IDADE 28 ANOS IDADE 34 ANOS IDADE 30 ANOS
PAÍS BÉLGICA PAÍS NORUEGA PAÍS ESPANHA PAÍS NOVA-ZELÂNDIA
NAVEGADOR NICOLAS GILSOUL NAVEGADOR ANDERS JAEGER NAVEGADOR CARLOS DEL BARRIO NAVEGADOR SCOTT MARSHALL
PARTICIPAÇÃO 89 PARTICIPAÇÃO 92 PARTICIPAÇÃO 156 PARTICIPAÇÃO 73
PRIMEIRA RALI CATALUNHA 2009 PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2006 PRIMEIRA RALI DA CATALUNHA 2003 PRIMEIRA RALI NOVA ZELÂNDIA 2007
VITÓRIAS 7 VITÓRIAS 3 VITÓRIAS 1 VITÓRIAS 1
2º LUGAR 9 2º LUGAR 7 2º LUGAR 25 2º LUGAR 3
3º LUGAR 14 3º LUGAR 12 3º LUGAR 18 3º LUGAR 2
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º
TOTAL PÓDIOS 30 TOTAL PÓDIOS 22 TOTAL PÓDIOS 44 TOTAL PÓDIOS 6
PONTOS 882 PONTOS 652 PONTOS 1009 PONTOS 343
DESISTÊNCIAS 12 DESISTÊNCIAS 17 DESISTÊNCIAS 21 DESISTÊNCIAS 10
TITULOS 0 TITULOS 0 TITULOS 1 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2005) TITULOS 1 (MUNDIAL PRODUÇÃO WRC 2011)
EQUIPA Sabem que é a única equipa que ‘mete’ três pilotos dois Hyundai fizeram a guarda de honra no pódio
na lista dos que já lideraram ralis este ano? Sim, a Sébastien Ogier, será que este ano conseguem
A aposta da Hyundai em ter na equipa dois é a Hyundai. O ano passado, no Rali de Portugal, alcançar algo mais?
pilotos de ponta está a revelar-se frutífera, e
isso comprova-se pela liderança do Mundial de
Construtores.
Desde o Rali da Suécia que temos sempre
um Hyundai no pódio, numa das vezes,
precisamente na Suécia, no lugar
mais alto, tanto na terra como
no asfalto, o i20 Coupé WRC
tem-se mostrado competitivo,
ainda que a equipa, ainda vá
apanhando algumas más
surpresas pelo caminho,
por exemplo na Corsega.
Contudo, na Argentina,
Neuville e Sordo ficaram
no pódio e Mikkelsen
não ficou longe. O Rali de
Portugal fica marcado como
a primeira prova em que a equipa
terá quatro pilotos este ano, e será curioso
perceber se o aumento da consistência nos
resultados poderá chegar para discutir melhor
com Ogier a questão do Campeonato de Pilotos,
pois quanto ao de Construtores, sem brilhar, os
homens da Hyundai estão bem na frente.
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - EQUIPAS
8 TOYOTAGAZOO RACING WRT
#7 #8 #9 EQUIPA
JARI-MATTI OTT ESAPEKKA Depois da M-Sport ter ganho os dois campeonatos
LATVALA TANAK LAPPI de 2017, muito poucos deram como acertada a
decisão de Ott Tanak de sair de Inglaterra e rumar
IDADE 32 ANOS IDADE 30 ANOS IDADE 26 ANOS à Toyota, mas pelo que se viu até aqui, e ainda o
campeonato nem sequer vai a meio, essa tem tudo
PAÍS FINLÂNDIA PAÍS ESTÓNIA PAÍS FINLÂNDIA para se confirmar como a melhor das escolhas.
Sabem que é o único piloto que já ganhou este
NAVEGADOR MIIKKA ANTTILA NAVEGADOR MARTIN JÄRVEOJA NAVEGADOR JANNE FERM ano com a Toyota? Sabem que é o piloto que mais
especiais ganha no WRC este ano? Sabem que
PARTICIPAÇÃO 187 PARTICIPAÇÃO 84 PARTICIPAÇÃO 34 é o terceiro piloto que mais vezes passou pela
liderança das provas deste ano? A resposta é
PRIMEIRA RALI DA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA RALI DE PORTUGAL 2009 PRIMEIRA RALI DA FINLÂNDIA 2011 sempre a mesma, Ott Tanak. Chegou, viu, e venceu,
na Toyota, sendo já claramente o piloto em maior
VITÓRIAS 17 VITÓRIAS 3 VITÓRIAS 1 destaque na equipa, ofuscando significativamente
Jari-Matti Latvala, que está novamente a quebrar
2º LUGAR 23 2º LUGAR 6 2º LUGAR 0 em termos psicológicos, para além de ter em dose
maior (o que não aconteceu o ano passado) os
3º LUGAR 21 3º LUGAR 5 3º LUGAR 0 seus ‘azares’. Até aqui, Tanak, só não esteve bem
na Suécia e no México, com problemas mecânicos
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º muito cedo, mas nas restantes três provas, todos
elas muito diferentes entre si, foi sempre o melhor
TOTAL PÓDIOS 61 TOTAL PÓDIOS 14 TOTAL PÓDIOS 1 piloto da equipa, destacando-se claramente na
Toyota, equipa que este ano está a contar com um
PONTOS 1477 PONTOS 498 PONTOS 123 Latvala muito abaixo do esperado. O resultado da
equipa no ano passado em Portugal foi pobre, um
DESISTÊNCIAS 29 DESISTÊNCIAS 16 DESISTÊNCIAS 5 7º e 9º lugares, mas este ano tudo indica que as
coisas podem muito bem ser diferentes, inclusive
TITULOS 0 TITULOS 0 TITULOS 1 (MUNDIAL WRC2 2016, CAMPEÃO ERC 2014) para Latvala se redimir.
CITROËNTOTALABU DHABI WRT >> autosport.pt
9
#10 #11 #12 EQUIPA
KRIS CRAIG MADS Apesar de ter sido a equipa que mais cedo
MEEKE BREEN OSTBERG começou a trabalhar no seu WRC 17, até pela
quase ausência ‘oficial’ do WRC 2016, foi com
IDADE 38 ANOS IDADE 27 ANOS IDADE 30 ANOS muita surpresa que se percebeu que nesse
caminho a Citroën tinha cometido erros no
PAÍS IRLANDA DO NORTE PAÍS IRLANDA PAÍS NORUEGA desenvolvimento do carro, que tem potencial,
como já se percebeu, mas teria precisado,
NAVEGADOR PAUL NAGLE NAVEGADOR SCOTT MARTIN NAVEGADOR TORSTEIN ERIKSEN quiçá, de ‘mãos’ mais experientes na sua fase
de desenvolvimento. Por isso a temporada
PARTICIPAÇÃO 90 PARTICIPAÇÃO 51 PARTICIPAÇÃO 112 passada foi complicada, e embora já não tenham
ido a tempo de fugir ao último lugar, a segunda
PRIMEIRA GRÃ-BRETANHA 2002 PRIMEIRA PORTUGAL 2009 PRIMEIRA SUÉCIA 2006 metade da temporada deixou perceber que as
coisas melhoraram. Este ano, não há queixas
VITÓRIAS 5 VITÓRIAS 0 VITÓRIAS 1 a esse nível, mas a equipa tarda em obter
resultados de monta, sendo, ironicamente,
2º LUGAR 1 2º LUGAR 0 2º LUGAR 5 o melhor deles alcançado por Craig Breen na
Suécia, um excelente segundo lugar, para depois
3º LUGAR 6 3º LUGAR 1 3º LUGAR 10 ficar duas provas a ver Sébastien Loeb ‘prometer’
muito, mas sem obter resultados. As duas provas
MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 3º MELHOR CLASSIFICAÇÃO 1º que Loeb fez com o C3 WRC deixaram um ponto
claro. Não é por falta de carro, mas sim de pilotos
TOTAL PÓDIOS 12 TOTAL PÓDIOS 2 TOTAL PÓDIOS 16 que a Citroën não está melhor, e o facto de ter
sido deixado de lado, talvez dê a Breen o extra
PONTOS 413 PONTOS 130 PONTOS 728 motivacional que precisa. Mas a verdade é que
na Argentina nada disso aconteceu.
DESISTÊNCIAS 31 DESISTÊNCIAS 16 DESISTÊNCIAS 13 Vamos ver como tudo corre em Portugal, a ordem
de partida de ambos no primeiro dia é boa e
TITULOS 0 TITULOS 2 (MUNDIAL JÚNIOR WRC 2011/FIA S2000 2012) TITULOS 0 ainda há o ‘extra’ Mads Ostberg.
WRC/ CARROS
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - RAIO-X DO WRC
10
HYUNDAII20 COUPEWRC DIMENSÕES
COMPRIMENTO/LARGURA 4100 MM
PERFORMANCE (INCLUINDO ASA TRASEIRA)/1.875MM
VELOCIDADE MÁXIMA 200 KM/H (APROX.) (AJUSTÁVEIS)/(AJUSTÁVEL); DISTÂNCIA
ENTRE EIXOS 2511 MM; DISTÂNCIA ENTRE
EIXOS 2570 MM; PESO MÍNIMO 1190 KG
MOTOR
4 CILINDROS, TURBO,
INJEÇÃO DIRETA, 1.600CC;
POTÊNCIA 380 CV/6500
RPM; BINÁRIO 450
NM/5500 RPM, RESTRITOR
36 MM
TRANSMISSÃO CHASSIS/SUSPENSÃO
4X4, CAIXA DE 6 VELOCIDADES HIDRÁULICA, SEQUENCIAL, MCPHERSON COM AMORTECEDORES AJUSTÁVEIS À FRENTE E ATRÁS;
DIREÇÃO HIDRÁULICA, PINHÃO E CREMALHEIRA; TRAVAGEM DISCOS
BREMBO VENTILADOS 300 MM (TERRA) 370 MM (ASFALTO)
ARREFECIDOS A AR E LÍQUIDO, TRAVÃO DE MÃO DE CONTROLO HIDRÁULICO
SEMI-AUTOMÁTICA, PATILHAS NO VOLANTE; DOIS DIFERENCIAIS
MECÂNICOS À FRENTE E ATRÁS, DIFERENCIAL CENTRAL
RAIO-XHIDRÁULICO;EMBRAIAGEM,DISCOSDUPLOSCERÂMICA
CITROËN C3 WRC DIMENSÕES
COMPRIMENTO/LARGURA 4128 MM
MOTOR (INCLUINDO ASA TRASEIRA)/1875 MM
CITROËN RACING GRE 2017 1600 CC; 4 (AJUSTÁVEIS)/(AJUSTÁVEL); DISTÂNCIA ENTRE
CILINDROS, TURBO, INJEÇÃO DIRETA, EIXOS 2540 MM; PESO MÍNIMO 1190 KG
POTÊNCIA 380 CV/6000 RPM; BINÁRIO
400 NM/4500 RPM, RESTRITOR 36 MM
PERFORMANCE
VELOCIDADE MÁXIMA
200 KM/H (APROX.)
TRANSMISSÃO
4X4, CAIXA DE 6 VELOCIDADES HIDRÁULICA, SEQUENCIAL, SEMI-
AUTOMÁTICA PATILHAS VOLANTE; DOIS DIFERENCIAIS MECÂNICOS,
DIFERENCIAL CENTRAL HIDRÁULICO. EMBRAIAGEM M-SPORT/AP RACING,
DISCOS DUPLOS
FORD FIESTA WRC DIMENSÕES PERFORMANCE
COMPRIMENTO/LARGURA 4130 MM (INCLUINDO VELOCIDADE MÁXIMA 200 KM/H (APROX.)
MOTOR ASA TRASEIRA)/1875MM (AJUSTÁVEIS)/
FORD ECOBOOST 1600 CC; 4 (AJUSTÁVEL); DISTÂNCIA ENTRE EIXOS (2493
CILINDROS, TURBO, INJEÇÃO MM); PESO MÍNIMO 1190 KG
DIRETA, POTÊNCIA 380 CV/(N.D.)
RPM; BINÁRIO 450 NM/(N.D.) RPM,
RESTRITOR 36 MM
Com cerca de ano TRANSMISSÃO CHASSIS/SUSPENSÃO
e meio das novas 4X4, CAIXA DE 6 VELOCIDADES HIDRÁULICA, SEQUENCIAL, SEMI- MCPHERSON COM AMORTECEDORES REIGER C/
regras dos World AUTOMÁTICA, PATILHAS NO VOLANTE; DOIS DIFERENCIAIS MECÂNICOS, RESERVATÓRIO E AJUSTÁVEIS À FRENTE E ATRÁS;
Rally Cars, as equipas DIFERENCIAL CENTRAL ATIVO COM OPÇÃO DE SEPARAÇÃO DE TORQUE. DIREÇÃO HIDRÁULICA, PINHÃO E CREMALHEIRA;
estão ainda longe EMBRAIAGEM M-SPORT/AP RACING, DISCOS DUPLOS TRAVAGEM DISCOS BREMBO VENTILADOS 300 MM
de conhecer a 100% (TERRA) 355 MM (ASFALTO) ARREFECIDOS A AR E
todos os segredos LÍQUIDO. TRAVÃO DE MÃO HIDRÁULICO
das máquinas. Aqui
fica o essencial TOYOTA YARIS WRC DIMENSÕES PERFORMANCE
das características COMPRIMENTO/LARGURA 4085MM (INCLUINDO VELOCIDADE MÁXIMA 201 KM/H
técnicas de cada ASA TRASEIRA)/1875 MM (AJUSTÁVEIS)/
um deles, mas este (AJUSTÁVEL); DISTÂNCIA ENTRE EIXOS (2511MM);
raio-X não lhe mostra PESO MÍNIMO 1190 KG
tudo...
MOTOR
4 CILINDROS, TURBO, INJEÇÃO
DIRETA, 1.600CC; POTÊNCIA 380
CV/(N.D.) RPM; BINÁRIO 425 NM/
(N.D.) RPM, RESTRITOR 36 MM
CHASSIS/SUSPENSÃO TRANSMISSÃO CHASSIS/SUSPENSÃO
MCPHERSON COM 4X4, CAIXA DE 6 VELOCIDADES HIDRÁULICA, MCPHERSON (CURSO NÃO DIVULGADO) À FRENTE
AMORTECEDORES CITROËN SEQUENCIAL, SEMI-AUTOMÁTICA, PATILHAS E ATRÁS; DIREÇÃO HIDRÁULICA, PINHÃO E
RACING AJUSTÁVEIS À FRENTE NO VOLANTE; DOIS DIFERENCIAIS MECÂNICOS, CREMALHEIRA; TRAVAGEM DISCOS VENTILADOS
E ATRÁS; 300MM (TERRA) 370 MM (ASFALTO) ARREFECIDOS A AR
DIREÇÃO HIDRÁULICA, PINHÃO DIFERENCIAL CENTRAL ATIVO COM OPÇÃO E LÍQUIDO, TRAVÃO DE MÃO HIDRÁULICO
E CREMALHEIRA; DE SEPARAÇÃO DE TORQUE. EMBRAIAGEM,
TRAVAGEM DISCOS BREMBO
VENTILADOS 300MM DISCOS DUPLOS
(TERRA) 370 MM (ASFALTO)
ARREFECIDOS A AR E LÍQUIDO,
TRAVÃO DE MÃO HIDRÁULICO
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS
12
>> autosport.pt
13
UNS E
OUTROS...
Uma prova como o Rali de Portugal está longe de só ‘viver’ da competição
principal. Em paralelo, temos pelo meio mais uma prova do CPR, o arranque
da Peugeot Rally Cup Ibérica, mas há mais...
José Luís Abreu Mortágua, Ricardo Teodósio é 5º, mas não vai ao Rali de
[email protected] Portugal e Miguel Barbosa, depois de ausente nos Açores,
quer recuperar no Rali de Portugal - que o ano passado
SKODA FAVORITA NO WRC2 esteve perto de vencer no CPR - o que perdeu em Mor-
tágua, em virtude da ‘famosa’ penalização da rotunda.
Paralelamente à competição principal, o Vodafone Rally José Pedro Fontes esteve em bom nível em Fafe, mas
de Portugal conta ainda para o WRC2, WRC3, FIA Junior muito abaixo das suas possibilidades em Mortágua.
WRC, Campeonato Portugal de Ralis e Peugeot Rally Na prova do ACP vai estrear o Citroën C3 R5, carro
Cup Ibérica. com que espera ter argumentos para voltar ás lutas da
No WRC2, são 17 os inscritos e entre os melhores clas- frente, ficando por ver o que o carro vale na terra nesta
sificados da competição só não marcam presença em sua fase de ‘juventude’. No asfalto já ficou provado na
Portugal, Jan Kopecký (2º) e Ole Christian Veiby (6º). Córsega que ‘anda’.
De resto, todos estarão em Portugal, incluindo Stéphane De resto, o Rali de Portugal ainda é um evento que
Lefebvre com o seu novo Citroën C3 R5, com que se seduz muitos pilotos, e extra-campeonato, registe-se
estreou na Córsega. a presença de Francisco Teixeira corre com um Skoda
A competição é liderada por Pontus Tidemand, com duas Fabia R5, Ricardo Marques marca presença no Rali de
vitórias e um 3º lugar, Gus Greensmith, piloto M-Sport, Portugal com um Hyundai i20 R5, e entre os piloto que
está a 36 pontos, mas só disputou ainda duas provas. O normalmente marcam presença no Rali de Portugal,
chileno Pedro Heller é também candidato aos lugares da João Fernando Ramos corre com o Ford Fiesta R5. O
frente, bem como os dois japoneses da Tommi Makinen contingente português alarga-se ainda a José Barbosa
Racing, ou ainda Jari Huttunen, piloto da equipa oficial (Mitsubishi Lancer), Pedro Sá (Mitsubishi Lancer), Pedro
da Hyundai. Claramente, o favorito é Pontus Tidemand, Rodrigues (Subaru Impreza STI) os pilotos dos 2WD
que pode ter boa oposição de Stéphane Lefebvre caso lusos, Gil Antunes, Hélder Miranda, Pedro Lago Vieira,
o C3 R5 valha o que se espera dele. Joana Barbosa, e depois todo o contingente da Peugeot
No WRC3, competição em que correm todos de Ford Rally Cup Ibérica.
Fiesta R2T, lideram Denis Rådström e Jean-Baptiste
Franceschi, com 37 pontos, com Emil Bergkvist quatro ARRANCA A PEUGEOT RALLY CUP IBÉRICA
pontos mais atrás. No JWRC, os protagonistas são os
mesmos. A nova Peugeot Rally Cup Ibérica arranca no Rali de
Portugal, a primeira de seis provas da competição, cujo
QUARTA PROVA DO CPR prémio final é um rali em 2019, aos comandos de um R5.
Vinte e um pilotos, todos (logicamente) com o Peugeot
O Rali de Portugal é a quarta prova do Campeonato 208 R2, responderam à chamada.
Portugal de Ralis, e tal como sucedeu nos Açores, são Dez equipas portuguesas, nove espanholas e curiosa-
vários os nomes que optaram por deixar de fora esta mente duas inglesas. Diogo Gago é claramente o nome
prova do seu calendário. O destaque vai para a ausência que se destaca do contingente luso, que inclui, entre ou-
de Carlos Vieira e Ricardo Teodósio, confirmando-se as tros, o atual campeão em título dos 2WD, Pedro Antunes
presenças de Armindo Araújo, Pedro Meireles, Miguel e Daniel Nunes, neste momento o seu mais forte opositor.
Barbosa, José Pedro Fontes, já com o novo Citroën C3 R5, Mas há mais, depois de boas lutas no DS3 R1 Challenge,
António Dias, Diogo Salvi, Joaquim Alves, Manuel Castro Diogo Soares e Ricardo Sousa estão de regresso, havendo
e Alfredo Barros, isto para só falar dos R5. ainda outros nomes mais ou menos consagrados. De
Com três provas realizadas, Ricardo Moura continua Espanha surgem pilotos que já guiam Peugeot 208 R2
na liderança, apesar da ausência em Mortágua, mas já nas competições locais, existindo também que ‘migre’
não deverá regressar – o que não é certo, pelo menos da Copa Suzuki espanhola. A juntar-se a esta ‘armada
na Madeira – e no segundo lugar está Carlos Vieira, que luso-espanhola’ estão duas formações britânicas, sendo
marcou presença em todas as provas anteriores, soman- que numa delas a piloto é uma Senhora, a primeira a dar
do 42 pontos, mais 3,35 pontos que Armindo Araújo, que corpo à ‘Ladies Cup’. Espera-se muita competitividade
com o triunfo em Mortágua, subiu para terceiro, mesmo deste Troféu, e este é mais uma mais valia para o Rali
tendo estado ausente na prova açoriana. de Portugal.
Pedro Meireles não foi aos Açores, mas foi segundo em
M/14
MAPA
VODAFONE RALLY DE PORTUGAL
Para que possa acompanhar todas as incidências da prova, nas
próximas páginas o AutoSport dá-lhe toda a informação para
escolher e chegar às Zonas Espetáculo. Com as tecnologias
hoje existentes, caso possua um smartphone com leitor de QR Codes, estes dão-lhe acesso à
informação necessária. Tudo para que possa planear mais facilmente a sua deslocação e ver, ao
vivo e em segurança, os melhores carros e pilotos do Mundial de Ralis.
>> autosport.pt
15
SECÇÃO 1 SECÇÃO 2-3
SECÇÃO 4-5 SECÇÃO 6-7
WRC/ 17 MAIO
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MAPAS
07h30 » 11h30
16
4,60 KM
SHAKEDOWN PAREDES
ZONAS ESPETÁCULO
Sendo verdade que os carros do Mundial ZE 1
de Ralis são espetaculares em qualquer
lado, a verdade é que o Shakedown 3,00 KM
não tem zonas mais interessantes
para ver passar os carros do que o circuito ZE 2
de Baltar. Aí sim, e apesar de ser uma zona
mais para o espetáculo do que outra coisa 3,15 KM
qualquer, é aí que vale a pena ver os WRC em
ação, numa das muitas bancadas reservadas ZE 3
para o efeito. Saltos, ganchos, longos slides em
drift, pode ver um pouco de tudo nesta zona 3,79 KM
do Shakedown, com a vantagem de pode ver os
carros durante algum tempo.
Aconselhamos vivamente a ver o shakedown no
interior das instalações do circuito de Baltar,
onde decorrem os últimos 800 metros da
classificativa, numa longa sequência de curvas
e derrapagens controladas.
SSS 1 LOUSADA >> autosport.pt
17
17 MAIO
19h03
3,36 KM
Depois de ser ter afirmado como palco privilegiado do Campeonato da Europa de
Ralicross e do Rali de Portugal do WRC, a pista da Costilha em Lousada recuperou
o estatuto internacional de outrora com o regresso do Rali de Portugal a Lousada
em 2015. Desde aí, o espetáculo continua a ser grande, com o público a encher por
completo as bancadas e a dar um colorido muito especial à festa. O ACP tem escolhido o
circuito para ter honras de abertura do Rali de Portugal, e apesar de, em termos competitivos
ser pouco expressivo para a prova, é um cartaz fabuloso dos ralis, e do nosso país, tal é a
festa feita dentro e fora do traçado. Tal como sempre sucedeu com as super especiais, não
decide ralis, mas pode estagá-los a qualquer piloto que cometa erros de monta.
WRC/ 18 MAIO
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MAPAS
9h15 » 15h25
18
26,73 KM
SS2/5VIANADO CASTELO
ZONAS ESPETÁCULO
Para iniciar as hostilidades mais ZE 5
a sério,o troço de Viana do
Castelo é uma versão revista e 4,30 KM
aumentada do troço de Santa
Luzia que durante dois anos fez do percurso
do antigo Rali de Portugal Vinho do Porto.
Em 2017 estreou a versão que continua este
ano a fazer parte do esquema de troços
escolhidos pela equipa do ACP e que se
inicia com uma subida rápida até ao parque
eólico e ao empedrado do planalto da Serra
de Santa Luzia. Após a descida em direção
à A28 o perfil da estrada muda tornando-
se mais lenta e sinuosa quando o troço
toma a direção à Senhora da Cabeça, onde
vai entroncar no percurso de 2015. Após
contornar a montanha por um percurso que
mais parece uma varanda sobre o Atlântico,
os últimos três km são a descer em direção
a Afife por um trajeto recuperado para
edição 2017 e que antes tinha apenas sido
usada em 1978, mas a subir.
ZE 6
6,97 KM
ZE 7
11,75 KM
SS3/6 CAMINHA >> autosport.pt
19
18 MAIO
10h12 » 16h22
18,11 KM
ZONAS ESPETÁCULO
ZE 8 ZE 9
1,70 KM 3,56 KM
Aclassificativa intermédia da ronda junto à zona destinada ao público. Dividida ZE 10 ZE 11
do Alto Minho caracteriza-se por em duas partes separadas pelo passagem
ser o troço mais rápido da prova na Municipal 527, a segunda parte contém 5,71 KM 6,83 KM
com médias superiores a 104 km/h, parte do clássico troço Orbacém utilizado
registadas em ambas as passagens de 2017. desde 1969, ano em que se estreou no Rali
A parte inicial passa na que deve ser a melhor Internacional TAP. A parte final é uma descida
ZE desta ronda minhota, e uma das melhores com algumas partes muito rápidas e que o
do rali, onde o espetador poderá acompanhar ano passado apanhou desprevenido Stéphane
a espectaular descida dos concorrentes em Lefebvre, que acabou Caminha 1 com o C3
direção à ZE e depois à passagem dos carros WRC bem amarrotado.
ZE 12 ZE 13
10,96 KM 6,83 KM
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MAPAS
20
SS4/7PONTE DE LIMA 18 MAIO
10h52 » 17h02
27,54 KM
ZONAS ESPETÁCULO
ZE 14 ZE 15
1,66 KM 8,29 KM
ZE 16 ZE 17
11,11 KM 19,68 KM
Estreado no ano de 1974, Ponte lento no programa do rali. Com grande parte ZE 19
de Lima é o clássico troço de São do trajeto pendurado nas encostas do vale
Lourenço da Montaria mas efetuado do Rio Estorãos, as constantes curvas e 23,26 KM
em sentido contrário àquele que contra-curvas intervaladas por pequenas
durante muitos anos fez parte do percurso retas fazem com que os pilotos tenham
da prova. É um dos troços mais duros do rali, pouco descanso ao longo dos vinte e sete
principalmente nas segundas passagens e quilómetros cronometrados. Este será o
que em 2017 ficou marcado pelo incêndio último troço a ‘sério’ da etapa e onde poderão
no carro de Hayden Paddon e o acidente de haver mexidas significativas na classificação
Ott Tanak. Se Caminha é o troço mais rápido, como se viu em 2017, que o digam Jari-Matti
Ponte de Lima será previsivelmente o mais Latvala, Kris Meeke e Hayden Paddon!
ZE 18
20,03 KM
>> autosport.pt
21
SS 8/9 PORTO STREET STAGE 18 MAIO
19h03 » 19h28
1,85 KM
De regresso ao percurso da prova, o rali volta à baixa portuense
com um percurso revisto mas que continua com o seu epicentro
na Avenida dos Aliados. Estreado em 2016, a Porto Street Stage
traz de volta o rali ao centro do Porto quarenta e sete anos depois
da apoteótica partida para a terceira etapa da edição 1971, quando Jean
Pierre Nicolas e restantes concorrentes partiram do edificio da Câmara
Municipal do Porto em direcção ao Alto Minho e à Serra de Santa Luzia.
WRC/ 19 MAIO
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MAPAS
09h06 » 15h08
22
17,38 KM
SS 10/13 VIEIRA DO MINHO
ZONAS ESPETÁCULO
ZE 21 ZE 22
0,94 KM 6,24 KM
ZE 23 ZE 24
07,53 KM 12,25 KM
Oprimeiro de dois troços na temível Serra da Cabreira começa no Santuário da Senhora da
Fé que nos últimos anos tem assistido a uma peregrinação diferente daquilo para que o
santuário foi construído em 1759. A primeira parte do troço, até ao cruzamento de alcatrão,
foi-nos dada a conhecer há poucos anos pelo antigo Rali Torrié, organizado pelo Targa
Clube, que estreou para os ralis estes primeiros quilómetros de Vieira do Minho. Após a passagem
no alcatrão o troço entra numa zona mais clássica e inúmeras vezes utilizada pelo Rali de Portugal.
Com passagem garantida pela zona espetáculo do campo de futebol e com o seu término em Anjos,
o troço de Vieira do Minho e as estradas da Serra da Cabreira são um clássico da nossa prova e que
ao longo dos anos têm provocado muitos dissabores aos participantes do Rali de Portugal.
ZE 25
17,29 KM
>> autosport.pt
23
SS 11/14 CABECEIRASDEBASTO 19 MAIO
09h44 » 15h46
Otroço de Cabeceiras de Basto é 22,22 KM
considerado por muitos como
o mais bonito desta edição ZONAS ESPETÁCULO
do Vodafone Rali de Portugal.
Estreado em 2017, grande parte do ZE 26
percurso era inédito e nunca antes
utilizado no itinerário do rali. O troço 3,55 KM
começa na Área de Lazer da Veiga e a
maioria dos primeiros onze quilómetros
decorrem em estradas já conhecidas
mas poucas vezes percorridas ao longo
do historial da prova. Já no concelho
de Montalegre, os concorrentes terão
oportunidade de passar pelo Campo das
Maçãs e a Serra das Torrinheiras antes de
atingirem o final perto de Busteliberne e
já no concelho de Cabeceiras de Basto.
Para os mais saudosistas, após este
troço e já na ligação para Amarante, os
concorrentes irão passar na conhecida
Ponte da Ranha que tantos momentos,
estórias e fotografias nos deu ao longo
dos anos em que ali terminava a temível
classificativa da Cabreira.
ZE 27
11,04 KM
ZE 28
14,34 KM
WRC/ 19 MAIO
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MAPAS
11h03 » 17h05
24
37,60 KM
SS 12/15 AMARANTE
ZONAS ESPETÁCULO
ZE 29 ZE 30
1,08 KM 13,35 KM
ZE 31 ZE 32
20,88 KM 35,37 KM
Como tem sido tradição desde novamente em 2018 no mesmo sentido
2015, o troço de Amarante como foram pela primeira vez em 1969.
continuará a ser o troço mais Devido à sua distância, será por certo
longo da prova. Com os seus decisivo na definição do vencedor do rali,
trinta e sete quilómetros inalterados como aconteceu em 2017 quando o piloto
desde o regresso do rali para o norte, estónio Ott Tanak, até então o líder do
o percurso desta classificativa utiliza rali, bateu numa pedra entregando assim
em grande parte o antigo Marão, troço a liderança ao francês Sébastien Ogier
clássico do Rali de Portugal. Sítios como que a conservou até ao final igualando o
o gancho do Fridão, a Ponte da Guiné e recorde de cinco vitórias de Markku Alén
o Gancho da Sapinha, serão percorridos que se mantinha intocável desde 1987.
SS 16/19 MONTIM >> autosport.pt
25
20 MAIO
8H52 » 10h52
8,64 KM
ZONAS ESPETÁCULO
ZE 33
4,18 KM
Após um interregno de vinte e um anos, o troço ZE 34
de Montim voltou a fazer parte do figurino da
prova em 2017. Poucas partes tem em comum 5,46 KM
com a versão no ano de estreia (1986), quando
abriu a terceira etapa da prova e as hostilidades na
zona de Fafe já sem as equipas de fábrica que não
arrancaram do Autódromo do Estoril. Com um início
muitíssimo rápido, o troço de Montim entra depois
numa zona mais encadeada e por conseguinte mais
lenta e que em 1993 apanhou desprevenido o piloto
espanhol Carlos Sainz que viu o seu Lancia do Jolly
Club ressaltar num rego e embater numa barreira, o
que levou a vários capotanços e à desistência. Montim
ganhou em 2018 mais uma passagem em relação a 2017,
e que antecedem as sempre esperadas visitas a Fafe,
reforçando assim a sua importância caso a decisão do
vencedor seja levada até aos quilómetros finais do rali.
WRC/ 20 MAIO
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - MAPAS
09h25 » 12h18
26
11,18 KM
SS 17/20 FAFE
ZONAS ESPETÁCULO
ZE 35
4,72 KM
Quando César Torres e seus pares introduziram no ZE 38 ZE 36
percurso do rali de 1984 um pequeno troço de dez
quilómetros nas serranias de Fafe, por certo nunca 8,77 KM 5,08 KM
sonharam na importância que esta especial e as
diversas futuras versões iriam ter no historial da prova. Os onze ZE 39
quilómetros de Fafe albergam dois dos maiores cartões de
visita do rali: o Confurco e a sua passagem no asfalto, e o Salto 10,68 KM
da Pedra Sentada. A ambos os locais acorrem muitos milhares
de pessoas todos os anos em peregrinação para aí verem
passar a caravana do mundial de ralis. A festa começa na tarde
anterior, quando se começam a juntar espetadores para guardar
o melhor lugar para assistir à passagem dos carros, e dura até à
ao último concorrente passar pelo troço e que neste caso será
também a Power Stage. Relembrando 2017, a passagem pelo
troço de Fafe ficou marcada pelo acidente do francês Quentin
Gilbert, que viu a proteção do carter do Skoda Fabia R5 enterrar-
se após o Salto da Pedra Sentada, provocando um espetacular
capotanço à frente dos milhares de espetadores ali presentes.
ZE 37
7,29 KM
SS 18 LUÍLHAS >> autosport.pt
Otroço de Luilhas, a par de 27
Montim, foi um dos clássicos
troços da zona de Fafe que o 20 MAIO
Automóvel Clube de Portugal
foi recuperar para a edição de 2017 da 09H53
prova. Continua a manter uma única
passagem mas isso não quer dizer 11,89 KM
que os concorrentes tenham tarefa
facilitada. Com a construção do parque ZONAS ESPETÁCULO
eólico na cumeada da montanha, o perfil
de parte do percurso mudou desde ZE 40
2000, o último ano em que foi utilizado,
as estradas passaram a ser mais largas 10,53 KM
e rápidas. Apesar disso, alguns dos
pontos clássicos de Luilhas mantiveram-
se intocados, tais como: o gancho de
Gontim e a descida em ganchos já perto
do final do troço. Será previsivelmente
o troço com menos público do rali,
dado que devido à sua passagem única,
os espetadores preferirão por certo
deslocar-se para Fafe e Montim onde
poderão acompanhar por duas vezes ao
desenrolar da prova.
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - ENTREVISTA
28
“ ESTOUENTREVISTA OTT TANAK
PREPARADO
PARA LUTAR COM
OGIER PELOTÍTULO
Uma das estrelas do Rali de Portugal será Ott Tanak. O estónio
de 31 anos está na melhor forma da sua carreira, e chega
ao nosso país motivado depois duma excelente vitória na Argentina
Fábio Mendes do para o jovem que ponderou retirar-se claramente o melhor piloto da equipa. lhorar de ano para ano, e no ano passado
[email protected] do WRC, mas a ‘janela de oportunidade’ Tanak esteve recentemente em testes estivemos perto de o fazer. Apresentamos
DMack abriu-se em 2014. No ano seguinte com a sua equipa para preparar a prova um ritmo ao nível do Sébastien e este
AcarreiradeTanakéfeitadealtos regressou à M-Sport, mas mais uma vez portuguesa e o AutoSport não perdeu a ano o nosso objetivo é claramente fazer
e baixos. Considerado sempre a época não correu da melhor forma. Re- oportunidade de falar com ele. melhor.”
um dos mais rápidos pilotos de gressou em 2016 à DMack. Os ‘tais’ altos O estónio está ciente que a concorrên- O piloto estava obviamente satisfeito
ralis, até aqui faltou-lhe muitas e baixos... cia é forte, sabe que é preciso estar no com a performance da sua máquina, mas
vezes a consistência que está Foi nesse ano que Tanak começou a juntar seu melhor para conseguir vencer, mas apontou o caminho que a equipa está a se-
agora a demonstrar. Foi um a rapidez à consistência, e os bons resul- está pronto: “Ainda há trabalho a fazer. guir na evolução do Yaris WRC: “Quanto a
‘produto’ da teimosia de Malcolm Wil- tados começaram a surgir, de tal forma Se queremos vencer temos de estar na melhorias, o principal aspeto que está a ser
son, na M-Sport, que viu nele um piloto que convenceu novamente a M-Sport a melhor forma possível por isso temos trabalhado, é a suspensão e conseguimos
de grande futuro. Contudo, se a rapidez já dar-lhe outra oportunidade, em 2017. Teve de continuar a trabalhar para atingir os encontramos mais aderência e mais tra-
não era posta em causa por ninguém, os como colega de equipa Sebastien Ogier, resultados que pretendemos. Espero ter ção. Ainda temos trabalho pela frente, mas
muitos altos e baixos levaram a hesitações mas nem isso o impediu de mostrar todo um bom rali. Conheço-me bem, e sei que o caminho seguido parece-me muito bom.
por parte de quem decide, e o mais curioso o potencial que há muito era anunciado. tenho conseguido ter boas prestações Os engenheiros estão a trabalhar para
é que depois do estónio ter chegado ao Venceu o seu primeiro rali (Córsega) e em Portugal, por isso espero conseguir, encontrar novas soluções, mas para já a
‘ponto’ ideal... foi para a Toyota. repetiu a dose na Alemanha. com a Toyota, juntar as peças todas e nossa performance é bastante boa, e fico
E é precisamente nesse ‘ponto’ ideal que Mas Ott Tanak era há muito um desejo alcançar um bom resultado. A competição feliz por ver que ainda vamos conseguir
o estónio está agora, o que o torna num antigo de Tommi Makkinen, e assim que é renhida, todos os carros e pilotos estão
dos principais protagonistas do WRC 2018. surgiu a oportunidade, as portas abri- ao melhor nível. Todos estão preparados
Ott Tanak estreou-se em 2009 no WRC, ram-se, com a transferência a dar-se, para lutar pela vitória, mas para ganhar
curiosamente em Portugal. Deu nas vistas depois de revelar que sempre se sentiu temos de andar sempre no limite e ser os
no Pirelli Star Driver, que venceu em 2010, um nº2 na M-Sport. Quis ir para a Toyota melhores. Nunca é fácil vencer, mas temos
ano em que foi campeão na categoria de para lutar pelo título. a confiança necessária para o conseguir.”
produção. A progressão foi acontecendo, Jari-Matti Latvala disse na altura que Quando confrontado com a possibilidade
conquistando o primeiro ponto em 2011 Tanak iria precisar de tempo para se de lutar pelo título com Ogier, Tanak as-
(México), ano em que esteve na luta pelo adaptar à nova realidade, depois de sumiu o desafio e sente-se pronto para
título de S-WRC (atualmente WRC2). tanto tempo de M-Sport, mas en- a luta: “Sem dúvida que estou preparado
Em 2012 foi piloto da M-Sport, mas a época ganou-se redondamente. Em cinco para lutar com Ogier pelo título. Ele é muito
não correu dentro das expetativas e no tem já três pódios, uma vitória sendo forte, mas eu também tenho vindo a me-
final foi dispensado. Foi um golpe tremen-
>> autosport.pt
29
melhorar mais. O futuro parece promissor. Monte Carlo e na Córsega estivemos bas- passado até ao toque em Amarante que passado, o segredo do sucesso explica-se
Há ainda melhorias a fazer ao nível da tante bem e tive boas sensações. Para a deitou o seu esforço por água abaixo: “O de forma simples… experiência: “A me-
suspensão, do diferencial, está a ser feito Argentinaconseguimosmelhoriasparaos objetivo e chegar ao fim na liderança. lhoria na performance é fácil de explicar.
trabalho para tirar ainda mais potência pisos de terra e creio que estamos melhor No ano passado acho que arriscámos É a experiência que vamos adquirindo ao
do motor. Talvez tenhamos um novo no nessaárea. Assimquecomeceiostestes demasiado. Estávamos na liderança, mas longo dos anos que nos permite ir melho-
Rali da Finlândia. Estamos a trabalhar em Portugal, senti que o carro estava com o Sébastien estava por perto e por isso rando. É normal cometer alguns erros
em todas as áreas, e é só uma questão um bom nível, e não vejo motivos pelos arriscámos um pouco mais. O toque im- quando começamos, mas no ano passa-
de encontrar tempo para conseguirmos quais não possamos manter a performan- pediu-nos de atingir o objetivo que pre- do tivemos prestações muito boas e um
implementar as melhorias que temos ce em Portugal. Pessoalmente, acho que tendíamos, mas este ano será diferente. ano muito consistente, que nos permitiu
a chegar. Espero que possam chegar o os troços em Portugal são mais suaves e É uma nova época e começamos do zero. terminar em terceiro. No ano passado o
mais cedo possível pois estamos a lutar mais rápidos que na Argentina. Sabemos Estou confiante, tenho boas sensações objetivo era vencer o nosso primeiro rali.
pelo título.” que somos rápidos em troços mais velo- no carro e se esta está bem, a confiança Vencemos dois, em asfalto e em terra. Para
Tanak acha que o carro é tão competitivo zes, graças à aerodinâmica e estabilidade aumenta ainda mais. A posição de saída é este ano queremos lutar pelo campeonato.
no asfalto quanto em terra e acredita que do carro, e quanto mais rápidos forem os que pode decidir muita coisa e se estiver Sentimos confiança em ambas as super-
manterá o nível para o Rali de Portugal, troçosmelhoréparanós.Estoucerto que muito seco, como somos terceiros nos fícies por isso estamos mais focados no
que tem algumas semelhanças com o estaremos muito bem neste rali.” troços, teremos muitos pilotos rápidos campeonato. A consistência será chave
Rali da Argentina: “No inicio da época O objetivo de Tanak é tentar lutar pela atrás de nós a aproveitar o facto de saí- para vencer o título, talvez mais impor-
senti melhor performance em asfalto. Em vitória e repetir a boa prestação do ano rem com as estradas mais limpas… O tante que as vitórias.”
primeiro dia pode ser complicado, mas Ogier tem marcado uma era no WRC,
se ficarmos perto dos primeiros lugares, mas Tanak conseguiu igualar o seu an-
poderemos tentar chegar à frente nos damento em diversas ocasiões. O estónio
restantes dois dias.“ admitiu, no entanto, que aprendeu com o
Esguio, fugiu... seu ex-colega de equipa: “Foi o melhor
Tanak escusou-se a comparar o seu carro colega de equipa que já tive. É muito forte
atual com o Ford da M-Sport que pilotou quer na condução quer mentalmente. É
no ano passado: “Os carros são muito claramente um piloto muito forte e não é
diferentes e é difícil encontrar termos fácil fazer melhor que ele. O nosso colega
de comparação. São ambos bons carros, de equipa é sempre a primeira pessoa que
com boas performances, cada um a sua queremos superar e no caso dele não é
maneira. Como já pudemos ver, é possível nada fácil, mas no ano passado conse-
vencer ralis com os dois carros por isso ao guimo-lo várias vezes o que nos deu mais
nível da adaptação não foi tão complicado confiança e claramente que aprendemos
quanto poderia parecer” algumas coisas com ele e como geria as
Quanto a melhoria de forma desde o ano situações mais complicadas. “
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - HISTÓRIA
30
>> autosport.pt
31
OSHISTÓRIA MAGNÍFICOS
HOMENS DOS
MINI VOADORES
A segunda edição do Rallye Internacional TAP aconteceu há meio século e registou
a maior lista de inscritos da história da prova. Entre os participantes, figuravam os
nomes de Paddy Hopkirk, António Peixinho e Victor Colaço Marques, três homens
com percursos de vida distintos mas que apresentaram na rampa de partida a
mesma vontade de vencer, uma certa dose de loucura, comum a quem desafiava o
relógio naquela época e um carro idêntico: o mítico Mini. Convidámo-los a recuar 50
anos e a recordar a participação no exigente, desgastante e interminável TAP de 68
Nuno Branco
[email protected]
Fotos: António Peixinho, Colaço Marques, Martin Holmes, Rui Bevilacqua e arquivo Autosport
António Peixinho (35), Otítulo da peça é inspirado no Partindo de 12 cidades europeias, 155 PADDY HOPKIRK (2º CLASSIFICADO)
Colaço Marques (54) filme de Ken Annakin, “Those equipas rumaram a Madrid, iniciando
e Paddy Hopkirk (71), voaram Magnificent Men in Their Flying aí o itinerário comum composto por 3 Cedo percebeu que os estudos não lhe tra-
com os Mini no TAP de 68 Machines”, estreado em 1965. etapas, totalizando 2438 quilómetros, ziam tanto entusiasmo quanto os motores
Nessa altura, o Rallye TAP era percorridos em três dias, praticamente e, mal teve oportunidade, fez das motas
apenasumacompetiçãoaberta sem descanso, calcorreando as flores- a sua primeira paixão, desafiando o pe-
aos colaboradores da companhia aérea tais mais demolidoras do país até ao rigo nas ruas da sua Belfast natal. Passou
portuguesa e aos empregados das com- último controlo nas arcadas do Estoril. para as quatro rodas quando arranjou o
panhias de seguros e das estações de Aos sonantes Tony Fall, Paddy Hopki- primeiro emprego num revendedor da
televisão e rádio. A internacionalização rk e Jean-Pierre Nicolas juntavam-se, Volkswagen em Dublin e comprou um
da prova portuguesa surgiria dois anos na discussão pelos lugares da frente, “Beetle” em segunda mão. A participação
depois e, em 1968, para a segunda edição os nomes lusitanos de Ernesto Neves, em ralis não se fez esperar, iniciando uma
do Rallye Internacional TAP, a organização Américo Nunes, António Peixinho, Co- carreira que atingiu dimensão mundial
liderada por Alfredo César Torres pro- laço Marques, Francisco Romãozinho, com a vitória no Rallye Monte Carlo de
punha-se a dilatar o número de equipas Carpinteiro Albino, José Lampreia, Fer- 1964, ao volante de um Mini. “É bom ser
estrangeiras. “Outono em Portugal” foi o nando Batista ou Luis Netto, verdadeiros o número um não é?” Assim começava
slogan adotado para cumprir tal deside- ídolos de uma geração que não se espe- o telegrama enviado pelos Beatles, assi-
rato, acompanhado de um conjunto de cializava em ralis ou velocidade, antes nado por Ringo Star a Paddy Hopkirk no
incentivos que subsidiavam deslocações, em andar depressa. Hopkirk, Peixinho rescaldo do triunfo na prova monegasca,
alojamento e combustível de concorrentes e Colaço Marques eram três dos pro- catapultando a fama do pequeno carro
vindos de além-fronteiras. O objetivo seria tagonistas, tendo em comum o facto britânico e do respetivo piloto. Seria já
amplamente alcançado já que o Grupo de alinharem com um Mini. Apesar de neste século condecorado com o título de
Cultural e Desportivo da TAP registou o terem tido sortes distintas, preservam, Membro do Império Britânico e hoje, aos
número mágico de 190 inscrições, cons- ainda hoje, passados cinquenta anos, 85 anos, é presidente do British Racing
tituindo, ainda hoje, o mais elevado da gratas recordações daquele inesquecível Drivers’ Club, lutando para que o circuito
história da prova. final de outubro de 1968. de Silverstone continue a ser visitado
pelo circo da Fórmula 1. Em Portugal, es-
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CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - HISTÓRIA
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Paddy Hopkirk folheando o Semanário dos Campeões
e em baixo, com Tony Nash no TAP de 68
trear-se-ia na competição no “TAP” de feito o Rally Londres-Sidney. O TAP tinha
68 e ainda hoje há quem recorde a forma percursos de concentração semelhantes
espetacular como o seu Cooper S curva- aos do Monte Carlo e nós escolhemos
va nos anéis de velocidade de Alvalade Lisboa como local de partida, seguindo
ou do Lima. Contudo, a sua ligação ao depois para Madrid, onde se disputou a
nosso país é mais antiga, remontando primeira prova de classificação no circui-
aos tempos em que percorria as estradas to de Jarama. Lembro-me que foi um rali
da Europa na sua moto com sidecar… muito duro e difícil, a fazer lembrar os ralis
“Visitei Portugal, pela primeira vez em britânicos, disputado maioritariamente
1950. Tinha então 17 anos e era estudante nos trilhos das florestais. Os troços de
em Belfast. Nesse ano, decidir pegar na Sintra eram fantásticos, com estradas
minha Triumph 650 Twin e passei o verão muito sinuosas a subir e a descer a serra
a percorrer a Europa. De Madrid, segui mas o norte era um verdadeiro tesouro
para o norte de Portugal e daí para Lisboa, escondido e os troços de terra asseme-
percorrendo toda a costa portuguesa. lhavam-se aos do Rally RAC. O Porto
Desde logo, fiquei a gostar do país, vol- era então uma cidade habitada por uma
tando em 1967 para passar a lua-de-mel grande quantidade de famílias inglesas
em Armação de Pêra. Um ano depois, lá ligadas ao negócio do Vinho do Porto,
estava eu, à partida para o Rallye TAP. gente com dinheiro e bons carros e, por
A British Leyland tinha estão uma forte isso, quando lá cheguei, fiquei incrédu-
presença em Portugal e o importador J.J. lo com a quantidade de Lamborghini a
Gonçalves, com gente muito simpática, circular nas ruas. Durante o rali, tivemos
incentivou a nossa participação, já que uma luta acesa com o Tony Fall, que con-
seria uma ótima operação para publicitar duzia um Lancia Fulvia e acabámos por
a marca, dando-nos todo o apoio neces- ficar em segundo depois de perder algum
sário. Ao meu lado, a navegar ia o Tony tempo numa passagem de nível. O Mini
Nash, um bom amigo, com quem havia era muito competitivo nas estradas de
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Sintra mas, nas florestais, tinha um pro- um dos Ford chega a uma assistência e António Peixinho, ligações. Estamos a falar de uma era
blema que o limitava: as rodas eram mais os mecânicos se aproximam, veem que um das figuras completamente diferente. Sem inter-
pequenas que as dos Ford e as dos Lancia o carro levava o dedo de um espectador comunicadores, as comunicações eram
e isso refletia-se numa menor aderência, preso no manípulo da porta! Enfim, re- da segunda edição feitas aos gritos dentro do carro. Era a
o que era uma enorme desvantagem, cordações de um país que sempre me do Rallye Internacional TAP época dos controlos apertados e dos qui-
para não falar na diferença de potência. tocou no coração…” lómetros roubados. Os ralis eram muito
Os anos passaram e já não me lembro trávamo-nos regularmente na pastela- longos, não dormíamos e era habitual
de muitos detalhes da prova mas há ANTÓNIO PEIXINHO ria Mexicana e, num desses encontros, haver situações em que o cansaço era
um que ainda hoje guardo na memó- comprei-lhe o Cooper S por 70 contos. Foi tanto que havia quem tivesse alucina-
ria: o entusiasmo dos espectadores. As (3º CLASSIFICADO) com esse Mini que participei no Monte ções. Lembro-me um navegador que,
pessoas não se contentavam em ver, Carlo de 69 mas aí tivemos azar já que uma vez, começou a ver pássaros em
tinham que tocar nos carros! Houve até “O melhor troféu que recebi foi nunca a Dunlop se enganou e não levou rodas cima das árvores…
um episódio curioso, não estou certo se ter tido um conflito com ninguém em 30 para o nosso carro. Quando apareceu As assistências eram mínimas e leva-
terá acontecido nesse TAP ou dois anos anos de competição.” É este o balanço a neve e chegou a altura de mudar os va-se aquilo a que chamávamos um
depois, durante a passagem do Rally feito por António Peixinho quando, aos pneus, não pudemos utilizar os mais farnel com umas velas, uma correia de
Londres-México por Portugal: quando 83 anos, recorda os dias em que desafiava adequados e acabámos por desistir. De- ventoinha para substituir durante a prova
o perigo nas curvas de Montes Claros ou pois disso, ainda ganhei uma corrida em e pouco mais. Na maioria dos casos, nem
Vila Real. Foi um dos heróis da época de Moçâmedes, tendo vendido o Mini logo trocávamos pneus mas, no TAP e na Volta
ouro das corridas em Angola, protago- a seguir, precisamente em Moçâmedes, a Portugal, mudávamos para pneus de
nizando com Nicha Cabral uma “rivali- a um farmacêutico que nunca chegou a terra ou para slicks conforme o piso. Eu
dade” que arrastava multidões mas que, andar com ele… achava os reconhecimentos bastante
na verdade, não passava de uma forte Era um carro ligeiramente diferente dos aborrecidos pelo que fazia apenas uma
amizade propositadamente encapuzada que conduzia habitualmente mas para passagem e pronto, estava feito.
para apimentar a luta dentro da pista e mim era igual já que era um piloto versátil Fazendo o melhor que sabíamos, con-
o entusiasmo daqueles que torciam por e, como costumo dizer, um indivíduo seguimos terminar o TAP em terceiro,
um e por outro. Ao longo da carreira, que toca piano, toca em qualquer piano. depois do Fall e do Hopkirk. Eles perten-
levou ao limite carros tão distintos como O meu navegador era, como sempre, o ciam a equipas oficiais e, por isso, eram
o Ferrari 250 GTO, o Alfa Romeo T33 ou o João Canas, com quem me dava muito de outro campeonato já que o nível de
Morris Cooper S com o qual conquistaria bem. Nunca fui apologista de mudar de preparação dos carros não tinha nada
o terceiro lugar no TAP de 68. Com a ha- navegador porque a relação entre piloto a ver com o dos outros. Confirmei isso
bitual boa disposição, Peixinho entra na e navegador é uma espécie de casamen- mesmo quando tive oportunidade de
máquina do tempo e recua meio século, to que requer habituação. Quando nos experimentar o carro do Fall depois da
recordando a segunda edição do Rallye juntávamos para preparar as provas, o prova. Era uma diferença brutal. Lem-
Internacional TAP… ponto de encontro era a discoteca, de- bro-me que, durante o rali, ele passou
“O Mini foi comprado por mim, de origem, pois de mais uma ida à Mexicana. Muita por mim antes de abordar uma curva e
e depois muito bem preparado pelo Hen- gente não saberá mas fui eu que trouxe eu pensei «ele vai matar-se». A verdade
rique Burnay Bastos na Avenida Guerra para Portugal o truque de reconhecer é que fez a curva e não se matou. Eram
Junqueiro, com as modificações habituais as estradas e tirar notas de andamento. outras condições, vivia-se o início da
da altura: aumentar a compressão, equi- Aprendi a fazê-lo quando morava na Suí- profissionalização. Apesar de tudo, con-
librar a cambota e substituir as árvores ça e fiz o Rallye Lyon-Charbonnières num seguíamos mostrar o nosso valor. Nos
de cames por outras feitas em Inglaterra. Lotus Cortina, integrado na equipa Vichy controlos apertados da Serra da Lousã,
Eu era amigo do Burnay Bastos, encon- Racing Team. O João Canas conhecia de fui o único que não penalizou e os tipos
cor as estradas do país e não precisava da Lancia vieram dar-me os parabéns.
de mapas mas tinha um problema: não No último troço, em Sintra, quem montou
conduzia, o que me obrigava a fazer todo os slicks da frente enganou-se e colocou
o rali agarrado ao volante, mesmo nas um pneu Firestone num lado e um Dunlop
no outro. É claro que estranhei porque a
aderência era completamente diferente
em cada um dos lados mas ainda assim, lá
fiz o troço, de faca na liga, como tinha que
ser. Mesmo com todas as adversidades,
dava-me um gozo especial competir. O
convívio era o melhor possível e a cama-
radagem era bestial. Encontrávamo-nos
na Mexicana nos dias em que não havia
provas. Éramos adversários mas sobre-
tudo amigos. Uma competição automóvel
não é uma batalha, é um desporto…”
VICTOR COLAÇO MARQUES
(ABANDONOU)
Teve uma carreira tão curta quanto in-
tensa, interrompida abruptamente após
a perda do seu navegador e grande amigo
José Arnaud, no Rallye TAP de 72. Ainda
assim, foi suficientemente elucidativa
para chamar a atenção de Cesare Fiorio,
que o desafiou a integrar a equipa Lancia
numa altura em que os Fulvia davam car-
tas nos ralis europeus. Quis o destino que
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Ernesto Neves no Lotus Elan
Tony Fall, o vencedor do TAP de 68
O vistoso Mini Yellow Birds
de Victor Colaço Marques
o casamento com a formação transalpina fossem pedidos documentos que não Após o conturbado fim-de-semana, teve direito foi entre o Buçaco e Arganil,
não passasse da fase do namoro pelo que tinha, impediu-o de ir receber o troféu… impunha-se a recuperação do Cooper já na parte final do rali…
seriam maioritariamente as florestais e A competição entra definitivamente na S, que despe o encarnado tradicional e Parti excitadíssimo, com a boa disposição
as pistas portuguesas a servir de palco sua vida quando é cumprido o servi- ganha uma nova identidade em tons de que me caracteriza. O Nené [Ernesto
às suas atuações, enriquecidas com uma ço militar, decidindo comprar no stand amarelo canário, pela mão do seu amigo Neves] participava com um Lotus Elan
ou outra participação além-fronteiras, de Carlos Faustino um Morris Cooper e arquiteto “Zé Catita”. Nascia assim o e desde logo tivemos uma grande cum-
como foi o caso do Monte Carlo de 1972. S de grupo 2, que pertencera a Moura indiscreto Mini Yellow Birds, uma das plicidade. A caminho de Madrid, ia atrás
“Eu gostava era de conduzir”. Esta é uma Pinheiro. No circuito da Granja do Mar- atrações do TAP de 68, revisitado, cinco do Nené e, a certa altura, devo ter meti-
frase repetida amiúde quando, aos 72 quês, durante uma sessão de treinos, e décadas depois, pelo seu piloto… do uma terceira velocidade para tentar
anos, Colaço Marques olha para trás e sem saber que tinha o melhor tempo, “Foi o meu primeiro rali a sério. Levava ultrapassá-lo e, quando volto a meter a
recupera vivências das corridas. Um responde ao incitamento de Faustino, comigo o António Reis, que nunca havia quarta, fico com a manete da caixa de
gosto que vem do tempo em que percor- decidido a ganhar uns décimos de se- feito qualquer prova. O António era oficial velocidades na mão! Chegados a Madrid,
ria as estradas da Europa ao volante de gundo. Após negociar uma curva feita do exército e tinha arranjado um telefone eu o Nené levámos a noite a fazer partidas
um Dodge Seneca, procurando clientes no limite, ou para lá deste, o Mini levanta de campanha com dois Walkie-Talkies aos outros no Hotel. Em Jarama, o Robert
para os sapatos produzidos na fábrica voo e o violento despiste é inevitável. para comunicarmos com a assistência Bouchet faz o primeiro tempo, seguido
do pai. Foi nas motos que se estreou em Os mecânicos conseguem o milagre de durante o rali. Um ficaria connosco e o do Hopkirk e do Nicolas e eu fui o melhor
acelerações mas as gincanas feitas ao recuperar o bólide acidentado para a outro com o Paixão, o mecânico do Jaime dos portugueses, em quarto, pelo que,
volante de uma Renault 4L aguçaram corrida de domingo, com várias peças Rodrigues. Nunca chegámos a usar o quando cheguei a Lisboa, fizeram-me
o apetite para as quatro rodas. Ainda emprestadas, entre as quais uma porta. aparelho já que o coitado do Paixão des- uma receção. À chegada, esperava-nos
sem carta de condução, participou num O esforço não é inglório: Colaço Marques locava-se numa Renault 4L carregada de a Prova de Classificação no Estádio de
Rali Nocturno do Sporting, conduzindo o vence a classe e o seu nome começa a tralha e por isso andava muito devagar, Alvalade, onde fui o segundo da geral
Cooper 1000 de um amigo. A classifica- ser falado nas boxes e nos cafés fre- nunca conseguido acompanhar o nosso atrás do Bouchet. A excitação aumentava
ção foi animadora mas o receio que lhe quentados pela gente dos automóveis. ritmo. A primeira assistência a que o Mini e, nessa noite não fui à cama, optando
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Colaço Marques,
“abriu o livro”
e recordou
a participação
naquele que foi
o seu primeiro
rali a sério
por ir para a oficina do Jaime Rodrigues nas calmas. Quando arrancámos, o meu Quando voltámos à estrada, o cheiro a os óculos de mergulho pendurados ao
acompanhar o trabalho de revisão do navegador ia em silêncio. Perguntei-lhe queimado provocado pelo guarda-lamas pescoço e eu, talvez vencido pelo can-
Mini. O Rali estava a correr-nos bem o que se passava e, a custo, revela que a raspar na roda era intenso. O nevoeiro saço, não conseguia parar de rir, ficando
até que, no troço entre Góis e Arganil, se enganara nos cálculos e que tínha- era forte, reduzindo bastante a visibili- ingloriamente naquele troço, com a meta
extremamente duro, com rocha à vista, mos pouquíssimo tempo para chegar dade e o António, meticuloso como era, praticamente à vista…”
tivemos o primeiro contratempo, ficando ao controlo seguinte. Uma média im- colocara uns óculos de pesca submarina O infortúnio impediria Colaço Marques
aí o escape do Mini. O Carro começou possível de cumprir. Entre palavrões, que tinha consigo e mandava-me andar! de integrar o lote de 22 equipas que
a perder rendimento mas isso não nos acelero, paro para por gasolina e vou a Eu só dizia: “Mas tu és doido? Eu não vejo chegaram ao Estoril após dias intensos
impediu de lutar pelos lugares da frente. voar até Arganil. É claro que penalizei nada!” E ele respondia “estou a ver pela onde não se ouviu a palavra descanso.
O maior dos obstáculos era o cansaço, à chegada ao controlo. Arranco para o copa das árvores”! Contas feitas, apenas 13 concorrentes
provocado pelo facto de não dormir ab- troço Arganil-Góis, feito no mesmo local Já a descer para Góis, sem nevoeiro, foi seriam classificados, tendo os restantes
solutamente nada. Quando aguardava a onde havíamos perdido o escape, mas sempre a andar e ainda ultrapassámos excedido o limite de penalização. Tony
minha vez para fazer a zona do Cavalinho, em sentido contrário, e, num gancho á uns poucos. Seguia-se a descida da Fall foi o grande vencedor à frente de
adormeci e, quando me acordaram, tinha esquerda, vou contra o morro e, quando Lousã para Cacilhas. O cheiro a quei- Hopkirk e Peixinho, dois dos magní-
os olhos colados. Valeram-me as gotas dou por mim, já estava do outro lado da mado persistia e perante o precipício ficos que fizeram voar os Mini sobre
de Optrex cedidas pelo Romãozinho… estrada. Os espectadores pegam lite- do lado direito, tentava defender-me, as demolidoras florestais do país. Do
Já na última etapa, quando deixámos o ralmente no carro, comigo e com o An- encostando-me ao outro lado. Tanto ponto de vista desportivo e económico,
Buçaco em direção a Arganil, encontrá- tónio lá dentro, e colocam-no na berma me defendi que mandei o carro para a campanha “Outono em Portugal”
mos, de forma inesperada, o Paixão. Foi do lado esquerdo para não bloquear o a valeta do lado esquerdo e ali ficou. fora um sucesso. Apesar de “jovem”, o
o primeiro contacto com a Renault 4L caminho. O guarda-lamas rebentou a Estávamos sós e não o conseguimos Rallye Internacional TAP afirmava-se
de assistência. O António Reis diz-lhe roda da frente do lado direito mas não foi tirar. Lembro-me de olhar para o meu no panorama internacional caminhan-
que estamos à vontade no que toca a preciso macaco, já que os espectadores navegador, ainda nervoso pelo erro que do rapidamente para patamares de
tempo e o Paixão começa a ver o carro levantaram o carro e mudaram a roda. havia cometido na assistência, com excelência… .
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“MASSIMO”ENTREVISTA EXCLUSIVAAUTOSPORT MIKI BIASION
EMPENHO
Há precisamente 30 anos, Miki Biasion vencia pela primeira vez o Rali de Portugal,
repetindo o triunfo nas duas edições seguintes e tornando-se no único piloto a obter três
vitórias consecutivas na nossa prova, feito que ainda não foi, até hoje, igualado. Meses
depois, cumpria o sonho de ser o primeiro italiano a sagrar-se campeão do mundo de
ralis, ao volante do mítico Lancia Delta, carro que considera um “filho”, tantas foram as
horas que empenhou no desenvolvimento do rebento. O apelido Biasion chegou aos quatro
cantos do mundo na memorável era do Grupo B mas foi na segunda metade da década de
80, numa altura em que os carros de Grupo A lutavam para recuperar o prestígio outrora
perdido, que Massimo, ou simplesmente Miki, como gosta que o tratem, entrou na galeria
dos inesquecíveis. Hoje, aos 60 anos, mantém intacta a paixão pelos ralis, aceitando sem
pestanejar o convite do Autosport para uma entrevista que revisitasse os dias de glória que
viveu ao volante. Pelo caminho, falou de Portugal e das gratas recordações que guarda de
um país que sempre o seduziu e onde deixou definitivamente a sua marca…
Nuno Branco
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Fotos: Martin Holmes, Jorge Cardoso, arquivo Autosport e oficiais
Os anos parecem passar ao lado Fala-nos da tua infância e das primeiras O Munari era o ídolo dos pilotos e dos fãs
de Miki Biasion. Apesar de ter lembranças ligadas ao desporto mo- italianos mas eu tinha uma admiração
entrado recentemente no clube torizado. especial por Walter Röhrl. Lembro-me
dos sexagenários, continua a A infância foi passada na minha terra, em que tive o primeiro contacto com o Walter
exibir o sorriso de sempre e Bassano Del Grappa, no norte de Itália. em 1977, quando ele entrou para o grupo
o corpo franzino que o impe- Não havendo circuitos por perto, os ralis Fiat e veio testar a Itália. Conheci-o nessa
diu de construir carreira no Motocross. eram a única oportunidade para termos altura, numa altura em que eu ainda nem
Sem ser saudosista, não é indiferente ao contacto com a competição automóvel e tinha carta de condução. Curiosamente,
passado e se na sua garagem repousam havia dois momentos no ano em que isso 5 anos depois, voltámos a encontrar-nos
alguns dos mais belos carros de ralis de acontecia: durante o Rali San Martino di por ocasião do Rali Sanremo. Röhrl era
todos os tempos, a verdade é que, ape- Castrozza, que se disputava na região piloto oficial da Opel e eu conduzia, tal
sar da tristeza que sente pela ausência e aquando da passagem da caravana como ele, um Ascona 400. Fui ter com
italiana do WRC, olha para o presente e do Rali Monte Carlo, já que os percursos ele e disse-lhe a brincar: “Vês, cinco anos
para o futuro da modalidade com otimis- de concentração que partiam de vários depois de nos termos conhecido, temos
mo, considerando que os ralis poderão países da Europa, tinham habitualmente um carro igual e podemos lutar um com
estar no caminho certo para recuperar um controlo horário precisamente em o outro!” (risos). Ainda hoje somos bons
a popularidade daqueles anos em que Bassano. Desde muito novo, habituei-me amigos…
os monstros do Grupo B desafiavam a a ver os grandes pilotos como Sandro Como é que um estudante de arquitetura
tirania do cronómetro e a inconsciência Munari, Walter Röhrl ou Markku Alén e piloto de motocross se torna piloto de
dos espectadores. Sentado numa sala passarem perto da minha casa, nascendo ralis?
repleta de troféus, Miki acede a viajar aí uma verdadeira paixão pelos ralis. Eu era um jovem com uma paixão enor-
no tempo, percorrendo o álbum das suas Qual o piloto que mais te inspirou na- me pelo desporto motorizado mas sem
memórias… quela época? possibilidades de fazer ralis e também não
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CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - ENTREVISTA
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Com o Lancia do Jolly Club, Biasion foi um dos
protagonistas do Rali de Portugal de 1985
havia um circuito de karting por perto. terminando em quinto. Alinhei depois no como havia muitos eventos em Itália, aca- No Quénia,
Então, a única hipótese de me iniciar nas Rali Ilha d´Elba, uma prova do campeo- bei por ser campeão europeu e italiano. O Biasion foi notícia
corridas foi através do motocross. Nas nato europeu onde participavam vários Fiorio ofereceu-me então um programa
motos, conseguia ser bastante competiti- pilotos de topo em carros de grupo 4, para disputar provas do Mundial em 84 e após vencer
vo mas era penalizado pela baixa estatura como Vudafieri, Fassina, Cerrato, Tabaton, propôs-me que não o fizesse na equipa o Safari de 1988
e pelo facto de o físico não ser suficiente Andruet, Darniche e terminei em quarto oficial da Martini mas sim no carro do Jolly
forte para competir ao mais alto nível. da geral. A partir daí, a equipa oficial da Club já que, assim, não teria a pressão de deras que era uma loucura conduzir um
Ainda assim, terminei em segundo no Opel começou a ajudar-me com peças e estar na mesma equipa dos “reis” como grupo B em classificativas como as da
campeonato italiano, em 250cc. Fui o pneus e, no final da época, fui campeão Markku Alén. Devo dizer que foi a decisão serra de Sintra com milhares de especta-
primeiro piloto oficial da Aprilia e tive uma italiano de grupo 2 à frente dos pilotos certa porque prossegui a minha evolução dores praticamente no meio da estrada?
carreira relativamente bem-sucedida oficiais da Opel. 18 meses após o início e obtive alguns bons resultados como Quando vejo as imagens desses anos,
mas, assim que tive oportunidade de da minha carreira, deixei de gastar o em Portugal, na Córsega ou em Monte penso que éramos um pouco loucos mas
conduzir um carro de ralis, guardei a moto dinheiro da família e passei então a ser Carlo, conseguindo alguns lugares no o desporto automóvel evoluiu bastante e,
na garagem e a arquitetura na gaveta. piloto oficial da Opel, disputando, em 1981, pódio numa altura em que o 037 lutava na época, mesmo achando que não era
Deste os primeiros passos nos ralis sacri- o campeonato italiano com um Ascona com marcas mais fortes como a Audi ou normal ou desejável aquele cenário, a
ficando o Renault 5 da tua mãe… 400 de grupo 4. a Peugeot com os seus carros de quatro verdade é que estávamos habituados a
Sim, é verdade. Havia na minha região um Um italiano a dar cartas não terá certa- rodas motrizes. correr assim, com carros muito potentes
pequeno campeonato de inverno, com mente passado despercebido a Cesare A tua primeira participação no Rali de no meio do público. Não escondo que a
apenas 3 ralis, organizado por um amigo Fiorio… Portugal acontece precisamente em 84, imagem de enfrentar pela primeira vez
chamado Tiziano Siviero, que viria a ser Em 1982, liderava o campeonato italiano numa altura em que a prova portuguesa aquela quantidade de espectadores no
o meu navegador. Na altura, não tinha com o Opel Ascona 400, à frente do meu era conhecida pelos excessos do público. meio da estrada era algo assustadora
dinheiro para comprar um carro de ralis companheiro de equipa Tony Fassina, do Quando recordas hoje esse tempo, consi- mas a verdade é que isso não afetou a
e convenci a minha mãe a deixar-me “Lucky” Battistolli e lutava com o Tonino minha competitividade e cheguei ao final
participar com o seu pequeno Renault 5. Tognana pelo título. O Tognana corria da primeira etapa no comando do rali.
Com cerca de 20 anos de idade, come- com um Ferrari 308 mas, para as últimas Depois do dramático acidente da Lagoa
ças a fazer ralis a sério e, menos de dois provas do campeonato, a Lancia deu-lhe Azul em 86, os pilotos oficiais decidi-
anos depois, eras já piloto profissional. um 037 e ele acabou por ser campeão ram abandonar o rali. Concordaste na
Que atributos te permitiram evoluir tão com poucos pontos de diferença. Ape- altura com a decisão ou respeitaste
rapidamente? sar de eu não ter ganho, o Cesare Fiorio
Em 1979, comecei a participar com um entendeu ser melhor ter-me na equipa
Opel Kadett de 2 litros. Era um carro mui- do que como adversário e convidou-me a
to competitivo para alguém que fazia a integrar a equipa Lancia, oferecendo-me
sua estreia. Nesse ano, fiz mais de uma um 037 de fábrica com a assistência do
dezena de ralis nos campeonatos re- Jolly Club para disputar o campeonato
gional e nacional com resultados muito europeu de 83.
interessantes e sem um único acidente. Quão especial foi o momento em que foste
As pessoas começaram a ter uma ideia convidado para integrar a equipa Lancia?
muito positiva a meu respeito. Mais do Foi inesquecível. Na época de 83 alinhei
que um piloto rápido, era consistente e em 14 ralis e obtive 11 vitórias, entre as
inteligente na maneira como geria as quais a do Rali Vinho da Madeira. A equipa
provas sem cometer erros. Em 1980, com de fábrica tinha Alén, Röhrl e depois havia
a ajuda do importador italiano da Opel, uma dezena de jovens pilotos, espalhados
comprei um Ascona 2 litros de grupo pelas várias equipas satélite, como o Jolly
2 e participei, pela primeira vez, num Club, a Grifone ou a R6. O meu objetivo
evento internacional, o Rali Targa Florio, era lutar pelo campeonato europeu mas,
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No Sanremo de 1989, o Delta vestiu colocação dos espectadores mais a sério. Em 1990, conquista a terceira vitória Delta de Grupo A após o fim dos monstros
traje de cerimónia em tons de encarnado O que mudou na tua vida após as tragé- consecutiva no Rali de Portugal do Grupo B?
dias da Córsega de 1985 e de 1986? Considero o Lancia Delta uma espécie
uma posição corporativa dos pilotos? (Silêncio) Perdi 3 amigos. Foi um momento Como viveste aqueles anos lunáticos de filho não só porque competi muitos
Bem, na altura em que a prova foi inter- particularmente difícil para mim mas, do Grupo B? anos com ele mas porque fui também
rompida, fiquei um pouco desapontado sabes, os pilotos de ralis, de Fórmula 1 Penso que foram os melhores da história responsável pelo seu desenvolvimento.
porque estava à frente do rali e, nesse e do desporto automóvel em geral têm da modalidade. Os mais espetaculares, Ganhei a maioria dos ralis ao volante do
ano de 86, era a primeira vez que liderava a velocidade e a consciência dos riscos os mais perigosos, é certo, mas também Delta mas nada chega à satisfação de
uma prova. Obviamente fiquei chocado no seu ADN. É claro que a evolução da é por isso que hoje são tão lembrados ter ganho o meu primeiro rali na Argen-
com o acidente, tal como os outros pilo- segurança dos carros e a dos especta- pelas pessoas. Éramos um pouco loucos tina com o Delta S4 ou de ter lutado pelo
tos. Falámos entre nós e concluímos que, dores é necessária mas, quando tens mas, se pudesse escolher um carro de campeonato nesse ano, pois nessa altura
com aqueles carros tão potentes, era um número na porta e um capacete na ralis para competir, escolhia um Lancia éramos os heróis dos espectadores.
demasiado perigoso correr no meio de cabeça, concentras-te em ir o mais rápido Delta S4, um Audi Sport Quattro ou um Como se explica o domínio avassalador
tantos espectadores. Tivemos a reunião possível e os pilotos nunca pensam que Peugeot 205 T16. Na altura, os carros da Lancia no mundial de ralis durante a
e ficou decidido que abandonaríamos os acidentes podem acontecer. Pensam do dia-a-dia eram, na sua maioria, pe- segunda metade da década de 80?
o rali. Pessoalmente, penso que, nas apenas em ir o mais rápido possível e quenos e pouco potentes, como o Fiat O segredo passava pelo bom funciona-
etapas em terra, o risco seria menor e bater os seus adversários. Quando an- 127, ou o Ford Fiesta e nós éramos uns mento de toda a equipa, desde os enge-
talvez pudéssemos continuar mas, em damos na autoestrada ou viajamos de heróis, uma espécie de deuses, pois nheiros de topo aos mecânicos. Éramos
sinal de respeito pelos familiares das avião também não pensamos nos riscos conduzíamos carros com 500 Cavalos. uma família com todos os elementos
vítimas, a atitude dos pilotos oficiais foi que corremos. Na competição é a mesma Com o fim do Grupo B, perdeu-se um bastante motivados e o carro estava
a correta. No fundo, com aquela decisão, coisa, o deporto automóvel é perigoso pouco esse encanto já que, de repente, constantemente a ser desenvolvido, o
estávamos a passar uma mensagem, mas é uma opção de vida. os heróis passam a conduzir carros com que me deu um enorme gozo durante
não apenas aos organizadores do rali pouco mais de 200 cavalos, menos po- todos aqueles anos.
de Portugal mas aos de todos os ralis tentes do que alguns dos Audi com que No teu mais recente livro afirmas que um
de que era preciso levar a segurança e a as mães levavam os seus filhos à escola! líder nasce líder e não aprende a sê-lo.
Para mim, essa transição fez-me muita Achas que, no que diz respeito a liderança,
confusão. Felizmente, os carros do WRC Cesare Fiorio estava uns furos acima
desta geração representam, de alguma dos outros?
forma, o regresso àquelas sensações, Naquela altura, além da competição entre
com carros mais potentes e visualmente os pilotos e entre as marcas, havia uma
mais agressivos, com a vantagem de a acérrima disputa entre os chefes de equi-
segurança ter progredido bastante. pa e as vitórias eram também mérito das
Uma pergunta simples: Lancia 037 ou estratégias de Cesare Fiorio, Jean Todt,
Delta S4, qual o teu favorito? Ove Andersson ou David Richards porque
Claramente o Delta S4. Era mais potente, toda a gente tentava ganhar explorando
mais competitivo, batia-se de igual para os limites dos regulamentos. Foi uma épo-
igual com os seus adversários mas o 037 ca muito particular também por isso e, em
era igualmente um carro fantástico, o cada rali, havia sempre uma expectativa
melhor carro de asfalto de sempre. Te- após o pódio para ver se o carro passava
nho boas memórias do 037 mas preferia nas verificações finais.
conduzir o Delta S4. Fiorio era conhecido pelas suas decisões
Quão desafiante foi conduzir o Lancia controversas. Uma das mais mediáticas
aconteceu no Monte Carlo de 87, resul-
tando daí um afastamento entre ti e o
Juha Kankkunen…
Nesse Monte Carlo tivemos uma luta ace-
sa mas eu vinha liderando desde o início
e quando o Bruno Saby partiu a caixa de
velocidades, ficámos os dois na frente,
praticamente sozinhos, com o Röhrl a
alguns minutos. Fiorio falou comigo e
com o Juha e disse-nos que tínhamos que
parar de lutar para salvaguardar as nossas
posições até ao fim do rali. Nessa altura eu
fiquei certo que tinha o rali ganho porque
era eu quem estava à frente mas o Fiorio
lembrou-se de nos dizer antes da última
etapa que, quem fosse o mais rápido no
Col de Turini, seria o vencedor do rali.
Partimos para o troço com pneus iguais
e eu ganhei o troço pelo que, para mim, o
rali estava ganho. O Juha, ou talvez mais
ainda o seu co-piloto [Juha Piironen],
não aceitou muito bem esta decisão e
chamou uma série de jornalistas para
o final do último troço para, de alguma
forma, dar a entender que me estaria a
entregar, forçadamente, a vitória. Para
mim, aquilo não fazia sentido já que fora o
mais rápido ao longo do rali, havia ganho
no Turini e aquela atitude causou mau
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - ENTREVISTA
40
estar entre nós. Durante alguns meses, só dos de Sintra mas de todos os outros Como te descreves enquanto piloto? tiveste um tratamento diferente por par-
a nossa relação era má mas, passado que nos levavam até à Póvoa do Varzim. A minha maior qualidade residia no facto te da equipa Lancia pelo facto de seres
algum tempo, conversámos, resolvemos Outro aspeto importante tinha a ver com de trabalhar muito, preparando muito italiano?
a questão e hoje somos grandes amigos. o facto de eu ser um piloto muito rápido bem cada rali. Conhecia muito bem o car- Não creio que tenha sido beneficiado, até
Sempre que o Juha vem a Itália, dorme no nevoeiro, que era presença habitual no ro e a sua mecânica, pelo que, além de o porque perdi alguns campeonatos, como
na minha casa, não vai para um hotel. rali, especialmente naqueles troços ma- conduzir, também era capaz de identificar o de 87, devido a uma série de problemas
Também mantenho uma excelente rela- drugadores de Arganil e, por isso, acabava problemas e resolvê-los, como reparar mecânicos. Na altura, eu era mais rápido
ção com o Markku Alén mas tenho uma por ser também competitivo nas secções uma caixa de velocidades, por exemplo. porque trabalhava mais do que os ou-
amizade muito forte com o Juha. de terra. Uma das melhores memórias Testava muito, tinha um bom “feeling” e tros, testava mais e envolvia-me mais
A tua primeira vitória no Rali de Portugal que guardo de Portugal aconteceu em isso permitia-me um bom entendimento no desenvolvimento do carro. Quando o
aconteceu há precisamente 30 anos. O 1985, quando conduzia o Lancia 037 do com os engenheiros no que diz respeito a Alén ia para as Maldivas relaxar após o
que recordas desse rali? Jolly Club e lutei com o Timo Salonen no amortecedores e suspensões. Em alguns Monte Carlo, eu ia para o Piódão à chuva,
De 85 a 90 fui sempre muito competi- Peugeot e com o Walter Röhrl no Audi. troços podia não ser tão rápido como à neve, ao frio trabalhar para evoluir o
tivo em Portugal e se o carro estivesse Terminei em segundo, contra carros de Kankkunen, Sainz ou McRae mas, antes Delta. Antes da partida para um rali, a
bem não teria problemas em lutar pela tração integral e esse foi um dos resulta- de cada rali, definia a estratégia e tinha equipa colocava os carros à disposição
vitória. Semanas antes desse rali, du- dos que maior satisfação me deu ao longo bem claro na minha mente quais os pneus dos pilotos para que cada um testasse e
rante os testes para o Safari, no Quénia, da minha carreira. Fiz muitos amigos em a usar, as afinações de suspensão a ado- escolhesse o que mais lhe agradava. Em
o Tiziano contraiu uma lesão nas costas Portugal, em Arganil, no Piódão, no Porto, tar em cada fase do rali e isso ajudava-me Portugal, por exemplo, antes da parti-
e foi aconselhado pelos médicos a não na Póvoa do Varzim. Gostava verdadeira- a ser mais competitivo. da, a Lancia levava os carros até Sintra
participar no Rali de Portugal. Foi o único mente do rali mas também das pessoas Relativamente aos vários colegas de e pedia-nos que déssemos uma volta
rali que fiz com o Carlo Cassina, que teve que conheci ao longo dos anos em que equipa como Alén, Kankkunen ou Au- para escolher o nosso preferido para a
um desempenho bastante profissional. participei na prova portuguesa. riol, em algum momento sentiste que prova. As condições eram as mesmas e,
Entendemo-nos muito bem e acabámos
por ganhar com alguma facilidade na
estreia do Lancia Delta Integrale, car-
ro que se revelou, desde logo, bastante
competitivo.
Semanas depois, vences pela primeira
vez o Safari. Porque é tão especial vencer
um rali como o Safari?
O grupo Fiat, através de modelos tão
icónicos como o Stratos ou o 131 Abarth,
havia tentado durante 19 anos vencer o
Safari mas nunca conseguira trazer o
troféu para Itália. Desde o final de 1987, eu
tinha ficado responsável pela preparação
da nossa máquina para o Safari e levei
muito tempo em África a evoluir o Delta
para conseguirmos a tão desejada vitória.
Optei por mudar completamente a filoso-
fia de desenvolvimento do carro, dando
prioridade à robustez em detrimento da
rapidez. Foi a decisão certa, já que ven-
cemos o rali em dois anos consecutivos
e essa foi uma das maiores satisfações
da minha carreira já que havia sido não
apenas o piloto mas também o respon-
sável pelos testes de preparação do carro.
Ainda hoje deténs o recorde de três vi-
tórias consecutivas em Portugal. De que
forma é que as características da prova
portuguesa se encaixavam no teu perfil
de pilotagem?
O Rali de Portugal sempre foi um nos
meus favoritos, sentindo, desde a primeira
vez, um“feeling” muito bom.Gostava dos
troços de asfalto da primeira etapa, não
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41
Com o Delta S4
na Argentina em 1986,
a primeira vitória no WRC
Em cima, a primeira vitória do grupo Fiat no Safari.
Em baixo, a desclassificação no Dakar de 2003
no caso específico da Lancia, havia ainda carreira, qual seria a tua escolha? envolvimento oficial da Lancia, ficando quer alteração na afinação. Na Lancia,
a particularidade de o Fiorio contratar A primeira vitória no WRC na Argentina a participação da equipa a cargo do Jolly mesmo durante o rali, íamos testando
especialistas locais como Saby, Loubet em 1986. Havia estado perto da vitória Club”. Perante isso, fui falar com o pre- e modificando o “setup” do carro para
ou Recalde para participar nas provas em algumas ocasiões, aquela era a mi- sidente da FIAT, não só enquanto piloto melhorar o seu desempenho e estávamos
do seu país. Estes pilotos estavam natu- nha primeira vez na Argentina e havia mas também porque era revendedor permanentemente a reinventar. Na Ford,
ralmente muito motivados para agarrar trabalhado muito nos treinos. Liderei da Lancia na minha cidade. Na altura, assim que o rali começava já não se mexia
a oportunidade que lhes ofereciam e da primeira à última classificativa pelo ele desmentiu a saída da Lancia mas o no carro e usávamos a afinação definida
davam luta aos pilotos que faziam todo que foi um momento muito emocionante engenheiro Lombardi confirmou-me durante os testes.
o campeonato. Ninguém tinha menos para mim. que a decisão estava tomada e que o Como descreves esses anos que passaste
serviço ou menos pneus, o tratamento No final de 1991 deixas a Lancia e mu- “Deltona” iria correr com o Jolly Club. na Ford?
era exatamente o mesmo. das-te para a Ford. Quais as razões que Iniciei então contactos com a Toyota e O Monte Carlo de 1992 foi o primeiro rali
Qual foi o colega de equipa mais duro te levaram a deixar aquela que havia sido com a Ford e acabei por assinar 3 anos que fiz com a Ford e aí as coisas não fo-
de bater? a tua casa durante tantos anos? pela Ford, correndo um ano com o Sierra ram muito animadoras mas, a partir do
Tive lutas muito interessantes com o Juha Em 1991 eu tinha assinado um contrato enquanto desenvolvia o Escort que usaria Rali de Portugal, começaram a melhorar,
Kankkunen e com o Markku Alén pelo com a Lancia para mais um ano mas, nos dois anos seguintes. obtendo aí o melhor resultado de sempre
que escolheria esses dois… durante o Rali da Acrópole, o engenheiro Quando chegaste a Boreham, que tipo de do Sierra. O François Delecour era o meu
Foste campeão italiano, europeu e Claudio Lombardi ligou-me avisando equipa encontraste e quais as diferenças companheiro de equipa e era também um
o primeiro italiano a vencer o título que a equipa oficial fecharia as portas no face à Lancia? piloto rápido mas tinha uma visão dife-
mundial. Entre as 17 vitórias que tens final desse ano. Disse-me: “Miki, apesar Na Ford, a mentalidade era completa- rente para o desenvolvimento do carro.
no WRC estão 3 triunfos no “teu” Rali do contrato, se quiseres procurar outra mente diferente. Trabalhavam bem na Acontece que a equipa seguia normal-
de Sanremo. Se tivesses que eleger o equipa, podes fazê-lo e é bom que sai- preparação do carro para cada rali mas, mente as suas ideias e não as minhas…
momento mais emocionante da tua bas que, no próximo ano, já não haverá após o início da prova, não faziam qual- No final de 1994, é colocado um ponto
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - ENTREVISTA
42
Segundo lugar
no Rali de Portugal
de 1993, com
o Escort Cosworth
Dakar 2007: final na tua carreira. É difícil parar após
passagem tantos anos a competir ao mais alto nível?
Na altura não pensei dessa forma. Havia
em Portugal com competido tantos anos e provavelmente
o pouco preparado tinha condições para continuar a fazê-lo
mas as outras equipas estavam com os
Fiat Panda seus plantéis fechados e, de repente, não
havia lugares disponíveis para mim e
não fazia sentido eu pagar para ter um
lugar competitivo. Decidi então colocar
um ponto final. Havia tido uma carrei-
ra maravilhosa, com imensos motivos
de satisfação e, por isso, achei que era o
momento ideal para parar…
Como vês a evolução que os ralis têm
sofrido nas últimas décadas?
No início deste milénio, os ralis passaram
por uma fase mais aborrecida do ponto
de vista do espetáculo, muito por culpa
de um senhor chamado Sébastien Loeb
que canibalizou todo o protagonismo ao
vencer tantos ralis e campeonatos. Ele é
o melhor de sempre tal como provam as
estatísticas mas, nesse período, a mo-
dalidade tornou-se menos atrativa para
os espectadores. Recentemente, com
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43
Em cima, a vitória
no Rali de Portugal
de 1988. Ao lado,
um animador
segundo lugar
no “Vinho do Porto”
de 1992 com
o Sierra Cosworth
as novas regras do WRC, os ralis estão a Existem alguns pilotos bons a competir esta “quase morte” da mítica marca mim, fiquei em segundo e bastante feliz
recuperar o interesse e a popularidade nas categorias secundárias, conduzindo italiana? com o resultado. Os camiões eram muito
que haviam tido nos anos do grupo B. carros da categoria R5 mas, infelizmente, Vejo com muita tristeza porque a Lancia rápidos e também proporcionavam um
Os carros são incrivelmente rápidos e não conseguem dar o salto para o WRC e fez história, não apenas nos ralis mas enorme prazer. Com o Panda, era sobre-
há vencedores diferentes em cada pro- isso entristece-me. Não é fácil encontrar também nos modelos de estrada e é tudo engraçado e talvez com uma equipa
va. Talvez o Ogier ainda desequilibre as uma razão para isso mas não acho que uma pena que a marca praticamente mais experiente tivéssemos conseguido
contas mas o seu domínio já não é tão os pilotos italianos tenham deixado de não exista nos dias de hoje. Mas é impor- chegar aofinal mas essa participação era
avassalador e é preciso chegar ao fim do saber conduzir… tante que a Lancia continue no coração sobretudo uma operação de marketing…
campeonato para encontrar o campeão. Vês alguma possibilidade de o Grupo Fiat das pessoas, não apenas em Itália mas Nos dias de hoje, de que sentes mais falta
As coisas estão definitivamente melhores. regressar aos ralis num futuro próximo? em todo o mundo e o lado positivo deste quando pensas na vida que dedicaste à
A Itália tem um lugar importante na O novo Fiat 124 Abarth Rally é um car- quase desaparecimento é que a marca se competição?
história do WRC mas, atualmente, não ro interessante na categoria RGT mas a tornou numa lenda, o que significa que, Guardo comigo grandes memórias e
há marcas italianas ou pilotos italianos verdade é que não existe um programa se um dia regressar, será um sucesso… talvez a única coisa de que sinta falta
no WRC. Na tua opinião quais as razões oficial e não me parece que haja interes- Participaste no Dakar de três formas é do contacto com as pessoas que fui
para este divórcio? se para que isso aconteça. No entanto, completamente distintas: num Fiat Panda conhecendo nos locais em que competi.
Em Itália diz-se que não há envolvimento a F1 não é hoje tão popular como já foi Cross 4x4, num camião e ainda como Na altura, quando chegava à Córsega, à
italiano no WRC porque o grupo Fiat está no passado, pelo que seria talvez uma piloto oficial da Mitsubishi. Qual delas Grécia ou a Portugal, gostava de correr
arredado dessa competição. Mas eu não boa oportunidade para o grupo pensar te divertiu mais? mas também de rever as pessoas que fui
acho que isso sirva de desculpa. Não me em regressar aos ralis mas, na verdade, Com a Mitsubishi foi fantástico porque conhecendo. Portugal sempre foi um dos
lembro de ver construtores finlande- no grupo Fiat perdeu-se a paixão pelos estava integrado na melhor equipa e o meus países de eleição e dava-me espe-
ses nos ralis e os pilotos escandinavos ralis e isso condiciona a sua vontade de carro era realmente competitivo. Estive cial satisfação chegar a Viseu, à Póvoa do
continuam lá. A verdade é que estamos regressar. perto da vitória em 2003, terminando Varzim, a Arganil ou ao Piódão, rever as
a atravessar um momento complica- Sei que colecionas uns quantos Lancia em segundo mas uma fuga de óleo no pessoas e ter um maravilhoso jantar com
do no desporto motorizado em Itália e de rali na tua garagem e acredito que pódio obrigou-nos a mudar a caixa de fantástica comida portuguesa. Tenho a
não tem a ver apenas com os ralis. Na F1 a marca tenha um valor sentimen- velocidades e a levar uma penalização de sorte de ter feito muitos amigos e tenho
também não existem pilotos italianos. tal muito grande para ti. Como vês dez horas que nos roubou esse lugar. Para saudades de os rever…
WRC/
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - ESTATÍSTICA
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NÚM3ROS...OS‘BITS’E‘BYTES’DORALIDEPORTUGAL
Os núm3ros são Na maioria das vezes nem damos por isso, mas a verdade é que
uma parte muito todos nós usamos a matemática diariamente, quer seja para ver
importante da história as horas, com o dinheiro, os números servem para resolver-
do Rali de Portugal. mos os problemas que conhecemos. Os ralis são um desporto
Fundamental, aliás, espetacular, com muita emoção, adrenalina, mas também se
sem eles, não se sabia resumem a núm3ros. Por isso, vamos usá-los para ‘dissecar’
quem era mais rápido, um pouco melhor a história do Rali de Portugal, revelar padrões
embora se pudesse e antecipar tendências. Não cabem aqui todas as estatísticas
ter um vaga ideia... da prova, mas certamente as mais importantes...
M/ M A I S V I T Ó R I A S M/ MARCAS COM MAIS TRIUNFOS M/ MODELOS VITORIOSOS
A edição deste ano do Rali de Portugal tem um um interesse Outro ponto de interesse da edição deste ano do Rali de Vai demorar, pelo menos, mais três anos até que o recorde
adicional, já que depois do ano passado, Sébastien Ogier Portugal passa pela possibilidade da Citroën poder desempatar de modelos vitoriosos no Rali de Portugal possa ser
ter empatado em número de vitórias com Markku Alén, o com a Lancia como a marca com maior número de triunfos. igualado. Lancia Delta Integrale e Fiat 131 Abarth, com
francês tem este ano a possibilidade de se tornar no mais Kris Meeke, Craig Breen e Mads Ostberg, dois deles anteriores quatro triunfos cada, lideram esta lista, que não se altera
vitorioso piloto de sempre da história do nosso rali. Será vencedores do Rali de Portugal, têm a palavra... no topo desde... 1992.
que consegue?
MARCAS
VITÓRIAS PILOTO ANOS 8 LANCIA 1968 / 1970 / 1976 / 1987 / 1988 / 1989 7 1990 / 1992 MODELOS VITORIOSOS 1988 / 1989 / 1990 / 1992
5 MARKKU ALEN 1975 / 1977 / 1978 / 1981 / 1987 8 CITROËN 1969 / 2003 / 2004 / 2007 / 2009 / 2010 / 2011 / 2016 4 LANCIA DELTA INTEGRALE 1977 / 1978 / 1980 / 1981
5 SÉBASTIEN OGIER 2010 / 2011 / 2013 / 2014 / 2017 6 FIAT 4 FIAT 131 ABARTH
3 ARMINDO ARAÚJO 5 FORD 1974 / 1975 / 1977 / 1978 / 1980 / 1981 3 VOLKSWAGEN POLO R WRC 2013 / 2014 / 2015
3 HANNU MIKKOLA 2003 / 2004 / 2006 4 SUBARU 1979 / 1993 / 1999 / 2012 / 2017 3 CITROËN C4 WRC 2007 / 2009 / 2010
3 MASSIMO BIAISON 1979 / 1983 / 1984 4 TOYOTA 1995 / 1998 / 2000 / 2005 3 MITSUBISHI LANCER EVO 1997 / 2001 / 2006
2 CARLOS SAINZ 1988 / 1989 / 1990 4 ALPINE/RENAULT 1991 / 1994 / 1996 / 2002 3 SUBARU IMPREZA WRC 1995 / 1998 / 2000
2 COLIN MCRAE 3 VOLKSWAGEN 1967 L 1971 / 1973 / 1986 3 TOYOTA COROLLA WRC 1991 / 1994 / 1996
2 JUHA KANKKUNEN 1991 / 1995 3 MITSUBISHI 2013 / 2014 / 2015 3 AUDI QUATRO 1982 / 1983 / 1984
2 SÉBASTIEN LOEB 1998 / 1999 3 AUDI 1997 / 2001 / 2006 2 CITROËN SAXO KIT CAR
2 TOMMI MAKINEN 1992 / 1994 2 PEUGEOT 1982 / 1983 / 1984 2 FIAT ABARTH 124 2003 / 2004
1 CARPINTEIRO ALBINO 2007 / 2009 1 BMW 1985 / 2008 2 ALPINE RENAULT 1974 / 1975
1 TONNY FALL 1997 / 2001 1972 2 CITROËN DS3 WRC 1971 / 1973
1 FRANCISCO ROMÃOZINHO 1 FORD FIESTA WRC ‘17 2011 / 2016
1 SIMO LAMPINEN 1967 N/ NÚMERO DE RALIS NO WRC 1 FORD FIESTA RS WRC
1 JEAN PIERRE NICOLAS 1968 1 PEUGEOT 207 S2000 2017
1 ACHIM WARMBOLD 1969 Só dois países são totalistas, Finlândia e Grã-Bretanha. Sem 1 SUBARU IMPREZA WRX 2012
1 JEAN LUC THERIER 1970 as ausências entre 2002-2006 e 2008, estaríamos no topo. 1 TOYOTA COROLLA WRC 2008
1 RAFAELE PINTO 1971 Os anos de rotatividade (Portugal em 1996) foram iguais 1 FORD FOCUS WRC 2005
1 SANDRO MUNARI 1972 para todos. 1 FORD ESCORT RS COSWORTH 2002
1 WALTER RÖHRL 1973 1 LANCIA DELTA HF 4WD 1999
1 MICHELE MOUTON 1974 1 RENAUTL 5 TURBO 1993
1 TIMO SALONEN 1976 1 PEUGEOT 205 TURBO 16 1987
1 JOAQUIM MOUTINHO 1980 1 FORD ESCORT RS 1800 1986
1 FRANÇOIS DELECOUR 1982 1 LANCIA STRATOS 1985
1 RUI MADEIRA 1985 1 BMW 2002 ALPINA 1979
1 RICHARD BURNS 1986 1 LANCIA FULVIA HF 1600 1976
1 DIDIER AURIOL 1993 1 CITROËN ID 20 1972
1 DANIEL CARLSSON 1996 1 LANCIA FULVIA HF 1300 1970
1 LUCA ROSSETTI 2000 1 RENAULT GORDINI 1300 1969
1 MADS ØSTBERG 2002 1968
1 JARI-MATTI LATVALA 2005 1967
1 KRIS MEEKE 2008
2012
2015
2016
Nº DE RALIS NO WRC
POS. PAÍS Nº INÍCIO/ÚLTIMO
1 FINLÂNDIA 44 1973-2017
1 GRÃ-BRETANHA 44 1973-2017
3 SUÉCIA 42 1973-2018
4 MONTE CARLO 41 1973-2018
5 CÓRSEGA 39 1973-2018
6 GRÉCIA 38 1973-2013
6 PORTUGAL 38 1973-2017
R/ RALIS MAIS EQUILIBRADOS D/ >> autosport.pt
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A DUREZA DO
RALI DE PORTUGAL...
Não será fácil bater o recorde do Rali da Jordânia de 2011, Há uma boa forma de atestar a dureza duma
mas um dia há-de acontecer. Portugal tem uma prova no top prova, e as percentagens de abandonos do
4 das mais equilibradas da história do WRC. Rali de Portugal, não contando a história
toda, dão uma boa ideia de quão duro era
RALIS MAIS EQUILIBRADOS o Rali de Portugal no passado. O evento
com a percentagem mais baixa de equipas
POS. PROVA DIF. PILOTOS à chegada foi em 1980, quando apenas
OGIER-LATVALA 15,84% dos concorrentes terminaram.
1 2011 JORDÂNIA 0.2S GRONHOLM-LOEB Hoje em dia as percentagens ficam em
NEUVILLE-EVANS média acima dos 60%, por vezes bem
2 2007 NOVA ZELÂNDIA 0.3S MCRAE-SAINZ mais, dependendo sempre das condições
KANKKUNEN-BURNS meteorológicas. Por exemplo, desde os
3 2017 ARGENTINA 0.7S LATVALA-OGIER 25,81% de equipas à chegada de 2001,
LOEB-HIRVONEN nunca mais o número de abandonos ficou
4 1998 PORTUGAL 2.1S GRONHOLM-BURNS acima dos 50%. Nota: Só considerámos
MIKKELSEN-LATVALA provas do WRC (1973-2017)
5 1999 ARGENTINA 2.4S LOEB-GRONHOLM
LATVALA-OGIER
5 2010 NOVA ZELÂNDIA 2.4S WALDEGARD-MUNARI
SAINZ-SOLBERG
5 2011 ARGENTINA 2.4S SAINZ-AURIOL
BIASION-FIORIO
8 2000 AUSTRÁLIA 2.7S LOEB-GRONHOLM
MCRAE-BURNS
9 2015 CATALUNHA 3.1S SOLBERG-GRONHOLM
DARNICHE-WALDEGARD
10 2003 ALEMANHA 3.6S BURNS-GRONHOLM
10 2014 FINLÂNDIA 3.6S
12 1976 SAN REMO 4.0S
12 2002 ARGENTINA 4.0S
14 1998 NOVA ZELÂNDIA 4.1S
15 1989 SAN REMO 5.0S
16 2006 JAPÃO 5.6S
17 2000 CATALUNHA 5.9S
17 2004 NOVA ZELÂNDIA 5.9S
19 1979 MONTE CARLO 6.0S ANO PARTIRAM TERMINARAM %
27 2000 PORTUGAL 6.5S 1973 80 23 28,75
1974 125 23 18,40
1975 73 22 30,14
1976 59 21 35,59
1977 103 27 26,21
1978 112 20 17,86
1979 88 16 18,18
1980 101 16 15,84
1981 95 24 25,26
1982 91 23 25,27
1983 86 31 36,05
1984 70 20 28,57
1985 94 28 29,79
M/ MELHORES PORTUGUESES NO RALI DE PORTUGAL 1986 110 35 31,82
1987 94 36 38,30
1988 99 35 35,35
1989 93 38 40,86
1990 100 34 34,00
1991 95 28 29,47
1992 100 30 30,00
Ser a melhor equipa portuguesa no Rali de Portugal sempre foi um dos destaques do evento. Em 51 edições, só por sete vezes os portugueses 1993 84 32 38,10
venceram o Rali de Portugal à geral, na sua fase inicial pré-Mundial de Ralis, por exemplo logo na primeira edição através de Carpinteiro Albino
e Silva Pereira, no Renault 8 Gordini e dois anos depois, Francisco Romãozinho e ‘Jocames’ (Citroën DS Proto). Depois disso, só em ocasiões 1994 89 34 38,20
especiais, Joaquim Moutinho, em 1986, o ano do acidente de Joaquim Santos, quando as equipas de fábrica dos Grupos B se retiraram todas, dez
anos depois em 1996, em que triunfou Rui Madeira, num ano em que a rotatividade do WRC levou a que a prova portuguesa contasse só para a F2. 1995 114 39 34,21
Depois de sair do WRC, em 2003 e 2004, no ‘refúgio’ de Trás os Montes, Armindo Araújo obteve dois bons triunfos, repetindo o feito em 2006 já no
Algarve, quando a prova já foi candidata ao regresso ao WRC, tendo sido esta a última vez em que um piloto luso alcançou esse feito. 1996 80 37 46,25
Regista-se também que só em 13 das 51 edições não houve portugueses no top 10 à geral.
1997 98 34 34,69
1998 116 47 40,52
1999 117 55 47,01
2000 114 48 42,11
2001 93 24 25,81
2007 80 61 76,25
2009 68 41 60,29
2010 74 51 68,92
ANO CLASS. PILOTO/NAVEGADOR CARRO 2011 71 38 53,52
RENAULT 8 GORDINI
1967 1º CARPINTEIRO ALBINO – SILVA PEREIRA 2012 49 30 61,22
MORRIS COOPER
1968 3º ANTÓNIO PEIXINHO/JOÃO CANAS MENDES CITROËN DS PROTO 2013 70 38 54,29
1969 1º FRANCISCO ROMÃOZINHO – ‘JOCAMES’ DATSUN 2000 2014 84 59 70,20
OPEL 1904 SR
1970 4º JOSÉ LAMPREIA/CHRISTIAN MELVILLE PORSCHE 911 S 2015 93 69 74,20
CITROËN DS 2
1971 8º MANUEL GOMES PEREIRA/J. MARÇAL CITROËN GS 1220 2016 78 59 75,60
DATSUN 260Z
OPEL KADETT GT/E 2017 64 41 64,10
OPEL KADETT GT/E
1972 6º GIOVANNI SALVI/LUIGI VALLE FORD ESCORT RS 2000
FORD ESCORT RS 2000
1973 3º FRANCISCO ROMÃOZINHO/JOSÉ BERNARDO FORD ESCORT RS 2000
FORD ESCORT RS
1974 8º FRANCISCO ROMÃOZINHO/JOSÉ BERNARDO FORD ESCORT RS 1800 MKII
FORD ESCORT RS 1800 MKII
1975 5º PEDRO CORTÊZ/JOÃO TEIXEIRA GOMES TOYOTA COROLLA GT
FORD ESCORT RS 1800 MKII
1976 3º MÊQUÊPÊ/JOÃO BATISTA RENAULT 5 TURBO
FORD SIERRA RS COSWORTH
1977 6º MÊQUÊPÊ/MIGUEL VILAR RENAULT 11 TURBO
LANCIA DELTA HF 4WD
1978 8º CARLOS TORRES -PEDRO DE ALMEIDA LANCIA DELTA INTEGRALE 16V
LANCIA DELTA INTEGRALE 16V
1979 5º CARLOS TORRES/PEDRO DE ALMEIDA TOYOTA CELICA GT-FOUR
LANCIA DELTA HF INTEGRALE
1980 7º CARLOS TORRES/ANTÓNIO MORAIS FORD ESCORT RS COSWORTH
MITSUBISHI LANCER EVO II
1981 7º RAFAEL CID/MIGUEL OLIVEIRA TOYOTA CELICA GT-FOUR
PEUGEOT 306 MAXI
1982 4º CARLOS TORRES/FILIPE LOPES TOYOTA CELICA GT-FOUR
SUBARU IMPREZA
1983 9º JOAQUIM SANTOS/MIGUEL OLIVEIRA PEUGEOT 206 WRC ANO CLASS. PILOTO/NAVEGADOR CARRO
FORD FOCUS RS WRC ‘01
1984 8º JORGE ORTIGÃO/JOÃO BATISTA 2001 11º RUI MADEIRA/FERNANDO PRATA
PEUGEOT 206 WRC
1985 6º JOSÉ MIGUEL/JOSÉ LUÍS NASCIMENTO 2002 3º MIGUEL CAMPOS/CARLOS MAGALHÃES CITROËN SAXO KIT CAR
CITROËN SAXO KIT CAR
1986 1º JOAQUIM MOUTINHO/EDGAR FORTES 2003 1º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO MITSUBISHI LANCER EVO VIII
MITSUBISHI LANCER EVO VIII
1987 9º JOAQUIM SANTOS/MIGUEL OLIVEIRA 2004 1º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO
PEUGEOT 207 S2000
1988 8º INVERNO AMARAL/JOAQUIMNETO 2005 3º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO PEUGEOT 207 S2000
MITSUBISHI LANCER EVO VIII
1989 6º CARLOS BICA/FERNANDO PRATA 2006 1º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO MITSUBISHI LANCER EVO VIII
PEUGEOT 207 S2000
1990 5º CARLOS BICA/FERNANDO PRATA 2007 17º BRUNO MAGALHÃES/PAULO GRAVE MINI JOHN COOPER WORKS WRC
MITSUBISHI LANCER EVO IX
1991 10º CARLOS BICA/FERNANDO PRATA 2008 6º BRUNO MAGALHÃES/MÁRIO CASTRO
FORD FIESTA RRC
1992 8º JOAQUIM SANTOS/CARLOS MAGALHÃES 2009 14º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO FORD FIESTA R5
ŠKODA FABIA R5
1993 16º JORGE BICA/JOAQUIM CAPELO 2010 15º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO ŠKODA FABIA R5
1994 5º FERNANDO PERES/RICARDO CALDEIRA 2011 21º BRUNO MAGALHÃES/PAULO GRAVE
1995 9º RUI MADEIRA/NUNO R. DA SILVA 2012 18º ARMINDO ARAÚJO/MIGUEL RAMALHO
1996 1º RUI MADEIRA/NUNO R. DA SILVA 2013 18º MIGUEL J. BARBOSA/ALBERTO SILVA
1997 10º ADRUZILO LOPES/LUÍS LISBOA 2014 15º BERNARDO SOUSA/HUGO MAGALHÃES
1998 9º RUI MADEIRA/NUNO R. DA SILVA 2015 20º MIGUEL CAMPOS/CARLOS MAGALHÃES
1999 9º RUI MADEIRA/NUNO R. DA SILVA 2016 14º MIGUEL CAMPOS/CARLOS MAGALHÃES
2000 11º ADRUZILO LOPES/LUÍS LISBOA 2017 16º MIGUEL CAMPOS/ANTÓNIO COSTA
WRC/ PALMARÉS
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - HORÁRIO
46
P/
H/ H O R Á R I O EDIÇÃO ANO PILOTO/NAVEGADOR CARRO
51 2017 SÉBASTIEN OGIER – JULIEN INGRASSIA FORD FIESTA WRC ‘17
QUINTA-FEIRA 17 DE MAIO 50 2016 KRIS MEEKE – PAUL NAGLE
49 2015 JARI-MATTI LATVALA – MIKKA ANTTILLA CITROËN DS3 WRC
SHAKEDOWN (PAREDES) 4.60 KM 07:30 48 2014 SÉBASTIEN OGIER – JULIEN INGRASSIA VOLKSWAGEN POLO R WRC
47 2013 SÉBASTIEN OGIER – JULIEN INGRASSIA VOLKSWAGEN POLO R WRC
1ª ETAPA 46 2012 MADS ØSTBERG – JONAS ANDERSSON VOLKSWAGEN POLO R WRC
45 2011 SÉBASTIEN OGIER – JULIEN INGRASSIA
PE1 SSS LOUSADA 3.36 KM 19:03 44 2010 SÉBASTIEN OGIER – JULIEN INGRASSIA FORD FIESTA RS WRC
43 2009 SÉBASTIEN LOEB – DANIEL ELENA CITROËN DS3 WRC
SEXTA-FEIRA 18 DE MAIO 42 2008 LUCA ROSSETI – MATTEO CHIARCOSSI CITROËN C4 WRC
41 2007 SÉBASTIEN LOEB – DANIEL ELENA CITROËN C4 WRC
SERVICE A - EXPONOR - 19 MIN 07:45 40 2006 ARMINDO ARAÚJO – MIGUEL RAMALHO
39 2005 DANIEL CARLSSON – MATTIAS ANDERSON PEUGEOT 207 S2000
PE2 VIANA DO CASTELO 1 26.73 KM 09:15 38 2004 ARMINDO ARAÚJO – MIGUEL RAMALHO CITROËN C4 WRC
37 2003 ARMINDO ARAÚJO – MIGUEL RAMALHO
PE3 CAMINHA 1 18.11 KM 10:12 36 2002 DIDIER AURIOL – THIERRY BARJOU MITSUBISHI LANCER EVO IV
35 2001 TOMMI MAKINEN – RISTO MANNISENMAKI SUBARU IMPREZA WRC
PE4 PONTE DE LIMA 1 27.54 KM 10:52 34 2000 RICHARD BURNS – ROBERT REID CITROËN SAXO KIT CAR
33 1999 COLIN MCRAE – NICKY GRIST CITROËN SAXO KIT CAR
SERVICE B - EXPONOR - 34 MIN 13:40 32 1998 COLIN MCRAE – NICKY GRIST TOYOTA COROLLA WRC
31 1997 TOMMI MAKINEN – SEPPO HARJANNE
PE5 VIANA DO CASTELO 2 26.73 KM 15:25 30 1996 RUI MADEIRA – NUNO R. SILVA MITSUBISHI LANCER EVO IV
29 1995 CARLOS SAINZ – LUIS MOYA SUBARU IMPREZA WRC
PE6 CAMINHA 2 18.11 KM 16:22 28 1994 JUHA KANKKUNEN – NICKY GRIST FORD FOCUS WRC
27 1993 FRANÇOIS DELECOUR – DANIEL GRATALOUP SUBARU IMPREZA 555
PE7 PONTE DE LIMA 2 27.54 KM 17:02 26 1992 JUHA KANKKUNEN – JUHA PIIRONEN
25 1991 CARLOS SAINZ – LUIS MOYA MITSUBISHI LANCER EVO IV
PE8 PORTO STREET STAGE 1 1.85 KM 19:03 24 1990 MASSIMO BIASION – TIZIANO SIVIERO TOYOTA CELICA GT FOUR
23 1989 MASSIMO BIASION – TIZIANO SIVIERO SUBARU IMPREZA 555
PE9 PORTO STREET STAGE 2 1.85 KM 19:28 22 1988 MASSIMO BIASION – CARLO CASSINA TOYOTA CELICA GT FOUR
21 1987 MARKKU ALEN – ILKKA KIVIMAKI FORD ESCORT COSWORTH
FLEXI SERVICE C - EXPONOR - 49 MIN 20:10 20 1986 JOAQUIM MOUTINHO – EDGAR FORTES LANCIA DELTA INTEGRALE
19 1985 TIMO SALONEN – SEPPO HARJANNE TOYOTA CELICA GT FOUR
18 1984 HANNU MIKKOLA – ARNE HERTZ LANCIA DELTA INTEGRALE
17 1983 HANNU MIKKOLA – ARNE HERTZ LANCIA DELTA INTEGRALE
2ª ETAPA SÁBADO 19 DE MAIO 16 1982 MICHÈLE MOUTON – FABRIZIA PONS LANCIA DELTA INTEGRALE
15 1981 MARKKU ALEN – ILKKA KIVIMAKI LANCIA DELTA 4WD
SERVICE D - EXPONOR - 19 MIN 07:15 14 1980 WALTER ROHRL – CHRISTIAN GEISTDORFER RENAULT 5 TURBO
13 1979 HANNU MIKKOLA – ARNE HERTZ PEUGEOT 205 T16
PE10 VIEIRA DO MINHO 1 17.38 KM 09:06 12 1978 MARKKU ALEN – ILKKA KIVIMAKI AUDI QUATTRO S2
11 1977 MARKKU ALEN – ILKKA KIVIMAKI AUDI QUATTRO S2
PE11 CABECEIRAS DE BASTO 1 22.22 KM 09:44 10 1976 SANDRO MUNARI – SILVIO MAIGA AUDI QUATTRO S1
9 1975 MARKKU ALEN – ILKKA KIVIMAKI FIAT 131 ABARTH
PE12 AMARANTE 1 37.60 KM 11:03 8 1974 RAFAELLE PINTO – ARNALDO BERNACCHINI FIAT 131 ABARTH
7 1973 JEAN-LUC THÉRIER – JACQUES JAUBERT FORD ESCORT RS 1800
SERVICE E - EXPONOR - 34 MIN 13:00 6 1972 ACHIM WARMBOLD – JOHN DAVENPORT FIAT 131 ABARTH
5 1971 JEAN-PIERRE NICOLAS – JEAN TODT FIAT 131 ABARTH
PE13 VIEIRA DO MINHO 2 17.38 KM 15:08 4 1970 SIMO LAMPINEN – JOHN DAVENPORT LANCIA STRATOS HF
3 1969 FRANCISCO ROMÃOZINHO – “JOCAMES” FIAT 124 ABARTH
PE14 CABECEIRAS DE BASTO 2 22.22 KM 15:46 2 1968 TONY FALL – RON CRELLIN FIAT 124 ABARTH
1 1967 CARPINTEIRO ALBINO – SILVA PEREIRA ALPINE RENAULT 1800
PE15 AMARANTE 2 37.60 KM 17:05 BMW 2002 TI
ALPINE RENAULT 1600
SERVICE F - EXPONOR - 49 MIN 19:00 LANCIA FULVIA HF
CITROËN DS PROTO
LANCIA FULVIA HF
RENAULT 8 GORDINI
3ª ETAPA DOMINGO 20 DE MAIO
SERVICE G - EXPONOR - 19 MIN 07:00
PE16 MONTIM 1 8.64 KM 08:35
PE17 FAFE 1 11.18 KM 09:08
PE18 LUÍLHAS 11.89 KM 09:36
PE19 MONTIM 2 8.64 KM 10:35
PE20 FAFE 2 (POWER STAGE) 11.18 KM 12:18
WRC/ >> autosport.pt
CAMPEONATO DO MUNDO DE RALIS - INSCRITOS
47
I/ I N S C R I T O S
NR EQUIPA PILOTO CO-PILOTO VEICULO GR/CL PRI
1 M-SPORT FORD WRT SEBASTIEN OGIER JULIEN INGRASSIA FORD
2 M-SPORT FORD WRT ELFYN EVANS DANIEL BARRITT FORD FIESTA WRC WRC RC1 1 M
3 M-SPORT FORD WRT TEEMU SUNINEN MIKKO MARKKULA FORD FIESTA WRC M
4 HYUNDAI SHELL MOBIS WRT ANDREAS MIKKELSEN ANDERS JAEGER-SYNNEVAAG HYUNDAI FIESTA WRC WRC RC1 1 M
5 HYUNDAI SHELL MOBIS WRT THIERRY NEUVILLE NICOLAS GILSOUL HYUNDAI I20 COUPE WRC M
6 HYUNDAI SHELL MOBIS WRT DANI SORDO CARLOS DEL BARRIO HYUNDAI I20 COUPE WRC WRC RC1 1 M
7 TOYOTA GAZOO RACING WRT JARI-MATTI LATVALA MIIKKA ANTTILA TOYOTA I20 COUPE WRC
8 TOYOTA GAZOO RACING WRT OTT TÄNAK MARTIN JÄRVEOJA TOYOTA YARIS WRC WRC RC1 1 M
9 TOYOTA GAZOO RACING WRT ESAPEKKA LAPPI JANNE FERM TOYOTA YARIS WRC M
10 CITROEN TOTAL ABU DHABI WRT KRIS MEEKE PAUL NAGLE CITROEN YARIS WRC WRC RC1 1 M
11 CITROEN TOTAL ABU DHABI WRT CRAIG BREEN SCOTT MARTIN CITROEN C3 WRC M
12 CITROEN TOTAL ABU DHABI WRT MADS OSTBERG TORSTEIN ERIKSEN CITROEN C3 WRC WRC RC1 1 M
16 HYUNDAI SHELL MOBIS WRT HAYDEN PADDON SEBASTIAN MARSHALL HYUNDAI C3 WRC M
21 YAZEED RACING YAZEED AL RAJHI MICHAEL ORR FORD I20 COUPE WRC WRC RC1 1 M
31 ŠKODA MOTORSPORT PONTUS TIDEMAND JONAS ANDERSSON ŠKODA FIESTA WRC
32 GUS GREENSMITH GUS GREENSMITH CRAIG PARRY FORD FABIA R5 WRC RC1 1 WRC2
33 PEDRO HELLER PEDRO HELLER PABLO OLMOS FORD FIESTA R5 WRC2
34 TOMMI MÄKINEN RACING OY TAKAMOTO KATSUTA MARKO SALMINEN FORD FIESTA R5 WRC RC1 1 WRC2
35 HYUNDAI MOTORSPORT JARI HUTTUNEN ANTTI LINNAKETO HYUNDAI FIESTA R5 WRC2
36 ACI TEAM ITALIA WRC FABIO ANDOLFI SIMONE SCATTOLIN ŠKODA I20 R5 WRC RC1 1 WRC2
37 LUKASZ PIENIAZEK LUKASZ PIENIAZEK PRZEMYSLAW MAZUR ŠKODA FABIA R5 WRC2
38 NIL SOLANS BALDO NIL SOLANS BALDO MIQUEL IBAÑEZ SOTOS FORD FABIA R5 WRC RC1 1 WRC2
39 BRC RACING TEAM PIERRE-LOUIS LOUBET VINCENT LANDAIS HYUNDAI FIESTA R5 WRC2
40 TOMMI MÄKINEN RACING OY HIROKI ARAI GLENN MACNEALL FORD I20 R5 WRC RC1 1 WRC2
41 KEVIN ABBRING KEVIN ABBRING PIETER TSJOEN FORD FIESTA R5 WRC2
42 CITROEN TOTAL STÉPHANE LEFEBVRE GABIN MOREAU CITROEN FIESTA R5 WRC RC1 1 WRC2
43 ŠKODA MOTORSPORT JUUSO NORDGREN TAPIO SUOMINEN ŠKODA C3 R5 WRC2
44 MAX VATANEN MAX VATANEN CHRISTOPHER GUIEU HYUNDAI FABIA R5 WRC RC1 WRC2
45 CASTROL FORD TEAM TÜRKIYE MURAT BOSTANCI ONUR VATANSEVER FORD I20 R5 WRC2
46 SIMONE TEMPESTINI SIMONE TEMPESTINI SERGIU ITU FORD FIESTA R5 RC2 R5 2 WRC2
47 MOTORSPORT ITALIA SRL BENITO GUERRA BORJA ROZADA ŠKODA FIESTA R5 WRC2
61 DENNIS RÅDSTRÖM DENNIS RÅDSTRÖM JOHAN JOHANSSON FORD FABIA R5 RC2 R5 2 WRC2
62 ÉQUIPE DE FRANCE FFSA RALLY JEAN-BAPTISTE FRANCESCHI ROMAIN COURBON FORD FIESTA R2 WRC3J
63 EMIL BERGKVIST EMIL BERGKVIST JOAKIM SJÖBERG FORD FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
64 TERRY FOLB TERRY FOLB KEVIN BRONNER FORD FIESTA R2 WRC3J
65 CALLUM DEVINE CALLUM DEVINE BRIAN HOY FORD FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
66 ADAC SACHSEN E.V. JULIUS TANNERT JÜRGEN HEIGL FORD FIESTA R2 WRC3J
67 OT RACING KEN TORN KULDAR SIKK FORD FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
68 ACI TEAM ITALIA WRC LUCA BOTTARELLI MANUEL FENOLI FORD FIESTA R2 WRC3J
69 EMILIO FERNÁNDEZ EMILIO FERNÁNDEZ JOAQUIN RIQUELME FORD FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
70 CASTROL FORD TEAM TURKIYE BUGRA BANAZ BURAK ERDENER FORD FIESTA R2 WRC3J
71 HOLDER BROTHERS RACING DAVID HOLDER JASON FARMER FORD FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
72 TOM WILLIAMS TOM WILLIAMS PHIL HALL FORD FIESTA R2 WRC3J
73 ACI TEAM ITALIA WRC ENRICO OLDRATI DANILO FAPPANI FORD FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
74 UMBERTO ACCORNERO UMBERTO ACCORNERO MAURIZIO BARONE FORD FIESTA R2 WRC3J
81 TEAM HYUNDAI PORTUGAL ARMINDO ARAÚJO ARMINDO ARAÚJO LUÍS RAMALHO HYUNDAI FIESTA R2 RC2 R5 2 WRC3J
82 PEDRO MEIRELES PEDRO MEIRELES MÁRIO CASTRO ŠKODA I20 R5
83 BP ULTIMATE VODAFONE SKODA TEAM MIGUEL BARBOSA HUGO MAGALHÃES ŠKODA FABIA R5 RC2 R5 2
84 CITROEN VODAFONE TEAM JOSÉ PEDRO FONTES PAULO BABO CITROEN FABIA R5
85 BRENDAN CUMISKEY BRENDAN CUMISKEY STEPHEN MC AULEY FORD C3 R5 RC2 R5 2
86 ANTÓNIO DIAS ANTÓNIO DIAS DANIEL PEREIRA ŠKODA FIESTA R5
87 DIOGO SALVI DIOGO SALVI VALTER CARDOSO ŠKODA FABIA R5 RC2 R5 2
88 JOAQUIM ALVES JOAQUIM ALVES ANTÓNIO COSTA ŠKODA FABIA R5
89 MANUEL CASTRO MANUEL CASTRO LUÍS COSTA HYUNDAI FABIA R5 RC2 R5 2
90 KEES BURGER KEES BURGER REBECCA VAN DER MAREL ŠKODA I20 R5
91 ALFREDO BARROS ALFREDO BARROS PAULO SILVA FORD FABIA R5 RC2 R5 2
92 FRANCISCO TEIXEIRA FRANCISCO TEIXEIRA JOÃO SERÔDIO ŠKODA FIESTA R5
93 RICARDO MARQUES RICARDO MARQUES HUGO RODRIGUES HYUNDAI FABIA R5 RC2 R5 2
94 TAIF MOTORSPORT RADIK SHAYMIEV MAXIM TSVETKOV FORD I20 R5
95 RMC MOTORSPORT JOÃO FERNANDO RAMOS JOSÉ JANELA FORD FIESTA R5 RC2 R5 2
96 JOSÉ BARBOSA JOSÉ BARBOSA RICARDO BARBOSA MITSUBISHI FIESTA R5
97 PEDRO SÁ PEDRO SÁ LEANDRO PARREIRA MITSUBISHI LANCER EVO X RC2 R5 2
98 PEDRO RODRIGUES PEDRO RODRIGUES FERNANDES DANIEL SUBARU LANCER EVO IX
99 GIL ANTUNES GIL ANTUNES DIOGO CORREIA RENAULT IMPREZA WRX STI RC4 R2 3
100 HÉLDER MIRANDA HÉLDER MIRANDA RUI TEIXEIRA CITROEN CLIO R3T
101 PEDRO LAGO VIEIRA PEDRO LAGO VIEIRA RICARDO FARIA PEUGEOT C2 R2 RC4 R2 3
102 JOANA BARBOSA JOANA BARBOSA SOFIA MOUTA FORD 208 R2
110 NABILA TEJPAR NABILA TEJPAR RICHARD BLISS PEUGEOT FIESTA R2 RC4 R2 3
111 CAMERON DAVIES CAMERON DAVIES MAX FREEMAN PEUGEOT 208 R2
112 ESCUDERÍA LA CORUÑA ROBERTO BLACH NUÑEZ JOSÉ MURADO GONZALEZ PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
113 HUGO LOPES HUGO LOPES ALBERTO SILVA PEUGEOT 208 R2
114 PAULO MOREIRA PAULO MOREIRA MARCO MACEDO PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
115 PTC ESCUELA FRANCISCO DORADO VIZCAÍNO ROI TORRENTE PÉREZ PEUGEOT 208 R2
116 PEDRO ANTUNES PEDRO ANTUNES PAULO LOPES PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
117 DANIEL NUNES DANIEL NUNES RUI RAIMUNDO PEUGEOT 208 R2
118 ESCUDERIA ATERURA IVAN MEDINA HERRERA YERAY MUJICA EUGENIO PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
119 RASANTE SPORT JUAN MANUEL MAÑÁ BORJA ODRIOZOLA PEUGEOT 208 R2
120 RICARDO SOUSA RICARDO SOUSA LUÍS MARQUES PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
121 RACC MOTORSPORT JOSEP BASSAS MANEL MUNOZ PEUGEOT 208 R2
122 JOÃO ALVES JOÃO ALVES JOSÉ RODRIGUES PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
123 RUI CARVALHO RUI CARVALHO JORGE CARVALHO PEUGEOT 208 R2
124 ESCUDERIA MOTOR TERRASSA JAN SOLANS BALDÓ MAURO BARREIRO ZAS PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
125 MCOUTINHO RACING DIOGO GAGO MIGUEL RAMALHO PEUGEOT 208 R2
126 ESCUDERIA OSONA RAMON CORNET DANIEL NOGUER PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
127 FMC-UCAV RACING ENGINEERING ALBERTO SANSEGUNDO JUAN LUIS GARCIA PEUGEOT 209 R2
128 MIGUEL LOBO MIGUEL LOBO NN PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
129 DIOGO SOARES DIOGO SOARES LUÍS RODRIGUES PEUGEOT 208 R2
130 ESCUDERIA BERBERECHO ALVARO PEREZ ABEIJON BRAIS MIRON CARNES PEUGEOT 208 R2 RC4 R2 3
208 R2
RC4 R2 3
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 R5
RC2 NR4
RC2 NR4
RC2 NR4
RC3 R3
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
RC4 R2
FINS DE SEMANA PERFEITOS
L’AND VINEYARDS | MONTEMOR-O-NOVO | ALENTEJO
www.hoteisdecampo.pt