The words you are searching are inside this book. To get more targeted content, please make full-text search by clicking here.
Discover the best professional documents and content resources in AnyFlip Document Base.
Search
Published by paolawatashi, 2022-12-06 05:40:56

Retrô (2)

Retrô (2)

RETRÔ
VISITE O PASSADO
EDIÇÃO ESPECIAL

VOL. 1 Edição | 30 BR R$15,50 IT €5,00 FR €8,00 GB £5,00 EUA US$7,99


03 RESUMO 27
3.1 O CURSO EM GERAL
04 A SALA DE AULA
05 PRESERVAR A
TRADIÇÃO
06 O FIM DO CURSO

SUMÁRIO

07 GRADE CURRICULAR
08 INTEGRANTES

70


PÁGINA 3

CURSO DE ECONOMIA DOMÉSTICA
NOS ANOS 70

Após as diversas mudanças trabalhistas, econômicas e políticas dos
anos 70, o curso de Economia Doméstica se firmou no Brasil afim de
profissionalizar as mulheres que não possuíam espaço de trabalho nas
industrias que cresciam devido a expansão comercial e tecnológica da
época. Persistentes na ideia de inserir as mulheres ao campo de
trabalho, e não apenas ensinar a como cuidar do lar e de seus filhos,
mas agregar a sociedade cultivando plantas, aprendendo matérias como
genética, técnicas de culinária, decoração do lar e puericultura que se
dedica aos cuidados infantis.

O curso de economia doméstica E voltou a ter um crescimento
teve um aumento significativo, o significativo em meados da década
que levou a grandes impulsos para de 80, junto da necessidade de
a sociedade, muitas mulheres ampliar o ensino para a zona rural e
atraídas pela ideia de um estudo da busca cada vez maior por parte
superior, serem reconhecidas no das mulheres por cursos
mercado de trabalho, e pela grande profissionalizantes, lembrando que
atividade agrária da época tornaram Economia Doméstica era uma das
o curso um grande avanço poucas opções da época.
econômico e social.
Vendo o crescimento dessa área no
Por um tempo o curso foi de certa país foi criada a Lei n°7.378 de 21 de
forma esquecido, voltando aos outubro de 1985 que tornou oficial a
holofotes apenas em 1933 com a profissão de Economista Doméstico
expansão do curso para escolas para os cursantes de Ciências
femininas de segundo grau, Domésticas ou Economia Doméstica,
buscando “futuras-donas-de-casa”. ou aos que trabalharam pelo menos 5
anos na área.


PÁGINA 4

as profissionais de economia influenciadas por
movimentos feministas dos anos 70, não se
contentam em atuar apenas no ensinamento
dos lares, buscando cada vez mais se
distanciar dos estudos domésticos e partir para
áreas de produção do setor público e privado.
Porém, as mulheres não eram devidamente
formadas para embarcarem no setor de
produção, já que o curso foi o único ensino
superior proporcionado a elas durante muito
tempo, então não poderiam atuar além de seu
ambiente. Contudo o curso sofreu modificações
que atendessem as necessidades das
mulheres, já que a pressão era grande frente
aos governantes, portanto as grades que antes
ensinavam apenas tarefas de casas e cuidados
pessoais, passou a ser: economia industrial e
comercial, desenvolvimento humano, questões
sociais, extensão rural, expansão de compra e
venda, sistema de produção e administração
dos meios.

Porém com a expansão da urbanização o
curso de economia doméstica foi caindo
em desuso, e devido as progressistas
revoluções feministas, e lutas para que as
mulheres adentrassem ainda mais o
mercado de trabalho, o público feminino foi
se dissipando a outros cursos e
especializações que estavam seguindo as
grandes inovações da época, distanciando
ainda mais a mulher ao papel estagnado
de somente cuidar e educar sua família


PÁGINA 5

“A COMOÇÃO GERADA PELOS PROFISSIONAIS,
TROUXE À TONA A IMPORTÂNCIA QUE O CURSO
TEM PARA SOCIEDADE, INDISPENSÁVEL PARA A
MANUTENÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA DAS
FAMÍLIAS”

POR A.C.M.
OLIVEIRA

O curso foi criado com intuito de . Final dos anos 80, profissionais que
preservar um modelo tradicional lecionavam o curso de economia
familiar da época, preparando as doméstica, buscaram o
mulheres para serviços do lar, reconhecimento da área com
proporcionando melhor qualidade de principal objetivo de ressignificar o
vida, e mantendo as tradições da contexto em que foi criado, deixando
família, como observado até o de lado os quesitos tradicionais e
momento. formais.
Porém, com a urbanização e o avanço
da atividade agrária o modelo
econômico se modificou
rapidamente, tornando o curso de
economia doméstica obsoleto, e a
maioria dos profissionais formados
na área buscaram alternativas de
estudo e emprego


O FIM DO CURSO
FINAL DOS ANOS 80

Nos dias atuais, o curso não possuí Portanto toda a trajetória histórica
relevância aparente, já que a configuração construída através dos cursos de economia
social e econômica se baseia em uma doméstica que impulsionou a inserção das
sociedade desenvolvida que não se mulheres no mercado de trabalho, os
constituí apenas em divisão por gênero, movimentos feministas nos anos 70 que
mas por também por formação acadêmica. buscavam a igualdade de homens e
Entretanto, os 5 cursos superiores mulheres para seus direitos básicos, as
existentes no País ainda se baseiam nos lutas das profissionais de economia que
modelos estruturais da década de 50, não se submetiam a apenas educar seu
fomentando as famílias tradicionais e seus lar, que buscavam provar que podiam
costumes, como forma de se encaixarem trabalhar nas grandes reformas e contribuir
no sistema social em que vivemos economicamente, socialmente e
atualmente. Assim como nos cursos politicamente.
superiores, o curso técnico de Economia O futuro desse campo de conhecimento
Doméstica de Santa Cruz do Rio Pardo está destinado a extinção, visto que as
também tinha o objetivo de manter os ideias implementadas no início dos anos
costumes tradicionais da época, além de 50 não se aplicam mais à atualidade,
proporcionar às mulheres uma formação porém a trajetória histórica contribui para
profissionalizante. as ações do futuro, conflitando com novos
paradigmas do é ser uma mulher brasileira
no ensino superior atual.

PÁGINA 6


FOTOS ORIGINAIS DA GRADE CURRICULAR EDITORIAL
DO CURSO DE ECONOMIA DOMÉSTICA DOS

ANOS 70

PÁGINA 7


01 Bianca Pamio Portezan INTEGRANTES
02 Francisco Begueto Sanchez
03 Lívia de Marchi da Silva
04 Lívia Rodrigues Martelozo
05 Paola Kaizer

PÁGINA 8


Click to View FlipBook Version